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Participativa, solidária e craque<br />
na cozinha. É a produtora rural<br />
Cada vez mais presente no dia a dia da Cocamar,<br />
ela se apraz em preparar gostosuras para os familiares,<br />
compartilhando, no Festival de Sabores “<strong>Chefs</strong> do<br />
<strong>Campo</strong>”, algumas de suas receitas especialíssimas<br />
Quase 15% do quadro de cooperados<br />
da Cocamar - com<br />
mais de 13 mil integrantes<br />
- são produtoras. O percentual é<br />
respeitável, considerando que, não<br />
faz tanto tempo assim, a atividade<br />
agropecuária parecia um território<br />
afeito apenas ao público masculino.<br />
Contudo, a participação das mulheres,<br />
sejam elas cooperadas ou<br />
esposas de produtores associados,<br />
vai além: mais de 600 participam<br />
de núcleos femininos - grupos<br />
mantidos em dezenas de cidades,<br />
nos quais, durante o ano, são organizadas<br />
ações acompanhadas pela<br />
cooperativa. O objetivo é aprimorar<br />
o conhecimento sobre a prática da<br />
cooperação e, também, debater<br />
temas relacionados ao negócio<br />
em que estão inseridas. E, solidárias<br />
por sua natureza, aproveitam<br />
a oportunidade da força da união<br />
para desenvolver esforços em prol<br />
de entidades assistenciais em seus<br />
municípios.<br />
Grande parte das produtoras, incentivada<br />
pela Cocamar, acompanha<br />
os maridos a dias de campo e<br />
a outros eventos técnicos. A finalidade<br />
é ajudá-las a preparem-se<br />
cada vez mais para apoiar a família<br />
na gestão da propriedade. E, nos<br />
últimos dois anos, esse público feminino<br />
viu uma cooperada alcançar<br />
o topo do Concurso Cocamar de<br />
Produtividade de Soja.<br />
A presença das mulheres não se<br />
restringe a uma fatia tão expressiva<br />
no quadro associativo. Em período<br />
recente, elas ocuparam cadeiras<br />
no Conselho de Administração e<br />
também no Conselho Fiscal. Hoje,<br />
várias fazem parte do Conselho<br />
Consultivo.<br />
Mas muitas dessas empresárias<br />
do campo, que se desdobram em<br />
tarefas na propriedade e nos cuidados<br />
com a família e a casa, têm um<br />
lugar em seu aconchego do qual<br />
não se distanciam: a cozinha. É ali,<br />
entre panelas e temperos, lidando<br />
com a arte do forno e do fogão,<br />
que, prazerosamente, preparam<br />
pratos saborosos para o deleite dos<br />
familiares. São iguarias que resultam<br />
de um conhecimento quase<br />
sempre transmitido pela mãe e as<br />
avós e que vem sendo aprimorado<br />
com a curiosidade e as iniciativas<br />
de cada uma. O Festival de Sabores<br />
“<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>” foi idealizado<br />
para prestar um reconhecimento<br />
a essas produtoras que, com seu<br />
talento, cultuam, preservam e incrementam<br />
a riqueza gastronômica<br />
regional.<br />
Conheça, nesta revista, as 25 receitas<br />
finalistas do concurso, que<br />
teve 172 inscritas, representando<br />
dezenas de municípios das regiões<br />
noroeste e norte do Paraná. São<br />
pratos tradicionais e também alguns<br />
petiscos que, tão festejados<br />
quanto aqueles, não podem faltar<br />
em momentos de celebração.<br />
Nossos agradecimentos à Cocamar,<br />
que abriu suas portas e mobilizou-se<br />
para a realização do evento<br />
entre suas produtoras, e aos<br />
demais parceiros pela confiança:<br />
Unimed Maringá, Spraytec, CVC<br />
Operadora de Turismo, Colégio<br />
Nobel, Ford Center, Mabu Thermas<br />
e Resort, Marel Móveis Planejados,<br />
Século Adega, Atlas Odontologia e<br />
Purity/Suavit.<br />
4 - 5
As delícias da<br />
culinária regional<br />
Em sua primeira realização, com mais de 170 produtoras inscritas,<br />
Festival de Sabores “<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>” promete ser ainda melhor em 2017<br />
De 11 a 13 de novembro de <strong>2016</strong>,<br />
as cinco produtoras rurais finalistas<br />
do Festival de Sabores “<strong>Chefs</strong><br />
do <strong>Campo</strong>”, promovido pela Cocamar<br />
nas regiões norte e noroeste<br />
do Paraná, aproveitaram sua<br />
merecida premiação: um final de<br />
semana, com direito a acompanhante,<br />
em Foz do Iguaçu (PR),<br />
no Mabu Thermas Grand Resort.<br />
Lá, em uma especial deferência,<br />
os pratos foram preparados pelo<br />
chef do hotel e servidos a todos<br />
os hóspedes.<br />
Mas, antes disso, as 25 receitas<br />
semifinalistas - 19 na categoria<br />
“Núcleos Femininos” e 6 na “Indicação”<br />
- passaram pelo crivo<br />
de um comitê de chefs especia-<br />
lizados. Eles levaram em conta<br />
os critérios estabelecidos no regulamento<br />
do concurso, do qual<br />
participaram exclusivamente cooperadas<br />
e esposas de produtores<br />
associados. A iniciativa foi da Editora<br />
Flamma, a mesma que produz<br />
o Jornal Cocamar e realiza o Rally<br />
Cocamar Bayer e Spraytec de Produtividade.
A fase semifinal se completou no<br />
dia 7 de outubro com a última visita<br />
da equipe a uma produtora.<br />
Quibe ao forno, polenta recheada,<br />
bacalhau ao óleo composto, panquecas<br />
ao molho branco, lombo<br />
ao abacaxi, vaca atolada à mineira<br />
e algumas curiosidades igualmente<br />
saborosas. Os pratos que<br />
integraram a semifinal foram selecionados<br />
entre 172 inscritos logo<br />
após o lançamento do concurso,<br />
no dia 30 de junho, durante evento<br />
promovido pela Cocamar em Maringá.<br />
Nesse dia, a apresentação<br />
do “<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>” fez parte<br />
Detalhes do lançamento<br />
do Concurso<br />
6 - 7
da programação do Encontro do<br />
Núcleo Feminino, com a presença<br />
de 400 participantes – entre cooperadas<br />
e esposas de produtores<br />
associados. Como destaque, a<br />
prestigiada chef de cozinha Manu<br />
Buffara, de Curitiba, foi trazida<br />
para abrilhantar o lançamento e<br />
conversar com as produtoras.<br />
Nos meses de julho, agosto, setembro<br />
e início de outubro, a equipe<br />
do concurso percorreu as regiões<br />
para selecionar 25 receitas<br />
em reuniões com as produtoras e<br />
visitou as semifinalistas em suas<br />
casas, utilizando uma caminhonete<br />
Ford Ranger de última geração,<br />
cedida pela Ford Center. Nos<br />
municípios, o pessoal foi recebido<br />
nas cozinhas de suas residências,<br />
onde teve a oportunidade de conhecer,<br />
também, um pouco do seu<br />
trabalho, de suas famílias e do seu<br />
modo de viver.<br />
Uma nova edição está sendo preparada<br />
para 2017, com muitas novidades.<br />
Algumas das reuniões<br />
seletivas. A equipe viajou<br />
na nova Ford Ranger
8 - 9
O tempero da<br />
chef da moda<br />
Destaque no lançamento do<br />
“<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>”, em Maringá, a<br />
chef Manu Buffara viajou o mundo,<br />
trabalhou com chefs renomados e<br />
abriu seu próprio restaurante, em<br />
Curitiba (PR). Coloca diariamente<br />
sua alma e coração na chamada<br />
cozinha autoral. Como ela comentou<br />
com as produtoras, de sua cabeça<br />
e experiência surgem pratos<br />
que são uma experiência de sabores<br />
e sentidos.<br />
Já ganhou vários prêmios nacionais<br />
com seu Restaurante Manu,<br />
que está sempre cheio. Adepta de<br />
uma gastronomia pouco convencional,<br />
proporciona aos frequentadores<br />
uma experiência única de<br />
sabores e sentidos.<br />
Pode-se dizer que Manu, nascida<br />
em Maringá, é ligada no 220.<br />
Chega a trabalhar 16 horas por<br />
dia, mas não gosta de acordar<br />
cedo. É responsável por 100%<br />
de todo o processo na cozinha<br />
do restaurante. Desde a compra<br />
com fornecedores até a criação e<br />
finalização dos pratos. Tudo tem<br />
a cara da Manu, ressaltando o<br />
slogan da casa: alma gastronomica,<br />
pois cozinha com a alma e<br />
o coração.<br />
O percurso para chegar até aqui<br />
não foi fácil. Formada em jornalismo,<br />
estudou Hotelaria e Chef de<br />
Cuisine e Restaurateur no Centro<br />
Europeu e no Italian Culinary Institute<br />
for Foreigners (ICF). Trabalhou<br />
nos Estados Unidos, Itália e Dinamarca.<br />
Passou por restaurantes<br />
internacionais consagrados pelo<br />
Guia Michelin como Gualtiero Marchesi,<br />
Ristorante da Vittorio e Ristorante<br />
Guido. Mas foi no Noma,<br />
eleito como um dos melhores do<br />
mundo pelo San Pellegrino World’s<br />
50 Best Restaurants, que aprimorou<br />
o conceito de cozinha autoral.
Programas de TV acompanharam<br />
o Festival de Sabores<br />
A jornalista Rose Machado, que<br />
ao lado do marido Sérgio Mendes<br />
apresenta nas manhãs de domingo,<br />
em todo o Paraná, pela Rede<br />
RIC (afiliada Record), o programa<br />
RIC Rural, foi a mestre de cerimônia<br />
durante o lançamento do<br />
“<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>” no dia 30 de<br />
junho em Maringá. Rose tem especial<br />
afinidade com a culinária do<br />
campo: há anos, um dos quadros<br />
mais concorridos do programa é,<br />
justamente, o “Sabor da Terra”,<br />
em que ela mostra produtoras preparando<br />
gostosuras.<br />
Quatro das 25 receitas que fizeram<br />
parte da semifinal do “<strong>Chefs</strong><br />
do <strong>Campo</strong>” foram escolhidas aleatoriamente<br />
pela produção do programa<br />
de televisão “Destaque”, da<br />
Rede Massa, afiliada em Maringá<br />
do SBT. A produção dos pratos,<br />
ainda na fase classificatória, teve<br />
o acompanhamento da apresentadora<br />
Andreia Silva e as matérias<br />
foram veiculadas no raio de cobertura<br />
da emissora - mais de 80<br />
municípios das regiões noroeste e<br />
norte do Estado.<br />
Acima, Rose Machado e<br />
Sérgio Mendes; embaixo,<br />
Andreia Silva com<br />
produtoras participantes<br />
10 - 11
ÍNDICE<br />
FINALISTAS<br />
Categoria Núcleos Femininos<br />
18<br />
Polenta à Bolonhesa<br />
com Feijão Frito e Torresmo<br />
Tilápia com Batata e<br />
Tomatinhos Cereja 22<br />
26<br />
Quibe Assado de<br />
Forma, com Queijo<br />
Sopão de Milho com Frango<br />
e Costelinhas de Porco 30<br />
Categoria Indicação<br />
34<br />
Bacalhau ao<br />
Óleo Composto
SEMIFINALISTAS<br />
Categoria Núcleos Femininos<br />
42<br />
Vaca Atolada<br />
à Mineira<br />
Torta de Frango<br />
Churrasco com<br />
48 Creme de Alho<br />
Capeletti de<br />
54 Queijo<br />
Lasanha à Bolonhesa<br />
60 Modificada<br />
66<br />
Risolis à<br />
Terra Boa<br />
Torta Salgada<br />
72 Cambeense<br />
Queijo Japonês<br />
78 Recheado<br />
84<br />
Polenta com<br />
Frango Caipira<br />
ao Catupiry 44<br />
Panquecas de Frango<br />
ao Molho Branco 50<br />
Peixe Assado<br />
e Aberto 56<br />
Torta Italiana<br />
Jussara 62<br />
Purê de Mandioca<br />
com Churrasco 68<br />
Risoto com<br />
Shiitake 74<br />
Coxinhas de<br />
Mandioca 80<br />
Categoria Indicação<br />
Lombo ao<br />
86 Abacaxi<br />
92<br />
Bolinhos de Mandioca<br />
à Moda Alemã<br />
Rolinhos<br />
Pasteizinhos de<br />
96 Mandioca<br />
Piauçu à Moda<br />
88<br />
do Paranapanema<br />
Primavera 94<br />
12 - 13
16 - 17
Waldite Ayala<br />
(Santa Cecília do Pavão)<br />
Polenta ao molho<br />
bolonhesa com feijão<br />
frito e torresmo<br />
Para lembrar<br />
a doçura da nona<br />
Há pessoas que passaram pela nossa<br />
vida, deixando doces lembranças.<br />
É assim com Waldite Ayala, produtora<br />
de Santa Cecília do Pavão, e a<br />
relação de profundo afeto por quem<br />
a criou. Dos registros importantes<br />
que ela guarda da infância, o amor<br />
da nona Maria Rossini está presente.<br />
Foi com ela - avó e mãe - que aprendeu<br />
a receita da polenta ao molho à<br />
bolonhesa, servida com feijão frito e<br />
torresmo. Não por acaso que o prato<br />
faz tanto sucesso na família. Uma<br />
comida com sustância, dos tempos<br />
em que a lida na roça dependia da<br />
força braçal.<br />
Filhas de italianos (Fernando Corte<br />
e Natalina Covre Corte), Waldite<br />
perdeu a mãe ainda recém-nascida,<br />
mas fala da infância com alegria e<br />
gratidão. A exemplo de muitas moças<br />
da sua época, ela casou cedo,<br />
aos 19 anos. “A gente não podia namorar.<br />
Eu casei fugida”, revela, ao<br />
lado do marido, José Ayala. Da união<br />
veio o filho Sandro - e três netos.<br />
“Naquela época a gente aprendia a<br />
trabalhar muito cedo, acordava às<br />
três da manhã para dar conta do serviço”,<br />
lembra.<br />
A correria diminuiu quando os cafezais<br />
perderam espaço para as lavouras<br />
mecanizadas de soja e milho.<br />
“Dão menos canseira, mas pra quem<br />
vive na propriedade, sempre há trabalho”.<br />
Waldite e José moram no sítio Rosa<br />
de Ouro (a apenas 1,2 km da cidade),<br />
mas a maior parte de suas amigas<br />
vive na área urbana. De todas,<br />
uma tem um lugar especial no coração<br />
dela: Maria, com quem dividiu a<br />
infância. “Fui separada dos meus irmãos<br />
quando era pequena e a Maria<br />
sempre esteve comigo.<br />
Quanto a polenta da nona, amor,<br />
tempo e alguns segredinhos são<br />
‘ingredientes’ que não podem faltar<br />
numa boa receita”, afirma a produtora.<br />
“A carne moída precisa ser bem<br />
fritinha, o bacon e o toucinho, também”,<br />
explica, dizendo que o resultado<br />
é um prato saboroso: “Aqui em<br />
casa, eles adoram e eu também”. É<br />
o tipo do prato para testar o que as<br />
mulheres têm de sobra: habilidade<br />
para fazer várias coisas ao mesmo<br />
tempo.<br />
POLENTA<br />
• 2 xícaras de fubá<br />
• 5 copos de água<br />
(tipo requeijão)<br />
• 3 colheres de sopa<br />
de óleo Cocamar<br />
• 3 dentes de alho amassados<br />
• 1 cebola média picada<br />
• sal a gosto
18 - 19<br />
12 - 13
PREPARO<br />
Refogue o alho e a cebola no óleo<br />
numa panela de pressão. Em seguida,<br />
acrescente dois copos e<br />
meio de água. No restante da água,<br />
dissolva o fubá, leve ao fogo e<br />
mexa até engrossar. Em seguida,<br />
tampe a panela para que a polenta<br />
cozinhe um pouco sob pressão.<br />
Quando começar a chiar, mantenha<br />
a polenta por cinco minutos sob<br />
fogo baixo e, por fim, desligue. A<br />
polenta está pronta.<br />
MOLHO<br />
• 600 gramas de<br />
carne moída<br />
• 3 dentes de alho<br />
amassados<br />
• 1 colher de sopa de<br />
óleo Cocamar<br />
• 1 cebola média picada<br />
• 200 gramas de<br />
catchup<br />
• 6 tomates picados<br />
(com ou sem pele)<br />
• sal e colorau a gosto<br />
PREPARO<br />
Frite o alho e a cebola no óleo<br />
quente, acrescente colorau e a<br />
carne moída. Um dos segredos<br />
desse molho é fritar bem a carne<br />
até que ela fique sequinha. Em<br />
seguida, acrescente o catchup,<br />
os tomates picados e deixe mais<br />
um tempo de cozimento até que o<br />
molho fique encorpado. O molho<br />
está pronto (monte a polenta na<br />
hora de servir, com o molho ainda<br />
quente).
