LEMAD_DH_USP_Jao Ribeiro 1917.pdf
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66 Revolução nativista. Mascates<br />
do espirito nativista dos pernambucanos, afervorado<br />
na guerra em que foram os principaes,<br />
contra o estrangeiro, e pois não podiam tolerar<br />
de hoa vontade o ascendente dos portllguezes.<br />
Não entrava por pouco nessa rivalidade a<br />
circumstancia (que egualmente explicára em parte<br />
a insurreição dos agricultores contra os hollandezes)<br />
de serem agora negociantes portuguezes<br />
os credores de proprietarios perdularios, alrazados<br />
ou impl·evidentes. Um signal constante<br />
d'cssc antagonismo era por todos os meios e<br />
sempre excluir os portuguezes dos cargos municipaes.<br />
Os mascates, para evitar essa odiosidade,<br />
pediram para elevar-se o Recife á caJegoria de<br />
eiuade, e tanto o pediram que afinal a côrte de<br />
Lisboa lhes deu o justo despacho (-17 lO).<br />
Lem bremos em favor dos pernambucanos<br />
que, se eram máos devedores, de peior fé eram<br />
os usurarios capitalistas do Recife, que exerciam<br />
abominavel pressão sobre os lavradores.<br />
O capitão general procedeu com prudencia,<br />
ao demarcar o novo municipio, só concedendo ao<br />
Recife as. tres parochias ua villa - (a peninsula,<br />
a ilha de Santo Antonio e a Boa-Vista), que<br />
eram o ambito da cidade hollandeza, e deixando<br />
todo o resto do territorio a Olinda. Fez-se<br />
a consagração do novo municipio, segundo o<br />
velho uso portuguez, plantando na praça principal<br />
o pelourinho, symbolo da auctoridade e da<br />
justiça. Essa ceremonia foi quasi feita ás occultas;<br />
as pedras do pedestal do pelourinho, depositadas<br />
primeiramente no pateo d'uma forta-