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N'gola N° 18

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Toda a Arte tradicional africana entronca num “Princípio Vital” ou força telúrica … Centraçãodescentração<br />

das forças elementais da Natureza.<br />

O culto da formas que em algumas peças de escultura atingem níveis de estilização<br />

verdadeiramente notáveis (quer do ponto de vista da sua execução oficinal, quer do seu conteúdo<br />

mítico e religioso), - veja-se por exemplo o mobiliário Tchokwé, a escultura maconde, o tocador<br />

de flauta do antigo Benin … São autênticos documentos mitográficos. Nem sempre de fácil<br />

leitura. A sua desmontagem e interpretação passa necessariamente pelo estudo de códigos<br />

próprios com categorias especificas relacionadas com os muitos objectos e máscaras decifradoras<br />

da condição original da Humanidade, suas ocupações, recreios, lamentações…<br />

Através do longo percurso da Arte que vem desde as civilizações ágrafas de antanho, de tradição<br />

oral, aos ditos « primitivos actuais », às civilizações que utilizaram as mais várias formas de<br />

escrita e representação, há parametros de uma herança cultural muito complexa, de matriz muito<br />

diversa e ao mesmo tempo de motivações coincidentes.<br />

Sincretismo que quer dizer co-ligação é afinal um processo dinâmico imparável de ENCONTRO<br />

DE CULTURAS, RELIGIÕES e/ou CRENCAS diversa proveniência. O conceito alargou-se no<br />

tempo e no espaço, por justa posição, composição ou fusão de doutrinas, de ritos, de símbolos,<br />

etc.<br />

Passando embora (Já) por muitos conflitos, os etnodramas vivenciados em várias movimentações<br />

das sociedades rurais, urbanas ou mistas da África e do Mondo, têm nessa mesma génese de<br />

confrontações e sofrimento, ditado o esboço de diálogo das suas inquietações, talvez mesmo o<br />

« DISCURSO DO MÉTODO FILOSOFICO » que há-de materializar o crescimento futuro da sua<br />

/ nossa Humanidade.<br />

Sentimos e pressentimos a emergência e a necessidade de novos modelos. A crise dos paradigmas<br />

coexistentes no Planeta.<br />

Envolve-nos uma malha de registos e relações socias muito tensas : Factores endógenos –<br />

factores exógenos. Não há mais lugar para as sociedades fechadas. É todavia a HERANCA<br />

CULTURAL legada pelos ancestrais que permanece de certo modo inalterável e nos fornece ainda<br />

os instrumentos do velho conhecimento :<br />

- A AVÓ NEGRA da cultura Banto, fundadora das genealogias, ergue-se ainda do coração de<br />

África, metaforicamente, para re-afirmar a sua condição legitimada de MÃE UNIVERSAL.<br />

Por isso o Mundo hoje, ou pelo menos uma grande parte dele ; Ocidental ou trans-continental faz<br />

a colheita de usos, tradições, música, ritos, sons, coreografias, produções e produtos de Arte,<br />

peças artesanais num esforço de análise e de sintese das linguagens multiculturais.<br />

A par disso, temos a ferramenta da comunicação audio-visual. A máquina é a extensão do<br />

Homem nesta Aldeia Global como o disse Mack Luhan. As altas tecnologias e o olho do<br />

computador fazem prospecções e visualizam na Ordem Cósmica a arquitectura mais íntima da<br />

Matéria, quer se trate de Microcosmo ou Macrocosmo. A revelação da geometria dos fractais e a<br />

reconversão das codificações cromáticas e formais da “Ordem”, podem ler-se no “Caos”, na<br />

“Desordem”.<br />

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