FEIJÃO COM TORRESMO<br />
• 500 gramas de<br />
toucinho<br />
• 500 gramas de feijão<br />
carioquinha ou outro<br />
de sua preferência<br />
• 300 gramas de bacon<br />
• 2 caldos de bacon<br />
• alho, cebola, salsa<br />
e cebolinha verde<br />
a gosto<br />
PREPARO<br />
Depois de cozido, escorra o feijão e<br />
reserve. Numa panela frite o toucinho<br />
até que derreta por completo, escorra<br />
a gordura de porco e reserve. Faça o<br />
mesmo processo com o bacon. Em<br />
seguida, refogue o alho e a cebola,<br />
dissolva e junte o caldo de bacon.<br />
Depois de refogar todos esses temperos,<br />
junte o torresmo, o bacon e o<br />
feijão. Mexa por algum tempo, até que<br />
tudo fique homogêneo. Cheiro verde é<br />
o último a acrescentar.<br />
DICA DA CHEF<br />
Couve refogada vai muito<br />
bem com esse prato, para<br />
garantir a porção verde da<br />
refeição. É só servir e se<br />
preparar para os elogios.<br />
Essa receita é para<br />
cinco pessoas.<br />
20 - 21
Maria Ivonete Z.<br />
Razente<br />
(Nova Esperança)<br />
Tilápia com batata e<br />
tomatinho cereja<br />
Cozinhar é uma<br />
forma de amar<br />
Ir para a cozinha nos finais de semana<br />
e preparar pratos para agradar<br />
a família é uma alegria para<br />
Maria Ivonete Zaccarias Razente,<br />
engenheira agrônoma. Esposa do<br />
cooperado Francisco Donizete Razente,<br />
ela desempenha um papel<br />
importante na gestão dos negócios<br />
da família, em Nova Esperança. É<br />
Ivonete quem cuida das finanças,<br />
da gestão de pessoal e ainda arranja<br />
tempo para criar e preparar<br />
receitas bem elaboradas. Uma mulher<br />
moderna que se divide entre<br />
as responsabilidades na empresa e<br />
os cuidados com a casa. Do casamento<br />
de 32 anos com Francisco<br />
vieram os filhos Juliana e Francisco<br />
José. Uma curiosidade: pais e<br />
filhos são engenheiros. Embora<br />
atuem no segmento de construção<br />
civil em Nova Esperança e em<br />
toda a região, não tiraram os pés<br />
do campo, dedicando-se também à<br />
criação de carneiros e à produção<br />
de laranja.<br />
A produtora conta que nasceu e<br />
cresceu numa chácara em Nova<br />
Esperança, onde o pai José Zacarias<br />
e dona Angelina trabalhavam<br />
com lavoura de café. Aos 91 anos,<br />
o pai ainda vive na área rural. E<br />
lembra que, com seus quatro irmãos,<br />
aprendeu a trabalhar desde<br />
muito jovem, na propriedade, ajudando<br />
na lavoura e no trato dos<br />
animais. Sempre estudando, conseguiu<br />
chegar à universidade.<br />
A tilápia, base de sua receita, é um<br />
dos peixes facilmente encontrados<br />
na região de Nova Esperança, mas<br />
o prato pode também pode ser<br />
preparado com salmão. Dica: fatie<br />
uma cabeça de alho em lascas,<br />
frite no azeite e uma pitada de sal<br />
e distribua sobre o peixe já pronto,<br />
na hora de servir. Esse detalhe,<br />
para quem gosta de alho, deixa o<br />
prato mais saboroso.<br />
INGREDIENTES<br />
• 1 kg de filé de tilápia<br />
• 1 kg de minibatatas<br />
• 1 kg de minicebolas<br />
• óleo Cocamar<br />
• Azeite de baixa acidez<br />
(entre 0,3% e 0,5%)<br />
para regar<br />
• 1 bandeja de tomate<br />
cereja fresco<br />
• meio pacote de creme<br />
de cebola<br />
• 1 cabeça de cebola<br />
• 1 limão e meio<br />
(tahiti ou rosa)<br />
• pimenta do reino a gosto<br />
• sal a gosto<br />
• colorau<br />
• manteiga para dourar
22 - 23
PREPARO<br />
Tempere o peixe com um fio de<br />
óleo, suco de um limão e sal.<br />
Deixe o peixe marinando por uma<br />
hora e meia. Em seguida, descasque<br />
as minicebolas e mergulhe-as<br />
em água fervendo por alguns instantes<br />
para deixá-las pré-cozidas<br />
e ao dente. Escorra e reserve-as.<br />
Repita o mesmo processo com<br />
as minibatatas. Lave os tomates,<br />
tempere com uma pitada de sal,<br />
asse e reserve. Envolva o peixe<br />
que ficou por uma hora e meia marinando,<br />
em papel próprio para assar<br />
(tipo celofane) e leve ao forno<br />
a 180 graus por aproximadamente<br />
20 minutos. Em seguida, retire e<br />
arrume, delicadamente, numa refratária<br />
e regue com o azeite. É<br />
hora de montar o prato. Aqueça a<br />
manteiga em uma frigideira com<br />
uma pitada de colorau, acrescente<br />
as batatas, deixe que dourem levemente<br />
e distribua na refratária do<br />
peixe. Distribua também, na forma,<br />
os tomates e as minicebolas<br />
de forma que deixem o prato visualmente<br />
atraente. Leve ao forno<br />
novamente por mais ou menos dez<br />
minutos, apenas para dar uma cor.<br />
Para finalizar, descasque a cabeça<br />
de alho e corte em fatias bem finas,<br />
frite no azeite e regue o peixe<br />
na hora de servir. Embora nem todas<br />
as pessoas apreciem, o alho é<br />
um dos temperos culinários mais<br />
ricos em propriedades medicinais.<br />
Sirva e colha os elogios!<br />
24 - 25
Josiani Imbriani<br />
Skraba<br />
(Sabáudia)<br />
Quibe ao forno<br />
A nora segue<br />
a tradição<br />
Nascida e criada no campo, Josiane<br />
Imbriani Skraba, 35 anos,<br />
não abre mão do sossego que<br />
encontra no meio rural. Está<br />
acostumada a levantar cedo e<br />
a conviver com a natureza, ao<br />
perfume das flores, a lidar com<br />
plantas e ao trato das criações<br />
“Nunca me vi morando fora daqui.<br />
Só vou na cidade quando<br />
preciso comprar alguma coisa”,<br />
conta.<br />
No sítio São João, em Sabáudia,<br />
onde mora com o marido Alex e<br />
o filho Rafael, de dez anos, não<br />
falta o necessário para o conforto<br />
da família. Ela se ocupa<br />
mais com as tarefas da casa,<br />
mas sempre que o marido precisa<br />
de mais alguém para ajudar<br />
nos afazeres da propriedade,<br />
Josiane se coloca à disposição.<br />
A receita do quibe ao forno recheado<br />
que a Josiane inscreveu<br />
para no “<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>”, foi<br />
ensinada pela sogra, dona Nilce.<br />
O prato está no cardápio dos<br />
Skraba há pelo menos 40 anos.<br />
E dona Nilce, que é de família<br />
polonesa, diz que também havia<br />
aprendido com a sogra dela.<br />
Josi gosta de estar na cozinha.<br />
É o espaço onde faz experiências<br />
culinárias e põe em prática<br />
toda a sua criatividade: “Eu<br />
adoro cozinhar, vivo inventando<br />
coisas, quando vi que estava no<br />
concurso, nem acreditei. Só de<br />
participar, já fiquei muito feliz”.<br />
Josiane conferiu um toque especial<br />
à receita, ao acrescentar<br />
dois ingredientes: maionese<br />
e requeijão. Ficou muito bom,<br />
com o aval de dona Nilce e, claro,<br />
a aprovação do filho e do<br />
marido.<br />
INGREDIENTES<br />
• 500 g de carne<br />
moída (patinho)<br />
• 250 g de trigo<br />
para quibe<br />
• 250 gramas de<br />
requeijão (um copo)<br />
• 300 gramas de queijo<br />
mussarela ralado<br />
• 250 gramas de<br />
maionese Cocamar<br />
Purity<br />
• Um fio de óleo<br />
Cocamar para untar<br />
• 2 tomates picados<br />
sem semente<br />
• 1 cebola média<br />
• 3 galhos de hortelã<br />
• sal, pimenta do<br />
reino e cheiro verde<br />
a gosto
26 - 27
PREPARO<br />
Coloque o trigo em uma tigela, cubra<br />
com água dois dedos acima do trigo<br />
e deixe de molho por 8 horas. Escorra<br />
e esprema bem até retirar toda<br />
a água. Reserve. Pode ligar o forno<br />
para pré-aquecer a 180 graus por<br />
cerca de 15 minutos.<br />
Em um recipiente fundo, coloque os<br />
tomates, o cheiro verde e a hortelã<br />
bem picadinhos, a carne moída crua<br />
e o trigo para quibe. Junte também<br />
o sal e a pimenta do reino a gosto e<br />
misture bem até formar uma massa<br />
homogênea. Reserve.<br />
Unte uma forma com um fio de óleo<br />
Cocamar e distribua a massa por<br />
igual. Misture a maionese e o requeijão<br />
(se preferir use esses produtos<br />
na versão light) e cubra toda a massa<br />
com esse creme.<br />
Para finalizar, faça uma camada com<br />
o queijo ralado. Cubra com papel<br />
alumínio e leve ao forno por 35 minutos<br />
aproximadamente. Retire o papel<br />
alumínio e deixe no forno tempo<br />
suficiente para dourar.<br />
O quibe está pronto. De tão completo<br />
e nutritivo, a Josiane serve esse<br />
prato apenas com arroz branco. Mas<br />
quem preferir, pode acrescentar uma<br />
sala verde.
28 - 29
Giani Gabriel<br />
Deganutti<br />
(São Jorge do Ivaí)<br />
Sopão de milho com<br />
frango e costelinha<br />
de porco<br />
Receita quente<br />
e saborosa<br />
Quando os avós de Giane Gabriel<br />
Deganutti chegaram a São Jorge do<br />
Ivaí, há pelo menos 70 anos, diziase<br />
que as onças rondavam o lugar<br />
para assustar quem se instalava<br />
ali. Hoje, a cidade bem estruturada<br />
mantém uma antiga tradição: a de<br />
promover concorridas festas beneficentes<br />
em apoio à igreja.<br />
Filha de Valdecir Gabriel e dona<br />
Edna, que são agricultores, Giani<br />
está entre as voluntárias que vão<br />
para a cozinha quando desses<br />
eventos. “Minha mãe ia pra roça<br />
ajudar meu pai e eu cuidava da<br />
casa. Com 12 anos, já sabia cozinhar”,<br />
conta. Hoje em dia, além<br />
dos cuidados com a casa e os filhos<br />
Matheus e Andrey, ela ajuda<br />
Rony, o marido, em algumas tarefas<br />
na propriedade, onde são cultivados<br />
soja e milho.<br />
Foram as quermesses que inspiraram<br />
Giani na elaboração da receita<br />
do sopão de milho com frango caipira<br />
e costelinha de porco, ingredientes<br />
muito apreciados. O milho,<br />
em quantidade generosa, confere<br />
um toque especial ao prato. Para<br />
isso, a produtora colhe as espigas<br />
na lavoura da família. Por ser um<br />
prato quente e encorpado, Giani recomenda<br />
que o ideal é prepará-lo<br />
no inverno, embora seja apreciado<br />
em qualquer estação.<br />
INGREDIENTES<br />
• 15 espigas de milho verde<br />
• ½ kg de frango caipira<br />
• ½ kg de costelinha<br />
de porco<br />
• 1 gomo de linguiça<br />
calabresa<br />
• óleo Cocamar<br />
• 200 gramas de bacon<br />
• 1 cebola média<br />
• 1 cabeça de alho<br />
• 1 caldo de galinha<br />
• água suficiente para o<br />
cozimento<br />
• pimenta calabresa a gosto<br />
• sal a gosto<br />
• cheiro verde de preferência<br />
• 1 pitada de colorau<br />
PREPARO<br />
Tempere as carnes separadamente<br />
com alho, sal e a pimenta calabresa.<br />
Prepare o frango em pedaços<br />
a seu modo e reserve. Frite muito<br />
bem a costelinha e reserve. Importante:<br />
a receita leva 15 espigas de<br />
milho. Duas delas, você vai cortar<br />
em rodelas largas. Quatro, vai<br />
cortar para usar em grãos. E as<br />
nove que restaram você vai bater
30 - 31
no liquidificador e coar. Aproveite<br />
o óleo que fritou a costelinha para<br />
refogar o alho, a cebola picada e<br />
o milho em grãos e também o<br />
cortado em rodelas, numa panela<br />
grande. Acrescente nesse refogado<br />
uma pitada de colorau para dar cor.<br />
Quando estiver tudo bem refogado,<br />
junte um litro de água e o caldo de<br />
galinha.<br />
Quando começar a ferver acrescente<br />
o milho batido e coado e<br />
mexa sempre para não grudar no<br />
fundo da panela. Ao engrossar, cozinhe<br />
por aproximadamente cinco<br />
minutos. Em seguida, junte a carne<br />
de frango caipira (ou de granja) e<br />
a costelinha e deixe cozinhar por<br />
mais alguns minutos. Desligue e<br />
acrescente o cheiro verde. Salsa,<br />
coentro e cebolinha vão deixar a<br />
sopa mais aromática e apetitosa.<br />
Escolha as ervas de preferência da<br />
família. A sopa está pronta. É hora<br />
de reunir o pessoal e saborear.
