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OPINIÃO<br />
Primeiro passo e grande avanço<br />
Aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados é enorme passo<br />
dado em direção à racionalidade tributária e à modernização brasileira<br />
Por Celso Ming<br />
Não haverá nunca<br />
uma reforma tributária<br />
perfeita. A PEC<br />
45, como quaisquer<br />
outras que viessem a ser<br />
aprovadas, mostraria defeitos<br />
não detectados ao longo de<br />
mais de 30 anos de debates.<br />
No entanto, a versão aprovada<br />
é um grande avanço<br />
diante da monstruosidade tributária<br />
vigente.<br />
O processo final da decisão<br />
tomada e a ampla margem de<br />
votos obtida a favor são, por<br />
si sós, reveladores de quanto<br />
esta reforma estava amadurecida.<br />
Permaneceram contra<br />
ela apenas os políticos movidos<br />
por questões partidárias<br />
ou por uma oposição ocasional<br />
infantilizada, como a dos<br />
atrelados ao ex-presidente<br />
Bolsonaro, ou empresários<br />
que perderão vantagens porque<br />
se aproveitavam da confusão<br />
do sistema vigente para<br />
sonegar ou lavar dinheiro.<br />
alcance que o formato aprovado<br />
vai atingir. Sabe-se que<br />
simplificará substancialmente<br />
o sistema tributário; atacará a<br />
guerra fiscal entre Estados e<br />
entre municípios; derrubará o<br />
custo Brasil; harmonizar-se-á<br />
com os sistemas adotados na<br />
maioria dos países do mundo;<br />
deixará explícito o quanto o<br />
consumidor pagará de impostos<br />
sobre o consumo; e reduzirá<br />
a impressionante insegurança<br />
jurídica produzida pela<br />
legislação agora moribunda.<br />
A remoção da enorme confusão<br />
produzida pelo sistema<br />
atual dispensará os custos<br />
das empresas com seus departamentos<br />
tributários e jurídicos,<br />
consultorias e despesas<br />
processuais. É um dos<br />
fatores que levam o secretário<br />
especial do Ministério da Fazenda,<br />
Bernard Appy, a calcular<br />
que, em 15 anos, a<br />
simplificação tributária aumentará<br />
em 12% o PIB do<br />
Brasil.<br />
Ter de enfrentar a vigente legislação<br />
confusa e contraditória<br />
era, até aqui, uma das<br />
principais razões pelas quais<br />
os capitais estrangeiros evitavam<br />
o Brasil. Daí por que o<br />
novo sistema ajudará a atrair<br />
investimentos, especialmente<br />
agora que o Brasil está sendo<br />
chamado a atender a suas excepcionais<br />
condições de produção<br />
de energia verde.<br />
A principal objeção que pode<br />
ser feita ao texto-base aprovado<br />
pela Câmara dos Deputados<br />
é a das restrições apostas<br />
ao pacto federativo, na<br />
medida em que Estados e<br />
municípios terão de delegar<br />
seu poder de gerir a arrecadação<br />
ao Conselho Federativo.<br />
Porém, se a criação e funcionamento<br />
do Conselho passam<br />
a fazer parte da própria<br />
Constituição, parece despropositado<br />
defender a sua inconstitucionalidade<br />
sob a alegação<br />
de que fere uma das<br />
cláusulas pétreas.<br />
Até agora, todos tinham a sua<br />
proposta de reforma tributária,<br />
com os mais díspares objetivos.<br />
Pretendiam reduzir sua<br />
própria carga tributária ou aumentar<br />
a arrecadação ou promover<br />
distribuição de renda –<br />
ou, ainda, simplificar o sistema.<br />
Ainda não ficou claro todo o<br />
O texto segue para ser examinado<br />
no Senado Federal<br />
O texto segue para ser examinado<br />
no Senado Federal. Uma<br />
nova atualização do sistema,<br />
desta vez no Imposto de Renda,<br />
está prevista para ser iniciada<br />
180 dias após a promulgação<br />
desta etapa da reforma.<br />
Mas um passo enorme<br />
acaba de ser dado em direção<br />
à racionalidade tributária e à<br />
modernização da economia.<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
MOAGEM<br />
Colheita já se aproxima<br />
da metade no <strong>Paraná</strong><br />
Além de aproveitar o clima mais seco, o esforço reflete a preocupação do setor em antecipar<br />
o máximo possível da operação ante a previsão de um forte El Niño no segundo semestre<br />
Com a safra <strong>2023</strong>/24<br />
de cana-de-açúcar<br />
no <strong>Paraná</strong> quase<br />
chegando a metade,<br />
40% esmagados até 1 de julho<br />
dos 30.746.358 esperados,<br />
as usinas sucroenergéticas<br />
do estado aceleram o<br />
ritmo de colheita aproveitando<br />
o clima mais seco no período.<br />
O esforço também reflete a<br />
preocupação do setor em anteci-<br />
par o máximo possível<br />
da co-lheita ante a previsão de<br />
um forte El Niño no segundo<br />
semestre deste ano, fenômeno<br />
climático que registra<br />
chuvas em grande volume na<br />
região Sul do Brasil, segundo<br />
o presidente da Alcopar, Miguel<br />
Tranin.<br />
A moagem de cana-de-açúcar<br />
no Estado do <strong>Paraná</strong> atingiu<br />
2.299.319 toneladas na segunda<br />
quinzena do mês de<br />
junho. No acumulado desta<br />
