Revista da Misericordia #41
São 20 anos de Revista da Misericórdia, refletidos em ilustrações e imagens de diversas capas dos últimos anos. Sempre associadas aos conteúdos abordados que andam à volta da SUSTENTABILIDADE ambiental, económica e social, tema que convidamos à reflexão acompanhando as preocupações, alertas e palavras de esperança da equipa de colaboradores que se envolveram neste tema.
São 20 anos de Revista da Misericórdia, refletidos em ilustrações e imagens de diversas capas dos últimos anos. Sempre associadas aos conteúdos abordados que andam à volta da SUSTENTABILIDADE ambiental, económica e social, tema que convidamos à reflexão acompanhando as preocupações, alertas e palavras de esperança da equipa de colaboradores que se envolveram neste tema.
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#41
Atualidades
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
O que é, afinal, a sustentabilidade, para além de ser,
hoje, uma palavra repetidamente presente nos mais
variados discursos, documentos e circunstâncias, de que
já todos ouvimos falar, mas cujo significado nem todos
somos capazes de expressar ou compreender?
A palavra deriva do vocábulo “sustentável”, que
provém do latim sustentare (que significa sustentar,
defender, favorecer, apoiar, conservar, cuidar, manter,
proteger).
O termo é, frequentemente, relacionado com o meio
ambiente, especialmente associado ao controle da
poluição, mas a sua abrangência vai, hoje, muito para
além desse enquadramento. Ao longo do século XX,
abriram-se novas “frentes” para a sustentabilidade,
alargando-se ao campo económico e ao campo social,
numa luta global por um planeta sadio em que as
pessoas possam encontrar as condições necessárias
para a sua sobrevivência, promovendo a qualidade de
vida das gerações actuais e garantindo que não se
compromete a possibilidade de as gerações futuras
também lhe poderem aceder.
A partir da Revolução Industrial, criou-se a ideia de que o
progresso da humanidade se alcançaria através da
passagem de uma condição inicial de penúria cultural e
ignorância para uma outra, de “civilização”, através de
um modelo único e universal que garantiria o
desenvolvimento, assente em estratégias de sair de uma
economia baseada na agricultura para outra de cariz
industrial.
A 2.ª Guerra Mundial (tempo de terror, medo e
frustração) e o período que se lhe seguiu constituíram um
marco para a difusão das teorias do desenvolvimento e
assistiu-se a uma grande evolução económica e social
nos países industrializados e capitalistas, que se reflectiu
na alteração da organização e estrutura das sociedades.
Acreditava-se que o crescimento económico seria a
solução para os problemas que assolavam as
comunidades. A fome, a pobreza e a miséria seriam
resolvidas com o desenvolvimento da capacidade
produtiva que, consequentemente, levaria ao aumento do
emprego e do consumo.
Não foi exactamente assim. O modelo único e universal
não teve a adesão e o sucesso esperados. O sistema
produtivo e as alterações nas sociedades ocidentais
desenvolvidas afastaram-se da “visão” inicial: a
mecanização e o desenvolvimento técnico libertaram
mão-de-obra da agricultura e da indústria (sectores
primário e secundário) e a intensa procura de serviços e
bem-estar pessoal levaram a um forte crescimento do
sector terciário. O bem-estar tornou-se, mesmo, um dos
principais objectivos das sociedades ocidentais, visando a
melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento de
novas formas de lazer.
Isso levou a um aumento do consumo, estimulado pela
publicidade. As empresas adoptaram o princípio de
produzir mais para consumir mais e utilizaram os media e