0 - Gulbenkian Música - Fundação Calouste Gulbenkian

O r f e o
GIOVANNI BATTISTA PERGOLESI
Recitativo
Nel chiuso centro, ove ogni luce assonna,
all’or che pianse in compagnia d’amore,
della smarita donna seguendo l’orme per
ignota via,
giunse di Tracia il vate.
Al suo dolore qui sciolse il freno
a rintracciar pietate,
e qui nel muto orrore,
in dolce accenti all’alme sventurate,
sulla cetra narrando i suoi tormenti;
temprò la pena e debelò lo sdegno
del barbaro signor del cieco regno.
Aria
Euridice, e dove sei?
Chi m’ascolta, chi m’addita,
dov’è il sol degl’occhi miei?
Chi farà che torni in vita?
Chi al mio cor la renderà?
Cor mio, mia vita,
chi m’ascolta, chi m’addita,
Euridice dov’è, dov’è?
Preda fu d’ingiusta morte.
Io dirò se tra voi resta
l’adorata mia consorte,
che pietà più non si desta,
che giustizia più non v’ ha.
XIX Jornadas Gulbenkian de Música Antiga [ 24 ]
Recitativo
No fechado centro, onde toda a luz esmorece,
agora chora em companhia do amor,
da perdida senhora, seguindo-lhe o rasto por
obscuro caminho,
encontrou o poeta a pista.
Solta as rédeas da sua dor
ao procurar pegadas,
e quem no mudo horror,
em doces inflexões às almas infelizes,
na cítara narra os seus tormentos;
suavizou a pena e debelou o desdém
do bárbaro senhor do cego reino.
Ária
Eurídice, onde estás?
Quem me ouve, quem me mostra,
onde está o sol dos olhos meus?
Quem lhe dará de novo a vida?
Quem ao meu coração a devolverá?
Coração meu, minha vida,
quem me escuta, quem me mostra,
Eurídice onde está, onde está ?
Presa foi de injusta morte.
Dizei-me se entre vós jaz
a minha bem amada,
piedade já não há,
justiça já não existe.