LEMAD_DH_USP_Jao Ribeiro 1917.pdf
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Conspiração mineira 91<br />
ciosos para o bom exito, mas revelava nas suas<br />
traças, mais as qualidades philosophicas e literarias<br />
do que praticas dos seus auctores.<br />
Haviam já discutido a divisa Libertas qUée<br />
sera tamen (liberdade ainda que tardia) e a bandeira,<br />
onde figurava um triangulo, symbolo da<br />
88. Trindade, da devoção especial de Tiradentes,<br />
e planejavam já muitas leis e reformas liberaes.<br />
A infamia ou o egoismo de um conjurado,<br />
pela delação, perdeu a todos. Foram traidores, o<br />
denunciante J. 8ilverio dos Reis e Ignacio Pamplona<br />
e Basilio Malheiros. O Visconde de Barbacena,<br />
então governador de Minas Geraes, preveniu<br />
ao Vice-Rei D. Luiz de Vasconcellos de que de·<br />
veria andar pelo Rio de Janeiro em propaganda da<br />
revolução e tratando da acquisição de armas, o<br />
alferes Tiradentes; que foi effectivamente preso<br />
e, com elle, successivamente, os outros conspiradores.<br />
Aberta a devassa e installada a alçada, depois<br />
de longo e moroso processo, foram julgados os culpados,<br />
cujos chefes foram condemnados á morte.<br />
A rainha D. Maria I, por um acto de clemencia,<br />
commutou as penas de quasi todos em<br />
exterminio para a Africa, e s.ó um, o Tiradentes,<br />
subiu ao patibulo (21 de Abril de 1792) com<br />
grande serenidade e nobreza de animo.<br />
Houve grande excesso neste castigo. O proprio<br />
Vice-Rei, o Conde de Hezende (ao tempo da<br />
execução de Tiradentes) reprehendeu ao governador<br />
de Minas pelo numero excessivo de prisões<br />
d'essa inconfidencia ; e naturalmente o excesso de