safra o volume produzido de<br />
12.507.313 toneladas continua<br />
superior ao número observado<br />
na safra passada (2022/<br />
23) de apenas 8.837.694 toneladas,<br />
um incremento de<br />
41,5% no comparativo.<br />
A produção acumulada de<br />
açúcar até o dia 1 de julho foi<br />
de 843.101 toneladas, 64,9%<br />
a mais que no mesmo período<br />
da safra passada (511.374 t),<br />
o que dá 38,1% das 2.212.<br />
105 toneladas esperadas na<br />
safra. Com relação a produção<br />
de etanol total esta é de<br />
412,072 milhões de litros,<br />
sendo 244,592 milhões de litros<br />
de anidro e 167,480 milhões<br />
de litros de hidratado.<br />
Esses volumes são 41,6%,<br />
77% e 9,6% superiores às<br />
produções de etanol total<br />
(291,061 milhões de litros),<br />
anidro (138,218 milhões de litros)<br />
e hidratado (152,843<br />
milhões de litros) da safra<br />
passada.<br />
“Além do foco na produção de<br />
açúcar, com destinação de<br />
55,21% da matéria-prima para<br />
a produção de açúcar, seguindo<br />
a tradição açucareira<br />
do Estado, podemos notar<br />
também um forte aumento na<br />
produção de etanol anidro, repetindo<br />
o que ocorreu no ano<br />
passado”, comenta Tranin.<br />
O rendimento industrial<br />
(ATR/Tc) no acumulado é de<br />
127,63 Kgs, comparado com<br />
resultado do período anterior<br />
de 117,34 Kgs/ATR, um aumento<br />
de 8,8%, configurando<br />
a melhor qualidade da matériaprima<br />
este ano. “Tivemos um<br />
ganho em produtividade por<br />
conta do regime de chuvas favorável<br />
do ano passado e também<br />
uma melhora na qualidade<br />
da matéria-prima”, ressalta<br />
o presidente da Alcopar.<br />
Houve um ganho<br />
em produtividade<br />
e também uma<br />
melhora na<br />
qualidade da<br />
matéria-prima<br />
4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
COLHEITA<br />
Centro-Sul esmaga<br />
210 milhões de toneladas<br />
Usinas avançam com o objetivo de aproveitar as condições favoráveis a<br />
operacionalização da colheita, mas perdem em qualidade da matéria-prima<br />
Amoagem de cana-deaçúcar<br />
na segunda<br />
quinzena de junho registrou<br />
crescimento<br />
de 2,19%, na comparação com<br />
o mesmo período do ciclo passado.<br />
Foram processadas 43<br />
milhões de toneladas contra<br />
42,08 milhões. No acumulado<br />
da safra 23/24, a moagem atingiu<br />
209,79 milhões de toneladas,<br />
ante 188,14 milhões de<br />
toneladas registradas no<br />
mesmo período no ciclo 22/23<br />
– avanço de 11,51%.<br />
No entanto, quando comparada<br />
à safra 20/21 permanece<br />
a defasagem próxima a 21<br />
milhões de toneladas, redução<br />
de 8,94%. Naquele ciclo<br />
de colheita foram processados,<br />
até 1° de julho, 230,39<br />
milhões de toneladas.<br />
Em junho, dados preliminares<br />
do benchmarking agronômico<br />
do CTC, para uma amostra<br />
comum de 68 unidades produtoras,<br />
o índice de rendimento<br />
agrícola registra crescimento<br />
de 16% ante o mesmo<br />
mês do ano anterior - 91,2<br />
ton/ha versus 78,6 ton/ha.<br />
Duas unidades deram início<br />
à safra 23/24 na segunda<br />
quinzena de junho. Atualmente,<br />
temos em operação<br />
257 unidades no Centro-Sul,<br />
sendo 242 unidades com<br />
processamento de cana, sete<br />
empresas que fabricam<br />
etanol a partir do milho e<br />
oito usinas flex. No mesmo<br />
período, na safra 22/23,<br />
havia 257 unidades produtoras<br />
em atividade.<br />
No que condiz à qualidade da<br />
matéria-prima, o nível de Açúcares<br />
Totais Recuperáveis<br />
(ATR) registrado na segunda<br />
quinzena de junho foi de<br />
133,04 kg por tonelada de<br />
cana-de-açúcar, contra<br />
137,19 kg por tonelada na<br />
safra 22/23 - variação negativa<br />
de 3,02%. No acumulado<br />
da safra, o indicador marca o<br />
valor de 128,29 kg de ATR por<br />
tonelada (+0,74%).<br />
A queda na qualidade, em<br />
meio a um clima mais seco,<br />
pode ser atribuída à antecipação<br />
da colheita de áreas cuja<br />
planta não atingiu o estágio de<br />
maturação plena. O avanço<br />
em tais áreas visa aproveitar<br />
as condições favoráveis a<br />
operacionalização da colheita<br />
nos meses mais frios, antecipando<br />
uma possível falta de<br />
tempo nos meses finais do<br />
atual ciclo.<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Produção de<br />
açúcar e etanol<br />
A produção de açúcar na segunda<br />
quinzena de junho totalizou<br />
2,69 milhões de toneladas.<br />
Essa quantidade, quando<br />
comparada àquela registrada<br />
na safra 22/23 de 2,51<br />
milhões de toneladas, representa<br />
aumento de 7,57%. No<br />
acumulado desde 1º de abril,<br />
a fabricação do adoçante totaliza<br />
12,23 milhões de toneladas,<br />
contra 9,72 milhões de<br />
toneladas do ciclo anterior<br />
(+25,85%).<br />
O mix de produção destinado<br />
ao açúcar avançou em mais<br />
de 8% em relação ao ciclo<br />
passado, vis-à-vis ao aumento<br />
de 5,26% no rendimento<br />
