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Entrevista: Entenda como indústrias podem utilizar fontes renováveis de energia<br />

DÉCADA<br />

DOURADA<br />

INDÚSTRIA DE BIOMASSA SE<br />

DESTACA NA PRODUÇÃO DE<br />

EQUIPAMENTOS NOS ÚLTIMOS<br />

DEZ ANOS<br />

PELO MUNDO<br />

MINERAÇÃO DE BITCOIN COM<br />

ENERGIA VULCÂNICA<br />

INOVAÇÃO<br />

PLATAFORMA INTEGRA SETOR DE ENERGIA NO BRASIL


HÁ UMA DÉCADA, ESPECIALIZADA EM<br />

TRANSFORMAR BIOMASSA EM<br />

ENERGIA TÉRMICA<br />

Estrada Geral Pitangueira n° 1 - Agrolândia - SC


INDÚSTRIA DE GERADORES DE CALOR LTDA.<br />

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SUMÁRIO<br />

06 | EDITORIAL<br />

Sucesso na década<br />

08 | CARTAS<br />

10 | NOTAS<br />

16 | ENTREVISTA<br />

20 | PRINCIPAL<br />

26 | PELO MUNDO<br />

Energia dos vulcões<br />

30 | ECONOMIA<br />

Tecnologia pela economia<br />

34 | INOVAÇÃO<br />

Conectados pela sustentabilidade<br />

40 | INDÚSTRIA<br />

Otimização energética<br />

46 | MERCADO<br />

50 | ARTIGO<br />

56 | AGENDA<br />

58 | OPINIÃO<br />

O problema da falta de<br />

profissionais em tecnologia e a<br />

capacitação de minorias<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

Na capa deste mês é estampada a<br />

caldeira da IMTAB em atividade na Ágil<br />

Madeiras, em Santa Cecília (SC)<br />

SUCESSO<br />

NA DÉCADA<br />

A<br />

IMTAB completa 10 anos de atuação em 2021 e carrega em seu DNA traços como a inovação,<br />

a qualidade e o ótimo atendimento aos clientes. A empresa localizada em Agrolância (SC), já<br />

colocou seus equipamentos de geração de calor entre os mais destacados do Brasil e pretende<br />

crescer ainda mais na próxima década. Nesta edição, o Leitor também irá conferir uma entrevista<br />

exclusiva com o especialista Luiz Ramos, sobre como as indústrias podem apostar em fontes renováveis<br />

para diminuir os custos com energia elétrica, além de reportagens especiais de inovação, mercado e muito<br />

mais. Tenha uma excelente leitura!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO VIII - EDIÇÃO 47 - OUTUBRO 2021<br />

Diretor Comercial<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação<br />

Jorge de Souza<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira - Gabriela Bogoni<br />

Larissa Purkotte - (criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial<br />

Gerson Penkal - Jéssika Ferreira - Tainá Carolina Brandão<br />

(comercial@revistabiomais.com.br)<br />

Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Dep. de Assinaturas<br />

Pedro Moura<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e<br />

independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />

geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />

estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />

entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />

responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />

reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />

sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />

criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />

proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

06 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARTAS<br />

INOVAÇÃO<br />

Excelente a matéria sobre resíduos sólidos urbanos. Fica claro como é necessário não apenas<br />

dar um destino correto para o lixo, como também aproveitar o máximo desses recursos.<br />

Maria Eduarda Santini – Campo Grande (MS)<br />

Foto: divulgação<br />

BIOMASSA<br />

Cada vez mais percebo que a biomassa veio para ficar. Quem apostou nessa matéria-prima há alguns anos atrás vai colher<br />

muitos frutos nas próximas décadas.<br />

Henrique Soares – Porto Alegre (RS)<br />

ENTREVISTA<br />

Importante que empresas tomem a iniciativa para colocar mais opções energéticas renováveis dentro do mercado.<br />

Bom para a sociedade e para o meio ambiente!<br />

Fernando Castro – Sertãozinho (SP)<br />

MERCADO<br />

O Brasil tem um potencial quase inesgotável de energia eólica. Falta investimento<br />

público e privado para podermos decolar nessa área.<br />

Rodrigo Bayol – Campinas (SP)<br />

Foto: divulgação<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

@revistabiomais<br />

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Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

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NOTAS<br />

EVENTO ADIADO<br />

A Fenasucro & Agrocana, principal<br />

feira de bioenergia e do setor sucroenergético<br />

da América Latina, está com<br />

o credenciamento gratuito aberto para<br />

sua 28ª edição, que será realizada presencialmente<br />

entre os dias 16 a 19 de<br />

agosto de 2022, no Centro de Eventos<br />

Zanini, em Sertãozinho (SP). O evento,<br />

realizado pelo CEISE BR e promovido e<br />

organizado pela RX Brasil, reúne inovações<br />

e conteúdo de alto nível técnico<br />

voltados à toda cadeia de produção<br />

da indústria de bioenergia, além de<br />

profissionais dos principais pilares da matriz energética, dos setores de transporte e logística, papel e celulose, alimentos e bebidas, e<br />

distribuidoras e comercializadoras de energia para realização de negócios, networking e atualização profissional. "Neste momento em<br />

que o mundo todo olha para as fontes renováveis como alternativa viável nos deixa otimistas não só para a realização da feira como<br />

também para a entrega de ótimos resultados em negócios aos nossos clientes. Estamos preparados para oferecer toda segurança,<br />

com os novos protocolos sanitários de eventos", afirma Paulo Montabone, diretor da Fenasucro & Agrocana. Segundo ele, após quase<br />

2 anos, os visitantes estão ansiosos para conhecer as inovações e novas tecnologias, que terá grandes novidades e tendências em<br />

equipamentos e soluções que irão revolucionar o setor de bioenergia. Para saber mais sobre o evento e realizar o seu credenciamento<br />

gratuito, basta acessar o link: https://bit.ly/3tH5K59 ou o site oficial do evento.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

ESTANDE<br />

Entre os dias 18 e 20 de outubro acontecerá a Intersolar<br />

2021, a maior feira do setor de energia solar da América do Sul,<br />

e a STI Norland estará presente com um estande de 100 m²<br />

(metros quadrados), repleto de recursos tecnológicos. O estande<br />

contará com a exposição de protótipos de uma estrutura fixa e<br />

do tracker STI-H250, produto carro-chefe da empresa, que possui<br />

uma configuração que favorece o ganho bifacial e facilita sua<br />

adaptação a qualquer tipo de terreno. Além disso, haverá uma<br />

mesa touch com aplicações interativas, como: Monte seu Tracker<br />

e Ficha Técnica Interativa; além de óculos de realidade virtual<br />

para visitar usinas solares, mostrando aos visitantes da feira, com<br />

muitos detalhes, as características dos produtos e serviços da<br />

STI Norland. A empresa espanhola já está na sua quinta geração de trackers e foi reconhecida pelo relatório: Global solar PV tracker<br />

market share 2021; da consultoria britânica Wood Mackenzie, como a companhia líder no mercado de rastreadores solares no Brasil<br />

e na América Latina. Atualmente, a STI Norland ocupa o quinto lugar no ranking mundial das empresas com o maior market share<br />

no mercado de trackers solares. Sobre os temas a serem abordados no evento, destacam-se: as tendências do setor solar, tanto para<br />

geração distribuída como centralizada, o marco regulatório brasileiro de geração distribuída, a importância da fonte solar na diversificação<br />

das matrizes, a transição energética do país, cases, estratégias, produtos e soluções inovadoras e as novidades do mercado e no<br />

armazenamento de energia. Em 2019, a Intersolar contou com mais 290 empresas em exposição, recebeu mais de 25.000 visitantes e<br />

1.600 congressistas. A previsão para o evento deste ano, que irá contar com protocolos rígidos de saúde e segurança, é de um público<br />

semelhante nos três dias de evento.<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PARQUE EÓLICO<br />

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou<br />

o início da operação comercial de mais 14 unidades<br />

geradoras do complexo eólico Chafariz, localizadas no<br />

município de Santa Luzia (PB), de propriedade da Chafariz<br />

Energia Renovável, do grupo Neoenergia. Essas 14<br />

unidades geradoras representam 48,5 MW (Megawatts)<br />

de capacidade instalada adicional para SIN (Sistema<br />

Interligado Nacional), propiciando geração de energia<br />

limpa e renovável em momento de escassez hídrica. Com<br />

obrigação de iniciar sua operação comercial em dezembro<br />

de 2022, o complexo vem completando sua construção e<br />

disponibilização para o nosso sistema de forma bastante<br />

antecipada. No município de Iperó (SP), houve liberação<br />

para operação comercial de usina termelétrica Veólia<br />

Iperó, com 4,68 MW. Ainda no nordeste brasileiro, a ANEEL<br />

liberou a operação comercial de uma unidade geradora<br />

da Eólica Farol de Touros, com 3,55 MW, no município de<br />

Touros (RN). Também foram autorizados o início dos testes<br />

da central fotovoltaica Juazeiro Solar VII, no município de<br />

Juazeiro (BA), totalizando 47,28 MW. Além disso, foi liberado<br />

o teste, a partir de 25/9, de uma unidade geradora,<br />

de 4,2 MW, da EOL Cumaru II. A usina Cumaru II, localizada<br />

em São Miguel do Gostoso (RN), vai gerar, quando estiver<br />

totalmente concluída, 42 MW com a operação de dez<br />

unidades geradoras com 4,2 MW cada uma. O empreendimento<br />

é da responsabilidade da Enel Green Power<br />

Cumaru 02 S.A.<br />

Foto: divulgação<br />

ENERGIA TERMELÉTRICA<br />

Foi inaugurada em setembro a usina termelétrica Jaguatirica<br />

II (RR). O empreendimento possui 140,834 MW (Megawatts)<br />

de capacidade instalada, localizada na capital Boa Vista (RR).<br />

A responsável pela usina é a Azulão Geração de Energia S.A.,<br />

do grupo Eneva. Os investimentos previstos para a construção<br />

do empreendimento são da ordem de R$ 1,9 bilhão. Além da<br />

inauguração da térmica houve também o lançamento da pedra<br />

fundamental para início das obras da linha de transmissão que<br />

conectará Roraima ao SIN (Sistema Interligado Nacional). O<br />

diretor-geral da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),<br />

André Pepitone, destacou a importância do empreendimento.<br />

"A linha de transmissão que por tanto tempo foi incerteza para<br />

o povo de Roraima, se transforma agora em esperança para a<br />

garantia de energia firme, segura, que vai promover o desenvolvimento<br />

econômico do Estado." Pepitone ressaltou ainda a<br />

relevância das iniciativas desta quarta-feira. "Ações como as de<br />

hoje, permitem a chegada de energia limpa e sustentável, desenvolvem<br />

a infraestrutura, criam empregos e trazem prosperidade<br />

para a população", destacou Pepitone. A UTE Jaguatirica II<br />

é o primeiro empreendimento do leilão dos Sistemas Isolados<br />

n° 01/2019 que iniciará testes para, em seguida, gerar energia<br />

para o Estado de Roraima. A UTE tem todo seu ciclo de produção<br />

concentrado na região norte do país, dado que o combustível<br />

gás natural é extraído e processado no campo de Azulão,<br />

bacia do Amazonas, a cerca de 210 km (quilômetros) a leste da<br />

capital Manaus, entre os municípios de Silves e Itapiranga. O<br />

projeto representa um marco no desenvolvimento de energia<br />

na região norte, ao substituir a geração termelétrica movida a<br />

óleo diesel por geração a partir do gás natural. A expectativa<br />

é de redução das emissões de CO2 em até 35% no Estado de<br />

Roraima, garantindo maior sustentabilidade na produção de<br />

energia elétrica.<br />

Foto: divulgação<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

11


NOTAS<br />

TARIFA DE ENERGIA<br />

A partir de novembro, a bandeira tarifária de energia elétrica deve ser alterada para se tornar mais barata. Ao discursar, nessa quinta-<br />

