CONTRA TURNO ESCOLAR: UMA REFLEXÃO NA INSTITUIÇÃO ...

Essas medidas são estrategicamente pensadas, avaliadas e modificadas ao longo dos
anos para atender este objetivo.
As políticas educacionais como por exemplo: redução do analfabetismo, investimento
em educação, implantação do Ciclo Básico, de projetos sociais com bolsas auxílios,
projeto Amigo da Escola, ensino a distância, preparação para o mercado de trabalho
competitivo e outros, são articuladas com eficiência pelo governo, para garantir os
mecanismos de produção e as relações de trabalho que definem o sistema capitalista. No
âmbito da educação os programas, projetos e leis são mascarados e contraditórios, na
busca de minimizar os conflitos sociais, advindos da diferença de classes.
A classe hegemônica, visando a manutenção do poder, articula as idéias de forma tão
convincente, que as pessoas passam a acreditar na sua incapacidade, quando não
conseguem se promover socialmente.
Para elas as oportunidades estão postas, mas pelo seu fracasso não tem sucesso. Esse
discurso também passa pelos bancos escolares, através dos educadores. Na verdade, a
educação, na maioria das vezes, não prepara as pessoas para a leitura da realidade posta,
tornando-se apenas um ensino institucionalizado, repassando conteúdos programáticos e
formando e ou preparando os homens, para as exigências da sociedade, conforme vão
ocorrendo modificações, para manter o mercado de trabalho.
Ao longo dos anos a escola vem assumindo diversas funções, na área da saúde,
alimentação, lazer e outros, suprindo uma necessidade que é de ordem social, que não é
atendida nas classes menos favorecidas ou explorada pelo sistema.
Com isso a escola vai se tornando mais limitada no sentido do conhecimento e sendo
mais um aparato de status do governo, onde se garante através do discurso: educação,
saúde, alimentação e lazer. Neste contexto podemos salientar as entidades assistenciais,
que complementam o período escolar, tirando as crianças das ruas, oferecendo
segurança, alimentação, cuidados de higiene, saúde, esportes, etc., subsidiando as
Políticas Educacionais e Sociais, dando sustentação para os discursos do governo.
2. O CEMIC
O bairro São Cristóvão, em Cascavel (PR), contava nas décadas de 1960 e 1970
basicamente com famílias pobres (migrantes de várias regiões), cujos pais, para
trabalhar, deixavam as crianças sozinhas e estas mendigavam para saciar a fome. Diante