fundamentos para o projeto de componentes de máquinas
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FUNDAMENTOS PARA O<br />
PROJETO DE COMPONENTES<br />
DE MÁQUINAS<br />
Prof. Dr. Perrin Smith Neto
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons<br />
Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação <strong>de</strong> Obras Derivadas 2.5<br />
Brasil. Para ver uma cópia <strong>de</strong>sta licença, visite<br />
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/br/ ou envie uma carta<br />
<strong>para</strong> Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco,<br />
California 94105, USA.
FUNDAMENTOS PARA O PROJETO DE COMPONENTES DE<br />
MÁQUINAS<br />
Prof. Dr. Perrin Smith Neto<br />
Departamento <strong>de</strong> Engenharia Mecânica<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia Mecânica<br />
Instituto Politécnico da Universida<strong>de</strong> Católica<br />
Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
PREFÁCIO DA 1 A EDIÇÃO<br />
Durante mais <strong>de</strong> 30 anos temos tido contato com os alunos do curso <strong>de</strong> engenharia<br />
mecânica <strong>de</strong> diferentes Universida<strong>de</strong>s Brasileiras como Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas<br />
Gerais, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Pontifícia<br />
Universida<strong>de</strong> Católica do Rio <strong>de</strong> Janeiro, do Paraná e <strong>de</strong> Minas Gerais. Atualmente estamos<br />
lecionando a disciplina Elementos <strong>de</strong> Máquinas <strong>para</strong> o curso <strong>de</strong> Engenharia Mecânica e<br />
Mecatrônica da PUC-Minas. Todos os alunos se queixam da falta <strong>de</strong> um bom livro texto<br />
nesta área em português. Também sentem dificulda<strong>de</strong>s entre a ligação da teoria que<br />
apren<strong>de</strong>m na Universida<strong>de</strong> e a prática profissional. O impacto que a disciplina Elementos<br />
<strong>de</strong> Máquinas causa é muito gran<strong>de</strong>, e, inúmeras vezes, vemos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar um<br />
gran<strong>de</strong> esforço <strong>para</strong> que a impressão <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> na disciplina não marque<br />
irremediavelmente o aluno que se inicia na matéria. Para o dimensionamento dos<br />
elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, que é uma aplicação contínua das teorias estudadas em<br />
Resistência dos Materiais, Mecânica dos Sólidos, Comportamento Mecânico dos Materiais,<br />
Mecânica Racional, sentem-se os alunos perdidos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um campo imenso <strong>de</strong><br />
possibilida<strong>de</strong>s, obrigados a tomar <strong>de</strong>cisões, e a <strong>de</strong>finir um campo imenso <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s,<br />
uma situação particular, sem que se sintam com pleno domínio daquelas teorias. O clamor<br />
é geral, e por isso, marca realmente o ponto: falta <strong>para</strong> os estudantes <strong>de</strong> engenharia<br />
mecânica, a parte prática neste campo <strong>de</strong> engenharia. Alguns tópicos, por <strong>de</strong>ficiência dos<br />
programas, são tratados superficialmente sem uma objetivida<strong>de</strong> necessária, como a Fadiga<br />
e a Concentração <strong>de</strong> tensões. Dentro da técnica mo<strong>de</strong>rna é impossível diminuir a<br />
importância <strong>de</strong>stes assuntos. São básicos, essenciais. O dimensionamento <strong>de</strong> uma peça <strong>de</strong>
máquina exige em profundida<strong>de</strong> aquilo que foi dado superficialmente na sala <strong>de</strong> aula. E fica<br />
então o aluno, com aquele sentimento <strong>de</strong> frustração a que se referiu no inicio.<br />
Incentivados por nossos ex-alunos e colegas das Universida<strong>de</strong>s, com o intuito <strong>de</strong><br />
melhor prepará-los <strong>para</strong> aplicações reais, estamos apresentando o resultado do trabalho<br />
que <strong>de</strong>nominamos Fundamentos <strong>para</strong> o Projeto <strong>de</strong> Componentes <strong>de</strong> Máquinas. Neste livro<br />
preten<strong>de</strong>mos enfocar na primeira parte os <strong>fundamentos</strong> do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia mecânica,<br />
características mecânicas dos materiais, dimensionamento estático e dinâmico incluindo<br />
conceitos <strong>de</strong> fadiga e concentração <strong>de</strong> tensões. Na parte <strong>de</strong> aplicações nos <strong>de</strong>teremos na<br />
análise <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união, soldagem, molas, lubrificação e mancais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento,<br />
mancais <strong>de</strong> rolamentos, engrenagens cilíndricas, eixos e árvores <strong>de</strong> transmissão, freios e<br />
embreagens e elementos flexíveis <strong>de</strong> transmissão como correias, correntes e cabos <strong>de</strong> aço.<br />
Durante estes anos <strong>de</strong> ensino superior, pu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>senvolver junto com os alunos,<br />
vários exercícios com utilização <strong>de</strong> softwares utilizando linguagens conhecidas dos alunos<br />
tipo C++, Fortran, Pascal, etc. Com isto preten<strong>de</strong>mos neste volume apresentar não somente<br />
um resumo da teoria, mas também alguns exercícios sob a forma <strong>de</strong> aplicativos,<br />
<strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> utilização dos conceitos adquiridos no conteúdo da disciplina. Durante<br />
vários anos ministrando a disciplina Elementos <strong>de</strong> Máquinas, <strong>de</strong>senvolvemos, orientando os<br />
alunos, os seguintes softwares:<br />
• Vigas-Diagramas <strong>de</strong> momentos fletores, diagramas <strong>de</strong> cargas cisalhantes.<br />
• Resistência dos Materiais-cálculo <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> polar <strong>de</strong> inércia, centros <strong>de</strong><br />
gravida<strong>de</strong> <strong>para</strong> várias seções.<br />
• Círculo <strong>de</strong> Mohr - <strong>de</strong>terminação numérica e gráfica no estado plano e tridimensional<br />
das tensões máximas normais e cisalhantes, conhecidas as tensões atuantes.<br />
• Calculo da resistência à fadiga <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> em função do tamanho,<br />
acabamento, temperatura, concentração <strong>de</strong> tensões.<br />
• Cálculo do dimensionamento <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência, <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união em<br />
vasos <strong>de</strong> pressão.<br />
• Cálculo do dimensionamento do filete <strong>de</strong> solda <strong>para</strong> cargas <strong>de</strong> flexão ou torção.<br />
• Dimensionamento <strong>de</strong> eixos e árvores <strong>para</strong> carregamento estático e dinâmico.<br />
• Dimensionamento <strong>de</strong> mancais hidrodinâmicos.<br />
• Dimensionamento <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas retas e helicoidais.<br />
• Seleção <strong>de</strong> Correias planas e trapezoidais utilizando catálogos <strong>de</strong> fabricantes.<br />
• Seleção <strong>de</strong> correntes e cabos <strong>de</strong> aço.<br />
O objetivo <strong>de</strong> acrescentar estes programas é <strong>de</strong> facilitar ao leitor uma visualização dos<br />
conceitos <strong>de</strong> forma mais prática e mo<strong>de</strong>rna. Portanto, a idéia do livro é a <strong>de</strong> um documento
eletrônico <strong>para</strong> uma análise computacional dos <strong>projeto</strong>s a serem <strong>de</strong>senvolvidos durante o<br />
aprendizado.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos aos nossos alunos e ex-alunos pelo incentivo que nos <strong>de</strong>ram e ainda<br />
nos dão, a eles <strong>de</strong>dicamos esta obra. Agra<strong>de</strong>cimentos em especial à Pontifícia<br />
Universida<strong>de</strong> Católica pelo privilégio <strong>de</strong> como professor titular na graduação e no mestrado<br />
<strong>de</strong> engenharia mecânica ter recebido todo o apoio necessário à realização <strong>de</strong>sta obra. As<br />
críticas e sugestões serão sempre bem aceitas, e <strong>de</strong> antemão, as agra<strong>de</strong>cemos. Também<br />
não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer ao apoio recebido das Coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> Engenharia<br />
Mecânica e Mecatrônica e principalmente do Mestrado <strong>de</strong> Engenharia Mecânica da<br />
Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais. Gostaria <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r receber <strong>de</strong> toda a<br />
comunida<strong>de</strong> acadêmica <strong>de</strong> engenharia , sugestões e críticas <strong>para</strong> aperfeiçoamento e<br />
melhoria <strong>de</strong>sta primeira edição. Solo Dei Gloria.<br />
Prof. Dr.Perrin Smith Neto<br />
Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
Belo Horizonte, Fevereiro <strong>de</strong> 2005
Índice<br />
CAPÍTULO 01 - INTRODUÇÃO _____________________________________ 01<br />
1.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 01<br />
1.2 PROJETO CONCEITO - CADEIRA DE RODAS DE FIBRA DE CARBONO __________ 02<br />
1.2.1 - CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO _______________________________ 04<br />
1.2.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DE UMA CADEIRA DE RODAS DE LAZER _______ 05<br />
1.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA _____________________________ 08<br />
1.4 - FATOR DE SEGURANÇA ____________________________________________ 09<br />
1.5 - ESCOLHENDO UM FATOR DE SEGURANÇA ____________________________ 09<br />
1.6 - CONSIDERAÇÕES ECOLÓGICAS _____________________________________ 13<br />
1.7 - CONSIDERAÇÕES SOCIAIS __________________________________________ 14<br />
1.8 - METODOLOGIA P/ RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE<br />
COMPONENTES MECÂNICOS ____________________________________________ 15<br />
1.9 - UNIDADES ________________________________________________________ 16<br />
1.10 - COMENTÁRIOS SOBRE OS PROGRAMAS COMPUTACIONAIS ____________ 18<br />
1.11 - CONFIABILIDADE DO PROJETO MECÂNICO ___________________________ 18<br />
1.12 - FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA CONFIABILIDADE ESTRUTURAL _______ 22<br />
CAPÍTULO 02 - ANÁLISE DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES ______________ 24<br />
2.1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 24<br />
2.2 - TENSÃO __________________________________________________________ 24<br />
2.3 - TENSÕES EM MEMBROS COM CARREGAMENTO AXIAL _________________ 27<br />
2.3.1 - CARGA AXIAL __________________________________________________________ 27<br />
2.3.2 - CARGA AXIAL - TENSÃO DE APOIO ________________________________________ 27<br />
2.3.3 - TENSÃO MÉDIA DE CISALHAMENTO _______________________________________ 28<br />
2.4 - TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO ______________________________________ 29<br />
2.4.1 - EQUAÇÕES PARA TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO PLANA _____________________ 29<br />
2.4.2 - CÍRCULO DE MOHR ______________________________________________________ 30<br />
2.4.3 - CONSTRUÇÃO DO CÍRCULO DE MOHR PARA TENSÕES _______________________ 32<br />
2.4.4 - TENSÕES PRINCIPAIS PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES __________________ 34<br />
2.4.5 - CÍRCULO DE MOHR PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES ____________________ 35<br />
2.5 – ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO _________________________________________ 36<br />
2.6 - LEIS DE TENSÃO - DEFORMAÇÃO LINEAR E<br />
ENERGIA DE DEFORMAÇÃO ____________________________________________ 37<br />
2.6.1 - COEFICIENTE DE POISSON PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS ___________________ 37<br />
2.6.2 - LEI DE HOOKE PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS<br />
(ESTADO TRIAXIAL DE TENSÕES) _______________________________________________ 38<br />
2.7 - EXTENSOMETRIA __________________________________________________ 39<br />
2.7.1 - EXTENSÔMETRO ELÉTRICO (STRAIN-GAUGE) _______________________________ 40<br />
2.7.2 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO E USO ____________________________________ 42<br />
2.7.3 - TIPOS DE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS (STRAIN-GAUGES) __________________ 43<br />
2.8 - RELAÇÕES TENSÃO - DEFORMAÇÃO _________________________________ 45<br />
2.9 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS _______________________________ 45<br />
2.9.1 - INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 45<br />
2.9.2 – SÍNTESE HISTÓRICA ____________________________________________________ 46<br />
2.9.3 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS _____________________________________ 48<br />
2.9.4 - EQUAÇÕES BÁSICAS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ________________ 50<br />
2.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS _________________________________________ 51<br />
2.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 61<br />
CAPÍTULO 03 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DOS<br />
MATERIAIS -CARREGAMENTO ESTÁTICO ___________________________ 63<br />
3.1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 63<br />
3.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS _____________________________________ 64<br />
3.3 - TEORIAS DE FALHAS COM CARREGAMENTO ESTÁTICO _________________ 73<br />
3.3.1 - FALHA DE MATERIAIS DÚCTEIS SOB CARGA ESTÁTICA _______________________ 74<br />
i
3.3.2 - EXERCÍCIO RESOLVIDO _________________________________________________ 79<br />
3.3.3 - FALHA DE MATERIAIS FRÁGEIS SOB CARGA ESTÁTICA ______________________ 80<br />
3.4 - SELEÇÃO DE MATERIAIS ___________________________________________ 83<br />
3.4.1 - MATERIAIS METÁLICOS _________________________________________________ 84<br />
3.4.2 - MATERIAIS CERÂMICOS _________________________________________________ 87<br />
3.4.3 - MATERIAIS POLIMÉRICOS _________________________________________ 88<br />
3.5 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS __________________________________________ 91<br />
CAPÍTULO 04 - CARREGAMENTO DINÂMICO - FADIGA E<br />
CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES ____________________________________ 103<br />
4.1 - INTRODUÇÃO ______________________________________________________ 103<br />
4.2 - TESTE DE FADIGA __________________________________________________ 104<br />
4.3 - DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA _________________ 105<br />
4.3.1 - FATORES MODIFICATIVOS ________________________________________________ 107<br />
4.4 - LIMITE DE RESISTÊNCIA PARA VIDA FINITA ____________________________ 111<br />
4.5 - FADIGA SOB TENSÕES FLUTUANTES _________________________________ 112<br />
4.6 - FADIGA SOB TENSÕES COMBINADAS _________________________________ 115<br />
4.7 - FADIGA DE CONTATO SUPERFICIAL __________________________________ 116<br />
4.8 - GRÁFICOS P/ DETERMINAÇÃO DO FATOR DE<br />
CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES KT _______________________________________ 117<br />
4.9 - PREVISÃO DE FADIGA COM CARGAS<br />
VARIANDO RANDOMICAMENTE __________________________________________ 119<br />
4.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS _________________________________________ 120<br />
4.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 125<br />
CAPÍTULO 05 - EIXOS E ARVORES DE TRANSMISSÃO _________________ 129<br />
5.1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 129<br />
5.2 - MATERIAIS PARA EIXOS E ÁRVORES _________________________________ 129<br />
5.3 - CARREGAMENTO ESTÁTICO ________________________________________ 131<br />
5.3.1 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO,<br />
TORÇÃO E ESFORÇO AXIAL ____________________________________________________ 132<br />
5.3.2 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À<br />
FLEXÃO E TORÇÃO __________________________________________________________ 133<br />
5.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CARREGAMENTO<br />
ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E TORÇÃO ________________________________ 134<br />
5.5 - DIMENSIONANDO EIXOS PELA NORMA ASME _________________________ 135<br />
5.6 - EIXOS E ÁRVORES SUJEITOS À FADIGA ______________________________ 137<br />
5.6.1 - CRITÉRIO DE FADIGA – GOODMAN ________________________________________ 137<br />
5.6.2 – CRITÉRIO DE FADIGA - SODERBERG ______________________________________ 138<br />
5.7 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CRITÉRIO DE<br />
FADIGA POR SODERBERG ______________________________________________ 139<br />
5.8 – CHAVETAS / PINOS ________________________________________________ 144<br />
5.9 - UNIÃO DE EIXOS COM CUBOS ______________________________________ 145<br />
5.10 - DIMENSIONAMENTO DE CHAVETAS _________________________________ 146<br />
5.11 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – CHAVETAS ____________________________ 147<br />
5.12 - VIBRAÇÃO DE EIXOS ______________________________________________ 149<br />
5.13 - FREQÜÊNCIA NATURAL E VELOCIDADE CRÍTICA ______________________ 151<br />
5.14 - FREQÜÊNCIA NATURAL DE EIXOS COM<br />
DIVERSAS MASSAS ___________________________________________________ 152<br />
5.15 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VIBRAÇÕES EM EIXOS ___________________ 155<br />
5.16 - EIXOS ESCALONADOS ____________________________________________ 158<br />
5.17 - VELOCIDADES CRÍTICAS DE ORDEM SUPERIOR ______________________ 161<br />
5.18 - EIXOS ESCALONADOS ____________________________________________ 163<br />
5.19 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS ____________ 164<br />
CAPÍTULO 06 - LUBRIFICAÇÃO E MANCAIS DE<br />
DESLIZAMENTO ________________________________________________ 168<br />
ii
6.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 168<br />
6.2 - LUBRIFICANTES. _________________________________________________ 168<br />
6.3 - VISCOSIDADE ____________________________________________________ 169<br />
6.4 - CLASSIFICAÇÃO DOS MANCAIS. ____________________________________ 170<br />
6.5 - LUBRIFICAÇÃO ELASTODINÂMICA __________________________________ 172<br />
6.6 - TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO __________________________________________ 173<br />
6.7 - LUBRIFICAÇÃO ESTÁVEL E INSTÁVEL _______________________________ 173<br />
6.8 - MECANISMOS DA LUBRIFICAÇÃO. __________________________________ 174<br />
6.9 - LUBRIFICAÇÃO COM FILME ESPESSO OU DE ATRITO FLUIDO __________ 175<br />
6.10 - SUPERFÍCIES DOS MANCAIS. _____________________________________ 178<br />
6.11 - INTRODUÇÃO AO PROJETO ______________________________________ 179<br />
6.12 - LEIS DE NEWTON DE ESCOAMENTO VISCOSO ______________________ 180<br />
6.13 - LEI DE PETROFF ________________________________________________ 181<br />
6.14 - HIPÓTESES _____________________________________________________ 182<br />
6.15 - RELAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UM MANCAL COM FOLGA. _____________ 183<br />
6.16 - GRUPAMENTO DE VARIÁVEIS _____________________________________ 184<br />
6.17 - MANCAL IDEAL. _________________________________________________ 186<br />
6.18 - ESPESSURA MÍNIMA PERMISSÍVEL DO FILME DE ÓLEO. ______________ 187<br />
6.19 - CÁLCULO DE MANCAIS PARA REGIME DE ATRITO FLUIDO. ____________ 187<br />
6.20 - PRINCIPIOS HIDRODINÂMICOS ____________________________________ 188<br />
6.21 - PROCEDIMENTO DE PROJETO ____________________________________ 188<br />
6.22 - APLICAÇÃO ____________________________________________________ 189<br />
6.23 - MANCAIS ÓTIMOS. _______________________________________________ 190<br />
6.24 - TAXA DE FOLGA. ________________________________________________ 191<br />
6.25 - RELAÇÃO ENTRE O COMPRIMENTO E O DIÂMETRO. _________________ 191<br />
6.26 - CONSIDERAÇÕES SOBRE DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES<br />
EM UM MANCAL E PERDA DEVIDA AO ATRITO ___________________________ 192<br />
6.27 - FLUXO DE LUBRIFICANTE ATRAVÉS DE UM MANCAL. _________________ 194<br />
6.28 - CALOR LEVADO PELO ÓLEO. ______________________________________ 195<br />
6.29 - DISSIPAÇÃO DE CALOR DO MANCAL. _______________________________ 196<br />
6.30 - MATERIAIS USADOS NOS MANCAIS. ________________________________ 199<br />
6.31 - CONSTRUÇÃO DOS MANCAIS. _____________________________________ 200<br />
6.32 - MANCAIS DE ESCORA. ____________________________________________ 200<br />
6.33 - EXERCÍCIO RESOLVIDO ___________________________________________ 208<br />
CAPÍTULO 07 - MANCAIS DE ROLAMENTOS __________________________ 210<br />
7.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 211<br />
7.2 - DIMENSIONAMENTO ______________________________________________ 211<br />
7.3 - ROLAMENTOS SOLICITADOS ESTATICAMENTE _______________________ 211<br />
7.4 - ROLAMENTOS SOLICITADOS DINAMICAMENTE _______________________ 213<br />
7.5 - CARGA E ROTAÇÃO VARIÁVEIS ____________________________________ 215<br />
7.6 - CARGA MÍNIMA DOS ROLAMENTOS _________________________________ 216<br />
7.6.1 - OBSERVAÇÕES ________________________________________________________ 217<br />
7.6.2 - DURAÇÃO ATINGÍVEL - MODIFICADA DA VIDA ______________________________ 217<br />
7.6.3 - DURAÇÃO DA VIDA ATINGÍVEL ___________________________________________ 218<br />
7.6.4 - FATOR A23 ____________________________________________________________ 218<br />
7.6.5 - RELAÇÃO DE VISCOSIDADE K ____________________________________________ 219<br />
7.6.6 - VALOR BÁSICO A23II ____________________________________________________ 221<br />
7.6.7 - FATOR DE LIMPEZA S ___________________________________________________ 224<br />
7.6.8 - GRANDEZA DETERMINANTE V PARA A AVALIAÇÃO DA LIMPEZA ______________ 225<br />
7.6.9 - VALORES PARA A GRANDEZA DETERMINANTE DE CONTAMINAÇÃO V _________ 227<br />
7.6.10 - LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO _____________________________________________ 229<br />
7.7 - PROCESSO DE SELEÇÃO DE ROLAMENTOS __________________________ 230<br />
7.8 - TIPOS DE ROLAMENTOS ___________________________________________ 233<br />
7.8.1 - ROLAMENTOS RÍGIDOS DE ESFERAS - ROLAMENTOS FAG FIXOS DE ESFERA __ 233<br />
7.8.2 - ROLAMENTOS DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR ________________________ 235<br />
iii
7.8.3 - ROLAMENTOS DE AGULHAS _____________________________________________ 239<br />
7.8.4 - ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS ______________________________________ 239<br />
7.8.5 - ROLAMENTOS AXIAIS ___________________________________________________ 240<br />
7.9 – EXEMPLO RESOLVIDOS ___________________________________________ 241<br />
7.10 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS ________________________________________ 248<br />
CAPÍTULO 08 - PROJETO DE PARAFUSOS __________________________ 250<br />
8.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 250<br />
8.2 - PARAFUSOS DE POTÊNCIA _________________________________________ 263<br />
8.3 - PARAFUSOS DE UNIÃO - COMPRIMENTO DA PARTE ROSCADA __________ 266<br />
8.3.1 - CONSTANTE DE RIGIDEZ DOS PARAFUSOS ________________________________ 267<br />
8.3.2 - RIGIDEZ DAS PEÇAS OU MEMBROS EM COMPRESSÃO ______________________ 268<br />
8.3.3 - RESISTÊNCIA DO PARAFUSO ____________________________________________ 269<br />
8.3.4 - EXIGÊNCIAS DO TORQUE ________________________________________________ 271<br />
8.3.5 - PRÉ-CARGA DO PARAFUSO - CARREGAMENTO ESTÁTICO ____________________ 271<br />
8.3.6 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ________________________________________________ 274<br />
8.3.7 - CARGA DE FADIGA _____________________________________________________ 277<br />
8.4 - CISALHAMENTO DE PARAFUSOS E REBITES A CARGA EXCÊNTRICA _____ 279<br />
8.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 282<br />
CAPÍTULO 09 - PROJETO DE SOLDAS ______________________________ 285<br />
9.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 285<br />
9.2 – TIPOS COMUNS DE JUNTAS SOLDADAS _____________________________ 285<br />
9.3 - CÁLCULO DAS TENSÕES – SOLDAS CARREGADAS CENTRALMENTE _____ 293<br />
9.4 - SOLDAS EM ÂNGULO – CARGA EXCÊNTRICA _________________________ 294<br />
9.5 – TORÇÃO NAS JUNTAS SOLDADAS __________________________________ 298<br />
9.6 - CARREGAMENTO DINÂMICO _______________________________________ 299<br />
9.7 – FLEXÃO EM JUNTAS SOLDADAS ____________________________________ 300<br />
9.8 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 302<br />
CAPÍTULO 10 - TIPOS DE ENGRENAGENS E RELAÇÕES CINEMÁTICAS __ 307<br />
10.1 - INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 307<br />
10.2 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS ____________________ 308<br />
10.2.1 - DEFINIÇÕES __________________________________________________________ 308<br />
10.2.2 – RAZÃO DE VELOCIDADES ______________________________________________ 310<br />
10.2.3 - O MÓDULO ___________________________________________________________ 310<br />
10.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS __________________________ 311<br />
10.3.1 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES ____________________________________________ 312<br />
10.3.2 - PASSO NORMAL E PASSO FRONTAL - MÓDULOS ___________________________ 314<br />
10.3.3 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES ___________________________________________ 315<br />
10.3.4 - ÂNGULO DE PRESSÃO _________________________________________________ 316<br />
10.3.5 - LARGURA DE ENGRENAGEM ____________________________________________ 317<br />
10.3.6 - RELAÇÕES ENTRE AS FORÇAS __________________________________________ 317<br />
10.3.7 - COMPRIMENTO DOS DENTES EM CONTATO SIMULTANEAMENTE _____________ 317<br />
10.4 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS ________________________ 320<br />
10.4.1 - CONES DE ATRITO - DEFINIÇÕES ________________________________________ 320<br />
10.4.2 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES ____________________________________________ 322<br />
10.4.3 - ENGRENAGEM VIRTUAL ________________________________________________ 322<br />
10.4.4 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES - EVITANDO INTERFERÊNCIA _________________ 323<br />
10.4.5 - RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO ____________________________________________ 324<br />
10.4.6 - MÓDULO EFETIVO - MÓDULO MÉDIO _____________________________________ 324<br />
10.4.7 - COMPRIMENTO DO DENTE _____________________________________________ 325<br />
10.4.8 - FORÇAS ATUANTES NAS CÔNICAS _______________________________________ 325<br />
10.5 - PARAFUSO SEM-FIM/COROA _______________________________________ 327<br />
10.5.1 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 327<br />
10.5.2 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS __________________________________________ 328<br />
10.5.3 - ALGUNS DADOS EMPÍRICOS ____________________________________________ 330<br />
10.5.4 - MATERIAIS ____________________________________________________________ 331<br />
10.5.5 - DIÂMETROS E DISTÂNCIA ENTRE CENTROS _______________________________ 331<br />
iv
10.6 - TREM DE ENGRENAGENS _________________________________________ 333<br />
10.6.1 - TREM DE ENGRENAGENS SIMPLES ______________________________________ 333<br />
10.6.2 - TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTOS __________________________________ 334<br />
10.6.3 - TREM DE ENGRENAGENS PLANETÁRIAS _________________________________ 335<br />
10.7 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS ________________________________________ 337<br />
CAPÍTULO 11 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS ______________ 339<br />
11.1 - INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 339<br />
11.1.1 - MATERIAIS PARA ENGRENAGENS _______________________________________ 339<br />
11.2 - DESGASTE SUPERFICIAL DOS DENTES _____________________________ 341<br />
11.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS RETAS ______________________________ 343<br />
11.3.1 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 343<br />
11.3.2 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA _________________________________ 344<br />
11.3.3 - CASOS ESPECIAIS ____________________________________________________ 347<br />
11.3.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS _____________________________________________ 349<br />
11.3.5 -VERIFICAÇÃO DO DESGASTE ____________________________________________ 353<br />
11.3.6 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS _____________________ 358<br />
11.4 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS __________________________ 361<br />
11.4.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA __________________________________ 361<br />
11.4.2 - VERIFICAÇÃO DO DESGASTE ____________________________________________ 362<br />
11.4.3 – EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS _________ 362<br />
11.5 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS ________________________ 365<br />
11.5.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA __________________________________ 365<br />
11.5.2 - ROTEIRO DE CÁLCULO (ESQUEMA) ______________________________________ 366<br />
11.5.3 - EXERCÍCIO RESOLVIDO ________________________________________________ 366<br />
11.6 - PARAFUSO SEM FIM E COROA _____________________________________ 369<br />
11.6.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA __________________________________ 369<br />
11.6.2 - DIMENSIONAMENTO PELO DESGASTE ____________________________________ 370<br />
11.6.3 - VERIFICAÇÃO DISSIPAÇÃO DE CALOR ____________________________________ 371<br />
11.6.4 - RENDIMENTO DOS PARAFUSOS SEM-FIM _________________________________ 372<br />
11.6.5 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - SEM FIM E COROA _______________________________ 374<br />
11.7 - DIMENSIONAMENTO PELA NORMA AGMA ___________________________ 377<br />
11.7.1 - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS _________________________________ 377<br />
11.7.2 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS ________ 379<br />
11.7.3 - DURABILIDADE SUPERFICIAL ___________________________________________ 384<br />
11.8 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - DURABILIDADE SUPERFICIAL ____________ 387<br />
11.9 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 390<br />
CAPÍTULO 12 – PROJETO DE FREIOS E EMBREAGENS ________________ 392<br />
12.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 392<br />
12.2 - MATERIAIS DE FRICÇÃO __________________________________________ 392<br />
12.3 - CONCEITOS GERAIS DE ATRITO ____________________________________ 393<br />
12.4 - CONSIDERAÇÕES SOBRE FREIOS EM VEÍCULOS _____________________ 395<br />
12.5 - FREIO A TAMBOR ________________________________________________ 396<br />
12.6 - FREIO A DISCO __________________________________________________ 401<br />
12.8 - FREIO ABS ______________________________________________________ 406<br />
12.9 - CONSIDERAÇÕES SOBRE PRESSÃO E DESGASTE ____________________ 408<br />
12.10 - CONSIDERAÇÕES SOBRE ENERGIA ________________________________ 410<br />
12.11 - CONSIDERAÇÕES SOBRE TEMPERATURA NO FREIO _________________ 412<br />
12.12 - ACIONAMENTO DE FREIOS _______________________________________ 413<br />
12.13 - OPERAÇÃO A VÁCUO SUSPENSO __________________________________ 413<br />
12.14 - OPERAÇÃO DE AR SUSPENSO ____________________________________ 414<br />
12.15 - OPERAÇÃO DA BOMBA HIDRÁULICA _______________________________ 414<br />
12.16 - OPERAÇÃO ELETRO-HIDRÁULICO _________________________________ 414<br />
CAPÍTULO 13 – PROGRAMAS COMPUTACIONAIS _____________________ 415<br />
13.1 - CIRCULO DE MOHR _______________________________________________ 415<br />
13.2 - VIGAS __________________________________________________________ 415<br />
v
13.3 - FADIGA PARA PEÇAS SEÇÕES CIRCULARES OU RETANGULARES _______ 416<br />
13.4 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS ____________ 417<br />
13.5 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS ____________ 418<br />
13.6 – DIMENSIONAMENTO DE PARAFUSOS DE UNIÃO ______________________ 420<br />
13.7 - PARAFUSO DE POTÊNCIA _________________________________________ 421<br />
13.8 – FLEXÃO E TORÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS __________________________ 421<br />
13.9 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS UTILIZANDO A NORMA AGMA ___ 422<br />
13.10 - MANCAIS HIDRODINÂMICOS _______________________________________ 425<br />
13.11 - MANCAIS UTILIZANDO O CATÁLOGO DA SKF ________________________ 425<br />
13.12 – MANCAIS DE DESLIZAMENTO _____________________________________ 426<br />
13.13 – ROLAMENTOS COM UMA NOVA TEORIA DE VIDA ____________________ 427<br />
13.14 – ROLAMENTOS DE ESFERA PARA UMA CARGA DINÂMICA _____________ 428<br />
13.15 – SELEÇÃO DE ROLAMENTOS DE ESFERA ____________________________ 428<br />
13.16 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS COM MOMENTO TORSOR E FLETOR ____ 429<br />
13.17 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS ____________________________________ 430<br />
APÊNDICE _____________________________________________________ 432<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 445<br />
vi
CAPITULO 01 - INTRODUÇÃO<br />
1.1 - INTRODUÇÃO<br />
A essência da engenharia é a utilização dos recursos e leis da natureza <strong>para</strong> beneficiar<br />
a humanida<strong>de</strong>. Projetar uma residência com todos os <strong>de</strong>talhes é um exemplo <strong>de</strong>sta utilização. A<br />
Engenharia é uma ciência aplicada, no sentido que está relacionada com entendimento <strong>de</strong><br />
princípios científicos e sua aplicação <strong>para</strong> obtenção do alvo <strong>de</strong>sejado.<br />
O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia mecânica é um segmento maior da engenharia: ele se relaciona<br />
com o conceito, <strong>projeto</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento, refinamento e aplicação <strong>de</strong> maquinas e elementos <strong>de</strong><br />
<strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> todos os tipos.<br />
Para muitos estudantes <strong>de</strong> engenharia a disciplina Elementos <strong>de</strong> Máquinas é a sua<br />
primeira disciplina profissionalizante, distinguindo-se das disciplinas básicas <strong>de</strong> ciência e<br />
matemática. As disciplinas profissionalizantes se relacionam com a obtenção <strong>de</strong> soluções <strong>para</strong><br />
problemas práticos. Estas soluções <strong>de</strong>vem refletir um entendimento das ciências mecânicas,<br />
mas somente o seu entendimento não é suficiente; conhecimento empírico e bom senso estão<br />
também envolvidos. Por exemplo, os cientistas não enten<strong>de</strong>m a eletricida<strong>de</strong> completamente,<br />
mas isto não impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem equipamentos e sistemas elétricos bastante úteis e<br />
práticos. De maneira análoga, os cientistas não enten<strong>de</strong>m completamente os processos <strong>de</strong><br />
combustão ou fadiga <strong>de</strong> metal, mas os engenheiros mecânicos e industriais utilizam o<br />
conhecimento disponível <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolverem <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> combustão bastante úteis e<br />
necessárias. Quanto maiores conhecimentos científicos estejam disponíveis, os engenheiros<br />
são capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver melhores soluções <strong>para</strong> os problemas práticos.<br />
Devido à natureza profissional do assunto, a maioria dos problemas elementos <strong>de</strong><br />
<strong>máquinas</strong> não apresentam uma correta e única solução. Existe um número gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções<br />
trabalháveis, nenhuma das quais po<strong>de</strong>riam ser chamadas <strong>de</strong> incorretas. Mas <strong>de</strong>ntre as<br />
soluções corretas, algumas são obviamente melhores do que as outras porque elas refletem,<br />
por exemplo, um conhecimento mais sofisticado da tecnologia, a conceito <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> básico<br />
mais engenhoso, uma utilização da tecnologia <strong>de</strong> produção mais econômica e efetiva, uma<br />
aparência mais estética.<br />
Este livro se relaciona primariamente com o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> específicos <strong>de</strong><br />
<strong>máquinas</strong> ou sistemas mecânicos. Competência nesta área é básica <strong>para</strong> as consi<strong>de</strong>rações e<br />
sínteses <strong>de</strong> maquinas completas e sistemas nas disciplinas subseqüentes como Projeto <strong>de</strong><br />
Máquinas, Máquinas <strong>de</strong> Elevação e Transportes, Projeto <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Curso, Máquinas<br />
Hidráulicas, Sistemas Mecânicos, <strong>de</strong>ntre outras.Todo <strong>projeto</strong> inicia-se pequeno, com boa uma<br />
1
fundamentação. A primeira parte do livro se relaciona com os <strong>fundamentos</strong> envolvidos,<br />
conceitos <strong>de</strong> tensão e <strong>de</strong>formação, proprieda<strong>de</strong>s mecânicas dos materiais, análise estática e<br />
dinâmica <strong>de</strong> peças, fadiga, aplicando em <strong>para</strong>fusos, molas e freios. Estes <strong>componentes</strong> são<br />
largamente utilizados e <strong>de</strong> certa forma são bastante familiares aos estudantes.<br />
No planejamento <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> residências, as praças e locais <strong>de</strong> acesso<br />
como rodoviárias, ferroviárias, aeroportos, são fundamentais. Da mesma forma, a consi<strong>de</strong>rar<br />
uma máquina completa, o engenheiro invariavelmente <strong>de</strong>scobre que as condições e restrições<br />
dos vários <strong>componentes</strong> estão interrelacionados. O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma mola <strong>de</strong> válvula <strong>de</strong> um<br />
motor automotivo, por exemplo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do espaço disponível <strong>para</strong> a mola. Isto representará<br />
um compromisso com o espaço <strong>para</strong> as passagens refrigerantes, folgas <strong>para</strong> vários<br />
<strong>componentes</strong>, que irá adicionar uma nova dimensão <strong>para</strong> a imaginação e criativida<strong>de</strong><br />
necessária do engenheiro <strong>para</strong> obter um <strong>projeto</strong> ótimo <strong>de</strong> combinação dos elementos<br />
relacionados.<br />
Além das consi<strong>de</strong>rações fundamentais tecnológicas e econômicas do <strong>projeto</strong> no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos e sistemas, o mo<strong>de</strong>rno engenheiro <strong>de</strong>ve<br />
consi<strong>de</strong>rar a segurança, ecologia e acima <strong>de</strong> tudo a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
1.2 PROJETO CONCEITO - CADEIRA DE RODAS DE FIBRA DE CARBONO<br />
Esta proposta foi <strong>de</strong>senvolvida entre o autor e um aluno do curso <strong>de</strong> Mecatrônica da<br />
PUC-Minas. Visando o <strong>de</strong>senvolvimento e construção <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas fabricada em<br />
fibra <strong>de</strong> carbono e projetada com tecnologia <strong>de</strong> ponta em engenharia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
produto, na PUC Minas, figura 1. A motivação é <strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos fabricar, no Brasil, ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />
rodas esportivas mais eficientes <strong>para</strong> a prática <strong>de</strong> esportes e ca<strong>de</strong>iras motorizadas que<br />
consumam menos bateria. Ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas brasileiras no mesmo nível tecnológico das<br />
<strong>de</strong>senvolvidas na Europa e Estados Unidos, figuras 2 e 3.Po<strong>de</strong>ndo construir ca<strong>de</strong>iras mais<br />
“baratas” e acessíveis <strong>para</strong> os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />
Para mostrar a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse <strong>projeto</strong> é apresentado um exemplo prático <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e construção <strong>de</strong> uma bicicleta esportiva <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono. Foram utilizadas<br />
ferramentas digitais da concepção à fabricação final.<br />
2
Figura 1 - Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono conceito i<strong>de</strong>alizada na PUC-Minas.<br />
Figura 2 - Vista explodida da ca<strong>de</strong>ira conceito<br />
Após as pesquisas realizadas, constatou-se que a fabricação <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas<br />
esportiva, utilizando fibra <strong>de</strong> carbono na sua estrutura, a torna super leve e resistente.<br />
Com o uso dos melhores computadores e programas disponíveis na Engenharia Mecatrônica<br />
PUC Minas, foi i<strong>de</strong>alizada uma ca<strong>de</strong>ira escamoteável, High-Tech.<br />
Esta ca<strong>de</strong>ira conceito, além <strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar pelas suas qualida<strong>de</strong>s mecânicas, ela inova<br />
com seu estilo mo<strong>de</strong>rno e arrojado.Seu <strong>de</strong>sign foi concebido <strong>para</strong> que suas curvas façam a<br />
ca<strong>de</strong>ira parecer tão rápida quanto ela é, proporcionando prazer e atisfação às pessoas que a<br />
utilizarem, figura 3.<br />
Como “ca<strong>de</strong>ira conceito” sua função é mostrar tendências e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>projeto</strong>.Nos esboços 3D, vários <strong>de</strong>talhes como freios, encaixes e faixas não foram mostrados,<br />
<strong>para</strong> que se pu<strong>de</strong>sse focalizar a atenção apenas na geometria da ca<strong>de</strong>ira, figura 4.<br />
3
Figura 3 - Vista lateral da estrutura da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas. Figura 4 - Vista da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>smontada.<br />
Neste <strong>projeto</strong>, as três características principais são: leveza,<strong>de</strong>sign e resistência.<br />
LEVEZA: a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, <strong>para</strong> ser mais rápida e ágil precisa ter o mínimo <strong>de</strong> peso possível<br />
a fim <strong>de</strong> diminuir os atritos e inércias do movimento.<br />
DESIGN: sendo uma ca<strong>de</strong>ira esportiva suas curvas <strong>de</strong>vem invocar o sentimento <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>,<br />
mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, agilida<strong>de</strong> e liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento da pessoa que a utiliza.<br />
RESISTÊNCIA: usando a fibra <strong>de</strong> carbono na fabricação da estrutura, a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas será<br />
mais forte e mais resistente aos impactos e às condições ambientais adversas.<br />
1.2.1 - CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO<br />
Da concepção até à fabricação <strong>de</strong> um produto final é necessária a execução <strong>de</strong> várias<br />
etapas. Esse conjunto <strong>de</strong> etapas é <strong>de</strong>nominado Ciclo <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto, figura 5.<br />
É adotada toda uma metodologia científica <strong>para</strong> que o trabalho seja bem sucedido, do início ao<br />
fim, com o produto final testado e livre <strong>de</strong> eventuais falhas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.<br />
i<strong>de</strong>alização e esboços <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>talhados fabricação<br />
do<br />
pesquisa lista <strong>de</strong> materiais produto final<br />
estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> cálculos e testes<br />
Figura 5 - Fases do Ciclo <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto.<br />
Na Era da Informação,o computador vem sendo usado como uma ferramenta valiosa e<br />
indispensável <strong>para</strong> todas as áreas do conhecimento. Na engenharia, o computador realiza<br />
cálculos e simulações impossíveis <strong>de</strong> serem feitos por um engenheiro com uso <strong>de</strong> apenas um<br />
lápis e papel. Para os <strong>de</strong>senhistas e projetistas é mostrada na tela do computador, geometrias<br />
tridimensionais que po<strong>de</strong>m ser movimentadas e giradas em todas as direções criando a<br />
sensação <strong>de</strong> estarem manipulando um objeto virtual, figura 6. Na fabricação os computadores<br />
4
controlam as <strong>máquinas</strong>. Essas <strong>máquinas</strong> automatizadas realizam a fabricação das peças<br />
mecânicas com precisão e velocida<strong>de</strong> sem a intervenção do homem diminuindo assim erros e<br />
custos.<br />
Com toda essa informatização, o ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produto teve uma redução<br />
<strong>de</strong> custo e tempo, e um aumento significativo na qualida<strong>de</strong> final do produto.<br />
Figura 5 - Computador <strong>de</strong> ultima geração utilizado do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma moto <strong>de</strong> corrida.<br />
1.2.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DE UMA CADEIRA DE RODAS DE LAZER<br />
LEVEZA & RESISTÊNCIA<br />
LEVEZA<br />
A ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, <strong>para</strong> ser mais rápida e ágil precisa ter o mínimo <strong>de</strong> peso possível a fim <strong>de</strong><br />
diminuir os atritos e inércias do movimento<br />
RESISTÊNCIA<br />
Figura 6 - Vista lateral do quadro da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas.<br />
Após pesquisas realizadas, os autores constataram que a fabricação <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />
rodas esportiva, utilizando fibra <strong>de</strong> carbono na sua estrutura, a tornaria super leve e<br />
resistente,em com<strong>para</strong>ção ao aço e o alumínio. A fibra <strong>de</strong> carbono é utilizada na indústria<br />
esportiva <strong>para</strong> fabricação <strong>de</strong> raquetes <strong>de</strong> tênis e bicicletas .<br />
Na indústria aeroespacial <strong>para</strong> construção <strong>de</strong> foguetes e aviões.<br />
5
Para a prática <strong>de</strong> esportes,uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas precisa ter características especiais<br />
sofrendo alguns ajustes em sua configuração .Abaixo são listadas algumas recomendações:<br />
• A ajustagem do assento <strong>para</strong> baixo a fim <strong>de</strong> obter maior estabilida<strong>de</strong> , mais firmeza e<br />
um maior raio <strong>de</strong> roda disponível <strong>para</strong> impulsão. O encosto das costas precisa estar o<br />
mais próximo possível do corpo (aproximadamente perpendicular ao piso) <strong>para</strong> maior<br />
conforto e melhor resistência ao impacto.<br />
• A posição do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu corpo em relação aos eixos das rodas afeta a<br />
mobilida<strong>de</strong>.<br />
Os eixos das rodas e a ca<strong>de</strong>ira colocados mais a frente, proporcionará maior mobilida<strong>de</strong><br />
e giro mais rápido. Devem ser levadas em conta nestes ajustes as preferências e<br />
características pessoais <strong>de</strong> cada praticante.<br />
FAIXAS<br />
Para melhorar o equilíbrio e a mobilida<strong>de</strong>:<br />
• Faixas <strong>de</strong> tórax e cintura – <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> lesão estas faixas melhorarão o<br />
equilíbrio e aumentarão a confiança. Entretanto, as faixas <strong>de</strong> tórax interferem com a<br />
movimentação da ca<strong>de</strong>ira.<br />
• Faixas <strong>de</strong> pernas – uma faixa envolvendo as coxas ou logo acima dos joelhos impedirá<br />
que as pernas afastem durante o jogo, dará maior estabilida<strong>de</strong> ao corpo e aumentará a<br />
mobilida<strong>de</strong>.<br />
Figura 7 - Faixas <strong>de</strong> pernas.<br />
• Faixas <strong>de</strong> pernas – uma faixa envolvendo as coxas ou logo acima dos joelhos impedirá<br />
que as pernas afastem durante o jogo, dará maior estabilida<strong>de</strong> ao corpo e aumentará a<br />
mobilida<strong>de</strong><br />
6
PNEUS<br />
Pneus com câmaras <strong>de</strong> alta pressão dão melhor <strong>de</strong>sempenho:<br />
• Pneus pretos <strong>de</strong>vem ser evitados <strong>para</strong> não marcar a quadra.<br />
• A ca<strong>de</strong>ira será tão mais manobrável quanto maior for a cambagem das rodas (<strong>de</strong> 3 a 10<br />
graus, aproximadamente).<br />
RODAS DIANTEIRAS<br />
De 4 a 5 polegadas (10 a 12.5 cm) aproximadamente <strong>de</strong> diâmetro<br />
• Se maiores, reduzem a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> giro.<br />
• Se menores não rodam com suavida<strong>de</strong> e qualquer irregularida<strong>de</strong> no piso fará a ca<strong>de</strong>ira<br />
trepidar.<br />
• Não muito finas <strong>para</strong> evitar danos na superfície da quadra.<br />
Figura 8 - Esboços do quadro <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas fabricada em fibra <strong>de</strong> carbono.<br />
Atualmente, o trabalho proposto se encontra no primeiro estágio do Ciclo <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto, na etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e i<strong>de</strong>alização, figura 10. Os esboços <strong>de</strong> uma<br />
Ca<strong>de</strong>ira Conceito <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono mostram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver e construir<br />
uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas: leve, escamoteável, resistente e mo<strong>de</strong>rna, utilizando tecnologias digitais<br />
CAD/CAE/CAM. Tecnologias <strong>de</strong> Ponta empregadas pelas indústrias automotivas e<br />
aeroespaciais no <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong> seus produtos. Os autores esperam que, por meio<br />
<strong>de</strong>sta apresentação, parcerias e recursos financeiros sejam conseguidos <strong>para</strong> que se possa<br />
dar continuida<strong>de</strong> no <strong>projeto</strong> proposto.<br />
7
Figura 9 - Design e i<strong>de</strong>alização<br />
1.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA<br />
A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong> ser medida por muitos critérios. É sempre necessário<br />
calcular um ou mais fatores <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> estimar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha.<br />
No passado, os engenheiros <strong>de</strong>ram muito valor aos aspectos funcionais e econômicos<br />
dos novos produtos.<br />
Segurança pessoal é uma consi<strong>de</strong>ração que os engenheiros tem sempre em mente,<br />
mas agora <strong>de</strong>manda um aumento na ênfase. Em com<strong>para</strong>ção com aspectos computacionais<br />
precisos como tensão e <strong>de</strong>formação, a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> segurança é como um assunto<br />
in<strong>de</strong>finido, complicado por fatores psicológicos e sociológicos. Isto tem <strong>de</strong>safiado os<br />
engenheiros <strong>para</strong> levar em conta todos os fatos pertinentes e então tomar boas <strong>de</strong>cisões que<br />
venham a refletir o entendimento, imaginação, engenhosida<strong>de</strong> e julgamento. O primeiro passo<br />
mais importante no <strong>de</strong>senvolvimento da competência em engenharia na área <strong>de</strong> segurança é<br />
cultivar um entendimento <strong>de</strong> sua importância. A segurança <strong>de</strong> um produto é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />
<strong>para</strong> os legisladores, juizes, promotores bem como <strong>para</strong> os profissionais <strong>de</strong> seguradoras. No<br />
entanto, estes indivíduos não po<strong>de</strong>m contribuir diretamente <strong>para</strong> a segurança <strong>de</strong> um produto;<br />
eles somente po<strong>de</strong>m concordar com a urgência <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar uma ênfase a<strong>de</strong>quada na<br />
segurança <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> produtos. É na realida<strong>de</strong> o engenheiro<br />
que <strong>de</strong>verá processar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos e <strong>projeto</strong>s com alto grau <strong>de</strong> segurança.<br />
Deverá ter engenhosida<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> imaginativa o suficiente <strong>para</strong> antecipar situações<br />
potenciais <strong>de</strong> alto risco <strong>para</strong> o produto.<br />
8
1.4 - FATOR DE SEGURANÇA<br />
Um fator <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> ser expresso <strong>de</strong> várias maneiras. Ele é tipicamente uma<br />
relação entre duas quantida<strong>de</strong>s que tenham as mesmas unida<strong>de</strong>s; tais como resistência/tensão,<br />
carga crítica/carga aplicada, máximo ciclo/ ciclos aplicados ou máxima velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
segurança/velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação. O fator <strong>de</strong> segurança será sempre adimensional.<br />
A forma <strong>de</strong> expressão <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> ser escolhida baseado no tipo<br />
<strong>de</strong> carga atuante. Se o elemento <strong>de</strong> máquina é sujeito a uma carga que varia ciclicamente com<br />
o tempo, ele po<strong>de</strong>rá sofrer uma falha por fadiga. A resistência do material <strong>para</strong> alguns tipos <strong>de</strong><br />
carga <strong>de</strong> fadiga po<strong>de</strong> ser expressa como um número máximo <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> tensão reversa a um<br />
dado nível <strong>de</strong> tensão. Em tais casos, po<strong>de</strong> ser a<strong>de</strong>quado expressar o fator <strong>de</strong> segurança como<br />
a relação do máximo número <strong>de</strong> ciclos esperados em uma possível falha do material <strong>para</strong> o<br />
número <strong>de</strong> ciclos aplicados ao elemento em serviço consi<strong>de</strong>rando sua vida esperada. Uma vez<br />
que haverá mais <strong>de</strong> um modo potencial <strong>de</strong> falha <strong>para</strong> qualquer elemento <strong>de</strong> falha, po<strong>de</strong>rá haver<br />
mais <strong>de</strong> um valor <strong>para</strong> o fator <strong>de</strong> segurança. O menor valor do fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> qualquer<br />
peça é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia uma vez que ele irá predizer o modo como se imagina que a peça irá<br />
falhar. Quando ele se torna unitário, a tensão na peça será igual à resistência do material (ou a<br />
carga aplicada será igual à carga que irá falhar, etc.) e a falha irá ocorrer. Portanto o fator <strong>de</strong><br />
segurança será sempre maior que 1.<br />
1.5 - ESCOLHENDO UM FATOR DE SEGURANÇA<br />
Escolhendo um fator <strong>de</strong> segurança é freqüentemente uma proposição confusa <strong>para</strong> o<br />
projetista principiante. São tantas as variáveis envolvidas, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fracasso se<br />
apresenta com tanta intensida<strong>de</strong>, que o projetista novato, em geral, superestima, adotando<br />
fatores <strong>de</strong> segurança gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mais. O FS <strong>de</strong>ve ser fixado com base em <strong>projeto</strong>s existentes,<br />
em indicações tabeladas, gerais ou particulares, com o discernimento que o conhecimento<br />
teórico propicia ao projetista. Influenciam fortemente o valor do FS os seguintes elementos:<br />
etc.);<br />
a) material da peça (dúctil, quebradiço, homogêneo, especificações bem conhecidas,<br />
b) carga que atua na peça (constante, variável, modo <strong>de</strong> aplicação, bem conhecida,<br />
sobrecargas possíveis, etc.);<br />
c) perigo <strong>de</strong> vida (do operador da máquina, <strong>de</strong> elementos vizinhos, etc.);<br />
d) perigo da proprieda<strong>de</strong>;<br />
e) classe da máquina.<br />
9
Os dois primeiros itens, a) e b), servem <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> partida <strong>para</strong> a escolha inicial, or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za do fator <strong>de</strong> segurança, FS. Os três outros obrigarão a aumentar o valor fixado. O<br />
fator <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> ser traduzido como uma medida <strong>de</strong> incerteza do projetista nos<br />
mo<strong>de</strong>los analíticos, nas teorias <strong>de</strong> falhas, nas proprieda<strong>de</strong>s do material a ser utilizado. Quanto<br />
que o fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>verá ser maior que 1 (um), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> muitos fatores incluindo o<br />
nível <strong>de</strong> confiança no mo<strong>de</strong>lo em que os cálculos serão baseados, no conhecimento da faixa<br />
das possíveis condições <strong>de</strong> carga atuantes e na confiança sobre as informações disponíveis<br />
sobre a resistência do material. Um fator <strong>de</strong> segurança menor po<strong>de</strong>rá ser adotado quando<br />
testes extensos foram realizados em protótipos físicos do <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> provar a valida<strong>de</strong> do<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> engenharia e do <strong>projeto</strong> e já se tenha dados dos testes sobre as resistências do<br />
material em particular. Não se conhecendo as características mecânicas testadas do material,<br />
um fator <strong>de</strong> segurança maior <strong>de</strong>verá ser adotado. Na ausência <strong>de</strong> qualquer norma <strong>de</strong> <strong>projeto</strong><br />
que possa especificar um fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> casos particulares, a escolha do fator <strong>de</strong><br />
segurança envolve uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> engenharia a ser tomada. Um método razoável é<br />
<strong>de</strong>terminar as maiores cargas esperadas em serviço (incluindo possíveis sobrecargas) e<br />
resistências mínimas esperadas <strong>para</strong> o material, baseando, portanto o fator <strong>de</strong> segurança<br />
nestes dados. Então o fator <strong>de</strong> segurança torna-se uma razoável medida <strong>de</strong> incerteza. Na<br />
industria aeronáutica, fatores <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> aeronaves comerciais estão na faixa <strong>de</strong> 1,2 a<br />
1,5. Aeronaves militares po<strong>de</strong>m Ter o fator <strong>de</strong> segurança menor do que 1,1 , só que a tripulação<br />
toda possui pára-quedas, além do que os pilotos <strong>de</strong> teste possuem altíssimos salários. Os<br />
mísseis possuem fator <strong>de</strong> segurança igual a 1, mas não tem tripulação e não se espera que<br />
precisem retornar a origem. Estes pequenos fatores <strong>de</strong> segurança em aeronaves são<br />
necessários <strong>para</strong> manter os pesos baixos e são justificados pela análise analítica sofisticada,<br />
com testes dos materiais usados, extenso testes <strong>de</strong> protótipos dos <strong>projeto</strong>s geralmente em<br />
escala real com aplicação <strong>de</strong> cargas dinâmicas e medição <strong>de</strong> seus efeitos, e rigoroso serviço <strong>de</strong><br />
inspeção <strong>para</strong> pequenas falhas <strong>de</strong> equipamentos.<br />
Vários autores apresentam em seus comentários, o fator <strong>de</strong> segurança como um produto <strong>de</strong><br />
subfatores. Assim por exemplo, se a tensão perigosa é o limite <strong>de</strong> resistência à tração (limite <strong>de</strong><br />
ruptura), po<strong>de</strong>-se fazer:<br />
FS= a x b x c x d<br />
On<strong>de</strong> a= relação <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> (limite <strong>de</strong> resistência a tração/limite <strong>de</strong> resistência ao<br />
escoamento);<br />
b= fator que leva em conta o tipo <strong>de</strong> carga.<br />
Po<strong>de</strong>-se tomar: cargas constantes: b=1;<br />
10
Carga variável sem reversão: b=1,5 a 2,0;<br />
Carga variável com reversão: b=2,0 a 3,0.<br />
c= fator que leva em conta o modo <strong>de</strong> aplicação da caga.<br />
Para este fator po<strong>de</strong>m-se seguir seguintes indicações:<br />
Carga constante, gradualmente aplicada: c=1;<br />
Carga constante, subitamente aplicada: c=2;<br />
Choque: c>2.<br />
d= margem ou fator real <strong>de</strong> segurança.Este fator varia, em geral, entre 1,5 a 3. Para<br />
materiais dúcteis, po<strong>de</strong>-se adotar a faixa <strong>de</strong> 1,5 a 2. Para materiais quebradiços, tem-se 2,0 a<br />
3,0.<br />
Informação Materiais dúcteis FS<br />
Material Qualida<strong>de</strong> da informação F1<br />
Dados sobre as<br />
proprieda<strong>de</strong>s do<br />
material disponíveis<br />
no teste<br />
O material real foi usado <strong>para</strong> ser testado<br />
Resultados <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> Material bem representativo<br />
Resultados <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> material relativ.<br />
representativo<br />
Resultados <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> material pouco<br />
representativo<br />
Ambiente Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações F2<br />
Condições ambientais Idênticas ao teste do material<br />
1,3<br />
<strong>de</strong> trabalho<br />
Ambiente <strong>de</strong> laboratório estável<br />
Ambiente mo<strong>de</strong>radamente variável<br />
Ambiente extremamente variável<br />
Cargas Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações F3<br />
Mo<strong>de</strong>los analíticos<br />
<strong>para</strong> carga e tensão<br />
Mo<strong>de</strong>los foram testados e com<strong>para</strong>dos com o<br />
experimento<br />
Mo<strong>de</strong>los representam o sistema com precisão<br />
Mo<strong>de</strong>los representam o sistema com aproximações<br />
Mo<strong>de</strong>los são aproximações rudimentares<br />
Tabela 1 – Materiais dúcteis.<br />
Tal como foi apresentado acima, o FS permite uma <strong>de</strong>terminação em que a dificulda<strong>de</strong><br />
foi dividida, tendo o projetista pontos <strong>de</strong> apoio <strong>para</strong> tomar sua <strong>de</strong>cisão. Alguns cuidados <strong>de</strong>vem<br />
ser levados em conta. O maior ou menor conhecimento do material e da carga aproximam ou<br />
afastam o FS dos valores mínimos dados. A presença <strong>de</strong> choque normalmente leva o FS <strong>para</strong><br />
1,3<br />
2<br />
3<br />
5<br />
2<br />
3<br />
5<br />
1,3<br />
2<br />
3<br />
5<br />
11
os valores mais altos, em geral <strong>de</strong> 5 a 8, <strong>para</strong> os materiais dúcteis e aproximadamente o triplo<br />
<strong>para</strong> os materiais quebradiços. Ao escolher um FS, o projetista <strong>de</strong>ve verificar se não existe<br />
algum valor imposto por lei ou mandado adotar por normas técnicas. É o caso, por exemplo, <strong>de</strong><br />
cabos <strong>para</strong> elevadores, cal<strong>de</strong>iras, pontes rolantes, etc. Quando a peça apresenta<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s ou qualquer fator que mu<strong>de</strong> a distribuição uniforme do esforço, acarretando<br />
concentração <strong>de</strong> tensões, os valores <strong>de</strong> FS não <strong>de</strong>vem ser aplicados sem um estudo mais<br />
minucioso. O FS sobre o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga, não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado pela<br />
aplicação da expressão acima, sem um análise mais profunda.<br />
Algumas diretrizes <strong>para</strong> a escolha do fator <strong>de</strong> segurança em um elemento <strong>de</strong> máquina<br />
po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas, baseadas na qualida<strong>de</strong> e a<strong>de</strong>quação da proprieda<strong>de</strong> do material<br />
disponível, das condições ambientais esperadas com<strong>para</strong>das com aquelas nas quais o teste do<br />
material foi realizado e a precisão da carga e análise <strong>de</strong> tensão dos mo<strong>de</strong>los que foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> esta análise. A tabela 1 mostra um conjunto <strong>de</strong> fatores <strong>para</strong> materiais<br />
dúcteis que po<strong>de</strong>m ser escolhidos em cada uma das três categorias listadas. O fator <strong>de</strong><br />
segurança resultante é tomado como o maior dos três fatores escolhidos.<br />
A ductilida<strong>de</strong> ou fragilida<strong>de</strong> do material <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada. Materiais frágeis são<br />
projetados em relação à resistência à tração ou última, então a falha significa fratura. Materiais<br />
dúcteis sob carga estática são projetados em relação ao limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento e<br />
se espera que mostrem algum sinal <strong>de</strong> alerta da falha antes que a fratura aconteça a menos<br />
que as fissuras indiquem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> fratura mecânica. Por estas razões, o fator<br />
<strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> materiais frágeis é freqüentemente o dobro do usado <strong>para</strong> materiais dúcteis<br />
na mesma situação.<br />
Estes métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> segurança são apenas diretrizes <strong>para</strong> um<br />
ponto <strong>de</strong> partida. Obviamente são sujeitos a julgamento do projetista na seleção dos fatores em<br />
cada categoria. O projetista é o responsável último <strong>para</strong> obtenção da segurança do <strong>projeto</strong>.<br />
Fatores <strong>de</strong> segurança maiores que os tabelados po<strong>de</strong>m ser a<strong>de</strong>quados em algumas<br />
circunstâncias.<br />
1.6 - CONSIDERAÇÕES ECOLÓGICAS<br />
As pessoas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m no seu ambiente <strong>de</strong> ar, água, alimentação e materiais <strong>para</strong><br />
vestimenta e agasalho. Na socieda<strong>de</strong> primitiva, os utensílios eram naturalmente recicláveis pelo<br />
uso repetido. Quando foram introduzidas, a natureza tornou-se incapaz <strong>de</strong> e reciclar estas<br />
periodicamente, interrompendo os ciclos naturais ecológicos. Os sistemas econômicos<br />
permitem os produtos serem fabricados em massa e vendidos a preços que freqüentemente<br />
12
não refletem o custo verda<strong>de</strong>iro <strong>para</strong> a socieda<strong>de</strong> em termos do consumo <strong>de</strong> fontes naturais e<br />
perdas ecológicas. Agora que a socieda<strong>de</strong> está tornando-se mais consciente <strong>de</strong>stes problemas,<br />
exigências na legislação e uma previsão <strong>de</strong> custos totais mais realística estão tendo um<br />
impacto crescente nos <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> engenharia. Po<strong>de</strong>m-se colocar como objetivos ecológicos<br />
básicos <strong>de</strong> um <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia mecânica <strong>de</strong> uma maneira simples:<br />
(1) a utilizar materiais que sejam reciclados economicamente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> períodos<br />
razoáveis <strong>de</strong> tempo sem danos ao ar e poluição à água.<br />
(2) minimizar a taxa <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia não recicláveis (tais como fluidos<br />
fósseis) <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>stes recursos e minimizar a poluição térmica.<br />
Segue uma lista <strong>de</strong> pontos <strong>para</strong> serem consi<strong>de</strong>rados:<br />
1. Consi<strong>de</strong>re todos os aspectos dos objetivos básicos do <strong>projeto</strong> envolvido, <strong>para</strong> verificar<br />
se todos têm sentido. Existem métodos alternativos quando se consi<strong>de</strong>ram efeitos<br />
ecológicos? Eles representam a melhor alternativa?<br />
2. Após aceitar os objetivos básicos do <strong>projeto</strong>, o próximo passo é uma revisão dos<br />
conceitos gerais que envolveram o <strong>projeto</strong> proposto.<br />
3. Uma consi<strong>de</strong>ração importante é o <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> reciclagem. O ciclo ecológico<br />
completo incluindo a reutilização <strong>de</strong> dispositivos e conjuntos tornam-se a cada dia que<br />
passa <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> importância. A industria automobilística já utiliza estes conceitos.<br />
4. Seleção <strong>de</strong> materiais com fatores ecológicos em mente.<br />
5. Ao especificar o processamento, fatores como a poluição <strong>de</strong> todos os tipos, o<br />
consumo <strong>de</strong> energia, a eficiência do material utilizado são consi<strong>de</strong>rações bastante<br />
importantes.<br />
6. Empacotamento é outra importante área <strong>para</strong> conservação <strong>de</strong> recursos e redução da<br />
poluição. Uso <strong>de</strong> materiais reciclados e reutilizáveis <strong>para</strong> empacotamento são áreas que<br />
<strong>de</strong>vem receber especial atenção.<br />
1.7 - CONSIDERAÇÕES SOCIAIS<br />
As soluções <strong>para</strong> os problemas em qualquer área da engenharia começam com sua<br />
<strong>de</strong>finição bem clara. O objetivo básico <strong>de</strong> qualquer <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia é melhorar a<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> nossa socieda<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>ríamos citar vários fatores como saú<strong>de</strong> física,<br />
materiais bem acabados, segurança ambiental, igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s; liberda<strong>de</strong> pessoal<br />
e pacientes especiais. Várias consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong>m ser incompatíveis até que o<br />
engenheiro consiga uma solução imaginativa e genial.<br />
13
Todos os produtos <strong>de</strong> engenharia estão intimamente ligados a relações sociais. Gran<strong>de</strong><br />
parte da população trabalha com organizações cuja função seja a <strong>de</strong> pesquisa, <strong>projeto</strong>,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, fabricação, mercado, e serviço <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> engenharia. O esforço pessoal<br />
aliado a fontes naturais entram no sistema <strong>de</strong> produção gerando produtos e materiais que serão<br />
úteis e a<strong>de</strong>quados. As experiências são <strong>de</strong> dois tipos: (1) experiência <strong>de</strong>vido a trabalho direto<br />
dos indivíduos, que é construtivo e satisfatório, e (2) conhecimento empírico obtido sobre a<br />
efetiva ida<strong>de</strong> do sistema total, com implicações <strong>para</strong> a melhoria do seu futuro. Os produtos<br />
acabados servem a todas as pessoas até serem <strong>de</strong>scartados, quando então eles serão fontes<br />
<strong>de</strong> materiais reciclados <strong>de</strong> longo ou curto termo e possivelmente poluição. Uma lista <strong>de</strong> fatores<br />
que constituem um índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ve levar em conta fatores psicológicos. As<br />
pessoas exibem um conjunto infinito <strong>de</strong> variáveis e características. Sabe-se também que, no<br />
entanto existem certas características inerentes e necessida<strong>de</strong>s que permanecem constantes<br />
<strong>para</strong> todos os indivíduos e presumivelmente em todos os tempos. Seriam assim <strong>de</strong>finidas<br />
como:<br />
1. Sobrevivência<br />
2. Segurança<br />
3. Aceitação Social<br />
4. Status<br />
5. Auto-satisfação<br />
O primeiro nível é á necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imediata sobrevivência-alimentação, roupa,<br />
vestimenta-aqui e agora. O segundo nível envolve segurança, <strong>para</strong> a própria sobrevivência e no<br />
futuro. O terceiro nível tem a ver com a aceitação social. As pessoas precisam se interagir com<br />
a família, com o grupos sociais, necessitando <strong>de</strong> amor e aceitação. O quarto nível é o <strong>de</strong> status,<br />
reconhecimento, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>seja Ter o respeito e admiração pelo que se é no seu ambiente <strong>de</strong><br />
relacionamentos. O mais alto nível é o <strong>de</strong> auto satisfação, quando se cresce na direção <strong>de</strong><br />
alcançar um potencial completo, e obter como resultado satisfação pena. Em qualquer lugar e<br />
tempo, as pessoas em cida<strong>de</strong>s, estados e nações operam em um ou mais <strong>de</strong>stes níveis,<br />
po<strong>de</strong>ndo se pensar em uma escada com estes <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> uma existência primitiva até alcançar<br />
uma rica qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Vimos nas fotos o planejamento da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte, local<br />
aprazível, serra do curral, bem planejada, com lindos prédios, arborização, e, no entanto<br />
atualmente com inúmeros problemas e dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus habitantes possuírem esta rica<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida almejada. Historicamente, a engenharia tem feito esforços dirigidos<br />
primariamente <strong>para</strong> os níveis 1 e 2. Mais recentemente, uma porcentagem maior <strong>de</strong> sistemas<br />
<strong>de</strong> produção tem sido projetados <strong>para</strong> prover a socieda<strong>de</strong> com produtos que estejam acima<br />
14
das necessida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> sobrevivência e segurança, pensando na contribuição <strong>de</strong><br />
satisfazer as legítimas e maiores necessida<strong>de</strong>s do consumidor.<br />
1.8 - METODOLOGIA P/ RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE COMPONENTES MECÂNICOS<br />
Um método essencial <strong>para</strong> atacar os problemas <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> é<br />
formular a<strong>de</strong>quadamente e apresentar suas soluções com precisão. A formulação do problema<br />
requer consi<strong>de</strong>ração da situação física acoplada a situação matemática. A representação<br />
matemática da situação física é uma <strong>de</strong>scrição i<strong>de</strong>al ou mo<strong>de</strong>lo que se aproxima do problema<br />
físico. O primeiro passo na resolução dos problemas <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos é <strong>de</strong>finir (ou<br />
compreen<strong>de</strong>r) o problema. Os próximos passos são <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir ou sintetizar a estrutura,<br />
i<strong>de</strong>ntificar as interações com o ambiente, realizar hipóteses a<strong>de</strong>quadas pelo uso <strong>de</strong> lies físicas<br />
pertinentes, relações e regras que <strong>para</strong>metricamente relacionam a geometria e o<br />
comportamento do componente ou sistema. O último passo é checar os resultados e apresentar<br />
comentários. A maioria das análises utiliza, direta e indiretamente,<br />
• Estática e dinâmica<br />
• Mecânica dos materiais<br />
• Fórmulas (tabelas, diagramas, gráficos)<br />
• Princípio <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa e energia<br />
O maior objetivo <strong>de</strong>stes livros é auxiliar os estudantes a apren<strong>de</strong>rem como resolver os<br />
problemas <strong>de</strong> engenharia que envolva <strong>componentes</strong> mecânicos.<br />
Um ingrediente básico da socieda<strong>de</strong> humana é a mudança. Os engenheiros <strong>de</strong>veriam<br />
procurar enten<strong>de</strong>r não somente as necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje, mas também a direção<br />
e rapi<strong>de</strong>z das mudanças da socieda<strong>de</strong> que estão acontecendo. Mais ainda, precisamos<br />
enten<strong>de</strong>r a influência da tecnologia - e dos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> mecânicos e sistemas <strong>de</strong><br />
produção associados em particular-nestas mudanças. Talvez o mais importante objetivo do<br />
futuro engenheiro será o <strong>de</strong> dar a socieda<strong>de</strong> sua contribuição que irá promover esta mudança<br />
na direção <strong>de</strong> uma melhoria no índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
1.9 - UNIDADES<br />
Diversos sistemas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s são usados na engenharia. O Sistema Internacional<br />
(SI), o sistema inglês pés-libras-segundo (fps), o sistema americano, polegadas, libras,<br />
segundo(ips) e o sistema métrico pouco usado, centímetro, grama e segundo(cgs).<br />
15
Todos os sistemas foram criados da escolha <strong>de</strong> três das quantida<strong>de</strong>s da expressão geral<br />
da Segunda lei <strong>de</strong> Newton :<br />
m.<br />
L<br />
F = 2<br />
t<br />
on<strong>de</strong> F é a força, m é a massa, L é o comprimento e t é o tempo. As unida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> estas três<br />
variáveis po<strong>de</strong>m ser escolhidas e a outra é então <strong>de</strong>rivada em termos das unida<strong>de</strong>s escolhidas.<br />
As três unida<strong>de</strong>s escolhidas são chamadas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s básicas, e as restantes são chamadas<br />
<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>rivadas.<br />
A maioria da confusão que aparece quando da conversão entre as unida<strong>de</strong>s do sistema<br />
inglês e internacional é <strong>de</strong>vida ao fato <strong>de</strong> que o sistema internacional utiliza diferente conjunto<br />
<strong>de</strong> base unitária do sistema inglês. O erro maior é na conversão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> peso (que são<br />
as força libra) <strong>para</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa. A relação entre massa e peso é<br />
M =<br />
on<strong>de</strong> gc que é a aceleração gravitacional é igual a 32,17 pés/segundo ao quadrado o que<br />
equivale a 386 polegadas/segundo ao quadrado. Quando se utiliza todos os comprimentos em<br />
polegadas e utiliza gc=32,17 pés/Seg 2 <strong>para</strong> computar massa, incorre-se em um erro <strong>de</strong> um fator<br />
12 nos resultados. Pior ainda é quando o estudante esquece <strong>de</strong> converter o peso <strong>para</strong> massa.<br />
Os resultados <strong>de</strong>ste cálculo terão um erro <strong>de</strong> 32 ou 386, suficiente <strong>para</strong> afundar um navio ou<br />
levar um avião a espatifar-se.<br />
P<br />
gc<br />
O valor da massa é necessário na Segunda lei <strong>de</strong> Newton <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar forças <strong>de</strong>vido<br />
a acelerações. As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> massa na equação F=m.a po<strong>de</strong>m ser g, kg <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />
sistema a ser utilizado. Então no sistema inglês, o peso W em lbf <strong>de</strong>ve ser dividido pela<br />
aceleração <strong>de</strong>vido a gravida<strong>de</strong> gc como indicado <strong>para</strong> obtenção da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa pela<br />
equação F= ma.<br />
Ainda maior confusão é feita usando a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> libra-massa. Esta unida<strong>de</strong> é freqüentemente<br />
usada em fluido dinâmico e termodinâmico, e aparece <strong>de</strong>vido ao uso da forma diferente da<br />
equação <strong>de</strong> Newton:<br />
m.<br />
a<br />
F =<br />
gc<br />
on<strong>de</strong> m=massa em libramassa; a =aceleração e gc =constante gravitacional. Na terra, o valor<br />
<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> um objeto medido em libra-massa é numericamente igual ao seu peso em libra-<br />
força. Contudo, o estudante <strong>de</strong>ve se lembrar <strong>de</strong> dividir o valor <strong>de</strong> m em libra-massa por gc<br />
16
quando usar a esta forma da equação <strong>de</strong> Newton. Então libra-massa irá ser dividida ou por<br />
32,17 ou 386 quando se calcula a força dinâmica.<br />
O sistema internacional (SI) requer que os comprimentos sejam medidos em metros,<br />
massa em kilogramas (kg), e o tempo em segundos (sec). A força é <strong>de</strong>rivada da lei <strong>de</strong> Newton<br />
e a unida<strong>de</strong> é:<br />
kg m/sec 2 = newtons(N)<br />
No sistema SI, há distintos nomes <strong>para</strong> massa e força que ajudam a aliviar a confusão. Quando<br />
se utiliza a conversão do SI <strong>para</strong> o sistema inglês, <strong>de</strong>ve-se estar alerta <strong>para</strong> o fato <strong>de</strong> que a<br />
força se converte <strong>de</strong> Newtons (N) <strong>para</strong> libras (lb). A constante gravitacional no sistema SI é<br />
aproximadamente <strong>de</strong> 9,81 m/sec2.<br />
Neste livro preten<strong>de</strong>-se usar preferencialmente o sistema internacional (SI), porém<br />
consi<strong>de</strong>rando que vários elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> usados no Brasil são fabricados no exterior,<br />
principalmente nos Estados Unidos da América do Norte, o sistema inglês também será usado<br />
uma vez que os alunos precisam se familiarizar com os dois sistemas. Assim por exemplo,<br />
<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> 1/2 polegada <strong>de</strong> diâmetro, cordão <strong>de</strong> solda <strong>de</strong> 1/4 <strong>de</strong> polegada <strong>de</strong> espessura,<br />
correias <strong>de</strong> 60 polegadas <strong>de</strong> comprimento, cabos <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> 1 polegada <strong>de</strong> diâmetro são<br />
bastante usados no meio comercial e <strong>de</strong> engenharia. Da mesma forma elementos como<br />
engrenagens cilíndricas também usam o sistema inglês e internacional. Já os equipamentos<br />
adquiridos na Alemanha, usam a norma DIN, em que o sistema é o internacional.<br />
O estudante <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong>verá tomar precaução e sempre checar as unida<strong>de</strong>s em<br />
qualquer equação escrita <strong>para</strong> a solução <strong>de</strong> um problema técnico, seja na universida<strong>de</strong> seja na<br />
prática profissional. Você po<strong>de</strong>rá estar salvando uma vida ao fazer isto.<br />
17
1.10 - COMENTÁRIOS SOBRE OS PROGRAMAS COMPUTACIONAIS<br />
Este trabalho ora apresentado, fruto <strong>de</strong> estudos e prática profissional ao longo <strong>de</strong> 30<br />
anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> engenharia, contempla aos leitores com vários programas<br />
computacionais que foram <strong>de</strong>senvolvidos e orientados <strong>para</strong> os alunos dos cursos <strong>de</strong> elementos<br />
<strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>. Alguns <strong>de</strong>stes programas estão citados os nomes dos<br />
alunos que trabalharam sobre nossa orientação. São programas que complementam a parte<br />
teórica conceitual e, portanto permitem uma análise <strong>de</strong> exercícios com rapi<strong>de</strong>z e facilida<strong>de</strong>. É<br />
claro que algum pequeno erro possa existir nestes programas, porém todos checados e<br />
funcionam perfeitamente <strong>de</strong>ntro da mo<strong>de</strong>rna engenharia mecânica. Sugestões e comentários<br />
serão bem vindos <strong>para</strong> que em outra edição possamos ainda mais melhorar e aperfeiçoar o<br />
trabalho original.<br />
1.11 - CONFIABILIDADE DO PROJETO MECÂNICO<br />
Os projetistas <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais necessitam <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong><br />
cálculo que permitam avaliar, <strong>de</strong> uma forma mais racional, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> um<br />
componente ao longo da vida operacional prevista <strong>para</strong> o mesmo. Os métodos probabilísticos,<br />
baseados em conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>, tem sido empregado <strong>para</strong> este fim, sendo estes<br />
centrados na formulação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, as quais expressam um modo <strong>de</strong> falha<br />
específico do componente, sendo as variáveis <strong>de</strong>sta consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> natureza aleatória. Estes<br />
métodos permitem calcular a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta função assumir valores inferiores a zero,<br />
representando a falha do componente.<br />
Neste trabalho apresentam-se os <strong>fundamentos</strong> <strong>de</strong>stes métodos probabilísticos, bem<br />
como se aplica os mesmos <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos e<br />
estruturais, consi<strong>de</strong>rando como modos <strong>de</strong> falha o escoamento e a fadiga.<br />
Adicionalmente avalia-se a relação entre a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha e o coeficiente <strong>de</strong><br />
segurança usualmente empregado nos tradicionais Critérios <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>componentes</strong><br />
mecânicos e estruturais.<br />
O emprego <strong>de</strong> métodos probabilísticos no dimensionamento <strong>de</strong> elementos estruturais ou<br />
<strong>componentes</strong> mecânicos tem como objetivo projetar um componente cuja probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
falha, ao longo da vida operacional, tenha uma magnitu<strong>de</strong> conhecida, po<strong>de</strong>ndo esta ser<br />
controlada ao longo do processo <strong>de</strong> síntese estrutural. Estes métodos probabilísticos diferem<br />
dos tradicionais Critérios <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais, os quais são<br />
18
aseados no emprego <strong>de</strong> coeficientes <strong>de</strong> segurança, que não informam, <strong>de</strong> forma explícita a<br />
probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha que está sendo consi<strong>de</strong>rada no dimensionamento do componente.<br />
Há portanto uma crescente importância que os projetistas estruturais tem dado ao uso<br />
<strong>de</strong> métodos probabilísticos no <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, em função da<br />
perda <strong>de</strong> vidas humanas, prejuízos econômicos ou mesmo danos ambientais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> monta<br />
associadas à falha <strong>de</strong>stas estruturas.<br />
Muitos fenômenos observados na natureza apresentam um certo grau <strong>de</strong> incerteza, ou<br />
seja, os resultados da ocorrência dos mesmos não po<strong>de</strong>m ser previstos com exatidão. Para<br />
estes fenômenos físicos, caso sejam executadas avaliações dos resultados obtidos com a<br />
realização <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> ensaios que simulem a ocorrência <strong>de</strong> um fenômeno específico,<br />
verifica-se a variabilida<strong>de</strong> dos mesmos. Dentre estes resultados, observa-se que alguns<br />
apresentam uma maior freqüência <strong>de</strong> ocorrência que outros. Esta variabilida<strong>de</strong> nos resultados<br />
obtidos, quando da execução <strong>de</strong> experimentos que representam um fenômeno físico, é<br />
<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> incerteza. O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> muitos sistemas <strong>de</strong> engenharia utiliza como conceito<br />
básico <strong>para</strong> a operação segura do mesmo a garantia <strong>de</strong> que a sua capacida<strong>de</strong> ou resistência<br />
seja superior à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>le exigida.<br />
No campo da engenharia <strong>de</strong> estruturas ou da engenharia mecânica, a capacida<strong>de</strong> é<br />
representada pela resistência mecânica <strong>de</strong> um componente ou conjunto <strong>de</strong> <strong>componentes</strong>,<br />
enquanto que a <strong>de</strong>manda está relacionada com a ação <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong> cargas atuantes<br />
sobre os membros estruturais que compõem o conjunto em estudo. Um <strong>projeto</strong> estrutural ou<br />
mecânico é consi<strong>de</strong>rado apto <strong>para</strong> operação quando a sua resistência exce<strong>de</strong> a <strong>de</strong>manda<br />
representada pela ação do carregamento externo. No entanto, a resistência mecânica e a ação<br />
do carregamento externo são consi<strong>de</strong>radas variáveis aleatórias, ou seja, apresentam uma<br />
variabilida<strong>de</strong> na sua magnitu<strong>de</strong>, caracterizando a existência <strong>de</strong> incertezas associadas com os<br />
valores da resistência mecânica e/ou com a ação do carregamento externo, que afetam a<br />
possibilida<strong>de</strong> do sistema estrutural ou mecânico manter a sua capacida<strong>de</strong> operacional ao longo<br />
da vida útil <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> o mesmo.<br />
Consi<strong>de</strong>rando as incertezas associadas com as variáveis acima citadas, o <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>de</strong> uma estrutura ou componente mecânico, ao longo da sua vida operacional, não po<strong>de</strong> ser<br />
garantido pelos projetistas estruturais, havendo uma probabilida<strong>de</strong> não nula da ocorrência <strong>de</strong><br />
falha ao longo <strong>de</strong>sta vida, em conformida<strong>de</strong> com um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho específico. A<br />
possibilida<strong>de</strong> da estrutura operar satisfatoriamente, em conformida<strong>de</strong> com as condições <strong>de</strong><br />
<strong>projeto</strong>, ao longo <strong>de</strong> sua vida útil, calculada como complemento da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, é<br />
<strong>de</strong>finida como Confiabilida<strong>de</strong>. O uso dos conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> na análise e síntese <strong>de</strong><br />
19
<strong>componentes</strong> ou sistemas mecânicos e estruturais tem como objetivo maximizar os níveis <strong>de</strong><br />
segurança estrutural e minimizar os custos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e fabricação, buscando-se uma avaliação<br />
probabilística da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> falha estrutural, ao invés da utilização dos<br />
tradicionais coeficientes <strong>de</strong> segurança empregados nos Critérios <strong>de</strong> Projeto. Estes coeficientes,<br />
<strong>de</strong>finidos em função da experiência adquirida no passado, tanto no <strong>projeto</strong> como na operação<br />
<strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> estruturas ou <strong>componentes</strong> mecânicos, embora facilitem a tarefa do<br />
projetista quando da execução da síntese estrutural, não permitem uma avaliação da<br />
probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha que está sendo admitida pelo Critério <strong>de</strong> Projeto.<br />
O uso <strong>de</strong> Critérios <strong>de</strong> Projeto baseados em análises probabilísticas permite a clara<br />
<strong>de</strong>finição da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> um sistema estrutural, bem como propicia a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> estudo da influência <strong>de</strong> cada variável aleatória sobre a segurança do sistema. Mesmo com a<br />
introdução <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações probabilísticas, os Critérios <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a opinião<br />
<strong>de</strong> especialistas, com gran<strong>de</strong> experiência na execução <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s estruturais ou mecânicos,<br />
principalmente quando da <strong>de</strong>finição das dispersões associadas às variáveis aleatórias e <strong>para</strong><br />
seleção das formulações matemáticas utilizadas <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>lar um mecanismo específico <strong>de</strong><br />
falha.<br />
De uma forma simplificada, o problema da <strong>de</strong>finição da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> um<br />
componente estrutural po<strong>de</strong> ser analisado com o emprego <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção entre<br />
uma oferta e uma <strong>de</strong>manda. A oferta é a resistência mecânica do componente, com respeito a<br />
um modo <strong>de</strong> falha específico, e a <strong>de</strong>manda é a combinação <strong>de</strong> efeitos associados aos<br />
carregamentos externos que agem sobre o mesmo ao longo <strong>de</strong> sua vida operacional. A falha do<br />
componente estrutural ocorre quando a resistência mecânica tem magnitu<strong>de</strong> inferior à<br />
magnitu<strong>de</strong> dos efeitos gerados pela ação do carregamento externo. O problema básico do<br />
projetista estrutural é posicionar as funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> associadas com a<br />
resistência mecânica e com a solicitação externa <strong>de</strong> forma a minimizar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha,<br />
controlando as dimensões e o material do componente estrutural. Os tradicionais Critérios <strong>de</strong><br />
Projeto empregados no dimensionamento <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais<br />
consi<strong>de</strong>ram que tanto a resistência mecânica como a solicitação externa são representadas por<br />
valores <strong>de</strong>terminísticos, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> valores nominais. A resistência mecânica nominal é<br />
um valor conservador, afastado do valor médio por um número inteiro <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios padrões,<br />
usualmente dois ou três, <strong>de</strong> forma a obter-se um valor inferior ao valor médio, minimizando a<br />
resistência mecânica <strong>para</strong> as condições <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>. A solicitação externa nominal tem<br />
magnitu<strong>de</strong> superior ao valor médio, sendo este afastado do mesmo por um número inteiro <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>svios padrões, maximizando a solicitação externa. O <strong>projeto</strong> estrutural é executado <strong>de</strong> forma<br />
20
a afastar a resistência nominal da solicitação nominal, limitando esta última a uma fração da<br />
resistência mecânica nominal, com o emprego do <strong>de</strong>nominado fator <strong>de</strong> segurança, ou seja,<br />
minimiza a possibilida<strong>de</strong> da solicitação externa superar a resistência mecânica. Este método,<br />
tradicionalmente conhecido como “Método das Tensões Admissíveis”, limita a solicitação<br />
máxima atuante no componente estrutural, expressa em termos <strong>de</strong> uma tensão admissível,<br />
como uma porcentagem da resistência mecânica do material empregado na sua fabricação,<br />
<strong>de</strong>vendo o arranjo estrutural e as dimensões dos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, garantir que, sob a<br />
ação do carregamento externo consi<strong>de</strong>rado no <strong>projeto</strong>, as tensões atuantes nestes elementos<br />
tenham, no máximo, a mesma magnitu<strong>de</strong> da tensão admissível. Dessa forma, o<br />
conservadorismo e a segurança introduzidos no <strong>projeto</strong> estrutural, com o emprego dos<br />
coeficientes <strong>de</strong> segurança, são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das incertezas associadas com a resistência<br />
mecânica e com a solicitação externa, bem como da forma com que são <strong>de</strong>finidos os valores<br />
nominais das mesmas.<br />
Usualmente, estes valores nominais são selecionados a partir da análise da dispersão<br />
associada com a resistência mecânica e com a solicitação externa, <strong>para</strong> uma família <strong>de</strong><br />
estruturas, tais como estruturas navais, aeronáuticas e mecânicas, utilizando a experiência na<br />
construção e operação <strong>de</strong>stas estruturas, e a opinião <strong>de</strong> consultores especialistas.<br />
A seleção do fator <strong>de</strong> segurança segue procedimentos similares aos acima <strong>de</strong>scritos,<br />
empregados <strong>para</strong> <strong>de</strong>finição dos valores nominais. O mesmo objetivo dos tradicionais Critérios<br />
<strong>de</strong> Projeto, baseados no uso do fator ou coeficiente <strong>de</strong> segurança, o qual é minimizar a<br />
sobreposição entre as funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica e da<br />
solicitação externa, po<strong>de</strong> ser obtido <strong>de</strong> uma forma que se baseia no cálculo da probabilida<strong>de</strong> da<br />
resistência mecânica ser superada pela solicitação externa, <strong>de</strong>nominada neste texto <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, sendo esta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das incertezas associadas com as variáveis<br />
acima citadas. Os Critérios <strong>de</strong> Projeto baseados nos conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> tem por<br />
objetivo minimizar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, consi<strong>de</strong>rando como variáveis aleatórias à<br />
resistência mecânica e a solicitação externa, utilizando as dimensões do componente estrutural<br />
e o material do mesmo como elementos que influenciam a magnitu<strong>de</strong> e a variabilida<strong>de</strong> das<br />
variáveis aleatórias. A utilização dos conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> na análise e/ou síntese <strong>de</strong><br />
<strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais apresenta algumas peculiarida<strong>de</strong>s.<br />
21
1.12 - FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA CONFIABILIDADE ESTRUTURAL<br />
O cálculo da confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um componente mecânico ou estrutural está associado<br />
com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho que representa a formulação<br />
matemática empregada <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>lar um dado mecanismo <strong>de</strong> falha que o componente em<br />
estudo está sujeito a apresentar. De uma forma genérica, a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>para</strong> um<br />
componente mecânico ou estrutural po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida pela relação entre a resistência mecânica<br />
e a solicitação externa, usualmente expressa em termos <strong>de</strong> tensões induzidas no componente<br />
pela ação do carregamento externo.<br />
A função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho (Z) é usualmente expressa pela relação:<br />
Z = R − S<br />
on<strong>de</strong> R representa a resistência mecânica do material do componente e S representa as<br />
tensões induzidas pela ação do carregamento externo, ou simplesmente solicitação.<br />
A falha do componente ocorre quando a solicitação ultrapassa a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
resistência do componente, ou seja, quando a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho tem magnitu<strong>de</strong> inferior a<br />
zero.<br />
Para <strong>de</strong>finição da confiabilida<strong>de</strong> do componente mecânico ou estrutural, consi<strong>de</strong>ra-se<br />
que tanto a resistência mecânica como a solicitação são variáveis aleatórias, e a confiabilida<strong>de</strong><br />
é<br />
R c<br />
( Z ≥ ) = P(<br />
R ≥ S )<br />
= P 0<br />
representada pela probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica ser superior à solicitação, ou seja<br />
on<strong>de</strong> RC probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência do componente, ou a sua confiabilida<strong>de</strong>.<br />
Como complemento da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência tem-se a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha,<br />
a qual é <strong>de</strong>finida pela seguinte relação:<br />
on<strong>de</strong> pf é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha.<br />
R f<br />
( Z ≤ ) = P(<br />
R ≤ S )<br />
= P 0<br />
Baseando-se nas formulações apresentadas nas equações acima, verifica-se que, <strong>para</strong><br />
o cálculo da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha e da confiabilida<strong>de</strong>, necessita-se do conhecimento das<br />
funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica e da solicitação, po<strong>de</strong>ndo ser<br />
executado o cálculo analítico da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha através da relação:<br />
Pf ∞<br />
= ∫ Fr<br />
0<br />
s)<br />
f s<br />
( ( s)<br />
ds<br />
sendo FR(.) a função distribuição acumulada da resistência mecânica.<br />
22
A confiabilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>finida como o complemento da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, ou seja:<br />
R = 1 − p<br />
c<br />
A execução da integral constante da equação po<strong>de</strong> ser complexa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos tipos<br />
<strong>de</strong> funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> empregados na representação da resistência mecânica<br />
e da solicitação externa. Entretanto, este não é o maior empecilho <strong>para</strong> a aplicação das<br />
equações em referência. Na maioria dos problemas mecânicos ou estruturais, a solicitação,<br />
expressa como as tensões atuantes na estrutura <strong>de</strong>vido à ação do carregamento externo, é<br />
calculada como a relação entre proprieda<strong>de</strong>s geométricas do componente e o carregamento<br />
externo, sendo que as primeiras também tem natureza probabilística, fato que dificulta a<br />
avaliação da função <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da solicitação. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha<br />
calculada em conformida<strong>de</strong> coma formulação apresentada, <strong>para</strong> uma família <strong>de</strong> estruturas<br />
projetadas conforme um Critério <strong>de</strong> Projeto específico, o qual emprega um coeficiente <strong>de</strong><br />
segurança pré-<strong>de</strong>finido, permite a verificação <strong>de</strong> qual é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha admissível<br />
neste Critério <strong>de</strong> Projeto, expressa em termos do uso do coeficiente <strong>de</strong> segurança e dos valores<br />
nominais da resistência mecânica e da solicitação. A obtenção <strong>de</strong>sta correlação torna-se mais<br />
complexa quanto maior for o número <strong>de</strong> variáveis necessárias <strong>para</strong> o cálculo da função<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da solicitação. Para funções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> formulações<br />
lineares, a <strong>de</strong>terminação da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha po<strong>de</strong> ser simplificada, caso as funções<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica e da solicitação sejam do tipo normal e as<br />
variáveis sejam consi<strong>de</strong>radas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Outras formulações, <strong>para</strong> outras combinações <strong>de</strong><br />
funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser obtidas em literatura especializada na área <strong>de</strong><br />
confiabilida<strong>de</strong> estrutural.<br />
f<br />
23
CAPÍTULO 02 - ANÁLISE DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES<br />
2.1 - INTRODUÇÃO<br />
Os conceitos mais fundamentais no dimensionamento <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> são a<br />
tensão e a <strong>de</strong>formação. Conhecidas as cargas atuantes nos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, po<strong>de</strong>-se<br />
<strong>de</strong>terminar as tensões resultantes. Neste capítulo relacionamos as tensões atuantes no corpo<br />
como um todo, sendo distintas das tensões superficiais ou tensões <strong>de</strong> contato. As tensões<br />
resultantes <strong>de</strong> carregamento estático serão analisadas neste capítulo.<br />
2.2 - TENSÃO<br />
A tensão representa a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> reação em um ponto do corpo submetido<br />
a cargas <strong>de</strong> serviço, condições <strong>de</strong> fabricação e variações <strong>de</strong> temperatura. A tensão é medida<br />
como a força atuante por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> um plano.<br />
Tensão = força / área<br />
σ<br />
xx =<br />
→<br />
ΔPx<br />
lim<br />
ΔA 0 ΔA<br />
∆P – Vetor força que atua sobre o elemento <strong>de</strong> área ∆A<br />
τ<br />
Figura 1 – Cargas atuantes em elemento infinitesimal<br />
xy = lim<br />
ΔA→0 Δ<br />
P y<br />
ΔA<br />
xz =<br />
→<br />
ΔPz<br />
lim<br />
ΔA 0 ΔA<br />
σxx, τxy, τxz são as <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão associadas ao plano x do ponto O<br />
σ - tensão normal: tensão perpendicular ao plano <strong>de</strong> análise<br />
τ - tensão <strong>de</strong> cisalhamento: tensão que atua <strong>para</strong>lelamente ao plano.<br />
τ<br />
Em uma peça submetida a algumas forças, a tensão é geralmente distribuída como uma<br />
função continuamente variável <strong>de</strong>ntro do contínuo do material. Cada elemento infinitesimal do<br />
material po<strong>de</strong> experimentar diferentes tensões ao mesmo tempo. Deve-se olhar as tensões<br />
como atuando em pequenos elementos <strong>de</strong>ntro da peça.<br />
24
A figura abaixo mostra um cubo infinitesimal do material da peça que é submetida a<br />
algumas tensões tridimensionais. As faces <strong>de</strong>ste cubo infinitesimal são <strong>para</strong>lelas a um conjunto<br />
<strong>de</strong> eixos xyz tomados em uma orientação conveniente. A orientação <strong>de</strong> cada face é <strong>de</strong>finida<br />
pelo vetor superficial normal como mostra a figura. A face x tem sua superfície normal <strong>para</strong>lela<br />
aos eixos x, etc. Note que há duas faces x, duas faces y e duas faces z, uma <strong>de</strong> cada sendo<br />
positiva e uma negativa como <strong>de</strong>finida pelo sentido <strong>de</strong> seu vetor normal à superfície. Os nove<br />
<strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão atuando nas superfícies <strong>de</strong>ste elemento infinitesimal estão mostrados<br />
nas figuras 3 e 4. Os <strong>componentes</strong> σxx , σyy , σzz são as tensões normais, assim chamadas<br />
porque atuam respectivamente nas direções normais às superfícies x, y e z do cubo. As<br />
<strong>componentes</strong> τxy , τxz , por exemplo são as tensões cisalhantes que atuam na face x e cujas<br />
direções <strong>de</strong> atuação são <strong>para</strong>lelas aos eixos y e z , respectivamente<br />
Figura 2 - Componentes <strong>de</strong> tensão sobre um elemento infinitesimal tridimensional<br />
Estes elementos infinitesimais são mo<strong>de</strong>lados como cubos. Os <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão<br />
são consi<strong>de</strong>rados atuando nas faces <strong>de</strong>stes cubos em duas diferentes maneias. Tensões<br />
normais atuam perpendicularmente à face do cubo e ten<strong>de</strong>m a tracioná-las (tensão normal <strong>de</strong><br />
tração) ou comprimi-las (tensão normal <strong>de</strong> compressão). Tensões cisalhantes atuam<br />
<strong>para</strong>lelamente às faces dos cubos em pares e nas faces opostas, que ten<strong>de</strong>m a distorcer o<br />
cubo em um formato romboidal. Estas <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão normal e cisalhamento atuantes<br />
no elemento infinitesimal compõem o tensor.<br />