32 - 33
Nilsilene Dagnoni<br />
Turate<br />
(Bela Vista do Paraíso)<br />
Bacalhau ao óleo<br />
composto com<br />
arroz branco<br />
O bacalhau que<br />
reina na família<br />
Não por acaso Carlos Alberto, marido<br />
da Nilsilene Dagnoni Turate, deu<br />
a maior força para a esposa se inscrever<br />
no “<strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>”. O bacalhau<br />
preparado em óleo composto,<br />
servido com arroz branco, é uma de<br />
suas especialidades. O prato é tão<br />
apreciado que não pode faltar em<br />
ocasiões especiais.<br />
Antigamente, bacalhau e peixes salgados,<br />
oferecidos nos balcões de<br />
armazéns de secos e molhados,<br />
faziam parte do cardápio das famílias<br />
pioneiras, que participaram do<br />
desbravamento regional. Como nem<br />
todas tinham acesso à energia elétrica,<br />
não havia como preservar os<br />
alimentos.<br />
Neta de italianos, Nilsi estava muito<br />
mais acostumada, por tradição, a<br />
saborear e a elaborar massas, até<br />
provar o bacalhau no óleo, preparado<br />
por uma amiga, que leva minibatatas<br />
e minicebolas. Gostou tanto<br />
que, desde então, a receita foi adotada,<br />
aprimorada e reina nos melhores<br />
momentos em sua casa. Um dos ingredientes<br />
que ela acrescentou foi a<br />
batata-doce, que fica tão boa - ou até<br />
mais saborosa - que a outra.<br />
Nilsi relata que seus pais, Armando e<br />
Geni Dagnoni, chegaram a Bela Vista<br />
do Paraíso há mais de 60 anos. “Eu<br />
nasci e cresci nesta cidade”, conta,<br />
com satisfação.<br />
Do casamento com Carlos vieram<br />
os filhos Ana Paula, 21 anos, e Carlos<br />
Alberto Júnior, 24. Nilsi dedicou<br />
grande de sua vida ao ensino especial,<br />
para deficientes auditivos.<br />
Porém, mãe e dona de casa não se<br />
aposentam. E cozinhar para a família<br />
faz parte dessa doce missão. “Eu<br />
gosto muito de preparar os pratos<br />
que o pessoal pede”, diz, arrematando:<br />
“esse bacalhau é completo”.<br />
INGREDIENTES<br />
• 2 quilos de postas de<br />
bacalhau dessalgado<br />
• 3 batatas doce médias<br />
• 15 minibatatas<br />
• 15 minicebolas (ou 5<br />
cebolas tradicionais<br />
cortadas em fatias)<br />
• óleo composto Suavit<br />
Cocamar<br />
• azeite de oliva<br />
• azeitonas verdes e pretas<br />
• 6 tomates cortados em<br />
rodelas grossas<br />
• 1 maço de couve<br />
manteiga<br />
• 1 cabeças de alho<br />
• pimenta dedo de moça<br />
ou calabresa
34 - 35
PREPARO<br />
Depois de dessalgado e limpo, reserve<br />
o bacalhau. Corte as cebolas<br />
e coloque de molho na água,<br />
para tirar um pouco a acidez.<br />
Reserve. Lave a couve e forre o<br />
fundo de uma refratária. Em cima<br />
dessa couve distribua a cebola e o<br />
tomate. Em seguida, ajeite as postas<br />
de bacalhau. Encaixe nos espaços,<br />
as batatas doce cortadas<br />
em rodelas largas, as minibatatas,<br />
as minicebolas, as azeitonas e a<br />
cabeça de alho com casca (bem<br />
lavada e cortada na ponta). Corte<br />
a couve que sobrou, em tiras largas,<br />
faça rolinhos e distribua com<br />
criatividade na forma. Regue tudo<br />
com óleo composto Suavit Cocamar<br />
e azeite de oliva até cobrir.<br />
A proporção é um litro de óleo e<br />
meio de azeite. É hora da pimenta<br />
dedo de moça ou calabresa, mas<br />
apenas o suficiente para dar um<br />
toque picante à receita.<br />
Cubra a forma com alumínio e leve<br />
ao forno por aproximadamente<br />
duas horas e meia para que as batatas<br />
fiquem bem cozidas. Quando<br />
faltar dez minutos para desligar<br />
o forno, retire o alumínio e deixe<br />
dourar. Prove para verificar o sal<br />
das batatas. Se precisar, salpique<br />
um pouco de sal. Antes de levar o<br />
prato ao forno, pré-aqueça a 200<br />
graus mantenha essa mesma temperatura<br />
para assar. Arroz branco<br />
e salada verde acompanham o<br />
prato. Sem dúvida, mesa bonita e<br />
apetitosa.<br />
36 - 37
40 - 41
CATEGORIA NÚCLEOS FEMININOS<br />
Maria L. Gomes<br />
Palma<br />
(Jaguapitã)<br />
Vaca atolada<br />
à mineira<br />
Vaca atolada à Mineira<br />
A produtora rural Maria Luiz Gomes<br />
Palma teve uma infância “das<br />
antigas”. Ela nasceu em Jaguapitã<br />
e cresceu numa família de cinco irmãos,<br />
ajudando os pais na lavoura<br />
de café e na lida com o gado.<br />
“Desde que me entendo por gente<br />
eu já trabalhava na roça. Com cinco<br />
anos de idade, já ajudava minha mãe<br />
a lavar roupa na mina. Trabalhei muito,<br />
até mesmo na enxada. Naquele<br />
tempo, não tinha tempo ruim”, lembra<br />
Maria.<br />
Vem daí o amor e o talento pelo trabalho<br />
no campo e a disposição e a<br />
coragem dos que sabem se reinventar.<br />
Com o problema de rejeição do filho<br />
Antonio a uma série de alimentos, ela<br />
decidiu utilizar parte da Fazenda Santo<br />
Antônio, na Água da Oncinha, para investir<br />
no plantio de orgânicos.<br />
Começou com cheiro verde e tomate<br />
cereja, vendidos em supermercados<br />
e feiras livres. Antonio, que era acometido<br />
de paralisia infantil, faleceu<br />
há pouco tempo, aos 18 anos, deixando<br />
saudades e uma nova opção<br />
de vida para a mãe e o pai, que planejam<br />
expandir a produção orgânica.<br />
“Aqui em casa, a gente procura<br />
plantar tudo de forma natural para o<br />
nosso consumo.<br />
Quero investir cada vez mais na produção<br />
de alimentos mais saudáveis.”<br />
O outro filho do casal, Marcelo, cursa<br />
o último ano de agronomia, e já deu<br />
aos pais o neto Rafael, de um ano e<br />
meio.
E a receita de Vaca Atolada à Mineira,<br />
onde entra nessa história?<br />
O cheiro verde e os tomates cereja já<br />
foram incorporados ao prato apetitoso<br />
que a dona Margarida, sua mãe,<br />
sempre fazia para ela, o pai, os irmãos,<br />
tios e quem mais chegasse. A<br />
vaca atolada mistura a carne de boi<br />
rica em proteína e a mandioca, que<br />
é um carboidrato complexo rico em<br />
fibras.<br />
Até hoje é uma receita bastante<br />
apreciada, para alimentar grandes<br />
grupos. “Cada um trazia um pedaço<br />
de costela de vaca, acrescentava<br />
a mandioca e era um prato fácil<br />
de fazer. Todo mundo gostava”,<br />
recorda Maria, ao comentar como<br />
era o movimento no dia de servir<br />
o prato.<br />
INGREDIENTES<br />
• 1 ½ kg de mandioca<br />
• 1kg de carne (músculo<br />
ou costela)<br />
• 3 dentes de alho<br />
• Óleo Cocamar<br />
• Pimenta do reino<br />
• 1 cebola média<br />
• 1 bandeja de tomates cereja<br />
• Pimenta do reino<br />
• Colorau (opcional)<br />
• 1 colher e meia de vinagre<br />
• Sal a gosto<br />
• Cheiro verde a gosto<br />
PREPARO<br />
Corte a carne em pedaços médios,<br />
tempere com sal, alho, vinagre e<br />
um fio de óleo Cocamar. De preferência,<br />
deixe a carne por uma noite<br />
neste tempero ou pelo menos duas<br />
horas. Na hora do preparo, corte a<br />
mandioca (descascada e lavada)<br />
em cubos e reserve. Refogue a<br />
carne temperada por cerca de cinco<br />
minutos. Em seguida acrescente<br />
um litro e meio de água e deixe<br />
cozinhar sob pressão por aproximadamente<br />
20 minutos.<br />
Após esse tempo, verifique se a<br />
carne está bem cozida, acrescente<br />
a mandioca e deixe cozinhar novamente<br />
sob pressão por mais 20<br />
minutos. Por fim, acrescente a pimenta<br />
do reino, os tomates e deixe<br />
cozinhar por mais cinco minutos.<br />
Desligue e acrescente o cheiro verde.<br />
Está pronta a vaca atolada. Na<br />
família da Maria, a receita acompanhava<br />
arroz, feijão e salada de<br />
couve. É um prato perfeito para o<br />
inverno.<br />
42 - 43
Denise C. V.<br />
Versari<br />
(Paiçandu)<br />
Torta de frango<br />
e catupiry<br />
Rápido e fácil de agradar<br />
Italianos e os mais diversos tipos<br />
de massas sempre se deram bem.<br />
E como toda boa massa, a torta<br />
salgada entra nessa lista de iguarias<br />
sempre requisitadas em reuniões<br />
familiares e entre amigos.<br />
Pode ser uma receita antiga de<br />
família ou aquela que foi sendo<br />
adaptada, utilizando as sobras de<br />
uma refeição, como carnes e legumes.<br />
A verdade é que a torta<br />
salgada sempre agrada e a que<br />
tem a assinatura da produtora<br />
Denise Cristina Vernier Versari é<br />
muito especial. Além dos ingredientes<br />
tradicionais, ela acrescentou<br />
requeijão cremoso, queijo<br />
catupiry e creme de leite, que deixam<br />
a torta com uma irresistível<br />
cremosidade.<br />
A receita que Denise saboreou,<br />
certa vez, em um jantar em família,<br />
tinha recheio de calabresa,<br />
mas ela foi alterando para adaptar<br />
ao paladar dos filhos Pedro<br />
Henrique e José Vinícius. Com o<br />
resultado, muito mais gente experimentou<br />
e, agora, Denise é reconhecida<br />
também pelo seu talento<br />
no preparo desse prato – que foi<br />
destaque, inclusive, em programa<br />
de televisão.<br />
A produtora reside em Paiçandu e<br />
ajuda o marido Antônio Davi Versari<br />
nas propriedades da família,<br />
em Floresta e Itambé, onde são<br />
cultivados grãos.
