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TFG centro de acolhimento para idosos | caderno 01 ★ 3º Lugar | Prêmio Joaquim Guedes | Unicamp
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usina santa bárbara
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Desde a história de vida de sua fundadora, Santa
Bárbara d’Oeste tem sua história e economia diretamente
conectada à cana e às usinas de açúcar
e álcool. Após 60 anos da instauração do primeiro
engenho de cana de açúcar pela fundadora da
cidade, Dona Margarida da Graças Martins, o Major
João Frederico Redher, um imigrante alemão,
comprou do Barão de Tatuí, em 1877, terras a 2km
do centro da cidade, que viriam a ser denominadas
Fazenda São Pedro (MARTINS; MARTINS,
2018). De acordo com Quecini (1999), há relatos
de que, desde 1812, havia nestas terras um rústico
moedor de cana, movido por animais, que
produzia uma pequena quantidade de caldo de
cana para consumo próprio das famílias. Mas, em
1883, foi inaugurado neste lugar o primeiro grande
engenho do município e, em 1902, foi criada a
primeira destilaria de álcool.
O desenvolvimento da cultura canavieira e a
prosperidade dos negócios atraíram um grupo
francês interessado em investir em uma usina de
açúcar e em uma linha férrea. Em 1913, a família
Rehder associou-se ao grupo e instauraram a
Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola Santa
Bárbara, a fim de escoar a produção da Usina
(FRÓES, 2018). Por essa ferrovia, chegam os materiais,
equipamentos e maquinários importados
da França para a construção de novos edifícios
industriais, que substituiriam a destilaria e dariam
origem a uma usina de cerca de 2.630 m² - construída
em aproximadamente oito meses, tempo
recorde para construções desta tipologia na
América do Sul. Este novo empreendimento diferenciava-se
do anterior pelo forte caráter industrial,
grandes dimensões e maior escala de produção,
além da complexidade do sistema produtivo,
que passava a moer de 500 a 600 toneladas de
cana por dia e produzindo mais de 130 mil sacos
de açúcar anualmente (na época, estado de São
Paulo produzia aproximandamnte 400 mil sacos
por ano, o que evidencia o caráter ambicioso do
novo projeto da Usina Santa Bárbara) (CAMPAG-
NOL, 2008).
Os novos edifícios destinados à usina, a linha férrea
e a construção das casas dos colonos foram
alterações significativas na paisagem da Fazenda
São Pedro, que acompanharam as transformações
pelas quais também passava a cidade de
Santa Bárbara d’Oeste, com a chegada da energia
elétrica, telégrafo e trem. Esssas características e
futuras expansões e adequações viriam a garantir
que a Usina Santa Bárbara fosse a maior e mais
importante usina da cidade e uma das princpais
do estado de São Paulo (CAMPAGNOL, 2008).
Posteriormente, surgiram outras grandes usinas
na cidade, que contribuíram para cunhar o apelido
da cidade de “Pérola Açucareira”, como as usinas
Cillos, Galvão e Furlan - sendo esta última a
única em funcionamento atualmente.
“[...] algum tempo depois, em 1883, o sr. Rehder installou
naquelle local o primeiro engenho de assucar,
bastante rudimentar. O pequeno estabelecimento foi
aos poucos progredindo e com o desenvolvimento da
cultura attingido em 1899, teve ele um notável augmento,
com a installação de maiores mecanismos e a
inauguração de uma grande destilaria.
Em 1902 a Fazenda São Pedro foi escolhida para nella
ser feita a installação de uma grande usina assucareira,
cuja iniciativa coube ao sr.Antônio C. Melchert, [...] a
exploração de uma estrada de ferro que, partindo do
ponto mais conveniente da linha Paulista, venha até
Santa Bárbara e d’aqui se prolongue a outros pontos
que de futuro se julgue conveniente ligar, e a exploração
da industria agrícola e de quedas de água, compra
e venda de productos agrícolas, madeiras, terrenos,
etc., nos municípios de Santa Bárbara, Campinas e em
outros do Estado.” (PICARD, 1940 apud QUECINI, 2000).
figura 17. Casarão Amarelo, na Usina Santa Bárbara.
fonte: Acervo pessoal.