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PereiraHS - Programa de Pós-Graduação em História - UFBA ...

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contexto po<strong>de</strong> ser compreendido como um campo <strong>de</strong> disputa no qual <strong>de</strong>mandas sociais,<br />

políticas, artísticas e existenciais se conectam e se influenciam mutuamente.<br />

Os Novos Baianos inseriram na sua atuação, nesse primeiro momento,<br />

questionamentos que iam <strong>de</strong> encontro a todo um modo <strong>de</strong> vida da socieda<strong>de</strong> brasileira<br />

pautado nas idéias <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, hierarquia, controle, objetivos (normalmente o consumo<br />

ou o posicionamento social) e fizeram disso uma forma <strong>de</strong> atuação artística e um modo<br />

<strong>de</strong> vida específico. Este tipo <strong>de</strong> posicionamento, por sua vez, não se constituía como<br />

uma ação isolada; muito pelo contrário, todo um setor da socieda<strong>de</strong> compartilhava<br />

<strong>de</strong>sses posicionamentos, principalmente diversos grupos <strong>de</strong> jovens urbanos.<br />

Ainda <strong>em</strong> 1970, os Novos Baianos lançam um segundo trabalho, um compacto<br />

duplo gravado pela RGE, que leva apenas o nome do grupo na capa [AA2]. Na ocasião,<br />

os Novos Baianos não mais estavam sendo <strong>em</strong>presariados por Marcos Lázaro. Esta<br />

mudança repercutiu principalmente no que diz respeito à produção do álbum, uma vez<br />

que agora estavam mais livres para po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> construir seus arranjos <strong>de</strong> forma mais<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. A partir <strong>de</strong> então, po<strong>de</strong>riam direcionar <strong>de</strong> forma mais enérgica seus<br />

trabalhos para o seu público alvo prioritário, ou seja, os grupos <strong>de</strong> jovens que<br />

compartilhavam <strong>de</strong> suas concepções <strong>de</strong> vida e arte.<br />

A primeira das alterações perceptíveis salta aos olhos no contrates entre as capas<br />

do álbum anterior, É Ferro na Boneca! [AA1], e do compacto que o suce<strong>de</strong>, Novos<br />

Bahianos [AA2]. A primeira [AF3] traz uma foto dos componentes do grupo: Galvão,<br />

Baby Consuelo, Paulinho Boca <strong>de</strong> Cantor e Moraes Moreira. Os artistas se encontram<br />

sorri<strong>de</strong>ntes, constituindo uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong>scontraída. Os cabelos compridos configuram<br />

como uma ban<strong>de</strong>ira da juventu<strong>de</strong>; Baby Consuelo abraça Paulinho e Galvão, tendo<br />

Moraes aparecendo por cima, dando uma idéia <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> ao conjunto. Os braços <strong>de</strong><br />

Baby revelam uma roupa brilhosa, conferindo um aspecto <strong>de</strong> cuidado, refino e produção<br />

com a vestimenta. Po<strong>de</strong>-se dizer que é uma capa b<strong>em</strong> produzida que segue a <strong>de</strong>manda<br />

<strong>de</strong> construir uma idéia agradável e pacífica do grupo, com o objetivo <strong>de</strong> atingir<br />

mercados além do público jov<strong>em</strong> que simpatizava com seus posicionamentos.<br />

A capa do compacto duplo [AF4] é completamente distinta da capa do álbum<br />

anterior. Em vez <strong>de</strong> uma foto, t<strong>em</strong>os uma pintura dos integrantes do grupo. A arte da<br />

capa é acentuadamente colorida, conferindo um tom psicodélico à imag<strong>em</strong>. Os rostos <strong>de</strong><br />

Moraes, Galvão e Paulinho Boca <strong>de</strong> Cantor aparec<strong>em</strong> como presenças etéreas que<br />

flutuam num ambiente imaterial no qual el<strong>em</strong>entos coloridos parec<strong>em</strong> estar <strong>em</strong><br />

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