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fundamentos para o projeto de componentes de máquinas

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FUNDAMENTOS PARA O<br />

PROJETO DE COMPONENTES<br />

DE MÁQUINAS<br />

Prof. Dr. Perrin Smith Neto


Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons<br />

Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação <strong>de</strong> Obras Derivadas 2.5<br />

Brasil. Para ver uma cópia <strong>de</strong>sta licença, visite<br />

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/br/ ou envie uma carta<br />

<strong>para</strong> Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco,<br />

California 94105, USA.


FUNDAMENTOS PARA O PROJETO DE COMPONENTES DE<br />

MÁQUINAS<br />

Prof. Dr. Perrin Smith Neto<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia Mecânica<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia Mecânica<br />

Instituto Politécnico da Universida<strong>de</strong> Católica<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

PREFÁCIO DA 1 A EDIÇÃO<br />

Durante mais <strong>de</strong> 30 anos temos tido contato com os alunos do curso <strong>de</strong> engenharia<br />

mecânica <strong>de</strong> diferentes Universida<strong>de</strong>s Brasileiras como Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Pontifícia<br />

Universida<strong>de</strong> Católica do Rio <strong>de</strong> Janeiro, do Paraná e <strong>de</strong> Minas Gerais. Atualmente estamos<br />

lecionando a disciplina Elementos <strong>de</strong> Máquinas <strong>para</strong> o curso <strong>de</strong> Engenharia Mecânica e<br />

Mecatrônica da PUC-Minas. Todos os alunos se queixam da falta <strong>de</strong> um bom livro texto<br />

nesta área em português. Também sentem dificulda<strong>de</strong>s entre a ligação da teoria que<br />

apren<strong>de</strong>m na Universida<strong>de</strong> e a prática profissional. O impacto que a disciplina Elementos<br />

<strong>de</strong> Máquinas causa é muito gran<strong>de</strong>, e, inúmeras vezes, vemos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar um<br />

gran<strong>de</strong> esforço <strong>para</strong> que a impressão <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> na disciplina não marque<br />

irremediavelmente o aluno que se inicia na matéria. Para o dimensionamento dos<br />

elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, que é uma aplicação contínua das teorias estudadas em<br />

Resistência dos Materiais, Mecânica dos Sólidos, Comportamento Mecânico dos Materiais,<br />

Mecânica Racional, sentem-se os alunos perdidos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um campo imenso <strong>de</strong><br />

possibilida<strong>de</strong>s, obrigados a tomar <strong>de</strong>cisões, e a <strong>de</strong>finir um campo imenso <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s,<br />

uma situação particular, sem que se sintam com pleno domínio daquelas teorias. O clamor<br />

é geral, e por isso, marca realmente o ponto: falta <strong>para</strong> os estudantes <strong>de</strong> engenharia<br />

mecânica, a parte prática neste campo <strong>de</strong> engenharia. Alguns tópicos, por <strong>de</strong>ficiência dos<br />

programas, são tratados superficialmente sem uma objetivida<strong>de</strong> necessária, como a Fadiga<br />

e a Concentração <strong>de</strong> tensões. Dentro da técnica mo<strong>de</strong>rna é impossível diminuir a<br />

importância <strong>de</strong>stes assuntos. São básicos, essenciais. O dimensionamento <strong>de</strong> uma peça <strong>de</strong>


máquina exige em profundida<strong>de</strong> aquilo que foi dado superficialmente na sala <strong>de</strong> aula. E fica<br />

então o aluno, com aquele sentimento <strong>de</strong> frustração a que se referiu no inicio.<br />

Incentivados por nossos ex-alunos e colegas das Universida<strong>de</strong>s, com o intuito <strong>de</strong><br />

melhor prepará-los <strong>para</strong> aplicações reais, estamos apresentando o resultado do trabalho<br />

que <strong>de</strong>nominamos Fundamentos <strong>para</strong> o Projeto <strong>de</strong> Componentes <strong>de</strong> Máquinas. Neste livro<br />

preten<strong>de</strong>mos enfocar na primeira parte os <strong>fundamentos</strong> do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia mecânica,<br />

características mecânicas dos materiais, dimensionamento estático e dinâmico incluindo<br />

conceitos <strong>de</strong> fadiga e concentração <strong>de</strong> tensões. Na parte <strong>de</strong> aplicações nos <strong>de</strong>teremos na<br />

análise <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união, soldagem, molas, lubrificação e mancais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento,<br />

mancais <strong>de</strong> rolamentos, engrenagens cilíndricas, eixos e árvores <strong>de</strong> transmissão, freios e<br />

embreagens e elementos flexíveis <strong>de</strong> transmissão como correias, correntes e cabos <strong>de</strong> aço.<br />

Durante estes anos <strong>de</strong> ensino superior, pu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>senvolver junto com os alunos,<br />

vários exercícios com utilização <strong>de</strong> softwares utilizando linguagens conhecidas dos alunos<br />

tipo C++, Fortran, Pascal, etc. Com isto preten<strong>de</strong>mos neste volume apresentar não somente<br />

um resumo da teoria, mas também alguns exercícios sob a forma <strong>de</strong> aplicativos,<br />

<strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> utilização dos conceitos adquiridos no conteúdo da disciplina. Durante<br />

vários anos ministrando a disciplina Elementos <strong>de</strong> Máquinas, <strong>de</strong>senvolvemos, orientando os<br />

alunos, os seguintes softwares:<br />

• Vigas-Diagramas <strong>de</strong> momentos fletores, diagramas <strong>de</strong> cargas cisalhantes.<br />

• Resistência dos Materiais-cálculo <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> polar <strong>de</strong> inércia, centros <strong>de</strong><br />

gravida<strong>de</strong> <strong>para</strong> várias seções.<br />

• Círculo <strong>de</strong> Mohr - <strong>de</strong>terminação numérica e gráfica no estado plano e tridimensional<br />

das tensões máximas normais e cisalhantes, conhecidas as tensões atuantes.<br />

• Calculo da resistência à fadiga <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> em função do tamanho,<br />

acabamento, temperatura, concentração <strong>de</strong> tensões.<br />

• Cálculo do dimensionamento <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência, <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união em<br />

vasos <strong>de</strong> pressão.<br />

• Cálculo do dimensionamento do filete <strong>de</strong> solda <strong>para</strong> cargas <strong>de</strong> flexão ou torção.<br />

• Dimensionamento <strong>de</strong> eixos e árvores <strong>para</strong> carregamento estático e dinâmico.<br />

• Dimensionamento <strong>de</strong> mancais hidrodinâmicos.<br />

• Dimensionamento <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas retas e helicoidais.<br />

• Seleção <strong>de</strong> Correias planas e trapezoidais utilizando catálogos <strong>de</strong> fabricantes.<br />

• Seleção <strong>de</strong> correntes e cabos <strong>de</strong> aço.<br />

O objetivo <strong>de</strong> acrescentar estes programas é <strong>de</strong> facilitar ao leitor uma visualização dos<br />

conceitos <strong>de</strong> forma mais prática e mo<strong>de</strong>rna. Portanto, a idéia do livro é a <strong>de</strong> um documento


eletrônico <strong>para</strong> uma análise computacional dos <strong>projeto</strong>s a serem <strong>de</strong>senvolvidos durante o<br />

aprendizado.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos aos nossos alunos e ex-alunos pelo incentivo que nos <strong>de</strong>ram e ainda<br />

nos dão, a eles <strong>de</strong>dicamos esta obra. Agra<strong>de</strong>cimentos em especial à Pontifícia<br />

Universida<strong>de</strong> Católica pelo privilégio <strong>de</strong> como professor titular na graduação e no mestrado<br />

<strong>de</strong> engenharia mecânica ter recebido todo o apoio necessário à realização <strong>de</strong>sta obra. As<br />

críticas e sugestões serão sempre bem aceitas, e <strong>de</strong> antemão, as agra<strong>de</strong>cemos. Também<br />

não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer ao apoio recebido das Coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> Engenharia<br />

Mecânica e Mecatrônica e principalmente do Mestrado <strong>de</strong> Engenharia Mecânica da<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais. Gostaria <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r receber <strong>de</strong> toda a<br />

comunida<strong>de</strong> acadêmica <strong>de</strong> engenharia , sugestões e críticas <strong>para</strong> aperfeiçoamento e<br />

melhoria <strong>de</strong>sta primeira edição. Solo Dei Gloria.<br />

Prof. Dr.Perrin Smith Neto<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

Belo Horizonte, Fevereiro <strong>de</strong> 2005


Índice<br />

CAPÍTULO 01 - INTRODUÇÃO _____________________________________ 01<br />

1.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 01<br />

1.2 PROJETO CONCEITO - CADEIRA DE RODAS DE FIBRA DE CARBONO __________ 02<br />

1.2.1 - CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO _______________________________ 04<br />

1.2.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DE UMA CADEIRA DE RODAS DE LAZER _______ 05<br />

1.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA _____________________________ 08<br />

1.4 - FATOR DE SEGURANÇA ____________________________________________ 09<br />

1.5 - ESCOLHENDO UM FATOR DE SEGURANÇA ____________________________ 09<br />

1.6 - CONSIDERAÇÕES ECOLÓGICAS _____________________________________ 13<br />

1.7 - CONSIDERAÇÕES SOCIAIS __________________________________________ 14<br />

1.8 - METODOLOGIA P/ RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE<br />

COMPONENTES MECÂNICOS ____________________________________________ 15<br />

1.9 - UNIDADES ________________________________________________________ 16<br />

1.10 - COMENTÁRIOS SOBRE OS PROGRAMAS COMPUTACIONAIS ____________ 18<br />

1.11 - CONFIABILIDADE DO PROJETO MECÂNICO ___________________________ 18<br />

1.12 - FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA CONFIABILIDADE ESTRUTURAL _______ 22<br />

CAPÍTULO 02 - ANÁLISE DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES ______________ 24<br />

2.1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 24<br />

2.2 - TENSÃO __________________________________________________________ 24<br />

2.3 - TENSÕES EM MEMBROS COM CARREGAMENTO AXIAL _________________ 27<br />

2.3.1 - CARGA AXIAL __________________________________________________________ 27<br />

2.3.2 - CARGA AXIAL - TENSÃO DE APOIO ________________________________________ 27<br />

2.3.3 - TENSÃO MÉDIA DE CISALHAMENTO _______________________________________ 28<br />

2.4 - TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO ______________________________________ 29<br />

2.4.1 - EQUAÇÕES PARA TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO PLANA _____________________ 29<br />

2.4.2 - CÍRCULO DE MOHR ______________________________________________________ 30<br />

2.4.3 - CONSTRUÇÃO DO CÍRCULO DE MOHR PARA TENSÕES _______________________ 32<br />

2.4.4 - TENSÕES PRINCIPAIS PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES __________________ 34<br />

2.4.5 - CÍRCULO DE MOHR PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES ____________________ 35<br />

2.5 – ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO _________________________________________ 36<br />

2.6 - LEIS DE TENSÃO - DEFORMAÇÃO LINEAR E<br />

ENERGIA DE DEFORMAÇÃO ____________________________________________ 37<br />

2.6.1 - COEFICIENTE DE POISSON PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS ___________________ 37<br />

2.6.2 - LEI DE HOOKE PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS<br />

(ESTADO TRIAXIAL DE TENSÕES) _______________________________________________ 38<br />

2.7 - EXTENSOMETRIA __________________________________________________ 39<br />

2.7.1 - EXTENSÔMETRO ELÉTRICO (STRAIN-GAUGE) _______________________________ 40<br />

2.7.2 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO E USO ____________________________________ 42<br />

2.7.3 - TIPOS DE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS (STRAIN-GAUGES) __________________ 43<br />

2.8 - RELAÇÕES TENSÃO - DEFORMAÇÃO _________________________________ 45<br />

2.9 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS _______________________________ 45<br />

2.9.1 - INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 45<br />

2.9.2 – SÍNTESE HISTÓRICA ____________________________________________________ 46<br />

2.9.3 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS _____________________________________ 48<br />

2.9.4 - EQUAÇÕES BÁSICAS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ________________ 50<br />

2.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS _________________________________________ 51<br />

2.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 61<br />

CAPÍTULO 03 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DOS<br />

MATERIAIS -CARREGAMENTO ESTÁTICO ___________________________ 63<br />

3.1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 63<br />

3.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS _____________________________________ 64<br />

3.3 - TEORIAS DE FALHAS COM CARREGAMENTO ESTÁTICO _________________ 73<br />

3.3.1 - FALHA DE MATERIAIS DÚCTEIS SOB CARGA ESTÁTICA _______________________ 74<br />

i


3.3.2 - EXERCÍCIO RESOLVIDO _________________________________________________ 79<br />

3.3.3 - FALHA DE MATERIAIS FRÁGEIS SOB CARGA ESTÁTICA ______________________ 80<br />

3.4 - SELEÇÃO DE MATERIAIS ___________________________________________ 83<br />

3.4.1 - MATERIAIS METÁLICOS _________________________________________________ 84<br />

3.4.2 - MATERIAIS CERÂMICOS _________________________________________________ 87<br />

3.4.3 - MATERIAIS POLIMÉRICOS _________________________________________ 88<br />

3.5 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS __________________________________________ 91<br />

CAPÍTULO 04 - CARREGAMENTO DINÂMICO - FADIGA E<br />

CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES ____________________________________ 103<br />

4.1 - INTRODUÇÃO ______________________________________________________ 103<br />

4.2 - TESTE DE FADIGA __________________________________________________ 104<br />

4.3 - DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA _________________ 105<br />

4.3.1 - FATORES MODIFICATIVOS ________________________________________________ 107<br />

4.4 - LIMITE DE RESISTÊNCIA PARA VIDA FINITA ____________________________ 111<br />

4.5 - FADIGA SOB TENSÕES FLUTUANTES _________________________________ 112<br />

4.6 - FADIGA SOB TENSÕES COMBINADAS _________________________________ 115<br />

4.7 - FADIGA DE CONTATO SUPERFICIAL __________________________________ 116<br />

4.8 - GRÁFICOS P/ DETERMINAÇÃO DO FATOR DE<br />

CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES KT _______________________________________ 117<br />

4.9 - PREVISÃO DE FADIGA COM CARGAS<br />

VARIANDO RANDOMICAMENTE __________________________________________ 119<br />

4.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS _________________________________________ 120<br />

4.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 125<br />

CAPÍTULO 05 - EIXOS E ARVORES DE TRANSMISSÃO _________________ 129<br />

5.1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 129<br />

5.2 - MATERIAIS PARA EIXOS E ÁRVORES _________________________________ 129<br />

5.3 - CARREGAMENTO ESTÁTICO ________________________________________ 131<br />

5.3.1 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO,<br />

TORÇÃO E ESFORÇO AXIAL ____________________________________________________ 132<br />

5.3.2 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À<br />

FLEXÃO E TORÇÃO __________________________________________________________ 133<br />

5.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CARREGAMENTO<br />

ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E TORÇÃO ________________________________ 134<br />

5.5 - DIMENSIONANDO EIXOS PELA NORMA ASME _________________________ 135<br />

5.6 - EIXOS E ÁRVORES SUJEITOS À FADIGA ______________________________ 137<br />

5.6.1 - CRITÉRIO DE FADIGA – GOODMAN ________________________________________ 137<br />

5.6.2 – CRITÉRIO DE FADIGA - SODERBERG ______________________________________ 138<br />

5.7 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CRITÉRIO DE<br />

FADIGA POR SODERBERG ______________________________________________ 139<br />

5.8 – CHAVETAS / PINOS ________________________________________________ 144<br />

5.9 - UNIÃO DE EIXOS COM CUBOS ______________________________________ 145<br />

5.10 - DIMENSIONAMENTO DE CHAVETAS _________________________________ 146<br />

5.11 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – CHAVETAS ____________________________ 147<br />

5.12 - VIBRAÇÃO DE EIXOS ______________________________________________ 149<br />

5.13 - FREQÜÊNCIA NATURAL E VELOCIDADE CRÍTICA ______________________ 151<br />

5.14 - FREQÜÊNCIA NATURAL DE EIXOS COM<br />

DIVERSAS MASSAS ___________________________________________________ 152<br />

5.15 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VIBRAÇÕES EM EIXOS ___________________ 155<br />

5.16 - EIXOS ESCALONADOS ____________________________________________ 158<br />

5.17 - VELOCIDADES CRÍTICAS DE ORDEM SUPERIOR ______________________ 161<br />

5.18 - EIXOS ESCALONADOS ____________________________________________ 163<br />

5.19 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS ____________ 164<br />

CAPÍTULO 06 - LUBRIFICAÇÃO E MANCAIS DE<br />

DESLIZAMENTO ________________________________________________ 168<br />

ii


6.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 168<br />

6.2 - LUBRIFICANTES. _________________________________________________ 168<br />

6.3 - VISCOSIDADE ____________________________________________________ 169<br />

6.4 - CLASSIFICAÇÃO DOS MANCAIS. ____________________________________ 170<br />

6.5 - LUBRIFICAÇÃO ELASTODINÂMICA __________________________________ 172<br />

6.6 - TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO __________________________________________ 173<br />

6.7 - LUBRIFICAÇÃO ESTÁVEL E INSTÁVEL _______________________________ 173<br />

6.8 - MECANISMOS DA LUBRIFICAÇÃO. __________________________________ 174<br />

6.9 - LUBRIFICAÇÃO COM FILME ESPESSO OU DE ATRITO FLUIDO __________ 175<br />

6.10 - SUPERFÍCIES DOS MANCAIS. _____________________________________ 178<br />

6.11 - INTRODUÇÃO AO PROJETO ______________________________________ 179<br />

6.12 - LEIS DE NEWTON DE ESCOAMENTO VISCOSO ______________________ 180<br />

6.13 - LEI DE PETROFF ________________________________________________ 181<br />

6.14 - HIPÓTESES _____________________________________________________ 182<br />

6.15 - RELAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UM MANCAL COM FOLGA. _____________ 183<br />

6.16 - GRUPAMENTO DE VARIÁVEIS _____________________________________ 184<br />

6.17 - MANCAL IDEAL. _________________________________________________ 186<br />

6.18 - ESPESSURA MÍNIMA PERMISSÍVEL DO FILME DE ÓLEO. ______________ 187<br />

6.19 - CÁLCULO DE MANCAIS PARA REGIME DE ATRITO FLUIDO. ____________ 187<br />

6.20 - PRINCIPIOS HIDRODINÂMICOS ____________________________________ 188<br />

6.21 - PROCEDIMENTO DE PROJETO ____________________________________ 188<br />

6.22 - APLICAÇÃO ____________________________________________________ 189<br />

6.23 - MANCAIS ÓTIMOS. _______________________________________________ 190<br />

6.24 - TAXA DE FOLGA. ________________________________________________ 191<br />

6.25 - RELAÇÃO ENTRE O COMPRIMENTO E O DIÂMETRO. _________________ 191<br />

6.26 - CONSIDERAÇÕES SOBRE DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES<br />

EM UM MANCAL E PERDA DEVIDA AO ATRITO ___________________________ 192<br />

6.27 - FLUXO DE LUBRIFICANTE ATRAVÉS DE UM MANCAL. _________________ 194<br />

6.28 - CALOR LEVADO PELO ÓLEO. ______________________________________ 195<br />

6.29 - DISSIPAÇÃO DE CALOR DO MANCAL. _______________________________ 196<br />

6.30 - MATERIAIS USADOS NOS MANCAIS. ________________________________ 199<br />

6.31 - CONSTRUÇÃO DOS MANCAIS. _____________________________________ 200<br />

6.32 - MANCAIS DE ESCORA. ____________________________________________ 200<br />

6.33 - EXERCÍCIO RESOLVIDO ___________________________________________ 208<br />

CAPÍTULO 07 - MANCAIS DE ROLAMENTOS __________________________ 210<br />

7.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 211<br />

7.2 - DIMENSIONAMENTO ______________________________________________ 211<br />

7.3 - ROLAMENTOS SOLICITADOS ESTATICAMENTE _______________________ 211<br />

7.4 - ROLAMENTOS SOLICITADOS DINAMICAMENTE _______________________ 213<br />

7.5 - CARGA E ROTAÇÃO VARIÁVEIS ____________________________________ 215<br />

7.6 - CARGA MÍNIMA DOS ROLAMENTOS _________________________________ 216<br />

7.6.1 - OBSERVAÇÕES ________________________________________________________ 217<br />

7.6.2 - DURAÇÃO ATINGÍVEL - MODIFICADA DA VIDA ______________________________ 217<br />

7.6.3 - DURAÇÃO DA VIDA ATINGÍVEL ___________________________________________ 218<br />

7.6.4 - FATOR A23 ____________________________________________________________ 218<br />

7.6.5 - RELAÇÃO DE VISCOSIDADE K ____________________________________________ 219<br />

7.6.6 - VALOR BÁSICO A23II ____________________________________________________ 221<br />

7.6.7 - FATOR DE LIMPEZA S ___________________________________________________ 224<br />

7.6.8 - GRANDEZA DETERMINANTE V PARA A AVALIAÇÃO DA LIMPEZA ______________ 225<br />

7.6.9 - VALORES PARA A GRANDEZA DETERMINANTE DE CONTAMINAÇÃO V _________ 227<br />

7.6.10 - LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO _____________________________________________ 229<br />

7.7 - PROCESSO DE SELEÇÃO DE ROLAMENTOS __________________________ 230<br />

7.8 - TIPOS DE ROLAMENTOS ___________________________________________ 233<br />

7.8.1 - ROLAMENTOS RÍGIDOS DE ESFERAS - ROLAMENTOS FAG FIXOS DE ESFERA __ 233<br />

7.8.2 - ROLAMENTOS DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR ________________________ 235<br />

iii


7.8.3 - ROLAMENTOS DE AGULHAS _____________________________________________ 239<br />

7.8.4 - ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS ______________________________________ 239<br />

7.8.5 - ROLAMENTOS AXIAIS ___________________________________________________ 240<br />

7.9 – EXEMPLO RESOLVIDOS ___________________________________________ 241<br />

7.10 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS ________________________________________ 248<br />

CAPÍTULO 08 - PROJETO DE PARAFUSOS __________________________ 250<br />

8.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 250<br />

8.2 - PARAFUSOS DE POTÊNCIA _________________________________________ 263<br />

8.3 - PARAFUSOS DE UNIÃO - COMPRIMENTO DA PARTE ROSCADA __________ 266<br />

8.3.1 - CONSTANTE DE RIGIDEZ DOS PARAFUSOS ________________________________ 267<br />

8.3.2 - RIGIDEZ DAS PEÇAS OU MEMBROS EM COMPRESSÃO ______________________ 268<br />

8.3.3 - RESISTÊNCIA DO PARAFUSO ____________________________________________ 269<br />

8.3.4 - EXIGÊNCIAS DO TORQUE ________________________________________________ 271<br />

8.3.5 - PRÉ-CARGA DO PARAFUSO - CARREGAMENTO ESTÁTICO ____________________ 271<br />

8.3.6 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ________________________________________________ 274<br />

8.3.7 - CARGA DE FADIGA _____________________________________________________ 277<br />

8.4 - CISALHAMENTO DE PARAFUSOS E REBITES A CARGA EXCÊNTRICA _____ 279<br />

8.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 282<br />

CAPÍTULO 09 - PROJETO DE SOLDAS ______________________________ 285<br />

9.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 285<br />

9.2 – TIPOS COMUNS DE JUNTAS SOLDADAS _____________________________ 285<br />

9.3 - CÁLCULO DAS TENSÕES – SOLDAS CARREGADAS CENTRALMENTE _____ 293<br />

9.4 - SOLDAS EM ÂNGULO – CARGA EXCÊNTRICA _________________________ 294<br />

9.5 – TORÇÃO NAS JUNTAS SOLDADAS __________________________________ 298<br />

9.6 - CARREGAMENTO DINÂMICO _______________________________________ 299<br />

9.7 – FLEXÃO EM JUNTAS SOLDADAS ____________________________________ 300<br />

9.8 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 302<br />

CAPÍTULO 10 - TIPOS DE ENGRENAGENS E RELAÇÕES CINEMÁTICAS __ 307<br />

10.1 - INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 307<br />

10.2 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS ____________________ 308<br />

10.2.1 - DEFINIÇÕES __________________________________________________________ 308<br />

10.2.2 – RAZÃO DE VELOCIDADES ______________________________________________ 310<br />

10.2.3 - O MÓDULO ___________________________________________________________ 310<br />

10.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS __________________________ 311<br />

10.3.1 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES ____________________________________________ 312<br />

10.3.2 - PASSO NORMAL E PASSO FRONTAL - MÓDULOS ___________________________ 314<br />

10.3.3 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES ___________________________________________ 315<br />

10.3.4 - ÂNGULO DE PRESSÃO _________________________________________________ 316<br />

10.3.5 - LARGURA DE ENGRENAGEM ____________________________________________ 317<br />

10.3.6 - RELAÇÕES ENTRE AS FORÇAS __________________________________________ 317<br />

10.3.7 - COMPRIMENTO DOS DENTES EM CONTATO SIMULTANEAMENTE _____________ 317<br />

10.4 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS ________________________ 320<br />

10.4.1 - CONES DE ATRITO - DEFINIÇÕES ________________________________________ 320<br />

10.4.2 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES ____________________________________________ 322<br />

10.4.3 - ENGRENAGEM VIRTUAL ________________________________________________ 322<br />

10.4.4 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES - EVITANDO INTERFERÊNCIA _________________ 323<br />

10.4.5 - RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO ____________________________________________ 324<br />

10.4.6 - MÓDULO EFETIVO - MÓDULO MÉDIO _____________________________________ 324<br />

10.4.7 - COMPRIMENTO DO DENTE _____________________________________________ 325<br />

10.4.8 - FORÇAS ATUANTES NAS CÔNICAS _______________________________________ 325<br />

10.5 - PARAFUSO SEM-FIM/COROA _______________________________________ 327<br />

10.5.1 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 327<br />

10.5.2 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS __________________________________________ 328<br />

10.5.3 - ALGUNS DADOS EMPÍRICOS ____________________________________________ 330<br />

10.5.4 - MATERIAIS ____________________________________________________________ 331<br />

10.5.5 - DIÂMETROS E DISTÂNCIA ENTRE CENTROS _______________________________ 331<br />

iv


10.6 - TREM DE ENGRENAGENS _________________________________________ 333<br />

10.6.1 - TREM DE ENGRENAGENS SIMPLES ______________________________________ 333<br />

10.6.2 - TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTOS __________________________________ 334<br />

10.6.3 - TREM DE ENGRENAGENS PLANETÁRIAS _________________________________ 335<br />

10.7 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS ________________________________________ 337<br />

CAPÍTULO 11 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS ______________ 339<br />

11.1 - INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 339<br />

11.1.1 - MATERIAIS PARA ENGRENAGENS _______________________________________ 339<br />

11.2 - DESGASTE SUPERFICIAL DOS DENTES _____________________________ 341<br />

11.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS RETAS ______________________________ 343<br />

11.3.1 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 343<br />

11.3.2 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA _________________________________ 344<br />

11.3.3 - CASOS ESPECIAIS ____________________________________________________ 347<br />

11.3.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS _____________________________________________ 349<br />

11.3.5 -VERIFICAÇÃO DO DESGASTE ____________________________________________ 353<br />

11.3.6 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS _____________________ 358<br />

11.4 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS __________________________ 361<br />

11.4.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA __________________________________ 361<br />

11.4.2 - VERIFICAÇÃO DO DESGASTE ____________________________________________ 362<br />

11.4.3 – EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS _________ 362<br />

11.5 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS ________________________ 365<br />

11.5.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA __________________________________ 365<br />

11.5.2 - ROTEIRO DE CÁLCULO (ESQUEMA) ______________________________________ 366<br />

11.5.3 - EXERCÍCIO RESOLVIDO ________________________________________________ 366<br />

11.6 - PARAFUSO SEM FIM E COROA _____________________________________ 369<br />

11.6.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA __________________________________ 369<br />

11.6.2 - DIMENSIONAMENTO PELO DESGASTE ____________________________________ 370<br />

11.6.3 - VERIFICAÇÃO DISSIPAÇÃO DE CALOR ____________________________________ 371<br />

11.6.4 - RENDIMENTO DOS PARAFUSOS SEM-FIM _________________________________ 372<br />

11.6.5 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - SEM FIM E COROA _______________________________ 374<br />

11.7 - DIMENSIONAMENTO PELA NORMA AGMA ___________________________ 377<br />

11.7.1 - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS _________________________________ 377<br />

11.7.2 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS ________ 379<br />

11.7.3 - DURABILIDADE SUPERFICIAL ___________________________________________ 384<br />

11.8 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - DURABILIDADE SUPERFICIAL ____________ 387<br />

11.9 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS _________________________________________ 390<br />

CAPÍTULO 12 – PROJETO DE FREIOS E EMBREAGENS ________________ 392<br />

12.1 - INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 392<br />

12.2 - MATERIAIS DE FRICÇÃO __________________________________________ 392<br />

12.3 - CONCEITOS GERAIS DE ATRITO ____________________________________ 393<br />

12.4 - CONSIDERAÇÕES SOBRE FREIOS EM VEÍCULOS _____________________ 395<br />

12.5 - FREIO A TAMBOR ________________________________________________ 396<br />

12.6 - FREIO A DISCO __________________________________________________ 401<br />

12.8 - FREIO ABS ______________________________________________________ 406<br />

12.9 - CONSIDERAÇÕES SOBRE PRESSÃO E DESGASTE ____________________ 408<br />

12.10 - CONSIDERAÇÕES SOBRE ENERGIA ________________________________ 410<br />

12.11 - CONSIDERAÇÕES SOBRE TEMPERATURA NO FREIO _________________ 412<br />

12.12 - ACIONAMENTO DE FREIOS _______________________________________ 413<br />

12.13 - OPERAÇÃO A VÁCUO SUSPENSO __________________________________ 413<br />

12.14 - OPERAÇÃO DE AR SUSPENSO ____________________________________ 414<br />

12.15 - OPERAÇÃO DA BOMBA HIDRÁULICA _______________________________ 414<br />

12.16 - OPERAÇÃO ELETRO-HIDRÁULICO _________________________________ 414<br />

CAPÍTULO 13 – PROGRAMAS COMPUTACIONAIS _____________________ 415<br />

13.1 - CIRCULO DE MOHR _______________________________________________ 415<br />

13.2 - VIGAS __________________________________________________________ 415<br />

v


13.3 - FADIGA PARA PEÇAS SEÇÕES CIRCULARES OU RETANGULARES _______ 416<br />

13.4 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS ____________ 417<br />

13.5 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS ____________ 418<br />

13.6 – DIMENSIONAMENTO DE PARAFUSOS DE UNIÃO ______________________ 420<br />

13.7 - PARAFUSO DE POTÊNCIA _________________________________________ 421<br />

13.8 – FLEXÃO E TORÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS __________________________ 421<br />

13.9 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS UTILIZANDO A NORMA AGMA ___ 422<br />

13.10 - MANCAIS HIDRODINÂMICOS _______________________________________ 425<br />

13.11 - MANCAIS UTILIZANDO O CATÁLOGO DA SKF ________________________ 425<br />

13.12 – MANCAIS DE DESLIZAMENTO _____________________________________ 426<br />

13.13 – ROLAMENTOS COM UMA NOVA TEORIA DE VIDA ____________________ 427<br />

13.14 – ROLAMENTOS DE ESFERA PARA UMA CARGA DINÂMICA _____________ 428<br />

13.15 – SELEÇÃO DE ROLAMENTOS DE ESFERA ____________________________ 428<br />

13.16 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS COM MOMENTO TORSOR E FLETOR ____ 429<br />

13.17 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS ____________________________________ 430<br />

APÊNDICE _____________________________________________________ 432<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 445<br />

vi


CAPITULO 01 - INTRODUÇÃO<br />

1.1 - INTRODUÇÃO<br />

A essência da engenharia é a utilização dos recursos e leis da natureza <strong>para</strong> beneficiar<br />

a humanida<strong>de</strong>. Projetar uma residência com todos os <strong>de</strong>talhes é um exemplo <strong>de</strong>sta utilização. A<br />

Engenharia é uma ciência aplicada, no sentido que está relacionada com entendimento <strong>de</strong><br />

princípios científicos e sua aplicação <strong>para</strong> obtenção do alvo <strong>de</strong>sejado.<br />

O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia mecânica é um segmento maior da engenharia: ele se relaciona<br />

com o conceito, <strong>projeto</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento, refinamento e aplicação <strong>de</strong> maquinas e elementos <strong>de</strong><br />

<strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> todos os tipos.<br />

Para muitos estudantes <strong>de</strong> engenharia a disciplina Elementos <strong>de</strong> Máquinas é a sua<br />

primeira disciplina profissionalizante, distinguindo-se das disciplinas básicas <strong>de</strong> ciência e<br />

matemática. As disciplinas profissionalizantes se relacionam com a obtenção <strong>de</strong> soluções <strong>para</strong><br />

problemas práticos. Estas soluções <strong>de</strong>vem refletir um entendimento das ciências mecânicas,<br />

mas somente o seu entendimento não é suficiente; conhecimento empírico e bom senso estão<br />

também envolvidos. Por exemplo, os cientistas não enten<strong>de</strong>m a eletricida<strong>de</strong> completamente,<br />

mas isto não impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem equipamentos e sistemas elétricos bastante úteis e<br />

práticos. De maneira análoga, os cientistas não enten<strong>de</strong>m completamente os processos <strong>de</strong><br />

combustão ou fadiga <strong>de</strong> metal, mas os engenheiros mecânicos e industriais utilizam o<br />

conhecimento disponível <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolverem <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> combustão bastante úteis e<br />

necessárias. Quanto maiores conhecimentos científicos estejam disponíveis, os engenheiros<br />

são capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver melhores soluções <strong>para</strong> os problemas práticos.<br />

Devido à natureza profissional do assunto, a maioria dos problemas elementos <strong>de</strong><br />

<strong>máquinas</strong> não apresentam uma correta e única solução. Existe um número gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções<br />

trabalháveis, nenhuma das quais po<strong>de</strong>riam ser chamadas <strong>de</strong> incorretas. Mas <strong>de</strong>ntre as<br />

soluções corretas, algumas são obviamente melhores do que as outras porque elas refletem,<br />

por exemplo, um conhecimento mais sofisticado da tecnologia, a conceito <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> básico<br />

mais engenhoso, uma utilização da tecnologia <strong>de</strong> produção mais econômica e efetiva, uma<br />

aparência mais estética.<br />

Este livro se relaciona primariamente com o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> específicos <strong>de</strong><br />

<strong>máquinas</strong> ou sistemas mecânicos. Competência nesta área é básica <strong>para</strong> as consi<strong>de</strong>rações e<br />

sínteses <strong>de</strong> maquinas completas e sistemas nas disciplinas subseqüentes como Projeto <strong>de</strong><br />

Máquinas, Máquinas <strong>de</strong> Elevação e Transportes, Projeto <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Curso, Máquinas<br />

Hidráulicas, Sistemas Mecânicos, <strong>de</strong>ntre outras.Todo <strong>projeto</strong> inicia-se pequeno, com boa uma<br />

1


fundamentação. A primeira parte do livro se relaciona com os <strong>fundamentos</strong> envolvidos,<br />

conceitos <strong>de</strong> tensão e <strong>de</strong>formação, proprieda<strong>de</strong>s mecânicas dos materiais, análise estática e<br />

dinâmica <strong>de</strong> peças, fadiga, aplicando em <strong>para</strong>fusos, molas e freios. Estes <strong>componentes</strong> são<br />

largamente utilizados e <strong>de</strong> certa forma são bastante familiares aos estudantes.<br />

No planejamento <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> residências, as praças e locais <strong>de</strong> acesso<br />

como rodoviárias, ferroviárias, aeroportos, são fundamentais. Da mesma forma, a consi<strong>de</strong>rar<br />

uma máquina completa, o engenheiro invariavelmente <strong>de</strong>scobre que as condições e restrições<br />

dos vários <strong>componentes</strong> estão interrelacionados. O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma mola <strong>de</strong> válvula <strong>de</strong> um<br />

motor automotivo, por exemplo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do espaço disponível <strong>para</strong> a mola. Isto representará<br />

um compromisso com o espaço <strong>para</strong> as passagens refrigerantes, folgas <strong>para</strong> vários<br />

<strong>componentes</strong>, que irá adicionar uma nova dimensão <strong>para</strong> a imaginação e criativida<strong>de</strong><br />

necessária do engenheiro <strong>para</strong> obter um <strong>projeto</strong> ótimo <strong>de</strong> combinação dos elementos<br />

relacionados.<br />

Além das consi<strong>de</strong>rações fundamentais tecnológicas e econômicas do <strong>projeto</strong> no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos e sistemas, o mo<strong>de</strong>rno engenheiro <strong>de</strong>ve<br />

consi<strong>de</strong>rar a segurança, ecologia e acima <strong>de</strong> tudo a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

1.2 PROJETO CONCEITO - CADEIRA DE RODAS DE FIBRA DE CARBONO<br />

Esta proposta foi <strong>de</strong>senvolvida entre o autor e um aluno do curso <strong>de</strong> Mecatrônica da<br />

PUC-Minas. Visando o <strong>de</strong>senvolvimento e construção <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas fabricada em<br />

fibra <strong>de</strong> carbono e projetada com tecnologia <strong>de</strong> ponta em engenharia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

produto, na PUC Minas, figura 1. A motivação é <strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos fabricar, no Brasil, ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />

rodas esportivas mais eficientes <strong>para</strong> a prática <strong>de</strong> esportes e ca<strong>de</strong>iras motorizadas que<br />

consumam menos bateria. Ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas brasileiras no mesmo nível tecnológico das<br />

<strong>de</strong>senvolvidas na Europa e Estados Unidos, figuras 2 e 3.Po<strong>de</strong>ndo construir ca<strong>de</strong>iras mais<br />

“baratas” e acessíveis <strong>para</strong> os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />

Para mostrar a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse <strong>projeto</strong> é apresentado um exemplo prático <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e construção <strong>de</strong> uma bicicleta esportiva <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono. Foram utilizadas<br />

ferramentas digitais da concepção à fabricação final.<br />

2


Figura 1 - Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono conceito i<strong>de</strong>alizada na PUC-Minas.<br />

Figura 2 - Vista explodida da ca<strong>de</strong>ira conceito<br />

Após as pesquisas realizadas, constatou-se que a fabricação <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas<br />

esportiva, utilizando fibra <strong>de</strong> carbono na sua estrutura, a torna super leve e resistente.<br />

Com o uso dos melhores computadores e programas disponíveis na Engenharia Mecatrônica<br />

PUC Minas, foi i<strong>de</strong>alizada uma ca<strong>de</strong>ira escamoteável, High-Tech.<br />

Esta ca<strong>de</strong>ira conceito, além <strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar pelas suas qualida<strong>de</strong>s mecânicas, ela inova<br />

com seu estilo mo<strong>de</strong>rno e arrojado.Seu <strong>de</strong>sign foi concebido <strong>para</strong> que suas curvas façam a<br />

ca<strong>de</strong>ira parecer tão rápida quanto ela é, proporcionando prazer e atisfação às pessoas que a<br />

utilizarem, figura 3.<br />

Como “ca<strong>de</strong>ira conceito” sua função é mostrar tendências e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>projeto</strong>.Nos esboços 3D, vários <strong>de</strong>talhes como freios, encaixes e faixas não foram mostrados,<br />

<strong>para</strong> que se pu<strong>de</strong>sse focalizar a atenção apenas na geometria da ca<strong>de</strong>ira, figura 4.<br />

3


Figura 3 - Vista lateral da estrutura da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas. Figura 4 - Vista da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>smontada.<br />

Neste <strong>projeto</strong>, as três características principais são: leveza,<strong>de</strong>sign e resistência.<br />

LEVEZA: a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, <strong>para</strong> ser mais rápida e ágil precisa ter o mínimo <strong>de</strong> peso possível<br />

a fim <strong>de</strong> diminuir os atritos e inércias do movimento.<br />

DESIGN: sendo uma ca<strong>de</strong>ira esportiva suas curvas <strong>de</strong>vem invocar o sentimento <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>,<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, agilida<strong>de</strong> e liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento da pessoa que a utiliza.<br />

RESISTÊNCIA: usando a fibra <strong>de</strong> carbono na fabricação da estrutura, a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas será<br />

mais forte e mais resistente aos impactos e às condições ambientais adversas.<br />

1.2.1 - CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO<br />

Da concepção até à fabricação <strong>de</strong> um produto final é necessária a execução <strong>de</strong> várias<br />

etapas. Esse conjunto <strong>de</strong> etapas é <strong>de</strong>nominado Ciclo <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto, figura 5.<br />

É adotada toda uma metodologia científica <strong>para</strong> que o trabalho seja bem sucedido, do início ao<br />

fim, com o produto final testado e livre <strong>de</strong> eventuais falhas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.<br />

i<strong>de</strong>alização e esboços <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>talhados fabricação<br />

do<br />

pesquisa lista <strong>de</strong> materiais produto final<br />

estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> cálculos e testes<br />

Figura 5 - Fases do Ciclo <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto.<br />

Na Era da Informação,o computador vem sendo usado como uma ferramenta valiosa e<br />

indispensável <strong>para</strong> todas as áreas do conhecimento. Na engenharia, o computador realiza<br />

cálculos e simulações impossíveis <strong>de</strong> serem feitos por um engenheiro com uso <strong>de</strong> apenas um<br />

lápis e papel. Para os <strong>de</strong>senhistas e projetistas é mostrada na tela do computador, geometrias<br />

tridimensionais que po<strong>de</strong>m ser movimentadas e giradas em todas as direções criando a<br />

sensação <strong>de</strong> estarem manipulando um objeto virtual, figura 6. Na fabricação os computadores<br />

4


controlam as <strong>máquinas</strong>. Essas <strong>máquinas</strong> automatizadas realizam a fabricação das peças<br />

mecânicas com precisão e velocida<strong>de</strong> sem a intervenção do homem diminuindo assim erros e<br />

custos.<br />

Com toda essa informatização, o ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produto teve uma redução<br />

<strong>de</strong> custo e tempo, e um aumento significativo na qualida<strong>de</strong> final do produto.<br />

Figura 5 - Computador <strong>de</strong> ultima geração utilizado do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma moto <strong>de</strong> corrida.<br />

1.2.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DE UMA CADEIRA DE RODAS DE LAZER<br />

LEVEZA & RESISTÊNCIA<br />

LEVEZA<br />

A ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, <strong>para</strong> ser mais rápida e ágil precisa ter o mínimo <strong>de</strong> peso possível a fim <strong>de</strong><br />

diminuir os atritos e inércias do movimento<br />

RESISTÊNCIA<br />

Figura 6 - Vista lateral do quadro da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas.<br />

Após pesquisas realizadas, os autores constataram que a fabricação <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

rodas esportiva, utilizando fibra <strong>de</strong> carbono na sua estrutura, a tornaria super leve e<br />

resistente,em com<strong>para</strong>ção ao aço e o alumínio. A fibra <strong>de</strong> carbono é utilizada na indústria<br />

esportiva <strong>para</strong> fabricação <strong>de</strong> raquetes <strong>de</strong> tênis e bicicletas .<br />

Na indústria aeroespacial <strong>para</strong> construção <strong>de</strong> foguetes e aviões.<br />

5


Para a prática <strong>de</strong> esportes,uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas precisa ter características especiais<br />

sofrendo alguns ajustes em sua configuração .Abaixo são listadas algumas recomendações:<br />

• A ajustagem do assento <strong>para</strong> baixo a fim <strong>de</strong> obter maior estabilida<strong>de</strong> , mais firmeza e<br />

um maior raio <strong>de</strong> roda disponível <strong>para</strong> impulsão. O encosto das costas precisa estar o<br />

mais próximo possível do corpo (aproximadamente perpendicular ao piso) <strong>para</strong> maior<br />

conforto e melhor resistência ao impacto.<br />

• A posição do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu corpo em relação aos eixos das rodas afeta a<br />

mobilida<strong>de</strong>.<br />

Os eixos das rodas e a ca<strong>de</strong>ira colocados mais a frente, proporcionará maior mobilida<strong>de</strong><br />

e giro mais rápido. Devem ser levadas em conta nestes ajustes as preferências e<br />

características pessoais <strong>de</strong> cada praticante.<br />

FAIXAS<br />

Para melhorar o equilíbrio e a mobilida<strong>de</strong>:<br />

• Faixas <strong>de</strong> tórax e cintura – <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> lesão estas faixas melhorarão o<br />

equilíbrio e aumentarão a confiança. Entretanto, as faixas <strong>de</strong> tórax interferem com a<br />

movimentação da ca<strong>de</strong>ira.<br />

• Faixas <strong>de</strong> pernas – uma faixa envolvendo as coxas ou logo acima dos joelhos impedirá<br />

que as pernas afastem durante o jogo, dará maior estabilida<strong>de</strong> ao corpo e aumentará a<br />

mobilida<strong>de</strong>.<br />

Figura 7 - Faixas <strong>de</strong> pernas.<br />

• Faixas <strong>de</strong> pernas – uma faixa envolvendo as coxas ou logo acima dos joelhos impedirá<br />

que as pernas afastem durante o jogo, dará maior estabilida<strong>de</strong> ao corpo e aumentará a<br />

mobilida<strong>de</strong><br />

6


PNEUS<br />

Pneus com câmaras <strong>de</strong> alta pressão dão melhor <strong>de</strong>sempenho:<br />

• Pneus pretos <strong>de</strong>vem ser evitados <strong>para</strong> não marcar a quadra.<br />

• A ca<strong>de</strong>ira será tão mais manobrável quanto maior for a cambagem das rodas (<strong>de</strong> 3 a 10<br />

graus, aproximadamente).<br />

RODAS DIANTEIRAS<br />

De 4 a 5 polegadas (10 a 12.5 cm) aproximadamente <strong>de</strong> diâmetro<br />

• Se maiores, reduzem a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> giro.<br />

• Se menores não rodam com suavida<strong>de</strong> e qualquer irregularida<strong>de</strong> no piso fará a ca<strong>de</strong>ira<br />

trepidar.<br />

• Não muito finas <strong>para</strong> evitar danos na superfície da quadra.<br />

Figura 8 - Esboços do quadro <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas fabricada em fibra <strong>de</strong> carbono.<br />

Atualmente, o trabalho proposto se encontra no primeiro estágio do Ciclo <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto, na etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e i<strong>de</strong>alização, figura 10. Os esboços <strong>de</strong> uma<br />

Ca<strong>de</strong>ira Conceito <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono mostram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver e construir<br />

uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas: leve, escamoteável, resistente e mo<strong>de</strong>rna, utilizando tecnologias digitais<br />

CAD/CAE/CAM. Tecnologias <strong>de</strong> Ponta empregadas pelas indústrias automotivas e<br />

aeroespaciais no <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong> seus produtos. Os autores esperam que, por meio<br />

<strong>de</strong>sta apresentação, parcerias e recursos financeiros sejam conseguidos <strong>para</strong> que se possa<br />

dar continuida<strong>de</strong> no <strong>projeto</strong> proposto.<br />

7


Figura 9 - Design e i<strong>de</strong>alização<br />

1.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA<br />

A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong> ser medida por muitos critérios. É sempre necessário<br />

calcular um ou mais fatores <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> estimar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha.<br />

No passado, os engenheiros <strong>de</strong>ram muito valor aos aspectos funcionais e econômicos<br />

dos novos produtos.<br />

Segurança pessoal é uma consi<strong>de</strong>ração que os engenheiros tem sempre em mente,<br />

mas agora <strong>de</strong>manda um aumento na ênfase. Em com<strong>para</strong>ção com aspectos computacionais<br />

precisos como tensão e <strong>de</strong>formação, a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> segurança é como um assunto<br />

in<strong>de</strong>finido, complicado por fatores psicológicos e sociológicos. Isto tem <strong>de</strong>safiado os<br />

engenheiros <strong>para</strong> levar em conta todos os fatos pertinentes e então tomar boas <strong>de</strong>cisões que<br />

venham a refletir o entendimento, imaginação, engenhosida<strong>de</strong> e julgamento. O primeiro passo<br />

mais importante no <strong>de</strong>senvolvimento da competência em engenharia na área <strong>de</strong> segurança é<br />

cultivar um entendimento <strong>de</strong> sua importância. A segurança <strong>de</strong> um produto é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />

<strong>para</strong> os legisladores, juizes, promotores bem como <strong>para</strong> os profissionais <strong>de</strong> seguradoras. No<br />

entanto, estes indivíduos não po<strong>de</strong>m contribuir diretamente <strong>para</strong> a segurança <strong>de</strong> um produto;<br />

eles somente po<strong>de</strong>m concordar com a urgência <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar uma ênfase a<strong>de</strong>quada na<br />

segurança <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> produtos. É na realida<strong>de</strong> o engenheiro<br />

que <strong>de</strong>verá processar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos e <strong>projeto</strong>s com alto grau <strong>de</strong> segurança.<br />

Deverá ter engenhosida<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> imaginativa o suficiente <strong>para</strong> antecipar situações<br />

potenciais <strong>de</strong> alto risco <strong>para</strong> o produto.<br />

8


1.4 - FATOR DE SEGURANÇA<br />

Um fator <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> ser expresso <strong>de</strong> várias maneiras. Ele é tipicamente uma<br />

relação entre duas quantida<strong>de</strong>s que tenham as mesmas unida<strong>de</strong>s; tais como resistência/tensão,<br />

carga crítica/carga aplicada, máximo ciclo/ ciclos aplicados ou máxima velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

segurança/velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação. O fator <strong>de</strong> segurança será sempre adimensional.<br />

A forma <strong>de</strong> expressão <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> ser escolhida baseado no tipo<br />

<strong>de</strong> carga atuante. Se o elemento <strong>de</strong> máquina é sujeito a uma carga que varia ciclicamente com<br />

o tempo, ele po<strong>de</strong>rá sofrer uma falha por fadiga. A resistência do material <strong>para</strong> alguns tipos <strong>de</strong><br />

carga <strong>de</strong> fadiga po<strong>de</strong> ser expressa como um número máximo <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> tensão reversa a um<br />

dado nível <strong>de</strong> tensão. Em tais casos, po<strong>de</strong> ser a<strong>de</strong>quado expressar o fator <strong>de</strong> segurança como<br />

a relação do máximo número <strong>de</strong> ciclos esperados em uma possível falha do material <strong>para</strong> o<br />

número <strong>de</strong> ciclos aplicados ao elemento em serviço consi<strong>de</strong>rando sua vida esperada. Uma vez<br />

que haverá mais <strong>de</strong> um modo potencial <strong>de</strong> falha <strong>para</strong> qualquer elemento <strong>de</strong> falha, po<strong>de</strong>rá haver<br />

mais <strong>de</strong> um valor <strong>para</strong> o fator <strong>de</strong> segurança. O menor valor do fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> qualquer<br />

peça é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia uma vez que ele irá predizer o modo como se imagina que a peça irá<br />

falhar. Quando ele se torna unitário, a tensão na peça será igual à resistência do material (ou a<br />

carga aplicada será igual à carga que irá falhar, etc.) e a falha irá ocorrer. Portanto o fator <strong>de</strong><br />

segurança será sempre maior que 1.<br />

1.5 - ESCOLHENDO UM FATOR DE SEGURANÇA<br />

Escolhendo um fator <strong>de</strong> segurança é freqüentemente uma proposição confusa <strong>para</strong> o<br />

projetista principiante. São tantas as variáveis envolvidas, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fracasso se<br />

apresenta com tanta intensida<strong>de</strong>, que o projetista novato, em geral, superestima, adotando<br />

fatores <strong>de</strong> segurança gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mais. O FS <strong>de</strong>ve ser fixado com base em <strong>projeto</strong>s existentes,<br />

em indicações tabeladas, gerais ou particulares, com o discernimento que o conhecimento<br />

teórico propicia ao projetista. Influenciam fortemente o valor do FS os seguintes elementos:<br />

etc.);<br />

a) material da peça (dúctil, quebradiço, homogêneo, especificações bem conhecidas,<br />

b) carga que atua na peça (constante, variável, modo <strong>de</strong> aplicação, bem conhecida,<br />

sobrecargas possíveis, etc.);<br />

c) perigo <strong>de</strong> vida (do operador da máquina, <strong>de</strong> elementos vizinhos, etc.);<br />

d) perigo da proprieda<strong>de</strong>;<br />

e) classe da máquina.<br />

9


Os dois primeiros itens, a) e b), servem <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> partida <strong>para</strong> a escolha inicial, or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za do fator <strong>de</strong> segurança, FS. Os três outros obrigarão a aumentar o valor fixado. O<br />

fator <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> ser traduzido como uma medida <strong>de</strong> incerteza do projetista nos<br />

mo<strong>de</strong>los analíticos, nas teorias <strong>de</strong> falhas, nas proprieda<strong>de</strong>s do material a ser utilizado. Quanto<br />

que o fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>verá ser maior que 1 (um), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> muitos fatores incluindo o<br />

nível <strong>de</strong> confiança no mo<strong>de</strong>lo em que os cálculos serão baseados, no conhecimento da faixa<br />

das possíveis condições <strong>de</strong> carga atuantes e na confiança sobre as informações disponíveis<br />

sobre a resistência do material. Um fator <strong>de</strong> segurança menor po<strong>de</strong>rá ser adotado quando<br />

testes extensos foram realizados em protótipos físicos do <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> provar a valida<strong>de</strong> do<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> engenharia e do <strong>projeto</strong> e já se tenha dados dos testes sobre as resistências do<br />

material em particular. Não se conhecendo as características mecânicas testadas do material,<br />

um fator <strong>de</strong> segurança maior <strong>de</strong>verá ser adotado. Na ausência <strong>de</strong> qualquer norma <strong>de</strong> <strong>projeto</strong><br />

que possa especificar um fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> casos particulares, a escolha do fator <strong>de</strong><br />

segurança envolve uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> engenharia a ser tomada. Um método razoável é<br />

<strong>de</strong>terminar as maiores cargas esperadas em serviço (incluindo possíveis sobrecargas) e<br />

resistências mínimas esperadas <strong>para</strong> o material, baseando, portanto o fator <strong>de</strong> segurança<br />

nestes dados. Então o fator <strong>de</strong> segurança torna-se uma razoável medida <strong>de</strong> incerteza. Na<br />

industria aeronáutica, fatores <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> aeronaves comerciais estão na faixa <strong>de</strong> 1,2 a<br />

1,5. Aeronaves militares po<strong>de</strong>m Ter o fator <strong>de</strong> segurança menor do que 1,1 , só que a tripulação<br />

toda possui pára-quedas, além do que os pilotos <strong>de</strong> teste possuem altíssimos salários. Os<br />

mísseis possuem fator <strong>de</strong> segurança igual a 1, mas não tem tripulação e não se espera que<br />

precisem retornar a origem. Estes pequenos fatores <strong>de</strong> segurança em aeronaves são<br />

necessários <strong>para</strong> manter os pesos baixos e são justificados pela análise analítica sofisticada,<br />

com testes dos materiais usados, extenso testes <strong>de</strong> protótipos dos <strong>projeto</strong>s geralmente em<br />

escala real com aplicação <strong>de</strong> cargas dinâmicas e medição <strong>de</strong> seus efeitos, e rigoroso serviço <strong>de</strong><br />

inspeção <strong>para</strong> pequenas falhas <strong>de</strong> equipamentos.<br />

Vários autores apresentam em seus comentários, o fator <strong>de</strong> segurança como um produto <strong>de</strong><br />

subfatores. Assim por exemplo, se a tensão perigosa é o limite <strong>de</strong> resistência à tração (limite <strong>de</strong><br />

ruptura), po<strong>de</strong>-se fazer:<br />

FS= a x b x c x d<br />

On<strong>de</strong> a= relação <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> (limite <strong>de</strong> resistência a tração/limite <strong>de</strong> resistência ao<br />

escoamento);<br />

b= fator que leva em conta o tipo <strong>de</strong> carga.<br />

Po<strong>de</strong>-se tomar: cargas constantes: b=1;<br />

10


Carga variável sem reversão: b=1,5 a 2,0;<br />

Carga variável com reversão: b=2,0 a 3,0.<br />

c= fator que leva em conta o modo <strong>de</strong> aplicação da caga.<br />

Para este fator po<strong>de</strong>m-se seguir seguintes indicações:<br />

Carga constante, gradualmente aplicada: c=1;<br />

Carga constante, subitamente aplicada: c=2;<br />

Choque: c>2.<br />

d= margem ou fator real <strong>de</strong> segurança.Este fator varia, em geral, entre 1,5 a 3. Para<br />

materiais dúcteis, po<strong>de</strong>-se adotar a faixa <strong>de</strong> 1,5 a 2. Para materiais quebradiços, tem-se 2,0 a<br />

3,0.<br />

Informação Materiais dúcteis FS<br />

Material Qualida<strong>de</strong> da informação F1<br />

Dados sobre as<br />

proprieda<strong>de</strong>s do<br />

material disponíveis<br />

no teste<br />

O material real foi usado <strong>para</strong> ser testado<br />

Resultados <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> Material bem representativo<br />

Resultados <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> material relativ.<br />

representativo<br />

Resultados <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> material pouco<br />

representativo<br />

Ambiente Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações F2<br />

Condições ambientais Idênticas ao teste do material<br />

1,3<br />

<strong>de</strong> trabalho<br />

Ambiente <strong>de</strong> laboratório estável<br />

Ambiente mo<strong>de</strong>radamente variável<br />

Ambiente extremamente variável<br />

Cargas Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações F3<br />

Mo<strong>de</strong>los analíticos<br />

<strong>para</strong> carga e tensão<br />

Mo<strong>de</strong>los foram testados e com<strong>para</strong>dos com o<br />

experimento<br />

Mo<strong>de</strong>los representam o sistema com precisão<br />

Mo<strong>de</strong>los representam o sistema com aproximações<br />

Mo<strong>de</strong>los são aproximações rudimentares<br />

Tabela 1 – Materiais dúcteis.<br />

Tal como foi apresentado acima, o FS permite uma <strong>de</strong>terminação em que a dificulda<strong>de</strong><br />

foi dividida, tendo o projetista pontos <strong>de</strong> apoio <strong>para</strong> tomar sua <strong>de</strong>cisão. Alguns cuidados <strong>de</strong>vem<br />

ser levados em conta. O maior ou menor conhecimento do material e da carga aproximam ou<br />

afastam o FS dos valores mínimos dados. A presença <strong>de</strong> choque normalmente leva o FS <strong>para</strong><br />

1,3<br />

2<br />

3<br />

5<br />

2<br />

3<br />

5<br />

1,3<br />

2<br />

3<br />

5<br />

11


os valores mais altos, em geral <strong>de</strong> 5 a 8, <strong>para</strong> os materiais dúcteis e aproximadamente o triplo<br />

<strong>para</strong> os materiais quebradiços. Ao escolher um FS, o projetista <strong>de</strong>ve verificar se não existe<br />

algum valor imposto por lei ou mandado adotar por normas técnicas. É o caso, por exemplo, <strong>de</strong><br />

cabos <strong>para</strong> elevadores, cal<strong>de</strong>iras, pontes rolantes, etc. Quando a peça apresenta<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s ou qualquer fator que mu<strong>de</strong> a distribuição uniforme do esforço, acarretando<br />

concentração <strong>de</strong> tensões, os valores <strong>de</strong> FS não <strong>de</strong>vem ser aplicados sem um estudo mais<br />

minucioso. O FS sobre o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga, não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado pela<br />

aplicação da expressão acima, sem um análise mais profunda.<br />

Algumas diretrizes <strong>para</strong> a escolha do fator <strong>de</strong> segurança em um elemento <strong>de</strong> máquina<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas, baseadas na qualida<strong>de</strong> e a<strong>de</strong>quação da proprieda<strong>de</strong> do material<br />

disponível, das condições ambientais esperadas com<strong>para</strong>das com aquelas nas quais o teste do<br />

material foi realizado e a precisão da carga e análise <strong>de</strong> tensão dos mo<strong>de</strong>los que foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> esta análise. A tabela 1 mostra um conjunto <strong>de</strong> fatores <strong>para</strong> materiais<br />

dúcteis que po<strong>de</strong>m ser escolhidos em cada uma das três categorias listadas. O fator <strong>de</strong><br />

segurança resultante é tomado como o maior dos três fatores escolhidos.<br />

A ductilida<strong>de</strong> ou fragilida<strong>de</strong> do material <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada. Materiais frágeis são<br />

projetados em relação à resistência à tração ou última, então a falha significa fratura. Materiais<br />

dúcteis sob carga estática são projetados em relação ao limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento e<br />

se espera que mostrem algum sinal <strong>de</strong> alerta da falha antes que a fratura aconteça a menos<br />

que as fissuras indiquem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> fratura mecânica. Por estas razões, o fator<br />

<strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> materiais frágeis é freqüentemente o dobro do usado <strong>para</strong> materiais dúcteis<br />

na mesma situação.<br />

Estes métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> segurança são apenas diretrizes <strong>para</strong> um<br />

ponto <strong>de</strong> partida. Obviamente são sujeitos a julgamento do projetista na seleção dos fatores em<br />

cada categoria. O projetista é o responsável último <strong>para</strong> obtenção da segurança do <strong>projeto</strong>.<br />

Fatores <strong>de</strong> segurança maiores que os tabelados po<strong>de</strong>m ser a<strong>de</strong>quados em algumas<br />

circunstâncias.<br />

1.6 - CONSIDERAÇÕES ECOLÓGICAS<br />

As pessoas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m no seu ambiente <strong>de</strong> ar, água, alimentação e materiais <strong>para</strong><br />

vestimenta e agasalho. Na socieda<strong>de</strong> primitiva, os utensílios eram naturalmente recicláveis pelo<br />

uso repetido. Quando foram introduzidas, a natureza tornou-se incapaz <strong>de</strong> e reciclar estas<br />

periodicamente, interrompendo os ciclos naturais ecológicos. Os sistemas econômicos<br />

permitem os produtos serem fabricados em massa e vendidos a preços que freqüentemente<br />

12


não refletem o custo verda<strong>de</strong>iro <strong>para</strong> a socieda<strong>de</strong> em termos do consumo <strong>de</strong> fontes naturais e<br />

perdas ecológicas. Agora que a socieda<strong>de</strong> está tornando-se mais consciente <strong>de</strong>stes problemas,<br />

exigências na legislação e uma previsão <strong>de</strong> custos totais mais realística estão tendo um<br />

impacto crescente nos <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> engenharia. Po<strong>de</strong>m-se colocar como objetivos ecológicos<br />

básicos <strong>de</strong> um <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia mecânica <strong>de</strong> uma maneira simples:<br />

(1) a utilizar materiais que sejam reciclados economicamente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> períodos<br />

razoáveis <strong>de</strong> tempo sem danos ao ar e poluição à água.<br />

(2) minimizar a taxa <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia não recicláveis (tais como fluidos<br />

fósseis) <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>stes recursos e minimizar a poluição térmica.<br />

Segue uma lista <strong>de</strong> pontos <strong>para</strong> serem consi<strong>de</strong>rados:<br />

1. Consi<strong>de</strong>re todos os aspectos dos objetivos básicos do <strong>projeto</strong> envolvido, <strong>para</strong> verificar<br />

se todos têm sentido. Existem métodos alternativos quando se consi<strong>de</strong>ram efeitos<br />

ecológicos? Eles representam a melhor alternativa?<br />

2. Após aceitar os objetivos básicos do <strong>projeto</strong>, o próximo passo é uma revisão dos<br />

conceitos gerais que envolveram o <strong>projeto</strong> proposto.<br />

3. Uma consi<strong>de</strong>ração importante é o <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> reciclagem. O ciclo ecológico<br />

completo incluindo a reutilização <strong>de</strong> dispositivos e conjuntos tornam-se a cada dia que<br />

passa <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> importância. A industria automobilística já utiliza estes conceitos.<br />

4. Seleção <strong>de</strong> materiais com fatores ecológicos em mente.<br />

5. Ao especificar o processamento, fatores como a poluição <strong>de</strong> todos os tipos, o<br />

consumo <strong>de</strong> energia, a eficiência do material utilizado são consi<strong>de</strong>rações bastante<br />

importantes.<br />

6. Empacotamento é outra importante área <strong>para</strong> conservação <strong>de</strong> recursos e redução da<br />

poluição. Uso <strong>de</strong> materiais reciclados e reutilizáveis <strong>para</strong> empacotamento são áreas que<br />

<strong>de</strong>vem receber especial atenção.<br />

1.7 - CONSIDERAÇÕES SOCIAIS<br />

As soluções <strong>para</strong> os problemas em qualquer área da engenharia começam com sua<br />

<strong>de</strong>finição bem clara. O objetivo básico <strong>de</strong> qualquer <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> engenharia é melhorar a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> nossa socieda<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>ríamos citar vários fatores como saú<strong>de</strong> física,<br />

materiais bem acabados, segurança ambiental, igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s; liberda<strong>de</strong> pessoal<br />

e pacientes especiais. Várias consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong>m ser incompatíveis até que o<br />

engenheiro consiga uma solução imaginativa e genial.<br />

13


Todos os produtos <strong>de</strong> engenharia estão intimamente ligados a relações sociais. Gran<strong>de</strong><br />

parte da população trabalha com organizações cuja função seja a <strong>de</strong> pesquisa, <strong>projeto</strong>,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, fabricação, mercado, e serviço <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> engenharia. O esforço pessoal<br />

aliado a fontes naturais entram no sistema <strong>de</strong> produção gerando produtos e materiais que serão<br />

úteis e a<strong>de</strong>quados. As experiências são <strong>de</strong> dois tipos: (1) experiência <strong>de</strong>vido a trabalho direto<br />

dos indivíduos, que é construtivo e satisfatório, e (2) conhecimento empírico obtido sobre a<br />

efetiva ida<strong>de</strong> do sistema total, com implicações <strong>para</strong> a melhoria do seu futuro. Os produtos<br />

acabados servem a todas as pessoas até serem <strong>de</strong>scartados, quando então eles serão fontes<br />

<strong>de</strong> materiais reciclados <strong>de</strong> longo ou curto termo e possivelmente poluição. Uma lista <strong>de</strong> fatores<br />

que constituem um índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ve levar em conta fatores psicológicos. As<br />

pessoas exibem um conjunto infinito <strong>de</strong> variáveis e características. Sabe-se também que, no<br />

entanto existem certas características inerentes e necessida<strong>de</strong>s que permanecem constantes<br />

<strong>para</strong> todos os indivíduos e presumivelmente em todos os tempos. Seriam assim <strong>de</strong>finidas<br />

como:<br />

1. Sobrevivência<br />

2. Segurança<br />

3. Aceitação Social<br />

4. Status<br />

5. Auto-satisfação<br />

O primeiro nível é á necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imediata sobrevivência-alimentação, roupa,<br />

vestimenta-aqui e agora. O segundo nível envolve segurança, <strong>para</strong> a própria sobrevivência e no<br />

futuro. O terceiro nível tem a ver com a aceitação social. As pessoas precisam se interagir com<br />

a família, com o grupos sociais, necessitando <strong>de</strong> amor e aceitação. O quarto nível é o <strong>de</strong> status,<br />

reconhecimento, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>seja Ter o respeito e admiração pelo que se é no seu ambiente <strong>de</strong><br />

relacionamentos. O mais alto nível é o <strong>de</strong> auto satisfação, quando se cresce na direção <strong>de</strong><br />

alcançar um potencial completo, e obter como resultado satisfação pena. Em qualquer lugar e<br />

tempo, as pessoas em cida<strong>de</strong>s, estados e nações operam em um ou mais <strong>de</strong>stes níveis,<br />

po<strong>de</strong>ndo se pensar em uma escada com estes <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> uma existência primitiva até alcançar<br />

uma rica qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Vimos nas fotos o planejamento da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte, local<br />

aprazível, serra do curral, bem planejada, com lindos prédios, arborização, e, no entanto<br />

atualmente com inúmeros problemas e dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus habitantes possuírem esta rica<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida almejada. Historicamente, a engenharia tem feito esforços dirigidos<br />

primariamente <strong>para</strong> os níveis 1 e 2. Mais recentemente, uma porcentagem maior <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> produção tem sido projetados <strong>para</strong> prover a socieda<strong>de</strong> com produtos que estejam acima<br />

14


das necessida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> sobrevivência e segurança, pensando na contribuição <strong>de</strong><br />

satisfazer as legítimas e maiores necessida<strong>de</strong>s do consumidor.<br />

1.8 - METODOLOGIA P/ RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE COMPONENTES MECÂNICOS<br />

Um método essencial <strong>para</strong> atacar os problemas <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> é<br />

formular a<strong>de</strong>quadamente e apresentar suas soluções com precisão. A formulação do problema<br />

requer consi<strong>de</strong>ração da situação física acoplada a situação matemática. A representação<br />

matemática da situação física é uma <strong>de</strong>scrição i<strong>de</strong>al ou mo<strong>de</strong>lo que se aproxima do problema<br />

físico. O primeiro passo na resolução dos problemas <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos é <strong>de</strong>finir (ou<br />

compreen<strong>de</strong>r) o problema. Os próximos passos são <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir ou sintetizar a estrutura,<br />

i<strong>de</strong>ntificar as interações com o ambiente, realizar hipóteses a<strong>de</strong>quadas pelo uso <strong>de</strong> lies físicas<br />

pertinentes, relações e regras que <strong>para</strong>metricamente relacionam a geometria e o<br />

comportamento do componente ou sistema. O último passo é checar os resultados e apresentar<br />

comentários. A maioria das análises utiliza, direta e indiretamente,<br />

• Estática e dinâmica<br />

• Mecânica dos materiais<br />

• Fórmulas (tabelas, diagramas, gráficos)<br />

• Princípio <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa e energia<br />

O maior objetivo <strong>de</strong>stes livros é auxiliar os estudantes a apren<strong>de</strong>rem como resolver os<br />

problemas <strong>de</strong> engenharia que envolva <strong>componentes</strong> mecânicos.<br />

Um ingrediente básico da socieda<strong>de</strong> humana é a mudança. Os engenheiros <strong>de</strong>veriam<br />

procurar enten<strong>de</strong>r não somente as necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje, mas também a direção<br />

e rapi<strong>de</strong>z das mudanças da socieda<strong>de</strong> que estão acontecendo. Mais ainda, precisamos<br />

enten<strong>de</strong>r a influência da tecnologia - e dos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> mecânicos e sistemas <strong>de</strong><br />

produção associados em particular-nestas mudanças. Talvez o mais importante objetivo do<br />

futuro engenheiro será o <strong>de</strong> dar a socieda<strong>de</strong> sua contribuição que irá promover esta mudança<br />

na direção <strong>de</strong> uma melhoria no índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

1.9 - UNIDADES<br />

Diversos sistemas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s são usados na engenharia. O Sistema Internacional<br />

(SI), o sistema inglês pés-libras-segundo (fps), o sistema americano, polegadas, libras,<br />

segundo(ips) e o sistema métrico pouco usado, centímetro, grama e segundo(cgs).<br />

15


Todos os sistemas foram criados da escolha <strong>de</strong> três das quantida<strong>de</strong>s da expressão geral<br />

da Segunda lei <strong>de</strong> Newton :<br />

m.<br />

L<br />

F = 2<br />

t<br />

on<strong>de</strong> F é a força, m é a massa, L é o comprimento e t é o tempo. As unida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> estas três<br />

variáveis po<strong>de</strong>m ser escolhidas e a outra é então <strong>de</strong>rivada em termos das unida<strong>de</strong>s escolhidas.<br />

As três unida<strong>de</strong>s escolhidas são chamadas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s básicas, e as restantes são chamadas<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>rivadas.<br />

A maioria da confusão que aparece quando da conversão entre as unida<strong>de</strong>s do sistema<br />

inglês e internacional é <strong>de</strong>vida ao fato <strong>de</strong> que o sistema internacional utiliza diferente conjunto<br />

<strong>de</strong> base unitária do sistema inglês. O erro maior é na conversão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> peso (que são<br />

as força libra) <strong>para</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa. A relação entre massa e peso é<br />

M =<br />

on<strong>de</strong> gc que é a aceleração gravitacional é igual a 32,17 pés/segundo ao quadrado o que<br />

equivale a 386 polegadas/segundo ao quadrado. Quando se utiliza todos os comprimentos em<br />

polegadas e utiliza gc=32,17 pés/Seg 2 <strong>para</strong> computar massa, incorre-se em um erro <strong>de</strong> um fator<br />

12 nos resultados. Pior ainda é quando o estudante esquece <strong>de</strong> converter o peso <strong>para</strong> massa.<br />

Os resultados <strong>de</strong>ste cálculo terão um erro <strong>de</strong> 32 ou 386, suficiente <strong>para</strong> afundar um navio ou<br />

levar um avião a espatifar-se.<br />

P<br />

gc<br />

O valor da massa é necessário na Segunda lei <strong>de</strong> Newton <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar forças <strong>de</strong>vido<br />

a acelerações. As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> massa na equação F=m.a po<strong>de</strong>m ser g, kg <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />

sistema a ser utilizado. Então no sistema inglês, o peso W em lbf <strong>de</strong>ve ser dividido pela<br />

aceleração <strong>de</strong>vido a gravida<strong>de</strong> gc como indicado <strong>para</strong> obtenção da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa pela<br />

equação F= ma.<br />

Ainda maior confusão é feita usando a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> libra-massa. Esta unida<strong>de</strong> é freqüentemente<br />

usada em fluido dinâmico e termodinâmico, e aparece <strong>de</strong>vido ao uso da forma diferente da<br />

equação <strong>de</strong> Newton:<br />

m.<br />

a<br />

F =<br />

gc<br />

on<strong>de</strong> m=massa em libramassa; a =aceleração e gc =constante gravitacional. Na terra, o valor<br />

<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> um objeto medido em libra-massa é numericamente igual ao seu peso em libra-<br />

força. Contudo, o estudante <strong>de</strong>ve se lembrar <strong>de</strong> dividir o valor <strong>de</strong> m em libra-massa por gc<br />

16


quando usar a esta forma da equação <strong>de</strong> Newton. Então libra-massa irá ser dividida ou por<br />

32,17 ou 386 quando se calcula a força dinâmica.<br />

O sistema internacional (SI) requer que os comprimentos sejam medidos em metros,<br />

massa em kilogramas (kg), e o tempo em segundos (sec). A força é <strong>de</strong>rivada da lei <strong>de</strong> Newton<br />

e a unida<strong>de</strong> é:<br />

kg m/sec 2 = newtons(N)<br />

No sistema SI, há distintos nomes <strong>para</strong> massa e força que ajudam a aliviar a confusão. Quando<br />

se utiliza a conversão do SI <strong>para</strong> o sistema inglês, <strong>de</strong>ve-se estar alerta <strong>para</strong> o fato <strong>de</strong> que a<br />

força se converte <strong>de</strong> Newtons (N) <strong>para</strong> libras (lb). A constante gravitacional no sistema SI é<br />

aproximadamente <strong>de</strong> 9,81 m/sec2.<br />

Neste livro preten<strong>de</strong>-se usar preferencialmente o sistema internacional (SI), porém<br />

consi<strong>de</strong>rando que vários elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> usados no Brasil são fabricados no exterior,<br />

principalmente nos Estados Unidos da América do Norte, o sistema inglês também será usado<br />

uma vez que os alunos precisam se familiarizar com os dois sistemas. Assim por exemplo,<br />

<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> 1/2 polegada <strong>de</strong> diâmetro, cordão <strong>de</strong> solda <strong>de</strong> 1/4 <strong>de</strong> polegada <strong>de</strong> espessura,<br />

correias <strong>de</strong> 60 polegadas <strong>de</strong> comprimento, cabos <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> 1 polegada <strong>de</strong> diâmetro são<br />

bastante usados no meio comercial e <strong>de</strong> engenharia. Da mesma forma elementos como<br />

engrenagens cilíndricas também usam o sistema inglês e internacional. Já os equipamentos<br />

adquiridos na Alemanha, usam a norma DIN, em que o sistema é o internacional.<br />

O estudante <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong>verá tomar precaução e sempre checar as unida<strong>de</strong>s em<br />

qualquer equação escrita <strong>para</strong> a solução <strong>de</strong> um problema técnico, seja na universida<strong>de</strong> seja na<br />

prática profissional. Você po<strong>de</strong>rá estar salvando uma vida ao fazer isto.<br />

17


1.10 - COMENTÁRIOS SOBRE OS PROGRAMAS COMPUTACIONAIS<br />

Este trabalho ora apresentado, fruto <strong>de</strong> estudos e prática profissional ao longo <strong>de</strong> 30<br />

anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> engenharia, contempla aos leitores com vários programas<br />

computacionais que foram <strong>de</strong>senvolvidos e orientados <strong>para</strong> os alunos dos cursos <strong>de</strong> elementos<br />

<strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>. Alguns <strong>de</strong>stes programas estão citados os nomes dos<br />

alunos que trabalharam sobre nossa orientação. São programas que complementam a parte<br />

teórica conceitual e, portanto permitem uma análise <strong>de</strong> exercícios com rapi<strong>de</strong>z e facilida<strong>de</strong>. É<br />

claro que algum pequeno erro possa existir nestes programas, porém todos checados e<br />

funcionam perfeitamente <strong>de</strong>ntro da mo<strong>de</strong>rna engenharia mecânica. Sugestões e comentários<br />

serão bem vindos <strong>para</strong> que em outra edição possamos ainda mais melhorar e aperfeiçoar o<br />

trabalho original.<br />

1.11 - CONFIABILIDADE DO PROJETO MECÂNICO<br />

Os projetistas <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais necessitam <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong><br />

cálculo que permitam avaliar, <strong>de</strong> uma forma mais racional, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> um<br />

componente ao longo da vida operacional prevista <strong>para</strong> o mesmo. Os métodos probabilísticos,<br />

baseados em conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>, tem sido empregado <strong>para</strong> este fim, sendo estes<br />

centrados na formulação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, as quais expressam um modo <strong>de</strong> falha<br />

específico do componente, sendo as variáveis <strong>de</strong>sta consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> natureza aleatória. Estes<br />

métodos permitem calcular a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta função assumir valores inferiores a zero,<br />

representando a falha do componente.<br />

Neste trabalho apresentam-se os <strong>fundamentos</strong> <strong>de</strong>stes métodos probabilísticos, bem<br />

como se aplica os mesmos <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos e<br />

estruturais, consi<strong>de</strong>rando como modos <strong>de</strong> falha o escoamento e a fadiga.<br />

Adicionalmente avalia-se a relação entre a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha e o coeficiente <strong>de</strong><br />

segurança usualmente empregado nos tradicionais Critérios <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>componentes</strong><br />

mecânicos e estruturais.<br />

O emprego <strong>de</strong> métodos probabilísticos no dimensionamento <strong>de</strong> elementos estruturais ou<br />

<strong>componentes</strong> mecânicos tem como objetivo projetar um componente cuja probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

falha, ao longo da vida operacional, tenha uma magnitu<strong>de</strong> conhecida, po<strong>de</strong>ndo esta ser<br />

controlada ao longo do processo <strong>de</strong> síntese estrutural. Estes métodos probabilísticos diferem<br />

dos tradicionais Critérios <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais, os quais são<br />

18


aseados no emprego <strong>de</strong> coeficientes <strong>de</strong> segurança, que não informam, <strong>de</strong> forma explícita a<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha que está sendo consi<strong>de</strong>rada no dimensionamento do componente.<br />

Há portanto uma crescente importância que os projetistas estruturais tem dado ao uso<br />

<strong>de</strong> métodos probabilísticos no <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, em função da<br />

perda <strong>de</strong> vidas humanas, prejuízos econômicos ou mesmo danos ambientais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> monta<br />

associadas à falha <strong>de</strong>stas estruturas.<br />

Muitos fenômenos observados na natureza apresentam um certo grau <strong>de</strong> incerteza, ou<br />

seja, os resultados da ocorrência dos mesmos não po<strong>de</strong>m ser previstos com exatidão. Para<br />

estes fenômenos físicos, caso sejam executadas avaliações dos resultados obtidos com a<br />

realização <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> ensaios que simulem a ocorrência <strong>de</strong> um fenômeno específico,<br />

verifica-se a variabilida<strong>de</strong> dos mesmos. Dentre estes resultados, observa-se que alguns<br />

apresentam uma maior freqüência <strong>de</strong> ocorrência que outros. Esta variabilida<strong>de</strong> nos resultados<br />

obtidos, quando da execução <strong>de</strong> experimentos que representam um fenômeno físico, é<br />

<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> incerteza. O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> muitos sistemas <strong>de</strong> engenharia utiliza como conceito<br />

básico <strong>para</strong> a operação segura do mesmo a garantia <strong>de</strong> que a sua capacida<strong>de</strong> ou resistência<br />

seja superior à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>le exigida.<br />

No campo da engenharia <strong>de</strong> estruturas ou da engenharia mecânica, a capacida<strong>de</strong> é<br />

representada pela resistência mecânica <strong>de</strong> um componente ou conjunto <strong>de</strong> <strong>componentes</strong>,<br />

enquanto que a <strong>de</strong>manda está relacionada com a ação <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong> cargas atuantes<br />

sobre os membros estruturais que compõem o conjunto em estudo. Um <strong>projeto</strong> estrutural ou<br />

mecânico é consi<strong>de</strong>rado apto <strong>para</strong> operação quando a sua resistência exce<strong>de</strong> a <strong>de</strong>manda<br />

representada pela ação do carregamento externo. No entanto, a resistência mecânica e a ação<br />

do carregamento externo são consi<strong>de</strong>radas variáveis aleatórias, ou seja, apresentam uma<br />

variabilida<strong>de</strong> na sua magnitu<strong>de</strong>, caracterizando a existência <strong>de</strong> incertezas associadas com os<br />

valores da resistência mecânica e/ou com a ação do carregamento externo, que afetam a<br />

possibilida<strong>de</strong> do sistema estrutural ou mecânico manter a sua capacida<strong>de</strong> operacional ao longo<br />

da vida útil <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> o mesmo.<br />

Consi<strong>de</strong>rando as incertezas associadas com as variáveis acima citadas, o <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> uma estrutura ou componente mecânico, ao longo da sua vida operacional, não po<strong>de</strong> ser<br />

garantido pelos projetistas estruturais, havendo uma probabilida<strong>de</strong> não nula da ocorrência <strong>de</strong><br />

falha ao longo <strong>de</strong>sta vida, em conformida<strong>de</strong> com um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho específico. A<br />

possibilida<strong>de</strong> da estrutura operar satisfatoriamente, em conformida<strong>de</strong> com as condições <strong>de</strong><br />

<strong>projeto</strong>, ao longo <strong>de</strong> sua vida útil, calculada como complemento da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, é<br />

<strong>de</strong>finida como Confiabilida<strong>de</strong>. O uso dos conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> na análise e síntese <strong>de</strong><br />

19


<strong>componentes</strong> ou sistemas mecânicos e estruturais tem como objetivo maximizar os níveis <strong>de</strong><br />

segurança estrutural e minimizar os custos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e fabricação, buscando-se uma avaliação<br />

probabilística da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> falha estrutural, ao invés da utilização dos<br />

tradicionais coeficientes <strong>de</strong> segurança empregados nos Critérios <strong>de</strong> Projeto. Estes coeficientes,<br />

<strong>de</strong>finidos em função da experiência adquirida no passado, tanto no <strong>projeto</strong> como na operação<br />

<strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> estruturas ou <strong>componentes</strong> mecânicos, embora facilitem a tarefa do<br />

projetista quando da execução da síntese estrutural, não permitem uma avaliação da<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha que está sendo admitida pelo Critério <strong>de</strong> Projeto.<br />

O uso <strong>de</strong> Critérios <strong>de</strong> Projeto baseados em análises probabilísticas permite a clara<br />

<strong>de</strong>finição da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> um sistema estrutural, bem como propicia a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> estudo da influência <strong>de</strong> cada variável aleatória sobre a segurança do sistema. Mesmo com a<br />

introdução <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações probabilísticas, os Critérios <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a opinião<br />

<strong>de</strong> especialistas, com gran<strong>de</strong> experiência na execução <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s estruturais ou mecânicos,<br />

principalmente quando da <strong>de</strong>finição das dispersões associadas às variáveis aleatórias e <strong>para</strong><br />

seleção das formulações matemáticas utilizadas <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>lar um mecanismo específico <strong>de</strong><br />

falha.<br />

De uma forma simplificada, o problema da <strong>de</strong>finição da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> um<br />

componente estrutural po<strong>de</strong> ser analisado com o emprego <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção entre<br />

uma oferta e uma <strong>de</strong>manda. A oferta é a resistência mecânica do componente, com respeito a<br />

um modo <strong>de</strong> falha específico, e a <strong>de</strong>manda é a combinação <strong>de</strong> efeitos associados aos<br />

carregamentos externos que agem sobre o mesmo ao longo <strong>de</strong> sua vida operacional. A falha do<br />

componente estrutural ocorre quando a resistência mecânica tem magnitu<strong>de</strong> inferior à<br />

magnitu<strong>de</strong> dos efeitos gerados pela ação do carregamento externo. O problema básico do<br />

projetista estrutural é posicionar as funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> associadas com a<br />

resistência mecânica e com a solicitação externa <strong>de</strong> forma a minimizar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha,<br />

controlando as dimensões e o material do componente estrutural. Os tradicionais Critérios <strong>de</strong><br />

Projeto empregados no dimensionamento <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais<br />

consi<strong>de</strong>ram que tanto a resistência mecânica como a solicitação externa são representadas por<br />

valores <strong>de</strong>terminísticos, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> valores nominais. A resistência mecânica nominal é<br />

um valor conservador, afastado do valor médio por um número inteiro <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios padrões,<br />

usualmente dois ou três, <strong>de</strong> forma a obter-se um valor inferior ao valor médio, minimizando a<br />

resistência mecânica <strong>para</strong> as condições <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>. A solicitação externa nominal tem<br />

magnitu<strong>de</strong> superior ao valor médio, sendo este afastado do mesmo por um número inteiro <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svios padrões, maximizando a solicitação externa. O <strong>projeto</strong> estrutural é executado <strong>de</strong> forma<br />

20


a afastar a resistência nominal da solicitação nominal, limitando esta última a uma fração da<br />

resistência mecânica nominal, com o emprego do <strong>de</strong>nominado fator <strong>de</strong> segurança, ou seja,<br />

minimiza a possibilida<strong>de</strong> da solicitação externa superar a resistência mecânica. Este método,<br />

tradicionalmente conhecido como “Método das Tensões Admissíveis”, limita a solicitação<br />

máxima atuante no componente estrutural, expressa em termos <strong>de</strong> uma tensão admissível,<br />

como uma porcentagem da resistência mecânica do material empregado na sua fabricação,<br />

<strong>de</strong>vendo o arranjo estrutural e as dimensões dos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, garantir que, sob a<br />

ação do carregamento externo consi<strong>de</strong>rado no <strong>projeto</strong>, as tensões atuantes nestes elementos<br />

tenham, no máximo, a mesma magnitu<strong>de</strong> da tensão admissível. Dessa forma, o<br />

conservadorismo e a segurança introduzidos no <strong>projeto</strong> estrutural, com o emprego dos<br />

coeficientes <strong>de</strong> segurança, são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das incertezas associadas com a resistência<br />

mecânica e com a solicitação externa, bem como da forma com que são <strong>de</strong>finidos os valores<br />

nominais das mesmas.<br />

Usualmente, estes valores nominais são selecionados a partir da análise da dispersão<br />

associada com a resistência mecânica e com a solicitação externa, <strong>para</strong> uma família <strong>de</strong><br />

estruturas, tais como estruturas navais, aeronáuticas e mecânicas, utilizando a experiência na<br />

construção e operação <strong>de</strong>stas estruturas, e a opinião <strong>de</strong> consultores especialistas.<br />

A seleção do fator <strong>de</strong> segurança segue procedimentos similares aos acima <strong>de</strong>scritos,<br />

empregados <strong>para</strong> <strong>de</strong>finição dos valores nominais. O mesmo objetivo dos tradicionais Critérios<br />

<strong>de</strong> Projeto, baseados no uso do fator ou coeficiente <strong>de</strong> segurança, o qual é minimizar a<br />

sobreposição entre as funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica e da<br />

solicitação externa, po<strong>de</strong> ser obtido <strong>de</strong> uma forma que se baseia no cálculo da probabilida<strong>de</strong> da<br />

resistência mecânica ser superada pela solicitação externa, <strong>de</strong>nominada neste texto <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, sendo esta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das incertezas associadas com as variáveis<br />

acima citadas. Os Critérios <strong>de</strong> Projeto baseados nos conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> tem por<br />

objetivo minimizar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, consi<strong>de</strong>rando como variáveis aleatórias à<br />

resistência mecânica e a solicitação externa, utilizando as dimensões do componente estrutural<br />

e o material do mesmo como elementos que influenciam a magnitu<strong>de</strong> e a variabilida<strong>de</strong> das<br />

variáveis aleatórias. A utilização dos conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> na análise e/ou síntese <strong>de</strong><br />

<strong>componentes</strong> mecânicos ou estruturais apresenta algumas peculiarida<strong>de</strong>s.<br />

21


1.12 - FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA CONFIABILIDADE ESTRUTURAL<br />

O cálculo da confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um componente mecânico ou estrutural está associado<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho que representa a formulação<br />

matemática empregada <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>lar um dado mecanismo <strong>de</strong> falha que o componente em<br />

estudo está sujeito a apresentar. De uma forma genérica, a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>para</strong> um<br />

componente mecânico ou estrutural po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida pela relação entre a resistência mecânica<br />

e a solicitação externa, usualmente expressa em termos <strong>de</strong> tensões induzidas no componente<br />

pela ação do carregamento externo.<br />

A função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho (Z) é usualmente expressa pela relação:<br />

Z = R − S<br />

on<strong>de</strong> R representa a resistência mecânica do material do componente e S representa as<br />

tensões induzidas pela ação do carregamento externo, ou simplesmente solicitação.<br />

A falha do componente ocorre quando a solicitação ultrapassa a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resistência do componente, ou seja, quando a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho tem magnitu<strong>de</strong> inferior a<br />

zero.<br />

Para <strong>de</strong>finição da confiabilida<strong>de</strong> do componente mecânico ou estrutural, consi<strong>de</strong>ra-se<br />

que tanto a resistência mecânica como a solicitação são variáveis aleatórias, e a confiabilida<strong>de</strong><br />

é<br />

R c<br />

( Z ≥ ) = P(<br />

R ≥ S )<br />

= P 0<br />

representada pela probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica ser superior à solicitação, ou seja<br />

on<strong>de</strong> RC probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência do componente, ou a sua confiabilida<strong>de</strong>.<br />

Como complemento da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência tem-se a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha,<br />

a qual é <strong>de</strong>finida pela seguinte relação:<br />

on<strong>de</strong> pf é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha.<br />

R f<br />

( Z ≤ ) = P(<br />

R ≤ S )<br />

= P 0<br />

Baseando-se nas formulações apresentadas nas equações acima, verifica-se que, <strong>para</strong><br />

o cálculo da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha e da confiabilida<strong>de</strong>, necessita-se do conhecimento das<br />

funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica e da solicitação, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

executado o cálculo analítico da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha através da relação:<br />

Pf ∞<br />

= ∫ Fr<br />

0<br />

s)<br />

f s<br />

( ( s)<br />

ds<br />

sendo FR(.) a função distribuição acumulada da resistência mecânica.<br />

22


A confiabilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>finida como o complemento da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, ou seja:<br />

R = 1 − p<br />

c<br />

A execução da integral constante da equação po<strong>de</strong> ser complexa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos tipos<br />

<strong>de</strong> funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> empregados na representação da resistência mecânica<br />

e da solicitação externa. Entretanto, este não é o maior empecilho <strong>para</strong> a aplicação das<br />

equações em referência. Na maioria dos problemas mecânicos ou estruturais, a solicitação,<br />

expressa como as tensões atuantes na estrutura <strong>de</strong>vido à ação do carregamento externo, é<br />

calculada como a relação entre proprieda<strong>de</strong>s geométricas do componente e o carregamento<br />

externo, sendo que as primeiras também tem natureza probabilística, fato que dificulta a<br />

avaliação da função <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da solicitação. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha<br />

calculada em conformida<strong>de</strong> coma formulação apresentada, <strong>para</strong> uma família <strong>de</strong> estruturas<br />

projetadas conforme um Critério <strong>de</strong> Projeto específico, o qual emprega um coeficiente <strong>de</strong><br />

segurança pré-<strong>de</strong>finido, permite a verificação <strong>de</strong> qual é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha admissível<br />

neste Critério <strong>de</strong> Projeto, expressa em termos do uso do coeficiente <strong>de</strong> segurança e dos valores<br />

nominais da resistência mecânica e da solicitação. A obtenção <strong>de</strong>sta correlação torna-se mais<br />

complexa quanto maior for o número <strong>de</strong> variáveis necessárias <strong>para</strong> o cálculo da função<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da solicitação. Para funções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> formulações<br />

lineares, a <strong>de</strong>terminação da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha po<strong>de</strong> ser simplificada, caso as funções<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da resistência mecânica e da solicitação sejam do tipo normal e as<br />

variáveis sejam consi<strong>de</strong>radas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Outras formulações, <strong>para</strong> outras combinações <strong>de</strong><br />

funções <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser obtidas em literatura especializada na área <strong>de</strong><br />

confiabilida<strong>de</strong> estrutural.<br />

f<br />

23


CAPÍTULO 02 - ANÁLISE DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES<br />

2.1 - INTRODUÇÃO<br />

Os conceitos mais fundamentais no dimensionamento <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> são a<br />

tensão e a <strong>de</strong>formação. Conhecidas as cargas atuantes nos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, po<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>terminar as tensões resultantes. Neste capítulo relacionamos as tensões atuantes no corpo<br />

como um todo, sendo distintas das tensões superficiais ou tensões <strong>de</strong> contato. As tensões<br />

resultantes <strong>de</strong> carregamento estático serão analisadas neste capítulo.<br />

2.2 - TENSÃO<br />

A tensão representa a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> reação em um ponto do corpo submetido<br />

a cargas <strong>de</strong> serviço, condições <strong>de</strong> fabricação e variações <strong>de</strong> temperatura. A tensão é medida<br />

como a força atuante por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área <strong>de</strong> um plano.<br />

Tensão = força / área<br />

σ<br />

xx =<br />

→<br />

ΔPx<br />

lim<br />

ΔA 0 ΔA<br />

∆P – Vetor força que atua sobre o elemento <strong>de</strong> área ∆A<br />

τ<br />

Figura 1 – Cargas atuantes em elemento infinitesimal<br />

xy = lim<br />

ΔA→0 Δ<br />

P y<br />

ΔA<br />

xz =<br />

→<br />

ΔPz<br />

lim<br />

ΔA 0 ΔA<br />

σxx, τxy, τxz são as <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão associadas ao plano x do ponto O<br />

σ - tensão normal: tensão perpendicular ao plano <strong>de</strong> análise<br />

τ - tensão <strong>de</strong> cisalhamento: tensão que atua <strong>para</strong>lelamente ao plano.<br />

τ<br />

Em uma peça submetida a algumas forças, a tensão é geralmente distribuída como uma<br />

função continuamente variável <strong>de</strong>ntro do contínuo do material. Cada elemento infinitesimal do<br />

material po<strong>de</strong> experimentar diferentes tensões ao mesmo tempo. Deve-se olhar as tensões<br />

como atuando em pequenos elementos <strong>de</strong>ntro da peça.<br />

24


A figura abaixo mostra um cubo infinitesimal do material da peça que é submetida a<br />

algumas tensões tridimensionais. As faces <strong>de</strong>ste cubo infinitesimal são <strong>para</strong>lelas a um conjunto<br />

<strong>de</strong> eixos xyz tomados em uma orientação conveniente. A orientação <strong>de</strong> cada face é <strong>de</strong>finida<br />

pelo vetor superficial normal como mostra a figura. A face x tem sua superfície normal <strong>para</strong>lela<br />

aos eixos x, etc. Note que há duas faces x, duas faces y e duas faces z, uma <strong>de</strong> cada sendo<br />

positiva e uma negativa como <strong>de</strong>finida pelo sentido <strong>de</strong> seu vetor normal à superfície. Os nove<br />

<strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão atuando nas superfícies <strong>de</strong>ste elemento infinitesimal estão mostrados<br />

nas figuras 3 e 4. Os <strong>componentes</strong> σxx , σyy , σzz são as tensões normais, assim chamadas<br />

porque atuam respectivamente nas direções normais às superfícies x, y e z do cubo. As<br />

<strong>componentes</strong> τxy , τxz , por exemplo são as tensões cisalhantes que atuam na face x e cujas<br />

direções <strong>de</strong> atuação são <strong>para</strong>lelas aos eixos y e z , respectivamente<br />

Figura 2 - Componentes <strong>de</strong> tensão sobre um elemento infinitesimal tridimensional<br />

Estes elementos infinitesimais são mo<strong>de</strong>lados como cubos. Os <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão<br />

são consi<strong>de</strong>rados atuando nas faces <strong>de</strong>stes cubos em duas diferentes maneias. Tensões<br />

normais atuam perpendicularmente à face do cubo e ten<strong>de</strong>m a tracioná-las (tensão normal <strong>de</strong><br />

tração) ou comprimi-las (tensão normal <strong>de</strong> compressão). Tensões cisalhantes atuam<br />

<strong>para</strong>lelamente às faces dos cubos em pares e nas faces opostas, que ten<strong>de</strong>m a distorcer o<br />

cubo em um formato romboidal. Estas <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão normal e cisalhamento atuantes<br />

no elemento infinitesimal compõem o tensor.<br />

Tensão é um tensor <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m e requer nove valores ou <strong>componentes</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>screvê-lo no estado tridimensional. Po<strong>de</strong> ser expresso por uma matriz:<br />

25


On<strong>de</strong> a notação <strong>para</strong> cada componente <strong>de</strong> tensão contem três elementos, a magnitu<strong>de</strong><br />

(σ ou τ), a direção da normal à superfície <strong>de</strong> referencia (primeiro subscrito) e a direção da ação<br />

(segundo subscrito). Utiliza-se σ <strong>para</strong> tensões normais e τ <strong>para</strong> tensões cisalhantes. Muitos<br />

elementos nas <strong>máquinas</strong> são sujeitos a um estado <strong>de</strong> tensão tridimensional e requer o tensor<br />

tensão.<br />

Figura 3 – Componentes <strong>de</strong> tensão em um estado bidimensional<br />

Em alguns casos, são usados como estado <strong>de</strong> tensão bidimensional (figura 2.2b)<br />

O tensor tensão <strong>para</strong> o estado bidimensional é:<br />

Um elemento infinitesimal <strong>de</strong> um corpo (dx) (dy) <strong>de</strong>ve estar em equilíbrio. Portanto:<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos mostrar que:<br />

∑ M o = 0 ∑ F y = 0 ∑ F x = 0<br />

τ = τ<br />

xy<br />

ou seja, <strong>para</strong> um ponto sob estado plano <strong>de</strong> tensões as <strong>componentes</strong> cisalhantes em planos<br />

mutuamente perpendiculares <strong>de</strong>vem ser iguais. De fato, po<strong>de</strong>-se mostrar que isto é verda<strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> um estado mais geral <strong>de</strong> tensões, ou seja:<br />

yx<br />

26


τ = τ τ yz = τ zy<br />

2.3 - TENSÕES EM MEMBROS COM CARREGAMENTO AXIAL<br />

2.3.1 - CARGA AXIAL<br />

extremida<strong>de</strong>s.<br />

xz<br />

zx<br />

Seja a barra, consi<strong>de</strong>rada sem peso e em equilíbrio, sujeita a duas forças F em suas<br />

2.3.2 - CARGA AXIAL - TENSÃO DE APOIO<br />

P<br />

σ = Tensão Normal (tração)<br />

A<br />

Figura 4 - Tensão normal (tração)<br />

P<br />

σ = Tensão <strong>de</strong> Apoio (compressão)<br />

A<br />

Figura 5 -Tensão <strong>de</strong> compressão<br />

27


2.3.3 - TENSÃO MÉDIA DE CISALHAMENTO<br />

a) Cisalhamento simples:<br />

b) Rebite:<br />

c) Cisalhamento duplo:<br />

Figura 6 - Tensão <strong>de</strong> cisalhamento<br />

Figura 7 - Cisalhamento simples<br />

Figura 8 - Cisalhamento <strong>de</strong> rebite<br />

Figura 9 - cisalhamento duplo<br />

τ<br />

τ<br />

m<br />

m<br />

=<br />

=<br />

V<br />

A<br />

V<br />

A<br />

=<br />

=<br />

P<br />

A<br />

P<br />

2A<br />

28


2.4 - TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO<br />

2.4.1 - EQUAÇÕES PARA TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO PLANA<br />

Uma vez <strong>de</strong>terminadas às tensões normais σx e σy e a tensão <strong>de</strong> cisalhamento τxy, é<br />

possível <strong>de</strong>terminar as tensões normais e <strong>de</strong> cisalhamento em qualquer plano inclinado em um<br />

dado estado <strong>de</strong> tensão.<br />

Aplicando as equações <strong>de</strong> equilíbrio estático:<br />

∑ F x'<br />

= 0<br />

Figura 10a - Análise <strong>de</strong> tensões em um plano qualquer<br />

Figura 10b - Análise <strong>de</strong> tensões em um plano qualquer<br />

σ −σ dA.<br />

cosθ.<br />

cosθ<br />

−τ<br />

dA.<br />

cosθ.<br />

senθ<br />

−σ<br />

dA.<br />

senθ.<br />

senθ<br />

−τ<br />

dA.<br />

senθ.<br />

cosθ<br />

= 0<br />

x ' dA x<br />

xy<br />

y<br />

xy<br />

2<br />

2<br />

σ = σ . cos θ + σ . θ + 2.<br />

τ . cosθ.<br />

senθ<br />

x '<br />

Sabendo que:<br />

x<br />

y sen xy<br />

29


2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

sen 2θ = 2.<br />

senθ.<br />

cosθ<br />

, cos 2θ<br />

= cos θ − sen θ , 1 = cos θ + sen θ<br />

Assim:<br />

cos 2<br />

1+<br />

cos2θ<br />

θ = ,<br />

2<br />

2 1−<br />

cos2θ<br />

sen θ =<br />

2<br />

Substituindo as expressões <strong>de</strong> sen 2 θ, cos 2 θ e sen 2θ:<br />

1+<br />

cos 2θ<br />

1−<br />

cos 2θ<br />

σ x ' = σ x + σ y + τ xysen2θ<br />

2<br />

2<br />

σ x + σ y σ x − σ y<br />

σ x ' = + cos 2θ<br />

+ τ xysen2θ<br />

2 2<br />

∑ F y = 0<br />

τ + σ dAcosθ.<br />

senθ<br />

−τ<br />

dA.<br />

cosθ.<br />

cosθ<br />

−σ<br />

dA.<br />

senθ.<br />

cosθ<br />

+ τ dA.<br />

senθ.<br />

senθ<br />

= 0<br />

x ' y'dA<br />

x<br />

xy<br />

y<br />

xy<br />

⎛σ x −σ<br />

y ⎞<br />

τ x' y'<br />

= −<br />

⎜ sen 2θ<br />

+ τ xy cos2θ<br />

2 ⎟<br />

⎝ ⎠<br />

2.4.2 - CÍRCULO DE MOHR<br />

Sejam as equações <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> tensão:<br />

σ x + σ y σ x −σ<br />

y<br />

σ x ' = − = cos2θ<br />

+ τ xysen2θ<br />

2 2<br />

σ x −σ<br />

y<br />

τ xy = − sen 2θ<br />

+ τ xy cos2θ<br />

2<br />

Elevando ao quadrado ambas as equações e somando-as tem-se:<br />

2<br />

⎛ σ x + σ y ⎞ 2 ⎛σ x −σ<br />

y ⎞<br />

⎜<br />

⎜σ<br />

x'<br />

−<br />

τ x'<br />

y'<br />

+ τ<br />

2 ⎟ + =<br />

⎜<br />

2 ⎟<br />

⎝<br />

⎠ ⎝ ⎠<br />

2<br />

2<br />

xy<br />

Esta equação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> maneira mais compacta:<br />

2 2 2<br />

( σ − ) + τ = R<br />

x '<br />

a x'<br />

y'<br />

A equação acima é a equação <strong>de</strong> um circulo <strong>de</strong> raio<br />

σ x + σ y<br />

a =<br />

em 2 e b=0.<br />

⎛σ x −σ<br />

y ⎞<br />

R =<br />

⎜ + τ<br />

2 ⎟<br />

⎝ ⎠<br />

2<br />

2<br />

xy<br />

e o centro<br />

30


O circulo construído <strong>de</strong>sta maneira é chamado círculo <strong>de</strong> Mohr, on<strong>de</strong> a or<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> um<br />

ponto sobre o circulo é a tensão <strong>de</strong> cisalhamento τxy e abscissa é a tensão normal σx.<br />

CONCLUSÕES IMPORTANTES<br />

Figura 11 - Círculo <strong>de</strong> Mohr <strong>para</strong> tensões<br />

• A maior tensão normal possível é σ1 e a menor é σ2. Nestes planos não existem tensão<br />

<strong>de</strong> cisalhamento.<br />

• A maior tensão <strong>de</strong> cisalhamento τmax é igual ao raio do circulo e uma tensão normal <strong>de</strong><br />

σ + σ<br />

x<br />

2<br />

y<br />

atua em cada um planos <strong>de</strong> máxima e mínima tensão <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

• Se σ1==σ2, o circulo <strong>de</strong> Mohr se <strong>de</strong>genera em um ponto, e não se <strong>de</strong>senvolvem tensão<br />

<strong>de</strong> cisalhamento no plano xy.<br />

• Se σx+σy=0, o centro do circulo <strong>de</strong> Mohr coinci<strong>de</strong> com a origem das coor<strong>de</strong>nadas σ - τ, e<br />

existe o estado <strong>de</strong> cisalhamento puro.<br />

• Se soma das tensão normais em quaisquer dos planos mutuamente perpendiculares é<br />

constante: σx+σy=σ1+σ2=σx’+σy’= constante.<br />

• Os plano <strong>de</strong> tensão máxima ou mínima formam ângulos <strong>de</strong> 45º com os planos das<br />

tensões principais.<br />

31


2.4.3 - CONSTRUÇÃO DO CÍRCULO DE MOHR PARA TENSÕES<br />

Figura 12 - Elemento submetido a tensões σx = - 20 MPa (20 x 10 6 N/m 2 ) , σy = 90 MPa , σxy = 60 Mpa<br />

Procedimento<br />

1- Determinar o centro do circulo (a,b):<br />

σ x + σ y − 20 + 90<br />

a = = = 35Mpa<br />

2 2<br />

,<br />

2- Determinar o Raio<br />

⎛ σ x + σ y ⎞ 2<br />

R =<br />

⎜ + τ xy<br />

2 ⎟ →<br />

⎝ ⎠<br />

3- Localizar o ponto A(-20,60)<br />

2<br />

b = 0<br />

2<br />

⎛ − 20 − 90 ⎞ 2<br />

R = ⎜ ⎟ + 60 = 81,<br />

4Mpa<br />

⎝ 2 ⎠<br />

Figura 13 – Círculo <strong>de</strong> Mohr<br />

32


4- Tensões principais:<br />

σ = 35 + 81,<br />

4 = 116,<br />

4Mpa<br />

, σ = 35 − 81,<br />

4 = −46,<br />

4Mpa<br />

1<br />

5- Orientações das tensões principais:<br />

60<br />

. 2<br />

47,<br />

7º<br />

20 35<br />

' ⎛ ⎞<br />

''<br />

θ 1 = arc tag ⎜ ⎟ = , 1 25,<br />

85º<br />

⎝ + ⎠<br />

= θ<br />

2 '<br />

''<br />

''<br />

''<br />

2θ<br />

1 + 2θ<br />

2 = 180º<br />

→ 2 66,<br />

15º<br />

= θ<br />

6- Tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento:<br />

τ<br />

max<br />

= R = 81,<br />

4Mpa<br />

2<br />

Figura 14 – Inclinação das tensões atuantes<br />

7- Orientação da tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento:<br />

''<br />

''<br />

2θ<br />

1 + 2θ<br />

2 = 90º<br />

→ 2 21,<br />

15º<br />

' '<br />

2 = θ<br />

Figura 15 - Posição do elemento submetido a tensões máximas <strong>de</strong> cisalhamento<br />

33


2.4.4 - TENSÕES PRINCIPAIS PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES<br />

Consi<strong>de</strong>re um estado <strong>de</strong> tensão tridimensional e um elemento infinitesimal tetraédrico.<br />

Sobre o plano obliquo ABC surge a tensão principal σn, <strong>para</strong>lela ao vetor normal unitário.<br />

Figura 16 - Elemento infinitesimal tetraédrico submetido a estado tridimensional <strong>de</strong> tensões<br />

O vetor é i<strong>de</strong>ntificado pelos seus cosenos diretores 1, m e n, on<strong>de</strong> cos α = 1, cos β = m,<br />

cos γ = n. Da figura nota-se que: 1 2 +m 2 +n 2 = 1.<br />

Figura 17 – Vetor unitário<br />

O plano oblíquo tem área dA e as projeções <strong>de</strong>sta área nas direções x, y e z são: dA.L,<br />

dA.m e dA.n. Impondo o equilíbrio estático nas direções x, y e z, temos:<br />

∑ F x = 0 , ( σ ndA)<br />

. 1−<br />

σ xdA.<br />

1−<br />

τ xydA.<br />

m −τ<br />

xzdA.<br />

n = 0<br />

∑ F y = 0 , ( σ ndA)<br />

. m − σ xdA.<br />

m −τ<br />

xydA.<br />

n −τ<br />

xzdA.<br />

1 = 0<br />

∑ F z = 0 , ( σ ndA)<br />

n −σ 2 dA.<br />

n −τ<br />

yzdA.<br />

m = 0<br />

Simplificando e reagrupando em forma matricial, temos:<br />

34


Como visto anteriormente, 1 2 +m 2 +n 2 = 1, os cosenos diretores são diferentes <strong>de</strong> zero.<br />

Logo, o sistema terá uma solução não trivial quando o <strong>de</strong>terminante da matriz <strong>de</strong> coeficientes<br />

<strong>de</strong> 1,m e n for nulo<br />

A expansão do <strong>de</strong>terminante fornece um polinômio característico do tipo:<br />

on<strong>de</strong>: I = σ x + σ y + σ z<br />

σ<br />

σ σ σ III<br />

3 2<br />

n − Iσ n + IIσ<br />

n − σ<br />

2 ( τ xy<br />

2<br />

+ τ yz +<br />

2 )<br />

2 ( σ τ<br />

2<br />

+ σ τ + σ<br />

2 )<br />

II = ( σ xσ<br />

y + σ yσ<br />

z + σ zσ<br />

x ) − τ xz<br />

σ<br />

III = σ xσ<br />

yσ<br />

z + 2. τ xyτ<br />

yzτ<br />

xz − x yz y xz zτ<br />

xy<br />

σ<br />

As equações acima são invariantes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do plano oblíquo que é tomado<br />

no tetraedro. Logo, as raízes do polinômio característico já as tensões principais.<br />

= 0<br />

2.4.5 - CÍRCULO DE MOHR PARA O ESTADO GERAL DE TENSÕES<br />

Qualquer estado <strong>de</strong> tensão tridimensional po<strong>de</strong> ser transformado em três tensões<br />

principais que atuam em três direções ortogonais.<br />

Figura 18 - Elemento submetido a estado tridimensional <strong>de</strong> tensões<br />

35


Admitindo que σ1>σ2>σ3>0.<br />

2.5 – ANÁLISE DE DEFORMAÇÃO<br />

Figura 19 - Círculo <strong>de</strong> Mohr <strong>para</strong> o estado tridimensional <strong>de</strong> tensões<br />

Um corpo sólido se <strong>de</strong>forma quando sujeito a mudanças <strong>de</strong> temperatura ou a uma carga<br />

externa, como mostrado abaixo.<br />

Figura 20 - Corpo submetido à tração pura<br />

Se L0 é o comprimento inicial e L é o comprimento final do corpo sob tração, o<br />

alongamento é ∆L = L – L0 e o alongamento por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento, chamado<br />

<strong>de</strong>formação linear, é <strong>de</strong>finido como:<br />

L<br />

dL ΔL<br />

ε = ∫ =<br />

L<br />

0 0 L0<br />

Se o corpo se <strong>de</strong>forma em três direções ortogonais x,y,z e z e u, v, e w forem as três<br />

<strong>componentes</strong> do <strong>de</strong>slocamento nestas direções, as <strong>de</strong>formações lineares são respectivamente:<br />

36


Além da <strong>de</strong>formação linear, um corpo po<strong>de</strong> sofrer uma <strong>de</strong>formação angular, como<br />

mostrado abaixo.<br />

Figura 21 - Análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação angular em elemento infinitesimal<br />

Assim, <strong>para</strong> pequenas mudanças <strong>de</strong> ângulo, a <strong>de</strong>formação angular associada as<br />

coor<strong>de</strong>nadas x e y é <strong>de</strong>finida por:<br />

Se o corpo se <strong>de</strong>forma em mais planos ortogonais xz e yz, as <strong>de</strong>formações angulares<br />

nestes planos são:<br />

2.6 - LEIS DE TENSÃO - DEFORMAÇÃO LINEAR E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO<br />

2.6.1 - COEFICIENTE DE POISSON PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS<br />

Seja o corpo abaixo submetido a uma força axial.<br />

37


Deformação axial<br />

Deformação lateral<br />

Figura 22 - Peça submetida a carregamento axial<br />

A relação entre o valor da <strong>de</strong>formação lateral e a <strong>de</strong>formação axial é conhecida como<br />

coeficiente <strong>de</strong> Poisson:<br />

2.6.2 - LEI DE HOOKE PARA MATERIAIS ISOTRÓPICOS (ESTADO TRIAXIAL DE<br />

TENSÕES)<br />

Seja um corpo sujeito a um estado triaxial <strong>de</strong> tensões σx, σy e σz.<br />

Figura 23 - Corpo sujeito a um estado triaxial <strong>de</strong> tensões<br />

O estado triaxial <strong>de</strong> tensões po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como a superposição <strong>de</strong> três estados<br />

<strong>de</strong> tensão uniaxial analisados se<strong>para</strong>damente:<br />

38


1 – Deformações <strong>de</strong>vido a σx:<br />

2 – Deformações <strong>de</strong>vido a σy:<br />

3 – Deformações <strong>de</strong>vido a σz:<br />

Superpondo todas as <strong>de</strong>formações, temos:<br />

Da Lei <strong>de</strong> Hooke, σ = E ε é o modulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do material, as <strong>de</strong>formações <strong>de</strong>vido<br />

à σx, σy e σz são:<br />

- tensão são:<br />

Para o caso do corpo ser submetido a esforços <strong>de</strong> cisalhamento as relações <strong>de</strong>formação<br />

O módulo <strong>de</strong> cisalhamento G está relacionado a E e ν por:<br />

2.7 - EXTENSOMETRIA<br />

A extensometria é uma técnica utilizada <strong>para</strong> a análise experimental <strong>de</strong> tensões e<br />

<strong>de</strong>formações em estruturas mecânicas e <strong>de</strong> alvenaria. Estas estruturas apresentam<br />

<strong>de</strong>formações sob carregamento ou sob efeito da temperatura. É importante conhecer a<br />

extensão <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>formações e muitas vezes precisam ser monitoradas constantemente, o que<br />

po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> diversas formas. Algumas são o relógio com<strong>para</strong>dor, o <strong>de</strong>tector eletrônico <strong>de</strong><br />

39


<strong>de</strong>slocamento, por camada frágil, por foto-elasticida<strong>de</strong> e por strain-gauge. Dentre todas, o<br />

strain-gauge, do inglês medidor <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, é um dos mais versáteis métodos.<br />