Tensão é um tensor <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m e requer nove valores ou <strong>componentes</strong> <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>screvê-lo no estado tridimensional. Po<strong>de</strong> ser expresso por uma matriz:<br />
25
On<strong>de</strong> a notação <strong>para</strong> cada componente <strong>de</strong> tensão contem três elementos, a magnitu<strong>de</strong><br />
(σ ou τ), a direção da normal à superfície <strong>de</strong> referencia (primeiro subscrito) e a direção da ação<br />
(segundo subscrito). Utiliza-se σ <strong>para</strong> tensões normais e τ <strong>para</strong> tensões cisalhantes. Muitos<br />
elementos nas <strong>máquinas</strong> são sujeitos a um estado <strong>de</strong> tensão tridimensional e requer o tensor<br />
tensão.<br />
Figura 3 – Componentes <strong>de</strong> tensão em um estado bidimensional<br />
Em alguns casos, são usados como estado <strong>de</strong> tensão bidimensional (figura 2.2b)<br />
O tensor tensão <strong>para</strong> o estado bidimensional é:<br />
Um elemento infinitesimal <strong>de</strong> um corpo (dx) (dy) <strong>de</strong>ve estar em equilíbrio. Portanto:<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos mostrar que:<br />
∑ M o = 0 ∑ F y = 0 ∑ F x = 0<br />
τ = τ<br />
xy<br />
ou seja, <strong>para</strong> um ponto sob estado plano <strong>de</strong> tensões as <strong>componentes</strong> cisalhantes em planos<br />
mutuamente perpendiculares <strong>de</strong>vem ser iguais. De fato, po<strong>de</strong>-se mostrar que isto é verda<strong>de</strong><br />
<strong>para</strong> um estado mais geral <strong>de</strong> tensões, ou seja:<br />
yx<br />
26
τ = τ τ yz = τ zy<br />
2.3 - TENSÕES EM MEMBROS COM CARREGAMENTO AXIAL<br />
2.3.1 - CARGA AXIAL<br />
extremida<strong>de</strong>s.<br />
xz<br />
zx<br />
Seja a barra, consi<strong>de</strong>rada sem peso e em equilíbrio, sujeita a duas forças F em suas<br />
2.3.2 - CARGA AXIAL - TENSÃO DE APOIO<br />
P<br />
σ = Tensão Normal (tração)<br />
A<br />
Figura 4 - Tensão normal (tração)<br />
P<br />
σ = Tensão <strong>de</strong> Apoio (compressão)<br />
A<br />
Figura 5 -Tensão <strong>de</strong> compressão<br />
27
2.3.3 - TENSÃO MÉDIA DE CISALHAMENTO<br />
a) Cisalhamento simples:<br />
b) Rebite:<br />
c) Cisalhamento duplo:<br />
Figura 6 - Tensão <strong>de</strong> cisalhamento<br />
Figura 7 - Cisalhamento simples<br />
Figura 8 - Cisalhamento <strong>de</strong> rebite<br />
Figura 9 - cisalhamento duplo<br />
τ<br />
τ<br />
m<br />
m<br />
=<br />
=<br />
V<br />
A<br />
V<br />
A<br />
=<br />
=<br />
P<br />
A<br />
P<br />
2A<br />
28
2.4 - TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO<br />
2.4.1 - EQUAÇÕES PARA TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO PLANA<br />
Uma vez <strong>de</strong>terminadas às tensões normais σx e σy e a tensão <strong>de</strong> cisalhamento τxy, é<br />
possível <strong>de</strong>terminar as tensões normais e <strong>de</strong> cisalhamento em qualquer plano inclinado em um<br />
dado estado <strong>de</strong> tensão.<br />
Aplicando as equações <strong>de</strong> equilíbrio estático:<br />
∑ F x'<br />
= 0<br />
Figura 10a - Análise <strong>de</strong> tensões em um plano qualquer<br />
Figura 10b - Análise <strong>de</strong> tensões em um plano qualquer<br />
σ −σ dA.<br />
cosθ.<br />
cosθ<br />
−τ<br />
dA.<br />
cosθ.<br />
senθ<br />
−σ<br />
dA.<br />
senθ.<br />
senθ<br />
−τ<br />
dA.<br />
senθ.<br />
cosθ<br />
= 0<br />
x ' dA x<br />
xy<br />
y<br />
xy<br />
2<br />
2<br />
σ = σ . cos θ + σ . θ + 2.<br />
τ . cosθ.<br />
senθ<br />
x '<br />
Sabendo que:<br />
x<br />
y sen xy<br />
29
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
sen 2θ = 2.<br />
senθ.<br />
cosθ<br />
, cos 2θ<br />
= cos θ − sen θ , 1 = cos θ + sen θ<br />
Assim:<br />
cos 2<br />
1+<br />
cos2θ<br />
θ = ,<br />
2<br />
2 1−<br />
cos2θ<br />
sen θ =<br />
2<br />
Substituindo as expressões <strong>de</strong> sen 2 θ, cos 2 θ e sen 2θ:<br />
1+<br />
cos 2θ<br />
1−<br />
cos 2θ<br />
σ x ' = σ x + σ y + τ xysen2θ<br />
2<br />
2<br />
σ x + σ y σ x − σ y<br />
σ x ' = + cos 2θ<br />
+ τ xysen2θ<br />
2 2<br />
∑ F y = 0<br />
τ + σ dAcosθ.<br />
senθ<br />
−τ<br />
dA.<br />
cosθ.<br />
cosθ<br />
−σ<br />
dA.<br />
senθ.<br />
cosθ<br />
+ τ dA.<br />
senθ.<br />
senθ<br />
= 0<br />
x ' y'dA<br />
x<br />
xy<br />
y<br />
xy<br />
⎛σ x −σ<br />
y ⎞<br />
τ x' y'<br />
= −<br />
⎜ sen 2θ<br />
+ τ xy cos2θ<br />
2 ⎟<br />
⎝ ⎠<br />
2.4.2 - CÍRCULO DE MOHR<br />
Sejam as equações <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> tensão:<br />
σ x + σ y σ x −σ<br />
y<br />
σ x ' = − = cos2θ<br />
+ τ xysen2θ<br />
2 2<br />
σ x −σ<br />
y<br />
τ xy = − sen 2θ<br />
+ τ xy cos2θ<br />
2<br />
Elevando ao quadrado ambas as equações e somando-as tem-se:<br />
2<br />
⎛ σ x + σ y ⎞ 2 ⎛σ x −σ<br />
y ⎞<br />
⎜<br />
⎜σ<br />
x'<br />
−<br />
τ x'<br />
y'<br />
+ τ<br />
2 ⎟ + =<br />
⎜<br />
2 ⎟<br />
⎝<br />
⎠ ⎝ ⎠<br />
2<br />
2<br />
xy<br />
Esta equação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> maneira mais compacta:<br />
2 2 2<br />
( σ − ) + τ = R<br />
x '<br />
a x'<br />
y'<br />
A equação acima é a equação <strong>de</strong> um circulo <strong>de</strong> raio<br />
σ x + σ y<br />
a =<br />
em 2 e b=0.<br />
⎛σ x −σ<br />
y ⎞<br />
R =<br />
⎜ + τ<br />
2 ⎟<br />
⎝ ⎠<br />
2<br />
2<br />
xy<br />
e o centro<br />
30
O circulo construído <strong>de</strong>sta maneira é chamado círculo <strong>de</strong> Mohr, on<strong>de</strong> a or<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> um<br />
ponto sobre o circulo é a tensão <strong>de</strong> cisalhamento τxy e abscissa é a tensão normal σx.<br />
CONCLUSÕES IMPORTANTES<br />
Figura 11 - Círculo <strong>de</strong> Mohr <strong>para</strong> tensões<br />
• A maior tensão normal possível é σ1 e a menor é σ2. Nestes planos não existem tensão<br />
<strong>de</strong> cisalhamento.<br />
• A maior tensão <strong>de</strong> cisalhamento τmax é igual ao raio do circulo e uma tensão normal <strong>de</strong><br />
σ + σ<br />
x<br />
2<br />
y<br />
atua em cada um planos <strong>de</strong> máxima e mínima tensão <strong>de</strong> cisalhamento.<br />
• Se σ1==σ2, o circulo <strong>de</strong> Mohr se <strong>de</strong>genera em um ponto, e não se <strong>de</strong>senvolvem tensão<br />
<strong>de</strong> cisalhamento no plano xy.<br />
• Se σx+σy=0, o centro do circulo <strong>de</strong> Mohr coinci<strong>de</strong> com a origem das coor<strong>de</strong>nadas σ - τ, e<br />
existe o estado <strong>de</strong> cisalhamento puro.<br />
• Se soma das tensão normais em quaisquer dos planos mutuamente perpendiculares é<br />
constante: σx+σy=σ1+σ2=σx’+σy’= constante.<br />
• Os plano <strong>de</strong> tensão máxima ou mínima formam ângulos <strong>de</strong> 45º com os planos das<br />
tensões principais.<br />
31
2.4.3 - CONSTRUÇÃO DO CÍRCULO DE MOHR PARA TENSÕES<br />
Figura 12 - Elemento submetido a tensões σx = - 20 MPa (20 x 10 6 N/m 2 ) , σy = 90 MPa , σxy = 60 Mpa<br />
Procedimento<br />
1- Determinar o centro do circulo (a,b):<br />
σ x + σ y − 20 + 90<br />
a = = = 35Mpa<br />
2 2<br />
,<br />
2- Determinar o Raio<br />
⎛ σ x + σ y ⎞ 2<br />
R =<br />
⎜ + τ xy<br />
2 ⎟ →<br />
⎝ ⎠<br />
3- Localizar o ponto A(-20,60)<br />
2<br />
b = 0<br />
2<br />
⎛ − 20 − 90 ⎞ 2<br />
R = ⎜ ⎟ + 60 = 81,<br />
4Mpa<br />
⎝ 2 ⎠<br />
Figura 13 – Círculo <strong>de</strong> Mohr<br />
32
4- Tensões principais:<br />
σ = 35 + 81,<br />
4 = 116,<br />
4Mpa<br />
, σ = 35 − 81,<br />
4 = −46,<br />
4Mpa<br />
1<br />
5- Orientações das tensões principais:<br />
60<br />
. 2<br />
47,<br />
7º<br />
20 35<br />
' ⎛ ⎞<br />
''<br />
θ 1 = arc tag ⎜ ⎟ = , 1 25,<br />
85º<br />
⎝ + ⎠<br />
= θ<br />
2 '<br />
''<br />
''<br />
''<br />
2θ<br />
1 + 2θ<br />
2 = 180º<br />
→ 2 66,<br />
15º<br />
= θ<br />
6- Tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento:<br />
τ<br />
max<br />
= R = 81,<br />
4Mpa<br />
2<br />
Figura 14 – Inclinação das tensões atuantes<br />
7- Orientação da tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento:<br />
''<br />
''<br />
2θ<br />
1 + 2θ<br />
2 = 90º<br />
→ 2 21,<br />
15º<br />
' '<br />
2 = θ<br />
Figura 15 - Posição do elemento submetido a tensões máximas <strong>de</strong> cisalhamento<br />
33
2.4.4 - TENSÕES PRINCIPAIS PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES<br />
Consi<strong>de</strong>re um estado <strong>de</strong> tensão tridimensional e um elemento infinitesimal tetraédrico.<br />
Sobre o plano obliquo ABC surge a tensão principal σn, <strong>para</strong>lela ao vetor normal unitário.<br />
Figura 16 - Elemento infinitesimal tetraédrico submetido a estado tridimensional <strong>de</strong> tensões<br />
O vetor é i<strong>de</strong>ntificado pelos seus cosenos diretores 1, m e n, on<strong>de</strong> cos α = 1, cos β = m,<br />
cos γ = n. Da figura nota-se que: 1 2 +m 2 +n 2 = 1.<br />
Figura 17 – Vetor unitário<br />
O plano oblíquo tem área dA e as projeções <strong>de</strong>sta área nas direções x, y e z são: dA.L,<br />
dA.m e dA.n. Impondo o equilíbrio estático nas direções x, y e z, temos:<br />
∑ F x = 0 , ( σ ndA)<br />
. 1−<br />
σ xdA.<br />
1−<br />
τ xydA.<br />
m −τ<br />
xzdA.<br />
n = 0<br />
∑ F y = 0 , ( σ ndA)<br />
. m − σ xdA.<br />
m −τ<br />
xydA.<br />
n −τ<br />
xzdA.<br />
1 = 0<br />
∑ F z = 0 , ( σ ndA)<br />
n −σ 2 dA.<br />
n −τ<br />
yzdA.<br />
m = 0<br />
Simplificando e reagrupando em forma matricial, temos:<br />
34
Como visto anteriormente, 1 2 +m 2 +n 2 = 1, os cosenos diretores são diferentes <strong>de</strong> zero.<br />
Logo, o sistema terá uma solução não trivial quando o <strong>de</strong>terminante da matriz <strong>de</strong> coeficientes<br />
<strong>de</strong> 1,m e n for nulo<br />
A expansão do <strong>de</strong>terminante fornece um polinômio característico do tipo:<br />
on<strong>de</strong>: I = σ x + σ y + σ z<br />
σ<br />
σ σ σ III<br />
3 2<br />
n − Iσ n + IIσ<br />
n − σ<br />
2 ( τ xy<br />
2<br />
+ τ yz +<br />
2 )<br />
2 ( σ τ<br />
2<br />
+ σ τ + σ<br />
2 )<br />
II = ( σ xσ<br />
y + σ yσ<br />
z + σ zσ<br />
x ) − τ xz<br />
σ<br />
III = σ xσ<br />
yσ<br />
z + 2. τ xyτ<br />
yzτ<br />
xz − x yz y xz zτ<br />
xy<br />
σ<br />
As equações acima são invariantes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do plano oblíquo que é tomado<br />
no tetraedro. Logo, as raízes do polinômio característico já as tensões principais.<br />
= 0<br />
2.4.5 - CÍRCULO DE MOHR PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES<br />
Qualquer estado <strong>de</strong> tensão tridimensional po<strong>de</strong> ser transformado em três tensões<br />
principais que atuam em três direções ortogonais.<br />
Figura 18 - Elemento submetido a estado tridimensional <strong>de</strong> tensões<br />
35
Admitindo que σ1>σ2>σ3>0.<br />
2.5 – ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO<br />
Figura 19 - Círculo <strong>de</strong> Mohr <strong>para</strong> o estado tridimensional <strong>de</strong> tensões<br />
Um corpo sólido se <strong>de</strong>forma quando sujeito a mudanças <strong>de</strong> temperatura ou a uma carga<br />
externa, como mostrado abaixo.<br />
Figura 20 - Corpo submetido à tração pura<br />
Se L0 é o comprimento inicial e L é o comprimento final do corpo sob tração, o<br />
alongamento é ∆L = L – L0 e o alongamento por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento, chamado<br />
<strong>de</strong>formação linear, é <strong>de</strong>finido como:<br />
L<br />
dL ΔL<br />
ε = ∫ =<br />
L<br />
0 0 L0<br />
Se o corpo se <strong>de</strong>forma em três direções ortogonais x,y,z e z e u, v, e w forem as três<br />
<strong>componentes</strong> do <strong>de</strong>slocamento nestas direções, as <strong>de</strong>formações lineares são respectivamente:<br />
36
Além da <strong>de</strong>formação linear, um corpo po<strong>de</strong> sofrer uma <strong>de</strong>formação angular, como<br />
mostrado abaixo.<br />
Figura 21 - Análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação angular em elemento infinitesimal<br />
Assim, <strong>para</strong> pequenas mudanças <strong>de</strong> ângulo, a <strong>de</strong>formação angular associada as<br />
coor<strong>de</strong>nadas x e y é <strong>de</strong>finida por:<br />
Se o corpo se <strong>de</strong>forma em mais planos ortogonais xz e yz, as <strong>de</strong>formações angulares<br />
nestes planos são:<br />
2.6 - LEIS DE TENSÃO - DEFORMAÇÃO LINEAR E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO<br />
2.6.1 - COEFICIENTE DE POISSON PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS<br />
Seja o corpo abaixo submetido a uma força axial.<br />
37
Deformação axial<br />
Deformação lateral<br />
Figura 22 - Peça submetida a carregamento axial<br />
A relação entre o valor da <strong>de</strong>formação lateral e a <strong>de</strong>formação axial é conhecida como<br />
coeficiente <strong>de</strong> Poisson:<br />
2.6.2 - LEI DE HOOKE PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS (ESTADO TRIAXIAL DE<br />
TENSÕES)<br />
Seja um corpo sujeito a um estado triaxial <strong>de</strong> tensões σx, σy e σz.<br />
Figura 23 - Corpo sujeito a um estado triaxial <strong>de</strong> tensões<br />
O estado triaxial <strong>de</strong> tensões po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como a superposição <strong>de</strong> três estados<br />
<strong>de</strong> tensão uniaxial analisados se<strong>para</strong>damente:<br />
38
1 – Deformações <strong>de</strong>vido a σx:<br />
2 – Deformações <strong>de</strong>vido a σy:<br />
3 – Deformações <strong>de</strong>vido a σz:<br />
Superpondo todas as <strong>de</strong>formações, temos:<br />
Da Lei <strong>de</strong> Hooke, σ = E ε é o modulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do material, as <strong>de</strong>formações <strong>de</strong>vido<br />
à σx, σy e σz são:<br />
- tensão são:<br />
Para o caso do corpo ser submetido a esforços <strong>de</strong> cisalhamento as relações <strong>de</strong>formação<br />
O módulo <strong>de</strong> cisalhamento G está relacionado a E e ν por:<br />
2.7 - EXTENSOMETRIA<br />
A extensometria é uma técnica utilizada <strong>para</strong> a análise experimental <strong>de</strong> tensões e<br />
<strong>de</strong>formações em estruturas mecânicas e <strong>de</strong> alvenaria. Estas estruturas apresentam<br />
<strong>de</strong>formações sob carregamento ou sob efeito da temperatura. É importante conhecer a<br />
extensão <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>formações e muitas vezes precisam ser monitoradas constantemente, o que<br />
po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> diversas formas. Algumas são o relógio com<strong>para</strong>dor, o <strong>de</strong>tector eletrônico <strong>de</strong><br />
39
<strong>de</strong>slocamento, por camada frágil, por foto-elasticida<strong>de</strong> e por strain-gauge. Dentre todas, o<br />
strain-gauge, do inglês medidor <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, é um dos mais versáteis métodos.<br />
Os extensômetros elétricos são largamente utilizados <strong>para</strong> medir <strong>de</strong>formações em<br />
estruturas como pontes, <strong>máquinas</strong>, locomotivas, navios e ainda associados a transdutores <strong>para</strong><br />
medir pressão, tensão, força e aceleração. São ainda associados a outros instrumentos <strong>de</strong><br />
medidas <strong>para</strong> uso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> análise experimental <strong>de</strong> tensão até investigação e práticas médicas e<br />
cirúrgicas.<br />
2.7.1 - EXTENSÔMETRO ELÉTRICO (STRAIN-GAUGE)<br />
Em 1856 William Thomson, ou conhecido como Lord Kelvin, apresentou à Royal<br />
Philosophical Society <strong>de</strong> Londres os resultados <strong>de</strong> um experimento envolvendo a resistência<br />
elétrica do cobre e ferro quando submetidos a estresse. As observações <strong>de</strong> Kelvin foram<br />
consistentes com a relação entre resistência elétrica e algumas proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> um<br />
condutor, segundo a equação<br />
L<br />
R<br />
A<br />
ρ<br />
=<br />
on<strong>de</strong> R é a resistência elétrica, ρ é a constante <strong>de</strong> condutivida<strong>de</strong>, L é o comprimento do<br />
condutor e A é a área da seção transversal <strong>de</strong>ste. A resistência é diretamente proporcional ao<br />
comprimento e inversamente proporcional à área da seção transversal.<br />
Quando uma barra metálica é esticada, ela sofre um alongamento em seu comprimento<br />
e também uma diminuição do seu volume, resultado da diminuição da área da seção<br />
transversal <strong>de</strong>sta barra. A resistência elétrica da metálica aumenta quando esta barra é<br />
esticada, também resultado da diminuição da área da seção transversal e do aumento do<br />
comprimento da barra. Da mesma maneira, quando a barra é comprimida, a resistência diminui<br />
<strong>de</strong>vido ao aumento da área transversal e diminuição do comprimento.<br />
A relação entre comprimento e dimensão da seção transversal po<strong>de</strong> ser expressa<br />
através do coeficiente <strong>de</strong> Poisson:<br />
dD<br />
−<br />
D ε L<br />
ν =<br />
=<br />
dL ε a<br />
L<br />
40
Figura 24 - Extensômetro <strong>de</strong> fio<br />
on<strong>de</strong> ν(ni) é o coeficiente <strong>de</strong> Poisson, D é a dimensão da seção transversal, L é o<br />
comprimento, εL (epslon) é a <strong>de</strong>formação lateral e εa é a <strong>de</strong>formação axial. Esta relação<br />
<strong>de</strong>monstra basicamente que, quando o comprimento diminui <strong>para</strong> um material (compressão), a<br />
seção transversal aumenta, e vice-versa <strong>para</strong> um aumento no comprimento (tensão) do<br />
material.<br />
Experimentos realizados pelo norte-americano P. W. Bridgman em 1923 mostraram<br />
algumas aplicações práticas da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> Kelvin <strong>para</strong> realização <strong>de</strong> medidas, mas foi a<br />
partir <strong>de</strong> 1930 que estas tomaram impulso. É creditado a Roy Carlson uma das primeiras<br />
utilizações <strong>de</strong> um fio resistivo <strong>para</strong> medições <strong>de</strong> tensões em 1931. Entre 1937 e 1939, Edward<br />
Simmons (Califórnia Institute of Technology, - Pasa<strong>de</strong>na, CA, USA) e Arthur Ruge<br />
(Massachusetts Institute of Technology - Cambridge, MA, USA) trabalhando<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente um do outro, utilizaram pela primeira vez fios metálicos colados à superfície<br />
<strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> prova <strong>para</strong> medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Esta experiência <strong>de</strong>u origem aos<br />
extensômetros que são utilizados atualmente. A Figura 2.21 mostra um a construção geral <strong>de</strong><br />
um extensômetro à base <strong>de</strong> fio colado.<br />
A partir <strong>de</strong> 1950, o processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> extensômetros adotou o método <strong>de</strong><br />
manufaturar finas folhas ou lâminas contendo um labirinto ou gra<strong>de</strong> metálica, colado a um<br />
suporte flexível feito geralmente <strong>de</strong> epóxi. As técnicas <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> circuitos impressos são<br />
usadas na confecção <strong>de</strong>ssas lâminas, que po<strong>de</strong>m ter configurações bastante variadas e<br />
intrincadas, como mostra a Figura 25.<br />
Figura 25 Tipos <strong>de</strong> extensômetros elétricos.<br />
41
Os extensômetros elétricos têm as seguintes características gerais, que <strong>de</strong>notam sua<br />
importância e alto uso:<br />
• alta precisão <strong>de</strong> medida;<br />
• baixo custo;<br />
• excelente linearida<strong>de</strong>;<br />
• excelente resposta dinâmica;<br />
• fácil instalação;<br />
• po<strong>de</strong> ser imerso em água ou em atmosfera <strong>de</strong> gases corrosivos (com tratamento<br />
a<strong>de</strong>quado);<br />
• possibilita realizar medidas à distância.<br />
A base do extensômetro po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>: poliamida, epóxi, fibra <strong>de</strong> vidro reforçada com resina<br />
fenólica, baquelita, poliéster, papel e outros. O elemento resistivo po<strong>de</strong> ser confeccionado <strong>de</strong><br />
ligas metálicas tais como Constantan, Advance, Nicromo V, Karma, Níquel, Isoelatic e outros. O<br />
extensômetro po<strong>de</strong> ser confeccionado também com elemento semicondutor, que consiste<br />
basicamente <strong>de</strong> um pequeno e finíssimo filamento <strong>de</strong> cristal <strong>de</strong> silício que é geralmente<br />
montado em suporte <strong>de</strong> epóxi ou fenólico.<br />
As características principais dos extensômetros elétricos <strong>de</strong> semicondutores são sua gran<strong>de</strong><br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> resistência em função da <strong>de</strong>formação e seu alto valor do fator do<br />
extensômetro, que é <strong>de</strong> aproximadamente 150, po<strong>de</strong>ndo ser positivo ou negativo. Para os<br />
extensômetros metálicos a maior variação <strong>de</strong> resistência é <strong>de</strong>vida às variações dimensionais,<br />
enquanto que nos <strong>de</strong> semicondutor a variação é mais atribuída ao efeito piezo-resistivo.<br />
Para um extensômetro i<strong>de</strong>al, o fator <strong>de</strong> extensômetro <strong>de</strong>veria ser uma constante, e <strong>de</strong> maneira<br />
geral os extensômetros metálicos possuem o fator <strong>de</strong> extensômetro que po<strong>de</strong>m ser<br />
consi<strong>de</strong>rados como tal. Nos extensômetros semicondutores, entretanto, o fator do extensômetro<br />
varia com a <strong>de</strong>formação, numa relação não linear. Isto dificulta quando da interpretação das<br />
leituras <strong>de</strong>sses dispositivos. Entretanto é possível se obter circuitos eletrônicos que linearizem<br />
esses efeitos. Atualmente, os extensômetros semicondutores são bastante aplicados quando se<br />
<strong>de</strong>seja uma saída em nível mais alto, como em células <strong>de</strong> cargas, acelerômetros e outros<br />
transdutores.<br />
2.7.2 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO E USO<br />
Na sua forma mais completa, o extensômetro elétrico é um resistor composto <strong>de</strong> uma<br />
finíssima camada <strong>de</strong> material condutor, <strong>de</strong>positado então sobre um composto isolante. Este é<br />
então colado sobre a estrutura em teste com auxílio <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivos como epóxi ou cianoacrilatos.<br />
42
Pequenas variações <strong>de</strong> dimensões da estrutura são então transmitidas mecanicamente ao<br />
extensômetro, que transforma essas variações em variações equivalentes <strong>de</strong> sua resistência<br />
elétrica (por esta razão, os extensômetros são <strong>de</strong>finidos como transdutores). Os extensômetros<br />
são usados <strong>para</strong> medir variações <strong>de</strong> carga, pressão, torque, <strong>de</strong>slocamento, tensão,<br />
compressão, aceleração, vibração. A seleção do extensômetro apropriado <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminada<br />
aplicação é influenciada pelas características seguintes: material da gra<strong>de</strong> metálica e sua<br />
construção, material do suporte isolante, material do a<strong>de</strong>sivo, tratamento e proteção do medidor<br />
e configuração. O <strong>de</strong>sign dos extensômetros incorpora várias funcionalida<strong>de</strong>s como alto fator <strong>de</strong><br />
medição, alta resistivida<strong>de</strong>, insensibilida<strong>de</strong> à temperatura, alta estabilida<strong>de</strong> elétrica, alta<br />
resistência mecânica, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipulação, baixa histerese, baixa troca termal com outros<br />
materiais e durabilida<strong>de</strong>. A sensibilida<strong>de</strong> à temperatura é um ponto fundamental no uso <strong>de</strong><br />
extensômetros, e freqüentemente o circuito <strong>de</strong> medição contém um compensador <strong>de</strong><br />
temperatura. Da mesma forma, o tipo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivo usado <strong>para</strong> fixar o extensômetro à estrutura a<br />
ser monitorada é <strong>de</strong> suma importância. O a<strong>de</strong>sivo <strong>de</strong>ve transmitir as variações mecânicas com<br />
o mínimo <strong>de</strong> interferência possível, por isso <strong>de</strong>ve ter alta resistência mecânica, alta resistência<br />
ao cisalhamento, resistência dielétrica e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, baixas restrições <strong>de</strong><br />
temperatura e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação.A relação básica entre <strong>de</strong>formação e a variação na<br />
resistência do extensômetro elétrico po<strong>de</strong> ser expressa como:<br />
⎛ 1 ⎞⎛<br />
dR ⎞<br />
ε = ⎜ ⎟⎜<br />
⎟<br />
⎝ F ⎠⎝<br />
R ⎠<br />
on<strong>de</strong> ε é a <strong>de</strong>formação, F é o fator do medidor e R é a resistência do medidor. Para um<br />
medidor típico, F é 2.0 e R é 120 ohm.<br />
2.7.3 - TIPOS DE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS (STRAIN-GAUGES)<br />
Extensômetro axial único. Utilizado quando se conhece a direção da <strong>de</strong>formação, que é<br />
em um único sentido.<br />
Figura 26 - Extensômetro axial único.<br />
43
EXTENSÔMETRO AXIAL MÚLTIPLO<br />
Roseta <strong>de</strong> 2 direções. São dois extensômetros sobre uma mesma base, sensíveis a<br />
duas direções. Utilizada <strong>para</strong> medir <strong>de</strong>formações principais quando se conhecem as direções.<br />
Figura 27 - Roseta <strong>de</strong> 2 direções<br />
Roseta <strong>de</strong> 3 direções. São três extensômetros sobre uma mesma base, sensíveis a três<br />
direções. Utilizada quando as direções principais <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações não são conhecidas.<br />
Figura 28 - Roseta <strong>de</strong> 3 direções<br />
A Figura 29(a) apresenta um extensômetro tipo diafragma, que são quatro<br />
extensômetros sobre uma mesma base, sensíveis a <strong>de</strong>formações em duas posições<br />
diferentes. Usado <strong>para</strong> transdutores <strong>de</strong> pressão. A Figura 29(b) apresenta um<br />
extensômetro <strong>para</strong> medida <strong>de</strong> tensão residual, que são três extensômetros sobre<br />
uma base <strong>de</strong>vidamente posicionados <strong>para</strong> utilização em método <strong>de</strong> medida <strong>de</strong><br />
tensão residual. Finalmente, a Figura 29(c) mostra um extensômetro <strong>para</strong><br />
transdutores <strong>de</strong> carga (strain-gauge load cell), que são dois extensômetros dispostos<br />
lado a lado, sobre a mesma base, <strong>para</strong> utilização em células <strong>de</strong> cargas (<strong>para</strong><br />
medição <strong>de</strong> tensão e compressão).<br />
44
(a) (b) (c)<br />
Figura 29 - Extensômetros tipo (a) diafragma, (b) <strong>para</strong> medida <strong>de</strong> tensão residual e (c) célula <strong>de</strong> carga<br />
A extensometria, como técnica <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações ocorridas em materiais, é<br />
essencial <strong>para</strong> monitoramento dinâmico <strong>de</strong> estruturas sujeitas a carregamentos e tem no<br />
extensômetro elétrico ou strain-gauge seu instrumento principal.<br />
Os strain-gauges têm aplicações tão variadas quanto monitoramento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações<br />
em pontes, vigas, medição <strong>de</strong> vibração em <strong>máquinas</strong>, medição <strong>de</strong> pressão, <strong>de</strong> força, em<br />
acelerômetros e torquímetros. Devido às vantagens e importância dos extensômetros elétricos,<br />
estes aparelhos são indispensáveis a qualquer equipe que se <strong>de</strong>dique ao estudo experimental<br />
<strong>de</strong> medições.<br />
2.8 - RELAÇÕES TENSÃO - DEFORMAÇÃO<br />
Para o estado plano <strong>de</strong> tensões, as condições permitem o uso da aproximação segundo<br />
a qual não ocorre variação das tensões na direção z, po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar as tensões σzz<br />
, σxz e σyz em presença das outras tensões. Então:<br />
E ( ε xx υε yy )<br />
( 1−<br />
υ )<br />
σ xx = +<br />
2<br />
E ( υε xx ε yy )<br />
( 1−<br />
υ )<br />
σ yy = +<br />
2<br />
σ = 2Gε<br />
xy<br />
xy<br />
σ<br />
zz<br />
= σ xz = σ yz = 0<br />
εxx<br />
εxx = εyy<br />
2.9 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS<br />
2.9.1 - INTRODUÇÃO<br />
εxy<br />
A mecânica dos meios contínuos e mais especificamente a teoria da elasticida<strong>de</strong>, tem<br />
como fundamento básico o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos que possam representar<br />
a<strong>de</strong>quadamente a situação física real em estudo. Na análise estrutural o objetivo po<strong>de</strong> ser a<br />
45
<strong>de</strong>terminação do campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos , as <strong>de</strong>formações internas ou as tensões atuantes<br />
no sistema <strong>de</strong>vido a aplicação <strong>de</strong> cargas. Muitos estudiosos do assunto tais como Navier,<br />
Cauchy, Poisson, Green etc , <strong>de</strong>stacaram-se no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos que<br />
auxiliaram na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> variáveis envolvidas num <strong>de</strong>terminado estudo.<br />
Porém em certos casos práticos certas aplicações <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos apresentam<br />
dificulda<strong>de</strong>s as vezes intransponíveis . Como exemplo sabe-se que na análise estrutural a<br />
perfeita representação matemática dos carregamentos, geometria, condições <strong>de</strong> contorno etc<br />
em muitas situações apresenta-se <strong>de</strong> forma complexa, havendo assim a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
introduzir hipóteses mais aproximadas no problema físico real possibilitando assim formas <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>lagem matemática que conduzem a soluções mais simples.Por outro lado a engenharia<br />
tem <strong>de</strong>monstrado interesse cada dia maior em estudos mais precisos que se aproximam o<br />
máximo possível do mo<strong>de</strong>lo real . Dentre estes métodos escolhidos surgiu o método dos<br />
elementos finitos que é baseado na discretização do meio contínuo (estrutura sólida, o fluido, os<br />
gases etc).O método dos elementos finitos é seguramente um dos métodos mais difundidos na<br />
discretização dos meios contínuos . A sua utilização se <strong>de</strong>ve também ao fato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser<br />
aplicado em problemas clássicos da mecânica estrutural elástico-linear tais como mecânica dos<br />
sólidos , mecânica dos fluidos, transmissão <strong>de</strong> calor , acústica etc.<br />
2.9.2 – SÍNTESE HISTÓRICA<br />
Devido a complexida<strong>de</strong> comportamental dos sistemas estruturais utiliza-se mo<strong>de</strong>los<br />
mais simplificados que consistem em se<strong>para</strong>r os sistemas em <strong>componentes</strong> básicos ou seja,<br />
aplica-se o processo <strong>de</strong> análise do método científico <strong>de</strong> abordagem do problema.<br />
Com esta operação, tem-se a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estudar o comportamento dos<br />
elementos <strong>de</strong> forma mais simples sintetizando as soluções parciais <strong>para</strong> se obter uma solução<br />
aproximada porém segura. A discretização <strong>de</strong> sistemas contínuos tem objetivos análogos aos<br />
acima <strong>de</strong>scritos, particionando-se o domínio, o sistema em <strong>componentes</strong> cujas soluções são<br />
mais simples e posteriormente utiliza-se soluções parciais <strong>para</strong> resolver os problemas. Em<br />
alguns casos essa subdivisão prossegue in<strong>de</strong>finidamente e o problema só terá solução<br />
utilizando <strong>de</strong>finições matemáticas <strong>de</strong> infinitésimos isto é, conduzindo-se a equações<br />
diferenciais , ou expressões equivalentes com um número infinito <strong>de</strong> elementos. Com a<br />
evolução dos computadores digitais os problemas discretos po<strong>de</strong>m ser resolvidos sem<br />
dificulda<strong>de</strong> mesmo que o mo<strong>de</strong>lo apresente um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
apenas da capacida<strong>de</strong> do computador .<br />
46
A discretização <strong>de</strong> problemas contínuos tem sido abordada ao longo dos anos, <strong>de</strong> forma<br />
diferente por matemáticos e engenheiros. Os matemáticos tem <strong>de</strong>senvolvido técnicas gerais<br />
aplicáveis diretamente a equações diferenciais que regem o problema tais como: aproximações<br />
por diferenças finitas , métodos <strong>de</strong> resíduos pon<strong>de</strong>rados, técnicas aproximadas <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar<br />
pontos estacionários <strong>de</strong> funcionais etc. Os engenheiros procuram abordar os problemas <strong>de</strong><br />
forma mais intuitiva estabelecendo analogias entre os elementos discretos reais e porções<br />
finitas <strong>de</strong> um domínio do contínuo.<br />
O conceito <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> estruturas teve início na escola francesa (1850 a 1875) com<br />
Navier , St. Venan e com os trabalhos <strong>de</strong> Maxwell, Castigliano , Mohr e outros.<br />
No período compreendido entre 1875 e 1920 as teorias e técnicas analíticas <strong>para</strong> o<br />
estudo das estruturas forma particularmente lentos <strong>de</strong>vido certamente as limitações práticas<br />
nas soluções <strong>de</strong> equações algébricas . Neste período as estruturas <strong>de</strong> interesse eram<br />
basicamente treliças e pórticos que utilizavam um processo <strong>de</strong> análise mais aproximado<br />
baseado na distribuição <strong>de</strong> tensões com forças incógnitas o que era universalmente<br />
empregado. Após 1920 em função dos trabalhos <strong>de</strong> Maney e Ostenfield passou-se a utilizar a<br />
idéia básica <strong>de</strong> análise aproximada <strong>de</strong> treliças e pórticos baseada no método dos<br />
<strong>de</strong>slocamentos . Estas idéias portanto foram as precursoras do conceito <strong>de</strong> análise matricial <strong>de</strong><br />
estruturas em uso hoje em dia. Várias limitações no tamanho dos problemas a solucionar que<br />
po<strong>de</strong>riam ter forças ou <strong>de</strong>slocamentos com incógnitas continuaram a prevalecer até 1932<br />
quando Hardy Cross introduziu o Método da distribuição <strong>de</strong> momentos. Este método facilitou a<br />
solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> análise estrutural possibilitando-se assim trabalhar com problemas<br />
mais complexos .<br />
Após 1940 McHenry , Hrenikof e Newmark <strong>de</strong>monstraram no campo da mecânica dos<br />
sólidos que podiam ser obtidas soluções razoavelmente boas <strong>de</strong> um problema <strong>de</strong> contínuo<br />
através da distribuição <strong>de</strong> barras elásticas simples. Mais tar<strong>de</strong> Argyris, Turner, Clough , Martin e<br />
Topp <strong>de</strong>monstraram que era possível substituir as proprieda<strong>de</strong>s do contínuo <strong>de</strong> um modo mais<br />
direto e não menos intuitivo , supondo que as porções ou seja os elementos se comportavam<br />
<strong>de</strong> forma simplificada.<br />
Os computadores digitais apareceram por volta <strong>de</strong> 1950 mas a sua real aplicação a<br />
teoria e a prática não se <strong>de</strong>u aparentemente <strong>de</strong> forma imediata. Entretanto alguns estudiosos<br />
previram o seu impacto e estabeleceram codificações <strong>para</strong> a análise estrutural <strong>de</strong> forma<br />
a<strong>de</strong>quada ou seja na forma matricial. Duas contribuições notáveis po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas<br />
como um marco no estudo do método dos elementos finitos. Seus autores são Argyris e Kelsey<br />
e Turner, Clough, Martin e Topp.<br />
47
Tais publicações uniram os conceitos <strong>de</strong> análise estrutural e análise do contínuo e lançaram os<br />
procedimentos resultantes na forma matricial; elas apresentaram uma influencia prepon<strong>de</strong>rante<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento do MEF nos anos subseqüentes. Assim as equações da rigi<strong>de</strong>z passaram<br />
a ser escritas em notação matricial e resolvidas em computadores digitais. A publicação<br />
clássica <strong>de</strong> Turner et all <strong>de</strong> 1956 influencia <strong>de</strong>cisivamente no <strong>de</strong>senvolvimento do método dos<br />
elementos finitos.<br />
Em 1941 o matemático Courant sugeria a interpolação polinomial sobre uma subregião<br />
triangular como uma forma <strong>de</strong> se obter soluções numéricas aproximadas. Ele consi<strong>de</strong>rou esta<br />
aproximação como uma solução <strong>de</strong> Rayleigh-Ritz <strong>de</strong> um problema variacional. Este é portanto o<br />
método dos elementos finitos na forma com se conhece hoje em dia.<br />
O trabalho <strong>de</strong> Courant foi no entanto esquecido até que os engenheiros<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente o <strong>de</strong>senvolveram. O nome elementos finitos que i<strong>de</strong>ntifica o uso preciso da<br />
metodologia geral aplicável a sistemas discretos , foi dado em 1960 por Clough. Em 1963 o<br />
método foi reconhecido como rigorosamente correto e tornou-se uma respeitável área <strong>de</strong><br />
estudos. Hoje muitos pesquisadores continuam a se ocupar com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />
elementos e <strong>de</strong> melhores formulações e algorítmos <strong>para</strong> fenômenos especiais e na elaboração<br />
<strong>de</strong> novos programas que facilitem o trabalho dos usuários.<br />
2.9.3 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS<br />
O método dos elementos finitos é um procedimento numérico <strong>para</strong> resolver problemas<br />
<strong>de</strong> mecânica do contínuo com precisão aceitável na engenharia.Suponha-se que os<br />
<strong>de</strong>slocamentos e/ou tensões da estrutura mostrada na figura 30a <strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong>terminados Os<br />
métodos clássicos <strong>de</strong>screvem o problema com equações diferenciais parciais, más não<br />
fornecem respostas prontas por não serem o carregamento e a geometria comuns. Na prática<br />
muitos problemas se tornam complicados <strong>para</strong> terem uma solução matemática fechada<br />
(algoritmo próprio <strong>para</strong> a solução). Neste caso portanto como o da figura 30a uma solução<br />
numérica é necessária e um dos métodos mais aplicáveis é o método dos elementos finitos.<br />
48
Figura 30a – Estrutura plana real Figura 30b – malha <strong>de</strong> EF<br />
Na figura 30b é mostrada uma possível malha <strong>de</strong> elementos finitos que representa a<br />
viga da figura 30a, on<strong>de</strong> as regiões triangulares representam os elementos finitos e os<br />
pequenos círculos representam os nós que conectam os elementos uns aos outros. Po<strong>de</strong>-se<br />
dizer que os elementos finitos representam pedaços da estrutura real porém não se po<strong>de</strong><br />
converter a figura 30a na figura 30b fazendo cortes na estrutura em regiões e unindo estas<br />
partes através dos nós pois isto resultaria numa estrutura fragilizada. Adicionalmente<br />
proce<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>sta forma haveria certamente uma concentração <strong>de</strong> tensões nos nós e uma<br />
tendência a haver uma se<strong>para</strong>ção dos elementos nas regiões limítrofes. Na realida<strong>de</strong> uma<br />
estrutura real não atua <strong>de</strong>sta forma. Assim os elementos finitos <strong>de</strong>vem se <strong>de</strong>formar <strong>de</strong> maneira<br />
compatível. Por exemplo se uma aresta <strong>de</strong> um elemento permanece reta, as arestas dos<br />
elementos adjacentes <strong>de</strong>verão ter <strong>de</strong>formações compatíveis, sem que haja sobreposição ou<br />
se<strong>para</strong>ção.<br />
A versatilida<strong>de</strong> é uma notável característica do método dos elementos finitos que po<strong>de</strong><br />
ser aplicado a problemas <strong>de</strong> natureza diversa. A região sob análise po<strong>de</strong> ter forma arbitrária e<br />
cargas e condições <strong>de</strong> contorno quaisquer. A malha po<strong>de</strong> ser constituída <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong><br />
diferentes tipos, formas e proprieda<strong>de</strong>s físicas. Esta gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> muitas vezes ser<br />
colocada em um programa computacional simples, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se controle a seleção do tipo <strong>de</strong><br />
problema a abordar, especificando a geometria, condições <strong>de</strong> contorno, seleção <strong>de</strong> elementos<br />
etc. Outra característica muito positiva do método é a semelhança entre o mo<strong>de</strong>lo físico e o<br />
mo<strong>de</strong>lo real fazendo com que a abstração matemática seja fácil <strong>de</strong> se visualizar. Apesar <strong>de</strong><br />
suas vantagens, o método dos elementos finitos apresenta também algumas <strong>de</strong>svantagens por<br />
exemplo: um resultado numérico específico sempre é obtido <strong>para</strong> um conjunto <strong>de</strong> dados que<br />
tentam representar um sistema, e nem sempre existe uma fórmula fechada que permita a<br />
verificação <strong>de</strong>stes resultados. Um programa e um computador confiáveis são essenciais;<br />
49
experiência e um bom senso na análise são necessários <strong>para</strong> se construir uma boa malha. Os<br />
dados <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> uma análise feita <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente interpretados.<br />
2.9.4 - EQUAÇÕES BÁSICAS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS<br />
O método dos elementos finitos comumente usado é baseado no método <strong>de</strong> Rayleigh-<br />
Ritz e prevê a divisão do domínio <strong>de</strong> integração, contínuo em um número finito <strong>de</strong> pequenas<br />
regiões conforme visto no item anterior (figuras 30a e 30b). A esta divisão do domínio dá-se o<br />
nome <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos finitos. A malha <strong>de</strong>sse reticulado po<strong>de</strong> ser aumentada ou diminuída<br />
variando o tamanho dos elementos finitos. Ao invés <strong>de</strong> buscar uma função admissível que<br />
satisfaça as condições <strong>de</strong> contorno <strong>para</strong> todo o domínio, no método dos elementos finitos as<br />
funções admissíveis são <strong>de</strong>finidas no domínio <strong>de</strong> cada elemento finito. Para cada elemento<br />
finito i, é montado um funcional<br />
um funcional ∏ <strong>para</strong> todo o domínio.<br />
i ∏ , que somado aos dos <strong>de</strong>mais elementos finitos , formam<br />
∏ =<br />
n<br />
∑<br />
i=<br />
1<br />
∏<br />
Para cada elemento i, a função aproximada é formada por variáveis referidas aos nós do<br />
elemento (parâmetros nodais) e por funções <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> forma. Assim a função<br />
aproximada υ tem a forma:<br />
v =<br />
m<br />
∑ j=<br />
1<br />
j<br />
i<br />
a φ<br />
j on<strong>de</strong> a φ j<br />
são os parâmetros nodais e as funções <strong>de</strong> forma.<br />
O funcional ∏ fica sendo expresso por:<br />
∏(<br />
a ) ≅<br />
j<br />
n<br />
∑ ∏<br />
i=<br />
1 i<br />
j<br />
( a )<br />
A condição <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong> gera como no método <strong>de</strong> Rayleigh-Ritz, um sistema <strong>de</strong><br />
equações algébricas lineares tal que como:<br />
δ ∏<br />
n<br />
n<br />
( a j ) = ∑ δ ∏ i ( a j ) = ∑ ∑<br />
i=<br />
1 i=<br />
1 j=<br />
1<br />
j<br />
m<br />
∂ ∏<br />
i<br />
∂a<br />
( a )<br />
j<br />
A solução do sistema <strong>de</strong> equações acima dá os valores dos parâmetros nodais a que<br />
po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>slocamentos, forças internas, ou ambos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da formulação do método<br />
dos elementos finitos que se utiliza. Se o campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos é <strong>de</strong>scrito por funções<br />
aproximadoras e o princípio da mínima energia potencial é empregado, as incógnitas são as<br />
<strong>componentes</strong> dos <strong>de</strong>slocamentos nodais e o método dos elementos finitos é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong><br />
método dos elementos finitos, mo<strong>de</strong>lo das forças <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos ou método dos elementos<br />
j<br />
j<br />
= 0<br />
50
finitos, mo<strong>de</strong>lo dos <strong>de</strong>slocamentos ou método dos elementos finitos, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z. Se o<br />
campo das tensões ou esforços internos é representado por funções aproximadoras, as<br />
incógnitas serão as tensões ou esforços internos nodais e o método dos elementos finitos é<br />
<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> método dos elementos finitos, mo<strong>de</strong>lo das forças ou método dos elementos<br />
finitos, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong>, sendo utilizado o princípio da mínima energia complementar.<br />
Nos métodos mistos, as funções aproximadoras são expressas em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e<br />
forças internas ou tensões e são <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> princípios variacionais generalizados, como o<br />
princípio <strong>de</strong> Reissner.<br />
2.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS<br />
1. Dado o seguinte tensor da tensão associado ao sistema <strong>de</strong> referência x, y,z.<br />
Determine:<br />
Figura 31 – Exercício resolvido 1<br />
a) i) As <strong>componentes</strong> normal (σ) e tangencial (τ) da tensão, numa faceta igualmente<br />
inclinada relativamente a x, y, z.<br />
ii) As direções das <strong>componentes</strong> referidas na alínea i).<br />
b) Resolva a alínea anterior <strong>para</strong> uma faceta <strong>para</strong>lela a z e igualmente inclinada<br />
relativamente a x e y.<br />
c) As tensões e respectivas direções principais.<br />
d) As <strong>componentes</strong> normal e tangencial da tensão na faceta x, partindo do tensor das<br />
tensões associado ao sistema <strong>de</strong> eixos principais. Compare os valores obtidos com<br />
os valores dados inicialmente.<br />
Solução:<br />
2<br />
2<br />
a) i) σ = −2<br />
. 0×<br />
10 MPa τ = 2.<br />
16×<br />
10 MPa.<br />
' Tx<br />
−σ<br />
⋅l<br />
ii) l = = −0.<br />
535<br />
τ<br />
' Tz<br />
−σ<br />
⋅ n<br />
n = = −0.<br />
267<br />
τ<br />
b) σ = −50MPa<br />
τ<br />
= 150MPa.<br />
T ' y −σ<br />
⋅ m<br />
; m = = 0.<br />
802 ;<br />
τ<br />
51
l<br />
'<br />
T<br />
=<br />
x<br />
−σ<br />
⋅l<br />
τ<br />
=<br />
' Tz<br />
−σ<br />
⋅ n<br />
n = = −0.<br />
943<br />
τ<br />
−0.<br />
236<br />
T ' y −σ<br />
⋅ m<br />
; m = = 0.<br />
236 ;<br />
τ<br />
⎡σ<br />
1 0 0 ⎤ ⎡4.<br />
87 0 0 ⎤<br />
2<br />
c) [ σ ] 1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 0<br />
⎥ ⎢<br />
2<br />
0 0.<br />
32 0<br />
⎥<br />
⎢<br />
σ<br />
⎥<br />
=<br />
⎢<br />
⎥<br />
× 10 MPa.<br />
⎢⎣<br />
0 0 σ ⎥ ⎢<br />
3 ⎦ ⎣ 0 0 − 3.<br />
19⎥⎦<br />
l<br />
3<br />
m<br />
n<br />
3<br />
d)<br />
3<br />
=<br />
=<br />
l<br />
1<br />
m<br />
n<br />
1<br />
1<br />
0.<br />
605<br />
=<br />
0.<br />
792<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
081<br />
0.<br />
612<br />
0.<br />
440<br />
=<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
= −0.<br />
657 = cos( 1,<br />
x)<br />
= cos( 3,<br />
x)<br />
=<br />
=<br />
cos( 3,<br />
cos( 3,<br />
cos( 1,<br />
y)<br />
= cos( 1,<br />
z)<br />
y)<br />
z)<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
l<br />
2<br />
m<br />
n<br />
2<br />
2<br />
=<br />
=<br />
0.<br />
449<br />
=<br />
0.<br />
787<br />
=<br />
−0.<br />
423<br />
cos( 2,<br />
=<br />
=<br />
cos( 2,<br />
x)<br />
cos( 2,<br />
2<br />
[ σ ] = 0.<br />
612 0.<br />
787 0.<br />
081 × 0 0.<br />
32 0 × 0.<br />
449 0.<br />
787 − 0.<br />
423 × 10 MPa<br />
x,<br />
y,<br />
z<br />
⎡−<br />
⎢<br />
⎢<br />
⎢⎣<br />
0.<br />
657<br />
0.<br />
440<br />
0.<br />
449<br />
−<br />
0.<br />
423<br />
0.<br />
605⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
0.<br />
792⎥⎦<br />
⎡4.<br />
87<br />
⎢<br />
⎢<br />
⎢⎣<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0 ⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
− 3.<br />
19⎥⎦<br />
⎡−<br />
⎢<br />
⎢<br />
⎢⎣<br />
0.<br />
657<br />
0.<br />
605<br />
0.<br />
612<br />
0.<br />
081<br />
2. a) Represente no plano <strong>de</strong> Mohr, o estado <strong>de</strong> tensão abaixo <strong>de</strong>finido.<br />
Figura 32 – Exercício resolvido 2<br />
0.<br />
440<br />
0.<br />
792<br />
b) Determine as tensões e direções principais do estado <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>finido na alínea<br />
anterior, resolva analiticamente e pela circunferência <strong>de</strong> Mohr.<br />
Resolução:<br />
a)<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
⎥⎦<br />
y)<br />
z)<br />
52
Figura 33 – Solução do exercício resolvido 2<br />
b) σ1 = 7.606 Mpa; σ2 = 0.394 Mpa; σ3 = σz =0 MPa ( valor admitido )<br />
θ1 = -16.85 0 ; θ2 = 73.15 0 ; θ3 = θz = 90 0 .<br />
3. A figura representa o estado <strong>de</strong> tensão num ponto <strong>de</strong> uma chapa <strong>de</strong> aço.<br />
Figura 34 – Exercício resolvido 3<br />
a) Faça a representação gráfica <strong>de</strong> Mohr, do estado <strong>de</strong> tensão nesse ponto e <strong>de</strong>termine<br />
as tensões principais e respectivas direções.<br />
b) Posteriormente a chapa é submetida a uma compressão adicional uniforme <strong>de</strong><br />
15MPa, segundo uma direção que faz um ângulo <strong>de</strong> 20 0 com o eixo dos x, marcado<br />
no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.<br />
Determine as tensões principais e respectivas direções , referentes ao estado <strong>de</strong><br />
tensão resultante no ponto consi<strong>de</strong>rado.<br />
53
Resolução :<br />
a)<br />
Figura 35 – Solução do exercício resolvido 3<br />
σ1 = 67.5 MPa; σ2 = σz = 0 Mpa; σ3 = -27.75 MPa<br />
θ1 = -24.23 0 ; θ2 = θz = 90 0 ; θ3 = 65.77 0<br />
⎡ 36.<br />
76 − 39.<br />
82 0⎤<br />
⎡58.<br />
66 0 0 ⎤<br />
b) [ σ ] ⎢<br />
⎥<br />
x,<br />
y,<br />
z =<br />
⎢<br />
− 39.<br />
82 −13.<br />
76 0<br />
⎥<br />
MPa ; [ σ ] ⎢<br />
⎥<br />
1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 0 0<br />
⎥<br />
MPa<br />
⎢⎣<br />
0 0 0⎥⎦<br />
⎢⎣<br />
0 0 − 35.<br />
66⎥⎦<br />
θ1 = -28.81 0 ; θ2 = θz = 90 0 ; θ3 = 61.19 0<br />
4. Consi<strong>de</strong>re o campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos dado por:<br />
⎧u<br />
=<br />
⎪<br />
⎨v<br />
=<br />
⎪<br />
⎩<br />
w =<br />
2<br />
( 0.<br />
25x<br />
⋅ ( y + z)<br />
)<br />
2<br />
( 0.<br />
25y<br />
⋅ ( x + z)<br />
)<br />
2<br />
0.<br />
25z<br />
⋅ ( x + y)<br />
( )<br />
× 10<br />
× 10<br />
−4<br />
× 10<br />
−4<br />
−4<br />
Para o ponto A (1,2,1), <strong>de</strong>termine:<br />
a) O tensor das <strong>de</strong>formações referido ao referencial x, y, z.<br />
b) A <strong>de</strong>formação no ponto A segundo uma direção igualmente inclinada relativamente<br />
aos três eixos.<br />
c) Determine o plano on<strong>de</strong> se dá a distorção.<br />
d) As extensões principais.<br />
e) Determine o tensor das tensões, sabendo que E = 210 GPa e ν = 0.3.<br />
54
Resolução:<br />
⎡2.<br />
25 1.<br />
75 1.<br />
50⎤<br />
−4<br />
a) [ ε ] ⎢<br />
, , 1.<br />
75 1.<br />
00 1.<br />
75<br />
⎥<br />
x y z =<br />
⎢<br />
⎥<br />
× 10<br />
⎢⎣<br />
1.<br />
50 1.<br />
75 2.<br />
25⎥⎦<br />
b)<br />
−4<br />
'<br />
−4<br />
ε = 5.<br />
167 × 10 δ t = 0.<br />
466×<br />
10 rad<br />
=<br />
2<br />
γ<br />
'<br />
'<br />
' δ − ε ⋅ l<br />
δ − ε ⋅ m<br />
'<br />
x<br />
' y<br />
' δ z − ε ⋅ n<br />
c) l = = 0.<br />
412 ; m = = −0.<br />
827 ; n = = 0.<br />
412<br />
γ<br />
γ<br />
γ<br />
2<br />
2<br />
2<br />
⎡5.<br />
206 0 0 ⎤<br />
−4<br />
d) [ ε ] 1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 0.<br />
750 0<br />
⎥<br />
⎢<br />
⎥<br />
× 10<br />
⎢⎣<br />
0 0 − 0.<br />
456⎥⎦<br />
⎡143.<br />
4 0 0 ⎤<br />
e) [ σ ] ⎢<br />
⎥<br />
1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 75.<br />
0 0<br />
⎥<br />
MPa<br />
⎢⎣<br />
0 0 56.<br />
5⎥⎦<br />
5. Consi<strong>de</strong>re o estado <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>finido no exercício 1 e um material isotrópico com<br />
constantes elásticas: E = 210 GPa e ν = 0.3.<br />
Determine o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação correspon<strong>de</strong>nte a este estado <strong>de</strong> tensão, tomando<br />
como eixos coor<strong>de</strong>nados:<br />
Eixos x, y, z<br />
Eixos principais 1, 2 , 3.<br />
Resolução:<br />
⎡0.<br />
333 −1.<br />
24 −1.<br />
85 ⎤<br />
−3<br />
a) [ ε ] ⎢<br />
, , 1.<br />
24 0.<br />
952 0.<br />
62<br />
⎥<br />
x y z =<br />
⎢<br />
−<br />
⎥<br />
× 10<br />
⎢⎣<br />
−1.<br />
85 0.<br />
62 − 0.<br />
905⎥⎦<br />
⎡2.<br />
73 0 0 ⎤<br />
−3<br />
b) [ ε ] 1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 0.<br />
09 0<br />
⎥<br />
⎢<br />
−<br />
⎥<br />
× 10<br />
⎢⎣<br />
0 0 − 2.<br />
26⎥⎦<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
6. Grava-se sobre uma chapa <strong>de</strong> aço uma circunferência <strong>de</strong> 600 mm <strong>de</strong> diâmetro.<br />
Submete-se <strong>de</strong>pois esta chapa a tensões tais que :<br />
55
σ = 140MPa<br />
; σ = 20MPa<br />
; τ = −80MPa<br />
x<br />
Resolução:<br />
y<br />
Figura 36 – Exercício resolvido 6<br />
Depois da solicitação a circunferência transforma-se numa elipse. Calcular os<br />
comprimentos do eixo maior e do eixo menor <strong>de</strong>ssa elipse e marcar as respectivas<br />
direções na figura.<br />
Figura 37 – Solução do exercício resolvido 6<br />
θ1 = -26.57 0 θ2 = θz = 90 0 θ3 = 63.43 0 .<br />
xy<br />
56
7. Num ponto situado à superfície <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong> aço instalou-se uma roseta <strong>de</strong><br />
extensômetros como se indica na figura. Depois <strong>de</strong> aplicada ao corpo uma <strong>de</strong>terminada<br />
solicitação, colocando o ponto em estado plano <strong>de</strong> tensão, fizeram-se as seguintes<br />
leituras:<br />
Y<br />
εa<br />
a<br />
εb<br />
30 0<br />
εc<br />
Figura 38 – Exercício resolvido 7<br />
−3<br />
ε a = ε y = 1×<br />
10<br />
ν = 0.<br />
3<br />
−3<br />
5<br />
ε b = −2.<br />
5×<br />
10<br />
λ = 1 . 211×<br />
10 MPa<br />
−3<br />
5<br />
ε = −2<br />
× 10 = ε<br />
E = 2 . 1×<br />
10 MPa<br />
c<br />
G = 0 . 81×<br />
10<br />
5<br />
x<br />
MPa<br />
Nesta situação <strong>de</strong>terminar as extensões e tensões principais e respectivas direções.<br />
Resolução:<br />
[ ε ]<br />
1.<br />
2.<br />
3<br />
=<br />
⎡1.<br />
58<br />
⎢<br />
⎢<br />
0<br />
⎢⎣<br />
0<br />
0<br />
0.<br />
428<br />
0<br />
0 ⎤<br />
0<br />
⎥<br />
⎥<br />
× 10<br />
− 2.<br />
58⎥⎦<br />
θ1 = -68.05 0 ; θ2 = θz = 90 0 ; θ3 = 21.95 0<br />
⎡186.<br />
66<br />
⎢<br />
⎢<br />
⎢⎣<br />
0<br />
−3<br />
0 ⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
− 487.<br />
25⎥⎦<br />
[ σ ] = 0 0.<br />
01018 0 MPa<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
0<br />
0<br />
8. Na vizinhança <strong>de</strong> um ponto, mediram-se as extensões segundo as arestas <strong>de</strong> um<br />
tetraedro, resultantes <strong>de</strong> uma dada solicitação, e que estão representadas na figura.<br />
b<br />
c<br />
X<br />
57
n<br />
'<br />
Os valores obtidos foram os seguintes:<br />
Figura 39 – Exercício resolvido 8<br />
−4<br />
−4<br />
−4<br />
ε a = ε x=<br />
1×<br />
10 ; ε b = ε y=<br />
0.<br />
5×<br />
10 ; ε c = ε z=<br />
−0.<br />
5×<br />
10 ;<br />
−4<br />
ε e = 0.<br />
8×<br />
10 ;<br />
ε f<br />
=<br />
−0.<br />
6×<br />
10<br />
−4<br />
ε d<br />
= 1.<br />
5×<br />
10<br />
a) Defina o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação no ponto por intermédio do tensor das extensões.<br />
b) Determine a extensão e a distorção numa direção igualmente inclinada relativamente<br />
a três eixos <strong>de</strong> referência x, y, z.<br />
c) Determine o plano aon<strong>de</strong> se dá a distorção.<br />
d) Determine as extensões principais.<br />
e) Represente o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação no plano <strong>de</strong> Mohr.<br />
f) Determine o valor da máxima distorção.<br />
Resolução<br />
⎡ 1 − 0.<br />
75 − 0.<br />
55⎤<br />
−4<br />
a) [ ε ] ⎢<br />
, , 0.<br />
75 0.<br />
5 0.<br />
6<br />
⎥<br />
x y z =<br />
⎢<br />
−<br />
⎥<br />
× 10<br />
⎢⎣<br />
− 0.<br />
55 0.<br />
6 − 0.<br />
5 ⎥⎦<br />
b)<br />
−4<br />
'<br />
−4<br />
ε = −0.<br />
133×<br />
10 δ t = 0.<br />
347 × 10 rad<br />
=<br />
2<br />
γ<br />
'<br />
'<br />
' δ − ε ⋅l<br />
δ x<br />
' y − ε ⋅ m<br />
c) l = = −0.<br />
277 ; m = = 0.<br />
803;<br />
γ<br />
γ<br />
2<br />
2<br />
'<br />
δ z<br />
− ε ⋅ n<br />
= =<br />
γ<br />
2<br />
−0.<br />
528<br />
−4<br />
58
d)<br />
e)<br />
1<br />
−4<br />
2<br />
−4<br />
ε = 1.<br />
816×<br />
10 ε = −0.<br />
012×<br />
10 ε =<br />
−4<br />
f) γ = 2.<br />
62×<br />
10 rad<br />
max<br />
3<br />
−0.<br />
806×<br />
10<br />
Figura 40 – Solução do exercício resolvido 8<br />
9. Na figura estão indicados os elementos da superfície A e B, ambos <strong>para</strong>lelos a direção<br />
principal z, as tensões normal e tangencial no elemento A e a tensão normal no<br />
elemento B, sabendo que a tensão principal na direção z vale 50 MPa, <strong>de</strong>termine:<br />
a) A tensão tangencial no elemento B.<br />
b) As tensões e direções principais.<br />
Figura 41 – Exercício resolvido 9<br />
c) As extensões principais supondo: E = 210 Gpa ; ν= 0.3<br />
−4<br />
59
d) Componentes da tensão no elemento <strong>de</strong> superfície cuja normal, relativamente aos eixos<br />
principais, tem por cossenos directores:<br />
2 2 1<br />
l = , m = , n = .<br />
3 3 3<br />
e) A tensão <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção pelo critério <strong>de</strong> Von-Mises.<br />
Resolução:<br />
a) τ = −10.<br />
44MPa<br />
b<br />
b) 1 50MPa<br />
= σ ; MPa 0 . 12 2 = σ ; MPa 9 . 44 σ 3 = −<br />
θ = = θ<br />
c) [ ε ]<br />
0<br />
1 90 z ;<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
⎡2.<br />
85<br />
=<br />
⎢<br />
⎢<br />
0<br />
⎢⎣<br />
0<br />
−<br />
= 59.<br />
23<br />
0<br />
θ 2 ;<br />
0<br />
0.<br />
498<br />
0<br />
0 ⎤<br />
0<br />
⎥<br />
⎥<br />
− 3.<br />
02⎥⎦<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
d) σ = 22.<br />
57MPa<br />
τ = 29. 82MPa.<br />
e) σ = 82.<br />
72MPa<br />
eq<br />
θ<br />
× 10<br />
3<br />
−4<br />
= −30.<br />
77<br />
10. Num corpo <strong>de</strong> aço macio sujeito a estado plano <strong>de</strong> tensão, conhecem-se as tensões<br />
normais em duas facetas ortogonais, como se indica na figura. Sabe-se também que<br />
uma das direções principais é a indicada na figura, <strong>de</strong>termine:<br />
a) As tensões principais.<br />
B<br />
Y<br />
Z<br />
60 MPa<br />
30 0<br />
0<br />
X<br />
100 MPa<br />
A<br />
Dir P<br />
Figura 42 – Exercício resolvido 10<br />
b) As extensões principais, sabendo que E = 210 GPa, ν = 0.<br />
3<br />
c) tensão <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção pelo critério <strong>de</strong> Von-Mises.<br />
d) Admitindo que se trata <strong>de</strong> um material frágil com: σ = 100MPa<br />
; σ = 60MPa<br />
Verifique, pelo critério <strong>de</strong> Mohr-Coulomb, se o estado <strong>de</strong> tensão é possível.<br />
c<br />
t<br />
60
Resolução:<br />
⎡180<br />
0 0 ⎤<br />
a) [ σ ] ⎢<br />
⎥<br />
1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 0 0<br />
⎥<br />
MPa<br />
⎢⎣<br />
0 0 −140⎥⎦<br />
⎡1.<br />
06 0 0 ⎤<br />
−3<br />
b) [ ε ] 1,<br />
2,<br />
3 =<br />
⎢<br />
0 0.<br />
06 0<br />
⎥<br />
⎢<br />
−<br />
⎥<br />
× 10<br />
⎢⎣<br />
0 0 − 0.<br />
92⎥⎦<br />
c) σ = 277.<br />
85MPa<br />
eq<br />
1,<br />
2,<br />
3<br />
180 −140<br />
d) − = 4.<br />
4 ≥ 1 não verifica<br />
60 100<br />
180 ≤ 100<br />
não verifica<br />
O estado <strong>de</strong> tensão não é admissível.<br />
2.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
Figura 43 – Solução do exercício resolvido 10<br />
1. Determinar, empregando equações e o círculo <strong>de</strong> Mohr, <strong>para</strong> cada um dos estados <strong>de</strong><br />
tensão abaixo representados :<br />
• a orientação dos planos principais;<br />
• as tensões principais;<br />
• a máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento;<br />
• a orientação dos planos das tensões máxima <strong>de</strong> cisalhamento;<br />
• a tensão normal associada a tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento.<br />
Resposta : a) 18,52º e 108,52º; 66,10 MPa e -53,10 MPa; 59,60 MPa; -26,42º e 63,57º; -<br />
2,5 MPa;<br />
61
) 18,4º e 108,4º; 151,7 MPa e 13,8 MPa; 69 MPa; -26,6º e 63,4º; +82,75 MPa;<br />
c) -37º e 53º; -27,2 MPa e -172,8 MPa; 72,8 MPa; 8º e 98º; -100 MPa;<br />
d) -31º e 59º; 130,0 MPa e -210,0 MPa; 170 MPa; 14º e 104º; -40MPa.<br />
Figura 44 – Exercício proposto 1<br />
2. O prisma abaixo está submetido a um Estado Plano <strong>de</strong> Deformações. Encontrar as<br />
tensões e direções principais, a tensão <strong>de</strong> cisalhamento máxima no plano xy e sua<br />
direção e a maior tensão <strong>de</strong> cisalhamento no entorno <strong>de</strong> P. Representar estas<br />
gran<strong>de</strong>zas (tensões e direções) através dos círculos <strong>de</strong> Mohr correspon<strong>de</strong>ntes aos<br />
planos formados por cada dois eixos principais.. Encontrar as <strong>de</strong>formações específicas e<br />
<strong>de</strong>formações totais nas direções x, y e z. Encontrar as <strong>de</strong>formações específica máxima<br />
e mínima. E=210.000 MPa. (= 0,3.<br />
Figura 45 – Exercício proposto 2<br />
62
CAPITULO 03 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DOS MATERIAIS -<br />
CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />
3.1 - INTRODUÇÃO<br />
No <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> máquina, o i<strong>de</strong>al é se ter à disposição os resultados <strong>de</strong><br />
vários testes <strong>de</strong> resistência do material escolhido. Estes testes <strong>de</strong>verão ser feitos em amostras<br />
que possuam o mesmo tratamento térmico, o mesmo acabamento superficial e as mesmas<br />
dimensões do elemento que o engenheiro se propõe a construir; os testes dêem ser realizados<br />
sob a mesma condição em que a peça estará trabalhando. Os testes <strong>de</strong>verão proporcionar<br />
informações úteis e precisas, que dizem ao engenheiro qual o fator <strong>de</strong> segurança que <strong>de</strong>verá<br />
ser usado e qual é a confiabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada vida em serviço. O custo <strong>de</strong> reunir<br />
numerosos dados antes do <strong>projeto</strong> é ainda mais justificado, quando há possibilida<strong>de</strong> da falha da<br />
peça colocando em perigo vidas humanas ou quando se <strong>de</strong>ve fabricar a peça em gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> . O custo dos atestes é muito baixo, quando dividido pelo número total <strong>de</strong> peças<br />
fabricadas. Deve-se no entanto analisar as possibilida<strong>de</strong>s: 1) a peça <strong>de</strong>va ser fabricada em<br />
quantida<strong>de</strong>s tão pequenas que, <strong>de</strong> forma alguma, justificariam os testes, ou o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>va ser<br />
completado tão rapidamente, que não haveria tempo suficiente <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>stes testes;<br />
2) A peça já tenha sido projetada, fabricada e testada com a conclusão <strong>de</strong> ser falha ou<br />
insatisfatória. Necessita-se <strong>de</strong> uma averiguação e análise mais aprofundada <strong>para</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />
a razão da falha da peça e sua não qualificação a fim <strong>de</strong> projetá-la mais a<strong>de</strong>quadamente e<br />
portanto melhorá-la. Normalmente o profissional terá somente os valores <strong>de</strong> limites <strong>de</strong><br />
escoamento, limites <strong>de</strong> ruptura e alongamento percentual do material, como as que são<br />
apresentadas no apêndice <strong>de</strong>ste livro. Com estas poucas informações, espera-se que o<br />
projetista <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> apresente uma solução a<strong>de</strong>quada. Os dados normalmente disponíveis<br />
<strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> foram obtidos através <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> tração, on<strong>de</strong> a carga é aplicada gradualmente<br />
e há um tempo <strong>para</strong> o aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Estes dados po<strong>de</strong>rão ser usados <strong>para</strong> o<br />
<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> peças com cargas dinâmicas aplicadas das mais diversas maneiras a milhares <strong>de</strong><br />
rotações por minuto. O problema fundamental aqui seria usar portanto os dados dos testes <strong>de</strong><br />
tração e relacioná-los com a resistência das peças, qualquer que seja o estado <strong>de</strong> tensão ou<br />
carregamento.<br />
O ensaio <strong>de</strong> tração consiste em submeter um corpo <strong>de</strong> prova a uma tração progressiva,<br />
sob a ação <strong>de</strong> uma cara lente e gradualmente crescente, em uma máquina <strong>de</strong> ensaios que<br />
permite medir, continuamente, a força <strong>de</strong> tração P e a correspon<strong>de</strong>nte variação <strong>de</strong> comprimento<br />
63
previamente assinalado no corpo <strong>de</strong> prova. O alongamento assim <strong>de</strong>terminado compõe-se <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>formações "elásticas" e "permanentes". A <strong>de</strong>formação permanente po<strong>de</strong> ser medida após o<br />
<strong>de</strong>scarregamento da barra solicitada. Na curva tensão <strong>de</strong>formação se distinguem os seguintes<br />
valores-limite:<br />
Limite <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> que é a maior tensão que se po<strong>de</strong> aplicar ao corpo <strong>de</strong> prova sem que ele<br />
sofra <strong>de</strong>formação permanente. Consi<strong>de</strong>ra-se limite <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> "técnico" a tensão sob a<br />
qual se verifica uma <strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong> 0,03%.<br />
Limite <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> é a máxima tensão sob a qual ainda se verifica<br />
proporcionalida<strong>de</strong> entre a tensão e a <strong>de</strong>formação, isto é, sob a qual ainda é constante o módulo<br />
<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>.<br />
σx ≥ σy → escoamento σx ≥ σu → ruptura<br />
Figura 1 - Teste <strong>de</strong> tração em materiais dúcteis e frágeis<br />
Limite <strong>de</strong> escoamento é a tensão sob a qual se verifica um "escoamento", isto é, um<br />
alongamento sem um correspon<strong>de</strong>nte aumento da tensão aplicada.( σy também usado neste<br />
livro como Sy) Durante o escoamento, a tensão po<strong>de</strong> variar entre o limite superior <strong>de</strong><br />
escoamento e o limite inferior <strong>de</strong> escoamento. Não sendo possível <strong>de</strong>terminar o limite <strong>de</strong><br />
escoamento, consi<strong>de</strong>ra-se o mesmo como sendo igual à tensão sob a qual se verifica uma<br />
<strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong> 0,2%.<br />
Limite <strong>de</strong> ruptura é a máxima tensão que se po<strong>de</strong> aplicar ao corpo <strong>de</strong> prova (σu ou<br />
também usado neste livro como Su ou Srup).<br />
3.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS<br />
Po<strong>de</strong>m-se primeiramente <strong>de</strong>finir dois tipos <strong>de</strong> materiais. Os materiais dúcteis, que são<br />
capazes <strong>de</strong> suportar uma <strong>de</strong>formação plástica relativamente gran<strong>de</strong> antes <strong>de</strong> sofrerem fratura.<br />
64
Me<strong>de</strong>-se a ductilida<strong>de</strong> pelo alongamento percentual que ocorre no material por ocasião da<br />
fratura. Já o material é consi<strong>de</strong>rado frágil, quando se verifica uma pequena <strong>de</strong>formação<br />
plástica. A linha divisória entre a ductilida<strong>de</strong> e a fragilida<strong>de</strong> é o alongamento <strong>de</strong> 5%. Diz-se que<br />
um material com menos <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> alongamento na fratura é frágil, enquanto que um que tenha<br />
mais <strong>de</strong> 5 é dúctil. Me<strong>de</strong>-se a ductilida<strong>de</strong> pelo alongamento percentual que ocorre no material<br />
por ocasião da fratura. A ductilida<strong>de</strong> é também importante, porque é uma medida da<br />
proprieda<strong>de</strong> que indica a capacida<strong>de</strong> do material ser trabalhado a frio. Dobramento,<br />
embutimento ou estampagem são operações <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> metais que exigem<br />
materiais dúcteis.<br />
Figura 2 - Máquina <strong>para</strong> ensaio <strong>de</strong> dureza<br />
Quando se <strong>de</strong>ve selecionar um material <strong>para</strong> resistir à <strong>de</strong>formação plástica, a dureza é,<br />
geralmente a proprieda<strong>de</strong> mais importante. Os quatro tipos <strong>de</strong> dureza mais usados são Brinell,<br />
Rockwell, Vickers e Knoop. A maior parte dos sistemas <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> dureza emprega uma carga<br />
padrão que é aplicada a um esfera ou pirâmi<strong>de</strong> em contato com o material a ser testado. É<br />
uma proprieda<strong>de</strong> fácil <strong>de</strong> se medir, porque o teste não é <strong>de</strong>strutivo e não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
corpo <strong>de</strong> prova. Para os aços po<strong>de</strong>-se usar o número e dureza Brinell <strong>para</strong> obter-se uma boa<br />
estimativa da resistência à tração. A relação é<br />
Sut= 3,45 HB , (on<strong>de</strong> Sut ou σu ) é expresso em MPa.<br />
As tabelas do apêndice mostram as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
materiais. Para o estudante, estas tabelas constituem uma fonte <strong>de</strong> informações <strong>para</strong> a<br />
resolução <strong>de</strong> problemas e a execução <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s.<br />
65
A avaliação <strong>de</strong> tensões produzidas por cargas externas e peso próprio (F) é uma das<br />
preocupações fundamentais no dimensionamento <strong>de</strong> estruturas. A tensão (σ) é avaliada por:<br />
σ = F<br />
A<br />
on<strong>de</strong> F representa o carregamento e A a área da secção resistente.<br />
Os materiais po<strong>de</strong>m ser solicitados por tensões <strong>de</strong> tração, <strong>de</strong> compressão ou <strong>de</strong><br />
cisalhamento. Porém, quando submetidos a tensões <strong>de</strong> tração e compressão surge,<br />
internamente ao material, tensões <strong>de</strong> cisalhamento.<br />
Figura 3 - Tensões <strong>de</strong> tração, compressão e cisalhamento<br />
As <strong>de</strong>formações são representadas pelas alterações <strong>de</strong> forma e dimensões <strong>de</strong> um corpo<br />
resultantes das tensões. Conforme o tipo <strong>de</strong> carregamento aplicado tais <strong>de</strong>formações po<strong>de</strong>m<br />
ocorrer instantaneamente ou a longo prazo. Depen<strong>de</strong>ndo ainda do tipo <strong>de</strong> material e da<br />
magnitu<strong>de</strong> do carregamento as <strong>de</strong>formações po<strong>de</strong>m ser reversíveis ou permanentes.<br />
Corpo <strong>de</strong> prova antes do ensaio <strong>de</strong> tração (a)<br />
Corpo <strong>de</strong> prova antes do ensaio <strong>de</strong> tração (b)<br />
Figura 4 – Comprimento final e inicial do corpo <strong>de</strong> prova no ensaio <strong>de</strong> tração<br />
Deformação específica ε po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida com a relação entre a variação dimensional<br />
( Δ ) <strong>de</strong>vido ao carregamento e a dimensão inicial<br />
Δ = l − o l<br />
f<br />
66
ε = Δ<br />
on<strong>de</strong> lo é a dimensão antes da aplicação da carga e lf a dimensão após a aplicação da carga.<br />
l<br />
o<br />
Em função dos mecanismos <strong>de</strong> tensão e <strong>de</strong>formação os materiais po<strong>de</strong>m ser<br />
classificados em elásticos, plásticos, viscosos. Entretanto, na prática, como os materiais<br />
empregados na engenharia civil não são perfeitos, eles apresentam um comportamento<br />
intermediário, po<strong>de</strong>ndo ser elasto-plásticos, visco-elásticos, visco-elasto-plásticos. Desse modo<br />
as relações tensão-<strong>de</strong>formação, que <strong>de</strong>finem o comportamento dos materiais, são<br />
apresentadas nos itens subseqüentes.<br />
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA<br />
Figura 5 - Corpo <strong>de</strong> prova submetido a tração<br />
Em nível microestrutural, a <strong>de</strong>formação elástica é resultante <strong>de</strong> uma pequena elongação<br />
da célula unitária na direção da tensão <strong>de</strong> tração ou a uma pequena contração na direção da<br />
tensão <strong>de</strong> compressão. Esta <strong>de</strong>formação não resulta em qualquer alteração das posições<br />
relativas dos átomos, conseqüentemente ocorre uma alteração no volume do material.<br />
Tensão (σ)<br />
Def. Elástica Def. Plástica<br />
Deformação (ε)<br />
Figura 6 - Gráfico tensão x <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> material levado à ruptura<br />
67
As <strong>de</strong>formações elásticas são reversíveis, isto é, o material recupera sua forma inicial<br />
após a remoção do carregamento. É também instantânea, ou seja, a sua magnitu<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
do tempo <strong>de</strong>corrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento <strong>de</strong> aplicação da carga.<br />
MÓDULO DE ELASTICIDADE<br />
Quando a <strong>de</strong>formação medida é uma função linear da tensão e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tempo,<br />
o material possui comportamento elástico perfeito. Este comportamento é representado pela lei<br />
<strong>de</strong> Hook.<br />
ε σ<br />
= E<br />
on<strong>de</strong> E é uma constante, <strong>de</strong>nominada módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, ou módulo <strong>de</strong> Young. O módulo<br />
<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> é a inclinação da reta do gráfico tensão x <strong>de</strong>formação.<br />
COEFICIENTE DE POISSON<br />
Qualquer variação dimensional em uma <strong>de</strong>terminada direção, causada por uma força<br />
uniaxial, produz uma variação nas dimensões ortogonais à direção da força aplicada. Por<br />
exemplo, po<strong>de</strong>-se observar uma pequena contração na direção perpendicular à direção da força<br />
<strong>de</strong> compressão. A relação entre a <strong>de</strong>formação lateral εx e a <strong>de</strong>formação direta (vertical) εy, com<br />
sinal negativo, é <strong>de</strong>nominada coeficiente <strong>de</strong> Poisson (ν).<br />
Figura 7 – Deformação lateral e direta – Coeficiente <strong>de</strong> Poisson<br />
ε<br />
ν = −<br />
ε<br />
x<br />
y<br />
68
O coeficiente <strong>de</strong> Poisson (ν) está normalmente na faixa 0,25 a 0,50. Nas aplicações <strong>de</strong><br />
engenharia, as tensões <strong>de</strong> cisalhamento também solicitam as estruturas cristalinas . Essas<br />
produzem um <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> átomos em relação ao plano adjacente.<br />
A <strong>de</strong>formação elástica <strong>de</strong> cisalhamento γ (Figura 8)<strong>de</strong>finida pela tangente do ângulo <strong>de</strong><br />
cisalhamento :<br />
γ = tgα<br />
e o módulo <strong>de</strong> cisalhamento G é a relação entre a tensão (τ) e a <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> cisalhamento<br />
(γ):<br />
G = τ<br />
γ<br />
Este módulo <strong>de</strong> cisalhamento (G) também chamado <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z. O módulo <strong>de</strong><br />
cisalhamento esta relacionado ao módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e ao coeficiente <strong>de</strong> Poisson:<br />
E<br />
G =<br />
2( 1+<br />
ν )<br />
A tensão <strong>de</strong> cisalhamento produz um <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> um plano atômico em relação ao<br />
seguinte. Des<strong>de</strong> que os vizinhos dos átomos sejam mantidos, a <strong>de</strong>formação será elástica<br />
(Figura 8 ).<br />
Figura 8 - Deformação elástica por cisalhamento<br />
Consi<strong>de</strong>rando-se a faixa <strong>de</strong> variação do coeficiente <strong>de</strong> Poisson, o módulo <strong>de</strong><br />
cisalhamento é entre 33 e 45% do valor do módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>.<br />
Os módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> (E) à tração e à compressão, o módulo <strong>de</strong> cisalhamento (G), assim<br />
como o coeficiente <strong>de</strong> Poisson (ν), são parâmetros importantes que <strong>de</strong>finem um material, dando<br />
elementos <strong>para</strong> a previsão do seu comportamento frente às solicitações externas.<br />
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA<br />
Quando submetidos a um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> tensão, muitos materiais apresentam uma<br />
<strong>de</strong>formação permanente, não reversível e que não produz alteração <strong>de</strong> volume, <strong>de</strong>nominada<br />
<strong>de</strong>formação plástica. Ela é resultante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>slocamento relativo permanente <strong>de</strong> planos<br />
cristalinos e moléculas adjacentes. Trata-se <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formação irreversível, porque os átomos<br />
69
e moléculas <strong>de</strong>slocados não retornam a sua posição inicial, mesmo <strong>de</strong>pois da remoção do<br />
carregamento.<br />
DUCTILIDADE<br />
É a <strong>de</strong>formação plástica total até o<br />
ponto <strong>de</strong> ruptura, provocada por tensões que<br />
ultrapassam o limite <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>. Quando<br />
um material é submetido à tração, a ductilida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong> ser medida pela estricção que é a<br />
redução da área da seção transversal do<br />
material, imediatamente antes da ruptura. É<br />
expressa em porcentagem (%) como sendo:<br />
Es=<br />
Ao - Af<br />
Ao<br />
x 100<br />
on<strong>de</strong> Es é a estricção, Ao a área inicial e Af a área final.<br />
Uma outra medida da ductilida<strong>de</strong> é o alongamento, que também po<strong>de</strong> ser medido em<br />
porcentagem (%), sendo igual a:<br />
lo − lf<br />
Al = x100<br />
lo<br />
on<strong>de</strong> Al é o alongamento, lo o comprimento inicial e lf é comprimento final.<br />
Portanto, quanto mais dúctil um material, maior é a redução <strong>de</strong> área ou alongamento<br />
antes da ruptura.<br />
plástica.<br />
A tensão <strong>de</strong> escoamento é a tensão na qual o material começa a sofrer <strong>de</strong>formação<br />
FLUÊNCIA E RELAXAÇÃO<br />
Quando os materiais são submetidos a carregamentos constantes por longos períodos<br />
<strong>de</strong> tempo, apresentam, além da <strong>de</strong>formação elástica instantânea uma parcela <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />
plástica variável com o tempo e uma parcela <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>nominada anelástica, ou seja,<br />
uma <strong>de</strong>formação reversível não instantânea. Este processo no qual a tensão (σ) aplicada à<br />
peça é constante e a <strong>de</strong>formação crescente com o tempo, é <strong>de</strong>nominado fluência (Figura 10).<br />
Tensão (σσ)<br />
Def. Elástica<br />
irreversível<br />
Se a peça for submetida a uma <strong>de</strong>formação constante, a fluência manifesta-se na forma<br />
<strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensão ao longo do tempo, conhecido por relaxação.<br />
Def. Plástica<br />
reversível<br />
Deformação (ε)<br />
Figura 9- Comportamento <strong>de</strong> material elasto-<br />
plástico durante carga e <strong>de</strong>scarga<br />
70
Deformação (εε)<br />
Def. por fluência<br />
Def. elástica instantânea<br />
ou anelástica<br />
Tempo<br />
Tensão<br />
Tempo<br />
Figura 10 - Exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação (direita) por fluência e relaxação da tensão (esquerda) por fluência<br />
DUREZA<br />
É <strong>de</strong>finida pela resistência da superfície do material à penetração efetuada por um<br />
material <strong>de</strong> dureza superior. A escala Brinell - BHN (Brinell Hardness Number) contém índices<br />
<strong>de</strong> medida <strong>de</strong> dureza, calculados a partir da área <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong> uma esfera metálica (<strong>de</strong> aço<br />
ou <strong>de</strong> carbeto <strong>de</strong> tungstênio) no material. A penetração <strong>de</strong>sta esfera é feita a partir <strong>de</strong> uma força<br />
e intervalo <strong>de</strong> tempo padronizado. A escala Rockwell <strong>de</strong> dureza po<strong>de</strong> ser relacionada a BHN,<br />
mas é a medida da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração (p) da esfera, e não da área da calota esférica<br />
utilizada <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir dureza BHN.<br />
Figura 11 - Medida <strong>de</strong> dureza Brinnell<br />
BHN =<br />
2N<br />
π D( D − D − d<br />
2 2<br />
Para materiais que possam ser consi<strong>de</strong>rados homogêneos e isotrópicos, é possível<br />
estimar aproximadamente a resistência à tração ou à compressão a partir da dureza.<br />
71
TENACIDADE<br />
É a medida da energia necessária <strong>para</strong><br />
romper o material, expressa em N×m. No gráfico<br />
carga x <strong>de</strong>slocamento po<strong>de</strong>-se medir a tenacida<strong>de</strong><br />
pelo cálculo da área sob a curva (Figura 12).<br />
A tenacida<strong>de</strong> é medida através <strong>de</strong> um ensaio<br />
dinâmico on<strong>de</strong> o corpo-<strong>de</strong>-prova recebe o impacto<br />
<strong>de</strong> uma massa conhecida que cai <strong>de</strong> uma altura<br />
conhecida.<br />
A resiliência é a energia dissipada pelo material em<br />
<strong>de</strong>formação no regime elástica.<br />
FADIGA<br />
A fadiga é uma proprieda<strong>de</strong> que os materiais apresentam quando submetidos a esforços<br />
cíclicos, como ocorre numa ponte ferroviária cujo maior carregamento acontece com a<br />
passagem do trem. Nesta situação, o material po<strong>de</strong> romper com um nível <strong>de</strong> tensão inferior ao<br />
da ruptura estática, como alguém que fica dobrando um arame quando não po<strong>de</strong> cortá-lo com<br />
as mãos.<br />
(a) Número <strong>de</strong> Ciclos x Resistência (b) Número <strong>de</strong> Ciclos x Resistência<br />
Figura 13 – Gráficos típicos <strong>de</strong> fadiga apresentando o número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> carregamento necessários <strong>para</strong> romper a<br />
diferentes tensões <strong>de</strong> (a) aços e concreto armado e (b) polímeros.<br />
Figura 12 - Tenacida<strong>de</strong><br />
A ruptura por fadiga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do nível <strong>de</strong> tensão ao que o material é submetido em cada ciclo:<br />
assim, quando o material é submetido a uma tensão da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 95% da tensão <strong>de</strong> ruptura<br />
estática, exigirá um número menor <strong>de</strong> ciclos do que quando a tensão é <strong>de</strong> 90%. Em alguns<br />
materiais estruturais, como o concreto e o aço, existe o chamado limite <strong>de</strong> fadiga, que é a<br />
porcentagem da tensão <strong>de</strong> ruptura estática abaixo da qual o material não rompe por fadiga, isto<br />
72
é, suportaria um número infinito <strong>de</strong> ciclos. Outros materiais, como os polímeros termoplásticos<br />
não apresentam limite <strong>de</strong> fadiga, rompendo sempre com o esforço cíclico, mesmo que isso<br />
<strong>de</strong>man<strong>de</strong> um número imenso <strong>de</strong> ciclos.<br />
3.3 - TEORIAS DE FALHAS COM CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />
Quando se <strong>de</strong>ve selecionar um material <strong>para</strong> resistir à <strong>de</strong>formação plástica, a dureza é,<br />
geralmente a proprieda<strong>de</strong> mais importante. Os quatro tipos <strong>de</strong> dureza mais usados são Brinell,<br />
Rockwell, Vickers e Knoop. A maior parte dos sistemas <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> dureza emprega uma carga<br />
padrão que é aplicada a um esfera ou pirâmi<strong>de</strong> em contato com o material a ser testado. É<br />
uma proprieda<strong>de</strong> fácil <strong>de</strong> se medir, porque o teste não é <strong>de</strong>strutivo e não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
corpo <strong>de</strong> prova. Para os aços po<strong>de</strong>-se usar o número e dureza Brinell <strong>para</strong> obter-se uma boa<br />
estimativa da resistência à tração. A relação é<br />
Sut= 3,45 HB , on<strong>de</strong> S é expresso em MPa.<br />
As tabelas do apêndice mostram as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais. Para<br />
o estudante, estas tabelas constituem uma fonte <strong>de</strong> informações <strong>para</strong> a resolução <strong>de</strong> problemas<br />
e a execução <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s. Os engenheiros que trabalham com <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> estrutura são confrontados quase sempre<br />
com problemas on<strong>de</strong> as peças possuem tensões normais <strong>de</strong> tração e compressão e flexão,<br />
além tensões <strong>de</strong> cisalhamento.Porque uma peça falha? Esta questão tem ocupado os cientistas<br />
e engenheiros por décadas. Hoje se tem muito mais entendimento sobre vários mecanismos <strong>de</strong><br />
falhas do que se sabia no passado, <strong>de</strong>vido a melhoria <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> medição e testes. A<br />
resposta mais simples e óbvia <strong>para</strong> a pergunta acima seria dizer que as peças falham porque<br />
suas tensões atuantes exce<strong>de</strong>m suas resistências. Que tipo <strong>de</strong> tensões ocasionam as falhas,as<br />
tensões <strong>de</strong>vido a compressão, tração, cisalhamento? A resposta seria: “Depen<strong>de</strong>”.<br />
Depen<strong>de</strong> do material em questão; <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua resistência à compressão, tração e<br />
cisalhamento. Depen<strong>de</strong> também do tipo <strong>de</strong> carregamento e da presença ou ausência <strong>de</strong><br />
fissuras no material. Para uma combinação <strong>de</strong> cargas estáticas que produzem tensões<br />
críticas, como saber se o material irá falhar <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada aplicação? Uma vez que é<br />
impraticável testar cada material e cada combinação <strong>de</strong> tensões, uma teoria <strong>de</strong> falha é<br />
necessária <strong>para</strong> predizer com base na performance do teste <strong>de</strong> tração simples do material, tão<br />
forte e resistente será sob outras condições <strong>de</strong> carga estática. A “teoria” por trás <strong>de</strong> todas as<br />
teorias <strong>de</strong> falha é que qualquer que seja o responsável pela falha no teste padrão clássico <strong>de</strong><br />
tração será também responsável pela falha sob todas as outras condições <strong>de</strong> carga estática.<br />
73
Por exemplo, suponha que um material tenha uma resistência à tração <strong>de</strong> 700 MPa. A<br />
teoria prediz que sob qualquer condição <strong>de</strong> carga, o material irá falhar, se e somente se, a<br />
tensão normal máxima exce<strong>de</strong>r a 700 MPa. Para uma tensão normal <strong>de</strong> 560 MPa, não há<br />
previsão <strong>de</strong> falha na peça. Por outro lado, suponha que seja postulado que a falha durante o<br />
teste <strong>de</strong> tração ocorreu porque o material é limitado pela sua capacida<strong>de</strong> inerente <strong>de</strong> resistir a<br />
tensão <strong>de</strong> cisalhamento, e que baseado no teste <strong>de</strong> tração a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão<br />
cisalhante é <strong>de</strong> 350 MPa. Então se a peça foi submetida a uma tensão <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong> 420<br />
MPa, sua falha foi prevista pela teoria.<br />
O estudante <strong>de</strong> engenharia já tendo estudado os princípios <strong>de</strong> Mecânica dos sólidos e<br />
resistência dos Materiais reconheceu nos exemplos acima a ilustração da teoria da máxima<br />
tensão normal e a teoria da máxima tensão cisalhante.<br />
Falha em uma peça submetida a um tipo qualquer <strong>de</strong> carregamento é consi<strong>de</strong>rada como<br />
qualquer comportamento que a torna inútil <strong>para</strong> o qual foi projetada. Neste ponto iremos<br />
consi<strong>de</strong>rar somente carga estática, <strong>de</strong>ixando a parte <strong>de</strong> fadiga <strong>para</strong> o próximo capítulo. Carga<br />
estática po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>flexão ou instabilida<strong>de</strong> elástica bem como uma distorção<br />
plástica ou fratura. A distorção ou <strong>de</strong>formação plástica, está associada com tensões cisalhantes<br />
e envolvem <strong>de</strong>slocamentos ao longo <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos. A falha é <strong>de</strong>finida como<br />
ocorrendo quando a <strong>de</strong>formação plástica alcança um limite arbitrário, por exemplo 0,2 % em um<br />
teste padrão <strong>de</strong> tração. O escoamento po<strong>de</strong>rá no entanto ocorrer em áreas localizadas <strong>de</strong><br />
concentração <strong>de</strong> tensões ou em qualquer peça submetida à flexão ou torção quando<br />
escoamento seja restrito a superfície externa.<br />
3.3.1 - FALHA DE MATERIAIS DÚCTEIS SOB CARGA ESTÁTICA<br />
Enquanto os materiais dúcteis irão sofrer fratura se tencionado estaticamente acima <strong>de</strong><br />
seu limite <strong>de</strong> resistência máximo, sua falha nos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> é geralmente<br />
consi<strong>de</strong>rado ocorrer quando escoam sob carga estática. O limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento<br />
<strong>de</strong> um material dúctil é muito menor do que seu limite <strong>de</strong> resistência.<br />
Historicamente, várias teorias foram formuladas <strong>para</strong> explicar esta falha: a teoria da<br />
máxima tensão normal, a teoria da máxima <strong>de</strong>formação normal, a teoria da energia <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>formação máxima, a teoria da energia <strong>de</strong> distorção (Von Mises-Hencky) e a teoria da máxima<br />
tensão cisalhante. Destas somente as duas últimas concordam com os resultados<br />
experimentais e <strong>de</strong>las, a teoria <strong>de</strong> von Mises-Hencky é a mais precisa. Serão discutidas as<br />
duas últimas teorias.<br />
74
A) CRITÉRIO DE VON MISES-HENCKY OU CRITÉRIO DA MÁXIMA ENERGIA DE<br />
DISTORÇÃO<br />
O critério <strong>de</strong> Von Mises leva em consi<strong>de</strong>ração todas as tensões que atuam no corpo –<br />
tensões tridimensionais, ou seja, as três tensões que atuam no cubo, <strong>de</strong>finidas como s1 , s2 e s3<br />
. Baseado em experimentos que mostram que corpos tencionados hidrostaticamente possuem<br />
escoamento muito acima (ou não escoam) dos valores dados pelos testes <strong>de</strong> tração.<br />
Von Mises conclui que o escoamento está diretamente relacionado com a distorção<br />
angular do material da estrutura. Por esta razão, este critério é baseado na teoria da energia <strong>de</strong><br />
distorção máxima.<br />
Desta forma, a energia que produz a distorção angular em uma estrutura é igual à<br />
energia total <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação menos a energia <strong>para</strong> produzir a variação <strong>de</strong> volume, ou seja:<br />
mostrado:<br />
Figura 14 – Energias aplicada em um corpo <strong>para</strong> variar seu volume<br />
A tensão σm é chamada <strong>de</strong> tensão média e dada por:<br />
σ<br />
m<br />
=<br />
σ 1<br />
+<br />
σ 2<br />
3<br />
+<br />
σ 3<br />
A energia <strong>de</strong> distorção do corpo provoca uma distorção na sua forma geométrica, como<br />
75
Figura 15 – Distorção geométrica <strong>de</strong> um corpo<br />
Este critério se baseia na <strong>de</strong>terminação da energia <strong>de</strong> distorção (isto é, energia<br />
relacionada a mudanças na forma) do material. Neste critério, estamos interessados na tensão<br />
equivalente<br />
( σ − σ )<br />
e o material é consi<strong>de</strong>rado no regime elástico enquanto<br />
σ<br />
eq<br />
=<br />
1<br />
2<br />
σ eq ≤ S Y<br />
on<strong>de</strong> S Y é o limite <strong>de</strong> escoamento do material, tensão esta <strong>de</strong>terminada em um ensaio <strong>de</strong><br />
tração. Graficamente esta relação é representada pela figura 15, on<strong>de</strong> cada ponto, <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nadas σ 1 , σ 2 representa o estado <strong>de</strong> tensões em um ponto do corpo. A região interna a<br />
elipse <strong>de</strong> Mises indica que o ponto do corpo encontra-se no regime elástico. O contorno indica<br />
plastificação e a região externa é inacessível.<br />
Esta teoria preconiza que em qualquer material elasticamente tencionado aparece uma<br />
variação no formato, no volume ou em ambos.<br />
A energia total <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação em uma peça submetida a carregamento po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rada consistindo <strong>de</strong> duas <strong>componentes</strong> ,uma <strong>de</strong>vido ao carregamento hidrostático que<br />
varia seu volume e outra <strong>de</strong>vido a distorção com a variação do seu formato. Ao se<strong>para</strong>r estas<br />
duas <strong>componentes</strong>, a parcela da energia <strong>de</strong> distorção irá apresentar a medida da tensão<br />
cisalhante presente. O componente estrutural estará em condições <strong>de</strong> segurança enquanto o<br />
maior valor da energia <strong>de</strong> distorção por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume do material permanecer abaixo da<br />
energia <strong>de</strong> distorção por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume necessária <strong>para</strong> provocar o escoamento no corpo<br />
<strong>de</strong> prova <strong>de</strong> mesmo material submetido a ensaio <strong>de</strong> tração.<br />
É conveniente quando utilizar esta teoria em trabalhar com a tensão equivalente, <strong>de</strong>finida com o<br />
valor da tensão <strong>de</strong> tração uniaxial que produz o mesmo nivel <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> distorção que a<br />
tensão real envolvida.<br />
2<br />
2<br />
76
Seja a energia <strong>de</strong> distorção por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume em um material isotrópico em estado<br />
plano <strong>de</strong> tensões:<br />
1<br />
Ud = . G<br />
6<br />
2<br />
2<br />
( σ − σ σ + σ )<br />
Sendo σa e σb as tensões principais e G o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> transversal.<br />
1<br />
No caso particular <strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> prova em ensaio <strong>de</strong> tração, que esteja começando a<br />
escoar, temos σ1 =σy e σ2 =0, sendo (Ud)e = σy 2 /6. G.<br />
Assim o critério da máxima energia <strong>de</strong> distorção indica que o elemento estrutural está<br />
seguro enquanto Ud < (Ud)e ou seja<br />
σ1 2 -σ1σ2 + σ2 2 = Sy 2<br />
Figura 16 - Teoria da energia <strong>de</strong> distorção ou Von Mises<br />
B) CRITÉRIO DE TRESCA OU DA MÁXIMA TENSÃO DE CISALHAMENTO<br />
Este critério estabelece que a falha (escoamento) começa sempre que a tensão<br />
cisalhante máxima em uma peça torna-se igual à tensão cisalhante máxima (Ssy) que o material<br />
po<strong>de</strong> suportar. Neste critério, as duas tensões são consi<strong>de</strong>radas, lembrando-se que:<br />
τ máx<br />
=<br />
σ<br />
−<br />
1 2 ⇒<br />
2<br />
σ<br />
1<br />
2<br />
2<br />
Tensão cisalhante máxima é a meta<strong>de</strong> da<br />
diferença entre as duas tensões que atuam<br />
Assim, o procedimento é feito calculando-se a máxima tensão cisalhante que atua na<br />
estrutura, usando o mo<strong>de</strong>lo matemático apropriado, e com<strong>para</strong>ndo com o limite <strong>de</strong> resistência<br />
(escoamento) ao cisalhamento (Ssy).<br />
Escoamento começa quando:<br />
máx = τ<br />
S sy<br />
77
O limite <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento ou tensão cisalhante do material está relacionado com<br />
Sy (limite <strong>de</strong> escoamento a tração / compressão). Desta forma, <strong>para</strong> um teste uniaxial <strong>de</strong> tração,<br />
apenas a tensão σ1 está presente, sendo a condição extrema quando σ1 = Sy, então:<br />
S<br />
y<br />
Ssy = = 0,5⋅S<br />
y<br />
2<br />
O limite <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento do material é a meta<strong>de</strong> do limite <strong>de</strong> resistência<br />
do material, seja no escoamento (Sy) como no limite <strong>de</strong> resistência máximo (Su).<br />
A representação gráfica <strong>de</strong>ste critério esta mostrada abaixo:<br />
Figura 17 – representação gráfica do Critério <strong>de</strong> Tresca<br />
Este critério é mais usado <strong>para</strong> materiais dúcteis.<br />
Figura 18 – Exemplificação <strong>de</strong> torção em uma peça<br />
Para garantir que a estrutura não ira falhar, usa-se um fator <strong>de</strong> segurança n.<br />
τ<br />
τ<br />
máx<br />
máx<br />
=<br />
=<br />
Ssy Sy<br />
n<br />
n<br />
=<br />
2n<br />
Ssu Su<br />
A teoria da máxima tensão cisalhante <strong>de</strong>ve ser a mais antiga teoria sendo<br />
originariamente proposta por Coulomb (1736-1806), que apresentou as maiores contribuições<br />
=<br />
2n<br />
78
<strong>para</strong> o campo da mecânica e da eletricida<strong>de</strong>. Esta teoria está representada graficamente na<br />
figura 17. Note cuidadosamente na figura 17 que no primeiro e terceiro quadrantes a tensão<br />
principal zero está envolvida no circulo principal <strong>de</strong> Mohr, o mesmo não acontecendo no<br />
segundo e quarto quadrantes. Esta teoria se correlaciona razoavelmente com o escoamento <strong>de</strong><br />
materiais dúcteis. Contudo a teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção seria mais recomendada<br />
porque correlaciona melhor com os dados atuais <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> materiais dúcteis, sendo:<br />
ESTADO UNIAXIAL - σσσσ1 < SY<br />
SY = Limite <strong>de</strong> Resistência ao Escoamento;<br />
σ1, σ2 - tensões normais principais<br />
O Elemento estrutural é consi<strong>de</strong>rado seguro enquanto a tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento<br />
τmax no elemento não exce<strong>de</strong>r a tensão <strong>de</strong> cisalhamento correspon<strong>de</strong>nte a um corpo <strong>de</strong> prova<br />
do mesmo material, que escoa no ensaio <strong>de</strong> tração.<br />
3.3.2 - EXERCÍCIO RESOLVIDO<br />
1. A viga mostrada na figura abaixo foi construída <strong>de</strong> um material com Sy = 150MPa.<br />
Determinar a largura b da viga, sabendo-se que l = 1,5m, h=0,35m, P=100.000N,<br />
segurança n=1,7, usando o escoamento como a característica <strong>de</strong> resistência do<br />
material.<br />
Resolução:<br />
h<br />
y =<br />
2<br />
σ =<br />
P ⋅l<br />
h<br />
⋅<br />
3 2<br />
b⋅h<br />
12<br />
=<br />
M = P ⋅l<br />
Figura 19 – Figura exercício resolvido<br />
12 P ⋅l<br />
⋅<br />
2 2<br />
h<br />
M<br />
σ<br />
= ⋅ y<br />
I<br />
⇒<br />
I =<br />
P ⋅l<br />
σ = 6 ⋅<br />
b⋅h<br />
b⋅h<br />
2<br />
12<br />
3<br />
79
Então:<br />
Condições <strong>de</strong> dimensionamento<br />
P ⋅l<br />
6⋅<br />
b ≥<br />
S<br />
10 6<br />
100000⋅1,<br />
5⋅1,<br />
7<br />
6⋅<br />
2<br />
( 0,<br />
35 ) ⋅150<br />
⋅<br />
0,083 m<br />
P ⋅l<br />
b ≥ 6⋅<br />
⋅<br />
S y<br />
⇒ σ ≤<br />
n<br />
y<br />
≤ ⇒<br />
2<br />
2<br />
b⋅h n<br />
h S y<br />
⇒<br />
⇒<br />
b ≥<br />
3.3.3 - FALHA DE MATERIAIS FRÁGEIS SOB CARGA ESTÁTICA<br />
A) CRITÉRIO DA MÁXIMA TENSÃO NORMAL (RANKINE)<br />
n<br />
Este critério <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção entre s e v, estabelece que a falha da estrutura ocorre<br />
sempre que a maior tensão (principal) que atua na peça, <strong>de</strong>terminada pelo mo<strong>de</strong>lo matemático<br />
apropriado, se iguala ao limite <strong>de</strong> escoamento (Sy) ou ao limite <strong>de</strong> resistência (Su). Assim:<br />
s1 = Sy<br />
s1 = Su<br />
Figura 20 – Tensão normal atuante em uma peça – Critério <strong>de</strong> Rankine<br />
s1 é a máxima tensão normal que atua<br />
Se o estado <strong>de</strong> tensão que atua no corpo da estrutura for um estado plano <strong>de</strong> tensão, ou<br />
seja, tensões normais sx , sy e tensão cisalhante txy , mesmo assim a com<strong>para</strong>ção com S é feita<br />
tomando-se apenas a maior <strong>de</strong>las.<br />
Assim:<br />
80
Figura 21 - Estado <strong>de</strong> tensão que atua no corpo <strong>de</strong> uma estrutura em um estado plano <strong>de</strong> tensão<br />
Apenas s1 é usada na com<strong>para</strong>ção. Pelo que foi visto, o critério da máxima tensão<br />
normal, s1 sendo a única tensão importante, tem sua aplicação em estruturas on<strong>de</strong> outras<br />
tensões são pequenas ou <strong>de</strong>sprezíveis.<br />
Uma representação gráfica ilustra este critério conforme mostrado abaixo:<br />
Sut = limite <strong>de</strong> resistência à tração<br />
Suc = limite <strong>de</strong> resistência à compressão<br />
Para os aços<br />
⇒ Sut = Suc<br />
Figura 22 - Critério <strong>de</strong> Rankine<br />
Para garantir a integrida<strong>de</strong> da estrutura, assegurar que a mesma não vai falhar, usa-se<br />
um fator <strong>de</strong> segurança n (1,3 ≤ n ≤ 2,0) e a com<strong>para</strong>ção é feita. Neste caso o escoamento é<br />
consi<strong>de</strong>rado como limite <strong>de</strong> resistência critica. Critério mais usado <strong>para</strong> materiais frágeis.<br />
S ut<br />
σ = 1<br />
n<br />
→ Neste caso o escoamento é consi<strong>de</strong>rado como limite <strong>de</strong> resistência crítico.<br />
Critério mais usado <strong>para</strong> materiais frágeis.<br />
σ<br />
S y<br />
= 1 n<br />
81
O componente estrutural se rompe quando a máxima tensão normal atinge o valor da<br />
tensão última σU do material, <strong>de</strong>terminada em um ensaio <strong>de</strong> tração em um corpo <strong>de</strong> prova <strong>de</strong><br />
mesmo material. Assim, o componente estrutural se encontrará em situação <strong>de</strong> segurança<br />
enquanto os valores absolutos das tensões principais forem menores que Sut.<br />
<strong>de</strong>vido ao<br />
O critério da máxima tensão normal é conhecido também com critério <strong>de</strong> Coulomb,<br />
físico francês Charles Augustin <strong>de</strong> Coulomb. Este critério tem uma <strong>de</strong>ficiência séria, uma vez<br />
que se baseia na hipótese <strong>de</strong> que a tensão última do material é a mesma na tração e na<br />
compressão.<br />
B) CRITÉRIO DE MOHR<br />
Ensaios <strong>de</strong> tração, compressão, torção → Envoltória dos círculos <strong>de</strong> Mohr<br />
Figura 23 - Critério <strong>de</strong> Mohr<br />
Este critério, sugerido pelo engenheiro alemão Otto Mohr, po<strong>de</strong> ser usado <strong>para</strong> prever<br />
os efeitos <strong>de</strong> um certo estado <strong>de</strong> tensões plano em um material frágil, quando alguns resultados<br />
<strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> ensaios po<strong>de</strong>m ser obtidos <strong>para</strong> esse material. O estado <strong>de</strong> tensões que<br />
correspon<strong>de</strong> à ruptura do corpo <strong>de</strong> prova no ensaio <strong>de</strong> tração po<strong>de</strong> ser representado em um<br />
diagrama <strong>de</strong> círculo <strong>de</strong> Mohr pelo círculo que intercepta o eixo horizontal em O e em σUT . Do<br />
mesmo modo, o estado <strong>de</strong> tensões que correspon<strong>de</strong> à ruptura no ensaio <strong>de</strong> compressão po<strong>de</strong><br />
ser representado pelo círculo que intercepta o eixo horizontal em O e em SUC. Fica claro que um<br />
82
estado <strong>de</strong> tensões representado por um círculo inteiramente contido em qualquer dos dois<br />
círculos <strong>de</strong>scritos é um estado <strong>de</strong> tensões seguro.<br />
3.4 - SELEÇÃO DE MATERIAIS<br />
A seleção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado material <strong>para</strong> integrar um novo produto é uma tarefa<br />
dinâmica e os princípios que a controlam são constantemente alterados à medida que novos<br />
materiais são também continuamente concebidos, bem como os requisitos técnicos e econômicos<br />
po<strong>de</strong>m ser mudados. Um exemplo <strong>de</strong>sse fato é a substituição das ligas metálicas por materiais<br />
compósitos na fuselagem dos aviões comerciais <strong>de</strong> última geração. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minimizar<br />
gastos com combustível e melhorar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ssas aeronaves leva ao uso <strong>de</strong> um material<br />
mais leve. Um outro exemplo é encontrado na indústria automobilística. Até o início da década<br />
passada era comum que os blocos <strong>de</strong> motores fossem fabricados em ferro fundido, um material<br />
relativamente pesado. Entretanto, nos últimos anos a indústria automobilística tem substituído o<br />
ferro fundido por ligas <strong>de</strong> alumínio, que além <strong>de</strong> serem mais leves, permitem que o motor seja<br />
refrigerado <strong>de</strong> maneira mais eficiente. A substituição <strong>de</strong> materiais é um processo contínuo que<br />
ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da civilização, à medida que, em função <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s, o<br />
homem iniciou a transformação <strong>de</strong> materiais em ferramentas e utensílios. Na indústria mo<strong>de</strong>rna,<br />
muitos fatores e aspectos são constantemente alterados. Isto provoca a contínua busca pela<br />
reposição <strong>de</strong> materiais, tendo como objetivo o menor custo <strong>de</strong> produção, bem como o aumento da<br />
eficiência do produto final. Uma lâmpada,por exemplo, é constituída por um bulbo <strong>de</strong> quartzo<br />
(SiO2) e por um filamento <strong>de</strong> tungstênio. O tungstênio, por suportar facilmente temperaturas<br />
