Revista da Misericordia #41
São 20 anos de Revista da Misericórdia, refletidos em ilustrações e imagens de diversas capas dos últimos anos. Sempre associadas aos conteúdos abordados que andam à volta da SUSTENTABILIDADE ambiental, económica e social, tema que convidamos à reflexão acompanhando as preocupações, alertas e palavras de esperança da equipa de colaboradores que se envolveram neste tema.
São 20 anos de Revista da Misericórdia, refletidos em ilustrações e imagens de diversas capas dos últimos anos. Sempre associadas aos conteúdos abordados que andam à volta da SUSTENTABILIDADE ambiental, económica e social, tema que convidamos à reflexão acompanhando as preocupações, alertas e palavras de esperança da equipa de colaboradores que se envolveram neste tema.
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#41
Atualidades
DIÁLOGO COM A
COMUNIDADE
Muitos já escreveram sobre o fim do papel no que respeita à
comunicação. Há alguns anos, jornais e revistas tiveram de
lidar com o enorme desafio que a era digital impunha e em
discussão estava o eventual fim das edições impressas.
Contudo, ainda há pouco tempo, um jornal nacional com
muitos anos de existência retomou a versão impressa, ao fim de
largos meses de publicação unicamente digital.
Hoje, após um período de ‘explosão’ da internet, começámos a
assistir a uma convivência mais ou menos serena entre o digital
e o analógico. Os meios conversam entre si de modo a tirar
proveito das suas melhores potencialidades, com conteúdos
produzidos em função dos públicos a alcançar. Esta regra vale
para órgãos de comunicação social e também para outras
áreas de atuação, das empresas às organizações do setor
social e solidário.
O digital oferece, sem dúvida, diversas vantagens. A rapidez
de propagação e a possibilidade de uma minuciosa
monitorização do impacto do que é divulgado são alguns
exemplos das vantagens da internet. Por outro lado, numa era
digital muito condicionada pelas grandes empresas que
operam na área dos conteúdos (Google, Facebook etc),
‘viralizar’ ou mesmo alcançar novos públicos é cada vez mais
difícil, a não ser que se recorra a conteúdos patrocinados.
Acresce que o imediatismo da informação exige leitores
informados e alguma atitude crítica que nem sempre está
presente. Apesar das suas inúmeras vantagens, a comunicação
digital não deve ser encarada como uma solução milagrosa.
Para comunicar com a comunidade, por via digital ou
analógica, uma das primeiras reflexões a fazer é sobre os
caminhos que queremos seguir. Para onde vamos? Esta é a
primeira pergunta. E para termos resposta, importa ter
presente quem somos e de onde viemos.
As Misericórdias nasceram das comunidades para servir essas
próprias comunidades. Qualquer caminho que se queira
seguir deve ter sempre presente que as pessoas estão em
primeiro lugar. E é nesta premissa que reside a principal fonte
de sustentabilidade das instituições. Sim, porque
sustentabilidade não é um exclusivo de contas, nem de
orçamentos. Mais que isso, reside na maneira como
conseguimos gerir da melhor forma possível todos os nossos
recursos e, no caso das instituições de solidariedade, os
recursos são – também e principalmente - as pessoas e o afeto
que colocamos nas relações com utentes, famílias,
trabalhadores, fornecedores, irmãos, parceiros, voluntários,
patrocinadores, beneméritos etc.
É certo que a nossa essência está intimamente ligada à imagem
do irmão da Misericórdia de Florença, com o rosto coberto a
ajudar um aflito: “fazer o bem sem olhar a quem”. Contudo, os
tempos obrigam-nos a inverter esta lógica. Fazer bem em
primeiro lugar, mas também divulgar o trabalho que as
equipas desenvolvem no terreno para concretizar em ações a
missão institucional. É através desse diálogo constante que
vamos fortalecendo a nossa presença na sociedade.
Se soubermos mostrar quem somos e o que fazemos
teremos certamente mais pessoas engajadas na mesma