Os extensômetros elétricos são largamente utilizados <strong>para</strong> medir <strong>de</strong>formações em<br />

estruturas como pontes, <strong>máquinas</strong>, locomotivas, navios e ainda associados a transdutores <strong>para</strong><br />

medir pressão, tensão, força e aceleração. São ainda associados a outros instrumentos <strong>de</strong><br />

medidas <strong>para</strong> uso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> análise experimental <strong>de</strong> tensão até investigação e práticas médicas e<br />

cirúrgicas.<br />

2.7.1 - EXTENSÔMETRO ELÉTRICO (STRAIN-GAUGE)<br />

Em 1856 William Thomson, ou conhecido como Lord Kelvin, apresentou à Royal<br />

Philosophical Society <strong>de</strong> Londres os resultados <strong>de</strong> um experimento envolvendo a resistência<br />

elétrica do cobre e ferro quando submetidos a estresse. As observações <strong>de</strong> Kelvin foram<br />

consistentes com a relação entre resistência elétrica e algumas proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> um<br />

condutor, segundo a equação<br />

L<br />

R<br />

A<br />

ρ<br />

=<br />

on<strong>de</strong> R é a resistência elétrica, ρ é a constante <strong>de</strong> condutivida<strong>de</strong>, L é o comprimento do<br />

condutor e A é a área da seção transversal <strong>de</strong>ste. A resistência é diretamente proporcional ao<br />

comprimento e inversamente proporcional à área da seção transversal.<br />

Quando uma barra metálica é esticada, ela sofre um alongamento em seu comprimento<br />

e também uma diminuição do seu volume, resultado da diminuição da área da seção<br />

transversal <strong>de</strong>sta barra. A resistência elétrica da metálica aumenta quando esta barra é<br />

esticada, também resultado da diminuição da área da seção transversal e do aumento do<br />

comprimento da barra. Da mesma maneira, quando a barra é comprimida, a resistência diminui<br />

<strong>de</strong>vido ao aumento da área transversal e diminuição do comprimento.<br />

A relação entre comprimento e dimensão da seção transversal po<strong>de</strong> ser expressa<br />

através do coeficiente <strong>de</strong> Poisson:<br />

dD<br />

−<br />

D ε L<br />

ν =<br />

=<br />

dL ε a<br />

L<br />

40


Figura 24 - Extensômetro <strong>de</strong> fio<br />

on<strong>de</strong> ν(ni) é o coeficiente <strong>de</strong> Poisson, D é a dimensão da seção transversal, L é o<br />

comprimento, εL (epslon) é a <strong>de</strong>formação lateral e εa é a <strong>de</strong>formação axial. Esta relação<br />

<strong>de</strong>monstra basicamente que, quando o comprimento diminui <strong>para</strong> um material (compressão), a<br />

seção transversal aumenta, e vice-versa <strong>para</strong> um aumento no comprimento (tensão) do<br />

material.<br />

Experimentos realizados pelo norte-americano P. W. Bridgman em 1923 mostraram<br />

algumas aplicações práticas da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> Kelvin <strong>para</strong> realização <strong>de</strong> medidas, mas foi a<br />

partir <strong>de</strong> 1930 que estas tomaram impulso. É creditado a Roy Carlson uma das primeiras<br />

utilizações <strong>de</strong> um fio resistivo <strong>para</strong> medições <strong>de</strong> tensões em 1931. Entre 1937 e 1939, Edward<br />

Simmons (Califórnia Institute of Technology, - Pasa<strong>de</strong>na, CA, USA) e Arthur Ruge<br />

(Massachusetts Institute of Technology - Cambridge, MA, USA) trabalhando<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente um do outro, utilizaram pela primeira vez fios metálicos colados à superfície<br />

<strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> prova <strong>para</strong> medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Esta experiência <strong>de</strong>u origem aos<br />

extensômetros que são utilizados atualmente. A Figura 2.21 mostra um a construção geral <strong>de</strong><br />

um extensômetro à base <strong>de</strong> fio colado.<br />

A partir <strong>de</strong> 1950, o processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> extensômetros adotou o método <strong>de</strong><br />

manufaturar finas folhas ou lâminas contendo um labirinto ou gra<strong>de</strong> metálica, colado a um<br />

suporte flexível feito geralmente <strong>de</strong> epóxi. As técnicas <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> circuitos impressos são<br />

usadas na confecção <strong>de</strong>ssas lâminas, que po<strong>de</strong>m ter configurações bastante variadas e<br />

intrincadas, como mostra a Figura 25.<br />

Figura 25 Tipos <strong>de</strong> extensômetros elétricos.<br />

41


Os extensômetros elétricos têm as seguintes características gerais, que <strong>de</strong>notam sua<br />

importância e alto uso:<br />

• alta precisão <strong>de</strong> medida;<br />

• baixo custo;<br />

• excelente linearida<strong>de</strong>;<br />

• excelente resposta dinâmica;<br />

• fácil instalação;<br />

• po<strong>de</strong> ser imerso em água ou em atmosfera <strong>de</strong> gases corrosivos (com tratamento<br />

a<strong>de</strong>quado);<br />

• possibilita realizar medidas à distância.<br />

A base do extensômetro po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>: poliamida, epóxi, fibra <strong>de</strong> vidro reforçada com resina<br />

fenólica, baquelita, poliéster, papel e outros. O elemento resistivo po<strong>de</strong> ser confeccionado <strong>de</strong><br />

ligas metálicas tais como Constantan, Advance, Nicromo V, Karma, Níquel, Isoelatic e outros. O<br />

extensômetro po<strong>de</strong> ser confeccionado também com elemento semicondutor, que consiste<br />

basicamente <strong>de</strong> um pequeno e finíssimo filamento <strong>de</strong> cristal <strong>de</strong> silício que é geralmente<br />

montado em suporte <strong>de</strong> epóxi ou fenólico.<br />

As características principais dos extensômetros elétricos <strong>de</strong> semicondutores são sua gran<strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> resistência em função da <strong>de</strong>formação e seu alto valor do fator do<br />

extensômetro, que é <strong>de</strong> aproximadamente 150, po<strong>de</strong>ndo ser positivo ou negativo. Para os<br />

extensômetros metálicos a maior variação <strong>de</strong> resistência é <strong>de</strong>vida às variações dimensionais,<br />

enquanto que nos <strong>de</strong> semicondutor a variação é mais atribuída ao efeito piezo-resistivo.<br />

Para um extensômetro i<strong>de</strong>al, o fator <strong>de</strong> extensômetro <strong>de</strong>veria ser uma constante, e <strong>de</strong> maneira<br />

geral os extensômetros metálicos possuem o fator <strong>de</strong> extensômetro que po<strong>de</strong>m ser<br />

consi<strong>de</strong>rados como tal. Nos extensômetros semicondutores, entretanto, o fator do extensômetro<br />

varia com a <strong>de</strong>formação, numa relação não linear. Isto dificulta quando da interpretação das<br />

leituras <strong>de</strong>sses dispositivos. Entretanto é possível se obter circuitos eletrônicos que linearizem<br />

esses efeitos. Atualmente, os extensômetros semicondutores são bastante aplicados quando se<br />

<strong>de</strong>seja uma saída em nível mais alto, como em células <strong>de</strong> cargas, acelerômetros e outros<br />

transdutores.<br />

2.7.2 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO E USO<br />

Na sua forma mais completa, o extensômetro elétrico é um resistor composto <strong>de</strong> uma<br />

finíssima camada <strong>de</strong> material condutor, <strong>de</strong>positado então sobre um composto isolante. Este é<br />

então colado sobre a estrutura em teste com auxílio <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivos como epóxi ou cianoacrilatos.<br />

42


Pequenas variações <strong>de</strong> dimensões da estrutura são então transmitidas mecanicamente ao<br />

extensômetro, que transforma essas variações em variações equivalentes <strong>de</strong> sua resistência<br />

elétrica (por esta razão, os extensômetros são <strong>de</strong>finidos como transdutores). Os extensômetros<br />

são usados <strong>para</strong> medir variações <strong>de</strong> carga, pressão, torque, <strong>de</strong>slocamento, tensão,<br />

compressão, aceleração, vibração. A seleção do extensômetro apropriado <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

aplicação é influenciada pelas características seguintes: material da gra<strong>de</strong> metálica e sua<br />

construção, material do suporte isolante, material do a<strong>de</strong>sivo, tratamento e proteção do medidor<br />

e configuração. O <strong>de</strong>sign dos extensômetros incorpora várias funcionalida<strong>de</strong>s como alto fator <strong>de</strong><br />

medição, alta resistivida<strong>de</strong>, insensibilida<strong>de</strong> à temperatura, alta estabilida<strong>de</strong> elétrica, alta<br />

resistência mecânica, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipulação, baixa histerese, baixa troca termal com outros<br />

materiais e durabilida<strong>de</strong>. A sensibilida<strong>de</strong> à temperatura é um ponto fundamental no uso <strong>de</strong><br />

extensômetros, e freqüentemente o circuito <strong>de</strong> medição contém um compensador <strong>de</strong><br />

temperatura. Da mesma forma, o tipo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivo usado <strong>para</strong> fixar o extensômetro à estrutura a<br />

ser monitorada é <strong>de</strong> suma importância. O a<strong>de</strong>sivo <strong>de</strong>ve transmitir as variações mecânicas com<br />

o mínimo <strong>de</strong> interferência possível, por isso <strong>de</strong>ve ter alta resistência mecânica, alta resistência<br />

ao cisalhamento, resistência dielétrica e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, baixas restrições <strong>de</strong><br />

temperatura e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação.A relação básica entre <strong>de</strong>formação e a variação na<br />

resistência do extensômetro elétrico po<strong>de</strong> ser expressa como:<br />

⎛ 1 ⎞⎛<br />

dR ⎞<br />

ε = ⎜ ⎟⎜<br />

⎟<br />

⎝ F ⎠⎝<br />

R ⎠<br />

on<strong>de</strong> ε é a <strong>de</strong>formação, F é o fator do medidor e R é a resistência do medidor. Para um<br />

medidor típico, F é 2.0 e R é 120 ohm.<br />

2.7.3 - TIPOS DE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS (STRAIN-GAUGES)<br />

Extensômetro axial único. Utilizado quando se conhece a direção da <strong>de</strong>formação, que é<br />

em um único sentido.<br />

Figura 26 - Extensômetro axial único.<br />

43


EXTENSÔMETRO AXIAL MÚLTIPLO<br />

Roseta <strong>de</strong> 2 direções. São dois extensômetros sobre uma mesma base, sensíveis a<br />

duas direções. Utilizada <strong>para</strong> medir <strong>de</strong>formações principais quando se conhecem as direções.<br />

Figura 27 - Roseta <strong>de</strong> 2 direções<br />

Roseta <strong>de</strong> 3 direções. São três extensômetros sobre uma mesma base, sensíveis a três<br />

direções. Utilizada quando as direções principais <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações não são conhecidas.<br />

Figura 28 - Roseta <strong>de</strong> 3 direções<br />

A Figura 29(a) apresenta um extensômetro tipo diafragma, que são quatro<br />

extensômetros sobre uma mesma base, sensíveis a <strong>de</strong>formações em duas posições<br />

diferentes. Usado <strong>para</strong> transdutores <strong>de</strong> pressão. A Figura 29(b) apresenta um<br />

extensômetro <strong>para</strong> medida <strong>de</strong> tensão residual, que são três extensômetros sobre<br />

uma base <strong>de</strong>vidamente posicionados <strong>para</strong> utilização em método <strong>de</strong> medida <strong>de</strong><br />

tensão residual. Finalmente, a Figura 29(c) mostra um extensômetro <strong>para</strong><br />

transdutores <strong>de</strong> carga (strain-gauge load cell), que são dois extensômetros dispostos<br />

lado a lado, sobre a mesma base, <strong>para</strong> utilização em células <strong>de</strong> cargas (<strong>para</strong><br />

medição <strong>de</strong> tensão e compressão).<br />

44


(a) (b) (c)<br />

Figura 29 - Extensômetros tipo (a) diafragma, (b) <strong>para</strong> medida <strong>de</strong> tensão residual e (c) célula <strong>de</strong> carga<br />

A extensometria, como técnica <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações ocorridas em materiais, é<br />

essencial <strong>para</strong> monitoramento dinâmico <strong>de</strong> estruturas sujeitas a carregamentos e tem no<br />

extensômetro elétrico ou strain-gauge seu instrumento principal.<br />

Os strain-gauges têm aplicações tão variadas quanto monitoramento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações<br />

em pontes, vigas, medição <strong>de</strong> vibração em <strong>máquinas</strong>, medição <strong>de</strong> pressão, <strong>de</strong> força, em<br />

acelerômetros e torquímetros. Devido às vantagens e importância dos extensômetros elétricos,<br />

estes aparelhos são indispensáveis a qualquer equipe que se <strong>de</strong>dique ao estudo experimental<br />

<strong>de</strong> medições.<br />

2.8 - RELAÇÕES TENSÃO - DEFORMAÇÃO<br />

Para o estado plano <strong>de</strong> tensões, as condições permitem o uso da aproximação segundo<br />

a qual não ocorre variação das tensões na direção z, po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar as tensões σzz<br />

, σxz e σyz em presença das outras tensões. Então:<br />

E ( ε xx υε yy )<br />

( 1−<br />

υ )<br />

σ xx = +<br />

2<br />

E ( υε xx ε yy )<br />

( 1−<br />

υ )<br />

σ yy = +<br />

2<br />

σ = 2Gε<br />

xy<br />

xy<br />

σ<br />

zz<br />

= σ xz = σ yz = 0<br />

εxx<br />

εxx = εyy<br />

2.9 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS<br />

2.9.1 - INTRODUÇÃO<br />

εxy<br />

A mecânica dos meios contínuos e mais especificamente a teoria da elasticida<strong>de</strong>, tem<br />

como fundamento básico o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos que possam representar<br />

a<strong>de</strong>quadamente a situação física real em estudo. Na análise estrutural o objetivo po<strong>de</strong> ser a<br />

45


<strong>de</strong>terminação do campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos , as <strong>de</strong>formações internas ou as tensões atuantes<br />

no sistema <strong>de</strong>vido a aplicação <strong>de</strong> cargas. Muitos estudiosos do assunto tais como Navier,<br />

Cauchy, Poisson, Green etc , <strong>de</strong>stacaram-se no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos que<br />

auxiliaram na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> variáveis envolvidas num <strong>de</strong>terminado estudo.<br />

Porém em certos casos práticos certas aplicações <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos apresentam<br />

dificulda<strong>de</strong>s as vezes intransponíveis . Como exemplo sabe-se que na análise estrutural a<br />

perfeita representação matemática dos carregamentos, geometria, condições <strong>de</strong> contorno etc<br />

em muitas situações apresenta-se <strong>de</strong> forma complexa, havendo assim a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

introduzir hipóteses mais aproximadas no problema físico real possibilitando assim formas <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lagem matemática que conduzem a soluções mais simples.Por outro lado a engenharia<br />

tem <strong>de</strong>monstrado interesse cada dia maior em estudos mais precisos que se aproximam o<br />

máximo possível do mo<strong>de</strong>lo real . Dentre estes métodos escolhidos surgiu o método dos<br />

elementos finitos que é baseado na discretização do meio contínuo (estrutura sólida, o fluido, os<br />

gases etc).O método dos elementos finitos é seguramente um dos métodos mais difundidos na<br />

discretização dos meios contínuos . A sua utilização se <strong>de</strong>ve também ao fato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser<br />

aplicado em problemas clássicos da mecânica estrutural elástico-linear tais como mecânica dos<br />

sólidos , mecânica dos fluidos, transmissão <strong>de</strong> calor , acústica etc.<br />

2.9.2 – SÍNTESE HISTÓRICA<br />

Devido a complexida<strong>de</strong> comportamental dos sistemas estruturais utiliza-se mo<strong>de</strong>los<br />

mais simplificados que consistem em se<strong>para</strong>r os sistemas em <strong>componentes</strong> básicos ou seja,<br />

aplica-se o processo <strong>de</strong> análise do método científico <strong>de</strong> abordagem do problema.<br />

Com esta operação, tem-se a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estudar o comportamento dos<br />

elementos <strong>de</strong> forma mais simples sintetizando as soluções parciais <strong>para</strong> se obter uma solução<br />

aproximada porém segura. A discretização <strong>de</strong> sistemas contínuos tem objetivos análogos aos<br />

acima <strong>de</strong>scritos, particionando-se o domínio, o sistema em <strong>componentes</strong> cujas soluções são<br />

mais simples e posteriormente utiliza-se soluções parciais <strong>para</strong> resolver os problemas. Em<br />

alguns casos essa subdivisão prossegue in<strong>de</strong>finidamente e o problema só terá solução<br />

utilizando <strong>de</strong>finições matemáticas <strong>de</strong> infinitésimos isto é, conduzindo-se a equações<br />

diferenciais , ou expressões equivalentes com um número infinito <strong>de</strong> elementos. Com a<br />

evolução dos computadores digitais os problemas discretos po<strong>de</strong>m ser resolvidos sem<br />

dificulda<strong>de</strong> mesmo que o mo<strong>de</strong>lo apresente um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

apenas da capacida<strong>de</strong> do computador .<br />

46


A discretização <strong>de</strong> problemas contínuos tem sido abordada ao longo dos anos, <strong>de</strong> forma<br />

diferente por matemáticos e engenheiros. Os matemáticos tem <strong>de</strong>senvolvido técnicas gerais<br />

aplicáveis diretamente a equações diferenciais que regem o problema tais como: aproximações<br />

por diferenças finitas , métodos <strong>de</strong> resíduos pon<strong>de</strong>rados, técnicas aproximadas <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar<br />

pontos estacionários <strong>de</strong> funcionais etc. Os engenheiros procuram abordar os problemas <strong>de</strong><br />

forma mais intuitiva estabelecendo analogias entre os elementos discretos reais e porções<br />

finitas <strong>de</strong> um domínio do contínuo.<br />

O conceito <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> estruturas teve início na escola francesa (1850 a 1875) com<br />

Navier , St. Venan e com os trabalhos <strong>de</strong> Maxwell, Castigliano , Mohr e outros.<br />

No período compreendido entre 1875 e 1920 as teorias e técnicas analíticas <strong>para</strong> o<br />

estudo das estruturas forma particularmente lentos <strong>de</strong>vido certamente as limitações práticas<br />

nas soluções <strong>de</strong> equações algébricas . Neste período as estruturas <strong>de</strong> interesse eram<br />

basicamente treliças e pórticos que utilizavam um processo <strong>de</strong> análise mais aproximado<br />

baseado na distribuição <strong>de</strong> tensões com forças incógnitas o que era universalmente<br />

empregado. Após 1920 em função dos trabalhos <strong>de</strong> Maney e Ostenfield passou-se a utilizar a<br />

idéia básica <strong>de</strong> análise aproximada <strong>de</strong> treliças e pórticos baseada no método dos<br />

<strong>de</strong>slocamentos . Estas idéias portanto foram as precursoras do conceito <strong>de</strong> análise matricial <strong>de</strong><br />

estruturas em uso hoje em dia. Várias limitações no tamanho dos problemas a solucionar que<br />

po<strong>de</strong>riam ter forças ou <strong>de</strong>slocamentos com incógnitas continuaram a prevalecer até 1932<br />

quando Hardy Cross introduziu o Método da distribuição <strong>de</strong> momentos. Este método facilitou a<br />

solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> análise estrutural possibilitando-se assim trabalhar com problemas<br />

mais complexos .<br />

Após 1940 McHenry , Hrenikof e Newmark <strong>de</strong>monstraram no campo da mecânica dos<br />

sólidos que podiam ser obtidas soluções razoavelmente boas <strong>de</strong> um problema <strong>de</strong> contínuo<br />

através da distribuição <strong>de</strong> barras elásticas simples. Mais tar<strong>de</strong> Argyris, Turner, Clough , Martin e<br />

Topp <strong>de</strong>monstraram que era possível substituir as proprieda<strong>de</strong>s do contínuo <strong>de</strong> um modo mais<br />

direto e não menos intuitivo , supondo que as porções ou seja os elementos se comportavam<br />

<strong>de</strong> forma simplificada.<br />

Os computadores digitais apareceram por volta <strong>de</strong> 1950 mas a sua real aplicação a<br />

teoria e a prática não se <strong>de</strong>u aparentemente <strong>de</strong> forma imediata. Entretanto alguns estudiosos<br />

previram o seu impacto e estabeleceram codificações <strong>para</strong> a análise estrutural <strong>de</strong> forma<br />

a<strong>de</strong>quada ou seja na forma matricial. Duas contribuições notáveis po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas<br />

como um marco no estudo do método dos elementos finitos. Seus autores são Argyris e Kelsey<br />

e Turner, Clough, Martin e Topp.<br />

47


Tais publicações uniram os conceitos <strong>de</strong> análise estrutural e análise do contínuo e lançaram os<br />

procedimentos resultantes na forma matricial; elas apresentaram uma influencia prepon<strong>de</strong>rante<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento do MEF nos anos subseqüentes. Assim as equações da rigi<strong>de</strong>z passaram<br />

a ser escritas em notação matricial e resolvidas em computadores digitais. A publicação<br />

clássica <strong>de</strong> Turner et all <strong>de</strong> 1956 influencia <strong>de</strong>cisivamente no <strong>de</strong>senvolvimento do método dos<br />

elementos finitos.<br />

Em 1941 o matemático Courant sugeria a interpolação polinomial sobre uma subregião<br />

triangular como uma forma <strong>de</strong> se obter soluções numéricas aproximadas. Ele consi<strong>de</strong>rou esta<br />

aproximação como uma solução <strong>de</strong> Rayleigh-Ritz <strong>de</strong> um problema variacional. Este é portanto o<br />

método dos elementos finitos na forma com se conhece hoje em dia.<br />

O trabalho <strong>de</strong> Courant foi no entanto esquecido até que os engenheiros<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente o <strong>de</strong>senvolveram. O nome elementos finitos que i<strong>de</strong>ntifica o uso preciso da<br />

metodologia geral aplicável a sistemas discretos , foi dado em 1960 por Clough. Em 1963 o<br />

método foi reconhecido como rigorosamente correto e tornou-se uma respeitável área <strong>de</strong><br />

estudos. Hoje muitos pesquisadores continuam a se ocupar com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />

elementos e <strong>de</strong> melhores formulações e algorítmos <strong>para</strong> fenômenos especiais e na elaboração<br />

<strong>de</strong> novos programas que facilitem o trabalho dos usuários.<br />

2.9.3 - O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS<br />

O método dos elementos finitos é um procedimento numérico <strong>para</strong> resolver problemas<br />

<strong>de</strong> mecânica do contínuo com precisão aceitável na engenharia.Suponha-se que os<br />

<strong>de</strong>slocamentos e/ou tensões da estrutura mostrada na figura 30a <strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong>terminados Os<br />

métodos clássicos <strong>de</strong>screvem o problema com equações diferenciais parciais, más não<br />

fornecem respostas prontas por não serem o carregamento e a geometria comuns. Na prática<br />

muitos problemas se tornam complicados <strong>para</strong> terem uma solução matemática fechada<br />

(algoritmo próprio <strong>para</strong> a solução). Neste caso portanto como o da figura 30a uma solução<br />

numérica é necessária e um dos métodos mais aplicáveis é o método dos elementos finitos.<br />

48


Figura 30a – Estrutura plana real Figura 30b – malha <strong>de</strong> EF<br />

Na figura 30b é mostrada uma possível malha <strong>de</strong> elementos finitos que representa a<br />

viga da figura 30a, on<strong>de</strong> as regiões triangulares representam os elementos finitos e os<br />

pequenos círculos representam os nós que conectam os elementos uns aos outros. Po<strong>de</strong>-se<br />

dizer que os elementos finitos representam pedaços da estrutura real porém não se po<strong>de</strong><br />

converter a figura 30a na figura 30b fazendo cortes na estrutura em regiões e unindo estas<br />

partes através dos nós pois isto resultaria numa estrutura fragilizada. Adicionalmente<br />

proce<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>sta forma haveria certamente uma concentração <strong>de</strong> tensões nos nós e uma<br />

tendência a haver uma se<strong>para</strong>ção dos elementos nas regiões limítrofes. Na realida<strong>de</strong> uma<br />

estrutura real não atua <strong>de</strong>sta forma. Assim os elementos finitos <strong>de</strong>vem se <strong>de</strong>formar <strong>de</strong> maneira<br />

compatível. Por exemplo se uma aresta <strong>de</strong> um elemento permanece reta, as arestas dos<br />

elementos adjacentes <strong>de</strong>verão ter <strong>de</strong>formações compatíveis, sem que haja sobreposição ou<br />

se<strong>para</strong>ção.<br />

A versatilida<strong>de</strong> é uma notável característica do método dos elementos finitos que po<strong>de</strong><br />

ser aplicado a problemas <strong>de</strong> natureza diversa. A região sob análise po<strong>de</strong> ter forma arbitrária e<br />

cargas e condições <strong>de</strong> contorno quaisquer. A malha po<strong>de</strong> ser constituída <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong><br />

diferentes tipos, formas e proprieda<strong>de</strong>s físicas. Esta gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> muitas vezes ser<br />

colocada em um programa computacional simples, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se controle a seleção do tipo <strong>de</strong><br />

problema a abordar, especificando a geometria, condições <strong>de</strong> contorno, seleção <strong>de</strong> elementos<br />

etc. Outra característica muito positiva do método é a semelhança entre o mo<strong>de</strong>lo físico e o<br />

mo<strong>de</strong>lo real fazendo com que a abstração matemática seja fácil <strong>de</strong> se visualizar. Apesar <strong>de</strong><br />

suas vantagens, o método dos elementos finitos apresenta também algumas <strong>de</strong>svantagens por<br />

exemplo: um resultado numérico específico sempre é obtido <strong>para</strong> um conjunto <strong>de</strong> dados que<br />

tentam representar um sistema, e nem sempre existe uma fórmula fechada que permita a<br />

verificação <strong>de</strong>stes resultados. Um programa e um computador confiáveis são essenciais;<br />

49


experiência e um bom senso na análise são necessários <strong>para</strong> se construir uma boa malha. Os<br />

dados <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> uma análise feita <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente interpretados.<br />

2.9.4 - EQUAÇÕES BÁSICAS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS<br />

O método dos elementos finitos comumente usado é baseado no método <strong>de</strong> Rayleigh-<br />

Ritz e prevê a divisão do domínio <strong>de</strong> integração, contínuo em um número finito <strong>de</strong> pequenas<br />

regiões conforme visto no item anterior (figuras 30a e 30b). A esta divisão do domínio dá-se o<br />

nome <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos finitos. A malha <strong>de</strong>sse reticulado po<strong>de</strong> ser aumentada ou diminuída<br />

variando o tamanho dos elementos finitos. Ao invés <strong>de</strong> buscar uma função admissível que<br />

satisfaça as condições <strong>de</strong> contorno <strong>para</strong> todo o domínio, no método dos elementos finitos as<br />

funções admissíveis são <strong>de</strong>finidas no domínio <strong>de</strong> cada elemento finito. Para cada elemento<br />

finito i, é montado um funcional<br />

um funcional ∏ <strong>para</strong> todo o domínio.<br />

i ∏ , que somado aos dos <strong>de</strong>mais elementos finitos , formam<br />

∏ =<br />

n<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

∏<br />

Para cada elemento i, a função aproximada é formada por variáveis referidas aos nós do<br />

elemento (parâmetros nodais) e por funções <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> forma. Assim a função<br />

aproximada υ tem a forma:<br />

v =<br />

m<br />

∑ j=<br />

1<br />

j<br />

i<br />

a φ<br />

j on<strong>de</strong> a φ j<br />

são os parâmetros nodais e as funções <strong>de</strong> forma.<br />

O funcional ∏ fica sendo expresso por:<br />

∏(<br />

a ) ≅<br />

j<br />

n<br />

∑ ∏<br />

i=<br />

1 i<br />

j<br />

( a )<br />

A condição <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong> gera como no método <strong>de</strong> Rayleigh-Ritz, um sistema <strong>de</strong><br />

equações algébricas lineares tal que como:<br />

δ ∏<br />

n<br />

n<br />

( a j ) = ∑ δ ∏ i ( a j ) = ∑ ∑<br />

i=<br />

1 i=<br />

1 j=<br />

1<br />

j<br />

m<br />

∂ ∏<br />

i<br />

∂a<br />

( a )<br />

j<br />

A solução do sistema <strong>de</strong> equações acima dá os valores dos parâmetros nodais a que<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>slocamentos, forças internas, ou ambos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da formulação do método<br />

dos elementos finitos que se utiliza. Se o campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos é <strong>de</strong>scrito por funções<br />

aproximadoras e o princípio da mínima energia potencial é empregado, as incógnitas são as<br />

<strong>componentes</strong> dos <strong>de</strong>slocamentos nodais e o método dos elementos finitos é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong><br />

método dos elementos finitos, mo<strong>de</strong>lo das forças <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos ou método dos elementos<br />

j<br />

j<br />

= 0<br />

50


finitos, mo<strong>de</strong>lo dos <strong>de</strong>slocamentos ou método dos elementos finitos, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z. Se o<br />

campo das tensões ou esforços internos é representado por funções aproximadoras, as<br />

incógnitas serão as tensões ou esforços internos nodais e o método dos elementos finitos é<br />

<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> método dos elementos finitos, mo<strong>de</strong>lo das forças ou método dos elementos<br />

finitos, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong>, sendo utilizado o princípio da mínima energia complementar.<br />

Nos métodos mistos, as funções aproximadoras são expressas em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e<br />

forças internas ou tensões e são <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> princípios variacionais generalizados, como o<br />

princípio <strong>de</strong> Reissner.<br />

2.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS<br />

1. Dado o seguinte tensor da tensão associado ao sistema <strong>de</strong> referência x, y,z.<br />

Determine:<br />

Figura 31 – Exercício resolvido 1<br />

a) i) As <strong>componentes</strong> normal (σ) e tangencial (τ) da tensão, numa faceta igualmente<br />

inclinada relativamente a x, y, z.<br />

ii) As direções das <strong>componentes</strong> referidas na alínea i).<br />

b) Resolva a alínea anterior <strong>para</strong> uma faceta <strong>para</strong>lela a z e igualmente inclinada<br />

relativamente a x e y.<br />

c) As tensões e respectivas direções principais.<br />

d) As <strong>componentes</strong> normal e tangencial da tensão na faceta x, partindo do tensor das<br />

tensões associado ao sistema <strong>de</strong> eixos principais. Compare os valores obtidos com<br />

os valores dados inicialmente.<br />

Solução:<br />

2<br />

2<br />

a) i) σ = −2<br />

. 0×<br />

10 MPa τ = 2.<br />

16×<br />

10 MPa.<br />

' Tx<br />

−σ<br />

⋅l<br />

ii) l = = −0.<br />

535<br />

τ<br />

' Tz<br />

−σ<br />

⋅ n<br />

n = = −0.<br />

267<br />

τ<br />

b) σ = −50MPa<br />

τ<br />

= 150MPa.<br />

T ' y −σ<br />

⋅ m<br />

; m = = 0.<br />

802 ;<br />

τ<br />

51


l<br />

'<br />

T<br />

=<br />

x<br />

−σ<br />

⋅l<br />

τ<br />

=<br />

' Tz<br />

−σ<br />

⋅ n<br />

n = = −0.<br />

943<br />

τ<br />

−0.<br />

236<br />

T ' y −σ<br />

⋅ m<br />

; m = = 0.<br />

236 ;<br />

τ<br />

⎡σ<br />

1 0 0 ⎤ ⎡4.<br />

87 0 0 ⎤<br />

2<br />

c) [ σ ] 1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 0<br />

⎥ ⎢<br />

2<br />

0 0.<br />

32 0<br />

⎥<br />

⎢<br />

σ<br />

⎥<br />

=<br />

⎢<br />

⎥<br />

× 10 MPa.<br />

⎢⎣<br />

0 0 σ ⎥ ⎢<br />

3 ⎦ ⎣ 0 0 − 3.<br />

19⎥⎦<br />

l<br />

3<br />

m<br />

n<br />

3<br />

d)<br />

3<br />

=<br />

=<br />

l<br />

1<br />

m<br />

n<br />

1<br />

1<br />

0.<br />

605<br />

=<br />

0.<br />

792<br />

=<br />

=<br />

0.<br />

081<br />

0.<br />

612<br />

0.<br />

440<br />

=<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

= −0.<br />

657 = cos( 1,<br />

x)<br />

= cos( 3,<br />

x)<br />

=<br />

=<br />

cos( 3,<br />

cos( 3,<br />

cos( 1,<br />

y)<br />

= cos( 1,<br />

z)<br />

y)<br />

z)<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

l<br />

2<br />

m<br />

n<br />

2<br />

2<br />

=<br />

=<br />

0.<br />

449<br />

=<br />

0.<br />

787<br />

=<br />

−0.<br />

423<br />

cos( 2,<br />

=<br />

=<br />

cos( 2,<br />

x)<br />

cos( 2,<br />

2<br />

[ σ ] = 0.<br />

612 0.<br />

787 0.<br />

081 × 0 0.<br />

32 0 × 0.<br />

449 0.<br />

787 − 0.<br />

423 × 10 MPa<br />

x,<br />

y,<br />

z<br />

⎡−<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

0.<br />

657<br />

0.<br />

440<br />

0.<br />

449<br />

−<br />

0.<br />

423<br />

0.<br />

605⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

0.<br />

792⎥⎦<br />

⎡4.<br />

87<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0 ⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

− 3.<br />

19⎥⎦<br />

⎡−<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

0.<br />

657<br />

0.<br />

605<br />

0.<br />

612<br />

0.<br />

081<br />

2. a) Represente no plano <strong>de</strong> Mohr, o estado <strong>de</strong> tensão abaixo <strong>de</strong>finido.<br />

Figura 32 – Exercício resolvido 2<br />

0.<br />

440<br />

0.<br />

792<br />

b) Determine as tensões e direções principais do estado <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>finido na alínea<br />

anterior, resolva analiticamente e pela circunferência <strong>de</strong> Mohr.<br />

Resolução:<br />

a)<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

y)<br />

z)<br />

52


Figura 33 – Solução do exercício resolvido 2<br />

b) σ1 = 7.606 Mpa; σ2 = 0.394 Mpa; σ3 = σz =0 MPa ( valor admitido )<br />

θ1 = -16.85 0 ; θ2 = 73.15 0 ; θ3 = θz = 90 0 .<br />

3. A figura representa o estado <strong>de</strong> tensão num ponto <strong>de</strong> uma chapa <strong>de</strong> aço.<br />

Figura 34 – Exercício resolvido 3<br />

a) Faça a representação gráfica <strong>de</strong> Mohr, do estado <strong>de</strong> tensão nesse ponto e <strong>de</strong>termine<br />

as tensões principais e respectivas direções.<br />

b) Posteriormente a chapa é submetida a uma compressão adicional uniforme <strong>de</strong><br />

15MPa, segundo uma direção que faz um ângulo <strong>de</strong> 20 0 com o eixo dos x, marcado<br />

no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.<br />

Determine as tensões principais e respectivas direções , referentes ao estado <strong>de</strong><br />

tensão resultante no ponto consi<strong>de</strong>rado.<br />

53


Resolução :<br />

a)<br />

Figura 35 – Solução do exercício resolvido 3<br />

σ1 = 67.5 MPa; σ2 = σz = 0 Mpa; σ3 = -27.75 MPa<br />

θ1 = -24.23 0 ; θ2 = θz = 90 0 ; θ3 = 65.77 0<br />

⎡ 36.<br />

76 − 39.<br />

82 0⎤<br />

⎡58.<br />

66 0 0 ⎤<br />

b) [ σ ] ⎢<br />

⎥<br />

x,<br />

y,<br />

z =<br />

⎢<br />

− 39.<br />

82 −13.<br />

76 0<br />

⎥<br />

MPa ; [ σ ] ⎢<br />

⎥<br />

1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 0 0<br />

⎥<br />

MPa<br />

⎢⎣<br />

0 0 0⎥⎦<br />

⎢⎣<br />

0 0 − 35.<br />

66⎥⎦<br />

θ1 = -28.81 0 ; θ2 = θz = 90 0 ; θ3 = 61.19 0<br />

4. Consi<strong>de</strong>re o campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos dado por:<br />

⎧u<br />

=<br />

⎪<br />

⎨v<br />

=<br />

⎪<br />

⎩<br />

w =<br />

2<br />

( 0.<br />

25x<br />

⋅ ( y + z)<br />

)<br />

2<br />

( 0.<br />

25y<br />

⋅ ( x + z)<br />

)<br />

2<br />

0.<br />

25z<br />

⋅ ( x + y)<br />

( )<br />

× 10<br />

× 10<br />

−4<br />

× 10<br />

−4<br />

−4<br />

Para o ponto A (1,2,1), <strong>de</strong>termine:<br />

a) O tensor das <strong>de</strong>formações referido ao referencial x, y, z.<br />

b) A <strong>de</strong>formação no ponto A segundo uma direção igualmente inclinada relativamente<br />

aos três eixos.<br />

c) Determine o plano on<strong>de</strong> se dá a distorção.<br />

d) As extensões principais.<br />

e) Determine o tensor das tensões, sabendo que E = 210 GPa e ν = 0.3.<br />

54


Resolução:<br />

⎡2.<br />

25 1.<br />

75 1.<br />

50⎤<br />

−4<br />

a) [ ε ] ⎢<br />

, , 1.<br />

75 1.<br />

00 1.<br />

75<br />

⎥<br />

x y z =<br />

⎢<br />

⎥<br />

× 10<br />

⎢⎣<br />

1.<br />

50 1.<br />

75 2.<br />

25⎥⎦<br />

b)<br />

−4<br />

'<br />

−4<br />

ε = 5.<br />

167 × 10 δ t = 0.<br />

466×<br />

10 rad<br />

=<br />

2<br />

γ<br />

'<br />

'<br />

' δ − ε ⋅ l<br />

δ − ε ⋅ m<br />

'<br />

x<br />

' y<br />

' δ z − ε ⋅ n<br />

c) l = = 0.<br />

412 ; m = = −0.<br />

827 ; n = = 0.<br />

412<br />

γ<br />

γ<br />

γ<br />

2<br />

2<br />

2<br />

⎡5.<br />

206 0 0 ⎤<br />

−4<br />

d) [ ε ] 1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 0.<br />

750 0<br />

⎥<br />

⎢<br />

⎥<br />

× 10<br />

⎢⎣<br />

0 0 − 0.<br />

456⎥⎦<br />

⎡143.<br />

4 0 0 ⎤<br />

e) [ σ ] ⎢<br />

⎥<br />

1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 75.<br />

0 0<br />

⎥<br />

MPa<br />

⎢⎣<br />

0 0 56.<br />

5⎥⎦<br />

5. Consi<strong>de</strong>re o estado <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>finido no exercício 1 e um material isotrópico com<br />

constantes elásticas: E = 210 GPa e ν = 0.3.<br />

Determine o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação correspon<strong>de</strong>nte a este estado <strong>de</strong> tensão, tomando<br />

como eixos coor<strong>de</strong>nados:<br />

Eixos x, y, z<br />

Eixos principais 1, 2 , 3.<br />

Resolução:<br />

⎡0.<br />

333 −1.<br />

24 −1.<br />

85 ⎤<br />

−3<br />

a) [ ε ] ⎢<br />

, , 1.<br />

24 0.<br />

952 0.<br />

62<br />

⎥<br />

x y z =<br />

⎢<br />

−<br />

⎥<br />

× 10<br />

⎢⎣<br />

−1.<br />

85 0.<br />

62 − 0.<br />

905⎥⎦<br />

⎡2.<br />

73 0 0 ⎤<br />

−3<br />

b) [ ε ] 1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 0.<br />

09 0<br />

⎥<br />

⎢<br />

−<br />

⎥<br />

× 10<br />

⎢⎣<br />

0 0 − 2.<br />

26⎥⎦<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

6. Grava-se sobre uma chapa <strong>de</strong> aço uma circunferência <strong>de</strong> 600 mm <strong>de</strong> diâmetro.<br />

Submete-se <strong>de</strong>pois esta chapa a tensões tais que :<br />

55


σ = 140MPa<br />

; σ = 20MPa<br />

; τ = −80MPa<br />

x<br />

Resolução:<br />

y<br />

Figura 36 – Exercício resolvido 6<br />

Depois da solicitação a circunferência transforma-se numa elipse. Calcular os<br />

comprimentos do eixo maior e do eixo menor <strong>de</strong>ssa elipse e marcar as respectivas<br />

direções na figura.<br />

Figura 37 – Solução do exercício resolvido 6<br />

θ1 = -26.57 0 θ2 = θz = 90 0 θ3 = 63.43 0 .<br />

xy<br />

56


7. Num ponto situado à superfície <strong>de</strong> uma placa <strong>de</strong> aço instalou-se uma roseta <strong>de</strong><br />

extensômetros como se indica na figura. Depois <strong>de</strong> aplicada ao corpo uma <strong>de</strong>terminada<br />

solicitação, colocando o ponto em estado plano <strong>de</strong> tensão, fizeram-se as seguintes<br />

leituras:<br />

Y<br />

εa<br />

a<br />

εb<br />

30 0<br />

εc<br />

Figura 38 – Exercício resolvido 7<br />

−3<br />

ε a = ε y = 1×<br />

10<br />

ν = 0.<br />

3<br />

−3<br />

5<br />

ε b = −2.<br />

5×<br />

10<br />

λ = 1 . 211×<br />

10 MPa<br />

−3<br />

5<br />

ε = −2<br />

× 10 = ε<br />

E = 2 . 1×<br />

10 MPa<br />

c<br />

G = 0 . 81×<br />

10<br />

5<br />

x<br />

MPa<br />

Nesta situação <strong>de</strong>terminar as extensões e tensões principais e respectivas direções.<br />

Resolução:<br />

[ ε ]<br />

1.<br />

2.<br />

3<br />

=<br />

⎡1.<br />

58<br />

⎢<br />

⎢<br />

0<br />

⎢⎣<br />

0<br />

0<br />

0.<br />

428<br />

0<br />

0 ⎤<br />

0<br />

⎥<br />

⎥<br />

× 10<br />

− 2.<br />

58⎥⎦<br />

θ1 = -68.05 0 ; θ2 = θz = 90 0 ; θ3 = 21.95 0<br />

⎡186.<br />

66<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

0<br />

−3<br />

0 ⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

− 487.<br />

25⎥⎦<br />

[ σ ] = 0 0.<br />

01018 0 MPa<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

0<br />

0<br />

8. Na vizinhança <strong>de</strong> um ponto, mediram-se as extensões segundo as arestas <strong>de</strong> um<br />

tetraedro, resultantes <strong>de</strong> uma dada solicitação, e que estão representadas na figura.<br />

b<br />

c<br />

X<br />

57


n<br />

'<br />

Os valores obtidos foram os seguintes:<br />

Figura 39 – Exercício resolvido 8<br />

−4<br />

−4<br />

−4<br />

ε a = ε x=<br />

1×<br />

10 ; ε b = ε y=<br />

0.<br />

5×<br />

10 ; ε c = ε z=<br />

−0.<br />

5×<br />

10 ;<br />

−4<br />

ε e = 0.<br />

8×<br />

10 ;<br />

ε f<br />

=<br />

−0.<br />

6×<br />

10<br />

−4<br />

ε d<br />

= 1.<br />

5×<br />

10<br />

a) Defina o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação no ponto por intermédio do tensor das extensões.<br />

b) Determine a extensão e a distorção numa direção igualmente inclinada relativamente<br />

a três eixos <strong>de</strong> referência x, y, z.<br />

c) Determine o plano aon<strong>de</strong> se dá a distorção.<br />

d) Determine as extensões principais.<br />

e) Represente o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação no plano <strong>de</strong> Mohr.<br />

f) Determine o valor da máxima distorção.<br />

Resolução<br />

⎡ 1 − 0.<br />

75 − 0.<br />

55⎤<br />

−4<br />

a) [ ε ] ⎢<br />

, , 0.<br />

75 0.<br />

5 0.<br />

6<br />

⎥<br />

x y z =<br />

⎢<br />

−<br />

⎥<br />

× 10<br />

⎢⎣<br />

− 0.<br />

55 0.<br />

6 − 0.<br />

5 ⎥⎦<br />

b)<br />

−4<br />

'<br />

−4<br />

ε = −0.<br />

133×<br />

10 δ t = 0.<br />

347 × 10 rad<br />

=<br />

2<br />

γ<br />

'<br />

'<br />

' δ − ε ⋅l<br />

δ x<br />

' y − ε ⋅ m<br />

c) l = = −0.<br />

277 ; m = = 0.<br />

803;<br />

γ<br />

γ<br />

2<br />

2<br />

'<br />

δ z<br />

− ε ⋅ n<br />

= =<br />

γ<br />

2<br />

−0.<br />

528<br />

−4<br />

58


d)<br />

e)<br />

1<br />

−4<br />

2<br />

−4<br />

ε = 1.<br />

816×<br />

10 ε = −0.<br />

012×<br />

10 ε =<br />

−4<br />

f) γ = 2.<br />

62×<br />

10 rad<br />

max<br />

3<br />

−0.<br />

806×<br />

10<br />

Figura 40 – Solução do exercício resolvido 8<br />

9. Na figura estão indicados os elementos da superfície A e B, ambos <strong>para</strong>lelos a direção<br />

principal z, as tensões normal e tangencial no elemento A e a tensão normal no<br />

elemento B, sabendo que a tensão principal na direção z vale 50 MPa, <strong>de</strong>termine:<br />

a) A tensão tangencial no elemento B.<br />

b) As tensões e direções principais.<br />

Figura 41 – Exercício resolvido 9<br />

c) As extensões principais supondo: E = 210 Gpa ; ν= 0.3<br />

−4<br />

59


d) Componentes da tensão no elemento <strong>de</strong> superfície cuja normal, relativamente aos eixos<br />

principais, tem por cossenos directores:<br />

2 2 1<br />

l = , m = , n = .<br />

3 3 3<br />

e) A tensão <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção pelo critério <strong>de</strong> Von-Mises.<br />

Resolução:<br />

a) τ = −10.<br />

44MPa<br />

b<br />

b) 1 50MPa<br />

= σ ; MPa 0 . 12 2 = σ ; MPa 9 . 44 σ 3 = −<br />

θ = = θ<br />

c) [ ε ]<br />

0<br />

1 90 z ;<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

⎡2.<br />

85<br />

=<br />

⎢<br />

⎢<br />

0<br />

⎢⎣<br />

0<br />

−<br />

= 59.<br />

23<br />

0<br />

θ 2 ;<br />

0<br />

0.<br />

498<br />

0<br />

0 ⎤<br />

0<br />

⎥<br />

⎥<br />

− 3.<br />

02⎥⎦<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

d) σ = 22.<br />

57MPa<br />

τ = 29. 82MPa.<br />

e) σ = 82.<br />

72MPa<br />

eq<br />

θ<br />

× 10<br />

3<br />

−4<br />

= −30.<br />

77<br />

10. Num corpo <strong>de</strong> aço macio sujeito a estado plano <strong>de</strong> tensão, conhecem-se as tensões<br />

normais em duas facetas ortogonais, como se indica na figura. Sabe-se também que<br />

uma das direções principais é a indicada na figura, <strong>de</strong>termine:<br />

a) As tensões principais.<br />

B<br />

Y<br />

Z<br />

60 MPa<br />

30 0<br />

0<br />

X<br />

100 MPa<br />

A<br />

Dir P<br />

Figura 42 – Exercício resolvido 10<br />

b) As extensões principais, sabendo que E = 210 GPa, ν = 0.<br />

3<br />

c) tensão <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção pelo critério <strong>de</strong> Von-Mises.<br />

d) Admitindo que se trata <strong>de</strong> um material frágil com: σ = 100MPa<br />

; σ = 60MPa<br />

Verifique, pelo critério <strong>de</strong> Mohr-Coulomb, se o estado <strong>de</strong> tensão é possível.<br />

c<br />

t<br />

60


Resolução:<br />

⎡180<br />

0 0 ⎤<br />

a) [ σ ] ⎢<br />

⎥<br />

1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 0 0<br />

⎥<br />

MPa<br />

⎢⎣<br />

0 0 −140⎥⎦<br />

⎡1.<br />

06 0 0 ⎤<br />

−3<br />

b) [ ε ] 1,<br />

2,<br />

3 =<br />

⎢<br />

0 0.<br />

06 0<br />

⎥<br />

⎢<br />

−<br />

⎥<br />

× 10<br />

⎢⎣<br />

0 0 − 0.<br />

92⎥⎦<br />

c) σ = 277.<br />

85MPa<br />

eq<br />

1,<br />

2,<br />

3<br />

180 −140<br />

d) − = 4.<br />

4 ≥ 1 não verifica<br />

60 100<br />

180 ≤ 100<br />

não verifica<br />

O estado <strong>de</strong> tensão não é admissível.<br />

2.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

Figura 43 – Solução do exercício resolvido 10<br />

1. Determinar, empregando equações e o círculo <strong>de</strong> Mohr, <strong>para</strong> cada um dos estados <strong>de</strong><br />

tensão abaixo representados :<br />

• a orientação dos planos principais;<br />

• as tensões principais;<br />

• a máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento;<br />

• a orientação dos planos das tensões máxima <strong>de</strong> cisalhamento;<br />

• a tensão normal associada a tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

Resposta : a) 18,52º e 108,52º; 66,10 MPa e -53,10 MPa; 59,60 MPa; -26,42º e 63,57º; -<br />

2,5 MPa;<br />

61


) 18,4º e 108,4º; 151,7 MPa e 13,8 MPa; 69 MPa; -26,6º e 63,4º; +82,75 MPa;<br />

c) -37º e 53º; -27,2 MPa e -172,8 MPa; 72,8 MPa; 8º e 98º; -100 MPa;<br />

d) -31º e 59º; 130,0 MPa e -210,0 MPa; 170 MPa; 14º e 104º; -40MPa.<br />

Figura 44 – Exercício proposto 1<br />

2. O prisma abaixo está submetido a um Estado Plano <strong>de</strong> Deformações. Encontrar as<br />

tensões e direções principais, a tensão <strong>de</strong> cisalhamento máxima no plano xy e sua<br />

direção e a maior tensão <strong>de</strong> cisalhamento no entorno <strong>de</strong> P. Representar estas<br />

gran<strong>de</strong>zas (tensões e direções) através dos círculos <strong>de</strong> Mohr correspon<strong>de</strong>ntes aos<br />

planos formados por cada dois eixos principais.. Encontrar as <strong>de</strong>formações específicas e<br />

<strong>de</strong>formações totais nas direções x, y e z. Encontrar as <strong>de</strong>formações específica máxima<br />

e mínima. E=210.000 MPa. (= 0,3.<br />

Figura 45 – Exercício proposto 2<br />

62


CAPITULO 03 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DOS MATERIAIS -<br />

CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />

3.1 - INTRODUÇÃO<br />

No <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> máquina, o i<strong>de</strong>al é se ter à disposição os resultados <strong>de</strong><br />

vários testes <strong>de</strong> resistência do material escolhido. Estes testes <strong>de</strong>verão ser feitos em amostras<br />

que possuam o mesmo tratamento térmico, o mesmo acabamento superficial e as mesmas<br />

dimensões do elemento que o engenheiro se propõe a construir; os testes dêem ser realizados<br />

sob a mesma condição em que a peça estará trabalhando. Os testes <strong>de</strong>verão proporcionar<br />

informações úteis e precisas, que dizem ao engenheiro qual o fator <strong>de</strong> segurança que <strong>de</strong>verá<br />

ser usado e qual é a confiabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada vida em serviço. O custo <strong>de</strong> reunir<br />

numerosos dados antes do <strong>projeto</strong> é ainda mais justificado, quando há possibilida<strong>de</strong> da falha da<br />

peça colocando em perigo vidas humanas ou quando se <strong>de</strong>ve fabricar a peça em gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> . O custo dos atestes é muito baixo, quando dividido pelo número total <strong>de</strong> peças<br />

fabricadas. Deve-se no entanto analisar as possibilida<strong>de</strong>s: 1) a peça <strong>de</strong>va ser fabricada em<br />

quantida<strong>de</strong>s tão pequenas que, <strong>de</strong> forma alguma, justificariam os testes, ou o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>va ser<br />

completado tão rapidamente, que não haveria tempo suficiente <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>stes testes;<br />

2) A peça já tenha sido projetada, fabricada e testada com a conclusão <strong>de</strong> ser falha ou<br />

insatisfatória. Necessita-se <strong>de</strong> uma averiguação e análise mais aprofundada <strong>para</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

a razão da falha da peça e sua não qualificação a fim <strong>de</strong> projetá-la mais a<strong>de</strong>quadamente e<br />

portanto melhorá-la. Normalmente o profissional terá somente os valores <strong>de</strong> limites <strong>de</strong><br />

escoamento, limites <strong>de</strong> ruptura e alongamento percentual do material, como as que são<br />

apresentadas no apêndice <strong>de</strong>ste livro. Com estas poucas informações, espera-se que o<br />

projetista <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> apresente uma solução a<strong>de</strong>quada. Os dados normalmente disponíveis<br />

<strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> foram obtidos através <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> tração, on<strong>de</strong> a carga é aplicada gradualmente<br />

e há um tempo <strong>para</strong> o aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Estes dados po<strong>de</strong>rão ser usados <strong>para</strong> o<br />

<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> peças com cargas dinâmicas aplicadas das mais diversas maneiras a milhares <strong>de</strong><br />

rotações por minuto. O problema fundamental aqui seria usar portanto os dados dos testes <strong>de</strong><br />

tração e relacioná-los com a resistência das peças, qualquer que seja o estado <strong>de</strong> tensão ou<br />

carregamento.<br />

O ensaio <strong>de</strong> tração consiste em submeter um corpo <strong>de</strong> prova a uma tração progressiva,<br />

sob a ação <strong>de</strong> uma cara lente e gradualmente crescente, em uma máquina <strong>de</strong> ensaios que<br />

permite medir, continuamente, a força <strong>de</strong> tração P e a correspon<strong>de</strong>nte variação <strong>de</strong> comprimento<br />

63


previamente assinalado no corpo <strong>de</strong> prova. O alongamento assim <strong>de</strong>terminado compõe-se <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formações "elásticas" e "permanentes". A <strong>de</strong>formação permanente po<strong>de</strong> ser medida após o<br />

<strong>de</strong>scarregamento da barra solicitada. Na curva tensão <strong>de</strong>formação se distinguem os seguintes<br />

valores-limite:<br />

Limite <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> que é a maior tensão que se po<strong>de</strong> aplicar ao corpo <strong>de</strong> prova sem que ele<br />

sofra <strong>de</strong>formação permanente. Consi<strong>de</strong>ra-se limite <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> "técnico" a tensão sob a<br />

qual se verifica uma <strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong> 0,03%.<br />

Limite <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> é a máxima tensão sob a qual ainda se verifica<br />

proporcionalida<strong>de</strong> entre a tensão e a <strong>de</strong>formação, isto é, sob a qual ainda é constante o módulo<br />

<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>.<br />

σx ≥ σy → escoamento σx ≥ σu → ruptura<br />

Figura 1 - Teste <strong>de</strong> tração em materiais dúcteis e frágeis<br />

Limite <strong>de</strong> escoamento é a tensão sob a qual se verifica um "escoamento", isto é, um<br />

alongamento sem um correspon<strong>de</strong>nte aumento da tensão aplicada.( σy também usado neste<br />

livro como Sy) Durante o escoamento, a tensão po<strong>de</strong> variar entre o limite superior <strong>de</strong><br />

escoamento e o limite inferior <strong>de</strong> escoamento. Não sendo possível <strong>de</strong>terminar o limite <strong>de</strong><br />

escoamento, consi<strong>de</strong>ra-se o mesmo como sendo igual à tensão sob a qual se verifica uma<br />

<strong>de</strong>formação permanente <strong>de</strong> 0,2%.<br />

Limite <strong>de</strong> ruptura é a máxima tensão que se po<strong>de</strong> aplicar ao corpo <strong>de</strong> prova (σu ou<br />

também usado neste livro como Su ou Srup).<br />

3.2 - CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS<br />

Po<strong>de</strong>m-se primeiramente <strong>de</strong>finir dois tipos <strong>de</strong> materiais. Os materiais dúcteis, que são<br />

capazes <strong>de</strong> suportar uma <strong>de</strong>formação plástica relativamente gran<strong>de</strong> antes <strong>de</strong> sofrerem fratura.<br />

64


Me<strong>de</strong>-se a ductilida<strong>de</strong> pelo alongamento percentual que ocorre no material por ocasião da<br />

fratura. Já o material é consi<strong>de</strong>rado frágil, quando se verifica uma pequena <strong>de</strong>formação<br />

plástica. A linha divisória entre a ductilida<strong>de</strong> e a fragilida<strong>de</strong> é o alongamento <strong>de</strong> 5%. Diz-se que<br />

um material com menos <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> alongamento na fratura é frágil, enquanto que um que tenha<br />

mais <strong>de</strong> 5 é dúctil. Me<strong>de</strong>-se a ductilida<strong>de</strong> pelo alongamento percentual que ocorre no material<br />

por ocasião da fratura. A ductilida<strong>de</strong> é também importante, porque é uma medida da<br />

proprieda<strong>de</strong> que indica a capacida<strong>de</strong> do material ser trabalhado a frio. Dobramento,<br />

embutimento ou estampagem são operações <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> metais que exigem<br />

materiais dúcteis.<br />

Figura 2 - Máquina <strong>para</strong> ensaio <strong>de</strong> dureza<br />

Quando se <strong>de</strong>ve selecionar um material <strong>para</strong> resistir à <strong>de</strong>formação plástica, a dureza é,<br />

geralmente a proprieda<strong>de</strong> mais importante. Os quatro tipos <strong>de</strong> dureza mais usados são Brinell,<br />

Rockwell, Vickers e Knoop. A maior parte dos sistemas <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> dureza emprega uma carga<br />

padrão que é aplicada a um esfera ou pirâmi<strong>de</strong> em contato com o material a ser testado. É<br />

uma proprieda<strong>de</strong> fácil <strong>de</strong> se medir, porque o teste não é <strong>de</strong>strutivo e não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

corpo <strong>de</strong> prova. Para os aços po<strong>de</strong>-se usar o número e dureza Brinell <strong>para</strong> obter-se uma boa<br />

estimativa da resistência à tração. A relação é<br />

Sut= 3,45 HB , (on<strong>de</strong> Sut ou σu ) é expresso em MPa.<br />

As tabelas do apêndice mostram as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

materiais. Para o estudante, estas tabelas constituem uma fonte <strong>de</strong> informações <strong>para</strong> a<br />

resolução <strong>de</strong> problemas e a execução <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s.<br />

65


A avaliação <strong>de</strong> tensões produzidas por cargas externas e peso próprio (F) é uma das<br />

preocupações fundamentais no dimensionamento <strong>de</strong> estruturas. A tensão (σ) é avaliada por:<br />

σ = F<br />

A<br />

on<strong>de</strong> F representa o carregamento e A a área da secção resistente.<br />

Os materiais po<strong>de</strong>m ser solicitados por tensões <strong>de</strong> tração, <strong>de</strong> compressão ou <strong>de</strong><br />

cisalhamento. Porém, quando submetidos a tensões <strong>de</strong> tração e compressão surge,<br />

internamente ao material, tensões <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

Figura 3 - Tensões <strong>de</strong> tração, compressão e cisalhamento<br />

As <strong>de</strong>formações são representadas pelas alterações <strong>de</strong> forma e dimensões <strong>de</strong> um corpo<br />

resultantes das tensões. Conforme o tipo <strong>de</strong> carregamento aplicado tais <strong>de</strong>formações po<strong>de</strong>m<br />

ocorrer instantaneamente ou a longo prazo. Depen<strong>de</strong>ndo ainda do tipo <strong>de</strong> material e da<br />

magnitu<strong>de</strong> do carregamento as <strong>de</strong>formações po<strong>de</strong>m ser reversíveis ou permanentes.<br />

Corpo <strong>de</strong> prova antes do ensaio <strong>de</strong> tração (a)<br />

Corpo <strong>de</strong> prova antes do ensaio <strong>de</strong> tração (b)<br />

Figura 4 – Comprimento final e inicial do corpo <strong>de</strong> prova no ensaio <strong>de</strong> tração<br />

Deformação específica ε po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida com a relação entre a variação dimensional<br />

( Δ ) <strong>de</strong>vido ao carregamento e a dimensão inicial<br />

Δ = l − o l<br />

f<br />

66


ε = Δ<br />

on<strong>de</strong> lo é a dimensão antes da aplicação da carga e lf a dimensão após a aplicação da carga.<br />

l<br />

o<br />

Em função dos mecanismos <strong>de</strong> tensão e <strong>de</strong>formação os materiais po<strong>de</strong>m ser<br />

classificados em elásticos, plásticos, viscosos. Entretanto, na prática, como os materiais<br />

empregados na engenharia civil não são perfeitos, eles apresentam um comportamento<br />

intermediário, po<strong>de</strong>ndo ser elasto-plásticos, visco-elásticos, visco-elasto-plásticos. Desse modo<br />

as relações tensão-<strong>de</strong>formação, que <strong>de</strong>finem o comportamento dos materiais, são<br />

apresentadas nos itens subseqüentes.<br />

DEFORMAÇÃO ELÁSTICA<br />

Figura 5 - Corpo <strong>de</strong> prova submetido a tração<br />

Em nível microestrutural, a <strong>de</strong>formação elástica é resultante <strong>de</strong> uma pequena elongação<br />

da célula unitária na direção da tensão <strong>de</strong> tração ou a uma pequena contração na direção da<br />

tensão <strong>de</strong> compressão. Esta <strong>de</strong>formação não resulta em qualquer alteração das posições<br />

relativas dos átomos, conseqüentemente ocorre uma alteração no volume do material.<br />

Tensão (σ)<br />

Def. Elástica Def. Plástica<br />

Deformação (ε)<br />

Figura 6 - Gráfico tensão x <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> material levado à ruptura<br />

67


As <strong>de</strong>formações elásticas são reversíveis, isto é, o material recupera sua forma inicial<br />

após a remoção do carregamento. É também instantânea, ou seja, a sua magnitu<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do tempo <strong>de</strong>corrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento <strong>de</strong> aplicação da carga.<br />

MÓDULO DE ELASTICIDADE<br />

Quando a <strong>de</strong>formação medida é uma função linear da tensão e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tempo,<br />

o material possui comportamento elástico perfeito. Este comportamento é representado pela lei<br />

<strong>de</strong> Hook.<br />

ε σ<br />

= E<br />

on<strong>de</strong> E é uma constante, <strong>de</strong>nominada módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, ou módulo <strong>de</strong> Young. O módulo<br />

<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> é a inclinação da reta do gráfico tensão x <strong>de</strong>formação.<br />

COEFICIENTE DE POISSON<br />

Qualquer variação dimensional em uma <strong>de</strong>terminada direção, causada por uma força<br />

uniaxial, produz uma variação nas dimensões ortogonais à direção da força aplicada. Por<br />

exemplo, po<strong>de</strong>-se observar uma pequena contração na direção perpendicular à direção da força<br />

<strong>de</strong> compressão. A relação entre a <strong>de</strong>formação lateral εx e a <strong>de</strong>formação direta (vertical) εy, com<br />

sinal negativo, é <strong>de</strong>nominada coeficiente <strong>de</strong> Poisson (ν).<br />

Figura 7 – Deformação lateral e direta – Coeficiente <strong>de</strong> Poisson<br />

ε<br />

ν = −<br />

ε<br />

x<br />

y<br />

68


O coeficiente <strong>de</strong> Poisson (ν) está normalmente na faixa 0,25 a 0,50. Nas aplicações <strong>de</strong><br />

engenharia, as tensões <strong>de</strong> cisalhamento também solicitam as estruturas cristalinas . Essas<br />

produzem um <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> átomos em relação ao plano adjacente.<br />

A <strong>de</strong>formação elástica <strong>de</strong> cisalhamento γ (Figura 8)<strong>de</strong>finida pela tangente do ângulo <strong>de</strong><br />

cisalhamento :<br />

γ = tgα<br />

e o módulo <strong>de</strong> cisalhamento G é a relação entre a tensão (τ) e a <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> cisalhamento<br />

(γ):<br />

G = τ<br />

γ<br />

Este módulo <strong>de</strong> cisalhamento (G) também chamado <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z. O módulo <strong>de</strong><br />

cisalhamento esta relacionado ao módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e ao coeficiente <strong>de</strong> Poisson:<br />

E<br />

G =<br />

2( 1+<br />

ν )<br />

A tensão <strong>de</strong> cisalhamento produz um <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> um plano atômico em relação ao<br />

seguinte. Des<strong>de</strong> que os vizinhos dos átomos sejam mantidos, a <strong>de</strong>formação será elástica<br />

(Figura 8 ).<br />

Figura 8 - Deformação elástica por cisalhamento<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a faixa <strong>de</strong> variação do coeficiente <strong>de</strong> Poisson, o módulo <strong>de</strong><br />

cisalhamento é entre 33 e 45% do valor do módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>.<br />

Os módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> (E) à tração e à compressão, o módulo <strong>de</strong> cisalhamento (G), assim<br />

como o coeficiente <strong>de</strong> Poisson (ν), são parâmetros importantes que <strong>de</strong>finem um material, dando<br />

elementos <strong>para</strong> a previsão do seu comportamento frente às solicitações externas.<br />

DEFORMAÇÃO PLÁSTICA<br />

Quando submetidos a um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> tensão, muitos materiais apresentam uma<br />

<strong>de</strong>formação permanente, não reversível e que não produz alteração <strong>de</strong> volume, <strong>de</strong>nominada<br />

<strong>de</strong>formação plástica. Ela é resultante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>slocamento relativo permanente <strong>de</strong> planos<br />

cristalinos e moléculas adjacentes. Trata-se <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formação irreversível, porque os átomos<br />

69


e moléculas <strong>de</strong>slocados não retornam a sua posição inicial, mesmo <strong>de</strong>pois da remoção do<br />

carregamento.<br />

DUCTILIDADE<br />

É a <strong>de</strong>formação plástica total até o<br />

ponto <strong>de</strong> ruptura, provocada por tensões que<br />

ultrapassam o limite <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>. Quando<br />

um material é submetido à tração, a ductilida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> ser medida pela estricção que é a<br />

redução da área da seção transversal do<br />

material, imediatamente antes da ruptura. É<br />

expressa em porcentagem (%) como sendo:<br />

Es=<br />

Ao - Af<br />

Ao<br />

x 100<br />

on<strong>de</strong> Es é a estricção, Ao a área inicial e Af a área final.<br />

Uma outra medida da ductilida<strong>de</strong> é o alongamento, que também po<strong>de</strong> ser medido em<br />

porcentagem (%), sendo igual a:<br />

lo − lf<br />

Al = x100<br />

lo<br />

on<strong>de</strong> Al é o alongamento, lo o comprimento inicial e lf é comprimento final.<br />

Portanto, quanto mais dúctil um material, maior é a redução <strong>de</strong> área ou alongamento<br />

antes da ruptura.<br />

plástica.<br />

A tensão <strong>de</strong> escoamento é a tensão na qual o material começa a sofrer <strong>de</strong>formação<br />

FLUÊNCIA E RELAXAÇÃO<br />

Quando os materiais são submetidos a carregamentos constantes por longos períodos<br />

<strong>de</strong> tempo, apresentam, além da <strong>de</strong>formação elástica instantânea uma parcela <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

plástica variável com o tempo e uma parcela <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>nominada anelástica, ou seja,<br />

uma <strong>de</strong>formação reversível não instantânea. Este processo no qual a tensão (σ) aplicada à<br />

peça é constante e a <strong>de</strong>formação crescente com o tempo, é <strong>de</strong>nominado fluência (Figura 10).<br />

Tensão (σσ)<br />

Def. Elástica<br />

irreversível<br />

Se a peça for submetida a uma <strong>de</strong>formação constante, a fluência manifesta-se na forma<br />

<strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> tensão ao longo do tempo, conhecido por relaxação.<br />

Def. Plástica<br />

reversível<br />

Deformação (ε)<br />

Figura 9- Comportamento <strong>de</strong> material elasto-<br />

plástico durante carga e <strong>de</strong>scarga<br />

70


Deformação (εε)<br />

Def. por fluência<br />

Def. elástica instantânea<br />

ou anelástica<br />

Tempo<br />

Tensão<br />

Tempo<br />

Figura 10 - Exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação (direita) por fluência e relaxação da tensão (esquerda) por fluência<br />

DUREZA<br />

É <strong>de</strong>finida pela resistência da superfície do material à penetração efetuada por um<br />

material <strong>de</strong> dureza superior. A escala Brinell - BHN (Brinell Hardness Number) contém índices<br />

<strong>de</strong> medida <strong>de</strong> dureza, calculados a partir da área <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong> uma esfera metálica (<strong>de</strong> aço<br />

ou <strong>de</strong> carbeto <strong>de</strong> tungstênio) no material. A penetração <strong>de</strong>sta esfera é feita a partir <strong>de</strong> uma força<br />

e intervalo <strong>de</strong> tempo padronizado. A escala Rockwell <strong>de</strong> dureza po<strong>de</strong> ser relacionada a BHN,<br />

mas é a medida da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração (p) da esfera, e não da área da calota esférica<br />

utilizada <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir dureza BHN.<br />

Figura 11 - Medida <strong>de</strong> dureza Brinnell<br />

BHN =<br />

2N<br />

π D( D − D − d<br />

2 2<br />

Para materiais que possam ser consi<strong>de</strong>rados homogêneos e isotrópicos, é possível<br />

estimar aproximadamente a resistência à tração ou à compressão a partir da dureza.<br />

71


TENACIDADE<br />

É a medida da energia necessária <strong>para</strong><br />

romper o material, expressa em N×m. No gráfico<br />

carga x <strong>de</strong>slocamento po<strong>de</strong>-se medir a tenacida<strong>de</strong><br />

pelo cálculo da área sob a curva (Figura 12).<br />

A tenacida<strong>de</strong> é medida através <strong>de</strong> um ensaio<br />

dinâmico on<strong>de</strong> o corpo-<strong>de</strong>-prova recebe o impacto<br />

<strong>de</strong> uma massa conhecida que cai <strong>de</strong> uma altura<br />

conhecida.<br />

A resiliência é a energia dissipada pelo material em<br />

<strong>de</strong>formação no regime elástica.<br />

FADIGA<br />

A fadiga é uma proprieda<strong>de</strong> que os materiais apresentam quando submetidos a esforços<br />

cíclicos, como ocorre numa ponte ferroviária cujo maior carregamento acontece com a<br />

passagem do trem. Nesta situação, o material po<strong>de</strong> romper com um nível <strong>de</strong> tensão inferior ao<br />

da ruptura estática, como alguém que fica dobrando um arame quando não po<strong>de</strong> cortá-lo com<br />

as mãos.<br />

(a) Número <strong>de</strong> Ciclos x Resistência (b) Número <strong>de</strong> Ciclos x Resistência<br />

Figura 13 – Gráficos típicos <strong>de</strong> fadiga apresentando o número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> carregamento necessários <strong>para</strong> romper a<br />

diferentes tensões <strong>de</strong> (a) aços e concreto armado e (b) polímeros.<br />

Figura 12 - Tenacida<strong>de</strong><br />

A ruptura por fadiga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do nível <strong>de</strong> tensão ao que o material é submetido em cada ciclo:<br />

assim, quando o material é submetido a uma tensão da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 95% da tensão <strong>de</strong> ruptura<br />

estática, exigirá um número menor <strong>de</strong> ciclos do que quando a tensão é <strong>de</strong> 90%. Em alguns<br />

materiais estruturais, como o concreto e o aço, existe o chamado limite <strong>de</strong> fadiga, que é a<br />

porcentagem da tensão <strong>de</strong> ruptura estática abaixo da qual o material não rompe por fadiga, isto<br />

72


é, suportaria um número infinito <strong>de</strong> ciclos. Outros materiais, como os polímeros termoplásticos<br />

não apresentam limite <strong>de</strong> fadiga, rompendo sempre com o esforço cíclico, mesmo que isso<br />

<strong>de</strong>man<strong>de</strong> um número imenso <strong>de</strong> ciclos.<br />

3.3 - TEORIAS DE FALHAS COM CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />

Quando se <strong>de</strong>ve selecionar um material <strong>para</strong> resistir à <strong>de</strong>formação plástica, a dureza é,<br />

geralmente a proprieda<strong>de</strong> mais importante. Os quatro tipos <strong>de</strong> dureza mais usados são Brinell,<br />

Rockwell, Vickers e Knoop. A maior parte dos sistemas <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> dureza emprega uma carga<br />

padrão que é aplicada a um esfera ou pirâmi<strong>de</strong> em contato com o material a ser testado. É<br />

uma proprieda<strong>de</strong> fácil <strong>de</strong> se medir, porque o teste não é <strong>de</strong>strutivo e não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

corpo <strong>de</strong> prova. Para os aços po<strong>de</strong>-se usar o número e dureza Brinell <strong>para</strong> obter-se uma boa<br />

estimativa da resistência à tração. A relação é<br />

Sut= 3,45 HB , on<strong>de</strong> S é expresso em MPa.<br />

As tabelas do apêndice mostram as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais. Para<br />

o estudante, estas tabelas constituem uma fonte <strong>de</strong> informações <strong>para</strong> a resolução <strong>de</strong> problemas<br />

e a execução <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s. Os engenheiros que trabalham com <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> estrutura são confrontados quase sempre<br />

com problemas on<strong>de</strong> as peças possuem tensões normais <strong>de</strong> tração e compressão e flexão,<br />

além tensões <strong>de</strong> cisalhamento.Porque uma peça falha? Esta questão tem ocupado os cientistas<br />

e engenheiros por décadas. Hoje se tem muito mais entendimento sobre vários mecanismos <strong>de</strong><br />

falhas do que se sabia no passado, <strong>de</strong>vido a melhoria <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> medição e testes. A<br />

resposta mais simples e óbvia <strong>para</strong> a pergunta acima seria dizer que as peças falham porque<br />

suas tensões atuantes exce<strong>de</strong>m suas resistências. Que tipo <strong>de</strong> tensões ocasionam as falhas,as<br />

tensões <strong>de</strong>vido a compressão, tração, cisalhamento? A resposta seria: “Depen<strong>de</strong>”.<br />

Depen<strong>de</strong> do material em questão; <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua resistência à compressão, tração e<br />

cisalhamento. Depen<strong>de</strong> também do tipo <strong>de</strong> carregamento e da presença ou ausência <strong>de</strong><br />

fissuras no material. Para uma combinação <strong>de</strong> cargas estáticas que produzem tensões<br />

críticas, como saber se o material irá falhar <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada aplicação? Uma vez que é<br />

impraticável testar cada material e cada combinação <strong>de</strong> tensões, uma teoria <strong>de</strong> falha é<br />

necessária <strong>para</strong> predizer com base na performance do teste <strong>de</strong> tração simples do material, tão<br />

forte e resistente será sob outras condições <strong>de</strong> carga estática. A “teoria” por trás <strong>de</strong> todas as<br />

teorias <strong>de</strong> falha é que qualquer que seja o responsável pela falha no teste padrão clássico <strong>de</strong><br />

tração será também responsável pela falha sob todas as outras condições <strong>de</strong> carga estática.<br />

73


Por exemplo, suponha que um material tenha uma resistência à tração <strong>de</strong> 700 MPa. A<br />

teoria prediz que sob qualquer condição <strong>de</strong> carga, o material irá falhar, se e somente se, a<br />

tensão normal máxima exce<strong>de</strong>r a 700 MPa. Para uma tensão normal <strong>de</strong> 560 MPa, não há<br />

previsão <strong>de</strong> falha na peça. Por outro lado, suponha que seja postulado que a falha durante o<br />

teste <strong>de</strong> tração ocorreu porque o material é limitado pela sua capacida<strong>de</strong> inerente <strong>de</strong> resistir a<br />

tensão <strong>de</strong> cisalhamento, e que baseado no teste <strong>de</strong> tração a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão<br />

cisalhante é <strong>de</strong> 350 MPa. Então se a peça foi submetida a uma tensão <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong> 420<br />

MPa, sua falha foi prevista pela teoria.<br />

O estudante <strong>de</strong> engenharia já tendo estudado os princípios <strong>de</strong> Mecânica dos sólidos e<br />

resistência dos Materiais reconheceu nos exemplos acima a ilustração da teoria da máxima<br />

tensão normal e a teoria da máxima tensão cisalhante.<br />

Falha em uma peça submetida a um tipo qualquer <strong>de</strong> carregamento é consi<strong>de</strong>rada como<br />

qualquer comportamento que a torna inútil <strong>para</strong> o qual foi projetada. Neste ponto iremos<br />

consi<strong>de</strong>rar somente carga estática, <strong>de</strong>ixando a parte <strong>de</strong> fadiga <strong>para</strong> o próximo capítulo. Carga<br />

estática po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>flexão ou instabilida<strong>de</strong> elástica bem como uma distorção<br />

plástica ou fratura. A distorção ou <strong>de</strong>formação plástica, está associada com tensões cisalhantes<br />

e envolvem <strong>de</strong>slocamentos ao longo <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos. A falha é <strong>de</strong>finida como<br />

ocorrendo quando a <strong>de</strong>formação plástica alcança um limite arbitrário, por exemplo 0,2 % em um<br />

teste padrão <strong>de</strong> tração. O escoamento po<strong>de</strong>rá no entanto ocorrer em áreas localizadas <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> tensões ou em qualquer peça submetida à flexão ou torção quando<br />

escoamento seja restrito a superfície externa.<br />

3.3.1 - FALHA DE MATERIAIS DÚCTEIS SOB CARGA ESTÁTICA<br />

Enquanto os materiais dúcteis irão sofrer fratura se tencionado estaticamente acima <strong>de</strong><br />

seu limite <strong>de</strong> resistência máximo, sua falha nos elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> é geralmente<br />

consi<strong>de</strong>rado ocorrer quando escoam sob carga estática. O limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento<br />

<strong>de</strong> um material dúctil é muito menor do que seu limite <strong>de</strong> resistência.<br />

Historicamente, várias teorias foram formuladas <strong>para</strong> explicar esta falha: a teoria da<br />

máxima tensão normal, a teoria da máxima <strong>de</strong>formação normal, a teoria da energia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação máxima, a teoria da energia <strong>de</strong> distorção (Von Mises-Hencky) e a teoria da máxima<br />

tensão cisalhante. Destas somente as duas últimas concordam com os resultados<br />

experimentais e <strong>de</strong>las, a teoria <strong>de</strong> von Mises-Hencky é a mais precisa. Serão discutidas as<br />

duas últimas teorias.<br />

74


A) CRITÉRIO DE VON MISES-HENCKY OU CRITÉRIO DA MÁXIMA ENERGIA DE<br />

DISTORÇÃO<br />

O critério <strong>de</strong> Von Mises leva em consi<strong>de</strong>ração todas as tensões que atuam no corpo –<br />

tensões tridimensionais, ou seja, as três tensões que atuam no cubo, <strong>de</strong>finidas como s1 , s2 e s3<br />

. Baseado em experimentos que mostram que corpos tencionados hidrostaticamente possuem<br />

escoamento muito acima (ou não escoam) dos valores dados pelos testes <strong>de</strong> tração.<br />

Von Mises conclui que o escoamento está diretamente relacionado com a distorção<br />

angular do material da estrutura. Por esta razão, este critério é baseado na teoria da energia <strong>de</strong><br />

distorção máxima.<br />

Desta forma, a energia que produz a distorção angular em uma estrutura é igual à<br />

energia total <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação menos a energia <strong>para</strong> produzir a variação <strong>de</strong> volume, ou seja:<br />

mostrado:<br />

Figura 14 – Energias aplicada em um corpo <strong>para</strong> variar seu volume<br />

A tensão σm é chamada <strong>de</strong> tensão média e dada por:<br />

σ<br />

m<br />

=<br />

σ 1<br />

+<br />

σ 2<br />

3<br />

+<br />

σ 3<br />

A energia <strong>de</strong> distorção do corpo provoca uma distorção na sua forma geométrica, como<br />

75


Figura 15 – Distorção geométrica <strong>de</strong> um corpo<br />

Este critério se baseia na <strong>de</strong>terminação da energia <strong>de</strong> distorção (isto é, energia<br />

relacionada a mudanças na forma) do material. Neste critério, estamos interessados na tensão<br />

equivalente<br />

( σ − σ )<br />

e o material é consi<strong>de</strong>rado no regime elástico enquanto<br />

σ<br />

eq<br />

=<br />

1<br />

2<br />

σ eq ≤ S Y<br />

on<strong>de</strong> S Y é o limite <strong>de</strong> escoamento do material, tensão esta <strong>de</strong>terminada em um ensaio <strong>de</strong><br />

tração. Graficamente esta relação é representada pela figura 15, on<strong>de</strong> cada ponto, <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nadas σ 1 , σ 2 representa o estado <strong>de</strong> tensões em um ponto do corpo. A região interna a<br />

elipse <strong>de</strong> Mises indica que o ponto do corpo encontra-se no regime elástico. O contorno indica<br />

plastificação e a região externa é inacessível.<br />

Esta teoria preconiza que em qualquer material elasticamente tencionado aparece uma<br />

variação no formato, no volume ou em ambos.<br />

A energia total <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação em uma peça submetida a carregamento po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rada consistindo <strong>de</strong> duas <strong>componentes</strong> ,uma <strong>de</strong>vido ao carregamento hidrostático que<br />

varia seu volume e outra <strong>de</strong>vido a distorção com a variação do seu formato. Ao se<strong>para</strong>r estas<br />

duas <strong>componentes</strong>, a parcela da energia <strong>de</strong> distorção irá apresentar a medida da tensão<br />

cisalhante presente. O componente estrutural estará em condições <strong>de</strong> segurança enquanto o<br />

maior valor da energia <strong>de</strong> distorção por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume do material permanecer abaixo da<br />

energia <strong>de</strong> distorção por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume necessária <strong>para</strong> provocar o escoamento no corpo<br />

<strong>de</strong> prova <strong>de</strong> mesmo material submetido a ensaio <strong>de</strong> tração.<br />

É conveniente quando utilizar esta teoria em trabalhar com a tensão equivalente, <strong>de</strong>finida com o<br />

valor da tensão <strong>de</strong> tração uniaxial que produz o mesmo nivel <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> distorção que a<br />

tensão real envolvida.<br />

2<br />

2<br />

76


Seja a energia <strong>de</strong> distorção por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> volume em um material isotrópico em estado<br />

plano <strong>de</strong> tensões:<br />

1<br />

Ud = . G<br />

6<br />

2<br />

2<br />

( σ − σ σ + σ )<br />

Sendo σa e σb as tensões principais e G o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> transversal.<br />

1<br />

No caso particular <strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> prova em ensaio <strong>de</strong> tração, que esteja começando a<br />

escoar, temos σ1 =σy e σ2 =0, sendo (Ud)e = σy 2 /6. G.<br />

Assim o critério da máxima energia <strong>de</strong> distorção indica que o elemento estrutural está<br />

seguro enquanto Ud < (Ud)e ou seja<br />

σ1 2 -σ1σ2 + σ2 2 = Sy 2<br />

Figura 16 - Teoria da energia <strong>de</strong> distorção ou Von Mises<br />

B) CRITÉRIO DE TRESCA OU DA MÁXIMA TENSÃO DE CISALHAMENTO<br />

Este critério estabelece que a falha (escoamento) começa sempre que a tensão<br />

cisalhante máxima em uma peça torna-se igual à tensão cisalhante máxima (Ssy) que o material<br />

po<strong>de</strong> suportar. Neste critério, as duas tensões são consi<strong>de</strong>radas, lembrando-se que:<br />

τ máx<br />

=<br />

σ<br />

−<br />

1 2 ⇒<br />

2<br />

σ<br />

1<br />

2<br />

2<br />

Tensão cisalhante máxima é a meta<strong>de</strong> da<br />

diferença entre as duas tensões que atuam<br />

Assim, o procedimento é feito calculando-se a máxima tensão cisalhante que atua na<br />

estrutura, usando o mo<strong>de</strong>lo matemático apropriado, e com<strong>para</strong>ndo com o limite <strong>de</strong> resistência<br />

(escoamento) ao cisalhamento (Ssy).<br />

Escoamento começa quando:<br />

máx = τ<br />

S sy<br />

77


O limite <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento ou tensão cisalhante do material está relacionado com<br />

Sy (limite <strong>de</strong> escoamento a tração / compressão). Desta forma, <strong>para</strong> um teste uniaxial <strong>de</strong> tração,<br />

apenas a tensão σ1 está presente, sendo a condição extrema quando σ1 = Sy, então:<br />

S<br />

y<br />

Ssy = = 0,5⋅S<br />

y<br />

2<br />

O limite <strong>de</strong> resistência ao cisalhamento do material é a meta<strong>de</strong> do limite <strong>de</strong> resistência<br />

do material, seja no escoamento (Sy) como no limite <strong>de</strong> resistência máximo (Su).<br />

A representação gráfica <strong>de</strong>ste critério esta mostrada abaixo:<br />

Figura 17 – representação gráfica do Critério <strong>de</strong> Tresca<br />

Este critério é mais usado <strong>para</strong> materiais dúcteis.<br />

Figura 18 – Exemplificação <strong>de</strong> torção em uma peça<br />

Para garantir que a estrutura não ira falhar, usa-se um fator <strong>de</strong> segurança n.<br />

τ<br />

τ<br />

máx<br />

máx<br />

=<br />

=<br />

Ssy Sy<br />

n<br />

n<br />

=<br />

2n<br />

Ssu Su<br />

A teoria da máxima tensão cisalhante <strong>de</strong>ve ser a mais antiga teoria sendo<br />

originariamente proposta por Coulomb (1736-1806), que apresentou as maiores contribuições<br />

=<br />

2n<br />

78


<strong>para</strong> o campo da mecânica e da eletricida<strong>de</strong>. Esta teoria está representada graficamente na<br />

figura 17. Note cuidadosamente na figura 17 que no primeiro e terceiro quadrantes a tensão<br />

principal zero está envolvida no circulo principal <strong>de</strong> Mohr, o mesmo não acontecendo no<br />

segundo e quarto quadrantes. Esta teoria se correlaciona razoavelmente com o escoamento <strong>de</strong><br />

materiais dúcteis. Contudo a teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção seria mais recomendada<br />

porque correlaciona melhor com os dados atuais <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> materiais dúcteis, sendo:<br />

ESTADO UNIAXIAL - σσσσ1 < SY<br />

SY = Limite <strong>de</strong> Resistência ao Escoamento;<br />

σ1, σ2 - tensões normais principais<br />

O Elemento estrutural é consi<strong>de</strong>rado seguro enquanto a tensão máxima <strong>de</strong> cisalhamento<br />

τmax no elemento não exce<strong>de</strong>r a tensão <strong>de</strong> cisalhamento correspon<strong>de</strong>nte a um corpo <strong>de</strong> prova<br />

do mesmo material, que escoa no ensaio <strong>de</strong> tração.<br />

3.3.2 - EXERCÍCIO RESOLVIDO<br />

1. A viga mostrada na figura abaixo foi construída <strong>de</strong> um material com Sy = 150MPa.<br />

Determinar a largura b da viga, sabendo-se que l = 1,5m, h=0,35m, P=100.000N,<br />

segurança n=1,7, usando o escoamento como a característica <strong>de</strong> resistência do<br />

material.<br />

Resolução:<br />

h<br />

y =<br />

2<br />

σ =<br />

P ⋅l<br />

h<br />

⋅<br />

3 2<br />

b⋅h<br />

12<br />

=<br />

M = P ⋅l<br />

Figura 19 – Figura exercício resolvido<br />

12 P ⋅l<br />

⋅<br />

2 2<br />

h<br />

M<br />

σ<br />

= ⋅ y<br />

I<br />

⇒<br />

I =<br />

P ⋅l<br />

σ = 6 ⋅<br />

b⋅h<br />

b⋅h<br />

2<br />

12<br />

3<br />

79


Então:<br />

Condições <strong>de</strong> dimensionamento<br />

P ⋅l<br />

6⋅<br />

b ≥<br />

S<br />

10 6<br />

100000⋅1,<br />

5⋅1,<br />

7<br />

6⋅<br />

2<br />

( 0,<br />

35 ) ⋅150<br />

⋅<br />

0,083 m<br />

P ⋅l<br />

b ≥ 6⋅<br />

⋅<br />

S y<br />

⇒ σ ≤<br />

n<br />

y<br />

≤ ⇒<br />

2<br />

2<br />

b⋅h n<br />

h S y<br />

⇒<br />

⇒<br />

b ≥<br />

3.3.3 - FALHA DE MATERIAIS FRÁGEIS SOB CARGA ESTÁTICA<br />

A) CRITÉRIO DA MÁXIMA TENSÃO NORMAL (RANKINE)<br />

n<br />

Este critério <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção entre s e v, estabelece que a falha da estrutura ocorre<br />

sempre que a maior tensão (principal) que atua na peça, <strong>de</strong>terminada pelo mo<strong>de</strong>lo matemático<br />

apropriado, se iguala ao limite <strong>de</strong> escoamento (Sy) ou ao limite <strong>de</strong> resistência (Su). Assim:<br />

s1 = Sy<br />

s1 = Su<br />

Figura 20 – Tensão normal atuante em uma peça – Critério <strong>de</strong> Rankine<br />

s1 é a máxima tensão normal que atua<br />

Se o estado <strong>de</strong> tensão que atua no corpo da estrutura for um estado plano <strong>de</strong> tensão, ou<br />

seja, tensões normais sx , sy e tensão cisalhante txy , mesmo assim a com<strong>para</strong>ção com S é feita<br />

tomando-se apenas a maior <strong>de</strong>las.<br />

Assim:<br />

80


Figura 21 - Estado <strong>de</strong> tensão que atua no corpo <strong>de</strong> uma estrutura em um estado plano <strong>de</strong> tensão<br />

Apenas s1 é usada na com<strong>para</strong>ção. Pelo que foi visto, o critério da máxima tensão<br />

normal, s1 sendo a única tensão importante, tem sua aplicação em estruturas on<strong>de</strong> outras<br />

tensões são pequenas ou <strong>de</strong>sprezíveis.<br />

Uma representação gráfica ilustra este critério conforme mostrado abaixo:<br />

Sut = limite <strong>de</strong> resistência à tração<br />

Suc = limite <strong>de</strong> resistência à compressão<br />

Para os aços<br />

⇒ Sut = Suc<br />

Figura 22 - Critério <strong>de</strong> Rankine<br />

Para garantir a integrida<strong>de</strong> da estrutura, assegurar que a mesma não vai falhar, usa-se<br />

um fator <strong>de</strong> segurança n (1,3 ≤ n ≤ 2,0) e a com<strong>para</strong>ção é feita. Neste caso o escoamento é<br />

consi<strong>de</strong>rado como limite <strong>de</strong> resistência critica. Critério mais usado <strong>para</strong> materiais frágeis.<br />

S ut<br />

σ = 1<br />

n<br />

→ Neste caso o escoamento é consi<strong>de</strong>rado como limite <strong>de</strong> resistência crítico.<br />

Critério mais usado <strong>para</strong> materiais frágeis.<br />

σ<br />

S y<br />

= 1 n<br />

81


O componente estrutural se rompe quando a máxima tensão normal atinge o valor da<br />

tensão última σU do material, <strong>de</strong>terminada em um ensaio <strong>de</strong> tração em um corpo <strong>de</strong> prova <strong>de</strong><br />

mesmo material. Assim, o componente estrutural se encontrará em situação <strong>de</strong> segurança<br />

enquanto os valores absolutos das tensões principais forem menores que Sut.<br />

<strong>de</strong>vido ao<br />

O critério da máxima tensão normal é conhecido também com critério <strong>de</strong> Coulomb,<br />

físico francês Charles Augustin <strong>de</strong> Coulomb. Este critério tem uma <strong>de</strong>ficiência séria, uma vez<br />

que se baseia na hipótese <strong>de</strong> que a tensão última do material é a mesma na tração e na<br />

compressão.<br />

B) CRITÉRIO DE MOHR<br />

Ensaios <strong>de</strong> tração, compressão, torção → Envoltória dos círculos <strong>de</strong> Mohr<br />

Figura 23 - Critério <strong>de</strong> Mohr<br />

Este critério, sugerido pelo engenheiro alemão Otto Mohr, po<strong>de</strong> ser usado <strong>para</strong> prever<br />

os efeitos <strong>de</strong> um certo estado <strong>de</strong> tensões plano em um material frágil, quando alguns resultados<br />

<strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> ensaios po<strong>de</strong>m ser obtidos <strong>para</strong> esse material. O estado <strong>de</strong> tensões que<br />

correspon<strong>de</strong> à ruptura do corpo <strong>de</strong> prova no ensaio <strong>de</strong> tração po<strong>de</strong> ser representado em um<br />

diagrama <strong>de</strong> círculo <strong>de</strong> Mohr pelo círculo que intercepta o eixo horizontal em O e em σUT . Do<br />

mesmo modo, o estado <strong>de</strong> tensões que correspon<strong>de</strong> à ruptura no ensaio <strong>de</strong> compressão po<strong>de</strong><br />

ser representado pelo círculo que intercepta o eixo horizontal em O e em SUC. Fica claro que um<br />

82


estado <strong>de</strong> tensões representado por um círculo inteiramente contido em qualquer dos dois<br />

círculos <strong>de</strong>scritos é um estado <strong>de</strong> tensões seguro.<br />

3.4 - SELEÇÃO DE MATERIAIS<br />

A seleção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado material <strong>para</strong> integrar um novo produto é uma tarefa<br />

dinâmica e os princípios que a controlam são constantemente alterados à medida que novos<br />

materiais são também continuamente concebidos, bem como os requisitos técnicos e econômicos<br />

po<strong>de</strong>m ser mudados. Um exemplo <strong>de</strong>sse fato é a substituição das ligas metálicas por materiais<br />

compósitos na fuselagem dos aviões comerciais <strong>de</strong> última geração. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minimizar<br />

gastos com combustível e melhorar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ssas aeronaves leva ao uso <strong>de</strong> um material<br />

mais leve. Um outro exemplo é encontrado na indústria automobilística. Até o início da década<br />

passada era comum que os blocos <strong>de</strong> motores fossem fabricados em ferro fundido, um material<br />

relativamente pesado. Entretanto, nos últimos anos a indústria automobilística tem substituído o<br />

ferro fundido por ligas <strong>de</strong> alumínio, que além <strong>de</strong> serem mais leves, permitem que o motor seja<br />

refrigerado <strong>de</strong> maneira mais eficiente. A substituição <strong>de</strong> materiais é um processo contínuo que<br />

ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da civilização, à medida que, em função <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s, o<br />

homem iniciou a transformação <strong>de</strong> materiais em ferramentas e utensílios. Na indústria mo<strong>de</strong>rna,<br />

muitos fatores e aspectos são constantemente alterados. Isto provoca a contínua busca pela<br />

reposição <strong>de</strong> materiais, tendo como objetivo o menor custo <strong>de</strong> produção, bem como o aumento da<br />

eficiência do produto final. Uma lâmpada,por exemplo, é constituída por um bulbo <strong>de</strong> quartzo<br />

(SiO2) e por um filamento <strong>de</strong> tungstênio. O tungstênio, por suportar facilmente temperaturas<br />

acima <strong>de</strong> 2.000 0 C, é usado <strong>para</strong> transformar energia elétrica em energia luminosa. Entretanto,<br />

em presença <strong>de</strong> oxigênio, esse metal é intensamente oxidado em temperaturas elevadas, o que<br />

leva a sua <strong>de</strong>gradação. Em uma lâmpada elétrica, o tungstênio é inserido <strong>de</strong>ntro do bulbo e<br />

selado a vácuo, o que evita a oxidação do filamento. Um exemplo clássico <strong>de</strong> alteração no perfil<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> materiais é o caso da indústria automobilística. Em 1975, um carro médio<br />

americano exibia em torno <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> seu peso em ligas ferrosas. Com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> peso imposta pelos aumentos do custo <strong>de</strong> combustíveis na década <strong>de</strong> 70, o emprego <strong>de</strong>ssa<br />

ligas passou a ser responsável por 73% do peso. Tal redução é significativamente profunda<br />

quando se consi<strong>de</strong>ra que o veículo teve seu peso reduzido em aproximadamente 25% no mesmo<br />

período, resultado direto do uso <strong>de</strong> materiais mais leves e da diminuição em tamanho. Nesse<br />

período, o uso <strong>de</strong> materiais leves, como os plásticos e o alumínio, passou <strong>de</strong> 8% do peso total do<br />

veículo <strong>para</strong> valores próximos a 23%. Atualmente, é possível encontrar em alguns automóveis,<br />

83


carrocerias construídas integralmente em alumínio, o que além <strong>de</strong> representar redução <strong>de</strong> custos,<br />

resulta em um produto mais resistente à corrosão.<br />

3.4.1 - MATERIAIS METÁLICOS<br />

A principal característica dos materiais metálicos está relacionada à forma or<strong>de</strong>nada<br />

com que os seus átomos estão arranjados no espaço, o que po<strong>de</strong> ser melhor sintetizado pelo<br />

termo “estrutura cristalina”. Em função do arranjo atômico, os materiais metálicos apresentam,<br />

em geral, boa resistência mecânica e po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>formados permanentemente sob a ação <strong>de</strong><br />

forças externas.<br />

Além, disso, como resultado das ligações metálicas, eles são bons condutores <strong>de</strong> calor e<br />

eletricida<strong>de</strong>. Os materiais metálicos são substâncias inorgânicas compostas por um ou mais<br />

elementos metálicos e po<strong>de</strong>m também conter elementos não-metálicos, como o oxigênio,<br />

carbono e nitrogênio.<br />

Dentre os materiais metálicos, <strong>de</strong>stacam-se as ligas <strong>de</strong> alumínio, largamente empregadas<br />

na construção <strong>de</strong> aeronaves, as ligas <strong>de</strong> titânio usadas na confecção <strong>de</strong> implantes ortopédicos e<br />

as superligas <strong>de</strong> níquel, apropriadas <strong>para</strong> fabricação <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> <strong>para</strong> operação em<br />

temperaturas elevadas. Os metais são vitais <strong>para</strong> indústria mo<strong>de</strong>rna, pois seu uso ocorre em uma<br />

gama <strong>de</strong> aplicações excepcionalmente diversificada, da indústria <strong>de</strong> microeletrônica à automotiva.<br />

AÇOS ESPECIAIS<br />

Aços especiais são os aços que pelo seu percentual <strong>de</strong> carbono ou pela adição <strong>de</strong><br />

elementos <strong>de</strong> liga, principalmente metálicos, apresentam proprieda<strong>de</strong>s específicas em termos<br />

<strong>de</strong> resistência mecânica, à corrosão e características eletromagnéticas. Assim como nos aços<br />

comuns, os aços especiais po<strong>de</strong>m ser planos ou longos.<br />

AÇOS ESPECIAIS PLANOS<br />

Os aços especiais planos são produzidos através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> laminação a quente<br />

ou a frio, sendo comercializados nas formas <strong>de</strong> bobinas e chapas. Os tipos mais importantes<br />

são os aços inoxidáveis, os aços siliciosos (ou aços elétricos) e os aços carbono e/ou ligados.<br />

84


AÇOS INOXIDÁVEIS<br />

O aço inoxidável é versátil, reciclável e está presente em vários segmentos <strong>de</strong> mercado,<br />

pelas suas características mecânicas, <strong>de</strong> durabilida<strong>de</strong>, limpeza e beleza. Deve conter mínimo<br />

<strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> cromo em sua composição, o que permite a formação em sua superfície <strong>de</strong> fina<br />

película protetora <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> cromo, que impe<strong>de</strong> a corrosão (oxidação) do ferro. Outros<br />

elementos como níquel, molibdênio e cobre, quando adicionados, melhoram a resistência à<br />

corrosão e as características mecânicas <strong>de</strong>stes aços. Os aços inoxidáveis são divididos em<br />

três tipos básicos conforme o teor <strong>de</strong> cromo, níquel e carbono em sua composição e suas<br />

características metalúrgicas.<br />

- Aços Inoxidáveis Martensíticos - contêm <strong>de</strong> 10% a 30% <strong>de</strong> cromo e alto carbono. O<br />

maior teor <strong>de</strong> carbono torna estes aços temperáveis, obtendo-se dureza superficial.<br />

- Aços Inoxidáveis Ferríticos - possuem teor <strong>de</strong> cromo idêntico aos martensíticos e baixo<br />

teor <strong>de</strong> carbono, apresentando superior resistência à corrosão.<br />

- Aços Inoxidáveis Austeníticos - quando, além do cromo, contêm níquel em percentagens <strong>de</strong><br />

5% a 25%. Estes são os inoxidáveis consi<strong>de</strong>rados mais nobres, pois o níquel melhora a<br />

resistência à corrosão, as qualida<strong>de</strong>s mecânicas e a resistência ao trabalho em temperaturas<br />

elevadas.<br />

Cabe ressaltar que o setor <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo duráveis é o maior consumidor,<br />

especificamente o <strong>de</strong> cutelaria e baixelas. O consumo industrial, englobando indústrias<br />

alimentícia, bebidas, láctea, vinícolas e <strong>de</strong> balcões e frigoríficos, é o segundo maior<br />

<strong>de</strong>mandante, seguido pelo setor <strong>de</strong> transportes (indústria automobilística).<br />

AÇOS SILICIOSOS<br />

Os aços siliciosos ou aços elétricos têm características eletromagnéticas e po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong><br />

dois tipos: G.O. - grão orientado e G.N.O. - grão não orientado. Os aços ao silício G.O.<br />

apresentam excelentes proprieda<strong>de</strong>s magnéticas na direção <strong>de</strong> laminação. Estes aços são<br />

utilizados basicamente na fabricação dos núcleos <strong>de</strong> transformadores, e em menor escala em<br />

reatores <strong>de</strong> potência, hidrogeradores e turbogeradores, propiciando economia <strong>de</strong> energia<br />

elétrica e maior eficiência dos equipamentos. Os aços ao silício G.N.O. possuem as mesmas<br />

proprieda<strong>de</strong>s magnéticas em qualquer direção. As principais aplicações são na fabricação <strong>de</strong><br />

núcleos <strong>de</strong> geradores e motores elétricos, não necessitando <strong>de</strong> tratamento térmico posterior.<br />

Note-se que algumas vezes são também chamados <strong>de</strong> especiais os aços ao silício,<br />

semiprocessados, os quais necessitam ser submetidos a tratamento térmico posterior pelo<br />

85


usuário, <strong>para</strong> adquirir características magnéticas do aço silicioso G.N.O., porém com qualida<strong>de</strong><br />

inferior.<br />

AÇOS CARBONO/LIGADOS<br />

São utilizados em <strong>máquinas</strong> e equipamentos que requerem proprieda<strong>de</strong>s mecânicas<br />

especiais, conferidas pelo alto teor <strong>de</strong> carbono (<strong>de</strong> 0,5% a 2,0% C) e/ou pelos elementos <strong>de</strong> liga<br />

adicionados em sua confecção. Os principais usos são nos implementos agrícolas, ferramentas<br />

e cutelaria.<br />

AÇOS ESPECIAIS LONGOS<br />

Os aços especiais longos apresentam enorme gama <strong>de</strong> tipos em função das<br />

proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas requeridas. São geralmente comercializados sob as formas <strong>de</strong><br />

blocos, tarugos, barras, fio-máquina, arames e tubos. Para fins <strong>de</strong> estudos, po<strong>de</strong>m ser<br />

classificados em quatro tipos básicos:<br />

AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA<br />

São aços que contêm carbono até 0,5% e/ou outros elementos <strong>de</strong> liga como silício,<br />

manganês, cromo e molibdênio, <strong>de</strong> forma a melhorar suas características <strong>de</strong> resistência<br />

mecânica. Os aços <strong>para</strong> construção mecânica são classificados por vários critérios como<br />

composição química, tratamento térmico a ser submetido e aplicação final dos produtos. Os<br />

principais tipos <strong>de</strong> aços são: microligados, <strong>para</strong> tratamento térmico, <strong>para</strong> forjados, <strong>para</strong> molas,<br />

<strong>para</strong> porcas e <strong>para</strong>fusos e <strong>para</strong> rolamentos. Estima-se que cerca <strong>de</strong> 90% dos aços <strong>para</strong><br />

construção mecânica <strong>de</strong>stina-se à indústria automobilística e <strong>de</strong> autopeças. A indústria<br />

ferroviária, implementos agrícolas e <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> uso doméstico seriam as <strong>de</strong>mais usuárias.<br />

AÇOS DE ALTA-LIGA<br />

Estes aços contêm elementos <strong>de</strong> liga como cromo, níquel, molibdênio, vanádio,<br />

tungstênio e cobalto, adquirindo proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dureza e resistência mecânica, entre outras,<br />

necessárias à fabricação <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> usinagem, estampos, mol<strong>de</strong>s e matrizes, válvulas e<br />

outros produtos. Os principais tipos são: aço ferramenta, aço rápido, aço inoxidável, aço válvula<br />

e superligas.<br />

86


Os aços ferramenta po<strong>de</strong>m ser <strong>para</strong> trabalho a frio e a quente. As principais<br />

características do aço ferramenta <strong>para</strong> trabalho a frio são: alta resistência a abrasão, alta<br />

tenacida<strong>de</strong>, elevada retenção <strong>de</strong> corte, alta resistência ao choque e gran<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong><br />

dimensional. No caso dos aços <strong>para</strong> trabalho a quente, as principais características são:<br />

elevada resistência mecânica a quente, boa resistência a abrasão em temperaturas elevadas,<br />

boa condutibilida<strong>de</strong> térmica e elevada resistência à fadiga.<br />

Os aços rápidos são aços ferramenta utilizados <strong>para</strong> fabricação <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> corte.<br />

Os aços inoxidáveis longos <strong>de</strong>stinam-se a diversos usos on<strong>de</strong> se necessite material não<br />

corrosivo, tais como indústrias <strong>de</strong> alimentos, bebidas e hospitalar. Os aços válvula são<br />

inoxidáveis <strong>de</strong>stinados, especificamente, <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong> motores a combustão.<br />

As superligas são ligas nobres, principalmente à base <strong>de</strong> níquel, feitas sob encomenda,<br />

<strong>para</strong> utilização em resistências elétricas, eletrodos <strong>de</strong> vela <strong>de</strong> automóvel, implantes cirúrgicos,<br />

entre outros.<br />

3.4.2 - MATERIAIS CERÂMICOS<br />

Os materiais classificados como cerâmicos envolvem substâncias altamente resistentes ao<br />

calor e no tocante à estrutura atômica, po<strong>de</strong>m apresentar arranjo or<strong>de</strong>nado e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> átomo envolvido e à forma <strong>de</strong> obtenção do material. Esses materiais são<br />

constituídos por elementos metálicos e não-metálicos (inorgânicos), formando reações químicas<br />

covalentes e iônicas.<br />

Em função do arranjo atômico e das ligações químicas presentes, os materiais cerâmicos<br />

apresentam elevada resistência mecânica, alta fragilida<strong>de</strong>, alta dureza, gran<strong>de</strong> resistência ao calor<br />

e, principalmente, são isolantes térmicos e elétricos. Nas últimas décadas, uma gama bastante<br />

variada <strong>de</strong> novos materiais cerâmicos foi <strong>de</strong>senvolvida. Tais materiais caracterizam-se,<br />

principalmente, pelo controle <strong>de</strong> suas composições, das dimensões <strong>de</strong> suas partículas e do<br />

processo <strong>de</strong> produção dos <strong>componentes</strong>. Como resultado <strong>de</strong>sse procedimento, é possível produzir<br />

dispositivos <strong>de</strong> alta resistência mecânica e resistente a temperaturas elevadas, o que possibilita a<br />

aplicação dos mesmos em <strong>máquinas</strong> térmicas, on<strong>de</strong> o aumento do rendimento está ligado ao<br />

aumento da temperatura <strong>de</strong> trabalho. Em razão <strong>de</strong> sua excelente estabilida<strong>de</strong> térmica, os materiais<br />

cerâmicos têm um importante papel na fabricação <strong>de</strong> diversos <strong>componentes</strong>, tais como insertos <strong>de</strong><br />

pistões <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> combustão interna ou ainda, na produção <strong>de</strong> <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> turbinas a<br />

gás. A figura 24 mostra produtos automotivos fabricados com materiais cerâmicos. Exemplos <strong>de</strong><br />

materiais cerâmicos incluem a alumina, a sílica, o nitreto <strong>de</strong> silício, a zircônia e o dissiliceto <strong>de</strong><br />

molibdênio, todos caracterizados como materiais cerâmicos <strong>de</strong> engenharia.Em função da alta<br />

87


estabilida<strong>de</strong> térmica, os materiais cerâmicos são, em princípio, i<strong>de</strong>ais na fabricação <strong>de</strong><br />

<strong>componentes</strong> <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> térmicas, as quais têm seu rendimento aumentado quando se eleva<br />

a temperatura <strong>de</strong> operação.<br />

(a) (b)<br />

Figura 24 - Produtos automotivos fabricados com materiais cerâmicos: (a) Parte superior<br />

<strong>de</strong> pistões e anéis <strong>de</strong> nitreto <strong>de</strong> silício sinterizado, (b) Rotor <strong>de</strong> turbo-alimentador <strong>de</strong><br />

nitreto <strong>de</strong> silício.<br />

Entretanto, além das características citadas, os materiais cerâmicos exibem baixa<br />

tenacida<strong>de</strong> à fratura, que correspon<strong>de</strong> à falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limitar a propagação <strong>de</strong> trincas<br />

no interior do material. Assim, no caso da existência <strong>de</strong> uma pequena trinca no interior <strong>de</strong> um<br />

componente fabricado com materiais cerâmico, a mesma propagaria rapidamente, causando a<br />

ruptura do mesmo. Tal fenômeno ocorre em escala muito menor em materiais metálicos.<br />

Algumas partes da fuselagem do ônibus espacial americano são recobertas com material<br />

cerâmico. Durante a reentrada <strong>de</strong>ssa aeronave na atmosfera terrestre, em conseqüência do atrito,<br />

temperaturas acima <strong>de</strong> 1.000 0 C po<strong>de</strong>m ser geradas, o que po<strong>de</strong>ria danificar partes <strong>de</strong>sse veículo.<br />

O recobrimento <strong>de</strong> material cerâmico utilizado, que po<strong>de</strong> suportar temperaturas extremamente<br />

elevadas, serve como proteção, isolando o calor gerado do resto da aeronave.<br />

3.4.3 - MATERIAIS POLIMÉRICOS<br />

Os materiais poliméricos, apesar <strong>de</strong> abrangerem diversos materiais classificados como<br />

naturais, envolvem ainda aqueles <strong>de</strong> natureza sintética e artificial. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sses últimos<br />

tiveram sua utilização viabilizada a partir da década <strong>de</strong> 20, com os avanços da química orgânica. A<br />

principal característica que diferencia os materiais poliméricos dos outros tipos <strong>de</strong> materiais está<br />

relacionada à presença <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias moleculares <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> extensão constituídas principalmente<br />

88


por carbono. O arranjo dos átomos da ca<strong>de</strong>ia molecular po<strong>de</strong> levar a mesma a ser caracterizada<br />

como linear, ramificada ou tridimensional. O tipo <strong>de</strong> arranjo da ca<strong>de</strong>ia controla as proprieda<strong>de</strong>s do<br />

material polimérico. Embora esses materiais não apresentem arranjos atômicos semelhantes ao<br />

cristalino, alguns po<strong>de</strong>m exibir regiões com gran<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação atômica (cristalinas) envolvidas por<br />

regiões <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m (não-cristalina). Devido à natureza das ligações atômicas envolvidas<br />

(intramoleculares → ligações covalentes e intermoleculares → ligações secundárias), a maioria<br />

dos plásticos não conduz eletricida<strong>de</strong> e calor. Além disso, em função do arranjo atômico <strong>de</strong> seus<br />

átomos, os materiais poliméricos exibem, em geral, baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e baixa estabilida<strong>de</strong> térmica.<br />

Tal conjunto <strong>de</strong> características permite que os mesmos sejam freqüentemente utilizados<br />

como isolantes elétrico ou térmico ou na confecção <strong>de</strong> produtos on<strong>de</strong> o peso reduzido é<br />

importante. Um dos materiais poliméricos mais versáteis é o polietileno, com um número <strong>de</strong><br />

aplicações industriais bastante amplo. Outros exemplos <strong>de</strong> materiais poliméricos incluem os<br />

poliuretano, que é usado na fabricação <strong>de</strong> implantes cardíacos ou a borracha natural utilizada na<br />

fabricação <strong>de</strong> pneus.O painel <strong>de</strong> um automóvel mo<strong>de</strong>rno é essencialmente fabricado com o uso<br />

<strong>de</strong> plásticos (material polimérico). Entretanto, os automóveis fabricados há mais <strong>de</strong> 20 anos<br />

tinham o mesmo painel fabricado a partir <strong>de</strong> materiais metálicos. Tal substituição foi efetuada<br />

em função <strong>de</strong> dois fatores: segurança e custos. Com o uso <strong>de</strong> plásticos, o painel se tornou mais<br />

seguro <strong>para</strong> os ocupantes do veículo em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte, pois esse materiais <strong>de</strong>formam-se<br />

mais facilmente que os materiais metálicos. Com o <strong>de</strong>senvolvimento da indústria petroquímica,<br />

os plásticos tiveram seu custo reduzido, bem como os processo <strong>de</strong> moldagem tornaram-se mais<br />

eficiente, o que resultou em um produto <strong>de</strong> preço reduzido. Um automóvel <strong>de</strong> competição <strong>de</strong><br />

última geração é basicamente construído com o uso <strong>de</strong> materiais compósitos do tipo matriz<br />

plástica e reforço <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> carbono. O material compósito matriz plástica/fibras <strong>de</strong> carbono<br />

permite obter uma relação resistência mecânica/peso extremamente elevada e muito maior que a<br />

<strong>de</strong> diversos materiais metálicos. Em um automóvel <strong>de</strong> competição é importante reduzir o peso total<br />

do veículo. Portanto, com o uso <strong>de</strong>sse material compósito é possível projetar o veiculo, com um<br />

peso total menor. Por outro lado, o emprego <strong>de</strong> tal material em automóveis <strong>de</strong> passeio não se<br />

justifica à medida que o custo <strong>de</strong> produção seria excessivamente elevado em com<strong>para</strong>ção com o<br />

uso do aço.<br />

O emprego <strong>de</strong> materiais <strong>para</strong> se produzir um produto manufaturado exige etapas <strong>de</strong><br />

fabricação on<strong>de</strong> as características <strong>de</strong>sses materiais são alteradas no tocante à forma, a<br />

dimensões, e principalmente, em relação a sua estrutura interna. No caso <strong>de</strong> materiais metálicos, o<br />

processamento po<strong>de</strong> envolver técnicas como a fundição, o forjamento, ou a laminação. No caso <strong>de</strong><br />

materiais cerâmicos, este po<strong>de</strong>m ser fundidos, sinterizados, ou tratados termicamente.<br />

89


TIPO DE MATERIAL CARACTERÍSTICAS CONSTITUINTES<br />

METÁLICO Média – Alta resistência mecânica<br />

Alta ductilida<strong>de</strong><br />

Bom condutor térmico e elétrico<br />

Baixa – Alta temperatura <strong>de</strong> fusão<br />

Baixa – Alta dureza<br />

POLIMÉRICO Bom isolante térmico e elétrico<br />

Alta ductilida<strong>de</strong><br />

Baixa resistência mecânica<br />

Baixa dureza<br />

Baixa estabilida<strong>de</strong> térmica<br />

CERÂMICO Alta resistência mecânica<br />

Alta fragilida<strong>de</strong><br />

Bom isolante térmica e elétrico<br />

Alta temperatura <strong>de</strong> fusão<br />

Alta dureza<br />

Elementos metálicos e não-metalicos<br />

Ca<strong>de</strong>iras moleculares orgânicas<br />

Óxidos<br />

Silicatos<br />

Nitretos<br />

Tabela 1 - Constituição e características dos materiais<br />

Os materiais poliméricos são processados principalmente por moldagem a quente. Em<br />

todos os casos, um número elevado <strong>de</strong> variáveis operacionais é observado e as características e<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas afetarão <strong>de</strong> maneira significativa, a natureza do produto final. Por exemplo, a<br />

transformação <strong>de</strong> um lingote <strong>de</strong> aço em uma chapa metálica a ser utilizada na fabricação <strong>de</strong> um<br />

automóvel exige que o material seja conformado plasticamente, o que além <strong>de</strong> gerar tensões na<br />

estrutura cristalina do metal, po<strong>de</strong> modificar sua estrutura atômica, alterando o arranjo dos átomos.<br />

