Livro dos afetos
Neste pérfido mundo de hoje, minado pela ganância, pela busca de lucro incessante e pelo desamor, somos presenteados, com afeto, por ideias e palavras que nos tocam a alma e nos fazem refletir sobre as incompletudes e limitações humanas e, dialeticamente, sobre força e coragem, apontando para a necessidade de nos reinventarmos, com coragem, dignidade e generosidade. Diria mesmo, que o amor é o sentimento que perpassa todo o livro: o amor pela poesia, pela escrita, pela liberdade, pelas pessoas, pela natureza, pela vida. VERA MACIEL LOPES
Neste pérfido mundo de hoje, minado pela ganância, pela busca de lucro incessante e pelo desamor,
somos presenteados, com afeto, por ideias e palavras que nos tocam a alma e nos fazem refletir sobre as incompletudes e limitações humanas e, dialeticamente, sobre força e coragem, apontando
para a necessidade de nos reinventarmos, com coragem, dignidade e generosidade. Diria mesmo,
que o amor é o sentimento que perpassa todo o livro: o amor pela poesia, pela escrita, pela liberdade, pelas pessoas, pela natureza, pela vida.
VERA MACIEL LOPES
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Durante esse tempo fiquei com receio de ser só
uma vaidade minha querer publicar o livro, posto
que é uma grande produção. Entretanto, recebi vários
estímulos, de familiares e amigos. Parte de todos os
meus escritos poderia ganhar uma forma a partir da
inspiração em outros tantos livros existentes, alguns
até clássicos, como o Livro dos Abraços, de Eduardo
Galeano. Lembrei de Umberto Eco afirmar no seu
livro Como se faz uma tese, parafraseando-o: se você
for um anão num ramo da vida, suba nas costas de
um gigante. A partir daí emergiu mais facilmente a
convicção de denominar o possível livro de Livro dos
Afetos, inspirado no Livro dos Abraços.
Restava, no entanto, um outro temor. O sentimento
de que o que escrevi seria muito íntimo para exposição
a um público amplo. Foi então que emergiu para mim
um trecho do romance A Pane, do escritor Friedrich
Dürrenmatt, no qual afirma:
Se alguém não quiser narrar sobre si mesmo,
generalizar seu eu de um modo romântico, lírico,
se não sentir obrigação de falar de suas
esperanças e derrotas, com total veracidade,
de falar do seu jeito de deitar-se com mulheres,
(...) mas antes recuar discreto, educadamente
preservando a privacidade (...) então o
ato de escrever torna-se mais difícil e solitário,
mas sem sentido também. (Negrito meu)
Isso pra mim foi definitivo, uma pá de cal em minhas
dúvidas: decidi abrir os porões de minha alma para
visitação pública. E, quem sabe, aos 70 anos iniciar
um outro percurso como escritor. Quem sabe?
17