-feira, na Conferência Global Millenium, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai determinar ao MME (Ministério de Minas e Energia), que<br />

a bandeira volte ao normal. "Dói a gente autorizar o ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, a decretar a bandeira vermelha.<br />

Dói no coração, sabemos da dificuldade da energia elétrica. Vou determinar que ele volte à bandeira normal a partir do mês que vem",<br />

prometeu. O presidente Bolsonaro, no entanto, não detalhou qual medida vai ser adotada. A gente lembra que o Brasil vive a pior crise<br />

hídrica em 91 anos, sendo necessário acionar as usinas termoelétricas, o que tem encarecido a conta de luz. As bandeiras tarifárias foram<br />

criadas em 2015 e indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional gerar a energia usada nas nossas casas, em estabelecimentos<br />

comerciais e na indústria. A verde é sem acréscimo<br />

e a amarela significa que as condições de geração não<br />

estão favoráveis e a conta de luz vem com a cobrança a mais<br />

de R$ 1,87 por 100 kWh (quilo/watt/hora) consumidos. Já a<br />

bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia<br />

naquele período, sendo dividida em dois patamares. No primeiro,<br />

o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao<br />

consumo na razão de R$ 3,97 por 100 kWh. O patamar 2 aplica<br />

a razão de R$ 9,49 por 100 kWh. Acima da vermelha, está a<br />

bandeira escassez hídrica, atualmente em vigor. Na escassez<br />

hídrica, a taxa extra passou a ser de R$ 14,20 para cada 100<br />

kWh. Criada em agosto pela ANEEL (Agência Nacional de<br />

Energia Elétrica), ela começou a vigorar a partir de setembro<br />

e vai até abril do ano que vem. Em um evento do Comércio<br />

Exterior, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque,<br />

voltou a dizer que o país não corre risco de racionamento de<br />

energia devido à grave crise hídrica, que o governo monitora<br />

a situação e tem tomado todas as medidas cabíveis e possíveis<br />

para minimizar a situação.<br />

Foto: divulgação<br />

INVESTIMENTO<br />

FOTOVOLTAICO<br />

A crise hídrica e os aumentos constantes na conta de luz<br />

estão levando pessoas a investirem em outros tipos de energia,<br />

como a fotovoltaica, também conhecida como energia solar.<br />

De olho nessa demanda, instituições e cooperativas de crédito<br />

estão proporcionando taxas e condições atrativas para quem<br />

quer investir e ter a sua liberdade energética. De acordo com a<br />

ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o<br />

uso das fontes renováveis é eficaz e gera economia para consumidores,<br />

sendo a geração própria de energia solar em telhados<br />

e pequenos terrenos uma importante ferramenta para reduzir a<br />

demanda por eletricidade no país. Dados da associação mostram que entre 2019 e 2021, o segmento teve expansão de 64%. A queda<br />

no preço dos equipamentos, que ficaram 90% mais baratos nos últimos dez anos também é um atrativo para aqueles que pretendem<br />

gerar a própria energia. Segundo César Augusto Campez Neto, diretor-presidente do Sicoob Cooperac, linhas de crédito como essa<br />

possuem a missão de facilitar o acesso dos cooperados a produtos e serviços que permitam melhorar as suas condições financeiras.<br />

“A energia fotovoltaica é um caminho que contribui para reduzir despesas e também para preservar os recursos naturais. Temos notado<br />

um aumento da procura por esta opção, principalmente agora, com a crise hídrica. Nossas linhas têm as melhores condições e são<br />

liberadas com agilidade e sem burocracia”, explica.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

INICIATIVA SOCIAL<br />

A partir do mês de setembro, se inicia a 2ª edição<br />

do Fazendo a Diferença. A iniciativa promovida pela<br />

Fundação Energia e Saneamento e patrocínio da CTG<br />

Brasil, visa criar um processo de mobilização e transformação<br />

socioambiental em instituições e comunidades<br />

por meio do conhecimento. Este ano o projeto estará<br />

presente em três localidades: capital paulista, Mirante<br />

do Paranapanema (SP) e Itaguajé (PR). Jovens adultos e<br />

estudantes de ensino médio são o principal público-alvo.<br />

Cada município tem a disponibilidade de 25 vagas.<br />

O Fazendo a Diferença ocorre em etapas. A primeira é<br />

a de mobilização, ou seja, a formação dos grupos por cidades.<br />

A próxima é a realização de oficinas virtuais com<br />

seis temáticas, sendo a última dividida em três encontros.<br />

Todas as temáticas giram em torno de importantes<br />

questões ambientais como água, energia, uso e reuso,<br />

tratamento de resíduos sólidos e consumo consciente.<br />

Para participar, é necessário ter acesso a internet e todos<br />

os encontros serão realizados de maneira síncrona<br />

com uma hora e meia de duração. Após as oficinas, é<br />

alinhado com o grupo quais práticas e intervenções<br />

serão realizadas na comunidade ou instituição. Alguns<br />

exemplos possíveis são: implantação de um sistema de<br />

armazenamento e captação da água, hortas coletivas,<br />

espiral de ervas, aquecedor solar de baixo custo e sistema<br />

de tratamento de água cinza. “Apresentamos uma<br />

série de opções disponíveis de acordo com a temática<br />

e a comunidade decide o que é mais interessante. O<br />

grande objetivo do projeto é mostrar que algumas soluções<br />

de problemas ambientais e sociais da localidade<br />

tem solução com baixo custo. Criamos um senso de<br />

autonomia e independência e mostramos que em alguns<br />

pontos a própria comunidade consegue resolver.<br />

Transferimos conhecimento, que produz engajamento<br />

com uma tecnologia acessível”, explica Rafael Ferreira,<br />

coordenador da iniciativa. A 1º edição do projeto<br />

ocorreu no segundo semestre de 2020 e os encontros<br />

também foram realizados virtualmente devido à pandemia<br />

da Covid-19. Os municípios contemplados foram<br />

Chavantes (SP), Ribeirão Claro (PR) e Carlópolis (PR).<br />

"Foi gratificante ter participado. Os temas trabalhados<br />

nas oficinas são de extrema relevância, e nós temos a<br />

missão de ensinar como é importante o envolvimento<br />

e a preocupação com a terra, com a água, com os<br />

elementos naturais", conta Helena Maria Batista Santos,<br />

diretora da Escola Infantil do município de Carlópolis.<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

LUIZ<br />

PEREIRA<br />

RAMOS<br />

Formação: Bacharel e Licenciado em Química<br />

(PUC-PR, 1978-82), Mestre em Ciências –<br />

Bioquímica (UFPR, 1983-87) e Doutor (1988-<br />

92) pelo Ottawa-Carleton Institute of Biology<br />

da Universidade de Ottawa, Canadá, sob a<br />

supervisão do Prof. Dr. J. N. Saddler.<br />

Cargo: Professor do Departamento de<br />

Química da UFPR (Universidade Federal do<br />

Paraná) e membro do Conselho Gestor do<br />

INCT Energia e Ambiente e Editor Associado<br />

da revista Energy and Fuels da American<br />

Chemical Society desde 2012.<br />

APLICAÇÃO NA<br />

INDÚSTRIA<br />

O<br />

Brasil enfrenta uma importante crise hídrica desde 2020 e um dos principais impactos tem sido na<br />

produção de energia pelas usinas hidrelétricas. Dessa forma, a conta de luz está na bandeira vermelha e<br />

com poucas chances de voltar aos antigos patamares. Por isso, o investimento em fontes renováveis de<br />

energia pode ser uma forma das indústrias diminuírem a vulnerabilidade a esses fatores externos, além<br />

de produzirem uma energia limpa e com menos impactos ao meio ambiente. “O que falta ao país ainda é segurança<br />

para que o empresário invista e tenha maior certeza de que terá matéria-prima para processar e terá também usuários,<br />

ou seja, terá no mercado um espaço para que sua energia seja negociada a preços razoáveis, a preços que compensem<br />

o investimento”, explica Luiz Pereira Ramos. O especialista conversou com exclusividade à Revista BIOMAIS.<br />

16 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Com o aumento dos custos de energia elétrica no<br />