Tal situação po<strong>de</strong> alterar <strong>de</strong> maneira significativa, as proprieda<strong>de</strong>s mecânica do material utilizado.<br />

Um outro exemplo está relacionado à produção <strong>de</strong> uma peça metálica pelo processo <strong>de</strong><br />

fundição <strong>de</strong> metais, como é o caso <strong>de</strong> um bloco <strong>de</strong> motor <strong>de</strong> automóvel. Neste caso, um mol<strong>de</strong>,<br />

com uma cavida<strong>de</strong> com a mesma forma geométrica do bloco é preenchido por um volume <strong>de</strong><br />

metal líquido. Após a solidificação <strong>de</strong>ste metal, a peça é <strong>de</strong>smoldada e a fundição do pistão é<br />

concluída. Quando a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solidificação do metal líquido é alta ou baixa, a estrutura<br />

interna do material será afetada em relação a <strong>de</strong>feitos na estrutura atômica e distribuição <strong>de</strong><br />

constituintes e conseqüentemente, alterando as proprieda<strong>de</strong>s da peça.<br />

Concluindo, um material <strong>para</strong> ser aplicado em engenharia necessita apresentar dados<br />

sobre suas características básicas e também sobre a maneira com que o mesmo foi processado<br />

90


até o momento <strong>de</strong> ser empregado. Uma chapa <strong>de</strong> aço, que é na verda<strong>de</strong> uma liga <strong>de</strong> ferro e<br />

carbono, laminada "a frio" apresenta características distintas <strong>de</strong> uma outra laminada "a quente".<br />

No <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> máquina, o i<strong>de</strong>al é se ter à disposição os resultados <strong>de</strong><br />

vários testes <strong>de</strong> resistência do material escolhido. Estes testes <strong>de</strong>verão ser feitos em amostras<br />

que possuam o mesmo tratamento térmico, o mesmo acabamento superficial e as mesmas<br />

dimensões do elemento que o engenheiro se propõe a construir; os testes dêem ser realizados<br />

sob a mesma condição em que a peça estará trabalhando. Os testes <strong>de</strong>verão proporcionar<br />

informações úteis e precisas, que dizem ao engenheiro qual o fator <strong>de</strong> segurança que <strong>de</strong>verá<br />

ser usado e qual é a confiabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada vida em serviço. O custo <strong>de</strong> reunir<br />

numerosos dados antes do <strong>projeto</strong> é ainda mais justificado, quando há possibilida<strong>de</strong> da falha da<br />

peça colocando em perigo vidas humanas ou quando se <strong>de</strong>ve fabricar a peça em gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> . O custo dos atestes é muito baixo, quando dividido pelo número total <strong>de</strong> peças<br />

fabricadas. Deve-se no entanto analisar as possibilida<strong>de</strong>s: 1) a peça <strong>de</strong>va ser fabricada em<br />

quantida<strong>de</strong>s tão pequenas que, <strong>de</strong> forma alguma, justificariam os testes, ou o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>va ser<br />

completado tão rapidamente, que não haveria tempo suficiente <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>stes testes;<br />

2) A peça já tenha sido projetada, fabricada e testada com a conclusão <strong>de</strong> ser falha ou<br />

insatisfatória. Necessita-se <strong>de</strong> uma averiguação e análise mais aprofundada <strong>para</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

a razão da falha da peça e sua não qualificação a fim <strong>de</strong> projetá-la mais a<strong>de</strong>quadamente e<br />

portanto melhorá-la. Normalmente o profissional terá somente os valores <strong>de</strong> limites <strong>de</strong><br />

escoamento, limites <strong>de</strong> ruptura e alongamento percentual do material, como as que são<br />

apresentadas no apêndice <strong>de</strong>ste livro. Com estas poucas informações, espera-se que o<br />

projetista <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> apresente uma solução a<strong>de</strong>quada. Os dados normalmente disponíveis<br />

<strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> foram obtidos através <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> tração, on<strong>de</strong> a carga é aplicada gradualmente<br />

e há um tempo <strong>para</strong> o aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações. Estes dados po<strong>de</strong>rão ser usados <strong>para</strong> o<br />

<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> peças com cargas dinâmicas aplicadas das mais diversas maneiras a milhares <strong>de</strong><br />

rotações por minuto. O problema fundamental aqui seria usar portanto os dados dos testes <strong>de</strong><br />

tração e relacioná-los com a resistência das peças, qualquer que seja o estado <strong>de</strong> tensão ou<br />

carregamento.<br />

3.5 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

1. Qual a peça solicitada por maior tensão; uma barra <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> seção reta 1,31×1,53 cm<br />

solicitada por uma carga <strong>de</strong> 209,5 N ou uma barra <strong>de</strong> aço duro <strong>de</strong> seção circular <strong>de</strong><br />

diâmetro 6,8 mm sob uma carga <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> 139,0 N ?<br />

91


2. Em um fio <strong>de</strong> aço são marcados dois traços que distam entre si 50,0 mm. O fio é<br />

tencionado e a distância entre traços passa a ser 57,6 mm. Qual o alongamento sofrido?<br />

3. Se o módulo médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal (Es) <strong>de</strong> um aço é 2.100.000 kgf/cm 2 ,<br />

quanto se alongará um fio <strong>de</strong> 12,7 mm <strong>de</strong> diâmetro e com 10 m <strong>de</strong> comprimento, quando<br />

solicitado por uma carga <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> 18.000 kgf?<br />

4. Se o módulo médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal (Ec) <strong>de</strong> um concreto é 250.000 kgf/cm 2 ,<br />

quando se encubará (<strong>de</strong>formação elástica-instantânea) uma viga <strong>de</strong> seção reta 20×30<br />

cm com 10m <strong>de</strong> comprimento, quando submetida a uma carga <strong>de</strong> compressão <strong>de</strong><br />

18.000 kgf?<br />

5. Com o valor <strong>de</strong> encurtamento obtido no exercício 4 calcule em quanto foi reduzida a<br />

carga <strong>de</strong> tração do exercício 3.<br />

6. Uma carga <strong>de</strong> 450 kgf, quando aplicada a um fio <strong>de</strong> aço com 240 cm <strong>de</strong> comprimento e<br />

0,16 cm 2 <strong>de</strong> área <strong>de</strong> seção transversal, provoca uma <strong>de</strong>formação elástica <strong>de</strong> 0,3 cm.<br />

Calcular a tensão (σ), a <strong>de</strong>formação (ε) e o módulo <strong>de</strong> Young (Es).<br />

7. Ao se <strong>de</strong>terminar a dureza Brinell <strong>de</strong> um exemplar <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> cobre, usou-se<br />

uma esfera <strong>de</strong> diâmetro 2mm impressa com uma força igual a 40 kgf. Os diâmetros <strong>de</strong><br />

impressão, medidos a 180° um do outro foram <strong>de</strong> 0,67 e 0,69 mm. Qual a dureza Brinell<br />

do corpo <strong>de</strong> prova ensaiado?<br />

8. Uma barra <strong>de</strong> alumínio com 12,5 mm <strong>de</strong> diâmetro, possui duas marcas que distam entre<br />

si 50mm. Os seguintes dados obtidos <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> tração:<br />

Carga (kgf) Distância entre marcas (mm)<br />

900 50,05<br />

1800 50,10<br />

2700 50,15<br />

3600 54,80<br />

Tabela 2 – exercício proposto 8<br />

a) Construir a curva tensão×<strong>de</strong>formação;<br />

b) Calcular o módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal da barra;<br />

c) Calcular a tenacida<strong>de</strong> do material, Para este cálculo, é necessário, fazer uma<br />

simplificação admitindo patamar <strong>de</strong> escoamento linear até a ruptura (material elástico-<br />

plástico perfeito).<br />

92


SOLICITAÇÕES ESTÁTICAS<br />

9. Projetou-se um pequeno pino <strong>de</strong> 8 mm <strong>de</strong> diâmetro, <strong>de</strong> um ferro fundido cujas tensões<br />

<strong>de</strong> resistência a tração e a compressão são respectivamente σrt=293 MPa e σrc=965<br />

MPa. Este pino suportará uma carga compressiva <strong>de</strong> 3500 N combinada com uma carga<br />

torcional <strong>de</strong> 9000 N.m. Calcular o fator <strong>de</strong> segurança usando a teoria da Tensão Normal<br />

Máxima, Teoria <strong>de</strong> Mohr Modificada e Teoria <strong>de</strong> Coulomb-Mohr.<br />

10. Determine o fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> o suporte esquematizado na figura abaixo<br />

baseando-se na teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção e na teoria da máxima tensão <strong>de</strong><br />

corte e compare-as.<br />

Material: Alumínio com σe =330 MPa<br />

Comprimento da haste: L = 160 mm<br />

Comprimento do braço: a = 200 mm<br />

Diâmetro externo da Haste: 45 mm<br />

Carregamento : F = 4500 N<br />

Figura 25 – Exercício proposto 10<br />

11. Determine o fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> o suporte esquematizado na figura acima se<br />

baseando na teoria <strong>de</strong> Mohr modificada.<br />

Material: Ferro fundido cinzento com σrt =380 MPa e σrc = 1200 MPa<br />

Comprimento da haste: L = 160 mm<br />

Comprimento do braço: a = 200 mm<br />

Diâmetro externo da haste: 39 mm<br />

Carregamento : F = 4500 N<br />

12. Determinar os fatores <strong>de</strong> segurança, correspon<strong>de</strong>ntes às falhas pelas teorias da tensão<br />

normal máxima, da tensão cisalhante máxima, e da teoria <strong>de</strong> Von-Mises (energia da<br />

distorção) respectivamente <strong>para</strong> um aço 1020 Laminado, <strong>para</strong> cada um dos seguintes<br />

estados <strong>de</strong> tensão:<br />

a) σx =70 MPa e σy = -28 MPa.<br />

b) σx =70 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido horário).<br />

c) σx = -14MPa , σy = -56 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido anti-horário).<br />

d) σx =70 MPa e σy = 35 MPa.τxy = 70 MPa. (sentido horário).<br />

93


13. Usando os valores típicos das resistências do ferro fundido ASTM 40, <strong>de</strong>terminar os<br />

fatores <strong>de</strong> segurança correspon<strong>de</strong>ntes à fratura, pelas teorias da tensão normal máxima,<br />

<strong>de</strong> Coulomb-Mohr e modificada <strong>de</strong> Mohr, respectivamente, <strong>para</strong> cada um dos seguintes<br />

estados <strong>de</strong> tensão:<br />

a) σx =70 MPa e σy = -28 MPa.<br />

b) σx =70 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido horário).<br />

c) σx = -14MPa , σy = -56 MPa e τxy = 28 MPa. (sentido anti-horário).<br />

d) σx =70 MPa e σy = 35 MPa.τxy = 70 MPa. (sentido horário).<br />

14. Um tubo <strong>de</strong> alumínio com σe =290 MPa e σrt = 441 MPa tem 80 mm <strong>de</strong> diâmetro externo<br />

e espessura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1,25 mm e esta sujeito a uma pressão estática interna <strong>de</strong> 8,9<br />

MPa. Calcular o fator <strong>de</strong> segurança, contra o escoamento, aplicando as três teorias <strong>para</strong><br />

materiais dúcteis.<br />

15. Um cilindro <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s grossas <strong>de</strong>ve ter um diâmetro interno <strong>de</strong> 15 mm, ser feiro <strong>de</strong> um<br />

aço SAE 4140 normalizado e <strong>de</strong>ve resistir a uma pressão interna <strong>de</strong> 35 MPa baseado<br />

num fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 4. Especificar um diâmetro externo satisfatório, baseado a<br />

<strong>de</strong>cisão no escoamento, <strong>de</strong> acordo com a teoria da máxima tensão cisalhante.<br />

16. Um elemento <strong>de</strong> máquina <strong>de</strong> seção retangular esta submetido a uma carga P = 5000N.<br />

O elemento é confeccionado com aço SAE 1020 normalizado. O raio <strong>de</strong> curvatura r = 50<br />

mm e b = 10mm, c = 10 mm. Determine o coeficiente <strong>de</strong> segurança correspon<strong>de</strong>nte a<br />

teoria <strong>de</strong> von-Mises.<br />

CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO E FRATURA<br />

17. Um componente <strong>de</strong> máquina construído em aço, está submetido ao estado <strong>de</strong> tensões<br />

indicado. O aço utilizado tem σY = 331 MPa. Usando a teoria da máxima tensão <strong>de</strong><br />

cisalhamento (Tresca), <strong>de</strong>terminar se vai ocorrer escoamento quando: a) σ0 = 210 MPa;<br />

b) σ0 = 252 MPa; c) σ0 = 294 MPa. Resp.: a) Não; b) Sim; c)Sim.<br />

18. Resolver o problema anterior usando a teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção (von<br />

Mises).<br />

94


Resp. : a)Não; b) Não; c) Sim.<br />

19. Um componente estrutural <strong>de</strong> aço, com σY = 300 MPa, fica submetido ao estado <strong>de</strong><br />

tensões indicado.<br />

Figura 26 – Exercício proposto 19<br />

Determinar, usando o critério da máxima energia <strong>de</strong> distorção, se o escoamento vai<br />

ocorrer quando:<br />

a)τ0 =60 MPa; b) τ0 = 120 MPa; c) τ0 = 130 MPa. Resp. : a) Não; b) Não; c) Sim.<br />

20. Resolver o problema anterior usando a teoria da máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

Resp. : a) Não; b) Sim; c) Sim.<br />

Figura 27 – Exercício resolvido 20<br />

95


21. Uma barra <strong>de</strong> alumínio é feita <strong>de</strong> uma liga <strong>para</strong> a qual σUT = 70 MPa e σUC = 175 MPa.<br />

Sabendo-se que a intensida<strong>de</strong> T dos torques indicados é aumentada gradativamente e<br />

usando o critério <strong>de</strong> Mohr, <strong>de</strong>terminar a tensão <strong>de</strong> cisalhamento τ0 que <strong>de</strong>ve ocorrer na<br />

ruptura da barra. Resp. : 50 MPa.<br />

22. Um elemento <strong>de</strong> máquina é feito <strong>de</strong> ferro fundido <strong>para</strong> o qual σUT = 51,7 MPa e σUC =<br />

124,1 MPa. Determinar, <strong>para</strong> cada um dos estados <strong>de</strong> tensões indicados, e usando o<br />

critério <strong>de</strong> Mohr, a tensão σ0 <strong>para</strong> a qual <strong>de</strong>ve ocorrer a ruptura do elemento. Resp. : a)<br />

51,7 MPa; b) 42,8 MPa; c) 56,4 MPa.<br />

23. A tensão <strong>de</strong> escoamento <strong>para</strong> um dado material vale 110 MPa. Se esse material está<br />

sujeito a tensão plana e a falha por escoamento ocorre quando uma das tensões<br />

principais é igual a +120 MPa, qual o valor da menor intensida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a outra tensão<br />

principal ? Usar o critério <strong>de</strong> Von Mises. Resp.: 23,9 MPa.<br />

24. Se um eixo é construído com um material <strong>para</strong> o qual σY = 50 ksi, <strong>de</strong>termine a tensão<br />

tangencial máxima <strong>de</strong> torção no inicio do escoamento segundo : a) teoria da máxima<br />

tensão tangencial (Tresca); b) teoria da máxima energia <strong>de</strong> distorção (Von Mises).<br />

Resp.: a) 25 ksi; b) 28,9 ksi.<br />

25. O estado <strong>de</strong> tensões abaixo mostrado ocorre no ponto crítico <strong>de</strong> um elemento estrutural<br />

cuja tensão <strong>de</strong> escoamento σY = 300 MPa. Esboçar o hexágono <strong>de</strong> Tresca e a elipse <strong>de</strong><br />

von Mises marcando sobre mesmos o ponto correspon<strong>de</strong>nte ao estado <strong>de</strong> tensões dado<br />

e <strong>de</strong>monstrando se há segurança ao segurança ao escoamento.<br />

Figura 28 – Exercício resolvido 25<br />

96


26. O teste <strong>de</strong> tração em um corpo <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> aço 12.5 mm diâmetro e 50 mm <strong>de</strong><br />

comprimento , forneceu o seguinte resultado :<br />

Carga (kN) 26 36 46.5 54.5 71 75 80.5 85<br />

Alongamento (mm) 0.05 0.07 0.09 0.11 0.15 0.20 0.31 0.41<br />

Tabela 3 – Exercício proposto 26<br />

1. Calcule o limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento 0.2% e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>. [ 640<br />

MPa, 207 GPa ]<br />

2. Um peça cilíndrica <strong>de</strong> 800 mm <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong>verá resistir a uma força <strong>de</strong> tração<br />

<strong>de</strong> 2 kN sendo que o seu comprimento não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r a 1 mm. O fator <strong>de</strong><br />

segurança mínimo é 2.5 .<br />

Figura 29 – Exercício resolvido 26<br />

27. Este exemplo introduz conceitos que serão utilizados no tratamento <strong>de</strong> juntas com<br />

flanges. Um <strong>para</strong>fuso olhal <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> 18 mm (1) é montado através <strong>de</strong> um furo <strong>de</strong><br />

diâmetro 20 mm em uma luva <strong>de</strong> diâmetro externo <strong>de</strong> 35 mm (2),com a porca <strong>para</strong><br />

fixação. A porca é então apertada produzindo uma força inicial <strong>de</strong> montagem e a carga<br />

P finalmente é aplicada. A máxima tensão admissível é <strong>de</strong> 550 e 80 MPa <strong>para</strong> o<br />

<strong>para</strong>fuso e a luva respectivamente, e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> são 550 e 80 <strong>para</strong> o<br />

<strong>para</strong>fuso e a luva respectivamente. Qual a máxima carga que a montagem po<strong>de</strong>rá<br />

resistir sem perda <strong>de</strong> contato e qual a força inicial será necessária? Resposta [ 136, 52<br />

kN ].<br />

29. Três barras <strong>de</strong> comprimento 0.5 m são idênticas e feitas <strong>de</strong> aço com limite <strong>de</strong><br />

escoamento <strong>de</strong> 250 MPa e conectadas por dois pinos. São submetidas a carga <strong>de</strong> 15<br />

kN. Estas barras foram projetadas <strong>para</strong> suportar igual carga e fator <strong>de</strong> segurança 2,5.<br />

97


Devido a erro <strong>de</strong> fabricação o comprimento da barra central difere <strong>de</strong> 0,2 mm do<br />

comprimento das outras barras exigindo que um dos pinos esteja trabalhando forçado<br />

yield steel, are conectada por dois pinos e on<strong>de</strong> é aplicada uma carga <strong>de</strong> 15 kN.<br />

Desprezando a flambagem, <strong>de</strong>termine o real fator <strong>de</strong> segurança na montagem se<br />

a. a barra central é a maior <strong>de</strong> todas. Resposta [ 2.0 ]<br />

b. a barra central é a menor <strong>de</strong> todas. Resposta [ 1.6 ]<br />

Figura 30 – Exercício resolvido 29<br />

30. Uma prensa consiste <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso central rosqueado 1 através da viga 2 que<br />

está conectado à base através <strong>de</strong> dois cilindros idênticos 3. Todos os <strong>componentes</strong> são <strong>de</strong> aço<br />

; suas dimensões efetivas são:<br />

1. o passo do <strong>para</strong>fuso central é <strong>de</strong> 3mm , seu diâmetro é <strong>de</strong> 20 mm e seu comprimento<br />

é <strong>de</strong> 250 mm;<br />

2. a viga possui 300 mm <strong>de</strong> largura, 60 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e comprimento <strong>de</strong> 250 mm;<br />

3. Os cilindros são <strong>de</strong> 250 mm <strong>de</strong> comprimento e diâmetro <strong>de</strong> 15 mm cada.<br />

Figura 31 – Exercício resolvido 30<br />

O <strong>para</strong>fuso é girado manualmente até assentar-se na base. Qual a tensão nos cilindros<br />

quando após isto. o <strong>para</strong>fuso gira um quarto <strong>de</strong> volta ? Despreze os efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão<br />

e flambagem.<br />

[Resposta 209 MPa ]<br />

98


31 . O disco anular <strong>de</strong> raios ri e ro e espessura b, é apoio ao longo <strong>de</strong> sua superfície<br />

externa. Uma carga é transmitida uniformemente <strong>para</strong> sua periferia interna por<br />

cisalhamento. Supondo que o cisalhamento no disco <strong>para</strong> o raio r seja uniforme,<br />

calcule a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>vida :<br />

1. a carga axial,F. Resposta [ 2 b G / ln ( ro/ri ) ]<br />

2. um torque, T. Resposta [ 4 b G /( 1/ri 2 - 1/ro 2 ) ]<br />

Figura 32 – Exercício resolvido 31<br />

32. Quando um eixo sólido <strong>de</strong> seção circular é submetido a a uma pressão uniforme p<br />

(<strong>de</strong>vido a montagem com interferência <strong>de</strong> uma polia por exemplo) , as tensões radiais e<br />

circunferências no eixo são compressivas e iguais a p. Usando a teoria <strong>de</strong> falha da máxima<br />

tensão cisalhante, <strong>de</strong>duza equação <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> uma seção transversal <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong><br />

módulo Z, carregada pela pressão p, por um momento fletor M e um torque T.<br />

Resposta [ n √{ (M/Z + p) 2 + (T/Z) 2 } = S ]<br />

Figura 33 – Exercício resolvido 32<br />

33. As <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> tensão resultantes em uma seção transversal <strong>de</strong> uma peça circular<br />

<strong>de</strong> diâmetro 50 mm, material dúctil, são mostradas: força <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> 120 kN, força<br />

cisalhante vertical <strong>de</strong> 120 kN , momento fletor <strong>de</strong> 0,5 kNm e um torque <strong>de</strong> 1,5 kNm. Qual<br />

a tensão máxima equivalente nesta seção transversal? Resposta [ 292 MPa ]<br />

99


Figura 34 – Exercício resolvido 33<br />

34. Determine <strong>para</strong> cada um dos seguintes estados bidimensionais <strong>de</strong> tensão (MPA) , as<br />

116.6 o ]<br />

]<br />

tensões principais e a orientação da máxima tensão principal. Faça um <strong>de</strong>senho dos<br />

elementos orientados segundo as direções principais.<br />

A) σ x = 80 ; σ y = 170 ; τxy = 60 c.w. Resposta [ 50, 200 MPa,<br />

B) σ x = -220 ; σ y = -70 ; τxy = 180 c.c.w. Resposta [ -340, 50 MPa, 56.3 o ]<br />

C) σ x = -205 ; σ y = -445 ; τxy = 35 c.w. Resposta [ -450, -200 MPa, -8.1 o<br />

35. Mostre que a teoria <strong>de</strong> falha por distorção leva às seguintes formas alternativas <strong>para</strong> um<br />

estado plano <strong>de</strong> tensão :<br />

σ e 2 = σ 1 2 - σ 1 σ 2 + σ 2 2 on<strong>de</strong> σ 1 e σ 2 são as tensões principais,<br />

= σ m 2 + 3 σ a 2 ou em termos dos <strong>componentes</strong> básicos<br />

= σ x 2 - σ x σ y + σ y 2 + 3 σ xy 2 ou em termos dos <strong>componentes</strong> cartesianos.<br />

Qual a relação entre as resistência à tração e ao cisalhamento que esta teoria prediz?<br />

Resposta [ 0.577 ]<br />

36. Um eixo uniformemente sólido ABCDE é apoiado por dois mancais em A e D, e gira a<br />

900 rpm. Uma potência <strong>de</strong> 50 kW é aplicada ao eixo através <strong>de</strong> uma polia <strong>de</strong> diâmetro<br />

<strong>de</strong> 560 mm em C. A potência <strong>de</strong> 30 kW é dissipada pela polia <strong>de</strong> 280 mm <strong>de</strong> diâmetro<br />

em B, e 20 kW pela polia <strong>de</strong> 210 mm <strong>de</strong> diâmetro em E. Cada polia, as duas correias<br />

são <strong>para</strong>lelas e a relação <strong>de</strong> tração nelas é <strong>de</strong> 3:1. Determine o diâmetro mínimo<br />

admissível do eixo se a tensão admissível <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>vido a fadiga é <strong>de</strong> 100 MPa.<br />

Resposta [ diâmetro <strong>de</strong> 40 mm ]<br />

100


Figura 35 – Exercício resolvido 36<br />

37. O braço <strong>de</strong> uma broca abc<strong>de</strong>fg é feito <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> aço com limite <strong>de</strong> resistência a<br />

fadiga <strong>de</strong> 450 MPa e está submetido ao carregamento mostrado na figura. Um mancal<br />

<strong>de</strong> apoio em g prevê a reação <strong>de</strong> torque necessário ao equilíbrio. Qual o fator <strong>de</strong><br />

segurança? Resposta [ teoria da máxima tensão cisalhante 1.21; teoria da<br />

energia <strong>de</strong> distorção 1.22 ]<br />

Figura 36 – Exercício resolvido 37<br />

38. O eixo horizontal ABCD é apoiado em dois mancais em B e D como mostra a figura.<br />

Uma correia envolve uma polia <strong>de</strong> 250 mm <strong>de</strong> diâmetro fica no eixo em A, e uma<br />

engrenagem <strong>de</strong> 150 mm <strong>de</strong> diâmetro primitivo está montada no eixo em C. Os<br />

diâmetros do eixo e a disposição axial dos <strong>componentes</strong> está mostrada abaixo.<br />

Figura 37 – Exercício resolvido 38<br />

101


15.6]<br />

As forças atuantes na correia são horizontais e na relação F1/F2 = 4, enquanto que a<br />

reação vertical no pinhão ,P atua tangencialmente ao círculo primitivo. Determine o fator<br />

<strong>de</strong> segurança do eixo quando suporta uma potência <strong>de</strong> 20 KW através da correia <strong>para</strong> o<br />

pinhão a uma freqüência <strong>de</strong> 7,5 Hz, sendo que o limite <strong>de</strong> escoamento do material do<br />

eixo é <strong>de</strong> 500 MPa. Neste exemplo são <strong>de</strong>sprezados aspectos <strong>de</strong> fadiga e concentração<br />

<strong>de</strong> tensão Um gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>verá ser portanto obtido <strong>de</strong>vido a estas<br />

consi<strong>de</strong>rações.<br />

Resposta [teoria da máxima tensão cisalhante 14.5 ou teoria da energia <strong>de</strong> distorção<br />

102


CAPITULO 04 - CARREGAMENTO DINÂMICO - FADIGA E<br />

CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES<br />

4.1 - INTRODUÇÃO<br />

Na <strong>de</strong>terminação das proprieda<strong>de</strong>s dos materiais através do diagrama tensão-<br />

<strong>de</strong>formação a aplicação da carga é gradual, sendo esta condição <strong>de</strong>finida como condição<br />

estática. Os valores obtidos se aplicam aos critérios conhecidos como critérios estáticos.<br />

Por outro lado, as condições que freqüentemente aparecem em estruturas mecânicas<br />

são solicitações dinâmicas, onda as tensões/<strong>de</strong>formações variam ciclicamente em pequenos<br />

intervalos <strong>de</strong> tempo, como no caso <strong>de</strong> um eixo em uma máquina rotativa. Esta flutuação da<br />

tensão ou variação em função do tempo leva à estrutura a falha por fadiga. A fadiga é um<br />

processo gradual, iniciado com pequenas trincas não visíveis a olho nu, que se <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong><br />

forma progressiva e acumulativa, levando a peça a falhar bruscamente após um <strong>de</strong>terminado<br />

número <strong>de</strong> solicitações ou ciclos. Muitas pesquisas já foram realizadas nesta área <strong>de</strong> forma,<br />

nos dando um conhecimento parcial dos mecanismos básicos associados com a falha por<br />

fadiga. Neste capítulo iremos dar alguns <strong>fundamentos</strong> <strong>de</strong> conceitos elementares que são <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> ajuda <strong>para</strong> o entendimento do comportamento <strong>de</strong>vido à fadiga. A falha por fadiga<br />

resulta, portanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica repetitiva, da mesma forma que um arame falha ao ser<br />

fletido repetidamente <strong>para</strong> frente e <strong>para</strong> trás. Sem o escoamento plástico repetido, a falha por<br />

fadiga não acontece. A falha por fadiga po<strong>de</strong> ocorrer a níveis <strong>de</strong> tensão bem abaixo do ponto <strong>de</strong><br />

escoamento ou limite elástico convencional. Devido ao fato que o escoamento plástico<br />

altamente localizado po<strong>de</strong> dar origem a falha por fadiga, o engenheiro é levado a ter especial<br />

atenção a locais potencialmente vulneráveis tais como: quinas, roscas, rasgo <strong>de</strong> chavetas,<br />

corrosão, furos e entalhes. O aumento <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>stes locais chamados <strong>de</strong> vulneráveis é<br />

tão efetivo quanto substituir a peça por uma material mais resistente. A fissura inicial <strong>de</strong>vido a<br />

fadiga resulta em um aumento da concentração <strong>de</strong> tensão local. À medida que a fissura se<br />

propaga, o material na raiz da fissura é submetido a um escoamento reverso bem localizado e<br />

<strong>de</strong>strutivo. A seção é reduzida e cauda um aumento <strong>de</strong> tensões, a taxa <strong>de</strong> propagação da<br />

fissura aumenta até que a seção restante não é mais capaz <strong>de</strong> suportar a carga aplicada, vindo<br />

finalmente a acontecer a fratura. Este capítulo <strong>de</strong>screve a obtenção do limite <strong>de</strong> resistência à<br />

fadiga, fatores modificativos <strong>de</strong>sta resistência e as teorias existentes <strong>para</strong> o seu cálculo.<br />

103


4.2 - TESTE DE FADIGA<br />

O carregamento dinâmico consiste em solicitações on<strong>de</strong> as tensões variam ciclicamente<br />

em pequenos intervalos <strong>de</strong> tempo. Uma causa comum <strong>de</strong> fratura é a fadiga: tipo <strong>de</strong> falha <strong>de</strong>vido<br />

a cargas repetidas, a qual é responsável por gran<strong>de</strong> parte das falhas por causas mecânicas.<br />

Em geral, uma ou mais trincas pequenas surgem no material, po<strong>de</strong>ndo crescer até que ocorra<br />

falha completa. Este efeito é observado em estruturas com estado <strong>de</strong> tensões bem abaixo da<br />

tensão <strong>de</strong> ruptura.<br />

Se o número <strong>de</strong> repetições (ciclos) do carregamento é gran<strong>de</strong>, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> milhões,<br />

então a situação é dita fadiga <strong>de</strong> alto ciclo. Por outro lado, fadiga <strong>de</strong> baixo ciclo é causada por<br />

um número relativamente pequeno <strong>de</strong> ciclos, cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas, centenas, ou milhares. Fadiga<br />

<strong>de</strong> baixo ciclo é geralmente acompanhada por uma quantida<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

plástica, enquanto que fadiga <strong>de</strong> alto ciclo é associada a <strong>de</strong>formações relativamente pequenas<br />

que são essencialmente elásticas. Componentes <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>, veículos e estruturas, são<br />

freqüentemente sujeitos a carregamentos repetidos, também chamados <strong>de</strong> carregamentos<br />

cíclicos, e as tensões cíclicas resultantes po<strong>de</strong>m levar a danos físicos microscópicos nos<br />

materiais envolvidos. Mesmo em tensões bem abaixo <strong>de</strong> uma dada resistência do material, os<br />

danos microscópicos po<strong>de</strong>m ser acumulados com ciclo contínuo até seu <strong>de</strong>senvolvimento em<br />

uma trinca ou outro dano macroscópico que leva à falha do componente. A figura abaixo mostra<br />

o croqui do corpo <strong>de</strong> prova <strong>para</strong> o teste <strong>de</strong> fadiga à flexo-torção.<br />

Figura 1 – Corpo <strong>de</strong> Prova <strong>de</strong> Moore <strong>para</strong> fadiga.<br />

A Máquina <strong>de</strong> fadiga <strong>para</strong> testes <strong>de</strong> flexo-torção é bem simples, e o laboratório <strong>de</strong><br />

Análise Estrutural da PUC-Minas, possui o equipamento mostrado na figura 2.<br />

A figura 3 apresenta um esquema da máquina, on<strong>de</strong> se verifica que o momento fletor<br />

atuante no corpo <strong>de</strong> prova é constante. O braço <strong>de</strong> alavanca provoca uma carga 10 vezes<br />

maior no corpo <strong>de</strong> prova. Um motor elétrico <strong>de</strong> 3500 rpm produz as rotações no corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />

Estas rotações são registradas por um contador eletrônico com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar até 10 9<br />

ciclos. Ocorre o <strong>de</strong>sligamento automático da máquina após a falha do corpo-<strong>de</strong>-prova.<br />

104


Deve-se observar que a fixação do corpo-<strong>de</strong>-prova, na máquina é feita em dois pontos.<br />

Assim, o corpo-<strong>de</strong>-prova fica submetido a um momento fletor constante no seu centro, logo,<br />

nesta região do corpo-<strong>de</strong>-prova atua apenas o momento fletor.<br />

Figura 2 - Máquina <strong>de</strong> Fadiga Flexo-Rotativa aberta no Laboratório <strong>de</strong><br />

Análise Estrutural da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

Figura 3 - Esquema da máquina <strong>de</strong> fadiga.<br />

4.3 - DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA<br />

Para <strong>de</strong>terminar o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Sf (também chamado <strong>de</strong> limite <strong>de</strong> fadiga)<br />

Moore <strong>de</strong>senvolveu uma máquina rotativa <strong>para</strong> testar corpos <strong>de</strong> provas, cujo esquema é dado<br />

abaixo:<br />

105


Provoca-se um momento constante ao longo do comprimento do corpo <strong>de</strong> prova L com a<br />

aplicação da carga. Vários corpos <strong>de</strong> prova idênticos são testados <strong>para</strong> diferentes cargas P<br />

(diferentes tensões na seção crítica), sendo que o número <strong>de</strong> ciclos ou vida <strong>para</strong> cada um <strong>de</strong>les<br />

será, portanto diferente. A representação gráfica tem a configuração mostrada abaixo:<br />

Figura 4 - Curva <strong>de</strong> fadiga <strong>para</strong> aços, sendo Sf o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga.<br />

Na figura 4 acima, po<strong>de</strong> ser observado que, <strong>para</strong> um nível <strong>de</strong> tensão σ ≤ Sf, o corpo <strong>de</strong><br />

prova <strong>de</strong> aço não rompe, tendo uma vida infinita ou número <strong>de</strong> ciclos (N) muito gran<strong>de</strong>, maior<br />

que 10 6 ciclos. Por outro lado, <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> ciclos menor ou igual a 10 3 (mil ciclos), a<br />

tensão <strong>de</strong> ruptura é praticamente igual ao limite <strong>de</strong> resistência à tração, encontrada <strong>para</strong> os<br />

testes estáticos, sendo o valor mais recomendado pela literatura é 0,9 Su. Neste capitulo<br />

usaremos ambas as expressões Su ou Srup <strong>para</strong> o limite <strong>de</strong> resistëncia a tração. A tensão<br />

encontrada nos testes <strong>de</strong> fadiga, <strong>para</strong> uma vida infinita, utilizando a máquina <strong>de</strong> Moore, é<br />

chamada <strong>de</strong> limite <strong>de</strong> resistência à fadiga e é representado por Sf. O valor do limite <strong>de</strong><br />

resistência à fadiga varia <strong>para</strong> os diferentes tipos <strong>de</strong> aço. Dos resultados experimentais, obtidos<br />

<strong>para</strong> aços comerciais, conclui-se que existe uma relação funcional entre o limite <strong>de</strong> resistência à<br />

fadiga do corpo <strong>de</strong> prova, Se' e o limite <strong>de</strong> resistência à tração, Su, tal que:<br />

S f<br />

' = 0.<br />

504×<br />

Su ⇒ O limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong> corpos <strong>de</strong><br />

prova (Sf') é a aproximadamente a meta<strong>de</strong> do limite <strong>de</strong> resistência à<br />

tração (Sut) <strong>para</strong> aços.<br />

É importante notar que a relação acima vale somente <strong>para</strong> valores do limite <strong>de</strong><br />

resistência à tração <strong>de</strong> aços até 1400 MPa. Os resultados experimentais mostram que <strong>para</strong><br />

valores acima <strong>de</strong> 1400 MPa, o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga dos aços fica praticamente em<br />

torno <strong>de</strong> 700 MPa. Portanto '= 700Mpa<br />

⇒ quando Su > 1400Mpa<br />

. Tem-se então que,<br />

S f<br />

<strong>para</strong> traçar o diagrama teórico S-N (tensão-número <strong>de</strong> ciclos) <strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> aço, não<br />

106


é necessário realizar inúmeros testes na máquina <strong>de</strong> Moore. A comprovação experimental<br />

mostra que a construção <strong>de</strong>sta curva em escala log-log po<strong>de</strong> ser feita assumindo:<br />

10 3 ciclos ⇒ usar σ = 0.9 Srup.<br />

10 6 ciclos ⇒ usar σ = 0.5 Srup.<br />

Para isto basta marcar os pontos A e B, respectivamente 0,9 Srup e 0,5 Srup. Marcar o<br />

ponto C <strong>para</strong> 10 6 , na posição correspon<strong>de</strong>nte a 0,5 Srup. A figura abaixo mostra este<br />

procedimento.<br />

4.3.1 - FATORES MODIFICATIVOS<br />

Figura 5 - Curva <strong>de</strong> fadiga teórica <strong>para</strong> um aço comercial<br />

Nota-se que o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Sf' encontrado <strong>para</strong> um aço, vale <strong>para</strong> um<br />

corpo <strong>de</strong> prova, <strong>de</strong> dimensões padronizadas, testado sob certas condições <strong>de</strong> acabamento e<br />

temperatura. O limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong> uma peça qualquer sofre várias influências que<br />

<strong>de</strong>vem ser levadas em consi<strong>de</strong>ração. Os fatores <strong>de</strong> modificação são usados <strong>para</strong> modificar Sf',<br />

adaptando-o às condições reais da peça em estudo. Assim, multiplicando Sf' pelos vários<br />

fatores modificativos, K, tem-se o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga teórico, <strong>de</strong> peça Sf.<br />

S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />

f<br />

Cada fator modificativo,K tem uma função <strong>de</strong> modificação <strong>de</strong>finida por um valor<br />

numérico. Assim, na expressão acima tem-se:<br />

Sf = Limite <strong>de</strong> resistência à fadiga da peça;<br />

Sf' = Limite <strong>de</strong> resistência à fadiga do corpo <strong>de</strong> prova;<br />

Ka = Fator <strong>de</strong>vido ao acabamento superficial;<br />

Kb = Fator <strong>de</strong>vido ao tamanho da peça;<br />

Kc = Fator <strong>de</strong>vido ao tipo <strong>de</strong> carga;<br />

f<br />

'<br />

107


Kd = Fator <strong>de</strong>vido à temperatura;<br />

Ke = Fatores diversos, como concentração <strong>de</strong> tensões ou ambiental.<br />

A) FATOR DE ACABAMENTO SUPERFICIAL<br />

Este fator leva em consi<strong>de</strong>ração o acabamento da superfície, que no caso do corpo <strong>de</strong><br />

prova é bem acabada e polida. Como o acabamento é função do material e da forma que o<br />

mesmo foi trabalhado, a fórmula abaixo permite a sua <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> superfície Ka:<br />

Ka = a.<br />

S<br />

on<strong>de</strong> Srup é o limite <strong>de</strong> resistência à tração do material. Uma vez que o limite <strong>de</strong> resistência à<br />

tração <strong>de</strong> materiais dúcteis é idêntico ao limite <strong>de</strong> resistência à compressão, utiliza-se a<br />

expressão Srup, mas alguns autores utilizam a expressão Srupt <strong>para</strong> <strong>de</strong>fini-lo e Srupc <strong>para</strong> o limite<br />

<strong>de</strong> resistência à compressão. Os fatores a e b são obtidos a partir da tabela a seguir:<br />

Acabamento superficial<br />

b<br />

rup<br />

Fator a<br />

Kpsi MPa<br />

Fator b<br />

Retificado 1.34 1.58 -0.085<br />

Usinado ou estirado à frio 2.70 4.51 -0.265<br />

Laminado à quente 14.4 57.7 -0.718<br />

Forjado 39.9 272 -0.995<br />

Tabela 1 - Valores <strong>para</strong> os fatores a e b, no sistema internacional e inglês, <strong>de</strong> acordo com [67].<br />

B) FATOR DEVIDO AO TAMANHO<br />

O fator Kb <strong>para</strong> flexões e torções é calculado por:<br />

−0.<br />

1133<br />

⎛ ⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

⎝ 0.<br />

3 ⎠<br />

d<br />

Kb 0. 11 ≤ d ≤ 2 in (pol.)<br />

−0,<br />

1133<br />

⎛ d ⎞<br />

−0,<br />

107<br />

Kb = ⎜ ⎟ = 1,<br />

24.<br />

d 2, 79 d ≤ 51 mm<br />

⎝ 7,<br />

62 ⎠<br />

≤ (mm)<br />

Kb = 0, 859 − 0,<br />

000837.<br />

d 51≤ d ≤ 254 mm (mm)<br />

Para valores maiores, Kb varia <strong>de</strong> 0.60 a 0.70 <strong>para</strong> flexões e torções. Se a peça estiver<br />

sob cargas axiais, o tamanho não tem nenhum efeito sobre o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga e,<br />

portanto adota-se Kb = 1. Quando a peça não estiver girando ou a seção transversal não for<br />

circular, o valor do fator Kb <strong>de</strong>ve ser calculado. Nestes casos utilizamos o conceito <strong>de</strong> diâmetro<br />

108


efetivo <strong>de</strong>, que é obtido equacionando o volume do material submetido à carga e 95% da carga<br />

máxima <strong>para</strong> o mesmo volume do corpo <strong>de</strong> prova. Quando os dois volumes são igualados, o<br />

comprimento é cancelado e precisamos consi<strong>de</strong>rar apenas as áreas.<br />

No caso <strong>de</strong> peças com secções não circulares, como a figura 6 Para se calcular o<br />

diâmetro efetivo <strong>para</strong> uma barra <strong>de</strong> secção retangular, usa-se a fórmula:<br />

( ) 2 / 1<br />

<strong>de</strong> = 0. 808.<br />

hb<br />

sendo que h é a altura e b a largura da seção retangular.<br />

C) FATOR DEVIDO AO CARREGAMENTO<br />

Para carregamento axial, Kc=1 ou Kc=0,922 ( > 1400Mpa<br />

)<br />

Para carregamento <strong>de</strong> flexão Kc=1<br />

S rup<br />

Para carregamento <strong>de</strong>vido a cisalhamento, torção Kc = 0,577.<br />

D) FATOR DEVIDO À TEMPERATURA<br />

Os testes realizados nos corpos <strong>de</strong> prova foram à temperatura ambiente. Para peças<br />

trabalhando a temperaturas diferentes a da ambiente, os fatores Kd po<strong>de</strong>m ser obtidos por<br />

tabelas ou experimentalmente. Nesta edição ainda usaremos Kd=1,pois os valores <strong>de</strong> Kd estão<br />

sendo obtidos no laboratório <strong>de</strong> Análise Estrutural da PUC-Minas em pesquisa em andamento.<br />

E) FATOR DEVIDO À CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES<br />

A concentração <strong>de</strong> tensão está presente em toda estrutura que contém curvaturas<br />

significativas, entalhes e outra forma <strong>de</strong> perturbação brusca na geometria da peça. Os fatores<br />

<strong>de</strong> concentração teórico Kt, obtidos na sua maioria <strong>de</strong> forma experimental, po<strong>de</strong>m ser obtidos<br />

em tabelas e gráficos próprios, como mostrado no final do capítulo. Este fator, quando<br />

multiplicado pela tensão nominal, ou seja, tensão σo calculada pelo mo<strong>de</strong>lo matemático sem a<br />

existência <strong>de</strong> entalhe, permite <strong>de</strong>terminar a tensão máxima que atua no entalhe.<br />

σ<br />

máx<br />

= Kt. σ o<br />

⇒<br />

σ<br />

Kt =<br />

σ<br />

Estes gráficos mostram os principais fatores <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão <strong>para</strong> alguns<br />

entalhes mais usados nas estruturas.<br />

máx<br />

o<br />

109


Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> material ou da sua resistência, este fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong><br />

tensão geométrico ou teórico, Kt, sofre alterações, diminuindo sua intensida<strong>de</strong> em função da<br />

sensibilida<strong>de</strong> q do entalhe. A relação que <strong>de</strong>termina o novo fator <strong>de</strong> concentração Kf (fator<br />

efetivo ou prático), foi <strong>de</strong>finido por Peterson, como:<br />

( 1)<br />

Kf = 1+ q × Kt −<br />

A sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe q, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do limite <strong>de</strong> resistëncia a tração e do raio do<br />

enalhe. Os valores experimentais da literatura usam q variando <strong>de</strong> 0 a 1,sendo que os valores<br />

mais utilizados se encontram na faixa <strong>de</strong> 0,6 a 0,9. Esta faixa <strong>de</strong> valores será utilizada nesta<br />

edição e após os resultados experimentais obtidos na PUC-Minas, teremos alteração nestes<br />

valores <strong>de</strong> q.<br />

Calculado o fator Kf, temos que:<br />

1<br />

Ke =<br />

Kf<br />

Este é o fator Ke , que <strong>de</strong>vemos usar como fator corretivo,na fórmula <strong>para</strong> o cálculo do<br />

limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong> peça ,Sf.<br />

F) EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO COM CARGA DE FADIGA<br />

COMPLETAMENTE REVERSA<br />

Para elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> com entalhes as curvas S-N apresentam <strong>para</strong> o mesmo<br />

material um valor menor do que quando não possuem entalhes. Isto significa que as<br />

concentrações <strong>de</strong> tensões são importantes causando esta diminuição. A relação entre os<br />

limites <strong>de</strong> resistência a fadiga sem entalhe e com entalhe é <strong>de</strong>signada como Kf, ou fator <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> fadiga. Teoricamente, po<strong>de</strong>ríamos esperar que Kf fosse igual ao<br />

fator teórico <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensões Kt. Os testes, porém mostram que Kf é<br />

freqüentemente menor que Kt. Isto é aparentemente <strong>de</strong>vido a irregularida<strong>de</strong>s internas na<br />

estrutura do material. Um material "i<strong>de</strong>al" teria tensões internas <strong>de</strong> acordo com a teoria elástica;<br />

na realida<strong>de</strong> os materiais possuem irregularida<strong>de</strong>s causando pontos localizados com maiores<br />

tensões. Então, mesmo corpos <strong>de</strong> prova não entalhados sofrem <strong>de</strong>stes "entalhes internos". A<br />

equação <strong>de</strong>finida como = 1+ q × ( Kt −1)<br />

Kf , utiliza o índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe q, que<br />

varia entre 0 (Kf =Kt) e 1 (Kf=1). Há portanto necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar o indice <strong>de</strong><br />

sensibilida<strong>de</strong> do material. A situação é um pouco mais complicada do que se imagina porque a<br />

sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não somente do material mas também do raio relativo da<br />

110


geometria do entalhe e das dimensões das imperfeições internas características. Os raios <strong>de</strong><br />

entalhe bem pequenos aproximando-se <strong>de</strong> imperfeições <strong>de</strong> material fornecem um índice <strong>de</strong><br />

sensibilida<strong>de</strong> quase zero o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma boa noticia! Isto torna o Kf quase sempre<br />

igual a um. Os gráficos do índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe são plotados em função do raio e<br />

da resistência à tração dos materiais (Figura 7). Para os aços observa-se a tendência <strong>de</strong> que<br />

materiais mais resistêntes e duros são mais sensíveis ao entalhe. Isto significa que a troca <strong>de</strong><br />

um aço menos resistente por um aço mais resistente e duro normalmente aumenta uma parte<br />

da resistência a fadiga, mas o aumento não é tão gran<strong>de</strong> como se po<strong>de</strong>ria esperar <strong>de</strong>vido ao<br />

aumento no índice <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. A Figura 4.6 também mostra que <strong>para</strong> um dado aço<br />

submetido a carregamento torcional a sensibilida<strong>de</strong> ao entalhe é um pouco maior do que <strong>para</strong><br />

carregamento axial e fletor. Os resultados também mostram que a influência do entalhe a 10 3<br />

ciclos é consi<strong>de</strong>ravelmente menor do que a 10 6 ciclos.<br />

Outro aspecto on<strong>de</strong> há uma pequena divergência entre os autores. É melhor tratar o Kf<br />

como um fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão ou um fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> resistência? Os autores<br />

diferem neste ponto, mas a maioria utiliza como fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão. Na realida<strong>de</strong><br />

a resistência do material não enfraqueçe pela existência do entalhe. O entalhe é o causador <strong>de</strong><br />

tensões maiores e localizadas. Com isto po<strong>de</strong>-se utilizar as curvas S-N tanto <strong>para</strong> peças com<br />

ou sem entalhes.<br />

G) FATORES DEVIDO A INFLUÊNCIA DIVERSAS<br />

A peça po<strong>de</strong> não possuir pontos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão, mas o fator Ke po<strong>de</strong> ser<br />

também utilizado quando se consi<strong>de</strong>ra outros efeitos como, direcionamento na laminação do<br />

material, corrosão, tensões residuais, cromagem superficial e outros tratamentos <strong>de</strong> cobertura<br />

superficial.<br />

4.4 - LIMITE DE RESISTÊNCIA PARA VIDA FINITA<br />

Uma vez <strong>de</strong>terminados todos os coeficientes <strong>de</strong> modificação, é possível calcular o limite<br />

<strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>para</strong> a peça em estudo:<br />

S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />

f<br />

Desta forma é possível traçar o diagrama S-N <strong>para</strong> a peça, como já <strong>de</strong>finido:<br />

f<br />

'<br />

111


Figura 8 - Determinação da resistência à fadiga S, <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> ciclos<br />

(10 4 ciclos) e um limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Sf <strong>de</strong>terminados.<br />

Como Sf é o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>para</strong> vida infinita, po<strong>de</strong>-se calcular, a partir do<br />

diagrama acima o limite <strong>de</strong> resistência a fadiga (S) <strong>para</strong> uma vida finita. A solicitação cíclica em<br />

uma peça é um processo cumulativo, ou seja, se a peça resiste a 100.000 ciclos e já sofreu<br />

30.000 ciclos, ela memoriza ou guarda este número <strong>de</strong> ciclos. Se em outra oportunida<strong>de</strong> a peça<br />

continuar sendo solicitada, o número <strong>de</strong> solicitações ainda possível é igual ao número <strong>de</strong> ciclos<br />

totais que ela suportaria menos o número <strong>de</strong> ciclos já aplicados, ou seja, 70000. A teoria <strong>de</strong><br />

fadiga acumulativa é estudada pela Regra <strong>de</strong> Minner.<br />

on<strong>de</strong><br />

a<br />

=<br />

( 0,<br />

9.<br />

S )<br />

S<br />

f<br />

S .<br />

rup<br />

2<br />

b<br />

= a N <strong>para</strong><br />

4.5 - FADIGA SOB TENSÕES FLUTUANTES<br />

e<br />

b<br />

N<br />

1<br />

= − log<br />

3<br />

⎛<br />

= ⎜<br />

⎝<br />

S<br />

S<br />

a<br />

0,<br />

9.<br />

S<br />

Freqüentemente encontram-se em estruturas solicitações diferentes das simplesmente<br />

alternadas. Estas tensões são chamadas <strong>de</strong> flutuantes ou a combinação <strong>de</strong> tensões alternadas<br />

e tensões médias constantes. As figuras a seguir mostram estas solicitações:<br />

f<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

1<br />

b<br />

rup<br />

112


Figura 9 - Tensões reversas, repetidas e flutuantes.<br />

As tensões médias (σm) e alternadas (σa) são <strong>de</strong>finidas como:<br />

σ<br />

σ =<br />

a<br />

máx<br />

− σ<br />

2<br />

mín<br />

σ<br />

σ =<br />

A influência das tensões médias e alternadas na fadiga <strong>de</strong> uma peça foi <strong>de</strong>terminada<br />

inicialmente por Goodman. Na figura 10, a linha <strong>de</strong> Goodman é obtida pela reta unido na<br />

abcissa o limite <strong>de</strong> resistência à tração (Srup) e na or<strong>de</strong>nada o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga (Sf).<br />

m<br />

máx<br />

+ σ<br />

2<br />

As tensões médias são plotadas na abcissa e as tensões alternadas na or<strong>de</strong>nada.<br />

Figura 10 - Diagrama <strong>de</strong> Goodman, com os eixos das tensões média e alternada.<br />

O diagrama é baseado no fato <strong>de</strong> que quando somente tensão média (σm) atua, a falha<br />

é caracterizada pelo limite <strong>de</strong> resistência (Srup.). Quando somente tensão alternada (σa) atua, a<br />

falha é caracterizada pelo limite <strong>de</strong> resistência a fadiga (Sf).<br />

Resultados experimentais mostram que, sob a ação das tensões médias (σm) e<br />

alternadas (σa), os pontos <strong>de</strong> falha, <strong>para</strong> diferentes valores <strong>de</strong> tensões combinadas acontecem<br />

como mostrado na figura acima. Isto significa que a linha <strong>de</strong> Goodman, obtida ligando Sf com<br />

Srup, é a linha <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> qualquer combinação <strong>de</strong> tensões σm e σa. Em outras palavras,<br />

qualquer combinação que cair <strong>de</strong>ntro dos limites do diagrama está seguro, como no caso do<br />

ponto “A”.<br />

mín<br />

113


Outra concepção <strong>de</strong>sta teoria é o diagrama <strong>de</strong> So<strong>de</strong>berg ou linha <strong>de</strong> So<strong>de</strong>berg, que<br />

utiliza <strong>para</strong> o eixo das tensões médias o limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento (Se), sendo um<br />

diagrama mais conservativo. Outros diagramas mais próximos da realida<strong>de</strong>, que mais se<br />

aproximam dos resultados experimentais já foram propostos, com <strong>de</strong>staque <strong>para</strong> a parábola <strong>de</strong><br />

Gerber. A figura abaixo mostra a representação gráfica:<br />

Figura 11 - Representação gráfica das diversas teorias <strong>de</strong> fadiga.<br />

Nesta figura, o ponto A, resultado da combinação das tensões médias σm e alternadas<br />

σa, esta segura <strong>para</strong> as teorias <strong>de</strong> Gerber e Goodman, mas não se encontra segura segundo a<br />

teoria <strong>de</strong> So<strong>de</strong>rberg. As equações a seguir representam a formulação matemática <strong>de</strong> cada<br />

teoria:<br />

Sa<br />

S<br />

f<br />

Sa<br />

S<br />

f<br />

Sa<br />

S<br />

f<br />

+<br />

+<br />

⎛<br />

+ ⎜<br />

⎝<br />

Sm<br />

= 1<br />

S<br />

y<br />

Sm<br />

S<br />

rup<br />

= 1<br />

2<br />

Sm ⎞<br />

⎟<br />

S ⎟<br />

rup ⎠<br />

= 1<br />

⇒ So<strong>de</strong>rberg<br />

⇒ Goodman<br />

⇒ Gerber<br />

Para fins <strong>de</strong> aplicação nos problemas convencionais <strong>de</strong> engenharia, recomenda-se a<br />

utilização da teoria <strong>de</strong> Goodman.<br />

Para cálculos <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> fadiga em problemas reais <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong>ve-se utilizar<br />

um coeficiente <strong>de</strong> segurança n, que na teoria <strong>de</strong> Goodman, por exemplo, é <strong>de</strong>terminado por:<br />

Sa Sm<br />

n<br />

σ σ<br />

= =<br />

a<br />

As tensões σm e σa po<strong>de</strong>m se transformar respectivamente nas resistências média e<br />

alternada Sm e Sa se cada uma <strong>de</strong>las forem divididas pelo coeficiente <strong>de</strong> segurança n. Assim as<br />

equações que representam as teorias ficariam assim:<br />

m<br />

114


a m 1<br />

+ =<br />

S f S y n<br />

σ σ<br />

a m 1<br />

+ =<br />

S f Srup<br />

n<br />

σ σ<br />

nσ ⎛ ⎞<br />

a ⎜<br />

nσ<br />

m<br />

+ ⎟<br />

S ⎜ ⎟<br />

f ⎝ S rup ⎠<br />

4.6 - FADIGA SOB TENSÕES COMBINADAS<br />

2<br />

= 1<br />

⇒ So<strong>de</strong>rberg<br />

⇒ Goodman<br />

⇒ Gerber<br />

Em <strong>componentes</strong> mecânicos <strong>de</strong> uma forma geral, a distribuição <strong>de</strong> tensões mais<br />

freqüente é a <strong>de</strong> tensões combinadas. Depen<strong>de</strong>ndo dos tipos <strong>de</strong> esforços envolvidos na parte<br />

mecânica, flexão, esforço normal ou torção aparecem tensões alternadas e médias <strong>de</strong>vido a<br />

essas múltiplas solicitações. Assim, cada tipo <strong>de</strong> esforços po<strong>de</strong> gerar:<br />

A combinação <strong>de</strong>stas tensões <strong>para</strong> resultar em um única tensão, seja alternada ou<br />

média, é conseguida da seguinte forma:<br />

- Tensões alternadas ou médias na mesma direção:<br />

→ Soma (σa1)f + (σa1)n + (σa1)t = (σa1), obtendo-se a tensão resultante, alternada<br />

ou média, na direção correspon<strong>de</strong>nte.<br />

- Tensões alternadas ou médias, respectivamente em direções diferentes:<br />

→ Calcula-se a tensão equivalente ou tensão <strong>de</strong> Von Misses:<br />

'<br />

m<br />

2<br />

m1<br />

σ = σ −σ<br />

∗σ<br />

+ σ<br />

'<br />

a<br />

m1<br />

m2<br />

2<br />

1<br />

a1<br />

2<br />

m2<br />

σ = σ − σ ∗σ<br />

+ σ Direções 1 e 2 principais.<br />

Observa-se que as tensões contidas nos radicais já foram combinadas como a soma <strong>de</strong><br />

todas as tensões que atuam na mesma direção. No caso das tensões estarem referidas nos<br />

eixos X e Y, a tensão cisalhante estará presente e as equações acima <strong>de</strong>scritas são escritas na<br />

forma:<br />

a2<br />

2<br />

a 2<br />

115


2<br />

ax<br />

2<br />

ay<br />

σ a '= σ − ( σ ax × σ ay ) + σ + 3.<br />

τ axy<br />

2<br />

mx<br />

2<br />

my<br />

σ m '= σ − ( σ mx × σ my ) + σ + 3.<br />

τ mxy<br />

Deve-se lembrar que cada uma <strong>de</strong>stas tensões são calculadas pela equação dada pelo<br />

mo<strong>de</strong>lo matemático correspon<strong>de</strong>nte ao tipo <strong>de</strong> solicitação. Uma vez obtido σa’ e σm’, a teoria <strong>de</strong><br />

Goodman po<strong>de</strong> ser aplicada.<br />

4.7 - FADIGA DE CONTATO SUPERFICIAL<br />

No estudo anterior, o limite <strong>de</strong> resistência a fadiga Sf’ foi <strong>de</strong>terminado usando uma<br />

máquina rotativa que flexiona o corpo <strong>de</strong> prova, e por isso é freqüentemente chamado <strong>de</strong> limite<br />

<strong>de</strong> resistência à fadiga <strong>de</strong>vido à flexão. O contato direto entre peças causa a fadiga superficial<br />

<strong>de</strong>vido ao contato, sendo o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga superficial Ssf <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> forma<br />

diferente.<br />

Trabalhos realizados por Buckingham e Talbou<strong>de</strong>rt <strong>de</strong>terminaram que a fadiga<br />

superficial do material <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da dureza Brinell (HB), sendo o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga<br />

superficial <strong>para</strong> uma vida <strong>de</strong> 10 8 ciclos, <strong>de</strong>finido pelas expressões:<br />

S' sf = 0.<br />

4HB<br />

−10<br />

(Kpsi) ou<br />

S' sf = 2.<br />

76HB<br />

− 70 (MPa)<br />

Este limite foi <strong>de</strong>terminado <strong>para</strong> materiais (aço) em condições apropriadas e <strong>para</strong> uma vida<br />

<strong>de</strong> 10 8 ciclos. Em condições <strong>de</strong> trabalho o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga superficial da peça é<br />

<strong>de</strong>terminado pela expressão abaixo, que consi<strong>de</strong>ra os fatores <strong>de</strong> modificação:<br />

S<br />

sf<br />

= S'<br />

sf<br />

C<br />

×<br />

C<br />

L<br />

T<br />

× C<br />

× C<br />

on<strong>de</strong> CL = Fator <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> ciclos<br />

CH = Fator que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da razão <strong>de</strong> dureza<br />

CT = Fator <strong>de</strong> temperatura<br />

CR = Fator <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />

O fator CH = 1 <strong>para</strong> uma dureza das partes aproximadamente iguais. O fator <strong>de</strong> vida CL é<br />

calculado pela expressão:<br />

C L<br />

<strong>para</strong> N = número <strong>de</strong> ciclos entre 10 4 e 10 8 .<br />

= 2,<br />

466 × N<br />

−0,<br />

056<br />

H<br />

R<br />

2<br />

2<br />

116


O fator temperatura CT, <strong>para</strong> condições normais da temperatura dos lubrificantes (T <<br />

120°), é 1. Por outro lado, o fator <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do sistema em consi<strong>de</strong>ração,<br />

sendo CR <strong>para</strong> engrenagem dado:<br />

Confiabilida<strong>de</strong> Fator CR<br />

90% 0,85<br />

99% 1,00<br />

99.9% 1,25<br />

Tabela 3 – Fatores <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>.<br />

A fadiga superficial é muito importante <strong>para</strong> estudar certos elementos mecânicos como a<br />

fadiga no contato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> engrenagens, contato <strong>de</strong> esfera ou rolos em rolamentos, rodas e<br />

trilhos ferroviários, cames e seguidores, etc.<br />

É muito importante lembrar que, <strong>para</strong> o dimensionamento da parte mecânica usando<br />

fadiga superficial, é necessário conhecer o mo<strong>de</strong>lo matemático ou fórmula matemática da<br />

tensão provocada pelo contato. Estas formulações não são simples <strong>de</strong> serem escritas, e são<br />

baseadas na teoria <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> Hertz. Uma vez calculada a tensão induzida na peça, o<br />

dimensionamento é feito com<strong>para</strong>do esta tensão com o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga Ssf,<br />

consi<strong>de</strong>rando o coeficiente <strong>de</strong> segurança n.<br />

S sf<br />

σ =<br />

n<br />

4.8 - GRÁFICOS P/ DETERMINAÇÃO DO FATOR DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES KT<br />

117


118


Figura 12 - Gráficos <strong>para</strong> Determinação do Fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensões Kt.<br />

4.9 - PREVISÃO DE FADIGA COM CARGAS VARIANDO RANDOMICAMENTE<br />

Para se prever a vida <strong>de</strong> peças tencionadas acima do limite <strong>de</strong> resistência a fadiga,<br />

n<br />

N<br />

1<br />

1<br />

n<br />

+<br />

N<br />

2<br />

2<br />

n<br />

+ ... +<br />

N<br />

k<br />

k<br />

=<br />

1<br />

119


é um procedimento difícil. Palmgreen e Minner propuseram muito logicamente um conceito<br />

simples on<strong>de</strong> se uma peça é carregada ciclicamente a um nível <strong>de</strong> tensão que provocaria uma<br />

falha a 10 5 ciclos, então cada ciclo <strong>de</strong>ste carregamento consume uma parte nos 10 5 da vida da<br />

peça. Se outros ciclos <strong>de</strong> tensão são interpostos correspon<strong>de</strong>ndo a uma vida <strong>de</strong> 10 4 ciclos,<br />

cada um <strong>de</strong>stes ciclos consume uma parte nos 10 4 da vida, e assim por diante. Nesta base, 100<br />

% da vida foi consumida, e se tem a previsão da falha. A regra <strong>de</strong> Palmgren ou Miner é<br />

expressa pela seguinte equação em que n1, n2,..., nk representam o número <strong>de</strong> ciclos a<br />

específicos níveis <strong>de</strong> sobre tensão, e N1 , N2 , .. Nk representam a vida (em ciclos) <strong>de</strong>stes<br />

níveis <strong>de</strong> sobre tensão, tomados da curva S-N. A falha por fadiga é prevista quando a equação<br />

acima se mantém.<br />

4.10 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS<br />

1. Uma peça metálica é submetida a uma carga fletora F. A mola flutua entre 9,3 kN a 10,67<br />

kN. Possui um limite <strong>de</strong> resistência à tração Srup=1400 Mpa e limite <strong>de</strong> resistência ao<br />

escoamento Se=950 Mpa. Consi<strong>de</strong>rando um acabamento <strong>de</strong> forjamento <strong>para</strong> a peça,<br />

calcule o fator <strong>de</strong> segurança contra o escoamento e a fadiga <strong>para</strong> uma espessura <strong>de</strong> 18<br />

mm.<br />

Solução:<br />

Cálculo do fator por fadiga. Devemos calcular os valores <strong>de</strong> R1 e R2.<br />

F<br />

R 1 = e<br />

2<br />

F<br />

R 2 =<br />

2<br />

−3<br />

M F = R1.<br />

150X<br />

10 → −3<br />

= . 150X<br />

10<br />

3<br />

10, 67x10<br />

−3<br />

Figura 13 - Exercício resolvido 1.<br />

F<br />

M Momento on<strong>de</strong> a força F e aplicada.<br />

F<br />

2<br />

M = . 150x10<br />

→ M N m<br />

F max<br />

F 800,<br />

25 .<br />

max<br />

2<br />

=<br />

120


3<br />

9, 3x10<br />

−3<br />

M = . 150x10<br />

→ M N m<br />

F min<br />

F 697,<br />

5 .<br />

min<br />

2<br />

=<br />

M. c<br />

σ = on<strong>de</strong> I =<br />

I<br />

( w − d )<br />

12<br />

. 3<br />

h<br />

−3 −3<br />

−3<br />

( 75x10<br />

−10x10<br />

)( . 18x10<br />

)<br />

Assim<br />

σ<br />

σ<br />

I =<br />

→<br />

12<br />

3<br />

x 8<br />

max = = 2,<br />

28x10<br />

−<br />

800,<br />

25.<br />

9 10<br />

8<br />

3,<br />

645x10<br />

3<br />

x 8<br />

min = = 1,<br />

987x10<br />

−<br />

697,<br />

5.<br />

9 10<br />

8<br />

3,<br />

645x10<br />

Pa<br />

Pa<br />

σ max −σ<br />

min<br />

7<br />

σ a =<br />

→ σ a = 1,<br />

465x10<br />

Pa<br />

2<br />

σ max + σ min<br />

8<br />

σ m '=<br />

→ σ m '= 2,<br />

133x10<br />

Pa<br />

2<br />

Cálculo dos fatores <strong>de</strong> correção à fadiga.<br />

Cálculo <strong>de</strong> Ka – Forjado<br />

b<br />

a = a S rup tabela 4.1 a = 272 b = - 0,995<br />

k ⋅<br />

k a = 0,<br />

201<br />

Cálculo <strong>de</strong> Kb – Seção quadrada<br />

K b<br />

⎛<br />

= ⎜<br />

⎝<br />

d<br />

7,<br />

62<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

−0,<br />

1133<br />

2, 79 ≤ d ≤ 51 mm (mm)<br />

1<br />

2<br />

<strong>de</strong> = 0, 808.(<br />

18x75)<br />

→ = 29,<br />

688mm<br />

−0,<br />

1133<br />

d e<br />

⎛ 29,<br />

688 ⎞<br />

K = ⎜ ⎟ → K<br />

b<br />

b = 0,<br />

857<br />

⎝ 7,<br />

62 ⎠<br />

Cálculo <strong>de</strong> Kc – Flexão<br />

Para flexão temos que k = 1 .<br />

c<br />

3<br />

I =<br />

−8<br />

4<br />

3, 645x10<br />

m<br />

Cálculo <strong>de</strong> Kd – Consi<strong>de</strong>rando temperatura <strong>de</strong> trabalho baixa. k = 1<br />

Cálculo <strong>de</strong> Ke<br />

K<br />

1<br />

= on<strong>de</strong> = 1+ q.(<br />

Kt −1)<br />

e<br />

K f<br />

Cálculo <strong>de</strong> q<br />

K f<br />

Adotando q=0,95,tem-se<br />

d<br />

121


Cálculo <strong>de</strong> Kt<br />

d<br />

w<br />

10<br />

= =<br />

15<br />

Kt = 2,<br />

1<br />

0,<br />

133<br />

Don<strong>de</strong> fica Kf<br />

d 10<br />

e = = 0,<br />

556<br />

h 18<br />

K = 1+ 0,<br />

95.(<br />

2,<br />

1−1)<br />

→ K = 2,<br />

045<br />

f<br />

Assim Ke<br />

1<br />

K e = → K e = 0,<br />

489<br />

2,<br />

045<br />

Com todos os parâmetros po<strong>de</strong>rmos calcular o Sf.<br />

S '= 0,<br />

504.<br />

S <strong>para</strong> aços.<br />

f<br />

S f<br />

f<br />

rup<br />

'= 705,<br />

6Mpa<br />

S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />

S f<br />

S f<br />

= 0 , 201×<br />

0,<br />

857×<br />

0,<br />

489×<br />

705,<br />

6<br />

= 59,<br />

435Mpa<br />

f<br />

f<br />

'<br />

Cálculo do fator <strong>de</strong> segurança pelo critério <strong>de</strong> Goodman modificado<br />

a m 1<br />

+ =<br />

S f Srup<br />

n<br />

σ σ<br />

8<br />

8<br />

1,<br />

465x10<br />

2,<br />

133x10<br />

1<br />

+ = → n = 0,<br />

382<br />

6<br />

6<br />

59,<br />

435x10<br />

1400x10<br />

n<br />

Cálculo do fator <strong>de</strong> segurança por escoamento:<br />

M. c<br />

σ = on<strong>de</strong> I =<br />

I<br />

σ<br />

800,<br />

25.<br />

9 10<br />

8<br />

3,<br />

645x10<br />

( w − d )<br />

12<br />

. 3<br />

h<br />

3<br />

x 8<br />

max = = 2,<br />

28x10<br />

−<br />

Srup<br />

max<br />

Pa<br />

6<br />

1400x10<br />

n = → n = = 6,<br />

140<br />

8<br />

σ<br />

2,<br />

28x10<br />

2. Uma mola é submetida a uma carga variável, sendo a carga máxima F= 133 N e a carga<br />

mínima F= 66 N. O material da mola é aço com Srup= 1170 Mpa, e diâmetro d= 9,5 mm.<br />

122


Neste <strong>projeto</strong> não foi consi<strong>de</strong>rada a concentração <strong>de</strong> tensões ao longo do comprimento<br />

da mola. O acabamento superficial correspon<strong>de</strong> a um laminado a quente. Qual o número<br />

<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> carga N, que causará falha na peça.<br />

Solução:<br />

Figura 14 - Exercício resolvido 2.<br />

Calculemos o momento máximo e mínimo.<br />

M = ⋅<br />

max<br />

−3<br />

410x10 Fmax<br />

M = ⋅<br />

min<br />

−3<br />

410x10 Fmin<br />

−3<br />

−3<br />

M = 410x10<br />

⋅133<br />

M = 410x10<br />

⋅66<br />

max<br />

max M 27,<br />

06N.<br />

m<br />

M = 54,<br />

53N<br />

⋅ m<br />

Cálculo das tensões.<br />

32M<br />

σ = 3<br />

π.<br />

d<br />

min<br />

min =<br />

32.<br />

54,<br />

53<br />

σ max =<br />

→ −3<br />

3<br />

max 647,<br />

8Mpa<br />

π.(<br />

9,<br />

5x10<br />

)<br />

= σ<br />

32.<br />

27,<br />

06<br />

σ m =<br />

→ σ<br />

−3<br />

3<br />

m = 321,<br />

5Mpa<br />

π.(<br />

9,<br />

5x10<br />

)<br />

σ max −σ<br />

min<br />

σ a =<br />

→ σ a = 163,<br />

2Mpa<br />

2<br />

σ max + σ min<br />

σ m '=<br />

→ σ m '= 484,<br />

7Mpa<br />

2<br />

Cálculo <strong>de</strong> Ka – Laminado à quente<br />

b<br />

= a Srup<br />

tabela 4.1 a = 57,7 b = - 0,718<br />

ka ⋅<br />

−0,<br />

718<br />

Ka =<br />

→ Ka = 0,<br />

362<br />

57,<br />

7.<br />

1170<br />

Cálculo <strong>de</strong> Kb<br />

123


K b<br />

d e<br />

⎛<br />

= ⎜<br />

⎝<br />

d<br />

7,<br />

62<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

= 0,<br />

370.<br />

d<br />

d e = 0,<br />

370.<br />

9,<br />

5<br />

d e = 3,<br />

515<br />

−0,<br />

1133<br />

−0,<br />

1133<br />

2, 79 ≤ d ≤ 51 mm (mm)<br />

⎛ 3,<br />

515 ⎞<br />

Kb = ⎜ ⎟ → k b = 1,<br />

092<br />

⎝ 7,<br />

62 ⎠<br />

Cálculo <strong>de</strong> Kc – Flexão<br />

Para flexão temos que k = 1 .<br />

c<br />

Cálculo <strong>de</strong> Kd – Consi<strong>de</strong>rando temperatura <strong>de</strong> trabalho baixa. k = 1<br />

Não foram consi<strong>de</strong>radas concentrações <strong>de</strong> tensões ao longo da mola, ou seja, k = 1 .<br />

Com todos os parâmetros po<strong>de</strong>rmos calcular o Sf.<br />

S '= 0,<br />

504.<br />

S <strong>para</strong> aços.<br />

f<br />

S f<br />

f<br />

rup<br />

'= 589,<br />

68Mpa<br />

S = Ka × Kb × Kc × Kd × Ke × S<br />

S f = 0, 362x1,<br />

092x589,<br />

68 → = 233,<br />

103Mpa<br />

Cálculo do número <strong>de</strong> ciclos.<br />

S<br />

S = a.<br />

N<br />

σ a =<br />

σ m<br />

1−<br />

S<br />

b<br />

rup<br />

( 0,<br />

9.<br />

Srup)<br />

2<br />

a = →<br />

Sf<br />

1 0,<br />

9.<br />

S rup<br />

b = − log → b = −0,<br />

2183<br />

3 S<br />

1<br />

b<br />

f<br />

S<br />

f<br />

'<br />

S f<br />

⎛ S f ⎞<br />

N =<br />

⎜<br />

a ⎟ → N ≥<br />

441683ciclos<br />

⎝ ⎠<br />

6<br />

163,<br />

2x10<br />

= →<br />

6<br />

484,<br />

7x10<br />

1−<br />

6<br />

117,<br />

0x10<br />

a = 4756, 734x10<br />

6<br />

d<br />

S = 2, 786x10<br />

8<br />

e<br />

124


4.11 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

CARGAS VARIÁVEIS<br />

1. Um elo como mostrado na figura abaixo, é feito <strong>de</strong> aço AISI 4130 temperdo e revenido a<br />

540 o C(Sut=1030 MPa). A carga F= 5 KN é repetitiva e reversa. Supondo não haver<br />

concentração <strong>de</strong> tensão pe<strong>de</strong>-se: a) Qual <strong>de</strong>verá ser o diâmetro <strong>para</strong> N=1,40 e acabamento<br />

<strong>de</strong> usinagem? B) Idêntico ao item a, exceto que o acabamento é polido. Qual a economia no<br />

peso? C) Idêntico ao item a, exceto que o acabamento é forjado.<br />

Figura 15 – Exercido proposto 1.<br />

2. Idêntico ao exercício 1,exceto que, <strong>de</strong>vido ao ambiente corrosivo, o elo é fabricado em<br />

bronze silício, laminado a frio e o número <strong>de</strong> ciclos esperado <strong>para</strong> a vida da peça é maior<br />

que 3x 10 7 ciclos.<br />

3. Um eixo é apoiado como uma viga simples <strong>de</strong> 450 mm <strong>de</strong> comprimento, <strong>de</strong> aço AISI 3120.<br />

Uma carga estática <strong>de</strong> 8900 N é aplicada ao eixo em rotação, na meta<strong>de</strong> do eixo entre dois<br />

apoios (mancais). As superfícies são polidas e a peça foi projetada <strong>para</strong> uma vida infinita.<br />

aPara um fator <strong>de</strong> segurança N=1,6, baseado no limite <strong>de</strong> resistência à fadiga, qual <strong>de</strong>veria<br />

ser o seu diâmetro se não há <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s na sua superfície?<br />

Figura 16 - Exercido 3.<br />

4. Um suporte simples como o mostrado na figura, possui uma seção retangular e foi projetado<br />

<strong>para</strong> vida infinita e carga reversa. Calcule: a) as dimensões <strong>de</strong> uma seção sem<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> b=2,8 t e L= 350 mm e um fator <strong>de</strong> segurança (<strong>projeto</strong>) igual a 2. O<br />

125


material é aço AISI 1020, laminado com acabamento superficial <strong>de</strong> forjamento. b) Calcule as<br />

dimensões <strong>de</strong> uma seção on<strong>de</strong> e= 100 mm.<br />

Figura 17 - Exercido proposto 4.<br />

5. Idêntico ao exercício 4, exceto que a vida da peça submetida a cargas reversas não <strong>de</strong>ve<br />

exce<strong>de</strong>r 10 5 ciclos.<br />

6. Um eixo é submetido a um torque reverso máximo <strong>de</strong> 1695 Nm. É usinado e feito <strong>de</strong> aço<br />

AISI3140 . Qual <strong>de</strong>verá ser o seu diâmetro <strong>para</strong> N=1,75?<br />

7. Idêntico ao exercício 6, exceto que o eixo é oco, com diâmetro externo igual ao dobro do<br />

diâmetro interno<br />

CARGAS VARIÁVEIS COM CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES<br />

8. Um elo <strong>de</strong> conexão é visto na figura, exceto que há um furo radial <strong>de</strong> diâmetro 3 mm, no<br />

centro da peça. A peça é usinada, feito <strong>de</strong> aço AISI2330 WQT1000 ºF e submetida a uma<br />

carga axial reversa cujo valor máximo é <strong>de</strong> 22 kN. Para um fator <strong>de</strong> segurança N=1,5,<br />

<strong>de</strong>termine o diâmetro do elo no furo: a) <strong>para</strong> uma vida infinita; b) Para uma vida <strong>de</strong><br />

10 5 ciclos. c) Para o elo no ítem a, qual a máxima tensão <strong>de</strong> tração?<br />

Figura 18 – Exercido proposto 8.<br />

9. O elemento <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> mostrado na figura possui espessura uniforme t=b/2,5 e é usinado.<br />

O material da peça é o aço AISI 1020, laminado. O <strong>projeto</strong> é <strong>para</strong> vida infinita e carga<br />

126


epetitiva <strong>de</strong> 44 N a 90 kN, sendo que d=b. Pe<strong>de</strong>-se: a) <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança 1,8<br />

(So<strong>de</strong>rberg), qual <strong>de</strong>veria ser as dimensões da peça? Qual a máxima tensão <strong>de</strong> tração<br />

atuante na peça projetada?<br />

Figura 19 – Exercido proposto 9.<br />

10. A viga mostrada tem uma seção circular e suporta uma carga F que varia <strong>de</strong> 44,5 a 133,5<br />

kN, é usinada, aço AISI1020, laminado. Determine o diâmetro D se r=0,2 D e N=2 (fator <strong>de</strong><br />

segurança), vida infinita.<br />

Figura 20- Exercido 10.<br />

11. Idêntico ao exercício 10, exceto que a carga F é constante e igual a 133,5 kN e a viga gira<br />

com um eixo.<br />

12. Uma viga em balanço está sujeita a uma carga reversa <strong>de</strong> 133,5 kN. Seja o raio do filete r=<br />

3 mm e o material da viga é o aço SAE1015. Determine as dimensões t, h (b=1,3 h) <strong>para</strong> um<br />

fator <strong>de</strong> segurança 1,8 baseado nas tensões variáveis. Consi<strong>de</strong>re nas seções A e B, vida<br />

infinita.<br />

127


Figura 21 - Exercido proposto 12.<br />

13. Idêntico ao exercício 12, exceto que a carga F varia <strong>de</strong> =44,5 kN a 222,5 kN.<br />

14. A peça mostrada na figura é feita <strong>de</strong> aço C1035, laminado com as seguintes dimensões:<br />

a= 9 mm; b=22 mm; c=25 mm; d=12,5 mm; L=300 mm; r= 1,6 mm. A carga axial F varia <strong>de</strong><br />

133,5 kN a 222,5 kN e é aplicada através <strong>de</strong> pinos pelos furos. Pe<strong>de</strong>-se: a) Quais os fatores<br />

<strong>de</strong> segurança nos pontos A,B e C se a peça é totalmente usinada. B) Quais as máximas<br />

tensões nestes pontos?<br />

Figura 22 - Exercido 14.<br />

128


CAPITULO 05 - EIXOS E ARVORES DE TRANSMISSÃO<br />

5.1 - INTRODUÇÃO<br />

Eixo é um elemento mecânico rotativo ou estacionário (condição estática) <strong>de</strong> secção<br />

usualmente circular on<strong>de</strong> são montados outros elementos mecânicos <strong>de</strong> transmissão tais como:<br />

engrenagens, polias, ventiladores, rodas centradas, entre outros. Os eixos são suportados<br />

(apoiados) em mancais, <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento ou rolamento, tendo secção quase sempre mássica e<br />

variável, com rasgos <strong>de</strong> chavetas <strong>para</strong> fixação <strong>de</strong> <strong>componentes</strong>. A figura 1 mostra uma<br />

iluminação <strong>de</strong> um eixo.<br />

Figura 1 – Eixo<br />

Os eixos são elementos solicitados a esforços <strong>de</strong> flexão, tração/compressão ou torção,<br />

que atuam individualmente <strong>de</strong> forma combinada. Para a segurança do sistema em que o eixo<br />

está inserido, este <strong>de</strong>ve ser dimensionado <strong>para</strong> cargas estáticas (<strong>para</strong>do ou com rotação muito<br />

baixa) ou dinâmica (altas rotações). Este dimensionamento leva em conta a resistência do<br />

material <strong>de</strong> que foi confeccionado, com<strong>para</strong>m-se as tensões que atuam no mesmo com os<br />

limites <strong>de</strong> resistência do material, estáticos (Sy ou Su) ou dinâmicos (Se – fadiga).<br />

Em certos sistemas mecânicos, o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão do eixo po<strong>de</strong> constituir em um<br />

parâmetro crítico, <strong>de</strong>vendo o eixo ser dimensionado usando a teoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão. Em outras<br />

palavras, a geometria do eixo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> os limites aceitáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão, antes da<br />

análise das tensões/resistências.<br />

5.2 - MATERIAIS PARA EIXOS E ÁRVORES<br />

Há uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais possíveis <strong>para</strong> a fabricação <strong>de</strong> eixos e árvores.<br />

De acordo com o serviço <strong>de</strong>vem ter alta resistência e baixa sensibilida<strong>de</strong> aos efeitos da<br />

concentração <strong>de</strong> tenção.<br />

Para se obter, em um cálculo, diâmetros menores e gran<strong>de</strong>s resistências, po<strong>de</strong>-se usar<br />

aços-liga, em geral tratados termicamente. Estes aços, porém têm a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> serem<br />

129


caros e <strong>de</strong> maior sensibilida<strong>de</strong> às concentrações <strong>de</strong> tensões. Além disso, o diâmetro é muitas<br />

vezes subordinado à certas <strong>de</strong>formações admissíveis, tornando o aço-liga contra indicado, já<br />

que o problema não é mais <strong>de</strong> resistência.<br />

Os aços-carbono, <strong>de</strong> baixo e médio teor, são, muito usados na fabricação <strong>de</strong> eixos e<br />

árvores. Aços muito empregados são os seguintes: SAE 1015, 1020, 1025, 1030, 1040, 1045,<br />

2340, 2345, 3115, 3120, 3135, 3140, 4023, 4063, 4140, 4340, 4615, 4620 e 5140.<br />

Como vemos uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> material existe <strong>para</strong> a confecção <strong>de</strong> eixos e<br />

árvores. A seleção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá sempre das condições <strong>de</strong> serviço, custo, usinabilida<strong>de</strong> e<br />

características especiais por ventura exigidas. É um campo muito aberto em que o projetista<br />

<strong>de</strong>ve procurar sempre maiores conhecimentos, pois praticamente qualquer material ferroso,<br />

não-ferroso ou não metálico, po<strong>de</strong> ser usado, por uma razão qualquer, na execução <strong>de</strong> um eixo<br />

ou uma árvore.<br />

AISI Nº Tratamento Temperatura<br />

1030 Q&T<br />

1040<br />

1050<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

Annealed<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

Annealed<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

1060 Q&T<br />

Annealed<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

Annealed<br />

205<br />

315<br />

425<br />

540<br />

650<br />

925<br />

870<br />

205<br />

425<br />

650<br />

900<br />

790<br />

205<br />

425<br />

650<br />

900<br />

790<br />

425<br />

540<br />

650<br />

900<br />

790<br />

ºC<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

escoamento<br />

848<br />

800<br />

731<br />

669<br />

586<br />

521<br />

430<br />

779<br />

758<br />

634<br />

590<br />

519<br />

1120<br />

1090<br />

717<br />

748<br />

636<br />

1080<br />

965<br />

800<br />

776<br />

626<br />

Mpa<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

ruptura<br />

648<br />

621<br />

579<br />

517<br />

441<br />

345<br />

317<br />

593<br />

552<br />

434<br />

374<br />

353<br />

807<br />

793<br />

538<br />

427<br />

365<br />

765<br />

669<br />

524<br />

421<br />

372<br />

MPa<br />

Tabela 1 – Características dos Materiais <strong>para</strong> eixos<br />

Alongamento<br />

17<br />

19<br />

23<br />

28<br />

32<br />

32<br />

35<br />

19<br />

21<br />

29<br />

28<br />

30<br />

9<br />

13<br />

28<br />

20<br />

24<br />

14<br />

17<br />

23<br />

18<br />

22<br />

%<br />

Redução <strong>de</strong><br />

47<br />

53<br />

60<br />

65<br />

70<br />

61<br />

64<br />

48<br />

54<br />

65<br />

55<br />

57<br />

27<br />

36<br />

65<br />

39<br />

40<br />

41<br />

45<br />

54<br />

37<br />

38<br />

Área<br />

%<br />

Dureza<br />

Brinell<br />

495<br />

401<br />

302<br />

255<br />

207<br />

149<br />

137<br />

262<br />

241<br />

192<br />

170<br />

149<br />

514<br />

444<br />

235<br />

217<br />

187<br />

311<br />

277<br />

229<br />

229<br />

179<br />

130


AISI Nº Tratamento Temperatura<br />

1095 Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

1141 Q&T<br />

Annealed<br />

Q&T<br />

4130 Q&T<br />

4140<br />

4140<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

Annealed<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Normal<br />

4340 Q&T<br />

Annealed<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

Q&T<br />

315<br />

425<br />

540<br />

650<br />

900<br />

790<br />

315<br />

540<br />

205<br />

315<br />

425<br />

540<br />

650<br />

870<br />

865<br />

205<br />

315<br />

425<br />

540<br />

650<br />

870<br />

815<br />

315<br />

425<br />

540<br />

650<br />

ºC<br />

5.3 - CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

escoamento<br />

1260<br />

1210<br />

1090<br />

896<br />

1010<br />

658<br />

1460<br />

896<br />

1630<br />

1500<br />

1280<br />

1030<br />

814<br />

670<br />

560<br />

1770<br />

1550<br />

1250<br />

951<br />

758<br />

1020<br />

655<br />

1720<br />

1470<br />

1170<br />

965<br />

Mpa<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

ruptura<br />

813<br />

772<br />

676<br />

552<br />

500<br />

380<br />

1280<br />

765<br />

1460<br />

1380<br />

1190<br />

910<br />

703<br />

436<br />

361<br />

1640<br />

1430<br />

1140<br />

834<br />

655<br />

655<br />

417<br />

1590<br />

1360<br />

1080<br />

855<br />

MPa<br />

Alongamento<br />

Tabela 1 (continuação) – Características dos Materiais <strong>para</strong> eixos<br />

10<br />

12<br />

15<br />

21<br />

9<br />

13<br />

9<br />

18<br />

10<br />

11<br />

13<br />

17<br />

22<br />

25<br />

28<br />

%<br />

Redução <strong>de</strong><br />

30<br />

32<br />

37<br />

47<br />

13<br />

21<br />

32<br />

57<br />

41<br />

43<br />

49<br />

57<br />

64<br />

59<br />

56<br />

Área<br />

A <strong>de</strong>terminação das dimensões <strong>de</strong> uma árvore é muito simples quando sujeito somente<br />

a carregamento estático, principalmente se com<strong>para</strong>do a quando se tem carregamento<br />

dinâmico. E mesmo com carregamento dinâmico, muitas vezes é necessário se ter uma boa<br />

noção das dimensões das peças <strong>para</strong> se ter um bom começo dos problemas e por isto faz-se<br />

antes uma analise como se o carregamento fosse estático.<br />

8<br />

9<br />

13<br />

18<br />

22<br />

18<br />

26<br />

10<br />

10<br />

13<br />

19<br />

38<br />

43<br />

49<br />

58<br />

63<br />

47<br />

57<br />

40<br />

44<br />

51<br />

60<br />

%<br />

Dureza<br />

Brinell<br />

375<br />

363<br />

321<br />

269<br />

293<br />

192<br />

415<br />

262<br />

467<br />

435<br />

380<br />

315<br />

245<br />

197<br />

156<br />

510<br />

445<br />

370<br />

285<br />

230<br />

302<br />

197<br />

486<br />

430<br />

360<br />

280<br />

131


5.3.1 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO, TORÇÃO E ESFORÇO AXIAL<br />

As tensões em um ponto na superfície <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong> diâmetro (d) sujeita flexão,<br />

torção e carregamento axial são:<br />

32 ∗ M 4 ∗ F<br />

= +<br />

π ∗ d π ∗ d<br />

16 ∗T<br />

τ = (2)<br />

π ∗ d<br />

σ x<br />

(1) 3<br />

2<br />

xy<br />

3<br />

On<strong>de</strong> a componente axial (F) <strong>de</strong> σx po<strong>de</strong> ser positiva ou negativa. Nós observamos que<br />

há três carregamentos. Momento (M), força (F), e torque (T) aparecem na seção contendo o<br />

ponto especifico na superfície.<br />

Usando o circulo <strong>de</strong> Mohr po<strong>de</strong>mos mostrar que as 2 principais tensões não nulas, são:<br />

2 ⎡⎛σ<br />

⎤<br />

x ⎞<br />

2<br />

σ a ∗σ b = σ x ± ⎢⎜<br />

⎟ + ( τ xy ) ⎥<br />

(3)<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2 ⎠ ⎥⎦<br />

Estas tensões po<strong>de</strong>m ser combinadas <strong>de</strong> forma a obter a máxima tensão <strong>de</strong><br />

cisalhamento (τmax) e a tensão <strong>de</strong> Von Mises (σ’); dando em:<br />

1<br />

−<br />

2<br />

2<br />

σ a −σ<br />

b<br />

2<br />

τ max = = ( )<br />

2 2 ⎥ ⎥<br />

⎡⎛σ<br />

⎤<br />

x ⎞<br />

⎢⎜<br />

⎟ + τ xy<br />

⎢⎣<br />

⎝ ⎠ ⎦<br />

( ) ( ) 2<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2 2<br />

σ −σ<br />

∗σ<br />

+ σ = σ + 3 τ<br />

1<br />

2<br />

(4)<br />

σ '= a a b b<br />

x ∗ xy (5)<br />

Substituindo as equações (1) e (2) em (4) e (5) teremos:<br />

[ ( ) ( ) ] 2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

8∗<br />

M + F ∗ D + 8∗<br />

T<br />

⎛ 2 ⎞<br />

τ max = ⎜ ∗ 3 ⎟<br />

(6)<br />

⎝ π ∗ d ⎠<br />

[ ( ) ] 2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

8 ∗ M + F ∗ d + 48 ∗<br />

4<br />

σ '= ∗<br />

T<br />

(7)<br />

3<br />

π ∗ d<br />

Estas equações nos permitem <strong>de</strong>terminar τmax ou σ’ quando o diâmetro(d) é dado ou<br />

<strong>de</strong>terminar o diâmetro quando tivermos posse das tensões.<br />

Se a analise ou <strong>projeto</strong> da árvore for baseada na teoria da máxima tensão <strong>de</strong><br />

cisalhamento, então τmax é:<br />

S Sy S y<br />

τ all = =<br />

(8)<br />

n 2 ∗ n<br />

As equações (6) e (8) são úteis <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> segurança(n), se o<br />

diâmetro for conhecido, ou <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar o diâmetro se o coeficiente <strong>de</strong> segurança for<br />

conhecido.<br />

132


Uma analise similar po<strong>de</strong> ser feita levando em conta a teoria da energia <strong>de</strong> distorção<br />

<strong>para</strong> falhas, on<strong>de</strong> a tensão <strong>de</strong> Von Mises é:<br />

S y<br />

τ 'all<br />

=<br />

(9)<br />

n<br />

5.3.2 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E TORÇÃO<br />

Em varias aplicações, a componente axial (F) das equações (6) e (7) é próxima <strong>de</strong> zero<br />

ou tão pequena em relação às outras que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada. Daí teremos:<br />

1<br />

16<br />

2 2 2<br />

τ max ∗ ( M + T ) (10)<br />

3<br />

=<br />

π ∗ d<br />

1<br />

2<br />

2 ⎤<br />

( 4 ∗ M + 3∗<br />

) 2<br />

⎥⎦<br />

16 ⎡<br />

σ '= ∗ 3<br />

∗<br />

⎢<br />

T (11)<br />

π d ⎣<br />

É mais fácil resolver estas equações <strong>para</strong> se encontrar o diâmetro. Substituindo as<br />

equações (8) e (9) nos temos:<br />

⎡ 32 ∗ n<br />

d = ⎢ ∗ T<br />

⎢⎣<br />

π ∗ S y<br />

2 2 ( M + )<br />

Usando a teoria <strong>de</strong> máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento, se o diâmetro for conhecido,<br />

calcula-se n da seguinte forma:<br />

1<br />

=<br />

π<br />

32<br />

3<br />

n ∗ d ∗ S y<br />

∗<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

1<br />

3<br />

( ) 2<br />

1<br />

2 2<br />

M + T<br />

Se usarmos como base a teoria <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> distorção, teremos:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

⎡ 16 ∗ n<br />

d = ⎢ ∗<br />

T<br />

⎢⎣<br />

π ∗ S y<br />

1<br />

=<br />

π<br />

16<br />

3<br />

n ∗ d ∗ S y<br />

n = fator <strong>de</strong> segurança. n = 1,5 a 2,0<br />

Sy = limite <strong>de</strong> escoamento do material.<br />

M = momento Máximo no eixo.<br />

T = torque máximo.<br />

2<br />

2<br />

( 4 ∗ M + 3∗<br />

)<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

1<br />

3<br />

( ) 2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

4 ∗ M + 3∗<br />

T<br />

(12)<br />

(13)<br />

(14)<br />

(15)<br />

133


5.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E<br />

TORÇÃO<br />

1. Qual o diâmetro <strong>de</strong> um eixo mostrado na figura 2, feito <strong>de</strong> um aço AISI 1035 laminado<br />

F = 700N<br />

⎧3,<br />

73kW<br />

Motor⎨<br />

⎩n<br />

= 1750rpm<br />

I) Torque:<br />

3<br />

30×<br />

10 . H<br />

T =<br />

π.<br />

n<br />

30×<br />

10 3.<br />

3,<br />

73<br />

T =<br />

π.<br />

1750<br />

T = 20,<br />

35N.<br />

m<br />

II) Momento:<br />

F L 700 0,<br />

3<br />

M = . = .<br />

2 2 2 2<br />

M = 52,<br />

5N.<br />

m<br />

III) Material:<br />

Pela Tabela =><br />

IV) Segurança:<br />

Usar n=2.<br />

V) Diâmetro:<br />

Figura 2 – Engrenagem no eixo.<br />

, on<strong>de</strong> H=> Potência em KW, tem-se:<br />

S y<br />

= 462MPa<br />

134


⎡ 32n<br />

d = ⎢<br />

⎣π<br />

. Sy<br />

2 2 ( M + T )<br />

⎡ 32.<br />

2<br />

d = ⎢<br />

⎣π<br />

. 462×<br />

10<br />

d = 13,<br />

54mm<br />

6<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

1<br />

3<br />

2 2<br />

( 52,<br />

5 + 20,<br />

35 )<br />

1<br />

2<br />

2. Do exercício anterior visto, tem-se:<br />

M = 52,5N.m ⎫<br />

T = 20,35N.m<br />

⎪<br />

⎬d<br />

= 13,<br />

47mm<br />

Sy<br />

= 462MPa<br />

⎪<br />

n = 2 ⎪<br />

⎭<br />

M = 52,5N.m<br />

T = 20,35N.m<br />

S<br />

S<br />

y<br />

u<br />

Se =<br />

= 462MPa<br />

= 551,<br />

5MPa<br />

Ka = 0,78<br />

Kb = 0,85<br />

Kc = 0,923(S<br />

Kd = 1,0<br />

Ke = 1,0<br />

Kf = 1,0<br />

Se = 170,1MPa<br />

u<br />

< 1520MPa)<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

1<br />

3<br />

Se = Ka.Kb.Kc.K d.Ke.Kf.Se '<br />

6<br />

(0,78)(0,85)(0,923)(<br />

1)(1)(1)(0,504<br />

. 551,5×<br />

10<br />

⎧<br />

⎪32.<br />

2<br />

⎡⎛<br />

52,<br />

5<br />

d = ⎨ ⎢<br />

⎪ ⎢<br />

⎜<br />

π 170,<br />

1 10<br />

⎣⎝<br />

×<br />

⎩<br />

d = 18,<br />

50mm<br />

6<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

⎛<br />

+<br />

⎜<br />

⎝<br />

20,<br />

35<br />

6<br />

551,<br />

5×<br />

10<br />

2<br />

⎞ ⎤<br />

⎥<br />

⎟<br />

⎠ ⎥<br />

⎦<br />

5.5 - DIMENSIONANDO EIXOS PELA NORMA ASME<br />

OBSERVAÇÃO: a norma ASME <strong>para</strong> Eixo <strong>de</strong> Transmissão:<br />

- Não consi<strong>de</strong>ra fadiga<br />

- Não consi<strong>de</strong>ra concentração <strong>de</strong> tensão<br />

1<br />

2<br />

⎫<br />

⎪<br />

⎬<br />

⎪<br />

⎭<br />

)<br />

1<br />

3<br />

135


Segundo a norma ASME – as máximas tensões são cisalhantes:<br />

τ = S (16)<br />

τ d = 0,<br />

30.<br />

S yt d 0,<br />

18.<br />

ut<br />

τ d = máxima tensão cisalhante admissível<br />

S = tensão escoamento admissível<br />

yt<br />

S = tensão <strong>de</strong> ruptura admissível<br />

u<br />

As normas prevêem que se as concentrações <strong>de</strong> tensões estiverem presentes <strong>de</strong>vido a<br />

entalhe em chavetas, a tensão máxima admissível <strong>de</strong>ve ser diminuída <strong>de</strong> 25%. A máxima<br />

tensão cisalhante em um eixo submetido à flexão-torção é dada por:<br />

2<br />

⎛σ<br />

a ⎞ 2<br />

τ max = ⎜ ⎟ + τ xy (17)<br />

⎝ 2 ⎠<br />

M M d 32.<br />

M<br />

σ x = . y = . = 4<br />

3<br />

I π.<br />

d 2 π.<br />

d<br />

64<br />

T M d 16.<br />

T<br />

τ x = . y = . = 4<br />

3<br />

I π.<br />

d 2 π.<br />

d<br />

64<br />

logo,<br />

τ<br />

τ<br />

max x<br />

min<br />

σ x<br />

τ xy<br />

=<br />

16<br />

=<br />

π.<br />

d<br />

1 ⎛ 32.<br />

M ⎞ ⎛ 16.<br />

T ⎞<br />

. ⎜ 3 ⎟ + ⎜ 3 ⎟<br />

4 ⎝ π.<br />

d ⎠ ⎝ π.<br />

d ⎠<br />

3<br />

M<br />

2<br />

+ T<br />

=<br />

tensão <strong>de</strong> flexão (psi)<br />

=<br />

tensão <strong>de</strong> torção (psi)<br />

M = momento <strong>de</strong> flexão (lbf.in)<br />

T = momento <strong>de</strong> torção (lbf.in)<br />

d = diâmetro dp eixo (in)<br />

2<br />

2<br />

Segundo o critério da ASME, momento M e T <strong>de</strong>vem ser multiplicados por fatores <strong>de</strong><br />

correção <strong>de</strong>vido a choques e fadiga.<br />

2 2<br />

3 .<br />

16.<br />

T<br />

16.<br />

T<br />

2<br />

2<br />

τ d M + T → d . ( C . M ) ( C T )<br />

3 m + t<br />

=<br />

π.<br />

d<br />

τ = → Fórmula da ASME (19)<br />

π.<br />

d<br />

136


<strong>para</strong> diâmetro <strong>de</strong> eixos baseado na teoria da máxima tensão cisalhante. Fatores Cm e Ct dados<br />

na tabela.<br />

5.6 - EIXOS E ÁRVORES SUJEITOS À FADIGA<br />

Qualquer árvore girante que sofre momento <strong>de</strong> flexão e torção fixas estão sujeitos a uma<br />

inversão, reversão completa da tensão causada pelo giro da árvore, mais a tensão <strong>de</strong><br />

cisalhamento permanecerá a mesma.<br />

on<strong>de</strong>:<br />

32 ∗ M a<br />

16 ∗Tm<br />

σ xa = (20) τ 3<br />

xym = (21)<br />

3<br />

π ∗ d<br />

π ∗ d<br />

σxa = Tensão <strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong> Alternada<br />

τxym = Tensão <strong>de</strong> Cisalhamento Constante<br />

Estas duas tensões po<strong>de</strong>m ser manipuladas usando dois círculos <strong>de</strong> Mohr<br />

Se estivermos usando a teoria <strong>de</strong> máxima tenção <strong>de</strong> cisalhamento, teremos:<br />

σ ∗τ<br />

σ = 2 ∗τ<br />

(23)<br />

a = 2 a (22) m<br />

m<br />

Se estivermos usando a teoria da energia <strong>de</strong> distorção, teremos:<br />

5.6.1 - CRITÉRIO DE FADIGA – GOODMAN<br />

σ = σ (24) σ m = 3 ∗τ<br />

xym (25)<br />

a<br />

xa<br />

Para qualquer eixo carregado com um momento <strong>de</strong> flexão e torção fixos, estará<br />

submetido a uma flexão reversa provocando tensões alternadas e torção estacionária,<br />

provocando tensões médias. Assim tem-se:<br />

32M<br />

a<br />

16Tm<br />

σ ax = τ<br />

3<br />

mxy =<br />

3 (26)<br />

πd<br />

πd<br />

Usando estas expressões e a equação da linha <strong>de</strong> Goodman:<br />

σ a σ m +<br />

S S<br />

e<br />

u<br />

= 1<br />

Po<strong>de</strong>-se obter, após <strong>de</strong>senvolvimento analítico que:<br />

(27)<br />

137


⎧<br />

⎪32n<br />

⎡⎛<br />

M<br />

d = ⎨ ⎢<br />

⎜<br />

⎪ π ⎢<br />

⎩<br />

⎣⎝<br />

Se<br />

a<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

⎛ T<br />

+<br />

⎜<br />

⎝ S<br />

m<br />

u<br />

2<br />

⎞ ⎤<br />

⎟ ⎥<br />

⎠ ⎥⎦<br />

1<br />

2<br />

⎫<br />

⎪<br />

⎬<br />

⎪<br />

⎭<br />

1<br />

3<br />

(28)<br />

5.6.2 – CRITÉRIO DE FADIGA - SODERBERG<br />

Utilizando o teorema da máxima tensão cisalhante:<br />

16.<br />

T<br />

π.<br />

d<br />

32.<br />

M<br />

σ =<br />

π.<br />

d<br />

τ xy = 3 x<br />

3<br />

Para qualquer plano fazendo um ângulo α com o plano horizontal tem:<br />

τ α<br />

τ α<br />

16. T<br />

m = . cos 2.<br />

α → valor médio<br />

3<br />

π.<br />

d<br />

16. M<br />

a = . sen2.<br />

α → (amplitu<strong>de</strong> da componente alternativa)<br />

3<br />

π.<br />

d<br />

Por meio da geometria analítica, tem-se que:<br />

n =<br />

16.<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎧<br />

⎪16.<br />

n<br />

⎡⎛<br />

d = ⎨ . ⎢⎜<br />

⎪ π ⎢⎜<br />

⎪ ⎣⎝<br />

⎩<br />

T<br />

S<br />

T<br />

S<br />

sy<br />

π.<br />

d<br />

sy<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

2<br />

3<br />

⎛ M<br />

+<br />

⎜<br />

⎝ S se<br />

⎛ M<br />

+<br />

⎜<br />

⎝ S se<br />

Para o critério da máxima tensão cisalhante (usada)<br />

sendo que: S sx = 0,<br />

5.<br />

S x<br />

n = Fator <strong>de</strong> segurança.<br />

S = Tensão <strong>de</strong> escoamento.<br />

y<br />

⎧<br />

⎪32.<br />

n<br />

⎡⎛<br />

d = ⎨ . ⎢⎜<br />

⎪ π ⎢⎜<br />

⎪ ⎣⎝<br />

⎩<br />

S = Limite <strong>de</strong> resistência à fadiga.<br />

e<br />

Para casos mais gerais usar equação:<br />

T<br />

S<br />

y<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

1<br />

3<br />

1<br />

⎫ 2 2<br />

⎞<br />

⎤ ⎪<br />

⎥<br />

⎟ ⎬<br />

⎠ ⎥<br />

⎦ ⎪<br />

⎭<br />

1<br />

3<br />

1<br />

⎫ 2 2<br />

⎛ M ⎞<br />

⎤ ⎪<br />

+ ⎥<br />

⎜<br />

⎟ ⎬<br />

⎝ S e ⎠ ⎥<br />

⎦ ⎪<br />

⎭<br />

(29)<br />

(30)<br />

(31)<br />

138


on<strong>de</strong>:<br />

⎧<br />

⎪32.<br />

n<br />

⎡<br />

⎛ T<br />

d = ⎨ . ⎢<br />

⎪ ⎢<br />

⎜<br />

π<br />

⎪ ⎣<br />

⎝ S<br />

⎩<br />

T = Torque (amplitu<strong>de</strong>)<br />

a<br />

T = Torque médio<br />

m<br />

M = Momento (amplitu<strong>de</strong>)<br />

a<br />

M = Momento médio<br />

am<br />

a<br />

e<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

⎛<br />

⎜<br />

M<br />

+<br />

⎜<br />

⎝ S<br />

m<br />

y<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

⎛ M<br />

+<br />

⎜<br />

⎝ S<br />

e<br />

a<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

⎛<br />

⎜<br />

M<br />

+<br />

⎜<br />

⎝ S<br />

am<br />

y<br />

1<br />

3<br />

1<br />

2 ⎫<br />

2<br />

⎞ ⎤ ⎪<br />

⎟ ⎥<br />

⎟ ⎬<br />

⎠ ⎥<br />

⎦ ⎪<br />

⎭<br />

5.7 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CRITÉRIO DE FADIGA POR SODERBERG<br />

(32)<br />

1. Um eixo usinado é fabricado <strong>de</strong> um aço com Su = 550 MPa. Calcular n.<br />

Dado: T = 6,0 KN<br />

175.<br />

F 325.<br />

F<br />

R 1 = → R 1 =<br />

500 500<br />

σ = tensão alternada<br />

a<br />

σ max − σ min<br />

σ a =<br />

= σ max<br />

2<br />

Se<br />

n =<br />

σ<br />

σ<br />

a<br />

=<br />

a<br />

M<br />

I<br />

c<br />

= 100Mpa<br />

175.<br />

F<br />

M = R1<br />

. L = . 200 = 420KN.<br />

m<br />

500<br />

4<br />

3<br />

π.<br />

d<br />

I π.<br />

d<br />

I = on<strong>de</strong>: = e<br />

64<br />

c 32<br />

σ<br />

a<br />

e<br />

=<br />

K F<br />

a<br />

.<br />

M<br />

I<br />

c<br />

S K . K . K . K . K . S<br />

= ´<br />

b<br />

S e´<br />

0,<br />

504.<br />

S =<br />

u<br />

c<br />

d<br />

e<br />

e<br />

d<br />

c =<br />

2<br />

139


a<br />

b<br />

u<br />

K = a.<br />

S → a = 4,51 e b = -0,265<br />

K a<br />

K b<br />

K<br />

K<br />

c<br />

=<br />

4,<br />

51.<br />

550<br />

⎛ d ⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

⎝ 7,<br />

62 ⎠<br />

= K d<br />

=<br />

1<br />

e<br />

K f<br />

= 1<br />

−<br />

−0,<br />

1133<br />

0,<br />

265<br />

=<br />

r<br />

K f = = 0,<br />

0857<br />

d<br />

K f<br />

t<br />

=<br />

0,<br />

841<br />

0,<br />

847<br />

( K −1)<br />

) = 1,<br />

58 → 0,<br />

80<br />

= 1 + q.<br />

q =<br />

1<br />

logo, K e = = 0,<br />

633<br />

1,<br />

58<br />

logo,<br />

S e<br />

= 124,<br />

4MPa<br />

Se<br />

124 , 4<br />

n = = =<br />

σ 99,<br />

08<br />

a<br />

1,<br />

25<br />

D<br />

→ K t = 1,<br />

72 → = 1,<br />

428<br />

d<br />

2. A transmissão representada na figura é movida por um motor elétrico, assíncrono, <strong>de</strong><br />

indução, trifásico, com potência P= 3,7 kW e rotação n= 1140 rpm. Dimensionar o<br />

diâmetro da árvore 2, sabendo-se que a árvore é maciça e o material utilizado possui Su<br />

= 700 Mpa, Sy = 630 Mpa e o fator <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> é 1,8, com as engrenagens enchavetadas<br />

no eixo (adotar Kf= 2,8). As engrenagens são cilíndricas (ECDR) e possuem as<br />

seguintes características geométricas:<br />

Z1= 23; Z2=49; Z3=28 e Z4= 47 m= 2,5 mm e ângulo <strong>de</strong> pressão 20º.<br />

140


Calculemos o torque na árvore 1<br />

M T 2<br />

3000 P Z 2<br />

= . .<br />

π n Z<br />

A potência do motor - P = 3700 W<br />

Portanto<br />

1<br />

Figura 3 - Exercício resolvido 1.<br />

3000 3700 49<br />

M T = . . → M 2<br />

T 66.<br />

030N.<br />

mm<br />

2<br />

π 1140 23<br />

=<br />

Esforços na transmissão:<br />

Força tangencial (FT)<br />

Força tangencial (no primeiro par)<br />

Diâmetro primitivo<br />

2.<br />

M<br />

FT<br />

d<br />

=<br />

02<br />

T2<br />

d = m Z = 2,<br />

5.<br />

49 → d0 122,<br />

5mm<br />

=<br />

0 2<br />

. 2<br />

2x66030<br />

FT = → FT = 1.<br />

078N<br />

122,<br />

5<br />

Diâmetro primitivo:<br />

d = m Z = 2,<br />

5.<br />

28 → d0 70mm<br />

=<br />

0 3<br />

. 3<br />

2x66030<br />

FT = → FT = 1.<br />

887N<br />

70<br />

Força radial no primeiro par<br />

FR FT<br />

.tg 20º<br />

=<br />

FR = 1078. tg20º<br />

→ =<br />

392N<br />

2<br />

3<br />

F R<br />

141


Força radial no segundo par<br />

FR FT<br />

.tg 20º<br />

=<br />

FR = 1887. tg20º<br />

→ = 687N<br />

Momento fletor<br />

Plano vertical<br />

F R<br />

Figura 4 – Forças cisalhantes, diagrama <strong>de</strong><br />

momento fletor no plano vertical<br />

M<br />

max<br />

= RAV<br />

. 500 − 392.<br />

400<br />

M max 63.<br />

700N.<br />

mm<br />

=<br />

ΣM<br />

A<br />

600.<br />

R<br />

RBV ΣF<br />

R<br />

y<br />

AV<br />

RAV = 0<br />

BV<br />

=<br />

= 638N<br />

= 0<br />

+ R<br />

BV<br />

= 441N<br />

687.<br />

500<br />

+<br />

= 392 + 687<br />

392.<br />

100<br />

142


Plano Horizontal<br />

Figura 5 – Forças cisalhantes, diagrama <strong>de</strong><br />

momento fletor no plano horizontal<br />

ΣM<br />

A<br />

600.<br />

R<br />

RB H<br />

ΣF<br />

R<br />

y<br />

A H<br />

RA H<br />

= 0<br />

B H<br />

= 1078.<br />

100 −1887.<br />

500<br />

= −1393N<br />

= 0<br />

+ R<br />

BH<br />

= 584<br />

Cálculo do diâmetro consi<strong>de</strong>rando cargas estáticas<br />

TMTC<br />

d<br />

⎡ 32.<br />

n<br />

⎢ .(<br />

⎣π<br />

. Sy<br />

2 2<br />

= M + T<br />

)<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

1<br />

3<br />

= 1087 −1887<br />

N<br />

M M M + =<br />

M<br />

2 2<br />

max H V<br />

max<br />

=<br />

2<br />

63700 +<br />

M max 153.<br />

174N.<br />

mm<br />

=<br />

d<br />

⎡32.<br />

1,<br />

8<br />

2<br />

.( 153174<br />

1<br />

1 ⎤ 3<br />

2 2 66030 ) → d = 16,<br />

95mm<br />

= ⎢<br />

⎣π<br />

. 630<br />

TED<br />

d<br />

⎡16.<br />

n<br />

⎢<br />

⎣π<br />

. Sy<br />

+<br />

2 2<br />

= .( 4.<br />

M + 3.<br />

T<br />

)<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

1<br />

3<br />

⎥<br />

⎦<br />

→ d = 16,<br />

99mm<br />

Cálculo do diâmetro consi<strong>de</strong>rando carregamento dinâmico<br />

'<br />

S = 0,<br />

504.<br />

S<br />

e<br />

u<br />

'<br />

S 0,<br />

504.<br />

700 → =<br />

352,<br />

8Mpa<br />

' =<br />

e<br />

S e<br />

139300<br />

2<br />

143


a<br />

b<br />

u<br />

K = a.<br />

S → a = 4,51 e b = -0,265<br />

K a<br />

K b<br />

K b<br />

K<br />

K<br />

c<br />

=<br />

4,<br />

51.<br />

700<br />

⎛ d ⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

⎝ 7,<br />

62 ⎠<br />

⎛16,<br />

93⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

⎝ 7,<br />

62 ⎠<br />

= K d<br />

=<br />

1<br />

e<br />

K f<br />

= 1<br />

−<br />

−0,<br />

1133<br />

−0,<br />

1133<br />

0,<br />

265<br />

=<br />

=<br />

0,<br />

91<br />

0,<br />

784<br />

K = 2,<br />

8 → K = 0,<br />

357<br />

f<br />

'<br />

S e = Ka<br />

. Kb.<br />

Kc.<br />

Kd<br />

. Ke.<br />

Se<br />

Se = 0, 784x0,<br />

91x1x1x<br />

0,<br />

357x352,<br />

8<br />

Cálculo do diâmetro pelo critério <strong>de</strong> Goodman<br />

1<br />

⎧<br />

2<br />

2 ⎫<br />

2<br />

⎪32.<br />

n ⎡⎛<br />

Ma ⎞ ⎛ Tm ⎞ ⎤ ⎪<br />

d = ⎨ . ⎢⎜<br />

⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ ⎬<br />

⎪ π ⎢⎣<br />

⎝ Se ⎠ ⎝ Su ⎠ ⎥⎦<br />

⎪<br />

⎩<br />

⎭<br />

e<br />

1<br />

3<br />

1<br />

⎧<br />

2<br />

⎫ 2 2<br />

⎪32.<br />

1,<br />

8 ⎡⎛155215,<br />

3 ⎞ ⎛ 66030 ⎞ ⎤ ⎪<br />

d = ⎨ . ⎢⎜<br />

⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ ⎬ → d = 32,<br />

15mm<br />

⎪ π ⎢⎣<br />

⎝ 84,<br />

86 ⎠ ⎝ 700 ⎠ ⎥⎦<br />

⎪<br />

⎩<br />

⎭<br />

5.8 – CHAVETAS / PINOS<br />

1<br />

3<br />

Chavetas e pinos são dispositivos mecânicos usados <strong>para</strong> fixar no eixo, engrenagens,<br />

polias e outros elementos <strong>de</strong> tal forma que o torque possa ser transmitido através <strong>de</strong>le. Os<br />

pinos são usados com duplo propósito, o <strong>de</strong> transmitir o torque e evitar <strong>de</strong>slocamento axial do<br />

componente montado no eixo. A figura abaixo ilustra estes dispositivos.<br />

144


5.9 - UNIÃO DE EIXOS COM CUBOS<br />

Figura 6 – Chavetas e Pinos.<br />

O cubo é a parte centra do elemento (polia, engrenagem, etc.) on<strong>de</strong> é realizado um<br />

rasgo <strong>para</strong> a fixação da chaveta.<br />

Figura 7 – União <strong>de</strong> eixos com chavetas cúbicas.<br />

A chaveta é uma peça que vai ocupar o rasgo no eixo e no cubo, simultaneamente,<br />

fazendo a união dos mesmos.<br />

Os principais tipos <strong>de</strong> chavetas, as mais usadas são <strong>de</strong>finidas por normas (padrões).<br />