A MASSA<br />
• 6 ovos<br />
• 4 xícaras de leite<br />
• 2 xícaras de óleo<br />
Cocamar<br />
• 2 xícaras de farinha<br />
• 2 xícaras de amido<br />
de milho<br />
• 6 colheres(sopa) de<br />
queijo ralado<br />
• 2 colheres de sopa<br />
manteiga<br />
• 2 colheres(sopa)<br />
fermento químico<br />
• 1 colher(sopa)<br />
rasa de sal<br />
PREPARO<br />
Bata todos os ingredientes no liquidificador<br />
(exceto o fermento<br />
químico). Em seguida adicione o<br />
fermento e agregue-o à massa.<br />
RECHEIO<br />
• 1 peito de frango<br />
(grande) cozido e<br />
desfiado<br />
• 2 tomates sem pele<br />
e sem semente<br />
• 1 caixa de creme<br />
de leite<br />
• 1 bisnaga de queijo<br />
catupiry)<br />
PREPARO<br />
Refogue o peito de frango na manteiga<br />
com cebola, alho, sal e cheiro verde.<br />
Em seguida, coloque o tomate e<br />
deixe-o cozinhar por dez minutos em<br />
fogo baixo. Finalize acrescentando o<br />
creme de leite.<br />
MONTAGEM<br />
Unte uma assadeira com óleo e despeje<br />
metade da massa preparada.<br />
Coloque o recheio e, em seguida, o<br />
queijo (catupiry). Cubra com o restante<br />
da massa. Salpique um pouco<br />
de orégano para finalizar e leve a torta<br />
para assar em forno pré-aquecido.<br />
Asse por 40 minutos.<br />
44 - 45
Eodeia C. Devides<br />
Fávaro<br />
(Alvorada do Sul)<br />
Creme de alho<br />
para carnes<br />
Pra ninguém botar defeito<br />
Nunca se deve perguntar quantos<br />
anos tem uma mulher. Nem é por<br />
educação, mas por uma questão<br />
lógica: é o cérebro que determina a<br />
idade delas e não o registro de nascimento.<br />
Mente ativa, criativa, que<br />
não para nunca. É assim com Eodeia<br />
Catarina Devides Fávero.<br />
Além do tempo com os filhos e netos,<br />
essa produtora e ex-professora<br />
de Alvorada do Sul se dedica a dois<br />
projetos de filantropia em sua cidade.<br />
Liderança feminina, ela mora<br />
na Chácara Santa Rita, encostada<br />
à área urbana.<br />
Eodeia preside o comitê feminino<br />
do Sindicato Rural Patronal<br />
do município e é vice-presidente<br />
no Núcleo Feminino da Cocamar.<br />
Quem faz parte desses grupos<br />
sabe de sua dedicação e atuação.<br />
Ela conta que viveu na área rural<br />
toda a infância e adolescência.<br />
“Aos seis anos eu já trabalhava<br />
na roça limpando os troncos de<br />
café”, lembra.<br />
Do casamento com o produtor<br />
rural Paulo Roberto Fávaro nasceram<br />
Everton, que vive nos Estados<br />
Unidos, Paula e Renata, moradoras<br />
de Londrina. A família cresceu<br />
e os dois ganharam cinco netos.<br />
A vida ficou mais tranquila, mas<br />
nem tanto: Eodeia sempre arranja<br />
um tempinho para cozinhar, algo<br />
do que se apraz em fazer.<br />
Seus pratos são preparados, em
grande parte, tendo alho como<br />
ingrediente. Daí, surgiu a ideia de<br />
criar um creme de alho, que vai<br />
bem com quase tudo, de espetinhos<br />
à torrada.<br />
“Além de muito gostoso, faz bem<br />
para a saúde”, afirma, referindose<br />
às propriedades terapêuticas<br />
do produto.<br />
No passado, recorda-se Eodeia, o<br />
alho era mais explorado na culinária<br />
devido ao sabor que confere aos alimentos<br />
e também aos seus benefícios<br />
para a saúde. “Então, é hora de<br />
resgatar esse costume”, completa.<br />
INGREDIENTES<br />
• 3 dentes grandes de alho<br />
• ½ litro de leite integral<br />
• ½ litro de Óleo Suavit<br />
Composto Cocamar<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
No liquidificador, junte o alho descascado,<br />
o leite e o sal. Comece a<br />
bater e vá acrescentando óleo até<br />
obter a consistência desejada. Vá<br />
despejando o fio de óleo com o<br />
liquidificador ligado e vá conferindo.<br />
Há quem goste mais espesso<br />
e outros de um molho mais fino.<br />
Eodeia usa meio litro de óleo nesta<br />
receita.<br />
Para garantir a qualidade do creme,<br />
utilize o leite integral e de<br />
preferência de saquinho. Espere<br />
entre duas e três horas para servir<br />
para que o creme esteja mais<br />
suave. É um ótimo acompanhamento<br />
para saladas, biscoitos<br />
e torradas salgados, churrasco,<br />
espetinhos e o que mais sua criatividade<br />
permitir. Eodeia guarda o<br />
creme em bisnagas na geladeira.<br />
Esse é o modo mais seguro e<br />
prático de armazenar, conservar,<br />
usar e servir.<br />
48 - 49
Patrícia Ribeiro<br />
Souza<br />
(Primeiro de Maio)<br />
Panqueca de frango<br />
ao molho branco<br />
Sabor e delicadeza<br />
Ela tem a calma e a docilidade de<br />
quem vive no campo, ao lado do<br />
marido Paulo e o filho Isaac, de três<br />
anos. Criada pelos avós, a produtora<br />
rural Patrícia Ribeiro dos Santos faz<br />
parte das estatísticas das crianças<br />
que, por necessidade, tiveram de trocar<br />
a escola pelo trabalho na roça. E,<br />
ao falar de sua infância, Patrícia faz<br />
questão de lembrar que cresceu trabalhando,<br />
sem tempo para brincar,<br />
mas pretende retomar os estudos e<br />
sonha com uma profissão voltada à<br />
agricultura, que é o ambiente onde<br />
cresceu e planeja permanecer com a<br />
família, moradora no Sítio Nossa Senhora<br />
Aparecida, que fica na Água da<br />
Barra Bonita, em Primeiro de Maio.<br />
Para a produtora, o ano de <strong>2016</strong><br />
começou com uma grata surpresa:<br />
a visita da mãe Maria Claudete e do<br />
irmão Charles, os quais não via desde<br />
os cinco anos, quando seus pais<br />
se separaram. Ela sabia da existência<br />
da mãe e do irmão, com quem<br />
havia mantido contato. “Minha mãe<br />
biológica sempre dizia que queria me<br />
ver e, em janeiro, quando eu menos<br />
esperava, apareceu sem avisar”, relembra,<br />
com alegria.<br />
Fazer comidas gostosas é uma das<br />
coisas que Patrícia aprecia, que sabe<br />
preparar panquecas como poucas. É<br />
um prato muito apreciado, que exige<br />
tempo, habilidade e paciência.
A MASSA<br />
• 3 ovos<br />
• 12 fatias de mussarela<br />
• 1 xícara (chá) de leite<br />
• 1/2 xícara (chá) de farinha<br />
de trigo<br />
• 1/2 xícara (chá) de amido<br />
de milho<br />
• 1 tablete de caldo de galinha<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Bata no liquidificador todos os ingredientes,<br />
exceto a mussarela.<br />
Despeje meia concha de massa<br />
numa frigideira (média) untada e<br />
quente, girando para cobrir o fundo.<br />
Quando soltar a borda, vire para<br />
dourar o outro lado. Faça o mesmo<br />
com a massa restante.<br />
RECHEIO<br />
• 2 peitos de frango<br />
(cozido e desfiado)<br />
• 1 cebola média picadinha<br />
• 2 dentes de alho triturado<br />
• 4 tomates bem maduros<br />
sem pele e sementes<br />
• 2 espigas de milho verde<br />
• 2 colheres de óleo Cocamar<br />
• 1 tablete de caldo de galinha<br />
• cheiro verde a gosto<br />
• sal e pimenta do reino a gosto<br />
• 1 pitada de colorau<br />
PREPARO DO RECHEIO<br />
Em uma panela, coloque o óleo,<br />
doure a cebola e o alho. Acrescente<br />
o frango, o caldo de galinha, o colorau,<br />
o tomate, o milho, a salsinha e<br />
cheiro verde, a pimenta do reino e o<br />
sal. Deixe cozinhar de 20 a 30 minutos.<br />
Desligue o fogo e deixe esfriar.<br />
MOLHO BRANCO<br />
• 1 cebola média picadinha<br />
• 1 dente de alho<br />
• 2 colheres (sopa) de<br />
óleo Cocamar<br />
• 1 tablete de caldo galinha<br />
• 2 copos de leite<br />
• 2 colheres (sopa) rasas<br />
de amido de milho<br />
• 1pitada de sal<br />
• 1 pitada de noz moscada<br />
• 1 pitada de pimenta<br />
do reino<br />
• 3 colheres (sopa) de<br />
requeijão cremoso<br />
PREPARO DO MOLHO<br />
Em uma panela coloque o óleo,<br />
doure a cebola, o alho e acrescente<br />
o caldo de galinha. Coloque leite<br />
com o amido já dissolvido, o sal,<br />
a noz moscada e a pimenta do reino.<br />
Mexa sem parar até engrossar<br />
e cozinhar bem, e desligue o fogo.<br />
Por fim, acrescente o requeijão<br />
cremoso e misture bem.<br />
MONTAGEM DAS PANQUECAS<br />
Com a massa aberta, coloque uma<br />
fatia de mussarela, o recheio, enrole<br />
as panquecas e arrume-as num<br />
refratário de vidro. Leve ao leve ao<br />
forno médio por dez minutos. Retire<br />
e cubra com molho branco.<br />
Sirva as panquecas com arroz e<br />
batata assada.<br />
50 - 51
Umbelina L.<br />
Barlati<br />
(Floresta)<br />
Capeletti de queijo<br />
De geração para geração<br />
Descendente de espanhois, Umbelina<br />
Barlati acabou ficando craque em<br />
massas. A mestre foi a sogra, com<br />
quem ela aprendeu vários pratos típicos<br />
da cozinha tradicional italiana.<br />
O capeletti de queijo é um dos preferidos<br />
dela e de toda a família. A<br />
massa moldada e recheada lembra<br />
um minipastel, mas em vez de ir para<br />
uma panela com óleo quente para fritar,<br />
é mergulhado em água fervente<br />
para cozinhar. Com recheio variado e<br />
coberto por molho, essa é uma verdadeira<br />
receita de família. Basta imaginar<br />
que os sogros da Dona Umbelina,<br />
Rafael Berlati e Vitória Rui, vieram<br />
da Itália ainda crianças para o Brasil.<br />
A propriedade deles na Estrada da<br />
Ilha da Bananeira (a 25 km de Floresta)<br />
próximo ao Rio Ivaí, é parte da<br />
herança deixada pelos sogros. Nos<br />
Anos 60, o marido Nelson Berlati e<br />
ela vieram de Manduri, interior paulista,<br />
para tomar conta do sítio e lá<br />
viveram durante 40 anos. Foi onde<br />
criaram os quatro filhos.<br />
Não há como dissociar a história da<br />
família de imigrantes, do capeletti de<br />
queijo. Antigamente, saber cozinhar<br />
era uma obrigação de toda mulher.<br />
E, não muito diferente de hoje, Umbelina<br />
lembra que ela também tinha<br />
dupla jornada. “Eu cuidava da casa e<br />
dos filhos, mas também ajudava na<br />
lavoura”, recorda-se.<br />
Os filhos cresceram, estão todos casados<br />
e deram aos pais cinco netos<br />
e uma bisneta. Para servir toda a família,<br />
foi preciso aumentar a receita.<br />
“Minha sogra fazia muitas comidas<br />
italianas, inclusive essa. Eu gosto<br />
muito e aqui em casa todo mundo
gosta”, destaca Umbelina que, além<br />
de servir o prato como opção de<br />
massa, faz também como sopa.<br />
MASSA<br />
• 500 g de farinha de trigo<br />
• 1/2 colher (sobremesa) de sal<br />
• 1 colher (sopa) de óleo<br />
Cocamar<br />
• 2 ovos<br />
• 1 xícara (chá) de água<br />
(mais ou menos)<br />
RECHEIO<br />
• 1/2 xícara (chá) de queijo<br />
minas ralado<br />
• 1/2 xícara de queijo<br />
parmesão ralado<br />
• 1/2 xícara (chá) de<br />
queijo mussarela ralado<br />
• raspas de noz-moscada<br />
• pimenta do reino a gosto<br />
MOLHO<br />
• 300 g de carne moída<br />
• 2 colheres (sopa) de<br />
óleo Cocamar<br />
• 2 dentes de alho amassado<br />
• 2 colheres (sopa) de<br />
cebola picada<br />
• 1 colher (chá) de colorau<br />
• 2 colheres (sopa) de extrato<br />
de tomate<br />
• 3 tomates maduro sem pele<br />
e sem sementes picados<br />
• 2 colheres (sopa) de<br />
cheiro verde picado<br />
PREPARO DO MOLHO<br />
Refogue no óleo quente, o alho e a<br />
cebola. Acrescente a carne e frite<br />
um pouco. Em seguida, coloque o<br />
colorau, os tomates e o extrato de<br />
tomate e deixe cozinhar por aproximadamente<br />
20 minutos. Quando<br />
desligar, coloque o cheiro verde.<br />
Distribua o molho sobre a massa e<br />
sirva ainda quente. Você pode optar,<br />
também por outro molho de sua<br />
preferência.<br />
PREPARO DO PRATO<br />
Numa vasilha, coloque o trigo,<br />
o óleo, o sal, os ovos e a água.<br />
Misture bem, coloque na pedra ,<br />
amasse e sove até a massa ficar<br />
bem lisa. Abra a massa com o rolo<br />
e corte quadrados de cinco centímetros,<br />
mais ou menos. Coloque<br />
os queijos já misturados, dobre na<br />
diagonal e junte as pontas.<br />
Cozinhe em água fervente com um<br />
fio de azeite por 15 minutos. Sempre<br />
que sentir que a massa está<br />
grudando polvilhe com um pouco<br />
de trigo.<br />
54 - 55
Marisa H. Navarro<br />
Maróstica<br />
(Doutor Camargo)<br />
Peixe assado<br />
e aberto<br />
O prato que agrada a todos<br />
Por volta da década de 70-80, não<br />
havia médico nas pequenas cidades.<br />
Competia ao farmacêutico a<br />
responsabilidade de cuidar da saúde<br />
dos moradores dos bebês aos mais<br />
idosos. Em Doutor Camargo, o farmacêutico<br />
Armando Navarro Gomes<br />
é um nome ilustre na cidade por sua<br />
dedicação à profissão.<br />
Sua filha, Marisa Helena Navarro<br />
Maróstica também tem parte nesta<br />
história. Natural de Mandaguari, ela<br />
chegou ainda menina no município<br />
e seus pais estão entre os pioneiros<br />
do lugar. Na época, Doutor Camargo<br />
ainda pertencia a Ivatuba, que só veio<br />
a ser desmembrado em 1964. Mais<br />
tarde, estudou e se tornou professora<br />
de Química e Física.<br />
Aposentada para sala de aula, mas<br />
ativa e dinâmica como produtora rural,<br />
Marisa já fez cursos de empreendedorismo<br />
rural e ajuda o marido<br />
Nazareno Maróstica, que é produtor<br />
de soja e milho. Marisa é uma das<br />
poucas mulheres que integrou o Conselho<br />
Fiscal da Cocamar e já atuou<br />
também na coordenação do Núcleo<br />
Feminino da cooperativa.<br />
E quando o assunto é cozinha, o peixe<br />
assado aberto é um dos pratos que<br />
ela mais gosta de preparar para a família<br />
(o marido e os filhos Raul e Gabriela),<br />
e quando recebe visitas. Para<br />
a felicidade dela, a receita agrada todo<br />
mundo. “Aqui em casa todos gostam<br />
de peixe”, comenta a professora.