calculado em quilos de açúcar<br />
por tonelada de cana. Esse<br />
descolamento dos indicadores<br />
é justificado pela queda no<br />
ATR e ao fato da produção do<br />
adoçante registrada na quinzena<br />
ter atingido a fronteira<br />
técnica da produção de açúcar.<br />
A destinação de quase<br />
50% do ATR para o produto<br />
demarca o limite possível de<br />
extração da sacarose do caldo<br />
e se coloca a quinzena em<br />
uma posição poucas vezes<br />
observada.<br />
Na segunda metade de junho,<br />
1,92 bilhão de litros (-5,59%)<br />
de etanol foram fabricados<br />
pelas unidades do Centro-<br />
Sul. Do volume total produzido,<br />
o etanol hidratado alcançou<br />
1,04 bilhão de litros<br />
(-10,94%), enquanto a produção<br />
de etanol anidro totalizou<br />
874,43 milhões de litros<br />
(+1,69%). No acumulado<br />
desde o início do atual ciclo<br />
agrícola até 1º de julho, a fabricação<br />
do biocombustível<br />
totalizou 9,6 bilhões de litros<br />
(+6,17%), sendo 5,49 bilhões<br />
de etanol hidratado<br />
(-5,69%) e 4,11 bilhões de<br />
anidro (+27,63%).<br />
Do total de etanol obtido na<br />
segunda quinzena de maio,<br />
12% foram fabricados a partir<br />
do milho, registrando produção<br />
de 225,17 milhões de litros<br />
neste ano, contra 188,84<br />
Mercado de CBios<br />
Dados da B3 registrados até o<br />
dia 7 de julho indicam a emissão<br />
de 16,61 milhões de<br />
CBios em <strong>2023</strong>. Até a data supracitada,<br />
a parte obrigada do<br />
programa RenovaBio havia adquirido<br />
cerca de 51,38 milhões<br />
de créditos de descarbonização.<br />
Esse valor considera<br />
o estoque de passagem da<br />
parte obrigada em 2021 somada<br />
com os créditos adquiridos<br />
em 2022 e <strong>2023</strong>, até o<br />
momento, estejam eles ativos<br />
milhões de litros no mesmo<br />
período do ciclo 22/23 - aumento<br />
de 19,24%. No acumulado<br />
desde o início da safra, a<br />
produção de etanol de milho<br />
atingiu 1,36 bilhão de litros -<br />
avanço de 41,19% na comparação<br />
com igual período do<br />
ano passado.<br />
ou aposentados. O horizonte<br />
temporal selecionado cobre as<br />
aquisições que compreenderão<br />
os créditos utilizados para<br />
atendimento das metas de<br />
2022, cujo prazo havia sido<br />
postergado, e <strong>2023</strong>.<br />
Vendas de etanol<br />
No mês de junho, as vendas<br />
de etanol totalizaram 2,51<br />
bilhões de litros, o que representa<br />
uma variação positiva<br />
de 1,37% em relação ao<br />
mesmo período da safra<br />
22/23. O volume comercializado<br />
de etanol anidro em<br />
junho foi de 1,11 bilhão de litros<br />
- um avanço de 7,95% -<br />
enquanto o etanol hidratado,<br />
em movimento retrativo, registrou<br />
venda de 1,40 bilhão<br />
de litros - queda de 3,33%.<br />
Todavia, quando o foco é<br />
dado ao mercado doméstico,<br />
o volume de etanol hidratado<br />
ensaia recuperação<br />
na segunda quinzena de<br />
junho, cujo volume comercializado<br />
foi de 680,6 milhões<br />
de litros - o que significa<br />
um crescimento de<br />
3,2% em relação ao mesmo<br />
período da safra anterior.<br />
Esse movimento positivo em<br />
uma quinzena - o primeiro<br />
da safra - ocorre após o biocombustível<br />
obter paridades<br />
competitivas com o concorrente<br />
fóssil na bomba.<br />
Dados da ANP mostram que<br />
nas últimas quatro semanas<br />
essa condição foi válida nos<br />
principais estados consumidores<br />
do Centro-Sul. No mês<br />
de junho o biocombustível<br />
acumulou 1,30 bilhão de litros<br />
vendidos, insuficientes<br />
para superar os 1,35 bilhão<br />
do ciclo passado. O etanol<br />
utilizado como aditivo, ao<br />
contrário, não fica aquém da<br />
condição observada no ano<br />
safra anterior. A venda de<br />
anidro atingiu a marca de<br />
1,06 bilhão de litros, o que<br />
representa um crescimento<br />
de 26,64%.<br />
No acumulado da safra 23/<br />
24, a comercialização de<br />
etanol soma 7,02 bilhões de<br />
litros, o que representa uma<br />
queda de 0,37%. O álcool hidratado<br />
compreende uma<br />
venda no volume de 3,93 bilhões<br />
de litros (-9,13%), enquanto<br />
o anidro de 3,09<br />
bilhão (+13,53%).<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
7
SAFRA <strong>2023</strong>/24<br />
Um teste de stress para<br />
o setor sucroenergético<br />
O açúcar é o preferido e deve contribuir para um bom resultado econômico<br />
do negócio. Já o etanol, a estratégia é produzir o mínimo possível<br />
Por Julio Maria M. Borges<br />
As últimas três safras<br />
de cana-de-açúcar<br />
foram de resultados<br />
econômicos muito<br />
bons. Todos os custos foram<br />
cobertos, incluindo os juros<br />
sobre o capital próprio, graças<br />
a preços altos do açúcar e petróleo.<br />
Como consequência o setor<br />
está capitalizado e investimentos<br />
na renovação da lavoura,<br />
em tratos culturais adequados<br />
e na otimização das operações<br />