Estas chavetas são do tipo:<br />

• Chaveta meia-lua (woodruff)<br />

• Chaveta plana.<br />

• Chaveta inclinada.<br />

A figura 8 mostra estas chavetas e a geometria, bem como a forma <strong>de</strong> usinagem do<br />

rasgo. Observar que os rasgos das chavetas meia-lua são usinados com fresa circular as<br />

chavetas planas e inclinadas com fresa circular e <strong>de</strong> topo.<br />

145


Para exemplificar os padrões <strong>de</strong> chavetas tem-se:<br />

• Uniões por adaptação <strong>de</strong> forma.<br />

• Uniões por adaptação <strong>de</strong> forma com pretensão.<br />

• Uniões por atrito.<br />

• Chaveta meia-lua.<br />

• Chavetas planas e inclinadas.<br />

5.10 - DIMENSIONAMENTO DE CHAVETAS<br />

Figura 8 – Tipos <strong>de</strong> Chavetas<br />

Como já foi visto anteriormente, as chavetas são tabeladas quanto a sua secção.O<br />

dimensionamento da chaveta consiste em <strong>de</strong>terminar o seu comprimento mínimo (L), como é o<br />

caso das chavetas planas e inclinadas (as mais usadas).<br />

146


Figura 9 – Dimensionamento das chavetas.<br />

As tensões que atuam nas chavetas são <strong>de</strong>terminadas da seguinte forma:<br />

Figura 10 – Tensões atuantes nas chavetas.<br />

Quando a chaveta acopla (une) um eixo e uma polia, a transmissão <strong>de</strong> potencia do eixo<br />

<strong>para</strong> a polia, força a chaveta <strong>de</strong> forma inclinada. Esta força (F) ten<strong>de</strong> a cisalhar (rasgar) a seção<br />

AA’ da chaveta. Logo:<br />

F F<br />

= =<br />

A t.<br />

L<br />

τ Mo<strong>de</strong>lo Matemático (33)<br />

Com<strong>para</strong>ndo com o limite <strong>de</strong> resistência cisalhante ao escoamento (Ssy) e <strong>para</strong> um fator<br />

<strong>de</strong> segurança n, tem-se:<br />

Ssy F Ssy<br />

= ⇔ =<br />

n t.<br />

L n<br />

τ (34)<br />

5.11 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – CHAVETAS<br />

1. Um eixo <strong>de</strong> aço AISI 1018 (ABNT) trefilado a frio tem Ssy = 185MPa. Uma chaveta<br />

quadrada <strong>de</strong>ve ser usada <strong>para</strong> acoplar um eixo <strong>de</strong> d = 40mm e uma engrenagem, que<br />

transmitirão 22,38KW a uma rotação <strong>de</strong> 1100rpm. Usar fator <strong>de</strong> segurança n = 3,0.<br />

147


T<br />

F =<br />

d => Força na chaveta<br />

2<br />

d 40<br />

R = = ⇒ R = 20mm<br />

2 2<br />

3<br />

30×<br />

10 . H<br />

Como: T = , on<strong>de</strong> H=> Potência em KW, tem-se<br />

π.<br />

n<br />

3<br />

30×<br />

10 . 22,<br />

38<br />

T =<br />

⇒ T = 194,<br />

2N.<br />

m<br />

π.<br />

1100<br />

Logo:<br />

194,<br />

2<br />

F = ⇒ F = 9713N<br />

− 3<br />

20×<br />

10<br />

Para a chaveta, temos:<br />

F Ssy<br />

=<br />

t.<br />

L n<br />

F n<br />

L = .<br />

t.<br />

S<br />

sy<br />

9713 3<br />

L = .<br />

0,<br />

008 185×<br />

10<br />

L = 19,<br />

7mm<br />

6<br />

Figura 11 – aplicação <strong>de</strong> chaveta.<br />

Observar que, o comprimento mínimo é L = 19,7mm como a geometria do cubo é<br />

maior do que o diâmetro do eixo, e como as chavetas têm o comprimento do cubo,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que o comprimento da chaveta a ser usada é:<br />

L ≥<br />

40mm<br />

148


5.12 - VIBRAÇÃO DE EIXOS<br />

A figura 12 mostra um rotor consistindo <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> disco <strong>de</strong> massa M montado em<br />

um eixo, na meta<strong>de</strong> da distância entre os mancais. A massa do eixo será consi<strong>de</strong>rada<br />

<strong>de</strong>sprezível com<strong>para</strong>da com M. Mesmo com um balanceamento <strong>de</strong> alto grau <strong>de</strong> precisão, há<br />

contudo uma pequena excentricida<strong>de</strong> e do centro <strong>de</strong> massa g do disco, em relação ao eixo <strong>de</strong><br />

rotação. Por causa da excentricida<strong>de</strong>, a força centrífuga ocasionada pela rotação do eixo faz<br />

com que este sofra uma <strong>de</strong>flexão r. Visto pela extremida<strong>de</strong> do eixo como na figura 12, o centro<br />

O do disco parece estar girando em torno do eixo <strong>de</strong> rotação sobre uma circunferência <strong>de</strong> raio r.<br />

A força <strong>de</strong> inércia causada por este movimento forçado é Fo = M(r + e) w 2 . Devido à <strong>de</strong>flexão do<br />

eixo, consi<strong>de</strong>rado como uma mola, a resistência à força <strong>de</strong> inércia é kr, sendo k a constante <strong>de</strong><br />

mola do eixo na flexão. O sentido da aceleração do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> g é conhecido neste<br />

caso, <strong>de</strong> modo que se po<strong>de</strong> mostrar o vetor MA como uma força <strong>de</strong> inércia Fo (como na figura<br />

12). Po<strong>de</strong>-se então escrever a equação do equilíbrio estático:<br />

∑<br />

F = 0<br />

M r e w k r<br />

2<br />

( + ) − = 0<br />

(35)<br />

Figura 12 - Rotor com disco<br />

149


Para se <strong>de</strong>terminar o raio r, po<strong>de</strong>-se apresentar a equação (35) da seguinte forma:<br />

r<br />

=<br />

2<br />

ew<br />

k − w<br />

M<br />

( )<br />

Quando a velocida<strong>de</strong> ω do eixo for igual a<br />

2<br />

(36)<br />

k / M , o <strong>de</strong>nominador da equação (36) se<br />

anulará e r atingirá valores intoleravelmente gran<strong>de</strong>s. A rotação do eixo assim <strong>de</strong>fletido parece<br />

com uma viga em vibração quando visto do lado on<strong>de</strong> somente po<strong>de</strong>-se observar a projeção do<br />

movimento. Portanto, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar<br />

k / M do eixo rotativo como a freqüência circular<br />

natural ωn da viga quando levada a vibrar naturalmente no seu primeiro modo <strong>de</strong> vibração.<br />

Po<strong>de</strong>-se escrever a equação (36), na forma adimensional:<br />

2<br />

r ( w / wn<br />

)<br />

=<br />

e 1 − ( w / w )<br />

n<br />

A representação gráfica da equação (37) e indica a condição crítica <strong>de</strong> rotação, quando<br />

ω for igual a ω n =<br />

2<br />

(37)<br />

k / M , <strong>de</strong>vido às amplitu<strong>de</strong>s muito gran<strong>de</strong>s da vibração do eixo. Na<br />

condição crítica, chama-se ω <strong>de</strong> ωc e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação do eixo em rotações por minuto<br />

será<br />

on<strong>de</strong> ω n =<br />

60 60<br />

nc = wc = wn<br />

2π 2π<br />

(38)<br />

k / M normalmente é expresso em rad/s. Assim,<br />

60 60 k k kg k k<br />

nc = wn<br />

= = 9,55 = 9,55 = 29,9 30 ≅<br />

2π 2π<br />

M M P P P<br />

na qual nc è a velocida<strong>de</strong> crítica em rotação por minuto, k está em Newtons por metro e M. em<br />

quilogramas. Po<strong>de</strong>-se calcular a constante k da mola através da <strong>de</strong>flexão estática δest do eixo<br />

<strong>de</strong>vido ao peso do rotor. Assim, k = Mg/δest e quando substituído na equação (39), a velocida<strong>de</strong><br />

crítica será expressa pela seguinte equação:<br />

n<br />

c<br />

= 30<br />

1<br />

δ<br />

est<br />

Segundo os livros-texto <strong>de</strong> resistência dos materiais, po<strong>de</strong>-se calcular a <strong>de</strong>flexão<br />

estática <strong>de</strong> uma carga P atuando no centro <strong>de</strong> uma viga uniforme bi-apoiada, como δest = Pl 3 /48<br />

EIA. Assim, a velocida<strong>de</strong> crítica <strong>de</strong> um eixo com uma massa M situado no meio da viga, po<strong>de</strong><br />

ser calculada em termos das dimensões do eixo (l é o comprimento do eixo, entre apoios, IA é o<br />

(40)<br />

(39)<br />

150


momento <strong>de</strong> inércia da área da seção reta do eixo, igual a πd 4 /64, d é o diâmetro do eixo) e do<br />

módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> E do material do eixo.<br />

n<br />

c<br />

= 46<br />

Ed<br />

Pl<br />

4<br />

3<br />

Assim, <strong>de</strong> acordo com a equação (41), po<strong>de</strong>-se alterar o material e as dimensões do<br />

eixo, assim como o peso da massa Af, <strong>de</strong> modo que a velocida<strong>de</strong> crítica nc seja superior ou<br />

inferior à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> n na qual <strong>de</strong>seja-se operar. Caso n/nc for menor do que 0,707<br />

ou maior do que 1,414, r será menor do que o dobro da excentricida<strong>de</strong> e. Por exemplo, se a<br />

(41)<br />

excentricida<strong>de</strong> e for 0,025 mm, r será 0,050 mm quando n/nc = 2 .<br />

É interessante observar que em velocida<strong>de</strong>s muito acima da crítica (ω/ωn>>1,0), o valor<br />

<strong>de</strong> r/e = -1 e r = - e, indicando que o centro <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> M estará no eixo <strong>de</strong> rotação. Neste<br />

caso a massa não estará oscilando, porém o eixo oscilará em torno do centro <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> M.<br />

Até agora, consi<strong>de</strong>rou-se <strong>de</strong>sprezível a massa do eixo. No caso da massa do eixo ser<br />

gran<strong>de</strong> bastante <strong>para</strong> não ser <strong>de</strong>sprezada, e o eixo ter diâmetro uniforme, <strong>de</strong>ve-se somar à<br />

massa M 50 por cento da massa m do eixo, <strong>para</strong> se <strong>de</strong>terminar à freqüência circular natural.<br />

w<br />

n<br />

=<br />

k<br />

( M + 0,5 m)<br />

Conforme mostra a figura 12, supõe-se que os mancais do eixo sejam rígidos. Em certos<br />

casos, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os mancais como elasticamente apoiados, e neste caso o δest da<br />

equação (40) <strong>de</strong>ve incluir a <strong>de</strong>flexão estática dos apoios assim como a <strong>de</strong>flexão do eixo.<br />

Entretanto, aplica-se a equação (40) somente quando a flexibilida<strong>de</strong> dos apoios for a mesma<br />

<strong>para</strong> todas as posições angulares do rotor.<br />

(42)<br />

5.13 - FREQÜÊNCIA NATURAL E VELOCIDADE CRÍTICA<br />

Po<strong>de</strong>-se ter uma varieda<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> configurações <strong>de</strong> rotores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam<br />

usadas diversas massas e diversos apoios, assim como eixos <strong>de</strong> diâmetros variáveis. Embora<br />

as curvas do fator <strong>de</strong> amplificação sejam difíceis <strong>de</strong> serem obtidas matematicamente, as<br />

velocida<strong>de</strong>s críticas dos eixos são <strong>de</strong>terminadas com relativa facilida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> cálculos <strong>de</strong><br />

freqüência natural. No próximo item, serão apresentados diversos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da<br />

velocida<strong>de</strong> crítica a partir da freqüência natural.<br />

151


5.14 - FREQÜÊNCIA NATURAL DE EIXOS COM DIVERSAS MASSAS<br />

Em um eixo rotativo com diversas massas conforme mostra a figura 13a, po<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>terminar a freqüência circular natural ωn do eixo que, sem girar, vibra livremente, sem<br />

amortecimento, após uma <strong>de</strong>flexão inicial no primeiro modo <strong>de</strong> vibração.<br />

Po<strong>de</strong>-se aplicar o método <strong>de</strong> Rayleigh neste caso. Consi<strong>de</strong>rando que o sistema<br />

vibratório é conservativo, a soma da energia potencial e da cinética é constante em qualquer<br />

fase da vibração. Duas <strong>de</strong>stas fases analisam-se facilmente. Na fase em que todas as massas<br />

estão simultaneamente nos máximos <strong>de</strong>slocamentos Y, a energia armazenada elasticamente<br />

no eixo é igual è energia potencial ∑ FY/2. Nesta fase a energia cinética é zero porque todos os<br />

pontos do sistema estão momentaneamente com velocida<strong>de</strong> zero. Assim, a energia potencial é<br />

FY F Y FnYn 2 2 2<br />

1 1 2 2 EP = + + ... +<br />

As forcas F são as necessárias <strong>para</strong> a <strong>de</strong>flexão do eixo, como se fosse uma mola, ate<br />

ficar com a conformação mostrada nesta fase. O produto forca-<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>termina energia<br />

potencial. Entretanto, como a forca e diretamente proporcional ao <strong>de</strong>slocamento, a forca media<br />

que atua durante o <strong>de</strong>slocamento Y e F/2.<br />

Durante a vibração, o eixo passa pela fase <strong>de</strong> repouso (não <strong>de</strong>formada) na qual a<br />

energia potencial e zero, mas a energia cinética e máxima porque as velocida<strong>de</strong>s das massas<br />

são máximas. Consi<strong>de</strong>rando que as massas tem movimento harmônico simples, as velocida<strong>de</strong>s<br />

são V = Yωn e as energias cinéticas são MV 2 /2 = M(Yωn) 2 /2. Assim, a energia cinética do<br />

sistema é<br />

2 2<br />

wn 2 2 2 wn<br />

2 2 2<br />

EC = ⎡M 1Y1 M 2Y2 ... M nYn PY 1 1 P2Y2 ... PnYn 2 ⎣ + + + ⎤<br />

⎦ = ⎡ + + + ⎤<br />

2g<br />

⎣ ⎦<br />

(44)<br />

(a) Flexão dinâmica<br />

(43)<br />

152


d1<br />

W1<br />

d2<br />

W2<br />

(b) Flexão estática<br />

Figura 13 – Flexão<br />

Igualando-se os membros da direita das equações (43) e (44), po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>ter-minar a<br />

freqüência circular natural ωn. Entretanto, as forças F e os <strong>de</strong>slocamentos Y não são<br />

conhecidos, mas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminados consi<strong>de</strong>rando-se a forma do eixo <strong>de</strong>fletido<br />

estaticamente sob a ação dos pesos conforme indica a figura 13b. Consi<strong>de</strong>rando que os<br />

<strong>de</strong>slocamentos Y da vibração são proporcionais as <strong>de</strong>flexões δ da <strong>de</strong>formação estática, então<br />

Y1 Y2<br />

Yn<br />

= = ... =<br />

δ δ δ<br />

1 2<br />

Como as formas <strong>para</strong> <strong>de</strong>fletirem uma mola são proporcionais as <strong>de</strong>flexões então<br />

1 1 2 2<br />

n<br />

n n<br />

d3<br />

F1 Y1 F2 Y2<br />

Fn Yn<br />

= , = , =<br />

P δ P δ P δ<br />

Igualando as expressões da energia potencial e da cinética dadas pelas equações (43) e<br />

(44) e usando as equações (45) e (46) <strong>para</strong> a eliminação <strong>de</strong> F e Y, a equação resultante que da<br />

a freqüência circular natural é<br />

[ Pδ + Pδ + ... + Pδ<br />

]<br />

2<br />

1 1 2 2<br />

n n<br />

wn g<br />

2 2 2<br />

P1δ 1 + P2δ 2 + ... + Pnδ<br />

n<br />

=<br />

⎡<br />

⎣<br />

⎤<br />

⎦<br />

Pδ<br />

w = g ∑<br />

2<br />

n<br />

2<br />

∑ Pδ<br />

(47)<br />

e a velocida<strong>de</strong> critica po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> nc = 60 ωn /2π.<br />

A equação <strong>de</strong> Rayleigh equação (47) e uma expressão simples e altamente útil <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>terminar a freqüência natural fundamental <strong>de</strong> muitos tipos <strong>de</strong> rotores. A <strong>de</strong>terminação da<br />

<strong>de</strong>flexão estática constitui a maior parte do esforço necessário na execução dos cálculos<br />

conforme está ilustrado nos exemplos seguintes. As fórmulas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> vigas, <strong>para</strong><br />

inúmeros casos, estão disponíveis em livros texto <strong>de</strong> resistência dos materiais e em manuais.<br />

Po<strong>de</strong>-se aplicar o método da área do diagrama <strong>de</strong> momento fletor e outros em casos gerais.<br />

Dispõe também <strong>de</strong> métodos gráficos, conforme ilustrado no item seguinte, <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação<br />

W3<br />

(45)<br />

(46)<br />

das <strong>de</strong>flexões estáticas <strong>de</strong> rotores com eixos <strong>de</strong> diâmetros variáveis.<br />

153


Para inclusão da massa do eixo nos cálculos, <strong>de</strong>ve-se dividi-lo em diversos<br />

comprimentos, cada um tratado como se fosse uma massa adicional.<br />

A equação (47) não e estritamente uma avaliação exata da freqüência natural porque a<br />

curva das <strong>de</strong>flexões estáticas não e proporcional exatamente a curva <strong>de</strong>flexões dinâmicas,<br />

como foi consi<strong>de</strong>rado. Entretanto, o resultado obtido equação e somente um ou dois por cento<br />

superior a freqüência natural funda verda<strong>de</strong>ira. Consi<strong>de</strong>rando que outros fatores tais como<br />

efeitos giroscópicos durante a oscilação, ajustagens forçadas <strong>de</strong> discos no eixo, e chavetas<br />

alteram raramente a velocida<strong>de</strong> critica, a equação (47) produz uma resposta aceitável. A<br />

<strong>de</strong>flexão dos apoios po<strong>de</strong> ter uma influencia maior sobre as velocida<strong>de</strong>s críticas e <strong>de</strong>vem ser<br />

acrescidas as <strong>de</strong>flexões do eixo, na equação (47).<br />

A freqüência natural dada pela equação (47) é a fundamental, ou a mais baixa<br />

freqüência do sistema <strong>de</strong> massas. É <strong>de</strong>sejável, portanto, se possível projetarem-se as<br />

dimensões <strong>de</strong> um, eixo <strong>de</strong> tal modo que a velocida<strong>de</strong> crítica mais baixa seja superior à<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>. Entretanto, nem sempre isso é possível. Em turbinas <strong>de</strong> alta rotação, a<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação po<strong>de</strong> estar entre duas velocida<strong>de</strong>s críticas <strong>de</strong> modo que o eixo não<br />

necessita tornar-se excessivamente pesado. Neste caso, é necessária a passagem pela<br />

velocida<strong>de</strong> crítica mais baixa, o que po<strong>de</strong> ser perigoso. Entretanto, se o rotor estiver<br />

cuidadosamente balanceado e a primeira velocida<strong>de</strong> crítica for baixa, as forças perturbadoras<br />

serão pequenas nas regiões perto da crítica. Também, a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> vibração à velocida<strong>de</strong><br />

crítica aumenta a níveis perigosos somente se for permitido um tempo <strong>para</strong> a amplitu<strong>de</strong> crescer;<br />

portanto, acelerando-se na passagem pela velocida<strong>de</strong> crítica, po<strong>de</strong>-se manter as amplitu<strong>de</strong>s em<br />

intensida<strong>de</strong>s aceitáveis. O amortecimento natural do material do eixo, embora pequeno,<br />

também ten<strong>de</strong> a reduzir as amplitu<strong>de</strong>s. Muitas <strong>máquinas</strong> bem sucedidas foram projetadas <strong>para</strong><br />

funcionar entre velocida<strong>de</strong>s críticas.<br />

Quando o eixo se esten<strong>de</strong> <strong>para</strong> fora dos mancais como na figura 12a, <strong>de</strong>ve-se inverter<br />

os sentidos dos pesos como indica a figura 12b na <strong>de</strong>terminação das <strong>de</strong>flexões estáticas <strong>para</strong><br />

emprego na equação (47). Deve-se notar que se simula <strong>de</strong>ssa maneira a curva da <strong>de</strong>flexão<br />

dinâmica <strong>de</strong> meia-onda, <strong>para</strong> obtenção da freqüência natural mais baixa.<br />

154


Figura 14 – Freqüência natural da estrutura<br />

5.15 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VIBRAÇÕES EM EIXOS<br />

1. Um rotor <strong>de</strong> compressor <strong>de</strong> 25 kg e um rotor <strong>de</strong> turbina, <strong>de</strong> 15 kg, são montadas em um<br />

eixo <strong>de</strong> aço conforme mostra a figura 13a. O eixo <strong>de</strong>ve operar à velocida<strong>de</strong> prevista <strong>de</strong><br />

10.000 rpm. Empregando a equação <strong>de</strong> Rayleigh (47) <strong>de</strong>termine o diâmetro do eixo<br />

mais leve que possa ser usado <strong>para</strong> que tenha uma velocida<strong>de</strong> critica fundamental <strong>de</strong><br />

12.000 rpm, com uma margem <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 2.000 rpm.<br />

(b)<br />

(a)<br />

155


Figura 15 – Aplicação <strong>de</strong> vibrações em um eixo<br />

Conforme a figura 15b mostra, inverte-se a carga P2 a fim <strong>de</strong> se obter uma curva <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>flexão com o formato do uma meia-onda simples. As figuras 15c e 15d mostram a<br />

forma da viga <strong>de</strong>formada sob a ação <strong>de</strong> cada carga atuando in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente,<br />

conduzindo assim a dois casos cujas fórmulas <strong>de</strong>flexão estática mostradas a seguir<br />

encontra-se em livros-texto <strong>de</strong> resistência dos materiais. Pelo método da superposição,<br />

po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar as <strong>de</strong>flexões δ1 e δ2:<br />

3 2<br />

Pl 1 P2l a<br />

δ1 = δ ′<br />

1 + δ ′′<br />

1 = + =<br />

48EI 16EI<br />

A A<br />

⎡ ⎤<br />

= ⎢ + ⎥ =<br />

EI ⎣ 48 16 ⎦ EI<br />

3 2<br />

1 25× 0,50 15× 0,50 × 0,25 0,12369<br />

A A<br />

2 2<br />

Pl 1 a P2 a ( l + a)<br />

0,322<br />

δ2 = δ ′<br />

2 + δ ′′<br />

2 = + =<br />

16EI 3EI<br />

EI<br />

Usando-se a equação (47),<br />

A A A<br />

(d)<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

156


2 ⎡ P1δ 1 + P2δ<br />

⎤ 2 ⎡ 25× 0,12369 + 15× 0,332 ⎤<br />

wn = g ⎢ gEI<br />

2 2 ⎥ = A<br />

2 2<br />

P1δ 1 + P2δ<br />

⎢<br />

2 25× 0,12369 + 15× 0,332<br />

⎥<br />

⎣ ⎦ ⎣ ⎦<br />

Para g= 9,81m/s² e E= 2,1 x 10 10 kg/m²<br />

w = 81,678 × 10 I<br />

2 10<br />

n A<br />

I = 0,012243 × 10 w<br />

−10<br />

2<br />

A n<br />

Para nc= 12.000 rpm<br />

w<br />

n<br />

2π<br />

nc<br />

= = 1260 rad/s<br />

60<br />

Portanto, o momento <strong>de</strong> inércia necessário do eixo é:<br />

I A<br />

= 0,012243 × 10 × 1260<br />

Como IA= πd 4 /64,<br />

−10<br />

2<br />

64<br />

d = I = 395973, 4762 × 10<br />

π<br />

4 -10<br />

A<br />

d = 0,0793 m = 79,9 mm<br />

Deve-se usar um diâmetro <strong>de</strong> 80mm.<br />

2. Os apoios do rotor do exemplo 1, figura 15a, foram consi<strong>de</strong>rados como rígidos.<br />

Determine a velocida<strong>de</strong> crítica do rotor do exemplo 1 se cada um dos apoios sofrer uma<br />

<strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> 0,14/EIA sob um carregamento estático. Use IA = 1,84 x 10 -6 m 4 e E = 2,1 x<br />

10 10 kg/m 2 .<br />

Devido à flexibilida<strong>de</strong> dos apoios, as cargas Pl e P2 terão uma <strong>de</strong>flexão adicional.<br />

Conforme indica a figura 16, sob o carregamento, o apoio da esquerda <strong>de</strong>sloca-se <strong>para</strong><br />

baixo e o da esquerda <strong>para</strong> cima. Como se po<strong>de</strong> ver, não há influência nobre a <strong>de</strong>flexão<br />

da carga P1, porém o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> Pl aumenta <strong>de</strong> 0,28/EIA. Portanto as <strong>de</strong>flexões<br />

estáticas totais são<br />

0,12369<br />

δ =<br />

1<br />

EI A<br />

0,332 0, 28 0,612<br />

δ 2 = + =<br />

EI A EI A EI A .<br />

Substituindo estes valores na equação (47),<br />

157


w<br />

w<br />

2<br />

n<br />

n<br />

= 774602<br />

= 880,1 rad/s<br />

60 60<br />

nc = wn<br />

= (880) = 8404 rpm<br />

2π 2π<br />

5.16 - EIXOS ESCALONADOS<br />

A equação (47) <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong> crítica se aplica a eixos <strong>de</strong> rotores do tipo mostrado na<br />

figura 10a, no qual o diâmetro varia em <strong>de</strong>graus. Entretanto, como IA é variável em tais casos,<br />

não se <strong>de</strong>rivam com facilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> as <strong>de</strong>flexões estáticas. Po<strong>de</strong>-se usar um dos diversos<br />

métodos gráficos, tal como o seguinte.<br />

0,14<br />

EI A<br />

Figura 16 – Eixos Escalonados<br />

Deve-se recordar da resistência dos materiais que <strong>para</strong> se <strong>de</strong>terminar à <strong>de</strong>flexão<br />

estática <strong>de</strong>ve-se resolver a equação diferencial básica:<br />

d<br />

2<br />

0,14<br />

y M<br />

=<br />

2<br />

dx EI A<br />

Na qual y é a <strong>de</strong>flexão, M é o momento fletor como função <strong>de</strong> x, e IA é O momento <strong>de</strong><br />

inércia da seção reta do eixo, como função <strong>de</strong> x. Integrando-se duas vezes a equação (48)<br />

obtém-se a <strong>de</strong>flexão da viga. A primeira integração conduz a dy/dx, inclinação da curva elástica<br />

da viga <strong>de</strong>formada. Além disso, iniciando-se com as cargas da viga, necessitam-se <strong>de</strong> duas<br />

integrações <strong>para</strong> a obtenção do diagrama do momento fletor. Assim, necessita-se <strong>de</strong> quatro<br />

(48)<br />

integrações <strong>para</strong> se obterem as <strong>de</strong>flexões a partir do carregamento conhecido.<br />

EI A<br />

Como o processo <strong>de</strong> integração é o somatório <strong>de</strong> áreas sob as curvas, po<strong>de</strong>-se<br />

empregar um método gráfico <strong>para</strong> um somatório <strong>para</strong> vigas complexas que têm funções com<br />

numerosas <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s. O método gráfico exige que as curvas sejam traçadas em escala<br />

0, 28<br />

EI<br />

A<br />

158


a fim <strong>de</strong> que as áreas sob as curvas possam ser avaliadas através da medição <strong>de</strong> quadrados<br />

ou usando-se um planímetro.<br />

A figura 17a mostra um rotor <strong>de</strong> aço com uma engrenagem <strong>de</strong> 89,0 N e um eixo <strong>de</strong> três<br />

diâmetros diferentes. Divi<strong>de</strong>-se a viga em cinco partes, mostrando-se os pesos <strong>de</strong> cada parte<br />

no respectivo centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>. Uma <strong>de</strong>las inclui o peso da engrenagem. A figura 17a é um<br />

diagrama <strong>de</strong> carregamento a partir do qual po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar o diagrama <strong>de</strong> esforço cortante<br />

mostrado na figura 17b através <strong>de</strong> métodos convencionais (a primeira integração). Obtém-se o<br />

diagrama <strong>de</strong> momento fletor da figura 17c através das áreas do diagrama <strong>de</strong> esforço cortante (a<br />

segunda integração). Por exemplo, a or<strong>de</strong>nada M1 é obtida a partir da área Al, a or<strong>de</strong>nada M2,<br />

é a soma das áreas A1+A2 e a or<strong>de</strong>nada Mn é 1<br />

n<br />

∑ A<br />

. Deve-se levar em conta o sinal <strong>de</strong> cada<br />

área. Devem-se multiplicar as áreas em milímetros quadrados pelo fator <strong>de</strong> conversão<br />

apropriado obtido das escalas do diagrama <strong>de</strong> esforço cortante, afim <strong>de</strong> que as or<strong>de</strong>nadas do<br />

diagrama <strong>de</strong> momento fletor sejam em N/mm.<br />

159


Figura 17 – Deflexões em um eixo <strong>de</strong> carregamento conhecido<br />

Depois <strong>de</strong> realizadas as integrações, <strong>de</strong>ve-se transformar o diagrama <strong>de</strong> momento fletor<br />

no diagrama M/EIA conforme exigido pela equação (48). Divi<strong>de</strong>-se cada or<strong>de</strong>nada do diagrama<br />

<strong>de</strong> momento fletor pelo valor a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> EIA (E = 207x x 10 3 N/mm 2 <strong>para</strong> o aço e IA = πd 4 /64)<br />

<strong>para</strong> obtenção das or<strong>de</strong>nadas M/EIA da figura 17d. Obtém-se as or<strong>de</strong>nadas da figura 17 e<br />

representando a inclinação dy/dx da elástica (terceira integração), através das áreas do<br />

diagrama M/EIA. As or<strong>de</strong>nadas traçadas a partir do eixo x' são todas positivas. Entretanto, sabe-<br />

se do formato esperado da elástica que as inclinações são negativas perto da extremida<strong>de</strong> da<br />

esquerda da viga, positivas na extremida<strong>de</strong> da direita e nas proximida<strong>de</strong>s do meio da viga há<br />

uma inclinação nula. Assim, traça-se o eixo x escolhido arbitrariamente <strong>de</strong> tal modo que as<br />

160


áreas negativas sejam aproximadamente iguais às positivas, na figura 17e. Faz-se a quarta<br />

integração usando-se as áreas da figura 17e <strong>para</strong> obtenção das or<strong>de</strong>nadas da <strong>de</strong>flexão estática<br />

y na figura 17f. Observa-se que as or<strong>de</strong>nadas da <strong>de</strong>flexão estática são negativas porque as<br />

áreas da curva dy/dx são negativas na extremida<strong>de</strong> da esquerda on<strong>de</strong> se inicia a integração.<br />

Embora estas or<strong>de</strong>nadas sejam levantadas a partir do eixo x\ traça-se o eixo x conforme<br />

indicado porque se sabe que são nulas as <strong>de</strong>flexões da viga nos apoios. Como o eixo x, traçado<br />

arbitrariamente no diagrama da inclinação da elástica figura 15e, havia dividido igualmente as<br />

áreas negativas e positivas, então o eixo x' e o x da figura 15f <strong>de</strong>veriam coincidir.<br />

w<br />

n<br />

Dos dados das curvas a e f, calculam-se os seguintes valores:<br />

∑ ∑<br />

2 ∑ Py<br />

6<br />

wn = g = 0,794 × 10<br />

2<br />

∑ Py<br />

2<br />

Py = 2,94 N ⋅ mm Py = 0,0385 ⋅ mm<br />

= 865 rad/s<br />

60(865)<br />

nc = = 8260 rpm<br />

2π<br />

5.17 - VELOCIDADES CRÍTICAS DE ORDEM SUPERIOR<br />

Para rotores que tem eixos <strong>de</strong> diâmetros variáveis como no item prece<strong>de</strong>nte, a<br />

<strong>de</strong>terminação da segunda velocida<strong>de</strong> critica e as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior quanto à<br />

flexão, e relativamente mais complexa do que o cálculo da velocida<strong>de</strong> crítica fundamental da<br />

equação (47). Os livros-texto <strong>de</strong> Timoshenko, Den Hartog e Thomson apresentam métodos<br />

<strong>para</strong> rotores com tais eixos e <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> rotores com eixos uniformes com e sem<br />

massas concentradas. No casos <strong>de</strong> vigas uniformes simplesmente apoiadas e vigas uniformes<br />

em balanço <strong>para</strong> as quais a formula seguinte calcula as diversas freqüências naturais:<br />

w = C<br />

n n<br />

EI Ag<br />

3<br />

Pl<br />

E o coeficiente que indica a n-ésima freqüência natural, P e o peso total da viga em kg, e<br />

/ e o comprimento da viga em metros. O eixo <strong>de</strong> transmissão do automóvel e eixo <strong>de</strong> bobina<br />

são exemplos <strong>de</strong> vigas uniformes simplesmente apoiadas, e as palhetas <strong>de</strong> compressores e <strong>de</strong><br />

(49)<br />

turbinas são exemplos aproximados <strong>de</strong> vigas uniformes em balanço.<br />

161


Consi<strong>de</strong>remos o caso da palheta do rotor mostrada na figura 18. Mostra-se a palheta<br />

como uma viga em balanço a qual sofre um ciclo <strong>de</strong> perturbação <strong>de</strong> flexão cada vez que passa<br />

por uma palheta do estator e provoca uma mudança na força aerodinâmica. Se N e o número<br />

<strong>de</strong> palhetas do estator, então a freqüência da perturbação em ciclos por minuto será o produto<br />

<strong>de</strong> N pela rotação do rotor em rpm. Quando essa freqüência coincidir com a freqüência natural<br />

fn da palheta <strong>de</strong>vida à flexão, existira uma situação crítica. Para a palheta <strong>de</strong> aço mostrada na<br />

figura 16, os cálculos seguintes ilustram a <strong>de</strong>terminação das diversas velocida<strong>de</strong>s criticas do<br />

rotor <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong> um estator <strong>de</strong> 30 palhetas.<br />

E =<br />

I A<br />

p =<br />

3<br />

2<br />

207x10 N / mm<br />

3<br />

3<br />

bh 25,<br />

4x3,<br />

18<br />

= = = 68,<br />

1mm<br />

12 12<br />

−6<br />

3<br />

76, 5x10<br />

N / mm<br />

9810 / s<br />

2<br />

g = mm I = 76,<br />

2mm<br />

P = × p = × × × =<br />

4<br />

−6<br />

volume (25, 4 76, 2 3,18)(76,5 10 ) 0, 471 N<br />

3<br />

EI Ag (207 × 10 ) × 68,1× 9810<br />

w n1 = c1<br />

= 3,52 = 2870 rad/s<br />

3 3<br />

Pl<br />

0, 471× 76, 2<br />

f<br />

60w 60<br />

2π 2π<br />

n1<br />

n1<br />

= = × =<br />

2870 27, 400 ciclos/min<br />

Figura 18 – Encaixe palheta e rotor<br />

162


A velocida<strong>de</strong> crítica do rotor ocorre gerando<br />

f 27400<br />

N 30<br />

n1 nc1 = = = 913 rpm<br />

A segunda e a terceira velocida<strong>de</strong>s críticas são<br />

c 22, 4<br />

n = n = × 913 = 5810 rpm<br />

3,52<br />

c2<br />

2<br />

c1<br />

c1<br />

c 61,7<br />

n = n = × 913 = 16000 rpm<br />

3,52<br />

c3<br />

3<br />

c1<br />

c1<br />

f = Nn<br />

n1 c1<br />

Em geral as palhetas <strong>de</strong> rotores <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>lgadas e leves <strong>para</strong> maquinas <strong>de</strong> alta<br />

rotação e freqüentemente ultrapassam a primeira e a segunda velocida<strong>de</strong>s criticas. A seleção<br />

do material e importante. Alguns materiais possuem proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amortecimento melhores<br />

do que outros, e isto po<strong>de</strong> significar a diferença entre o êxito e o fracasso em ultrapassar as<br />

velocida<strong>de</strong>s criticas. As palhetas geralmente são curvas e sua espessura diminui gradualmente,<br />

sendo maior na base do que na extremida<strong>de</strong>: isto torna a palheta mais rígida e aumenta um<br />

pouco a velocida<strong>de</strong> critica. Observação: não <strong>de</strong>ve ser utilizado em vigas não uniformes.<br />

5.18 - EIXOS ESCALONADOS<br />

Quando o eixo tem os diâmetros escalonados como o do rotor <strong>de</strong> dois discos mostrados<br />

na figura 22, a constante da mola torcional é variável. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar uma constante<br />

equivalente kt em função das constantes individuais kl, k2, k3...Kn. Para molas em série, o<br />

torque instantâneo T em cada seção do eixo é o mesmo. Entretanto, os ângulos <strong>de</strong> torção<br />

diferentes. O ângulo total <strong>de</strong> torção Φt é a soma <strong>de</strong> todos os ângulos individuais <strong>de</strong> torção.<br />

φ = φ + φ + φ + ... + φ<br />

1 1 2 3<br />

T T T T T<br />

= + + + ... +<br />

k k k k k<br />

t 1 2 3<br />

n<br />

1 1 1 1 1<br />

= + + + ... +<br />

k k k k k<br />

t 1 2 3<br />

n<br />

1 1<br />

= ∑ k k<br />

t<br />

Para o rotor com dois discos e com eixos <strong>de</strong> diâmetro variável, po<strong>de</strong>-se substituir kt,<br />

<strong>de</strong>terminado pela equação (50).<br />

n<br />

.<br />

(50)<br />

163


Figura 19 - Eixo e mancais<br />

5.19 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS<br />

1. O eixo da figura suporta uma engrenagem cilíndrica <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos <strong>para</strong> uma rotação <strong>de</strong><br />

315 rpm. O diâmetro primitivo da engrenagem é <strong>de</strong> 364 mm, t=310mm, t1=120 mm,<br />

t2=190 mm. Dimensione este eixo, calculando o valor <strong>de</strong> d. A engrenagem é enchavetada<br />

no eixo. A carga total atuando no eixo é <strong>de</strong> 15 KN.<br />

Figura 21 - Exercício proposto 1.<br />

2. Um eixo é fabricado com aço AISI 1137, laminado a frio, e é usado em um cortador <strong>de</strong><br />

grama. A potência é suprida ao eixo por uma correia plana à polia A. Em B, uma corrente<br />

<strong>de</strong> rolos exerce uma força vertical e em C uma correia trapezoidal também exerce uma<br />

força vertical. Nas condições <strong>de</strong> operação a correia transmite 35 HP a 425 rpm das quais<br />

25 HP é transmitida ao cortador e 10 HP <strong>para</strong> o ventilador. As duas seções do eixo são<br />

164


unidas por um acoplamento flexível em D e as polias são todas enchavetadas no eixo.<br />

Decida qual serão os diâmetros dos eixos, utilizando a teoria <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong> Von Mises e o<br />

critério <strong>de</strong> Goodman.<br />

Figura 22 - Exercício proposto 2.<br />

165


3. Um eixo S <strong>de</strong> aço AISI 1137, laminado a frio, transmite potencia que recebe <strong>de</strong> um eixo<br />

W, que gira a 2000 rpm através <strong>de</strong> uma engrenagem E <strong>de</strong> 125 mm <strong>de</strong> diâmetro à<br />

engrenagem A <strong>de</strong> 375 mm <strong>de</strong> diâmetro. A potência é transmitida <strong>de</strong> uma engrenagem C<br />

<strong>para</strong> a engrenagem G, que varia <strong>de</strong> 10 HP a 100 HP, retornando a 10 HP, durante uma<br />

rotação <strong>de</strong> do eixo S. O <strong>projeto</strong> leva em conta as tensões variáveis e a teoria da máxima<br />

tensão cisalhante TMT|C e o critério <strong>de</strong> Goodman. Para um fator <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> n=1,8,<br />

calcule o diâmetro do eixo, utilizando somente as cargas tangenciais motoras.<br />

Figura 23 - Exercício proposto 3.<br />

166


4. Idêntico ao anterior, exceto que as <strong>componentes</strong> radiais das engrenagens <strong>de</strong>vem também<br />

ser consi<strong>de</strong>radas, todas as engrenagens com ângulo <strong>de</strong> pressão 20 o .<br />

5. Idêntico ao exercício 4, exceto que a engrenagem G se posiciona em cima da<br />

engrenagem C.<br />

6. Um pequeno eixo é fabricado com aço SAE1035, laminado a quente, recebe potência <strong>de</strong><br />

30 HP a 300 rpm, através <strong>de</strong> uma engrenagem <strong>de</strong> 300 mm <strong>de</strong> diâmetro, sendo esta<br />

potência transmitida a outro eixo através <strong>de</strong> um acoplamento flexível. A engrenagem é<br />

enchavetada no meio do eixo entre dois mancais, com ângulo <strong>de</strong> pressão 20 o , fator <strong>de</strong><br />

segurança n=1,5.<br />

(a) Desprezando a componente radial R da carga total W, <strong>de</strong>termine o diâmetro do eixo.<br />

(b) Consi<strong>de</strong>rando ambas <strong>componentes</strong> radiais e tangencial, <strong>de</strong>termine o diâmetro do<br />

eixo.<br />

Figura 24 - Exercício proposto 6.<br />

167


CAPITULO 06 - LUBRIFICAÇÃO E MANCAIS DE DESLIZAMENTO<br />

6.1 - INTRODUÇÃO<br />

O movimento dos elementos ou peças <strong>de</strong> máquina exige superfícies <strong>de</strong> apoio, algumas<br />

das quais são fácil e completamente lubrificadas outras lubrificadas <strong>de</strong>ficientemente e com<br />

dificulda<strong>de</strong> e, ainda outras, não recebem qualquer lubrificação. Em muitas situações, quando o<br />

movimento é pequeno e a carga leve, o projetista se contenta em prever um furo <strong>de</strong> óleo, ou<br />

outro dispositivo simples, e <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do operador da máquina a aplicação periódica do<br />

lubrificante. Entretanto, quando a carga ou à velocida<strong>de</strong>, ou ambas, são elevadas, como<br />

acontece comumente nas <strong>máquinas</strong> mo<strong>de</strong>rnas, a lubrificação, seja por óleo, por ar ou outro<br />

fluido, <strong>de</strong>ve ser projetada <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r as condições <strong>de</strong> operação e evitar dificulda<strong>de</strong>s que, sem<br />

isso, adviriam. A lubrificação não é a apenas o lubrificante. Depen<strong>de</strong> da carga, velocida<strong>de</strong>,<br />

folgas, comprimento e diâmetro do mancal e, talvez, do tipo <strong>de</strong> superfície.<br />

6.2 - LUBRIFICANTES.<br />

Os óleos animais ou vegetais são lubrificantes, mas, é claro, os mais importantes dos<br />

óleos são os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo. Os mo<strong>de</strong>rnos óleos <strong>de</strong> petróleo contem, usualmente, um ou<br />

mais aditivos que objetivam a melhoria <strong>de</strong> alguma proprieda<strong>de</strong> particular do óleo. Assim, são<br />

usados aditivos com os seguintes objetivos: <strong>para</strong> reduzir a taxa <strong>de</strong> e oxidação do óleo<br />

(antioxidantes); <strong>para</strong> limpar as superfícies das maquinas (<strong>de</strong>tergentes); <strong>para</strong> reduzir a corrosão<br />

(anticorrosivos); <strong>para</strong> manter os produtos da <strong>de</strong>composição em um estado coloidal<br />

(dispersantes); <strong>para</strong> prevenir o contato <strong>de</strong> metal com metal, como no caso dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

engrenagem (agentes <strong>para</strong> extrema pressão); <strong>para</strong> reduzir ferrugem (antiferruginosos); <strong>para</strong><br />

baixar o ponto <strong>de</strong> congelamento; <strong>para</strong> diminuir a variação do índice <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> com a<br />

temperatura e <strong>para</strong> prevenir a formação <strong>de</strong> espuma.<br />

Os lubrificantes sintéticos estão assumindo importância cada vez maior em situações<br />

especiais. Um polímero dimetilsilicone apresenta o alto índice <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> ** <strong>de</strong> 150, resiste<br />

à oxidação até 350º F e po<strong>de</strong> ser fabricado com a viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada.<br />

A grafita tem sido usada como lubrificante <strong>de</strong> muitos modos: Um composto especial ,<br />

lubrificante sólido, produz um filme com espessura <strong>de</strong> 0,004 mm (0,00015 pol.) a 0,0127 mm<br />

168


(0,0005 pol.) <strong>de</strong> espessura e a<strong>de</strong>re tenazmente às superfícies. Tem sido usado em mancais,<br />

engrenagens, arvores caneluradas e outras aplicações e é extremamente preventivo <strong>de</strong><br />

escoriações nas superfícies metálicas provocadas pelo atrito.<br />

6.3 - VISCOSIDADE<br />

A proprieda<strong>de</strong> mais importante <strong>de</strong> um lubrificante, no caso <strong>de</strong> atrito fluido, é a<br />

viscosida<strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>remos um elemento <strong>de</strong> um fluido no qual ocorre movimento relativo das<br />

partículas. Se a velocida<strong>de</strong> da camada superficial superior é 2 v e, da inferior, v 1 , a variação da<br />

velocida<strong>de</strong> entre as duas camadas é v2 − v1<br />

= dv, se admitirmos que as camadas superficiais<br />

estejam afastadas entre si <strong>de</strong> dh. A lei <strong>de</strong> Newton <strong>para</strong> os fluidos viscosos estabelece que a<br />

tensão <strong>de</strong> cisalhamento F / A no fluido é proporcional ao gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> dv / dh:<br />

F<br />

A<br />

Fig.1- Definição <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong><br />

dv<br />

= μ ou<br />

dh<br />

Av<br />

F = μ<br />

(1)<br />

h<br />

on<strong>de</strong> A é a área do fluido e µ é a constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> , chamada viscosida<strong>de</strong><br />

absoluta, ou simplesmente viscosida<strong>de</strong>, do fluido.<br />

Existem dois tipos <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> que são comumente utilizadas. A primeira é a<br />

viscosida<strong>de</strong> absoluta e é <strong>de</strong>rivada da unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> força e velocida<strong>de</strong>. A outra é chamada<br />

<strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> cinemática <strong>de</strong>finida como a viscosida<strong>de</strong> absoluta dividida pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>.<br />

Então:<br />

F ub<br />

τ = = μ ⋅<br />

(2)<br />

A h<br />

2<br />

F A N m N ⋅ s ec<br />

μ = = = = Pa ⋅ s ec (3)<br />

2<br />

u h m s ec m m<br />

b<br />

169


Ou na unida<strong>de</strong> cgs:<br />

Ou nas unida<strong>de</strong>s inglesas:<br />

2<br />

dina ⋅ s egundo cm = centipoise<br />

1 reyn f pol ⋅<br />

2<br />

= lb s eg<br />

(5)<br />

Se o lubrificante não constar das tabelas, será, provavelmente, necessário à conversão<br />

a partir da viscosida<strong>de</strong> Saybolt Universal (SU), que é obtida em leituras <strong>de</strong> viscosímetros<br />

comerciais. Esta conversão é feita com o uso <strong>de</strong> uma outra proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominada<br />

Viscosida<strong>de</strong> cinemática, que é a viscosida<strong>de</strong> absoluta do fluido dividida pela sua massa<br />

específica, ambas expressas no mesmo sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s. As dimensões básicas da<br />

viscosida<strong>de</strong> cinemática são L 2 T -1 . Como no sistema CGS <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, a massa especifica ρ é<br />

numericamente igual à <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> d, é fácil <strong>de</strong>terminar a viscosida<strong>de</strong> cinemática VC a partir da<br />

absoluta Z em centipoise.<br />

VC = Z / ρ = Z / d = 0,22t – (180/t) (centistokes) (6)<br />

on<strong>de</strong> t é a leitura no viscosímetro Saybolt Universal em segundos sendo todas as proprieda<strong>de</strong>s<br />

consi<strong>de</strong>radas à mesma temperatura. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um óleo <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> petróleo a uma<br />

<strong>de</strong>terminada temperatura θ é dada, aproximadamente, por:<br />

dθ = d60 – 0,00035 (θ-60) (7)<br />

on<strong>de</strong> d60 é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> a 60°F (cerca <strong>de</strong> 0,89 a 0,93 <strong>para</strong> es tes óleos).<br />

6.4 - CLASSIFICAÇÃO DOS MANCAIS.<br />

Um mancal é constituído <strong>de</strong> duas partes principais: o munhão, que é a parte interna,<br />

cilíndrica, usualmente com movimento <strong>de</strong> rotação ou oscilação, e o mancal propriamente dito ou<br />

superfície <strong>de</strong> apoio, que po<strong>de</strong> ser estacionário, como os mancais <strong>de</strong> uma arvore, ou po<strong>de</strong> ser<br />

imóvel, como no caso <strong>de</strong> um sistema biela-manivela.<br />

Po<strong>de</strong>-se classificar os mancais <strong>de</strong> vários modos. Um <strong>de</strong>les encara o fato <strong>de</strong> ser o<br />

munhão inteiramente envolvido pela superfície <strong>de</strong> apoio ou mancal propriamente dito, caso<br />

em que o conjunto é chamado mancal completo ou <strong>de</strong> ser envolvido apenas parcial, caso em<br />

que o conjunto é chamado <strong>de</strong> mancal parcial. Um tipo simples <strong>de</strong> mancal parcial é usado<br />

quando a carga é aplicada na parte superior do munhão e este mergulhado em óleo na parte<br />

inferior.<br />

(4)<br />

170


Os mancais po<strong>de</strong>m ser também classificados como mancais com folga ou sem folga.<br />

Nos mancais com folga o diâmetro da superfície <strong>de</strong> apoio é maior do que o do munhão. A<br />

diferença entre esses diâmetros é chamada <strong>de</strong> folga c. A folga radial cr=c/2 é a diferença entre<br />

os raios das superfícies do mancal e do munhão. A relação entre a folga e o diâmetro do<br />

munhão c/D é chamada <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> folga. Um mancal sem folga é aquele em que ambas as<br />

superfícies, a do munhão e a <strong>de</strong> apoio do mancal, Têm os mesmos raios. È evi<strong>de</strong>nte que um<br />

mancal sem folga é, obrigatoriamente, um mancal parcial, enquanto os mancais com folga<br />

po<strong>de</strong>m ser completos ou parciais.<br />

Antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos estudar os mancais hidrodinâmicos, temos que enten<strong>de</strong>r primeiro<br />

como os lubrificantes atuam. Como a viscosida<strong>de</strong> dos lubrificantes varia com a temperatura,<br />

temos que escolher um óleo ou graxa a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> as condições <strong>de</strong> trabalho. O lubrificante<br />

escolhido também é <strong>de</strong>terminado em função do acabamento das pare<strong>de</strong>s do mancal. Este<br />

capítulo introduzirá os parâmetros usados <strong>para</strong> selecionar os lubrificantes, as qualificações <strong>de</strong><br />

acabamento e o comportamento hidrodinâmico dos mancais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento O estudo <strong>de</strong><br />

lubrificação, atrito e <strong>de</strong>sgaste é chamado tribologia.<br />

A exigência fundamental <strong>para</strong> duas superfícies serem lubrificadas é que as espessuras<br />

operacionais do lubrificante entre as superfícies <strong>de</strong>ve ser maior que a rugosida<strong>de</strong> das<br />

superfícies. As duas superfícies <strong>de</strong>vem flutuar em um filme pressurizado <strong>de</strong> lubrificante.<br />

Figura 2 - Relação entre a espessura do lubrificante e a rugosida<strong>de</strong> das superfícies do mancal<br />

A relação <strong>para</strong> a lubrificação hidrodinâmica è:<br />

espessura<br />

1<br />

⎛ u 2<br />

b ⎞<br />

.. do.<br />

filme : hmin<br />

∝ ⎜ ⎟<br />

⎝ W ⎠<br />

On<strong>de</strong> hmin normalmente exce<strong>de</strong> 1 µm e on<strong>de</strong> W é a carga aplicada ao mancal.<br />

(8)<br />

171


Po<strong>de</strong>-se ver o que acontece se hmin for menor do que a altura da saliência da<br />

rugosida<strong>de</strong>. Contato <strong>de</strong> metal com meta<strong>de</strong> iria ocorrer, alto atrito e alta taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

também acontecem.<br />

6.5 - LUBRIFICAÇÃO ELASTODINÂMICA<br />

Figura 3 – Lubrificação<br />

A característica fundamental <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> lubrificação é que a carga provoca uma<br />

<strong>de</strong>flexão elástica na superfície principal formando uma pequena cunha superficial. O lubrificante<br />

é jogado <strong>para</strong> esta superfície pela rotação do elemento girante.T<br />

Figura 4a - Operação Elastohidrodinâmica<br />

Figura 4b - Características da lubrificação hidrodinâmica<br />

O módulo efetivo elastohidrodinâmico é utilizado no <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancais <strong>de</strong> rolamentos<br />

<strong>de</strong> esferas e <strong>de</strong> rolos e em eixos que operam com mancais <strong>de</strong> nylon.O módulo efetivo é:<br />

172


6.6 - TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO<br />

Lubrificação Limite: Contato entre mancal e munhão<br />

Lubrificação <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> óleo- lubrificação intermitente<br />

Lubrificação Hidrodinâmica: O eixo do mancal é apoiado em um filme <strong>de</strong> óleo. O filme é<br />

criado pelo movimento do mancal. A figura abaixo mostra a relação entre os parâmetros do<br />

mancal e o coeficiente <strong>de</strong> atrito.<br />

'=<br />

6.7 - LUBRIFICAÇÃO ESTÁVEL E INSTÁVEL<br />

Figura 5 - Viscosida<strong>de</strong><br />

A lubrificação Hidrodinâmica é consi<strong>de</strong>rada uma lubrificação estável. Com o aumento da<br />

temperatura do lubrificante, a viscosida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a cair. Isto resulta em um menor coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito levando a temperatura do lubrificante a cair, tendo portanto uma auto-correção. Já a<br />

lubrificação intermediária é instável,pois um aumento na temperatura do lubrificante, causa uma<br />

diminuição na viscosida<strong>de</strong> e portanto um aumento no coeficiente <strong>de</strong> atrito, levando a<br />

temperatura do óleo a aumentar ainda mais.<br />

E 2<br />

2<br />

1−ν<br />

a 1−ν<br />

b<br />

E<br />

a<br />

2<br />

+<br />

E<br />

b<br />

(9)<br />

173


6.8 - MECANISMOS DA LUBRIFICAÇÃO.<br />

Suponhamos um munhão em repouso em seu mancal, como é mostrado<br />

esquematicamente na Fig. 6 (a). O espaço da folga está cheio <strong>de</strong> óleo e o munhão repousa na<br />

superfície <strong>de</strong> apoio, ou mancal, havendo contato <strong>de</strong> metal com metal no seu ponto mais baixo.<br />

À proporção que o munhão, com a carga (ou reação do mancal) R, começa a girar no sentido<br />

indicado na Fig. 6 (b) e (c), ocorre inicialmente, uma atrito <strong>de</strong> metal com metal e o munhão<br />

ten<strong>de</strong> a subir <strong>para</strong> a direita do mancal, como se vê na Fig 6 (b). Contudo, como o óleo a<strong>de</strong>re à<br />

superfície do munhão, a rotação arrasta um filme <strong>de</strong> óleo se<strong>para</strong>ndo o munhão e o mancal e,<br />

então, o munhão move-se <strong>para</strong> a esquerda e toma a posição excêntrica em relação ao mancal,<br />

como se vê na Fig 6 (c). O mancal em rotação, agindo como uma bomba, provoca suficiente<br />

elevação da pressão <strong>de</strong> óleo pra que este assegure uma completa se<strong>para</strong>ção entre a sua<br />

superfície e a do mancal.<br />

Para ser assegurado esta elevação <strong>de</strong> pressão e a continuida<strong>de</strong> da película <strong>de</strong> óleo, é<br />

indispensável à existência <strong>de</strong> um espaço em forma <strong>de</strong> cunha pelo qual passe o fluxo <strong>de</strong> óleo,<br />

como mostrou Reynolds na teoria hidrodinâmica que <strong>de</strong>senvolveu sobre o assunto. Observar,<br />

neste particular, a convergência <strong>para</strong> a seção ho.<br />

A camada <strong>de</strong> óleo junto à superfície do munhão fica a<strong>de</strong>rente a ela e movimenta-se com<br />

a mesma velocida<strong>de</strong>, enquanto a camada junto à superfície do mancal permanece estacionaria<br />

com esta (se o mancal for estacionário). A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo vai, assim, <strong>de</strong>crescendo da<br />

primeira das camadas citadas <strong>para</strong> a segunda. Em conseqüência, quanto mais rapidamente o<br />

mancal girar, mais óleo será arrastado nas seções convergentes e maior será a espessura<br />

mínima do filme ho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a carga permaneça constante. Para bem compreen<strong>de</strong>r o<br />

fenômeno, convém ter em mente a ação da bomba do munhão.<br />

Fig. 6- Mecanismo <strong>de</strong> Lubrificação em Mancal<br />

174


6.9 - LUBRIFICAÇÃO COM FILME ESPESSO OU DE ATRITO FLUIDO<br />

As superfícies mais bem acabadas mostram irregularida<strong>de</strong>s quando ampliadas, <strong>de</strong> modo<br />

que existem sempre pontos mais elevados (ver Fig. 7). Para que se tenha uma lubrificação<br />

com filme espesso, e espessura mínima ho do óleo <strong>de</strong>ve ser suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>para</strong><br />

assegurar o afastamento <strong>de</strong>stes pontos. Assim, quanto mais ásperas ou grosseiras as<br />

superfícies mais espesso o filme que vai se<strong>para</strong>r as mesmas. Um dos objetivos dos cálculos<br />

dos mancais é o <strong>de</strong> assegurar a espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo ho, necessária <strong>para</strong> manter<br />

a se<strong>para</strong>ção das superfícies. Quanto à lubrificação com filme espesso é atingida , a força <strong>de</strong><br />

atrito é a força necessária <strong>para</strong> cisalhar o lubrificante e é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da natureza ou estado<br />

das superfícies lubrificadas.<br />

Fig. 7- lubrificante cisalhado<br />

Des<strong>de</strong> que a ação <strong>de</strong> bomba do munhão não seja bastante <strong>para</strong> produzir um filme<br />

suficientemente espesso, alguns ou muitos dos pontos mais altos das irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

superfície po<strong>de</strong>rão tocar-se. Se este contato, ocorrer, teremos a lubrificação por filme<br />

<strong>de</strong>lgado ou <strong>de</strong> atrito combinado, pois que a força <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá tanto das superfícies<br />

como do lubrificante e ela será bem maior do que no caso do atrito fluido.<br />

No inicio do movimento, Fig. 6 (a), há contato <strong>de</strong> metal com metal e lubrificação por filme<br />

<strong>de</strong>lgado. Se a carga é muito gran<strong>de</strong> ou a velocida<strong>de</strong> muito baixa, o munhão po<strong>de</strong>rá não<br />

bombear bastante lubrificante <strong>para</strong> assegurar a se<strong>para</strong>ção das superfícies. Igualmente,<br />

movimento <strong>de</strong> oscilação, partidas e <strong>para</strong>das repetidas po<strong>de</strong>m produzir rápido <strong>de</strong>sgaste do<br />

mancal pois que o filme se mantém <strong>de</strong>masiadamente fino. Se a operação normal processa com<br />

filme espesso, isto é, atrito fluido, gran<strong>de</strong> parte do <strong>de</strong>sgaste ocorre nos períodos <strong>de</strong> partida. Por<br />

esta razão, uma maquina com superfícies <strong>de</strong>slizantes <strong>de</strong>ve ser projetada <strong>para</strong> partir sem carga<br />

ou com carga leve, se bem que isto não seja sempre possível, praticamente.<br />

175


Métodos <strong>de</strong> Lubrificação dos Mancais. Os mancais po<strong>de</strong>m ser lubrificados: (a)<br />

intermitentemente; (b) continuamente, com uma quantida<strong>de</strong> limitada <strong>de</strong> lubrificante ou (c)<br />

continuamente, com uma quantida<strong>de</strong> abundante <strong>de</strong> lubrificante.<br />

(a) Lubrificação Intermitente. A lubrificação intermitente, seja com óleo ou graxa,<br />

compreen<strong>de</strong> os casos em que é <strong>de</strong>ixado ao operador a aplicação periódica do<br />

lubrificante, seja em furos <strong>de</strong> lubrificação, ou em copos <strong>de</strong> óleo ou graxa, <strong>de</strong> tipo comum<br />

ou <strong>de</strong> tipo especialmente <strong>de</strong>signado como <strong>de</strong> pressão. O coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>corrente<br />

<strong>de</strong>ste método <strong>de</strong> lubrificação é variável e problemático e, comumente, é admitido como<br />

variando <strong>de</strong> 0,12 a 0,15.<br />

(b) Lubrificação Limitada. Existem vários sistemas, alguns dos quais abaixo <strong>de</strong>scritos, que<br />

asseguram uma lubrificação contínua, mas <strong>de</strong> limitada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo, aos mancais.<br />

Estes sistemas são indicados <strong>para</strong> serviços relativamente leves.<br />

Lubrificação por gotejamento ou por gravida<strong>de</strong>. É <strong>de</strong> uso muito comum e, sob certas<br />

condições, dá resultados satisfatórios. Um furo roscado no mancal, no lado da baixa<br />

pressão, recebe um copo <strong>de</strong> óleo que é provido <strong>de</strong> uma válvula <strong>de</strong> agulha ajustável <strong>para</strong><br />

regular a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo fornecida ao mancal. Este método <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> óleo<br />

permite a formação <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> óleo espesso (atrito fluido), mas é aconselhável usar<br />

um fator <strong>de</strong> segurança relativamente elevado e manter uma certa <strong>de</strong>pendência ao<br />

computar o valor do coeficiente <strong>de</strong> atrito.<br />

Lubrificação por mecha. É obtida por meio <strong>de</strong> mechas ligadas a pequenos<br />

reservatórios na parte superior do mancal e <strong>de</strong>senvolvendo-se ao longo <strong>de</strong> sua<br />

superfície. O óleo é suprido ao munhão por ação capilar. Este tipo <strong>de</strong> lubrificação é<br />

usado em eixos intermediários e os reservatórios <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>vem ser completados<br />

diariamente.<br />

(c) Lubrificação Abundante. Existem vários meios <strong>de</strong> assegurar um abundante suprimento<br />

<strong>de</strong> óleo a um mancal, alguns dos quais discutiremos abaixo.<br />

O sistema <strong>de</strong> anel-guia, usado em muitos tipos <strong>de</strong> maquinas, é um sistema intermediário<br />

176


no qual um anel fornecerá ampla quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo, se o mancal for apropriadamente<br />

projetado e trabalhar velocida<strong>de</strong>s médias. Karelitz verificou que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo<br />

fornecida ao munhão é, aproximadamente, proporcional à largura do anel; que em altas<br />

velocida<strong>de</strong>s o óleo é expulso do anel, pela força centrifuga, na parte superior, havendo,<br />

pois, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rasgos especiais <strong>para</strong> recolher o óleo e dirigi-lo ao munhão , e que<br />

os anéis mais pesados fornecem mais óleo que os leves. Detalhes da aplicação <strong>de</strong> um<br />

mancal com anel-guia do óleo a um motor elétrico, são mostrados na Fig. 8.<br />

Fig. 8- Detalhes da aplicação <strong>de</strong> um mancal com anel-guia do óleo a um motor elétrico<br />

Corrente ou ca<strong>de</strong>ira-guia e colar-guia <strong>de</strong> óleo são variações do principio do anel. No<br />

primeiro <strong>de</strong>stes sistemas, uma corrente ou ca<strong>de</strong>ia substitui o anel, enquanto que no segundo,<br />

um colar no eixo mergulha no reservatório <strong>de</strong> óleo e leva o lubrificante à parte superior do<br />

mancal. Notar que, se a carga atua na meta<strong>de</strong> inferior do mancal, os sistemas <strong>de</strong> anel e <strong>de</strong><br />

corrente não divi<strong>de</strong>m a área que suporta a carga, enquanto que o <strong>de</strong> colar divi<strong>de</strong> essa área em<br />

duas partes, tornando o mancal equivalente em dois mancais, no que se refere à distribuição<br />

177


longitudinal da pressão.<br />

Na lubrificação por banho, o munhão parcialmente submerso em um <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> óleo,<br />

método particularmente indicado <strong>para</strong> os mancais que suportam a carga na meta<strong>de</strong> superior. A<br />

lubrificação por salpico é usada em mecanismos alternativos, como nos motores <strong>de</strong> combustão<br />

interna, on<strong>de</strong> a arvore <strong>de</strong> manivelas esta situada no reservatório <strong>de</strong> óleo (Carter) e a manivela<br />

mergulha no óleo em cada volta. Este sistema tem se mostrado satisfatório em muitas<br />

maquinas alternativas. Contudo, os resultados não são tão seguros quanto no caso <strong>de</strong> ser<br />

usada a lubrificação por pressão.<br />

No sistema <strong>de</strong> baixa pressão, o óleo flui ou é continuamente bombeado <strong>para</strong> o mancal<br />

sob pequena altura manométrica. Nos sistemas <strong>de</strong> lubrificação sob pressão, em geral um<br />

sistema <strong>de</strong> circulação, o óleo é bombeado <strong>de</strong> um reservatório. Ambos os sistemas <strong>de</strong>vem<br />

fornecer abundante quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleos aos mancais. Como a ação natural <strong>de</strong> bombeamento<br />

do munhão, quando em rotação, produz pressões muito altas na película <strong>de</strong> óleo, não haverá<br />

objetivo em bombear o óleo na região <strong>de</strong> alta pressão, exceto no caso <strong>de</strong> se querer assegurar<br />

flutuação do eixo sob carga estática. A pressão com que o óleo é bombeado é muito menor do<br />

que a gerada no mancal.<br />

6.10 - SUPERFÍCIES DOS MANCAIS.<br />

Conclui-se da exposição acima, que superfícies lisas são vantajosas nos mancais. Se as<br />

irregularida<strong>de</strong>s forem pequenas , as superfícies po<strong>de</strong>ram ficar mais próximas uma da outra e o<br />

lubrificante terá sua película mais fina, sem que sejam abandonadas as condições <strong>de</strong> atrito<br />

fluido. Em conseqüência, quanto mais lisas as superfícies, maior a margem <strong>de</strong><br />

segurança.quanto a possível ruptura da película <strong>de</strong> óleo, pois que um mancal projetado <strong>para</strong><br />

trabalha em regime <strong>de</strong> atrito fluido, virá, certamente, a falhar se operar por largo tempo nas<br />

condições <strong>de</strong> atrito combinado. O calor gerado pelo atrito excessivo romperá o filme <strong>de</strong> óleo.<br />

Por esta razão as <strong>máquinas</strong> novas <strong>de</strong>vem ser “amaciadas” sob baixa carga pois, <strong>de</strong>ste modo,<br />

os pontos altos das superfícies em atrito serão, on<strong>de</strong> houver ruptura local do filme <strong>de</strong> óleo,<br />

alisados gradualmente e sem maiores danos. Quanto mais irregulares as superfícies, mais<br />

eficiente será este período <strong>de</strong> amaciamento.<br />

178


Os mancais comerciais são acabados por alargador, ou ferramenta <strong>de</strong> brochear. Os<br />

munhões com superfícies apenas usinadas, sem retifica posterior são, com<strong>para</strong>tivamente,<br />

ásperos.<br />

6.11 - INTRODUÇÃO AO PROJETO<br />

Um número <strong>de</strong> parâmetros po<strong>de</strong>m estar no controle do projetista, mas há um outro<br />

grupo que é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do primeiro grupo e po<strong>de</strong> ser usado <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir os limites<br />

operacionais do mancal. A hipótese 4 acima, em que a viscosida<strong>de</strong> é constante ao longo do<br />

filme <strong>de</strong> óleo, não é muito precisa quando a temperatura do óelo eleva-se e passa ao mancal.<br />

Uma vez que a viscosida<strong>de</strong> é fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura, isto significa que o<br />

<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancal envolve algumas iterações, utilizando tabelas <strong>de</strong>senvolvidas por A A<br />

Raimondi and J Boyd, 'A Solution for the Finite Journal Bearing and its Application to Analysis<br />

and Design: III', Trans. ASLE 1, 1958, 194-209. Estas tabelas são bastante utilizadas em<br />

soluções computacionais.<br />

As variáveis obtidas ou controladas pelo projetista são viscosida<strong>de</strong> do lubrificante carga<br />

por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área projetada rotação, N dimensões: r, c, l e beta ( o angulo subtendido pela<br />

parte submetida a carga no mancal).<br />

As seguinte variáveis são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do primeiro grupo:<br />

Coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

• Variação da temperatura, Δt<br />

• Taxa do fluxo <strong>de</strong> óleo, Q<br />

• Espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo, ho<br />

Atualmente ainda, muitas tabelas ainda utilizam o sistema inglês <strong>para</strong> viscosida<strong>de</strong> em<br />

reyns (normalmente em micro-reyns). Para converter reyns em Pa.s <strong>de</strong>ve-se multiplicar por<br />

6890.<br />

Na ausência <strong>de</strong> informações específicas, po<strong>de</strong> se supor que um óleo lubrificante mineral<br />

tenha uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 850 kg/m3 e calor específico <strong>de</strong> 1675 J/kgºC.<br />

Para mancais hidrodinâmicos, uma relação comprimento diâmetro <strong>de</strong> aproximadamente<br />

1 (digamos 0.8 a 1.3) é consi<strong>de</strong>rada uma faixa a<strong>de</strong>quada. Relações . l/d menores que<br />

1,po<strong>de</strong>m ser usadas quando um <strong>projeto</strong> compacto seja importante, tal como em motores<br />

automotivos multicilindros. Uma redução na relação l/d aumenta o fluxo <strong>de</strong> saida nas<br />

extremida<strong>de</strong>s do mancal, auxiliando resfriamento.<br />

179


A espessura mínima <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> óleo aceitável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do acabamento superficial e<br />

<strong>de</strong>verá permitir que as partículas possam passar sem causarem falhas. Para algumas<br />

aplicações, por exemplo em motores automotivos, filtragem é necessária <strong>para</strong> e remover as<br />

partículas cujo tamanho po<strong>de</strong>riam exce<strong>de</strong>r a espessura mínima <strong>de</strong> óleo. Os seguintes valores<br />

da espessura mínima <strong>de</strong> ho po<strong>de</strong>m ser sugeridos:<br />

• 0.0000025 m <strong>para</strong> pequenos mancais <strong>de</strong> bronze finamente embuchados.<br />

• 0.00002 m <strong>para</strong> mancais comerciais babit<br />

• 0.0000025 < ho < 0.000005 m <strong>para</strong> motores automotivos com mancais <strong>de</strong> fino<br />

acabamento superficial e filtragem no lubrificante.<br />

As máximas temperaturas <strong>de</strong> óleo não <strong>de</strong>veriam ser permitidas por serem excessivas<br />

uma vez que a <strong>de</strong>gradação e oxidação aumentam rapidamente. Para propósitos gerais <strong>de</strong><br />

maquinário, uma temperatura <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> 60ºC <strong>de</strong>veria produzir uma boa e longa vida útil.<br />

Acima 100ºC a taxa <strong>de</strong> oxidação cresce rapidamente. Temperaturas <strong>de</strong> 120ºC <strong>de</strong>veriam ser<br />

evitadas em equipamentos industriais. Nos motores automotivos a temperatura <strong>de</strong> lubrificantes<br />

po<strong>de</strong>m atingir 180oC, porém óleos automotivos são formulados especificamente (e po<strong>de</strong>m<br />

mesmo ser completamente sintéticos)<strong>para</strong> resistir tais condições.<br />

x diâmetro):<br />

A lista abaixo apresenta alguns valores típicos <strong>de</strong> pressão nominal (carga/comprimento<br />

• Motores elétricos, turbinas a vapor, redutores <strong>de</strong> engrenagem, bombas centrífugas -<br />

aproximadamente 1 MPa<br />

• Motores automotivos- mancais principais 4 - 5 MPa<br />

• Eixos virabrequim 10 - 15 MPa<br />

• Motores Diesel - mancais principais 6 - 12 MPa<br />

• Eixo virabrequim 8 - 15 Mpa<br />

6.12 - LEIS DE NEWTON DE ESCOAMENTO VISCOSO<br />

A tensão <strong>de</strong> cisalhamento em um fluido é proporcional a taxa <strong>de</strong> variação da velocida<strong>de</strong><br />

com relação 'y', isto é:<br />

on<strong>de</strong> μ é a viscosida<strong>de</strong> dinâmica ou absoluta<br />

F du<br />

τ = = μ (10)<br />

A dy<br />

Supondo que a taxa <strong>de</strong> cisalhamento seja constante, tem-se que : du/dy = U/h e<br />

180


F U<br />

τ = = μ (11)<br />

A h<br />

Unida<strong>de</strong>s da viscosida<strong>de</strong> dinâmica ou absoluta é Pa.s ou N.s/m 2 .<br />

6.13 - LEI DE PETROFF<br />

Figura 9 – Lubrificação <strong>de</strong> um mancal<br />

Se um eixo <strong>de</strong> raio, r, gira em um mancal , comprimento l e folga radial c a uma rotação<br />

por segundo N,então a velocida<strong>de</strong> tangencial será:<br />

será:<br />

será:<br />

U = 2πrN<br />

[m/s] (12)<br />

A tensão <strong>de</strong> cisalhamento é o gradiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> x viscosida<strong>de</strong><br />

U 2πμN<br />

τ = μ =<br />

(13)<br />

h c<br />

O Torque <strong>para</strong> cisalhar o filme <strong>de</strong> óleo é <strong>de</strong>finido como força x comprimento do braço<br />

2 3<br />

⎛ 2πμrN<br />

⎞ 4π<br />

γ lμN<br />

T = ( τA)(<br />

r)<br />

= ⎜ ⎟(<br />

2πrl)(<br />

r)<br />

=<br />

(14)<br />

⎝ c ⎠<br />

c<br />

Se uma pequena força, w, é aplicada normal ao eixo do mancal, a pressão em N/m2<br />

p = w/2rl (15)<br />

A força <strong>de</strong> atrito é igual a fw, on<strong>de</strong> f é o coeficiente <strong>de</strong> atrito, então o torque <strong>de</strong> atrito<br />

T = fwr = (f)(2rlp)(r) = 2r2flp<br />

181


π γμN<br />

f<br />

cp<br />

2<br />

2<br />

=<br />

Igualando as duas expressões <strong>para</strong> o Torque T e resolvendo <strong>para</strong> f tem-se :<br />

μ N γ<br />

que é a Lei <strong>de</strong> Petroff ; e são grupos adimensionais.<br />

p c<br />

6.14 - HIPÓTESES<br />

• O lubrificante obe<strong>de</strong>ce às leis <strong>de</strong> Newton <strong>para</strong> fluxo viscoso.<br />

• Efeitos inerciais do lubrificante são <strong>de</strong>sprezados.<br />

• O lubrificante é incompressível.<br />

• A viscosida<strong>de</strong> do lubrificante é constante através do filme.<br />

• A pressão não varia na direção axial.<br />

• A curvatura do mancal po<strong>de</strong> ser ignorada.<br />

• Não há fluxo na direção (z) axial.<br />

• A pressão <strong>de</strong> filme é constante na direção 'y' , e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da direção 'x'.<br />

• A velocida<strong>de</strong> da partícula lubrificante <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das coor<strong>de</strong>nadas x e y.<br />

De um diagrama <strong>de</strong> corpo livre das forças atuando em um pequeno cubo do lubrificante<br />

e como:<br />

então:<br />

dp dτ<br />

= (17)<br />

dx dy<br />

∂u<br />

τ = μ<br />

∂y<br />

dp<br />

dx<br />

2<br />

∂ u<br />

= μ 2<br />

∂y<br />

Supondo que não haja vazamento nas extremida<strong>de</strong>s mantendo x constante, a<br />

integração dupla com relação a y, fornece:<br />

2 U<br />

( y − hy)<br />

y<br />

1 dp<br />

u =<br />

−<br />

2μ<br />

dx<br />

mostrando que a distribuição <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> é função <strong>de</strong> y e do gradiente <strong>de</strong> pressão , dp/dx. A<br />

distribução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> através do filme é obtida superpondo uma distribuição <strong>para</strong>bólica (o<br />

h<br />

(18)<br />

182


primeiro termo) em uma distribuição linear (o segundo termo). Quando a pressão for máxima,<br />

dp/dx = 0 e a velocida<strong>de</strong> será u = - Uy/h.<br />

Seja Q é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluido , na direção x por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo:<br />

Q = ∫ udy<br />

(19)<br />

Na prática, estas integrações <strong>de</strong>vem ser modificadas <strong>para</strong> incluir os efeitos <strong>de</strong><br />

vazamento nas extremida<strong>de</strong>s, etc.<br />

6.15 - RELAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UM MANCAL COM FOLGA.<br />

A linha que passa através dos centros da superfície <strong>de</strong> apoio e do munhão é chamada<br />

<strong>de</strong> linha dos centros (Fig. 10). Notar que sobre esta linha esta situada a menor espessura do<br />

filme <strong>de</strong> óleo hmin=ho’ <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o mancal suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>para</strong> incluir o ponto M. Se o<br />

mancal se esten<strong>de</strong>r apenas até uma seção x, como é mostrado na figura 10, a espessura<br />

mínima do filme hmin ficará situada na seção x e a espessura em M (no prolongamento do<br />

mancal) será <strong>de</strong>signada por ho. No cálculo dos mancais, é suficiente satisfatório consi<strong>de</strong>rar<br />

ho=hmin mesmo que o mancal não atinja a seção M.<br />

e, é:<br />

À distância O-O’ entre os centros do munhão e do mancal é chamada <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> c r é a folga radial.<br />

c<br />

O − O´<br />

= − ho = cr<br />

− ho<br />

(20)<br />

2<br />

A relação entre a excentricida<strong>de</strong> e a folga radial O-O´/(c/2) é <strong>de</strong>nominada razão, taxa ou<br />

fator <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>. Ela é:<br />

ou<br />

O − O´<br />

c / 2 − ho<br />

e = =<br />

(21)<br />

c / 2 c / 2<br />

2ho<br />

ho<br />

e = 1 − = 1−<br />

(22)<br />

c c<br />

r<br />

183


Fig.10 – Relações geométricas em um mancal com folga<br />

Assim , vemos que tanto e como a relação ho/ c r <strong>de</strong>finem a razão <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>. O<br />

comprimento do arco <strong>de</strong> contato, compreendido pelo ângulo β , Fg.10, <strong>de</strong>signaremos por L A .<br />

D<br />

Arco <strong>de</strong> contato = LA = β = rβ<br />

, (23)<br />

2<br />

on<strong>de</strong> β é expresso em radianos e r = D / 2 é o raio do munhão.<br />

O comprimento do mancal, medido em uma direção axial, será chamado <strong>de</strong><br />

comprimento e será <strong>de</strong>signado por L.<br />

O ângulo Ǿ, Fig. 5, algumas vezes chamado <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong> localiza a<br />

posição da menos espessura do filme <strong>de</strong> lubrificante ho.<br />

completos.<br />

As relações geométricas acima, tanto se aplicam aos mancais parciais como aos<br />

6.16 - GRUPAMENTO DE VARIÁVEIS<br />

Uma vez que o espaço não permite uma discussão da teoria hidrodinâmica,<br />

estabelecida por Reynolds e <strong>de</strong>senvolvida por outros, po<strong>de</strong>remos utilizar os princípios da<br />

184


analise dimensional <strong>para</strong> estabelecer as relações entre certas variáveis inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Suponhamos que <strong>de</strong>sejamos estudar a maneira pela qual a relação ho/cr <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das<br />

variáveis µ , n , p , c e D. Admitamos que a forma da função seja<br />

h<br />

c<br />

o<br />

r<br />

= φ(<br />

μ n<br />

p<br />

c<br />

D<br />

a b d e f<br />

em que a, b, d, etc..., são expoentes <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>sconhecidos. A equação (24) <strong>de</strong>ve ter as<br />

mesmas dimensões em ambos os seus membros, <strong>para</strong> que ela seja matematicamente correta e<br />

fisicamente homogênea. O passo seguinte em uma analise dimensional será substituir em (24)<br />

as dimensões das diversas gran<strong>de</strong>zas. Por exemplo, a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ho/cr é mm por mm ou pol.<br />

por pol, ou seja, a unida<strong>de</strong>, que significa que ho/cr é adimensional. Representando por F, T e L<br />

respectivamente as dimensões <strong>de</strong> força, tempo e comprimento, a “dimensão” da viscosida<strong>de</strong> m<br />

será FT / L² e a equação (24) dará:<br />

Em conseqüência teremos:<br />

)<br />

(24)<br />

a b d<br />

⎛ FT ⎞ ⎛ 1 ⎞ ⎛ F ⎞ e f<br />

1 = ⎜<br />

( L)<br />

( L)<br />

2 ⎟ ⎜ ⎟ ⎜<br />

(25)<br />

2<br />

⎝<br />

L<br />

⎟<br />

⎠ ⎝ T ⎠ ⎝ L ⎠<br />

a<br />

h ⎡<br />

o ⎛ μn<br />

⎞ ⎛ c<br />

= ⎢⎜<br />

⎟ ⎜<br />

cr<br />

⎢⎣<br />

⎝ p ⎠ ⎝ D<br />

que é o ponto mais avançado ao qual nos po<strong>de</strong> levar a análise dimensional. Ela serviu <strong>para</strong> que<br />

estabelecêssemos um importante grupo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e que é confirmado por uma analise<br />

teórica mais <strong>de</strong>talhada. Se nos faltasse esta análise teórica, seria necessária a execução <strong>de</strong><br />

numerosas experiências que nos proporcionasse informações posteriores quanto à natureza da<br />

função mostrada na equação (27). Os grupos que aparecem em (27) são adimensionais.<br />

e<br />

⎞ ⎤<br />

⎟ ⎥<br />

⎠ ⎥⎦<br />

O grupo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas assim formado é <strong>de</strong>nominado número <strong>de</strong> Sommerfeld S, ou<br />

número característicos do mancal. Isto é:<br />

⎛ μn<br />

⎞⎛<br />

D ⎞<br />

S = ⎜ ⎟⎜<br />

⎟<br />

⎝ p ⎠⎝<br />

c ⎠<br />

on<strong>de</strong> n, é a velocida<strong>de</strong> em rotação por segundo.<br />

2<br />

(26)<br />

(27)<br />

185


Este grupamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas é comumente utilizado nos diagramas, algumas vezes<br />

em sua forma adimensional exata.<br />

6.17 - MANCAL IDEAL.<br />

Para a realização <strong>de</strong> uma analise matemática do problema dos mancais, certas<br />

hipóteses <strong>de</strong>vem ser feitas. Assim, mancal i<strong>de</strong>al é o que permite essa analise matemática. A<br />

teoria e os diagramas são baseados nas seguintes hipóteses:<br />

(a) As superfícies do munhão e do mancal são cilíndricas retas e lisas. Isto requer<br />

que o munhão não sofra <strong>de</strong>flexões e que as imperfeições <strong>de</strong> superfície sejam<br />

anuladas pela existência <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> espessura h0, a<strong>de</strong>quada.<br />

(b) O mancal e infinitamente longo na direção axial. Isto correspon<strong>de</strong> a dizer que<br />

não há fuga axial do lubrificante. A fuga que realmente ocorre no mancal finito<br />

será consi<strong>de</strong>rada no calculo por meio <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> correção.<br />

(c) O lubrificante tem viscosida<strong>de</strong> constante no seu escoamento no mancal.<br />

Realmente, a viscosida<strong>de</strong> varia acentuadamente com a temperatura e mais<br />

discretamente com a pressão. Entretanto, um valor médio dá resultados<br />

suficientes <strong>para</strong> o trabalho.<br />

Existem outras hipóteses <strong>de</strong> menor importância, que já estão incluídas nos diagramas<br />

cuja análise foge ao objetivo <strong>de</strong>ste livro.<br />

A fuga axial <strong>de</strong> lubrificante, que inevitavelmente ocorre nos mancais finitos, reduz<br />

acentuadamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do mancal e faz crescer as perdas por atrito. Como<br />

resultado <strong>de</strong>sta fuga, a pressão no filme <strong>de</strong> óleo varia no sentido axial, sendo máxima nas<br />

proximida<strong>de</strong>s do centro do mancal e nula nas extremida<strong>de</strong>s. No mancal i<strong>de</strong>al, em que não há<br />

fuga axial, esta queda <strong>de</strong> pressão não ocorre. Além disso, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo em<br />

escoamento e, portanto, a elevação da temperatura do óleo são afetadas pela fuga axial.<br />

186


6.18 - ESPESSURA MÍNIMA PERMISSÍVEL DO FILME DE ÓLEO.<br />

A espessura mínima permissível e segura, h0, do filme <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da rugosida<strong>de</strong><br />

das superfícies e da <strong>de</strong>flexão do munhão do mancal. O munhão po<strong>de</strong> girar com segurança com<br />

filme <strong>de</strong> óleo mais <strong>de</strong>lgado se as superfícies são bem lisas. Ocasionalmente, as condições <strong>de</strong><br />

operação são tais que a carga só po<strong>de</strong>rá ser suportada se forem usadas superfícies <strong>de</strong><br />

refinado acabamento. Este é o caso em que o calculo <strong>de</strong>termina a rugosida<strong>de</strong> das superfícies.<br />

Comumente, entretanto, as superfícies comerciais ordinárias po<strong>de</strong>m ser usadas sem<br />

dificulda<strong>de</strong>. Outro ponto a consi<strong>de</strong>rar, é da espessura da película <strong>de</strong> óleo, que <strong>de</strong>ve ser<br />

suficientemente espessa <strong>para</strong> permitir a passagem <strong>de</strong> pequenas partículas <strong>de</strong> matéria<br />

estranha, sem danos às superfícies. Desalinhamentos ou <strong>de</strong>flexões excessivas po<strong>de</strong>m<br />

provocar falhas locais do filme <strong>de</strong> óleo com conseqüente aquecimento excessivo que, se<br />

propagando, causará a falha <strong>de</strong>finitiva. Finalmente, a espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>ve<br />

ser suficiente <strong>para</strong> permitir variações imprevistas da carga e da temperatura <strong>de</strong> operação. Na<br />

base das consi<strong>de</strong>rações acima, muitos projetistas preferem calcular com uma espessura <strong>de</strong><br />

filme que consi<strong>de</strong>ram segura. Mas poucos dados existem quanto a isto. Karelitz sugere h0=<br />

0,0001 pol. (0,00254mm) <strong>para</strong> pequenas buchas <strong>de</strong> bronze finamente usinadas e h0 > 0,00075<br />

pol (0,019mm) <strong>para</strong> mancais comerciais revestidos <strong>de</strong> babbit. Dennison sugere h0 ≈ 0,0004 a<br />

0,0006 pol. (0,010 a 0,015mm) <strong>para</strong> mancais <strong>de</strong> 5 a 10 pol. (127 a 254 mm) <strong>de</strong> motores diesel<br />

trabalhando <strong>de</strong> 500 a 1200 r.p.m. Por outro lado, nas maquinas geradoras <strong>de</strong> potência, <strong>de</strong> uma<br />

maneira geral, h0 po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 0,001 a 0,005 pol. (0,025 a 0,127 mm). Norton sugere h0 =<br />

0,00025 D como uma regra aproximada, on<strong>de</strong> D é o diâmetro normal do munhão.<br />

6.19 - CÁLCULO DE MANCAIS PARA REGIME DE ATRITO FLUIDO.<br />

Os diagramas <strong>de</strong> cálculo, constantes neste capítulo, estão agrupados em páginas<br />

consecutivas, <strong>para</strong> uma referência Algumas vezes, é necessário fazer tentativas e<br />

aproximações sucessivas.<br />

Enquanto a viscosida<strong>de</strong> varia com a pressão, especialmente nos gases, trabalhamos<br />

com óleos em que tal variação é pequena. Para o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento, o óleo<br />

geralmente usado é o motor <strong>para</strong> motores, é importante saber como a viscosida<strong>de</strong> varia com a<br />

temperatura.<br />

187


6.20 - PRINCIPIOS HIDRODINÂMICOS<br />

São muitas as geometrias <strong>de</strong> mancais que trabalham nos princípios hidrodinâmicos.<br />

Basicamente qualquer mancal que trabalha com um filme <strong>de</strong> óleo ou fluido é um mancal<br />

hidrodinâmico. O fluido po<strong>de</strong> ser gás ou líquido. A geometria das superfícies do mancal atuam<br />

<strong>de</strong> forma a criar fluxo e pressão no fluido. É a pressão do fluido que suporta a carga evitando o<br />

contato metal com metal. A espessura do filme <strong>de</strong> óleo sob o eixo é fina e as superfícies do<br />

mancal <strong>de</strong>vem ser lisas.Para o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um mancal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong>ve-se assegurar que a<br />

espessura mínima do filme c seja mantida, a excentricida<strong>de</strong> do eixo e seja aceitável, a<br />

pressão no lubrificante seja possível e a viscosida<strong>de</strong> do óleo seja aceitável. Para <strong>de</strong>terminar as<br />

condições <strong>de</strong> operação aceitáveis,muitos testes foram realizados e equações foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidas. As combinações dos resultados levaram ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tabelas ou<br />

gráficos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> que auxiliam na escolha das dimensões dos mancais, das folgas e das<br />

características do lubrificante <strong>para</strong> condições <strong>de</strong> operação particulares.<br />

6.21 - PROCEDIMENTO DE PROJETO<br />

1. Selecione uma relação l/d , 1 é provavelmente um bom ponto <strong>de</strong> partida.<br />

2. Utilizando uma carga específica e uma pressão nominal a<strong>de</strong>quada, selecione o<br />

comprimento e o diâmetro do mancal.<br />

3. Especifique uma folga radial apropriada, c, provavelmente baseado em ajuste fechado<br />

(H8/f7) ou livre (H9/d9).<br />

4. Decida sobre uma viscosida<strong>de</strong> inicial. Uma vez que a viscosida<strong>de</strong> varia<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente com a temperatura, é necessário normalmente utilizar <strong>para</strong> o cálculo,<br />

dois valores <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>, um ligeiramente abaixo e outro ligeiramente superior ao<br />

valor final antecipado.<br />

5. Determine o número característico do mancal ou número Sommerfield (S).<br />

6. Obter na tabela, a variável espessura mínina <strong>de</strong> óleo em função do número<br />

característico do mancal e da relação l/d.<br />

7. Agora se po<strong>de</strong> calcular a espessura mínima <strong>de</strong> óleo e verificar se é razoável.<br />

8. Po<strong>de</strong>-se calcular agora a relação <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>.<br />

9. Se necessário, a posição angular da espessura mínima <strong>de</strong> óleo po<strong>de</strong> ser obtida <strong>de</strong> um<br />

outro gráfico.<br />

188


10. No gráfico “variável coeficiente <strong>de</strong> atrito" em função do número característico do mancal,<br />

S, e da relação l/d, po<strong>de</strong>-se ler a variável coeficiente <strong>de</strong> atrito.<br />

11. Calcule o coeficiente <strong>de</strong> atrito. Utilizando o raio e a carga atuante, calcule o torque<br />

necessário <strong>para</strong> vencer o atrito. Utilizando o coeficiente <strong>de</strong> atrito e a rotação do eixo,<br />

calcule a perda <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>vido ao atrito.C<br />

12. No gráfico, "variável <strong>de</strong> fluxo" em função do número característico do mancal e da<br />

relação l/d calcule o fluxo total <strong>de</strong> óleo.<br />

13. No gráfico "relação <strong>de</strong> fluxo" em função do número característico do mancal e da<br />

relação l/d , calcule o vazamento lateral do lubrificante.<br />

14. Calcule a elevação <strong>de</strong> temperatura no lubrificante- é comum supor que todo o calor é<br />

levado <strong>para</strong> fora pelo fluxo <strong>de</strong> óleo e a temperatura <strong>de</strong> vazamento do óleo é a média da<br />

temperatura <strong>de</strong> entrada e saída.<br />

15. No gráfico viscosida<strong>de</strong> x temperatura, checar a viscosida<strong>de</strong> do óleo após o aumento <strong>de</strong><br />

temperatura pela quantida<strong>de</strong> calculada anteriormente, e supor uma temperatura <strong>de</strong><br />

entrada a<strong>de</strong>quada.<br />

16. Repetir os cálculos acima necessários <strong>para</strong> checar os resultados com a viscosida<strong>de</strong> com<br />

a média das temperaturas <strong>de</strong> entrada e saída.<br />

6.22 - APLICAÇÃO<br />

1. Um mancal hidrodinâmico tem as características abaixo:<br />

• W = 5kN;<br />

• d = 50 mm (diâmetro)<br />

• l = 50 mm (comprimento)<br />

• N = 30 rps;<br />

• SAE20 (óleo lubrificante)<br />

• Temperatura Inicial <strong>de</strong> 38º C<br />

a) Qual a temperatura média <strong>de</strong> funcionamento <strong>para</strong> uma folga <strong>de</strong> c = 0,050 mm?<br />

b) Qual a folga <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> uma temperatura média <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> 50ºC,<br />

sendo esta 70% da folga i<strong>de</strong>al? Traçar uma curva e mostrar os valores.<br />

189


DADOS INICIAIS DO PROGRAMA<br />

Carga: 5 kN<br />

Diâmetro: 50 mm<br />

Comprimento: 50 mm<br />

Rotação: 30 rps<br />

Temperatura Inicial: 38º C<br />

Folga: 0,050<br />

Tipo: SAE 20<br />

Relação <strong>de</strong> l/d: 1<br />

RESULTADOS<br />

Formula Parcial: 3,75µ<br />

Temperatura média <strong>de</strong> funcionamento: 47,5ºC<br />

FOLGA DE PROJETO<br />

Temperatura média <strong>de</strong> funcionamento: 50ºC<br />

Porcentagem em relação a folga máxima: 70%<br />

RESULTADOS<br />

Folga I<strong>de</strong>al: 0,014168 mm<br />

6.23 - MANCAIS ÓTIMOS.<br />

Um problema <strong>de</strong> mancais po<strong>de</strong> apresentar um numero in<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> soluções.<br />

Entretanto, consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pratica, como folga razoável, óleo conveniente e a relação<br />

L / D entre o comprimento e o diâmetro, limitam consi<strong>de</strong>ravelmente as possibilida<strong>de</strong>s. Kingsbury<br />

mostrou que, <strong>para</strong> um certo ângulo <strong>de</strong> contato β, há um certo valor da excentricida<strong>de</strong> e que<br />

resulta em uma capacida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> carga e outro valor <strong>de</strong> e que resulta em um mínimo <strong>de</strong><br />

perda por atrito. Os mancais que correspon<strong>de</strong>m a estas situações são <strong>de</strong>nominados mancais<br />

ótimos sendo o <strong>de</strong> máxima capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga um tanto diferente do que proporciona um<br />

mínimo <strong>de</strong> perda por atrito. Com tantas possibilida<strong>de</strong>s a escolher, o calculista <strong>de</strong>ve procurar<br />

obter um mancal ótimo não importando qual <strong>de</strong>les. Pequenas variações da folga ótima, <strong>para</strong><br />

190


mais ou <strong>para</strong> menos, tem pequeno efeito seja na carga ou no atrito e o <strong>projeto</strong> final po<strong>de</strong>rá ser<br />

um compromisso entre as folgas comercialmente usadas e os valores ótimos<br />

6.24 - TAXA DE FOLGA.<br />

Permanecendo os outros elementos constantes, um aumento na folga c acarreta um<br />

<strong>de</strong>créscimo no numero <strong>de</strong> Sommerfeld e na espessura mínima do filme <strong>de</strong> óleo. Assim, se a<br />

espessura mínima do filme é o elemento <strong>de</strong>cisivo, um aumento da folga po<strong>de</strong> reduzir a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do mancal. Entretanto, a folga maior permite maior fluxo do lubrificante, <strong>de</strong><br />

modo que o mancal trabalhará com temperatura mais baixa, uma vez que maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

calor é elevada pelo lubrificante.<br />

A folga e a taxa <strong>de</strong> folga c / D são funções do processo <strong>de</strong> fabricação. Um valor <strong>de</strong> c / D<br />

= 0,001 esta bem próximo da média <strong>para</strong> cargas constantes, porem c / D po<strong>de</strong> ser menor,<br />

digamos, 0,00075 <strong>para</strong> cargas variáveis . Tomando por base os materiais dos mancais, os<br />

seguintes valores da relação c / D po<strong>de</strong>m ser tomados como guia : “Babbit” com base <strong>de</strong><br />

estanho, 0,0005 ;liga <strong>de</strong> cádimo e prata 0,0008 ; cobre e chumbo 0,001 ; liga <strong>de</strong> prata chumbo<br />

e índio 0,001 ; liga <strong>de</strong> alumínio 0,001. Para mancais pequenos, c / D po<strong>de</strong> ser pouco maior e<br />

<strong>para</strong> mancais gran<strong>de</strong>s um pouco menor do que os valores dados acima.<br />

6.25 - RELAÇÃO ENTRE O COMPRIMENTO E O DIÂMETRO.<br />

Quanto maior o comprimento L, <strong>para</strong> um diâmetro particular D menor a pressão média.<br />

Em um mancal em que pu<strong>de</strong>r ocorrer atrito combinado, uma pressão mais baixa será<br />

importante. Entretanto, se o atrito for fluido, o grupo µn / p será o elemento <strong>de</strong>cisivo, com as<br />

ressalvas seguintes:<br />

1º. , se o mancal esta sujeito às partículas ou <strong>para</strong>das em regime <strong>de</strong> plena carga, o<br />

<strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>vido ao contacto <strong>de</strong> metal com metal não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sprezado;<br />

2º. , a pressão máxima do filme <strong>de</strong> óleo não <strong>de</strong>ve ser tão gran<strong>de</strong> que <strong>de</strong>forme ou<br />

provoque fadiga nos metais dos mancais. A analise feita por Needs sugere que, em média, o<br />

valor L / D ≈ 1 equilibra os vários prós e contras. Deve-se ter em mente, também, que se por um<br />

lado, há uma tendência <strong>de</strong> f crescer à proporção que o mancal se torna mais curto, a fuga axial<br />

também cresce com esse encruamento e, assim, maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor é arrastada pelo<br />

óleo.<br />

191


On<strong>de</strong> o espaço é vital, como no caso dos motores <strong>de</strong> avião e motores em V <strong>para</strong> a<br />

industria automobilística, é regra a adoção <strong>de</strong> baixas relações L / D, não sendo incomum o uso<br />

<strong>de</strong> relações tão baixas como 0,25 a 0,5. Uma certa espessura <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> óleo que se rompe<br />

em mancais relativamente longos, <strong>de</strong>vido às <strong>de</strong>flexões do eixo, po<strong>de</strong> ser bem tolerada por um<br />

mancal mais curto.<br />

6.26 - CONSIDERAÇÕES SOBRE DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES EM UM MANCAL E<br />

PERDA DEVIDA AO ATRITO.<br />

Devido à fuga axial a distribuição das pressões na direção axial é aproximadamente<br />

<strong>para</strong>bólica. Quando a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>vida a Newton <strong>para</strong> viscosida<strong>de</strong>, é aplicada a um munhão<br />

concêntrico com seu mancal, a equação resultante e aplicável a mancais levemente carregados<br />

e a mancais que trabalham em altas velocida<strong>de</strong>s, que são os casos em que os mancais são<br />

aproximadamente concêntricos. Tal aplicação serve também <strong>para</strong> fins estimativos e, em<br />

conjunto com outras consi<strong>de</strong>rações, proporciona consi<strong>de</strong>ráveis informações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

prática.Com a expressão Uf = Fv, po<strong>de</strong>mos, se necessário, calcular a perda <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>vida<br />

ao atrito. Os mancais são comumente construídos com ranhuras ou rebaixos <strong>para</strong> a distribuição<br />

do lubrificante, situados em oposição e abrangendo arcos <strong>de</strong> 30° a 60°, em planos formando,<br />

mais ou menos, um ângulo reto com a direção da carga Estes rebaixos atuam não só como<br />

distribuidores, mas também como pequenos reservatórios <strong>de</strong> óleo. No que diz respeito a<br />

espessura do filme <strong>de</strong> óleo e a carga, é aconselhável consi<strong>de</strong>rar tais mancais como parciais,<br />

com ângulo β. Entretanto, as perdas por atrito <strong>de</strong>vem ser calculadas como a soma da que<br />

ocorre no arco β com a correspon<strong>de</strong>nte ao ângulo θ, não levando em conta as que ocorrem nos<br />

arcos correspon<strong>de</strong>ntes as ranhuras <strong>de</strong> distribuição porque, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> espessura do filme<br />

nessas regiões, são <strong>de</strong>sprezíveis. A perda por atrito na parte não-carregada (correspon<strong>de</strong>nte a<br />

θ), po<strong>de</strong> ser calculada, com suficiente precisão, pela equação <strong>de</strong> Newton , usando hm como a<br />

espessura média do filme <strong>de</strong> óleo. Assim:<br />

F = µAv / hm (28)<br />

on<strong>de</strong> A representa a área do fluido cisalhado. A Geometria do mancal da, <strong>para</strong> a espessura<br />

média hm:<br />

hm = c/ 2 + 2 / θ (c/2 – h0) cos φ sem θ/2. (29)<br />

Se o ângulo θ situa-se entre 120° e 180°, a espessura média h m po<strong>de</strong>, sem erro sensível,<br />

ser calculada pela equação:<br />

192


hm = c/2 +0,74 (c/2 - h0) cos φ . (30)<br />

Fig.11 – Relação geométrica <strong>de</strong>vio a perda por atrito<br />

A razão ou fator <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser bem prevista pela teoria. Se um<br />

munhão esta girando a alta velocida<strong>de</strong>, seu centro praticamente coinci<strong>de</strong> com o do mancal<br />

representado por A na Fig.12. Vamos supor que à proporção que a carga cresça, o centro do<br />

munhão mova-se segundo uma trajetória semicircular ABC, cujo diâmetro é a folga radial cr =<br />

c/2. Nesta hipótese, o munhão vai entrar em contato com o mancal em C, se a carga tornar-se<br />

suficientemente gran<strong>de</strong>. Esta suposição aproxima-se bastante das trajetórias <strong>de</strong>terminadas<br />

experimentalmente e é suficientemente exata <strong>para</strong> os fins que temos em vista.<br />

Fig.12 - A razão ou fator <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong><br />

193


Notando que AB, na Fig. 12, e OO’, na Fig. 11, têm os mesmos comprimentos e que, em<br />

qualquer posição B do centro do munhão a distancia AB é igual a cr – h0 e que o ângulo ABC é<br />

sempre reto, virá:<br />

cos φ = (cr – h0) / cr = 1 – (h0 /cr) = 1 – (2h0/c) = e (31)<br />

equação que permite calcular o valor <strong>de</strong> φ. Usando o valor <strong>de</strong> cos φ <strong>de</strong> (31) na equação (30),<br />

teremos o valor aproximado da espessura média hm na capa:<br />

hm = cr [1 + 0,74 (1 - h0 /cr ) 2 ] = cr (1 + 0,74e 2 ). (32)<br />

6.27 - FLUXO DE LUBRIFICANTE ATRAVÉS DE UM MANCAL.<br />

Antes do advento das altas velocida<strong>de</strong>s, encontradas em algumas das maquinas<br />

mo<strong>de</strong>rnas, a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um lubrificante era apenas reduzir o atrito. Entretanto, à proporção<br />

que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um munhão sob carga, cresce, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong>vidas ao atrito<br />

também cresce e o mancal <strong>de</strong>ve dissipar maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor<br />

gerado pelo atrito cresce, aproximadamente, com o cubo do diâmetro do munhão, enquanto<br />

que o calor naturalmente transmitido por convexão e radiação é, aproximadamente,<br />

proporcional à primeira potência <strong>de</strong> D. Assim, a proporção que a velocida<strong>de</strong> do munhão cresce,<br />

com a carga constante, mais e mais quente vai se tornando o mancal. O munhão bombeia mais<br />

óleo, o que ten<strong>de</strong> fazer crescer a espessura do filme, mas o óleo per<strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> à proporção<br />

que sobe a temperatura; se o mancal tornar-se <strong>de</strong>masiadamente quente, o filme <strong>de</strong> óleo<br />

romper-se-á e o mancal será “queimado” Um método <strong>de</strong> retirar do mancal o calor excessivo,<br />

<strong>de</strong>vido ao atrito, e esfriá-lo por meios externos, seja ventilando-o, seja fazendo circular água em<br />

serpentinas que o envolvam.<br />

Usa-se muito um sistema <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> óleo, cujo principal propósito é obter um bom<br />

fluxo <strong>de</strong> óleo através do mancal, <strong>para</strong> arrastar o excesso <strong>de</strong> calor gerado.<br />

O óleo, normalmente, entra no mancal na região <strong>de</strong> baixa pressão do mesmo, um pouco<br />

a frente da área que suporta a carga. Algumas vezes é prevista uma saída, um pouco além da<br />

área <strong>de</strong> carga, pela qual o óleo, livremente, abandona o mancal. Se o óleo entra sob pressão<br />

atmosférica, a ação bombeadora do munhão faz com que ele penetre na área que suporta a<br />

carga. Nos mancais em que não há vedadores nas extremida<strong>de</strong>s ocorre um certo vazamento.<br />

194


Se não existirem saídas especiais, o único caminho <strong>para</strong> o óleo <strong>de</strong>ixar um mancal completo é<br />

pelas extremida<strong>de</strong>s, principalmente nas extremida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong> carga, porque o restante do<br />

mancal não está sob pressão.<br />

Admitido como retilíneo o gradiente da velocida<strong>de</strong> através da espessura do filme, como a<br />

equação (33), a velocida<strong>de</strong> media do óleo será meta<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> periférica do munhão, isto<br />

é, vr/2. Portanto, se o munhão for concêntrico em relação ao mancal (Fig. 220), o fluxo máximo<br />

<strong>de</strong> óleo no espaço da folga, será o produto da velocida<strong>de</strong> média vr/2 pela área <strong>de</strong> escoamento<br />

crL = cL/2, ou seja: q = vr cL/4 = 0,25 vr cL. Contudo, o valor real do fluxo na região sob carga é<br />

menor e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da relação L/D e da excentricida<strong>de</strong> do munhão. Assim, <strong>de</strong> uma maneira geral,<br />

po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

q f r<br />

= C v cL,<br />

(34)<br />

on<strong>de</strong> q é obtido em galões por minuto (gpm), com vr em ft/min, c em polegadas, L em<br />

polegadas e Cf o coeficiente <strong>de</strong> escoamento ajustado <strong>de</strong> modo que o resultado venha em gpm.<br />

O coeficiente Cf é obtido na Fig. 213, on<strong>de</strong> são apresentados dois conjuntos <strong>de</strong> curvas. Os<br />

valores <strong>de</strong> Cf, obtidos das curvas em traço cheio, substituídos na equação (34), dão o fluxo <strong>de</strong><br />

óleo na região carregada, quando o óleo é admitido no mancal a uma pressão próxima da<br />

atmosférica. Uma parte <strong>de</strong>ste óleo circula em torno do munhão e o restante abandona o mancal<br />

pelas extremida<strong>de</strong>s, em fuga axial. Esta fuga axial é igual a quantida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve ser<br />

continuamente suprida <strong>para</strong> manter o escoamneto do óleo: correspon<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo<br />

que <strong>de</strong>ixa o mancal quando nenhuma pressão o força <strong>para</strong> fora, exceto a gerada no filme <strong>de</strong><br />

óleo pela ação hidrodinamica <strong>de</strong> seu trabalho e quando a única área <strong>de</strong> escoamento é a da<br />

folga.<br />

6.28 - CALOR LEVADO PELO ÓLEO.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor levada pelo óleo que circula através <strong>de</strong> um mancal é obtida a<br />

partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> calor especifico. Um valor, do lado da segurança, <strong>para</strong> óleos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

petróleo é, aproximadamente, 0,4 Btu/lb = °F.<br />

Então: Q = w(<br />

0,<br />

40)<br />

Δt<br />

(Btu/min), (35)<br />

195


on<strong>de</strong> Q é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor recebida pelo óleo quando passa através do mancal, w, em<br />

lb/min, é a vazão ou fluxo <strong>de</strong> oleo e ∆t é a elevação da temperatura do oleo.<br />

Para a avaliação que estamos fazendo, po<strong>de</strong>mos usar <strong>para</strong> os óleos <strong>de</strong>rivados do<br />

petróleo uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,83, que correspon<strong>de</strong> a um peso especifico <strong>de</strong> 6,92 lb/galão.<br />

Assim, <strong>para</strong> q gpm, § 249, temos w = 6,92q lb/min e convertendo <strong>para</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho,<br />

usualmente adotadas <strong>para</strong> Uf, achamos:<br />

Q = 2150 qΔt<br />

(lb-ft/min), (36)<br />

on<strong>de</strong> q é o fluxo <strong>de</strong> óleo em gpm. Para o óleo alimentado sob pressão, § 260, praticamnete<br />

quase todo o calor gerado é, por ele, arrastado (179). Neste caso, a quantida<strong>de</strong> necessária <strong>de</strong><br />

óleo po<strong>de</strong> ser estimada igualando Q, da equação (36), <strong>para</strong> uma certa elevação <strong>de</strong><br />

temperatura, a Uf e calculando q. Uma elevação <strong>de</strong> temperatura inferior a 20°F é prá tica usual<br />

no caso da lubrificação forçada.<br />

6.29 - DISSIPAÇÃO DE CALOR DO MANCAL.<br />

Muitas horas po<strong>de</strong>m ser necessárias <strong>para</strong> que a temperatura <strong>de</strong> um mancal se estabilize<br />

em seu valor <strong>de</strong> operação. Mesmo em condições estáveis, a radiação e a convecção térmica e<br />

um mancal são fenômenos complexos. De uma estimativa da temperatura média do filme do<br />

óleo, fazemos uma estimativa da temperatura na superfície do mancal. Entretanto, nem todas<br />

as partes <strong>de</strong>sta superfície estão a mesma temperatura, e o material adjacente ao mancal<br />

conduz uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor, que é, eventualmente, transmitida ao ambiente por<br />

convecção e radiação. Po<strong>de</strong>remos computar esta condução <strong>de</strong> calor pela adoção <strong>de</strong> uma certa<br />

área “efetiva” <strong>de</strong> transmissão, área esta con<strong>de</strong>nsada nas partes metálicas adjacentes ao<br />

mancal; entretanto, restará sempre a questão do valor <strong>de</strong>sta área. De qualquer forma <strong>de</strong>vemos<br />

sempre fazer a estimativa da temperatura <strong>de</strong> operação em regime estável.<br />

Em geral, a perda <strong>de</strong> calor po<strong>de</strong> ser expressa com:<br />

Q = f A Δt<br />

(37)<br />

cr<br />

b<br />

b<br />

196


2<br />

on<strong>de</strong> fcr é o coeficiente <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor em lb − ft / min* pol * ° F , Ab é a área efetiva<br />

em<br />

2<br />

pol através da qual se processa a transferência <strong>de</strong> calor e b<br />

temperatura da superfície do mancal acima da temperatura ambiente, em °F.<br />

Δ t é a elevação <strong>de</strong><br />

Uma velha regra ditada pela experiência (166), recomenda que, em ar calmo, uma perda<br />

2<br />

<strong>de</strong> 2 Btu / hr − ft * ° F é um valor aceitável. Em conseqüência:<br />

f cr<br />

2<br />

= 0,<br />

18lb<br />

− ft / min* pol * ° F (ar calmo) (38)<br />

Quando o ar está em momento, o valor <strong>de</strong> f cr é bem maior, até mesmo <strong>de</strong>z vezes maior,<br />

conforme publicações da literatura sobre o assunto. Assim, Karelitz (162) achou:<br />

f cr<br />

<strong>para</strong> uma velocida<strong>de</strong> do ar <strong>de</strong> 500ft/min.<br />

2<br />

= 0,<br />

516lb<br />

− ft / min* pol * ° F<br />

Quando o óleo não circula, po<strong>de</strong>-se tomar, com aproximação aceitável (162, 166) que:<br />

Δ = Δt<br />

/ 2 (40)<br />

on<strong>de</strong> Δ t0<br />

é a elevação <strong>de</strong> temperatura do filme <strong>de</strong> óleo.<br />

t b<br />

0<br />

(39)<br />

Para valor da área efetiva, Norton (166) sugere, aproximadamente:<br />

A b<br />

= 25DL<br />

(41)<br />

on<strong>de</strong> L é o comprimento axial do mancal e D o seu diâmetro nominal. Esta expressão <strong>para</strong> A b é<br />

aplicável quando existem pesadas massas <strong>de</strong> metal em presença. Se o mancal é <strong>de</strong> construção<br />

leve ou tanto isolado, a área efetiva po<strong>de</strong> tornar-se tão baixa quanto 6DL.<br />

As informações acima serão, provavelmente, satisfatórias na estimativa da temperatura<br />

