Revista Eletrônica de Julho - Centrodoscapitaes.org.br
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IMO e Nações Unidas prestam homenagem aos marítimos<<strong>br</strong> />
A Organização Marítima Internacional <strong>de</strong>stacou o dia 25/06/2012, Dia Internacional dos<<strong>br</strong> />
Marítimos, pedindo às pessoas ao redor do mundo que usassem as re<strong>de</strong>s sociais para relacionar objetos<<strong>br</strong> />
transportados pelo mar indispensáveis à nossa vida.<<strong>br</strong> />
O Secretário Geral da IMO, Koji Sekimizu, disse: “No Dia do Marítimo, vamos homenagear os 1,5<<strong>br</strong> />
milhões <strong>de</strong> marítimos do mundo pela contribuição única e frequentemente esquecida que eles trazem<<strong>br</strong> />
para o bem estar <strong>de</strong> todos nós.<<strong>br</strong> />
“Vamos aproveitar a oportunida<strong>de</strong> para lem<strong>br</strong>ar <strong>de</strong> todas aquelas coisas que vieram por mar e<<strong>br</strong> />
sem as quais não po<strong>de</strong>ríamos viver. E, mais importante, vamos todos nós aproveitar esta ocasião para<<strong>br</strong> />
dizer: o<strong>br</strong>igado, marítimos”<<strong>br</strong> />
O Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também <strong>de</strong>stacou o Dia dos Marítimos<<strong>br</strong> />
com uma mensagem especial na qual chamou a atenção para a ameaça <strong>de</strong> pirataria que os marítimos<<strong>br</strong> />
enfrentam em áreas <strong>de</strong> alto risco.<<strong>br</strong> />
“Eu solicitei priorida<strong>de</strong> para este complexo problema na agenda <strong>de</strong> ações da ONU para os<<strong>br</strong> />
próximos cinco anos. As agências das Nações Unidas, incluindo a Oranização Marítima Internacional,<<strong>br</strong> />
alcançaram um progresso real no trabalho em parcerias para combater a pirataria,” disse ele.<<strong>br</strong> />
“Mas <strong>de</strong>vemos fazer mais para oferecer soluções que incluam segurança, dissuasão e meios <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
subsistência alternativos. Ao mesmo tempo <strong>de</strong>vemos reconhecer a coragem excepcional dos marítimos<<strong>br</strong> />
que continuam seu trabalho em meio a formidáveis riscos.<<strong>br</strong> />
Enquanto isso, marítimos do Reino Unido estão pedindo aos cidadãos <strong>br</strong>itânicos para “lem<strong>br</strong>ar<<strong>br</strong> />
um marítimo” publicando uma página na web para marcar uma Semana <strong>de</strong> Conscientização Marítima.<<strong>br</strong> />
A Organização Beneficente para Marítimos está incentivando as pessoas a publicarem histórias<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> parentes, amigos e companheiros marítimos em www.myseafarer.<strong>org</strong><<strong>br</strong> />
No passado a maioria das famílias <strong>br</strong>itânicas conheciam pelo menos uma pessoa trabalhando no<<strong>br</strong> />
mar em um navio mercante, em um barco <strong>de</strong> pesca, ou servindo na Royal Navy argumentou a “maritime<<strong>br</strong> />
welfare charity” (<strong>org</strong>anização beneficiente para marítimos).<<strong>br</strong> />
Mas, a ligação natural que nós, como nação, já tivemos com o mar e os marítimos, foi em gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
parte esquecida, embora ninguém no Reino Unido viva a mais <strong>de</strong> 70 milhas da costa.<<strong>br</strong> />
No entanto, ainda hoje, a Grã-Bretanha <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos marítimos com 95 das importações que<<strong>br</strong> />
chegam <strong>de</strong> navio. Isto inclui o combustível para as centrais energéticas, para aquecimento e para os<<strong>br</strong> />
automóveis. Mais da meta<strong>de</strong> da alimentação da Grã-Bretanha também é importada. Enquanto isso 75%<<strong>br</strong> />
das exportações do Reino Unido são feitas por navio.<<strong>br</strong> />
Seafares UK (www.seafarers-uk.<strong>org</strong>) oferece ajudas anuais que totalizam £ 2,5 milhões (Us$ 3,9<<strong>br</strong> />
milhões) para apoiar marítimos em dificulda<strong>de</strong>s, tanto da marinha mercante como das frotas <strong>de</strong> pesca, da<<strong>br</strong> />
Royal Navy, dos Royal Marines e familiares.<<strong>br</strong> />
Fonte: IMO.<<strong>br</strong> />
1
Mitsubishi reduz o atrito em cascos <strong>de</strong> navios,<<strong>br</strong> />
soprando bolhas<<strong>br</strong> />
O Mitsubishi Air Lu<strong>br</strong>ication System (MALS). Bombas <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> ar na parte inferior do casco <strong>de</strong> um navio para<<strong>br</strong> />
reduzir o atrito.<<strong>br</strong> />
Em fevereiro do ano passado, a Mitsubishi Heavy Industries (MHI) e a empresa <strong>de</strong> transporte<<strong>br</strong> />
Nippon Yusen Kaisha (NYK) anunciaram planos para investigar a eficácia <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong>stinado a<<strong>br</strong> />
reduzir a resistência ao atrito entre o fundo do navio e a água do mar usando uma camada <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ar.<<strong>br</strong> />
Agora MHI associou o Mitsubishi Air Lu<strong>br</strong>ication System (MALS) com um casco <strong>de</strong> navio <strong>de</strong> alta<<strong>br</strong> />
eficiência no projeto <strong>de</strong> um navio conteneiro que a empresa afirma po<strong>de</strong>ria proporcionar uma redução das<<strong>br</strong> />
emissões <strong>de</strong> CO2 <strong>de</strong> 35 por cento em relação aos projetos <strong>de</strong> conteneiros convencionais.<<strong>br</strong> />
Para verificar a eficiência da redução <strong>de</strong> CO2, a MHI instalou o MALS no “YAMATAI”, um<<strong>br</strong> />
“module carrier” operado por uma subsidiária da NYK. Um “module carrier” foi escolhido para a primeira<<strong>br</strong> />
instalação permanente do sistema porque ele tem um casco <strong>de</strong> pouco calado que gera uma pressão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
água relativamente baixa, o que minimiza a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia necessária para alimentar um<<strong>br</strong> />
ventilador para fornecer ar para o fundo do navio. Além disso, o fundo liso e mais largo é capaz <strong>de</strong> reter<<strong>br</strong> />
melhor o ar gerado sob o fundo.<<strong>br</strong> />
Com a MHI esperando conseguir uma redução das emissões <strong>de</strong> CO2 em cerca <strong>de</strong> 10 por cento<<strong>br</strong> />
no YAMATAI graças ao MALS, a empresa já está na perspectiva da segunda aplicação da tecnologia com<<strong>br</strong> />
a conclusão do projeto do “MALS-14000CS”, um New Panamax, conteneiro <strong>de</strong> 14.000 TEUs. New<<strong>br</strong> />
Panamax refere-se ao limite <strong>de</strong> tamanho dos navios capazes <strong>de</strong> navegar através do Canal do Panamá<<strong>br</strong> />
após a conclusão <strong>de</strong> sua expansão em 2014, especificamente navios com um comprimento total <strong>de</strong> 366<<strong>br</strong> />
metros, boca <strong>de</strong> 48,8 m e calado <strong>de</strong> água doce tropical <strong>de</strong> 15.2 m.<<strong>br</strong> />
2
Tal como no YAMATAI, a MHI espera que os MALS-14000 terão uma redução <strong>de</strong> 10 por cento<<strong>br</strong> />
nas emissões <strong>de</strong> CO2 através dos MALS. No entanto, graças às características <strong>de</strong> projetos adicionais, a<<strong>br</strong> />
MHI espera um corte global nas emissões <strong>de</strong> CO2 <strong>de</strong> 35 por cento. Estes projetos incluem uma nova<<strong>br</strong> />
forma <strong>de</strong> casco <strong>de</strong> alta performance que coloca o passadiço mais para vante, chaminés a ré e espaço<<strong>br</strong> />
adicional para contêiner sob a superestrutura das acomodações. A MHI informou que esse projeto,<<strong>br</strong> />
composto <strong>de</strong> duas máquinas e um sistema <strong>de</strong> dois eixos <strong>de</strong> propulsão, irá proporcionar uma redução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
emissões <strong>de</strong> CO2 <strong>de</strong> 24 por cento, enquanto o sistema <strong>de</strong> motor diesel e recuperação <strong>de</strong> calor<<strong>br</strong> />
controlados eletronicamente irá fornecer outros cinco por cento.<<strong>br</strong> />
Outras características ecologicamente corretas incluem um purificador Sox para remover o óxido<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> enxofre do gás <strong>de</strong> combustão, e um sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> lastro.<<strong>br</strong> />
Esta não é a primeira vez que uma camada <strong>de</strong> ar foi proposta como forma <strong>de</strong> reduzir o atrito<<strong>br</strong> />
entre o casco <strong>de</strong> um navio e a água. Enquanto o MALS cria uma camada <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> ar bombeando ar<<strong>br</strong> />
para o fundo do navio, pesquisadores estão também estudando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> superfícies<<strong>br</strong> />
hidrofóbicas segundo o mo<strong>de</strong>lo da samambaia <strong>de</strong> água salvinia molesta, que é capaz <strong>de</strong> se manter<<strong>br</strong> />
completamente seca quando submersa, pren<strong>de</strong>ndo uma camada <strong>de</strong> ar so<strong>br</strong>e a superfície <strong>de</strong> suas folhas<<strong>br</strong> />
usando minúsculos pelos. Combinando o MALS com uma superfície <strong>de</strong>sse tipo significaria que o ar não<<strong>br</strong> />
teria <strong>de</strong> ser bombeado continuamente para o fundo do navio.<<strong>br</strong> />
Fonte: MHI – Original em inglês – Tradução livre<<strong>br</strong> />
3
O Comperj e o Porto <strong>de</strong> Maricá.<<strong>br</strong> />
Comte. Carlos Nardin Lima – CLC<<strong>br</strong> />
carlos.nardin@gmail.com<<strong>br</strong> />
Comte. Luiz Augusto C. Ventura – CLC<<strong>br</strong> />
luizaugustocardosoventura@yahoo.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
O Comperj, Complexo Petroquímico do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que está sendo construído no município<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Itaboraí, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, numa área <strong>de</strong> 45 milhões <strong>de</strong> metros quadrados, é um dos principais<<strong>br</strong> />
empreendimentos da história da Petro<strong>br</strong>as. Marca a retomada do setor petroquímico <strong>br</strong>asileiro e vai<<strong>br</strong> />
transformar o perfil socioeconômico <strong>de</strong> sua região <strong>de</strong> influência. O investimento é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 8,4 bilhões<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> dólares.<<strong>br</strong> />
O Comperj promoverá uma transformação ainda mais completa do petróleo, fornecendo ao<<strong>br</strong> />
mercado e à socieda<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> que tornam a vida mais confortável e prática: os<<strong>br</strong> />
plásticos e outros produtos petroquímicos, componentes para as indústrias montadoras <strong>de</strong> automóveis,<<strong>br</strong> />
materiais cirúrgicos e linha <strong>br</strong>anca como eletrodomésticos, <strong>de</strong>ntre outros.<<strong>br</strong> />
O empreendimento, que está previsto para entrar em operação em 2014, contempla a<<strong>br</strong> />
construção <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refino com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processar 165.000 barris <strong>de</strong> petróleo por dia na<<strong>br</strong> />
primeira unida<strong>de</strong>, mas já com uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ampliação com a instalação <strong>de</strong> uma segunda unida<strong>de</strong> com<<strong>br</strong> />
a mesma capacida<strong>de</strong> prevista para funcionar <strong>de</strong> três a quatro anos após a entrada em operação da<<strong>br</strong> />
primeira. Além das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, será também erguida uma gran<strong>de</strong> Central <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Utilida<strong>de</strong>s (CDPU), responsável pelo fornecimento <strong>de</strong> água, vapor e energia elétrica necessários para a<<strong>br</strong> />
operação do complexo.<<strong>br</strong> />
A Petro<strong>br</strong>as, em conjunto com diversos parceiros, fará a revegetação no entorno do Comperj.<<strong>br</strong> />
Serão plantadas cerca <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> mudas nativas da Mata Atlântica, sendo um milhão na área<<strong>br</strong> />
interna e o restante no entorno do empreendimento. O objetivo do projeto é reflorestar o local que se<<strong>br</strong> />
encontra em estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação.<<strong>br</strong> />
O projeto também prevê a instalação <strong>de</strong> um viveiro florestal localizado no Comperj, com<<strong>br</strong> />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção anual <strong>de</strong> 300 mil mudas <strong>de</strong> espécies nativas.<<strong>br</strong> />
O Município <strong>de</strong> Itaboraí está localizado próximo aos Portos <strong>de</strong> Itaguaí (103 km) e Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />
dos terminais <strong>de</strong> Angra dos Reis (157 km), Ilhas d’Água e Redonda (30 km) e é atendido por rodovias e<<strong>br</strong> />
ferrovias, além das sinergias com a REDUC (50 km), com as plantas petroquímicas da Rio Polímeros e da<<strong>br</strong> />
Suzano (50 km) e com o Centro <strong>de</strong> Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez <strong>de</strong> Mello -<<strong>br</strong> />
Cenpes (38 km).<<strong>br</strong> />
O licenciamento ambiental do Complexo Petroquímico do Rio <strong>de</strong> Janeiro foi consi<strong>de</strong>rado<<strong>br</strong> />
inovador, por aliar extremo rigor ambiental e complexida<strong>de</strong>, sem apresentar aumento <strong>de</strong> prazo. Os<<strong>br</strong> />
estudos, acompanhados pela Feema, priorizaram o reúso da água e a diminuição <strong>de</strong> emissões<<strong>br</strong> />
atmosféricas e resíduos. www.comperj.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
4
A área que a<strong>br</strong>iga o Complexo Petroquímico do Rio <strong>de</strong> Janeiro também <strong>de</strong>verá ser beneficiada<<strong>br</strong> />
nos próximos três anos com investimentos <strong>de</strong> R$ 20 bilhões em portos públicos e privados. Segundo a<<strong>br</strong> />
diretoria <strong>de</strong> política industrial da Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Industrial (Codin) vinculada à Secretaria<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, o volume <strong>de</strong> investimentos se eleva ainda<<strong>br</strong> />
mais quando se consi<strong>de</strong>ram os projetos que estão sendo construídos no entorno <strong>de</strong>stes portos, como o<<strong>br</strong> />
Complexo Industrial do Superporto do Açu, do grupo EBX, e o Terminais Ponta Negra, empreendimento<<strong>br</strong> />
da DTA Engenharia.<<strong>br</strong> />
A Petro<strong>br</strong>ás estuda a participação no<<strong>br</strong> />
projeto <strong>de</strong> construção do Terminal <strong>de</strong> Ponta<<strong>br</strong> />
Negra (TPN), na Praia <strong>de</strong> Jaconé, distante 55k<<strong>br</strong> />
do Comperj. São 5,6 milhões <strong>de</strong> m² que terão<<strong>br</strong> />
seus 65% <strong>de</strong> área transformada em reserva<<strong>br</strong> />
ambiental. Do total <strong>de</strong> investimentos, R$ 1,5<<strong>br</strong> />
bilhão seriam empenhados pela DTA, na<<strong>br</strong> />
construção da infraestrutura marítima e<<strong>br</strong> />
terrestre, e o outros R$ 3,5 bilhões por outras<<strong>br</strong> />
empresas a serem estabelecidas. Instalada no<<strong>br</strong> />
local, a estatal seria responsável por levantar<<strong>br</strong> />
um dos dois terminais <strong>de</strong> granéis líquidos que<<strong>br</strong> />
serão erguidos no empreendimento. A<<strong>br</strong> />
previsão é <strong>de</strong> 12 mil empregos diretos e indiretos na construção total e 9 mil assim que entrar em<<strong>br</strong> />
operação.<<strong>br</strong> />
O presi<strong>de</strong>nte da DTA Engenharia, João Acácio <strong>de</strong> Oliveira Neto, disse que outras <strong>de</strong>z unida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> negócios estão previstas para serem instaladas e também são estudadas pela estatal, assim como por<<strong>br</strong> />
outras companhias. Segundo ele, quase 50% da capacida<strong>de</strong> do terminal para receber granéis líquidos<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>verão ser utilizados pela Petro<strong>br</strong>ás. O caso ainda está sendo estudado.<<strong>br</strong> />
