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sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA:<br />

PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E<br />

DIMENSIONAMENTO<br />

Milene Silva <strong>de</strong> Jesus Palhinha<br />

Dissertação para a obtenção do Grau <strong>de</strong> Mestre <strong>em</strong>:<br />

Arquitectura<br />

JÚRI<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Prof. Dra. Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua (IST)<br />

Orientador: Prof. Dra. Maria Luísa <strong>de</strong> Oliveira Gama Caldas (FAUTL)<br />

Co-Orientador: Prof. Dr. António Heleno D. Moret Rodrigues (IST)<br />

Vogal: Prof. Dr. Manuel <strong>de</strong> Arriaga Brito Correia Gue<strong>de</strong>s (IST)<br />

Abril 2009


AGRADECIMENTOS:<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

A autora gostaria <strong>de</strong> expressar o seu agra<strong>de</strong>cimento a todos aqueles que contribuíram <strong>de</strong> natureza diversa<br />

para a concretização <strong>de</strong>ste estudo:<br />

À Professora Doutora Luísa Caldas, orientadora do estudo, pela motivação, disponibilida<strong>de</strong> e preciosas<br />

críticas e sugestões, feitas durante o <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho, encaminhando o t<strong>em</strong>a tratado nesta<br />

dissertação.<br />

Ao Professor Dr. Moret Rodrigues, co-orientador do estudo pela amabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter aceite o convite.<br />

À Arquitecta Ana Tomé pela amabilida<strong>de</strong> e aconselhamento, apesar <strong>de</strong> pontual, para a execução dos<br />

mo<strong>de</strong>los físicos.<br />

Ao Laboratório <strong>de</strong> Arquitectura Bioclimática do IST, pela cedência <strong>de</strong> utilização do equipamento para a<br />

realização do estudo lumínico.<br />

Ao amigo José Gama pela colaboração fotográfica.<br />

À amiga Sara Santos pela colaboração nas medições lumínicas.<br />

Aos atenciosos inquiridos, que s<strong>em</strong> os quais não haveria a avaliação subjectiva dos mo<strong>de</strong>los <strong>em</strong> estudo.<br />

A todos os amigos pelas inúmeras trocas <strong>de</strong> impressões, comentários ao trabalho e pela muita paciência e<br />

amiza<strong>de</strong>.<br />

Aos familiares pela compreensão, estímulo e apoio incondicional <strong>em</strong> todos os momentos.<br />

1


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Resumo<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA:<br />

PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Milene Silva <strong>de</strong> Jesus Palhinha<br />

Mestrado Integrado <strong>em</strong> Arquitectura<br />

Orientadora: Prof. Dra. Maria Luísa <strong>de</strong> Oliveira Gama Caldas (FAUTL)<br />

Co-Orientador: Prof. Dr. António Heleno Domingues Moret Rodrigues (IST)<br />

Resumo<br />

A <strong>arquitectura</strong> bioclimática é a resposta ao fenómeno do aquecimento global e à crise energética<br />

internacional. Uma das estratégias principais da concepção bioclimática consiste na protecção do edifício<br />

contra ganhos solares excessivos, diminuindo o consumo energético e simultaneamente permitir<br />

a<strong>de</strong>quados níveis <strong>de</strong> iluminação natural, mitigando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação artificial. Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> são o el<strong>em</strong>ento prepon<strong>de</strong>rante no processo <strong>de</strong> concepção das fachadas <strong>de</strong> um edifício, no<br />

seu papel no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho energético e na procura <strong>de</strong> um espaço interior com o máximo <strong>de</strong> conforto e<br />

luminosida<strong>de</strong> que responda às preocupações ambientais e exigências arquitectónicas. Adicionalmente, os<br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> têm ainda um papel fundamental na caracterização e <strong>de</strong>finição da <strong>arquitectura</strong><br />

do edifício. Conceber e dimensionar um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> <strong>arquitectura</strong> requer igual atenção<br />

aos aspectos funcionais e aos aspectos estéticos.<br />

A presente dissertação aborda a dicotomia sombra e luz, iniciado pela revisão dos princípios <strong>de</strong> concepção<br />

e <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e seguido <strong>de</strong> um levantamento dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> actualmente<br />

existentes no mercado e suas características. Analisam-se também alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> concebidos ou adaptados por arquitectos. Finalmente, é proposto um método <strong>de</strong><br />

concepção <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, que resulte num equilíbrio entre a optimização do<br />

<strong>sombreamento</strong> e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação natural, partindo das características climáticas do local e das<br />

intenções arquitectónicas do projecto. Os mo<strong>de</strong>los propostos são testados por meio <strong>de</strong> maquetas físicas,<br />

<strong>em</strong> termos <strong>de</strong> geometria solar, níveis <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> e por um inquérito efectuado a estudantes <strong>de</strong><br />

<strong>arquitectura</strong>.<br />

Palavras-Chave<br />

Arquitectura Bioclimática<br />

Fachadas<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Iluminação<br />

2


INDICE GERAL<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Índice Geral<br />

INTRODUÇÂO ................................................................................................................................................................................. 9<br />

Enquadramento ........................................................................................................................................................................... 9<br />

Objectivos .................................................................................................................................................................................. 13<br />

Metodologia ............................................................................................................................................................................... 13<br />

Estrutura da tese ....................................................................................................................................................................... 14<br />

1. PRINCÍPIOS TÉCNICOS E ESTRATÉGIAS DE DESENHO .................................................................................................. 16<br />

1.1. Pressupostos ...................................................................................................................................................................... 16<br />

1.1.1. Eficiência Energética .................................................................................................................................................. 16<br />

1.1.2. Conforto ...................................................................................................................................................................... 17<br />

1.2. Princípios Solares ............................................................................................................................................................... 19<br />

1.2.1. Geometria Solar ......................................................................................................................................................... 20<br />

1.2.2. Radiação Solar ........................................................................................................................................................... 25<br />

1.2.3. Sombreamento e Iluminação ...................................................................................................................................... 29<br />

1.3. Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento como Estratégia da Construção Bioclimática ...................................................................... 32<br />

1.3.1 Como Estratégia Passiva ............................................................................................................................................ 33<br />

1.3.2 Como Estratégia Activa ............................................................................................................................................... 37<br />

2. EVOLUÇÃO E LEVANTAMENTO DE SISTEMAS DE SOMBREAMENTO ............................................................................ 39<br />

2.1. Evolução das técnicas <strong>de</strong> fachadas e <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> ............................................................................. 39<br />

2.2. Classificação dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento ................................................................................................................. 43<br />

2.2.1. Exteriores ou Interiores .............................................................................................................................................. 43<br />

2.2.2. Fixos ou Móveis .......................................................................................................................................................... 44<br />

2.2.3. Sist<strong>em</strong>as avançados <strong>de</strong> controlo solar ....................................................................................................................... 44<br />

2.3. Levantamento dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento <strong>de</strong> Mercado ........................................................................................... 45<br />

2.3.1. Palas Horizontais e Verticais ...................................................................................................................................... 45<br />

2.3.2. Lamelas ou Brise-Soleils ............................................................................................................................................ 47<br />

2.3.3. Malhas Metálicas ........................................................................................................................................................ 49<br />

2.3.4. Portadas ..................................................................................................................................................................... 49<br />

2.3.5. Venezianas ................................................................................................................................................................. 50<br />

2.3.6. Estores <strong>de</strong> Bandas Horizontais .................................................................................................................................. 51<br />

2.3.7. Telas <strong>de</strong> Rolo ou Estores verticais ............................................................................................................................. 51<br />

2.3.8. Cortinas ...................................................................................................................................................................... 52<br />

3


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Índice Geral<br />

2.3.9. Toldos ......................................................................................................................................................................... 53<br />

2.3.10. Vidros avançados <strong>de</strong> controlo solar ......................................................................................................................... 53<br />

2.4. Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> criações e adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por Arquitectos ..................................................... 54<br />

2.4.1. Edifício <strong>de</strong> Habitação na Rue <strong>de</strong>s Suisses, Paris, França (1996-2000) .................................................................... 55<br />

2.4.2. Centro Comercial Fünf Höfe, Munique, Al<strong>em</strong>anha (1999-2003) ................................................................................ 56<br />

2.4.3. Laboratórios <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica, Biberach, Al<strong>em</strong>anha (2000-2003) ............................................................. 58<br />

2.4.4. Edifício extensão da Nikolai School, Leipzig, Al<strong>em</strong>anha (2000-2003) ....................................................................... 60<br />

2.4.5. Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen, Al<strong>em</strong>anha (2003) ............................................................................................. 61<br />

2.4.6. Edifício <strong>de</strong> Habitação Social Carabanchel 16, Madrid, Espanha (2006-2007) .......................................................... 63<br />

3. ESTUDO DE UM MÉTODO DE PROJECTO PARA UM SISTEMA DE SOMBREAMENTO .................................................. 65<br />

3.1. Definição do conceito, objectivos e estratégia ................................................................................................................... 65<br />

3.1.1. Conceito ..................................................................................................................................................................... 65<br />

3.1.2. Objectivos ................................................................................................................................................................... 65<br />

3.1.3. Estratégia ................................................................................................................................................................... 66<br />

3.2. Método para Optimização do Sombreamento .................................................................................................................... 66<br />

3.2.1. Caracterização local ................................................................................................................................................... 66<br />

3.2.2. Desenho e composição do vão .................................................................................................................................. 68<br />

3.2.3. Dimensionamento dos el<strong>em</strong>entos .............................................................................................................................. 68<br />

3.2.4. Definição <strong>de</strong> princípios através da Geometria Solar .................................................................................................. 70<br />

3.3. Estudo dos Níveis <strong>de</strong> Iluminação Natural .......................................................................................................................... 78<br />

3.3.1. Elaboração do Mo<strong>de</strong>lo Físico ..................................................................................................................................... 78<br />

3.3.2. Caracterização das Soluções ..................................................................................................................................... 80<br />

3.3.3. Análise Quantitativa .................................................................................................................................................... 83<br />

3.3.4. Análise Qualitativa ...................................................................................................................................................... 90<br />

CONCLUSÕES .............................................................................................................................................................................. 98<br />

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 101<br />

ANEXOS ....................................................................................................................................................................................... 106<br />

4


INDICE DE FIGURAS<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Índice <strong>de</strong> Figuras<br />

Figura 1 – Coor<strong>de</strong>nadas Astronómicas: Latitu<strong>de</strong> e Longitu<strong>de</strong> ....................................................................................................... 21<br />

Figura 2 – Estações do ano: Solstícios e Equinócios .................................................................................................................... 22<br />

Figura 3 – Simulador Solar ............................................................................................................................................................. 23<br />

Figura 4 – Relógio <strong>de</strong> Sol plano: latitu<strong>de</strong> 40ºN, 10h, Equinócios ................................................................................................... 23<br />

Figura 5 – Projecção estereográfica da Trajectória Solar .............................................................................................................. 24<br />

Figura 6 – Posição relativa do Sol .................................................................................................................................................. 25<br />

Figura 7 – Radiação Solar Directa e Difusa ................................................................................................................................... 26<br />

Figura 8 – Fenómenos <strong>de</strong> trocas térmicas: Reflexão, Absorção e Transmissão ........................................................................... 27<br />

Figura 9 – Factor Solar ................................................................................................................................................................... 30<br />

Figura 10 – Iluminância .................................................................................................................................................................. 31<br />

Figura 11 – Luminância .................................................................................................................................................................. 31<br />

Figura 12 – Resposta à orientação ................................................................................................................................................ 34<br />

Figura 13 – Incidência solar sobre pala horizontal ......................................................................................................................... 46<br />

Figura 14 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência do <strong>sombreamento</strong> nas palas horizontais ............................................................................... 46<br />

Figura 15 – Diagrama do impacto <strong>de</strong> luz natural no espaço sobre pala horizontal ....................................................................... 46<br />

Figura 16 – Incidência solar sobre pala vertical ............................................................................................................................. 46<br />

Figura 17 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência do <strong>sombreamento</strong> nas palas verticais ................................................................................... 46<br />

Figura 18 – Incidência solar sobre Brise-Soleils ............................................................................................................................ 48<br />

Figura 19 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência <strong>de</strong> lamelas horizontais ........................................................................................................... 48<br />

Figura 20 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência <strong>de</strong> lamelas verticais ............................................................................................................... 48<br />

Figura 21 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência das malhas metálicas: malha pouco <strong>de</strong>nsa ........................................................................... 49<br />

Figura 22 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência das malhas metálicas: malha muito <strong>de</strong>nsa ............................................................................ 49<br />

Figura 23 – Incidência solar sobre venezianas interiores .............................................................................................................. 50<br />

Figura 24 – Incidência solar sobre venezianas exteriores ............................................................................................................. 50<br />

Figura 25 – Variantes do sist<strong>em</strong>a Tela <strong>de</strong> Rolo: Corrente, Mola, Manivela, Motorizado ............................................................... 51<br />

Figura 26 – Incidência solar sobre a tela, quando no exterior (à esquerda) ou no interior (à direita) ............................................ 52<br />

Figura 27 – Incidência solar sobre os toldos .................................................................................................................................. 53<br />

Figura 28 – Esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> inter-camadas <strong>em</strong> vidros duplos .......................................................................................................... 53<br />

Figura 29 – Fachada do Edifício na Rue <strong>de</strong>s Suisses ................................................................................................................... 55<br />

Figura 30 – Detalhe Vertical <strong>de</strong> Fachada (Fig.29) ......................................................................................................................... 55<br />

Figura 31 – Fachada do Centro Comercial Fünf Höfe ................................................................................................................... 56<br />

Figura 32 – Detalhe Horizontal <strong>de</strong> Fachada (Fig.31) ..................................................................................................................... 56<br />

Figura 33 – Fachada do Edifício Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica ...................................................................................... 58<br />

Figura 34 – Detalhe Horizontal da Fachada (Fig.33) ..................................................................................................................... 58<br />

Figura 35 – Fachada do Edif. Extensão da Nikolai School ............................................................................................................ 60<br />

5


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Índice <strong>de</strong> Figuras<br />

Figura 36 – Detalhes Verticais do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada (Fig.35) quando fechado e quando aberto .............................................. 60<br />

Figura 37 – Fachada do Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen ....................................................................................................... 61<br />

Figura 38 – Detalhe Vertical <strong>de</strong> Fachada (Fig.37) ......................................................................................................................... 61<br />

Figura 39 – Fachada do Edifício <strong>de</strong> Habitação Social <strong>em</strong> Carabanchel ........................................................................................ 63<br />

Figura 40 – Detalhe interior da Fachada (Fig.39) .......................................................................................................................... 63<br />

Figura 41 – Solução Comum à esquerda e Solução Base à direita ............................................................................................... 68<br />

Figura 42 – Programa computacional SunTool .............................................................................................................................. 69<br />

Figura 43 – Mo<strong>de</strong>lo Base ............................................................................................................................................................... 69<br />

Figura 44 – Tipos <strong>de</strong> céu: Céu Limpo, Céu Parcialmente Encoberto, Céu Encoberto e Céu Uniforme ........................................ 78<br />

Figura 45 – Dimensionamento do mo<strong>de</strong>lo ..................................................................................................................................... 79<br />

Figura 46 – Maqueta ...................................................................................................................................................................... 79<br />

Figura 47 – Mo<strong>de</strong>los a elaborar para estudo da Iluminação .......................................................................................................... 80<br />

Figura 48 – Mo<strong>de</strong>lo com Vão Aberto (s<strong>em</strong> <strong>sombreamento</strong>) .......................................................................................................... 80<br />

Figura 49 – Mo<strong>de</strong>lo Comum ........................................................................................................................................................... 80<br />

Figura 50 – Mo<strong>de</strong>lo Base ............................................................................................................................................................... 80<br />

Figura 51 – Mo<strong>de</strong>lo A ..................................................................................................................................................................... 80<br />

Figura 52 – Mo<strong>de</strong>lo A1 ................................................................................................................................................................... 81<br />

Figura 53 – Mo<strong>de</strong>lo A2 ................................................................................................................................................................... 81<br />

Figura 54 – Mo<strong>de</strong>lo A3 ................................................................................................................................................................... 81<br />

Figura 55 – Mo<strong>de</strong>lo A4 ................................................................................................................................................................... 81<br />

Figura 56 - Luxímetro ..................................................................................................................................................................... 81<br />

Figura 57 – Material Real: Acabamento a branco .......................................................................................................................... 82<br />

Figura 58 – Material 1: P.V.C. ........................................................................................................................................................ 82<br />

Figura 59 – Material Real: Ma<strong>de</strong>ira ................................................................................................................................................ 82<br />

Figura 60 – Material 2: Balsa envernizada ..................................................................................................................................... 82<br />

Figura 61 – Material Real: Ripado Ma<strong>de</strong>ira .................................................................................................................................... 82<br />

Figura 62 – Material 3: Ripado balsa envernizado ......................................................................................................................... 82<br />

Figura 63 – Material Real: Re<strong>de</strong> Metálica ...................................................................................................................................... 83<br />

Figura 64 – Material 4: Re<strong>de</strong> <strong>em</strong> Alumínio c/ perfuração <strong>de</strong> 1mm ................................................................................................. 83<br />

Figura 65 – Padrão do material metálico <strong>em</strong> tamanho real ........................................................................................................... 83<br />

Figura 66 – Grelha <strong>de</strong> Pontos ........................................................................................................................................................ 84<br />

Figura 67 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para Mo<strong>de</strong>lo Vão Aberto ................................................................................................. 84<br />

Figura 68 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o Mo<strong>de</strong>lo Comum .................................................................................................... 85<br />

Figura 69 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o Mo<strong>de</strong>lo Base ........................................................................................................ 86<br />

Figura 70 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o Mo<strong>de</strong>lo A1 ............................................................................................................ 86<br />

Figura 71 – Corte do mo<strong>de</strong>lo com gráfico do Factor Luz-Dia para os Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Vão Aberto, Comum, Base e A1 ................... 87<br />

Figura 72 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o Mo<strong>de</strong>lo A2 ............................................................................................................ 87<br />

6


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Índice <strong>de</strong> Figuras<br />

Figura 73 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o Mo<strong>de</strong>lo A3 ............................................................................................................ 88<br />

Figura 74 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o Mo<strong>de</strong>lo A4 ............................................................................................................ 89<br />

Figura 75 – Corte do mo<strong>de</strong>lo com gráfico do Factor Luz-Dia para os Mo<strong>de</strong>los A1, A2, A3 e A4 .................................................. 89<br />

Figura 76 - Corte do mo<strong>de</strong>lo com gráfico do Factor Luz-Dia para os Mo<strong>de</strong>los <strong>em</strong> estudo ............................................................ 90<br />

Figura 77 – Sundial, relógio <strong>de</strong> Sol ................................................................................................................................................ 90<br />

Figura 78 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (21/06, 15h00) .................................................................................................................................. 91<br />

Figura 79 – Mo<strong>de</strong>lo Base (21/06, 15h00) ....................................................................................................................................... 91<br />

Figura 80 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (21/06, 15h00) ........................................................................................................................................... 91<br />

Figura 81 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (22/12, 15h00) .................................................................................................................................. 92<br />

Figura 82 – Mo<strong>de</strong>lo Base (22/12 -15h00) ....................................................................................................................................... 92<br />

Figura 83 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (22/12 -15h00) .......................................................................................................................................... 92<br />

Figura 84 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (21/06 -12h30) .................................................................................................................................. 92<br />

Figura 85 – Mo<strong>de</strong>lo Base (21/06 -12h30) ....................................................................................................................................... 92<br />

Figura 86 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (21/06 -12h30) .......................................................................................................................................... 92<br />

Figura 87 – Mo<strong>de</strong>lo A2 (21/06 -12h30) .......................................................................................................................................... 93<br />

Figura 88 – Mo<strong>de</strong>lo A3 (21/06 -12h30) .......................................................................................................................................... 93<br />

Figura 89 – Mo<strong>de</strong>lo A4 (21/06 -12h30) .......................................................................................................................................... 93<br />

Figura 90 – Mo<strong>de</strong>lo A4 (15/09 -10h00) .......................................................................................................................................... 93<br />

Figura 91 – Mo<strong>de</strong>lo A3 (15/09 -10h00) .......................................................................................................................................... 93<br />

Figura 92 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (22/12 -12h30) .................................................................................................................................. 94<br />

Figura 93 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (22/12 -12h30) .......................................................................................................................................... 94<br />

Figura 94 – Mo<strong>de</strong>lo A4 (22/12 -12h30) .......................................................................................................................................... 94<br />

7


INDICE DE TABELAS<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Índice <strong>de</strong> Tabelas<br />

Tabela 1 – Reflectância do Material 1 ............................................................................................................................................ 82<br />

Tabela 2 – Reflectância do Material 2 ............................................................................................................................................ 82<br />

Tabela 3 – Reflectância do Material 3 ............................................................................................................................................ 82<br />

Tabela 4 – Reflectância do Material 4 ............................................................................................................................................ 83<br />

Tabela 5 – Factor Luz-Dia para Vão Aberto ................................................................................................................................... 84<br />

Tabela 6 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo Comum ........................................................................................................................... 85<br />

Tabela 7 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo Base ................................................................................................................................ 86<br />

Tabela 8 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A1 ................................................................................................................................... 86<br />

Tabela 9 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A2 ................................................................................................................................... 87<br />

Tabela 10 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A3 ................................................................................................................................. 88<br />

Tabela 11 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A4 ................................................................................................................................. 89<br />

Tabela 12 – Resultados do inquérito <strong>em</strong> relação aos El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> Sombreamento ................................................................... 96<br />

Tabela 13 – Resultados do inquérito <strong>em</strong> relação ao Ambiente Interior ......................................................................................... 97<br />

Tabela 14 - Resultados do inquérito <strong>em</strong> relação à Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Preferência dos Mo<strong>de</strong>los ............................................................... 97<br />

8


INTRODUÇÂO<br />

Enquadramento<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

“Es necessário apren<strong>de</strong>r a ver la <strong>arquitectura</strong> no solo como los muros, las fachadas o la cubierta, sino<br />

también como el espacio vital que fluye através <strong>de</strong> ellos y a su alre<strong>de</strong>dor (…) <strong>de</strong>ve ser saludable y<br />

agradable al clima y sintetizar la experiencia construtiva <strong>de</strong> las generaciones que nos precedieron.” 1<br />

A <strong>arquitectura</strong> bioclimática surge hoje como uma opção fundamental na resposta tanto nas questões <strong>de</strong><br />

aquecimento global como da crise energética internacional. Uma das estratégias principais da concepção<br />

bioclimática passa pela a<strong>de</strong>quada protecção do edifício contra os ganhos solares excessivos, diminuindo o<br />

consumo energético para arrefecimento, e simultaneamente permitindo elevados níveis <strong>de</strong> iluminação<br />

natural, mitigando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação artificial. Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> surg<strong>em</strong> como um<br />

el<strong>em</strong>ento prepon<strong>de</strong>rante no processo <strong>de</strong> concepção das fachadas <strong>de</strong> um edifício, quer pelo seu papel no<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho energético, quer na procura <strong>de</strong> um espaço interior com o máximo <strong>de</strong> conforto e luminosida<strong>de</strong>.<br />

Adicionalmente os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> po<strong>de</strong>m ter um papel fundamental na caracterização e<br />

<strong>de</strong>finição da imag<strong>em</strong> exterior da <strong>arquitectura</strong> do edifício, pela sua forma, geometria e materialida<strong>de</strong><br />

As fachadas <strong>de</strong> um edifício representam o seu interface com o ambiente exterior, o sol, a luz e o ar. Este<br />

el<strong>em</strong>ento, que estabelece a relação entre o sist<strong>em</strong>a exterior e interior do edificado, necessita <strong>de</strong> se adaptar<br />

às diferentes características dos espaços nas diferentes fases do dia e do ano. 2 Estas questões são o<br />

reflexo <strong>de</strong> preocupações directas na <strong>arquitectura</strong> e no ambiente urbano que a contextualiza, potenciado<br />

pela contínua evolução tecnológica e pela crescente preocupação com os recursos ambientais.<br />

Nos dias <strong>de</strong> hoje está presente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um edificado transmitir essas preocupações, <strong>de</strong>vido às<br />

proporções elevadas que a crise energética global assume, associada ao uso <strong>de</strong> recursos energéticos não<br />

renováveis (petróleo ou carvão) e sendo a responsável por sérios danos ambientais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a poluição<br />

atmosférica, a <strong>de</strong>struição da camada <strong>de</strong> ozono, o aquecimento global, a perda do habitat da vida<br />

selvag<strong>em</strong>, a <strong>de</strong>sertificação e os abates <strong>de</strong> florestas que <strong>de</strong>stro<strong>em</strong> os recursos naturais.<br />

As crises energéticas ating<strong>em</strong> o mundo industrializado, a razão que leva à procura da racionalização do<br />

seu uso e que leva os governos a procurar fontes <strong>de</strong> energia seguras para reduzir a <strong>de</strong>pendência do<br />

combustível importado, motivado não só pelas preocupações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m económica, como pela<br />

consequente focag<strong>em</strong> dos probl<strong>em</strong>as ecológicos.<br />

Esta mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do meio ambiente, leva ao estudo <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho passivo<br />

nos países industrializados do norte da Europa e EUA, que resultam <strong>em</strong> adaptações das “boas práticas”<br />

utilizadas nas construções vernaculares, para exigências da época cont<strong>em</strong>porânea. É uma atitu<strong>de</strong> radical<br />

que se reverte na consequente transformação da <strong>arquitectura</strong> que procura agora padrões mais exigentes<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senho do planeamento urbano até ao pormenor do <strong>de</strong>senho do edificado. Estes <strong>de</strong>senhos são a<br />

consequência da complexa relação <strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pendência entre as condições climáticas, económicas,<br />

1 VIQUEIRA, Manuel Rodríguez entre outros (2001) – Introducción à la Arquitectura Bioclimática, México: Limusa, p.10<br />

2 Tony Fitzpatrick e Ove Arup & Partners cit. por YEANG, Ken (1996) – “The Skyscraper bioclimatically consi<strong>de</strong>red. A <strong>de</strong>sign primer” in External<br />

wall and cladding, Wiley-Aca<strong>de</strong>my, Malaysia, p. 153<br />

9


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

sociais, políticas, estratégicas, estéticas, técnicas e regulamentares, com o objectivo <strong>de</strong> adquirir um<br />

<strong>de</strong>senho energeticamente eficiente, mais económico a longo prazo e com maior qualida<strong>de</strong> arquitectónica.<br />

No âmbito das estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho é protagonista o papel dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, pois são<br />

estes muitas vezes os responsáveis tanto pela imag<strong>em</strong> da fachada – vertente estética – como o<br />

funcionamento e <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong>sta – vertente funcional.<br />

Baseada na experiência e no respeito pelo ambiente, estas questões <strong>de</strong>terminam o âmbito <strong>de</strong> estudo, a<br />

Arquitectura Bioclimática, traduzida no <strong>de</strong>ver do arquitecto <strong>em</strong> criar um projecto esteticamente b<strong>em</strong><br />

conseguido e integrado com a envolvente urbanística e o meio ambiente.<br />

Arquitectura Bioclimática<br />

A <strong>de</strong>finição clássica <strong>de</strong> Arquitectura é baseada na tría<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitruvius: utilitas, fermitas, venustas, que po<strong>de</strong><br />

ser traduzida para função, estrutura, beleza. 3 Recent<strong>em</strong>ente, as preocupações ambientais no âmbito da<br />

construção adicionam a estes princípios as questões bioclimáticas, <strong>de</strong>finindo-se o conceito <strong>de</strong> Arquitectura<br />

Bioclimática. Consiste no <strong>de</strong>senho dos edifícios tendo <strong>em</strong> conta a análise do contexto climático local,<br />

aproveitando os recursos naturais disponíveis (sol, vegetação, vento, água) do local <strong>em</strong> que se insere, com<br />

o objectivo <strong>de</strong> diminuir os impactes ambientais através da redução dos consumos <strong>de</strong> energia e a procura<br />

<strong>de</strong> optimizar as condições <strong>de</strong> conforto interior do edificado através <strong>de</strong> estratégias do <strong>de</strong>sign solar 4 , s<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>scuidar dos princípios inerentes a Arquitectura.<br />

Neste âmbito a Arquitectura Bioclimática encara-se como um conjunto <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s multidisciplinares no<br />

processo do projecto na procura <strong>de</strong> organizar e racionalizar não só o espaço mas também os recursos<br />

utilizados, <strong>de</strong> modo a formar um edificado energeticamente eficiente e confortável, no contexto do conceito<br />

da sustentabilida<strong>de</strong> – "suprir as necessida<strong>de</strong>s da geração presente s<strong>em</strong> afectar a habilida<strong>de</strong> das gerações<br />

futuras <strong>de</strong> suprir as suas" 5 . A multidisciplinarida<strong>de</strong> associada à Arquitectura Bioclimática traz um conjunto<br />

<strong>de</strong> variáveis que procuram torná-la eficaz – a localização, a orientação, as condições climáticas.<br />

A importância crescente da área da Arquitectura Bioclimática passa por perceber que a <strong>arquitectura</strong> não<br />

<strong>de</strong>ve apenas respon<strong>de</strong>r à moda estética, s<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar os aspectos mais lógicos e simples que permit<strong>em</strong><br />

aproveitar um espaço <strong>de</strong> forma mais natural. Estas questões são abordadas na fase <strong>de</strong> pré-concepção do<br />

edificado, pois o seu papel el<strong>em</strong>entar passa por encerrar o espaço criando ambientes internos a<strong>de</strong>quados<br />

ao mesmo t<strong>em</strong>po que <strong>de</strong>ve gerar um ambiente externo confortável.<br />

O ambiente exterior influencia directamente as condições resultantes no espaço interno a nível das<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aquecimento, arrefecimento e iluminação e por isso a sua concepção <strong>de</strong>ve tirar o máximo<br />

<strong>de</strong> partido das condições climáticas envolventes, respeitando as condições <strong>de</strong> conforto dos ocupantes. O<br />

objectivo traduz-se na exigência da redução posterior <strong>de</strong> custos supl<strong>em</strong>entares significativos <strong>de</strong>vido ao<br />

3 FEIO, António (2006) Arquitectura Bioclimática, Disponível <strong>em</strong>: http://www.eng.eseig.ipp.pt/ecoclimat2006/ [25/09/2008]<br />

4<br />

ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – Green Vitruvius: Princípios e práticas <strong>de</strong> projecto para uma Arquitectura Sustentável, Lisboa:<br />

Or<strong>de</strong>m dos Arquitectos, Thermie European Commission, Directorate General XVII for Energy; LANHAM, Ana, GAMA, Pedro, BRAZ, Renato<br />

(2004) – Arquitectura Bioclimática: Perspectivas <strong>de</strong> inovação e futuro (s<strong>em</strong>inários <strong>de</strong> Inovação), Instituto Superior Técnico, Lisboa; VIQUEIRA,<br />

Manuel Rodríguez entre outros (2001) – Introducción a la Arquitectura Bioclimática, México: Limusa; Disponível <strong>em</strong> http://pt.wikipedia.org/<br />

5 Relatório <strong>de</strong> Brundtland – 1987, cit. por PINHEIRO, Manuel Duarte. (Conselho Cientifico: Correia, F. N., Branco, F., Gue<strong>de</strong>s M. C.) (2006) –<br />

Ambiente e Construção Sustentável, Lisboa: Instituto do Ambiente.<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

pouco recurso <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> mecânicos para respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conforto, garantindo uma<br />

eficiência energética e consequente melhoria da qualida<strong>de</strong> da <strong>arquitectura</strong>.<br />

A opção da estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho a<strong>de</strong>quada está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte não só da localização e orientação do<br />

edificado, assim como das suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aquecimento ou arrefecimento. Em climas frios a<br />

construção <strong>de</strong>ve maximizar os ganhos <strong>de</strong> calor através <strong>de</strong> uma boa distribuição e armazenamento <strong>de</strong> calor<br />

<strong>de</strong>ntro do edifício, o que reduz as perdas <strong>de</strong> calor – Estratégia <strong>de</strong> Aquecimento – e nos climas quentes a<br />

construção <strong>de</strong>ve, pelo contrário, minimizar e dissipar os ganhos <strong>de</strong> calor e optimizar a ventilação <strong>de</strong> ar<br />

fresco – Estratégia <strong>de</strong> Arrefecimento. Deve ainda ser adicionada uma terceira estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho do<br />

edificado – Iluminação Natural – reduzir a luz directa e reflectir o brilho intenso, pois a sua utilização<br />

substitui a luz eléctrica, especialmente on<strong>de</strong> o calor interno causado pela iluminação artificial po<strong>de</strong> levar ao<br />

uso <strong>de</strong> meios mecânicos, contribuindo ainda para uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conforto visual, quando t<strong>em</strong> <strong>em</strong> conta<br />

os parâmetros <strong>de</strong> contraste e brilho. 6<br />

Os factores referidos são vantagens para uma maior atenção a este t<strong>em</strong>a, pois um edifício com mais<br />

contributos naturais e menos artificiais é <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong> arquitectónica.<br />

O papel dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento <strong>em</strong> Fachadas<br />

“Sentados à sombra <strong>de</strong> uma árvore, num dia caloroso e ensolarado é imediatamente associado a uma<br />

sensação <strong>de</strong> prazer.” 7<br />

Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> necessitam <strong>de</strong> conjugar as vertentes funcional e estética.<br />

Na vertente funcional, o <strong>sombreamento</strong> procura cumprir o conjunto <strong>de</strong> objectivos e requisitos que<br />

respon<strong>de</strong>m às preocupações ambientais, às exigências arquitectónicas e ao conforto do ocupante.<br />

Os objectivos el<strong>em</strong>entares <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> são o controlo térmico, procurando evitar o<br />

sobreaquecimento na estação quente e na estação fria permitir a captação dos ganhos solares úteis, e o<br />

controlo da iluminação, promover o equilíbrio entre a captação e difusão do fluxo luminoso.<br />

A maior complexida<strong>de</strong> na gestão <strong>de</strong>stes objectivos consiste no encontro do equilíbrio e optimização entre<br />

os dois factores – <strong>sombreamento</strong> e iluminação - s<strong>em</strong> afectar os restantes requisitos que o <strong>sombreamento</strong><br />

<strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>finindo a qualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sign do sist<strong>em</strong>a e do espaço interior.<br />

Um dos requisitos <strong>de</strong> um espaço interior, influenciados pelo papel <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, é o<br />

impedimento do sobreaquecimento através da radiação solar, po<strong>de</strong>ndo quando pobr<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>senhados,<br />

permitir o aquecimento <strong>em</strong> excesso do espaço. A entrada <strong>de</strong> luz natural é também um requisito <strong>de</strong> um<br />

espaço interior e por isso, sombrear implica criar uma iluminação a<strong>de</strong>quada às necessida<strong>de</strong>s visuais do<br />

espaço reduzindo o <strong>de</strong>sconforto visual através do controlo da luminância local das superfícies, o contraste<br />

e o brilho. O <strong>de</strong>senho do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>ve também prever a visibilida<strong>de</strong> do interior para o<br />

exterior, ou seja, a<strong>de</strong>quar o equilíbrio entre o bloqueamento dos raios solares e a optimização da<br />

visibilida<strong>de</strong>, pois estas são um privilégio para o conforto do utilizador do espaço. Como el<strong>em</strong>entos<br />

6 GOULDING, John R., LEWIS, J.Owen., STEEMERS, Theo C., (1992) – Energy Conscious Design: A Primer for Architects, London: Published<br />

for the Commission of the European Communities by B.T. Batsford, p.9<br />

7<br />

VIQUEIRA, Manuel Rodríguez entre outros – op.cit,, p.67<br />

11


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

exteriores ao edificado, por vezes, são também requisitos, a redução da acústica exterior, a segurança, a<br />

privacida<strong>de</strong>, a movimentação do ar, e por isso a atenção a estas necessida<strong>de</strong>s na fase concepção, para<br />

que as exigências e os mecanismos associados se enquadr<strong>em</strong> no <strong>de</strong>senho do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

A concepção e execução <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> resulta num processo complexo que muitas<br />

vezes necessita <strong>de</strong> conjugar princípios funcionais que são contraditórios na sua obtenção, tendo ainda que<br />

acrescentar as questões que po<strong>de</strong>m surgir a longo prazo, tal como as questões <strong>de</strong> manutenção e<br />

operação do controlo <strong>de</strong> dispositivos. Por vezes, <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong>masiados complexos po<strong>de</strong>m resultar <strong>em</strong><br />

custos iniciais ou operativos proibitivos da sua aplicação, utilização e manutenção.<br />

A concepção <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> não é apenas a resolução <strong>de</strong> questões funcionais, mas<br />

também a procura <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e inovadoras, através <strong>de</strong> novas respostas às necessida<strong>de</strong>s<br />

crescentes e <strong>de</strong> um progressivo <strong>de</strong>safio criativo que ofereça um carácter próprio e particular ao edifício,<br />

coerente com o ambiente <strong>em</strong> que se insere, e oferecendo respostas à vertente estética.<br />

A fachada t<strong>em</strong> um importante papel para a imag<strong>em</strong> do edifício, pelo que o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> se<br />

assume como um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> peso na sua imag<strong>em</strong>, ao oferecer possibilida<strong>de</strong>s enriquecedoras na<br />

expressão visual da fachada. Muitas vezes os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> controlo solar funcionam como el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong><br />

adorno da superfície da fachada, convidando ao jogo <strong>de</strong> luz e sombra e oferecendo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

composição espacial. Outros dispositivos constitu<strong>em</strong> por si mesmo entida<strong>de</strong>s arquitectónicas que<br />

adicionam componentes visuais como o ritmo, a luz, a cor e a textura. 8<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista compositivo, forma, geometria ou leveza, é ampla e variada <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>, mas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser ajustados <strong>de</strong> acordo com os requisitos climáticos locais, <strong>em</strong>bora por<br />

vezes, estejam subordinados à sua época ou a mo<strong>de</strong>los regionais.<br />

Des<strong>de</strong> a época <strong>de</strong> expansão da industrialização do ferro e do vidro a imag<strong>em</strong> mo<strong>de</strong>rna frequent<strong>em</strong>ente<br />

<strong>de</strong>sejada para um edifício é a glass box, na procura <strong>de</strong> transmitir leveza, transparência e uma leitura<br />

contínua da fachada. No entanto, o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>ste material t<strong>em</strong> vindo a colocar alguns<br />

entraves.<br />

As fachadas duplas surg<strong>em</strong> <strong>em</strong> resposta a essa imag<strong>em</strong>, juntamente com o crescente investimento <strong>em</strong><br />

vidros <strong>de</strong> melhores proprieda<strong>de</strong>s térmicas e controlo solar, <strong>em</strong>bora result<strong>em</strong> <strong>em</strong> soluções <strong>de</strong> custo<br />

elevado, tanto na concepção como na manutenção. Por ex<strong>em</strong>plo, nos edifícios <strong>em</strong> altura, a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

fachada é muitas vezes baseada no vidro e por estes estar<strong>em</strong> mais expostos ao forte impacto das<br />

t<strong>em</strong>peraturas e da radiação directa, o <strong>sombreamento</strong> constitui uma das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta tipologia. O<br />

<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong> por isso consi<strong>de</strong>rar com maior atenção o material a utilizar,<br />

o método <strong>de</strong> aplicação e fixação exterior, a opção <strong>de</strong> controlo, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção, e as<br />

condições <strong>de</strong> insolação locais. Embora sofisticado <strong>em</strong> algumas situações, o dispositivo <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong><br />

é ainda o único el<strong>em</strong>ento que melhor controla os ganhos <strong>de</strong> calor solares. Se o vidro continuar a ser a<br />

8 OLGYAY, Victor (1998) – Arquitectura y Clima: Manual <strong>de</strong> Diseño Bioclimático para Arquitectos y Urbanistas, 1ª Edição, Barcelona, Editorial<br />

Gustavo Gili, S.A., p.65<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

imag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sejada para o edifício, novos <strong>de</strong>senvolvimentos na tecnologia do vidro e do <strong>sombreamento</strong> são<br />

requeridos.<br />

Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> funcionar como el<strong>em</strong>entos que se agregam à fachada, mas sim<br />

numa composição integral contínua. Esta é mais uma razão para a importância <strong>de</strong>ste el<strong>em</strong>ento<br />

arquitectónico que não <strong>de</strong>ve ficar limitado pelos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> tradicionais e estandardizados, <strong>em</strong>bora a<br />

utilização <strong>de</strong>stes não <strong>de</strong>va ser <strong>de</strong>saproveitada.<br />

Deve existir uma reflexão sobre a concepção dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, tirando partido da simples<br />

experiência pragmática <strong>de</strong> ensaiar formas, vãos, materiais, através dos novos instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho,<br />

da tecnologia e <strong>de</strong> meios mais rápidos <strong>de</strong> prever e avaliar o seu comportamento no edificado que a<br />

actualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> dispor.<br />

Objectivos<br />

O objectivo geral da presente dissertação, no âmbito da <strong>arquitectura</strong> e do <strong>de</strong>sign ambiental, consiste <strong>em</strong><br />

coligir e sist<strong>em</strong>atizar a informação existente sobre o t<strong>em</strong>a dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> actualmente<br />

disponíveis, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> extensão, na procura <strong>de</strong> promover uma reflexão <strong>em</strong> torno da importância e<br />

potencial do <strong>de</strong>senho dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong> fachadas no âmbito da Arquitectura Bioclimática<br />

e da produção arquitectónica <strong>em</strong> geral.<br />

Hoje <strong>em</strong> dia, é importante que a profissão <strong>de</strong> arquitecto esteja consciente do compromisso <strong>de</strong> conceber<br />

uma edificação bioclimática, ou seja, que <strong>de</strong>monstre preocupações na <strong>de</strong>fesa do meio ambiente.<br />

O objectivo específico <strong>de</strong>ste estudo procura contribuir para a optimização dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> existentes a nível<br />

do seu <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, analisando as soluções existentes, comerciais e <strong>de</strong> autor. Dado o carácter limitado<br />

das soluções comerciais e bastante standardizadas, é objectivo propor um método <strong>de</strong> concepção e<br />

<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> optimizados e estudar a nível da sua imag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

lumínico, tendo <strong>em</strong> conta a dicotomia Sombra e Luz.<br />

Metodologia<br />

Como metodologia <strong>de</strong> trabalho para o estudo po<strong>de</strong>m ser distinguidos três procedimentos:<br />

o Revisão bibliográfica e i<strong>de</strong>ntificação dos princípios da Arquitectura Bioclimática e principais<br />

questões e complexida<strong>de</strong>s inerentes aos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>;<br />

o Síntese da evolução e caracterização morfológica dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong> mercado e<br />

<strong>de</strong> autor;<br />

o Desenvolvimento da primeira instância <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> projecto <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> optimizado e a sua análise.<br />

13


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

O primeiro processo <strong>de</strong> elaboração da dissertação passa pela realização da revisão bibliográfica através<br />

da consulta da literatura especializada, revistas, catálogos e sites informativos, com o fim <strong>de</strong> contextualizar<br />

o t<strong>em</strong>a abordado, i<strong>de</strong>ntificando os princípios e complexida<strong>de</strong>s inerentes e <strong>de</strong>stacando o protagonismo dos<br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> como estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho essencial na construção bioclimática. Esta revisão<br />

é o fundamento <strong>de</strong>ste estudo, pois a partir daqui, são propostas e levantadas as questões essenciais para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento do t<strong>em</strong>a.<br />

Numa segunda fase, é sintetizada a evolução dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> fachadas, <strong>de</strong>monstrando<br />

a preocupação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sombrear <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a antiguida<strong>de</strong>, seguido <strong>de</strong> um levantamento e<br />

classificação <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento na actualida<strong>de</strong>, com dois níveis <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong>. Um primeiro<br />

nível referente ao levantamento dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> existentes no mercado, através <strong>de</strong> uma<br />

pesquisa <strong>em</strong> sites <strong>de</strong> internet referentes a <strong>em</strong>presas <strong>de</strong> concepção e/ou venda <strong>de</strong>ste produto, <strong>em</strong><br />

catálogos e revistas, com o fim <strong>de</strong> categorizá-los e realizar uma breve análise, para perceber as vantagens<br />

e <strong>de</strong>svantagens que os diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> padrão importam. O segundo nível <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong> é<br />

realizado através <strong>de</strong> sites <strong>de</strong> internet e <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica a livros técnicos, o levantamento <strong>de</strong> obras<br />

que <strong>de</strong>monstram a preocupação dos arquitectos nas questões funcionais dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong><br />

e na questão da imag<strong>em</strong> da fachada, obtendo resultados caracterizados pela singularida<strong>de</strong> do edifício.<br />

