Relatório Final PIBIC - Pesquisa Mercado de Trabalho em - Pólo ...
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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense<br />
privatizações e a entrada <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas estrangeiras no país permite que se amplie a subordinação aos <strong>de</strong>mais<br />
países <strong>de</strong>senvolvidos.<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Macaé, atualmente, conta com um enorme contingente <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas multinacionais, e nestas<br />
são <strong>em</strong>pregadas gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> força <strong>de</strong> trabalho com modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contrato inferiores aos <strong>em</strong>pregados<br />
diretos da Petrobras, sendo que boa parte se constitui como t<strong>em</strong>porários, mais flexíveis e ausentes ou <strong>de</strong><br />
reduzidas garantias (o que chamamos aqui <strong>de</strong> “nova” precarieda<strong>de</strong> salarial). A cida<strong>de</strong> está integrada ao mo<strong>de</strong>lo<br />
econômico do país, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sigual e combinado, <strong>de</strong>stacando-se contrastes e disparida<strong>de</strong>s<br />
regionais e sociais. O dinamismo econômico, verificável pelo crescimento <strong>de</strong> vínculos formais <strong>de</strong> trabalho<br />
superiores as taxas estaduais e nacionais, não suprime as imensas disparida<strong>de</strong>s sociais.<br />
Através dos resultados <strong>de</strong> pesquisas mencionadas ao longo do artigo, é possível afirmar que, mesmo<br />
com a entrada <strong>de</strong>ssas <strong>em</strong>presas que aumentaram o nível <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregos formais, a cida<strong>de</strong> não se preparou para<br />
isso. Gran<strong>de</strong> parte da força <strong>de</strong> trabalho que obtém <strong>em</strong>pregos com altos salários, com garantias que permit<strong>em</strong><br />
uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, geralmente v<strong>em</strong> <strong>de</strong> outros lugares, e isso é perceptível pelo crescimento dos níveis <strong>de</strong><br />
migração, ainda que não seja somente <strong>de</strong>stes. O fato é que mesmo com o crescimento <strong>de</strong>ssa miría<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
multinacionais, <strong>em</strong>bora houvesse alta circulação <strong>de</strong> capital na cida<strong>de</strong> e crescimento da oferta <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregos<br />
advindos <strong>de</strong> todo esse processo, o mesmo não representou uma melhoria na qualida<strong>de</strong> dos vínculos<br />
<strong>em</strong>pregatícios.<br />
Os dados da pesquisa <strong>de</strong>monstram justamente esta realida<strong>de</strong>: <strong>em</strong> geral, os vínculos <strong>em</strong>pregatícios <strong>em</strong><br />
Macaé se precarizam, os salários mantém-se baixos (o que se ilustra pelo número <strong>de</strong> 50% dos trabalhadores com<br />
salário abaixo <strong>de</strong> 4 salários mínimos), a exploração da força <strong>de</strong> trabalho f<strong>em</strong>inina e <strong>de</strong>mais sintomas da “nova”<br />
precarieda<strong>de</strong> salarial. Observa-se uma recuperação e expansão das ativida<strong>de</strong>s econômicas com efeito positivo<br />
sobre os níveis <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego, mas não <strong>de</strong> salários. O comportamento do mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong> Macaé é<br />
distinto do estado e do Brasil ao se levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração o gênero, já que o crescimento <strong>de</strong> vínculos f<strong>em</strong>ininos<br />
é pequeno, se comparado a outras pesquisas <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> trabalho, b<strong>em</strong> como ao estado e ao país. A parcela<br />
<strong>de</strong> trabalhadores que se situam no extrativismo mineral, vinculados à indústria do petróleo, aparece como<br />
exceção à regra, já que são os trabalhadores mais b<strong>em</strong> r<strong>em</strong>unerados – mas que mantém a baixa inserção da força<br />
<strong>de</strong> trabalho f<strong>em</strong>inina. Esta exceção exibe as claras a diferenciação interna à classe trabalhadora, que se<br />
intensifica com o processo <strong>de</strong> reestruturação produtiva particularizado <strong>em</strong> Macaé.<br />
Constatamos ainda existência <strong>de</strong> três momentos importantes na dinâmica do mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong><br />
Macaé: a 1ª fase que vai até 1978, ano que Macaé passa a sedir a Petrobras, acarretando a expectativa <strong>de</strong><br />
geração <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho. Neste período, predominava o trabalho focado na agricultura, na pesca e no<br />
turismo. A 2ª fase, que vai do início da década <strong>de</strong> 1980 até fins da década <strong>de</strong> 1990, quando há um crescimento<br />
tímido dos vínculos formais. A 3ª fase t<strong>em</strong> início <strong>em</strong> fins da década <strong>de</strong> 1990 e enten<strong>de</strong> ate os dias <strong>de</strong> hoje, e<br />
caracteriza-se pelo salto expressivo nos vínculos formais, principalmente nos setores <strong>de</strong> serviços e no<br />
extrativismo mineral. Este salto po<strong>de</strong> ser explicado pela recuperação da economia brasileira, com mudanças