INGREDIENTES<br />
• 2 kg de corimba<br />
• 6 tomates maduros<br />
picados e sem pele<br />
• 2 a 3 latas de seleta<br />
de legumes<br />
• 2 cebolas grandes<br />
cortadas em rodelas<br />
• 2 cabeças de alho<br />
• 2 folhas de louro<br />
• Azeite Suavit Cocamar<br />
suficiente para regar<br />
• 1 limão<br />
• Cartchup Cocamar<br />
• Maionese Suavit Cocamar<br />
• Cheiro verde a gosto<br />
• Sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Limpe o peixe, separe a cauda e a<br />
cabeça. Retire as escamas e abra<br />
o peixe ao meio. Em seguida perfure-o<br />
e passe sobre ele os temperos,<br />
alho, sal e limão. Regue tudo<br />
com azeite. Em seguida, distribua<br />
as cebolas (em rodelas) e leve ao<br />
forno coberto por papel alumínio<br />
em forno pré-aquecido por cerca<br />
de uma hora. Retire do forno,<br />
escorra a água, retire o alumínio<br />
e todas as espinhas do peixe. É<br />
normal que para tirar todas as espinhas<br />
o peixe fique esfarelado.<br />
Passe a maionese e o catchup e,<br />
em seguida, acrescente os tomates<br />
picados e sem pele e a seleta<br />
de legumes. Acrescente o cheiro<br />
verde e as folhas de louro. Leve o<br />
corimba ao forno por mais ou menos<br />
20 minutos. Está pronto. Pode<br />
servir com arroz branco e salada<br />
verde, com cenoura, brócolis, vagem<br />
e tomate. Uma farofa também<br />
ajuda a complementar a refeição.<br />
Bom apetite!<br />
56 - 57
Geizimara B.<br />
Brumatti<br />
(Paraíso do Norte)<br />
Lasanha à bolonhesa<br />
modificada<br />
Felicidade a cada mordida<br />
O prazer à mesa não se limita ao<br />
sabor do alimento: ele pode nos<br />
deixar mais felizes. Isso explica<br />
porque é tão gostoso apreciar<br />
uma massa, por exemplo.<br />
De família italiana, lasanha é a<br />
especialidade de Geizimara Bispo<br />
Brumatti, de Paraíso do Norte.<br />
Ela representa a terceira geração<br />
a incluir o prato como um dos<br />
preferidos em casa. O preparo foi<br />
passado da nona Aparecida para<br />
a filha, Terezinha, mãe de Geizi.<br />
Ousada, a neta adaptou a receita,<br />
tirou o presunto e acrescentou<br />
cenoura e abobrinha ralados. Por<br />
isso, a lasanha continua sendo à<br />
bolonhesa, mas modificada.<br />
Em busca de realizar seus sonhos,<br />
Geizi chegou morar na<br />
Espanha por algum tempo. Lá,<br />
desfez o primeiro casamento e,<br />
ao retornar, reencontrou um amigo<br />
dos tempos da escola: o agricultor<br />
Emerson Ricardo Brumatti,<br />
produtor de soja e milho, com<br />
quem está casada há dez anos.<br />
Dessa união, nasceu, no ano passado,<br />
Rafael.
INGREDIENTES<br />
• 1 pacote de massa<br />
de lasanha (1/2 kg)<br />
• 1 kg de carne moída<br />
na hora (alcatra ou<br />
colchão mole)<br />
• ½ kg de queijo<br />
(tipo mussarela)<br />
• óleo Cocamar (duas<br />
colheres de sopa)<br />
• 1 tomate picado<br />
• 1 cenoura média ralada<br />
• 1 abobrinha pequena ralada<br />
• 1 pacote de queijo<br />
parmesão ralado<br />
• orégano a gosto<br />
• cebolinha<br />
• 3 dentes de alho<br />
• 1 pitada de colorau<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Para preparar o molho à bolonhesa,<br />
frite o alho, mas não deixe dourar<br />
muito. Acrescente o tomate, a cenoura,<br />
a abobrinha e refogue tudo.<br />
Em seguida, acrescente a carne<br />
moída, o colorau, o sal e continue<br />
refogando até que a carne esteja<br />
bem cozida. Por fim, acrescente<br />
cebolinha verde, orégano, desligue<br />
e reserve.<br />
Em água fervente, cozinhe a massa<br />
com um fio de óleo e uma pitada de<br />
sal até que esteja ao dente e escorra.<br />
Monte a lasanha numa refratária<br />
começando por uma camada de<br />
molho. Em seguida, a massa e o<br />
queijo mussarela ralado e vá fazendo<br />
outras camadas iguais. Por fim,<br />
distribua o parmesão ralado e regue<br />
com um pouco de leite.<br />
Os dois ingredientes vão dar uma<br />
ótima aparência à lasanha. Leve ao<br />
forno por aproximadamente 40 minutos.<br />
Uma salada verde vai muito<br />
bem com esta receita. Bom apetite!<br />
60 - 61
Sirley Fátima<br />
Colombo<br />
(Jussara)<br />
Torta Italiana<br />
à Jussara<br />
Delícia em pedaços<br />
Syrlei Fátima Colombo, moradora<br />
em Jussara, cresceu em meio à<br />
fartura. Tudo o que era servido na<br />
mesa da família vinha do sítio na<br />
Estrada Palmeira, onde nasceu e<br />
viveu até os 22 anos, quando se<br />
casou com o produtor Valter Beraldi<br />
Peteck. Vieram os três filhos<br />
(Cassiano, Amanda e Luciano) e,<br />
mais tarde, a mudança para a cidade.<br />
Syrlei ajuda o marido, prepara e<br />
leva almoço e café para o pessoal<br />
no campo. Se precisam de alguma<br />
peça para o maquinário, ela<br />
também vai atrás.<br />
Está sempre envolvida em qualquer<br />
tarefa. Na cozinha, Syrlei diz<br />
que os pratos mais elaborados<br />
ficam para as datas especiais,<br />
quando tem mais tempo.<br />
A torta salgada é um prato de preparo<br />
rápido, simples e saboroso.<br />
O recheio pode variar: de frango,<br />
carne moída ou atum.<br />
O MOLHO<br />
• 500 g de carne moída<br />
(acém ou patinho)<br />
• 1 colher de óleo Cocamar<br />
• 1 dente de alho amassado<br />
• 1 cebola pequena<br />
• 1 vidro de catchup<br />
Purity Cocamar<br />
• 2 tomates picados<br />
• sal e cheiro verde a gosto
PREPARO<br />
Numa panela, aqueça o óleo e refogue<br />
a cebola e o alho. Em seguida,<br />
acrescente a carne moída e<br />
frite/refogue muito bem. Quando a<br />
carne já estiver cozida, coloque o<br />
catchup e os tomates bem picadinhos.<br />
Somente agora ponha o sal.<br />
Por último, coloque o cheiro verde.<br />
Está pronto o molho. Reserve para<br />
que esfrie.<br />
A MASSA<br />
• 4 ovos<br />
• 1 xícara de óleo Cocamar<br />
• 1 pacote de queijo<br />
parmesão ralado<br />
• 5 colheres de amido<br />
de milho<br />
• 6 colheres de farinha<br />
de trigo<br />
• 2 xícaras e meia (chá)<br />
de leite<br />
• 1 colher (sopa) de<br />
fermento químico<br />
• 1 colher (café) de sal<br />
PREPARO<br />
No liquidificador coloque os ovos<br />
inteiros, o sal e o óleo e bata. Em<br />
seguida, acrescente o amido de<br />
milho, uma xícara e meia de leite<br />
e a farinha de trigo. Continue batendo<br />
e vá acrescentando o leite<br />
que restou. Por último, coloque o<br />
queijo e o fermento. Misture bem<br />
o fermento com uma colher (com<br />
o liquidificador desligado) e volte a<br />
bater por mais alguns minutos.<br />
A TORTA<br />
Unte uma forma com um fio de<br />
óleo e farinha de trigo, despeje<br />
metade da massa. Em seguida,<br />
distribua o recheio (molho). Cubra<br />
com o restante da massa. No forno<br />
pré-aquecido a 180 graus, leve<br />
a torta para assar por aproximadamente<br />
35 a 40 minutos. Deixe<br />
esfriar, corte em pedaços e sirva.<br />
Bom apetite!<br />
62 - 63
Maria Maura M.<br />
Diosti<br />
(Terra Boa)<br />
Risólis<br />
Uma massa irresistível<br />
Acostumada a trabalhar de sol a<br />
sol de segunda a sábado, fazer<br />
pastelzinho de massa cozida, ainda<br />
que para um batalhão, é brincadeira<br />
para a produtora rural Maria<br />
Maura Martins Diosti, de Terra<br />
Boa.<br />
Apreciadora de massas, como o<br />
restante da família descendente<br />
de italianos, ela tem a receita de<br />
uma massa cozida de preparo fácil<br />
e prático. Maura faz risolis, mas<br />
dá pra preparar, também, nhoque,<br />
coxinha e outros quitutes.<br />
A produtora vem de uma época<br />
em que muitas famílias produziam<br />
basicamente o alimento. “A gente<br />
ganhava um par de sapatos uma<br />
vez no ano”, lembra, ao recordar<br />
a infância. “A melhor lembrança<br />
que eu tenho da infância é quando<br />
pude estudar no educandário<br />
das irmãs, em Terra Boa, que nem<br />
existe mais”.<br />
Aos 66 anos, ir pra cozinha fazer<br />
delícias para os cinco netos é algo<br />
que gosta muito.<br />
E o risoles (pastel de massa cozida)<br />
recheado com carne moída<br />
é uma das receitas que costuma<br />
fazer para o lanche da tarde ou<br />
substituir o jantar. Fica muito bom<br />
também com recheio de frango,<br />
sardinha, palmito ou legumes.
INGREDIENTES<br />
• 1 litro de água<br />
• ½ copo de óleo de<br />
soja Cocamar<br />
• 1 prato de farinha de<br />
trigo bem cheio<br />
• sal a gosto<br />
• ovos e farinha de<br />
mandioca o suficiente<br />
para empanar<br />
PREPARO<br />
Em uma panela coloque a água, o<br />
óleo e o sal e deixe ferver. Quando<br />
estiver fervendo, desligue e acrescente<br />
a farinha de trigo, aos poucos,<br />
mexendo sempre até formar<br />
uma massa lisa. Coloque a massa<br />
numa superfície seca e lisa. Para<br />
trabalhar com a massa, acrescente<br />
farinha se precisar. É importante<br />
que a massa fique bem lisa e não<br />
grude nas mãos. Em seguida estique<br />
bem a massa com a ajuda de<br />
um rolo. Para modelar os risoles,<br />
use a borda de um copo. Coloque<br />
o recheio (bem frio) de sua preferência<br />
e feche bem as bordas com<br />
a ajuda de um garfo. Para empanar,<br />
passe os risoles no ovo e, em<br />
seguida, na farinha de mandioca.<br />
Frite em óleo quente e sirva ainda<br />
morno. Bom apetite!<br />
66 - 67
Ilma Nogarotto<br />
Sgorlon<br />
(Maringá)<br />
Purê de mandioca<br />
e acompanhamentos<br />
De dar água na boca<br />
Na casa da Ilma Nogarotto Sgorlon<br />
mesmo as sobras viram pratos apetitosos.<br />
Foi com essa habilidade de<br />
aproveitar tudo na cozinha que ela<br />
criou o purê de mandioca, uma receita<br />
que a família adora. Ilma mora<br />
na Comunidade Guerra, em Maringá,<br />
há 50 anos, onde faz parte de uma<br />
geração que superou a geada negra<br />
de 1975 e muitas outras dificuldades,<br />
sempre com fé e persistência.<br />
Ilma conta, com orgulho, que a casa<br />
onde mora foi construída com seu<br />
trabalho na roça. O que antes era uma<br />
casa simples, de madeira, deu lugar a<br />
um imóvel de alvenaria com varanda,<br />
bem mais seguro e confortável, onde<br />
recebe os filhos e netos. O gosto pelo<br />
trabalho e a disposição ela aprendeu<br />
com os pais Igino e a mãe Santina.<br />
No sítio, além de soja e milho, Ilma<br />
também cultiva mandioca, quiabo,<br />
abobrinha, hortaliças e outros alimentos.<br />
O purê é um prato tradicional.<br />
A receita era feita com batata inglesa,<br />
até o dia em que ela cozinhou um<br />
pouco mais de mandioca e surgiu a<br />
ideia de inventar um purê. “Deu tão<br />
certo que sempre faço pra acompanhar<br />
o churrasco que a gente faz no<br />
domingo”, conta. E com a mandioca,<br />
bem cozida, cheiro verde e outros<br />
temperos que deixam o prato cremoso<br />
e irresistível.
INGREDIENTES<br />
• 1 kg de mandioca<br />
bem cozida<br />
• meio copo de leite<br />
• meio copo de requeijão<br />
• 1 colher de sopa de<br />
margarina ou óleo Cocamar<br />
• 200 g de mussarela<br />
• 200 g de presunto<br />
• 1 pitada de sal<br />
• cheiro verde a gosto<br />
PREPARO<br />
Cozinhe bem a mandioca, retire o<br />
fio (fibra) que fica no meio dela e<br />
amasse até ficar bem lisinha. Numa<br />
panela, aqueça a margarina, doure<br />
a cebola. Em fogo baixo, acrescente,<br />
aos poucos, a mandioca. Coloque<br />
também o sal e o leite. Mexa<br />
o creme até desprender do fundo<br />
da panela. Desligue e acrescente<br />
cheiro verde a gosto. Numa forma<br />
de vidro, despeje metade do creme<br />
de mandioca. Em seguida, distribua<br />
fatias de presunto e depois de<br />
mussarela. Despeje o restante da<br />
massa e finalize com mais uma camada<br />
de presunto e outra de mussarela.<br />
Leve ao forno por tempo suficiente<br />
para derreter o queijo (10 a<br />
15 minutos).<br />
O purê de mandioca está pronto<br />
para servir com churrasco.<br />
68 - 69
Osvanda S. P.<br />
Barusso<br />
(Cambé)<br />
Torta salgada<br />
Rápida e saborosa<br />
Orvanda Barusso tinha apenas dois<br />
anos quando uma geada forte destruiu<br />
o café dos seus pais. Hoje,<br />
aos 72 anos, ela se recorda com<br />
saudosismo da infância difícil, mas<br />
feliz, ao lado dos pais João, Helena<br />
e dos irmãos.<br />
“Eu fecho os olhos e me vejo correndo<br />
descalça pelo sítio. Hoje em<br />
dia, as crianças não sabem o que<br />
é isso”. Na família de nove irmãos,<br />
diz que aos quatro anos já não tinha<br />
mais o colo da mãe, pois era<br />
a responsável por cuidar dos menores.<br />
As bonecas com as quais brincava,<br />
eram as espigas de milho. Orvanda<br />
é neta de imigrantes italianos que<br />
ajudaram a desbravar a mata para<br />
plantar os primeiros pés de café<br />
em Cambé, região de Londrina.<br />
A mãe viveu por 103 anos. Casada<br />
com o agricultor Lupércio, tem um<br />
casal de filhos: Lupércio Júnior e<br />
Sandra Regina, que lhes deram vários<br />
netos. Entre eles, a torta salgada<br />
faz o maior sucesso. Uma<br />
refeição rápida e fácil de agradar. A<br />
torta salgada da dona Orvanda leva<br />
vários ingredientes bem conhecidos,<br />
mas o principal é o amor com<br />
que prepara a receita, sempre que<br />
vai se reunir com pessoas queridas.