O Terminal <strong>de</strong> Ponta Negra é cheio <strong>de</strong> vantagens e visto como o terminal do pré-sal, já que irá<<strong>br</strong> />
aten<strong>de</strong>r a esta <strong>de</strong>manda como objetivo principal.<<strong>br</strong> />
A princípio, as o<strong>br</strong>as receberão apoio <strong>de</strong> fundos <strong>de</strong> investimentos e empréstimos. Depois, a DTA<<strong>br</strong> />
preten<strong>de</strong> a<strong>br</strong>ir o capital do Terminal Ponta Negra na Bovespa. Este ano o projeto passa por<<strong>br</strong> />
licenciamentos e atração <strong>de</strong> recursos. As o<strong>br</strong>as levarão 30 meses e um centro <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>a será formado em Saquarema, ao lado da cida<strong>de</strong> que sofrerá os impactos da construção.<<strong>br</strong> />
A construção do Terminal <strong>de</strong> Ponta Negra, em vista da sua grandiosida<strong>de</strong>, causa algumas<<strong>br</strong> />
apreensões na população <strong>de</strong> Maricá que teme por danos ambientais. No entanto, as regiões que serão<<strong>br</strong> />
beneficiadas pelo projeto nada têm a temer. A tecnologia que está sendo aplicada para a implantação do<<strong>br</strong> />
projeto é uma das mais cre<strong>de</strong>nciadas do mundo porque conta com técnicos das mais diversas áreas.<<strong>br</strong> />
Os políticos dos municípios envolvidos no complexo <strong>de</strong> Itaboraí e Mega Porto <strong>de</strong> Jaconé <strong>de</strong>vem<<strong>br</strong> />
ficar atentos ao <strong>de</strong>senvolvimento do projeto. A eles cabe exercer ações para que o mesmo seja cumprido<<strong>br</strong> />
nos mol<strong>de</strong>s estabelecidos pela regulamentação ambiental. O problema lacunar da região <strong>de</strong>ve ter<<strong>br</strong> />
atenção especial. É <strong>de</strong> fundamental importância a instalação <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos para<<strong>br</strong> />
evitar que as lagoas recebam os esgotos in natura como acontece atualmente.<<strong>br</strong> />
Para o prefeito <strong>de</strong> Maricá, Washington Quaquá, a implantação do complexo portuário dos<<strong>br</strong> />
Terminais Ponta Negra (TPN) irá mudar o papel <strong>de</strong> Maricá no cenário nacional, com a integração da<<strong>br</strong> />
cida<strong>de</strong> às ativida<strong>de</strong>s do Complexo Petroquímico do Rio <strong>de</strong> Janeiro (Comperj). O TPN prevê porto, área <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
apoio offshore, <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> minérios e tancagem <strong>de</strong> granéis líquidos. Estima-se que o Terminal <strong>de</strong> Ponta<<strong>br</strong> />
Negra receberá 850 mil barris <strong>de</strong> petróleo por dia, o equivalente a 40% da produção nacional.<<strong>br</strong> />
Fonte: Petronotícias / Valor Econômico / www.marica.rj.gov.<strong>br</strong> / Redação<<strong>br</strong> />
******<<strong>br</strong> />
Resolução nº 2.510 traz novas regras para out<strong>org</strong>a na<<strong>br</strong> />
navegação marítima e <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />
A ANTAQ alterou a norma para out<strong>org</strong>a <strong>de</strong> autorização à pessoa jurídica que pretenda operar<<strong>br</strong> />
nas navegações <strong>de</strong> longo curso, cabotagem, apoio marítimo e apoio portuário. A Resolução nº 2.510-<<strong>br</strong> />
ANTAQ com as alterações foi publicada no Diário Oficial da União <strong>de</strong> 20/06/12, Seção I.<<strong>br</strong> />
http://www.centrodoscapitaes.<strong>org</strong>.<strong>br</strong>/Comunicado_ANTAQ.html<<strong>br</strong> />
5
Um VLCC no tsunami do Japão.<<strong>br</strong> />
Capt. Makoto Kusanagi<<strong>br</strong> />
Em 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011, um terremoto <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> 9 na escala Ritchter assolou o Japão, seguido <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />
tsunami que chegou a alcançar uma altura <strong>de</strong> 10m. O impacto fez com que a ilha mais importante do Japão,<<strong>br</strong> />
Honchu, se <strong>de</strong>slocasse 2.4m para oeste. Sendai era o porto mais próximo do epicentro do terremoto e foi a<<strong>br</strong> />
cida<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>vastada pelo tsunami. O “Nichihiko”, um Very Large Cru<strong>de</strong> Carrier (VLCC), se encontrava<<strong>br</strong> />
atracado <strong>de</strong>scarregando óleo cru no terminal <strong>de</strong> Sendai quando ocorreu o terremoto. Quem relata essa<<strong>br</strong> />
experiência, na primeira pessoa, é seu capitão Makoto Kusanagi.<<strong>br</strong> />
No dia do terremoto eu ocupava o cargo <strong>de</strong> capitão do “Nichihiko”, um VLCC <strong>de</strong> 280.000 Tpb. No dia<<strong>br</strong> />
anterior havíamos atracado no terminal <strong>de</strong> hidrocarbonetos <strong>de</strong> Sendai e estávamos <strong>de</strong>scarregando petróleo cru<<strong>br</strong> />
para a refinaria quando ocorreu o terremoto. As condições meteorológicas eram boas e claras e soprava uma<<strong>br</strong> />
ligeira <strong>br</strong>isa so<strong>br</strong>e a bonita baia <strong>de</strong> Matsushima.<<strong>br</strong> />
Às 1446h, as canetas e lápis da mesa<<strong>br</strong> />
da sala <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> carga começaram a se<<strong>br</strong> />
mover e a tela do computador a dar saltos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
forma irregular. Fiz uma <strong>br</strong>eve pausa e assimilei<<strong>br</strong> />
a sensação. Comentei com o Imediato: “é um<<strong>br</strong> />
terremoto, temos <strong>de</strong> parar a <strong>de</strong>scarga”. Os<<strong>br</strong> />
tremores prosseguiram, algo que não é raro no<<strong>br</strong> />
Japão. Então ocorreu um estrondo surdo muito<<strong>br</strong> />
forte que foi sentido como se uma po<strong>de</strong>rosa<<strong>br</strong> />
força tivesse levantado o navio por inteiro por<<strong>br</strong> />
vários metros. Em seguida houve uma sacudida<<strong>br</strong> />
violenta especialmente para cima e para baixo.<<strong>br</strong> />
Eu tentei sair disparado para o passadiço, mas<<strong>br</strong> />
acabei ficando entre o painel <strong>de</strong> controle e uma<<strong>br</strong> />
antepara e me agarrei o melhor que pu<strong>de</strong>. O<<strong>br</strong> />
Imediato gritava e or<strong>de</strong>nou a parada das<<strong>br</strong> />
bombas <strong>de</strong> carga e o fechamento das válvulas<<strong>br</strong> />
do manifold.<<strong>br</strong> />
Peguei um rádio portátil e fui cambaleando do controle <strong>de</strong> carga para o corredor com intenção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
alcançar a escada. Em meus anos <strong>de</strong> experiência no mar, vivi várias situações <strong>de</strong> condições meteorológicas<<strong>br</strong> />
adversas, mas esta era uma sensação completamente distinta. Senti que todo o navio tremia intensamente<<strong>br</strong> />
enquanto tentava manter-me em pé para chegar à escada que levava ao passadiço. Tropecei e fui <strong>de</strong> encontro<<strong>br</strong> />
aos corrimões e anteparas. Percebi que os movimentos haviam mudado e que o navio agora balançava <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />
bordo para outro. Consegui então chegar ao passadiço.<<strong>br</strong> />
As fortes sacudidas ainda continuavam e a primeira coisa que observei ao entrar na casa do leme foi<<strong>br</strong> />
que nosso pequeno santuário estava em pedaços espalhados pelo compartimento. Nosso talismã Konpira e as<<strong>br</strong> />
folhas da árvore sagrada Sakaki estavam espalhados por toda parte. Um grupo <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> terra estava<<strong>br</strong> />
agarrado aos corrimões a vante do passadiço. De forma instintiva me dirigi à asa <strong>de</strong> bombordo para comprovar<<strong>br</strong> />
se a popa do navio estava fora d’água. A Guarda Costeira <strong>de</strong> Shiogama difundia por VHF a todos os navios o<<strong>br</strong> />
seguinte aviso <strong>de</strong> segurança: “Atenção, atenção, por favor, fiquem cientes <strong>de</strong> que se aproxima um tsunami!”<<strong>br</strong> />
Entretanto as águas <strong>de</strong>ntro e fora do porto <strong>de</strong> Sendai estavam absolutamente calmas e os arredores do porto<<strong>br</strong> />
especialmente tranqüilos. Escutamos a repetição do mesmo aviso por VHF: “Atenção, atenção...” Embora tendo<<strong>br</strong> />
entendido a informação do aviso, ainda tinha que avaliar o seu significado em sua totalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
O Imediato me chamou e transmitiu mensagem do capitão do terminal para que <strong>de</strong>satracássemos<<strong>br</strong> />
imediatamente. Da asa do passadiço vi que vários navios menores se dirigiam para alto mar a toda velocida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
Or<strong>de</strong>nei aos oficiais <strong>de</strong> máquinas que preparassem o motor principal o mais rápido possível. A <strong>de</strong>sconexão dos<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>aços <strong>de</strong> carregamento havia começado e os rebocadores se encaminhavam ao navio para a mano<strong>br</strong>a <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
saída.<<strong>br</strong> />
O Terceiro Oficial subiu ao passadiço para me comunicar que estavam transmitindo avisos pela<<strong>br</strong> />
televisão <strong>de</strong> que o tsunami chegaria à costa <strong>de</strong> Shiogama às 1500h. Rapidamente consultei o meu relógio <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
pulso: Eram 1450h. Com apenas 10 minutos para preparar a mano<strong>br</strong>a murmurei que seria tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais.<<strong>br</strong> />
Alguns tripulantes e o pessoal <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>sconectavam os <strong>br</strong>aços <strong>de</strong> carregamento. Minha impaciência<<strong>br</strong> />
aumentava conforme via passar próximo outros navios <strong>de</strong> pequeno porte que abandonavam o porto. O Terceiro<<strong>br</strong> />
Oficial me telefonou para informar que se esperava que o tsunami alcançasse mais <strong>de</strong> 10 metros <strong>de</strong> altura. “Dez<<strong>br</strong> />
metros? Você tem certeza?” perguntei pensando que <strong>de</strong>veria tratar-se <strong>de</strong> um engano. “Mais <strong>de</strong> 10 metros”,<<strong>br</strong> />
contestou ele.<<strong>br</strong> />
Minha mente funcionava confusamente. Perguntei-me que efeito teria no navio uma pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> 10 metros <strong>de</strong> altura, se o casco seria capaz <strong>de</strong> aguentar o impacto inicial, se os rebocadores situados no<<strong>br</strong> />
costado po<strong>de</strong>riam capear essa onda e se suas tripulações so<strong>br</strong>eviveriam. Refletia so<strong>br</strong>e qual era a melhor<<strong>br</strong> />
situação em que po<strong>de</strong>ria orientar o navio e se teríamos tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>satracar. Estava convicto <strong>de</strong> que teria <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
sair com o navio para o alto mar sem ter em conta os danos que esta mano<strong>br</strong>a po<strong>de</strong>ria ocasionar. Fazer-se ao<<strong>br</strong> />
mar para enfrentar uma tormenta que se aproxima ou a um perigo, é uma regra fundamental da náutica.<<strong>br</strong> />
Pelo VHF a guarda costeira informava a chegada <strong>de</strong> um enorme tsunami (este aviso foi dado aos<<strong>br</strong> />
gritos). O chefe do terminal chegou ao passadiço e me advertiu que <strong>de</strong>veríamos sair o quanto antes. Informou-<<strong>br</strong> />
6
me que não havia disponível nenhum prático, porém ele mesmo po<strong>de</strong>ria ajudar na mano<strong>br</strong>a se necessário. Por<<strong>br</strong> />
ser apenas a minha segunda viagem como capitão, me preocupava a falta <strong>de</strong> experiência. Então me <strong>de</strong>i conta<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> que nenhum prático teria experiência em tsunami com ondas <strong>de</strong> 10m. O Capitão do Porto me ofereceu apoio<<strong>br</strong> />
verbal e insistiu novamente na urgência para a <strong>de</strong>satracação.<<strong>br</strong> />
Eram pouco mais <strong>de</strong> 1500h, hora prevista para o tsunami. Os <strong>br</strong>aços <strong>de</strong> carga estavam <strong>de</strong>sconectados<<strong>br</strong> />
o suficiente para o navio <strong>de</strong>satracar, porém a escada <strong>de</strong> terra ainda estava a bordo e <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> energia<<strong>br</strong> />
elétrica para ser retirada. O nível do mar começou a baixar já que a água saia pela entrada do porto antes da<<strong>br</strong> />
chegada da primeira onda do tsunami. Observei da asa do passadiço o fundo do mar e se notava uma forte<<strong>br</strong> />
ressaca que não permitia aos rebocadores manterem sua posição. Partiu o cabo <strong>de</strong> reboque <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les que<<strong>br</strong> />
tentava vencer a barreira.<<strong>br</strong> />
Não podíamos per<strong>de</strong>r mais tempo. Or<strong>de</strong>nei que a proa e a popa largassem todos os cabos. Até aquele<<strong>br</strong> />
momento estava preocupado em cumprir as normas operacionais do terminal, mas às vezes é preciso que o<<strong>br</strong> />
capitão tenha que fazer prevalecer a segurança do seu navio e da tripulação passando por cima <strong>de</strong> tudo. Esse<<strong>br</strong> />
momento havia chegado. A tripulação se esforçava para passar os cabos <strong>de</strong> reboque, operação muito difícil<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>vido à forte ressaca. O oficial da popa me informou que finalmente estava com um rebocador com volta pela<<strong>br</strong> />
alheta <strong>de</strong> bombordo. Foi quando observei uma enorme pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> água se aproximando, trovejando além do<<strong>br</strong> />
que<strong>br</strong>a mar do porto. Imediatamente man<strong>de</strong>i a tripulação virar os cabos <strong>de</strong> terra e largar o reboque. Dei-me<<strong>br</strong> />
conta <strong>de</strong> que estas instruções eram contrárias às que já havia dado, mas se as mudasse só geraria mais<<strong>br</strong> />
confusão. Observando o tamanho da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que se aproximava, achei que as tripulações dos<<strong>br</strong> />
rebocadores teriam poucas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> so<strong>br</strong>eviver se permanecessem com seus cabos passados para o<<strong>br</strong> />
navio e que necessitariam a<strong>br</strong>igar-se por si mesmos.<<strong>br</strong> />
A onda do tsunami submergiu toda a zona do porto <strong>de</strong>vastando a refinaria. Da minha posição<<strong>br</strong> />
estratégica em altura, perdi a visão da parte alta do farol que havia no extremo do que<strong>br</strong>a mar. Havia sido<<strong>br</strong> />
totalmente tragado pela água. Vi automóveis com suas luzes pisca alerta vermelha acionadas sendo sacudidos<<strong>br</strong> />
com se fossem <strong>br</strong>inquedos. O rebocador do nosso costado não conseguiu largar o cabo e foi <strong>de</strong>stroçado com a<<strong>br</strong> />
passagem do tsunami. A sensação do impacto inicial do tsunami com o navio foi semelhante à subida em um<<strong>br</strong> />
elevador em gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Difícil estimar a que altura se moveu o navio com o impacto. Alguns cabos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
amarração que ainda estavam em terra se tesaram até o limite antes <strong>de</strong> romper-se. Outros cabos<<strong>br</strong> />
permaneceram intactos já que os freios do guincho anularam o esforço com um som <strong>de</strong> metal rangendo<<strong>br</strong> />
proce<strong>de</strong>nte do interior <strong>de</strong> uma nuvem <strong>de</strong> fumaça. A única or<strong>de</strong>m que <strong>de</strong>i foi gritar para que a tripulação se<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>igasse da trajetória <strong>de</strong> retorno dos cabos partidos. O cabo que sustentava a escada <strong>de</strong> terra se havia partido<<strong>br</strong> />
e toda a equipe caiu pela borda.<<strong>br</strong> />
A plataforma <strong>de</strong> carga em terra afundou sob a onda do tsunami e seus <strong>br</strong>aços <strong>de</strong> carga foram varridos<<strong>br</strong> />
