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34<br />

<strong>Gláuks</strong><br />

considerações acerca de sua subjetividade, mesmo quando não<br />

pod<strong>em</strong>os fugir à obviedade irrefutável de que há um expediente<br />

estruturador do texto que só pode ser associado ao autor, através<br />

de suas eleições. Por isso, a produção de João Cabral expande o<br />

sentido da poesia não por denegar ali a existência do sujeito<br />

lírico, mas por conferir-lhe outro lugar, que está nitidamente<br />

expresso no texto, mesmo quando o autor não usa os pronomes<br />

eu, me, mim, comigo, meu e suas derivações – sabendo-se que<br />

ele os utiliza <strong>em</strong> diversos momentos. Então, processa-se um<br />

desdobramento da poesia <strong>em</strong> direção à história, conquanto se<br />

nos pareça que há uma retração subjetiva, quando, na verdade, a<br />

suposta retração subjetiva se revela um salto <strong>em</strong> direção à sua<br />

dimensão m<strong>em</strong>orialística, porque a um só t<strong>em</strong>po individual e<br />

coletiva.<br />

Com efeito, quando estivermos <strong>em</strong> busca da história que<br />

se desenrola a partir de sua obra, invariavelmente alguma<br />

consideração há de se desprender do seu universo familiar<br />

ancestral, b<strong>em</strong> como da localidade a que está vinculada e que se<br />

inscreve <strong>em</strong> derredor do Recife, sendo Sevilha uma experiência<br />

particular do poeta. Como o foco aqui se volta, ocasionalmente,<br />

para a sua cidade natal, é preciso pontuar que, entre a história<br />

pernambucana e a respectiva historiografia, há a expressão do<br />

poeta, que se vale de ambos os domínios para conferir-lhes um<br />

teor subjetivo, que é dado assaz pela vinculação familiar que o<br />

afeta sobr<strong>em</strong>aneira. Sendo aquela cidade o espaço definidor da<br />

história que aparece no fraseado dos versos de João Cabral, é<br />

preciso também circunscrever o t<strong>em</strong>po que se depreende na sua<br />

abordag<strong>em</strong> da localidade. Esse t<strong>em</strong>po se arrasta da invasão<br />

batava à revolução de 1930, através daqueles mesmos ramos<br />

familiares tão repetidos pela historiografia correspondente.<br />

Cumpre registrar que a historiografia provinciana se constituiu,<br />

sobretudo, <strong>em</strong> contraposição à coroa, estivesse ela sediada <strong>em</strong><br />

Lisboa ou no Rio de Janeiro. Trata-se, portanto, de uma história

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