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as narrativas – a coligida por Gilberto Freyre e a que constitui o
poema.
Além do mais, é preciso reiterar que a linhagem de
historiadores identificável na sua família continua a exercer
forte influência na sua obra, tal como acontece com Gilberto
Freyre, com quem o poeta se engalha no ramo Gonçalves-de-
Mello. E, se justapusermos o Guia prático e sentimental da
cidade do Recife a Assombrações do Recife Velho, sob a dicção
do poeta recifense, vamos chegar muito próximo do poema que
ele compôs e que reúne, a um só tempo, o universo simbólico
oriundo das bocas populares, a cartografia da capital
pernambucana, as famílias tradicionais daquele torrão e uma das
figuras emblemáticas do seu convívio familiar – mais
precisamente, Ulysses Pernambucano de Mello –, que, além de
ser outro Gonçalves-de-Mello, também está gravado no mapa
da cidade, já que dá nome ao Hospital Psiquiátrico do Recife
(antiga Tamarineira). O local onde se encerravam os doentes
mentais foi transformado devido à intervenção de seu Tio
Ulysses, que preconizou e sedimentou práticas muito diferentes
das que, então, vigoravam.
Assim, desdobramos o entendimento de uma produção
poética vigorosa do seu suporte formal para a substância
histórica que a anima em mão dupla. E, sem querer desmontar o
truísmo de que toda formalização é decorrente de alguma
vinculação com a história, ao discriminar qual a história está
sendo acionada e de que maneira, torna-se possível chegar a
uma compreensão mais palpável da poesia cabralina,
depurando-a não só de qualquer ranço hermético, mas, além
disso, inscrevendo-a numa ordem em que as eleições subjetivas
passam a ser determinantes de sua expressão. Com isso, mais do
que chegar a uma compreensão de uma fase específica da
produção do autor ou de descobrir o traço verdadeiro que anima
aquela escritura, interessa demonstrar como ocorrências de fatos