como escom<strong>br</strong>os como ocorreu com a maioria da zona adjacente. O navio foi o<strong>br</strong>igado a <strong>de</strong>slocar-se para terra<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> atracação até um cais que estava a uns 100 metros adiante. Or<strong>de</strong>nei máquina toda-forçaatrás,<<strong>br</strong> />
mas essa ação pareceu não ter tido nenhum efeito <strong>de</strong>vido à força da água. Dei-me conta <strong>de</strong> era urgente<<strong>br</strong> />
largar um ferro com a esperança <strong>de</strong> minimizar o que parecia que ia ser uma aproximação catastrófica. Or<strong>de</strong>nei<<strong>br</strong> />
aos tripulantes da proa: “Largar um ferro, qualquer <strong>de</strong>les, o que estiver mais fácil”. Esta mano<strong>br</strong>a <strong>de</strong>morou<<strong>br</strong> />
vários minutos <strong>de</strong>vido à confusão dos cabos <strong>de</strong> aço rebentados espalhados pelo castelo, os freios do guincho<<strong>br</strong> />
que ainda rangiam e os movimentos violentos do navio.<<strong>br</strong> />
Por uma pequena margem evitamos que a proa do navio fosse <strong>de</strong> encontro ao cais, graças,<<strong>br</strong> />
principalmente, a <strong>de</strong>tenção momentânea do movimento da onda em terra. Apesar das or<strong>de</strong>ns que <strong>de</strong>i à<<strong>br</strong> />
máquina e <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>io, os movimentos do navio só estavam controlados pela força da água em que flutuávamos.<<strong>br</strong> />
A melhor comparação so<strong>br</strong>e o que ocorreu <strong>de</strong>pois é que nos sentimos como se o navio (<strong>de</strong> 330 metros <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
comprimento), fosse uma rolha jogada em uma lavadora girando, ora no sentido horário, ora no sentido antihorário.<<strong>br</strong> />
A figura<<strong>br</strong> />
mostra as posições<<strong>br</strong> />
do navio <strong>de</strong>ntro do<<strong>br</strong> />
porto durante as<<strong>br</strong> />
duas horas<<strong>br</strong> />
seguintes. Fiz<<strong>br</strong> />
referência às<<strong>br</strong> />
marcas <strong>de</strong> situação<<strong>br</strong> />
numeradas que<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>screvem os<<strong>br</strong> />
movimentos do<<strong>br</strong> />
navio.<<strong>br</strong> />
Para cada<<strong>br</strong> />
posição acrescentei<<strong>br</strong> />
a direção da proa<<strong>br</strong> />
do navio e a leitura<<strong>br</strong> />
da correnteza<<strong>br</strong> />
nesse momento. O<<strong>br</strong> />
navio foi <strong>de</strong>slocado<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> ré até a bacia do porto (situação 3 proa: 272º, +4.3 nós) e sacudido pela água que era aspirada <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<<strong>br</strong> />
para fora pelas ondas do tsunami. Verifiquei que nos <strong>de</strong>slocávamos para o norte e nos aproximávamos<<strong>br</strong> />
rapidamente do cais que estava justamente na direção do mar <strong>de</strong> nossa posição quando atracado.<<strong>br</strong> />
Não parecia termos conseguido nada com o ferro n’água. Temi que o leme e o hélice se avariassem<<strong>br</strong> />
em um impacto com o que<strong>br</strong>a mar. O tambor do freio do molinete que agüentava o ferro <strong>de</strong> bombordo estava<<strong>br</strong> />
submetido a uma tensão extrema. Saltavam faíscas e fumaça do interior do freio que tentava aguentar o ferro<<strong>br</strong> />
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firme. Or<strong>de</strong>nei largar o ferro <strong>de</strong> boreste. Eu tinha medo que a amarra se partisse e um retrocesso pu<strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />
lesionar ou mesmo matar algum tripulante.<<strong>br</strong> />
Com os dois ferros n’água evitamos o impacto com o cais ou o que<strong>br</strong>a mar. Deslocamo-nos para o sul<<strong>br</strong> />
até ficarmos no meio da bacia do porto (situação 5 - proa: 285º, 0,0 nós) e em seguida fomos empurrados <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
novo para terra já que a proa do navio assumiu a direção norte (situação 6 - proa: 002º, - 1.3 nós)<<strong>br</strong> />
A proa do navio continuou girando no sentido horário e logo aproamos ao mar e continuamos nos<<strong>br</strong> />
movendo para a costa na zona sul do porto (situação 7 – proa: 083º, + 1.0 nós)<<strong>br</strong> />
Estava surpreso <strong>de</strong> que não houvéssemos impactado contra o cais situado ao sul e com o que estava<<strong>br</strong> />
um pouco ao norte. Como agora teríamos que enfrentar o mar aberto, quis por a máquina adiante e sair do<<strong>br</strong> />
porto. Entretanto o navio continuava fora <strong>de</strong> controle.<<strong>br</strong> />
Novamente senti como se estivessem nos sacudindo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma banheira pela enorme força das<<strong>br</strong> />
ondas do tsunami que ditavam cada um dos nossos movimentos. Fomos arrastados para o cais e giramos ao<<strong>br</strong> />
seu redor em um mar sem direção <strong>de</strong>finida. A proa do navio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o norte (situação 8 – proa: 000, + 5.9 nós)<<strong>br</strong> />
até o sul (situação 9 – proa: 180º, - 0,9 nós) e para leste (situação 10 – proa: 076º, - 0,4 nós) na mesma<<strong>br</strong> />
situação em que antes havíamos nos <strong>de</strong>slocado até o leste. Surpreen<strong>de</strong>ntemente evitamos encalhar a popa do<<strong>br</strong> />
navio em um gran<strong>de</strong> que<strong>br</strong>a mar interior (situação 11 – proa: 179º, + 2,3 nós) já que fomos arrastados<<strong>br</strong> />
lateralmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a entrada do porto.<<strong>br</strong> />
O navio passou outra hora <strong>de</strong>rivando ao redor dos que<strong>br</strong>a mares exteriores (situações 12 a 16). Às<<strong>br</strong> />
1700h (situação 16 – proa: 344º, - 2,1 nós), diminuíram um pouco os movimentos violentos no porto e pensei<<strong>br</strong> />
que po<strong>de</strong>ríamos nos fazer ao mar. Havíamos ficado à <strong>de</strong>riva pelo porto durante duas horas e, graças a uma<<strong>br</strong> />
série <strong>de</strong> milagres, logramos evitar danos importantes. Neste momento as amarras dos ferros haviam enredado<<strong>br</strong> />
tanto que não havia nenhuma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r nenhum <strong>de</strong>les.<<strong>br</strong> />
Qualquer dano originado pelo arrasto dos ferros no porto era a menor das minhas preocupações<<strong>br</strong> />
quando consegui orientar a proa para boreste e efetuar uma volta completa a boreste até a entrada do porto.<<strong>br</strong> />
Tentávamos alcançar o mar aberto, mas o navio estava sujeito a gran<strong>de</strong>s forças produzidas pela<<strong>br</strong> />
ressaca. A proa e a popa eram repentinamente lançadas para boreste e bombordo como se algum Deus<<strong>br</strong> />
extraterrestre tivesse o controle do navio. Quando passamos o primeiro que<strong>br</strong>a mar exterior rezei para que as<<strong>br</strong> />
ditas forças nos permitissem pelo menos sair dali.<<strong>br</strong> />
Uma vez que <strong>de</strong>ixamos o porto e o que<strong>br</strong>a mar, houve um período <strong>de</strong> tempo em que nos sentimos<<strong>br</strong> />
com falta <strong>de</strong> emoções, positivas ou negativas. Uma vez livre do porto, a tripulação inspecionou o navio e me foi<<strong>br</strong> />
confirmado que não foram verificadas avarias graves. Foi um milagre termos sofrido tão poucas avarias e<<strong>br</strong> />
nenhum tripulante ter sofrido nenhum aci<strong>de</strong>nte. Reparti garrafas <strong>de</strong> água entre a tripulação.<<strong>br</strong> />
Cada um <strong>de</strong> nós <strong>de</strong>scarregou como po<strong>de</strong> sua tensão física e emocional. Voltei ao meu camarote<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ixando a tripulação realizando inspeções adicionais no costado e <strong>de</strong>sabei a chorar. Meus <strong>br</strong>aços e pernas<<strong>br</strong> />
tremiam sem controle e eu era incapaz <strong>de</strong> beber água. Tratei <strong>de</strong> repassar em minha mente as horas <strong>de</strong> medo<<strong>br</strong> />
que havíamos passado, mas apenas podia recordar das or<strong>de</strong>ns que <strong>de</strong>i ao timoneiro ou à máquina. Não sei se<<strong>br</strong> />
alguma <strong>de</strong>las teve algum efeito.<<strong>br</strong> />
Experimentei um misto <strong>de</strong> emoções, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o medo, que seguia tendo, pelas numerosas vezes em que<<strong>br</strong> />
o navio esteve muito perto <strong>de</strong> ir <strong>de</strong> encontro a obstáculos ao gran<strong>de</strong> alívio que sentia agora, ao saber que tanto<<strong>br</strong> />
eu como minha tripulação estávamos a salvo. Pareceu-me realmente assom<strong>br</strong>oso que um acontecimento tão<<strong>br</strong> />
trágico se <strong>de</strong>senvolveu diante dos meus próprios olhos.<<strong>br</strong> />
Sinto-me enormemente agra<strong>de</strong>cido à minha tripulação, em particular ao Imediato que esteve todo o<<strong>br</strong> />
tempo próximo à tripulação assegurando-se <strong>de</strong> que estavam bem, assim como ao Chefe <strong>de</strong> Máquinas e ao<<strong>br</strong> />
resto do pessoal <strong>de</strong> sua seção que não podiam imaginar o que estava ocorrendo com o navio já que lhes eram<<strong>br</strong> />
solicitadas inúmeras or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> máquina.<<strong>br</strong> />
Finalmente, gostaria <strong>de</strong> expressar meus mais profundos agra<strong>de</strong>cimentos ao capitão do terminal que<<strong>br</strong> />
permaneceu ao meu lado a bordo do navio; ao diretor marítimo, que me <strong>de</strong>u bons conselhos; ao chefe <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
recursos humanos, que manteve comunicação com as principais partes afetadas em circunstâncias tão difíceis;<<strong>br</strong> />
à agência consignatária local <strong>de</strong> Kagoshima, Kiire JCG e aos responsáveis pelo terminal <strong>de</strong> Kiire, que<<strong>br</strong> />
amavelmente aceitaram o navio para realizar os trabalhos <strong>de</strong> reparos e que receberam a carga restante <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
bordo.<<strong>br</strong> />
Fonte: Marinos Mercantes. Original em espanhol. Tradução livre.<<strong>br</strong> />
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Você será mais um a manter nossa estabilida<strong>de</strong> e nossa condição <strong>de</strong> navegabilida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
Será mais um que, sem ganhar nada por isso, e sem a cultura do “o que eu vou ganhar com isso”, terá na<<strong>br</strong> />
consciência o in<strong>de</strong>lével prazer <strong>de</strong> estar contribuindo para manter flutuando nosso navio carregado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
<strong>org</strong>ulho e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajudar sem interesse.<<strong>br</strong> />
Você po<strong>de</strong>rá fazer isso virtualmente visitando nosso site: www.centrodoscapitaes.<strong>org</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Ou comparecendo à nossa se<strong>de</strong> à Av. Rio Branco 45 sala /507 – Centro – Rio/RJ<<strong>br</strong> />
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Uma Embaixada do Brasil no mar<<strong>br</strong> />
CFM Edson Martins Areias – OSM (Adv.)<<strong>br</strong> />
areias.edson@gmail.com<<strong>br</strong> />
Em 1971, época do milagre <strong>br</strong>asileiro, enquanto o mundo começava a olhar o Brasil efetivamente<<strong>br</strong> />
como o País do Futuro Próximo, seguia o lançamento da série <strong>de</strong> navios mercantes do II Programa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Construção Naval.<<strong>br</strong> />
Jamais a indústria naval <strong>br</strong>asileira entregara ao tráfego marítimo tantas unida<strong>de</strong>s em tão pouco tempo.<<strong>br</strong> />
A Empresa <strong>de</strong> Navegação Aliança, então capitaneada pelo dinâmico Carl Fischer, um empresário<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iramente <strong>br</strong>asileiro por opção, eis que nascido na Alemanha, recebeu quatro liners <strong>de</strong> doze mil<<strong>br</strong> />
toneladas, construídos no Estaleiro Mauá, aos quais batizou Copacabana, Maringá, Olinda e Flamengo.<<strong>br</strong> />
Eram navios muito imponentes, velozes e confortáveis, <strong>de</strong> casco azul e o<strong>br</strong>as vivas vermelhas, com a<<strong>br</strong> />
chaminé a ostentar as tradicionais cores da Aliança, a mais <strong>org</strong>anizada e eficiente <strong>de</strong> todas as empresas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
navegação do Brasil.<<strong>br</strong> />
Para comandar o Maringá, foi <strong>de</strong>signado o Capitão <strong>de</strong> Longo Curso Álvaro Almeida Júnior, hoje<<strong>br</strong> />
presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães, homem probo, exemplo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e <strong>de</strong> lealda<strong>de</strong>; para a Chefia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Máquinas, o saudoso Oficial Superior <strong>de</strong> Máquinas Antônio Carlos Muniz, o Carlinhos Hipopótamo, inteligente,<<strong>br</strong> />
elegante e articulado.<<strong>br</strong> />
O imenso potencial e o temperamento irrequieto <strong>de</strong> Antônio Carlos Muniz – que fora meu Subchefe <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Máquinas e incentivador nos tempos <strong>de</strong> Praticante-Aluno a bordo do Lloyd Guatemala, a<strong>br</strong>eviaram sua carreira<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> vinte anos na Marinha Mercante: <strong>de</strong>corrido algum tempo após a viagem inaugural do<<strong>br</strong> />
Maringá, Antônio Carlos foi contratado por uma multinacional norte-americana e, a seguir, veio a montar sua<<strong>br</strong> />
própria empresa em parceria com outra sediada na Alemanha.<<strong>br</strong> />
Embarcar num liner da Aliança era quase um sonho para muitos oficiais mercantes; não só pela linha<<strong>br</strong> />
do Norte da Europa, tocando em portos da França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e, por<<strong>br</strong> />
vezes, Espanha e Portugal, geralmente escalando nas paradisíacas Ilhas Canárias. Contava também, o fato <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ser navio mo<strong>de</strong>rno, que incorporava as mais avançadas tecnologias; mais a velocida<strong>de</strong>, a <strong>br</strong>evida<strong>de</strong> com que se<<strong>br</strong> />
retornava ao Brasil e, <strong>de</strong> que<strong>br</strong>a, tocar sempre em Santos, eventualmente em Paranaguá, Santa Catarina, Rio<<strong>br</strong> />
Gran<strong>de</strong> e, por fim, na sempre querida Buenos Aires.<<strong>br</strong> />
Pois bem, logo após a conclusão <strong>de</strong> meu primeiro Curso <strong>de</strong> Aperfeiçoamento para Oficiais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Máquinas (à época, para tirar a carta <strong>de</strong> 2 MA-MO – hoje, diz-se primeiro oficial <strong>de</strong> máquinas), fui sondado para<<strong>br</strong> />
chefiar um friguinho - navio frigorífico, com pinta <strong>de</strong> iate.<<strong>br</strong> />
Classista assumido que sempre fui, neguei-me a aceitar a Chefia, a menos que a Aliança concordasse<<strong>br</strong> />
em me acomodar no luxuoso camarote do Armador, porquanto aqueles navios, a meu sentir, não possuíam<<strong>br</strong> />
camarotes compatíveis à relevância do cargo <strong>de</strong> Chefe <strong>de</strong> Máquinas.<<strong>br</strong> />
Desatendido em meu pleito, preferi <strong>de</strong>clinar da promoção, até, pouco tempo <strong>de</strong>pois, vir a ganhar a<<strong>br</strong> />
queda <strong>de</strong> <strong>br</strong>aço, para toda minha categoria: condicionei meu embarque nos frigos a po<strong>de</strong>r viajar no camarote do<<strong>br</strong> />
Armador enquanto não restassem concluídas e entregues as o<strong>br</strong>as <strong>de</strong> reforma do camarote do Chefe <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Máquinas; isto, porém, são outros quinhentos que contarei, se me <strong>de</strong>ixarem, <strong>de</strong> outra feita.<<strong>br</strong> />
Assim foi que, após a negativa <strong>de</strong> assumir a Chefia <strong>de</strong> Máquinas <strong>de</strong> um frigo, nomearam-me para<<strong>br</strong> />
assumir o Maringá, como Subchefe, e ren<strong>de</strong>r o saudoso Osvaldo Santana, o Índio, em Paranaguá. Nós, das<<strong>br</strong> />
