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Depressão AnsieDADe e stresse - Universidade de Coimbra

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introDuÇ ão<br />

os doentes mentais, em contexto hospitalar, experienciam a sua condição num contexto existencial com-<br />

plexo relacionado com os sintomas que resultam da situação <strong>de</strong> doença e do internamento em si mesmo.<br />

a doença mental compromete, entre outras, a autonomia, a competência, a auto-realização, a auto-<br />

-actualização e o potencial intelectual e emocional. aprisiona e limita o <strong>de</strong>senvolvimento do projecto pes-<br />

soal fazendo per<strong>de</strong>r o sentido <strong>de</strong> vida, sendo, por isso, responsável pelo elevado sofrimento e <strong>de</strong>sconforto<br />

sentidos pelo doente mental.<br />

apesar <strong>de</strong> diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cuidados comunitários se terem <strong>de</strong>senvolvido, <strong>de</strong>vido à gravida<strong>de</strong><br />

da doença e dos seus sintomas, é necessária, muitas vezes, intervenção especializada ao nível hospitalar,<br />

levando o doente e a família a suportar e a escolher esta opção como uma oportunida<strong>de</strong> para a reconstrução<br />

pessoal. o interna mento, apesar <strong>de</strong> ser necessário para o restabelecimento da saú<strong>de</strong>, provi<strong>de</strong>nciando<br />

suporte técnico, ambiente controlado e seguro, po<strong>de</strong> também ser responsável pela separação da pessoa do<br />

seu contexto e das suas circunstâncias gerando, a par com a doença, sofrimento e <strong>de</strong>sconforto.<br />

no contexto psiquiátrico em portugal, embora as intervenções nas últimas décadas se tenham centrado<br />

numa abordagem biológica da doença têm vindo a ser <strong>de</strong>senvolvidas outras em complementarida<strong>de</strong> com a<br />

terapia farmacológica das quais se <strong>de</strong>staca o imaginário conduzido (i.C.) 1 .<br />

a literatura realça diversos estudos a propósito do efeito do i.C. e das imagens mentais positivas na diminuição<br />

dos níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, <strong>stresse</strong> e <strong>de</strong>pressão (Jarvinen & gold, 1981; sapp 1994; mcKinney et al.,<br />

1997a; suk & Yoon, 2001; sloman, 2002; Campbell-gillies, 2004).<br />

achterberg, dossey & Kolkmeier (1994) e rossman (2000) referem que este tipo <strong>de</strong> intervenção tem<br />

efeitos confortantes nos indivíduos com aquele tipo <strong>de</strong> perturbações, sem contudo revelarem resultados <strong>de</strong><br />

estudos que o evi<strong>de</strong>nciem.<br />

por seu lado, Kolcaba (1997) avaliou os resultados da implementação <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> i.C. em doentes<br />

com cancro da mama, mas em relação ao contexto psiquiátrico não há qualquer estudo <strong>de</strong>senvolvido<br />

sobre o efeito <strong>de</strong>sta intervenção.<br />

assim, porque não há estudos <strong>de</strong>senvolvidos sobre este tipo <strong>de</strong> intervenção em contexto psiquiátrico, bem<br />

como instrumentos que permitam avaliar os resultados das intervenções <strong>de</strong> enfermagem, <strong>de</strong>cidimos estudar “o<br />

imaginário Conduzido no Conforto <strong>de</strong> doentes em Contexto psiquiátrico” a fim <strong>de</strong> avaliar o efeito <strong>de</strong> um programa<br />

<strong>de</strong> i.C. no conforto <strong>de</strong>stes doentes, tendo como base teórica, entre outros, o mo<strong>de</strong>lo do conforto <strong>de</strong> Kolcaba.<br />

a metodologia seguida para concretizar este estudo teve subjacente uma pesquisa sobre o conforto, i.C.,<br />

<strong>de</strong>pressão, ansieda<strong>de</strong> e <strong>stresse</strong>, em bases <strong>de</strong> dados e índices bibliográficos, nacionais e internacionais, da<br />

área da saú<strong>de</strong> e das ciências sociais e humanas.<br />

1 no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste trabalho, iremos utilizar a expressão imaginário conduzido (i.C.) com o mesmo sentido da expressão inglesa<br />

“Gui<strong>de</strong>d imagery”. no entanto, utilizaremos quando necessário o termo em inglês “Imagery”, <strong>de</strong> forma a não <strong>de</strong>svirtuar o sentido<br />

atribuído pelos vários autores. (os argumentos que sustentam esta opção serão <strong>de</strong>scritos mais adiante na parte i, Capítulo iii <strong>de</strong>sta<br />

obra).<br />

Obra protegida por direitos <strong>de</strong> autor

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