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Conspiração mineira 89
á agricultura e a maior parte á criação do gado,
onde os lucros, pequenos embora, eram seguros
e sem sobresaltos.
Á antiga Vitla Rica começou o povo de então,
por escarneo, a chamar de Villa Pobre. O rendimento
do ouro era insignificante e de ha muito
não se alcançava o minimum que a corôa exigia,
e que eram cem arrobas annuaes.
Mandou, pois, o governo lançar a derrama,
isto é, a cobrança dos atrazados c que attingia já
a som ma avultadissima.
As condições materiaes e moraes da população
não a faziam preparada para supportal' esse grande
vexame; e antes, na previsão d'elle, sonhava ella libertar-se
da dependencia em que vivia,
Essa dependencia já lião tinha grandes laços; não
eram os povos das minas (na maior parte naturaes do
solo) por direito natural sujeitos á fidelidade que não
sentiam, e nem eram t;io ineptos que não conhecessem
os grandes movimentos de liberdade d'esse tempo que
prepararam a quéda da sociedade antiga e haviam já
emancipado a Atllerica do Norte da tutela colonial.
Alguns estudantes brasilei,'os na E uropa, Domingos
Vidal Barbosa, Jose :\fariano Leal e .losé Joaquim
da Maia buscavam tornar sYlnpathica a iJéa da emancipação
politica do Brasil. José Joaquim da Maia chegou
a tratar em Nimes com o minisll'o americano, em
Paris, Jefferson.
Homens doutos e illustres, tanto como os
que mais o eram na metropole, viviam em Minas,
e taes eram os jurisconsultos e poetas Thomaz
Ant.onio Gonzaga, o auctor de Alarilia de Dirceu,
Claudio Manoel da Costa, Ignacio J. de Alvarenga,
alguns padres e varios militares, mesmo de altos