Brasil, como as indústrias podem buscar nas fontes<br />

renováveis uma forma de diminuir as despesas?<br />

O impacto do aumento da energia elétrica no Brasil<br />

tem sido muito grande para as indústrias e a busca<br />

por fontes renováveis pode representar uma solução,<br />

mas isso vai depender muito do tipo da indústria e das<br />

possibilidades que ela tem para explorar nas condições<br />

operacionais e no ambiente de trabalho. Então não é<br />

uma resposta que pode ser dada de forma direta. Existem<br />

algumas opções na linha fotovoltaica, por exemplo, que<br />

podem se tornar cada vez mais viável. Outras soluções de<br />

porte maior poderiam também se mostrar interessantes,<br />

como a energia eólica, mas isso vai depender de outros<br />

fatores. A eólica naturalmente não estaria disponível<br />

em todo o país e embora a tecnologia de captação dos<br />

ventos tenha aumentado significativamente nas últimas<br />

décadas, ainda não se adequaria a situações específicas<br />

aonde, por exemplo, o regime dos ventos não o favoreça.<br />

Depende muito de escala e da localização dessa<br />

indústria. É claro que as caldeiras movidas a biomassa<br />

certamente podem representar um elo importante na<br />

viabilidade do processo. Temos exemplos na indústria<br />

de papel e celulose, sucroalcooleira, entre outras, onde<br />

a biomassa representa um caminho seguro para aumentar<br />

a rentabilidade do negócio, permitindo inclusive a<br />

perspectiva de se vender energia elétrica para o grid, na<br />

chamada rota da bioeletricidade. Isso é possível, mas exige<br />

investimento e entende-se que seja algo rentável, mas<br />

o capital inicial é relativamente alto. É digno de menção<br />

também que as indústrias que processam biomassa existem<br />

outras alternativas, como a gaseificação da biomassa.<br />

A Klabin no Paraná, no projeto Puma, em Ortigueira,<br />

se preocupou com isso e vem trabalhando na instalação<br />

de um gaseificador capaz de produzir energia a partir da<br />

gaseificação da biomassa por meio de turbinas a gás que<br />

são alimentadas por gases oriundos desses processos,<br />

cujo principal combustível é o hidrogênio. São caminhos<br />

passíveis de serem considerados, mas que vão depender<br />

muito das condições operacionais da própria indústria e<br />

de outros aspectos, como a logística.<br />

Dentre as fontes renováveis de energia, quais<br />

acredita serem as melhores para aplicação dentro das<br />

indústrias?<br />

Precisamos novamente entender de que complexo<br />

industrial seria feito esse investimento. Há situações em<br />

que mais uma vez a energia fotovoltaica se apresenta<br />

bastante interessante e cada vez mais viável. Agora o<br />

problema tanto da energia eólica quanto da energia fotovoltaica<br />

é a intermitência. Não se acumula energia. Não<br />

se gera energia para auto-consumo. Na verdade, se gera<br />

energia e negocia isso com o grid, com a concessionária.<br />

Então naturalmente é um conceito um pouco diferente<br />

de poder gerar a própria energia. Portanto talvez ainda a<br />

opção nesse sentido de ser produtor da própria energia<br />

seria mesmo a questão das caldeiras na energia da biomassa,<br />

mediante a qual pode-se não só gerar vapor, energia<br />

e potência, como também o trabalho. Nessa linha, é<br />

possível gerar bioeletricidade mediante a instalação de<br />

uma infraestrutura adequada para esse fim. Sendo assim,<br />

tudo depende para que fim vai ser gerada a tal energia.<br />

Entre essas matrizes, a biomassa tem ganho destaque.<br />

Como avalia o potencial dessa fonte de energia e<br />

como ela pode ser melhor utilizada no país?<br />

Entre as matrizes que mais tem ganho destaque<br />

realmente é a biomassa, que pode ser entendida em dois<br />

grandes processos. Um seria meramente a combustão e o<br />

outro seria a gaseificação. Não podemos também deixar<br />

de considerar que essas rotas elas podem gerar biocombustíveis,<br />

que também vão entrar nessa conta. Então se<br />

é uma indústria que depende, por exemplo, de um consumo<br />

relativamente alto de combustíveis, essa indústria<br />

poderia pensar em investir na produção do próprio combustível,<br />

que consome e hoje em dia pode-se imaginar<br />

isso na linha do biodiesel, empregando matérias-primas<br />

oleaginosas na linha do etanol, sacarínecas ou amilácias e<br />

mesmo processos mais elaborados, que levam a produção<br />

daqueles combustíveis que denominamos drop-in,<br />

Temos exemplos na<br />

indústria de papel e<br />

celulose, sucroalcooleira,<br />

onde a biomassa<br />

representa um caminho<br />

seguro para aumentar a<br />

rentabilidade do negócio<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

17


ENTREVISTA<br />

combustíveis que têm a mesma característica e praticamente<br />

a mesma composição, a mesma impressão digital<br />

de um combustível derivado do petróleo. No entanto,<br />

eles teriam origem na biomassa de forma renovável e<br />

sustentável. Então essas tecnologias de produção de<br />

hidrocarboneto renováveis na linha dos óleos vegetais<br />

hidrogenados, o mesmo de outros tipos de combustíveis<br />

sintéticos, vem crescendo substancialmente e inclusive<br />

parece que dependendo das circunstâncias, começando<br />

pela própria disponibilidade de matéria-prima a baixo<br />

custo, essas soluções podem ser concebidas em uma<br />

escala relativamente pequena, como é o caso dos HVOs<br />

(Óleo Vegetal Hidrotratado, em português). Mas isso vai<br />

depender muito de qual indústria, qual a demanda e que<br />

tipo de forma essa energia tem que assumir para atender<br />

as necessidades da empresa. Outro ponto importante<br />

sobre a energia da biomassa é a escala. É claro que a solução<br />

pela geração de energia por processos, por exemplo,<br />

de cogeração, que é o que a indústria sucroalcooleira<br />

faz utilizando bagaço, principalmente o bagaço de cana,<br />

para a produção de bioeletricidade, dando autonomia<br />

para indústria e inclusive gerando um excedente que<br />

pode ser negociado com o grid, com a rede. Essas iniciativas<br />

exigem um investimento de capital relativamente<br />

alto, que a indústria consegue pagar relativamente<br />

rápido, mas obviamente isso exige um movimento, um<br />

investimento de capital grande, que nos dias de hoje<br />

pode ser complicado.<br />

setor e na medida em que as chuvas não vêm, como<br />

deveriam, acabamos por enfrentar crises tão agudas<br />

quanto a que estamos hoje vivendo e essa crise não é<br />

novidade. É a história da crônica da morte anunciada.<br />

Todo mundo sabia que ela viria e não tardaria em vir, no<br />

caso a retornar, porque vivemos situações parecidas com<br />

essa há não muito tempo. Então a dependência menor<br />

dos recursos hídricos e também a dependência menor<br />

das termoelétricas movidas a diesel, sendo, que queimar<br />

diesel para produzir energia, não faz o menor sentido, é<br />

caríssimo e não faz realmente o menor sentido para um<br />

país que tem tanta biomassa. Realmente é premente que<br />

essas termoelétricas movidas a diesel sejam substituídas<br />

e transformadas em outra atividade, enquanto que as dependentes<br />

do gás natural teriam condição de operação<br />

muito superiores ao diesel. Mas enfim, não se pode negar<br />

a necessidade do uso quando a crise se instala. Então o<br />

que é realmente lamentável é que quem paga isso é o<br />

consumidor. Mas na medida em que políticas públicas<br />

são criadas para orientar o setor industrial e motivá-lo a<br />

investir em novas fontes energéticas, eólica, fotovoltaica<br />

e biomassa principalmente, e em que nos dirigimos a<br />

uma situação mais favorável de mercado baseado nessas<br />

políticas públicas certamente haverá mobilização do setor<br />

industrial para que as necessidades energéticas sejam<br />

supridas de uma forma mais sustentável.<br />

O que falta atualmente para maior inserção dessas<br />

matrizes renováveis de energias no setor industrial<br />

brasileiro?<br />

O que falta ao país ainda é segurança para que o<br />

empresário invista e tenha maior certeza de que terá<br />

matéria-prima para processar e terá também usuários, ou<br />

seja, terá no mercado um espaço para que sua energia<br />

seja negociada a preços razoáveis, a preços que compensem<br />

o investimento. Existe todo um movimento em<br />

torno disso hoje em dia. Programas como o RenovaBio<br />

e a o Combustível do Futuro, que tem sido criado pelo<br />

Governo e lançados para que haja uma motivação maior,<br />

tanto na academia, quanto na indústria para a geração de<br />

soluções tecnológicas, que melhorem a competitividade<br />

econômica desses processos. Entretanto, é preciso haver<br />

mercado e esse mercado depende de desejo efetivo do<br />

Governo, no sentido de substituir, pelo menos em boa<br />

parte, a dependência que hoje temos das fontes hidrelétricas.<br />

Atualmente, o Brasil é muito dependente desse<br />

Na medida em que<br />

nos dirigimos a uma<br />

situação mais favorável<br />

de mercado baseado<br />

nessas políticas públicas<br />

certamente haverá<br />

mobilização do setor<br />

industrial para que as<br />

necessidades energéticas<br />

sejam supridas de uma<br />

forma mais sustentável<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PRINCIPAL<br />

GERAÇÃO DE<br />

QUALIDADE<br />

FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />

EMPRESA COMPLETA<br />

10 ANOS EM 2021<br />

CONSOLIDADA DENTRO<br />

DO SETOR DE MÁQUINAS<br />

E EQUIPAMENTOS PARA<br />

PRODUÇÃO DE CALOR<br />

ATRAVÉS DA QUEIMA DE<br />

BIOMASSA<br />

C<br />

ompletar 10 anos de atuação no mercado é<br />

uma grande conquista para qualquer empresa.<br />

Mas chegar nessa marca sendo reconhecida<br />

como uma das principais empresas no segmento<br />

de geração de calor no Brasil é um motivo de orgulho<br />

para todos na IMTAB. As atividades da empresa começaram<br />

em Atalanta, Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, mas devido<br />

ao crescimento da produção e necessidades logísticas,<br />

em 2014 a IMTAB mudou sua sede fabril para Agrolândia<br />

(também no Alto Vale do Itajaí).<br />

No início, a empresa alugava galpões para utilizar<br />

como sede, mas em 2015 começou a construção da matriz<br />

própria. Desde 2018, a IMTAB tem conseguido ampliar seu<br />

parque fabril, estando inclusive em novo processo de construção<br />

que irá deixar a área da fábrica com 6.500 m2 (metros<br />

quadrados), podendo, assim, atender ainda melhor<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