INGREDIENTES<br />
• 3 xícaras de trigo<br />
• 2 xícaras de leite<br />
• 1 xícara de óleo Cocamar<br />
• 2 colheres de fermento<br />
de padaria<br />
• 1 colher (das de café)<br />
de açúcar<br />
• 3 colheres de queijo ralado<br />
• 2 ovos<br />
• 1 caldo de carne<br />
• 1 pitada de sal<br />
(para o recheio: mussarela,<br />
queijo tipo parmesão e<br />
creme de leite)<br />
PREPARO<br />
Bata todos os ingredientes no liquidificador,<br />
inclusive o fermento,<br />
e deixe para acrescentar a farinha<br />
no final. Continue batendo.<br />
Quando a mistura estiver bem<br />
homogênea, desligue o liquidificador,<br />
aguarde alguns minutos<br />
até que a massa suba até a tampa.<br />
Em seguida, unte uma assadeira<br />
com margarina e despeje metade<br />
da massa. Sobre ela, faça uma<br />
camada de queijo (tipo mussarela),<br />
espalhe o creme de leite<br />
e em seguida, uma camada de<br />
presunto. Despeje o restante da<br />
massa sobre esse recheio. Por<br />
último, salpique queijo parmesão<br />
ralado.<br />
Coloque pra assar em forno pré<br />
-aquecido em temperatura média<br />
de 200° até que esteja bem douradinha<br />
em cima, por volta de 40<br />
minutos. O parmesão ralado é o<br />
detalhe que vai deixar a aparência<br />
da torta mais bonita e apetitosa.<br />
72 - 73
Terezinha Fávaro<br />
Martins<br />
(Londrina)<br />
Risoto de shiitake<br />
Fica muito bom!<br />
Hipócrates, uma das figuras mais<br />
importantes da história da Medicina,<br />
defendeu a teoria de escolher<br />
alimentos que funcionem também<br />
como remédio.<br />
Terezinha Fávaro Martins apostou no<br />
alto valor nutritivo dos cogumelos. E<br />
a combinação parece perfeita: risoto<br />
de cogumelo shiitake (uma espécie<br />
de cogumelo). Mas a receita fez o<br />
caminho oposto. Não foram os pais,<br />
os avós ou bisavós que trouxeram<br />
esse prato para a família. A ideia,<br />
bastante inovadora e em alta entre<br />
os apreciadores da culinária vegana,<br />
veio da filha Andrea e conquistou a<br />
mãe e o irmão Marco Antônio.<br />
Filha de imigrantes italianos, Terezinha,<br />
que é viúva, criou o casal de<br />
filhos na propriedade rural e segundo<br />
a cultura do campo. Os filhos cresceram,<br />
concluíram o ensino médio e<br />
trocaram o barro da Gleba Primavera,<br />
na Warta, pelas ruas e avenidas<br />
asfaltadas de Londrina. E a mãe se<br />
orgulha ao vê-los encaminhados.<br />
Da mudança do campo pela vida urbana,<br />
vieram novos aprendizados e<br />
outros hábitos alimentares. Terezinha<br />
tomou gosto pelo risoto de shiitake,<br />
que faz para a família por ser prático,<br />
saboroso e de fácil preparo.
INGREDIENTES<br />
• 5 gramas de cogumelo<br />
shiitake seco<br />
• 1 xícara (de café) de<br />
óleo Cocamar<br />
• 2 copos de arroz arbóreo<br />
• 3 copos e meio de água<br />
para cozinhar<br />
• 1 xícara de chá de<br />
cebola picada<br />
• 1 dente de alho bem<br />
amassado<br />
• Sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Mergulhe os cogumelos em água<br />
por meia hora para hidratá-los.<br />
Em seguida escorra e corte-os<br />
em tirinhas. Se preferir, pode secá-los<br />
com guardanapo de papel.<br />
Em seguida, aqueça o óleo e coloque<br />
o cogumelo, mexa algumas<br />
vezes e acrescente a cebola e o<br />
alho e continue mexendo e refogando<br />
até que fiquem dourados.<br />
Em seguida, coloque o arroz. O<br />
arroz arbóreo não precisa lavar.<br />
Refogue um pouco mais. Acrescente<br />
a água, tampe a panela e<br />
cozinhe em fogo médio e acompanhe<br />
o cozimento até a água<br />
secar. Se o arroz está enxuto é<br />
hora de desligar o fogo e manter<br />
a panela tampada de cinco a oito<br />
minutos para descansar.<br />
O risoto de shiitake está pronto<br />
para servir. Uma salada de acelga<br />
vai bem com esse prato. Porém,<br />
sozinho ele já é completo. Bom<br />
apetite!<br />
74 - 75
Ivone T. M.<br />
Hino<br />
(Assaí)<br />
Queijo japonês<br />
recheado<br />
À moda brasileira<br />
Filha de japoneses pioneiros em Assaí,<br />
a produtora Ivone Teruko Murakami<br />
Hino, conseguiu conciliar um<br />
alimento produzido a partir da soja,<br />
de sabor delicado e cor branca, à<br />
carne bovina moída. Dessa mistura<br />
criativa e rica em proteína, surgiu o<br />
tofu, um queijo japonês, derivado da<br />
soja, recheado.<br />
Não é de hoje que vários pratos da<br />
culinária japonesa caíram no gosto<br />
dos brasileiros. O tofu, por exemplo,<br />
é vendido em casas especializadas<br />
em alimentos naturais e muito consumidos<br />
em restaurantes japoneses,<br />
aqui no Brasil. Ivone aprendeu com<br />
a mãe a fazer todo o processo em<br />
casa, de forma artesanal, a partir da<br />
soja. Essa é uma iguaria que passou<br />
de geração em geração e ela prepara<br />
para os filhos Maria Isabel, Jorge e<br />
Fábio. Ivone colhe o soja para preparar<br />
a receita no Sítio Murakami,<br />
em Assaí. A exemplo de muitos da<br />
sua geração, ela cresceu no campo:<br />
“Gosto de pisar na terra, me sinto<br />
renovada”, comenta. Casada com<br />
o agricultor Carlos Kouji Hino, Ivone<br />
procura sempre ajudar o marido e<br />
assim repetir o que aprendeu com os<br />
pais Akira e Aki Murakami.<br />
O prato já ficou famoso em eventos<br />
da igreja. Ivone diz que preparar o<br />
tofu recheado é uma forma levar<br />
adiante um pouco da cozinha típica<br />
dos seus pais e avós. “É uma comida<br />
muito saborosa”, orgulha-se<br />
Ivone, que prepara o prato há pelo<br />
menos três décadas.
INGREDIENTES<br />
• 1 quilo de queijo de<br />
soja (tofu)<br />
• 500 gramas de carne moída<br />
• 1 colher (sobremesa) de sal<br />
• pimenta do reino a gosto<br />
• salsa e cebolinha à vontade<br />
• óleo Cocamar (para fritar)<br />
• leite e farinha de rosca<br />
para empanar<br />
PREPARO<br />
Corte o tofu em quadradinhos<br />
com meio centímetro de altura<br />
e 3x3 de largura. Em seguida,<br />
prepare o recheio. Misture muito<br />
bem numa tigela, a carne, o sal, a<br />
pimenta do reino e o cheiro verde<br />
picadinho.<br />
Com o tofu já cortado, montar<br />
sanduichinhos com essa mistura<br />
(a sequência é tofu- carne- tofu).<br />
Para empanar os sanduíches,<br />
passe no leite e em seguida na<br />
farinha de rosca. Frite em óleo<br />
quente e sirva ainda morno, para<br />
realçar o sabor da carne. Dica: A<br />
farinha de rosca precisa ser de<br />
qualidade para que o sanduiche<br />
não desmonte na hora da fritura.<br />
78 - 79
Eliete A.<br />
Nespolo<br />
(Iporã)<br />
Coxinha de<br />
mandioca<br />
De dar água na boca<br />
Coxinha de mandioca recheada com<br />
carne moída, sempre agrada. Difícil<br />
encontrar alguém que não se renda<br />
ao sabor desse salgado que serve<br />
de petisco e até mesmo de refeição<br />
rápida.<br />
Essa é especialidade da produtora<br />
rural Eliete Aparecida Nespolo, que<br />
ajuda o marido Carlos a cuidar das<br />
plantações e das criações no Sítio<br />
Santa Isabel, em Iporã. O dia a dia<br />
segue uma rotina típica e coerente<br />
de quem vive no campo e produz o<br />
próprio sustento. A produtora afirma<br />
que não lhe falta energia e disposição,<br />
sendo também participativa na Cocamar.<br />
Tão disposta, ela é também uma<br />
das voluntárias das festas na Igreja<br />
São José, na comunidade do Cedro.<br />
E conta que a receita que agrada tanta<br />
gente surgiu nesse contexto.<br />
Durante anos, Eliete ajudou dona<br />
Aparecida, uma senhora bastante<br />
conhecida naquela paróquia, a fazer<br />
coxinhas para as festas. “Um dia<br />
ela disse que não estava mais conseguindo<br />
fazer o trabalho porque a<br />
saúde não andava boa e me pediu<br />
pra assumir o posto”, conta. Mesmo<br />
temerosa com a responsabilidade, a<br />
produtora deu sequência à tradição.<br />
Afinal, embora tenha churrasco no<br />
cardápio, muitas pessoas vão à festa<br />
para apreciar as coxinhas. E quando<br />
parentes e amigos vão visitar a família,<br />
elas nunca podem faltar.
MOLHO<br />
• ½ kg de carne moída<br />
• 1 cebola grande<br />
• 1 xícara (café) de água<br />
• Óleo Cocamar<br />
• 1 colher de sopa de<br />
alho triturado<br />
• extrato de tomate a gosto<br />
• meia colher de sopa<br />
de colorau<br />
PREPARO<br />
Numa panela, aqueça o óleo e refogue<br />
o alho, a cebola picada até dourar.<br />
Acrescente a carne moída e deixe<br />
fritar. Só acrescente o colorau e o<br />
sal por último, para não empelotar a<br />
carne. Nesse momento acrescente<br />
também o extrato de tomate e uma<br />
xícara de café de água. Deixe cozinhar<br />
por no máximo cinco minutos<br />
em fogo baixo e desligue. A carne<br />
deve ficar bem enxuta e fria na hora<br />
de rechear as coxinhas.<br />
MASSA<br />
• 4 kg de mandioca<br />
• 1 creme de leite<br />
• Farinha de trigo<br />
(até dar o ponto)<br />
• Óleo Cocamar para fritar<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Cozinhe a mandioca (retire o fio que<br />
fica no meio da raiz) e passe na máquina<br />
para moer. Numa bacia grande,<br />
coloque a mandioca, acrescente o<br />
creme de leite e amasse. Aos poucos,<br />
vá acrescentando a farinha de trigo.<br />
Amasse com leveza, porque a massa<br />
é delicada. Quando não grudar na<br />
mão está no ponto para modelar.<br />
MONTAGEM<br />
Abra a massa no tamanho da palma<br />
da mão, recheie com a carne moída<br />
fria e modele até formar a coxinha.<br />
Frite em óleo bem quente. Quanto<br />
mais bonita a coxinha, mais apetitosa.<br />
Essa quantidade Rende em torno<br />
de 30 coxinhas. Dica: Se optar<br />
por congelar as coxinhas, não descongele<br />
para fritar.<br />
80 - 81
Helena M. Z.<br />
Wegner<br />
(Umuarama)<br />
Polenta ao<br />
frango caipira<br />
Polenta sabor mineiro<br />
Quem resiste a um frango caipira<br />
acompanhado, ainda de uma<br />
polenta à moda italiana? Helena<br />
Maria Zanferrari Wegner mora em<br />
Pérola, na saída para Altônia e<br />
diz que não troca a vida no campo<br />
por nada. “Eu gosto do verde,<br />
do mato, de pescaria. Fui criada<br />
na roça e esse é meu território”,<br />
comenta a produtora, ao falar do<br />
sítio onde vive com o marido Ary<br />
Wegner. Ela tem descendência italiana<br />
e, ele, alemã.<br />
O frango caipira para preparar a<br />
receita vem do quintal. O fubá,<br />
tipo italiano, mais grosso que o<br />
comum, ela compra na cidade.<br />
A história do prato começou depois<br />
que um dos seus três filhos,<br />
Fernando, hoje com 38 anos, nasceu<br />
prematuro: era uma luta fazer<br />
o menino comer. “Aos 11 anos<br />
ele vestia como se tivesse cinco<br />
anos”, lembra Helena.<br />
Certo dia a mãe cozinhou um frango<br />
e aproveitou os pedaços com<br />
osso para um caldo. Nesse caldo,<br />
fez uma polenta. Acabava ali a falta<br />
de apetite do garoto. Desde então,<br />
Helena passou a fazer o prato<br />
preferido do filho. “Na infância e<br />
na juventude, ele sempre pedia pra<br />
eu fazer mais”, lembra. Hoje é um<br />
homem de quase dois metros de<br />
altura que, recentemente, deu aos<br />
pais o primeiro neto, João Paulo.<br />
A polenta com frango caipira virou<br />
tradição na família.