turmas do Aperfeiçoamento, havíamos estudado <strong>de</strong>talhadamente os mecanismos e a automação daquela série<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> navios sob a batuta do maravilhoso Mestre Ettore Amêndola.<<strong>br</strong> />
Os Cursos <strong>de</strong> Aperfeiçoamento eram <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> eficiência para os oficiais mercantes. Isto porque<<strong>br</strong> />
chegávamos à Escola com uma base prática conquistada em anos <strong>de</strong> labuta a bordo. Para o Curso <strong>de</strong> 2º MA-<<strong>br</strong> />
MO, exigiam-se quatro anos <strong>de</strong> efetivo embarque, contados dia a dia, na Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Inscrição e Registro <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
cada candidato.<<strong>br</strong> />
A<strong>de</strong>mais, no ano anterior ao curso, os candidatos recebiam apostilas e livros para estudar a bordo e<<strong>br</strong> />
prestar os exames escritos na Escola; após a aprovação nos exames escritos, as vagas eram preenchidas<<strong>br</strong> />
segundo o resultado dos exames e o tempo <strong>de</strong> embarque.<<strong>br</strong> />
Em paralelo ao Curso <strong>de</strong> Aperfeiçoamento, matriculei-me em dois outros, particulares, mantidos por<<strong>br</strong> />
um i<strong>de</strong>alista, o Capitão <strong>de</strong> Mar e Guerra Nelson Dunham, um dos primeiros, senão o primeiro oficial da Marinha<<strong>br</strong> />
do Brasil a cursar radares nos Estados Unidos, ainda nos anos quarentas.<<strong>br</strong> />
Cursei Radiotécnica, com muita gente humil<strong>de</strong>, para apren<strong>de</strong>r artifícios práticos, e <strong>Eletrônica</strong> teórica e<<strong>br</strong> />
prática. A<strong>de</strong>mais, nos fins <strong>de</strong> semana contava com a colaboração do saudoso Bóris Valeiko, uma fera <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
eletrônica e oficial do Exército, casado com uma prima da mãe, <strong>de</strong>pois transferido para o 7º. BEC- Batalhão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Engenharia e Construção, em Cruzeiro do Sul, Acre, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> jamais regressou.<<strong>br</strong> />
Enquanto adido na Aliança, <strong>de</strong>i muito trabalho ao diligente veterano Gílson Viegas, oficial <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
máquinas-engenheiro, <strong>de</strong> quem me dispus a “carregar a valise” nos atendimentos técnicos aos navios surtos no<<strong>br</strong> />
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porto do Rio e no escritório, levando-lhe diagramas <strong>de</strong> automação, planos elétricos para discutir e para sanar as<<strong>br</strong> />
dúvidas que fossem aflorando.<<strong>br</strong> />
Assim, ao pegar a nomeação e o bilhete aéreo para embarcar no belo Maringá, eu era todo vi<strong>br</strong>ação e<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sejo para conduzir a po<strong>de</strong>rosa que movia aquele navio: sentia-me o verda<strong>de</strong>iro maquibamba.<<strong>br</strong> />
Viajei até Curitiba e, <strong>de</strong>pois, na viatura que nos conduziu a Paranaguá, ao lado do Chefe, Domingos<<strong>br</strong> />
do Espírito Santo Carvalho, que embora formado em 1953, possuía a mesma carta profissional que eu acabara<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> conquistar; Domingos estava um pouco tenso, pois aquele embarque <strong>de</strong>finiria sua bolsa <strong>de</strong> estudo para<<strong>br</strong> />
voltar à Escola e obter a importante carta <strong>de</strong> 1 MA-MO, hoje, <strong>de</strong> Oficial Superior <strong>de</strong> Máquinas.<<strong>br</strong> />
No avião, o Chefe Domingos comentara que nem ele, nem eu, jamais havíamos embarcado em liners.<<strong>br</strong> />
Parodiando meu ex-segundo, o 76 years young Ga<strong>br</strong>iel, afirmei:<<strong>br</strong> />
- Chefe, se o navio é <strong>de</strong> aço e não é veleiro, o senhor não precisa se preocupar - nós vamos levá-lo, e<<strong>br</strong> />
bem.<<strong>br</strong> />
Ao chegarmos a bordo, ficamos animados com a limpeza, a or<strong>de</strong>m e a classe daquele navio; o<<strong>br</strong> />
Comandante Álvaro Almeida Júnior era um cavalheiro, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser enérgico e disciplinador; o Chefe a<<strong>br</strong> />
quem Domingos ia ren<strong>de</strong>r era o OSM Carlos Martins, o Ferra<strong>br</strong>ás, sempre impecavelmente vestido, pouca gente<<strong>br</strong> />
lem<strong>br</strong>a tê-lo visto sorrir alguma vez.<<strong>br</strong> />
O subchefe Índio passou-me o serviço dizendo que estava tudo em or<strong>de</strong>m - não estava – e que a<<strong>br</strong> />
única alteração que passara a ter naquele porto, era uma enfermeira bonita <strong>de</strong> 22 anos, <strong>de</strong> primeiro embarque e<<strong>br</strong> />
segundo o Índio, eu, solteiro e com fama <strong>de</strong> playboy, tinha o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>, discretamente, passá-la nas armas, para<<strong>br</strong> />
colocar a ban<strong>de</strong>ira da máquina no tope do mastro.<<strong>br</strong> />
Mar à vela, seguiríamos para o Havre, na França. Reunida a guarnição na sala <strong>de</strong> controle da praça<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> máquinas, Índio se <strong>de</strong>spediu do pessoal e me apresentou como seu substituto. Assumindo a palavra,<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>spedi-me do gentil colega e passei a explicar o método <strong>de</strong> trabalho, e, so<strong>br</strong>emodo, a exigência da estrita<<strong>br</strong> />
observância dos procedimentos <strong>de</strong> segurança.<<strong>br</strong> />
Daí avisei que se alguém, por exemplo, se em<strong>br</strong>iagasse em terra e morresse atropelado, o problema<<strong>br</strong> />
se restringiria ao falecido e sua família, o navio nada perdia, além do mundo se livrar <strong>de</strong> um bebum. Mas se o<<strong>br</strong> />
elemento resolvesse se apresentar alterado para o serviço, o problema passava a ser <strong>de</strong> todos que po<strong>de</strong>ríamos<<strong>br</strong> />
morrer por força <strong>de</strong> alguma mano<strong>br</strong>a errada.<<strong>br</strong> />
Nisto um cabo-foguista, avançado nos anos, inexplicavelmente se mostrou emocionado, indo às<<strong>br</strong> />
lágrimas. Or<strong>de</strong>nei que ele se aproximasse para eu verificar se estava em<strong>br</strong>iagado. Não estava: apenas disse<<strong>br</strong> />
que jamais alguém lhe falara tão bonito numa praça <strong>de</strong> máquinas e que ele se esforçaria muito no cumprimento<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> seus <strong>de</strong>veres.<<strong>br</strong> />
O Índio, colega que me passava o serviço e os <strong>de</strong>mais, oficiais, graduados e guarnição, asseguraram<<strong>br</strong> />
que o velho cabo-foguista, embora meio doido, era disciplinado e eficiente, mesmo cometendo verda<strong>de</strong>iros<<strong>br</strong> />
atentados verbais contra a Língua Portuguesa.<<strong>br</strong> />
Não se passou muito tempo até que eu, en passant, viesse a ouví-lo comunicar a seu chefe <strong>de</strong> quarto<<strong>br</strong> />
que a bomba havia perdido a “respiração” (aspiração); que a “vaca” (vácuo) do con<strong>de</strong>nsado (<strong>de</strong>stilador) estava<<strong>br</strong> />
caindo; que o problema das máquinas se agravava na proximida<strong>de</strong> do “Arcoador” (Equador). O velho chamava<<strong>br</strong> />
o centrifugador De Laval, <strong>de</strong> “Demerval” e a sonda <strong>de</strong> “sunda”.<<strong>br</strong> />
Aliás, não <strong>de</strong>via ser o único <strong>de</strong> sua geração a falar assim. Paulo César Alemão havia narrado que, em<<strong>br</strong> />
outro navio, quando estava tomando café, durante a divisão na Dinamarca, um cabo-foguista o chamou, olhos<<strong>br</strong> />
esbugalhados, à porta do salão dos oficiais:<<strong>br</strong> />
- “Seu telceiro, pelo amor <strong>de</strong> D´us, me acuda para evitar a “catastre” (catástrofe) – os alarmes ficaram<<strong>br</strong> />
loucos, sunda caiu no poceto e Demerval está botando fora!”<<strong>br</strong> />
De outra feita, mandaram o bom cabo-foguista do Maringá buscar um alfabeto para reforçar a<<strong>br</strong> />
i<strong>de</strong>ntificação dos equipamentos e ele voltou muito contrariado:<<strong>br</strong> />
- “Seu Telceiro, bem que eu queria dar uma “remonage” (ramonagem) nas letras. Mas este paioleiro<<strong>br</strong> />
que embarcou em Santos teve o <strong>de</strong>splante <strong>de</strong> dizer que não há nenhum “analfabeto” (alfabeto, i.e., gabarito<<strong>br</strong> />
para pintura <strong>de</strong> letras). Acho melhor dar uma ajuda a este macacuano porque ele <strong>de</strong>veria saber que jamais<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> ter “analfabeto” a bordo!”<<strong>br</strong> />
Na sessão <strong>de</strong> Câmara do Maringá havia o folclórico taifeiro Miguel, pequeno, humil<strong>de</strong> e inteligente,<<strong>br</strong> />
que apren<strong>de</strong>ra Eletrotécnica por correspondência e vivia comprando aparelhos <strong>de</strong> som avariados na Alemanha<<strong>br</strong> />
a preço <strong>de</strong> banana. Durante a travessia punha-se a repará-los para revendê-los a seus pares, com imensa<<strong>br</strong> />
margem <strong>de</strong> lucro. Seu ganho era muito maior do que o abono <strong>de</strong> viagem, em dólares.<<strong>br</strong> />
Nas Comunicações, o velho Radier, um “padre” sem batina, carola, educado e ingênuo, sempre<<strong>br</strong> />
prestativo e crédulo. Dentre os <strong>de</strong>mais oficiais, o Mário, pilotão antigo e o imediato Araújo, que viviam <strong>br</strong>igando<<strong>br</strong> />
e confraternizando a cada dois dias; o Mário, com um Inglês paraense-texano e o Araújo que <strong>de</strong>le necessitava<<strong>br</strong> />
por não se expressar fluentemente em Inglês.<<strong>br</strong> />
Para complicar o jogo, o Praticante-Aluno <strong>de</strong> Máquinas, um rapaz <strong>de</strong> quase metro e noventa <strong>de</strong> altura,<<strong>br</strong> />
bem apessoado e exímio guitarrista, resolveu se apaixonar pela enfermeira <strong>de</strong> 22 anos. O Chefe <strong>de</strong> Máquinas<<strong>br</strong> />
mal continha o riso ao ouvir-me alertar o Pratica:<<strong>br</strong> />
- Seu Ramiro, bem sei que o senhor anda se engraçando com a enfermeira. Pois é bom ficares<<strong>br</strong> />
sabendo que ela é moça-donzela, noiva, <strong>de</strong> casamento marcado. O senhor po<strong>de</strong> até namorá-la discretamente e<<strong>br</strong> />
em terra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assuma compromisso. Porque se o senhor fizer mal à menina, vai ter que casar e mesmo<<strong>br</strong> />
assim, po<strong>de</strong> ter a certeza <strong>de</strong> que vai ser difícil <strong>de</strong> obteres a carta <strong>de</strong> oficial!<<strong>br</strong> />
Pior é que o Pratica acreditava em toda a história e nos explicava suas boas intenções, e mais, que<<strong>br</strong> />
era tímido e ainda não se havia <strong>de</strong>clarado à enfermeira. O Chefe e eu sabíamos que um dos nossos já vivia<<strong>br</strong> />
fazendo mal à bela, durante toda a viagem, <strong>de</strong> maneira discreta, e eu até diria “cínica”, pois ambos não<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>scuravam a total formalida<strong>de</strong> em público, jamais <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> dispensar o tratamento “senhor” e “senhora” ao<<strong>br</strong> />
se dirigirem a palavra.<<strong>br</strong> />
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Era esta fauna que o Comandante Álvaro domava e <strong>de</strong> quem lograva tirar o melhor <strong>de</strong>sempenho<<strong>br</strong> />
profissional, alcançando níveis técnicos e operacionais comparáveis aos das melhores frotas do mundo. Mais<<strong>br</strong> />
do que isto, nas estadias nos portos, o Comandante Álvaro, convocando todos os oficiais, recepcionava<<strong>br</strong> />
autorida<strong>de</strong>s consulares, ministros <strong>de</strong> estado, executivos, com almoços e jantares on<strong>de</strong> bom gosto, farta e<<strong>br</strong> />
excelente comida e bebida não faltavam.<<strong>br</strong> />
A guarnição se apresentava bem vestida e cortês. Numa saída às ruas <strong>de</strong> Hamburgo, regressei com<<strong>br</strong> />
duas meninas suecas que ao verem o padrão do navio perguntaram se a ban<strong>de</strong>ira era mesmo do Brasil porque<<strong>br</strong> />
tínhamos atitu<strong>de</strong>s e aparências <strong>de</strong> gente do primeiro mundo.<<strong>br</strong> />
Álvaro Almeida Júnior, hoje Presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães, continua, apesar da sua longa<<strong>br</strong> />
singradura, a prestar gran<strong>de</strong>s serviços à Comunida<strong>de</strong> Marítima. O Maringá não era exceção <strong>de</strong>ntre os navios<<strong>br</strong> />
que, com correção e entusiasmo, sempre comandou.<<strong>br</strong> />
Calmo e polido, com a energia e disciplina que, muito cedo, começou a <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância<<strong>br</strong> />
nos Grupos <strong>de</strong> Escotismo, era capaz <strong>de</strong> imprimir um padrão <strong>de</strong> excelência a todo o grupo, por mais<<strong>br</strong> />
heterogêneo que fossem seus padrões e origens sócio-econômicas, técnicas ou culturais.<<strong>br</strong> />
Nosso Comandante Álvaro sabia imprimir a bordo um ambiente que fazia esquecer o isolamento da<<strong>br</strong> />
vida do mar, a nostalgia forte que batia nas datas especiais como Ano Novo, Páscoa, Natal, longe <strong>de</strong> casa,<<strong>br</strong> />
fazendo <strong>de</strong>spertar ou reacen<strong>de</strong>r o entusiasmo pela carreira.<<strong>br</strong> />
Por tudo isto, falar em Maringá é falar em seu primeiro Capitão, Álvaro José <strong>de</strong> Almeida Júnior, um<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>asileiro <strong>de</strong> escol. O Maringá, <strong>de</strong>ntre todos os navios em que naveguei, foi o que melhor cumpriu sua missão<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Embaixada do Brasil no mar.<<strong>br</strong> />
Tragédia por um triz<<strong>br</strong> />
Comte. Luiz Augusto C. Ventura – CLC<<strong>br</strong> />
luizaugustocardosoventura@yahoo.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensida<strong>de</strong> com que acontecem. Por<<strong>br</strong> />
isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"<<strong>br</strong> />
Esta frase <strong>de</strong> Fernando Pessoa me lem<strong>br</strong>a uma “quase tragédia” vivida a bordo do... (meus poucos<<strong>br</strong> />
leitores já imaginam) famigerado N/T “Bragança” (tóc...tóc...tóc...).<<strong>br</strong> />
Como tenho relatado na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> alguns episódios, vivenciei no comando <strong>de</strong>sse navio situações<<strong>br</strong> />
extremamente perigosas todas felizmente contornadas graças a um po<strong>de</strong>roso Anjo da Guarda.<<strong>br</strong> />
È estranho como algumas coisas que nem chegam a acontecer, como um famoso “quase gol” do Pelé,<<strong>br</strong> />
por exemplo, acabam marcando a nossa vida para sempre. O episódio que vou narrar po<strong>de</strong> assim ser<<strong>br</strong> />
consi<strong>de</strong>rado: uma inesquecível “quase tragédia”. De duração efêmera, mas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> muito forte, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
momentos inesquecíveis e <strong>de</strong> coisas e fatos inexplicáveis (ou explicáveis).<<strong>br</strong> />
O “Bragança” (década <strong>de</strong> 80), com um carregamento <strong>de</strong> quase 800.000 barris <strong>de</strong> óleo cru, havia<<strong>br</strong> />
contornado a linda Ilha <strong>de</strong> São Sebastião, litoral norte <strong>de</strong> São Paulo, e fazia a aproximação da barra sul do<<strong>br</strong> />
canal, entre ela e o continente, para atracar no píer norte do Terminal da Petro<strong>br</strong>as (Tebar). A navegação era<<strong>br</strong> />
para oeste <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o través da Ponta do Boi, mudando para o norte ao ser divisado o farol da Ponta da Sela. A<<strong>br</strong> />
essa altura a máquina já estava pronta para mano<strong>br</strong>a e a guarnição a postos. A praticagem já havia sido<<strong>br</strong> />
contatada e o Prático confirmado para embarcar no ponto regulamentar fora <strong>de</strong> barra. O tempo naquela tar<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