industriais estão acontecendo.<br />
Investimentos em aumento de<br />
capacidade também ocorrem,<br />
preferencialmente voltados para<br />
o açúcar.<br />
Até agora tudo correu bem.<br />
Porém, quem atua no setor de<br />
commodities sabe que existe<br />
um ciclo de preços altos e baixos.<br />
Esta condição faz o negócio<br />
se viabilizar no médio e<br />
longo prazo com preços acima<br />
de custos.<br />
O preço do açúcar no mercado<br />
internacional, neste início de<br />
safra <strong>2023</strong>/24, está acima do<br />
teto de preços dos últimos 10<br />
anos. Este teto ocorreu na safra<br />
2016/17, quando se iniciou a<br />
tendência de queda de preços<br />
que durou dois anos. Estamos<br />
admitindo para esta consideração,<br />
além do preço do produto<br />
em US$, o valor do US$ perante<br />
outras moedas e a inflação<br />
americana.<br />
Será que esta situação voltará<br />
a ocorrer com a normalização<br />
das condições de oferta e demanda<br />
mundiais? E se acontecer?<br />
Qual o resultado econômico<br />
desta safra atual <strong>2023</strong>/<br />
24.<br />
Se ocorrer em <strong>2023</strong> o que<br />
ocorreu em 2016, podemos<br />
esperar uma queda de preços,<br />
após o máximo do ano, de<br />
700 pontos (ou 7¢/lb). Sendo<br />
25,80 ¢/lb o preço máximo<br />
mensal de <strong>2023</strong>, podemos<br />
esperar um mínimo em torno<br />
de 19¢/lb.<br />
Neste cenário de stress o resultado<br />
econômico do açúcar<br />
na safra atual <strong>2023</strong>/24 é ainda<br />
bastante satisfatório. Esta<br />
condição é explicada pelos<br />
preços altos que o açúcar alcançou<br />
no mercado externo e<br />
pelo Real desvalorizado, o que<br />
permitiu cobrir com folga os<br />
custos.<br />
No caso do etanol a história é<br />
outra. Possivelmente o resultado<br />
econômico do negócio<br />
de etanol será deficitário na<br />
safra atual <strong>2023</strong>/24. As razões<br />
para esta conclusão podem<br />
ser resumidas em três.<br />
Em primeiro lugar o preço do<br />
petróleo está em queda. Até<br />
abril/23, início da safra atual,<br />
o preço do petróleo WTI oscilava<br />
em torno de 80 US$/barril.<br />
Atualmente oscila em torno<br />
de 70 US$/barril. Isto é baixista<br />
para preços de gasolina<br />
e etanol nas bombas.<br />
A taxa de câmbio vem caindo,<br />
o que deprime os preços em<br />
Reais. E finalmente, o Governo<br />
Lula tem estabelecido como<br />
objetivo de preços da gasolina<br />
sua estabilidade na bomba,<br />
protegendo o orçamento do<br />
consumidor. Como a carga tributária<br />
da gasolina e etanol aumentou,<br />
o preço líquido do<br />
produtor diminuiu.<br />
Conforme comentado anteriormente,<br />
o açúcar deve contribuir<br />
para um bom resultado econômico<br />
do negócio. E o etanol,<br />
não. Levando em conta o mix<br />
da produção das usinas, onde<br />
cerca de 50% da cana é destinada<br />
à produção de açúcar, podemos<br />
admitir que o resultado<br />
econômico desta safra será<br />
positivo para as usinas, pelo<br />
quarto ano seguido.<br />
Julio Maria M. Borges é<br />
sócio-diretor da JOB Economia<br />
e Planejamento<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
COOPERATIVISMO<br />
Doação de sangue<br />
na Cooperval no Dia C<br />
O objetivo é desenvolver ações de responsabilidade<br />
social, colocando em prática os valores e princípios<br />
cooperativistas, por meio de ações voluntárias<br />
Nos dias 4 e 5 de<br />
julho, um grupo de<br />
colaboradores da<br />
Cooperval - Cooperativa<br />
Agroindustrial Vale do<br />
Ivaí Ltda., com sede no município<br />
de Jandaia do Sul, se<br />
organizou em uma ação cooperativista<br />
que consistiu na<br />
doação de sangue no Hemonúcleo<br />
de Apucarana.<br />
A iniciativa marcou o Dia de<br />
Cooperar, também chamado<br />
de Dia C, (1º sábado de julho),<br />
data em que se comemora<br />
o Dia Internacional do<br />
Cooperativismo. O Dia de<br />
Cooperar nasceu em 2009<br />
como um projeto inovador,<br />
realizado pelo Sistema<br />
Ocemg. O objetivo é desenvolver<br />
ações de responsabilidade<br />
social, colocando em<br />
prática os valores e princípios<br />
cooperativistas, por<br />
meio de ações voluntárias.<br />
Nesta data, as cooperativas<br />
brasileiras unem esforços<br />
para fazer o bem e colocar<br />
em prática os princípios do<br />
cooperativismo que expressa<br />
a força do sistema em prol de<br />
transformações sociais. Durante<br />
a semana ocorrem diversas<br />
ações voluntárias em<br />
todo o país.<br />
AÇÃO SOCIAL<br />
Música e dança na Semana do<br />
Meio Ambiente da Jacarezinho<br />
Grupo Maringá organizou uma programação especial para aproximar a comunidade<br />
e os colaboradores, com apresentações do Programa Guri e do Projeto Usina da Dança<br />
Aestratégia de negócio do<br />
Grupo Maringá está alinhada<br />
com os Objetivos<br />
de Desenvolvimento Sustentável<br />
(ODS) da Organização das<br />
Nações Unidas (ONU), com diversas<br />