<strong>de</strong> equilíbrio. Porém, uma discussão resumida das consi<strong>de</strong>rações básicas elucidará um pouco<br />

mais a situação. Assim, lembremo-nos que sendo uma parte do calor transmitida por meio <strong>de</strong><br />

radiação, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor assim transferida é, <strong>de</strong> acordo com a lei <strong>de</strong> Stefan-Boltzmann ,<br />

proporcional à quarta potencia da temperatura. Por consi<strong>de</strong>rações diversas, e admitindo que a<br />

temperatura não varie muito, po<strong>de</strong>remos chegar a:<br />

197


f r<br />

2<br />

= 0,<br />

108lb<br />

− ft / min* pol * ° F<br />

<strong>para</strong> valor da taxa unitária <strong>de</strong> calor radiado.<br />

Quanto à convecção, não foram <strong>de</strong>terminadas expressões que permitam sua avaliação<br />

nos mancais. A situação po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada semelhante a <strong>de</strong> um tubo cilíndrico exposto a<br />

um fluido externo em movimento<br />

( ) 6 , 0<br />

Dρv<br />

/<br />

f c D / k = 0,<br />

24 * μ (43)<br />

on<strong>de</strong> D é o diâmetro do tubo, k a condutibilida<strong>de</strong> térmica <strong>de</strong> seu material, ρ a massa especifica<br />

e µ a viscosida<strong>de</strong> do fluido externo. Esta equação reduz-se à forma<br />

(42)<br />

0,<br />

6 0,<br />

4<br />

f c = Cva<br />

/ D , on<strong>de</strong> C é<br />

uma função experimental das proprieda<strong>de</strong>s do ar, v a é a velocida<strong>de</strong> do ar em ft/min e D é uma<br />

dimensão característica. De alguns poucos resultados experimentais, po<strong>de</strong>mos escolher C =<br />

0,0172 e ter:<br />

0,<br />

6 0,<br />

4<br />

f c = 0, 0172 * va<br />

/ D<br />

F pol ft lb − * °<br />

min* /<br />

2<br />

que dá a taxa unitária <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor por convecção, on<strong>de</strong> v a é a velocida<strong>de</strong> do ar em<br />

ft/min e D o diâmetro nominal do mancal em polegadas.<br />

O coeficiente total <strong>de</strong> tarnsmissao <strong>de</strong> calor f cr é, então, a soma f cr = f c + f r , cujo valor<br />

é usado na equação (36), como previamente foi explanado. Se a velocida<strong>de</strong> do escoamento do<br />

ar ao mancal pu<strong>de</strong>r ser estimada, o processo acima indicado será preferível. Mancais<br />

localizados próximos a polias, volantes, etc., po<strong>de</strong>m ser admitidos como expostos a uma<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> 60 a 100 ft/min.<br />

Se o problema for o <strong>de</strong> estimar a temperatura <strong>de</strong> equilíbrio <strong>para</strong> um óleo particular, a<br />

solução po<strong>de</strong> ser obtida por aproximações sucessivas. Um modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r é indicado pelo<br />

roteiro abaixo:<br />

a) Supor uma temperatura do filme <strong>de</strong> óleo e ∆t0.<br />

b) Para o óleo fixado, <strong>de</strong>terminar a viscosida<strong>de</strong>, o coeficiente <strong>de</strong> atrito e as perdas por<br />

atrito Uf.<br />

c) Admitir que a elevação <strong>de</strong> temperatura do mancal ∆tb seja meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ∆t0, elevação<br />

<strong>de</strong> temperatura do óleo, e calcular Q, fluxo com que o calor é dissipado à temperatura<br />

(44)<br />

198


fixada. Se Q = Uf a temperatura suposta é a estimada <strong>para</strong> operação. Se Q e Uf são<br />

diferentes, supor outra temperatura do filme e repetir os cálculos. Depois <strong>de</strong> efetuadas<br />

duas series <strong>de</strong> cálculos, interpolações ou extrapolações dos valores fixados<br />

proporcionarão uma base <strong>para</strong> a terceira tentativa.<br />

6.30 - MATERIAIS USADOS NOS MANCAIS.<br />

As proprieda<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas vantajosas nos materiais que se <strong>de</strong>stinam<br />

à construção <strong>de</strong> mancais são (164): baixo módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, o que redundará em<br />

facilida<strong>de</strong> do material tomar a forma <strong>de</strong>sejada; baixa resistência ao cisalhamento, o que<br />

proporcionará facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser a superfície alisada; baixa soldabilida<strong>de</strong> ao aço, o que dificultará<br />

o aparecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos ou cortes na superfície; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> corpos<br />

estranhos ou “incrustabilida<strong>de</strong>”, permitindo que, pela penetração em sua massa, sejam os<br />

mesmos removidos da película <strong>de</strong> lubrificante; resistência à compressão e à fadiga; resistência<br />

às temperaturas; resistência à corrosão; boa condutibilida<strong>de</strong> térmica; coeficiente <strong>de</strong> expansão<br />

térmica semelhante ao do aço e, como sempre, baixo custo.<br />

Os materiais mais usados são as ligas <strong>de</strong> cobre e o babbit. Os babbits são <strong>de</strong> base <strong>de</strong><br />

estanho ou <strong>de</strong> chumbo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> qual <strong>de</strong>stes metais é o principal constituinte da liga. Em<br />

todas as suas formas os babbits são ligas <strong>de</strong> baixa resistência, sendo usados em camadas<br />

muito finais [<strong>de</strong> espessura inferior a 1 mm (0,04 pol.) até 0,05 mm (0,002 pol.)] sobre casquilho<br />

<strong>de</strong> aço. Devido à sua baixa resistência à fadiga, não são satisfatórios on<strong>de</strong> a carga é severa e<br />

variável, se bem que os revestimentos muito finos possam manter-se em certos casos. Na<br />

espessura <strong>de</strong> 0,4 mm (0,016 pol.), a capacida<strong>de</strong> normal <strong>de</strong> carga (com atrito fluido) é <strong>de</strong><br />

aproximadamente 1 kg/mm 2 (1 500 psi).<br />

As ligas <strong>de</strong> cobre usadas nos mancais são principalmente bronzes que são muito mais<br />

fortes e duros do que o babbit. Uma liga <strong>de</strong> cobre e chumbo, com 25 a 50% <strong>de</strong> chumbo, em<br />

uma camada <strong>de</strong> 0,75 mm (0,03 pol.) <strong>de</strong> espessura tem boa resistência à fadiga e é usada em<br />

motores <strong>de</strong> avião. Sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga normal é <strong>de</strong> 2,1 kg/mm2 (3 000 psi). Bronzes ao<br />

estanho têm uma capacida<strong>de</strong> normal <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> 3,5 kg/mm 2 (5 000 psi) (173).<br />

Revestimentos <strong>de</strong> prata, <strong>para</strong> serviços pesados, são colocados pelo <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> uma<br />

camada <strong>de</strong> 0,5 mm (0,02 pol.) a 0,75 mm (0,03 pol.) <strong>de</strong> prata sobre o aço, seguida <strong>de</strong> uma<br />

camada <strong>de</strong> 0,025 mm (0,001 pol.) a 0,075 mm (0,003 pol.) <strong>de</strong> chumbo; em seguida, cerca <strong>de</strong> 4<br />

a 5% <strong>de</strong> índio é <strong>de</strong>positado eletroliticamente, e termicamente difundido, na camada <strong>de</strong> chumbo.<br />

199


Um mancal <strong>de</strong> ferro fundido, suportando munhão <strong>de</strong> aço, tem se mostrado uma<br />

excelente combinação no ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e atrito no caso do atrito combinado.<br />

Entretanto, o ferro fundido não oferece boa incrustabilida<strong>de</strong> e outras qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um metal<br />

macio e marca, seriamente, a superfície do munhão no caso <strong>de</strong> qualquer irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

funcionamento.<br />

Um mancal que contém seu próprio lubrificante é fabricado mediante elevada<br />

compressão <strong>de</strong> cobre e estanho (ou chumbo) em pó, que são então sintetizados a uma<br />

temperatura situada entre as <strong>de</strong> fusão dos dois metais. O resultado é um material que<br />

apresenta no seu volume mais <strong>de</strong> 35% <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>. As porosida<strong>de</strong>s são, então, impregnadas<br />

com óleo que vem à superfície quando o mancal é sujeito a aquecimento ou pressão. Tais<br />

mancais, chamados sinterizados, são muito úteis <strong>para</strong> serviços leves em pontos <strong>de</strong> difícil<br />

acesso ou nos casos em que a operação não possa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma adição regular <strong>de</strong><br />

lubrificante, como é o caso das <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> uso doméstico. Um material sinterizado <strong>para</strong><br />

mancais, classificado como SAE Tipo I, à base <strong>de</strong> bronze , po<strong>de</strong> ser aplicado em casos em que<br />

pv VII VII 50 000, on<strong>de</strong> p em psi, é a pressão na área projetada e v a velocida<strong>de</strong> periférica do<br />

munhão em ft/min. Para a aplicação da expressão acima, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar as seguintes<br />

pressões máximas: 2 000 psi <strong>para</strong> v = 2,5 ft/min; 500 psi <strong>para</strong> v entre 50 e 100 ft/min; 325 psi<br />

<strong>para</strong> v entre 100 e 150 ft/min e 250 psi <strong>para</strong> v entre 150 e 200 ft/min.<br />

Mancais autolubricados são também fabricados mediante a inserção <strong>de</strong> grafita em<br />

rasgos ou furos abertos na superfície, agindo a grafita como lubrificante. Se estes mancais<br />

forem empregados com rotação constante, limitar a pv VII 1 500 com pmax = 40 a 50 psi..<br />

Diversas substâncias plásticas, como nylon e micarta, são usadas como mancais e<br />

po<strong>de</strong>m ser lubrificadas com água ou óleo. Igualmente a ma<strong>de</strong>ira é usada no caso <strong>de</strong> atrito<br />

combinado, especialmente usando água como lubrificante. Os mancais à base <strong>de</strong> borracha, Fig.<br />

226, trabalham <strong>de</strong> forma excelente com a água como lubrificante e são usados nas turbinas<br />

hidráulicas, na construção naval, <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> dragagem e outras aplicações. A borracha macia<br />

<strong>de</strong>ixa passar a areia ou o saibro sem injuriar a superfície do munhão. Alguns <strong>de</strong>talhes sobre o<br />

cálculo e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mancais <strong>de</strong> borracha são apresentados na referência.<br />

Numerosos outros materiais, metálicos ou não, são usados na fabricação <strong>de</strong> mancais.<br />

Por trata-se <strong>de</strong> um assunto vasto por si mesmo, sugere-se consulta a outras fontes.<br />

200


6.31 - CONSTRUÇÃO DOS MANCAIS.<br />

Existem tantos tipos <strong>de</strong> mancais, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> suas construções, que a<br />

discussão e as ilustrações abaixo são meramente indicativas. As buchas <strong>para</strong> mancais<br />

pequenos são, freqüentemente, feitas em uma só peça, usualmente em latão ou bronze. As<br />

buchas <strong>de</strong>vem ser prensadas em sua se<strong>de</strong> e, em seguida, acabadas <strong>para</strong> o diâmetro <strong>de</strong>sejado.<br />

Depois que ocorrer <strong>de</strong>sgaste excessivo, a bucha <strong>de</strong>ve ser substituída. Os mancais feitos em<br />

duas peças po<strong>de</strong>m ser usados com calços que são removidos <strong>para</strong> compensar o <strong>de</strong>sgaste do<br />

mancal.<br />

É melhor que a linha <strong>de</strong> ação da carga resultante no mancal seja inclinada <strong>de</strong> um ângulo<br />

menor que 60º em relação à linha <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> uma das meta<strong>de</strong>s, no caso dos mancais<br />

bipartidos. Em nenhuma hipótese, quando o atrito for fluido, <strong>de</strong>ve a linha <strong>de</strong> ação da resultante<br />

situar-se no plano <strong>de</strong> corte do mancal, por causa do efeito <strong>de</strong>strutivo das <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s na<br />

pressão do óleo. Quando a linha <strong>de</strong> ação da carga forma um gran<strong>de</strong> ângulo com a vertical,<br />

po<strong>de</strong>-se usar um mancal com o corte inclinado ou o plano <strong>de</strong> corte po<strong>de</strong> ser vertical em vez <strong>de</strong><br />

horizontal.<br />

Os mancais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte são freqüentemente, fabricados em mais <strong>de</strong> duas partes.<br />

Um mancal em quatro partes permite ajustagens, com o propósito <strong>de</strong> compensar <strong>de</strong>sgastes,<br />

tanto na horizontal, como na vertical.<br />

Mancais <strong>para</strong> arvores <strong>de</strong> transmissão po<strong>de</strong>m ser suportados por estruturas fixas às<br />

pare<strong>de</strong>s ou aos vigamentos.<br />

6.32 - MANCAIS DE ESCORA.<br />

As árvores verticais e aquelas em que estão montados <strong>para</strong>fusos sem-fim, engrenagens<br />

helicoidais, etc., estão sujeitas a forças axiais. Estas forças são suportadas por mancais <strong>de</strong><br />

escora é o mostrado na Fig. 236, usado <strong>para</strong> suportar arvores verticais. O maior <strong>de</strong>sgaste neste<br />

tipo <strong>de</strong> mancal ocorre no raio externo pois que, nele, a velocida<strong>de</strong> linear é máxima. Em<br />

conseqüência, a superfície próxima à periferia <strong>de</strong>sgasta-se gradualmente, <strong>de</strong>ixando a parte<br />

central mais alta, o que, eventualmente, produz pressões muito altas nesta parte. Para eliminar,<br />

parcialmente, esta dificulda<strong>de</strong>, é usado um disco <strong>de</strong> escora, que é feito com um furo no centro.<br />

Ocasionalmente, são usados diversos discos B, cada um <strong>de</strong>les girando, então, a uma fração da<br />

velocida<strong>de</strong> do eixo, o que distribui o <strong>de</strong>sgaste. A pressão admissível <strong>para</strong> tais mancais po<strong>de</strong><br />

variar <strong>de</strong> 3,5 kg/cm 2 (50 psi) a 14 kg/cm 2 (200 psi), em correspondência com velocida<strong>de</strong>s<br />

201


lineares periféricas médias <strong>de</strong> 60 m/min (200 ft/min) a 150 m/min (500 ft/min), as maiores<br />

velocida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ndo às menores pressões. Para serviços <strong>de</strong> condições médias e com<br />

velocida<strong>de</strong>s muito baixas as pressões po<strong>de</strong>m elevar-se até 1 kg/mm 2 (1500 psi) ou mais. O<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>para</strong> mancais <strong>de</strong> escora bem lubrificados algumas vezes é feito igual a<br />

0,015.<br />

Fig 13 -mancal <strong>de</strong> escora <strong>para</strong> eixo vertical<br />

O mancal <strong>de</strong> escora com colares, Fig. 13, é usado quando a carga é <strong>de</strong>masiadamente<br />

elevada <strong>para</strong> um tipo simples, acima <strong>de</strong>scrito, ou quando for impraticável a montagem do<br />

mesmo. Em geral, ele é usado <strong>para</strong> absorver o esforço axial criado, por exemplo, por um órgão<br />

<strong>de</strong> propulsão (como uma hélice ou um rotor <strong>de</strong> turbina ou bomba). As pressões admissíveis<br />

<strong>para</strong> os mancais <strong>de</strong> colar são um pouco menores do que as permitidas nos mancais simples <strong>de</strong><br />

escora. Isto porque a carga não é uniformemente distribuída entre os colares. Se possível, os<br />

colares <strong>de</strong>vem ser colocados próximo ao ponto em que o esforço axial se origina, o que aliviará<br />

o eixo da ação <strong>de</strong> flambagem. O diâmetro do colar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> 1,4 a 1,8 vezes o diâmetro do<br />

eixo e o coeficiente <strong>de</strong> atrito po<strong>de</strong> ser tomado aproximadamente igual a 0,04.<br />

Fig 14.-mancal <strong>de</strong> escora com colares<br />

202


Fig.15 – Viscosida<strong>de</strong> absoluta,conforme [67]<br />

203


Fig.16 – Posição da espessura mínima do filme<br />

204


Fig.17 – Razão da vazão,conforme [67]<br />

205


Fig.18 – Razão da vazão,conforme [67]<br />

Fig.19 – Razão da pressão máxima do filme,conforme [67]<br />

206


Fig. 20 – Posição do filme,conforme [67]<br />

207


6.33 - EXERCÍCIO RESOLVIDO<br />

Um mancal hidrodinâmico gira a 1760 rpm, com diâmetro <strong>de</strong> d = 2 pol, comprimento L = 2 pol,<br />

carga <strong>de</strong> W = 1000 lbf, e óleo lubrificante SAE 20. Sabendo-se que a temperatura inicial é <strong>de</strong><br />

100ºF, pe<strong>de</strong>-se:<br />

a) Qual a estimativa <strong>para</strong> a temperatura média <strong>de</strong> funcionamento <strong>para</strong> uma folga <strong>de</strong> c = 0,0020<br />

pol.<br />

b) Qual a folga i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> uma temperatura média <strong>de</strong> 120°F? Traçar um gráfico <strong>de</strong> ho x c.<br />

c) Para o mancal dado, folga <strong>de</strong> c = 0,0025 pol e temperatura média <strong>de</strong> 120°F, qual a potência<br />

perdida? Esta potência aumenta ou diminui <strong>de</strong> quanto quando a rotação aumenta 50%?<br />

d) Quanto que a pressão máxima do mancal dado aumenta, quando a carga aumenta <strong>de</strong><br />

100%,<br />

c = 0,0025 pol, <strong>para</strong> a mesma temperatura média <strong>de</strong> 120ºF?<br />

Respostas<br />

1760<br />

N = = 29,<br />

33 rps W = 1000 lbf<br />

60<br />

D = 2 pol → r = 1 pol Óleo SAE 20<br />

L = 2 pol Ti = 100°F<br />

L<br />

= 1<br />

D<br />

Δ T<br />

a) c = 0,0020 pol Tm = Ti +<br />

2<br />

μ<br />

Qs/Q (r/c).f Q/r.c.N.L<br />

ΔT (ºF) Tm (°F)<br />

S<br />

ΔT (°F)<br />

(12-11)<br />

(12-19) (12-17) (12-18)<br />

20 110 6<br />

6,4. 10 − 0,18772 0,58 4,25 4,16 37<br />

35 117,5 6<br />

5,3. 10 − 0,1553 0,63 3,8 4,2 34<br />

Tabela 01 – exercício resolvido 01<br />

Para ΔT = 20°F:<br />

2<br />

r μ.<br />

N<br />

W 1000<br />

S = . P = = = 250 lbf/pol<br />

2<br />

c P<br />

2.<br />

r.<br />

L 2.<br />

1.<br />

2<br />

2 20<br />

= psi Tm = 100 + =110°<br />

F → μ =<br />

2<br />

6<br />

6,4. 10 −<br />

S =<br />

1<br />

2<br />

0,<br />

0020<br />

2<br />

−6<br />

6,<br />

4.<br />

10 . 29,<br />

33<br />

.<br />

250<br />

=<br />

0,<br />

18772<br />

⎛ r ⎞<br />

⎜ ⎟.<br />

f<br />

0,<br />

103.<br />

P ⎝ c ⎠ 0,<br />

103.<br />

250.<br />

4,<br />

25<br />

Δ T =<br />

. =<br />

= 37º<br />

F<br />

⎡ ⎛ Qs ⎞⎤<br />

⎛ Q ⎞ ( 1 − 0,<br />

5.<br />

0,<br />

58)<br />

. 4,<br />

16<br />

⎢1<br />

− 0,<br />

5.<br />

⎜ ⎥ ⎜ ⎟<br />

Q<br />

⎟<br />

⎣ ⎝ ⎠⎦<br />

⎝ r.<br />

c.<br />

N.<br />

L ⎠<br />

35<br />

6<br />

Para ΔT = 35°F Tm = 100 + = 117,<br />

5°<br />

F → μ = 5,3. 10<br />

2<br />

− (12-11)<br />

208


S =<br />

1<br />

2<br />

0,<br />

0020<br />

2<br />

−6<br />

5,<br />

3.<br />

10 . 29,<br />

33<br />

.<br />

=<br />

250<br />

0,<br />

1554<br />

34<br />

Assim, <strong>para</strong> c = 0,0020 pol → Tm = 100 + =117°<br />

F<br />

2<br />

6<br />

b) Tm = 120°F → μ = 5,0. 10 −<br />

0,<br />

103.<br />

250.<br />

3,<br />

8<br />

Δ T =<br />

= 34º<br />

F<br />

4,<br />

2<br />

( 1 − 0,<br />

5.<br />

0,<br />

63)<br />

.<br />

2 −6<br />

−6<br />

1 . 5,<br />

0.<br />

10 . 29,<br />

33 0,<br />

5866.<br />

10<br />

S =<br />

=<br />

2<br />

2<br />

c<br />

c<br />

c S ho/c ho<br />

0,0050 0,0235 0,12 − 3<br />

0,600.<br />

10<br />

0,0010 0,5866 0,73 − 3<br />

0,730.<br />

10<br />

0,0020 0,2607 0,59 − 3<br />

0,885.<br />

10<br />

0,0025 0,1467 0,44 − 3<br />

0,880.<br />

10<br />

0,0025 0,0939 0,33 − 3<br />

0,825.<br />

10<br />

0,0030 0,0652 0,26 − 3<br />

0,780.<br />

10<br />

Tabela 02 – exercício resolvido 01<br />

ho<br />

0,001<br />

0,0008<br />

0,0006<br />

0,0004<br />

0,0002<br />

0<br />

Gráfico ho x c<br />

0 0,001 0,002 0,003 0,004<br />

A folga i<strong>de</strong>al está entre: 0,0010 < c < 0,0015, pois ↑T: ↓c: ↓ho<br />

2 −6<br />

1760<br />

1 5.<br />

10 . 29,<br />

33<br />

⎛ r ⎞<br />

c) N 1 = = 29,<br />

33rps<br />

→ S1<br />

= .<br />

= 0,<br />

0939 → ⎜ ⎟.<br />

f1<br />

= 2,<br />

55<br />

60<br />

2<br />

0,<br />

0025 250<br />

⎝ c ⎠<br />

N<br />

2<br />

1760.<br />

1,<br />

5<br />

= = 44rps<br />

→ S<br />

60<br />

2<br />

=<br />

1<br />

2<br />

0,<br />

0025<br />

2<br />

−6<br />

c<br />

5.<br />

10 . 44<br />

. =<br />

250<br />

0,<br />

1408<br />

⎛ r ⎞<br />

→ ⎜ ⎟.<br />

f<br />

⎝ c ⎠<br />

2<br />

=<br />

3,<br />

4<br />

209


⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

1 ⎞<br />

⎛ 1 ⎞<br />

⎟.<br />

f 1 = 2,<br />

55 → f1<br />

= 0,<br />

0064 ⎜ ⎟.<br />

f 2 = 3,<br />

4 → f 2 = 0,<br />

0085<br />

0,<br />

0025 ⎠<br />

⎝ 0,<br />

0025 ⎠<br />

W.<br />

f . r.<br />

N<br />

1000.<br />

0,<br />

0064.<br />

1.<br />

1760<br />

HP = HP1 =<br />

= 0,<br />

179HP<br />

63000<br />

63000<br />

1000.<br />

0,<br />

0085.<br />

1.<br />

1760<br />

HP2 =<br />

= 0,<br />

237HP<br />

63000<br />

0,<br />

237 − 0,<br />

179<br />

Aumento = = 32,<br />

4%<br />

0,<br />

179<br />

d)<br />

P<br />

P<br />

P<br />

= K → Pmáx.<br />

=<br />

K<br />

máx.<br />

Tm = 120°F → μ = 5,0. 10 −<br />

W (lbf) P(psi) S P/Pmáx.= K Pmáx.(psi)<br />

1000 250 0,0939 0,39 641<br />

2000 500 0,0469 0,33 1515<br />

Tabela 03 – exercício resolvido 01<br />

Sendo que:<br />

2 −6<br />

1 5,<br />

0.<br />

10 . 29,<br />

33<br />

S = .<br />

Pmáx. = P/K<br />

2<br />

0,<br />

0025 P<br />

1515 −<br />

641<br />

Aumento = . 100 = 136%<br />

641<br />

6<br />

210


CAPÍTULO 07 - MANCAIS DE ROLAMENTOS<br />

7.1 - INTRODUÇÃO<br />

7.2 - DIMENSIONAMENTO<br />

O <strong>projeto</strong> completo da máquina ou do aparelho já <strong>de</strong>termina, em muitos dos casos, o<br />

diâmetro do furo dos rolamentos. Para uma <strong>de</strong>terminação final das <strong>de</strong>mais dimensões principais<br />

e do tipo construtivo <strong>de</strong>ve, entretanto, ser constatado através <strong>de</strong> um cálculo <strong>de</strong><br />

dimensionamento se as exigências quanto à vida útil, à segurança estática e à economia estão<br />

satisfeitas. Neste cálculo, a solicitação do rolamento é com<strong>para</strong>da à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga.<br />

Na tecnologia dos rolamentos há uma diferenciação entre uma solicitação dinâmica e uma<br />

estática.<br />

Na solicitação estática o rolamento não apresenta ou há só um pequeno movimento<br />

relativo (n < 10 rpm). Nestes casos, <strong>de</strong>ve ser verificada a segurança contra <strong>de</strong>formações<br />

plásticas muito elevadas das pistas e dos corpos rolantes.<br />

A maioria dos rolamentos é solicitada dinamicamente. Nestes, os anéis giram um em<br />

relação ao outro. Com o cálculo do dimensionamento, é controlada a segurança contra uma<br />

fadiga prematura do material das pistas e dos corpos rolantes.<br />

A vida nominal L10 conforme DIN ISO 281 raramente indica a duração realmente<br />

atingível. Construções econômicas exigem, no entanto, que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rendimento dos<br />

rolamentos seja aproveitada ao máximo. Quanto mais for este o caso, mais importante é um<br />

correto dimensionamento dos rolamentos.<br />

As capacida<strong>de</strong>s dinâmica e estática mencionadas neste capítulo se aplicam a<br />

rolamentos <strong>de</strong> aço cromo temperados em estado padrão <strong>para</strong> temperaturas <strong>de</strong> serviços usuais<br />

<strong>de</strong> até 100 °C. A dureza mínima das pistas e dos cor pos rolantes correspon<strong>de</strong> a 58 HRC.<br />

Sob temperaturas mais elevadas, a dureza do material se reduz e com isto, a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do rolamento.<br />

7.3 - ROLAMENTOS SOLICITADOS ESTATICAMENTE<br />

Quando se trata <strong>de</strong> solicitação estática, calcula-se o fator <strong>de</strong> esforços estáticos fs <strong>para</strong><br />

comprovar que o rolamento selecionado possui uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática suficiente.<br />

On<strong>de</strong> fs - fator <strong>de</strong> esforços estáticos<br />

C<br />

f s =<br />

P<br />

o<br />

o<br />

211


C0 - capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática [kN]<br />

P0 - carga estática equivalente [kN]<br />

O fator <strong>de</strong> esforços estáticos fs é um valor <strong>de</strong> segurança contra <strong>de</strong>formações elásticas<br />

elevadas, nos pontos <strong>de</strong> contato dos corpos rolantes. Para rolamentos que <strong>de</strong>vam ter um giro<br />

particularmente suave e silencioso, <strong>de</strong>verá ser alcançado um fator elevado <strong>de</strong> esforços<br />

estáticos. Se as exigências que se referirem à suavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> giro forem menores, bastarão<br />

fatores fs menores. De um modo geral, <strong>de</strong>vem ser atingidos os seguintes valores:<br />

fs = 1,5...2,5 Para exigências elevadas<br />

fs = 1,0...1,5 Para exigências normais<br />

fs = 0,7...1,0 Para exigências reduzidas.<br />

Os valores correspon<strong>de</strong>ntes aos rolamentos axiais auto-compensadores <strong>de</strong> rolos e aos<br />

<strong>de</strong> alta precisão estão dados na parte das tabelas.<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática C0 [kN] se encontra indicada nas respectivas tabelas dos<br />

rolamentos. Uma carga <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong> (nos rolamentos radiais uma carga radial e nos axiais<br />

uma carga axial e central), provoca uma pressão <strong>de</strong> superfície P0 calculada, no centro do ponto<br />

<strong>de</strong> contato mais carregado entre os corpos rolantes e a pista <strong>de</strong>:<br />

• 4600 N/mm² em todos os rolamentos auto-compensadores <strong>de</strong> esferas<br />

• 4200 N/mm² em todos os outros rolamentos <strong>de</strong> esferas<br />

• 4000 N/mm² em todos os rolamentos <strong>de</strong> rolos.<br />

A carga ocasionada por C0 produz, no ponto on<strong>de</strong> inci<strong>de</strong> a maior carga, uma <strong>de</strong>formação<br />

plástica total dos corpos rolantes e da pista da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 /10000 do diâmetro do corpo rolante.<br />

A carga equivalente P0 [kN] é um valor calculado, ou seja, uma carga radial nos rolamentos<br />

radiais e uma carga axial e central nos rolamentos axiais. P0 ocasiona a mesma solicitação no<br />

ponto central <strong>de</strong> contato on<strong>de</strong> inci<strong>de</strong> a maior carga entre os corpos rolantes e a pista como a<br />

solicitação realmente atuante.<br />

On<strong>de</strong> P0 - carga estática equivalente [kN]<br />

Fr - carga radial [kN]<br />

Fa - carga axial [kN]<br />

X0 - fator radial<br />

Y0 - fator axial<br />

P = X * F [kN] (1)<br />

0<br />

0 * Fr<br />

+ Y0<br />

Os valores <strong>para</strong> X0 e Y0 bem como indicações <strong>para</strong> o cálculo da carga estática<br />

equivalente estão mencionados nas tabelas <strong>para</strong> os diversos tipos <strong>de</strong> rolamentos ou em seu<br />

preâmbulo.<br />

a<br />

212


7.4 - ROLAMENTOS SOLICITADOS DINAMICAMENTE<br />

O cálculo normalizado (DIN ISO 281) <strong>para</strong> os rolamentos dinamicamente solicitados tem<br />

por base a fadiga do material, como causa da falha. A fórmula <strong>para</strong> o cálculo <strong>de</strong> vida nominal é:<br />

On<strong>de</strong> L10 - L vida nominal [10 6 rotações]<br />

C - capacida<strong>de</strong> dinâmica [kN]<br />

P - carga dinâmica equivalente [kN]<br />

p - expoente <strong>de</strong> duração da vida<br />

L<br />

10<br />

P<br />

6 [ 10 rotações]<br />

⎛ C ⎞<br />

= L = ⎜ ⎟<br />

(2)<br />

⎝ P ⎠<br />

L10 é a vida nominal em milhões <strong>de</strong> rotações, atingida ou superada por, no mínimo, 90%<br />

<strong>de</strong> um lote significativo <strong>de</strong> rolamentos iguais.<br />

A capacida<strong>de</strong> dinâmica C [kN] conforme DIN/ISO281-1993 consta nas tabelas <strong>para</strong> cada<br />

rolamento. Uma carga <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong> resulta em uma vida nominal L10 <strong>de</strong> 10 6 rotações.<br />

A carga dinâmica equivalente P [kN] é um fator calculado, ou seja, uma carga radial<br />

constante em tamanho e direção, em rolamentos radiais ou uma carga axial em rolamentos<br />

axiais. O resultado <strong>de</strong> P é a mesma duração <strong>de</strong> vida quanto à carga combinada realmente<br />

atuante.<br />

Sendo P - carga estática equivalente [kN]<br />

Fr - carga radial [kN]<br />

Fa - carga axial [kN]<br />

X - fator radial<br />

Y - fator axial<br />

P = X * F + Y * F [kN]<br />

r<br />

Os valores <strong>para</strong> X e Y e também as indicações <strong>para</strong> calcular a carga dinâmica<br />

equivalente estão indicados nas tabelas dos diversos tipos <strong>de</strong> rolamentos.<br />

<strong>de</strong> rolos.<br />

O expoente <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> vida nominal p é diferenciado <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> esferas ou<br />

On<strong>de</strong> p =3 <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> esferas<br />

p =10/3 <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> rolos<br />

Se a rotação do rolamento for constante, a vida nominal po<strong>de</strong> ser expressa em horas:<br />

a<br />

6<br />

L*<br />

10<br />

= L = [h]<br />

n*<br />

60<br />

Lh 10 h<br />

213


Sendo Lh10 = Lh duração <strong>de</strong> vida nominal [h]<br />

L - vida nominal [10 6 revoluções]<br />

N - rotação (freqüência <strong>de</strong> giro) [min -1 ]<br />

Simplificando-se a fórmula, teremos:<br />

L*<br />

500*<br />

33*<br />

1 * 60<br />

L 3<br />

h =<br />

n*<br />

60<br />

p<br />

L<br />

⎛ ⎞<br />

⎛ C ⎞ ⎜<br />

33*<br />

1<br />

h =<br />

⎟<br />

⎜ ⎟ *<br />

3<br />

500 ⎝ P ⎠ ⎜ n ⎟<br />

⎝ ⎠<br />

Neste contexto significam:<br />

f<br />

L<br />

500<br />

p h<br />

L = índice dinâmico<br />

ou<br />

p<br />

Lh p<br />

500 =<br />

Isto é fL = 1 <strong>para</strong> uma vida nominal <strong>de</strong> 500 horas<br />

f<br />

n<br />

33*<br />

1<br />

p<br />

=<br />

3<br />

fator <strong>de</strong> rotação<br />

n<br />

33*<br />

1<br />

3 C<br />

*<br />

n P<br />

Ou seja, fn = 1 em uma rotação <strong>de</strong> 33*1/3 rpm. A equação da vida nominal fica, portanto, com a<br />

forma simplificada:<br />

Sendo fL- fator dinâmico<br />

C - capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dinâmica [kN]<br />

P - carga dinâmica equivalente [kN]<br />

fn - fator <strong>de</strong> rotação ou fator dinâmico f<br />

C<br />

f L = * f<br />

P<br />

O fator fL a ser alcançado resulta <strong>de</strong> experiências com aplicações <strong>de</strong> rolamentos iguais<br />

ou semelhantes, que tenham <strong>de</strong>monstrado comprovada eficiência na prática. Nas tabelas,<br />

foram compilados os valores fL a serem atingidos <strong>para</strong> inúmeras aplicações. Estes valores<br />

levam em consi<strong>de</strong>ração não somente um período suficientemente longo <strong>de</strong> funcionamento até a<br />

fadiga, mas também outras exigências como o peso reduzido em construções leves, adaptação<br />

às peças contíguas, picos <strong>de</strong> carga extrema e outras (veja também outras publicações <strong>para</strong><br />

aplicações especiais). Os valores fL são corrigidos <strong>de</strong> acordo com a evolução tecnológica.<br />

Ao se estabelecer com<strong>para</strong>ções com aplicações comprovadas na prática, <strong>de</strong>ve-se<br />

naturalmente <strong>de</strong>terminar a magnitu<strong>de</strong> do esforço segundo o mesmo método <strong>de</strong> cálculo. Nas<br />

tabelas estão indicados, além dos valores fL a serem alcançados, também os dados comumente<br />

n<br />

214


utilizados no cálculo. Nos casos em que se utilizam fatores adicionais, o valor fz se encontra<br />

indicado. Ao invés <strong>de</strong> se utilizar P, calcula-se com fz × P. Do valor fL obtido, <strong>de</strong>termina-se a vida<br />

nominal Lh.<br />

Com os valores fL e Lh obtém-se os parâmetros <strong>para</strong> o dimensionamento, somente <strong>para</strong><br />

aqueles casos on<strong>de</strong> a com<strong>para</strong>ção entre os rolamentos testados em campo é possível. Para<br />

uma mais precisa <strong>de</strong>terminação da vida útil, também os efeitos da lubrificação, temperatura e<br />

limpeza <strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ração.<br />

7.5 - CARGA E ROTAÇÃO VARIÁVEIS<br />

Se, no <strong>de</strong>correr do tempo houver alterações na carga e na rotação <strong>de</strong> um rolamento<br />

solicitado dinamicamente, este fato <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado no cálculo da carga equivalente.<br />

Neste caso, aproxima-se a curva do gráfico obtido mediante uma série <strong>de</strong> cargas isoladas e<br />

rotações com uma duração <strong>de</strong>terminada q %. Neste caso, obtém-se a carga dinâmica<br />

equivalente P, aplicando-se a seguinte fórmula:<br />

On<strong>de</strong> nm<br />

q1<br />

q2<br />

= n1<br />

. + n2.<br />

+ ...<br />

100 100<br />

P =<br />

n m [min -1 ]<br />

3<br />

P<br />

n<br />

q<br />

3 1 1 3 2 2<br />

1 . . + P2<br />

. . +<br />

nm<br />

100 nm<br />

100<br />

n<br />

q<br />

...<br />

Figura 1 – Carga e rotações variáveis<br />

[kN]<br />

215


Para simplificar, consta o expoente 3 nas fórmulas <strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> esferas e <strong>de</strong><br />

rolos. Se a carga for sujeita a alterações, mas a rotação permanecer constante, teremos:<br />

P =<br />

P<br />

q<br />

100<br />

q<br />

100<br />

3<br />

3 1 3 2<br />

P = P1<br />

. + P2<br />

. + ... [kN]<br />

Se, a uma rotação constante, a carga crescer <strong>de</strong> forma linear <strong>de</strong> um valor Pmin <strong>para</strong> um<br />

valor máximo Pmax, obtém-se:<br />

P<br />

P =<br />

min<br />

+ 2. Pmax<br />

3<br />

Figura 2 – Carga linear no tempo<br />

O cálculo ampliado <strong>de</strong> vida não <strong>de</strong>ve ser calculado com o valor médio da carga dinâmica<br />

equivalente. O melhor é <strong>de</strong>terminar o valor Lh <strong>para</strong> cada duração sob condições constantes e,<br />

baseado nestas, obter-se a vida atingível.<br />

7.6 - CARGA MÍNIMA DOS ROLAMENTOS<br />

Sob uma carga muito baixa - por exemplo, em alta rotação em giro <strong>de</strong> teste po<strong>de</strong> surgir<br />

<strong>de</strong>slizamento que, com uma lubrificação <strong>de</strong>ficiente po<strong>de</strong> provocar danificações. Para uma carga<br />

mínima <strong>para</strong> rolamentos radiais recomendamos:<br />

On<strong>de</strong> P - carga dinâmica equivalente<br />

C - capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dinâmica<br />

Rolamentos P/C<br />

Esferas com gaiola 0,01<br />

Rolos com gaiola 0,02<br />

Sem gaiola 0,04<br />

Tabela 1 – Carga mínima dos rolamentos<br />

A carga mínima dos rolamentos axiais está dada no preâmbulo da parte <strong>de</strong> tabelas. Um<br />

super dimensionamento dos rolamentos po<strong>de</strong> levar a uma duração da vida menor. Nestes<br />

216


olamentos existe o perigo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento e uma solicitação elevada do lubrificante. O<br />

<strong>de</strong>slizamento po<strong>de</strong> danificar as superfícies funcionais, por um engraxamento ou pela formação<br />

<strong>de</strong> micro fissuras. Para um mancal ser econômico e seguro, <strong>de</strong>ve ser aproveitada toda a sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. Para isto é necessário que ao projetá-lo, se consi<strong>de</strong>re outras gran<strong>de</strong>zas<br />

<strong>de</strong> influência, além da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, como é o caso do cálculo <strong>de</strong> vida.<br />

7.6.1 - OBSERVAÇÕES<br />

Os métodos <strong>de</strong> cálculo e símbolos acima expostos correspon<strong>de</strong>m às indicações DIN ISO<br />

76 e 281. A título <strong>de</strong> simplificação são utilizados nas fórmulas e tabelas <strong>para</strong> os rolamentos<br />

radiais e axiais, os símbolos C e C0 <strong>para</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dinâmica e estática assim<br />

como P e P0 <strong>para</strong> a carga dinâmica e estática equivalente. A Norma diferencia:<br />

Cr → fator <strong>de</strong> carga radial dinâmica<br />

Ca → fator <strong>de</strong> carga axial dinâmica<br />

C0r → fator <strong>de</strong> carga radial estática<br />

C0a → fator <strong>de</strong> carga axial estática<br />

Pr → carga radial dinâmica equivalente<br />

Pa → carga axial dinâmica equivalente<br />

P0r → carga radial estática equivalente<br />

P0a → carga axial estática equivalente<br />

No intuito <strong>de</strong> simplificar, <strong>de</strong>ixou-se <strong>de</strong> indicar os índices "r" e "a" junto a "C" e "P", haja<br />

visto não existir, na prática, margem <strong>para</strong> dúvidas quanto à pertinência dos fatores <strong>de</strong> carga e<br />

cargas equivalentes <strong>para</strong> rolamentos radiais ou axiais.<br />

A DIN ISO 281 restringe-se à indicação da duração da vida nominal L10 e à vida<br />

ampliada Lna em 10 6 rotações. A partir <strong>de</strong>stes dados é possível ser <strong>de</strong>duzida a duração <strong>de</strong> vida<br />

nominal em horas Lh e Lhna. Na prática, é costume se tomar por base Lh, Lhna e em especial o<br />

fator dinâmico (fL). Devido a isto foram incluídos neste catálogo, como complementos valiosos,<br />

valores orientativos <strong>para</strong> fL e fórmulas <strong>para</strong> Lh e Lhna.<br />

7.6.2 - DURAÇÃO ATINGÍVEL - MODIFICADA DA VIDA<br />

Segundo DIN ISO 281 a duração atingível (modificada) da vida é obtida segundo a<br />

seguinte fórmula:<br />

L na<br />

=<br />

a . a . a . L<br />

1<br />

2<br />

3<br />

6 [ 10 revoluções]<br />

217


Ou expresso em horas:<br />

Lhna = a1.<br />

a2.<br />

a3.<br />

Lh<br />

On<strong>de</strong> Lna - duração atingível (modificada) da vida [10 6 rotações]<br />

Lhna - duração atingível da vida [h]<br />

a1 -fator <strong>para</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha, a2 - fator <strong>para</strong> o material, a3 - fator <strong>para</strong> as<br />

condições em serviço<br />

L - duração da vida nominal [106 rotações]<br />

Lh - a duração da vida nominal [h]<br />

7.6.3 - DURAÇÃO DA VIDA ATINGÍVEL<br />

L na<br />

6 [ 10 revoluções]<br />

= a . a . L<br />

e = a a . L [ h]<br />

Sendo a1 - fator <strong>para</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha<br />

1<br />

23<br />

[ h]<br />

a23 - fator <strong>para</strong> o material e as condições <strong>de</strong> serviço<br />

L - duração da vida nominal [10 6 rotações]<br />

Lh - duração da vida nominal [h]<br />

7.6.4 - FATOR A23<br />

relação<br />

Lhna 1.<br />

23 h<br />

O fator a23 <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação da duração da vida atingível Lna ou Lhna, é obtido da<br />

Sendo a23II - valor básico a23II<br />

s - fator <strong>de</strong> limpeza<br />

a a II s .<br />

23 23 =<br />

O fator a23 consi<strong>de</strong>ra as influências do material, tipo construtivo do rolamento,<br />

solicitação, lubrificação e limpeza.<br />

O ponto <strong>de</strong> partida <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação do fator a23. O campo mais importante <strong>para</strong> a<br />

prática é o campo II do diagrama, que vale <strong>para</strong> limpeza normal (valor básico <strong>de</strong> a23 <strong>para</strong> s = 1).<br />

Com uma limpeza melhor ou pior, será calculado com um fator s > 1 resp. s < 1.<br />

218


7.6.5 - RELAÇÃO DE VISCOSIDADE Κ<br />

Figura 3 - Esquema <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> a23<br />

No eixo <strong>de</strong> abscissas está indicada a relação <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> κ como medida <strong>para</strong> a<br />

formação da película lubrificante.<br />

v<br />

k =<br />

v1<br />

On<strong>de</strong> v - viscosida<strong>de</strong> em serviço da película lubrificante no contato <strong>de</strong> rolagem<br />

v1 - viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência na <strong>de</strong>pendência do diâmetro e do número <strong>de</strong> rotações<br />

A viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência v1 é <strong>de</strong>terminada através da figura 3, com o auxílio do<br />

diâmetro médio do rolamento (D + d)/2 e do número <strong>de</strong> rotações em serviço.<br />

A viscosida<strong>de</strong> em serviço v <strong>de</strong> um óleo lubrificante é obtida do diagrama V-T com o<br />

auxílio da temperatura em serviço t e da viscosida<strong>de</strong> (nominal) do óleo a 40 °C. Para graxas,<br />

usa-se <strong>para</strong> v a viscosida<strong>de</strong> em serviço do óleo básico. Em rolamentos altamente solicitados e<br />

com gran<strong>de</strong>s parcelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento (fs* < 4) a temperatura do rolamento nas áreas <strong>de</strong><br />

contato dos corpos rolantes é até 20 K mais alta que a temperatura medida no anel do<br />

219


olamento <strong>para</strong>do (sem influência <strong>de</strong> aquecimento externo). Isto é em parte consi<strong>de</strong>rado,<br />

colocando-se a meta<strong>de</strong> do valor da viscosida<strong>de</strong> ½ obtida do diagrama V-T na fórmula.<br />

Viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência v1<br />

v<br />

k = .<br />

v<br />

Figura 4 – Viscosida<strong>de</strong> v1<br />

1<br />

220


Diagrama V-T <strong>para</strong> óleos minerais<br />

7.6.6 - VALOR BÁSICO A23II<br />

Figura 5 – Viscosida<strong>de</strong> <strong>para</strong> óleos minerais<br />

Para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>terminar com mais precisão o valor básico a23II é necessário ter-se o fator<br />

<strong>de</strong>terminante K = K1 + K2.<br />

O valor <strong>de</strong> K1 po<strong>de</strong> ser obtido do diagrama acima, na <strong>de</strong>pendência do tipo construtivo do<br />

rolamento e do índice <strong>de</strong> solicitação fs*. O valor <strong>de</strong> K2 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da relação <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> κ e do<br />

índice fs*. Os valores do diagrama (abaixo) valem <strong>para</strong> lubrificantes não aditivados ou <strong>para</strong><br />

lubrificantes com aditivos, cuja eficiência especial não tenham sido testados em rolamentos.<br />

Com K = 0 até 6, a23II se situa em uma das curvas no campo II da figura 8.<br />

Com K > 6, só po<strong>de</strong> ser esperado um fator a23 no campo III, quando se <strong>de</strong>verá almejar um valor<br />

<strong>de</strong> K menor e mediante uma melhora das condições, alcançar o campo II <strong>de</strong>finido.<br />

Se for lubrificado com a quantida<strong>de</strong> certa e com uma graxa bem a<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong>m ser<br />

selecionados valores K2, como <strong>para</strong> óleos bem aditivados. A escolha correta da graxa é muito<br />

importante em rolamentos com gran<strong>de</strong>s parcelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento e nos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,<br />

altamente solicitados. Na <strong>de</strong>terminação do valor a23II e, sem um conhecimento preciso da<br />

221


aptidão da graxa, <strong>de</strong>verá ser aplicado o limite inferior do campo II. Isso vale principalmente<br />

quando não se po<strong>de</strong>m manter os intervalos <strong>de</strong> lubrificação.<br />

Para<br />

Fator <strong>de</strong>terminante K1, na <strong>de</strong>pendência do índice fs* e do tipo construtivo do rolamento.<br />

a - Rolamento fixo <strong>de</strong> esferas<br />

Figura 6 – K1 versus fs*<br />

b - Rolamento <strong>de</strong> rolos cônicos, rolamento <strong>de</strong> rolos cilíndricos<br />

c - Rolamento auto-compensador <strong>de</strong> rolos, rolamento axial auto-compensador <strong>de</strong> rolos 3<br />

rolamento axial <strong>de</strong> rolos cilíndricos 1, 3<br />

d - Rolamentos <strong>de</strong> rolos cilíndricos sem gaiola 1, 2<br />

1 - V < 1 só é atingível em combinação com filtragem fina do lubrificante, <strong>de</strong> outra forma<br />

usar K1 > 6.<br />

2 - Consi<strong>de</strong>re na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> v: o atrito é no mínimo o dobro do que nos rolamentos<br />

com gaiola. Isto leva a temperaturas mais altas do rolamento.<br />

3 - Consi<strong>de</strong>rar a carga mínima<br />

Fator <strong>de</strong>terminante K2, na <strong>de</strong>pendência do índice fs* <strong>para</strong> lubrificantes não aditivados e<br />

<strong>para</strong> lubrificantes com aditivos, cuja eficiência especial não tenham sido testados em<br />

rolamentos.<br />

222


Figura 7 – k2 versus fs*<br />

K2 se torna igual a 0 em lubrificantes com aditivos <strong>para</strong> os quais haja uma comprovação<br />

positiva. Com K≥0,4 o <strong>de</strong>sgaste se propaga no rolamento, se não for impedido por aditivos<br />

apropriados.<br />

Figura 8 – Valor <strong>de</strong> K em função <strong>de</strong> a23II e k<br />

223


Campo<br />

I: Transição <strong>para</strong> a durabilida<strong>de</strong> permanente<br />

Premissa: máxima limpeza na fresta <strong>de</strong> lubrificação e cargas não muito elevadas,<br />

lubrificante a<strong>de</strong>quado.<br />

II: Limpeza normal na fresta <strong>de</strong> lubrificação<br />

Através da utilização <strong>de</strong> aditivos comprovados em rolamentos, também são possíveis<br />

valores <strong>de</strong> a23 > 1 com k< 0,4 a23.<br />

III: Condições <strong>de</strong> lubrificação ina<strong>de</strong>quadas.<br />

Contaminação do lubrificante, Lubrificantes ina<strong>de</strong>quados.<br />

7.6.7 - FATOR DE LIMPEZA S<br />

O fator <strong>de</strong> limpeza s quantifica a influência da contaminação na duração da vida. Para a<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> s, é necessário obter-se a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> contaminação V figura 8.<br />

Para uma limpeza normal (V = 1) sempre vale 1, ou seja a23II = a23.<br />

Em uma limpeza melhorada (V = 0,5) e em uma limpeza máxima (V = 0,3), obtém-se,<br />

partindo do valor fs* e, na <strong>de</strong>pendência da relação <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>, um fator <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> s<br />

≥1.<br />

Com s = 1, vale k ≥0,4. Com V = 2 (lubrificante mo<strong>de</strong>radamente contaminado) e V = 3<br />

(lubrificante fortemente contaminado) se torna s < 1 da área b do diagrama. A diminuição dos<br />

valores <strong>de</strong> s por altos valores <strong>de</strong> V atua tanto mais forte quanto menos seja solicitado o<br />

rolamento.<br />

Diagrama <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação do fator <strong>de</strong> limpeza s<br />

Figura 9a e b – Fator <strong>de</strong> limpeza<br />

224


Figura 9c – Fator <strong>de</strong> limpeza<br />

On<strong>de</strong> a - diagrama <strong>para</strong> limpeza melhorada (V = 0,5) até máxima (V = 0,3)<br />

b - diagrama <strong>para</strong> lubrificante mo<strong>de</strong>radamente contaminado (V = 2) e lubrificante<br />

altamente contaminado (V = 3)<br />

Um fator <strong>de</strong> limpeza s > 1 só é atingível em rolamentos sem gaiola, quanto ficar excluído<br />

qualquer <strong>de</strong>sgaste no contato rolo/rolo, através <strong>de</strong> um lubrificante altamente viscoso e com<br />

máxima limpeza (pureza do óleo <strong>de</strong> no mínimo 11/7 segundo ISO 4407).<br />

7.6.8 - GRANDEZA DETERMINANTE V PARA A AVALIAÇÃO DA LIMPEZA<br />

A gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>terminante V <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do corte transversal do rolamento, do tipo <strong>de</strong><br />

contato no contato rolante e do grau <strong>de</strong> pureza do óleo. Se, na área <strong>de</strong> contato mais solicitada<br />

<strong>de</strong> um rolamento, forem sobre roladas partículas duras a partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tamanho, as<br />

impressões <strong>de</strong>ixadas nas áreas <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> rolagem levam a uma fadiga prematura do<br />

material. Quanto menor for a área <strong>de</strong> contato tanto mais nociva é a ação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

tamanho <strong>de</strong> partículas. Portanto, os rolamentos pequenos reagem com mais sensibilida<strong>de</strong> com<br />

o mesmo grau <strong>de</strong> contaminação que os maiores e os rolamentos com contato fixo (rolamentos<br />

<strong>de</strong> esferas) com mais sensibilida<strong>de</strong> do que os <strong>de</strong> contato linear (rolamentos <strong>de</strong> rolos).<br />

A classe <strong>de</strong> pureza do óleo necessária conforme ISO 4406 é uma gran<strong>de</strong>za mensurável<br />

<strong>para</strong> o grau <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> um lubrificante. Para a sua <strong>de</strong>terminação, é usado o método<br />

padronizado <strong>para</strong> a contagem <strong>de</strong> partículas. Neste, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as partículas > 5 µm<br />

e <strong>de</strong> todas as partículas > 15 µm são classificadas em <strong>de</strong>terminadas classes <strong>de</strong> pureza <strong>de</strong> óleo<br />

ISO, <strong>de</strong>sta forma, um grau <strong>de</strong> pureza 15/12 conforme ISO 4406 significa que, em 100 ml <strong>de</strong><br />

líquido se encontram entre 16000 e 32000 partículas > 5 µm e entre 2000 e 4000 partículas ><br />

15 µm. A diferença entre uma classe e outra resi<strong>de</strong> no dobro, da meta<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> das<br />

partículas.<br />

225


Especialmente as partículas com uma dureza > 50 HRC agem como redutoras da<br />

duração da vida nos rolamentos. Estas partículas são <strong>de</strong> aço temperado, areia e resíduos <strong>de</strong><br />

material <strong>de</strong> abrasão. Principalmente os últimos são extremamente danosos. Se, como em<br />

muitos casos <strong>de</strong> aplicação técnica, a maior parcela dos materiais estranhos contidos nas<br />

amostras <strong>de</strong> óleo estiver localizada na faixa <strong>de</strong> redução da duração da vida, a classe <strong>de</strong> pureza<br />

obtida com a contagem <strong>de</strong> partículas, po<strong>de</strong> ser com<strong>para</strong>da diretamente com os valores contidos<br />

na tabela. Se, entretanto, no exame do resíduo do filtro, for verificado que se trata quase que,<br />

p.ex., exclusivamente <strong>de</strong> contaminação mineral como areia <strong>de</strong> fundição ou grãos <strong>de</strong> material <strong>de</strong><br />

abrasão especialmente redutores da duração da vida, os valores <strong>de</strong> medição <strong>de</strong>verão ser<br />

elevados em uma até duas classes <strong>de</strong> pureza, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong><br />

contaminação V. Ao contrário, se for comprovado que a maioria é <strong>de</strong> partículas macias, como<br />

ma<strong>de</strong>ira, fibras ou tinta no lubrificante, o valor <strong>de</strong> medição da contagem <strong>de</strong> partículas po<strong>de</strong> ser<br />

correspon<strong>de</strong>ntemente reduzido.<br />

Para atingir a pureza do óleo exigida, <strong>de</strong>verá haver uma <strong>de</strong>terminada taxa <strong>de</strong> resíduo no<br />

filtro. Esta é uma medida <strong>para</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção do filtro em partículas <strong>de</strong> tamanho<br />

<strong>de</strong>finido. A taxa <strong>de</strong> resíduo no filtro ßx é a relação entre todas as partículas > x µm antes do<br />

filtro com as partículas > x µm <strong>de</strong>pois do filtro. Abaixo se encontra uma representação<br />

esquemática.<br />

Uma taxa <strong>de</strong> resíduo no filtro ß3 ≥200, significa, p.ex. que no teste "multi-pass" (ISO<br />

4572) <strong>de</strong> 200 partículas 3 µm, só uma única consegue passar pelo filtro.<br />

Com o uso <strong>de</strong> um filtro com uma <strong>de</strong>terminada taxa <strong>de</strong> resíduo não se po<strong>de</strong> concluir<br />

automaticamente pela classe <strong>de</strong> pureza do óleo.<br />

226


7.6.9 - VALORES PARA A GRANDEZA DETERMINANTE DE CONTAMINAÇÃO V<br />

(D-d) / 2<br />

Mm<br />

≤12,5<br />

> 12,5 ... 20<br />

> 20 ... 35<br />

> 35<br />

V Contato Pontual classe <strong>de</strong><br />

pureza <strong>de</strong> óleo conforme<br />

ISSO 4406 1<br />

Valores orientativos <strong>para</strong> a<br />

taxa <strong>de</strong> resíduo no filtro<br />

conforme ISO 4572<br />

0,3 11/8 β3 ≥ 200<br />

0,5 12/9 β3 ≥ 200<br />

1 14/11 β6 ≥ 75<br />

2 15/12 β6 ≥ 75<br />

3 16/13 β12 ≥ 200<br />

0,3 12/9 β3 ≥ 75<br />

0,5 13/10 β3 ≥ 75<br />

1 15/12 β6 ≥ 75<br />

2 16/13 β12 ≥ 75<br />

3 18/14 β25 ≥ 75<br />

0,3 13/10 β3 ≥ 75<br />

0,5 14/11 β6 ≥ 75<br />

1 16/13 β12 ≥ 75<br />

2 17/14 β25 ≥ 75<br />

3 19/15 β25 ≥ 75<br />

0,3 14/11 β6 ≥ 75<br />

0,5 15/12 β6 ≥ 75<br />

1 17/14 β12 ≥ 75<br />

2 18/15 β25 ≥ 75<br />

3 20/16 β25 ≥ 75<br />

Só <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas partículas cuja dureza seja > 50HRC<br />

Tabela 2 – Contaminação V<br />

A classe <strong>de</strong> pureza do óleo como medida <strong>para</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobre rolagem <strong>de</strong><br />

partículas redutoras da duração da vida nos rolamentos po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada por amostras<br />

p.ex. por fabricantes <strong>de</strong> filtros e institutos. Deverá ser observada uma coleta apropriada <strong>de</strong><br />

amostras (vi<strong>de</strong> p.ex. DIN 51170). Também aparelhos <strong>de</strong> medição "on-line" se encontram hoje<br />

em dia à disposição. As classes <strong>de</strong> pureza são atingidas quando a quantida<strong>de</strong> total do óleo em<br />

circulação passar uma vez pelo filtro em poucos minutos. Para garantir uma boa limpeza dos<br />

227


mancais, é necessário um processo <strong>de</strong> enxágüe antes da colocação em funcionamento dos<br />

mesmos.<br />

Uma taxa <strong>de</strong> resíduo ß3 ≥200 (ISO 4572) significa, p.ex. que no assim chamado teste<br />

"multi-pass", <strong>de</strong> 200 partículas ≥3 µm só uma passa pelo filtro. Filtros maiores que ß25 ≥75 não<br />

<strong>de</strong>verão ser usados, pelas conseqüências negativas <strong>para</strong> os <strong>de</strong>mais agregados também<br />

instalados no circuito do óleo. Lubrificação com graxa<br />

A lubrificação com graxa é aplicada em 90% <strong>de</strong> todos os rolamentos, pois apresenta as<br />

seguintes vantagens:<br />

• Reduzido custo construtivo<br />

• Bom apoio das vedações, proporcionado pela graxa<br />

• Alta durabilida<strong>de</strong> com uma baixa manutenção<br />

Sob condições ambientais e <strong>de</strong> serviço normais, muitas vezes é possível uma<br />

lubrificação <strong>para</strong> a vida.<br />

Deve ser prevista uma lubrificação a intervalos regulares, quando houver alta solicitação<br />

(rotação, temperatura, carga). Para tanto, <strong>de</strong>vem ser previstos canais <strong>para</strong> suprir e drenar a<br />

graxa e um <strong>de</strong>pósito <strong>para</strong> a graxa envelhecida e, quando os intervalos forem curtos,<br />

eventualmente uma bomba e um regulador da graxa. Coeficiente <strong>de</strong> pressão-viscosida<strong>de</strong> α<br />

como função da viscosida<strong>de</strong> cinemática v, válido <strong>para</strong> a faixa <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 0 a 2000 bar<br />

Figura 10 - Coeficiente <strong>de</strong> pressão-viscosida<strong>de</strong> versus viscosida<strong>de</strong><br />

On<strong>de</strong> a-b - Óleos minerais; e – Diéster; g - Éster triarilfosfato; h - Flúor carbono; i - Poliglicol<br />

k,l - Silicone<br />

228


Figura 11 – Dependência da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos óleos minerais em função da temperatura.<br />

7.6.10 - LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO<br />

Um método <strong>de</strong> lubrificação com óleo se oferece quando as peças adjacentes da<br />

máquina já são supridas com óleo. A dissipação do calor é necessária quando houver altas<br />

cargas, altas rotações ou um aquecimento do mancal <strong>de</strong>vido a influências externas.<br />

Na lubrificação com quantida<strong>de</strong>s pequenas (lubrificação por quantida<strong>de</strong>s mínimas), seja<br />

por gotejamento, névoa ou por ar-óleo, o atrito por "chapisco" e, com isto, os atritos no<br />

rolamento são mantidos bem reduzidos.<br />

Na utilização do ar como meio <strong>de</strong> transporte, é obtido um suprimento dirigido e um fluxo<br />

auxiliar a vedação.<br />

Uma lubrificação por injeção <strong>de</strong> óleo em maiores quantida<strong>de</strong>s possibilita um suprimento<br />

correto em todos os pontos <strong>de</strong> contato dos rolamentos <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, proporcionando uma<br />

boa refrigeração.<br />

229


7.7 - PROCESSO DE SELEÇÃO DE ROLAMENTOS<br />

Inicialmente, <strong>de</strong>vemos ter as seguintes informações:<br />

• Desempenho e condições requeridas ao rolamento<br />

• Condições <strong>de</strong> operação e meio<br />

• Dimensão do espaço <strong>para</strong> o rolamento<br />

• Avaliação do tipo <strong>de</strong> Rolamento.<br />

• Espaço permissível <strong>para</strong> o rolamento.<br />

Devemos verificar neste item, quais os rolamentos disponíveis que se enquadram nas<br />

dimensões requeridas pelo <strong>projeto</strong>.<br />

INTENSIDADE E DIREÇÃO DA CARGA<br />

intensida<strong>de</strong>.<br />

Ao selecionar o rolamento, verificar a direção da carga (radial ou axial) e a sua<br />

Tipo <strong>de</strong> Rolamento Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial<br />

Fixo <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> esferas<br />

Contato angular<br />

Rolos cilíndricos<br />

Rolos cônicos<br />

Auto compensadores <strong>de</strong> rolos<br />

1 2 3 4 1 2 3 4<br />

Tabela 3 – Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> cada rolamento<br />

VELOCIDADE DE ROTAÇÃO E LIMITE DE ROTAÇÃO<br />

A rotação máxima permissível varia em função do tipo <strong>de</strong> rolamento, da dimensão, do<br />

tipo e material da gaiola, carga e método <strong>de</strong> lubrificação.<br />

DESALINHAMENTO DOS ANÉIS INTERNO E EXTERNO<br />

O <strong>de</strong>salinhamento entre o anel interno e externo ocorre em casos como o da flexão do<br />

eixo em função da carga, da imprecisão do eixo e alojamento ou da <strong>de</strong>ficiência na instalação.<br />

Quando temos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>salinhamentos, <strong>de</strong>vem-se selecionar rolamentos com a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> auto-alinhamento como os rolamentos auto compensadores.<br />

230


FIXAÇÃO NA DIREÇÃO AXIAL E DISPOSIÇÃO<br />

Em uma disposição <strong>de</strong> rolamentos, uma das peças é <strong>de</strong>terminada como lado fixo e é<br />

usada <strong>para</strong> fixar o eixo posicionando axialmente o rolamento. Neste lado fixo, <strong>de</strong>ve ser<br />

selecionado o tipo <strong>de</strong> rolamento que suporte a carga radial juntamente com a carga axial. Na<br />

outra posição, o rolamento é <strong>de</strong>nominado lado livre, suportando somente a carga radial e<br />

<strong>de</strong>vem permitir o <strong>de</strong>slocamento do eixo <strong>de</strong>vido à dilatação ou contração pela variação <strong>de</strong><br />

temperatura. A não observância <strong>de</strong>sta norma po<strong>de</strong>rá acarretar em uma carga axial anormal no<br />

rolamento, po<strong>de</strong>ndo ser a causa <strong>de</strong> uma falha prematura.<br />

DIFICULDADE NA INSTALAÇÃO E REMOÇÃO<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> rolos cilíndricos que têm os anéis internos ou externos separáveis, <strong>de</strong><br />

agulha ou <strong>de</strong> rolamentos cônicos, apresentam maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação e remoção,<br />

facilitando a manutenção em equipamentos que requerem uma inspeção periódica. Rolamentos<br />

com furos cônicos também são fáceis <strong>de</strong> instalar, pois po<strong>de</strong>m ser instalados com a utilização <strong>de</strong><br />

buchas.<br />

RUÍDO E TORQUE<br />

Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas são os mais a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> as <strong>máquinas</strong> que requerem baixo<br />

ruído e baixo torque, como nos motores elétricos e instrumentos <strong>de</strong> medição.<br />

RIGIDEZ<br />

Ao aplicar uma carga no rolamento, ocorre uma <strong>de</strong>formação elástica nas áreas <strong>de</strong><br />

contato entre os corpos rolantes e a pista. A rigi<strong>de</strong>z do rolamento é <strong>de</strong>terminada em função<br />

proporcional da carga no rolamento e a intensida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>formação elástica no anel interno, no<br />

anel externo e no corpo rolante. Os rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas e os rolamentos<br />

<strong>de</strong> rolamentos cônicos são os mais apropriados <strong>para</strong> casos on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vemos ter o aumento da<br />

rigi<strong>de</strong>z pelo método <strong>de</strong> pré-carregamento, como em fusos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>-ferramenta.<br />

DISPONIBILIDADE E CUSTO<br />

Há diferenças significativas <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> acordo com o tipo e tamanho <strong>de</strong> rolamento<br />

utilizado. Além disso, há a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> rolamentos. Diante<br />

disso, recomendamos que na medida do possível, na seleção dos rolamentos, não se optem<br />

por rolamentos <strong>de</strong> custo inacessível ou <strong>de</strong> difícil localização <strong>para</strong> compra.<br />

231


DIMENSÕES PRINCIPAIS - SISTEMAS DE DENOMINAÇÃO<br />

Os rolamentos são elementos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> utilizáveis universalmente, prontos <strong>para</strong> a<br />

montagem, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> suas dimensões principais usuais serem normalizadas.<br />

As normas ISO correspon<strong>de</strong>ntes a cada tipo <strong>de</strong> rolamento são: a ISO 15 <strong>para</strong> os radiais<br />

(exceto os <strong>de</strong> rolos cônicos), a ISO 355 <strong>para</strong> os rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos em dimensões<br />

métricas e a ISO 104 <strong>para</strong> os rolamentos axiais. Os planos dimensionais das normas ISO foram<br />

absorvidas na DIN 616 e DIN ISO 355 (rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos com dimensões métricas).<br />

Nos planos <strong>de</strong> medidas da norma DIN 616, vários diâmetros externos e larguras são<br />

alocados a cada furo <strong>de</strong> rolamento. As séries usuais <strong>de</strong> diâmetro são 8, 9, 0, 1, 2, 3, 4 (nesta<br />

or<strong>de</strong>m, com diâmetros crescentes). Em cada série <strong>de</strong> diâmetros há diversas séries <strong>de</strong> largura<br />

como, p.ex. 0, 1, 2, 3, 4 (correspon<strong>de</strong>ndo uma largura maior a cada número crescente).<br />

No número <strong>de</strong> dois algarismos <strong>para</strong> a série <strong>de</strong> medidas, o primeiro correspon<strong>de</strong> à série<br />

<strong>de</strong> largura (nos rolamentos axiais à altura) e o segundo indica a série <strong>de</strong> diâmetro .<br />

No plano <strong>de</strong> medidas <strong>para</strong> os rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos com dimensões métricas segundo<br />

DIN ISO 355, um dos algarismos (2, 3, 4, 5, 6) indica a faixa do ângulo <strong>de</strong> contato. Quanto<br />

maior o algarismo, tanto maior o ângulo <strong>de</strong> contato. As séries <strong>de</strong> diâmetros e <strong>de</strong> larguras são<br />

i<strong>de</strong>ntificadas por duas letras.<br />

Em casos <strong>de</strong> divergências com relação ao plano <strong>de</strong> medidas, como nos rolamentos<br />

integrais das séries 2344 e 2347, esta característica é informada nos textos preliminares às<br />

tabelas <strong>de</strong> medidas.<br />

Exemplos <strong>para</strong> a i<strong>de</strong>ntificação da série do rolamento e do diâmetro do furo na<br />

<strong>de</strong>signação básica, segundo DIN 623.<br />

232


7.8 - TIPOS DE ROLAMENTOS<br />

Figura 12 a– Denominação dos rolamentos<br />

Os rolamentos são classificados <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> carga que irão suportar, carga<br />

radial ou axial.<br />

7.8.1 - ROLAMENTOS RÍGIDOS DE ESFERAS - ROLAMENTOS FAG FIXOS DE ESFERA<br />

Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> uma carreira suportam cargas radiais e axiais e são<br />

a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> rotações elevadas. Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas não são separáveis. A<br />

adaptabilida<strong>de</strong> angular é relativamente reduzida. Os rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas vedados são<br />

livres <strong>de</strong> manutenção e possibilitam construções simples.<br />

CARGA DINÂMICA EQUIVALENTE<br />

Com uma carga axial mais elevada, o ângulo <strong>de</strong> contato aumenta nos rolamentos fixos<br />

<strong>de</strong> esferas. Os valores X e Y <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da relação f0 · Fa/C0, tabela 4. O fator f0 está dado em<br />

forma <strong>de</strong> tabela. C0 é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática. Se um rolamento fixo <strong>de</strong> esferas for<br />

montado com um ajuste normal, isto significa uma usinagem do eixo conforme j5 ou k5 e a caixa<br />

segundo J6, valerão os valores da tabela 4.<br />

233


X Y X Y<br />

0,3 0,22 1 0 0,56 2<br />

0,5 0,24 1 0 0,56 1,8<br />

0,9 0,28 1 0 0,56 1,58<br />

1,6 0,32 1 0 0,56 1,4<br />

3 0,36 1 0 0,56 1,2<br />

6 0,43 1 0 0,56 1<br />

Tabela 4 – Carga dinâmica equivalente<br />

Fatores radial e axial dos rolamentos fixos <strong>de</strong> esferas são relacionados por:<br />

Folga normal<br />

P = F<br />

F<br />

a<br />

0 r [kN] <strong>para</strong> ≤ 0,<br />

8<br />

Fr<br />

Fa<br />

P 0 = 0,<br />

6.<br />

Fr<br />

+ 0,<br />

5.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> > 0,<br />

8<br />

F<br />

MEDIDAS DE MONTAGEM<br />

r<br />

Os anéis dos rolamentos só po<strong>de</strong>m encostar-se aos rebordos do eixo e da caixa e não<br />

no rebaixo. O maior raio rg da peça contrária rsmin tem que ser, portanto, menor que a menor<br />

dimensão <strong>de</strong> canto rsmin (do rolamento).<br />

A altura do rebordo da peça contrária <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> tal forma que, mesmo com a maior<br />

dimensão <strong>de</strong> canto, ainda permaneça uma superfície <strong>de</strong> apoio com uma largura suficiente (DIN<br />

5418).<br />

Nas tabelas dos rolamentos estão indicadas as medidas máximas do raio rg e o<br />

diâmetro dos encostos. No preâmbulo do capítulo respectivo constam eventuais peculiarida<strong>de</strong>s,<br />

como p.ex. nos rolamentos <strong>de</strong> rolos cilíndricos, nos <strong>de</strong> rolos cônicos e nos axiais.<br />

234


MEDIDAS DE MONTAGEM CONFORME DIN 5418<br />

Figura 13 - Montagens <strong>de</strong> anéis <strong>de</strong> rolamento<br />

Por serem <strong>de</strong> construção simples, inseparáveis, a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> operar em altas<br />

rotações, não exigirem muita manutenção e apresentarem um preço favorável, são os<br />

rolamentos mais usuais. Apresentam um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> tamanhos e construções.<br />

As pistas profundas e a conformida<strong>de</strong> próxima entre as ranhuras das pistas e as esferas<br />

permite suportar cargas axiais relativamente pesadas em ambos os sentidos, além <strong>de</strong> cargas<br />

radiais.<br />

7.8.2 - ROLAMENTOS DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR<br />

Rolamentos FAG <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> duas carreiras.<br />

Figura 14 – Rolamentos rígidos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> uma carreira (1)<br />

e duas carreiras (2) com placas <strong>de</strong> vedação com anel interno largo.<br />

235


A pista do anel externo é esférica e o centro do raio é coinci<strong>de</strong>nte ao centro do<br />

rolamento. Desta forma, o anel interno e a gaiola com as esferas giram livremente ao redor do<br />

centro do rolamento, permitindo com isto a correção <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> alinhamento.<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> duas carreiras das séries 32B e 33B<br />

não têm ranhuras <strong>de</strong> enchimento, motivo pelo qual admitem cargas axiais em ambos os<br />

sentidos. Além dos rolamentos abertos, há ainda execuções básicas com blindagens (.2ZR) ou<br />

com anéis <strong>de</strong> vedação (.2RSR) em ambos os lados Os rolamentos que sejam fornecidos na<br />

execução básica vedada, po<strong>de</strong>m também por razões técnicas <strong>de</strong> fabricação, ter no rolamento<br />

aberto, as ranhuras <strong>para</strong> os anéis <strong>de</strong> vedação ou os discos <strong>de</strong> blindagem. Os rolamentos <strong>de</strong><br />

contato angular <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> duas carreiras têm, <strong>de</strong> um lado, ranhuras <strong>de</strong> enchimento; os<br />

rolamentos <strong>de</strong>vem ser montados <strong>de</strong> maneira que a solicitação principal seja admitida pelas<br />

pistas <strong>de</strong> rolagem, que não tenham qualquer ranhura <strong>de</strong> enchimento. Os rolamentos <strong>de</strong> contato<br />

angular <strong>de</strong> esferas 33DA, com o anel interno bipartido, por seu elevado ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />

45°, são a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> admitir cargas axiais espec ialmente altas em sentidos alternados.<br />

Figura 15 - Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas<br />

As fórmulas <strong>para</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga equivalente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do ângulo <strong>de</strong> contato<br />

dos rolamentos.<br />

CARGA DINÂMICA EQUIVALENTE<br />

Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />

contato α <strong>de</strong> 25 °<br />

Fa<br />

P = Fr<br />

+ 0,<br />

92.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> ≤ 0,<br />

68<br />

F<br />

r<br />

236


Fa<br />

P = 0 , 67.<br />

Fr<br />

+ 1,<br />

41.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> > 0,<br />

68<br />

F<br />

Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />

contato α <strong>de</strong> 35°<br />

Fa<br />

P = Fr<br />

+ 0,<br />

66.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> ≤ 0,<br />

95<br />

F<br />

Fa<br />

P = 0 , 6.<br />

Fr<br />

+ 1,<br />

07.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> > 0,<br />

95<br />

F<br />

Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />

contato α <strong>de</strong> 45°<br />

CAPACIDADE DE CARGA ESTÁTICA<br />

Fa<br />

P = Fr<br />

+ 0,<br />

47.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> ≤1,<br />

33<br />

F<br />

Fa<br />

P = 0 , 54.<br />

Fr<br />

+ 0,<br />

81.<br />

Fa<br />

[kN] <strong>para</strong> > 1,<br />

33<br />

F<br />

O fator radial é 1; os fatores axiais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do ângulo <strong>de</strong> contato. Rolamentos <strong>de</strong><br />

contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong> contato α <strong>de</strong> 25 °<br />

P = F + 0,<br />

76.<br />

F [kN]<br />

0<br />

r<br />

Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />

contato α <strong>de</strong> 35 °<br />

P = F + 0,<br />

58.<br />

F [kN]<br />

0<br />

r<br />

Rolamentos <strong>de</strong> contato angular <strong>de</strong> esferas, das séries 32B e 33B com um ângulo <strong>de</strong><br />

contato α <strong>de</strong> 45 °<br />

P = F + 0,<br />

44.<br />

F [kN]<br />

0<br />

r<br />

Os rolamento <strong>para</strong> fusos são uma execução especial <strong>de</strong> rolamentos <strong>de</strong> contato angular<br />

<strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> uma carreira, na qual o ângulo <strong>de</strong> contato, as tolerâncias e a execução da gaiola<br />

são diferentes. Os rolamentos <strong>para</strong> fusos são especialmente a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> mancais dos<br />

quais são exigidas uma altíssima precisão <strong>de</strong> guia e uma aptidão <strong>para</strong> altas rotações. Eles tem<br />

tido a melhor comprovação na utilização em fusos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>-ferramenta. A FAG, já há<br />

diversos anos, fornece os rolamentos <strong>para</strong> fusos das séries B719, B70 e B72 com esferas <strong>de</strong><br />

a<br />

a<br />

a<br />

r<br />

r<br />

r<br />

r<br />

r<br />

237


aço. Os rolamentos híbridos <strong>de</strong> cerâmica das séries HCB719, HCB70 e HCB72 têm as esferas<br />

do mesmo tamanho, porém <strong>de</strong> cerâmica. Os rolamentos <strong>para</strong> fusos <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> das<br />

séries HS719 e HS70 como também os rolamentos híbridos <strong>de</strong> cerâmica das séries HC719 e<br />

HC70 têm esferas menores <strong>de</strong> aço ou <strong>de</strong> cerâmica. Estes rolamentos se <strong>de</strong>stacam pela aptidão<br />

<strong>para</strong> uma rotação mais elevada, atrito e geração <strong>de</strong> calor mais reduzido, menos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

lubrificante e com isto uma duração <strong>de</strong> vida mais alta. Com os rolamentos <strong>para</strong> fusos <strong>de</strong> alta<br />

velocida<strong>de</strong> HSS719 e HSS70, como com os rolamentos híbridos <strong>de</strong> cerâmica HCS719 e<br />

HCS70, obtém-se soluções extremamente econômicas. Estes rolamentos têm anéis <strong>de</strong><br />

vedação <strong>de</strong> ambos os lados. São lubrificados com graxa <strong>para</strong> a vida e livres <strong>de</strong> manutenção. Os<br />

rolamentos <strong>para</strong> fusos da execução universal são <strong>para</strong> a montagem em pares na disposição em<br />

X, O ou Tan<strong>de</strong>m ou <strong>para</strong> a montagem em grupos em qualquer das disposições. Os pares <strong>de</strong><br />

rolamentos da execução universal UL têm, antes <strong>de</strong> montados, uma leve pré-carga nas<br />

disposições em X ou em O. Nos ajustes interferentes a précarga do par <strong>de</strong> rolamentos aumenta<br />

(<strong>para</strong> as tolerâncias <strong>de</strong> usinagem dos assentamentos, vi<strong>de</strong> a publicação FAG n° AC 41130). Ao<br />

pedir os rolamentos na execução universal <strong>de</strong>verá ser mencionado a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolamentos<br />

e não a <strong>de</strong> pares ou <strong>de</strong> pos.<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> contato angular possuem as pistas dos anéis internos e<br />

externos <strong>de</strong>slocadas entre si no sentido do eixo do rolamento. Isto significa que são<br />

particularmente a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> suportar cargas combinadas, isto é, cargas radiais e axiais<br />

atuando simultaneamente.<br />

ROLAMENTOS DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR DE UMA CARREIRA (5)<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial dos rolamentos <strong>de</strong> esferas <strong>de</strong> contato angular aumenta<br />

quando se aumenta o ângulo <strong>de</strong> contato α. Este é <strong>de</strong>finido como sendo o ângulo entre a linha<br />

que une os pontos <strong>de</strong> contato da esfera e as pistas no plano radial, ao longo do qual a carga é<br />

transmitida <strong>de</strong> uma pista <strong>para</strong> a outra (a linha <strong>de</strong> carga) e uma linha perpendicular ao eixo do<br />

rolamento.<br />

238


Figura 16 – Ângulo <strong>de</strong> contato em rolamentos esféricos<br />

A esferas e os anéis interno e externo formam ângulos que po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> 15°, 25°,<br />

30° ou 40°. Quanto maior o ângulo <strong>de</strong> contato, maior será a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial, e<br />

quanto menor o ângulo <strong>de</strong> contato melhor será <strong>para</strong> altas rotações.<br />

7.8.3 - ROLAMENTOS DE AGULHAS<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> agulhas são rolamentos <strong>de</strong> rolos com rolos cilíndricos que são muito<br />

finos e compridos com respeito ao seu diâmetro. A ISO usa a <strong>de</strong>finição que o comprimento do<br />

rolo é <strong>de</strong> 2,5 vezes ou mais o diâmetro do rolo. Usa se, em referência a eles, o termo rolos <strong>de</strong><br />

agulha. Apesar da sua pequena seção transversal esses rolamentos têm elevada capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carga e são, portanto extremamente apropriados <strong>para</strong> arranjos <strong>de</strong> rolamentos on<strong>de</strong> o espaço<br />

radial estiver limitado.<br />

7.8.4 - ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS<br />

Figura 17 – Rolamentos <strong>de</strong> agulhas<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos são projetados <strong>de</strong> forma que o vértice dos cones<br />

formados pelas pistas do anel interno e externo, e pelos rolos, coincidam em um ponto na linha<br />

<strong>de</strong> centro do rolamento. Quando se aplica uma carga radial, dá-se origem a uma componente<br />

<strong>de</strong> carga axial. É necessário usar dois rolamentos em oposição, em alguma combinação ou <strong>de</strong><br />

duas carreiras. São usados <strong>para</strong> cargas combinadas, ou seja, carga radial e axial.<br />

239


O ângulo <strong>de</strong> contato α <strong>de</strong>termina a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial do rolamento. Quanto<br />

maior o ângulo, maior a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga axial.<br />

• ângulo intermediário: C = 20°;<br />

• ângulo gran<strong>de</strong>: D = 28°;<br />

• ângulo normal: sem sufixo = 17°.<br />

7.8.5 - ROLAMENTOS AXIAIS<br />

Figura 18 – Rolamentos <strong>de</strong> rolos cônicos <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> (25)<br />

em pares <strong>de</strong> quatro carreiras (27) rolos cônicos cruzados.<br />

Po<strong>de</strong>m suportar somente cargas axiais. As cargas radiais não po<strong>de</strong>m ser aplicadas,<br />

<strong>de</strong>vido à sua construção.<br />

ROLAMENTOS AXIAIS DE ROLOS CILÍNDRICOS<br />

Os rolamentos axiais <strong>de</strong> rolos cilíndricos po<strong>de</strong>m suportar cargas axiais pesadas, são<br />

insensíveis a cargas <strong>de</strong> choque e possibilitam arranjos <strong>de</strong> rolamentos rígidos que necessitam<br />

<strong>de</strong> pouco espaço axial. Os rolamentos das séries 811 e 812 são utilizados principalmente<br />

quando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dos rolamentos axiais <strong>de</strong> esferas é insuficiente.<br />

Os rolamentos axiais <strong>de</strong> rolos cilíndricos são rolamentos <strong>de</strong> sentido único, suportando somente<br />

cargas axiais atuando em um sentido. Seu formato e <strong>de</strong>senho são simples, sendo fabricados<br />

em construções <strong>de</strong> uma carreira e <strong>de</strong> duas carreiras.<br />

A superfície cilíndrica dos rolos alivia ligeiramente em direção às extremida<strong>de</strong>s. A linha <strong>de</strong><br />

contato modificada assim produzida assegura que não haverá tensões prejudiciais sobre as<br />

extremida<strong>de</strong>s. Os rolamentos são <strong>de</strong> construção separável; os <strong>componentes</strong> individuais po<strong>de</strong>m<br />

ser montados se<strong>para</strong>damente.<br />

240


ROLAMENTOS AXIAIS DE AGULHAS<br />

Os rolamentos axiais <strong>de</strong> agulhas po<strong>de</strong>m suportar cargas axiais elevadas, são<br />

insensíveis as cargas <strong>de</strong> choque e proporcionam arranjos rígidos que necessitam <strong>de</strong> espaço<br />

axial reduzido. São rolamentos <strong>de</strong> escora simples, suportando somente cargas axiais em um<br />

sentido. Para aplicações em que os <strong>componentes</strong> associados são ina<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> serem<br />

utilizados como pista, os conjuntos também po<strong>de</strong>m ser combinados com anéis <strong>de</strong> diferentes<br />

construções.<br />

7.9 – EXEMPLO RESOLVIDOS<br />

1. Selecionar um rolamento <strong>para</strong> motor elétrico, com as seguintes características:<br />

• Diâmetro do eixo, entre 50 ~ 70mm;<br />

• Diâmetro do alojamento, entre 80 ~130mm; • Força Radial = 1000 kgf;<br />

• Força Axial = 200 kgf;<br />

• Temperatura <strong>de</strong> Trabalho = 80° C;<br />

• Local com pequena concentração <strong>de</strong> impurezas;<br />

• Rotação = 3600 rpm;<br />

• Vida mínima exigida <strong>de</strong> 10.000 horas.<br />

Para o nosso exemplo po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>finir o tipo <strong>de</strong> rolamento mais a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> a<br />

aplicação requerida.<br />

Espaço permissível <strong>para</strong> o rolamento.<br />

Diâmetro Interno = 50 ~70 mm: po<strong>de</strong>remos utilizar qualquer rolamentos entre XX10<br />

~XX14;<br />

Diâmetro Externo = 80 ~ 130mm: qualquer rolamento entre XX10 ~ XX14, exceto X313<br />

(D = 140mm) e X314 (D = 150mm).<br />

Largura = Neste exemplo, não foi especificada a largura permitida.<br />

Intensida<strong>de</strong> e direção da carga.<br />

No exemplo dado, vamos com<strong>para</strong>r a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga dos rolamentos 6310, 21310,<br />

NU310 e 7310B:<br />

Rolamento Cr (kgf)<br />

Número<br />

Cor (kgf)<br />

6310 6.300 3.900<br />

21310 12.100 13.000<br />

7310B 6.950 4.900<br />

NU310 8.850 8.800<br />

241


Tabela 5a – Exercício resolvido 1<br />

Todos os rolamentos acima aten<strong>de</strong>riam a exigência do <strong>projeto</strong> quanto à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

carga.<br />

Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação.<br />

Vamos com<strong>para</strong>r o limite <strong>de</strong> rotação dos rolamentos 6310, 21310, NU310 e 7310B:<br />

Rolamento Cr (kgf) Cor (kgf)<br />

6310 6.000 7.500<br />

21310 2.800 3.800<br />

7310B 5.000 6.700<br />

NU310 5.600 6.700<br />

Tabela 5b – Exercício resolvido 1<br />

Neste caso, o rolamento 21310 não aten<strong>de</strong> às exigências <strong>de</strong> rotação do equipamento.<br />

Desalinhamento<br />

Não exigido <strong>para</strong> o exemplo dado.<br />

Fixação na direção axial<br />

Definir se é livre ou lado fixo.<br />

Dificulda<strong>de</strong> na instalação e remoção<br />

Verificar as dimensões dos encostos nas tabelas <strong>de</strong> dimensões dos rolamentos.<br />

Ruído<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> esferas são os mais a<strong>de</strong>quados quando o nível <strong>de</strong> ruído é importante.<br />

Rigi<strong>de</strong>z<br />

Os rolamentos <strong>de</strong> contato angular são os mais indicados, no entanto, esta exigência não<br />

é requerida <strong>para</strong> esta aplicação.<br />

Disponibilida<strong>de</strong> e custo.<br />

Tabela com<strong>para</strong>tiva <strong>de</strong> custos entre rolamentos <strong>de</strong> tipos diferentes com o mesmo<br />

dimensional.<br />

Rolamento 6310 22310 30310 NU2310 7310B<br />

Custo (unida<strong>de</strong>:x) 1,00 2,60 1,80 2,80 1,90<br />

Tabela 5c – Exercício resolvido 1<br />

Pelos custos simbólicos da tabela acima, verificamos que os rolamentos fixo <strong>de</strong> uma<br />

carreira <strong>de</strong> esferas têm um custo menor (<strong>para</strong> rolamentos <strong>de</strong> mesmo tamanho), além<br />

disso, são mais fáceis <strong>de</strong> serem adquiridos.<br />

242


Diante do exposto acima, o rolamento fixo <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> esferas é o mais indicado<br />

e aten<strong>de</strong> às exigências: das dimensões requeridas, da rotação, da carga radial e axial e<br />

aos requisitos da aplicação.<br />

Além disso, tem o menor custo com<strong>para</strong>do aos outros tipos <strong>de</strong> rolamentos com o mesmo<br />

tamanho e a vantagem da fácil localização <strong>para</strong> compra.<br />

Resultado do Exemplo:<br />

Definição do Tipo Especificação do Tipo<br />

Rolamento Fixo <strong>de</strong> uma Carreira <strong>de</strong> Esferas 6310<br />

Tabela 5d – Exercício resolvido 1<br />

2. Um rolamento rígido <strong>de</strong> esferas 6309 feito <strong>de</strong> aço padrão da SKF <strong>de</strong>verá trabalhar a<br />

uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 000 r/min sob uma carga radial constante Fr = 8 000 N. Vai ser<br />

utilizada a lubrificação com óleo, possuindo o óleo uma viscosida<strong>de</strong> cinemática ηc = 20<br />

mm 2 /s à temperatura <strong>de</strong> trabalho. A confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada é <strong>de</strong> 90 % e assume-se que<br />

as condições <strong>de</strong> trabalho são <strong>de</strong> extrema limpeza. Quais serão as vidas L10, Lna e Lnaa?<br />

a) Vida nominal L10 (<strong>para</strong> 90 % <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>)<br />

⎛ C ⎞<br />

L10 = ⎜ ⎟<br />

⎝ P ⎠<br />

p<br />

A partir das tabelas <strong>de</strong> produtos, as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga dinâmica <strong>para</strong> o rolamento<br />

6309, C = 52 700 N. Uma vez que a carga é puramente radial, P = Fr = 8 000 N e por<br />

conseguinte.<br />

L10 = (52 700/8 000)3 = 286 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />

b) Vida nominal ajustada Lna<br />

Lna = a1 a23 L10<br />

Como é necessária uma confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90 %, será preciso calcular a vida L10a e<br />

a1 = 1. O fator a23 é calculado da seguinte maneira: <strong>para</strong> o rolamento 6309, utilizando d e<br />

D das tabelas <strong>de</strong> produtos, dm = 72,5 viscosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óleo requerida à temperatura <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>para</strong> uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 000 r/min, ν1 = 7 mm 2 /s κ = η/η1 = 2,7 valor <strong>de</strong><br />

a23 = 1,92.<br />

L10a = 1 x 1,92 x 286 = 550 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />

c) Vida nominal <strong>de</strong> acordo com a teoria <strong>de</strong> vida da SKF<br />

Lnaa = a1 aSKF L10<br />

Como a confiabilida<strong>de</strong> pretendida é <strong>de</strong> 90 %, a vida L10aa é calculada e a1 = 1. Das<br />

tabelas <strong>de</strong> produtos Pu = 1 340 e Pu/P = 1 340/8 000 = 0,17. Como as condições são <strong>de</strong><br />

243


extrema limpeza ηc = 1 e por conseguinte <strong>para</strong> κ = 2,7 o valor <strong>de</strong> aSKF é 14 <strong>para</strong> que <strong>de</strong><br />

acordo com a teoria <strong>de</strong> vida da SKF<br />

L10aa = 1 x 14 x 286 = 4 000 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />

Para obter as vidas correspon<strong>de</strong>ntes em horas <strong>de</strong> trabalho, é necessário multiplicar por<br />

[1 000 000/(60 n)]<br />

on<strong>de</strong> n = 5 000 r/min. As diferentes vidas são então<br />

L10h = 950 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

L10ah = 1 800 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

L10aah = 13 300 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

Se no exemplo tivéssemos calculado <strong>para</strong> condições <strong>de</strong> contaminação tais que<br />

ηc = 0,2, aSKF seria 0,3 e<br />

L10aa = 1 x 0,3 x 286 = 86 milhões <strong>de</strong> revoluções<br />

Ou L10aah = 287 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

3. O apoio <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> hélice <strong>de</strong> navio possui diâmetro d=140mm . Ele suporta uma<br />

esforço axial normal <strong>de</strong> FaN=40 kN a uma rotação <strong>de</strong> nN=375 rpm e uma carga axial e<br />

uma carga axial máxima <strong>de</strong> Fav=53 kN a uma rotação nv=500 . A duração da carga<br />

normal correspon<strong>de</strong> a 75% do total e a duração da carga máxima 25% da duração total.<br />

A vida <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>stes equipamentos chega a 50.000 h <strong>de</strong> funcionamento. Selecione<br />

os mancais <strong>de</strong> rolos angulares a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> este sistema.<br />

Resolução:<br />

d =<br />

30mm<br />

Figura 19 - Exercício resolvido 3<br />

244


K a<br />

=<br />

2500N<br />

n = 1500rpm<br />

F ar<br />

=<br />

2000N<br />

F = br 3000N<br />

a) Rolamento A - SKF 30206 C(N) =40200 e=0,37 Y=1,6<br />

B - SKF 33206 C(N) = 64400 e=0,35 Y=1,7<br />

Testando se a disposição pertence ao grupo 2a, 2b ou 2c<br />

F<br />

Y<br />

F<br />

Y<br />

ar<br />

a<br />

br<br />

b<br />

2000 = =<br />

1,<br />

6<br />

3000 = =<br />

1,<br />

7<br />

1250N<br />

1765N<br />

F ar F br < = condição2a<br />

Y a Y b<br />

Assim:<br />

0,<br />

5F<br />

0,<br />

5×<br />

3000<br />

br<br />

F = ∴<br />

ba F =<br />

∴<br />

ba<br />

F ba<br />

Y b 1,<br />

7<br />

=<br />

882,<br />

4N<br />

= F + K ∴<br />

Aa Ba a F = Aa 882 , 4+<br />

2500 ∴F<br />

= 3382N<br />

F Aa<br />

Cálculo da carga dinâmica equivalente<br />

P = F r<br />

F<br />

F<br />

ar ≤<br />

r<br />

e<br />

P F r YF a +<br />

= F<br />

0 , 4×<br />

F<br />

ar ><br />

Rolamento A: SKF 30206<br />

F<br />

F<br />

ar<br />

r<br />

=<br />

Assim,<br />

=<br />

P a<br />

3382<br />

2000<br />

=<br />

r<br />

1,<br />

69<br />

><br />

e<br />

0,<br />

37<br />

0 , 4×<br />

2000 + 1,<br />

6×<br />

3382<br />

= Pa 6211N<br />

Rolamento B: SKF 33206<br />

F<br />

F<br />

ba<br />

br<br />

=<br />

Assim,<br />

Pb F r =<br />

882,<br />

4<br />

3000<br />

=<br />

Pb 3000N<br />

=<br />

0,<br />

29≤0,<br />

35<br />

245


Cálculo do tempo <strong>de</strong> vida: (Pág 28)<br />

L<br />

=<br />

1000000 ⎛<br />

⎜C<br />

×<br />

60×<br />

n ⎜ P<br />

Rolamento A:<br />

La<br />

=<br />

⎝<br />

1000000<br />

60×<br />

1500<br />

⎛<br />

× ⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

10<br />

3<br />

40200<br />

62+<br />

1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

10<br />

3<br />

= La 5614 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

Rolamento B:<br />

Lb<br />

=<br />

1000000<br />

60×<br />

1500<br />

⎛<br />

× ⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

64400<br />

3000<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

10<br />

3<br />

= Lb 305500 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

b) Pelos resultados obtidos observa-se que o rolamento A: SKF 30206 não suporta um<br />

tempo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> 32000 horas, já que seu limite é <strong>de</strong> 5614 horas. Já o rolamento B: SKF<br />

33206 po<strong>de</strong>ria ser utilizado. No entanto, seu limite <strong>de</strong> vida é <strong>de</strong> 305500 horas é muito<br />

maior que o necessário, o que significa um maior custo. Desta forma, o i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> esta<br />

situação é escolher um rolamento que possua uma capacida<strong>de</strong> dinâmica C, entre os<br />

valores <strong>de</strong> Ca = 40200N e Cb = 64400N, já que a capacida<strong>de</strong> dinâmica é proporcional ao<br />

tempo <strong>de</strong> vida. Assim sendo: os rolamentos SKF 31306 e SKF32206 que possuem<br />

capacida<strong>de</strong>s dinâmicas <strong>de</strong> 47300N e 49500N, respectivamente, são mais recomendados<br />

<strong>para</strong> esta situação.<br />

Verificando o rolamento SKF 31306<br />

Consi<strong>de</strong>rando que tanto o rolamento B quanto A são iguais: SKF 31306<br />

F ar F br<br />

< = condição2a<br />

Y a Y b<br />

0,<br />

5F<br />

0,<br />

5×<br />

3000<br />

rb<br />

F = ∴<br />

aB F =<br />

∴<br />

aB<br />

F aB<br />

Y b 0,<br />

72<br />

=<br />

2083N<br />

= F + K ∴<br />

Aa Ba a F = Aa 2083 + 2500 ∴F<br />

= 4583N<br />

F Aa<br />

e=<br />

0,<br />

83<br />

F<br />

F<br />

aA<br />

ra<br />

=<br />

4583<br />

> 0,<br />

83<br />

2000<br />

0 , 4×<br />

2000 + 4583×<br />

0,<br />

72∴P<br />

= 4100N<br />

r<br />

P = a<br />

a a<br />

F 2083<br />

aB = = 0,<br />

69≤e<br />

F rB 3000<br />

=<br />

Pb 3000N<br />

246


Consi<strong>de</strong>rando o pior hipótese, ou seja, a carga dinâmica equivalente P iguala 4100N<br />

Temos:<br />

L<br />

=<br />

1000000<br />

60×<br />

1500<br />

⎛<br />

× ⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

47300<br />

4100<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

10<br />

3<br />

= Lb 38550 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

Assim verifica-se que o rolamento SKF 31306 é suficiente <strong>para</strong> on<strong>de</strong> são necessários<br />

um tempo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> 32000 horas<br />

4. O mancal <strong>de</strong> um garfo <strong>de</strong> um roda em balanço contém dois rolamentos radiais <strong>de</strong><br />

esferas série 62 . O diâmetro do eixo foi calculado em 25 mm. A figura mostra as<br />

medidas calculadas em mm. A carga radial radkraft F é <strong>de</strong> 2,5 kN. Selecione estes<br />

rolamentos, <strong>para</strong> as condições normais <strong>de</strong> trabalho sendo que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong><br />

ambos rolamentos é <strong>de</strong>terminada em função das cargas radiais Far eFbr e que um dos<br />

rolamentos <strong>de</strong>ve suportar toda a carga axial.<br />

Resolução:<br />

3<br />

F = 5Ton<br />

= 49,<br />

05×<br />

10 N<br />

d = 0,<br />

05m<br />

a)<br />

S<br />

0<br />

S<br />

= 1 , 3∴<br />

=<br />

0<br />

C<br />

P<br />

0<br />

0<br />

Figura 20 - Exercício proposto 4<br />

Carga estática equivalente <strong>para</strong> rolamento axial <strong>de</strong> esfera<br />

P = 0 F a<br />

Assim<br />

3<br />

C = S P =<br />

0 0 0 1,<br />

3×<br />

49,<br />

05×<br />

10 = 63770 N<br />

247


O rolamento selecionado segundo a tabela da pagina 600 é o SKF 51210 que possui uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

carga estática superior a requerida, ou seja, Co=106000N > 63770N<br />

b) Para o rolamento SKF 51210 e<br />

P = 0 F a<br />

C o<br />

S<br />

0<br />

=<br />

=<br />

106000N<br />

C<br />

P<br />

0<br />

0<br />

=<br />

0 4,<br />

32 = S<br />

106000 3<br />

24,<br />

53×<br />

10<br />

7.10 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

F a<br />

=<br />

3<br />

24,<br />

53×<br />

10 N<br />

, qual o So?<br />

1. O eixo <strong>de</strong> um carrinho <strong>para</strong> combustível <strong>de</strong> forno suporta m=1,5 t <strong>de</strong>vido ao peso próprio<br />

e carga F p Quando o forno estiver funcionando ele suporta temperatura t=300o C.<br />

Pelos cálculos <strong>para</strong> o dimensionamento do eixo, chegou-se ao valor <strong>de</strong> d=35 . Selecione<br />

os rolamentos <strong>de</strong> esfera <strong>para</strong> este carrinho.<br />

Figura 21 - Exercício proposto 1<br />

4. Uma carga <strong>de</strong> 5 toneladas será aplicada em diâmetro d=48 mm conforme figura . Um<br />

rolamento axial <strong>de</strong> esferas suporta esta carga, permitindo pequenos giros. Deseja-se<br />

selecionar este rolamento <strong>de</strong> esferas.<br />

248


Figura 22 - Exercício proposto 4<br />

249


CAPÍTULO 08 - PROJETO DE PARAFUSOS<br />

8.1 - INTRODUÇÃO<br />

Parafusos são elementos <strong>de</strong> fixação, empregados na união não permanente <strong>de</strong> peças,<br />

isto é, as peças po<strong>de</strong>m ser montadas e <strong>de</strong>smontadas facilmente, bastando apertar e <strong>de</strong>sapertar<br />

os <strong>para</strong>fusos que as mantêm unidas.Os <strong>para</strong>fusos se diferenciam pela forma da rosca, da<br />

cabeça, da haste e do tipo <strong>de</strong> acionamento.<br />

Figura 1 - <strong>para</strong>fuso sextavado<br />

O tipo <strong>de</strong> acionamento está relacionado com o tipo <strong>de</strong> cabeça do <strong>para</strong>fuso. Por exemplo,<br />

um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> cabeça sextavada é acionado por chave <strong>de</strong> boca ou <strong>de</strong> estria.Em geral, o<br />

<strong>para</strong>fuso é composto <strong>de</strong> duas partes: cabeça e corpo.<br />

O corpo do <strong>para</strong>fuso po<strong>de</strong> ser cilíndrico ou cônico, totalmente roscado ou parcialmente<br />

roscado. A cabeça po<strong>de</strong> apresentar vários formatos; porém, há <strong>para</strong>fusos sem cabeça.<br />

Há uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos que po<strong>de</strong>m ser diferenciados pelo formato da<br />

cabeça, do corpo e da ponta. Essa diferença, <strong>de</strong>terminadas pela função dos <strong>para</strong>fusos, permite<br />

classificá-los em quatro gran<strong>de</strong>s grupos: <strong>para</strong> - fusos passantes, <strong>para</strong>fusos não-passantes,<br />

<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> pressão, <strong>para</strong>fusos prisioneiros.<br />

PARAFUSOS PASSANTES<br />

Esses <strong>para</strong>fusos atravessam, <strong>de</strong> lado a lado, as peças a serem unidas, passando<br />

livremente nos furos.Depen<strong>de</strong>ndo do serviço, esses <strong>para</strong>fusos, além das porcas, utilizam<br />

arruelas e contra-porcas como acessórios.Os <strong>para</strong>fusos passantes apresentam-se com cabeça<br />

ou sem cabeça.<br />

250


PARAFUSOS NÃO-PASSANTES<br />

Figura 2 - Parafusos passantes<br />

São <strong>para</strong>fusos que não utilizam porcas. O papel <strong>de</strong> porca é <strong>de</strong>sempenhado pelo furo<br />

roscado, feito numa das peças a ser unida.<br />

PARAFUSOS DE PRESSÃO<br />

Figura 3 - Parafusos não-passantes<br />

Esses <strong>para</strong>fusos são fixados por meio <strong>de</strong> pressão. A pressão é exercida pelas pontas<br />

dos <strong>para</strong>fusos contra a peça a ser fixada.Os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> pressão po<strong>de</strong>m apresentar cabeça<br />

ou não.<br />

Figura 4 - Parafusos <strong>de</strong> pressão<br />

251


PARAFUSOS PRISIONEIROS<br />

São <strong>para</strong>fusos sem cabeça com rosca em ambas as extremida<strong>de</strong>s, sendo<br />

recomendados nas situações que exigem montagens e <strong>de</strong>smontagens freqüentes. Em tais<br />

situações, o uso <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos acaba danificando a rosca dos furos.<br />

As roscas dos <strong>para</strong>fusos prisioneiros po<strong>de</strong>m ter passos diferentes ou sentidos opostos, isto é,<br />

um horário e o outro anti-horário.Para fixarmos o prisioneiro no furo da máquina, utilizamos uma<br />

ferramenta especial.Caso não haja esta ferramenta, improvisa-se um apoio com duas porcas<br />

travadas numa das extremida<strong>de</strong>s do prisioneiro.Após a fixação do prisioneiro pela outra<br />

extremida<strong>de</strong>, retiram-se as porcas.A segunda peça é apertada mediante uma porca e arruela,<br />

aplicadas à extremida<strong>de</strong> livre do prisioneiro.<br />

O <strong>para</strong>fuso prisioneiro permanece no lugar quando as peças são <strong>de</strong>smontadas.<br />

Figura 5 - Parafusos prisioneiros<br />

Vimos uma classificação <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos quanto à função que eles exercem.<br />

Veremos, a seguir, alguns tipos <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos. Segue um quadro síntese com<br />

características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivos <strong>de</strong><br />

atarraxamento.<br />

252


Tabela 1 - Características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivo <strong>de</strong> atarraxamento.<br />

253


Tabela2 - Tipos <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos<br />

254


ROSCAS<br />

Rosca é um conjunto <strong>de</strong> filetes em torno <strong>de</strong> uma superfície cilíndrica.<br />

Figura 6 - Filetes gerados em uma superfície cilíndrica<br />

As roscas po<strong>de</strong>m ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no interior<br />

das porcas. As roscas externas se localizam no corpo dos <strong>para</strong>fusos.<br />

Figura 7 - Conjunto porca e <strong>para</strong>fusos<br />

As roscas permitem a união e <strong>de</strong>smontagem <strong>de</strong> peças.<br />

Tipos <strong>de</strong> Rocas (Perfis) Perfil <strong>de</strong> Filete Aplicação<br />

Parafusos e porcas <strong>de</strong> fixação na união <strong>de</strong><br />

peças<br />

Ex: Fixação da roda do carro.<br />

Parafusos que transmitem movimento suave<br />

e uniforme.<br />

Ex: Fusos <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong><br />

Parafusos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s diâmetros sujeitos a<br />

gran<strong>de</strong>s esforços.<br />

Ex: Equipamentos ferroviários.<br />

Parafusos que sofrem gran<strong>de</strong>s esforços e<br />

choques.<br />

Ex: Prensas e morsas.<br />

Parafusos que exercem gran<strong>de</strong>s esforços<br />

num só sentido.<br />

Ex: Macacos <strong>de</strong> catraca.<br />

Figura 8 - Tipos e roscas e aplicação<br />

255


Permitem, também, movimento <strong>de</strong> peças. O <strong>para</strong>fuso que movimenta a mandíbula<br />

móvel da morsa é um exemplo <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> peças.Os filetes das roscas apresentam vários<br />

perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação.<br />

NOMENCLATURA DA ROSCA<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando<br />

apenas os formatos e dimensões.<br />

.<br />

P = passo (em mm)<br />

i = ângulo da hélice<br />

d = diâmetro externo<br />

c = crista<br />

d1 = diâmetro interno<br />

D = diâmetro do fundo da porca<br />

d2 = diâmetro do flanco<br />

D1 = diâmetro do furo da porca<br />

Figura 9 - Nomenclatura e tipo da roscas<br />

256


a = ângulo do filete<br />

h1 = altura do filete da porca<br />

f = fundo do filete<br />

h = altura do filete do <strong>para</strong>fuso<br />

ROSCAS DE PERFIL TRIANGULAR<br />

As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:<br />

· rosca métrica<br />

· rosca whitworth<br />

· rosca americana<br />

Para nosso estudo, vamos <strong>de</strong>talhar apenas dois tipos: a métrica e a whitworth. Rosca<br />

métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina NBR 9527.<br />

Diâmetro maior da porca:<br />

D = d + 2f:<br />

Diâmetro menor da porca (furo):<br />

D1 = d - 1,0825P;<br />

Diâmetro efetivo da porca (Æ médio):<br />

D2 = d2.<br />

Altura do filete do <strong>para</strong>fuso:<br />

he = 0,61343P.<br />

Figura 10 - Rosca <strong>de</strong> perfil triangular<br />

Raio <strong>de</strong> arredondamento da raiz do filete do <strong>para</strong>fuso:<br />

re = 0,14434P.<br />

Raio <strong>de</strong> arredondamento da raiz do filete da porca:<br />

Ângulo do perfil da rosca: a=60º<br />

Diâmetro menor do <strong>para</strong>fuso (φ<br />

do núcleo): d1=d-1,2268P.<br />

d2=D2=d-0,6498P.<br />

Folga entre a raiz do filete da<br />

porca e a crista do filete da porca<br />

e a crista do filete do <strong>para</strong>fuso:<br />

F=0,045P.<br />

257


i = 0,063P.<br />

A rosca métrica fina, num <strong>de</strong>terminado comprimento, possui maior número <strong>de</strong> filetes do<br />

que a rosca normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do <strong>para</strong>fuso, em<br />

caso <strong>de</strong> vibração <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong>. Exemplo: em veículos.<br />

Rosca Whitworth normal - BSW e rosca Whitworth fina – BSF<br />

Figura 11 - Nomenclatura da roscas Whitworth<br />

A fórmula <strong>para</strong> confecção das roscas Whitworth normal e fina é a mesma. Apenas<br />

variam os números <strong>de</strong> filetes por polegada. Utilizando as fórmulas anteriores, você obterá os<br />

valores <strong>para</strong> cada elemento da rosca. Para facilitar a obtenção <strong>de</strong>sses valores, apresentamos a<br />

seguir as tabelas das roscas métricas <strong>de</strong> perfil triangular normal e fina e Whitworth normal -<br />

BSW e Whitworth fina - BSF.<br />

258


Tabela 3 - Tabela <strong>de</strong> roscas no sistema inglês<br />

259


Tabela 4 - Tabela <strong>de</strong> roscas no sistema métrico - série normal<br />

260


Tabela 5 - Tabela <strong>de</strong> roscas no sistema métrico - série fina<br />

261


Duas tabelas a seguir mostram os valores dos diâmetros nominais dos <strong>para</strong>fusos, suas<br />

áreas resistentes em função do tipo <strong>de</strong> rosca grossa ou fina. Na tabela 3.6é apresentado o<br />

sistema métrico e na tabela 3.7 é apresentado o sistema inglês.<br />

Diâmetro<br />

nominal d Passo p<br />

Séries rosca grossa Séries rosca fina<br />

Área<br />

resistente At<br />

Área <strong>de</strong><br />

menor<br />

diâmetro Ar<br />

Pitch p<br />

Área<br />

resistente At<br />

Área <strong>de</strong><br />

menor<br />

diâmetro Ar<br />

1,6 0,35 1,27 1,07<br />

2 0,4 2,07 1,79<br />

2,5 0,45 3,39 2,98<br />

3 0,5 5,03 4,47<br />

3,5 0,6 6,78 6<br />

4 0,7 8,78 7,75<br />

5 0,8 14,2 12,7<br />

6 1 20,1 17,9<br />

8 1,25 36,6 32,8 1 39,2 36<br />

10 1,5 58 52,3 1,25 61,2 56,3<br />

12 1,75 84,3 76,3 1,25 92,1 86<br />

14 2 115 104 1,5 125 116<br />

16 2 157 144 1,5 167 157<br />

20 2,5 245 225 1,5 272 259<br />

24 3 353 324 2 384 365<br />

30 3,5 561 519 2 621 596<br />

36 4 817 759 2 915 884<br />

42 4,5 1120 1050 2 1260 1230<br />

48 5 1470 1380 2 1670 1630<br />

56 5,5 2030 1910 2 2300 2250<br />

64 6 2680 2520 2 3030 2980<br />

72 6 3460 3280 1,5 3860 3800<br />

80 6 4340 4140 2 4850 4800<br />

90 6 5590 5360 2 6100 6020<br />

100 6 6990 6740 2 7560 7470<br />

110 2 9180 9080<br />

Tabela 6 - Tabela <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos no sistema métrico- rosca grossa e fina<br />

262


Tamanho<br />

<strong>de</strong>signação<br />

Diâmetro<br />

maior -<br />

polegadas<br />

UNC - Séries rosca grossa UNF - Séries rosca fina<br />

Número <strong>de</strong><br />

Roscas por<br />

polegadas N<br />

Área<br />

resistente At<br />

Área <strong>de</strong><br />

menor<br />

diâmetro Ar<br />

Roscas em<br />

polegada N<br />

Ária<br />

resistente At<br />

Área <strong>de</strong><br />

menor<br />

diâmetro Ar<br />

0 0,06 80 0,0018 0,00151<br />

1 0,073 64 0,00263 0,00218 72 0,00278 0,00237<br />

2 0,086 56 0,0037 0,0031 64 0,00394 0,00339<br />

3 0,099 48 0,00487 0,00406 56 0,00523 0,00451<br />

4 0,112 40 0,00604 0,00496 48 0,00661 0,00566<br />

5 0,125 40 0,00796 0,00672 44 0,0088 0,00716<br />

6 0,138 32 0,00909 0,00745 40 0,01015 0,00874<br />

8 0,164 32 0,014 0,01196 36 0,01474 0,01285<br />

10 0,19 24 0,0175 0,0145 32 0,02 0,0175<br />

12 0,216 24 0,0242 0,0206 28 0,0258 0,0226<br />

¼ 0,25 20 0,0318 0,0269 28 0,0364 0,0326<br />

5 16 0,3125 18 0,0524 0,0454 24 0,058 0,0524<br />

3 8 0,375 16 0,0775 0,0678 24 0,0878 0,0809<br />

7 16 0,4375 14 0,1063 0,0933 20 0,1187 0,109<br />

½ 0,5 13 0,1419 0,1257 20 0,1599 0,1486<br />

9 16 0,5625 12 0,182 0,162 18 0,203 0,189<br />

5 8 0,625 11 0,226 0,202 18 0,256 0,24<br />

¾ 0,75 10 0,334 0,302 16 0,373 0,351<br />

7 8 0,875 9 0,462 0,419 14 0,509 0,48<br />

1 1 8 0,606 0,551 12 0,663 0,625<br />

1. ¼ 1,25 7 0,969 0,89 12 1,073 1,024<br />

1. ½ 1,5 6 1,405 1,294 12 1,581 1,521<br />

Tabela 7 - Tabela <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos no sistema inglês - rosca grossa e fina<br />

8.2 - PARAFUSOS DE POTÊNCIA<br />

Um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> força ou potência é utilizado em <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> <strong>máquinas</strong> quando necessita<br />

mudar o movimento angular <strong>para</strong> linear na transmissão <strong>de</strong> carga.<br />

Na Figura 12, um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> potência com rosca quadrada,possui um diâmetro médio<br />

dm, ,passo p, um ângulo <strong>de</strong> avanço λ, um ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice ψ. É submetido a uma<br />

carga <strong>de</strong> compressão axial. Deseja-se encontrar uma expressão <strong>para</strong> o torque necessário <strong>para</strong><br />

elevar e abaixar a carga atuante.<br />

A figura 12 mostra à direita a rosca do <strong>para</strong>fuso estendida em uma volta completa. Seja<br />

F a soma <strong>de</strong> todas as cargas axiais. Para elevar a carga, a força P atua <strong>para</strong> a direita, e <strong>para</strong><br />

abaixar a carga, a força P atua <strong>para</strong> a esquerda. A força <strong>de</strong> atrito é o produto do coeficiente <strong>de</strong><br />

fricção µ pela a força normal N, e atua no sentido <strong>de</strong> opor-se ao movimento. O sistema está em<br />

equilíbrio sobre ação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>stas forças, e portanto <strong>para</strong> elevar a carga F, tem-se:<br />

