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rio de janeiro, r3 - brasil - Engenharia Naval e Oceânica - UFRJ

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Adacto Benedicto Ottoni<br />

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE<br />

P~S-GRADUAÇ~~O OE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDF&L DO RIO DE 3A *<br />

IEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENÇRO DO '<br />

GRAU BE MESTRE EM CI&UCIAS (M.sc.) EM EMGENHARIA OCEANICA, NA<br />

ARCA DE ENGENHARIA COSTEIRA.<br />

Aprovado por t<br />

Pruf. Rui Carlos Vieira da Silva<br />

( Presi<strong>de</strong>nte)<br />

Prof. Carfos Eduardo Parente Ribeiro<br />

RIO DE JANEIRO, R3 - BRASIL<br />

NDVEMBRO DE 1986


OTTONI , ADACTO BEMEDI CIO<br />

A lrnplantaião <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Pdavegação em ~e~iÕes ~stuarinas.<br />

(~io <strong>de</strong> ~aneiro). 1986<br />

XIII, 142 p. 29,? CRI (COPPE/<strong>UFRJ</strong>, M.Sc., <strong>Engenharia</strong> Ocg<br />

ânica, 1986)<br />

Tese - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, COPPE<br />

1. ~avega~ão<br />

em ~stug<strong>rio</strong>s. I. COPPE/<strong>UFRJ</strong> 11. ~ltulo<br />

(série)


iii<br />

Gostaria <strong>de</strong> prestar meus sinceros agra<strong>de</strong><br />

cimentos aos prafessores e funcioná<strong>rio</strong>s do Departamsnto <strong>de</strong> Engg<br />

nharia ~ceâniea da COPPE/<strong>UFRJ</strong> pola colaboração e apoio durante<br />

toda a fase <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> créditos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta te-<br />

ss <strong>de</strong> mestradoi ao professor Rui Carlos Vieira da Silva pela<br />

orientação que <strong>de</strong>le recebi; ao professor Per Bruun pelas conhe-<br />

cimentos técnicos e orisntaçõep. que ms transmitiu durante o pa<br />

<strong>rio</strong>do em que estive na Noruega realizando curso <strong>de</strong> &s-gradua-<br />

ção em engenharia maritimat e a profissionais e instituições<br />

que ma auxiliaras fornecendo dados e sugestões, o que tornou<br />

possfvel a elaboração do presente trabalho.


Resumo da Tese Apresentada à COPPE/<strong>UFRJ</strong> como parte dos requisi-<br />

tos necessá<strong>rio</strong>s para a obtenção do grau <strong>de</strong> Mestre em ciências<br />

(H. se.)<br />

Adacto Benedicto Ottoni<br />

Novembro <strong>de</strong> 1986<br />

Orientador: Prof. Rui Carlos Vieira da Silva<br />

Programa: <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> ~ceânica da COPPE/<strong>UFRJ</strong>, área <strong>de</strong> Enge-<br />

nharia Costeira<br />

Esta tese <strong>de</strong> mestrado tem por objetivo estudar O<br />

comportamento estuarino <strong>de</strong> uma forma geral e analisar os siste-<br />

mas <strong>de</strong> navegação camo um todo, dando ênfase sua aplicação em<br />

estuá<strong>rio</strong>s.<br />

Desta forma, o presente trabalho está dividido em<br />

5 capitulas principaist o primeiro corresponda a um introdução<br />

do assunto; o segundo é sobrs as aspectos gerais relativos a e2<br />

tuá<strong>rio</strong>s; o terceiro caplfulo <strong>de</strong>senvolve os conceitos básicos so<br />

bre sistemas <strong>de</strong> navegação; o quarto correspon<strong>de</strong> aos tipos <strong>de</strong><br />

aplicações e casos práticos relacionados ?i implantação <strong>de</strong> sisk<br />

mas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s; a, finalmente, m quinta capitu-<br />

lo são apresentadas canclusões e recomendações relativas à temi<br />

tica global da tese.


Abstract of Thesis presented to COPPE/<strong>UFRJ</strong> as partia1 fulfillment<br />

of the requirements for the <strong>de</strong>gree of Master of Science (kSc.)<br />

THE NAVI GATION SYSTEMS IN ESTUARINE REGIONS<br />

Adacto Benedicto Ottoni<br />

November 1986<br />

Chairmanr Prof, Rui Carlos Vieira da Silva<br />

Departmentt Ocean Engineering (COPPE/<strong>UFRJ</strong>), area of Coastal<br />

Engineering<br />

This master's thesis has the purpose of studying<br />

the estuarine behavior in a general point of view, and analyse<br />

the navigation systems and its influente in estuaries.<br />

This work is divi<strong>de</strong>d in 5 main chaptersr the first<br />

is an introduction about this matter; the second is about the<br />

general aspects related to estuaries; tha third chapter expiains<br />

the basic concepts about the navigation systems; the fourth<br />

corresponds to applications and case studies related to navigation<br />

systems in estuaries; and, finally, the fifth chapter shows the<br />

conclusions and recommendations of the author,


11.3.1) Classif icação pela toposrafia . . . . . . .. .. . . 8<br />

11.3.2) Classificacão através<br />

.<br />

do diagrama Circu<br />

Li.<br />

lacão/~stratificacao . . . . . . . ....... . 10<br />

If A3) ~lassificação pela estrutura salina . .. ... 12<br />

11.3.3.1) €stu&ios altamente estratificg<br />

dos ou estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> cunha sali-<br />

na ....... ...... r...........e.. 12<br />

11.3~3.3) ~stu$<strong>rio</strong>s bem misturados O.. ...<br />

15<br />

111) CONCEITOS BASICOS SOBRE OS SISTEHAS DE NAVEGACÃO ...O *.e 28<br />

III.2) FATQRES NATURAIS A SEREM ANALISAOOS PARA A IHPLAN<br />

TAÇÃD DE SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO ,.. 32<br />

11 I. 3) GENERALIDADES SOBRE O DIMENSIDNAMEMTO DE CANAIS<br />

DE NAUEGAÇÃO .... + ..,... ... ..... . ................ 35<br />

111.3.1) ~nflência dos movimentos da embarca~ão . O 35<br />

111.3.2) Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navegação .... 36<br />

111.3.3) Larqura <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> naveqação ......... 40


vii<br />

113.4) Outras consi<strong>de</strong>racões .................e 45<br />

111.4) SISTEMAS DE TRANSPORTE RELATIVOS A NAWEGAÇÃO .... 46<br />

I )<br />

Consi<strong>de</strong>ra~ões nerais .................. 46<br />

111.4.2) Tioos <strong>de</strong> caraas ................... .... 46<br />

111.4. 3) Tipos <strong>de</strong> embarcaçÕes .................. 47<br />

................... 111.5) DESENVOLVIMEMTD PORTUARIO 51<br />

111.5.1) Aspectos serais .. ............e..e..... 51<br />

...........<br />

111.5.2) Principais obras portuárias 53<br />

111.53) Sistemas <strong>de</strong> movimsntaçãa <strong>de</strong> cargas .... 59<br />

111.6) PRINCIPAIS OBRAS E 4TIVIDADES DE ENGENHARIA UTILI<br />

ZADAS NA<br />

.........................................<br />

IMPLANTAÇHO DE EIXOS DE NAVECAÇBO EM ES-<br />

TUARIOS 63<br />

.................. 111.6.1) ~onsi<strong>de</strong>rações qerais 63<br />

..............e...............<br />

111.6.2) Draqagem 64<br />

I1I.6.3) Obras fixas ........................... 68<br />

-<br />

11164) Revestimentos<br />

..~~~..~..~..~.....<br />

para proteção <strong>de</strong> encostas<br />

70<br />

1 6 . 5 ) Dispositovs <strong>de</strong> apoio 5 navegaçaa ...... 73<br />

IV) TIPOS DE APLICAC~ES E CASOS PRATICOS SOBRE<br />

...................<br />

A IMPLANTAC~O<br />

DE SISTEMAS DE NAVECACKO EM EÇTUARIOS 76<br />

f V . 1) DESCRICÃO MATEM~T~CA SUCINTA SOBRE O COWPORTAMENTO<br />

ESTUARINO . APLICAÇÃD AO ESTUARIO DO POTEMGI<br />

(RN) ............................................. 76<br />

IV.1.1) ~qua~ões hidrodinâmicas básicas .......... 76<br />

............. Iv.1.1.1) ~ ~ u a ~ <strong>de</strong> ã estado o<br />

76<br />

1~,1.1.2)<br />

.............*............,....<br />

~quagões <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> mas-<br />

77<br />

. I V 1.1.2.1) ~~uação da continui-<br />

da<strong>de</strong> ............... 77


viii<br />

1~.1.1.2.2) ~~ua$o ds distri<br />

.............<br />

buigão <strong>de</strong> variá-<br />

veis 78<br />

IV.1.1.3) Eqwaç&s <strong>de</strong> conservação da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento (ou<br />

equaç& s dinâmicas) .......... 79<br />

I~~1.2) ~quações gerais dos processos <strong>de</strong> mistura<br />

em estuá<strong>rio</strong>s ....O...................... 81<br />

IU,1,3) Exemplo da wkilizaç& <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo matemgtico<br />

para estuá<strong>rio</strong>s .................. 86<br />

IV. 1.3.1) Fundamentos teórico s para a<br />

ap licaGão da simulaqão ma temática<br />

......................... 86<br />

1~.1.3.2) ApJ.icaSão do mo<strong>de</strong>lo ao estuá-<br />

......<br />

<strong>rio</strong> <strong>de</strong> <strong>rio</strong> Patengi (RN) 89<br />

1v.3) ANALISES EM MODELOS REDUZIDOS VISANDO A MELHORIA<br />

DAS CONDIÇ~ES DE NAVECACÃO NO ESTU~RIO DE SAM-<br />

TOS (SP) ....................................... 103


F I G U R A S<br />

1 - Diagrama esquemático <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s, atra -<br />

vés dos parâmetros <strong>de</strong> circulação e estratif icação.<br />

2 - condições típicas para o estuá<strong>rio</strong> altamente estratificado.<br />

3 - condições tipicas para o estuá<strong>rio</strong> parcialmente misturado.<br />

4 - condições típicas para o estuá<strong>rio</strong> bem misturado.<br />

5 - condições típicas para o estuá<strong>rio</strong> bem misturado não-homogi<br />

neo lateralmente, no hemisfé<strong>rio</strong> sul.<br />

6 - ~loculação - arranjos típicos.<br />

7 - Represzntação esquemática dos <strong>de</strong> sedimentação para<br />

os estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados.<br />

8 - Esquema geral representativo da distribuição e moviment=<br />

ção <strong>de</strong> sedimentos em estuá<strong>rio</strong>s e suas principais zonas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>posição.<br />

9 - caracterização genérica <strong>de</strong> um curso d'água completo,em per<br />

f i1 e em planta.<br />

10 - Cotagrama <strong>de</strong> dois cursos d'água distintos quaisquer.<br />

11 - Representação esquedtica dos movimentos <strong>de</strong> embarcações.<br />

12 - ~e~ressntação cjenérica da seção longitudinal <strong>de</strong> um navio.<br />

14 - ~e~resenta~ão esquemática do ?rim1' da embarcação.<br />

15 - Esquema geral sobre o dimensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

,"<br />

canais <strong>de</strong> navegaçao.<br />

16 - ~imensões tipicas para a obtenção da largura <strong>de</strong> canais<br />

<strong>de</strong>


navegação.<br />

17 - Croquis genérico <strong>de</strong> urna curva <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> navegação,<br />

18 - Exemplo <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> containers,<br />

19 - Tipos <strong>de</strong> quebra-mares.<br />

20 - Tipos <strong>de</strong> cais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s verticais.<br />

21 - Piers abertos e cais com plataformas <strong>de</strong> alivio,<br />

22 - Tipos <strong>de</strong> dolfins e sistemas <strong>de</strong> amarração.<br />

23 - Exemplo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scarregador conthuo <strong>de</strong> granéis sólidos.<br />

24 - Exemplos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> traçadores na implantação <strong>de</strong> ca-<br />

nais <strong>de</strong> navegação,<br />

25 - Exemplo <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> diquss e espigGes.<br />

26 - Exemplos <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> revestimentos para prote-<br />

W<br />

çao <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s.<br />

27 - Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento para navega-<br />

,& em estuá<strong>rio</strong>s.<br />

28 - Exemplo <strong>de</strong> balizamento <strong>de</strong> um trecho <strong>de</strong> via navegávd..<br />

29 - Volume <strong>de</strong> controla, para obtenção das equações matemáticas<br />

representativas do comportamento estuarino.<br />

30 - ~acafita~ão do ~stu6ri.o do <strong>rio</strong> Potangi - ~ a t a l / ~ ~ ,<br />

31 - Maregramas <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> corrente nas seçÕes SE-2 e SE-3 do<br />

estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> Potengi.<br />

32 - €voluÇão temporal das cotas <strong>de</strong> fundo na seção SE-2 do es-<br />

tuá<strong>rio</strong> da ria Potengi.<br />

33 - ~volu~ão das cotas <strong>de</strong> fundo na seção SE93 do estuá<strong>rio</strong> do


io Potengi.<br />

34 - Localização geográfica da Ilha das Onças (PA).<br />

35 - ~ituação em planta dos levantamentos <strong>de</strong> marés e <strong>de</strong> corre2<br />

tes na Ilha das Onças.<br />

36 - ~nálise da estabilida<strong>de</strong> dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> margem - situação<br />

mais crítica - para o dimensionamento do canal <strong>de</strong> navega<br />

ção da Ilha das Onças.<br />

37 - ~imensõss do canal <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onças.<br />

38 - Sobrelarguras em trechos curvos do canal d~ navegação<br />

Ilha das Onças.<br />

39 - Esquema das operações <strong>de</strong> dragagem e <strong>de</strong> <strong>de</strong>stocamento e<br />

.*<br />

raizamento, para a implantação do canal <strong>de</strong> navugaçao<br />

Ilha das Onças.<br />

40 - ~ocaliza~go geográfica do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos (sP).<br />

41 - Localização em planta dos pontos <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> ondas<br />

baía <strong>de</strong> Santos.<br />

42 - ~e~resenta~ão <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto com obras<br />

melhoramento na bala <strong>de</strong> Santos, para a situação <strong>de</strong> corren-<br />

tes <strong>de</strong> enchente.<br />

43 - Representação <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto com obras<br />

melhoramento na baia do Santos, para a situação <strong>de</strong> corre2<br />

tes <strong>de</strong> vazante.<br />

44 - Lay-out da soluç~o indicada para a melhoria das condições<br />

<strong>de</strong> navegaçgo do canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos.<br />

45 - Canal <strong>de</strong> acesso do porto <strong>de</strong> ~tajaP(~~), em 1096,<br />

46 - Lay-out geral do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~tajai-~~u, em 1983.<br />

<strong>de</strong>


47 - ~ocalização em planta dos pontos <strong>de</strong> medições para o sstui<br />

<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1tajai-A~U.<br />

48 - ~ráfico da evoluç~o das dragagens efetuadas no porto <strong>de</strong><br />

1tajai.<br />

49 - ~e~reçenta~ão esquemática dos termos <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis.