O terceiro procedimento procura <strong>de</strong>senvolver a primeira instância <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> projecto <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a<br />

<strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> optimizado, seguida <strong>de</strong> uma análise qualitativa e quantitativa a nível lumínico, na<br />

procura <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir parâmetros <strong>de</strong> equilíbrio entre os dois factores Sombra e Luz. Este método é<br />

<strong>de</strong>monstrado através da evolução <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo base e ex<strong>em</strong>plificativo. É utilizado o software AUTOCAD<br />

na criação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los virtuais para perceber a sua tridimensionalida<strong>de</strong> e o uso do SUN-TOOL que<br />

consiste num ferramenta do software ECOTECH, para a simulação <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong><br />

segundo as variáveis introduzidas associados à incidência solar. De seguida, o estudo lumínico é realizado<br />

<strong>em</strong> mo<strong>de</strong>los físicos, utilizando um luxímetro, para medições da iluminância, <strong>em</strong> que os resultados obtidos<br />

são realizados por análise comparativa entre os vários mo<strong>de</strong>los. Para uma avaliação subjectiva dos<br />

mo<strong>de</strong>los físicos é realizado um inquérito.<br />

Estrutura da tese<br />

A presente dissertação está estruturada <strong>em</strong> cinco secções:<br />

o Enquadramento dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> fachadas na <strong>arquitectura</strong> bioclimática;<br />

o I<strong>de</strong>ntificação dos princípios técnicos e estratégias associadas;<br />

o Evolução, classificação e levantamento dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> fachadas;<br />

o Estudo <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> concepção e dimensionamento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>:<br />

Equilíbrio entre sombra e luz;<br />

o Síntese conclusiva.<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Introdução<br />

No primeiro capítulo é enunciado um breve enquadramento relativo ao conceito e importância da<br />

Arquitectura Bioclimática perante o estudo <strong>de</strong> fachadas dirigido para a questão do <strong>sombreamento</strong> no<br />

edificado. É objectivo perceber o ponto <strong>de</strong> situação existente, contribuindo para uma compreensão geral da<br />

crescente preocupação ambiental que um edificado <strong>de</strong>ve transmitir <strong>de</strong>vido às proporções elevadas que a<br />

crise ambiental t<strong>em</strong> vindo a assumir.<br />

O segundo capítulo sintetiza os princípios técnicos e estratégias relativos à natureza dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> fachadas no âmbito da Arquitectura Bioclimática, consi<strong>de</strong>rando as questões do<br />

<strong>sombreamento</strong> e da iluminação natural, para uma melhor compreensão do restante <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

dissertação. São <strong>de</strong>scritos os pressupostos a que o <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r, o conforto e a<br />

eficiência energética, e os princípios solares essenciais para o <strong>de</strong>sign da construção se a<strong>de</strong>quar ao local<br />

<strong>de</strong> inserção, sendo estes, na maioria das vezes, as respostas às necessida<strong>de</strong>s do edificado. É<br />

<strong>de</strong>stacado neste capítulo o protagonismo dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> como estratégias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senho para uma construção bioclimática, no nível passivo e activo.<br />

No capítulo seguinte a abordag<strong>em</strong> segue para uma exposição mais directa da evolução e das<br />

características que os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> têm enquanto el<strong>em</strong>entos agregados ou inerentes a<br />

fachadas. É por isso também retratada a evolução das fachadas ao longo dos anos, pois a <strong>arquitectura</strong><br />

procurou s<strong>em</strong>pre um a<strong>de</strong>quado invólucro, que <strong>de</strong>vido às crescentes necessida<strong>de</strong>s funcionais e qualitativas<br />

é cada vez mais ágil e dinâmico, surgindo s<strong>em</strong>pre como respostas aos meios tecnológicos correntes.<br />

Associada a esta evolução e às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma <strong>arquitectura</strong> cada vez mais preocupada com<br />

ambiente é relevante perceber a generalida<strong>de</strong> e racionalida<strong>de</strong> das diversas soluções que foram surgindo<br />

ao longo dos anos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das condições ambientais locais. Este capítulo i<strong>de</strong>ntifica e classificar os<br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> segundo as suas características operativas e apresenta o levantamento das<br />

diversas soluções <strong>de</strong> mercado dos dias <strong>de</strong> hoje, seguido <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> soluções adaptadas e/ou<br />

<strong>de</strong>senhadas por arquitectos, que a<strong>de</strong>quam o aspecto funcional, ao criativo e conceptual, resultando na<br />

singularida<strong>de</strong> do edifício.<br />

Parte da originalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo é apresentada no capítulo quarto, assente num estudo experimental<br />

que <strong>de</strong>senvolve a primeira instância <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> concepção e dimensionamento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>, na procura <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a três factores: a intenção arquitectónica, a optimização do<br />

<strong>sombreamento</strong> e o equilíbrio do nível <strong>de</strong> iluminação. Numa primeira fase proce<strong>de</strong>-se à análise do método<br />

que introduz os factores variáveis <strong>de</strong> modo a conferir a sua adaptabilida<strong>de</strong> e influência prática,<br />

ex<strong>em</strong>plificada com vários mo<strong>de</strong>los. Numa segunda abordag<strong>em</strong>, alguns mo<strong>de</strong>los são concebidos <strong>em</strong><br />

maqueta, é introduzida a variável da iluminação, e procura-se perceber o padrão resultante e o equilíbrio<br />

entre os dois factores, sombra e luz.<br />

O quinto capítulo consiste numa breve síntese conclusiva dos resultados obtidos e aspectos relevantes das<br />

questões levantadas no <strong>de</strong>senvolvimento do estudo.<br />

15


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

1. PRINCÍPIOS TÉCNICOS E ESTRATÉGIAS DE DESENHO<br />

Os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> são o revestimento externo, juntamente com invólucro <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> muitos<br />

edifícios. É <strong>de</strong> primeira importância no <strong>de</strong>senho bioclimático <strong>de</strong> edifícios a procura <strong>de</strong> uma fachada que<br />

actue como um filtro entre o interior e o exterior 9 . O papel <strong>de</strong>ste invólucro é complexo, pois no âmbito da<br />

Arquitectura Bioclimática é necessário consi<strong>de</strong>rar um conjunto <strong>de</strong> princípios estratégicos e aspectos<br />

técnicos: a eficiência energética e o conforto, as condições solares <strong>de</strong> modo a favorecer a sombra e a luz<br />

natural mais a<strong>de</strong>quada ao espaço, tendo <strong>em</strong> conta as estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho da Arquitectura Bioclimática.<br />

No <strong>de</strong>senvolvimento da concepção <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> numa fachada, os princípios<br />

<strong>de</strong>scritos não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser analisados isoladamente, mas para a melhor compreensão <strong>de</strong>stes conceitos são<br />

apresentados e sist<strong>em</strong>atizados separadamente.<br />

1.1. Pressupostos<br />

O <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma <strong>arquitectura</strong> Bioclimática passa por perceber dois pressupostos essenciais, a eficiência<br />

energética e o conforto.<br />

1.1.1. Eficiência Energética<br />

A eficiência energética é uma activida<strong>de</strong> que faz parte integrante da procura do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável, pois consi<strong>de</strong>ra os impactes a diferentes níveis, procurando diminuir as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso<br />

<strong>de</strong> energia na iluminação, ventilação e climatização artificiais.<br />

Esta activida<strong>de</strong> optimiza o uso das fontes <strong>de</strong> energia. A sua racionalização consiste no uso <strong>de</strong> menor<br />

energia para fornecer a mesma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valor energético e por isso um edifício é mais eficiente<br />

quando proporciona as mesmas condições ambiente através <strong>de</strong> um consumo <strong>de</strong> energia mais baixo.<br />

A base da questão está na utilização excessiva <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> <strong>de</strong> combustíveis fósseis<br />

(petróleo, carvão, gás natural), pois por estes recursos não ser<strong>em</strong> renováveis, contribu<strong>em</strong> <strong>em</strong> muito para a<br />

libertação <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono na atmosfera, trazendo consequências negativas para o ambiente, como<br />

o aquecimento global e a redução da camada <strong>de</strong> ozono.<br />

A partir dos anos 70 a situação apresentava-se com um exagerado consumo energético nas edificações<br />

que gradualmente <strong>de</strong>struía os recursos naturais. Para a melhoria da construção <strong>de</strong> edifícios começa-se,<br />

por isso, a investir no planeamento da eficiência energética, reflectido <strong>em</strong> alguns países mais<br />

<strong>de</strong>senvolvidos <strong>em</strong> políticas <strong>de</strong> eficiência energética através da adopção <strong>de</strong> normas, medidas, informações<br />

9 Tony Fitzpatrick e Ove Arup & Partners cit. por YEANG, Ken (1996) – op,cit., p. 153<br />

16


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

públicas, incentivos financeiros e muitas campanhas que procuram impl<strong>em</strong>entar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong><br />

anteprojecto, o uso eficiente da energia e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fontes alternativas <strong>de</strong> energia renovável.<br />

Hoje <strong>em</strong> dia é patente que a elaboração <strong>de</strong> projectos <strong>de</strong> <strong>arquitectura</strong> inclua estudos sobre o<br />

comportamento energético do edifício. Cada vez mais uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> métodos e ferramentas têm sido<br />

disponibilizadas para reduzir o consumo <strong>de</strong> energia durante a fase <strong>de</strong> planeamento e construção, pois <strong>em</strong><br />

ambas as perspectivas, económicas e ecológicas, os tipos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> instalados <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

monitorizados e harmonizados o mais cedo possível.<br />

A investigação contínua e progressiva <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> procura <strong>de</strong>senvolver-se no sentido<br />

<strong>de</strong> controlar os ganhos solares e iluminação natural <strong>de</strong> modo a criar um ambiente mais confortável s<strong>em</strong> a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instrumentos e mecanismos que utiliz<strong>em</strong> fontes energéticas.<br />

1.1.2. Conforto<br />

A referência ao conforto aparece também como um pressuposto essencial do t<strong>em</strong>a abordado, pois integra<br />

os princípios físicos envolvidos, tanto do edificado como do indivíduo, e as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carácter<br />

ambiental, entre elas, as térmicas e as visuais.<br />

“ A zona <strong>de</strong> conforto térmico representa aquele ponto no qual a pessoa necessita <strong>de</strong> consumir<br />

a menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia para se adaptar ao ambiente envolvente” 10<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conforto térmico é complexa, pois integra um conjunto <strong>de</strong> factores que estão associados<br />

não só às condições climáticas (como já foi referido), como ao modo que o ocupante respon<strong>de</strong> às<br />

condições <strong>de</strong> ambiente interior (factores pessoais) e o modo como o isso po<strong>de</strong> afectar o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e a<br />

qualida<strong>de</strong> do espaço do edificado (factores físicos).<br />

Uma das <strong>de</strong>finições aceites para a sensação <strong>de</strong> conforto térmico na literatura internacional é dada pela<br />

ASHRAE <strong>em</strong> 2001, que consi<strong>de</strong>ra como um estado <strong>de</strong> espírito que reflecte satisfação e o b<strong>em</strong>-estar<br />

relativo às condições ambientais. 11 Consiste no equilíbrio entre a taxa <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> calor do corpo,<br />

através do metabolismo, activida<strong>de</strong>s individuais, vestuário, e a taxa <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> calor para o meio<br />

ambiente, influenciada pela t<strong>em</strong>peratura do ar e a t<strong>em</strong>peratura à superfície dos el<strong>em</strong>entos locais, a<br />

humida<strong>de</strong> relativa e a velocida<strong>de</strong> do ar. 12<br />

No planeamento e construção do edificado t<strong>em</strong> sido frequente, estabelecer<strong>em</strong>-se t<strong>em</strong>peraturas fixas para<br />

as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> conforto para um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas características, mas estudos mais recentes<br />

refer<strong>em</strong> outros enfoques para o conforto térmico, associados ao facto das pessoas não ser<strong>em</strong> passivas ao<br />

ambiente térmico que as envolve. Outros meios têm sido por isso estudados como a climatização individual<br />

e mo<strong>de</strong>los adaptativos.<br />

10 OLGYAY, Victor (1973) in Design with Climate: Bioclimatic Approach to Architectural Regionalism, New Jersey, U.S.A: Princeton University<br />

Press, cit in ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., p.26<br />

11 STILPEN, Daniel Vasconcellos De Sousa (2007) - “Eficiência Energética e Arquitectura Bioclimática – O Caso do Centro <strong>de</strong> Energia e<br />

Tecnologias Sustentáveis” [21/04/09], Disponível <strong>em</strong>: <br />

12 ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., pág. 26<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Uma das abordagens mais apropriadas para as avaliações <strong>de</strong> conforto térmico <strong>em</strong> ambientes construídos<br />

é a utilização da metodologia proposta pelo cientista dinamarquês Povl Ole Fanger, que estuda os efeitos<br />

do ambiente doméstico no conforto humano. Este mo<strong>de</strong>lo inovador, proposto pelo autor na sua tese <strong>de</strong><br />

doutorado, compreen<strong>de</strong> que o foco da análise térmica <strong>de</strong>ve estar nas pessoas, nas suas roupas e<br />

activida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhadas. Fanger propõe a realização <strong>de</strong> um balanço <strong>de</strong> energia <strong>em</strong> que o<br />

volume <strong>de</strong> controlo 13 fosse <strong>de</strong>limitado <strong>em</strong> torno do indivíduo,através da climatização individual, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> torno da edificação. Uma nova forma <strong>de</strong> pensar, que <strong>em</strong> parte reduz a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar<br />

termicamente o ambiente e evita a realização das fases <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor na estrutura física da<br />

edificação. Torna-se num procedimento simples que permite o balanço <strong>de</strong> energia <strong>em</strong> situações <strong>em</strong> que<br />

não são conhecidas as variáveis externas: as proprieda<strong>de</strong>s térmicas dos materiais construtivos (difusão,<br />

condutivida<strong>de</strong>, resistência térmica, <strong>em</strong>issivida<strong>de</strong>) e a radiação solar. Fanger baseia o seu mo<strong>de</strong>lo no<br />

estudo <strong>de</strong> seis variáveis, sendo quatro ambientais, como a t<strong>em</strong>peratura, humida<strong>de</strong> relativa, velocida<strong>de</strong> do<br />

ar e a t<strong>em</strong>peratura média radiante, e duas pessoais, como a roupa e a activida<strong>de</strong> física (metabolismo). 14<br />

Outra abordag<strong>em</strong> relevante para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conforto térmico é o estudo <strong>de</strong> Gail Brager e Richard De<br />

Dear, com a “Adaptação térmica <strong>em</strong> ambiente edificado” <strong>em</strong> que assinalam que os ocupantes do edifício<br />

adaptam-se aos níveis térmicos dominantes <strong>de</strong>ntro dos edifícios, no prazo <strong>de</strong> s<strong>em</strong>anas a meses.<br />

Conclu<strong>em</strong> que a diferença entre o conforto térmico do ar condicionado e os edifícios ventilados<br />

naturalmente é bastante significativa e que as pessoas que têm bom controlo sobre o seu ambiente interior<br />

são mais tolerantes às variações da t<strong>em</strong>peratura. Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> adaptação do conforto é um caminho<br />

eficiente para a construção <strong>de</strong> edifícios solares passivos, pois permite que as pessoas ajust<strong>em</strong> e control<strong>em</strong><br />

as suas roupas, activida<strong>de</strong>s, postura, alimentação, <strong>de</strong>slocando a posição da sala, movendo a janela ou<br />

utilizando <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> ou outras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adaptação para alcançar ou manter o<br />

conforto térmico, alargando a zona <strong>de</strong> conforto. Os ocupantes não são apenas receptores passivos do<br />

ambiente mas sim el<strong>em</strong>entos activos. 15<br />

Os critérios <strong>de</strong> conforto não são por isso uniformes <strong>em</strong> todo o mundo, pois por variar <strong>de</strong> pessoa para<br />

pessoa, não <strong>de</strong>ve haver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uniformizar as t<strong>em</strong>peraturas internas, mas sim <strong>de</strong> adoptá-las <strong>de</strong><br />

forma conveniente para as respectivas regiões e climas. 16<br />

O conforto visual é também <strong>de</strong>terminante para a qualida<strong>de</strong> dos espaços interiores, estando associado à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação do edifício, para permitir o <strong>de</strong>senvolvimento das activida<strong>de</strong>s, sendo por isso<br />

importante perceber os aspectos que influenciam o seu <strong>de</strong>senvolvimento. O conforto visual consiste no<br />

conjunto <strong>de</strong> condições existentes num <strong>de</strong>terminado ambiente no qual o ser humano po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as<br />

13 Segundo VAN WYLEN, G. J., SONNTAG, R. E. e BORGNAKKE, C. (1998), volume <strong>de</strong> controlo é a região imaginária <strong>de</strong>limitada <strong>em</strong> volta <strong>de</strong><br />

um corpo (ou um equipamento) que simplifica a análise termodinâmica do mesmo.<br />

14 STILPEN, Daniel Vasconcellos De Sousa (2007) - “Eficiência Energética e Arquitectura Bioclimática – O Caso do Centro <strong>de</strong> Energia e<br />

Tecnologias Sustentáveis” [21/04/09], Disponível <strong>em</strong>: <br />

15<br />

OGOLI, David Mwale (2007) “Thermal Confort in a Naturally-Ventilated Rducational Building” in “Green Challenges in research, Practice and<br />

<strong>de</strong>sign Education” – ARCC [23/04/200], Disponível <strong>em</strong>: < http://www.arccweb.org/journal/beta/in<strong>de</strong>x.php><br />

16<br />

Roaf e Hancock, (1992) cit in ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., pág. 27<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

suas tarefas visuais com o máximo <strong>de</strong> cuidado e precisão, s<strong>em</strong> esforço, s<strong>em</strong> riscos <strong>de</strong> prejuízos à vista e<br />

com reduzidos riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes 17 .<br />

As condições <strong>de</strong> conforto visual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da quantida<strong>de</strong>, intensida<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e distribuição <strong>de</strong> luz num<br />

<strong>de</strong>terminado espaço, sendo indicadas pelo factor luz-dia, que <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> modo a proporcionar<br />

boa <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> cores e objectos s<strong>em</strong> ofuscamento. 18<br />

A maneira como a luz é distribuída no espaço torna-se mais importante do que a quantida<strong>de</strong>, porque<br />

quando existe uma gran<strong>de</strong> diferença entre os níveis <strong>de</strong> iluminação natural junto à janela para os valores<br />

que se verificam nas áreas mais distantes, existe maior tendência para acen<strong>de</strong>r a luz, mesmo que os níveis<br />

<strong>de</strong> iluminação nessa parte sejam a<strong>de</strong>quados, concluindo que a uniformida<strong>de</strong> dos níveis <strong>de</strong> iluminação é<br />

fundamental.<br />

1.2. Princípios Solares<br />

O clima traduz-se na relação entre a Terra e o Sol, sendo essencial conhecer os seus princípios para o<br />

<strong>de</strong>sign da construção se a<strong>de</strong>quar ao local <strong>de</strong> inserção. Na maioria das vezes, os princípios solares são as<br />

respostas às necessida<strong>de</strong>s do edificado.<br />

Conhecer a geometria solar, permite prever o comportamento da radiação solar sobre o edificado e<br />

controlar os efeitos <strong>de</strong> sombra e luz <strong>de</strong> forma a a<strong>de</strong>quar o <strong>de</strong>senho do invólucro exterior (as proporções<br />

volumétricas, <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s e coberturas, cor, dimensão dos vãos, el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, ou<br />

os materiais <strong>de</strong> construção), às necessida<strong>de</strong>s do espaço interior.<br />

Com base nos princípios solares, a edificação procura funcionar como um el<strong>em</strong>ento que protege e regula<br />

as alterações naturais constantes do ciclo climático <strong>de</strong> um lugar, tirando partido dos aspectos positivos e<br />

diminuindo os seus efeitos negativos.<br />

São as condições climáticas que caracterizam e i<strong>de</strong>ntificam uma região quanto ao tipo <strong>de</strong> lugar e<br />

consequente estilo <strong>de</strong> vida, assim como se t<strong>em</strong> expressado a <strong>arquitectura</strong> ao longo das distintas culturas<br />

da civilização humana como resposta ao t<strong>em</strong>po, à cultura, às condições físicas e ambientais do local on<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>senvolve 19 . O clima é <strong>de</strong>finido como o conjunto <strong>de</strong> condições atmosféricas que caracterizam uma<br />

zona geográfica 20 , <strong>em</strong> que os factores intrínsecos da energia solar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da posição solar, da<br />

radiação solar, a t<strong>em</strong>peratura, o vento, a humida<strong>de</strong> e a precipitação.<br />

A análise das condições climáticas com fins arquitectónicos po<strong>de</strong> ser realizada <strong>em</strong> três escalas:<br />

o Macroclima - aplicado às características do clima da região.<br />

17<br />

EUROPEAN COMMISSION DIRECTORATE - GENERAL FOR ENERGY, [1994]. Daylighting in buildings. Energy Research Group, School of<br />

Architecture, University College Dublin Richview Clonskeagh, Dublin, Ireland, cit. in LAMBERTS, Roberto, DUTRA, Luciano, PEREIRA, Fernando<br />

O. (1997) – Eficiência energética na Arquitectura, S. Paulo, PW Editores, p.44<br />

18<br />

GOULDING, John R., LEWIS, J. Owen, STEEMERS, Theo C., (1992) – op.cit.,p.117<br />

19 VIQUEIRA, Manuel Rodríguez entre outros (2001) – op.cit., p.13<br />

20 Dicionario Enciclopédico Espasa (2000) – Espanha, Espasa Calpe, cit in VIQUEIRA, Manuel Rodríguez entre outros (2001) – Introducción à la<br />

Arquitectura Bioclimática, México: Limusa, p13<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

o Mesoclima - relativo às alterações macroclimáticas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das características locais<br />

(latitu<strong>de</strong>, altitu<strong>de</strong>, topografia, massas <strong>de</strong> água ou <strong>de</strong> vegetação).<br />

o Microclima - relativo às alterações climáticas <strong>de</strong> uma área específica, ocorrentes <strong>de</strong>vido aos<br />

efeitos humanos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da relação entre as formas e os espaços urbanos 21 . São os<br />

factores microclimáticos que <strong>de</strong>terminam as características para o <strong>de</strong>senho arquitectónico, pois as<br />

suas variações são significativas na escala do local <strong>de</strong> inserção do edificado.<br />

1.2.1. Geometria Solar<br />

Importância <strong>de</strong>ste princípio:<br />

As questões relacionadas à Geometria Solar ganham maior relevância quando se começa a<br />

consciencializar que uma <strong>arquitectura</strong> <strong>de</strong>ve ser “bioclimática”, ecológica e ultimamente “sustentável”,<br />

representando um importante instrumento <strong>de</strong> projecto no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho térmico e luminoso.<br />

A geometria solar estuda o percurso do Sol <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminada localida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> função do dia/mês do ano e o<br />

t<strong>em</strong>po que este fica acima do horizonte.<br />

A primeira leitura passa por perceber on<strong>de</strong> está o Sol. Com base nas coor<strong>de</strong>nadas astronómicas, latitu<strong>de</strong> e<br />

longitu<strong>de</strong>, para um <strong>de</strong>terminado dia e hora, são <strong>de</strong>finidas as coor<strong>de</strong>nadas horizontais, azimute e altura.<br />

Estes dados traduz<strong>em</strong>-se normalmente nas primeiras <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> projecto relativos à implantação,<br />

orientação solar do edifício ou até o tipo <strong>de</strong> <strong>arquitectura</strong> a ser adoptada.<br />

A segunda leitura realizada com base nos dados geométricos, procura <strong>de</strong>terminar ou prever as sombras<br />

projectadas pelos el<strong>em</strong>entos e a penetração <strong>de</strong> Sol pelas aberturas, reflectida nas <strong>de</strong>cisões relativas ao<br />

tipo <strong>de</strong> invólucro do edificado, <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> para o <strong>sombreamento</strong> a utilizar e seu dimensionamento. 22<br />

Coor<strong>de</strong>nadas Astronómicas: Latitu<strong>de</strong> e Longitu<strong>de</strong><br />

Um <strong>de</strong>terminado ponto na superfície terrestre é localizado através do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas<br />

astronómicas, a latitu<strong>de</strong> e longitu<strong>de</strong>. A longitu<strong>de</strong> me<strong>de</strong>-se <strong>em</strong> relação ao Meridiano <strong>de</strong> Greenwich (A’’), que<br />

consiste no s<strong>em</strong>i-círculo que passa pelos pólos e pelo observatório <strong>de</strong> Greenwich (na Inglaterra). Assim a<br />

longitu<strong>de</strong> do ponto A é <strong>de</strong>finida pelo ângulo φ1, medida <strong>de</strong> 0º a 180º, a este ou a oeste do meridiano. A<br />

latitu<strong>de</strong> é medida a partir do Equador (A’), ou seja, cada ponto da superfície terrestre está contido num<br />

círculo paralelo ao Equador <strong>em</strong> que a distância a este <strong>de</strong>fine-se pelo ângulo φ2, medida <strong>de</strong> 0º a 90º, sendo<br />

Norte quando acima do equador ou Sul, quando abaixo.<br />

21 GOULDING, John R., LEWIS, J. Owen, STEEMERS, Theo C., (1992) – op.cit., p.9<br />

22 FROTA, Anésia Barros (2004) – Geometria da insolação, 1ª edição, Geros LTDA, S. Paulo, p.24<br />

20


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Coor<strong>de</strong>nadas Horizontais: Altitu<strong>de</strong> e Azimute<br />

Figura 1 – Coor<strong>de</strong>nadas Astronómicas: Latitu<strong>de</strong> e Longitu<strong>de</strong><br />

Fonte: Geometria da Insolação, pág.31<br />

A posição do sol relativamente a um ponto da Terra é <strong>de</strong>terminada através das coor<strong>de</strong>nadas horizontais,<br />

azimute e altura. Estas coor<strong>de</strong>nadas variam ao longo do dia, <strong>de</strong>vido ao movimento <strong>de</strong> rotação da Terra <strong>em</strong><br />

torno do eixo Polar e varia ao longo do ano <strong>de</strong>vido ao movimento <strong>de</strong> translação da Terra <strong>em</strong> torno do Sol. 23<br />

Em relação à variação diária, a posição do sol é <strong>de</strong>scrita pela altitu<strong>de</strong> solar e o ângulo <strong>de</strong> azimute. A<br />

altitu<strong>de</strong> solar é a medida do ângulo entre a linha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o centro do sol até ao plano do horizonte, variando<br />

<strong>de</strong> 0º a 90º. O azimute é a medida do ângulo entre a direcção Norte e o plano perpendicular ao do plano do<br />

horizonte, variando <strong>de</strong> 0º a 360º. 24<br />

A variação ao longo do ano da posição do sol é <strong>de</strong>finida pela <strong>de</strong>clinação do Sol, ou seja, o ângulo entre os<br />

raios da luz solar e o plano do equador, repetindo o padrão que origina as quatro estações do ano e<br />

coincidindo com o t<strong>em</strong>po necessário para a terra completar uma volta <strong>em</strong> torno do Sol.<br />

Estações: Solstícios e Equinócios<br />

As quatro estações do ano <strong>de</strong>fin<strong>em</strong>-se pelos dois períodos <strong>de</strong> solstício, quando o sol atinge o seu maior<br />

afastamento <strong>em</strong> latitu<strong>de</strong> da linha do equador e pelos dois períodos <strong>de</strong> equinócio, altura <strong>em</strong> que os raios<br />

solares são perpendiculares à linha do equador, logo a <strong>de</strong>clinação é 0º. Os dois solstícios e os dois<br />

equinócios variam inversamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da localização no h<strong>em</strong>isfério Norte para o h<strong>em</strong>isfério Sul.<br />

No caso <strong>de</strong> Portugal, localizado no h<strong>em</strong>isfério Norte, o solstício <strong>de</strong> Verão ocorre a 21 <strong>de</strong> Junho, o dia do<br />

ano com maior número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol, <strong>em</strong> que ao meio-dia solar o sol atinge a maior altitu<strong>de</strong> <strong>em</strong> todo o<br />

ano e os raios solares faz<strong>em</strong> um ângulo <strong>de</strong> 23º27’ com o plano equatorial, culminado sobre o trópico <strong>de</strong><br />

Câncer. Este solstício <strong>de</strong>fine o início da estação mais quente do ano, o Verão, prolongando-se até 23 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro. O solstício <strong>de</strong> Inverno ocorre a 22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro, o dia do ano com o menor número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

23 GOULDING, John R., LEWIS, J. Owen, STEEMERS, Theo C., (1992) – op.cit., p.19<br />

24 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit, p.24<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

sol e que os raios solares faz<strong>em</strong> um ângulo <strong>de</strong> -23º27' com o plano equatorial, culminado sobre o trópico<br />

<strong>de</strong> Capricórnio. Esta data <strong>de</strong>fine a entrada da estação fria, o Inverno, prolongando-se até 21 <strong>de</strong> Março.<br />

No h<strong>em</strong>isfério Norte, os equinócios da Primavera e do Outono ocorr<strong>em</strong> respectivamente a 21 <strong>de</strong> Março e a<br />

23 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, sendo os dias do ano <strong>em</strong> que o número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol e <strong>de</strong> noite são praticamente<br />

iguais <strong>em</strong> todo o mundo. Nestes dias os raios solares culminam no plano do equador, ou seja um ângulo<br />

<strong>de</strong> 0º. É ainda relevante <strong>de</strong>stacar que as datas <strong>em</strong> que ocorr<strong>em</strong> os equinócios não divi<strong>de</strong>m o ano <strong>em</strong><br />

número igual <strong>de</strong> dias, pois <strong>de</strong>vido à órbita da Terra, quando esta está mais próxima do Sol, viaja mais<br />

rapidamente do que quando está mais longe. 25<br />

Instrumentos para estudos da Geometria Solar:<br />

Figura 2 – Estações do ano: Solstícios e Equinócios<br />

Fonte: Geometria da Insolação, pág.33<br />

Para o estudo geométrico da insolação po<strong>de</strong>m ser utilizados um conjunto <strong>de</strong> instrumentos que com base<br />

nas coor<strong>de</strong>nadas astronómicas, data e hora, po<strong>de</strong>m facilitar a análise e o levantamento das principais<br />

questões a que o edificado está afecto.<br />

As coor<strong>de</strong>nadas horizontais já referidas ao ser<strong>em</strong> calculadas e organizadas <strong>em</strong> tabela po<strong>de</strong>m facilitar a<br />

sua leitura face a outros instrumentos, 26 mas acabam por ser redutoras por se limitar<strong>em</strong> a períodos<br />

específicos, além <strong>de</strong> não utilizar<strong>em</strong> directamente uma linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, um recurso utilizado no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projectos e <strong>sist<strong>em</strong>as</strong>. 27<br />

Os Simuladores Solares são utilizados nos estudos <strong>de</strong> maquetas realizados <strong>em</strong> laboratórios. Um projector<br />

<strong>de</strong> luz representa o Sol e uma prancheta assinalada com os pontos car<strong>de</strong>ais representa o plano <strong>de</strong><br />

horizonte. Como as lâmpadas não dispõ<strong>em</strong> <strong>de</strong> raios paralelos, as observações só são mais correctas<br />

quanto menor for a distância entre o mo<strong>de</strong>lo e o projector, e por isso o instrumento é a<strong>de</strong>quado para<br />

maquetas <strong>de</strong> pequenas dimensões e com resultados principalmente qualitativos. 28<br />

25 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.33 a 35 e GOULDING, John R., LEWIS, J. Owen, STEEMERS, Theo C., (1992) – Energy op.cit., p.19<br />

26 Ver Anexo 1.1 – Instrumentos para estudos da Geometria Solar: Tabela <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nadas Horizontais para Lisboa<br />

27 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.39<br />

28 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.41<br />

22


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Figura 3 – Simulador Solar<br />

Fonte: Geometria da Insolação, pág.42 e 43<br />

Os Quadrantes Solares, conhecidos como Relógios <strong>de</strong> Sol – Sundials – constitu<strong>em</strong>-se “por uma base <strong>de</strong><br />

projecção <strong>de</strong> sombras, <strong>em</strong> cuja superfície estão marcadas as direcções dos pontos car<strong>de</strong>ais e assinaladas<br />

as posições das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s da sombra projectada por uma haste”. 29 Este instrumento t<strong>em</strong> a vantag<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> assinalar as diversas horas <strong>de</strong> diferentes dias do ano, quando a base é exposta ao Sol com a<br />

orientação conveniente, permitindo utilizar o Sol como fonte luminosa, resultando numa observação mais<br />

rigorosa e que possibilida<strong>de</strong> o estudo <strong>de</strong> maquetas <strong>de</strong> maiores dimensões. Alguns relógios <strong>de</strong> sol planos<br />

traz<strong>em</strong> as curvas <strong>de</strong> sombras <strong>de</strong>scritas sobre um plano horizontal por um ponto P a uma altura unitária. 30<br />

Figura 4 – Relógio <strong>de</strong> Sol plano: latitu<strong>de</strong> 40ºN, 10h, Equinócios<br />

Fonte: Geometria da Insolação, pág.45<br />

29 SILVA, A.C. & MALATO, J. (1969) – Geometria da insolação dos edifícios, Laboratório Nacional <strong>de</strong> Engenharia Civil, Lisboa, cit in FROTA,<br />

Anésia Barros (2004) – op.cit., p.44<br />

30 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.47<br />

23


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

As cartas solares 31 são instrumentos específicos para a latitu<strong>de</strong> <strong>em</strong> projecção estereográfica horizontal,<br />

que consiste na representação da esfera celeste por um círculo <strong>em</strong> que o centro é a projecção do zénite,<br />

ponto mais alto da abóbada celeste que é cortado pelo plano perpendicular ao plano do horizonte, on<strong>de</strong> é<br />

projectada o percurso aparente do Sol.<br />

Figura 5 – Projecção estereográfica da Trajectória Solar<br />

Fonte: Geometria da Insolação, pág.56<br />

No círculo estão representados os pontos car<strong>de</strong>ais e uma marcação <strong>de</strong> 5º <strong>em</strong> 5º que <strong>de</strong>termina a<br />

coor<strong>de</strong>nada horizontal azimute através <strong>de</strong> uma linha entre um <strong>de</strong>stes pontos e o centro. Na meta<strong>de</strong><br />

superior ou inferior do círculo é apresentada a escala <strong>de</strong> pontos, <strong>de</strong> 5º <strong>em</strong> 5º, on<strong>de</strong> passam as<br />

“almocântaras”, circunferências concêntricas que correspon<strong>de</strong>m ao lugar geométrico dos pontos da<br />

abóbada celeste com a mesma altura. A partir <strong>de</strong> plantas, cortes e com base nas coor<strong>de</strong>nadas<br />

astronómicas e horizontais é possível i<strong>de</strong>ntificar questões associadas à geometria da insolação, através da<br />

clara visão da posição do Sol nas diversas datas e levantamento <strong>de</strong> dados, pois estes apresentam-se na<br />

posição correcta e <strong>em</strong> verda<strong>de</strong>ira gran<strong>de</strong>za.<br />

Por ex<strong>em</strong>plo ao conhecer a orientação do edificado, é <strong>de</strong>nunciada a insolação da fachada, quando livre <strong>de</strong><br />

qualquer obstrução. 32 Com o auxílio <strong>de</strong> transferidores <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas solares 33 , el<strong>em</strong>entos genéricos <strong>de</strong><br />

leitura sobre a carta solar é possível ainda <strong>de</strong>terminar as sombras projectadas pelos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> da fachada ou a penetração do Sol das aberturas. 34<br />

O seguinte esqu<strong>em</strong>a apresenta os vários parâmetros associados à geometria da insolação, ou seja os<br />

ângulos que <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> a posição do Sol relativamente a uma superfície.<br />

31 Ver Anexo 1.2 - Instrumentos para estudos da Geometria Solar: Carta Solar para Lisboa<br />

32 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.50, 55 e 73 a 77<br />

33 Ver Anexo 1.3 - Instrumentos para estudos da Geometria Solar: Transferidores auxiliares <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas solares<br />

34 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.47 e 48<br />

24


1.2.2. Radiação Solar<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Figura 6 – Posição relativa do Sol<br />

Fonte: Geometria da Insolação, pág.185<br />

A radiação solar é a principal fonte <strong>de</strong> energia para o planeta, como fonte <strong>de</strong> calor e como fonte <strong>de</strong> luz<br />

natural. Tecnicamente consiste na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia radiante <strong>em</strong>itida pelo Sol que alcança uma<br />

<strong>de</strong>terminada superfície terrestre, sob a forma <strong>de</strong> radiação electromagnética e formada por duas<br />

componentes: a radiação solar directa e a radiação solar difusa.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação solar que atinge uma <strong>de</strong>terminada superfície varia <strong>de</strong> momento para momento,<br />

pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições atmosféricas e meteorológicas, das características geográficas e topográficas<br />

ou da envolvente urbana. Estes el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> obstrução po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como vantagens ou<br />

<strong>de</strong>svantagens, o que vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> outros parâmetros como a inclinação, a cor ou o material das<br />

superfícies que receb<strong>em</strong> a radiação.<br />

Espectro Electromagnético da radiação solar:<br />

O espectro da radiação solar é composto por raios infravermelhos, raios visíveis e raios ultravioletas. Os<br />

raios infravermelhos são os responsáveis pela energia solar ou o aquecimento. Os raios visíveis<br />

representam a sensação <strong>de</strong> luz, sendo por isso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>, mas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um certo nível e <strong>de</strong><br />

acordo com a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida, pois <strong>em</strong> <strong>de</strong>masia po<strong>de</strong> causar enca<strong>de</strong>amento, além <strong>de</strong> estar<br />

associada ao calor proveniente dos raios infravermelhos <strong>de</strong> onda curta, pois quando se transformam <strong>em</strong><br />

infravermelho <strong>de</strong> onda longa, provoca o sobreaquecimento in<strong>de</strong>sejável. Os raios ultravioletas são os<br />

responsáveis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do comprimento <strong>de</strong> onda e <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po da exposição, pela<br />

foto<strong>de</strong>gradação. 35<br />

35 FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.16<br />

25


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Radiação Solar Directa e Difusa:<br />

A Terra recebe quase toda a energia do sol <strong>em</strong> ondas electromagnéticas na forma <strong>de</strong> radiação directa e<br />

difusa. A atmosfera funciona como um filtro solar que <strong>de</strong>ixa atravessar parcialmente, mas que po<strong>de</strong><br />

difundir, reflectindo parte das radiações. O Sol não aquece directamente o ar, mas ao atravessar, aquece<br />

as superfícies sobre as quais inci<strong>de</strong> e por sua vez aquece o ar. 36<br />

A radiação solar directa é a forma <strong>de</strong> radiação mais intensa e consiste na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia radiante<br />

no metro quadrado <strong>de</strong> superfície <strong>em</strong> qualquer instante, composta por dois el<strong>em</strong>entos, o raio e a difusão. A<br />

intensida<strong>de</strong> do raio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ângulo <strong>de</strong> incidência entre o raio solar e a linha perpendicular à superfície,<br />

ou seja, está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da fase do dia.<br />

A soma da radiância difundida <strong>em</strong> todas as direcções recebida do céu <strong>de</strong>nomina-se <strong>de</strong> radiação solar<br />

difusa ou então radiação solar reflectida, através da envolvente ou edifício adjacente. 37<br />

Figura 7 – Radiação Solar Directa e Difusa<br />

Fonte: Energy Conscious Design: A Primer for Architects, pág.20<br />

Por vezes a radiação solar directa é in<strong>de</strong>sejável para a iluminação natural <strong>de</strong>vido não só à sua<br />

componente térmica mas também ao facto do valor do nível <strong>de</strong> iluminação ser <strong>de</strong>masiado intenso para ser<br />

usado sobre o plano <strong>de</strong> trabalho. Por esse motivo, são <strong>de</strong> valorizar os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> que consegu<strong>em</strong> um<br />

equilíbrio entre os dois factores, funcionando como fontes indirectas <strong>de</strong> luz, ou seja, quando uma superfície<br />

reflectora é iluminada por uma fonte <strong>de</strong> luz primária (luz solar ou luz do céu) a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa luz po<strong>de</strong><br />

ser virtualmente idêntica à luz do céu. 38<br />

36<br />

FROTA, Anésia Barros (2004) – op.cit., p.16<br />

37<br />

GOULDING, John R., LEWIS, J. Owen, STEEMERS, Theo C., (1992) – op.cit., p.20; VIQUEIRA, Manuel Rodríguez entre outros (2001) –<br />

op.cit., p.21<br />

38<br />

LAMBERTS, Roberto, DUTRA, Luciano, PEREIRA, Fernando O. (1997) – Eficiência energética na Arquitectura, PW Editores, S. Paulo, p.35<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Reflexão, Absorção, Transmissão:<br />

Nos envidraçados e nos materiais que compõ<strong>em</strong> os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> po<strong>de</strong>m ocorrer três<br />

fenómenos <strong>de</strong> trocas térmicas associados às suas proprieda<strong>de</strong>s solares. Os fenómenos são a reflexão,<br />

absorção e transmissão.<br />

Figura 8 – Fenómenos <strong>de</strong> trocas térmicas: Reflexão, Absorção e Transmissão<br />

Fonte: Energy Conscious Design: A Primer for Architects, pág.52<br />

A reflexão consiste na mudança da direcção <strong>de</strong> propagação da energia na direcção <strong>em</strong> que é proce<strong>de</strong>nte,<br />

após o contacto com uma superfície reflectora. Parte substancial da energia recebida na superfície sobre<br />

um material opaco é reflectida ainda na forma <strong>de</strong> onda curta, aquecendo-as, mas com pouca intensida<strong>de</strong>.<br />

Este fenómeno ocorre <strong>em</strong> função das características do material e da cor. A cor branca é a que mais<br />

reflecte (95% da radiação recebida) e à medida que a cor é mais escura, a reflexão é cada vez menor.<br />

Ao contrário dos outros fenómenos, a absorção está relacionada à parcela <strong>de</strong> energia que persiste após<br />

incidir sobre uma superfície. Qualquer material quando submetido à radiação solar, reflecte uma parcela e<br />

absorve outra, ou seja, aqueles que mais reflect<strong>em</strong> são os que menos absorv<strong>em</strong>, e no caso contrário, a<br />

superfície fica sujeita a um pequeno aumento da t<strong>em</strong>peratura, po<strong>de</strong>ndo <strong>em</strong>itir calor radiante (radiação<br />

menor intensida<strong>de</strong>, mas significativa na escala <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura ambiente). A parcela absorvida origina um<br />

conjunto <strong>de</strong> processos que capturam a energia e convert<strong>em</strong>-na <strong>em</strong> calor, passando o material aquecido a<br />

<strong>em</strong>itir radiação com um espectro correspon<strong>de</strong>nte à sua t<strong>em</strong>peratura.<br />

A transmissão solar consiste na parcela <strong>de</strong> radiação solar que passa pelos envidraçados e pelos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> após ocorrer<strong>em</strong> os outros dois fenómenos, a reflexão e a absorção, por isso o somatório<br />

<strong>de</strong>stas três parcelas é igual à unida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>-se ainda referir a transmissão visual, valor normalmente<br />

disponibilizado pelo mercado, pois consiste na transmissão da luz visível do espectro solar, sendo esta a<br />

parcela que <strong>de</strong>termina o nível <strong>de</strong> luz natural a<strong>de</strong>quada às diferentes activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um espaço.<br />

Devido à ocorrência <strong>de</strong>stes fenómenos, é por isso necessário que na escolha dos envidraçados e dos<br />

materiais que envolv<strong>em</strong> o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, sejam conhecidas as suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s térmicas.<br />

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Ganhos solares directos:<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