ações ambientais e sociais.<br />
Por isso, a empresa<br />
apoia diversos projetos sociais<br />
nas comunidades onde está<br />
inserida.<br />
Aproveitando a Semana do<br />
Meio Ambiente, o Grupo Maringá<br />
organizou uma programação<br />
especial para aproximar<br />
a comunidade e os colaboradores<br />
da Usina Jacarezinho e<br />
da Maringá Ferro-Liga, com<br />
apresentações de crianças e<br />
jovens do Programa Guri e do<br />
Projeto Usina da Dança. Todas<br />
as iniciativas fazem parte do<br />
compromisso com a agenda<br />
2030 da ONU e o combate às<br />
desigualdades, para tornar o<br />
planeta mais sustentável.<br />
O Programa Guri é um programa<br />
de Governo do Estado<br />
de São Paulo, considerado o<br />
maior projeto sociocultural brasileiro,<br />
que oferece aulas de<br />
iniciação musical, coral e ins-<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
trumentos e conta com apoio<br />
do Grupo Maringá. Crianças e<br />
adolescentes do Guri esbanjaram<br />
talento nas apresentações<br />
para os colaboradores da Usina<br />
Jacarezinho.<br />
Realizado pela Associação de<br />
Arte, Cultura e Esporte de Ribeirão<br />
Preto, o Projeto Usina<br />
da Dança é executado através<br />
da Lei de Incentivo à Cultura e<br />
oferece aulas de hip hop e<br />
Jazz para crianças como forma<br />
de expressão artística e<br />
também recebe apoio do<br />
Grupo Maringá.<br />
Na Semana do Meio Ambiente,<br />
na Maringá Ferro Liga,<br />
em Itapeva, São Paulo, a<br />
criançada apresentou-se em<br />
um palco ao ar livre e encantou<br />
os colaboradores. A iniciativa<br />
está em linha com o<br />
Objetivo de Desenvolvimento<br />
Sustentável número 10 da<br />
ONU - ODS-10 Redução das<br />
Desigualdades - para empoderar<br />
e promover a inclusão<br />
social econômica e política de<br />
todos, independentemente da<br />
idade, gênero, deficiência,<br />
raça, etnia, origem, religião e<br />
condição econômica ou outra,<br />
até 2030.<br />
ODS<br />
Respeito às diferenças no Grupo Maringá<br />
Com o Programa Identidade,<br />
ampliou a multiplicidade de perfis<br />
de colaboradores e consolidou<br />
o respeito como premissa<br />
básica de relacionamento<br />
Respeito e a valorização<br />
das diferenças trazem<br />
inovação, criatividade e<br />
resultados e os colaboradores<br />
do Grupo Maringá têm aprendido<br />
isso na prática diária,<br />
tendo esses valores como essenciais.<br />
Um ambiente seguro<br />
gera pessoas engajadas. Em<br />
pouco mais de dois anos, os<br />
colaboradores compreenderam<br />
que diversidade e inclusão<br />
são temas amplos e de interesse<br />
de todos.<br />
Com o Programa Identidade, o<br />
Grupo Maringá ampliou a multiplicidade<br />
de perfis de colaboradores<br />
e consolidou o respeito<br />
como premissa básica de<br />
relacionamento. De acordo<br />
com a diretoria, muito já foi<br />
feito, mas ainda há muito a<br />
fazer e todos têm avançado<br />
para serem ainda mais receptivos<br />
e inclusivos para pessoas<br />
diversas, fazendo a diferença.<br />
O programa de diversidade e<br />
inclusão foi criado porque um<br />
ambiente plural é mais seguro<br />
e inovador, criativo, engajador<br />
e produtivo, citam os organizadores.<br />
Os objetivos são educar,<br />
incluir e representar os avanços.<br />
Como parte das ações, teve<br />
uma palestra com a diretoria e<br />
conselhos sobre o plano de<br />
trabalho de formação do<br />
Grupo de Trabalho de Diversidade<br />
e Inclusão, foram realizados<br />
os primeiros encontros de<br />
sensibilização sobre diversidade<br />
e os grupos de afinidade,<br />
realizado o senso de diversidade<br />
e o lançamento da nova<br />
marca do projeto. Também<br />
houve uma formação sobre diversidade<br />
e inclusão para o<br />
pessoal do recurso humano e<br />
lideranças e foram formados<br />
os grupos de afinidades, com<br />
planejamento estratégico considerando<br />
a Etnia Racial, Equidade<br />
de Gênero, PCD e<br />
LGBTQIAPN+.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
11
DOIS<br />
COP 28<br />
Durante a COP28, conferência<br />
sobre mudanças climáticas<br />
da ONU que será realizada<br />
em novembro, em<br />
Dubai, os países precisarão<br />
encarar o quanto estão atrasados<br />
em relação às metas e<br />
concordar com um plano<br />
para entrar no caminho certo,<br />
disse o presidente da cúpula,<br />
Sultan al-Jaber, dos Emirados<br />
Árabes. Em discurso de apresentação<br />
do plano do país,<br />
afirmou que o evento deve<br />
render metas internacionais<br />
para triplicar energia renovável,<br />
dobrar a economia de<br />
energia e a produção de hidrogênio<br />
até 2030. A COP28<br />
será a primeira avaliação formal<br />
do progresso dos países<br />
em direção à meta do Acordo<br />
de Paris de limitar a mudança<br />
climática a 1,5°C de aquecimento.<br />
As atuais políticas e<br />
promessas dos países não<br />
atingiriam esse objetivo. A<br />
Reforma Tributária<br />
PONTOS<br />