FRANGO<br />
• 1 frango caipira<br />
• 1 colher (sobremesa) de sal<br />
• 1 colher de Óleo Cocamar<br />
• Pimenta calabresa<br />
(meia colher de café)<br />
• 1 cebola grande<br />
• Cheiro verde a gosto<br />
• 7 dentes de alho grandes<br />
PREPARO<br />
Depois de limpo, corte o frango e<br />
tempere com o alho, sal, cebola,<br />
pimenta calabresa e deixe descansar<br />
no tempero por uma noite. Na<br />
hora de preparar, separe os pedaços<br />
menos nobres para o caldo e<br />
reserve. Numa panela, aqueça uma<br />
colher de óleo e coloque os pedaços<br />
nobres do frango junto com os<br />
temperos. Para obter uma carne<br />
macia e ao mesmo tempo corada,<br />
você vai fritar e aos poucos, pingar<br />
água, para ajudar no cozimento.<br />
O frango está pronto quando carne<br />
estiver macia e dourada. Quem<br />
gosta de um pouco mais de molho,<br />
deve acrescentar um copo e meio<br />
de água. Se preferir que ele fique<br />
mais grosso, dilua em parte dessa<br />
água ainda fria, uma colher rasa<br />
(sopa) de amido de milho. Incorpore<br />
ao frango que está quase pronto<br />
e deixe mais uns minutos porque o<br />
frango já está cozido. A ave deve ficar<br />
coradinha, quase marrom. Desligue<br />
e finalize com cheiro verde de<br />
sua preferência e a gosto.<br />
POLENTA<br />
• Os pedaços menos nobres<br />
(do frango)<br />
• 1 litro de água<br />
• cheiro verde a gosto<br />
PREPARO<br />
Numa panela de pressão, coloque<br />
meio litro de água, junte pedaços<br />
de carne (que foram separados) e<br />
cozinhe por 15 minutos. Desligue<br />
a panela e abra quando acabar a<br />
pressão. Essa é uma tática para<br />
economizar gás.<br />
Em seguida, coe numa peneira<br />
para aproveitar apenas o caldo. A<br />
este caldo acrescente água até obter<br />
a quantidade de um litro e leve<br />
ao fogo. Em seguida, dissolva duas<br />
xícaras e meia (chá) de fubá (tipo<br />
italiano, mais grosso) em meio litro<br />
de água. Quando o caldo estiver<br />
fervendo, acrescente esse creme,<br />
aos poucos, e vá mexendo até engrossar.<br />
Tampe a panela e deixe cozinhar<br />
até que ela começar a chiar.<br />
Desligue e só abra quando acabar<br />
a pressão. A polenta está cozida.<br />
Mexa bem e junte cheiro verde de<br />
sua preferência e a gosto para finalizar.<br />
Despeje num refratário e sirva<br />
com o frango.<br />
84 - 85
CATEGORIA INDICAÇÃO<br />
Adagmar Porto<br />
Sangalli<br />
(Tuneiras do Oeste)<br />
Lombo ao abacaxi<br />
Surpreender o paladar<br />
Ela é recém-chegada ao campo. Até<br />
pouco tempo, Adagmar Porto Sangalli<br />
não tinha a menor ideia de como era<br />
a vida numa propriedade rural e a lida<br />
na lavoura. Essencialmente urbana e<br />
natural do Espírito Santo, foi durante<br />
uma temporada na Itália que conheceu<br />
o marido, Carlos Alberto Gazoni,<br />
produtor em Tuneiras do Oeste.<br />
Diz um ditado popular que só tem<br />
boas histórias pra contar quem viaja<br />
ou vice-versa. E essa teoria se encaixa<br />
na vida de Adagmar. Ela passou<br />
quase toda a infância em Belo Horizonte,<br />
casou e teve dois filhos: Elisa<br />
e José Cláudio. Em 2010 foi pra Itália,<br />
depois de se separar, para obter a cidadania.<br />
Da viagem veio a surpresa:<br />
o casamento com Gazoni. O enlace<br />
foi em agosto deste ano. Vida nova.<br />
“Aqui é excelente, tranquilo e muito<br />
confortável. Tem tudo o que a gente<br />
precisa nessa idade”, comenta a<br />
aprendiz de camponesa, de 62 anos.<br />
É nesse contexto que surge a receita<br />
que ela domina quando vai para a cozinha<br />
do sítio onde eles moram.<br />
“Não sou expert na cozinha, mas gosto<br />
de cozinhar e tudo que faço é bem<br />
feito. Faço com amor”, afirma a ex-comerciante<br />
e agora, produtora rural. Para<br />
quem está mais acostumado com a<br />
culinária trivial, ela misturou carne com<br />
fruta, ao ‘casar’ o sabor inconfundível<br />
do lombo com a doçura do abacaxi. É<br />
como se ela servisse o prato principal<br />
com a sobremesa. Um convite tentador<br />
que agrada os olhos e aguça o paladar.
INGREDIENTES<br />
• 1 ½ kg de lombo<br />
(aproximadamente)<br />
• 1 abacaxi médio ou grande<br />
• 10 dentes de alho<br />
grandes bem amassados<br />
• pimenta calabresa<br />
• 1 limão<br />
• Óleo Cocamar<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Perfure a peça de lombo de porco,<br />
já limpa. Numa vasilha funda tempere<br />
com alho, sal, limão e a pimenta<br />
calabresa. Deixe descansar por uma<br />
noite na geladeira em vasilha tampada.<br />
No dia seguinte, vire a peça e deixe<br />
descansado até a hora do preparo.<br />
Acomode o lombo num refratário,<br />
despeje todo o molho dos temperos<br />
sobre ele, envolva no papel ou celofane<br />
próprio para assado e leve ao<br />
forno médio a 180 graus por uma<br />
hora.<br />
Passado esse tempo, retire o lombo<br />
do forno e o papel alumínio. Vire a<br />
peça, escorra parte da água que juntou<br />
no fundo. Regue com óleo e leve<br />
ao forno para dourar por 30 minutos,<br />
em fogo baixo. É importante não ultrapassar<br />
esse tempo, para manter<br />
a carne bem macia e suculenta por<br />
dentro. Depois de douradinho, retire<br />
o lombo do forno e deixe descansar<br />
por uns 10 minutos. Enquanto isso,<br />
descasque o abacaxi e corte-o em<br />
rodelas finas. Você vai aproveitar um<br />
pouco do óleo do lombo assado para<br />
fritar a fruta, levemente, numa frigideira.<br />
Para o deleite dos convidados,<br />
na hora de servir, intercale fatias de<br />
lombo e de abacaxi.<br />
86 - 87
Elenice Borian<br />
(Jardim Olinda)<br />
Piauçu à Moda do<br />
Paranapanema<br />
Para se regalar<br />
O ingrediente principal da receita da<br />
Elenice Borian, o piauçu, está a dois<br />
quilômetros da casa dela, em Jardim<br />
Olinda, à beira do Paranapanema,<br />
onde mora com o marido Vagno e o<br />
filho Bruno, de cinco anos. “Fui feita,<br />
nascida e criada no campo”, resume<br />
a produtora, ao comentar que é do<br />
meio rural que vem os seus hábitos,<br />
costumes e o gosto pela cozinha<br />
saudável. A família vive numa região<br />
privilegiada de muitas belezas naturais,<br />
em meio à calmaria das cidades<br />
pequenas. Com pouco mais de 1,4<br />
mil habitantes, Jardim Olinda é o menor<br />
município do Paraná em contagem<br />
populacional. Em contrapartida,<br />
o Rio Paraná, formado pela união dos<br />
rios Paranaíba e Grande, é o segundo<br />
em extensão na América do Sul e o<br />
décimo do mundo em vazão. Suas<br />
águas deram ao município a vocação<br />
para o turismo de pesca, atraindo<br />
pescadores e turistas o ano todo.<br />
Na fazenda, cozinhar é um dos prazeres<br />
da produtora, que dedica parte<br />
do seu tempo a outras habilidades,<br />
como crochê, pintura e artes manuais.<br />
Foi com conhecidos, que também<br />
moram perto do rio, que Elenice<br />
aprendeu a preparar o piauçu aberto<br />
na grelha. Para quem evita comer<br />
peixe por medo dos espinhos, esse é<br />
uma ótima opção porque todos são<br />
retirados. O piauçu é o peixe preferido.<br />
O que ela prepara, serve pelo menos<br />
15 pessoas e “fica muito bom”.
INGREDIENTES<br />
• 4 kg de peixe (piauçu ou<br />
corimba) aberto e com<br />
escamas<br />
• 15 tomates maduros picados<br />
• 400 gramas de mussarela<br />
• 200 gramas de maionese<br />
Suavit Cocamar<br />
• 1 cebola grande picada<br />
• 2 colheres de azeitonas picadas<br />
• 1 lata de milho verde<br />
• 2 colheres de sopa de sal<br />
• 2 limões<br />
• 1 fio de óleo Suavit<br />
• pimenta calabresa a gosto<br />
• cheiro verde a gosto<br />
PREPARO<br />
Depois de limpo, ajeite o peixe<br />
aberto na grelha e com as escamas<br />
voltadas para cima por aproximadamente<br />
30 a 40 minutos ou até dourar.<br />
Em seguida, leve para uma mesa<br />
e retire todos os espinhos. Prepare<br />
um vinagrete com os tomates, a cebola,<br />
as azeitonas, a pimenta, o sal,<br />
o limão, o cheiro verde e o fio de<br />
óleo e distribua sobre o prato. Faça<br />
o mesmo com a maionese e finalize<br />
com uma camada de mussarela<br />
até cobrir toda a superfície. Leve o<br />
peixe de volta à grelha, agora com<br />
as escamas voltadas para baixo por<br />
aproximadamente 20 minutos. Em<br />
seguida, é só reunir os convidados<br />
e servir com arroz branco.<br />
88 - 89
Irene Scherch<br />
(Rancho Alegre)<br />
Bolinhos de<br />
mandioca<br />
Delícia pra toda hora<br />
Filha de alemães, Irene Scherch<br />
mora em um sítio no município de<br />
Rancho Alegre, no norte do Paraná,<br />
onde mantém o estilo rural herdado<br />
dos pais Fritz e Frida, que vieram<br />
ainda crianças para o Brasil e hoje<br />
estão aposentados. É ela quem<br />
toma a frente do trabalho na propriedade<br />
da família, com a ajuda de<br />
um amigo.<br />
Divorciada, mãe de Adriano, 30, e<br />
Juliana, 28, e avó do Arthur, Irene<br />
está habituada à vida no campo:<br />
“Nasci no sítio, me casei e fiquei 23<br />
anos fora, mas há oito retornei. Eu<br />
amo morar aqui”, conta a produtora.<br />
A mandioca e o cheiro verde que ela<br />
usa para preparar os bolinhos de<br />
mandioca estão no quintal de casa.<br />
Para o consumo da família e presentear<br />
quem vai ao sítio, Irene cria<br />
galinhas, cultiva mandioca, abóbora,<br />
entre outras coisas.<br />
Aos 49 anos, lembra com saudades<br />
da infância. “A gente corria descalço<br />
por aí, subia nos pés de laranja,<br />
goiaba, era muito bom”, conta.
Arthur, o neto, está começando a<br />
tomar gosto por essas brincadeiras<br />
e convida os colegas da escola para<br />
visitar no sítio, ficando longe do<br />
computador.<br />
Os bolinhos de mandioca são um<br />
prato que ela sempre faz em casa,<br />
é uma receita de família. “Eu aprendi<br />
com a minha mãe, que aprendeu<br />
com a mãe dela”, conta. E podem<br />
ser servidos quente, morno ou frio.<br />
Irene completa: “são gostosos de<br />
qualquer jeito”.<br />
INGREDIENTES<br />
• 1 quilo de mandioca<br />
ralada bem fina<br />
• 4 ovos<br />
• Cebola picada<br />
• Alho picado<br />
• cebolinha<br />
• salsinha<br />
• sal e pimenta do reino<br />
(Todos esses temperos podem<br />
ser acrescentados, a gosto,<br />
na mandioca)<br />
• Óleo Cocamar para fritar<br />
PREPARO<br />
Depois de lavada e descascada,<br />
rale a mandioca num ralador bem<br />
fino. Depois, misture bem os ovos,<br />
a cebola picada, o cheiro verde, o<br />
sal e a pimenta.<br />
Enquanto você prepara a massa,<br />
coloque uma panela com óleo para<br />
esquentar. Em seguida, com a ajuda<br />
de uma colher, faça porções e<br />
frite em óleo quente. Os bolinhos<br />
estão prontos para servir.<br />
92 - 93
Yuri Nagakubo<br />
Tamioka<br />
(Sertaneja)<br />
Rolinhos primavera<br />
Para qualquer estação<br />
Conta a lenda que os rolinhos primavera<br />
(harumaki) foram consumidos<br />
pela primeira vez na celebração<br />
anual do Ano Novo Chinês,<br />
chamada de Festival da Primavera.<br />
Os primeiros rolinhos eram feitos<br />
com vegetais frescos da colheita<br />
da estação e somente mais tarde<br />
acrescentou-se a carne.<br />
A tradição do salgadinho chinês se<br />
mantém e a cor dourada simboliza<br />
a prosperidade e riqueza para o ano<br />
vindouro. Aqui no Brasil, há variações<br />
de recheio de queijo, chocolate<br />
com morangos, entre outros.<br />
A receita da Yuri Yuri Nagakubo<br />
Tamioka é recheada com legumes<br />
e carne de porco. Além de ser uma<br />
iguaria que, em casa, sempre faz<br />
sucesso, ela também produz para<br />
vender na feira de Sertaneja uma<br />
vez por mês.<br />
Preparar rolinhos primavera não é<br />
uma tarefa para quem tem pressa.<br />
O preparo exige tempo, paciência e<br />
habilidade. Atributos que não faltam<br />
a Yuri, filha de japoneses. É no<br />
sítio onde mora há mais de 30 anos<br />
que ela se dedica a cozinhar. Ela e<br />
o marido Jorge Tamioka já trabalharam<br />
com fruticultura e também<br />
com flores. Há alguns anos, cultivam<br />
soja, milho e algumas hortaliças<br />
para o consumo da família.