acima <strong>de</strong> 2.000 0 C, é usado <strong>para</strong> transformar energia elétrica em energia luminosa. Entretanto,<br />
em presença <strong>de</strong> oxigênio, esse metal é intensamente oxidado em temperaturas elevadas, o que<br />
leva a sua <strong>de</strong>gradação. Em uma lâmpada elétrica, o tungstênio é inserido <strong>de</strong>ntro do bulbo e<br />
selado a vácuo, o que evita a oxidação do filamento. Um exemplo clássico <strong>de</strong> alteração no perfil<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> materiais é o caso da indústria automobilística. Em 1975, um carro médio<br />
americano exibia em torno <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> seu peso em ligas ferrosas. Com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução<br />
<strong>de</strong> peso imposta pelos aumentos do custo <strong>de</strong> combustíveis na década <strong>de</strong> 70, o emprego <strong>de</strong>ssa<br />
ligas passou a ser responsável por 73% do peso. Tal redução é significativamente profunda<br />
quando se consi<strong>de</strong>ra que o veículo teve seu peso reduzido em aproximadamente 25% no mesmo<br />
período, resultado direto do uso <strong>de</strong> materiais mais leves e da diminuição em tamanho. Nesse<br />
período, o uso <strong>de</strong> materiais leves, como os plásticos e o alumínio, passou <strong>de</strong> 8% do peso total do<br />
veículo <strong>para</strong> valores próximos a 23%. Atualmente, é possível encontrar em alguns automóveis,<br />
83
carrocerias construídas integralmente em alumínio, o que além <strong>de</strong> representar redução <strong>de</strong> custos,<br />
resulta em um produto mais resistente à corrosão.<br />
3.4.1 - MATERIAIS METÁLICOS<br />
A principal característica dos materiais metálicos está relacionada à forma or<strong>de</strong>nada<br />
com que os seus átomos estão arranjados no espaço, o que po<strong>de</strong> ser melhor sintetizado pelo<br />
termo “estrutura cristalina”. Em função do arranjo atômico, os materiais metálicos apresentam,<br />
em geral, boa resistência mecânica e po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>formados permanentemente sob a ação <strong>de</strong><br />
forças externas.<br />
Além, disso, como resultado das ligações metálicas, eles são bons condutores <strong>de</strong> calor e<br />
eletricida<strong>de</strong>. Os materiais metálicos são substâncias inorgânicas compostas por um ou mais<br />
elementos metálicos e po<strong>de</strong>m também conter elementos não-metálicos, como o oxigênio,<br />
carbono e nitrogênio.<br />
Dentre os materiais metálicos, <strong>de</strong>stacam-se as ligas <strong>de</strong> alumínio, largamente empregadas<br />
na construção <strong>de</strong> aeronaves, as ligas <strong>de</strong> titânio usadas na confecção <strong>de</strong> implantes ortopédicos e<br />
as superligas <strong>de</strong> níquel, apropriadas <strong>para</strong> fabricação <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> <strong>para</strong> operação em<br />
temperaturas elevadas. Os metais são vitais <strong>para</strong> indústria mo<strong>de</strong>rna, pois seu uso ocorre em uma<br />
gama <strong>de</strong> aplicações excepcionalmente diversificada, da indústria <strong>de</strong> microeletrônica à automotiva.<br />
AÇOS ESPECIAIS<br />
Aços especiais são os aços que pelo seu percentual <strong>de</strong> carbono ou pela adição <strong>de</strong><br />
elementos <strong>de</strong> liga, principalmente metálicos, apresentam proprieda<strong>de</strong>s específicas em termos<br />
<strong>de</strong> resistência mecânica, à corrosão e características eletromagnéticas. Assim como nos aços<br />
comuns, os aços especiais po<strong>de</strong>m ser planos ou longos.<br />
AÇOS ESPECIAIS PLANOS<br />
Os aços especiais planos são produzidos através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> laminação a quente<br />
ou a frio, sendo comercializados nas formas <strong>de</strong> bobinas e chapas. Os tipos mais importantes<br />
são os aços inoxidáveis, os aços siliciosos (ou aços elétricos) e os aços carbono e/ou ligados.<br />
84
AÇOS INOXIDÁVEIS<br />
O aço inoxidável é versátil, reciclável e está presente em vários segmentos <strong>de</strong> mercado,<br />
pelas suas características mecânicas, <strong>de</strong> durabilida<strong>de</strong>, limpeza e beleza. Deve conter mínimo<br />
<strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> cromo em sua composição, o que permite a formação em sua superfície <strong>de</strong> fina<br />
película protetora <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> cromo, que impe<strong>de</strong> a corrosão (oxidação) do ferro. Outros<br />
elementos como níquel, molibdênio e cobre, quando adicionados, melhoram a resistência à<br />
corrosão e as características mecânicas <strong>de</strong>stes aços. Os aços inoxidáveis são divididos em<br />
três tipos básicos conforme o teor <strong>de</strong> cromo, níquel e carbono em sua composição e suas<br />
características metalúrgicas.<br />
- Aços Inoxidáveis Martensíticos - contêm <strong>de</strong> 10% a 30% <strong>de</strong> cromo e alto carbono. O<br />
maior teor <strong>de</strong> carbono torna estes aços temperáveis, obtendo-se dureza superficial.<br />
- Aços Inoxidáveis Ferríticos - possuem teor <strong>de</strong> cromo idêntico aos martensíticos e baixo<br />
teor <strong>de</strong> carbono, apresentando superior resistência à corrosão.<br />
- Aços Inoxidáveis Austeníticos - quando, além do cromo, contêm níquel em percentagens <strong>de</strong><br />
5% a 25%. Estes são os inoxidáveis consi<strong>de</strong>rados mais nobres, pois o níquel melhora a<br />
resistência à corrosão, as qualida<strong>de</strong>s mecânicas e a resistência ao trabalho em temperaturas<br />
elevadas.<br />
Cabe ressaltar que o setor <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo duráveis é o maior consumidor,<br />
especificamente o <strong>de</strong> cutelaria e baixelas. O consumo industrial, englobando indústrias<br />
alimentícia, bebidas, láctea, vinícolas e <strong>de</strong> balcões e frigoríficos, é o segundo maior<br />
<strong>de</strong>mandante, seguido pelo setor <strong>de</strong> transportes (indústria automobilística).<br />
AÇOS SILICIOSOS<br />
Os aços siliciosos ou aços elétricos têm características eletromagnéticas e po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong><br />
dois tipos: G.O. - grão orientado e G.N.O. - grão não orientado. Os aços ao silício G.O.<br />
apresentam excelentes proprieda<strong>de</strong>s magnéticas na direção <strong>de</strong> laminação. Estes aços são<br />
utilizados basicamente na fabricação dos núcleos <strong>de</strong> transformadores, e em menor escala em<br />
reatores <strong>de</strong> potência, hidrogeradores e turbogeradores, propiciando economia <strong>de</strong> energia<br />
elétrica e maior eficiência dos equipamentos. Os aços ao silício G.N.O. possuem as mesmas<br />
proprieda<strong>de</strong>s magnéticas em qualquer direção. As principais aplicações são na fabricação <strong>de</strong><br />
núcleos <strong>de</strong> geradores e motores elétricos, não necessitando <strong>de</strong> tratamento térmico posterior.<br />
Note-se que algumas vezes são também chamados <strong>de</strong> especiais os aços ao silício,<br />
semiprocessados, os quais necessitam ser submetidos a tratamento térmico posterior pelo<br />
85
usuário, <strong>para</strong> adquirir características magnéticas do aço silicioso G.N.O., porém com qualida<strong>de</strong><br />
inferior.<br />
AÇOS CARBONO/LIGADOS<br />
São utilizados em <strong>máquinas</strong> e equipamentos que requerem proprieda<strong>de</strong>s mecânicas<br />
especiais, conferidas pelo alto teor <strong>de</strong> carbono (<strong>de</strong> 0,5% a 2,0% C) e/ou pelos elementos <strong>de</strong> liga<br />
adicionados em sua confecção. Os principais usos são nos implementos agrícolas, ferramentas<br />
e cutelaria.<br />
AÇOS ESPECIAIS LONGOS<br />
Os aços especiais longos apresentam enorme gama <strong>de</strong> tipos em função das<br />
proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas requeridas. São geralmente comercializados sob as formas <strong>de</strong><br />
blocos, tarugos, barras, fio-máquina, arames e tubos. Para fins <strong>de</strong> estudos, po<strong>de</strong>m ser<br />
classificados em quatro tipos básicos:<br />
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA<br />
São aços que contêm carbono até 0,5% e/ou outros elementos <strong>de</strong> liga como silício,<br />
manganês, cromo e molibdênio, <strong>de</strong> forma a melhorar suas características <strong>de</strong> resistência<br />
mecânica. Os aços <strong>para</strong> construção mecânica são classificados por vários critérios como<br />
composição química, tratamento térmico a ser submetido e aplicação final dos produtos. Os<br />
principais tipos <strong>de</strong> aços são: microligados, <strong>para</strong> tratamento térmico, <strong>para</strong> forjados, <strong>para</strong> molas,<br />
<strong>para</strong> porcas e <strong>para</strong>fusos e <strong>para</strong> rolamentos. Estima-se que cerca <strong>de</strong> 90% dos aços <strong>para</strong><br />
construção mecânica <strong>de</strong>stina-se à indústria automobilística e <strong>de</strong> autopeças. A indústria<br />
ferroviária, implementos agrícolas e <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> uso doméstico seriam as <strong>de</strong>mais usuárias.<br />
AÇOS DE ALTA-LIGA<br />
Estes aços contêm elementos <strong>de</strong> liga como cromo, níquel, molibdênio, vanádio,<br />
tungstênio e cobalto, adquirindo proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dureza e resistência mecânica, entre outras,<br />
necessárias à fabricação <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> usinagem, estampos, mol<strong>de</strong>s e matrizes, válvulas e<br />
outros produtos. Os principais tipos são: aço ferramenta, aço rápido, aço inoxidável, aço válvula<br />
e superligas.<br />
86
Os aços ferramenta po<strong>de</strong>m ser <strong>para</strong> trabalho a frio e a quente. As principais<br />
características do aço ferramenta <strong>para</strong> trabalho a frio são: alta resistência a abrasão, alta<br />
tenacida<strong>de</strong>, elevada retenção <strong>de</strong> corte, alta resistência ao choque e gran<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong><br />
dimensional. No caso dos aços <strong>para</strong> trabalho a quente, as principais características são:<br />
elevada resistência mecânica a quente, boa resistência a abrasão em temperaturas elevadas,<br />
boa condutibilida<strong>de</strong> térmica e elevada resistência à fadiga.<br />
Os aços rápidos são aços ferramenta utilizados <strong>para</strong> fabricação <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> corte.<br />
Os aços inoxidáveis longos <strong>de</strong>stinam-se a diversos usos on<strong>de</strong> se necessite material não<br />
corrosivo, tais como indústrias <strong>de</strong> alimentos, bebidas e hospitalar. Os aços válvula são<br />
inoxidáveis <strong>de</strong>stinados, especificamente, <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong> motores a combustão.<br />
As superligas são ligas nobres, principalmente à base <strong>de</strong> níquel, feitas sob encomenda,<br />
<strong>para</strong> utilização em resistências elétricas, eletrodos <strong>de</strong> vela <strong>de</strong> automóvel, implantes cirúrgicos,<br />
entre outros.<br />
3.4.2 - MATERIAIS CERÂMICOS<br />
Os materiais classificados como cerâmicos envolvem substâncias altamente resistentes ao<br />
calor e no tocante à estrutura atômica, po<strong>de</strong>m apresentar arranjo or<strong>de</strong>nado e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> átomo envolvido e à forma <strong>de</strong> obtenção do material. Esses materiais são<br />
constituídos por elementos metálicos e não-metálicos (inorgânicos), formando reações químicas<br />
covalentes e iônicas.<br />
Em função do arranjo atômico e das ligações químicas presentes, os materiais cerâmicos<br />
apresentam elevada resistência mecânica, alta fragilida<strong>de</strong>, alta dureza, gran<strong>de</strong> resistência ao calor<br />
e, principalmente, são isolantes térmicos e elétricos. Nas últimas décadas, uma gama bastante<br />
variada <strong>de</strong> novos materiais cerâmicos foi <strong>de</strong>senvolvida. Tais materiais caracterizam-se,<br />
principalmente, pelo controle <strong>de</strong> suas composições, das dimensões <strong>de</strong> suas partículas e do<br />
processo <strong>de</strong> produção dos <strong>componentes</strong>. Como resultado <strong>de</strong>sse procedimento, é possível produzir<br />
dispositivos <strong>de</strong> alta resistência mecânica e resistente a temperaturas elevadas, o que possibilita a<br />
aplicação dos mesmos em <strong>máquinas</strong> térmicas, on<strong>de</strong> o aumento do rendimento está ligado ao<br />
aumento da temperatura <strong>de</strong> trabalho. Em razão <strong>de</strong> sua excelente estabilida<strong>de</strong> térmica, os materiais<br />
cerâmicos têm um importante papel na fabricação <strong>de</strong> diversos <strong>componentes</strong>, tais como insertos <strong>de</strong><br />
pistões <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> combustão interna ou ainda, na produção <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> turbinas a<br />
gás. A figura 24 mostra produtos automotivos fabricados com materiais cerâmicos. Exemplos <strong>de</strong><br />
materiais cerâmicos incluem a alumina, a sílica, o nitreto <strong>de</strong> silício, a zircônia e o dissiliceto <strong>de</strong><br />
molibdênio, todos caracterizados como materiais cerâmicos <strong>de</strong> engenharia.Em função da alta<br />
87
estabilida<strong>de</strong> térmica, os materiais cerâmicos são, em princípio, i<strong>de</strong>ais na fabricação <strong>de</strong><br />
<strong>componentes</strong> <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> térmicas, as quais têm seu rendimento aumentado quando se eleva<br />
a temperatura <strong>de</strong> operação.<br />
(a) (b)<br />
Figura 24 - Produtos automotivos fabricados com materiais cerâmicos: (a) Parte superior<br />
<strong>de</strong> pistões e anéis <strong>de</strong> nitreto <strong>de</strong> silício sinterizado, (b) Rotor <strong>de</strong> turbo-alimentador <strong>de</strong><br />
nitreto <strong>de</strong> silício.<br />
Entretanto, além das características citadas, os materiais cerâmicos exibem baixa<br />
tenacida<strong>de</strong> à fratura, que correspon<strong>de</strong> à falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limitar a propagação <strong>de</strong> trincas<br />
no interior do material. Assim, no caso da existência <strong>de</strong> uma pequena trinca no interior <strong>de</strong> um<br />
componente fabricado com materiais cerâmico, a mesma propagaria rapidamente, causando a<br />
ruptura do mesmo. Tal fenômeno ocorre em escala muito menor em materiais metálicos.<br />
Algumas partes da fuselagem do ônibus espacial americano são recobertas com material<br />
cerâmico. Durante a reentrada <strong>de</strong>ssa aeronave na atmosfera terrestre, em conseqüência do atrito,<br />
temperaturas acima <strong>de</strong> 1.000 0 C po<strong>de</strong>m ser geradas, o que po<strong>de</strong>ria danificar partes <strong>de</strong>sse veículo.<br />
O recobrimento <strong>de</strong> material cerâmico utilizado, que po<strong>de</strong> suportar temperaturas extremamente<br />
elevadas, serve como proteção, isolando o calor gerado do resto da aeronave.<br />
3.4.3 - MATERIAIS POLIMÉRICOS<br />
Os materiais poliméricos, apesar <strong>de</strong> abrangerem diversos materiais classificados como<br />
naturais, envolvem ainda aqueles <strong>de</strong> natureza sintética e artificial. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sses últimos<br />
tiveram sua utilização viabilizada a partir da década <strong>de</strong> 20, com os avanços da química orgânica. A<br />
principal característica que diferencia os materiais poliméricos dos outros tipos <strong>de</strong> materiais está<br />
relacionada à presença <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias moleculares <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> extensão constituídas principalmente<br />
88
por carbono. O arranjo dos átomos da ca<strong>de</strong>ia molecular po<strong>de</strong> levar a mesma a ser caracterizada<br />
como linear, ramificada ou tridimensional. O tipo <strong>de</strong> arranjo da ca<strong>de</strong>ia controla as proprieda<strong>de</strong>s do<br />
material polimérico. Embora esses materiais não apresentem arranjos atômicos semelhantes ao<br />
cristalino, alguns po<strong>de</strong>m exibir regiões com gran<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação atômica (cristalinas) envolvidas por<br />
regiões <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m (não-cristalina). Devido à natureza das ligações atômicas envolvidas<br />
(intramoleculares → ligações covalentes e intermoleculares → ligações secundárias), a maioria<br />
dos plásticos não conduz eletricida<strong>de</strong> e calor. Além disso, em função do arranjo atômico <strong>de</strong> seus<br />
átomos, os materiais poliméricos exibem, em geral, baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e baixa estabilida<strong>de</strong> térmica.<br />
Tal conjunto <strong>de</strong> características permite que os mesmos sejam freqüentemente utilizados<br />
como isolantes elétrico ou térmico ou na confecção <strong>de</strong> produtos on<strong>de</strong> o peso reduzido é<br />
importante. Um dos materiais poliméricos mais versáteis é o polietileno, com um número <strong>de</strong><br />
aplicações industriais bastante amplo. Outros exemplos <strong>de</strong> materiais poliméricos incluem os<br />
poliuretano, que é usado na fabricação <strong>de</strong> implantes cardíacos ou a borracha natural utilizada na<br />
fabricação <strong>de</strong> pneus.O painel <strong>de</strong> um automóvel mo<strong>de</strong>rno é essencialmente fabricado com o uso<br />
<strong>de</strong> plásticos (material polimérico). Entretanto, os automóveis fabricados há mais <strong>de</strong> 20 anos<br />
tinham o mesmo painel fabricado a partir <strong>de</strong> materiais metálicos. Tal substituição foi efetuada<br />
em função <strong>de</strong> dois fatores: segurança e custos. Com o uso <strong>de</strong> plásticos, o painel se tornou mais<br />
seguro <strong>para</strong> os ocupantes do veículo em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte, pois esse materiais <strong>de</strong>formam-se<br />
mais facilmente que os materiais metálicos. Com o <strong>de</strong>senvolvimento da indústria petroquímica,<br />
os plásticos tiveram seu custo reduzido, bem como os processo <strong>de</strong> moldagem tornaram-se mais<br />
eficiente, o que resultou em um produto <strong>de</strong> preço reduzido. Um automóvel <strong>de</strong> competição <strong>de</strong><br />
última geração é basicamente construído com o uso <strong>de</strong> materiais compósitos do tipo matriz<br />
plástica e reforço <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> carbono. O material compósito matriz plástica/fibras <strong>de</strong> carbono<br />
permite obter uma relação resistência mecânica/peso extremamente elevada e muito maior que a<br />
<strong>de</strong> diversos materiais metálicos. Em um automóvel <strong>de</strong> competição é importante reduzir o peso total<br />
do veículo. Portanto, com o uso <strong>de</strong>sse material compósito é possível projetar o veiculo, com um<br />
peso total menor. Por outro lado, o emprego <strong>de</strong> tal material em automóveis <strong>de</strong> passeio não se<br />
justifica à medida que o custo <strong>de</strong> produção seria excessivamente elevado em com<strong>para</strong>ção com o<br />
uso do aço.<br />
O emprego <strong>de</strong> materiais <strong>para</strong> se produzir um produto manufaturado exige etapas <strong>de</strong><br />
fabricação on<strong>de</strong> as características <strong>de</strong>sses materiais são alteradas no tocante à forma, a<br />
dimensões, e principalmente, em relação a sua estrutura interna. No caso <strong>de</strong> materiais metálicos, o<br />
processamento po<strong>de</strong> envolver técnicas como a fundição, o forjamento, ou a laminação. No caso <strong>de</strong><br />
materiais cerâmicos, este po<strong>de</strong>m ser fundidos, sinterizados, ou tratados termicamente.<br />
89
TIPO DE MATERIAL CARACTERÍSTICAS CONSTITUINTES<br />
METÁLICO Média – Alta resistência mecânica<br />
Alta ductilida<strong>de</strong><br />
Bom condutor térmico e elétrico<br />
Baixa – Alta temperatura <strong>de</strong> fusão<br />
Baixa – Alta dureza<br />
POLIMÉRICO Bom isolante térmico e elétrico<br />
Alta ductilida<strong>de</strong><br />
Baixa resistência mecânica<br />
Baixa dureza<br />
Baixa estabilida<strong>de</strong> térmica<br />
CERÂMICO Alta resistência mecânica<br />
Alta fragilida<strong>de</strong><br />
Bom isolante térmica e elétrico<br />
Alta temperatura <strong>de</strong> fusão<br />
Alta dureza<br />
Elementos metálicos e não-metalicos<br />
Ca<strong>de</strong>iras moleculares orgânicas<br />
Óxidos<br />
Silicatos<br />
Nitretos<br />
Tabela 1 - Constituição e características dos materiais<br />
Os materiais poliméricos são processados principalmente por moldagem a quente. Em<br />
todos os casos, um número elevado <strong>de</strong> variáveis operacionais é observado e as características e<br />
intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas afetarão <strong>de</strong> maneira significativa, a natureza do produto final. Por exemplo, a<br />
transformação <strong>de</strong> um lingote <strong>de</strong> aço em uma chapa metálica a ser utilizada na fabricação <strong>de</strong> um<br />
automóvel exige que o material seja conformado plasticamente, o que além <strong>de</strong> gerar tensões na<br />
estrutura cristalina do metal, po<strong>de</strong> modificar sua estrutura atômica, alterando o arranjo dos átomos.<br />
Tal situação po<strong>de</strong> alterar <strong>de</strong> maneira significativa, as proprieda<strong>de</strong>s mecânica do material utilizado.<br />
Um outro exemplo está relacionado à produção <strong>de</strong> uma peça metálica pelo processo <strong>de</strong><br />
fundição <strong>de</strong> metais, como é o caso <strong>de</strong> um bloco <strong>de</strong> motor <strong>de</strong> automóvel. Neste caso, um mol<strong>de</strong>,<br />
com uma cavida<strong>de</strong> com a mesma forma geométrica do bloco é preenchido por um volume <strong>de</strong><br />
metal líquido. Após a solidificação <strong>de</strong>ste metal, a peça é <strong>de</strong>smoldada e a fundição do pistão é<br />
concluída. Quando a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solidificação do metal líquido é alta ou baixa, a estrutura<br />
interna do material será afetada em relação a <strong>de</strong>feitos na estrutura atômica e distribuição <strong>de</strong><br />
constituintes e conseqüentemente, alterando as proprieda<strong>de</strong>s da peça.<br />
Concluindo, um material <strong>para</strong> ser aplicado em engenharia necessita apresentar dados<br />
sobre suas características básicas e também sobre a maneira com que o mesmo foi processado<br />
90
até o momento <strong>de</strong> ser empregado. Uma chapa <strong>de</strong> aço, que é na verda<strong>de</strong> uma liga <strong>de</strong> ferro e<br />
carbono, laminada "a frio" apresenta características distintas <strong>de</strong> uma outra laminada "a quente".<br />
No <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> máquina, o i<strong>de</strong>al é se ter à disposição os resultados <strong>de</strong><br />
vários testes <strong>de</strong> resistência do material escolhido. Estes testes <strong>de</strong>verão ser feitos em amostras<br />
que possuam o mesmo tratamento térmico, o mesmo acabamento superficial e as mesmas<br />
dimensões do elemento que o engenheiro se propõe a construir; os testes dêem ser realizados<br />
sob a mesma condição em que a peça estará trabalhando. Os testes <strong>de</strong>verão proporcionar<br />
informações úteis e precisas, que dizem ao engenheiro qual o fator <strong>de</strong> segurança que <strong>de</strong>verá<br />
ser usado e qual é a confiabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada vida em serviço. O custo <strong>de</strong> reunir<br />
numerosos dados antes do <strong>projeto</strong> é ainda mais justificado, quando há possibilida<strong>de</strong> da falha da<br />
peça colocando em perigo vidas humanas ou quando se <strong>de</strong>ve fabricar a peça em gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> . O custo dos atestes é muito baixo, quando dividido pelo número total <strong>de</strong> peças<br />
fabricadas. Deve-se no entanto analisar as possibilida<strong>de</strong>s: 1) a peça <strong>de</strong>va ser fabricada em<br />
quantida<strong>de</strong>s tão pequenas que, <strong>de</strong> forma alguma, justificariam os testes, ou o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>va ser<br />
completado tão rapidamente, que não haveria tempo suficiente <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>stes testes;<br />
2) A peça já tenha sido projetada, fabricada e testada com a conclusão <strong>de</strong> ser falha ou<br />
insatisfatória. Necessita-se <strong>de</strong> uma averiguação e análise mais aprofundada <strong>para</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />
a razão da falha da peça e sua não qualificação a fim <strong>de</strong> projetá-la mais a<strong>de</strong>quadamente e<br />
portanto melhorá-la. Normalmente o profissional terá somente os valores <strong>de</strong> limites <strong>de</strong><br />
escoamento, limites <strong>de</strong> ruptura e alongamento percentual do material, como as que são<br />
apresentadas no apêndice <strong>de</strong>ste livro. Com estas poucas informações, espera-se que o<br />
projetista <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> apresente uma solução a<strong>de</strong>quada. Os dados normalmente disponíveis<br />
<strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> foram obtidos através <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> tração, on<strong>de</strong> a carga é aplicada gradualmente<br />
e há um tempo <strong>para</strong> o aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Estes dados po<strong>de</strong>rão ser usados <strong>para</strong> o<br />
<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> peças com cargas dinâmicas aplicadas das mais diversas maneiras a milhares <strong>de</strong><br />
rotações por minuto. O problema fundamental aqui seria usar portanto os dados dos testes <strong>de</strong><br />
tração e relacioná-los com a resistência das peças, qualquer que seja o estado <strong>de</strong> tensão ou<br />
carregamento.<br />
3.5 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
1. Qual a peça solicitada por maior tensão; uma barra <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> seção reta 1,31×1,53 cm<br />
solicitada por uma carga <strong>de</strong> 209,5 N ou uma barra <strong>de</strong> aço duro <strong>de</strong> seção circular <strong>de</strong><br />
diâmetro 6,8 mm sob uma carga <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> 139,0 N ?<br />
91
2. Em um fio <strong>de</strong> aço são marcados dois traços que distam entre si 50,0 mm. O fio é<br />
tencionado e a distância entre traços passa a ser 57,6 mm. Qual o alongamento sofrido?<br />
3. Se o módulo médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal (Es) <strong>de</strong> um aço é 2.100.000 kgf/cm 2 ,<br />
quanto se alongará um fio <strong>de</strong> 12,7 mm <strong>de</strong> diâmetro e com 10 m <strong>de</strong> comprimento, quando<br />
solicitado por uma carga <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> 18.000 kgf?<br />
4. Se o módulo médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal (Ec) <strong>de</strong> um concreto é 250.000 kgf/cm 2 ,<br />
quando se encubará (<strong>de</strong>formação elástica-instantânea) uma viga <strong>de</strong> seção reta 20×30<br />
cm com 10m <strong>de</strong> comprimento, quando submetida a uma carga <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong><br />
18.000 kgf?<br />
5. Com o valor <strong>de</strong> encurtamento obtido no exercício 4 calcule em quanto foi reduzida a<br />
carga <strong>de</strong> tração do exercício 3.<br />
6. Uma carga <strong>de</strong> 450 kgf, quando aplicada a um fio <strong>de</strong> aço com 240 cm <strong>de</strong> comprimento e<br />
0,16 cm 2 <strong>de</strong> área <strong>de</strong> seção transversal, provoca uma <strong>de</strong>formação elástica <strong>de</strong> 0,3 cm.<br />
Calcular a tensão (σ), a <strong>de</strong>formação (ε) e o módulo <strong>de</strong> Young (Es).<br />
7. Ao se <strong>de</strong>terminar a dureza Brinell <strong>de</strong> um exemplar <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> cobre, usou-se<br />
uma esfera <strong>de</strong> diâmetro 2mm impressa com uma força igual a 40 kgf. Os diâmetros <strong>de</strong><br />
impressão, medidos a 180° um do outro foram <strong>de</strong> 0,67 e 0,69 mm. Qual a dureza Brinell<br />
do corpo <strong>de</strong> prova ensaiado?<br />
8. Uma barra <strong>de</strong> alumínio com 12,5 mm <strong>de</strong> diâmetro, possui duas marcas que distam entre<br />
si 50mm. Os seguintes dados obtidos <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> tração:<br />
Carga (kgf) Distância entre marcas (mm)<br />
900 50,05<br />
1800 50,10<br />
2700 50,15<br />
3600 54,80<br />
Tabela 2 – exercício proposto 8<br />
a) Construir a curva tensão×<strong>de</strong>formação;<br />
b) Calcular o módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal da barra;<br />
c) Calcular a tenacida<strong>de</strong> do material, Para este cálculo, é necessário, fazer uma<br />
simplificação admitindo patamar <strong>de</strong> escoamento linear até a ruptura (material elástico-<br />
plástico perfeito).<br />
92
SOLICITAÇÕES ESTÁTICAS<br />
9. Projetou-se um pequeno pino <strong>de</strong> 8 mm <strong>de</strong> diâmetro, <strong>de</strong> um ferro fundido cujas tensões<br />
<strong>de</strong> resistência a tração e a compressão são respectivamente σrt=293 MPa e σrc=965<br />
MPa. Este pino suportará uma carga compressiva <strong>de</strong> 3500 N combinada com uma carga<br />
torcional <strong>de</strong> 9000 N.m. Calcular o fator <strong>de</strong> segurança usando a teoria da Tensão Normal<br />
Máxima, Teoria <strong>de</strong> Mohr Modificada e Teoria <strong>de</strong> Coulomb-Mohr.<br />
10. Determine o fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> o suporte esquematizado na figura abaixo<br />
baseando-se na teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção e na teoria da máxima tensão <strong>de</strong><br />
corte e compare-as.<br />
Material: Alumínio com σe =330 MPa<br />
Comprimento da haste: L = 160 mm<br />
Comprimento do braço: a = 200 mm<br />
Diâmetro externo da Haste: 45 mm<br />
Carregamento : F = 4500 N<br />
Figura 25 – Exercício proposto 10<br />
11. Determine o fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> o suporte esquematizado na figura acima se<br />
baseando na teoria <strong>de</strong> Mohr modificada.<br />
Material: Ferro fundido cinzento com σrt =380 MPa e σrc = 1200 MPa<br />
Comprimento da haste: L = 160 mm<br />
Comprimento do braço: a = 200 mm<br />
Diâmetro externo da haste: 39 mm<br />
Carregamento : F = 4500 N<br />
12. Determinar os fatores <strong>de</strong> segurança, correspon<strong>de</strong>ntes às falhas pelas teorias da tensão<br />
normal máxima, da tensão cisalhante máxima, e da teoria <strong>de</strong> Von-Mises (energia da<br />
distorção) respectivamente <strong>para</strong> um aço 1020 Laminado, <strong>para</strong> cada um dos seguintes<br />
estados <strong>de</strong> tensão:<br />
a) σx =70 MPa e σy = -28 MPa.<br />
b) σx =70 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido horário).<br />
c) σx = -14MPa , σy = -56 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido anti-horário).<br />
d) σx =70 MPa e σy = 35 MPa.τxy = 70 MPa. (sentido horário).<br />
93
13. Usando os valores típicos das resistências do ferro fundido ASTM 40, <strong>de</strong>terminar os<br />
fatores <strong>de</strong> segurança correspon<strong>de</strong>ntes à fratura, pelas teorias da tensão normal máxima,<br />
<strong>de</strong> Coulomb-Mohr e modificada <strong>de</strong> Mohr, respectivamente, <strong>para</strong> cada um dos seguintes<br />
estados <strong>de</strong> tensão:<br />
a) σx =70 MPa e σy = -28 MPa.<br />
b) σx =70 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido horário).<br />
c) σx = -14MPa , σy = -56 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido anti-horário).<br />
d) σx =70 MPa e σy = 35 MPa.τxy = 70 MPa. (sentido horário).<br />
14. Um tubo <strong>de</strong> alumínio com σe =290 MPa e σrt = 441 MPa tem 80 mm <strong>de</strong> diâmetro externo<br />
e espessura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1,25 mm e esta sujeito a uma pressão estática interna <strong>de</strong> 8,9<br />
MPa. Calcular o fator <strong>de</strong> segurança, contra o escoamento, aplicando as três teorias <strong>para</strong><br />
materiais dúcteis.<br />
15. Um cilindro <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s grossas <strong>de</strong>ve ter um diâmetro interno <strong>de</strong> 15 mm, ser feiro <strong>de</strong> um<br />
aço SAE 4140 normalizado e <strong>de</strong>ve resistir a uma pressão interna <strong>de</strong> 35 MPa baseado<br />
num fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 4. Especificar um diâmetro externo satisfatório, baseado a<br />
<strong>de</strong>cisão no escoamento, <strong>de</strong> acordo com a teoria da máxima tensão cisalhante.<br />
16. Um elemento <strong>de</strong> máquina <strong>de</strong> seção retangular esta submetido a uma carga P = 5000N.<br />
O elemento é confeccionado com aço SAE 1020 normalizado. O raio <strong>de</strong> curvatura r = 50<br />
mm e b = 10mm, c = 10 mm. Determine o coeficiente <strong>de</strong> segurança correspon<strong>de</strong>nte a<br />
teoria <strong>de</strong> von-Mises.<br />
CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO E FRATURA<br />
17. Um componente <strong>de</strong> máquina construído em aço, está submetido ao estado <strong>de</strong> tensões<br />
indicado. O aço utilizado tem σY = 331 MPa. Usando a teoria da máxima tensão <strong>de</strong><br />
cisalhamento (Tresca), <strong>de</strong>terminar se vai ocorrer escoamento quando: a) σ0 = 210 MPa;<br />
b) σ0 = 252 MPa; c) σ0 = 294 MPa. Resp.: a) Não; b) Sim; c)Sim.<br />
18. Resolver o problema anterior usando a teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção (von<br />
Mises).<br />
94
Resp. : a)Não; b) Não; c) Sim.<br />
19. Um componente estrutural <strong>de</strong> aço, com σY = 300 MPa, fica submetido ao estado <strong>de</strong><br />
tensões indicado.<br />
Figura 26 – Exercício proposto 19<br />
Determinar, usando o critério da máxima energia <strong>de</strong> distorção, se o escoamento vai<br />
ocorrer quando:<br />
a)τ0 =60 MPa; b) τ0 = 120 MPa; c) τ0 = 130 MPa. Resp. : a) Não; b) Não; c) Sim.<br />
20. Resolver o problema anterior usando a teoria da máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento.<br />
Resp. : a) Não; b) Sim; c) Sim.<br />
Figura 27 – Exercício resolvido 20<br />
95
21. Uma barra <strong>de</strong> alumínio é feita <strong>de</strong> uma liga <strong>para</strong> a qual σUT = 70 MPa e σUC = 175 MPa.<br />
Sabendo-se que a intensida<strong>de</strong> T dos torques indicados é aumentada gradativamente e<br />
usando o critério <strong>de</strong> Mohr, <strong>de</strong>terminar a tensão <strong>de</strong> cisalhamento τ0 que <strong>de</strong>ve ocorrer na<br />
ruptura da barra. Resp. : 50 MPa.<br />
22. Um elemento <strong>de</strong> máquina é feito <strong>de</strong> ferro fundido <strong>para</strong> o qual σUT = 51,7 MPa e σUC =<br />
124,1 MPa. Determinar, <strong>para</strong> cada um dos estados <strong>de</strong> tensões indicados, e usando o<br />
critério <strong>de</strong> Mohr, a tensão σ0 <strong>para</strong> a qual <strong>de</strong>ve ocorrer a ruptura do elemento. Resp. : a)<br />
51,7 MPa; b) 42,8 MPa; c) 56,4 MPa.<br />
23. A tensão <strong>de</strong> escoamento <strong>para</strong> um dado material vale 110 MPa. Se esse material está<br />
sujeito a tensão plana e a falha por escoamento ocorre quando uma das tensões<br />
principais é igual a +120 MPa, qual o valor da menor intensida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a outra tensão<br />
principal ? Usar o critério <strong>de</strong> Von Mises. Resp.: 23,9 MPa.<br />
24. Se um eixo é construído com um material <strong>para</strong> o qual σY = 50 ksi, <strong>de</strong>termine a tensão<br />
tangencial máxima <strong>de</strong> torção no inicio do escoamento segundo : a) teoria da máxima<br />
tensão tangencial (Tresca); b) teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção (Von Mises).<br />
Resp.: a) 25 ksi; b) 28,9 ksi.<br />
25. O estado <strong>de</strong> tensões abaixo mostrado ocorre no ponto crítico <strong>de</strong> um elemento estrutural<br />
cuja tensão <strong>de</strong> escoamento σY = 300 MPa. Esboçar o hexágono <strong>de</strong> Tresca e a elipse <strong>de</strong><br />
von Mises marcando sobre mesmos o ponto correspon<strong>de</strong>nte ao estado <strong>de</strong> tensões dado<br />
e <strong>de</strong>monstrando se há segurança ao segurança ao escoamento.<br />
Figura 28 – Exercício resolvido 25<br />
96
26. O teste <strong>de</strong> tração em um corpo <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> aço 12.5 mm diâmetro e 50 mm <strong>de</strong><br />
comprimento , forneceu o seguinte resultado :<br />
Carga (kN) 26 36 46.5 54.5 71 75 80.5 85<br />
Alongamento (mm) 0.05 0.07 0.09 0.11 0.15 0.20 0.31 0.41<br />
Tabela 3 – Exercício proposto 26<br />
1. Calcule o limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento 0.2% e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>. [ 640<br />
MPa, 207 GPa ]<br />
2. Um peça cilíndrica <strong>de</strong> 800 mm <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong>verá resistir a uma força <strong>de</strong> tração<br />
<strong>de</strong> 2 kN sendo que o seu comprimento não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r a 1 mm. O fator <strong>de</strong><br />
segurança mínimo é 2.5 .<br />
Figura 29 – Exercício resolvido 26<br />
27. Este exemplo introduz conceitos que serão utilizados no tratamento <strong>de</strong> juntas com<br />
flanges. Um <strong>para</strong>fuso olhal <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> 18 mm (1) é montado através <strong>de</strong> um furo <strong>de</strong><br />
diâmetro 20 mm em uma luva <strong>de</strong> diâmetro externo <strong>de</strong> 35 mm (2),com a porca <strong>para</strong><br />
fixação. A porca é então apertada produzindo uma força inicial <strong>de</strong> montagem e a carga<br />
P finalmente é aplicada. A máxima tensão admissível é <strong>de</strong> 550 e 80 MPa <strong>para</strong> o<br />
<strong>para</strong>fuso e a luva respectivamente, e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> são 550 e 80 <strong>para</strong> o<br />
<strong>para</strong>fuso e a luva respectivamente. Qual a máxima carga que a montagem po<strong>de</strong>rá<br />
resistir sem perda <strong>de</strong> contato e qual a força inicial será necessária? Resposta [ 136, 52<br />
kN ].<br />
29. Três barras <strong>de</strong> comprimento 0.5 m são idênticas e feitas <strong>de</strong> aço com limite <strong>de</strong><br />
escoamento <strong>de</strong> 250 MPa e conectadas por dois pinos. São submetidas a carga <strong>de</strong> 15<br />
kN. Estas barras foram projetadas <strong>para</strong> suportar igual carga e fator <strong>de</strong> segurança 2,5.<br />
97
Devido a erro <strong>de</strong> fabricação o comprimento da barra central difere <strong>de</strong> 0,2 mm do<br />
comprimento das outras barras exigindo que um dos pinos esteja trabalhando forçado<br />
yield steel, are conectada por dois pinos e on<strong>de</strong> é aplicada uma carga <strong>de</strong> 15 kN.<br />
Desprezando a flambagem, <strong>de</strong>termine o real fator <strong>de</strong> segurança na montagem se<br />
a. a barra central é a maior <strong>de</strong> todas. Resposta [ 2.0 ]<br />
b. a barra central é a menor <strong>de</strong> todas. Resposta [ 1.6 ]<br />
Figura 30 – Exercício resolvido 29<br />
30. Uma prensa consiste <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso central rosqueado 1 através da viga 2 que<br />
está conectado à base através <strong>de</strong> dois cilindros idênticos 3. Todos os <strong>componentes</strong> são <strong>de</strong> aço<br />
; suas dimensões efetivas são:<br />
1. o passo do <strong>para</strong>fuso central é <strong>de</strong> 3mm , seu diâmetro é <strong>de</strong> 20 mm e seu comprimento<br />
é <strong>de</strong> 250 mm;<br />
2. a viga possui 300 mm <strong>de</strong> largura, 60 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e comprimento <strong>de</strong> 250 mm;<br />
3. Os cilindros são <strong>de</strong> 250 mm <strong>de</strong> comprimento e diâmetro <strong>de</strong> 15 mm cada.<br />
Figura 31 – Exercício resolvido 30<br />
O <strong>para</strong>fuso é girado manualmente até assentar-se na base. Qual a tensão nos cilindros<br />
quando após isto. o <strong>para</strong>fuso gira um quarto <strong>de</strong> volta ? Despreze os efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão<br />
e flambagem.<br />
[Resposta 209 MPa ]<br />
98
31 . O disco anular <strong>de</strong> raios ri e ro e espessura b, é apoio ao longo <strong>de</strong> sua superfície<br />
externa. Uma carga é transmitida uniformemente <strong>para</strong> sua periferia interna por<br />
cisalhamento. Supondo que o cisalhamento no disco <strong>para</strong> o raio r seja uniforme,<br />
calcule a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>vida :<br />
1. a carga axial,F. Resposta [ 2 b G / ln ( ro/ri ) ]<br />
2. um torque, T. Resposta [ 4 b G /( 1/ri 2 - 1/ro 2 ) ]<br />
Figura 32 – Exercício resolvido 31<br />
32. Quando um eixo sólido <strong>de</strong> seção circular é submetido a a uma pressão uniforme p<br />
(<strong>de</strong>vido a montagem com interferência <strong>de</strong> uma polia por exemplo) , as tensões radiais e<br />
circunferências no eixo são compressivas e iguais a p. Usando a teoria <strong>de</strong> falha da máxima<br />
tensão cisalhante, <strong>de</strong>duza equação <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> uma seção transversal <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong><br />
módulo Z, carregada pela pressão p, por um momento fletor M e um torque T.<br />
Resposta [ n √{ (M/Z + p) 2 + (T/Z) 2 } = S ]<br />
Figura 33 – Exercício resolvido 32<br />
33. As <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão resultantes em uma seção transversal <strong>de</strong> uma peça circular<br />
<strong>de</strong> diâmetro 50 mm, material dúctil, são mostradas: força <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> 120 kN, força<br />
cisalhante vertical <strong>de</strong> 120 kN , momento fletor <strong>de</strong> 0,5 kNm e um torque <strong>de</strong> 1,5 kNm. Qual<br />
a tensão máxima equivalente nesta seção transversal? Resposta [ 292 MPa ]<br />
99
Figura 34 – Exercício resolvido 33<br />
34. Determine <strong>para</strong> cada um dos seguintes estados bidimensionais <strong>de</strong> tensão (MPA) , as<br />
116.6 o ]<br />
]<br />
tensões principais e a orientação da máxima tensão principal. Faça um <strong>de</strong>senho dos<br />
elementos orientados segundo as direções principais.<br />
A) σ x = 80 ; σ y = 170 ; τxy = 60 c.w. Resposta [ 50, 200 MPa,<br />
B) σ x = -220 ; σ y = -70 ; τxy = 180 c.c.w. Resposta [ -340, 50 MPa, 56.3 o ]<br />
C) σ x = -205 ; σ y = -445 ; τxy = 35 c.w. Resposta [ -450, -200 MPa, -8.1 o<br />
35. Mostre que a teoria <strong>de</strong> falha por distorção leva às seguintes formas alternativas <strong>para</strong> um<br />
estado plano <strong>de</strong> tensão :<br />
σ e 2 = σ 1 2 - σ 1 σ 2 + σ 2 2 on<strong>de</strong> σ 1 e σ 2 são as tensões principais,<br />
= σ m 2 + 3 σ a 2 ou em termos dos <strong>componentes</strong> básicos<br />
= σ x 2 - σ x σ y + σ y 2 + 3 σ xy 2 ou em termos dos <strong>componentes</strong> cartesianos.<br />
Qual a relação entre as resistência à tração e ao cisalhamento que esta teoria prediz?<br />
Resposta [ 0.577 ]<br />
36. Um eixo uniformemente sólido ABCDE é apoiado por dois mancais em A e D, e gira a<br />
900 rpm. Uma potência <strong>de</strong> 50 kW é aplicada ao eixo através <strong>de</strong> uma polia <strong>de</strong> diâmetro<br />
<strong>de</strong> 560 mm em C. A potência <strong>de</strong> 30 kW é dissipada pela polia <strong>de</strong> 280 mm <strong>de</strong> diâmetro<br />
em B, e 20 kW pela polia <strong>de</strong> 210 mm <strong>de</strong> diâmetro em E. Cada polia, as duas correias<br />
são <strong>para</strong>lelas e a relação <strong>de</strong> tração nelas é <strong>de</strong> 3:1. Determine o diâmetro mínimo<br />
admissível do eixo se a tensão admissível <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>vido a fadiga é <strong>de</strong> 100 MPa.<br />
Resposta [ diâmetro <strong>de</strong> 40 mm ]<br />
100
Figura 35 – Exercício resolvido 36<br />
37. O braço <strong>de</strong> uma broca abc<strong>de</strong>fg é feito <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> aço com limite <strong>de</strong> resistência a<br />
fadiga <strong>de</strong> 450 MPa e está submetido ao carregamento mostrado na figura. Um mancal<br />
<strong>de</strong> apoio em g prevê a reação <strong>de</strong> torque necessário ao equilíbrio. Qual o fator <strong>de</strong><br />
segurança? Resposta [ teoria da máxima tensão cisalhante 1.21; teoria da<br />
energia <strong>de</strong> distorção 1.22 ]<br />
Figura 36 – Exercício resolvido 37<br />
38. O eixo horizontal ABCD é apoiado em dois mancais em B e D como mostra a figura.<br />
Uma correia envolve uma polia <strong>de</strong> 250 mm <strong>de</strong> diâmetro fica no eixo em A, e uma<br />
engrenagem <strong>de</strong> 150 mm <strong>de</strong> diâmetro primitivo está montada no eixo em C. Os<br />
diâmetros do eixo e a disposição axial dos <strong>componentes</strong> está mostrada abaixo.<br />
Figura 37 – Exercício resolvido 38<br />
101
15.6]<br />
As forças atuantes na correia são horizontais e na relação F1/F2 = 4, enquanto que a<br />
reação vertical no pinhão ,P atua tangencialmente ao círculo primitivo. Determine o fator<br />
<strong>de</strong> segurança do eixo quando suporta uma potência <strong>de</strong> 20 KW através da correia <strong>para</strong> o<br />
pinhão a uma freqüência <strong>de</strong> 7,5 Hz, sendo que o limite <strong>de</strong> escoamento do material do<br />
eixo é <strong>de</strong> 500 MPa. Neste exemplo são <strong>de</strong>sprezados aspectos <strong>de</strong> fadiga e concentração<br />
<strong>de</strong> tensão Um gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>verá ser portanto obtido <strong>de</strong>vido a estas<br />
consi<strong>de</strong>rações.<br />
Resposta [teoria da máxima tensão cisalhante 14.5 ou teoria da energia <strong>de</strong> distorção<br />
102
CAPITULO 04 - CARREGAMENTO DINÂMICO - FADIGA E<br />
CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES<br />
4.1 - INTRODUÇÃO<br />
Na <strong>de</strong>terminação das proprieda<strong>de</strong>s dos materiais através do diagrama tensão-<br />
<strong>de</strong>formação a aplicação da carga é gradual, sendo esta condição <strong>de</strong>finida como condição<br />
estática. Os valores obtidos se aplicam aos critérios conhecidos como critérios estáticos.<br />
Por outro lado, as condições que freqüentemente aparecem em estruturas mecânicas<br />
são solicitações dinâmicas, onda as tensões/<strong>de</strong>formações variam ciclicamente em pequenos<br />
intervalos <strong>de</strong> tempo, como no caso <strong>de</strong> um eixo em uma máquina rotativa. Esta flutuação da<br />
tensão ou variação em função do tempo leva à estrutura a falha por fadiga. A fadiga é um<br />
processo gradual, iniciado com pequenas trincas não visíveis a olho nu, que se <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong><br />
forma progressiva e acumulativa, levando a peça a falhar bruscamente após um <strong>de</strong>terminado<br />
número <strong>de</strong> solicitações ou ciclos. Muitas pesquisas já foram realizadas nesta área <strong>de</strong> forma,<br />
nos dando um conhecimento parcial dos mecanismos básicos associados com a falha por<br />
fadiga. Neste capítulo iremos dar alguns <strong>fundamentos</strong> <strong>de</strong> conceitos elementares que são <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> ajuda <strong>para</strong> o entendimento do comportamento <strong>de</strong>vido à fadiga. A falha por fadiga<br />
resulta, portanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica repetitiva, da mesma forma que um arame falha ao ser<br />
fletido repetidamente <strong>para</strong> frente e <strong>para</strong> trás. Sem o escoamento plástico repetido, a falha por<br />
fadiga não acontece. A falha por fadiga po<strong>de</strong> ocorrer a níveis <strong>de</strong> tensão bem abaixo do ponto <strong>de</strong><br />
escoamento ou limite elástico convencional. Devido ao fato que o escoamento plástico<br />
altamente localizado po<strong>de</strong> dar origem a falha por fadiga, o engenheiro é levado a ter especial<br />
atenção a locais potencialmente vulneráveis tais como: quinas, roscas, rasgo <strong>de</strong> chavetas,<br />
corrosão, furos e entalhes. O aumento <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>stes locais chamados <strong>de</strong> vulneráveis é<br />
tão efetivo quanto substituir a peça por uma material mais resistente. A fissura inicial <strong>de</strong>vido a<br />
fadiga resulta em um aumento da concentração <strong>de</strong> tensão local. À medida que a fissura se<br />
propaga, o material na raiz da fissura é submetido a um escoamento reverso bem localizado e<br />
<strong>de</strong>strutivo. A seção é reduzida e cauda um aumento <strong>de</strong> tensões, a taxa <strong>de</strong> propagação da<br />
fissura aumenta até que a seção restante não é mais capaz <strong>de</strong> suportar a carga aplicada, vindo<br />
finalmente a acontecer a fratura. Este capítulo <strong>de</strong>screve a obtenção do limite <strong>de</strong> resistência à<br />
fadiga, fatores modificativos <strong>de</strong>sta resistência e as teorias existentes <strong>para</strong> o seu cálculo.<br />
103
4.2 - TESTE DE FADIGA<br />
O carregamento dinâmico consiste em solicitações on<strong>de</strong> as tensões variam ciclicamente<br />
em pequenos intervalos <strong>de</strong> tempo. Uma causa comum <strong>de</strong> fratura é a fadiga: tipo <strong>de</strong> falha <strong>de</strong>vido<br />
a cargas repetidas, a qual é responsável por gran<strong>de</strong> parte das falhas por causas mecânicas.<br />
Em geral, uma ou mais trincas pequenas surgem no material, po<strong>de</strong>ndo crescer até que ocorra<br />
falha completa. Este efeito é observado em estruturas com estado <strong>de</strong> tensões bem abaixo da<br />
tensão <strong>de</strong> ruptura.<br />
Se o número <strong>de</strong> repetições (ciclos) do carregamento é gran<strong>de</strong>, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> milhões,<br />
então a situação é dita fadiga <strong>de</strong> alto ciclo. Por outro lado, fadiga <strong>de</strong> baixo ciclo é causada por<br />
um número relativamente pequeno <strong>de</strong> ciclos, cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas, centenas, ou milhares. Fadiga<br />
<strong>de</strong> baixo ciclo é geralmente acompanhada por uma quantida<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />
plástica, enquanto que fadiga <strong>de</strong> alto ciclo é associada a <strong>de</strong>formações relativamente pequenas<br />
que são essencialmente elásticas. Componentes <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, veículos e estruturas, são<br />
freqüentemente sujeitos a carregamentos repetidos, também chamados <strong>de</strong> carregamentos<br />
cíclicos, e as tensões cíclicas resultantes po<strong>de</strong>m levar a danos físicos microscópicos nos<br />
materiais envolvidos. Mesmo em tensões bem abaixo <strong>de</strong> uma dada resistência do material, os<br />
danos microscópicos po<strong>de</strong>m ser acumulados com ciclo contínuo até seu <strong>de</strong>senvolvimento em<br />
uma trinca ou outro dano macroscópico que leva à falha do componente. A figura abaixo mostra<br />
o croqui do corpo <strong>de</strong> prova <strong>para</strong> o teste <strong>de</strong> fadiga à flexo-torção.<br />
Figura 1 – Corpo <strong>de</strong> Prova <strong>de</strong> Moore <strong>para</strong> fadiga.<br />
A Máquina <strong>de</strong> fadiga <strong>para</strong> testes <strong>de</strong> flexo-torção é bem simples, e o laboratório <strong>de</strong><br />
Análise Estrutural da PUC-Minas, possui o equipamento mostrado na figura 2.<br />
A figura 3 apresenta um esquema da máquina, on<strong>de</strong> se verifica que o momento fletor<br />
atuante no corpo <strong>de</strong> prova é constante. O braço <strong>de</strong> alavanca provoca uma carga 10 vezes<br />
maior no corpo <strong>de</strong> prova. Um motor elétrico <strong>de</strong> 3500 rpm produz as rotações no corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />
Estas rotações são registradas por um contador eletrônico com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar até 10 9<br />
ciclos. Ocorre o <strong>de</strong>sligamento automático da máquina após a falha do corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />
104
Deve-se observar que a fixação do corpo-<strong>de</strong>-prova, na máquina é feita em dois pontos.<br />
Assim, o corpo-<strong>de</strong>-prova fica submetido a um momento fletor constante no seu centro, logo,<br />
nesta região do corpo-<strong>de</strong>-prova atua apenas o momento fletor.<br />
Figura 2 - Máquina <strong>de</strong> Fadiga Flexo-Rotativa aberta no Laboratório <strong>de</strong><br />
Análise Estrutural da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
Figura 3 - Esquema da máquina <strong>de</strong> fadiga.<br />
4.3 - DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA<br />
Para <strong>de</strong>terminar o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Sf (também chamado <strong>de</strong> limite <strong>de</strong> fadiga)<br />
Moore <strong>de</strong>senvolveu uma máquina rotativa <strong>para</strong> testar corpos <strong>de</strong> provas, cujo esquema é dado<br />
abaixo:<br />
105
Provoca-se um momento constante ao longo do comprimento do corpo <strong>de</strong> prova L com a<br />
aplicação da carga. Vários corpos <strong>de</strong> prova idênticos são testados <strong>para</strong> diferentes cargas P<br />
(diferentes tensões na seção crítica), sendo que o número <strong>de</strong> ciclos ou vida <strong>para</strong> cada um <strong>de</strong>les<br />
será, portanto diferente. A representação gráfica tem a configuração mostrada abaixo:<br />
Figura 4 - Curva <strong>de</strong> fadiga <strong>para</strong> aços, sendo Sf o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga.<br />
Na figura 4 acima, po<strong>de</strong> ser observado que, <strong>para</strong> um nível <strong>de</strong> tensão σ ≤ Sf, o corpo <strong>de</strong><br />
prova <strong>de</strong> aço não rompe, tendo uma vida infinita ou número <strong>de</strong> ciclos (N) muito gran<strong>de</strong>, maior<br />
que 10 6 ciclos. Por outro lado, <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> ciclos menor ou igual a 10 3 (mil ciclos), a<br />
tensão <strong>de</strong> ruptura é praticamente igual ao limite <strong>de</strong> resistência à tração, encontrada <strong>para</strong> os<br />
testes estáticos, sendo o valor mais recomendado pela literatura é 0,9 Su. Neste capitulo<br />
usaremos ambas as expressões Su ou Srup <strong>para</strong> o limite <strong>de</strong> resistëncia a tração. A tensão<br />
encontrada nos testes <strong>de</strong> fadiga, <strong>para</strong> uma vida infinita, utilizando a máquina <strong>de</strong> Moore, é<br />
chamada <strong>de</strong> limite <strong>de</strong> resistência à fadiga e é representado por Sf. O valor do limite <strong>de</strong><br />
resistência à fadiga varia <strong>para</strong> os diferentes tipos <strong>de</strong> aço. Dos resultados experimentais, obtidos<br />
<strong>para</strong> aços comerciais, conclui-se que existe uma relação funcional entre o limite <strong>de</strong> resistência à<br />
fadiga do corpo <strong>de</strong> prova, Se' e o limite <strong>de</strong> resistência à tração, Su, tal que:<br />
S f<br />
' = 0.<br />
504×<br />
Su ⇒ O limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong> corpos <strong>de</strong><br />
prova (Sf') é a aproximadamente a meta<strong>de</strong> do limite <strong>de</strong> resistência à<br />
tração (Sut) <strong>para</strong> aços.<br />
É importante notar que a relação acima vale somente <strong>para</strong> valores do limite <strong>de</strong><br />
resistência à tração <strong>de</strong> aços até 1400 MPa. Os resultados experimentais mostram que <strong>para</strong><br />
valores acima <strong>de</strong> 1400 MPa, o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga dos aços fica praticamente em<br />
torno <strong>de</strong> 700 MPa. Portanto '= 700Mpa<br />
⇒ quando Su > 1400Mpa<br />
. Tem-se então que,<br />
S f<br />
<strong>para</strong> traçar o diagrama teórico S-N (tensão-número <strong>de</strong> ciclos) <strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> aço, não<br />
106
é necessário realizar inúmeros testes na máquina <strong>de</strong> Moore. A comprovação experimental<br />
mostra que a construção <strong>de</strong>sta curva em escala log-log po<strong>de</strong> ser feita assumindo:<br />
10 3 ciclos ⇒ usar σ = 0.9 Srup.<br />
10 6 ciclos ⇒ usar σ = 0.5 Srup.<br />
Para isto basta marcar os pontos A e B, respectivamente 0,9 Srup e 0,5 Srup. Marcar o<br />
ponto C <strong>para</strong> 10 6 , na posição correspon<strong>de</strong>nte a 0,5 Srup. A figura abaixo mostra este<br />
procedimento.<br />
4.3.1 - FATORES MODIFICATIVOS<br />
Figura 5 - Curva <strong>de</strong> fadiga teórica <strong>para</strong> um aço comercial<br />
Nota-se que o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Sf' encontrado <strong>para</strong> um aço, vale <strong>para</strong> um<br />
corpo <strong>de</strong> prova, <strong>de</strong> dimensões padronizadas, testado sob certas condições <strong>de</strong> acabamento e<br />
temperatura. O limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong> uma peça qualquer sofre várias influências que<br />
<strong>de</strong>vem ser levadas em consi<strong>de</strong>ração. Os fatores <strong>de</strong> modificação são usados <strong>para</strong> modificar Sf',<br />
adaptando-o às condições reais da peça em estudo. Assim, multiplicando Sf' pelos vários<br />
fatores modificativos, K, tem-se o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga teórico, <strong>de</strong> peça Sf.<br />
S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />
f<br />
Cada fator modificativo,K tem uma função <strong>de</strong> modificação <strong>de</strong>finida por um valor<br />
numérico. Assim, na expressão acima tem-se:<br />
Sf = Limite <strong>de</strong> resistência à fadiga da peça;<br />
Sf' = Limite <strong>de</strong> resistência à fadiga do corpo <strong>de</strong> prova;<br />
Ka = Fator <strong>de</strong>vido ao acabamento superficial;<br />
Kb = Fator <strong>de</strong>vido ao tamanho da peça;<br />
Kc = Fator <strong>de</strong>vido ao tipo <strong>de</strong> carga;<br />
f<br />
'<br />
107
Kd = Fator <strong>de</strong>vido à temperatura;<br />
Ke = Fatores diversos, como concentração <strong>de</strong> tensões ou ambiental.<br />
A) FATOR DE ACABAMENTO SUPERFICIAL<br />
Este fator leva em consi<strong>de</strong>ração o acabamento da superfície, que no caso do corpo <strong>de</strong><br />
prova é bem acabada e polida. Como o acabamento é função do material e da forma que o<br />
mesmo foi trabalhado, a fórmula abaixo permite a sua <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> superfície Ka:<br />
Ka = a.<br />
S<br />
on<strong>de</strong> Srup é o limite <strong>de</strong> resistência à tração do material. Uma vez que o limite <strong>de</strong> resistência à<br />
tração <strong>de</strong> materiais dúcteis é idêntico ao limite <strong>de</strong> resistência à compressão, utiliza-se a<br />
expressão Srup, mas alguns autores utilizam a expressão Srupt <strong>para</strong> <strong>de</strong>fini-lo e Srupc <strong>para</strong> o limite<br />
<strong>de</strong> resistência à compressão. Os fatores a e b são obtidos a partir da tabela a seguir:<br />
Acabamento superficial<br />
b<br />
rup<br />
Fator a<br />
Kpsi MPa<br />
Fator b<br />
Retificado 1.34 1.58 -0.085<br />
Usinado ou estirado à frio 2.70 4.51 -0.265<br />
Laminado à quente 14.4 57.7 -0.718<br />
Forjado 39.9 272 -0.995<br />
Tabela 1 - Valores <strong>para</strong> os fatores a e b, no sistema internacional e inglês, <strong>de</strong> acordo com [67].<br />
B) FATOR DEVIDO AO TAMANHO<br />
O fator Kb <strong>para</strong> flexões e torções é calculado por:<br />
−0.<br />
1133<br />
⎛ ⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
⎝ 0.<br />
3 ⎠<br />
d<br />
Kb 0. 11 ≤ d ≤ 2 in (pol.)<br />
−0,<br />
1133<br />
⎛ d ⎞<br />
−0,<br />
107<br />
Kb = ⎜ ⎟ = 1,<br />
24.<br />
d 2, 79 d ≤ 51 mm<br />
⎝ 7,<br />
62 ⎠<br />
≤ (mm)<br />
Kb = 0, 859 − 0,<br />
000837.<br />
d 51≤ d ≤ 254 mm (mm)<br />
Para valores maiores, Kb varia <strong>de</strong> 0.60 a 0.70 <strong>para</strong> flexões e torções. Se a peça estiver<br />
sob cargas axiais, o tamanho não tem nenhum efeito sobre o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga e,<br />
portanto adota-se Kb = 1. Quando a peça não estiver girando ou a seção transversal não for<br />
circular, o valor do fator Kb <strong>de</strong>ve ser calculado. Nestes casos utilizamos o conceito <strong>de</strong> diâmetro<br />
108
efetivo <strong>de</strong>, que é obtido equacionando o volume do material submetido à carga e 95% da carga<br />
máxima <strong>para</strong> o mesmo volume do corpo <strong>de</strong> prova. Quando os dois volumes são igualados, o<br />
comprimento é cancelado e precisamos consi<strong>de</strong>rar apenas as áreas.<br />
No caso <strong>de</strong> peças com secções não circulares, como a figura 6 Para se calcular o<br />
diâmetro efetivo <strong>para</strong> uma barra <strong>de</strong> secção retangular, usa-se a fórmula:<br />
( ) 2 / 1<br />
<strong>de</strong> = 0. 808.<br />
hb<br />
sendo que h é a altura e b a largura da seção retangular.<br />
C) FATOR DEVIDO AO CARREGAMENTO<br />
Para carregamento axial, Kc=1 ou Kc=0,922 ( > 1400Mpa<br />
)<br />
Para carregamento <strong>de</strong> flexão Kc=1<br />
S rup<br />
Para carregamento <strong>de</strong>vido a cisalhamento, torção Kc = 0,577.<br />
D) FATOR DEVIDO À TEMPERATURA<br />
Os testes realizados nos corpos <strong>de</strong> prova foram à temperatura ambiente. Para peças<br />
trabalhando a temperaturas diferentes a da ambiente, os fatores Kd po<strong>de</strong>m ser obtidos por<br />
tabelas ou experimentalmente. Nesta edição ainda usaremos Kd=1,pois os valores <strong>de</strong> Kd estão<br />
sendo obtidos no laboratório <strong>de</strong> Análise Estrutural da PUC-Minas em pesquisa em andamento.<br />
E) FATOR DEVIDO À CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES<br />
A concentração <strong>de</strong> tensão está presente em toda estrutura que contém curvaturas<br />
significativas, entalhes e outra forma <strong>de</strong> perturbação brusca na geometria da peça. Os fatores<br />
<strong>de</strong> concentração teórico Kt, obtidos na sua maioria <strong>de</strong> forma experimental, po<strong>de</strong>m ser obtidos<br />
em tabelas e gráficos próprios, como mostrado no final do capítulo. Este fator, quando<br />
multiplicado pela tensão nominal, ou seja, tensão σo calculada pelo mo<strong>de</strong>lo matemático sem a<br />
existência <strong>de</strong> entalhe, permite <strong>de</strong>terminar a tensão máxima que atua no entalhe.<br />
σ<br />
máx<br />
= Kt. σ o<br />
⇒<br />
σ<br />
Kt =<br />
σ<br />
Estes gráficos mostram os principais fatores <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão <strong>para</strong> alguns<br />
entalhes mais usados nas estruturas.<br />
máx<br />
o<br />
109
Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> material ou da sua resistência, este fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong><br />
tensão geométrico ou teórico, Kt, sofre alterações, diminuindo sua intensida<strong>de</strong> em função da<br />
sensibilida<strong>de</strong> q do entalhe. A relação que <strong>de</strong>termina o novo fator <strong>de</strong> concentração Kf (fator<br />
efetivo ou prático), foi <strong>de</strong>finido por Peterson, como:<br />
( 1)<br />
Kf = 1+ q × Kt −<br />
A sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe q, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do limite <strong>de</strong> resistëncia a tração e do raio do<br />
enalhe. Os valores experimentais da literatura usam q variando <strong>de</strong> 0 a 1,sendo que os valores<br />
mais utilizados se encontram na faixa <strong>de</strong> 0,6 a 0,9. Esta faixa <strong>de</strong> valores será utilizada nesta<br />
edição e após os resultados experimentais obtidos na PUC-Minas, teremos alteração nestes<br />
valores <strong>de</strong> q.<br />
Calculado o fator Kf, temos que:<br />
1<br />
Ke =<br />
Kf<br />
Este é o fator Ke , que <strong>de</strong>vemos usar como fator corretivo,na fórmula <strong>para</strong> o cálculo do<br />
limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong> peça ,Sf.<br />
F) EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO COM CARGA DE FADIGA<br />
COMPLETAMENTE REVERSA<br />
Para elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> com entalhes as curvas S-N apresentam <strong>para</strong> o mesmo<br />
material um valor menor do que quando não possuem entalhes. Isto significa que as<br />
concentrações <strong>de</strong> tensões são importantes causando esta diminuição. A relação entre os<br />
limites <strong>de</strong> resistência a fadiga sem entalhe e com entalhe é <strong>de</strong>signada como Kf, ou fator <strong>de</strong><br />
concentração <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> fadiga. Teoricamente, po<strong>de</strong>ríamos esperar que Kf fosse igual ao<br />
fator teórico <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensões Kt. Os testes, porém mostram que Kf é<br />
freqüentemente menor que Kt. Isto é aparentemente <strong>de</strong>vido a irregularida<strong>de</strong>s internas na<br />
estrutura do material. Um material "i<strong>de</strong>al" teria tensões internas <strong>de</strong> acordo com a teoria elástica;<br />
na realida<strong>de</strong> os materiais possuem irregularida<strong>de</strong>s causando pontos localizados com maiores<br />
tensões. Então, mesmo corpos <strong>de</strong> prova não entalhados sofrem <strong>de</strong>stes "entalhes internos". A<br />
equação <strong>de</strong>finida como = 1+ q × ( Kt −1)<br />
Kf , utiliza o índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe q, que<br />
varia entre 0 (Kf =Kt) e 1 (Kf=1). Há portanto necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar o indice <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> do material. A situação é um pouco mais complicada do que se imagina porque a<br />
sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não somente do material mas também do raio relativo da<br />
110
geometria do entalhe e das dimensões das imperfeições internas características. Os raios <strong>de</strong><br />
entalhe bem pequenos aproximando-se <strong>de</strong> imperfeições <strong>de</strong> material fornecem um índice <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> quase zero o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma boa noticia! Isto torna o Kf quase sempre<br />
igual a um. Os gráficos do índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe são plotados em função do raio e<br />
da resistência à tração dos materiais (Figura 7). Para os aços observa-se a tendência <strong>de</strong> que<br />
materiais mais resistêntes e duros são mais sensíveis ao entalhe. Isto significa que a troca <strong>de</strong><br />
um aço menos resistente por um aço mais resistente e duro normalmente aumenta uma parte<br />
da resistência a fadiga, mas o aumento não é tão gran<strong>de</strong> como se po<strong>de</strong>ria esperar <strong>de</strong>vido ao<br />
aumento no índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. A Figura 4.6 também mostra que <strong>para</strong> um dado aço<br />
submetido a carregamento torcional a sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe é um pouco maior do que <strong>para</strong><br />
carregamento axial e fletor. Os resultados também mostram que a influência do entalhe a 10 3<br />
ciclos é consi<strong>de</strong>ravelmente menor do que a 10 6 ciclos.<br />
Outro aspecto on<strong>de</strong> há uma pequena divergência entre os autores. É melhor tratar o Kf<br />
como um fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão ou um fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> resistência? Os autores<br />
diferem neste ponto, mas a maioria utiliza como fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão. Na realida<strong>de</strong><br />
a resistência do material não enfraqueçe pela existência do entalhe. O entalhe é o causador <strong>de</strong><br />
tensões maiores e localizadas. Com isto po<strong>de</strong>-se utilizar as curvas S-N tanto <strong>para</strong> peças com<br />
ou sem entalhes.<br />
G) FATORES DEVIDO A INFLUÊNCIA DIVERSAS<br />
A peça po<strong>de</strong> não possuir pontos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão, mas o fator Ke po<strong>de</strong> ser<br />
também utilizado quando se consi<strong>de</strong>ra outros efeitos como, direcionamento na laminação do<br />
material, corrosão, tensões residuais, cromagem superficial e outros tratamentos <strong>de</strong> cobertura<br />
superficial.<br />
4.4 - LIMITE DE RESISTÊNCIA PARA VIDA FINITA<br />
Uma vez <strong>de</strong>terminados todos os coeficientes <strong>de</strong> modificação, é possível calcular o limite<br />
<strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>para</strong> a peça em estudo:<br />
S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />
f<br />
Desta forma é possível traçar o diagrama S-N <strong>para</strong> a peça, como já <strong>de</strong>finido:<br />
f<br />
'<br />
111
Figura 8 - Determinação da resistência à fadiga S, <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> ciclos<br />
(10 4 ciclos) e um limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Sf <strong>de</strong>terminados.<br />
Como Sf é o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>para</strong> vida infinita, po<strong>de</strong>-se calcular, a partir do<br />
diagrama acima o limite <strong>de</strong> resistência a fadiga (S) <strong>para</strong> uma vida finita. A solicitação cíclica em<br />
uma peça é um processo cumulativo, ou seja, se a peça resiste a 100.000 ciclos e já sofreu<br />
30.000 ciclos, ela memoriza ou guarda este número <strong>de</strong> ciclos. Se em outra oportunida<strong>de</strong> a peça<br />
continuar sendo solicitada, o número <strong>de</strong> solicitações ainda possível é igual ao número <strong>de</strong> ciclos<br />
totais que ela suportaria menos o número <strong>de</strong> ciclos já aplicados, ou seja, 70000. A teoria <strong>de</strong><br />
fadiga acumulativa é estudada pela Regra <strong>de</strong> Minner.<br />
on<strong>de</strong><br />
a<br />
=<br />
( 0,<br />
9.<br />
S )<br />
S<br />
f<br />
S .<br />
rup<br />
2<br />
b<br />
= a N <strong>para</strong><br />
4.5 - FADIGA SOB TENSÕES FLUTUANTES<br />
e<br />
b<br />
N<br />
1<br />
= − log<br />
3<br />
⎛<br />
= ⎜<br />
⎝<br />
S<br />
S<br />
a<br />
0,<br />
9.<br />
S<br />
Freqüentemente encontram-se em estruturas solicitações diferentes das simplesmente<br />
alternadas. Estas tensões são chamadas <strong>de</strong> flutuantes ou a combinação <strong>de</strong> tensões alternadas<br />
e tensões médias constantes. As figuras a seguir mostram estas solicitações:<br />
f<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
1<br />
b<br />
rup<br />
112
Figura 9 - Tensões reversas, repetidas e flutuantes.<br />
As tensões médias (σm) e alternadas (σa) são <strong>de</strong>finidas como:<br />
σ<br />
σ =<br />
a<br />
máx<br />
− σ<br />
2<br />
mín<br />
σ<br />
σ =<br />
A influência das tensões médias e alternadas na fadiga <strong>de</strong> uma peça foi <strong>de</strong>terminada<br />
inicialmente por Goodman. Na figura 10, a linha <strong>de</strong> Goodman é obtida pela reta unido na<br />
abcissa o limite <strong>de</strong> resistência à tração (Srup) e na or<strong>de</strong>nada o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga (Sf).<br />
m<br />
máx<br />
+ σ<br />
2<br />
As tensões médias são plotadas na abcissa e as tensões alternadas na or<strong>de</strong>nada.<br />
Figura 10 - Diagrama <strong>de</strong> Goodman, com os eixos das tensões média e alternada.<br />
O diagrama é baseado no fato <strong>de</strong> que quando somente tensão média (σm) atua, a falha<br />
é caracterizada pelo limite <strong>de</strong> resistência (Srup.). Quando somente tensão alternada (σa) atua, a<br />
falha é caracterizada pelo limite <strong>de</strong> resistência a fadiga (Sf).<br />
Resultados experimentais mostram que, sob a ação das tensões médias (σm) e<br />
alternadas (σa), os pontos <strong>de</strong> falha, <strong>para</strong> diferentes valores <strong>de</strong> tensões combinadas acontecem<br />
como mostrado na figura acima. Isto significa que a linha <strong>de</strong> Goodman, obtida ligando Sf com<br />
Srup, é a linha <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> qualquer combinação <strong>de</strong> tensões σm e σa. Em outras palavras,<br />
qualquer combinação que cair <strong>de</strong>ntro dos limites do diagrama está seguro, como no caso do<br />
ponto “A”.<br />
mín<br />
113
Outra concepção <strong>de</strong>sta teoria é o diagrama <strong>de</strong> So<strong>de</strong>berg ou linha <strong>de</strong> So<strong>de</strong>berg, que<br />
utiliza <strong>para</strong> o eixo das tensões médias o limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento (Se), sendo um<br />
diagrama mais conservativo. Outros diagramas mais próximos da realida<strong>de</strong>, que mais se<br />
aproximam dos resultados experimentais já foram propostos, com <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a parábola <strong>de</strong><br />
Gerber. A figura abaixo mostra a representação gráfica:<br />
Figura 11 - Representação gráfica das diversas teorias <strong>de</strong> fadiga.<br />
Nesta figura, o ponto A, resultado da combinação das tensões médias σm e alternadas<br />
σa, esta segura <strong>para</strong> as teorias <strong>de</strong> Gerber e Goodman, mas não se encontra segura segundo a<br />
teoria <strong>de</strong> So<strong>de</strong>rberg. As equações a seguir representam a formulação matemática <strong>de</strong> cada<br />
teoria:<br />
Sa<br />
S<br />
f<br />
Sa<br />
S<br />
f<br />
Sa<br />
S<br />
f<br />
+<br />
+<br />
⎛<br />
+ ⎜<br />
⎝<br />
Sm<br />
= 1<br />
S<br />
y<br />
Sm<br />
S<br />
rup<br />
= 1<br />
2<br />
Sm ⎞<br />
⎟<br />
S ⎟<br />
rup ⎠<br />
= 1<br />
⇒ So<strong>de</strong>rberg<br />
⇒ Goodman<br />
⇒ Gerber<br />
Para fins <strong>de</strong> aplicação nos problemas convencionais <strong>de</strong> engenharia, recomenda-se a<br />
utilização da teoria <strong>de</strong> Goodman.<br />
Para cálculos <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> fadiga em problemas reais <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong>ve-se utilizar<br />
um coeficiente <strong>de</strong> segurança n, que na teoria <strong>de</strong> Goodman, por exemplo, é <strong>de</strong>terminado por:<br />
Sa Sm<br />
n<br />
σ σ<br />
= =<br />
a<br />
As tensões σm e σa po<strong>de</strong>m se transformar respectivamente nas resistências média e<br />
alternada Sm e Sa se cada uma <strong>de</strong>las forem divididas pelo coeficiente <strong>de</strong> segurança n. Assim as<br />
equações que representam as teorias ficariam assim:<br />
m<br />
114
a m 1<br />
+ =<br />
S f S y n<br />
σ σ<br />
a m 1<br />
+ =<br />
S f Srup<br />
n<br />
σ σ<br />
nσ ⎛ ⎞<br />
a ⎜<br />
nσ<br />
m<br />
+ ⎟<br />
S ⎜ ⎟<br />
f ⎝ S rup ⎠<br />
4.6 - FADIGA SOB TENSÕES COMBINADAS<br />
2<br />
= 1<br />
⇒ So<strong>de</strong>rberg<br />
⇒ Goodman<br />
⇒ Gerber<br />
Em <strong>componentes</strong> mecânicos <strong>de</strong> uma forma geral, a distribuição <strong>de</strong> tensões mais<br />
freqüente é a <strong>de</strong> tensões combinadas. Depen<strong>de</strong>ndo dos tipos <strong>de</strong> esforços envolvidos na parte<br />
mecânica, flexão, esforço normal ou torção aparecem tensões alternadas e médias <strong>de</strong>vido a<br />
essas múltiplas solicitações. Assim, cada tipo <strong>de</strong> esforços po<strong>de</strong> gerar:<br />
A combinação <strong>de</strong>stas tensões <strong>para</strong> resultar em um única tensão, seja alternada ou<br />
média, é conseguida da seguinte forma:<br />
- Tensões alternadas ou médias na mesma direção:<br />
→ Soma (σa1)f + (σa1)n + (σa1)t = (σa1), obtendo-se a tensão resultante, alternada<br />
ou média, na direção correspon<strong>de</strong>nte.<br />
- Tensões alternadas ou médias, respectivamente em direções diferentes:<br />
→ Calcula-se a tensão equivalente ou tensão <strong>de</strong> Von Misses:<br />
'<br />
m<br />
2<br />
m1<br />
σ = σ −σ<br />
∗σ<br />
+ σ<br />
'<br />
a<br />
m1<br />
m2<br />
2<br />
1<br />
a1<br />
2<br />
m2<br />
σ = σ − σ ∗σ<br />
+ σ Direções 1 e 2 principais.<br />
Observa-se que as tensões contidas nos radicais já foram combinadas como a soma <strong>de</strong><br />
todas as tensões que atuam na mesma direção. No caso das tensões estarem referidas nos<br />
eixos X e Y, a tensão cisalhante estará presente e as equações acima <strong>de</strong>scritas são escritas na<br />
forma:<br />
a2<br />
2<br />
a 2<br />
115
2<br />
ax<br />
2<br />
ay<br />
σ a '= σ − ( σ ax × σ ay ) + σ + 3.<br />
τ axy<br />
2<br />
mx<br />
2<br />
my<br />
σ m '= σ − ( σ mx × σ my ) + σ + 3.<br />
τ mxy<br />
Deve-se lembrar que cada uma <strong>de</strong>stas tensões são calculadas pela equação dada pelo<br />
mo<strong>de</strong>lo matemático correspon<strong>de</strong>nte ao tipo <strong>de</strong> solicitação. Uma vez obtido σa’ e σm’, a teoria <strong>de</strong><br />
Goodman po<strong>de</strong> ser aplicada.<br />
4.7 - FADIGA DE CONTATO SUPERFICIAL<br />
No estudo anterior, o limite <strong>de</strong> resistência a fadiga Sf’ foi <strong>de</strong>terminado usando uma<br />
máquina rotativa que flexiona o corpo <strong>de</strong> prova, e por isso é freqüentemente chamado <strong>de</strong> limite<br />
<strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong>vido à flexão. O contato direto entre peças causa a fadiga superficial<br />
<strong>de</strong>vido ao contato, sendo o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga superficial Ssf <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> forma<br />
diferente.<br />
Trabalhos realizados por Buckingham e Talbou<strong>de</strong>rt <strong>de</strong>terminaram que a fadiga<br />
superficial do material <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da dureza Brinell (HB), sendo o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga<br />
superficial <strong>para</strong> uma vida <strong>de</strong> 10 8 ciclos, <strong>de</strong>finido pelas expressões:<br />
S' sf = 0.<br />
4HB<br />
−10<br />
(Kpsi) ou<br />
S' sf = 2.<br />
76HB<br />
− 70 (MPa)<br />
Este limite foi <strong>de</strong>terminado <strong>para</strong> materiais (aço) em condições apropriadas e <strong>para</strong> uma vida<br />
<strong>de</strong> 10 8 ciclos. Em condições <strong>de</strong> trabalho o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga superficial da peça é<br />
<strong>de</strong>terminado pela expressão abaixo, que consi<strong>de</strong>ra os fatores <strong>de</strong> modificação:<br />
S<br />
sf<br />
= S'<br />
sf<br />
C<br />
×<br />
C<br />
L<br />
T<br />
× C<br />
× C<br />
on<strong>de</strong> CL = Fator <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> ciclos<br />
CH = Fator que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da razão <strong>de</strong> dureza<br />
CT = Fator <strong>de</strong> temperatura<br />
CR = Fator <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />
O fator CH = 1 <strong>para</strong> uma dureza das partes aproximadamente iguais. O fator <strong>de</strong> vida CL é<br />
calculado pela expressão:<br />
C L<br />
<strong>para</strong> N = número <strong>de</strong> ciclos entre 10 4 e 10 8 .<br />
= 2,<br />
466 × N<br />
−0,<br />
056<br />
H<br />
R<br />
2<br />
2<br />
116
O fator temperatura CT, <strong>para</strong> condições normais da temperatura dos lubrificantes (T <<br />
120°), é 1. Por outro lado, o fator <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do sistema em consi<strong>de</strong>ração,<br />
sendo CR <strong>para</strong> engrenagem dado:<br />
Confiabilida<strong>de</strong> Fator CR<br />
90% 0,85<br />
99% 1,00<br />
99.9% 1,25<br />
Tabela 3 – Fatores <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>.<br />
A fadiga superficial é muito importante <strong>para</strong> estudar certos elementos mecânicos como a<br />
fadiga no contato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> engrenagens, contato <strong>de</strong> esfera ou rolos em rolamentos, rodas e<br />
trilhos ferroviários, cames e seguidores, etc.<br />
É muito importante lembrar que, <strong>para</strong> o dimensionamento da parte mecânica usando<br />
fadiga superficial, é necessário conhecer o mo<strong>de</strong>lo matemático ou fórmula matemática da<br />
tensão provocada pelo contato. Estas formulações não são simples <strong>de</strong> serem escritas, e são<br />
baseadas na teoria <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> Hertz. Uma vez calculada a tensão induzida na peça, o<br />
dimensionamento é feito com<strong>para</strong>do esta tensão com o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Ssf,<br />
consi<strong>de</strong>rando o coeficiente <strong>de</strong> segurança n.<br />
S sf<br />
σ =<br />
n<br />
4.8 - GRÁFICOS P/ DETERMINAÇÃO DO FATOR DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES KT<br />
117
118
Figura 12 - Gráficos <strong>para</strong> Determinação do Fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensões Kt.<br />
4.9 - PREVISÃO DE FADIGA COM CARGAS VARIANDO RANDOMICAMENTE<br />
Para se prever a vida <strong>de</strong> peças tencionadas acima do limite <strong>de</strong> resistência a fadiga,<br />
n<br />
N<br />
1<br />
1<br />
n<br />
+<br />
N<br />
2<br />
2<br />
n<br />
+ ... +<br />
N<br />
k<br />
k<br />
=<br />
1<br />
119
é um procedimento difícil. Palmgreen e Minner propuseram muito logicamente um conceito<br />
simples on<strong>de</strong> se uma peça é carregada ciclicamente a um nível <strong>de</strong> tensão que provocaria uma<br />
falha a 10 5 ciclos, então cada ciclo <strong>de</strong>ste carregamento consume uma parte nos 10 5 da vida da<br />
peça. Se outros ciclos <strong>de</strong> tensão são interpostos correspon<strong>de</strong>ndo a uma vida <strong>de</strong> 10 4 ciclos,<br />
cada um <strong>de</strong>stes ciclos consume uma parte nos 10 4 da vida, e assim por diante. Nesta base, 100<br />
% da vida foi consumida, e se tem a previsão da falha. A regra <strong>de</strong> Palmgren ou Miner é<br />
expressa pela seguinte equação em que n1, n2,..., nk representam o número <strong>de</strong> ciclos a<br />
específicos níveis <strong>de</strong> sobre tensão, e N1 , N2 , .. Nk representam a vida (em ciclos) <strong>de</strong>stes<br />
níveis <strong>de</strong> sobre tensão, tomados da curva S-N. A falha por fadiga é prevista quando a equação<br />
acima se mantém.<br />
4.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS<br />
1. Uma peça metálica é submetida a uma carga fletora F. A mola flutua entre 9,3 kN a 10,67<br />
kN. Possui um limite <strong>de</strong> resistência à tração Srup=1400 Mpa e limite <strong>de</strong> resistência ao<br />
escoamento Se=950 Mpa. Consi<strong>de</strong>rando um acabamento <strong>de</strong> forjamento <strong>para</strong> a peça,<br />
calcule o fator <strong>de</strong> segurança contra o escoamento e a fadiga <strong>para</strong> uma espessura <strong>de</strong> 18<br />
mm.<br />
Solução:<br />
Cálculo do fator por fadiga. Devemos calcular os valores <strong>de</strong> R1 e R2.<br />
F<br />
R 1 = e<br />
2<br />
F<br />
R 2 =<br />
2<br />
−3<br />
M F = R1.<br />
150X<br />
10 → −3<br />
= . 150X<br />
10<br />
3<br />
10, 67x10<br />
−3<br />
Figura 13 - Exercício resolvido 1.<br />
F<br />
M Momento on<strong>de</strong> a força F e aplicada.<br />
F<br />
2<br />
M = . 150x10<br />
→ M N m<br />
F max<br />
F 800,<br />
25 .<br />
max<br />
2<br />
=<br />
120
3<br />
9, 3x10<br />
−3<br />
M = . 150x10<br />
→ M N m<br />
F min<br />
F 697,<br />
5 .<br />
min<br />
2<br />
=<br />
M. c<br />
σ = on<strong>de</strong> I =<br />
I<br />
( w − d )<br />
12<br />
. 3<br />
h<br />
−3 −3<br />
−3<br />
( 75x10<br />
−10x10<br />
)( . 18x10<br />
)<br />
Assim<br />
σ<br />
σ<br />
I =<br />
→<br />
12<br />
3<br />
x 8<br />
max = = 2,<br />
28x10<br />
−<br />
800,<br />
25.<br />
9 10<br />
8<br />
3,<br />
645x10<br />
3<br />
x 8<br />
min = = 1,<br />
987x10<br />
−<br />
697,<br />
5.<br />
9 10<br />
8<br />
3,<br />
645x10<br />
Pa<br />
Pa<br />
σ max −σ<br />
min<br />
7<br />
σ a =<br />
→ σ a = 1,<br />
465x10<br />
Pa<br />
2<br />
σ max + σ min<br />
8<br />
σ m '=<br />
→ σ m '= 2,<br />
133x10<br />
Pa<br />
2<br />
Cálculo dos fatores <strong>de</strong> correção à fadiga.<br />
Cálculo <strong>de</strong> Ka – Forjado<br />
b<br />
a = a S rup tabela 4.1 a = 272 b = - 0,995<br />
k ⋅<br />
k a = 0,<br />
201<br />
Cálculo <strong>de</strong> Kb – Seção quadrada<br />
K b<br />
⎛<br />
= ⎜<br />
⎝<br />
d<br />
7,<br />
62<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
−0,<br />
1133<br />
2, 79 ≤ d ≤ 51 mm (mm)<br />
1<br />
2<br />
<strong>de</strong> = 0, 808.(<br />
18x75)<br />
→ = 29,<br />
688mm<br />
−0,<br />
1133<br />
d e<br />
⎛ 29,<br />
688 ⎞<br />
K = ⎜ ⎟ → K<br />
b<br />
b = 0,<br />
857<br />
⎝ 7,<br />
62 ⎠<br />
Cálculo <strong>de</strong> Kc – Flexão<br />
Para flexão temos que k = 1 .<br />
c<br />
3<br />
I =<br />
−8<br />
4<br />
3, 645x10<br />
m<br />
Cálculo <strong>de</strong> Kd – Consi<strong>de</strong>rando temperatura <strong>de</strong> trabalho baixa. k = 1<br />
Cálculo <strong>de</strong> Ke<br />
K<br />
1<br />
= on<strong>de</strong> = 1+ q.(<br />
Kt −1)<br />
e<br />
K f<br />
Cálculo <strong>de</strong> q<br />
K f<br />
Adotando q=0,95,tem-se<br />
d<br />
121
Cálculo <strong>de</strong> Kt<br />
d<br />
w<br />
10<br />
= =<br />
15<br />
Kt = 2,<br />
1<br />
0,<br />
133<br />
Don<strong>de</strong> fica Kf<br />
d 10<br />
e = = 0,<br />
556<br />
h 18<br />
K = 1+ 0,<br />
95.(<br />
2,<br />
1−1)<br />
→ K = 2,<br />
045<br />
f<br />
Assim Ke<br />
1<br />
K e = → K e = 0,<br />
489<br />
2,<br />
045<br />
Com todos os parâmetros po<strong>de</strong>rmos calcular o Sf.<br />
S '= 0,<br />
504.<br />
S <strong>para</strong> aços.<br />
f<br />
S f<br />
f<br />
rup<br />
'= 705,<br />
6Mpa<br />
S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />
S f<br />
S f<br />
= 0 , 201×<br />
0,<br />
857×<br />
0,<br />
489×<br />
705,<br />
6<br />
= 59,<br />
435Mpa<br />
f<br />
f<br />
'<br />
Cálculo do fator <strong>de</strong> segurança pelo critério <strong>de</strong> Goodman modificado<br />
a m 1<br />
+ =<br />
S f Srup<br />
n<br />
σ σ<br />
8<br />
8<br />
1,<br />
465x10<br />
2,<br />
133x10<br />
1<br />
+ = → n = 0,<br />
382<br />
6<br />
6<br />
59,<br />
435x10<br />
1400x10<br />
n<br />
Cálculo do fator <strong>de</strong> segurança por escoamento:<br />
M. c<br />
σ = on<strong>de</strong> I =<br />
I<br />
σ<br />
800,<br />
25.<br />
9 10<br />
8<br />
3,<br />
645x10<br />
( w − d )<br />
12<br />
. 3<br />
h<br />
3<br />
x 8<br />
max = = 2,<br />
28x10<br />
−<br />
Srup<br />
max<br />
Pa<br />
6<br />
1400x10<br />
n = → n = = 6,<br />
140<br />
8<br />
σ<br />
2,<br />
28x10<br />
2. Uma mola é submetida a uma carga variável, sendo a carga máxima F= 133 N e a carga<br />
mínima F= 66 N. O material da mola é aço com Srup= 1170 Mpa, e diâmetro d= 9,5 mm.<br />
122
Neste <strong>projeto</strong> não foi consi<strong>de</strong>rada a concentração <strong>de</strong> tensões ao longo do comprimento<br />
da mola. O acabamento superficial correspon<strong>de</strong> a um laminado a quente. Qual o número<br />
<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> carga N, que causará falha na peça.<br />
Solução:<br />
Figura 14 - Exercício resolvido 2.<br />
Calculemos o momento máximo e mínimo.<br />
M = ⋅<br />
max<br />
−3<br />
410x10 Fmax<br />
M = ⋅<br />
min<br />
−3<br />
410x10 Fmin<br />
−3<br />
−3<br />
M = 410x10<br />
⋅133<br />
M = 410x10<br />
⋅66<br />
max<br />
max M 27,<br />
06N.<br />
m<br />
M = 54,<br />
53N<br />
⋅ m<br />
Cálculo das tensões.<br />
32M<br />
σ = 3<br />
π.<br />
d<br />
min<br />
min =<br />
32.<br />
54,<br />
53<br />
σ max =<br />
→ −3<br />
3<br />
max 647,<br />
8Mpa<br />
π.(<br />
9,<br />
5x10<br />
)<br />
= σ<br />
32.<br />
27,<br />
06<br />
σ m =<br />
→ σ<br />
−3<br />
3<br />
m = 321,<br />
5Mpa<br />
π.(<br />
9,<br />
5x10<br />
)<br />
σ max −σ<br />
min<br />
σ a =<br />
→ σ a = 163,<br />
2Mpa<br />
2<br />
σ max + σ min<br />
σ m '=<br />
→ σ m '= 484,<br />
7Mpa<br />
2<br />
Cálculo <strong>de</strong> Ka – Laminado à quente<br />
b<br />
= a Srup<br />
tabela 4.1 a = 57,7 b = - 0,718<br />
ka ⋅<br />
−0,<br />
718<br />
Ka =<br />
→ Ka = 0,<br />
362<br />
57,<br />
7.<br />
1170<br />
Cálculo <strong>de</strong> Kb<br />
123
K b<br />
d e<br />
⎛<br />
= ⎜<br />
⎝<br />
d<br />
7,<br />
62<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
= 0,<br />
370.<br />
d<br />
d e = 0,<br />
370.<br />
9,<br />
5<br />
d e = 3,<br />
515<br />
−0,<br />
1133<br />
−0,<br />
1133<br />
2, 79 ≤ d ≤ 51 mm (mm)<br />
⎛ 3,<br />
515 ⎞<br />
Kb = ⎜ ⎟ → k b = 1,<br />
092<br />
⎝ 7,<br />
62 ⎠<br />
Cálculo <strong>de</strong> Kc – Flexão<br />
Para flexão temos que k = 1 .<br />
c<br />
Cálculo <strong>de</strong> Kd – Consi<strong>de</strong>rando temperatura <strong>de</strong> trabalho baixa. k = 1<br />
Não foram consi<strong>de</strong>radas concentrações <strong>de</strong> tensões ao longo da mola, ou seja, k = 1 .<br />
Com todos os parâmetros po<strong>de</strong>rmos calcular o Sf.<br />
S '= 0,<br />
504.<br />
S <strong>para</strong> aços.<br />
f<br />
S f<br />
f<br />
rup<br />
'= 589,<br />
68Mpa<br />
S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />
S f = 0, 362x1,<br />
092x589,<br />
68 → = 233,<br />
103Mpa<br />
Cálculo do número <strong>de</strong> ciclos.<br />
S<br />
S = a.<br />
N<br />
σ a =<br />
σ m<br />
1−<br />
S<br />
b<br />
rup<br />
( 0,<br />
9.<br />
Srup)<br />
2<br />
a = →<br />
Sf<br />
1 0,<br />
9.<br />
S rup<br />
b = − log → b = −0,<br />
2183<br />
3 S<br />
1<br />
b<br />
f<br />
S<br />
f<br />
'<br />
S f<br />
⎛ S f ⎞<br />
N =<br />
⎜<br />
a ⎟ → N ≥<br />
441683ciclos<br />
⎝ ⎠<br />
6<br />
163,<br />
2x10<br />
= →<br />
6<br />
484,<br />
7x10<br />
1−<br />
6<br />
117,<br />
0x10<br />
a = 4756, 734x10<br />
6<br />
d<br />
S = 2, 786x10<br />
8<br />
e<br />
124
4.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
CARGAS VARIÁVEIS<br />
1. Um elo como mostrado na figura abaixo, é feito <strong>de</strong> aço AISI 4130 temperdo e revenido a<br />
540 o C(Sut=1030 MPa). A carga F= 5 KN é repetitiva e reversa. Supondo não haver<br />
concentração <strong>de</strong> tensão pe<strong>de</strong>-se: a) Qual <strong>de</strong>verá ser o diâmetro <strong>para</strong> N=1,40 e acabamento<br />
<strong>de</strong> usinagem? B) Idêntico ao item a, exceto que o acabamento é polido. Qual a economia no<br />
peso? C) Idêntico ao item a, exceto que o acabamento é forjado.<br />
Figura 15 – Exercido proposto 1.<br />
2. Idêntico ao exercício 1,exceto que, <strong>de</strong>vido ao ambiente corrosivo, o elo é fabricado em<br />
bronze silício, laminado a frio e o número <strong>de</strong> ciclos esperado <strong>para</strong> a vida da peça é maior<br />
que 3x 10 7 ciclos.<br />
3. Um eixo é apoiado como uma viga simples <strong>de</strong> 450 mm <strong>de</strong> comprimento, <strong>de</strong> aço AISI 3120.<br />
Uma carga estática <strong>de</strong> 8900 N é aplicada ao eixo em rotação, na meta<strong>de</strong> do eixo entre dois<br />
apoios (mancais). As superfícies são polidas e a peça foi projetada <strong>para</strong> uma vida infinita.<br />
aPara um fator <strong>de</strong> segurança N=1,6, baseado no limite <strong>de</strong> resistência à fadiga, qual <strong>de</strong>veria<br />
ser o seu diâmetro se não há <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s na sua superfície?<br />
Figura 16 - Exercido 3.<br />
4. Um suporte simples como o mostrado na figura, possui uma seção retangular e foi projetado<br />
<strong>para</strong> vida infinita e carga reversa. Calcule: a) as dimensões <strong>de</strong> uma seção sem<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> b=2,8 t e L= 350 mm e um fator <strong>de</strong> segurança (<strong>projeto</strong>) igual a 2. O<br />
125
material é aço AISI 1020, laminado com acabamento superficial <strong>de</strong> forjamento. b) Calcule as<br />
dimensões <strong>de</strong> uma seção on<strong>de</strong> e= 100 mm.<br />
Figura 17 - Exercido proposto 4.<br />
5. Idêntico ao exercício 4, exceto que a vida da peça submetida a cargas reversas não <strong>de</strong>ve<br />
exce<strong>de</strong>r 10 5 ciclos.<br />
6. Um eixo é submetido a um torque reverso máximo <strong>de</strong> 1695 Nm. É usinado e feito <strong>de</strong> aço<br />
AISI3140 . Qual <strong>de</strong>verá ser o seu diâmetro <strong>para</strong> N=1,75?<br />
7. Idêntico ao exercício 6, exceto que o eixo é oco, com diâmetro externo igual ao dobro do<br />
diâmetro interno<br />
CARGAS VARIÁVEIS COM CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES<br />
8. Um elo <strong>de</strong> conexão é visto na figura, exceto que há um furo radial <strong>de</strong> diâmetro 3 mm, no<br />
centro da peça. A peça é usinada, feito <strong>de</strong> aço AISI2330 WQT1000 ºF e submetida a uma<br />
carga axial reversa cujo valor máximo é <strong>de</strong> 22 kN. Para um fator <strong>de</strong> segurança N=1,5,<br />
<strong>de</strong>termine o diâmetro do elo no furo: a) <strong>para</strong> uma vida infinita; b) Para uma vida <strong>de</strong><br />
10 5 ciclos. c) Para o elo no ítem a, qual a máxima tensão <strong>de</strong> tração?<br />
Figura 18 – Exercido proposto 8.<br />
9. O elemento <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> mostrado na figura possui espessura uniforme t=b/2,5 e é usinado.<br />
O material da peça é o aço AISI 1020, laminado. O <strong>projeto</strong> é <strong>para</strong> vida infinita e carga<br />
126
epetitiva <strong>de</strong> 44 N a 90 kN, sendo que d=b. Pe<strong>de</strong>-se: a) <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança 1,8<br />
(So<strong>de</strong>rberg), qual <strong>de</strong>veria ser as dimensões da peça? Qual a máxima tensão <strong>de</strong> tração<br />
atuante na peça projetada?<br />
Figura 19 – Exercido proposto 9.<br />
10. A viga mostrada tem uma seção circular e suporta uma carga F que varia <strong>de</strong> 44,5 a 133,5<br />
kN, é usinada, aço AISI1020, laminado. Determine o diâmetro D se r=0,2 D e N=2 (fator <strong>de</strong><br />
segurança), vida infinita.<br />
Figura 20- Exercido 10.<br />
11. Idêntico ao exercício 10, exceto que a carga F é constante e igual a 133,5 kN e a viga gira<br />
com um eixo.<br />
12. Uma viga em balanço está sujeita a uma carga reversa <strong>de</strong> 133,5 kN. Seja o raio do filete r=<br />
3 mm e o material da viga é o aço SAE1015. Determine as dimensões t, h (b=1,3 h) <strong>para</strong> um<br />
fator <strong>de</strong> segurança 1,8 baseado nas tensões variáveis. Consi<strong>de</strong>re nas seções A e B, vida<br />
infinita.<br />
127
Figura 21 - Exercido proposto 12.<br />
13. Idêntico ao exercício 12, exceto que a carga F varia <strong>de</strong> =44,5 kN a 222,5 kN.<br />
14. A peça mostrada na figura é feita <strong>de</strong> aço C1035, laminado com as seguintes dimensões:<br />
a= 9 mm; b=22 mm; c=25 mm; d=12,5 mm; L=300 mm; r= 1,6 mm. A carga axial F varia <strong>de</strong><br />
133,5 kN a 222,5 kN e é aplicada através <strong>de</strong> pinos pelos furos. Pe<strong>de</strong>-se: a) Quais os fatores<br />
<strong>de</strong> segurança nos pontos A,B e C se a peça é totalmente usinada. B) Quais as máximas<br />
tensões nestes pontos?<br />
Figura 22 - Exercido 14.<br />
128
CAPITULO 05 - EIXOS E ARVORES DE TRANSMISSÃO<br />
5.1 - INTRODUÇÃO<br />
Eixo é um elemento mecânico rotativo ou estacionário (condição estática) <strong>de</strong> secção<br />
usualmente circular on<strong>de</strong> são montados outros elementos mecânicos <strong>de</strong> transmissão tais como:<br />
engrenagens, polias, ventiladores, rodas centradas, entre outros. Os eixos são suportados<br />
(apoiados) em mancais, <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento ou rolamento, tendo secção quase sempre mássica e<br />
variável, com rasgos <strong>de</strong> chavetas <strong>para</strong> fixação <strong>de</strong> <strong>componentes</strong>. A figura 1 mostra uma<br />
iluminação <strong>de</strong> um eixo.<br />
Figura 1 – Eixo<br />
Os eixos são elementos solicitados a esforços <strong>de</strong> flexão, tração/compressão ou torção,<br />
que atuam individualmente <strong>de</strong> forma combinada. Para a segurança do sistema em que o eixo<br />
está inserido, este <strong>de</strong>ve ser dimensionado <strong>para</strong> cargas estáticas (<strong>para</strong>do ou com rotação muito<br />
baixa) ou dinâmica (altas rotações). Este dimensionamento leva em conta a resistência do<br />
material <strong>de</strong> que foi confeccionado, com<strong>para</strong>m-se as tensões que atuam no mesmo com os<br />
limites <strong>de</strong> resistência do material, estáticos (Sy ou Su) ou dinâmicos (Se – fadiga).<br />
Em certos sistemas mecânicos, o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão do eixo po<strong>de</strong> constituir em um<br />
parâmetro crítico, <strong>de</strong>vendo o eixo ser dimensionado usando a teoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão. Em outras<br />
palavras, a geometria do eixo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> os limites aceitáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão, antes da<br />
análise das tensões/resistências.<br />
5.2 - MATERIAIS PARA EIXOS E ÁRVORES<br />
Há uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais possíveis <strong>para</strong> a fabricação <strong>de</strong> eixos e árvores.<br />
De acordo com o serviço <strong>de</strong>vem ter alta resistência e baixa sensibilida<strong>de</strong> aos efeitos da<br />
concentração <strong>de</strong> tenção.<br />
Para se obter, em um cálculo, diâmetros menores e gran<strong>de</strong>s resistências, po<strong>de</strong>-se usar<br />
aços-liga, em geral tratados termicamente. Estes aços, porém têm a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> serem<br />
129
caros e <strong>de</strong> maior sensibilida<strong>de</strong> às concentrações <strong>de</strong> tensões. Além disso, o diâmetro é muitas<br />
vezes subordinado à certas <strong>de</strong>formações admissíveis, tornando o aço-liga contra indicado, já<br />
que o problema não é mais <strong>de</strong> resistência.<br />
Os aços-carbono, <strong>de</strong> baixo e médio teor, são, muito usados na fabricação <strong>de</strong> eixos e<br />
árvores. Aços muito empregados são os seguintes: SAE 1015, 1020, 1025, 1030, 1040, 1045,<br />
2340, 2345, 3115, 3120, 3135, 3140, 4023, 4063, 4140, 4340, 4615, 4620 e 5140.<br />
Como vemos uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> material existe <strong>para</strong> a confecção <strong>de</strong> eixos e<br />
árvores. A seleção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá sempre das condições <strong>de</strong> serviço, custo, usinabilida<strong>de</strong> e<br />
características especiais por ventura exigidas. É um campo muito aberto em que o projetista<br />
<strong>de</strong>ve procurar sempre maiores conhecimentos, pois praticamente qualquer material ferroso,<br />
não-ferroso ou não metálico, po<strong>de</strong> ser usado, por uma razão qualquer, na execução <strong>de</strong> um eixo<br />
ou uma árvore.<br />
AISI Nº Tratamento Temperatura<br />
1030 Q&T<br />
1040<br />
1050<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
Annealed<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
Annealed<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
1060 Q&T<br />
Annealed<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
Annealed<br />
205<br />
315<br />
425<br />
540<br />
650<br />
925<br />
870<br />
205<br />
425<br />
650<br />
900<br />
790<br />
205<br />
425<br />
650<br />
900<br />
790<br />
425<br />
540<br />
650<br />
900<br />
790<br />
ºC<br />
Tensão <strong>de</strong><br />
escoamento<br />
848<br />
800<br />
731<br />
669<br />
586<br />
521<br />
430<br />
779<br />
758<br />
634<br />
590<br />
519<br />
1120<br />
1090<br />
717<br />
748<br />
636<br />
1080<br />
965<br />
800<br />
776<br />
626<br />
Mpa<br />
Tensão <strong>de</strong><br />
ruptura<br />
648<br />
621<br />
579<br />
517<br />
441<br />
345<br />
317<br />
593<br />
552<br />
434<br />
374<br />
353<br />
807<br />
793<br />
538<br />
427<br />
365<br />
765<br />
669<br />
524<br />
421<br />
372<br />
MPa<br />
Tabela 1 – Características dos Materiais <strong>para</strong> eixos<br />
Alongamento<br />
17<br />
19<br />
23<br />
28<br />
32<br />
32<br />
35<br />
19<br />
21<br />
29<br />
28<br />
30<br />
9<br />
13<br />
28<br />
20<br />
24<br />
14<br />
17<br />
23<br />
18<br />
22<br />
%<br />
Redução <strong>de</strong><br />
47<br />
53<br />
60<br />
65<br />
70<br />
61<br />
64<br />
48<br />
54<br />
65<br />
55<br />
57<br />
27<br />
36<br />
65<br />
39<br />
40<br />
41<br />
45<br />
54<br />
37<br />
38<br />
Área<br />
%<br />
Dureza<br />
Brinell<br />
495<br />
401<br />
302<br />
255<br />
207<br />
149<br />
137<br />
262<br />
241<br />
192<br />
170<br />
149<br />
514<br />
444<br />
235<br />
217<br />
187<br />
311<br />
277<br />
229<br />
229<br />
179<br />
130
AISI Nº Tratamento Temperatura<br />
1095 Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
1141 Q&T<br />
Annealed<br />
Q&T<br />
4130 Q&T<br />
4140<br />
4140<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
Annealed<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Normal<br />
4340 Q&T<br />
Annealed<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
Q&T<br />
315<br />
425<br />
540<br />
650<br />
900<br />
790<br />
315<br />
540<br />
205<br />
315<br />
425<br />
540<br />
650<br />
870<br />
865<br />
205<br />
315<br />
425<br />
540<br />
650<br />
870<br />
815<br />
315<br />
425<br />
540<br />
650<br />
ºC<br />
5.3 - CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />
Tensão <strong>de</strong><br />
escoamento<br />
1260<br />
1210<br />
1090<br />
896<br />
1010<br />
658<br />
1460<br />
896<br />
1630<br />
1500<br />
1280<br />
1030<br />
814<br />
670<br />
560<br />
1770<br />
1550<br />
1250<br />
951<br />
758<br />
1020<br />
655<br />
1720<br />
1470<br />
1170<br />
965<br />
Mpa<br />
Tensão <strong>de</strong><br />
ruptura<br />
813<br />
772<br />
676<br />
552<br />
500<br />
380<br />
1280<br />
765<br />
1460<br />
1380<br />
1190<br />
910<br />
703<br />
436<br />
361<br />
1640<br />
1430<br />
1140<br />
834<br />
655<br />
655<br />
417<br />
1590<br />
1360<br />
1080<br />
855<br />
MPa<br />
Alongamento<br />
Tabela 1 (continuação) – Características dos Materiais <strong>para</strong> eixos<br />
10<br />
12<br />
15<br />
21<br />
9<br />
13<br />
9<br />
18<br />
10<br />
11<br />
13<br />
17<br />
22<br />
25<br />
28<br />
%<br />
Redução <strong>de</strong><br />
30<br />
32<br />
37<br />
47<br />
13<br />
21<br />
32<br />
57<br />
41<br />
43<br />
49<br />
57<br />
64<br />
59<br />
56<br />
Área<br />
A <strong>de</strong>terminação das dimensões <strong>de</strong> uma árvore é muito simples quando sujeito somente<br />
a carregamento estático, principalmente se com<strong>para</strong>do a quando se tem carregamento<br />
dinâmico. E mesmo com carregamento dinâmico, muitas vezes é necessário se ter uma boa<br />
noção das dimensões das peças <strong>para</strong> se ter um bom começo dos problemas e por isto faz-se<br />
antes uma analise como se o carregamento fosse estático.<br />
8<br />
9<br />
13<br />
18<br />
22<br />
18<br />
26<br />
10<br />
10<br />
13<br />
19<br />
38<br />
43<br />
49<br />
58<br />
63<br />
47<br />
57<br />
40<br />
44<br />
51<br />
60<br />
%<br />
Dureza<br />
Brinell<br />
375<br />
363<br />
321<br />
269<br />
293<br />
192<br />
415<br />
262<br />
467<br />
435<br />
380<br />
315<br />
245<br />
197<br />
156<br />
510<br />
445<br />
370<br />
285<br />
230<br />
302<br />
197<br />
486<br />
430<br />
360<br />
280<br />
131
5.3.1 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO, TORÇÃO E ESFORÇO AXIAL<br />
As tensões em um ponto na superfície <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> diâmetro (d) sujeita flexão,<br />
torção e carregamento axial são:<br />
32 ∗ M 4 ∗ F<br />
= +<br />
π ∗ d π ∗ d<br />
16 ∗T<br />
τ = (2)<br />
π ∗ d<br />
σ x<br />
(1) 3<br />
2<br />
xy<br />
3<br />
On<strong>de</strong> a componente axial (F) <strong>de</strong> σx po<strong>de</strong> ser positiva ou negativa. Nós observamos que<br />
há três carregamentos. Momento (M), força (F), e torque (T) aparecem na seção contendo o<br />
ponto especifico na superfície.<br />
Usando o circulo <strong>de</strong> Mohr po<strong>de</strong>mos mostrar que as 2 principais tensões não nulas, são:<br />
2 ⎡⎛σ<br />
⎤<br />
x ⎞<br />
2<br />
σ a ∗σ b = σ x ± ⎢⎜<br />
⎟ + ( τ xy ) ⎥<br />
(3)<br />
⎢⎣<br />
⎝ 2 ⎠ ⎥⎦<br />
Estas tensões po<strong>de</strong>m ser combinadas <strong>de</strong> forma a obter a máxima tensão <strong>de</strong><br />
cisalhamento (τmax) e a tensão <strong>de</strong> Von Mises (σ’); dando em:<br />
1<br />
−<br />
2<br />
2<br />
σ a −σ<br />
b<br />
2<br />
τ max = = ( )<br />
2 2 ⎥ ⎥<br />
⎡⎛σ<br />
⎤<br />
x ⎞<br />
⎢⎜<br />
⎟ + τ xy<br />
⎢⎣<br />
⎝ ⎠ ⎦<br />
( ) ( ) 2<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2 2<br />
σ −σ<br />
∗σ<br />
+ σ = σ + 3 τ<br />
1<br />
2<br />
(4)<br />
σ '= a a b b<br />
x ∗ xy (5)<br />
Substituindo as equações (1) e (2) em (4) e (5) teremos:<br />
[ ( ) ( ) ] 2<br />
1<br />
2<br />
2<br />
8∗<br />
M + F ∗ D + 8∗<br />
T<br />
⎛ 2 ⎞<br />
τ max = ⎜ ∗ 3 ⎟<br />
(6)<br />
⎝ π ∗ d ⎠<br />
[ ( ) ] 2<br />
1<br />
2<br />
2<br />
8 ∗ M + F ∗ d + 48 ∗<br />
4<br />
σ '= ∗<br />
T<br />
(7)<br />
3<br />
π ∗ d<br />
Estas equações nos permitem <strong>de</strong>terminar τmax ou σ’ quando o diâmetro(d) é dado ou<br />
<strong>de</strong>terminar o diâmetro quando tivermos posse das tensões.<br />
Se a analise ou <strong>projeto</strong> da árvore for baseada na teoria da máxima tensão <strong>de</strong><br />
cisalhamento, então τmax é:<br />
S Sy S y<br />
τ all = =<br />
(8)<br />
n 2 ∗ n<br />
As equações (6) e (8) são úteis <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> segurança(n), se o<br />