O ganho solar directo é o modo mais simples <strong>de</strong> se aproveitar <strong>de</strong> forma passiva a energia solar, realizado<br />

através da absorção da radiação nos el<strong>em</strong>entos utilizados na fachada do edifício, armazenando a energia<br />

durante o dia e fazendo uso da sua inércia térmica. Esta energia, durante o período <strong>em</strong> que não exist<strong>em</strong><br />

ganhos solares, é libertada e po<strong>de</strong> ser aproveitada para o aquecimento e regulação das t<strong>em</strong>peraturas<br />

internas. Quando o calor armazenado é in<strong>de</strong>sejado, este po<strong>de</strong> ser dissipado através <strong>de</strong> outros meios como<br />

a ventilação natural ou o arrefecimento natural.<br />

Hoje <strong>em</strong> dia, o vidro é o el<strong>em</strong>ento capaz <strong>de</strong> fornecer o mais a<strong>de</strong>quado invólucro do edifício na relação com<br />

os critérios base <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho arquitectónico, mas o vidro é também o el<strong>em</strong>ento que apresenta um<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> invólucro exterior. 39 As maiores fontes <strong>de</strong> ganhos <strong>de</strong> calor são introduzidas<br />

através dos envidraçados e por isso a importância <strong>de</strong>stes el<strong>em</strong>entos, juntamente com os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>, para o controlo da entrada <strong>de</strong> calor e aproveitamento da energia.<br />

Efeito <strong>de</strong> estufa:<br />

Este fenómeno é propício <strong>em</strong> alguns períodos do ano, especialmente nos climas quentes, quando os<br />

ganhos solares através do vidro se tornam excessivos.<br />

Como os envidraçados são os el<strong>em</strong>entos que originam os maiores ganhos <strong>de</strong> calor, quando estes são<br />

in<strong>de</strong>sejados, <strong>de</strong>ve ser evitada a sua entrada antes do atravessamento pelo vidro. Após a sua passag<strong>em</strong><br />

pelo vidro, os raios solares que transportam o calor, alteram o seu comprimento <strong>de</strong> onda e não consegu<strong>em</strong><br />

voltar a sair, ficando o calor retido no espaço s<strong>em</strong> pu<strong>de</strong>r se dissipar e consequent<strong>em</strong>ente aumentando a<br />

t<strong>em</strong>peratura do mesmo, ocorrendo o fenómeno do efeito <strong>de</strong> estufa, prejudicial ao conforto do espaço.<br />

T<strong>em</strong>peratura:<br />

A t<strong>em</strong>peratura é um parâmetro mais acessível que permite avaliar o conforto <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado espaço.<br />

Este parâmetro está associado às transmissões <strong>de</strong> energia térmica <strong>de</strong> um corpo para o outro e às noções<br />

<strong>de</strong> frio e calor. São as diferenças <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas que permit<strong>em</strong> as transferências <strong>de</strong> energia térmica,<br />

sendo que o calor é s<strong>em</strong>pre transferido do corpo <strong>de</strong> maior t<strong>em</strong>peratura para o corpo <strong>de</strong> menor<br />

t<strong>em</strong>peratura, na procura <strong>de</strong> atingir um equilíbrio térmico. 40 O corpo humano possui mecanismos que<br />

regulam a sua produção <strong>de</strong> calor interno para as condições térmicas do ambiente, mantendo uma<br />

t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 36,7ºC, através da geração <strong>de</strong> calor do metabolismo, compensada pelas perdas <strong>de</strong> calor<br />

das activida<strong>de</strong>s individuais e é por isso importante salientar que para uma mesma t<strong>em</strong>peratura a sensação<br />

<strong>de</strong> conforto térmico individual po<strong>de</strong> ser diferente <strong>em</strong> função das outras variáveis. 41<br />

39 Tony Fitzpatrick e Ove Arup & Partners cit. por YEANG, Ken (1996) – op.cit., p.82<br />

40 Disponível <strong>em</strong> http://pt.wikipedia.org/wiki/T<strong>em</strong>peratura [23/07/2008]<br />

41 Roaf e Hancock, (1992) cit in ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., pág. 26<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Exist<strong>em</strong> três modos <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor:<br />

o Condução - propagação entre a continuida<strong>de</strong> dos materiais, específico para cada tipo.<br />

o Convecção - transmissão <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> um corpo sólido para um fluído.<br />

o Radiação - propagação por meio <strong>de</strong> partículas ou ondas (meio o qual a energia solar alcança a<br />

terra.<br />

Nos locais <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas mais elevadas, <strong>de</strong>ve ser evitada a radiação solar que inci<strong>de</strong> directamente<br />

sobre os envidraçados. Um invólucro <strong>em</strong> vidro po<strong>de</strong> ser usado <strong>em</strong> fachadas que não enfrentam os raios<br />

solares directos, mas nas restantes situações <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser requeridos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> que os evitam e/ou<br />

controlam, <strong>de</strong>vido às questões térmicas e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação. Os restantes materiais também<br />

utilizados na fachada do edifício <strong>de</strong>v<strong>em</strong> reflectir o calor ou então <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser compostos <strong>de</strong> várias camadas<br />

<strong>de</strong> modo a permitir a ventilação dos espaços e o seu arrefecimento.<br />

1.2.3. Sombreamento e Iluminação<br />

Perante as adversas condições solares o <strong>sombreamento</strong> e a iluminação são uma necessida<strong>de</strong> para o<br />

conforto e eficiência energética. São por isso apresentados os parâmetros que avaliam e quantificam estas<br />

necessida<strong>de</strong>s, abrangendo a dicotomia <strong>de</strong> que quando se evita a entrada do sol in<strong>de</strong>sejado, priva-se o<br />

espaço da iluminação natural. No <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, é por isso preciso, consi<strong>de</strong>rar<br />

estes aspectos <strong>de</strong> modo a encontrar um equilíbrio entre os vários parâmetros.<br />

o Proporcionar um a<strong>de</strong>quado controlo solar.<br />

o Evitar a entrada <strong>de</strong> radiação solar quando in<strong>de</strong>sejado.<br />

o Propiciar uma luminosida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada à activida<strong>de</strong> a que o espaço se <strong>de</strong>stina.<br />

o Garantir equilíbrio entre o fluxo luminoso incidido e reflectido.<br />

o Controlar os níveis <strong>de</strong> reflexão<br />

o Procurar equilíbrio entre a uniformida<strong>de</strong> e o contraste<br />

o Evitar o ofuscamento<br />

Coeficiente <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>:<br />

O coeficiente total <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> (CS) <strong>de</strong>fine a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um envidraçado no controlo solar.<br />

Consiste no índice dos ganhos totais <strong>de</strong> calor, obtido por comparação entre a energia transmitida,<br />

absorvida e novamente radiada <strong>de</strong> um vidro e com os mesmos parâmetros <strong>de</strong> um envidraçado incolor e<br />

simples exposto ao sol (unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida). Para a sua avaliação, a percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> radiação transmitida,<br />

se t<strong>em</strong> equiparado ao valor <strong>de</strong> 1, como o indice básico para o envidraçado exposto ao sol. 42<br />

42 OLGYAY, Victor (1973) in Design with Climate – op.cit., p. 67<br />

29


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

A transmissão térmica é então medida por um coeficiente <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> do envidraçado. Todos os<br />

tipos <strong>de</strong> vidros, <strong>em</strong> conjunto com um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> proporcionam um coeficiente que facilita<br />

uma correcta selecção para um <strong>de</strong>terminado edifício. 43<br />

Factor Solar:<br />

O Factor Solar (FS) consiste na relação entre a energia da radiação solar total que inci<strong>de</strong> no vão<br />

envidraçado e a energia transmitida e absorvida para o interior por convecção e radiação juntamente com<br />

o respectivo dispositivo <strong>de</strong> protecção. 44 Além <strong>de</strong>ste índice, po<strong>de</strong>m ainda ser utilizados pelos diversos<br />

fabricantes, outros índices que indicam a transmissão <strong>de</strong> calor <strong>de</strong> um vão, mas muitas vezes, estes são<br />

apenas utilizados por questões <strong>de</strong> marketing e por isso são pouco relevantes neste levantamento.<br />

Factor Luz-Dia:<br />

Figura 9 – Factor Solar<br />

A avaliação da luz do dia é dificultada pela variabilida<strong>de</strong> da luz <strong>de</strong>vido às condições meteorológicas locais<br />

ou a poluição. O Factor <strong>de</strong> Luz -Dia (DF) é o parâmetro mais comum para caracterizar a luz do dia<br />

disponível <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um edifício.<br />

O Factor Luz-Dia consiste na razão entre a luminosida<strong>de</strong> interior distribuída uniform<strong>em</strong>ente num espaço,<br />

medida <strong>em</strong> vários pontos fixos e a luminosida<strong>de</strong> simultaneamente disponível no exterior, medida numa<br />

superfície horizontal, preferencialmente sob um céu nublado. Este exprime-se <strong>em</strong> percentag<strong>em</strong>, <strong>de</strong> tal<br />

maneira que um Factor Luz-Dia <strong>de</strong> 2% significa que, se no exterior existe uma iluminação <strong>de</strong> 10.000 lux,<br />

num local <strong>de</strong>terminado do interior existe 200 lux. 45<br />

DF = 100 * E int / E ext<br />

Este conceito apresenta duas vantagens: a sua constância, pois mesmo que a luminosida<strong>de</strong> exterior<br />

aumente, a luz interior modifica-se simultaneamente, resultando na eficácia do compartimento como<br />

instalação <strong>de</strong> iluminação e meio <strong>de</strong> penetração da luz do dia; e o conceito <strong>de</strong> adaptação, pois a apreciação<br />

43 Ver anexo 2.1 – Princípios Solares: Tabela <strong>de</strong> Coeficiente <strong>de</strong> Sombra, segundo Olgyay<br />

44 RCCTE – Decreto-lei nº 80/2006<br />

45 HOPKINSON, R. G., PETHERBRIDGE, P., LONGMORE, J. (1966) – Iluminação Natural, 2º Edição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian,<br />

p.28<br />

30


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

visual do interior <strong>de</strong> um compartimento ten<strong>de</strong> a não se modificar radicalmente, mesmo que a luminosida<strong>de</strong><br />

actual se torne maior com o aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> dia.<br />

O Factor Luz-Dia resulta num valor aritmético conveniente para a avaliação da iluminação interior,<br />

distribuição e direcção da luz natural no espaço e numa i<strong>de</strong>ia do efeito subjectivo proporcionada pelo nível<br />

<strong>de</strong> iluminação medido <strong>em</strong> qualquer momento.<br />

Iluminância e Luminância:<br />

Estes dois factores são também responsáveis pela medição da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz existente num<br />

<strong>de</strong>terminado espaço, estando por isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do fluxo luminoso. O fluxo luminoso me<strong>de</strong>-se <strong>em</strong><br />

lúmens (lm) e consiste na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo <strong>em</strong>itido pelo sol visto aos olhos humanos.<br />

A Iluminância consiste na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do fluxo luminoso do céu e da luz do sol, inci<strong>de</strong>nte sobre uma<br />

superfície (unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área), situada a uma certa distância da fonte, ou seja, é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz que<br />

chega a um ponto. A iluminância po<strong>de</strong> ser medida através <strong>de</strong> um Luxímetro, <strong>em</strong> lux, mas não é vista,<br />

apenas são visíveis as diferenças na reflexão da luz. A iluminância é também conhecida como Nível <strong>de</strong><br />

Iluminação, variando consoante a activida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>correr no espaço.<br />

A Luminância está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da iluminância, pois consiste na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo luminoso que é<br />

recebido numa <strong>de</strong>terminada superfície e modificado pela sua reflectivida<strong>de</strong> e por isso, é a medida física<br />

que produz a sensação <strong>de</strong> brilho. Este factor é medido <strong>em</strong> can<strong>de</strong>las por metro quadrado (cd/m 2 ).<br />

Figura 10 – Iluminância<br />

Fonte: www.<strong>de</strong>e.ufc.br - Curso <strong>de</strong> Eficiência Energética<br />

Reflectância, a influência da cor e do material:<br />

Figura 11 – Luminância<br />

Fonte: www.<strong>de</strong>e.ufc.br - Curso <strong>de</strong> Eficiência Energética<br />

A luminosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um espaço é também resultante da reflectância dos objectos. Este consiste na relação<br />

entre o fluxo luminoso reflectido (Exitância) e o fluxo luminoso inci<strong>de</strong>nte (Iluminância) sobre uma superfície,<br />

normalmente medido <strong>em</strong> percentag<strong>em</strong>.<br />

Refl.(%) = 100 * Exit. / Ilum.<br />

31


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

A existência <strong>de</strong> superfícies para a reflexão da luz é importante para a iluminação <strong>de</strong> um espaço, pois são<br />

as superfícies reflectoras que permit<strong>em</strong> que a luz atinja a área mais distante do vão <strong>de</strong> um espaço.<br />

O nível <strong>de</strong> reflectância está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> material e cor utilizada na envolvente e objectos do<br />

espaço, influenciando <strong>em</strong> muito as suas características luminosas.<br />

É conhecido que as cores claras reflect<strong>em</strong> o impacto do sol, enquanto os escuros absorv<strong>em</strong>. A apreciação<br />

visual dá uma medida aproximada da relação entre a cor e o valor da absorção. Alguns estudos mostram<br />

que as cores claras <strong>em</strong> venezianas exteriores proporcionam 20% mais <strong>de</strong> protecção que as cores escuras<br />

e que o alumínio oferece uma protecção adicional <strong>de</strong> 10%. Nas telas <strong>de</strong> rolo exteriores o efeito é mais<br />

claro, pois as cores claras proporcionam 40% mais <strong>de</strong> protecção que as <strong>de</strong> cor escuras. No ex<strong>em</strong>plo dos<br />

cortinados interiores, a diferença não é tão acentuada, pois as cores claras são apenas 18% mais efectivas<br />

que as escuras. 46<br />

Uniformida<strong>de</strong> e Contraste:<br />

A uniformida<strong>de</strong> e contraste são também aspectos que na avaliação da qualida<strong>de</strong> do espaço a nível <strong>de</strong><br />

iluminação e do <strong>sombreamento</strong>, ressaltam. A pouca uniformida<strong>de</strong> na iluminação po<strong>de</strong> ser uma forte causa<br />

da fadiga visual, <strong>de</strong>vido às gran<strong>de</strong>s diferenças entre as luminâncias dos diferentes planos, <strong>em</strong>bora um<br />

certo <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> contraste favoreça também a visibilida<strong>de</strong>. A luz do céu propicia uma iluminação<br />

relativamente uniforme, enquanto a luz solar proporciona uma iluminação mais concentrada.<br />

Ofuscamento:<br />

O ofuscamento leva à redução da capacida<strong>de</strong> visual e também ao <strong>de</strong>sconforto visual, ocorrendo <strong>de</strong>vido à<br />

visualização directa da fonte <strong>de</strong> luz, ou perante <strong>de</strong> um excesso <strong>de</strong> luz no ambiente que provoca um brilho<br />

intenso nos materiais <strong>de</strong>vido à reflexão da luz<br />

1.3. Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento como Estratégia da Construção Bioclimática<br />

O <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> é uma Estratégia da Construção Bioclimática, pois a sua<br />

aplicação procura melhorar a construção a nível da eficiência energética e conforto, tirando partido das<br />

condições locais e climáticas, <strong>de</strong> um modo passivo, ou seja na interacção do edifício com a envolvente e<br />

<strong>de</strong> um modo activo, através da incorporação <strong>de</strong> equipamentos que maximizam essa interacção.<br />

46 OLGYAY, Victor (1973) in Design with Climate – op.cit., p. 69<br />

32


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

1.3.1 Como Estratégia Passiva<br />

As estratégias <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> passivas são consequências da aplicação dos princípios solares, o Sol, o<br />

Vento e a Água, incluindo a efectiva gestão energética da radiação solar sobre as fachadas, mantendo os<br />

níveis <strong>de</strong> conforto térmico e luminoso – Arquitectura Solar Passiva. 47<br />

O <strong>sombreamento</strong> t<strong>em</strong> como principal objectivo a protecção solar e por isso funciona como uma estratégia<br />

<strong>de</strong> arrefecimento, ou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> também funcionar como um el<strong>em</strong>ento que evita<br />

a saída <strong>de</strong> ar quente e por isso contribuir para a estratégia <strong>de</strong> aquecimento, ou ainda garantir<strong>em</strong><br />

melhorares condições <strong>de</strong> luz natural e por isso funcionar<strong>em</strong> como uma estratégia <strong>de</strong> iluminação natural.<br />

O <strong>de</strong>senho solar passivo está por isso associado a três factores que ger<strong>em</strong> as necessida<strong>de</strong>s energéticas:<br />

aquecimento, arrefecimento e iluminação, que articuladas com as priorida<strong>de</strong>s técnicas, funcionais e<br />

estéticas <strong>de</strong> projecto, contribu<strong>em</strong> para o conforto interior e minimização do consumo <strong>de</strong> energia.<br />

É <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar que não existe uma única solução para cada situação, mas sim, que o edificado nasce <strong>de</strong><br />

um processo complexo que procura analisar e relacionar entre si uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> factores. A importância<br />

<strong>de</strong>stes factores é relativa, pois está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da orientação, geometria do edificado e das condições<br />

ambientais exteriores, mas os princípios são os mesmos, consi<strong>de</strong>rar a exposição solar das fachadas com<br />

maior importância a nível dos espaços e activida<strong>de</strong>s, na procura <strong>de</strong> proporcionar o ambiente mais<br />

a<strong>de</strong>quado à activida<strong>de</strong>, minimizando as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aquecimento durante o período frio e <strong>de</strong><br />

arrefecimento durante o período quente e o menor uso da iluminação artificial (Olygay, 1973) 48 .<br />

Influência da Localização, Orientação e Geometria no <strong>sombreamento</strong>:<br />

O grau e o tipo <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> necessário está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> algumas variantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a localização<br />

do edifício e sua envolvente, a orientação solar a que o edifício se expõe até à sua própria geometria.<br />

A localização geográfica e a orientação são os primeiros parâmetros a consi<strong>de</strong>rar para a disposição da<br />

área envidraçada da fachada do edifício, no entanto, dificilmente se consegue evitar <strong>em</strong> alguns períodos<br />

do ano a excessiva radiação solar, s<strong>em</strong> a utilização <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

Nos climas quentes os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong> procurar reduzir ao mínimo os ganhos <strong>de</strong> calor, aliando a<br />

vantag<strong>em</strong> dos vãos voltados a sul, pois é o período que o Sol se encontra mais alto e por isso a<br />

penetração da radiação solar é mais facilmente minimizada, enquanto nos períodos mais frios, como o sol<br />

se encontra mais baixo, o vão recebe maior radiação <strong>de</strong> calor, tornando-se um factor positivo para o<br />

aquecimento. Nos climas quentes, a orientação mais probl<strong>em</strong>ática é a nascente / poente, pois o sol<br />

encontra-se mais baixo e por isso a radiação é mais directa, optando-se por vezes pela redução da área<br />

<strong>de</strong>stes vãos.<br />

47<br />

YEANG, Ken (1996) – op.cit., p.155<br />

48<br />

ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., p.61<br />

33


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Figura 12 – Resposta à orientação<br />

Fonte: Green Vitruvius: Princípios e práticas <strong>de</strong> projecto para uma Arquitectura Sustentável, p.63<br />

A outra variante intrínseca a um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> é a geometria do edificado, que conjuntamente<br />

com os restantes factores, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho a<strong>de</strong>quadas. Como ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> climas frios<br />

ou excessivamente quentes a adopção <strong>de</strong> uma configuração compacta, permite obter uma menor área<br />

exposta ao ambiente, ou até a criação <strong>de</strong> um microclima através <strong>de</strong> um pátio interior. Por outro lado, <strong>em</strong><br />

climas quentes e húmidos, a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>ve ter como base a abertura do edificado, <strong>de</strong> modo a<br />

permitir uma maior relação ambiental.<br />

A geometria do vão também se <strong>de</strong>ve a<strong>de</strong>quar a estas variantes, pois o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um vão <strong>de</strong> pequenas<br />

dimensões procura evitar a excessiva entrada dos raios solares, ao mesmo t<strong>em</strong>po que se restringe a<br />

entrada <strong>de</strong> luz natural, ao contrário <strong>de</strong> quando se <strong>de</strong>senha um vão <strong>de</strong> maiores dimensões, <strong>em</strong> que é<br />

favorecida a entrada <strong>de</strong> luz natural, mas os ganhos e perdas <strong>de</strong> calor no interior do po<strong>de</strong>m excessivas,<br />

tornando-se num ambiente interior <strong>de</strong>sconfortável termicamente.<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento como Estratégia <strong>de</strong> Arrefecimento:<br />

O <strong>sombreamento</strong> como estratégia <strong>de</strong> arrefecimento é principalmente utilizado num clima tipo Europeu, pois<br />

além <strong>de</strong> trazer enormes benefícios a nível do conforto, permite a redução ou até eliminação do<br />

arrefecimento por meios mecânicos e consequent<strong>em</strong>ente a pretendida redução do consumo energético.<br />

O principal probl<strong>em</strong>a efectivo que se coloca no <strong>de</strong>senho e orientação dos envidraçados é o<br />

sobreaquecimento na estação <strong>de</strong> arrefecimento. O sobreaquecimento é um fenómeno que ocorre <strong>de</strong>vido<br />

ao <strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>senho e aplicação dos envidraçados e do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. O vidro é o<br />

el<strong>em</strong>ento que na indústria da construção é principalmente utilizado nas janelas, um el<strong>em</strong>ento transparente,<br />

que permite a luz natural e o ar possam ser admitidos. 49<br />

São os envidraçados que também contribu<strong>em</strong> para a redução <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> energia solar por radiação<br />

através das seguintes características:<br />

49 YEANG, Ken (1996) – op.cit., p. 153 a 182<br />

34


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

o Dimensões - a redução dos envidraçados está associada à procura <strong>de</strong> uma forma compacta que<br />

reduza as superfícies <strong>de</strong> aquecimento;<br />

o Inclinação - a radiação t<strong>em</strong> mais dificulda<strong>de</strong>s a passar o vidro quanto maior for o ângulo;<br />

o Baixa Emissivida<strong>de</strong> - redução das perdas <strong>de</strong> calor.<br />

Além dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, que cumpr<strong>em</strong> um importante papel na retenção no controlo das<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calor solar, sendo a principal estratégia <strong>de</strong> arrefecimento, po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>stacar outras<br />

estratégias, que associadas a esta minimizam os efeitos <strong>de</strong> aquecimento do espaço.<br />

As pare<strong>de</strong>s e coberturas po<strong>de</strong>m funcionar também como el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> gestão dos ganhos externos,<br />

através da aplicação <strong>de</strong> isolamento e do uso da sua inércia térmica, baseado no facto <strong>de</strong> que existe um<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> atraso na passag<strong>em</strong> do fluxo <strong>de</strong> ar quente pela fachada que po<strong>de</strong> ser explorado através dos<br />

materiais utilizados no edifício para fins <strong>de</strong> arrefecimento. A reflectivida<strong>de</strong> das pare<strong>de</strong>s e cobertura consiste<br />

na criação <strong>de</strong> uma barreira que permite <strong>de</strong>sviar a radiação para o exterior do edifício, variando <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da materialida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos.<br />

Estas estratégias contribu<strong>em</strong> para a conservação <strong>de</strong> calor nos períodos <strong>de</strong> aquecimento nas regiões frias,<br />

ou então po<strong>de</strong>m contribuir para a prevenção do sobreaquecimento por condução nos períodos <strong>de</strong><br />

arrefecimento nas regiões quentes.<br />

A ventilação natural é também uma estratégia <strong>de</strong> arrefecimento importante, para a qual os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong> também contribuir, porque as t<strong>em</strong>peraturas no interior dos edifícios nos climas<br />

quentes po<strong>de</strong>m muitas vezes ser<strong>em</strong> mais altas que as do exterior, <strong>de</strong>vido à constituição do invólucro<br />

exterior não se apropriar ao clima.<br />

Os princípios da ventilação natural baseiam-se na movimentação do ar fresco (vento) como meio <strong>de</strong><br />

arrefecimento, sendo realizado quando duas massas <strong>de</strong> ar têm diferentes t<strong>em</strong>peraturas, as suas<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s e pressões são também diferentes, originando o movimento <strong>de</strong> subida do ar da parte mais<br />

<strong>de</strong>nsa (fria) para a parte menos <strong>de</strong>nsa (quente). A diferença <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>ve ser usada para expulsar<br />

o ar quente do edifício, por ex<strong>em</strong>plo, através do efeito chaminé, que consiste na criação <strong>de</strong> aberturas no<br />

topo para a saída do ar quente e na base do edifício para entrada do ar fresco, sendo este efeito<br />

maximizado quando as aberturas estão localizadas verticalmente. Outro ex<strong>em</strong>plo é facilitar a ventilação<br />

transversal através do <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> vãos que o permitam, <strong>em</strong> lados opostos do edifício, para a<br />

movimentação do ar.<br />

Em suma, o <strong>sombreamento</strong> como estratégia <strong>de</strong> arrefecimento <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os seguintes aspectos:<br />

o Controlo solar, impedindo a entrada dos raios solares no interior do edifício quando in<strong>de</strong>sejados.<br />

o Contribuir para a diminuição dos ganhos externos, impedindo os aumentos <strong>de</strong> calor <strong>de</strong>vido aos<br />

efeitos <strong>de</strong> condução ou a infiltração do ar quente exterior, propiciado pela materialida<strong>de</strong> do<br />

sist<strong>em</strong>a.<br />

o Permitir a ventilação do espaço, não obstruindo <strong>em</strong> <strong>de</strong>masia o vão, quando a cumprir a sua função<br />

<strong>de</strong> sombrear<br />

35


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento como contributo para a Estratégia <strong>de</strong> Aquecimento:<br />

Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> como estratégia <strong>de</strong> aquecimento funcionam como um compl<strong>em</strong>ento a essa<br />

necessida<strong>de</strong>, pois alguns tipos <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a contribu<strong>em</strong> para a diminuição das perdas térmicas interiores,<br />

associados aos factores <strong>de</strong> seguida referidos.<br />

A estratégia <strong>de</strong> aquecimento é principalmente condicionada pela orientação dos vãos, sendo optimizada<br />

para os vãos voltados a sul, por captar<strong>em</strong> o máximo dos ganhos solares nos meses frios, e menos nos<br />

meses quentes, enquanto as orientações este/oeste são mais a<strong>de</strong>quadas a espaços que necessitam <strong>de</strong><br />

aquecimento intermitente, porque apenas receb<strong>em</strong> alguma radiação no período da manha ou ao fim <strong>de</strong><br />

tar<strong>de</strong>, atingindo por vezes nos períodos quentes ganhos <strong>de</strong> calor máximos face à fachada sul, po<strong>de</strong>ndo<br />

gerar sobreaquecimento se não for<strong>em</strong> protegidos. Na fachada norte <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar os espaços que<br />

requer<strong>em</strong> pouco aquecimento ou que necessitam <strong>de</strong> arrefecimento, pois esta recebe muito pouca radiação<br />

tanto no Verão como no Inverno.<br />

Nesta estratégia, os envidraçados são importantes e complexos el<strong>em</strong>entos a consi<strong>de</strong>rar, pois são os<br />

responsáveis pelos ganhos ou perdas <strong>de</strong> calor. Com o progresso técnico e o aparecimento <strong>de</strong> novos<br />

materiais na concepção dos envidraçados, é hoje possível especificar a constituição <strong>de</strong> um el<strong>em</strong>ento<br />

envidraçado, satisfazendo exigências <strong>de</strong> ganho e conservação <strong>de</strong> calor e <strong>de</strong> transmissão e direcção <strong>de</strong> luz<br />

para as diferentes orientações. É procurado o equilíbrio na satisfação das necessida<strong>de</strong>s que por vezes<br />

estão <strong>em</strong> conflito, o aquecimento e o arrefecimento.<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento como Estratégia <strong>de</strong> Iluminação Natural:<br />

Um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> controlo da entrada dos raios solares no interior, <strong>de</strong>ve<br />

contribuir para promover a iluminação natural, e procurar equilíbrio entre os dois el<strong>em</strong>entos, luz e sombra.<br />

O objectivo da estratégia <strong>de</strong> iluminação natural é permitir chegar o máximo <strong>de</strong> luz do dia ao interior do<br />

edifício para uma eficiência e conforto visual, ou até satisfação estética, pois os espaços iluminados por luz<br />

natural são mais atraentes e agradáveis. Esta estratégia adiciona a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> redução ou eliminação da<br />

iluminação eléctrica, contribuindo para uma redução significativa dos consumos energéticos e nos<br />

consequentes impactes negativos ambientais. Segundo alguns estudos, nos últimos anos a combinação da<br />

maximização da luz natural com a iluminação <strong>de</strong> elevado rendimento, permite seguras poupanças entre<br />

30% a 50%, po<strong>de</strong>ndo chegar na or<strong>de</strong>m dos 60% a 70%. 50<br />

A iluminação interior está associada a factores, como a localização e orientação, geometria dos espaços,<br />

forma e dimensão dos vãos, a existência e geometria <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, os e os materiais<br />

utilizados, <strong>de</strong>vendo respon<strong>de</strong>r aos requisitos inerentes às activida<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>correr no espaço, período <strong>de</strong><br />

utilização, tipo <strong>de</strong> utilizadores e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>. 51<br />

50 ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, AO (2001) – op.cit., p.71.<br />

51 ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, AO (2001) – op.cit., p.72.<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

Hoje <strong>em</strong> dia, vários <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> são <strong>de</strong>senhados para captar a luz natural, dirigindo-a para<br />

o interior, na procura <strong>de</strong> evitar níveis <strong>de</strong> iluminação muito elevados junto dos envidraçados e <strong>de</strong><br />

proporcionar uma difusão uniforme da luz natural, como as palas reflectoras, os vidros prismáticos ou os<br />

estores reflectores, funcionando tanto para <strong>sombreamento</strong> como para iluminação.<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento como Estratégias Compl<strong>em</strong>entares:<br />

Além das estratégias já referidas, os Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento po<strong>de</strong>m ainda ser estudados <strong>de</strong> modo a<br />

funcionar<strong>em</strong> <strong>em</strong> compl<strong>em</strong>ento com outras estratégias que visam aumentar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma Construção<br />

Bioclimática.<br />

A visibilida<strong>de</strong> do interior para o exterior é uma necessida<strong>de</strong> para o conforto do ocupante, principalmente no<br />

período diurno por isso um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> como instrumento que evita a entrada dos raios<br />

solares, não <strong>de</strong>ve impedir a visibilida<strong>de</strong> total, por ex<strong>em</strong>plo como acontece com os estores, que ao<br />

cumprir<strong>em</strong> a sua função <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, não permit<strong>em</strong> a visibilida<strong>de</strong>. Por outro lado, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> po<strong>de</strong> ainda compl<strong>em</strong>entar a estratégia <strong>de</strong> segurança e privacida<strong>de</strong> do espaço interior e<br />

neste caso os estores ou as portadas são ex<strong>em</strong>plos muito comuns <strong>de</strong>ssa situação. Um bom sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> visa equilibrar as diferentes necessida<strong>de</strong>s, para o conforto do ocupante.<br />

Outra estratégia que um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>ve compl<strong>em</strong>entar é a redução acústica. O vão é dos<br />

el<strong>em</strong>entos da construção que constitui maior fragilida<strong>de</strong> nesse sentido e por isso um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>ve proporcionar também uma melhoria acústica, como por ex<strong>em</strong>plo a aplicação <strong>de</strong><br />

isolamento nas caixas dos estores.<br />

1.3.2 Como Estratégia Activa<br />

As estratégias activas da construção bioclimática pren<strong>de</strong>m-se com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Arquitectura Solar Activa,<br />

ou seja, a análise e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma <strong>arquitectura</strong> eficiente e confortável está associada à<br />

utilização <strong>de</strong> equipamentos eléctricos, mecânicos ou químicos, que a<strong>de</strong>quadamente incorporados no<br />

edifício, permit<strong>em</strong> a captação, armazenamento da energia solar e fornecimento <strong>de</strong> energia térmica e<br />

eléctrica ao edifício.<br />

Os painéis solares térmicos e fotovoltaicos são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> equipamentos que po<strong>de</strong>m ser incorporados<br />

nos edifícios, integrados <strong>em</strong> fachadas no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, funcionando não só como estratégia<br />

passiva, mas também como estratégia activa. Este tipo <strong>de</strong> estratégia está também associado ao conceito<br />

<strong>de</strong> energia renovável, pois consegu<strong>em</strong> obter energia através <strong>de</strong> fontes naturais capazes <strong>de</strong> se regenerar.<br />

Integração <strong>de</strong> células fotovoltaicas <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>:<br />

O papel das células fotovoltaicas é converter a luz proveniente do sol directamente <strong>em</strong> energia eléctrica,<br />

com a principal vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização da energia à medida que é produzida, ou então, a<br />

37


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />

energia é armazenada <strong>em</strong> baterias para ser utilizada mais tar<strong>de</strong>. Este sist<strong>em</strong>a é silencioso, eficiente e<br />

dispensa <strong>de</strong> manutenção, <strong>em</strong>bora ainda <strong>de</strong> custo elevado, mas com a previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scer nos próximos<br />

anos <strong>de</strong>vido à sua crescente utilização.<br />

A fixação dos painéis fotovoltaicos po<strong>de</strong> ser na cobertura ou nas fachadas, pois a sua integração <strong>em</strong><br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> revestimento é simples, po<strong>de</strong>ndo <strong>em</strong> alguns casos substituí-los, com a atenção <strong>de</strong> que a sua<br />

eficiência diminui com o aumento <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e por isso são mais eficazes como segundo<br />

revestimento, protegidos das int<strong>em</strong>péries, do que como um revestimento principal. 52<br />

Integração <strong>de</strong> painéis solares térmicos <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>s:<br />

Os painéis solares térmicos são mecanismos utilizados para o aquecimento da água e ambiente através da<br />

captação <strong>de</strong> energia da luz do sol. São constituídos por uma placa colectora <strong>em</strong> sanduíche, com um<br />

revestimento isolante na base, um envidraçado pela frente e no interior tubos <strong>em</strong> que água é bombeada.<br />

A melhor orientação é para sul, tanto para as coberturas como para a integração <strong>em</strong> fachadas, ou até um<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> 30º. A inclinação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da utilização a que é proposto, se para o aquecimento <strong>de</strong> água ou<br />

para o aquecimento <strong>de</strong> ambiente 53 .<br />

52 ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, AO (2001) – op.cit., p.73.<br />

53 ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, AO (2001) – op.cit., p.73.<br />

38


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

2. EVOLUÇÃO E LEVANTAMENTO DE SISTEMAS DE SOMBREAMENTO<br />

Nos últimos anos os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> têm vindo a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser encarados como el<strong>em</strong>entos<br />

adicionais à fachada e começam a ser consi<strong>de</strong>rados como um sist<strong>em</strong>a integrado na própria fachada. Para<br />

isso é necessário perceber <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática a generalida<strong>de</strong> e a racionalida<strong>de</strong> das várias soluções e<br />

técnicas ao longo dos anos, associado à sua evolução nos diferentes períodos.<br />

A evolução e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma técnica construtiva não é casual, n<strong>em</strong> o resultado <strong>de</strong> uma criação<br />

imediata. Está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das condições ambientais do local, sendo uma resposta <strong>de</strong> um longo processo<br />

com uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> questões, <strong>em</strong> que as i<strong>de</strong>ias vão criando maturida<strong>de</strong> à espera <strong>de</strong> encontrar<br />

circunstâncias e meios tecnológicos a<strong>de</strong>quados para tornar possível o seu <strong>de</strong>senvolvimento, enquadrada<br />

no conceito estético actual. 54<br />

Para uma melhor análise e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a é necessário ainda ter conhecimento das<br />

características dos diversos tipos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> disponibilizados no mercado, b<strong>em</strong> como a sua<br />

aplicação e adaptação. Os ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> edifícios apresentados procuram <strong>de</strong>stacar os aspectos positivos<br />

que as soluções adoptadas possu<strong>em</strong> a nível da preocupação do arquitecto <strong>em</strong> adaptar e/ou conceber um<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada e <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> integrado e a sua procura <strong>em</strong> a<strong>de</strong>quar os aspectos funcionais aos<br />

aspectos criativos e conceptuais, resultando num edificado <strong>de</strong> carácter próprio.<br />

2.1. Evolução das técnicas <strong>de</strong> fachadas e <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong><br />

“Cladding in the future will be as porous and perfect as human skin.” 55<br />

Esta <strong>de</strong>ve ser a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceber um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada focado na questão do <strong>sombreamento</strong>, um<br />

instrumento essencial para a permanente procura da sensação <strong>de</strong> conforto nos espaços arquitectónicos,<br />

permitindo ainda a optimização dos recursos energéticos. Com recurso ao <strong>de</strong>senho bioclimático, um<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> traduz-se na solução <strong>de</strong> uma das questões arquitectónicas mais preocupantes,<br />

o excesso <strong>de</strong> radiação a que um edificado po<strong>de</strong> estar exposto.<br />

A seguinte exposição é realizada segundo o autor Vicente Patón no artigo “Una Historia Superficial”, da<br />

revista Tectónica: fachadas ligeras, Envolventes (1) <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2006. 56<br />

As fachadas são muitas vezes figuradas como a “pele” do edifício, capaz <strong>de</strong> criar protecção climática e<br />

ambiente <strong>de</strong> conforto e <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> no interior. Esta figuração para fachadas po<strong>de</strong> até ser bastante<br />

literal, pois os povos primitivos utilizavam a pele dos animais para a criação <strong>de</strong> abrigos ou então fibras<br />

54 PATÓN, Vicente (2006) “Una historia Superficial”, Tectónica: fachadas ligeras, Envolventes (1), Janeiro 2006, p.4.<br />

55 PAWLEY, Martin, cit in YEANG, Ken (1996) – “The Skyscraper bioclimatically consi<strong>de</strong>red. A <strong>de</strong>sign primer” in External wall and cladding, Wiley-<br />

Aca<strong>de</strong>my, Malaysia, p. 153 a 182<br />

56<br />

Ver Anexo 3: Friso Cronológico da evolução das Fachadas<br />

39


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

vegetais para fazer cabanas que o protegiam dos diversos agentes climáticos rigorosos e <strong>de</strong>sfavoráveis.<br />

Des<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre que se verifica a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação do Hom<strong>em</strong> e da construção às condições<br />

climáticas e características locais, criando e apren<strong>de</strong>ndo técnicas que o permitiam estabelecer-se <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminados locais. 57<br />

Estas técnicas primitivas têm um papel pouco significativo na evolução das técnicas <strong>de</strong> fachadas, pela sua<br />

fragilida<strong>de</strong> e porque o que é feito durante muitos anos é uma <strong>arquitectura</strong> com materiais pesados que<br />

formam o sist<strong>em</strong>a estrutural do edifício, como a <strong>arquitectura</strong> clássica grega e romana.<br />

Um dos princípios básicos do <strong>sombreamento</strong> e utilizado <strong>de</strong> modo evi<strong>de</strong>nte nestas culturas ao longo da<br />

história é a orientação, <strong>em</strong> resposta da observação do percurso solar para conseguir condições <strong>de</strong> conforto<br />

nos períodos quentes e nos períodos frios. A organização e distribuição dos edifícios nas cida<strong>de</strong>s gregas<br />

são ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sta característica, pois permitiam os ganhos solares nos períodos frios e o controlo solar<br />

excessivo nos períodos quentes através <strong>de</strong> simples dispositivos fixos ou móveis. Os dispositivos fixos eram<br />

<strong>em</strong> forma <strong>de</strong> pórticos ou galerias que circundavam o edificado, permitindo que os espaços principais<br />

estivess<strong>em</strong> protegidos. Os dispositivos móveis aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> coberturas <strong>de</strong> tela <strong>em</strong> tensão por<br />

cordas sobre os pátios. Estes dispositivos foram aperfeiçoados na <strong>arquitectura</strong> romana, com base <strong>em</strong><br />

lonas suspensas com argolas ou sustentados por cabos <strong>em</strong> tensão e suportes verticais que possibilitavam<br />

correr horizontalmente e enrolar e <strong>de</strong>senrolar segundo as horas <strong>de</strong> insolação (utilizado no Coliseu <strong>de</strong><br />

Roma).<br />

Na <strong>arquitectura</strong> tradicional oriental o <strong>sombreamento</strong> era realizado através dos longos beirados e das<br />

galerias <strong>em</strong> pórtico, evitando a incidência directa sobre as fachadas, tal como na <strong>arquitectura</strong> grega. Eram<br />

ainda adicionados panos ligeiros à base <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e papel, reforçado com tiras <strong>de</strong> bambu ou ma<strong>de</strong>ira, ou<br />

então o uso <strong>de</strong> gelosias, um el<strong>em</strong>ento fixo que controlava não só a radiação solar assim como o contacto<br />

visual e a iluminação.<br />

Ao longo <strong>de</strong> toda a história, el<strong>em</strong>entos como os beirados, as telas, os panos, as gelosias, <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> fixos ou<br />

móveis procuram controlar a incidência da radiação solar e entrada da iluminação natural, mas apenas<br />

com a Ida<strong>de</strong> Média (a partir do século V) e o surgimento das técnicas construtivas do gótico (século XII) é<br />

que o invólucro <strong>de</strong> edifício torna-se mais ligeiro. É criado um sist<strong>em</strong>a estrutural <strong>de</strong> nervuras que conduz as<br />

cargas às colunas e arcos, livrando as pare<strong>de</strong>s exteriores <strong>de</strong> suportar esses pesos, permitindo que estas<br />

sejam mais estreitas e que se crie aberturas <strong>de</strong> maior dimensão para a entrada <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>. Este<br />

sist<strong>em</strong>a construtivo vai sendo atenuado e substituído por outros estilos ao longo <strong>de</strong> vários séculos <strong>de</strong> um<br />

invólucro <strong>em</strong> geral compacto realizado com materiais pesados.<br />

Os toldos no exterior e as cortinas no interior foram os principais dispositivos móveis agregados ao vão<br />

utilizados no século XVI na Procuratie Vecchie <strong>de</strong> 1514 e Hardwick Hall <strong>de</strong> 1597, que através <strong>de</strong> um<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cordas e roldanas permitiam enrolar e <strong>de</strong>senrolar.<br />

Já próximo do século XVII e principalmente na zona mediterrânea começa a ser utilizado outro tipo <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>a, que consistia no uso <strong>de</strong> janela dupla, <strong>em</strong> que o interior é uma janela <strong>de</strong> vidro e o exterior é uma<br />

janela cega do tipo portada, normalmente composta por tábuas horizontais.<br />

57 PATÓN, Vicente (2006) – op.cit., p.4.<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Apenas no século XIX, com o novo gótico, impl<strong>em</strong>entado por Viollet Le Duc, se começa a contar com o<br />

processo industrial do ferro e do vidro, os materiais que vêm revolucionar a história da construção tanto a<br />

nível estrutural como a nível <strong>de</strong> fachadas do edificado. As pare<strong>de</strong>s começam a <strong>de</strong>saparecer como tais,<br />

transformando-se <strong>em</strong> gra<strong>de</strong>s estruturas metálicas <strong>de</strong> pilares e vigas. Nestes anos começam também a<br />

aparecer os primeiros painéis <strong>de</strong> ferro ligeiros para um revestimento <strong>de</strong> fachada mais opaca, ou então, o<br />

revestimento com gran<strong>de</strong>s superfícies <strong>de</strong> vidro e galerias cobertas com enormes cúpulas <strong>em</strong> vidro como a<br />

Galeria Vittorio Emanuele (1865) <strong>em</strong> Milão ou as Galerias Lafayette <strong>em</strong> Paris. Esta nova técnica traz uma<br />

maior tendência na <strong>arquitectura</strong> para a criação <strong>de</strong> ambientes interiores mais atractivos e com maior ligação<br />

ao exterior, juntamente com outras questões que ainda não tinham sido abordadas como a ausência <strong>de</strong><br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> tornando por vezes estes espaços <strong>de</strong>sconfortáveis termicamente.<br />

Esta época começa também a <strong>de</strong>terminar a crescente apreciação pela Luz natural, um dom presente<br />

nestas manifestações construtivas que procuram perceber as suas vantagens e benefícios.<br />

Com o início do século XX e a Revolução Industrial é assinalada a fase <strong>de</strong> importantes mudanças na<br />