inverno não era bom. Vento <strong>de</strong> sudoeste mo<strong>de</strong>rado e mar agitado empurravam o navio em direção ao canal. A<<strong>br</strong> />
visibilida<strong>de</strong>, no entanto, era boa. Poucos minutos nos separavam do ponto <strong>de</strong> espera do prático. Mas, on<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
estava a lancha do prático? Ninguém a divisava. A praticagem é imediatamente chamada pelo VHF e o próprio<<strong>br</strong> />
prático aten<strong>de</strong> à chamada:<<strong>br</strong> />
- Comandante, por favor, po<strong>de</strong> vir entrando que eu já estou na lancha em direção ao navio.<<strong>br</strong> />
Era o prenúncio <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong> erros. O prático <strong>de</strong>veria estar aguardando o navio nas<<strong>br</strong> />
coor<strong>de</strong>nadas <strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong> espera, mas não estava. Por minha vez, ao invés <strong>de</strong> parar a máquina e ficar<<strong>br</strong> />
aguardando o prático naquele ponto não o fiz, talvez pelo fato do tempo estar <strong>de</strong>sfavorável. Preferi acreditar que<<strong>br</strong> />
ele já vinha realmente a caminho e continuei para <strong>de</strong>mandar o canal por minha conta e risco e embarcá-lo no<<strong>br</strong> />
canal. Talvez ele estivesse tentando evitar a ressaca fora <strong>de</strong> barra. Essa prática e esse tipo <strong>de</strong> solicitação são,<<strong>br</strong> />
na verda<strong>de</strong>, muito comuns.<<strong>br</strong> />
Eu já conhecia sobejamente o canal e não teria problema nenhum em <strong>de</strong>mandá-lo sozinho, mas isto<<strong>br</strong> />
não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> ser uma transgressão ao regulamento da Capitania dos Portos.<<strong>br</strong> />
Reduzi a máquina <strong>de</strong> meia-força-adiante para <strong>de</strong>vagar-adiante e direcionei o navio para o farol da<<strong>br</strong> />
Ponta da Sela. O marinheiro do leme era bom <strong>de</strong> governo e o Piloto Hedilberto guarnecia o telégrafo e tentava<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> binóculo, juntamente com o Imediato Rubens Otávio, localizar a lancha do prático. Cruzei o primeiro par <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
bóias e nada <strong>de</strong> lancha. A partir dali a <strong>de</strong>manda do canal não permitia nenhuma falha. De largura e<<strong>br</strong> />
profundida<strong>de</strong> limitada, nossos <strong>de</strong>zesseis metros <strong>de</strong> calado não permitiam <strong>de</strong>svios no governo. O vento sudoeste<<strong>br</strong> />
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afunilado pelo corredor entre a ilha e o continente empurrava o navio mais do que o <strong>de</strong>sejado, motivo pelo qual<<strong>br</strong> />
reduzi para muito-<strong>de</strong>vagar-adiante. O segundo e último par <strong>de</strong> bóias se aproximava e nem sinal <strong>de</strong> prático que,<<strong>br</strong> />
contatado seguidamente pelo rádio, afirmava sempre que estava a caminho. Temeroso com a proximida<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />
terminal e não divisando sinal da lancha do prático resolvi parar a máquina.<<strong>br</strong> />
Eu conhecia bem as características <strong>de</strong> mano<strong>br</strong>abilida<strong>de</strong> do “Bragança” para saber que ainda teria um<<strong>br</strong> />
bom trecho em que po<strong>de</strong>ria governar apenas com o seguimento do navio.<<strong>br</strong> />
Finalmente surgiu o Prático. Subiu célere a escada <strong>de</strong> que<strong>br</strong>a-peito, alcançou rapidamente o<<strong>br</strong> />
passadiço, <strong>de</strong>sculpou-se pelo in<strong>de</strong>sculpável e assumiu a mano<strong>br</strong>a após tomar conhecimento <strong>de</strong> que a máquina<<strong>br</strong> />
estava parada, que o marinheiro ainda governava bem com o seguimento e que o píer sul do Tebar estava<<strong>br</strong> />
sendo marcado como referência da proa. Inquirido so<strong>br</strong>e os rebocadores para a mano<strong>br</strong>a informou que “já estão<<strong>br</strong> />
vindo”. Os rebocadores pertenciam ao Terminal.<<strong>br</strong> />
Por algum tempo o Prático manteve o navio da mesma maneira que o recebeu até que o marinheiro<<strong>br</strong> />
avisou que não estava mais conseguindo governar. O seguimento já não era suficiente. Precisando a<strong>br</strong>ir do<<strong>br</strong> />
terminal que ainda estava pela proa o prático solicitou máquina muito-<strong>de</strong>vagar-adiante e leme 10º a BE.<<strong>br</strong> />
Hedilberto acionou o telégrafo e o que se ouviu, ao invés do característico ruído do motor partindo, foi um<<strong>br</strong> />
estri<strong>de</strong>nte chiado <strong>de</strong> escape <strong>de</strong> ar. Som<strong>br</strong>ia expectativa. Atmosfera carregada. Nova tentativa <strong>de</strong> partida na<<strong>br</strong> />
Praça <strong>de</strong> Máquinas e a mesma sensação <strong>de</strong> frustração no passadiço: o MCP não partiu novamente. Hedilberto<<strong>br</strong> />
avisa que o indicador <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> partida do MCP no painel indica pressão perigosamente baixa. Corro a telefonar<<strong>br</strong> />
para a máquina e a informação que tenho do Chefe Ivalter é <strong>de</strong>sanimadora: A pressão muito baixa das garrafas<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> ar não permitirá nova partida e o tempo para carregá-las é imprevisível. Aviso para que tentem uma partida<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> emergência caso contrário o navio irá bater no Terminal. Novo agonizante chiado <strong>de</strong> ar e nada <strong>de</strong> partida. O<<strong>br</strong> />
indicador <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> ar no passadiço cai a zero. O Terminal cresce na proa. Sensação <strong>de</strong> total impotência.<<strong>br</strong> />
O prático, um tipo semelhante a europeu, vermelho, grandalhão, <strong>de</strong> cabelos grisalhos e extremamente<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sbocado, anda impaciente <strong>de</strong> uma asa para outra es<strong>br</strong>avejando pelo rádio contra os rebocadores que até<<strong>br</strong> />
àquela hora não haviam aparecido. Era preciso que tomássemos algumas atitu<strong>de</strong>s rapidamente. Man<strong>de</strong>i o<<strong>br</strong> />
Imediato tocar postos <strong>de</strong> emergência peguei o VHF e, pelo canal 16, fiz a seguinte advertência dramática:<<strong>br</strong> />
- Terminal, aqui é o Comandante do “Bragança”.<<strong>br</strong> />
Isto é uma emergência. Parem as operações. Estamos<<strong>br</strong> />
sem máquina e sem governo e o navio irá inevitavelmente<<strong>br</strong> />
bater no Terminal. Avisem os outros navios e protejam-se.<<strong>br</strong> />
Um navio operava no píer sul e outro no píer<<strong>br</strong> />
norte. Lem<strong>br</strong>o-me ainda da súplica do operador:<<strong>br</strong> />
- Comandante, pelo amor <strong>de</strong> Deus...<<strong>br</strong> />
- Sinto muito. Não há mais nada a fazer. Os<<strong>br</strong> />
rebocadores do Terminal não apareceram - lamentei.<<strong>br</strong> />
Os canhões <strong>de</strong> água <strong>de</strong> combate a incêndio ao<<strong>br</strong> />
longo da passarela do convés principal foram acionados.<<strong>br</strong> />
Tudo era muito intenso, muito rápido, <strong>de</strong>sesperador. Não<<strong>br</strong> />
havia tempo para raciocinar. Muitos tripulantes, <strong>de</strong> coletes<<strong>br</strong> />
salva vidas, se prepararam para se jogar n’água antes do<<strong>br</strong> />
Terminal <strong>de</strong> São Sebastião - TEBAR<<strong>br</strong> />
impacto.<<strong>br</strong> />
Avisei o Prático que iria largar os dois ferros que estavam prontos – felizmente a guarnição da proa<<strong>br</strong> />
não abandonou os seus postos. O navio, impulsionado pelo vento SW, ainda tinha apreciável seguimento. O<<strong>br</strong> />
Prático <strong>de</strong>saconselhou esse procedimento alegando, com razão, que o navio iria girar e bater <strong>de</strong> qualquer<<strong>br</strong> />
maneira. Confirmei seu temor e disse que não havia alternativa e eu preferia bater com os ferros n’água. Eu<<strong>br</strong> />
achava, no íntimo, que com os ferros n’água servindo <strong>de</strong> freio, o impacto no Terminal seria amenizado. Por<<strong>br</strong> />
outro lado o impacto seria lateral evitando que a proa fosse rasgando com tudo e nos envolvendo em um<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iro inferno <strong>de</strong> chamas. Mas não havia tempo para conjecturas. Quase ao mesmo tempo em que informei<<strong>br</strong> />
o Prático da minha intenção já fui or<strong>de</strong>nando a proa para que largassem os dois ferros e <strong>de</strong>ixassem correr todos<<strong>br</strong> />
os quartéis <strong>de</strong> amarras.<<strong>br</strong> />
O estrondo dos dois ferros sendo largados foi ensur<strong>de</strong>cedor. Fumaça e poeira envolveram o castelo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
proa. Uma massa <strong>de</strong> ferro e aço <strong>de</strong>slocando 117.000 toneladas se movia inexoravelmente contra o Terminal.<<strong>br</strong> />
Dois ferros (âncoras) <strong>de</strong> <strong>de</strong>z toneladas cada um, sustentados por amarras <strong>de</strong> 340 metros <strong>de</strong> comprimento,<<strong>br</strong> />
formadas por elos <strong>de</strong> aço fundido, foram expelidos pelos escovéns, um <strong>de</strong> cada bordo. Ao portar pelos ferros,<<strong>br</strong> />
como se previa, o navio começou imediatamente a girar. Os chicotes das amarras gemiam presas apenas pelo<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>aga (arganeu firmemente fixado na antepara do paiol da amarra que a sustenta). A tensão no passadiço era<<strong>br</strong> />
in<strong>de</strong>scritível. A esposa do Oficial <strong>de</strong> Máquinas Ivan, Zélia Angelim, que assistia a mano<strong>br</strong>a, rezava baixinho. Na<<strong>br</strong> />
proa, nem se fala. O <strong>de</strong>sastre era iminente. Com o giro, por BB, a proa passou lambendo o píer. Agora era<<strong>br</strong> />
esperar o giro completo e o impacto lateral. Foi quando entrou em ação o nosso Anjo da Guarda. Chegaram<<strong>br</strong> />
dois benditos rebocadores. Corajosamente um <strong>de</strong>les se enfiou entre o Terminal e o navio e se posicionou a ré,<<strong>br</strong> />
na altura da superestrutura, para nos empurrar para fora. O nervosismo continuava. Será que o rebocador vai<<strong>br</strong> />
conseguir ou vai também ser esmagado contra o cais? A princípio o rebocador parecia não ter força suficiente<<strong>br</strong> />
para aguentar o <strong>de</strong>slocamento do navio e estava sendo também por ele levado. Mas, aos poucos, sua tenaz<<strong>br</strong> />
resistência foi prevalecendo. Num abençoado momento, a pouquíssimos metros do píer, o navio parou <strong>de</strong> se<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>slocar em direção ao Terminal e começou a ser afastado pela força do rebocador.<<strong>br</strong> />
Alívio geral. Jamais me esquecerei daquela singular sensação: A transição rápida <strong>de</strong> uma extrema<<strong>br</strong> />
angústia para uma total euforia. Parecia inacreditável que nada <strong>de</strong> grave houvesse acontecido, a não ser um<<strong>br</strong> />
enorme susto.<<strong>br</strong> />
Ao final <strong>de</strong> tudo, sozinho no camarote, minhas pernas tremiam incontrolavelmente.<<strong>br</strong> />
Escapei <strong>de</strong> mais uma no “Bragança” (tóc...tóc...tóc)<<strong>br</strong> />
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Um mar <strong>de</strong> cerveja<<strong>br</strong> />
OSM Evandro Felisberto Carvalho – CFM<<strong>br</strong> />
evandro.felisberto@bol.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Uma viagem minha no graneleiro “Rio Apa”, do Lloyd Brasileiro, em 1993, como Chefe <strong>de</strong> Máquinas,<<strong>br</strong> />
teve lances pitorescos.<<strong>br</strong> />
De Vitória ao primeiro porto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, Hong Kong, escalando em Cape Town para abastecimento,<<strong>br</strong> />
muita água foi empurrada. De Hong Kong a viagem prosseguiu para Taichung, na ilha <strong>de</strong> Taiwan. Voltamos ao<<strong>br</strong> />
continente chinês, para Shangai, usando porém o artifício <strong>de</strong> escalar antes em Ishigaki-Shima, no Japão, já que<<strong>br</strong> />
Taiwan não tem relações diplomáticas com a China continental e, em conseqüência, o navio não po<strong>de</strong>ria<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>spachar <strong>de</strong> Taichung para lá.<<strong>br</strong> />
O Comandante Mário Container entrou na foz do Rio Yangtzé com toda-força-adiante. Ele tinha pressa<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> chegar a Shangai. Levamos uma semana <strong>de</strong>scarregando na maior cida<strong>de</strong> da República Popular da China.<<strong>br</strong> />
Provi<strong>de</strong>ncialmente para a guarnição, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tantos dias <strong>de</strong> viagem já estava totalmente arribada,<<strong>br</strong> />
principalmente <strong>de</strong> cigarros, foi recebido o abono <strong>de</strong> viagem ao exterior. O Comandante mandou imediatamente<<strong>br</strong> />
que a Chiquinha provi<strong>de</strong>nciasse a cota da tripulação.<<strong>br</strong> />
Aí cabem dois esclarecimentos: Chiquinha era a enfermeira <strong>de</strong> bordo, um tremendo “remo torto”, com<<strong>br</strong> />
QI proporcional à sua feiura. Cota é a quantida<strong>de</strong>, limitada pelo Comandante, da compra <strong>de</strong> bens (bebidas,<<strong>br</strong> />
cigarros, perfumes, etc.), livres <strong>de</strong> impostos, para uso interno, quando no porto existe “Bond store” (entreposto<<strong>br</strong> />
aduaneiro).<<strong>br</strong> />
Prosseguindo: Com a relação do Bond store embaixo da asa, quer dizer, do <strong>br</strong>aço, a Enfermeira<<strong>br</strong> />
Chiquinha parte com o pedido para entregar ao Ship Chandler no Friendship store, tradicional shopping estatal<<strong>br</strong> />
da RPC. Só havia um <strong>de</strong>talhe importante: a Chiquinha não falava inglês e muito menos mandarim. O máximo<<strong>br</strong> />
do diálogo que ela conseguiu com o chinês que a aten<strong>de</strong>u, em meio a ridículas mímicas, foi “Rio Apa” e “Bond<<strong>br</strong> />
Store” retribuindo com um sorriso amarelo ao sorriso <strong>de</strong> compreensão do amarelo.<<strong>br</strong> />
Sorriso, aliás, era o que não faltava ultimamente na expressão da Chiquinha. Ela havia conseguido um<<strong>br</strong> />
namorado durante a viagem. Longas travessias fazem milagre. O premiado era o Primeiro Oficial <strong>de</strong> Máquinas,<<strong>br</strong> />
um tremendo come ferro e, pelo visto, outras coisas.<<strong>br</strong> />
Missão cumprida, Chiquinha voltou satisfeita para bordo e se apressou em anunciar a todos, pelo boca<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> ferro, que o pedido da cota estava feito.<<strong>br</strong> />
Passaram-se alguns dias e nada <strong>de</strong> cota. O pessoal da guarnição impaciente. Alguns já fumavam<<strong>br</strong> />
folha <strong>de</strong> louro e outros temperos da cozinha. De tanto ouvir reclamações da guarnição Chiquinha armou-se <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
coragem e com uma cópia do pedido voltou <strong>de</strong>cidida ao Friendship store. Discutiu, <strong>br</strong>igou e, cheia <strong>de</strong> moral,<<strong>br</strong> />
regressou para bordo anunciando ter dado uma tremenda <strong>br</strong>onca no Ship Chandler, um tal <strong>de</strong> Mao-Tsé-Tung,<<strong>br</strong> />
informando que no dia seguinte o Bond store estaria a bordo. A guarnição se acalmou. Alguns chegaram até a<<strong>br</strong> />
comentar a <strong>br</strong>avura da Chiquinha especulando que ela sabia falar um pouco <strong>de</strong> chinês, herança <strong>de</strong> seu extrabalho<<strong>br</strong> />
em uma pastelaria <strong>de</strong> Santos.<<strong>br</strong> />
Finalmente chegou a cota. Chiquinha feliz da vida (não aguentava mais ser co<strong>br</strong>ada pela tripulação)<<strong>br</strong> />
conferiu tudo no caminhão e fez o pagamento se livrando daquelas verdinhas que já a incomodavam.<<strong>br</strong> />
O uísque chinês era pior que o do Paraguai e o cigarro apenas um pouco melhor do que a folha <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
louro, em compensação a cerveja, que já havia sido saboreada no Seaman’s Club, era show <strong>de</strong> bola. Leve,<<strong>br</strong> />
saborosa e convenientemente barata. Uma caixa com 24 garrafas <strong>de</strong> 750 ml da Tsingtao Larger Beer custava<<strong>br</strong> />