21


PRINCIPAL<br />

sua carteira de clientes. O término das obras está previsto<br />

para o início de 2022.<br />

“A empresa desenvolve esses produtos desde 2013,<br />

ano em que mudou de manutenção para fabricação de<br />

equipamentos, mas teve uma grande crescente nos últimos<br />

4 anos, onde conseguiu se posicionar entre as melhores<br />

fabricantes de geradores de calor do Brasil, quando<br />

lançou a Fornalha Gás Quente Alemã, projeto inovador e<br />

desenvolvido pela empresa após viagem à Alemanha”, explica<br />

Joel Padilha, diretor-presidente da IMTAB.<br />

A empresa tem como carro-chefe os equipamentos<br />

geradores de calor. Esses equipamentos podem utilizar<br />

resíduos da indústria moveleira, agrícola e de outros segmentos<br />

para gerar calor e energia para diversas finalidades.<br />

“Temos grande compromisso com o cliente desde a<br />

elaboração do projeto, da compra dos materiais, até o desenvolvimento<br />

na fábrica. Prezamos muito pela qualidade<br />

e sempre digo para o pessoal na fábrica, que precisamos<br />

olhar o equipamento, o que a gente tá fazendo como se<br />

fosse o cliente observando a máquina. Trabalhar com os<br />

olhos voltados para o cliente, da qualidade, até os prazos<br />

de entrega”, pontua Ricardo Samp Neto, gerente de produção<br />

da IMTAB.<br />

Atualmente a empresa já executou mais de 260 projetos<br />

para empresas de toda América do Sul, sendo uma<br />

dessas execuções feitas de acordo com as necessidades de<br />

aplicação de cada cliente. “Estamos sempre em busca de<br />

inovações, o atendimento ao cliente, o prazo de entrega, a<br />

qualidade do que entregamos, ouvir a necessidade do que<br />

o cliente está precisando, para tentar achar a melhor alternativa<br />

para ele. Sempre tentamos fazer algo de novo, por-<br />

O básico todo mundo<br />

já faz, então temos que<br />

sempre buscar alguma<br />

coisa diferenciada para<br />

estar se destacando<br />

Gilvanio Justen, coordenador<br />

de engenharia da IMTAB


Dessa forma, a serragem não é mais encarada como<br />

um passivo ambiental pelas empresas madeireiras, sendo<br />

utilizada nos processos de secagem e peletização com objetivo<br />

de gerar energia.<br />

Diversas empresas nacionais estão exportando esses<br />

pellets (conhecido como serragem de primeira), mas para<br />

conseguirem alcançar o mercado externo precisam de<br />

uma certificação para atestar a qualidade do produto.<br />

“A IMTAB teve uma participação muito grande no desenvolvimento<br />

desses equipamentos para atingir o mercado<br />

externo, que era o padrão exportação. A empresa<br />

desenvolveu o equipamento defagulhador, sistema esse<br />

desenvolvido para abater as partículas e fagulhas da geração<br />

de calor antes da entrada do secador, conseguindo<br />

assim, tirar uma serragem de alto padrão e sem riscos de<br />

incêndio do secador. Esse produto foi pioneirismo IMTAB<br />

no mercado e com isso conseguiu com que as empresas<br />

que fazem esse processo de secagem, consigam esse selo<br />

internacional”, exemplifica Joel Padilha.<br />

que o mercado está cheio de opções. O básico todo mundo<br />

já faz, então temos que sempre buscar alguma coisa diferenciada<br />

para estar se destacando”, complementa Gilvanio<br />

Justen, coordenador de engenharia da IMTAB.<br />

INOVAR PARA CRESCER<br />

Dentro do mercado, a IMTAB trabalha constantemente<br />

para oferecer soluções inovadoras para os clientes, que<br />

permitam não apenas a resolução das necessidades, mas<br />

também um ganho de produtividade com redução de custo<br />

operacional.<br />

Um desses exemplos é a tecnologia do sistema de grelhado<br />

móvel suspenso, que possibilitou menor manutenção<br />

das máquinas, diminuindo assim os custos com novas<br />

peças e o tempo de equipamento parado.<br />

Essas tecnologias acompanham o avanço dos investimentos<br />

de muitas empresas no setor da biomassa, que é<br />

uma energia que possibilita maior economia e menos geração<br />

de resíduos poluentes ao meio ambiente.<br />

“Hoje os combustíveis como gás natural e GLP estão<br />

cada vez mais caros e inviáveis. Na nossa região e em todo<br />

país a biomassa é bastante abundante, então estamos focados<br />

nessa queima com máxima eficiência possível, maior<br />

geração possível de energia térmica com menor consumo<br />

de combustível”, compara Gilvanio Justen.<br />

Fornalha + Defagulhador<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 23


PRINCIPAL<br />

SOLUÇÕES PARA A INDÚSTRIA<br />

Dentre as soluções para a indústria oferecidas pela IM-<br />

TAB se destaca a Fornalha Gás Quente (também conhecida<br />

como gerador de gás quente ou queimador), que é o equipamento<br />

responsável pela transformação da biomassa e<br />

resíduos agrícolas em energia térmica. Esse equipamento<br />

produz gases à altas temperaturas por meio da combustão<br />

de algum combustível, como por exemplo, a biomassa. Os<br />

gases resultantes dessa queima são encaminhados aos secadores<br />

para evaporação dos líquidos dos produtos.<br />

A IMTAB oferece para as empresas os seguintes<br />

equipamentos para geração de calor:<br />

Fornalha com aquecimento direto: neste tipo de fornalha,<br />

a energia térmica proveniente dos gases resultantes<br />

da combustão é misturada com o ar ambiente e utilizada<br />

diretamente no secador, com capacidade de gerar 500.000<br />

kcal/h a 35.000.000 kcal com temperaturas de até 1600°C;<br />

Gerador Ar Aquecido: produto pioneiro para geração<br />

de ar quente e limpo sem contato com gases. É utilizado<br />

em unidades que necessitam de secagem indireta como<br />

produtos alimentícios. O equipamento faz a geração de<br />

ar quente sem necessidade de caldeira, tornando o custo<br />

operacional menor. Neste sistema, a energia térmica dos<br />

gases provenientes da combustão é encaminhada a um<br />

trocador de calor, que tem a finalidade de aquecer indiretamente<br />

o ar de secagem, com capacidade de gerar 500.000<br />

kcal/h a 15.000.000 kcal com temperaturas de até 400°C;<br />

Aquecedor de Fluido térmico VULCANO: equipamento<br />

para aquecimento de óleo mineral ou vegetal. O<br />

óleo mineral é aquecido para capotas e radiadores dos segmentos<br />

de papel, setor têxtil, entre outros, enquanto o óleo<br />

vegetal é utilizado para fritura de produtos alimentícios,<br />

tais como salgadinhos de massa, batatas chips, entre outros.<br />

Tem capacidade de gerar 500.000 kcal/h a 15.000.000<br />

kcal com temperaturas de até 350°C;<br />

Caldeira Flamotubular: esse produto trabalha na geração<br />

de vapor saturado e superaquecido com capacidades<br />

de 1000 kg a 35.000 kg e pressão de até 21 kgf/cm2.<br />

As caldeiras flamotubulares possuem a função de produzir<br />

o calor através da combustão, que ocorre sobre grelhado<br />

móvel dentro da fornalha de queima. A geração de gases<br />

de combustão faz o aquecimento da água presente em seu<br />

interior, sendo que a água uma vez aquecida pode gerar<br />

água quente, vapor saturado ou vapor superaquecido, tendo<br />

potencial de ser utilizada em diversos setores da economia,<br />

como por exemplo hospitais, frigoríficos, laticínios,<br />

madeireiras, agroindústrias e outras atividades do segmento<br />

industrial.<br />

"Hoje podemos dizer que<br />

estamos entre as melhores,<br />

mas queremos nos posicionar<br />

entre as maiores com<br />

equipamentos de grande<br />

porte na parte de geradores<br />

de calor, geradores de<br />

ar quente e caldeiras de<br />

pequeno a médio porte"<br />

Joel Padilha,<br />

diretor-presidente da IMTAB<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Joel Padilha e Deize Weber Padilha com foto do início<br />

das obras na sede da IMTAB<br />

“Esses 10 anos foram bastante desafiadores para nós e<br />

para os próximos 10 anos temos um objetivo muito grande<br />

de se posicionar entre as maiores fabricantes. Hoje podemos<br />

dizer que estamos entre as melhores, mas queremos<br />

nos posicionar entre as maiores com equipamentos de<br />

grande porte na parte de geradores de calor, geradores de<br />

ar quente e caldeiras de pequeno a médio porte”, almeja<br />

Joel Padilha.<br />

DÉCADA DE PARCERIAS<br />

A IMTAB reconhece que grande parte do sucesso atingido nos últimos 10 anos foi graças aos fornecedores e clientes que passaram<br />

pela empresa nesse período:<br />

“Nossa parceria com a IMTAB começou em outubro de<br />

2020. Procuramos eles porque sentíamos necessidade de<br />

ampliar o nosso negócio, gerando maior desempenho e mais<br />

valor aos produtos. O investimento foi na caldeira de 15t (toneladas)<br />

que no momento ela supre a necessidade dentro da<br />

empresa. Atualmente a caldeira abastece toda a produção de<br />

cozimento de toras, secador, estufas e gera 1 MW de energia.<br />

Futuramente iremos colocar mais um secador e duas prensas<br />

dentro desse mesmo sistema”<br />

Luciana Pegoraro Dal Bosco,<br />

sócia-diretora da Ágil Madeiras<br />

“Compramos três equipamentos deles já. São fornalhas de alto poder<br />

calorífico e tecnologia de ponta. Sempre compramos fornalhas da<br />

IMTAB por ser uma empresa séria e que entrega um produto diferenciado.<br />

Eles estão constantemente em evolução (como a nossa empresa),<br />

sempre buscando o que há de melhor no mercado e implementando<br />

nos produtos deles. Além disso, a negociação e o pós-venda é<br />

muito bom! Eles possuem uma equipe humilde e pró-ativa, sempre<br />

buscando atender o cliente da melhor maneira. Nas nossas próximas<br />

fábricas vamos continuar com a parceria, seguramente!”<br />

Nicolas Ito Trindade,<br />

diretor da Caltim Fertilizantes<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

25


PELO MUNDO<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENERGIA DOS<br />

