LEMAD_DH_USP_Jao Ribeiro 1917.pdf
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RevoluçãO de 1817 101<br />
Essa resolucão ia sendo executada sem difficuldade;<br />
alguns "officiaes e Domingos José Martins<br />
foram presos; mas o brigadeiro Barbosa, querendo,<br />
além de prender, castigar com reprehensões<br />
os ofliciaes suspeitos do regimento de artilheria,<br />
que elle commandava, foi morto pelo<br />
capitão José de Barros Lima, a quem chamavam<br />
o Leão Coroado, que o atravessou com a espada,<br />
sem que algum dos officiaes se movesse para<br />
defender a victima<br />
Se bem que a revolta começasse pelo indigno<br />
e feio crime do assassinio, é certo que<br />
antes d'isso, por motivos futeis de jantares, entre<br />
nativistas, onde não se comiam iguarias européas,<br />
e fazia-se o elogio inflammado das idéas revolucionarias,<br />
começou a reacção pouco justificada,<br />
sobretudo a do brigadeiro Barbosa, portuguez,<br />
insultando de traidores.' a uma turma de officiaes<br />
brasileiros, numa occasião em que o antagonismo<br />
de nacionalidade era tão vivo.<br />
Tambem foi morto o ajudante de ordens<br />
do governador, mandado para abafar o movimento.<br />
O certo é que tanto terror produziram os assassinos<br />
chamando e dispondo as tropas para a<br />
revolução, como o produziu a fraqueza e cobardia<br />
do governador, recolhendo-se logo ú fortaleza do<br />
Brum, sem pensar sequer em resistir á desordem<br />
no seu inicio.<br />
Avivou-se então a anarchia: as cadeias, ar·<br />
rombadas, despejaram na rua a ralé dos criminosos;<br />
diante do tumulto, que pelas suas origens e<br />
composição deveria ser precario, o govemador,