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Revista da Misericordia #41

São 20 anos de Revista da Misericórdia, refletidos em ilustrações e imagens de diversas capas dos últimos anos. Sempre associadas aos conteúdos abordados que andam à volta da SUSTENTABILIDADE ambiental, económica e social, tema que convidamos à reflexão acompanhando as preocupações, alertas e palavras de esperança da equipa de colaboradores que se envolveram neste tema.

São 20 anos de Revista da Misericórdia, refletidos em ilustrações e imagens de diversas capas dos últimos anos. Sempre associadas aos conteúdos abordados que andam à volta da SUSTENTABILIDADE ambiental, económica e social, tema que convidamos à reflexão acompanhando as preocupações, alertas e palavras de esperança da equipa de colaboradores que se envolveram neste tema.

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Pag | 32

#41

Atualidades

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

O que é, afinal, a sustentabilidade, para além de ser,

hoje, uma palavra repetidamente presente nos mais

variados discursos, documentos e circunstâncias, de que

já todos ouvimos falar, mas cujo significado nem todos

somos capazes de expressar ou compreender?

A palavra deriva do vocábulo “sustentável”, que

provém do latim sustentare (que significa sustentar,

defender, favorecer, apoiar, conservar, cuidar, manter,

proteger).

O termo é, frequentemente, relacionado com o meio

ambiente, especialmente associado ao controle da

poluição, mas a sua abrangência vai, hoje, muito para

além desse enquadramento. Ao longo do século XX,

abriram-se novas “frentes” para a sustentabilidade,

alargando-se ao campo económico e ao campo social,

numa luta global por um planeta sadio em que as

pessoas possam encontrar as condições necessárias

para a sua sobrevivência, promovendo a qualidade de

vida das gerações actuais e garantindo que não se

compromete a possibilidade de as gerações futuras

também lhe poderem aceder.

A partir da Revolução Industrial, criou-se a ideia de que o

progresso da humanidade se alcançaria através da

passagem de uma condição inicial de penúria cultural e

ignorância para uma outra, de “civilização”, através de

um modelo único e universal que garantiria o

desenvolvimento, assente em estratégias de sair de uma

economia baseada na agricultura para outra de cariz

industrial.

A 2.ª Guerra Mundial (tempo de terror, medo e

frustração) e o período que se lhe seguiu constituíram um

marco para a difusão das teorias do desenvolvimento e

assistiu-se a uma grande evolução económica e social

nos países industrializados e capitalistas, que se reflectiu

na alteração da organização e estrutura das sociedades.

Acreditava-se que o crescimento económico seria a

solução para os problemas que assolavam as

comunidades. A fome, a pobreza e a miséria seriam

resolvidas com o desenvolvimento da capacidade

produtiva que, consequentemente, levaria ao aumento do

emprego e do consumo.

Não foi exactamente assim. O modelo único e universal

não teve a adesão e o sucesso esperados. O sistema

produtivo e as alterações nas sociedades ocidentais

desenvolvidas afastaram-se da “visão” inicial: a

mecanização e o desenvolvimento técnico libertaram

mão-de-obra da agricultura e da indústria (sectores

primário e secundário) e a intensa procura de serviços e

bem-estar pessoal levaram a um forte crescimento do

sector terciário. O bem-estar tornou-se, mesmo, um dos

principais objectivos das sociedades ocidentais, visando a

melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento de

novas formas de lazer.

Isso levou a um aumento do consumo, estimulado pela

publicidade. As empresas adoptaram o princípio de

produzir mais para consumir mais e utilizaram os media e

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