CONTRA TURNO ESCOLAR: UMA REFLEXÃO NA INSTITUIÇÃO ...

perspectiva de construção de seus conhecimentos, valores e posicionamentos, frente ao
contexto social real.
A metodologia para elaboração deste trabalho se fundamenta nos pontos principais
abordados, em meu trabalho de monografia “Contra Turno Escolar: Uma Reflexão na
Instituição CEMIC”, pautado em análises documentais da instituição e dentre outros dos
referenciais teóricos de Saes (2001), Cunha (1991) e Vieira (2000).
1 AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS: UM PANORAMA HISTÓRICO
Para articular o trabalho desenvolvido no CEMIC, enquanto espaço de assistência e
formação educacional de crianças e adolescentes carentes, comentarei sobre algumas
políticas educacionais e sociais e que se fortalecem nos anos 90, mais direcionadas a
projetos e programas da assistência no contexto educacional.
O resultado das políticas implantadas e implementadas ao longo dos anos promoveram
o dualismo do ensino: ensino para ricos e ensino para pobres. Tal dualismo oportuniza a
elite a ascensão do conhecimento e aos menos favorecidos uma educação direcionada,
onde estes recebem formação mínima para ofertar mão-de-obra barata ao mercado e os
que dispõem de recursos financeiros buscam a formação escolar, para comandar essas
classes. Os menos favorecidos são cerceados pelo sistema de fazer uma opção em
progredir em sua escolaridade. Dentre outros, este é um fator que estabelece a divisão
de classes e determina a condição sócio-econômica, pois restringe aos menos
favorecidos a ascensão a cultura, e conseqüentemente ao mercado de trabalho
competitivo.
As preocupações dos governos durante a 1º República no tocante a educação centraramse
basicamente no ensino fundamental, na erradicação do analfabetismo e na garantia do
ensino público, sempre voltado a atender as necessidades do mercado de trabalho, ou
seja, dos interesses do capital, numa perspectiva conservadora.
No início dos anos 80 do século XX, as políticas educacionais assumem um novo foco,
devido ao avanço tecnológico, a informatização, a mundialização da economia e novos
padrões de organização social, centrados na melhoria da qualidade de vida, se
contrapondo ao modelo econômico conservador, que priorizava componentes da infraestrutura,
para o investimento em inteligência, criatividade, capacidade de solução de