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26 RECOMENDANDO<br />
O mato nas lavouras de café é composto pelas ervas<br />
daninhas ou plantas invasoras, que crescem no meio do cafezal<br />
e que precisam ser controladas.<br />
Sem o controle adequado, as ervas se multiplicam e<br />
crescem de forma exagerada, extraem do solo os nutrientes e a<br />
água necessários ao seu crescimento, reduzindo a<br />
disponibilidade desses elementos vitais <strong>para</strong> as plantas de café,<br />
as quais ficam prejudicadas em seu desenvolvimento e em sua<br />
produtividade. Em cafeeiros jovens e na saia das plantas adultas<br />
o mato pode, também, concorrer em luz.<br />
As plantas daninhas são rústicas, tem um bom sistema<br />
radicular e estão mais adaptadas a ambientes desfavoráveis, do<br />
que o cafeeiro, portanto são capazes de concorrer em situação<br />
vantajosa, exigindo seu manejo adequado na lavoura de café,<br />
<strong>para</strong> evitar prejuízos. Por outro lado, o mato apresenta<br />
vantagens, promovendo a proteção do solo, fazendo a<br />
reciclagem de nutrientes e fornecendo material orgânico,<br />
melhorando as condições biológicas da área.<br />
O controle ideal é aquele que atua manejando o mato,<br />
<strong>para</strong> reduzir os prejuízos que causa, aproveitando, no entanto,<br />
as vantagens que as ervas oferecem.<br />
No entanto, o que se tem visto muito, ultimamente, é um<br />
exagero no manejo do mato, com a lavoura passando a maior<br />
parte do tempo muito suja. Os trabalhos de pesquisa mostram a<br />
grande quantidade de massa produzida pelas ervas no meio do<br />
cafezal. Na área estudada essa massa foi de 22,8 t de peso verde e<br />
3 t de peso seco. Nessas ervas estavam contidas quantidades<br />
expressivas de nutrientes extraídos do solo, sendo, na área<br />
estudada, encontrados nas ervas, por hectare: 96 kg de N, 60 kg de<br />
K20 e 7 kg de P2O5 e outros nutrientes. Essa extração ocorreu em<br />
níveis semelhantes aos que a própria lavoura de café extrai <strong>para</strong><br />
uma produção equivalente a 10-15 scs/ha.<br />
Os nutrientes das ervas são obtidos da reserva do solo<br />
e também dos adubos aplicados no cafezal. Como os nutrientes<br />
absorvidos pelas plantas daninhas ficam indisponíveis <strong>para</strong> os<br />
cafeeiros a curto prazo, é comum observar-se sintomas de<br />
amarelecimento e outros de stress nutricional nos cafeeiros, em<br />
áreas com muito mato. A médio prazo, no entanto, ocorre a<br />
decomposição da matéria orgânica do mato, liberando e<br />
repondo os nutrientes ao solo, de forma gradual e de modo mais<br />
Área com aplicação de glifosato, com controle<br />
eficiente da marmelada, mas já com seleção <strong>para</strong><br />
trapoeraba, devendo, nesses casos, ser usada<br />
uma mistura de produtos.<br />
MATO DEMAIS, MATA<br />
J.B. Matiello, Engº Agrº Mapa/<strong>Procafé</strong>, L. B. Japiassú Engº Agrº <strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong><br />
Mato muito alto, com dominância de capim<br />
marmelada, em cafezal aos 3 anos de idade<br />
facilmente assimilável pelas plantas de café. Essa é uma razão<br />
importante <strong>para</strong> o manejo racional do mato.<br />
Para isso é essencial observar a época critica <strong>para</strong> o<br />
cafeeiro. As pesquisas tem mostrado que a época mais<br />
importante <strong>para</strong> controle do mato, quando se estabelece maior<br />
concorrência das ervas com os cafeeiros, é aquela entre outubro<br />
e fevereiro, onde o controle reduziu ao máximo as perdas,<br />
período coincidindo com o maior crescimento vegetativo e com<br />
a granação dos frutos.<br />
Em especial, deve-se ter cuidado no período dez-jan,<br />
onde também ocorrem veranicos. Nessa época, deve-se,<br />
conforme os resultados das pesquisas, manter a lavoura mais no<br />
limpo, através de uma aplicação de herbicidas de pósemergência<br />
em área total. Caso não se queira aplicar o herbicida<br />
pode-se, neste período, fazer roçadas bem frequentes e manter o<br />
mato sempre baixo. O objetivo, bastante lógico, deste manejo é<br />
o de aproveitar os nutrientes acumulados no mato em beneficio<br />
do cafeeiro, quando ele mais precisa.<br />
As lavouras conduzidas com menos mato no período<br />
já citado se mostram sempre mais verdes, sem ataques de<br />
cercosporiose, ao contrário daquelas lavouras sujas de mato,<br />
que ficam amareladas e com muita cercosporiose, sinal de que<br />
os nutrientes estão em falta.<br />
Como resultado, houve a predominância de erva<br />
trapoeraba, também muito alta.