VULCÕES<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

EL SALVADOR APOSTA NA<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

GEOTÉRMICA VULCÂNICA PARA<br />

A MINERAÇÃO DE BITCOIN –<br />

NOVA MOEDA OFICIAL DO PAÍS<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

27


PELO MUNDO<br />

O<br />

presidente de El Salvador, Nayib Bukele,<br />

anunciou por meio de um vídeo postado<br />

no twitter em setembro, a instalação de<br />

mineração de bitcoin (BTC) alimentada<br />

com energia geotérmica vulcânica.<br />

O vídeo mostra diversos caminhões e contêineres<br />

chegando até a usina, além de técnicos colocando<br />

máquinas de mineração em funcionamento no local<br />

da empresa.<br />

Mas o presidente salvadorenho não deu muitos<br />

detalhes na postagem de como será feito todo o<br />

processo de mineração, colocando na legenda apenas<br />

as palavras pequenos passos com a bitcoin, a bandeira<br />

de El Salvador e um vulcão. A empresa responsável<br />

pela captação da energia vulcânica local é a estatal de<br />

eletricidade geotérmica LaGeo. Em junho deste ano,<br />

Bukele conseguiu aprovar após longas discussões no<br />

país o bitcoin como moeda oficial.<br />

“Acabei de instruir o CEO da LaGeoSV a apresentar<br />

um plano para oferecer instalações para a mineração<br />

de bitcoin com energia muito barata, 100% limpa,<br />

100% renovável e com zero emissões, partindo de<br />

nossos vulcões”, pontuou o presidente salvadorenho<br />

à época.<br />

Ainda segundo Bukele, a ideia da implantação da<br />

usina de mineração de bitcoin alimentada por energia<br />

geotérmica nasceu após uma sessão do twitter Spaces<br />

em que o presidente estava com Nic Carter, cofundador<br />

da Coinmetrics, empresa do setor de criptomoedas.<br />

O conceito é aproveitar o grande potencial geo-<br />

28 www.REVISTABIOMAIS.com.br


térmico ainda não explorado em El Salvador, sendo<br />

que o país já conta com uma rede interna de usinas de<br />

energia pouco utilizadas nas últimas décadas, tornando<br />

a mineração de bitcoins uma atividade ideal para<br />

ser desenvolvida no país da América Central.<br />

El Salvador adotou o bitcoin como moeda oficial<br />

em 7 de setembro, com a criptomoeda podendo ser<br />

adquirida por meio da conversão em dólares americanos.<br />

Mas a medida não é vista como unanimidade entre<br />

os salvadorenhos, com grande parte da população<br />

estando receosa sob os impactos dessa adoção para<br />

a economia local. Inclusive diversos protestos foram<br />

realizados durante o mês de setembro no país, com<br />

direito a um caixa eletrônico sendo incendiado em<br />

San Salvador (capital do país).<br />

O conceito é aproveitar<br />

o grande potencial<br />

geotérmico ainda não<br />

explorado em El Salvador,<br />

sendo que o país já conta<br />

com uma rede interna de<br />

usinas de energia pouco<br />

utilizadas nas últimas<br />

décadas<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

29


ECONOMIA<br />

TECNOLOGIA PELA<br />

ECONOMIA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


APOSTA EM EQUIPAMENTOS<br />

COM MOTORES ELÉTRICOS<br />

QUE SE ACOPLEM A<br />

REDUTORES, GERA ECONOMIA<br />

DE ENERGIA E FLEXIBILIDADE<br />

NA MONTAGEM<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


ECONOMIA<br />

E<br />

m meio à vacinação contra a Covid-19, a<br />

indústria começa a reagir aos desafios e<br />

obstáculos gerados pela pandemia. O avanço<br />

da imunização e o aumento da mobilidade<br />

das pessoas se tornam fundamentais para garantir<br />

maior segurança às operações e mais rentabilidade às<br />

fábricas e empresas nos próximos meses. Segundo<br />

o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),<br />

a produção industrial do primeiro semestre de 2021<br />

fechou com alta acumulada de 12,9%. Em 12 meses,<br />

houve um avanço de 6,6%.<br />

Segundo os dados divulgados pelo instituto, as<br />

horas trabalhadas na produção aumentaram 0,3%<br />

em junho, interrompendo a sequência de quedas<br />

observada desde fevereiro. Além disso, a capacidade<br />

máxima de produção, medida pela UCI (Utilização<br />

da Capacidade Instalada), cresceu novamente e está<br />

no maior patamar desde 2013, de acordo com a CNI<br />

(Confederação Nacional das Indústrias).<br />

“Nesta retomada, o setor está apostando em<br />

equipamento com melhor eficiência — motores com<br />

flexibilidade construtiva e que gerem economia de<br />

energia — pois é um investimento que se paga de<br />

curto a médio prazo, especialmente em máquinas<br />

que trabalham muitas horas por dia”, explica Drauzio<br />

Menezes, diretor da Hercules Motores Elétricos.<br />

Como os motores elétricos são responsáveis por<br />

boa parte do consumo de energia no país e no mundo,<br />

a redução desse consumo também se faz necessária<br />

neste momento de seca, no qual já se observa a<br />

deterioração do nível dos reservatórios das hidrelétricas<br />

e possível problema de abastecimento.<br />

Por isso, as indústrias — como as que utilizam<br />

equipamento para diversas aplicações — dão preferência<br />

a motores elétricos que se acoplam facilmente<br />

a redutores, com objetivo de terem maiores ganhos<br />

em consumo energético e evitarem gastos com substituição.<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


“Por isso, na Hercules Motores, fabricamos motores<br />

elétricos com grau de proteção IP 21 – 44 e 55,<br />

monofásicos e trifásicos, que servem para qualquer<br />

tipo de redutor, seguindo as normas mundiais IEC<br />

e NEMA. Esses redutores impedem que os motores<br />

elétricos com uma potência/velocidade/torque maior<br />

do que a necessária para certas atividades, tenham um<br />

consumo desnecessário de energia elétrica”, explica.<br />

Drauzio Menezes também salienta que no segmento<br />

de equipamentos para automação industrial,<br />

os motores devem possuir formas construtivas diferenciadas,<br />

com flexibilidade e facilidade de alteração,<br />

trazendo assim mais facilidades e ganho na produtividade.<br />

“Eles devem ter alta eficiência e facilidade da<br />

multimontagem; possibilidade de a caixa de ligação<br />

girar de 90 em 90 graus; pés removíveis; click rural na<br />

linha monofásica e carcaça em alumínio, resistentes a<br />

ambientes corrosivos e salinos”, finaliza.<br />

Esses redutores impedem<br />

que os motores elétricos<br />

com uma potência/<br />

velocidade/torque maior<br />

do que a necessária para<br />

certas atividades, tenham<br />

um consumo desnecessário<br />

de energia elétrica<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

33


INOVAÇÃO<br />

CONECTADOS PELA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

EVENTO DE APRESENTAÇÃO<br />

DA ENERGY CONNECTION<br />

VAI REUNIR EMPRESAS LÍDERES<br />

DO SETOR E ESPECIALISTAS<br />

EM ENERGIA E INOVAÇÃO<br />

EM ARENAS NACIONAIS E<br />

INTERNACIONAIS<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


INOVAÇÃO<br />

E<br />

m um encontro 100% digital, entre os dias<br />

19 e 21 de outubro de 2021, será lançada a<br />

Energy Connection, plataforma de conexão<br />

pioneira no Brasil, criada para impulsionar a<br />

inovação do setor de energia no país. A startup paranaense<br />

se apresenta ao mercado em evento com três<br />

dias de programação e a participação de convidados<br />

do Brasil, Alemanha, Israel, Portugal, Reino Unido e<br />

França.<br />

Com palestras, debates e 44 salas de conexão, o<br />

Energy Connection Summit 2021 vai apresentar as<br />

principais tendências, iniciativas inovadoras e casos<br />

de sucesso das empresas líderes do setor de energia<br />

no mundo. Em arenas nacionais e internacionais, os<br />

especialistas vão discutir a descarbonização, descentralização,<br />

digitalização, democratização e inovação<br />

no setor de energia.<br />

“A proposta é envolver os participantes em um<br />

ambiente virtual cheio de informação e de espaços de<br />

debate e networking. É um evento que vai mostrar o<br />

potencial da plataforma digital de conectar pessoas<br />

que atuam em diferentes áreas e atividades por onde<br />

a energia transita. A gente quer expandir as fronteiras<br />

do setor de energia por meio da inovação, integrando<br />

oportunidades para a transformação das cidades e das<br />

pessoas que nelas vivem", explica a criadora da Energy<br />

Connection, Renata Abreu.<br />

A programação do Energy Connection Summit<br />

2021 começa no dia 19 de outubro, às 9h (horas), com<br />

palestra do presidente da EPE (Empresa de Pesquisa<br />

Energética), vinculada ao MME (Ministério de Minas<br />

e Energia), Thiago Barral. Na apresentação, ele vai<br />

falar sobre as oportunidades e desafios da transição<br />

energética e apresentar iniciativas que incentivam a<br />

inovação no setor de energia brasileiro.<br />

No período da manhã, com programação diária<br />

das 9h às 13h, o evento terá seis arenas internacionais,<br />

lideradas por entidades como BRITCHAM (Câmara<br />

Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, em português),<br />

EVEX (Energy Virtual Experience), Israel Trade<br />

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


& Investments, AHK (Câmara de Comércio e Indústria<br />

Brasil-Alemanha, em português) e CCFB (Câmara de<br />

Comércio França Brasil)<br />

Na grade de programação das tardes do evento,<br />

das 14h às 18h30 nos três dias de summit, cinco arenas<br />

temáticas vão debater descarbonização, democratização,<br />

digitalização, descentralização e inovação no<br />

setor de energia, em sessões dinâmicas de palestras,<br />

seguidas de debates nas salas de conexão. Esses<br />

ambientes virtuais trarão debates com a presença de<br />

lideranças de vários setores, que vão compartilhar<br />

experiências e discutir o papel da energia em diversas<br />

áreas, como agronegócio, cidades inteligentes, indústria<br />

e educação.<br />

Além das arenas temáticas e espaços de conexão,<br />

a programação do Energy Connection Summit 2021<br />

A proposta é envolver<br />

os participantes em um<br />

ambiente virtual cheio de<br />

informação e de espaços<br />

de debate e networking<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

37


INOVAÇÃO<br />

inclui a Arena de Negócios, um espaço de exposição<br />

de soluções inovadoras de empresas nacionais<br />

e internacionais. Os parceiros da plataforma terão<br />

vitrines digitais e salas de reunião exclusivas, dentro<br />

da plataforma digital.<br />

As startups também terão espaço na Arena Startup,<br />

que vai expor soluções inovadoras em pitchs que<br />

ficam disponíveis para visitas e avaliação na plataforma<br />

digital. Através de uma votação online, os participantes<br />

vão escolher as três melhores soluções para o<br />

setor de energia, que serão detalhadas pelas startups<br />

em palestras ao vivo no último dia de evento.<br />

A programação completa do Energy Connection<br />

Summit 2021 está no site https://energyconnection.<br />

com.br/.<br />

A energy connection é uma plataforma de conexão<br />

que tem o propósito de impulsionar o networking,<br />

novos negócios, oportunidades e projetos relacionados<br />

à energia, a partir da inovação aberta. Tendo como<br />

fundadora, Renata Abreu, também CEO & Founder<br />

do eNeRGy Hub | 1º Energy Hub do Brasil, a startup<br />

foi concebida para atender demandas do mercado<br />

brasileiro, país que tem forte carência de projetos e<br />

soluções inovadores no setor de energia, e integrar as<br />

iniciativas de inovação que já rodam o Brasil.<br />

“O nosso país é um gigante em potencial energético,<br />

mas só 1,5% das startups brasileiras estão relacionadas<br />

ao setor de energia. São cerca de 200 empresas<br />

O nosso país é um<br />

gigante em potencial<br />

energético, mas só 1,5%<br />

das startups brasileiras<br />

estão relacionadas ao<br />

setor de energia<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


e menos de 10% delas têm maturidade tecnológica<br />

para atender prontamente às demandas do mercado.<br />

Essa baixa oferta de soluções inovadoras pode e deve<br />

ser vista como uma grande oportunidade para colocar<br />

o Brasil no ranking global das energytechs, impulsionando<br />

o ritmo de evolução do setor no país”, explica<br />

Renata Abreu.<br />

Com lançamento oficial marcado para outubro, a<br />

startup já foi selecionada para participar de um programa<br />

internacional de mentoria e imersão, da Future<br />

Females Business School. O programa do UK-Brasil<br />

Tech Hub, do Reino Unido, oferece 30 vagas para<br />

empreendedoras brasileiras que estão construindo negócios<br />

com tecnologia e gerando impacto para suas<br />

comunidades.<br />

Em sua fase inicial, a energy connection deve atuar<br />

como uma vitrine para inspirar o desenvolvimento de<br />

projetos na área energética, criando oportunidades de<br />

matchmaking, networking, novas parcerias e negócios,<br />

sempre com foco na inovação e sustentabilidade. O<br />

MVP da startup foi desenvolvido em 2020, no ciclo de<br />

webinars Energy Connection 2020, que teve oito eventos<br />

online, com a participação de grandes corporações<br />

do setor de energia.<br />

“Foi uma primeira rodada de conexões, que ajudou<br />

a amadurecer o conceito da Energy Vonnection e<br />

estabelecer as principais demandas do setor a serem<br />

atendidas pela startup. A ideia é criar um mecanismo<br />

que fomente a criação de novas tecnologias e<br />

soluções na área de energias renováveis; que melhore<br />

a competitividade do setor brasileiro de energia; que<br />

impulsione negócios inovadores e sustentáveis; e<br />

que colabore para o desenvolvimento do país na área<br />

energética”, conclui Renata Abreu<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


INDÚSTRIA<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


OTIMIZAÇÃO<br />

ENERGÉTICA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

TECNOLOGIAS ACELERAM A<br />

AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS E<br />

MELHORAM O ABASTECIMENTO<br />

ELÉTRICO PARA AS INDÚSTRIAS<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


