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MOÇAMBIQUE PELO SEU POVO

moçambique pelo seu povo - Centro de Estudos Africanos da ...

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Moçambique pelo seu PovoCartas à “Voz Africana”DE UM LEITOR DE MARROMEU.O intermêdio que me levou a escrever esta carta é o seguinte.Senhor DirectorVenho contar para o nosso jornal como somos alimentados nestaCompanhia de S.S.E.L. 20 da nesta localidade, para nós que somos empregadosespecializados que tem direito a ração. Senhor Director recebendosomente os 7 litros de arroz por semana sem caril; isto diz com direitocom alimentação? Isto é uma ruina para todos os empregados procedidoeste direito, porque ninguém que pode aguentar comer comida simplessem caril. Estamos viver é porque ajudamos com o nosso dinheiro. Meuscaros leitores houve uma Firma que fornece igual assim como está daresta Companhia? Era melhor se a Companhia resolvesse alguma coisasobre este problema. Não era mal se fornecesse com bacalhau como temdado os trabalhadores. Rogo a V. Ex.cia para publicar esta carta que é doassunto de nosso sofrimento nesta confirmudade. 21F. AZUARA, SOLTEIRO, 18 ANOS, NATURAL DE MIGUERENE ERESDENTE NO POSTO DE MEQUIVALE.O motivo que me leva a escrever esta carta é o seguinte. Estive a trabalharno Radio Quelimane de Moçambique como soldador numa manhã eu tive5$00 no meu bolço e tive fome para comer qualquer coisa, fui pedir o senhorSimas que é encarregado desta Companhia que vou comprar qualquer cisa20Sena Sugar Estates Limited.21As Companhias e Plantações trabalhavam, até há poucos anos, quase sòmente com mão-de-obrarecrutada compulsivamente e sem qualquer qualificação profissional. Como a produtividade tinha queser fatalmente baixa supria-se a qualidade com o número. Uma outra carta refere haver, na Sena Sugar,16 000 trabalhadores. Os salários mensais não ultrapassavam, em geral, os 200$00 e acrescia-se oalojamento em acampamentos promíscuos assim como a alimentação que constava invariàvelmentede farinha e raramente de arroz acompanhada do que vulgarmente se designava por «caril», constituídopor carne ou peixe seco. Em pequena quantidade, fruta da época. O teor alimentar era tão pobreque acontecia, frequentemente, os trabalhadores perderem a visão. Então, havia um remédio: o óleode fígado de bacalhau. As carências eram de tal ordem que as vítimas apeteciam sofregamente estereconstituinte. A qualidade da assistência médica, em geral, dependia do zelo e da competência doclínico que dirigia o serviço.732008 E-BOOK CEAUP

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