diâmetro for conhecido, ou <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar o diâmetro se o coeficiente <strong>de</strong> segurança for<br />
conhecido.<br />
132
Uma analise similar po<strong>de</strong> ser feita levando em conta a teoria da energia <strong>de</strong> distorção<br />
<strong>para</strong> falhas, on<strong>de</strong> a tensão <strong>de</strong> Von Mises é:<br />
S y<br />
τ 'all<br />
=<br />
(9)<br />
n<br />
5.3.2 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E TORÇÃO<br />
Em varias aplicações, a componente axial (F) das equações (6) e (7) é próxima <strong>de</strong> zero<br />
ou tão pequena em relação às outras que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada. Daí teremos:<br />
1<br />
16<br />
2 2 2<br />
τ max ∗ ( M + T ) (10)<br />
3<br />
=<br />
π ∗ d<br />
1<br />
2<br />
2 ⎤<br />
( 4 ∗ M + 3∗<br />
) 2<br />
⎥⎦<br />
16 ⎡<br />
σ '= ∗ 3<br />
∗<br />
⎢<br />
T (11)<br />
π d ⎣<br />
É mais fácil resolver estas equações <strong>para</strong> se encontrar o diâmetro. Substituindo as<br />
equações (8) e (9) nos temos:<br />
⎡ 32 ∗ n<br />
d = ⎢ ∗ T<br />
⎢⎣<br />
π ∗ S y<br />
2 2 ( M + )<br />
Usando a teoria <strong>de</strong> máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento, se o diâmetro for conhecido,<br />
calcula-se n da seguinte forma:<br />
1<br />
=<br />
π<br />
32<br />
3<br />
n ∗ d ∗ S y<br />
∗<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥⎦<br />
1<br />
3<br />
( ) 2<br />
1<br />
2 2<br />
M + T<br />
Se usarmos como base a teoria <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> distorção, teremos:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
⎡ 16 ∗ n<br />
d = ⎢ ∗<br />
T<br />
⎢⎣<br />
π ∗ S y<br />
1<br />
=<br />
π<br />
16<br />
3<br />
n ∗ d ∗ S y<br />
n = fator <strong>de</strong> segurança. n = 1,5 a 2,0<br />
Sy = limite <strong>de</strong> escoamento do material.<br />
M = momento Máximo no eixo.<br />
T = torque máximo.<br />
2<br />
2<br />
( 4 ∗ M + 3∗<br />
)<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥⎦<br />
1<br />
3<br />
( ) 2<br />
1<br />
2<br />
2<br />
4 ∗ M + 3∗<br />
T<br />
(12)<br />
(13)<br />
(14)<br />
(15)<br />
133
5.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E<br />
TORÇÃO<br />
1. Qual o diâmetro <strong>de</strong> um eixo mostrado na figura 2, feito <strong>de</strong> um aço AISI 1035 laminado<br />
F = 700N<br />
⎧3,<br />
73kW<br />
Motor⎨<br />
⎩n<br />
= 1750rpm<br />
I) Torque:<br />
3<br />
30×<br />
10 . H<br />
T =<br />
π.<br />
n<br />
30×<br />
10 3.<br />
3,<br />
73<br />
T =<br />
π.<br />
1750<br />
T = 20,<br />
35N.<br />
m<br />
II) Momento:<br />
F L 700 0,<br />
3<br />
M = . = .<br />
2 2 2 2<br />
M = 52,<br />
5N.<br />
m<br />
III) Material:<br />
Pela Tabela =><br />
IV) Segurança:<br />
Usar n=2.<br />
V) Diâmetro:<br />
Figura 2 – Engrenagem no eixo.<br />
, on<strong>de</strong> H=> Potência em KW, tem-se:<br />
S y<br />
= 462MPa<br />
134
⎡ 32n<br />
d = ⎢<br />
⎣π<br />
. Sy<br />
2 2 ( M + T )<br />
⎡ 32.<br />
2<br />
d = ⎢<br />
⎣π<br />
. 462×<br />
10<br />
d = 13,<br />
54mm<br />
6<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
1<br />
3<br />
2 2<br />
( 52,<br />
5 + 20,<br />
35 )<br />
1<br />
2<br />
2. Do exercício anterior visto, tem-se:<br />
M = 52,5N.m ⎫<br />
T = 20,35N.m<br />
⎪<br />
⎬d<br />
= 13,<br />
47mm<br />
Sy<br />
= 462MPa<br />
⎪<br />
n = 2 ⎪<br />
⎭<br />
M = 52,5N.m<br />
T = 20,35N.m<br />
S<br />
S<br />
y<br />
u<br />
Se =<br />
= 462MPa<br />
= 551,<br />
5MPa<br />
Ka = 0,78<br />
Kb = 0,85<br />
Kc = 0,923(S<br />
Kd = 1,0<br />
Ke = 1,0<br />
Kf = 1,0<br />
Se = 170,1MPa<br />
u<br />
< 1520MPa)<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
1<br />
3<br />
Se = Ka.Kb.Kc.K d.Ke.Kf.Se '<br />
6<br />
(0,78)(0,85)(0,923)(<br />
1)(1)(1)(0,504<br />
. 551,5×<br />
10<br />
⎧<br />
⎪32.<br />
2<br />
⎡⎛<br />
52,<br />
5<br />
d = ⎨ ⎢<br />
⎪ ⎢<br />
⎜<br />
π 170,<br />
1 10<br />
⎣⎝<br />
×<br />
⎩<br />
d = 18,<br />
50mm<br />
6<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
⎛<br />
+<br />
⎜<br />
⎝<br />
20,<br />
35<br />
6<br />
551,<br />
5×<br />
10<br />
2<br />
⎞ ⎤<br />
⎥<br />
⎟<br />
⎠ ⎥<br />
⎦<br />
5.5 - DIMENSIONANDO EIXOS PELA NORMA ASME<br />
OBSERVAÇÃO: a norma ASME <strong>para</strong> Eixo <strong>de</strong> Transmissão:<br />
- Não consi<strong>de</strong>ra fadiga<br />
- Não consi<strong>de</strong>ra concentração <strong>de</strong> tensão<br />
1<br />
2<br />
⎫<br />
⎪<br />
⎬<br />
⎪<br />
⎭<br />
)<br />
1<br />
3<br />
135
Segundo a norma ASME – as máximas tensões são cisalhantes:<br />
τ = S (16)<br />
τ d = 0,<br />
30.<br />
S yt d 0,<br />
18.<br />
ut<br />
τ d = máxima tensão cisalhante admissível<br />
S = tensão escoamento admissível<br />
yt<br />
S = tensão <strong>de</strong> ruptura admissível<br />
u<br />
As normas prevêem que se as concentrações <strong>de</strong> tensões estiverem presentes <strong>de</strong>vido a<br />
entalhe em chavetas, a tensão máxima admissível <strong>de</strong>ve ser diminuída <strong>de</strong> 25%. A máxima<br />
tensão cisalhante em um eixo submetido à flexão-torção é dada por:<br />
2<br />
⎛σ<br />
a ⎞ 2<br />
τ max = ⎜ ⎟ + τ xy (17)<br />
⎝ 2 ⎠<br />
M M d 32.<br />
M<br />
σ x = . y = . = 4<br />
3<br />
I π.<br />
d 2 π.<br />
d<br />
64<br />
T M d 16.<br />
T<br />
τ x = . y = . = 4<br />
3<br />
I π.<br />
d 2 π.<br />
d<br />
64<br />
logo,<br />
τ<br />
τ<br />
max x<br />
min<br />
σ x<br />
τ xy<br />
=<br />
16<br />
=<br />
π.<br />
d<br />
1 ⎛ 32.<br />
M ⎞ ⎛ 16.<br />
T ⎞<br />
. ⎜ 3 ⎟ + ⎜ 3 ⎟<br />
4 ⎝ π.<br />
d ⎠ ⎝ π.<br />
d ⎠<br />
3<br />
M<br />
2<br />
+ T<br />
=<br />
tensão <strong>de</strong> flexão (psi)<br />
=<br />
tensão <strong>de</strong> torção (psi)<br />
M = momento <strong>de</strong> flexão (lbf.in)<br />
T = momento <strong>de</strong> torção (lbf.in)<br />
d = diâmetro dp eixo (in)<br />
2<br />
2<br />
Segundo o critério da ASME, momento M e T <strong>de</strong>vem ser multiplicados por fatores <strong>de</strong><br />
correção <strong>de</strong>vido a choques e fadiga.<br />
2 2<br />
3 .<br />
16.<br />
T<br />
16.<br />
T<br />
2<br />
2<br />
τ d M + T → d . ( C . M ) ( C T )<br />
3 m + t<br />
=<br />
π.<br />
d<br />
τ = → Fórmula da ASME (19)<br />
π.<br />
d<br />
136
<strong>para</strong> diâmetro <strong>de</strong> eixos baseado na teoria da máxima tensão cisalhante. Fatores Cm e Ct dados<br />
na tabela.<br />
5.6 - EIXOS E ÁRVORES SUJEITOS À FADIGA<br />
Qualquer árvore girante que sofre momento <strong>de</strong> flexão e torção fixas estão sujeitos a uma<br />
inversão, reversão completa da tensão causada pelo giro da árvore, mais a tensão <strong>de</strong><br />
cisalhamento permanecerá a mesma.<br />
on<strong>de</strong>:<br />
32 ∗ M a<br />
16 ∗Tm<br />
σ xa = (20) τ 3<br />
xym = (21)<br />
3<br />
π ∗ d<br />
π ∗ d<br />
σxa = Tensão <strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong> Alternada<br />
τxym = Tensão <strong>de</strong> Cisalhamento Constante<br />
Estas duas tensões po<strong>de</strong>m ser manipuladas usando dois círculos <strong>de</strong> Mohr<br />
Se estivermos usando a teoria <strong>de</strong> máxima tenção <strong>de</strong> cisalhamento, teremos:<br />
σ ∗τ<br />
σ = 2 ∗τ<br />
(23)<br />
a = 2 a (22) m<br />
m<br />
Se estivermos usando a teoria da energia <strong>de</strong> distorção, teremos:<br />
5.6.1 - CRITÉRIO DE FADIGA – GOODMAN<br />
σ = σ (24) σ m = 3 ∗τ<br />
xym (25)<br />
a<br />
xa<br />
Para qualquer eixo carregado com um momento <strong>de</strong> flexão e torção fixos, estará<br />
submetido a uma flexão reversa provocando tensões alternadas e torção estacionária,<br />
provocando tensões médias. Assim tem-se:<br />
32M<br />
a<br />
16Tm<br />
σ ax = τ<br />
3<br />
mxy =<br />
3 (26)<br />
πd<br />
πd<br />
Usando estas expressões e a equação da linha <strong>de</strong> Goodman:<br />
σ a σ m +<br />
S S<br />
e<br />
u<br />
= 1<br />
Po<strong>de</strong>-se obter, após <strong>de</strong>senvolvimento analítico que:<br />
(27)<br />
137
⎧<br />
⎪32n<br />
⎡⎛<br />
M<br />
d = ⎨ ⎢<br />
⎜<br />
⎪ π ⎢<br />
⎩<br />
⎣⎝<br />
Se<br />
a<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
⎛ T<br />
+<br />
⎜<br />
⎝ S<br />
m<br />
u<br />
2<br />
⎞ ⎤<br />
⎟ ⎥<br />
⎠ ⎥⎦<br />
1<br />
2<br />
⎫<br />
⎪<br />
⎬<br />
⎪<br />
⎭<br />
1<br />
3<br />
(28)<br />
5.6.2 – CRITÉRIO DE FADIGA - SODERBERG<br />
Utilizando o teorema da máxima tensão cisalhante:<br />
16.<br />
T<br />
π.<br />
d<br />
32.<br />
M<br />
σ =<br />
π.<br />
d<br />
τ xy = 3 x<br />
3<br />
Para qualquer plano fazendo um ângulo α com o plano horizontal tem:<br />
τ α<br />
τ α<br />
16. T<br />
m = . cos 2.<br />
α → valor médio<br />
3<br />
π.<br />
d<br />
16. M<br />
a = . sen2.<br />
α → (amplitu<strong>de</strong> da componente alternativa)<br />
3<br />
π.<br />
d<br />
Por meio da geometria analítica, tem-se que:<br />
n =<br />
16.<br />
⎛<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎧<br />
⎪16.<br />
n<br />
⎡⎛<br />
d = ⎨ . ⎢⎜<br />
⎪ π ⎢⎜<br />
⎪ ⎣⎝<br />
⎩<br />
T<br />
S<br />
T<br />
S<br />
sy<br />
π.<br />
d<br />
sy<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
2<br />
3<br />
⎛ M<br />
+<br />
⎜<br />
⎝ S se<br />
⎛ M<br />
+<br />
⎜<br />
⎝ S se<br />
Para o critério da máxima tensão cisalhante (usada)<br />
sendo que: S sx = 0,<br />
5.<br />
S x<br />
n = Fator <strong>de</strong> segurança.<br />
S = Tensão <strong>de</strong> escoamento.<br />
y<br />
⎧<br />
⎪32.<br />
n<br />
⎡⎛<br />
d = ⎨ . ⎢⎜<br />
⎪ π ⎢⎜<br />
⎪ ⎣⎝<br />
⎩<br />
S = Limite <strong>de</strong> resistência à fadiga.<br />
e<br />
Para casos mais gerais usar equação:<br />
T<br />
S<br />
y<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
1<br />
3<br />
1<br />
⎫ 2 2<br />
⎞<br />
⎤ ⎪<br />
⎥<br />
⎟ ⎬<br />
⎠ ⎥<br />
⎦ ⎪<br />
⎭<br />
1<br />
3<br />
1<br />
⎫ 2 2<br />
⎛ M ⎞<br />
⎤ ⎪<br />
+ ⎥<br />
⎜<br />
⎟ ⎬<br />
⎝ S e ⎠ ⎥<br />
⎦ ⎪<br />
⎭<br />
(29)<br />
(30)<br />
(31)<br />
138
on<strong>de</strong>:<br />
⎧<br />
⎪32.<br />
n<br />
⎡<br />
⎛ T<br />
d = ⎨ . ⎢<br />
⎪ ⎢<br />
⎜<br />
π<br />
⎪ ⎣<br />
⎝ S<br />
⎩<br />
T = Torque (amplitu<strong>de</strong>)<br />
a<br />
T = Torque médio<br />
m<br />
M = Momento (amplitu<strong>de</strong>)<br />
a<br />
M = Momento médio<br />
am<br />
a<br />
e<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
⎛<br />
⎜<br />
M<br />
+<br />
⎜<br />
⎝ S<br />
m<br />
y<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
⎛ M<br />
+<br />
⎜<br />
⎝ S<br />
e<br />
a<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
2<br />
⎛<br />
⎜<br />
M<br />
+<br />
⎜<br />
⎝ S<br />
am<br />
y<br />
1<br />
3<br />
1<br />
2 ⎫<br />
2<br />
⎞ ⎤ ⎪<br />
⎟ ⎥<br />
⎟ ⎬<br />
⎠ ⎥<br />
⎦ ⎪<br />
⎭<br />
5.7 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CRITÉRIO DE FADIGA POR SODERBERG<br />
(32)<br />
1. Um eixo usinado é fabricado <strong>de</strong> um aço com Su = 550 MPa. Calcular n.<br />
Dado: T = 6,0 KN<br />
175.<br />
F 325.<br />
F<br />
R 1 = → R 1 =<br />
500 500<br />
σ = tensão alternada<br />
a<br />
σ max − σ min<br />
σ a =<br />
= σ max<br />
2<br />
Se<br />
n =<br />
σ<br />
σ<br />
a<br />
=<br />
a<br />
M<br />
I<br />
c<br />
= 100Mpa<br />
175.<br />
F<br />
M = R1<br />
. L = . 200 = 420KN.<br />
m<br />
500<br />
4<br />
3<br />
π.<br />
d<br />
I π.<br />
d<br />
I = on<strong>de</strong>: = e<br />
64<br />
c 32<br />
σ<br />
a<br />
e<br />
=<br />
K F<br />
a<br />
.<br />
M<br />
I<br />
c<br />
S K . K . K . K . K . S<br />
= ´<br />
b<br />
S e´<br />
0,<br />
504.<br />
S =<br />
u<br />
c<br />
d<br />
e<br />
e<br />
d<br />
c =<br />
2<br />
139
a<br />
b<br />
u<br />
K = a.<br />
S → a = 4,51 e b = -0,265<br />
K a<br />
K b<br />
K<br />
K<br />
c<br />
=<br />
4,<br />
51.<br />
550<br />
⎛ d ⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
⎝ 7,<br />
62 ⎠<br />
= K d<br />
=<br />
1<br />
e<br />
K f<br />
= 1<br />
−<br />
−0,<br />
1133<br />
0,<br />
265<br />
=<br />
r<br />
K f = = 0,<br />
0857<br />
d<br />
K f<br />
t<br />
=<br />
0,<br />
841<br />
0,<br />
847<br />
( K −1)<br />
) = 1,<br />
58 → 0,<br />
80<br />
= 1 + q.<br />
q =<br />
1<br />
logo, K e = = 0,<br />
633<br />
1,<br />
58<br />
logo,<br />
S e<br />
= 124,<br />
4MPa<br />
Se<br />
124 , 4<br />
n = = =<br />
σ 99,<br />
08<br />
a<br />
1,<br />
25<br />
D<br />
→ K t = 1,<br />
72 → = 1,<br />
428<br />
d<br />
2. A transmissão representada na figura é movida por um motor elétrico, assíncrono, <strong>de</strong><br />
indução, trifásico, com potência P= 3,7 kW e rotação n= 1140 rpm. Dimensionar o<br />
diâmetro da árvore 2, sabendo-se que a árvore é maciça e o material utilizado possui Su<br />
= 700 Mpa, Sy = 630 Mpa e o fator <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> é 1,8, com as engrenagens enchavetadas<br />
no eixo (adotar Kf= 2,8). As engrenagens são cilíndricas (ECDR) e possuem as<br />
seguintes características geométricas:<br />
Z1= 23; Z2=49; Z3=28 e Z4= 47 m= 2,5 mm e ângulo <strong>de</strong> pressão 20º.<br />
140
Calculemos o torque na árvore 1<br />
M T 2<br />
3000 P Z 2<br />
= . .<br />
π n Z<br />
A potência do motor - P = 3700 W<br />
Portanto<br />
1<br />
Figura 3 - Exercício resolvido 1.<br />
3000 3700 49<br />
M T = . . → M 2<br />
T 66.<br />
030N.<br />
mm<br />
2<br />
π 1140 23<br />
=<br />
Esforços na transmissão:<br />
Força tangencial (FT)<br />
Força tangencial (no primeiro par)<br />
Diâmetro primitivo<br />
2.<br />
M<br />
FT<br />
d<br />
=<br />
02<br />
T2<br />
d = m Z = 2,<br />
5.<br />
49 → d0 122,<br />
5mm<br />
=<br />
0 2<br />
. 2<br />
2x66030<br />
FT = → FT = 1.<br />
078N<br />
122,<br />
5<br />
Diâmetro primitivo:<br />
d = m Z = 2,<br />
5.<br />
28 → d0 70mm<br />
=<br />
0 3<br />
. 3<br />
2x66030<br />
FT = → FT = 1.<br />
887N<br />
70<br />
Força radial no primeiro par<br />
FR FT<br />
.tg 20º<br />
=<br />
FR = 1078. tg20º<br />
→ =<br />
392N<br />
2<br />
3<br />
F R<br />
141
Força radial no segundo par<br />
FR FT<br />
.tg 20º<br />
=<br />
FR = 1887. tg20º<br />
→ = 687N<br />
Momento fletor<br />
Plano vertical<br />
F R<br />
Figura 4 – Forças cisalhantes, diagrama <strong>de</strong><br />
momento fletor no plano vertical<br />
M<br />
max<br />
= RAV<br />
. 500 − 392.<br />
400<br />
M max 63.<br />
700N.<br />
mm<br />
=<br />
ΣM<br />
A<br />
600.<br />
R<br />
RBV ΣF<br />
R<br />
y<br />
AV<br />
RAV = 0<br />
BV<br />
=<br />
= 638N<br />
= 0<br />
+ R<br />
BV<br />
= 441N<br />
687.<br />
500<br />
+<br />
= 392 + 687<br />
392.<br />
100<br />
142
Plano Horizontal<br />
Figura 5 – Forças cisalhantes, diagrama <strong>de</strong><br />
momento fletor no plano horizontal<br />
ΣM<br />
A<br />
600.<br />
R<br />
RB H<br />
ΣF<br />
R<br />
y<br />
A H<br />
RA H<br />
= 0<br />
B H<br />
= 1078.<br />
100 −1887.<br />
500<br />
= −1393N<br />
= 0<br />
+ R<br />
BH<br />
= 584<br />
Cálculo do diâmetro consi<strong>de</strong>rando cargas estáticas<br />
TMTC<br />
d<br />
⎡ 32.<br />
n<br />
⎢ .(<br />
⎣π<br />
. Sy<br />
2 2<br />
= M + T<br />
)<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
1<br />
3<br />
= 1087 −1887<br />
N<br />
M M M + =<br />
M<br />
2 2<br />
max H V<br />
max<br />
=<br />
2<br />
63700 +<br />
M max 153.<br />
174N.<br />
mm<br />
=<br />
d<br />
⎡32.<br />
1,<br />
8<br />
2<br />
.( 153174<br />
1<br />
1 ⎤ 3<br />
2 2 66030 ) → d = 16,<br />
95mm<br />
= ⎢<br />
⎣π<br />
. 630<br />
TED<br />
d<br />
⎡16.<br />
n<br />
⎢<br />
⎣π<br />
. Sy<br />
+<br />
2 2<br />
= .( 4.<br />
M + 3.<br />
T<br />
)<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
1<br />
3<br />
⎥<br />
⎦<br />
→ d = 16,<br />
99mm<br />
Cálculo do diâmetro consi<strong>de</strong>rando carregamento dinâmico<br />
'<br />
S = 0,<br />
504.<br />
S<br />
e<br />
u<br />
'<br />
S 0,<br />
504.<br />
700 → =<br />
352,<br />
8Mpa<br />
' =<br />
e<br />
S e<br />
139300<br />
2<br />
143
a<br />
b<br />
u<br />
K = a.<br />
S → a = 4,51 e b = -0,265<br />
K a<br />
K b<br />
K b<br />
K<br />
K<br />
c<br />
=<br />
4,<br />
51.<br />
700<br />
⎛ d ⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
⎝ 7,<br />
62 ⎠<br />
⎛16,<br />
93⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
⎝ 7,<br />
62 ⎠<br />
= K d<br />
=<br />
1<br />
e<br />
K f<br />
= 1<br />
−<br />
−0,<br />
1133<br />
−0,<br />
1133<br />
0,<br />
265<br />
=<br />
=<br />
0,<br />
91<br />
0,<br />
784<br />
K = 2,<br />
8 → K = 0,<br />
357<br />
f<br />
'<br />
S e = Ka<br />
. Kb.<br />
Kc.<br />
Kd<br />
. Ke.<br />
Se<br />
Se = 0, 784x0,<br />
91x1x1x<br />
0,<br />
357x352,<br />
8<br />
Cálculo do diâmetro pelo critério <strong>de</strong> Goodman<br />
1<br />
⎧<br />
2<br />
2 ⎫<br />
2<br />
⎪32.<br />
n ⎡⎛<br />
Ma ⎞ ⎛ Tm ⎞ ⎤ ⎪<br />
d = ⎨ . ⎢⎜<br />
⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ ⎬<br />
⎪ π ⎢⎣<br />
⎝ Se ⎠ ⎝ Su ⎠ ⎥⎦<br />
⎪<br />
⎩<br />
⎭<br />
e<br />
1<br />
3<br />
1<br />
⎧<br />
2<br />
⎫ 2 2<br />
⎪32.<br />
1,<br />
8 ⎡⎛155215,<br />
3 ⎞ ⎛ 66030 ⎞ ⎤ ⎪<br />
d = ⎨ . ⎢⎜<br />
⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ ⎬ → d = 32,<br />
15mm<br />
⎪ π ⎢⎣<br />
⎝ 84,<br />
86 ⎠ ⎝ 700 ⎠ ⎥⎦<br />
⎪<br />
⎩<br />
⎭<br />
5.8 – CHAVETAS / PINOS<br />
1<br />
3<br />
Chavetas e pinos são dispositivos mecânicos usados <strong>para</strong> fixar no eixo, engrenagens,<br />
polias e outros elementos <strong>de</strong> tal forma que o torque possa ser transmitido através <strong>de</strong>le. Os<br />
pinos são usados com duplo propósito, o <strong>de</strong> transmitir o torque e evitar <strong>de</strong>slocamento axial do<br />
componente montado no eixo. A figura abaixo ilustra estes dispositivos.<br />
144
5.9 - UNIÃO DE EIXOS COM CUBOS<br />
Figura 6 – Chavetas e Pinos.<br />
O cubo é a parte centra do elemento (polia, engrenagem, etc.) on<strong>de</strong> é realizado um<br />
rasgo <strong>para</strong> a fixação da chaveta.<br />
Figura 7 – União <strong>de</strong> eixos com chavetas cúbicas.<br />
A chaveta é uma peça que vai ocupar o rasgo no eixo e no cubo, simultaneamente,<br />
fazendo a união dos mesmos.<br />
Os principais tipos <strong>de</strong> chavetas, as mais usadas são <strong>de</strong>finidas por normas (padrões).<br />
Estas chavetas são do tipo:<br />
• Chaveta meia-lua (woodruff)<br />
• Chaveta plana.<br />
• Chaveta inclinada.<br />
A figura 8 mostra estas chavetas e a geometria, bem como a forma <strong>de</strong> usinagem do<br />
rasgo. Observar que os rasgos das chavetas meia-lua são usinados com fresa circular as<br />
chavetas planas e inclinadas com fresa circular e <strong>de</strong> topo.<br />
145
Para exemplificar os padrões <strong>de</strong> chavetas tem-se:<br />
• Uniões por adaptação <strong>de</strong> forma.<br />
• Uniões por adaptação <strong>de</strong> forma com pretensão.<br />
• Uniões por atrito.<br />
• Chaveta meia-lua.<br />
• Chavetas planas e inclinadas.<br />
5.10 - DIMENSIONAMENTO DE CHAVETAS<br />
Figura 8 – Tipos <strong>de</strong> Chavetas<br />
Como já foi visto anteriormente, as chavetas são tabeladas quanto a sua secção.O<br />
dimensionamento da chaveta consiste em <strong>de</strong>terminar o seu comprimento mínimo (L), como é o<br />
caso das chavetas planas e inclinadas (as mais usadas).<br />
146
Figura 9 – Dimensionamento das chavetas.<br />
As tensões que atuam nas chavetas são <strong>de</strong>terminadas da seguinte forma:<br />
Figura 10 – Tensões atuantes nas chavetas.<br />
Quando a chaveta acopla (une) um eixo e uma polia, a transmissão <strong>de</strong> potencia do eixo<br />
<strong>para</strong> a polia, força a chaveta <strong>de</strong> forma inclinada. Esta força (F) ten<strong>de</strong> a cisalhar (rasgar) a seção<br />
AA’ da chaveta. Logo:<br />
F F<br />
= =<br />
A t.<br />
L<br />
τ Mo<strong>de</strong>lo Matemático (33)<br />
Com<strong>para</strong>ndo com o limite <strong>de</strong> resistência cisalhante ao escoamento (Ssy) e <strong>para</strong> um fator<br />
<strong>de</strong> segurança n, tem-se:<br />
Ssy F Ssy<br />
= ⇔ =<br />
n t.<br />
L n<br />
τ (34)<br />
5.11 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – CHAVETAS<br />
1. Um eixo <strong>de</strong> aço AISI 1018 (ABNT) trefilado a frio tem Ssy = 185MPa. Uma chaveta<br />
quadrada <strong>de</strong>ve ser usada <strong>para</strong> acoplar um eixo <strong>de</strong> d = 40mm e uma engrenagem, que<br />
transmitirão 22,38KW a uma rotação <strong>de</strong> 1100rpm. Usar fator <strong>de</strong> segurança n = 3,0.<br />
147
T<br />
F =<br />
d => Força na chaveta<br />
2<br />
d 40<br />
R = = ⇒ R = 20mm<br />
2 2<br />
3<br />
30×<br />
10 . H<br />
Como: T = , on<strong>de</strong> H=> Potência em KW, tem-se<br />
π.<br />
n<br />
3<br />
30×<br />
10 . 22,<br />
38<br />
T =<br />
⇒ T = 194,<br />
2N.<br />
m<br />
π.<br />
1100<br />
Logo:<br />
194,<br />
2<br />
F = ⇒ F = 9713N<br />
− 3<br />
20×<br />
10<br />
Para a chaveta, temos:<br />
F Ssy<br />
=<br />
t.<br />
L n<br />
F n<br />
L = .<br />
t.<br />
S<br />
sy<br />
9713 3<br />
L = .<br />
0,<br />
008 185×<br />
10<br />
L = 19,<br />
7mm<br />
6<br />
Figura 11 – aplicação <strong>de</strong> chaveta.<br />
Observar que, o comprimento mínimo é L = 19,7mm como a geometria do cubo é<br />
maior do que o diâmetro do eixo, e como as chavetas têm o comprimento do cubo,<br />
po<strong>de</strong>-se dizer que o comprimento da chaveta a ser usada é:<br />
L ≥<br />
40mm<br />
148
5.12 - VIBRAÇÃO DE EIXOS<br />
A figura 12 mostra um rotor consistindo <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> disco <strong>de</strong> massa M montado em<br />
um eixo, na meta<strong>de</strong> da distância entre os mancais. A massa do eixo será consi<strong>de</strong>rada<br />
<strong>de</strong>sprezível com<strong>para</strong>da com M. Mesmo com um balanceamento <strong>de</strong> alto grau <strong>de</strong> precisão, há<br />
contudo uma pequena excentricida<strong>de</strong> e do centro <strong>de</strong> massa g do disco, em relação ao eixo <strong>de</strong><br />
rotação. Por causa da excentricida<strong>de</strong>, a força centrífuga ocasionada pela rotação do eixo faz<br />
com que este sofra uma <strong>de</strong>flexão r. Visto pela extremida<strong>de</strong> do eixo como na figura 12, o centro<br />
O do disco parece estar girando em torno do eixo <strong>de</strong> rotação sobre uma circunferência <strong>de</strong> raio r.<br />
A força <strong>de</strong> inércia causada por este movimento forçado é Fo = M(r + e) w 2 . Devido à <strong>de</strong>flexão do<br />
eixo, consi<strong>de</strong>rado como uma mola, a resistência à força <strong>de</strong> inércia é kr, sendo k a constante <strong>de</strong><br />
mola do eixo na flexão. O sentido da aceleração do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> g é conhecido neste<br />
caso, <strong>de</strong> modo que se po<strong>de</strong> mostrar o vetor MA como uma força <strong>de</strong> inércia Fo (como na figura<br />
12). Po<strong>de</strong>-se então escrever a equação do equilíbrio estático:<br />
∑<br />
F = 0<br />
M r e w k r<br />
2<br />
( + ) − = 0<br />
(35)<br />
Figura 12 - Rotor com disco<br />
149
Para se <strong>de</strong>terminar o raio r, po<strong>de</strong>-se apresentar a equação (35) da seguinte forma:<br />
r<br />
=<br />
2<br />
ew<br />
k − w<br />
M<br />
( )<br />
Quando a velocida<strong>de</strong> ω do eixo for igual a<br />
2<br />
(36)<br />
k / M , o <strong>de</strong>nominador da equação (36) se<br />
anulará e r atingirá valores intoleravelmente gran<strong>de</strong>s. A rotação do eixo assim <strong>de</strong>fletido parece<br />
com uma viga em vibração quando visto do lado on<strong>de</strong> somente po<strong>de</strong>-se observar a projeção do<br />
movimento. Portanto, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar<br />
k / M do eixo rotativo como a freqüência circular<br />
natural ωn da viga quando levada a vibrar naturalmente no seu primeiro modo <strong>de</strong> vibração.<br />
Po<strong>de</strong>-se escrever a equação (36), na forma adimensional:<br />
2<br />
r ( w / wn<br />
)<br />
=<br />
e 1 − ( w / w )<br />
n<br />
A representação gráfica da equação (37) e indica a condição crítica <strong>de</strong> rotação, quando<br />
ω for igual a ω n =<br />
2<br />
(37)<br />
k / M , <strong>de</strong>vido às amplitu<strong>de</strong>s muito gran<strong>de</strong>s da vibração do eixo. Na<br />
condição crítica, chama-se ω <strong>de</strong> ωc e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação do eixo em rotações por minuto<br />
será<br />
on<strong>de</strong> ω n =<br />
60 60<br />
nc = wc = wn<br />
2π 2π<br />
(38)<br />
k / M normalmente é expresso em rad/s. Assim,<br />
60 60 k k kg k k<br />
nc = wn<br />
= = 9,55 = 9,55 = 29,9 30 ≅<br />
2π 2π<br />
M M P P P<br />
na qual nc è a velocida<strong>de</strong> crítica em rotação por minuto, k está em Newtons por metro e M. em<br />
quilogramas. Po<strong>de</strong>-se calcular a constante k da mola através da <strong>de</strong>flexão estática δest do eixo<br />
<strong>de</strong>vido ao peso do rotor. Assim, k = Mg/δest e quando substituído na equação (39), a velocida<strong>de</strong><br />
crítica será expressa pela seguinte equação:<br />
n<br />
c<br />
= 30<br />
1<br />
δ<br />
est<br />
Segundo os livros-texto <strong>de</strong> resistência dos materiais, po<strong>de</strong>-se calcular a <strong>de</strong>flexão<br />
estática <strong>de</strong> uma carga P atuando no centro <strong>de</strong> uma viga uniforme bi-apoiada, como δest = Pl 3 /48<br />
EIA. Assim, a velocida<strong>de</strong> crítica <strong>de</strong> um eixo com uma massa M situado no meio da viga, po<strong>de</strong><br />
ser calculada em termos das dimensões do eixo (l é o comprimento do eixo, entre apoios, IA é o<br />
(40)<br />
(39)<br />
150
momento <strong>de</strong> inércia da área da seção reta do eixo, igual a πd 4 /64, d é o diâmetro do eixo) e do<br />
módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> E do material do eixo.<br />
n<br />
c<br />
= 46<br />
Ed<br />
Pl<br />
4<br />
3<br />
Assim, <strong>de</strong> acordo com a equação (41), po<strong>de</strong>-se alterar o material e as dimensões do<br />
eixo, assim como o peso da massa Af, <strong>de</strong> modo que a velocida<strong>de</strong> crítica nc seja superior ou<br />
inferior à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> n na qual <strong>de</strong>seja-se operar. Caso n/nc for menor do que 0,707<br />
ou maior do que 1,414, r será menor do que o dobro da excentricida<strong>de</strong> e. Por exemplo, se a<br />
(41)<br />
excentricida<strong>de</strong> e for 0,025 mm, r será 0,050 mm quando n/nc = 2 .<br />
É interessante observar que em velocida<strong>de</strong>s muito acima da crítica (ω/ωn>>1,0), o valor<br />
<strong>de</strong> r/e = -1 e r = - e, indicando que o centro <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> M estará no eixo <strong>de</strong> rotação. Neste<br />
caso a massa não estará oscilando, porém o eixo oscilará em torno do centro <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> M.<br />
Até agora, consi<strong>de</strong>rou-se <strong>de</strong>sprezível a massa do eixo. No caso da massa do eixo ser<br />
gran<strong>de</strong> bastante <strong>para</strong> não ser <strong>de</strong>sprezada, e o eixo ter diâmetro uniforme, <strong>de</strong>ve-se somar à<br />
massa M 50 por cento da massa m do eixo, <strong>para</strong> se <strong>de</strong>terminar à freqüência circular natural.<br />
w<br />
n<br />
=<br />
k<br />
( M + 0,5 m)<br />
Conforme mostra a figura 12, supõe-se que os mancais do eixo sejam rígidos. Em certos<br />
casos, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os mancais como elasticamente apoiados, e neste caso o δest da<br />
equação (40) <strong>de</strong>ve incluir a <strong>de</strong>flexão estática dos apoios assim como a <strong>de</strong>flexão do eixo.<br />
Entretanto, aplica-se a equação (40) somente quando a flexibilida<strong>de</strong> dos apoios for a mesma<br />
<strong>para</strong> todas as posições angulares do rotor.<br />
(42)<br />
5.13 - FREQÜÊNCIA NATURAL E VELOCIDADE CRÍTICA<br />
Po<strong>de</strong>-se ter uma varieda<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> configurações <strong>de</strong> rotores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam<br />
usadas diversas massas e diversos apoios, assim como eixos <strong>de</strong> diâmetros variáveis. Embora<br />
as curvas do fator <strong>de</strong> amplificação sejam difíceis <strong>de</strong> serem obtidas matematicamente, as<br />
velocida<strong>de</strong>s críticas dos eixos são <strong>de</strong>terminadas com relativa facilida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> cálculos <strong>de</strong><br />
freqüência natural. No próximo item, serão apresentados diversos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da<br />
velocida<strong>de</strong> crítica a partir da freqüência natural.<br />
151
5.14 - FREQÜÊNCIA NATURAL DE EIXOS COM DIVERSAS MASSAS<br />
Em um eixo rotativo com diversas massas conforme mostra a figura 13a, po<strong>de</strong>-se<br />
<strong>de</strong>terminar a freqüência circular natural ωn do eixo que, sem girar, vibra livremente, sem<br />
amortecimento, após uma <strong>de</strong>flexão inicial no primeiro modo <strong>de</strong> vibração.<br />
Po<strong>de</strong>-se aplicar o método <strong>de</strong> Rayleigh neste caso. Consi<strong>de</strong>rando que o sistema<br />
vibratório é conservativo, a soma da energia potencial e da cinética é constante em qualquer<br />
fase da vibração. Duas <strong>de</strong>stas fases analisam-se facilmente. Na fase em que todas as massas<br />
estão simultaneamente nos máximos <strong>de</strong>slocamentos Y, a energia armazenada elasticamente<br />
no eixo é igual è energia potencial ∑ FY/2. Nesta fase a energia cinética é zero porque todos os<br />
pontos do sistema estão momentaneamente com velocida<strong>de</strong> zero. Assim, a energia potencial é<br />
FY F Y FnYn 2 2 2<br />
1 1 2 2 EP = + + ... +<br />
As forcas F são as necessárias <strong>para</strong> a <strong>de</strong>flexão do eixo, como se fosse uma mola, ate<br />
ficar com a conformação mostrada nesta fase. O produto forca-<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>termina energia<br />
potencial. Entretanto, como a forca e diretamente proporcional ao <strong>de</strong>slocamento, a forca media<br />
que atua durante o <strong>de</strong>slocamento Y e F/2.<br />
Durante a vibração, o eixo passa pela fase <strong>de</strong> repouso (não <strong>de</strong>formada) na qual a<br />
energia potencial e zero, mas a energia cinética e máxima porque as velocida<strong>de</strong>s das massas<br />
são máximas. Consi<strong>de</strong>rando que as massas tem movimento harmônico simples, as velocida<strong>de</strong>s<br />
são V = Yωn e as energias cinéticas são MV 2 /2 = M(Yωn) 2 /2. Assim, a energia cinética do<br />
sistema é<br />
2 2<br />
wn 2 2 2 wn<br />
2 2 2<br />
EC = ⎡M 1Y1 M 2Y2 ... M nYn PY 1 1 P2Y2 ... PnYn 2 ⎣ + + + ⎤<br />
⎦ = ⎡ + + + ⎤<br />
2g<br />
⎣ ⎦<br />
(44)<br />
(a) Flexão dinâmica<br />
(43)<br />
152
d1<br />
W1<br />
d2<br />
W2<br />
(b) Flexão estática<br />
Figura 13 – Flexão<br />
Igualando-se os membros da direita das equações (43) e (44), po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>ter-minar a<br />
freqüência circular natural ωn. Entretanto, as forças F e os <strong>de</strong>slocamentos Y não são<br />
conhecidos, mas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminados consi<strong>de</strong>rando-se a forma do eixo <strong>de</strong>fletido<br />
estaticamente sob a ação dos pesos conforme indica a figura 13b. Consi<strong>de</strong>rando que os<br />
<strong>de</strong>slocamentos Y da vibração são proporcionais as <strong>de</strong>flexões δ da <strong>de</strong>formação estática, então<br />
Y1 Y2<br />
Yn<br />
= = ... =<br />
δ δ δ<br />
1 2<br />
Como as formas <strong>para</strong> <strong>de</strong>fletirem uma mola são proporcionais as <strong>de</strong>flexões então<br />
1 1 2 2<br />
n<br />
n n<br />
d3<br />
F1 Y1 F2 Y2<br />
Fn Yn<br />
= , = , =<br />
P δ P δ P δ<br />
Igualando as expressões da energia potencial e da cinética dadas pelas equações (43) e<br />
(44) e usando as equações (45) e (46) <strong>para</strong> a eliminação <strong>de</strong> F e Y, a equação resultante que da<br />
a freqüência circular natural é<br />
[ Pδ + Pδ + ... + Pδ<br />
]<br />
2<br />
1 1 2 2<br />
n n<br />
wn g<br />
2 2 2<br />
P1δ 1 + P2δ 2 + ... + Pnδ<br />
n<br />
=<br />
⎡<br />
⎣<br />
⎤<br />
⎦<br />
Pδ<br />
w = g ∑<br />
2<br />
n<br />
2<br />
∑ Pδ<br />
(47)<br />
e a velocida<strong>de</strong> critica po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> nc = 60 ωn /2π.<br />
A equação <strong>de</strong> Rayleigh equação (47) e uma expressão simples e altamente útil <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>terminar a freqüência natural fundamental <strong>de</strong> muitos tipos <strong>de</strong> rotores. A <strong>de</strong>terminação da<br />
<strong>de</strong>flexão estática constitui a maior parte do esforço necessário na execução dos cálculos<br />
conforme está ilustrado nos exemplos seguintes. As fórmulas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> vigas, <strong>para</strong><br />
inúmeros casos, estão disponíveis em livros texto <strong>de</strong> resistência dos materiais e em manuais.<br />
Po<strong>de</strong>-se aplicar o método da área do diagrama <strong>de</strong> momento fletor e outros em casos gerais.<br />
Dispõe também <strong>de</strong> métodos gráficos, conforme ilustrado no item seguinte, <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação<br />
W3<br />
(45)<br />
(46)<br />
das <strong>de</strong>flexões estáticas <strong>de</strong> rotores com eixos <strong>de</strong> diâmetros variáveis.<br />
153
Para inclusão da massa do eixo nos cálculos, <strong>de</strong>ve-se dividi-lo em diversos<br />
comprimentos, cada um tratado como se fosse uma massa adicional.<br />
A equação (47) não e estritamente uma avaliação exata da freqüência natural porque a<br />
curva das <strong>de</strong>flexões estáticas não e proporcional exatamente a curva <strong>de</strong>flexões dinâmicas,<br />
como foi consi<strong>de</strong>rado. Entretanto, o resultado obtido equação e somente um ou dois por cento<br />
superior a freqüência natural funda verda<strong>de</strong>ira. Consi<strong>de</strong>rando que outros fatores tais como<br />
efeitos giroscópicos durante a oscilação, ajustagens forçadas <strong>de</strong> discos no eixo, e chavetas<br />
alteram raramente a velocida<strong>de</strong> critica, a equação (47) produz uma resposta aceitável. A<br />
<strong>de</strong>flexão dos apoios po<strong>de</strong> ter uma influencia maior sobre as velocida<strong>de</strong>s críticas e <strong>de</strong>vem ser<br />
acrescidas as <strong>de</strong>flexões do eixo, na equação (47).<br />
A freqüência natural dada pela equação (47) é a fundamental, ou a mais baixa<br />
freqüência do sistema <strong>de</strong> massas. É <strong>de</strong>sejável, portanto, se possível projetarem-se as<br />
dimensões <strong>de</strong> um, eixo <strong>de</strong> tal modo que a velocida<strong>de</strong> crítica mais baixa seja superior à<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>. Entretanto, nem sempre isso é possível. Em turbinas <strong>de</strong> alta rotação, a<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação po<strong>de</strong> estar entre duas velocida<strong>de</strong>s críticas <strong>de</strong> modo que o eixo não<br />
necessita tornar-se excessivamente pesado. Neste caso, é necessária a passagem pela<br />
velocida<strong>de</strong> crítica mais baixa, o que po<strong>de</strong> ser perigoso. Entretanto, se o rotor estiver<br />
cuidadosamente balanceado e a primeira velocida<strong>de</strong> crítica for baixa, as forças perturbadoras<br />
serão pequenas nas regiões perto da crítica. Também, a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> vibração à velocida<strong>de</strong><br />
crítica aumenta a níveis perigosos somente se for permitido um tempo <strong>para</strong> a amplitu<strong>de</strong> crescer;<br />
portanto, acelerando-se na passagem pela velocida<strong>de</strong> crítica, po<strong>de</strong>-se manter as amplitu<strong>de</strong>s em<br />
intensida<strong>de</strong>s aceitáveis. O amortecimento natural do material do eixo, embora pequeno,<br />
também ten<strong>de</strong> a reduzir as amplitu<strong>de</strong>s. Muitas <strong>máquinas</strong> bem sucedidas foram projetadas <strong>para</strong><br />
funcionar entre velocida<strong>de</strong>s críticas.<br />
Quando o eixo se esten<strong>de</strong> <strong>para</strong> fora dos mancais como na figura 12a, <strong>de</strong>ve-se inverter<br />
os sentidos dos pesos como indica a figura 12b na <strong>de</strong>terminação das <strong>de</strong>flexões estáticas <strong>para</strong><br />
emprego na equação (47). Deve-se notar que se simula <strong>de</strong>ssa maneira a curva da <strong>de</strong>flexão<br />
dinâmica <strong>de</strong> meia-onda, <strong>para</strong> obtenção da freqüência natural mais baixa.<br />
154
Figura 14 – Freqüência natural da estrutura<br />
5.15 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VIBRAÇÕES EM EIXOS<br />
1. Um rotor <strong>de</strong> compressor <strong>de</strong> 25 kg e um rotor <strong>de</strong> turbina, <strong>de</strong> 15 kg, são montadas em um<br />
eixo <strong>de</strong> aço conforme mostra a figura 13a. O eixo <strong>de</strong>ve operar à velocida<strong>de</strong> prevista <strong>de</strong><br />
10.000 rpm. Empregando a equação <strong>de</strong> Rayleigh (47) <strong>de</strong>termine o diâmetro do eixo<br />
mais leve que possa ser usado <strong>para</strong> que tenha uma velocida<strong>de</strong> critica fundamental <strong>de</strong><br />
12.000 rpm, com uma margem <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 2.000 rpm.<br />
(b)<br />
(a)<br />
155
Figura 15 – Aplicação <strong>de</strong> vibrações em um eixo<br />
Conforme a figura 15b mostra, inverte-se a carga P2 a fim <strong>de</strong> se obter uma curva <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>flexão com o formato do uma meia-onda simples. As figuras 15c e 15d mostram a<br />
forma da viga <strong>de</strong>formada sob a ação <strong>de</strong> cada carga atuando in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente,<br />
conduzindo assim a dois casos cujas fórmulas <strong>de</strong>flexão estática mostradas a seguir<br />
encontra-se em livros-texto <strong>de</strong> resistência dos materiais. Pelo método da superposição,<br />
po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar as <strong>de</strong>flexões δ1 e δ2:<br />
3 2<br />
Pl 1 P2l a<br />
δ1 = δ ′<br />
1 + δ ′′<br />
1 = + =<br />
48EI 16EI<br />
A A<br />
⎡ ⎤<br />
= ⎢ + ⎥ =<br />
EI ⎣ 48 16 ⎦ EI<br />
3 2<br />
1 25× 0,50 15× 0,50 × 0,25 0,12369<br />
A A<br />
2 2<br />
Pl 1 a P2 a ( l + a)<br />
0,322<br />
δ2 = δ ′<br />
2 + δ ′′<br />
2 = + =<br />
16EI 3EI<br />
EI<br />
Usando-se a equação (47),<br />
A A A<br />
(d)<br />
(a)<br />
(b)<br />
(c)<br />
156
2 ⎡ P1δ 1 + P2δ<br />
⎤ 2 ⎡ 25× 0,12369 + 15× 0,332 ⎤<br />
wn = g ⎢ gEI<br />
2 2 ⎥ = A<br />
2 2<br />
P1δ 1 + P2δ<br />
⎢<br />
2 25× 0,12369 + 15× 0,332<br />
⎥<br />
⎣ ⎦ ⎣ ⎦<br />
Para g= 9,81m/s² e E= 2,1 x 10 10 kg/m²<br />
w = 81,678 × 10 I<br />
2 10<br />
n A<br />
I = 0,012243 × 10 w<br />
−10<br />
2<br />
A n<br />
Para nc= 12.000 rpm<br />
w<br />
n<br />
2π<br />
nc<br />
= = 1260 rad/s<br />
60<br />
Portanto, o momento <strong>de</strong> inércia necessário do eixo é:<br />
I A<br />
= 0,012243 × 10 × 1260<br />
Como IA= πd 4 /64,<br />
−10<br />
2<br />
64<br />
d = I = 395973, 4762 × 10<br />
π<br />
4 -10<br />
A<br />
d = 0,0793 m = 79,9 mm<br />
Deve-se usar um diâmetro <strong>de</strong> 80mm.<br />
2. Os apoios do rotor do exemplo 1, figura 15a, foram consi<strong>de</strong>rados como rígidos.<br />
Determine a velocida<strong>de</strong> crítica do rotor do exemplo 1 se cada um dos apoios sofrer uma<br />
<strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> 0,14/EIA sob um carregamento estático. Use IA = 1,84 x 10 -6 m 4 e E = 2,1 x<br />
10 10 kg/m 2 .<br />
Devido à flexibilida<strong>de</strong> dos apoios, as cargas Pl e P2 terão uma <strong>de</strong>flexão adicional.<br />
Conforme indica a figura 16, sob o carregamento, o apoio da esquerda <strong>de</strong>sloca-se <strong>para</strong><br />
baixo e o da esquerda <strong>para</strong> cima. Como se po<strong>de</strong> ver, não há influência nobre a <strong>de</strong>flexão<br />
da carga P1, porém o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> Pl aumenta <strong>de</strong> 0,28/EIA. Portanto as <strong>de</strong>flexões<br />
estáticas totais são<br />
0,12369<br />
δ =<br />
1<br />
EI A<br />
0,332 0, 28 0,612<br />
δ 2 = + =<br />
EI A EI A EI A .<br />
Substituindo estes valores na equação (47),<br />
157
w<br />
w<br />
2<br />
n<br />
n<br />
= 774602<br />
= 880,1 rad/s<br />
60 60<br />
nc = wn<br />
= (880) = 8404 rpm<br />
2π 2π<br />
5.16 - EIXOS ESCALONADOS<br />
A equação (47) <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong> crítica se aplica a eixos <strong>de</strong> rotores do tipo mostrado na<br />
figura 10a, no qual o diâmetro varia em <strong>de</strong>graus. Entretanto, como IA é variável em tais casos,<br />
não se <strong>de</strong>rivam com facilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> as <strong>de</strong>flexões estáticas. Po<strong>de</strong>-se usar um dos diversos<br />
métodos gráficos, tal como o seguinte.<br />
0,14<br />
EI A<br />
Figura 16 – Eixos Escalonados<br />
Deve-se recordar da resistência dos materiais que <strong>para</strong> se <strong>de</strong>terminar à <strong>de</strong>flexão<br />
estática <strong>de</strong>ve-se resolver a equação diferencial básica:<br />
d<br />
2<br />
0,14<br />
y M<br />
=<br />
2<br />
dx EI A<br />
Na qual y é a <strong>de</strong>flexão, M é o momento fletor como função <strong>de</strong> x, e IA é O momento <strong>de</strong><br />
inércia da seção reta do eixo, como função <strong>de</strong> x. Integrando-se duas vezes a equação (48)<br />
obtém-se a <strong>de</strong>flexão da viga. A primeira integração conduz a dy/dx, inclinação da curva elástica<br />
da viga <strong>de</strong>formada. Além disso, iniciando-se com as cargas da viga, necessitam-se <strong>de</strong> duas<br />
integrações <strong>para</strong> a obtenção do diagrama do momento fletor. Assim, necessita-se <strong>de</strong> quatro<br />
(48)<br />
integrações <strong>para</strong> se obterem as <strong>de</strong>flexões a partir do carregamento conhecido.<br />
EI A<br />
Como o processo <strong>de</strong> integração é o somatório <strong>de</strong> áreas sob as curvas, po<strong>de</strong>-se<br />
empregar um método gráfico <strong>para</strong> um somatório <strong>para</strong> vigas complexas que têm funções com<br />
numerosas <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s. O método gráfico exige que as curvas sejam traçadas em escala<br />
0, 28<br />
EI<br />
A<br />
158
a fim <strong>de</strong> que as áreas sob as curvas possam ser avaliadas através da medição <strong>de</strong> quadrados<br />
ou usando-se um planímetro.<br />
A figura 17a mostra um rotor <strong>de</strong> aço com uma engrenagem <strong>de</strong> 89,0 N e um eixo <strong>de</strong> três<br />
diâmetros diferentes. Divi<strong>de</strong>-se a viga em cinco partes, mostrando-se os pesos <strong>de</strong> cada parte<br />
no respectivo centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>. Uma <strong>de</strong>las inclui o peso da engrenagem. A figura 17a é um<br />
diagrama <strong>de</strong> carregamento a partir do qual po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar o diagrama <strong>de</strong> esforço cortante<br />
mostrado na figura 17b através <strong>de</strong> métodos convencionais (a primeira integração). Obtém-se o<br />
diagrama <strong>de</strong> momento fletor da figura 17c através das áreas do diagrama <strong>de</strong> esforço cortante (a<br />
segunda integração). Por exemplo, a or<strong>de</strong>nada M1 é obtida a partir da área Al, a or<strong>de</strong>nada M2,<br />
é a soma das áreas A1+A2 e a or<strong>de</strong>nada Mn é 1<br />
n<br />
∑ A<br />
. Deve-se levar em conta o sinal <strong>de</strong> cada<br />
área. Devem-se multiplicar as áreas em milímetros quadrados pelo fator <strong>de</strong> conversão<br />
apropriado obtido das escalas do diagrama <strong>de</strong> esforço cortante, afim <strong>de</strong> que as or<strong>de</strong>nadas do<br />
diagrama <strong>de</strong> momento fletor sejam em N/mm.<br />
159
Figura 17 – Deflexões em um eixo <strong>de</strong> carregamento conhecido<br />
Depois <strong>de</strong> realizadas as integrações, <strong>de</strong>ve-se transformar o diagrama <strong>de</strong> momento fletor<br />
no diagrama M/EIA conforme exigido pela equação (48). Divi<strong>de</strong>-se cada or<strong>de</strong>nada do diagrama<br />
<strong>de</strong> momento fletor pelo valor a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> EIA (E = 207x x 10 3 N/mm 2 <strong>para</strong> o aço e IA = πd 4 /64)<br />
<strong>para</strong> obtenção das or<strong>de</strong>nadas M/EIA da figura 17d. Obtém-se as or<strong>de</strong>nadas da figura 17 e<br />
representando a inclinação dy/dx da elástica (terceira integração), através das áreas do<br />
diagrama M/EIA. As or<strong>de</strong>nadas traçadas a partir do eixo x' são todas positivas. Entretanto, sabe-<br />
se do formato esperado da elástica que as inclinações são negativas perto da extremida<strong>de</strong> da<br />
esquerda da viga, positivas na extremida<strong>de</strong> da direita e nas proximida<strong>de</strong>s do meio da viga há<br />
uma inclinação nula. Assim, traça-se o eixo x escolhido arbitrariamente <strong>de</strong> tal modo que as<br />
160
áreas negativas sejam aproximadamente iguais às positivas, na figura 17e. Faz-se a quarta<br />
integração usando-se as áreas da figura 17e <strong>para</strong> obtenção das or<strong>de</strong>nadas da <strong>de</strong>flexão estática<br />
y na figura 17f. Observa-se que as or<strong>de</strong>nadas da <strong>de</strong>flexão estática são negativas porque as<br />
áreas da curva dy/dx são negativas na extremida<strong>de</strong> da esquerda on<strong>de</strong> se inicia a integração.<br />
Embora estas or<strong>de</strong>nadas sejam levantadas a partir do eixo x\ traça-se o eixo x conforme<br />
indicado porque se sabe que são nulas as <strong>de</strong>flexões da viga nos apoios. Como o eixo x, traçado<br />
arbitrariamente no diagrama da inclinação da elástica figura 15e, havia dividido igualmente as<br />
áreas negativas e positivas, então o eixo x' e o x da figura 15f <strong>de</strong>veriam coincidir.<br />
w<br />
n<br />
Dos dados das curvas a e f, calculam-se os seguintes valores:<br />
∑ ∑<br />
2 ∑ Py<br />
6<br />
wn = g = 0,794 × 10<br />
2<br />
∑ Py<br />
2<br />
Py = 2,94 N ⋅ mm Py = 0,0385 ⋅ mm<br />
= 865 rad/s<br />
60(865)<br />
nc = = 8260 rpm<br />
2π<br />
5.17 - VELOCIDADES CRÍTICAS DE ORDEM SUPERIOR<br />
Para rotores que tem eixos <strong>de</strong> diâmetros variáveis como no item prece<strong>de</strong>nte, a<br />
<strong>de</strong>terminação da segunda velocida<strong>de</strong> critica e as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior quanto à<br />
flexão, e relativamente mais complexa do que o cálculo da velocida<strong>de</strong> crítica fundamental da<br />
equação (47). Os livros-texto <strong>de</strong> Timoshenko, Den Hartog e Thomson apresentam métodos<br />
<strong>para</strong> rotores com tais eixos e <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> rotores com eixos uniformes com e sem<br />
massas concentradas. No casos <strong>de</strong> vigas uniformes simplesmente apoiadas e vigas uniformes<br />
em balanço <strong>para</strong> as quais a formula seguinte calcula as diversas freqüências naturais:<br />
w = C<br />
n n<br />
EI Ag<br />
3<br />
Pl<br />
E o coeficiente que indica a n-ésima freqüência natural, P e o peso total da viga em kg, e<br />
/ e o comprimento da viga em metros. O eixo <strong>de</strong> transmissão do automóvel e eixo <strong>de</strong> bobina<br />
são exemplos <strong>de</strong> vigas uniformes simplesmente apoiadas, e as palhetas <strong>de</strong> compressores e <strong>de</strong><br />
(49)<br />
turbinas são exemplos aproximados <strong>de</strong> vigas uniformes em balanço.<br />
161
Consi<strong>de</strong>remos o caso da palheta do rotor mostrada na figura 18. Mostra-se a palheta<br />
como uma viga em balanço a qual sofre um ciclo <strong>de</strong> perturbação <strong>de</strong> flexão cada vez que passa<br />
por uma palheta do estator e provoca uma mudança na força aerodinâmica. Se N e o número<br />
<strong>de</strong> palhetas do estator, então a freqüência da perturbação em ciclos por minuto será o produto<br />
<strong>de</strong> N pela rotação do rotor em rpm. Quando essa freqüência coincidir com a freqüência natural<br />
fn da palheta <strong>de</strong>vida à flexão, existira uma situação crítica. Para a palheta <strong>de</strong> aço mostrada na<br />
figura 16, os cálculos seguintes ilustram a <strong>de</strong>terminação das diversas velocida<strong>de</strong>s criticas do<br />
rotor <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong> um estator <strong>de</strong> 30 palhetas.<br />
E =<br />
I A<br />
p =<br />
3<br />
2<br />
207x10 N / mm<br />
3<br />
3<br />
bh 25,<br />
4x3,<br />
18<br />
= = = 68,<br />
1mm<br />
12 12<br />
−6<br />
3<br />
76, 5x10<br />
N / mm<br />
9810 / s<br />
2<br />
g = mm I = 76,<br />
2mm<br />
P = × p = × × × =<br />
4<br />
−6<br />
volume (25, 4 76, 2 3,18)(76,5 10 ) 0, 471 N<br />
3<br />
EI Ag (207 × 10 ) × 68,1× 9810<br />
w n1 = c1<br />
= 3,52 = 2870 rad/s<br />
3 3<br />
Pl<br />
0, 471× 76, 2<br />
f<br />
60w 60<br />
2π 2π<br />
n1<br />
n1<br />
= = × =<br />
2870 27, 400 ciclos/min<br />
Figura 18 – Encaixe palheta e rotor<br />
162
A velocida<strong>de</strong> crítica do rotor ocorre gerando<br />
f 27400<br />
N 30<br />
n1 nc1 = = = 913 rpm<br />
A segunda e a terceira velocida<strong>de</strong>s críticas são<br />
c 22, 4<br />
n = n = × 913 = 5810 rpm<br />
3,52<br />
c2<br />
2<br />
c1<br />
c1<br />
c 61,7<br />
n = n = × 913 = 16000 rpm<br />
3,52<br />
c3<br />
3<br />
c1<br />
c1<br />
f = Nn<br />
n1 c1<br />
Em geral as palhetas <strong>de</strong> rotores <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>lgadas e leves <strong>para</strong> maquinas <strong>de</strong> alta<br />
rotação e freqüentemente ultrapassam a primeira e a segunda velocida<strong>de</strong>s criticas. A seleção<br />
do material e importante. Alguns materiais possuem proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amortecimento melhores<br />
do que outros, e isto po<strong>de</strong> significar a diferença entre o êxito e o fracasso em ultrapassar as<br />
velocida<strong>de</strong>s criticas. As palhetas geralmente são curvas e sua espessura diminui gradualmente,<br />
sendo maior na base do que na extremida<strong>de</strong>: isto torna a palheta mais rígida e aumenta um<br />
pouco a velocida<strong>de</strong> critica. Observação: não <strong>de</strong>ve ser utilizado em vigas não uniformes.<br />
5.18 - EIXOS ESCALONADOS<br />
Quando o eixo tem os diâmetros escalonados como o do rotor <strong>de</strong> dois discos mostrados<br />
na figura 22, a constante da mola torcional é variável. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar uma constante<br />
equivalente kt em função das constantes individuais kl, k2, k3...Kn. Para molas em série, o<br />
torque instantâneo T em cada seção do eixo é o mesmo. Entretanto, os ângulos <strong>de</strong> torção<br />
diferentes. O ângulo total <strong>de</strong> torção Φt é a soma <strong>de</strong> todos os ângulos individuais <strong>de</strong> torção.<br />
φ = φ + φ + φ + ... + φ<br />
1 1 2 3<br />
T T T T T<br />
= + + + ... +<br />
k k k k k<br />
t 1 2 3<br />
n<br />
1 1 1 1 1<br />
= + + + ... +<br />
k k k k k<br />
t 1 2 3<br />
n<br />
1 1<br />
= ∑ k k<br />
t<br />
Para o rotor com dois discos e com eixos <strong>de</strong> diâmetro variável, po<strong>de</strong>-se substituir kt,<br />
<strong>de</strong>terminado pela equação (50).<br />
n<br />
.<br />
(50)<br />
163
Figura 19 - Eixo e mancais<br />
5.19 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS<br />
1. O eixo da figura suporta uma engrenagem cilíndrica <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos <strong>para</strong> uma rotação <strong>de</strong><br />
315 rpm. O diâmetro primitivo da engrenagem é <strong>de</strong> 364 mm, t=310mm, t1=120 mm,<br />
t2=190 mm. Dimensione este eixo, calculando o valor <strong>de</strong> d. A engrenagem é enchavetada<br />
no eixo. A carga total atuando no eixo é <strong>de</strong> 15 KN.<br />
Figura 21 - Exercício proposto 1.<br />
2. Um eixo é fabricado com aço AISI 1137, laminado a frio, e é usado em um cortador <strong>de</strong><br />
grama. A potência é suprida ao eixo por uma correia plana à polia A. Em B, uma corrente<br />
<strong>de</strong> rolos exerce uma força vertical e em C uma correia trapezoidal também exerce uma<br />
força vertical. Nas condições <strong>de</strong> operação a correia transmite 35 HP a 425 rpm das quais<br />
25 HP é transmitida ao cortador e 10 HP <strong>para</strong> o ventilador. As duas seções do eixo são<br />
164
unidas por um acoplamento flexível em D e as polias são todas enchavetadas no eixo.<br />
Decida qual serão os diâmetros dos eixos, utilizando a teoria <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong> Von Mises e o<br />
critério <strong>de</strong> Goodman.<br />
Figura 22 - Exercício proposto 2.<br />
165
3. Um eixo S <strong>de</strong> aço AISI 1137, laminado a frio, transmite potencia que recebe <strong>de</strong> um eixo<br />
W, que gira a 2000 rpm através <strong>de</strong> uma engrenagem E <strong>de</strong> 125 mm <strong>de</strong> diâmetro à<br />
engrenagem A <strong>de</strong> 375 mm <strong>de</strong> diâmetro. A potência é transmitida <strong>de</strong> uma engrenagem C<br />
<strong>para</strong> a engrenagem G, que varia <strong>de</strong> 10 HP a 100 HP, retornando a 10 HP, durante uma<br />
rotação <strong>de</strong> do eixo S. O <strong>projeto</strong> leva em conta as tensões variáveis e a teoria da máxima<br />
tensão cisalhante TMT|C e o critério <strong>de</strong> Goodman. Para um fator <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> n=1,8,<br />
calcule o diâmetro do eixo, utilizando somente as cargas tangenciais motoras.<br />
Figura 23 - Exercício proposto 3.<br />
166
4. Idêntico ao anterior, exceto que as <strong>componentes</strong> radiais das engrenagens <strong>de</strong>vem também<br />
ser consi<strong>de</strong>radas, todas as engrenagens com ângulo <strong>de</strong> pressão 20 o .<br />
5. Idêntico ao exercício 4, exceto que a engrenagem G se posiciona em cima da<br />
engrenagem C.<br />
6. Um pequeno eixo é fabricado com aço SAE1035, laminado a quente, recebe potência <strong>de</strong><br />
30 HP a 300 rpm, através <strong>de</strong> uma engrenagem <strong>de</strong> 300 mm <strong>de</strong> diâmetro, sendo esta<br />
potência transmitida a outro eixo através <strong>de</strong> um acoplamento flexível. A engrenagem é<br />
enchavetada no meio do eixo entre dois mancais, com ângulo <strong>de</strong> pressão 20 o , fator <strong>de</strong><br />
segurança n=1,5.<br />
(a) Desprezando a componente radial R da carga total W, <strong>de</strong>termine o diâmetro do eixo.<br />
(b) Consi<strong>de</strong>rando ambas <strong>componentes</strong> radiais e tangencial, <strong>de</strong>termine o diâmetro do<br />
eixo.<br />
Figura 24 - Exercício proposto 6.<br />
167
CAPITULO 06 - LUBRIFICAÇÃO E MANCAIS DE DESLIZAMENTO<br />
6.1 - INTRODUÇÃO<br />
O movimento dos elementos ou peças <strong>de</strong> máquina exige superfícies <strong>de</strong> apoio, algumas<br />
das quais são fácil e completamente lubrificadas outras lubrificadas <strong>de</strong>ficientemente e com<br />
dificulda<strong>de</strong> e, ainda outras, não recebem qualquer lubrificação. Em muitas situações, quando o<br />
movimento é pequeno e a carga leve, o projetista se contenta em prever um furo <strong>de</strong> óleo, ou<br />
outro dispositivo simples, e <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do operador da máquina a aplicação periódica do<br />
lubrificante. Entretanto, quando a carga ou à velocida<strong>de</strong>, ou ambas, são elevadas, como<br />
acontece comumente nas <strong>máquinas</strong> mo<strong>de</strong>rnas, a lubrificação, seja por óleo, por ar ou outro<br />
fluido, <strong>de</strong>ve ser projetada <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r as condições <strong>de</strong> operação e evitar dificulda<strong>de</strong>s que, sem<br />
isso, adviriam. A lubrificação não é a apenas o lubrificante. Depen<strong>de</strong> da carga, velocida<strong>de</strong>,<br />
folgas, comprimento e diâmetro do mancal e, talvez, do tipo <strong>de</strong> superfície.<br />
6.2 - LUBRIFICANTES.<br />
Os óleos animais ou vegetais são lubrificantes, mas, é claro, os mais importantes dos<br />
óleos são os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo. Os mo<strong>de</strong>rnos óleos <strong>de</strong> petróleo contem, usualmente, um ou<br />
mais aditivos que objetivam a melhoria <strong>de</strong> alguma proprieda<strong>de</strong> particular do óleo. Assim, são<br />
usados aditivos com os seguintes objetivos: <strong>para</strong> reduzir a taxa <strong>de</strong> e oxidação do óleo<br />
(antioxidantes); <strong>para</strong> limpar as superfícies das maquinas (<strong>de</strong>tergentes); <strong>para</strong> reduzir a corrosão<br />
(anticorrosivos); <strong>para</strong> manter os produtos da <strong>de</strong>composição em um estado coloidal<br />
(dispersantes); <strong>para</strong> prevenir o contato <strong>de</strong> metal com metal, como no caso dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
engrenagem (agentes <strong>para</strong> extrema pressão); <strong>para</strong> reduzir ferrugem (antiferruginosos); <strong>para</strong><br />
baixar o ponto <strong>de</strong> congelamento; <strong>para</strong> diminuir a variação do índice <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> com a<br />
temperatura e <strong>para</strong> prevenir a formação <strong>de</strong> espuma.<br />
Os lubrificantes sintéticos estão assumindo importância cada vez maior em situações<br />
especiais. Um polímero dimetilsilicone apresenta o alto índice <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> ** <strong>de</strong> 150, resiste<br />
à oxidação até 350º F e po<strong>de</strong> ser fabricado com a viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada.<br />
A grafita tem sido usada como lubrificante <strong>de</strong> muitos modos: Um composto especial ,<br />
lubrificante sólido, produz um filme com espessura <strong>de</strong> 0,004 mm (0,00015 pol.) a 0,0127 mm<br />
168
(0,0005 pol.) <strong>de</strong> espessura e a<strong>de</strong>re tenazmente às superfícies. Tem sido usado em mancais,<br />
engrenagens, arvores caneluradas e outras aplicações e é extremamente preventivo <strong>de</strong><br />
escoriações nas superfícies metálicas provocadas pelo atrito.<br />
6.3 - VISCOSIDADE<br />
A proprieda<strong>de</strong> mais importante <strong>de</strong> um lubrificante, no caso <strong>de</strong> atrito fluido, é a<br />
viscosida<strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>remos um elemento <strong>de</strong> um fluido no qual ocorre movimento relativo das<br />
partículas. Se a velocida<strong>de</strong> da camada superficial superior é 2 v e, da inferior, v 1 , a variação da<br />
velocida<strong>de</strong> entre as duas camadas é v2 − v1<br />
= dv, se admitirmos que as camadas superficiais<br />
estejam afastadas entre si <strong>de</strong> dh. A lei <strong>de</strong> Newton <strong>para</strong> os fluidos viscosos estabelece que a<br />
tensão <strong>de</strong> cisalhamento F / A no fluido é proporcional ao gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dv / dh:<br />
F<br />
A<br />
Fig.1- Definição <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong><br />
dv<br />
= μ ou<br />
dh<br />
Av<br />
F = μ<br />
(1)<br />
h<br />
on<strong>de</strong> A é a área do fluido e µ é a constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> , chamada viscosida<strong>de</strong><br />
absoluta, ou simplesmente viscosida<strong>de</strong>, do fluido.<br />
Existem dois tipos <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> que são comumente utilizadas. A primeira é a<br />
viscosida<strong>de</strong> absoluta e é <strong>de</strong>rivada da unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> força e velocida<strong>de</strong>. A outra é chamada<br />
<strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> cinemática <strong>de</strong>finida como a viscosida<strong>de</strong> absoluta dividida pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>.<br />
Então:<br />
F ub<br />
τ = = μ ⋅<br />
(2)<br />
A h<br />
2<br />
F A N m N ⋅ s ec<br />
μ = = = = Pa ⋅ s ec (3)<br />
2<br />
u h m s ec m m<br />
b<br />
169
Ou na unida<strong>de</strong> cgs:<br />
Ou nas unida<strong>de</strong>s inglesas:<br />
2<br />
dina ⋅ s egundo cm = centipoise<br />
1 reyn f pol ⋅<br />
2<br />
= lb s eg<br />
(5)<br />
Se o lubrificante não constar das tabelas, será, provavelmente, necessário à conversão<br />
a partir da viscosida<strong>de</strong> Saybolt Universal (SU), que é obtida em leituras <strong>de</strong> viscosímetros<br />
comerciais. Esta conversão é feita com o uso <strong>de</strong> uma outra proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominada<br />
Viscosida<strong>de</strong> cinemática, que é a viscosida<strong>de</strong> absoluta do fluido dividida pela sua massa<br />
específica, ambas expressas no mesmo sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s. As dimensões básicas da<br />
viscosida<strong>de</strong> cinemática são L 2 T -1 . Como no sistema CGS <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, a massa especifica ρ é<br />
numericamente igual à <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> d, é fácil <strong>de</strong>terminar a viscosida<strong>de</strong> cinemática VC a partir da<br />
absoluta Z em centipoise.<br />
VC = Z / ρ = Z / d = 0,22t – (180/t) (centistokes) (6)<br />
on<strong>de</strong> t é a leitura no viscosímetro Saybolt Universal em segundos sendo todas as proprieda<strong>de</strong>s<br />
consi<strong>de</strong>radas à mesma temperatura. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um óleo <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> petróleo a uma<br />
<strong>de</strong>terminada temperatura θ é dada, aproximadamente, por:<br />
dθ = d60 – 0,00035 (θ-60) (7)<br />
on<strong>de</strong> d60 é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> a 60°F (cerca <strong>de</strong> 0,89 a 0,93 <strong>para</strong> es tes óleos).<br />
6.4 - CLASSIFICAÇÃO DOS MANCAIS.<br />
Um mancal é constituído <strong>de</strong> duas partes principais: o munhão, que é a parte interna,<br />
cilíndrica, usualmente com movimento <strong>de</strong> rotação ou oscilação, e o mancal propriamente dito ou<br />
superfície <strong>de</strong> apoio, que po<strong>de</strong> ser estacionário, como os mancais <strong>de</strong> uma arvore, ou po<strong>de</strong> ser<br />
imóvel, como no caso <strong>de</strong> um sistema biela-manivela.<br />
Po<strong>de</strong>-se classificar os mancais <strong>de</strong> vários modos. Um <strong>de</strong>les encara o fato <strong>de</strong> ser o<br />
munhão inteiramente envolvido pela superfície <strong>de</strong> apoio ou mancal propriamente dito, caso<br />
em que o conjunto é chamado mancal completo ou <strong>de</strong> ser envolvido apenas parcial, caso em<br />
que o conjunto é chamado <strong>de</strong> mancal parcial. Um tipo simples <strong>de</strong> mancal parcial é usado<br />
quando a carga é aplicada na parte superior do munhão e este mergulhado em óleo na parte<br />
inferior.<br />
(4)<br />
170
Os mancais po<strong>de</strong>m ser também classificados como mancais com folga ou sem folga.<br />
Nos mancais com folga o diâmetro da superfície <strong>de</strong> apoio é maior do que o do munhão. A<br />
diferença entre esses diâmetros é chamada <strong>de</strong> folga c. A folga radial cr=c/2 é a diferença entre<br />
os raios das superfícies do mancal e do munhão. A relação entre a folga e o diâmetro do<br />
munhão c/D é chamada <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> folga. Um mancal sem folga é aquele em que ambas as<br />
superfícies, a do munhão e a <strong>de</strong> apoio do mancal, Têm os mesmos raios. È evi<strong>de</strong>nte que um<br />
mancal sem folga é, obrigatoriamente, um mancal parcial, enquanto os mancais com folga<br />
po<strong>de</strong>m ser completos ou parciais.<br />
Antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos estudar os mancais hidrodinâmicos, temos que enten<strong>de</strong>r primeiro<br />
como os lubrificantes atuam. Como a viscosida<strong>de</strong> dos lubrificantes varia com a temperatura,<br />
temos que escolher um óleo ou graxa a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> as condições <strong>de</strong> trabalho. O lubrificante<br />
escolhido também é <strong>de</strong>terminado em função do acabamento das pare<strong>de</strong>s do mancal. Este<br />
capítulo introduzirá os parâmetros usados <strong>para</strong> selecionar os lubrificantes, as qualificações <strong>de</strong><br />
acabamento e o comportamento hidrodinâmico dos mancais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento O estudo <strong>de</strong><br />
lubrificação, atrito e <strong>de</strong>sgaste é chamado tribologia.<br />
A exigência fundamental <strong>para</strong> duas superfícies serem lubrificadas é que as espessuras<br />
operacionais do lubrificante entre as superfícies <strong>de</strong>ve ser maior que a rugosida<strong>de</strong> das<br />
superfícies. As duas superfícies <strong>de</strong>vem flutuar em um filme pressurizado <strong>de</strong> lubrificante.<br />
Figura 2 - Relação entre a espessura do lubrificante e a rugosida<strong>de</strong> das superfícies do mancal<br />
A relação <strong>para</strong> a lubrificação hidrodinâmica è:<br />
espessura<br />
1<br />
⎛ u 2<br />
b ⎞<br />
.. do.<br />
filme : hmin<br />
∝ ⎜ ⎟<br />
⎝ W ⎠<br />
On<strong>de</strong> hmin normalmente exce<strong>de</strong> 1 µm e on<strong>de</strong> W é a carga aplicada ao mancal.<br />
(8)<br />
171
Po<strong>de</strong>-se ver o que acontece se hmin for menor do que a altura da saliência da<br />
rugosida<strong>de</strong>. Contato <strong>de</strong> metal com meta<strong>de</strong> iria ocorrer, alto atrito e alta taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />
também acontecem.<br />
6.5 - LUBRIFICAÇÃO ELASTODINÂMICA<br />
Figura 3 – Lubrificação<br />
A característica fundamental <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> lubrificação é que a carga provoca uma<br />
<strong>de</strong>flexão elástica na superfície principal formando uma pequena cunha superficial. O lubrificante<br />
é jogado <strong>para</strong> esta superfície pela rotação do elemento girante.T<br />
Figura 4a - Operação Elastohidrodinâmica<br />
Figura 4b - Características da lubrificação hidrodinâmica<br />
O módulo efetivo elastohidrodinâmico é utilizado no <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancais <strong>de</strong> rolamentos<br />
<strong>de</strong> esferas e <strong>de</strong> rolos e em eixos que operam com mancais <strong>de</strong> nylon.O módulo efetivo é:<br />
172
6.6 - TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO<br />
Lubrificação Limite: Contato entre mancal e munhão<br />
Lubrificação <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> óleo- lubrificação intermitente<br />
Lubrificação Hidrodinâmica: O eixo do mancal é apoiado em um filme <strong>de</strong> óleo. O filme é<br />
criado pelo movimento do mancal. A figura abaixo mostra a relação entre os parâmetros do<br />
mancal e o coeficiente <strong>de</strong> atrito.<br />
'=<br />
6.7 - LUBRIFICAÇÃO ESTÁVEL E INSTÁVEL<br />
Figura 5 - Viscosida<strong>de</strong><br />
A lubrificação Hidrodinâmica é consi<strong>de</strong>rada uma lubrificação estável. Com o aumento da<br />
temperatura do lubrificante, a viscosida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a cair. Isto resulta em um menor coeficiente <strong>de</strong><br />
atrito levando a temperatura do lubrificante a cair, tendo portanto uma auto-correção. Já a<br />
lubrificação intermediária é instável,pois um aumento na temperatura do lubrificante, causa uma<br />
diminuição na viscosida<strong>de</strong> e portanto um aumento no coeficiente <strong>de</strong> atrito, levando a<br />
temperatura do óleo a aumentar ainda mais.<br />
E 2<br />
2<br />
1−ν<br />
a 1−ν<br />
b<br />
E<br />
a<br />
2<br />
+<br />
E<br />
b<br />
(9)<br />
173
6.8 - MECANISMOS DA LUBRIFICAÇÃO.<br />
Suponhamos um munhão em repouso em seu mancal, como é mostrado<br />
esquematicamente na Fig. 6 (a). O espaço da folga está cheio <strong>de</strong> óleo e o munhão repousa na<br />
superfície <strong>de</strong> apoio, ou mancal, havendo contato <strong>de</strong> metal com metal no seu ponto mais baixo.<br />
À proporção que o munhão, com a carga (ou reação do mancal) R, começa a girar no sentido<br />
indicado na Fig. 6 (b) e (c), ocorre inicialmente, uma atrito <strong>de</strong> metal com metal e o munhão<br />
ten<strong>de</strong> a subir <strong>para</strong> a direita do mancal, como se vê na Fig 6 (b). Contudo, como o óleo a<strong>de</strong>re à<br />
superfície do munhão, a rotação arrasta um filme <strong>de</strong> óleo se<strong>para</strong>ndo o munhão e o mancal e,<br />
então, o munhão move-se <strong>para</strong> a esquerda e toma a posição excêntrica em relação ao mancal,<br />
como se vê na Fig 6 (c). O mancal em rotação, agindo como uma bomba, provoca suficiente<br />
elevação da pressão <strong>de</strong> óleo pra que este assegure uma completa se<strong>para</strong>ção entre a sua<br />
superfície e a do mancal.<br />
Para ser assegurado esta elevação <strong>de</strong> pressão e a continuida<strong>de</strong> da película <strong>de</strong> óleo, é<br />
indispensável à existência <strong>de</strong> um espaço em forma <strong>de</strong> cunha pelo qual passe o fluxo <strong>de</strong> óleo,<br />
como mostrou Reynolds na teoria hidrodinâmica que <strong>de</strong>senvolveu sobre o assunto. Observar,<br />
neste particular, a convergência <strong>para</strong> a seção ho.<br />
A camada <strong>de</strong> óleo junto à superfície do munhão fica a<strong>de</strong>rente a ela e movimenta-se com<br />
a mesma velocida<strong>de</strong>, enquanto a camada junto à superfície do mancal permanece estacionaria<br />
com esta (se o mancal for estacionário). A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo vai, assim, <strong>de</strong>crescendo da<br />
primeira das camadas citadas <strong>para</strong> a segunda. Em conseqüência, quanto mais rapidamente o<br />
mancal girar, mais óleo será arrastado nas seções convergentes e maior será a espessura<br />
mínima do filme ho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a carga permaneça constante. Para bem compreen<strong>de</strong>r o<br />
fenômeno, convém ter em mente a ação da bomba do munhão.<br />
Fig. 6- Mecanismo <strong>de</strong> Lubrificação em Mancal<br />
174
6.9 - LUBRIFICAÇÃO COM FILME ESPESSO OU DE ATRITO FLUIDO<br />
As superfícies mais bem acabadas mostram irregularida<strong>de</strong>s quando ampliadas, <strong>de</strong> modo<br />
que existem sempre pontos mais elevados (ver Fig. 7). Para que se tenha uma lubrificação<br />
com filme espesso, e espessura mínima ho do óleo <strong>de</strong>ve ser suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>para</strong><br />
assegurar o afastamento <strong>de</strong>stes pontos. Assim, quanto mais ásperas ou grosseiras as<br />
superfícies mais espesso o filme que vai se<strong>para</strong>r as mesmas. Um dos objetivos dos cálculos<br />
dos mancais é o <strong>de</strong> assegurar a espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo ho, necessária <strong>para</strong> manter<br />
a se<strong>para</strong>ção das superfícies. Quanto à lubrificação com filme espesso é atingida , a força <strong>de</strong><br />
atrito é a força necessária <strong>para</strong> cisalhar o lubrificante e é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da natureza ou estado<br />
das superfícies lubrificadas.<br />
Fig. 7- lubrificante cisalhado<br />
Des<strong>de</strong> que a ação <strong>de</strong> bomba do munhão não seja bastante <strong>para</strong> produzir um filme<br />
suficientemente espesso, alguns ou muitos dos pontos mais altos das irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
superfície po<strong>de</strong>rão tocar-se. Se este contato, ocorrer, teremos a lubrificação por filme<br />
<strong>de</strong>lgado ou <strong>de</strong> atrito combinado, pois que a força <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá tanto das superfícies<br />
como do lubrificante e ela será bem maior do que no caso do atrito fluido.<br />
No inicio do movimento, Fig. 6 (a), há contato <strong>de</strong> metal com metal e lubrificação por filme<br />
<strong>de</strong>lgado. Se a carga é muito gran<strong>de</strong> ou a velocida<strong>de</strong> muito baixa, o munhão po<strong>de</strong>rá não<br />
bombear bastante lubrificante <strong>para</strong> assegurar a se<strong>para</strong>ção das superfícies. Igualmente,<br />
movimento <strong>de</strong> oscilação, partidas e <strong>para</strong>das repetidas po<strong>de</strong>m produzir rápido <strong>de</strong>sgaste do<br />
mancal pois que o filme se mantém <strong>de</strong>masiadamente fino. Se a operação normal processa com<br />
filme espesso, isto é, atrito fluido, gran<strong>de</strong> parte do <strong>de</strong>sgaste ocorre nos períodos <strong>de</strong> partida. Por<br />
esta razão, uma maquina com superfícies <strong>de</strong>slizantes <strong>de</strong>ve ser projetada <strong>para</strong> partir sem carga<br />
ou com carga leve, se bem que isto não seja sempre possível, praticamente.<br />
175
Métodos <strong>de</strong> Lubrificação dos Mancais. Os mancais po<strong>de</strong>m ser lubrificados: (a)<br />
intermitentemente; (b) continuamente, com uma quantida<strong>de</strong> limitada <strong>de</strong> lubrificante ou (c)<br />
continuamente, com uma quantida<strong>de</strong> abundante <strong>de</strong> lubrificante.<br />
(a) Lubrificação Intermitente. A lubrificação intermitente, seja com óleo ou graxa,<br />
compreen<strong>de</strong> os casos em que é <strong>de</strong>ixado ao operador a aplicação periódica do<br />
lubrificante, seja em furos <strong>de</strong> lubrificação, ou em copos <strong>de</strong> óleo ou graxa, <strong>de</strong> tipo comum<br />
ou <strong>de</strong> tipo especialmente <strong>de</strong>signado como <strong>de</strong> pressão. O coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>corrente<br />
<strong>de</strong>ste método <strong>de</strong> lubrificação é variável e problemático e, comumente, é admitido como<br />
variando <strong>de</strong> 0,12 a 0,15.<br />
(b) Lubrificação Limitada. Existem vários sistemas, alguns dos quais abaixo <strong>de</strong>scritos, que<br />
asseguram uma lubrificação contínua, mas <strong>de</strong> limitada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo, aos mancais.<br />
Estes sistemas são indicados <strong>para</strong> serviços relativamente leves.<br />
Lubrificação por gotejamento ou por gravida<strong>de</strong>. É <strong>de</strong> uso muito comum e, sob certas<br />
condições, dá resultados satisfatórios. Um furo roscado no mancal, no lado da baixa<br />
pressão, recebe um copo <strong>de</strong> óleo que é provido <strong>de</strong> uma válvula <strong>de</strong> agulha ajustável <strong>para</strong><br />
regular a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo fornecida ao mancal. Este método <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> óleo<br />
permite a formação <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> óleo espesso (atrito fluido), mas é aconselhável usar<br />
um fator <strong>de</strong> segurança relativamente elevado e manter uma certa <strong>de</strong>pendência ao<br />
computar o valor do coeficiente <strong>de</strong> atrito.<br />
Lubrificação por mecha. É obtida por meio <strong>de</strong> mechas ligadas a pequenos<br />
reservatórios na parte superior do mancal e <strong>de</strong>senvolvendo-se ao longo <strong>de</strong> sua<br />
superfície. O óleo é suprido ao munhão por ação capilar. Este tipo <strong>de</strong> lubrificação é<br />
usado em eixos intermediários e os reservatórios <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>vem ser completados<br />
diariamente.<br />
(c) Lubrificação Abundante. Existem vários meios <strong>de</strong> assegurar um abundante suprimento<br />
<strong>de</strong> óleo a um mancal, alguns dos quais discutiremos abaixo.<br />
O sistema <strong>de</strong> anel-guia, usado em muitos tipos <strong>de</strong> maquinas, é um sistema intermediário<br />
176
no qual um anel fornecerá ampla quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo, se o mancal for apropriadamente<br />
projetado e trabalhar velocida<strong>de</strong>s médias. Karelitz verificou que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo<br />
fornecida ao munhão é, aproximadamente, proporcional à largura do anel; que em altas<br />
velocida<strong>de</strong>s o óleo é expulso do anel, pela força centrifuga, na parte superior, havendo,<br />
pois, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rasgos especiais <strong>para</strong> recolher o óleo e dirigi-lo ao munhão , e que<br />
os anéis mais pesados fornecem mais óleo que os leves. Detalhes da aplicação <strong>de</strong> um<br />
mancal com anel-guia do óleo a um motor elétrico, são mostrados na Fig. 8.<br />
Fig. 8- Detalhes da aplicação <strong>de</strong> um mancal com anel-guia do óleo a um motor elétrico<br />
Corrente ou ca<strong>de</strong>ira-guia e colar-guia <strong>de</strong> óleo são variações do principio do anel. No<br />
primeiro <strong>de</strong>stes sistemas, uma corrente ou ca<strong>de</strong>ia substitui o anel, enquanto que no segundo,<br />
um colar no eixo mergulha no reservatório <strong>de</strong> óleo e leva o lubrificante à parte superior do<br />
mancal. Notar que, se a carga atua na meta<strong>de</strong> inferior do mancal, os sistemas <strong>de</strong> anel e <strong>de</strong><br />
corrente não divi<strong>de</strong>m a área que suporta a carga, enquanto que o <strong>de</strong> colar divi<strong>de</strong> essa área em<br />
duas partes, tornando o mancal equivalente em dois mancais, no que se refere à distribuição<br />
177
longitudinal da pressão.<br />
Na lubrificação por banho, o munhão parcialmente submerso em um <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> óleo,<br />
método particularmente indicado <strong>para</strong> os mancais que suportam a carga na meta<strong>de</strong> superior. A<br />
lubrificação por salpico é usada em mecanismos alternativos, como nos motores <strong>de</strong> combustão<br />
interna, on<strong>de</strong> a arvore <strong>de</strong> manivelas esta situada no reservatório <strong>de</strong> óleo (Carter) e a manivela<br />
mergulha no óleo em cada volta. Este sistema tem se mostrado satisfatório em muitas<br />
maquinas alternativas. Contudo, os resultados não são tão seguros quanto no caso <strong>de</strong> ser<br />
usada a lubrificação por pressão.<br />
No sistema <strong>de</strong> baixa pressão, o óleo flui ou é continuamente bombeado <strong>para</strong> o mancal<br />
sob pequena altura manométrica. Nos sistemas <strong>de</strong> lubrificação sob pressão, em geral um<br />
sistema <strong>de</strong> circulação, o óleo é bombeado <strong>de</strong> um reservatório. Ambos os sistemas <strong>de</strong>vem<br />
fornecer abundante quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleos aos mancais. Como a ação natural <strong>de</strong> bombeamento<br />
do munhão, quando em rotação, produz pressões muito altas na película <strong>de</strong> óleo, não haverá<br />
objetivo em bombear o óleo na região <strong>de</strong> alta pressão, exceto no caso <strong>de</strong> se querer assegurar<br />
flutuação do eixo sob carga estática. A pressão com que o óleo é bombeado é muito menor do<br />
que a gerada no mancal.<br />
6.10 - SUPERFÍCIES DOS MANCAIS.<br />
Conclui-se da exposição acima, que superfícies lisas são vantajosas nos mancais. Se as<br />
irregularida<strong>de</strong>s forem pequenas , as superfícies po<strong>de</strong>ram ficar mais próximas uma da outra e o<br />
lubrificante terá sua película mais fina, sem que sejam abandonadas as condições <strong>de</strong> atrito<br />
fluido. Em conseqüência, quanto mais lisas as superfícies, maior a margem <strong>de</strong><br />
segurança.quanto a possível ruptura da película <strong>de</strong> óleo, pois que um mancal projetado <strong>para</strong><br />
trabalha em regime <strong>de</strong> atrito fluido, virá, certamente, a falhar se operar por largo tempo nas<br />
condições <strong>de</strong> atrito combinado. O calor gerado pelo atrito excessivo romperá o filme <strong>de</strong> óleo.<br />
Por esta razão as <strong>máquinas</strong> novas <strong>de</strong>vem ser “amaciadas” sob baixa carga pois, <strong>de</strong>ste modo,<br />
os pontos altos das superfícies em atrito serão, on<strong>de</strong> houver ruptura local do filme <strong>de</strong> óleo,<br />
alisados gradualmente e sem maiores danos. Quanto mais irregulares as superfícies, mais<br />
eficiente será este período <strong>de</strong> amaciamento.<br />
178
Os mancais comerciais são acabados por alargador, ou ferramenta <strong>de</strong> brochear. Os<br />
munhões com superfícies apenas usinadas, sem retifica posterior são, com<strong>para</strong>tivamente,<br />
ásperos.<br />
6.11 - INTRODUÇÃO AO PROJETO<br />
Um número <strong>de</strong> parâmetros po<strong>de</strong>m estar no controle do projetista, mas há um outro<br />
grupo que é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do primeiro grupo e po<strong>de</strong> ser usado <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir os limites<br />
operacionais do mancal. A hipótese 4 acima, em que a viscosida<strong>de</strong> é constante ao longo do<br />
filme <strong>de</strong> óleo, não é muito precisa quando a temperatura do óelo eleva-se e passa ao mancal.<br />
Uma vez que a viscosida<strong>de</strong> é fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura, isto significa que o<br />
<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancal envolve algumas iterações, utilizando tabelas <strong>de</strong>senvolvidas por A A<br />
Raimondi and J Boyd, 'A Solution for the Finite Journal Bearing and its Application to Analysis<br />
and Design: III', Trans. ASLE 1, 1958, 194-209. Estas tabelas são bastante utilizadas em<br />
soluções computacionais.<br />
As variáveis obtidas ou controladas pelo projetista são viscosida<strong>de</strong> do lubrificante carga<br />
por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área projetada rotação, N dimensões: r, c, l e beta ( o angulo subtendido pela<br />
parte submetida a carga no mancal).<br />
As seguinte variáveis são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do primeiro grupo:<br />
Coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />
• Variação da temperatura, Δt<br />
• Taxa do fluxo <strong>de</strong> óleo, Q<br />
• Espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo, ho<br />
Atualmente ainda, muitas tabelas ainda utilizam o sistema inglês <strong>para</strong> viscosida<strong>de</strong> em<br />
reyns (normalmente em micro-reyns). Para converter reyns em Pa.s <strong>de</strong>ve-se multiplicar por<br />
6890.<br />
Na ausência <strong>de</strong> informações específicas, po<strong>de</strong> se supor que um óleo lubrificante mineral<br />
tenha uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 850 kg/m3 e calor específico <strong>de</strong> 1675 J/kgºC.<br />
Para mancais hidrodinâmicos, uma relação comprimento diâmetro <strong>de</strong> aproximadamente<br />
1 (digamos 0.8 a 1.3) é consi<strong>de</strong>rada uma faixa a<strong>de</strong>quada. Relações . l/d menores que<br />
1,po<strong>de</strong>m ser usadas quando um <strong>projeto</strong> compacto seja importante, tal como em motores<br />
automotivos multicilindros. Uma redução na relação l/d aumenta o fluxo <strong>de</strong> saida nas<br />
extremida<strong>de</strong>s do mancal, auxiliando resfriamento.<br />
179
A espessura mínima <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> óleo aceitável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do acabamento superficial e<br />
<strong>de</strong>verá permitir que as partículas possam passar sem causarem falhas. Para algumas<br />
aplicações, por exemplo em motores automotivos, filtragem é necessária <strong>para</strong> e remover as<br />
partículas cujo tamanho po<strong>de</strong>riam exce<strong>de</strong>r a espessura mínima <strong>de</strong> óleo. Os seguintes valores<br />
da espessura mínima <strong>de</strong> ho po<strong>de</strong>m ser sugeridos:<br />
• 0.0000025 m <strong>para</strong> pequenos mancais <strong>de</strong> bronze finamente embuchados.<br />
• 0.00002 m <strong>para</strong> mancais comerciais babit<br />
• 0.0000025 < ho < 0.000005 m <strong>para</strong> motores automotivos com mancais <strong>de</strong> fino<br />
acabamento superficial e filtragem no lubrificante.<br />
As máximas temperaturas <strong>de</strong> óleo não <strong>de</strong>veriam ser permitidas por serem excessivas<br />
uma vez que a <strong>de</strong>gradação e oxidação aumentam rapidamente. Para propósitos gerais <strong>de</strong><br />
maquinário, uma temperatura <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> 60ºC <strong>de</strong>veria produzir uma boa e longa vida útil.<br />
Acima 100ºC a taxa <strong>de</strong> oxidação cresce rapidamente. Temperaturas <strong>de</strong> 120ºC <strong>de</strong>veriam ser<br />
evitadas em equipamentos industriais. Nos motores automotivos a temperatura <strong>de</strong> lubrificantes<br />
po<strong>de</strong>m atingir 180oC, porém óleos automotivos são formulados especificamente (e po<strong>de</strong>m<br />
mesmo ser completamente sintéticos)<strong>para</strong> resistir tais condições.<br />
x diâmetro):<br />
A lista abaixo apresenta alguns valores típicos <strong>de</strong> pressão nominal (carga/comprimento<br />
• Motores elétricos, turbinas a vapor, redutores <strong>de</strong> engrenagem, bombas centrífugas -<br />
aproximadamente 1 MPa<br />
• Motores automotivos- mancais principais 4 - 5 MPa<br />
• Eixos virabrequim 10 - 15 MPa<br />
• Motores Diesel - mancais principais 6 - 12 MPa<br />
• Eixo virabrequim 8 - 15 Mpa<br />
6.12 - LEIS DE NEWTON DE ESCOAMENTO VISCOSO<br />
A tensão <strong>de</strong> cisalhamento em um fluido é proporcional a taxa <strong>de</strong> variação da velocida<strong>de</strong><br />
com relação 'y', isto é:<br />
on<strong>de</strong> μ é a viscosida<strong>de</strong> dinâmica ou absoluta<br />
F du<br />
τ = = μ (10)<br />
A dy<br />
Supondo que a taxa <strong>de</strong> cisalhamento seja constante, tem-se que : du/dy = U/h e<br />
180
F U<br />
τ = = μ (11)<br />
A h<br />
Unida<strong>de</strong>s da viscosida<strong>de</strong> dinâmica ou absoluta é Pa.s ou N.s/m 2 .<br />
6.13 - LEI DE PETROFF<br />
Figura 9 – Lubrificação <strong>de</strong> um mancal<br />
Se um eixo <strong>de</strong> raio, r, gira em um mancal , comprimento l e folga radial c a uma rotação<br />
por segundo N,então a velocida<strong>de</strong> tangencial será:<br />
será:<br />
será:<br />
U = 2πrN<br />
[m/s] (12)<br />
A tensão <strong>de</strong> cisalhamento é o gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> x viscosida<strong>de</strong><br />
U 2πμN<br />
τ = μ =<br />
(13)<br />
h c<br />
O Torque <strong>para</strong> cisalhar o filme <strong>de</strong> óleo é <strong>de</strong>finido como força x comprimento do braço<br />
2 3<br />
⎛ 2πμrN<br />
⎞ 4π<br />
γ lμN<br />
T = ( τA)(<br />
r)<br />
= ⎜ ⎟(<br />
2πrl)(<br />
r)<br />
=<br />
(14)<br />
⎝ c ⎠<br />
c<br />
Se uma pequena força, w, é aplicada normal ao eixo do mancal, a pressão em N/m2<br />
p = w/2rl (15)<br />
A força <strong>de</strong> atrito é igual a fw, on<strong>de</strong> f é o coeficiente <strong>de</strong> atrito, então o torque <strong>de</strong> atrito<br />
T = fwr = (f)(2rlp)(r) = 2r2flp<br />
181
π γμN<br />
f<br />
cp<br />
2<br />
2<br />
=<br />
Igualando as duas expressões <strong>para</strong> o Torque T e resolvendo <strong>para</strong> f tem-se :<br />
μ N γ<br />
que é a Lei <strong>de</strong> Petroff ; e são grupos adimensionais.<br />
p c<br />
6.14 - HIPÓTESES<br />
• O lubrificante obe<strong>de</strong>ce às leis <strong>de</strong> Newton <strong>para</strong> fluxo viscoso.<br />
• Efeitos inerciais do lubrificante são <strong>de</strong>sprezados.<br />
• O lubrificante é incompressível.<br />
• A viscosida<strong>de</strong> do lubrificante é constante através do filme.<br />
• A pressão não varia na direção axial.<br />
• A curvatura do mancal po<strong>de</strong> ser ignorada.<br />
• Não há fluxo na direção (z) axial.<br />
• A pressão <strong>de</strong> filme é constante na direção 'y' , e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da direção 'x'.<br />
• A velocida<strong>de</strong> da partícula lubrificante <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das coor<strong>de</strong>nadas x e y.<br />
De um diagrama <strong>de</strong> corpo livre das forças atuando em um pequeno cubo do lubrificante<br />
e como:<br />
então:<br />
dp dτ<br />
= (17)<br />
dx dy<br />
∂u<br />
τ = μ<br />
∂y<br />
dp<br />
dx<br />
2<br />
∂ u<br />
= μ 2<br />
∂y<br />
Supondo que não haja vazamento nas extremida<strong>de</strong>s mantendo x constante, a<br />
integração dupla com relação a y, fornece:<br />
2 U<br />
( y − hy)<br />
y<br />
1 dp<br />
u =<br />
−<br />
2μ<br />
dx<br />
mostrando que a distribuição <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> é função <strong>de</strong> y e do gradiente <strong>de</strong> pressão , dp/dx. A<br />
distribução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> através do filme é obtida superpondo uma distribuição <strong>para</strong>bólica (o<br />
h<br />
(18)<br />
182
primeiro termo) em uma distribuição linear (o segundo termo). Quando a pressão for máxima,<br />
dp/dx = 0 e a velocida<strong>de</strong> será u = - Uy/h.<br />
Seja Q é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluido , na direção x por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo:<br />
Q = ∫ udy<br />
(19)<br />
Na prática, estas integrações <strong>de</strong>vem ser modificadas <strong>para</strong> incluir os efeitos <strong>de</strong><br />
vazamento nas extremida<strong>de</strong>s, etc.<br />
6.15 - RELAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UM MANCAL COM FOLGA.<br />
A linha que passa através dos centros da superfície <strong>de</strong> apoio e do munhão é chamada<br />
<strong>de</strong> linha dos centros (Fig. 10). Notar que sobre esta linha esta situada a menor espessura do<br />
filme <strong>de</strong> óleo hmin=ho’ <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o mancal suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>para</strong> incluir o ponto M. Se o<br />
mancal se esten<strong>de</strong>r apenas até uma seção x, como é mostrado na figura 10, a espessura<br />
mínima do filme hmin ficará situada na seção x e a espessura em M (no prolongamento do<br />
mancal) será <strong>de</strong>signada por ho. No cálculo dos mancais, é suficiente satisfatório consi<strong>de</strong>rar<br />
ho=hmin mesmo que o mancal não atinja a seção M.<br />
e, é:<br />
À distância O-O’ entre os centros do munhão e do mancal é chamada <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> c r é a folga radial.<br />
c<br />
O − O´<br />
= − ho = cr<br />
− ho<br />
(20)<br />
2<br />
A relação entre a excentricida<strong>de</strong> e a folga radial O-O´/(c/2) é <strong>de</strong>nominada razão, taxa ou<br />
fator <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>. Ela é:<br />
ou<br />
O − O´<br />
c / 2 − ho<br />
e = =<br />
(21)<br />
c / 2 c / 2<br />
2ho<br />
ho<br />
e = 1 − = 1−<br />
(22)<br />
c c<br />
r<br />
183
Fig.10 – Relações geométricas em um mancal com folga<br />
Assim , vemos que tanto e como a relação ho/ c r <strong>de</strong>finem a razão <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>. O<br />
comprimento do arco <strong>de</strong> contato, compreendido pelo ângulo β , Fg.10, <strong>de</strong>signaremos por L A .<br />
D<br />
Arco <strong>de</strong> contato = LA = β = rβ<br />
, (23)<br />
2<br />
on<strong>de</strong> β é expresso em radianos e r = D / 2 é o raio do munhão.<br />
O comprimento do mancal, medido em uma direção axial, será chamado <strong>de</strong><br />
comprimento e será <strong>de</strong>signado por L.<br />
O ângulo Ǿ, Fig. 5, algumas vezes chamado <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong> localiza a<br />
posição da menos espessura do filme <strong>de</strong> lubrificante ho.<br />
completos.<br />
As relações geométricas acima, tanto se aplicam aos mancais parciais como aos<br />
6.16 - GRUPAMENTO DE VARIÁVEIS<br />
Uma vez que o espaço não permite uma discussão da teoria hidrodinâmica,<br />
estabelecida por Reynolds e <strong>de</strong>senvolvida por outros, po<strong>de</strong>remos utilizar os princípios da<br />
184
analise dimensional <strong>para</strong> estabelecer as relações entre certas variáveis inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Suponhamos que <strong>de</strong>sejamos estudar a maneira pela qual a relação ho/cr <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das<br />
variáveis µ , n , p , c e D. Admitamos que a forma da função seja<br />
h<br />
c<br />
o<br />
r<br />
= φ(<br />
μ n<br />
p<br />
c<br />
D<br />
a b d e f<br />
em que a, b, d, etc..., são expoentes <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>sconhecidos. A equação (24) <strong>de</strong>ve ter as<br />
mesmas dimensões em ambos os seus membros, <strong>para</strong> que ela seja matematicamente correta e<br />
fisicamente homogênea. O passo seguinte em uma analise dimensional será substituir em (24)<br />
as dimensões das diversas gran<strong>de</strong>zas. Por exemplo, a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ho/cr é mm por mm ou pol.<br />
por pol, ou seja, a unida<strong>de</strong>, que significa que ho/cr é adimensional. Representando por F, T e L<br />
respectivamente as dimensões <strong>de</strong> força, tempo e comprimento, a “dimensão” da viscosida<strong>de</strong> m<br />
será FT / L² e a equação (24) dará:<br />
Em conseqüência teremos:<br />
)<br />
(24)<br />
a b d<br />
⎛ FT ⎞ ⎛ 1 ⎞ ⎛ F ⎞ e f<br />
1 = ⎜<br />
( L)<br />
( L)<br />
2 ⎟ ⎜ ⎟ ⎜<br />
(25)<br />
2<br />
⎝<br />
L<br />
⎟<br />
⎠ ⎝ T ⎠ ⎝ L ⎠<br />
a<br />
h ⎡<br />
o ⎛ μn<br />
⎞ ⎛ c<br />
= ⎢⎜<br />
⎟ ⎜<br />
cr<br />
⎢⎣<br />
⎝ p ⎠ ⎝ D<br />
que é o ponto mais avançado ao qual nos po<strong>de</strong> levar a análise dimensional. Ela serviu <strong>para</strong> que<br />
estabelecêssemos um importante grupo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e que é confirmado por uma analise<br />
teórica mais <strong>de</strong>talhada. Se nos faltasse esta análise teórica, seria necessária a execução <strong>de</strong><br />
numerosas experiências que nos proporcionasse informações posteriores quanto à natureza da<br />
função mostrada na equação (27). Os grupos que aparecem em (27) são adimensionais.<br />
e<br />
⎞ ⎤<br />
⎟ ⎥<br />
⎠ ⎥⎦<br />
O grupo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas assim formado é <strong>de</strong>nominado número <strong>de</strong> Sommerfeld S, ou<br />
número característicos do mancal. Isto é:<br />
⎛ μn<br />
⎞⎛<br />
D ⎞<br />
S = ⎜ ⎟⎜<br />
⎟<br />
⎝ p ⎠⎝<br />
c ⎠<br />
on<strong>de</strong> n, é a velocida<strong>de</strong> em rotação por segundo.<br />
2<br />
(26)<br />
(27)<br />
185
Este grupamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas é comumente utilizado nos diagramas, algumas vezes<br />
em sua forma adimensional exata.<br />
6.17 - MANCAL IDEAL.<br />
Para a realização <strong>de</strong> uma analise matemática do problema dos mancais, certas<br />
hipóteses <strong>de</strong>vem ser feitas. Assim, mancal i<strong>de</strong>al é o que permite essa analise matemática. A<br />
teoria e os diagramas são baseados nas seguintes hipóteses:<br />
(a) As superfícies do munhão e do mancal são cilíndricas retas e lisas. Isto requer<br />
que o munhão não sofra <strong>de</strong>flexões e que as imperfeições <strong>de</strong> superfície sejam<br />
anuladas pela existência <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> espessura h0, a<strong>de</strong>quada.<br />
(b) O mancal e infinitamente longo na direção axial. Isto correspon<strong>de</strong> a dizer que<br />
não há fuga axial do lubrificante. A fuga que realmente ocorre no mancal finito<br />
será consi<strong>de</strong>rada no calculo por meio <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> correção.<br />
(c) O lubrificante tem viscosida<strong>de</strong> constante no seu escoamento no mancal.<br />
Realmente, a viscosida<strong>de</strong> varia acentuadamente com a temperatura e mais<br />
discretamente com a pressão. Entretanto, um valor médio dá resultados<br />
suficientes <strong>para</strong> o trabalho.<br />
Existem outras hipóteses <strong>de</strong> menor importância, que já estão incluídas nos diagramas<br />
cuja análise foge ao objetivo <strong>de</strong>ste livro.<br />
A fuga axial <strong>de</strong> lubrificante, que inevitavelmente ocorre nos mancais finitos, reduz<br />
acentuadamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do mancal e faz crescer as perdas por atrito. Como<br />
resultado <strong>de</strong>sta fuga, a pressão no filme <strong>de</strong> óleo varia no sentido axial, sendo máxima nas<br />
proximida<strong>de</strong>s do centro do mancal e nula nas extremida<strong>de</strong>s. No mancal i<strong>de</strong>al, em que não há<br />
fuga axial, esta queda <strong>de</strong> pressão não ocorre. Além disso, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo em<br />
escoamento e, portanto, a elevação da temperatura do óleo são afetadas pela fuga axial.<br />
186
6.18 - ESPESSURA MÍNIMA PERMISSÍVEL DO FILME DE ÓLEO.<br />
A espessura mínima permissível e segura, h0, do filme <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da rugosida<strong>de</strong><br />
das superfícies e da <strong>de</strong>flexão do munhão do mancal. O munhão po<strong>de</strong> girar com segurança com<br />
filme <strong>de</strong> óleo mais <strong>de</strong>lgado se as superfícies são bem lisas. Ocasionalmente, as condições <strong>de</strong><br />
operação são tais que a carga só po<strong>de</strong>rá ser suportada se forem usadas superfícies <strong>de</strong><br />
refinado acabamento. Este é o caso em que o calculo <strong>de</strong>termina a rugosida<strong>de</strong> das superfícies.<br />
Comumente, entretanto, as superfícies comerciais ordinárias po<strong>de</strong>m ser usadas sem<br />
dificulda<strong>de</strong>. Outro ponto a consi<strong>de</strong>rar, é da espessura da película <strong>de</strong> óleo, que <strong>de</strong>ve ser<br />
suficientemente espessa <strong>para</strong> permitir a passagem <strong>de</strong> pequenas partículas <strong>de</strong> matéria<br />
estranha, sem danos às superfícies. Desalinhamentos ou <strong>de</strong>flexões excessivas po<strong>de</strong>m<br />
provocar falhas locais do filme <strong>de</strong> óleo com conseqüente aquecimento excessivo que, se<br />
propagando, causará a falha <strong>de</strong>finitiva. Finalmente, a espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>ve<br />
ser suficiente <strong>para</strong> permitir variações imprevistas da carga e da temperatura <strong>de</strong> operação. Na<br />
base das consi<strong>de</strong>rações acima, muitos projetistas preferem calcular com uma espessura <strong>de</strong><br />
filme que consi<strong>de</strong>ram segura. Mas poucos dados existem quanto a isto. Karelitz sugere h0=<br />
0,0001 pol. (0,00254mm) <strong>para</strong> pequenas buchas <strong>de</strong> bronze finamente usinadas e h0 > 0,00075<br />
pol (0,019mm) <strong>para</strong> mancais comerciais revestidos <strong>de</strong> babbit. Dennison sugere h0 ≈ 0,0004 a<br />
0,0006 pol. (0,010 a 0,015mm) <strong>para</strong> mancais <strong>de</strong> 5 a 10 pol. (127 a 254 mm) <strong>de</strong> motores diesel<br />
trabalhando <strong>de</strong> 500 a 1200 r.p.m. Por outro lado, nas maquinas geradoras <strong>de</strong> potência, <strong>de</strong> uma<br />
maneira geral, h0 po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 0,001 a 0,005 pol. (0,025 a 0,127 mm). Norton sugere h0 =<br />
0,00025 D como uma regra aproximada, on<strong>de</strong> D é o diâmetro normal do munhão.<br />
6.19 - CÁLCULO DE MANCAIS PARA REGIME DE ATRITO FLUIDO.<br />
Os diagramas <strong>de</strong> cálculo, constantes neste capítulo, estão agrupados em páginas<br />
consecutivas, <strong>para</strong> uma referência Algumas vezes, é necessário fazer tentativas e<br />
aproximações sucessivas.<br />
Enquanto a viscosida<strong>de</strong> varia com a pressão, especialmente nos gases, trabalhamos<br />
com óleos em que tal variação é pequena. Para o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento, o óleo<br />
geralmente usado é o motor <strong>para</strong> motores, é importante saber como a viscosida<strong>de</strong> varia com a<br />
temperatura.<br />
187
6.20 - PRINCIPIOS HIDRODINÂMICOS<br />
São muitas as geometrias <strong>de</strong> mancais que trabalham nos princípios hidrodinâmicos.<br />
Basicamente qualquer mancal que trabalha com um filme <strong>de</strong> óleo ou fluido é um mancal<br />
hidrodinâmico. O fluido po<strong>de</strong> ser gás ou líquido. A geometria das superfícies do mancal atuam<br />
<strong>de</strong> forma a criar fluxo e pressão no fluido. É a pressão do fluido que suporta a carga evitando o<br />
contato metal com metal. A espessura do filme <strong>de</strong> óleo sob o eixo é fina e as superfícies do<br />
mancal <strong>de</strong>vem ser lisas.Para o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um mancal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong>ve-se assegurar que a<br />
espessura mínima do filme c seja mantida, a excentricida<strong>de</strong> do eixo e seja aceitável, a<br />
pressão no lubrificante seja possível e a viscosida<strong>de</strong> do óleo seja aceitável. Para <strong>de</strong>terminar as<br />
condições <strong>de</strong> operação aceitáveis,muitos testes foram realizados e equações foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidas. As combinações dos resultados levaram ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tabelas ou<br />
gráficos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> que auxiliam na escolha das dimensões dos mancais, das folgas e das<br />
características do lubrificante <strong>para</strong> condições <strong>de</strong> operação particulares.<br />
6.21 - PROCEDIMENTO DE PROJETO<br />
1. Selecione uma relação l/d , 1 é provavelmente um bom ponto <strong>de</strong> partida.<br />
2. Utilizando uma carga específica e uma pressão nominal a<strong>de</strong>quada, selecione o<br />
comprimento e o diâmetro do mancal.<br />
3. Especifique uma folga radial apropriada, c, provavelmente baseado em ajuste fechado<br />
(H8/f7) ou livre (H9/d9).<br />
4. Decida sobre uma viscosida<strong>de</strong> inicial. Uma vez que a viscosida<strong>de</strong> varia<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente com a temperatura, é necessário normalmente utilizar <strong>para</strong> o cálculo,<br />
dois valores <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>, um ligeiramente abaixo e outro ligeiramente superior ao<br />
valor final antecipado.<br />
5. Determine o número característico do mancal ou número Sommerfield (S).<br />
6. Obter na tabela, a variável espessura mínina <strong>de</strong> óleo em função do número<br />
característico do mancal e da relação l/d.<br />
7. Agora se po<strong>de</strong> calcular a espessura mínima <strong>de</strong> óleo e verificar se é razoável.<br />
8. Po<strong>de</strong>-se calcular agora a relação <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>.<br />
9. Se necessário, a posição angular da espessura mínima <strong>de</strong> óleo po<strong>de</strong> ser obtida <strong>de</strong> um<br />
outro gráfico.<br />
188
10. No gráfico “variável coeficiente <strong>de</strong> atrito" em função do número característico do mancal,<br />
S, e da relação l/d, po<strong>de</strong>-se ler a variável coeficiente <strong>de</strong> atrito.<br />
11. Calcule o coeficiente <strong>de</strong> atrito. Utilizando o raio e a carga atuante, calcule o torque<br />
necessário <strong>para</strong> vencer o atrito. Utilizando o coeficiente <strong>de</strong> atrito e a rotação do eixo,<br />
calcule a perda <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>vido ao atrito.C<br />
12. No gráfico, "variável <strong>de</strong> fluxo" em função do número característico do mancal e da<br />
relação l/d calcule o fluxo total <strong>de</strong> óleo.<br />
13. No gráfico "relação <strong>de</strong> fluxo" em função do número característico do mancal e da<br />
relação l/d , calcule o vazamento lateral do lubrificante.<br />
14. Calcule a elevação <strong>de</strong> temperatura no lubrificante- é comum supor que todo o calor é<br />
levado <strong>para</strong> fora pelo fluxo <strong>de</strong> óleo e a temperatura <strong>de</strong> vazamento do óleo é a média da<br />
temperatura <strong>de</strong> entrada e saída.<br />
15. No gráfico viscosida<strong>de</strong> x temperatura, checar a viscosida<strong>de</strong> do óleo após o aumento <strong>de</strong><br />
temperatura pela quantida<strong>de</strong> calculada anteriormente, e supor uma temperatura <strong>de</strong><br />
entrada a<strong>de</strong>quada.<br />
16. Repetir os cálculos acima necessários <strong>para</strong> checar os resultados com a viscosida<strong>de</strong> com<br />
a média das temperaturas <strong>de</strong> entrada e saída.<br />
6.22 - APLICAÇÃO<br />
1. Um mancal hidrodinâmico tem as características abaixo:<br />
• W = 5kN;<br />
• d = 50 mm (diâmetro)<br />
• l = 50 mm (comprimento)<br />
• N = 30 rps;<br />
• SAE20 (óleo lubrificante)<br />
• Temperatura Inicial <strong>de</strong> 38º C<br />
a) Qual a temperatura média <strong>de</strong> funcionamento <strong>para</strong> uma folga <strong>de</strong> c = 0,050 mm?<br />
b) Qual a folga <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> uma temperatura média <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> 50ºC,<br />
sendo esta 70% da folga i<strong>de</strong>al? Traçar uma curva e mostrar os valores.<br />
189
DADOS INICIAIS DO PROGRAMA<br />
Carga: 5 kN<br />
Diâmetro: 50 mm<br />
Comprimento: 50 mm<br />
Rotação: 30 rps<br />
Temperatura Inicial: 38º C<br />
Folga: 0,050<br />
Tipo: SAE 20<br />
Relação <strong>de</strong> l/d: 1<br />
RESULTADOS<br />
Formula Parcial: 3,75µ<br />
Temperatura média <strong>de</strong> funcionamento: 47,5ºC<br />
FOLGA DE PROJETO<br />
Temperatura média <strong>de</strong> funcionamento: 50ºC<br />
Porcentagem em relação a folga máxima: 70%<br />
RESULTADOS<br />
Folga I<strong>de</strong>al: 0,014168 mm<br />
6.23 - MANCAIS ÓTIMOS.<br />
Um problema <strong>de</strong> mancais po<strong>de</strong> apresentar um numero in<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> soluções.<br />
Entretanto, consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pratica, como folga razoável, óleo conveniente e a relação<br />
L / D entre o comprimento e o diâmetro, limitam consi<strong>de</strong>ravelmente as possibilida<strong>de</strong>s. Kingsbury<br />
mostrou que, <strong>para</strong> um certo ângulo <strong>de</strong> contato β, há um certo valor da excentricida<strong>de</strong> e que<br />
resulta em uma capacida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> carga e outro valor <strong>de</strong> e que resulta em um mínimo <strong>de</strong><br />
