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Relatório Final PIBIC - Pesquisa Mercado de Trabalho em - Pólo ...

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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense<br />

fim são muito questionadas – culminando inclusive no questionamento da própria lei 4 . Cruz (2011 e 2003)<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a distribuição dos royalties constitui uma forma <strong>de</strong> canalizar recursos financeiros para a<br />

administração municipal, formando um novo bloco <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r nas novas elites regionais <strong>de</strong> administradores<br />

municipais que ger<strong>em</strong> as rendas petrolíferas..<br />

Os royalties significavam, antes <strong>de</strong> qualquer coisa, uma fonte permanente <strong>de</strong> recursos que não<br />

as tradicionais, que eram setoriais, dirigidas e monopolizadas por grupos sociais minoritários e<br />

utilizadas <strong>de</strong> forma pouco distributiva <strong>em</strong> termos territoriais, econômicos e sociais, e<br />

totalmente reguladas, <strong>em</strong> fluxo e volume, pelas relações entre as elites agroindustriais e as<br />

autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais reguladoras da ativida<strong>de</strong>. Mas, acima <strong>de</strong> tudo, eles significavam a<br />

mudança do controle dos recursos estratégicos. E, a partir <strong>de</strong> 2000, com um salto<br />

impressionante no volume do royalties (...), acrescido das participações especiais, os<br />

municípios se consolidam, <strong>de</strong>finitivamente, como os atores locais e regionais com maior po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> fogo financeiro para dinamizar a economia regional. (PAGANOTO, 2008, p. 26).<br />

Como a lei (Lei n.° 9.478/1997 – Brasil, 1997) não apresenta <strong>de</strong>terminada rigi<strong>de</strong>z para com o controle<br />

do <strong>de</strong>stino a ser dado ao recurso recebido pelo município, a saber, os royalties, os gestores ficam livres para<br />

escolher como utilizar tal recurso. Essa questão implica diretamente na disparida<strong>de</strong> que há entre o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento econômico e social nos municípios da região.<br />

Os recursos advindos dos royalties po<strong>de</strong>riam ter como <strong>de</strong>stino a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> políticas públicas<br />

que assegurass<strong>em</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população. Outro <strong>de</strong>stino possível seria a utilização <strong>de</strong>sses recursos<br />

como suporte das políticas fiscais e monetárias que dão sustentáculo ao <strong>de</strong>senvolvimento do capital financeiro,<br />

além das <strong>em</strong>presas multinacionais da região.<br />

Iamamoto (2010) ressalta que: “[...] os dois braços <strong>em</strong> que se apoiam as finanças – as dívidas públicas e<br />

o mercado acionário das <strong>em</strong>presas – só sobreviv<strong>em</strong> com <strong>de</strong>cisão políticas dos Estados [...]”. Desta forma, o<br />

fundo público torna-se sujeito <strong>de</strong> disputas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> recursos, dando niti<strong>de</strong>z à luta <strong>de</strong> classes no âmbito do<br />

Estado.<br />

Cruz (2011, s/ p.) <strong>de</strong>ixa b<strong>em</strong> claro que <strong>de</strong>senvolvimento econômico não é sinônimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

humano. A cultura produtiva e política da região reproduz<strong>em</strong> fatores <strong>de</strong> concentração.<br />

O grupo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r hoje dominante no plano político-administrativo, à escala local, não necessita<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico para se reproduzir e manter o domínio, pois t<strong>em</strong> os royalties<br />

para ser<strong>em</strong> utilizados para o clientelismo que ren<strong>de</strong> votos. Alguns componentes políticos<br />

fundamentais da estratégia <strong>de</strong> dominação das elites tradicionais da "era do açúcar", <strong>de</strong> caráter<br />

autoritário e conservador, sobreviv<strong>em</strong>, apropriados, atualizados e acrescidos <strong>de</strong> novos<br />

el<strong>em</strong>entos e atributos, pelos grupos dominantes atuais, o que explica, <strong>em</strong> parte, a convivência,<br />

no Norte Fluminense, entre ativida<strong>de</strong>s econômicas estratégicas no plano nacional, e padrão<br />

sub<strong>de</strong>senvolvido da socioeconomia local.<br />

4 Em 2010 foi calorosa a discussão acerca da proposta dos <strong>de</strong>putados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto<br />

Souto (PPS-MG) <strong>em</strong> torno do projeto <strong>de</strong> lei que cria o regime <strong>de</strong> partilha na exploração e produção <strong>de</strong> petróleo e a divisão<br />

dos royalties da camada pré-sal entre todos os estados e municípios.<br />

http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/02/600003divisao+dos+royalties+do+pre+sal+e+pol<strong>em</strong>ica+entenda+os+motivos.html

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