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Por Jacob Melo
SONAMBULISMO: ESTE
DESCONHECIDO
Natal R. G. NORTE BR
Estudioso e praticante do Espiritismo e do Magnetismo há mais de 50 anos. Autor de vários livros sobre
o tema, é um dos fundadores do EMME, bem como da Casa que dirige: o Lar Espírita Alvorada Nova, de
Parnamirim (RN). Reside em Natal (RN). É formado em Engenharia Civil e pós-graduado em Psicanálise.
Pode parecer que não, já que quase todo mundo
ouviu falar ou comentou sobre o sonambulismo, mas a
verdade é que essa ocorrência segue tão cheia de mitos
e mistérios que posso assegurar se tratar de algo ainda
desconhecido.
Junto ao público em geral, o sonambulismo está quase
sempre associado à imagem de uma pessoa se levantando
em meio ao sono e se dirigindo a uma geladeira,
ou se pondo em riscos por transitar locais e situações inimagináveis
de se realizar quando se está desperto. Sim;
isso acontece e é classificado mesmo como sonambulismo
– por muitos chamado de fisiológico ou psíquico –, mas o
tema não se restringe a isso.
Um outro grupo mais específico elabora uma tentativa
de desqualificar o fenômeno em sua essência para
consigná-lo como simples hipnotismo. E se esquecem que
o hipnotismo surgiu exatamente das práticas magnéticas e
sonambúlicas. Todavia onde o cruzamento dessa tentativa
complica é quando se pretende, com essa confusão, que
sejam eliminados o fluido vital e o magnetismo em si. Vã
tentativa de aniquilar a própria mãe.
Desde os registros clássicos do Magnetismo até as
mais recorrentes experiências, quando se constata o desdobramento
ou deslocamento do sujet rumo ao mundo
que os sentidos naturais não conseguem observar, são
pungentes as evidências de que o sonambulismo é algo
muito mais amplo e abrangente do que uma simples indução.
A bem da verdade, além do próprio hipnotismo,
as teorias de Freud devem muito ao sonambulismo, cujas
experiências o levaram a ousar investigar a psique.
Por que então o sonambulismo permanece tão pouco
desvendado e quase nunca empregado de forma produtiva
e útil? De certa forma, isso se deve a um conjunto
de fatores, dentre os quais se destacam: a acomodação
dos possíveis experimentadores, o medo de se lidar com
o “desconhecido”, as tentativas amorais frustrantes que os
tempos registraram com funestas experiências e a pouca
facilidade de se encontrar bons sonâmbulos clarividentes
– os quais, registre-se, só aparecerão se houver busca e
experimentação nesse sentido.
E não é por falta de bibliografia que o tema padeça
desse relativo descaso: Puységur, o chamado pai do sonambulismo,
com o seu MEMÓRIAS PARA SERVIR À HISTÓ-
RIA E AO ESTABELECIMENTO DO MAGNETISMO ANIMAL; Deleuze,
com seus dois livros INSTRUÇÕES PRÁTICAS SOBRE O
MAGNETISMO e HISTÓRIA CRÍTICA DO MAGNETISMO ANIMAL;
Barão du Potet, em sua monumental obra, TRATADO COM-
PLETO DE MAGNETISMO ANIMAL - CURSO EM DOZE LIÇÕES;
Charles Lafontaine, no livro A ARTE DE MGNETIZAR; Alexandre
Bretrand, no instigante TRATADO DO SONAMBULISMO,
e ainda no livro do nosso amigo Adilson Mota, SAÚDE E
DOENÇA: O PENSAMENTO ESPÍRITA, todas essas obras, sob
versão nacional, tratam do assunto com muita riqueza e
propriedade, motivo pelo qual os interessados já podem
dar partida em seus valiosos e promissores estudos.
Ante uma crescente necessidade de conhecermos
mais e melhor esse fenômeno, o qual permite que estudemos
a alma, literalmente, muito em breve realizarei
um seminário on-line sobre o tema, abordando-o de uma
forma ampla, rica e muito interessante (veja cartaz!). E já
posso garantir que será surpreendente descobrirmos juntos
as muitas possibilidades que esse fenômeno oferece e
também contribuirmos para os avanços que o Magnetismo
aguarda e que certamente advirão de uma melhor e mais
ampla prática desse fenômeno fabuloso.
Estudemos e abordemos as possibilidades do sonambulismo,
pois muito teremos a ganhar.
12 Atração_ julho de 2022