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COMUNICAÇÕES 246 - Presidente do 32º Digital Business Congress - TIC fazem coisas excecionais

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management 56 ber o que determinou as diferenças entre as gerações que compõem hoje o mercado de trabalho. Os baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964) que ainda restam no ativo, estão a chegar à idade da reforma. Últimos representantes da geração que inventou os hippies e a cultura do flower power, quando chegaram ao mercado de trabalho em Portugal ainda era fácil encontrar um bom emprego desde que se tivesse uma licenciatura, por isso a competição e o carreirismo não pautavam o comportamento da maioria. Já os que vieram a seguir (nascidos entre 1965 e 1981) e hoje ocupam a maioria dos lugares de liderança, assumiram uma atitude radicalmente diferente. Designada por Geração X, foi dela que nasceram os yuppies, jovens que fizeram carreira no mercado financeiro e que tinham por meta enriquecer antes dos 40. Chegada ao mercado de trabalho nos anos 90, quando a economia ocidental se encontrava pujante, foi esta a geração que mudou o sentido da palavra “ambição” (antes considerada um defeito) e pôs o termo “competitividade” no mapa. Foi também com ela que a expressão “workaholic” se popularizou. Diogo Santos ajuda a contextualizar: “Esta geração sentia que tinha de investir no início da carreira para ter retorno mais tarde. E que, para manter a sua competitividade salarial, tinha de apostar na carreira”. Mas “essa pressa de chegar/ para não chegar tarde” esbarrou numa crise económica, que contraiu violentamente o mercado de trabalho. Os millenials, também conhecidos como Geração Y (nascidos entre 1982 e 1994), quando chegaram ao mercado de trabalho encontraram muitos escombros, exemplos de vidas precárias, alguns casos que acompanharam de perto, no seio familiar. Perceberam que o sucesso depende de múltiplos fatores, nem todos edificantes. Vozes como a de Sir Paul Collier, professor de Economia e de Política Pública na Blavatnik School of Government, da Universidade de Oxford, que acusam “os negócios” de terem colocado “os lucros acima do propósito, não confiando na sua força de trabalho”, o que resultou na “polarização entre uma minoria que teve muito sucesso e uma maioria que não o conseguiu”, foram ouvidas e o tema do “propósito” começou a emergir no mindset dos millenials como um objetivo de vida. A cereja no topo do bolo foi a pandemia que veio a seguir. Não admira que esta geração seja descrita pelos analistas como pessimista. Diogo Santos refere que, num estudo da Deloitte, foi essa a avaliação que se fez: “As pessoas desta geração (os centennials) querem construir uma vida com menos desafios e mais felicidade”, defende Frederico Canto e Castro, empresário de 29 anos “Por terem sofrido na pele certos problemas, os millenials, de acordo com os estudos que fizemos, são mais pessimistas que a geração seguinte”. Na geração Y, que está agora na casa dos trinta, e de acordo com os mais recentes estudos da Deloitte, existe “maior pragmatismo”. Herdaram dos pais o espírito competitivo, algo que continua a ser necessário em tempos de crise, mas já não esperam encontrar um pote de ouro no fundo do arco-íris. Segundo Diogo Santos, são os que colocam “maior foco naquilo que é o confortable living wage”, ou seja, a expetativa de ter um salário que lhes assegure a qualidade de vida que acham que devem ter. MAIS DO QUE DINHEIRO, FELICIDADE Com os millenials, o mundo laboral ganhou literacia digital. Não sendo nativa, esta geração habituou-se à tecnologia muito cedo na vida. E, ao contrário dos pais,

que acederam alegremente a viver para trabalhar, os Y aprenderam, ao ver exemplos entre os mais velhos, que nem todos os que dão o corpo e a alma pelo trabalho são bem-sucedidos. Por isso, trouxeram para cima da mesa o tema do work-life-balance. É neste contexto que entra em cena a Geração Z. Os enfants terribles que andam a pôr os empregadores loucos. O que é que estes miúdos querem? Mais do que dinheiro, felicidade: “As pessoas desta geração acreditam que o caminho anterior não é o caminho certo. Querem construir uma vida com menos desafios e mais felicidade” – quem o afirma é Frederico Canto e Castro, um empresário de 29 anos, chairman da agência de modelos Sonder e CEO da Seekers, empresa cujo produto é o Life Mba, um programa educativo que Frederico define como “de partilha de conhecimentos e ferramentas que são essenciais para a vida, mas não são ensinadas na escola”. Literacia financeira, saúde mental e gestão de tempo são algumas das matérias do Life Mba. A sua idade coloca-o na zona de fronteira entre os millenials e os Z, por isso diz que os entende bem e partilha os seus valores. Como empregador, assegura que nunca teve razões de queixa: “A partir do momento em que uma pessoa sente que o seu trabalho tem um impacto muito direto na vida dos outros e que está ativamente a melhorar algo, envolve-se no projeto. Se tiver autonomia para fazer o seu trabalho e apoio da liderança, a parte emocional está lá praticamente toda”, responde, dando a entender que é o que se passa com as suas equipas. Assume, porém, que a questão do salário não pode ser escamoteada: “Esta geração, ao contrário de outras, não está só à procura de receber um salário, mas claro que se tudo dependesse apenas do salário emocional, então as pessoas dedicavam-se a hobbies”. Relativamente a este tema, Frederico Canto e Castro é frontal: “Visto que estamos numa guerra por talento tão forte, as empresas não podem pensar só nas suas obrigações perante os acionistas. Têm de pagar às pessoas aquilo que elas merecem”. Presidente da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) há três anos, Alexandre Meirelles tem ideias muito definidas sobre esta tensão latente entre empregadores e jovens em início de carreira: “Não concordo que esta geração seja preguiçosa, que queira fazer pouco e que esteja sempre a reivindicar. Acho é que estamos perante uma geração muito mais bem informada e que percebeu que tem outro tipo de direitos (que se calhar a geração anterior ainda não tinha percebido). Por isso há que dar espaço a estes jovens. O presidente da ANJE, Alexandre Meirelles, não tem dúvidas: “Quando eles (os centennials) se queixam de que não há condições, o que dizem, na essência, é que não há bons salários para eles” Quando eles se queixam de que não há condições, o que dizem, na essência, é que não há bons salários para eles”. Alexandre Meirelles afirma que esta crise tem um nome: “transição geracional”. E acredita que, em vez de problema, estes jovens são a solução para a economia nacional: “Esta geração está muito bem preparada para estar em cargos de tomada de decisão, tanto no público como no privado”. A disrupção que os centennials trouxerem à máquina do Estado e às empresas será, na opinião do presidente da ANJE, um fator-chave para mudar a economia do país: “Temos um país de PME e culturalmente com problemas a nível empresarial. Não existe, por exemplo, uma cultura empresarial de fusões, aquisições, joint ventures, smart money, capital estratégico. Nestes pontos, a nova geração está muito mais bem preparada. E nós precisamos de dar dimensão à nossa economia. Nas startups não se importam 57

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