20.04.2023 Views

Lina Bo Bardi e a Fábrica da Pompéia: relações entre pensamento crítico, projeto e apropriação da arquitetura

Escola da Cidade Trabalho de Curso Graduação em Arquitetura e Urbanismo Aluna: Gabriela Fuganholi Silva Orientador: Cesar Shundi Iwamizu Banca avaliadora: André Vainer e Marina Grinover

Escola da Cidade
Trabalho de Curso
Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Aluna: Gabriela Fuganholi Silva
Orientador: Cesar Shundi Iwamizu
Banca avaliadora: André Vainer e Marina Grinover

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Bardi pôde incorporar nos projetos seus pensamentos sobre a

arquitetura moderna e tradicional brasileira, oriundos de sua

formação pessoal, arquitetônica e política. Sua juventude na

Itália, contemporânea ao período entre-guerras, deu a ela os

princípios para sua visão de mundo, estruturadora de toda

sua produção. Somada à sua origem europeia, ao chegar no

Brasil, Lina se depara com uma cultura diferente e extremamente

rica, na qual pôde apoiar mais um pilar de suas convicções

políticas e arquitetônicas. Desta forma, se torna uma

grande pensadora sobre o artesanato nordestino e crítica do

modernismo que estava sendo difundido no país através da

construção de importantes obras de interesse nacional. Sua

presença no canteiro de obras formou um repertório técnico

coerente com o contexto de seus projetos, somando e justificando

os princípios adquiridos anteriormente, criando um

ciclo capaz de produzir uma arquitetura extremamente coerente

com esses pensamentos.

A terceira parte se propõe a analisar o projeto a partir de

desenhos, feitos entre agosto de 2022 e março de 2023, retratando

o estado em que o SESC Pompéia se encontra no

período de produção deste trabalho. Os principais programas

existentes foram representados buscando encontrar as relações

entre as características arquitetônicas espaciais e as diversas

formas de apropriação da arquitetura pelos frequentadores

do SESC Pompéia. A apropriação dos espaços é a chave

de investigação, uma vez que esse era o principal elemento

considerado no projeto, e portanto, incapaz de ser desvinculado

da análise, além de ser essa apropriação também o que

faz o projeto ter sido considerado tão bem sucedido. Além

disso, será abordada uma breve discussão sobre as formas e

técnicas de representação, hipóteses que surgiram durante a

execução de todos os desenhos e que só puderam aparecer

pela prática do desenhar e pelo consequente enfrentamento

a questões de representação das formas, luzes, tons e outros

aspectos do desenho de arquitetura.

O SESC Pompéia é analisado na segunda parte deste trabalho

como projeto mais bem sucedido desse ciclo de aprendizado

e produção, embasado nos pensamentos políticos e arquitetônicos

de Lina Bo Bardi. Para além de sua forma final, o

interesse está no processo que tornou possível a arquitetura

que hoje conhecemos, local ímpar na cidade de São Paulo,

intrínseco ao que hoje chamamos de arquitetura moderna

brasileira. Seus desenhos, ferramenta essencial para projetar,

revelam as projeções sobre as pessoas que frequentariam

aquele espaço e suas formas de apropriação como partido

de projeto. O escritório montado dentro do canteiro de obras

criou uma virtuosa relação de transferência de conhecimento

capaz de enfrentar os desafios que o projeto apresentava,

considerando seu pioneirismo no restauro e revitalização de

uma estrutura pré-existente, alterando seu uso.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!