263


∑<br />

∑<br />

F = P − Nsenλ − μN cos λ = 0<br />

H<br />

F = F + μNsenλ − N cos λ = 0<br />

De maneira análoga <strong>para</strong> abaixar a carga, teremos:<br />

∑<br />

∑<br />

V<br />

F = −P − Nsenλ + μN cos λ = 0<br />

H<br />

F = F − μNsenλ − N cos λ = 0<br />

V<br />

Des<strong>de</strong> que não estamos interessados na força normal N, eliminando-a nos conjuntos <strong>de</strong><br />

equações acima e encontramos P. Para elevação da carga temos:<br />

e <strong>para</strong> abaixar a carga teremos:<br />

senλ + μ cos λ<br />

P = F<br />

cos λ − μsenλ senλ − μ cos λ<br />

P = F<br />

cos λ + μsenλ Figura 12 - Parafuso <strong>de</strong> potência, com <strong>de</strong>talhe da rosca e cargas atuantes<br />

Finalmente, notando que o torque é o produto da força P pelo do raio médio dm / 2, <strong>para</strong><br />

elevação da carga, tem-se:<br />

Fd ⎛ m l + πμd<br />

⎞ m<br />

T = ⎜ ⎟<br />

2 ⎝ π dm − μl<br />

⎠<br />

On<strong>de</strong> T é necessário <strong>para</strong> dois objetivos, vencer o atrito e <strong>para</strong> elevar a caga.<br />

Analogamente, o torque T necessário <strong>para</strong> abaixar a carga , é:<br />

Fdm ⎛ πμd<br />

m − l ⎞<br />

T = ⎜ ⎟<br />

2 ⎝ π dm + μl<br />

⎠<br />

(2)<br />

(1)<br />

264


Em alguns casos, o torque da equação (2) po<strong>de</strong>rá ser negativo ou zero. Quando se<br />

obtém um torque positivo partir <strong>de</strong>sta equação, o <strong>para</strong>fuso é <strong>de</strong>finido como auto-frenante.. A<br />

condição <strong>para</strong> auto-frenamento é:<br />

πdm, tem-se:<br />

πµdm > 1<br />

Agora, se divi<strong>de</strong> ambos os lados <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> por πdm lembrando que tg λ = 1 /<br />

µ > tg λ<br />

Esta relação indica que o auto-frenamento é obtido quando o coeficiente <strong>de</strong> atrito é igual<br />

ou maior que tangente do ângulo <strong>de</strong> avanço.<br />

Uma expressão <strong>para</strong> a eficiência é também muito útil na avaliação dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong><br />

força. Consi<strong>de</strong>ram-se µ = 0 , tem-se:<br />

T<br />

O<br />

Fl<br />

=<br />

2π<br />

A eficiência nos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência será:<br />

TO Fl<br />

e = =<br />

T 2πT<br />

As equações prece<strong>de</strong>ntes foram <strong>de</strong>senvolvidas <strong>para</strong> as roscas quadradas on<strong>de</strong> a carga<br />

atuante nas roscas é <strong>para</strong>lela ao eixo axial do <strong>para</strong>fuso. No caso da rosca Acme,perfil triangular<br />

ou outras roscas, a carga atuante é inclinada em relação ao eixo por causa do ângulo da rosca<br />

2α e o ângulo <strong>de</strong> avanço λ. Des<strong>de</strong> que ângulos <strong>de</strong> avanço são pequenos, a inclinação po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada e somente ser consi<strong>de</strong>rado nos cálculos, o angulo <strong>de</strong> rosca. O efeito do ângulo<br />

α é aumentar a força <strong>de</strong> atrito por ação da cunha. Com isso, tem-se:<br />

Fd ⎛ m l + πμd m secα<br />

⎞<br />

T = ⎜ ⎟<br />

2 ⎝ π dm − μl secα<br />

⎠<br />

Figura 13 – Ângulos <strong>de</strong> avanço<br />

265


Para <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência, a rosca Acme, não é tão eficiente como a rosca quadrada,<br />

mas, ainda é usado com mais freqüência <strong>de</strong>vido a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabricação e o uso <strong>de</strong> porca<br />

divisora ajustável.<br />

Usualmente, um terceiro componente <strong>de</strong> torque precisa ser adicionado nas aplicações<br />

dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência. Quando um <strong>para</strong>fuso é carregado axialmente, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um colar, empregado entre os membros rotacionais e estacionários <strong>para</strong> suportar a componente<br />

axial. A Figura mostra um mancal típico on<strong>de</strong> utiliza-se dc como diâmetro principal e µc como o<br />

coeficiente do colar <strong>de</strong> atrito. O torque necessário será:<br />

Fμ cd c Tc<br />

=<br />

2<br />

Figura 14 - Mecânica dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> potência<br />

8.3 - PARAFUSOS DE UNIÃO - COMPRIMENTO DA PARTE ROSCADA<br />

O comprimento da parte roscada, LT <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos no sistema inglês (polegadas) é:<br />

e no sistema internacional é :<br />

L<br />

Lr T<br />

1 ⎧2D<br />

= 4in<br />

L < 6 in ou L = 6 in<br />

= ⎨<br />

2D 1<br />

⎩ = 2in<br />

L > 6 in<br />

⎧2D<br />

+ 6 L ≤125 mm ou D ≤ 48 mm<br />

⎪<br />

LLr = ⎨2D<br />

+ 12 125< L ≤ 200 mm<br />

⎪<br />

⎩2D<br />

+ 25 L > 200 mm<br />

O objetivo <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso é manter duas ou mais partes juntas. O torque <strong>de</strong> aperto<br />

acarretará tração ou alongamento no <strong>para</strong>fuso; o carregamento é obtido por torção da porca até<br />

266


que o <strong>para</strong>fuso tenha sido tracionado próximo ao seu limite elástico. Se a porca não se afrouxar<br />

a tensão do <strong>para</strong>fuso se manterá como pré-carga ou força <strong>de</strong> união (aperto).<br />

A cabeça <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> cabeça hexagonal é suavemente mais fina do que a <strong>de</strong> um<br />

pino <strong>de</strong> cabeça hexagonal. O material <strong>de</strong> uma porca <strong>de</strong>ve ser cuidadosamente selecionado<br />

<strong>para</strong> encaixar com o <strong>para</strong>fuso.<br />

8.3.1 - CONSTANTE DE RIGIDEZ DOS PARAFUSOS<br />

Quando uma conexão é projetada <strong>para</strong> po<strong>de</strong>r ser periodicamente <strong>de</strong>smontada sem<br />

métodos <strong>de</strong>strutivos e seja suficientemente forte <strong>para</strong> resistir a tensões externas, momentos, ou<br />

força <strong>de</strong> corte então uma junção <strong>para</strong>fusada simples usando arruelas <strong>de</strong> aço endurecido é uma<br />

boa solução.<br />

Como visto previamente,a função <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso é fixar duas ou mais partes juntas. Girando a<br />

porca, o <strong>para</strong>fuso provocará uma força <strong>de</strong> união (aperto). Esta força <strong>de</strong> união é chamada <strong>de</strong><br />

pré-tensão ou pré-carga no <strong>para</strong>fuso. Ela existe na junção <strong>de</strong>pois da porca ter sido<br />

<strong>de</strong>vidamente apertada não importando se a carga externa P tenha sido exercida ou não.<br />

É claro, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as peças (membros) são usados <strong>para</strong> ser unidas, a força <strong>de</strong><br />

união que produz uma tração no <strong>para</strong>fuso induzirá idêntica compressão nas peças.<br />

A constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong> um membro elástico, como um <strong>para</strong>fuso, é a razão entre a<br />

força aplicada pela <strong>de</strong>formação produzida. A pega <strong>de</strong> uma conexão é a espessura do material<br />

unido,incluindo as arruelas se houver.<br />

A rigi<strong>de</strong>z do <strong>para</strong>fuso ou pino consistirá <strong>de</strong> duas partes, a parte roscada e a parte não<br />

roscada <strong>de</strong>ntro da pega.Portanto a constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do <strong>para</strong>fuso será equivalente à rigi<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> duas partes <strong>de</strong> maneira semelhante à rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> duas molas em série.<br />

<strong>para</strong> duas partes em série:<br />

1 1 1<br />

k k k<br />

1 2<br />

= + ou k =<br />

1 2<br />

At<br />

E<br />

K r =<br />

l<br />

Ad<br />

E<br />

K d =<br />

l<br />

on<strong>de</strong>: At = Área resistente do <strong>para</strong>fuso (Tabelas)<br />

lT = comprimento da parte roscada na pega<br />

Ad = área da parte lisa <strong>de</strong> <strong>para</strong>fuso<br />

ld = comprimento da parte não roscada na pega,<br />

t<br />

d<br />

k k<br />

k + k<br />

1 2<br />

267


Substituindo esses valores, tem-se:<br />

(pega).<br />

K<br />

pa<br />

Ad<br />

At<br />

E<br />

=<br />

A l + A l<br />

d<br />

t<br />

On<strong>de</strong> kpa é uma estimativa da constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z efetiva no <strong>para</strong>fuso da zona da união<br />

8.3.2 - RIGIDEZ DAS PEÇAS OU MEMBROS EM COMPRESSÃO<br />

Numa seção anterior, <strong>de</strong>terminou-se a rigi<strong>de</strong>z do <strong>para</strong>fuso região <strong>de</strong> pega. Nesta seção,<br />

estudar-se-á a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> uma peça ou membro na região <strong>de</strong> união. Ambas as constantes<br />

<strong>de</strong>vem ser conhecidos. Po<strong>de</strong>r-se ter mais do que duas peças ou membros na pega <strong>de</strong> união por<br />

<strong>para</strong>fuso. Todos eles agem como forças compressivas em série, e portanto a constante <strong>de</strong><br />

rigi<strong>de</strong>z das peças km po<strong>de</strong> ser obtida pela equação abaixo:<br />

1<br />

K<br />

pe<br />

1<br />

=<br />

K<br />

1<br />

1<br />

+<br />

K<br />

2<br />

1<br />

+<br />

K<br />

3<br />

t<br />

d<br />

1<br />

+<br />

K<br />

4<br />

1<br />

+ ... +<br />

K<br />

Utilizando a meta<strong>de</strong> do ângulo vértice α =30º, o alongamento <strong>de</strong> um cone com<br />

espessura dx sujeito a uma força <strong>de</strong> tensão P é:<br />

A área <strong>de</strong> elemento é:<br />

P<br />

dδ = dx (3)<br />

EA<br />

Figura 15 - Rigi<strong>de</strong>z das peças comprimidas<br />

i<br />

268


2 2 ( ) ( tan D<br />

o i<br />

) ( D )<br />

2 2<br />

⎡ ⎤<br />

A = π r + r = π<br />

⎢<br />

x<br />

⎣<br />

α +<br />

2<br />

−<br />

2 ⎥<br />

=<br />

⎦<br />

⎛ D + d ⎞⎛ D − d ⎞<br />

= π ⎜ x tanα + ⎟⎜ x tanα<br />

+ ⎟<br />

⎝ 2 ⎠⎝ 2 ⎠<br />

Substituindo na equação a, integrando, o alongamento será:<br />

P t<br />

dx<br />

δ =<br />

π E ∫ 0 ⎡ ( D + d ) ⎤ ⎡ ( D − d ) ⎤<br />

⎢x tanα + x tanα<br />

+<br />

2 ⎥ ⎢ 2 ⎥<br />

⎣ ⎦ ⎣ ⎦<br />

( 2t tanα<br />

+ D − d )( D + d )<br />

( + + )( − )<br />

P<br />

δ = ln<br />

π Ed tanα 2t tanα<br />

D d D d<br />

Com isso, e com α =30º, a rigi<strong>de</strong>z será:<br />

K pe<br />

P 0,<br />

577πEd<br />

= =<br />

δ ( 1,<br />

15t<br />

+ D − d)(<br />

D + d)<br />

ln<br />

( 1,<br />

15t<br />

+ D + d)(<br />

D − d)<br />

Figura 16 - Cone <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação da rigi<strong>de</strong>z das peças a unir<br />

O diâmetro da arruela da face é por volta <strong>de</strong> 50% maior do que o diâmetro do <strong>para</strong>fuso<br />

<strong>de</strong> cabeça sextavada. Para este caso o valor <strong>de</strong> km (rigi<strong>de</strong>z das peças) será dado pela<br />

equação:<br />

K pe<br />

8.3.3 - RESISTÊNCIA DO PARAFUSO<br />

=<br />

0,<br />

577πEd<br />

( 1,<br />

15l<br />

+ 0,<br />

5d)<br />

2ln<br />

5<br />

( 0,<br />

577l<br />

+ 2,<br />

5d)<br />

A tensão do <strong>para</strong>fuso é um fator chave na análise e seleção <strong>de</strong> conexões <strong>para</strong>fusadas.<br />

As normas <strong>para</strong> <strong>para</strong>fuso oferecem a resistência à tração (Srup) e resistência <strong>de</strong> prova (Sp) e a<br />

269


esistência à fadiga,em função do diâmetro nominal do <strong>para</strong>fuso e do tipo. Assim é que existem<br />

as normas SAE, ASTM,,etc.<br />

A carga <strong>de</strong> prova é a força máxima que um <strong>para</strong>fuso po<strong>de</strong> suportar sem se <strong>de</strong>formar<br />

permanentemente. A resistência <strong>de</strong> prova é a relação entre a carga <strong>de</strong> prova e a área <strong>de</strong><br />

resistência do <strong>para</strong>fuso. A resistência <strong>de</strong> prova correspon<strong>de</strong> aproximadamente à resistência ao<br />

escoamento.<br />

TENSÕES ATUANTES NO PARAFUSO SUBMETIDO A CARGA EXTERNA ESTÁTICA<br />

Consi<strong>de</strong>rando que apenas uma carga P seja aplicada a uma conexão <strong>para</strong>fusada.<br />

Assumindo também que a força <strong>de</strong> união, chamada <strong>de</strong> pré-carga Fi, tenha sido corretamente<br />

aplicada pelo aperto da porca antes da força P ser aplicada. A nomenclatura usada será:<br />

Fi = Pré-carga<br />

P = carga externa<br />

Ppa = porção <strong>de</strong> P suportada pelo <strong>para</strong>fuso<br />

Ppe = porção <strong>de</strong> P suportada pelas peças (membros)<br />

Fpa = Ppa + Fi = carga total resultante no <strong>para</strong>fuso<br />

Fpe = Ppe + Fi = carga total resultante nas peças (membros)<br />

A carga externa P, ao ser aplicada na conexão a<strong>para</strong>fusada provoca uma <strong>de</strong>formação δ. Uma<br />

vez que a constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z das peças,k, é a relação entre a carga pela <strong>de</strong>flexão ou<br />

<strong>de</strong>formação,tem-se:<br />

Como P = Ppa + Ppe, tem-se:<br />

δ =<br />

pa<br />

P pa<br />

=<br />

K<br />

pa<br />

P = P<br />

Portanto, a carga resultante no <strong>para</strong>fuso será:<br />

pe<br />

pa<br />

pa = Ppa<br />

+ Fi<br />

= P Fi<br />

Fpe < 0<br />

K pa + K pe<br />

P<br />

K<br />

K<br />

K<br />

K<br />

F +<br />

A carga resultante nas peças ou membros será:<br />

K<br />

F +<br />

pa<br />

pe = Ppa<br />

− Fi<br />

= P Fi<br />

Fpe < 0<br />

K pa + K pe<br />

pe<br />

pa<br />

pe<br />

pe<br />

270


É claro, que estes resultados são validos somente enquanto a carga <strong>de</strong> união se<br />

mantém nas peças.<br />

8.3.4 - EXIGÊNCIAS DO TORQUE<br />

Apesar do coeficiente <strong>de</strong> atrito po<strong>de</strong>r virar muito, po<strong>de</strong>-se obter uma ótima estimativa do<br />

torque necessário <strong>para</strong> produzir uma <strong>de</strong>terminada pré-carga combinada, através da equação<br />

seguinte:<br />

⎡ dm<br />

⎛ tan λ + μ secα<br />

⎞ ⎤<br />

T = ⎢ ⎜ ⎟ + 0,625μ<br />

c ⎥ Fid ⎣ 2d ⎝ l − μ tan λ secα<br />

⎠ ⎦<br />

Define-se o coeficiente <strong>de</strong> torque K como sendo termo entre parênteses, e então:<br />

A equação po<strong>de</strong> agora ser escrita:<br />

dm<br />

⎛ tan λ + μ secα<br />

⎞<br />

K = ⎜ ⎟ + 0,625μ<br />

c<br />

2d ⎝ l − μ tan λ secα<br />

⎠<br />

T = KFid<br />

O coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da rugosida<strong>de</strong> da superfície, precisão e grau <strong>de</strong> lubrificação. Em<br />

média, tanto µ quando µc são aproximadamente 0,15. O valor <strong>de</strong> K ≈ 0,20 <strong>para</strong> µ = µc = 0,15<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tamanho do <strong>para</strong>fuso empregado é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da rosca ser bem acabada<br />

ou não.<br />

8.3.5 - PRÉ-CARGA DO PARAFUSO - CARREGAMENTO ESTÁTICO<br />

A partir da equação abaixo<br />

K pa P<br />

F pa = + Fi<br />

= CP + Fi<br />

(4)<br />

K + K<br />

pa<br />

pe<br />

On<strong>de</strong> C é chamado constante <strong>de</strong> junta e é <strong>de</strong>finida na equação (4) como sendo<br />

Então,<br />

C =<br />

K<br />

pa<br />

K<br />

pa<br />

+ K<br />

pe<br />

Fpe = (l – C)P – Fi<br />

A tensão <strong>de</strong> tração no <strong>para</strong>fuso po<strong>de</strong> ser encontrada dividindo-se ambos os termos da<br />

equação (a) pela área resistente At. Isto leva a:<br />

CP F<br />

+<br />

i<br />

σ pa =<br />

(5)<br />

At<br />

At<br />

271


Porém o valor limite <strong>de</strong> σb é a resistência <strong>de</strong> prova Sprova. Esta com introdução do fator<br />

da carga n, a equação (b) passará a ser,<br />

ou<br />

CnP F<br />

S +<br />

i<br />

prova = (6)<br />

At<br />

At<br />

S<br />

n =<br />

prova<br />

A − F<br />

t<br />

CP<br />

Figura 17 - Vaso <strong>de</strong> pressão com <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união<br />

Chama-se n, <strong>de</strong> fator carga ao invés <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> segurança, já que duas idéias são <strong>de</strong><br />

alguma forma relacionadas. Qualquer valor <strong>de</strong> n > 1 garante que a tensão no <strong>para</strong>fuso será<br />

menor que a tensão <strong>de</strong> prova.<br />

Outra maneira <strong>de</strong> garantir uma junta segura é exigir que o carregamento externo seja<br />

menor que o necessário <strong>para</strong> causar a se<strong>para</strong>ção da junta. Se a se<strong>para</strong>ção ocorrer assim<br />

mesmo, então toda o carregamento externo recairá sobre o <strong>para</strong>fuso. Fazendo Po ser o valor<br />

<strong>de</strong> carregamento externo que causaria a se<strong>para</strong>ção da junta. Na se<strong>para</strong>ção, Fpe = 0, então:<br />

(l – C) P0 – Fi = 0 (7)<br />

o fator <strong>de</strong> segurança contra a se<strong>para</strong>ção da junta é<br />

Po<br />

n = (8)<br />

P<br />

Substituindo P0 = nP na equação (8), encontra-se:<br />

Fi<br />

n =<br />

P(1 − C)<br />

como sendo fator <strong>de</strong> segurança contra se<strong>para</strong>ção da junta .<br />

i<br />

272


No diagrama da tensão x <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> material <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, não<br />

existe um ponto claro <strong>de</strong> escoamento e o diagrama percorre suavemente até a fratura, que<br />

correspon<strong>de</strong> ao limite <strong>de</strong> resistência a tração. Isto mostra que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da pré-carga<br />

aplicada no <strong>para</strong>fuso, este irá manter a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carregamento. Isto é que mantém o<br />

<strong>para</strong>fuso firme e <strong>de</strong>termina a resistência da junta. A pré-carga é o “músculo” da junta, e sua<br />

magnitu<strong>de</strong> é <strong>de</strong>terminada pela resistência do <strong>para</strong>fuso. Se a resistência total do <strong>para</strong>fuso não é<br />

usada na aplicação da pré-carga, então, o dinheiro estará sendo <strong>de</strong>sperdiçado e a junta ficando<br />

mais fraca.<br />

Parafusos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser pré-carregados no regime plástico <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver mais resistência. Alguns dos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> torque utilizados <strong>para</strong> aperto produzem<br />

torções, que aumentam a tensão principal <strong>de</strong> tração. Entretanto, esta torção é mantida apenas<br />

pela fricção da cabeça do <strong>para</strong>fuso e da rosca; em tempo <strong>de</strong> relaxar e diminuir levemente a<br />

tensão do <strong>para</strong>fuso. Como uma regra, o <strong>para</strong>fuso rompe durante o aperto ou nunca se rompe.<br />

O alongamento real do <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong>ve sempre ser usado quando possível especialmente<br />

em carregamentos alternados. De fato, se há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta confiança na junta, então, a<br />

pré-carga <strong>de</strong>ve ser sempre <strong>de</strong>terminada pelo alongamento do <strong>para</strong>fuso.<br />

As recomendações da RB&W <strong>para</strong> pré-carga são <strong>de</strong> 60 kpsi <strong>para</strong> <strong>para</strong>fusos SAE grau 5<br />

<strong>para</strong> conexões não permanentes, e os <strong>para</strong>fusos A 325 (equivalentes aos acima) usando em<br />

aplicações <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong>vem ser apertados até a carga <strong>de</strong> prova ou acima (85 kpsi <strong>para</strong> um<br />

diâmetro <strong>de</strong> no mínimo 1 pol). Bowman recomenda uma pré-carga <strong>de</strong> 75% da carga <strong>de</strong> prova,<br />

que é aproximadamente o mesmo da RB&W <strong>para</strong> <strong>para</strong>fusos reutilizados.<br />

Em vista <strong>de</strong>stas, é recomendado tanto <strong>para</strong> carregamento estático com alternado que o<br />

seguinte critério seja utilizado <strong>para</strong> a pré-carga:<br />

⎪⎧<br />

0,<br />

75F<br />

Fi<br />

= ⎨<br />

⎪⎩ 0,<br />

90F<br />

on<strong>de</strong> FProva é a carga <strong>de</strong> prova, obtida da equação<br />

prova<br />

prova<br />

Fprova = AtSprova<br />

Aqui Sprova é a resistência <strong>de</strong> prova. Para outros materiais, um valor aproximado será<br />

Sprova = 0,85 Se. Porém, <strong>de</strong>ve-se ter muito cuidado ao utilizar um material fraco em conexões<br />

que utilizam as arruelas.<br />

⎪⎫<br />

⎬<br />

⎪⎭<br />

273


8.3.6 – EXERCÍCIOS RESOLVIDO<br />

1. Calcular o coeficiente da junta abaixo. Na figura abaixo sejam: A = 150 mm;B = 200 mm;<br />

C = 300 mm; D = 20 mm e E = 25 mm. O cilindro é feito <strong>de</strong> ferro fundido com E = 113 GPa<br />

e a tampa <strong>de</strong> aço com E = 207 GPa. Foram selecionados <strong>de</strong>z <strong>para</strong>fusos M12 ISO 8.8 com<br />

pré-carga <strong>de</strong> aperto <strong>de</strong> 75% da carga <strong>de</strong> prova. Para uma pressão constante <strong>de</strong> 6 MPa,<br />

qual o valor do fator <strong>de</strong> carga n neste <strong>projeto</strong>?<br />

Resolução:<br />

Figura 18 – Exercício resolvido<br />

1-Cálculo da carga externa por <strong>para</strong>fuso:<br />

−3<br />

2<br />

pA 6× 10 π150<br />

P = = = 10,6 kN<br />

N 10 4<br />

2-Comprimento <strong>de</strong> pega:<br />

Lpega = D + E = 20 + 25 = 45 mm<br />

3-Comprimento da parte roscada do <strong>para</strong>fuso:<br />

LT = 2D + 6 L ≤ 125mm<br />

LT = 24 + 6 =30 mm<br />

4-Comprimento do <strong>para</strong>fuso:<br />

D + E + H = 45 + 10,8 = 55,8 mm<br />

L = 60 mm<br />

5-Comprimento da parte lisa do <strong>para</strong>fuso:<br />

llisa = L – LT = 60 – 30 = 30 mm<br />

6-Comprimento da parte roscada da pega:<br />

lrp = Lpega – llisa = 45 – 30 = 15 mm<br />

7-Cálculo da área na parte lisa:<br />

274


A lisa<br />

πd<br />

=<br />

4<br />

2<br />

π12<br />

=<br />

4<br />

2<br />

= 113,<br />

04<br />

mm 2<br />

8-Obtenção da área resistente:<br />

At = 84,3 mm 2<br />

9-Cálculo da rigi<strong>de</strong>z das peças:<br />

K<br />

A<br />

A E<br />

lisa t<br />

pa = MN/m<br />

lliso<br />

At<br />

+ Lrp<br />

Alisa<br />

Cálculo <strong>de</strong> k1, t1 = 20 mm, E = 207 GPa.<br />

k<br />

1<br />

0,577Edπ<br />

= = 4470 MN/m<br />

(1,15 t + D − d)( D + d)<br />

1<br />

ln<br />

(1,15 t1 + D + d)( D − d)<br />

Cálculo <strong>de</strong> k2, t2 = 2,5 mm, E = 113 GPa.<br />

k<br />

2<br />

=<br />

0,577Edπ<br />

= 59040 MN/m<br />

(1,15 t + D − d)( D + d)<br />

2 ln<br />

(1,15 t2 + D + d)( D − d)<br />

Cálculo <strong>de</strong> k3, t3 = 22,5 mm, E = 113 GPa.<br />

k<br />

3<br />

1<br />

=<br />

K pe<br />

0,577Edπ<br />

(1,15 t + D − d)( D + d)<br />

3 ln<br />

(1,15 t3 + D + d)( D − d)<br />

1<br />

=<br />

K<br />

1<br />

1<br />

+<br />

K<br />

2<br />

1<br />

+<br />

K<br />

3<br />

= 1498 MN/m<br />

10-Cálculo do coeficiente <strong>de</strong> junta:<br />

K pa<br />

C = = 0,238<br />

K + K<br />

pa<br />

pe<br />

11-Resistência <strong>de</strong> prova:<br />

Sprova = 600 Mpa<br />

12-Cálculo da pré-carga:<br />

Fprova = SprovaAt = 50,58 kN<br />

⎧Fi<br />

= 0,<br />

75F<br />

⎪<br />

⎨<br />

⎪Fi<br />

= 0,<br />

90F<br />

⎩<br />

prova<br />

prova<br />

conexão<br />

Fi = 0,75 Fprova = 37,94 kN<br />

13-Cálculo do fator <strong>de</strong> carga:<br />

= 2343 MN/m<br />

conexão reutilizável<br />

permanente<br />

275


S<br />

n =<br />

prova<br />

C.<br />

P<br />

A F<br />

t<br />

i<br />

=<br />

5,<br />

03<br />

2. Uma peça foi <strong>para</strong>fusada a uma estrutura <strong>de</strong> aço <strong>para</strong> suportar uma carga <strong>de</strong> tração<br />

flutuante. Os <strong>para</strong>fusos são <strong>de</strong> ½ pol. rosca grossa, SAE grau 5, apertados com a pré-<br />

carga recomendada. A rigi<strong>de</strong>z recomendada é <strong>de</strong> kb = 4,94 Mlb/pol e km = 15,97 Mlb/pol.<br />

a) Determine a carga repetida que po<strong>de</strong> ser imposta a esta montagem, usando o<br />

critério <strong>de</strong> Goodman <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança 2,0.<br />

b) Calcule o fator <strong>de</strong> carga baseado na carga obtida em (a).<br />

1-Área resistente:<br />

At = 0,1419 pol 2<br />

2-Resistência <strong>de</strong> prova:<br />

Sprova = 85 kpsi<br />

3-Limite <strong>de</strong> resistência a tração:<br />

Srup = 120 kpsi<br />

4-Limite <strong>de</strong> resistencia a fadiga:<br />

Sf = 18,6 kpsi<br />

5-Pré-carga:<br />

Fi = 0,75Fprova = 0,75 Sprova At = 9,046 kip<br />

6-Coeficiente <strong>de</strong> junta:<br />

K pa<br />

C = = 0,236<br />

K + K<br />

pa<br />

pe<br />

7-Tensão alternada:<br />

σ − σ CP<br />

σ = = = kpsi<br />

max min a<br />

a 0,832 Pa<br />

2 2 At<br />

8-Tensão média:<br />

σ max + σ min Fi<br />

σ m = = σ a + = 0,832P a + 63,75 kpsi<br />

2<br />

A<br />

9-Resistência alternada:<br />

S<br />

a<br />

F<br />

S i<br />

rup −<br />

At<br />

=<br />

kpsi<br />

S rup 1+<br />

S<br />

f<br />

10-Cálculo da carga alternada:<br />

t<br />

276


Sa Sa<br />

7,55<br />

n = ⇒ σ a = ⇒ 0,832Pa<br />

=<br />

σ n<br />

2<br />

a<br />

Pa = 4,532 klbf<br />

11-Tensão alternada:<br />

σa = 3,77 kpsi<br />

12-Tensão média:<br />

σm = 67,52 kpsi<br />

13-Fator <strong>de</strong> carga:<br />

S<br />

n =<br />

prova<br />

A − F<br />

t<br />

C.<br />

P<br />

i<br />

=<br />

2,<br />

82<br />

8.3.7 - CARGA DE FADIGA<br />

Figura 19 - Exercício resolvido 2 - cálculo do coeficiente <strong>de</strong> junta C<br />

Valores médios <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> redução da resistência à fadiga, <strong>para</strong> sessões logo abaixo<br />

da cabeça do <strong>para</strong>fuso e também <strong>para</strong> o início da rosca na haste do <strong>para</strong>fuso. Esses valores já<br />

estão corrigidos e tabelados <strong>para</strong> a sensibilida<strong>de</strong> da arruela e acabamentos da superfície.<br />

Projetistas <strong>de</strong>vem perceber que po<strong>de</strong>m aparecer situações on<strong>de</strong> esses valores <strong>de</strong>vem ser mais<br />

cuidadosamente tratados, já que estes são apenas valores médios. De fato, Peterson observa<br />

que a distribuição das falhas típicas dos <strong>para</strong>fusos se aproxima <strong>de</strong> 15% abaixo da cabeça do<br />

<strong>para</strong>fuso, 20% no final da rosca e 60% na rosca da porca.<br />

277


Na maioria das vezes, o tipo <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> fadiga encontrado na análise da junta<br />

do <strong>para</strong>fuso é uma carga aplicada externamente, que flutua entre zero e uma força máxima P.<br />

Essa seria uma situação <strong>de</strong> um cilindro <strong>de</strong> pressão, on<strong>de</strong> por exemplo, a pressão existe ou<br />

varia <strong>de</strong> zero a um valor máximo P. A fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a tensão alternada e a tensão média<br />

<strong>para</strong> essa situação, emprega-se a notação: Fmax = Fb e Fmim = Fi. Portanto, a tensão alternada<br />

do <strong>para</strong>fuso é:<br />

se:<br />

Fpa<br />

− Fi<br />

K pa<br />

σ a = =<br />

2A<br />

K + K<br />

t<br />

pa<br />

pe<br />

P<br />

2A<br />

t<br />

C.<br />

P<br />

=<br />

2A<br />

Então <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a tensão média é igual à tensão alternada mais a tensão mínima, tem-<br />

Fi CP Fi<br />

σ m = σ a + = +<br />

A 2A<br />

A<br />

t t t<br />

Sabe-se da importância <strong>de</strong> ter uma pré-carga alta nas juntas a<strong>para</strong>fusadas. Isso é<br />

especialmente importante em carregamento submetido à fadiga porque faz o primeiro termo da<br />

equação (24), ser relativamente pequeno quando com<strong>para</strong>do ao segundo termo, que é a tensão<br />

<strong>de</strong>vido a pré-carga. A observação da equação acima mostra que ela é construída por uma<br />

constante Fi / At no eixo da tensão média (Figura 20). À distância AC representada área <strong>de</strong><br />

falha e AB área <strong>de</strong> segurança; então AC / AB é o fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> acordo com o critério<br />

<strong>de</strong> Goodman. Então:<br />

Sa<br />

n =<br />

σ<br />

Observamos que a distância AD é igual à Sa, tem-se:<br />

S S<br />

F<br />

i<br />

a = m − (10)<br />

At<br />

A linha modificada <strong>de</strong> Goodman po<strong>de</strong> ser dada por:<br />

⎛ ⎞<br />

⎜<br />

S a<br />

S ⎟<br />

m = S rup 1 − (11)<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ S f ⎠<br />

a<br />

t<br />

278


Figura 20 - Diagrama <strong>de</strong> Goodman <strong>para</strong> <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união<br />

Resolvendo as equações (10) e (11) simultaneamente, temos:<br />

S<br />

a<br />

F<br />

S<br />

i<br />

rup −<br />

At<br />

=<br />

S rup 1 +<br />

S<br />

8.4 - CISALHAMENTO DE PARAFUSOS E REBITES A CARGA EXCÊNTRICA<br />

f<br />

A figura abaixo mostra uma junta <strong>para</strong>fusada submetida a cisalhamento. A figura 21a a<br />

falha por tração nas peças unidas. A tensão <strong>de</strong> tração é a carga P dividida pela área líquida da<br />

chapa, isto é a área reduzida <strong>de</strong> uma quantida<strong>de</strong> igual à área <strong>de</strong> todos os furos dos <strong>para</strong>fusos<br />

ou rebites. Para materiais quebradiços e cargas estáticas <strong>de</strong>vem-se incluir os efeitos da<br />

concentração <strong>de</strong> tensão.<br />

Sf<br />

(12)<br />

Figura 21 - Tipos <strong>de</strong> falha por cisalhamento<br />

Srup<br />

279


Os efeitos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão não são consi<strong>de</strong>rados em <strong>projeto</strong>s estruturais,<br />

porque as cargas são estáticas e os materiais dúcteis. Na figura 21b ilustra uma falha por<br />

quebra do <strong>para</strong>fuso ou da chapa. O cálculo <strong>para</strong> essa tensão, chamada <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> mancal é<br />

complicado, <strong>de</strong>vido à distribuição <strong>de</strong> cargas sobre a superfície cilíndrica do <strong>para</strong>fuso. Os valores<br />

exatos das forças que agem sobre o <strong>para</strong>fuso são <strong>de</strong>sconhecidos; por isso, costuma-se<br />

consi<strong>de</strong>rar que os <strong>componentes</strong> das forças distribuem-se uniformemente sobre a projeção da<br />

área <strong>de</strong> contato do <strong>para</strong>fuso, tendo então a tensão o seguinte valor: carga P dividida pela área<br />

A, on<strong>de</strong> A é a área projetada igual a t x d, on<strong>de</strong> t é a espessura da chapa mais fina e d o<br />

diâmetro do <strong>para</strong>fuso ou rebite. A figura 21c mostra a falha do <strong>para</strong>fuso por cisalhamento puro,<br />

on<strong>de</strong> a tensão é a carga P dividida pela área A,sendo neste caso a área A da seção reta do<br />

<strong>para</strong>fuso.<br />

CARGA EXCÊNTRICA NO PARAFUSO<br />

Um exemplo <strong>de</strong> carga excêntrica nos <strong>para</strong>fusos é mostrado na Figura 22. Isso é uma<br />

parte <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> uma máquina (viga A), sujeita à ação <strong>de</strong> flexão. Nesse caso, a viga é<br />

unida a membros verticais em suas extremida<strong>de</strong>s através dos <strong>para</strong>fusos. Reconhecer-se-á a<br />

representação esquemática da Figura 22, com uma viga, com ambas as extremida<strong>de</strong>s fixas,<br />

com um momento <strong>de</strong> reação M e com reações a força cisalhante V em suas extremida<strong>de</strong>s.<br />

Para conveniência os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> uma ponta <strong>de</strong> viga, foram <strong>de</strong>senhados em maior<br />

escala na Figura 22c. O ponto O representa o centrói<strong>de</strong> do grupo <strong>de</strong> todos os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong>sse<br />

exemplo, todos os <strong>para</strong>fusos possuem o mesmo diâmetro. A carga total em todos os <strong>para</strong>fusos<br />

será calculada em três passos. No primeiro passo a força cisalhante é dividida igualmente entre<br />

os <strong>para</strong>fusos, <strong>de</strong> maneira que em cada <strong>para</strong>fuso F1= V / n, on<strong>de</strong> n é o número total <strong>de</strong><br />

<strong>para</strong>fusos no grupo e F1 é chamada força <strong>de</strong> cisalhamento primária.<br />

Nota-se que em uma distribuição igual da força direita <strong>para</strong> os <strong>para</strong>fusos, assume um<br />

membro absolutamente rígido. O arranjo do <strong>para</strong>fuso ou o tamanho e forma dos membros,<br />

justificam o uso <strong>de</strong> outras possibilida<strong>de</strong>s, como a divisão da carga.<br />

A carga do momento ou cisalhamento secundário é a carga adicional em cada <strong>para</strong>fuso<br />

<strong>de</strong>vido ao momento M. Se rA, rB, rC,... são as distâncias radiais da centrói<strong>de</strong> ao centro <strong>de</strong> cada<br />

<strong>para</strong>fuso o momento e carga <strong>de</strong> momento são mostradas como se segue:<br />

M = F2ArA + F2BrB + F2CrC + ... (13)<br />

On<strong>de</strong> F2 é chamada carga <strong>de</strong> momento ou cisalhamento secundário.<br />

280


Figura 22 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado<br />

Figura 23 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado<br />

A força suportada por cada <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da distância radial ou centrói<strong>de</strong>; quer<br />

dizer, no <strong>para</strong>fuso mais distante do centrói<strong>de</strong> se aplica maior carga, e no <strong>para</strong>fuso mais próximo<br />

menor carga po<strong>de</strong>mos então escreve:<br />

F<br />

F<br />

F<br />

2B<br />

2C<br />

2 A = =<br />

(14)<br />

rB<br />

rC<br />

Resolvendo as equações (13) e (14) simultaneamente obtemos:<br />

Mrm<br />

F 2 A =<br />

(15)<br />

2 2 2<br />

r + r + r + ...<br />

A<br />

B<br />

C<br />

On<strong>de</strong> m refere-se a um <strong>para</strong>fuso particular, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>terminar a carga.<br />

281


No terceiro passo as forças <strong>de</strong> cisalhamento primária e secundária são somadas<br />

vetorialmente, <strong>para</strong> obter a carga resultante em cada <strong>para</strong>fuso. Des<strong>de</strong> que todos os <strong>para</strong>fusos<br />

ou rebites são geralmente <strong>de</strong> igual tamanho, somente o <strong>para</strong>fuso com carga máxima <strong>de</strong>ve ser<br />

consi<strong>de</strong>rado. Quando a carga máxima for encontrada, a resistência <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada<br />

usando os métodos já <strong>de</strong>scritos.<br />

8.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

1. Um <strong>para</strong>fuso <strong>de</strong> potencia <strong>de</strong> 30mm <strong>de</strong> diâmetro e rosca simples, passo <strong>de</strong> 6 mm possui<br />

um apoio axial <strong>de</strong> diâmetro médio <strong>de</strong> 40 mm . Os coeficientes <strong>de</strong> atrito cinético na rosca<br />

e no apoio são 0,15 e 0,1 respectivamente.<br />

a) Calcule o torque necessário <strong>para</strong> elevar a carga <strong>de</strong> 100 kN. [501 Nm]<br />

b) Se o <strong>para</strong>fuso gira a 1 Hz <strong>de</strong>termine a potência necessária ao <strong>para</strong>fuso e a<br />

eficiência do <strong>para</strong>fuso e a eficiência do <strong>para</strong>fuso e apoio combinados Resposta<br />

[3,15 kW 19%]<br />

c) Se o atrito <strong>de</strong> apoio é eliminado por um rolamento axial, mostre que o <strong>para</strong>fuso é<br />

auto-frenante e <strong>de</strong>termine o torque necessário <strong>para</strong> abaixar a carga . Resposta<br />

[106 Nm]<br />

d) O <strong>para</strong>fuso é lubrificado completamente <strong>de</strong> tal forma que o coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

diminua 50%. Qual o efeito da lubrificação na performance aqui?<br />

2. A tampa <strong>de</strong> um cilindro pressurizado é fixada por meio <strong>de</strong> 10 <strong>para</strong>fusos cuja constante<br />

<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z é 1/4 da rigi<strong>de</strong>z total da junta. Cada um dos <strong>para</strong>fusos é submetido a uma<br />

carga inicial <strong>de</strong> aperto <strong>de</strong> 5 kN. Após isto, uma carga externa <strong>de</strong> 20 kN é aplicada à<br />

tampa pela pressão contida no cilindro. Plotar a variação da carga do <strong>para</strong>fuso e da<br />

junta em função da carga externa, avaliar a máxima carga atuante em cada <strong>para</strong>fuso, a<br />

mínima carga total na junta e a carga <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção. Resposta [5,4; 34; 62,5<br />

kN]<br />

Figura 24 – Exercício proposto 2<br />

282


3. Um braçelete <strong>de</strong> aço é a<strong>para</strong>fusado a uma peça <strong>de</strong> aço no teto por meio <strong>de</strong> dois<br />

<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> classe 8.8 e pega <strong>de</strong> 48 mm <strong>de</strong> comprimento. Qual o torque <strong>de</strong> aperto<br />

necessário a ser utilizado e qual a carga correspon<strong>de</strong>nte em cada <strong>para</strong>fuso quando uma<br />

carga externa <strong>de</strong> 48 kN é aplicada ?Resposta [480 Nm; 125 kN]<br />

Figura 25 – Exercício proposto 3<br />

4. Uma tampa <strong>de</strong> vaso <strong>de</strong> pressão é fixada por meio <strong>de</strong> idênticos <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união. A<br />

pressão atuante do fluido é <strong>de</strong> 6 MPa. Selecione <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> classe 8.8, utilizando um<br />

fator <strong>de</strong> segurança 3.<br />

Figura 26 – Exercício proposto 4<br />

5. A extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma biela <strong>de</strong> aço é fixada por meio <strong>de</strong> dois <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> aço,classe<br />

8.8 M12 x 1,25 (rosca fina). Uma carga reversa <strong>de</strong> 20 kN é transmitida entre a biela e o<br />

mancal do eixo virabrequim. A parte da biela que envolve cada <strong>para</strong>fusos,elasticamente<br />

comprimida é suposta como tendo uma área anular <strong>de</strong> 300 mm 2 .<br />

Figura 27 – Exercício proposto 4<br />

Determine o fator <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> a carga reversa, com<br />

a) Carga inicial zero no <strong>para</strong>fuso . Resposta [2,0]<br />

b) Carga inicial no <strong>para</strong>fuso necessária <strong>para</strong> evitar a se<strong>para</strong>ção. Resposta [6,8]<br />

c) Parafusos submetidos a um aperto inicial <strong>de</strong> 70% da carga <strong>de</strong> prova. Resposta [3,6]<br />

d) Estime o torque necessário <strong>para</strong> o aperto <strong>para</strong> (a). Resposta [91 Nm]<br />

283


6. Os <strong>componentes</strong> <strong>de</strong> um atuador hidráulico são <strong>de</strong> aço - o cilindro possui um diâmetro D<br />

= 100 mm, espessura da pare<strong>de</strong> t = 10 e comprimento L = 300 mm. A espessura dos<br />

braceletes é w = 20 mm, e são conectados juntos com 5 <strong>para</strong>fusos M12x1,75, grau 5,8,<br />

apertados com 75% da carga <strong>de</strong> prova. Em operação o cilindro é pressurizado entre 0 e<br />

4 MPa.<br />

Figura 28 – Exercício proposto 6<br />

a) Determine a rigi<strong>de</strong>z dos <strong>para</strong>fusos e da junta supondo que o cilindro é comprimido<br />

uniformemente e que as extremida<strong>de</strong>s dos braceletes são rígidas. Resposta [ 344,<br />

2240 kN/mm]<br />

b) Calcule as tensões média e alternada nos <strong>para</strong>fusos. Resposta [ 289, 4.7 MPa]<br />

c) Calcule o limite <strong>de</strong> resistência a fadiga dos <strong>para</strong>fusos supondo uma confiabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 50%. Resposta [ 115 MPa]<br />

d) Quais os fatores <strong>de</strong> segurança contra falha por fadiga e falha estática? Resposta [<br />

8.3, 9.8]<br />

7. Uma junta <strong>para</strong>fusada consiste <strong>de</strong> flanges <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> largura w = 12 mm com uma junta<br />

<strong>de</strong> diâmetro interno Di = 150mm, diâmetro externo Do= 250mm e espessura t = 2 mm.<br />

O material da junta tem uma constante <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> 100 MPa/mm com coeficiente <strong>de</strong><br />

junta = 1.5 e Sy = 2 MPa. Desprezando a rotação, avalie a conveniência da junta em<br />

resistir pressão fluida flutuando entre 0 e 1 MPa, se seis <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> aço M10x1.5<br />

classe 5.8 forem utilizados.<br />

Figura 29 – Exercício proposto 7<br />

284


CAPÍTULO 09 - PROJETO DE SOLDAS<br />

9.1 - INTRODUÇÃO<br />

A solda, é um processo <strong>de</strong> fabricação, que nos lembra que existem muitas facetas em<br />

um <strong>projeto</strong> em adição à análise das tensões. De fato, a análise das tensões e o<br />

dimensionamento são, com freqüência, as menores partes do trabalho. Na maioria das vezes,<br />

os <strong>projeto</strong>s são afetados <strong>de</strong> modo algo sensível pelos processos <strong>de</strong> fabricação, que neste livro<br />

<strong>de</strong>vem ser postos <strong>de</strong> lado por falta <strong>de</strong> espaço. Entretanto, uma vez que a análise convencional<br />

<strong>de</strong> tensões nas soldas, freqüentemente, apresenta dificulda<strong>de</strong> e tratamento especial,<br />

abordaremos abreviadamente soldas, dando uma menor ênfase a ela como processo. O efeito<br />

<strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> fabricação sobre o <strong>projeto</strong> é suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>para</strong> dar, às <strong>máquinas</strong> e<br />

aos elementos <strong>de</strong> máquina soldados, um aspecto bem característico. A escolha <strong>de</strong> solda,<br />

fundição, forjamento, etc., é um problema econômico que po<strong>de</strong> ser respondido corretamente <strong>de</strong><br />

diferentes maneiras, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das circunstâncias locais. A solda po<strong>de</strong> ser um processo<br />

menos dispendioso on<strong>de</strong> o custo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>para</strong> fundição venha a ser uma percentagem<br />

gran<strong>de</strong> do custo total, ou on<strong>de</strong> existam dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> usinagem e fundição.<br />

9.2 – TIPOS COMUNS DE JUNTAS SOLDADAS<br />

Alguns tipos comuns <strong>de</strong> juntas soldadas são mostrados na figura 1. As juntas po<strong>de</strong>m ou<br />

não ser reforçadas, como se vê na figura 1a e 1b. As soldas são também classificadas <strong>de</strong><br />

acordo com a posição horizontal, vertical, inclinada, etc. Diz-se que uma junta é fechada<br />

quando as partes a unir estão em contato na junção, como na figura 1c; é aberta quando as<br />

partes a unir estão se<strong>para</strong>das na junção, como na figura 1a.<br />

Figura 1 - Tipos comuns <strong>de</strong> juntas soldadas.<br />

285


(a) Junta <strong>de</strong> topo. As chapas <strong>para</strong> junta <strong>de</strong> topo po<strong>de</strong>m não ser chanfradas, quando<br />

<strong>de</strong>lgadas, chanfradas num lado apenas ou chanfradas em ambos os lados como na<br />

figura 1a. O formato do chanfro po<strong>de</strong> também ser outro que não um V; um U, por<br />

exemplo, simples ou duplo, aberto ou fechado. O chanfro em U é preferido,<br />

especialmente <strong>para</strong> soldas profundas. Uma junta <strong>de</strong> topo po<strong>de</strong> ser reforçada, em ambos<br />

os lados, em um lado apenas, ou não ter reforço. Um cordão <strong>de</strong> solda nivelado com as<br />

chapas em ambos os lados, isto é, sem reforços, é melhor <strong>para</strong> resistir às tensões<br />

repetidas, porque o reforço é uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> que acarreta concentração <strong>de</strong><br />

tensões. Se uma junta <strong>de</strong> topo é submetida a uma tensão <strong>de</strong> flexão em relação ao eixo<br />

da solda, uma tira é, algumas vezes, soldada em um ou ambos os lados <strong>para</strong> reforçá-la.<br />

Deve-se evitar este tipo <strong>de</strong> carga, se possível.<br />

(b) Junta sobreposta. Este tipo é mostrado na figura 1b, uma é uma solda em ângulo sem<br />

reforço, a outra reforçada. A solda em ângulo padrão tem uma seção em triângulo reto<br />

isósceles, como mostrado, com os catetos do triângulo iguais à espessura da placa. A<br />

espessura <strong>de</strong> penetração t, figura 1, é usada nos cálculos <strong>de</strong> resistência, porém o<br />

tamanho da solda é a sua dimensão b ou perna. Uma solda reforçada é aquela que tem<br />

uma penetração t maior que b cos 45º. Para uma quantida<strong>de</strong> particular <strong>de</strong> metal <strong>de</strong><br />

solda, uma solda em ângulo com uma superfície côncava é relativamente fraca.<br />

Entretanto, o canto vivo on<strong>de</strong> a solda se une a superfície da chapa soldada, figura 1b, é<br />

ponto <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão. Se a junta é submetida a tensões repetidas, o custo<br />

do metal <strong>de</strong> solda extra, necessário <strong>para</strong> confeccionar uma união com concordância<br />

nestes pontos, po<strong>de</strong> ser o compensador.<br />

(c) Junta em T. A chapa A, figura 1c, po<strong>de</strong> ser chanfrada num lado, em ambos os lados ou<br />

po<strong>de</strong> ser chanfrada, como na figura 2c. Se bem que as juntas em T <strong>de</strong>vam, <strong>de</strong><br />

preferência, ser soldadas em ambos os lados, isto nem sempre é possível, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

da acessibilida<strong>de</strong>.<br />

(d) Junta <strong>de</strong> Quina ou em Cantoneira. Se uma solda em ângulo é colocada pelo lado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma junção em quina, ela é normalmente uma solda ligeira, como mostrado<br />

na figura 1d. A penetração T <strong>de</strong>sta solda é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,35 vezes a espessura da<br />

chapa. É mais barato dobrar a chapa <strong>para</strong> fazer um canto do que solda-la.<br />

(e) Solda <strong>de</strong> Beiradas. Soldas, figura 1e, provavelmente não são usadas <strong>para</strong> placas mais<br />

espessas que, aproximadamente, ¼ pol.<br />

286


(f) Soldas <strong>de</strong> Tampão. Se uma placa apóia-se sobre uma outra e se abrem orifícios que<br />

são enchidos ou parcialmente enchidos com metal <strong>de</strong> solda, obtemos o que é chamada<br />

uma solda <strong>de</strong> tampão.<br />

(g) Solda Intermitente. Uma solda intermitente típica tem pequena extensão <strong>de</strong> solda, da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2 ou 3 pol. <strong>de</strong> comprimento com espaçamento dos centros <strong>de</strong> 6 polegadas. A<br />

extensão mínima <strong>de</strong>ve ser ao menos quatro vezes a dimensão b da perna e nunca<br />

menor que 1 pol. O espaçamento não <strong>de</strong>ve ser maior que 16 vezes a espessura do<br />

elemento mais <strong>de</strong>lgado <strong>para</strong> trabalho à compressão, nem maior que 32 vezes <strong>para</strong><br />

outros tipos <strong>de</strong> tensões. Este método <strong>de</strong> solda economiza o custo on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>snecessária<br />

uma solda contínua que pela norma P-TB-2, da ABNT, ainda em estágio experimental,<br />

apresenta dois tipos <strong>de</strong> solda intermitente: a solda em ca<strong>de</strong>ia e a solda em escalão,<br />

assim <strong>de</strong>finidas: solda em ca<strong>de</strong>ia – solda em ângulo usada nas juntas <strong>de</strong> cordões<br />

intermitentes que coinci<strong>de</strong>m entre si, <strong>de</strong> tal modo que a um cordão sempre se opõe<br />

outro; solda em escalão – solda em ângulo usada nas juntas T, composta <strong>de</strong> cordões<br />

intermitentes que se alternam entre si, <strong>de</strong> tal modo que a um cordão sempre se opõe<br />

uma parte não-soldada.<br />

(h) Solda <strong>de</strong> Ponteio. Uma solda <strong>de</strong> ponteio é uma solda intermitente, um ponto <strong>de</strong> solda<br />

aqui e ali ao longo da junta, usada <strong>para</strong> manter elementos em posição <strong>para</strong> fins <strong>de</strong><br />

montagem ou <strong>para</strong> a operação principal <strong>de</strong> solda.<br />

Figura 2 – Juntas soldadas.<br />

287


Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />

Tabela 01 – Tipos <strong>de</strong> solda<br />

288


Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />

Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />

289


Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />

Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />

290


Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />

Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />

291


Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />

Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />

292


Ina<strong>de</strong>quado A<strong>de</strong>quado<br />

Tabela 01 (continuação) – Tipos <strong>de</strong> solda<br />

9.3 - CÁLCULO DAS TENSÕES – SOLDAS CARREGADAS CENTRALMENTE<br />

Muitas soldas, se não a maior parte, são feitas sem um cálculo prévio da tensão. A<br />

resistência da solda po<strong>de</strong> mesmo não ter significado. Entretanto, <strong>de</strong>vem ser verificadas no que<br />

diz respeito à resistência mecânica sempre que forem <strong>de</strong>stinadas a suportar cargas conhecidas<br />

ou estimadas. Os métodos convencionais <strong>de</strong> calcular tensões, nas soldas, não estão sempre <strong>de</strong><br />

acordo com as análises corretas, porém têm as vantagens da simplicida<strong>de</strong> e concordância<br />

razoável com as experiências. Uma vez que a falha da solda ocorre normalmente ao longo da<br />

penetração t, esta seção é usada nas equações <strong>de</strong> resistência.<br />

293


(a) Soldas <strong>de</strong> Topo. A equação da resistência <strong>para</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> soldas <strong>de</strong> topo, em tração,<br />

figura 2a, é<br />

F = σttL<br />

On<strong>de</strong> L é a extensão do cordão e t a espessura da chapa (a espessura do reforço não<br />

está incluída ). Em reservatório <strong>de</strong> pressão, as soldas, as soldas <strong>de</strong> topo são calculadas em<br />

termos <strong>de</strong> suas resistências em relação à resistência da chapa. Os testes apontam que as<br />

soldas <strong>de</strong> topo reforçadas em aço doce po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas com a mesma resistência<br />

estática que as placas que estão unindo, porém é mais seguro adotar uma eficiência da junta<br />

<strong>de</strong> 90% ou menos.<br />

(b) Solda em Ângulo Carregada Transversalmente. A área <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong> uma solda da<br />

figura 2b ou 2c é tL = (b cós 45º) L; <strong>para</strong> dois cordões, é 2tL, e a equação da resistência<br />

torna-se :<br />

F = τ(2tL) = 2Lb cos45º<br />

A tensão em soldas com o carregamento representado é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

Uma vez que a junta sobreposta, figura 2b, está sujeita à flexão, bem como à tensão admissível<br />

mo<strong>de</strong>rada.<br />

(c) Solda em Ângulo Carregada Longitudinalmente. É sabido que as tensões nas<br />

extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma solda, carregada como se vê na figura 2d são muito maiores que a<br />

tensão média sobre a extensão da solda. Quanto mais extensa a solda, maior é a<br />

discrepância entre as tensões máxima é média. A tensão <strong>de</strong> cisalhamento média em tais<br />

soldas é calculada por :<br />

F = τ(2tL) = 2τbL cos45º<br />

Esta po<strong>de</strong> ser usada <strong>para</strong> soldas curtas <strong>de</strong>ste tipo. Em dúvida, consi<strong>de</strong>rar, <strong>para</strong> uma<br />

carga estática, a tensão máxima cerca <strong>de</strong> 30% maior que a média.<br />

9.4 - SOLDAS EM ÂNGULO – CARGA EXCÊNTRICA<br />

Existem muitas maneiras <strong>de</strong> se aplicar uma carga excêntrica em soldas. A seguir,<br />

analisaremos alguns casos.<br />

(a) 1º caso, figura 2. O momento fletor na solda é M = Fa. O módulo <strong>de</strong> resistência da seção<br />

é tL 2 /6 <strong>para</strong> cada cordão ou tl 2 /3 <strong>para</strong> ambos os cordões. Substituindo estes valores na<br />

fórmula do momento fletor, temos <strong>para</strong> a tensão normal :<br />

σ = (M/Z) = (3Fa/tL 2 ) = (3Fa/bL 2 cos45º) = (4,24Fa/bl 2 )<br />

294


Admitindo a tensão <strong>de</strong> cisalhamento distribuída uniformemente, obtemos :<br />

τ = (F/A) = (F/2tL) = (F/2Lb cos45º) = (0,707F/Lb)<br />

Usando a teoria da tensão <strong>de</strong> cisalhamento máxima, obtemos a seguinte tensão :<br />

τmax = [τ 2 +(σ/2) 2 ] 1/2 = [(F/2tL) 2 +(3Fa/2tL 2 ) 2 ] 1/2 ,<br />

On<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> encontrar a extensão <strong>de</strong> solda L necessária <strong>para</strong> uma tensão admissível τmax ou<br />

vice-versa.<br />

(b) 2º caso, figura 2. Um modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r, quando duas ou mais soldas estão impedindo<br />

uma rotação, é admitir que o centro <strong>de</strong> rotação está no centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> G do cordão<br />

<strong>de</strong> solda. Quando o metal da solda está disposto assimetricamente, po<strong>de</strong> ser usado o<br />

centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> das áreas <strong>de</strong> penetração, ponto G da figura 3. Em seguida, admitir,<br />

também, que a tensão <strong>de</strong>vida ao momento Fe, em qualquer ponto <strong>de</strong> uma solda, é<br />

proporcional à sua distância <strong>de</strong> G; isto é, τ/ρ = τ1/ρ` on<strong>de</strong> τ é a tensão, num ponto<br />

qualquer B, e τ1 é a tensão máxima que ocorre no raio máximo ρ`, no ponto H. Desta<br />

forma, em B a força <strong>de</strong> cisalhamento perpendicular a ρ é tomada<br />

Figura 3 - Força <strong>de</strong> cisalhamento perpendicular<br />

Como τ dA , e o momento resistente <strong>de</strong>sta força em relação a G é ρτdA. Usando τ =<br />

ρτ1/ρ` e igualando o momento aplicado Fe ao momento resistente, obtemos :<br />

Fe = ∫ρτdA = (τ1/ρ`)∫ρ 2 dA,<br />

On<strong>de</strong> observamos que ∫ρ 2 dA é o momento <strong>de</strong> inércia polar, JG <strong>de</strong> uma área que<br />

tomamos como área <strong>de</strong> penetração em relação a G. A equação acima po<strong>de</strong> conseqüentemente<br />

ser escrita da seguinte forma :<br />

295


Fe = (τ1 JG)/ρ`<br />

Para obter JG recor<strong>de</strong>mos que o momento <strong>de</strong> inércia <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong>lgada longa, em<br />

relação a um eixo que passa pelo centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> O e perpendicular à área é J` = AL 2 /12,<br />

on<strong>de</strong> L é o comprimento da área e a outra dimensão (penetração) é bastante pequena,<br />

com<strong>para</strong>da com L. Também, recordando o teorema dos eixos <strong>para</strong>lelos, (J = J`+ Ad 2 ), obtemos,<br />

figura 3 :<br />

JG = J`+ Ad2 = (AL2/12) + Ar2,<br />

on<strong>de</strong> r é a distância entre o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> O <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> penetração e o centro <strong>de</strong><br />

gravida<strong>de</strong> G <strong>de</strong> todas estas áreas. Caso as soldas inferior e superior tiverem o mesmo tamanho<br />

e a mesma extensão, o JG total será duas vezes o dado pela equação. Em geral, o JG total é a<br />

soma dos momentos <strong>de</strong> inércia polares <strong>de</strong> todas as áreas <strong>de</strong> penetração, em relação a G, e o<br />

valor JG <strong>de</strong> da equação <strong>de</strong>ve ser este valor total.<br />

Agora, se o momento for produzido por uma carga F, como se vê na figura 3, esta força<br />

é consi<strong>de</strong>rada como induzindo também, nas soldas, uma tensão <strong>de</strong> cisalhamento média<br />

orientada <strong>para</strong> baixo :<br />

τ 2 = (F/A)<br />

On<strong>de</strong> A é a área total das penetrações. Se estas tensões <strong>de</strong> cisalhamento atuam nos sentidos<br />

mostrados em H, figura 3, a resultante HN <strong>de</strong> é obtida pela lei dos co-senos, como :<br />

τmax = (τ1 2 + τ2 2 + 2τ1τ2cosθ) 1/2<br />

É tomada como a tensão <strong>de</strong> cisalhamento máxima. A análise prece<strong>de</strong>nte é aproximada e, além<br />

disso, pressupõe que não haja tendência da chapa torcer. Pela natureza da análise, é<br />

suficientemente acurado consi<strong>de</strong>rar os vários pontos P, O e H como se estivessem situados ao<br />

longo da borda da chapa.<br />

Usando a imaginação na figura 4, po<strong>de</strong>mos fazer análises mais simples ou mais<br />

complicadas que a apresentada. Esta, entretanto, é perfeitamente satisfatória.<br />

296


Figura 4 - Tensão <strong>de</strong> cisalhamento<br />

(c) 3º caso, figura 5. Este é o caso <strong>de</strong> uma solda em ângulo mas anelar, sendo submetida a<br />

um momento <strong>de</strong> flexão M. Seja a σ tensão <strong>de</strong> tração sobre uma extensão <strong>de</strong> solda<br />

elementar r dθ, figura 4. A força correspon<strong>de</strong>nte é dF = σdA = σtr dθ on<strong>de</strong>,<br />

Figura 5 - Solda em ângulo<br />

como <strong>de</strong> costume, a área é baseada na penetração t. As tensões no cordão são tomadas<br />

proporcionais à distância do plano neutro, que é o plano horizontal que passa pelo centro <strong>de</strong><br />

gravida<strong>de</strong>. Se a tensão máxima, é σ1, temos : σ/r = σ/(r senθ) ou σ = σ1 senθ. Substituindo este<br />

valor <strong>de</strong> σ na expressão <strong>de</strong> dF, obtemos :<br />

dF = σ1 senθ tr dθ<br />

Multiplicando ambos os membros por r senθ, temos :<br />

∫(dF)(r senθ) = σ1 tr 2 ∫ sen 2 θ dθ<br />

on<strong>de</strong> o primeiro membro é igual ao momento aplicado M, e o segundo membro é o momento<br />

resistente. A integração dá :<br />

M = σ1 tr 2 ∫ 2π sen 2 θ dθ = σ1 tr 2 π<br />

σ1 = (4M/πtD 2 ) = 4M/π(b cos45º)D 2 = (5,66M/πbD 2 )<br />

297


9.5 – TORÇÃO NAS JUNTAS SOLDADAS<br />

A figura 2 ilustra uma viga em balanço com solda <strong>de</strong> comprimento L a uma coluna por 2<br />

filetes <strong>de</strong> solda, força <strong>de</strong> cisalhamento F e um momento M. A força cisalhante produz<br />

cisalhamento primário nas soldas <strong>de</strong> valor:<br />

on<strong>de</strong> A é a área da garganta <strong>de</strong> todas as soldas.<br />

τ’ = F / A<br />

Figura 6 - Isto é uma conexão <strong>de</strong> momentos; tal conexão produz torção nas soldas<br />

O momento no apoio produz cisalhamento secundário ou torção nas soldas e esta<br />

tensão é dada pela equação: τ’’ = M.r/J, on<strong>de</strong> r é a distância do centrói<strong>de</strong> do grupo <strong>de</strong> soldas ao<br />

ponto da solda <strong>de</strong> interesse e J é o segundo momento polar <strong>de</strong> inércia do grupo <strong>de</strong> soldas em<br />

relação ao c.g. do grupo. Quando se conhece o tamanho das soldas, estas equações po<strong>de</strong>m<br />

ser resolvidas e os resultados combinados <strong>para</strong> se obter a maior tensão cisalhante. Note que r<br />

é usualmente a maior distância do c.g. do grupo <strong>de</strong> soldas.<br />

A vantagem <strong>de</strong> tratar o tamanho da solda como uma linha é que o valor <strong>de</strong> Ju é o<br />

mesmo com relação ao<br />

tamanho da solda. Como a largura da garganta do filete <strong>de</strong> solda é 0.707h, a relação entre J e o<br />

valor da unida<strong>de</strong> é:<br />

J = 0.707h.Ju<br />

na qual Ju é encontrado por métodos convencionais <strong>para</strong> uma área que tenha largura da<br />

unida<strong>de</strong>. A transferência da fórmula <strong>para</strong> Ju <strong>de</strong>ve ser empregada quando a solda ocorrer em<br />

298


grupos. A tabela 1 lista as áreas das gargantas e o momento unitário polar <strong>de</strong> área <strong>para</strong> os<br />

filetes <strong>de</strong> solda mais comumente encontrados. O exemplo que se segue é típico <strong>de</strong> cálculos<br />

normalmente feitos.<br />

9.6 - CARREGAMENTO DINÂMICO<br />

Os princípios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> cargas variáveis como explanado no capitulo 04 po<strong>de</strong>m ser<br />

aplicados às uniões soldadas quando for possível uma avaliação segura das tensões atuantes.<br />

A resistência a fadiga <strong>de</strong> uma junta <strong>de</strong> aço soldadas po<strong>de</strong> ser estimada como a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

resistência a ruptura. Os fatores <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão po<strong>de</strong>m ser obtidos por métodos<br />

experimentais e normalizados. Testes <strong>de</strong> fadiga <strong>de</strong> soldas tem dados alguns resultados como:<br />

Para solda <strong>de</strong> topo reforçadas , Kf=1,2<br />

Ponta <strong>de</strong> solda em ângulo transversal Kf=1,5<br />

Extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solda em ângulo longitudinal Kf=2,7<br />

299


Tabela 2 - Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Torção das Soldas <strong>de</strong> Filete conforme referëncia [67]<br />

9.7 – FLEXÃO EM JUNTAS SOLDADAS<br />

A figura 17a nos mostra uma viga em balanço soldada em um suporte por um filete <strong>de</strong><br />

solda no topo e no fundo Um diagrama <strong>de</strong> corpo livre <strong>de</strong> um cordão <strong>de</strong> solda nos mostra uma<br />

força <strong>de</strong> reação <strong>de</strong> cisalhamento F e uma reação <strong>de</strong> momento M. A força <strong>de</strong> cisalhamento<br />

produz um cisalhamento primário nas soldas <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong>:<br />

τ’ = F / A (6)<br />

300


on<strong>de</strong> A é a área total da garganta.<br />

O momento M produz uma tensão normal <strong>de</strong> dobramento nas soldas. Embora não<br />

necessário, é <strong>de</strong> costume na análise <strong>de</strong> tensões na solda assumir que esta tensão age na<br />

direção normal à área da garganta. Ao se tratar as duas soldas da figura 8b como linhas,<br />

encontramos o segundo momento unitário <strong>de</strong> área sendo:<br />

2<br />

bd<br />

Iu = (7)<br />

2<br />

Então o segundo momento <strong>de</strong> área baseado na garganta da solda é:<br />

A tensão normal é:<br />

2<br />

bd<br />

I = 0,<br />

707h<br />

(8)<br />

2<br />

Figura 8 - Uma viga em Balanço soldada a um suporte no topo e no fundo<br />

Mc M ( d / 2)<br />

1.<br />

414M<br />

τ = σ = =<br />

=<br />

(9)<br />

2<br />

I 0,<br />

707bd<br />

h / 2 bdh<br />

O segundo momento <strong>de</strong> área na equação (9) é baseado na distância d entre as duas<br />

soldas. Se este momento é encontrado tratando-se as duas soldas como retângulos, à distância<br />

entre os centrói<strong>de</strong>s da solda seria (d + h). Isto produziria um momento levemente maior e<br />

resultaria em um menor valor da tensão σ. Assim o método <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> soldas como<br />

linhas produz resultados melhores. Talvez a segurança adicional é apropriada na visualização<br />

da distribuição <strong>de</strong> tensões.<br />

Uma vez que as <strong>componentes</strong> σ e τ das tensões foram encontradas as soldas sujeitas<br />

ao dobramento, elas <strong>de</strong>vem po<strong>de</strong>m ser combinadas através do uso do diagrama do círculo <strong>de</strong><br />

Mohr <strong>para</strong> achar as tensões principais ou a máxima tensão <strong>de</strong> cisalhamento. Então uma teoria<br />

<strong>de</strong> falha apropriada é aplicada <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha ou segurança.<br />

A tabela 3 lista as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dobramento mais prováveis <strong>de</strong> serem encontradas<br />

na análise <strong>de</strong> cordões <strong>de</strong> solda.<br />

301


9.8 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

Tabela 3 - Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dobramento, conforme referëncia [67]<br />

1. Um bracelete como mostrado na figura abaixo é feito <strong>de</strong> aço estrutural e suporta uma<br />

carga repetida <strong>de</strong> 9 kN a uma distância <strong>de</strong> a=25 mm da pare<strong>de</strong>. Qual <strong>de</strong>ve ser o<br />

comprimento L da solda com espessura <strong>de</strong> 9.5 mm <strong>para</strong> resistir a esta carga atuante?<br />

Figura 9 – Exercício proposto 1<br />

302


2. Uma peça é feita <strong>de</strong> chapas placas submetidas a flexão e soldadas com solda E6020.<br />

Uma carga F constante <strong>de</strong> 23 kN, L=460 mm (comprimento), altura h=100 mm e a=150<br />

mm. (a) Utilizando um fator <strong>de</strong> segurança N=3,75 <strong>para</strong> a tensão <strong>de</strong> cisalhamento<br />

admissível do <strong>projeto</strong>(80% do Limite <strong>de</strong> resistência a tração),qual a espessura do<br />

cordão <strong>de</strong> solda ?<br />

Figura 10 – Exercício proposto 2<br />

3. A peça abaixo <strong>de</strong>verá suportar uma carga F=80 kN sem torção na solda <strong>de</strong> eletrodo<br />

E6010. A placa possue uma altura <strong>de</strong> L2=250 mm (10 pol), Supondo valor <strong>de</strong> L1= 130<br />

mm(5 pol) calcule a espessura do cordão <strong>de</strong> solda. A distância do ponto <strong>de</strong> aplicação da<br />

carga até a pare<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 286 mm (11,25 pol).<br />

Figura 11 – Exercício proposto 3<br />

303


4. Qual a junta mais efetiva, a transversal ou a longitudinal, e <strong>de</strong> quanto ? Resposta<br />

[Transversal,22%]<br />

Figura 12 – Exercício proposto 4<br />

5. A tensão normal admissível <strong>para</strong> as soldas acima é <strong>de</strong> 240 MPa. Determine a máxima<br />

carga admissível F, em cada caso. Resposta [ 100, 35.3, 14.5, 10.3 kN ]<br />

Figura 22 – Exercício proposto 5<br />

6. As duas vigas são cada uma soldadas em um suporte fixo como mostrado. Calcule a<br />

máxima tensão cisalhante em cada uma das soldas.<br />

Figura 13 – Exercício proposto 6<br />

7. Uma força <strong>de</strong> 7,5 kN atua na peça mostrada ao lado. Qual a máxima tensão cisalhante<br />

na solda?<br />

Figura 14 – Exercício proposto 7<br />

.<br />

304


8. A viga em balanço <strong>de</strong> seção transversal circular, é soldada no suporte usando eletrodod<br />

E48xx e carregada por uma força <strong>de</strong> valor F, inclinada em [ 4 -3 -12 ] como mostra a<br />

figura. Qual o máximo valor da força <strong>para</strong> um fator <strong>de</strong> segurança 1,5 ? Resposta [ 19.7<br />

kN]<br />

Figura 15 – Exercício proposto 8<br />

9. A viga em balanço horizontal <strong>de</strong> seção transversal triangular é soldada a uma pare<strong>de</strong><br />

vertical e suporta um peso <strong>de</strong> 15 kN como mostra a figura. Qual a espessura do filete <strong>de</strong><br />

solda <strong>para</strong> uma tensão admissível ao cisalhamento <strong>de</strong> 250 MPa na junta ?The<br />

horizontal cantilever of triangular cross-section is fillet wel<strong>de</strong>d to a vertical wall and<br />

supports a weight of 15 kN as sketched. Resposta [ 4 mm]<br />

Figura 16 – Exercício proposto 9<br />

305


10. A viga Z é unida obliquamente ao plano apoiada por dois filetes idênticos <strong>de</strong> soldas, um<br />

em cada flange, e carregada por um momento M <strong>de</strong> 1400 Nm, cujo eixo está indicado na<br />

figura. Para uma tensão <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> 250 MPa, qual a espessura do filete necessário?<br />

Figura 17 – Exercício proposto 10<br />

306


CAPITULO 10 - TIPOS DE ENGRENAGENS E RELAÇÕES<br />

CINEMÁTICAS<br />

10.1 - INTRODUÇÃO<br />

Engrenagens são usadas <strong>para</strong> transmitir torque e velocida<strong>de</strong> angular em diversas<br />

aplicações. Existem várias opções <strong>de</strong> engrenagens <strong>de</strong> acordo com o uso a qual ela se <strong>de</strong>stina.<br />

A maneira mais fácil <strong>de</strong> se transmitir rotação motora <strong>de</strong> um eixo a outro é através <strong>de</strong><br />

dois cilindros (figura 1). Eles po<strong>de</strong>m se tocar tanto internamente como externamente. Se existir<br />

atrito suficiente entre os dois cilindros o mecanismo vai funcionar bem. Mas a partir do momento<br />

que o torque transferido for maior que o atrito ocorrerá <strong>de</strong>slizamento.<br />

Figura 1 - Transmissão <strong>de</strong> rotações por contato direto,dois cilindros<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> se aumentar o atrito entre os cilindros, fez-se necessária a utilização<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes que possibilitam uma transmissão mais eficiente e com maior torque. Nasce assim a<br />

engrenagem. Todo estudo da engrenagem estará concentrado no estudo <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>ntes, iguais<br />

em uma mesma engrenagem, relativo à sua geometria e resistência.<br />

As engrenagens como elementos <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> potência se apresentam nos<br />

seguintes tipos básicos:<br />

307


10.2 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS<br />

10.2.1 - DEFINIÇÕES<br />

Figura 2 – Engrenagens cilíndricas<br />

Círculo primitivo é a base do dimensionamento das engrenagens e seu diâmetro<br />

caracteriza a engrenagem (figura 1). As rodas conjugadas usualmente têm seus círculos<br />

primitivos tangentes, se bem que esta condição não seja necessária no caso <strong>de</strong> engrenagens<br />

<strong>de</strong> perfil evolvental.<br />

A circunferência externa também chamada <strong>de</strong> cabeça do ad<strong>de</strong>ndum ou externa, limita<br />

as extremida<strong>de</strong>s externas dos <strong>de</strong>ntes.O ad<strong>de</strong>ndum ou altura da cabeça do <strong>de</strong>nte é a distância<br />

radial entre as circunferências externa e primitiva.O círculo da raiz é o círculo que passa pelo<br />

fundo dos vãos entre os <strong>de</strong>ntes.O <strong>de</strong>d<strong>de</strong>ndum ou altura do pé do <strong>de</strong>nte é a distância entre os<br />

círculos primitivo e <strong>de</strong> raiz.<br />

A folga do fundo é a distância radial entre a circunferência <strong>de</strong> truncamento e a da raiz.<br />

Figura 3 -típico <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> engrenagem cilíndrica evolvental<br />

308


A figura 3 apresenta apresenta o <strong>de</strong>nte evolvental <strong>de</strong> uma engreangem cilíndrica <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntes retos,on<strong>de</strong>:<br />

<strong>de</strong> = diâmetro externo<br />

di = diâmetro interno<br />

dp = diâmetro primitivo<br />

a = ad<strong>de</strong>ndum<br />

d = <strong>de</strong>d<strong>de</strong>ndum<br />

c = folga<br />

F = largura<br />

p = passo<br />

rf = raio do filete<br />

Espessura do <strong>de</strong>nte é o comprimento do arco da circunferência primitiva, compreendido<br />

entre os flancos do mesmo <strong>de</strong>nte.<br />

O vão dos <strong>de</strong>ntes é a distância tomada em arco sobre o círculo primitivo entre dois<br />

flancos <strong>de</strong>frontantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes consecutivos.<br />

A folga no vão é a diferença entre o vão dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma engrenagem e a espessura<br />

do <strong>de</strong>nte da engrenagem conjugada.<br />

A face do <strong>de</strong>nte é a parte <strong>de</strong> superfície do <strong>de</strong>nte limitada pelo cilindro primitivo e pelo<br />

cilindro do topo.<br />

A espessura da engrenagem é a largura da engrenagem medida axialmente (é a<br />

distância entre as faces laterais dos <strong>de</strong>ntes, medida <strong>para</strong>lelamente ao eixo da engrenagem).<br />

O flanco do <strong>de</strong>nte é a superfície do <strong>de</strong>nte entre os cilindros primitivo e o da raiz.O topo é<br />

a superfície superior do <strong>de</strong>nte. O fundo do vão é a superfície da base do vão do <strong>de</strong>nte.Quando<br />

duas engrenagens estão acopladas, a menor é chamada pinhão e a maior simplesmente<br />

engrenagem ou coroa.<br />

O ângulo <strong>de</strong> ação é o ângulo que a engrenagem percorre enquanto um <strong>de</strong>terminado par<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes fica engrenado, isto é, do primeiro ao último ponto <strong>de</strong> contato. O ângulo <strong>de</strong><br />

aproximação ou <strong>de</strong> entrada é o ângulo que a engrenagem gira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o instante em que um<br />

<strong>de</strong>terminado par <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes entra em contato até o momento em que este contato se faz sobre a<br />

linha <strong>de</strong> centros.<br />

O ângulo <strong>de</strong> afastamento é o ângulo que a engrenagem gira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o instante em que<br />

um <strong>de</strong>terminado par <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes atinge o ponto sobre a linha <strong>de</strong> centros, até que eles abandonem<br />

o contato.<br />

309


10.2.2 – RAZÃO DE VELOCIDADES<br />

A razão ou relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s ou relação <strong>de</strong> transmissão é a velocida<strong>de</strong> angular da<br />

engrenagem motora dividida pela velocida<strong>de</strong> angular da engrenagem comandada. Para<br />

engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos está razão varia inversamente com os diâmetros primitivos e com<br />

o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes.<br />

10.2.3 - O MÓDULO<br />

N<br />

N<br />

1<br />

relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />

= e = =<br />

Em toda engrenagem existe uma relação constante relacionando o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

(N) e o diâmetro primitivo (dp). No sistema métrico esta relação é chamada <strong>de</strong> módulo m (em<br />

milímetro) e no sistema inglês <strong>de</strong> passo diametral (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes por polegada). Por outro<br />

lado o passo é <strong>de</strong>finido como o comprimento do círculo dividido pelo número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes. Assim:<br />

Sistema Métrico Sistema Inglês<br />

2<br />

D<br />

D<br />

m = dp/N P = N/dp<br />

p = π.dp/N p = π.dp/N<br />

p = π.N p . P = π<br />

Tabela 1 – Módulo no sistema inglês e métrico<br />

A tabela a seguir mostra os principais passos diametrais (P) e módulos (m)<br />

padronizados, necessários, pois às ferramentas usadas <strong>para</strong> usinar os <strong>de</strong>ntes são também<br />

padronizados em função <strong>de</strong>stes números.<br />

Módulo m<br />

[m]<br />

Passo<br />

P [1/in]<br />

1 1.25 1.5 2 2.5 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25<br />

2 2 ¼ 2 ½ 3 4 6 8 10 12 16 20 24 32 40 48<br />

Tabela 2 – Módulo e passo<br />

2<br />

1<br />

310


Descrição<br />

Fórmula<br />

Sistema métrico [mm] Sistema inglês [pol]<br />

Ad<strong>de</strong>ndum m 1/P<br />

Ded<strong>de</strong>ndum 1.25 × m 1.25 / P<br />

Diâmetro do pinhão m × Np NP / P<br />

Diâmetro da coroa m × Ng NG / P<br />

Distância entre centros (dg +dp)/2 ( dG + dP ) / 2<br />

Altura do <strong>de</strong>nte 2.25 × m 2.25 / P<br />

Diâmetro ext. do pinhão dp + 2a = m (Np + 2) dP + 2a<br />

Diâmetro ext da coroa dg + 2a = m (Ng + 2) dG + 2a<br />

Folga 0.25 × m 0.25 / P<br />

Raio do filete 0.30 × m 0.30 / P<br />

Diâmetro base Db = dp × cos θ db = dP × cos θ<br />

Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes 12 a 15 12 a 15<br />

Tabela 3 – Fórmulas<br />

10.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS<br />

Figura 4 - Esquema <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes helicoidais com eixos não <strong>para</strong>lelos<br />

A figura 4 apresenta o princípio <strong>de</strong> funcionamento das engrenagens cilíndricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

retos. Para a análise das relações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s entre duas engrenagens cilíndricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

helicoidais a figura 5 apresenta um esquema explicativo: AB - se <strong>de</strong>slocou <strong>para</strong> A’B’ - A’B’//AB<br />

311


AB - segmento <strong>de</strong> reta, com inclinação qualquer, pertencente aos dois planos.<br />

M - pertence aos dois planos<br />

M - -do plano (1) se <strong>de</strong>slocou <strong>para</strong> M’<br />

M - do plano (2) -se <strong>de</strong>slocou <strong>para</strong> M”<br />

Figura 5 - Análise <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s em dois <strong>de</strong>ntes helicoidais em contato<br />

10.3.1 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES<br />

Seja: ε = ângulo formado pelos eixos, no espaço.<br />

α1 = ângulo formado pelo eixo <strong>de</strong> 1 com a linha AB que é o angulo <strong>de</strong> inclinação da hélice da<br />

roda 1.<br />

α2 = ângulo formado pelo eixo <strong>de</strong> 2 com a linha AB que é o ângulo <strong>de</strong> inclinação da hélice da<br />

roda 2.<br />

v1 e v2 = velocida<strong>de</strong> M nos planos 1 e 2, respectivamente.<br />

nn - normal à linha AB<br />

312


TEOREMA<br />

Figura 6 - Análise <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas helicoidais<br />

As projeções das velocida<strong>de</strong>s absolutas <strong>de</strong> dois corpos, sobre a tangente comum, no<br />

ponto <strong>de</strong> contato, são iguais (figura 6).<br />

AB - tangente comum<br />

nn - normal à tangente comum AB<br />

vn – v1 . cos α1 = v2 . cos α2<br />

w1 . r1 cos α1 = w2 . r2 cos α2<br />

w<br />

w<br />

1<br />

2<br />

r2<br />

⋅ cosα<br />

2 =<br />

r ⋅ cosα<br />

1<br />

O <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado gerado pela<br />

translação do perfil envolvente segundo a direção do eixo da engrenagem.<br />

O <strong>de</strong>nte da engrenagem cilíndrica helicoidal é gerado pela translação do perfil<br />

envolvente que se move segundo uma hélice em torno do eixo da engrenagem.<br />

Em cada plano normal ao eixo da engrenagem, o perfil será uma envolvente do circulo,<br />

e como tal será conjugado com uma (engrenagem) cremalheira <strong>de</strong> flancos retilíneos. Os perfis<br />

dos <strong>de</strong>ntes da cremalheira, são porém, <strong>de</strong>slocados, uns em relação aos outros, obtendo-os,<br />

<strong>para</strong> a cremalheira, perfis trapezoidais inclinados segundo uma reta que faz um ângulo a com o<br />

eixo da roda.<br />

R'⋅M<br />

'<br />

tan β<br />

f =<br />

R'⋅S<br />

'<br />

1<br />

313


R ⋅ M R'⋅M<br />

'<br />

tan β = = ⋅ cosα<br />

R ⋅ S R'⋅S<br />

'<br />

n <br />

tan βn<br />

tan β f =<br />

cosα<br />

Figura 7 – Ângulos <strong>de</strong> pressão e passos <strong>para</strong> engrenagens helicoidais<br />

10.3.2 - PASSO NORMAL E PASSO FRONTAL - MÓDULOS<br />

Pn = Pf . cos α Mn = mf . cos α<br />

Diâmetro Primitivo<br />

M<br />

cosα<br />

n<br />

d = mf – z ∴ d = ⋅ Z<br />

NOTA: A partir da relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s obtida anteriormente po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

Mas: Mf2 . cos α2 = Mf1 . cos α1 = Mn<br />

Portanto:<br />

W1<br />

λ2<br />

⋅ cosα<br />

M 2 = =<br />

W λ ⋅ cosα<br />

M<br />

2<br />

1<br />

W<br />

W<br />

1<br />

2<br />

1<br />

1<br />

f 2<br />

f 1<br />

1<br />

⋅ N<br />

⋅ N<br />

d2<br />

⋅ cosα<br />

2 N<br />

= =<br />

d ⋅ cosα<br />

N<br />

2<br />

1<br />

⋅ cosα<br />

⋅ cosα<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

314


Seja:<br />

Mas:<br />

r - raio do cilindro primitivo<br />

Figura 8 - Cilindro com <strong>de</strong>talhe <strong>para</strong> engrenamento helicoidal<br />

ρ - raio <strong>de</strong> curvatura da hélice abc<strong>de</strong>.<br />

ρ = r/cos 2 α (Analítica)<br />

2⋅π<br />

⋅r<br />

= N<br />

p ⋅ f<br />

f<br />

2⋅π<br />

⋅ ρ 2⋅π<br />

⋅ r 2⋅π<br />

⋅ r<br />

N = =<br />

= 3<br />

3<br />

p ⋅ n p ⋅ n ⋅cos<br />

α p ⋅cos<br />

α<br />

(nº real <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes) ∴<br />

10.3.3 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES<br />

N<br />

Nv = 3<br />

cos α<br />

Todas as consi<strong>de</strong>rações feitas <strong>para</strong> as engrenagens cilíndricas retas valem <strong>para</strong> as<br />

helicoidais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se consi<strong>de</strong>re que os perfis envolventes estejam no plano frontal.<br />

Foi visto anteriormente que:<br />

tan β<br />

Sabe-se também que:<br />

Em<br />

tan βn<br />

cosα<br />

N<br />

mm<br />

2 ⋅ k<br />

= 2<br />

sen β<br />

f = (Helicoidais)<br />

C = K . mf ∴<br />

m<br />

K =<br />

m<br />

N<br />

mm<br />

n<br />

f<br />

= cosα<br />

2 ⋅ cosα<br />

= 2<br />

sen β<br />

Sendo βf e βn muito próximos po<strong>de</strong>mos escrever<br />

f<br />

f<br />

f<br />

315


Mas:<br />

sen βn<br />

sen β f ≅<br />

cosα<br />

N<br />

mm<br />

N min<br />

= N<br />

3<br />

cos α<br />

3<br />

2 ⋅ cos α<br />

= 2<br />

sen β<br />

N<br />

mm<br />

n<br />

n<br />

sen<br />

2<br />

2<br />

sen βn<br />

β f 2<br />

cos α<br />

=<br />

N min 2<br />

= 3<br />

2<br />

cos α sen β<br />

2<br />

= (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> engrenagem virtual)<br />

2<br />

sen β<br />

Esta última expressão vem salientar que o perfil no plano normal ao eixo (logo, perfil<br />

frontal) difere muito pouco do perfil correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta com<br />

ângulo <strong>de</strong> pressão βn e número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes Z*.<br />

Relação <strong>de</strong> Transmissão - <strong>para</strong> as helicoidais po<strong>de</strong>mos chegar até 6/1.<br />

10.3.4 - ÂNGULO DE PRESSÃO<br />

Figura 8 – Engrenagens helicoidais<br />

O valor <strong>de</strong> βn é padronizado (mesmos valores usados nas cilíndricas retas).<br />

O valor <strong>de</strong> βf é<br />

tan βn<br />

β f = arctg<br />

cosα<br />

Ângulo <strong>de</strong> Inclinação <strong>de</strong> Hélice: a prática recomenda: α = 10 a 45º<br />

Quando o ângulo é gran<strong>de</strong> a componente axial aumenta sensivelmente. Recomenda-se<br />

que, <strong>para</strong> ângulos superiores a 25º, as engrenagens sejam. feitas com dupla hélice (espinha <strong>de</strong><br />

peixe).<br />

n<br />

316


10.3.5 - LARGURA DE ENGRENAGEM<br />

Para engrenagens <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> marcha k = 7 a 14. Para ‘engrenagens <strong>de</strong> redutores<br />

silenciosos e a alta velocida<strong>de</strong> k 20 a 40.<br />

Figura 9 - Plano mostrando as <strong>componentes</strong> radial,<br />

tangencial e axial no <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem helicoidal<br />

O plano τ que contém S normal a PoPo<br />

S - força total agente sobre o <strong>de</strong>nte.<br />

Sf T (radial<br />

Decomposição <strong>de</strong> S: S P (tangencial)<br />

A Axial<br />

10.3.6 - RELAÇÕES ENTRE AS FORÇAS<br />

P n<br />

S = Mas:<br />

cos β<br />

n<br />

P<br />

A = Pn . sen α A = P . tg α<br />

T<br />

n<br />

P ⋅sen<br />

β<br />

P<br />

P<br />

= ; S =<br />

cosα cos β ⋅ cosα<br />

n<br />

= S ⋅sen<br />

β n =<br />

T β n<br />

cosα<br />

⋅cos<br />

β n<br />

α tan = ⋅<br />

cos<br />

⋅ Mt<br />

P =<br />

d<br />

2<br />

10.3.7 - COMPRIMENTO DOS DENTES EM CONTATO SIMULTANEAMENTE<br />

Vimos, nas engrenagens helicoidais,, sendo os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>slocados uns em relação aos<br />

outros, o engrenamento é gradual e não periódico. Logo, temos sempre mais <strong>de</strong> um par <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntes em contato.<br />

P<br />

n<br />

317


Se o fator <strong>de</strong> recobrimento for 2 teremos o caso da figura abaixo:<br />

Figura 10 - Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes em contato-fator <strong>de</strong> recobrimento<br />

Na figura 10 temos:<br />

M1M2 - comprimento da linha <strong>de</strong> engrenamento<br />

N1N2 - comprimento do arco <strong>de</strong> ação<br />

Neste caso impomos: N1N2 = 2 X passo<br />

As linhas da figura 10 (b) N1 N2 representam os eixos dos <strong>de</strong>ntes. Esta figura representa<br />

o cilindro primitivo <strong>de</strong>senvolvido no plano, logo os eixos dos <strong>de</strong>ntes tornam-se retas inclinadas<br />

<strong>de</strong> uma relação ao eixo da engrenagem. O comprimento <strong>de</strong> “<strong>de</strong>nte em contato” no caso da<br />

figura 10 será:<br />

l = comprimento da linha <strong>de</strong> engrenamento.<br />

Generalizando:<br />

b<br />

l = 2⋅<br />

cosα<br />

b<br />

l = f ⋅<br />

cosα<br />

on<strong>de</strong> f é a relação <strong>de</strong> contato Nas engrenagens comum faz-se: f = 1,5<br />

Logo:<br />

b<br />

l ≅<br />

1,<br />

5⋅<br />

cosα<br />

318


Figura 11 - Detalhe dos planos normal e transversal <strong>para</strong> análise <strong>de</strong> forças das engrenagens helicoidais<br />

Descrição<br />

Fórmula<br />

Sistema métrico [mm] Sistema inglês[pol]<br />

Ad<strong>de</strong>ndum mn 1 / Pn<br />

Ded<strong>de</strong>ndum 1.25 × mn 1.25 / Pn<br />

Diâmetro do pinhão mt × Np NP / Pt<br />

Diâmetro da coroa mt × Ng NG / Pt<br />

Distância entre centros (dg +dp)/2 ( dG + dP ) / 2<br />

Altura do <strong>de</strong>nte 2.25 × mn 2.25 / Pn<br />

Diâmetro ext. do pinhão dp + 2 a = mt (Np + 2.cos ψ) dP + 2a<br />

Diâmetro ext da coroa dg + 2a = mt (Ng + 2. cos ψ) dG + 2a<br />

Folga 0.25 × mn 0.25 / Pn<br />

Tabela 4 – Fórmulas<br />

319


Figura 12 - Componentes radial,axial e tangencial no <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> engrenagem helicoidal<br />

Wt = W.<br />

cosθ<br />

n.<br />

cosψ<br />

Wr = W.<br />

sinθ<br />

n Wa = W.<br />

cosθ<br />

n.<br />

senψ<br />

Descrição Fórmula (Sistema Inglês)<br />

Razão <strong>de</strong> transmissão mg = Ng/Np<br />

Ad<strong>de</strong>ndum da coroa Ag = 0.54 / P + 0.46 / (P.mn)<br />

Altura do <strong>de</strong>nte H = 2.0 / P<br />

Folga C = 0.188 / P + 0.002 in<br />

Largura do <strong>de</strong>nte F = Ao / 3 ou 10 / P (usar o menor)<br />

Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

Pinhão 16 15 14 13<br />

Coroa 16 17 20 30<br />

Tabela 5 – Fórmulas do sistema inglês<br />

10.4 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS<br />

10.4.1 - CONES DE ATRITO - DEFINIÇÕES<br />

A transmissão entre eixos concorrentes é obtida por meio dos chamados cones <strong>de</strong><br />

fricção que, dotados <strong>de</strong> saliências e reentrâncias originam as engrenagens cônicas. O perfil<br />

correto (não <strong>de</strong>formado) do <strong>de</strong>nte é obtida em um plano perpendicular a geratriz do cone.<br />

320


Figura 13 - Esquema mostrando os diferentes diâmetros <strong>para</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />

- Cone primitivo: cone <strong>de</strong> fricção que a engrenagem substitui.<br />

- Geratriz primitiva: geratriz do cone primitivo<br />

- Cone externo: cone circunscrito à engrenagem<br />

- Cone interno: cone correspon<strong>de</strong>nte ao fundo do <strong>de</strong>nte<br />

- Diâmetro primitivo: (d) é o maior diâmetro do cone primitivo.<br />

- Diâmetro externo: (<strong>de</strong>) é o maior diâmetro do cone externo.<br />

- Diâmetro interno: (di) é o maior diâmetro do cone interno.<br />

- Espessura da engrenagem: (a) é o comprimento do <strong>de</strong>nte, medido sobre a geratriz<br />

primitiva.<br />

- Semi-ângulo da engrenagem: (ε) ângulo formado pela geratriz com eixo da peça.<br />

Figura 14 - Esquema mostrando os diferentes diâmetros<br />

<strong>para</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />

321


10.4.2 - RELAÇÃO DE VELOCIDADES<br />

Seja: δ = ε1 + ε2 = ângulo pelos eixos das engrenagens<br />

r1, r2 = raios primitivos<br />

Da figura 15 po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

10.4.3 - ENGRENAGEM VIRTUAL<br />

W<br />

W<br />

1<br />

2<br />

=<br />

n<br />

n<br />

1<br />

2<br />

=<br />

r<br />

r<br />

2<br />

1<br />

=<br />

d<br />

d<br />

2<br />

1<br />

sen ε 2<br />

=<br />

sen ε<br />

Figura 15 - Relações geométricas entre ângulos primitivos e<br />

diâmetros <strong>para</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />

Na figura 16, seja Ot Po = Rt o comprimento da geratriz do cone traseiro. É nesse cone<br />

traseiro que o perfil do <strong>de</strong>nte tem o seu formato correto. Assim, a mesma tabela <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong><br />

forma dada <strong>para</strong> as engrenagens cilíndricas retas, será as cônicas, com as seguintes<br />

consi<strong>de</strong>rações:<br />

Desenvolvimento:<br />

- Desenvolvendo o cone traseiro em um plano obtemos um setor <strong>de</strong> círculo.<br />

- Neste setor e com o mesmo passo da engrenagem cônica fazemos o traçado dos<br />

<strong>de</strong>ntes cobrindo todo o setor.<br />

1<br />

322


- Imaginamos a complementação da circunferência, ainda com o mesmo passo, obtendo<br />

assim a seção <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta chamada engrenagem virtual (ou<br />

fictícia), com um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes representamos pelo símbolo Z*.<br />

Figura 16 - Detalhe do comprimento do cone traseiro em engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />

Com estas consi<strong>de</strong>rações po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

Então:<br />

2⋅π<br />

⋅ Rt<br />

Z*<br />

=<br />

mas, (figura 16):<br />

p<br />

2⋅π<br />

⋅ d d Z<br />

Z * = = =<br />

2⋅<br />

p ⋅cos<br />

ε m ⋅cos<br />

ε cos ε<br />

R<br />

t<br />

=<br />

d<br />

p<br />

2⋅ cos ε<br />

Em função <strong>de</strong> Z* tiramos da tabela <strong>de</strong> Y o valor do fator <strong>de</strong> forma que terá, aqui, o<br />

símbolo Y*. Este valor <strong>de</strong> Y* será usada no dimensionamento das cônicas.<br />

10.4.4 - NÚMERO MÍNIMO DE DENTES - EVITANDO INTERFERÊNCIA<br />

Analogamente às cilíndricas retas:<br />

2<br />

Z * ≥ ou<br />

2<br />

sen β<br />

Z<br />

min<br />

≥<br />

cos ε<br />

≥<br />

Z<br />

2⋅ cos<br />

sen<br />

2<br />

ε<br />

β<br />

2<br />

2<br />

sen<br />

β<br />

323


10.4.5 - RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Pinhão:índice 1<br />

Coroa: índice 2<br />

Sendo:<br />

Escrevemos:<br />

δ = ε1 + ε2<br />

sen ε 2<br />

R =<br />

sen<br />

W1<br />

Z 2<br />

R = = (relação <strong>de</strong> redução)<br />

W Z<br />

2<br />

e<br />

1<br />

sen ε 2<br />

R =<br />

sen ε<br />

sen ε<br />

( δ − ε ) sen δ ⋅ cos ε − sen ε ⋅ cosδ<br />

2<br />

=<br />

1<br />

sen δ cot ε 2 cosδ<br />

− ⋅<br />

R =<br />

1+<br />

R ⋅cos<br />

δ<br />

ε =<br />

R ⋅sen<br />

δ<br />

cot 2<br />

No caso particular (e muito comum) <strong>de</strong> δ = 90º po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

tg ε2 = R<br />

Desta maneira calculamos os valores dos semi ângulos do par cônico.<br />

10.4.6 - MÓDULO EFETIVO - MÓDULO MÉDIO<br />

MÓDULO EFETIVO<br />

MÓDULO MÉDIO<br />

d<br />

m = =<br />

z<br />

m<br />

m<br />

=<br />

d<br />

diâmetro primitivo máximo<br />

m<br />

z<br />

número real <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

=<br />

2<br />

diâmetro primitivo médio<br />

número real <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

OBS: O diâmetro primitivo médio é tomado a partir da meta<strong>de</strong> do comprimento a do <strong>de</strong>nte.<br />

2<br />

1<br />

2<br />

324


Como:<br />

Então:<br />

Mas:<br />

Po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

sen ε<br />

2 ⋅ − =<br />

a<br />

rm r<br />

ou d m = d − a ⋅sen<br />

ε<br />

mm m<br />

d − a ⋅sen<br />

ε a<br />

=<br />

= 1−<br />

⋅sen<br />

ε<br />

d d<br />

mm d m<br />

=<br />

m d<br />

⎛ K ⎞<br />

a = K . m logo: mm = m ⋅⎜1<br />

− ⋅sen<br />

ε ⎟<br />

⎝ Z ⎠<br />

que é a relação entre módulo médio e módulo efetivo.<br />

10.4.7 - COMPRIMENTO DO DENTE<br />

on<strong>de</strong>:<br />

K = 6 (engrenagens comuns)<br />

K = 8 (engrenagens <strong>de</strong> média precisão) ;<br />

a = K . m<br />

K = 12 a 15 (engrenagens <strong>de</strong> muita precisão montadas sobre eixos bastante rígidos)<br />

NOTA: Alguns autores recomendam que:<br />

1 1 d<br />

a ≤ OPo<br />

= ∴<br />

3 3 sen ε<br />

d<br />

⋅ m ≤<br />

6⋅ sen ε<br />

K on<strong>de</strong><br />

10.4.8 - FORÇAS ATUANTES NAS CÔNICAS<br />

figura 17).<br />

K<br />

≤<br />

Z<br />

6 ⋅sen<br />

ε<br />

A força total S, atua sobre o <strong>de</strong>nte atua no plano médio, sobre a engrenagem fictícia (ver<br />

325


Figura 17 - Força atuante sobre <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> engrenagens cônicas<br />

A força S se <strong>de</strong>compõe em duas T* e P* = P<br />

O plano <strong>de</strong> S (T* e P*) é perpendicular à geratriz primitiva. A força P* é tangente à<br />

circunferência <strong>de</strong> raio Rt e também é circunferência <strong>de</strong> raio r. Logo P* = P.<br />

A força T* se <strong>de</strong>compõe em T (radial) e A (axial)<br />

T = T* . cos ε mas T* = P . tg β<br />

A = T* . sen ε = P . sen ε . tg β<br />

⋅ M<br />

P =<br />

d<br />

2<br />

As forças ficam assim distribuídas:<br />

PoPo = geratriz do cone primitivo<br />

00 = linha <strong>de</strong> centro da engrenagem<br />

m<br />

t<br />

força tangencial<br />

T = P . cos ε . tqβ força radial<br />

A = P . sen ε . tg β .<br />

Figura 18 - Análise <strong>de</strong> forças atuantes<br />

326


Figura 19 - Esquema <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />

Alguns autores utilizam a seguinte notação:<br />

Wt = W.<br />

cosθ<br />

; W.sinθ<br />

. cosγ<br />

Wr = ; Wa = W.<br />

senθ<br />

. senγ<br />

Wr = Wt.tgθ<br />

cosγ<br />

Wa = W.tgθ<br />

senγ<br />

on<strong>de</strong> Wt= força tangencial; Wr=força radial e Wa=força axial e W força ou carga total no <strong>de</strong>nte<br />

da engrenagem.<br />

10.5 - PARAFUSO SEM-FIM/COROA<br />

10.5.1 - INTRODUÇÃO<br />

As engrenagens <strong>de</strong> rosca sem fim são usadas <strong>para</strong> transmitir potência entre eixos que<br />

não se interceptam e que, quase sempre, estão em ângulo reto. Razões <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />

relativamente altas, po<strong>de</strong>m ser obtidas satisfatoriamente num espaço mínimo, sem ter que,<br />

normalmente, com .sacrifício do rendimento, com<strong>para</strong>do com outros tipos <strong>de</strong> engrenagens. O<br />

contacto por impacto no engrazamento <strong>de</strong> engrenagens retas e outras não se apresenta nos<br />

<strong>para</strong> fusos sem-fins. A rosca do sem-fim <strong>de</strong>sliza, em contacto com os <strong>de</strong>ntes da engrenagem,<br />

ação esta que resulta em funcionamento silencioso se o <strong>projeto</strong> e confecção forem a<strong>de</strong>quados.<br />

Quando a relação <strong>de</strong> redução das velocida<strong>de</strong>s é muito gran<strong>de</strong>, uma das engrenagens terá o<br />

diâmetro e o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes pequenos e sua forma será a <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso, don<strong>de</strong> a<br />

<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> <strong>para</strong>fuso sem-fim; neste caso a <strong>de</strong> maior diâmetro receberá a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong><br />

coroa. Ainda que existindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprego do mecanismo <strong>para</strong> um ângulo <strong>de</strong> eixos<br />

qualquer, a prática o utiliza sempre <strong>para</strong> π/2 e numa faixa <strong>de</strong> redução bastante ampla,<br />

geralmente <strong>de</strong> 1/10 a 1/100, ainda que este limite possa ser ultrapassado, quando seremos<br />

327


conduzidos a diâmetro bastante elevados <strong>para</strong> a coroa. Esta po<strong>de</strong>rá ou não envolver o <strong>para</strong>fuso<br />

sendo o primeiro caso mais eficiente e comum. Como engrenagens helicoidais que são,<br />

praticamente, tudo o que foi dito <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong> eixos <strong>para</strong>lelos, vale <strong>para</strong> o atual caso.<br />

Figura 20 – Parafuso sem fim.<br />

10.5.2 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS<br />

O <strong>para</strong>fuso sem-fim e a coroa po<strong>de</strong>m ser projetados <strong>para</strong> transmissão entre eixos<br />

normais ou fazendo um ângulo qualquer.<br />

PASSO E AVANÇO<br />

O passo P é a distância, media axialmente, <strong>de</strong> um ponto corres pen<strong>de</strong>nte ao filete<br />

adjacente. O avanço é a distância axial que a rosca avança numa volta, isto é, a distância que a<br />

porca se <strong>de</strong>sloca ao longo do eixo numa volta. Um <strong>para</strong>fuso sem-fim <strong>de</strong> uma entrada tem um<br />

avanço igual ao passo. Um <strong>para</strong>fuso sem-fim <strong>de</strong> duas entradas tem um avanço igual a duas<br />

vezes o passo etc.<br />

328


Uma entrada Duas entradas Três entradas<br />

Figura 21 - Esquema <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem fim com diferentes entradas<br />

O ângulo <strong>de</strong> pressão é β, o ângulo <strong>de</strong> flancos é 2β.<br />

O ângulo <strong>de</strong> avanço é γ.<br />

O ângulo <strong>de</strong> avanço é o ângulo formado pela tangente à hélice com um plano normal ao eixo da<br />

rosca.<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Dp = diâmetro primitivo do <strong>para</strong>fuso<br />

avanço<br />

γ p = arctan<br />

π ⋅ D<br />

O mesmo modo que <strong>para</strong> as engrenagens helicoidais, os sem-fins tem um passo normal<br />

pen. Nas engrenagens helicoidais o passo fr tal é medido num plano ⊥ ao eixo; nos sem-fins o<br />

passo frontal pf é medido na direção do eixo e é <strong>de</strong>signado por pc. Para os sem-fins, a relação<br />

entre os passos e:<br />

Pnc = Pac . cos γp<br />

On<strong>de</strong> γp é o ângulo <strong>de</strong> avanço que é chamado algumas vezes <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> hélice<br />

(incorreto). No entanto, o seu emprego prático se limita, quase que no primeiro caso, motivo<br />

pelo qual ele será abordado. Com esta consi<strong>de</strong>ração adotando-se o índice P, <strong>para</strong> indicar o<br />

<strong>para</strong>fuso sem-fim e C <strong>para</strong> a coroa, tem-se:<br />

αc + αp = π/2<br />

On<strong>de</strong> α representa os ângulos <strong>de</strong> inclinação e<br />

PFP = PAC<br />

PNP = PNC<br />

PAP = PFC<br />

On<strong>de</strong> PF, PN e PA representam respectivamente os passos frontal, normal e axial, como<br />

<strong>de</strong>finidos <strong>para</strong> as engrenagens helicoidais.<br />

p<br />

329


m FP = m AC = dp/Np<br />

m NP = m NC<br />

m AP = m FC = dc/Nc<br />

Sendo dp o diâmetro primitivo do <strong>para</strong>fuso e dc o diâmetro primitivo da coroa.<br />

Comumente os <strong>para</strong>fusos sem-fim apresentam poucos helicói<strong>de</strong>s constitutivos dos<br />

<strong>de</strong>ntes (<strong>de</strong> 1 a 4, ainda que esse número possa ser excedido). Como a cada <strong>de</strong>nte correspon<strong>de</strong><br />

um vazio e, conseqüentemente, a uma operação <strong>de</strong> corte, os <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> um, dois ou mais<br />

<strong>de</strong>ntes, são ditos <strong>de</strong> uma, duas ou mais entradas.<br />

10.5.3 - ALGUNS DADOS EMPÍRICOS<br />

Para se obter urna boa forma dos <strong>de</strong>ntes, aconselha-se a escolher os seguintes<br />

números <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes (ou n os <strong>de</strong> entradas) do <strong>para</strong>fuso:<br />

R 40:1 20:1 13:1 10:1 8:1 7:1 6:1 5:1 4,5:1 4:1<br />

Zp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Tabela 6 – Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

Para se evitar a interferência que se agrava nas regiões mais externas do <strong>para</strong>fuso,<br />

recomenda-se a seguir as seguintes proporções:<br />

Zp + Zc ≥ 40 e<br />

Zc 18 24 32 38 46 54 62 ≥ 65<br />

βap 30º 27º30’ 25º 22º30’ 20º 17º30’ 15º 14º30’<br />

Tabela 7 – Exemplo <strong>de</strong> proporções Zc ,βap<br />

On<strong>de</strong> βap = ângulo <strong>de</strong> pressão num plano axial do <strong>para</strong>fuso<br />

E também:<br />

Figura 22 - Esquema <strong>de</strong> um corte nos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>para</strong>fuso sem fim,<br />

mostrando o ângulo <strong>de</strong> pressão no plano axial do <strong>para</strong>fuso.<br />

330


αc<br />

≤ 12º<br />

12º a<br />

20º<br />

20º a<br />

25º<br />

> 25º<br />

βa (P) 14º30’ 20º 22º30’ 25º<br />

Tabela 8 – Ângulos αc, βa (P)<br />

On<strong>de</strong> αc ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice da coroa.<br />

10.5.4 - MATERIAIS<br />

Parafuso – aço-aço cementado, ferro fundido cinzento.<br />

Coroa – bronze comum, bronze fosforoso, bronze <strong>de</strong> chumbo (altas velocida<strong>de</strong>s),<br />

bronze <strong>de</strong> alumínio, e bronze <strong>de</strong> silício (baixas velocida<strong>de</strong>s e altas cargas), ferro fundido<br />

cinzento (serviços leves).<br />

OBS: é usual fazer-se o núcleo da coroa <strong>de</strong> ferro fundido ou aço, com aro externo <strong>de</strong> bronze<br />

<strong>para</strong> reduzir os custos.<br />

Figura 23 - Esquema <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem-fim/coroa mostrando passos,<br />

diâmetro primitivo e ângulos <strong>de</strong> hélice e avanço.<br />

10.5.5 - DIÂMETROS E DISTÂNCIA ENTRE CENTROS<br />

3.0)<br />

d<br />

G<br />

d w<br />

NG<br />

× pt<br />

= ⇒ diâmetro da coroa<br />

π<br />

0.<br />

875<br />

C<br />

= ⇒ diâmetro do sem-fim, on<strong>de</strong> C é a distância entre centros: (1.7≤ K≤<br />

K<br />

331


dW<br />

+ dG<br />

C = ⇒ distância entre centros<br />

2<br />

pt = px ⇒ passo transversal igual ao axial <strong>para</strong> eixos perpendiculares<br />

N<br />

G<br />

m G = ⇒ razão <strong>de</strong> transmissão, on<strong>de</strong> Nw é o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do sem-fim ou<br />

NW<br />

número <strong>de</strong> entradas<br />

L = pt × N ⇒ avanço<br />

w<br />

L<br />

tgλ.<br />

= ⇒ λ é o ângulo do avanço<br />

π × dw<br />

Combinando sucessivamente estas expressões po<strong>de</strong>-se obter uma única expressão,<br />

que relaciona os parâmetros mais importantes <strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição do sem-fim/coroa:<br />

8<br />

⎛ 1+<br />

mGtgλ<br />

⎞<br />

C = ⎜ ⎟ <strong>para</strong> os valores <strong>de</strong> 1.7 ≤ K ≤ 3.0<br />

⎝ K ⎠<br />

O valor <strong>de</strong> K está compreendido em 1.7 e 3.0, sendo recomendado usar 2.2. Os ângulos <strong>de</strong><br />

avanço mais usados variam entre 4° e 25°, <strong>para</strong> ângulo <strong>de</strong> pressão normal θn <strong>de</strong> 14°30' e 20°. É<br />

mais recomendado usar:<br />

Para θn = 14°30' ⇒ λ = 0° a 15°<br />

θn = 20° ⇒ λ = 15° a 30°<br />

É possível construir uma transmissão sem-fim/coroa com C (distância entre centros)<br />

variando <strong>de</strong> 50 mm a 150 mm <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da potência <strong>de</strong>sejada. Esta análise permite<br />

i<strong>de</strong>ntificar a possibilida<strong>de</strong> geométrica do sem-fim/coroa, antes do dimensionamento final <strong>para</strong><br />

uma dada potência.<br />

Em um redutor sem-fim/coroa, o movimento ou potência entra pelo sem-fim que solicita<br />

a coroa com força W, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composta em três <strong>componentes</strong>, conforme figura.<br />

332


Figura 24 - Análise <strong>de</strong> forças e ângulos em um circulo primitivo <strong>de</strong> um pinhão sem fim.<br />

10.6 - TREM DE ENGRENAGENS<br />

Um trem <strong>de</strong> engrenagens é um acoplamento <strong>de</strong> duas ou mais engrenagens. Um par <strong>de</strong><br />

engrenagens é a forma mais simples <strong>de</strong> se conjugar engrenagens e é freqüentemente utilizada<br />

a redução máxima <strong>de</strong> 10:1. Trens <strong>de</strong> engrenagens po<strong>de</strong>m ser simples, compostos e<br />

planetárias.<br />

10.6.1 - TREM DE ENGRENAGENS SIMPLES<br />

Trens <strong>de</strong> engrenagens simples são aqueles que apresentam apenas um eixo <strong>para</strong> cada<br />

engrenagem. A relação entre as duas velocida<strong>de</strong>s é dada pela equação 1:<br />

r<br />

r<br />

ent<br />

ent<br />

e = ± = ± = ±<br />

saida<br />

d<br />

d<br />

saída<br />

A figura 25 mostra um jogo <strong>de</strong> engrenagens com 5 engrenagens em série. A equação<br />

<strong>para</strong> a relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s é:<br />

N<br />

N<br />

ent<br />

saida<br />

⎛ N 2 ⎞⎛<br />

N3<br />

⎞⎛<br />

N 4 ⎞⎛<br />

N5<br />

⎞ N 2<br />

e = ⎜−<br />

⎟⎜−<br />

⎟⎜−<br />

⎟⎜−<br />

⎟ = +<br />

⎝ N3<br />

⎠⎝<br />

N 4 ⎠⎝<br />

N5<br />

⎠⎝<br />

N6<br />

⎠ N6<br />

Cada jogo <strong>de</strong> engrenagem influi na relação das velocida<strong>de</strong>s, mas no caso <strong>de</strong> trens simples, o<br />

valor numérico <strong>de</strong> todas as engrenagens menos a primeira e a última são cancelados. As<br />

engrenagens intermediárias apenas influem no sentido <strong>de</strong> rotação da engrenagem <strong>de</strong> saída. Se<br />

houver um número par <strong>de</strong> engrenagens o sentido <strong>de</strong> rotação da última será oposto ao da<br />

primeira. Havendo um número impar <strong>de</strong> engrenagens, o sentido permanecerá o mesmo. É<br />

333


interessante notar que uma engrenagem <strong>de</strong> qualquer número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong> ser usada <strong>para</strong><br />

modificar o sentido <strong>de</strong> rotação sem que haja alteração na velocida<strong>de</strong>, atuando como<br />

intermediária.<br />

Figura 25 -Trem simples <strong>de</strong> 06 engrenagens<br />

10.6.2 - TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTOS<br />

Para se obter reduções maiores que 10:1 é necessário que se utilize trens <strong>de</strong><br />

engrenagens compostos. O trem composto se caracteriza por ter pelo menos um eixo no qual<br />

existem mais <strong>de</strong> uma engrenagem.<br />

velocida<strong>de</strong>s é:<br />

como:<br />

A figura 26 mostra um trem composto <strong>de</strong> quatro engrenagens. A relação das<br />

