25.01.2013 Views

Depressão AnsieDADe e stresse - Universidade de Coimbra

Depressão AnsieDADe e stresse - Universidade de Coimbra

Depressão AnsieDADe e stresse - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

54<br />

parte i - fUnDamentaçãO teórica<br />

culos, glândulas, hormonas, sistema imunitário, coração, sangue e pulmões. os sistemas principais do corpo<br />

trabalham para prover ao indivíduo uma ferramenta a ser utilizada na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luta que provê energia,<br />

oxigénio, força muscular, resistência à dor, acuida<strong>de</strong> sensorial e uma <strong>de</strong>fesa temporária contra a infecção.<br />

a função principal da resposta <strong>de</strong> luta ou fuga tem a função <strong>de</strong> assegurar a segurança e a sobrevivência. É um<br />

sistema po<strong>de</strong>roso, uma resiliência dinâmica que aguça a atenção e mobiliza o corpo para lidar com situações<br />

ameaçadoras voltando, após a situação stressante, à estabilida<strong>de</strong> sem efeitos adversos. só quando este sistema<br />

é subjugado ou é corrompido é que a resposta ao <strong>stresse</strong> causa doença. seguramente que a última coisa<br />

que as pessoas necessitam em situações adversas é <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver doenças a nível físico ou mental. a resposta<br />

<strong>de</strong> <strong>stresse</strong> não é a <strong>de</strong> causar doença (mcEwen, 2002) e para o ser humano a ameaça existe somente quando<br />

o ambiente começa a mudar para além da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação (lovallo, 1997).<br />

além dos fenómenos psíquicos, a síndroma <strong>de</strong> <strong>stresse</strong> tem um componente somático, induzido pela produção<br />

aumentada <strong>de</strong> corticotrofina, activação do eixo hipotálamo-hipófise-suprarenal (HHa), e mudanças<br />

no sistema monoaminérgico central, no sistema nervoso autónomo e no sistema imunológico (praag, Kloet<br />

& os, 2004).<br />

o hipotálamo recebe as informações acerca do estado do organismo, tais como, estado da oxigenação,<br />

pH, níveis <strong>de</strong> glicemia e temperatura e mantém a homeostase21 através do sistema nervoso autónomo (simpático<br />

e parassimpático) e endócrino (lovallo, 1997; mcEwen, 2002; berntson & Cacioppo, 2000).<br />

os sistemas alostáticos ajudam a manter o corpo estável sendo eles próprios capazes <strong>de</strong> mudar. a aloestase<br />

é produzida por um rápido, intricado e organizado sistema <strong>de</strong> comunicação entre o cérebro que<br />

percebe a situação ameaçadora, o sistema endócrino e o sistema imune para <strong>de</strong>fesa interna. a aloestase é<br />

reconhecida como a resposta <strong>de</strong> luta ou fuga porque, levada ao extremo, prepara o organismo para essas<br />

duas eventua lida<strong>de</strong>s. o objectivo principal é adquirir o máximo <strong>de</strong> energia nas partes necessárias do corpo<br />

para respon<strong>de</strong>r à ameaça. a aloestase não tem só como função manter a estabilida<strong>de</strong> do organismo em situações<br />

<strong>de</strong> ameaça, mas também noutras situações em que é necessária uma resposta, como levantar-se <strong>de</strong><br />

manhã. a mente humana é <strong>de</strong> tal forma po<strong>de</strong>rosa e as relações entre a percepção da ameaça e as respostas<br />

fisiológicas tão fortes que o indivíduo po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma resposta <strong>de</strong> luta ou fuga, só pelo facto <strong>de</strong> se<br />

imaginar perante uma situação ameaçadora (mcEwen, 2000; mcEwen, 2002).<br />

É reconhecido que factores psicológicos, como agentes stressores, são capazes <strong>de</strong> induzir alterações<br />

comportamentais e fisiológicas significativas22 . a libertação <strong>de</strong> glicocor ticoi<strong>de</strong>s pelas glândulas supra-renais,<br />

21 a homeostase é frequentemente <strong>de</strong>scrita como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um organismo para se manter internamente estável. tem<br />

origem no grego homeo, que quer dizer o mesmo, e stasis, que significa estável, ou ficando estável. alostase vem do grego allo<br />

que quer dizer variável mais stasis. o termo alostase ou “estabilida<strong>de</strong> para a mudança” que é uma componente essencial para a<br />

manutenção da homeostasia foi referido por sterling e Eyer nos anos <strong>de</strong> 1980 para explicar os métodos rápidos e eficientes do corpo<br />

para lidar com perigo. o conceito <strong>de</strong> homeostase teve particular proeminência na psicopatologia e na medicina comportamental<br />

relativamente ao reputado papel do processo homeostático na regulação dos sistemas autónomo e neuroendócrino (berntson &<br />

Cacioppo, 2000; mcEwen, 2002).<br />

22 men<strong>de</strong>s (2002) referindo-se a labrador (1995) aponta que o <strong>stresse</strong> correspon<strong>de</strong> a respostas físicas ou quimicamente mensuráveis,<br />

produzidas pela activação <strong>de</strong> três eixos. o eixo neuronal que é o primeiro a ser estimulado perante uma situação <strong>de</strong> <strong>stresse</strong><br />

sendo uma resposta imediata e curta que provoca alteração do sistema nervoso simpático e tem por finalida<strong>de</strong> preparar o organismo<br />

Obra protegida por direitos <strong>de</strong> autor

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!