Q U A D R O S<br />

1 - Volume <strong>de</strong> assoreamento do canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos<br />

(SP) sem a realização das abras <strong>de</strong> melhoramento indicadas.<br />

2 - Volume <strong>de</strong> assoreamento do canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos<br />

(ÇP) com a realização das obras <strong>de</strong> melhoramento indicadas.


Ao longo da história da Humanida<strong>de</strong>, os<br />

maios <strong>de</strong> transportes em terra têm se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu<br />

inicio a partir da utilização direta <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> carga, pas-<br />

sando em etapas poste<strong>rio</strong>res ao uso da carroça-<strong>de</strong>-boi, vs~culos<br />

puxados a cavalo, e assim por diante, até chagarmos aos dias<br />

<strong>de</strong> hoje, em que são empregados sistemas ferroviá<strong>rio</strong>s mo<strong>de</strong>rnos,<br />

bem como possantes ve:culos a motor. Com relacso ao transporte<br />

aquático (fluvial e marltimo), o homem possui ainda, virtual-<br />

mente, o mesmo meio <strong>de</strong> transporte - a embarcação flutuante; a<br />

mais antiga foi provavelmente uma canoa r6stica usada pelo ho-<br />

mem primitivo por volta <strong>de</strong> quinze m i l anos atrás, no per:odo<br />

~aleolitico; navios trafegavam ao longo do Mar Vermelho antes<br />

das ~irhi<strong>de</strong>s serem construídas; embarcações navegavam no Mar<br />

Mediterrâneo e Golfo ~érsico já em torno do ano 7.000 A.C. . A<br />

história também registra que os chineses já faziam uso da bÚs-<br />

sola antes mesmo do inicio da nossa era; com e19s os arabes<br />

apren<strong>de</strong>ram a utilizá-la e revelaram-na aos europeus a partir<br />

do século XII. É <strong>de</strong> se observar, também, a semelhança entre<br />

juncos e balsas encontradas no Peru, no antigo Milo e no <strong>de</strong>lta<br />

do Mekong. Portanto, a partir da verif icaçáo <strong>de</strong> f lutuabilida<strong>de</strong><br />

da ma<strong>de</strong>ira, sob a forma rudimentar <strong>de</strong> tróncos, o homem teve<br />

no curso <strong>de</strong> ggua, por menor que fosse, o caminho para os seus<br />

<strong>de</strong>slocamentos. A história, assim, nos mostra que os <strong>rio</strong>s navegáveis<br />

e mares têm sido <strong>de</strong> gmn<strong>de</strong> importância no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> na -..<br />

$;es e grupos <strong>de</strong> nacões; eles têm a funpão <strong>de</strong> elos ligando paz<br />

r<br />

soas e palses, promovendo um maior <strong>de</strong>senvolvimento e progresso<br />

para as comunida<strong>de</strong>s humanas.<br />

A gran<strong>de</strong> vantagem que os sistemas <strong>de</strong> na<br />

vegação t&n sobre as outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte 6 relati<br />

va aos custos; o consumo <strong>de</strong> energia e trabalho por tonelada e<br />

por é normalmente baixo, bem como os investimentos<br />

e custos <strong>de</strong> manutenção; portanto, as obras <strong>de</strong> navegação corre-<br />

tamente implantadas significam muito pouco em termos <strong>de</strong> custo<br />

-<br />

-


no sentido <strong>de</strong> garantir um amplo e m61tiplo aproveitamento dos<br />

cursos <strong>de</strong> água, e o custo por da via gerada B, como<br />

já dissemos, competitivo com as <strong>de</strong>mais formas <strong>de</strong> transporte;<br />

por exemplo, nos gran<strong>de</strong>s aproveitamentos hidrel&ricos, a par-<br />

cela ligada a transposição da <strong>de</strong>snivel correspon<strong>de</strong> somente a<br />

aproximadamente 3 a 5 por cento do custo total do empreendimen<br />

to, segundo ABREU LIMA (1). Outrossim, o fato <strong>de</strong> já<br />

existir a via natural (por exemplo, a calha fluvial) po<strong>de</strong> ofe-<br />

recer certas vantagens em termos <strong>de</strong> implantação da navegação e<br />

minimizaç& <strong>de</strong> custos; no caso, por exemplo, <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s totalmen-<br />

te naveg&eis, os investimentos <strong>de</strong> capital e custos <strong>de</strong> manuton<br />

ção seriam bem baixos; no entanto, tais <strong>rio</strong>s são uma exceção<br />

e, na maior parte das vezes, a implantaião <strong>de</strong> uma via navagá-<br />

vel vai impor a criação <strong>de</strong> atuações e obras <strong>de</strong> correção a se<br />

rem localizadas em certos estirões do canal do navegação e emb -<br />

cais a<strong>de</strong>quados; os tipos principais <strong>de</strong> problemas que <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>rados são os <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e manutenção do canal <strong>de</strong> nave<br />

gação com relação à profundida<strong>de</strong> e largura (problemas <strong>de</strong> ban-<br />

cos <strong>de</strong> areia, corre<strong>de</strong>iras,instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem do canal nati<br />

ral, fechamento da entrada <strong>de</strong> acesso ao wrto, variaGões <strong>de</strong> njvel d'<br />

gua, etc.), bem como o <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> e segurança das embarca<br />

çÕes (no que se refere as Fortes correntes, material flutuan-<br />

te, etc.). ~orém, utilizando-se a vantagem (com relação a outros<br />

sistemas <strong>de</strong> transporte) <strong>de</strong> já s e possuir a via navegável natu-<br />

ral e procurando-se superar as <strong>de</strong>svantagens e problemas na i m<br />

plantação da navegação na mesma (on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar os<br />

aspectos relativos embarcação-tipo, apoio à navegaçao, bem<br />

como melhorias da via navegável e conexões com outras modalida<br />

<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte), po<strong>de</strong>-se fazer uso da navegação como um sis<br />

#<br />

tema <strong>de</strong> transporte eficiente e competitivo, promovendo benefi-<br />

cios relativos a aspectos da segurança nacional, bem-estar e<br />

progresso das populaçÕes.<br />

*<br />

Com relação aos estuá<strong>rio</strong>s, eles sao ,<br />

.*<br />

por <strong>de</strong>f inição, massas d' água serni-f achadas tendo uma conexao<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


livre com o mar aberto 5 <strong>de</strong>ntro das quais a água do mar é modg<br />

radamente dilulda com a água do <strong>rio</strong> proveniente do continente,<br />

<strong>de</strong> acordo com PRITCHARD (76). O limite da extensão longitudinal<br />

W<br />

<strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> é <strong>de</strong>finida como a área on<strong>de</strong> a concentraçao <strong>de</strong><br />

cloro na água está abaixo <strong>de</strong> 0,017k. Os estuá<strong>rio</strong>s são tambÉm,<br />

W<br />

<strong>de</strong>vido a sua posiçao geográfica , diretamente influenciados pela<br />

ação combinada do <strong>rio</strong> e das correntes dc maré, possuindo gradi<br />

entes horizontais e verticais nas suas proprieda<strong>de</strong>s físicas,<br />

e biolÓcjicas; estes gradientes estão sujeitos a gran<br />

W<br />

<strong>de</strong>s variaçoes no tempo e no espaço. 12s estuá<strong>rio</strong>s são caracteri-<br />

zados, <strong>de</strong>sta forma, por uma complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores ambientais,<br />

C*<br />

em que suas condiçoes <strong>de</strong> temperatura, salinida<strong>de</strong> e turbi<strong>de</strong>z são<br />

distintamente não uniformes; representam também uma área <strong>de</strong> mui<br />

to valor para as comunida<strong>de</strong>s humanas, visto que uma gran<strong>de</strong> paf<br />

cela do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, induçtria 1, comercia 1, resi<br />

<strong>de</strong>ncial, e <strong>de</strong> recreação do homem, caracterizando importantes<br />

complexos urbanos, se localizam nas regiões estuarinas, <strong>de</strong>vido,<br />

W<br />

principalmente, às suas águas férteis, porque sao um abrigo por<br />

tuá<strong>rio</strong> natural contra as ações do mar (ondas, etc.), 9 pelo fa<br />

to <strong>de</strong> representarem um elo <strong>de</strong> ligação (através da na ve gação )<br />

unindo o mar ao continente, Como, portanto, as regiões estuari-<br />

nas são áreas do gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> ambienta1 e por isto mesmo<br />

.v<br />

também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> com relaçgo às açoes impactantes<br />

geradas pelo homem, é imprescindível que qualquer tipo <strong>de</strong> atua-<br />

ção neste ecossistema seja estudada com muito rigor e cautela<br />

visando ao mesmo tempo manter a continuida<strong>de</strong> do progresso hmano<br />

9 afetar ao mlnimo o meio-ambiente on<strong>de</strong> ele vive e do qual <strong>de</strong>-<br />

pen<strong>de</strong>.<br />

O pressnte trabalho tsm por objetivo o<br />

<strong>de</strong> estudar a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegação em regiões e2<br />

tuarinas consi<strong>de</strong>rando estas áreas como elos <strong>de</strong> ligação entre a<br />

navegação inte<strong>rio</strong>r e a marítima. Este representa um tema comple<br />

-<br />

xo e que ainda necessita <strong>de</strong> muitas pesquisas e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

W<br />

<strong>de</strong> tecnologia que procure analisar a interaçao entre os ~arâm~<br />

W<br />

tros intervenientes nos sistemas <strong>de</strong> navegação em relaçao aos <strong>de</strong><br />

um estuá<strong>rio</strong>, No entanto, procuraremos <strong>de</strong>senvolver os principais<br />

a çpectos <strong>de</strong> interesse (ativida<strong>de</strong>s e obras portuárias, inf luên<br />

-<br />

tia <strong>de</strong> parâmetros ambientais - como ventos, marés, correntes,<br />

W<br />

ondas, sedimentos, etc. - implantação <strong>de</strong> obras e atuaçoes <strong>de</strong> ec<br />

-<br />

-<br />

-


Y<br />

genharia - como diques, espigoes, dragagem, obras <strong>de</strong> proteção<br />

<strong>de</strong> margem, sinalização e ba lizamento - e outros), dando maior<br />

ênfase sobre a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s,<br />

N<br />

inclusive com casos práticos <strong>de</strong> estudos e proposiçoo <strong>de</strong> so &<br />

W<br />

çoes; este é um assunto que julgamos ser <strong>de</strong> extrema significa-<br />

$0 para o Brasil, pais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e potente re<strong>de</strong> potamográfica<br />

e possuindo litoral com mais <strong>de</strong> 8.000 quilÔmetros <strong>de</strong> extensão.<br />

f também importante ressaltar que o dimensionamento correto e a<br />

utilizacão eficiente dos sistemas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s(lg<br />

vando-se em consi<strong>de</strong>ração os aspectos técnicos, econÔmicos, sg<br />

ciaiç e ecológicos do assunto) acarreta ,certamente, em economia<br />

<strong>de</strong> transporte (o custo por da via gerada é mais bai<br />

xo com relação 5s outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte), maior <strong>de</strong><br />

LY LI<br />

senvolvimento para a naçao, melhor utilizaçao dos recursos na<br />

turais (aproveitamento da via navegável natural e<br />

N<br />

minimizaçao<br />

<strong>de</strong> impactos ambientais nos estuá<strong>rio</strong>s), bem como aten<strong>de</strong> aos as<br />

pectos <strong>de</strong> segurança nacional, promove a interligação do mar com<br />

o continente e, enfim, atua como um fator polarizador do <strong>de</strong>sec<br />

volvimento <strong>de</strong> toda uma macroregiao , contribuindo para o progrez<br />

so e melhoria do nível <strong>de</strong> vida das comunida<strong>de</strong>s humanas que aí<br />

uivem.<br />

."<br />

-<br />

-


Historicamente, o termo estuá<strong>rio</strong> é conhe<br />

cido como uma zona em que a água doce (do <strong>rio</strong>) e a salgada (do<br />

mar) estão em processo <strong>de</strong> mistura; é também a parte do <strong>rio</strong> que<br />

sofre a influência da ação das marés, De acordo com uma <strong>de</strong>fini<br />

-<br />

ção mo<strong>de</strong>rna dada por PRITCHARD (76), um estuá<strong>rio</strong> é um corpo <strong>de</strong><br />