⎛ N 2 ⎞⎛<br />

N 4 ⎞<br />

e = ⎜−<br />

⎟⎜−<br />

⎟<br />

⎝ N3<br />

⎠⎝<br />

N5<br />

⎠<br />

Esta equação po<strong>de</strong> ser generalizada <strong>para</strong> qualquer número <strong>de</strong> engrenagens no trem<br />

e = ± produto do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens motoras<br />

produto do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens movidas<br />

334


Figura 26 - Trens <strong>de</strong> engrenagens compostos<br />

Note que as engrenagens intermediárias influem diretamente no processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída e <strong>de</strong> entrada. Assim uma relação mais<br />

elevada po<strong>de</strong> ser obtida apesar da limitação <strong>de</strong> 10:1 <strong>para</strong> trens individuais. O<br />

sinal positivo ou negativo na equação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número e do tipo <strong>de</strong><br />

disposição das engrenagens, internas ou externas.<br />

10.6.3 - TREM DE ENGRENAGENS PLANETÁRIAS<br />

São trens <strong>de</strong> engrenagem com dois graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Duas entradas são necessárias<br />

<strong>para</strong> obter uma saída. Normalmente se usa uma entrada, um sistema fixo e uma saída. Em<br />

alguns casos como em diferencial <strong>de</strong> automóveis uma entrada é usada <strong>para</strong> se obter duas<br />

saídas, uma <strong>para</strong> cada roda.<br />

Figura 27 - Trem <strong>de</strong> engrenagem convencional e trem planetário<br />

A relação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser calculada pela fórmula:<br />

335


Em uma forma mais geral:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

e =<br />

e =<br />

N<br />

N<br />

N<br />

N<br />

ent<br />

3<br />

2<br />

saida<br />

− N<br />

− N<br />

− N<br />

− N<br />

1<br />

1<br />

braço<br />

braço<br />

Nent = número <strong>de</strong> rotações por minuto da engrenagem <strong>de</strong> entrada<br />

Nsaída = número <strong>de</strong> rotações por minuto da engrenagem <strong>de</strong> saída<br />

Nbraço = número <strong>de</strong> rotações por minuto do braço<br />

Trens planetários apresentam algumas vantagens, como relações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s<br />

maiores usando engrenagens menores, saídas bidirecionais, concentricida<strong>de</strong>. Estas fatores<br />

fazem com que o engrenamento planetário seja largamente utilizado em transmissões <strong>de</strong><br />

automóveis e caminhões.<br />

10.7 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

1. O número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas engrenagens no trem epicicloidal estão indicadas,<br />

todas possuem o mesmo módulo. A engrenagem A gira a 1000 rpm no sentido horário<br />

enquanto a engrenagem E gira no sentido antihorário a 500 rpm. Determine a velocida<strong>de</strong><br />

direção da rotação a engrenagem anel D e do suporte F.Resposta [371 rpm antihorário,<br />

40 rpm horário]<br />

Figura 28 – Exercício proposto 1<br />

2. No trem epicicloidal ilustrado, a engrenagem C é fixa e o conjunto planetário BD gira<br />

livremente no suporte que é coaxial com os eixos <strong>de</strong> entrada e saída. Mostre que se zb<br />

ze > zc zd então os eixos <strong>de</strong> entrada e saída giram na mesma direção.<br />

336


Figura 29 – Exercício proposto 2<br />

3. Qual a faixa prática <strong>para</strong> a distância entre centros <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos com módulo 4 mm, com 19 e 35 <strong>de</strong>ntes? Se forem fabricados com<br />

<strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong> 1,5 mm e 2 mm respectivamente, avalie o angulo <strong>de</strong> pressão<br />

atuante e a relação <strong>de</strong> contato.<br />

Resposta [ 108.6 ≤ C ≤ 112.8 mm, 24.47 o , 1.42 ]<br />

4. A planetária B gira livremente no eixo que é fixado na engrenagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos F e<br />

a engrenagem planetária E está girando louca no eixo do braço <strong>de</strong> saída. Dados os<br />

números <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens, calcule a rotação <strong>de</strong> saída quando a rotação do eixo<br />

<strong>de</strong> entrada giraa 1000 rpm. Resposta [ 524 rev/min ]<br />

Figura 30 – Exercício proposto 4<br />

5. No trem epicicloidal visto na figura abaixo, o suporte 6 das engrenagens 3 e 4 giram a<br />

100 rpm sentido horário e a engrenagem 5 fixa ao eixo <strong>de</strong> entrada gia a 2000 rpm no<br />

sentido antihorário. Determine a rotação da engrenagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos 2 que está<br />

fixa ao eixo <strong>de</strong> saída do redutor. Os números <strong>de</strong>ntes foram dados <strong>para</strong> cada<br />

engrenagem.<br />

337


Figura 30 – Exercício proposto 5<br />

6. O eixo <strong>de</strong> entrada do trem epicicloidal mostrado na figura abaixo, gira no sentido horário.<br />

O suporte das engrenagens satélites 3 e 5 possui a mesma rotação do eixo <strong>de</strong> entrada. As<br />

engrenagens 1 e 6 são <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos e estão fixas na carcaça do redutor. Determine a<br />

relação <strong>de</strong> redução,Wentrada/Wsaída, sabendo que a engrenagem 7 está enchavetada no eixo <strong>de</strong><br />

saída.<br />

Figura 31 – Exercício proposto 6<br />

338


CAPÍTULO 11 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS<br />

11.1 - INTRODUÇÃO<br />

11.1.1 - MATERIAIS PARA ENGRENAGENS<br />

Não é preciso salientar a importância da escolha do material a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> executar-se<br />

uma engrenagem; basta que se lembre <strong>de</strong> que do material ira <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r diretamente a<br />

qualida<strong>de</strong> geral do funcionamento, seja quanto à resistência as cargas aplicadas, seja quanto à<br />

resistência ao <strong>de</strong>sgaste, fatores que, em geral, <strong>de</strong>terminam a falência da peça.<br />

engrenagens:<br />

Há uma série <strong>de</strong> fatores que limitam a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha dos materiais <strong>para</strong> as<br />

1. Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção do material condições comerciais;<br />

2. Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução;<br />

3. Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usinagem <strong>para</strong> o acabamento <strong>de</strong>sejado;<br />

4. Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posição e continuações.<br />

A inconveniência dos três primeiros elementos é evi<strong>de</strong>nte por si mesma. Estudamos a<br />

inconveniência do quarto, isto é, da incompatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posição e combinação.<br />

A experiência em laboratório e a prática mostram que uma engrenagem <strong>de</strong> um dado<br />

material se comporta satisfatoriamente, quando trabalha combinada com engrenagens <strong>de</strong><br />

certos materiais e falha completamente quando opera com engrenagens <strong>de</strong> outros materiais,<br />

além disso um par <strong>de</strong> materiais po<strong>de</strong> comportar-se a<strong>de</strong>quadamente -quando ao engrenagens<br />

são colocadas em <strong>de</strong>terminadas posições e falhar totalmente quando as posições são<br />

invertidas. Como exemplo do primeiro caso, po<strong>de</strong> indicar o bronze fosforoso, que trabalha<br />

satisfatoriamente com o ferro fundido e com o aço endurecido, mas comporta-se mal com o aço<br />

mole, com o bronze e com os materiais laminados à base <strong>de</strong> ferrol.<br />

A figura 1 adiante nos indica quando ocorre a incompatibilida<strong>de</strong> das combinações dos<br />

materiais mais empregados. Como exemplo do 2º caso po<strong>de</strong>-se apontar o conjunto <strong>para</strong>fuso<br />

sem fim e coroa: um <strong>para</strong>fuso sem fim <strong>de</strong> ferro fundido e uma coroa <strong>de</strong> bronze apresentam<br />

elevada resistência ao <strong>de</strong>sgaste (mais elevada que a <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem fim <strong>de</strong> aço e uma<br />

coroa <strong>de</strong> bronze); se entretanto, as posições forem invertidas, isto é, se o <strong>para</strong>fuso sem fim for<br />

executado em bronze e a coroa em ferro fundido, a resistência ao <strong>de</strong>sgaste torna-se bastante<br />

<strong>de</strong>ficiente.<br />

Apontaremos em seguida os materiais mais utilizados na fabricação <strong>de</strong> engrenagens,<br />

indicando suas principais características <strong>de</strong> comportamento.<br />

339


FERRO FUNDIDO<br />

O ferro fundido é um dos materiais que vem sendo utilizado largamente há longo tempo<br />

e, mais recentemente sua fundição vem sendo aperfeiçoada <strong>de</strong> tal modo que se conseguem,<br />

quer por processos especiais <strong>de</strong> fundição, quer pela composição <strong>de</strong> ferros-ligas, materiais<br />

capazes <strong>de</strong> suportar tensão até <strong>de</strong> 2.100 Kg/cm 2 .<br />

O ferro fundido <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong>ve apresentar uma dureza tão elevada quanto<br />

possível: no caso, porém <strong>de</strong> ser prevista alguma operação <strong>de</strong> usinagem, a sua dureza Brinell<br />

<strong>de</strong>ve estar <strong>de</strong>ntro dos limites 170 e 220 Bh.<br />

O ferro fundido em areia <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> baixo teor <strong>de</strong> carbono, menor que 3,4%, a fim <strong>de</strong><br />

ser evitado e um excesso <strong>de</strong> grafita.<br />

O emprego do ferro fundido é limitado pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> forças<br />

elevadas e <strong>de</strong> choque.<br />

AÇO FUNDIDO<br />

O aço fundido também é bastante utilizado, com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,35 a 0,45%,<br />

com que se obtém, uma resistência ao <strong>de</strong>sgaste satisfatória. Após a fundição a peça <strong>de</strong>ve ser<br />

tratada termicamente <strong>para</strong> que <strong>de</strong>sapareçam todos os traços da estrutura <strong>de</strong>ntritica. Sua<br />

resistência às forças elevadas e principalmente aos choques é melhorada com a adição <strong>de</strong><br />

cobre, níquel ou alumínio em sua composição.<br />

AÇO DOCE<br />

O aço doce <strong>de</strong>ve ser utilizado com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,10 e 0,25%, <strong>de</strong> manganês<br />

entre 0,6 a 0,8 <strong>para</strong> cargas pequenas; com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,35 e 0,45% <strong>para</strong> cargas<br />

elevadas; po<strong>de</strong> também ser empregado com teor <strong>de</strong> carbono entre 0,50 e 0,60 e, embora se<br />

obtenha, neste caso, uma resistência aos choques e a ductibilida<strong>de</strong> são mais baixas, <strong>de</strong> modo<br />

que os aços com este teor <strong>de</strong>vem ser evitados quando é prevista a ocorrência <strong>de</strong> choques <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>.<br />

AÇO-CROMO-NÍQUEL<br />

O Aço-Cromo-Níquel <strong>de</strong>ve ser empregado com teor <strong>de</strong> cromo entre 0,5 e 1% com teor<br />

<strong>de</strong> níquel entre 2,5 e 3,5% e com acréscimo <strong>de</strong> um teor <strong>de</strong> molibdênio (<strong>para</strong> fins <strong>de</strong><br />

cementação) entre 0,2 e 0,6%.<br />

340


AÇO PARA CEMENTAÇÃO<br />

O aço <strong>para</strong> cementação <strong>de</strong>ve apresentar baixo teor <strong>de</strong> carbono: a cementação garante<br />

uma elevada resistência ao <strong>de</strong>sgaste e o baixo teor <strong>de</strong> carbono uma elevada resistência a<br />

tração qualida<strong>de</strong>s que recomendam o emprego <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> aço. Entretanto, ao lado <strong>de</strong>stas<br />

vantagens o aço <strong>para</strong> cementação apresenta o inconveniente <strong>de</strong> exigir uma obtenção custosa e<br />

<strong>de</strong> apresentar certa distorção, principalmente quando temperado em água em lugar <strong>de</strong> óleo.<br />

Esta <strong>de</strong>svantagem às vezes e tão pronunciada que es prefere abandonar um aço <strong>para</strong><br />

cementação e adotar um aço-cromo-níquel, ainda que haja aumento no custo do material.<br />

Material Trabalha Bem com Trabalha Mal com<br />

Bronze<br />

Fosforoso<br />

Aço Comum<br />

Aço endurecido<br />

Ferro Fundido<br />

Aço endurecido<br />

Ferro Fundido<br />

Babbitt<br />

Latão Mole<br />

Aço endurecido<br />

Bronze Mole<br />

Latão<br />

Ferro Fundido<br />

Babbitt<br />

Laminado a base fenol<br />

Aço endurecido<br />

Aço comum<br />

Bronze<br />

Laminados <strong>de</strong> ferrol<br />

Bronze<br />

Aço Comum<br />

Laminado a base <strong>de</strong> fenol<br />

Bronze <strong>de</strong> liga tratado<br />

Aço Níquel Aço Níquel (algumas vezes)<br />

Aço níquel<br />

endurecido<br />

Ferro Fundido Todos os materiais<br />

11.2 - DESGASTE SUPERFICIAL DOS DENTES<br />

Tabela 1 – Características dos materiais.<br />

Coroa <strong>de</strong> bronze<br />

A experiência mostra que em gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> casos os <strong>de</strong>ntes das engrenagens se<br />

apresentam <strong>de</strong>sgastados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> certo tempo <strong>de</strong> funcionamento. Neste tópico indicaremos os<br />

tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste superficial que po<strong>de</strong>m atacar os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma engrenagem, suas causas e<br />

os modos <strong>de</strong> evitá-los.<br />

341


A) DESGASTE POR ESCORREGAMENTO<br />

Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se geralmente on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>slocamento do ponto <strong>de</strong> contacto<br />

entre os <strong>de</strong>ntes é menor, isto é, na região a-a sobre A, na região b-b, sobre B, como se vê na<br />

figura 1 que representa três posições particulares <strong>de</strong> dois <strong>de</strong>ntes engrenados. Sua causa po<strong>de</strong><br />

ser compreendida, lembrando-se <strong>de</strong> que sempre se processa com escorregamento crescente a<br />

partir do ponto do passo, on<strong>de</strong> é nulo.<br />

B) DESGASTE POR CORROSÃO<br />

Figura 2 – Escorregamento <strong>de</strong> engrenagens<br />

Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se através <strong>de</strong> superfície corroída típica; e produzida pela fadiga<br />

do material e conseqüentemente <strong>de</strong>sagregação <strong>de</strong> sua superfície; po<strong>de</strong> ser evitado com a<br />

adoção <strong>de</strong> dimensões <strong>para</strong> os <strong>de</strong>ntes que conduzem, sob a ação das cargas atuantes, as<br />

tensões <strong>de</strong> fadiga superficial toleráveis pelo material escolhido.<br />

C) DESGASTE POR ABRASÃO<br />

Este <strong>de</strong>sgaste se manifesta através da formação <strong>de</strong> uma superfície esmerilada, polida; é<br />

produzida pela ação esmerilhadora <strong>de</strong> poeira ou partículas, misturadas com o lubrificante (estas<br />

partículas po<strong>de</strong>m ser partículas metálicas que se <strong>de</strong>stacam dos mancais: partícula abrasivas<br />

que não foram removidas antes da montagem; partículas arenosas <strong>de</strong>vida a fundição; partículas<br />

diversas conduzida. pelo óleo ou pela atmosfera.<br />

Po<strong>de</strong> ser evitado mediante cuidados especiais na montagem, mediante proteção do<br />

mecanismo quando a atmosfera no local <strong>de</strong> serviço for portadora <strong>de</strong> poeiras, <strong>de</strong> um modo geral,<br />

mediante a manutenção das peças em boas condições <strong>de</strong> limpeza.<br />

342


D) DESGASTE POR ARRANHAMENTO<br />

Este <strong>de</strong>sgaste se manifesta através <strong>de</strong> profundos riscos na direção do escorregamento<br />

superficial; é produzido por pontas ou superfícies rugosas <strong>de</strong>ixadas nos <strong>de</strong>ntes pela imperfeição<br />

da usinagem; po<strong>de</strong> ser evitado com a execução <strong>de</strong> um acabamento mais cuidadoso.<br />

E) DESGASTE POR TRANSPORTE<br />

Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se através <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> ondas constituídas por saliência e<br />

reentrâncias próximas da linha <strong>de</strong> passo é produzido pelo <strong>de</strong>slocamento plástico do material<br />

sob aquecimento excessivo e cargas elevadas; po<strong>de</strong> ser evitado mediante o emprego <strong>de</strong> uma<br />

lubrificação a<strong>de</strong>quada.<br />

F) DESGASTES POR ACRÉSCIMO<br />

Este <strong>de</strong>sgaste manifesta-se através <strong>de</strong> uma soldagem e subseqüente <strong>de</strong>sagregação das<br />

superfícies em contacto; é produzido pelo superaquecimento das partes em contacto quando<br />

cessa completamente a lubrificação; po<strong>de</strong> ser evitado mediante o emprego <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

lubrificação no qual esta cessação completa não possa se verificar.<br />

11.3 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS RETAS<br />

11.3.1 - INTRODUÇÃO<br />

Chama-se engrenagem <strong>de</strong> força aquela em que é maior o perigo da ruptura do que o<br />

perigo do <strong>de</strong>sgaste. Por exemplo: engrenagens lentas ou engrenagens que funcionam por<br />

breves períodos ou com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fortes sobrecargas durante o funcionamento.<br />

A ruptura po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>: tipo estático ou fadiga. A <strong>de</strong> tipo estático é muito rara: po<strong>de</strong><br />

ocorrer por contato <strong>de</strong>feituoso, por cálculo errado, por sobrecargas não previstas ou ainda por<br />

fatores <strong>de</strong>sconhecidos. Este tipo <strong>de</strong> ruptura se manifesta logo no inicio do funcionamento.<br />

A ruptura por fadiga, <strong>de</strong> modo geral, é a mais comum. De fato, sobre o <strong>de</strong>nte age uma<br />

carga que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero a um <strong>de</strong>terminado valor, voltando novamente a zero. É, portanto, uma<br />

carga pulsativa. A ruptura é progressiva iniciando-se na parte <strong>de</strong> concordância do <strong>de</strong>nte com<br />

sua boca. Para o carregamento pulsativo é maior a resistência a compressão que à tração. O<br />

dimensionamento <strong>de</strong> uma engrenagem é feito baseado na resistência a ruptura on<strong>de</strong>, <strong>para</strong> levar<br />

343


em conta os efeitos dinâmicos, entraremos com um coeficiente Cv chamado coeficiente <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> super solicitação dinâmica.<br />

11.3.2 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />

Algumas hipóteses simplificadoras foram feitas por LEWIS <strong>para</strong> que se chegasse a um<br />

resultado racional da expressão do módulo da engrenagem.<br />

O método <strong>de</strong> LEWIS é o seguinte:<br />

“Consiste em verificar que o <strong>de</strong>nte da engrenagem, consi<strong>de</strong>rado como uma viga<br />

engastada, não se rompa sob a ação <strong>de</strong> força S, admitida estática”. Consi<strong>de</strong>ra-se que:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

• A força esteja distribuída uniformemente sobre todo o comprimento do <strong>de</strong>nte.<br />

• A força esteja aplicada na extremida<strong>de</strong> (topo) do <strong>de</strong>nte.<br />

• Toda a força atue num só <strong>de</strong>nte.<br />

• Os efeitos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensões sejam <strong>de</strong>sprezíveis.<br />

A hipótese <strong>de</strong> dimensionamento é:<br />

σadm = tensão admissível<br />

σf = tensão <strong>de</strong> flexão (atuante)<br />

A tensão admissível é:<br />

σf ≤ σadm<br />

σ<br />

σ = (1)<br />

R<br />

adm<br />

K S<br />

σR = tensão <strong>de</strong> ruptura do material (Kg/mm 2 ) (tabelado).<br />

KR = coeficiente <strong>de</strong> segurança-que, a título indicativo po<strong>de</strong> ser:<br />

3 a 3,5 - <strong>para</strong> rodas em funcionamento normal<br />

4 a 5 - <strong>para</strong> rodas sujeitas a choques e oscilações <strong>de</strong> carga<br />

6 - <strong>para</strong> condições extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis<br />

Cv = coeficiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> super solicitação dinâmica, cujo valor é:<br />

C v<br />

A<br />

= (2)<br />

A + v<br />

A = 3 <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong> pouca precisão<br />

A = 6 <strong>para</strong> engrenagens <strong>de</strong> média precisão<br />

344


Para engrenagens <strong>de</strong> alta precisão<br />

C v<br />

5,<br />

6<br />

=<br />

5,<br />

6 +<br />

v = velocida<strong>de</strong> periférica, na primitiva, em m/s.<br />

On<strong>de</strong>:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

A tensão atuante <strong>de</strong> flexão vale:<br />

Mf = P.h = momento fletor<br />

v<br />

(3)<br />

Mf ⋅ c<br />

σ f =<br />

(4)<br />

J<br />

Figura 3 – Aplicação do momento no <strong>de</strong>nte<br />

s<br />

c = = distância da linha neutra à fibra mais afastada.<br />

2<br />

1<br />

12<br />

3<br />

⋅ s<br />

J = = momento <strong>de</strong> inércia da seção da base do <strong>de</strong>nte.<br />

Levando estes valores na expressão <strong>de</strong> σf vem:<br />

Sendo h e s funções do passo.<br />

h=k1 . p s=k1 . p<br />

Po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

6 ⋅ P ⋅ h<br />

σ f =<br />

(5)<br />

2<br />

1⋅<br />

s<br />

6⋅<br />

k1<br />

⋅ p p<br />

σ<br />

f = =<br />

2 2<br />

2<br />

1k<br />

2 ⋅ p k 2<br />

1⋅<br />

p ⋅<br />

6k<br />

1<br />

345


2<br />

k 2 = y recebe o nome <strong>de</strong> FATOR DE FORMA do <strong>de</strong>nte (tabelado em função <strong>de</strong>β e <strong>de</strong> Z).<br />

6k<br />

1<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Fazendo 1=k.m (comprimento <strong>de</strong>nte) e p = m.π (passo da engrenagem) vem:<br />

Y = π.y (também tabelado)<br />

O valor da força P tangencial é<br />

P P<br />

σ f = =<br />

(6)<br />

2<br />

2<br />

k ⋅ m ⋅ y ⋅π<br />

k ⋅ m ⋅Y<br />

P =<br />

Mt<br />

r<br />

Sendo Mt = Momento <strong>de</strong> torção (Kg/mm 2 )<br />

A expressão final <strong>de</strong> σf é:<br />

2⋅<br />

Mt 2⋅<br />

Mt<br />

= =<br />

d m⋅<br />

Z<br />

2 ⋅ Mt<br />

σ f = (7)<br />

3<br />

k ⋅ m ⋅Y<br />

⋅ Z<br />

Voltando à condição do dimensionamento po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

Ks = coeficiente <strong>de</strong> segurança<br />

K = varia <strong>de</strong> 8 a 12 (em geral) ;<br />

2 ⋅ Mt σ<br />

≤<br />

3<br />

K ⋅ m ⋅ Y ⋅ Z K<br />

m ≥<br />

σ<br />

K = 6 a 14 (<strong>para</strong> caixa <strong>de</strong> marcha)<br />

3<br />

K<br />

R<br />

S<br />

⋅ C<br />

20


Kt fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão E1 + fator <strong>de</strong> serviço<br />

K1 fator <strong>de</strong> serviço<br />

K2 fator <strong>de</strong> correção do fator<br />

Os valores <strong>de</strong> Kt, K1 e K2 são dados na tabela a seguir:<br />

11.3.3 - CASOS ESPECIAIS<br />

Tipo <strong>de</strong><br />

Carregamento<br />

K1<br />

Constante 1,25<br />

Pulsativo 1,35<br />

Com Choque 2,50<br />

Tabela 2a- Tipo <strong>de</strong> Carregamento.<br />

Tipo do Perfil Kt<br />

Perfil evolvente β =14º 30´ 1,54<br />

Perfil evolvente não corrigido β<br />

= 20º<br />

CASO I - DADOS DO PROBLEMA<br />

1,33<br />

Perfil evolvente corrigido β = 20º 1,43<br />

Tabela 2b- Tipo do Perfil.<br />

Valores K2<br />

Perfil evolvente e<br />

cicloidal<br />

Perfil gerado não<br />

corrigido<br />

N (C.V.) - potência a transmitir<br />

n (RPM) - rotação do pinhão<br />

R - relação <strong>de</strong> redução<br />

1,0<br />

1,7<br />

Perfil gerado corrigido 1,6<br />

Tabela 2c- Valores.<br />

A expressão (11) <strong>de</strong>duzida anteriormente será aplicada neste caso. O fator Cv é<br />

in<strong>de</strong>terminado, pois, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> periférica que, por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do diâmetro<br />

(d0 = m.Z).<br />

347


Para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cv usamos o me todo das aproximações sucessivas assim:<br />

com um valor <strong>de</strong> Cv primeira aproximação:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Calcula-se:<br />

X<br />

2⋅<br />

Mt<br />

=<br />

σ R<br />

⋅ K ⋅Y<br />

⋅ Z<br />

K<br />

S<br />

'<br />

X<br />

C<br />

• Com m’ (padronizado) calcula-se d’<br />

• Com d’ calcula-se v (em m/s)<br />

Cv’ = 0,7<br />

m ≥ 3<br />

(12)<br />

• Com v calcula-se E Cv´ (em segunda aproximação)<br />

• Com Cv” calcula-se:<br />

v<br />

'<br />

X<br />

C "<br />

m " = 3<br />

(13)<br />

v<br />

Achado m” (padronizado), adotado como módulo final, calcula-se os outros elementos<br />

da engrenagem.<br />

CASO II - DADOS DO PROBLEMA<br />

N (C.V.) - potência a transmitir<br />

n (RPM) - rotação do pinhão<br />

R - relação <strong>de</strong> redução<br />

E - distância entre centros<br />

Com E e R calculamos os diâmetros primitivos do par.<br />

A fórmula (11) se reduz a:<br />

m =<br />

σ<br />

K<br />

R<br />

S<br />

2 ⋅ Mt ⋅ K<br />

⋅ C<br />

v<br />

⋅ K<br />

⋅ K ⋅ Y ⋅ d<br />

t<br />

d<br />

On<strong>de</strong> fizemos Z =<br />

m<br />

O único termo <strong>de</strong>sconhecido é Y que, em primeira aproximação fazemos igual a Y’ =<br />

1<br />

p<br />

⋅ K<br />

2<br />

(14)<br />

0,3 (valor médio <strong>para</strong> β=20º envolvente) ver tabela doa fatores <strong>de</strong> forma.<br />

348


On<strong>de</strong>:<br />

G =<br />

σ<br />

K<br />

Analogamente ao caso 1 obteríamos:<br />

R<br />

S<br />

2 ⋅ Mt<br />

⋅ C<br />

v<br />

⋅ K ⋅ d<br />

G<br />

m ' = (15)<br />

Y'<br />

• com m’ acha-se Z’ (arredondando a um nº inteiro)<br />

• com Z’ tiramos da tabela o novo 1”<br />

• chega-se ao módulo <strong>de</strong>finitivo.<br />

1º Processo:<br />

Cv = f(m)<br />

m = f(Cv)<br />

G<br />

m " = (16)<br />

Y"<br />

• achado o módulo final (padronizado) os diâmetros <strong>de</strong>vem ser corrigidos<br />

alterando-se assim a distância entre centros, E. Deve-se notar que a alteração <strong>de</strong><br />

E é muito pequena não influindo sensivelmente no <strong>projeto</strong> do par.<br />

• se E for tomada como distância rigorosamente estabelecida <strong>de</strong>ve-se recorrer a<br />

<strong>de</strong>ntes especiais (maag, primitivas <strong>de</strong>slocadas).<br />

Esquema do processo <strong>para</strong> o cálculo da in<strong>de</strong>terminação:<br />

Cv’ = 0,7 (arbitrário)<br />

Cv´ m´ v v Cv” m”<br />

Então padronizamos m” = m<br />

2º Processo:<br />

Adota-se um módulo tabelado<br />

m´ v Cv’ m” m<br />

m (padronizado)<br />

11.3.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS<br />

1. Dimensionar a engrenagem <strong>para</strong> carregamento dinâmico com torque a transmitir = 3<br />

Kgm, σ = 3Kg/mm 2 , Z =50 <strong>de</strong>ntes, n = 300 rpm, perfil envolvente não corrigido β=20º.<br />

349


Resolução:<br />

Mt = 3000 Kg . mm<br />

n 300 rpm<br />

π ⋅ n π ⋅ n<br />

N = M ⋅W<br />

= M ⋅ = M ⋅ ⋅<br />

30 30<br />

3⋅π<br />

⋅300<br />

N =<br />

N = 1,28 C.V<br />

30⋅<br />

75<br />

1<br />

75<br />

Resolvendo pelo 2º processo temos:<br />

a) <strong>para</strong><br />

N = 1,26 CV<br />

n = 300 rpm m = 1,25<br />

b) m = 1,25 mm d0 = m.z<br />

m⋅<br />

Z 1,<br />

25⋅<br />

50<br />

r = =<br />

r ≅ 31 mm<br />

2 2<br />

π ⋅ d ⋅ n<br />

c) v =<br />

(m/seg)<br />

1000⋅ 60<br />

⋅62<br />

⋅300<br />

=<br />

1000⋅<br />

60<br />

π<br />

v v = 0,96 m/seg<br />

6<br />

d) Cv = <br />

6 + v<br />

e) Mt = 3000 Kg.mm<br />

σ = 3 Kg/mm 2<br />

6<br />

=<br />

6 + 0,<br />

96<br />

C v<br />

Cv = 0,86<br />

Z = 50 <strong>de</strong>ntes e β = 20º Y = 0,408 (tabelado)<br />

K 10 adotado<br />

Kt 1,53 (tabela)<br />

K2<br />

m =<br />

3<br />

1,0 (tabela 11) não corrigido<br />

σ ⋅C<br />

2⋅<br />

Mt ⋅ K<br />

v<br />

t<br />

⋅ K<br />

1<br />

⋅ K ⋅Y<br />

⋅ Z ⋅ K<br />

2<br />

=<br />

3<br />

2⋅<br />

300⋅1,<br />

53⋅1,<br />

5<br />

3⋅<br />

0,<br />

86⋅<br />

0,<br />

408⋅10<br />

⋅50<br />

⋅1<br />

f) dp = m. Z dp = 3.50 dp = 150 mm<br />

dc = dp + 2 m = 150 + 2 . 3 dc = .256 mm<br />

l = K . m => 1 = 10 . 3 => l = 30 mm<br />

Z = 50 <strong>de</strong>ntes<br />

β = 20º (navalha nº 6)<br />

350


2. Dimensionar o par <strong>de</strong> Engrenagens. Dados: O perfil evolvente β = 20º não corrigido n =<br />

1200 rpm (rotação do pinhão). R = 4/1 (razão <strong>de</strong> redução). Carregamento com choques,<br />

engrenagens <strong>de</strong> média precisão. Material usado: aço SAE 1045 σR = 60 Kg/mm 2 .<br />

Potencial a transmitir N = 10 CV<br />

Mt =<br />

N<br />

W<br />

10⋅<br />

30⋅<br />

75<br />

=<br />

π ⋅1200<br />

Mt ≅ 6Kgm = 6000 Kg.mm<br />

Kt = 1,53 (tabelado)<br />

K1 = 1,5 (tabelado)<br />

σ<br />

σ =<br />

K<br />

rup<br />

S<br />

60<br />

=<br />

5<br />

K l = K.m K = 10 (tabelado)<br />

Z = 17<br />

Y = 0,302<br />

β = 20º<br />

Z = 17 <strong>de</strong>ntes (adotado)<br />

Cv’ = 0,7 (arbitrado)<br />

K2 = (p/ perfil envolvente)<br />

2⋅<br />

6000⋅1,<br />

53⋅1,<br />

5<br />

12⋅10<br />

⋅0,<br />

302⋅17<br />

⋅0,<br />

7 ⋅1<br />

m = 3<br />

= 3,55mm<br />

dp1 = m.Z = 3,55 X 17 = 60<br />

π ⋅ d p ⋅ n π ⋅60<br />

⋅1200<br />

V = =<br />

= 3760 mm/seg ou V = 3,76 m/s<br />

60 60<br />

6 6<br />

= =<br />

6 + v 6 + 3,<br />

76<br />

C v Cv = 0,62<br />

C<br />

0,<br />

7<br />

v1<br />

m 3<br />

3<br />

2 = m1<br />

⋅ = 3, 55⋅<br />

= 3,7 M = 3,75 (mais próximo padronizado)<br />

Cv<br />

2 0,<br />

62<br />

dp = m . Z = 3,75 . 17 = 63,6<br />

dc = m . Z + 2 m = 71,3<br />

l = K .m l = 10 . 3,75 l = 37,5<br />

Usar navalha nº 1 (tabelado em função do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes).<br />

Cálculo da Outra Engrenagem que está acoplada<br />

351


m = 3,75<br />

dp = m. Z = 3,75. 68 dp = 255<br />

dc = 255 + 7,5 dc = 262,5<br />

l = 10 . 3,75 1 = 37,5<br />

Navalha nº 7 (em função do nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes)<br />

Aço SAE 1045 (mesmo da outra)<br />

3. Dá-se N = 16 Cv (potência a transmitir), n = 900 rpm (rotação do pinhão), E = 180 mm (+<br />

5%). Perfil envolvente, corrigido β = 20º carregamento pulsativo, com oscilação <strong>de</strong> carga.<br />

Engrenagem <strong>de</strong> alta precisão. Material usado SAE 1045 com σr = 60 Kg/mm 2 .<br />

Resolução:<br />

n1<br />

R = 3<br />

n<br />

2<br />

1<br />

900<br />

n<br />

n 1 r2<br />

= r2 = 3 . r1<br />

n<br />

2<br />

r<br />

Mas 180 = r2 + r1 <br />

= n2 = 300 rpm<br />

2<br />

3 ⋅180<br />

=<br />

4<br />

r 2<br />

r2 = 135<br />

r1 = 45 dp1 = 2 . r1 dp1 = 90<br />

16⋅<br />

75⋅<br />

30<br />

M t = = 12,7 Kgm<br />

π ⋅900<br />

σ<br />

σ =<br />

K<br />

rup<br />

S<br />

Kt = 1,43<br />

K1 = 1,35<br />

K2 = 1,0<br />

60<br />

=<br />

4<br />

C v<br />

5,<br />

6<br />

=<br />

5,<br />

6 +<br />

v<br />

π ⋅d<br />

⋅n<br />

π ⋅90<br />

⋅900<br />

v = W ⋅ R = =<br />

= 4,25 m/s → v = 2,<br />

06 m/s<br />

60 60⋅1000<br />

5,<br />

6<br />

Logo v =<br />

5,<br />

6 + 2,<br />

06<br />

Adota-se K = 10<br />

C Cv = 0,75<br />

Y = 0,3 (em média)<br />

2⋅12700<br />

⋅1,<br />

43⋅1,<br />

35<br />

15⋅<br />

0,<br />

75⋅<br />

0,<br />

3⋅1⋅<br />

90⋅10<br />

m = 3<br />

m = 4,07<br />

352


dp = m ⋅ Z <br />

1<br />

β = 20º<br />

1<br />

90<br />

1<br />

4,<br />

07<br />

= Z = 22<br />

Z = 22 Y = 0,330<br />

Y1<br />

0,<br />

3<br />

m 2 = m1<br />

⋅ = 4,<br />

07⋅<br />

m = 4 (mais próximo padronizado)<br />

Y 0,<br />

33<br />

Z<br />

1<br />

d<br />

=<br />

m<br />

p1<br />

2<br />

p/ Z1 = 22<br />

=<br />

2<br />

90<br />

4<br />

dp1 = 22.4 = 88<br />

= 22,5<br />

p/ Z2 = 22 X 3 = 66<br />

dp2 = 4 X 66 = 264<br />

r1 + r2 = 176 E = 176<br />

180 171<br />

±5% 189<br />

p/ Z1 = 23 dp1 = 23 X 4=92<br />

p/ Z2 = 23 X 3 = 69 dp2 = 69 X 4 = 276<br />

E = 184 = r1 + r2<br />

logo qualquer das aproximações é aceitável.<br />

11.3.5 -VERIFICAÇÃO DO DESGASTE<br />

As engrenagens, nas quais o perigo do <strong>de</strong>sgaste é maior que o perigo da ruptura são<br />

chamadas <strong>de</strong> engrenagens <strong>de</strong> trabalho. São as engrenagens muito velozes ou as que<br />

funcionam por períodos muito longos (sem que aconteçam sobrecargas notáveis).<br />

O dimensionamento baseado no <strong>de</strong>sgaste consiste em:<br />

“Verificar que a pressão <strong>de</strong> contato, calculada com as fórmulas <strong>de</strong> HERTZ, quando o<br />

contato se dá sobre as primitivas, seja inferior a um valor admissível experimental, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da dureza BRINELL do material e do número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong> carga sobre a engrenagem”.<br />

OBS: Supõe-se aqui que as condições <strong>de</strong> lubrificação sejam boas e que não exista nenhum<br />

meio abrasivo interferindo no funcionamento par em estudo.<br />

353


FÓRMULA DE HERTZ:<br />

Figura 4 – Condições <strong>de</strong> lubrificação.<br />

S<br />

1<br />

1 1<br />

+<br />

ρ ρ<br />

1 1<br />

+<br />

E E<br />

1 2<br />

σ c = 0,<br />

35 ⋅ ⋅<br />

(17)<br />

σc = tensão <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> HERTZ ou tensão atuante<br />

S = força total sobre o <strong>de</strong>nte:<br />

P<br />

S =<br />

cos β<br />

E1; E2 = módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> dos materiais em contato<br />

ρ1; ρ2 = raios <strong>de</strong> curvatura principais mínimos das superfícies dos <strong>de</strong>ntes em contato.<br />

mo<br />

⋅ Z1<br />

ρ1 = r1<br />

⋅ senβ<br />

= ⋅ senβ<br />

2<br />

mo<br />

⋅ Z 2<br />

ρ 2 = r2<br />

⋅ senβ<br />

= ⋅ senβ<br />

2<br />

HERTZ:<br />

1<br />

Desenvolvendo a expressão anterior, chegamos à fórmula da pressão <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />

4,<br />

4 ⋅ P<br />

Z<br />

+ Z<br />

2<br />

1 2 1 2<br />

σ c =<br />

⋅ ⋅<br />

(18)<br />

1⋅<br />

p ⋅ sen2β<br />

Z1<br />

⋅ Z 2 E1<br />

+ E2<br />

A tensão <strong>de</strong> contato admissível (experimental) vale:<br />

0,<br />

5⋅<br />

H<br />

σ<br />

c ⋅ adm =<br />

⎛ g ⎞<br />

⎜ ⎟ 6<br />

⎝10<br />

⎠<br />

B<br />

1<br />

6<br />

2<br />

E<br />

⋅ E<br />

354


On<strong>de</strong>:<br />

HB - dureza BRINELL do material (tabelado)<br />

OBS: <strong>para</strong> o aço e na falta <strong>de</strong> tabela: HB ≅ 3 σR (Kg/mm 2 )<br />

tabelado)<br />

g - número <strong>de</strong> repetições dos ciclos <strong>de</strong> carga (função do nº <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> funcionamento -<br />

g = 60 . n . hf sendo n (RPM)<br />

A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> σc ≤ σc admissível <strong>de</strong>ve ser verificada. Com esta condição chega-se a:<br />

sen2β<br />

Z ⋅ Z E + E<br />

= (19) O valor da força tangencial<br />

1 2 1 2 2<br />

P ⋅1<br />

⋅ p ⋅ ⋅ ⋅σ<br />

c<br />

4,<br />

4 Z1<br />

+ Z 2 E1<br />

⋅ E2<br />

O segundo membro e multiplica por Cv, <strong>para</strong> levar em conta as solicitações dinâmicas, e<br />

assim teremos:<br />

Obtemos: P ≤ 1 . p . C Cv<br />

sen2β<br />

Z1<br />

⋅ Z 2 E1<br />

+ E2<br />

2<br />

⋅1⋅<br />

p ⋅ ⋅ ⋅σ<br />

c ⋅ adm = C<br />

4,<br />

4 Z + Z E ⋅ E<br />

Indicando com Padm a força máxima tangencial admissível vem:<br />

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES<br />

On<strong>de</strong>:<br />

1<br />

2<br />

Padm = 1 . p . C . Cv<br />

Se acontecer Patuante > Padm po<strong>de</strong>mos variar:<br />

1. modificar l (comprimento do <strong>de</strong>nte)<br />

2. modificar o nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

3. aumentar a dureza BRINELL o que seria mais conveniente.<br />

Deve-se verificar: Pat ≤ Padm<br />

Mt<br />

Pat = (força tangencial atuante máxima)<br />

r<br />

Módulos Normalizados (m.m)<br />

0,3 – 0,4....0,9<br />

1,0 – 125.... 3,75<br />

4,0 – 4,5 ... 6,5<br />

7,0 – 8,0 ... 15<br />

1<br />

2<br />

16 – 18 ... 24<br />

27 – 30 ... 42<br />

45 – 50 ... 75<br />

Tabela 3 – Normalização <strong>de</strong> módulos.<br />

355


Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>para</strong> evitar interferências<br />

Tipo <strong>de</strong> transmissão β = 20º β = 149º 30’<br />

Pequenas velocida<strong>de</strong>s -pequenas cargas 10 18<br />

Velocida<strong>de</strong>s médias (6 a 9 m/s) 12 24<br />

Gran<strong>de</strong>s velocida<strong>de</strong>s (15m/s - cargas gran<strong>de</strong>s) 16 30<br />

Engrenamento externo Z1 + Z2 ≥ 24<br />

Engrenamento interno Z2 – Z1 ≥ 10<br />

Tabela 4 – Número mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes.<br />

Fatores <strong>de</strong> Forma Y<br />

Z1<br />

β = 149º<br />

30’<br />

β = 20º Z1<br />

β = 149º<br />

30’<br />

β = 20º<br />

12 0,210 0,245 28 0,314. 0,352<br />

13 0,220 0,261 30 0,320 0,358<br />

14 0,226 0,276 34 0,327 0,371<br />

15 0,236 0,289 38 0,333 0,333<br />

16 0,242 0,295 43 0,346 0,396<br />

17 0,251 0,302 50 0,352 0,408<br />

18 0,261 0,308 60 0,358 0,421<br />

19 0,273 0,314 75 0,364 0,434<br />

20 0,283 0,320 100 0,371 0,446<br />

21 0,289 0,327 150 0,377 0,459<br />

22 0,292 0,330 300 0,383 0,471<br />

24 0,298 0,336 — 0,390 0,484<br />

26 0,307 0,346 — — —<br />

Materiais usados em engrenagens:<br />

Material<br />

Tabela 5 – Fatores <strong>de</strong> Forma.<br />

σR<br />

(Kg/mm 2 )<br />

HB<br />

SAE-1035 30 a 45 150<br />

SAE-1045 55 a 60 170<br />

SAE-1060 65 a70 200<br />

SAE-8640 70 a 85 -<br />

SAE-4140 85 a 90 -<br />

Ferro Fundido 21 220<br />

Tabela 6 – Materiais usados em engrenagens.<br />

356


ESPÉCIES DE MÁQUINAS<br />

Instrumento e aparelhos <strong>de</strong> pouco uso.<br />

Aparelhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração, dispositivos <strong>para</strong> manobra <strong>de</strong> portões<br />

corrediços.<br />

Duração em horas<br />

<strong>de</strong> funcionamento<br />

Motores <strong>de</strong> avião. 1000 – 2000<br />

Máquinas <strong>para</strong> serviço curto ou intermitente, quando eventuais<br />

perturbações <strong>de</strong> serviço são <strong>de</strong> pouca importância:<br />

Máquinas - ferramentas manuais: aparelhos <strong>de</strong> elevação <strong>para</strong><br />

oficinas; <strong>máquinas</strong> manuais em geral, <strong>máquinas</strong> agrícolas;<br />

guindastes <strong>de</strong> montagem; aparelhos domésticos.<br />

Máquina <strong>para</strong> serviço intermitente, quando eventuais perturbações<br />

<strong>de</strong> serviço são <strong>de</strong> muita importância:<br />

Máquinas auxiliares <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> força; equipamento <strong>de</strong><br />

transporte <strong>para</strong> fabricação contínua; elevadores; guindastes <strong>para</strong><br />

carga real; <strong>máquinas</strong> - ferramentas <strong>de</strong> pouco uso.<br />

Máquinas <strong>para</strong> 8 horas <strong>de</strong> serviço diário não utilizado inteiramente.<br />

hf<br />

500<br />

4000 - 8000<br />

8000 - 12000<br />

Motores elétricos estacionários, engrenagens <strong>para</strong> fins gerais. 12000 - 20000<br />

Máquinas <strong>para</strong> 8 horas <strong>de</strong> serviços diários, utilizados inteiramente.<br />

Máquinas <strong>para</strong> oficinas mecânicas em geral; guindaste <strong>para</strong> trabalho<br />

contínuo; ventiladores, transmissões intermediárias.<br />

Máquinas centrífugas; bombas; transmissões; elevadores <strong>de</strong> minas;<br />

motores elétricos estacionários, <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> serviço contínuo em<br />

navios <strong>de</strong> guerra.<br />

Máquinas <strong>para</strong> a fabricação <strong>de</strong> celulose e papel; <strong>máquinas</strong> <strong>para</strong> o<br />

serviço público <strong>de</strong> força motriz; bombas <strong>para</strong> abastecimentos<br />

públicos <strong>de</strong> água; <strong>máquinas</strong> <strong>de</strong> serviço contínuo em navios<br />

mercantes.<br />

Tabela 7 – Espécie <strong>de</strong> Máquinas.<br />

20000 - 30000<br />

40000 - 60000<br />

100000 - 200000<br />

357


11.3.6 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS<br />

1 . Um trem simples <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas retas tem as seguintes características:<br />

N = 100 CV - potências motoras<br />

n = 1600 RPM - rotação do pinhão<br />

R = 3,75/1 - relação <strong>de</strong> redução<br />

β = 20º - ângulo <strong>de</strong> pressão<br />

Engrenagens <strong>de</strong> média precisão, <strong>de</strong> aço SAE-1060, sujeitos a condições extremamente<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis.<br />

O mecanismo pertence a uma máquina <strong>para</strong> oito horas <strong>de</strong> serviço diário, não utilizado<br />

inteiramente.<br />

PEDE—SE:<br />

a) Dimensionar o par quanto à resistência<br />

b) Verificar o par quanto ao <strong>de</strong>sgaste<br />

c) Com croquis da solução encontrada<br />

Solução:<br />

a) Cálculo é dado por:<br />

m<br />

≥<br />

3 σ R<br />

2⋅<br />

M<br />

K<br />

S<br />

t<br />

⋅C<br />

v<br />

⋅ K<br />

t<br />

⋅ K<br />

1<br />

⋅ K ⋅Y<br />

⋅ Z<br />

1. Momento <strong>de</strong> torção:<br />

M t<br />

=<br />

N<br />

w<br />

100⋅<br />

75⋅<br />

30⋅10<br />

=<br />

π ⋅1600<br />

3<br />

=<br />

44.<br />

800<br />

mm.<br />

Kg<br />

2. Material: SAE-1060 - σR = 70 Kg/mm 2<br />

3. Coeficientes <strong>de</strong> segurança:<br />

Ks = 6 (condições extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis)<br />

4. Fator velocida<strong>de</strong>:<br />

Cv’ = 0,7 (arbitrado em 1ª aproximação)<br />

5. Fator <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>:<br />

Adotaremos:<br />

K = 20 (gran<strong>de</strong>s potências).<br />

6. Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes das engrenagens:<br />

3,<br />

75<br />

R<br />

= =<br />

1<br />

60<br />

15<br />

358


Z1 = 16 <strong>de</strong>ntes (pinhão)<br />

Z2 = 60 <strong>de</strong>ntes (coroa)<br />

7. Fator <strong>de</strong> forma:<br />

Y = 0,295 (em função <strong>de</strong> Z1 = 16 e β = 20º)<br />

8. Módulo em 1ª aproximação:<br />

X<br />

=<br />

σ<br />

K<br />

R<br />

S<br />

2⋅ M t 2⋅<br />

44⋅<br />

800⋅<br />

6⋅<br />

K t ⋅ K1<br />

=<br />

=<br />

70⋅<br />

20⋅<br />

0,<br />

295⋅16<br />

⋅C<br />

⋅ K ⋅Y<br />

⋅ Z<br />

v<br />

v<br />

X 81,<br />

3<br />

m'<br />

= 3 = 3 = 4,<br />

85<br />

C ' 0,<br />

7<br />

m‘ = 5,0 mm (padronizado)<br />

mm<br />

9. Diâmetro primitivo em 1ª aproximação:<br />

d1 = m . Z1 = 5,0 . 16 = 80 mm<br />

10. Velocida<strong>de</strong> periférica em 1ª aproximação:<br />

⋅ d1<br />

⋅ n1<br />

v = = 6,<br />

7 m / s<br />

3<br />

6 × 10<br />

π<br />

11. Fator velocida<strong>de</strong> em 2ª aproximação:<br />

C v<br />

C v<br />

6<br />

" = (média precisão)<br />

6 + v<br />

6<br />

" = =<br />

6 + 6,<br />

7<br />

0,<br />

473<br />

81,<br />

3<br />

12. Módulo em 2ª aproximação: (o valor encontrado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> padronizado, será<br />

adotado como final):<br />

X 81,<br />

3<br />

m"<br />

= 3 = 3 = 5,<br />

7 mm<br />

C " 0,<br />

473<br />

M = 6,00 mm<br />

v<br />

b) Verificação ao <strong>de</strong>sgaste: Condição <strong>de</strong> verificação:<br />

Pat ≤ Padm<br />

1. Força tangencial atuante:<br />

P<br />

at<br />

M<br />

=<br />

r<br />

t1<br />

1<br />

2⋅<br />

M t<br />

=<br />

m⋅<br />

Z<br />

1<br />

1<br />

2⋅<br />

44800<br />

= = 940<br />

6⋅16<br />

Kg<br />

2. Força <strong>de</strong> contato admissível: Padm = l. p .C . Cv<br />

359


On<strong>de</strong>:<br />

sen<br />

β<br />

Z<br />

⋅ Z<br />

+ E<br />

C =<br />

2<br />

4 ⋅ 4<br />

1 2<br />

⋅<br />

Z1<br />

+ Z 2<br />

1 2 2<br />

⋅ ⋅σ<br />

c adm<br />

E1<br />

⋅ E2<br />

E<br />

3. Largura das engrenagens: l = K . m = 20.6 = 120 mm<br />

4. Passo das engrenagens: p = m . π = 6,0 . 3,14 = 18,84 mm<br />

5. Fator velocida<strong>de</strong>: Cv = 0,47.3 (adotado como valor final, por simplificida<strong>de</strong>).<br />

6. Cálculo da fator C:<br />

σ<br />

c adm<br />

0,<br />

5HB<br />

=<br />

g<br />

6<br />

6<br />

10<br />

HB = 200 (sem tratamento térmico)<br />

g = 60.n.h = 60. 1. 600. 15000 = 1440.10 6 ciclos <strong>de</strong> carga<br />

hf = 15000 horas <strong>de</strong> funcionamento<br />

σ c adm<br />

0,<br />

5⋅<br />

200<br />

= = 29,<br />

8<br />

6<br />

1440<br />

E1 = E2 = 21.10 3 Kg/mm 2 (módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do aço)<br />

=<br />

4,<br />

4<br />

sen<br />

C<br />

3<br />

40º 16⋅<br />

60 42×<br />

10<br />

−3<br />

⋅ ⋅ ⋅885<br />

= 155×<br />

10<br />

3<br />

16 + 60<br />

7. Força admissível:<br />

441×<br />

10<br />

Padm = 1.p.C.Cv = 120. 18,84. 155. 10 -3 . 0,0473 = 165 K<br />

8. A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>: Pat ≤ Padm não foi atendida.<br />

Uma das modificações que po<strong>de</strong>ria resolver o problema consiste em cementar as peças,<br />

com isto a dureza Brinell tríplice, bastando, então multiplicar por 9 (nove) o valor do Padm.<br />

A nova Padm fica igual a:<br />

Padm = 9. 165 = 1485 Kg<br />

360


Comentando as peças fica verificado o par quanto ao <strong>de</strong>sgaste.<br />

n = 6,0 mm<br />

z1 = 16 <strong>de</strong>ntes<br />

d1 = 96 mm<br />

<strong>de</strong>1= 108 mm<br />

p = 18,84 mm<br />

z2 = 60 <strong>de</strong>ntes<br />

d2 = 360 mm<br />

<strong>de</strong>2= 372 mm<br />

l = 120 mm<br />

11.4 - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS<br />

11.4.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />

Figura 5 – Engrenagens Cilíndricas.<br />

O cálculo é feito no plano, normal no eixo do <strong>de</strong>nte. Neste plano, o <strong>de</strong>nte helicoidal po<strong>de</strong><br />

ser aproximado ao <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma engrenagem cilíndrica reta com número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual ao<br />

número virtual com o ângulo <strong>de</strong> processo:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Padm = carga admissível no plano normal<br />

P<br />

P<br />

adm<br />

adm<br />

σ r ⋅C<br />

v<br />

= Y * ⋅b<br />

⋅ Pn<br />

⋅<br />

K<br />

= P<br />

adm<br />

S<br />

σ r ⋅ Cv<br />

⋅ n ⋅ cosα = Y * ⋅b<br />

⋅ Pn<br />

⋅ ⋅ cosα<br />

K<br />

Pn < Padm - Condição <strong>de</strong> Cálculo<br />

A condição no plano normal ao eixo da engrenagem passa a ser:<br />

P<br />

P<br />

adm<br />

adm<br />

β σ r ⋅C<br />

v<br />

= Y * ⋅ f ⋅ ⋅ M n ⋅π<br />

⋅ ⋅cos<br />

α<br />

cosα<br />

K<br />

σ r ⋅ Cv<br />

= Y *<br />

⋅ f ⋅1<br />

⋅ mn<br />

⋅<br />

K<br />

S<br />

S<br />

S<br />

P ≤ Padm<br />

361


2⋅<br />

M<br />

P =<br />

d<br />

n<br />

t<br />

2⋅<br />

M t 2⋅<br />

M t ⋅cos<br />

α<br />

= =<br />

M ⋅ Z M ⋅ 2<br />

f<br />

2⋅<br />

M t ⋅cos<br />

α<br />

σ r ⋅C<br />

≤ Y * ⋅ f ⋅1⋅<br />

mn<br />

⋅<br />

M ⋅2<br />

K<br />

11.4.2 - VERIFICAÇÃO DO DESGASTE<br />

n<br />

M<br />

n<br />

S<br />

v<br />

sendo l=k<br />

2 ⋅ M t ⋅ cosα<br />

⋅ K1<br />

⋅ K t<br />

≥<br />

3 σ r ⋅ Cv<br />

⋅ Y * ⋅ f ⋅ K ⋅ Z<br />

K<br />

S<br />

A relação S e Sf e a mesma entre os raios <strong>de</strong> curvatura dadas na fórmula <strong>de</strong> HERTZ.<br />

Disto conclui-se que se po<strong>de</strong> verificar a engrenagem helicoidal ao <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rando um<br />

par <strong>de</strong> rodas cilíndricas tendo a mesma seção frontal <strong>de</strong> um par helicoidal, isto é, tendo o<br />

(20)<br />

mesmo número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, mesmo modulo e mesmo ângulo <strong>de</strong> pressão frontal.<br />

P = C ⋅1<br />

⋅ pf ⋅ C<br />

adm<br />

on<strong>de</strong><br />

f<br />

sen<br />

β<br />

v<br />

Z<br />

⋅ Z<br />

E + E<br />

C f =<br />

2<br />

1 1 2<br />

⋅<br />

4 ⋅ 4 Z1<br />

+ Z 2<br />

1 2 2<br />

⋅ ⋅σ<br />

c adm<br />

E1<br />

⋅ E2<br />

P ≤ Padm<br />

on<strong>de</strong>: σc adm 2 é um valor experimental, tem o mesmo valor usado nas cilíndricas retas.<br />

σ<br />

2<br />

c adm<br />

0,<br />

5HB<br />

=<br />

g<br />

6<br />

10<br />

6<br />

11.4.3 – EXERCÍCIO RESOLVIDO - ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS<br />

1. OBS: neste exercício aparecerão algumas fórmulas que não foram vista anteriormente.<br />

Dimensionar o par <strong>de</strong> Engrenagens cilíndricas helicoidais <strong>de</strong> eixos <strong>para</strong>lelos, sendo<br />

dados:<br />

N = 10 CV potência a transmitir<br />

n = 1200 rpm rotação do pinhão<br />

R = 4/1 razão <strong>de</strong> redução<br />

perfil envolvente, não corrigido, β = 20º, α=22º, carregamento com choques, aço SAE<br />

1045 com<br />

σr = 60 Kg/mm 2<br />

362


vida das engrenagens 20.000 horas.<br />

a) dimensionar pela resistência<br />

b) verificação pelo <strong>de</strong>sgaste<br />

c) cálculo do rendimento<br />

m<br />

3<br />

n ≥<br />

σ<br />

2 ⋅ M<br />

t<br />

cosα<br />

⋅ K<br />

1<br />

⋅ Y * ⋅Z<br />

⋅ K ⋅ C<br />

10⋅<br />

75⋅<br />

30<br />

= = 6<br />

π ⋅1200<br />

⋅ K<br />

v<br />

t<br />

⋅ f<br />

M t<br />

Mt = 6000 Kg.mm<br />

cos α = cos 22º = 0,93<br />

K1 = 1,5 Kt = 1,53 σ = σr/Ks = 60/5 = 12 Kg/mm 2<br />

Zv = 17 <strong>de</strong>ntes valor tirada da tabela <strong>para</strong> não haja interferência.<br />

Zv = Z/cos 3 α Z = Zv . cos 3 α = 17 . 0,8 ≅ 14<br />

K = 10 (adotado) Z = 17<br />

f = 1,5 (adotado) Y* β = 20º Y* = 0,302<br />

Cv = 0,7 (adotado)<br />

Substituindo, teremos:<br />

m n<br />

m n<br />

≥<br />

3<br />

2⋅<br />

6000⋅<br />

0,<br />

93⋅1,<br />

5⋅1,<br />

53<br />

12⋅<br />

0,<br />

302⋅10<br />

⋅14<br />

⋅0,<br />

7 ⋅1,<br />

5<br />

2⋅<br />

60⋅<br />

0,<br />

93⋅1,<br />

53<br />

≥ 3 =<br />

1,<br />

2⋅<br />

3,<br />

02⋅1,<br />

4 ⋅0,<br />

7<br />

3,<br />

65<br />

mn<br />

⋅ Z 3,<br />

65⋅14<br />

d p = = = 55 r=27,5<br />

cosα<br />

0,<br />

93<br />

π ⋅1200<br />

v = Wr<br />

= ⋅27,<br />

5 v = 3,46 m/s<br />

30<br />

Logo:<br />

C v<br />

6<br />

= =<br />

6 + 3,<br />

46<br />

0,<br />

63<br />

Cv<br />

0,<br />

7<br />

⋅ 3 = 3,<br />

65⋅<br />

= 3,<br />

74<br />

C ' 0,<br />

63<br />

m n ' = mn<br />

3<br />

mn = 4 mais próximo padronizado<br />

v<br />

363


Verificação ao <strong>de</strong>sgaste:<br />

P =<br />

M<br />

v<br />

2⋅<br />

M ⋅cos<br />

α<br />

=<br />

mn<br />

⋅ Z<br />

2⋅<br />

6000⋅<br />

0,<br />

93<br />

P =<br />

= 200 Kg<br />

4⋅14<br />

P = l * p ⋅C<br />

⋅ C (21)<br />

adm<br />

l* = 1,5 . K . mn = 1,5 . 10 . 4 = 60,0 mm<br />

p<br />

f<br />

mn<br />

⋅π<br />

4⋅π<br />

= = = 13,<br />

6 mm<br />

cosα<br />

0,<br />

93<br />

sen2β<br />

Z<br />

⋅ Z<br />

+ E<br />

f 1 2 1 2 2<br />

C f = ⋅ ⋅ ⋅σ<br />

adm<br />

4,<br />

4 Z1<br />

+ Z 2 E1<br />

⋅ E2<br />

tan β n tan 20º<br />

tan β f = = = 0,<br />

391 βf = 21º30’<br />

cosα<br />

0,<br />

93<br />

R = 4/1<br />

HB = 3 σr<br />

σ<br />

c adm<br />

=<br />

E<br />

Z1 = 14 Z2 = 56<br />

0,<br />

5<br />

⋅<br />

H B<br />

g<br />

10<br />

σr = 60 HB = 180<br />

6<br />

g = 60 n n hf = 60 . 1200 . 20000 = 1,44 X 10 7<br />

Logo:<br />

=<br />

90<br />

= 26,<br />

9<br />

1440<br />

σ adm<br />

σadm<br />

4<br />

2 = 720<br />

Substituindo estes valores teremos:<br />

C f<br />

4<br />

0,<br />

68 14⋅<br />

56 4,<br />

2×<br />

10<br />

= ⋅ ⋅ ⋅720<br />

= 0,<br />

12<br />

8<br />

4,<br />

4 14 + 56 4,<br />

41×<br />

10<br />

Padm ≤ 60,0 . 13,6 . 0,12 . 0,63 Padm ≤ 66,5 200 ≤ 66,5<br />

teremos portanto que recalcular Cf.<br />

200 ≤ 60,0 . 13,6 . 0,63 . Cf’<br />

Cf’ = 200/55,5 = 0,36<br />

Cf<br />

K . σc adm 2<br />

f<br />

f<br />

v<br />

364


2<br />

C' 2<br />

f ⋅σ<br />

c adm 0,<br />

36 ⋅ 720<br />

σ 'c<br />

adm = = = 2160 σc’<br />

C 0,<br />

12<br />

2 .= 46,5<br />

Logo:<br />

f<br />

0,<br />

5 ⋅ H B<br />

σ adm = = 46,<br />

5 <br />

6 g<br />

6<br />

10<br />

e conseqüentemente σr = 46,5<br />

Rendimento:<br />

η =<br />

cos<br />

2<br />

46, 5⋅<br />

3,<br />

35<br />

H B =<br />

H B ≥ 310<br />

0,<br />

5<br />

2<br />

cos α ⋅cos<br />

β n<br />

0,<br />

86⋅<br />

0,<br />

94<br />

=<br />

η = 92%<br />

2<br />

α ⋅cos<br />

β + f ⋅ sen α 0,<br />

86⋅<br />

0,<br />

94 + 0,<br />

1⋅<br />

0,<br />

68<br />

11.5 - ENGRENAGENS CÔNICAS DE DENTES RETOS<br />

11.5.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />

A) ESTÁTICO<br />

mm = módulo médio<br />

⎛ K ⎞<br />

mm = m⋅<br />

⎜1−<br />

⋅ senε<br />

⎟<br />

⎝ Z ⎠<br />

1 Z<br />

K ≤ ⋅<br />

6 senε<br />

m<br />

3<br />

m ≥<br />

σ<br />

2 ⋅ M<br />

⋅ K ⋅Y<br />

* ⋅Z<br />

Y* fator <strong>de</strong> forma Zv (nº virtual <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes)<br />

β ângulo <strong>de</strong> pressão<br />

B) DINÂMICO<br />

m<br />

m ≥<br />

3<br />

σ ⋅ K ⋅Y<br />

* ⋅Z<br />

m ≥ 3<br />

σ<br />

t<br />

2⋅<br />

M<br />

v<br />

2 ⋅ M<br />

t<br />

v<br />

⎛ K ⎞<br />

⋅⎜1<br />

− ⋅sen<br />

ε ⎟<br />

⎝ Z ⎠<br />

⋅ K ⋅Y<br />

* ⋅Z<br />

t<br />

⋅ K<br />

t<br />

v<br />

⋅ K<br />

⋅K<br />

Fórmula <strong>de</strong> Lewis<br />

2<br />

1<br />

3<br />

⋅ C<br />

v<br />

(22)<br />

(23)<br />

365


K1 fator <strong>de</strong> serviço<br />

K2 fator <strong>de</strong> correção do fator <strong>de</strong> forma<br />

K2 = 1,70 <strong>para</strong> todas engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos<br />

m ≥<br />

3<br />

σ ⋅ K ⋅Y<br />

* ⋅Z<br />

2⋅<br />

M<br />

11.5.2 - ROTEIRO DE CÁLCULO (ESQUEMA)<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Cv m1 dp1 v1 Cv1 m2<br />

2<br />

v<br />

t<br />

⋅ K ⋅ K<br />

t<br />

1<br />

⎛ K ⎞<br />

⋅⎜1<br />

− ⋅sen<br />

ε ⎟<br />

⎝ Z ⎠<br />

m = m ⋅<br />

1<br />

3<br />

C<br />

C<br />

v<br />

v1<br />

3<br />

⋅ K<br />

2<br />

⋅C<br />

v<br />

(24)<br />

“Adota-se Cv = 0,7 e calcula-se m1 em seguida dp1, v1 e assim por diante”.<br />

11.5.3 - EXERCÍCIO RESOLVIDO<br />

1. Dimensionar a resistência, um par <strong>de</strong> engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos <strong>de</strong> eixos<br />

K1 = 1,5<br />

perpendiculares com razão <strong>de</strong> redução R = 19/7. A potência a transmitir é <strong>de</strong> 40 CV e o<br />

pinhão guiará a 2500 rpm. O material a usar será um aço <strong>de</strong> σr = 70 Kg/mm 2 . O<br />

carregamento será com choques, sob condições extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis. O perfil<br />

será envolvente β = 20º (corrigido). Quanto à precisão serão engrenagens comuns.<br />

Solução:<br />

N 40⋅<br />

75⋅<br />

30<br />

M t = = = 11,<br />

5 Kgm<br />

W π ⋅ 2500<br />

Kt = 1,43<br />

K2 = 1,70<br />

= σ<br />

σ<br />

K S<br />

1<br />

K ≤ ⋅<br />

6<br />

Mt = 11.500 Kg.mm<br />

rup<br />

=<br />

Z<br />

senε<br />

70<br />

6<br />

=<br />

11,<br />

8<br />

R = 19/7 Z1 = 3 X 7 = 21 (nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do pinhão)<br />

δ = ε1 + ε2 = 90º<br />

Kg / mm<br />

R = tg ε2 ∴ tg ε2 = 19/7 = 2,71 ε2 = 69º50’ e ε1 = 20º10’<br />

1 Z1<br />

1 21<br />

K ≤ ⋅ ≤ ⋅ K = 10,02 K ≅ 10<br />

6 sen20º<br />

10'<br />

6 0,<br />

34<br />

2<br />

366


Adotando Cv1 = 0,7<br />

3<br />

⎛ K ⎞ ⎛ 10 ⎞<br />

⎜1−<br />

⋅ senε<br />

⎟ = ⎜1−<br />

⋅ sen20º<br />

10'⎟<br />

⎝ Z ⎠ ⎝ 21 ⎠<br />

Z c<br />

Y*<br />

Z<br />

= =<br />

cos ε<br />

β = 20º<br />

21<br />

cos 20º<br />

10'<br />

=<br />

pela tabela Y* = 0,33<br />

m<br />

1<br />

=<br />

3<br />

11,<br />

8<br />

21<br />

0,<br />

94<br />

=<br />

3<br />

22,<br />

3<br />

2⋅11.<br />

500⋅1,<br />

43⋅1,<br />

50<br />

⋅0,<br />

33⋅<br />

22,<br />

3⋅<br />

0,<br />

58⋅<br />

0,<br />

7 ⋅1,<br />

70⋅10<br />

3<br />

m 1 = 83 m1 = 4,35<br />

dp1 = m1 . Z = 4,35 X 21 = 91,5 mm<br />

π ⋅ n π ⋅91,<br />

5×<br />

10<br />

= =<br />

60<br />

60<br />

d<br />

⋅ 2500<br />

⎛ 10 ⎞<br />

= ⎜1−<br />

⋅0,<br />

34⎟<br />

⎝ 21 ⎠<br />

−3<br />

v 1<br />

v1 = 12 m/s<br />

6 6 6<br />

= = =<br />

6 + v 6 + 12 18<br />

Cv 2<br />

Cv2 = 0,33<br />

3<br />

=<br />

3 ( 0,<br />

836)<br />

= 0,<br />

58<br />

0,<br />

7<br />

m 2 = m1<br />

= 4,<br />

35⋅<br />

2,<br />

1 m2 = 5,58 m = 6 (mais próximo padronizado)<br />

0,<br />

33<br />

Verificação ao <strong>de</strong>sgaste:<br />

Patuante ≤ Padm<br />

M<br />

r<br />

m<br />

t<br />

≤ l ⋅ p<br />

m<br />

⋅ C ⋅ C<br />

v<br />

1<br />

⋅<br />

K<br />

On<strong>de</strong>: Mt momento atuante<br />

rm raio médio<br />

r<br />

m<br />

d p l<br />

= − ⋅sen<br />

ε<br />

2 2<br />

l comprimento do <strong>de</strong>nte<br />

Pm-‘ passo médio<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Pm = π . mm = π . m (1 – K/z . sen ε)<br />

sen<br />

β<br />

Z<br />

⋅ Z<br />

C =<br />

2<br />

4,<br />

4<br />

v1<br />

v2<br />

⋅<br />

Z v1<br />

+ Z v2<br />

1 2 2<br />

⋅ ⋅σ<br />

c adm<br />

E1<br />

⋅ E2<br />

3<br />

E<br />

+ E<br />

367


H B<br />

σ c adm<br />

on<strong>de</strong> g = 60 . n . hf<br />

0,<br />

5 ⋅<br />

=<br />

g<br />

10<br />

HB = dureza Brinell<br />

6<br />

Cv Coeficiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong><br />

C v<br />

6<br />

=<br />

6 + v<br />

ou<br />

C v<br />

5,<br />

6<br />

=<br />

5,<br />

6 +<br />

v<br />

ou<br />

C v<br />

3<br />

=<br />

3 +<br />

K3 fator que leva em Conta a distribuição não uniforme <strong>de</strong> cargas sobre o <strong>de</strong>nte das<br />

Engrenagens cônicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos.<br />

Verificação ao <strong>de</strong>sgaste <strong>para</strong> o problema anterior:<br />

M<br />

r<br />

m<br />

t<br />

≤ l ⋅ p<br />

m<br />

⋅ C ⋅ C<br />

Mt = 11.500Kg . mm<br />

d<br />

l<br />

2<br />

v<br />

1<br />

⋅<br />

K<br />

3<br />

p<br />

m = − ⋅ senε<br />

1 ; m = 6 dp = m . Z = 6 X 21<br />

r<br />

2<br />

l = K . m = 10 X 6 = 60<br />

sen ε1 = sen 20º10’ = 0,34<br />

rm = 126/2 – 60/2 . 0,34 = 52,65<br />

pm = π . m (1 – K/Z sen ε1) = π . 6 . (1 - 10/21 . 0,34) pm = 16<br />

Cv = 0,33 calculado anteriormente<br />

K3 = 1,4<br />

sen 2ε<br />

Z v1<br />

⋅ Z v2<br />

E1<br />

+ E2<br />

C = ⋅ ⋅ ⋅σ<br />

4,<br />

4 Z + Z E ⋅ E<br />

Z v<br />

Z<br />

Z<br />

E<br />

Z<br />

2<br />

v1<br />

v1<br />

1<br />

1<br />

v1<br />

=<br />

=<br />

⋅ Z<br />

+ Z<br />

+ E<br />

E ⋅ E<br />

v1<br />

21<br />

cos20º<br />

10'<br />

57<br />

cos 69º<br />

50'<br />

v2<br />

2<br />

v2<br />

2<br />

=<br />

=<br />

2,<br />

24<br />

v2<br />

= 165,<br />

2<br />

1<br />

( 0,<br />

224 + 1,<br />

652)<br />

×<br />

=<br />

2<br />

3<br />

⋅1,<br />

652×<br />

10<br />

× 10<br />

4<br />

4, 2 10<br />

−4<br />

= 0,<br />

95×<br />

10<br />

8<br />

4,<br />

4×<br />

10<br />

21<br />

0,<br />

94<br />

=<br />

22,<br />

4<br />

2<br />

2<br />

c adm<br />

= 19,<br />

7<br />

v<br />

(<strong>para</strong> aço com E = 2,1 X 10 4 Kg/mm 2 )<br />

368


0,<br />

5 ⋅ 210<br />

=<br />

g<br />

6<br />

10<br />

σ c adm<br />

se g = 60 . 2500 . 2000 g = 3 X 10 9<br />

=<br />

105 105<br />

=<br />

3000 3,<br />

8<br />

σ c adm<br />

σc adm 2 = 27,7 2 = 762<br />

Logo: C = 0,146/1 . 19,7 . 0,95 X 10 -4 . 762 C = 0,208<br />

Então: 11.500/52,65 ≤ 60 . 16 . 0,208 . 0,33 . 1/1,4 218 ≤ 47,066<br />

Não verificou, faremos uma correção aumentando a dureza do material.<br />

C = X . σc adm 2<br />

C 2<br />

C1 = ⋅σ<br />

'c adm mas<br />

σ<br />

2<br />

c adm<br />

1 H B<br />

Então: 2<br />

C H '<br />

σ<br />

σ<br />

2<br />

c adm<br />

' 2<br />

c adm<br />

=<br />

H<br />

H<br />

B<br />

B<br />

2<br />

C<br />

= logo: 218 ≤ 60 . 16 . 0,33 . 1/1,4 . C1 218 ≤ 227 C1<br />

C1 ≥ 218/227 = 0,96<br />

2<br />

C 1 H B<br />

=<br />

2 <br />

C H B '<br />

HB’ ≥ 450<br />

11.6 - PARAFUSO SEM FIM E COROA<br />

B<br />

'<br />

2 2 0,<br />

96<br />

H B ' = 210 ⋅ HB’<br />

0,<br />

208<br />

2 = 210 2 X 4,6<br />

11.6.1 - DIMENSIONAMENTO PELA RESISTÊNCIA<br />

Sendo a coroa o elemento menos resistente, será o <strong>de</strong>terminante do módulo. A forma<br />

dos <strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> espessura variável, bem como o tipo <strong>de</strong> contacto, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários<br />

fatores, tais como o ângulo da rosca, ângulo <strong>de</strong> avanço do <strong>para</strong>fuso, dificultam ainda mais uma<br />

solução teórica precisa.<br />

Diante disso, adotam-se hipóteses simplificadoras que conduzem a resultados apenas<br />

aproximadas, não se consi<strong>de</strong>rando consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> rigorismo, como o fator <strong>de</strong> concentração<br />

<strong>de</strong> tensões, por exemplo. As fórmulas serão análogas aquelas das engrenagens cilíndricas<br />

helicoidais <strong>de</strong> eixos <strong>para</strong>lelos.<br />

A ruptura po<strong>de</strong>r-se-á dar por flexão ou por cisalhamento; Earle Buchinghan, aconselha,<br />

<strong>para</strong> a flexão, <strong>de</strong>terminar o modulo pela equação <strong>de</strong> Lewis.<br />

369


on<strong>de</strong> o índice c se refere a coroa.<br />

fórmula:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

2 ⋅ M<br />

⋅ cosα<br />

tc c<br />

m 3<br />

n ≥<br />

(26)<br />

K ⋅Y<br />

* ⋅Z<br />

c ⋅σ<br />

Para o cisalhamento, a mesma autorida<strong>de</strong> aconselha a <strong>de</strong>terminar a resistência pela<br />

F<br />

τ<br />

2<br />

= ⋅ S ⋅τ<br />

3<br />

Pat ≤ Fτ (26)<br />

Fτ é o esforço cortante a que po<strong>de</strong> resistir o <strong>de</strong>nte (1 X g).<br />

S = λ . 1 . PAP - é um valor proporcional à área resistente (mm 2 )<br />

λ - é uma constante<br />

l - é o comprimento do helicoi<strong>de</strong><br />

τ - é a tensão <strong>de</strong> cisalhamento do material (Kg/mm 2 )<br />

PAP - é o passo axial do <strong>para</strong>fuso<br />

βα (P)<br />

14º3<br />

0’<br />

20º 25º 30º<br />

λ 0,60 0,70 0,75 0,75<br />

Tabela 8 – Passo axial do <strong>para</strong>fuso.<br />

11.6.2 - DIMENSIONAMENTO PELO DESGASTE<br />

Earle Buckingham aconselha o uso da fórmula abaixo <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação da força<br />

resistente que o <strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> suportar:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

dpc é o diânetro primitivo da coroa (mm)<br />

b é a largura da coroa (mm)<br />

Padm = dpc . b . K1 Pat ≤ Padm (27)<br />

K1 é o fator <strong>de</strong> pressão em Kg/mm 2 , obtido do quadro abaixo:<br />

370


Material Fator <strong>de</strong> Pressão (K1) [K1 – Kg/cm 2 ]<br />

Parafuso Coroa γp = 0 a 10º γp = 10º a 25º γp >25º<br />

Aço (250 BR) Bronze fosforoso 420 500 650<br />

Aço cementado Bronze fosforoso 560 700 850<br />

Aço cementado Bronze fosforoso 850 1050 1300<br />

Ferro Fundido Bronze fosforoso 1050 1300 1600<br />

OBS: γp – ângulo <strong>de</strong> avanço do <strong>para</strong>fuso<br />

Tabela 9 – Fatores <strong>de</strong> Pressão.<br />

αc – ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice da coroa<br />

γp = αc<br />

Figura 6 – Ângulo <strong>de</strong> inclinação.<br />

11.6.3 - VERIFICAÇÃO DISSIPAÇÃO DE CALOR<br />

On<strong>de</strong> R - razão <strong>de</strong> redução<br />

C - distância entre eixos em mm<br />

N CV<br />

1<br />

1,<br />

9 ⋅ C<br />

=<br />

R + C<br />

N CV - potência que po<strong>de</strong> ser transmitida sob condições admissíveis <strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong><br />

calor. Se a caixa da engrenagem fica muito quente, o óleo po<strong>de</strong> tornar-se muito fino e<br />

ser expulso das superfícies pela pressão <strong>de</strong> contacto. Se isto acontecer, o atrito<br />

aumentara, mais calor será produzido e, finalmente, ocorrera sério <strong>de</strong>sgaste. Os<br />

lubrificantes <strong>de</strong> extrema pressão (EP) reduzem as dificulda<strong>de</strong>s resultantes do atrito<br />

combinado, tornando possível capacida<strong>de</strong>s mais elevadas.<br />

, 7<br />

371


11.6.4 - RENDIMENTO DOS PARAFUSOS SEM-FIM<br />

Um estudo das forças na área <strong>de</strong> contacto conduzirá a uma expressão <strong>para</strong> o<br />

rendimento. A reação da superfície, <strong>para</strong> a análise das forças, po<strong>de</strong> ser admitida num ponto O<br />

(figura 7).<br />

Figura 7 – Análise das forças <strong>de</strong> um <strong>para</strong>fuso sem-fim.<br />

A força N é perpendicular à superfície naquele ponto e é mostrada atuando sobre o sem-<br />

fim; assim sua projeção sobre o plano Zy, fará segundo um ângulo βα com o eixo dos Z on<strong>de</strong> βα<br />

é o angulo <strong>de</strong> pressão num plano dimensional. Sua projeção sobre o plano ZX se fará segundo<br />

um ângulo γ com o eixo dos Z on<strong>de</strong> γ é o ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> rosca.<br />

O plano abcd é ao eixo dos Z e abcd retângulo. O ângulo doc é βα o ângulo <strong>de</strong> pressão<br />

no plano normal é βu = ângulo aôb. A relação entre estes ângulos é a seguinte:<br />

ab<br />

tan β n = e tan βα<br />

=<br />

CO<br />

como po<strong>de</strong> ser visto na fig. anterior. Dividindo tg βn por tg βα e notando que ab = dc, obtemos:<br />

tan β<br />

tan β<br />

n<br />

a<br />

CO<br />

= = cosγ<br />

bO<br />

dc<br />

CO<br />

ou tg βn = tg βα . cos γ (28)<br />

Além da força normal existe a força <strong>de</strong> atrito que é tangente à hélice e fica no plano xZ.<br />

A reação total do plano é a soma vetorial <strong>de</strong>stas duas forças. As forças nas quais estamos<br />

interessados são as <strong>componentes</strong> x, y e z da reação total da superfície, chamadas<br />

respectivamente wt, S e Ft conforme a fig. Vamos relacioná-las com N e Ff = fN. A componente<br />

<strong>de</strong> N sobre Ob é N cos βu. A componente <strong>de</strong> N cos βu ao longo do eixo dos Z é N cos βu . cos γ ,<br />

que atua <strong>para</strong> baixo. A componente da força vertical <strong>de</strong> atrito Ff é fN sen γ quando atua <strong>para</strong><br />

cima. A componente vertical total Ft é dada por:<br />

372


Ft = N cosβn . cos γ - fN sen γ (29)<br />

atuando <strong>para</strong> baixo na fig. on<strong>de</strong> Ft é a força motriz sobre a coroa, obtida da equação <strong>de</strong><br />

potência <strong>de</strong> saída aplicada a engrenagem. A componente horizontal da reação total no plano (N<br />

e fN) é:<br />

Wt = N cos βn . sen γ + fN cos γ (30)<br />

on<strong>de</strong> é a força motora sobre o sem-fim e é ao eixo do <strong>para</strong>fuso no circulo primitivo.<br />

Eliminando N das equações (29) e (30), obtemos:<br />

W<br />

t<br />

⎡cos<br />

β u ⋅ senγ<br />

+ f ⋅cos<br />

γ ⎤<br />

= Ft<br />

⋅ ⎢<br />

⎥<br />

⎣cos<br />

β u ⋅cos<br />

γ − f ⋅ senγ<br />

⎦<br />

Se a força <strong>de</strong> atrito é nula, f = 0 e a equação (31) torna-se:<br />

(31)<br />

⎡ cos β u ⋅ senγ<br />

⎤<br />

W t ' = Ft<br />

⋅ ⎢<br />

⎥ = Ft<br />

⋅ tan γ (32)<br />

⎣cos<br />

β u ⋅cos<br />

γ ⎦<br />

Wt é a força que se opõe ao giro do sem-fim. Quando <strong>para</strong>fuso executa uma rotação,<br />

numa certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho é efetuada contra essa resistência, conseqüentemente em<br />

(31) e (32). Wt é respectivamente proporcional ao trabalho executado com e sem atrito.<br />

Conseqüentemente, o rendimento, que é a razão do trabalho i<strong>de</strong>al (sem atrito) <strong>para</strong> o trabalho<br />

real (com atrito), é a relação entre da equação (32) e da equação (31) ou<br />

Wt<br />

' ⎡cos<br />

β n cos γ − f ⋅ senγ<br />

⎤<br />

M = = tan γ ⋅ ⎢<br />

⎥<br />

Wt<br />

⎣ cos β u senγ<br />

+ f ⋅cos<br />

γ ⎦<br />

⎡ cos β u − f ⋅ tan γ ⎤<br />

ou M = tan γ ⋅ ⎢<br />

⎥<br />

⎣cos<br />

β u − tan γ + f ⎦<br />

Uma representação gráfica típica da equação anterior, rendimento em função do ângulo<br />

<strong>de</strong> avanço γ, é mostrada na figura 8 abaixo. O rendimento <strong>de</strong>stas transmissões, além <strong>de</strong> variar<br />

com β e γ, é sensível à lubrificação, à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento no contacto, à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mão-<strong>de</strong>-obra e aos materiais.<br />

373


Figura 8 – Rendimento x Avanço.<br />

Da figura 8 vemos que <strong>para</strong> ângulos <strong>de</strong> avanço muito pequenos, o rendimento é baixo,<br />

porém <strong>para</strong> ângulos <strong>de</strong> avanço entre 30º e 60º o rendimento é razoavelmente elevado. Quanto<br />

menor for o diâmetro do sem-fim <strong>para</strong> um passo particular, maior será o ângulo <strong>de</strong> avanço,<br />

porém, <strong>para</strong> se obter ângulo <strong>de</strong> avanço <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> gama <strong>de</strong> rendimentos máximos é necessário<br />

usar-se <strong>para</strong>fuso sem-fim <strong>de</strong> várias entradas, com 3, 4, 5 ou mais filetes.<br />

11.6.5 - EXERCÍCIO RESOLVIDO - SEM FIM E COROA<br />

1 . Dimensionar um sistema, <strong>para</strong>fuso coroa, segundo as especificações:<br />

Potencia a transmitir = 22 CV<br />

Rotação do <strong>para</strong>fuso 1980 rpm<br />

Rotação da coroa = 180 rpm<br />

Material do <strong>para</strong>fuso = aço cementado<br />

com σr = 90 Kg/mm 2 τr = 45 Kg/mm 2<br />

funcionando em condições normais com Fs = 3<br />

material da coroa - Bronze fósforo:<br />

σr = 27 Kg/mm 2<br />

τr = 12 Kg/mm 2<br />

ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> hélice = 14º<br />

Serviço contínuo, caixa comum com ventilação, sendo o sem fim com perfil envolvente.<br />

374


a) dimensionar pela resistência - carregamento Estático.<br />

b) verificação ao <strong>de</strong>sgaste.<br />

c) verificação quanto ao cisalhamento.<br />

d) cálculo do rendimento.<br />

e) verificação a dissipação <strong>de</strong> calor.<br />

Dimensionamento pela Resistência<br />

m<br />

M<br />

3<br />

n ≥<br />

σ<br />

2 ⋅ M tc ⋅ cosα<br />

c<br />

supondo carregamento estático.<br />

⋅Y<br />

* ⋅Z<br />

⋅ K<br />

716⋅<br />

N<br />

n<br />

c<br />

716⋅<br />

22<br />

= = 87,<br />

5 Kgm<br />

180<br />

CV<br />

tc = Mtc = 87500 Kgmm<br />

cos αc = cos 14º = 0,97<br />

σ = σr/Ks = 27/3 = 9 Kg/mm 2 σ = 9 Kg/mm 2<br />

R = 1980/180 = 11/1 mas R = Zc/Zp<br />

pela tabela uma relação <strong>de</strong> 10/1 4 entradas<br />

11/1 = Zc/4 Zc = 44 <strong>de</strong>ntes<br />

sendo o sem fim com 4 entradas.<br />

Para que não haja interferência temos que ter:<br />

Z<br />

vc<br />

Z c<br />

= = 3<br />

cos α<br />

c<br />

Zv = 50<br />

44<br />

0,<br />

97<br />

3<br />

=<br />

48,<br />

5<br />

≅ 50<br />

Y* Y* = 4,08 X 10 -1<br />

β = 20º<br />

2⋅<br />

87500 − 0,<br />

97<br />

9⋅<br />

0,<br />

408⋅<br />

4,<br />

4⋅<br />

8<br />

1,<br />

7×<br />

10<br />

m n ≥ 3<br />

= 3<br />

4<br />

2<br />

mn = 5<br />

b) Verificação ao <strong>de</strong>sgaste:<br />

Pat ≤ Padm<br />

P<br />

d<br />

at<br />

pc<br />

P at<br />

⋅ M<br />

=<br />

d<br />

2<br />

pc<br />

tc<br />

13,<br />

6×<br />

10<br />

e 1 K b d Padm = pc ⋅ ⋅<br />

mn<br />

⋅ Z c 5⋅<br />

44<br />

= = = 227<br />

cosα<br />

0,<br />

97<br />

c<br />

2⋅<br />

87500<br />

= = 772 Kg e<br />

227<br />

375


= l . cos αc = k .mn . cos αc<br />

b = 5 . 8 . 0,97 b = 38,8 mm<br />

K1 (fator <strong>de</strong> pressão) = 7 Kg/mm 2 (tabelado) 772 ≤ 227 . 38,8 . 7 ∴ Verifica<br />

Se a condição não fosse satisfeita recalcularia-se um novo módulo utilizando a expressão<br />

abaixo:<br />

2 M<br />

m<br />

n⋅Zc<br />

cosα<br />

c<br />

mn<br />

Z<br />

≤ ⋅ k ⋅ m<br />

cosα<br />

⋅ tc ⋅ c<br />

c<br />

n<br />

⋅ cosα<br />

⋅ k<br />

c) Verificação ao cisalhamento:<br />

Pat ≤ Fτ<br />

c<br />

1<br />

m<br />

≥<br />

n<br />

3<br />

2 ⋅ M<br />

Z<br />

tc<br />

2<br />

c ⋅<br />

Fτ = 2/3 S . τ sendo τ = 45/3 S = λ . l . Pap<br />

λ Sap Zc p/ βap = 20º λ = 0,7<br />

L AP<br />

sen α c = <br />

l<br />

L = τ ⋅ P<br />

P<br />

AP<br />

AP<br />

= P<br />

fc<br />

AP<br />

LAP<br />

l =<br />

senα<br />

Pn<br />

π ⋅ mn<br />

= = =<br />

cosα<br />

cosα<br />

6⋅16,<br />

2 97,<br />

2<br />

l = = = 402<br />

sen14º<br />

sen14º<br />

c<br />

c<br />

c<br />

50⋅<br />

3,<br />

14<br />

0,<br />

97<br />

S = 0,7 . 402 . 16,2 = 4570 mm 2<br />

τ = 15 Kg/mm 2<br />

Fτ = 2/3 . 4570 • 15 Fτ = 45 . 700 Kg<br />

Logo:<br />

Pat ≤ Fτ<br />

d) Cálculo do Rendimento:<br />

PAP = 16,2 mm<br />

cos β n − f ⋅ tan γ cos β n − 0,<br />

1⋅<br />

tan14º<br />

η =<br />

⋅ tan γ =<br />

⋅ tan14º<br />

cos β ⋅ tan γ + f cos β ⋅ tan14º<br />

+ 0,<br />

1<br />

n<br />

n<br />

⋅ cosα<br />

k ⋅ k<br />

1<br />

c<br />

Figura 9 - Exercício resolvido 1.<br />

tg βn = tg βα . cos γ = tg 20 X cos 14 = 0,37 X 0,97 tg βn = 0,36 βn = 19º<br />

sendo ∴ cos 19º = 0,945 e tg 14º = 0,25<br />

376


0,<br />

945 − 0,<br />

1⋅<br />

0,<br />

25<br />

η =<br />

⋅0,<br />

25 = 0,<br />

685 η = 68,5%<br />

0,<br />

945⋅<br />

0,<br />

25 + 0,<br />

1<br />

e) Verificação quanto a dissipação <strong>de</strong> calor:<br />

⎛ C ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝100<br />

⎠<br />

2<br />

N1<br />

⋅Y1<br />

⋅Y2<br />

⋅Y<br />

≥<br />

n<br />

1 + 6 ⋅<br />

1000<br />

d pp + dpc<br />

C = mas<br />

2<br />

d<br />

d<br />

pp<br />

pc<br />

mn<br />

⋅ Z<br />

=<br />

senγ<br />

p<br />

p<br />

3<br />

5 ⋅ 4<br />

= = 83<br />

0,<br />

242<br />

mn<br />

⋅ Z c 5⋅<br />

44<br />

= = = 227<br />

senα<br />

c 0,<br />

97<br />

c<br />

83 + 227<br />

∴ C = = 155 mm<br />

2<br />

N1 = 22CV y2 = 1 (<strong>de</strong>vido a relação <strong>de</strong> redução)<br />

y1 =1 (serviço contínuo) y3 = 1,17 (aço temperado sem retificar)<br />

155 2<br />

⎛ ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝100<br />

⎠<br />

22⋅1⋅1⋅1,<br />

17<br />

≥<br />

1980<br />

1+<br />

6⋅<br />

1000<br />

25,<br />

75<br />

2 , 4 ≥ = 2 (logo 0K!)<br />

12,<br />

9<br />

11.7 - DIMENSIONAMENTO PELA NORMA AGMA<br />

11.7.1 - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS<br />

A) CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO, POR LEWIS, SEM CONSIDERAR O EFEITO<br />

DINÂMICO<br />

M 6Wt<br />

l<br />

Wt P<br />

a) σ = =<br />

b) σ<br />

=<br />

2<br />

l / c Ft<br />

FY<br />

377


Número <strong>de</strong><br />

Dentes<br />

Y<br />

Número <strong>de</strong><br />

Dentes<br />

Y<br />

Número <strong>de</strong><br />

Dentes<br />

12 0,245 21 0,328 50 0,409<br />

13 0,261 22 0,331 60 0,422<br />

14 0,277 24 0,337 75 0,435<br />

15 0,290 26 0,346 100 0,447<br />

16 0,296 28 0,353 150 0,460<br />

17 0,303 30 0,359 300 0,472<br />

18 0,309 34 0,371 400 0,480<br />

19 0,314 38 0,384 Rack 0,485<br />

20 0,322 43 0,397 - -<br />

Tabela 10 – Número <strong>de</strong> Dentes e fator Y.<br />

B) FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO EFEITO DINÂMICO<br />

a)<br />

b)<br />

K V<br />

K V<br />

1200<br />

= ; (sistema inglês)<br />

1200 + V<br />

6,<br />

1<br />

= ; (sistema internacional)<br />

6,<br />

1+<br />

V<br />

C) FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DA TENSÃO DE FLEXÃO CONSIDERANDO O EFEITO<br />

DINÂMICO<br />

Wt<br />

P<br />

a) σ = ; (sistema inglês)<br />

K FY<br />

v<br />

Wt<br />

b) σ = ; (sistema internacional)<br />

K FmY<br />

v<br />

D) FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO CARREGAMENTO TANGENCIAL<br />

a)<br />

b)<br />

W t<br />

33000H<br />

= ; on<strong>de</strong> H entra em hp (cavalo vapor) e V em ft/min (pés por minuto)<br />

V<br />

H<br />

Wt = ; on<strong>de</strong> H entra em Watts e V em m/s.<br />

V<br />

Y<br />

378


11.7.2 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - TENSÃO DE FLEXÃO EM ENGRENAGENS<br />

1. Um pinhão <strong>de</strong> aço tem um passo <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong>ntes/polegada, 22 <strong>de</strong>ntes, e um ângulo <strong>de</strong><br />

pressão <strong>de</strong> 20º. O pinhão gira a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1200 rpm e transmite uma potência<br />

<strong>de</strong> 15hp a uma engrenagem <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong>ntes. Se a face me<strong>de</strong> 2 polegadas estime a tensão<br />

<strong>de</strong> flexão.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

N<br />

d = →<br />

P<br />

22<br />

d = → d = 3,67 in<br />

6<br />

πdn<br />

× 3 , 67 × ( 1200)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

12<br />

12<br />

π<br />

V → V = 1152 ft / min<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

1200 1200<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

510<br />

1200 + V 1200 + 1152<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 22 tem-se Y = 0,331:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

W t<br />

33000H<br />

33000× 15<br />

= → Wt =<br />

→ Wt = 430lb<br />

V<br />

1152<br />

Wt<br />

P<br />

430×<br />

6<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão: σ = → σ =<br />

→ σ = 7,<br />

64Kpsi<br />

K FY 0,<br />

510×<br />

2 × 0,<br />

331<br />

v<br />

2. Um pinhão <strong>de</strong> aço possui um passo diametral <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong>ntes/polegada, 16 <strong>de</strong>ntes um<br />

ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º e tem a face do <strong>de</strong>nte com uma largura <strong>de</strong> ¾ <strong>de</strong> polegada. É<br />

esperado que este pinhão transmita 1,5 hp a uma rotação <strong>de</strong> 700 rpm. Determinar a<br />

tensão <strong>de</strong> flexão.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

N<br />

d = →<br />

P<br />

16<br />

d = → d = 1,33 in<br />

12<br />

dn<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V<br />

12<br />

π<br />

× 1 , 33×<br />

( 700)<br />

= → =<br />

12<br />

π<br />

V → V = 243, 73 ft / min<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

1200 1200<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

83<br />

1200 + V 1200 + 243,<br />

73<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 16 tem-se Y = 0,296:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

W t<br />

33000H<br />

33000× 1,<br />

5<br />

= → Wt =<br />

→ Wt = 203,<br />

1lb<br />

V<br />

243,<br />

73<br />

Wt<br />

P<br />

203,<br />

1×<br />

12<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão: σ = → σ =<br />

→ σ<br />

= 13,<br />

23Kpsi<br />

K v FY<br />

3<br />

0,<br />

83×<br />

× 0,<br />

296<br />

4<br />

379


3. Um pinhão <strong>de</strong> aço tem um módulo <strong>de</strong> 1,25 mm, 18 <strong>de</strong>ntes, um ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º<br />

e 12 mm <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> face. Em uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1800rpm é esperado que este<br />

pinhão consiga transmitir 0,5 kW. Determine o resultado da tensão <strong>de</strong> flexão.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 1 , 25×<br />

18 → d = 22,5 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 22 , 5×<br />

( 1800)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 2,<br />

12m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV = → K V = 0,<br />

742<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

2,<br />

12<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 18 tem-se Y = 0,309:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />

σ =<br />

68,<br />

58MPa<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

500<br />

Wt = → Wt = 235,<br />

85N<br />

2,<br />

12<br />

Wt<br />

σ = →<br />

K FmY<br />

v<br />

235,<br />

85<br />

σ =<br />

→<br />

0,<br />

742×<br />

12 × 1,<br />

25×<br />

0,<br />

309<br />

4. Um pinhão com 15 <strong>de</strong>ntes e um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º módulo <strong>de</strong> 5 mm e a largura<br />

da face igual a 60 mm. O pinhão gira a uma rotação <strong>de</strong> 200 rpm e transmite 5 kW <strong>para</strong><br />

uma engrenagem idêntica. Qual é o resultado do a tensão <strong>de</strong> flexão.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 5× 15 → d = 75 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 75× ( 200)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000 60000<br />

π<br />

V → V = 0,<br />

785m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

886<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

0,<br />

785<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 15 tem-se Y = 0,290:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />

σ<br />

= 82,<br />

63MPa<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

5000<br />

Wt = → Wt = 6369,<br />

43N<br />

0,<br />

785<br />

Wt<br />

σ =<br />

→<br />

K FmY<br />

v<br />

6369,<br />

43<br />

σ =<br />

→<br />

0,<br />

886×<br />

60×<br />

5×<br />

0,<br />

290<br />

380


5. Um pinhão com um módulo <strong>de</strong> 1mm 16 <strong>de</strong>ntes 20º <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> contato e um<br />

carregamento <strong>de</strong> 0,15 kW a uma rotação <strong>de</strong> 400 rpm. Determine a largura da face <strong>para</strong><br />

uma tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 150 MPa.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 1× 16 → d = 16 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 16× ( 400)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000 60000<br />

π<br />

V → V = 0,<br />

335m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

948<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

0,<br />

335<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 16 tem-se Y = 0,296:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />

F = 10,<br />

64mm<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

150<br />

Wt = → Wt = 447,<br />

76N<br />

0,<br />

335<br />

Wt<br />

σ =<br />

→<br />

K FmY<br />

v<br />

447,<br />

76<br />

F =<br />

→<br />

0,<br />

948×<br />

150×<br />

1×<br />

0,<br />

296<br />

6. Um pinhão com ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º tem 17 <strong>de</strong>ntes e um módulo <strong>de</strong> 1,5 mm<br />

transmitindo 0,25kW na rotação <strong>de</strong> 400 rpm. Encontre a largura do <strong>de</strong>nte apropriada<br />

<strong>para</strong> que a tensão <strong>de</strong> flexão não ultrapasse 75 MPa.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 1 , 5×<br />

17 → d = 25,5 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 25 , 5×<br />

( 400)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 0,<br />

534m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

919<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

0,<br />

335<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 17 tem-se Y = 0,303:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />

F ≥<br />

26,<br />

32mm<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

250<br />

Wt = → Wt = 825,<br />

08N<br />

0,<br />

303<br />

Wt<br />

σ = →<br />

K FmY<br />

v<br />

825,<br />

08<br />

F =<br />

→<br />

0,<br />

919×<br />

75×<br />

1,<br />

5×<br />

0,<br />

303<br />

381


7. Com um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º um pinhão transmite 1,5 kW a uma rotação <strong>de</strong> 900<br />

rpm. Se o pinhão tem 18 <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>termine valores coerentes <strong>para</strong> o módulo e a largura<br />

do <strong>de</strong>nte. A tensão <strong>de</strong> flexão não po<strong>de</strong> ultrapassar 75 MPa.<br />

• Para um módulo igual a 2,5mm<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 2 , 5×<br />

18 → d = 45 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 45× ( 900)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000 60000<br />

π<br />

V → V = 2,<br />

12m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV = → K V = 0,<br />

742<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

2,<br />

12<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 18 tem-se Y = 0,309:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />

F ≥ 16,<br />

46mm<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

1500<br />

Wt = → Wt = 707,<br />

55N<br />

2,<br />

12<br />

Wt<br />

σ = →<br />

K FmY<br />

v<br />

707,<br />

55<br />

F =<br />

→<br />

0,<br />

742 × 75×<br />

2,<br />

5×<br />

0,<br />

309<br />

8. Uma engrenagem pinhão <strong>para</strong> transmitir 3,5kW em uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1200 rpm. Com<br />

um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º, 19 <strong>de</strong>ntes e com uma tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 70 MPa,<br />

encontre valores coerentes <strong>para</strong> a largura <strong>de</strong> face e o módulo.<br />

• Para um módulo igual a 2,5mm<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 2 , 5×<br />

19 → d = 47,5mm<br />

N<br />

π.<br />

d.<br />

n × 47 , 5×<br />

( 1200)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 2,<br />

984m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

671<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

2,<br />

984<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 19 tem-se Y = 0,314:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> flexão:<br />

F =<br />

31,<br />

8mm<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

3500<br />

Wt = → Wt = 1172,<br />

76N<br />

2,<br />

984<br />

Wt<br />

σ = →<br />

K FmY<br />

v<br />

1172,<br />

76<br />

F =<br />

→<br />

0,<br />

671×<br />

70 × 2,<br />

5×<br />

0,<br />

314<br />

382


9. Estime a potência que po<strong>de</strong> ser transmitida em kW em um pinhão com módulo <strong>de</strong> 4mm,<br />

20 <strong>de</strong>ntes, ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º, largura da face do <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> 50mm, rotação <strong>de</strong><br />

1000 rpm e máxima tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 62,5 MPa.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 4 × 20 → d = 80mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 80 × ( 1000)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 4,<br />

189m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

592<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

4,<br />

189<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 20 tem-se Y = 0,322:<br />

• Cálculo da carga tangencial: = σK<br />

FmY → W = 62 , 5×<br />

0,<br />

592×<br />

50×<br />

4 × 0,<br />

322 →<br />

W t<br />

= 2382,<br />

8<br />

N<br />

Wt v<br />

• Cálculo da potência: = W V → H = 2382 , 8×<br />

4,<br />

189 → H ≤ 9,<br />

98kW<br />

H t<br />

10. Um pinhão com um ângulo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 20º tem um módulo <strong>de</strong> 6mm, 21 <strong>de</strong>ntes,<br />

largura da face <strong>de</strong> 75mm e uma tensão <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> 60 MPa. Qual é a potência máxima<br />

que po<strong>de</strong> ser transmitida se a rotação for <strong>de</strong> 800 rpm.<br />

• Cálculo do diâmetro:<br />

d<br />

m = → d = 6 × 21→<br />

d = 126mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 126× ( 800)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong>: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 5,<br />

278m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

t<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV =<br />

→ K V = 0,<br />

536<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

5,<br />

278<br />

• Pela tabela 1 <strong>para</strong> um número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes igual a 21 tem-se Y = 0,328:<br />

• Cálculo da carga tangencial: = σK<br />

FmY → W = 60 × 0,<br />

536×<br />

75×<br />

× 0,<br />

328 →<br />

W t<br />

= 4746,<br />

82<br />

Wt v<br />

• Cálculo da potência transmitida: = W V → H = 4746 , 82 × 5,<br />

278 → H = 25,<br />

05kW<br />

.<br />

H t<br />

t<br />

383


11.7.3 - DURABILIDADE SUPERFICIAL<br />

E) COEFICIENTE ELÁSTICO É DEFINIDO PELA AGMA - FÓRMULA OU TABELA<br />

C<br />

p<br />

⎡<br />

⎢<br />

⎢<br />

= ⎢<br />

⎢π<br />

⎜<br />

⎢ ⎜<br />

⎣ ⎝<br />

1<br />

2 ⎛1 −υ<br />

p 1−<br />

E<br />

p<br />

+<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

2 ⎥<br />

υ ⎞ g ⎟⎥<br />

E ⎟⎥<br />

g ⎠⎦<br />

on<strong>de</strong> E é o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> do material constituinte e v é a razão <strong>de</strong> Poisson dados pela<br />

tabela 11.<br />

Constantes físicas dos materiais<br />

Material<br />

Módulo <strong>de</strong><br />

Elasticida<strong>de</strong><br />

(GPA)<br />

Razão <strong>de</strong><br />

Poisson<br />

Alumínio (todos os tipos) 71,0 0,334<br />

Liga <strong>de</strong> berílio e cobre 124,0 0,285<br />

Latão 106,0 0,324<br />

Aço carbono 207,0 0,292<br />

Ferro fundido, cinza 100,0 0,211<br />

Cobre 119,0 0,326<br />

Vidro 46,2 0,245<br />

Liga <strong>de</strong> níquel,<br />

cromo e ferro<br />

214,0 0,290<br />

Chumbo 36,5 0,425<br />

Magnésio 44,8 0,350<br />

Molibdênio 331,0 0,307<br />

Monel 179,0 0,320<br />

Liga <strong>de</strong> níquel e prata 127,0 0,322<br />

Liga <strong>de</strong> níquel e aço 207,0 0,291<br />

Bronze fosforoso 111,0 0,349<br />

Aço inoxidável 190,0 0,305<br />

Tabela 11- Módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e razão <strong>de</strong> Poisson <strong>para</strong> os diferentes tipos <strong>de</strong> materiais.<br />

384


Coeficiente elástico (Cp) em MPa Aço<br />

Material do<br />

pinhão<br />

Módulo <strong>de</strong><br />

elasticida<strong>de</strong> (MPa)<br />

Ferro<br />

maleável<br />

Material da engrenagem<br />

Ferro<br />

nodular<br />

Ferro<br />

fundido<br />

Alumínio<br />

e bronze Latão<br />

200000 170000 170000 150000 120000 110000<br />

Aço 200000 191 181 179 174 162 158<br />

Ferro maleável 170000 181 174 172 168 158 154<br />

Ferro nodular 170000 179 172 170 166 156 152<br />

Ferro fundido 150000 174 168 166 163 154 149<br />

Alumínio e<br />

bronze<br />

120000 162 158 156 154 145 141<br />

Latão 110000 158 154 152 149 141 137<br />

Tabela 12 - Coeficiente elástico Cp com relação ao material do pinhão e da engrenagem.<br />

F) FATOR DINÂMICO CV<br />

Para encontrarmos o fator dinâmico <strong>de</strong> um engrenamento po<strong>de</strong>mos utilizar a fórmula<br />

abaixo ou a Tabela 13.<br />

C<br />

v<br />

⎡<br />

= ⎢<br />

⎢<br />

⎣ A +<br />

A<br />

( 200V<br />

)<br />

1<br />

2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎦<br />

B<br />

, A = + 56(<br />

1−<br />

B)<br />

50 e<br />

2<br />

12 3<br />

( − Q )<br />

v<br />

B = on<strong>de</strong>: V é a velocida<strong>de</strong> tangencial<br />

4<br />

em (m/s) e Qv é o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do engrenamento.Obs: Quando não for fornecido o fator<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> Qv <strong>de</strong>vemos calcular Kv, e igualar com Cv.<br />

Cv Fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (Qv)<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

(m/s)<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />

0 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00<br />

2 0,58 0,63 0,67 0,71 0,75 0,79 0,82 0,85 0,89 0,92 0,95<br />

4 0,49 0,54 0,59 0,64 0,68 0,73 0,77 0,81 0,85 0,89 0,94<br />

6 0,44 0,49 0,54 0,59 0,64 0,69 0,73 0,78 0,82 0,87 0,92<br />

8 - 0,45 0,51 0,56 0,61 0,66 0,70 0,75 0,80 0,86 0,91<br />

10 - - 0,48 0,53 0,58 0,63 0,68 0,73 0,79 0,84 0,91<br />

12 - - - 0,51 0,56 0,61 0,66 0,72 0,77 0,83 0,90<br />

14 - - - - 0,54 0,59 0,65 0,70 0,76 0,82 0,89<br />

Tabela 13 – Fator Dinâmico Cv<br />

385


Cv Fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (Qv)<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

(m/s)<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />

16 - - - - 0,52 0,58 0,63 0,69 0,75 0,81 0,89<br />

18 - - - - - 0,56 0,62 0,68 0,74 0,81 0,88<br />

20 - - - - - 0,55 0,61 0,67 0,73 0,80 0,88<br />

22 - - - - - 0,54 0,60 0,66 0,72 0,79 0,87<br />

24 - - - - - - 0,59 0,65 0,72 0,79 0,87<br />

26 - - - - - - - 0,64 0,71 0,78 0,87<br />

28 - - - - - - - 0,63 0,70 0,78 0,86<br />

30 - - - - - - - - 0,70 0,77 0,86<br />

32 - - - - - - - - 0,69 0,77 0,86<br />

34 - - - - - - - - 0,68 0,76 0,85<br />

36 - - - - - - - - 0,68 0,76 0,85<br />

38 - - - - - - - - - 0,75 0,85<br />

40 - - - - - - - - - 0,75 0,84<br />

42 - - - - - - - - - 0,75 0,84<br />

44 - - - - - - - - - 0,74 0,84<br />

46 - - - - - - - - - - 0,84<br />

48 - - - - - - - - - - 0,83<br />

50 - - - - - - - - - - 0,83<br />

Tabela 13 (continuação)– Fator Dinâmico Cv.<br />

G) FÓRMULA PARA O CÁLCULO DA TENSÃO DE CONTATO<br />

⎡ W 1 1 ⎤<br />

t ⎛ ⎞<br />

σ ⎢<br />

⎥<br />

⎣ cos ⎜<br />

⎟<br />

c = −C<br />

p<br />

+<br />

Cv<br />

F φ ⎝ r1<br />

r2<br />

⎠⎦<br />

d psenφ<br />

d g senφ<br />

on<strong>de</strong> r1<br />

= , r2<br />

= , φ é o ângulo <strong>de</strong> pressão.<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

386


11.8 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - DURABILIDADE SUPERFICIAL<br />

1. Um pinhão com um ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º, 20 <strong>de</strong>ntes, um módulo <strong>de</strong> 4mm,<br />

construído <strong>de</strong> ferro fundido movimenta uma engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido com 32<br />

<strong>de</strong>ntes. Encontre a tensão <strong>de</strong> contato se o pinhão gira a uma rotação <strong>de</strong> 1000 rpm, a<br />

largura da face é 50 mm e transmite 10 kW <strong>de</strong> potência.<br />

• Cálculo do diâmetro do pinhão:<br />

• Cálculo do diâmetro da engrenagem:<br />

d<br />

m = → d = 4× 20 → d = 80 mm<br />

N<br />

d<br />

m = → d = 4 × 32 → d = 128 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 80× ( 1000)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong> do pinhão: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 4,<br />

19m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV = → K V = 0,<br />

593<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

4,<br />

19<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

10000<br />

Wt = → Wt = 2386,<br />

64N<br />

4,<br />

19<br />

• Pela tabela 3 com pinhão e a engrenagem constituídos <strong>de</strong> ferro fundido temos uma<br />

constante elástica Cp <strong>de</strong> 163 MPa.<br />

• Como V V K C = então 593 , 0 = C V<br />

• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes do pinhão:<br />

80×<br />

sen 20º<br />

r 1 =<br />

→ r1 = 13,<br />

68mm<br />

.<br />

2<br />

• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes da engrenagem:<br />

128×<br />

sen 20º<br />

r 2 =<br />

→ r2 = 21,<br />

89mm<br />

.<br />

2<br />

d p senφ<br />

r 1 = →<br />

2<br />

d g senφ<br />

r 2 = →<br />

2<br />

⎡ W 1 1 ⎤<br />

t ⎛ ⎞<br />

• Cálculo da tensão <strong>de</strong> contato do engrenamento: σ ⎢<br />

⎥<br />

⎣ cos ⎜<br />

⎟<br />

c = −C<br />

p<br />

+ →<br />

Cv<br />

F φ ⎝ r1<br />

r2<br />

⎠⎦<br />

⎡ 2386,<br />

64 ⎛ 1 1 ⎞⎤<br />

σ c = −163×<br />

⎢<br />

⎜ + ⎟⎥<br />

→σ c = −520MPa<br />

.<br />

⎣0,<br />

593×<br />

50×<br />

cos 20 ⎝13,<br />

68 21,<br />

89 ⎠⎦<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

387


2. Um engrenamento é constituído <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> aço com 19 <strong>de</strong>ntes e uma<br />

engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido com 30 <strong>de</strong>ntes. Os <strong>de</strong>ntes apresentam um ângulo <strong>de</strong><br />

contato <strong>de</strong> 20º. Determine os valores do módulo, largura da face que corresponda a uma<br />

potência <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> 3,5kW, uma velocida<strong>de</strong> do pinhão <strong>de</strong> 1200 rpm e uma tensão<br />

máxima <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 600 MPa.<br />

• Para um módulo igual a 6mm<br />

• Cálculo do diâmetro do pinhão:<br />

• Cálculo do diâmetro da engrenagem:<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong> do pinhão:<br />

V = 7,<br />

16m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

• Cálculo da carga tangencial:<br />

K V<br />

d<br />

m = → d = 6× 19 → d = 114 mm<br />

N<br />

d<br />

m = → d = 6 × 30 → d = 180 mm<br />

N<br />

πdn<br />

V = →<br />

60000<br />

× 114× ( 1200)<br />

=<br />

60000<br />

π<br />

V →<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV = → K V = 0,<br />

46<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

7,<br />

16<br />

H<br />

Wt = →<br />

V<br />

3500<br />

Wt = → Wt = 488,<br />

64N<br />

7,<br />

16<br />

• Com pinhão <strong>de</strong> aço e uma engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido temos uma constante<br />

elástica Cp <strong>de</strong> 174 MPa.<br />

• Como V V K C = então 46 , 0 = C V<br />

• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes do pinhão:<br />

114×<br />

sen 20º<br />

r 1 =<br />

→ r1 = 19,<br />

5mm<br />

.<br />

2<br />

• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes da engrenagem:<br />

180×<br />

sen 20º<br />

r 2 =<br />

→ r2 = 30,<br />

78mm<br />

.<br />

2<br />

• Cálculo da largura dos <strong>de</strong>ntes do engrenamento:<br />

→<br />

⎡ 464,<br />

22 ⎛ 1 1 ⎞⎤<br />

− 600 = −174×<br />

⎢<br />

⎜ + ⎟⎥<br />

⎣0,<br />

46×<br />

F × cos 20º<br />

⎝19,<br />

5 30,<br />

78 ⎠⎦<br />

d p senφ<br />

r 1 = →<br />

2<br />

d g senφ<br />

r 2 = →<br />

2<br />

⎡ W 1 1 ⎤<br />

t ⎛ ⎞<br />

σ ⎢<br />

⎥<br />

⎣ cos ⎜<br />

⎟<br />

c = −C<br />

p<br />

+<br />

Cv<br />

F φ ⎝ r1<br />

r2<br />

⎠⎦<br />

1<br />

2<br />

→ F ≥ 7,<br />

6mm<br />

.<br />

1<br />

2<br />

388


3. Um redutor consiste <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> ferro fundido com 21 <strong>de</strong>ntes girando a 800 rpm<br />

movimentando uma engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido com 44 <strong>de</strong>ntes. O engrenamento tem<br />

um ângulo <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 20º, largura da face <strong>de</strong> 75mm e um módulo <strong>de</strong> 6mm. Para<br />

uma tensão <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> 480 MPa estime a potência máxima que po<strong>de</strong> ser transmitida.<br />

