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Silogismos Categ—ricos - CFH

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Saliente-se que a teoria de Aristóteles não trata de inferências particulares, mas da<br />

estrutura de certos tipos de inferência (os silogismos), que se pensava à época captavam<br />

as formas válidas de raciocínio, e um dos fatores mais importantes para que isso<br />

pudesse ser feito foi o uso de variáveis, ou seja, letras (como ’S ’ e ’P’) que denotam<br />

objetos arbitrários de uma certa coleção de entidades (supostamente existentes).<br />

Assim, o silogismo exemplificado acima é um caso particular da forma geral<br />

Nenhum P é M.<br />

Alguns S são M.<br />

Logo, alguns S não são P,<br />

e se pode substituir S , P e M por outros termos, obtendo-se assim outras formas válidas<br />

de inferência (por exemplo, substitua P, M e S respectivamente por ’cavalo’, ’ser com<br />

penas’ e ’animais terrestres’).<br />

Não obstante genial sob certo ponto de vista, a silogística categórica aristotélica apresenta<br />

limitações. Uma delas é que trata unicamente de inferências contendo duas premissas,<br />

apenas três termos geais e todas as proposições envolvidas devem ser da forma<br />

A, E, I ou O. No entanto, é patente que as formas usuais de inferência exigem muito<br />

mais do que isso. Por exemplo, tomemos o seguinte raciocínio, que não pode ser captado<br />

por qualquer silogismo categórico:<br />

"Todo comerciante deve pagar seus impostos, e nenhum homem honesto<br />

gosta de pagar propinas a maus fiscais. Mas, se todo aquele que deve pagar<br />

impostos é honesto, então nenhum comerciante gosta de pagar propinas a<br />

maus fiscais”.<br />

Uma outra limitação da silogística aristotélica é devida ao fato de que ela não é adequada<br />

para grande parte das formas de inferência que se faz em matemática, em particular<br />

aquelas que envolvem não unicamente fatos acerca de se certos objetos têm ou<br />

não uma determinada propriedade, mas que encerrem relações entre eles. Por exemplo,<br />

o simples raciocínio válido "Se A é maior do que B e se B é maior do que C,<br />

então A é maior do que C", não é captado por qualquer das formas válidas de silogismo.<br />

Este ponto, percebido por exemplo por Leibniz, foi preponderante para uma<br />

maior aproximação da lógica com a matemática. Finalmente, a silogística aristotélica<br />

lida unicamente com termos que designam objetos supostamente existentes; se usarmos<br />

a teoria de silogismos sem obedecer a esta restrição, somos levados a situações<br />

paradoxais, como a seguinte, tirada de um silogismo válido (em Fesapo):<br />

Nenhum animal com um só chifre na testa é um unicórnio.<br />

Todos os unicórnios são animais com chifres.<br />

Portanto, alguns animais com chifres não são animais com um só chifre<br />

na testa.<br />

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