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Frédéric Bastiat - Ensaios - Ordem Livre

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Assim, no que se refere ao incremento do trabalho nacional, a coisa se passa, na medida dos 15<br />

francos, da seguinte maneira:<br />

- dez francos que vão para o artigo de moda vindo de Paris;<br />

- cinco francos que vão para a livraria. E, quanto a Jacques Bonhomme, ele obteve com seus 15<br />

francos dois objetos de satisfação, a saber:<br />

1º. Quatro arrobas de ferro;<br />

2º. Um livro.<br />

Sobrevém o decreto.<br />

O que acontece com Jacques Bonhomme? O que se passa com o trabalho nacional?<br />

Ao entregar seus 15 francos, até o último centavo, ao Sr. Proibildo, em troca de quatro arrobas de<br />

ferro, Jacques Bonhomme só tem o prazer de adquirir essas quatro arrobas de ferro. Ele não pode<br />

usufruir do livro ou de outro objeto qualquer equivalente. Ele perde cinco francos. Estamos de acordo,<br />

não? E não poderíamos deixar de estar, pois, quando a restrição aumenta o preço das coisas, o<br />

consumidor perde a diferença.<br />

Mas, diz-se, o trabalho nacional ganha essa diferença.<br />

Não, não é verdade, pois, desde que o decreto foi editado, o trabalho não é mais encorajado do<br />

que já o era antes, exatamente na medida dos 15 francos.<br />

Após a edição do decreta os 15 francos de Jacques Bonhomme vão exclusivamente para a<br />

metalurgia, enquanto antes eles eram repartidos entre o artigo de moda e a livraria. (56)<br />

A violência que o Sr. Proibildo promove por ele mesmo na fronteira ou a que ele faz promover-se<br />

pela lei podem ser julgadas muito diferentemente do ponto de vista moral. Há pessoas que acham que a<br />

espoliação perde toda a sua imoralidade, desde que seja legal. Quanto a mim, não poderia imaginar<br />

uma circunstância mais agravante. Seja como for, o que é certo é que os resultados econômicos<br />

são os mesmos.<br />

Veja a coisa como preferir, mas tenha olhos sagazes e você perceberá que não sai nada de bom da<br />

espoliação legal ou ilegal. Não podemos negar que não tenha havido para o Sr. Proibildo ou para sua<br />

indústria ou, se se quiser, para o trabalho nacional um lucro de cinco francos. Mas nós afirmamos que<br />

existem também dois prejuízos: um para Jacques Bonhomme, que paga 15 francos pelo que ele<br />

antes podia obter por dez; outro para o trabalho nacional, que não recebe a diferença. Faça sua<br />

própria escolha dentre os dois prejuízos, conforme lhe aprou-ver, para compensar o lucro que nós<br />

estamos admitindo. O prejuízo que não for escolhido será apenas prejuízo total.<br />

Moral: violentar não é produzir, é destruir. Oh! Se violentar fosse produzir, nossa França seria mais<br />

rica do que é.(57)<br />

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