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Lina Bo Bardi e a Fábrica da Pompéia: relações entre pensamento crítico, projeto e apropriação da arquitetura

Escola da Cidade Trabalho de Curso Graduação em Arquitetura e Urbanismo Aluna: Gabriela Fuganholi Silva Orientador: Cesar Shundi Iwamizu Banca avaliadora: André Vainer e Marina Grinover

Escola da Cidade
Trabalho de Curso
Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Aluna: Gabriela Fuganholi Silva
Orientador: Cesar Shundi Iwamizu
Banca avaliadora: André Vainer e Marina Grinover

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24 CAPÍTULO 1 LINA BO BARDI - O PENSAMENTO CRÍTICO 25

po específico era concretizar uma arquitetura moderna

que, como a natureza humana, abrangesse a vida em

sua totalidade. Seu trabalho se concentrava principalmente

naquilo que hoje se tornou uma tarefa de necessidade

imperativa, ou seja, impedir a escravização

do homem pela máquina, preservando da anarquia

mecânica o produto de massa e o lar, insuflando-lhes

novamente sentido prático e vida. Isto significa o desenvolvimento

de objetos e construções projetados expressamente

para a produção industrial.

conceitos modernos uma realidade: retomar a dignidade do

trabalhador, artesão, fazendo dele o criador e conhecedor

dos produtos da fábrica industrial, principal componente da

modernidade. 12

12 PAPPALARDO, Laura. Em uma Fábrica Cultural, um Pensamento

Popular: Lina Bo Bardi e o SESC Pompéia. 2014.

[...] O livro e a prancheta não podem substituir a valiosa

experiência na oficina e no canteiro. Por isso, é

preciso que a experiência esteja desde o início unida

à formação e não seja meramente acrescentada mais

tarde, após o término de uma formação acadêmica.” 11

Assim, percebemos a relação entre os pensamentos de Lina

Bo Bardi e os ideais formadores da escola Bauhaus a respeito

da industrialização, sendo esta dependente do saber artesanal

repleto de inteligência e simplicidade e, portanto, capaz

de gerar uma produção em série efetiva e coerente com a

cultura de uma população. Ou seja, toda produção industrial

de um país deve estar diretamente relacionada com a sua

produção artesanal.

Considerando, então, não somente sua formação acadêmica,

mas sua formação política e sua experiência de uma Europa

devastada pela guerra, pode-se concluir que a arquitetura

feita por Lina Bo Bardi anos mais tarde – em especial o projeto

do SESC Pompéia que ainda discutiremos nesse trabalho

– é genuinamente moderna. Não devido a um formalismo

vazio, que para a geração que a arquiteta pertencia, poderia

ser inevitável. E sim por uma legítima vontade de fazer dos

11GROPIUS,Walter. Bauhaus: novarquitetura. São Paulo: Editora

Perspectiva S.A., 1974. p. 28-44.

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