perda por atrito. Os mancais que correspon<strong>de</strong>m a estas situações são <strong>de</strong>nominados mancais<br />
ótimos sendo o <strong>de</strong> máxima capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga um tanto diferente do que proporciona um<br />
mínimo <strong>de</strong> perda por atrito. Com tantas possibilida<strong>de</strong>s a escolher, o calculista <strong>de</strong>ve procurar<br />
obter um mancal ótimo não importando qual <strong>de</strong>les. Pequenas variações da folga ótima, <strong>para</strong><br />
190
mais ou <strong>para</strong> menos, tem pequeno efeito seja na carga ou no atrito e o <strong>projeto</strong> final po<strong>de</strong>rá ser<br />
um compromisso entre as folgas comercialmente usadas e os valores ótimos<br />
6.24 - TAXA DE FOLGA.<br />
Permanecendo os outros elementos constantes, um aumento na folga c acarreta um<br />
<strong>de</strong>créscimo no numero <strong>de</strong> Sommerfeld e na espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo. Assim, se a<br />
espessura mínima do filme é o elemento <strong>de</strong>cisivo, um aumento da folga po<strong>de</strong> reduzir a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do mancal. Entretanto, a folga maior permite maior fluxo do lubrificante, <strong>de</strong><br />
modo que o mancal trabalhará com temperatura mais baixa, uma vez que maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
calor é elevada pelo lubrificante.<br />
A folga e a taxa <strong>de</strong> folga c / D são funções do processo <strong>de</strong> fabricação. Um valor <strong>de</strong> c / D<br />
= 0,001 esta bem próximo da média <strong>para</strong> cargas constantes, porem c / D po<strong>de</strong> ser menor,<br />
digamos, 0,00075 <strong>para</strong> cargas variáveis . Tomando por base os materiais dos mancais, os<br />
seguintes valores da relação c / D po<strong>de</strong>m ser tomados como guia : “Babbit” com base <strong>de</strong><br />
estanho, 0,0005 ;liga <strong>de</strong> cádimo e prata 0,0008 ; cobre e chumbo 0,001 ; liga <strong>de</strong> prata chumbo<br />
e índio 0,001 ; liga <strong>de</strong> alumínio 0,001. Para mancais pequenos, c / D po<strong>de</strong> ser pouco maior e<br />
<strong>para</strong> mancais gran<strong>de</strong>s um pouco menor do que os valores dados acima.<br />
6.25 - RELAÇÃO ENTRE O COMPRIMENTO E O DIÂMETRO.<br />
Quanto maior o comprimento L, <strong>para</strong> um diâmetro particular D menor a pressão média.<br />
Em um mancal em que pu<strong>de</strong>r ocorrer atrito combinado, uma pressão mais baixa será<br />
importante. Entretanto, se o atrito for fluido, o grupo µn / p será o elemento <strong>de</strong>cisivo, com as<br />
ressalvas seguintes:<br />
1º. , se o mancal esta sujeito às partículas ou <strong>para</strong>das em regime <strong>de</strong> plena carga, o<br />
<strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>vido ao contacto <strong>de</strong> metal com metal não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sprezado;<br />
2º. , a pressão máxima do filme <strong>de</strong> óleo não <strong>de</strong>ve ser tão gran<strong>de</strong> que <strong>de</strong>forme ou<br />
provoque fadiga nos metais dos mancais. A analise feita por Needs sugere que, em média, o<br />
valor L / D ≈ 1 equilibra os vários prós e contras. Deve-se ter em mente, também, que se por um<br />
lado, há uma tendência <strong>de</strong> f crescer à proporção que o mancal se torna mais curto, a fuga axial<br />
também cresce com esse encruamento e, assim, maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor é arrastada pelo<br />
óleo.<br />
191
On<strong>de</strong> o espaço é vital, como no caso dos motores <strong>de</strong> avião e motores em V <strong>para</strong> a<br />
industria automobilística, é regra a adoção <strong>de</strong> baixas relações L / D, não sendo incomum o uso<br />
<strong>de</strong> relações tão baixas como 0,25 a 0,5. Uma certa espessura <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> óleo que se rompe<br />
em mancais relativamente longos, <strong>de</strong>vido às <strong>de</strong>flexões do eixo, po<strong>de</strong> ser bem tolerada por um<br />
mancal mais curto.<br />
6.26 - CONSIDERAÇÕES SOBRE DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES EM UM MANCAL E<br />
PERDA DEVIDA AO ATRITO.<br />
Devido à fuga axial a distribuição das pressões na direção axial é aproximadamente<br />
<strong>para</strong>bólica. Quando a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>vida a Newton <strong>para</strong> viscosida<strong>de</strong>, é aplicada a um munhão<br />
concêntrico com seu mancal, a equação resultante e aplicável a mancais levemente carregados<br />
e a mancais que trabalham em altas velocida<strong>de</strong>s, que são os casos em que os mancais são<br />
aproximadamente concêntricos. Tal aplicação serve também <strong>para</strong> fins estimativos e, em<br />
conjunto com outras consi<strong>de</strong>rações, proporciona consi<strong>de</strong>ráveis informações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />
prática.Com a expressão Uf = Fv, po<strong>de</strong>mos, se necessário, calcular a perda <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>vida<br />
ao atrito. Os mancais são comumente construídos com ranhuras ou rebaixos <strong>para</strong> a distribuição<br />
do lubrificante, situados em oposição e abrangendo arcos <strong>de</strong> 30° a 60°, em planos formando,<br />
mais ou menos, um ângulo reto com a direção da carga Estes rebaixos atuam não só como<br />
distribuidores, mas também como pequenos reservatórios <strong>de</strong> óleo. No que diz respeito a<br />
espessura do filme <strong>de</strong> óleo e a carga, é aconselhável consi<strong>de</strong>rar tais mancais como parciais,<br />
com ângulo β. Entretanto, as perdas por atrito <strong>de</strong>vem ser calculadas como a soma da que<br />
ocorre no arco β com a correspon<strong>de</strong>nte ao ângulo θ, não levando em conta as que ocorrem nos<br />
arcos correspon<strong>de</strong>ntes as ranhuras <strong>de</strong> distribuição porque, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> espessura do filme<br />
nessas regiões, são <strong>de</strong>sprezíveis. A perda por atrito na parte não-carregada (correspon<strong>de</strong>nte a<br />
θ), po<strong>de</strong> ser calculada, com suficiente precisão, pela equação <strong>de</strong> Newton , usando hm como a<br />
espessura média do filme <strong>de</strong> óleo. Assim:<br />
F = µAv / hm (28)<br />
on<strong>de</strong> A representa a área do fluido cisalhado. A Geometria do mancal da, <strong>para</strong> a espessura<br />
média hm:<br />
hm = c/ 2 + 2 / θ (c/2 – h0) cos φ sem θ/2. (29)<br />
Se o ângulo θ situa-se entre 120° e 180°, a espessura média h m po<strong>de</strong>, sem erro sensível,<br />
ser calculada pela equação:<br />
192
hm = c/2 +0,74 (c/2 - h0) cos φ . (30)<br />
Fig.11 – Relação geométrica <strong>de</strong>vio a perda por atrito<br />
A razão ou fator <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser bem prevista pela teoria. Se um<br />
munhão esta girando a alta velocida<strong>de</strong>, seu centro praticamente coinci<strong>de</strong> com o do mancal<br />
representado por A na Fig.12. Vamos supor que à proporção que a carga cresça, o centro do<br />
munhão mova-se segundo uma trajetória semicircular ABC, cujo diâmetro é a folga radial cr =<br />
c/2. Nesta hipótese, o munhão vai entrar em contato com o mancal em C, se a carga tornar-se<br />
suficientemente gran<strong>de</strong>. Esta suposição aproxima-se bastante das trajetórias <strong>de</strong>terminadas<br />
experimentalmente e é suficientemente exata <strong>para</strong> os fins que temos em vista.<br />
Fig.12 - A razão ou fator <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong><br />
193
Notando que AB, na Fig. 12, e OO’, na Fig. 11, têm os mesmos comprimentos e que, em<br />
qualquer posição B do centro do munhão a distancia AB é igual a cr – h0 e que o ângulo ABC é<br />
sempre reto, virá:<br />
cos φ = (cr – h0) / cr = 1 – (h0 /cr) = 1 – (2h0/c) = e (31)<br />
equação que permite calcular o valor <strong>de</strong> φ. Usando o valor <strong>de</strong> cos φ <strong>de</strong> (31) na equação (30),<br />
teremos o valor aproximado da espessura média hm na capa:<br />
hm = cr [1 + 0,74 (1 - h0 /cr ) 2 ] = cr (1 + 0,74e 2 ). (32)<br />
6.27 - FLUXO DE LUBRIFICANTE ATRAVÉS DE UM MANCAL.<br />
Antes do advento das altas velocida<strong>de</strong>s, encontradas em algumas das maquinas<br />
mo<strong>de</strong>rnas, a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um lubrificante era apenas reduzir o atrito. Entretanto, à proporção<br />
que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um munhão sob carga, cresce, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong>vidas ao atrito<br />
também cresce e o mancal <strong>de</strong>ve dissipar maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor<br />
gerado pelo atrito cresce, aproximadamente, com o cubo do diâmetro do munhão, enquanto<br />
que o calor naturalmente transmitido por convexão e radiação é, aproximadamente,<br />
proporcional à primeira potência <strong>de</strong> D. Assim, a proporção que a velocida<strong>de</strong> do munhão cresce,<br />
com a carga constante, mais e mais quente vai se tornando o mancal. O munhão bombeia mais<br />
óleo, o que ten<strong>de</strong> fazer crescer a espessura do filme, mas o óleo per<strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> à proporção<br />
que sobe a temperatura; se o mancal tornar-se <strong>de</strong>masiadamente quente, o filme <strong>de</strong> óleo<br />
romper-se-á e o mancal será “queimado” Um método <strong>de</strong> retirar do mancal o calor excessivo,<br />
<strong>de</strong>vido ao atrito, e esfriá-lo por meios externos, seja ventilando-o, seja fazendo circular água em<br />
serpentinas que o envolvam.<br />
Usa-se muito um sistema <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> óleo, cujo principal propósito é obter um bom<br />
fluxo <strong>de</strong> óleo através do mancal, <strong>para</strong> arrastar o excesso <strong>de</strong> calor gerado.<br />
O óleo, normalmente, entra no mancal na região <strong>de</strong> baixa pressão do mesmo, um pouco<br />
a frente da área que suporta a carga. Algumas vezes é prevista uma saída, um pouco além da<br />
área <strong>de</strong> carga, pela qual o óleo, livremente, abandona o mancal. Se o óleo entra sob pressão<br />
atmosférica, a ação bombeadora do munhão faz com que ele penetre na área que suporta a<br />
carga. Nos mancais em que não há vedadores nas extremida<strong>de</strong>s ocorre um certo vazamento.<br />
194
Se não existirem saídas especiais, o único caminho <strong>para</strong> o óleo <strong>de</strong>ixar um mancal completo é<br />
pelas extremida<strong>de</strong>s, principalmente nas extremida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong> carga, porque o restante do<br />
mancal não está sob pressão.<br />
Admitido como retilíneo o gradiente da velocida<strong>de</strong> através da espessura do filme, como a<br />
equação (33), a velocida<strong>de</strong> media do óleo será meta<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> periférica do munhão, isto<br />
é, vr/2. Portanto, se o munhão for concêntrico em relação ao mancal (Fig. 220), o fluxo máximo<br />
<strong>de</strong> óleo no espaço da folga, será o produto da velocida<strong>de</strong> média vr/2 pela área <strong>de</strong> escoamento<br />
crL = cL/2, ou seja: q = vr cL/4 = 0,25 vr cL. Contudo, o valor real do fluxo na região sob carga é<br />
menor e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da relação L/D e da excentricida<strong>de</strong> do munhão. Assim, <strong>de</strong> uma maneira geral,<br />
po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
q f r<br />
= C v cL,<br />
(34)<br />
on<strong>de</strong> q é obtido em galões por minuto (gpm), com vr em ft/min, c em polegadas, L em<br />
polegadas e Cf o coeficiente <strong>de</strong> escoamento ajustado <strong>de</strong> modo que o resultado venha em gpm.<br />
O coeficiente Cf é obtido na Fig. 213, on<strong>de</strong> são apresentados dois conjuntos <strong>de</strong> curvas. Os<br />
valores <strong>de</strong> Cf, obtidos das curvas em traço cheio, substituídos na equação (34), dão o fluxo <strong>de</strong><br />
óleo na região carregada, quando o óleo é admitido no mancal a uma pressão próxima da<br />
atmosférica. Uma parte <strong>de</strong>ste óleo circula em torno do munhão e o restante abandona o mancal<br />
pelas extremida<strong>de</strong>s, em fuga axial. Esta fuga axial é igual a quantida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve ser<br />
continuamente suprida <strong>para</strong> manter o escoamneto do óleo: correspon<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo<br />
que <strong>de</strong>ixa o mancal quando nenhuma pressão o força <strong>para</strong> fora, exceto a gerada no filme <strong>de</strong><br />
óleo pela ação hidrodinamica <strong>de</strong> seu trabalho e quando a única área <strong>de</strong> escoamento é a da<br />
folga.<br />
6.28 - CALOR LEVADO PELO ÓLEO.<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor levada pelo óleo que circula através <strong>de</strong> um mancal é obtida a<br />
partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> calor especifico. Um valor, do lado da segurança, <strong>para</strong> óleos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />
petróleo é, aproximadamente, 0,4 Btu/lb = °F.<br />
Então: Q = w(<br />
0,<br />
40)<br />
Δt<br />
(Btu/min), (35)<br />
195
on<strong>de</strong> Q é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor recebida pelo óleo quando passa através do mancal, w, em<br />
lb/min, é a vazão ou fluxo <strong>de</strong> oleo e ∆t é a elevação da temperatura do oleo.<br />
Para a avaliação que estamos fazendo, po<strong>de</strong>mos usar <strong>para</strong> os óleos <strong>de</strong>rivados do<br />
petróleo uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,83, que correspon<strong>de</strong> a um peso especifico <strong>de</strong> 6,92 lb/galão.<br />
Assim, <strong>para</strong> q gpm, § 249, temos w = 6,92q lb/min e convertendo <strong>para</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho,<br />
usualmente adotadas <strong>para</strong> Uf, achamos:<br />
Q = 2150 qΔt<br />
(lb-ft/min), (36)<br />
on<strong>de</strong> q é o fluxo <strong>de</strong> óleo em gpm. Para o óleo alimentado sob pressão, § 260, praticamnete<br />
quase todo o calor gerado é, por ele, arrastado (179). Neste caso, a quantida<strong>de</strong> necessária <strong>de</strong><br />
óleo po<strong>de</strong> ser estimada igualando Q, da equação (36), <strong>para</strong> uma certa elevação <strong>de</strong><br />
temperatura, a Uf e calculando q. Uma elevação <strong>de</strong> temperatura inferior a 20°F é prá tica usual<br />
no caso da lubrificação forçada.<br />
6.29 - DISSIPAÇÃO DE CALOR DO MANCAL.<br />
Muitas horas po<strong>de</strong>m ser necessárias <strong>para</strong> que a temperatura <strong>de</strong> um mancal se estabilize<br />
em seu valor <strong>de</strong> operação. Mesmo em condições estáveis, a radiação e a convecção térmica e<br />
um mancal são fenômenos complexos. De uma estimativa da temperatura média do filme do<br />
óleo, fazemos uma estimativa da temperatura na superfície do mancal. Entretanto, nem todas<br />
as partes <strong>de</strong>sta superfície estão a mesma temperatura, e o material adjacente ao mancal<br />
conduz uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor, que é, eventualmente, transmitida ao ambiente por<br />
convecção e radiação. Po<strong>de</strong>remos computar esta condução <strong>de</strong> calor pela adoção <strong>de</strong> uma certa<br />
área “efetiva” <strong>de</strong> transmissão, área esta con<strong>de</strong>nsada nas partes metálicas adjacentes ao<br />
mancal; entretanto, restará sempre a questão do valor <strong>de</strong>sta área. De qualquer forma <strong>de</strong>vemos<br />
sempre fazer a estimativa da temperatura <strong>de</strong> operação em regime estável.<br />
Em geral, a perda <strong>de</strong> calor po<strong>de</strong> ser expressa com:<br />
Q = f A Δt<br />
(37)<br />
cr<br />
b<br />
b<br />
196
2<br />
on<strong>de</strong> fcr é o coeficiente <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor em lb − ft / min* pol * ° F , Ab é a área efetiva<br />
em<br />
2<br />
pol através da qual se processa a transferência <strong>de</strong> calor e b<br />
temperatura da superfície do mancal acima da temperatura ambiente, em °F.<br />
Δ t é a elevação <strong>de</strong><br />
Uma velha regra ditada pela experiência (166), recomenda que, em ar calmo, uma perda<br />
2<br />
<strong>de</strong> 2 Btu / hr − ft * ° F é um valor aceitável. Em conseqüência:<br />
f cr<br />
2<br />
= 0,<br />
18lb<br />
− ft / min* pol * ° F (ar calmo) (38)<br />
Quando o ar está em momento, o valor <strong>de</strong> f cr é bem maior, até mesmo <strong>de</strong>z vezes maior,<br />
conforme publicações da literatura sobre o assunto. Assim, Karelitz (162) achou:<br />
f cr<br />
<strong>para</strong> uma velocida<strong>de</strong> do ar <strong>de</strong> 500ft/min.<br />
2<br />
= 0,<br />
516lb<br />
− ft / min* pol * ° F<br />
Quando o óleo não circula, po<strong>de</strong>-se tomar, com aproximação aceitável (162, 166) que:<br />
Δ = Δt<br />
/ 2 (40)<br />
on<strong>de</strong> Δ t0<br />
é a elevação <strong>de</strong> temperatura do filme <strong>de</strong> óleo.<br />
t b<br />
0<br />
(39)<br />
Para valor da área efetiva, Norton (166) sugere, aproximadamente:<br />
A b<br />
= 25DL<br />
(41)<br />
on<strong>de</strong> L é o comprimento axial do mancal e D o seu diâmetro nominal. Esta expressão <strong>para</strong> A b é<br />
aplicável quando existem pesadas massas <strong>de</strong> metal em presença. Se o mancal é <strong>de</strong> construção<br />
leve ou tanto isolado, a área efetiva po<strong>de</strong> tornar-se tão baixa quanto 6DL.<br />
As informações acima serão, provavelmente, satisfatórias na estimativa da temperatura<br />
<strong>de</strong> equilíbrio. Porém, uma discussão resumida das consi<strong>de</strong>rações básicas elucidará um pouco<br />
mais a situação. Assim, lembremo-nos que sendo uma parte do calor transmitida por meio <strong>de</strong><br />
radiação, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor assim transferida é, <strong>de</strong> acordo com a lei <strong>de</strong> Stefan-Boltzmann ,<br />
proporcional à quarta potencia da temperatura. Por consi<strong>de</strong>rações diversas, e admitindo que a<br />
temperatura não varie muito, po<strong>de</strong>remos chegar a:<br />
197
f r<br />
2<br />
= 0,<br />
108lb<br />
− ft / min* pol * ° F<br />
<strong>para</strong> valor da taxa unitária <strong>de</strong> calor radiado.<br />
Quanto à convecção, não foram <strong>de</strong>terminadas expressões que permitam sua avaliação<br />
nos mancais. A situação po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada semelhante a <strong>de</strong> um tubo cilíndrico exposto a<br />
um fluido externo em movimento<br />
( ) 6 , 0<br />
Dρv<br />
/<br />
f c D / k = 0,<br />
24 * μ (43)<br />
on<strong>de</strong> D é o diâmetro do tubo, k a condutibilida<strong>de</strong> térmica <strong>de</strong> seu material, ρ a massa especifica<br />
e µ a viscosida<strong>de</strong> do fluido externo. Esta equação reduz-se à forma<br />
(42)<br />
0,<br />
6 0,<br />
4<br />
f c = Cva<br />
/ D , on<strong>de</strong> C é<br />
uma função experimental das proprieda<strong>de</strong>s do ar, v a é a velocida<strong>de</strong> do ar em ft/min e D é uma<br />
dimensão característica. De alguns poucos resultados experimentais, po<strong>de</strong>mos escolher C =<br />
0,0172 e ter:<br />
0,<br />
6 0,<br />
4<br />
f c = 0, 0172 * va<br />
/ D<br />
F pol ft lb − * °<br />
min* /<br />
2<br />
que dá a taxa unitária <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor por convecção, on<strong>de</strong> v a é a velocida<strong>de</strong> do ar em<br />
ft/min e D o diâmetro nominal do mancal em polegadas.<br />
O coeficiente total <strong>de</strong> tarnsmissao <strong>de</strong> calor f cr é, então, a soma f cr = f c + f r , cujo valor<br />
é usado na equação (36), como previamente foi explanado. Se a velocida<strong>de</strong> do escoamento do<br />
ar ao mancal pu<strong>de</strong>r ser estimada, o processo acima indicado será preferível. Mancais<br />
localizados próximos a polias, volantes, etc., po<strong>de</strong>m ser admitidos como expostos a uma<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> 60 a 100 ft/min.<br />
Se o problema for o <strong>de</strong> estimar a temperatura <strong>de</strong> equilíbrio <strong>para</strong> um óleo particular, a<br />
solução po<strong>de</strong> ser obtida por aproximações sucessivas. Um modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r é indicado pelo<br />
roteiro abaixo:<br />
a) Supor uma temperatura do filme <strong>de</strong> óleo e ∆t0.<br />
b) Para o óleo fixado, <strong>de</strong>terminar a viscosida<strong>de</strong>, o coeficiente <strong>de</strong> atrito e as perdas por<br />
atrito Uf.<br />
c) Admitir que a elevação <strong>de</strong> temperatura do mancal ∆tb seja meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ∆t0, elevação<br />
<strong>de</strong> temperatura do óleo, e calcular Q, fluxo com que o calor é dissipado à temperatura<br />
(44)<br />
198
fixada. Se Q = Uf a temperatura suposta é a estimada <strong>para</strong> operação. Se Q e Uf são<br />
diferentes, supor outra temperatura do filme e repetir os cálculos. Depois <strong>de</strong> efetuadas<br />
duas series <strong>de</strong> cálculos, interpolações ou extrapolações dos valores fixados<br />
proporcionarão uma base <strong>para</strong> a terceira tentativa.<br />
6.30 - MATERIAIS USADOS NOS MANCAIS.<br />
As proprieda<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas vantajosas nos materiais que se <strong>de</strong>stinam<br />
à construção <strong>de</strong> mancais são (164): baixo módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, o que redundará em<br />
facilida<strong>de</strong> do material tomar a forma <strong>de</strong>sejada; baixa resistência ao cisalhamento, o que<br />
proporcionará facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser a superfície alisada; baixa soldabilida<strong>de</strong> ao aço, o que dificultará<br />
o aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos ou cortes na superfície; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> corpos<br />
estranhos ou “incrustabilida<strong>de</strong>”, permitindo que, pela penetração em sua massa, sejam os<br />
mesmos removidos da película <strong>de</strong> lubrificante; resistência à compressão e à fadiga; resistência<br />
às temperaturas; resistência à corrosão; boa condutibilida<strong>de</strong> térmica; coeficiente <strong>de</strong> expansão<br />
térmica semelhante ao do aço e, como sempre, baixo custo.<br />
Os materiais mais usados são as ligas <strong>de</strong> cobre e o babbit. Os babbits são <strong>de</strong> base <strong>de</strong><br />
estanho ou <strong>de</strong> chumbo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> qual <strong>de</strong>stes metais é o principal constituinte da liga. Em<br />
todas as suas formas os babbits são ligas <strong>de</strong> baixa resistência, sendo usados em camadas<br />
muito finais [<strong>de</strong> espessura inferior a 1 mm (0,04 pol.) até 0,05 mm (0,002 pol.)] sobre casquilho<br />
<strong>de</strong> aço. Devido à sua baixa resistência à fadiga, não são satisfatórios on<strong>de</strong> a carga é severa e<br />
variável, se bem que os revestimentos muito finos possam manter-se em certos casos. Na<br />
espessura <strong>de</strong> 0,4 mm (0,016 pol.), a capacida<strong>de</strong> normal <strong>de</strong> carga (com atrito fluido) é <strong>de</strong><br />
aproximadamente 1 kg/mm 2 (1 500 psi).<br />
As ligas <strong>de</strong> cobre usadas nos mancais são principalmente bronzes que são muito mais<br />
fortes e duros do que o babbit. Uma liga <strong>de</strong> cobre e chumbo, com 25 a 50% <strong>de</strong> chumbo, em<br />
uma camada <strong>de</strong> 0,75 mm (0,03 pol.) <strong>de</strong> espessura tem boa resistência à fadiga e é usada em<br />
motores <strong>de</strong> avião. Sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga normal é <strong>de</strong> 2,1 kg/mm2 (3 000 psi). Bronzes ao<br />
estanho têm uma capacida<strong>de</strong> normal <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> 3,5 kg/mm 2 (5 000 psi) (173).<br />
Revestimentos <strong>de</strong> prata, <strong>para</strong> serviços pesados, são colocados pelo <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> uma<br />
camada <strong>de</strong> 0,5 mm (0,02 pol.) a 0,75 mm (0,03 pol.) <strong>de</strong> prata sobre o aço, seguida <strong>de</strong> uma<br />
camada <strong>de</strong> 0,025 mm (0,001 pol.) a 0,075 mm (0,003 pol.) <strong>de</strong> chumbo; em seguida, cerca <strong>de</strong> 4<br />
a 5% <strong>de</strong> índio é <strong>de</strong>positado eletroliticamente, e termicamente difundido, na camada <strong>de</strong> chumbo.<br />
199
Um mancal <strong>de</strong> ferro fundido, suportando munhão <strong>de</strong> aço, tem se mostrado uma<br />
excelente combinação no ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e atrito no caso do atrito combinado.<br />
Entretanto, o ferro fundido não oferece boa incrustabilida<strong>de</strong> e outras qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um metal<br />
macio e marca, seriamente, a superfície do munhão no caso <strong>de</strong> qualquer irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
funcionamento.<br />
Um mancal que contém seu próprio lubrificante é fabricado mediante elevada<br />
compressão <strong>de</strong> cobre e estanho (ou chumbo) em pó, que são então sintetizados a uma<br />
temperatura situada entre as <strong>de</strong> fusão dos dois metais. O resultado é um material que<br />
apresenta no seu volume mais <strong>de</strong> 35% <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>. As porosida<strong>de</strong>s são, então, impregnadas<br />
com óleo que vem à superfície quando o mancal é sujeito a aquecimento ou pressão. Tais<br />
mancais, chamados sinterizados, são muito úteis <strong>para</strong> serviços leves em pontos <strong>de</strong> difícil<br />
acesso ou nos casos em que a operação não possa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma adição regular <strong>de</strong><br />
lubrificante, como é o caso das <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> uso doméstico. Um material sinterizado <strong>para</strong><br />
mancais, classificado como SAE Tipo I, à base <strong>de</strong> bronze , po<strong>de</strong> ser aplicado em casos em que<br />
pv VII VII 50 000, on<strong>de</strong> p em psi, é a pressão na área projetada e v a velocida<strong>de</strong> periférica do<br />
munhão em ft/min. Para a aplicação da expressão acima, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar as seguintes<br />
pressões máximas: 2 000 psi <strong>para</strong> v = 2,5 ft/min; 500 psi <strong>para</strong> v entre 50 e 100 ft/min; 325 psi<br />
<strong>para</strong> v entre 100 e 150 ft/min e 250 psi <strong>para</strong> v entre 150 e 200 ft/min.<br />
Mancais autolubricados são também fabricados mediante a inserção <strong>de</strong> grafita em<br />
rasgos ou furos abertos na superfície, agindo a grafita como lubrificante. Se estes mancais<br />
forem empregados com rotação constante, limitar a pv VII 1 500 com pmax = 40 a 50 psi..<br />
Diversas substâncias plásticas, como nylon e micarta, são usadas como mancais e<br />
po<strong>de</strong>m ser lubrificadas com água ou óleo. Igualmente a ma<strong>de</strong>ira é usada no caso <strong>de</strong> atrito<br />
combinado, especialmente usando água como lubrificante. Os mancais à base <strong>de</strong> borracha, Fig.<br />
226, trabalham <strong>de</strong> forma excelente com a água como lubrificante e são usados nas turbinas<br />
hidráulicas, na construção naval, <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> dragagem e outras aplicações. A borracha macia<br />
<strong>de</strong>ixa passar a areia ou o saibro sem injuriar a superfície do munhão. Alguns <strong>de</strong>talhes sobre o<br />
cálculo e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancais <strong>de</strong> borracha são apresentados na referência.<br />
Numerosos outros materiais, metálicos ou não, são usados na fabricação <strong>de</strong> mancais.<br />
Por trata-se <strong>de</strong> um assunto vasto por si mesmo, sugere-se consulta a outras fontes.<br />
200
6.31 - CONSTRUÇÃO DOS MANCAIS.<br />
Existem tantos tipos <strong>de</strong> mancais, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> suas construções, que a<br />
discussão e as ilustrações abaixo são meramente indicativas. As buchas <strong>para</strong> mancais<br />
pequenos são, freqüentemente, feitas em uma só peça, usualmente em latão ou bronze. As<br />
buchas <strong>de</strong>vem ser prensadas em sua se<strong>de</strong> e, em seguida, acabadas <strong>para</strong> o diâmetro <strong>de</strong>sejado.<br />
Depois que ocorrer <strong>de</strong>sgaste excessivo, a bucha <strong>de</strong>ve ser substituída. Os mancais feitos em<br />
duas peças po<strong>de</strong>m ser usados com calços que são removidos <strong>para</strong> compensar o <strong>de</strong>sgaste do<br />
mancal.<br />
É melhor que a linha <strong>de</strong> ação da carga resultante no mancal seja inclinada <strong>de</strong> um ângulo<br />
menor que 60º em relação à linha <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> uma das meta<strong>de</strong>s, no caso dos mancais<br />
bipartidos. Em nenhuma hipótese, quando o atrito for fluido, <strong>de</strong>ve a linha <strong>de</strong> ação da resultante<br />
situar-se no plano <strong>de</strong> corte do mancal, por causa do efeito <strong>de</strong>strutivo das <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s na<br />
pressão do óleo. Quando a linha <strong>de</strong> ação da carga forma um gran<strong>de</strong> ângulo com a vertical,<br />
po<strong>de</strong>-se usar um mancal com o corte inclinado ou o plano <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong> ser vertical em vez <strong>de</strong><br />
horizontal.<br />
Os mancais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte são freqüentemente, fabricados em mais <strong>de</strong> duas partes.<br />
Um mancal em quatro partes permite ajustagens, com o propósito <strong>de</strong> compensar <strong>de</strong>sgastes,<br />
tanto na horizontal, como na vertical.<br />
Mancais <strong>para</strong> arvores <strong>de</strong> transmissão po<strong>de</strong>m ser suportados por estruturas fixas às<br />
pare<strong>de</strong>s ou aos vigamentos.<br />
6.32 - MANCAIS DE ESCORA.<br />
As árvores verticais e aquelas em que estão montados <strong>para</strong>fusos sem-fim, engrenagens<br />
helicoidais, etc., estão sujeitas a forças axiais. Estas forças são suportadas por mancais <strong>de</strong><br />
escora é o mostrado na Fig. 236, usado <strong>para</strong> suportar arvores verticais. O maior <strong>de</strong>sgaste neste<br />
tipo <strong>de</strong> mancal ocorre no raio externo pois que, nele, a velocida<strong>de</strong> linear é máxima. Em<br />
conseqüência, a superfície próxima à periferia <strong>de</strong>sgasta-se gradualmente, <strong>de</strong>ixando a parte<br />
central mais alta, o que, eventualmente, produz pressões muito altas nesta parte. Para eliminar,<br />
parcialmente, esta dificulda<strong>de</strong>, é usado um disco <strong>de</strong> escora, que é feito com um furo no centro.<br />
Ocasionalmente, são usados diversos discos B, cada um <strong>de</strong>les girando, então, a uma fração da<br />
velocida<strong>de</strong> do eixo, o que distribui o <strong>de</strong>sgaste. A pressão admissível <strong>para</strong> tais mancais po<strong>de</strong><br />
variar <strong>de</strong> 3,5 kg/cm 2 (50 psi) a 14 kg/cm 2 (200 psi), em correspondência com velocida<strong>de</strong>s<br />
201
lineares periféricas médias <strong>de</strong> 60 m/min (200 ft/min) a 150 m/min (500 ft/min), as maiores<br />
velocida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ndo às menores pressões. Para serviços <strong>de</strong> condições médias e com<br />
velocida<strong>de</strong>s muito baixas as pressões po<strong>de</strong>m elevar-se até 1 kg/mm 2 (1500 psi) ou mais. O<br />
coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>para</strong> mancais <strong>de</strong> escora bem lubrificados algumas vezes é feito igual a<br />
0,015.<br />
Fig 13 -mancal <strong>de</strong> escora <strong>para</strong> eixo vertical<br />
O mancal <strong>de</strong> escora com colares, Fig. 13, é usado quando a carga é <strong>de</strong>masiadamente<br />
elevada <strong>para</strong> um tipo simples, acima <strong>de</strong>scrito, ou quando for impraticável a montagem do<br />
mesmo. Em geral, ele é usado <strong>para</strong> absorver o esforço axial criado, por exemplo, por um órgão<br />
<strong>de</strong> propulsão (como uma hélice ou um rotor <strong>de</strong> turbina ou bomba). As pressões admissíveis<br />
<strong>para</strong> os mancais <strong>de</strong> colar são um pouco menores do que as permitidas nos mancais simples <strong>de</strong><br />
escora. Isto porque a carga não é uniformemente distribuída entre os colares. Se possível, os<br />
colares <strong>de</strong>vem ser colocados próximo ao ponto em que o esforço axial se origina, o que aliviará<br />
o eixo da ação <strong>de</strong> flambagem. O diâmetro do colar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> 1,4 a 1,8 vezes o diâmetro do<br />
eixo e o coeficiente <strong>de</strong> atrito po<strong>de</strong> ser tomado aproximadamente igual a 0,04.<br />
Fig 14.-mancal <strong>de</strong> escora com colares<br />
202
Fig.15 – Viscosida<strong>de</strong> absoluta,conforme [67]<br />
203
Fig.16 – Posição da espessura mínima do filme<br />
204
Fig.17 – Razão da vazão,conforme [67]<br />
205
Fig.18 – Razão da vazão,conforme [67]<br />
Fig.19 – Razão da pressão máxima do filme,conforme [67]<br />
206
Fig. 20 – Posição do filme,conforme [67]<br />
207
6.33 - EXERCÍCIO RESOLVIDO<br />
Um mancal hidrodinâmico gira a 1760 rpm, com diâmetro <strong>de</strong> d = 2 pol, comprimento L = 2 pol,<br />
carga <strong>de</strong> W = 1000 lbf, e óleo lubrificante SAE 20. Sabendo-se que a temperatura inicial é <strong>de</strong><br />
100ºF, pe<strong>de</strong>-se:<br />
a) Qual a estimativa <strong>para</strong> a temperatura média <strong>de</strong> funcionamento <strong>para</strong> uma folga <strong>de</strong> c = 0,0020<br />
pol.<br />
b) Qual a folga i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> uma temperatura média <strong>de</strong> 120°F? Traçar um gráfico <strong>de</strong> ho x c.<br />
c) Para o mancal dado, folga <strong>de</strong> c = 0,0025 pol e temperatura média <strong>de</strong> 120°F, qual a potência<br />
perdida? Esta potência aumenta ou diminui <strong>de</strong> quanto quando a rotação aumenta 50%?<br />
d) Quanto que a pressão máxima do mancal dado aumenta, quando a carga aumenta <strong>de</strong><br />
100%,<br />
c = 0,0025 pol, <strong>para</strong> a mesma temperatura média <strong>de</strong> 120ºF?<br />
Respostas<br />
1760<br />
N = = 29,<br />
33 rps W = 1000 lbf<br />
60<br />
D = 2 pol → r = 1 pol Óleo SAE 20<br />
L = 2 pol Ti = 100°F<br />
L<br />
= 1<br />
D<br />
Δ T<br />
a) c = 0,0020 pol Tm = Ti +<br />
2<br />
μ<br />
Qs/Q (r/c).f Q/r.c.N.L<br />
ΔT (ºF) Tm (°F)<br />
S<br />
ΔT (°F)<br />
(12-11)<br />
(12-19) (12-17) (12-18)<br />
20 110 6<br />
6,4. 10 − 0,18772 0,58 4,25 4,16 37<br />
35 117,5 6<br />
5,3. 10 − 0,1553 0,63 3,8 4,2 34<br />
Tabela 01 – exercício resolvido 01<br />
Para ΔT = 20°F:<br />
2<br />
r μ.<br />
N<br />
W 1000<br />
S = . P = = = 250 lbf/pol<br />
2<br />
c P<br />
2.<br />
r.<br />
L 2.<br />
1.<br />
2<br />
2 20<br />
= psi Tm = 100 + =110°<br />
F → μ =<br />
2<br />
6<br />
6,4. 10 −<br />
S =<br />
1<br />
2<br />
0,<br />
0020<br />
2<br />
−6<br />
6,<br />
4.<br />
10 . 29,<br />
33<br />
.<br />
250<br />
=<br />
0,<br />
18772<br />
⎛ r ⎞<br />
⎜ ⎟.<br />
f<br />
0,<br />
103.<br />
P ⎝ c ⎠ 0,<br />
103.<br />
250.<br />
4,<br />
25<br />
Δ T =<br />
. =<br />
= 37º<br />
F<br />
⎡ ⎛ Qs ⎞⎤<br />
⎛ Q ⎞ ( 1 − 0,<br />
5.<br />
0,<br />
58)<br />
. 4,<br />
16<br />
⎢1<br />
− 0,<br />
5.<br />
⎜ ⎥ ⎜ ⎟<br />
Q<br />
⎟<br />
⎣ ⎝ ⎠⎦<br />
⎝ r.<br />
c.<br />
N.<br />
L ⎠<br />
35<br />
6<br />
Para ΔT = 35°F Tm = 100 + = 117,<br />
5°<br />
F → μ = 5,3. 10<br />
2<br />
− (12-11)<br />
208
S =<br />
1<br />
2<br />
0,<br />
0020<br />
2<br />
−6<br />
5,<br />
3.<br />
10 . 29,<br />
33<br />
.<br />
=<br />
250<br />
0,<br />
1554<br />
34<br />
Assim, <strong>para</strong> c = 0,0020 pol → Tm = 100 + =117°<br />
F<br />
2<br />
6<br />
b) Tm = 120°F → μ = 5,0. 10 −<br />
0,<br />
103.<br />
250.<br />
3,<br />
8<br />
Δ T =<br />
= 34º<br />
F<br />
4,<br />
2<br />
( 1 − 0,<br />
5.<br />
0,<br />
63)<br />
.<br />
2 −6<br />
−6<br />
1 . 5,<br />
0.<br />
10 . 29,<br />
33 0,<br />
5866.<br />
10<br />
S =<br />
=<br />
2<br />
2<br />
c<br />
c<br />
c S ho/c ho<br />
0,0050 0,0235 0,12 − 3<br />
0,600.<br />
10<br />
0,0010 0,5866 0,73 − 3<br />
0,730.<br />
10<br />
0,0020 0,2607 0,59 − 3<br />
0,885.<br />
10<br />
0,0025 0,1467 0,44 − 3<br />
0,880.<br />
10<br />
0,0025 0,0939 0,33 − 3<br />
0,825.<br />
10<br />
0,0030 0,0652 0,26 − 3<br />
0,780.<br />
10<br />
Tabela 02 – exercício resolvido 01<br />
ho<br />
0,001<br />
0,0008<br />
0,0006<br />
0,0004<br />
0,0002<br />
0<br />
Gráfico ho x c<br />
0 0,001 0,002 0,003 0,004<br />
A folga i<strong>de</strong>al está entre: 0,0010 < c < 0,0015, pois ↑T: ↓c: ↓ho<br />
2 −6<br />
1760<br />
1 5.<br />
10 . 29,<br />
33<br />
⎛ r ⎞<br />
c) N 1 = = 29,<br />
33rps<br />
→ S1<br />
= .<br />
= 0,<br />
0939 → ⎜ ⎟.<br />
f1<br />
= 2,<br />
55<br />
60<br />
2<br />
0,<br />
0025 250<br />
⎝ c ⎠<br />
N<br />
2<br />
1760.<br />
1,<br />
5<br />
= = 44rps<br />
→ S<br />
60<br />
2<br />
=<br />
1<br />
2<br />
0,<br />
0025<br />
2<br />
−6<br />
c<br />
5.<br />
10 . 44<br />
. =<br />
250<br />
0,<br />
1408<br />
⎛ r ⎞<br />
→ ⎜ ⎟.<br />
f<br />
⎝ c ⎠<br />
2<br />
=<br />
3,<br />
4<br />
209
⎛<br />
⎜<br />
⎝<br />
1 ⎞<br />
⎛ 1 ⎞<br />
⎟.<br />
f 1 = 2,<br />
55 → f1<br />
= 0,<br />
0064 ⎜ ⎟.<br />
f 2 = 3,<br />
4 → f 2 = 0,<br />
0085<br />
0,<br />
0025 ⎠<br />
⎝ 0,<br />
0025 ⎠<br />
W.<br />
f . r.<br />
N<br />
1000.<br />
0,<br />
0064.<br />
1.<br />
1760<br />
HP = HP1 =<br />
= 0,<br />
179HP<br />
63000<br />
63000<br />
1000.<br />
0,<br />
0085.<br />
1.<br />
1760<br />
HP2 =<br />
= 0,<br />
237HP<br />
63000<br />
0,<br />
237 − 0,<br />
179<br />
Aumento = = 32,<br />
4%<br />
0,<br />
179<br />
d)<br />
P<br />
P<br />
P<br />
= K → Pmáx.<br />
=<br />
K<br />
máx.<br />
Tm = 120°F → μ = 5,0. 10 −<br />
W (lbf) P(psi) S P/Pmáx.= K Pmáx.(psi)<br />
1000 250 0,0939 0,39 641<br />
2000 500 0,0469 0,33 1515<br />
Tabela 03 – exercício resolvido 01<br />
Sendo que:<br />
2 −6<br />
1 5,<br />
0.<br />
10 . 29,<br />
33<br />
S = .<br />
Pmáx. = P/K<br />
2<br />
0,<br />
0025 P<br />
1515 −<br />
641<br />
Aumento = . 100 = 136%<br />
641<br />
6<br />
210
CAPÍTULO 07 - MANCAIS DE ROLAMENTOS<br />
7.1 - INTRODUÇÃO<br />
7.2 - DIMENSIONAMENTO<br />
O <strong>projeto</strong> completo da máquina ou do aparelho já <strong>de</strong>termina, em muitos dos casos, o<br />
diâmetro do furo dos rolamentos. Para uma <strong>de</strong>terminação final das <strong>de</strong>mais dimensões principais<br />
e do tipo construtivo <strong>de</strong>ve, entretanto, ser constatado através <strong>de</strong> um cálculo <strong>de</strong><br />
dimensionamento se as exigências quanto à vida útil, à segurança estática e à economia estão<br />
satisfeitas. Neste cálculo, a solicitação do rolamento é com<strong>para</strong>da à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga.<br />
Na tecnologia dos rolamentos há uma diferenciação entre uma solicitação dinâmica e uma<br />
estática.<br />
Na solicitação estática o rolamento não apresenta ou há só um pequeno movimento<br />
relativo (n < 10 rpm). Nestes casos, <strong>de</strong>ve ser verificada a segurança contra <strong>de</strong>formações<br />
plásticas muito elevadas das pistas e dos corpos rolantes.<br />
A maioria dos rolamentos é solicitada dinamicamente. Nestes, os anéis giram um em<br />
relação ao outro. Com o cálculo do dimensionamento, é controlada a segurança contra uma<br />
fadiga prematura do material das pistas e dos corpos rolantes.<br />
A vida nominal L10 conforme DIN ISO 281 raramente indica a duração realmente<br />
atingível. Construções econômicas exigem, no entanto, que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rendimento dos<br />
rolamentos seja aproveitada ao máximo. Quanto mais for este o caso, mais importante é um<br />
correto dimensionamento dos rolamentos.<br />
As capacida<strong>de</strong>s dinâmica e estática mencionadas neste capítulo se aplicam a<br />
rolamentos <strong>de</strong> aço cromo temperados em estado padrão <strong>para</strong> temperaturas <strong>de</strong> serviços usuais<br />
<strong>de</strong> até 100 °C. A dureza mínima das pistas e dos cor pos rolantes correspon<strong>de</strong> a 58 HRC.<br />
Sob temperaturas mais elevadas, a dureza do material se reduz e com isto, a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do rolamento.<br />
7.3 - ROLAMENTOS SOLICITADOS ESTATICAMENTE<br />
Quando se trata <strong>de</strong> solicitação estática, calcula-se o fator <strong>de</strong> esforços estáticos fs <strong>para</strong><br />
comprovar que o rolamento selecionado possui uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática suficiente.<br />
On<strong>de</strong> fs - fator <strong>de</strong> esforços estáticos<br />
C<br />
f s =<br />
P<br />
o<br />
o<br />
211
C0 - capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática [kN]<br />
P0 - carga estática equivalente [kN]<br />
O fator <strong>de</strong> esforços estáticos fs é um valor <strong>de</strong> segurança contra <strong>de</strong>formações elásticas<br />
elevadas, nos pontos <strong>de</strong> contato dos corpos rolantes. Para rolamentos que <strong>de</strong>vam ter um giro<br />
particularmente suave e silencioso, <strong>de</strong>verá ser alcançado um fator elevado <strong>de</strong> esforços<br />
estáticos. Se as exigências que se referirem à suavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> giro forem menores, bastarão<br />
fatores fs menores. De um modo geral, <strong>de</strong>vem ser atingidos os seguintes valores:<br />
fs = 1,5...2,5 Para exigências elevadas<br />
fs = 1,0...1,5 Para exigências normais<br />
fs = 0,7...1,0 Para exigências reduzidas.<br />
Os valores correspon<strong>de</strong>ntes aos rolamentos axiais auto-compensadores <strong>de</strong> rolos e aos<br />
<strong>de</strong> alta precisão estão dados na parte das tabelas.<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática C0 [kN] se encontra indicada nas respectivas tabelas dos<br />
rolamentos. Uma carga <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong> (nos rolamentos radiais uma carga radial e nos axiais<br />
uma carga axial e central), provoca uma pressão <strong>de</strong> superfície P0 calculada, no centro do ponto<br />
<strong>de</strong> contato mais carregado entre os corpos rolantes e a pista <strong>de</strong>:<br />
• 4600 N/mm² em todos os rolamentos auto-compensadores <strong>de</strong> esferas<br />
• 4200 N/mm² em todos os outros rolamentos <strong>de</strong> esferas<br />
• 4000 N/mm² em todos os rolamentos <strong>de</strong> rolos.<br />
A carga ocasionada por C0 produz, no ponto on<strong>de</strong> inci<strong>de</strong> a maior carga, uma <strong>de</strong>formação<br />
plástica total dos corpos rolantes e da pista da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 /10000 do diâmetro do corpo rolante.<br />
A carga equivalente P0 [kN] é um valor calculado, ou seja, uma carga radial nos rolamentos<br />
radiais e uma carga axial e central nos rolamentos axiais. P0 ocasiona a mesma solicitação no<br />
ponto central <strong>de</strong> contato on<strong>de</strong> inci<strong>de</strong> a maior carga entre os corpos rolantes e a pista como a<br />
solicitação realmente atuante.<br />
On<strong>de</strong> P0 - carga estática equivalente [kN]<br />
Fr - carga radial [kN]<br />
Fa - carga axial [kN]<br />
X0 - fator radial<br />
Y0 - fator axial<br />
P = X * F [kN] (1)<br />
0<br />
0 * Fr<br />
+ Y0<br />
Os valores <strong>para</strong> X0 e Y0 bem como indicações <strong>para</strong> o cálculo da carga estática<br />
equivalente estão mencionados nas tabelas <strong>para</strong> os diversos tipos <strong>de</strong> rolamentos ou em seu<br />
preâmbulo.<br />
a<br />
212
7.4 - ROLAMENTOS SOLICITADOS DINAMICAMENTE<br />
O cálculo normalizado (DIN ISO 281) <strong>para</strong> os rolamentos dinamicamente solicitados tem<br />
por base a fadiga do material, como causa da falha. A fórmula <strong>para</strong> o cálculo <strong>de</strong> vida nominal é:<br />
On<strong>de</strong> L10 - L vida nominal [10 6 rotações]<br />
C - capacida<strong>de</strong> dinâmica [kN]<br />
P - carga dinâmica equivalente [kN]<br />
p - expoente <strong>de</strong> duração da vida<br />
L<br />
10<br />
P<br />
6 [ 10 rotações]<br />
⎛ C ⎞<br />
= L = ⎜ ⎟<br />
(2)<br />
⎝ P ⎠<br />
L10 é a vida nominal em milhões <strong>de</strong> rotações, atingida ou superada por, no mínimo, 90%<br />
<strong>de</strong> um lote significativo <strong>de</strong> rolamentos iguais.<br />
A capacida<strong>de</strong> dinâmica C [kN] conforme DIN/ISO281-1993 consta nas tabelas <strong>para</strong> cada<br />
rolamento. Uma carga <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong> resulta em uma vida nominal L10 <strong>de</strong> 10 6 rotações.<br />
A carga dinâmica equivalente P [kN] é um fator calculado, ou seja, uma carga radial<br />
constante em tamanho e direção, em rolamentos radiais ou uma carga axial em rolamentos<br />
axiais. O resultado <strong>de</strong> P é a mesma duração <strong>de</strong> vida quanto à carga combinada realmente<br />
atuante.<br />
Sendo P - carga estática equivalente [kN]<br />
Fr - carga radial [kN]<br />
Fa - carga axial [kN]<br />
X - fator radial<br />
Y - fator axial<br />
P = X * F + Y * F [kN]<br />
r<br />
Os valores <strong>para</strong> X e Y e também as indicações <strong>para</strong> calcular a carga dinâmica<br />
equivalente estão indicados nas tabelas dos diversos tipos <strong>de</strong> rolamentos.<br />
<strong>de</strong> rolos.<br />
O expoente <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> vida nominal p é diferenciado <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> esferas ou<br />
On<strong>de</strong> p =3 <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> esferas<br />
p =10/3 <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> rolos<br />
Se a rotação do rolamento for constante, a vida nominal po<strong>de</strong> ser expressa em horas:<br />
a<br />
6<br />
L*<br />
10<br />
= L = [h]<br />
n*<br />
60<br />
Lh 10 h<br />
213
Sendo Lh10 = Lh duração <strong>de</strong> vida nominal [h]<br />
L - vida nominal [10 6 revoluções]<br />
N - rotação (freqüência <strong>de</strong> giro) [min -1 ]<br />
Simplificando-se a fórmula, teremos:<br />
L*<br />
500*<br />
33*<br />
1 * 60<br />
L 3<br />
h =<br />
n*<br />
60<br />
p<br />
L<br />
⎛ ⎞<br />
⎛ C ⎞ ⎜<br />
33*<br />
1<br />
h =<br />
⎟<br />
⎜ ⎟ *<br />
3<br />
500 ⎝ P ⎠ ⎜ n ⎟<br />
⎝ ⎠<br />
Neste contexto significam:<br />
f<br />
L<br />
500<br />
p h<br />
L = índice dinâmico<br />
ou<br />
p<br />
Lh p<br />
500 =<br />
Isto é fL = 1 <strong>para</strong> uma vida nominal <strong>de</strong> 500 horas<br />
f<br />
n<br />
33*<br />
1<br />
p<br />
=<br />
3<br />
fator <strong>de</strong> rotação<br />
n<br />
33*<br />
1<br />
3 C<br />
*<br />
n P<br />
Ou seja, fn = 1 em uma rotação <strong>de</strong> 33*1/3 rpm. A equação da vida nominal fica, portanto, com a<br />
forma simplificada:<br />
Sendo fL- fator dinâmico<br />
C - capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dinâmica [kN]<br />
P - carga dinâmica equivalente [kN]<br />
fn - fator <strong>de</strong> rotação ou fator dinâmico f<br />
C<br />
f L = * f<br />
P<br />
O fator fL a ser alcançado resulta <strong>de</strong> experiências com aplicações <strong>de</strong> rolamentos iguais<br />
ou semelhantes, que tenham <strong>de</strong>monstrado comprovada eficiência na prática. Nas tabelas,<br />
foram compilados os valores fL a serem atingidos <strong>para</strong> inúmeras aplicações. Estes valores<br />
levam em consi<strong>de</strong>ração não somente um período suficientemente longo <strong>de</strong> funcionamento até a<br />
fadiga, mas também outras exigências como o peso reduzido em construções leves, adaptação<br />
às peças contíguas, picos <strong>de</strong> carga extrema e outras (veja também outras publicações <strong>para</strong><br />
aplicações especiais). Os valores fL são corrigidos <strong>de</strong> acordo com a evolução tecnológica.<br />
Ao se estabelecer com<strong>para</strong>ções com aplicações comprovadas na prática, <strong>de</strong>ve-se<br />
naturalmente <strong>de</strong>terminar a magnitu<strong>de</strong> do esforço segundo o mesmo método <strong>de</strong> cálculo. Nas<br />
tabelas estão indicados, além dos valores fL a serem alcançados, também os dados comumente<br />
n<br />
214
utilizados no cálculo. Nos casos em que se utilizam fatores adicionais, o valor fz se encontra<br />
indicado. Ao invés <strong>de</strong> se utilizar P, calcula-se com fz × P. Do valor fL obtido, <strong>de</strong>termina-se a vida<br />
nominal Lh.<br />
Com os valores fL e Lh obtém-se os parâmetros <strong>para</strong> o dimensionamento, somente <strong>para</strong><br />
aqueles casos on<strong>de</strong> a com<strong>para</strong>ção entre os rolamentos testados em campo é possível. Para<br />
uma mais precisa <strong>de</strong>terminação da vida útil, também os efeitos da lubrificação, temperatura e<br />
limpeza <strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ração.<br />
7.5 - CARGA E ROTAÇÃO VARIÁVEIS<br />
Se, no <strong>de</strong>correr do tempo houver alterações na carga e na rotação <strong>de</strong> um rolamento<br />
solicitado dinamicamente, este fato <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado no cálculo da carga equivalente.<br />
Neste caso, aproxima-se a curva do gráfico obtido mediante uma série <strong>de</strong> cargas isoladas e<br />
rotações com uma duração <strong>de</strong>terminada q %. Neste caso, obtém-se a carga dinâmica<br />
equivalente P, aplicando-se a seguinte fórmula:<br />
On<strong>de</strong> nm<br />
q1<br />
q2<br />
= n1<br />
. + n2.<br />
+ ...<br />
100 100<br />
P =<br />
n m [min -1 ]<br />
3<br />
P<br />
n<br />
q<br />
3 1 1 3 2 2<br />
1 . . + P2<br />
. . +<br />
nm<br />
100 nm<br />
100<br />
n<br />
q<br />
...<br />
Figura 1 – Carga e rotações variáveis<br />
[kN]<br />
215
Para simplificar, consta o expoente 3 nas fórmulas <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> esferas e <strong>de</strong><br />
rolos. Se a carga for sujeita a alterações, mas a rotação permanecer constante, teremos:<br />
P =<br />
P<br />
q<br />
100<br />
q<br />
100<br />
3<br />
3 1 3 2<br />
P = P1<br />
. + P2<br />
. + ... [kN]<br />
Se, a uma rotação constante, a carga crescer <strong>de</strong> forma linear <strong>de</strong> um valor Pmin <strong>para</strong> um<br />
valor máximo Pmax, obtém-se:<br />
P<br />
P =<br />
min<br />
+ 2. Pmax<br />
3<br />
Figura 2 – Carga linear no tempo<br />
O cálculo ampliado <strong>de</strong> vida não <strong>de</strong>ve ser calculado com o valor médio da carga dinâmica<br />
equivalente. O melhor é <strong>de</strong>terminar o valor Lh <strong>para</strong> cada duração sob condições constantes e,<br />
baseado nestas, obter-se a vida atingível.<br />
7.6 - CARGA MÍNIMA DOS ROLAMENTOS<br />
Sob uma carga muito baixa - por exemplo, em alta rotação em giro <strong>de</strong> teste po<strong>de</strong> surgir<br />
<strong>de</strong>slizamento que, com uma lubrificação <strong>de</strong>ficiente po<strong>de</strong> provocar danificações. Para uma carga<br />
mínima <strong>para</strong> rolamentos radiais recomendamos:<br />
On<strong>de</strong> P - carga dinâmica equivalente<br />
C - capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dinâmica<br />
Rolamentos P/C<br />
Esferas com gaiola 0,01<br />
Rolos com gaiola 0,02<br />
Sem gaiola 0,04<br />
Tabela 1 – Carga mínima dos rolamentos<br />
A carga mínima dos rolamentos axiais está dada no preâmbulo da parte <strong>de</strong> tabelas. Um<br />
super dimensionamento dos rolamentos po<strong>de</strong> levar a uma duração da vida menor. Nestes<br />
216
olamentos existe o perigo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento e uma solicitação elevada do lubrificante. O<br />
<strong>de</strong>slizamento po<strong>de</strong> danificar as superfícies funcionais, por um engraxamento ou pela formação<br />
<strong>de</strong> micro fissuras. Para um mancal ser econômico e seguro, <strong>de</strong>ve ser aproveitada toda a sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. Para isto é necessário que ao projetá-lo, se consi<strong>de</strong>re outras gran<strong>de</strong>zas<br />
<strong>de</strong> influência, além da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, como é o caso do cálculo <strong>de</strong> vida.<br />
7.6.1 - OBSERVAÇÕES<br />
Os métodos <strong>de</strong> cálculo e símbolos acima expostos correspon<strong>de</strong>m às indicações DIN ISO<br />
76 e 281. A título <strong>de</strong> simplificação são utilizados nas fórmulas e tabelas <strong>para</strong> os rolamentos<br />
radiais e axiais, os símbolos C e C0 <strong>para</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dinâmica e estática assim<br />
como P e P0 <strong>para</strong> a carga dinâmica e estática equivalente. A Norma diferencia:<br />
Cr → fator <strong>de</strong> carga radial dinâmica<br />
Ca → fator <strong>de</strong> carga axial dinâmica<br />
C0r → fator <strong>de</strong> carga radial estática<br />
C0a → fator <strong>de</strong> carga axial estática<br />
Pr → carga radial dinâmica equivalente<br />
Pa → carga axial dinâmica equivalente<br />
P0r → carga radial estática equivalente<br />
P0a → carga axial estática equivalente<br />
No intuito <strong>de</strong> simplificar, <strong>de</strong>ixou-se <strong>de</strong> indicar os índices "r" e "a" junto a "C" e "P", haja<br />
visto não existir, na prática, margem <strong>para</strong> dúvidas quanto à pertinência dos fatores <strong>de</strong> carga e<br />
cargas equivalentes <strong>para</strong> rolamentos radiais ou axiais.<br />
A DIN ISO 281 restringe-se à indicação da duração da vida nominal L10 e à vida<br />
ampliada Lna em 10 6 rotações. A partir <strong>de</strong>stes dados é possível ser <strong>de</strong>duzida a duração <strong>de</strong> vida<br />
nominal em horas Lh e Lhna. Na prática, é costume se tomar por base Lh, Lhna e em especial o<br />
fator dinâmico (fL). Devido a isto foram incluídos neste catálogo, como complementos valiosos,<br />
valores orientativos <strong>para</strong> fL e fórmulas <strong>para</strong> Lh e Lhna.<br />
7.6.2 - DURAÇÃO ATINGÍVEL - MODIFICADA DA VIDA<br />
Segundo DIN ISO 281 a duração atingível (modificada) da vida é obtida segundo a<br />
seguinte fórmula:<br />
L na<br />
=<br />
a . a . a . L<br />
1<br />
2<br />
3<br />
6 [ 10 revoluções]<br />
217
Ou expresso em horas:<br />
Lhna = a1.<br />
a2.<br />
a3.<br />
Lh<br />
On<strong>de</strong> Lna - duração atingível (modificada) da vida [10 6 rotações]<br />
Lhna - duração atingível da vida [h]<br />
a1 -fator <strong>para</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, a2 - fator <strong>para</strong> o material, a3 - fator <strong>para</strong> as<br />
condições em serviço<br />
L - duração da vida nominal [106 rotações]<br />
Lh - a duração da vida nominal [h]<br />
7.6.3 - DURAÇÃO DA VIDA ATINGÍVEL<br />
L na<br />
6 [ 10 revoluções]<br />
= a . a . L<br />
e = a a . L [ h]<br />
Sendo a1 - fator <strong>para</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha<br />
1<br />
23<br />
[ h]<br />
a23 - fator <strong>para</strong> o material e as condições <strong>de</strong> serviço<br />
L - duração da vida nominal [10 6 rotações]<br />
Lh - duração da vida nominal [h]<br />
7.6.4 - FATOR A23<br />
relação<br />
Lhna 1.<br />
23 h<br />
O fator a23 <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação da duração da vida atingível Lna ou Lhna, é obtido da<br />
Sendo a23II - valor básico a23II<br />
s - fator <strong>de</strong> limpeza<br />
a a II s .<br />
23 23 =<br />
O fator a23 consi<strong>de</strong>ra as influências do material, tipo construtivo do rolamento,<br />
solicitação, lubrificação e limpeza.<br />
O ponto <strong>de</strong> partida <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação do fator a23. O campo mais importante <strong>para</strong> a<br />
prática é o campo II do diagrama, que vale <strong>para</strong> limpeza normal (valor básico <strong>de</strong> a23 <strong>para</strong> s = 1).<br />
Com uma limpeza melhor ou pior, será calculado com um fator s > 1 resp. s < 1.<br />
218
7.6.5 - RELAÇÃO DE VISCOSIDADE Κ<br />
Figura 3 - Esquema <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> a23<br />
No eixo <strong>de</strong> abscissas está indicada a relação <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> κ como medida <strong>para</strong> a<br />
formação da película lubrificante.<br />
v<br />
k =<br />
v1<br />
On<strong>de</strong> v - viscosida<strong>de</strong> em serviço da película lubrificante no contato <strong>de</strong> rolagem<br />
v1 - viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência na <strong>de</strong>pendência do diâmetro e do número <strong>de</strong> rotações<br />
A viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência v1 é <strong>de</strong>terminada através da figura 3, com o auxílio do<br />
diâmetro médio do rolamento (D + d)/2 e do número <strong>de</strong> rotações em serviço.<br />
A viscosida<strong>de</strong> em serviço v <strong>de</strong> um óleo lubrificante é obtida do diagrama V-T com o<br />
auxílio da temperatura em serviço t e da viscosida<strong>de</strong> (nominal) do óleo a 40 °C. Para graxas,<br />
usa-se <strong>para</strong> v a viscosida<strong>de</strong> em serviço do óleo básico. Em rolamentos altamente solicitados e<br />
com gran<strong>de</strong>s parcelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento (fs* < 4) a temperatura do rolamento nas áreas <strong>de</strong><br />
contato dos corpos rolantes é até 20 K mais alta que a temperatura medida no anel do<br />
219
olamento <strong>para</strong>do (sem influência <strong>de</strong> aquecimento externo). Isto é em parte consi<strong>de</strong>rado,<br />
colocando-se a meta<strong>de</strong> do valor da viscosida<strong>de</strong> ½ obtida do diagrama V-T na fórmula.<br />
Viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência v1<br />
v<br />
k = .<br />
v<br />
Figura 4 – Viscosida<strong>de</strong> v1<br />
1<br />
220
Diagrama V-T <strong>para</strong> óleos minerais<br />
7.6.6 - VALOR BÁSICO A23II<br />
Figura 5 – Viscosida<strong>de</strong> <strong>para</strong> óleos minerais<br />
Para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>terminar com mais precisão o valor básico a23II é necessário ter-se o fator<br />
<strong>de</strong>terminante K = K1 + K2.<br />
O valor <strong>de</strong> K1 po<strong>de</strong> ser obtido do diagrama acima, na <strong>de</strong>pendência do tipo construtivo do<br />
rolamento e do índice <strong>de</strong> solicitação fs*. O valor <strong>de</strong> K2 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da relação <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> κ e do<br />
índice fs*. Os valores do diagrama (abaixo) valem <strong>para</strong> lubrificantes não aditivados ou <strong>para</strong><br />
lubrificantes com aditivos, cuja eficiência especial não tenham sido testados em rolamentos.<br />
Com K = 0 até 6, a23II se situa em uma das curvas no campo II da figura 8.<br />
Com K > 6, só po<strong>de</strong> ser esperado um fator a23 no campo III, quando se <strong>de</strong>verá almejar um valor<br />
<strong>de</strong> K menor e mediante uma melhora das condições, alcançar o campo II <strong>de</strong>finido.<br />
Se for lubrificado com a quantida<strong>de</strong> certa e com uma graxa bem a<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong>m ser<br />
selecionados valores K2, como <strong>para</strong> óleos bem aditivados. A escolha correta da graxa é muito<br />
importante em rolamentos com gran<strong>de</strong>s parcelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento e nos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,<br />
altamente solicitados. Na <strong>de</strong>terminação do valor a23II e, sem um conhecimento preciso da<br />
221
aptidão da graxa, <strong>de</strong>verá ser aplicado o limite inferior do campo II. Isso vale principalmente<br />
quando não se po<strong>de</strong>m manter os intervalos <strong>de</strong> lubrificação.<br />
Para<br />
Fator <strong>de</strong>terminante K1, na <strong>de</strong>pendência do índice fs* e do tipo construtivo do rolamento.<br />
a - Rolamento fixo <strong>de</strong> esferas<br />
Figura 6 – K1 versus fs*<br />
b - Rolamento <strong>de</strong> rolos cônicos, rolamento <strong>de</strong> rolos cilíndricos<br />
c - Rolamento auto-compensador <strong>de</strong> rolos, rolamento axial auto-compensador <strong>de</strong> rolos 3<br />
rolamento axial <strong>de</strong> rolos cilíndricos 1, 3<br />
d - Rolamentos <strong>de</strong> rolos cilíndricos sem gaiola 1, 2<br />
1 - V < 1 só é atingível em combinação com filtragem fina do lubrificante, <strong>de</strong> outra forma<br />
usar K1 > 6.<br />
2 - Consi<strong>de</strong>re na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> v: o atrito é no mínimo o dobro do que nos rolamentos<br />
com gaiola. Isto leva a temperaturas mais altas do rolamento.<br />
3 - Consi<strong>de</strong>rar a carga mínima<br />
Fator <strong>de</strong>terminante K2, na <strong>de</strong>pendência do índice fs* <strong>para</strong> lubrificantes não aditivados e<br />
<strong>para</strong> lubrificantes com aditivos, cuja eficiência especial não tenham sido testados em<br />
rolamentos.<br />
222
Figura 7 – k2 versus fs*<br />
K2 se torna igual a 0 em lubrificantes com aditivos <strong>para</strong> os quais haja uma comprovação<br />
positiva. Com K≥0,4 o <strong>de</strong>sgaste se propaga no rolamento, se não for impedido por aditivos<br />
apropriados.<br />
Figura 8 – Valor <strong>de</strong> K em função <strong>de</strong> a23II e k<br />
223
Campo<br />
I: Transição <strong>para</strong> a durabilida<strong>de</strong> permanente<br />
Premissa: máxima limpeza na fresta <strong>de</strong> lubrificação e cargas não muito elevadas,<br />
lubrificante a<strong>de</strong>quado.<br />
II: Limpeza normal na fresta <strong>de</strong> lubrificação<br />
Através da utilização <strong>de</strong> aditivos comprovados em rolamentos, também são possíveis<br />
valores <strong>de</strong> a23 > 1 com k< 0,4 a23.<br />
III: Condições <strong>de</strong> lubrificação ina<strong>de</strong>quadas.<br />
Contaminação do lubrificante, Lubrificantes ina<strong>de</strong>quados.<br />
7.6.7 - FATOR DE LIMPEZA S<br />
O fator <strong>de</strong> limpeza s quantifica a influência da contaminação na duração da vida. Para a<br />
<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> s, é necessário obter-se a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> contaminação V figura 8.<br />
Para uma limpeza normal (V = 1) sempre vale 1, ou seja a23II = a23.<br />
Em uma limpeza melhorada (V = 0,5) e em uma limpeza máxima (V = 0,3), obtém-se,<br />
partindo do valor fs* e, na <strong>de</strong>pendência da relação <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>, um fator <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> s<br />
≥1.<br />
Com s = 1, vale k ≥0,4. Com V = 2 (lubrificante mo<strong>de</strong>radamente contaminado) e V = 3<br />
(lubrificante fortemente contaminado) se torna s < 1 da área b do diagrama. A diminuição dos<br />
valores <strong>de</strong> s por altos valores <strong>de</strong> V atua tanto mais forte quanto menos seja solicitado o<br />
rolamento.<br />
Diagrama <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> limpeza s<br />
Figura 9a e b – Fator <strong>de</strong> limpeza<br />
224
Figura 9c – Fator <strong>de</strong> limpeza<br />
On<strong>de</strong> a - diagrama <strong>para</strong> limpeza melhorada (V = 0,5) até máxima (V = 0,3)<br />
b - diagrama <strong>para</strong> lubrificante mo<strong>de</strong>radamente contaminado (V = 2) e lubrificante<br />
altamente contaminado (V = 3)<br />
Um fator <strong>de</strong> limpeza s > 1 só é atingível em rolamentos sem gaiola, quanto ficar excluído<br />
qualquer <strong>de</strong>sgaste no contato rolo/rolo, através <strong>de</strong> um lubrificante altamente viscoso e com<br />
máxima limpeza (pureza do óleo <strong>de</strong> no mínimo 11/7 segundo ISO 4407).<br />
7.6.8 - GRANDEZA DETERMINANTE V PARA A AVALIAÇÃO DA LIMPEZA<br />
A gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>terminante V <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do corte transversal do rolamento, do tipo <strong>de</strong><br />
contato no contato rolante e do grau <strong>de</strong> pureza do óleo. Se, na área <strong>de</strong> contato mais solicitada<br />
<strong>de</strong> um rolamento, forem sobre roladas partículas duras a partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tamanho, as<br />
impressões <strong>de</strong>ixadas nas áreas <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> rolagem levam a uma fadiga prematura do<br />
material. Quanto menor for a área <strong>de</strong> contato tanto mais nociva é a ação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
tamanho <strong>de</strong> partículas. Portanto, os rolamentos pequenos reagem com mais sensibilida<strong>de</strong> com<br />
o mesmo grau <strong>de</strong> contaminação que os maiores e os rolamentos com contato fixo (rolamentos<br />
<strong>de</strong> esferas) com mais sensibilida<strong>de</strong> do que os <strong>de</strong> contato linear (rolamentos <strong>de</strong> rolos).<br />
A classe <strong>de</strong> pureza do óleo necessária conforme ISO 4406 é uma gran<strong>de</strong>za mensurável<br />
<strong>para</strong> o grau <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> um lubrificante. Para a sua <strong>de</strong>terminação, é usado o método<br />
padronizado <strong>para</strong> a contagem <strong>de</strong> partículas. Neste, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as partículas > 5 µm<br />
e <strong>de</strong> todas as partículas > 15 µm são classificadas em <strong>de</strong>terminadas classes <strong>de</strong> pureza <strong>de</strong> óleo<br />
ISO, <strong>de</strong>sta forma, um grau <strong>de</strong> pureza 15/12 conforme ISO 4406 significa que, em 100 ml <strong>de</strong><br />
líquido se encontram entre 16000 e 32000 partículas > 5 µm e entre 2000 e 4000 partículas ><br />
15 µm. A diferença entre uma classe e outra resi<strong>de</strong> no dobro, da meta<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> das<br />
partículas.<br />
225
Especialmente as partículas com uma dureza > 50 HRC agem como redutoras da<br />
duração da vida nos rolamentos. Estas partículas são <strong>de</strong> aço temperado, areia e resíduos <strong>de</strong><br />
material <strong>de</strong> abrasão. Principalmente os últimos são extremamente danosos. Se, como em<br />
muitos casos <strong>de</strong> aplicação técnica, a maior parcela dos materiais estranhos contidos nas<br />
amostras <strong>de</strong> óleo estiver localizada na faixa <strong>de</strong> redução da duração da vida, a classe <strong>de</strong> pureza<br />
obtida com a contagem <strong>de</strong> partículas, po<strong>de</strong> ser com<strong>para</strong>da diretamente com os valores contidos<br />
na tabela. Se, entretanto, no exame do resíduo do filtro, for verificado que se trata quase que,<br />
p.ex., exclusivamente <strong>de</strong> contaminação mineral como areia <strong>de</strong> fundição ou grãos <strong>de</strong> material <strong>de</strong><br />
abrasão especialmente redutores da duração da vida, os valores <strong>de</strong> medição <strong>de</strong>verão ser<br />
elevados em uma até duas classes <strong>de</strong> pureza, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong><br />
contaminação V. Ao contrário, se for comprovado que a maioria é <strong>de</strong> partículas macias, como<br />
ma<strong>de</strong>ira, fibras ou tinta no lubrificante, o valor <strong>de</strong> medição da contagem <strong>de</strong> partículas po<strong>de</strong> ser<br />
correspon<strong>de</strong>ntemente reduzido.<br />
Para atingir a pureza do óleo exigida, <strong>de</strong>verá haver uma <strong>de</strong>terminada taxa <strong>de</strong> resíduo no<br />
filtro. Esta é uma medida <strong>para</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção do filtro em partículas <strong>de</strong> tamanho<br />
<strong>de</strong>finido. A taxa <strong>de</strong> resíduo no filtro ßx é a relação entre todas as partículas > x µm antes do<br />
filtro com as partículas > x µm <strong>de</strong>pois do filtro. Abaixo se encontra uma representação<br />
esquemática.<br />
Uma taxa <strong>de</strong> resíduo no filtro ß3 ≥200, significa, p.ex. que no teste "multi-pass" (ISO<br />
4572) <strong>de</strong> 200 partículas 3 µm, só uma única consegue passar pelo filtro.<br />
Com o uso <strong>de</strong> um filtro com uma <strong>de</strong>terminada taxa <strong>de</strong> resíduo não se po<strong>de</strong> concluir<br />
automaticamente pela classe <strong>de</strong> pureza do óleo.<br />
226
7.6.9 - VALORES PARA A GRANDEZA DETERMINANTE DE CONTAMINAÇÃO V<br />
(D-d) / 2<br />
Mm<br />
≤12,5<br />
> 12,5 ... 20<br />
> 20 ... 35<br />
> 35<br />
V Contato Pontual classe <strong>de</strong><br />
pureza <strong>de</strong> óleo conforme<br />
ISSO 4406 1<br />
Valores orientativos <strong>para</strong> a<br />
taxa <strong>de</strong> resíduo no filtro<br />
conforme ISO 4572<br />
0,3 11/8 β3 ≥ 200<br />
0,5 12/9 β3 ≥ 200<br />
1 14/11 β6 ≥ 75<br />
2 15/12 β6 ≥ 75<br />
3 16/13 β12 ≥ 200<br />
0,3 12/9 β3 ≥ 75<br />
0,5 13/10 β3 ≥ 75<br />
1 15/12 β6 ≥ 75<br />
2 16/13 β12 ≥ 75<br />
3 18/14 β25 ≥ 75<br />
0,3 13/10 β3 ≥ 75<br />
0,5 14/11 β6 ≥ 75<br />
1 16/13 β12 ≥ 75<br />
2 17/14 β25 ≥ 75<br />
3 19/15 β25 ≥ 75<br />
0,3 14/11 β6 ≥ 75<br />
0,5 15/12 β6 ≥ 75<br />
1 17/14 β12 ≥ 75<br />
2 18/15 β25 ≥ 75<br />
3 20/16 β25 ≥ 75<br />
Só <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas partículas cuja dureza seja > 50HRC<br />
Tabela 2 – Contaminação V<br />
A classe <strong>de</strong> pureza do óleo como medida <strong>para</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobre rolagem <strong>de</strong><br />
partículas redutoras da duração da vida nos rolamentos po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada por amostras<br />
p.ex. por fabricantes <strong>de</strong> filtros e institutos. Deverá ser observada uma coleta apropriada <strong>de</strong><br />
amostras (vi<strong>de</strong> p.ex. DIN 51170). Também aparelhos <strong>de</strong> medição "on-line" se encontram hoje<br />
em dia à disposição. As classes <strong>de</strong> pureza são atingidas quando a quantida<strong>de</strong> total do óleo em<br />
circulação passar uma vez pelo filtro em poucos minutos. Para garantir uma boa limpeza dos<br />
227
mancais, é necessário um processo <strong>de</strong> enxágüe antes da colocação em funcionamento dos<br />
mesmos.<br />
Uma taxa <strong>de</strong> resíduo ß3 ≥200 (ISO 4572) significa, p.ex. que no assim chamado teste<br />
"multi-pass", <strong>de</strong> 200 partículas ≥3 µm só uma passa pelo filtro. Filtros maiores que ß25 ≥75 não<br />
<strong>de</strong>verão ser usados, pelas conseqüências negativas <strong>para</strong> os <strong>de</strong>mais agregados também<br />
instalados no circuito do óleo. Lubrificação com graxa<br />
A lubrificação com graxa é aplicada em 90% <strong>de</strong> todos os rolamentos, pois apresenta as<br />
seguintes vantagens:<br />
• Reduzido custo construtivo<br />
• Bom apoio das vedações, proporcionado pela graxa<br />
• Alta durabilida<strong>de</strong> com uma baixa manutenção<br />
Sob condições ambientais e <strong>de</strong> serviço normais, muitas vezes é possível uma<br />
lubrificação <strong>para</strong> a vida.<br />
Deve ser prevista uma lubrificação a intervalos regulares, quando houver alta solicitação<br />
(rotação, temperatura, carga). Para tanto, <strong>de</strong>vem ser previstos canais <strong>para</strong> suprir e drenar a<br />
graxa e um <strong>de</strong>pósito <strong>para</strong> a graxa envelhecida e, quando os intervalos forem curtos,<br />
eventualmente uma bomba e um regulador da graxa. Coeficiente <strong>de</strong> pressão-viscosida<strong>de</strong> α<br />
como função da viscosida<strong>de</strong> cinemática v, válido <strong>para</strong> a faixa <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 0 a 2000 bar<br />
Figura 10 - Coeficiente <strong>de</strong> pressão-viscosida<strong>de</strong> versus viscosida<strong>de</strong><br />
On<strong>de</strong> a-b - Óleos minerais; e – Diéster; g - Éster triarilfosfato; h - Flúor carbono; i - Poliglicol<br />
k,l - Silicone<br />
228
Figura 11 – Dependência da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos óleos minerais em função da temperatura.<br />
7.6.10 - LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO<br />
Um método <strong>de</strong> lubrificação com óleo se oferece quando as peças adjacentes da<br />
máquina já são supridas com óleo. A dissipação do calor é necessária quando houver altas<br />
cargas, altas rotações ou um aquecimento do mancal <strong>de</strong>vido a influências externas.<br />
Na lubrificação com quantida<strong>de</strong>s pequenas (lubrificação por quantida<strong>de</strong>s mínimas), seja<br />
por gotejamento, névoa ou por ar-óleo, o atrito por "chapisco" e, com isto, os atritos no<br />
rolamento são mantidos bem reduzidos.<br />
Na utilização do ar como meio <strong>de</strong> transporte, é obtido um suprimento dirigido e um fluxo<br />
auxiliar a vedação.<br />
Uma lubrificação por injeção <strong>de</strong> óleo em maiores quantida<strong>de</strong>s possibilita um suprimento<br />
correto em todos os pontos <strong>de</strong> contato dos rolamentos <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, proporcionando uma<br />
boa refrigeração.<br />
229
7.7 - PROCESSO DE SELEÇÃO DE ROLAMENTOS<br />
Inicialmente, <strong>de</strong>vemos ter as seguintes informações:<br />
• Desempenho e condições requeridas ao rolamento<br />
• Condições <strong>de</strong> operação e meio<br />
• Dimensão do espaço <strong>para</strong> o rolamento<br />
• Avaliação do tipo <strong>de</strong> Rolamento.<br />
• Espaço permissível <strong>para</strong> o rolamento.<br />
Devemos verificar neste item, quais os rolamentos disponíveis que se enquadram nas<br />
dimensões requeridas pelo <strong>projeto</strong>.<br />
INTENSIDADE E DIREÇÃO DA CARGA<br />
intensida<strong>de</strong>.<br />
Ao selecionar o rolamento, verificar a direção da carga (radial ou axial) e a sua<br />
Tipo <strong>de</strong> Rolamento Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial<br />
Fixo <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> esferas<br />
Contato angular<br />
Rolos cilíndricos<br />
Rolos cônicos<br />
Auto compensadores <strong>de</strong> rolos<br />
1 2 3 4 1 2 3 4<br />
Tabela 3 – Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> cada rolamento<br />
VELOCIDADE DE ROTAÇÃO E LIMITE DE ROTAÇÃO<br />
A rotação máxima permissível varia em função do tipo <strong>de</strong> rolamento, da dimensão, do<br />
tipo e material da gaiola, carga e método <strong>de</strong> lubrificação.<br />
DESALINHAMENTO DOS ANÉIS INTERNO E EXTERNO<br />
O <strong>de</strong>salinhamento entre o anel interno e externo ocorre em casos como o da flexão do<br />
eixo em função da carga, da imprecisão do eixo e alojamento ou da <strong>de</strong>ficiência na instalação.<br />
Quando temos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>salinhamentos, <strong>de</strong>vem-se selecionar rolamentos com a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> auto-alinhamento como os rolamentos auto compensadores.<br />
230
FIXAÇÃO NA DIREÇÃO AXIAL E DISPOSIÇÃO<br />
Em uma disposição <strong>de</strong> rolamentos, uma das peças é <strong>de</strong>terminada como lado fixo e é<br />
usada <strong>para</strong> fixar o eixo posicionando axialmente o rolamento. Neste lado fixo, <strong>de</strong>ve ser<br />
selecionado o tipo <strong>de</strong> rolamento que suporte a carga radial juntamente com a carga axial. Na<br />
outra posição, o rolamento é <strong>de</strong>nominado lado livre, suportando somente a carga radial e<br />
<strong>de</strong>vem permitir o <strong>de</strong>slocamento do eixo <strong>de</strong>vido à dilatação ou contração pela variação <strong>de</strong><br />
temperatura. A não observância <strong>de</strong>sta norma po<strong>de</strong>rá acarretar em uma carga axial anormal no<br />
rolamento, po<strong>de</strong>ndo ser a causa <strong>de</strong> uma falha prematura.<br />
DIFICULDADE NA INSTALAÇÃO E REMOÇÃO<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> rolos cilíndricos que têm os anéis internos ou externos separáveis, <strong>de</strong><br />
agulha ou <strong>de</strong> rolamentos cônicos, apresentam maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação e remoção,<br />
facilitando a manutenção em equipamentos que requerem uma inspeção periódica. Rolamentos<br />
com furos cônicos também são fáceis <strong>de</strong> instalar, pois po<strong>de</strong>m ser instalados com a utilização <strong>de</strong><br />
buchas.<br />
RUÍDO E TORQUE<br />
Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas são os mais a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> as <strong>máquinas</strong> que requerem baixo<br />
ruído e baixo torque, como nos motores elétricos e instrumentos <strong>de</strong> medição.<br />
RIGIDEZ<br />
Ao aplicar uma carga no rolamento, ocorre uma <strong>de</strong>formação elástica nas áreas <strong>de</strong><br />
contato entre os corpos rolantes e a pista. A rigi<strong>de</strong>z do rolamento é <strong>de</strong>terminada em função<br />
proporcional da carga no rolamento e a intensida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>formação elástica no anel interno, no<br />
anel externo e no corpo rolante. Os rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas e os rolamentos<br />
<strong>de</strong> rolamentos cônicos são os mais apropriados <strong>para</strong> casos on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vemos ter o aumento da<br />
rigi<strong>de</strong>z pelo método <strong>de</strong> pré-carregamento, como em fusos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>-ferramenta.<br />
DISPONIBILIDADE E CUSTO<br />
Há diferenças significativas <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> acordo com o tipo e tamanho <strong>de</strong> rolamento<br />
utilizado. Além disso, há a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> rolamentos. Diante<br />
disso, recomendamos que na medida do possível, na seleção dos rolamentos, não se optem<br />
por rolamentos <strong>de</strong> custo inacessível ou <strong>de</strong> difícil localização <strong>para</strong> compra.<br />
231
DIMENSÕES PRINCIPAIS - SISTEMAS DE DENOMINAÇÃO<br />
Os rolamentos são elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> utilizáveis universalmente, prontos <strong>para</strong> a<br />
montagem, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> suas dimensões principais usuais serem normalizadas.<br />
As normas ISO correspon<strong>de</strong>ntes a cada tipo <strong>de</strong> rolamento são: a ISO 15 <strong>para</strong> os radiais<br />
(exceto os <strong>de</strong> rolos cônicos), a ISO 355 <strong>para</strong> os rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos em dimensões<br />
métricas e a ISO 104 <strong>para</strong> os rolamentos axiais. Os planos dimensionais das normas ISO foram<br />
absorvidas na DIN 616 e DIN ISO 355 (rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos com dimensões métricas).<br />
Nos planos <strong>de</strong> medidas da norma DIN 616, vários diâmetros externos e larguras são<br />
alocados a cada furo <strong>de</strong> rolamento. As séries usuais <strong>de</strong> diâmetro são 8, 9, 0, 1, 2, 3, 4 (nesta<br />
or<strong>de</strong>m, com diâmetros crescentes). Em cada série <strong>de</strong> diâmetros há diversas séries <strong>de</strong> largura<br />
como, p.ex. 0, 1, 2, 3, 4 (correspon<strong>de</strong>ndo uma largura maior a cada número crescente).<br />
No número <strong>de</strong> dois algarismos <strong>para</strong> a série <strong>de</strong> medidas, o primeiro correspon<strong>de</strong> à série<br />
<strong>de</strong> largura (nos rolamentos axiais à altura) e o segundo indica a série <strong>de</strong> diâmetro .<br />
No plano <strong>de</strong> medidas <strong>para</strong> os rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos com dimensões métricas segundo<br />
DIN ISO 355, um dos algarismos (2, 3, 4, 5, 6) indica a faixa do ângulo <strong>de</strong> contato. Quanto<br />
maior o algarismo, tanto maior o ângulo <strong>de</strong> contato. As séries <strong>de</strong> diâmetros e <strong>de</strong> larguras são<br />
i<strong>de</strong>ntificadas por duas letras.<br />
Em casos <strong>de</strong> divergências com relação ao plano <strong>de</strong> medidas, como nos rolamentos<br />
integrais das séries 2344 e 2347, esta característica é informada nos textos preliminares às<br />
tabelas <strong>de</strong> medidas.<br />
Exemplos <strong>para</strong> a i<strong>de</strong>ntificação da série do rolamento e do diâmetro do furo na<br />
<strong>de</strong>signação básica, segundo DIN 623.<br />
232
7.8 - TIPOS DE ROLAMENTOS<br />
Figura 12 a– Denominação dos rolamentos<br />
Os rolamentos são classificados <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> carga que irão suportar, carga<br />
radial ou axial.<br />
7.8.1 - ROLAMENTOS RÍGIDOS DE ESFERAS - ROLAMENTOS FAG FIXOS DE ESFERA<br />
Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> uma carreira suportam cargas radiais e axiais e são<br />
a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> rotações elevadas. Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas não são separáveis. A<br />
adaptabilida<strong>de</strong> angular é relativamente reduzida. Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas vedados são<br />
livres <strong>de</strong> manutenção e possibilitam construções simples.<br />
CARGA DINÂMICA EQUIVALENTE<br />
Com uma carga axial mais elevada, o ângulo <strong>de</strong> contato aumenta nos rolamentos fixos<br />
<strong>de</strong> esferas. Os valores X e Y <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da relação f0 · Fa/C0, tabela 4. O fator f0 está dado em<br />
forma <strong>de</strong> tabela. C0 é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática. Se um rolamento fixo <strong>de</strong> esferas for<br />
montado com um ajuste normal, isto significa uma usinagem do eixo conforme j5 ou k5 e a caixa<br />
segundo J6, valerão os valores da tabela 4.<br />
233
X Y X Y<br />
0,3 0,22 1 0 0,56 2<br />
0,5 0,24 1 0 0,56 1,8<br />
0,9 0,28 1 0 0,56 1,58<br />
1,6 0,32 1 0 0,56 1,4<br />
3 0,36 1 0 0,56 1,2<br />
6 0,43 1 0 0,56 1<br />
Tabela 4 – Carga dinâmica equivalente<br />
Fatores radial e axial dos rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas são relacionados por:<br />
Folga normal<br />
P = F<br />
F<br />
a<br />
0 r [kN] <strong>para</strong> ≤ 0,<br />
8<br />
Fr<br />
Fa<br />
P 0 = 0,<br />
6.<br />
Fr<br />
+ 0,<br />
5.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> > 0,<br />
8<br />
F<br />
MEDIDAS DE MONTAGEM<br />
r<br />
Os anéis dos rolamentos só po<strong>de</strong>m encostar-se aos rebordos do eixo e da caixa e não<br />
no rebaixo. O maior raio rg da peça contrária rsmin tem que ser, portanto, menor que a menor<br />
dimensão <strong>de</strong> canto rsmin (do rolamento).<br />
A altura do rebordo da peça contrária <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> tal forma que, mesmo com a maior<br />
dimensão <strong>de</strong> canto, ainda permaneça uma superfície <strong>de</strong> apoio com uma largura suficiente (DIN<br />
5418).<br />
Nas tabelas dos rolamentos estão indicadas as medidas máximas do raio rg e o<br />
diâmetro dos encostos. No preâmbulo do capítulo respectivo constam eventuais peculiarida<strong>de</strong>s,<br />
como p.ex. nos rolamentos <strong>de</strong> rolos cilíndricos, nos <strong>de</strong> rolos cônicos e nos axiais.<br />
234
MEDIDAS DE MONTAGEM CONFORME DIN 5418<br />
Figura 13 - Montagens <strong>de</strong> anéis <strong>de</strong> rolamento<br />
Por serem <strong>de</strong> construção simples, inseparáveis, a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> operar em altas<br />
rotações, não exigirem muita manutenção e apresentarem um preço favorável, são os<br />
rolamentos mais usuais. Apresentam um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> tamanhos e construções.<br />
As pistas profundas e a conformida<strong>de</strong> próxima entre as ranhuras das pistas e as esferas<br />
permite suportar cargas axiais relativamente pesadas em ambos os sentidos, além <strong>de</strong> cargas<br />
radiais.<br />
7.8.2 - ROLAMENTOS DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR<br />
Rolamentos FAG <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> duas carreiras.<br />
Figura 14 – Rolamentos rígidos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> uma carreira (1)<br />
e duas carreiras (2) com placas <strong>de</strong> vedação com anel interno largo.<br />
235
A pista do anel externo é esférica e o centro do raio é coinci<strong>de</strong>nte ao centro do<br />
rolamento. Desta forma, o anel interno e a gaiola com as esferas giram livremente ao redor do<br />
centro do rolamento, permitindo com isto a correção <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> alinhamento.<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> duas carreiras das séries 32B e 33B<br />
não têm ranhuras <strong>de</strong> enchimento, motivo pelo qual admitem cargas axiais em ambos os<br />
sentidos. Além dos rolamentos abertos, há ainda execuções básicas com blindagens (.2ZR) ou<br />
com anéis <strong>de</strong> vedação (.2RSR) em ambos os lados Os rolamentos que sejam fornecidos na<br />
execução básica vedada, po<strong>de</strong>m também por razões técnicas <strong>de</strong> fabricação, ter no rolamento<br />
aberto, as ranhuras <strong>para</strong> os anéis <strong>de</strong> vedação ou os discos <strong>de</strong> blindagem. Os rolamentos <strong>de</strong><br />
contato angular <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> duas carreiras têm, <strong>de</strong> um lado, ranhuras <strong>de</strong> enchimento; os<br />
rolamentos <strong>de</strong>vem ser montados <strong>de</strong> maneira que a solicitação principal seja admitida pelas<br />
pistas <strong>de</strong> rolagem, que não tenham qualquer ranhura <strong>de</strong> enchimento. Os rolamentos <strong>de</strong> contato<br />
angular <strong>de</strong> esferas 33DA, com o anel interno bipartido, por seu elevado ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />
45°, são a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> admitir cargas axiais espec ialmente altas em sentidos alternados.<br />
Figura 15 - Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas<br />
As fórmulas <strong>para</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga equivalente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do ângulo <strong>de</strong> contato<br />
dos rolamentos.<br />
CARGA DINÂMICA EQUIVALENTE<br />
Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />
contato α <strong>de</strong> 25 °<br />
Fa<br />
P = Fr<br />
+ 0,<br />
92.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> ≤ 0,<br />
68<br />
F<br />
r<br />
236
Fa<br />
P = 0 , 67.<br />
Fr<br />
+ 1,<br />
41.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> > 0,<br />
68<br />
F<br />
Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />
contato α <strong>de</strong> 35°<br />
Fa<br />
P = Fr<br />
+ 0,<br />
66.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> ≤ 0,<br />
95<br />
F<br />
Fa<br />
P = 0 , 6.<br />
Fr<br />
+ 1,<br />
07.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> > 0,<br />
95<br />
F<br />
Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />
contato α <strong>de</strong> 45°<br />
CAPACIDADE DE CARGA ESTÁTICA<br />
Fa<br />
P = Fr<br />
+ 0,<br />
47.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> ≤1,<br />
33<br />
F<br />
Fa<br />
P = 0 , 54.<br />
Fr<br />
+ 0,<br />
81.<br />
Fa<br />
[kN] <strong>para</strong> > 1,<br />
33<br />
F<br />
O fator radial é 1; os fatores axiais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do ângulo <strong>de</strong> contato. Rolamentos <strong>de</strong><br />
contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong> contato α <strong>de</strong> 25 °<br />
P = F + 0,<br />
76.<br />
F [kN]<br />
0<br />
r<br />
Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />
contato α <strong>de</strong> 35 °<br />
P = F + 0,<br />
58.<br />
F [kN]<br />
0<br />
r<br />
Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />
contato α <strong>de</strong> 45 °<br />
P = F + 0,<br />
44.<br />
F [kN]<br />
0<br />
r<br />
Os rolamento <strong>para</strong> fusos são uma execução especial <strong>de</strong> rolamentos <strong>de</strong> contato angular<br />
<strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> uma carreira, na qual o ângulo <strong>de</strong> contato, as tolerâncias e a execução da gaiola<br />
são diferentes. Os rolamentos <strong>para</strong> fusos são especialmente a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> mancais dos<br />
quais são exigidas uma altíssima precisão <strong>de</strong> guia e uma aptidão <strong>para</strong> altas rotações. Eles tem<br />
tido a melhor comprovação na utilização em fusos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>-ferramenta. A FAG, já há<br />
diversos anos, fornece os rolamentos <strong>para</strong> fusos das séries B719, B70 e B72 com esferas <strong>de</strong><br />
a<br />
a<br />
a<br />
r<br />
r<br />
r<br />
r<br />
r<br />
237
aço. Os rolamentos híbridos <strong>de</strong> cerâmica das séries HCB719, HCB70 e HCB72 têm as esferas<br />
do mesmo tamanho, porém <strong>de</strong> cerâmica. Os rolamentos <strong>para</strong> fusos <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> das<br />
séries HS719 e HS70 como também os rolamentos híbridos <strong>de</strong> cerâmica das séries HC719 e<br />
HC70 têm esferas menores <strong>de</strong> aço ou <strong>de</strong> cerâmica. Estes rolamentos se <strong>de</strong>stacam pela aptidão<br />
<strong>para</strong> uma rotação mais elevada, atrito e geração <strong>de</strong> calor mais reduzido, menos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
lubrificante e com isto uma duração <strong>de</strong> vida mais alta. Com os rolamentos <strong>para</strong> fusos <strong>de</strong> alta<br />
velocida<strong>de</strong> HSS719 e HSS70, como com os rolamentos híbridos <strong>de</strong> cerâmica HCS719 e<br />
HCS70, obtém-se soluções extremamente econômicas. Estes rolamentos têm anéis <strong>de</strong><br />
vedação <strong>de</strong> ambos os lados. São lubrificados com graxa <strong>para</strong> a vida e livres <strong>de</strong> manutenção. Os<br />
rolamentos <strong>para</strong> fusos da execução universal são <strong>para</strong> a montagem em pares na disposição em<br />
X, O ou Tan<strong>de</strong>m ou <strong>para</strong> a montagem em grupos em qualquer das disposições. Os pares <strong>de</strong><br />
rolamentos da execução universal UL têm, antes <strong>de</strong> montados, uma leve pré-carga nas<br />
disposições em X ou em O. Nos ajustes interferentes a précarga do par <strong>de</strong> rolamentos aumenta<br />
(<strong>para</strong> as tolerâncias <strong>de</strong> usinagem dos assentamentos, vi<strong>de</strong> a publicação FAG n° AC 41130). Ao<br />
pedir os rolamentos na execução universal <strong>de</strong>verá ser mencionado a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamentos<br />
e não a <strong>de</strong> pares ou <strong>de</strong> pos.<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> contato angular possuem as pistas dos anéis internos e<br />
externos <strong>de</strong>slocadas entre si no sentido do eixo do rolamento. Isto significa que são<br />
particularmente a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> suportar cargas combinadas, isto é, cargas radiais e axiais<br />
atuando simultaneamente.<br />
ROLAMENTOS DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR DE UMA CARREIRA (5)<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial dos rolamentos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> contato angular aumenta<br />
quando se aumenta o ângulo <strong>de</strong> contato α. Este é <strong>de</strong>finido como sendo o ângulo entre a linha<br />
que une os pontos <strong>de</strong> contato da esfera e as pistas no plano radial, ao longo do qual a carga é<br />
transmitida <strong>de</strong> uma pista <strong>para</strong> a outra (a linha <strong>de</strong> carga) e uma linha perpendicular ao eixo do<br />
rolamento.<br />
238
Figura 16 – Ângulo <strong>de</strong> contato em rolamentos esféricos<br />
A esferas e os anéis interno e externo formam ângulos que po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> 15°, 25°,<br />
30° ou 40°. Quanto maior o ângulo <strong>de</strong> contato, maior será a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial, e<br />
quanto menor o ângulo <strong>de</strong> contato melhor será <strong>para</strong> altas rotações.<br />
7.8.3 - ROLAMENTOS DE AGULHAS<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> agulhas são rolamentos <strong>de</strong> rolos com rolos cilíndricos que são muito<br />
finos e compridos com respeito ao seu diâmetro. A ISO usa a <strong>de</strong>finição que o comprimento do<br />
rolo é <strong>de</strong> 2,5 vezes ou mais o diâmetro do rolo. Usa se, em referência a eles, o termo rolos <strong>de</strong><br />
agulha. Apesar da sua pequena seção transversal esses rolamentos têm elevada capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> carga e são, portanto extremamente apropriados <strong>para</strong> arranjos <strong>de</strong> rolamentos on<strong>de</strong> o espaço<br />
radial estiver limitado.<br />
7.8.4 - ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS<br />
Figura 17 – Rolamentos <strong>de</strong> agulhas<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos são projetados <strong>de</strong> forma que o vértice dos cones<br />
formados pelas pistas do anel interno e externo, e pelos rolos, coincidam em um ponto na linha<br />
<strong>de</strong> centro do rolamento. Quando se aplica uma carga radial, dá-se origem a uma componente<br />
<strong>de</strong> carga axial. É necessário usar dois rolamentos em oposição, em alguma combinação ou <strong>de</strong><br />
duas carreiras. São usados <strong>para</strong> cargas combinadas, ou seja, carga radial e axial.<br />
239
O ângulo <strong>de</strong> contato α <strong>de</strong>termina a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial do rolamento. Quanto<br />
maior o ângulo, maior a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial.<br />
• ângulo intermediário: C = 20°;<br />
• ângulo gran<strong>de</strong>: D = 28°;<br />
• ângulo normal: sem sufixo = 17°.<br />
7.8.5 - ROLAMENTOS AXIAIS<br />
Figura 18 – Rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> (25)<br />
em pares <strong>de</strong> quatro carreiras (27) rolos cônicos cruzados.<br />
Po<strong>de</strong>m suportar somente cargas axiais. As cargas radiais não po<strong>de</strong>m ser aplicadas,<br />
<strong>de</strong>vido à sua construção.<br />
ROLAMENTOS AXIAIS DE ROLOS CILÍNDRICOS<br />
Os rolamentos axiais <strong>de</strong> rolos cilíndricos po<strong>de</strong>m suportar cargas axiais pesadas, são<br />
insensíveis a cargas <strong>de</strong> choque e possibilitam arranjos <strong>de</strong> rolamentos rígidos que necessitam<br />
<strong>de</strong> pouco espaço axial. Os rolamentos das séries 811 e 812 são utilizados principalmente<br />
quando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dos rolamentos axiais <strong>de</strong> esferas é insuficiente.<br />
Os rolamentos axiais <strong>de</strong> rolos cilíndricos são rolamentos <strong>de</strong> sentido único, suportando somente<br />
cargas axiais atuando em um sentido. Seu formato e <strong>de</strong>senho são simples, sendo fabricados<br />
em construções <strong>de</strong> uma carreira e <strong>de</strong> duas carreiras.<br />
A superfície cilíndrica dos rolos alivia ligeiramente em direção às extremida<strong>de</strong>s. A linha <strong>de</strong><br />
contato modificada assim produzida assegura que não haverá tensões prejudiciais sobre as<br />
extremida<strong>de</strong>s. Os rolamentos são <strong>de</strong> construção separável; os <strong>componentes</strong> individuais po<strong>de</strong>m<br />
ser montados se<strong>para</strong>damente.<br />
240
ROLAMENTOS AXIAIS DE AGULHAS<br />
Os rolamentos axiais <strong>de</strong> agulhas po<strong>de</strong>m suportar cargas axiais elevadas, são<br />
insensíveis as cargas <strong>de</strong> choque e proporcionam arranjos rígidos que necessitam <strong>de</strong> espaço<br />
axial reduzido. São rolamentos <strong>de</strong> escora simples, suportando somente cargas axiais em um<br />
sentido. Para aplicações em que os <strong>componentes</strong> associados são ina<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> serem<br />
utilizados como pista, os conjuntos também po<strong>de</strong>m ser combinados com anéis <strong>de</strong> diferentes<br />
construções.<br />
7.9 – EXEMPLO RESOLVIDOS<br />
1. Selecionar um rolamento <strong>para</strong> motor elétrico, com as seguintes características:<br />
• Diâmetro do eixo, entre 50 ~ 70mm;<br />
• Diâmetro do alojamento, entre 80 ~130mm; • Força Radial = 1000 kgf;<br />
• Força Axial = 200 kgf;<br />
• Temperatura <strong>de</strong> Trabalho = 80° C;<br />
• Local com pequena concentração <strong>de</strong> impurezas;<br />
• Rotação = 3600 rpm;<br />
• Vida mínima exigida <strong>de</strong> 10.000 horas.<br />
Para o nosso exemplo po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>finir o tipo <strong>de</strong> rolamento mais a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> a<br />
aplicação requerida.<br />
Espaço permissível <strong>para</strong> o rolamento.<br />
Diâmetro Interno = 50 ~70 mm: po<strong>de</strong>remos utilizar qualquer rolamentos entre XX10<br />
~XX14;<br />
Diâmetro Externo = 80 ~ 130mm: qualquer rolamento entre XX10 ~ XX14, exceto X313<br />
(D = 140mm) e X314 (D = 150mm).<br />
Largura = Neste exemplo, não foi especificada a largura permitida.<br />
Intensida<strong>de</strong> e direção da carga.<br />
No exemplo dado, vamos com<strong>para</strong>r a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dos rolamentos 6310, 21310,<br />
NU310 e 7310B:<br />
Rolamento Cr (kgf)<br />
Número<br />
Cor (kgf)<br />
6310 6.300 3.900<br />
21310 12.100 13.000<br />
7310B 6.950 4.900<br />
NU310 8.850 8.800<br />
241
Tabela 5a – Exercício resolvido 1<br />
Todos os rolamentos acima aten<strong>de</strong>riam a exigência do <strong>projeto</strong> quanto à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
carga.<br />
Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação.<br />
Vamos com<strong>para</strong>r o limite <strong>de</strong> rotação dos rolamentos 6310, 21310, NU310 e 7310B:<br />
Rolamento Cr (kgf) Cor (kgf)<br />
6310 6.000 7.500<br />
21310 2.800 3.800<br />
7310B 5.000 6.700<br />
NU310 5.600 6.700<br />
Tabela 5b – Exercício resolvido 1<br />
Neste caso, o rolamento 21310 não aten<strong>de</strong> às exigências <strong>de</strong> rotação do equipamento.<br />
Desalinhamento<br />
Não exigido <strong>para</strong> o exemplo dado.<br />
Fixação na direção axial<br />
Definir se é livre ou lado fixo.<br />
Dificulda<strong>de</strong> na instalação e remoção<br />
Verificar as dimensões dos encostos nas tabelas <strong>de</strong> dimensões dos rolamentos.<br />
Ruído<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> esferas são os mais a<strong>de</strong>quados quando o nível <strong>de</strong> ruído é importante.<br />
Rigi<strong>de</strong>z<br />
Os rolamentos <strong>de</strong> contato angular são os mais indicados, no entanto, esta exigência não<br />
é requerida <strong>para</strong> esta aplicação.<br />
Disponibilida<strong>de</strong> e custo.<br />
Tabela com<strong>para</strong>tiva <strong>de</strong> custos entre rolamentos <strong>de</strong> tipos diferentes com o mesmo<br />
dimensional.<br />
Rolamento 6310 22310 30310 NU2310 7310B<br />
Custo (unida<strong>de</strong>:x) 1,00 2,60 1,80 2,80 1,90<br />
Tabela 5c – Exercício resolvido 1<br />
Pelos custos simbólicos da tabela acima, verificamos que os rolamentos fixo <strong>de</strong> uma<br />
carreira <strong>de</strong> esferas têm um custo menor (<strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> mesmo tamanho), além<br />
disso, são mais fáceis <strong>de</strong> serem adquiridos.<br />
242
Diante do exposto acima, o rolamento fixo <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> esferas é o mais indicado<br />
e aten<strong>de</strong> às exigências: das dimensões requeridas, da rotação, da carga radial e axial e<br />
aos requisitos da aplicação.<br />
Além disso, tem o menor custo com<strong>para</strong>do aos outros tipos <strong>de</strong> rolamentos com o mesmo<br />
tamanho e a vantagem da fácil localização <strong>para</strong> compra.<br />
Resultado do Exemplo:<br />
Definição do Tipo Especificação do Tipo<br />
Rolamento Fixo <strong>de</strong> uma Carreira <strong>de</strong> Esferas 6310<br />
Tabela 5d – Exercício resolvido 1<br />
2. Um rolamento rígido <strong>de</strong> esferas 6309 feito <strong>de</strong> aço padrão da SKF <strong>de</strong>verá trabalhar a<br />
uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 000 r/min sob uma carga radial constante Fr = 8 000 N. Vai ser<br />
utilizada a lubrificação com óleo, possuindo o óleo uma viscosida<strong>de</strong> cinemática ηc = 20<br />
mm 2 /s à temperatura <strong>de</strong> trabalho. A confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada é <strong>de</strong> 90 % e assume-se que<br />
as condições <strong>de</strong> trabalho são <strong>de</strong> extrema limpeza. Quais serão as vidas L10, Lna e Lnaa?<br />
a) Vida nominal L10 (<strong>para</strong> 90 % <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>)<br />
⎛ C ⎞<br />
L10 = ⎜ ⎟<br />
⎝ P ⎠<br />
p<br />
A partir das tabelas <strong>de</strong> produtos, as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga dinâmica <strong>para</strong> o rolamento<br />
6309, C = 52 700 N. Uma vez que a carga é puramente radial, P = Fr = 8 000 N e por<br />
conseguinte.<br />
L10 = (52 700/8 000)3 = 286 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />
b) Vida nominal ajustada Lna<br />
Lna = a1 a23 L10<br />
Como é necessária uma confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90 %, será preciso calcular a vida L10a e<br />
a1 = 1. O fator a23 é calculado da seguinte maneira: <strong>para</strong> o rolamento 6309, utilizando d e<br />
D das tabelas <strong>de</strong> produtos, dm = 72,5 viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo requerida à temperatura <strong>de</strong><br />
trabalho <strong>para</strong> uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 000 r/min, ν1 = 7 mm 2 /s κ = η/η1 = 2,7 valor <strong>de</strong><br />
a23 = 1,92.<br />
L10a = 1 x 1,92 x 286 = 550 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />
c) Vida nominal <strong>de</strong> acordo com a teoria <strong>de</strong> vida da SKF<br />
Lnaa = a1 aSKF L10<br />
Como a confiabilida<strong>de</strong> pretendida é <strong>de</strong> 90 %, a vida L10aa é calculada e a1 = 1. Das<br />
tabelas <strong>de</strong> produtos Pu = 1 340 e Pu/P = 1 340/8 000 = 0,17. Como as condições são <strong>de</strong><br />
243
extrema limpeza ηc = 1 e por conseguinte <strong>para</strong> κ = 2,7 o valor <strong>de</strong> aSKF é 14 <strong>para</strong> que <strong>de</strong><br />
acordo com a teoria <strong>de</strong> vida da SKF<br />
L10aa = 1 x 14 x 286 = 4 000 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />
Para obter as vidas correspon<strong>de</strong>ntes em horas <strong>de</strong> trabalho, é necessário multiplicar por<br />
[1 000 000/(60 n)]<br />
on<strong>de</strong> n = 5 000 r/min. As diferentes vidas são então<br />
L10h = 950 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
L10ah = 1 800 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
L10aah = 13 300 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
Se no exemplo tivéssemos calculado <strong>para</strong> condições <strong>de</strong> contaminação tais que<br />
ηc = 0,2, aSKF seria 0,3 e<br />
L10aa = 1 x 0,3 x 286 = 86 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />
Ou L10aah = 287 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
3. O apoio <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> hélice <strong>de</strong> navio possui diâmetro d=140mm . Ele suporta uma<br />
esforço axial normal <strong>de</strong> FaN=40 kN a uma rotação <strong>de</strong> nN=375 rpm e uma carga axial e<br />
uma carga axial máxima <strong>de</strong> Fav=53 kN a uma rotação nv=500 . A duração da carga<br />
normal correspon<strong>de</strong> a 75% do total e a duração da carga máxima 25% da duração total.<br />
A vida <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>stes equipamentos chega a 50.000 h <strong>de</strong> funcionamento. Selecione<br />
os mancais <strong>de</strong> rolos angulares a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> este sistema.<br />
Resolução:<br />
d =<br />
30mm<br />
Figura 19 - Exercício resolvido 3<br />
244
K a<br />
=<br />
2500N<br />
n = 1500rpm<br />
F ar<br />
=<br />
2000N<br />
F = br 3000N<br />
a) Rolamento A - SKF 30206 C(N) =40200 e=0,37 Y=1,6<br />
B - SKF 33206 C(N) = 64400 e=0,35 Y=1,7<br />
Testando se a disposição pertence ao grupo 2a, 2b ou 2c<br />
F<br />
Y<br />
F<br />
Y<br />
ar<br />
a<br />
br<br />
b<br />
2000 = =<br />
1,<br />
6<br />
3000 = =<br />
1,<br />
7<br />
1250N<br />
1765N<br />
F ar F br < = condição2a<br />
Y a Y b<br />
Assim:<br />
0,<br />
5F<br />
0,<br />
5×<br />
3000<br />
br<br />
F = ∴<br />
ba F =<br />
∴<br />
ba<br />
F ba<br />
Y b 1,<br />
7<br />
=<br />
882,<br />
4N<br />
= F + K ∴<br />
Aa Ba a F = Aa 882 , 4+<br />
2500 ∴F<br />
= 3382N<br />
F Aa<br />
Cálculo da carga dinâmica equivalente<br />
P = F r<br />
F<br />
F<br />
ar ≤<br />
r<br />
e<br />
P F r YF a +<br />
= F<br />
0 , 4×<br />
F<br />
ar ><br />
Rolamento A: SKF 30206<br />
F<br />
F<br />
ar<br />
r<br />
=<br />
Assim,<br />
=<br />
P a<br />
3382<br />
2000<br />
=<br />
r<br />
1,<br />
69<br />
><br />
e<br />
0,<br />
37<br />
0 , 4×<br />
2000 + 1,<br />
6×<br />
3382<br />
= Pa 6211N<br />
Rolamento B: SKF 33206<br />
F<br />
F<br />
ba<br />
br<br />
=<br />
Assim,<br />
Pb F r =<br />
882,<br />
4<br />
3000<br />
=<br />
Pb 3000N<br />
=<br />
0,<br />
29≤0,<br />
35<br />
245
Cálculo do tempo <strong>de</strong> vida: (Pág 28)<br />
L<br />
=<br />
1000000 ⎛<br />
⎜C<br />
×<br />
60×<br />
n ⎜ P<br />
Rolamento A:<br />
La<br />
=<br />
⎝<br />
1000000<br />
60×<br />
1500<br />
⎛<br />
× ⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
10<br />
3<br />
40200<br />
62+<br />
1<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
10<br />
3<br />
= La 5614 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