<strong>arquitectura</strong>, impulsionada pelos novos meios tecnológicos que permit<strong>em</strong> a transformação e utilização da<br />

energia <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática resultando numa energia mais barata e no aumento generalizado da sua<br />

utilização.<br />

Durante esta época, correspon<strong>de</strong>nte aos anos do Movimento Mo<strong>de</strong>rno, este conhecimento foi posto <strong>de</strong><br />

parte na área da <strong>arquitectura</strong>, pois não havia a preocupação pelo consumo rápido e excessivo da energia,<br />

n<strong>em</strong> o respeito pelo meio ambiente, como é o caso do chamado “Estilo Internacional”. Este traz o<br />

crescimento da indústria e da economia, tendo como tipologias dominantes os gran<strong>de</strong>s conjuntos<br />

habitacionais e os centros <strong>de</strong> trabalho marcados pelos edifícios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s alturas que eram construídos<br />

inteiramente dissociados do contexto climático local resultando no recurso excessivo da climatização e da<br />

iluminação artificial.<br />

Apesar do potencial arquitectónico do vidro, <strong>em</strong> alguns casos a qualida<strong>de</strong> da luz natural disponível era<br />

ignorada, acrescentando o facto <strong>de</strong> o vidro apresentar um <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ina<strong>de</strong>quado face às condições<br />

exteriores ainda evi<strong>de</strong>nte nas soluções apresentadas nesta época. Devido à sua altura, este edifícios estão<br />

expostos mais directamente ao forte impacto das t<strong>em</strong>peraturas externas e dos raios solares directos, que<br />

os outros edifícios. Portanto, <strong>em</strong> todas as orientações as fachadas necessitavam <strong>de</strong> possuir outras<br />

características, <strong>de</strong> modo a acomodar diferentes funções nas diferentes épocas do ano, respon<strong>de</strong>ndo às<br />

diferentes necessida<strong>de</strong>s.<br />

Contudo é importante referir os casos <strong>de</strong> excepções <strong>de</strong> alguns arquitectos mo<strong>de</strong>rnistas que procuravam<br />

alternativas a<strong>de</strong>quadas a cada lugar, como o Frank Lloyd Wright ou Le Corbusier <strong>em</strong> que apresentavam<br />

soluções esteticamente muito criativas e com preocupações <strong>de</strong> ligação ao meio natural 58 .<br />

A partir <strong>de</strong> 1935, com Le Corbusier e Jean-Prouvé, os princípios técnicos da nova construção são<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, a ligeireza, a concepção sist<strong>em</strong>ática e a fabricação <strong>em</strong> série, transmitidos por ex<strong>em</strong>plo<br />

através da concepção <strong>de</strong> variadíssimos painéis, <strong>em</strong> monoblocos unidos com juntas elásticas que se<br />

adaptam às dilatações do edifício ou então painéis sanduíche s<strong>em</strong>i-portantes com a base interior <strong>em</strong><br />

58 http://s<strong>em</strong>inarios.ist.utl.pt/04-05/inov/html/sumarios/13.shtml - Correia Gue<strong>de</strong>s, A <strong>arquitectura</strong> Bioclimática<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

ma<strong>de</strong>ira, a exterior <strong>em</strong> chapa <strong>de</strong> alumínio e entre estas um enchimento <strong>em</strong> poliéster expendido, que<br />

actuava como isolamento.<br />

Estas técnicas <strong>de</strong> fachada têm, ao longo dos anos, um gran<strong>de</strong> carácter <strong>de</strong> experimentação com vários<br />

materiais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vidro, ao aço, o alumínio, ou a ma<strong>de</strong>ira, generalizando-se e comercializando-se com<br />

extensos catálogos <strong>de</strong> diferentes produtos e evoluindo tecnologicamente como resposta aos vários<br />

contextos e necessida<strong>de</strong>s que lhe são expostos. É uma postura associada ao investimento na criativida<strong>de</strong><br />

e às alterações das condições socioeconómicas e ao rápido <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico dos materiais e<br />

técnicas. Quando se começa a perceber a relação entre as proprieda<strong>de</strong>s físicas dos materiais e o seu<br />

comportamento térmico nas construções, assim como os impactes a nível do consumo energético nas<br />

edificações, começa-se a fazer um maior investimento <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong>sses impactos.<br />

Le Corbusier tinha ainda a utopia <strong>de</strong> um invólucro todo <strong>em</strong> vidro, até constatar a fragilida<strong>de</strong> da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um espaço interior através <strong>de</strong> estudos teóricos <strong>de</strong> insolação, que lhe permitiram projectar um conjunto<br />

<strong>de</strong> palas verticais, el<strong>em</strong>entos rectilíneos, que controlavam os efeitos do sol directo sobre a fachada,<br />

<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> brise-soleil, melhorando assim as condições <strong>de</strong> conforto térmico e <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> no<br />

ambiente interior, que funcionavam por vezes, juntamente com os beirados.<br />

São ex<strong>em</strong>plos a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Habitação <strong>de</strong> Marselha (1947) e o Edifício Millowners Association <strong>em</strong><br />

Ahmadabad (1954). O próprio Le Corbusier, rapidamente abandona a utopia <strong>de</strong> uma pele <strong>em</strong> vidro que<br />

reveste o edifício, começando por trabalhar vãos ao comprido e a conjugação entre os planos<br />

transparentes e os planos opacos, apontando para uma maior inércia térmica no conjunto da fachada.<br />

Mas o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> um invólucro todo <strong>em</strong> vidro não fica por aí, tornando-se uma maior realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à<br />

evolução tecnológica no âmbito do ferro e do vidro no surgimento <strong>de</strong> uma nova técnica construtiva a partir<br />

dos anos 60/70, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> fachadas duplas ou pare<strong>de</strong>s-cortina. Esta técnica procura conciliar os<br />

benefícios estéticos e <strong>de</strong> iluminação através da utilização <strong>de</strong> uma elevada percentag<strong>em</strong> do vidro, mas com<br />

a eficiência energética e o conforto térmico próxima <strong>de</strong> um invólucro opaco. Este tipo <strong>de</strong> fachada é<br />

constituída por duas superfícies envidraçadas, a exterior que atenua como protecção ao vento, chuva e<br />

ruído e a interior que permite a abertura <strong>de</strong> vãos para a ventilação natural, sendo separadas por uma<br />

caixa-<strong>de</strong>-ar, on<strong>de</strong> o ar <strong>de</strong>verá circular para evitar o sobreaquecimento. A iluminação natural po<strong>de</strong> por vezes<br />

tornar-se numa <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> porque <strong>em</strong> diversas situações, a uma luz excessiva po<strong>de</strong> causar<br />

enca<strong>de</strong>amento, <strong>de</strong>vendo por isso ser procurada uma situação <strong>de</strong> equilíbrio entre os factores.<br />

Por volta <strong>de</strong> 1970, começam a aparecer os primeiros revestimentos a plástico, através <strong>de</strong> peças préfabricadas<br />

<strong>de</strong> resina poliéster reforçada com fibra <strong>de</strong> vidro, que permit<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> formal da<br />

fachada e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu interior.<br />

A <strong>arquitectura</strong> mo<strong>de</strong>rna trouxe consigo, o novo conceito <strong>de</strong> fachada <strong>de</strong> edifício: <strong>de</strong>via ser autoportante,<br />

com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> montag<strong>em</strong> e reparação dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, leve e protectora a<br />

nível térmico e acústico, <strong>em</strong> resposta à ruptura com tradição construtiva e na procura <strong>de</strong> uma <strong>arquitectura</strong><br />

para uma nova era, industrial, racionalista e funcional que t<strong>em</strong> como base rigorosos estudos e <strong>de</strong>senhos.<br />

A partir dos anos 70, a época é marcada pelas chamadas crises energéticas, consequência da utilização<br />

crescente das matérias-primas que permitiam obter a energia, pois inicialmente não havia a preocupação<br />

que os recursos energéticos tinham reservas limitadas. Esta questão traduz-se <strong>em</strong> preocupações directas<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

na <strong>arquitectura</strong>, <strong>de</strong>vido à utilização excessiva <strong>de</strong>stes recursos na construção, levando ao estudo <strong>de</strong> meios<br />

para diminuir a sua utilização. Um dos ex<strong>em</strong>plos é o crescente investimento nos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

Sombreamento e por isso a disponibilização no mercado <strong>de</strong> um vasto tipo <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> que se adaptam a<br />

diferentes situações e à evolução das necessida<strong>de</strong>s, ao mesmo t<strong>em</strong>po que os próprios arquitectos<br />

procuram <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> funcionais e singulares, na procura <strong>de</strong> oferecer um carácter particular ao edificado.<br />

2.2. Classificação dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

A importância <strong>de</strong> classificar os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> associa-se à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se prever o<br />

conjunto <strong>de</strong> situações a<strong>de</strong>quadas a que estes po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r no nível técnico e funcional para<br />

que resulte num ambiente mais confortável.<br />

Os diversos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> são classificados <strong>em</strong> função da sua respectiva localização no<br />

edificado, exterior ou interior e ainda subdivididos <strong>em</strong> função da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manuseamento, fixos ou<br />

móveis. È ampla e complexa a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> e com a evolução tecnológica é ainda assinalado<br />

outro grupo que se afasta do tipo <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a mais tradicional, os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> avançados <strong>de</strong> vidros <strong>de</strong> controlo<br />

solar.<br />

2.2.1. Exteriores ou Interiores<br />

O <strong>sombreamento</strong> pelo interior po<strong>de</strong> ser menos eficaz porque quando os raios solares interceptam o vidro<br />

estes alteram o seu comprimento <strong>de</strong> onda e já não consegu<strong>em</strong> voltar a sair, ficando retidos no espaço<br />

interior aquecendo-o (efeito <strong>de</strong> estufa), enquanto no <strong>sombreamento</strong> exterior, os raios solares ao<br />

interceptar<strong>em</strong> os el<strong>em</strong>entos, dispersam antes <strong>de</strong> atingir<strong>em</strong> o vidro, po<strong>de</strong>ndo chegar a reduzir os ganhos <strong>de</strong><br />

calor até 80% 59 . (imag<strong>em</strong> da radiação a passar pelo vidro). Num clima como o <strong>de</strong> Portugal, um sist<strong>em</strong>a<br />

exterior é mais a<strong>de</strong>quado para o <strong>sombreamento</strong>, <strong>em</strong>bora um sist<strong>em</strong>a interior possa funcionar como um<br />

bom compl<strong>em</strong>ento, principalmente no controlo lumínico.<br />

Um sist<strong>em</strong>a exterior por vezes permite ainda a circulação do ar quando cumpre a sua função <strong>de</strong> sombrear,<br />

ajudando ainda mais no arrefecimento. Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> exteriores são mais dispendiosos na instalação e<br />

manutenção <strong>em</strong> relação aos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> interiores, mas a longo prazo po<strong>de</strong>m reduzir os custos a nível do<br />

consumo energético.<br />

Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> exteriores têm um papel <strong>de</strong>cisivo e importante na imag<strong>em</strong> e carácter estético da fachada do<br />

edifício enquanto os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> interiores têm um carácter mais passivo.<br />

Quando um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> é instalado no interior <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidros duplos ou triplos,<br />

com uma caixa-<strong>de</strong>-ar <strong>de</strong> características que permitam uma ventilação a<strong>de</strong>quada, este combina as<br />

vantagens <strong>de</strong> ambos os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong>, exteriores e interiores, pois aqui os ganhos <strong>de</strong> calor são dissipados para<br />

o exterior e o sist<strong>em</strong>a fica protegido das condições do clima exterior. Este ex<strong>em</strong>plo está também referido<br />

no agrupamento dos vidros <strong>de</strong> controlo solar.<br />

59 ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., p.101.<br />

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2.2.2. Fixos ou Móveis<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Palas horizontais ou verticais, galerias, arcadas, pare<strong>de</strong>s reticuladas, são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos fixos<br />

para o <strong>sombreamento</strong>, que já foram referidos como <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> presentes na construção tradicional. A<br />

principal <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> fixos é que apenas proporcionam um a<strong>de</strong>quado <strong>sombreamento</strong> numa<br />

certa parte do dia e <strong>em</strong> certas estações, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> estar a limitar a entrada <strong>de</strong> luz <strong>em</strong> outras alturas<br />

do ano, quando a luz natural seria <strong>de</strong>sejada.<br />

Um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> fixo faz parte integrante do exterior do edificado e por isso <strong>de</strong>ve ser tomado<br />

<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração algumas atenções como a altura/comprimento e profundida<strong>de</strong> do el<strong>em</strong>ento afixado e/ou a<br />

sua exacta fixação <strong>em</strong> relação às dimensões do vão <strong>de</strong> modo a obter o máximo <strong>de</strong> benefícios dos raios<br />

solares no Inverno, <strong>de</strong>ixando que os raios pass<strong>em</strong> pelo vão, ou então na estação <strong>de</strong> arrefecimento<br />

interceptá-los.<br />

Uma fachada a sul tira especial partido <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> horizontal fixo, uma fachada a<br />

este e a oeste tirar mais vantagens <strong>de</strong> um <strong>sombreamento</strong> lateral fixo, pois a posição do sol é mais baixa.<br />

A eficiência <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a fixo varia consoante as variações das estações e a posição do sol e por isso os<br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong> móveis po<strong>de</strong>m ser mais a<strong>de</strong>quados por evitar<strong>em</strong> alguns probl<strong>em</strong>as nesse sentido. Estes são<br />

controlados manual ou automaticamente, po<strong>de</strong>ndo se a<strong>de</strong>quar<strong>em</strong> à vonta<strong>de</strong> individual e às condições<br />

térmicas confortáveis para o ocupante ao mesmo t<strong>em</strong>po que po<strong>de</strong>m proporcionar ao longo <strong>de</strong> todo ano,<br />

bons níveis <strong>de</strong> iluminação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam aplicados e geridos correctamente.<br />

As portadas, os toldos retrácteis, estores <strong>de</strong> lâminas ajustáveis, as cortinas, telas <strong>de</strong> rolo, as venezianas<br />

são alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong>, que po<strong>de</strong>m estar abertos gran<strong>de</strong> parte do t<strong>em</strong>po, sendo fechados<br />

apenas com a inclinação dos raios solar o exigir. Alguns <strong>de</strong>stes <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> po<strong>de</strong>m ser ainda usados para<br />

aumentar o efeito <strong>de</strong> isolamento térmico na estação <strong>de</strong> aquecimento.<br />

Os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> móveis po<strong>de</strong>m também ser uma boa ferramenta para gerir a entrada <strong>de</strong> luz<br />

natural, pois a entrada <strong>de</strong> luz directa num espaço é uma característica muito atraente, mas esta po<strong>de</strong> ser<br />

in<strong>de</strong>sejável se incidir directamente sobre os ocupantes ou sobre o plano <strong>de</strong> trabalho e por isso os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong><br />

po<strong>de</strong>m ajudar a reflectir a luz solar directa e proporcionando uma boa penetração da luz natural.<br />

Hoje <strong>em</strong> dia existe também <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> exteriores que são totalmente automatizados e<br />

controlados por células fotoeléctricas, reagindo às variações da inclinação do sol, aos níveis <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>peraturas e/ou aos níveis <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, com a principal <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> muito<br />

dispendiosos.<br />

2.2.3. Sist<strong>em</strong>as avançados <strong>de</strong> controlo solar<br />

Exist<strong>em</strong> vidros, que <strong>de</strong>vido às suas proprieda<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> avançados <strong>de</strong> controlo<br />

solar. São <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> mais recentes e que po<strong>de</strong>m também ser consi<strong>de</strong>rados como um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>, pois traz benefícios no controlo da entrada dos raios solares e a nível <strong>de</strong> iluminação<br />

natural. Estes <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> são compostos normalmente por dois painéis <strong>de</strong> vidro com uma caixa-<strong>de</strong>-ar no<br />

interior com el<strong>em</strong>entos que juntamente com as características do vidro isolantes e <strong>de</strong> baixa <strong>em</strong>issivida<strong>de</strong><br />

preten<strong>de</strong>m estabelecer um equilíbrio na interacção luz e sombra, ou seja, criar um ambiente agradável no<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

interior e energeticamente eficiente ao protegê-lo da radiação in<strong>de</strong>sejada e consequente<br />

sobreaquecimento, ao mesmo t<strong>em</strong>po que cria uma confortável distribuição <strong>de</strong> luz natural.<br />

A principal vantag<strong>em</strong> ou até a principal finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a está associada à leveza e<br />

transparência que uma fachada po<strong>de</strong> resultar. As <strong>de</strong>svantagens são essencialmente <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m económica,<br />

pois os vidros com estas características são dispendiosos, aliados ao facto <strong>de</strong> que um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ste<br />

género precisa <strong>de</strong> um processo agregado que permita a a<strong>de</strong>quada ventilação da fachada.<br />

2.3. Levantamento dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento <strong>de</strong> Mercado<br />

No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste estudo é realizado um levantamento dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, pois tratase<br />

<strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> dados directa dos tipos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong>, mecanismos, materiais, vantagens e<br />

<strong>de</strong>svantagens a consi<strong>de</strong>rar para a concepção <strong>de</strong> uma fachada esteticamente atraente, funcional e <strong>de</strong><br />

acordo com a envolvente. 60<br />

A lista <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> é muito extensa, pois constant<strong>em</strong>ente o mercado investe <strong>em</strong> novos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> resultando<br />

numa ampla gama <strong>de</strong> variantes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nível dos mecanismos, materiais, forma, dimensões e cores, que<br />

procuram respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s actuais e aos padrões estéticos. São por isso apenas apresentados<br />

e caracterizados os grupos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> maior utilização nas diversas tipologias.<br />

É também <strong>de</strong> referir que no estudo do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos diferentes <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> solar é<br />

ainda pouca a informação disponibilizada pelos fabricantes / <strong>em</strong>presas sobre as proprieda<strong>de</strong>s do sist<strong>em</strong>a,<br />

sendo por isso importante investir numa base <strong>de</strong> dados integrada através da compilação e sist<strong>em</strong>atização<br />

da informação dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong><br />

2.3.1. Palas Horizontais e Verticais<br />

As palas são el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> aplicação fixa no exterior. 61 Muitas vezes estes el<strong>em</strong>entos faz<strong>em</strong> parte do<br />

próprio corpo da construção, consi<strong>de</strong>rando-se os el<strong>em</strong>entos singulares que projectam do corpo da<br />

fachada, a projecção da cobertura e das varandas ou até os próprios recuos <strong>de</strong> fachada. Outras vezes as<br />

palas são el<strong>em</strong>entos que se agregam à fachada, respon<strong>de</strong>ndo a padrões comercializados, do metálico ao<br />

vidro, ou à composição por lamelas <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, adquir<strong>em</strong> outro tipo <strong>de</strong> características associadas a<br />

estes el<strong>em</strong>entos, mas não se tornam mais eficientes por essa materialização.<br />

A aplicação das palas t<strong>em</strong> um uso frequente <strong>em</strong> lojas, edifícios <strong>de</strong> carácter público, principalmente nas<br />

áreas <strong>de</strong> acesso e entrada e nos edifícios <strong>de</strong> habitação colectiva comuns. É vantajosa principalmente a sul,<br />

pois exclu<strong>em</strong> os raios solares <strong>de</strong> maior inclinação vertical, ou seja, quando o sol se encontra mais alto. As<br />

palas contínuas proporcionam muito mais sombra do que as que se limitam à largura da janela. Estas<br />

po<strong>de</strong>m ainda funcionar como light shelves, instrumento <strong>de</strong> direcção da luz para o tecto, resultando<br />

60 Ver Anexo 4.1 - Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Empresas <strong>de</strong> comercialização<br />

61 Ver Anexo 4.2.1 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados - PALAS<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

num espaço com maior nível <strong>de</strong> iluminação natural através da reflexão <strong>de</strong> luz difusa no tecto e por<br />

isso capaz <strong>de</strong> iluminar <strong>de</strong> forma mais eficaz a superfície e protegendo a parte da frente da sala contra<br />

a irradiação directa.<br />

Figura 13 – Incidência solar sobre pala horizontal<br />

Fonte: Introducción a la Arquitectura Bioclimática, p. 73<br />

Figura 14 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência do <strong>sombreamento</strong> nas<br />

palas horizontais<br />

Fonte: Produção no software SUNTOOL<br />

Figura 15 – Diagrama do impacto <strong>de</strong> luz natural no espaço sobre pala horizontal<br />

As palas verticais são mais a<strong>de</strong>quadas para os vãos a este e a oeste, pois são mais eficazes na<br />

intercepção da luz solar directa <strong>de</strong> pequena inclinação, ou seja, quando o sol se encontra mais baixo.<br />

Mas para estes el<strong>em</strong>entos ser<strong>em</strong> realmente eficazes po<strong>de</strong>m chegar a dimensões tanto <strong>em</strong> largura<br />

como <strong>em</strong> altura <strong>de</strong>masiado extensas e consequent<strong>em</strong>ente com um impacto excessivo ou não<br />

<strong>de</strong>sejado sobre a fachada.<br />

Figura 16 – Incidência solar sobre pala vertical<br />

Fonte: Introducción a la Arquitectura Bioclimática, p. 75<br />

Figura 17 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência do <strong>sombreamento</strong> nas<br />

palas verticais<br />

Fonte: Produção no software SUNTOOL<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Num sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> palas horizontais ou verticais po<strong>de</strong>m ainda ser acrescentadas as características <strong>de</strong>stas<br />

quando permeáveis, como as pérgulas (el<strong>em</strong>ento horizontal composto por traves espaçadas entre si) ou as<br />

gelosias (el<strong>em</strong>ento vertical composto por módulos <strong>de</strong> várias formas geométricas). São normalmente préfabricados<br />

e com um gran<strong>de</strong> impacto na concepção das fachadas, quando utilizados, tanto a nível estético<br />

como a nível funcional e por isso a importância <strong>de</strong> os referir. A vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a consiste na<br />

eficácia do <strong>sombreamento</strong> ao mesmo t<strong>em</strong>po que permite a circulação <strong>de</strong> ar ou até a privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado espaço exterior.<br />

Na colocação <strong>de</strong> palas horizontais ou verticais que cumpr<strong>em</strong> as condições <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> é necessário<br />

consi<strong>de</strong>rar o seguinte:<br />

o A redução significativa na penetração da luz, sendo mais a<strong>de</strong>quada para locais <strong>em</strong> que os níveis<br />

<strong>de</strong> iluminação natural são elevados;<br />

o Depen<strong>de</strong>ndo da sua localização no vão po<strong>de</strong>m melhorar o comportamento da iluminação natural;<br />

o Evitam o sobreaquecimento dos espaços interiores, por isso a<strong>de</strong>quam-se a climas mais quentes,<br />

como no Sul da Europa;<br />

o Obtém um coeficiente <strong>de</strong> sombra <strong>de</strong> 0,25. 62<br />

o Protecção dos envidraçados face às condições exteriores;<br />

o Po<strong>de</strong>m se tornar por vezes barreiras físicas que obstru<strong>em</strong> <strong>de</strong>masiado a visibilida<strong>de</strong>;<br />

o Têm uma forte expressão na imag<strong>em</strong> da fachada;<br />

2.3.2. Lamelas ou Brise-Soleils<br />

As lamelas, verticais ou horizontais 63 , são um sist<strong>em</strong>a normalmente aplicado no exterior <strong>em</strong> planos <strong>de</strong><br />

fachada, <strong>em</strong> coberturas ou <strong>em</strong> palas <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. O sist<strong>em</strong>a caracteriza-se por um conjunto <strong>de</strong><br />

lamelas fixadas a perfis <strong>de</strong> dimensões bastante variáveis. Quando amovíveis, po<strong>de</strong>m ser orientadas<br />

individualmente optimizando os fluxos <strong>de</strong> calor e a entrada <strong>de</strong> luz solar conforme <strong>de</strong>sejo do ocupante.<br />

As lamelas encontram-se disponíveis <strong>em</strong> diferentes formas, materiais e com vários métodos <strong>de</strong> fixação e<br />

utilização, conseguindo respon<strong>de</strong>r a uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> das necessida<strong>de</strong>s requeridas por diferentes<br />

tipologias: escritórios, habitação, serviços públicos, equipamentos. Traduz<strong>em</strong>-se também numa diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> respostas arquitectónicas que consist<strong>em</strong> na própria imag<strong>em</strong> e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do edifício.<br />

Quando <strong>em</strong> alumínio, reduz o peso das lamelas, além <strong>de</strong> ser um material não corrosível e por isso reduz a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção. O material permite ainda diferentes graus <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> ou iluminação<br />

através da utilização <strong>de</strong> chapas perfuradas permitindo a passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma luz difusa através das lamelas.<br />

As lamelas <strong>em</strong> vidro combinam a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> reduzir<strong>em</strong> o ganho <strong>de</strong> calor com a diminuição do brilho no<br />

interior, nos sítios <strong>de</strong>sejados, aproveitando ainda a maximização da entrada da luz natural. Este tipo t<strong>em</strong><br />

uma maior necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção, <strong>de</strong>vendo por isso estar preparado para tal. O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> lamelas<br />

<strong>em</strong> vidro po<strong>de</strong> ainda incorporar células fotovoltaicas, integradas no lado inverso do vidro ou entre os dois<br />

62 OLGYAY, Victor (1998) – op.cit., p.71<br />

63 Ver Anexo 4.2.2 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – LAMELAS / BRISE-SOLEIL<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

panos <strong>de</strong> vidro que constitu<strong>em</strong> as lamelas. A principal vantag<strong>em</strong> consiste <strong>em</strong> gerar electricida<strong>de</strong> ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po que fornece <strong>sombreamento</strong>.<br />

Este sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ainda ser encontrado <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira, mas para uso exterior é necessário um tratamento<br />

prévio <strong>de</strong> envernizamento ou <strong>de</strong> banho sintético <strong>de</strong> modo a que o material fique protegido dos raios UV a<br />

que se expõe, como dispositivo <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, possuindo assim a <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manutenção. As lamelas <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira, quando integradas num sist<strong>em</strong>a móvel po<strong>de</strong>m também se tornar<strong>em</strong><br />

mais frágeis face a um sist<strong>em</strong>a fixo.<br />

Figura 19 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência <strong>de</strong> lamelas horizontais<br />

Fonte: Produção no software SUNTOOL<br />

Figura 18 – Incidência solar sobre Brise-Soleils<br />

Fonte: Introducción a la Arquitectura Bioclimática p. 73<br />

Figura 20 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência <strong>de</strong> lamelas verticais<br />

Fonte: Produção no software SUNTOOL<br />

Os dados relevantes na aplicação <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong>ste tipo são os seguintes:<br />

o Quando móveis e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do dimensionamento e espaçamento dos el<strong>em</strong>entos horizontais ou<br />

verticais e da orientação do vão este po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r eficazmente às diferentes <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>sombreamento</strong> durante as várias fases do dia;<br />

o Depen<strong>de</strong>ndo do material e <strong>de</strong> ser orientável ou não, o coeficiente <strong>de</strong> sombra é <strong>de</strong> 0,35 a 0,10. 64<br />

o Melhora o comportamento da iluminação natural, pois os el<strong>em</strong>entos funcionam também como<br />

reflectores <strong>de</strong> luz;<br />

o Sist<strong>em</strong>a muito versátil nos diferentes níveis: formal, material, visual, estético.<br />

64 OLGYAY, Victor (1998) – op.cit., p.70 e 71<br />

48


2.3.3. Malhas Metálicas<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

A utilização <strong>de</strong> malhas metálicas resulta numa tela <strong>de</strong> protecção solar que procura filtrar e reduzir a entrada<br />

dos raios solares directos ao mesmo t<strong>em</strong>po que cria uma luminosida<strong>de</strong> mais difusa no espaço interior,<br />

sendo utilizado nas variadas tipologias <strong>de</strong> edificados, mas normalmente associado ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> vãos<br />

envidraçados <strong>de</strong> maiores dimensões. 65<br />

Uma das gran<strong>de</strong>s vantagens da sua utilização é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha da trama e do tipo <strong>de</strong> malha,<br />

pois além <strong>de</strong> permitir criar diversos padrões, módulos e diferentes fachadas <strong>de</strong> acordo com a versatilida<strong>de</strong><br />

exigida pelo edifício é também o responsável, pelo maior ou menor nível <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. Depen<strong>de</strong>ndo<br />

do ângulo <strong>de</strong> observação e dos diversos jogos <strong>de</strong> luz natural, visualmente as malhas variam a sua<br />

presença estética, criando efeitos <strong>de</strong> transparência e opacida<strong>de</strong>, reflexão da luz solar ou sombras<br />

provocadas pelas nuvens, aparências e geometria diversa, oferecendo “dinâmica” na fachada dos edifícios.<br />

O aço inoxidável é o material mais utilizado na produção <strong>de</strong>stas malhas, pois têm elevada resistência à<br />

corrosão, o que permite resistir b<strong>em</strong> às condições climatéricas a que se expõe. Uma <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste<br />

sist<strong>em</strong>a, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do local <strong>em</strong> que se encontra, este po<strong>de</strong> necessitar <strong>de</strong> manutenção regular, <strong>de</strong> modo<br />

a evitar a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partículas que lev<strong>em</strong> à <strong>de</strong>gradação do material.<br />

Figura 21 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência das malhas metálicas:<br />

malha pouco <strong>de</strong>nsa<br />

Fonte: Produção no software SUNTOOL<br />

2.3.4. Portadas<br />

Figura 22 – Diagrama <strong>de</strong> eficiência das malhas metálicas:<br />

malha muito <strong>de</strong>nsa<br />

Fonte: Produção no software SUNTOOL<br />

Consiste num sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> portas, <strong>de</strong> correr ou <strong>de</strong> batente, po<strong>de</strong>ndo variar <strong>de</strong> dimensões, que bloqueia por<br />

completo a entrada dos raios solares. 66 Por vezes as portadas são constituídas por lamelas ajustáveis ao<br />

conforto do ocupante ou então com a existência <strong>de</strong> pequenas ranhuras que permit<strong>em</strong> a entrada <strong>de</strong> uma luz<br />

ténue e pouco relevante, mas permitindo a circulação do ar.<br />

Este sist<strong>em</strong>a é normalmente <strong>em</strong> alumínio ou PVC, mas po<strong>de</strong> também ser <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, localizando-se<br />

normalmente no exterior e quando fixadas no interior são constituídas por um material <strong>de</strong> menor resistência<br />

como o MDF.<br />

65 Ver Anexo 4.2.3 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – MALHAS METÁLICAS<br />

66 Ver Anexo 4.2.4 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – PORTADAS<br />

49


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Este sist<strong>em</strong>a é económico, <strong>de</strong> fácil aplicação e <strong>de</strong> acessível integração às estruturas existentes. Além <strong>de</strong><br />

sombrear po<strong>de</strong> ser fechado por completo, assumindo-se também como um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> segurança e<br />

privacida<strong>de</strong>.<br />

2.3.5. Venezianas<br />

Este sist<strong>em</strong>a, bastante comum e económico, compõe-se por um conjunto <strong>de</strong> lâminas <strong>de</strong> dimensões pouco<br />

variáveis, sendo recolhido <strong>de</strong> modo uniforme <strong>em</strong>pilhando sucessivamente as lâminas, utilizado tipicamente<br />

<strong>em</strong> vãos <strong>em</strong> que a altura é superior à sua largura. 67 Quando o sist<strong>em</strong>a é utilizado no interior, as lâminas<br />

são <strong>de</strong> menores dimensões e <strong>de</strong> um material mais frágil e leve, como a ma<strong>de</strong>ira ou o alumínio.<br />

Os perfis das lâminas são variáveis conforme a função pretendida, o que permite uma protecção solar<br />

eficaz, sendo facilmente aplicado às estruturas existentes. As venezianas po<strong>de</strong>m ser controlados<br />

manualmente ou motorizadas. Uma das suas vantagens é a sua versatilida<strong>de</strong>, ou seja a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

orientação das lâminas, <strong>de</strong> modo a proteger o interior da exposição directa dos raios solares e controlando<br />

a entrada <strong>de</strong> luz natural e o brilho ou até obter o obscurecimento completo do espaço.<br />

Este sist<strong>em</strong>a solar é concebido para uma ampla gama <strong>de</strong> aplicações, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ambientes domésticos a<br />

profissionais, tornando a fachada <strong>de</strong> vidro na protagonista.<br />

Calor interior<br />

por radiação e<br />

convecção<br />

Figura 23 – Incidência solar sobre venezianas interiores<br />

Fonte: Dissertação: Performance Evaluation of Solar Shading<br />

Syst<strong>em</strong>s, p. 7<br />

Figura 24 – Incidência solar sobre venezianas exteriores<br />

Fonte: Dissertação: Performance Evaluation of Solar Shading<br />

Syst<strong>em</strong>s, p. 7<br />

Deste sist<strong>em</strong>a é importante assinalar as seguintes observações:<br />

o Quando localizado no exterior consegue o coeficiente <strong>de</strong> sombra <strong>de</strong> 0,15, aproximando-se <strong>de</strong> uma<br />

eficiência <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> das lamelas horizontais, pois formalmente são idênticos;<br />

o Quando localizado no interior o coeficiente <strong>de</strong> sombra aumenta, <strong>de</strong> 0,53 a 0,75, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

cor e do material utilizado, logo a eficiência do sist<strong>em</strong>a diminui; 68<br />

o Integração mais sóbria na fachada.<br />

67 Ver Anexo 4.2.5 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – VENEZIANAS<br />

68 OLGYAY, Victor (1998) – op.cit., p.68 e 71<br />

Radiação reflectida e<br />

absorvida para o exterior<br />

Radiação absorvida e<br />

reflectida<br />

Calor absorvido é reflectido<br />

para o exterior por radiação<br />

e convecção<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

2.3.6. Estores <strong>de</strong> Bandas Horizontais<br />

Este sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, comum e económico, consiste num conjunto <strong>de</strong> réguas horizontais<br />

amovíveis na vertical por enrolamento. 69 Além <strong>de</strong> funcionar<strong>em</strong> como protecção aos raios solares, permit<strong>em</strong><br />

a circulação do ar através <strong>de</strong> umas pequenas aberturas entre as réguas. Têm a principal <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

cortar <strong>de</strong>masiado a entrada da luz e o contacto visual com o exterior quando estão a cumprir a função <strong>de</strong><br />

sombrear. Este sist<strong>em</strong>a é <strong>de</strong> fácil aplicação à estrutura existente e po<strong>de</strong> ser controlado manualmente ou <strong>de</strong><br />

forma automática.<br />

2.3.7. Telas <strong>de</strong> Rolo ou Estores verticais<br />

As telas <strong>de</strong> rolo consist<strong>em</strong> num sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> superfície lisa e flexível que impe<strong>de</strong> a passag<strong>em</strong> integral dos<br />

raios solares e da luz, sendo amovível na vertical por enrolamento, po<strong>de</strong>ndo se localizar no exterior ou no<br />

interior. 70 Trata-se <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a simples, que varia apenas no tipo <strong>de</strong> caixa e nas guias laterais, e<br />

acessível economicamente e por isso <strong>de</strong> utilização muito comum.<br />

Figura 25 – Variantes do sist<strong>em</strong>a Tela <strong>de</strong> Rolo: Corrente, Mola, Manivela, Motorizado<br />

Fonte: http://www.controsol.pt/<br />

Quando utilizado no interior este sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser utilizado <strong>em</strong> conjunto com outro sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> exterior, por ex<strong>em</strong>plo para obter o obscurecimento completo do espaço interior quando<br />

<strong>de</strong>sejado, pois este sist<strong>em</strong>a não é muito eficaz como <strong>sombreamento</strong> interior, porque a maior parte dos<br />

raios solares já passaram o envidraçado, e aquec<strong>em</strong> a superfície, ou seja, funciona principalmente para<br />

evitar a entrada <strong>de</strong> luz e não do calor. É por isso muitas vezes utilizado também como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong>corativo.<br />

Estão disponíveis <strong>em</strong> diversos materiais e cores (PVC, poliéster, fibra <strong>de</strong> vidro) e po<strong>de</strong>m ser mais ou<br />

menos transparente, traduzindo-se <strong>em</strong> diferentes factores <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

O sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser mais eficaz quando a tela é constituída por um tecido metálico laminado que permite a<br />

vista para o exterior e filtra a radiação solar para o interior, sendo <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> telas <strong>de</strong> filtro solar.<br />

Estas reflect<strong>em</strong> por isso fort<strong>em</strong>ente o calor no período mais quente, <strong>em</strong>bora com a <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

cortar <strong>em</strong> <strong>de</strong>masia a entrada <strong>de</strong> luz natural no interior. Devido a estas características a sua aplicação po<strong>de</strong><br />

ser mais a<strong>de</strong>quada <strong>em</strong> espaços para computadores ou torres <strong>de</strong> controlo, porque não necessitam <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s níveis <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>.<br />

69 Ver Anexo 4.2.6 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – ESTORES DE BANDAS HORIZONTAIS<br />

70 Ver Anexo 4.2.7 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – TELAS DE ROLO<br />

51


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Uma das <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> consistir na dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atingir graus intermédios <strong>de</strong><br />

luminosida<strong>de</strong> e na quebra da vista para o exterior nas condições <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, ou<br />

seja é por vezes mais difícil obter um equilíbrio entre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iluminação natural e <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>.<br />

Figura 26 – Incidência solar sobre a tela, quando no exterior (à esquerda) ou no interior (à direita)<br />

Fonte: Dissertação: Performance Evaluation of Solar Shading Syst<strong>em</strong>s, p. 7<br />

Deste sist<strong>em</strong>a é importante assinalar as seguintes observações:<br />

o Depen<strong>de</strong>ndo da sua localização exterior ou interior este <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r a diferentes requisitos:<br />

maior espessura e acabamento mais resistente quando utilizado no exterior<br />

o Os coeficientes <strong>de</strong> sombra variam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da sua localização, material e cor: Interior e<br />

escura é <strong>de</strong> 0,81, Interior e cor intermédia é <strong>de</strong> 0,62, Interior e cor clara é <strong>de</strong> 0,40 e Exterior e cor<br />

intermédia é <strong>de</strong> 0,25. 71<br />

o Têm a principal <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> não obter um equilíbrio entre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iluminação<br />

natural e <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, pois quando cumpre a função <strong>de</strong> sombrear, corta por completo a<br />

entrada <strong>de</strong> luz natural.<br />

2.3.8. Cortinas<br />

Este sist<strong>em</strong>a, <strong>de</strong> utilização interior e amovível é normalmente <strong>de</strong> utilização compl<strong>em</strong>entar a outro sist<strong>em</strong>a<br />

<strong>de</strong> maior eficácia no <strong>sombreamento</strong>, pois este tanto pela sua materialida<strong>de</strong> como pela sua localização<br />

dificilmente funciona sozinho. 72 Os materiais e cores são também diversificados: tecidos com filtro sola,<br />

poliéster e PVC e por isso associam-se à função <strong>de</strong>corativa do espaço. Estes <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> estão integrados<br />

num perfil superior horizontal, on<strong>de</strong> se encontra o mecanismo <strong>de</strong> funcionamento que po<strong>de</strong> ser manual ou<br />

automático.<br />

71<br />

OLGYAY, Victor (1998) – op.cit., p.68 e 71<br />

72<br />

Ver Anexo 4.2.8 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – CORTINAS<br />

52


2.3.9. Toldos<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

A utilização <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a é anexa ao edifício, pois a sua aplicação <strong>de</strong>ve-se normalmente ao facto <strong>de</strong> uma<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação do espaço interior para o exterior para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />

t<strong>em</strong>porárias. Por vezes a sua aplicação <strong>de</strong>ve-se também ao facto <strong>de</strong> previamente não haver a consciência<br />

da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma protecção solar numa <strong>de</strong>terminada zona da fachada, resultando <strong>em</strong> soluções<br />

<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quadas à <strong>arquitectura</strong>. 73<br />

No mercado encontram-se disponíveis <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> fixos e móveis. Dentro dos móveis exist<strong>em</strong> variadíssimos<br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong>, <strong>em</strong> cassete, articulados ou <strong>de</strong>slizantes, <strong>em</strong> que a sua aplicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tamanho da área a<br />

cobrir, objectivo da sua utilização ou orientação da fachada <strong>em</strong> que são aplicados.<br />

2.3.10. Vidros avançados <strong>de</strong> controlo solar<br />

Figura 27 – Incidência solar sobre os toldos<br />

Fonte: Introducción a la Arquitectura Bioclimática, p. 74<br />

A utilização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a está associada ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> uma fachada que revele transparência e<br />

leveza. Esta é uma solução mais dispendiosa <strong>em</strong> relação às já referidas, pois o vidro necessita <strong>de</strong> ter<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixa transmissão espectral para reduzir os ganhos <strong>de</strong> calor solar ao mesmo t<strong>em</strong>po que<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter uma alta transmissão <strong>de</strong> luz visível, para não comprometer a luz natural no interior da sala.<br />

Encontram-se diversos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>em</strong> que não só funcionam as proprieda<strong>de</strong>s do vidro ao vidro, mas<br />

el<strong>em</strong>entos colocados na inter-camada do vidro para o <strong>sombreamento</strong>.<br />

Figura 28 – Esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> inter-camadas <strong>em</strong> vidros duplos<br />

Fonte: http://www.okalux.<strong>de</strong>/<br />

73 Ver Anexo 4.2.9 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – TOLDOS<br />

53


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Um dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> é a integração <strong>de</strong> uma película entre os dois panos <strong>de</strong> vidro que funciona como um filtro<br />

solar, po<strong>de</strong>ndo reduzir os ganhos solares <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 80%, ao mesmo t<strong>em</strong>po que reduz também o brilho<br />

excessivo da luminosida<strong>de</strong>. Encontram-se disponíveis <strong>em</strong> diferentes cores e características, que têm<br />

também um papel importante na <strong>de</strong>terminação da sua eficiência. Este tipo <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>svantajoso nos períodos <strong>de</strong> Inverno, pois aqui pretendia-se aproveitar os ganhos <strong>de</strong> calor para o<br />

aquecimento e este não o permite porque é um sist<strong>em</strong>a permanente.<br />

Outro sist<strong>em</strong>a consiste na introdução <strong>de</strong> painéis capilares entre os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> vidro, funcionando como<br />

pequenas almofadas <strong>de</strong> ar que impe<strong>de</strong>m a convecção do calor, tornando-os eficientes na protecção solar e<br />

na difusão da luz, diminuindo o brilho e o contraste. A aparência visual <strong>de</strong>stes vidros é atraente, pois a<br />

transparência parcial traduz-se num espaço interior agradável.<br />

Está ainda disponível, por ex<strong>em</strong>plo na <strong>em</strong>presa Okasolar, <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> que consist<strong>em</strong> na introdução <strong>de</strong><br />

lâminas <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> entre os panos <strong>de</strong> vidro, oferecendo todas as características <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

venezianas comum, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a protecção solar, combinado com a entrada <strong>de</strong> luz natural, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

protecção e <strong>de</strong> vista. Depen<strong>de</strong>nte dos requisitos do espaço e da localização geográfica, po<strong>de</strong>m ser<br />

requeridas diferentes posições e diferentes perfis para as lâminas, que permite a criação <strong>de</strong> diferentes<br />

ângulos <strong>de</strong> reflectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da sua posição e a<strong>de</strong>quando-se às diferentes fases do dia e <strong>de</strong><br />

estações, a nível <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> ganhos <strong>de</strong> calor e maior ou menor nível <strong>de</strong> iluminação ou contacto visual.<br />

Estes po<strong>de</strong>m ser uma alternativa aos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> exterior, uma vez que não requer<strong>em</strong><br />

manutenção constante e são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do clima, com a <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser necessária a criação <strong>de</strong><br />

uma caixa-<strong>de</strong>-ar com características que lhe permit<strong>em</strong> a circulação <strong>de</strong> ar, <strong>de</strong>vido ao sobreaquecimento dos<br />

próprios envidraçados.<br />

Entre os panos <strong>de</strong> vidro, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> lâminas encontra-se ainda disponível no mercado a<br />

incorporação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, grelhas metálicas ou <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, com diferentes mo<strong>de</strong>los, padrões ou cores, que<br />

oferec<strong>em</strong> à fachada diferentes graus <strong>de</strong> transparência e cor. 74<br />

2.4. Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> criações e adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por Arquitectos<br />

Os seguintes ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> fachadas preten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>monstrar o modo como alguns dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> acima<br />

referidos po<strong>de</strong>m ser integrados no edifício <strong>de</strong> um modo prático, a<strong>de</strong>quando o aspecto criativo e<br />

conceptual e oferecendo à fachada não só o carácter funcional, mas um carácter <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. A<br />

preocupação <strong>de</strong> uma integração <strong>de</strong>ste nível é também o papel do arquitecto, com a colaboração dos<br />

técnicos responsáveis pela instalação do sist<strong>em</strong>a, tendo <strong>em</strong> conta as potencialida<strong>de</strong>s do sist<strong>em</strong>a e as<br />

necessida<strong>de</strong>s do ocupante.<br />

A adaptação e a concepção/<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> pelo próprio arquitecto<br />

são acções alvo <strong>de</strong> pesquisa, na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sombra para evitar o sobreaquecimento, na necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> luz natural para o b<strong>em</strong>-estar e activida<strong>de</strong>s inerentes ao espaço, na procura do equilíbrio entre estes dois<br />

factores e na procura <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> harmoniosa e <strong>de</strong> carácter.<br />