água semi-f echado tendo uma conexão livre com o mar aberto e<br />

<strong>de</strong>ntro do qual a água do mar é mo<strong>de</strong>radamente diluida com a água<br />

do <strong>rio</strong> proveniente do continente; esta <strong>de</strong>f inigo ampla inclui<br />

balas, estreitos, enseadas, fJords e lagoas. O estuá<strong>rio</strong> &o pg<br />

<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como um sistema isolado; ele possui em sua<br />

totalida<strong>de</strong> muitas partes em inter-<strong>de</strong>pendência ; a diluição da<br />

água do mar no estuá<strong>rio</strong> 6 variável, sendo influenciada pela c=<br />

pacidads hldrica do <strong>rio</strong>; o movimento <strong>de</strong> água sob a ação <strong>de</strong> mg<br />

rés e dos escoamentos fluviais é também bastante inter-relacionado<br />

com o movimento <strong>de</strong> sedimentos no estuá<strong>rio</strong>; as suas condi -<br />

çÕes <strong>de</strong> temperatura, salinida<strong>de</strong> e turbi<strong>de</strong>z também são distinta -<br />

mente não uniformes. Portanto, o estuá<strong>rio</strong> correspon<strong>de</strong> a um<br />

meio ambiente extremamente instável e complexo, e que <strong>de</strong>ve<br />

sempre analisado com muita cautela,<br />

ser<br />

Os estuá<strong>rio</strong>s têm sido <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importân -<br />

tia para as ativida<strong>de</strong>s humanas; dois terços das maiores cida<strong>de</strong>s<br />

do mundo estão situadas a estas áreas; isto se <strong>de</strong>ve<br />

principalmente, abundância <strong>de</strong> vida nos estuá<strong>rio</strong>s, recreação,<br />

protegão natural a embarcações, e à ação <strong>de</strong> receptor dos <strong>de</strong>spe<br />

jos domésticos e industriais. ~lém disso, em muitas regiões, os<br />

ecossistemas estuarinos têm sido sujeitos atualmente a ações i- m<br />

pactantes negativas provenientes das ativida<strong>de</strong>s humanas tais c2<br />

mo a alteração dos escoamentos dos <strong>rio</strong>s, dragagem dos estuá<strong>rio</strong>s<br />

e utilizagão <strong>de</strong> suas águas para dispersão <strong>de</strong> cargas concentrz<br />

das <strong>de</strong> efluentes e resfriamento para indústrias; tais ações i'<br />

pactantes ten<strong>de</strong>m a se ampliar no futuro; é importante,portanto,<br />

que o homem se conscientiae <strong>de</strong>ssas consequências ecolÓgicas nz<br />

gativas e procure atuar nos estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> forma a minimizar os<br />

impactos ambientais neles gerados,


A ciência <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s comparada com a<br />

ciência <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s e lagos <strong>de</strong> um lado e a <strong>de</strong> oceanos profundos <strong>de</strong><br />

outro, é, conforme já dissemos ante<strong>rio</strong>rmente, extremamente com<br />

plexa; um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> conceitos diferentes estão envolvi<br />

dos no comportamento estuarino; como exemplo, citamos a circula<br />

$20 e os <strong>de</strong> mistura em estuá<strong>rio</strong>s, que requerem uma ang<br />

lise física e hidrodinâmica profunda; circulação e ~adrões <strong>de</strong><br />

mistura são difíceis tanto <strong>de</strong> se medir quanto <strong>de</strong> se analisar<br />

porque eles não representam um estado estacioná<strong>rio</strong>, mas estão<br />

sujeitos a variações incessantes em resposta às marés <strong>de</strong> vazac<br />

te e <strong>de</strong> enchente, variações no escoamento <strong>de</strong> água doce, efeitos<br />

variáveis <strong>de</strong> ventos, irregularida<strong>de</strong>s na geometria do estuá<strong>rio</strong>,<br />

e diferenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> entre a água doce e a água salgada, O<br />

estudo da hidrodinâmica <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração<br />

as equações básicas <strong>de</strong> estado, <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa e <strong>de</strong> con<br />

ssrvação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento; em gera1,as equações <strong>de</strong> e2<br />

tado relacionam a massa especifica do fluido com a salinida<strong>de</strong>,<br />

temperatura e pressão; as <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa po<strong>de</strong>m ser rs<br />

lativas a água (equação da continuida<strong>de</strong>) ou a constituintes em<br />

suspensão (equação <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis ou <strong>de</strong> balanço<br />

salino ou <strong>de</strong> difusão); as equações <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> movimento são obtidas a partir da segunda Lei <strong>de</strong> Neuiton e<br />

são normalmente expressas em três equações componentes in<strong>de</strong>pec<br />

<strong>de</strong>ntes (numa análise tri-dimensional) em um sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<br />

-<br />

das cartesiano. porém, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> diversificação e varia-<br />

lida<strong>de</strong> dos parâmetros intervenientes nos estudos estuarinos, o<br />

que tornaria muito complexo e extenso o <strong>de</strong>senvolvimento matemi<br />

tico do assunto (o que 6 visto <strong>de</strong> forma simplif icada no item IV.1<br />

do presente trabalho), procuraremos, ao longo <strong>de</strong>ste capitulo,<br />

fazer uma análise geral dos estuá<strong>rio</strong>s, dando ênfase ao entendi<br />

-<br />

mento físico <strong>de</strong> seus parâmetros <strong>de</strong> influência,<br />

II,2) O MEIO AMBIENTE ESTUARINO<br />

O estuá<strong>rio</strong>, <strong>de</strong>vido à sua posição, sofre<br />

a ação combinada dos ecossistemas fluviais e marítimos.~~ águas<br />

#"<br />

estuarinas, que possuem condiçoes do temperatura, salinida<strong>de</strong> e<br />

turbi<strong>de</strong>z variáveis, são caracterizadas por sua rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> res<br />

posta às mudanças realizadas no seu meio ambiente; alas são noz<br />

malmente ricas em nutrientes provenientes do continente que são<br />

-<br />

-


transportados para as águas costeiras, f ertilizando-as;as águas<br />

dos estuá<strong>rio</strong>s contêm, também, uma biota formado por seleção a-<br />

biental, possuindo seres (animais e vegetais) representativos da<br />

água doce e da água salgada; <strong>de</strong>vido a variabilida<strong>de</strong> da diluição<br />

da água do mar no estuá<strong>rio</strong>, os organismos que vivem em águas<br />

estuarinas são adaptados a gran<strong>de</strong>s mudanças em concentração <strong>de</strong><br />

sal e, em regiões temperadas, a gran<strong>de</strong>s variações em temperati<br />

ra<br />

Portanto, o ecossistema estuarino* <strong>de</strong>vi -<br />

do 4 sua complexida<strong>de</strong> e variabilida<strong>de</strong>, possui uma gran<strong>de</strong> riq*<br />

za ecológica; um ecossistema estuarino saudável 6 muito mais<br />

produtivo do que um ecossistema fluvial ou mesmo da que outros<br />

ecossistemas maritimos; além disso os estuá<strong>rio</strong>s, <strong>de</strong>vido à sua<br />

variabilida<strong>de</strong> ambiental, possuem certas espécies que po<strong>de</strong>m a$<br />

viver como resi<strong>de</strong>ntes permanentes, espécies estas capazes <strong>de</strong> su -<br />

portar pequenos períodos <strong>de</strong> condiçÕes extremas, tais como c-<br />

tos mariscos ou outros moluscos <strong>de</strong> concha. Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

peixes marinhos importantes comercialmente são também nativos<br />

dos estuá<strong>rio</strong>s, cujo meio ambiente atua como região geradora ou<br />

criadora para muitas espécies.<br />

O influxo do <strong>rio</strong> fornece para o estuá<strong>rio</strong><br />

recursos primá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> nutrientes, tais como nitratos e fosfatos,<br />

que são mais concentrados nesta região do que no r ; estes nz<br />

trientes são utilizados pelos planctons através da ação fotos<br />

sintética da luz solar ; <strong>de</strong>vido 5 mistura energética ,este procso<br />

6 inteiramente realizado apesar dos níveis elevados <strong>de</strong> sedi<br />

mentss em suspensão, que restringem a penetração <strong>de</strong> luz a uma<br />

camada relativamente fina. A s concentrações <strong>de</strong> plancton po<strong>de</strong>m<br />

ser extremamente altas, e quando isto ocorre os níveis tróficos<br />

da ca<strong>de</strong>ia alimentar(p,ex. rnoluscas <strong>de</strong> concha e peixes jo~ens)~ê<br />

um suprimento amplo <strong>de</strong> alimento. Estas concentrações elevadas<br />

produzem também quantida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos orgânicos nos<br />

sedimentos que po<strong>de</strong>m ser utilizados pelas organismos <strong>de</strong> fundo<br />

que se alimentam <strong>de</strong>sse material, e que po<strong>de</strong>m se espalhar na mas<br />

sa d'água principal através da ação das marés. ~á também uma r2<br />

laça0 gran<strong>de</strong> entre os padrões <strong>de</strong> circulação em estuá<strong>rio</strong>s e as<br />

distribuiçÕes da fauna ; por exemplo, várias espécies <strong>de</strong> planc<br />

ton peculiares aos estuá<strong>rio</strong>s parecem restringir as suas distri<br />

-<br />

-


uições utilizando os padrões <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> água estuarinos.<br />

Dentre os fatores do meio ambiente que<br />

têm influência no comportamento estuarino, <strong>de</strong>stacam-se a salini<br />

da<strong>de</strong>, temperatura, processos sediment016~icos, marés, ondas,cor<br />

rentes, escoamento "run-of f " proveniente do continente,a tuações<br />

meteorológicas (ventos, gradientes <strong>de</strong> ~ressão, etc. ),topografia<br />

do estuá<strong>rio</strong>, latitu<strong>de</strong>, etc. Na realização <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> engenhz<br />

ria em estua'<strong>rio</strong>s (navegação, obras portuárias, etc.) <strong>de</strong>ve-se<br />

nalisar cada um dos fatores ambientai~, procurando-se <strong>de</strong>talhar<br />

os <strong>de</strong> maior predominância <strong>de</strong> acordo com as particularida<strong>de</strong>s 12<br />

cais, fatores estes que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados com muita cautz<br />

la <strong>de</strong>vido à sua influência na <strong>de</strong>finição da fauna, flora e meio<br />

ambiente estuarinos, bam corno <strong>de</strong> atuação nas obras <strong>de</strong> engenha -<br />

ria a serem implantadas, e que po<strong>de</strong>m, se analisados in<strong>de</strong>vidamec<br />

te, inviabilizar a empreendimento hidráulico e até mesmo faz;-<br />

10 gerar, ao contrá<strong>rio</strong> do que se espera, malef ícios para o pr4<br />

p<strong>rio</strong> ser humano,<br />

Devido 5 variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus pa râm2<br />

tros <strong>de</strong> influência, os estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vem possuir padrões <strong>de</strong> clas<br />

sif icação <strong>de</strong>finidos que permitam uma melhor caracterização do<br />

comportamento estuarino. Os esquemas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> estu<strong>rio</strong>s<br />

po<strong>de</strong>m diferir <strong>de</strong> acordo com o crité<strong>rio</strong> a ser utilizado; no<br />

presente trabalho procuraremos caracterizar os padrões <strong>de</strong> claz<br />

sif icação mais importantes,que &o pela topografia, pela estru -<br />

tura salina, e através do diagrama circulagão/estratif icação.<br />

11.3.1) classificação pela To,poqrafia<br />

Segundo a classificação topográfica, da<br />

da por PRITCHARD ( 76 ), um estuá<strong>rio</strong> po<strong>de</strong> ser classificado em<br />

três grupos pr incipa isr estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> planl*cies co steiras,f jords<br />

e lagoas,<br />

Os estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> planhies costeiras fg<br />

ram formados <strong>de</strong>vido elevação do nivel do mar inundando os v=


les <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s, As profundida<strong>de</strong>s máximas nestes estuá<strong>rio</strong>s dificil I<br />

mente ultrapassam 30 metros,tendo em média uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

10 metros; há também um aprofundamento e alargamento médios do<br />

leito estuarino em direção à embocadura, o que po<strong>de</strong> ser altera -<br />

do pela presença <strong>de</strong> posstveis pontos <strong>de</strong> sedimentago no leito<br />

(ou baixios). O s estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> ~lanicies costeiras &o normal me^<br />

te orientados perpendicularmente 3 costz e também se caracterk<br />

zam por um certo grau <strong>de</strong> sinuosida<strong>de</strong> do seu canal central, que<br />

vai variar em função da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> água, da<br />

concentração,e do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição dos sedimentos transporths<br />

no estuá<strong>rio</strong>. tom relação ao processo <strong>de</strong> sedimentação nestes e2<br />

tuá<strong>rio</strong>s, nota-se também que em seus limites supe<strong>rio</strong>res há a - o<br />

corrência <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos <strong>de</strong> material coesL<br />

vo (proveniente do continente), enquanto que em direção à embg<br />

cadura vai aumentando a concentração <strong>de</strong> material arenoso(prg<br />

veniente do mar), que penetram no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong>vido principalmen -<br />

te aos movimentos <strong>de</strong> maré, inclusive com a poss~vel formação <strong>de</strong><br />

barras e <strong>de</strong>ltas nas regiões práximas à embocadura estuarina.<br />

