Dos Bastidores ao Espetáculo do Cirque Du Soleil ... - Anpad
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freqüentemente a contam de acor<strong>do</strong> com o “seu jeito”, <strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a narrativa de um simbolismo<br />
altamente subjetivo e pessoal, permitin<strong>do</strong>-se às pessoas constituirem-se como sujeitos.<br />
Diante desse quadro teórico, podemos apontar que as quatro linhas metáforicas têm<br />
aspectos importantes em comum, o que permite que sejam utilizadas de forma combinada. A<br />
perfomance, <strong>ao</strong> fornecer uma visão interativa da comunicação organizacional, especialmente<br />
na narração de histórias, tem uma amarração direta com a metáfora <strong>do</strong>s símbolos que, por sua<br />
vez, segun<strong>do</strong> Putnam, Phillips e Chapman (2004, p.98), “são mais <strong>do</strong> que manifestações de<br />
uma cultura organizacional; são os meios pelos quais o ato de organizar é realiza<strong>do</strong> com<br />
sucesso”. Na metáfora da voz, as questões de poder e significa<strong>do</strong> conectam-se com a<br />
comunicação de diferentes maneiras: suprimin<strong>do</strong> vozes, adicionan<strong>do</strong> novas vozes, distorcen<strong>do</strong><br />
vozes, constituin<strong>do</strong>-se em um coro de diversas vozes, cuja melodia nem sempre é clara.<br />
A metáfora <strong>do</strong> discurso revela o relacionamento entre o discurso e o texto. Enfim, a<br />
organização como texto é uma fonte de potencial utilidade para a pesquisa organizacional<br />
(HAZEN, 1993) e, particularmente, para a cultura organizacional (PUTNAM, PHILLIPS;<br />
CHAPMAN, 2004; THACHANKARY, 1996), pois, revela, como um calei<strong>do</strong>scópio,<br />
diferentes cores, fantasias, contradições, senti<strong>do</strong>s, significa<strong>do</strong>s, combinações, configurações<br />
que formam diferentes imagens, conforme a subjetividade <strong>do</strong>(s) escritor(es) e <strong>do</strong>(s) leitor(es).<br />
3. Procedimentos meto<strong>do</strong>lógicos<br />
O estu<strong>do</strong> insere-se na abordagem interpretativista (HATCH, 1997) e utiliza-se <strong>do</strong><br />
estu<strong>do</strong> de caso como estratégia e méto<strong>do</strong> de procedimento e da análise de discuso para<br />
explorar o senti<strong>do</strong> da comunicação (VERGARA, 2005). Neste estu<strong>do</strong>, pretende-se explorar as<br />
metáforas desenvolvidas e selecionadas por pesquisa<strong>do</strong>res para examinar a relação entre<br />
comunicação e organização, portanto, justifica-se o uso da análise de discurso por suas<br />
características principais, apontadas por Vergara (2005): (1) permite reconhecer não só o que<br />
se fala, mas como se fala; (2) permite identificar o mo<strong>do</strong> de interação entre os membros da<br />
organização; (3) tem o receptor como ponto-chave.<br />
Os procedimentos utiliza<strong>do</strong>s seguem as recomendações de Vergara (2005). O material<br />
considera<strong>do</strong> como fonte de da<strong>do</strong>s para a pesquisa foi: (1) a transcrição das entrevistas dadas<br />
pelos membros <strong>do</strong> <strong>Cirque</strong> <strong>Du</strong> <strong>Soleil</strong> no DVD Alegria; (2) uma reportagem da Revista HSM<br />
Management, n,52, de 2005, “A Magia <strong>do</strong> <strong>Cirque</strong> <strong>Du</strong> <strong>Soleil</strong>”; (3) uma reportagem da Revista<br />
Você SA ed.95, maio de 2006 “Respeitável leitor! Com você, os saltimbancos”; (4) uma<br />
reportagem da Revista Época, fevereiro de 2006, “Mágica”; e (5) informações<br />
disponibilizadas no website <strong>do</strong> <strong>Cirque</strong>. A leitura <strong>do</strong> material teve como suporte teórico as<br />
quatro linhas metafóricas, que foram exploradas e permitiu a identificação das narrativas<br />
organizacionais de (a) performance; (b) de símbolos; (c) da voz; e (d) <strong>do</strong> discurso.<br />
4. Resulta<strong>do</strong>s e Discussão<br />
Essa seção divide-se em duas subseções. Na primeira subseção, apresentamos quatro<br />
narrativas organizacionais como resulta<strong>do</strong> da análise <strong>do</strong> material utiliza<strong>do</strong>. A segunda<br />
subseção propõe a metáfora “Polytheama” para análise das organizações.<br />
Narrativa 1: Contan<strong>do</strong> sua história: um espetáculo de gestão<br />
São diversos espetáculos em várias partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, alguns itinerantes, outros fixos.<br />
O elenco é composto por artistas de mais de 40 nacionalidades que encenam as apresentações<br />
influenciadas pelo teatro mambembe, pelo próprio mun<strong>do</strong> circense, pela ópera, pelo balé e<br />
pelo rock. O show, geralmente com elementos de uma história central aliada <strong>ao</strong> seu<br />
desenvolvimento e a seleção de um compositor para a música, é marca<strong>do</strong> pela criatividade.<br />
Há contorcionismo, malabarismo, palhaços e trapezistas, to<strong>do</strong>s com roupas coloridas e<br />
maquiagens. Demonstra traços medievais e barrocos. Os shows fazem uso de música <strong>ao</strong> vivo<br />
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