A receita veio de uma amiga e a<br />
ideia se tornou uma fonte de renda<br />
para Yuri, além de, segundo ela,<br />
o preparo do prato ser prazeroso,<br />
pois ajuda a divulgar a gastronomia<br />
japonesa. Não há como resistir ao<br />
rolinho envelopado, recheado e de<br />
aparência dourada, que mede entre<br />
10 e 12 centímetros. Outros pratos<br />
lembram a origem nipônica, sua<br />
casa. “Minha netinha adora tofu”,<br />
comenta Yuri, ao se referir ao queijo<br />
feito com leite de soja colhida<br />
ali mesmo na propriedade. O casal<br />
tem três filhos e dois netos.<br />
MASSA<br />
• 2 copos de farinha de trigo<br />
• 1 ½ de água<br />
• 1 colher (chá) de sal<br />
PREPARO<br />
Misture a farinha, a água e o sal e<br />
deixe esse creme na geladeira por<br />
quatro ou cinco horas. Essa etapa<br />
é importante para deixar o rolinho<br />
crocante. Aproveite esse tempo<br />
para preparar o recheio. Após esse<br />
período, espalhe numa frigideira antiaderente<br />
o creme (massa) com a<br />
ajuda de um pincel de cerdas firme.<br />
O preparo é o mesmo usado para<br />
panquecas e a massa deve ficar bem<br />
fina. Depois de prontas, coloque as<br />
massas sobre um guardanapo e separadas.<br />
RECHEIO<br />
• meio repolho médio<br />
• meia cenoura ralada<br />
• 300 g de carne de<br />
porco moída<br />
• 1 colher de molho de soja<br />
• 1 colher de Óleo Cocamar<br />
• 2 colheres de amido<br />
de milho<br />
• gengibre (cortado em<br />
fatias bem finas)<br />
• alho e sal a gosto<br />
• Óleo Cocamar para fritar<br />
PREPARO<br />
Numa panela, aqueça o óleo e frite<br />
o gengibre e o alho. Em seguida,<br />
acrescente a carne de porco moída<br />
e frite bem até secar toda a água. Ponha<br />
o sal e quando a carne estiver<br />
bem cozida/frita e o repolho cortado<br />
picadinho que foi desidratado no<br />
forno microondas por cerca de três<br />
minutos. Misture bem esses ingredientes,<br />
junte o amido de milho e<br />
desligue. Esse recheio deve ser uado<br />
completamente frio.<br />
MONTAGEM<br />
Coloque a massa do rolinho em<br />
uma superfície plana. Em seguida,<br />
o recheio, mas deixe espaço suficiente<br />
nas laterais para dobrar as<br />
extremidades em forma de envelope.<br />
Faça isso até que a massa tenha<br />
acabado. Frite os rolinhos em óleo<br />
quente, mas em fogo médio para<br />
deixá-los crocantes. Estão prontos<br />
para servir!<br />
94 - 95
Daiele Fernanda<br />
Sabec<br />
(Icaraíma)<br />
Pasteizinhos<br />
de mandioca<br />
Sempre uma boa pedida<br />
Uma comidinha feita de mandioca<br />
é sempre uma boa pedida. Mesmo<br />
servida só, já é uma refeição<br />
que agrada aos paladares. Prima<br />
do milho, porque com ela se faz<br />
inúmeros pratos doces e salgados,<br />
a raiz é um ingrediente brasileiríssimo<br />
e nobre no contexto<br />
cultural e gastronômico do País.<br />
É dessa mandioca - nativa da<br />
Amazônia brasileira - que a cooperada<br />
Daiele Fernanda Sabec, da<br />
Unidade da Cocamar em Icaraíma,<br />
faz o pastel e a maionese que<br />
inscreveu no <strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong>.<br />
Filha única de Antônio e Fátima<br />
Sabec, ela conta que aprendeu a<br />
cozinhar com as duas avós, Léia<br />
e Lídia.<br />
Ingrediente não falta, porque o pai<br />
de Daiele produz mandioca o ano<br />
todo, há 14 anos. A receita com<br />
a qual participa do concurso ela<br />
aprendeu com dona Lídia e não<br />
é o único prato que gosta de fazer.<br />
Daiele diz apreciar a cozinha<br />
trivial. “Nasci na roça e gosto de<br />
cozinhar. Gosto de fazer arroz,<br />
feijão, todo tipo de carne”, completa.<br />
Detalhe: tudo com bastante<br />
tempero.
INGREDIENTES<br />
• 600 g de mandioca cozida<br />
• 2 colher (sopa) de<br />
óleo composto Suavit<br />
• 1 ovo<br />
• 3 xícaras (chá)<br />
de farinha de trigo<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Depois de cozida, escorra a água,<br />
amasse ou passe no processador<br />
de alimentos. Na mandioca, misture<br />
o azeite, o ovo, o sal e vá colocando<br />
a farinha até desgrudar da<br />
mão. Agora é só rechear. O recheio<br />
fica seu gosto porque qualquer um<br />
fica bom com essa massa. Depois<br />
de recheado, frite os pasteis em<br />
óleo bem quente e sirva. Dependendo<br />
do tamanho, rende até 20<br />
porções.<br />
MAIONESE<br />
• 2 pedaços de mandioca<br />
médios cozidos<br />
• 1 xícara (chá) de<br />
leite gelado<br />
• 1 xícara (chá) de óleo<br />
de canola Cocamar<br />
• suco de meio limão<br />
• sal a gosto<br />
PREPARO<br />
Coloque todos os ingredientes no<br />
liquidificador, exceto o limão. Bata<br />
por dois minutos ou até formar<br />
uma pasta homogênea.<br />
Verifique o sal e se for necessário<br />
acrescente um pouco mais.Retire<br />
do liquidificador e coloque em uma<br />
tigela. Inclua o suco de meio limão,<br />
misture bem e leve à geladeira por<br />
uma hora.<br />
Se quiser pode adicionar cheiro<br />
verde e alho. Sirva os dois juntos.<br />
96 - 97
Gerência de Cooperativismo<br />
acompanha o <strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong><br />
O gerente Nilton ao<br />
lado de Emily, Iara,<br />
João Sadao,<br />
Adriana, Danilo<br />
e Elisângela<br />
Entre várias outras atribuições, departamento é responsável pela<br />
organização e trabalhos relacionados aos núcleos femininos<br />
O Festival de Sabores <strong>Chefs</strong> do <strong>Campo</strong><br />
tem o acompanhamento direto, na<br />
Cocamar, da Gerência de Cooperativismo.<br />
Sob a gerência de Nilton César Martins,<br />
essa área compreende o trabalho<br />
de gestão do quadro social, projetos<br />
de relacionamento com o cooperado<br />
e seus familiares, além de capacitações<br />
e treinamentos.<br />
A equipe também é composta pelo<br />
coordenador de Cooperativismo, João<br />
Sadao Mohr Alves Tadano, a analista<br />
de Cooperativismo e responsável pelo<br />
núcleo feminino, Elisângela Pavinatti,<br />
a analista de Cooperativismo e Programa<br />
com Jovens, Iara Colauto, a<br />
analista de Cooperativismo e responsável<br />
pelo Cadastro, Adriana Barbosa<br />
Rigo, o estagiário Danilo de Oliveira<br />
Lomba e os jovens aprendizes Emily<br />
Moreira Popilarz e Matheus Saraiva<br />
Farias.<br />
No que corresponde aos projetos de<br />
relacionamento, a Gerência responde<br />
pela coordenação geral dos núcleos<br />
femininos compostos por 30 núcleos,<br />
com mais de 560 participantes.<br />
Em relação aos cooperados e familiares,<br />
há uma extensa agenda ao longo<br />
do ano, que inclui desde a realização<br />
de fóruns técnicos sobre temas específicos<br />
e participação em feiras e exposições,<br />
a ações especiais durante<br />
as edições da SafraTec.<br />
Os eventos realizados para os cooperados,<br />
como a Copa Cocamar,<br />
também são de responsabilidade da<br />
área. Além disso, a equipe também<br />
fica responsável pela organização das<br />
reuniões semestrais realizadas pela<br />
diretoria e as superintendências com<br />
os produtores, nas unidades.<br />
No campo do conhecimento, é atribuição<br />
do departamento a organização<br />
dos cursos de capacitação de<br />
conselheiros (promovidos em parceria<br />
com o Sescoop/PR) e também os<br />
cursos mantidos junto ao Senar/PR,<br />
voltados a capacitação de produtores<br />
e também do público jovem - como o<br />
que foi organizado neste ano com o<br />
tema Gestão Rural.<br />
O gerenciamento do Cadastro dos<br />
Cooperados e do banco de informações<br />
sobre o quadro associativo também<br />
faz parte dos trabalhos desenvolvidos<br />
pelo departamento.<br />
Dentre os projetos em andamento,<br />
está sendo desenvolvido em parceria<br />
com escritório de processos a elaboração<br />
da ferramenta CRM (Customer<br />
Relationship Management) que tem<br />
por objetivo organizar as informações<br />
do quadro de associados de modo<br />
que a Cooperativa possa melhorar o<br />
seu relacionamento, o nível de atendimento,<br />
e consequentemente, o volume<br />
dos negócios.
Grupo de jovens<br />
ao lado da<br />
caminhonete,<br />
em Floraí<br />
Produtoras e seus maridos com profissionais da Cocamar<br />
em Tuneiras do Oeste e Santa Cecília do Pavão<br />
Participantes de núcleos reunidas em Rolândia e Doutor Camargo<br />
O chef Eduardo Pinheiro,<br />
do Haddock, integrou o comitê<br />
que selecionou as finalistas<br />
96 98 - 97 99
Mulheres com<br />
agricultura no DNA<br />
Duas produtoras falam sobre sua experiência de sucesso no campo;<br />
presença feminina no agronegócio é cada vez mais importante<br />
A culinária é o tema dessa revista<br />
e as produtoras rurais demonstram,<br />
com as receitas, sua afinidade na<br />
elaboração de pratos saborosos e<br />
recheados de história. Mas as mulheres<br />
fortalecem cada vez mais a<br />
sua presença no agronegócio brasileiro.<br />
Muitas delas tornaram-se referências<br />
por suas iniciativas. Para<br />
trazer a voz do campo para a cidade,<br />
a Bayer, uma das principais parceiras<br />
da Cocamar, convidou duas produtoras<br />
rurais, que são suas clientes<br />
há anos. O objetivo, ministrarem<br />
palestras sobre a sua história, os<br />
desafios que enfrentam, a representatividade<br />
da mulher no setor e o papel<br />
da tecnologia na superação dos<br />
desafios diários das lavouras. Elas<br />
falaram a aproximadamente 150 colaboradores<br />
de todas as divisões de<br />
negócio da Bayer.<br />
Foram convidadas Elizana Baldissera<br />
Paranhos, que atua com a produção<br />
de soja, milho, trigo e feijão, na<br />
região de Capão Bonito (SP), e Fernanda<br />
Falcão, que lidera junto com<br />
sua família a empresa Sementes<br />
Falcão, focada na produção de trigo,<br />
soja, aveia branca e aveia preta,<br />
na região de Passo Fundo (RS) . Rafael<br />
Villarroel, diretor de Operações<br />
de Negócios da Bayer no Brasil, deu<br />
às boas-vindas às clientes e ressaltou<br />
o motivo da realização: “Com-<br />
preender as atividades dos nossos<br />
clientes é a razão de todo o trabalho<br />
que fazemos e ter a chance de<br />
tê-los aqui conosco é fundamental<br />
para que exercitemos cada vez mais<br />
esse olhar.”<br />
Elizana contou que foi criada em um<br />
ambiente rural e disse ter lembranças<br />
antigas do campo. Quando fala<br />
da agricultura, a paixão pelo ofício,<br />
que está no DNA da família, fica<br />
evidente. “Eu acredito que quando<br />
fazemos algo com amor, isso não<br />
se torna apenas um trabalho. Sou<br />
muito feliz e amo o que faço, amo<br />
ser brasileira e amo ser produtora<br />
rural”.
Informe Publicitário<br />
DESAFIOS - Sobre os desafios do<br />
agronegócio, Elizana, que fez mestrado<br />
no Japão, teve a oportunidade<br />
de visitar a agricultura em outros<br />
países como Estados Unidos, Índia e<br />
África do Sul e, não têm dúvidas do<br />
potencial agrícola brasileiro. Na safra<br />
2014/15 ganhou o desafio de máxima<br />
produtividade do CESB - região<br />
sudeste, com 122,99 sacos por hectare,<br />
quando a média nacional não ultrapassa<br />
os 50 sacos. Segundo a produtora,<br />
“o maior desafio é trabalhar os<br />
fatores que interferem no aumento da<br />
produtividade, solo corrigido, variedades<br />
adaptadas e um bom manejo<br />
fitossanitário são fundamentais para o<br />
sucesso da lavoura”, acrescenta.<br />
A produtora Fernanda Falcão também<br />
vem de uma família construída<br />
com uma relação direta com a agricultura<br />
e essa também é sua paixão.<br />
A produtora ressalta que isso se<br />
deve ao entendimento deles de que,<br />
para avançar no agronegócio, é preciso<br />
cultivar conhecimento. “A ideia<br />
de que o produtor é apenas aquele<br />
profissional de botina e chapéu, está<br />
ultrapassada. Somos pessoas antenadas,<br />
verdadeiros empresários<br />
agrícolas. Hoje, permanecer no agronegócio<br />
exige qualificação. Se antes<br />
se falava em cursar uma faculdade<br />
para não voltar ao campo, hoje, estar<br />
nas lavouras exige capacitação.”<br />
Assim como Elizana, a produtora<br />
defende a importância de ferramentas<br />
inovadoras e tecnológicas<br />
e do relacionamento próximo com<br />
companhias que ofereçam essas<br />
soluções para os produtores. Assim,<br />
eles podem tomar decisões<br />
de forma cada vez mais assertiva.<br />
“Procuramos empresas que caminhem<br />
ao nosso lado e se preocupem<br />
com as nossas necessidades.<br />
De nada adianta uma solução altamente<br />
eficiente se não há uma<br />
dedicação ao relacionamento”,<br />
conclui.<br />
A produtora<br />
Fernanda Falcão,<br />
de Passo Fundo (RS):<br />
cultivar conhecimento<br />
100 - 101
REVISTA<br />
Produzido pela Editora Flamma<br />
Av. Carneiro Leão, 135, 9º andar,<br />
Sala 902, CEP 87014-010,<br />
fone 44 3028-5005<br />
www.flammacom.com.br<br />
Editor Responsável:<br />
Rogério Recco<br />
Gestão de Negócios:<br />
Luiz Carlos Lyra (Casa de Ideias)<br />
Editoração: André Bacarin<br />
Fotografia: Luíza Recco<br />
Textos: Josi Costa e<br />
Rogério Recco<br />
Controles: Karine Evangelista<br />
e Mônica Ramos<br />
Agradecimentos à Cocamar:<br />
• Gerência de Cooperativismo<br />
e Novos Negócios:<br />
Nilton César Martins, João<br />
Sadao A. Tadano, Elisângela<br />
Pavinatti e Iara Colauto<br />
• Coordenação de Marketing:<br />
Cristiane Kondo, Denise<br />
Rosa da Silva e Sabrina<br />
Rozão Morello<br />
• Gerentes e facilitadoras<br />
de unidades envolvidas