Os estuá<strong>rio</strong>s tipo fjords foram formdos<br />

<strong>de</strong>vido a erosão glacial <strong>de</strong> planicies costeiras pela pressão das<br />

geleiras continentais que aprofundavam e alargavam os vales pré-<br />

existentes, tornando as suas pare<strong>de</strong>s muito ingremes, o que rg<br />

sultou em seções em forma <strong>de</strong> U, Com o movimento das geleiras,<br />

gran<strong>de</strong>s barras rochosas (soleiras) foram formadas no final dos<br />

vales existentes restringindo a penetração da água do mar, SE<br />

leiras estas que po<strong>de</strong>m ser bastante rasas (em torno & 40 a 150<br />

metros) em comparação com a profundida<strong>de</strong> da bacia do fjord (em<br />

torno <strong>de</strong> 800m), A circulação <strong>de</strong> água nestes est&<strong>rio</strong>s normalme2<br />

te ocorre somente numa camada acima das soleiras, sendo a área<br />

inteira abaixo das soleiras formadas por água estagnada. A ocor<br />

rência <strong>de</strong> fjords 6 normalmente restrita a latitu<strong>de</strong>s altas em rg<br />

giÕes montanhosas e, <strong>de</strong>vido a isto, possuem geralmente fundos<br />

rochosos, sendo o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>po si @o <strong>de</strong> sedimentos restringi<br />

do à cabeça (parte alta) do f jord, on<strong>de</strong> penetram os principais<br />

<strong>rio</strong>s.<br />

Os estuá<strong>rio</strong>s tipo lagoas fopam formados<br />

<strong>de</strong>vido & elevação do nível do mar, da mesma forma do que os do


tipo planícies costeiras. No entanto,~ processo <strong>de</strong> formação das<br />

lagoas se caracteriza pela ocorrência <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> areia,<br />

formadas <strong>de</strong>vido a ação das ondas do mar; estas barras &o noz<br />

malmente as barras <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> rebentação formadas on<strong>de</strong> as<br />

das rebentam na praia, et para o seu processo <strong>de</strong> formação,<br />

op<br />

nor -<br />

malmente só suportam pequenas amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maré e &o localizg<br />

das em zonas <strong>de</strong> forte transporte <strong>de</strong> sedimentos. Desta forma, <strong>de</strong><br />

vido a este processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos, as lagoas c02<br />

teiras normalmente possuem profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> poucos metros; <strong>de</strong>vi -<br />

do também ?i sua variação <strong>de</strong> seção transversal, as velocida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> corrente costumam ser mais elsvadas nas embocaduras ( se~ão<br />

mais estreita), mas em regiões mais largas, em direção ao intg<br />

<strong>rio</strong>r das lagoas, essas velocida<strong>de</strong>s diminuem consi<strong>de</strong>ravelmente,<br />

Nestes tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s o processo <strong>de</strong> circulação é constante<br />

com a profundida<strong>de</strong> e a estrutura salina normalmente mostra uma<br />

ausência <strong>de</strong> estratificação, isto 8, a salinida<strong>de</strong> da água é conz<br />

tante com a profundida<strong>de</strong>. As lagoas costeiras são,também, usual<br />

mente localizadas paralelamente & costa e a sua estrutura di& -<br />

mica vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do tipo <strong>de</strong> embocadura (lagoa obstruida, res<br />

trita ou vazada ), ventos, escoamento run-of f proveniente do<br />

continente, e da maré; elas são geralmente encontradas em áreas<br />

tropicais ou em áreas com <strong>de</strong>posição costeira <strong>de</strong> sedimentos bas<br />

tante <strong>de</strong>senvolvida,<br />

11.3.2) ~lassificação através do diagrama ~irculação/~stratif icação<br />

A classificação <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s através do<br />

diagrama ~ircula~ão/~stratificação foi <strong>de</strong>senvolvida por HANSEN<br />

e RATTRAY ( 36 ); ela correspon<strong>de</strong> a uma classificação dinâmica<br />

<strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s baseada em dois parâmetras adimensionais, a sabers<br />

um par6metro <strong>de</strong> circulação u /u<br />

s<br />

isto é, a relação entre a<br />

f'<br />

locida<strong>de</strong> liquida <strong>de</strong> superficie e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água doce;<br />

v=<br />

e<br />

um parâmetro <strong>de</strong> estratif icação As/s~, isto é, a relação entre<br />

a diferença <strong>de</strong> salinih<strong>de</strong> entre o fundo e a superficie e a sali<br />

nida<strong>de</strong> média da seção transversal,<br />

O diagrama esque&tico <strong>de</strong> classificação<br />

6 mostrado na Figura (1).


FIGURA (1) - Diagrama esquernático <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong><br />

estuá<strong>rio</strong>s, através dos parârnatros <strong>de</strong> ci;<br />

culação e eçtratifica~ão ( a partir <strong>de</strong><br />

HANSEN u RATTRAY (36)).<br />

O estuá<strong>rio</strong> tipo 1, em geral, é represe2<br />

tativo <strong>de</strong> lagoas costeiras, correspon<strong>de</strong>ndo a valores para o pa<br />

râmetro <strong>de</strong> circulaç~o bem baixos; o escoamento resultante é noz<br />

malmente em direção ao mar em qualquer profundida<strong>de</strong> do estuá<strong>rio</strong><br />

e o transporte salino em direção a montante 6 realizado prin<br />

cipalmente por difusão. O estuá<strong>rio</strong> tipo 2 correspon<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma<br />

geral, aos do tipo parcialmente misturado (pela classificação<br />

<strong>de</strong> estrutura salina) ou do tipo <strong>de</strong> planlcies coeteiras (pela<br />

classificação topográfica), em que o escoamento 6 reverso com<br />

a profundida<strong>de</strong> e tanto o movimento <strong>de</strong> advecção(formado <strong>de</strong>vido a<br />

atuações meteorológicas, escoamento "run-off I' e a través da<br />

velocida<strong>de</strong> induzida pelas marés) quanto o <strong>de</strong> difusão (<strong>de</strong>vido a<br />

-


velocida<strong>de</strong> induzida <strong>de</strong> turbulência) contribuem para o fluxo sg<br />

lino na direção <strong>de</strong> montante, No estuá<strong>rio</strong> tipo 3 a transferência<br />

<strong>de</strong> sal é predominantemente por advecção, caracterizando os e2<br />

treitos e fjords, O tipo 4 correspon<strong>de</strong> ao estuá<strong>rio</strong> altamente es<br />

-<br />

tratificado (estuá<strong>rio</strong> tipo cunha salina), sendo caracterizado<br />

por valores mais elevados do parâmetro <strong>de</strong> estratif icação.<br />

11.3.3) ~lassif icação pela Estrutura Salina<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água doce que um estui<br />

<strong>rio</strong> recebe (proveniente da drenagem continental) e o grau em<br />

que ela se mistura com a água salgada no estuá<strong>rio</strong> são <strong>de</strong> impor<br />

tância capital no estabelecimento dos <strong>de</strong> circulação veL<br />

tical do sistema. De acordo com este ponto <strong>de</strong> vista, os estuá<br />

<strong>rio</strong>s po<strong>de</strong>m ser cla ssif icados como altamente estratif icados, paL<br />

cialmente misturados e bem misturados,<br />

11,3,3,1) ~stuá<strong>rio</strong>s Altamente Estratif icados ou ~stua<strong>rio</strong>s <strong>de</strong><br />

Cunha Salina<br />

Um valor aproximado para o tipo <strong>de</strong> m i s<br />

tura entre a água salgada e a doce <strong>de</strong> um dado estuá<strong>rio</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

estabelecida dividindo-se o volume <strong>de</strong> água doce que entra no<br />

sistema durante o ciclo <strong>de</strong> maré pelo prisma <strong>de</strong> maré. Se o res-<br />

tado 6 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 ou mais, o estuá<strong>rio</strong> é consi<strong>de</strong>rado como sen<br />

do do tipo altamente estratificado (SIMMONS(~~ )),<br />

O estuá<strong>rio</strong> altamente estratificada tem a<br />

predominância da água doce sobre o escoamento <strong>de</strong> mar;, As águas<br />

doce e salgada permanecem separadas; a cunha salina (fig.2) pe<br />

netra no estuá<strong>rio</strong> até uma distância que é função da profundida -<br />

<strong>de</strong>, largura, topografia <strong>de</strong> fundo, escoamento <strong>de</strong> água doce e<br />

f erenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. O sstuária altamente estratif icado é<br />

dq<br />

ca -<br />

racterizado por correntes rápidas <strong>de</strong> fundo e <strong>de</strong> superfhie e<br />

uma difusão relativamente pequena das camadas <strong>de</strong> água salgada<br />

infe<strong>rio</strong>res <strong>de</strong>ntro das camadas <strong>de</strong> água doce supe<strong>rio</strong>res; <strong>de</strong>vido à<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cizalhamento ao longo da interface entre a água<br />

doce e a água salgada, uma camada fina no topo da superf hie da<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


cunha salina será arrastada em direção ao mar; quando este cizg<br />

lhamento 6 suficientemente intenso formam-se onda s,que rebentam<br />

na interface e, então,a água salgada penetra no volume <strong>de</strong> água<br />

doce; este processo 6 chamado <strong>de</strong> arrastamento ("entrainment").<br />

p i";<br />

s (0/00)<br />

--- (2) - \<br />

-... ... ...a*<br />

-e.<br />

-&'(2 )<br />

( I 1<br />

t'IGURA (2) - ~ondi~ões tipicas para o estuá<strong>rio</strong><br />

altamente estratif icado.<br />

Com relação ao comprimento <strong>de</strong> penetração<br />

da cunha salina, a sua <strong>de</strong>pendência com a profundida<strong>de</strong> do sstu&o<br />

é um dos fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Qualquer aprofundamento<br />

<strong>de</strong> canal em regiões estuarinas para fins <strong>de</strong> navegação irá afe -<br />

tar a distribuição salina a montante, e, portanto, mudanças pg<br />

quenas na profundida<strong>de</strong> do canal po<strong>de</strong>m gerar variações gran<strong>de</strong>s<br />

no comprimento <strong>de</strong> intrusão salina.<br />

De uma forma geral, nos estuá<strong>rio</strong>s alta -<br />

mente estratificados o escoamento d'água na direção <strong>de</strong> montante<br />

ocorre sob a cunha salina durante a maré <strong>de</strong> enchente, enquanto<br />

que o escoamento para jusante ocorre na camada <strong>de</strong> água acima da<br />

cunha. No entanto, durante a maré <strong>de</strong> vazante, o escoamento na<br />

cunha po<strong>de</strong> se inverter e a corrente ter o sentido predominante<br />

em direção ao mar em qualquer profundida<strong>de</strong> do estuá<strong>rio</strong>.<br />

~stuá<strong>rio</strong>s Parcialmente Misturados<br />

R cunha salina simples, que vai geralrnez<br />

te existir no caso <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> altamente estratificado, tor-


na-se um fenômeno mais complexo para o caso <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> par<br />

cialmente misturado, Normalmente, o sistema <strong>de</strong> correntes vai <strong>de</strong><br />

-<br />

pen<strong>de</strong>r principalmente <strong>de</strong> fatores comor ação da mar8 causando fli<br />

tuação nos niveis d 'água ; diferenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>; correntes do<br />

<strong>rio</strong>; geometria do estuá<strong>rio</strong>, causando remoinhos e contra-corren-<br />

tes; alteração das correntes <strong>de</strong>vido 5 forçc., <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis; e ação<br />

<strong>de</strong> ondas, incluindo o transporte <strong>de</strong> massa pelas ondas, Com a<br />

atuação mais influente das marés, os comp~nentes globais do e2<br />

kuá<strong>rio</strong> irão oscilar, caracterizando o tipo parcialmente mistura<br />

-<br />

do<br />

Nos estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados a<br />

proporpão da <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> água doce com relação ao prisma <strong>de</strong> ma-<br />

ré está normalmente em torno <strong>de</strong> 0.2 a 0.5. A interface entre a<br />

água mais doce e a água mais salgada já não é tão claramente <strong>de</strong><br />

f inida como no tipo altamente estratif icado <strong>de</strong>vido principalmen<br />

te 5 mistura mais eficiente entre :-. Zgua doce e a salgada. ~lém<br />

disso, a superf4cie <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> aumenta, também, <strong>de</strong> forma mui<br />

to mais estável <strong>de</strong> montantepara jusante do estuá<strong>rio</strong>, conforme<br />

po<strong>de</strong>-se verificar pela comparação entre a Figura (2) e a Figura<br />

(3 I*<br />

Nos estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados a<br />

troca verticol <strong>de</strong> água salgada com água doce se realiza basica<br />

-<br />

mente através <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> difusão, possuindo, <strong>de</strong>sta forma,<br />

conforme já foi dito, uma estrutura salina diferente da do tipo<br />

altamente estratificado, como está mostrado na Figura (3),<br />

ISOHALINAS<br />

FIGURA (3) - condições tipicas para o eçtui<br />

<strong>rio</strong> parcialmente misturado.<br />

-


Devido 6 relação entre a amplitu<strong>de</strong> e cor<br />

rentes <strong>de</strong> maré e a salinida<strong>de</strong> no estuá<strong>rio</strong> parcialmente mistura<br />

-<br />

do, e <strong>de</strong> acordo com uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong> e geometria do<br />

estuá<strong>rio</strong>, torna-se possível a penetração da onda <strong>de</strong> maré que,<br />

refletida da extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> montante e retomando à embocadura<br />

do estuá<strong>rio</strong> em um tempo igual a um harmônico do período <strong>de</strong> maré,<br />

po<strong>de</strong> gerar ressonância no sistem a partir <strong>de</strong> sua interação com<br />

a onda inci<strong>de</strong>nte subsequente, Um outro f enÔmeno também passível<br />