avaliação na COP28, chamada<br />
de "global stocktake",<br />
aumentará a pressão sobre<br />
os principais emissores para<br />
atualizar suas ações para reduzir<br />
as emissões de gases<br />
de efeito estufa.<br />
O agronegócio buscará no Senado ampliar a redução da alíquota agro definida na reforma<br />
tributária e elevar o aumento do limite do "Simples Agro". A proposta aprovada<br />
na Câmara dos Deputados prevê que o porcentual de tributos aplicados sobre insumos<br />
e produtos agropecuários será correspondente a 40% da alíquota padrão, que ainda<br />
será definida. Pelo texto encaminhado da Câmara, produtores com faturamento anual<br />
de até R$ 3,6 milhões serão desobrigados de aderir ao regime do Imposto sobre Bens<br />
e Serviços. Agora, o setor quer ampliar o tratamento diferenciado aos produtores e à<br />
atividade produtiva, além de manter as questões conquistadas na Câmara.<br />
A produção de etanol do Brasil<br />
deverá crescer 5% na temporada<br />
<strong>2023</strong>/24 enquanto a<br />
oferta de biodiesel aumentará<br />
mais de 15%, avanços estes<br />
que permitirão a geração de<br />
CBios (créditos de descarbonização)<br />
suficientes para atender<br />
“sem sobressaltos” as metas<br />
FPA<br />
A Frente Parlamentar da Agropecuária<br />
(FPA) comemorou o<br />
atendimento de nove pontos<br />
prioritários ao setor produtivo<br />
no projeto da reforma tributária<br />
aprovado na Câmara dos Deputados.<br />
Entre os pontos atendidos<br />
pelo relator e articulados<br />
pelo setor produtivo, a bancada,<br />
a maior do Congresso<br />
Nacional, citou a desoneração<br />
de impostos sobre produtos<br />
CBIOs<br />
estabelecidas para distribuidoras<br />
de combustíveis até março<br />
de 2024, afirmaram produtores<br />
de biocombustíveis. Em comunicado,<br />
associações representantes<br />
de produtores de etanol<br />
(Unica e Unem) e de biodiesel<br />
(Abiove, Aprobio e Ubrabio) reagiram<br />
a um posicionamento<br />
da cesta básica, o regime diferenciado<br />
ao produtor rural e<br />
a redução de 60% na alíquota<br />
aplicada sobre insumos e produtos<br />
agropecuários em relação<br />
à padrão.<br />
da Federação Nacional de Distribuidores<br />
de Combustíveis,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(Brasilcom) e duas das maiores<br />
empresas do setor, a Vibra<br />
e a Ipiranga, sobre os preços<br />
dos CBios, que dispararam<br />
para cerca de R$ 150 por unidade.<br />
Com a temperatura média<br />
global em 17,23°C, dia 6/7,<br />
bateu um novo recorde de<br />
calor. O índice foi quebrado<br />
pela terceira vez na semana,<br />
fazendo dela a mais quente já<br />
registrada. O número ficou<br />
1,02°C acima do padrão histórico<br />
para o dia 6 de julho. No<br />
dia 3/7, a temperatura mundial<br />
foi de 17,01°C, superando<br />
o maior índice registrado<br />
pelos cientistas até então, de<br />
16,92°C, em 2016 (que se repetiu<br />
em 2022). O recorde foi<br />
Fogo Zero<br />
Calor<br />
quebrado no dia seguinte,<br />
quando foram atingidos<br />
17,18°C, temperatura que se<br />
manteve dia 5/7. Os dados<br />
diários de temperatura são do<br />
Centro Nacional de Previsão<br />
Ambiental dos Estados Unidos,<br />
ligado à Administração<br />
Oceânica e Atmosférica. O<br />
alerta mais importante é que<br />
os recordes estão cada vez<br />
mais próximos um do outro,<br />
indicando uma escalada dos<br />
eventos extremos que antes<br />
eram isolados.<br />
A Copersucar e as suas usinas<br />
associadas, distribuídas<br />
em quatro estados (SP,<br />
MG, PR e GO), lançaram<br />
mais uma edição da Fogo<br />
Zero, campanha de conscientização<br />
no combate a<br />
incêndios no campo. O trabalho<br />
busca cuidar de áreas<br />
produtivas de cana e de vegetação<br />
nativa que abrangem<br />
uma área de 11 mil<br />
quilômetros quadrados, incluindo<br />
a preservação de<br />
recursos hídricos, da qualidade<br />
do ar, da biodiversidade<br />
e das comunidades<br />
onde atuam. O objetivo é<br />
orientar a população sobre<br />
as atitudes para evitar que<br />
surjam focos de incêndio,<br />
denunciar queimadas criminosas<br />
e informar sobre os<br />
procedimentos no caso de<br />
ocorrência.<br />
Incêndios<br />
Incêndios podem acontecer<br />
em qualquer época do ano,<br />
mas principalmente entre<br />
junho e outubro, meses que<br />
normalmente apresentam<br />
clima seco, pouca chuva,<br />
ventos fortes e altas temperaturas,<br />
características que potencializam<br />
o surgimento<br />
deste tipo de ocorrência. Normalmente,<br />
o fogo nas plantações<br />
tem início nas áreas de<br />
divisa, entre o canavial e vias<br />
do entorno, provocado por<br />
ações inadequadas e ilegais<br />
como jogar bituca de cigarro<br />
no mato, descarte do lixo de<br />
forma incorreta, soltura de balões.<br />
Para prevenir e combater<br />
os focos de incêndio as usinas<br />
associadas mantém protocolos,<br />
treinamentos, plano<br />
de ação, equipes de brigadistas<br />