apenas 7 dólares. Ninguém comprou menos <strong>de</strong> 10 caixas, alguns até 20 (naquele tempo podia).<<strong>br</strong> />
Pela tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois do café, com os fumantes relaxados tragando seus cigarrinhos e os beberrões<<strong>br</strong> />
curtindo sua cervejinha, atracou ao costado outro caminhão carregado. Subiu a bordo um chinês procurando<<strong>br</strong> />
pela Chief Steward Chiquinha. Era outra cota. Explicação: Da segunda vez que a Chiquinha foi ao Friendship<<strong>br</strong> />
store, nervosa, falou com outro chinês pensando ser o mesmo da vez anterior – pra ela chinês era tudo igual.<<strong>br</strong> />
E agora? O que fazer?<<strong>br</strong> />
Uma idéia luminosa (às vezes ela tinha)! Uma rápida enquete com os tripulantes concluiu que todos<<strong>br</strong> />
concordavam em pagar uma segunda cota (cerveja por um preço daqueles dava até para substituir a água).<<strong>br</strong> />
Engradados <strong>de</strong> cerveja foram acomodados da melhor maneira possível, as caixas eram <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e muito<<strong>br</strong> />
pesadas. Quem tinha comprado <strong>de</strong>z caixas da primeira vez agora tinha vinte. Era um mar <strong>de</strong> cerveja.<<strong>br</strong> />
A escala seguinte a Shangai foi Busan na Coreia do Sul, com a <strong>de</strong>scarga terminando em Kokura no<<strong>br</strong> />
Japão. De Kokura o navio seguiu vazio para Portland, nos Estados Unidos, para carregar trigo. Vazio não seria<<strong>br</strong> />
bem o termo. Na verda<strong>de</strong> seguia a bordo um carregamento <strong>de</strong> Tsingtao Beer. Um paiol vazio na popa foi<<strong>br</strong> />
adaptado para receber os engradados com as garrafas (vazias, claro) <strong>de</strong> cerveja.<<strong>br</strong> />
O “Rio Apa” (eu havia <strong>de</strong>sembarcado em Portland) tempos <strong>de</strong>pois regressou ao Rio <strong>de</strong> Janeiro e ficou<<strong>br</strong> />
fun<strong>de</strong>ado durante alguns meses na Baia <strong>de</strong> Guanabara. O nosso transporte <strong>de</strong> longo curso já agonizava.<<strong>br</strong> />
Passaram-se alguns anos <strong>de</strong>ssa aventura e um belo dia encontro o eletricista João da Silva no<<strong>br</strong> />
Sindmar. Confi<strong>de</strong>nciou-me que os poucos tripulantes que ficaram embarcados até a entrega do navio ao novo<<strong>br</strong> />
armador (o Lloyd ven<strong>de</strong>u o “Rio Apa” para a Netumar) passaram muita necessida<strong>de</strong>. Com o Lloyd em fase <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
liquidação, pagamento atrasado, estava difícil so<strong>br</strong>eviver. Tiveram a ajuda, para espanto meu, das garrafas<<strong>br</strong> />
vazias <strong>de</strong> cerveja. Foram negociadas com um comerciante <strong>de</strong> Niterói que veio a bordo apanhá-las <strong>de</strong> lancha.<<strong>br</strong> />
Foram vendidas centenas <strong>de</strong>las e o dinheiro apurado foi, naquela situação <strong>de</strong> penúria, compensador.<<strong>br</strong> />
Eufórico com a transação o marinheiro Juvenal, ao <strong>de</strong>scer para a lancha a última lingada <strong>de</strong> garrafas,<<strong>br</strong> />
exclamou agra<strong>de</strong>cido olhando para o céu:<<strong>br</strong> />
- O<strong>br</strong>igado Santa Chiquinha! Você foi a salvação da lavoura.<<strong>br</strong> />
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Prático <strong>de</strong> araque<<strong>br</strong> />
Comte. Ge<strong>org</strong> Maier – CLC<<strong>br</strong> />
gmaier@<strong>br</strong>.inter.net<<strong>br</strong> />
Navegávamos do porto <strong>de</strong> Santos para Paranaguá no “Loi<strong>de</strong> Nicarágua”, ano <strong>de</strong> 1950, sob o comando<<strong>br</strong> />
do C.L.C. João Gonçalves Filho, com chegada prevista na barra (ETA) para as 1600 horas.<<strong>br</strong> />
Havíamos <strong>de</strong>scarregado em Santos o grosso da carga proce<strong>de</strong>nte dos portos do Norte da Europa.<<strong>br</strong> />
Lisboa tinha sido o último porto <strong>de</strong> carregamento para as escalas no Brasil. Era a tradicional linha <strong>de</strong> Hamburgo<<strong>br</strong> />
que tinha esse porto alemão como último porto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga (northbound) e lá mesmo o primeiro porto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
carregamento para a pernada <strong>de</strong> volta (southbound). Não existia ainda o atual e mo<strong>de</strong>rno sistema <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
conteinerização <strong>de</strong> carga. Assim as estadias nos portos eram relativamente <strong>de</strong>moradas, prolongando-se ainda<<strong>br</strong> />
mais no caso <strong>de</strong> condições atmosféricas adversas. Nossos principais produtos <strong>de</strong> exportação como o café,<<strong>br</strong> />
algodão e sisal, por exemplo, não po<strong>de</strong>riam ser expostos à chuva.<<strong>br</strong> />
A linha do norte da Europa era bastante cobiçada pelos marinheiros. Hamburgo, Rotterdam e<<strong>br</strong> />
Antuérpia eram os maiores portos da época. Cada um com suas atrações. Certamente uma das maiores, como<<strong>br</strong> />
muitos se recordam, era uma Avenida em Hamburgo, no bairro <strong>de</strong> St. Pauli, próximo às docas do Rio Elba,<<strong>br</strong> />
mundialmente conhecida, a famosa Reeperbahn. Essa Avenida, com cabarés para todos os gostos, fervilhava<<strong>br</strong> />
durante as noites com público diverso, principalmente marinheiros <strong>de</strong> todas as procedências que assistiam<<strong>br</strong> />
shows variados e se aliviavam do pesado salitre das travessias. A companhia das “meninas” era invariável e<<strong>br</strong> />
danças e risadas <strong>br</strong>otavam do fundo da alma jovem sem maiores compromissos. Com casa e comida<<strong>br</strong> />
garantidos, tudo era motivo <strong>de</strong> graça, até quando o dinheiro acabava.Quem viveu o apogeu da Reeperbahn<<strong>br</strong> />
sabe muito bem do que estou falando.<<strong>br</strong> />
Desculpem a divagação. Acabei me <strong>de</strong>sviando do assunto que me propus contar.<<strong>br</strong> />
Ao nos aproximarmos da barra <strong>de</strong> Paranaguá, no ETA informado, logo avistamos a lancha da<<strong>br</strong> />
praticagem; navio com máquina parada, escada <strong>de</strong> que<strong>br</strong>a-peito a sotavento, sobe o Prático com <strong>de</strong>senvoltura.<<strong>br</strong> />
Eu, 2º Piloto, guarnecia o telégrafo. Naquela época ainda não havia o acesso ao porto pelo Canal da Galheta.<<strong>br</strong> />
Iniciamos a <strong>de</strong>manda do canal e o Prático, entre uma or<strong>de</strong>m e outra, informa ao Comandante que o navio<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>veria fun<strong>de</strong>ar na franquia interna do porto por pouco tempo enquanto aguardaria o berço <strong>de</strong> atracação<<strong>br</strong> />
ocupado por outro navio prestes a ser liberado.<<strong>br</strong> />
Chegamos então na franquia e fun<strong>de</strong>amos para aguardar a atracação. O Prático pediu para que fosse<<strong>br</strong> />
arriada a escada para <strong>de</strong>sembarcar, pois outro colega seu viria fazer a atracação. Despediu-se do Comandante<<strong>br</strong> />
e dos <strong>de</strong>mais oficiais do passadiço. Quando chegou a minha vez, lem<strong>br</strong>ei-lhe que eu precisava do seu talão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
serviço para preencher e dar para o Comandante assinar. O Prático, meio sem jeito, informou que não tinha o<<strong>br</strong> />
talão. Diante dos protestos do Comandante e titubeando nas respostas, mostrou-se apressado para<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sembarcar. Sentindo-se acuado, o Prático <strong>de</strong>ixou escapar para assom<strong>br</strong>o <strong>de</strong> todos:<<strong>br</strong> />
- Eu não tenho o talão porque não sou Prático e sim Ajudante <strong>de</strong> Cozinha do posto <strong>de</strong> praticagem da<<strong>br</strong> />
barra. Como não fui substituído por falta <strong>de</strong> condução, aproveitei esta oportunida<strong>de</strong> para voltar para o porto.<<strong>br</strong> />
Sentindo que o tempo ficou péssimo para ele, apressou-se em concluir:<<strong>br</strong> />
- Não precisa mandar ninguém me acompanhar. Eu sei o caminho.<<strong>br</strong> />
E disparou em direção ao convés principal <strong>de</strong>scendo a escada <strong>de</strong> que<strong>br</strong>a-peito para a lancha que o<<strong>br</strong> />
esperava.<<strong>br</strong> />
Foi uma lição para todos nós. Por or<strong>de</strong>m do Comandante o procedimento nos portos em relação a<<strong>br</strong> />
praticagem continuou a ser cortês, envolvendo porém o seguinte ritual na recepção:<<strong>br</strong> />
- Seja bem-vindo Sr. Prático. Seu talão, por favor”.<<strong>br</strong> />
A Capitania dos Portos <strong>de</strong> Paranaguá foi cientificada por ofício do ocorrido.<<strong>br</strong> />
Histórias do Mar Homens do mar<<strong>br</strong> />
Recor<strong>de</strong>, divirta-se, coopere e conte também sua história.<<strong>br</strong> />
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II Seminário <strong>de</strong> Direito, Desenvolvimento Portuário e Construção Naval.<<strong>br</strong> />
A importância dos incoterms (artigos contratuais internacionais so<strong>br</strong>e o transporte marítimo) nos<<strong>br</strong> />
contratos <strong>de</strong> importação e exportação <strong>br</strong>asileiros foi um dos pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate no II Seminário <strong>de</strong> Direito,<<strong>br</strong> />
Desenvolvimento Portuário e Construção Naval, que aconteceu em junho, em Porto Alegre. No encontro,<<strong>br</strong> />
especialistas <strong>de</strong> todo o Brasil alertaram para os pontos críticos do comércio exterior <strong>br</strong>asileiro. Segundo Daniela<<strong>br</strong> />
Ohana Barbosa, especialista em Direito Aquaviário e Ativida<strong>de</strong>s Portuárias da Univali, um contrato mal redigido<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> comércio internacional po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar, inclusive, a falência das empresas<<strong>br</strong> />
“Se você compra algo do exterior, a empresa transportadora se compromete com o prazo. Mas, se o<<strong>br</strong> />
navio afunda ou sofre qualquer outra avaria, é preciso que o contrato esteja bem redigido para que o problema<<strong>br</strong> />
seja resolvido. Caso contrário, imaginando que o comprador está importando partes para produzir algo para a<<strong>br</strong> />
Petro<strong>br</strong>as, por exemplo, não vai conseguir ser ressarcido nem obter um material substituto a tempo. Com isso, a<<strong>br</strong> />
empresa <strong>de</strong>scumpre seu prazo <strong>de</strong> produção, e o fiscalizador do Bn<strong>de</strong>s suspen<strong>de</strong> o financiamento. A<<strong>br</strong> />
consequência direta é a falência da empresa”, explica<<strong>br</strong> />
Para Daniela, em termos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva naval e portuária, o Brasil está atrasado 50 anos com<<strong>br</strong> />
relação à China, e a falta <strong>de</strong>ssa cultura marítima e da formação <strong>de</strong> pessoas é o principal problema para o<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>senvolvimento do setor. “Estão tentando formar marinheiros mercantes, o que normalmente leva três anos,<<strong>br</strong> />
em dois. Isso po<strong>de</strong> ser feito, mas a que custo? É como comparar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem estudou numa escola<<strong>br</strong> />
regular e quem fez supletivo. Não dá para manter a qualida<strong>de</strong> pulando etapas”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
Fonte: Jornal do Commercio (RS)<<strong>br</strong> />
Frete sobe 40% e eleva os preços nas prateleiras<<strong>br</strong> />
Os custos do frete marítimo <strong>de</strong> produtos importados ou nacionais que têm componentes<<strong>br</strong> />
importados, como eletroeletrônicos da linha <strong>br</strong>anca (refrigeradores, ar-condicionado, etc) e até mesmo a ração<<strong>br</strong> />
dos animais <strong>de</strong> estimação, tiveram um aumento <strong>de</strong> até 40%, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<strong>br</strong>il <strong>de</strong>ste ano. Segundo cálculos do<<strong>br</strong> />
mercado, esse aumento, se ainda não chegou às prateleiras, <strong>de</strong>ve estar a caminho.<<strong>br</strong> />
O panorama é ainda pior na importação, pois um contêiner embarcado na Ásia po<strong>de</strong> ter seu frete<<strong>br</strong> />
avaliado em até US$ 6 mil. “E para complicar a situação dos <strong>br</strong>asileiros, o custo do frete é um dos componentes<<strong>br</strong> />
que <strong>de</strong>fine o valor dos impostos <strong>de</strong> importação, PIS/COFINS, IPI e ICMS, o que acaba afetando o preço do<<strong>br</strong> />
produto final”, diz o especialista em comércio exterior e técnico aduaneiro da Mundial Import & Export Solutions,<<strong>br</strong> />
Carlos César Pilarski.<<strong>br</strong> />
“É preciso consi<strong>de</strong>rar que, mesmo as indústrias que fa<strong>br</strong>icam produtos nacionais, usam componentes<<strong>br</strong> />
importados. Com o aumento do frete, consequentemente, há um aumento no valor dos impostos. Por sua vez,<<strong>br</strong> />
essas taxas contribuem para o encarecimento do valor do produto já na liberação no porto, a grosso modo, em<<strong>br</strong> />
10%. É o efeito cascata que termina no valor do produto ao consumidor final, que tem um aumento proporcional<<strong>br</strong> />
a partir <strong>de</strong> 4%”, afirma. Segundo Pilarski, cerca <strong>de</strong> 40% da indústria nacional é formada por componentes<<strong>br</strong> />
importados.<<strong>br</strong> />
Pilarski ressalta que os preços <strong>de</strong> produtos importados e eletroeletrônicos também tiveram reflexo das<<strong>br</strong> />
medidas protecionistas do governo Fe<strong>de</strong>ral e do aumento do dólar. Mas, o executivo, cita ainda o fato <strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />
os quatro principais operadores <strong>de</strong> navios, chamados <strong>de</strong> armadores, que operam no Brasil aumentaram o frete<<strong>br</strong> />
em 40%.<<strong>br</strong> />
O aumento dificulta ainda mais a exportação <strong>br</strong>asileira, a importação <strong>de</strong> componentes e, finalmente,<<strong>br</strong> />
encarece os preços ao consumidor interno. Entre os motivos para o incremento estão a crise na Europa e o<<strong>br</strong> />
aumento no preço do combustível a nível internacional. “O frete marítimo vem encarecendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
2012. Com a crise mundial, há menos gente usando os transportes marítimos, isso aumenta naturalmente o<<strong>br</strong> />
frete. Outro fator é o encarecimento do óleo pesado, produto <strong>de</strong>rivado do petróleo usado como combustível <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
navio”, explica.<<strong>br</strong> />
Os valores do frete, que não passavam <strong>de</strong> US$ 900 por contêiner enviado do Brasil para a Europa, já<<strong>br</strong> />
chegam a US$ 1.200. Para a Ásia, os custos já beiram US$ 2 mil por unida<strong>de</strong>. Pilarski acrescenta que esses<<strong>br</strong> />
aumentos abaixam a competitivida<strong>de</strong> dos produtos <strong>br</strong>asileiros no exterior.<<strong>br</strong> />
Fonte: Jornal do Estado<<strong>br</strong> />
15
Atlântico Sul faz acordo com Mitsui<<strong>br</strong> />
Responsável pela construção <strong>de</strong> 22 petroleiros contratados pela Petro<strong>br</strong>as Transporte (Transpetro), o<<strong>br</strong> />
Estaleiro Atlântico Sul (EAS) anunciou nesta quinta-feira a assinatura <strong>de</strong> um contrato com seu novo parceiro<<strong>br</strong> />
tecnológico, o grupo japonês Mitsui. Por falta <strong>de</strong> parceiro e pelos atrasos, a subsidiária da Petro<strong>br</strong>as suspen<strong>de</strong>u<<strong>br</strong> />
há um mês os contratos <strong>de</strong> 16 navios firmados com o estaleiro.<<strong>br</strong> />
De acordo com a nota divulgada pela EAS, o novo parceiro atuará como estaleiro consultor e “prestará<<strong>br</strong> />
serviços <strong>de</strong> consultoria técnica <strong>de</strong> operações para todas as embarcações produzidas no estaleiro, incluindo os<<strong>br</strong> />
navios-sondas”. A participação do Mitsui no EAS se dará por meio da IHI Marine United Inc. (Ihimu) – Divisão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Construção Naval Offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries, sediada no Japão e controlada pelo<<strong>br</strong> />