<strong>de</strong> ocorrer em estuá<strong>rio</strong>s é o da paroroca, que correspon<strong>de</strong> a uma<br />

intumescência do nfvel d'água, com uma elevação da altura e da<br />

esbeltez da onda <strong>de</strong> maré, <strong>de</strong>vido a variações locais em profundi<br />

da<strong>de</strong> e largura no estuá<strong>rio</strong>.<br />

11.3~3.3) ~stuá<strong>rio</strong>s Bem Misturados<br />

Nos estuá<strong>rio</strong>s bem misturados as forças<br />

<strong>de</strong> maré predominam sobre o influxo <strong>de</strong> água doce <strong>de</strong> tal forma<br />

que as águi3rs salgada e doce são razoavelmente bem misturadas ao<br />

longo da vertical. Nestes estuá<strong>rio</strong>s a proporção da <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong><br />

água doce com relago ao prisma <strong>de</strong> maré é normalmente da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 0.1 ou menos (SIMMONS( 84)), e as correntes também mudam <strong>de</strong><br />

sentido com a fase da maré ao longo do estuá<strong>rio</strong>,<br />

Os estuá<strong>rio</strong>s bem misturados vão normal -<br />

mente existir quando a sego transversal <strong>de</strong> escoamento 6 peque<br />

na, fazendo com que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cizalhamento no fundo possa<br />

ter magnitu<strong>de</strong> suficiente para misturar completamente a coluna<br />

d'água e fazer com que o estuá<strong>rio</strong> se torne verticalmente homogi<br />

neo. Devido ao fato <strong>de</strong> não existir gradiente vertical <strong>de</strong> salin&<br />

da<strong>de</strong>, não há também fluxo vertical salino e o processo <strong>de</strong> mistz<br />

ra ocorre predominantemente na direção horizontal, conforme 6<br />

mostrado na Figura (4). Restes tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong> a salinida<strong>de</strong><br />

aumenta igualmente em direção à embocadura e o escoamento médio<br />

é em direção ao mar em qualquer seção transversal do estuá<strong>rio</strong>;<br />

isto <strong>de</strong>veria gerar uma tendência <strong>de</strong> carreamento <strong>de</strong> volume sali<br />

no para fora do estuá<strong>rio</strong>, o que ngo ocorre <strong>de</strong>vido a um balanço<br />

realizado através <strong>de</strong> troca salina turbulenta (movimento <strong>de</strong> difu<br />

-<br />

são turbulenta) que está associada ao efeito <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong><br />

maré <strong>de</strong>vido a irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> topografia e esforços <strong>de</strong> cio<br />

-


Ihamento <strong>de</strong> funda.<br />

ISOHALINAS<br />

(1<br />

ENCHE<br />

FIGURA (4) - condições típicas para o estui<br />

<strong>rio</strong> bem misturado.<br />

.*<br />

Quando os estuá<strong>rio</strong>s bem misturados sao<br />

suficientemente largos, o escoamanto, <strong>de</strong>vido força <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>-<br />

lis, vai ser separado horizontalmente, tornando-se um escoame5<br />

to nao homogêneo lateralmente. Devido a isto, vai acorrer um es-<br />

coamento resultante em direção ao mar ao longo <strong>de</strong> todas as prg<br />

fundida<strong>de</strong>s do lado esquerda (observando-se o escoamento <strong>de</strong> ju-<br />

santa para montante) no hemisfé<strong>rio</strong> sul, e o escoaisnto <strong>de</strong> com<br />

pensação em direção ao continente ocorrerá pelo lado direito do<br />

estuá<strong>rio</strong>, conforme po<strong>de</strong>-se observar pela Figura (5)<br />

I SOHALINAS<br />

d - LADO DIREITO DA SEÇAO TRANSVERSAL<br />

e - LADO ESQUERDO DA SEÇAO TRANSVERSAL<br />

I<br />

FIGURA (5) - ~ ~ n d i ~ õtipicas e s para o estuá<strong>rio</strong> bem<br />

misturado não-homogêneo lateralmente,<br />

no hemisfé<strong>rio</strong> sul.


Com relação a caracterização a<strong>de</strong>quada<br />

dos tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s, ela vai ter uma variação temporal e e2<br />

pa c ial ao longo do estirão estuarino, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo, principalmente,<br />

<strong>de</strong> acordo com a classificação pela estrutura salina, da rela<br />

$0 entre o escoamento fluvial (água doce) e o <strong>de</strong> maré ( água<br />

salgada). próximo cabeça do estuá<strong>rio</strong>, on<strong>de</strong> a salinida<strong>de</strong> e a<br />

amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maré são reduzidas, há uma predominância da vazão<br />

fluvial, com a formação <strong>de</strong> uma cunha salina e a caracterização,<br />

<strong>de</strong>sta forma, do estuá<strong>rio</strong> tipo altamente estratificado; já, no<br />

entanto, em regiões do estirão estuarino mais a jusante po<strong>de</strong> h%<br />

ver uma maior influência da maré, o que po<strong>de</strong> gerar a formagão<br />

<strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> parcialmente misturado. Com relaçãa a variação<br />

temporal ela vai ser função da estação do ano, pois z vazão<br />

<strong>de</strong> água fluvial (LiR) a ser consi<strong>de</strong>rada nos estudos estuarinos<br />

vai variar <strong>de</strong> acordo com a distribuição pluviométrica anual,<br />

promovendo, <strong>de</strong>starte, uma variação nos tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s.<br />

O problema <strong>de</strong> poluição em estuá<strong>rio</strong>s se<br />

relaciona com a distribuição temporal e espacial <strong>de</strong> contaminan<br />

tes introduzidos no estuá<strong>rio</strong> e com os seus efeitos na qualida<strong>de</strong><br />

da água. A análise dos efeitos da poluição é importante na prc<br />

visão do grau <strong>de</strong> tratamento e das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos muni -<br />

cipais e industriais que po<strong>de</strong>m ser tolerados pelo sistema <strong>de</strong><br />

circulação natural <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong>.<br />

Uma análise cuidadosa das características<br />

do estuá<strong>rio</strong> é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na previsão da distribuição<br />

<strong>de</strong> efluentes <strong>de</strong>scarregados neste ecossistema. Se um poluente<br />

conservativo não bio-<strong>de</strong>gradável é <strong>de</strong>scarregado a uma taxa conz<br />

tante em um estuá<strong>rio</strong>, a concentração do ef luente na água vai v2<br />

riar com a velocida<strong>de</strong> da corrente da maré, e vai se espalhar na<br />

massa d @água através da mistura turbulenta, possuindo uma<br />

centração mais elevada ao ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga. A s<br />

COE<br />

condi -<br />

çÕes <strong>de</strong> distribuição do efluente vão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r gran<strong>de</strong>mente se a<br />

<strong>de</strong>scarga é <strong>de</strong> um liquido <strong>de</strong>nso ou leve e se a <strong>de</strong>scarga é reali -<br />

zada em camadas supe<strong>rio</strong>res ou infe<strong>rio</strong>res da massa <strong>de</strong>água; para<br />

obter-se, por exemplo, a diluição máxima inicial <strong>de</strong>veria-se <strong>de</strong>2<br />

-


carregar um efluente leve ao fundo do estuá<strong>rio</strong>, <strong>de</strong> foz<br />

ma que ele se misturaria rapidamente 6 medida que subisse, Para<br />

poluentes não conserva tivos, tais como bactérias coliformes prg<br />

venientes dos <strong>de</strong>spejos dom6sticos, a previsão se torna mais di<br />

f ícil; a população <strong>de</strong> bactérias morre progressivamente através<br />

da ação da luz solar, e concentrações do poluente diminuem com<br />

o tempo assim como pela diluição,<br />

O material em suspensão em estuá<strong>rio</strong>s prz<br />

vem <strong>de</strong> diversas origens$ <strong>rio</strong>s, atmosfera, escoamentos <strong>de</strong> encosta<br />

("run-offN),erorão costeira, erosão <strong>de</strong> fundo do mar, organismos e<br />

<strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos em forma particular. Os poluentes inter;<br />

gem cem a matéria em suspensão; a interação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>mente<br />

das condições das regiões 5s part!kulas,bem comoda natl<br />

reza das particulas e dos poluentes envolvidos, 0s possiveis<br />

efeitos danosos <strong>de</strong> poluentes esgo muito relacionados com os<br />

seus graus <strong>de</strong> acumulação, tanto através da absorção das<br />

las, quanto a outros processos <strong>de</strong> acumulapão quimicos ou sedi<br />

mentares, ou através da acumulagão biológica, A matéria em sus<br />

pensão <strong>de</strong>sempenha função importante em gran<strong>de</strong> parte dos proces<br />

sos inorgânicos, mas po<strong>de</strong> representar também um elemento <strong>de</strong> ic<br />

fluência na acumulação biológica. De acordo com estudos realizados<br />

por DUINKER(~~ ), ODUM, WOODWELL, WUSTER(~~ ), e TUREKIAN<br />

(90 ), a partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas analíticas sobre<br />

o assunto, observou-se que o material em suspensão é também um<br />

transportador importante <strong>de</strong> poluentes inorgânicos e orgânicos,<br />

e <strong>de</strong>ve ser analisado cuidadosamente nos estudos <strong>de</strong> poluição<br />

em estuá<strong>rio</strong>s,<br />

A interação entre poluentes, partículas<br />

em suspensão, sedimentos <strong>de</strong> fundo, organismos e a água é especk<br />

almente forte on<strong>de</strong> existem gradientes altos nas condições tquirn~<br />

cas e físico-quimicas do meio ambiente, como é o caso dos estug<br />

<strong>rio</strong>s; estas são tipicamente áreas <strong>de</strong> transição on<strong>de</strong> a água doce<br />

proveniente do continente - com um conteúdo muito baixo <strong>de</strong> sal<br />

estimado em torno <strong>de</strong> 0.12% (<strong>de</strong> acordo com LIVINGÇTONE(~~ ))- se<br />

mistura com a água do mar - <strong>de</strong> aproximadamente 357&<strong>de</strong> salinida<br />

<strong>de</strong>, Os estuá<strong>rio</strong>s são, <strong>de</strong>sta forma, sistems complexos <strong>de</strong>vido<br />

aos gradientes altos e variáveis, e também às suas frequentes


águas rasas (que implicam a uma influência forte do fundo), e à<br />

sua excepcional ativida<strong>de</strong> biológica; o material em suspensão em<br />

estuá<strong>rio</strong>s é, portanto, muito influenciado por estas condições,<br />

que po<strong>de</strong>m gerar modificações em sua campo sição e em suas caractz<br />

risticas f bicas,<br />

Nos Últimos anos, os problemas <strong>de</strong> quali -<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e têm sido aumentados <strong>de</strong>vido principalme2<br />

te aos efeitos do crescimento <strong>de</strong> populaç~o e industrialização<br />

promovidos pelo homem, A poluição tem frequentemente fechado<br />

praias e áreas <strong>de</strong> pesca, tem diretamente ma tado a vida aquática<br />

estuarina, e tem danificado áreas <strong>de</strong> criação (<strong>de</strong>sova) <strong>de</strong> peixes<br />

estuarinos e oceânicos, Os 5 qualida<strong>de</strong> da água po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong> três tipos principais3<br />

1 - Aqueles diretamente danosos ?i vida aquática, aos hg<br />

mens, ou a ambos, produzidos por certos tipos perigosos <strong>de</strong> bac<br />

térias ou produtos qu~micos (~or exemplo, lons da metais pesz<br />

dos) ;<br />

2 - Aqueles que em excesso reduzem a concentração <strong>de</strong> oxA<br />

gênio dissolvido (componentes carbonados e nitrogenados);<br />

3 - Aqueles em que h6 o excesso <strong>de</strong> nutrientes na água<br />

(componentes inorg$nicos <strong>de</strong> nitrogênio e fósforo), que estimula<br />

o crescimento <strong>de</strong>algas, promovendo o processo que é conhecido<br />

como eutrof icação.<br />

Os poluentes cobrem uma quantida<strong>de</strong> graz<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> substânciass produtos quhicos orgânicos e in~r~ânicos,<br />

tróleo, esgotos das cida<strong>de</strong>s, efluentes <strong>de</strong> indústrias, e<br />

tos radioativos, Normalmente eles são introduzidos nos<br />

eleme2<br />

estuá -<br />

<strong>rio</strong>s através dos <strong>rio</strong>s, mares, <strong>de</strong>scargas diretas e através<br />

atmosfera.<br />

da<br />

Os constituintes <strong>de</strong> poluição que têm r2<br />

cebido uma maior atenção são os materiais orgânicos que<br />

consomem oxigênio dissolvido (a través da <strong>de</strong>gradação bacteriana),<br />

lons metálicos provenientes tanto da drenagem natural quanto <strong>de</strong>


<strong>de</strong>spejos industriais, nutrientes usados pelas plantas aquát&<br />

cas, materiais finos em suspensão, a bactérias in<strong>de</strong>sejáveis dos<br />

esgotos domésticos. I! importante que se procure minimizar o 6<br />

&eitos <strong>de</strong>sfavoráveis provenientes das <strong>de</strong>scargas poluidoras, o<br />

que po<strong>de</strong> ser Peito através do <strong>de</strong>svio dos escoamentos <strong>de</strong> esgotos,<br />

por exemplo, para outros locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga fora do estuá<strong>rio</strong>,ou<br />

através do tratamento <strong>de</strong>sse material poluente, No caso dos c02<br />

postos <strong>de</strong> nitrogênio e fssforo, por exemplo, eles po<strong>de</strong>m ser rg<br />

movidos substancialmente através <strong>de</strong> um tratamento a<strong>de</strong>quado do<br />

sfluente a ser lançado no estuá<strong>rio</strong>; eles po<strong>de</strong>m ser at8 mesmo<br />

benéficos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que lançados no corpo receptor do ef luente em<br />

concentrações próprias. Com relação a <strong>de</strong>terminação do grau <strong>de</strong><br />

poluição em estuá<strong>rio</strong>s, um método eficiente é a utilização <strong>de</strong><br />

traçadores; a tintura <strong>de</strong> sedimentos foi testada no passado, ma%<br />

a partir da meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1950, <strong>de</strong> acordo com o 200 PIANC<br />