Rolamento B:<br />
Lb<br />
=<br />
1000000<br />
60×<br />
1500<br />
⎛<br />
× ⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
64400<br />
3000<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
10<br />
3<br />
= Lb 305500 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
b) Pelos resultados obtidos observa-se que o rolamento A: SKF 30206 não suporta um<br />
tempo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> 32000 horas, já que seu limite é <strong>de</strong> 5614 horas. Já o rolamento B: SKF<br />
33206 po<strong>de</strong>ria ser utilizado. No entanto, seu limite <strong>de</strong> vida é <strong>de</strong> 305500 horas é muito<br />
maior que o necessário, o que significa um maior custo. Desta forma, o i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> esta<br />
situação é escolher um rolamento que possua uma capacida<strong>de</strong> dinâmica C, entre os<br />
valores <strong>de</strong> Ca = 40200N e Cb = 64400N, já que a capacida<strong>de</strong> dinâmica é proporcional ao<br />
tempo <strong>de</strong> vida. Assim sendo: os rolamentos SKF 31306 e SKF32206 que possuem<br />
capacida<strong>de</strong>s dinâmicas <strong>de</strong> 47300N e 49500N, respectivamente, são mais recomendados<br />
<strong>para</strong> esta situação.<br />
Verificando o rolamento SKF 31306<br />
Consi<strong>de</strong>rando que tanto o rolamento B quanto A são iguais: SKF 31306<br />
F ar F br<br />
< = condição2a<br />
Y a Y b<br />
0,<br />
5F<br />
0,<br />
5×<br />
3000<br />
rb<br />
F = ∴<br />
aB F =<br />
∴<br />
aB<br />
F aB<br />
Y b 0,<br />
72<br />
=<br />
2083N<br />
= F + K ∴<br />
Aa Ba a F = Aa 2083 + 2500 ∴F<br />
= 4583N<br />
F Aa<br />
e=<br />
0,<br />
83<br />
F<br />
F<br />
aA<br />
ra<br />
=<br />
4583<br />
> 0,<br />
83<br />
2000<br />
0 , 4×<br />
2000 + 4583×<br />
0,<br />
72∴P<br />
= 4100N<br />
r<br />
P = a<br />
a a<br />
F 2083<br />
aB = = 0,<br />
69≤e<br />
F rB 3000<br />
=<br />
Pb 3000N<br />
246
Consi<strong>de</strong>rando o pior hipótese, ou seja, a carga dinâmica equivalente P iguala 4100N<br />
Temos:<br />
L<br />
=<br />
1000000<br />
60×<br />
1500<br />
⎛<br />
× ⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
47300<br />
4100<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
10<br />
3<br />
= Lb 38550 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
Assim verifica-se que o rolamento SKF 31306 é suficiente <strong>para</strong> on<strong>de</strong> são necessários<br />
um tempo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> 32000 horas<br />
4. O mancal <strong>de</strong> um garfo <strong>de</strong> um roda em balanço contém dois rolamentos radiais <strong>de</strong><br />
esferas série 62 . O diâmetro do eixo foi calculado em 25 mm. A figura mostra as<br />
medidas calculadas em mm. A carga radial radkraft F é <strong>de</strong> 2,5 kN. Selecione estes<br />
rolamentos, <strong>para</strong> as condições normais <strong>de</strong> trabalho sendo que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong><br />
ambos rolamentos é <strong>de</strong>terminada em função das cargas radiais Far eFbr e que um dos<br />
rolamentos <strong>de</strong>ve suportar toda a carga axial.<br />
Resolução:<br />
3<br />
F = 5Ton<br />
= 49,<br />
05×<br />
10 N<br />
d = 0,<br />
05m<br />
a)<br />
S<br />
0<br />
S<br />
= 1 , 3∴<br />
=<br />
0<br />
C<br />
P<br />
0<br />
0<br />
Figura 20 - Exercício proposto 4<br />
Carga estática equivalente <strong>para</strong> rolamento axial <strong>de</strong> esfera<br />
P = 0 F a<br />
Assim<br />
3<br />
C = S P =<br />
0 0 0 1,<br />
3×<br />
49,<br />
05×<br />
10 = 63770 N<br />
247
O rolamento selecionado segundo a tabela da pagina 600 é o SKF 51210 que possui uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
carga estática superior a requerida, ou seja, Co=106000N > 63770N<br />
b) Para o rolamento SKF 51210 e<br />
P = 0 F a<br />
C o<br />
S<br />
0<br />
=<br />
=<br />
106000N<br />
C<br />
P<br />
0<br />
0<br />
=<br />
0 4,<br />
32 = S<br />
106000 3<br />
24,<br />
53×<br />
10<br />
7.10 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
F a<br />
=<br />
3<br />
24,<br />
53×<br />
10 N<br />
, qual o So?<br />
1. O eixo <strong>de</strong> um carrinho <strong>para</strong> combustível <strong>de</strong> forno suporta m=1,5 t <strong>de</strong>vido ao peso próprio<br />
e carga F p Quando o forno estiver funcionando ele suporta temperatura t=300o C.<br />
Pelos cálculos <strong>para</strong> o dimensionamento do eixo, chegou-se ao valor <strong>de</strong> d=35 . Selecione<br />
os rolamentos <strong>de</strong> esfera <strong>para</strong> este carrinho.<br />
Figura 21 - Exercício proposto 1<br />
4. Uma carga <strong>de</strong> 5 toneladas será aplicada em diâmetro d=48 mm conforme figura . Um<br />
rolamento axial <strong>de</strong> esferas suporta esta carga, permitindo pequenos giros. Deseja-se<br />
selecionar este rolamento <strong>de</strong> esferas.<br />
248
Figura 22 - Exercício proposto 4<br />
249
CAPÍTULO 08 - PROJETO DE PARAFUSOS<br />
8.1 - INTRODUÇÃO<br />
Parafusos são elementos <strong>de</strong> fixação, empregados na união não permanente <strong>de</strong> peças,<br />
isto é, as peças po<strong>de</strong>m ser montadas e <strong>de</strong>smontadas facilmente, bastando apertar e <strong>de</strong>sapertar<br />
os <strong>para</strong>fusos que as mantêm unidas.Os <strong>para</strong>fusos se diferenciam pela forma da rosca, da<br />
cabeça, da haste e do tipo <strong>de</strong> acionamento.<br />
Figura 1 - <strong>para</strong>fuso sextavado<br />
O tipo <strong>de</strong> acionamento está relacionado com o tipo <strong>de</strong> cabeça do <strong>para</strong>fuso. Por exemplo,<br />
um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> cabeça sextavada é acionado por chave <strong>de</strong> boca ou <strong>de</strong> estria.Em geral, o<br />
<strong>para</strong>fuso é composto <strong>de</strong> duas partes: cabeça e corpo.<br />
O corpo do <strong>para</strong>fuso po<strong>de</strong> ser cilíndrico ou cônico, totalmente roscado ou parcialmente<br />
roscado. A cabeça po<strong>de</strong> apresentar vários formatos; porém, há <strong>para</strong>fusos sem cabeça.<br />
Há uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos que po<strong>de</strong>m ser diferenciados pelo formato da<br />
cabeça, do corpo e da ponta. Essa diferença, <strong>de</strong>terminadas pela função dos <strong>para</strong>fusos, permite<br />
classificá-los em quatro gran<strong>de</strong>s grupos: <strong>para</strong> - fusos passantes, <strong>para</strong>fusos não-passantes,<br />
<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> pressão, <strong>para</strong>fusos prisioneiros.<br />
PARAFUSOS PASSANTES<br />
Esses <strong>para</strong>fusos atravessam, <strong>de</strong> lado a lado, as peças a serem unidas, passando<br />
livremente nos furos.Depen<strong>de</strong>ndo do serviço, esses <strong>para</strong>fusos, além das porcas, utilizam<br />
arruelas e contra-porcas como acessórios.Os <strong>para</strong>fusos passantes apresentam-se com cabeça<br />
ou sem cabeça.<br />
250
PARAFUSOS NÃO-PASSANTES<br />
Figura 2 - Parafusos passantes<br />
São <strong>para</strong>fusos que não utilizam porcas. O papel <strong>de</strong> porca é <strong>de</strong>sempenhado pelo furo<br />
roscado, feito numa das peças a ser unida.<br />
PARAFUSOS DE PRESSÃO<br />
Figura 3 - Parafusos não-passantes<br />
Esses <strong>para</strong>fusos são fixados por meio <strong>de</strong> pressão. A pressão é exercida pelas pontas<br />
dos <strong>para</strong>fusos contra a peça a ser fixada.Os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> pressão po<strong>de</strong>m apresentar cabeça<br />
ou não.<br />
Figura 4 - Parafusos <strong>de</strong> pressão<br />
251
PARAFUSOS PRISIONEIROS<br />
São <strong>para</strong>fusos sem cabeça com rosca em ambas as extremida<strong>de</strong>s, sendo<br />
recomendados nas situações que exigem montagens e <strong>de</strong>smontagens freqüentes. Em tais<br />
situações, o uso <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos acaba danificando a rosca dos furos.<br />
As roscas dos <strong>para</strong>fusos prisioneiros po<strong>de</strong>m ter passos diferentes ou sentidos opostos, isto é,<br />
um horário e o outro anti-horário.Para fixarmos o prisioneiro no furo da máquina, utilizamos uma<br />
ferramenta especial.Caso não haja esta ferramenta, improvisa-se um apoio com duas porcas<br />
travadas numa das extremida<strong>de</strong>s do prisioneiro.Após a fixação do prisioneiro pela outra<br />
extremida<strong>de</strong>, retiram-se as porcas.A segunda peça é apertada mediante uma porca e arruela,<br />
aplicadas à extremida<strong>de</strong> livre do prisioneiro.<br />
O <strong>para</strong>fuso prisioneiro permanece no lugar quando as peças são <strong>de</strong>smontadas.<br />
Figura 5 - Parafusos prisioneiros<br />
Vimos uma classificação <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos quanto à função que eles exercem.<br />
Veremos, a seguir, alguns tipos <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos. Segue um quadro síntese com<br />
características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivos <strong>de</strong><br />
atarraxamento.<br />
252
Tabela 1 - Características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivo <strong>de</strong> atarraxamento.<br />
253
Tabela2 - Tipos <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos<br />
254
ROSCAS<br />
Rosca é um conjunto <strong>de</strong> filetes em torno <strong>de</strong> uma superfície cilíndrica.<br />
Figura 6 - Filetes gerados em uma superfície cilíndrica<br />
As roscas po<strong>de</strong>m ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no interior<br />
das porcas. As roscas externas se localizam no corpo dos <strong>para</strong>fusos.<br />
Figura 7 - Conjunto porca e <strong>para</strong>fusos<br />
As roscas permitem a união e <strong>de</strong>smontagem <strong>de</strong> peças.<br />
Tipos <strong>de</strong> Rocas (Perfis) Perfil <strong>de</strong> Filete Aplicação<br />
Parafusos e porcas <strong>de</strong> fixação na união <strong>de</strong><br />
peças<br />
Ex: Fixação da roda do carro.<br />
Parafusos que transmitem movimento suave<br />
e uniforme.<br />
Ex: Fusos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong><br />
Parafusos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s diâmetros sujeitos a<br />
gran<strong>de</strong>s esforços.<br />
Ex: Equipamentos ferroviários.<br />
Parafusos que sofrem gran<strong>de</strong>s esforços e<br />
choques.<br />
Ex: Prensas e morsas.<br />
Parafusos que exercem gran<strong>de</strong>s esforços<br />
num só sentido.<br />
Ex: Macacos <strong>de</strong> catraca.<br />
Figura 8 - Tipos e roscas e aplicação<br />
255
Permitem, também, movimento <strong>de</strong> peças. O <strong>para</strong>fuso que movimenta a mandíbula<br />
móvel da morsa é um exemplo <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> peças.Os filetes das roscas apresentam vários<br />
perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação.<br />
NOMENCLATURA DA ROSCA<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando<br />
apenas os formatos e dimensões.<br />
.<br />
P = passo (em mm)<br />
i = ângulo da hélice<br />
d = diâmetro externo<br />
c = crista<br />
d1 = diâmetro interno<br />
D = diâmetro do fundo da porca<br />
d2 = diâmetro do flanco<br />
D1 = diâmetro do furo da porca<br />
Figura 9 - Nomenclatura e tipo da roscas<br />
256
a = ângulo do filete<br />
h1 = altura do filete da porca<br />
f = fundo do filete<br />
h = altura do filete do <strong>para</strong>fuso<br />
ROSCAS DE PERFIL TRIANGULAR<br />
As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:<br />
· rosca métrica<br />
· rosca whitworth<br />
· rosca americana<br />
Para nosso estudo, vamos <strong>de</strong>talhar apenas dois tipos: a métrica e a whitworth. Rosca<br />
métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina NBR 9527.<br />
Diâmetro maior da porca:<br />
D = d + 2f:<br />
Diâmetro menor da porca (furo):<br />
D1 = d - 1,0825P;<br />
Diâmetro efetivo da porca (Æ médio):<br />
D2 = d2.<br />
Altura do filete do <strong>para</strong>fuso:<br />
he = 0,61343P.<br />
Figura 10 - Rosca <strong>de</strong> perfil triangular<br />
Raio <strong>de</strong> arredondamento da raiz do filete do <strong>para</strong>fuso:<br />
re = 0,14434P.<br />
Raio <strong>de</strong> arredondamento da raiz do filete da porca:<br />
Ângulo do perfil da rosca: a=60º<br />
Diâmetro menor do <strong>para</strong>fuso (φ<br />
do núcleo): d1=d-1,2268P.<br />
d2=D2=d-0,6498P.<br />
Folga entre a raiz do filete da<br />
porca e a crista do filete da porca<br />
e a crista do filete do <strong>para</strong>fuso:<br />
F=0,045P.<br />
257
i = 0,063P.<br />
A rosca métrica fina, num <strong>de</strong>terminado comprimento, possui maior número <strong>de</strong> filetes do<br />
que a rosca normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do <strong>para</strong>fuso, em<br />
caso <strong>de</strong> vibração <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>. Exemplo: em veículos.<br />
Rosca Whitworth normal - BSW e rosca Whitworth fina – BSF<br />
Figura 11 - Nomenclatura da roscas Whitworth<br />
A fórmula <strong>para</strong> confecção das roscas Whitworth normal e fina é a mesma. Apenas<br />
variam os números <strong>de</strong> filetes por polegada. Utilizando as fórmulas anteriores, você obterá os<br />
valores <strong>para</strong> cada elemento da rosca. Para facilitar a obtenção <strong>de</strong>sses valores, apresentamos a<br />
seguir as tabelas das roscas métricas <strong>de</strong> perfil triangular normal e fina e Whitworth normal -<br />
BSW e Whitworth fina - BSF.<br />
258
Tabela 3 - Tabela <strong>de</strong> roscas no sistema inglês<br />
259
Tabela 4 - Tabela <strong>de</strong> roscas no sistema métrico - série normal<br />
260
Tabela 5 - Tabela <strong>de</strong> roscas no sistema métrico - série fina<br />
261
Duas tabelas a seguir mostram os valores dos diâmetros nominais dos <strong>para</strong>fusos, suas<br />
áreas resistentes em função do tipo <strong>de</strong> rosca grossa ou fina. Na tabela 3.6é apresentado o<br />
sistema métrico e na tabela 3.7 é apresentado o sistema inglês.<br />
Diâmetro<br />
nominal d Passo p<br />
Séries rosca grossa Séries rosca fina<br />
Área<br />
resistente At<br />
Área <strong>de</strong><br />
menor<br />
diâmetro Ar<br />
Pitch p<br />
Área<br />
resistente At<br />
Área <strong>de</strong><br />
menor<br />
diâmetro Ar<br />
1,6 0,35 1,27 1,07<br />
2 0,4 2,07 1,79<br />
2,5 0,45 3,39 2,98<br />
3 0,5 5,03 4,47<br />
3,5 0,6 6,78 6<br />
4 0,7 8,78 7,75<br />
5 0,8 14,2 12,7<br />
6 1 20,1 17,9<br />
8 1,25 36,6 32,8 1 39,2 36<br />
10 1,5 58 52,3 1,25 61,2 56,3<br />
12 1,75 84,3 76,3 1,25 92,1 86<br />
14 2 115 104 1,5 125 116<br />
16 2 157 144 1,5 167 157<br />
20 2,5 245 225 1,5 272 259<br />
24 3 353 324 2 384 365<br />
30 3,5 561 519 2 621 596<br />
36 4 817 759 2 915 884<br />
42 4,5 1120 1050 2 1260 1230<br />
48 5 1470 1380 2 1670 1630<br />
56 5,5 2030 1910 2 2300 2250<br />
64 6 2680 2520 2 3030 2980<br />
72 6 3460 3280 1,5 3860 3800<br />
80 6 4340 4140 2 4850 4800<br />
90 6 5590 5360 2 6100 6020<br />
100 6 6990 6740 2 7560 7470<br />
110 2 9180 9080<br />
Tabela 6 - Tabela <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos no sistema métrico- rosca grossa e fina<br />
262
Tamanho<br />
<strong>de</strong>signação<br />
Diâmetro<br />
maior -<br />
polegadas<br />
UNC - Séries rosca grossa UNF - Séries rosca fina<br />
Número <strong>de</strong><br />
Roscas por<br />
polegadas N<br />
Área<br />
resistente At<br />
Área <strong>de</strong><br />
menor<br />
diâmetro Ar<br />
Roscas em<br />
polegada N<br />
Ária<br />
resistente At<br />
Área <strong>de</strong><br />
menor<br />
diâmetro Ar<br />
0 0,06 80 0,0018 0,00151<br />
1 0,073 64 0,00263 0,00218 72 0,00278 0,00237<br />
2 0,086 56 0,0037 0,0031 64 0,00394 0,00339<br />
3 0,099 48 0,00487 0,00406 56 0,00523 0,00451<br />
4 0,112 40 0,00604 0,00496 48 0,00661 0,00566<br />
5 0,125 40 0,00796 0,00672 44 0,0088 0,00716<br />
6 0,138 32 0,00909 0,00745 40 0,01015 0,00874<br />
8 0,164 32 0,014 0,01196 36 0,01474 0,01285<br />
10 0,19 24 0,0175 0,0145 32 0,02 0,0175<br />
12 0,216 24 0,0242 0,0206 28 0,0258 0,0226<br />
¼ 0,25 20 0,0318 0,0269 28 0,0364 0,0326<br />
5 16 0,3125 18 0,0524 0,0454 24 0,058 0,0524<br />
3 8 0,375 16 0,0775 0,0678 24 0,0878 0,0809<br />
7 16 0,4375 14 0,1063 0,0933 20 0,1187 0,109<br />
½ 0,5 13 0,1419 0,1257 20 0,1599 0,1486<br />
9 16 0,5625 12 0,182 0,162 18 0,203 0,189<br />
5 8 0,625 11 0,226 0,202 18 0,256 0,24<br />
¾ 0,75 10 0,334 0,302 16 0,373 0,351<br />
7 8 0,875 9 0,462 0,419 14 0,509 0,48<br />
1 1 8 0,606 0,551 12 0,663 0,625<br />
1. ¼ 1,25 7 0,969 0,89 12 1,073 1,024<br />
1. ½ 1,5 6 1,405 1,294 12 1,581 1,521<br />
Tabela 7 - Tabela <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos no sistema inglês - rosca grossa e fina<br />
8.2 - PARAFUSOS DE POTÊNCIA<br />
Um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> força ou potência é utilizado em <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> quando necessita<br />
mudar o movimento angular <strong>para</strong> linear na transmissão <strong>de</strong> carga.<br />
Na Figura 12, um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> potência com rosca quadrada,possui um diâmetro médio<br />
dm, ,passo p, um ângulo <strong>de</strong> avanço λ, um ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice ψ. É submetido a uma<br />
carga <strong>de</strong> compressão axial. Deseja-se encontrar uma expressão <strong>para</strong> o torque necessário <strong>para</strong><br />
elevar e abaixar a carga atuante.<br />
A figura 12 mostra à direita a rosca do <strong>para</strong>fuso estendida em uma volta completa. Seja<br />
F a soma <strong>de</strong> todas as cargas axiais. Para elevar a carga, a força P atua <strong>para</strong> a direita, e <strong>para</strong><br />
abaixar a carga, a força P atua <strong>para</strong> a esquerda. A força <strong>de</strong> atrito é o produto do coeficiente <strong>de</strong><br />
fricção µ pela a força normal N, e atua no sentido <strong>de</strong> opor-se ao movimento. O sistema está em<br />
equilíbrio sobre ação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>stas forças, e portanto <strong>para</strong> elevar a carga F, tem-se:<br />
263
∑<br />
∑<br />
F = P − Nsenλ − μN cos λ = 0<br />
H<br />
F = F + μNsenλ − N cos λ = 0<br />
De maneira análoga <strong>para</strong> abaixar a carga, teremos:<br />
∑<br />
∑<br />
V<br />
F = −P − Nsenλ + μN cos λ = 0<br />
H<br />
F = F − μNsenλ − N cos λ = 0<br />
V<br />
Des<strong>de</strong> que não estamos interessados na força normal N, eliminando-a nos conjuntos <strong>de</strong><br />
equações acima e encontramos P. Para elevação da carga temos:<br />
e <strong>para</strong> abaixar a carga teremos:<br />
senλ + μ cos λ<br />
P = F<br />
cos λ − μsenλ senλ − μ cos λ<br />
P = F<br />
cos λ + μsenλ Figura 12 - Parafuso <strong>de</strong> potência, com <strong>de</strong>talhe da rosca e cargas atuantes<br />
Finalmente, notando que o torque é o produto da força P pelo do raio médio dm / 2, <strong>para</strong><br />
elevação da carga, tem-se:<br />
Fd ⎛ m l + πμd<br />
⎞ m<br />
T = ⎜ ⎟<br />
2 ⎝ π dm − μl<br />
⎠<br />
On<strong>de</strong> T é necessário <strong>para</strong> dois objetivos, vencer o atrito e <strong>para</strong> elevar a caga.<br />
Analogamente, o torque T necessário <strong>para</strong> abaixar a carga , é:<br />
Fdm ⎛ πμd<br />
m − l ⎞<br />
T = ⎜ ⎟<br />
2 ⎝ π dm + μl<br />
⎠<br />
(2)<br />
(1)<br />
264
Em alguns casos, o torque da equação (2) po<strong>de</strong>rá ser negativo ou zero. Quando se<br />
obtém um torque positivo partir <strong>de</strong>sta equação, o <strong>para</strong>fuso é <strong>de</strong>finido como auto-frenante.. A<br />
condição <strong>para</strong> auto-frenamento é:<br />
πdm, tem-se:<br />
πµdm > 1<br />
Agora, se divi<strong>de</strong> ambos os lados <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> por πdm lembrando que tg λ = 1 /<br />
µ > tg λ<br />
Esta relação indica que o auto-frenamento é obtido quando o coeficiente <strong>de</strong> atrito é igual<br />
ou maior que tangente do ângulo <strong>de</strong> avanço.<br />
Uma expressão <strong>para</strong> a eficiência é também muito útil na avaliação dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong><br />
força. Consi<strong>de</strong>ram-se µ = 0 , tem-se:<br />
T<br />
O<br />
Fl<br />
=<br />
2π<br />
A eficiência nos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência será:<br />
TO Fl<br />
e = =<br />
T 2πT<br />
As equações prece<strong>de</strong>ntes foram <strong>de</strong>senvolvidas <strong>para</strong> as roscas quadradas on<strong>de</strong> a carga<br />
atuante nas roscas é <strong>para</strong>lela ao eixo axial do <strong>para</strong>fuso. No caso da rosca Acme,perfil triangular<br />
ou outras roscas, a carga atuante é inclinada em relação ao eixo por causa do ângulo da rosca<br />
2α e o ângulo <strong>de</strong> avanço λ. Des<strong>de</strong> que ângulos <strong>de</strong> avanço são pequenos, a inclinação po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada e somente ser consi<strong>de</strong>rado nos cálculos, o angulo <strong>de</strong> rosca. O efeito do ângulo<br />
α é aumentar a força <strong>de</strong> atrito por ação da cunha. Com isso, tem-se:<br />
Fd ⎛ m l + πμd m secα<br />
⎞<br />
T = ⎜ ⎟<br />
2 ⎝ π dm − μl secα<br />
⎠<br />
Figura 13 – Ângulos <strong>de</strong> avanço<br />
265
Para <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência, a rosca Acme, não é tão eficiente como a rosca quadrada,<br />
mas, ainda é usado com mais freqüência <strong>de</strong>vido a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabricação e o uso <strong>de</strong> porca<br />
divisora ajustável.<br />
Usualmente, um terceiro componente <strong>de</strong> torque precisa ser adicionado nas aplicações<br />
dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência. Quando um <strong>para</strong>fuso é carregado axialmente, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
um colar, empregado entre os membros rotacionais e estacionários <strong>para</strong> suportar a componente<br />
axial. A Figura mostra um mancal típico on<strong>de</strong> utiliza-se dc como diâmetro principal e µc como o<br />
coeficiente do colar <strong>de</strong> atrito. O torque necessário será:<br />
Fμ cd c Tc<br />
=<br />
2<br />
Figura 14 - Mecânica dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência<br />
8.3 - PARAFUSOS DE UNIÃO - COMPRIMENTO DA PARTE ROSCADA<br />
O comprimento da parte roscada, LT <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos no sistema inglês (polegadas) é:<br />
e no sistema internacional é :<br />
L<br />
Lr T<br />
1 ⎧2D<br />
= 4in<br />
L < 6 in ou L = 6 in<br />
= ⎨<br />
2D 1<br />
⎩ = 2in<br />
L > 6 in<br />
⎧2D<br />
+ 6 L ≤125 mm ou D ≤ 48 mm<br />
⎪<br />
LLr = ⎨2D<br />
+ 12 125< L ≤ 200 mm<br />
⎪<br />
⎩2D<br />
+ 25 L > 200 mm<br />
O objetivo <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso é manter duas ou mais partes juntas. O torque <strong>de</strong> aperto<br />
acarretará tração ou alongamento no <strong>para</strong>fuso; o carregamento é obtido por torção da porca até<br />
266
que o <strong>para</strong>fuso tenha sido tracionado próximo ao seu limite elástico. Se a porca não se afrouxar<br />
a tensão do <strong>para</strong>fuso se manterá como pré-carga ou força <strong>de</strong> união (aperto).<br />
A cabeça <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> cabeça hexagonal é suavemente mais fina do que a <strong>de</strong> um<br />
pino <strong>de</strong> cabeça hexagonal. O material <strong>de</strong> uma porca <strong>de</strong>ve ser cuidadosamente selecionado<br />
<strong>para</strong> encaixar com o <strong>para</strong>fuso.<br />
8.3.1 - CONSTANTE DE RIGIDEZ DOS PARAFUSOS<br />
Quando uma conexão é projetada <strong>para</strong> po<strong>de</strong>r ser periodicamente <strong>de</strong>smontada sem<br />
métodos <strong>de</strong>strutivos e seja suficientemente forte <strong>para</strong> resistir a tensões externas, momentos, ou<br />
força <strong>de</strong> corte então uma junção <strong>para</strong>fusada simples usando arruelas <strong>de</strong> aço endurecido é uma<br />
boa solução.<br />
Como visto previamente,a função <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso é fixar duas ou mais partes juntas. Girando a<br />
porca, o <strong>para</strong>fuso provocará uma força <strong>de</strong> união (aperto). Esta força <strong>de</strong> união é chamada <strong>de</strong><br />
pré-tensão ou pré-carga no <strong>para</strong>fuso. Ela existe na junção <strong>de</strong>pois da porca ter sido<br />
<strong>de</strong>vidamente apertada não importando se a carga externa P tenha sido exercida ou não.<br />
É claro, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as peças (membros) são usados <strong>para</strong> ser unidas, a força <strong>de</strong><br />
união que produz uma tração no <strong>para</strong>fuso induzirá idêntica compressão nas peças.<br />
A constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong> um membro elástico, como um <strong>para</strong>fuso, é a razão entre a<br />
força aplicada pela <strong>de</strong>formação produzida. A pega <strong>de</strong> uma conexão é a espessura do material<br />
unido,incluindo as arruelas se houver.<br />
A rigi<strong>de</strong>z do <strong>para</strong>fuso ou pino consistirá <strong>de</strong> duas partes, a parte roscada e a parte não<br />
roscada <strong>de</strong>ntro da pega.Portanto a constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do <strong>para</strong>fuso será equivalente à rigi<strong>de</strong>z<br />
<strong>de</strong> duas partes <strong>de</strong> maneira semelhante à rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> duas molas em série.<br />
<strong>para</strong> duas partes em série:<br />
1 1 1<br />
k k k<br />
1 2<br />
= + ou k =<br />
1 2<br />
At<br />
E<br />
K r =<br />
l<br />
Ad<br />
E<br />
K d =<br />
l<br />
on<strong>de</strong>: At = Área resistente do <strong>para</strong>fuso (Tabelas)<br />
lT = comprimento da parte roscada na pega<br />
Ad = área da parte lisa <strong>de</strong> <strong>para</strong>fuso<br />
ld = comprimento da parte não roscada na pega,<br />
t<br />
d<br />
k k<br />
k + k<br />
1 2<br />
267
Substituindo esses valores, tem-se:<br />
(pega).<br />
K<br />
pa<br />
Ad<br />
At<br />
E<br />
=<br />
A l + A l<br />
d<br />
t<br />
On<strong>de</strong> kpa é uma estimativa da constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z efetiva no <strong>para</strong>fuso da zona da união<br />
8.3.2 - RIGIDEZ DAS PEÇAS OU MEMBROS EM COMPRESSÃO<br />
Numa seção anterior, <strong>de</strong>terminou-se a rigi<strong>de</strong>z do <strong>para</strong>fuso região <strong>de</strong> pega. Nesta seção,<br />
estudar-se-á a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> uma peça ou membro na região <strong>de</strong> união. Ambas as constantes<br />
<strong>de</strong>vem ser conhecidos. Po<strong>de</strong>r-se ter mais do que duas peças ou membros na pega <strong>de</strong> união por<br />
<strong>para</strong>fuso. Todos eles agem como forças compressivas em série, e portanto a constante <strong>de</strong><br />
rigi<strong>de</strong>z das peças km po<strong>de</strong> ser obtida pela equação abaixo:<br />
1<br />
K<br />
pe<br />
1<br />
=<br />
K<br />
1<br />
1<br />
+<br />
K<br />
2<br />
1<br />
+<br />
K<br />
3<br />
t<br />
d<br />
1<br />
+<br />
K<br />
4<br />
1<br />
+ ... +<br />
K<br />
Utilizando a meta<strong>de</strong> do ângulo vértice α =30º, o alongamento <strong>de</strong> um cone com<br />
espessura dx sujeito a uma força <strong>de</strong> tensão P é:<br />
A área <strong>de</strong> elemento é:<br />
P<br />
dδ = dx (3)<br />
EA<br />
Figura 15 - Rigi<strong>de</strong>z das peças comprimidas<br />
i<br />
268
2 2 ( ) ( tan D<br />
o i<br />
) ( D )<br />
2 2<br />
⎡ ⎤<br />
A = π r + r = π<br />
⎢<br />
x<br />
⎣<br />
α +<br />
2<br />
−<br />
2 ⎥<br />
=<br />
⎦<br />
⎛ D + d ⎞⎛ D − d ⎞<br />
= π ⎜ x tanα + ⎟⎜ x tanα<br />
+ ⎟<br />
⎝ 2 ⎠⎝ 2 ⎠<br />
Substituindo na equação a, integrando, o alongamento será:<br />
P t<br />
dx<br />
δ =<br />
π E ∫ 0 ⎡ ( D + d ) ⎤ ⎡ ( D − d ) ⎤<br />
⎢x tanα + x tanα<br />
+<br />
2 ⎥ ⎢ 2 ⎥<br />
⎣ ⎦ ⎣ ⎦<br />
( 2t tanα<br />
+ D − d )( D + d )<br />
( + + )( − )<br />
P<br />
δ = ln<br />
π Ed tanα 2t tanα<br />
D d D d<br />
Com isso, e com α =30º, a rigi<strong>de</strong>z será:<br />
K pe<br />
P 0,<br />
577πEd<br />
= =<br />
δ ( 1,<br />
15t<br />
+ D − d)(<br />
D + d)<br />
ln<br />
( 1,<br />
15t<br />
+ D + d)(<br />
D − d)<br />
Figura 16 - Cone <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação da rigi<strong>de</strong>z das peças a unir<br />
O diâmetro da arruela da face é por volta <strong>de</strong> 50% maior do que o diâmetro do <strong>para</strong>fuso<br />
<strong>de</strong> cabeça sextavada. Para este caso o valor <strong>de</strong> km (rigi<strong>de</strong>z das peças) será dado pela<br />
equação:<br />
K pe<br />
8.3.3 - RESISTÊNCIA DO PARAFUSO<br />
=<br />
0,<br />
577πEd<br />
( 1,<br />
15l<br />
+ 0,<br />
5d)<br />
2ln<br />
5<br />
( 0,<br />
577l<br />
+ 2,<br />
5d)<br />
A tensão do <strong>para</strong>fuso é um fator chave na análise e seleção <strong>de</strong> conexões <strong>para</strong>fusadas.<br />
As normas <strong>para</strong> <strong>para</strong>fuso oferecem a resistência à tração (Srup) e resistência <strong>de</strong> prova (Sp) e a<br />
269
esistência à fadiga,em função do diâmetro nominal do <strong>para</strong>fuso e do tipo. Assim é que existem<br />
as normas SAE, ASTM,,etc.<br />
A carga <strong>de</strong> prova é a força máxima que um <strong>para</strong>fuso po<strong>de</strong> suportar sem se <strong>de</strong>formar<br />
permanentemente. A resistência <strong>de</strong> prova é a relação entre a carga <strong>de</strong> prova e a área <strong>de</strong><br />
resistência do <strong>para</strong>fuso. A resistência <strong>de</strong> prova correspon<strong>de</strong> aproximadamente à resistência ao<br />
escoamento.<br />
TENSÕES ATUANTES NO PARAFUSO SUBMETIDO A CARGA EXTERNA ESTÁTICA<br />
Consi<strong>de</strong>rando que apenas uma carga P seja aplicada a uma conexão <strong>para</strong>fusada.<br />
Assumindo também que a força <strong>de</strong> união, chamada <strong>de</strong> pré-carga Fi, tenha sido corretamente<br />
aplicada pelo aperto da porca antes da força P ser aplicada. A nomenclatura usada será:<br />
Fi = Pré-carga<br />
P = carga externa<br />
Ppa = porção <strong>de</strong> P suportada pelo <strong>para</strong>fuso<br />
Ppe = porção <strong>de</strong> P suportada pelas peças (membros)<br />
Fpa = Ppa + Fi = carga total resultante no <strong>para</strong>fuso<br />
Fpe = Ppe + Fi = carga total resultante nas peças (membros)<br />
A carga externa P, ao ser aplicada na conexão a<strong>para</strong>fusada provoca uma <strong>de</strong>formação δ. Uma<br />
vez que a constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z das peças,k, é a relação entre a carga pela <strong>de</strong>flexão ou<br />
<strong>de</strong>formação,tem-se:<br />
Como P = Ppa + Ppe, tem-se:<br />
δ =<br />
pa<br />
P pa<br />
=<br />
K<br />
pa<br />
P = P<br />
Portanto, a carga resultante no <strong>para</strong>fuso será:<br />
pe<br />
pa<br />
pa = Ppa<br />
+ Fi<br />
= P Fi<br />
Fpe < 0<br />
K pa + K pe<br />
P<br />
K<br />
K<br />
K<br />
K<br />
F +<br />
A carga resultante nas peças ou membros será:<br />
K<br />
F +<br />
pa<br />
pe = Ppa<br />
− Fi<br />
= P Fi<br />
Fpe < 0<br />
K pa + K pe<br />
pe<br />
pa<br />
pe<br />
pe<br />
270
É claro, que estes resultados são validos somente enquanto a carga <strong>de</strong> união se<br />
mantém nas peças.<br />
8.3.4 - EXIGÊNCIAS DO TORQUE<br />
Apesar do coeficiente <strong>de</strong> atrito po<strong>de</strong>r virar muito, po<strong>de</strong>-se obter uma ótima estimativa do<br />
torque necessário <strong>para</strong> produzir uma <strong>de</strong>terminada pré-carga combinada, através da equação<br />
seguinte:<br />
⎡ dm<br />
⎛ tan λ + μ secα<br />
⎞ ⎤<br />
T = ⎢ ⎜ ⎟ + 0,625μ<br />
c ⎥ Fid ⎣ 2d ⎝ l − μ tan λ secα<br />
⎠ ⎦<br />
Define-se o coeficiente <strong>de</strong> torque K como sendo termo entre parênteses, e então:<br />
A equação po<strong>de</strong> agora ser escrita:<br />
dm<br />
⎛ tan λ + μ secα<br />
⎞<br />
K = ⎜ ⎟ + 0,625μ<br />
c<br />
2d ⎝ l − μ tan λ secα<br />
⎠<br />
T = KFid<br />
O coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da rugosida<strong>de</strong> da superfície, precisão e grau <strong>de</strong> lubrificação. Em<br />
média, tanto µ quando µc são aproximadamente 0,15. O valor <strong>de</strong> K ≈ 0,20 <strong>para</strong> µ = µc = 0,15<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tamanho do <strong>para</strong>fuso empregado é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da rosca ser bem acabada<br />
ou não.<br />
8.3.5 - PRÉ-CARGA DO PARAFUSO - CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />
A partir da equação abaixo<br />
K pa P<br />
F pa = + Fi<br />
= CP + Fi<br />
(4)<br />
K + K<br />
pa<br />
pe<br />
On<strong>de</strong> C é chamado constante <strong>de</strong> junta e é <strong>de</strong>finida na equação (4) como sendo<br />
Então,<br />
C =<br />
K<br />
pa<br />
K<br />
pa<br />
+ K<br />
pe<br />
Fpe = (l – C)P – Fi<br />
A tensão <strong>de</strong> tração no <strong>para</strong>fuso po<strong>de</strong> ser encontrada dividindo-se ambos os termos da<br />
equação (a) pela área resistente At. Isto leva a:<br />
CP F<br />
+<br />
i<br />
σ pa =<br />
(5)<br />
At<br />
At<br />
271
Porém o valor limite <strong>de</strong> σb é a resistência <strong>de</strong> prova Sprova. Esta com introdução do fator<br />
da carga n, a equação (b) passará a ser,<br />
ou<br />
CnP F<br />
S +<br />
i<br />
prova = (6)<br />
At<br />
At<br />
S<br />
n =<br />
prova<br />
A − F<br />
t<br />
CP<br />
Figura 17 - Vaso <strong>de</strong> pressão com <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união<br />
Chama-se n, <strong>de</strong> fator carga ao invés <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> segurança, já que duas idéias são <strong>de</strong><br />
alguma forma relacionadas. Qualquer valor <strong>de</strong> n > 1 garante que a tensão no <strong>para</strong>fuso será<br />
menor que a tensão <strong>de</strong> prova.<br />
Outra maneira <strong>de</strong> garantir uma junta segura é exigir que o carregamento externo seja<br />
menor que o necessário <strong>para</strong> causar a se<strong>para</strong>ção da junta. Se a se<strong>para</strong>ção ocorrer assim<br />
mesmo, então toda o carregamento externo recairá sobre o <strong>para</strong>fuso. Fazendo Po ser o valor<br />
<strong>de</strong> carregamento externo que causaria a se<strong>para</strong>ção da junta. Na se<strong>para</strong>ção, Fpe = 0, então:<br />
(l – C) P0 – Fi = 0 (7)<br />
o fator <strong>de</strong> segurança contra a se<strong>para</strong>ção da junta é<br />
Po<br />
n = (8)<br />
P<br />
Substituindo P0 = nP na equação (8), encontra-se:<br />
Fi<br />
n =<br />
P(1 − C)<br />
como sendo fator <strong>de</strong> segurança contra se<strong>para</strong>ção da junta .<br />
i<br />
272
No diagrama da tensão x <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> material <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, não<br />
existe um ponto claro <strong>de</strong> escoamento e o diagrama percorre suavemente até a fratura, que<br />
correspon<strong>de</strong> ao limite <strong>de</strong> resistência a tração. Isto mostra que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da pré-carga<br />
aplicada no <strong>para</strong>fuso, este irá manter a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carregamento. Isto é que mantém o<br />
<strong>para</strong>fuso firme e <strong>de</strong>termina a resistência da junta. A pré-carga é o “músculo” da junta, e sua<br />
magnitu<strong>de</strong> é <strong>de</strong>terminada pela resistência do <strong>para</strong>fuso. Se a resistência total do <strong>para</strong>fuso não é<br />
usada na aplicação da pré-carga, então, o dinheiro estará sendo <strong>de</strong>sperdiçado e a junta ficando<br />
mais fraca.<br />
Parafusos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser pré-carregados no regime plástico <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver mais resistência. Alguns dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> torque utilizados <strong>para</strong> aperto produzem<br />
torções, que aumentam a tensão principal <strong>de</strong> tração. Entretanto, esta torção é mantida apenas<br />
pela fricção da cabeça do <strong>para</strong>fuso e da rosca; em tempo <strong>de</strong> relaxar e diminuir levemente a<br />
tensão do <strong>para</strong>fuso. Como uma regra, o <strong>para</strong>fuso rompe durante o aperto ou nunca se rompe.<br />
O alongamento real do <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong>ve sempre ser usado quando possível especialmente<br />
em carregamentos alternados. De fato, se há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta confiança na junta, então, a<br />
pré-carga <strong>de</strong>ve ser sempre <strong>de</strong>terminada pelo alongamento do <strong>para</strong>fuso.<br />
As recomendações da RB&W <strong>para</strong> pré-carga são <strong>de</strong> 60 kpsi <strong>para</strong> <strong>para</strong>fusos SAE grau 5<br />
<strong>para</strong> conexões não permanentes, e os <strong>para</strong>fusos A 325 (equivalentes aos acima) usando em<br />
aplicações <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong>vem ser apertados até a carga <strong>de</strong> prova ou acima (85 kpsi <strong>para</strong> um<br />
diâmetro <strong>de</strong> no mínimo 1 pol). Bowman recomenda uma pré-carga <strong>de</strong> 75% da carga <strong>de</strong> prova,<br />
que é aproximadamente o mesmo da RB&W <strong>para</strong> <strong>para</strong>fusos reutilizados.<br />
Em vista <strong>de</strong>stas, é recomendado tanto <strong>para</strong> carregamento estático com alternado que o<br />
seguinte critério seja utilizado <strong>para</strong> a pré-carga:<br />
⎪⎧<br />
0,<br />
75F<br />
Fi<br />
= ⎨<br />
⎪⎩ 0,<br />
90F<br />
on<strong>de</strong> FProva é a carga <strong>de</strong> prova, obtida da equação<br />
prova<br />
prova<br />
Fprova = AtSprova<br />
Aqui Sprova é a resistência <strong>de</strong> prova. Para outros materiais, um valor aproximado será<br />
Sprova = 0,85 Se. Porém, <strong>de</strong>ve-se ter muito cuidado ao utilizar um material fraco em conexões<br />
que utilizam as arruelas.<br />
⎪⎫<br />
⎬<br />
⎪⎭<br />
273
8.3.6 – EXERCÍCIOS RESOLVIDO<br />
1. Calcular o coeficiente da junta abaixo. Na figura abaixo sejam: A = 150 mm;B = 200 mm;<br />
C = 300 mm; D = 20 mm e E = 25 mm. O cilindro é feito <strong>de</strong> ferro fundido com E = 113 GPa<br />
e a tampa <strong>de</strong> aço com E = 207 GPa. Foram selecionados <strong>de</strong>z <strong>para</strong>fusos M12 ISO 8.8 com<br />
pré-carga <strong>de</strong> aperto <strong>de</strong> 75% da carga <strong>de</strong> prova. Para uma pressão constante <strong>de</strong> 6 MPa,<br />
qual o valor do fator <strong>de</strong> carga n neste <strong>projeto</strong>?<br />
Resolução:<br />
Figura 18 – Exercício resolvido<br />
1-Cálculo da carga externa por <strong>para</strong>fuso:<br />
−3<br />
2<br />
pA 6× 10 π150<br />
P = = = 10,6 kN<br />
N 10 4<br />
2-Comprimento <strong>de</strong> pega:<br />
Lpega = D + E = 20 + 25 = 45 mm<br />
3-Comprimento da parte roscada do <strong>para</strong>fuso:<br />
LT = 2D + 6 L ≤ 125mm<br />
LT = 24 + 6 =30 mm<br />
4-Comprimento do <strong>para</strong>fuso:<br />
D + E + H = 45 + 10,8 = 55,8 mm<br />
L = 60 mm<br />
5-Comprimento da parte lisa do <strong>para</strong>fuso:<br />
llisa = L – LT = 60 – 30 = 30 mm<br />
6-Comprimento da parte roscada da pega:<br />
lrp = Lpega – llisa = 45 – 30 = 15 mm<br />
7-Cálculo da área na parte lisa:<br />
274
A lisa<br />
πd<br />
=<br />
4<br />
2<br />
π12<br />
=<br />
4<br />
2<br />
= 113,<br />
04<br />
mm 2<br />
8-Obtenção da área resistente:<br />
At = 84,3 mm 2<br />
9-Cálculo da rigi<strong>de</strong>z das peças:<br />
K<br />
A<br />
A E<br />
lisa t<br />
pa = MN/m<br />
lliso<br />
At<br />
+ Lrp<br />
Alisa<br />
Cálculo <strong>de</strong> k1, t1 = 20 mm, E = 207 GPa.<br />
k<br />
1<br />
0,577Edπ<br />
= = 4470 MN/m<br />
(1,15 t + D − d)( D + d)<br />
1<br />
ln<br />
(1,15 t1 + D + d)( D − d)<br />
Cálculo <strong>de</strong> k2, t2 = 2,5 mm, E = 113 GPa.<br />
k<br />
2<br />
=<br />
0,577Edπ<br />
= 59040 MN/m<br />
(1,15 t + D − d)( D + d)<br />
2 ln<br />
(1,15 t2 + D + d)( D − d)<br />
Cálculo <strong>de</strong> k3, t3 = 22,5 mm, E = 113 GPa.<br />
k<br />
3<br />
1<br />
=<br />
K pe<br />
0,577Edπ<br />
(1,15 t + D − d)( D + d)<br />
3 ln<br />
(1,15 t3 + D + d)( D − d)<br />
1<br />
=<br />
K<br />
1<br />
1<br />
+<br />
K<br />
2<br />
1<br />
+<br />
K<br />
3<br />
= 1498 MN/m<br />
10-Cálculo do coeficiente <strong>de</strong> junta:<br />
K pa<br />
C = = 0,238<br />
K + K<br />
pa<br />
pe<br />
11-Resistência <strong>de</strong> prova:<br />
Sprova = 600 Mpa<br />
12-Cálculo da pré-carga:<br />
Fprova = SprovaAt = 50,58 kN<br />
⎧Fi<br />
= 0,<br />
75F<br />
⎪<br />
⎨<br />
⎪Fi<br />
= 0,<br />
90F<br />
⎩<br />
prova<br />
prova<br />
conexão<br />
Fi = 0,75 Fprova = 37,94 kN<br />
13-Cálculo do fator <strong>de</strong> carga:<br />
= 2343 MN/m<br />
conexão reutilizável<br />
permanente<br />
275
S<br />
n =<br />
prova<br />
C.<br />
P<br />
A F<br />
t<br />
i<br />
=<br />
5,<br />
03<br />
2. Uma peça foi <strong>para</strong>fusada a uma estrutura <strong>de</strong> aço <strong>para</strong> suportar uma carga <strong>de</strong> tração<br />
flutuante. Os <strong>para</strong>fusos são <strong>de</strong> ½ pol. rosca grossa, SAE grau 5, apertados com a pré-<br />
carga recomendada. A rigi<strong>de</strong>z recomendada é <strong>de</strong> kb = 4,94 Mlb/pol e km = 15,97 Mlb/pol.<br />
a) Determine a carga repetida que po<strong>de</strong> ser imposta a esta montagem, usando o<br />
critério <strong>de</strong> Goodman <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança 2,0.<br />
b) Calcule o fator <strong>de</strong> carga baseado na carga obtida em (a).<br />
1-Área resistente:<br />
At = 0,1419 pol 2<br />
2-Resistência <strong>de</strong> prova:<br />
Sprova = 85 kpsi<br />
3-Limite <strong>de</strong> resistência a tração:<br />
Srup = 120 kpsi<br />
4-Limite <strong>de</strong> resistencia a fadiga:<br />
Sf = 18,6 kpsi<br />
5-Pré-carga:<br />
Fi = 0,75Fprova = 0,75 Sprova At = 9,046 kip<br />
6-Coeficiente <strong>de</strong> junta:<br />
K pa<br />
C = = 0,236<br />
K + K<br />
pa<br />
pe<br />
7-Tensão alternada:<br />
σ − σ CP<br />
σ = = = kpsi<br />
max min a<br />
a 0,832 Pa<br />
2 2 At<br />
8-Tensão média:<br />
σ max + σ min Fi<br />
σ m = = σ a + = 0,832P a + 63,75 kpsi<br />
2<br />
A<br />
9-Resistência alternada:<br />
S<br />
a<br />
F<br />
S i<br />
rup −<br />
At<br />
=<br />
kpsi<br />
S rup 1+<br />
S<br />
f<br />
10-Cálculo da carga alternada:<br />
t<br />
276
Sa Sa<br />
7,55<br />
n = ⇒ σ a = ⇒ 0,832Pa<br />
=<br />
σ n<br />
2<br />
a<br />
Pa = 4,532 klbf<br />
11-Tensão alternada:<br />
σa = 3,77 kpsi<br />
12-Tensão média:<br />
σm = 67,52 kpsi<br />
13-Fator <strong>de</strong> carga:<br />
S<br />
n =<br />
prova<br />
A − F<br />
t<br />
C.<br />
P<br />
i<br />
=<br />
2,<br />
82<br />
8.3.7 - CARGA DE FADIGA<br />
Figura 19 - Exercício resolvido 2 - cálculo do coeficiente <strong>de</strong> junta C<br />
Valores médios <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> redução da resistência à fadiga, <strong>para</strong> sessões logo abaixo<br />
da cabeça do <strong>para</strong>fuso e também <strong>para</strong> o início da rosca na haste do <strong>para</strong>fuso. Esses valores já<br />
estão corrigidos e tabelados <strong>para</strong> a sensibilida<strong>de</strong> da arruela e acabamentos da superfície.<br />
Projetistas <strong>de</strong>vem perceber que po<strong>de</strong>m aparecer situações on<strong>de</strong> esses valores <strong>de</strong>vem ser mais<br />
cuidadosamente tratados, já que estes são apenas valores médios. De fato, Peterson observa<br />
que a distribuição das falhas típicas dos <strong>para</strong>fusos se aproxima <strong>de</strong> 15% abaixo da cabeça do<br />
<strong>para</strong>fuso, 20% no final da rosca e 60% na rosca da porca.<br />
277
Na maioria das vezes, o tipo <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> fadiga encontrado na análise da junta<br />
do <strong>para</strong>fuso é uma carga aplicada externamente, que flutua entre zero e uma força máxima P.<br />
Essa seria uma situação <strong>de</strong> um cilindro <strong>de</strong> pressão, on<strong>de</strong> por exemplo, a pressão existe ou<br />
varia <strong>de</strong> zero a um valor máximo P. A fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a tensão alternada e a tensão média<br />
<strong>para</strong> essa situação, emprega-se a notação: Fmax = Fb e Fmim = Fi. Portanto, a tensão alternada<br />
do <strong>para</strong>fuso é:<br />
se:<br />
Fpa<br />
− Fi<br />
K pa<br />
σ a = =<br />
2A<br />
K + K<br />
t<br />
pa<br />
pe<br />
P<br />
2A<br />
t<br />
C.<br />
P<br />
=<br />
2A<br />
Então <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a tensão média é igual à tensão alternada mais a tensão mínima, tem-<br />
Fi CP Fi<br />
σ m = σ a + = +<br />
A 2A<br />
A<br />
t t t<br />
Sabe-se da importância <strong>de</strong> ter uma pré-carga alta nas juntas a<strong>para</strong>fusadas. Isso é<br />
especialmente importante em carregamento submetido à fadiga porque faz o primeiro termo da<br />
equação (24), ser relativamente pequeno quando com<strong>para</strong>do ao segundo termo, que é a tensão<br />
<strong>de</strong>vido a pré-carga. A observação da equação acima mostra que ela é construída por uma<br />
constante Fi / At no eixo da tensão média (Figura 20). À distância AC representada área <strong>de</strong><br />
falha e AB área <strong>de</strong> segurança; então AC / AB é o fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> acordo com o critério<br />
<strong>de</strong> Goodman. Então:<br />
Sa<br />
n =<br />
σ<br />
Observamos que a distância AD é igual à Sa, tem-se:<br />
S S<br />
F<br />
i<br />
a = m − (10)<br />
At<br />
A linha modificada <strong>de</strong> Goodman po<strong>de</strong> ser dada por:<br />
⎛ ⎞<br />
⎜<br />
S a<br />
S ⎟<br />
m = S rup 1 − (11)<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ S f ⎠<br />
a<br />
t<br />
278
Figura 20 - Diagrama <strong>de</strong> Goodman <strong>para</strong> <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união<br />
Resolvendo as equações (10) e (11) simultaneamente, temos:<br />
S<br />
a<br />
F<br />
S<br />
i<br />
rup −<br />
At<br />
=<br />
S rup 1 +<br />
S<br />
8.4 - CISALHAMENTO DE PARAFUSOS E REBITES A CARGA EXCÊNTRICA<br />
f<br />
A figura abaixo mostra uma junta <strong>para</strong>fusada submetida a cisalhamento. A figura 21a a<br />
falha por tração nas peças unidas. A tensão <strong>de</strong> tração é a carga P dividida pela área líquida da<br />
chapa, isto é a área reduzida <strong>de</strong> uma quantida<strong>de</strong> igual à área <strong>de</strong> todos os furos dos <strong>para</strong>fusos<br />
ou rebites. Para materiais quebradiços e cargas estáticas <strong>de</strong>vem-se incluir os efeitos da<br />
concentração <strong>de</strong> tensão.<br />
Sf<br />
(12)<br />
Figura 21 - Tipos <strong>de</strong> falha por cisalhamento<br />
Srup<br />
279
Os efeitos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão não são consi<strong>de</strong>rados em <strong>projeto</strong>s estruturais,<br />
porque as cargas são estáticas e os materiais dúcteis. Na figura 21b ilustra uma falha por<br />
quebra do <strong>para</strong>fuso ou da chapa. O cálculo <strong>para</strong> essa tensão, chamada <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> mancal é<br />
complicado, <strong>de</strong>vido à distribuição <strong>de</strong> cargas sobre a superfície cilíndrica do <strong>para</strong>fuso. Os valores<br />
exatos das forças que agem sobre o <strong>para</strong>fuso são <strong>de</strong>sconhecidos; por isso, costuma-se<br />
consi<strong>de</strong>rar que os <strong>componentes</strong> das forças distribuem-se uniformemente sobre a projeção da<br />
área <strong>de</strong> contato do <strong>para</strong>fuso, tendo então a tensão o seguinte valor: carga P dividida pela área<br />
A, on<strong>de</strong> A é a área projetada igual a t x d, on<strong>de</strong> t é a espessura da chapa mais fina e d o<br />
diâmetro do <strong>para</strong>fuso ou rebite. A figura 21c mostra a falha do <strong>para</strong>fuso por cisalhamento puro,<br />
on<strong>de</strong> a tensão é a carga P dividida pela área A,sendo neste caso a área A da seção reta do<br />
<strong>para</strong>fuso.<br />
CARGA EXCÊNTRICA NO PARAFUSO<br />
Um exemplo <strong>de</strong> carga excêntrica nos <strong>para</strong>fusos é mostrado na Figura 22. Isso é uma<br />
parte <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> uma máquina (viga A), sujeita à ação <strong>de</strong> flexão. Nesse caso, a viga é<br />
unida a membros verticais em suas extremida<strong>de</strong>s através dos <strong>para</strong>fusos. Reconhecer-se-á a<br />
representação esquemática da Figura 22, com uma viga, com ambas as extremida<strong>de</strong>s fixas,<br />
com um momento <strong>de</strong> reação M e com reações a força cisalhante V em suas extremida<strong>de</strong>s.<br />
Para conveniência os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> uma ponta <strong>de</strong> viga, foram <strong>de</strong>senhados em maior<br />
escala na Figura 22c. O ponto O representa o centrói<strong>de</strong> do grupo <strong>de</strong> todos os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong>sse<br />
exemplo, todos os <strong>para</strong>fusos possuem o mesmo diâmetro. A carga total em todos os <strong>para</strong>fusos<br />
será calculada em três passos. No primeiro passo a força cisalhante é dividida igualmente entre<br />
os <strong>para</strong>fusos, <strong>de</strong> maneira que em cada <strong>para</strong>fuso F1= V / n, on<strong>de</strong> n é o número total <strong>de</strong><br />
<strong>para</strong>fusos no grupo e F1 é chamada força <strong>de</strong> cisalhamento primária.<br />
Nota-se que em uma distribuição igual da força direita <strong>para</strong> os <strong>para</strong>fusos, assume um<br />
membro absolutamente rígido. O arranjo do <strong>para</strong>fuso ou o tamanho e forma dos membros,<br />
justificam o uso <strong>de</strong> outras possibilida<strong>de</strong>s, como a divisão da carga.<br />
A carga do momento ou cisalhamento secundário é a carga adicional em cada <strong>para</strong>fuso<br />
<strong>de</strong>vido ao momento M. Se rA, rB, rC,... são as distâncias radiais da centrói<strong>de</strong> ao centro <strong>de</strong> cada<br />
<strong>para</strong>fuso o momento e carga <strong>de</strong> momento são mostradas como se segue:<br />
M = F2ArA + F2BrB + F2CrC + ... (13)<br />
On<strong>de</strong> F2 é chamada carga <strong>de</strong> momento ou cisalhamento secundário.<br />
280
Figura 22 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado<br />
Figura 23 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado<br />
A força suportada por cada <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da distância radial ou centrói<strong>de</strong>; quer<br />
dizer, no <strong>para</strong>fuso mais distante do centrói<strong>de</strong> se aplica maior carga, e no <strong>para</strong>fuso mais próximo<br />
menor carga po<strong>de</strong>mos então escreve:<br />
F<br />
F<br />
F<br />
2B<br />
2C<br />
2 A = =<br />
(14)<br />
rB<br />
rC<br />
Resolvendo as equações (13) e (14) simultaneamente obtemos:<br />
Mrm<br />
F 2 A =<br />
(15)<br />
2 2 2<br />
r + r + r + ...<br />
A<br />
B<br />
C<br />
On<strong>de</strong> m refere-se a um <strong>para</strong>fuso particular, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>terminar a carga.<br />
281
No terceiro passo as forças <strong>de</strong> cisalhamento primária e secundária são somadas<br />
vetorialmente, <strong>para</strong> obter a carga resultante em cada <strong>para</strong>fuso. Des<strong>de</strong> que todos os <strong>para</strong>fusos<br />
ou rebites são geralmente <strong>de</strong> igual tamanho, somente o <strong>para</strong>fuso com carga máxima <strong>de</strong>ve ser<br />
consi<strong>de</strong>rado. Quando a carga máxima for encontrada, a resistência <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada<br />
usando os métodos já <strong>de</strong>scritos.<br />
8.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
1. Um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> potencia <strong>de</strong> 30mm <strong>de</strong> diâmetro e rosca simples, passo <strong>de</strong> 6 mm possui<br />
um apoio axial <strong>de</strong> diâmetro médio <strong>de</strong> 40 mm . Os coeficientes <strong>de</strong> atrito cinético na rosca<br />
e no apoio são 0,15 e 0,1 respectivamente.<br />
a) Calcule o torque necessário <strong>para</strong> elevar a carga <strong>de</strong> 100 kN. [501 Nm]<br />
b) Se o <strong>para</strong>fuso gira a 1 Hz <strong>de</strong>termine a potência necessária ao <strong>para</strong>fuso e a<br />
eficiência do <strong>para</strong>fuso e a eficiência do <strong>para</strong>fuso e apoio combinados Resposta<br />
[3,15 kW 19%]<br />
c) Se o atrito <strong>de</strong> apoio é eliminado por um rolamento axial, mostre que o <strong>para</strong>fuso é<br />
auto-frenante e <strong>de</strong>termine o torque necessário <strong>para</strong> abaixar a carga . Resposta<br />
[106 Nm]<br />
d) O <strong>para</strong>fuso é lubrificado completamente <strong>de</strong> tal forma que o coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />
diminua 50%. Qual o efeito da lubrificação na performance aqui?<br />
2. A tampa <strong>de</strong> um cilindro pressurizado é fixada por meio <strong>de</strong> 10 <strong>para</strong>fusos cuja constante<br />
<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z é 1/4 da rigi<strong>de</strong>z total da junta. Cada um dos <strong>para</strong>fusos é submetido a uma<br />
carga inicial <strong>de</strong> aperto <strong>de</strong> 5 kN. Após isto, uma carga externa <strong>de</strong> 20 kN é aplicada à<br />
tampa pela pressão contida no cilindro. Plotar a variação da carga do <strong>para</strong>fuso e da<br />
junta em função da carga externa, avaliar a máxima carga atuante em cada <strong>para</strong>fuso, a<br />
mínima carga total na junta e a carga <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção. Resposta [5,4; 34; 62,5<br />
kN]<br />
Figura 24 – Exercício proposto 2<br />
282
3. Um braçelete <strong>de</strong> aço é a<strong>para</strong>fusado a uma peça <strong>de</strong> aço no teto por meio <strong>de</strong> dois<br />
<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> classe 8.8 e pega <strong>de</strong> 48 mm <strong>de</strong> comprimento. Qual o torque <strong>de</strong> aperto<br />
necessário a ser utilizado e qual a carga correspon<strong>de</strong>nte em cada <strong>para</strong>fuso quando uma<br />
carga externa <strong>de</strong> 48 kN é aplicada ?Resposta [480 Nm; 125 kN]<br />
Figura 25 – Exercício proposto 3<br />
4. Uma tampa <strong>de</strong> vaso <strong>de</strong> pressão é fixada por meio <strong>de</strong> idênticos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união. A<br />
pressão atuante do fluido é <strong>de</strong> 6 MPa. Selecione <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> classe 8.8, utilizando um<br />
fator <strong>de</strong> segurança 3.<br />
Figura 26 – Exercício proposto 4<br />
5. A extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma biela <strong>de</strong> aço é fixada por meio <strong>de</strong> dois <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> aço,classe<br />
8.8 M12 x 1,25 (rosca fina). Uma carga reversa <strong>de</strong> 20 kN é transmitida entre a biela e o<br />
mancal do eixo virabrequim. A parte da biela que envolve cada <strong>para</strong>fusos,elasticamente<br />
comprimida é suposta como tendo uma área anular <strong>de</strong> 300 mm 2 .<br />
Figura 27 – Exercício proposto 4<br />
Determine o fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> a carga reversa, com<br />
a) Carga inicial zero no <strong>para</strong>fuso . Resposta [2,0]<br />
b) Carga inicial no <strong>para</strong>fuso necessária <strong>para</strong> evitar a se<strong>para</strong>ção. Resposta [6,8]<br />
c) Parafusos submetidos a um aperto inicial <strong>de</strong> 70% da carga <strong>de</strong> prova. Resposta [3,6]<br />
d) Estime o torque necessário <strong>para</strong> o aperto <strong>para</strong> (a). Resposta [91 Nm]<br />
283
6. Os <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> um atuador hidráulico são <strong>de</strong> aço - o cilindro possui um diâmetro D<br />
= 100 mm, espessura da pare<strong>de</strong> t = 10 e comprimento L = 300 mm. A espessura dos<br />
braceletes é w = 20 mm, e são conectados juntos com 5 <strong>para</strong>fusos M12x1,75, grau 5,8,<br />
apertados com 75% da carga <strong>de</strong> prova. Em operação o cilindro é pressurizado entre 0 e<br />
4 MPa.<br />
Figura 28 – Exercício proposto 6<br />
a) Determine a rigi<strong>de</strong>z dos <strong>para</strong>fusos e da junta supondo que o cilindro é comprimido<br />
uniformemente e que as extremida<strong>de</strong>s dos braceletes são rígidas. Resposta [ 344,<br />
2240 kN/mm]<br />
b) Calcule as tensões média e alternada nos <strong>para</strong>fusos. Resposta [ 289, 4.7 MPa]<br />
c) Calcule o limite <strong>de</strong> resistência a fadiga dos <strong>para</strong>fusos supondo uma confiabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 50%. Resposta [ 115 MPa]<br />
d) Quais os fatores <strong>de</strong> segurança contra falha por fadiga e falha estática? Resposta [<br />
8.3, 9.8]<br />
7. Uma junta <strong>para</strong>fusada consiste <strong>de</strong> flanges <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> largura w = 12 mm com uma junta<br />
<strong>de</strong> diâmetro interno Di = 150mm, diâmetro externo Do= 250mm e espessura t = 2 mm.<br />
O material da junta tem uma constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> 100 MPa/mm com coeficiente <strong>de</strong><br />
junta = 1.5 e Sy = 2 MPa. Desprezando a rotação, avalie a conveniência da junta em<br />
resistir pressão fluida flutuando entre 0 e 1 MPa, se seis <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> aço M10x1.5<br />
classe 5.8 forem utilizados.<br />
Figura 29 – Exercício proposto 7<br />
284
CAPÍTULO 09 - PROJETO DE SOLDAS<br />
9.1 - INTRODUÇÃO<br />
A solda, é um processo <strong>de</strong> fabricação, que nos lembra que existem muitas facetas em<br />
um <strong>projeto</strong> em adição à análise das tensões. De fato, a análise das tensões e o<br />
dimensionamento são, com freqüência, as menores partes do trabalho. Na maioria das vezes,<br />
os <strong>projeto</strong>s são afetados <strong>de</strong> modo algo sensível pelos processos <strong>de</strong> fabricação, que neste livro<br />
<strong>de</strong>vem ser postos <strong>de</strong> lado por falta <strong>de</strong> espaço. Entretanto, uma vez que a análise convencional<br />
<strong>de</strong> tensões nas soldas, freqüentemente, apresenta dificulda<strong>de</strong> e tratamento especial,<br />
abordaremos abreviadamente soldas, dando uma menor ênfase a ela como processo. O efeito<br />
<strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> fabricação sobre o <strong>projeto</strong> é suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>para</strong> dar, às <strong>máquinas</strong> e<br />
aos elementos <strong>de</strong> máquina soldados, um aspecto bem característico. A escolha <strong>de</strong> solda,<br />
fundição, forjamento, etc., é um problema econômico que po<strong>de</strong> ser respondido corretamente <strong>de</strong><br />
diferentes maneiras, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das circunstâncias locais. A solda po<strong>de</strong> ser um processo<br />
menos dispendioso on<strong>de</strong> o custo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>para</strong> fundição venha a ser uma percentagem<br />
gran<strong>de</strong> do custo total, ou on<strong>de</strong> existam dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> usinagem e fundição.<br />
9.2 – TIPOS COMUNS DE JUNTAS SOLDADAS<br />
Alguns tipos comuns <strong>de</strong> juntas soldadas são mostrados na figura 1. As juntas po<strong>de</strong>m ou<br />
não ser reforçadas, como se vê na figura 1a e 1b. As soldas são também classificadas <strong>de</strong><br />
acordo com a posição horizontal, vertical, inclinada, etc. Diz-se que uma junta é fechada<br />
quando as partes a unir estão em contato na junção, como na figura 1c; é aberta quando as<br />
partes a unir estão se<strong>para</strong>das na junção, como na figura 1a.<br />
Figura 1 - Tipos comuns <strong>de</strong> juntas soldadas.<br />
285
(a) Junta <strong>de</strong> topo. As chapas <strong>para</strong> junta <strong>de</strong> topo po<strong>de</strong>m não ser chanfradas, quando<br />
<strong>de</strong>lgadas, chanfradas num lado apenas ou chanfradas em ambos os lados como na<br />
figura 1a. O formato do chanfro po<strong>de</strong> também ser outro que não um V; um U, por<br />
exemplo, simples ou duplo, aberto ou fechado. O chanfro em U é preferido,<br />
especialmente <strong>para</strong> soldas profundas. Uma junta <strong>de</strong> topo po<strong>de</strong> ser reforçada, em ambos<br />
os lados, em um lado apenas, ou não ter reforço. Um cordão <strong>de</strong> solda nivelado com as<br />
chapas em ambos os lados, isto é, sem reforços, é melhor <strong>para</strong> resistir às tensões<br />
repetidas, porque o reforço é uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> que acarreta concentração <strong>de</strong><br />
tensões. Se uma junta <strong>de</strong> topo é submetida a uma tensão <strong>de</strong> flexão em relação ao eixo<br />
da solda, uma tira é, algumas vezes, soldada em um ou ambos os lados <strong>para</strong> reforçá-la.<br />
Deve-se evitar este tipo <strong>de</strong> carga, se possível.<br />
(b) Junta sobreposta. Este tipo é mostrado na figura 1b, uma é uma solda em ângulo sem<br />
reforço, a outra reforçada. A solda em ângulo padrão tem uma seção em triângulo reto<br />
isósceles, como mostrado, com os catetos do triângulo iguais à espessura da placa. A<br />
espessura <strong>de</strong> penetração t, figura 1, é usada nos cálculos <strong>de</strong> resistência, porém o<br />
tamanho da solda é a sua dimensão b ou perna. Uma solda reforçada é aquela que tem<br />
uma penetração t maior que b cos 45º. Para uma quantida<strong>de</strong> particular <strong>de</strong> metal <strong>de</strong><br />
solda, uma solda em ângulo com uma superfície côncava é relativamente fraca.<br />
Entretanto, o canto vivo on<strong>de</strong> a solda se une a superfície da chapa soldada, figura 1b, é<br />
ponto <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão. Se a junta é submetida a tensões repetidas, o custo<br />
do metal <strong>de</strong> solda extra, necessário <strong>para</strong> confeccionar uma união com concordância<br />
nestes pontos, po<strong>de</strong> ser o compensador.<br />
(c) Junta em T. A chapa A, figura 1c, po<strong>de</strong> ser chanfrada num lado, em ambos os lados ou<br />
po<strong>de</strong> ser chanfrada, como na figura 2c. Se bem que as juntas em T <strong>de</strong>vam, <strong>de</strong><br />
preferência, ser soldadas em ambos os lados, isto nem sempre é possível, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
da acessibilida<strong>de</strong>.<br />
(d) Junta <strong>de</strong> Quina ou em Cantoneira. Se uma solda em ângulo é colocada pelo lado <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma junção em quina, ela é normalmente uma solda ligeira, como mostrado<br />
na figura 1d. A penetração T <strong>de</strong>sta solda é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,35 vezes a espessura da<br />
chapa. É mais barato dobrar a chapa <strong>para</strong> fazer um canto do que solda-la.<br />
(e) Solda <strong>de</strong> Beiradas. Soldas, figura 1e, provavelmente não são usadas <strong>para</strong> placas mais<br />
espessas que, aproximadamente, ¼ pol.<br />
286
(f) Soldas <strong>de</strong> Tampão. Se uma placa apóia-se sobre uma outra e se abrem orifícios que<br />
são enchidos ou parcialmente enchidos com metal <strong>de</strong> solda, obtemos o que é chamada<br />
uma solda <strong>de</strong> tampão.<br />
(g) Solda Intermitente. Uma solda intermitente típica tem pequena extensão <strong>de</strong> solda, da<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2 ou 3 pol. <strong>de</strong> comprimento com espaçamento dos centros <strong>de</strong> 6 polegadas. A<br />
extensão mínima <strong>de</strong>ve ser ao menos quatro vezes a dimensão b da perna e nunca<br />
menor que 1 pol. O espaçamento não <strong>de</strong>ve ser maior que 16 vezes a espessura do<br />
elemento mais <strong>de</strong>lgado <strong>para</strong> trabalho à compressão, nem maior que 32 vezes <strong>para</strong><br />
outros tipos <strong>de</strong> tensões. Este método <strong>de</strong> solda economiza o custo on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>snecessária<br />
uma solda contínua que pela norma P-TB-2, da ABNT, ainda em estágio experimental,<br />
apresenta dois tipos <strong>de</strong> solda intermitente: a solda em ca<strong>de</strong>ia e a solda em escalão,<br />
assim <strong>de</strong>finidas: solda em ca<strong>de</strong>ia – solda em ângulo usada nas juntas <strong>de</strong> cordões<br />
intermitentes que coinci<strong>de</strong>m entre si, <strong>de</strong> tal modo que a um cordão sempre se opõe<br />
outro; solda em escalão – solda em ângulo usada nas juntas T, composta <strong>de</strong> cordões<br />
intermitentes que se alternam entre si, <strong>de</strong> tal modo que a um cordão sempre se opõe<br />
uma parte não-soldada.<br />
(h) Solda <strong>de</strong> Ponteio. Uma solda <strong>de</strong> ponteio é uma solda intermitente, um ponto <strong>de</strong> solda<br />
aqui e ali ao longo da junta, usada <strong>para</strong> manter elementos em posição <strong>para</strong> fins <strong>de</strong><br />
montagem ou <strong>para</strong> a operação principal <strong>de</strong> solda.<br />
Figura 2 – Juntas soldadas.<br />
287
Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />
Tabela 01 – Tipos <strong>de</strong> solda<br />
288
Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />
Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />
289
Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />
Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />
290
Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />
Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />
291
Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />
Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />
292
Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />
Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />
9.3 - CÁLCULO DAS TENSÕES – SOLDAS CARREGADAS CENTRALMENTE<br />
Muitas soldas, se não a maior parte, são feitas sem um cálculo prévio da tensão. A<br />
resistência da solda po<strong>de</strong> mesmo não ter significado. Entretanto, <strong>de</strong>vem ser verificadas no que<br />
diz respeito à resistência mecânica sempre que forem <strong>de</strong>stinadas a suportar cargas conhecidas<br />
ou estimadas. Os métodos convencionais <strong>de</strong> calcular tensões, nas soldas, não estão sempre <strong>de</strong><br />
acordo com as análises corretas, porém têm as vantagens da simplicida<strong>de</strong> e concordância<br />
razoável com as experiências. Uma vez que a falha da solda ocorre normalmente ao longo da<br />
penetração t, esta seção é usada nas equações <strong>de</strong> resistência.<br />
293
(a) Soldas <strong>de</strong> Topo. A equação da resistência <strong>para</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> soldas <strong>de</strong> topo, em tração,<br />
figura 2a, é<br />
F = σttL<br />
On<strong>de</strong> L é a extensão do cordão e t a espessura da chapa (a espessura do reforço não<br />
está incluída ). Em reservatório <strong>de</strong> pressão, as soldas, as soldas <strong>de</strong> topo são calculadas em<br />
termos <strong>de</strong> suas resistências em relação à resistência da chapa. Os testes apontam que as<br />
soldas <strong>de</strong> topo reforçadas em aço doce po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas com a mesma resistência<br />
estática que as placas que estão unindo, porém é mais seguro adotar uma eficiência da junta<br />
<strong>de</strong> 90% ou menos.<br />
(b) Solda em Ângulo Carregada Transversalmente. A área <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong> uma solda da<br />
figura 2b ou 2c é tL = (b cós 45º) L; <strong>para</strong> dois cordões, é 2tL, e a equação da resistência<br />
torna-se :<br />
F = τ(2tL) = 2Lb cos45º<br />
A tensão em soldas com o carregamento representado é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> cisalhamento.<br />
Uma vez que a junta sobreposta, figura 2b, está sujeita à flexão, bem como à tensão admissível<br />
mo<strong>de</strong>rada.<br />
(c) Solda em Ângulo Carregada Longitudinalmente. É sabido que as tensões nas<br />
extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma solda, carregada como se vê na figura 2d são muito maiores que a<br />
tensão média sobre a extensão da solda. Quanto mais extensa a solda, maior é a<br />
discrepância entre as tensões máxima é média. A tensão <strong>de</strong> cisalhamento média em tais<br />
soldas é calculada por :<br />
F = τ(2tL) = 2τbL cos45º<br />
Esta po<strong>de</strong> ser usada <strong>para</strong> soldas curtas <strong>de</strong>ste tipo. Em dúvida, consi<strong>de</strong>rar, <strong>para</strong> uma<br />
carga estática, a tensão máxima cerca <strong>de</strong> 30% maior que a média.<br />
9.4 - SOLDAS EM ÂNGULO – CARGA EXCÊNTRICA<br />
Existem muitas maneiras <strong>de</strong> se aplicar uma carga excêntrica em soldas. A seguir,<br />
analisaremos alguns casos.<br />
(a) 1º caso, figura 2. O momento fletor na solda é M = Fa. O módulo <strong>de</strong> resistência da seção<br />
é tL 2 /6 <strong>para</strong> cada cordão ou tl 2 /3 <strong>para</strong> ambos os cordões. Substituindo estes valores na<br />
fórmula do momento fletor, temos <strong>para</strong> a tensão normal :<br />
σ = (M/Z) = (3Fa/tL 2 ) = (3Fa/bL 2 cos45º) = (4,24Fa/bl 2 )<br />
294
Admitindo a tensão <strong>de</strong> cisalhamento distribuída uniformemente, obtemos :<br />
τ = (F/A) = (F/2tL) = (F/2Lb cos45º) = (0,707F/Lb)<br />
Usando a teoria da tensão <strong>de</strong> cisalhamento máxima, obtemos a seguinte tensão :<br />
τmax = [τ 2 +(σ/2) 2 ] 1/2 = [(F/2tL) 2 +(3Fa/2tL 2 ) 2 ] 1/2 ,<br />
On<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> encontrar a extensão <strong>de</strong> solda L necessária <strong>para</strong> uma tensão admissível τmax ou<br />
vice-versa.<br />
(b) 2º caso, figura 2. Um modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r, quando duas ou mais soldas estão impedindo<br />
uma rotação, é admitir que o centro <strong>de</strong> rotação está no centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> G do cordão<br />
<strong>de</strong> solda. Quando o metal da solda está disposto assimetricamente, po<strong>de</strong> ser usado o<br />
centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> das áreas <strong>de</strong> penetração, ponto G da figura 3. Em seguida, admitir,<br />
também, que a tensão <strong>de</strong>vida ao momento Fe, em qualquer ponto <strong>de</strong> uma solda, é<br />
proporcional à sua distância <strong>de</strong> G; isto é, τ/ρ = τ1/ρ` on<strong>de</strong> τ é a tensão, num ponto<br />
qualquer B, e τ1 é a tensão máxima que ocorre no raio máximo ρ`, no ponto H. Desta<br />
forma, em B a força <strong>de</strong> cisalhamento perpendicular a ρ é tomada<br />
Figura 3 - Força <strong>de</strong> cisalhamento perpendicular<br />
Como τ dA , e o momento resistente <strong>de</strong>sta força em relação a G é ρτdA. Usando τ =<br />
ρτ1/ρ` e igualando o momento aplicado Fe ao momento resistente, obtemos :<br />
Fe = ∫ρτdA = (τ1/ρ`)∫ρ 2 dA,<br />
On<strong>de</strong> observamos que ∫ρ 2 dA é o momento <strong>de</strong> inércia polar, JG <strong>de</strong> uma área que<br />
tomamos como área <strong>de</strong> penetração em relação a G. A equação acima po<strong>de</strong> conseqüentemente<br />
ser escrita da seguinte forma :<br />
295
Fe = (τ1 JG)/ρ`<br />
Para obter JG recor<strong>de</strong>mos que o momento <strong>de</strong> inércia <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong>lgada longa, em<br />
relação a um eixo que passa pelo centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> O e perpendicular à área é J` = AL 2 /12,<br />
on<strong>de</strong> L é o comprimento da área e a outra dimensão (penetração) é bastante pequena,<br />
com<strong>para</strong>da com L. Também, recordando o teorema dos eixos <strong>para</strong>lelos, (J = J`+ Ad 2 ), obtemos,<br />
figura 3 :<br />
JG = J`+ Ad2 = (AL2/12) + Ar2,<br />
on<strong>de</strong> r é a distância entre o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> O <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> penetração e o centro <strong>de</strong><br />
gravida<strong>de</strong> G <strong>de</strong> todas estas áreas. Caso as soldas inferior e superior tiverem o mesmo tamanho<br />
e a mesma extensão, o JG total será duas vezes o dado pela equação. Em geral, o JG total é a<br />
soma dos momentos <strong>de</strong> inércia polares <strong>de</strong> todas as áreas <strong>de</strong> penetração, em relação a G, e o<br />
valor JG <strong>de</strong> da equação <strong>de</strong>ve ser este valor total.<br />
Agora, se o momento for produzido por uma carga F, como se vê na figura 3, esta força<br />
é consi<strong>de</strong>rada como induzindo também, nas soldas, uma tensão <strong>de</strong> cisalhamento média<br />
orientada <strong>para</strong> baixo :<br />
τ 2 = (F/A)<br />
On<strong>de</strong> A é a área total das penetrações. Se estas tensões <strong>de</strong> cisalhamento atuam nos sentidos<br />
mostrados em H, figura 3, a resultante HN <strong>de</strong> é obtida pela lei dos co-senos, como :<br />
τmax = (τ1 2 + τ2 2 + 2τ1τ2cosθ) 1/2<br />
É tomada como a tensão <strong>de</strong> cisalhamento máxima. A análise prece<strong>de</strong>nte é aproximada e, além<br />
disso, pressupõe que não haja tendência da chapa torcer. Pela natureza da análise, é<br />
suficientemente acurado consi<strong>de</strong>rar os vários pontos P, O e H como se estivessem situados ao<br />
longo da borda da chapa.<br />
Usando a imaginação na figura 4, po<strong>de</strong>mos fazer análises mais simples ou mais<br />
complicadas que a apresentada. Esta, entretanto, é perfeitamente satisfatória.<br />
296
Figura 4 - Tensão <strong>de</strong> cisalhamento<br />
(c) 3º caso, figura 5. Este é o caso <strong>de</strong> uma solda em ângulo mas anelar, sendo submetida a<br />
um momento <strong>de</strong> flexão M. Seja a σ tensão <strong>de</strong> tração sobre uma extensão <strong>de</strong> solda<br />
elementar r dθ, figura 4. A força correspon<strong>de</strong>nte é dF = σdA = σtr dθ on<strong>de</strong>,<br />
Figura 5 - Solda em ângulo<br />
como <strong>de</strong> costume, a área é baseada na penetração t. As tensões no cordão são tomadas<br />
proporcionais à distância do plano neutro, que é o plano horizontal que passa pelo centro <strong>de</strong><br />
gravida<strong>de</strong>. Se a tensão máxima, é σ1, temos : σ/r = σ/(r senθ) ou σ = σ1 senθ. Substituindo este<br />
valor <strong>de</strong> σ na expressão <strong>de</strong> dF, obtemos :<br />
dF = σ1 senθ tr dθ<br />
Multiplicando ambos os membros por r senθ, temos :<br />
∫(dF)(r senθ) = σ1 tr 2 ∫ sen 2 θ dθ<br />
on<strong>de</strong> o primeiro membro é igual ao momento aplicado M, e o segundo membro é o momento<br />
resistente. A integração dá :<br />
M = σ1 tr 2 ∫ 2π sen 2 θ dθ = σ1 tr 2 π<br />
σ1 = (4M/πtD 2 ) = 4M/π(b cos45º)D 2 = (5,66M/πbD 2 )<br />
297
9.5 – TORÇÃO NAS JUNTAS SOLDADAS<br />
A figura 2 ilustra uma viga em balanço com solda <strong>de</strong> comprimento L a uma coluna por 2<br />
filetes <strong>de</strong> solda, força <strong>de</strong> cisalhamento F e um momento M. A força cisalhante produz<br />
cisalhamento primário nas soldas <strong>de</strong> valor:<br />
on<strong>de</strong> A é a área da garganta <strong>de</strong> todas as soldas.<br />
τ’ = F / A<br />
Figura 6 - Isto é uma conexão <strong>de</strong> momentos; tal conexão produz torção nas soldas<br />
O momento no apoio produz cisalhamento secundário ou torção nas soldas e esta<br />
tensão é dada pela equação: τ’’ = M.r/J, on<strong>de</strong> r é a distância do centrói<strong>de</strong> do grupo <strong>de</strong> soldas ao<br />
ponto da solda <strong>de</strong> interesse e J é o segundo momento polar <strong>de</strong> inércia do grupo <strong>de</strong> soldas em<br />
relação ao c.g. do grupo. Quando se conhece o tamanho das soldas, estas equações po<strong>de</strong>m<br />
ser resolvidas e os resultados combinados <strong>para</strong> se obter a maior tensão cisalhante. Note que r<br />
é usualmente a maior distância do c.g. do grupo <strong>de</strong> soldas.<br />
A vantagem <strong>de</strong> tratar o tamanho da solda como uma linha é que o valor <strong>de</strong> Ju é o<br />
mesmo com relação ao<br />
tamanho da solda. Como a largura da garganta do filete <strong>de</strong> solda é 0.707h, a relação entre J e o<br />
valor da unida<strong>de</strong> é:<br />
J = 0.707h.Ju<br />
na qual Ju é encontrado por métodos convencionais <strong>para</strong> uma área que tenha largura da<br />
unida<strong>de</strong>. A transferência da fórmula <strong>para</strong> Ju <strong>de</strong>ve ser empregada quando a solda ocorrer em<br />
298
grupos. A tabela 1 lista as áreas das gargantas e o momento unitário polar <strong>de</strong> área <strong>para</strong> os<br />
filetes <strong>de</strong> solda mais comumente encontrados. O exemplo que se segue é típico <strong>de</strong> cálculos<br />
normalmente feitos.<br />
9.6 - CARREGAMENTO DINÂMICO<br />
Os princípios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> cargas variáveis como explanado no capitulo 04 po<strong>de</strong>m ser<br />
aplicados às uniões soldadas quando for possível uma avaliação segura das tensões atuantes.<br />
A resistência a fadiga <strong>de</strong> uma junta <strong>de</strong> aço soldadas po<strong>de</strong> ser estimada como a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />
resistência a ruptura. Os fatores <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão po<strong>de</strong>m ser obtidos por métodos<br />
experimentais e normalizados. Testes <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong> soldas tem dados alguns resultados como:<br />
Para solda <strong>de</strong> topo reforçadas , Kf=1,2<br />
Ponta <strong>de</strong> solda em ângulo transversal Kf=1,5<br />
Extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solda em ângulo longitudinal Kf=2,7<br />
299
Tabela 2 - Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Torção das Soldas <strong>de</strong> Filete conforme referëncia [67]<br />
9.7 – FLEXÃO EM JUNTAS SOLDADAS<br />
A figura 17a nos mostra uma viga em balanço soldada em um suporte por um filete <strong>de</strong><br />
solda no topo e no fundo Um diagrama <strong>de</strong> corpo livre <strong>de</strong> um cordão <strong>de</strong> solda nos mostra uma<br />
força <strong>de</strong> reação <strong>de</strong> cisalhamento F e uma reação <strong>de</strong> momento M. A força <strong>de</strong> cisalhamento<br />
produz um cisalhamento primário nas soldas <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong>:<br />
τ’ = F / A (6)<br />
300
on<strong>de</strong> A é a área total da garganta.<br />
O momento M produz uma tensão normal <strong>de</strong> dobramento nas soldas. Embora não<br />
necessário, é <strong>de</strong> costume na análise <strong>de</strong> tensões na solda assumir que esta tensão age na<br />
direção normal à área da garganta. Ao se tratar as duas soldas da figura 8b como linhas,<br />
encontramos o segundo momento unitário <strong>de</strong> área sendo:<br />
2<br />
bd<br />
Iu = (7)<br />
2<br />
Então o segundo momento <strong>de</strong> área baseado na garganta da solda é:<br />
A tensão normal é:<br />
2<br />
bd<br />
I = 0,<br />
707h<br />
(8)<br />
2<br />
Figura 8 - Uma viga em Balanço soldada a um suporte no topo e no fundo<br />
Mc M ( d / 2)<br />
1.<br />
414M<br />
τ = σ = =<br />
=<br />
(9)<br />
2<br />
I 0,<br />
707bd<br />
h / 2 bdh<br />
O segundo momento <strong>de</strong> área na equação (9) é baseado na distância d entre as duas<br />
soldas. Se este momento é encontrado tratando-se as duas soldas como retângulos, à distância<br />
entre os centrói<strong>de</strong>s da solda seria (d + h). Isto produziria um momento levemente maior e<br />
resultaria em um menor valor da tensão σ. Assim o método <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> soldas como<br />
linhas produz resultados melhores. Talvez a segurança adicional é apropriada na visualização<br />
da distribuição <strong>de</strong> tensões.<br />
Uma vez que as <strong>componentes</strong> σ e τ das tensões foram encontradas as soldas sujeitas<br />
ao dobramento, elas <strong>de</strong>vem po<strong>de</strong>m ser combinadas através do uso do diagrama do círculo <strong>de</strong><br />
Mohr <strong>para</strong> achar as tensões principais ou a máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento. Então uma teoria<br />
<strong>de</strong> falha apropriada é aplicada <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha ou segurança.<br />
A tabela 3 lista as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dobramento mais prováveis <strong>de</strong> serem encontradas<br />
na análise <strong>de</strong> cordões <strong>de</strong> solda.<br />
301
9.8 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
Tabela 3 - Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dobramento, conforme referëncia [67]<br />
1. Um bracelete como mostrado na figura abaixo é feito <strong>de</strong> aço estrutural e suporta uma<br />
carga repetida <strong>de</strong> 9 kN a uma distância <strong>de</strong> a=25 mm da pare<strong>de</strong>. Qual <strong>de</strong>ve ser o<br />
comprimento L da solda com espessura <strong>de</strong> 9.5 mm <strong>para</strong> resistir a esta carga atuante?<br />
Figura 9 – Exercício proposto 1<br />
302
2. Uma peça é feita <strong>de</strong> chapas placas submetidas a flexão e soldadas com solda E6020.<br />
Uma carga F constante <strong>de</strong> 23 kN, L=460 mm (comprimento), altura h=100 mm e a=150<br />
mm. (a) Utilizando um fator <strong>de</strong> segurança N=3,75 <strong>para</strong> a tensão <strong>de</strong> cisalhamento<br />
admissível do <strong>projeto</strong>(80% do Limite <strong>de</strong> resistência a tração),qual a espessura do<br />
cordão <strong>de</strong> solda ?<br />
Figura 10 – Exercício proposto 2<br />
3. A peça abaixo <strong>de</strong>verá suportar uma carga F=80 kN sem torção na solda <strong>de</strong> eletrodo<br />
E6010. A placa possue uma altura <strong>de</strong> L2=250 mm (10 pol), Supondo valor <strong>de</strong> L1= 130<br />
mm(5 pol) calcule a espessura do cordão <strong>de</strong> solda. A distância do ponto <strong>de</strong> aplicação da<br />
carga até a pare<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 286 mm (11,25 pol).<br />
Figura 11 – Exercício proposto 3<br />
303
4. Qual a junta mais efetiva, a transversal ou a longitudinal, e <strong>de</strong> quanto ? Resposta<br />
[Transversal,22%]<br />
Figura 12 – Exercício proposto 4<br />
5. A tensão normal admissível <strong>para</strong> as soldas acima é <strong>de</strong> 240 MPa. Determine a máxima<br />
carga admissível F, em cada caso. Resposta [ 100, 35.3, 14.5, 10.3 kN ]<br />
Figura 22 – Exercício proposto 5<br />
6. As duas vigas são cada uma soldadas em um suporte fixo como mostrado. Calcule a<br />
máxima tensão cisalhante em cada uma das soldas.<br />
Figura 13 – Exercício proposto 6<br />
7. Uma força <strong>de</strong> 7,5 kN atua na peça mostrada ao lado. Qual a máxima tensão cisalhante<br />
na solda?<br />
Figura 14 – Exercício proposto 7<br />
.<br />
304
8. A viga em balanço <strong>de</strong> seção transversal circular, é soldada no suporte usando eletrodod<br />
E48xx e carregada por uma força <strong>de</strong> valor F, inclinada em [ 4 -3 -12 ] como mostra a<br />
figura. Qual o máximo valor da força <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança 1,5 ? Resposta [ 19.7<br />
kN]<br />
Figura 15 – Exercício proposto 8<br />
9. A viga em balanço horizontal <strong>de</strong> seção transversal triangular é soldada a uma pare<strong>de</strong><br />
vertical e suporta um peso <strong>de</strong> 15 kN como mostra a figura. Qual a espessura do filete <strong>de</strong><br />
solda <strong>para</strong> uma tensão admissível ao cisalhamento <strong>de</strong> 250 MPa na junta ?The<br />
horizontal cantilever of triangular cross-section is fillet wel<strong>de</strong>d to a vertical wall and<br />
supports a weight of 15 kN as sketched. Resposta [ 4 mm]<br />
Figura 16 – Exercício proposto 9<br />
305
10. A viga Z é unida obliquamente ao plano apoiada por dois filetes idênticos <strong>de</strong> soldas, um<br />
em cada flange, e carregada por um momento M <strong>de</strong> 1400 Nm, cujo eixo está indicado na<br />
figura. Para uma tensão <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> 250 MPa, qual a espessura do filete necessário?<br />
Figura 17 – Exercício proposto 10<br />
306
CAPITULO 10 - TIPOS DE ENGRENAGENS E RELAÇÕES<br />
CINEMÁTICAS<br />
10.1 - INTRODUÇÃO<br />
Engrenagens são usadas <strong>para</strong> transmitir torque e velocida<strong>de</strong> angular em diversas<br />
aplicações. Existem várias opções <strong>de</strong> engrenagens <strong>de</strong> acordo com o uso a qual ela se <strong>de</strong>stina.<br />
A maneira mais fácil <strong>de</strong> se transmitir rotação motora <strong>de</strong> um eixo a outro é através <strong>de</strong><br />
dois cilindros (figura 1). Eles po<strong>de</strong>m se tocar tanto internamente como externamente. Se existir<br />
atrito suficiente entre os dois cilindros o mecanismo vai funcionar bem. Mas a partir do momento<br />
que o torque transferido for maior que o atrito ocorrerá <strong>de</strong>slizamento.<br />
Figura 1 - Transmissão <strong>de</strong> rotações por contato direto,dois cilindros<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> se aumentar o atrito entre os cilindros, fez-se necessária a utilização<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes que possibilitam uma transmissão mais eficiente e com maior torque. Nasce assim a<br />
engrenagem. Todo estudo da engrenagem estará concentrado no estudo <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>ntes, iguais<br />
em uma mesma engrenagem, relativo à sua geometria e resistência.<br />
As engrenagens como elementos <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> potência se apresentam nos<br />
seguintes tipos básicos:<br />
307
10.2 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS<br />
10.2.1 - DEFINIÇÕES<br />
Figura 2 – Engrenagens cilíndricas<br />
Círculo primitivo é a base do dimensionamento das engrenagens e seu diâmetro<br />
caracteriza a engrenagem (figura 1). As rodas conjugadas usualmente têm seus círculos<br />
primitivos tangentes, se bem que esta condição não seja necessária no caso <strong>de</strong> engrenagens<br />
<strong>de</strong> perfil evolvental.<br />
A circunferência externa também chamada <strong>de</strong> cabeça do ad<strong>de</strong>ndum ou externa, limita<br />
as extremida<strong>de</strong>s externas dos <strong>de</strong>ntes.O ad<strong>de</strong>ndum ou altura da cabeça do <strong>de</strong>nte é a distância<br />
radial entre as circunferências externa e primitiva.O círculo da raiz é o círculo que passa pelo<br />
fundo dos vãos entre os <strong>de</strong>ntes.O <strong>de</strong>d<strong>de</strong>ndum ou altura do pé do <strong>de</strong>nte é a distância entre os<br />
círculos primitivo e <strong>de</strong> raiz.<br />
A folga do fundo é a distância radial entre a circunferência <strong>de</strong> truncamento e a da raiz.<br />
Figura 3 -típico <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> engrenagem cilíndrica evolvental<br />
308
A figura 3 apresenta apresenta o <strong>de</strong>nte evolvental <strong>de</strong> uma engreangem cilíndrica <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntes retos,on<strong>de</strong>:<br />
<strong>de</strong> = diâmetro externo<br />
di = diâmetro interno<br />
dp = diâmetro primitivo<br />
a = ad<strong>de</strong>ndum<br />
d = <strong>de</strong>d<strong>de</strong>ndum<br />
c = folga<br />
F = largura<br />
p = passo<br />
rf = raio do filete<br />
Espessura do <strong>de</strong>nte é o comprimento do arco da circunferência primitiva, compreendido<br />
entre os flancos do mesmo <strong>de</strong>nte.<br />
O vão dos <strong>de</strong>ntes é a distância tomada em arco sobre o círculo primitivo entre dois<br />
flancos <strong>de</strong>frontantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes consecutivos.<br />
A folga no vão é a diferença entre o vão dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma engrenagem e a espessura<br />
do <strong>de</strong>nte da engrenagem conjugada.<br />
A face do <strong>de</strong>nte é a parte <strong>de</strong> superfície do <strong>de</strong>nte limitada pelo cilindro primitivo e pelo<br />
cilindro do topo.<br />
A espessura da engrenagem é a largura da engrenagem medida axialmente (é a<br />
distância entre as faces laterais dos <strong>de</strong>ntes, medida <strong>para</strong>lelamente ao eixo da engrenagem).<br />
O flanco do <strong>de</strong>nte é a superfície do <strong>de</strong>nte entre os cilindros primitivo e o da raiz.O topo é<br />
a superfície superior do <strong>de</strong>nte. O fundo do vão é a superfície da base do vão do <strong>de</strong>nte.Quando<br />
duas engrenagens estão acopladas, a menor é chamada pinhão e a maior simplesmente<br />
engrenagem ou coroa.<br />
O ângulo <strong>de</strong> ação é o ângulo que a engrenagem percorre enquanto um <strong>de</strong>terminado par<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes fica engrenado, isto é, do primeiro ao último ponto <strong>de</strong> contato. O ângulo <strong>de</strong><br />
aproximação ou <strong>de</strong> entrada é o ângulo que a engrenagem gira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o instante em que um<br />
<strong>de</strong>terminado par <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes entra em contato até o momento em que este contato se faz sobre a<br />
linha <strong>de</strong> centros.<br />
O ângulo <strong>de</strong> afastamento é o ângulo que a engrenagem gira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o instante em que<br />
um <strong>de</strong>terminado par <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes atinge o ponto sobre a linha <strong>de</strong> centros, até que eles abandonem<br />
o contato.<br />
309
10.2.2 – RAZÃO DE VELOCIDADES<br />
A razão ou relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s ou relação <strong>de</strong> transmissão é a velocida<strong>de</strong> angular da<br />
engrenagem motora dividida pela velocida<strong>de</strong> angular da engrenagem comandada. Para<br />
engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos está razão varia inversamente com os diâmetros primitivos e com<br />
o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes.<br />
10.2.3 - O MÓDULO<br />
N<br />
N<br />
1<br />
relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />
= e = =<br />
Em toda engrenagem existe uma relação constante relacionando o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
(N) e o diâmetro primitivo (dp). No sistema métrico esta relação é chamada <strong>de</strong> módulo m (em<br />
milímetro) e no sistema inglês <strong>de</strong> passo diametral (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes por polegada). Por outro<br />
lado o passo é <strong>de</strong>finido como o comprimento do círculo dividido pelo número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes. Assim:<br />
Sistema Métrico Sistema Inglês<br />
2<br />
D<br />
D<br />
m = dp/N P = N/dp<br />
p = π.dp/N p = π.dp/N<br />
p = π.N p . P = π<br />
Tabela 1 – Módulo no sistema inglês e métrico<br />
A tabela a seguir mostra os principais passos diametrais (P) e módulos (m)<br />
padronizados, necessários, pois às ferramentas usadas <strong>para</strong> usinar os <strong>de</strong>ntes são também<br />
padronizados em função <strong>de</strong>stes números.<br />
Módulo m<br />
[m]<br />
Passo<br />
P [1/in]<br />
1 1.25 1.5 2 2.5 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25<br />
2 2 ¼ 2 ½ 3 4 6 8 10 12 16 20 24 32 40 48<br />
Tabela 2 – Módulo e passo<br />
2<br />
1<br />
310
Descrição<br />
Fórmula<br />
Sistema métrico [mm] Sistema inglês [pol]<br />
Ad<strong>de</strong>ndum m 1/P<br />
Ded<strong>de</strong>ndum 1.25 × m 1.25 / P<br />
Diâmetro do pinhão m × Np NP / P<br />
Diâmetro da coroa m × Ng NG / P<br />
Distância entre centros (dg +dp)/2 ( dG + dP ) / 2<br />
Altura do <strong>de</strong>nte 2.25 × m 2.25 / P<br />
Diâmetro ext. do pinhão dp + 2a = m (Np + 2) dP + 2a<br />
Diâmetro ext da coroa dg + 2a = m (Ng + 2) dG + 2a<br />
Folga 0.25 × m 0.25 / P<br />
Raio do filete 0.30 × m 0.30 / P<br />
Diâmetro base Db = dp × cos θ db = dP × cos θ<br />
Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes 12 a 15 12 a 15<br />
Tabela 3 – Fórmulas<br />
10.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS<br />
Figura 4 - Esquema <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes helicoidais com eixos não <strong>para</strong>lelos<br />
A figura 4 apresenta o princípio <strong>de</strong> funcionamento das engrenagens cilíndricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
retos. Para a análise das relações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s entre duas engrenagens cilíndricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
helicoidais a figura 5 apresenta um esquema explicativo: AB - se <strong>de</strong>slocou <strong>para</strong> A’B’ - A’B’//AB<br />
311
AB - segmento <strong>de</strong> reta, com inclinação qualquer, pertencente aos dois planos.<br />
M - pertence aos dois planos<br />
M - -do plano (1) se <strong>de</strong>slocou <strong>para</strong> M’<br />
M - do plano (2) -se <strong>de</strong>slocou <strong>para</strong> M”<br />
Figura 5 - Análise <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s em dois <strong>de</strong>ntes helicoidais em contato<br />
10.3.1 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES<br />
Seja: ε = ângulo formado pelos eixos, no espaço.<br />
α1 = ângulo formado pelo eixo <strong>de</strong> 1 com a linha AB que é o angulo <strong>de</strong> inclinação da hélice da<br />
roda 1.<br />
α2 = ângulo formado pelo eixo <strong>de</strong> 2 com a linha AB que é o ângulo <strong>de</strong> inclinação da hélice da<br />
roda 2.<br />
v1 e v2 = velocida<strong>de</strong> M nos planos 1 e 2, respectivamente.<br />
nn - normal à linha AB<br />
312
TEOREMA<br />
Figura 6 - Análise <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas helicoidais<br />
As projeções das velocida<strong>de</strong>s absolutas <strong>de</strong> dois corpos, sobre a tangente comum, no<br />
ponto <strong>de</strong> contato, são iguais (figura 6).<br />
AB - tangente comum<br />
nn - normal à tangente comum AB<br />
vn – v1 . cos α1 = v2 . cos α2<br />
w1 . r1 cos α1 = w2 . r2 cos α2<br />
w<br />
w<br />
1<br />
2<br />
r2<br />
⋅ cosα<br />
2 =<br />
r ⋅ cosα<br />
1<br />
O <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado gerado pela<br />
translação do perfil envolvente segundo a direção do eixo da engrenagem.<br />
O <strong>de</strong>nte da engrenagem cilíndrica helicoidal é gerado pela translação do perfil<br />
envolvente que se move segundo uma hélice em torno do eixo da engrenagem.<br />
Em cada plano normal ao eixo da engrenagem, o perfil será uma envolvente do circulo,<br />
e como tal será conjugado com uma (engrenagem) cremalheira <strong>de</strong> flancos retilíneos. Os perfis<br />
dos <strong>de</strong>ntes da cremalheira, são porém, <strong>de</strong>slocados, uns em relação aos outros, obtendo-os,<br />
<strong>para</strong> a cremalheira, perfis trapezoidais inclinados segundo uma reta que faz um ângulo a com o<br />
eixo da roda.<br />
R'⋅M<br />
'<br />
tan β<br />
f =<br />
R'⋅S<br />
'<br />
1<br />
313
R ⋅ M R'⋅M<br />
'<br />
tan β = = ⋅ cosα<br />
R ⋅ S R'⋅S<br />
'<br />
n <br />
tan βn<br />
tan β f =<br />
cosα<br />
Figura 7 – Ângulos <strong>de</strong> pressão e passos <strong>para</strong> engrenagens helicoidais<br />
10.3.2 - PASSO NORMAL E PASSO FRONTAL - MÓDULOS<br />
Pn = Pf . cos α Mn = mf . cos α<br />
Diâmetro Primitivo<br />
M<br />
cosα<br />
n<br />
d = mf – z ∴ d = ⋅ Z<br />
NOTA: A partir da relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s obtida anteriormente po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
Mas: Mf2 . cos α2 = Mf1 . cos α1 = Mn<br />
Portanto:<br />
W1<br />
λ2<br />
⋅ cosα<br />
M 2 = =<br />
W λ ⋅ cosα<br />
M<br />
2<br />
1<br />
W<br />
W<br />
1<br />
2<br />
1<br />
1<br />
f 2<br />
f 1<br />
1<br />
⋅ N<br />
⋅ N<br />
d2<br />
⋅ cosα<br />
2 N<br />
= =<br />
d ⋅ cosα<br />
N<br />
2<br />
1<br />
⋅ cosα<br />
⋅ cosα<br />
2<br />
1<br />
2<br />
1<br />
314
Seja:<br />
Mas:<br />
r - raio do cilindro primitivo<br />
Figura 8 - Cilindro com <strong>de</strong>talhe <strong>para</strong> engrenamento helicoidal<br />
ρ - raio <strong>de</strong> curvatura da hélice abc<strong>de</strong>.<br />
ρ = r/cos 2 α (Analítica)<br />
2⋅π<br />
⋅r<br />
= N<br />
p ⋅ f<br />
f<br />
2⋅π<br />
⋅ ρ 2⋅π<br />
⋅ r 2⋅π<br />
⋅ r<br />
N = =<br />
= 3<br />
3<br />
p ⋅ n p ⋅ n ⋅cos<br />
α p ⋅cos<br />
α<br />
(nº real <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes) ∴<br />
10.3.3 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES<br />
N<br />
Nv = 3<br />
cos α<br />
Todas as consi<strong>de</strong>rações feitas <strong>para</strong> as engrenagens cilíndricas retas valem <strong>para</strong> as<br />
helicoidais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se consi<strong>de</strong>re que os perfis envolventes estejam no plano frontal.<br />
Foi visto anteriormente que:<br />
tan β<br />
Sabe-se também que:<br />
Em<br />
tan βn<br />
cosα<br />
N<br />
mm<br />
2 ⋅ k<br />
= 2<br />
sen β<br />
f = (Helicoidais)<br />
C = K . mf ∴<br />
m<br />
K =<br />
m<br />
N<br />
mm<br />
n<br />
f<br />
= cosα<br />
2 ⋅ cosα<br />
= 2<br />
sen β<br />
Sendo βf e βn muito próximos po<strong>de</strong>mos escrever<br />
f<br />
f<br />
f<br />
315
Mas:<br />
sen βn<br />
sen β f ≅<br />
cosα<br />
N<br />
mm<br />
N min<br />
= N<br />
3<br />
cos α<br />
3<br />
2 ⋅ cos α<br />
= 2<br />
sen β<br />
N<br />
mm<br />
n<br />
n<br />
sen<br />
2<br />
2<br />
sen βn<br />
β f 2<br />
cos α<br />
=<br />
N min 2<br />
= 3<br />
2<br />
cos α sen β<br />
2<br />
= (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> engrenagem virtual)<br />
2<br />
sen β<br />
Esta última expressão vem salientar que o perfil no plano normal ao eixo (logo, perfil<br />
frontal) difere muito pouco do perfil correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta com<br />
ângulo <strong>de</strong> pressão βn e número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes Z*.<br />
Relação <strong>de</strong> Transmissão - <strong>para</strong> as helicoidais po<strong>de</strong>mos chegar até 6/1.<br />
10.3.4 - ÂNGULO DE PRESSÃO<br />
Figura 8 – Engrenagens helicoidais<br />
O valor <strong>de</strong> βn é padronizado (mesmos valores usados nas cilíndricas retas).<br />
O valor <strong>de</strong> βf é<br />
tan βn<br />
β f = arctg<br />
cosα<br />
Ângulo <strong>de</strong> Inclinação <strong>de</strong> Hélice: a prática recomenda: α = 10 a 45º<br />
Quando o ângulo é gran<strong>de</strong> a componente axial aumenta sensivelmente. Recomenda-se<br />
que, <strong>para</strong> ângulos superiores a 25º, as engrenagens sejam. feitas com dupla hélice (espinha <strong>de</strong><br />
peixe).<br />
n<br />
316
10.3.5 - LARGURA DE ENGRENAGEM<br />
Para engrenagens <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> marcha k = 7 a 14. Para ‘engrenagens <strong>de</strong> redutores<br />
silenciosos e a alta velocida<strong>de</strong> k 20 a 40.<br />
Figura 9 - Plano mostrando as <strong>componentes</strong> radial,<br />
tangencial e axial no <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem helicoidal<br />
O plano τ que contém S normal a PoPo<br />
S - força total agente sobre o <strong>de</strong>nte.<br />
Sf T (radial<br />
Decomposição <strong>de</strong> S: S P (tangencial)<br />
A Axial<br />
10.3.6 - RELAÇÕES ENTRE AS FORÇAS<br />
P n<br />
S = Mas:<br />
cos β<br />
n<br />
P<br />
A = Pn . sen α A = P . tg α<br />
T<br />
n<br />
P ⋅sen<br />
β<br />
P<br />
P<br />
= ; S =<br />
cosα cos β ⋅ cosα<br />
n<br />
= S ⋅sen<br />
β n =<br />
T β n<br />
cosα<br />
⋅cos<br />
β n<br />
α tan = ⋅<br />
cos<br />
⋅ Mt<br />
P =<br />
d<br />
2<br />
10.3.7 - COMPRIMENTO DOS DENTES EM CONTATO SIMULTANEAMENTE<br />
Vimos, nas engrenagens helicoidais,, sendo os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>slocados uns em relação aos<br />
outros, o engrenamento é gradual e não periódico. Logo, temos sempre mais <strong>de</strong> um par <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntes em contato.<br />
P<br />
n<br />
317
Se o fator <strong>de</strong> recobrimento for 2 teremos o caso da figura abaixo:<br />
Figura 10 - Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes em contato-fator <strong>de</strong> recobrimento<br />
Na figura 10 temos:<br />
M1M2 - comprimento da linha <strong>de</strong> engrenamento<br />
N1N2 - comprimento do arco <strong>de</strong> ação<br />
Neste caso impomos: N1N2 = 2 X passo<br />
As linhas da figura 10 (b) N1 N2 representam os eixos dos <strong>de</strong>ntes. Esta figura representa<br />
o cilindro primitivo <strong>de</strong>senvolvido no plano, logo os eixos dos <strong>de</strong>ntes tornam-se retas inclinadas<br />
<strong>de</strong> uma relação ao eixo da engrenagem. O comprimento <strong>de</strong> “<strong>de</strong>nte em contato” no caso da<br />
figura 10 será:<br />
l = comprimento da linha <strong>de</strong> engrenamento.<br />
Generalizando:<br />
b<br />
l = 2⋅<br />
cosα<br />
b<br />
l = f ⋅<br />
cosα<br />
on<strong>de</strong> f é a relação <strong>de</strong> contato Nas engrenagens comum faz-se: f = 1,5<br />
Logo:<br />
b<br />
l ≅<br />
1,<br />
5⋅<br />
cosα<br />
318
Figura 11 - Detalhe dos planos normal e transversal <strong>para</strong> análise <strong>de</strong> forças das engrenagens helicoidais<br />
Descrição<br />
Fórmula<br />
Sistema métrico [mm] Sistema inglês[pol]<br />
Ad<strong>de</strong>ndum mn 1 / Pn<br />
Ded<strong>de</strong>ndum 1.25 × mn 1.25 / Pn<br />
Diâmetro do pinhão mt × Np NP / Pt<br />
Diâmetro da coroa mt × Ng NG / Pt<br />
Distância entre centros (dg +dp)/2 ( dG + dP ) / 2<br />
Altura do <strong>de</strong>nte 2.25 × mn 2.25 / Pn<br />
Diâmetro ext. do pinhão dp + 2 a = mt (Np + 2.cos ψ) dP + 2a<br />
Diâmetro ext da coroa dg + 2a = mt (Ng + 2. cos ψ) dG + 2a<br />
Folga 0.25 × mn 0.25 / Pn<br />
Tabela 4 – Fórmulas<br />
319
Figura 12 - Componentes radial,axial e tangencial no <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> engrenagem helicoidal<br />
Wt = W.<br />
cosθ<br />
n.<br />
cosψ<br />
Wr = W.<br />
sinθ<br />
n Wa = W.<br />
cosθ<br />
n.<br />
senψ<br />
Descrição Fórmula (Sistema Inglês)<br />
Razão <strong>de</strong> transmissão mg = Ng/Np<br />
Ad<strong>de</strong>ndum da coroa Ag = 0.54 / P + 0.46 / (P.mn)<br />
Altura do <strong>de</strong>nte H = 2.0 / P<br />
Folga C = 0.188 / P + 0.002 in<br />
Largura do <strong>de</strong>nte F = Ao / 3 ou 10 / P (usar o menor)<br />
Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
Pinhão 16 15 14 13<br />
Coroa 16 17 20 30<br />
Tabela 5 – Fórmulas do sistema inglês<br />
10.4 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS<br />
10.4.1 - CONES DE ATRITO - DEFINIÇÕES<br />
A transmissão entre eixos concorrentes é obtida por meio dos chamados cones <strong>de</strong><br />
fricção que, dotados <strong>de</strong> saliências e reentrâncias originam as engrenagens cônicas. O perfil<br />
correto (não <strong>de</strong>formado) do <strong>de</strong>nte é obtida em um plano perpendicular a geratriz do cone.<br />
320
Figura 13 - Esquema mostrando os diferentes diâmetros <strong>para</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />
- Cone primitivo: cone <strong>de</strong> fricção que a engrenagem substitui.<br />
- Geratriz primitiva: geratriz do cone primitivo<br />
- Cone externo: cone circunscrito à engrenagem<br />
- Cone interno: cone correspon<strong>de</strong>nte ao fundo do <strong>de</strong>nte<br />
- Diâmetro primitivo: (d) é o maior diâmetro do cone primitivo.<br />
- Diâmetro externo: (<strong>de</strong>) é o maior diâmetro do cone externo.<br />
- Diâmetro interno: (di) é o maior diâmetro do cone interno.<br />
- Espessura da engrenagem: (a) é o comprimento do <strong>de</strong>nte, medido sobre a geratriz<br />
primitiva.<br />
- Semi-ângulo da engrenagem: (ε) ângulo formado pela geratriz com eixo da peça.<br />
Figura 14 - Esquema mostrando os diferentes diâmetros<br />
<strong>para</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />
321
10.4.2 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES<br />
Seja: δ = ε1 + ε2 = ângulo pelos eixos das engrenagens<br />
r1, r2 = raios primitivos<br />
Da figura 15 po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
10.4.3 - ENGRENAGEM VIRTUAL<br />
W<br />
W<br />
1<br />
2<br />
=<br />
n<br />
n<br />
1<br />
2<br />
=<br />
r<br />
r<br />
2<br />
1<br />
=<br />
d<br />
d<br />
2<br />
1<br />
sen ε 2<br />
=<br />
sen ε<br />
Figura 15 - Relações geométricas entre ângulos primitivos e<br />
diâmetros <strong>para</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />
Na figura 16, seja Ot Po = Rt o comprimento da geratriz do cone traseiro. É nesse cone<br />
traseiro que o perfil do <strong>de</strong>nte tem o seu formato correto. Assim, a mesma tabela <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong><br />
forma dada <strong>para</strong> as engrenagens cilíndricas retas, será as cônicas, com as seguintes<br />
consi<strong>de</strong>rações:<br />
Desenvolvimento:<br />
- Desenvolvendo o cone traseiro em um plano obtemos um setor <strong>de</strong> círculo.<br />
- Neste setor e com o mesmo passo da engrenagem cônica fazemos o traçado dos<br />
<strong>de</strong>ntes cobrindo todo o setor.<br />
1<br />
322
- Imaginamos a complementação da circunferência, ainda com o mesmo passo, obtendo<br />
assim a seção <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta chamada engrenagem virtual (ou<br />
fictícia), com um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes representamos pelo símbolo Z*.<br />
Figura 16 - Detalhe do comprimento do cone traseiro em engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />
Com estas consi<strong>de</strong>rações po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
Então:<br />
2⋅π<br />
⋅ Rt<br />
Z*<br />
=<br />
mas, (figura 16):<br />
p<br />
2⋅π<br />
⋅ d d Z<br />
Z * = = =<br />
2⋅<br />
p ⋅cos<br />
ε m ⋅cos<br />
ε cos ε<br />
R<br />
t<br />
=<br />
d<br />
p<br />
2⋅ cos ε<br />
Em função <strong>de</strong> Z* tiramos da tabela <strong>de</strong> Y o valor do fator <strong>de</strong> forma que terá, aqui, o<br />
símbolo Y*. Este valor <strong>de</strong> Y* será usada no dimensionamento das cônicas.<br />
10.4.4 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES - EVITANDO INTERFERÊNCIA<br />
