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Depressão AnsieDADe e stresse - Universidade de Coimbra

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capítUlO i - prO Blem a e O Bjec tivOs DO es tUDO<br />

1. DesConForto Dos Doentes internADos eM serviÇos De ClíniCA<br />

psiQuiátriCA CoM perturbAÇÕes DepressivAs – intervenÇão CoM i.C.<br />

apesar da evolução na terapêutica anti<strong>de</strong>pressiva, os diversos estudos epi<strong>de</strong>mio lógicos que referimos<br />

sugerem, relativamente às perturbações <strong>de</strong>pressivas, elevadas taxas <strong>de</strong> prevalência e <strong>de</strong> recorrência, bem<br />

como a parcialida<strong>de</strong> da recuperação entre episódios, ten<strong>de</strong>ndo para a cronicida<strong>de</strong>. limitam o bem-estar<br />

físico e o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> papéis da pessoa tendo consequências significativas em termos <strong>de</strong> sofrimento humano,<br />

custos pessoais, familiares, sociais e económicos po<strong>de</strong>ndo tornar-se, a médio prazo, a primeira causa<br />

<strong>de</strong> morbilida<strong>de</strong> nos países <strong>de</strong>senvolvidos (Coppen, 1994; oms, 2001; 2006).<br />

apresentamos também argumentos, sobretudo psicológicos e neuro-fisiológicos que explicam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das perturbações <strong>de</strong>pressivas bem como a relação entre a <strong>de</strong>pressão, a ansieda<strong>de</strong> e o <strong>stresse</strong>.<br />

na perspectiva cognitivista é assumido que, durante os episódios <strong>de</strong>pressivos, os esquemas negativos<br />

dominam o processamento da informação e o sentido que o indiví duo atribui aos acontecimentos. as cognições<br />

dos indivíduos <strong>de</strong>primidos são automá ticas, involuntárias e perseverantes levando a uma visão negativa<br />

<strong>de</strong> si mesmo, do futuro e do mundo. apresentam um estilo cognitivo negativo e percepção distorcida das<br />

causas e dos significados dos acontecimentos que os predispõe para a <strong>de</strong>pressão quando se <strong>de</strong>frontam com<br />

acontecimentos <strong>de</strong> vida negativos. as situações <strong>de</strong> <strong>stresse</strong> esvaziam os recursos cognitivos, que po<strong>de</strong>riam<br />

atenuar ou anular os pensamentos negativos, conferindo ainda mais vulnerabilida<strong>de</strong> ao indivíduo (beck,<br />

1970; beck, et al., 1987; beck, 1991; abramson, metalsky & alloy, 1989; seligman, 2006). a relação entre<br />

estes estados “afectivo-emocionais” é também explicada pelo mo<strong>de</strong>lo tripartido <strong>de</strong> Clark & Watson (1991)<br />

sendo consi<strong>de</strong>rada a afectivida<strong>de</strong> negativa que agrupa as características comuns à ansieda<strong>de</strong> e à <strong>de</strong>pressão;<br />

reduzido afecto positivo, comum à <strong>de</strong>pressão, e hiperestimulação fisiológica, comum à ansieda<strong>de</strong>.<br />

do ponto <strong>de</strong> vista neurofisiológico, a relação entre ansieda<strong>de</strong>, <strong>stresse</strong> e <strong>de</strong>pressão, parece estar relacionada<br />

com o sistema Crf e com a <strong>de</strong>sregulação do eixo HHa. a persistência e a intensida<strong>de</strong> exagerada<br />

do <strong>stresse</strong>, po<strong>de</strong>m tornar o eixo HHa hiper-reactivo verificando-se que muitos indivíduos com <strong>de</strong>pressão<br />

apresentam irregularida<strong>de</strong> na secreção <strong>de</strong> cortisol quando estimulados, assim como alterações das estruturas<br />

límbicas (lovallo & thomas, 2000; mcEwen, 2000; barlow, 2002; mcEwen, 2002; mischoulon,<br />

dougherty & fava, 2004). um conjunto <strong>de</strong> neurotransmissores implicados na <strong>de</strong>pressão é responsável<br />

pela libertação <strong>de</strong> Crf. os <strong>de</strong>ficits <strong>de</strong> neurotransmissores po<strong>de</strong>m ser o resultado da <strong>de</strong>sinibição do eixo<br />

HHa resultante <strong>de</strong> uma perturbação do equilíbrio na neurotransmissão límbico-diencefálica, conduzindo<br />

à <strong>de</strong>pressão (barlow, 2002).<br />

necessiDaDes De cOnfOrtO nãO satisfeitas De DOentes internaDOs<br />

em serviçOs De clínica psiqUiátrica cOm pertUrBações Depressivas<br />

Como referimos, o conforto tem sido historicamente relacionado com a disciplina <strong>de</strong> enfermagem e é<br />

um resultado <strong>de</strong>sejável, positivo, holístico, teoricamente <strong>de</strong>finível e operacio nalizável; foi <strong>de</strong>finido por Kolcaba<br />

como “a satisfação (activa, passiva ou coope rativa) das necessida<strong>de</strong>s humanas básicas <strong>de</strong> alívio, tran-<br />

Obra protegida por direitos <strong>de</strong> autor<br />

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