( 7 l), foram <strong>de</strong>senvolvidos dois métodos novos utilizando traça<br />

dores na <strong>de</strong>terminação do controle <strong>de</strong> poluição em águas costeL<br />

ra s (principalmente para o tranoporte <strong>de</strong> sedimentos) i<strong>de</strong>ntif i c a ~<br />

do os sedimentos poluidores com um material fluorescente ou r2<br />

dioativo; ambas as técnicas envolvem a medição da radiação- uma<br />

no espectro visivel e a outra em comprimentos <strong>de</strong> onda muito pe<br />

quenos; a primeira requer a sua excitação através,por exemplo,<br />

da energia <strong>de</strong> luz ultravioleta <strong>de</strong> comprimento d3 onda aprop<strong>rio</strong> -<br />

do, enquanto que 1 s~gunda 6 auto-znergizoda, isto é radioativa.<br />

11.5) O PROCESSO SEDIMENTOL~GICO EM ESTUAR 10s<br />

O processo sedimentol6gico correspon<strong>de</strong> a<br />

um dos parâmetros <strong>de</strong> maior importância para os estudos <strong>de</strong> estu3<br />

<strong>rio</strong>s. As entradas s perdas <strong>de</strong> material em suspensão em águas e2<br />

tuaripas correspon<strong>de</strong>m a um processo complexo e variado, A COE<br />

plexida<strong>de</strong> do sistema vai variar <strong>de</strong> uma localida<strong>de</strong> para outra <strong>de</strong><br />

vido 2s influências diferentes <strong>de</strong> fatores como profundida<strong>de</strong>,<br />

feitos <strong>de</strong> ondas, distância 8 linha <strong>de</strong> costa e outros, t, portan<br />

-<br />

to, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse para os problemas <strong>de</strong> engenharia em es<br />

tuá<strong>rio</strong>s a análise correta <strong>de</strong> seu processo sedimentolÓgico, prg<br />

curando-se <strong>de</strong>terminar a localização dos bancos <strong>de</strong> areia(baixios)<br />

e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos ai <strong>de</strong>positada,<br />

As possíveis fontes <strong>de</strong> sedimentos em<br />

e2


tuárias po<strong>de</strong>m ser$ erosão <strong>de</strong> terras trazidas por <strong>rio</strong>s; <strong>de</strong>spejo<br />

<strong>de</strong> esgotos dom6sticos e industriais; corrente litorânea; erosão<br />

<strong>de</strong> dunas costeiras pelo vento; retorno <strong>de</strong> material dragado; e<br />

<strong>de</strong>composição e excretas <strong>de</strong> plantas e animais que vivem neste 2<br />

cossistema (produção biológica), Destarte, para se analisar o<br />

movimento <strong>de</strong> sedimentos em um estuá<strong>rio</strong> 6 necessá<strong>rio</strong> que se pos<br />

sua informações <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> suas caracter~sticas fisicas, geg<br />

lógicas e biológicas. Com relação as áreas <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong><br />

material em suspensão para os estuá<strong>rio</strong>s, as áreas continentais<br />

são normalmente mais importantes do que ãs maritimas, isto <strong>de</strong>vi<br />

-<br />

do ao fato <strong>de</strong> que existe uma inter-relação complexa entre os<br />

seus fatores ambientais que <strong>de</strong>termina e controla a taxa e o v2<br />

lume <strong>de</strong> sedimentos em suspensão introduzidos nos estuá<strong>rio</strong>s; re<br />

lativamente aos <strong>rio</strong>s, os fatores que afetam o suprimento dos se<br />

dimentos em suspensão para o estuá<strong>rio</strong> provenientes das terras<br />

continentais sãos a natureza, a quantida<strong>de</strong> e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

precipitação; a orientação, o comprimento e a inclinação das e2<br />

costas; a geologia e os tipos <strong>de</strong> solos; o uso da terra; as c02<br />

dições e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos sistemas <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> drenagem; e eflu -<br />

entes <strong>de</strong> esgotos domésticos e industriais, O s <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> sedi<br />

mentos em estuá<strong>rio</strong>s, <strong>de</strong>sta forma, consistem <strong>de</strong> várias ProPoL<br />

çÕes <strong>de</strong> areias, siltes, argilas e matéria orgânica; areias mais<br />

grossas são frequentemente encontradas mais ao mar, 02<br />

<strong>de</strong> a ação das ondas e correntes residuais removem as frações fi<br />

nas <strong>de</strong> material, enquanto que areias finas, siltes, argilas e<br />

ma ter ia orgânica são normalmente encontrados nas regiões supg<br />

<strong>rio</strong>res do estuá<strong>rio</strong> próximas do limite <strong>de</strong> intrusão salina das mg<br />

rés medias.<br />

O s baixios e barras são formações exis -<br />

tentes em estuá<strong>rio</strong>s e que, na natureza, estão sempre em estado<br />

<strong>de</strong> equilib<strong>rio</strong> dinâmico ; a caracterização correta <strong>de</strong>sses elemel<br />

tos 6 importante principalmente nos estudos <strong>de</strong> implantação da<br />

navegação em estuá<strong>rio</strong>s. Com relação à movimentação <strong>de</strong> sedimen<br />

tos, concentrações altas <strong>de</strong> material po<strong>de</strong>m penetrar nos estuá -<br />

<strong>rio</strong>s tanto através <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s quanto através do mar pelo escoamefi<br />

to <strong>de</strong> marés; os sedimentos po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>positar nos baixios dura2<br />

te os períodos <strong>de</strong> águas doces relativamente baixas e serem car<br />

reados em direção ao mar durante os pe<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas flu<br />

-<br />

-


viais relativamente altas, Com relação aos padrões <strong>de</strong> circula -<br />

$0 <strong>de</strong> correntes em estuá<strong>rio</strong>s, há uma diferença significativa<br />

entre as amplitu<strong>de</strong>s das flutuações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> SE<br />

perf icie e <strong>de</strong> fundo, e a direção <strong>de</strong> corrente média em um per&<br />

do completo <strong>de</strong> maré é na direção do continente (enchente) no<br />

fundo e na direção do mar (vazante) na superfície do estuá<strong>rio</strong>.<br />

O escoamento residual em direção ao continente na camada <strong>de</strong> fun<br />

do vai diminuindo em intensida<strong>de</strong> 2 medida em que se aproxima da<br />

cabeça (extrsmicb<strong>de</strong> <strong>de</strong> montante) da intrusão salina no estuá<strong>rio</strong>;<br />

nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta região haverá um ponto <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ni<br />

la a partir do qual as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fundo passarão a se diri<br />

gir ao mar; neste ponto <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fundo nulas h6 a te:<br />

dência <strong>de</strong> ocorrer, <strong>de</strong>vido ao processo <strong>de</strong> fleculação, a <strong>de</strong>posi<br />

ção <strong>de</strong> sedimentos, com a formação <strong>de</strong> baixios, e a existência <strong>de</strong><br />

uma zona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z máxima causada pelo material em suspensão<br />

participante da circulação <strong>de</strong> água estuarina.<br />

A floculação é um processo complexo e é<br />

normalmente frequente em estuá<strong>rio</strong>s e também responsável em gra;<br />

<strong>de</strong> parte pela acumulação <strong>de</strong> sedimentos na formação dos baixios.<br />

~6 que os materiais coesivos formam uma parte consi<strong>de</strong>rável do<br />

material que se movimer?ta em um estuá<strong>rio</strong>, os sedimentos flocu-<br />

dos consistem principalmente <strong>de</strong> misturas <strong>de</strong> silte e argila. Os<br />

minerais <strong>de</strong> argila tais como ilita, kaolinita, montrnorilonita,<br />

etc., que <strong>de</strong>rivam na maior parte das vezes <strong>de</strong> reações quimicas<br />

<strong>de</strong> intemperismo <strong>de</strong> rochas, são compostos normalmente por silicz<br />

tos hidratados <strong>de</strong> ferro, alumínio e magnésio e po<strong>de</strong>m também ser<br />

misturados com matéria orgânica eletroquimicamente carregada<br />

proveniente <strong>de</strong> efluentes industriais e domésticos; a floculaç~o dg<br />

pen<strong>de</strong> da distribuição dos vá<strong>rio</strong>s componentes em um sedimento e,<br />

-


por tanto, para combinações diferentes <strong>de</strong><br />

tlculas, obtnrn-se tg<br />

xas <strong>de</strong> floculaç~o difersntss. Na Figura (6) a seguir são mostrados<br />

arranjos thicos, tamanhos e gruoos <strong>de</strong> flocos.<br />

r- --<br />

- --<br />

par tfcula grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito<br />

individual f individuais<br />

locas<br />

<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> argila fundo<br />

FIGURA (6) - ~loculação - Arranjos tipicos (a par<br />

tir <strong>de</strong> Mc DOWELL a O'COMNOR (54)).<br />

No processo <strong>de</strong> floculação as forças ele-<br />

tro-quhicas, que são as responsáveis pela produGão dos flocos,<br />

são tanto maiores em funçao <strong>de</strong> quanto menores forem os tamanhos<br />

das particulas em suspensão no estuá<strong>rio</strong>. A floculapão também <strong>de</strong>-<br />

pen<strong>de</strong> da presença <strong>de</strong> eletrólitos principalmente o cloreto <strong>de</strong> sk<br />

dio, cujos íons tom a função <strong>de</strong> neutralizar as cargas nas parti-<br />

culas reduzindo, <strong>de</strong>sta forma, as forças normais <strong>de</strong> repulsão e2<br />

tre elas. Ainda no processo <strong>de</strong> floculação, a turbulência do esc$<br />

amento também tem gran<strong>de</strong> influência no processo <strong>de</strong> formação dos<br />

flocos; somando-se a isto, a frequ6ncia <strong>de</strong> colisão das particu-<br />

las aumenta o crescimento dos flocos, o que nos mostra que a flg<br />

culação também 6 altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da concentrat;ão do mate-<br />

rial em suspensão.<br />

Os <strong>de</strong> sedimentaqão em estuá<strong>rio</strong>s<br />

acarretam normalmente na formação <strong>de</strong> baixios. Mo caso dos estud-<br />

<strong>rio</strong>s tipo altamente estratificãdo a acumulação principal ocorre<br />

nas extremida<strong>de</strong>s da cunha salina, on<strong>de</strong> as águas doce e salgada<br />

têm a sua colisão mais forte. J& nos estuá<strong>rio</strong>s tipo parcialnante<br />

misturado e bem misturado a s zenas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedirne nto s<br />

estão relaci~nadas com a turbi<strong>de</strong>z máxima) esta é uma zona<br />

em que as concentra~Ões<br />

dos sedimentos em suspensão são ma is<br />

elevadas do que todas as regiões, a montante ou a jusante, ex-


ternas a ela; é também uma região que se localiza 2 c5<br />

beça da intrusão salina e que altsra a sua posir$o <strong>de</strong> acordo<br />

com as variações das <strong>de</strong>scargas fluviais. A zona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z má -<br />

xima é mantida pela circulação estuarina média formando um si2<br />

tema semi-fechado, conforme 6 mostrado na Figura (7).<br />

L.<br />

- -<br />

BAIXIO 1<br />

i<br />

SEDIM. COESIVOS,<br />

MAT ORG., ETC.<br />

. .<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

ZONA DE<br />

- - - - -. - I<br />

TUREIDEZ MÁXIMA , I<br />

ESTIRAO ESTUARINO í krn<br />

--<br />

OCEANO<br />

---;pi-==<br />

DELTA - PRÓX. A REGIAO DE<br />

EMBOCADURA DO RIO (AREIA)<br />

FIGURA (7) - ~epresenta~ão eçquemática dos padrões <strong>de</strong> sedirnoz<br />

tação para os estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados.<br />

De acordo com o que é representado na<br />

Figura (7), nos estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados os sedimentos<br />

em suspenGo provenientes do continente são retidos no estuá<strong>rio</strong><br />

<strong>de</strong>vido ao processo <strong>de</strong> f loculag~o/<strong>de</strong>f loculação com a consequente<br />

formação <strong>de</strong> baixios; esses sedimentos somente atingem o mar com


mais f requência nos psrlodos <strong>de</strong> "run-off " extromos, que ocorrom<br />

C*<br />

normalment3 nas épocas chuvosas. Quanto à localizaçao dos bai<br />

xios, que fica na zona da turbi<strong>de</strong>z máxima, ela 6 variável <strong>de</strong><br />

acordo principalmente com o ciclo <strong>de</strong> mar; e com a vazão fluvial<br />

(qR -<br />

,9 zona do turbidsz máxima está na faixa<br />

<strong>de</strong> 4 a 8%0 e quando a salinidads da água está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste i-<br />

t~rvalo ocorre o proccsso <strong>de</strong> f loculaç~o das partlculas em sus<br />

N<br />

pensa" na água, <strong>de</strong>vido 5s proprisdad9s sletr~-~uhicas diferen<br />

tes entre a água do mar e a água do <strong>rio</strong>, conforme já explicado<br />

ants<strong>rio</strong>rmente; os f locos já formados irão em média afundar ao<br />

mesmo tempo em que são carreadoç pela corrento <strong>de</strong> vazante em di<br />

.c)<br />

reçao ao mar; ao atingirem a região <strong>de</strong> fundo do estuá<strong>rio</strong>,os flg<br />

N<br />

cos serao carreados <strong>de</strong> volta para a direção do continente atrg<br />

vis da corrente <strong>de</strong> enchente até a zona <strong>de</strong> 4 a 8$0, on<strong>de</strong> eles<br />

irão <strong>de</strong>f locular <strong>de</strong>vido 5 tu~bulência, formando uma região <strong>de</strong><br />

turbi<strong>de</strong>r elevada (tona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z máxima), como 6 representado<br />

na Figura (7). Portanto, as partkulas em suspunsão formam um<br />

ciclo semi-fechado e contho ds movimento ao longo do estuá<strong>rio</strong>.<br />

Com relação aos sedimentos <strong>de</strong> granuloms<br />

tria mais grossa (principalmente areia), eles são <strong>de</strong>positados<br />

normalmente 5s embocaduras dos <strong>rio</strong>s, retidos nessas r2<br />

giões estuarinas pelos sodimentos da maré <strong>de</strong> vazante e pela c02<br />

rente litorânea, formando as barras e <strong>de</strong>ltas, como é mostrado<br />

Y<br />

na Figura (7). 0 material <strong>de</strong> fundo dos estuá<strong>rio</strong>s 6 formado nao<br />

só pela contribuição <strong>de</strong> sedimentos oriundos do continente, mas<br />

tambgm pelas areias provenientes do m a r , que aí penetram <strong>de</strong>vido<br />

ao sistema <strong>de</strong> circulação estuarino. Na Figura (8)está <strong>de</strong>senhado<br />

esquematicamente, em planta, o lay-out geral <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> mos<br />

-<br />

-


trando a distribuição e movimentação <strong>de</strong> sedimentos e as sua s<br />

principais zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição.<br />

FIGURA (8) - Esquema geral representativo da distribuição<br />

e movimentação <strong>de</strong> sedimentos em estuá<strong>rio</strong>s e<br />

suas principais zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição.


