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Dos Bastidores ao Espetáculo do Cirque Du Soleil ... - Anpad

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Encontramos no caso analisa<strong>do</strong>, o caráter polifônico (HAZEN, 1993;<br />

KORNBERGER; CLEGG; CARTER, 2006) que permite analisar a organização como<br />

construída por diferentes narrativas, histórias ou textos que disseminam significa<strong>do</strong>s. No<br />

<strong>Cirque</strong> <strong>Du</strong> <strong>Soleil</strong>, as tarefas são realizadas por várias pessoas, das quais emergem vozes, e<br />

como aponta Hazen (1993), algumas delas são mais fortes que outras, como é o caso da voz o<br />

seu funda<strong>do</strong>r, Guy Laliberté.<br />

Dessa forma, analisar uma organização utilizan<strong>do</strong> a metáfora Polytheama significa<br />

compreender que existe uma multiplicidade de espetáculos sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s e apresenta<strong>do</strong>s<br />

em um mesmo espaço. E para que isso ocorra, são necessárias diversas coreografias,<br />

especialidades, vozes e outros elementos; portanto, a gestão das organizações não se resume<br />

<strong>ao</strong>s seus aspectos estruturais, tecnológicos e materiais.<br />

A metáfora Polytheama é utilizada para compreender o <strong>Cirque</strong> porque ele representa<br />

um espaço que retrata a relação entre mensagens, significa<strong>do</strong> e contexto <strong>do</strong> qual se originam<br />

“espetáculos estonteantes”. O palco a que nos referimos não é o local em que se apresenta ou<br />

reflete a realidade, mas o espaço em que se cria e representa o processo <strong>do</strong> ato de organizar.<br />

Considerações Finais<br />

Neste trabalho evidenciamos como as imagens e metáforas são utilizadas como um<br />

mo<strong>do</strong> de ver a organização, ilustrada, neste caso, pelo <strong>Cirque</strong> du <strong>Soleil</strong>. Ao valer-se das<br />

quatro linhas metafóricas, exploramos diversos aspectos da comunicação, bem como a relação<br />

entre as mensagens, significa<strong>do</strong> e contexto. Sustenta<strong>do</strong>s no referencial teórico utiliza<strong>do</strong>,<br />

evidenciamos a empresa como narra<strong>do</strong>ra de sua própria história, o que faz emergir imagens e<br />

identidades individuais e organizacionais.<br />

Evidenciamos ainda seus membros e a mídia de negócios como co-construtores, em<br />

um processo colaborativo no qual as interações sociais e simbólicas ocorrem. Logo, o caráter<br />

multifaceta<strong>do</strong> e pluralista de representações, improvisações e narrações de histórias, que<br />

resulta na idéia de que comunicação e organização é uma produção conjunta. O mesmo ocorre<br />

no teatro denomina<strong>do</strong> Polytheama: vários espetáculos são apresenta<strong>do</strong>s em um mesmo<br />

espaço.<br />

A relação entre comunicação e organização permite compreender que a organização e<br />

o ambiente são cria<strong>do</strong>s juntos, através <strong>do</strong>s processos de interação social <strong>do</strong>s participantes<br />

chaves da organização. Os estrategistas criam linhas imaginárias entre eventos, objetos e<br />

situações, de tal forma que esses ganhem significa<strong>do</strong>, o que implica na criação de padrões de<br />

ação não origina<strong>do</strong>s de um processo de percepção <strong>do</strong> estrategista quanto <strong>ao</strong> ambiente, mas<br />

sim por um processo de criação <strong>do</strong> ambiente.<br />

A contribuição principal deste estu<strong>do</strong> reside em evidenciar como as histórias ou<br />

narrativas desempenham papel fundamental na criação de significa<strong>do</strong>s. Além disso, <strong>ao</strong> propor<br />

a metáfora Polytheama, evidenciamos a organização como um palco no qual ocorrem diversos<br />

espetáculos produzi<strong>do</strong>s pelas interações entre as pessoas que resultam no ato de organizar.<br />

Nessa perspectiva, entendemos que a comunicação surge de forma coletiva, produzin<strong>do</strong> a<br />

organização e, <strong>ao</strong> mesmo tempo, as organizações produzem comunicação. Portanto, a<br />

metáfora Polytheama pode ser fonte valiosa de insights sobre organizações, visto que os<br />

participantes não apenas atribuem senti<strong>do</strong>s de seu mun<strong>do</strong> em termos da narrativa<br />

organizacional, mas confirmam as narrativas que emergem das diversas interações e são<br />

consistentes com suas expectativas e valores.<br />

Referências<br />

ALONSO, V. A Magia <strong>do</strong> <strong>Cirque</strong> <strong>Du</strong> <strong>Soleil</strong>. Revista HSM Management, n.52, set/out 2005.<br />

BOJE, D. M The storytelling organization: a study of storytelling performance in an office<br />

supply firm. Administrative Science Quarterly. V.36, n.2, p.106-126, 1991.<br />

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