74 Ver Anexo 4.2.10 – Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> mercado: Imagens <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> comercializados – VIDROS AVANÇADOS DE CONTROLO SOLAR<br />

54


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Para melhor se perceber a utilização <strong>de</strong>stes <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> é realizada uma contextualização do edifício, <strong>em</strong> que<br />

se <strong>de</strong>staca a sua integração, as suas funções e as suas necessida<strong>de</strong>s e o modo como as soluções<br />

apresentadas respon<strong>de</strong>m então às questões <strong>de</strong>nunciadas.<br />

2.4.1. Edifício <strong>de</strong> Habitação na Rue <strong>de</strong>s Suisses, Paris, França (1996-2000)<br />

Arqº. Herzog, Jacques e Pierre <strong>de</strong> Meuron 75<br />

Figura 29 – Fachada do Edifício na Rue <strong>de</strong>s Suisses<br />

Fonte: El Croquis 129/130, Herzog & <strong>de</strong> Meuron<br />

Figura 30 – Detalhe Vertical <strong>de</strong> Fachada (Fig.29)<br />

Fonte: El Croquis 129/130, Herzog & <strong>de</strong> Meuron, p.114<br />

O projecto é constituído por três parcelas interligadas, que inclu<strong>em</strong> o preenchimento <strong>de</strong> dois lados do<br />

perímetro do quarteirão, com o pátio estreito <strong>em</strong> comum no seu interior, on<strong>de</strong> se encontra a terceira<br />

parcela. Esta terceira parcela é concebida como um el<strong>em</strong>ento livre e diferente dos restantes, tanto pela sua<br />

altura, forma e geometria, assim como pelas soluções que aqui são adoptadas a nível <strong>de</strong> fachada. É<br />

espacialmente estruturada por meio <strong>de</strong> vários pontos <strong>de</strong> acesso que formam pátios interiores e serv<strong>em</strong> os<br />

três pisos <strong>de</strong> apartamentos. No piso térreo os apartamentos são organizados com os espaços <strong>de</strong> convívio<br />

e os quartos para a estreita galeria <strong>de</strong> acesso público, que se relaciona directamente com o estreito jardim<br />

e na zona tardoz os corredores <strong>de</strong> circulação individual dos apartamentos dão acesso às cozinhas e casas<br />

<strong>de</strong> banho. Os pisos superiores segu<strong>em</strong> organização idêntica, mas os espaços <strong>de</strong> convívio e os quartos<br />

completam-se com contínuas varandas a sudoeste, on<strong>de</strong> se encontra o jardim.<br />

A implantação <strong>de</strong> um edifício <strong>de</strong>sta natureza, num pátio estreito e limitado por edifícios entre seis a sete<br />

pisos, conforma algumas soluções adoptadas na concepção das fachadas. A forma e organização do<br />

edifício e a materialização das fachadas são responsáveis por transmitir a necessida<strong>de</strong> dos espaços se<br />

75 Ver Anexo 5.1 – Fichas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por arquitectos: Edifício <strong>de</strong> Habitação na Rue <strong>de</strong>s<br />

Suisses, Paris, França (1996-2000)<br />

55


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

relacionar<strong>em</strong> com o exterior ao mesmo t<strong>em</strong>po que t<strong>em</strong> a privacida<strong>de</strong>, assim como a necessida<strong>de</strong> dos<br />

espaços habitacionais aproveitar<strong>em</strong> ao máximo a luz natural. 76<br />

Este é por isso um ex<strong>em</strong>plo relevante para este estudo porque perante estas características locais é<br />

optado um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> integrante na fachada que consi<strong>de</strong>ra as advertências.<br />

Enquanto fechado, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> cobre completamente as áreas <strong>de</strong> fachada enquanto a sua<br />

forma curva e ondulante materializada <strong>em</strong> estores <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, ao longo do estreito jardim diminui a<br />

sensação <strong>de</strong> espaço confinado entre muros. Este sist<strong>em</strong>a funciona <strong>em</strong> tiras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira horizontais que se<br />

enrolam na vertical, <strong>de</strong>slizando por carrilhos metálicos, <strong>em</strong> alumínio, que <strong>em</strong>olduram e configuram a forma<br />

curva e ondulante do sist<strong>em</strong>a, como se <strong>de</strong> uma peça <strong>de</strong> mobiliário se tratasse. Este sist<strong>em</strong>a quando aberto<br />

permite assim a entrada completa <strong>de</strong> luz natural. A <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> passa pelo aspecto <strong>de</strong> que quando este<br />

cumpre a função <strong>de</strong> sombrear, não permite a entrada <strong>de</strong> luz.<br />

No piso térreo existe evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente uma perda <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> das habitações, mas este sist<strong>em</strong>a atenuou<br />

um pouco esse efeito negativo, dando alguma separação entre as varandas e a passag<strong>em</strong> no jardim.<br />

Enquanto as varandas nos dois pisos superiores, a ondulante fachada proporciona um <strong>sombreamento</strong><br />

eficaz quando <strong>de</strong>sejado ou entrada <strong>de</strong> iluminação natural. É ainda interessante <strong>de</strong> se referir as mudanças<br />

<strong>de</strong> padrões que uma fachada <strong>de</strong>ste género possibilita <strong>de</strong>vido às diferentes aberturas do sist<strong>em</strong>a conforme<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> cada ocupante.<br />

2.4.2. Centro Comercial Fünf Höfe, Munique, Al<strong>em</strong>anha (1999-2003)<br />

Arqº. Herzog, Jacques e Pierre <strong>de</strong> Meuron 77<br />

Figura 31 – Fachada do Centro Comercial Fünf Höfe<br />

Fonte: El Croquis 129/130, Herzog & <strong>de</strong> Meuron, p.157<br />

Figura 32 – Detalhe Horizontal <strong>de</strong> Fachada (Fig.31)<br />

Fonte: El Croquis 129/130, Herzog & <strong>de</strong> Meuron, p.157<br />

76<br />

CURTIS, William J.R. (1998-2002). The nature of artifice [A conversation with Jacques Herzog], El Croquis 129/130, Herzog & <strong>de</strong> Meuron, El<br />

Croquis Editorial, Madrid, p.100 a 114.<br />

77<br />

Ver Anexo 5.2 – Fichas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por arquitectos: Centro Comercial Fünf Höfe, Munique,<br />

Al<strong>em</strong>anha (1999-2003)<br />

56


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

O Centro Comercial conhecido como os Cinco Pátios (Fünf Höfe), abre ao público <strong>em</strong> 2003, no coração da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Munique, oferecendo espaços mo<strong>de</strong>rnos e atractivos para compras, restaurantes e bares,<br />

galerias <strong>de</strong> arte, espaços <strong>de</strong> escritório e <strong>de</strong> residência. Este espaço, que ocupa a área <strong>de</strong> um quarteirão<br />

inteiro procura ser uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> passagens interiores que faz<strong>em</strong> a ligação entre cinco pátios <strong>de</strong>stinados ao<br />

lazer e passeio e <strong>de</strong> carácter distinto entre eles. Estas passagens juntamente com os pátios são não só a<br />

circulação principal dos visitantes como as principais entradas <strong>de</strong> luz natural no interior.<br />

Algumas fachadas exteriores continuam com a pedra original do século XIX, mostrando o espírito<br />

relativamente conservador do projecto, <strong>em</strong>bora as fachadas que precisaram <strong>de</strong> ser reconstruídas<br />

ressaltam com novas técnicas e materiais.<br />

Este conjunto ressalta então pela sua multifuncionalida<strong>de</strong> criativa, os novos materiais que marcam a sua<br />

forte presença e o seu pormenor. Um dos ex<strong>em</strong>plos é a fachada do edifício número 8 da rua<br />

Theatinerstrasse, que foi dos únicos edifícios do quarteirão construídos <strong>de</strong> raiz neste projecto, ocupando<br />

do centro do quarteirão até à frente <strong>de</strong> rua. A construção estratificada da sua pele permite ao edifício<br />

respon<strong>de</strong>r ao <strong>sombreamento</strong> das gran<strong>de</strong>s superfícies <strong>de</strong> vidro que <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> as montras das lojas e dos<br />

espaços <strong>de</strong> escritórios. A permeabilida<strong>de</strong> e a s<strong>em</strong>i-transparência do material utilizado permite ainda a<br />

visibilida<strong>de</strong>, a entrada <strong>de</strong> luz natural e ainda segurança quando fechados. Este sist<strong>em</strong>a resulta numa<br />

interacção interessante e alternativa tanto na impressão que a fachada causa do exterior, como do interior.<br />

O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada consiste num conjunto <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> metal (liga <strong>de</strong> bronze com elevada percentag<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> cobre) perfuradas, num sist<strong>em</strong>a do tipo fole. Quando fechado, permanec<strong>em</strong> como um revestimento <strong>de</strong><br />

fachada plano e quando aberto agrupam-se verticalmente <strong>em</strong> quatro folhas, que funciona através <strong>de</strong> um<br />

mecanismo motorizado que articula os braços ligados às várias folhas <strong>de</strong> metal.<br />

As folhas <strong>de</strong> metal perfurado como revestimento e <strong>sombreamento</strong> são principalmente utilizados para<br />

resultar<strong>em</strong> efeitos translúcidos, pois a variabilida<strong>de</strong> das perfurações criam algum efeito <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> transparência, pois o sist<strong>em</strong>a quando s<strong>em</strong>i-aberto ou fechado permite a protecção solar para o interior e<br />

também, <strong>de</strong>vido à perfuração do material, possibilita a entrada <strong>de</strong> luz natural ténue para o interior.<br />

Este tipo <strong>de</strong> painéis permit<strong>em</strong> ainda a visibilida<strong>de</strong> directa (na ortogonal) tanto do interior como do exterior e<br />

restringe as vistas <strong>de</strong> um ângulo oblíquo, tanto do interior como do exterior, o que po<strong>de</strong> ser uma vantag<strong>em</strong><br />

para os pisos superiores. T<strong>em</strong> ainda a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> não necessitar <strong>de</strong> manutenção, resultando num<br />

sist<strong>em</strong>a económico a longo prazo e versátil como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> fachada. 78<br />

Este sist<strong>em</strong>a é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a concebido e aperfeiçoado pelos arquitectos Herzog & Meuron,<br />

utilizado <strong>em</strong> alguns dos seus projectos, pois foi também utilizado no caso <strong>de</strong> estudo referido anteriormente,<br />

nas duas parcelas que têm frente <strong>de</strong> rua.<br />

78 CURTIS, William J.R. (1998-2002). Op.cit., p.138 a 157.<br />

57


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

2.4.3. Laboratórios <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica, Biberach, Al<strong>em</strong>anha (2000-2003)<br />

Arqº. Sauerbruch Hutton Architects 79<br />

Figura 33 – Fachada do Edifício Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa<br />

Farmacêutica<br />

Fonte: Domus 860<br />

Figura 34 – Detalhe Horizontal da Fachada (Fig.33)<br />

Fonte: Detail 10/2004, Bauen mit Glas, p.1094<br />

Este projecto <strong>de</strong> clara organização forma parte do centro dos Laboratórios <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica,<br />

sendo adjudicado a esta equipa com vários prémios nacionais e internacionais, pois exibe um planeamento<br />

integrado numa abordag<strong>em</strong> que une a função a um padrão criativo impl<strong>em</strong>entando na concepção<br />

conceitos <strong>de</strong> redução do consumo <strong>de</strong> energia e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

O edifício comporta essencialmente gabinetes e laboratórios, <strong>em</strong> que no piso térreo é previsto um átrio <strong>de</strong><br />

comunicações que unifica as diferentes unida<strong>de</strong>s do centro <strong>de</strong> Laboratórios, com uma escadaria aberta ao<br />

longo dos pisos, permitindo a entrada <strong>de</strong> luz natural e a ventilação natural para as áreas mais interiores do<br />

edifício. Os pisos superiores divi<strong>de</strong>m-se <strong>em</strong> duas áreas, a área dos gabinetes que preten<strong>de</strong>m ser<br />

naturalmente ventiladas são orientadas para o lado oeste, associadas às instalações <strong>de</strong> trabalhos<br />

experimentais e os laboratórios estão orientados para este.<br />

Este longo edifício com sete pisos explora uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> fachada que funciona como um invólucro<br />

contínuo e completo, combinado com uma abordag<strong>em</strong> pragmática da construção e tecnologia, facilitando<br />

assim as relações com os edifícios já existentes.<br />

A utilização do colorido na fachada é o factor que acaba por unificar as diferentes áreas funcionais que se<br />

localizam junto à fachada do edificado, além <strong>de</strong> funcionar<strong>em</strong> como uma camada <strong>de</strong> tons ajustáveis ao sol<br />

criando uma imag<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>porânea que simboliza o mundo da investigação e da ciência. Como<br />

curiosida<strong>de</strong>, sobre a composição cromática, Matthias Sauerbruch explica: “Encontramos uma micrografia<br />

por microscópio electrónico <strong>de</strong> um preparado do nosso cliente na internet e <strong>de</strong>cidimos ampliar, variando as<br />

cores e também a estrutura” (Detail 2004.10).<br />

79 Ver Anexo 5.3 – Fichas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por arquitectos: Laboratórios <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica,<br />

Biberach, Al<strong>em</strong>anha (2000-2003)<br />

58


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

O revestimento da fachada resultado assim numa dupla pele <strong>de</strong> vidro, <strong>em</strong> que a interior é incolor e a pele<br />

exterior consiste <strong>em</strong> lamelas verticais <strong>em</strong> vidro <strong>de</strong> cor <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, com cerca <strong>de</strong> 1,85m <strong>de</strong><br />

altura 0,55m <strong>de</strong> largura e 30kg <strong>de</strong> peso, sendo colocadas linearmente e com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />

orientáveis através <strong>de</strong> um sofisticado sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> construção.<br />

No acabamento das lamelas é aplicado um recobrimento esmaltado, que permite obter um bom nível <strong>de</strong><br />

protecção à radiação solar, além <strong>de</strong> aumentar a sua durabilida<strong>de</strong>, tornando-se el<strong>em</strong>entos mais sólidos e<br />

protegidos contra as int<strong>em</strong>péries comparada com outros <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, permitindo na mesma<br />

a permeabilida<strong>de</strong> da luminosida<strong>de</strong> natural, resultando num efeito <strong>de</strong> luz colorida que reflecte sobre as<br />

pare<strong>de</strong>s brancas dos laboratórios. 80<br />

A utilização da cor nas lamelas <strong>de</strong> vidro influencia o espaço interior <strong>em</strong> vários aspectos, na sua dimensão,<br />

na sua luminosida<strong>de</strong>, na absorção e reflexão da radiação solar, no nível <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e no<br />

consequente conforto resultante.<br />

Com este sist<strong>em</strong>a o aproveitamento da luz é bastante significativo, pois neste projecto são estudadas as<br />

proporções dos vãos face às dimensões dos espaços interiores, na procura <strong>de</strong> resultar uma iluminação<br />

natural a<strong>de</strong>quada nas áreas <strong>de</strong> trabalho, tanto a nível <strong>de</strong> brilho e contraste, s<strong>em</strong> necessitar <strong>de</strong> iluminação<br />

artificial. Também a protecção solar é valorizada com este sist<strong>em</strong>a porque as lamelas verticais funcionam<br />

como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, pois são reflectores do calor, evitando assim o sobreaquecimento das<br />

instalações, reduzindo os ganhos <strong>de</strong> calor no Verão, e no Inverno actuam como isolamento térmico através<br />

da condução do calor radiante para a massa do edificado, reduzindo as perdas <strong>de</strong> calor para o exterior. A<br />

disposição das lamelas na vertical é a mais a<strong>de</strong>quada para as orientações a que o edifício se expõe, oeste<br />

e este. O arrefecimento dos espaços interiores é ainda auxiliado pela distância existente entre os dois<br />

panos <strong>de</strong> vidro, pois não permitir o aquecimento do pano <strong>de</strong> vidro interior, <strong>de</strong>ixando espaço para ocorrer a<br />

ventilação natural da fachada do edifício e consequent<strong>em</strong>ente a redução <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração<br />

mecânica o que leva à redução do consumo da energia.<br />

As lamelas procuram proteger o interior do edifício do calor, do frio, da humida<strong>de</strong>, cumprindo a função <strong>de</strong><br />

sombrear e por se materializar<strong>em</strong> <strong>em</strong> vidro, tanto abertas como fechadas, é obtido nas áreas <strong>de</strong> trabalho o<br />

máximo <strong>de</strong> iluminação natural. É <strong>de</strong> questionar o controlo da iluminação natural <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ste tipo,<br />

pois o brilho excessivo po<strong>de</strong> prejudicar o conforto visual no interior, assim como as proprieda<strong>de</strong>s do vidro<br />

utilizado para permitir o <strong>de</strong>svio dos raios solares, resultando num sist<strong>em</strong>a dispendioso.<br />

O <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a baseia-se no seu carácter <strong>de</strong> efeito criativo e estético funcionando ao mesmo<br />

como um conceito <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> custos a longo prazo.<br />

80<br />

SCHITICH, Christian, (2004). Glas und Farbe – Ein Gespräch mit Matthias Sauerbruch, Detail 10/2004, Bauen mit Glas, Edition Detail,<br />

München, p. 1094 a 1097 e BRANDOLINI, Sebastiano (2003) “Architettura cromatica - The architecture of colour” (analyses Sauerbruch and<br />

Hutton’s distinctive approach to colour), Domus 860, Junho 2003, Milão, p.55 a 64<br />

59


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

2.4.4. Edifício extensão da Nikolai School, Leipzig, Al<strong>em</strong>anha (2000-2003)<br />

Arqº. Schulz & Schulz 81<br />

Figura 35 – Fachada do Edif. Extensão da Nikolai School<br />

Fonte: http://www.schulz-und-schulz.com/<br />

Figura 36 – Detalhes Verticais do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada<br />

(Fig.35) quando fechado e quando aberto<br />

Fonte: http://www.schulz-und-schulz.com/<br />

O edifício <strong>de</strong>sta escola data o século XIX e o projecto <strong>em</strong> estudo é o edifício extensão <strong>de</strong>stinada a uma<br />

área <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto, ginásio, balneários, área <strong>de</strong> administração e a cafetaria.<br />

As áreas da estrutura existente que ligam ao novo edifício também são restauradas. A ligação entre os<br />

dois edifícios é também evi<strong>de</strong>nciada no interior pela separação da cobertura do novo edifício, permitindo a<br />

entrada <strong>de</strong> luz natural e ainda através da imag<strong>em</strong> da fachada do novo edifício. Esta encontra-se sob forma<br />

<strong>de</strong> placas horizontais especialmente <strong>de</strong>senvolvidas para este projecto, fazendo referência ao revestimento<br />

<strong>de</strong> do edifício antigo, enquanto a direcção vertical preserva a relação com a escala dos vãos existentes.<br />

A fachada da extensão do edifício escolar reflecte predominant<strong>em</strong>ente padrões <strong>de</strong> gesso, um revestimento<br />

<strong>de</strong> baixo peso para a construção, pois diminui a estrutura do edificado. Este revestimento t<strong>em</strong> assim por<br />

base a utilização <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> alumínio, preenchidas padrões <strong>de</strong> gesso pré-fabricados com<br />

revestimento <strong>em</strong> resina sintética (anti-graffiti), ocultando as fixações da caixa aos perfis laterais <strong>em</strong> aço.<br />

Ao longo da face do vão <strong>em</strong> vidro, os el<strong>em</strong>entos pré-fabricados são amovíveis, ou sejam, os el<strong>em</strong>entos<br />

giram <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> um eixo fixo, um tubo <strong>de</strong> aço inoxidável, permitindo a entrada <strong>de</strong> iluminação quando<br />

abertos ou s<strong>em</strong>i-abertos, respon<strong>de</strong>ndo ao mesmo t<strong>em</strong>po às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e <strong>de</strong><br />

ventilação conforme o <strong>de</strong>sejado dos ocupantes. 82<br />

A luz natural que entra é reflectida nos el<strong>em</strong>entos horizontais, resultando no interior uma iluminação mais<br />

difusa e confortável visualmente. O sist<strong>em</strong>a propõe um equilíbrio entre o factor sombra e o factor luz<br />

natural.<br />

81<br />

Ver Anexo 5.4 – Fichas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por arquitectos: Edifício extensão da Nikolai School,<br />

Leipzig, Al<strong>em</strong>anha (2000-2003)<br />

82<br />

NAUMANN, W (2003). “Sporthalle in Leipzig”, Detail 12/2003, Putz und Farbe, Edition Detail, München, p.1431<br />

60


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

2.4.5. Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen, Al<strong>em</strong>anha (2003)<br />

Arqº Odilo Reutter 83<br />

Figura 37 – Fachada do Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen<br />

Fonte: Detail 4/2004, Bauen mit Licht, p.344<br />

Figura 38 – Detalhe Vertical <strong>de</strong> Fachada (Fig.37)<br />

Fonte: Detail 4/2004, Bauen mit Licht, p.347<br />

Esslingen, uma cida<strong>de</strong> outrora medieval é ainda marcada por muralhas, torres e fossos que se encontram<br />

lado a lado com as áreas que <strong>de</strong>corr<strong>em</strong> da expansão urbana no momento da industrialização, perante uma<br />

<strong>arquitectura</strong> autêntica segundo os períodos <strong>de</strong> construção, na procura <strong>de</strong> caracterizar e estruturar o lugar.<br />

O projecto <strong>de</strong>ste novo edifício, localizado numa zona central, acaba por unificar diferentes áreas que se<br />

encontravam dissociadas, com um programa que se esten<strong>de</strong> a espaços <strong>de</strong> escritórios, oficinas <strong>de</strong> trabalho<br />

e laboratórios, sendo bastante exigente no que se refere às instalações técnicas e controlo das condições<br />

climáticas. O edifício consiste numa torre composta por um núcleo estrutural com as restantes áreas<br />

inteiramente livres e por isso mais flexíveis funcionalmente e outro bloco <strong>de</strong> menor altura <strong>de</strong>stinado a lojas<br />

<strong>de</strong> serviço, estando apenas ligados através do piso subterrâneo, on<strong>de</strong> se encontram as oficinas. Estas<br />

receb<strong>em</strong> luz natural pelas aberturas na cobertura, seguindo a linha <strong>de</strong> uma antiga vila medieval.<br />

A torre é o el<strong>em</strong>ento mais relevante na questão do <strong>sombreamento</strong>, pois a fachada é toda <strong>em</strong> vidro na<br />

procura <strong>de</strong> tornar os espaços <strong>de</strong> escritórios mais atractivos e por isso o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> vidro duplo que a<br />

incorpora permite que a fachada funcione como uma capa térmica, garantindo à mesma a transparência, a<br />

protecção solar e a direcção e controlo da luz natural, s<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> dos convencionais meios<br />

mecânicos.<br />

O sist<strong>em</strong>a consiste num conjunto <strong>de</strong> lâminas introduzidas entre os dois panos <strong>de</strong> vidro, tendo como base o<br />

sist<strong>em</strong>a “Okasolar Retro” disponibilizado no mercado pela <strong>em</strong>presa Okalux, integrando-o na fachada<br />

adaptado às condições locais.<br />

Neste sist<strong>em</strong>a é <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar não só a incorporação das lâminas <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> entre os vidros, mas<br />

sim os perfis particulares das lâminas e a função que estes <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham. O <strong>de</strong>senho dos perfis evitam o<br />

83 Ver Anexo 5.5 – Fichas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por arquitectos: Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen,<br />

Al<strong>em</strong>anha (2003)<br />

61


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

sobreaquecimento do espaço nos períodos quentes e ajuda no aquecimento interior nos períodos frios,<br />

traduzindo-se numa protecção solar bastante completa, além <strong>de</strong> reflectir<strong>em</strong> a luz directa recebida para o<br />

exterior e a luz parcialmente difundida para o interior, funcionando também como um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> controlo<br />

<strong>de</strong> iluminação.<br />

Com este sist<strong>em</strong>a a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação varia <strong>de</strong> acordo com o pôr-do-sol, ou seja o momento <strong>em</strong> que<br />

o sist<strong>em</strong>a fecha e abre na parte da manhã ou à tar<strong>de</strong> <strong>em</strong> todos os dias do ano torna-se fixo, <strong>em</strong>bora estas<br />

possam ser ajustadas individualmente.<br />

No Verão quando o sol está alto, a radiação solar directa é reflectida para o exterior do edifício, pois a<br />

secção interna curva da lâmina <strong>de</strong> controlo solar <strong>de</strong>svia a luz natural do interior, reflectindo-a para o<br />

exterior do edificado. No Inverno, durante a maior procura <strong>de</strong> luz e energia do ano, a radiação solar<br />

consegue entrar para o interior. Neste período o sol encontra-se com um menor ângulo <strong>de</strong> incidência sobre<br />

o envidraçado e por isso o perfil da lâmina é mais achatado on<strong>de</strong> o raio inci<strong>de</strong>, para permitir a entrada dos<br />

raios solares para o interior do espaço. O calor que entra é armazenado na estrutura do edificado fazendo<br />

uso da sua inércia térmica e conexão com o uso <strong>de</strong> uma estratégia passiva que contribui para o<br />

aquecimento do ambiente. 84<br />

A iluminação é também um el<strong>em</strong>ento chave <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a, pois além da secção transversal dos perfis ser<br />

bastante plana, permitindo uma transparência da vidraça <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 56%, estes são ainda diferentes<br />

conforme a localização vertical no vão. No nível mais baixo do vão, o sist<strong>em</strong>a reflecte os raios para a área<br />

superior do espaço, <strong>de</strong> modo a evitar o brilho intenso sobre o plano <strong>de</strong> trabalho, resultando numa<br />

iluminação mais difusa até á profundida<strong>de</strong> dos gabinetes e laboratórios. O sist<strong>em</strong>a permite ainda o<br />

obscurecimento total do espaço se assim for <strong>de</strong>sejado, mas o mais a<strong>de</strong>quado é quando se garante o<br />

equilíbrio entre a entrada <strong>de</strong> uma luz difusa suficiente para não ser necessária a utilização <strong>de</strong> luz artificial,<br />

com o <strong>sombreamento</strong> necessário ao espaço, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do período corrente.<br />

O re<strong>de</strong>senho dos perfis das lâminas evita ainda o aquecimento dos panos <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong>vido à alta<br />

percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> reflexão do sist<strong>em</strong>a, chegando aos 95%. Apesar <strong>de</strong> possuír<strong>em</strong> todo este <strong>de</strong>talhe, as<br />

lâminas são <strong>de</strong> pequenas dimensões, 2cm <strong>de</strong> largura para um espaço entre panos <strong>de</strong> 3cm, tornando-se<br />

um el<strong>em</strong>ento muito subtil na visibilida<strong>de</strong> para o exterior ou para o interior.<br />

Em suma, o sist<strong>em</strong>a apresentado possui características que permit<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar três funções<br />

essenciais: a acção passiva do edifício no arrefecimento <strong>de</strong> Verão através do <strong>sombreamento</strong>, a acção<br />

passiva do edifício nos ganhos <strong>de</strong> calor no Inverno e a<strong>de</strong>quada luminosida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da direcção da<br />

luz, da época do ano e das gran<strong>de</strong>s profundida<strong>de</strong>s do espaço.<br />

84 MEISSNEST, Heinz (2004). “Lan<strong>de</strong>s<strong>de</strong>nkmalamt in Esslingen”, Detail 4/2004, Bauen mit Licht, Edition Detail, München, p.344 a 347<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

2.4.6. Edifício <strong>de</strong> Habitação Social Carabanchel 16, Madrid, Espanha (2006-2007)<br />

Arqº. Foreign Office Architects 85<br />

Figura 39 – Fachada do Edifício <strong>de</strong> Habitação Social <strong>em</strong> Carabanchel<br />

Fonte: http://www.inhabitat.com/2007/07/09/sustainable-public-housing-by-foreignoffice-architects/<br />

Figura 40 – Detalhe interior da Fachada (Fig.39)<br />

Fonte: http://www.inhabitat.com/2007/07/09/<br />

sustainable-public-housing-by-foreign-office-architects/<br />

Os edifícios <strong>de</strong> habitação social têm alguma possível tendência a mostrar um lado mais <strong>de</strong>gradante da<br />

cida<strong>de</strong>, localizados nas áreas <strong>de</strong> expansão das cida<strong>de</strong>s, lugares ainda <strong>de</strong>scaracterizados e <strong>de</strong> maiores<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s. Para a maioria das cida<strong>de</strong>s, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar uma habitação acessível, significa<br />

crescimento das áreas massificadas s<strong>em</strong> muito respon<strong>de</strong>r a outro tipo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s dos ocupantes ou<br />

do ambiente.<br />

Este projecto <strong>em</strong> Carabanchel é por isso um <strong>de</strong>safio para os Foreign Office Architects, na procura <strong>de</strong> criar<br />

uma unida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial agradável para a cida<strong>de</strong>, sustentável, multi-alternativa, com baixos recursos<br />

económicos e <strong>de</strong> carácter prático perante o quotidiano. O edifício <strong>em</strong> questão localiza-se num terreno com<br />

uma ligeira inclinação topográfica, organizando-se num bloco relativamente pequeno com áreas <strong>de</strong><br />

estacionamento nos pisos inferiores e por cima 88 apartamentos estreitos que ligam as duas fachadas<br />

principais. O bloco é <strong>de</strong> forma rectangular disposto no eixo norte-sul, o que significa que as fachadas<br />

principais enfrentam a orientação oeste e este.<br />

As fachadas <strong>de</strong>ste edifício mostram o <strong>de</strong>senho do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> po<strong>de</strong> transformar a sua<br />

imag<strong>em</strong>, traduzido numa clara i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, s<strong>em</strong> <strong>de</strong>sprezar a funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aliviar os ganhos <strong>de</strong> calor do<br />

sol a que o edifício se expõe nesta orientação.<br />

Nos pisos <strong>de</strong> estacionamento a fachada encontra-se coberta inteiramente com relva, na procura <strong>de</strong><br />

oferecer um toque <strong>de</strong> cor ao edifício, mas s<strong>em</strong> distrair da restante fachada.<br />

No entanto, o edifício Carabanchel 16 é <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar como caso <strong>de</strong> estudo na questão do <strong>sombreamento</strong><br />

<strong>de</strong>vido ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada utilizado nos pisos superiores. Este consiste no bloqueio das estreitas, mas<br />

longas varandas com telas <strong>de</strong> 1,5m <strong>de</strong> largura <strong>em</strong> tiras <strong>de</strong> bambu, montado <strong>em</strong> molduras dobráveis, que<br />

85 Ver Anexo 5.6 – Fichas <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por arquitectos: Edifício <strong>de</strong> Habitação Social Carabanchel<br />

16, Madrid, Espanha (2006-2007)<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

po<strong>de</strong>m ser controladas pelos ocupantes s<strong>em</strong>pre que o <strong>de</strong>sejar<strong>em</strong>, resultando numa fachada dinâmica ao<br />

longo do dia por se encontrar<strong>em</strong> abertas ou fechadas consoante a escolha do ocupante. Esta ferramenta<br />

simples <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, quando totalmente fechada além <strong>de</strong> diminuir o ganho calor das unida<strong>de</strong>s e a<br />

circulação do ar para o interior, permite ainda <strong>em</strong> pleno sol, um efeito <strong>de</strong> manchas luz e sombras no interior<br />

interessante e dinâmico, com nível <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> ténue suficiente para a galeria <strong>de</strong> circulação. 86<br />

Este sist<strong>em</strong>a incorpora uma tecnologia <strong>de</strong> materiais económica e por isso a<strong>de</strong>quado para um programa<br />

como a habitação social. Consiste no tratamento <strong>de</strong> varas <strong>de</strong> bambu fino às palhetas, que acompanha o<br />

entrelaçado <strong>de</strong> uma malha ou re<strong>de</strong>, fixada e molduras <strong>de</strong> aço <strong>em</strong> perfis com dobradiças. É ainda<br />

caracterizado pela sua rugosida<strong>de</strong> e sua durabilida<strong>de</strong>, pois o bambu é também tratado para a resistência<br />

ao fogo, <strong>em</strong>bora tenham ainda a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> cortados da malha e substituídos. Para a<br />

movimentação dos painéis, recolhendo-os para junto do gra<strong>de</strong>amento da varanda é apenas necessário<br />

soltar o gancho que os fixa.<br />

Este edifício mostra assim um lado criativo e pioneiro, ao mesmo t<strong>em</strong>po que é pragmático, <strong>de</strong> baixo custo e<br />

sustentável através da solução <strong>de</strong> fachada, oferecendo um carácter particular e lúdico, ao que po<strong>de</strong>ria ter<br />

sido apenas mais um simples edifício <strong>de</strong> habitação social.<br />

86<br />

CHAPA, Jorge (2007). Sustainable Public Housing by Foreign Office Architects [20-02-09], Disponível <strong>em</strong>:<br />

http://www.inhabitat.com/2007/07/09/sustainable-public-housing-by-foreign-office-architects/<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

3. ESTUDO DE UM MÉTODO DE PROJECTO PARA UM SISTEMA DE SOMBREAMENTO<br />

O EQUILÍBRIO ENTRE A SOMBRA E A LUZ<br />

Com base nos estudos e levantamentos realizados, reconhece-se a constante necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investir <strong>em</strong><br />

<strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> fachada que particularizam o edifício e respon<strong>de</strong>m às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e <strong>de</strong><br />

iluminação. Para isso é explorado um método que procura respon<strong>de</strong>r a três factores: a intenção<br />

arquitectónica, a optimização do <strong>sombreamento</strong> e o equilíbrio do nível <strong>de</strong> iluminação natural.<br />

3.1. Definição do conceito, objectivos e estratégia<br />

3.1.1. Conceito<br />

Este estudo consiste no <strong>de</strong>senvolvimento da primeira instância <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> projecto <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a<br />

<strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> optimizado, <strong>de</strong>finindo princípios <strong>de</strong> projecto que caracterizam uma intenção<br />

arquitectónica. Numa primeira fase proce<strong>de</strong>-se à análise do método que introduz os factores variáveis <strong>de</strong><br />

modo a conferir a sua adaptabilida<strong>de</strong> e influência prática do <strong>sombreamento</strong>, ex<strong>em</strong>plificada com vários<br />

mo<strong>de</strong>los. Numa segunda abordag<strong>em</strong>, alguns mo<strong>de</strong>los são concebidos <strong>em</strong> maqueta, introduzindo a variável<br />

da iluminação, na procura <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o padrão <strong>de</strong> iluminação natural resultante da aplicação <strong>de</strong>ste<br />

sist<strong>em</strong>a num dado espaço.<br />

Para este estudo toma-se como ponto <strong>de</strong> partida um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> exterior fixo: exterior, por<br />

ser mais efectivo no controlo dos ganhos solares num clima quente como o <strong>de</strong> Portugal e fixo, por ser mais<br />

económico e com menor necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção, face a um móvel. É ainda procurado um sist<strong>em</strong>a<br />

que resulte num bom equilíbrio entre a sombra e os níveis <strong>de</strong> iluminação obtidos, um binómio que poucas<br />

vezes é alcançado com sucesso nos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> existentes e disponíveis no mercado.<br />

É assim proposto um novo método <strong>de</strong> projecto <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, que <strong>de</strong>monstra que estes<br />

são bons instrumentos <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> sombra e iluminação directa e difusa, quando concebidos <strong>de</strong> forma<br />

a<strong>de</strong>quada às características locais, e consi<strong>de</strong>rando também reduções no custo inicial e <strong>de</strong> manutenção.<br />

3.1.2. Objectivos<br />

A introdução <strong>de</strong>ste estudo procura contribuir para optimização <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> a nível da sua função e do<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho luz-sombra. O principal objectivo consiste <strong>em</strong> constituir uma base <strong>de</strong> trabalho que explora a<br />

relação entre a eficácia <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>sombreamento</strong> e o padrão <strong>de</strong> iluminação resultante, a diminuição<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

do brilho e a atenuação do contraste luz-sombra, <strong>de</strong> modo a contribuir para o encontro <strong>de</strong> um equilíbrio<br />

entre os dois factores.<br />

3.1.3. Estratégia<br />

O método proposto parte <strong>de</strong> dois factores que caracterizam a localização geográfica do edifício: as<br />

coor<strong>de</strong>nadas geográficas, e os dados climáticos. A latitu<strong>de</strong> e longitu<strong>de</strong> são factores fundamentais na<br />

<strong>de</strong>finição da geometria solar e portanto dos ângulos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> a adoptar. Os dados climáticos<br />

permit<strong>em</strong> estabelecer <strong>em</strong> que época do ano é <strong>de</strong>sejável o <strong>sombreamento</strong>, segundo as t<strong>em</strong>peraturas<br />

médias mensais do local. O período do dia durante o qual é necessário sombrear resulta <strong>de</strong> dois outros<br />

factores: a orientação do vão, e o tipo <strong>de</strong> utilização do edifício (escola, hospital, habitação, escritório, etc.).<br />

Fixada a localização, a orientação e o período anual e diário <strong>de</strong> maior necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, com<br />

base nas características do clima local, o arquitecto po<strong>de</strong> passar a uma fase <strong>de</strong> concepção formal. É assim<br />

esboçada a composição do vão, subdividida <strong>em</strong> módulos <strong>de</strong> diferentes proporções, segundo a sua<br />

intenção <strong>de</strong> <strong>arquitectura</strong>, e <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada à visibilida<strong>de</strong> interior-exterior. Com base nesse esboço, são<br />

optimizadas as dimensões dos el<strong>em</strong>entos horizontais e verticais <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> para cada um dos<br />

módulos componentes do esboço arquitectónico, <strong>de</strong>nominando-se <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo Base.<br />

A partir do Mo<strong>de</strong>lo Base são criadas variantes: o Mo<strong>de</strong>lo A, <strong>em</strong> que se estuda o comportamento do mo<strong>de</strong>lo<br />

só com el<strong>em</strong>entos horizontais e o Mo<strong>de</strong>lo B, <strong>em</strong> que se estuda o comportamento do mo<strong>de</strong>lo com<br />

el<strong>em</strong>entos verticais e horizontais, adoptando princípios baseados <strong>em</strong> estudos da geometria solar. O<br />

Mo<strong>de</strong>lo A é concebido <strong>de</strong> forma a po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> ser retirados todos os el<strong>em</strong>entos verticais do sist<strong>em</strong>a, através<br />

do redimensionamento dos el<strong>em</strong>entos horizontais <strong>de</strong> modo a equivaler<strong>em</strong>, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>,<br />

ao conjunto dos el<strong>em</strong>entos verticais e horizontais do Mo<strong>de</strong>lo Base. Num segundo passo, os ângulos rectos<br />

não coinci<strong>de</strong>ntes <strong>em</strong> planta são atenuados por meio <strong>de</strong> linhas diagonais, que dão orig<strong>em</strong> ao aspecto final<br />

do sist<strong>em</strong>a: um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> lâminas horizontais <strong>de</strong> geometria irregular mas bastante linear e optimizada.<br />

As vantagens que se procura obter ao retirar os el<strong>em</strong>entos verticais são: menor obstrução visual e maior<br />

penetração <strong>de</strong> luz natural no espaço, aliado ao facto <strong>de</strong> esta se tratar <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, que<br />

po<strong>de</strong> obter diferentes resultados, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do <strong>de</strong>senho inicial ou das características locais.<br />

3.2. Método para Optimização do Sombreamento<br />

3.2.1. Caracterização local<br />

O método <strong>de</strong> concepção e dimensionamento da proposta é adaptável a qualquer localização geográfica e<br />

clima. Como ex<strong>em</strong>plo prático, para a realização do estudo apresentado nesta dissertação, é fixada a<br />

localização <strong>em</strong> Lisboa.<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Latitu<strong>de</strong> 38º4’ Norte<br />

Longitu<strong>de</strong> 9º1’ Oeste<br />

Dada esta localização as orientações que o <strong>sombreamento</strong> necessita <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r são a Este, Sul e<br />

Oeste. Como nas orientações Este e Oeste o <strong>sombreamento</strong> respon<strong>de</strong> simetricamente, são apresentados<br />

ex<strong>em</strong>plos do mo<strong>de</strong>lo para Sul e para Poente.<br />

Portugal é caracterizado por um clima quente, e por isso o período que exige um <strong>sombreamento</strong> eficaz é a<br />

época <strong>de</strong> calor, o Verão, <strong>em</strong> que os raios solares são mais intensos e o arrefecimento do espaço interior é<br />

<strong>de</strong>sejado. Numa primeira abordag<strong>em</strong> é consi<strong>de</strong>rado o período entre 1 <strong>de</strong> Maio e 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, com um<br />

nível <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> a 100%, mas este abrange não só as datas referidas como é também total no mês<br />

<strong>de</strong> Abril e alguns dias <strong>de</strong> Março. Esta situação acontece porque o percurso solar é simétrico, tendo neste<br />

caso o ponto médio no solstício <strong>de</strong> Verão, altura que o sol se encontra mais alto. Assim conclui-se, que a<br />

geometria solar não respon<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, existe uma <strong>de</strong>sfasamento, pois<br />

é <strong>de</strong> noção geral que o mês <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro exige maior necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> que o mês <strong>de</strong><br />

Março. Esta situação acontece <strong>de</strong>vido ao aquecimento da Terra nos meses <strong>de</strong> Verão e por isso no mês <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro ainda existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar o seu aquecimento, enquanto o mês <strong>de</strong> Março se segue ao<br />

Inverno, com t<strong>em</strong>peraturas médias reduzidas, existindo ainda necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquecimento do espaço e<br />

não <strong>de</strong> corte da entrada dos raios solares. Devido a estes factos é consi<strong>de</strong>rado o período apenas até 15 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro, na procura <strong>de</strong> não abranger com elevada percentag<strong>em</strong> os meses <strong>de</strong> Março e Abril.<br />

O período do dia fixado para a optimização do <strong>sombreamento</strong> é entre as 10h00 da manhã e as 15h00 da<br />

tar<strong>de</strong>. É procurado o período do dia <strong>em</strong> que as t<strong>em</strong>peraturas são mais elevadas e a radiação solar é mais<br />

intensa e por isso o espaço interior se encontra mais susceptível ao aquecimento se não tiver um<br />

<strong>sombreamento</strong> a<strong>de</strong>quado nos vãos expostos.<br />

É relevante conhecer as coor<strong>de</strong>nadas solares para a localização e para o período diário <strong>de</strong>finido.<br />

Azimute Altura<br />

10h00 148º 50º<br />

15h00 247º 31º<br />

Os períodos para a optimização do <strong>sombreamento</strong> foram fixados através <strong>de</strong> estudos prévios que<br />

procuravam relacionar avaliar as dimensões que as palas necessitavam <strong>de</strong> adquirir. 87<br />

De qualquer maneira é <strong>de</strong> referir, que a optimização dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, fora do período<br />

anual e do período diário referido, começam a adquirir dimensões excessivas. Por isso, para compl<strong>em</strong>entar<br />

o restante período, <strong>em</strong> caos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, o sist<strong>em</strong>a estudado po<strong>de</strong> ser combinado com um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> interior para controlo do ambiente visual no resto do t<strong>em</strong>po.<br />

87 Ver Anexo 6: Estudos Prévios do Vão<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

3.2.2. Desenho e composição do vão<br />

Inicialmente são efectuados estudos <strong>de</strong> um módulo <strong>de</strong> vão que permit<strong>em</strong> prever a relação proporcional<br />

entre a dimensão do vão e a dimensão do el<strong>em</strong>ento horizontal ou vertical <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, assim como a<br />

necessida<strong>de</strong> efectiva <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, para as orientações críticas.<br />

É fundamental frisar que o ex<strong>em</strong>plo estudado é apenas uma instância <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> entre <strong>de</strong> um<br />

número in<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> combinações que po<strong>de</strong>m ser adoptadas pelo arquitecto. Para o efeito <strong>de</strong>sta<br />

dissertação, é criado um <strong>de</strong>senho inicial, i<strong>de</strong>ntificado como Solução-Base. No entanto, cada arquitecto<br />

po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>finir a sua ‘solução-base’ e utilizar o método proposto para transformar essa solução, <strong>de</strong> tipo<br />

‘brise-soleil’, num novo <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> características mais lineares, horizontais e <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> mais simples e<br />

estilizada, a<strong>de</strong>quada ao tipo <strong>de</strong> vão utilizado.<br />