~ambém com relação ao processo sedímen<br />

tológico em estuá<strong>rio</strong>s, 6 importante ressaltar que o comprimento<br />

<strong>de</strong> penetração da água do mar nessas áreas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> fatores tais como díf erenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, largura, batime<br />

tria, esooamento do <strong>rio</strong>, viscosida<strong>de</strong> da água, etc.; <strong>de</strong>ntre e=<br />

tes fatores, o <strong>de</strong> maior si~nificação é a profundida<strong>de</strong>,visto que<br />

qualquer aprof undamento <strong>de</strong> um canal em regiões estuarinas, por<br />

exemplo para fins <strong>de</strong> navegação, o que é usualmente feito atra -<br />

vés <strong>de</strong> dragagem do material <strong>de</strong> fundo, ir6 afetar a distribuição<br />

<strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> a montante <strong>de</strong>ste aprofundamento e, portanto, pe<br />

quenas mudanças na profundida<strong>de</strong> do canal irão resultar em um<br />

gran<strong>de</strong> aumento do comprimento <strong>de</strong> intruso salina; o processo <strong>de</strong><br />

mistura p~la difusão e escoamento turbulento e qualquer parada<br />

<strong>de</strong> movimentação da água causama <strong>de</strong>posição do material em sus<br />

pensão, o que ocorre, conforme já foi explicado, <strong>de</strong>vido ao prg<br />

cesso <strong>de</strong> flocula~ão, em que pequenas partlculas individuais se<br />

juntam e transformam-se em partkulas maiores e mais pesadas.<br />

Desta forma, <strong>de</strong>ve-se realizar o processo <strong>de</strong> dragagem para o<br />

aprofundamento <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> forma crite<strong>rio</strong>sa, já que isto po<strong>de</strong><br />

ria ter um efeito adverso em estuá<strong>rio</strong>s, e que,contrariamente ao<br />

que se espera, po<strong>de</strong>rá aumentar a entrada <strong>de</strong> material em suspez<br />

são na região <strong>de</strong>vido ao aumento do prisma <strong>de</strong> maré, e incremec<br />

tando, portanto, o processo <strong>de</strong> siltação <strong>de</strong>vido à floculaç~o. No<br />

entanto, a realização da dragagem <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, com planz<br />

jamento e sem excessos, 6 um fator <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância e i2<br />

preçcindlvel na maioria das obras <strong>de</strong> engenharia em estuá<strong>rio</strong>s. A<br />

dragagem, por exemplo, po<strong>de</strong> ser feita movendo-se a draga <strong>de</strong> uma<br />

seção para outra; para esta transferência, po<strong>de</strong>-se utilizar sis<br />

-<br />

temas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s guias e alçapões sedimentolÓgicos, promovendo,<br />

<strong>de</strong>sta maneira, a retenção do material a ser dragado; po<strong>de</strong>-se tam<br />

bém utilizar traçadores nos estudos sobre a movimentação <strong>de</strong> SE<br />

dimentos, que serão importantes tanto na <strong>de</strong>terminação do mecz<br />

nismo <strong>de</strong> siltação em estuá<strong>rio</strong>s quanto para um planejamento cor<br />

reto dos trabalhos <strong>de</strong> dragagem.


Des<strong>de</strong> os primÓrdios da civilização humâ -<br />

na os cursos d'água representaram um fator <strong>de</strong> catalização <strong>de</strong> nos<br />

sas comunida<strong>de</strong>s,visto ser a água uma substância fundamental para<br />

a vida do homem. A civilização humana normalmente se <strong>de</strong>senvolveu<br />

a essas áreas; por exemplo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 100,000 anos atrás,<br />

já na Ida<strong>de</strong> da Pedra, <strong>de</strong>scobertas arqueolÓgicas provam que<br />

grupamentos humanos já se distribufam ao longo dos eixos<br />

os<br />

flu -<br />

viais e regiões estuarinas; por volta <strong>de</strong> 3.400 A.C., os egk<br />

cios mostravam utilizar <strong>de</strong> forma ef icients as águas do Nilo, in<br />

clusive aproveitando-o para navegação, que se tornou cada vez<br />

mais relevante com o dzsenvolvimento econômico das<br />

<strong>de</strong>ste perfodo da ~istória; Da<strong>rio</strong>, "O Gran<strong>de</strong>", entre 520 e 510<br />

A.C., promoveu a construGão <strong>de</strong> um canal que unia o Mar Vrrmelho<br />

ao Nilo visando também a implantação da navegação nesta área,<br />

mas com fins claramente militares; nos primeiros anos<br />

cristã foram gran<strong>de</strong>s as ativida<strong>de</strong>s ligadas à navegação;<br />

da era<br />

na Ida -<br />

ds ~6di.a vá<strong>rio</strong>s canais foram implantados com o objetivo <strong>de</strong> i2<br />

crementar o transpor te em bacias fluviais como na ~Ússia,fndia,<br />

1tália e outros com relação às civilizações orientais,<br />

mostrou-se também sor muito proeminente a utilização <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s e<br />

regiões estuarinas com o <strong>de</strong> navegação, o que, Por<br />

exsmplo, já ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o terceiro s~culo A.C. na China. Desta<br />

forma, ao longo <strong>de</strong> toda a história da humanida<strong>de</strong> a navegação<br />

esteve sempre presente, contribuindo para a ligação entre os po<br />

vos, bem-estar <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s, proteção <strong>de</strong> fronteiras e, portal!<br />

to, para o <strong>de</strong>senvolvimento e progresso sócio-econômico <strong>de</strong> rg<br />

A importância da utilização <strong>de</strong> vias nave<br />

gáveis como meio <strong>de</strong> transporte eficiente da uma área se dá prin<br />

cipalmente pelo seu custo mais reduzido; o cUnsumo <strong>de</strong> energia e<br />

mão-<strong>de</strong>-obra por tonelada/qullÔmetro é normalmente mais baixo,<br />

bem como os investimentos e custos <strong>de</strong> manutenção, o que ten<strong>de</strong> a<br />

gerar um gran<strong>de</strong> estímulo para a economia regional em termos <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong> cargas e passageiros, novos <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong><br />

-<br />

-


mineração, implantaGão <strong>de</strong> indústrias em áreas antes <strong>de</strong>sfavorá -<br />

veis economicamente <strong>de</strong>vido ao mais elevado custo do transporte<br />

rodoviá<strong>rio</strong> E? ferroviá<strong>rio</strong>,et~~. De acordo com KUIPER ( 47),a for-<br />

ça para mover uma carga <strong>de</strong> l(uma) tonelada por hidrovia é cerca<br />

<strong>de</strong> 10 vezes menor do que se oste mesmo carregamento fosse transpoy<br />

tado através <strong>de</strong> uma linha férrea, A via navegável, <strong>de</strong>sta forma,<br />

normalmente promove a redução do custo <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga; mg<br />

lhora as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estocagem ou <strong>de</strong> espera, face ao bai<br />

xo curto proveniente da imobilização <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s não motoriza-<br />

das (como no sistema <strong>de</strong> barcaças); possibilita uma melhor abso;<br />

ção dos piques e das irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tráfego; atenua as COE<br />

sequências da interrupção dos outros meios <strong>de</strong> transporte; e,po~<br />

tanto, faz com que se realize um sistema <strong>de</strong> transporte mais fa<br />

vorável,<br />

De uma forma geral, um curso daágua se<br />

caracteriza por diferentes zonas ao longo <strong>de</strong> seu perfil longitu<br />

dinal, zonas estas que são distintas em seu aspecto hidráulico,<br />

morfol~gico e sedimentolÓgico. Em seu trecho supe<strong>rio</strong>r, chamado<br />

<strong>de</strong> "juventu<strong>de</strong>", existem fortes <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s longitudinais, gran<br />

<strong>de</strong> fretquência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes (como corre<strong>de</strong>iras e quedas d'água) e<br />

um regime hidráulico muit~ turbulento e irregular; em seu tre<br />

cho médio, chamado <strong>de</strong> "maturida<strong>de</strong>", já se verifica um maior e<br />

quilib<strong>rio</strong> morfológico e sedirnentolÓgico do <strong>rio</strong> e a formação do<br />

chamado "cone <strong>de</strong> <strong>de</strong>jeçãoM no seu extremo <strong>de</strong> montante, que é uma<br />

região <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos vindos do trecho <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong><br />

e que são <strong>de</strong>cantados por efeito <strong>de</strong> diminuição da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e<br />

da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente do <strong>rio</strong>; finalmente em seu trecho infe<br />

<strong>rio</strong>r, chamado <strong>de</strong> "velhice", as <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s são menores ainda e<br />

as vazões fluviais são bem maiores; nesta zona, que eng 10 bo<br />

também a região meindri.cn s o 2stuá<strong>rio</strong>, as águas são mais tk<br />

bidas e com forte transporte sólido em suspensão (siltes, argi<br />

las, matéria orgânica fina dos esgotos domésticos, materiais m i<br />

nerais provenientes <strong>de</strong> áreas irrigadas com adubos qulmicos e<br />

fertilizantes, <strong>de</strong>spejos industriais, etc, ), A Figura (9) mostra<br />

a caracterização gengrica <strong>de</strong> um curso d'água em perf i1 e em<br />

planta com a representação dos diferentes trechos do <strong>rio</strong>,<br />

-<br />

-<br />

-


COTAS í m)<br />

b<br />

Yn<br />

AFLUENTES<br />

I<br />

CONE DE<br />

DE JEÇÃO<br />

1<br />

I I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

1 TRECHO<br />

I<br />

I<br />

I<br />

+<br />

CURSO D'A~UA PRINCIPAL<br />

I<br />

I EMBOCADURA 1<br />

I<br />

~ESTIRZ\O FLUVIAL (Km) i I<br />

I I I<br />

I<br />

I I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I I I<br />

TRECHO - TRECHO I I<br />

MÉDIO INFE R IOR I<br />

I I I<br />

("MATURIDADE" ) I ("VELHICE") I I<br />

I<br />

I<br />

I I I-_<br />

ESTUARIO I I<br />

I -I<br />

I<br />

Figura (9) - ~aracteriza~ão <strong>de</strong> um curso<br />

d'água completo, em perfil e em plan<br />

ta.<br />

-<br />

I


~evido ao fato das caracteristicas hi<br />

dráulicas, morfolÓgicas e sediment016~icas do <strong>rio</strong> variarem ao<br />

longo <strong>de</strong> seu perfil longitudinal, as obras e atuações <strong>de</strong> enge<br />

nharia visando a implantação <strong>de</strong> sistemas ds navsgação neste cur<br />

so d'água também irão diferir umas das outras <strong>de</strong> acordo com o<br />

trecho fluvial (supe<strong>rio</strong>r, médio ou infe<strong>rio</strong>r) a ser analisado,<br />

No sou trecho <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>, em que as <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s são fortes e<br />

o escoamento d'água 6 bastante energético, costuma-se realizar<br />

obras como barragens eclusadas (para as embarcaçÕss vencer em os<br />

<strong>de</strong>sniveis existentes), canais <strong>de</strong> partilha (visando a transpos&<br />

ção <strong>de</strong> vazões <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica para outra), passos <strong>de</strong><br />

navegação, canais artificiais, diques longitudinais <strong>de</strong> conte5<br />

ção do escoamento, etc,; no trecho <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> do <strong>rio</strong>, normal<br />

mente constroem-SE barragens eclusa das, obras <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong><br />

margem, diques longitudinais, espigÕes, canais artificiais, sg<br />

leiras, etc.; no trecho <strong>de</strong> velhice do curso dlágua <strong>de</strong>ve-se prg<br />

curar alterar ao mínimo a calha fluvial, visto ser esta uma r2<br />

gião <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> morfo-sedimentológica; aí implan<br />

tam-se obras hidráulicas principalmente <strong>de</strong> ~roteção <strong>de</strong> marggcomo<br />

diques e espigões. ~lém disso, em todos os trechos fluviais é<br />

necessá<strong>rio</strong> a utilização <strong>de</strong> atuaçõzs <strong>de</strong> conservação e manutenção<br />

do eixo <strong>de</strong> navegação como dcrrocamentos e dragagem, bem como<br />

dispositivos <strong>de</strong> apoio à navegação (balizamento e sinalização).<br />