grupo.<<strong>br</strong> />
Fonte: Diário do Nor<strong>de</strong>ste<<strong>br</strong> />
Construção da plataforma P-55 vence etapa.<<strong>br</strong> />
A plataforma P-55 da Petro<strong>br</strong>as, em construção no porto<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>/RS, é a maior plataforma semissubmersível<<strong>br</strong> />
genuinamente <strong>br</strong>asileira. Seu casco foi construído em<<strong>br</strong> />
Pernambuco e rebocado para Rio Gran<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
Importante etapa na construção da plataforma foi<<strong>br</strong> />
recentemente alcançada com sucesso e constou da operação<<strong>br</strong> />
“<strong>de</strong>ck mating”, acoplamento entre o “<strong>de</strong>ckbox” (convés) da<<strong>br</strong> />
plataforma com o casco, também chamada “lower hull”.<<strong>br</strong> />
O “<strong>de</strong>ck mating” foi realizado no dique semi-inundado do<<strong>br</strong> />
estaleiro do Polo Naval do Rio Gran<strong>de</strong> por meio do içamento do<<strong>br</strong> />
“<strong>de</strong>ckbox”, técnica inédita no Brasil, e que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado o<<strong>br</strong> />
maior realizado em todo mundo até hoje, <strong>de</strong>vido ao peso da<<strong>br</strong> />
estrutura e altura a que foi erguido. O peso do convés é <strong>de</strong> 17.000<<strong>br</strong> />
toneladas elevadas a 47.2 metros em relação ao fundo do dique,<<strong>br</strong> />
por um sistema <strong>de</strong> macacos hidráulicos.<<strong>br</strong> />
A previsão <strong>de</strong> término da construção da P-55 é 2013 quando a plataforma será <strong>de</strong>slocada para o<<strong>br</strong> />
Campo <strong>de</strong> Roncador, na Bacia <strong>de</strong> Campos.<<strong>br</strong> />
Fonte: SUPRG / Petro<strong>br</strong>as / Redação<<strong>br</strong> />
Sistema <strong>de</strong> reboque <strong>de</strong> emergência<<strong>br</strong> />
A Guarda Costeira <strong>de</strong> Astoria, Oregon, EU, está testando um novo<<strong>br</strong> />
Sistema <strong>de</strong> Reboque <strong>de</strong> Emergência (ETS). Este sistema consiste em um pacote<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> equipamentos pre-testados que <strong>de</strong>ve ser entregue a um navio com problemas<<strong>br</strong> />
necessitando <strong>de</strong> assistência. O kit po<strong>de</strong> ser passado por um rebocador ou<<strong>br</strong> />
helicóptero e é composto por um cabo <strong>de</strong> reboque leve <strong>de</strong> alta resistência, um<<strong>br</strong> />
cabo mensageiro usado na passagem do cabo <strong>de</strong> reboque, um boia luminosa e<<strong>br</strong> />
proteção <strong>de</strong> fricção para o cabo.<<strong>br</strong> />
Segundo o comandante do setor do Rio Columbia da Coast Guard, “A<<strong>br</strong> />
proteção, segurança e saú<strong>de</strong> do meio ambiente do litoral <strong>de</strong> Oregon e<<strong>br</strong> />
Washington, e do Rio Columbia é <strong>de</strong> vital importância. É também uma<<strong>br</strong> />
responsabilida<strong>de</strong> compartilhada entre o governo e o setor privado. O exercício <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
teste do equipamento exemplifica nossos esforços para melhorar a nossa<<strong>br</strong> />
preparação regional <strong>de</strong> colaboração em situações <strong>de</strong> emergência que po<strong>de</strong>riam<<strong>br</strong> />
ameaçar nossos cursos d’água”.<<strong>br</strong> />
Fonte: US Coast Guard<<strong>br</strong> />
16
Pirataria somali tirou 35 vidas no ano passado<<strong>br</strong> />
Pelo menos 35 reféns morreram em consequência da crise <strong>de</strong> pirataria somali no ano passado,<<strong>br</strong> />
embora o número <strong>de</strong> prisioneiros tenha caído <strong>de</strong> 645 em 2010 para 555 em 2012, segundo o relatório da<<strong>br</strong> />
fundação One Earth Future e o Bureau Marítimo Internacional.<<strong>br</strong> />
O documento foi publicado para marcar o Dia Internacional do Marítimo da IMO.<<strong>br</strong> />
Do total <strong>de</strong> causas conhecidas das mortes, oito foram motivadas pelos captores durante a tentativa<<strong>br</strong> />
do sequestro ou execuções posteriores, e outros oito morreram por <strong>de</strong>snutrição ou doença. Os restantes<<strong>br</strong> />
foram mortos durante tentativas <strong>de</strong> resgate por parte das forças militares ou durante tentativas <strong>de</strong> fuga.<<strong>br</strong> />
Embora os dados so<strong>br</strong>e os anos anteriores não sejam confiáveis, 35 vítimas certamente representa<<strong>br</strong> />
o maior número <strong>de</strong> mortes relacionadas com a pirataria em um único ano.<<strong>br</strong> />
Pelo menos 149 reféns já foram <strong>de</strong>tidos por mais <strong>de</strong> um ano e 26 por mais <strong>de</strong> dois anos, segundo o<<strong>br</strong> />
relatório.<<strong>br</strong> />
Muitos dos libertados informaram ter sofrido espancamentos, remoção <strong>de</strong> unhas e lançamento ao<<strong>br</strong> />
mar. Mais <strong>de</strong> 40% dos reféns afirmaram terem sido utilizados como escudos humanos em algum momento<<strong>br</strong> />
durante o cativeiro.<<strong>br</strong> />
A maioria dos reféns era <strong>de</strong> países em <strong>de</strong>senvolvimento, particularmente das Filipinas, Índia, China,<<strong>br</strong> />
do Golfo e <strong>de</strong> estados africanos.<<strong>br</strong> />
O nível <strong>de</strong> violência também está aumentando, afirma o relatório. Em 2011, mais <strong>de</strong> 3800 pessoas<<strong>br</strong> />
estavam a bordo <strong>de</strong> navios que foram atacados por piratas com armas <strong>de</strong> fogo<<strong>br</strong> />
O número <strong>de</strong> baixas entre os piratas também parece estar aumentando com relatos <strong>de</strong> pelo menos<<strong>br</strong> />
111 mortos em 2011, cerca <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong>les em confrontos com forças navais.<<strong>br</strong> />
No entanto, há indícios <strong>de</strong> que o número <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> pirataria somali relatados está com<<strong>br</strong> />
tendência <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Apenas cinco sequestros foram relatados este ano até esta data.<<strong>br</strong> />
Fonte: Lloyd’s List<<strong>br</strong> />
A COLUNA DO LEITOR<<strong>br</strong> />
N/T “João Cândido”<<strong>br</strong> />
Prezado Comte. Ventura,<<strong>br</strong> />
Muito esclarecedor seu comentário so<strong>br</strong>e o N/T “João Cândido”. Nossos colegas Pelicanos levaram suas<<strong>br</strong> />
críticas para o lado político, <strong>de</strong>smerecendo todos que já construíram muitas embarcações em estaleiros<<strong>br</strong> />
nacionais. Talvez reconheçam que estavam errados em suas críticas políticas em vez <strong>de</strong> técnicas.<<strong>br</strong> />
Sds<<strong>br</strong> />
Ricardo Uruguay<<strong>br</strong> />
Por e-mail em 15/06/2012<<strong>br</strong> />
Avante<<strong>br</strong> />
Caro IP Ventura,<<strong>br</strong> />
1 – Acuso e agra<strong>de</strong>ço o envio da <strong>Revista</strong> <strong>Eletrônica</strong> do CCMM (96 15/06/2012)<<strong>br</strong> />
2 – Distribuo às minhas listas<<strong>br</strong> />
3 – Um a<strong>br</strong>aço especial ao nosso <strong>de</strong>cano CLC Ernani Ribeiro, ex-combatente da II Guerra, vi<strong>br</strong>ante como<<strong>br</strong> />
sempre.<<strong>br</strong> />
3 – A ti e aos <strong>de</strong>mais colaboradores, nosso reconhecimento.<<strong>br</strong> />
Avante.<<strong>br</strong> />
Edson Martins Areias<<strong>br</strong> />
Por e-mail em 15/06/2012<<strong>br</strong> />
17
O Carvoeiro e a “pertolera noruega”<<strong>br</strong> />
Comte. Ernani A. M. Ribeiro – CLC<<strong>br</strong> />
ernani-ribeiro1@hotmail.com<<strong>br</strong> />
Certos acontecimentos ficam marcados in<strong>de</strong>levelmente em nossa<<strong>br</strong> />
memória.<<strong>br</strong> />
O que vou relatar aconteceu há muito tempo, quando eu era segundo<<strong>br</strong> />
piloto.<<strong>br</strong> />
Estávamos navegando na costa em um daqueles velhos navios<<strong>br</strong> />
mistos do Lloyd (carga e passageiros). Próximo a nós seguia, com mais<<strong>br</strong> />
velocida<strong>de</strong>, e nos ultrapassando, um lindo navio petroleiro <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira<<strong>br</strong> />
norueguesa.<<strong>br</strong> />
Repentinamente a<strong>br</strong>e-se a porta lateral da praça <strong>de</strong> máquinas com o pessoal do bal<strong>de</strong> da cinza<<strong>br</strong> />
para lançar na dala. Um dos carvoeiros, ainda com a faxineira ao pescoço, avista o navio e, admirado com<<strong>br</strong> />
sua beleza, levanta a fronte e exclama:<<strong>br</strong> />
- Uma pertolera noruega!<<strong>br</strong> />
Talvez fosse o caso <strong>de</strong> rir, mas fiquei sério diante da sincera e espontânea exclamação, feita para<<strong>br</strong> />
si mesmo, como para exprimir um sentimento <strong>de</strong> admiração por um momento <strong>de</strong> rara beleza.<<strong>br</strong> />
FNTTA completa 76 anos<<strong>br</strong> />
******<<strong>br</strong> />
A Fe<strong>de</strong>ração Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins comemorou seus 76<<strong>br</strong> />
anos <strong>de</strong> existência, em 29/06/2012, com um coquetel em sua se<strong>de</strong> da Av. Passos no Centro do Rio <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Janeiro.<<strong>br</strong> />
Na ocasião o presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração, Ricardo Leite Goulart Ponzi e sua diretoria, homenagearam<<strong>br</strong> />
o Comte. Milton Benevi<strong>de</strong>s dos Guaranys, Assessor para Políticas Marítimas da DPC, por sua sempre<<strong>br</strong> />
atenciosa acolhida às reivindicações da Fe<strong>de</strong>ração.<<strong>br</strong> />
A FNTTA foi fundada em 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1936 com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> União Sindical Marítima. O<<strong>br</strong> />
ato foi realizado na se<strong>de</strong> do então Sindicato dos Oficiais Maquinistas da Marinha Mercante que funcionava<<strong>br</strong> />
na Rua Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Inhauma no. 87 no Centro do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<<strong>br</strong> />
Dentre os representantes das autorida<strong>de</strong>s e comunida<strong>de</strong> marítima encontravam-se o Diretor da<<strong>br</strong> />
DPC Vice-Almirante Ilques Barbosa Júnior e o Presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães da Marinha Mercante,<<strong>br</strong> />
CLC Álvaro José <strong>de</strong> Almeida Junior.<<strong>br</strong> />
Tribunal Marítimo aniversaria<<strong>br</strong> />
O Tribunal Marítimo, órgão autônomo vinculado ao Comando da Marinha, auxiliar do Po<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />
Judiciário, completou 78 anos no dia 7 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2012. A<<strong>br</strong> />
data foi comemorada em sua centenária se<strong>de</strong> da Praça<<strong>br</strong> />
XV e contou com a presença do Comandante da Marinha<<strong>br</strong> />
Almirante-<strong>de</strong>-Esquadra Julio Soares <strong>de</strong> Moura Neto.<<strong>br</strong> />
O Regulamento do Tribunal Marítimo<<strong>br</strong> />
Administrativo foi aprovado e mandado executar pelo<<strong>br</strong> />
Decreto no 24.585, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1934, data que<<strong>br</strong> />
passou a ser consi<strong>de</strong>rada como da sua criação e do seu<<strong>br</strong> />
aniversário.<<strong>br</strong> />
O primeiro presi<strong>de</strong>nte do Tribunal Marítimo foi o<<strong>br</strong> />
Contra-Almirante Adalberto Nunes (1933 – 1935) e o atual<<strong>br</strong> />
é o Vice-Almirante Luiz Augusto Correa.<<strong>br</strong> />
Um dos juízes do Tribunal Marítimo, CLC<<strong>br</strong> />
Fernando Alves La<strong>de</strong>ira, foi vice-presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães da Marinha Mercante.<<strong>br</strong> />
O Comte. Álvaro Almeida, Presi<strong>de</strong>nte do CCMM, compareceu ao evento.<<strong>br</strong> />
18
Seminário do Sindmar em Salinópolis/PA<<strong>br</strong> />
O Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante – Sindmar, realizou seu 14º Seminário em Salinas,<<strong>br</strong> />
no Pará, nas <strong>de</strong>pendências do Hotel Prive Atalaia, nos dias 29 e 30 <strong>de</strong> junho e 1º <strong>de</strong> julho.<<strong>br</strong> />
Uma centena <strong>de</strong> participantes compareceu<<strong>br</strong> />
ao evento <strong>de</strong>ntre eles professores e alunos do<<strong>br</strong> />
Ciaba/Ciaga, Oficiais da Marinha do Brasil e<<strong>br</strong> />
Mercante, e representantes <strong>de</strong> armadores e<<strong>br</strong> />
associações <strong>de</strong> classe.<<strong>br</strong> />
Representando o Centro dos Capitães da<<strong>br</strong> />
Marinha Mercante compareceram o Vice-Presi<strong>de</strong>nte,<<strong>br</strong> />
CLC Jones A. B. Soares (que também representou a<<strong>br</strong> />
Transpetro) e o Diretor <strong>de</strong> Marketing, CLC Juarez <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Oliveira Lima (ambos na foto com o dirigente sindical<<strong>br</strong> />
Odilon Braga).<<strong>br</strong> />
O Comte Juarez <strong>de</strong>stacou: “Foram 3 dias <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
muitos <strong>de</strong>bates abordando assuntos relevantes<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ntre os quais <strong>de</strong>staco a penetração em nossa<<strong>br</strong> />
Marinha Mercante <strong>de</strong> oficiais provenientes do<<strong>br</strong> />
Mercosul (Venezuela, Peru, Chile e Paraguai) <strong>de</strong>ntre<<strong>br</strong> />
outros”.<<strong>br</strong> />
O presi<strong>de</strong>nte do Sindmar, Severino Almeida, salientou que a realização contínua <strong>de</strong> Seminários<<strong>br</strong> />
contribui para fortalecer a consciência coletiva da categoria, afirmando: “Só se valoriza aquilo que se<<strong>br</strong> />
conhece. Para influenciar o cenário no qual estamos inseridos, precisamos compreen<strong>de</strong>r o quanto nossas<<strong>br</strong> />
ações pessoais influenciarão em nossa imagem coletiva. É preciso ter <strong>org</strong>ulho do que nos tornamos porque<<strong>br</strong> />
seremos respeitados pelo quanto formos fortes coletivamente”.<<strong>br</strong> />
25 anos <strong>de</strong> comando<<strong>br</strong> />
O CLC Francisco Cesar Monteiro Gondar, Vice<<strong>br</strong> />
Presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães da Marinha Mercante,<<strong>br</strong> />
comemorou 25 anos <strong>de</strong> comando <strong>de</strong> navios com um coquetel<<strong>br</strong> />
que reuniu inúmeros convidados entre autorida<strong>de</strong>s,<<strong>br</strong> />
familiares, amigos e colegas <strong>de</strong> profissão.<<strong>br</strong> />
A comemoração foi <strong>org</strong>anizada pelo Centro dos<<strong>br</strong> />
Capitães da Marinha Mercante com o patrocínio e valiosa<<strong>br</strong> />
participação do Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante –<<strong>br</strong> />
Sindmar, que ce<strong>de</strong>u o Salão <strong>de</strong> Eventos da sua se<strong>de</strong> na<<strong>br</strong> />
Can<strong>de</strong>lária, Centro do Rio, para recepção dos convidados.<<strong>br</strong> />
É <strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar que esse é um momento raro na<<strong>br</strong> />
vida <strong>de</strong> qualquer capitão mercante. Muito poucos conseguem,<<strong>br</strong> />
com luci<strong>de</strong>z, abnegação e <strong>de</strong>sprendimento, como o<<strong>br</strong> />
homenageado, exercer tão <strong>de</strong>sgastante ativida<strong>de</strong> por tão longo período <strong>de</strong> tempo. Rara também a ocorrência<<strong>br</strong> />
da homenagem em si. Poucos armadores têm a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar esse momento. Daí os elogios à<<strong>br</strong> />
oportuna iniciativa do Centro dos Capitães.<<strong>br</strong> />
O Comte. Gondar, ainda em ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolveu toda sua carreira na Cia. Aliança <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Navegação e Logística on<strong>de</strong> embarcou em junho <strong>de</strong> 1975 como Praticante <strong>de</strong> Náutica, galgando em seguida<<strong>br</strong> />