INDÚSTRIA<br />

A<br />

energia elétrica é um dos recursos mais<br />

importantes de qualquer país e uma das<br />

principais fontes econômicas da América<br />

Latina. No Brasil, 62% da operação<br />

depende das hidrelétricas que, atualmente, enfrentam<br />

uma grave crise. Segundo o ONS (Operador Nacional<br />

do Sistema Elétrico), grande parte das represas do<br />

sudeste e do centro-oeste chegará ao fim do ano com<br />

menos de 10% de água, o nível mais baixo para esta<br />

época do ano desde o início dos registros públicos em<br />

2000. No mundo, para evitar o interrompimento do<br />

serviço essencial ao desenvolvimento socioeconômico,<br />

a indústria de energia investe em tecnologia.<br />

Segundo o Banco de Desenvolvimento da América<br />

Latina, com o crescimento da urbanização, aumenta<br />

também a demanda por energia, principalmente<br />

eletricidade, gás natural e produção de derivados<br />

de petróleo. O crescimento da demanda traz desafios<br />

que o setor deve enfrentar, um dos principais é<br />

exatamente a integração de tecnologias emergentes<br />

para acelerar a automação de processos e melhorar o<br />

abastecimento do recurso - e manter o abastecimento<br />

dos municípios.<br />

Neste sentido, a aposta tecnológica das principais<br />

empresas de videovigilância visa integrar soluções de<br />

vídeo em rede com outros tipos de tecnologias como<br />

analíticos, áudio e intercomunicadores para reduzir<br />

os riscos inerentes à operação das usinas de geração,<br />

determinadas pela fonte de energia utilizada. Ou seja,<br />

usinas solares, eólicas, térmicas, nucleares, de queima<br />

de compostos da natureza, como combustível, e,<br />

principalmente, hidrelétricas.<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Estes riscos referem-se<br />

principalmente aos que estão<br />

associados a catástrofes,<br />

acidentes ou avarias em<br />

infraestruturas, que impeçam<br />

o fluxo de energia de chegar<br />

ao consumidor final<br />

Glaucio Silva, National Sales Manager da<br />

Axis Communications<br />

Glaucio Silva, National Sales Manager, da Axis<br />

Communications, destaca que a segurança do abastecimento<br />

de energia depende da capacidade dos sistemas<br />

em oferecer aos consumidores finais um fluxo de<br />

energia com certo nível de continuidade e qualidade<br />

de forma sustentável, mas isso depende dos riscos<br />

técnicos e intrínsecos enfrentados pelo setor.<br />

“Estes riscos referem-se principalmente aos que<br />

estão associados a catástrofes, acidentes ou avarias<br />

em infraestruturas, que impeçam o fluxo de energia<br />

de chegar ao consumidor final e é aqui que se põe à<br />

prova o potencial da videovigilância em rede, porque<br />

devido aos níveis de escalabilidade, propõe-se ser<br />

uma fonte de riscos dissuasivos que podem surgir<br />

devido a erros nos processos operacionais”, aponta<br />

Glaucio Silva.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


INDÚSTRIA<br />

A plataforma de vigilância em rede inclui duas<br />

frentes de atuação: a primeira é a segurança do<br />

trabalhador. A partir das imagens é possível garantir o<br />

cumprimento dos protocolos de Segurança e diminuir<br />

o risco de acidentes. Em ambientes críticos, a saúde<br />

e segurança dos colaboradores pode significar a<br />

continuidade ou interrupção das operações, de forma<br />

que também permite identificar com antecedência se<br />

estão enfrentando situações potencialmente perigosas<br />

para que, a partir da central de monitoramento,<br />

sejam tomadas medidas proativas.<br />

Em segundo lugar, a plataforma atua sobre os<br />

riscos técnicos aos quais a operação está exposta, desde<br />

falhas no processo até danos aos equipamentos críticos.<br />

A vigilância em rede permite o monitoramento<br />

baseado em análises inteligentes de todo o processo<br />

de geração de energia elétrica, que em conjunto com<br />

as soluções térmicas permitem identificar se as usinas<br />

sofreram algum dano, alertando por meio de um<br />

alto-falante ou central de controle sobre as ameaças<br />

detectadas.<br />

Segundo o especialista, a proposta tecnológica<br />

inclui não apenas câmeras de rede, mas também<br />

interfones e caixas de som que possibilitam manter<br />

a comunicação com a equipe de um local remoto<br />

para enviar avisos, indicações em caso de evacuação<br />

ou melhores práticas no caso de incidentes. Também<br />

inclui soluções como radar para monitorar alarmes,<br />

câmeras térmicas, bem como, análise de vídeo e<br />

proteção de perímetro para manter o núcleo crítico da<br />

operação protegido.<br />

Independente da fonte de energia a natureza<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


essencial do setor exige um fluxo de energia estável<br />

e confiável. Qualquer tipo de interrupção aumenta os<br />

custos de operação, além de gerar o risco de quedas<br />

de tensão, bem como, interrupções no fornecimento.<br />

As soluções de vídeo para concessionárias de energia<br />

oferecem suporte e permitem manutenção oportuna<br />

e programada, melhoram a visibilidade da situação<br />

e ajudam a responder rapidamente a incidentes e<br />

acidentes. Além disso, ajuda a proteger o pessoal e as<br />

instalações, com ou sem pessoal, de possíveis intrusões,<br />

sabotagem e furto.<br />

O setor de energia está em um momento fundamental<br />

para promover a incursão da tecnologia<br />

de forma a minimizar riscos técnicos e automatizar<br />

processos, as soluções de vídeo em rede são um compromisso<br />

para ajudar o setor a garantir a continuidade<br />

das operações ao mesmo tempo em que buscam<br />

preservar ativos e pessoal.<br />

A proposta tecnológica<br />

inclui soluções como radar<br />

para monitorar alarmes,<br />

câmeras térmicas, bem como,<br />

análise de vídeo e proteção<br />

de perímetro para manter o<br />

núcleo crítico da operação<br />

protegido<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


MERCADO<br />

RECONHECIMENTO<br />

NO SETOR<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

PROGRAMA BRASILEIRO GHG PROTOCOL<br />

É A PRINCIPAL FERRAMENTA NO PAÍS<br />

PARA ENTENDER, QUANTIFICAR E<br />

GERENCIAR AS EMISSÕES DE GASES DE<br />

EFEITO ESTUFA DAS EMPRESAS<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


MERCADO<br />

P<br />

elo segundo ano consecutivo, a COPEL (Companhia<br />

Paranaense de Energia) conquistou o<br />

mais alto nível de certificação do Programa<br />

Brasileiro GHG Protocol, principal ferramenta<br />

usada no país para entender, quantificar e gerenciar<br />

as emissões de gases de efeito estufa de uma<br />

organização. O Selo Ouro é concedido às empresas<br />

que demonstram o atendimento de todos os critérios<br />

de transparência na publicação de seu inventário<br />

de gases de efeito estufa. O GHG Protocol elabora a<br />

metodologia de cálculo para estimativas das emissões<br />

no Brasil.<br />

A certificação deste ano se refere à divulgação das<br />

emissões do ano base de 2020. O selo reconhece os<br />

esforços da companhia para o desenvolvimento sustentável<br />

e o compromisso da alta administração com<br />

estabelecimento de metas de emissões em prol da<br />

sustentabilidade, ratificado no Plano de Neutralidade<br />

de Carbono da COPEL. É a nona vez que a companhia<br />

conquista a certificação.<br />

“A COPEL é uma empresa que tem a cultura ESG<br />

(sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança)<br />

incorporada em suas atividades e, por isso, participa<br />

desde a primeira edição do programa, que ocorreu<br />

em 2008”, explica Vicente Loiácono Neto, diretor de<br />

Governança, Risco e Compliance da COPEL.<br />

Ele esclarece que a companhia sempre buscou ser<br />

transparente quanto a divulgação das informações do<br />

inventário de gases de efeito estufa. “Esse ano não foi<br />

diferente, já que recentemente aprovamos o Plano de<br />

Neutralidade de Carbono”, destaca.<br />

Em 2020, a COPEL emitiu 33,5 tCO2e (toneladas de<br />

CO2 equivalentes), o que representa uma redução de<br />

85% no montante de emissões ao longo dos últimos<br />

quatro anos. Em 2016 o valor era de 233,7 tCO2e.<br />

A ferramenta para quantificar emissões de gases<br />

de efeito estufa foi desenvolvida nos EUA (Estados<br />

Unidos da América) em 1998. No Brasil foi implementada<br />

a partir de 2008 pelo GVCES (Centro de Estudos<br />

em Sustentabilidade da FGV Fundação Getúlio Vargas)<br />

em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.<br />

Desde que a metodologia do GHG Protocol foi<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


trazida para o país, a COPEL a utiliza para elaboração<br />

do seu inventário anual de emissões de gases de<br />

efeito estufa. A partir de 2012, o inventário passou a<br />

ser verificado por empresa independente, certificada<br />

pelo Inmetro.<br />

A metodologia estabelece padrões internacionais<br />

para a mensuração das emissões de gases de efeito<br />

estufa e para a elaboração e publicação de inventários<br />

desta natureza. O inventário é o principal instrumento<br />

para a gestão da emissão de gases de efeito estufa,<br />

sendo fundamental para a tomada de decisão sobre<br />

as ações relacionadas ao combate ao aquecimento<br />

global e à mudança do clima.<br />

O controle das emissões da COPEL está alinhado à<br />

estratégia da companhia e aos compromissos assumidos<br />

junto a Agenda 2030, especialmente em relação<br />

aos ODS (Objetivos dos Desenvolvimento Sustentável)<br />

7, 11, 12, 13 e 17. Para a COPEL, os ODS são uma grande<br />

oportunidade para demonstrar seu posicionamento<br />

em relação ao desenvolvimento sustentável em<br />

alinhamento à sua estratégia de geração de valor.<br />

A COPEL é uma empresa<br />

que tem a cultura ESG<br />

(sigla em inglês para<br />

ambiental, social e<br />

governança) incorporada<br />

em suas atividades e,<br />

por isso, participa desde<br />

a primeira edição do<br />

programa, que ocorreu<br />

em 2008<br />

Vicente Loiácono Neto, diretor de<br />

Governança, Risco e Compliance da COPEL<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