treinadas para lidar com<br />
qualquer adversidade desta<br />
natureza, caminhões pipa,<br />
além de fazer campanhas de<br />
conscientização nas cidades<br />
onde tem atividades. Vale ressaltar<br />
que as unidades produtivas<br />
da Copersucar atuam<br />
com processos mecanizados<br />
nas atividades de colheita,<br />
sendo que não consta a prática<br />
de queima em seus canaviais.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Investimento<br />
A Volkswagen anunciou planos<br />
de investir 1 bilhão de<br />
euros (R$ 5,23 bilhões) no<br />
Brasil até 2026, como parte<br />
de uma estratégia de crescer<br />
40% no país nos próximos<br />
anos. A montadora alemã<br />
disse que o investimento incluirá<br />
o desenvolvimento local<br />
de motores de combustão<br />
movidos a etanol e a expansão<br />
de seu modelo de<br />
negócios de assinatura, voltado<br />
para o aluguel de carros.<br />
Até 2025, 15 novos<br />
veículos elétricos e híbridos<br />
deverão ser lançados no<br />
país. A meta da Volkswagen<br />
é atingir os 40% de crescimento<br />
no Brasil até 2027. Na<br />
América do Sul, a montadora<br />
espera que sua fatia de mercado<br />
expanda 11% anualmente<br />
até 2030.<br />
Projeto inédito<br />
Um projeto inédito no mundo<br />
para produção de hidrogênio<br />
renovável a partir do etanol<br />
começa a se materializar no<br />
Brasil, por meio de uma parceria<br />
entre Shell Brasil, Raízen,<br />
Hytron, Universidade de<br />
São Paulo (USP) e o braço<br />
de inovação em biossintéticos<br />
e fibras do Senai, o Cetiqt.<br />
A iniciativa, que tem<br />
como objetivo validar a tecnologia<br />
de reforma de etanol,<br />
envolve a construção de<br />
uma planta dimensionada<br />
para produzir 50 metros cúbicos<br />
por hora de hidrogênio.<br />
Posteriormente, será implantada<br />
uma segunda unidade,<br />
A Agência de Proteção Ambiental<br />
dos Estados Unidos<br />
publicou a versão final do<br />
chamado Padrão de Combustíveis<br />
Renováveis para<br />
<strong>2023</strong>, 2024 e 2025, que estabelece<br />
os volumes de biocombustíveis<br />
que devem ser<br />
misturados a combustíveis<br />
fósseis a cada ano. Para<br />
<strong>2023</strong>, a agência aumentou o<br />
volume de etanol de milho e<br />
outros biocombustíveis, dos<br />
20,82 bilhões de galões<br />
(78,80 bilhões de litros) para<br />
20,94 bilhões de galões<br />
(79,26 bilhões de litros).<br />
Para 2024, o volume foi fixado<br />
em 21,54 bilhões de<br />
EPA<br />
dez vezes maior. A primeira<br />
planta, prevista para começar<br />
a operar ainda neste ano,<br />
inclui a instalação de uma<br />
estação de abastecimento<br />
veicular no campus da USP.<br />
Os ensaios para avaliar o<br />
biocombustível a partir do<br />
etanol serão realizados em<br />
três ônibus que circulam na<br />
Cidade Universitária; eles<br />
serão adaptados com motores<br />
equipados com células a<br />
combustível para operar com<br />
hidrogênio. Os testes incluirão<br />
ainda um Toyota Mirai,<br />
primeiro carro de série da<br />
montadora japonesa que será<br />
movido a hidrogênio.<br />
galões (81,53 bilhões de litros),<br />
abaixo do volume de<br />
21,87 bilhões de galões<br />
(82,78 bilhões de litros) proposto<br />
em dezembro do ano<br />
passado. Para 2025, a exigência<br />
é de 22,33 bilhões de<br />
galões (84,52 bilhões de litros),<br />
menor do que os<br />
22,68 bilhões de galões<br />
(85,84 bilhões de litros) propostos<br />
em dezembro. Para<br />
<strong>2023</strong>, há ainda um volume<br />
suplementar de 250 milhões<br />
de galões (946,25 milhões<br />
de litros) para compensar as<br />
isenções concedidas a pequenas<br />
refinarias, referentes<br />
a 2016.<br />
Florestas<br />
O mundo perdeu o equivalente a uma área de floresta tropical do tamanho da Suíça em<br />
2022, de acordo com uma nova pesquisa da Global Forest Watch, associação global<br />
que fornece dados e monitora florestas em tempo real no mundo. Esse resultado mostra<br />
que a promessa de acabar com o desmatamento até 2030, feita na COP 26 por líderes<br />
mundiais, ainda está longe de ser cumprida. Cerca de 11 campos de futebol de floresta<br />
foram perdidos a cada minuto - e o Brasil foi o país que registrou maior destruição. Uma<br />
redução acentuada na perda de florestas na Indonésia, no entanto, mostra que é possível<br />
reverter essa tendência. A perda de florestas tropicais é vista como particularmente impactante<br />
para o aquecimento global e a perda da biodiversidade.<br />
Hidrogênio verde<br />
O hidrogênio verde, combustível<br />
obtido por meio de fontes<br />
de energia renováveis, pode<br />
ser a chave para a reindustrialização<br />
do Brasil e a inserção<br />
do país na nova economia<br />
global baseada na transição<br />
para o baixo carbono. O combustível<br />
tem inúmeras aplicações,<br />
como a substituição de<br />
fontes fósseis nos transportes<br />
e na indústria, ajudando no<br />
cumprimento das metas climáticas<br />