todos os postos do oficialato até assumir o comando do seu primeiro navio, o graneleiro “Daniela”, <strong>de</strong> 38.000<<strong>br</strong> />
Tpb, em janeiro <strong>de</strong> 1987.<<strong>br</strong> />
Além <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães e associado do Sindmar, Gondar é juiz suplente<<strong>br</strong> />
do Tribunal Marítimo, mem<strong>br</strong>o da ABDM, doutor em Ciências Navais pela EGN, Comodoro da Marinha<<strong>br</strong> />
Mercante (título recebido da MB em 2010), requisitado conferencista e, last but not least, formado em<<strong>br</strong> />
música. È <strong>de</strong> sua autoria a melodia do Hino da Marinha<<strong>br</strong> />
Mercante Brasileira feito em parceria com o Comte. Álvaro <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Almeida Junior (letra). Um pequeno trecho do Hino foi<<strong>br</strong> />
interpretado em solo <strong>de</strong> trompete por um músico<<strong>br</strong> />
especialmente contratado para a comemoração.<<strong>br</strong> />
Gondar recebeu placas alusivas ao evento<<strong>br</strong> />
oferecidas pelo CCMM e pelo Sindmar.<<strong>br</strong> />
Pronunciaram-se, antes da entrega das placas, o<<strong>br</strong> />
Vice-Almirante Ilques Barbosa Júnior, Diretor <strong>de</strong> Portos e<<strong>br</strong> />
Costas e o Presi<strong>de</strong>nte do Sindmar, Severino Almeida, ambos<<strong>br</strong> />
enaltecendo a figura do homenageado e a iniciativa da<<strong>br</strong> />
homenagem. Por último, o Presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães<<strong>br</strong> />
da Marinha Mercante, CLC Álvaro José <strong>de</strong> Almeida Junior, <strong>de</strong>stacando Gondar como “um profissional<<strong>br</strong> />
competente, um companheiro leal e um amigo fiel”, lem<strong>br</strong>ou que “o mar não guarda vestígios das quilhas que<<strong>br</strong> />
19
o atravessam” em frase do escritor Câmara Cascudo, para completar: “os homens e mulheres do mar<<strong>br</strong> />
guardam na memória os momentos vividos nos oceanos a bordo <strong>de</strong> seus navios, transportando riquezas,<<strong>br</strong> />
com esperança, competência e patriotismo; é o que acontece com o nosso homenageado”.<<strong>br</strong> />
Realizada a 38a. Assembléia Geral Anual da IFSMA.<<strong>br</strong> />
O Vice-Presi<strong>de</strong>nte do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, CLC Jones A. B. Soares<<strong>br</strong> />
participou na Dinamarca, entre os dias 13 e 15 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012, da 38ª Assembléia Geral Anual da<<strong>br</strong> />
“International Fe<strong>de</strong>ration of Shipmasters’ Associations” - IFSMA.<<strong>br</strong> />
Eis um relatório sucinto da Assembléia:<<strong>br</strong> />
13/06/12<<strong>br</strong> />
Workshop DMO “Lean Ship of future”<<strong>br</strong> />
Nesta primeira parte foram apresentadas palestras que se concentraram nos aspectos <strong>de</strong> encargos<<strong>br</strong> />
administrativos da rotina atual <strong>de</strong> bordo e <strong>de</strong> como isto está impactando a rotina do navio.<<strong>br</strong> />
“Administrative bur<strong>de</strong>ns – from craft to control”.<<strong>br</strong> />
- Apresentação do Sr. Andreas Nordseth, diretor geral da DMA (Danish Maritime Authorities) e do Capt. Jens<<strong>br</strong> />
Nadal.<<strong>br</strong> />
Nunca na história, o transporte marítimo foi tão supervisionado, inspecionado e certificado como hoje – e<<strong>br</strong> />
nunca tantos documentos, papeis e relatórios foram emitidos, o que tem feito crescer muito o trabalho da<<strong>br</strong> />
tripulação com esta burocracia, especialmente <strong>de</strong> oficiais e Cmts. Uma pesquisa e um estudo com marítimos<<strong>br</strong> />
foi apresentada neste assunto com resultados muito interessantes revelando o peso da burocracia a bordo.<<strong>br</strong> />
“Safemanning simulation tool”<<strong>br</strong> />
- Apresentação do Sr. Peter Soerensen so<strong>br</strong>e uma ferramenta para análise e verificação <strong>de</strong> CTS`s a bordo.<<strong>br</strong> />
“Common un<strong>de</strong>rstanding of administrative bur<strong>de</strong>ns, better communications and working life”.<<strong>br</strong> />
- Apresentação da Sra. Eva Thoft so<strong>br</strong>e a importância da comunicação e <strong>de</strong> melhor ambiente <strong>de</strong> trabalho a<<strong>br</strong> />
bordo, apresentando o conceito <strong>de</strong> Capital Social e melhor relacionamento entre as administrações <strong>de</strong> bordo<<strong>br</strong> />
e terra.<<strong>br</strong> />
“Motorways & Electronic Navigation Intelligence at Sea” - MONALISA<<strong>br</strong> />
- Apresentação so<strong>br</strong>e E-Navigation pelo Sr. Omar Eriksson e projetos envolvidos no assunto.-<<strong>br</strong> />
Montada árvore <strong>de</strong> falha junto com os participantes do workshop a respeito do tema central.<<strong>br</strong> />
14/06/12<<strong>br</strong> />
AGA IFSMA (dia 1)<<strong>br</strong> />
“Responsibility for Armed Guards Onboard”<<strong>br</strong> />
- Palestra <strong>de</strong> Hans San<strong>de</strong> (MNOA) so<strong>br</strong>e responsabilida<strong>de</strong>s envolvendo guardas armados a bordo. Foi<<strong>br</strong> />
mostrada uma pesquisa realizada e uma publicação muito interessante so<strong>br</strong>e esta questão intitulada “Coping<<strong>br</strong> />
with Capture”, on<strong>de</strong> dicas e questões práticas são levantadas para marítimos que estejam envolvidos numa<<strong>br</strong> />
situação <strong>de</strong> seqüestro por piratas. O livro está fazendo muito sucesso e foi sugerido que uma copia seja<<strong>br</strong> />
distribuída para cada marítimo. Tenho um exemplar comigo.<<strong>br</strong> />
“Marpol Annex VI”<<strong>br</strong> />
- Palestra apresentada pelo Capt. Subhedar – (Indian Shipowners Association). Foram apresentadas<<strong>br</strong> />
questões interessantes como o já baixo impacto que o shipping representa no meio ambiente quando<<strong>br</strong> />
comparado com outros meios <strong>de</strong> transporte, iniciativas <strong>de</strong>senvolvidas e preocupações so<strong>br</strong>e o custo alto a<<strong>br</strong> />
ser pago nas iniciativas planejadas pela IMO para reduzir ainda mais o impacto do transporte marítimo no<<strong>br</strong> />
meio ambiente.<<strong>br</strong> />
“The Human Face of Piracy, Seafarer’s Perspective”<<strong>br</strong> />
- Palestra apresentada pelo Capt. Raffat Zaheer – associação dos CMT’s do Paquistão. Mais uma vez o<<strong>br</strong> />
tema da pirataria é tratado com gran<strong>de</strong> preocupação, especialmente nos aspectos envolvendo graves<<strong>br</strong> />
prejuízos para os marítimos e suas famílias.<<strong>br</strong> />
“Developing Maritime Lea<strong>de</strong>rship through Cross mentoring”.<<strong>br</strong> />
- Palestra apresentada pelo Sr. Mario Sta<strong>de</strong>lmann. O tema diz respeito a uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
novas li<strong>de</strong>ranças intitulado “Mentoria Cruzada” on<strong>de</strong> oficiais são treinados em aspectos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e no<<strong>br</strong> />
contexto da indústria marítima.<<strong>br</strong> />
“English as a working language”<<strong>br</strong> />
- Palestra apresentada pelo CMT Mathias – Port and Pilot Consulting (PPC) of Bremen. Foram <strong>de</strong>batidas<<strong>br</strong> />
questões so<strong>br</strong>e as dificulda<strong>de</strong>s encontradas quando navios mano<strong>br</strong>am no exterior e quando or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
mano<strong>br</strong>a entre prático e rebocador são feitos em língua diferente do inglês, dificultando o acompanhamento<<strong>br</strong> />
do <strong>br</strong>idge team e do CMT no processo.<<strong>br</strong> />
20
15/06/12<<strong>br</strong> />
AGA IFSMA (dia 2)<<strong>br</strong> />
“Protecting and Advancing Seafarers Right”<<strong>br</strong> />
- Apresentação da senhora Deirdre Fitzpatrick da Seafarers Right International, dando um panorama amplo<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e os principais problemas presentes hoje enfrentados pelos marítimos no cenário internacional como<<strong>br</strong> />
criminalização, pirataria, navios e tripulações abandonadas, etc.<<strong>br</strong> />
“Safety of Large Passenger Ships”<<strong>br</strong> />
- Apresentação do Sr. Marcel van <strong>de</strong>n Broek (Nautilus), so<strong>br</strong>e segurança em navios <strong>de</strong> passageiros. Foram<<strong>br</strong> />
discutidas muitas preocupações relacionadas com o <strong>de</strong>senvolvimento exagerado do tamanho dos navios <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
passageiros on<strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong> segurança estão sendo postergados, como por exemplo: estabilida<strong>de</strong> e<<strong>br</strong> />
integrida<strong>de</strong> estrutural (estão sendo usados materiais que reduzem o peso do navio como alumínio, etc., mas<<strong>br</strong> />
que tem alto potencial inflamável), como abandonar navios com mais <strong>de</strong> 4000 passageiros <strong>de</strong> maneira<<strong>br</strong> />
segura (não são previstas baleeiras para todos os ocupantes <strong>de</strong>stes gran<strong>de</strong>s navios), problemas <strong>de</strong> blackout,<<strong>br</strong> />
erro humano, etc.<<strong>br</strong> />
“Ballast Water Management Convention & Cllanger for Master”<<strong>br</strong> />
- Palestra apresentada por Peter Rasmussen (Binco), so<strong>br</strong>e a convenção <strong>de</strong> água <strong>de</strong> lastro e os <strong>de</strong>safios<<strong>br</strong> />
para os CMTs.<<strong>br</strong> />
“Safety at Sea and in Ports in times of Radiation Crises”<<strong>br</strong> />
- Apresentação do Presi<strong>de</strong>nte da JCA, Capt. Shigeru Kojima so<strong>br</strong>e segurança no mar e em portos em<<strong>br</strong> />
situações <strong>de</strong> Tsunami e crise radioativa. Foi apresentado o processo utilizado so<strong>br</strong>e Crisis Management<<strong>br</strong> />
un<strong>de</strong>r Tsunami Disaster.<<strong>br</strong> />
- Apresentados outros documentos para discussão entre os mem<strong>br</strong>os como os listados a seguir:<<strong>br</strong> />
“Captain Un<strong>de</strong>r Pressure”<<strong>br</strong> />
Apresentado pelo Capt Michel Bougerad (AFCAN), cujo aspecto interessante foi relem<strong>br</strong>ar a resolução A 443<<strong>br</strong> />
(XI) – “Decisions of the shipmaster with regard to the maritime safety and marine environment protection”.<<strong>br</strong> />
Detalhes em: http://www.ifsmahq.<strong>org</strong>/aga/aga38/in<strong>de</strong>x.html<<strong>br</strong> />
80 anos do CCMM<<strong>br</strong> />
O Centro dos Capitães da Marinha Mercante completará 80 anos em outu<strong>br</strong>o do ano que<<strong>br</strong> />
vem.<<strong>br</strong> />
Uma Comissão foi criada para <strong>org</strong>anizar um programa <strong>de</strong> eventos comemorativos que<<strong>br</strong> />
será divulgado oportunamente.<<strong>br</strong> />
De antemão já ficou acertado que o foco principal das comemorações será voltado para a<<strong>br</strong> />
aquisição <strong>de</strong> uma se<strong>de</strong> própria. Ainda não está <strong>de</strong>cidido <strong>de</strong> que maneira isto será feito, mas o mais<<strong>br</strong> />
provável é que seja <strong>de</strong>flagrada uma campanha para angariar fundos para esse fim.<<strong>br</strong> />
Seja como for, a cooperação dos nossos associados, Sindicatos, Associações <strong>de</strong> Classe,<<strong>br</strong> />
Entida<strong>de</strong>s Civis e Militares e Comunida<strong>de</strong> Marítima em geral é bem-vinda e fundamental, e<<strong>br</strong> />
contamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já com manifestações e sugestões.<<strong>br</strong> />
Aju<strong>de</strong>m-nos inicialmente a criar um slogan que envolva a comemoração dos 80 anos do<<strong>br</strong> />
CCMM.<<strong>br</strong> />
O autor da frase escolhida será premiado com o livro “História da Marinha Mercante<<strong>br</strong> />
Brasileira”<<strong>br</strong> />
Envie sua sugestão para o e-mail:<<strong>br</strong> />
oitenta.anos@centrodoscapitaes.<strong>org</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
NOTA DE FALECIMENTO<<strong>br</strong> />
Mais uma singradura sem retorno<<strong>br</strong> />
Deixou-nos no dia 18/06/2012, para sua última viagem, o nosso<<strong>br</strong> />
colega CCB Paulo Sérgio da Silva Santos.<<strong>br</strong> />
Paulinho, como era carinhosamente chamado, <strong>de</strong>senvolveu toda<<strong>br</strong> />
sua carreira na Fronape saindo <strong>de</strong> lá como Imediato para exercer a<<strong>br</strong> />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prático nos portos <strong>de</strong> Tubarão e Vitória no Espírito<<strong>br</strong> />
Santo. Lá permaneceu, com seu carisma, orientando navios, sua<<strong>br</strong> />
paixão, durante os últimos 17 anos. À família enlutada os nossos<<strong>br</strong> />
comovidos sentimentos. Que Deus o tenha em sua última escala.<<strong>br</strong> />
21
DISPONÍVEIS NO SHOPPING CCMM<<strong>br</strong> />
LIVROS<<strong>br</strong> />
“HISTÓRIA DA MARINHA MERCANTE” -<<strong>br</strong> />
Volumes I e II - Alberto Pereira <strong>de</strong> Aquino<<strong>br</strong> />
“MAR DE MEMÓRIAS” - Wesley O. Collyer<<strong>br</strong> />
“LEI DOS PORTOS” - Wesley O. Collyer<<strong>br</strong> />
“EMPURRANDO ÁGUA” - Antonio Haylton<<strong>br</strong> />
Figueiredo<<strong>br</strong> />
“MEMÓRIAS DE UM PELEGO” - Rômulo<<strong>br</strong> />
Augustus Pereira <strong>de</strong> Souza<<strong>br</strong> />
“O COMANDANTE BAHIA”- Carlos Nardin<<strong>br</strong> />
Lima.<<strong>br</strong> />
“TORPEDO – O TERROR NO ATLÂNTICO”<<strong>br</strong> />
Marcus Vinicius <strong>de</strong> Lima Arantes<<strong>br</strong> />
BRINDES<<strong>br</strong> />
CD “HINO DA MARINHA<<strong>br</strong> />
MERCANTE BRASILEIRA”<<strong>br</strong> />
(NOVA GRAVAÇÃO) - R$<<strong>br</strong> />
15,00<<strong>br</strong> />
BOTON COM LOGOTIPO<<strong>br</strong> />
DO CCMM – R$ 5,00<<strong>br</strong> />
GRAVATA COM LOGOTIPO<<strong>br</strong> />
DO CCMM – R$ 10,00<<strong>br</strong> />
BONÉ COM LOGOTIPO DO<<strong>br</strong> />
CCMM – R$ 15,00<<strong>br</strong> />
A gran<strong>de</strong>za não consiste em receber honras, mas<<strong>br</strong> />
em merecê-las. – Aristóteles<<strong>br</strong> />
Democracia é quando eu mando em você, ditadura<<strong>br</strong> />
é quando você manda em mim.<<strong>br</strong> />
POPULARES<<strong>br</strong> />
________________________________<<strong>br</strong> />
Each head, a different<<strong>br</strong> />
judgement.<<strong>br</strong> />
Cada cabeça, uma sentença<<strong>br</strong> />
As pare<strong>de</strong>s têm ouvidos.<<strong>br</strong> />
Amor com amor se paga.<<strong>br</strong> />
22<<strong>br</strong> />
FACILIDADES CCMM<<strong>br</strong> />
ASSISTÊNCIA JURÍDICA<<strong>br</strong> />
Temos convênio com dois colegas<<strong>br</strong> />
advogados que po<strong>de</strong>rão prestar<<strong>br</strong> />
assistência aos nossos associados<<strong>br</strong> />
mediante remuneração com<<strong>br</strong> />
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CLC Paulo Sérgio Rocha <strong>de</strong> Lima e<<strong>br</strong> />
CLC Carlos Alberto G. Cardoso<<strong>br</strong> />
ASSISTÊNCIA<<strong>br</strong> />
ODONTOLÓGICA<<strong>br</strong> />
A Dra. Ga<strong>br</strong>iela Cals aten<strong>de</strong> em seu<<strong>br</strong> />
consultório – Av. Rio Branco 45/707 –<<strong>br</strong> />
Centro, aos nossos associados,<<strong>br</strong> />
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tabela do sindicato dos <strong>de</strong>ntistas.<<strong>br</strong> />
ASSISTÊNCIA ORTOPÉDICA<<strong>br</strong> />
CLÍNICA EFFETIVA - Odontologia,<<strong>br</strong> />
Ortopedia e Traumatologia - Médico<<strong>br</strong> />
Resp. - Dr. André <strong>de</strong> Souza Lima<<strong>br</strong> />
Medicina do Esporte, Perícia Judicial.<<strong>br</strong> />
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souzalimaa@terra.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
Editor responsável pela “<strong>Revista</strong> <strong>Eletrônica</strong>”<<strong>br</strong> />
CLC Luiz Augusto Cardoso Ventura<<strong>br</strong> />
luizaugustocardosoventura@yahoo.com.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
CENTRO DOS CAPITÃES DA MARINHA MERCANTE<<strong>br</strong> />
Av. Rio Branco, 45 Sls. 507/ 508 - Centro<<strong>br</strong> />
Rio <strong>de</strong> Janeiro – RJ CEP 20.090-003<<strong>br</strong> />
Tel.: 2253-4623 Tel. (fax): 2518-1638<<strong>br</strong> />
presi<strong>de</strong>ncia@centrodoscapitaes.<strong>org</strong>.<strong>br</strong>