ARTIGO<br />

50 www.REVISTABIOMAIS.com.br


BIOMASSA PARA<br />

PRODUÇÃO DE<br />

ENERGIA SUSTENTÁVEL<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

MARCELO MORELLO<br />

TÂNIA CECÍLIA DE MOURA MORELLO<br />

MURILO CAVALCANTE MORRELO<br />

LUIS FELIPE DO NASCIMENTO ADAME<br />

MARLLON CAVALCANTE MORELLO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

51


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

A<br />

biomassa pode ser considerada a fonte de<br />

energia mais antiga da terra, pois era utilizada já<br />

por nossos ancestrais quando se deu o descobrimento<br />

do fogo. Distante disso, a utilização<br />

de energias de fontes oriundas de combustíveis fósseis<br />

aumenta cada vez mais as emissões de gases de efeito<br />

estufa, os principais causadores das mudanças climáticas<br />

na atualidade. Neste contexto, a biomassa apresenta-se<br />

como ótima alternativa para geração de energia por sua<br />

procedência renovável e sua contribuição para a sustentabilidade<br />

no Brasil e no mundo. Os objetivos deste trabalho<br />

abrangem a necessidade de se buscar políticas públicas de<br />

incentivo e implementação de usinas de biomassa no país e<br />

no mundo devido aos seus aspectos ambientais favoráveis<br />

em relação às fontes de energia não-renováveis. Para isso é<br />

aqui apresentada uma revisão bibliográfica dos conceitos de<br />

biomassa para a produção de energia, suas principais fontes<br />

e os aspectos sustentáveis que ela apresenta. No que tange<br />

à produção, podemos destacar que o Brasil possui inúmeras<br />

possibilidades de mais que minimizar, mas sim excluir fontes<br />

de combustíveis fósseis de sua matriz energética, na busca<br />

por fontes alternativas o Brasil apresenta grande biodiversidade,<br />

o que permite a geração de energia por vários processos<br />

que envolvem a biomassa, para produção de combustíveis<br />

renováveis como o álcool, o biodiesel, e o H-bio. Por fim,<br />

fica claro que a nova ordem energética mundial passa pela<br />

ampliação da utilização de combustíveis renováveis, pois a<br />

sustentabilidade é apenas um, dentre os inúmeros benefícios<br />

desta fonte alternativa de energia.<br />

Palavras-chave: Biomassa, fonte, energia, renovável.<br />

INTRODUÇÃO<br />

As diversas modificações ambientais que o planeta vem<br />

sofrendo nos últimos tempos, tais como mudanças no clima<br />

e o aquecimento global são ocasionadas principalmente<br />

pelo volume de emissões de gases poluentes derivados dos<br />

mais diversos processos produtivos industriais que fazem<br />

uso de energias não sustentáveis, que acabam agredindo o<br />

meio ambiente e a biodiversidade.<br />

Diante disso, a busca por meios de produção de energia<br />

que não sejam nocivos ao meio ambiente tem se tornado<br />

cada vez mais constante, visando principalmente a conservação<br />

e a preservação do planeta.<br />

Como uma das alternativas de produção de energia limpa<br />

destaca-se a biomassa, considerada uma fonte de energia<br />

renovável, porque a matéria orgânica produzida pela própria<br />

natureza não é extinta.<br />

Segundo a ANEEL (2002), a biomassa, no ponto de vista<br />

energético, é toda matéria orgânica, seja de origem animal<br />

ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia.<br />

A utilização da biomassa tem como grandes vantagens<br />

seu aproveitamento direto através da combustão em fornos<br />

e caldeiras e a redução de impactos socioambientais. Como<br />

desvantagens, seu aproveitamento apresenta eficiência<br />

reduzida, que até então pesquisadores têm estudado o<br />

aperfeiçoamento das tecnologias de conversão.<br />

BIOMASSA PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA<br />

A utilização de biomassa como fonte de energia já vem<br />

sendo empregada pelo homem desde o descobrimento do<br />

fogo, onde o homem primitivo utilizava-se da queima de<br />

carvão derivado de troncos de árvores e galhos secos para<br />

cozimento de alimentos, iluminação e proteção térmica.<br />

Apesar de antiga, o uso de biomassa como fonte de energia<br />

nem sempre foi utilizada de maneira sustentável, tendo em<br />

vista o desmatamento para produção de carvão, aproveitando-se<br />

assim dos recursos da natureza.<br />

O processo obtido através de atividades extrativistas<br />

era alcançado sem nenhuma preocupação com os impactos<br />

ambientais que poderiam ser ocasionados devido sua<br />

execução. Genericamente acreditava-se que os recursos<br />

naturais, assim como os combustíveis fosseis seriam fontes<br />

inesgotáveis de energia, ou seja, que nunca seriam esgotadas.<br />

Contudo, a partir das revoluções industriais ocorridas<br />

em meados do século XIX houve a necessidade de evoluir<br />

os processos industriais. Paralelo a isto, ocorre o desenvolvimento<br />

da sociedade que tende a aumentar o consumo<br />

passando a necessitar de cada vez mais recursos.<br />

A partir daí a demanda de energia passa a ter um aumento<br />

significativo e sistemático atraindo, portanto, a atenção<br />

das organizações mundiais quanto aos impactos que<br />

o consumo desenfreado dos recursos naturais causaria ao<br />

meio ambiente. A fim de obter maior controle ambiental no<br />

cenário de produção de energia, no fim do século XX iniciaram-se<br />

as aprovações de algumas legislações ambientais em<br />

vários países, com o intuito de preservar o meio ambiente,<br />

controlar o aquecimento global e as emissões de carbono.<br />

Além disso, estudos constatavam que boa parte dos<br />

insumos energéticos utilizados para produção de energia<br />

em grande escala possuía reservas finitas. O aumento da demanda<br />

de energia associado às limitações de matéria prima<br />

fez com que a perspectiva de duração das fontes de energia<br />

tendesse à escassez.<br />

Também existe o fator econômico, que causa um impacto<br />

direto no setor energético relacionado às indústrias<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


de petróleo. A importância geoestratégica do petróleo traz<br />

à tona as possíveis consequências econômicas da grande<br />

dependência de uma única fonte de energia, haja visto que<br />

desde o período pós Segunda Guerra Mundial (1945), já<br />

passamos por cinco crises relacionadas a produção/consumo<br />

de petróleo.<br />

Visando atender à crescente busca de energia por consequência<br />

dos fatores apresentados anteriormente, se faz<br />

necessário buscar alternativas energéticas sustentáveis.<br />

Podemos destacar, a energia solar, a energia eólica, a<br />

energia atômica e a energia proveniente das biomassas<br />

como fontes de energias alternativas. Considerando que a<br />

Biomassa é uma fonte de energia limpa e renovável, o mercado<br />

de energia passou a considerá-la como uma boa fonte<br />

alternativa para diversificação da matriz energética mundial<br />

e importante para redução da dependência dos combustíveis<br />

fósseis.<br />

Segundo a ANEEL (2002), grande parte da biomassa<br />

produzida é de difícil contabilização, devido ao uso não<br />

comercial, mas se estima, porém, que atualmente, ela possa<br />

representar até cerca de 14% de todo consumo mundial de<br />

energia primária. Em alguns países em desenvolvimento<br />

essa parcela pode aumentar para 34%, chegando a 60% na<br />

África conforme representado em gráfico na versão digital<br />

com link ao final do artigo.<br />

BIOMASSA PARA PRODUÇÃO DE<br />

ENERGIA - TECNOLOGIAS DE APROVEITAMENTO<br />

Todas as tecnologias para obtenção da energia elétrica<br />

apoiado a biomassa direciona a conversão da matéria-prima<br />

num produto intermediário que terá utilidade a uma máquina<br />

motriz. Através desta máquina é acionado um gerador<br />

que transformará a energia mecânica advinda da máquina<br />

motriz em energia elétrica.<br />

Segundo a ANEEL (2012, p. 54), o aproveitamento da biomassa<br />

pode ser feito por meio da combustão direta (com ou<br />

sem processos físicos de secagem, classificação, compressão,<br />

corte/quebra etc.), de processos termoquímicos (gaseificação,<br />

pirólise, liquefação e transesterificação) ou de processos<br />

biológicos (digestão anaeróbia e fermentação).<br />

De acordo com o Plano Nacional de Energia 2030, as<br />

principais rotas tecnológicas no estudo sobre biomassa são<br />

resumidas em ciclo a vapor com turbinas de contrapressão,<br />

ciclo a vapor com turbinas de condensação e extração e o<br />

ciclo combinado integrado à gaseificação da biomassa.<br />

Segundo a ANEEL (2002) no ciclo a vapor com turbinas<br />

de compressão a biomassa é queimada diretamente em caldeiras<br />

e a energia térmica resultante é posteriormente utili-<br />

Os benefícios ambientais da<br />

produção de eletricidade<br />

através da biomassa abrangem<br />

os campos social, ambiental e<br />

econômico em todas as suas<br />

etapas de produção<br />

zada na produção de vapor. É válido lembrar que este ciclo<br />

é empregado de maneira integrada a processos produtivos<br />

por meio de cogeração. Após produzido, o vapor é aplicado<br />

no acionamento de turbinas, que podem ser usadas no trabalho<br />

mecânico para produção ou aplicado para produção<br />

de energia. Além disso, é possível trabalhar com o vapor produzido<br />

em processos produtivos que necessitam de energia<br />

térmica, como por exemplo no pré-aquecimento de água.<br />

Já o ciclo com turbinas de condensação e extração:<br />

consiste na condensação total ou parcial do vapor ao final<br />

da realização do trabalho na turbina para atendimento às<br />

atividades mecânicas ou térmicas do processo produtivo.<br />

Esta energia a ser condensada, quando inserida em um processo<br />

de cogeração, é retirada em um ponto intermediário<br />

da expansão do vapor que irá movimentar as turbinas. A diferença<br />

fundamental desta rota em relação à contrapressão<br />

é a existência de um condensador na exaustão da turbina<br />

e de níveis determinados para aquecimento da água que<br />

alimentará a caldeira. A primeira característica proporciona<br />

maior flexibilidade da geração termelétrica (que deixa de<br />

ser condicionada ao consumo de vapor de processo). A segunda<br />

proporciona aumento na eficiência global da geração<br />

de energia. Este sistema, portanto, permite a obtenção de<br />

maior volume de energia elétrica. No entanto, sua instalação<br />

exige investimentos muito superiores aos necessários para<br />

implantação do sistema simples de condensação (ANEEL,<br />

2002).<br />

Enquanto o ciclo combinado à gaseificação da biomassa<br />

consiste na conversão de qualquer combustível líquido ou<br />

sólido em gás energético por meio da oxidação parcial em<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