O vão com a Solução Comum <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> realizado com o el<strong>em</strong>ento horizontal e os dois el<strong>em</strong>entos<br />

laterais verticais, <strong>em</strong>bora eficaz, a entrada da luz é directa o que po<strong>de</strong> diminuir o conforto ambiente do<br />

espaço. A experiência passa por subdividir o vão <strong>em</strong> módulos <strong>de</strong> diferentes proporções, a<strong>de</strong>quadas às<br />

necessida<strong>de</strong>s do espaço e à visibilida<strong>de</strong> interior-exterior – Solução Base – procurando perceber o<br />

comportamento <strong>de</strong> diferentes módulos tanto a nível da sombra, como a nível da iluminação e o resultado<br />

no conjunto dos módulos, <strong>em</strong> comparação com a Solução Comum.<br />

Figura 41 – Solução Comum à esquerda e Solução Base à direita<br />

No <strong>de</strong>senho e composição do vão, as dimensões que os el<strong>em</strong>entos po<strong>de</strong>m vir a tomar, são um factor que<br />

contribui para as proporções dos módulos. No conjunto é procurada uma composição <strong>de</strong> fachada<br />

harmoniosa resultante <strong>de</strong> uma relação dimensional entre as alturas, larguras e profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada<br />

el<strong>em</strong>ento.<br />

Outro factor que condiciona a composição do vão é a visibilida<strong>de</strong>, ou seja, a dimensão e proporção dos<br />

módulos face à sua localização no vão, procura ter maiores áreas para facilitar a vista do interior para o<br />

exterior quando o ocupante se encontra <strong>em</strong> posição sentada ou <strong>de</strong> pé.<br />

3.2.3. Dimensionamento dos el<strong>em</strong>entos<br />

O dimensionamento dos el<strong>em</strong>entos horizontais e verticais <strong>de</strong> um vão respon<strong>de</strong> à optimização do<br />

<strong>sombreamento</strong> para cada módulo do vão. Estas dimensões são previstas no programa computacional SUN<br />

TOOL. Este programa dispõe da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserir as variáveis solares consoante a localização e a<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

orientação fixada e <strong>de</strong> diagramas que facilitam a leitura da optimização do <strong>sombreamento</strong>. Dispõe <strong>de</strong> um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um vão <strong>em</strong> 3 dimensões, que é possível interactivamente manipular e perceber a influência das<br />

diferentes variáveis sobre as dimensões dos el<strong>em</strong>entos horizontais e verticais <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> dos<br />

módulos que são aqui avaliados individualmente. Os resultados são expressos tanto no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> 3<br />

dimensões, através da projecção das sombras ou através <strong>de</strong> diagramas e tabelas que apresentam o<br />

percurso solar, projecção <strong>de</strong> sombras, percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> sombra diária, ou mensal, entre outros dados.<br />

Cada módulo é optimizado para o <strong>sombreamento</strong> nos períodos e condições referidas anteriormente. 88<br />

Figura 42 – Programa computacional SunTool<br />

No programa computacional AUTOCAD é <strong>de</strong>senvolvido o Mo<strong>de</strong>lo Base tridimensional resultante da<br />

composição <strong>de</strong> cada módulo <strong>de</strong> vão, optimizados individualmente no SUNTOOL.<br />

Figura 43 – Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

O mo<strong>de</strong>lo concebido é caracterizado pela rigi<strong>de</strong>z dos el<strong>em</strong>entos horizontais e verticais. A partir <strong>de</strong>ste<br />

mo<strong>de</strong>lo são <strong>de</strong>finidos princípios que procuram uma maior leveza nos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e que<br />

ofereçam uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> arquitectónica e harmoniosa, ao mesmo t<strong>em</strong>po que o <strong>sombreamento</strong> é<br />

igualmente optimizado.<br />

88 Ver Anexo 7: Apresentação dos resultados <strong>de</strong> optimização do Sombreamento para cada módulo<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

3.2.4. Definição <strong>de</strong> princípios através da Geometria Solar<br />

A partir do Mo<strong>de</strong>lo Base são <strong>de</strong>lineados princípios através da Geometria Solar para composição do vão,<br />

que procuram uma maior continuida<strong>de</strong> e leveza entre os el<strong>em</strong>entos e a redução dos el<strong>em</strong>entos<br />

sombreadores ao mínimo essencial.<br />

A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>stes princípios é apresentada através <strong>de</strong> módulos individuais que pertenc<strong>em</strong> ao Mo<strong>de</strong>lo<br />

Base criado para este estudo e mostrado anteriormente.<br />

Mo<strong>de</strong>lo A - Comportamento do <strong>sombreamento</strong> dos módulos <strong>de</strong>finidos apenas com el<strong>em</strong>entos horizontais<br />

SUL POENTE<br />

Para que o <strong>sombreamento</strong> possa funcionar apenas com as Para que o <strong>sombreamento</strong> possa funcionar apenas com as<br />

horizontais no período <strong>de</strong>finido é necessário esten<strong>de</strong>r o horizontais no período <strong>de</strong>finido é necessário esten<strong>de</strong>r o<br />

el<strong>em</strong>ento horizontal para as laterais, tendo <strong>em</strong> conta os el<strong>em</strong>ento horizontal para a lateral Sul e para a frente, tendo<br />

pontos extr<strong>em</strong>os do vão como críticos.<br />

<strong>em</strong> conta os pontos extr<strong>em</strong>os do vão como críticos.<br />

A dimensão que se necessita <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r consiste no sen (y). O y é o ângulo da projecção da posição<br />

solar sobre plano vertical, com o plano do horizonte, a partir do ponto crítico do extr<strong>em</strong>o do vão 89 , e<br />

consi<strong>de</strong>rando as horas limite do período que se <strong>de</strong>finiu optimizar.<br />

O cálculo do ângulo po<strong>de</strong> ser verificado através da carta solar com sobreposição do gráfico auxiliar para<br />

traçado, assim como mostram as seguintes diagramas circulares.<br />

SUL POENTE<br />

89 Enten<strong>de</strong>-se como ponto crítico, os pontos extr<strong>em</strong>os do vão que condicionam as dimensões que os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> necessitam <strong>de</strong><br />

adquirir<br />

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3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Trajectória Solar no dia 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro (verificação na carta solar)<br />

Traçado gráfico auxiliar correspon<strong>de</strong>nte às horas condicionantes<br />

Ângulo <strong>de</strong> incidência solar sobre plano vertical (horas limite)<br />

As seguintes imagens são esqu<strong>em</strong>as <strong>em</strong> planta que ex<strong>em</strong>plificam as extensões realizadas para os<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong> dois módulos do Mo<strong>de</strong>lo Base.<br />

SUL POENTE<br />

Os seguintes mo<strong>de</strong>los tipos resultam das extensões <strong>de</strong>finidas quando realizadas <strong>em</strong> todos os módulos do<br />

Mo<strong>de</strong>lo Base:<br />

SUL POENTE<br />

As extensões dos el<strong>em</strong>entos horizontais vê<strong>em</strong> substituir a ausência dos el<strong>em</strong>entos verticais. Mas estas<br />

apenas significam o limite lateral mínimo que cada el<strong>em</strong>ento horizontal necessita para sombrear o módulo<br />

<strong>de</strong> vão respectivo.<br />

A partir <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo são então procurados outros pontos limitadores dos el<strong>em</strong>entos horizontais que<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir uma nova forma para a pala <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

Os seguintes gráficos mostram como os outros pontos limitadores são encontrados através da projecção<br />

do azimute sobre a pala horizontal.<br />

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3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

SUL POENTE<br />

Os ângulos <strong>de</strong> azimute traçados correspon<strong>de</strong>m às horas do Os ângulos <strong>de</strong> azimute solar traçados correspon<strong>de</strong>m às<br />

dia que condicionam o <strong>sombreamento</strong>: as10h e as 15h. horas do dia que condicionam o <strong>sombreamento</strong>: as 15h<br />

As linhas do azimute são projectadas a partir do ponto crítico do vão, até à intersecção dos limites laterais<br />

verificados anteriormente. A partir <strong>de</strong>sta intersecção, os pontos são ligados, formando uma pala <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong> forma irregular.<br />

As seguintes plantas <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> correspon<strong>de</strong>m a um conjunto <strong>de</strong> dois módulos <strong>de</strong><br />

vão e ex<strong>em</strong>plificam o traçado realizado com base no encontro dos pontos referidos.<br />

SUL POENTE<br />

Os seguintes mo<strong>de</strong>los são o resultado da projecção da linha do azimute sobre os el<strong>em</strong>entos horizontais do<br />

mo<strong>de</strong>lo apresentado anteriormente.<br />

SUL POENTE<br />

Com base nos princípios <strong>de</strong>finidos segundo a geometria solar, a optimização e minimização da dimensão<br />

dos el<strong>em</strong>entos horizontais, consiste na estilização da curva que resulta da projecção da trajectória solar<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

sobre os el<strong>em</strong>entos horizontais, limitada pelas linhas que resultam da período do dia (horas) que<br />

condicionam o <strong>sombreamento</strong>.<br />

O seguinte diagrama é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> apresentação do conjunto dos dados referidos que influenciam a<br />

formação da pala <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, para um módulo <strong>de</strong> vão, orientado para Sul.<br />

Resumo do método:<br />

1º - MODELO COMUM<br />

LEGENDA:<br />

Trajectória Solar para o<br />

dia 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Azimute para as 10h<br />

Azimute para as 15h<br />

Pala Horizontal optimizada<br />

para o módulo inicial (com<br />

verticais)<br />

Extensões realizadas<br />

condicionadas pelo<br />

período <strong>de</strong>finido<br />

Pontos <strong>de</strong> intersecção e<br />

ligação para formação da<br />

nova pala para um módulo<br />

. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> vão comum com <strong>sombreamento</strong> optimizado através <strong>de</strong><br />

el<strong>em</strong>entos verticais e um horizontal.<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

2º - MODELO BASE<br />

. O vão é subdividido <strong>em</strong> módulos que po<strong>de</strong>m ter as variadíssimas<br />

proporções e combinações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> os cria. Estes<br />

módulos são individualmente optimizados e compostos neste mo<strong>de</strong>lo<br />

base<br />

3º - MODELO A<br />

. A partir do mo<strong>de</strong>lo base são aplicados princípios da geometria solar<br />

que <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> uma nova forma para os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>,<br />

mas igualmente optimizados. Esta forma <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não só da<br />

composição inicial entre os módulos, mas também das características<br />

locais.<br />

É <strong>de</strong> referir que a evolução do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>monstrado é apenas um ex<strong>em</strong>plo e não uma resposta única. È<br />

uma solução entre o número in<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> combinações que po<strong>de</strong> resultar com o uso <strong>de</strong>ste método.<br />

As variantes são <strong>de</strong>s<strong>de</strong> da forma inicial do vão, a proporção, disposição, combinação e <strong>de</strong>senho dos<br />

módulos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do gosto e objectivos <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> o cria e numa segunda fase a formação <strong>de</strong>stes<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características locais que <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> os ângulos, cortes e dimensões através do uso<br />

directo da geometria solar<br />

É um método que importa o potencial <strong>de</strong> originar um número <strong>de</strong> variadíssimas soluções, que resultam<br />

numa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> arquitectónica através da formação <strong>de</strong> palas <strong>de</strong> geometria não convencional, uma<br />

imag<strong>em</strong> dinâmica que um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> oferece.<br />

As seguintes imagens são ex<strong>em</strong>plos da aplicação <strong>de</strong>stes el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> no conjunto <strong>de</strong> uma<br />

fachada envidraçada, com o objectivo <strong>de</strong> reconhecer a sua expressão arquitectónica. 90<br />

90 Ver Anexo 8: Ex<strong>em</strong>plos da Imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um Edifício<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

No entanto é <strong>de</strong> referir que a sua aplicação não se resume a uma fachada envidraçada. Este método <strong>de</strong><br />

concepção e dimensionamento <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> po<strong>de</strong> ser aplicado <strong>em</strong> qualquer vão<br />

envidraçado (dimensão ou forma) <strong>de</strong> uma fachada opaca, que for inicialmente pensada e preparada para<br />

os receber.<br />

Mo<strong>de</strong>lo B - Comportamento do <strong>sombreamento</strong> dos módulos <strong>de</strong>finidos com el<strong>em</strong>entos verticais e<br />

horizontais<br />

A título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo é apresentada a outra variante, que <strong>de</strong>monstra como o mesmo método po<strong>de</strong> ser<br />

aplicado <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos verticais <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

SUL POENTE<br />

Neste mo<strong>de</strong>lo os el<strong>em</strong>entos verticais são cortados segundo os ângulos verificados através da carta solar<br />

com sobreposição do gráfico auxiliar para traçado, consi<strong>de</strong>rando a hora <strong>em</strong> que o sol se encontra mais<br />

baixo e no período que é <strong>de</strong>sejado o <strong>sombreamento</strong>, assim como mostram as seguintes figuras:<br />

SUL POENTE<br />

Percurso do Sol no dia 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro (verificação na carta solar)<br />

Traçado gráfico auxiliar correspon<strong>de</strong>nte às horas condicionantes<br />

Zona que o <strong>sombreamento</strong> é optimizado, correspon<strong>de</strong>nte ao valor y<br />

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Os el<strong>em</strong>entos verticais são conjugados com os el<strong>em</strong>entos horizontais já <strong>de</strong>finidos no Mo<strong>de</strong>lo<br />

A, pois os el<strong>em</strong>entos verticais sozinhos não efectuam um <strong>sombreamento</strong> eficaz. As extensões realizadas<br />

para as laterais são por isso retiradas. As seguintes imagens são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> extensões <strong>de</strong> um dos<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> do vão<br />

SUL POENTE<br />

Os mo<strong>de</strong>los que se segu<strong>em</strong> são os ex<strong>em</strong>plos do Mo<strong>de</strong>lo B, segundo os princípios <strong>de</strong>finidos.<br />

SUL POENTE<br />

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Nota:<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

No seguimento do estudo, para a avaliação da luminosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um espaço com um <strong>sombreamento</strong> tipo<br />

originado do método proposto, é utilizado o mo<strong>de</strong>lo orientado para sul, porque consi<strong>de</strong>ra-se que os<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> resultam <strong>em</strong> proporções mais a<strong>de</strong>quadas nesta orientação. Na orientação<br />

este ou oeste os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senho inicial e às características<br />

consequentes da localização geográfica, resultam <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos muito extensos para os módulos <strong>de</strong> vão<br />

com proporções <strong>de</strong>sequilibradas. 91<br />

Como mo<strong>de</strong>lo comparativo com a solução comum e solução base no estudo lumínico, é ainda adoptada a<br />

variante Mo<strong>de</strong>lo A, por se apresentar como um mo<strong>de</strong>lo visualmente mais leve, com menor obstrução<br />

visual, mas igual a nível <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

91<br />

O Anexo 6, dos estudos prévios do vão, apresenta também as diferenças entre as dimensões dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> para períodos<br />

fora dos referidos e para as diferentes orientações, consi<strong>de</strong>rando a localização geográfica <strong>de</strong> Lisboa<br />

77


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

3.3. Estudo dos Níveis <strong>de</strong> Iluminação Natural<br />

Apesar da crescente evolução na área da simulação computacional, um meio eficaz e que se torna uma<br />

ferramenta <strong>de</strong> investigação simples e próxima do real para o estudo dos níveis <strong>de</strong> iluminação natural num<br />

espaço é a concepção e estudo <strong>de</strong> maquetas físicas. 92 A sua utilização para o estudo da iluminação<br />

resultante no espaço interior é possível <strong>de</strong>vido ao reduzido comprimento <strong>de</strong> onda da luz, que não sofre<br />

efeitos <strong>de</strong> escala e por isso se comporta <strong>de</strong> modo idêntico tanto numa maqueta à escala como no espaço<br />

real. Quando as maquetas são cuidadosamente construídas a nível da sua geometria e com materialida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada à realida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> reflectância e comportamento lumínico, fornec<strong>em</strong> uma analogia<br />

fotométrica do espaço da escala real. O cenário visual que os mo<strong>de</strong>los apresentam é idêntico, incluindo o<br />

brilho e o gradiente <strong>de</strong> iluminação e por isso po<strong>de</strong>m anunciar o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho quantitativo do espaço <strong>em</strong><br />

pormenor e fornec<strong>em</strong> <strong>de</strong> imediato a informação visual para a avaliação qualitativa do espaço.<br />

As leituras <strong>de</strong> luz no mo<strong>de</strong>lo correspon<strong>de</strong>m <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 10% às leituras <strong>de</strong> luz no espaço real, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser realizadas <strong>em</strong> dois domínios, a nível quantitativo e a nível qualitativo, contribuindo para uma<br />

abordag<strong>em</strong> crítica relativa ao padrão <strong>de</strong> iluminação <strong>de</strong> espaço perante as soluções optimizadas no<br />

<strong>sombreamento</strong>.<br />

Para a avaliação a<strong>de</strong>quada, os estudos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser realizados no exterior <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> luz natural<br />

difusa. No exterior, a sua realização é dificultada <strong>de</strong>vido às constantes variações das condições <strong>de</strong> luz do<br />

céu, mas os benefícios são meritórios. Os valores po<strong>de</strong>m variar entre 10% a 15% e por isso, este tipo <strong>de</strong><br />

estudo é essencialmente recomendado como base <strong>de</strong> comparação entre diversas soluções. Diferentes<br />

céus produz<strong>em</strong> iluminâncias e distribuições distintas. Segundo a C.I.E. (Commission Internationale <strong>de</strong><br />

l'Eclairage) os tipos <strong>de</strong> céu existentes são o Céu Limpo (Clear Sky), Céu Parcialmente Encoberto (Partly<br />

Cloudy Sky), Céu Encoberto (Overcast Sky) e Céu Uniforme (Uniform Sky). Para estudar <strong>de</strong> Factor Luz-<br />

Dia, com iluminação difusa <strong>em</strong> maquetas, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser escolhidos o céu encoberto ou uniforme.<br />

Figura 44 – Tipos <strong>de</strong> céu: Céu Limpo, Céu Parcialmente Encoberto, Céu Encoberto e Céu Uniforme<br />

3.3.1. Elaboração do Mo<strong>de</strong>lo Físico<br />

Fonte: http://www.learn.londonmet.ac.uk/packages/clear/in<strong>de</strong>x.html<br />

No estudo <strong>de</strong> iluminação através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los físicos, são normalmente introduzidas geometrias simples,<br />

para se conseguir <strong>de</strong>talhar <strong>em</strong> diferentes níveis (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da escala a que se realiza), <strong>de</strong> modo a<br />

92<br />

Os mo<strong>de</strong>los computacionais mas fi<strong>de</strong>dignos, como seja o RADIANCE, possu<strong>em</strong> curvas <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> muito longas, necessitando <strong>de</strong> muita<br />

experiência <strong>de</strong> utilização. Por outro lado, os mo<strong>de</strong>los simplificados, tais como o ECOTECT, não possu<strong>em</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálculo para po<strong>de</strong>r<br />

comparar objectivamente diferentes soluções <strong>de</strong> iluminação<br />

78


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

oferecer maior realismo ao espaço. No caso do estudo que se preten<strong>de</strong> realizar, por não se tratar <strong>de</strong> um<br />

espaço <strong>em</strong> concreto n<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma funcionalida<strong>de</strong> e materialida<strong>de</strong> específica, é concebido um mo<strong>de</strong>lo físico<br />

simples, que consiste num espaço rectangular <strong>de</strong> 4m x 6m x 2,5m, <strong>de</strong>finido por superfícies brancas e lisas,<br />

e com um vão <strong>de</strong> 4m x 2,5m, numa das faces menores do mo<strong>de</strong>lo. Consi<strong>de</strong>rando que a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um espaço para ter bons níveis <strong>de</strong> iluminação <strong>de</strong>ve ser entre 2 vezes ou 2,5 vezes maior que altura do<br />

vão, este mo<strong>de</strong>lo a<strong>de</strong>qua-se com uma correspondência <strong>de</strong> 2,4 vezes. Estes mo<strong>de</strong>los físicos simples são<br />

particularmente a<strong>de</strong>quados para explorações genéricas <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> luz, pois funcionam como uma boa<br />

ferramenta para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma intuição ao comportamento da luz natural perante<br />

<strong>de</strong>terminadas condições.<br />

Figura 45 – Dimensionamento do mo<strong>de</strong>lo<br />

Na execução do mo<strong>de</strong>lo físico é necessário consi<strong>de</strong>rar alguns princípios que estabeleçam uma<br />

metodologia <strong>de</strong> construção da maqueta. Inicialmente é <strong>de</strong>finida a escala do mo<strong>de</strong>lo, tendo <strong>em</strong> conta o<br />

factor <strong>de</strong> ter uma boa visibilida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos do vão do mo<strong>de</strong>lo, o encaixe da câmara e dos aparelhos<br />

<strong>de</strong> medição e ainda facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manuseamento. Neste caso foi adoptada a escala 1.15.<br />

A maqueta é construída sobre uma base sólida para <strong>de</strong>pois ser permitido o seu transporte e<br />

manuseamento quando colocada no exterior para a execução <strong>de</strong> medições. Em todos os el<strong>em</strong>entos da<br />

maqueta <strong>de</strong>ve ser garantida a sua forte fixação e perpendicularida<strong>de</strong>, sendo adoptada a utilização <strong>de</strong><br />

contrafortes para o garantir. Como material principal na execução do mo<strong>de</strong>lo físico é utilizado o PVC,<br />

<strong>de</strong>vido às suas características técnicas: rígido, opaco, acessível <strong>de</strong> cortar manualmente e pela sua cor<br />

branca. No mesmo material, são ainda concebidas várias molduras do vão, para que possam ser aplicados<br />

os diferentes <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> sobre o mesmo mo<strong>de</strong>lo físico. Na face oposta ao vão é realizada<br />

uma abertura circular <strong>de</strong> 6cm <strong>de</strong> diâmetro que permite a colocação da objectiva da maquina fotográfica e a<br />

entrada da sonda fotométrica.<br />

Figura 46 – Maqueta<br />

79


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

A abertura do vão representa a área do envidraçado, mas tomou-se como principio a sua não colocação e<br />

por isso, posteriormente, na realização das medições, o valor interior medido é multiplicado pelo coeficiente<br />

0,81, antes <strong>de</strong> calcular o Factor Luz-Dia, que correspon<strong>de</strong> à utilização <strong>de</strong> um vidro simples.<br />

3.3.2. Caracterização das Soluções<br />

Para o estudo dos níveis <strong>de</strong> iluminação, <strong>de</strong> modo a permitir uma a<strong>de</strong>quada análise e relação comparativa<br />

são utilizados os seguintes mo<strong>de</strong>los, adoptando s<strong>em</strong>pre a orientação Sul:<br />

Figura 47 – Mo<strong>de</strong>los a elaborar para estudo da Iluminação<br />

V.A. - Vão Aberto: S<strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong><br />

M.C. - Mo<strong>de</strong>lo Comum: Sombreamento com um el<strong>em</strong>ento horizontal e os dois laterais<br />

M.B. - Mo<strong>de</strong>lo Base: Composição com módulos optimizados, constituídos por el<strong>em</strong>entos verticais e horizontais<br />

M.A - Mo<strong>de</strong>lo A: Sombreamento com el<strong>em</strong>entos horizontais<br />

Nestes quatro mo<strong>de</strong>los, tendo <strong>em</strong> conta as distintas características formais dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>, são todos concebidos no mesmo material, <strong>em</strong> PVC, <strong>de</strong> modo a analisar o padrão <strong>de</strong><br />

iluminação que consi<strong>de</strong>re apenas as diferenças formais entre os vários <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

Figura 48 – Mo<strong>de</strong>lo com Vão Aberto (s<strong>em</strong> <strong>sombreamento</strong>)<br />

Figura 50 – Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

Figura 49 – Mo<strong>de</strong>lo Comum<br />

Figura 51 – Mo<strong>de</strong>lo A<br />

80


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

O Mo<strong>de</strong>lo A, por se caracterizar como uma das soluções que resulta do conjunto <strong>de</strong> princípios<br />

metodológicos que optimizam o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, com base na Geometria Solar, ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po que lhe oferece uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> arquitectónica, é concebido <strong>em</strong> diferentes materialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> modo<br />

a perceber o comportamento da luz nos diferentes contextos <strong>de</strong> cor, textura, permeabilida<strong>de</strong>.<br />

Figura 52 – Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

Figura 54 – Mo<strong>de</strong>lo A3<br />

Figura 53 – Mo<strong>de</strong>lo A2<br />

Figura 55 – Mo<strong>de</strong>lo A4<br />

Os materiais utilizados procuravam respon<strong>de</strong>r a materiais reais e para isso são efectuadas medições da<br />

reflectância <strong>de</strong> cada material, para facilitar a comparação entre os diferentes padrões <strong>de</strong> iluminação<br />

resultantes nos mo<strong>de</strong>los tendo <strong>em</strong> conta a aproximação lumínica. As medições da reflectância são<br />

realizadas com um luxímetro DELTA OHM - DO 9847, colocando uma das sondas sobre a superfície<br />

material que se preten<strong>de</strong> medir, apontada para a cúpula celeste e outra sonda apontada para a superfície<br />

material, <strong>de</strong> modo a captar os níveis <strong>de</strong> luz que são reflectidos pelo material. A relação entre os valores<br />

obtidos é a reflectância.<br />

Figura 56 - Luxímetro<br />

81


Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Neste mo<strong>de</strong>lo é adoptado o PVC, pelas razões já referidas, assim como as suas características que lhe<br />

permite aproximar <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> com acabamento <strong>em</strong> pintura a branco. A escolha <strong>de</strong>ste<br />

material está associado à procura <strong>de</strong> uma superfície opaca e clara, para favorecer a reflexão da luz sobre<br />

os el<strong>em</strong>entos, como por ex<strong>em</strong>plo um metal, como o alumínio lacado a branco.<br />

Figura 57 – Material<br />

Real: Acabamento a<br />

branco<br />

Mo<strong>de</strong>lo A2<br />

Figura 58 – Material 1:<br />

P.V.C.<br />

Iluminância<br />

lux<br />

Exitância<br />

lux<br />

Exit / Ilum<br />

Tabela 1 – Reflectância do Material 1<br />

Reflectância<br />

Material 1<br />

29700 24600 0,8283 82,8 86,3<br />

%<br />

Reflectância<br />

Material Real<br />

No Mo<strong>de</strong>lo A2 é pretendido um material <strong>de</strong> superfície opaca, <strong>de</strong> cor escura. É adoptada a ma<strong>de</strong>ira através,<br />

da utilização <strong>em</strong> maqueta <strong>de</strong> balsa pintada com um verniz para ma<strong>de</strong>iras. A ma<strong>de</strong>ira assume diferentes<br />

tonalida<strong>de</strong>s e por isso a sua reflectância po<strong>de</strong> variar bastante.<br />

Figura 59 – Material<br />

Real: Ma<strong>de</strong>ira<br />

Mo<strong>de</strong>lo A3<br />

Figura 60 – Material 2:<br />

Balsa envernizada<br />

Iluminância<br />

lux<br />

Exitância<br />

lux<br />

Exit / Ilum<br />

Reflectância<br />

Material 2<br />

%<br />

Tabela 2 – Reflectância do Material 2<br />

%<br />

Reflectância<br />

Material Real<br />

%<br />

28000 11180 0,3993 39,9 24,8<br />

No Mo<strong>de</strong>lo A3 é novamente adoptada a ma<strong>de</strong>ira, mas <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos permeáveis. É por isso realizado um<br />

ripado horizontal com balsa pintada. Neste caso, além da ma<strong>de</strong>ira pu<strong>de</strong>r assumir diferentes tonalida<strong>de</strong>s, a<br />

distância entre ripado também po<strong>de</strong> diferir bastante, o que leva a que o el<strong>em</strong>ento tenha menos superfície<br />

para reflectir. No ex<strong>em</strong>plo a distância entre as ripas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira é igual à sua largura. Por à penetração <strong>de</strong><br />

luz neste material, a medição da reflectância é dificultada e por isso consi<strong>de</strong>ra-se a reflectância com<br />

meta<strong>de</strong> do valor obtido no material 2, por este ter meta<strong>de</strong> da superfície <strong>de</strong> reflexão do anterior.<br />

Figura 61 – Material<br />

Real: Ripado Ma<strong>de</strong>ira<br />

Figura 62 – Material 3:<br />

Ripado balsa envernizado<br />

Iluminância<br />

lux<br />

Exitância<br />

lux<br />

Exit / Ilum<br />

Reflectância<br />

Material 3<br />

%<br />

Tabela 3 – Reflectância do Material 3<br />

Reflectância<br />

Material Real<br />

%<br />

- - - 20,0 12,4<br />

82


Mo<strong>de</strong>lo A4<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Neste mo<strong>de</strong>lo é procurado um material que permita a permeabilida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e<br />

<strong>de</strong> cor clara para uma maior reflexão. É por isso adoptada uma tela metálica, também pela questão que<br />

hoje <strong>em</strong> dia, este material t<strong>em</strong> tido uma crescente utilização. Este sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser bastante variável nos<br />

resultados do padrão <strong>de</strong> luz, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> malha e da sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. A malha utilizada na<br />

maqueta t<strong>em</strong> uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50% a 60% e uma perfuração <strong>de</strong> 1mm. 93<br />

Figura 63 – Material<br />

Real: Re<strong>de</strong> Metálica<br />

3.3.3. Análise Quantitativa<br />

Figura 64 – Material 4:<br />

Re<strong>de</strong> <strong>em</strong> Alumínio c/<br />

perfuração <strong>de</strong> 1mm<br />

Iluminância<br />

lux<br />

Exitância<br />

lux<br />

Exit / Ilum<br />

Reflectância<br />

Material 4<br />

%<br />

Tabela 4 – Reflectância do Material 4<br />

Reflectância<br />

Material Real<br />

%<br />

41900 24200 0,577566 57,8 -<br />

Figura 65 – Padrão do material metálico <strong>em</strong> tamanho real<br />

O céu i<strong>de</strong>al para a realização das medições <strong>de</strong> iluminação é o Céu Encoberto ou uniforme (ver pág. 75),<br />

pois são o que têm uma distribuição <strong>de</strong> luz mais difusa e a<strong>de</strong>quada para este tipo <strong>de</strong> análise. 94 É ainda<br />

necessário consi<strong>de</strong>rar um local exterior <strong>de</strong>safogado, s<strong>em</strong> interferência <strong>de</strong> edifícios ou árvores, <strong>de</strong> modo a<br />

não prejudicar a integração da sonda no total da cúpula celeste. Todas as juntas e aberturas in<strong>de</strong>sejadas<br />

na maqueta são verificadas e colmatadas com fita preta, para não permitir a entrada <strong>de</strong> luz in<strong>de</strong>vida.<br />

A nível quantitativo, a avaliação das diversas soluções é realizada com o auxílio <strong>de</strong> um Luxímetro e duas<br />

sondas <strong>de</strong> iluminância, medindo a intensida<strong>de</strong> da luz, <strong>em</strong> lux, simultaneamente no exterior e no interior da<br />

maqueta. Na medição exterior, uma das sondas é colada na parte superior da maqueta, apontando para a<br />

cúpula celeste e na medição interior, a outra sonda é colocada num dos pontos assinalados, organizados<br />

segundo uma grelha regular previamente <strong>de</strong>finida <strong>em</strong> planta, <strong>de</strong> modo a perceber o seu comportamento ao<br />

longo <strong>de</strong> todo o espaço.<br />

93 Ver Anexo 9: Características do material metálico<br />

94 Ver Anexo 12.1: Registos Fotográficos - Luz Difusa<br />

83


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Figura 66 – Grelha <strong>de</strong> Pontos<br />

Após os registos <strong>em</strong> tabela das medições realizadas nos vários pontos das diferentes soluções, é feito o<br />

rácio da iluminância interior e a iluminância exterior retirada no mesmo instante, resultando no Factor Luz-<br />

Dia, <strong>em</strong> percentag<strong>em</strong>, como já foi referido num capítulo anterior. Como na construção do mo<strong>de</strong>lo físico, as<br />

superfícies <strong>de</strong> vidro são omissas, o valor da iluminância interior <strong>de</strong> cada ponto é corrigido, multiplicando<br />

pelo coeficiente 0,81, que correspon<strong>de</strong> à utilização <strong>de</strong> um vidro simples.<br />

De seguida são apresentadas as tabelas com as medições realizados e o Factores Luz-Dia obtidos,<br />

produzidas no programa computacional Excel, e as respectivas representações gráficas do Factor Luz-Dia<br />

<strong>em</strong> planta, através <strong>de</strong> uma escala cromática igual para as várias soluções.<br />

Pontos<br />

Exterior<br />

lux<br />

Interior<br />

lux<br />

VÃO ABERTO<br />

Interior<br />

correc. vidro<br />

Int. / Ext.<br />

Tabela 5 – Factor Luz-Dia para Vão Aberto<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 13780 8210 6650 0,48259 48,26<br />

P2 13230 8740 7079 0,53510 53,51<br />

P3 12950 7720 6253 0,48287 48,29<br />

P4 12980 3120 2527 0,19470 19,47<br />

P5 14670 3420 2770 0,18883 18,88<br />

P6 14260 3130 2535 0,17779 17,78<br />

P7 13080 2140 1733 0,13252 13,25<br />

P8 12060 2280 1847 0,15313 15,31<br />

P9 12070 2110 1709 0,14160 14,16<br />

Média 13231 3678 0,27800 27,80<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

Figura 67 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para<br />

Mo<strong>de</strong>lo Vão Aberto<br />

84


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Numa primeira abordag<strong>em</strong> são realizadas as medições lumínicas do espaço, consi<strong>de</strong>rando o vão apenas<br />

com o envidraçado, s<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. Como era <strong>de</strong> esperar nas medições aqui realizadas,<br />

resultam valores <strong>de</strong>masiados altos junto ao vão, além <strong>de</strong> se notar o espaço divido claramente <strong>em</strong> três<br />

zonas <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scida pouco gradual até ao fundo do espaço. Este espaço caracteriza-se com uma forte<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz e brilho, po<strong>de</strong>ndo chegar ao ofuscamento na área junto ao vão, o que se torna negativo<br />

para o conforto dos utentes.<br />

Pontos Exterior<br />

lux<br />

MODELO COMUM<br />

Interior<br />

lux<br />

Interior<br />

correc. vidro<br />

Int. / Ext.<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 11290 3570 2892 0,25613 25,61<br />

P2 11160 3080 2495 0,22355 22,35<br />

P3 10920 2880 2333 0,21363 21,36<br />

P4 11030 1652 1338 0,12132 12,13<br />

P5 13280 1885 1527 0,11497 11,50<br />

P6 10066 1547 1253 0,12449 12,45<br />

P7 8660 985 798 0,09213 9,21<br />

P8 9090 1163 942 0,10363 10,36<br />

P9 8840 1220 988 0,11179 11,18<br />

Média 10482 1618 0,15440 15,44<br />

Tabela 6 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo Comum<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

Figura 68 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o<br />

Mo<strong>de</strong>lo Comum<br />

Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>fine-se por um <strong>sombreamento</strong> eficaz do vão através da solução comum, uma pala<br />

horizontal e duas verticais ao longo <strong>de</strong> todo o vão. Em relação ao mo<strong>de</strong>lo anterior as diferenças são<br />

notórias, pois <strong>de</strong>vido à utilização <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, os Factores Luz-Dia são bastantes mais baixos, cerca<br />

<strong>de</strong> meta<strong>de</strong>. Verifica-se também uma <strong>de</strong>scida dos valores imediata até à área central do espaço e só <strong>de</strong>pois<br />

se mantém mais uniforme, justificando-se por a solução não ter superfícies que permit<strong>em</strong> a reflexão da luz.<br />

85


Pontos<br />

Exterior<br />

lux<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Interior<br />

lux<br />

MODELO BASE<br />

Interior<br />

correc. vidro<br />

Int. / Ext.<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 12970 3260 2640,60 0,20359 20,36<br />

P2 13300 3220 2608,20 0,19611 19,61<br />

P3 10690 2430 1968,30 0,18413 18,41<br />

P4 10610 1421 1151,01 0,10848 10,85<br />

P5 8850 1178 954,18 0,10782 10,78<br />

P6 7050 974 788,94 0,11191 11,19<br />

P7 10300 1020 826,20 0,08021 8,02<br />

P8 8090 890 720,90 0,08911 8,91<br />

P9 8530 887 718,47 0,08423 8,42<br />

Média 10043 1375 0,13693 13,69<br />

Tabela 7 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

Figura 69 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o<br />

Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

Neste mo<strong>de</strong>lo, o vão é repartido <strong>em</strong> diferentes módulos eficientes a nível do <strong>sombreamento</strong>, procura-se<br />

perceber o comportamento da luz sobre a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos horizontais e verticais <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>. Comparando ao Mo<strong>de</strong>lo Comum, o nível <strong>de</strong> iluminação é um pouco mais baixo, <strong>de</strong>vido ao<br />

maior número <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos no vão, que <strong>em</strong>bora eficientes no <strong>sombreamento</strong>, acabam por o obstruir,<br />

principalmente os verticais. Apesar disso, os el<strong>em</strong>entos horizontais, possibilitam a reflexão dos raios<br />

solares e por isso resulta num nível <strong>de</strong> iluminação mais uniforme que o Mo<strong>de</strong>lo Comum, permitindo<br />

também que chegue uma maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz ao fundo do espaço.<br />

Pontos<br />

MODELO A1. Acabamento <strong>em</strong> pintura branca<br />

Exterior<br />

lux<br />

Interior<br />

lux<br />

Interior<br />

c/ vidro<br />

Int. / Ext.<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 13860 3500 2835,00 0,20455 20,45<br />

P2 14010 3480 2818,80 0,20120 20,12<br />

P3 13150 3550 2875,50 0,21867 21,87<br />

P4 10860 1813 1468,53 0,13522 13,52<br />

P5 12190 1968 1594,08 0,13077 13,08<br />

P6 9840 1641 1329,21 0,13508 13,51<br />

P7 6150 786 636,66 0,10352 10,35<br />

P8 6260 758 613,98 0,09808 9,81<br />

P9 5650 807 653,67 0,11569 11,57<br />

Média 10219 1647 0,16120 16,12<br />

Tabela 8 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

Figura 70 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o<br />

Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

86


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Este mo<strong>de</strong>lo é <strong>de</strong>senvolvido a partir do mo<strong>de</strong>lo anterior, com o princípio <strong>de</strong> optimização do <strong>sombreamento</strong><br />

apenas com os el<strong>em</strong>entos horizontais, na procura <strong>de</strong> evitar uma menor obstrução do vão. Neste ex<strong>em</strong>plo,<br />

verifica-se que o Factor Luz-Dia é ligeiramente mais elevado face aos dois mo<strong>de</strong>los anteriores, mas com<br />

uma distribuição mais homogénea. Estes factos, justificam-se pela utilização <strong>de</strong> um material com uma<br />

elevada reflexão (cerca <strong>de</strong> 83%), que <strong>em</strong>bora seja igual ao dos mo<strong>de</strong>los anteriores, neste caso, os<br />

el<strong>em</strong>entos horizontais estão a funcionar como light-shelf (prateleiras <strong>de</strong> luz), ou seja, a luz é direccionada<br />

para as pare<strong>de</strong>s e tectos, permitindo a iluminação <strong>de</strong> áreas mais distantes do vão. O mo<strong>de</strong>lo A1 é a<br />

solução que melhor conjuga o <strong>sombreamento</strong> optimizado, garantindo um nível <strong>de</strong> iluminação muito<br />

favorável.<br />

O seguinte gráfico justifica as verificações <strong>de</strong>scritas nos mo<strong>de</strong>los iniciais:<br />

Pontos<br />

Figura 71 – Corte do mo<strong>de</strong>lo com gráfico do Factor Luz-Dia para os Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Vão Aberto, Comum, Base e A1<br />

Exterior<br />

lux<br />

MODELO A2 . Ma<strong>de</strong>ira<br />

Interior<br />

lux<br />

Interior<br />

correc. vidro<br />

Mo<strong>de</strong>lo Vão Aberto<br />

Mo<strong>de</strong>lo Comum<br />

Int. / Ext.<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 13060 1192 965,52 0,07393 7,39<br />

P2 10270 1124 910,44 0,08865 8,87<br />

P3 10060 1079 873,99 0,08688 8,69<br />

P4 8620 754 610,74 0,07085 7,09<br />

P5 8210 717 580,77 0,07074 7,07<br />

P6 9360 729 590,49 0,06309 6,31<br />

P7 13510 842 682,02 0,05048 5,05<br />

P8 13050 843 682,83 0,05232 5,23<br />

P9 10020 681 551,61 0,05505 5,51<br />

Média 10684 716 0,06706 6,71<br />

Tabela 9 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A2<br />

Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

Figura 72 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o<br />

Mo<strong>de</strong>lo A2<br />

87


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

A solução <strong>de</strong> optimização do <strong>sombreamento</strong> apenas com el<strong>em</strong>entos horizontais é experimentada <strong>em</strong><br />

diferentes materiais. Neste ex<strong>em</strong>plo, é procurada a proximida<strong>de</strong> à ma<strong>de</strong>ira, como um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> material<br />

<strong>de</strong> menor reflectância, cerca <strong>de</strong> 40%. Os valores <strong>de</strong> Factor Luz-Dia são muito baixos, entre 9% e 5%, além<br />

<strong>de</strong> ser o mo<strong>de</strong>lo <strong>em</strong> que o espaço resulta com maior homogeneida<strong>de</strong> luminosa, justificado por os<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> ser<strong>em</strong> escuros e por isso reflectir<strong>em</strong> menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz para o interior.<br />

Pontos<br />

Exterior<br />

lux<br />

MODELO A3. Ripado <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />

Interior<br />

lux<br />

Interior<br />

correc. vidro<br />

Int. / Ext.<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 9580 1669 1351,89 0,14112 14,11<br />

P2 10620 1779 1440,99 0,13569 13,57<br />

P3 10230 1785 1445,85 0,14133 14,13<br />

P4 10560 1053 852,93 0,08077 8,08<br />

P5 11410 1127 912,87 0,08001 8,00<br />

P6 10720 1048 848,88 0,07919 7,92<br />

P7 9000 827 669,87 0,07443 7,44<br />

P8 11960 904 732,24 0,06122 6,12<br />

P9 11000 882 714,42 0,06495 6,49<br />

Média 10564 997 0,09434 9,43<br />

Tabela 10 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A3<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

Figura 73 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o<br />

Mo<strong>de</strong>lo A3<br />

Nesta solução procura-se perceber o comportamento da luz sobre el<strong>em</strong>entos penetráveis e <strong>de</strong> baixa<br />

reflectância, por isso a escolha <strong>de</strong> um ripado <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira. No mo<strong>de</strong>lo verifica-se que a área próxima ao<br />

vão, os valores <strong>de</strong> Factor Luz-Dia são mais elevados que o Mo<strong>de</strong>lo A2, <strong>de</strong>vido à penetrabilida<strong>de</strong> da luz nos<br />

el<strong>em</strong>entos. Os valores <strong>de</strong>cresc<strong>em</strong> ao longo do espaço, equiparando-se na área mais distante do vão, a<br />

valores próximos do Mo<strong>de</strong>lo A2, <strong>de</strong>vido à menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície para a reflexão da luz, não<br />

permitindo que a luz seja reflectida e direccionada para áreas mais distantes.<br />

88


Pontos<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Exterior<br />

lux<br />

MODELO A4. Re<strong>de</strong> Metálica<br />

Interior<br />

lux<br />

Interior<br />

correc. vidro<br />

Int. / Ext.<br />

F. Luz-Dia<br />

%<br />

P1 8960 3060 2478,60 0,27663 27,66<br />

P2 8550 2960 2397,60 0,28042 28,04<br />

P3 10010 2990 2421,90 0,24195 24,19<br />

P4 10910 1684 1364,04 0,12503 12,50<br />

P5 9950 1726 1398,06 0,14051 14,05<br />

P6 9600 1701 1377,81 0,14352 14,35<br />

P7 13670 1792 1451,52 0,10618 10,62<br />

P8 14280 1802 1459,62 0,10221 10,22<br />

P9 13940 1635 1324,35 0,09500 9,50<br />

Média 11097 1742 0,15694 15,69<br />

Tabela 11 – Factor Luz-Dia para Mo<strong>de</strong>lo A4<br />

Figura 74 – Diagrama cromático <strong>de</strong> luz para o<br />

Mo<strong>de</strong>lo A4<br />

Assim como no mo<strong>de</strong>lo anterior, esta solução procura perceber o comportamento da luz sobre um material<br />

permeável, mas <strong>de</strong> maior reflectância, cerca <strong>de</strong> 58%, procurando aproximar-se da re<strong>de</strong> metálica. Os<br />

resultados obtidos segu<strong>em</strong> a tendência comparativa entre os Mo<strong>de</strong>los A2 e A3. O Mo<strong>de</strong>lo A4 obtém<br />

valores <strong>de</strong> Factor Luz-Dia ligeiramente mais elevados que o Mo<strong>de</strong>lo A1, principalmente junto ao vão,<br />

