Boletim_Warming_010
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Warming
Uma Newsletter do PELD – CRSC
Insetos Herbívoros e Ilhas Florestais na Serra do
Espinhaço
De todos os insetos que existem, aproximadamente
50% são representados pelos herbívoros. Além disso,
quando falamos dos insetos herbívoros e suas
plantas hospedeiras, essa porcentagem sobe para quase
80% de toda a biodiversidade que existe no mundo. Eles
são um componente crucial de toda a biodiversidade. Na
tese de doutorado defendida pela aluna Juliana Kuchenbecker,
o objetivo principal foi compreender como as comunidades
de insetos herbívoros associados às ilhas de floresta
natural da Serra do Espinhaço estão organizadas no tempo
e no espaço. E por que isso é importante?
Os padrões ecológicos apresentados por esta rede
planta-herbívoro podem auxiliar a definir parâmetros essenciais
para a conservação efetiva dos ecossistemas e serviços
ambientais das montanhas tropicais. Também podem
contribuir significativamente para priorizar tomadas de decisões
voltadas ao uso sustentável dos ambientes.
As pesquisas realizadas para a execução da tese mostraram
que tanto o passar dos anos quanto características
da paisagem têm contribuições mistas para a diversidade
e distribuição de insetos herbívoros. Contudo, a maior
mudança observada nas espécies que compõem as ilhas
florestais foram causadas pelas variações sazonais nas características
climáticas. A incidência de fogo também foi
identificada como uma grande ameaça, tanto aos ambientes
estudados, quanto à estabilidade das comunidades de
insetos herbívoros associados. A variação da cobertura da
copa das árvores também influencia diretamente as comunidades
de insetos, pelos processos de ganhos e perdas de
espécies nas ilhas florestais.
Tudo isso evidencia a necessidade de um manejo adequado
dos distúrbios causados pelo homem para a perpetuação
do sistema como um todo. Compreender como
essas comunidades de insetos herbívoros estão conectadas,
organizadas e estruturadas pode nos ajudar a prever
como a organização da biodiversidade e a funcionalidade
do ecossistema mudarão em resposta a outras mudanças
ambientais e climáticas, que são mais pronunciadas em
áreas de alta altitude.
Doutora: Juliana Kuchenbecker
Orientador: Frederico S. Neves
PPG de Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre
Foto: Kuchenbecker, J.
Dezembro 2022 Página 16