53


ARTIGO<br />

temperatura elevada. O processo é realizado em gaseificadores,<br />

que produz o gás combustível que pode ser utilizado<br />

em usinas termoelétricas movidas a gás.<br />

Quando a tecnologia de gaseificação é aplicada em<br />

maior escala, a biomassa se transforma em uma fonte primária<br />

importante para centrais de geração termelétrica de alta<br />

potência, até mesmo aquelas de ciclo combinado, em que a<br />

produção se baseia no uso do vapor e do gás, contribuindo<br />

para o aumento do rendimento das máquinas (ANEEL, 2002).<br />

ASPECTOS SUSTENTÁVEIS DA BIOMASSA<br />

A biomassa ou massa biológica é a denominação dada<br />

a produção de matéria orgânica que, ultimamente, tem sido<br />

bastante utilizada, a respeito das preocupações relacionadas<br />

às fontes de energia.<br />

Na perspectiva dos aspectos sustentáveis da biomassa<br />

existente no planeta, abrimos um leque imediato para o<br />

desenvolvimento sustentável, nos alertando quanto à possibilidade<br />

da exaustão dos recursos naturais não-renováveis e<br />

à uma cobrança de responsabilidade de integrações no uso<br />

destes recursos.<br />

Nesse sentido, a sustentabilidade passa a se firmar sobre<br />

algumas dimensões básicas: econômica, social, ambiental.<br />

Em relação ao aspecto econômico, quando adotada a<br />

biomassa como fonte alternativa de energia em substituição<br />

à energia proveniente de combustíveis fósseis, diminui-se<br />

os gases tóxicos e poluentes ao meio ambiente, diminuindo<br />

consequentemente os gastos públicos com a saúde da<br />

população em geral.<br />

No aspecto social, o uso da biomassa como energético,<br />

tem-se notado como grande gerador de empregos<br />

desenvolvendo as regiões menos favorecidas, impactando<br />

na economia regional através do aumento da receita local,<br />

reduzindo então o êxodo rural. O efeito não surtiu somente<br />

no campo, mas nas cidades que iriam prover dos bens e serviços<br />

da indústria urbana. O conceito de desenvolvimento<br />

sustentável vem se ampliando a cada dia e o uso de biocombustíveis<br />

provenientes da biomassa contribuem positivamente<br />

para a redução da emissão dos gases de efeito estufa.<br />

Entendemos que a produção de biocombustíveis através<br />

da Biomassa associada aos avanços tecnológicos e ao enquadramento<br />

legal da atividade de produção não restringe<br />

o fato de que a sustentabilidade não precisa ser repensada a<br />

cada dia. A sustentabilidade requer maior responsabilidade,<br />

austeridade e equidade nos padrões mundiais de produção,<br />

de consumo e do uso da energia (Rodrigues Filho; Juliani,<br />

2013). Sob a ótica da sustentabilidade, é inegável que a<br />

biomassa pode ser utilizada amplamente, direta ou indireta-<br />

mente. Observa-se que os benefícios da sua utilização, quando<br />

computados e analisados impactam de maneira ímpar<br />

mundialmente.<br />

Ainda considerando os benefícios e os aspectos ambientais,<br />

a biomassa permite o aproveitamento de resíduos e,<br />

aparece na forma de resíduos vegetais e animais, tais como<br />

restos de colheita, esterco animal, plantações e efluentes<br />

agroindustriais, e estes podem ser utilizados pelo produtor<br />

rural ou agroindústria para a queima direta, visando à geração<br />

de eletricidade, calor e biocombustíveis (Staiss; Pereira,<br />

2005, p. 21).<br />

Não podemos esquecer de que precisamos ter certos<br />

cuidados quanto a este tema pois nas décadas de 1980<br />

e 1990, a utilização de biomassa de forma ampla teve<br />

impactos ambientais inquietantes, visto que para a utilização<br />

da mesma houve a necessidade de grandes espaços<br />

físicos nos quais a flora e a fauna tiveram que ser destruídas,<br />

contribuindo assim com a extinção de certas espécies,<br />

prevalecendo a monocultura, influenciando nos aspectos<br />

econômicos, pois a redução das emissões de gases do efeito<br />

estufa, resulta na venda de créditos de carbono (Koga; Goto;<br />

Pereira, 2006).<br />

Assim, percebemos que a biomassa possibilita o desenvolvimento<br />

econômico das regiões favorecidas, a redução<br />

de impactos ambientais provenientes de sua utilização e o<br />

bem-estar da população.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A biomassa apresenta-se como fonte de energia renovável<br />

e completamente satisfatória para atender as demandas<br />

proporcionadas ao mercado energético brasileiro e mundial.<br />

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Dentro dos parâmetros de desenvolvimento sustentável<br />

ela se encaixa como alternativa viável e principalmente<br />

acessível conforme suas fontes: agrícola, florestal e rejeitos<br />

urbanos.<br />

Conforme convivemos com as consequências cada dia<br />

mais notáveis do aquecimento global, é preciso também<br />

compreender a necessidade de cada vez mais buscar fontes<br />

alternativas de energias homogêneas quanto ao desenvolvimento<br />

sustentável. Apesar dos esforços dispensados<br />

para a introdução de novas fontes renováveis de energia e<br />

da própria necessidade de sustentabilidade em si, a Matriz<br />

Energética Brasileira ainda é constituída principalmente por<br />

derivados de petróleo e outras fontes não renováveis. A cada<br />

dia a redução do uso de energias fósseis e o uso responsável<br />

de fontes alternativas de energia faz-se necessário.<br />

A notável relevância que o aspecto ambiental do setor<br />

energético adquiriu se deu pela posição do governo brasileiro<br />

na COP-15 (Conferência das Partes), que ocorreu em<br />

Copenhagen (Dinamarca) ainda em 2009, de se responsabilizar<br />

pela redução de emissões de CO2 em inúmeros setores e<br />

dentre eles o energético.<br />

Diante do exposto, é imprescindível a substituição das<br />

fontes de energia provenientes de combustíveis fósseis para<br />

fontes renováveis como a biomassa.<br />

É clara a eficiência desta fonte alternativa para a produção<br />

de energia, bem como sua oferta proveniente de<br />

fontes diversas, para que assim mudemos de vez a matriz<br />

energética do país. Os benefícios ambientais da produção<br />

de eletricidade através da biomassa abrangem os campos<br />

social, ambiental e econômico em todas as suas etapas de<br />

produção.<br />

Desta maneira, conclui-se que devido a todos estes<br />

benefícios, as políticas públicas relacionadas à produção<br />

de energia através de fontes renováveis devem ser prioridade<br />

no país e no mundo, bem como investimentos em<br />

pesquisas, produção, utilização, planejamento entre outros<br />

aspectos relacionados ao uso sustentável da energia.<br />

Para ler a versão integral do artigo, acesse<br />

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/<br />

meio-ambiente/energia-sustentavel<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

55


AGENDA<br />

OUTUBRO 2021<br />

BRAZIL ENERGY FRONTIERS 2021<br />

Data: 20 a 21<br />

Local: Online<br />

Informações: https://materiais.acendebrasil.com.br/<br />

brasil-energy-frontiers-2021<br />

DESTAQUE<br />

NOVEMBRO 2021<br />

BRAZIL WINDPOWER<br />

Data: 3 a 5<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.brazilwindpower.com.br/<br />

NOVEMBRO 2021<br />

Imagem: divulgação<br />

XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

Data: 16 a 19<br />

Local: online<br />

Informações: www.cobee.com.br/<br />

NOVEMBRO 2021<br />

FIEE SMART FUTURE<br />

Data: 20 a 23<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.fiee.com.br/pt-br.html<br />

AGOSTO 2022<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 16 a 19<br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações: www.fenasucro.com.br/pt-br.html<br />

INTERSOLAR SOUTH AMERICA<br />

Data: 18 a 20<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações:<br />

www.intersolar.net.br/pt/inicio<br />

Com suas três feiras paralelas de energia,<br />

mais uma exposição especial, The smarter E South<br />

America é o centro inovador da América Latina<br />

para o novo mundo da energia. Sua abordagem<br />

abrangente nas questões do novo mundo da<br />

energia apresenta um cruzamento de soluções<br />

e tecnologias. The smarter E South America cria<br />

oportunidades de abordar todas as áreas essenciais<br />

da cadeia de valor do setor. Destacando geração,<br />

armazenamento, distribuição e uso da energia e as<br />

maneiras como esses aspectos interagem e podem<br />

se articular inteligentemente, o evento congrega<br />

interessados no futuro da energia vindos dos mercados<br />

mais influentes do mundo.<br />

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OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

O<br />

setor de tecnologia capacita menos profissionais<br />

do que o mercado brasileiro demanda. Parece<br />

um contrassenso, mas os dados apontam<br />

que, em meio a altas taxas de desemprego<br />

no país, inúmeras vagas não são preenchidas. De acordo a<br />

pesquisa da BRASSCOM (Associação Brasileira das Empresas<br />

de Tecnologia da Informação), o setor deve contratar<br />

420 mil profissionais até 2024; no entanto, o Brasil capacita<br />

somente 46 mil pessoas por ano. Não é preciso ser um gênio<br />

da matemática para perceber que essa conta não fecha<br />

e que o risco de um apagão de mão de obra é muito real.<br />

Diante de todo o contexto socioeconômico e do<br />

potencial da indústria de tecnologia de criar empregos, a<br />

demanda é clara: temos que investir urgentemente no treinamento<br />

de profissionais qualificados, sobretudo porque<br />

esse gap se tornará ainda maior no curto prazo com a chegada<br />

de novas tecnologias. Um levantamento da Microsoft<br />

– conduzido pela FrontierView – avaliou os impactos da<br />

adoção da Inteligência Artificial no Brasil, após o novo cenário<br />

econômico devastado pela pandemia, e apontou que<br />

a adoção dela pode adicionar 4,2 pontos percentuais de<br />

crescimento adicional no PIB (Produto Interno Bruto) até<br />

2030, pressupondo uma pressão ainda maior na necessidade<br />

de formar profissionais e requalificar outros. Se sobram<br />

vagas e faltam profissionais, é racional pensar que temos<br />

uma excelente oportunidade de investir na formação para<br />

a inclusão produtiva qualificada.<br />

Mas, se há essa expansão para o futuro e um gargalo<br />

no presente, por que o Brasil não está formando profissionais<br />

suficientes para atender à alta demanda? De quem é a<br />

responsabilidade por essa capacitação: da indústria ou do<br />

governo? O setor de tecnologia do país, em alguma medida,<br />

tem custeado essa formação, mas há uma certa tendência<br />

de enxergar essa prática como gasto. Ou seja, grandes<br />

players – em especial, destaco o setor financeiro – apontam<br />

que a perda desses profissionais para os concorrentes,<br />

tempos após o treinamento, torna a operação inviável. Não<br />

acredito nem um pouco nisso! Assim como não acredito<br />

O PROBLEMA DA FALTA<br />

DE PROFISSIONAIS<br />

EM TECNOLOGIA E A<br />

CAPACITAÇÃO DE MINORIAS<br />

que os governos vão arcar com essa tarefa de formar novos<br />

profissionais para essa indústria.<br />

Uma outra pergunta recorrente é se a formação de<br />

novos profissionais é uma operação mais cara do que a<br />

contratação via headhunting (consultoria especializada<br />

na seleção de funcionários). E, mais ainda, será que esse<br />

formato é sustentável para a própria indústria face ao aumento<br />

da demanda e a necessidade de um posicionamento<br />

socialmente responsável? O xis da questão está no fato<br />

de que a queixa – de que o funcionário muda de emprego<br />

pouco tempo depois do investimento feito pela companhia<br />

na formação dele – pode não ser tão cartesiana. Do<br />

ponto de vista econômico, é necessário investigar se, no<br />

tempo de permanência na empresa, esse profissional já<br />

não entregou uma performance suficiente para que a companhia<br />

tivesse lucro. Acredito que sim! Acho importante,<br />

inclusive, ressaltar que a participação de um headhunter no<br />

processo encarece em 20% a operação de contratação.<br />

A percepção de que se está formando profissionais<br />

para os concorrentes – presente no cotidiano de muitos<br />

gestores – é muito danosa para o setor como um todo.<br />

Como especialista e empreendedor do setor da tecnologia,<br />

acredito que a saída para essa equação fechar está em<br />

alianças estratégicas com empresas focadas na formação<br />

de maneira qualificada e que atenda às necessidades específicas<br />

tanto de grandes companhias quanto de startups.<br />

A mudança do modelo mental dos gestores das<br />

empresas que contratam profissionais de tecnologia é<br />

algo que não pode esperar – em especial, porque dialoga<br />

com a necessidade de uma aliança de toda a sociedade<br />

para vencer a desigualdade social por meio do combate<br />

ao desemprego e da geração de renda. É bastante racional<br />

pensar que incluir as pessoas em situação de vulnerabilidade<br />

está associado à real distribuição de renda na base da<br />

pirâmide via empregabilidade; que projetos que miram na<br />

formação voltada ao mercado de tecnologia – no qual há<br />

muitas vagas não preenchidas – é um caminho assertivo a<br />

seguir.<br />

Por Gustavo Glasser - CEO da Carambola<br />

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