Analogamente às cilíndricas retas:<br />
2<br />
Z * ≥ ou<br />
2<br />
sen β<br />
Z<br />
min<br />
≥<br />
cos ε<br />
≥<br />
Z<br />
2⋅ cos<br />
sen<br />
2<br />
ε<br />
β<br />
2<br />
2<br />
sen<br />
β<br />
323
10.4.5 - RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Pinhão:índice 1<br />
Coroa: índice 2<br />
Sendo:<br />
Escrevemos:<br />
δ = ε1 + ε2<br />
sen ε 2<br />
R =<br />
sen<br />
W1<br />
Z 2<br />
R = = (relação <strong>de</strong> redução)<br />
W Z<br />
2<br />
e<br />
1<br />
sen ε 2<br />
R =<br />
sen ε<br />
sen ε<br />
( δ − ε ) sen δ ⋅ cos ε − sen ε ⋅ cosδ<br />
2<br />
=<br />
1<br />
sen δ cot ε 2 cosδ<br />
− ⋅<br />
R =<br />
1+<br />
R ⋅cos<br />
δ<br />
ε =<br />
R ⋅sen<br />
δ<br />
cot 2<br />
No caso particular (e muito comum) <strong>de</strong> δ = 90º po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
tg ε2 = R<br />
Desta maneira calculamos os valores dos semi ângulos do par cônico.<br />
10.4.6 - MÓDULO EFETIVO - MÓDULO MÉDIO<br />
MÓDULO EFETIVO<br />
MÓDULO MÉDIO<br />
d<br />
m = =<br />
z<br />
m<br />
m<br />
=<br />
d<br />
diâmetro primitivo máximo<br />
m<br />
z<br />
número real <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
=<br />
2<br />
diâmetro primitivo médio<br />
número real <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
OBS: O diâmetro primitivo médio é tomado a partir da meta<strong>de</strong> do comprimento a do <strong>de</strong>nte.<br />
2<br />
1<br />
2<br />
324
Como:<br />
Então:<br />
Mas:<br />
Po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
sen ε<br />
2 ⋅ − =<br />
a<br />
rm r<br />
ou d m = d − a ⋅sen<br />
ε<br />
mm m<br />
d − a ⋅sen<br />
ε a<br />
=<br />
= 1−<br />
⋅sen<br />
ε<br />
d d<br />
mm d m<br />
=<br />
m d<br />
⎛ K ⎞<br />
a = K . m logo: mm = m ⋅⎜1<br />
− ⋅sen<br />
ε ⎟<br />
⎝ Z ⎠<br />
que é a relação entre módulo médio e módulo efetivo.<br />
10.4.7 - COMPRIMENTO DO DENTE<br />
on<strong>de</strong>:<br />
K = 6 (engrenagens comuns)<br />
K = 8 (engrenagens <strong>de</strong> média precisão) ;<br />
a = K . m<br />
K = 12 a 15 (engrenagens <strong>de</strong> muita precisão montadas sobre eixos bastante rígidos)<br />
NOTA: Alguns autores recomendam que:<br />
1 1 d<br />
a ≤ OPo<br />
= ∴<br />
3 3 sen ε<br />
d<br />
⋅ m ≤<br />
6⋅ sen ε<br />
K on<strong>de</strong><br />
10.4.8 - FORÇAS ATUANTES NAS CÔNICAS<br />
figura 17).<br />
K<br />
≤<br />
Z<br />
6 ⋅sen<br />
ε<br />
A força total S, atua sobre o <strong>de</strong>nte atua no plano médio, sobre a engrenagem fictícia (ver<br />
325
Figura 17 - Força atuante sobre <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> engrenagens cônicas<br />
A força S se <strong>de</strong>compõe em duas T* e P* = P<br />
O plano <strong>de</strong> S (T* e P*) é perpendicular à geratriz primitiva. A força P* é tangente à<br />
circunferência <strong>de</strong> raio Rt e também é circunferência <strong>de</strong> raio r. Logo P* = P.<br />
A força T* se <strong>de</strong>compõe em T (radial) e A (axial)<br />
T = T* . cos ε mas T* = P . tg β<br />
A = T* . sen ε = P . sen ε . tg β<br />
⋅ M<br />
P =<br />
d<br />
2<br />
As forças ficam assim distribuídas:<br />
PoPo = geratriz do cone primitivo<br />
00 = linha <strong>de</strong> centro da engrenagem<br />
m<br />
t<br />
força tangencial<br />
T = P . cos ε . tqβ força radial<br />
A = P . sen ε . tg β .<br />
Figura 18 - Análise <strong>de</strong> forças atuantes<br />
326
Figura 19 - Esquema <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />
Alguns autores utilizam a seguinte notação:<br />
Wt = W.<br />
cosθ<br />
; W.sinθ<br />
. cosγ<br />
Wr = ; Wa = W.<br />
senθ<br />
. senγ<br />
Wr = Wt.tgθ<br />
cosγ<br />
Wa = W.tgθ<br />
senγ<br />
on<strong>de</strong> Wt= força tangencial; Wr=força radial e Wa=força axial e W força ou carga total no <strong>de</strong>nte<br />
da engrenagem.<br />
10.5 - PARAFUSO SEM-FIM/COROA<br />
10.5.1 - INTRODUÇÃO<br />
As engrenagens <strong>de</strong> rosca sem fim são usadas <strong>para</strong> transmitir potência entre eixos que<br />
não se interceptam e que, quase sempre, estão em ângulo reto. Razões <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />
relativamente altas, po<strong>de</strong>m ser obtidas satisfatoriamente num espaço mínimo, sem ter que,<br />
normalmente, com .sacrifício do rendimento, com<strong>para</strong>do com outros tipos <strong>de</strong> engrenagens. O<br />
contacto por impacto no engrazamento <strong>de</strong> engrenagens retas e outras não se apresenta nos<br />
<strong>para</strong> fusos sem-fins. A rosca do sem-fim <strong>de</strong>sliza, em contacto com os <strong>de</strong>ntes da engrenagem,<br />
ação esta que resulta em funcionamento silencioso se o <strong>projeto</strong> e confecção forem a<strong>de</strong>quados.<br />
Quando a relação <strong>de</strong> redução das velocida<strong>de</strong>s é muito gran<strong>de</strong>, uma das engrenagens terá o<br />
diâmetro e o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes pequenos e sua forma será a <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso, don<strong>de</strong> a<br />
<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> <strong>para</strong>fuso sem-fim; neste caso a <strong>de</strong> maior diâmetro receberá a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong><br />
coroa. Ainda que existindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprego do mecanismo <strong>para</strong> um ângulo <strong>de</strong> eixos<br />
qualquer, a prática o utiliza sempre <strong>para</strong> π/2 e numa faixa <strong>de</strong> redução bastante ampla,<br />
geralmente <strong>de</strong> 1/10 a 1/100, ainda que este limite possa ser ultrapassado, quando seremos<br />
327
conduzidos a diâmetro bastante elevados <strong>para</strong> a coroa. Esta po<strong>de</strong>rá ou não envolver o <strong>para</strong>fuso<br />
sendo o primeiro caso mais eficiente e comum. Como engrenagens helicoidais que são,<br />
praticamente, tudo o que foi dito <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong> eixos <strong>para</strong>lelos, vale <strong>para</strong> o atual caso.<br />
Figura 20 – Parafuso sem fim.<br />
10.5.2 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS<br />
O <strong>para</strong>fuso sem-fim e a coroa po<strong>de</strong>m ser projetados <strong>para</strong> transmissão entre eixos<br />
normais ou fazendo um ângulo qualquer.<br />
PASSO E AVANÇO<br />
O passo P é a distância, media axialmente, <strong>de</strong> um ponto corres pen<strong>de</strong>nte ao filete<br />
adjacente. O avanço é a distância axial que a rosca avança numa volta, isto é, a distância que a<br />
porca se <strong>de</strong>sloca ao longo do eixo numa volta. Um <strong>para</strong>fuso sem-fim <strong>de</strong> uma entrada tem um<br />
avanço igual ao passo. Um <strong>para</strong>fuso sem-fim <strong>de</strong> duas entradas tem um avanço igual a duas<br />
vezes o passo etc.<br />
328
Uma entrada Duas entradas Três entradas<br />
Figura 21 - Esquema <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem fim com diferentes entradas<br />
O ângulo <strong>de</strong> pressão é β, o ângulo <strong>de</strong> flancos é 2β.<br />
O ângulo <strong>de</strong> avanço é γ.<br />
O ângulo <strong>de</strong> avanço é o ângulo formado pela tangente à hélice com um plano normal ao eixo da<br />
rosca.<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Dp = diâmetro primitivo do <strong>para</strong>fuso<br />
avanço<br />
γ p = arctan<br />
π ⋅ D<br />
O mesmo modo que <strong>para</strong> as engrenagens helicoidais, os sem-fins tem um passo normal<br />
pen. Nas engrenagens helicoidais o passo fr tal é medido num plano ⊥ ao eixo; nos sem-fins o<br />
passo frontal pf é medido na direção do eixo e é <strong>de</strong>signado por pc. Para os sem-fins, a relação<br />
entre os passos e:<br />
Pnc = Pac . cos γp<br />
On<strong>de</strong> γp é o ângulo <strong>de</strong> avanço que é chamado algumas vezes <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> hélice<br />
(incorreto). No entanto, o seu emprego prático se limita, quase que no primeiro caso, motivo<br />
pelo qual ele será abordado. Com esta consi<strong>de</strong>ração adotando-se o índice P, <strong>para</strong> indicar o<br />
<strong>para</strong>fuso sem-fim e C <strong>para</strong> a coroa, tem-se:<br />
αc + αp = π/2<br />
On<strong>de</strong> α representa os ângulos <strong>de</strong> inclinação e<br />
PFP = PAC<br />
PNP = PNC<br />
PAP = PFC<br />
On<strong>de</strong> PF, PN e PA representam respectivamente os passos frontal, normal e axial, como<br />
<strong>de</strong>finidos <strong>para</strong> as engrenagens helicoidais.<br />
p<br />
329
m FP = m AC = dp/Np<br />
m NP = m NC<br />
m AP = m FC = dc/Nc<br />
Sendo dp o diâmetro primitivo do <strong>para</strong>fuso e dc o diâmetro primitivo da coroa.<br />
Comumente os <strong>para</strong>fusos sem-fim apresentam poucos helicói<strong>de</strong>s constitutivos dos<br />
<strong>de</strong>ntes (<strong>de</strong> 1 a 4, ainda que esse número possa ser excedido). Como a cada <strong>de</strong>nte correspon<strong>de</strong><br />
um vazio e, conseqüentemente, a uma operação <strong>de</strong> corte, os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> um, dois ou mais<br />
<strong>de</strong>ntes, são ditos <strong>de</strong> uma, duas ou mais entradas.<br />
10.5.3 - ALGUNS DADOS EMPÍRICOS<br />
Para se obter urna boa forma dos <strong>de</strong>ntes, aconselha-se a escolher os seguintes<br />
números <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes (ou n os <strong>de</strong> entradas) do <strong>para</strong>fuso:<br />
R 40:1 20:1 13:1 10:1 8:1 7:1 6:1 5:1 4,5:1 4:1<br />
Zp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
Tabela 6 – Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
Para se evitar a interferência que se agrava nas regiões mais externas do <strong>para</strong>fuso,<br />
recomenda-se a seguir as seguintes proporções:<br />
Zp + Zc ≥ 40 e<br />
Zc 18 24 32 38 46 54 62 ≥ 65<br />
βap 30º 27º30’ 25º 22º30’ 20º 17º30’ 15º 14º30’<br />
Tabela 7 – Exemplo <strong>de</strong> proporções Zc ,βap<br />
On<strong>de</strong> βap = ângulo <strong>de</strong> pressão num plano axial do <strong>para</strong>fuso<br />
E também:<br />
Figura 22 - Esquema <strong>de</strong> um corte nos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>para</strong>fuso sem fim,<br />
mostrando o ângulo <strong>de</strong> pressão no plano axial do <strong>para</strong>fuso.<br />
330
αc<br />
≤ 12º<br />
12º a<br />
20º<br />
20º a<br />
25º<br />
> 25º<br />
βa (P) 14º30’ 20º 22º30’ 25º<br />
Tabela 8 – Ângulos αc, βa (P)<br />
On<strong>de</strong> αc ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice da coroa.<br />
10.5.4 - MATERIAIS<br />
Parafuso – aço-aço cementado, ferro fundido cinzento.<br />
Coroa – bronze comum, bronze fosforoso, bronze <strong>de</strong> chumbo (altas velocida<strong>de</strong>s),<br />
bronze <strong>de</strong> alumínio, e bronze <strong>de</strong> silício (baixas velocida<strong>de</strong>s e altas cargas), ferro fundido<br />
cinzento (serviços leves).<br />
OBS: é usual fazer-se o núcleo da coroa <strong>de</strong> ferro fundido ou aço, com aro externo <strong>de</strong> bronze<br />
<strong>para</strong> reduzir os custos.<br />
Figura 23 - Esquema <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem-fim/coroa mostrando passos,<br />
diâmetro primitivo e ângulos <strong>de</strong> hélice e avanço.<br />
10.5.5 - DIÂMETROS E DISTÂNCIA ENTRE CENTROS<br />
3.0)<br />
d<br />
G<br />
d w<br />
NG<br />
× pt<br />
= ⇒ diâmetro da coroa<br />
π<br />
0.<br />
875<br />
C<br />
= ⇒ diâmetro do sem-fim, on<strong>de</strong> C é a distância entre centros: (1.7≤ K≤<br />
K<br />
331
dW<br />
+ dG<br />
C = ⇒ distância entre centros<br />
2<br />
pt = px ⇒ passo transversal igual ao axial <strong>para</strong> eixos perpendiculares<br />
N<br />
G<br />
m G = ⇒ razão <strong>de</strong> transmissão, on<strong>de</strong> Nw é o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do sem-fim ou<br />
NW<br />
número <strong>de</strong> entradas<br />
L = pt × N ⇒ avanço<br />
w<br />
L<br />
tgλ.<br />
= ⇒ λ é o ângulo do avanço<br />
π × dw<br />
Combinando sucessivamente estas expressões po<strong>de</strong>-se obter uma única expressão,<br />
que relaciona os parâmetros mais importantes <strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição do sem-fim/coroa:<br />
8<br />
⎛ 1+<br />
mGtgλ<br />
⎞<br />
C = ⎜ ⎟ <strong>para</strong> os valores <strong>de</strong> 1.7 ≤ K ≤ 3.0<br />
⎝ K ⎠<br />
O valor <strong>de</strong> K está compreendido em 1.7 e 3.0, sendo recomendado usar 2.2. Os ângulos <strong>de</strong><br />
avanço mais usados variam entre 4° e 25°, <strong>para</strong> ângulo <strong>de</strong> pressão normal θn <strong>de</strong> 14°30' e 20°. É<br />
mais recomendado usar:<br />
Para θn = 14°30' ⇒ λ = 0° a 15°<br />
θn = 20° ⇒ λ = 15° a 30°<br />
É possível construir uma transmissão sem-fim/coroa com C (distância entre centros)<br />
variando <strong>de</strong> 50 mm a 150 mm <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da potência <strong>de</strong>sejada. Esta análise permite<br />
i<strong>de</strong>ntificar a possibilida<strong>de</strong> geométrica do sem-fim/coroa, antes do dimensionamento final <strong>para</strong><br />
uma dada potência.<br />
Em um redutor sem-fim/coroa, o movimento ou potência entra pelo sem-fim que solicita<br />
a coroa com força W, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composta em três <strong>componentes</strong>, conforme figura.<br />
332
Figura 24 - Análise <strong>de</strong> forças e ângulos em um circulo primitivo <strong>de</strong> um pinhão sem fim.<br />
10.6 - TREM DE ENGRENAGENS<br />
Um trem <strong>de</strong> engrenagens é um acoplamento <strong>de</strong> duas ou mais engrenagens. Um par <strong>de</strong><br />
engrenagens é a forma mais simples <strong>de</strong> se conjugar engrenagens e é freqüentemente utilizada<br />
a redução máxima <strong>de</strong> 10:1. Trens <strong>de</strong> engrenagens po<strong>de</strong>m ser simples, compostos e<br />
planetárias.<br />
10.6.1 - TREM DE ENGRENAGENS SIMPLES<br />
Trens <strong>de</strong> engrenagens simples são aqueles que apresentam apenas um eixo <strong>para</strong> cada<br />
engrenagem. A relação entre as duas velocida<strong>de</strong>s é dada pela equação 1:<br />
r<br />
r<br />
ent<br />
ent<br />
e = ± = ± = ±<br />
saida<br />
d<br />
d<br />
saída<br />
A figura 25 mostra um jogo <strong>de</strong> engrenagens com 5 engrenagens em série. A equação<br />
<strong>para</strong> a relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s é:<br />
N<br />
N<br />
ent<br />
saida<br />
⎛ N 2 ⎞⎛<br />
N3<br />
⎞⎛<br />
N 4 ⎞⎛<br />
N5<br />
⎞ N 2<br />
e = ⎜−<br />
⎟⎜−<br />
⎟⎜−<br />
⎟⎜−<br />
⎟ = +<br />
⎝ N3<br />
⎠⎝<br />
N 4 ⎠⎝<br />
N5<br />
⎠⎝<br />
N6<br />
⎠ N6<br />
Cada jogo <strong>de</strong> engrenagem influi na relação das velocida<strong>de</strong>s, mas no caso <strong>de</strong> trens simples, o<br />
valor numérico <strong>de</strong> todas as engrenagens menos a primeira e a última são cancelados. As<br />
engrenagens intermediárias apenas influem no sentido <strong>de</strong> rotação da engrenagem <strong>de</strong> saída. Se<br />
houver um número par <strong>de</strong> engrenagens o sentido <strong>de</strong> rotação da última será oposto ao da<br />
primeira. Havendo um número impar <strong>de</strong> engrenagens, o sentido permanecerá o mesmo. É<br />
333
interessante notar que uma engrenagem <strong>de</strong> qualquer número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong> ser usada <strong>para</strong><br />
modificar o sentido <strong>de</strong> rotação sem que haja alteração na velocida<strong>de</strong>, atuando como<br />
intermediária.<br />
Figura 25 -Trem simples <strong>de</strong> 06 engrenagens<br />
10.6.2 - TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTOS<br />
Para se obter reduções maiores que 10:1 é necessário que se utilize trens <strong>de</strong><br />
engrenagens compostos. O trem composto se caracteriza por ter pelo menos um eixo no qual<br />
existem mais <strong>de</strong> uma engrenagem.<br />
velocida<strong>de</strong>s é:<br />
como:<br />
A figura 26 mostra um trem composto <strong>de</strong> quatro engrenagens. A relação das<br />
⎛ N 2 ⎞⎛<br />
N 4 ⎞<br />
e = ⎜−<br />
⎟⎜−<br />
⎟<br />
⎝ N3<br />
⎠⎝<br />
N5<br />
⎠<br />
Esta equação po<strong>de</strong> ser generalizada <strong>para</strong> qualquer número <strong>de</strong> engrenagens no trem<br />
e = ± produto do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens motoras<br />
produto do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens movidas<br />
334
Figura 26 - Trens <strong>de</strong> engrenagens compostos<br />
Note que as engrenagens intermediárias influem diretamente no processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída e <strong>de</strong> entrada. Assim uma relação mais<br />
elevada po<strong>de</strong> ser obtida apesar da limitação <strong>de</strong> 10:1 <strong>para</strong> trens individuais. O<br />
sinal positivo ou negativo na equação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número e do tipo <strong>de</strong><br />
disposição das engrenagens, internas ou externas.<br />
10.6.3 - TREM DE ENGRENAGENS PLANETÁRIAS<br />
São trens <strong>de</strong> engrenagem com dois graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Duas entradas são necessárias<br />
<strong>para</strong> obter uma saída. Normalmente se usa uma entrada, um sistema fixo e uma saída. Em<br />
alguns casos como em diferencial <strong>de</strong> automóveis uma entrada é usada <strong>para</strong> se obter duas<br />
saídas, uma <strong>para</strong> cada roda.<br />
Figura 27 - Trem <strong>de</strong> engrenagem convencional e trem planetário<br />
A relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser calculada pela fórmula:<br />
335
Em uma forma mais geral:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
e =<br />
e =<br />
N<br />
N<br />
N<br />
N<br />
ent<br />
3<br />
2<br />
saida<br />
− N<br />
− N<br />
− N<br />
− N<br />
1<br />
1<br />
braço<br />
braço<br />
Nent = número <strong>de</strong> rotações por minuto da engrenagem <strong>de</strong> entrada<br />
Nsaída = número <strong>de</strong> rotações por minuto da engrenagem <strong>de</strong> saída<br />
Nbraço = número <strong>de</strong> rotações por minuto do braço<br />
Trens planetários apresentam algumas vantagens, como relações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />
maiores usando engrenagens menores, saídas bidirecionais, concentricida<strong>de</strong>. Estas fatores<br />
fazem com que o engrenamento planetário seja largamente utilizado em transmissões <strong>de</strong><br />
automóveis e caminhões.<br />
10.7 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
1. O número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas engrenagens no trem epicicloidal estão indicadas,<br />
todas possuem o mesmo módulo. A engrenagem A gira a 1000 rpm no sentido horário<br />
enquanto a engrenagem E gira no sentido antihorário a 500 rpm. Determine a velocida<strong>de</strong><br />
direção da rotação a engrenagem anel D e do suporte F.Resposta [371 rpm antihorário,<br />
40 rpm horário]<br />
Figura 28 – Exercício proposto 1<br />
2. No trem epicicloidal ilustrado, a engrenagem C é fixa e o conjunto planetário BD gira<br />
livremente no suporte que é coaxial com os eixos <strong>de</strong> entrada e saída. Mostre que se zb<br />
ze > zc zd então os eixos <strong>de</strong> entrada e saída giram na mesma direção.<br />
336
Figura 29 – Exercício proposto 2<br />
3. Qual a faixa prática <strong>para</strong> a distância entre centros <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos com módulo 4 mm, com 19 e 35 <strong>de</strong>ntes? Se forem fabricados com<br />
<strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong> 1,5 mm e 2 mm respectivamente, avalie o angulo <strong>de</strong> pressão<br />
atuante e a relação <strong>de</strong> contato.<br />
Resposta [ 108.6 ≤ C ≤ 112.8 mm, 24.47 o , 1.42 ]<br />
4. A planetária B gira livremente no eixo que é fixado na engrenagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos F e<br />
a engrenagem planetária E está girando louca no eixo do braço <strong>de</strong> saída. Dados os<br />
números <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens, calcule a rotação <strong>de</strong> saída quando a rotação do eixo<br />
<strong>de</strong> entrada giraa 1000 rpm. Resposta [ 524 rev/min ]<br />
Figura 30 – Exercício proposto 4<br />
5. No trem epicicloidal visto na figura abaixo, o suporte 6 das engrenagens 3 e 4 giram a<br />
100 rpm sentido horário e a engrenagem 5 fixa ao eixo <strong>de</strong> entrada gia a 2000 rpm no<br />
sentido antihorário. Determine a rotação da engrenagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos 2 que está<br />
fixa ao eixo <strong>de</strong> saída do redutor. Os números <strong>de</strong>ntes foram dados <strong>para</strong> cada<br />
engrenagem.<br />
337
Figura 30 – Exercício proposto 5<br />
6. O eixo <strong>de</strong> entrada do trem epicicloidal mostrado na figura abaixo, gira no sentido horário.<br />
O suporte das engrenagens satélites 3 e 5 possui a mesma rotação do eixo <strong>de</strong> entrada. As<br />
engrenagens 1 e 6 são <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos e estão fixas na carcaça do redutor. Determine a<br />
relação <strong>de</strong> redução,Wentrada/Wsaída, sabendo que a engrenagem 7 está enchavetada no eixo <strong>de</strong><br />
saída.<br />
Figura 31 – Exercício proposto 6<br />
338
CAPÍTULO 11 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS<br />
11.1 - INTRODUÇÃO<br />
11.1.1 - MATERIAIS PARA ENGRENAGENS<br />
Não é preciso salientar a importância da escolha do material a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> executar-se<br />
uma engrenagem; basta que se lembre <strong>de</strong> que do material ira <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r diretamente a<br />
qualida<strong>de</strong> geral do funcionamento, seja quanto à resistência as cargas aplicadas, seja quanto à<br />
resistência ao <strong>de</strong>sgaste, fatores que, em geral, <strong>de</strong>terminam a falência da peça.<br />
engrenagens:<br />
Há uma série <strong>de</strong> fatores que limitam a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha dos materiais <strong>para</strong> as<br />
1. Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção do material condições comerciais;<br />
2. Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução;<br />
3. Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usinagem <strong>para</strong> o acabamento <strong>de</strong>sejado;<br />
4. Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posição e continuações.<br />
A inconveniência dos três primeiros elementos é evi<strong>de</strong>nte por si mesma. Estudamos a<br />
inconveniência do quarto, isto é, da incompatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posição e combinação.<br />
A experiência em laboratório e a prática mostram que uma engrenagem <strong>de</strong> um dado<br />
material se comporta satisfatoriamente, quando trabalha combinada com engrenagens <strong>de</strong><br />
certos materiais e falha completamente quando opera com engrenagens <strong>de</strong> outros materiais,<br />
além disso um par <strong>de</strong> materiais po<strong>de</strong> comportar-se a<strong>de</strong>quadamente -quando ao engrenagens<br />
são colocadas em <strong>de</strong>terminadas posições e falhar totalmente quando as posições são<br />
invertidas. Como exemplo do primeiro caso, po<strong>de</strong> indicar o bronze fosforoso, que trabalha<br />
satisfatoriamente com o ferro fundido e com o aço endurecido, mas comporta-se mal com o aço<br />
mole, com o bronze e com os materiais laminados à base <strong>de</strong> ferrol.<br />
A figura 1 adiante nos indica quando ocorre a incompatibilida<strong>de</strong> das combinações dos<br />
materiais mais empregados. Como exemplo do 2º caso po<strong>de</strong>-se apontar o conjunto <strong>para</strong>fuso<br />
sem fim e coroa: um <strong>para</strong>fuso sem fim <strong>de</strong> ferro fundido e uma coroa <strong>de</strong> bronze apresentam<br />
elevada resistência ao <strong>de</strong>sgaste (mais elevada que a <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem fim <strong>de</strong> aço e uma<br />
coroa <strong>de</strong> bronze); se entretanto, as posições forem invertidas, isto é, se o <strong>para</strong>fuso sem fim for<br />
executado em bronze e a coroa em ferro fundido, a resistência ao <strong>de</strong>sgaste torna-se bastante<br />
<strong>de</strong>ficiente.<br />
Apontaremos em seguida os materiais mais utilizados na fabricação <strong>de</strong> engrenagens,<br />
indicando suas principais características <strong>de</strong> comportamento.<br />
339
FERRO FUNDIDO<br />
O ferro fundido é um dos materiais que vem sendo utilizado largamente há longo tempo<br />
e, mais recentemente sua fundição vem sendo aperfeiçoada <strong>de</strong> tal modo que se conseguem,<br />
quer por processos especiais <strong>de</strong> fundição, quer pela composição <strong>de</strong> ferros-ligas, materiais<br />
capazes <strong>de</strong> suportar tensão até <strong>de</strong> 2.100 Kg/cm 2 .<br />
O ferro fundido <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong>ve apresentar uma dureza tão elevada quanto<br />
possível: no caso, porém <strong>de</strong> ser prevista alguma operação <strong>de</strong> usinagem, a sua dureza Brinell<br />
<strong>de</strong>ve estar <strong>de</strong>ntro dos limites 170 e 220 Bh.<br />
O ferro fundido em areia <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> baixo teor <strong>de</strong> carbono, menor que 3,4%, a fim <strong>de</strong><br />
ser evitado e um excesso <strong>de</strong> grafita.<br />
O emprego do ferro fundido é limitado pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> forças<br />
elevadas e <strong>de</strong> choque.<br />
AÇO FUNDIDO<br />
O aço fundido também é bastante utilizado, com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,35 a 0,45%,<br />
com que se obtém, uma resistência ao <strong>de</strong>sgaste satisfatória. Após a fundição a peça <strong>de</strong>ve ser<br />
tratada termicamente <strong>para</strong> que <strong>de</strong>sapareçam todos os traços da estrutura <strong>de</strong>ntritica. Sua<br />
resistência às forças elevadas e principalmente aos choques é melhorada com a adição <strong>de</strong><br />
cobre, níquel ou alumínio em sua composição.<br />
AÇO DOCE<br />
O aço doce <strong>de</strong>ve ser utilizado com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,10 e 0,25%, <strong>de</strong> manganês<br />
entre 0,6 a 0,8 <strong>para</strong> cargas pequenas; com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,35 e 0,45% <strong>para</strong> cargas<br />
elevadas; po<strong>de</strong> também ser empregado com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,50 e 0,60 e, embora se<br />
obtenha, neste caso, uma resistência aos choques e a ductibilida<strong>de</strong> são mais baixas, <strong>de</strong> modo<br />
que os aços com este teor <strong>de</strong>vem ser evitados quando é prevista a ocorrência <strong>de</strong> choques <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>.<br />
AÇO-CROMO-NÍQUEL<br />
O Aço-Cromo-Níquel <strong>de</strong>ve ser empregado com teor <strong>de</strong> cromo entre 0,5 e 1% com teor<br />
<strong>de</strong> níquel entre 2,5 e 3,5% e com acréscimo <strong>de</strong> um teor <strong>de</strong> molibdênio (<strong>para</strong> fins <strong>de</strong><br />
cementação) entre 0,2 e 0,6%.<br />
340
AÇO PARA CEMENTAÇÃO<br />
O aço <strong>para</strong> cementação <strong>de</strong>ve apresentar baixo teor <strong>de</strong> carbono: a cementação garante<br />
uma elevada resistência ao <strong>de</strong>sgaste e o baixo teor <strong>de</strong> carbono uma elevada resistência a<br />
tração qualida<strong>de</strong>s que recomendam o emprego <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> aço. Entretanto, ao lado <strong>de</strong>stas<br />
vantagens o aço <strong>para</strong> cementação apresenta o inconveniente <strong>de</strong> exigir uma obtenção custosa e<br />
<strong>de</strong> apresentar certa distorção, principalmente quando temperado em água em lugar <strong>de</strong> óleo.<br />
Esta <strong>de</strong>svantagem às vezes e tão pronunciada que es prefere abandonar um aço <strong>para</strong><br />
cementação e adotar um aço-cromo-níquel, ainda que haja aumento no custo do material.<br />
Material Trabalha Bem com Trabalha Mal com<br />
Bronze<br />
Fosforoso<br />
Aço Comum<br />
Aço endurecido<br />
Ferro Fundido<br />
Aço endurecido<br />
Ferro Fundido<br />
Babbitt<br />
Latão Mole<br />
Aço endurecido<br />
Bronze Mole<br />
Latão<br />
Ferro Fundido<br />
Babbitt<br />
Laminado a base fenol<br />
Aço endurecido<br />
Aço comum<br />
Bronze<br />
Laminados <strong>de</strong> ferrol<br />
Bronze<br />
Aço Comum<br />
Laminado a base <strong>de</strong> fenol<br />
Bronze <strong>de</strong> liga tratado<br />
Aço Níquel Aço Níquel (algumas vezes)<br />
Aço níquel<br />
endurecido<br />
Ferro Fundido Todos os materiais<br />
11.2 - DESGASTE SUPERFICIAL DOS DENTES<br />
Tabela 1 – Características dos materiais.<br />
Coroa <strong>de</strong> bronze<br />
A experiência mostra que em gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> casos os <strong>de</strong>ntes das engrenagens se<br />
apresentam <strong>de</strong>sgastados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> certo tempo <strong>de</strong> funcionamento. Neste tópico indicaremos os<br />
tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste superficial que po<strong>de</strong>m atacar os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma engrenagem, suas causas e<br />
os modos <strong>de</strong> evitá-los.<br />
341
A) DESGASTE POR ESCORREGAMENTO<br />
Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se geralmente on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>slocamento do ponto <strong>de</strong> contacto<br />
entre os <strong>de</strong>ntes é menor, isto é, na região a-a sobre A, na região b-b, sobre B, como se vê na<br />
figura 1 que representa três posições particulares <strong>de</strong> dois <strong>de</strong>ntes engrenados. Sua causa po<strong>de</strong><br />
ser compreendida, lembrando-se <strong>de</strong> que sempre se processa com escorregamento crescente a<br />
partir do ponto do passo, on<strong>de</strong> é nulo.<br />
B) DESGASTE POR CORROSÃO<br />
Figura 2 – Escorregamento <strong>de</strong> engrenagens<br />
Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se através <strong>de</strong> superfície corroída típica; e produzida pela fadiga<br />
do material e conseqüentemente <strong>de</strong>sagregação <strong>de</strong> sua superfície; po<strong>de</strong> ser evitado com a<br />
adoção <strong>de</strong> dimensões <strong>para</strong> os <strong>de</strong>ntes que conduzem, sob a ação das cargas atuantes, as<br />
tensões <strong>de</strong> fadiga superficial toleráveis pelo material escolhido.<br />
C) DESGASTE POR ABRASÃO<br />
Este <strong>de</strong>sgaste se manifesta através da formação <strong>de</strong> uma superfície esmerilada, polida; é<br />
produzida pela ação esmerilhadora <strong>de</strong> poeira ou partículas, misturadas com o lubrificante (estas<br />
partículas po<strong>de</strong>m ser partículas metálicas que se <strong>de</strong>stacam dos mancais: partícula abrasivas<br />
que não foram removidas antes da montagem; partículas arenosas <strong>de</strong>vida a fundição; partículas<br />
diversas conduzida. pelo óleo ou pela atmosfera.<br />
Po<strong>de</strong> ser evitado mediante cuidados especiais na montagem, mediante proteção do<br />
mecanismo quando a atmosfera no local <strong>de</strong> serviço for portadora <strong>de</strong> poeiras, <strong>de</strong> um modo geral,<br />
mediante a manutenção das peças em boas condições <strong>de</strong> limpeza.<br />
342
D) DESGASTE POR ARRANHAMENTO<br />
Este <strong>de</strong>sgaste se manifesta através <strong>de</strong> profundos riscos na direção do escorregamento<br />
superficial; é produzido por pontas ou superfícies rugosas <strong>de</strong>ixadas nos <strong>de</strong>ntes pela imperfeição<br />
da usinagem; po<strong>de</strong> ser evitado com a execução <strong>de</strong> um acabamento mais cuidadoso.<br />
E) DESGASTE POR TRANSPORTE<br />
Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se através <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> ondas constituídas por saliência e<br />
reentrâncias próximas da linha <strong>de</strong> passo é produzido pelo <strong>de</strong>slocamento plástico do material<br />
sob aquecimento excessivo e cargas elevadas; po<strong>de</strong> ser evitado mediante o emprego <strong>de</strong> uma<br />
lubrificação a<strong>de</strong>quada.<br />
F) DESGASTES POR ACRÉSCIMO<br />
Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se através <strong>de</strong> uma soldagem e subseqüente <strong>de</strong>sagregação das<br />
superfícies em contacto; é produzido pelo superaquecimento das partes em contacto quando<br />
cessa completamente a lubrificação; po<strong>de</strong> ser evitado mediante o emprego <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />
lubrificação no qual esta cessação completa não possa se verificar.<br />
11.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS RETAS<br />
11.3.1 - INTRODUÇÃO<br />
Chama-se engrenagem <strong>de</strong> força aquela em que é maior o perigo da ruptura do que o<br />
perigo do <strong>de</strong>sgaste. Por exemplo: engrenagens lentas ou engrenagens que funcionam por<br />
breves períodos ou com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fortes sobrecargas durante o funcionamento.<br />
A ruptura po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>: tipo estático ou fadiga. A <strong>de</strong> tipo estático é muito rara: po<strong>de</strong><br />
ocorrer por contato <strong>de</strong>feituoso, por cálculo errado, por sobrecargas não previstas ou ainda por<br />
fatores <strong>de</strong>sconhecidos. Este tipo <strong>de</strong> ruptura se manifesta logo no inicio do funcionamento.<br />
A ruptura por fadiga, <strong>de</strong> modo geral, é a mais comum. De fato, sobre o <strong>de</strong>nte age uma<br />
carga que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero a um <strong>de</strong>terminado valor, voltando novamente a zero. É, portanto, uma<br />
carga pulsativa. A ruptura é progressiva iniciando-se na parte <strong>de</strong> concordância do <strong>de</strong>nte com<br />
sua boca. Para o carregamento pulsativo é maior a resistência a compressão que à tração. O<br />
dimensionamento <strong>de</strong> uma engrenagem é feito baseado na resistência a ruptura on<strong>de</strong>, <strong>para</strong> levar<br />
343
em conta os efeitos dinâmicos, entraremos com um coeficiente Cv chamado coeficiente <strong>de</strong><br />
velocida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> super solicitação dinâmica.<br />
11.3.2 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />
Algumas hipóteses simplificadoras foram feitas por LEWIS <strong>para</strong> que se chegasse a um<br />
resultado racional da expressão do módulo da engrenagem.<br />
O método <strong>de</strong> LEWIS é o seguinte:<br />
“Consiste em verificar que o <strong>de</strong>nte da engrenagem, consi<strong>de</strong>rado como uma viga<br />
engastada, não se rompa sob a ação <strong>de</strong> força S, admitida estática”. Consi<strong>de</strong>ra-se que:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
• A força esteja distribuída uniformemente sobre todo o comprimento do <strong>de</strong>nte.<br />
• A força esteja aplicada na extremida<strong>de</strong> (topo) do <strong>de</strong>nte.<br />
• Toda a força atue num só <strong>de</strong>nte.<br />
• Os efeitos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensões sejam <strong>de</strong>sprezíveis.<br />
A hipótese <strong>de</strong> dimensionamento é:<br />
σadm = tensão admissível<br />
σf = tensão <strong>de</strong> flexão (atuante)<br />
A tensão admissível é:<br />
σf ≤ σadm<br />
σ<br />
σ = (1)<br />
R<br />
adm<br />
K S<br />
σR = tensão <strong>de</strong> ruptura do material (Kg/mm 2 ) (tabelado).<br />
KR = coeficiente <strong>de</strong> segurança-que, a título indicativo po<strong>de</strong> ser:<br />
3 a 3,5 - <strong>para</strong> rodas em funcionamento normal<br />
4 a 5 - <strong>para</strong> rodas sujeitas a choques e oscilações <strong>de</strong> carga<br />
6 - <strong>para</strong> condições extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis<br />
Cv = coeficiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> super solicitação dinâmica, cujo valor é:<br />
C v<br />
A<br />
= (2)<br />
A + v<br />
A = 3 <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong> pouca precisão<br />
A = 6 <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong> média precisão<br />
344
Para engrenagens <strong>de</strong> alta precisão<br />
C v<br />
5,<br />
6<br />
=<br />
5,<br />
6 +<br />
v = velocida<strong>de</strong> periférica, na primitiva, em m/s.<br />
On<strong>de</strong>:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
A tensão atuante <strong>de</strong> flexão vale:<br />
Mf = P.h = momento fletor<br />
v<br />
(3)<br />
Mf ⋅ c<br />
σ f =<br />
(4)<br />
J<br />
Figura 3 – Aplicação do momento no <strong>de</strong>nte<br />
s<br />
c = = distância da linha neutra à fibra mais afastada.<br />
2<br />
1<br />
12<br />
3<br />
⋅ s<br />
J = = momento <strong>de</strong> inércia da seção da base do <strong>de</strong>nte.<br />
Levando estes valores na expressão <strong>de</strong> σf vem:<br />
Sendo h e s funções do passo.<br />
h=k1 . p s=k1 . p<br />
Po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
6 ⋅ P ⋅ h<br />
σ f =<br />
(5)<br />
2<br />
1⋅<br />
s<br />
6⋅<br />
k1<br />
⋅ p p<br />
σ<br />
f = =<br />
2 2<br />
2<br />
1k<br />
2 ⋅ p k 2<br />
1⋅<br />
p ⋅<br />
6k<br />
1<br />
345
2<br />
k 2 = y recebe o nome <strong>de</strong> FATOR DE FORMA do <strong>de</strong>nte (tabelado em função <strong>de</strong>β e <strong>de</strong> Z).<br />
6k<br />
1<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Fazendo 1=k.m (comprimento <strong>de</strong>nte) e p = m.π (passo da engrenagem) vem:<br />
Y = π.y (também tabelado)<br />
O valor da força P tangencial é<br />
P P<br />
σ f = =<br />
(6)<br />
2<br />
2<br />
k ⋅ m ⋅ y ⋅π<br />
k ⋅ m ⋅Y<br />
P =<br />
Mt<br />
r<br />
Sendo Mt = Momento <strong>de</strong> torção (Kg/mm 2 )<br />
A expressão final <strong>de</strong> σf é:<br />
2⋅<br />
Mt 2⋅<br />
Mt<br />
= =<br />
d m⋅<br />
Z<br />
2 ⋅ Mt<br />
σ f = (7)<br />
3<br />
k ⋅ m ⋅Y<br />
⋅ Z<br />
Voltando à condição do dimensionamento po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
Ks = coeficiente <strong>de</strong> segurança<br />
K = varia <strong>de</strong> 8 a 12 (em geral) ;<br />
2 ⋅ Mt σ<br />
≤<br />
3<br />
K ⋅ m ⋅ Y ⋅ Z K<br />
m ≥<br />
σ<br />
K = 6 a 14 (<strong>para</strong> caixa <strong>de</strong> marcha)<br />
3<br />
K<br />
R<br />
S<br />
⋅ C<br />
20
Kt fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão E1 + fator <strong>de</strong> serviço<br />
K1 fator <strong>de</strong> serviço<br />
K2 fator <strong>de</strong> correção do fator<br />
Os valores <strong>de</strong> Kt, K1 e K2 são dados na tabela a seguir:<br />
11.3.3 - CASOS ESPECIAIS<br />
Tipo <strong>de</strong><br />
Carregamento<br />
K1<br />
Constante 1,25<br />
Pulsativo 1,35<br />
Com Choque 2,50<br />
Tabela 2a- Tipo <strong>de</strong> Carregamento.<br />
Tipo do Perfil Kt<br />
Perfil evolvente β =14º 30´ 1,54<br />
Perfil evolvente não corrigido β<br />
= 20º<br />
CASO I - DADOS DO PROBLEMA<br />
1,33<br />
Perfil evolvente corrigido β = 20º 1,43<br />
Tabela 2b- Tipo do Perfil.<br />
Valores K2<br />
Perfil evolvente e<br />
cicloidal<br />
Perfil gerado não<br />
corrigido<br />
N (C.V.) - potência a transmitir<br />
n (RPM) - rotação do pinhão<br />
R - relação <strong>de</strong> redução<br />
1,0<br />
1,7<br />
Perfil gerado corrigido 1,6<br />
Tabela 2c- Valores.<br />
A expressão (11) <strong>de</strong>duzida anteriormente será aplicada neste caso. O fator Cv é<br />
in<strong>de</strong>terminado, pois, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> periférica que, por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do diâmetro<br />
(d0 = m.Z).<br />
347
Para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cv usamos o me todo das aproximações sucessivas assim:<br />
com um valor <strong>de</strong> Cv primeira aproximação:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Calcula-se:<br />
X<br />
2⋅<br />
Mt<br />
=<br />
σ R<br />
⋅ K ⋅Y<br />
⋅ Z<br />
K<br />
S<br />
'<br />
X<br />
C<br />
• Com m’ (padronizado) calcula-se d’<br />
• Com d’ calcula-se v (em m/s)<br />
Cv’ = 0,7<br />
m ≥ 3<br />
(12)<br />
• Com v calcula-se E Cv´ (em segunda aproximação)<br />
• Com Cv” calcula-se:<br />
v<br />
'<br />
X<br />
C "<br />
m " = 3<br />
(13)<br />
v<br />
Achado m” (padronizado), adotado como módulo final, calcula-se os outros elementos<br />
da engrenagem.<br />
CASO II - DADOS DO PROBLEMA<br />
N (C.V.) - potência a transmitir<br />
n (RPM) - rotação do pinhão<br />
R - relação <strong>de</strong> redução<br />
E - distância entre centros<br />
Com E e R calculamos os diâmetros primitivos do par.<br />
A fórmula (11) se reduz a:<br />
m =<br />
σ<br />
K<br />
R<br />
S<br />
2 ⋅ Mt ⋅ K<br />
⋅ C<br />
v<br />
⋅ K<br />
⋅ K ⋅ Y ⋅ d<br />
t<br />
d<br />
On<strong>de</strong> fizemos Z =<br />
m<br />
O único termo <strong>de</strong>sconhecido é Y que, em primeira aproximação fazemos igual a Y’ =<br />
1<br />
p<br />
⋅ K<br />
2<br />
(14)<br />
0,3 (valor médio <strong>para</strong> β=20º envolvente) ver tabela doa fatores <strong>de</strong> forma.<br />
348
On<strong>de</strong>:<br />
G =<br />
σ<br />
K<br />
Analogamente ao caso 1 obteríamos:<br />
R<br />
S<br />
2 ⋅ Mt<br />
⋅ C<br />
v<br />
⋅ K ⋅ d<br />
G<br />
m ' = (15)<br />
Y'<br />
• com m’ acha-se Z’ (arredondando a um nº inteiro)<br />
• com Z’ tiramos da tabela o novo 1”<br />
• chega-se ao módulo <strong>de</strong>finitivo.<br />
1º Processo:<br />
Cv = f(m)<br />
m = f(Cv)<br />
G<br />
m " = (16)<br />
Y"<br />
• achado o módulo final (padronizado) os diâmetros <strong>de</strong>vem ser corrigidos<br />
alterando-se assim a distância entre centros, E. Deve-se notar que a alteração <strong>de</strong><br />
E é muito pequena não influindo sensivelmente no <strong>projeto</strong> do par.<br />
• se E for tomada como distância rigorosamente estabelecida <strong>de</strong>ve-se recorrer a<br />
<strong>de</strong>ntes especiais (maag, primitivas <strong>de</strong>slocadas).<br />
Esquema do processo <strong>para</strong> o cálculo da in<strong>de</strong>terminação:<br />
Cv’ = 0,7 (arbitrário)<br />
Cv´ m´ v v Cv” m”<br />
Então padronizamos m” = m<br />
2º Processo:<br />
Adota-se um módulo tabelado<br />
m´ v Cv’ m” m<br />
m (padronizado)<br />
11.3.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS<br />
1. Dimensionar a engrenagem <strong>para</strong> carregamento dinâmico com torque a transmitir = 3<br />
Kgm, σ = 3Kg/mm 2 , Z =50 <strong>de</strong>ntes, n = 300 rpm, perfil envolvente não corrigido β=20º.<br />
349
Resolução:<br />
Mt = 3000 Kg . mm<br />
n 300 rpm<br />
π ⋅ n π ⋅ n<br />
N = M ⋅W<br />
= M ⋅ = M ⋅ ⋅<br />
30 30<br />
3⋅π<br />
⋅300<br />
N =<br />
N = 1,28 C.V<br />
30⋅<br />
75<br />
1<br />
75<br />
Resolvendo pelo 2º processo temos:<br />
a) <strong>para</strong><br />
N = 1,26 CV<br />
n = 300 rpm m = 1,25<br />
b) m = 1,25 mm d0 = m.z<br />
m⋅<br />
Z 1,<br />
25⋅<br />
50<br />
r = =<br />
r ≅ 31 mm<br />
2 2<br />
π ⋅ d ⋅ n<br />
c) v =<br />
(m/seg)<br />
1000⋅ 60<br />
⋅62<br />
⋅300<br />
=<br />
1000⋅<br />
60<br />
π<br />
v v = 0,96 m/seg<br />
6<br />
d) Cv = <br />
6 + v<br />
e) Mt = 3000 Kg.mm<br />
σ = 3 Kg/mm 2<br />
6<br />
=<br />
6 + 0,<br />
96<br />
C v<br />
Cv = 0,86<br />
Z = 50 <strong>de</strong>ntes e β = 20º Y = 0,408 (tabelado)<br />
K 10 adotado<br />
Kt 1,53 (tabela)<br />
K2<br />
m =<br />
3<br />
1,0 (tabela 11) não corrigido<br />
σ ⋅C<br />
2⋅<br />
Mt ⋅ K<br />
v<br />
t<br />
⋅ K<br />
1<br />
⋅ K ⋅Y<br />
⋅ Z ⋅ K<br />
2<br />
=<br />
3<br />
2⋅<br />
300⋅1,<br />
53⋅1,<br />
5<br />
3⋅<br />
0,<br />
86⋅<br />
0,<br />
408⋅10<br />
⋅50<br />
⋅1<br />
f) dp = m. Z dp = 3.50 dp = 150 mm<br />
dc = dp + 2 m = 150 + 2 . 3 dc = .256 mm<br />
l = K . m => 1 = 10 . 3 => l = 30 mm<br />
Z = 50 <strong>de</strong>ntes<br />
β = 20º (navalha nº 6)<br />
350
2. Dimensionar o par <strong>de</strong> Engrenagens. Dados: O perfil evolvente β = 20º não corrigido n =<br />
1200 rpm (rotação do pinhão). R = 4/1 (razão <strong>de</strong> redução). Carregamento com choques,<br />
engrenagens <strong>de</strong> média precisão. Material usado: aço SAE 1045 σR = 60 Kg/mm 2 .<br />
Potencial a transmitir N = 10 CV<br />
Mt =<br />
N<br />
W<br />
10⋅<br />
30⋅<br />
75<br />
=<br />
π ⋅1200<br />
Mt ≅ 6Kgm = 6000 Kg.mm<br />
Kt = 1,53 (tabelado)<br />
K1 = 1,5 (tabelado)<br />
σ<br />
σ =<br />
K<br />
rup<br />
S<br />
60<br />
=<br />
5<br />
K l = K.m K = 10 (tabelado)<br />
Z = 17<br />
Y = 0,302<br />
β = 20º<br />
Z = 17 <strong>de</strong>ntes (adotado)<br />
Cv’ = 0,7 (arbitrado)<br />
K2 = (p/ perfil envolvente)<br />
2⋅<br />
6000⋅1,<br />
53⋅1,<br />
5<br />
12⋅10<br />
⋅0,<br />
302⋅17<br />
⋅0,<br />
7 ⋅1<br />
m = 3<br />
= 3,55mm<br />
dp1 = m.Z = 3,55 X 17 = 60<br />
π ⋅ d p ⋅ n π ⋅60<br />
⋅1200<br />
V = =<br />
= 3760 mm/seg ou V = 3,76 m/s<br />
60 60<br />
6 6<br />
= =<br />
6 + v 6 + 3,<br />
76<br />
C v Cv = 0,62<br />
C<br />
0,<br />
7<br />
v1<br />
m 3<br />
3<br />
2 = m1<br />
⋅ = 3, 55⋅<br />
= 3,7 M = 3,75 (mais próximo padronizado)<br />
Cv<br />
2 0,<br />
62<br />
dp = m . Z = 3,75 . 17 = 63,6<br />
dc = m . Z + 2 m = 71,3<br />
l = K .m l = 10 . 3,75 l = 37,5<br />
Usar navalha nº 1 (tabelado em função do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes).<br />
Cálculo da Outra Engrenagem que está acoplada<br />
351
m = 3,75<br />
dp = m. Z = 3,75. 68 dp = 255<br />
dc = 255 + 7,5 dc = 262,5<br />
l = 10 . 3,75 1 = 37,5<br />
Navalha nº 7 (em função do nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes)<br />
Aço SAE 1045 (mesmo da outra)<br />
3. Dá-se N = 16 Cv (potência a transmitir), n = 900 rpm (rotação do pinhão), E = 180 mm (+<br />
5%). Perfil envolvente, corrigido β = 20º carregamento pulsativo, com oscilação <strong>de</strong> carga.<br />
Engrenagem <strong>de</strong> alta precisão. Material usado SAE 1045 com σr = 60 Kg/mm 2 .<br />
Resolução:<br />
n1<br />
R = 3<br />
n<br />
2<br />
1<br />
900<br />
n<br />
n 1 r2<br />
= r2 = 3 . r1<br />
n<br />
2<br />
r<br />
Mas 180 = r2 + r1 <br />
= n2 = 300 rpm<br />
2<br />
3 ⋅180<br />
=<br />
4<br />
r 2<br />
r2 = 135<br />
r1 = 45 dp1 = 2 . r1 dp1 = 90<br />
16⋅<br />
75⋅<br />
30<br />
M t = = 12,7 Kgm<br />
π ⋅900<br />
σ<br />
σ =<br />
K<br />
rup<br />
S<br />
Kt = 1,43<br />
K1 = 1,35<br />
K2 = 1,0<br />
60<br />
=<br />
4<br />
C v<br />
5,<br />
6<br />
=<br />
5,<br />
6 +<br />
v<br />
π ⋅d<br />
⋅n<br />
π ⋅90<br />
⋅900<br />
v = W ⋅ R = =<br />
= 4,25 m/s → v = 2,<br />
06 m/s<br />
60 60⋅1000<br />
5,<br />
6<br />
Logo v =<br />
5,<br />
6 + 2,<br />
06<br />
Adota-se K = 10<br />
C Cv = 0,75<br />
Y = 0,3 (em média)<br />
2⋅12700<br />
⋅1,<br />
43⋅1,<br />
35<br />
15⋅<br />
0,<br />
75⋅<br />
0,<br />
3⋅1⋅<br />
90⋅10<br />
m = 3<br />
m = 4,07<br />
352
dp = m ⋅ Z <br />
1<br />
β = 20º<br />
1<br />
90<br />
1<br />
4,<br />
07<br />
= Z = 22<br />
Z = 22 Y = 0,330<br />
Y1<br />
0,<br />
3<br />
m 2 = m1<br />
⋅ = 4,<br />
07⋅<br />
m = 4 (mais próximo padronizado)<br />
Y 0,<br />
33<br />
Z<br />
1<br />
d<br />
=<br />
m<br />
p1<br />
2<br />
p/ Z1 = 22<br />
=<br />
2<br />
90<br />
4<br />
dp1 = 22.4 = 88<br />
= 22,5<br />
p/ Z2 = 22 X 3 = 66<br />
dp2 = 4 X 66 = 264<br />
r1 + r2 = 176 E = 176<br />
180 171<br />
±5% 189<br />
p/ Z1 = 23 dp1 = 23 X 4=92<br />
p/ Z2 = 23 X 3 = 69 dp2 = 69 X 4 = 276<br />
E = 184 = r1 + r2<br />
logo qualquer das aproximações é aceitável.<br />
11.3.5 -VERIFICAÇÃO DO DESGASTE<br />
As engrenagens, nas quais o perigo do <strong>de</strong>sgaste é maior que o perigo da ruptura são<br />
chamadas <strong>de</strong> engrenagens <strong>de</strong> trabalho. São as engrenagens muito velozes ou as que<br />
funcionam por períodos muito longos (sem que aconteçam sobrecargas notáveis).<br />
O dimensionamento baseado no <strong>de</strong>sgaste consiste em:<br />
“Verificar que a pressão <strong>de</strong> contato, calculada com as fórmulas <strong>de</strong> HERTZ, quando o<br />
contato se dá sobre as primitivas, seja inferior a um valor admissível experimental, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
da dureza BRINELL do material e do número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga sobre a engrenagem”.<br />
OBS: Supõe-se aqui que as condições <strong>de</strong> lubrificação sejam boas e que não exista nenhum<br />
meio abrasivo interferindo no funcionamento par em estudo.<br />
353
FÓRMULA DE HERTZ:<br />
Figura 4 – Condições <strong>de</strong> lubrificação.<br />
S<br />
1<br />
1 1<br />
+<br />
ρ ρ<br />
1 1<br />
+<br />
E E<br />
1 2<br />
σ c = 0,<br />
35 ⋅ ⋅<br />
(17)<br />
σc = tensão <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> HERTZ ou tensão atuante<br />
S = força total sobre o <strong>de</strong>nte:<br />
P<br />
S =<br />
cos β<br />
E1; E2 = módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> dos materiais em contato<br />
ρ1; ρ2 = raios <strong>de</strong> curvatura principais mínimos das superfícies dos <strong>de</strong>ntes em contato.<br />
mo<br />
⋅ Z1<br />
ρ1 = r1<br />
⋅ senβ<br />
= ⋅ senβ<br />
2<br />
mo<br />
⋅ Z 2<br />
ρ 2 = r2<br />
⋅ senβ<br />
= ⋅ senβ<br />
2<br />
HERTZ:<br />
1<br />
Desenvolvendo a expressão anterior, chegamos à fórmula da pressão <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />
4,<br />
4 ⋅ P<br />
Z<br />
+ Z<br />
2<br />
1 2 1 2<br />
σ c =<br />
⋅ ⋅<br />
(18)<br />
1⋅<br />
p ⋅ sen2β<br />
Z1<br />
⋅ Z 2 E1<br />
+ E2<br />
A tensão <strong>de</strong> contato admissível (experimental) vale:<br />
0,<br />
5⋅<br />
H<br />
σ<br />
c ⋅ adm =<br />
⎛ g ⎞<br />
⎜ ⎟ 6<br />
⎝10<br />
⎠<br />
B<br />
1<br />
6<br />
2<br />
E<br />
⋅ E<br />
354
On<strong>de</strong>:<br />
HB - dureza BRINELL do material (tabelado)<br />
OBS: <strong>para</strong> o aço e na falta <strong>de</strong> tabela: HB ≅ 3 σR (Kg/mm 2 )<br />
tabelado)<br />
g - número <strong>de</strong> repetições dos ciclos <strong>de</strong> carga (função do nº <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> funcionamento -<br />
g = 60 . n . hf sendo n (RPM)<br />
A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> σc ≤ σc admissível <strong>de</strong>ve ser verificada. Com esta condição chega-se a:<br />
sen2β<br />
Z ⋅ Z E + E<br />
= (19) O valor da força tangencial<br />
1 2 1 2 2<br />
P ⋅1<br />
⋅ p ⋅ ⋅ ⋅σ<br />
c<br />
4,<br />
4 Z1<br />
+ Z 2 E1<br />
⋅ E2<br />
O segundo membro e multiplica por Cv, <strong>para</strong> levar em conta as solicitações dinâmicas, e<br />
assim teremos:<br />
Obtemos: P ≤ 1 . p . C Cv<br />
sen2β<br />
Z1<br />
⋅ Z 2 E1<br />
+ E2<br />
2<br />
⋅1⋅<br />
p ⋅ ⋅ ⋅σ<br />
c ⋅ adm = C<br />
4,<br />
4 Z + Z E ⋅ E<br />
Indicando com Padm a força máxima tangencial admissível vem:<br />
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES<br />
On<strong>de</strong>:<br />
1<br />
2<br />
Padm = 1 . p . C . Cv<br />
Se acontecer Patuante > Padm po<strong>de</strong>mos variar:<br />
1. modificar l (comprimento do <strong>de</strong>nte)<br />
2. modificar o nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
3. aumentar a dureza BRINELL o que seria mais conveniente.<br />
Deve-se verificar: Pat ≤ Padm<br />
Mt<br />
Pat = (força tangencial atuante máxima)<br />
r<br />
Módulos Normalizados (m.m)<br />
0,3 – 0,4....0,9<br />
1,0 – 125.... 3,75<br />
4,0 – 4,5 ... 6,5<br />
7,0 – 8,0 ... 15<br />
1<br />
2<br />
16 – 18 ... 24<br />
27 – 30 ... 42<br />
45 – 50 ... 75<br />
Tabela 3 – Normalização <strong>de</strong> módulos.<br />
355
Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>para</strong> evitar interferências<br />
Tipo <strong>de</strong> transmissão β = 20º β = 149º 30’<br />
Pequenas velocida<strong>de</strong>s -pequenas cargas 10 18<br />
Velocida<strong>de</strong>s médias (6 a 9 m/s) 12 24<br />
Gran<strong>de</strong>s velocida<strong>de</strong>s (15m/s - cargas gran<strong>de</strong>s) 16 30<br />
Engrenamento externo Z1 + Z2 ≥ 24<br />
Engrenamento interno Z2 – Z1 ≥ 10<br />
Tabela 4 – Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes.<br />
Fatores <strong>de</strong> Forma Y<br />
Z1<br />
β = 149º<br />
30’<br />
β = 20º Z1<br />
β = 149º<br />
30’<br />
β = 20º<br />
12 0,210 0,245 28 0,314. 0,352<br />
13 0,220 0,261 30 0,320 0,358<br />
14 0,226 0,276 34 0,327 0,371<br />
15 0,236 0,289 38 0,333 0,333<br />
16 0,242 0,295 43 0,346 0,396<br />
17 0,251 0,302 50 0,352 0,408<br />
18 0,261 0,308 60 0,358 0,421<br />
19 0,273 0,314 75 0,364 0,434<br />
20 0,283 0,320 100 0,371 0,446<br />
21 0,289 0,327 150 0,377 0,459<br />
22 0,292 0,330 300 0,383 0,471<br />
24 0,298 0,336 — 0,390 0,484<br />
26 0,307 0,346 — — —<br />
Materiais usados em engrenagens:<br />
Material<br />
Tabela 5 – Fatores <strong>de</strong> Forma.<br />
σR<br />
(Kg/mm 2 )<br />
HB<br />
SAE-1035 30 a 45 150<br />
SAE-1045 55 a 60 170<br />
SAE-1060 65 a70 200<br />
SAE-8640 70 a 85 -<br />
SAE-4140 85 a 90 -<br />
Ferro Fundido 21 220<br />
Tabela 6 – Materiais usados em engrenagens.<br />
356
ESPÉCIES DE MÁQUINAS<br />
Instrumento e aparelhos <strong>de</strong> pouco uso.<br />
Aparelhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração, dispositivos <strong>para</strong> manobra <strong>de</strong> portões<br />
corrediços.<br />
Duração em horas<br />
<strong>de</strong> funcionamento<br />
Motores <strong>de</strong> avião. 1000 – 2000<br />
Máquinas <strong>para</strong> serviço curto ou intermitente, quando eventuais<br />
perturbações <strong>de</strong> serviço são <strong>de</strong> pouca importância:<br />
Máquinas - ferramentas manuais: aparelhos <strong>de</strong> elevação <strong>para</strong><br />
oficinas; <strong>máquinas</strong> manuais em geral, <strong>máquinas</strong> agrícolas;<br />
guindastes <strong>de</strong> montagem; aparelhos domésticos.<br />
Máquina <strong>para</strong> serviço intermitente, quando eventuais perturbações<br />
<strong>de</strong> serviço são <strong>de</strong> muita importância:<br />
Máquinas auxiliares <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> força; equipamento <strong>de</strong><br />
transporte <strong>para</strong> fabricação contínua; elevadores; guindastes <strong>para</strong><br />
carga real; <strong>máquinas</strong> - ferramentas <strong>de</strong> pouco uso.<br />
Máquinas <strong>para</strong> 8 horas <strong>de</strong> serviço diário não utilizado inteiramente.<br />
hf<br />
500<br />
4000 - 8000<br />
8000 - 12000<br />
Motores elétricos estacionários, engrenagens <strong>para</strong> fins gerais. 12000 - 20000<br />
Máquinas <strong>para</strong> 8 horas <strong>de</strong> serviços diários, utilizados inteiramente.<br />
Máquinas <strong>para</strong> oficinas mecânicas em geral; guindaste <strong>para</strong> trabalho<br />
contínuo; ventiladores, transmissões intermediárias.<br />
Máquinas centrífugas; bombas; transmissões; elevadores <strong>de</strong> minas;<br />
motores elétricos estacionários, <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> serviço contínuo em<br />
navios <strong>de</strong> guerra.<br />
Máquinas <strong>para</strong> a fabricação <strong>de</strong> celulose e papel; <strong>máquinas</strong> <strong>para</strong> o<br />
serviço público <strong>de</strong> força motriz; bombas <strong>para</strong> abastecimentos<br />
públicos <strong>de</strong> água; <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> serviço contínuo em navios<br />
mercantes.<br />
Tabela 7 – Espécie <strong>de</strong> Máquinas.<br />
20000 - 30000<br />
40000 - 60000<br />
100000 - 200000<br />
357
11.3.6 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS<br />
1 . Um trem simples <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas retas tem as seguintes características:<br />
N = 100 CV - potências motoras<br />
n = 1600 RPM - rotação do pinhão<br />
R = 3,75/1 - relação <strong>de</strong> redução<br />
β = 20º - ângulo <strong>de</strong> pressão<br />
Engrenagens <strong>de</strong> média precisão, <strong>de</strong> aço SAE-1060, sujeitos a condições extremamente<br />
<strong>de</strong>sfavoráveis.<br />
O mecanismo pertence a uma máquina <strong>para</strong> oito horas <strong>de</strong> serviço diário, não utilizado<br />
inteiramente.<br />
PEDE—SE:<br />
a) Dimensionar o par quanto à resistência<br />
b) Verificar o par quanto ao <strong>de</strong>sgaste<br />
c) Com croquis da solução encontrada<br />
Solução:<br />
a) Cálculo é dado por:<br />
m<br />
≥<br />
3 σ R<br />
2⋅<br />
M<br />
K<br />
S<br />
t<br />
⋅C<br />
v<br />
⋅ K<br />
t<br />
⋅ K<br />
1<br />
⋅ K ⋅Y<br />
⋅ Z<br />
1. Momento <strong>de</strong> torção:<br />
M t<br />
=<br />
N<br />
w<br />
100⋅<br />
75⋅<br />
30⋅10<br />
=<br />
π ⋅1600<br />
3<br />
=<br />
44.<br />
800<br />
mm.<br />
Kg<br />
2. Material: SAE-1060 - σR = 70 Kg/mm 2<br />
3. Coeficientes <strong>de</strong> segurança:<br />
Ks = 6 (condições extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis)<br />
4. Fator velocida<strong>de</strong>:<br />
Cv’ = 0,7 (arbitrado em 1ª aproximação)<br />
5. Fator <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>:<br />
Adotaremos:<br />
K = 20 (gran<strong>de</strong>s potências).<br />
6. Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens:<br />
3,<br />
75<br />
R<br />
= =<br />
1<br />
60<br />
15<br />
358
Z1 = 16 <strong>de</strong>ntes (pinhão)<br />
Z2 = 60 <strong>de</strong>ntes (coroa)<br />
7. Fator <strong>de</strong> forma:<br />
Y = 0,295 (em função <strong>de</strong> Z1 = 16 e β = 20º)<br />
8. Módulo em 1ª aproximação:<br />
X<br />
=<br />
σ<br />
K<br />
R<br />
S<br />
2⋅ M t 2⋅<br />
44⋅<br />
800⋅<br />
6⋅<br />
K t ⋅ K1<br />
=<br />
=<br />
70⋅<br />
20⋅<br />
0,<br />
295⋅16<br />
⋅C<br />
⋅ K ⋅Y<br />
⋅ Z<br />
v<br />
v<br />
X 81,<br />
3<br />
m'<br />
= 3 = 3 = 4,<br />
85<br />
C ' 0,<br />
7<br />
m‘ = 5,0 mm (padronizado)<br />
mm<br />
9. Diâmetro primitivo em 1ª aproximação:<br />
d1 = m . Z1 = 5,0 . 16 = 80 mm<br />
10. Velocida<strong>de</strong> periférica em 1ª aproximação:<br />
⋅ d1<br />
⋅ n1<br />
v = = 6,<br />
7 m / s<br />
3<br />
6 × 10<br />
π<br />
11. Fator velocida<strong>de</strong> em 2ª aproximação:<br />
C v<br />
C v<br />
6<br />
" = (média precisão)<br />
6 + v<br />
6<br />
" = =<br />
6 + 6,<br />
7<br />
0,<br />
473<br />
81,<br />
3<br />
12. Módulo em 2ª aproximação: (o valor encontrado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> padronizado, será<br />
adotado como final):<br />
X 81,<br />
3<br />
m"<br />
= 3 = 3 = 5,<br />
7 mm<br />
C " 0,<br />
473<br />
M = 6,00 mm<br />
v<br />
b) Verificação ao <strong>de</strong>sgaste: Condição <strong>de</strong> verificação:<br />
Pat ≤ Padm<br />
1. Força tangencial atuante:<br />
P<br />
at<br />
M<br />
=<br />
r<br />
t1<br />
1<br />
2⋅<br />
M t<br />
=<br />
m⋅<br />
Z<br />
1<br />
1<br />
2⋅<br />
44800<br />
= = 940<br />
6⋅16<br />
Kg<br />
2. Força <strong>de</strong> contato admissível: Padm = l. p .C . Cv<br />
359
On<strong>de</strong>:<br />
sen<br />
β<br />
Z<br />
⋅ Z<br />
+ E<br />
C =<br />
2<br />
4 ⋅ 4<br />
1 2<br />
⋅<br />
Z1<br />
+ Z 2<br />
1 2 2<br />
⋅ ⋅σ<br />
c adm<br />
E1<br />
⋅ E2<br />
E<br />
3. Largura das engrenagens: l = K . m = 20.6 = 120 mm<br />
4. Passo das engrenagens: p = m . π = 6,0 . 3,14 = 18,84 mm<br />
5. Fator velocida<strong>de</strong>: Cv = 0,47.3 (adotado como valor final, por simplificida<strong>de</strong>).<br />
6. Cálculo da fator C:<br />
σ<br />
c adm<br />
0,<br />
5HB<br />
=<br />
g<br />
6<br />
6<br />
10<br />
HB = 200 (sem tratamento térmico)<br />
g = 60.n.h = 60. 1. 600. 15000 = 1440.10 6 ciclos <strong>de</strong> carga<br />
hf = 15000 horas <strong>de</strong> funcionamento<br />
σ c adm<br />
0,<br />
5⋅<br />
200<br />
= = 29,<br />
8<br />
6<br />
1440<br />
E1 = E2 = 21.10 3 Kg/mm 2 (módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do aço)<br />
=<br />
4,<br />
4<br />
sen<br />
C<br />
3<br />
40º 16⋅<br />
60 42×<br />
10<br />
−3<br />
⋅ ⋅ ⋅885<br />
= 155×<br />
10<br />
3<br />
16 + 60<br />
7. Força admissível:<br />
441×<br />
10<br />
Padm = 1.p.C.Cv = 120. 18,84. 155. 10 -3 . 0,0473 = 165 K<br />
8. A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>: Pat ≤ Padm não foi atendida.<br />
Uma das modificações que po<strong>de</strong>ria resolver o problema consiste em cementar as peças,<br />
com isto a dureza Brinell tríplice, bastando, então multiplicar por 9 (nove) o valor do Padm.<br />
A nova Padm fica igual a:<br />
Padm = 9. 165 = 1485 Kg<br />
360
Comentando as peças fica verificado o par quanto ao <strong>de</strong>sgaste.<br />
n = 6,0 mm<br />
z1 = 16 <strong>de</strong>ntes<br />
d1 = 96 mm<br />
<strong>de</strong>1= 108 mm<br />
p = 18,84 mm<br />
z2 = 60 <strong>de</strong>ntes<br />
d2 = 360 mm<br />
<strong>de</strong>2= 372 mm<br />
l = 120 mm<br />
11.4 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS<br />
11.4.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />
Figura 5 – Engrenagens Cilíndricas.<br />
O cálculo é feito no plano, normal no eixo do <strong>de</strong>nte. Neste plano, o <strong>de</strong>nte helicoidal po<strong>de</strong><br />
ser aproximado ao <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta com número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual ao<br />
número virtual com o ângulo <strong>de</strong> processo:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Padm = carga admissível no plano normal<br />
P<br />
P<br />
adm<br />
adm<br />
σ r ⋅C<br />
v<br />
= Y * ⋅b<br />
⋅ Pn<br />
⋅<br />
K<br />
= P<br />
adm<br />
S<br />
σ r ⋅ Cv<br />
⋅ n ⋅ cosα = Y * ⋅b<br />
⋅ Pn<br />
⋅ ⋅ cosα<br />
K<br />
Pn < Padm - Condição <strong>de</strong> Cálculo<br />
A condição no plano normal ao eixo da engrenagem passa a ser:<br />
P<br />
P<br />
adm<br />
adm<br />
β σ r ⋅C<br />
v<br />
= Y * ⋅ f ⋅ ⋅ M n ⋅π<br />
⋅ ⋅cos<br />
α<br />
cosα<br />
K<br />
σ r ⋅ Cv<br />
= Y *<br />
⋅ f ⋅1<br />
⋅ mn<br />
⋅<br />
K<br />
S<br />
S<br />
S<br />
P ≤ Padm<br />
361
2⋅<br />
M<br />
P =<br />
d<br />
n<br />
t<br />
2⋅<br />
M t 2⋅<br />
M t ⋅cos<br />
α<br />
= =<br />
M ⋅ Z M ⋅ 2<br />
f<br />
2⋅<br />
M t ⋅cos<br />
α<br />
σ r ⋅C<br />
≤ Y * ⋅ f ⋅1⋅<br />
mn<br />
⋅<br />
M ⋅2<br />
K<br />
11.4.2 - VERIFICAÇÃO DO DESGASTE<br />
n<br />
M<br />
n<br />
S<br />
v<br />
sendo l=k<br />
2 ⋅ M t ⋅ cosα<br />
⋅ K1<br />
⋅ K t<br />
≥<br />
3 σ r ⋅ Cv<br />
⋅ Y * ⋅ f ⋅ K ⋅ Z<br />
K<br />
S<br />
A relação S e Sf e a mesma entre os raios <strong>de</strong> curvatura dadas na fórmula <strong>de</strong> HERTZ.<br />
Disto conclui-se que se po<strong>de</strong> verificar a engrenagem helicoidal ao <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rando um<br />
par <strong>de</strong> rodas cilíndricas tendo a mesma seção frontal <strong>de</strong> um par helicoidal, isto é, tendo o<br />
(20)<br />
mesmo número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, mesmo modulo e mesmo ângulo <strong>de</strong> pressão frontal.<br />
P = C ⋅1<br />
⋅ pf ⋅ C<br />
adm<br />
on<strong>de</strong><br />
f<br />
sen<br />
β<br />
v<br />
Z<br />
⋅ Z<br />
E + E<br />
C f =<br />
2<br />
1 1 2<br />
⋅<br />
4 ⋅ 4 Z1<br />
+ Z 2<br />
1 2 2<br />
⋅ ⋅σ<br />
c adm<br />
E1<br />
⋅ E2<br />
P ≤ Padm<br />
on<strong>de</strong>: σc adm 2 é um valor experimental, tem o mesmo valor usado nas cilíndricas retas.<br />
σ<br />
2<br />
c adm<br />
0,<br />
5HB<br />
=<br />
g<br />
6<br />
10<br />
6<br />
11.4.3 – EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS<br />
1. OBS: neste exercício aparecerão algumas fórmulas que não foram vista anteriormente.<br />
Dimensionar o par <strong>de</strong> Engrenagens cilíndricas helicoidais <strong>de</strong> eixos <strong>para</strong>lelos, sendo<br />
dados:<br />
N = 10 CV potência a transmitir<br />
n = 1200 rpm rotação do pinhão<br />
R = 4/1 razão <strong>de</strong> redução<br />
perfil envolvente, não corrigido, β = 20º, α=22º, carregamento com choques, aço SAE<br />
1045 com<br />
σr = 60 Kg/mm 2<br />
362
vida das engrenagens 20.000 horas.<br />
a) dimensionar pela resistência<br />
b) verificação pelo <strong>de</strong>sgaste<br />
c) cálculo do rendimento<br />
m<br />
3<br />
n ≥<br />
σ<br />
2 ⋅ M<br />
t<br />
cosα<br />
⋅ K<br />
1<br />
⋅ Y * ⋅Z<br />
⋅ K ⋅ C<br />
10⋅<br />
75⋅<br />
30<br />
= = 6<br />
π ⋅1200<br />
⋅ K<br />
v<br />
t<br />
⋅ f<br />
M t<br />
Mt = 6000 Kg.mm<br />
cos α = cos 22º = 0,93<br />
K1 = 1,5 Kt = 1,53 σ = σr/Ks = 60/5 = 12 Kg/mm 2<br />
Zv = 17 <strong>de</strong>ntes valor tirada da tabela <strong>para</strong> não haja interferência.<br />
Zv = Z/cos 3 α Z = Zv . cos 3 α = 17 . 0,8 ≅ 14<br />
K = 10 (adotado) Z = 17<br />
f = 1,5 (adotado) Y* β = 20º Y* = 0,302<br />
Cv = 0,7 (adotado)<br />
Substituindo, teremos:<br />
m n<br />
m n<br />
≥<br />
3<br />
2⋅<br />
6000⋅<br />
0,<br />
93⋅1,<br />
5⋅1,<br />
53<br />
12⋅<br />
0,<br />
302⋅10<br />
⋅14<br />
⋅0,<br />
7 ⋅1,<br />
5<br />
2⋅<br />
60⋅<br />
0,<br />
93⋅1,<br />
53<br />
≥ 3 =<br />
1,<br />
2⋅<br />
3,<br />
02⋅1,<br />
4 ⋅0,<br />
7<br />
3,<br />
65<br />
mn<br />
⋅ Z 3,<br />
65⋅14<br />
d p = = = 55 r=27,5<br />
cosα<br />
0,<br />
93<br />
π ⋅1200<br />
v = Wr<br />
= ⋅27,<br />
5 v = 3,46 m/s<br />
30<br />
Logo:<br />
C v<br />
6<br />
= =<br />
6 + 3,<br />
46<br />
0,<br />
63<br />
Cv<br />
0,<br />
7<br />
⋅ 3 = 3,<br />
65⋅<br />
= 3,<br />
74<br />
C ' 0,<br />
63<br />
m n ' = mn<br />
3<br />
mn = 4 mais próximo padronizado<br />
v<br />
363
Verificação ao <strong>de</strong>sgaste:<br />
P =<br />
M<br />
v<br />
2⋅<br />
M ⋅cos<br />
α<br />
=<br />
mn<br />
⋅ Z<br />
2⋅<br />
6000⋅<br />
0,<br />
93<br />
P =<br />
= 200 Kg<br />
4⋅14<br />
P = l * p ⋅C<br />
⋅ C (21)<br />
adm<br />
l* = 1,5 . K . mn = 1,5 . 10 . 4 = 60,0 mm<br />
p<br />
f<br />
mn<br />
⋅π<br />
4⋅π<br />
= = = 13,<br />
6 mm<br />
cosα<br />
0,<br />
93<br />
sen2β<br />
Z<br />
⋅ Z<br />
+ E<br />
f 1 2 1 2 2<br />
C f = ⋅ ⋅ ⋅σ<br />
adm<br />
4,<br />
4 Z1<br />
+ Z 2 E1<br />
⋅ E2<br />
tan β n tan 20º<br />
tan β f = = = 0,<br />
391 βf = 21º30’<br />
cosα<br />
0,<br />
93<br />
R = 4/1<br />
HB = 3 σr<br />
σ<br />
c adm<br />
=<br />
E<br />
Z1 = 14 Z2 = 56<br />
0,<br />
5<br />
⋅<br />
H B<br />
g<br />
10<br />
σr = 60 HB = 180<br />
6<br />
g = 60 n n hf = 60 . 1200 . 20000 = 1,44 X 10 7<br />
Logo:<br />
=<br />
90<br />
= 26,<br />
9<br />
1440<br />
σ adm<br />
σadm<br />
4<br />
2 = 720<br />
Substituindo estes valores teremos:<br />
C f<br />
4<br />
0,<br />
68 14⋅<br />
56 4,<br />
2×<br />
10<br />
= ⋅ ⋅ ⋅720<br />
= 0,<br />
12<br />
8<br />
4,<br />
4 14 + 56 4,<br />
41×<br />
10<br />
Padm ≤ 60,0 . 13,6 . 0,12 . 0,63 Padm ≤ 66,5 200 ≤ 66,5<br />
teremos portanto que recalcular Cf.<br />
200 ≤ 60,0 . 13,6 . 0,63 . Cf’<br />
Cf’ = 200/55,5 = 0,36<br />
Cf<br />
K . σc adm 2<br />
f<br />
f<br />
v<br />
364
2<br />
C' 2<br />
f ⋅σ<br />
c adm 0,<br />
36 ⋅ 720<br />
σ 'c<br />
adm = = = 2160 σc’<br />
C 0,<br />
12<br />
2 .= 46,5<br />
Logo:<br />
f<br />
0,<br />
5 ⋅ H B<br />
σ adm = = 46,<br />
5 <br />
6 g<br />
6<br />
10<br />
e conseqüentemente σr = 46,5<br />
Rendimento:<br />
η =<br />
cos<br />
2<br />
46, 5⋅<br />
3,<br />
35<br />
H B =<br />
H B ≥ 310<br />
0,<br />
5<br />
2<br />
cos α ⋅cos<br />
β n<br />
0,<br />
86⋅<br />
0,<br />
94<br />
=<br />
η = 92%<br />
2<br />
α ⋅cos<br />
β + f ⋅ sen α 0,<br />
86⋅<br />
0,<br />
94 + 0,<br />
1⋅<br />
0,<br />
68<br />
11.5 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS<br />
11.5.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />
A) ESTÁTICO<br />
mm = módulo médio<br />
⎛ K ⎞<br />
mm = m⋅<br />
⎜1−<br />
⋅ senε<br />
⎟<br />
⎝ Z ⎠<br />
1 Z<br />
K ≤ ⋅<br />
6 senε<br />
m<br />
3<br />
m ≥<br />
σ<br />
2 ⋅ M<br />
⋅ K ⋅Y<br />
* ⋅Z<br />
Y* fator <strong>de</strong> forma Zv (nº virtual <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes)<br />
β ângulo <strong>de</strong> pressão<br />
B) DINÂMICO<br />
m<br />
m ≥<br />
3<br />
σ ⋅ K ⋅Y<br />
* ⋅Z<br />
m ≥ 3<br />
σ<br />
t<br />
2⋅<br />
M<br />
v<br />
2 ⋅ M<br />
t<br />
v<br />
⎛ K ⎞<br />
⋅⎜1<br />
− ⋅sen<br />
ε ⎟<br />
⎝ Z ⎠<br />
⋅ K ⋅Y<br />
* ⋅Z<br />
t<br />
⋅ K<br />
t<br />
v<br />
⋅ K<br />
⋅K<br />
Fórmula <strong>de</strong> Lewis<br />
2<br />
1<br />
3<br />
⋅ C<br />
v<br />
(22)<br />
(23)<br />
365
K1 fator <strong>de</strong> serviço<br />
K2 fator <strong>de</strong> correção do fator <strong>de</strong> forma<br />
K2 = 1,70 <strong>para</strong> todas engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />
m ≥<br />
3<br />
σ ⋅ K ⋅Y<br />
* ⋅Z<br />
2⋅<br />
M<br />
11.5.2 - ROTEIRO DE CÁLCULO (ESQUEMA)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Cv m1 dp1 v1 Cv1 m2<br />
2<br />
v<br />
t<br />
⋅ K ⋅ K<br />
t<br />
1<br />
⎛ K ⎞<br />
⋅⎜1<br />
− ⋅sen<br />
ε ⎟<br />
⎝ Z ⎠<br />
m = m ⋅<br />
1<br />
3<br />
C<br />
C<br />
v<br />
v1<br />
3<br />
⋅ K<br />
2<br />
⋅C<br />
v<br />
(24)<br />
“Adota-se Cv = 0,7 e calcula-se m1 em seguida dp1, v1 e assim por diante”.<br />
11.5.3 - EXERCÍCIO RESOLVIDO<br />
1. Dimensionar a resistência, um par <strong>de</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos <strong>de</strong> eixos<br />
K1 = 1,5<br />
perpendiculares com razão <strong>de</strong> redução R = 19/7. A potência a transmitir é <strong>de</strong> 40 CV e o<br />
pinhão guiará a 2500 rpm. O material a usar será um aço <strong>de</strong> σr = 70 Kg/mm 2 . O<br />
carregamento será com choques, sob condições extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis. O perfil<br />
será envolvente β = 20º (corrigido). Quanto à precisão serão engrenagens comuns.<br />
Solução:<br />
N 40⋅<br />
75⋅<br />
30<br />
M t = = = 11,<br />
5 Kgm<br />
W π ⋅ 2500<br />
Kt = 1,43<br />
K2 = 1,70<br />
= σ<br />
σ<br />
K S<br />
1<br />
K ≤ ⋅<br />
6<br />
Mt = 11.500 Kg.mm<br />
rup<br />
=<br />
Z<br />
senε<br />
70<br />
6<br />
=<br />
11,<br />
8<br />
R = 19/7 Z1 = 3 X 7 = 21 (nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do pinhão)<br />
δ = ε1 + ε2 = 90º<br />
Kg / mm<br />
R = tg ε2 ∴ tg ε2 = 19/7 = 2,71 ε2 = 69º50’ e ε1 = 20º10’<br />
1 Z1<br />
1 21<br />
K ≤ ⋅ ≤ ⋅ K = 10,02 K ≅ 10<br />
6 sen20º<br />
10'<br />
6 0,<br />
34<br />
2<br />
366
Adotando Cv1 = 0,7<br />
3<br />
⎛ K ⎞ ⎛ 10 ⎞<br />
⎜1−<br />
⋅ senε<br />
⎟ = ⎜1−<br />
⋅ sen20º<br />
10'⎟<br />
⎝ Z ⎠ ⎝ 21 ⎠<br />
Z c<br />
Y*<br />
Z<br />
= =<br />
cos ε<br />
β = 20º<br />
21<br />
cos 20º<br />
10'<br />
=<br />
pela tabela Y* = 0,33<br />
m<br />
1<br />
=<br />
3<br />
11,<br />
8<br />
21<br />
0,<br />
94<br />
=<br />
3<br />
22,<br />
3<br />
2⋅11.<br />
500⋅1,<br />
43⋅1,<br />
50<br />
⋅0,<br />
33⋅<br />
22,<br />
3⋅<br />
0,<br />
58⋅<br />
0,<br />
7 ⋅1,<br />
70⋅10<br />
3<br />
m 1 = 83 m1 = 4,35<br />
dp1 = m1 . Z = 4,35 X 21 = 91,5 mm<br />
π ⋅ n π ⋅91,<br />
5×<br />
10<br />
= =<br />
60<br />
60<br />
d<br />
⋅ 2500<br />
⎛ 10 ⎞<br />
= ⎜1−<br />
⋅0,<br />
34⎟<br />
⎝ 21 ⎠<br />
−3<br />
v 1<br />
v1 = 12 m/s<br />
6 6 6<br />
= = =<br />
6 + v 6 + 12 18<br />
Cv 2<br />
Cv2 = 0,33<br />
3<br />
=<br />
3 ( 0,<br />
836)<br />
= 0,<br />
58<br />
0,<br />
7<br />
m 2 = m1<br />
= 4,<br />
35⋅<br />
2,<br />
1 m2 = 5,58 m = 6 (mais próximo padronizado)<br />
0,<br />
33<br />
Verificação ao <strong>de</strong>sgaste:<br />
Patuante ≤ Padm<br />
M<br />
r<br />
m<br />
t<br />
≤ l ⋅ p<br />
m<br />
⋅ C ⋅ C<br />
v<br />
1<br />
⋅<br />
K<br />
On<strong>de</strong>: Mt momento atuante<br />
rm raio médio<br />
r<br />
m<br />
d p l<br />
= − ⋅sen<br />
ε<br />
2 2<br />
l comprimento do <strong>de</strong>nte<br />
Pm-‘ passo médio<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Pm = π . mm = π . m (1 – K/z . sen ε)<br />
sen<br />
β<br />
Z<br />
⋅ Z<br />
C =<br />
2<br />
4,<br />
4<br />
v1<br />
v2<br />
⋅<br />
Z v1<br />
+ Z v2<br />
1 2 2<br />
⋅ ⋅σ<br />
c adm<br />
E1<br />
⋅ E2<br />
3<br />
E<br />
+ E<br />
367
H B<br />
σ c adm<br />
on<strong>de</strong> g = 60 . n . hf<br />
0,<br />
5 ⋅<br />
=<br />
g<br />
10<br />
HB = dureza Brinell<br />
6<br />
Cv Coeficiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong><br />
C v<br />
6<br />
=<br />
6 + v<br />
ou<br />
C v<br />
5,<br />
6<br />
=<br />
5,<br />
6 +<br />
v<br />
ou<br />
C v<br />
3<br />
=<br />
3 +<br />
K3 fator que leva em Conta a distribuição não uniforme <strong>de</strong> cargas sobre o <strong>de</strong>nte das<br />
Engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos.<br />
Verificação ao <strong>de</strong>sgaste <strong>para</strong> o problema anterior:<br />
M<br />
r<br />
m<br />
t<br />
≤ l ⋅ p<br />
m<br />
⋅ C ⋅ C<br />
Mt = 11.500Kg . mm<br />
d<br />
l<br />
2<br />
v<br />
1<br />
⋅<br />
K<br />
3<br />
p<br />
m = − ⋅ senε<br />
1 ; m = 6 dp = m . Z = 6 X 21<br />
r<br />
2<br />
l = K . m = 10 X 6 = 60<br />
sen ε1 = sen 20º10’ = 0,34<br />
rm = 126/2 – 60/2 . 0,34 = 52,65<br />
pm = π . m (1 – K/Z sen ε1) = π . 6 . (1 - 10/21 . 0,34) pm = 16<br />
Cv = 0,33 calculado anteriormente<br />
K3 = 1,4<br />
sen 2ε<br />
Z v1<br />
⋅ Z v2<br />
E1<br />
+ E2<br />
C = ⋅ ⋅ ⋅σ<br />
4,<br />
4 Z + Z E ⋅ E<br />
Z v<br />
Z<br />
Z<br />
E<br />
Z<br />
2<br />
v1<br />
v1<br />
1<br />
1<br />
v1<br />
=<br />
=<br />
⋅ Z<br />
+ Z<br />
+ E<br />
E ⋅ E<br />
v1<br />
21<br />
cos20º<br />
10'<br />
57<br />
cos 69º<br />
50'<br />
v2<br />
2<br />
v2<br />
2<br />
=<br />
=<br />
2,<br />
24<br />
v2<br />
= 165,<br />
2<br />
1<br />
( 0,<br />
224 + 1,<br />
652)<br />
×<br />
=<br />
2<br />
3<br />
⋅1,<br />
652×<br />
10<br />
× 10<br />
4<br />
4, 2 10<br />
−4<br />
= 0,<br />
95×<br />
10<br />
8<br />
4,<br />
4×<br />
10<br />
21<br />
0,<br />
94<br />
=<br />
22,<br />
4<br />
2<br />
2<br />
c adm<br />
= 19,<br />
7<br />
v<br />
(<strong>para</strong> aço com E = 2,1 X 10 4 Kg/mm 2 )<br />
368
0,<br />
5 ⋅ 210<br />
=<br />
g<br />
6<br />
10<br />
σ c adm<br />
se g = 60 . 2500 . 2000 g = 3 X 10 9<br />
=<br />
105 105<br />
=<br />
3000 3,<br />
8<br />
σ c adm<br />
σc adm 2 = 27,7 2 = 762<br />
Logo: C = 0,146/1 . 19,7 . 0,95 X 10 -4 . 762 C = 0,208<br />
Então: 11.500/52,65 ≤ 60 . 16 . 0,208 . 0,33 . 1/1,4 218 ≤ 47,066<br />
Não verificou, faremos uma correção aumentando a dureza do material.<br />
C = X . σc adm 2<br />
C 2<br />
C1 = ⋅σ<br />
'c adm mas<br />
σ<br />
2<br />
c adm<br />
1 H B<br />
Então: 2<br />
C H '<br />
σ<br />
σ<br />
2<br />
c adm<br />
' 2<br />
c adm<br />
=<br />
H<br />
H<br />
B<br />
B<br />
2<br />
C<br />
= logo: 218 ≤ 60 . 16 . 0,33 . 1/1,4 . C1 218 ≤ 227 C1<br />
C1 ≥ 218/227 = 0,96<br />
2<br />
C 1 H B<br />
=<br />
2 <br />
C H B '<br />
HB’ ≥ 450<br />
11.6 - PARAFUSO SEM FIM E COROA<br />
B<br />
'<br />
2 2 0,<br />
96<br />
H B ' = 210 ⋅ HB’<br />
0,<br />
208<br />
2 = 210 2 X 4,6<br />
11.6.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />
Sendo a coroa o elemento menos resistente, será o <strong>de</strong>terminante do módulo. A forma<br />
dos <strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> espessura variável, bem como o tipo <strong>de</strong> contacto, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários<br />
fatores, tais como o ângulo da rosca, ângulo <strong>de</strong> avanço do <strong>para</strong>fuso, dificultam ainda mais uma<br />
solução teórica precisa.<br />
Diante disso, adotam-se hipóteses simplificadoras que conduzem a resultados apenas<br />
aproximadas, não se consi<strong>de</strong>rando consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> rigorismo, como o fator <strong>de</strong> concentração<br />
<strong>de</strong> tensões, por exemplo. As fórmulas serão análogas aquelas das engrenagens cilíndricas<br />
helicoidais <strong>de</strong> eixos <strong>para</strong>lelos.<br />
A ruptura po<strong>de</strong>r-se-á dar por flexão ou por cisalhamento; Earle Buchinghan, aconselha,<br />
<strong>para</strong> a flexão, <strong>de</strong>terminar o modulo pela equação <strong>de</strong> Lewis.<br />
369
on<strong>de</strong> o índice c se refere a coroa.<br />
fórmula:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
2 ⋅ M<br />
⋅ cosα<br />
tc c<br />
m 3<br />
n ≥<br />
(26)<br />
K ⋅Y<br />
* ⋅Z<br />
c ⋅σ<br />
Para o cisalhamento, a mesma autorida<strong>de</strong> aconselha a <strong>de</strong>terminar a resistência pela<br />
F<br />
τ<br />
2<br />
= ⋅ S ⋅τ<br />
3<br />
Pat ≤ Fτ (26)<br />
Fτ é o esforço cortante a que po<strong>de</strong> resistir o <strong>de</strong>nte (1 X g).<br />
S = λ . 1 . PAP - é um valor proporcional à área resistente (mm 2 )<br />
λ - é uma constante<br />
l - é o comprimento do helicoi<strong>de</strong><br />
τ - é a tensão <strong>de</strong> cisalhamento do material (Kg/mm 2 )<br />
PAP - é o passo axial do <strong>para</strong>fuso<br />
βα (P)<br />
14º3<br />
0’<br />
20º 25º 30º<br />
λ 0,60 0,70 0,75 0,75<br />
Tabela 8 – Passo axial do <strong>para</strong>fuso.<br />
11.6.2 - DIMENSIONAMENTO PELO DESGASTE<br />
Earle Buckingham aconselha o uso da fórmula abaixo <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação da força<br />
resistente que o <strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> suportar:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
dpc é o diânetro primitivo da coroa (mm)<br />
b é a largura da coroa (mm)<br />
Padm = dpc . b . K1 Pat ≤ Padm (27)<br />
K1 é o fator <strong>de</strong> pressão em Kg/mm 2 , obtido do quadro abaixo:<br />
370
Material Fator <strong>de</strong> Pressão (K1) [K1 – Kg/cm 2 ]<br />
Parafuso Coroa γp = 0 a 10º γp = 10º a 25º γp >25º<br />
Aço (250 BR) Bronze fosforoso 420 500 650<br />
Aço cementado Bronze fosforoso 560 700 850<br />
Aço cementado Bronze fosforoso 850 1050 1300<br />
Ferro Fundido Bronze fosforoso 1050 1300 1600<br />
OBS: γp – ângulo <strong>de</strong> avanço do <strong>para</strong>fuso<br />
Tabela 9 – Fatores <strong>de</strong> Pressão.<br />
αc – ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice da coroa<br />
γp = αc<br />
Figura 6 – Ângulo <strong>de</strong> inclinação.<br />
11.6.3 - VERIFICAÇÃO DISSIPAÇÃO DE CALOR<br />
On<strong>de</strong> R - razão <strong>de</strong> redução<br />
C - distância entre eixos em mm<br />
N CV<br />
1<br />
1,<br />
9 ⋅ C<br />
=<br />
R + C<br />
N CV - potência que po<strong>de</strong> ser transmitida sob condições admissíveis <strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong><br />
calor. Se a caixa da engrenagem fica muito quente, o óleo po<strong>de</strong> tornar-se muito fino e<br />
ser expulso das superfícies pela pressão <strong>de</strong> contacto. Se isto acontecer, o atrito<br />
aumentara, mais calor será produzido e, finalmente, ocorrera sério <strong>de</strong>sgaste. Os<br />
lubrificantes <strong>de</strong> extrema pressão (EP) reduzem as dificulda<strong>de</strong>s resultantes do atrito<br />
combinado, tornando possível capacida<strong>de</strong>s mais elevadas.<br />
, 7<br />
371
11.6.4 - RENDIMENTO DOS PARAFUSOS SEM-FIM<br />
Um estudo das forças na área <strong>de</strong> contacto conduzirá a uma expressão <strong>para</strong> o<br />
rendimento. A reação da superfície, <strong>para</strong> a análise das forças, po<strong>de</strong> ser admitida num ponto O<br />
(figura 7).<br />
Figura 7 – Análise das forças <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem-fim.<br />
A força N é perpendicular à superfície naquele ponto e é mostrada atuando sobre o sem-<br />
fim; assim sua projeção sobre o plano Zy, fará segundo um ângulo βα com o eixo dos Z on<strong>de</strong> βα<br />
é o angulo <strong>de</strong> pressão num plano dimensional. Sua projeção sobre o plano ZX se fará segundo<br />
um ângulo γ com o eixo dos Z on<strong>de</strong> γ é o ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> rosca.<br />
O plano abcd é ao eixo dos Z e abcd retângulo. O ângulo doc é βα o ângulo <strong>de</strong> pressão<br />
no plano normal é βu = ângulo aôb. A relação entre estes ângulos é a seguinte:<br />
ab<br />
tan β n = e tan βα<br />
=<br />
CO<br />
como po<strong>de</strong> ser visto na fig. anterior. Dividindo tg βn por tg βα e notando que ab = dc, obtemos:<br />
tan β<br />
tan β<br />
n<br />
a<br />
CO<br />
= = cosγ<br />
bO<br />
dc<br />
CO<br />
ou tg βn = tg βα . cos γ (28)<br />
Além da força normal existe a força <strong>de</strong> atrito que é tangente à hélice e fica no plano xZ.<br />
A reação total do plano é a soma vetorial <strong>de</strong>stas duas forças. As forças nas quais estamos<br />
interessados são as <strong>componentes</strong> x, y e z da reação total da superfície, chamadas<br />
respectivamente wt, S e Ft conforme a fig. Vamos relacioná-las com N e Ff = fN. A componente<br />
<strong>de</strong> N sobre Ob é N cos βu. A componente <strong>de</strong> N cos βu ao longo do eixo dos Z é N cos βu . cos γ ,<br />
que atua <strong>para</strong> baixo. A componente da força vertical <strong>de</strong> atrito Ff é fN sen γ quando atua <strong>para</strong><br />
cima. A componente vertical total Ft é dada por:<br />
372
Ft = N cosβn . cos γ - fN sen γ (29)<br />
atuando <strong>para</strong> baixo na fig. on<strong>de</strong> Ft é a força motriz sobre a coroa, obtida da equação <strong>de</strong><br />
potência <strong>de</strong> saída aplicada a engrenagem. A componente horizontal da reação total no plano (N<br />
e fN) é:<br />
Wt = N cos βn . sen γ + fN cos γ (30)<br />
on<strong>de</strong> é a força motora sobre o sem-fim e é ao eixo do <strong>para</strong>fuso no circulo primitivo.<br />
Eliminando N das equações (29) e (30), obtemos:<br />
W<br />
t<br />
⎡cos<br />
β u ⋅ senγ<br />
+ f ⋅cos<br />
γ ⎤<br />
= Ft<br />
⋅ ⎢<br />
⎥<br />
⎣cos<br />
β u ⋅cos<br />
γ − f ⋅ senγ<br />
⎦<br />
Se a força <strong>de</strong> atrito é nula, f = 0 e a equação (31) torna-se:<br />
(31)<br />
⎡ cos β u ⋅ senγ<br />
⎤<br />
W t ' = Ft<br />
⋅ ⎢<br />
⎥ = Ft<br />
⋅ tan γ (32)<br />
⎣cos<br />
β u ⋅cos<br />
γ ⎦<br />
Wt é a força que se opõe ao giro do sem-fim. Quando <strong>para</strong>fuso executa uma rotação,<br />
numa certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho é efetuada contra essa resistência, conseqüentemente em<br />
(31) e (32). Wt é respectivamente proporcional ao trabalho executado com e sem atrito.<br />
Conseqüentemente, o rendimento, que é a razão do trabalho i<strong>de</strong>al (sem atrito) <strong>para</strong> o trabalho<br />
real (com atrito), é a relação entre da equação (32) e da equação (31) ou<br />
Wt<br />
' ⎡cos<br />
β n cos γ − f ⋅ senγ<br />
⎤<br />
M = = tan γ ⋅ ⎢<br />
⎥<br />
Wt<br />
⎣ cos β u senγ<br />
+ f ⋅cos<br />
γ ⎦<br />
⎡ cos β u − f ⋅ tan γ ⎤<br />
ou M = tan γ ⋅ ⎢<br />
⎥<br />
⎣cos<br />
β u − tan γ + f ⎦<br />
Uma representação gráfica típica da equação anterior, rendimento em função do ângulo<br />
<strong>de</strong> avanço γ, é mostrada na figura 8 abaixo. O rendimento <strong>de</strong>stas transmissões, além <strong>de</strong> variar<br />
com β e γ, é sensível à lubrificação, à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento no contacto, à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mão-<strong>de</strong>-obra e aos materiais.<br />
373
Figura 8 – Rendimento x Avanço.<br />
Da figura 8 vemos que <strong>para</strong> ângulos <strong>de</strong> avanço muito pequenos, o rendimento é baixo,<br />
porém <strong>para</strong> ângulos <strong>de</strong> avanço entre 30º e 60º o rendimento é razoavelmente elevado. Quanto<br />
menor for o diâmetro do sem-fim <strong>para</strong> um passo particular, maior será o ângulo <strong>de</strong> avanço,<br />
porém, <strong>para</strong> se obter ângulo <strong>de</strong> avanço <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> gama <strong>de</strong> rendimentos máximos é necessário<br />
usar-se <strong>para</strong>fuso sem-fim <strong>de</strong> várias entradas, com 3, 4, 5 ou mais filetes.<br />
11.6.5 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - SEM FIM E COROA<br />
1 . Dimensionar um sistema, <strong>para</strong>fuso coroa, segundo as especificações:<br />
Potencia a transmitir = 22 CV<br />
Rotação do <strong>para</strong>fuso 1980 rpm<br />
Rotação da coroa = 180 rpm<br />
Material do <strong>para</strong>fuso = aço cementado<br />
com σr = 90 Kg/mm 2 τr = 45 Kg/mm 2<br />
funcionando em condições normais com Fs = 3<br />
material da coroa - Bronze fósforo:<br />
σr = 27 Kg/mm 2<br />
τr = 12 Kg/mm 2<br />
ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice = 14º<br />
Serviço contínuo, caixa comum com ventilação, sendo o sem fim com perfil envolvente.<br />
374
a) dimensionar pela resistência - carregamento Estático.<br />
b) verificação ao <strong>de</strong>sgaste.<br />
c) verificação quanto ao cisalhamento.<br />
d) cálculo do rendimento.<br />
e) verificação a dissipação <strong>de</strong> calor.<br />
Dimensionamento pela Resistência<br />
m<br />
M<br />
3<br />
n ≥<br />
σ<br />
2 ⋅ M tc ⋅ cosα<br />
c<br />
supondo carregamento estático.<br />
⋅Y<br />
* ⋅Z<br />
⋅ K<br />
716⋅<br />
N<br />
n<br />
c<br />
716⋅<br />
22<br />
= = 87,<br />
5 Kgm<br />
180<br />
CV<br />
tc = Mtc = 87500 Kgmm<br />
cos αc = cos 14º = 0,97<br />
σ = σr/Ks = 27/3 = 9 Kg/mm 2 σ = 9 Kg/mm 2<br />
R = 1980/180 = 11/1 mas R = Zc/Zp<br />
pela tabela uma relação <strong>de</strong> 10/1 4 entradas<br />
11/1 = Zc/4 Zc = 44 <strong>de</strong>ntes<br />
sendo o sem fim com 4 entradas.<br />
Para que não haja interferência temos que ter:<br />
Z<br />
vc<br />
Z c<br />
= = 3<br />
cos α<br />
c<br />
Zv = 50<br />
44<br />
0,<br />
97<br />
3<br />
=<br />
48,<br />
5<br />
≅ 50<br />
Y* Y* = 4,08 X 10 -1<br />
β = 20º<br />
2⋅<br />
87500 − 0,<br />
97<br />
9⋅<br />
0,<br />
408⋅<br />
4,<br />
4⋅<br />
8<br />
1,<br />
7×<br />
10<br />
m n ≥ 3<br />
= 3<br />
4<br />
2<br />
mn = 5<br />
b) Verificação ao <strong>de</strong>sgaste:<br />
Pat ≤ Padm<br />
P<br />
d<br />
at<br />
pc<br />
P at<br />
⋅ M<br />
=<br />
d<br />
2<br />
pc<br />
tc<br />
13,<br />
6×<br />
10<br />
e 1 K b d Padm = pc ⋅ ⋅<br />
mn<br />
⋅ Z c 5⋅<br />
44<br />
= = = 227<br />
cosα<br />
0,<br />
97<br />
c<br />
2⋅<br />
87500<br />
= = 772 Kg e<br />
227<br />
375
= l . cos αc = k .mn . cos αc<br />
b = 5 . 8 . 0,97 b = 38,8 mm<br />
K1 (fator <strong>de</strong> pressão) = 7 Kg/mm 2 (tabelado) 772 ≤ 227 . 38,8 . 7 ∴ Verifica<br />
Se a condição não fosse satisfeita recalcularia-se um novo módulo utilizando a expressão<br />
abaixo:<br />
2 M<br />
m<br />
n⋅Zc<br />
cosα<br />
c<br />
mn<br />
Z<br />
≤ ⋅ k ⋅ m<br />
cosα<br />
⋅ tc ⋅ c<br />
c<br />
n<br />
⋅ cosα<br />
⋅ k<br />
c) Verificação ao cisalhamento:<br />
Pat ≤ Fτ<br />
c<br />
1<br />
m<br />
≥<br />
n<br />
3<br />
2 ⋅ M<br />
Z<br />
tc<br />
2<br />
c ⋅<br />
Fτ = 2/3 S . τ sendo τ = 45/3 S = λ . l . Pap<br />
λ Sap Zc p/ βap = 20º λ = 0,7<br />
L AP<br />
sen α c = <br />
l<br />
L = τ ⋅ P<br />
P<br />
AP<br />
AP<br />
= P<br />
fc<br />
AP<br />
LAP<br />
l =<br />
senα<br />
Pn<br />
π ⋅ mn<br />
= = =<br />
cosα<br />
cosα<br />
6⋅16,<br />
2 97,<br />
2<br />
l = = = 402<br />
sen14º<br />
sen14º<br />
c<br />
c<br />
c<br />
50⋅<br />
3,<br />
14<br />
0,<br />
97<br />
S = 0,7 . 402 . 16,2 = 4570 mm 2<br />
τ = 15 Kg/mm 2<br />
Fτ = 2/3 . 4570 • 15 Fτ = 45 . 700 Kg<br />
Logo:<br />
Pat ≤ Fτ<br />
d) Cálculo do Rendimento:<br />
PAP = 16,2 mm<br />
cos β n − f ⋅ tan γ cos β n − 0,<br />
1⋅<br />
tan14º<br />
η =<br />
⋅ tan γ =<br />
⋅ tan14º<br />
cos β ⋅ tan γ + f cos β ⋅ tan14º<br />
+ 0,<br />
1<br />
n<br />
n<br />
⋅ cosα<br />
k ⋅ k<br />
1<br />
c<br />
Figura 9 - Exercício resolvido 1.<br />
tg βn = tg βα . cos γ = tg 20 X cos 14 = 0,37 X 0,97 tg βn = 0,36 βn = 19º<br />
sendo ∴ cos 19º = 0,945 e tg 14º = 0,25<br />
376
0,<br />
945 − 0,<br />
1⋅<br />
0,<br />
25<br />
η =<br />
⋅0,<br />
25 = 0,<br />
685 η = 68,5%<br />
0,<br />
945⋅<br />
0,<br />
25 + 0,<br />
1<br />
e) Verificação quanto a dissipação <strong>de</strong> calor:<br />
⎛ C ⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝100<br />
⎠<br />
2<br />
N1<br />
⋅Y1<br />
⋅Y2<br />
⋅Y<br />
≥<br />
n<br />
1 + 6 ⋅<br />
1000<br />
d pp + dpc<br />
C = mas<br />
2<br />
d<br />
d<br />
pp<br />
pc<br />
mn<br />
⋅ Z<br />
=<br />
senγ<br />
p<br />
p<br />
3<br />
5 ⋅ 4<br />
= = 83<br />
0,<br />
242<br />
mn<br />
⋅ Z c 5⋅<br />
44<br />
= = = 227<br />
senα<br />
c 0,<br />
97<br />
c<br />
83 + 227<br />
∴ C = = 155 mm<br />
2<br />
N1 = 22CV y2 = 1 (<strong>de</strong>vido a relação <strong>de</strong> redução)<br />
y1 =1 (serviço contínuo) y3 = 1,17 (aço temperado sem retificar)<br />
155 2<br />
⎛ ⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝100<br />
⎠<br />
22⋅1⋅1⋅1,<br />
17<br />
≥<br />
1980<br />
1+<br />
6⋅<br />
1000<br />
25,<br />
75<br />
2 , 4 ≥ = 2 (logo 0K!)<br />
12,<br />
9<br />
11.7 - DIMENSIONAMENTO PELA NORMA AGMA<br />
11.7.1 - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS<br />
A) CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO, POR LEWIS, SEM CONSIDERAR O EFEITO<br />
DINÂMICO<br />
M 6Wt<br />
l<br />
Wt P<br />
a) σ = =<br />
b) σ<br />
=<br />
2<br />
l / c Ft<br />
FY<br />
377
Número <strong>de</strong><br />
Dentes<br />
Y<br />
Número <strong>de</strong><br />
Dentes<br />
Y<br />
Número <strong>de</strong><br />
Dentes<br />
12 0,245 21 0,328 50 0,409<br />
13 0,261 22 0,331 60 0,422<br />
14 0,277 24 0,337 75 0,435<br />
15 0,290 26 0,346 100 0,447<br />
16 0,296 28 0,353 150 0,460<br />
17 0,303 30 0,359 300 0,472<br />
18 0,309 34 0,371 400 0,480<br />
19 0,314 38 0,384 Rack 0,485<br />
20 0,322 43 0,397 - -<br />
Tabela 10 – Número <strong>de</strong> Dentes e fator Y.<br />
B) FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO EFEITO DINÂMICO<br />
a)<br />
b)<br />
K V<br />
K V<br />
1200<br />
= ; (sistema inglês)<br />
1200 + V<br />
6,<br />
1<br />
= ; (sistema internacional)<br />
6,<br />
1+<br />
V<br />
C) FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO CONSIDERANDO O EFEITO<br />
DINÂMICO<br />
Wt<br />
P<br />
a) σ = ; (sistema inglês)<br />
K FY<br />
v<br />
Wt<br />
b) σ = ; (sistema internacional)<br />
K FmY<br />
v<br />
D) FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO CARREGAMENTO TANGENCIAL<br />
a)<br />
b)<br />
W t<br />
33000H<br />
= ; on<strong>de</strong> H entra em hp (cavalo vapor) e V em ft/min (pés por minuto)<br />
V<br />
H<br />
Wt = ; on<strong>de</strong> H entra em Watts e V em m/s.<br />
V<br />
Y<br />
378
11.7.2 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS<br />
1. Um pinhão <strong>de</strong> aço tem um passo <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong>ntes/polegada, 22 <strong>de</strong>ntes, e um ângulo <strong>de</strong><br />
pressão <strong>de</strong> 20º. O pinhão gira a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1200 rpm e transmite uma potência<br />
<strong>de</strong> 15hp a uma engrenagem <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong>ntes. Se a face me<strong>de</strong> 2 polegadas estime a tensão<br />
<strong>de</strong> flexão.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
N<br />
d = →<br />
P<br />
22<br />
d = → d = 3,67 in<br />
6<br />
πdn<br />
× 3 , 67 × ( 1200)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
12<br />
12<br />
π<br />
V → V = 1152 ft / min<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
1200 1200<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
510<br />
1200 + V 1200 + 1152<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 22 tem-se Y = 0,331:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
W t<br />
33000H<br />
33000× 15<br />
= → Wt =<br />
→ Wt = 430lb<br />
V<br />
1152<br />
Wt<br />
P<br />
430×<br />
6<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão: σ = → σ =<br />
→ σ = 7,<br />
64Kpsi<br />
K FY 0,<br />
510×<br />
2 × 0,<br />
331<br />
v<br />
2. Um pinhão <strong>de</strong> aço possui um passo diametral <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong>ntes/polegada, 16 <strong>de</strong>ntes um<br />
ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º e tem a face do <strong>de</strong>nte com uma largura <strong>de</strong> ¾ <strong>de</strong> polegada. É<br />
esperado que este pinhão transmita 1,5 hp a uma rotação <strong>de</strong> 700 rpm. Determinar a<br />
tensão <strong>de</strong> flexão.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
N<br />
d = →<br />
P<br />
16<br />
d = → d = 1,33 in<br />
12<br />
dn<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V<br />
12<br />
π<br />
× 1 , 33×<br />
( 700)<br />
= → =<br />
12<br />
π<br />
V → V = 243, 73 ft / min<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
1200 1200<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
83<br />
1200 + V 1200 + 243,<br />
73<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 16 tem-se Y = 0,296:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
W t<br />
33000H<br />
33000× 1,<br />
5<br />
= → Wt =<br />
→ Wt = 203,<br />
1lb<br />
V<br />
243,<br />
73<br />
Wt<br />
P<br />
203,<br />
1×<br />
12<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão: σ = → σ =<br />
→ σ<br />
= 13,<br />
23Kpsi<br />
K v FY<br />
3<br />
0,<br />
83×<br />
× 0,<br />
296<br />
4<br />
379
3. Um pinhão <strong>de</strong> aço tem um módulo <strong>de</strong> 1,25 mm, 18 <strong>de</strong>ntes, um ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º<br />
e 12 mm <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> face. Em uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1800rpm é esperado que este<br />
pinhão consiga transmitir 0,5 kW. Determine o resultado da tensão <strong>de</strong> flexão.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 1 , 25×<br />
18 → d = 22,5 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 22 , 5×<br />
( 1800)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 2,<br />
12m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV = → K V = 0,<br />
742<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
2,<br />
12<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 18 tem-se Y = 0,309:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />
σ =<br />
68,<br />
58MPa<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
500<br />
Wt = → Wt = 235,<br />
85N<br />
2,<br />
12<br />
Wt<br />
σ = →<br />
K FmY<br />
v<br />
235,<br />
85<br />
σ =<br />
→<br />
0,<br />
742×<br />
12 × 1,<br />
25×<br />
0,<br />
309<br />
4. Um pinhão com 15 <strong>de</strong>ntes e um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º módulo <strong>de</strong> 5 mm e a largura<br />
da face igual a 60 mm. O pinhão gira a uma rotação <strong>de</strong> 200 rpm e transmite 5 kW <strong>para</strong><br />
uma engrenagem idêntica. Qual é o resultado do a tensão <strong>de</strong> flexão.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 5× 15 → d = 75 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 75× ( 200)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000 60000<br />
π<br />
V → V = 0,<br />
785m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
886<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
0,<br />
785<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 15 tem-se Y = 0,290:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />
σ<br />
= 82,<br />
63MPa<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
5000<br />
Wt = → Wt = 6369,<br />
43N<br />
0,<br />
785<br />
Wt<br />
σ =<br />
→<br />
K FmY<br />
v<br />
6369,<br />
43<br />
σ =<br />
→<br />
0,<br />
886×<br />
60×<br />
5×<br />
0,<br />
290<br />
380
5. Um pinhão com um módulo <strong>de</strong> 1mm 16 <strong>de</strong>ntes 20º <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> contato e um<br />
carregamento <strong>de</strong> 0,15 kW a uma rotação <strong>de</strong> 400 rpm. Determine a largura da face <strong>para</strong><br />
uma tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 150 MPa.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 1× 16 → d = 16 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 16× ( 400)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000 60000<br />
π<br />
V → V = 0,<br />
335m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
948<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
0,<br />
335<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 16 tem-se Y = 0,296:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />
F = 10,<br />
64mm<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
150<br />
Wt = → Wt = 447,<br />
76N<br />
0,<br />
335<br />
Wt<br />
σ =<br />
→<br />
K FmY<br />
v<br />
447,<br />
76<br />
F =<br />
→<br />
0,<br />
948×<br />
150×<br />
1×<br />
0,<br />
296<br />
6. Um pinhão com ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º tem 17 <strong>de</strong>ntes e um módulo <strong>de</strong> 1,5 mm<br />
transmitindo 0,25kW na rotação <strong>de</strong> 400 rpm. Encontre a largura do <strong>de</strong>nte apropriada<br />
<strong>para</strong> que a tensão <strong>de</strong> flexão não ultrapasse 75 MPa.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 1 , 5×<br />
17 → d = 25,5 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 25 , 5×<br />
( 400)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 0,<br />
534m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
919<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
0,<br />
335<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 17 tem-se Y = 0,303:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />
F ≥<br />
26,<br />
32mm<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
250<br />
Wt = → Wt = 825,<br />
08N<br />
0,<br />
303<br />
Wt<br />
σ = →<br />
K FmY<br />
v<br />
825,<br />
08<br />
F =<br />
→<br />
0,<br />
919×<br />
75×<br />
1,<br />
5×<br />
0,<br />
303<br />
381
7. Com um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º um pinhão transmite 1,5 kW a uma rotação <strong>de</strong> 900<br />
rpm. Se o pinhão tem 18 <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>termine valores coerentes <strong>para</strong> o módulo e a largura<br />
do <strong>de</strong>nte. A tensão <strong>de</strong> flexão não po<strong>de</strong> ultrapassar 75 MPa.<br />
• Para um módulo igual a 2,5mm<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 2 , 5×<br />
18 → d = 45 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 45× ( 900)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000 60000<br />
π<br />
V → V = 2,<br />
12m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV = → K V = 0,<br />
742<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
2,<br />
12<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 18 tem-se Y = 0,309:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />
F ≥ 16,<br />
46mm<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
1500<br />
Wt = → Wt = 707,<br />
55N<br />
2,<br />
12<br />
Wt<br />
σ = →<br />
K FmY<br />
v<br />
707,<br />
55<br />
F =<br />
→<br />
0,<br />
742 × 75×<br />
2,<br />
5×<br />
0,<br />
309<br />
8. Uma engrenagem pinhão <strong>para</strong> transmitir 3,5kW em uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1200 rpm. Com<br />
um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º, 19 <strong>de</strong>ntes e com uma tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 70 MPa,<br />
encontre valores coerentes <strong>para</strong> a largura <strong>de</strong> face e o módulo.<br />
• Para um módulo igual a 2,5mm<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 2 , 5×<br />
19 → d = 47,5mm<br />
N<br />
π.<br />
d.<br />
n × 47 , 5×<br />
( 1200)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 2,<br />
984m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
671<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
2,<br />
984<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 19 tem-se Y = 0,314:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />
F =<br />
31,<br />
8mm<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
3500<br />
Wt = → Wt = 1172,<br />
76N<br />
2,<br />
984<br />
Wt<br />
σ = →<br />
K FmY<br />
v<br />
1172,<br />
76<br />
F =<br />
→<br />
0,<br />
671×<br />
70 × 2,<br />
5×<br />
0,<br />
314<br />
382
9. Estime a potência que po<strong>de</strong> ser transmitida em kW em um pinhão com módulo <strong>de</strong> 4mm,<br />
20 <strong>de</strong>ntes, ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º, largura da face do <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> 50mm, rotação <strong>de</strong><br />
1000 rpm e máxima tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 62,5 MPa.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 4 × 20 → d = 80mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 80 × ( 1000)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 4,<br />
189m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
592<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
4,<br />
189<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 20 tem-se Y = 0,322:<br />
• Cálculo da carga tangencial: = σK<br />
FmY → W = 62 , 5×<br />
0,<br />
592×<br />
50×<br />
4 × 0,<br />
322 →<br />
W t<br />
= 2382,<br />
8<br />
N<br />
Wt v<br />
• Cálculo da potência: = W V → H = 2382 , 8×<br />
4,<br />
189 → H ≤ 9,<br />
98kW<br />
H t<br />
10. Um pinhão com um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º tem um módulo <strong>de</strong> 6mm, 21 <strong>de</strong>ntes,<br />
largura da face <strong>de</strong> 75mm e uma tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 60 MPa. Qual é a potência máxima<br />
que po<strong>de</strong> ser transmitida se a rotação for <strong>de</strong> 800 rpm.<br />
• Cálculo do diâmetro:<br />
d<br />
m = → d = 6 × 21→<br />
d = 126mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 126× ( 800)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 5,<br />
278m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
t<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV =<br />
→ K V = 0,<br />
536<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
5,<br />
278<br />
• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 21 tem-se Y = 0,328:<br />
• Cálculo da carga tangencial: = σK<br />
FmY → W = 60 × 0,<br />
536×<br />
75×<br />
× 0,<br />
328 →<br />
W t<br />
= 4746,<br />
82<br />
Wt v<br />
• Cálculo da potência transmitida: = W V → H = 4746 , 82 × 5,<br />
278 → H = 25,<br />
05kW<br />
.<br />
H t<br />
t<br />
383
11.7.3 - DURABILIDADE SUPERFICIAL<br />
E) COEFICIENTE ELÁSTICO É DEFINIDO PELA AGMA - FÓRMULA OU TABELA<br />
C<br />
p<br />
⎡<br />
⎢<br />
⎢<br />
= ⎢<br />
⎢π<br />
⎜<br />
⎢ ⎜<br />
⎣ ⎝<br />
1<br />
2 ⎛1 −υ<br />
p 1−<br />
E<br />
p<br />
+<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
2 ⎥<br />
υ ⎞ g ⎟⎥<br />
E ⎟⎥<br />
g ⎠⎦<br />
on<strong>de</strong> E é o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do material constituinte e v é a razão <strong>de</strong> Poisson dados pela<br />
tabela 11.<br />
Constantes físicas dos materiais<br />
Material<br />
Módulo <strong>de</strong><br />
Elasticida<strong>de</strong><br />
(GPA)<br />
Razão <strong>de</strong><br />
Poisson<br />
Alumínio (todos os tipos) 71,0 0,334<br />
Liga <strong>de</strong> berílio e cobre 124,0 0,285<br />
Latão 106,0 0,324<br />
Aço carbono 207,0 0,292<br />
Ferro fundido, cinza 100,0 0,211<br />
Cobre 119,0 0,326<br />
Vidro 46,2 0,245<br />
Liga <strong>de</strong> níquel,<br />
cromo e ferro<br />
214,0 0,290<br />
Chumbo 36,5 0,425<br />
Magnésio 44,8 0,350<br />
Molibdênio 331,0 0,307<br />
Monel 179,0 0,320<br />
Liga <strong>de</strong> níquel e prata 127,0 0,322<br />
Liga <strong>de</strong> níquel e aço 207,0 0,291<br />
Bronze fosforoso 111,0 0,349<br />
Aço inoxidável 190,0 0,305<br />
Tabela 11- Módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e razão <strong>de</strong> Poisson <strong>para</strong> os diferentes tipos <strong>de</strong> materiais.<br />
384
Coeficiente elástico (Cp) em MPa Aço<br />
Material do<br />
pinhão<br />
Módulo <strong>de</strong><br />
elasticida<strong>de</strong> (MPa)<br />
Ferro<br />
maleável<br />
Material da engrenagem<br />
Ferro<br />
nodular<br />
Ferro<br />
fundido<br />
Alumínio<br />
e bronze Latão<br />
200000 170000 170000 150000 120000 110000<br />
Aço 200000 191 181 179 174 162 158<br />
Ferro maleável 170000 181 174 172 168 158 154<br />
Ferro nodular 170000 179 172 170 166 156 152<br />
Ferro fundido 150000 174 168 166 163 154 149<br />
Alumínio e<br />
bronze<br />
120000 162 158 156 154 145 141<br />
Latão 110000 158 154 152 149 141 137<br />
Tabela 12 - Coeficiente elástico Cp com relação ao material do pinhão e da engrenagem.<br />
F) FATOR DINÂMICO CV<br />
Para encontrarmos o fator dinâmico <strong>de</strong> um engrenamento po<strong>de</strong>mos utilizar a fórmula<br />
abaixo ou a Tabela 13.<br />
C<br />
v<br />
⎡<br />
= ⎢<br />
⎢<br />
⎣ A +<br />
A<br />
( 200V<br />
)<br />
1<br />
2<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
⎦<br />
B<br />
, A = + 56(<br />
1−<br />
B)<br />
50 e<br />
2<br />
12 3<br />
( − Q )<br />
v<br />
B = on<strong>de</strong>: V é a velocida<strong>de</strong> tangencial<br />
4<br />
em (m/s) e Qv é o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do engrenamento.Obs: Quando não for fornecido o fator<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> Qv <strong>de</strong>vemos calcular Kv, e igualar com Cv.<br />
Cv Fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (Qv)<br />
Velocida<strong>de</strong><br />
(m/s)<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />
0 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00<br />
2 0,58 0,63 0,67 0,71 0,75 0,79 0,82 0,85 0,89 0,92 0,95<br />
4 0,49 0,54 0,59 0,64 0,68 0,73 0,77 0,81 0,85 0,89 0,94<br />
6 0,44 0,49 0,54 0,59 0,64 0,69 0,73 0,78 0,82 0,87 0,92<br />
8 - 0,45 0,51 0,56 0,61 0,66 0,70 0,75 0,80 0,86 0,91<br />
10 - - 0,48 0,53 0,58 0,63 0,68 0,73 0,79 0,84 0,91<br />
12 - - - 0,51 0,56 0,61 0,66 0,72 0,77 0,83 0,90<br />
14 - - - - 0,54 0,59 0,65 0,70 0,76 0,82 0,89<br />
Tabela 13 – Fator Dinâmico Cv<br />
385
Cv Fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (Qv)<br />
Velocida<strong>de</strong><br />
(m/s)<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />
16 - - - - 0,52 0,58 0,63 0,69 0,75 0,81 0,89<br />
18 - - - - - 0,56 0,62 0,68 0,74 0,81 0,88<br />
20 - - - - - 0,55 0,61 0,67 0,73 0,80 0,88<br />
22 - - - - - 0,54 0,60 0,66 0,72 0,79 0,87<br />
24 - - - - - - 0,59 0,65 0,72 0,79 0,87<br />
26 - - - - - - - 0,64 0,71 0,78 0,87<br />
28 - - - - - - - 0,63 0,70 0,78 0,86<br />
30 - - - - - - - - 0,70 0,77 0,86<br />
32 - - - - - - - - 0,69 0,77 0,86<br />
34 - - - - - - - - 0,68 0,76 0,85<br />
36 - - - - - - - - 0,68 0,76 0,85<br />
38 - - - - - - - - - 0,75 0,85<br />
40 - - - - - - - - - 0,75 0,84<br />
42 - - - - - - - - - 0,75 0,84<br />
44 - - - - - - - - - 0,74 0,84<br />
46 - - - - - - - - - - 0,84<br />
48 - - - - - - - - - - 0,83<br />
50 - - - - - - - - - - 0,83<br />
Tabela 13 (continuação)– Fator Dinâmico Cv.<br />
G) FÓRMULA PARA O CÁLCULO DA TENSÃO DE CONTATO<br />
⎡ W 1 1 ⎤<br />
t ⎛ ⎞<br />
σ ⎢<br />
⎥<br />
⎣ cos ⎜<br />
⎟<br />
c = −C<br />
p<br />
+<br />
Cv<br />
F φ ⎝ r1<br />
r2<br />
⎠⎦<br />
d psenφ<br />
d g senφ<br />
on<strong>de</strong> r1<br />
= , r2<br />
= , φ é o ângulo <strong>de</strong> pressão.<br />
2<br />
2<br />
1<br />
2<br />
386
11.8 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - DURABILIDADE SUPERFICIAL<br />
1. Um pinhão com um ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º, 20 <strong>de</strong>ntes, um módulo <strong>de</strong> 4mm,<br />
construído <strong>de</strong> ferro fundido movimenta uma engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido com 32<br />
<strong>de</strong>ntes. Encontre a tensão <strong>de</strong> contato se o pinhão gira a uma rotação <strong>de</strong> 1000 rpm, a<br />
largura da face é 50 mm e transmite 10 kW <strong>de</strong> potência.<br />
• Cálculo do diâmetro do pinhão:<br />
• Cálculo do diâmetro da engrenagem:<br />
d<br />
m = → d = 4× 20 → d = 80 mm<br />
N<br />
d<br />
m = → d = 4 × 32 → d = 128 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 80× ( 1000)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong> do pinhão: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 4,<br />