• Cálculo do diâmetro do pinhão:<br />

• Cálculo do diâmetro da engrenagem:<br />

d<br />

m = → d = 6 × 21→<br />

d = 126 mm<br />

N<br />

d<br />

m = → d = 6× 44 → d = 264 mm<br />

N<br />

πdn<br />

× 126× ( 800)<br />

• Cálculo da velocida<strong>de</strong> do pinhão: V = → =<br />

60000<br />

60000<br />

π<br />

V → V = 5,<br />

27m<br />

/ s<br />

• Cálculo do efeito dinâmico:<br />

K V<br />

6, 1<br />

6,<br />

1<br />

= → KV = → K V = 0,<br />

536<br />

6,<br />

1+<br />

V 6,<br />

1+<br />

5,<br />

27<br />

• Com pinhão e a engrenagem constituídos <strong>de</strong> ferro fundido temos uma constante<br />

elástica Cp <strong>de</strong> 163 MPa.<br />

• Como V V K C = então 536 , 0 = C V<br />

• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes do pinhão:<br />

126×<br />

sen 20º<br />

r 1 =<br />

→ r1 = 21,<br />

55mm<br />

.<br />

2<br />

• Cálculo do raio da curvatura do perfil dos <strong>de</strong>ntes da engrenagem:<br />

264×<br />

sen 20º<br />

r 2 =<br />

→ r2 = 45,<br />

15mm<br />

.<br />

2<br />

• Cálculo da carga tangencial do engrenamento:<br />

⎡ Wt<br />

⎛ 1 1 ⎞⎤<br />

− 480 = −163×<br />

⎢<br />

⎜ + ⎟⎥<br />

⎣0,<br />

536×<br />

75×<br />

cos 20º<br />

⎝ 21,<br />

55 45,<br />

15 ⎠⎦<br />

d p<br />

senφ<br />

r 1 = →<br />

2<br />

d g<br />

senφ<br />

r 2 = →<br />

2<br />

⎡ W 1 1 ⎤<br />

t ⎛ ⎞<br />

σ ⎢<br />

⎥<br />

⎣ cos ⎜<br />

⎟<br />

c = −C<br />

p<br />

+ →<br />

Cv<br />

F φ ⎝ r1<br />

r2<br />

⎠⎦<br />

1<br />

2<br />

→ = 4779,<br />

26N<br />

.<br />

W t<br />

1<br />

2<br />

389


H<br />

• Cálculo da potência transmitida: Wt = → H = 4779 , 26 × 5,<br />

27 → H = 25,<br />

22kW<br />

V<br />

11.9 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS<br />

1. Na instalação mostrada na figura, o conjunto sem-fim/coroa tem as seguintes<br />

características:<br />

NG = 30 (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes da coroa)<br />

Nw = 1 (número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> entrada)<br />

λ = 7 o 41’ (ângulo <strong>de</strong> avanço)<br />

dw = C 0,875 / 2,2 (diâmetro do sem fim)<br />

ϕn = 14 o 30’ ( ângulo <strong>de</strong> pressão normal)<br />

Material - coroa <strong>de</strong> bronze centrifugado, sem-fim <strong>de</strong> aço retificado.<br />

Determinar a potência e rotação do motor sabendo-se que um fator <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> 1,5<br />

<strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>para</strong> o sem-fim/coroa e uma eficiência <strong>de</strong> 95% <strong>para</strong> o conjunto<br />

engrenagens helicoidais e polias.<br />

Figura 10 – Exercício proposto 1.<br />

2. No redutor mostrado na figura abaixo, o rolamento A suporta uma carga radial <strong>de</strong> 3972<br />

N,. O rolamento B suporta a carga radial pura <strong>de</strong> 2840 N. O eixo gira a uma rotação <strong>de</strong><br />

150 rpm e a carga axial é <strong>de</strong> 1125 N. A vida <strong>de</strong>sejada é <strong>de</strong> 11.500 horas. Os diâmetros<br />

do eixo são em A 35 mm e B 30 mm. Selecione os rolamentos que julgar mais<br />

a<strong>de</strong>quados.<br />

390


3. Um conjunto <strong>de</strong> engrenagens cilíndricas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos, consiste <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> 16<br />

<strong>de</strong>ntes ,angulo <strong>de</strong> pressão 20 o acionando uma engrenagem <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong>ntes. A rotação do<br />

pinhão é <strong>de</strong> 300 rpm, largura da face <strong>de</strong> 50 mm, e módulo 4 mm. As engrenagens são feitas<br />

<strong>de</strong> alta precisão com fator <strong>de</strong> segurança 1,8. Determine a potência a ser transmitida pelo<br />

par <strong>de</strong> engrenagens, levando em conta a flexão e o <strong>de</strong>sgaste, Dados: limite <strong>de</strong> resistência a<br />

fadiga= 230 MPa; Dureza Brinell 180 HBN; CL=CH=CT=CR=1; CP=190; Jp=0,2;<br />

4. Um conjunto <strong>de</strong> engrenagens consiste <strong>de</strong> um pinhão <strong>de</strong> aço 16 <strong>de</strong>ntes, 20o acionando uma<br />

engrenagem <strong>de</strong> ferro fundido <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong>ntes. A rotação do pinhão é <strong>de</strong> 300 rpm, largura da face <strong>de</strong> 2<br />

pol, e passo diametral <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong>ntes por polegada. As engrenagens são feitas <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

no.7 e <strong>de</strong>vem ser montadas rígida e precisamente. Determine a tensão <strong>de</strong> contato AGMA se estas<br />

engrenagens transmitem 5 HP.<br />

391


CAPITULO 12 – PROJETO DE FREIOS E EMBREAGENS<br />

12.1 - INTRODUÇÃO<br />

Os freios são elementos associados à rotação, e têm como função armazenar energia<br />

rotativa. O escorregamento ocorre <strong>de</strong>vido a dois elementos que estão movendo a diferentes<br />

velocida<strong>de</strong>s, dissipando energia durante essa ação.<br />

O torque transmitido durante a frenagem nos freios <strong>de</strong> fricção está relacionado à força<br />

atuante, ao coeficiente <strong>de</strong> atrito e à geometria do freio.<br />

12.2 - MATERIAIS DE FRICÇÃO<br />

Um material <strong>de</strong> fricção no freio <strong>de</strong>ve possuir as seguintes características:<br />

• Um alto e uniforme coeficiente <strong>de</strong> fricção;<br />

• Condições impermeáveis <strong>para</strong> o meio;<br />

• A habilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> suportar altas temperaturas, junto com uma boa condutivida<strong>de</strong><br />

térmica;<br />

• Boa resiliência;<br />

• Alta resistência <strong>para</strong> o <strong>de</strong>sgaste, <strong>de</strong>scamação e risco.<br />

A manufatura <strong>de</strong> materiais friccionais é um processo altamente especializado, e é<br />

aconselhável consultar catálogos <strong>de</strong> fornecedores a fim <strong>de</strong> selecionar materiais friccionais <strong>para</strong><br />

aplicações específicas.<br />

Os materiais utilizados <strong>para</strong> se construir um freio <strong>de</strong>vem ser selecionados <strong>de</strong> acordo com a<br />

análise do revestimento. O revestimento é <strong>de</strong>terminado pela mistura dos materiais que irão<br />

compor o freio e pela seqüência <strong>de</strong> produção dos <strong>componentes</strong>. Existem, basicamente, três<br />

tipos <strong>de</strong> revestimentos.<br />

REVESTIMENTO ORGÂNICO<br />

Esse tipo <strong>de</strong> revestimento é geralmente composto por seis ingredientes básicos:<br />

• Asbestos: pela resistência térmica e pelo alto coeficiente <strong>de</strong> fricção<br />

• Modificadores <strong>de</strong> fricção: por exemplo, óleo <strong>para</strong> dar uma fricção <strong>de</strong>sejada<br />

• Preenchimento: por exemplo, goma <strong>de</strong> borracha <strong>para</strong> controlar os ruídos<br />

• Agentes <strong>de</strong> cura: <strong>para</strong> promover as reações químicas requeridas durante a manufatura<br />

392


• Outros materiais: por exemplo, chumbo em pó, lascas <strong>de</strong> latão e alumínio em pó <strong>para</strong><br />

aumentar a performance durante a frenagem<br />

• Materiais coesivos: resinas fenólicas <strong>para</strong> unir ingredientes<br />

Asbestos têm características que fazem com que sejam encaixados nas aplicações <strong>de</strong><br />

fricção: estabilida<strong>de</strong> térmica e resistência a<strong>de</strong>quada ao <strong>de</strong>sgaste. Por essas razões foi<br />

encontrada uma aceitação universal como ingrediente básico nos materiais que compõem os<br />

freios.<br />

REVESTIMENTO SEMIMETÁLICO<br />

Esse tipo <strong>de</strong> revestimento substitui parte dos asbestos e dos <strong>componentes</strong> orgânicos da<br />

dureza orgânica por ferro, aço e grafite. As razões <strong>para</strong> essa substituição são:<br />

• Aumento da estabilida<strong>de</strong> friccional e performance a alta temperatura;<br />

• Excelente compatibilida<strong>de</strong> com o rotor e resistência ao <strong>de</strong>sgaste a alta temperatura,<br />

<strong>para</strong> temperaturas maiores que 230 o C;<br />

• Alta performance com ruídos minimizados.<br />

REVESTIMENTO METÁLICO<br />

Esse tipo <strong>de</strong> revestimento recebeu atenção pelas aplicações especiais envolvendo<br />

gran<strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong> calor e altas temperaturas. Materiais <strong>de</strong> fricção sinterizados <strong>de</strong> cerâmica-<br />

metalica são aplicados com sucesso em freios <strong>de</strong> jatos e em carros <strong>de</strong> corrida.<br />

Dois métodos são usados <strong>para</strong> fabricar esse tipo <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> freio – weaving e<br />

moldagem. Ambos são feitos basicamente com asbestos com materiais coesivos <strong>para</strong> manter<br />

as fibras <strong>de</strong> asbestos unidas. O tipo moldado é mais utilizado.<br />

12.3 - CONCEITOS GERAIS DE ATRITO<br />

Os conceitos gerais <strong>de</strong> atrito ou fricção, tem sido <strong>de</strong>senvolvidos ao longo dos anos. Como<br />

aço e ferro fundido são aplicados no revestimento dos freios, as fontes principais <strong>de</strong> fricção são:<br />

• A<strong>de</strong>são: Com o movimento do revestimento sobre o tambor ou a superfície do rotor,<br />

seus constituintes metálicos unem-se ao material do rotor e do tambor. O cisalhamento<br />

<strong>de</strong>ssa junção produz a força friccional.<br />

393


• Deformação por cisalhamento: O coeficiente <strong>de</strong> fricção cresce à medida que a<br />

temperatura cresce, sugerindo que a <strong>de</strong>formação seja um fator importante pois a resina<br />

amacia-se com o crescimento da temperatura. Acredita-se que o efeito da <strong>de</strong>formação<br />

ocorre a partir da formação <strong>de</strong> uma onda <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e não a partir <strong>de</strong> uma perda por<br />

histereses.<br />

• Sulcos: Durante o processo <strong>de</strong> movimento tangencial entre as superfícies,<br />

protuberâncias no disco do tambor enca<strong>de</strong>ia-se com partículas dos ingredientes,<br />

<strong>de</strong>sarranjando-as. Quando a tensão última é excedida, ocorre a ruptura no polímero e as<br />

partículas são perdidas. Para que não ocorra a perda <strong>de</strong>ssas partículas, longos<br />

amiantos ou fibras <strong>de</strong> aço fornecem a tensão mecânica necessária <strong>para</strong> evitar perdas<br />

excessivas <strong>de</strong> material durante a abertura dos sulcos.<br />

• Histereses: A energia perdida que está envolvida com a tensão elástica, produz uma<br />

fonte muito pequena <strong>de</strong> fricção no freio.<br />

• Filmes da superfície: A contaminação da superfície com material <strong>de</strong> revestimento<br />

<strong>de</strong>composto afeta muito o coeficiente <strong>de</strong> fricção por reduzir a a<strong>de</strong>são e a <strong>de</strong>formação<br />

por cisalhamento.<br />

A importância <strong>de</strong> cada componente <strong>de</strong> fricção discutida acima, variará <strong>de</strong> acordo com a<br />

vida do revestimento. A operação inicial do sistema po<strong>de</strong> envolver gran<strong>de</strong>s ranhuras <strong>de</strong>vido à<br />

alta rugosida<strong>de</strong> original da superfície. À medida que a rugosida<strong>de</strong> vai diminuindo com o uso, o<br />

efeito positivo do crescimento da a<strong>de</strong>são vai ficando mais importante assim como o efeito<br />

negativo da contaminação das superfícies.<br />

O coeficiente <strong>de</strong> fricção <strong>para</strong> o material <strong>de</strong> freios com fricção em ferro fundido é uma<br />

função da carga, velocida<strong>de</strong> e temperatura. A expressão da força po<strong>de</strong> ser escrita como:<br />

On<strong>de</strong><br />

F = K(T)P a(T) V b(T)<br />

K(T) = Constante, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura;<br />

P = Carga normal;<br />

a(T) = Expoente da carga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura;<br />

V = velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escorregamento;<br />

b(T) = Expoente da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura.<br />

Pela influência da carga, velocida<strong>de</strong> e temperatura <strong>para</strong> um material <strong>de</strong> fricção como o<br />

amianto, percebe-se que o aumento da carga ou da velocida<strong>de</strong> causa um <strong>de</strong>crescimento no<br />

coeficiente <strong>de</strong> fricção. Entretanto, análises como essas <strong>de</strong>vem ser feitas com cuidado <strong>de</strong>vido à<br />

gran<strong>de</strong> influência que a temperatura da superfície causa no coeficiente <strong>de</strong> fricção.<br />

394


12.4 - CONSIDERAÇÕES SOBRE FREIOS EM VEÍCULOS<br />

Um freio <strong>de</strong> fricção transforma a energia cinética em calor, entretanto, <strong>de</strong>vido ao <strong>projeto</strong><br />

dos veículos, esse calor dissipado não é distribuído igualmente a todas as rodas. O calor<br />

dissipado em cada freio será uma função da distribuição estática e dinâmica do peso sobre as<br />

rodas e do <strong>de</strong>sign do sistema <strong>de</strong> freio. A carga dinâmica será <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do <strong>de</strong>sign do veículo<br />

(distribuição estática do peso, a altura do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> e a base do volante) e da<br />

<strong>de</strong>saceleração. A soma das forças durante a frenagem, mostra que a <strong>de</strong>saceleração do veículo<br />

em porcentagem da aceleração da gravida<strong>de</strong> g é menor ou igual ao coeficiente <strong>de</strong> fricção entre<br />

o pneu e o chão. Esse coeficiente <strong>de</strong> fricção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do tamanho e da construção do pneu,<br />

da superfície do chão, e do escorregamento relativo entre o pneu e o chão.<br />

Se o peso está uniformemente distribuído da direita <strong>para</strong> a esquerda, a carga dos pneus<br />

da frente e <strong>de</strong> trás (LF e LR) po<strong>de</strong> ser escrita como:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

LF = W(F = μh/d)<br />

LR = W(R = μh/d)<br />

F: carga estática da roda da frente = dR/d;<br />

R: carga estática da roda <strong>de</strong> trás = dF/d;<br />

d: base da roda;<br />

dF: distância do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> à roda da frente;<br />

dR: distância do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> à roda <strong>de</strong> trás;<br />

μ: coeficiente <strong>de</strong> fricção;<br />

h: distância vertical do chão ao centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>.<br />

Essa expressão po<strong>de</strong> ser usada <strong>para</strong> estimar a mudança no carregamento <strong>de</strong>vido às<br />

forças <strong>de</strong> fricção no chão durante a frenagem. Uma transferência <strong>de</strong> peso significativa ocorrerá<br />

<strong>para</strong> veículos altos e curtos. Para veículos baixos e longos, porcentagens menores do peso<br />

serão transferidas.<br />

O balanço da frenagem entre a frente e a traseira é um fator importante no <strong>projeto</strong>. O<br />

sistema <strong>de</strong> freio po<strong>de</strong>ria ser projetado <strong>de</strong> forma que os freios da frente produzam um torque 4<br />

vezes maior que o <strong>de</strong> trás. Entretanto, em condições molhadas, o coeficiente <strong>de</strong> fricção reduz<br />

bastante, resultando em um balanço no sistema <strong>de</strong> freio <strong>de</strong> 80% na frente e 20% atrás que<br />

causaria um escorregamento das rodas da frente. Se o sistema <strong>de</strong> freio fosse balanceado <strong>para</strong><br />

uma <strong>de</strong>saceleração dinâmica <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> peso mais baixa, as rodas <strong>de</strong> trás<br />

escorregariam primeiro durante a <strong>de</strong>saceleração máxima <strong>para</strong> condições secas.<br />

395


Para <strong>de</strong>cidir a respeito do <strong>projeto</strong> do balanço do freio, a influência do escorregamento da<br />

roda no controle do veículo tem que ser consi<strong>de</strong>rada. O controle do veículo está relacionado<br />

com o escorregamento da roda no seguinte sentido: Travando apenas as rodas <strong>de</strong> trás resulta<br />

na perda parcial ou total do controle do veículo. Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> suas características essa<br />

situação levaria o veículo a rodar. Travando apenas as rodas da frente resulta em um<br />

movimento retilíneo do veículo on<strong>de</strong> há perda quase total do controle do volante. Conclui-se<br />

que <strong>para</strong> a maioria dos veículos, é melhor um balanço do sistema <strong>de</strong> freio favorecendo primeiro<br />

o travamento das rodas da frente.<br />

Para um melhor controle do veículo durante o frenagem, sistemas <strong>de</strong> freio ABS foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos. Esses sistemas me<strong>de</strong>m a velocida<strong>de</strong> relativa da roda e do veículo e mo<strong>de</strong>la a<br />

pressão do freio <strong>para</strong> manter cada roda no limite <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são sem escorregar. O coeficiente<br />

máximo <strong>de</strong> fricção <strong>para</strong> os pneus na estrada ocorre a uma pequena porcentagem <strong>de</strong><br />

escorregamento que esta mais perto das condições <strong>de</strong> rolamento que <strong>de</strong> escorregamento.<br />

Assim, um sistema ABS <strong>de</strong> freio po<strong>de</strong> ser projetado <strong>para</strong> produzir um torque máximo durante o<br />

frenagem.<br />

12.5 - FREIO A TAMBOR<br />

A sapata interna do freio consiste essencialmente <strong>de</strong> três elementos: a superfície <strong>de</strong><br />

fricção, os meios <strong>de</strong> transmissão do torque <strong>para</strong> as e da superfícies e o mecanismo atuante.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do mecanismo <strong>de</strong> operação, esses freios são classificadas como anel <strong>de</strong><br />

expansão, centrífugo, magnético, hidráulico ou pneumático.<br />

O anel <strong>de</strong> expansão do freio é muito usado em <strong>máquinas</strong> da indústria têxtil, escavadoras<br />

e em ferramentas on<strong>de</strong> o freio po<strong>de</strong> estar localizado <strong>de</strong>ntro da polia <strong>de</strong> transmissão. Os anéis<br />

<strong>de</strong> expansão do freio têm vantagens <strong>de</strong>vido aos efeitos centrífugos; transmitem um alto torque,<br />

mesmo em baixas velocida<strong>de</strong>s; requerem engrenamentos positivos e uma força <strong>de</strong><br />

afrouxamento suficiente.<br />

O freio centrifugo é usado principalmente <strong>para</strong> operações automáticas. Se molas não<br />

são usadas, o torque transmitido é proporcional ao quadrado da velocida<strong>de</strong>. Isso é<br />

particularmente útil <strong>para</strong> acionamentos <strong>de</strong> motores elétricos on<strong>de</strong>, durante a partida, a máquina<br />

acionada adquire velocida<strong>de</strong> gradativamente. Molas também po<strong>de</strong>m ser úteis <strong>para</strong> prevenir o<br />

engrenamento até uma certa velocida<strong>de</strong> ser atingida mas choques po<strong>de</strong>m ocorrer.<br />

Os freios magnéticos são particularmente úteis <strong>para</strong> sistemas automáticos e com<br />

controle remoto. Tais freios também são úteis em acionamentos sujeitos a ciclos <strong>de</strong> carga<br />

complexos.<br />

396


Freios hidráulicos e pneumáticos são úteis também em acionamentos que tem ciclos <strong>de</strong><br />

carga complexos e em <strong>máquinas</strong> automáticas ou em robôs. Nesse caso o fluxo do fluido po<strong>de</strong><br />

ser controlado remotamente por válvulas solenói<strong>de</strong>s. Esses freios são encontrados também em<br />

forma <strong>de</strong> disco e pratos múltiplos.<br />

Em sistemas <strong>de</strong> freios, a sapata interna ou freio tambor é usada principalmente <strong>para</strong><br />

aplicações automotivas.<br />

Para analisar o mecanismo <strong>de</strong> uma sapata interna, olhar Fig 1, no qual mostra uma<br />

sapata com o pivô no ponto A, e a força atuante agindo no outro lado da sapata. Não é possível<br />

admitir que a distribuição <strong>de</strong> forças é uniforme <strong>de</strong>vido ao longo comprimento da sapata. O<br />

mecanismo não permite pressões aplicadas no salto. A pressão nesse ponto é consi<strong>de</strong>rada<br />

zero.<br />

Figura 1 – Sapata interna<br />

Para uma distância pequena do salto é muito comum omitir o material <strong>de</strong> fricção na<br />

prática. Isso elimina interferências, e <strong>de</strong> qualquer forma o material po<strong>de</strong>ria contribuir muito<br />

pouco <strong>para</strong> a performance. Em alguns <strong>projeto</strong>s, o pino articulado é feito móvel <strong>para</strong> prover<br />

pressão adicional do heel. Isso promove o efeito <strong>de</strong> uma sapata flutuante.<br />

Consi<strong>de</strong>rando uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pressão p agindo sobre um elemento <strong>de</strong> área do material<br />

<strong>de</strong> fricção localizado no ângulo β a partir do pino articulado. A pressão máxima pa está<br />

localizada no angulo βa a partir do mesmo ponto. Não é consi<strong>de</strong>rada a hipótese <strong>de</strong> que a<br />

pressão nesse ponto é proporcional à distância vertical a partir do <strong>de</strong>sse ponto. Essa distância<br />

vertical é proporcional ao seno β e a relação entre as pressões é:<br />

397


p pa<br />

senβ<br />

senβa<br />

=<br />

senβ<br />

p = pa<br />

senβa<br />

Observa-se que p é máximo quando β = 90 º ou quando o ângulo do ponto livre β2 é<br />

menos <strong>de</strong> 90 º então p será máximo no ponto livre.<br />

Quando β = 0 a equação acima mostra que a pressão é zero. Por contribuir muito pouco<br />

na ação <strong>de</strong> frenagem, material <strong>de</strong> fricção localizado no salto, po<strong>de</strong> ser omitido também. Um<br />

bom projetista concentraria o máximo possível do material <strong>de</strong> fricção na vizinhança do ponto <strong>de</strong><br />

máxima pressão. Tal <strong>de</strong>senho é mostrado na Fig 2. Nessa figura, o material <strong>de</strong> fricção começa<br />

no ângulo β1, medido a partir do pino articulado no ponto A, até um ângulo β2. Qualquer arranjo<br />

como esse resultará em uma boa distribuição do material <strong>de</strong> fricção.<br />

Figura 2 – Forças na sapata<br />

A força atuante F tem <strong>componentes</strong> Fx e Fy e opera a uma distância c do pino articulado.<br />

Uma força normal diferencial dN age em qualquer ângulo β a partir do pino articulado e sua<br />

magnitu<strong>de</strong> é<br />

dN = pbr dβ<br />

on<strong>de</strong> b é a largura da face (perpendicular ao papel) do material <strong>de</strong> fricção. Substituindo o valor<br />

da pressão, a força normal é:<br />

pabrsenβdβ<br />

dN = dN = (pa br senβ dβ)/senβa<br />

senβa<br />

A força normal dN tem <strong>componentes</strong> horizontais e verticais dN cosβ e dN senβ<br />

respectivamente. A força <strong>de</strong> fricção f dN tem <strong>componentes</strong> horizontais e verticais cuja<br />

398


magnitu<strong>de</strong> é f dN senβ e f dNconβ respectivamente. Aplicando as condições da estática, é<br />

calculado a força F, o torque T, e as reações no pino Rx e Ry.<br />

A força F é calculada fazendo soma <strong>de</strong> momentos no pino articulado e igualando a zero.<br />

A distância das forças <strong>de</strong> fricção <strong>para</strong> o cálculo do momento é r-acosβ. O momento Mf <strong>de</strong>ssas<br />

forças friccionais é:<br />

M<br />

fp br<br />

senβ<br />

β2<br />

a<br />

( r − acos<br />

β ) = senβ<br />

( r − acos<br />

β ) dβ<br />

f = ∫ fdN<br />

∫β1<br />

a<br />

No qual é obtida substituindo o valor <strong>de</strong> dN. É conveniente integrar acima <strong>para</strong> cada<br />

problema. À distância da força normal dN <strong>para</strong> o cálculo do momento é a-senβ. Chamando o<br />

momento das forças normais MN e fazendo o somatório <strong>de</strong>sses momentos no pino articulado,<br />

obtém-se:<br />

M<br />

N<br />

=<br />

∫<br />

dN<br />

p bra<br />

a<br />

( asen ) = ∫<br />

2 2<br />

β sen βd<br />

senβ<br />

β1<br />

a<br />

A força atuante F <strong>de</strong>ve balancear esses momentos:<br />

M N M<br />

F<br />

c<br />

−<br />

=<br />

Fazendo MN = Mf a condição <strong>de</strong> self-locking é obtida e nenhuma força atuante é<br />

requerida. Assim, é necessário obter as dimensões <strong>para</strong> uma ação <strong>de</strong> auto energização. Para<br />

que isso ocorra, a <strong>de</strong>ve assumir um valor tal que MN > Mf.<br />

O torque T aplicado no tambor pela sapata do freio é a soma das forças <strong>de</strong> fricção f dN<br />

vezes o raio do tambor.<br />

T =<br />

∫<br />

2<br />

2<br />

fp β 2<br />

abr<br />

fpabr<br />

1<br />

frdN = ∫ senβdβ<br />

=<br />

senβ<br />

β1 a<br />

senβ<br />

a<br />

f<br />

β<br />

β<br />

( cos β − cos β )<br />

As reações no pino articulado são calculadas pela soma das forças horizontais e<br />

verticais. Assim, <strong>para</strong> Rx e Ry:<br />

R<br />

R<br />

x<br />

y<br />

pabr<br />

β2<br />

β2<br />

∫ ∫ ⎜<br />

⎛ 2<br />

= dN cos β − fdNsenβ<br />

− F = ∫ − ∫ ⎟<br />

⎞<br />

x<br />

senβ<br />

cos βdβ<br />

f sen βdβ<br />

− Fx<br />

senβ<br />

⎝ β1<br />

β1<br />

⎠<br />

a<br />

pabr<br />

β2<br />

β<br />

∫ ∫ ⎜<br />

⎛ 2<br />

2<br />

= dNsenβ<br />

+ fdN cos β − F = ∫ + ∫ ⎟<br />

⎞<br />

y<br />

sen βdβ<br />

f senβ<br />

cos βdβ<br />

− Fy<br />

senβ<br />

⎝ β1<br />

β1<br />

⎠<br />

a<br />

A direção da força <strong>de</strong> fricção é reversa se a rotação for reversa. Assim <strong>para</strong> rotações no<br />

sentido anti-horário, a força atuante é:<br />

M N M<br />

F<br />

c<br />

+<br />

=<br />

f<br />

2<br />

399


E como os momentos tem o mesmo sentido, o efeito auto energizante é perdido e <strong>para</strong> o<br />

sentido anti-horário <strong>de</strong> rotação, o sinal dos termos friccionais nas equações <strong>para</strong> as reações no<br />

pino mudam <strong>para</strong>:<br />

Simplificando:<br />

p br ⎛ −<br />

β2<br />

β2<br />

a<br />

2<br />

Rx = ⎜ sen d f sen d ⎟ −<br />

sen ⎝∫<br />

β cos β β<br />

β<br />

∫ β β<br />

β 1<br />

β1<br />

⎠<br />

a<br />

p br ⎛ +<br />

β2<br />

β<br />

a<br />

2<br />

2<br />

Ry = ⎜ sen d f sen d ⎟ −<br />

sen ⎝∫<br />

β β ∫ β cos β β<br />

β β1<br />

β1<br />

⎠<br />

a<br />

Para rotações no sentido horário:<br />

A<br />

B<br />

∫<br />

β<br />

cos<br />

⎛ 1<br />

⎝ 2<br />

2<br />

2<br />

= senβ<br />

βdβ<br />

= ⎜ sen<br />

β1<br />

∫<br />

β<br />

⎛ β<br />

⎝ 2<br />

1<br />

4<br />

2 2<br />

= sen βdβ<br />

= ⎜ − sen<br />

β1<br />

p br<br />

( A − fB)<br />

Fx<br />

a Rx =<br />

−<br />

senβ<br />

a<br />

p br<br />

( B + fA)<br />

Fy<br />

a Ry =<br />

−<br />

senβ<br />

a<br />

Assim <strong>para</strong> rotações no sentido anti-horário:<br />

p br<br />

( A + fB)<br />

Fx<br />

a Rx =<br />

−<br />

senβ<br />

a<br />

p br<br />

( B − fA)<br />

Fy<br />

a Ry =<br />

−<br />

senβ<br />

a<br />

⎞<br />

β ⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

2β<br />

⎟<br />

⎠<br />

Usando essas equações, o sistema <strong>de</strong> referência esta sempre na origem no centro do<br />

tambor. O eixo x através do pino <strong>de</strong> articulação é consi<strong>de</strong>rado positivo. E o eixo y positivo é<br />

sempre consi<strong>de</strong>rado na direção da sapata.<br />

As seguintes suposições são feitas <strong>para</strong> uma análise prece<strong>de</strong>nte:<br />

1. A pressão em qualquer ponto da sapata é consi<strong>de</strong>rada proporcional à distância do pino<br />

articulado, on<strong>de</strong> o zero está no salto, consi<strong>de</strong>rando que o padrão <strong>de</strong> pressões, que são<br />

especificado pelos fabricantes, usa a média e não a máxima.<br />

2. O efeito da força centrifuga foi negligenciado. No caso dos freios, as sapatas não estão em<br />

rotação portanto não existem forças centrífugas. No <strong>de</strong>senho da embreagem, o efeito <strong>de</strong>ssa<br />

força tem que ser consi<strong>de</strong>rado na hora <strong>de</strong> aplicar as equações da estática.<br />

β<br />

β<br />

β<br />

β<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

⎞<br />

⎞<br />

F<br />

F<br />

x<br />

y<br />

400


3. A sapata é consi<strong>de</strong>rada rígida. Como isso não ocorre na verda<strong>de</strong>, alguma <strong>de</strong>flexão ocorrerá,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da carga, pressão e dureza da sapata. A distribuição <strong>de</strong> pressão resultante<br />

po<strong>de</strong> ser diferente da consi<strong>de</strong>rada.<br />

4. Toda a analise foi baseada no coeficiente <strong>de</strong> fricção que não varia com a pressão. Na<br />

verda<strong>de</strong>, o coeficiente po<strong>de</strong> variar com várias condições, incluindo temperatura, <strong>de</strong>sgaste, e<br />

ambiente.<br />

12.6 - FREIO A DISCO<br />

O conceito <strong>de</strong> freio a disco é um dos mais antigos. O primeiro <strong>projeto</strong> foi patenteado em<br />

1902. Mas <strong>de</strong>vido a sua falta <strong>de</strong> auto energização, freios a disco foram aplicados apenas em<br />

aviões até 1940. Após a segunda guerra, o <strong>de</strong>senvolvimento dos freios a disco foi acelerado<br />

<strong>de</strong>vido ao aumento do peso e velocida<strong>de</strong> dos veículos: era necessário um freio com melhores<br />

condições <strong>de</strong> dissipar calor.<br />

Foi visto que os discos <strong>de</strong> tambor po<strong>de</strong>m ser projetados por auto-energização. Apesar<br />

<strong>de</strong>sse fato ser importante por reduzir o esforço requerido do freio, tem suas <strong>de</strong>svantagens.<br />

Quando freios <strong>de</strong> tambor são usados em veículos, somente uma mudança mínima no<br />

coeficiente <strong>de</strong> fricção, causará uma gran<strong>de</strong> mudança na força do pedal <strong>para</strong> frear. Uma redução<br />

<strong>de</strong> 30% no coeficiente <strong>de</strong> fricção <strong>de</strong>vido à mudança <strong>de</strong> temperatura ou umida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> resultar<br />

em 50% <strong>de</strong> mudança na força requerida pelo pedal <strong>para</strong> obter o mesmo torque <strong>de</strong> frenagem. O<br />

disco <strong>de</strong> freio não tem auto-energização e não é susceptível à mudanças no coeficiente <strong>de</strong><br />

fricção.<br />

Mecanismos operacionais po<strong>de</strong>m ser classificados como:<br />

• Solenói<strong>de</strong>s;<br />

• Alavancas;<br />

• Articulações com molas <strong>de</strong> carga ;<br />

• Hidráulico e pneumático;<br />

401


Figura 3 – Sapata externa<br />

A notação <strong>para</strong> sapatas com contrações externas está mostrada na Fig 14.3. Os<br />

momentos das forças normais e <strong>de</strong> fricção no pino articulado são os mesmo que <strong>para</strong> as<br />

sapatas internas <strong>de</strong> expansão. As equações são as mesmas:<br />

fp br β2<br />

a M f = β senβ<br />

senβ<br />

∫ 1 −<br />

M<br />

a<br />

pabra<br />

=<br />

senβ<br />

β<br />

N ∫<br />

a<br />

( r acos<br />

β ) dβ<br />

β sen βdβ<br />

2 2<br />

1<br />

Ambas as equações fornecem valores positivos <strong>para</strong> momentos no sentido horário<br />

quando usadas <strong>para</strong> sapatas <strong>de</strong> contração externa. A força atuante <strong>de</strong>ve ser gran<strong>de</strong> o bastante<br />

<strong>para</strong> balancear os momentos:<br />

M N M<br />

F<br />

c<br />

+<br />

=<br />

As reações horizontais e verticais no pino articulado são calculadas da mesma maneira<br />

que <strong>para</strong> as sapatas <strong>de</strong> expansão interna:<br />

∫ dN cos β −∫<br />

fdNsen −<br />

Rx = β Fx<br />

∫ dNsenβ<br />

+ ∫ fdN cos<br />

−<br />

Ry = β Fy<br />

f<br />

402


Simplificando:<br />

p br<br />

( A + fB)<br />

Fx<br />

a Rx =<br />

−<br />

senβ<br />

a<br />

p br<br />

( − B + fA)<br />

Fy<br />

a R y =<br />

+<br />

senβ<br />

a<br />

Se a rotação é anti-horária, o sinal do termo <strong>de</strong> fricção em cada equação é reverso.<br />

Assim a equação <strong>para</strong> a força atuante é:<br />

M N − M<br />

F =<br />

c<br />

E o auto-energizamento existe <strong>para</strong> rotações anti-horária. As reações horizontais e<br />

verticais são calculadas da mesma maneira que antes:<br />

p br<br />

( A − fB)<br />

Fx<br />

a Rx =<br />

−<br />

senβ<br />

a<br />

p br<br />

( − B − fA)<br />

Fy<br />

a R y =<br />

+<br />

senβ<br />

a<br />

Deve ser notado que quando <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> contração externa são usados como freios, o<br />

efeito da força centrífuga é diminuir a força normal. Assim, quando a velocida<strong>de</strong> aumenta, um<br />

valor maior é requerido <strong>para</strong> a força atuante F.<br />

Um caso especial é quando o pivô é simetricamente localizado e colocado <strong>de</strong> tal<br />

maneira que os momentos das forças <strong>de</strong> fricção no pivô são iguais a zero. A geometria <strong>de</strong> tal<br />

freio será similar ao da figura 4a. Para obter-se a relação da distribuição da pressão, é<br />

consi<strong>de</strong>rado que os revestimentos <strong>de</strong> uso permanecerão em sua forma cilíndrica. Isso significa<br />

que o <strong>de</strong>sgaste Δx na figura 4b é constante in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do ângulo β. O uso radial da<br />

sapata é Δr = Δx cosβ. Se em uma área elementar da sapata, for consi<strong>de</strong>rado que a energia ou<br />

perda friccional é proporcional à pressão radial, e se for consi<strong>de</strong>rado que o uso é diretamente<br />

relacionado à perda <strong>de</strong> fricção, tem-se a analogia:<br />

f<br />

403


Figura 4a – Freio com pivô simétrico Figura 4b – <strong>de</strong>sgaste do revestimento do freio<br />

p = pa<br />

cos β<br />

A p é máximo em β = 0 º . Observando a figura 4a tem-se:<br />

dN = pbrdβ<br />

= pabr<br />

cos βdβ<br />

A distância a até o pivô é <strong>de</strong> tal maneira que o momento das forças <strong>de</strong> fricção Mf é zero.<br />

Simetricamente significa que β1 = β2 e:<br />

Substituindo:<br />

2<br />

M f<br />

fp a<br />

β<br />

2 2<br />

0<br />

( fdN )( a cos β − ) = 0<br />

= ∫ r<br />

br<br />

∫<br />

β<br />

0<br />

2<br />

2 ( acos<br />

β − r cos β ) dβ<br />

= 0<br />

404


No qual:<br />

4rsenβ<br />

2<br />

a =<br />

2β<br />

+ sen2β<br />

2<br />

Com o pivô localizado <strong>de</strong> acordo com essa equação, o momento no pino é zero e as<br />

forças <strong>de</strong> reação horizontais e verticais são:<br />

Devido à simetria:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

R<br />

R<br />

y<br />

x<br />

2<br />

0<br />

2 β<br />

= ∫<br />

2<br />

0<br />

2 β<br />

= ∫<br />

dN<br />

fdN<br />

p br<br />

2<br />

a ( cos β ) = ( 2β<br />

+ sen2β<br />

)<br />

∫<br />

fdNsen β = 0<br />

p brf<br />

2<br />

a ( cos β ) = ( 2β<br />

+ sen2β<br />

)<br />

∫<br />

dNsen β = 0<br />

Também <strong>de</strong>vido à simetria. Note que Rx = -N e Ry = -fN, como <strong>de</strong>veria ser esperado a<br />

partir da escolha particular <strong>de</strong> a Entretanto, o torque é:<br />

12.7 - FREIOS FLEXÍVEIS<br />

T = afN<br />

Freios flexíveis são usados em escavadoras, guinchos e outras <strong>máquinas</strong>.<br />

Figura 5 - Forças em um freio flexível<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

405


Pela Figura 5 a força atuante P2 é menor que a reação sobre o pino P1 <strong>de</strong>vido à fricção e<br />

rotação do tambor. Qualquer elemento em um comprimento angular dβ, estará em equilíbrio<br />

sobre a ação das forças mostradas na figura. Fazendo o somatório na direção vertical obtêm-<br />

se:<br />

obtêm-se:<br />

dβ<br />

2<br />

dβ<br />

2<br />

( P + dP)<br />

sen + Psen − dN = 0<br />

dN=Pdβ<br />

Para ângulos pequenos sen(dβ/2) = dβ/2. A partir do somatório <strong>de</strong> forças na horizontal,<br />

Substituindo e integrando:<br />

Então:<br />

P<br />

2<br />

∫ = f ∫<br />

P1<br />

dP<br />

P<br />

dβ<br />

2<br />

dβ<br />

2<br />

( P + dP)<br />

cos − Pcos<br />

− fdN = 0<br />

φ<br />

0<br />

dP-fdN=0<br />

P 1<br />

dθ<br />

→ ln = fφ<br />

→<br />

P<br />

O torque po<strong>de</strong> ser obtido a partir da equação:<br />

T = (P1 – P2) D/2<br />

2<br />

P 1 = e<br />

P<br />

A força normal dN agindo sobre um elemento <strong>de</strong> área da largura b e comprimento r dβ é:<br />

dN = pbrdβ<br />

Pd θ = pbrdθ<br />

p =<br />

P<br />

br<br />

2P<br />

=<br />

bD<br />

A pressão é proporcional à tensão na dobra. A pressão máxima pa ocorrera na<br />

extremida<strong>de</strong> livre e vale:<br />

12.8 - FREIO ABS<br />

Pa = 2P1/(bD)<br />

Muitos dos atuais mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> veículos estão equipados com o sistema <strong>de</strong> freio anti-<br />

bloqueamento - ABS. Esse sistema utiliza <strong>componentes</strong> eletrônicos e hidráulicos, que ajudam a<br />

prevenir o bloqueamento das rodas durante períodos <strong>de</strong> forte frenagem. O sistema anti-<br />

bloqueamento garante a segurança dos ocupantes do veículo, mantendo o controle direcional<br />

enquanto oferece máxima eficiência na frenagem.<br />

2<br />

fφ<br />

406


O sistema hidráulico do freio atua reduzindo a pressão a fim <strong>de</strong> evitar o travamento das<br />

rodas, mantendo o atrito entre as rodas e a pista num valor ótimo. Já o sistema eletrônico do<br />

ABS age recebendo sinal dos sensores e enviando sinais <strong>de</strong> comando <strong>para</strong> o atuador<br />

hidráulico.<br />

Os <strong>componentes</strong> do ABS são:<br />

• Sensores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> nas rodas;<br />

• Coroa <strong>de</strong>ntada;<br />

• Atuador hidráulico;<br />

• Módulo <strong>de</strong> controle Electronic Control Unit (ECU).<br />

O sistema po<strong>de</strong> ser aplicado nas duas rodas traseiras ou nas quatro rodas.<br />

SENSORES DE VELOCIDADE NAS RODAS E ROTORES DENTADOS<br />

Esses sensores são utilizados <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a razão <strong>de</strong> rotação das rodas. A<br />

extremida<strong>de</strong> do sensor está localizada perto do coroa <strong>de</strong>ntada, que é geralmente preso ao eixo<br />

do veículo ou na articulação guiada e gira na mesma velocida<strong>de</strong> das rodas. Quando o rotor gira,<br />

uma tensão é induzida no sensor. O módulo e a freqüência <strong>de</strong>ssa tensão varia em relação à<br />

velocida<strong>de</strong> da roda.<br />

O sensor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> vir montado em cada roda ou na carcaça do eixo ou ainda<br />

na transmissão.<br />

ATUADOR HIDRÁULICO<br />

O atuador hidráulico é a unida<strong>de</strong> que tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar, diminuir ou manter<br />

a pressão no freio. Ele age baseado em sinais recebidos do módulo <strong>de</strong> controle. O atuador<br />

hidráulico consiste basicamente nos seguintes <strong>componentes</strong>:<br />

• Conjunto bomba/motor, que supre o acumulador com fluido <strong>de</strong> freio pressurizado;<br />

• Acumulador, que recebe o fluido <strong>de</strong> freio altamente pressurizado;<br />

• Conjunto <strong>de</strong> válvulas bloqueadoras, que contêm as válvulas solenói<strong>de</strong>s hidráulicas.<br />

No sistema intregrado ABS, o conjunto cilindro mestre/elevador <strong>de</strong> pressão é uma parte<br />

integral da unida<strong>de</strong> hidráulica. Nesses sistemas, o acionamento assistido é provido pelo fluido<br />

<strong>de</strong> freio pressurizado que é suprido pelo acumulador. Em um sistema não integrado, um<br />

conjunto convencional cilindro mestre/bomba é usado.<br />

Alguns veículos são equipados com atuadores que utilizam motores elétricos ao invés<br />

<strong>de</strong> válvulas hidráulicas <strong>para</strong> regular a pressão do freio.<br />

407


MÓDULO DE CONTROLE<br />

Um módulo <strong>de</strong> controle anti-bloqueamento é um computador que usa sinais dos<br />

sensores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> da roda <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar quando e como o sistema anti-bloqueamento<br />

<strong>de</strong>ve operar em uma <strong>de</strong>terminada situação. Quando a roda está próxima à uma condição <strong>de</strong><br />

bloqueamento, o módulo <strong>de</strong> controle emite sinais <strong>para</strong> o atuador hidráulico <strong>para</strong> regular a<br />

pressão do fluido que afeta a roda em questão.<br />

OPERAÇÃO DO ABS<br />

Durante o período <strong>de</strong> frenagem normal, ao porção anti-bloqueamento do freio não opera.<br />

Apesar disso, os sensores continuam monitorando a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação das rodas e<br />

enviando sinais <strong>para</strong> o módulo <strong>de</strong> controle. Quando o pedal do freio é pressionado, fluido <strong>de</strong><br />

freio escoa do cilindro mestre, através do atuador hidráulico, até o freio.<br />

Quando o módulo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>tecta que a roda está aproximando do bloqueamento,<br />

ele emite sinais <strong>para</strong> a válvula solenói<strong>de</strong> no atuador hidráulico <strong>para</strong> bloquear a passagem <strong>de</strong><br />

fluido entre o cilindro mestre e o freio da roda em questão. A pressão do fluido do cilindro<br />

mestre não po<strong>de</strong>, assim, escoar através da válvula solenói<strong>de</strong>, e, a pressão do freio, na roda<br />

afetada, é mantida constante.<br />

Quando o módulo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>tecta um bloqueamento completo, ele comanda o<br />

atuador a diminuir a pressão na roda afetada. Para realizar isso, a válvula solenói<strong>de</strong> no atuador<br />

move-se <strong>para</strong> interromper a pressão <strong>de</strong> fluido vinda do cilindro mestre e permite que o fluido,<br />

atuando no freio, escoe <strong>para</strong> o reservatório do acumulador. No mesmo instante, a bomba<br />

contida <strong>de</strong>ntro do atuador, força o fluido do acumulador <strong>de</strong> volta ao cilindro mestre. Quando isso<br />

ocorre, a pressão atuante na roda diminui.<br />

Quando todas as rodas estão girando normalmente, a válvula solenói<strong>de</strong> no atuador<br />

retorna à sua posição original e o sistema <strong>de</strong> frenagem convencional volta a funcionar. Se for<br />

necessário, um sistema típico anti-bloqueamento po<strong>de</strong> repetir esse ciclo por volta <strong>de</strong> 15 vezes<br />

por segundo.<br />

12.9 - CONSIDERAÇÕES SOBRE PRESSÃO E DESGASTE<br />

Uma freio axial é o qual os membros <strong>de</strong> fricção são movidos na direção <strong>para</strong>lela ao eixo.<br />

Contudo, exceto por instalações relativamente simples, ele vem sendo <strong>de</strong>sbancado pelo freio a<br />

disco, empregando-se um ou mais discos nos membros operacionais. Nas vantagens dos freios<br />

a disco está a liberda<strong>de</strong> proporcionada pelos efeitos centrífugos, a gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> fricção que<br />

408


po<strong>de</strong> ser instalada em um espaço pequeno, as superfícies mais efetivas na dissipação do calor<br />

e a favorável distribuição <strong>de</strong> pressão.<br />

Supondo um disco <strong>de</strong> fricção com diâmetro externo D e diâmetro interno d. Para obter a<br />

força F necessária <strong>para</strong> produzir um torque T e uma pressão p, dois métodos po<strong>de</strong>m ser<br />

usados, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da construção do freio. Se os discos são rígidos, o maior uso ocorrerá<br />

primeiro nas áreas <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>vido ao maior trabalho <strong>de</strong> fricção nessas áreas. Após o certo<br />

<strong>de</strong>sgaste, a distribuição <strong>de</strong> pressão ira mudar permitindo um uso mais uniforme. Essa é a base<br />

do primeiro método.<br />

a área.<br />

O outro método <strong>de</strong> construção, emprega molas <strong>para</strong> obter uma pressão uniforme sobre<br />

DESGASTE UNIFORME<br />

Após um primeiro <strong>de</strong>sgaste e um uso dos discos até o ponto em que o uso uniforme<br />

fique possível, a maior pressão <strong>de</strong>ve ocorrer em r = d/2 <strong>para</strong> que o <strong>de</strong>sgaste seja uniforme.<br />

Para a pressão máxima pa, obtém-se:<br />

d<br />

d<br />

pr = pa<br />

ou p = pa<br />

2 2r<br />

No qual é a condição <strong>para</strong> ter-se a mesma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho realizado no raio r e<br />

no raio d/2. Consi<strong>de</strong>rando um elemento <strong>de</strong> área <strong>de</strong> raio r e espessura dr, a área <strong>de</strong>sse<br />

elemento é 2πr dr fazendo com que a força atuante no elemento seja dF = 2πrp dr. Variando r<br />

<strong>de</strong> d/2 a D/2 e integrando F obtém-se:<br />

Substituindo:<br />

F =<br />

D / 2<br />

( D d )<br />

a<br />

∫ 2π<br />

pr = πpad<br />

∫ dr = −<br />

d / 2<br />

D / 2<br />

p πd<br />

d / 2 2<br />

O torque obtido pela integração do produto da força <strong>de</strong> fricção e do raio é:<br />

T =<br />

D / 2<br />

D / 2<br />

2<br />

fpaπd<br />

2 2<br />

∫ 2π<br />

fpr = πpad<br />

∫ rdr = ( D − d )<br />

d / 2<br />

d / 2<br />

Ff<br />

T = +<br />

4<br />

( D D)<br />

A equação que fornece a força atuante <strong>para</strong> a pressão máxima pa é valida <strong>para</strong> qualquer<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pares <strong>de</strong> fricção ou superfícies. A outra equação fornece a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torque<br />

<strong>para</strong> apenas uma superfície <strong>de</strong> fricção.<br />

8<br />

409


PRESSÃO UNIFORME<br />

Quando po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar uma pressão uniforme sobre a área do disco, a força<br />

atuante é simplesmente o produto da pressão pela área.<br />

2 2 ( D d )<br />

2 p a F = −<br />

4<br />

Como antes, o torque é obtido, integrando o produto da força <strong>de</strong> fricção e o raio:<br />

Para a pressão máxima pa:<br />

2πfp<br />

24<br />

3 3 ( D − )<br />

D / 2<br />

2<br />

2π fp r dr = d<br />

d / 2<br />

T = ∫<br />

Ff<br />

T =<br />

D<br />

3<br />

− d<br />

3<br />

2 2<br />

3 D − d<br />

Essas equações são válidas <strong>para</strong> o torque em um único par <strong>de</strong> união <strong>de</strong> superfícies.<br />

Deve-se multiplicar o número <strong>de</strong> superfícies em contato <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma.<br />

12.10 - CONSIDERAÇÕES SOBRE ENERGIA<br />

Quando os membros rotativos <strong>de</strong> uma máquina são freados, a energia cinética <strong>de</strong><br />

rotação <strong>de</strong>ve ser absorvida pelo freio. Essa energia aparece no freio na forma <strong>de</strong> calor. Energia<br />

cinética é absorvida, durante a mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, pelo freio, sendo transformada em<br />

calor.<br />

Foi visto como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torque do freio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do coeficiente <strong>de</strong> fricção do<br />

material e <strong>de</strong> uma pressão normal segura. Entretanto, a carga <strong>de</strong>ve ser tal, que se o valor do<br />

torque for permitido, o freio <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>struído pelo seu próprio calor gerado. A capacida<strong>de</strong> da<br />

engrenagem é limitada por dois fatores: as características do material e sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dissipar calor. Se o calor é gerado mais rapidamente que é dissipado, tem-se um problema <strong>de</strong><br />

aumento da temperatura.<br />

Para um melhor esclarecimento do que ocorre durante a frenagem, simula-se um<br />

mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> dois sistemas inerciais conectados por um freio. Os momentos <strong>de</strong><br />

inércia I1 e I2 possuem velocida<strong>de</strong>s angulares iniciais w1 e w2. Durante o acionamento do freio,<br />

ambas as velocida<strong>de</strong>s angulares mudam e se tornam iguais. Assume-se que os dois eixos<br />

sejam rígidos e que o torque seja constante.<br />

Escrevendo a equação <strong>de</strong> movimento <strong>para</strong> a inércia 1:<br />

I1β”1 = -T Equação (1)<br />

410


On<strong>de</strong> β”1 é a aceleração angular <strong>de</strong> I1 e T é o torque. Uma equação similar <strong>para</strong> I2 é:<br />

I2β”2= T Equação (2)<br />

Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar as velocida<strong>de</strong>s instantâneas β’1 e β’2 <strong>de</strong> I1 e I2 <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período<br />

<strong>de</strong> tempo t pela integração das Eqs. (a) e (b).<br />

T<br />

β’1 = − t + w1<br />

I<br />

T<br />

β’2 = − t + w2<br />

I<br />

A diferença das velocida<strong>de</strong>s, conhecida como velocida<strong>de</strong> relativa, é<br />

I I<br />

β’= β’1 - β’2 = w w T t<br />

I I ⎟ ⎛ 1 + 2 ⎞<br />

− − ⎜<br />

1 2<br />

⎝ 1 2 ⎠<br />

1<br />

2<br />

A operação <strong>de</strong> acionamento da embreagem é completa no instante em qual as duas<br />

velocida<strong>de</strong>s angulares β’1 e β’2 se tornam iguais.Consi<strong>de</strong>rando o tempo requerido pela inteira<br />

operação igual a t1. Então β’ = 0 quando β’1 = β’2, então a equação acima fica:<br />

t<br />

1<br />

I1I<br />

2 ( w1<br />

− w2<br />

)<br />

=<br />

T ( I + I )<br />

1<br />

Essa equação mostra que o tempo requerido <strong>para</strong> o operação <strong>de</strong> frenagem é<br />

diretamente proporcional à diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e inversamente proporcional ao torque.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o torque constante, acha-se, através das equações acima, a razão da<br />

dissipação <strong>de</strong> energia durante a frenagem:<br />

acima:<br />

I1<br />

+ I 2<br />

U = Tβ’ = T[<br />

w1<br />

− w2<br />

− T ( ) t]<br />

I I<br />

A energia total dissipada durante a ação da embreagem é obtida integrando a equação<br />

E =<br />

t1<br />

∫<br />

0<br />

udt = T<br />

t1<br />

∫<br />

I<br />

=<br />

[ w<br />

− w<br />

2<br />

1<br />

I1<br />

+ I 2<br />

− T ( ) t]<br />

dt<br />

I I<br />

1 2<br />

0 1 2<br />

1<br />

I<br />

2<br />

( w<br />

2(<br />

I<br />

1<br />

1<br />

− w<br />

+ I<br />

Note que a energia dissipada é proporcional ao quadrado da diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s e é<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ao torque.<br />

2<br />

2<br />

)<br />

)<br />

2<br />

2<br />

411


12.11 - CONSIDERAÇÕES SOBRE TEMPERATURA NO FREIO<br />

A temperatura atuante na interface rotor-revestimento é fundamental <strong>para</strong> a fricção e<br />

<strong>de</strong>sgaste e está associada com os materiais em questão. É nessa interface que o calor causado<br />

pela fricção é gerado e on<strong>de</strong> atuam as mais altas temperaturas. A temperatura do material da<br />

presilha <strong>de</strong>termina o modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e o filme presente na superfície que influencia no<br />

coeficiente <strong>de</strong> fricção. O equilíbrio da temperatura é relacionado com o calor <strong>de</strong> entrada<br />

(proporcional ao peso do veiculo, à velocida<strong>de</strong> inicial e à freqüência <strong>de</strong> <strong>para</strong>da) e a magnitu<strong>de</strong><br />

do calor dissipado. O calor é perdido através da condução <strong>para</strong> o conjunto <strong>de</strong> freio assim como<br />

por convecção e radiação <strong>para</strong> a vizinhança.<br />

CALOR DE ENTRADA<br />

veículo:<br />

A entrada instantânea <strong>de</strong> calor no freio q é igual a mudança da energia cinética no<br />

∂ ∂ ⎛ 1<br />

q = ΔKE<br />

= KE = ⎜ mv<br />

∂t<br />

∂t<br />

⎝ 2<br />

on<strong>de</strong> q = razão <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> calor no freio, Btu/s<br />

KE = energia cinética do veículo, Btu<br />

m = massa do veiculo, peso/32,2 ft/s 2<br />

v = velocida<strong>de</strong> instantânea do veiculo, ft/s<br />

O <strong>de</strong>sign do sistema <strong>de</strong> freio irá <strong>de</strong>terminar a porcentagem do total <strong>de</strong> calor gerado que<br />

irá se dissipar em cada roda.<br />

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA<br />

expressão:<br />

O aumento <strong>de</strong> temperatura no conjunto do freio po<strong>de</strong> ser aproximado pela clássica<br />

on<strong>de</strong> ΔT = aumento <strong>de</strong> temperatura, o F<br />

c = calor específico, Btu / (lbm. o F)<br />

W = massa do freio, lbm<br />

Δ T =<br />

H<br />

cW<br />

Uma equação similar po<strong>de</strong> ser escrita no SI:<br />

Δ<br />

T =<br />

E<br />

cm<br />

2<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

412


on<strong>de</strong> ΔT = aumento <strong>de</strong> temperatura, o C<br />

c = calor específico, J/ kg. o C<br />

m = massa do freio, kg<br />

As equações acima po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>para</strong> explicar o que acontece quando o freio<br />

opera. Entretanto, existem várias variáveis envolvidas, então não é <strong>de</strong> se esperar que tais<br />

análises se aproximem <strong>de</strong> resultados experimentais. Por essa razão, tais análises <strong>de</strong>vem ser<br />

utilizadas, em ciclos repetitivos, on<strong>de</strong> tem-se um melhor efeito na performance.<br />

Um objeto aquecido a uma temperatura T1, esfria até uma temperatura ambiente Ta <strong>de</strong><br />

acordo com a relação exponencial abaixo:<br />

T − T = ( T − T ) e<br />

on<strong>de</strong> Ti = temperatura instantânea no tempo t, o F;<br />

A = área <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> calor, ft 2 ;<br />

U = coeficiente <strong>de</strong> superfície, Btu/(ft 2 .s. o F).<br />

i<br />

a<br />

1<br />

a<br />

−(<br />

AU / WC ) t<br />

A temperatura do freio <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> repetidas frenagens vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> quanto do calor<br />

gerado é perdido <strong>de</strong>vido à condução, convecção e radiação. Outro fator significante será o<br />

torque residual no freio. Esse torque residual não gera altas temperaturas, mas reduz a perda<br />

<strong>de</strong> calor do freio, mudando efetivamente o equilíbrio da temperatura após múltiplas frenagens.<br />

12.12 - ACIONAMENTO DE FREIOS<br />

Os acionamentos usados em carros <strong>de</strong> passeio são quatro; vácuo suspenso, ar suspenso,<br />

hidráulico e eletro-hidráulico. O mais usado é o <strong>de</strong> suspensão a vácuo.<br />

12.13 - OPERAÇÃO A VÁCUO SUSPENSO<br />

Na posição neutra, ambos os lados do pistão <strong>de</strong> acionamento e do diafragma simples do<br />

acionamento à vácuo são abertos e ar entra no coletor a vácuo. Quando o freio é requisitado,<br />

ar é admitido em um lado do pistão e do diafragma. Imediatamente, pressão do ar atmosférico<br />

move o diafragma e força o pistão <strong>para</strong> frente, causando o movimento <strong>para</strong> frente da barra <strong>de</strong><br />

pressão que age no pistão do cilindro mestre e aciona os freios.<br />

Alguns veículos gran<strong>de</strong>s são equipados com diafragmas em série. A operação é similar<br />

a unida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> diafragma, com ar sendo admitido em um lado <strong>de</strong> cada diafragma<br />

promovendo uma assistência ao acionamento.<br />

413


12.14 - OPERAÇÃO DE AR SUSPENSO<br />

Na posição neutra, ambos os lados do pistão <strong>de</strong> acionamento estão sob pressão<br />

atmosférica. Quando o freio é aplicado, o coletor a vácuo é admitido em um lado do pistão,<br />

diminuindo a pressão <strong>de</strong>sse lado. Imediatamente, a pressão atmosférica atuante no outro lado<br />

causa o movimento do pistão, forçando a barra <strong>de</strong> pressão <strong>para</strong> frente, acionando o pistão do<br />

cilindro mestre que, por sua vez, aciona os freios.<br />

12.15 - OPERAÇÃO DA BOMBA HIDRÁULICA<br />

O mecanismo <strong>de</strong> bombeamento causa uma pressão hidráulica requerida <strong>para</strong> acionar o<br />

freio. Esse mecanismo combina uma válvula <strong>de</strong> bobina central aberta com o cilindro hidráulico<br />

em uma única carcaça. Esse mecanismo hidráulico possui também um reservatório, chamado<br />

acumulador, que armazena o fluido sobre pressão <strong>para</strong> promover assistência ao freio em caso<br />

<strong>de</strong> queda <strong>de</strong> pressão.<br />

Na posição neutra, o fluido escoa da bomba, passando através da válvula, <strong>para</strong> o<br />

mecanismo <strong>de</strong> engrenagem, e volta <strong>para</strong> o reservatório.<br />

Quando o freio é aplicado, a válvula fecha o retorno do fluido vindo do compartimento da<br />

bomba e admite fluido entrando nesse compartimento. O fechamento da válvula também<br />

restringe o escoamento do fluido <strong>para</strong> o mecanismo <strong>de</strong> engrenagem, causando o bombeamento<br />

a fim <strong>de</strong> aumentar a pressão do fluido.<br />

Enquanto a pressão hidráulica no compartimento <strong>de</strong> bombeamento aumenta, ela age no<br />

pistão, que, por sua vez, move <strong>para</strong> frente o pistão do cilindro mestre <strong>para</strong> acionar o freio.<br />

Se existir uma perda <strong>de</strong> pressão, a pressão no pedal do freio atua na válvula da bobina <strong>para</strong><br />

abrir a válvula acumuladora. A pressão na bomba fornece, então, uma reserva <strong>de</strong> suprimento<br />

<strong>de</strong> energia ou fluido. Quando o suprimento se esgota, o sistema reverte <strong>para</strong> a operação<br />

manual. A operação manual ocorre quando existe uma falta <strong>de</strong> assistência durante a aplicação<br />

do freio. Isso aumenta o esforço necessário <strong>para</strong> acionar os freios.<br />

12.16 - OPERAÇÃO ELETRO-HIDRÁULICO<br />

Compõe este sistema: bomba eletro-hidráulica, um fluido acumulador, chave <strong>de</strong> pressão<br />

dual e uma bomba hidráulico. A bomba opera entre uma faixa limite <strong>de</strong> pressão <strong>para</strong> manter a<br />

pressão do fluido satisfatória <strong>para</strong> o acionamento do elevador <strong>de</strong> pressão. Quando o pedal do<br />

freio é acionado, o fluido acumulador sob pressão, age sobre o pistão da bomba <strong>para</strong> que o<br />

cilindro mestre entre em atuação.<br />

414


Capítulo 13 – Programas computacionais<br />

OBSERVAÇÕES PARA INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO<br />

Instale o programa no diretório c:\Elementos .Os programas <strong>de</strong>vem ser instalados<br />

diretamente no disco rígido, pois se instalados em diretórios com muitas sub-pastas po<strong>de</strong>m não<br />

funcionar corretamente.<br />

Alguns programas estão na plataforma DOS portanto po<strong>de</strong>m não funcionar corretamente<br />

em algumas versões do Windows.<br />

Quando se inicializar algum programa em que esteja operando em plataforma DOS, este<br />

<strong>de</strong>ve estar maximizado, caso isso não ocorra pressione as teclas Atl+Enter <strong>para</strong> maximizar.<br />

A maioria dos programas interpretam o ponto como digito <strong>de</strong>cimal e não a virgula.<br />

Os programas po<strong>de</strong>m ser acessados diretamente ou através <strong>de</strong> um programa geral<br />

instalado no diretório c:\Elementos\Elemaq\Elemaq.exe<br />

13.1 - CIRCULO DE MOHR<br />

Programa – Morh\Circ.exe<br />

• Primeiro passo: Selecione uma opção:<br />

[1] Estado Triplo <strong>de</strong> Tensões<br />

[2] Estado Plano <strong>de</strong> Tensões<br />

• Segundo passo: Entre com as Tensões:<br />

13.2 - VIGAS<br />

[1] Tx – Tensão normal no plano x<br />

[2] Ty – Tensão normal no plano y<br />

[3] Tz – Tensão normal no plano z<br />

[4] Txy – Tensão cisalhante no plano xy<br />

[5] Txz – Tensão cisalhante no plano xz<br />

[6] Tyz – Tensão cisalhante no plano yz<br />

Cálculo <strong>de</strong> Momento fletor e esforço cortante em vigas:<br />

Obs: Use ponto ao invés <strong>de</strong> virgula <strong>para</strong> décimos e centésimos.<br />

Programas:<br />

415


• Vigas\R1.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre com força sendo aplicada na<br />

extremida<strong>de</strong> da viga<br />

• Vigas\R2.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre com força sendo aplicada em uma<br />

posição intermediaria a viga.<br />

• Vigas\R3.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre com carregamento aplicado ao longo<br />

da viga.<br />

• Vigas\R4.exe – Engastada com extremida<strong>de</strong> livre e momento sendo aplicado na<br />

extremida<strong>de</strong> da viga.<br />

• VigasR5.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força aplicada no centro da viga.<br />

• Vigas\R6.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força aplicada em uma posição<br />

intermediaria da viga.<br />

• Vigas\R7.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força uniforme aplicada na viga.<br />

• Vigas\R8.exe – Bi-apoiada nos extremos e com momento aplicado em uma posição<br />

intermediaria da viga.<br />

• Vigas\R9.exe – Bi-apoiada nos extremos e com força aplicada simétrica em uma<br />

posição intermediaria da viga.<br />

• Vigas\R10.exe – Bi-apoiada em balaço e com força aplicada na extremida<strong>de</strong> da viga.<br />

• Vigas\R11.exe – Engastada e apoiada com força aplicada no centro da viga.<br />

• Vigas\R12.exe – Engastada e apoiada com força aplicada em posição intermediaria da<br />

viga.<br />

• Vigas\R13.exe – Engastada e apoiada com carregamento aplicado ao longo da viga.<br />

• Vigas\R14.exe – Bi-engastada com força aplicada no centro da viga.<br />

• Vigas\R15.exe – Bi-engastada com força aplicada em uma posição intermediaria da<br />

viga.<br />

• Vigas\R16.exe – Bi-engastada com carregamento uniforme aplicado ao longo da viga.<br />

13.3 - FADIGA PARA PEÇAS SEÇÕES CIRCULARES OU RETANGULARES<br />

Programa – Fadiga\Fadiga1\fadiga.exe<br />

Este livro apresenta um programa computacional Fadiga, que <strong>de</strong>senvolvemos <strong>para</strong> o<br />

cálculo do limite <strong>de</strong> resistência à fadiga. O item Opção possui dois níveis: Seção Circular e<br />

Seção retangular. Deve-se primeiramente através do item opção selecionar o tipo <strong>de</strong> seção da<br />

peça. Em seguida selecione o tipo <strong>de</strong> carregamento no qual a peça está sujeita. Para a seleção<br />

416


do carregamento basta clicar sobre a figura <strong>de</strong>sejada. Deve-se agora preencher todos os dados<br />

solicitados. Observe, também, que diversas variáveis estão indicadas no <strong>de</strong>senho que você<br />

optou. Os valores não <strong>de</strong>vem ser digitados arbitrariamente, por exemplo, se você digitar um<br />

valor D>d, po<strong>de</strong>rá haver um erro. Por fim, clica-se no botão calcular o resultado. Note que ao<br />

selecionar uma <strong>de</strong>terminada seção, aparece os <strong>de</strong>senhos relacionados ao tipo <strong>de</strong> seção. Se<br />

você selecionar uma seção retangular apenas os <strong>de</strong>senhos da seção retangular estarão<br />

disponíveis.<br />

13.4 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS<br />

Programa – Fadiga\Fadiga2\fadiga.exe<br />

Os cálculos são realizados através da fórmula Se dada neste capítulo.<br />

O usuário <strong>de</strong>verá:<br />

• Consultar a lista <strong>de</strong> aços disponíveis teclando a opção [1];<br />

• Entrar com o aço comercial tabelado [2];<br />

• Escolher o processo <strong>de</strong> fabricação do aço:<br />

[1] Laminado a quente;<br />

[2] Estirado a frio;<br />

[3] Normalizado;<br />

[4] Recozido;<br />

[5] Temperado.<br />

• Escolher o tipo <strong>de</strong> acabamento:<br />

[1] Retificado;<br />

[2] Usinado ou estriado a frio;<br />

[3] Laminado a quente;<br />

[4] Forjado.<br />

• Escolher o tipo <strong>de</strong> esforço:<br />

[1] Axial;<br />

[2] Torção / Flexão.<br />

• Indicar o tipo <strong>de</strong> seção:<br />

[1] Retangular;<br />

[2] Circular;<br />

[3] Tipo “I”;<br />

[4] Cantoneira.<br />

417


• Indicar o fator <strong>de</strong> carregamento:<br />

[1] Axial;<br />

[2] Fletor;<br />

[3] Torsor ou cisalhante.<br />

• Indicar o valor da temperatura <strong>de</strong> trabalho (entre 20ºC e 600ºC).<br />

• Fornecer o valor <strong>de</strong> Ke, fator <strong>de</strong>vido à concentração <strong>de</strong> tensões (use ponto <strong>para</strong><br />

frações).<br />

Resultados do programa:<br />

• Valores <strong>de</strong> Su, Sy, Ka, Kb, Kc, Kd, Se’, Se;<br />

• Resistência à fadiga <strong>para</strong> N ciclos;<br />

• Vida em ciclos <strong>para</strong> uma tensão reversa;<br />

• Carga máxima aplicada ciclicamente.<br />

13.5 - CÁLCULO DO LIMITE DE RESISTÊNCIA A FADIGA DE PEÇAS<br />

Programa – Fadiga\Fadiga3\element.exe<br />

Os cálculos são realizados através da fórmula Se dada neste capítulo.<br />

O usuário <strong>de</strong>verá:<br />

• Indicar o valor <strong>de</strong> Su (limite <strong>de</strong> resistência a tração) da peça. Po<strong>de</strong>rá escolher o valor<br />

tabelado ou indicar um novo valor via teclado.<br />

• Indicar o Tipo <strong>de</strong> seção:<br />

[1] Seção circular;<br />

[2] Seção retangular;<br />

[3] Perfil I;<br />

[4] Perfil U;<br />

• Informar se a peça trabalha:<br />

[1] Fixa;<br />

[2] Sob rotação.<br />

• Informar a geometria da seção, se for eixo, por exemplo:<br />

[1] Eixo maciço;<br />

[2] Eixo com raio <strong>de</strong> adoçamento;<br />

[3] Eixo com furo radial;<br />

[4] Eixo com entalhe;<br />

[5] Tubo vazado;<br />

418


[6] Tubo vazado com furo radial.<br />

• Digite o diâmetro do eixo ou calcule o diâmetro efetivo da peça.<br />

• Informe o tipo <strong>de</strong> carregamento atuante:<br />

[1] Carga axial;<br />

[2] Carga <strong>de</strong> flexão;<br />

[3] Carga <strong>de</strong> torção.<br />

• Indique a temperatura <strong>de</strong> trabalho - retirar o valor da tabela <strong>de</strong> temperatura em o<br />

Celsius, variando <strong>de</strong> 20 a 600 ºC.<br />

• Indique o acabamento superficial da peça:<br />

[1] Retificado;<br />

[2] Laminado a frio ou Usinado;<br />

[3] Laminado a quente Forjado.<br />

• O programa informa o valor do Limite <strong>de</strong> Resistência à fadiga da peça (vida infinita). A<br />

partir <strong>de</strong>stes dados obtidos, po<strong>de</strong>-se agora proce<strong>de</strong>r à estimativa da vida da peça. O<br />

usuário <strong>de</strong>verá entrar com os dados das tensões atuantes sobre a peça, <strong>para</strong> que o<br />

programa <strong>de</strong>termine se esta terá vida finita ou vida infinita.<br />

o Caso 1 - Vida infinita - O programa calcula o fator <strong>de</strong> segurança do <strong>projeto</strong>.<br />

o Caso 2 - Vida finita - O programa calcula a vida da peça em número <strong>de</strong> ciclos.<br />

• O usuário <strong>de</strong>verá digitar:<br />

[1] A máxima tensão atuante sobre a peça em Mpa;<br />

[2] A mínima tensão atuante sobre a peça em Mpa.<br />

• O usuário <strong>de</strong>verá informar se há pré-carga na peça e o seu valor.<br />

• O usuário <strong>de</strong>verá informar qual o critério a ser usado:<br />

[1] Critério <strong>de</strong> Goodman;<br />

[2] Critério <strong>de</strong> So<strong>de</strong>rberg.<br />

• O programa apresenta como solução:<br />

[1] O gráfico das tensões médias x tensões alternadas com as linhas <strong>de</strong><br />

Goodman e So<strong>de</strong>rberg e as tensões alternada, média e o ponto <strong>de</strong> trabalho.<br />

[2] O programa apresenta o limite <strong>de</strong> resistência à fadiga (Se) se infinito ou limite<br />

<strong>de</strong> fadiga se finito (Sf).<br />

[3] O programa apresenta a curva <strong>de</strong> fadiga da peça <strong>de</strong>stacando os valores <strong>de</strong><br />

10 3 ciclos (0,9 Su) e 10 6 ciclos, Se.<br />

[4] O programa informa a vida da peça com o coeficiente <strong>de</strong> segurança.<br />

419


13.6 – DIMENSIONAMENTO DE PARAFUSOS DE UNIÃO<br />

Programa: Parafusos\VasoPressao\Vaspres.exe<br />

Este programa computacional utiliza as equações <strong>de</strong>ste capítulo <strong>para</strong> dimensionar<br />

<strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> união submetidos a carregamento estático e dinâmico.<br />

Figura 1 – Programa <strong>para</strong>fuso.exe<br />

Dimensionamento <strong>de</strong> Parafusos <strong>de</strong> União em Vasos <strong>de</strong> Pressão<br />

O usuário <strong>de</strong>verá:<br />

• Digitar o valor máximo da pressão interna do vaso em MPa.<br />

• Digitar o valor do diâmetro interno do vaso <strong>de</strong> pressão d (mm).<br />

• Digitar o valor da espessura da tampa do vaso, D (mm).<br />

• Digitar o valor da espessura do vaso E (mm).<br />

• Digitar o fator <strong>de</strong> segurança requerido <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong>.<br />

• Digitar o valor do número máximo <strong>de</strong> <strong>para</strong>fusos que se <strong>de</strong>seja.<br />

• Informar se no <strong>projeto</strong>, os <strong>para</strong>fusos possuem ou não porca.<br />

• Informar se no <strong>projeto</strong>, os <strong>para</strong>fusos possuem arruela.<br />

• Utilizando tabela do programa, informar o material da tampa do vaso.<br />

[1] Aço 207 GPa<br />

[2] Alumínio 70 GPa<br />

[3] Ferro Fundido 131 MPa<br />

[4] Ferro Nodular 170 MP<br />

• Utilizando tabela do programa, informar o material do valorf<br />

• Informar a característica da junta<br />

[1] Conexão permanente<br />

[2] Conexão reutilizável<br />

420


padronizados.<br />

O programa apresenta as possíveis soluções utilizando <strong>para</strong>fusos <strong>de</strong> classe ISO<br />

Apresenta uma tabela com as seguintes informações<br />

Projeto - Qualida<strong>de</strong> dos Parafusos - Classe ISO - Diâmetro (mm) - Comprimento do<br />

Parafuso (mm)<br />

13.7 - PARAFUSO DE POTÊNCIA<br />

Programa: Parafusos\ParafusoPot\Parapote.exe<br />

O programa fornece como resposta o diâmetro da raiz, o diâmetro médio, torque <strong>para</strong><br />

elevar a carga, torque <strong>para</strong> abaixar a carga, eficiência do <strong>para</strong>fuso e potencia em HP.<br />

Como entradas temos:<br />

• Entre com o valor da carga [N]<br />

• Entre com o valor da bitola do <strong>para</strong>fuso [mm]<br />

• Entre com o passo [mm]<br />

• Entre com número <strong>de</strong> entradas do <strong>para</strong>fusos<br />

• Coeficiente <strong>de</strong> atrito <strong>para</strong> os cálculos<br />

[1] Sim<br />

[2] Não<br />

• Tipo <strong>de</strong> rosca<br />

[1] Rosca quadrada<br />

[2] Rosca trapezoidal<br />

• Ângulo da rosca em graus<br />

• Velocida<strong>de</strong> com que a peça <strong>de</strong>ve-se mover [mm/s]<br />

13.8 – FLEXÃO E TORÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS<br />

Programa: Solda\solda.exe<br />

O programa tem a função <strong>de</strong> calcular as tensões <strong>de</strong> torção e <strong>de</strong> flexão atuantes em<br />

juntas soldadas.<br />

• Selecione a opção do programa<br />

[1] Determinação da tensão cisalhante<br />

[2] Determinação da altura h da solda<br />

• Tipo <strong>de</strong> solicitação<br />

421


[1] Torção em junta soldadas<br />

[2] Flexão em juntas soldadas<br />

• Plano <strong>de</strong> atuação da força<br />

• Tipos <strong>de</strong> carregamento<br />

• Entre com o valor da força<br />

A resposta do programa é o valor da tensão.<br />

13.9 - DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS UTILIZANDO A NORMA AGMA<br />

Programa: Engrenagens\Engren.exe<br />

Cálculo <strong>de</strong> engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos e engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos helicoidais:<br />

[1] Cálculo simples<br />

[2] Cálculo <strong>de</strong> esforços<br />

[3] Dimensionamento<br />

a. Dimensionar um par <strong>de</strong> engrenagens <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminada aplicação, calculando-se<br />

assim seu módulo, bem como diâmetros e números <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes.<br />

b. Para um dado par <strong>de</strong> engrenagens, calcula-se a máxima força tangencial que<br />

este possa sofrer. Utiliza-se a norma AGMA <strong>para</strong> tais cálculos, po<strong>de</strong>ndo o<br />

dimensionamento ser feito <strong>para</strong> o <strong>de</strong>sgaste ou <strong>para</strong> a flexão (ou ambos).<br />

Restrições: Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes retos - ângulo <strong>de</strong> pressão 20 o .<br />

• Determinar:<br />

Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes helicoidais - ângulo <strong>de</strong> pressão normal 20 o .<br />

[1] Módulo da engrenagem<br />

[2] Máxima força<br />

• Para <strong>de</strong>terminação do módulo do par <strong>de</strong> engrenagens são utilizados os seguintes<br />

critérios <strong>de</strong> dimensionamento:<br />

[1] Tensão <strong>de</strong> Flexão<br />

[2] Tensão <strong>de</strong> contato<br />

[3] Ambos os critérios<br />

• Determinação da Resistência do Pinhão:<br />

Para tanto, <strong>de</strong>ve-se especificar o material da engrenagem ou sua dureza.<br />

Tabela do programa (tabela 1) com indicação <strong>de</strong> material e dureza mínima:<br />

• Especificação do material da coroa- utilizar tabela <strong>de</strong> material com dureza<br />

• Digite o valor da máxima potência a ser transmitida em KW<br />

422


• A relação <strong>de</strong> redução do sistema é a razão entre a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação da<br />

engrenagem condutora (pinhão) pela velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação da engrenagem conduzida<br />

(corôa).<br />

• Entrar com os dados informando a relação entre as velocida<strong>de</strong>s.<br />

• Informar a classe AGMA das engrenagens:<br />

[1] Engrenagem comercial<br />

[2] Engrenagem precisa<br />

[3] Engrenagem <strong>de</strong> alta precisão<br />

• Informar o número <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> AGMA<br />

• Informar a vida <strong>de</strong>sejada <strong>para</strong> o pinhão em número <strong>de</strong> ciclos<br />

• Informar parâmetros referentes a características do engrenamento<br />

• Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação do pinhão(no caso <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> variável indicar a máxima) em<br />

rpm<br />

• Temperatura <strong>de</strong> trabalho do engrenamento:<br />

[1] Até 120 o Celsius<br />

[2] Acima <strong>de</strong> 120 o Celsius<br />

• Condições <strong>de</strong> Montagem:<br />

[1] Montagem acurada, com engrenagens <strong>de</strong> precisão<br />

[2] Montagem menos rígida, engrenagens menos acuradas<br />

[3] Montagem acurada, on<strong>de</strong> não há conato total das faces<br />

Aço temperado e recozido AGMA A-1 100 HB<br />

Aço temperado e recozido AGMA A-2 240 HB<br />

Aço temperado e recozido AGMA A-3 300 HB<br />

Aço temperado e recozido AGMA A-4 360 HB<br />

Aço temperado e recozido AGMA A-5 400 HB<br />

Aço endurecido por indução ou chama tipo A 50 HRC<br />

Aço cementado e com camada endurecida 55 HRC<br />

Aço cementado e com camada endurecida 60 HRC<br />

Aço AISI 4140 48 HRC<br />

Aço AISI 4340 46 HRC<br />

Aço Nitralloy 135M 60 HRC<br />

Aço 2,5 % Cromo 60 HRC<br />

423


Ferro Fundido AGMA-30 175 HB<br />

Ferro Fundido AGMA-40 200 HB<br />

Ferro Nodular Recozido e Temperado AGMA A-7 a 140 HB<br />

Ferro Nodular Recozido e Temperado AGMA A-7 c 180 HB<br />

Ferro Nodular Recozido e TemperadoAGMA A-7 d 230 HB<br />

Ferro Nodular Recozido e Tempeado AGMA A-7 e 270 HB<br />

Ferro Maleável A-8-c 165 HB<br />

Ferro Maleável A-8-e 180 HB<br />

Ferro Maleável A-8-f 195 HB<br />

Ferro Maleável A-8-i 195 HB<br />

Bronze AGMA -2c - máxima resist. à tração 275 Mpa<br />

Alumínio Bronze 3 - máxima resist. à tração 620 Mpa<br />

• Confiabilida<strong>de</strong> requerida <strong>para</strong> o Projeto<br />

• O sistema é constituído <strong>de</strong>:<br />

Tabela 1 – Dureza mínima dos materiais<br />

[1] Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes externos<br />

[2] Engrenagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes internos<br />

• Indicar a aplicação mais próxima da <strong>de</strong>sejada <strong>para</strong> o sistema<br />

[1] Suporte <strong>de</strong> elevadores<br />

[2] Movimentação do braço <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> guindastes móveis e suas<br />

conexões<br />

[3] Máquinas alternativas ou movidas a pistão<br />

[4] Unida<strong>de</strong>s acionadas por motor<br />

[5] Maquinário leve, acionado por motor ou eixo<br />

[6] Guindaste <strong>para</strong> suporte <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cargas<br />

[7] Outra aplicação qualquer<br />

• Parâmetros <strong>de</strong> referência - selecionar um item abaixo:<br />

[1] Distância entre centros <strong>de</strong> engrenagens<br />

[2] Diâmetro do pinhão<br />

[3] Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do pinhão<br />

[4] Número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes do pinhão a critério do programa<br />

• Determinação da largura do par <strong>de</strong> engrenagens:<br />

[1] Especificar o valor via teclado<br />

424


[2] Calcular o valor em função do módulo<br />

[3] Determinar pelo programa<br />

[4] Determinar pelo usuário<br />

• O programa apresenta como solução final<br />

O módulo calculado, módulo padronizado, largura mínima recomendada; dados do pinhão e<br />

coroa após padronização: número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, diâmetros primitivos.<br />

13.10 - MANCAIS HIDRODINÂMICOS<br />

Programa: Mancais\Mancal\Mancal.exe<br />

A função do programa é encontrar os valores da temperatura média dos mancais, folga<br />

i<strong>de</strong>al, potencia dissipada e pressão máxima nos mancais.<br />

Dados necessários:<br />

• Diâmetro do mancal<br />

• Comprimento do mancal<br />

• Carga máxima atuante<br />

• Rotação em rpm<br />

• Tipo <strong>de</strong> óleo lubrificante (SAE)<br />

• Temperatura <strong>de</strong> entrada do óleo<br />

• Folga radial<br />

O programa realiza interações sucessivas e <strong>de</strong>termina em função dos dados:<br />

• A temperatura média do mancal utilizando a teoria hidrodinâmica.<br />

• Calcula também a espessura mínima <strong>de</strong> óleo (ho) ;<br />

• A curva <strong>de</strong> ho x c (folga radial).<br />

• Determina a folga i<strong>de</strong>al no mancal hidrodinâmico.<br />

• Apresenta finalmente os seguintes resultados: Temperatura média do mancal, pressão<br />

máxima do lubrificante; folga i<strong>de</strong>al, potencia dissipada pelo atrito; e o gráfico hox c.<br />

13.11 - MANCAIS UTILIZANDO O CATÁLOGO DA TIMKEN E SKF<br />

Programa: Mancais\Bearing\Bearing.exe<br />

O programa fornece uma tabela <strong>de</strong> acordo com o fabricante SKF <strong>para</strong> seus tipos <strong>de</strong><br />

mancais, além <strong>de</strong> tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> novos rolamentos no banco <strong>de</strong> dados.<br />

Seque as opções fornecidas.<br />

425


• Menu principal:<br />

[1] Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> rolamento<br />

[2] Tabela <strong>de</strong> vida por utilização<br />

[3] Alterar dados do rolamento atual<br />

[4] Inclusão <strong>de</strong> novo rolamento<br />

[5] Selecionar pela vida nominal<br />

[6] Remover filtro<br />

13.12 – MANCAIS DE DESLIZAMENTO<br />

Programa: Mancais\MancaisDesl\prjMancalexe<br />

Projeto<br />

Dados <strong>de</strong> entrada<br />

• Carga [kN]<br />

• Diâmetro [mm]<br />

• Rotação [rps]<br />

• Temperatura inicial ºC<br />

• Folga [mm]<br />

• Tipo <strong>de</strong> óleo usado<br />

• Relação <strong>de</strong> i/d:<br />

[1] SAE 10<br />

[2] SAE 20<br />

[3] SAE 30<br />

[4] SAE 40<br />

[5] SAE 50<br />

[6] SAE 60<br />

[7] SAE 70<br />

[1] 1<br />

[2] ½<br />

[3] ¼<br />

[4] infinito<br />

• Temperatura <strong>de</strong> funcionamento<br />

• Porcentagem em relação a folga máxima %<br />

426


Como resultado temos Gráfico h0 x c e uma tabela indicando os valores <strong>de</strong> ΔT, Tm,<br />

Viscosida<strong>de</strong>s, f=r/c.<br />

13.13 – ROLAMENTOS COM UMA NOVA TEORIA DE VIDA<br />

Programa: Rolamentos\EXER--3.exe<br />

O programa tem como objetivo fornecer o rolamento a<strong>de</strong>quado ao tipo <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong>sejado.<br />

• Tipo <strong>de</strong> Máquina<br />

[1] Pequeno porte<br />

[2] Uso intermitente<br />

[3] Alta confiabilida<strong>de</strong><br />

[4] Uso diário


13.14 – ROLAMENTOS DE ESFERA PARA UMA CARGA DINÂMICA<br />

Programa: Rolamentos\EXER--4.exe<br />

O programa tem como objetivo fornecer o rolamento a<strong>de</strong>quado ao tipo <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong>sejado.<br />

• Tipo <strong>de</strong> Máquina<br />

[7] Pequeno porte<br />

[8] Uso intermitente<br />

[9] Alta confiabilida<strong>de</strong><br />

[10] Uso diário


• Disposição<br />

[1] Tan<strong>de</strong>m<br />

[2] O<br />

[3] X<br />

• Força radial [N]<br />

• Força axial [N]<br />

• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga estática<br />

• Velocida<strong>de</strong> [rpm]<br />

• Diâmetro interno<br />

• Diâmetro externo<br />

• Temperatura <strong>de</strong> trabalho<br />

Como resposta temos a viscosida<strong>de</strong> que o óleo <strong>de</strong>ve apresentar.<br />

13.16 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS COM MOMENTO TORSOR E FLETOR<br />

Programa: Eixos\Eixos1\Eixo1.exe<br />

O programa solicita os seguintes dados:<br />

• O usuário <strong>de</strong>verá informar um dos seguintes dados, <strong>para</strong> o cálculo do momento torsor:<br />

[1] Momento torsor - Força em N e distancia da origem do eixo em m;<br />

[2] Torsor (N.m);<br />

[3] Potência (HP) e rotação em rpm.<br />

• Selecionar o seguinte critério <strong>de</strong> Resistência (carregamento estático):<br />

[1] Critério da Máxima tensão cisalhante;<br />

[2] Critério da energia <strong>de</strong> distorção,<br />

• Selecionar <strong>para</strong> carregamento dinâmico:<br />

[1] Limite <strong>de</strong> resistência à tração do eixo;<br />

[2] Fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão;<br />

[3] Tipo <strong>de</strong> acabamento do eixo;<br />

[4] Limite <strong>de</strong> resistência ao escoamento.<br />

• Cálculo do Momento Fletor:<br />

[1] Posição do Momento <strong>de</strong>sejado;<br />

[2] Posição dos apoios (estabelecer a quantida<strong>de</strong> e a localização dos apoios);<br />

[3] Forças distribuídas (o valor e a localização das forças);<br />

[4] Forças concentradas (o valor e a localização no eixo).<br />

429


• Estabelecer um fator <strong>de</strong> segurança.<br />

• Como resultado o programa calcula o momento fletor na localização <strong>de</strong>sejada e<br />

<strong>de</strong>termina o diâmetro do eixo no local. Este programa, portanto <strong>de</strong>termina o diâmetro do<br />

eixo <strong>para</strong> a localização estipulada pelo usuário.<br />

13.17 - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS<br />

Programa 2 – Eixos\Eixos2\Elemaq.exe<br />

• Selecionar dimensionamento <strong>de</strong> Eixos.<br />

• O usuário <strong>de</strong>verá escolher o critério <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>sejado:<br />

[1] Critério <strong>de</strong> Goodman;<br />

[2] Critério <strong>de</strong> So<strong>de</strong>rberg;<br />

[3] Critério da Energia <strong>de</strong> distorção;<br />

[4] ASM.<br />

• Selecionar o tipo <strong>de</strong> acabamento superficial do eixo:<br />

[1] Retificado;<br />

[2] Usinado;<br />

[3] Laminado a quente;<br />

[4] Forjado.<br />

• O programa mostra o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um redutor com duas engrenagens no eixo sendo<br />

que:<br />

[1] R1= raio da engrenagem motora do eixo 1;<br />

[2] R2= raio da engrenagem movida do eixo 2;<br />

[3] R3= raio da engrenagem motora do eixo 2;<br />

[4] R4= raio da engrenagem movida do eixo 3.<br />

• Para o eixo intermediário (engrenagens 2 e 3) o usuário <strong>de</strong>verá especificar as seguintes<br />

distâncias:<br />

[1] Distância da engrenagem 2 ao mancal esquerdo;<br />

[2] Distância entre as engrenagens 2 e 3;<br />

[3] Distância da engrenagem 3 ao mancal direito.<br />

• O usuário <strong>de</strong>verá especificar o fator <strong>de</strong> segurança.<br />

• Informar se as engrenagens são enchavetadas no eixo<br />

• O programa fornece os diâmetros do eixo nos trechos:<br />

[1] Diâmetro do eixo na seção da engrenagem 1;<br />

430


[2] Diâmetro do eixo na seção da engrenagem 2;<br />

[3] Diâmetro do eixo na seção da engrenagem 3.<br />

• O fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>ve ser usado, utilizando os tipos <strong>de</strong> entalhes <strong>de</strong>finidos na<br />

unida<strong>de</strong> I.<br />

• Para o caso <strong>de</strong> chavetas, o fator <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tensão é Kf = 3, <strong>para</strong> eixos submetidos<br />

à solicitação <strong>de</strong> torção e flexão, que é o caso <strong>para</strong> a maioria dos eixos.<br />

• Lembrar que quando existir chavetas no eixo, usar: Ke = 0,3.<br />

431


A N E X O S<br />

432


N° Da<br />

Tabela<br />

PROPRIEDADES DOS MATERIAIS<br />

Descrição<br />

A-1 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Alguns Aço-Carbono<br />

A-2 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Alguns Plásticos <strong>de</strong> Engenharia<br />

A-3 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Alumínio Fundido<br />

A-4 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Cobre Fundido e<br />

Forjado<br />

A-5 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Titânio<br />

A-6 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Magnésio<br />

A-7 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Ferro-Fundido<br />

A-8 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Aço Inoxidável<br />

A-9 Proprieda<strong>de</strong>s Físicas <strong>de</strong> alguns Materiais <strong>de</strong> Engenharia<br />

A-10 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas e Aços Ferramenta<br />

A-11 Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> algumas ligas <strong>de</strong> Alumínio Forjado<br />

433


Tabela A-1 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Alguns Aço-Carbono<br />

Número<br />

SAE/AISI<br />

1010<br />

1020<br />

1030<br />

1035<br />

1040<br />

1045<br />

1050<br />

1060<br />

1095<br />

Condição<br />

Resistência a<br />

Tração Nominal<br />

(2% <strong>de</strong><br />

tolerância)<br />

Resistênci<br />

a a Tração<br />

Última<br />

Alongament<br />

o acima <strong>de</strong> 2<br />

pol<br />

Dureza<br />

Brinell<br />

kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />

Laminado a quente 26 179 47 324 28 95<br />

Laminado a frio 44 303 53 365 20 105<br />

Laminado a quente 30 207 55 379 25 111<br />

Laminado a frio 57 393 68 469 15 131<br />

Laminado a quente 38 259 68 469 20 137<br />

Normalizado a 1650°F 50 345 75 517 32 149<br />

Laminado a frio 64 441 76 524 12 149<br />

Q e T a 1000°F 75 517 97 669 28 255<br />

Q e T a 800°F 84 579 103 731 23 302<br />

Q e T a 400°F 94 648 123 848 17 495<br />

Laminado a quente 40 276 72 496 18 143<br />

Laminado a frio 67 462 80 552 12 163<br />

Laminado a quente 42 290 76 524 18 149<br />

Normalizado a 1650°F 54 372 86 593 28 170<br />

Laminado a frio 71 490 85 586 12 170<br />

Q e T a 1200°F 63 434 92 634 29 192<br />

Q e T a 800°F 80 552 110 758 21 241<br />

Q e T a 400°F 86 593 113 779 19 262<br />

Laminado a quente 45 310 82 565 16 163<br />

Laminado a frio 77 531 91 627 12 179<br />

Laminado a quente 50 345 90 621 15 179<br />

Normalizado a 1650°F 62 427 108 745 20 217<br />

Laminado a frio 84 579 100 689 10 197<br />

Q e T a 1200°F 78 538 104 717 28 235<br />

Q e T a 800°F 115 793 158 1089 13 444<br />

Q e T a 400°F 117 807 163 1124 9 514<br />

Laminado a quente 54 372 98 676 12 200<br />

Normalizado a 1650°F 61 421 112 772 18 229<br />

Q e T a 1200°F 76 524 116 800 23 229<br />

Q e T a 1000°F 97 669 140 965 17 277<br />

Q e T a 800°F 111 765 156 1076 14 311<br />

Laminado a quente 66 455 120 827 10 248<br />

Normalizado a 1650°F 72 496 147 1014 9 13<br />

Q e T a 1200°F 80 552 130 896 21 269<br />

Q e T a 800°F 112 772 176 1213 12 363<br />

Q e T a 600°F 118 814 183 1262 10 375<br />

434


Tabela A-2 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Alguns Plásticos <strong>de</strong><br />

Engenharia<br />

Material<br />

Módulo <strong>de</strong><br />

Elasticida<strong>de</strong><br />

Aproximado<br />

E<br />

Resistência<br />

a Tração<br />

Última<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

Compress<br />

ão<br />

Alongament<br />

o acima <strong>de</strong><br />

2 pol<br />

Temp.<br />

Máx.<br />

Gravidad<br />

e<br />

Específic<br />

a<br />

Mpsi GPa kpsi MPa kpsi MPa % °F<br />

ABS 0,3 2,1 6,0 41,4 10,0 68,9 5 a 25<br />

160-<br />

200<br />

1,05<br />

Vidro cheio 20-<br />

40%<br />

0,6 4,1 10,0 68,9 12,0 82,7 3<br />

200-<br />

230<br />

1,30<br />

Acetal 0,5 3,4 8,8 60,7 18,0 124,<br />

1<br />

60 220 1,41<br />

Vidro cheio 20-<br />

30%<br />

1,0 6,9 10,0 68,9 18,0 124,<br />

1<br />

7<br />

185-<br />

220<br />

1,56<br />

Acrílico 0,4 2,8 10,0 68,9 15,0 103,<br />

4<br />

5<br />

140-<br />

190<br />

1,18<br />

Fluoroplástico<br />

(PTFE)<br />

0,2 1,4 5,0 34,5 6,0 41,4 100<br />

350-<br />

330<br />

2,10<br />

Nilon 6/6 0,2 1,4 10,0 68,9 10,0 68,9 60<br />

180-<br />

300<br />

1,14<br />

Nilon 11 0,2 1,3 8,0 55,2 8,0 55,2 300<br />

180-<br />

300<br />

1,04<br />

Vidro cheio 20-<br />

30%<br />

0,4 2,5 12,8 88,3 12,8 88,3 4<br />

250-<br />

340<br />

1,26<br />

Policarbonato 0,4 2,4 9,0 62,1 12,0 82,7 100 250 1,20<br />

Vidro cheio 10-<br />

40%<br />

1,0 6,9 17,0 117,<br />

2<br />

17,0 117,<br />

2<br />

2 275 1,35<br />

Polietileno HMW 0,1 0,7 2,5 17,2 - - 525 - 0,94<br />

Óxido <strong>de</strong><br />

Polifenileno<br />

0,4 2,4 9,6 66,2 16,4 113,<br />

1<br />

20 212 1,06<br />

Vidro cheio 20-<br />

30%<br />

1,1 7,8 15,5 106,<br />

9<br />

17,5 120,<br />

7<br />

5 260 1,23<br />

Polipropileno 0,2 1,4 5,0 34,5 7,0 48,3 500<br />

250-<br />

320<br />

0,90<br />

Vidro cheio 20-<br />

30%<br />

0,7 4,8 7,5 51,7 6,2 42,7 2<br />

300-<br />

320<br />

1,10<br />

Poliestireno <strong>de</strong><br />

Impacto<br />

0,3 2,1 4,0 27,6 6,0 41,4 2 a 80<br />

140-<br />

175<br />

1,07<br />

Vidro cheio 20-<br />

30%<br />

0,1 0,7 12,0 82,7 16,0 110,<br />

3<br />

1<br />

180-<br />

200<br />

1,25<br />

Polisulfano 0,4 2,5 10,2 70,3 13,9 95,8 50<br />

300-<br />

345<br />

1,24<br />

435


Tabela A-3 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>de</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Alumínio<br />

Fundido<br />

Ligas <strong>de</strong><br />

Alumínio<br />

Fundido<br />

43<br />

195<br />

220<br />

380<br />

A132<br />

A142<br />

Condição<br />

Mol<strong>de</strong> fundição<br />

permanente-fundir<br />

Areia <strong>de</strong> fundição –<br />

fundir<br />

Areia <strong>de</strong> fundição –<br />

solução tratada<br />

termicamente<br />

Fundição em estampa<br />

– fundir<br />

Mol<strong>de</strong> fundição<br />

permanente – tratado<br />

termicamente + 340°F<br />

Areia <strong>de</strong> fundição –<br />

tratado termicamente<br />

+ 650°F<br />

Resistência a<br />

Tração Nominal<br />

(2% <strong>de</strong> tolerância)<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Última<br />

Alongament<br />

o acima <strong>de</strong> 2<br />

pol<br />

Durez<br />

436<br />

a<br />

Brinell<br />

kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />

9 62 23 159 10 45<br />

24 165 36 248 5 -<br />

26 179 48 331 16 75<br />

24 165 48 331 3 -<br />

43 296 47 324 0,5 125<br />

30 207 32 221 0,5 85


Tabela A-4 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Cobre Fundido e<br />

Forjado<br />

Ligas <strong>de</strong> Cobre Condição<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Nominal(2%<br />

<strong>de</strong> tolerância)<br />

Resistência<br />

a<br />

Tração<br />

Última<br />

Alongamento<br />

> <strong>de</strong><br />

2 pol<br />

kpsi MPa kpsi MPa %<br />

Dureza<br />

Rockwell<br />

Brinell<br />

Tira recozida 10 69 32 221 45 40HRF<br />

CA110 – Cobre Puro Mola temperada 50 345 55 379 4 60HRB<br />

CA170 – Cobre Berílio<br />

Tira recozida<br />

envelhecida<br />

Fortemente<br />

envelhecido<br />

145 1000 165<br />

170 1172 190<br />

113<br />

8<br />

131<br />

0<br />

7 35HRC<br />

3 40HRC<br />

CA220 – Bronze Tira recozida 10 69 37 255 45 53HRF<br />

Comercial Mola temperada 62 427 72 496 3 78HRB<br />

CA230 – Bronze Tira recozida 15 103 40 276 50 50HB<br />

Vermelho Têmpera dura 60 414 75 517 7 135HB<br />

CA260 – Bronze em Tira recozida 11 76 44 303 66 54HRF<br />

Cartucho Mola temperada 65 448 94 648 3 91HRB<br />

CA270 – Bronze Tira recozida 14 97 46 317 65 58HRF<br />

Amarelo Mola temperada 62 427 91 627 30 90HRB<br />

CA510 – Bronze Recozida 19 131 47 324 64 73HRF<br />

Fósforo Mola temperada 80 552 100 689 4 95HRB<br />

CA614 – Bronze Macio 45 310 82 565 40 84HRB<br />

Alumínio Duro 60 414 89 614 32 87HRB<br />

CA655 – Bronze Alto Recozido 21 145 56 386 63 76HRF<br />

Silicone Mola temperada 62 427 110 758 4 97HRB<br />

CA675 – Bronze Macio 30 207 65 448 33 65HRB<br />

Manganês Meio-duro 60 414 84 579 19 90HRB<br />

Bronze Estanho pesado Como fundido 19 131 34 234 18 60HB<br />

Como fundido 20 138 50 345 40 85HB<br />

Bronze Estanho Níquel Fundido e<br />

tratado<br />

termicamente<br />

55 379 85 586 10 180HB<br />

437


Tabela A-5 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Titânio<br />

Ligas <strong>de</strong> Titânio Condição<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Nominal (2%<br />

<strong>de</strong> tolerância)<br />

Resistência<br />

a Tração<br />

Última<br />

Alongamen-<br />

to acima <strong>de</strong><br />

2 pol<br />

kpsi MPa kpsi MPa %<br />

Dureza<br />

Rockwell<br />

ou<br />

Brinell<br />

Ti-35A Folha recozida 30 207 40 276 30 135HB<br />

Ti-50A Folha recozida 45 310 55 379 25 215HB<br />

Ti-75A Folha recozida 75 517 85 586 18 245HB<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-0,2Pd Folha recozida 45 310 55 379 25 215HB<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-5 Al-2,5Sn Recozida 125 862 135 931 13 39HRC<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-8 Al-1 Mo-1 Folha recozida 130 896 140 965 13 39HRC<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-8 Al-2 Sn-4 Zr-2 Mo Barra recozida 130 896 140 965 15 39HRC<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-8 Al-6 V-2 Sn Folha recozida 155 1069 165 1138 12 41HRC<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-6 Al-4 V Folha recozida 130 896 140 13 2,5 39HRC<br />

Liga <strong>de</strong> Ti-6 Al-4 V<br />

Tratada<br />

termicamente<br />

165 1138 175 1207 12 -<br />

Liga <strong>de</strong> T1-13 V-11 Cr-3 Al Folha recozida 130 896 135 931 13 37HRC<br />

Liga <strong>de</strong> T1-13 V-11 Cr-3 Al<br />

Tratada<br />

termicamente<br />

170 1172 180 1241 6 -<br />

438


Tabela A-6 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong><br />

Magnésio<br />

Ligas <strong>de</strong><br />

Magnésio<br />

AZ31 B<br />

AZ80 A<br />

Condição<br />

Resistência<br />

a Tração<br />

Nominal<br />

(2% <strong>de</strong><br />

tolerância)<br />

Resistênci<br />

a a Tração<br />

Última<br />

Alongament<br />

o acima <strong>de</strong><br />

2 pol<br />

kpsi MPa kpsi MPa %<br />

Dureza<br />

Rockwel<br />

l ou<br />

Brinell<br />

Folha recozida 22 152 37 255 21 56HB<br />

Folha dura 32 221 42 290 15 73HB<br />

Como forjado 33 228 48 331 11 69HB<br />

Forjado e envelhecido 36 248 50 345 6 72HB<br />

AZ91 A & AZ91 B Fundição em estampa 22 152 33 228 3 63HB<br />

AZ91 C Fundido, solução<br />

tratada termicamente<br />

AZ92 A<br />

Como fundido 14 97 24 165 2,5 60HB<br />

19 131 40 276 5 70HB<br />

Como fundido 14 97 25 172 2 65HB<br />

Fundido, tratado<br />

quimicamente<br />

Fundido, envelhecido e<br />

tratado quimicamente<br />

14 97 40 276 10 63HB<br />

22 152 40 276 3 81HB<br />

EZ33 A Fundido e envelhecido 16 110 23 159 3 50HB<br />

Endurecimento forçado 29 200 37 255 8 68HB<br />

HK31 A Fundido e tratado<br />

termicamente<br />

HZ32 A<br />

Fundido – tratado<br />

quimicamente e<br />

envelhecido<br />

ZK60 A Prensado e<br />

envelhecido<br />

15 103 32 221 8 66HRB<br />

13 90 27 186 4 55HB<br />

Como prensado 38 262 49 338 14 75HB<br />

44 303 53 365 11 82HB<br />

439


Tabela A-7 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Ferro-<br />

Fundido<br />

Ligas <strong>de</strong> Ferro<br />

Fundido<br />

Ferro Fundido Cinzento<br />

- Classe 20<br />

Ferro Fundido Cinzento<br />

- Classe 30<br />

Ferro Fundido Cinzento<br />

- Classe 40<br />

Ferro Fundido Cinzento<br />

- Classe 50<br />

Ferro Fundido Cinzento<br />

- Classe 60<br />

Condição<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Nominal (2%<br />

<strong>de</strong><br />

tolerância)<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Última<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

Compres-<br />

são<br />

Dureza<br />

Brinell<br />

kpsi MPa kpsi MPa kpsi MPa -HB<br />

Como fundido - - 22 152 83 572 156<br />

Como fundido - - 32 221 109 752 210<br />

Como fundido - - 42 290 140 965 235<br />

Como fundido - - 52 359 164 1131 262<br />

Como fundido - - 62 427 187 1289 302<br />

Ferro Dúctil 60-40-18 Recozido 47 324 65 448 52 359 160<br />

Ferro Dúctil 65-45-12 Recozido 48 331 67 462 53 365 174<br />

Ferro Dúctil 80-55-06 Recozido 53 365 82 565 56 386 228<br />

Ferro Dúctil 120-90-02 Q e T 120 827 140 965 134 924 325<br />

440


Tabela A-8 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas <strong>de</strong> Aço<br />

Inoxidável<br />

Ligas <strong>de</strong> Aço<br />

Inoxidável<br />

Tipo 301<br />

Tipo 302<br />

Tipo 304<br />

Condição<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Nominal (2%<br />

<strong>de</strong><br />

tolerância)<br />

Resistência<br />

a Tração<br />

Última<br />

Alongamen<br />

to acima <strong>de</strong><br />

2 pol<br />

kpsi MPa kpsi MPa %<br />

Dureza<br />

Rockwell<br />

ou Brinell<br />

Tira recozida 40 276 110 758 60 85HRB<br />

Laminado a frio 165 1138 200 1379 8 41HRC<br />

Folha recozida 40 276 90 621 50 85HRB<br />

Laminado a frio 165 1138 190 1310 5 40HRC<br />

Folha recozida 35 241 85 586 50 80HRB<br />

Laminado a frio 160 1103 185 1276 4 40HRC<br />

Tipo 314 Barra recozida 50 345 100 689 45 180HB<br />

Tipo 316 Folha recozida 40 276 90 621 50 85HRB<br />

Tipo 330<br />

Tipo 410<br />

Tipo 420<br />

Tipo 431<br />

Tipo 440C<br />

17-4 PH<br />

(AISI 630)<br />

17-7 PH<br />

(AISI 631)<br />

Laminado a quente 55 379 100 689 35 200HB<br />

Recozido 35 241 80 552 50 150HB<br />

Folha recozida 45 310 70 483 25 80HRB<br />

Tratado termicamente 140 965 180 1241 15 39HRC<br />

Barra recozida 50 345 95 655 25 92HRB<br />

Tratado termicamente 195 1344 230 1586 8 500HB<br />

Barra recozida 95 655 125 862 25 260HB<br />

Tratado termicamente 150 1034 195 1344 15 400HB<br />

Barra recozida 65 448 110 758 14 230HB<br />

Q e T 600F 275 1896 285 1965 2 57HRC<br />

Endurecida 185 1276 200 1379 14 44HRC<br />

Endurecida 220 1517 235 1620 6 48HRC<br />

441


Tabela A-9 – Proprieda<strong>de</strong>s Físicas <strong>de</strong> alguns Materiais <strong>de</strong> Engenharia<br />

Material<br />

Ligas <strong>de</strong><br />

Alumínio<br />

Liga Cobre<br />

Berílio<br />

Módulo <strong>de</strong><br />

Elasticida-<br />

<strong>de</strong> E<br />

Módulo <strong>de</strong><br />

Rigi<strong>de</strong>z G<br />

Coeficiente<br />

<strong>de</strong> Poisson<br />

Peso<br />

Específico<br />

γ<br />

Massa<br />

Específica<br />

Mpsi GPa Mpsi GPa Lb/in³ Mg/m³<br />

ρ<br />

Gravida<strong>de</strong><br />

Específi-<br />

10,4 71,7 3,9 26,8 0,34 0,10 2,8 2,8<br />

18,5 127,6 7,2 49,4 0,29 0,30 8,3 8,3<br />

Bronze 16,0 110,3 6,0 41,5 0,33 0,31 8,6 8,6<br />

Cobre 17,5 120,7 6,5 44,7 0,35 0,32 8,9 8,9<br />

Ferro, Mol<strong>de</strong>,<br />

Cinzento<br />

Ferro, Mol<strong>de</strong>,<br />

Dúctil<br />

Ferro, Mol<strong>de</strong>,<br />

Maleável<br />

Ligas <strong>de</strong><br />

Magnésio<br />

15,0 103,4 5,9 40,4 0,28 0,26 7,2 7,2<br />

24,5 168,9 9,4 65,0 0,30 0,25 6,9 6,9<br />

25,0 172,4 9,6 66,3 0,30 0,26 7,3 7,3<br />

6,5 44,8 2,4 16,8 0,33 0,07 1,8 1,8<br />

Ligas <strong>de</strong> Níquel 30,0 206,8 11,5 79,6 0,30 0,30 8,3 8,3<br />

Aço Carbono 30,0 206,8 11,7 80,8 0,28 0,28 7,8 7,8<br />

Ligas <strong>de</strong> Aço 30,0 206,8 11,7 80,8 0,28 0,28 7,8 7,8<br />

Aço Inoxidável 27,5 189,6 10,7 74,1 0,28 0,28 7,8 7,8<br />

Ligas <strong>de</strong> Titânio 16,5 113,8 6,2 42,4 0,34 0,16 4,4 4,4<br />

Ligas <strong>de</strong> Zinco 12,0 82,7 4,5 31,1 0,33 0,24 6,6 6,6<br />

ca<br />

442


Tabela A-10 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> Algumas Ligas e Aços<br />

Ferramentas<br />

Número<br />

SAE/AISI<br />

1340<br />

4027<br />

4130<br />

4140<br />

4340<br />

6150<br />

8740<br />

H-11<br />

L-2<br />

L-6<br />

P-20<br />

S-1<br />

S-5<br />

S-7<br />

A-8<br />

Condição<br />

Resistência a<br />

Tração Nominal<br />

(2% <strong>de</strong> tolerância)<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Última<br />

Alongame<br />

nto acima<br />

<strong>de</strong> 2 pol<br />

Dureza<br />

Rockwell<br />

ou Brinell<br />

kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />

Recozido 63 434 102 703 25 204HB<br />

Q e T 109 752 125 862 21 250HB<br />

Recozido 47 324 75 517 30 150HB<br />

Q e T 113 779 132 910 12 264HB<br />

Recozido a 1450°F 52 359 81 558 28 156HB<br />

Normalizado a 1650°F 63 434 97 669 25 197HB<br />

Q e T a 1200°F 102 703 118 814 22 245HB<br />

Q e T a 800°F 173 1193 186 1282 13 380HB<br />

Q e T a 400°F 212 1462 236 1627 10 41HB<br />

Recozido a 1450°F 61 421 95 655 26 197HB<br />

Normalizado a 1650°F 95 655 148 1020 18 302HB<br />

Q e T a 1200°F 95 655 110 758 22 230HB<br />

Q e T a 800°F 165 1138 181 1248 13 370HB<br />

Q e T a 400°F 238 1641 257 1772 8 510HB<br />

Q e T a 1200°F 124 855 140 965 19 280HB<br />

Q e T a 1000°F 156 1076 170 1172 13 360HB<br />

Q e T a 800°F 198 1365 213 1469 10 430HB<br />

Q e T a 600°F 230 1586 250 1724 10 486HB<br />

Recozido 59 407 96 662 23 192HB<br />

Q e T 148 1020 157 1082 16 314HB<br />

Recozido 60 414 95 655 25 190HB<br />

Q e T 133 917 144 993 18 288HB<br />

Recozido a 1600°F 53 365 100 689 25 96HRB<br />

Q e T a 1000°F 250 1724 295 2034 9 55HRC<br />

Recozido a 1425°F 74 510 103 710 25 96HRB<br />

Q e T a 400°F 260 1793 290 1999 5 54HRC<br />

Recozido a 1425°F 55 379 95 655 25 93HRB<br />

Q e T a 600°F 260 1793 290 1999 4 54HRC<br />

Recozido a 1425°F 75 517 100 689 17 97HRB<br />

Q e T a 400°F 205 1413 270 1862 10 52HRC<br />

Recozido a 1475°F 60 414 100 689 24 96HRB<br />

Q e T a 400°F 275 1896 300 2068 4 57HRC<br />

Recozido a 1450°F 64 441 105 724 25 96HRB<br />

Q e T a 400°F 280 1931 340 2344 5 59HRC<br />

Recozido a 1525°F 55 379 93 641 25 95HRB<br />

Q e T a 400°F 210 1448 315 2172 7 58HRC<br />

Recozido a 1550°F 65 448 103 710 24 97HRB<br />

Q e T a 1050°F 225 1551 265 1827 9 52HRC<br />

443


Ligas <strong>de</strong><br />

Alumínio<br />

Forjado<br />

1100<br />

2024<br />

3003<br />

5052<br />

6061<br />

7075<br />

Tabela A-11 – Proprieda<strong>de</strong>s Mecânicas <strong>para</strong> algumas ligas <strong>de</strong><br />

Alumínio Forjado<br />

Condição<br />

Folha<br />

recozida<br />

Laminado a<br />

frio<br />

Folha<br />

recozida<br />

Tratado<br />

termicamente<br />

Folha<br />

recozida<br />

Laminado a<br />

frio<br />

Folha<br />

recozida<br />

Laminado a<br />

frio<br />

Folha<br />

recozida<br />

Tratado<br />

termicamente<br />

Barra<br />

recozida<br />

Tratado<br />

termicamente<br />

Resistência a<br />

Tração<br />

Nominal<br />

(2% <strong>de</strong><br />

tolerância)<br />

Resistência a<br />

Tração Última<br />

Resistência<br />

a Fadiga a<br />

5E8 ciclos<br />

Alongamen-<br />

to acima <strong>de</strong><br />

2 pol<br />

Dureza<br />

Brinell<br />

kpsi MPa kpsi MPa kpsi MPa % -HB<br />

5 34 13 90 - - 35 23<br />

22 152 24 165 - - 5 44<br />

11 76 26 179 - - 20 -<br />

42 290 64 441 20 138 19 -<br />

6 41 16 110 - - 30 28<br />

27 186 29 200 - - 4 55<br />

13 90 28 193 - - 25 47<br />

37 255 42 290 - - 7 77<br />

8 55 18 124 - - 25 30<br />

40 276 45 310 14 97 12 95<br />

15 103 33 228 - - 16 60<br />

73 503 83 572 14 97 11 150<br />

444


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