previstas no Acordo<br />
de Paris. A demanda global<br />
pelo hidrogênio verde cria<br />
oportunidades para o Brasil<br />
de atrair investimentos da<br />
ordem de US$ 200 bilhões<br />
(R$ 971,5 bilhões) até 2040,<br />
segundo estudo da consultoria<br />
McKinsey. O país é competitivo<br />
em razão do custo<br />
favorável da geração de energia<br />
de fontes limpas - já que a<br />
energia responde por 70% do<br />
custo de produção do hidrogênio<br />
verde. Só a demanda do<br />
mercado doméstico, que deve<br />
representar 60% do total,<br />
pode gerar, até 2040, receitas<br />
de US$ 15 bilhões a US$ 20<br />
bilhões (R$ 78,8 bilhões a R$<br />
97,1 bilhões). As exportações<br />
para EUA e Europa poderiam<br />
acrescentar outros US$ 4 bilhões<br />
a US$ 6 bilhões (R$<br />
19,4 bilhões a R$ 29,1 bilhões).<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
13
BIOENERGIA<br />
Fenasucro & Agrocana é<br />
vitrine de produtos e tecnologias<br />
Há 29 anos, a feira se destaca por lançar ao mundo inovações e tendências do setor, como o protótipo<br />
de veículo da Pato a Jato que tem projeção mundial e performance recorde de 768 km por litro<br />
Fomentar e divulgar produtos<br />
e tecnologias<br />
que levam e mostram<br />
ao mundo a capacidade<br />
do setor bioenergético é<br />
um dos compromissos da Fenasucro<br />
& Agrocana, única<br />
feira do mundo exclusivamente<br />
voltada à cadeia de<br />
bioenergia.<br />
Há 29 anos a feira é palco de<br />
inúmeros lançamentos de inovações<br />
e tendências para o<br />
setor, que reforçam sua escalada<br />
de investimentos visto a<br />
demanda mundial crescente<br />
por sustentabilidade. E em<br />
<strong>2023</strong> não será diferente! O<br />
evento, que será realizado de<br />
15 a 18 de agosto, no Centro<br />
de Eventos Zanini, em Sertãozinho/SP,<br />
contará com cerca de<br />
800 marcas em exposição e<br />
mais de três mil produtos de<br />
marcas nacionais e internacionais<br />
em quatro macrossetores:<br />
bioenergia, agrícola, indústria e<br />
transporte e logística.<br />
Nesta 29ª edição, a apresentação<br />
de novas tendências em<br />
bioenergia será destaque na<br />
Fenasucro & Agrocana, que<br />
tem como foco a transição<br />
energética global, destacando<br />
as questões de sustentabilidade<br />
e eficiência.<br />
"Somos reconhecidos por levar<br />
inovações e discutir as<br />
tendências dos próximos<br />
anos. O Brasil está posicionado<br />
em um patamar diferenciado<br />
por ser protagonista do<br />
setor de bioenergia. E, neste<br />
contexto, as novidades em<br />
biocombustíveis, bioeconomia<br />
e a transição energética<br />
são pontos chaves que iremos<br />
trazer durante a Fenasucro<br />
& Agrocana", destaca o<br />
diretor da feira, Paulo Montabone.<br />
Para a edição de <strong>2023</strong> a expectativa<br />
é receber mais de<br />
42 mil visitantes, vindos de<br />
todo o Brasil e de mais 47<br />
países. Além de representantes<br />
de 100% das usinas brasileiras.<br />
Vitrine tecnológica<br />
Ao longo destes 29 anos de Fenasucro<br />
& Agrocana são muitos<br />
os projetos, produtos e<br />
tecnologias lançados ao mercado<br />
por meio da feira. Entre<br />
eles, destaca-se o "Whey de<br />
Cana" - cápsulas de proteína<br />
extraída da cana-de-açúcar<br />
usadas como suplemento alimentar;<br />
bem como o plástico<br />
verde, produzido a partir da<br />
cana; e o Diesel Verde, lançado<br />
em 2022 como grande promessa<br />
e oportunidade ao etanol<br />
por se tratar de uma nova<br />
tecnologia que transforma o<br />
butanol em um substituto ao<br />
diesel, sem a modificação nos<br />
motores.<br />
Além destes, em 2016, o<br />
evento também apresentou ao<br />
mundo o projeto brasileiro Pato<br />
a Jato, da Universidade Tecnológica<br />
Federal do <strong>Paraná</strong>, que<br />
havia desenvolvido o protótipo<br />
de um veículo individual movido<br />
a etanol, de alta eficiência<br />
energética, com autonomia de<br />
309 quilômetros utilizando<br />
apenas um litro do biocombustível.<br />
A façanha ganhou projeção<br />
mundial e passados sete anos,<br />
o projeto continua em evolução.<br />
Prova disso é que em abril<br />
deste ano, durante a corrida<br />
500 Milhas de Indianápolis, nos<br />
Estados Unidos, a Pato a Jato<br />
reafirmou um novo recorde,<br />
visto que o carro alcançou 768<br />
quilômetros com um litro de<br />
etanol.<br />
Para Fernando Barbosa, diretor<br />
da Pato a Jato este foi um<br />
marco histórico e que mostra o<br />
futuro do etanol como o principal<br />
biocombustível em competições<br />
automobilísticas. "Essa<br />
foi a primeira vez que utilizaram<br />
um combustível 100% renovável<br />
em uma competição desse<br />
tamanho. Vemos o etanol despontando<br />
como uma opção<br />
promissora no mundo automotivo<br />
atual, impulsionando tanto<br />
a eficiência quanto a potência<br />
dos veículos", revela.<br />
14<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>