19m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV = → K V = 0,<br />
593<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
4,<br />
19<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
10000<br />
Wt = → Wt = 2386,<br />
64N<br />
4,<br />
19<br />
• Pela tabela 3 com pinhão e a engrenagem constituídos <strong>de</strong> ferro fundido temos uma<br />
constante elástica Cp <strong>de</strong> 163 MPa.<br />
• Como V V K C = então 593 , 0 = C V<br />
• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes do pinhão:<br />
80×<br />
sen 20º<br />
r 1 =<br />
→ r1 = 13,<br />
68mm<br />
.<br />
2<br />
• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes da engrenagem:<br />
128×<br />
sen 20º<br />
r 2 =<br />
→ r2 = 21,<br />
89mm<br />
.<br />
2<br />
d p senφ<br />
r 1 = →<br />
2<br />
d g senφ<br />
r 2 = →<br />
2<br />
⎡ W 1 1 ⎤<br />
t ⎛ ⎞<br />
• Cálculo da tensão <strong>de</strong> contato do engrenamento: σ ⎢<br />
⎥<br />
⎣ cos ⎜<br />
⎟<br />
c = −C<br />
p<br />
+ →<br />
Cv<br />
F φ ⎝ r1<br />
r2<br />
⎠⎦<br />
⎡ 2386,<br />
64 ⎛ 1 1 ⎞⎤<br />
σ c = −163×<br />
⎢<br />
⎜ + ⎟⎥<br />
→σ c = −520MPa<br />
.<br />
⎣0,<br />
593×<br />
50×<br />
cos 20 ⎝13,<br />
68 21,<br />
89 ⎠⎦<br />
1<br />
2<br />
1<br />
2<br />
387
2. Um engrenamento é constituído <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> aço com 19 <strong>de</strong>ntes e uma<br />
engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido com 30 <strong>de</strong>ntes. Os <strong>de</strong>ntes apresentam um ângulo <strong>de</strong><br />
contato <strong>de</strong> 20º. Determine os valores do módulo, largura da face que corresponda a uma<br />
potência <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> 3,5kW, uma velocida<strong>de</strong> do pinhão <strong>de</strong> 1200 rpm e uma tensão<br />
máxima <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 600 MPa.<br />
• Para um módulo igual a 6mm<br />
• Cálculo do diâmetro do pinhão:<br />
• Cálculo do diâmetro da engrenagem:<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong> do pinhão:<br />
V = 7,<br />
16m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
• Cálculo da carga tangencial:<br />
K V<br />
d<br />
m = → d = 6× 19 → d = 114 mm<br />
N<br />
d<br />
m = → d = 6 × 30 → d = 180 mm<br />
N<br />
πdn<br />
V = →<br />
60000<br />
× 114× ( 1200)<br />
=<br />
60000<br />
π<br />
V →<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV = → K V = 0,<br />
46<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
7,<br />
16<br />
H<br />
Wt = →<br />
V<br />
3500<br />
Wt = → Wt = 488,<br />
64N<br />
7,<br />
16<br />
• Com pinhão <strong>de</strong> aço e uma engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido temos uma constante<br />
elástica Cp <strong>de</strong> 174 MPa.<br />
• Como V V K C = então 46 , 0 = C V<br />
• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes do pinhão:<br />
114×<br />
sen 20º<br />
r 1 =<br />
→ r1 = 19,<br />
5mm<br />
.<br />
2<br />
• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes da engrenagem:<br />
180×<br />
sen 20º<br />
r 2 =<br />
→ r2 = 30,<br />
78mm<br />
.<br />
2<br />
• Cálculo da largura dos <strong>de</strong>ntes do engrenamento:<br />
→<br />
⎡ 464,<br />
22 ⎛ 1 1 ⎞⎤<br />
− 600 = −174×<br />
⎢<br />
⎜ + ⎟⎥<br />
⎣0,<br />
46×<br />
F × cos 20º<br />
⎝19,<br />
5 30,<br />
78 ⎠⎦<br />
d p senφ<br />
r 1 = →<br />
2<br />
d g senφ<br />
r 2 = →<br />
2<br />
⎡ W 1 1 ⎤<br />
t ⎛ ⎞<br />
σ ⎢<br />
⎥<br />
⎣ cos ⎜<br />
⎟<br />
c = −C<br />
p<br />
+<br />
Cv<br />
F φ ⎝ r1<br />
r2<br />
⎠⎦<br />
1<br />
2<br />
→ F ≥ 7,<br />
6mm<br />
.<br />
1<br />
2<br />
388
3. Um redutor consiste <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> ferro fundido com 21 <strong>de</strong>ntes girando a 800 rpm<br />
movimentando uma engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido com 44 <strong>de</strong>ntes. O engrenamento tem<br />
um ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º, largura da face <strong>de</strong> 75mm e um módulo <strong>de</strong> 6mm. Para<br />
uma tensão <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 480 MPa estime a potência máxima que po<strong>de</strong> ser transmitida.<br />
• Cálculo do diâmetro do pinhão:<br />
• Cálculo do diâmetro da engrenagem:<br />
d<br />
m = → d = 6 × 21→<br />
d = 126 mm<br />
N<br />
d<br />
m = → d = 6× 44 → d = 264 mm<br />
N<br />
πdn<br />
× 126× ( 800)<br />
• Cálculo da velocida<strong>de</strong> do pinhão: V = → =<br />
60000<br />
60000<br />
π<br />
V → V = 5,<br />
27m<br />
/ s<br />
• Cálculo do efeito dinâmico:<br />
K V<br />
6, 1<br />
6,<br />
1<br />
= → KV = → K V = 0,<br />
536<br />
6,<br />
1+<br />
V 6,<br />
1+<br />
5,<br />
27<br />
• Com pinhão e a engrenagem constituídos <strong>de</strong> ferro fundido temos uma constante<br />
elástica Cp <strong>de</strong> 163 MPa.<br />
• Como V V K C = então 536 , 0 = C V<br />
• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes do pinhão:<br />
126×<br />
sen 20º<br />
r 1 =<br />
→ r1 = 21,<br />
55mm<br />
.<br />
2<br />
• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes da engrenagem:<br />
264×<br />
sen 20º<br />
r 2 =<br />
→ r2 = 45,<br />
15mm<br />
.<br />
2<br />
• Cálculo da carga tangencial do engrenamento:<br />
⎡ Wt<br />
⎛ 1 1 ⎞⎤<br />
− 480 = −163×<br />
⎢<br />
⎜ + ⎟⎥<br />
⎣0,<br />
536×<br />
75×<br />
cos 20º<br />
⎝ 21,<br />
55 45,<br />
15 ⎠⎦<br />
d p<br />
senφ<br />
r 1 = →<br />
2<br />
d g<br />
senφ<br />
r 2 = →<br />
2<br />
⎡ W 1 1 ⎤<br />
t ⎛ ⎞<br />
σ ⎢<br />
⎥<br />
⎣ cos ⎜<br />
⎟<br />
c = −C<br />
p<br />
+ →<br />
Cv<br />
F φ ⎝ r1<br />
r2<br />
⎠⎦<br />
1<br />
2<br />
→ = 4779,<br />
26N<br />
.<br />
W t<br />
1<br />
2<br />
389
H<br />
• Cálculo da potência transmitida: Wt = → H = 4779 , 26 × 5,<br />
27 → H = 25,<br />
22kW<br />
V<br />
11.9 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />
1. Na instalação mostrada na figura, o conjunto sem-fim/coroa tem as seguintes<br />
características:<br />
NG = 30 (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes da coroa)<br />
Nw = 1 (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> entrada)<br />
λ = 7 o 41’ (ângulo <strong>de</strong> avanço)<br />
dw = C 0,875 / 2,2 (diâmetro do sem fim)<br />
ϕn = 14 o 30’ ( ângulo <strong>de</strong> pressão normal)<br />
Material - coroa <strong>de</strong> bronze centrifugado, sem-fim <strong>de</strong> aço retificado.<br />
Determinar a potência e rotação do motor sabendo-se que um fator <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> 1,5<br />
<strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>para</strong> o sem-fim/coroa e uma eficiência <strong>de</strong> 95% <strong>para</strong> o conjunto<br />
engrenagens helicoidais e polias.<br />
Figura 10 – Exercício proposto 1.<br />
2. No redutor mostrado na figura abaixo, o rolamento A suporta uma carga radial <strong>de</strong> 3972<br />
N,. O rolamento B suporta a carga radial pura <strong>de</strong> 2840 N. O eixo gira a uma rotação <strong>de</strong><br />
150 rpm e a carga axial é <strong>de</strong> 1125 N. A vida <strong>de</strong>sejada é <strong>de</strong> 11.500 horas. Os diâmetros<br />
do eixo são em A 35 mm e B 30 mm. Selecione os rolamentos que julgar mais<br />
a<strong>de</strong>quados.<br />
390
3. Um conjunto <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos, consiste <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> 16<br />
<strong>de</strong>ntes ,angulo <strong>de</strong> pressão 20 o acionando uma engrenagem <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong>ntes. A rotação do<br />
pinhão é <strong>de</strong> 300 rpm, largura da face <strong>de</strong> 50 mm, e módulo 4 mm. As engrenagens são feitas<br />
<strong>de</strong> alta precisão com fator <strong>de</strong> segurança 1,8. Determine a potência a ser transmitida pelo<br />
par <strong>de</strong> engrenagens, levando em conta a flexão e o <strong>de</strong>sgaste, Dados: limite <strong>de</strong> resistência a<br />
fadiga= 230 MPa; Dureza Brinell 180 HBN; CL=CH=CT=CR=1; CP=190; Jp=0,2;<br />
4. Um conjunto <strong>de</strong> engrenagens consiste <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> aço 16 <strong>de</strong>ntes, 20o acionando uma<br />
engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong>ntes. A rotação do pinhão é <strong>de</strong> 300 rpm, largura da face <strong>de</strong> 2<br />
pol, e passo diametral <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong>ntes por polegada. As engrenagens são feitas <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
no.7 e <strong>de</strong>vem ser montadas rígida e precisamente. Determine a tensão <strong>de</strong> contato AGMA se estas<br />
engrenagens transmitem 5 HP.<br />
391
CAPITULO 12 – PROJETO DE FREIOS E EMBREAGENS<br />
12.1 - INTRODUÇÃO<br />
Os freios são elementos associados à rotação, e têm como função armazenar energia<br />
rotativa. O escorregamento ocorre <strong>de</strong>vido a dois elementos que estão movendo a diferentes<br />
velocida<strong>de</strong>s, dissipando energia durante essa ação.<br />
O torque transmitido durante a frenagem nos freios <strong>de</strong> fricção está relacionado à força<br />
atuante, ao coeficiente <strong>de</strong> atrito e à geometria do freio.<br />
12.2 - MATERIAIS DE FRICÇÃO<br />
Um material <strong>de</strong> fricção no freio <strong>de</strong>ve possuir as seguintes características:<br />
• Um alto e uniforme coeficiente <strong>de</strong> fricção;<br />
• Condições impermeáveis <strong>para</strong> o meio;<br />
• A habilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> suportar altas temperaturas, junto com uma boa condutivida<strong>de</strong><br />
térmica;<br />
• Boa resiliência;<br />
• Alta resistência <strong>para</strong> o <strong>de</strong>sgaste, <strong>de</strong>scamação e risco.<br />
A manufatura <strong>de</strong> materiais friccionais é um processo altamente especializado, e é<br />
aconselhável consultar catálogos <strong>de</strong> fornecedores a fim <strong>de</strong> selecionar materiais friccionais <strong>para</strong><br />
aplicações específicas.<br />
Os materiais utilizados <strong>para</strong> se construir um freio <strong>de</strong>vem ser selecionados <strong>de</strong> acordo com a<br />
análise do revestimento. O revestimento é <strong>de</strong>terminado pela mistura dos materiais que irão<br />
compor o freio e pela seqüência <strong>de</strong> produção dos <strong>componentes</strong>. Existem, basicamente, três<br />
tipos <strong>de</strong> revestimentos.<br />
REVESTIMENTO ORGÂNICO<br />
Esse tipo <strong>de</strong> revestimento é geralmente composto por seis ingredientes básicos:<br />
• Asbestos: pela resistência térmica e pelo alto coeficiente <strong>de</strong> fricção<br />
• Modificadores <strong>de</strong> fricção: por exemplo, óleo <strong>para</strong> dar uma fricção <strong>de</strong>sejada<br />
• Preenchimento: por exemplo, goma <strong>de</strong> borracha <strong>para</strong> controlar os ruídos<br />
• Agentes <strong>de</strong> cura: <strong>para</strong> promover as reações químicas requeridas durante a manufatura<br />
392
• Outros materiais: por exemplo, chumbo em pó, lascas <strong>de</strong> latão e alumínio em pó <strong>para</strong><br />
aumentar a performance durante a frenagem<br />
• Materiais coesivos: resinas fenólicas <strong>para</strong> unir ingredientes<br />
Asbestos têm características que fazem com que sejam encaixados nas aplicações <strong>de</strong><br />
fricção: estabilida<strong>de</strong> térmica e resistência a<strong>de</strong>quada ao <strong>de</strong>sgaste. Por essas razões foi<br />
encontrada uma aceitação universal como ingrediente básico nos materiais que compõem os<br />
freios.<br />
REVESTIMENTO SEMIMETÁLICO<br />
Esse tipo <strong>de</strong> revestimento substitui parte dos asbestos e dos <strong>componentes</strong> orgânicos da<br />
dureza orgânica por ferro, aço e grafite. As razões <strong>para</strong> essa substituição são:<br />
• Aumento da estabilida<strong>de</strong> friccional e performance a alta temperatura;<br />
• Excelente compatibilida<strong>de</strong> com o rotor e resistência ao <strong>de</strong>sgaste a alta temperatura,<br />
<strong>para</strong> temperaturas maiores que 230 o C;<br />
• Alta performance com ruídos minimizados.<br />
REVESTIMENTO METÁLICO<br />
Esse tipo <strong>de</strong> revestimento recebeu atenção pelas aplicações especiais envolvendo<br />
gran<strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong> calor e altas temperaturas. Materiais <strong>de</strong> fricção sinterizados <strong>de</strong> cerâmica-<br />
metalica são aplicados com sucesso em freios <strong>de</strong> jatos e em carros <strong>de</strong> corrida.<br />
Dois métodos são usados <strong>para</strong> fabricar esse tipo <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> freio – weaving e<br />
moldagem. Ambos são feitos basicamente com asbestos com materiais coesivos <strong>para</strong> manter<br />
as fibras <strong>de</strong> asbestos unidas. O tipo moldado é mais utilizado.<br />
12.3 - CONCEITOS GERAIS DE ATRITO<br />
Os conceitos gerais <strong>de</strong> atrito ou fricção, tem sido <strong>de</strong>senvolvidos ao longo dos anos. Como<br />
aço e ferro fundido são aplicados no revestimento dos freios, as fontes principais <strong>de</strong> fricção são:<br />
• A<strong>de</strong>são: Com o movimento do revestimento sobre o tambor ou a superfície do rotor,<br />
seus constituintes metálicos unem-se ao material do rotor e do tambor. O cisalhamento<br />
<strong>de</strong>ssa junção produz a força friccional.<br />
393
• Deformação por cisalhamento: O coeficiente <strong>de</strong> fricção cresce à medida que a<br />
temperatura cresce, sugerindo que a <strong>de</strong>formação seja um fator importante pois a resina<br />
amacia-se com o crescimento da temperatura. Acredita-se que o efeito da <strong>de</strong>formação<br />
ocorre a partir da formação <strong>de</strong> uma onda <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e não a partir <strong>de</strong> uma perda por<br />
histereses.<br />
• Sulcos: Durante o processo <strong>de</strong> movimento tangencial entre as superfícies,<br />
protuberâncias no disco do tambor enca<strong>de</strong>ia-se com partículas dos ingredientes,<br />
<strong>de</strong>sarranjando-as. Quando a tensão última é excedida, ocorre a ruptura no polímero e as<br />
partículas são perdidas. Para que não ocorra a perda <strong>de</strong>ssas partículas, longos<br />
amiantos ou fibras <strong>de</strong> aço fornecem a tensão mecânica necessária <strong>para</strong> evitar perdas<br />
excessivas <strong>de</strong> material durante a abertura dos sulcos.<br />
• Histereses: A energia perdida que está envolvida com a tensão elástica, produz uma<br />
fonte muito pequena <strong>de</strong> fricção no freio.<br />
• Filmes da superfície: A contaminação da superfície com material <strong>de</strong> revestimento<br />
<strong>de</strong>composto afeta muito o coeficiente <strong>de</strong> fricção por reduzir a a<strong>de</strong>são e a <strong>de</strong>formação<br />
por cisalhamento.<br />
A importância <strong>de</strong> cada componente <strong>de</strong> fricção discutida acima, variará <strong>de</strong> acordo com a<br />
vida do revestimento. A operação inicial do sistema po<strong>de</strong> envolver gran<strong>de</strong>s ranhuras <strong>de</strong>vido à<br />
alta rugosida<strong>de</strong> original da superfície. À medida que a rugosida<strong>de</strong> vai diminuindo com o uso, o<br />
efeito positivo do crescimento da a<strong>de</strong>são vai ficando mais importante assim como o efeito<br />
negativo da contaminação das superfícies.<br />
O coeficiente <strong>de</strong> fricção <strong>para</strong> o material <strong>de</strong> freios com fricção em ferro fundido é uma<br />
função da carga, velocida<strong>de</strong> e temperatura. A expressão da força po<strong>de</strong> ser escrita como:<br />
On<strong>de</strong><br />
F = K(T)P a(T) V b(T)<br />
K(T) = Constante, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura;<br />
P = Carga normal;<br />
a(T) = Expoente da carga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura;<br />
V = velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escorregamento;<br />
b(T) = Expoente da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura.<br />
Pela influência da carga, velocida<strong>de</strong> e temperatura <strong>para</strong> um material <strong>de</strong> fricção como o<br />
amianto, percebe-se que o aumento da carga ou da velocida<strong>de</strong> causa um <strong>de</strong>crescimento no<br />
coeficiente <strong>de</strong> fricção. Entretanto, análises como essas <strong>de</strong>vem ser feitas com cuidado <strong>de</strong>vido à<br />
gran<strong>de</strong> influência que a temperatura da superfície causa no coeficiente <strong>de</strong> fricção.<br />
394
12.4 - CONSIDERAÇÕES SOBRE FREIOS EM VEÍCULOS<br />
Um freio <strong>de</strong> fricção transforma a energia cinética em calor, entretanto, <strong>de</strong>vido ao <strong>projeto</strong><br />
dos veículos, esse calor dissipado não é distribuído igualmente a todas as rodas. O calor<br />
dissipado em cada freio será uma função da distribuição estática e dinâmica do peso sobre as<br />
rodas e do <strong>de</strong>sign do sistema <strong>de</strong> freio. A carga dinâmica será <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do <strong>de</strong>sign do veículo<br />
(distribuição estática do peso, a altura do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> e a base do volante) e da<br />
<strong>de</strong>saceleração. A soma das forças durante a frenagem, mostra que a <strong>de</strong>saceleração do veículo<br />
em porcentagem da aceleração da gravida<strong>de</strong> g é menor ou igual ao coeficiente <strong>de</strong> fricção entre<br />
o pneu e o chão. Esse coeficiente <strong>de</strong> fricção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do tamanho e da construção do pneu,<br />
da superfície do chão, e do escorregamento relativo entre o pneu e o chão.<br />
Se o peso está uniformemente distribuído da direita <strong>para</strong> a esquerda, a carga dos pneus<br />
da frente e <strong>de</strong> trás (LF e LR) po<strong>de</strong> ser escrita como:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
LF = W(F = μh/d)<br />
LR = W(R = μh/d)<br />
F: carga estática da roda da frente = dR/d;<br />
R: carga estática da roda <strong>de</strong> trás = dF/d;<br />
d: base da roda;<br />
dF: distância do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> à roda da frente;<br />
dR: distância do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> à roda <strong>de</strong> trás;<br />
μ: coeficiente <strong>de</strong> fricção;<br />
h: distância vertical do chão ao centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>.<br />
Essa expressão po<strong>de</strong> ser usada <strong>para</strong> estimar a mudança no carregamento <strong>de</strong>vido às<br />
forças <strong>de</strong> fricção no chão durante a frenagem. Uma transferência <strong>de</strong> peso significativa ocorrerá<br />
<strong>para</strong> veículos altos e curtos. Para veículos baixos e longos, porcentagens menores do peso<br />
serão transferidas.<br />
O balanço da frenagem entre a frente e a traseira é um fator importante no <strong>projeto</strong>. O<br />
sistema <strong>de</strong> freio po<strong>de</strong>ria ser projetado <strong>de</strong> forma que os freios da frente produzam um torque 4<br />
vezes maior que o <strong>de</strong> trás. Entretanto, em condições molhadas, o coeficiente <strong>de</strong> fricção reduz<br />
bastante, resultando em um balanço no sistema <strong>de</strong> freio <strong>de</strong> 80% na frente e 20% atrás que<br />
causaria um escorregamento das rodas da frente. Se o sistema <strong>de</strong> freio fosse balanceado <strong>para</strong><br />
uma <strong>de</strong>saceleração dinâmica <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> peso mais baixa, as rodas <strong>de</strong> trás<br />
escorregariam primeiro durante a <strong>de</strong>saceleração máxima <strong>para</strong> condições secas.<br />
395
Para <strong>de</strong>cidir a respeito do <strong>projeto</strong> do balanço do freio, a influência do escorregamento da<br />
roda no controle do veículo tem que ser consi<strong>de</strong>rada. O controle do veículo está relacionado<br />
com o escorregamento da roda no seguinte sentido: Travando apenas as rodas <strong>de</strong> trás resulta<br />
na perda parcial ou total do controle do veículo. Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> suas características essa<br />
situação levaria o veículo a rodar. Travando apenas as rodas da frente resulta em um<br />
movimento retilíneo do veículo on<strong>de</strong> há perda quase total do controle do volante. Conclui-se<br />
que <strong>para</strong> a maioria dos veículos, é melhor um balanço do sistema <strong>de</strong> freio favorecendo primeiro<br />
o travamento das rodas da frente.<br />
Para um melhor controle do veículo durante o frenagem, sistemas <strong>de</strong> freio ABS foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidos. Esses sistemas me<strong>de</strong>m a velocida<strong>de</strong> relativa da roda e do veículo e mo<strong>de</strong>la a<br />
pressão do freio <strong>para</strong> manter cada roda no limite <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são sem escorregar. O coeficiente<br />
máximo <strong>de</strong> fricção <strong>para</strong> os pneus na estrada ocorre a uma pequena porcentagem <strong>de</strong><br />
escorregamento que esta mais perto das condições <strong>de</strong> rolamento que <strong>de</strong> escorregamento.<br />
Assim, um sistema ABS <strong>de</strong> freio po<strong>de</strong> ser projetado <strong>para</strong> produzir um torque máximo durante o<br />
frenagem.<br />
12.5 - FREIO A TAMBOR<br />
A sapata interna do freio consiste essencialmente <strong>de</strong> três elementos: a superfície <strong>de</strong><br />
fricção, os meios <strong>de</strong> transmissão do torque <strong>para</strong> as e da superfícies e o mecanismo atuante.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do mecanismo <strong>de</strong> operação, esses freios são classificadas como anel <strong>de</strong><br />
expansão, centrífugo, magnético, hidráulico ou pneumático.<br />
O anel <strong>de</strong> expansão do freio é muito usado em <strong>máquinas</strong> da indústria têxtil, escavadoras<br />
e em ferramentas on<strong>de</strong> o freio po<strong>de</strong> estar localizado <strong>de</strong>ntro da polia <strong>de</strong> transmissão. Os anéis<br />
<strong>de</strong> expansão do freio têm vantagens <strong>de</strong>vido aos efeitos centrífugos; transmitem um alto torque,<br />
mesmo em baixas velocida<strong>de</strong>s; requerem engrenamentos positivos e uma força <strong>de</strong><br />
afrouxamento suficiente.<br />
O freio centrifugo é usado principalmente <strong>para</strong> operações automáticas. Se molas não<br />
são usadas, o torque transmitido é proporcional ao quadrado da velocida<strong>de</strong>. Isso é<br />
particularmente útil <strong>para</strong> acionamentos <strong>de</strong> motores elétricos on<strong>de</strong>, durante a partida, a máquina<br />
acionada adquire velocida<strong>de</strong> gradativamente. Molas também po<strong>de</strong>m ser úteis <strong>para</strong> prevenir o<br />
engrenamento até uma certa velocida<strong>de</strong> ser atingida mas choques po<strong>de</strong>m ocorrer.<br />
Os freios magnéticos são particularmente úteis <strong>para</strong> sistemas automáticos e com<br />
controle remoto. Tais freios também são úteis em acionamentos sujeitos a ciclos <strong>de</strong> carga<br />
complexos.<br />
396
Freios hidráulicos e pneumáticos são úteis também em acionamentos que tem ciclos <strong>de</strong><br />
carga complexos e em <strong>máquinas</strong> automáticas ou em robôs. Nesse caso o fluxo do fluido po<strong>de</strong><br />
ser controlado remotamente por válvulas solenói<strong>de</strong>s. Esses freios são encontrados também em<br />
forma <strong>de</strong> disco e pratos múltiplos.<br />
Em sistemas <strong>de</strong> freios, a sapata interna ou freio tambor é usada principalmente <strong>para</strong><br />
aplicações automotivas.<br />
Para analisar o mecanismo <strong>de</strong> uma sapata interna, olhar Fig 1, no qual mostra uma<br />
sapata com o pivô no ponto A, e a força atuante agindo no outro lado da sapata. Não é possível<br />
admitir que a distribuição <strong>de</strong> forças é uniforme <strong>de</strong>vido ao longo comprimento da sapata. O<br />
mecanismo não permite pressões aplicadas no salto. A pressão nesse ponto é consi<strong>de</strong>rada<br />
zero.<br />
Figura 1 – Sapata interna<br />
Para uma distância pequena do salto é muito comum omitir o material <strong>de</strong> fricção na<br />
prática. Isso elimina interferências, e <strong>de</strong> qualquer forma o material po<strong>de</strong>ria contribuir muito<br />
pouco <strong>para</strong> a performance. Em alguns <strong>projeto</strong>s, o pino articulado é feito móvel <strong>para</strong> prover<br />
pressão adicional do heel. Isso promove o efeito <strong>de</strong> uma sapata flutuante.<br />
Consi<strong>de</strong>rando uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pressão p agindo sobre um elemento <strong>de</strong> área do material<br />
<strong>de</strong> fricção localizado no ângulo β a partir do pino articulado. A pressão máxima pa está<br />
localizada no angulo βa a partir do mesmo ponto. Não é consi<strong>de</strong>rada a hipótese <strong>de</strong> que a<br />
pressão nesse ponto é proporcional à distância vertical a partir do <strong>de</strong>sse ponto. Essa distância<br />
vertical é proporcional ao seno β e a relação entre as pressões é:<br />
397
p pa<br />
senβ<br />
senβa<br />
=<br />
senβ<br />
p = pa<br />
senβa<br />
Observa-se que p é máximo quando β = 90 º ou quando o ângulo do ponto livre β2 é<br />
menos <strong>de</strong> 90 º então p será máximo no ponto livre.<br />
Quando β = 0 a equação acima mostra que a pressão é zero. Por contribuir muito pouco<br />
na ação <strong>de</strong> frenagem, material <strong>de</strong> fricção localizado no salto, po<strong>de</strong> ser omitido também. Um<br />
bom projetista concentraria o máximo possível do material <strong>de</strong> fricção na vizinhança do ponto <strong>de</strong><br />
máxima pressão. Tal <strong>de</strong>senho é mostrado na Fig 2. Nessa figura, o material <strong>de</strong> fricção começa<br />
no ângulo β1, medido a partir do pino articulado no ponto A, até um ângulo β2. Qualquer arranjo<br />
como esse resultará em uma boa distribuição do material <strong>de</strong> fricção.<br />
Figura 2 – Forças na sapata<br />
A força atuante F tem <strong>componentes</strong> Fx e Fy e opera a uma distância c do pino articulado.<br />
Uma força normal diferencial dN age em qualquer ângulo β a partir do pino articulado e sua<br />
magnitu<strong>de</strong> é<br />
dN = pbr dβ<br />
on<strong>de</strong> b é a largura da face (perpendicular ao papel) do material <strong>de</strong> fricção. Substituindo o valor<br />
da pressão, a força normal é:<br />
pabrsenβdβ<br />
dN = dN = (pa br senβ dβ)/senβa<br />
senβa<br />
A força normal dN tem <strong>componentes</strong> horizontais e verticais dN cosβ e dN senβ<br />
respectivamente. A força <strong>de</strong> fricção f dN tem <strong>componentes</strong> horizontais e verticais cuja<br />
398
magnitu<strong>de</strong> é f dN senβ e f dNconβ respectivamente. Aplicando as condições da estática, é<br />
calculado a força F, o torque T, e as reações no pino Rx e Ry.<br />
A força F é calculada fazendo soma <strong>de</strong> momentos no pino articulado e igualando a zero.<br />
A distância das forças <strong>de</strong> fricção <strong>para</strong> o cálculo do momento é r-acosβ. O momento Mf <strong>de</strong>ssas<br />
forças friccionais é:<br />
M<br />
fp br<br />
senβ<br />
β2<br />
a<br />
( r − acos<br />
β ) = senβ<br />
( r − acos<br />
β ) dβ<br />
f = ∫ fdN<br />
∫β1<br />
a<br />
No qual é obtida substituindo o valor <strong>de</strong> dN. É conveniente integrar acima <strong>para</strong> cada<br />
problema. À distância da força normal dN <strong>para</strong> o cálculo do momento é a-senβ. Chamando o<br />
momento das forças normais MN e fazendo o somatório <strong>de</strong>sses momentos no pino articulado,<br />
obtém-se:<br />
M<br />
N<br />
=<br />
∫<br />
dN<br />
p bra<br />
a<br />
( asen ) = ∫<br />
2 2<br />
β sen βd<br />
senβ<br />
β1<br />
a<br />
A força atuante F <strong>de</strong>ve balancear esses momentos:<br />
M N M<br />
F<br />
c<br />
−<br />
=<br />
Fazendo MN = Mf a condição <strong>de</strong> self-locking é obtida e nenhuma força atuante é<br />
requerida. Assim, é necessário obter as dimensões <strong>para</strong> uma ação <strong>de</strong> auto energização. Para<br />
que isso ocorra, a <strong>de</strong>ve assumir um valor tal que MN > Mf.<br />
O torque T aplicado no tambor pela sapata do freio é a soma das forças <strong>de</strong> fricção f dN<br />
vezes o raio do tambor.<br />
T =<br />
∫<br />
2<br />
2<br />
fp β 2<br />
abr<br />
fpabr<br />
1<br />
frdN = ∫ senβdβ<br />
=<br />
senβ<br />
β1 a<br />
senβ<br />
a<br />
f<br />
β<br />
β<br />
( cos β − cos β )<br />
As reações no pino articulado são calculadas pela soma das forças horizontais e<br />
verticais. Assim, <strong>para</strong> Rx e Ry:<br />
R<br />
R<br />
x<br />
y<br />
pabr<br />
β2<br />
β2<br />
∫ ∫ ⎜<br />
⎛ 2<br />
= dN cos β − fdNsenβ<br />
− F = ∫ − ∫ ⎟<br />
⎞<br />
x<br />
senβ<br />
cos βdβ<br />
f sen βdβ<br />
− Fx<br />
senβ<br />
⎝ β1<br />
β1<br />
⎠<br />
a<br />
pabr<br />
β2<br />
β<br />
∫ ∫ ⎜<br />
⎛ 2<br />
2<br />
= dNsenβ<br />
+ fdN cos β − F = ∫ + ∫ ⎟<br />
⎞<br />
y<br />
sen βdβ<br />
f senβ<br />
cos βdβ<br />
− Fy<br />
senβ<br />
⎝ β1<br />
β1<br />
⎠<br />
a<br />
A direção da força <strong>de</strong> fricção é reversa se a rotação for reversa. Assim <strong>para</strong> rotações no<br />
sentido anti-horário, a força atuante é:<br />
M N M<br />
F<br />
c<br />
+<br />
=<br />
f<br />
2<br />
399
E como os momentos tem o mesmo sentido, o efeito auto energizante é perdido e <strong>para</strong> o<br />
sentido anti-horário <strong>de</strong> rotação, o sinal dos termos friccionais nas equações <strong>para</strong> as reações no<br />
pino mudam <strong>para</strong>:<br />
Simplificando:<br />
p br ⎛ −<br />
β2<br />
β2<br />
a<br />
2<br />
Rx = ⎜ sen d f sen d ⎟ −<br />
sen ⎝∫<br />
β cos β β<br />
β<br />
∫ β β<br />
β 1<br />
β1<br />
⎠<br />
a<br />
p br ⎛ +<br />
β2<br />
β<br />
a<br />
2<br />
2<br />
Ry = ⎜ sen d f sen d ⎟ −<br />
sen ⎝∫<br />
β β ∫ β cos β β<br />
β β1<br />
β1<br />
⎠<br />
a<br />
Para rotações no sentido horário:<br />
A<br />
B<br />
∫<br />
β<br />
cos<br />
⎛ 1<br />
⎝ 2<br />
2<br />
2<br />
= senβ<br />
βdβ<br />
= ⎜ sen<br />
β1<br />
∫<br />
β<br />
⎛ β<br />
⎝ 2<br />
1<br />
4<br />
2 2<br />
= sen βdβ<br />
= ⎜ − sen<br />
β1<br />
p br<br />
( A − fB)<br />
Fx<br />
a Rx =<br />
−<br />
senβ<br />
a<br />
p br<br />
( B + fA)<br />
Fy<br />
a Ry =<br />
−<br />
senβ<br />
a<br />
Assim <strong>para</strong> rotações no sentido anti-horário:<br />
p br<br />
( A + fB)<br />
Fx<br />
a Rx =<br />
−<br />
senβ<br />
a<br />
p br<br />
( B − fA)<br />
Fy<br />
a Ry =<br />
−<br />
senβ<br />
a<br />
⎞<br />
β ⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
2β<br />
⎟<br />
⎠<br />
Usando essas equações, o sistema <strong>de</strong> referência esta sempre na origem no centro do<br />
tambor. O eixo x através do pino <strong>de</strong> articulação é consi<strong>de</strong>rado positivo. E o eixo y positivo é<br />
sempre consi<strong>de</strong>rado na direção da sapata.<br />
As seguintes suposições são feitas <strong>para</strong> uma análise prece<strong>de</strong>nte:<br />
1. A pressão em qualquer ponto da sapata é consi<strong>de</strong>rada proporcional à distância do pino<br />
articulado, on<strong>de</strong> o zero está no salto, consi<strong>de</strong>rando que o padrão <strong>de</strong> pressões, que são<br />
especificado pelos fabricantes, usa a média e não a máxima.<br />
2. O efeito da força centrifuga foi negligenciado. No caso dos freios, as sapatas não estão em<br />
rotação portanto não existem forças centrífugas. No <strong>de</strong>senho da embreagem, o efeito <strong>de</strong>ssa<br />
força tem que ser consi<strong>de</strong>rado na hora <strong>de</strong> aplicar as equações da estática.<br />
β<br />
β<br />
β<br />
β<br />
2<br />
1<br />
2<br />
1<br />
⎞<br />
⎞<br />
F<br />
F<br />
x<br />
y<br />
400
3. A sapata é consi<strong>de</strong>rada rígida. Como isso não ocorre na verda<strong>de</strong>, alguma <strong>de</strong>flexão ocorrerá,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da carga, pressão e dureza da sapata. A distribuição <strong>de</strong> pressão resultante<br />
po<strong>de</strong> ser diferente da consi<strong>de</strong>rada.<br />
4. Toda a analise foi baseada no coeficiente <strong>de</strong> fricção que não varia com a pressão. Na<br />
verda<strong>de</strong>, o coeficiente po<strong>de</strong> variar com várias condições, incluindo temperatura, <strong>de</strong>sgaste, e<br />
ambiente.<br />
12.6 - FREIO A DISCO<br />
O conceito <strong>de</strong> freio a disco é um dos mais antigos. O primeiro <strong>projeto</strong> foi patenteado em<br />
1902. Mas <strong>de</strong>vido a sua falta <strong>de</strong> auto energização, freios a disco foram aplicados apenas em<br />
aviões até 1940. Após a segunda guerra, o <strong>de</strong>senvolvimento dos freios a disco foi acelerado<br />
<strong>de</strong>vido ao aumento do peso e velocida<strong>de</strong> dos veículos: era necessário um freio com melhores<br />
condições <strong>de</strong> dissipar calor.<br />
Foi visto que os discos <strong>de</strong> tambor po<strong>de</strong>m ser projetados por auto-energização. Apesar<br />
<strong>de</strong>sse fato ser importante por reduzir o esforço requerido do freio, tem suas <strong>de</strong>svantagens.<br />
Quando freios <strong>de</strong> tambor são usados em veículos, somente uma mudança mínima no<br />
coeficiente <strong>de</strong> fricção, causará uma gran<strong>de</strong> mudança na força do pedal <strong>para</strong> frear. Uma redução<br />
<strong>de</strong> 30% no coeficiente <strong>de</strong> fricção <strong>de</strong>vido à mudança <strong>de</strong> temperatura ou umida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> resultar<br />
em 50% <strong>de</strong> mudança na força requerida pelo pedal <strong>para</strong> obter o mesmo torque <strong>de</strong> frenagem. O<br />
disco <strong>de</strong> freio não tem auto-energização e não é susceptível à mudanças no coeficiente <strong>de</strong><br />
fricção.<br />
Mecanismos operacionais po<strong>de</strong>m ser classificados como:<br />
• Solenói<strong>de</strong>s;<br />
• Alavancas;<br />
• Articulações com molas <strong>de</strong> carga ;<br />
• Hidráulico e pneumático;<br />
401
Figura 3 – Sapata externa<br />
A notação <strong>para</strong> sapatas com contrações externas está mostrada na Fig 14.3. Os<br />
momentos das forças normais e <strong>de</strong> fricção no pino articulado são os mesmo que <strong>para</strong> as<br />
sapatas internas <strong>de</strong> expansão. As equações são as mesmas:<br />
fp br β2<br />
a M f = β senβ<br />
senβ<br />
∫ 1 −<br />
M<br />
a<br />
pabra<br />
=<br />
senβ<br />
β<br />
N ∫<br />
a<br />
( r acos<br />
β ) dβ<br />
β sen βdβ<br />
2 2<br />
1<br />
Ambas as equações fornecem valores positivos <strong>para</strong> momentos no sentido horário<br />
quando usadas <strong>para</strong> sapatas <strong>de</strong> contração externa. A força atuante <strong>de</strong>ve ser gran<strong>de</strong> o bastante<br />
<strong>para</strong> balancear os momentos:<br />
M N M<br />
F<br />
c<br />
+<br />
=<br />
As reações horizontais e verticais no pino articulado são calculadas da mesma maneira<br />
que <strong>para</strong> as sapatas <strong>de</strong> expansão interna:<br />
∫ dN cos β −∫<br />
fdNsen −<br />
Rx = β Fx<br />
∫ dNsenβ<br />
+ ∫ fdN cos<br />
−<br />
Ry = β Fy<br />
f<br />
402
Simplificando:<br />
p br<br />
( A + fB)<br />
Fx<br />
a Rx =<br />
−<br />
senβ<br />
a<br />
p br<br />
( − B + fA)<br />
Fy<br />
a R y =<br />
+<br />
senβ<br />
a<br />
Se a rotação é anti-horária, o sinal do termo <strong>de</strong> fricção em cada equação é reverso.<br />
Assim a equação <strong>para</strong> a força atuante é:<br />
M N − M<br />
F =<br />
c<br />
E o auto-energizamento existe <strong>para</strong> rotações anti-horária. As reações horizontais e<br />
verticais são calculadas da mesma maneira que antes:<br />
p br<br />
( A − fB)<br />
Fx<br />
a Rx =<br />
−<br />
senβ<br />
a<br />
p br<br />
( − B − fA)<br />
Fy<br />
a R y =<br />
+<br />
senβ<br />
a<br />
Deve ser notado que quando <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> contração externa são usados como freios, o<br />
efeito da força centrífuga é diminuir a força normal. Assim, quando a velocida<strong>de</strong> aumenta, um<br />
valor maior é requerido <strong>para</strong> a força atuante F.<br />
Um caso especial é quando o pivô é simetricamente localizado e colocado <strong>de</strong> tal<br />
maneira que os momentos das forças <strong>de</strong> fricção no pivô são iguais a zero. A geometria <strong>de</strong> tal<br />
freio será similar ao da figura 4a. Para obter-se a relação da distribuição da pressão, é<br />
consi<strong>de</strong>rado que os revestimentos <strong>de</strong> uso permanecerão em sua forma cilíndrica. Isso significa<br />
que o <strong>de</strong>sgaste Δx na figura 4b é constante in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do ângulo β. O uso radial da<br />
sapata é Δr = Δx cosβ. Se em uma área elementar da sapata, for consi<strong>de</strong>rado que a energia ou<br />
perda friccional é proporcional à pressão radial, e se for consi<strong>de</strong>rado que o uso é diretamente<br />
relacionado à perda <strong>de</strong> fricção, tem-se a analogia:<br />
f<br />
403
Figura 4a – Freio com pivô simétrico Figura 4b – <strong>de</strong>sgaste do revestimento do freio<br />
p = pa<br />
cos β<br />
A p é máximo em β = 0 º . Observando a figura 4a tem-se:<br />
dN = pbrdβ<br />
= pabr<br />
cos βdβ<br />
A distância a até o pivô é <strong>de</strong> tal maneira que o momento das forças <strong>de</strong> fricção Mf é zero.<br />
Simetricamente significa que β1 = β2 e:<br />
Substituindo:<br />
2<br />
M f<br />
fp a<br />
β<br />
2 2<br />
0<br />
( fdN )( a cos β − ) = 0<br />
= ∫ r<br />
br<br />
∫<br />
β<br />
0<br />
2<br />
2 ( acos<br />
β − r cos β ) dβ<br />
= 0<br />
404
No qual:<br />
4rsenβ<br />
2<br />
a =<br />
2β<br />
+ sen2β<br />
2<br />
Com o pivô localizado <strong>de</strong> acordo com essa equação, o momento no pino é zero e as<br />
forças <strong>de</strong> reação horizontais e verticais são:<br />
Devido à simetria:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
R<br />
R<br />
y<br />
x<br />
2<br />
0<br />
2 β<br />
= ∫<br />
2<br />
0<br />
2 β<br />
= ∫<br />
dN<br />
fdN<br />
p br<br />
2<br />
a ( cos β ) = ( 2β<br />
+ sen2β<br />
)<br />
∫<br />
fdNsen β = 0<br />
p brf<br />
2<br />
a ( cos β ) = ( 2β<br />
+ sen2β<br />
)<br />
∫<br />
dNsen β = 0<br />
Também <strong>de</strong>vido à simetria. Note que Rx = -N e Ry = -fN, como <strong>de</strong>veria ser esperado a<br />
partir da escolha particular <strong>de</strong> a Entretanto, o torque é:<br />
12.7 - FREIOS FLEXÍVEIS<br />
T = afN<br />
Freios flexíveis são usados em escavadoras, guinchos e outras <strong>máquinas</strong>.<br />
Figura 5 - Forças em um freio flexível<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
405
Pela Figura 5 a força atuante P2 é menor que a reação sobre o pino P1 <strong>de</strong>vido à fricção e<br />
rotação do tambor. Qualquer elemento em um comprimento angular dβ, estará em equilíbrio<br />
sobre a ação das forças mostradas na figura. Fazendo o somatório na direção vertical obtêm-<br />
se:<br />
obtêm-se:<br />
dβ<br />
2<br />
dβ<br />
2<br />
( P + dP)<br />
sen + Psen − dN = 0<br />
dN=Pdβ<br />
Para ângulos pequenos sen(dβ/2) = dβ/2. A partir do somatório <strong>de</strong> forças na horizontal,<br />
Substituindo e integrando:<br />
Então:<br />
P<br />
2<br />
∫ = f ∫<br />
P1<br />
dP<br />
P<br />
dβ<br />
2<br />
dβ<br />
2<br />
( P + dP)<br />
cos − Pcos<br />
− fdN = 0<br />
φ<br />
0<br />
dP-fdN=0<br />
P 1<br />
dθ<br />
→ ln = fφ<br />
→<br />
P<br />
O torque po<strong>de</strong> ser obtido a partir da equação:<br />
T = (P1 – P2) D/2<br />
2<br />
P 1 = e<br />
P<br />
A força normal dN agindo sobre um elemento <strong>de</strong> área da largura b e comprimento r dβ é:<br />
dN = pbrdβ<br />
Pd θ = pbrdθ<br />
p =<br />
P<br />
br<br />
2P<br />
=<br />
bD<br />
A pressão é proporcional à tensão na dobra. A pressão máxima pa ocorrera na<br />
extremida<strong>de</strong> livre e vale:<br />
12.8 - FREIO ABS<br />
Pa = 2P1/(bD)<br />
Muitos dos atuais mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> veículos estão equipados com o sistema <strong>de</strong> freio anti-<br />
bloqueamento - ABS. Esse sistema utiliza <strong>componentes</strong> eletrônicos e hidráulicos, que ajudam a<br />
prevenir o bloqueamento das rodas durante períodos <strong>de</strong> forte frenagem. O sistema anti-<br />
bloqueamento garante a segurança dos ocupantes do veículo, mantendo o controle direcional<br />
enquanto oferece máxima eficiência na frenagem.<br />
2<br />
fφ<br />
406
O sistema hidráulico do freio atua reduzindo a pressão a fim <strong>de</strong> evitar o travamento das<br />
rodas, mantendo o atrito entre as rodas e a pista num valor ótimo. Já o sistema eletrônico do<br />
ABS age recebendo sinal dos sensores e enviando sinais <strong>de</strong> comando <strong>para</strong> o atuador<br />
hidráulico.<br />
Os <strong>componentes</strong> do ABS são:<br />
• Sensores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> nas rodas;<br />
• Coroa <strong>de</strong>ntada;<br />
• Atuador hidráulico;<br />
• Módulo <strong>de</strong> controle Electronic Control Unit (ECU).<br />
O sistema po<strong>de</strong> ser aplicado nas duas rodas traseiras ou nas quatro rodas.<br />
SENSORES DE VELOCIDADE NAS RODAS E ROTORES DENTADOS<br />
Esses sensores são utilizados <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a razão <strong>de</strong> rotação das rodas. A<br />
extremida<strong>de</strong> do sensor está localizada perto do coroa <strong>de</strong>ntada, que é geralmente preso ao eixo<br />
do veículo ou na articulação guiada e gira na mesma velocida<strong>de</strong> das rodas. Quando o rotor gira,<br />
uma tensão é induzida no sensor. O módulo e a freqüência <strong>de</strong>ssa tensão varia em relação à<br />
velocida<strong>de</strong> da roda.<br />
O sensor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> vir montado em cada roda ou na carcaça do eixo ou ainda<br />
na transmissão.<br />
ATUADOR HIDRÁULICO<br />
O atuador hidráulico é a unida<strong>de</strong> que tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar, diminuir ou manter<br />
a pressão no freio. Ele age baseado em sinais recebidos do módulo <strong>de</strong> controle. O atuador<br />
hidráulico consiste basicamente nos seguintes <strong>componentes</strong>:<br />
• Conjunto bomba/motor, que supre o acumulador com fluido <strong>de</strong> freio pressurizado;<br />
• Acumulador, que recebe o fluido <strong>de</strong> freio altamente pressurizado;<br />
• Conjunto <strong>de</strong> válvulas bloqueadoras, que contêm as válvulas solenói<strong>de</strong>s hidráulicas.<br />
No sistema intregrado ABS, o conjunto cilindro mestre/elevador <strong>de</strong> pressão é uma parte<br />
integral da unida<strong>de</strong> hidráulica. Nesses sistemas, o acionamento assistido é provido pelo fluido<br />
<strong>de</strong> freio pressurizado que é suprido pelo acumulador. Em um sistema não integrado, um<br />
conjunto convencional cilindro mestre/bomba é usado.<br />
Alguns veículos são equipados com atuadores que utilizam motores elétricos ao invés<br />
<strong>de</strong> válvulas hidráulicas <strong>para</strong> regular a pressão do freio.<br />
407
MÓDULO DE CONTROLE<br />
Um módulo <strong>de</strong> controle anti-bloqueamento é um computador que usa sinais dos<br />
sensores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da roda <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar quando e como o sistema anti-bloqueamento<br />
<strong>de</strong>ve operar em uma <strong>de</strong>terminada situação. Quando a roda está próxima à uma condição <strong>de</strong><br />
bloqueamento, o módulo <strong>de</strong> controle emite sinais <strong>para</strong> o atuador hidráulico <strong>para</strong> regular a<br />
pressão do fluido que afeta a roda em questão.<br />
OPERAÇÃO DO ABS<br />
Durante o período <strong>de</strong> frenagem normal, ao porção anti-bloqueamento do freio não opera.<br />
Apesar disso, os sensores continuam monitorando a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação das rodas e<br />
enviando sinais <strong>para</strong> o módulo <strong>de</strong> controle. Quando o pedal do freio é pressionado, fluido <strong>de</strong><br />
freio escoa do cilindro mestre, através do atuador hidráulico, até o freio.<br />
Quando o módulo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>tecta que a roda está aproximando do bloqueamento,<br />
ele emite sinais <strong>para</strong> a válvula solenói<strong>de</strong> no atuador hidráulico <strong>para</strong> bloquear a passagem <strong>de</strong><br />
fluido entre o cilindro mestre e o freio da roda em questão. A pressão do fluido do cilindro<br />
mestre não po<strong>de</strong>, assim, escoar através da válvula solenói<strong>de</strong>, e, a pressão do freio, na roda<br />
afetada, é mantida constante.<br />
Quando o módulo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>tecta um bloqueamento completo, ele comanda o<br />
atuador a diminuir a pressão na roda afetada. Para realizar isso, a válvula solenói<strong>de</strong> no atuador<br />
move-se <strong>para</strong> interromper a pressão <strong>de</strong> fluido vinda do cilindro mestre e permite que o fluido,<br />
atuando no freio, escoe <strong>para</strong> o reservatório do acumulador. No mesmo instante, a bomba<br />
contida <strong>de</strong>ntro do atuador, força o fluido do acumulador <strong>de</strong> volta ao cilindro mestre. Quando isso<br />
ocorre, a pressão atuante na roda diminui.<br />
Quando todas as rodas estão girando normalmente, a válvula solenói<strong>de</strong> no atuador<br />
retorna à sua posição original e o sistema <strong>de</strong> frenagem convencional volta a funcionar. Se for<br />
necessário, um sistema típico anti-bloqueamento po<strong>de</strong> repetir esse ciclo por volta <strong>de</strong> 15 vezes<br />
por segundo.<br />
12.9 - CONSIDERAÇÕES SOBRE PRESSÃO E DESGASTE<br />
Uma freio axial é o qual os membros <strong>de</strong> fricção são movidos na direção <strong>para</strong>lela ao eixo.<br />
Contudo, exceto por instalações relativamente simples, ele vem sendo <strong>de</strong>sbancado pelo freio a<br />
disco, empregando-se um ou mais discos nos membros operacionais. Nas vantagens dos freios<br />
a disco está a liberda<strong>de</strong> proporcionada pelos efeitos centrífugos, a gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> fricção que<br />
408
po<strong>de</strong> ser instalada em um espaço pequeno, as superfícies mais efetivas na dissipação do calor<br />
e a favorável distribuição <strong>de</strong> pressão.<br />
Supondo um disco <strong>de</strong> fricção com diâmetro externo D e diâmetro interno d. Para obter a<br />
força F necessária <strong>para</strong> produzir um torque T e uma pressão p, dois métodos po<strong>de</strong>m ser<br />
usados, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da construção do freio. Se os discos são rígidos, o maior uso ocorrerá<br />
primeiro nas áreas <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>vido ao maior trabalho <strong>de</strong> fricção nessas áreas. Após o certo<br />
<strong>de</strong>sgaste, a distribuição <strong>de</strong> pressão ira mudar permitindo um uso mais uniforme. Essa é a base<br />
do primeiro método.<br />
a área.<br />
O outro método <strong>de</strong> construção, emprega molas <strong>para</strong> obter uma pressão uniforme sobre<br />
DESGASTE UNIFORME<br />
Após um primeiro <strong>de</strong>sgaste e um uso dos discos até o ponto em que o uso uniforme<br />
fique possível, a maior pressão <strong>de</strong>ve ocorrer em r = d/2 <strong>para</strong> que o <strong>de</strong>sgaste seja uniforme.<br />
Para a pressão máxima pa, obtém-se:<br />
d<br />
d<br />
pr = pa<br />
ou p = pa<br />
2 2r<br />
No qual é a condição <strong>para</strong> ter-se a mesma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho realizado no raio r e<br />
no raio d/2. Consi<strong>de</strong>rando um elemento <strong>de</strong> área <strong>de</strong> raio r e espessura dr, a área <strong>de</strong>sse<br />
elemento é 2πr dr fazendo com que a força atuante no elemento seja dF = 2πrp dr. Variando r<br />
<strong>de</strong> d/2 a D/2 e integrando F obtém-se:<br />
Substituindo:<br />
F =<br />
D / 2<br />
( D d )<br />
a<br />
∫ 2π<br />
pr = πpad<br />
∫ dr = −<br />
d / 2<br />
D / 2<br />
p πd<br />
d / 2 2<br />
O torque obtido pela integração do produto da força <strong>de</strong> fricção e do raio é:<br />
T =<br />
D / 2<br />
D / 2<br />
2<br />
fpaπd<br />
2 2<br />
∫ 2π<br />
fpr = πpad<br />
∫ rdr = ( D − d )<br />
d / 2<br />
d / 2<br />
Ff<br />
T = +<br />
4<br />
( D D)<br />
A equação que fornece a força atuante <strong>para</strong> a pressão máxima pa é valida <strong>para</strong> qualquer<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pares <strong>de</strong> fricção ou superfícies. A outra equação fornece a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torque<br />
<strong>para</strong> apenas uma superfície <strong>de</strong> fricção.<br />
8<br />
409
PRESSÃO UNIFORME<br />
Quando po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar uma pressão uniforme sobre a área do disco, a força<br />
atuante é simplesmente o produto da pressão pela área.<br />
2 2 ( D d )<br />
2 p a F = −<br />
4<br />
Como antes, o torque é obtido, integrando o produto da força <strong>de</strong> fricção e o raio:<br />
Para a pressão máxima pa:<br />
2πfp<br />
24<br />
3 3 ( D − )<br />
D / 2<br />
2<br />
2π fp r dr = d<br />
d / 2<br />
T = ∫<br />
Ff<br />
T =<br />
D<br />
3<br />
− d<br />
3<br />
2 2<br />
3 D − d<br />
Essas equações são válidas <strong>para</strong> o torque em um único par <strong>de</strong> união <strong>de</strong> superfícies.<br />
Deve-se multiplicar o número <strong>de</strong> superfícies em contato <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma.<br />
12.10 - CONSIDERAÇÕES SOBRE ENERGIA<br />
Quando os membros rotativos <strong>de</strong> uma máquina são freados, a energia cinética <strong>de</strong><br />
rotação <strong>de</strong>ve ser absorvida pelo freio. Essa energia aparece no freio na forma <strong>de</strong> calor. Energia<br />
cinética é absorvida, durante a mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, pelo freio, sendo transformada em<br />
calor.<br />
Foi visto como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torque do freio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do coeficiente <strong>de</strong> fricção do<br />
material e <strong>de</strong> uma pressão normal segura. Entretanto, a carga <strong>de</strong>ve ser tal, que se o valor do<br />
torque for permitido, o freio <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>struído pelo seu próprio calor gerado. A capacida<strong>de</strong> da<br />
engrenagem é limitada por dois fatores: as características do material e sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dissipar calor. Se o calor é gerado mais rapidamente que é dissipado, tem-se um problema <strong>de</strong><br />
aumento da temperatura.<br />
Para um melhor esclarecimento do que ocorre durante a frenagem, simula-se um<br />
mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> dois sistemas inerciais conectados por um freio. Os momentos <strong>de</strong><br />
inércia I1 e I2 possuem velocida<strong>de</strong>s angulares iniciais w1 e w2. Durante o acionamento do freio,<br />
ambas as velocida<strong>de</strong>s angulares mudam e se tornam iguais. Assume-se que os dois eixos<br />
sejam rígidos e que o torque seja constante.<br />
Escrevendo a equação <strong>de</strong> movimento <strong>para</strong> a inércia 1:<br />
I1β”1 = -T Equação (1)<br />
410
On<strong>de</strong> β”1 é a aceleração angular <strong>de</strong> I1 e T é o torque. Uma equação similar <strong>para</strong> I2 é:<br />
I2β”2= T Equação (2)<br />
Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar as velocida<strong>de</strong>s instantâneas β’1 e β’2 <strong>de</strong> I1 e I2 <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período<br />
<strong>de</strong> tempo t pela integração das Eqs. (a) e (b).<br />
T<br />
β’1 = − t + w1<br />
I<br />
T<br />
β’2 = − t + w2<br />
I<br />
A diferença das velocida<strong>de</strong>s, conhecida como velocida<strong>de</strong> relativa, é<br />
I I<br />
β’= β’1 - β’2 = w w T t<br />
I I ⎟ ⎛ 1 + 2 ⎞<br />
− − ⎜<br />
1 2<br />
⎝ 1 2 ⎠<br />
1<br />
2<br />
A operação <strong>de</strong> acionamento da embreagem é completa no instante em qual as duas<br />
velocida<strong>de</strong>s angulares β’1 e β’2 se tornam iguais.Consi<strong>de</strong>rando o tempo requerido pela inteira<br />
operação igual a t1. Então β’ = 0 quando β’1 = β’2, então a equação acima fica:<br />
t<br />
1<br />
I1I<br />
2 ( w1<br />
− w2<br />
)<br />
=<br />
T ( I + I )<br />
1<br />
Essa equação mostra que o tempo requerido <strong>para</strong> o operação <strong>de</strong> frenagem é<br />
diretamente proporcional à diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e inversamente proporcional ao torque.<br />
Consi<strong>de</strong>rando o torque constante, acha-se, através das equações acima, a razão da<br />
dissipação <strong>de</strong> energia durante a frenagem:<br />
acima:<br />
I1<br />
+ I 2<br />
U = Tβ’ = T[<br />
w1<br />
− w2<br />
− T ( ) t]<br />
I I<br />
A energia total dissipada durante a ação da embreagem é obtida integrando a equação<br />
E =<br />
t1<br />
∫<br />
0<br />
udt = T<br />
t1<br />
∫<br />
I<br />
=<br />
[ w<br />
− w<br />
2<br />
1<br />
I1<br />
+ I 2<br />
− T ( ) t]<br />
dt<br />
I I<br />
1 2<br />
0 1 2<br />
1<br />
I<br />
2<br />
( w<br />
2(<br />
I<br />
1<br />
1<br />
− w<br />
+ I<br />
Note que a energia dissipada é proporcional ao quadrado da diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s e é<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ao torque.<br />
2<br />
2<br />
)<br />
)<br />
2<br />
2<br />
411
12.11 - CONSIDERAÇÕES SOBRE TEMPERATURA NO FREIO<br />
A temperatura atuante na interface rotor-revestimento é fundamental <strong>para</strong> a fricção e<br />
<strong>de</strong>sgaste e está associada com os materiais em questão. É nessa interface que o calor causado<br />
pela fricção é gerado e on<strong>de</strong> atuam as mais altas temperaturas. A temperatura do material da<br />
presilha <strong>de</strong>termina o modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e o filme presente na superfície que influencia no<br />
coeficiente <strong>de</strong> fricção. O equilíbrio da temperatura é relacionado com o calor <strong>de</strong> entrada<br />
(proporcional ao peso do veiculo, à velocida<strong>de</strong> inicial e à freqüência <strong>de</strong> <strong>para</strong>da) e a magnitu<strong>de</strong><br />
do calor dissipado. O calor é perdido através da condução <strong>para</strong> o conjunto <strong>de</strong> freio assim como<br />
por convecção e radiação <strong>para</strong> a vizinhança.<br />
CALOR DE ENTRADA<br />
veículo:<br />
A entrada instantânea <strong>de</strong> calor no freio q é igual a mudança da energia cinética no<br />
∂ ∂ ⎛ 1<br />
q = ΔKE<br />
= KE = ⎜ mv<br />
∂t<br />
∂t<br />
⎝ 2<br />
on<strong>de</strong> q = razão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> calor no freio, Btu/s<br />
KE = energia cinética do veículo, Btu<br />
m = massa do veiculo, peso/32,2 ft/s 2<br />
v = velocida<strong>de</strong> instantânea do veiculo, ft/s<br />
O <strong>de</strong>sign do sistema <strong>de</strong> freio irá <strong>de</strong>terminar a porcentagem do total <strong>de</strong> calor gerado que<br />
irá se dissipar em cada roda.<br />
VARIAÇÃO DE TEMPERATURA<br />
expressão:<br />
O aumento <strong>de</strong> temperatura no conjunto do freio po<strong>de</strong> ser aproximado pela clássica<br />
on<strong>de</strong> ΔT = aumento <strong>de</strong> temperatura, o F<br />
c = calor específico, Btu / (lbm. o F)<br />
W = massa do freio, lbm<br />
Δ T =<br />
H<br />
cW<br />
Uma equação similar po<strong>de</strong> ser escrita no SI:<br />
Δ<br />
T =<br />
E<br />
cm<br />
2<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
412
on<strong>de</strong> ΔT = aumento <strong>de</strong> temperatura, o C<br />
c = calor específico, J/ kg. o C<br />
m = massa do freio, kg<br />
As equações acima po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>para</strong> explicar o que acontece quando o freio<br />
opera. Entretanto, existem várias variáveis envolvidas, então não é <strong>de</strong> se esperar que tais<br />
análises se aproximem <strong>de</strong> resultados experimentais. Por essa razão, tais análises <strong>de</strong>vem ser<br />
utilizadas, em ciclos repetitivos, on<strong>de</strong> tem-se um melhor efeito na performance.<br />
Um objeto aquecido a uma temperatura T1, esfria até uma temperatura ambiente Ta <strong>de</strong><br />
acordo com a relação exponencial abaixo:<br />
T − T = ( T − T ) e<br />
on<strong>de</strong> Ti = temperatura instantânea no tempo t, o F;<br />
A = área <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor, ft 2 ;<br />
U = coeficiente <strong>de</strong> superfície, Btu/(ft 2 .s. o F).<br />
i<br />
a<br />
1<br />
a<br />
−(<br />
AU / WC ) t<br />
A temperatura do freio <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> repetidas frenagens vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> quanto do calor<br />
gerado é perdido <strong>de</strong>vido à condução, convecção e radiação. Outro fator significante será o<br />
torque residual no freio. Esse torque residual não gera altas temperaturas, mas reduz a perda<br />
<strong>de</strong> calor do freio, mudando efetivamente o equilíbrio da temperatura após múltiplas frenagens.<br />
12.12 - ACIONAMENTO DE FREIOS<br />
Os acionamentos usados em carros <strong>de</strong> passeio são quatro; vácuo suspenso, ar suspenso,<br />
hidráulico e eletro-hidráulico. O mais usado é o <strong>de</strong> suspensão a vácuo.<br />
12.13 - OPERAÇÃO A VÁCUO SUSPENSO<br />
Na posição neutra, ambos os lados do pistão <strong>de</strong> acionamento e do diafragma simples do<br />
acionamento à vácuo são abertos e ar entra no coletor a vácuo. Quando o freio é requisitado,<br />
ar é admitido em um lado do pistão e do diafragma. Imediatamente, pressão do ar atmosférico<br />
move o diafragma e força o pistão <strong>para</strong> frente, causando o movimento <strong>para</strong> frente da barra <strong>de</strong><br />
pressão que age no pistão do cilindro mestre e aciona os freios.<br />
Alguns veículos gran<strong>de</strong>s são equipados com diafragmas em série. A operação é similar<br />
a unida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> diafragma, com ar sendo admitido em um lado <strong>de</strong> cada diafragma<br />
promovendo uma assistência ao acionamento.<br />
413
12.14 - OPERAÇÃO DE AR SUSPENSO<br />
Na posição neutra, ambos os lados do pistão <strong>de</strong> acionamento estão sob pressão<br />
atmosférica. Quando o freio é aplicado, o coletor a vácuo é admitido em um lado do pistão,<br />
diminuindo a pressão <strong>de</strong>sse lado. Imediatamente, a pressão atmosférica atuante no outro lado<br />
causa o movimento do pistão, forçando a barra <strong>de</strong> pressão <strong>para</strong> frente, acionando o pistão do<br />
cilindro mestre que, por sua vez, aciona os freios.<br />
12.15 - OPERAÇÃO DA BOMBA HIDRÁULICA<br />
O mecanismo <strong>de</strong> bombeamento causa uma pressão hidráulica requerida <strong>para</strong> acionar o<br />
freio. Esse mecanismo combina uma válvula <strong>de</strong> bobina central aberta com o cilindro hidráulico<br />
em uma única carcaça. Esse mecanismo hidráulico possui também um reservatório, chamado<br />
acumulador, que armazena o fluido sobre pressão <strong>para</strong> promover assistência ao freio em caso<br />
<strong>de</strong> queda <strong>de</strong> pressão.<br />
Na posição neutra, o fluido escoa da bomba, passando através da válvula, <strong>para</strong> o<br />
mecanismo <strong>de</strong> engrenagem, e volta <strong>para</strong> o reservatório.<br />
Quando o freio é aplicado, a válvula fecha o retorno do fluido vindo do compartimento da<br />
bomba e admite fluido entrando nesse compartimento. O fechamento da válvula também<br />
restringe o escoamento do fluido <strong>para</strong> o mecanismo <strong>de</strong> engrenagem, causando o bombeamento<br />
a fim <strong>de</strong> aumentar a pressão do fluido.<br />
Enquanto a pressão hidráulica no compartimento <strong>de</strong> bombeamento aumenta, ela age no<br />
pistão, que, por sua vez, move <strong>para</strong> frente o pistão do cilindro mestre <strong>para</strong> acionar o freio.<br />
Se existir uma perda <strong>de</strong> pressão, a pressão no pedal do freio atua na válvula da bobina <strong>para</strong><br />
abrir a válvula acumuladora. A pressão na bomba fornece, então, uma reserva <strong>de</strong> suprimento<br />
<strong>de</strong> energia ou fluido. Quando o suprimento se esgota, o sistema reverte <strong>para</strong> a operação<br />
manual. A operação manual ocorre quando existe uma falta <strong>de</strong> assistência durante a aplicação<br />
do freio. Isso aumenta o esforço necessário <strong>para</strong> acionar os freios.<br />
12.16 - OPERAÇÃO ELETRO-HIDRÁULICO<br />
Compõe este sistema: bomba eletro-hidráulica, um fluido acumulador, chave <strong>de</strong> pressão<br />
dual e uma bomba hidráulico. A bomba opera entre uma faixa limite <strong>de</strong> pressão <strong>para</strong> manter a<br />
pressão do fluido satisfatória <strong>para</strong> o acionamento do elevador <strong>de</strong> pressão. Quando o pedal do<br />
freio é acionado, o fluido acumulador sob pressão, age sobre o pistão da bomba <strong>para</strong> que o<br />
cilindro mestre entre em atuação.<br />
414
Capítulo 13 – Programas computacionais<br />
OBSERVAÇÕES PARA INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO<br />
Instale o programa no diretório c:\Elementos .Os programas <strong>de</strong>vem ser instalados<br />
diretamente no disco rígido, pois se instalados em diretórios com muitas sub-pastas po<strong>de</strong>m não<br />
funcionar corretamente.<br />
Alguns programas estão na plataforma DOS portanto po<strong>de</strong>m não funcionar corretamente<br />
em algumas versões do Windows.<br />
Quando se inicializar algum programa em que esteja operando em plataforma DOS, este<br />
<strong>de</strong>ve estar maximizado, caso isso não ocorra pressione as teclas Atl+Enter <strong>para</strong> maximizar.<br />
A maioria dos programas interpretam o ponto como digito <strong>de</strong>cimal e não a virgula.<br />
Os programas po<strong>de</strong>m ser acessados diretamente ou através <strong>de</strong> um programa geral<br />
instalado no diretório c:\Elementos\Elemaq\Elemaq.exe<br />
13.1 - CIRCULO DE MOHR<br />
Programa – Morh\Circ.exe<br />
• Primeiro passo: Selecione uma opção:<br />
[1] Estado Triplo <strong>de</strong> Tensões<br />
[2] Estado Plano <strong>de</strong> Tensões<br />
• Segundo passo: Entre com as Tensões:<br />
13.2 - VIGAS<br />
[1] Tx – Tensão normal no plano x<br />
[2] Ty – Tensão normal no plano y<br />
[3] Tz – Tensão normal no plano z<br />
[4] Txy – Tensão cisalhante no plano xy<br />
[5] Txz – Tensão cisalhante no plano xz<br />
[6] Tyz – Tensão cisalhante no plano yz<br />
Cálculo <strong>de</strong> Momento fletor e esforço cortante em vigas:<br />
Obs: Use ponto ao invés <strong>de</strong> virgula <strong>para</strong> décimos e centésimos.<br />
Programas:<br />
415
• Vigas\R1.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre com força sendo aplicada na<br />
extremida<strong>de</strong> da viga<br />
• Vigas\R2.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre com força sendo aplicada em uma<br />
posição intermediaria a viga.<br />
• Vigas\R3.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre com carregamento aplicado ao longo<br />
da viga.<br />
• Vigas\R4.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre e momento sendo aplicado na<br />
extremida<strong>de</strong> da viga.<br />
• VigasR5.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força aplicada no centro da viga.<br />
• Vigas\R6.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força aplicada em uma posição<br />
intermediaria da viga.<br />
• Vigas\R7.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força uniforme aplicada na viga.<br />
• Vigas\R8.exe – Bi-apoiada nos extremos e com momento aplicado em uma posição<br />
intermediaria da viga.<br />
• Vigas\R9.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força aplicada simétrica em uma<br />
posição intermediaria da viga.<br />
• Vigas\R10.exe – Bi-apoiada em balaço e com força aplicada na extremida<strong>de</strong> da viga.<br />
• Vigas\R11.exe – Engastada e apoiada com força aplicada no centro da viga.<br />
• Vigas\R12.exe – Engastada e apoiada com força aplicada em posição intermediaria da<br />
viga.<br />
• Vigas\R13.exe – Engastada e apoiada com carregamento aplicado ao longo da viga.<br />
• Vigas\R14.exe – Bi-engastada com força aplicada no centro da viga.<br />
• Vigas\R15.exe – Bi-engastada com força aplicada em uma posição intermediaria da<br />
viga.<br />
• Vigas\R16.exe – Bi-engastada com carregamento uniforme aplicado ao longo da viga.<br />
13.3 - FADIGA PARA PEÇAS SEÇÕES CIRCULARES OU RETANGULARES<br />
Programa – Fadiga\Fadiga1\fadiga.exe<br />
Este livro apresenta um programa computacional Fadiga, que <strong>de</strong>senvolvemos <strong>para</strong> o<br />
cálculo do limite <strong>de</strong> resistência à fadiga. O item Opção possui dois níveis: Seção Circular e<br />
Seção retangular. Deve-se primeiramente através do item opção selecionar o tipo <strong>de</strong> seção da<br />
peça. Em seguida selecione o tipo <strong>de</strong> carregamento no qual a peça está sujeita. Para a seleção<br />
416
do carregamento basta clicar sobre a figura <strong>de</strong>sejada. Deve-se agora preencher todos os dados<br />
solicitados. Observe, também, que diversas variáveis estão indicadas no <strong>de</strong>senho que você<br />
optou. Os valores não <strong>de</strong>vem ser digitados arbitrariamente, por exemplo, se você digitar um<br />
valor D>d, po<strong>de</strong>rá haver um erro. Por fim, clica-se no botão calcular o resultado. Note que ao<br />
selecionar uma <strong>de</strong>terminada seção, aparece os <strong>de</strong>senhos relacionados ao tipo <strong>de</strong> seção. Se<br />
você selecionar uma seção retangular apenas os <strong>de</strong>senhos da seção retangular estarão<br />
disponíveis.<br />
13.4 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS<br />
Programa – Fadiga\Fadiga2\fadiga.exe<br />
Os cálculos são realizados através da fórmula Se dada neste capítulo.<br />
O usuário <strong>de</strong>verá:<br />
• Consultar a lista <strong>de</strong> aços disponíveis teclando a opção [1];<br />
• Entrar com o aço comercial tabelado [2];<br />
• Escolher o processo <strong>de</strong> fabricação do aço:<br />
[1] Laminado a quente;<br />
[2] Estirado a frio;<br />
[3] Normalizado;<br />
[4] Recozido;<br />
[5] Temperado.<br />
• Escolher o tipo <strong>de</strong> acabamento:<br />
[1] Retificado;<br />
[2] Usinado ou estriado a frio;<br />
[3] Laminado a quente;<br />
[4] Forjado.<br />
• Escolher o tipo <strong>de</strong> esforço:<br />
[1] Axial;<br />
[2] Torção / Flexão.<br />
• Indicar o tipo <strong>de</strong> seção:<br />
[1] Retangular;<br />
[2] Circular;<br />
[3] Tipo “I”;<br />
[4] Cantoneira.<br />
417
• Indicar o fator <strong>de</strong> carregamento:<br />
[1] Axial;<br />
[2] Fletor;<br />
[3] Torsor ou cisalhante.<br />
• Indicar o valor da temperatura <strong>de</strong> trabalho (entre 20ºC e 600ºC).<br />
• Fornecer o valor <strong>de</strong> Ke, fator <strong>de</strong>vido à concentração <strong>de</strong> tensões (use ponto <strong>para</strong><br />
frações).<br />
Resultados do programa:<br />
• Valores <strong>de</strong> Su, Sy, Ka, Kb, Kc, Kd, Se’, Se;<br />
• Resistência à fadiga <strong>para</strong> N ciclos;<br />
• Vida em ciclos <strong>para</strong> uma tensão reversa;<br />
• Carga máxima aplicada ciclicamente.<br />
13.5 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS<br />
Programa – Fadiga\Fadiga3\element.exe<br />
Os cálculos são realizados através da fórmula Se dada neste capítulo.<br />
O usuário <strong>de</strong>verá:<br />
• Indicar o valor <strong>de</strong> Su (limite <strong>de</strong> resistência a tração) da peça. Po<strong>de</strong>rá escolher o valor<br />
tabelado ou indicar um novo valor via teclado.<br />
• Indicar o Tipo <strong>de</strong> seção:<br />
[1] Seção circular;<br />
[2] Seção retangular;<br />
[3] Perfil I;<br />
[4] Perfil U;<br />
• Informar se a peça trabalha:<br />
[1] Fixa;<br />
[2] Sob rotação.<br />
• Informar a geometria da seção, se for eixo, por exemplo:<br />
[1] Eixo maciço;<br />
[2] Eixo com raio <strong>de</strong> adoçamento;<br />
[3] Eixo com furo radial;<br />
[4] Eixo com entalhe;<br />
[5] Tubo vazado;<br />
418
[6] Tubo vazado com furo radial.<br />
• Digite o diâmetro do eixo ou calcule o diâmetro efetivo da peça.<br />
• Informe o tipo <strong>de</strong> carregamento atuante:<br />
[1] Carga axial;<br />
[2] Carga <strong>de</strong> flexão;<br />
[3] Carga <strong>de</strong> torção.<br />
• Indique a temperatura <strong>de</strong> trabalho - retirar o valor da tabela <strong>de</strong> temperatura em o<br />
Celsius, variando <strong>de</strong> 20 a 600 ºC.<br />
• Indique o acabamento superficial da peça:<br />
[1] Retificado;<br />
[2] Laminado a frio ou Usinado;<br />
[3] Laminado a quente Forjado.<br />
• O programa informa o valor do Limite <strong>de</strong> Resistência à fadiga da peça (vida infinita). A<br />
partir <strong>de</strong>stes dados obtidos, po<strong>de</strong>-se agora proce<strong>de</strong>r à estimativa da vida da peça. O<br />
usuário <strong>de</strong>verá entrar com os dados das tensões atuantes sobre a peça, <strong>para</strong> que o<br />
programa <strong>de</strong>termine se esta terá vida finita ou vida infinita.<br />
o Caso 1 - Vida infinita - O programa calcula o fator <strong>de</strong> segurança do <strong>projeto</strong>.<br />
o Caso 2 - Vida finita - O programa calcula a vida da peça em número <strong>de</strong> ciclos.<br />
• O usuário <strong>de</strong>verá digitar:<br />
[1] A máxima tensão atuante sobre a peça em Mpa;<br />
[2] A mínima tensão atuante sobre a peça em Mpa.<br />
• O usuário <strong>de</strong>verá informar se há pré-carga na peça e o seu valor.<br />
• O usuário <strong>de</strong>verá informar qual o critério a ser usado:<br />
[1] Critério <strong>de</strong> Goodman;<br />
[2] Critério <strong>de</strong> So<strong>de</strong>rberg.<br />
• O programa apresenta como solução:<br />
[1] O gráfico das tensões médias x tensões alternadas com as linhas <strong>de</strong><br />
Goodman e So<strong>de</strong>rberg e as tensões alternada, média e o ponto <strong>de</strong> trabalho.<br />
[2] O programa apresenta o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga (Se) se infinito ou limite<br />
<strong>de</strong> fadiga se finito (Sf).<br />
[3] O programa apresenta a curva <strong>de</strong> fadiga da peça <strong>de</strong>stacando os valores <strong>de</strong><br />
10 3 ciclos (0,9 Su) e 10 6 ciclos, Se.<br />
[4] O programa informa a vida da peça com o coeficiente <strong>de</strong> segurança.<br />
419
13.6 – DIMENSIONAMENTO DE PARAFUSOS DE UNIÃO<br />
Programa: Parafusos\VasoPressao\Vaspres.exe<br />
Este programa computacional utiliza as equações <strong>de</strong>ste capítulo <strong>para</strong> dimensionar<br />
<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união submetidos a carregamento estático e dinâmico.<br />
Figura 1 – Programa <strong>para</strong>fuso.exe<br />
Dimensionamento <strong>de</strong> Parafusos <strong>de</strong> União em Vasos <strong>de</strong> Pressão<br />
O usuário <strong>de</strong>verá:<br />
• Digitar o valor máximo da pressão interna do vaso em MPa.<br />
• Digitar o valor do diâmetro interno do vaso <strong>de</strong> pressão d (mm).<br />
• Digitar o valor da espessura da tampa do vaso, D (mm).<br />
• Digitar o valor da espessura do vaso E (mm).<br />
• Digitar o fator <strong>de</strong> segurança requerido <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong>.<br />
• Digitar o valor do número máximo <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos que se <strong>de</strong>seja.<br />
• Informar se no <strong>projeto</strong>, os <strong>para</strong>fusos possuem ou não porca.<br />
• Informar se no <strong>projeto</strong>, os <strong>para</strong>fusos possuem arruela.<br />
• Utilizando tabela do programa, informar o material da tampa do vaso.<br />
[1] Aço 207 GPa<br />
[2] Alumínio 70 GPa<br />
[3] Ferro Fundido 131 MPa<br />
[4] Ferro Nodular 170 MP<br />
• Utilizando tabela do programa, informar o material do valorf<br />
• Informar a característica da junta<br />
[1] Conexão permanente<br />
[2] Conexão reutilizável<br />
420
padronizados.<br />
O programa apresenta as possíveis soluções utilizando <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> classe ISO<br />
Apresenta uma tabela com as seguintes informações<br />
Projeto - Qualida<strong>de</strong> dos Parafusos - Classe ISO - Diâmetro (mm) - Comprimento do<br />
Parafuso (mm)<br />
13.7 - PARAFUSO DE POTÊNCIA<br />
Programa: Parafusos\ParafusoPot\Parapote.exe<br />
O programa fornece como resposta o diâmetro da raiz, o diâmetro médio, torque <strong>para</strong><br />
elevar a carga, torque <strong>para</strong> abaixar a carga, eficiência do <strong>para</strong>fuso e potencia em HP.<br />
Como entradas temos:<br />
• Entre com o valor da carga [N]<br />
• Entre com o valor da bitola do <strong>para</strong>fuso [mm]<br />
• Entre com o passo [mm]<br />
• Entre com número <strong>de</strong> entradas do <strong>para</strong>fusos<br />
• Coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>para</strong> os cálculos<br />
[1] Sim<br />
[2] Não<br />
• Tipo <strong>de</strong> rosca<br />
[1] Rosca quadrada<br />
[2] Rosca trapezoidal<br />
• Ângulo da rosca em graus<br />
• Velocida<strong>de</strong> com que a peça <strong>de</strong>ve-se mover [mm/s]<br />
13.8 – FLEXÃO E TORÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS<br />
Programa: Solda\solda.exe<br />
O programa tem a função <strong>de</strong> calcular as tensões <strong>de</strong> torção e <strong>de</strong> flexão atuantes em<br />
juntas soldadas.<br />
• Selecione a opção do programa<br />
[1] Determinação da tensão cisalhante<br />
[2] Determinação da altura h da solda<br />
• Tipo <strong>de</strong> solicitação<br />
421
[1] Torção em junta soldadas<br />
[2] Flexão em juntas soldadas<br />
• Plano <strong>de</strong> atuação da força<br />
• Tipos <strong>de</strong> carregamento<br />
• Entre com o valor da força<br />
A resposta do programa é o valor da tensão.<br />
13.9 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS UTILIZANDO A NORMA AGMA<br />
Programa: Engrenagens\Engren.exe<br />
Cálculo <strong>de</strong> engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos e engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos helicoidais:<br />
[1] Cálculo simples<br />
[2] Cálculo <strong>de</strong> esforços<br />
[3] Dimensionamento<br />
a. Dimensionar um par <strong>de</strong> engrenagens <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminada aplicação, calculando-se<br />
assim seu módulo, bem como diâmetros e números <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes.<br />
b. Para um dado par <strong>de</strong> engrenagens, calcula-se a máxima força tangencial que<br />
este possa sofrer. Utiliza-se a norma AGMA <strong>para</strong> tais cálculos, po<strong>de</strong>ndo o<br />
dimensionamento ser feito <strong>para</strong> o <strong>de</strong>sgaste ou <strong>para</strong> a flexão (ou ambos).<br />
Restrições: Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos - ângulo <strong>de</strong> pressão 20 o .<br />
• Determinar:<br />
Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes helicoidais - ângulo <strong>de</strong> pressão normal 20 o .<br />
[1] Módulo da engrenagem<br />
[2] Máxima força<br />
• Para <strong>de</strong>terminação do módulo do par <strong>de</strong> engrenagens são utilizados os seguintes<br />
critérios <strong>de</strong> dimensionamento:<br />
[1] Tensão <strong>de</strong> Flexão<br />
[2] Tensão <strong>de</strong> contato<br />
[3] Ambos os critérios<br />
• Determinação da Resistência do Pinhão:<br />
Para tanto, <strong>de</strong>ve-se especificar o material da engrenagem ou sua dureza.<br />
Tabela do programa (tabela 1) com indicação <strong>de</strong> material e dureza mínima:<br />
• Especificação do material da coroa- utilizar tabela <strong>de</strong> material com dureza<br />
• Digite o valor da máxima potência a ser transmitida em KW<br />
422
• A relação <strong>de</strong> redução do sistema é a razão entre a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação da<br />
engrenagem condutora (pinhão) pela velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação da engrenagem conduzida<br />
(corôa).<br />
• Entrar com os dados informando a relação entre as velocida<strong>de</strong>s.<br />
• Informar a classe AGMA das engrenagens:<br />
[1] Engrenagem comercial<br />
[2] Engrenagem precisa<br />
[3] Engrenagem <strong>de</strong> alta precisão<br />
• Informar o número <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> AGMA<br />
• Informar a vida <strong>de</strong>sejada <strong>para</strong> o pinhão em número <strong>de</strong> ciclos<br />
• Informar parâmetros referentes a características do engrenamento<br />
• Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação do pinhão(no caso <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> variável indicar a máxima) em<br />
rpm<br />
• Temperatura <strong>de</strong> trabalho do engrenamento:<br />
[1] Até 120 o Celsius<br />
[2] Acima <strong>de</strong> 120 o Celsius<br />
• Condições <strong>de</strong> Montagem:<br />
[1] Montagem acurada, com engrenagens <strong>de</strong> precisão<br />
[2] Montagem menos rígida, engrenagens menos acuradas<br />
[3] Montagem acurada, on<strong>de</strong> não há conato total das faces<br />
Aço temperado e recozido AGMA A-1 100 HB<br />
Aço temperado e recozido AGMA A-2 240 HB<br />
Aço temperado e recozido AGMA A-3 300 HB<br />
Aço temperado e recozido AGMA A-4 360 HB<br />
Aço temperado e recozido AGMA A-5 400 HB<br />
Aço endurecido por indução ou chama tipo A 50 HRC<br />
Aço cementado e com camada endurecida 55 HRC<br />
Aço cementado e com camada endurecida 60 HRC<br />
Aço AISI 4140 48 HRC<br />
Aço AISI 4340 46 HRC<br />
Aço Nitralloy 135M 60 HRC<br />
Aço 2,5 % Cromo 60 HRC<br />
423
Ferro Fundido AGMA-30 175 HB<br />
Ferro Fundido AGMA-40 200 HB<br />
Ferro Nodular Recozido e Temperado AGMA A-7 a 140 HB<br />
Ferro Nodular Recozido e Temperado AGMA A-7 c 180 HB<br />
Ferro Nodular Recozido e TemperadoAGMA A-7 d 230 HB<br />
Ferro Nodular Recozido e Tempeado AGMA A-7 e 270 HB<br />
Ferro Maleável A-8-c 165 HB<br />
Ferro Maleável A-8-e 180 HB<br />
Ferro Maleável A-8-f 195 HB<br />
Ferro Maleável A-8-i 195 HB<br />
Bronze AGMA -2c - máxima resist. à tração 275 Mpa<br />
Alumínio Bronze 3 - máxima resist. à tração 620 Mpa<br />
• Confiabilida<strong>de</strong> requerida <strong>para</strong> o Projeto<br />
• O sistema é constituído <strong>de</strong>:<br />
Tabela 1 – Dureza mínima dos materiais<br />
[1] Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes externos<br />
[2] Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos<br />
• Indicar a aplicação mais próxima da <strong>de</strong>sejada <strong>para</strong> o sistema<br />
[1] Suporte <strong>de</strong> elevadores<br />
[2] Movimentação do braço <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> guindastes móveis e suas<br />
conexões<br />
[3] Máquinas alternativas ou movidas a pistão<br />
[4] Unida<strong>de</strong>s acionadas por motor<br />
[5] Maquinário leve, acionado por motor ou eixo<br />
[6] Guindaste <strong>para</strong> suporte <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cargas<br />
[7] Outra aplicação qualquer<br />
• Parâmetros <strong>de</strong> referência - selecionar um item abaixo:<br />
[1] Distância entre centros <strong>de</strong> engrenagens<br />
[2] Diâmetro do pinhão<br />
[3] Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do pinhão<br />
[4] Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do pinhão a critério do programa<br />
• Determinação da largura do par <strong>de</strong> engrenagens:<br />
[1] Especificar o valor via teclado<br />
424
[2] Calcular o valor em função do módulo<br />
[3] Determinar pelo programa<br />
[4] Determinar pelo usuário<br />
• O programa apresenta como solução final<br />
O módulo calculado, módulo padronizado, largura mínima recomendada; dados do pinhão e<br />
coroa após padronização: número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, diâmetros primitivos.<br />
13.10 - MANCAIS HIDRODINÂMICOS<br />
Programa: Mancais\Mancal\Mancal.exe<br />
A função do programa é encontrar os valores da temperatura média dos mancais, folga<br />
i<strong>de</strong>al, potencia dissipada e pressão máxima nos mancais.<br />
Dados necessários:<br />
• Diâmetro do mancal<br />
• Comprimento do mancal<br />
• Carga máxima atuante<br />
• Rotação em rpm<br />
• Tipo <strong>de</strong> óleo lubrificante (SAE)<br />
• Temperatura <strong>de</strong> entrada do óleo<br />
• Folga radial<br />
O programa realiza interações sucessivas e <strong>de</strong>termina em função dos dados:<br />
• A temperatura média do mancal utilizando a teoria hidrodinâmica.<br />
• Calcula também a espessura mínima <strong>de</strong> óleo (ho) ;<br />
• A curva <strong>de</strong> ho x c (folga radial).<br />
• Determina a folga i<strong>de</strong>al no mancal hidrodinâmico.<br />
• Apresenta finalmente os seguintes resultados: Temperatura média do mancal, pressão<br />
máxima do lubrificante; folga i<strong>de</strong>al, potencia dissipada pelo atrito; e o gráfico hox c.<br />
13.11 - MANCAIS UTILIZANDO O CATÁLOGO DA TIMKEN E SKF<br />
Programa: Mancais\Bearing\Bearing.exe<br />
O programa fornece uma tabela <strong>de</strong> acordo com o fabricante SKF <strong>para</strong> seus tipos <strong>de</strong><br />
mancais, além <strong>de</strong> tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> novos rolamentos no banco <strong>de</strong> dados.<br />
Seque as opções fornecidas.<br />
425
• Menu principal:<br />
[1] Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> rolamento<br />
[2] Tabela <strong>de</strong> vida por utilização<br />
[3] Alterar dados do rolamento atual<br />
[4] Inclusão <strong>de</strong> novo rolamento<br />
[5] Selecionar pela vida nominal<br />
[6] Remover filtro<br />
13.12 – MANCAIS DE DESLIZAMENTO<br />
Programa: Mancais\MancaisDesl\prjMancalexe<br />
Projeto<br />
Dados <strong>de</strong> entrada<br />
• Carga [kN]<br />
• Diâmetro [mm]<br />
• Rotação [rps]<br />
• Temperatura inicial ºC<br />
• Folga [mm]<br />
• Tipo <strong>de</strong> óleo usado<br />
• Relação <strong>de</strong> i/d:<br />
[1] SAE 10<br />
[2] SAE 20<br />
[3] SAE 30<br />
[4] SAE 40<br />
[5] SAE 50<br />
[6] SAE 60<br />
[7] SAE 70<br />
[1] 1<br />
[2] ½<br />
[3] ¼<br />
[4] infinito<br />
• Temperatura <strong>de</strong> funcionamento<br />
• Porcentagem em relação a folga máxima %<br />
426
Como resultado temos Gráfico h0 x c e uma tabela indicando os valores <strong>de</strong> ΔT, Tm,<br />
Viscosida<strong>de</strong>s, f=r/c.<br />
13.13 – ROLAMENTOS COM UMA NOVA TEORIA DE VIDA<br />
Programa: Rolamentos\EXER--3.exe<br />
O programa tem como objetivo fornecer o rolamento a<strong>de</strong>quado ao tipo <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>de</strong>sejado.<br />
• Tipo <strong>de</strong> Máquina<br />
[1] Pequeno porte<br />
[2] Uso intermitente<br />
[3] Alta confiabilida<strong>de</strong><br />
[4] Uso diário
13.14 – ROLAMENTOS DE ESFERA PARA UMA CARGA DINÂMICA<br />
Programa: Rolamentos\EXER--4.exe<br />
O programa tem como objetivo fornecer o rolamento a<strong>de</strong>quado ao tipo <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>de</strong>sejado.<br />
• Tipo <strong>de</strong> Máquina<br />
[7] Pequeno porte<br />
[8] Uso intermitente<br />
[9] Alta confiabilida<strong>de</strong><br />
[10] Uso diário
• Disposição<br />
[1] Tan<strong>de</strong>m<br />
[2] O<br />
[3] X<br />
• Força radial [N]<br />
• Força axial [N]<br />
• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática<br />
• Velocida<strong>de</strong> [rpm]<br />
• Diâmetro interno<br />
• Diâmetro externo<br />
• Temperatura <strong>de</strong> trabalho<br />
Como resposta temos a viscosida<strong>de</strong> que o óleo <strong>de</strong>ve apresentar.<br />
13.16 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS COM MOMENTO TORSOR E FLETOR<br />
Programa: Eixos\Eixos1\Eixo1.exe<br />
O programa solicita os seguintes dados:<br />
• O usuário <strong>de</strong>verá informar um dos seguintes dados, <strong>para</strong> o cálculo do momento torsor:<br />
[1] Momento torsor - Força em N e distancia da origem do eixo em m;<br />
[2] Torsor (N.m);<br />
[3] Potência (HP) e rotação em rpm.<br />
• Selecionar o seguinte critério <strong>de</strong> Resistência (carregamento estático):<br />
[1] Critério da Máxima tensão cisalhante;<br />
[2] Critério da energia <strong>de</strong> distorção,<br />
• Selecionar <strong>para</strong> carregamento dinâmico:<br />
[1] Limite <strong>de</strong> resistência à tração do eixo;<br />
[2] Fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão;<br />
[3] Tipo <strong>de</strong> acabamento do eixo;<br />
[4] Limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento.<br />
• Cálculo do Momento Fletor:<br />
[1] Posição do Momento <strong>de</strong>sejado;<br />
[2] Posição dos apoios (estabelecer a quantida<strong>de</strong> e a localização dos apoios);<br />
[3] Forças distribuídas (o valor e a localização das forças);<br />
[4] Forças concentradas (o valor e a localização no eixo).<br />
429
• Estabelecer um fator <strong>de</strong> segurança.<br />
• Como resultado o programa calcula o momento fletor na localização <strong>de</strong>sejada e<br />
<strong>de</strong>termina o diâmetro do eixo no local. Este programa, portanto <strong>de</strong>termina o diâmetro do<br />
eixo <strong>para</strong> a localização estipulada pelo usuário.<br />
13.17 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS<br />
Programa 2 – Eixos\Eixos2\Elemaq.exe<br />
• Selecionar dimensionamento <strong>de</strong> Eixos.<br />
• O usuário <strong>de</strong>verá escolher o critério <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>sejado:<br />
[1] Critério <strong>de</strong> Goodman;<br />
[2] Critério <strong>de</strong> So<strong>de</strong>rberg;<br />
[3] Critério da Energia <strong>de</strong> distorção;<br />
[4] ASM.<br />
• Selecionar o tipo <strong>de</strong> acabamento superficial do eixo:<br />
[1] Retificado;<br />
[2] Usinado;<br />
[3] Laminado a quente;<br />
[4] Forjado.<br />
• O programa mostra o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um redutor com duas engrenagens no eixo sendo<br />
que:<br />
[1] R1= raio da engrenagem motora do eixo 1;<br />
[2] R2= raio da engrenagem movida do eixo 2;<br />
[3] R3= raio da engrenagem motora do eixo 2;<br />
[4] R4= raio da engrenagem movida do eixo 3.<br />
• Para o eixo intermediário (engrenagens 2 e 3) o usuário <strong>de</strong>verá especificar as seguintes<br />
distâncias:<br />
[1] Distância da engrenagem 2 ao mancal esquerdo;<br />
[2] Distância entre as engrenagens 2 e 3;<br />
[3] Distância da engrenagem 3 ao mancal direito.<br />
• O usuário <strong>de</strong>verá especificar o fator <strong>de</strong> segurança.<br />
• Informar se as engrenagens são enchavetadas no eixo<br />
• O programa fornece os diâmetros do eixo nos trechos:<br />
[1] Diâmetro do eixo na seção da engrenagem 1;<br />
430
[2] Diâmetro do eixo na seção da engrenagem 2;<br />
[3] Diâmetro do eixo na seção da engrenagem 3.<br />
• O fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>ve ser usado, utilizando os tipos <strong>de</strong> entalhes <strong>de</strong>finidos na<br />
unida<strong>de</strong> I.<br />
• Para o caso <strong>de</strong> chavetas, o fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão é Kf = 3, <strong>para</strong> eixos submetidos<br />
à solicitação <strong>de</strong> torção e flexão, que é o caso <strong>para</strong> a maioria dos eixos.<br />
• Lembrar que quando existir chavetas no eixo, usar: Ke = 0,3.<br />
431
A N E X O S<br />
432
N° Da<br />
Tabela<br />
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS<br />
Descrição<br />
A-1 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Alguns Aço-Carbono<br />
A-2 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Alguns Plásticos <strong>de</strong> Engenharia<br />
A-3 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Alumínio Fundido<br />
A-4 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Cobre Fundido e<br />
Forjado<br />
A-5 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Titânio<br />
A-6 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Magnésio<br />
A-7 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Ferro-Fundido<br />
A-8 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Aço Inoxidável<br />
A-9 Proprieda<strong>de</strong>s Físicas <strong>de</strong> alguns Materiais <strong>de</strong> Engenharia<br />
A-10 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas e Aços Ferramenta<br />
A-11 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> algumas ligas <strong>de</strong> Alumínio Forjado<br />
433
Tabela A-1 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Alguns Aço-Carbono<br />
Número<br />
SAE/AISI<br />
1010<br />
1020<br />
1030<br />
1035<br />
1040<br />
1045<br />
1050<br />
1060<br />
1095<br />
Condição<br />
Resistência a<br />
Tração Nominal<br />
(2% <strong>de</strong><br />
tolerância)<br />
Resistênci<br />
a a Tração<br />
Última<br />
Alongament<br />
o acima <strong>de</strong> 2<br />
pol<br />
Dureza<br />
Brinell<br />
kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />
Laminado a quente 26 179 47 324 28 95<br />
Laminado a frio 44 303 53 365 20 105<br />
Laminado a quente 30 207 55 379 25 111<br />
Laminado a frio 57 393 68 469 15 131<br />
Laminado a quente 38 259 68 469 20 137<br />
Normalizado a 1650°F 50 345 75 517 32 149<br />
Laminado a frio 64 441 76 524 12 149<br />
Q e T a 1000°F 75 517 97 669 28 255<br />
Q e T a 800°F 84 579 103 731 23 302<br />
Q e T a 400°F 94 648 123 848 17 495<br />
Laminado a quente 40 276 72 496 18 143<br />
Laminado a frio 67 462 80 552 12 163<br />
Laminado a quente 42 290 76 524 18 149<br />
Normalizado a 1650°F 54 372 86 593 28 170<br />
Laminado a frio 71 490 85 586 12 170<br />
Q e T a 1200°F 63 434 92 634 29 192<br />
Q e T a 800°F 80 552 110 758 21 241<br />
Q e T a 400°F 86 593 113 779 19 262<br />
Laminado a quente 45 310 82 565 16 163<br />
Laminado a frio 77 531 91 627 12 179<br />
Laminado a quente 50 345 90 621 15 179<br />
Normalizado a 1650°F 62 427 108 745 20 217<br />
Laminado a frio 84 579 100 689 10 197<br />
Q e T a 1200°F 78 538 104 717 28 235<br />
Q e T a 800°F 115 793 158 1089 13 444<br />
Q e T a 400°F 117 807 163 1124 9 514<br />
Laminado a quente 54 372 98 676 12 200<br />
Normalizado a 1650°F 61 421 112 772 18 229<br />
Q e T a 1200°F 76 524 116 800 23 229<br />
Q e T a 1000°F 97 669 140 965 17 277<br />
Q e T a 800°F 111 765 156 1076 14 311<br />
Laminado a quente 66 455 120 827 10 248<br />
Normalizado a 1650°F 72 496 147 1014 9 13<br />
Q e T a 1200°F 80 552 130 896 21 269<br />
Q e T a 800°F 112 772 176 1213 12 363<br />
Q e T a 600°F 118 814 183 1262 10 375<br />
434
Tabela A-2 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Alguns Plásticos <strong>de</strong><br />
Engenharia<br />
Material<br />
Módulo <strong>de</strong><br />
Elasticida<strong>de</strong><br />
Aproximado<br />
E<br />
Resistência<br />
a Tração<br />
Última<br />
Tensão <strong>de</strong><br />
Compress<br />
ão<br />
Alongament<br />
o acima <strong>de</strong><br />
2 pol<br />
Temp.<br />
Máx.<br />
Gravidad<br />
e<br />
Específic<br />
a<br />
Mpsi GPa kpsi MPa kpsi MPa % °F<br />
ABS 0,3 2,1 6,0 41,4 10,0 68,9 5 a 25<br />
160-<br />
200<br />
1,05<br />
Vidro cheio 20-<br />
40%<br />
0,6 4,1 10,0 68,9 12,0 82,7 3<br />
200-<br />
230<br />
1,30<br />
Acetal 0,5 3,4 8,8 60,7 18,0 124,<br />
1<br />
60 220 1,41<br />
Vidro cheio 20-<br />
30%<br />
1,0 6,9 10,0 68,9 18,0 124,<br />
1<br />
7<br />
185-<br />
220<br />
1,56<br />
Acrílico 0,4 2,8 10,0 68,9 15,0 103,<br />
4<br />
5<br />
140-<br />
190<br />
1,18<br />
Fluoroplástico<br />
(PTFE)<br />
0,2 1,4 5,0 34,5 6,0 41,4 100<br />
350-<br />
330<br />
2,10<br />
Nilon 6/6 0,2 1,4 10,0 68,9 10,0 68,9 60<br />
180-<br />
300<br />
1,14<br />
Nilon 11 0,2 1,3 8,0 55,2 8,0 55,2 300<br />
180-<br />
300<br />
1,04<br />
Vidro cheio 20-<br />
30%<br />
0,4 2,5 12,8 88,3 12,8 88,3 4<br />
250-<br />
340<br />
1,26<br />
Policarbonato 0,4 2,4 9,0 62,1 12,0 82,7 100 250 1,20<br />
Vidro cheio 10-<br />
40%<br />
1,0 6,9 17,0 117,<br />
2<br />
17,0 117,<br />
2<br />
2 275 1,35<br />
Polietileno HMW 0,1 0,7 2,5 17,2 - - 525 - 0,94<br />
Óxido <strong>de</strong><br />
Polifenileno<br />
0,4 2,4 9,6 66,2 16,4 113,<br />
1<br />
20 212 1,06<br />
Vidro cheio 20-<br />
30%<br />
1,1 7,8 15,5 106,<br />
9<br />
17,5 120,<br />
7<br />
5 260 1,23<br />
Polipropileno 0,2 1,4 5,0 34,5 7,0 48,3 500<br />
250-<br />
320<br />
0,90<br />
Vidro cheio 20-<br />
30%<br />
0,7 4,8 7,5 51,7 6,2 42,7 2<br />
300-<br />
320<br />
1,10<br />
Poliestireno <strong>de</strong><br />
Impacto<br />
0,3 2,1 4,0 27,6 6,0 41,4 2 a 80<br />
140-<br />
175<br />
1,07<br />
Vidro cheio 20-<br />
30%<br />
0,1 0,7 12,0 82,7 16,0 110,<br />
3<br />
1<br />
180-<br />
200<br />
1,25<br />
Polisulfano 0,4 2,5 10,2 70,3 13,9 95,8 50<br />
300-<br />
345<br />
1,24<br />
435
Tabela A-3 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Alumínio<br />
Fundido<br />
Ligas <strong>de</strong><br />
Alumínio<br />
Fundido<br />
43<br />
195<br />
220<br />
380<br />
A132<br />
A142<br />
Condição<br />
Mol<strong>de</strong> fundição<br />
permanente-fundir<br />
Areia <strong>de</strong> fundição –<br />
fundir<br />
Areia <strong>de</strong> fundição –<br />
solução tratada<br />
termicamente<br />
Fundição em estampa<br />
– fundir<br />
Mol<strong>de</strong> fundição<br />
permanente – tratado<br />
termicamente + 340°F<br />
Areia <strong>de</strong> fundição –<br />
tratado termicamente<br />
+ 650°F<br />
Resistência a<br />
Tração Nominal<br />
(2% <strong>de</strong> tolerância)<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Última<br />
Alongament<br />
o acima <strong>de</strong> 2<br />
pol<br />
Durez<br />
436<br />
a<br />
Brinell<br />
kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />
9 62 23 159 10 45<br />
24 165 36 248 5 -<br />
26 179 48 331 16 75<br />
24 165 48 331 3 -<br />
43 296 47 324 0,5 125<br />
30 207 32 221 0,5 85
Tabela A-4 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Cobre Fundido e<br />
Forjado<br />
Ligas <strong>de</strong> Cobre Condição<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Nominal(2%<br />
<strong>de</strong> tolerância)<br />
Resistência<br />
a<br />
Tração<br />
Última<br />
Alongamento<br />
> <strong>de</strong><br />
2 pol<br />
kpsi MPa kpsi MPa %<br />
Dureza<br />
Rockwell<br />
Brinell<br />
Tira recozida 10 69 32 221 45 40HRF<br />
CA110 – Cobre Puro Mola temperada 50 345 55 379 4 60HRB<br />
CA170 – Cobre Berílio<br />
Tira recozida<br />
envelhecida<br />
Fortemente<br />
envelhecido<br />
145 1000 165<br />
170 1172 190<br />
113<br />
8<br />
131<br />
0<br />
7 35HRC<br />
3 40HRC<br />
CA220 – Bronze Tira recozida 10 69 37 255 45 53HRF<br />
Comercial Mola temperada 62 427 72 496 3 78HRB<br />
CA230 – Bronze Tira recozida 15 103 40 276 50 50HB<br />
Vermelho Têmpera dura 60 414 75 517 7 135HB<br />
CA260 – Bronze em Tira recozida 11 76 44 303 66 54HRF<br />
Cartucho Mola temperada 65 448 94 648 3 91HRB<br />
CA270 – Bronze Tira recozida 14 97 46 317 65 58HRF<br />
Amarelo Mola temperada 62 427 91 627 30 90HRB<br />
CA510 – Bronze Recozida 19 131 47 324 64 73HRF<br />
Fósforo Mola temperada 80 552 100 689 4 95HRB<br />
CA614 – Bronze Macio 45 310 82 565 40 84HRB<br />
Alumínio Duro 60 414 89 614 32 87HRB<br />
CA655 – Bronze Alto Recozido 21 145 56 386 63 76HRF<br />
Silicone Mola temperada 62 427 110 758 4 97HRB<br />
CA675 – Bronze Macio 30 207 65 448 33 65HRB<br />
Manganês Meio-duro 60 414 84 579 19 90HRB<br />
Bronze Estanho pesado Como fundido 19 131 34 234 18 60HB<br />
Como fundido 20 138 50 345 40 85HB<br />
Bronze Estanho Níquel Fundido e<br />
tratado<br />
termicamente<br />
55 379 85 586 10 180HB<br />
437
Tabela A-5 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Titânio<br />
Ligas <strong>de</strong> Titânio Condição<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Nominal (2%<br />
<strong>de</strong> tolerância)<br />
Resistência<br />
a Tração<br />
Última<br />
Alongamen-<br />
to acima <strong>de</strong><br />
2 pol<br />
kpsi MPa kpsi MPa %<br />
Dureza<br />
Rockwell<br />
ou<br />
Brinell<br />
Ti-35A Folha recozida 30 207 40 276 30 135HB<br />
Ti-50A Folha recozida 45 310 55 379 25 215HB<br />
Ti-75A Folha recozida 75 517 85 586 18 245HB<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-0,2Pd Folha recozida 45 310 55 379 25 215HB<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-5 Al-2,5Sn Recozida 125 862 135 931 13 39HRC<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-8 Al-1 Mo-1 Folha recozida 130 896 140 965 13 39HRC<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-8 Al-2 Sn-4 Zr-2 Mo Barra recozida 130 896 140 965 15 39HRC<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-8 Al-6 V-2 Sn Folha recozida 155 1069 165 1138 12 41HRC<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-6 Al-4 V Folha recozida 130 896 140 13 2,5 39HRC<br />
Liga <strong>de</strong> Ti-6 Al-4 V<br />
Tratada<br />
termicamente<br />
165 1138 175 1207 12 -<br />
Liga <strong>de</strong> T1-13 V-11 Cr-3 Al Folha recozida 130 896 135 931 13 37HRC<br />
Liga <strong>de</strong> T1-13 V-11 Cr-3 Al<br />
Tratada<br />
termicamente<br />
170 1172 180 1241 6 -<br />
438
Tabela A-6 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong><br />
Magnésio<br />
Ligas <strong>de</strong><br />
Magnésio<br />
AZ31 B<br />
AZ80 A<br />
Condição<br />
Resistência<br />
a Tração<br />
Nominal<br />
(2% <strong>de</strong><br />
tolerância)<br />
Resistênci<br />
a a Tração<br />
Última<br />
Alongament<br />
o acima <strong>de</strong><br />
2 pol<br />
kpsi MPa kpsi MPa %<br />
Dureza<br />
Rockwel<br />
l ou<br />
Brinell<br />
Folha recozida 22 152 37 255 21 56HB<br />
Folha dura 32 221 42 290 15 73HB<br />
Como forjado 33 228 48 331 11 69HB<br />
Forjado e envelhecido 36 248 50 345 6 72HB<br />
AZ91 A & AZ91 B Fundição em estampa 22 152 33 228 3 63HB<br />
AZ91 C Fundido, solução<br />
tratada termicamente<br />
AZ92 A<br />
Como fundido 14 97 24 165 2,5 60HB<br />
19 131 40 276 5 70HB<br />
Como fundido 14 97 25 172 2 65HB<br />
Fundido, tratado<br />
quimicamente<br />
Fundido, envelhecido e<br />
tratado quimicamente<br />
14 97 40 276 10 63HB<br />
22 152 40 276 3 81HB<br />
EZ33 A Fundido e envelhecido 16 110 23 159 3 50HB<br />
Endurecimento forçado 29 200 37 255 8 68HB<br />
HK31 A Fundido e tratado<br />
termicamente<br />
HZ32 A<br />
Fundido – tratado<br />
quimicamente e<br />
envelhecido<br />
ZK60 A Prensado e<br />
envelhecido<br />
15 103 32 221 8 66HRB<br />
13 90 27 186 4 55HB<br />
Como prensado 38 262 49 338 14 75HB<br />
44 303 53 365 11 82HB<br />
439
Tabela A-7 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Ferro-<br />
Fundido<br />
Ligas <strong>de</strong> Ferro<br />
Fundido<br />
Ferro Fundido Cinzento<br />
- Classe 20<br />
Ferro Fundido Cinzento<br />
- Classe 30<br />
Ferro Fundido Cinzento<br />
- Classe 40<br />
Ferro Fundido Cinzento<br />
- Classe 50<br />
Ferro Fundido Cinzento<br />
- Classe 60<br />
Condição<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Nominal (2%<br />
<strong>de</strong><br />
tolerância)<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Última<br />
Tensão <strong>de</strong><br />
Compres-<br />
são<br />
Dureza<br />
Brinell<br />
kpsi MPa kpsi MPa kpsi MPa -HB<br />
Como fundido - - 22 152 83 572 156<br />
Como fundido - - 32 221 109 752 210<br />
Como fundido - - 42 290 140 965 235<br />
Como fundido - - 52 359 164 1131 262<br />
Como fundido - - 62 427 187 1289 302<br />
Ferro Dúctil 60-40-18 Recozido 47 324 65 448 52 359 160<br />
Ferro Dúctil 65-45-12 Recozido 48 331 67 462 53 365 174<br />
Ferro Dúctil 80-55-06 Recozido 53 365 82 565 56 386 228<br />
Ferro Dúctil 120-90-02 Q e T 120 827 140 965 134 924 325<br />
440
Tabela A-8 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Aço<br />
Inoxidável<br />
Ligas <strong>de</strong> Aço<br />
Inoxidável<br />
Tipo 301<br />
Tipo 302<br />
Tipo 304<br />
Condição<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Nominal (2%<br />
<strong>de</strong><br />
tolerância)<br />
Resistência<br />
a Tração<br />
Última<br />
Alongamen<br />
to acima <strong>de</strong><br />
2 pol<br />
kpsi MPa kpsi MPa %<br />
Dureza<br />
Rockwell<br />
ou Brinell<br />
Tira recozida 40 276 110 758 60 85HRB<br />
Laminado a frio 165 1138 200 1379 8 41HRC<br />
Folha recozida 40 276 90 621 50 85HRB<br />
Laminado a frio 165 1138 190 1310 5 40HRC<br />
Folha recozida 35 241 85 586 50 80HRB<br />
Laminado a frio 160 1103 185 1276 4 40HRC<br />
Tipo 314 Barra recozida 50 345 100 689 45 180HB<br />
Tipo 316 Folha recozida 40 276 90 621 50 85HRB<br />
Tipo 330<br />
Tipo 410<br />
Tipo 420<br />
Tipo 431<br />
Tipo 440C<br />
17-4 PH<br />
(AISI 630)<br />
17-7 PH<br />
(AISI 631)<br />
Laminado a quente 55 379 100 689 35 200HB<br />
Recozido 35 241 80 552 50 150HB<br />
Folha recozida 45 310 70 483 25 80HRB<br />
Tratado termicamente 140 965 180 1241 15 39HRC<br />
Barra recozida 50 345 95 655 25 92HRB<br />
Tratado termicamente 195 1344 230 1586 8 500HB<br />
Barra recozida 95 655 125 862 25 260HB<br />
Tratado termicamente 150 1034 195 1344 15 400HB<br />
Barra recozida 65 448 110 758 14 230HB<br />
Q e T 600F 275 1896 285 1965 2 57HRC<br />
Endurecida 185 1276 200 1379 14 44HRC<br />
Endurecida 220 1517 235 1620 6 48HRC<br />
441
Tabela A-9 – Proprieda<strong>de</strong>s Físicas <strong>de</strong> alguns Materiais <strong>de</strong> Engenharia<br />
Material<br />
Ligas <strong>de</strong><br />
Alumínio<br />
Liga Cobre<br />
Berílio<br />
Módulo <strong>de</strong><br />
Elasticida-<br />
<strong>de</strong> E<br />
Módulo <strong>de</strong><br />
Rigi<strong>de</strong>z G<br />
Coeficiente<br />
<strong>de</strong> Poisson<br />
Peso<br />
Específico<br />
γ<br />
Massa<br />
Específica<br />
Mpsi GPa Mpsi GPa Lb/in³ Mg/m³<br />
ρ<br />
Gravida<strong>de</strong><br />
Específi-<br />
10,4 71,7 3,9 26,8 0,34 0,10 2,8 2,8<br />
18,5 127,6 7,2 49,4 0,29 0,30 8,3 8,3<br />
Bronze 16,0 110,3 6,0 41,5 0,33 0,31 8,6 8,6<br />
Cobre 17,5 120,7 6,5 44,7 0,35 0,32 8,9 8,9<br />
Ferro, Mol<strong>de</strong>,<br />
Cinzento<br />
Ferro, Mol<strong>de</strong>,<br />
Dúctil<br />
Ferro, Mol<strong>de</strong>,<br />
Maleável<br />
Ligas <strong>de</strong><br />
Magnésio<br />
15,0 103,4 5,9 40,4 0,28 0,26 7,2 7,2<br />
24,5 168,9 9,4 65,0 0,30 0,25 6,9 6,9<br />
25,0 172,4 9,6 66,3 0,30 0,26 7,3 7,3<br />
6,5 44,8 2,4 16,8 0,33 0,07 1,8 1,8<br />
Ligas <strong>de</strong> Níquel 30,0 206,8 11,5 79,6 0,30 0,30 8,3 8,3<br />
Aço Carbono 30,0 206,8 11,7 80,8 0,28 0,28 7,8 7,8<br />
Ligas <strong>de</strong> Aço 30,0 206,8 11,7 80,8 0,28 0,28 7,8 7,8<br />
Aço Inoxidável 27,5 189,6 10,7 74,1 0,28 0,28 7,8 7,8<br />
Ligas <strong>de</strong> Titânio 16,5 113,8 6,2 42,4 0,34 0,16 4,4 4,4<br />
Ligas <strong>de</strong> Zinco 12,0 82,7 4,5 31,1 0,33 0,24 6,6 6,6<br />
ca<br />
442
Tabela A-10 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas e Aços<br />
Ferramentas<br />
Número<br />
SAE/AISI<br />
1340<br />
4027<br />
4130<br />
4140<br />
4340<br />
6150<br />
8740<br />
H-11<br />
L-2<br />
L-6<br />
P-20<br />
S-1<br />
S-5<br />
S-7<br />
A-8<br />
Condição<br />
Resistência a<br />
Tração Nominal<br />
(2% <strong>de</strong> tolerância)<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Última<br />
Alongame<br />
nto acima<br />
<strong>de</strong> 2 pol<br />
Dureza<br />
Rockwell<br />
ou Brinell<br />
kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />
Recozido 63 434 102 703 25 204HB<br />
Q e T 109 752 125 862 21 250HB<br />
Recozido 47 324 75 517 30 150HB<br />
Q e T 113 779 132 910 12 264HB<br />
Recozido a 1450°F 52 359 81 558 28 156HB<br />
Normalizado a 1650°F 63 434 97 669 25 197HB<br />
Q e T a 1200°F 102 703 118 814 22 245HB<br />
Q e T a 800°F 173 1193 186 1282 13 380HB<br />
Q e T a 400°F 212 1462 236 1627 10 41HB<br />
Recozido a 1450°F 61 421 95 655 26 197HB<br />
Normalizado a 1650°F 95 655 148 1020 18 302HB<br />
Q e T a 1200°F 95 655 110 758 22 230HB<br />
Q e T a 800°F 165 1138 181 1248 13 370HB<br />
Q e T a 400°F 238 1641 257 1772 8 510HB<br />
Q e T a 1200°F 124 855 140 965 19 280HB<br />
Q e T a 1000°F 156 1076 170 1172 13 360HB<br />
Q e T a 800°F 198 1365 213 1469 10 430HB<br />
Q e T a 600°F 230 1586 250 1724 10 486HB<br />
Recozido 59 407 96 662 23 192HB<br />
Q e T 148 1020 157 1082 16 314HB<br />
Recozido 60 414 95 655 25 190HB<br />
Q e T 133 917 144 993 18 288HB<br />
Recozido a 1600°F 53 365 100 689 25 96HRB<br />
Q e T a 1000°F 250 1724 295 2034 9 55HRC<br />
Recozido a 1425°F 74 510 103 710 25 96HRB<br />
Q e T a 400°F 260 1793 290 1999 5 54HRC<br />
Recozido a 1425°F 55 379 95 655 25 93HRB<br />
Q e T a 600°F 260 1793 290 1999 4 54HRC<br />
Recozido a 1425°F 75 517 100 689 17 97HRB<br />
Q e T a 400°F 205 1413 270 1862 10 52HRC<br />
Recozido a 1475°F 60 414 100 689 24 96HRB<br />
Q e T a 400°F 275 1896 300 2068 4 57HRC<br />
Recozido a 1450°F 64 441 105 724 25 96HRB<br />
Q e T a 400°F 280 1931 340 2344 5 59HRC<br />
Recozido a 1525°F 55 379 93 641 25 95HRB<br />
Q e T a 400°F 210 1448 315 2172 7 58HRC<br />
Recozido a 1550°F 65 448 103 710 24 97HRB<br />
Q e T a 1050°F 225 1551 265 1827 9 52HRC<br />
443
Ligas <strong>de</strong><br />
Alumínio<br />
Forjado<br />
1100<br />
2024<br />
3003<br />
5052<br />
6061<br />
7075<br />
Tabela A-11 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> algumas ligas <strong>de</strong><br />
Alumínio Forjado<br />
Condição<br />
Folha<br />
recozida<br />
Laminado a<br />
frio<br />
Folha<br />
recozida<br />
Tratado<br />
termicamente<br />
Folha<br />
recozida<br />
Laminado a<br />
frio<br />
Folha<br />
recozida<br />
Laminado a<br />
frio<br />
Folha<br />
recozida<br />
Tratado<br />
termicamente<br />
Barra<br />
recozida<br />
Tratado<br />
termicamente<br />
Resistência a<br />
Tração<br />
Nominal<br />
(2% <strong>de</strong><br />
tolerância)<br />
Resistência a<br />
Tração Última<br />
Resistência<br />
a Fadiga a<br />
5E8 ciclos<br />
Alongamen-<br />
to acima <strong>de</strong><br />
2 pol<br />
Dureza<br />
Brinell<br />
kpsi MPa kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />
5 34 13 90 - - 35 23<br />
22 152 24 165 - - 5 44<br />
11 76 26 179 - - 20 -<br />
42 290 64 441 20 138 19 -<br />
6 41 16 110 - - 30 28<br />
27 186 29 200 - - 4 55<br />
13 90 28 193 - - 25 47<br />
37 255 42 290 - - 7 77<br />
8 55 18 124 - - 25 30<br />
40 276 45 310 14 97 12 95<br />
15 103 33 228 - - 16 60<br />
73 503 83 572 14 97 11 150<br />
444
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