LEMAD_DH_USP_Jao Ribeiro 1917.pdf
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68 Revolução nativista. l\Iascates<br />
sistir ao governador doente e impossibilitado, ao<br />
qual pela lei devia substituir· em taes casos.<br />
Acompanhava o bispo um omcial de justiça suspeito<br />
de cumplicidade no attentado, e tropas<br />
foram enviadas para capturai-o; o bispo, recusando<br />
a entrega a mão armada, bateu as tropas<br />
do Governador.<br />
Foi esse o signal da revolução. A leva era<br />
geral; a nobreza reunindo a sua gente, e eram<br />
vinte mil, sitiou apcrtadamente o Hecife. O Governador,<br />
ainda de cama, sem recursos para resistir<br />
e na impossibilidade de recebeI-os d'outras<br />
capitanias, resolveu negodar, propondo a entrega<br />
dos presos depois do desarmamento dos<br />
rebellados. A resposta foi que - os pernambucanos<br />
libertal-os-iam quando quizessem e que<br />
tinham vindo para buscar a sua cabeça e outras<br />
mais.- Percebendo que nada conseguiria, o governador<br />
embarcou para a Bahia e com elle<br />
ricos negociantes portuguezes.<br />
O Recife cedeu aos sitiantes e dous dias durou<br />
a festa dos triumphadores; ao som de canticos<br />
religiosos arrasaram o pelourinho, symbolo do<br />
municipio c, diga-se-Ihes em seu abonu, nem o<br />
saque, nem desacato algum foi praticado.<br />
Reuniram-se afinal os vencedores numa assembléa<br />
original (e de modo que lembra o costume<br />
germanico do Landtag) de povos, da cidade<br />
e proprietarios das terras e resolveram<br />
sobre o governo da capitania: d'elles, o partido<br />
moderado e lealista indicava o bispo para tomar<br />
as redeas do poder; o partido mais exaltado,<br />
porém, dando maior significado á revolução,