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Depressão AnsieDADe e stresse - Universidade de Coimbra

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parte i - fUnDamentaçãO teórica<br />

o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> escapar parece estar relacionado com uma visão pessoal <strong>de</strong> um impasse. não só se consi<strong>de</strong>-<br />

ram incapazes, incompetentes e <strong>de</strong>samparados, como avaliam as suas tarefas como pesadas e extraordinárias.<br />

as suas respostas constituem um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> se retirar, escapar e alhear dos problemas insolúveis, encarando<br />

os seus <strong>de</strong>veres como enfadonhos, sem sentido ou penosos, querendo escapar para uma activida<strong>de</strong><br />

mais relaxante ou que forneça um refúgio.<br />

nas formas mais leves, olham sem interesse para as activida<strong>de</strong>s, afastando-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes que não consi<strong>de</strong>ram<br />

importantes. Em situações mais graves, passam muito tempo na cama referindo uma excepcional<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir.<br />

o proveito que os doentes retiram do suicídio po<strong>de</strong> ter as mais variadas formas po<strong>de</strong>ndo ser experimentado<br />

como um <strong>de</strong>sejo passivo <strong>de</strong> ter morrido, como um <strong>de</strong>sejo activo <strong>de</strong> morte, ou ainda como um pensamento<br />

repetitivo e obsessivo, sem qualquer qualida<strong>de</strong> volicional, mas como um sonho acordado ou como<br />

um plano <strong>de</strong> suicídio meticulosamente concebido. as preocupações suicidárias parecem estar relacionadas<br />

com situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero insustentável, porque acreditam não existir outra solução para o seu problema,<br />

não conseguindo continuar a suportar o sofrimento. os doentes com i<strong>de</strong>ação suicida apontam o suicídio<br />

como a única solução para o seu problema.<br />

nas formas mais leves, acontece uma indiferença pela vida ou uma ambivalência em relação ao suicídio.<br />

nas formas mo<strong>de</strong>radas, os <strong>de</strong>sejos suicidas são mais intensos e há maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passar ao acto.<br />

Correm riscos conduzindo perigosamente à espera que algo aconteça. nas formas mais severas, apesar dos<br />

<strong>de</strong>sejos suicidas serem mais intensos, há incapacida<strong>de</strong> para passar ao acto.<br />

no que respeita às manifestações físicas e vegetativas, beck (1970) consi<strong>de</strong>ra que a perda <strong>de</strong> apetite<br />

é o primeiro sinal que prenuncia uma <strong>de</strong>pressão e o inverso um sinal <strong>de</strong> melhoria. nos casos leves, a pessoa<br />

po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que já não aprecia as refeições como costumava e o <strong>de</strong>sejo por alimentos é menor, po<strong>de</strong>ndo,<br />

em casos mo<strong>de</strong>rados, per<strong>de</strong>r uma refeição sem se dar conta, até, em situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão grave, ter<br />

que se esforçar ou ser forçado a tomar as refeições, com a consequente perda <strong>de</strong> peso inerente ao <strong>de</strong>ficit<br />

alimentar.<br />

o distúrbio <strong>de</strong> sono é um aspecto notável da <strong>de</strong>pressão. nos casos leves po<strong>de</strong> ser verificada insónia<br />

inicial e insónia terminal. a pessoa po<strong>de</strong> também ter a sensação <strong>de</strong> que dorme mais do que o habitual. nos<br />

casos mo<strong>de</strong>rados a insónia é mais severa e os doentes referem que o sono não é repousante, po<strong>de</strong>ndo darse<br />

o caso <strong>de</strong> hipersónia em alguns indivíduos. nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão grave acordam passadas 4 ou 5 horas<br />

<strong>de</strong> sono, não conseguindo voltar a dormir ou po<strong>de</strong>m ter insónia total.<br />

os estudos mostram ainda que estes doentes têm um elevado grau <strong>de</strong> inquietu<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentos.<br />

a perda da líbido po<strong>de</strong> variar, nas formas mais leves, <strong>de</strong> uma diminuição da esponta neida<strong>de</strong> em relação<br />

ao <strong>de</strong>sejo sexual, necessitando, nas formas mo<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> estimulação até à perda completa <strong>de</strong><br />

qualquer resposta ao estímulo, po<strong>de</strong>ndo mesmo ter aversão ao sexo nas formas mais graves.<br />

verifica-se uma elevada co-morbilida<strong>de</strong> entre a disfunção eréctil no homem e a doença <strong>de</strong>pressiva, mas a<br />

relação causal não é conhecida havendo probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver covariabilida<strong>de</strong> (seidman & roose, 2000). Este<br />

é <strong>de</strong> resto um aspecto que po<strong>de</strong> estar relacionado com os efeitos secundários da medicação anti<strong>de</strong>pressiva.<br />

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