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Jornal Paraná Julho 2022

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LEGISLAÇÃO<br />

PEC 15/22 mantém competitividade<br />

para biocombustíveis<br />

Proposta de Emenda à Constituição traz diferencial em relação ao<br />

regime fiscal para estes tipos de combustíveis pelos próximos 20 anos<br />

Representantes do setor<br />

sucroenergético<br />

debateram a Proposta<br />

de Emenda à Constituição<br />

- PEC 15/22 - que altera<br />

o art. 225 da Constituição Federal<br />

para estabelecer diferencial<br />

de competitividade, pelos<br />

próximos 20 anos, para os biocombustíveis<br />

em relação aos<br />

combustíveis fósseis, evitando<br />

que haja perda de competitividade<br />

com as medidas para reduzir<br />

o custo da gasolina e do<br />

diesel aprovadas recentemente.<br />

Roberto Perosa, CEO da Orplana<br />

- Organização de Associações<br />

de Produtores de Cana<br />

do Brasil –, fez uso da palavra<br />

e elencou os pontos de vista de<br />

quem está na base da cadeia,<br />

enfatizando o diferencial do<br />

projeto que dentre os benefícios<br />

gerados está o de oferecer<br />

maior segurança jurídica ao<br />

segmento sucroenergético.<br />

De acordo com ele, o setor da<br />

cana-de-açúcar está em constante<br />

modernização, tendo na<br />

energia limpa e renovável a<br />

melhor condição para a autossuficiência<br />

energética. “A Orplana<br />

defende a aprovação da<br />

PEC em sua integralidade, garantindo<br />

maior possibilidade de<br />

acesso ao consumidor final,<br />

além de fortalecer o setor e<br />

oferecer emprego e renda a todos<br />

os entes envolvidos”,<br />

disse.<br />

Perosa acrescentou ainda que<br />

o biocombustível garante a segurança<br />

estratégica do país.<br />

“Sem a competitividade tributária,<br />

o etanol hidratado tende a<br />

desaparecer. E, caso isso<br />

aconteça, haveria um efeito<br />

cascata com relação aos preços<br />

dos derivados, como o<br />

açúcar. Isso desequilibra toda<br />

a cadeia, com aumento de custos.<br />

Não podemos sofrer mais<br />

esse baque, ainda mais em um<br />

mundo pós-pandemia, em que<br />

os custos para a produção de<br />

cana se elevaram em mais de<br />

60%”, pontuou.<br />

A PEC dos Biocombustíveis<br />

acrescenta um item ao artigo<br />

da Constituição que trata do direito<br />

de todos os brasileiros a<br />

um meio ambiente ecologicamente<br />

equilibrado, com objetivo<br />

de garantir situação tributária<br />

vantajosa para os combustíveis<br />

não poluentes. O texto<br />

não estabelece exatamente as<br />

alíquotas dos tributos que devem<br />

incidir sobre os biocombustíveis.<br />

Esses percentuais<br />

devem ser estabelecidos por<br />

meio de uma lei complementar.<br />

A PEC apenas determina que<br />

deve ser mantido um "regime<br />

fiscal favorecido para os biocombustíveis<br />

destinados ao<br />

consumo final" na forma da lei<br />

complementar. Isso será feito<br />

assegurando uma tributação<br />

inferior a incidente sobre os<br />

combustíveis fósseis.<br />

A audiência da Comissão Especial<br />

ocorreu na Câmara dos<br />

Deputados no dia 5/7 e contou<br />

ainda com a participação de<br />

outros representantes do setor<br />

sucroenergético. Atualmente, a<br />

nível global, os custos com<br />

combustíveis fósseis estão em<br />

US$ 5,9 trilhões de dólares,<br />

sendo que 9% de todas as riquezas<br />

são para subsidiar os<br />

setores de gás natural e petróleo.<br />

A aprovação do Projeto de Lei<br />

3149/2020, pela Comissão de<br />

Agricultura, Pecuária, Abastecimento<br />

e Desenvolvimento<br />

Rural (CAPADR), da Câmara<br />

Federal, também traz avanços<br />

e novas perspectivas aos produtores<br />

de cana-de-açúcar e<br />

de outras biomassas que fabricam<br />

biocombustíveis, na visão<br />

da Orplana. O PL oficializa o direito<br />

a um repasse de 80% da<br />

receita de CBios a produtores<br />

que sejam certificados com<br />

dados padrão. A votação ocorreu<br />

dia 14 de junho, e o projeto<br />

segue para aprovação em outras<br />

instâncias.<br />

“Certamente são avanços muito<br />

importantes tanto para o<br />

produtor de cana-de-açúcar<br />

quanto para o setor sucroenergético,<br />

pois trazem novas perspectivas,<br />

maior competitividade<br />

e, principalmente, segurança<br />

jurídica a toda esta cadeia de<br />

produção. Estamos acompanhando<br />

os desdobramentos<br />

das próximas votações com<br />

expectativas de aprovação final<br />

tanto do PL quanto da PEC”,<br />

avalia o CEO da Orplana.<br />

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<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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