<strong>de</strong>vido à penetrabilida<strong>de</strong> do material, <strong>de</strong>crescendo ao longo do espaço, comparando-se com valores<br />

próximos ao Mo<strong>de</strong>lo A1, na zona mais distante do vão.<br />

O seguinte gráfico justifica as verificações <strong>de</strong>scritas nos mo<strong>de</strong>los que se diferenciam apenas pela<br />

materialida<strong>de</strong>:<br />

Figura 75 – Corte do mo<strong>de</strong>lo com gráfico do Factor Luz-Dia para os Mo<strong>de</strong>los A1, A2, A3 e A4<br />

Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

Mo<strong>de</strong>lo A2<br />

Mo<strong>de</strong>lo A3<br />

Mo<strong>de</strong>lo A4<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Escala<br />

89


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

O seguinte gráfico apresenta a relação entre os Factores Luz-Dia das diferentes soluções:<br />

3.3.4. Análise Qualitativa<br />

Figura 76 - Corte do mo<strong>de</strong>lo com gráfico do Factor Luz-Dia para os Mo<strong>de</strong>los <strong>em</strong> estudo<br />

A análise qualitativa é realizada através <strong>de</strong> registos fotográficos nos diversos mo<strong>de</strong>los <strong>em</strong> estudo perante<br />

as mesmas condições interiores e exteriores, <strong>de</strong> modo a permitir a realização <strong>de</strong> uma análise comparativa,<br />

do comportamento da luz no espaço interior. Ao contrário da análise quantitativa, a realização dos registos<br />

fotográficos é realizada sob luz directa e por isso é necessária a simulação da incidência solar ao longo do<br />

ano e do dia. Os registos são efectuados <strong>em</strong> situações anuais e diárias que têm <strong>em</strong> conta o período <strong>de</strong><br />

optimização <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. È realizado para os solstícios, 21 <strong>de</strong> Junho e 22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro, altura <strong>em</strong><br />

que o sol se encontra respectivamente mais alto e mais baixo e a 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, data que condiciona o<br />

<strong>sombreamento</strong> optimizado, correspon<strong>de</strong>nte também a 28 <strong>de</strong> Março. Nas diferentes situações os registos<br />

são efectuados para as 10h00, 12h30 e 15h00, pois o período diário condicionante do <strong>sombreamento</strong> é<br />

entre as 10h00 e as 15h00.<br />

A simulação é possível com recurso a um SunDial (relógio <strong>de</strong> Sol), que consiste numa ferramenta auxiliar<br />

que permite com rigor, posicionar os mo<strong>de</strong>los criando uma correspondência entre a direcção do Sol nos<br />

dias e horas pré-<strong>de</strong>terminadas, <strong>em</strong> relação ao presente momento. As linhas horizontais representam o<br />

percurso do sol, nos dias do ano <strong>de</strong>finidos e as linhas verticais representam as horas.<br />

Figura 77 – Sundial, relógio <strong>de</strong> Sol<br />

90


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

O SunDial é colocado sobre a maqueta, orientado segundo o <strong>de</strong>sfasamento entre o Norte Geográfico e o<br />

Norte Magnético. A sua correcção é realizada com recurso ao software UCGS Geomagnetic Field<br />

Calculater, para as datas <strong>em</strong> que se realizaram os registos, dias 15 e 20 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2005. 95 A<br />

maqueta é rodada, nos planos horizontais e verticais para obter os ângulos <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> sol correcto,<br />

através da projecção <strong>de</strong> sombra do el<strong>em</strong>ento triangular colocar sobre o SunDial.<br />

O ponto <strong>de</strong> captação das imagens é no plano oposto ao vão, <strong>de</strong> modo a abranger maior área <strong>de</strong> vão. O<br />

equipamento fotográfico utilizado consiste numa Panasonic DMC-FZ18 com uma abertura angular do zoom<br />

<strong>de</strong> 28mm. 96<br />

Após a produção dos registos fotográficos 97 , é realizada a análise qualitativa <strong>em</strong> dois níveis: objectivo,<br />

através da observação directa e comparativa entre as imagens, e subjectivo, através da realização <strong>de</strong> um<br />

inquérito. A análise qualitativa dos mo<strong>de</strong>los pren<strong>de</strong>-se não só aos aspectos da luminosida<strong>de</strong>, mas também<br />

aspectos que resultam da qualida<strong>de</strong> da iluminação e que influenciam a qualida<strong>de</strong> do espaço.<br />

Análise Qualitativa Objectiva<br />

Na análise qualitativa <strong>de</strong> nível objectivo são consi<strong>de</strong>rados os seguintes parâmetros: o <strong>sombreamento</strong>, a<br />

luminosida<strong>de</strong>, o contraste luz-sombra, o brilho e o nível <strong>de</strong> obstrução.<br />

Optimização do Sombreamento:<br />

Todos os mo<strong>de</strong>los têm <strong>em</strong> comum a optimização do <strong>sombreamento</strong> a 100% para os períodos inicialmente<br />

<strong>de</strong>finidos. De seguida estão as fotos correspon<strong>de</strong>ntes à exposição do vão no solstício <strong>de</strong> Verão, pelas 15h,<br />

altura <strong>em</strong> que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> é <strong>de</strong>sejada.<br />

Figura 78 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (21/06, 15h00) Figura 79 – Mo<strong>de</strong>lo Base (21/06, 15h00) Figura 80 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (21/06, 15h00)<br />

Verifica-se <strong>em</strong> todos os Mo<strong>de</strong>los o igual <strong>sombreamento</strong>, mas <strong>de</strong>staca-se a referência ao Mo<strong>de</strong>lo A1, que<br />

consegue tirar mais partido da função <strong>de</strong> sombrear por respon<strong>de</strong>r a outras questões inerentes como a<br />

95 Software disponível <strong>em</strong> http://geomag.usgs.gov – Ver Anexo 10: Correcção Norte Magnético<br />

96 Ver Anexo 11: Características do equipamento Fotográfico<br />

97 Ver Anexo 12.2: Registos Fotográficos - Luz Directa<br />

91


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

menor obstrução visual ou um ambiente com melhor luminosida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrando assim uma maior<br />

eficácia <strong>em</strong> relação aos restantes.<br />

É também relevante <strong>de</strong>stacar neste parâmetro os registos do solstício <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro, época <strong>em</strong> que não<br />

existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e por isso o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r, permitindo a entrada dos<br />

raios solares, para aquecimento e iluminação. Neste sentido são <strong>de</strong> referir os seguintes registos:<br />

Figura 81 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (22/12, 15h00) Figura 82 – Mo<strong>de</strong>lo Base (22/12 -15h00) Figura 83 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (22/12 -15h00)<br />

Verifica-se no Mo<strong>de</strong>lo A1, que a não existência <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos verticais é vantajosa, pois permite a entrada<br />

dos raios solares, alcançando maior área no espaço interior, resultando num melhor equilíbrio entre a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sombra (período <strong>de</strong> Verão) e quando esta não é <strong>de</strong>sejada (período <strong>de</strong> Inverno), um dos<br />

principais objectivos <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

Luminosida<strong>de</strong>:<br />

A luminosida<strong>de</strong> difere entre os vários <strong>sist<strong>em</strong>as</strong>, sendo condicionada pela geometria e materialida<strong>de</strong> dos<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. Na verificação da luminosida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> luz directa, é <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar<br />

alguns dos ex<strong>em</strong>plos referentes ao solstício <strong>de</strong> Junho, período <strong>em</strong> que o Sol se encontra mais alto e por<br />

isso a entrada <strong>de</strong> luz é menor. Perante os mo<strong>de</strong>los que se diferenciam pela geometria verifica-se que a<br />

luminosida<strong>de</strong> é ligeiramente mais baixa no Mo<strong>de</strong>lo Comum, pois as dimensões das palas e a não<br />

existência <strong>de</strong> superfícies para a reflexão evitam a difusão da luz <strong>em</strong> todo o espaço. Entre o Mo<strong>de</strong>lo Base e<br />

o Mo<strong>de</strong>lo A1, <strong>em</strong>bora menos evi<strong>de</strong>nte, verifica-se que o último t<strong>em</strong> maior luminosida<strong>de</strong>, pois os el<strong>em</strong>entos<br />

verticais do Mo<strong>de</strong>lo Base acabam por cortar a entrada <strong>de</strong> luz, tal como se verificou nas condições <strong>de</strong> luz<br />

difusa.<br />

Figura 84 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (21/06 -12h30) Figura 85 – Mo<strong>de</strong>lo Base (21/06 -12h30) Figura 86 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (21/06 -12h30)<br />

92


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Perante os ex<strong>em</strong>plos que se diferenciam pela materialida<strong>de</strong>, como era <strong>de</strong> esperar, verifica-se que os<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira originam um ambiente mais escuro. Apesar disso, o Mo<strong>de</strong>lo A3,<br />

<strong>de</strong>vido à permeabilida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos do vão, consegue ligeiramente um maior nível <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>,<br />

face ao Mo<strong>de</strong>lo A2, acontecendo o mesmo no Mo<strong>de</strong>lo A4 comparativamente ao Mo<strong>de</strong>lo A1. Consi<strong>de</strong>ra-se<br />

ainda que os el<strong>em</strong>entos penetráveis oferec<strong>em</strong> outra dinâmica ao espaço, pois criam diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> iluminação.<br />

Figura 87 – Mo<strong>de</strong>lo A2 (21/06 -12h30)<br />

Contraste Luz-Sombra:<br />

Figura 88 – Mo<strong>de</strong>lo A3 (21/06 -12h30)<br />

Figura 89 – Mo<strong>de</strong>lo A4 (21/06 -12h30)<br />

As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iluminação pren<strong>de</strong>m-se directamente com os efeitos <strong>de</strong> contraste Luz-Sombra e por isso<br />

o Mo<strong>de</strong>los A3 e o Mo<strong>de</strong>lo A4 apresentam um menor confronto entre os dois factores perante os restantes<br />

Mo<strong>de</strong>los, assim como evi<strong>de</strong>nciam os seguintes registos:<br />

Brilho:<br />

Figura 90 – Mo<strong>de</strong>lo A4 (15/09 -10h00)<br />

Figura 91 – Mo<strong>de</strong>lo A3 (15/09 -10h00)<br />

O brilho é a característica que <strong>de</strong>screve o modo como a luz é reflectida pela superfície, resultando por<br />

vezes numa intensida<strong>de</strong> excessiva da iluminação, po<strong>de</strong>ndo provocar o enca<strong>de</strong>amento. Alguns Mo<strong>de</strong>los,<br />

principalmente os que são materializados com el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> maior reflectância, <strong>em</strong> alguns registos<br />

apresentam essa característica, <strong>em</strong>bora esse factor esteja também associado ao facto do espaço ser<br />

representado por planos brancos. O Mo<strong>de</strong>lo Comum é o ex<strong>em</strong>plo mais propício para a ocorrência <strong>de</strong> brilho<br />

intenso.<br />

93


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Figura 92 – Mo<strong>de</strong>lo Comum (22/12 -12h30) Figura 93 – Mo<strong>de</strong>lo A1 (22/12 -12h30) Figura 94 – Mo<strong>de</strong>lo A4 (22/12 -12h30)<br />

Nível <strong>de</strong> Obstrução:<br />

Em relação ao nível <strong>de</strong> obstrução é <strong>de</strong> referir que o Mo<strong>de</strong>lo Comum apenas apresenta obstrução a nível da<br />

visão periférica <strong>de</strong>vido às dimensões que os el<strong>em</strong>entos laterais adquir<strong>em</strong> para o <strong>sombreamento</strong>, enquanto<br />

os Mo<strong>de</strong>los A, os el<strong>em</strong>entos horizontais provocam alguma obstrução na visão frontal, cerca <strong>de</strong> 8% a 10%.<br />

Mas é o Mo<strong>de</strong>lo Base que se caracteriza pelo maior nível <strong>de</strong> obstrução, <strong>de</strong> 15% a 20%, <strong>de</strong>vido à repartição<br />

do vão <strong>em</strong> diferentes módulos que originam um conjunto <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos verticais e horizontais.<br />

Análise Qualitativa Subjectiva:<br />

Neste nível <strong>de</strong> análise é realizado um inquérito, pois compreen<strong>de</strong>-se como o meio mais eficaz <strong>de</strong> avaliar<br />

a<strong>de</strong>quadamente os parâmetros <strong>de</strong> nível subjectivo. Comparativamente entre os vários mo<strong>de</strong>los<br />

concebidos, procura-se perceber o impacto que as imagens dos mo<strong>de</strong>los tanto a nível exterior, como no<br />

ambiente interior têm perante os inquiridos. É um meio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar aspectos positivos e negativos, que<br />

resultam <strong>de</strong> uma tendência com base nas diferentes opiniões e sensações que o ambiente lumínico e<br />

geometria dos el<strong>em</strong>entos transmit<strong>em</strong>.<br />

O inquérito é realizado a uma população que tenha motivações na área do <strong>de</strong>senho do espaço,<br />

<strong>arquitectura</strong> e ambiente. São inquiridos um grupo <strong>de</strong> 12 pessoas, com ida<strong>de</strong>s compreendidas entre os 23 e<br />

25 anos e estudantes <strong>de</strong> <strong>arquitectura</strong>.<br />

O inquérito realiza-se por via <strong>de</strong> correio electrónico, através <strong>de</strong> um ficheiro <strong>em</strong> formato PDF, que permite a<br />

interactivida<strong>de</strong> do inquirido e o seu reenvio. 98<br />

O inquérito é estruturado <strong>em</strong> 3 partes. Na primeira parte são assinalados os dados correspon<strong>de</strong>ntes às<br />

características do inquirido (sexo, ida<strong>de</strong> e ocupação). A segunda parte <strong>de</strong>fine-se com a apresentação dos<br />

mo<strong>de</strong>los, sendo colocados grupos <strong>de</strong> 3 imagens <strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo (uma exterior e duas interiores).<br />

o Grupo A – Mo<strong>de</strong>lo Comum<br />

o Grupo B – Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

o Grupo C – Mo<strong>de</strong>lo A1 (acabamento a branco)<br />

o Grupo D – Mo<strong>de</strong>lo A2 (ma<strong>de</strong>ira)<br />

o Grupo E – Mo<strong>de</strong>lo A3 (ripado <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira)<br />

98 Ver Anexo 13.1 – Inquérito: Formulário <strong>de</strong> Inquérito<br />

94


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

o Grupo F – Mo<strong>de</strong>lo A4 (re<strong>de</strong> metálica)<br />

A terceira parte correspon<strong>de</strong> à realização das questões <strong>de</strong> análise das imagens apresentadas, sendo<br />

avaliadas numa escala <strong>de</strong> 0 a 4:<br />

o 0 – Nenhum(a)<br />

o 1 – Pouco(a)<br />

o 2 – Razoável<br />

o 3 – Bastante<br />

o 4 – Muito(a)<br />

As questões realizadas, que se direccionam directamente para os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>fin<strong>em</strong>-se<br />

nos seguintes três parâmetros:<br />

o Harmonia – relação proporcional, equilíbrio<br />

o Leveza – pouco impacto visual<br />

o Beleza – <strong>de</strong>sperta admiração e agrado<br />

Em relação ao que o ambiente interior transmite, os parâmetros <strong>de</strong> avaliação são os seguintes:<br />

o Luminosida<strong>de</strong> – qualida<strong>de</strong> da luz<br />

o Conforto – b<strong>em</strong>-estar, comodida<strong>de</strong><br />

o Desafogo – arejado, aberto, leve<br />

A terceira questão direcciona-se para o conjunto, el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e ambiente interior, sendo<br />

colocados por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> preferência.<br />

É ainda assinalada uma área para que os inquiridos possam referir observações que consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong><br />

relevantes para a avaliação dos mo<strong>de</strong>los.<br />

Após a recepção <strong>de</strong> todos os inquéritos, os dados são transportados para tabelas e gráficos que permit<strong>em</strong><br />

e facilitam a comparação entre os diferentes mo<strong>de</strong>los. 99<br />

De seguida é realizada uma breve <strong>de</strong>scrição dos resultados obtidos com possíveis justificações das<br />

respostas dos inquiridos, segundo as suas observações.<br />

El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> Sombreamento:<br />

Em relação aos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, a nível da Harmonia, o Mo<strong>de</strong>lo Comum (A) é o que<br />

transmitiu maior equilíbrio proporcional, para os inquiridos, o que se po<strong>de</strong> justificar pela geometria regular e<br />

equilibrada dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>. O Mo<strong>de</strong>lo Base (B) é o que transmite menor harmonia, pois<br />

as diferenças <strong>de</strong> dimensões e proporções entre os módulos <strong>de</strong>ste vão, direccionam para isso.<br />

99 Ver Anexo 13.2 – Inquérito: Apresentação <strong>de</strong> resultados<br />

95


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

Os resultados s<strong>em</strong>elhantes <strong>em</strong> relação ao parâmetro da Leveza também o justificam, pois uma maior<br />

Harmonia traduz-se num menor impacto visual, sendo o Mo<strong>de</strong>lo Comum (A) caracterizado por Muita<br />

Leveza, enquanto o Mo<strong>de</strong>lo Base (B) por Pouca Leveza. Neste parâmetros, consi<strong>de</strong>ro que os inquiridos<br />

são influenciados pela questão <strong>de</strong> maior ou menor obstrução do vão e por isso a maior discrepância entre<br />

estes dois mo<strong>de</strong>los enquanto os Mo<strong>de</strong>los A1 (C), A2 (D), A3 €, A4 (F) resultam <strong>em</strong> valores mais próximos.<br />

Apesar da proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores entre estes Mo<strong>de</strong>los nos parâmetros da Harmonia e Leveza, o Mo<strong>de</strong>lo<br />

A4 (F), acaba por se <strong>de</strong>stacar ligeiramente face aos restantes, sendo isso transmitido no parâmetro Beleza,<br />

pois são os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> do Mo<strong>de</strong>lo A4 (F) que transmit<strong>em</strong> maior admiração e agrado, o<br />

que se po<strong>de</strong> justificar pela transparência que os caracteriza, enquanto o Mo<strong>de</strong>lo Base (B), que adicionado<br />

à sua Razoável Harmonia e Pouca Leveza é o que <strong>de</strong>sperta menor agrado visualmente.<br />

Ambiente Interior:<br />

+ -<br />

Harmonia: Mo<strong>de</strong>lo Comum (A) Mo<strong>de</strong>lo Base (B)<br />

Leveza: Mo<strong>de</strong>lo Comum (A) Mo<strong>de</strong>lo Base (B)<br />

Beleza: Mo<strong>de</strong>lo A4 (F) Mo<strong>de</strong>lo Base (B)<br />

Tabela 12 – Resultados do inquérito <strong>em</strong> relação aos El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> Sombreamento<br />

Quando se refere aos parâmetros qualitativos do Ambiente Interior, a preferência pelos Mo<strong>de</strong>los altera-se<br />

ligeiramente. A nível da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luminosida<strong>de</strong> é o Mo<strong>de</strong>lo A4 (F), transmite maior qualida<strong>de</strong>, o que se<br />

justifica mais uma vez pela sua transparência. Assim como foi referido nas Observações, os inquiridos<br />

consi<strong>de</strong>ram uma maior qualida<strong>de</strong> na Luminosida<strong>de</strong> quando a sombra dos el<strong>em</strong>entos t<strong>em</strong> diferentes<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s, não consistindo num forte contraste Luz-Sombra. O Mo<strong>de</strong>lo A2 (D) é o consi<strong>de</strong>rado com<br />

menor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz, o que se justifica pela materialida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, reflectindose<br />

num ambiente mais escuro.<br />

Em relação ao parâmetro Conforto, as avaliações são bastante equilibradas, mas é o Mo<strong>de</strong>lo Base (B),<br />

que obtém melhores resultados, o que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver à questão da irregularida<strong>de</strong> das sombras no<br />

ambiente, logo seguido do Mo<strong>de</strong>lo A4 (F), <strong>de</strong>vido às diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s das sombras, diminuindo o seu<br />

contraste, como já foi referido. É o Mo<strong>de</strong>lo A2 (D), que obtém a avaliação mais baixa, que mais uma vez é<br />

influenciada pela materialida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> que resultam num ambiente.<br />

No parâmetro Desafogo, os resultados são bastantes claros, é o Mo<strong>de</strong>lo Comum (A) que é consi<strong>de</strong>rado o<br />

mais <strong>de</strong>safogado, pois a não existência <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos na frente do vão, r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> directamente para essa<br />

sensação, sendo pelo razões contrárias o Mo<strong>de</strong>lo Base (B), consi<strong>de</strong>rado como Pouco Desafogado,<br />

enquanto os restantes Mo<strong>de</strong>los transmit<strong>em</strong> um bom equilíbrio, entre a questão <strong>de</strong> atravessamento <strong>de</strong><br />

el<strong>em</strong>entos no vão, e uma ambiente interior com Bom Desafogo.<br />

96


Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Preferência:<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

3. Estudo <strong>de</strong> uma Metodologia: Equilíbrio entre Sombra e Luz<br />

+ -<br />

Luminosida<strong>de</strong>: Mo<strong>de</strong>lo A4 (F) Mo<strong>de</strong>lo A2 (D)<br />

Conforto: Mo<strong>de</strong>lo Base (B) Mo<strong>de</strong>lo A2 (D)<br />

Desafogo: Mo<strong>de</strong>lo Comum (A) Mo<strong>de</strong>lo Base (B)<br />

Tabela 13 – Resultados do inquérito <strong>em</strong> relação ao Ambiente Interior<br />

Na terceira questão do inquérito, o mo<strong>de</strong>lo preferido pelos inquiridos, tendo <strong>em</strong> conta todas as<br />

características <strong>de</strong> conjunto é o Mo<strong>de</strong>lo A4 (F). Um dos inquiridos refere nas observações que nesta<br />

questão não atribui o segundo lugar porque na sua opinião, este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>staca-se <strong>de</strong> todos os outros,<br />

<strong>de</strong>vido à geometria <strong>em</strong> conjunto com a materialida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e o ambiente<br />

lumínico resultante que obtém um bom equilíbrio no contraste Luz-Sombra. É o Mo<strong>de</strong>lo A2 (D), que pelas<br />

razões já referidas nos parâmetros anteriores que é o mo<strong>de</strong>lo menos preferido dos inquiridos.<br />

Surpreen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente o mo<strong>de</strong>lo Comum, apesar das boas avaliações nos parâmetros anteriores, este é<br />

consi<strong>de</strong>rado dos menos preferidos no seu conjunto, talvez por não apresentar originalida<strong>de</strong> na geometria<br />

dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>.<br />

1º Mo<strong>de</strong>lo A4<br />

2º Mo<strong>de</strong>lo A1<br />

3º Mo<strong>de</strong>lo A3<br />

4º Mo<strong>de</strong>lo Base<br />

5º Mo<strong>de</strong>lo Comum<br />

6º Mo<strong>de</strong>lo A2<br />

Tabela 14 - Resultados do inquérito <strong>em</strong> relação à Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Preferência dos Mo<strong>de</strong>los<br />

97


CONCLUSÕES<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Conclusões<br />

A abordag<strong>em</strong> a este t<strong>em</strong>a preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar perceptível que a profissão <strong>de</strong> arquitecto <strong>de</strong>ve ser<br />

consciencializada da complexida<strong>de</strong> que envolve o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>em</strong> fachadas.<br />

Este <strong>de</strong>senho procura articular um conjunto <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s que o arquitecto <strong>de</strong>ve traduzir <strong>em</strong> soluções<br />

arquitectónicas que contribuam para uma Arquitectura Bioclimática, com eficiência energética e conforto<br />

para o ocupante, enquanto perspectiva funcional e que proporcion<strong>em</strong> uma expressão arquitectónica <strong>de</strong><br />

carácter e qualida<strong>de</strong>, enquanto perspectiva estética.<br />

Apoiados numa visão holística, vários princípios técnicos são consi<strong>de</strong>rados e <strong>de</strong>stacados, <strong>de</strong>monstrando<br />

que o a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento está associado ao controlo dos conceitos<br />

da Geometria Solar, da Radiação Solar, do Sombreamento e da Iluminação. O objectivo é esclarecer as<br />

pr<strong>em</strong>issas e condicionantes básicas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>radas no princípio <strong>de</strong> um estudo.<br />

Tendo <strong>em</strong> conta a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>stes princípios técnicos, os Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento são consi<strong>de</strong>rados<br />

estratégias fundamentais na Arquitectura Bioclimática, perante as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arrefecimento,<br />

iluminação, contributo para o aquecimento ou compl<strong>em</strong>ento a outras estratégias que visam o aumento da<br />

qualida<strong>de</strong> da Arquitectura.<br />

Na antiguida<strong>de</strong>, quando as tecnologias disponíveis eram mais simples, o arquitecto dominava a<br />

construção, através <strong>de</strong> uma relação próxima com a sua obra, a<strong>de</strong>quando a envolvente às condições<br />

climáticas rigorosas. A fachada s<strong>em</strong>pre funcionou como um el<strong>em</strong>ento regulador das condições ambientes,<br />

na admissão <strong>de</strong> luz natural, nos ganhos e perdas <strong>de</strong> calor e na renovação <strong>de</strong> ar. Séculos mais tar<strong>de</strong>, no<br />

período <strong>de</strong> maior expansão tecnológico, verifica-se uma acomodação do arquitecto às novas técnicas e<br />

materiais, esquecendo <strong>em</strong> parte a a<strong>de</strong>quação da <strong>arquitectura</strong> ao clima e ao local, levando à excessiva<br />

utilização <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> artificiais e mecânicos que resolviam os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>correntes da ina<strong>de</strong>quação do<br />

edifício às necessida<strong>de</strong>s.<br />

Após a crise energética e o conhecimento do impacto ambiental do Hom<strong>em</strong> no planeta, surge a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> procurar respostas arquitectónicas associadas às tecnologias disponíveis e <strong>em</strong> comum<br />

com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> preservação ambiental.<br />

O crescente investimento <strong>em</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento é uma resposta a essas preocupações. No<br />

mercado encontram-se disponíveis um vasto tipo <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> que procuram adaptar-se<br />

a diferentes situações e à evolução das necessida<strong>de</strong>s. É objectivo sist<strong>em</strong>atizar, classificar e categorizar os<br />

gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> modo a promover uma aplicação a<strong>de</strong>quada à situação e às condições<br />

locais.<br />

Por outro lado, é evi<strong>de</strong>nciada a preocupação <strong>de</strong> arquitectos <strong>em</strong> produzir <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> que<br />

resultam <strong>de</strong> adaptações <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> existentes ou pequenas criações, resultados <strong>de</strong> um trabalho<br />

interdisciplinar com outros profissionais, na procura, não só, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho optimizado, como <strong>de</strong> uma<br />

imag<strong>em</strong> singular e caracterizadora da fachada do edifício.<br />

98


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Conclusões<br />

O enquadramento realizado, a apresentação dos princípios envolvidos e a <strong>de</strong>scrição dos <strong>sist<strong>em</strong>as</strong><br />

pertinentes no estudo, <strong>de</strong>stacam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investir <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> fachada que particularizam o<br />

edifício e respon<strong>de</strong>m às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e iluminação. A partir <strong>de</strong>ste ponto, três i<strong>de</strong>ias<br />

base orientam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> projecto:<br />

o Optimização do Sombreamento<br />

o Intenção Arquitectónica<br />

o Equilíbrio do nível <strong>de</strong> Iluminação<br />

Neste sentido, a integração das condições locais são o ponto <strong>de</strong> partida para o <strong>de</strong>senvolvimento do estudo<br />

<strong>de</strong> um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Sombreamento optimizado, ou seja, evitar a entrada do Sol no período quente do ano e<br />

nas horas <strong>de</strong> calor do dia, maximizando a estratégia <strong>de</strong> arrefecimento. A motivação, parte da possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> concepção <strong>de</strong> uma linguag<strong>em</strong> arquitectónica distinta e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das características locais e<br />

condições solares, que a fachada se expõe.<br />

Em parte, o <strong>de</strong>senho modular inicial também influencia no resultado final, o que permite referir que a<br />

proporção dos módulos <strong>de</strong>ve se articular ao tipo <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, horizontal ou vertical. No caso <strong>de</strong><br />

estudo, como são utilizados el<strong>em</strong>entos horizontais <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, uma proporção <strong>de</strong> módulos com<br />

maior dimensão na largura é mais a<strong>de</strong>quada e por isso, nos módulos altos, os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> assum<strong>em</strong> proporções <strong>de</strong>sequilibradas no conjunto do mo<strong>de</strong>lo.<br />

A escolha <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> horizontais face aos verticais justifica-se pela melhor resposta<br />

que o <strong>sombreamento</strong> horizontal oferece não só para a orientação sul como foi evi<strong>de</strong>nte, mas também para<br />

as orientações Nascente / Poente. Os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> verticais acabam por funcionar<br />

principalmente como bloqueadores da entrada <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>.<br />

A dimensão que os el<strong>em</strong>entos adquir<strong>em</strong>, para que no período pretendido o <strong>sombreamento</strong> resulte<br />

optimizado, é um factor que também é tomado <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração, pois é objectivo que estes el<strong>em</strong>entos não<br />

prejudiqu<strong>em</strong> o período que a entrada do Sol é <strong>de</strong>sejado. Conclui-se que o Mo<strong>de</strong>lo A é o que melhor<br />

consegue esse equilíbrio, <strong>de</strong>vido à repartição do vão, permitindo a diminuição da dimensão da largura dos<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e daí a entrada dos raios Solares a uma maior distância do espaço, ao<br />

contrário do que acontece no Mo<strong>de</strong>lo Comum.<br />

No estudo lumínico, as condições <strong>de</strong> realização das medições são fundamentais para a obtenção <strong>de</strong><br />

resultados efectivos. O Factor Luz-Dia anula as oscilações dos valores perante um ambiente <strong>de</strong><br />

distribuição <strong>de</strong> Luz Difusa e permite concluir através dos dados comparativos entre os diferentes mo<strong>de</strong>los<br />

concebidos.<br />

Um factor presente na obtenção <strong>de</strong> um bom equilíbrio entre a sombra e a luminosida<strong>de</strong> é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

superfície <strong>de</strong> reflexão, pois quanto mais superfície tiver<strong>em</strong> os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> para permitir a<br />

reflexão da luz, maior nível <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser transmitido para os espaços mais distantes do vão.<br />

O Mo<strong>de</strong>lo A é o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um a<strong>de</strong>quado equilíbrio neste factor, <strong>em</strong> simultâneo com a pouca obstrução<br />

visual que esses el<strong>em</strong>entos provocam.<br />

99


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Conclusões<br />

A materialida<strong>de</strong> dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> influencia <strong>em</strong> muito as condições lumínicas e por isso a<br />

a<strong>de</strong>quação do tipo <strong>de</strong> material, textura, cor, ao nível <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> é essencial para obter um nível <strong>de</strong><br />

reflectância que resulte <strong>em</strong> boas condições lumínicas. Por ex<strong>em</strong>plo, um espaço <strong>de</strong>masiado escuro, po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ver-se à utilização <strong>de</strong> uma materialida<strong>de</strong> com pouca reflectivida<strong>de</strong>, como <strong>de</strong>monstrou os Mo<strong>de</strong>los A2 e<br />

A3, <strong>em</strong> comparação aos Mo<strong>de</strong>los A1 e A4.<br />

A utilização nos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong> materiais que permit<strong>em</strong> a penetração da luminosida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> também ser vantajosa para a questão do equilíbrio entre a Sombra e Luz. Apesar <strong>de</strong> estes espaços<br />

obter<strong>em</strong> um menor nível luminosida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> relação aos espaços sombreados por el<strong>em</strong>entos opacos,<br />

<strong>de</strong>vido à menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong> reflexão, estes originam sombras com diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />

que atenuam o efeito do contraste Luz-Sombra e por isso resulta num ambiente lumínico <strong>de</strong> maior<br />

harmonia e uniformida<strong>de</strong>, como é o ex<strong>em</strong>plo do Mo<strong>de</strong>lo A4.<br />

Em suma, a abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste t<strong>em</strong>a procura perceber com maior <strong>de</strong>talhe o equilíbrio entre <strong>sombreamento</strong><br />

optimizado e a luminosida<strong>de</strong> resultante, através <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> conceitos no âmbito da Arquitectura<br />

Bioclimática e da experimentação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los.<br />

A proposta <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> concepção e dimensionamento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> inovador,<br />

parte <strong>de</strong> uma intenção formal e estética do arquitecto, procurando resolver a complexida<strong>de</strong> das questões<br />

inerentes ao usual conflito entre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sombra e níveis <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>. O método comprova a<br />

eficácia <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> igual entre os mo<strong>de</strong>los criados, mas melhores níveis <strong>de</strong> iluminação para o<br />

mo<strong>de</strong>lo A, além <strong>de</strong> ser este o mo<strong>de</strong>lo com o impacto mais positivo entre os inquiridos.<br />

O potencial <strong>de</strong>ste método passa assim pela criação <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> geometria não convencional que<br />

possibilitam diferentes imagens, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> os concebe e das características locais.<br />

100


BIBLIOGRAFIA<br />

Livros:<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

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VIQUEIRA, Manuel Rodríguez entre outros (2001) – Introducción a la Arquitectura Bioclimática, México:<br />

Limusa.<br />

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http://s<strong>em</strong>inarios.ist.utl.pt/<br />

http://www.facal.pt/<br />

http://fr.saint-gobain-glass.com/<br />

http://abarriga<strong>de</strong>umarquitecto.blogspot.com/<br />

http://www.a<strong>de</strong>ne.pt/ADENE/<br />

http://www.arcoweb.com.br/<br />

http://www.arquitecologia.org/<br />

http://www.compagno.ch/EN/welcome_EN.htm<br />

http://ecoarkitekt.com/<br />

http://housingprototypes.org/<br />

http://www.<strong>de</strong>tail.<strong>de</strong>/<br />

http://www.domusweb.it/home.cfm<br />

http://www.cienciaviva.com/home/<br />

http://www.learn.londonmet.ac.uk/<br />

http://www.pilkington.com/the+americas/brazil/portuguese/<br />

http://gaia.lbl.gov/hpbf/techno_a.htm<br />

http://www.<strong>de</strong>e.ufc.br/<br />

http://www.labcon.ufsc.br/<br />

http://www.usp.br/fau/<strong>de</strong>ptecnologia/docs/bancovidr<br />

105


ANEXOS<br />

O PAPEL DOS SISTEMAS DE SOMBREAMENTO NO DESEMPENHO E IMAGEM DA FACHADA<br />

Anexos<br />

106


INDICE ANEXOS<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 1. Instrumentos para Estudos da Geometria Solar .......................................................................................................... 109<br />

Anexo 1.1. Tabela das Coor<strong>de</strong>nadas Horizontais para Lisboa ................................................................................................... 110<br />

Anexo 1.2. Carta Solar <strong>de</strong> Lisboa ............................................................................................................................................... 111<br />

Anexo 1.3. Transferidor Auxiliar .................................................................................................................................................. 111<br />

Anexo 2. Princípios Solares ........................................................................................................................................................ 112<br />

Anexo 2.1. Tabelas do Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento segundo Olgyay .................................................................................... 113<br />

Anexo 3. Friso Cronológico <strong>de</strong> Evolução das Fachadas ............................................................................................................. 115<br />

Anexo 4. Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Mercado .................................................................................................................................................. 117<br />

Anexo 4.1. Empresas <strong>de</strong> comercialização .................................................................................................................................. 118<br />

Anexo 4.2. Imagens <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as comercializados ..................................................................................................................... 122<br />

Anexo 4.2.1. PALAS .......................................................................................................................................................... 123<br />

Anexo 4.2.3. MALHAS METÁLICAS ................................................................................................................................. 125<br />

Anexo 4.2.4. PORTADAS .................................................................................................................................................. 126<br />

Anexo 4.2.5. VENEZIANAS ............................................................................................................................................... 127<br />

Anexo 4.2.6. ESTORES DE BANDAS HORIZONTAIS ..................................................................................................... 128<br />

Anexo 4.2.7. TELAS DE ROLO ......................................................................................................................................... 129<br />

Anexo 4.2.8. CORTINAS ................................................................................................................................................... 130<br />

Anexo 4.2.9. TOLDOS ....................................................................................................................................................... 131<br />

Anexo 4.2.10. VIDROS AVANÇADOS DE CONTROLO SOLAR ..................................................................................... 132<br />

Anexo 5. Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> Adaptações dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por Arquitectos .............................................................. 133<br />

Anexo 5.1. Parcela do Conjunto <strong>de</strong> Edifícios na Rue <strong>de</strong>s Suisses ............................................................................................. 134<br />

Anexo 5.2. Centro Comercial Fünf Höfe ..................................................................................................................................... 136<br />

Anexo 5.3. Laboratórios <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica ................................................................................................................... 138<br />

Anexo 5.4. Edifício extensão da Nikolai School .......................................................................................................................... 140<br />

Anexo 5.5. Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen ......................................................................................................................... 142<br />

Anexo 5.6. Edifício <strong>de</strong> Habitação Social Carabanchel 16 ........................................................................................................... 144<br />

Anexo 6. Estudos prévios do Vão ............................................................................................................................................... 146<br />

Anexo 7. Apresentação dos resultados <strong>de</strong> optimização do Sombreamento para cada módulo ................................................. 148<br />

Anexo 8. Ex<strong>em</strong>plos da Imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um Edifício ........................................................................................................................... 156<br />

Anexo 9. Características do material metálico ............................................................................................................................ 158<br />

Anexos<br />

107


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 10. Correcção do Norte Geográfico ................................................................................................................................. 159<br />

Anexo 11. Características do Equipamento Fotográfico ............................................................................................................. 160<br />

Anexo 12. Registos Fotográficos ................................................................................................................................................ 161<br />

Anexo 12.1. Luz Difusa ............................................................................................................................................................... 162<br />

Anexo 12.2. Luz Directa .............................................................................................................................................................. 165<br />

Anexo 13. Inquérito ..................................................................................................................................................................... 169<br />

Anexo 13.1. Formulário <strong>de</strong> Inquérito ........................................................................................................................................... 170<br />

Anexo 13.2. Apresentação dos resultados .................................................................................................................................. 171<br />

Anexos<br />

108


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 1. Instrumentos para Estudos da Geometria Solar<br />

Anexos<br />

109


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 1.1. Tabela das Coor<strong>de</strong>nadas Horizontais para Lisboa<br />

Horas<br />

10h<br />

11h<br />

12h<br />

13h<br />

14h<br />

15h<br />

Coor<strong>de</strong>nadas<br />

Horizontais<br />

Solstício<br />

Verão<br />

15 Set<strong>em</strong>bro Equinócios<br />

Solstício<br />

Inverno<br />

Azimute (a) 119º 144º 146º 156º<br />

Altura (h) 64º 49º 47º 24º<br />

Azimute (a) 149º 167º 168º 171º<br />

Altura (h) 73º 54º 52º 28º<br />

Azimute (a) 199º 192º 193º 187º<br />

Altura (h) 74º 54º 52º 28º<br />

Azimute (a) 235º 215º 214º 202º<br />

Altura (h) 67º 49º 47º 25º<br />

Azimute (a) 254º 233º 232º 215º<br />

Altura (h) 56º 41º 39º 19º<br />

Azimute (a) 266º 247º 245º 227º<br />

Altura (h) 45º 31º 29º 12º<br />

Valores das coor<strong>de</strong>nadas horizontais para a latitu<strong>de</strong> 38º4’ e longitu<strong>de</strong> 9º1’ referente a Lisboa<br />

Fonte: Softwares AUTOCAD e SUNTOOL<br />

Anexos<br />

110


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 1.2. Carta Solar <strong>de</strong> Lisboa<br />

Anexo 1.3. Transferidor Auxiliar<br />

Fonte: Geometria da Insolação<br />

Fonte: Geometria da Insolação<br />

Anexos<br />

111


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 2. Princípios Solares<br />

Anexos<br />

112


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 2.1. Tabelas do Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento segundo Olgyay<br />

Fonte: Arquitectura e Clyma: Manual <strong>de</strong> Diseño Bioclimático para Arquitectos y Urbanistas<br />

1,00<br />

0,90<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,50<br />

1,00<br />

Vidro simples<br />

0,91<br />

Tela <strong>de</strong> Rolo interior, escura, meio corrida<br />

0,81 0,81<br />

Tela <strong>de</strong> Rolo interior, tom médio, s<strong>em</strong>i-fechada Tela <strong>de</strong> Rolo interior, escura, fechada<br />

0,75<br />

Veneziana interior, escura, fechada<br />

0,66<br />

0,71<br />

Tela <strong>de</strong> Rolo interior, clara, s<strong>em</strong>i-fechada<br />

Vidro controlo solar <strong>de</strong> 6mm <strong>de</strong> espessura 0,65<br />

0,58<br />

0,62<br />

Cortina <strong>de</strong> tecido, escura<br />

0,52<br />

Tela <strong>de</strong> Rolo interior, tom médio, fechada<br />

Vidro serigrafado <strong>de</strong> cor s<strong>em</strong>i-escura<br />

0,56<br />

Veneziana interior, tom médio, fechada<br />

0,60<br />

Veneziana interior, clara, fechada<br />

Anexos<br />

Vidro dulpo, simples + controlo solar, 6mm<br />

113


0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

0,00<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

0,47<br />

Cortina <strong>de</strong> tecido, tom médio<br />

0,43<br />

Veneziana exterior basculante<br />

0,45<br />

0,40 0,40<br />

Anexos<br />

Veneziana interior <strong>de</strong> alumínio reflectante, fechada<br />

Tela <strong>de</strong> Rolo interior, clara, fechada Cortina <strong>de</strong> tecido, clara<br />

0,32<br />

Lamelas verticais fixas, exteriores, a este ou oeste<br />

0,25 0,25<br />

Toldo exterior inclinado, escuro Toldo exterior inclinado, escuro<br />

0,15 0,15<br />

Veneziana exterior, clara Veneziana exterior, basculante, clara<br />

0,10 0,10<br />

Lamelas horizontais, exteriores, móveis Lamelas verticais, exteriores, móveis<br />

114


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 3. Friso Cronológico <strong>de</strong> Evolução das Fachadas<br />

Anexos<br />

115


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

116


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4. Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Mercado<br />

Anexos<br />

117


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.1. Empresas <strong>de</strong> comercialização<br />

Tipo <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>a<br />

Palas Exteriores Fixos<br />

Lamelas /<br />

Brise soleil<br />

Malhas<br />

metálicas<br />

Portadas<br />

Venezianas /<br />

Estores<br />

laminados<br />

Anexos<br />

Classificação Variantes Materiais Empresas Observações<br />

Exteriores<br />

Fixos<br />

Móveis<br />

Interiores Móveis<br />

Exteriores Fixos<br />

Interiores<br />

Exteriores<br />

Interiores<br />

Exteriores<br />

Móveis<br />

Móveis<br />

Verticais<br />

Horizontais<br />

Verticais<br />

Horizontais<br />

Traçados<br />

metálicos<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong><br />

Tensão<br />

Batente<br />

Deslizante<br />

Enrolar<br />

Corpo da construção<br />

Alumínio<br />

Vidro<br />

Células Fotovoltaicos<br />

Metálicas / Alumínio<br />

Vidro<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Painéis Fotovoltaicos<br />

Painéis Prismáticos<br />

MDF<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Alumínio<br />

PVC<br />

Ma<strong>de</strong>ira, Alumínio,<br />

PVC<br />

Colt<br />

Levolux<br />

Sha<strong>de</strong>Factor<br />

Controsol<br />

Hunterdouglas<br />

Levolux<br />

Sha<strong>de</strong>Factor<br />

Colt<br />

Schüco<br />

Bomin Solar<br />

Cruzfer<br />

Dynastore<br />

Saint-Gobain<br />

Extrusal<br />

Represtor<br />

PoterSoar<br />

KabelMetaal<br />

GKD<br />

Cruzfer<br />

Extrusal<br />

Rollashield<br />

Schüco<br />

Alustore by<br />

siproflex Southo<br />

Arquijan<br />

Cubistral<br />

Luxaflex<br />

Hofesa<br />

EstoresFVM<br />

MHZ<br />

Levolux<br />

Controsol<br />

Sha<strong>de</strong>Factor<br />

Siproflex<br />

Schüco<br />

Dynastore<br />

Griesser<br />

SunRoll<br />

Tecnolight<br />

Verosol<br />

Dynastore<br />

Cubistral<br />

Represtor<br />

Retro Solar<br />

War<strong>em</strong>a<br />

Hagen<br />

Pellini<br />

Alustore<br />

Sha<strong>de</strong> Factor<br />

Cruzfer<br />

. Po<strong>de</strong>m por vezes<br />

funcionar como ligth<br />

shelves<br />

. Além da varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> materiais, são<br />

também diversificadas<br />

nas suas dimensões,<br />

nos métodos <strong>de</strong><br />

fixação e aplicação.<br />

118


Tipo <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>a<br />

Estores <strong>de</strong><br />

bandas<br />

horinzontais<br />

<strong>de</strong> rolo<br />

Telas <strong>de</strong> rolo<br />

Cortinas<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Classificação Variantes Materiais Empresas Observações<br />

Exteriores Móveis<br />

Exteriores<br />

Interiores<br />

Toldos Exteriores<br />

Móveis<br />

Fixos<br />

Móveis<br />

Corrente<br />

Mola<br />

Manivela<br />

Motorizado<br />

Romanas<br />

Plissados<br />

Bandas<br />

verticais<br />

Paineis<br />

<strong>de</strong>slizantes<br />

Cassete<br />

Articulados<br />

Deslizantes<br />

Alumínio<br />

PVC<br />

Tecido<br />

Ripas <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />

PVC (reforçada com<br />

fibra <strong>de</strong> vidro)<br />

Filtro solar<br />

Tecido Transparente,<br />

Translúcido ou opaco<br />

PVC<br />

Policarbonato<br />

Lona<br />

PVC<br />

Alustore<br />

Represtor<br />

Rollashield<br />

Siproflex<br />

Griessier<br />

Controsol<br />

Cubistral<br />

AlumínioNelugo<br />

Arquijan<br />

War<strong>em</strong>a<br />

Sha<strong>de</strong>Factor<br />

Griesser<br />

Luxaflex<br />

Tecnolight<br />

Controsol<br />

MHZ<br />

EstoresFVM<br />

Hofesa<br />

Dynastore<br />

SunRoll<br />

Represtor<br />

Lutron<br />

Levolux<br />

Cruzfer<br />

Verosol<br />

AlumínioNelugo<br />

War<strong>em</strong>a<br />

Pellini<br />

Solscreen<br />

Cruzfer<br />

Dynastore<br />

Luxaflex<br />

Levolux<br />

Hofesa<br />

Siproflex<br />

SunRoll by<br />

Siproflex<br />

EstoresFVM<br />

MHZ<br />

Controsol<br />

Represtor<br />

Tecnolight<br />

Dynastore<br />

War<strong>em</strong>a<br />

Velux<br />

Pellini<br />

Tecnolight<br />

MHZ<br />

Griesser<br />

SunRoll<br />

Luxaflex<br />

Sha<strong>de</strong>Factor<br />

Cruzfer<br />

Damasio<br />

MiniMax<br />

ToldoDesign<br />

Dynastore<br />

War<strong>em</strong>a<br />

. Po<strong>de</strong>m funcionar<br />

como um sist<strong>em</strong>a<br />

black out, ou seja,<br />

impe<strong>de</strong> a 100% a<br />

entrada dos raios<br />

solares<br />

natural<br />

e da luz<br />

. São utilizados como<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong>corativos<br />

ou como <strong>sist<strong>em</strong>as</strong><br />

secundários<br />

. A sua utilização está<br />

normalmente<br />

associada a situações<br />

<strong>em</strong> que a <strong>arquitectura</strong><br />

não respon<strong>de</strong>u às<br />

necessida<strong>de</strong>s<br />

térmicas do interior.<br />

119


Tipo <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>a<br />

Vidros <strong>de</strong><br />

Controlo Solar<br />

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Sites das Empresas:<br />

Anexos<br />

Classificação Variantes Materiais Empresas Observações<br />

Tela Amovível<br />

Lâminas Amovíveis e orientáveis<br />

Painéis capilares translúcidos,<br />

(cobertos com fibra <strong>de</strong> vidro )<br />

Re<strong>de</strong> metálica<br />

Gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

Filtro ou película solar<br />

Retro Solar<br />

Okalux<br />

Solscreen<br />

3M<br />

Pilkington<br />

Saint-Gobain<br />

Empresa WebSite Data Observações<br />

3M<br />

http://solutions.3m.co.uk/wps/portal/3M/en_GB/GlazingProt<br />

ectionFilms/Home/ProductsAndServices/ProductInformation<br />

/SolarFilms/<br />

01-05-2008<br />

ALUMÍNIONELUGO http://www.aluminiosnelugo.net/ 07-10-2008<br />

ALUSTORE http://www.alustore.ch/anglais/enter.html 30-04-2008<br />

ARQUIJAN http://www.arquijan.com/<strong>de</strong>fault.asp 07-10-2008<br />

BATELFILMS<br />

http://www.batelfilms.com.br/produtos.htm 29-09-2008<br />

BOMIN SOLAR http://www.bomin-solar.<strong>de</strong>/english2.htm 07-09-2008<br />

A CACHADA http://www.acachada.pt/ 28-03-2009<br />

COLT http://www.coltinfo.co.uk/ 10-08-2008<br />

CONTROSOL http://www.controsol.pt 01-05-2008<br />

CRUZFER http://www.cruzfer.pt/cgi-bin/cruzfer/intro.html 07-09-2008<br />

CUBISTRAL http://www.cubistral.pt/cgi-bin/cubistral/ 10-08-2008<br />

DAMASIO http://www.damasiotoldosepaineis.com.br/?link=<strong>em</strong>presa 02-05-2008<br />

DYNASTORE http://www.dynastore-sa.com/ 02-05-2008<br />

ESTORES FVM http://www.estoresfvm.com/ 01-05-2008<br />

EXTRUSAL http://www.extrusal.pt/prod/helios.asp 30-04-2008<br />

GKD http://www.solidweave.com/ 01-05-2008<br />

Portadas e estores <strong>em</strong><br />

alumínio<br />

Desenham Portadas e<br />

estores <strong>em</strong> PVC<br />

Películas para protecção<br />

solar dos vidros<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> lamelas <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong><br />

(associada à COLT)<br />

Des<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

palas móveis, brisesoleil,<br />

a venezianas e<br />

estores <strong>de</strong> enrolar<br />

Concebe <strong>sist<strong>em</strong>as</strong>,<br />

trabalhando<br />

directamente com os<br />

arquitectos<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

lamelas, estores ou telas<br />

Portadas, estores,<br />

venezianas<br />

120


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

GRIESSER http://www.griesser.ch 01-05-2008<br />

HAGEN<br />

http://www.hagen.dk 07-10-2008 Apenas venezianas<br />

HOFESA http://www.hofesa.pt 30-04-2008<br />

HUNTERDOUGLAS http://www.hunterdouglas.com.br/ 30-04-2008<br />

KABELMETAAL http://www.kabelzaandam.nl/ 01-05-2008<br />

LEVOLUX http://www.levolux.com/L_products/products.htm 10-08-2008<br />

LUTRON http://www.lutron.com 07-09-2008<br />

LUXAFLEX http://www.luxaflex.com.br 10-08-2008<br />

METALDATA http://www.metaldata.pt/ 01-05-2008<br />

MHZ http://www.mhz.<strong>de</strong>/ 10-08-2008<br />

MINIMAX http://www.toldosminimax.com.br 02-05-2008 Toldos<br />

OKALUX http://www.okalux.<strong>de</strong>/unternehmen.html 07-09-2008<br />

PELLINI<br />

PILKINGTON<br />

http://www.pellini.net 07-10-2008<br />

Anexos<br />

Adapta os <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> que<br />

produz à vonta<strong>de</strong> do<br />

arquitecto<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong> interiores<br />

<strong>de</strong> rolo<br />

(Associada à <strong>em</strong>presa<br />

Hunterdouglas)<br />

Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> painéis <strong>de</strong><br />

vidro com persianas e<br />

isolamentos no interior<br />

http://www.pilkington.com 07-10-2008 Vidros <strong>de</strong> controlo solar<br />

POTTER AND SOAR http://www.architecturalmesh.co.uk/ 01-05-2008<br />

REPRESTOR http://www.represtor.com/in<strong>de</strong>x.asp 30-04-2008<br />

RETRO SOLAR http://www.retrosolar.<strong>de</strong>/<strong>de</strong>/retrosyst_<strong>de</strong>.html 24-05-2008<br />

ROLLASHIELD http://www.rollashieldnsw.com.au/in<strong>de</strong>x.htm 25-01-2008<br />

SAINT-GOBAIN<br />

SCHÜCO<br />

http://www.saint-gobain-glass.com 07-10-2008<br />

http://www.schueco.pt/ns_cda/in<strong>de</strong>x/1,14113,3035302d323<br />

335342d372d363338352d3731333735312d302d535444,00<br />

.html<br />

10-01-2008<br />

SHADE FACTOR http://www.sha<strong>de</strong>factor.com.au/ 25-01-2008<br />

SIPROFLEX http://www.siproflex.com 30-04-2008<br />

SOLSCREEN http://www.solscreen.com 30-04-2008<br />

Estuda os perfis das<br />

lâminas para a reflexão<br />

dos raios solares<br />

(associada à Okalux)<br />

Adapta os estores <strong>de</strong><br />

enrolar a diversos tipos<br />

<strong>de</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong><br />

Vidros <strong>de</strong> controlo solar<br />

e lamelas <strong>em</strong> vidro<br />

Lamelas e venezianas<br />

adaptados a diferentes<br />

mecanismos<br />

SOUTHO http://www.southo.com.pt 02-05-2008 Portadas <strong>em</strong> Alumínio<br />

SUNROLL http://www.sunroll.nl/ 30-04-2008<br />

TECNOLIGHT http://www.tecnolight.pt/ 01-05-2008<br />

TOLDODESIGN http://www.toldo<strong>de</strong>sign.pt 02-05-2008<br />

VEROSOL http://www.verosol-commercial.com/en/ 01-05-2008<br />

WAREMA<br />

http://www.war<strong>em</strong>a.<strong>de</strong> 07-10-2008<br />

121


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2. Imagens <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as comercializados<br />

Anexos<br />

122


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.1. PALAS<br />

Horizontais<br />

Corpo da Construção Lamelas <strong>de</strong> Alumínio<br />

Palácio da Justiça, Óscar Ni<strong>em</strong>eyer - Brasília<br />

Realização <strong>em</strong> obra<br />

Verticais<br />

Corpo da Construção<br />

Cité <strong>de</strong> Refuge, Le Corbusier - Paris<br />

Realização <strong>em</strong> obra<br />

Flowers Building, Nicholas Hare Architects<br />

Levolux<br />

Moradia e Atelier, Alfred Roth- Zurich<br />

Realização <strong>em</strong> obra<br />

Anexos<br />

123


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.2. LAMELAS ou BRISE-SOLEIL<br />

Horizontais<br />

Fixas <strong>de</strong> Alumínio Fixas <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />

Stand Merce<strong>de</strong>s Benz, Bruno Widmann -<br />

Germany<br />

Colt<br />

Móveis <strong>de</strong> Vidro Móveis com Células Fotovoltaicas Móveis <strong>de</strong> Vidro Prismático<br />

Se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Escritórios Daimler Benz,<br />

Renzo Piano – Germany<br />

Colt<br />

Daimler-Benz<br />

Verticais<br />

Heraeus, Mr Jochen Tenter - Frankfurt<br />

Móveis <strong>de</strong> Alumínio Móveis <strong>de</strong> Vidro Serigrafado Móveis <strong>de</strong> Vidro<br />

Malvern Hills Science Park, Rubicon Design -<br />

Worcestershire<br />

Colt<br />

Piano Buildngs, Garnett Netherwood -<br />

Kid<strong>de</strong>rminster<br />

Levolux<br />

Colt<br />

Oresta<strong>de</strong>ns Gymnasium, 3XN Danish –<br />

Denmark<br />

Colt<br />

Anexos<br />

Bomin Solar<br />

Eawag's Forum Chriesbach, Bob Gysin e<br />

Partner BGP ‐ Switzerland<br />

Colt<br />

124


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.3. MALHAS METÁLICAS<br />

Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> Tramas:<br />

Fachadas<br />

Oxford Science Park, Ian Ritchie Architects -<br />

Birmingham<br />

Potter & Soar<br />

Louis Vuitton shop, Jun Aoki - Japan<br />

KabelMetaal<br />

Rathaus Innsbruck, Dominique Perault - Áustria<br />

KabelMetaal<br />

Anexos<br />

Tour Vigie ADP, Explorations Architecture -<br />

França<br />

KabelMetaal<br />

125


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.4. PORTADAS<br />

Exteriores:<br />

Tradicional batente Batente Deslizante<br />

Batente com perfis orientáveis Batente com perfis fixos<br />

Interiores<br />

AlumíniosNelugo Schucco<br />

Southo<br />

Batente <strong>em</strong> MDF<br />

Rollashield Rollashield<br />

Cubistral<br />

Anexos<br />

126


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.5. VENEZIANAS<br />

Exteriores:<br />

Alumínio Alumínio pintado<br />

Interiores:<br />

Represtor<br />

Hofesa<br />

Alumínio Alumínio pintado<br />

Luxaflex MHZ<br />

Ma<strong>de</strong>ira Ma<strong>de</strong>ira pintada<br />

Anexos<br />

Shücco<br />

Luxaflex Dynastore<br />

Hofesa<br />

127


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.6. ESTORES DE BANDAS HORIZONTAIS<br />

Ex<strong>em</strong>plos:<br />

Anexos<br />

Alumínio PVC Cores<br />

Aplicação da caixa do estore<br />

War<strong>em</strong>a Griessier<br />

128


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.7. TELAS DE ROLO<br />

Exteriores:<br />

PVC<br />

Interiores:<br />

Corrente Mola Manivela Motorizado<br />

PVC Ripas <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira Tecido<br />

Filtro Solar<br />

Anexo 2.2.8 Dynastore – Cortinas<br />

Solscreen<br />

Anexos<br />

Sha<strong>de</strong>Factor Griessier Dynastore<br />

Luxaflex Estores FVM Dynastore Hofesa<br />

129


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.8. CORTINAS<br />

Romanas<br />

Plissados<br />

Bandas verticais<br />

Painéis <strong>de</strong>slizantes Lâminas<br />

Anexos<br />

Hofesa Siproflex Luxaflex<br />

Controsol Controsol Luxaflex<br />

Represtor Hofesa<br />

Luxaflex Luxaflex<br />

130


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.9. TOLDOS<br />

Fixos:<br />

Capota <strong>em</strong> Lona Capota <strong>em</strong> Policarbonato Capota <strong>em</strong> Policarbonato <strong>de</strong> cor<br />

Móveis:<br />

Anexos<br />

Damasio Damasio Damasio<br />

Articulado <strong>em</strong> Lona Pivotante <strong>em</strong> Lona Vertical <strong>em</strong> Lona<br />

Luxaflex Luxaflex Luxaflex<br />

Drapeado <strong>em</strong> Lona Vertical com braço pivot <strong>em</strong> PVC<br />

Toldo <strong>de</strong>sign MHZ<br />

131


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 4.2.10. VIDROS AVANÇADOS DE CONTROLO SOLAR<br />

Intercamada no vidro duplo:<br />

Painéis capilares translúcidos, cobertos com fibra <strong>de</strong> vidro<br />

Oxford University Library, Foster and<br />

Partners – Oxford<br />

Lâminas Amovíveis e orientáveis Re<strong>de</strong> metálica Gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

Película Solar<br />

Okalux<br />

Shalom Europa, Grellmann Kriebel<br />

Teichmann - Würzburg<br />

Okasolar, Okalux<br />

Sports Hall, Tobias Rufting<br />

- Burgweinting<br />

Kapilux, Okalux<br />

The Time House of the Automobile,<br />

Henn Architects - Wolfsburg<br />

Okatech, Okalux<br />

Anexos<br />

Atkins Museum of Art, Steven Holl<br />

Architects - Kansas City, USA<br />

Okapane, Okalux<br />

University of Technology and Economics, MGF<br />

Architekten – Aalen, Gerrmany<br />

Okawood, Okalux<br />

Solscreen<br />

132


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5. Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> Adaptações dos Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento por Arquitectos<br />

Anexos<br />

133


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5.1. Parcela do Conjunto <strong>de</strong> Edifícios na Rue <strong>de</strong>s Suisses<br />

PARCELA DO CONJ. DE EDIFICIOS NA RUE DES SUISSES<br />

Localização: Paris, França Data: 1996/2000<br />

Arquitecto: Herzog, Jacques e Pierre <strong>de</strong> Meuron<br />

Opções <strong>de</strong> Projecto<br />

Programa: Edifício <strong>de</strong> Habitação com apartamentos <strong>de</strong> T2 a T4 e estacionamento<br />

Nº <strong>de</strong> Pisos: 3 pisos <strong>de</strong> Habitação e cave <strong>de</strong> estacionamento<br />

Tipologia Construtiva:<br />

Solução Construtiva<br />

Acabamentos exteriores: Ma<strong>de</strong>ira e Alumínio<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada:<br />

Anexos<br />

Edifício ao longo <strong>de</strong> uma pátio estreito, com três átrios <strong>de</strong> acesso aos fogos e<br />

uma galeria no piso térreo, que relaciona directamente o jardim ao edifício.<br />

Tiras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira horizontais que se enrolam<br />

na vertical, <strong>de</strong>slizando por carrilhos <strong>de</strong><br />

alumínio que <strong>em</strong>olduram e configuram a<br />

forma curva e ondulante da fachada. Permite<br />

a entrada completa <strong>de</strong> luz natural, quando<br />

aberto e quando fechado ou s<strong>em</strong>i-fechado.<br />

Detalhe vertical da Fachada<br />

Observações:<br />

A <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> do sist<strong>em</strong>a passa pelo aspecto <strong>de</strong> que quando este cumpre a função <strong>de</strong> sombrear, não<br />

permite a entrada <strong>de</strong> luz natural.<br />

134


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Vista geral do Edifício e Pátio Galeria para o Pátio, fechada<br />

com o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> portadas<br />

Detalhe Vertical da Fachada nos três Pisos do<br />

Edifício<br />

Anexos<br />

Levantamento <strong>de</strong> imagens do Edifício Ex<strong>em</strong>plo 1<br />

Fachada Poente – voltada para o Pátio<br />

Alçado geral da Fachada a Poente<br />

135


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5.2. Centro Comercial Fünf Höfe<br />

CENTRO COMERCIAL FÜNF HÖFE<br />

Localização: Munique, Al<strong>em</strong>anha Data: 1999/2003<br />

Arquitecto: Herzog, Jacques e Pierre <strong>de</strong> Meuron<br />

Opções <strong>de</strong> Projecto<br />

Programa: Centro comercial, restauração, galeria <strong>de</strong> arte, escritórios e habitação<br />

Nº <strong>de</strong> Pisos: 5 a 6 pisos - activida<strong>de</strong>s lúdicas no piso térreo e escritórios e habitação nos restantes<br />

Tipologia Construtiva:<br />

Solução Construtiva<br />

Anexos<br />

Ocupação <strong>de</strong> um quarteirão inteiro por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> passagens interiores que<br />

faz<strong>em</strong> a ligação entre cinco pátios <strong>de</strong>stinados ao lazer, sendo também as<br />

principais entradas <strong>de</strong> luz natural no interior. Alguns edifícios no limite do<br />

quarteirão são inteiramente reconstruídos com novas técnicas e materiais.<br />

Acabamentos exteriores: Folhas <strong>de</strong> metal perfuradas<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada:<br />

Conjunto <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> metal (liga <strong>de</strong> bronze com<br />

elevada percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cobre) perfuradas,<br />

num sist<strong>em</strong>a tipo fole. Quando fechado,<br />

permanec<strong>em</strong> como um revestimento <strong>de</strong> fachada<br />

plano e quando aberto agrupam-se<br />

verticalmente <strong>em</strong> quatro folhas, funcionando<br />

através <strong>de</strong> mecanismo motorizado que articula<br />

os braços ligados às várias folhas <strong>de</strong> metal.<br />

Detalhe horizontal da Fachada<br />

Observações:<br />

O sist<strong>em</strong>a quando s<strong>em</strong>i-aberto ou fechado permite a protecção solar para o interior e também, <strong>de</strong>vido à<br />

perfuração do material, possibilita a entrada <strong>de</strong> luz natural ténue para o interior. Mesmo assim, este<br />

sist<strong>em</strong>a não obtém um a<strong>de</strong>quado equilíbrio entre o controlo <strong>de</strong> sombra e o controlo <strong>de</strong> luz natural.<br />

136


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Levantamento <strong>de</strong> imagens do Edifício Ex<strong>em</strong>plo 2<br />

Fachada Nascente do Edifício - para a Rua Theatinerstrasse Vista geral da Rua Theatinerstrasse<br />

Vista geral da Rua<br />

Theatinerstrasse<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada Metal perfurado<br />

canelado<br />

Fachadas para os Pátios interiores<br />

Detalhe vertical do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada<br />

137


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5.3. Laboratórios <strong>de</strong> Pesquisa Farmacêutica<br />

LABORATÓRIOS DE PESQUISA FARMACÉUTICA<br />

Localização: Biberach, Al<strong>em</strong>anha Data: 2000/2003<br />

Arquitecto: Sauerbruch Hutton Architects<br />

Opções <strong>de</strong> Projecto<br />

Programa: Gabinetes com instalação <strong>de</strong> trabalhos e laboratórios <strong>de</strong> investigação<br />

Nº <strong>de</strong> Pisos: 7 pisos - piso térreo com átrios <strong>de</strong> acesso e os restantes com escritórios e laboratórios<br />

Tipologia Construtiva:<br />

Solução Construtiva<br />

Acabamentos exteriores: Vidro colorido<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada:<br />

Anexos<br />

Volume simples e contínuo organizado por um átrio <strong>de</strong> comunicações que<br />

unifica as diferentes unida<strong>de</strong>s do centro e que permite a entrada <strong>de</strong> luz natural<br />

e a ventilação natural das áreas mais interiores. Os pisos superiores divi<strong>de</strong>mse<br />

<strong>em</strong> duas áreas: os gabinetes orientados para o lado oeste, associadas às<br />

instalações <strong>de</strong> trabalhos experimentais e os laboratórios orientados para este.<br />

Dupla pele <strong>de</strong> vidro <strong>em</strong> que a interior é incolor<br />

e a exterior são lamelas verticais <strong>de</strong> vidro<br />

colorido. Colocadas linearmente, po<strong>de</strong>ndo se<br />

orientar através <strong>de</strong> um sofisticado sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

construção. O acabamento das lamelas é<br />

recobro esmaltado, permitindo a a<strong>de</strong>quada<br />

protecção à radiação solar e durabilida<strong>de</strong>,<br />

além da permeabilida<strong>de</strong> da luz natural.<br />

Detalhe Horizontal da Fachada<br />

Observações:<br />

Devido à materialização das lamelas <strong>em</strong> vidro, é <strong>de</strong> questionar o controlo da iluminação natural <strong>de</strong> um<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ste tipo, pois o brilho excessivo po<strong>de</strong> prejudicar o conforto visual no interior, assim como as<br />

proprieda<strong>de</strong>s do vidro utilizado para permitir a protecção solar, resultando num sist<strong>em</strong>a dispendioso.<br />

138


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Levantamento <strong>de</strong> imagens do Edifício Ex<strong>em</strong>plo 3<br />

Fachada Principal Alçado da Fachada Principal – Conceito <strong>de</strong> fachada<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada Caixa intersticial entre a pele<br />

exterior e a interior da Fachada<br />

Vistas gerais das 4 Fachadas<br />

Vista interior para o Vão <strong>de</strong><br />

fachada<br />

139


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5.4. Edifício extensão da Nikolai School<br />

EDIFÍCIO EXTENSÃO DA NIKOLAI SCHOOL<br />

Localização: Leipzig, Al<strong>em</strong>anha Data: 2000/2003<br />

Arquitecto: Schulz & Schulz<br />

Opções <strong>de</strong> Projecto<br />

Programa: Área <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto: ginásio, balneários, administração e cafetaria<br />

Nº <strong>de</strong> Pisos: 1 piso<br />

Tipologia Construtiva:<br />

Solução Construtiva<br />

Anexos<br />

Volume sóbrio e contínuo que <strong>de</strong>staca a continuida<strong>de</strong> com o edifício antigo do<br />

século XIX, a nível do seu interior e através da materialização da fachada.<br />

Acabamentos exteriores: Padrões <strong>de</strong> gesso e alumínio<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada:<br />

Conjunto <strong>de</strong> módulos <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> alumínio<br />

preenchidas <strong>em</strong> padrões <strong>de</strong> gesso préfabricado,<br />

revestido <strong>em</strong> resina sintética (antigraffiti)<br />

que oculta as fixações da caixa aos<br />

perfis laterais <strong>em</strong> aço. Ao longo da face do<br />

vão <strong>em</strong> vidro, os módulos são amovíveis,<br />

girando <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> um eixo fixo, um tubo <strong>de</strong><br />

aço inoxidável, permitindo assim a entrada <strong>de</strong><br />

luz natural.<br />

Detalhe Vertical da Fachada<br />

Observações:<br />

Quando aberto este sist<strong>em</strong>a respon<strong>de</strong> tanto às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, como às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> iluminação natural, pois a luz que entra é reflectida nos el<strong>em</strong>entos horizontais, resultando no interior<br />

uma iluminação mais difusa e confortável visualmente. O sist<strong>em</strong>a propõe um equilíbrio entre o factor<br />

sombra e o factor luz natural.<br />

140


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Levantamento <strong>de</strong> imagens do Edifício Ex<strong>em</strong>plo 4<br />

Vista geral do Edifício antigo com o novo Edifício Fachada principal do Novo Edifico<br />

Módulos fechados<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada<br />

Módulos s<strong>em</strong>i-abertos a 45º<br />

Fachada principal do Novo Edifico<br />

Módulos abertos<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada<br />

Módulos abertos a 90º<br />

Fachada principal do Novo Edifico – imag<strong>em</strong> nocturna<br />

Módulos abertos<br />

Vista do espaço interior com os módulos <strong>de</strong> Fachada<br />

Módulos abertos a 90º<br />

141


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5.5. Edifício <strong>de</strong> Escritórios <strong>em</strong> Esslingen<br />

EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS EM ESSLINGEN<br />

Localização: Esslingen, Al<strong>em</strong>anha Data: 2003<br />

Arquitecto: Odilo Reutter<br />

Opções <strong>de</strong> Projecto<br />

Programa: Espaços para escritórios, oficinas <strong>de</strong> trabalho e laboratórios<br />

Nº <strong>de</strong> Pisos: 7 pisos com áreas <strong>de</strong> open space<br />

Tipologia Construtiva:<br />

Solução Construtiva<br />

Anexos<br />

Conjunto <strong>de</strong> uma torre organizada por um núcleo estrutural com as restantes<br />

áreas livres e por isso mais flexíveis funcionalmente e outro bloco <strong>de</strong> menor<br />

altura <strong>de</strong>stinado a lojas <strong>de</strong> serviço, estando apenas ligados através do piso<br />

subterrâneo. A torre é el<strong>em</strong>ento relevante na questão abordada.<br />

Acabamentos exteriores: Vidro e lâminas <strong>de</strong> alumínio<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada:<br />

Lâminas introduzidas entre os dois panos <strong>de</strong><br />

vidro, tendo como base o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

mercado, tipo “Okasolar Retro, Okalux”.<br />

Destaca-se o <strong>de</strong>talhe dos perfis das lâminas<br />

e a função que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham: evitar o<br />

sobreaquecimento do espaço nos períodos<br />

quentes, ajudar o aquecimento interior nos<br />

períodos frios e controlar a iluminação<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da direcção da luz, época do<br />

ano ou as gran<strong>de</strong>s profundida<strong>de</strong>s do espaço.<br />

NO VERÃO<br />

Perfil Superior Perfil Inferior<br />

Evitar a entrada dos raios solares<br />

NO INVERNO<br />

Perfil Superior<br />

Permitir a entrada dos raios solares,<br />

reflectindo para o interior do espaço.<br />

Perfil Inferior<br />

Permitir a entrada dos raios solares,<br />

reflectindo para o tecto.<br />

Observações:<br />

Este sist<strong>em</strong>a procura cumprir as três funções essenciais: arrefecimento, aquecimento e iluminação. É <strong>de</strong><br />

questionar a pequena distância entre os panos <strong>de</strong> vidro, pois não permite espaço para a circulação <strong>de</strong> ar<br />

e o aquecimento da pele <strong>de</strong> vidro é consequência.<br />

142


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Levantamento <strong>de</strong> imagens do Edifício Ex<strong>em</strong>plo 5<br />

Vista interior do Edifício Vista exterior do Edifício<br />

Vidros com Mecanismo <strong>de</strong><br />

redirecção <strong>de</strong> Luz<br />

143


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 5.6. Edifício <strong>de</strong> Habitação Social Carabanchel 16<br />

EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO SOCIAL CARABANCHEL 16<br />

Localização: Madrid, Espanha Data: 2006/2007<br />

Arquitecto: Foreign Office Architects<br />

Opções <strong>de</strong> Projecto<br />

Programa: Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitação social com estacionamento<br />

Nº <strong>de</strong> Pisos: 6 pisos - apartamentos nos 5 pisos superiores e nos restantes estacionamento<br />

Tipologia Construtiva:<br />

Solução Construtiva<br />

Anexos<br />

Unida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial sustentável, <strong>de</strong> baixos recursos económicos e <strong>de</strong> carácter<br />

prático no quotidiano. É bloco rectangular relativamente pequeno, com<br />

estacionamento nos pisos inferiores e 88 apartamentos estreitos que ligam as<br />

duas fachadas principais nos pisos superiores. O bloco dispõe-se no eixo<br />

norte-sul, ou seja, as fachadas enfrentam a orientação oeste e este.<br />

Acabamentos exteriores: Tiras <strong>de</strong> bambu <strong>em</strong> molduras <strong>de</strong> aço<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Fachada:<br />

Os pisos superiores compõ<strong>em</strong>-se com telas<br />

<strong>de</strong> 1,5m <strong>de</strong> largura <strong>em</strong> tiras <strong>de</strong> bambu,<br />

assente <strong>em</strong> molduras dobráveis, que po<strong>de</strong>m<br />

ser controladas pelos utentes. Resulta uma<br />

fachada dinâmica ao longo do dia, abertas ou<br />

fechadas ao acaso. Quando fechada, diminui<br />

o ganho calor das unida<strong>de</strong>s e permite ainda<br />

circulação <strong>de</strong> ar para o interior, além <strong>de</strong> um<br />

efeito <strong>de</strong> manchas luz e sombras.<br />

Vista do interior da Fachada<br />

Observações:<br />

Com poucos recursos económicos este sist<strong>em</strong>a procura um equilíbrio entre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>, através do próprio sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fachada e a obtenção <strong>de</strong> uma luz natural ténue, mas<br />

suficiente para um espaço <strong>de</strong> circulação<br />

144


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Levantamento <strong>de</strong> imagens do Edifício Ex<strong>em</strong>plo 6<br />

Embasamento do Edifício – Pisos <strong>de</strong> Estacionamento<br />

Vista geral da Fachada do Edifício – Pisos <strong>de</strong> Apartamentos<br />

Vista interior da Galeria <strong>de</strong> Acessos Montag<strong>em</strong> do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Painéis <strong>de</strong> Fachada<br />

145


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 6. Estudos prévios do Vão<br />

Inicialmente são realizados alguns estudos relacionam o período <strong>de</strong> optimização do <strong>sombreamento</strong> com as<br />

dimensões que as palas necessitam <strong>de</strong> adquirir. Como princípio são consi<strong>de</strong>radas duas orientações, para<br />

Sul e para Nascente (tendo <strong>em</strong> conta que para Poente os resultado são simétricos a Nascente) e dois<br />

períodos <strong>de</strong> optimização: a época mais quente e para todo o ano. Para a época quente é inicialmente<br />

consi<strong>de</strong>rado o período até 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, mas que acaba por ser reduzido para 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, pois as<br />

diferenças entre as dimensões das palas obtidas, são significativas, <strong>de</strong>vido à correspondência com o<br />

período <strong>de</strong> equinócio.<br />

Dimensão do Vão<br />

l x a (m)<br />

4 x 2,5<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1 21 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro _ 15h15<br />

Orientação: Sul Período optimizado: Todo o ano<br />

Dimensões: Pala horizontal 7,1 x 6,2<br />

Pala vertical 1 4,65 x 2,5<br />

Pala vertical 2 4,65 x 2,5<br />

Mo<strong>de</strong>lo 2 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro _ 15h15<br />

Orientação: Sul Período optimizado: 1/04 a 30/09<br />

Dimensões: Pala horizontal 2,25 x 4,6<br />

Pala vertical 1 2,00 x 2,5<br />

Pala vertical 2 2,00 x 2,5<br />

Mo<strong>de</strong>lo 3<br />

Orientação: Sul Período optimizado: 1/04 a 15/09<br />

Dimensões: Pala horizontal 1,85 x 4,6<br />

Pala vertical 1 1,50 x 2,5<br />

Pala vertical 2 1,50 x 2,5<br />

Período Diário <strong>em</strong> estudo: 9h às 16h<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro _ 15h00<br />

Mo<strong>de</strong>lo 4 17 <strong>de</strong> Fevereiro _ 9h00<br />

Orientação: Nascente Período optimizado: Todo o ano<br />

Dimensões: Pala horizontal 6,85 x 4,5<br />

Pala vertical 1 6,70 x 2,5<br />

Pala vertical 2 _____<br />

Anexos<br />

Por este período englobar a<br />

altura <strong>em</strong> que o Sol está mais<br />

baixo, a pala horizontal toma<br />

gran<strong>de</strong>s dimensões, juntando<br />

ao facto <strong>de</strong> que o<br />

Sombreamento po<strong>de</strong> ser<br />

in<strong>de</strong>sejável neste período<br />

Este mo<strong>de</strong>lo concilia b<strong>em</strong> as<br />

dimensões dos el<strong>em</strong>entos,<br />

com período <strong>de</strong> optimização,<br />

e as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>sombreamento</strong>.<br />

Ao comparar este como<br />

Mo<strong>de</strong>lo2, verifica-se uma<br />

redução muito significativa na<br />

dimensão das palas, face aos<br />

poucos dias <strong>de</strong> diferença que<br />

têm. Por isso este mo<strong>de</strong>lo é<br />

consi<strong>de</strong>rado uma melhor<br />

relação entre o período <strong>de</strong><br />

carência <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e<br />

as dimensões que as palas<br />

adquir<strong>em</strong>.<br />

Tal como acontece no Mo<strong>de</strong>lo<br />

1, as palas tomam as maiores<br />

dimensões, tornando-se<br />

<strong>de</strong>sproporcionais <strong>em</strong> relação<br />

à dimensão do próprio vão.<br />

146


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Mo<strong>de</strong>lo 5 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro _ 9h00<br />

Orientação: Nascente Período optimizado: 1/04 a 15/09<br />

Dimensões: Pala horizontal 3,90 x 4,5<br />

Pala vertical 1 3,75 x 2,5<br />

Pala vertical 2<br />

_____<br />

Anexos<br />

Mo<strong>de</strong>lo que concilia a eficácia<br />

do <strong>sombreamento</strong> às<br />

necessida<strong>de</strong>s, mas as<br />

maiores dimensões das palas<br />

e a limitação a uma vertical,<br />

traduz-se <strong>em</strong> menor dinâmica<br />

para o progresso do estudo.<br />

Ainda para os Mo<strong>de</strong>los que funcionam apenas com el<strong>em</strong>entos horizontais foi necessário estabilizar um<br />

equilíbrio entre as dimensões dos el<strong>em</strong>entos, com o período diário <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> optimização<br />

Mo<strong>de</strong>lo 6 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro _ 15h00<br />

Orientação: SUL Período optimizado: 1/04 a 15/09<br />

Dimensões:<br />

Dimensões:<br />

Período diário: Até às 15h<br />

Dimensão que<br />

se prolonga<br />

além do vão:<br />

1,20 m<br />

Período diário: Até às 16h 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro _ 15h00<br />

Dimensão que<br />

se prolonga<br />

além do vão:<br />

2,20 m<br />

Nestes dois ex<strong>em</strong>plos verificase<br />

que na diferença <strong>de</strong> uma<br />

hora a mais para optimização<br />

do <strong>sombreamento</strong>, a extensão<br />

da pala aumenta para quase o<br />

dobro. É por isso fixado o<br />

período até às 15 horas como<br />

um a<strong>de</strong>quado equilíbrio entre<br />

as dimensões dos el<strong>em</strong>entos<br />

e a necessida<strong>de</strong> do sombrear.<br />

NOTA: Deste estudo prévio retirou-se a orientação mais a<strong>de</strong>quada para o <strong>de</strong>senvolvimento do estudo e o período <strong>em</strong> que a<br />

optimização do <strong>sombreamento</strong> é mais eficaz, para o caso <strong>de</strong> Lisboa, consi<strong>de</strong>rando as dimensões que as palas adquir<strong>em</strong>.<br />

147


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 7. Apresentação dos resultados <strong>de</strong> optimização do Sombreamento para cada módulo<br />

Fonte: Software SunTool<br />

MÓDULO A1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

148


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

MÓDULO B1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

149


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

MÓDULO C1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

150


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

MÓDULO D1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

151


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

MÓDULO E1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

152


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

MÓDULO F1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

153


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

MÓDULO G1<br />

Diagrama Circular <strong>de</strong> Sombreamento (%) Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento (anual)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Inverno<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Sombreamento Diário<br />

Solstício <strong>de</strong> Verão<br />

Anexos<br />

154


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Representação do Alçado com os módulos numerados<br />

Nota:<br />

O estudo da optimização do <strong>sombreamento</strong> dos módulos A1, B1, C1, D1, E1, F1 e G estão apresentados<br />

anteriormente. Os módulos A2, B2, C2, D2, E2 e F2 têm dimensões iguais aos anteriores respectivamente,<br />

mas por estar<strong>em</strong> dispostos <strong>de</strong> maneira diferente, os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> tanto verticais como<br />

horizontais resultam <strong>em</strong> dimensões diferentes. Apesar disso os resultados <strong>de</strong> optimização entre os<br />

módulos A1 e A2, B1 e B2, C1 e C2, E1 e E2 e F1 e F2 são iguais e por isso estes não são aqui<br />

discriminados.<br />

Anexos<br />

155


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 8. Ex<strong>em</strong>plos da Imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um Edifício<br />

Fonte: Imagens executadas com recurso ao software 3D STUDIO MAX<br />

Anexos<br />

156


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

157


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 9. Características do material metálico<br />

Dados:<br />

Folha <strong>em</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> alumínio <strong>de</strong> 1mm.<br />

Empresa: SCHULCZ, Scale Mo<strong>de</strong>l Parts<br />

Código <strong>de</strong> referência: 09-20010<br />

Material metálico à escala da maqueta (1:15)<br />

Material metálico à escala real (1:1)<br />

Anexos<br />

158


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 10. Correcção do Norte Geográfico<br />

A correcção do Norte Geográfico a partir do Norte Magnético é realizado com recurso ao software<br />

disponível <strong>em</strong>: http://geomag.usgs.gov, através do mo<strong>de</strong>lo IGRF-2005.<br />

Cálculo do Norte Geográfico a partir do Norte Magnético<br />

O cálculo <strong>de</strong>ste software indica a <strong>de</strong>clinação solar, para os dados inseridos:<br />

D = -3.6179 Graus = -217.074 minutos<br />

Por cada ano <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser adicionados 7.5869 minutos.<br />

7.5859 minutos x 3 = 22.76 minutos<br />

-217.074 minutos + 22.76 minutos = -194.314 minutos = 3.24 Graus<br />

Portanto, o <strong>de</strong>svio entre o Norte Magnético e o Norte Geográfico (<strong>de</strong>clinação magnética), <strong>em</strong> Lisboa, <strong>em</strong><br />

2008, é apenas <strong>de</strong> 3.24 graus. Como o <strong>de</strong>svio é muito pouco quase coinci<strong>de</strong>nte é pouco significativo para<br />

os resultados do estudo <strong>de</strong> iluminação sob luz solar directa.<br />

Anexos<br />

159


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 11. Características do Equipamento Fotográfico<br />

Panasonic DMC-FZ18<br />

- Em modo manual<br />

- Abertura do Diafragma: F8.0<br />

- Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Obturação: 1/400 seg.<br />

- Balanço <strong>de</strong> Brancos: Luz do Dia<br />

- Sensibilida<strong>de</strong>: ISO 100<br />

- Formato 4x3<br />

- Tamanho: 8Mg<br />

- Qualida<strong>de</strong>: Raw<br />

- Abertura Angular do Zoom: 28mm<br />

Anexos<br />

160


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 12. Registos Fotográficos<br />

Anexos<br />

161


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 12.1. Luz Difusa<br />

Mo<strong>de</strong>los visto do Exterior Ambiente interior com Luz Difusa<br />

VÃO ABERTO (SEM SOMBREAMENTO)<br />

SOLUÇÃO COMUM<br />

SOLUÇÃO BASE<br />

Anexos<br />

162


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Mo<strong>de</strong>los visto do Exterior Ambiente interior com Luz Difusa<br />

SOLUÇÃO A1<br />

SOLUÇÃO A2<br />

SOLUÇÃO A3<br />

Anexos<br />

163


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Mo<strong>de</strong>los visto do Exterior Ambiente interior com Luz Difusa<br />

SOLUÇÃO A4<br />

Anexos<br />

164


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 12.2. Luz Directa<br />

Anexos<br />

165


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Solução Comum<br />

Solução Base<br />

166


Solução Comum<br />

Solução Base<br />

21 <strong>de</strong> Junho<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro<br />

21 <strong>de</strong> Junho<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro<br />

10h00 12h30 15h00<br />

10h00 12h30 15h00


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Solução A1<br />

Solução A2<br />

167


Solução A1<br />

Solução A2<br />

21 <strong>de</strong> Junho<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro<br />

21 <strong>de</strong> Junho<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro<br />

10h00 12h30 15h00<br />

10h00 12h30 15h00


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexos<br />

Solução A3<br />

Solução A4<br />

168


Solução A3<br />

Solução A4<br />

21 <strong>de</strong> Junho<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro<br />

21 <strong>de</strong> Junho<br />

15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

22 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro<br />

10h00 12h30 15h00<br />

10h00 12h30 15h00


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 13. Inquérito<br />

Anexos<br />

169


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 13.1. Formulário <strong>de</strong> Inquérito<br />

Anexos<br />

170


SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UMA NOVA METODOLOGIA DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

Anexo 13.2. Apresentação dos resultados<br />

Nomes dos Mo<strong>de</strong>los Adoptados no Inquérito:<br />

MODELO A – Solução Comum MODELO C – Solução A1 MODELO E – Solução A3<br />

MODELO B – Solução Base MODELO D – Solução A2 MODELO F – Solução A4<br />

Destaques:<br />

Mo<strong>de</strong>lo com classificação MAIS ALTA no critério Mo<strong>de</strong>lo com classificação MAIS BAIXA no critério<br />

Resultados para os El<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> Sombreamento:<br />

Resultados para o Ambiente Interior:<br />

Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Preferência consi<strong>de</strong>rando todos os aspectos <strong>em</strong> conjunto:<br />

GRÁFICO DE ORDEM DE PREFERÊNCIA:<br />

OBSERVAÇÕES:<br />

Anexos<br />

. Não é que o mo<strong>de</strong>lo A seja mais eficaz<br />

como <strong>sombreamento</strong> do que o B (faz<br />

l<strong>em</strong>brar o <strong>sombreamento</strong> dos edifícios <strong>de</strong><br />

Corbusier). Simplesmente acho que t<strong>em</strong><br />

menos impacto, tanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora<br />

do edifício como na sua fachada.<br />

. Eu não atribuo 2º lugar porque na minha<br />

opinião o mo<strong>de</strong>lo F <strong>de</strong>staca-se no seu<br />

conjunto <strong>de</strong> todos os outros, <strong>de</strong>vido ás<br />

sombras <strong>de</strong> diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s que os<br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> geram Os<br />

mo<strong>de</strong>los E e D estão <strong>em</strong>patados.<br />

171

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