Procuraremos enfocar o presente capítulo na abordagem sobre a<br />

C1<br />

implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegaçao, porém procurando enf atizar<br />

o nosso estudo às regiões estuarinas. Os estuá<strong>rio</strong>s, conforme ja<br />

foi explicado no capítulo I1 <strong>de</strong>ste trabalho, são limitados por<br />

uma extremida<strong>de</strong> fluvial e outra marítima; a zona limitrofe f$<br />

via1 possui salinida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong> aproximadamente 0,12/óo ,<strong>de</strong> acor<br />

do com LIVINGSTONE (51), enquanto que a fronteira estuarina<br />

com a Ggua do mar possui uma salinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 35%. Desta<br />

forma, os estuá<strong>rio</strong>s correspondum a uma zona <strong>de</strong> transição dos es<br />

coamentos fluviais provenientes do continente (com a influência<br />

dos sedimentos trazidos pelos escoamentos "run-of f ", regimê hi<br />

dra6lico e hidrolÓgico dos <strong>rio</strong>s, consequente <strong>de</strong> atua-<br />

ções do homem - irrigação, <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos dom~sticos e efls<br />

entes industriais -,etc,)e dos escoamentos mar~timoç(inf1uência<br />

<strong>de</strong> marés,ondas,correntes~,ventos, materiais arenosos,etc,),tes~~<br />

tando em uma região-o estuá<strong>rio</strong>- <strong>de</strong> análise bastante complexa no<br />

-<br />

-<br />

-


que diz respeito aos aspectos hidráulicos risma ma <strong>de</strong> sa linida<strong>de</strong>,<br />

escoamonto turbulento e <strong>de</strong> difusão, etc.), ecolÓgicos (fauna,<br />

flora e meio-ambiente aquáticos), sedimentolÓgicos (<strong>de</strong>ltas, bar<br />

ras e baixios) e morfolÓgicos (calha estuarina), As atuações <strong>de</strong><br />

engenharia visando a imPlzntação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegação em um<br />

estuá<strong>rio</strong>, tais como obras portuárias, obras <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> calha,<br />

dragagem, etc., <strong>de</strong>vem, portanto, ser realizadas <strong>de</strong> forma cuida<br />

dosa e crite<strong>rio</strong>sa, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> e instabilida<strong>de</strong><br />

hidráulica, ecológica, morfológica e sedimentolÓgica <strong>de</strong>ste ecos<br />

sistema,<br />

111.2) FATORES NATURAIS A SEFIEM ANALISADOS PARA A IMPLANTAÇ~O DE<br />

SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO<br />

Para se realizar a implantação <strong>de</strong> sistg<br />

mas <strong>de</strong> navegação, 6 importante que se faça um estudo inicial <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados fatores para se avaliar, num estágio preliminar, a<br />

viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste empreendimento hidráulico e se estimar os cus<br />

tos e caracteristicas das obras e atuações <strong>de</strong> engenharia a SE<br />

rem executadas, Dentre estes fatores citamos as análises hidro<br />

-<br />

lógicas e levantamentos topo-batimétricos, ventos, marés, ondas,<br />

sedimentos, etc.. Iremos fazer apenas uma análise fisica genér~<br />

ca <strong>de</strong>stes elementos, pois o seu <strong>de</strong>talharnento fugiria ao escopo<br />

<strong>de</strong>ste trabalho,<br />

O s estudos hidrológicos são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> re<br />

levância para a navegação, sendo caracterizados, a partir da uti<br />

lização <strong>de</strong> medições <strong>de</strong> campo e conceitos hidrolÓgicos, princi<br />

palmente pela pluviologia (com a <strong>de</strong>terminação da altura, dura<br />

ção e intensida<strong>de</strong> das hietógrafas, distribuição<br />

das chuvas, etc,) e pela fluviologia (com a obtenção <strong>de</strong> hidró<br />

grafas, cotagramas, curvas-chave, lâminas dtágua, velocida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> escoamento, etc.), A aplicação <strong>de</strong> estudos hidrolÓgicos nos<br />

trabalhos <strong>de</strong> engenharia ligados 5 navegação po<strong>de</strong> ser ilustrada,<br />

por exemplo, através da análise dos cotagramas <strong>de</strong> dois cursos<br />

d 'Sgua hipotéticos quaisquer, conforme é mostrado na Figura (l~),<br />

Po<strong>de</strong>mos verificar pela comparação dos dois cotagramas que O<br />

curso d'água (A) 6 o mais indicado para a implantação <strong>de</strong> eixos<br />

<strong>de</strong> navegaçao, já que possui um regime fluvial mais estável.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


N.A. [m)<br />

Figura (10) - Cotagrcrna <strong>de</strong> dois cursas d'água<br />

distintos quaisquer.<br />

A análise das correntes do <strong>rio</strong> bem como<br />

das <strong>de</strong> maré também <strong>de</strong>vem ser realizadas para estudos <strong>de</strong> navega<br />

$;o, já que vão ter grands influência nos movimentos das embar<br />

caçÕes. P.o se dimensionar qualquer sixo navegável <strong>de</strong>ve-se seE<br />

pre procurar evitar o cruzamento <strong>de</strong> correntes; a atuação dos<br />

ventos também <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, pois po<strong>de</strong> agir <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>z<br />

favorável na embarcação; a inf luP^ncia <strong>de</strong> correntss e ventos num<br />

navio seguem as mesmas leis, mas as correntes são normalmente<br />

mais estáveis e a sua ação é <strong>de</strong> mais fácil previsão do que a<br />

dos ventos; 8, portanto, <strong>de</strong> boa prática tentar sempre direcig<br />

nar as obras <strong>de</strong> engenharia o mais paralelo possivel da direr;ão


das correntes e ventos predominantes para se evitar o efeito<br />

<strong>de</strong>sfavorável <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> cruzamento elevadas. A ação <strong>de</strong> ondas<br />

do mar em canais <strong>de</strong> navegação localizados em regiões estuarinas<br />

também <strong>de</strong>ve ser analisada, apesar do estuá<strong>rio</strong> ser uma área já<br />

abrigada naturalmente, o que minimiza os efeitos das ondas e<br />

consequentemente os custos das obras <strong>de</strong> abrigo. O estudo <strong>de</strong> ma<br />

rés é também importante para a realização <strong>de</strong> qualquer obra <strong>de</strong><br />

implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegação em trechos estuarinos em<br />

termos, por exemplo, da utilização do canal por navios <strong>de</strong> maio<br />

res calados em marés altas, da <strong>de</strong>terminação do cronograma <strong>de</strong><br />

A<br />

construção das estruturas hidráulicas, etc.. Portanto, os pao<br />

metros ambientais como ventos, correntes, ondas e marés são fa<br />

tores importantes no planejamento <strong>de</strong> canais ou quaisquer outras<br />

obras visando a navegação; as correntes, por exemplo, têm um<br />

efeito direto na largura do canal, da mesma forma que as ondas<br />

!I<br />

(tipo swell") têm em sua profundida<strong>de</strong>; a ação <strong>de</strong>sses elementos<br />

não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente <strong>de</strong> suas caracteristicas extremas; as varia_<br />

$Ões no espaço e no tempo <strong>de</strong>stas características geram também<br />

efeitos importantes no movimento <strong>de</strong> embarcações em um canal ou<br />

em sua manobrabilicla<strong>de</strong>; a realização <strong>de</strong> estudos em mo<strong>de</strong>los redz<br />

zidos e, portanto, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para a implantação <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> navegação, já que eles po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir uma série <strong>de</strong><br />

parâmetros no projeto, como, por exemplo, a análise do movimec<br />

to <strong>de</strong> embarcações; a variação do comportamento <strong>de</strong> ondas e coy<br />

rentes <strong>de</strong> acordo com a conformação do canal em planta e com o<br />

direcionamento <strong>de</strong> diques, espigões e molhss; etc.; a dire<br />

ção <strong>de</strong> corrente o sua intensida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m, também, alterar-se r2<br />

dicalmente em trechos diferentes do canal <strong>de</strong> navegação, <strong>de</strong>vido<br />

a influência das marés e das condições meteorológicas.<br />

Um outro fator importante a ser analisa -<br />

do é o movimento <strong>de</strong> sedimentos em estuá<strong>rio</strong>s e estirões fluviais<br />

e as suas zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição, que representam um gran<strong>de</strong> empeci<br />

lho navegação no que se refere principalmente ?i diminuição <strong>de</strong><br />

profundida<strong>de</strong> do canal, bem como às variações dinâmicas das zg<br />

nas <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> material (baixios e bancos <strong>de</strong> areia). MedL<br />

çÕes <strong>de</strong> campo, com utilização <strong>de</strong> traçadores, análise sedimento<br />

métrica e posslveis estudos em mo<strong>de</strong>los reduzidos <strong>de</strong> fundo móvel<br />

<strong>de</strong>vem ser realizados. Estes estudos são necessá<strong>rio</strong>s para se pg<br />

-


<strong>de</strong>r fazer a estimativa dos trabalhos <strong>de</strong> dragagem e para a <strong>de</strong>fi<br />

nição final do melhor eixo <strong>de</strong> navegação a ser utilizado, bem co<br />

mo das obras <strong>de</strong> engenharia a serem implantadas,<br />

Um outro problema a se consi<strong>de</strong>rar refe<br />

re-se aos efeitos da poluição ambiental, principalmente nos as<br />

pectos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água, A análise cuidadosa <strong>de</strong>sses elemen-<br />

tos vai permitir a minimização <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong>sfavo<br />

ráveis aos sistemas <strong>de</strong> navegação, como, por exemplo, a agressk<br />

vida<strong>de</strong> da água em estruturas portuárias (águas mais limpas são<br />

menos agressivas), o gru<strong>de</strong> do óleo <strong>de</strong> águas poluidas no casco<br />

<strong>de</strong> embarcações com a consequente diminuição <strong>de</strong> sua vida Ú t i l , e<br />

outros, e importante, <strong>de</strong>sta forma, tentar-se prevgr a atuação<br />

<strong>de</strong>sses fatores relativos a poluição coni influência nos sistemas<br />

<strong>de</strong> navegação, bem como a realização <strong>de</strong> medidas para minimizar a<br />

poluição ambiental e os efeitos dos impactos negativos por ela<br />

gera do S.<br />

111~3) GENERALIDADES SOBRE O<br />

GAÇÃO<br />

DIMENSIONAMENTO DE CANAIS DE NAVE -<br />

I 11,3,l) 1nf luência dos Movimentos da ~mbarca~ão<br />

Os movimentos da embarcação são <strong>de</strong> gran -<br />

<strong>de</strong> importância para o dimensionamento dos canais <strong>de</strong> navegação,<br />

pois vão influir principalmente na obtenção da largura e da<br />

profundida<strong>de</strong> do trecho a se consi<strong>de</strong>rar, A sua representação e2<br />

tquemát ica está mo strada na Figura (ll), po<strong>de</strong>ndo -se observar que<br />

os movimentos <strong>de</strong> translação do navio nos eixos x, y e z são res<br />

pectivamente, os <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaimento ('Surging"), rebatimento ("sluay<br />

ingtt) e arfagem ("heavingtt) e os movimentos <strong>de</strong> rotação são os<br />

<strong>de</strong> balanço ("rolling"), caturro (ttpitchingtt) e cabeceio ("yauiing"),<br />

Nos estudos <strong>de</strong> navegação fluvial sem a influência da maré, os<br />

principais movimentos da embarcação a serem estudados são os <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scaimento, rebatimento e <strong>de</strong> cabeceio. Para os estudos <strong>de</strong> na-<br />

gação marítima e em estuá<strong>rio</strong>s, todos os tipos <strong>de</strong> movimentos do<br />

C1<br />

navio <strong>de</strong>verao ser consi<strong>de</strong>rados no dimensionamento da via<br />

navegável.<br />

-<br />

-<br />

-


EIXO Z<br />

A<br />

- CABECEIO Q<br />

ARFAGEM<br />

EIXO Y<br />

EIXO X<br />

tigura (11) - ~e~resenta~ão esquemática dos movimentos das<br />

embarcações,<br />

111.3.2) Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canais <strong>de</strong> ~avegação<br />

A profundida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> nave -<br />

gação vai correspon<strong>de</strong>r a uma soma <strong>de</strong> varias parcelas a serem<br />

consi<strong>de</strong>radas em seu dimensionamento, tais como o calado máximo<br />

da embarcação, o squat, os movimentos <strong>de</strong> arfagem ("heavingtt),cg<br />

turro (ttpitchingtt) e ba1anr;o ("rollin9")do navio, o trim, o a1<br />

cante <strong>de</strong> maré ("tidal range"), variações <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água,<br />

e outros.<br />

O calado máximo 6 a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />

do navio <strong>de</strong> projeto quando totalmente carregado, i<strong>de</strong>ntif icada<br />

através do Disco <strong>de</strong> Plimsoll ou marca <strong>de</strong> borda livre, com loca<br />

lização na parte média da embarcação, e caracterizada com o na<br />

vio parado e nas condições médias <strong>de</strong> águas salinas <strong>de</strong> verão. A<br />

Figura (12),a seguir, mostra esqapematicamente a representação do<br />

calado <strong>de</strong> um navio,<br />

-<br />

-<br />

-


D = CALADO DA EMBARCAÇÃO<br />

L r COMPRIMENTO DA EMBARCAÇÃO<br />

Figura (12) - ~e~resentação genérica da seção longitudinal<br />

<strong>de</strong> um navio.<br />

O fenômeno do squat está diretamente rela<br />

cionado aos movimentos <strong>de</strong> água provocados pelo <strong>de</strong>slocamento da<br />

embarcação. O fator <strong>de</strong> bloqueio e resistência ao movimento, que<br />

U<br />

são mai~res para um navio em águas mais confinadas, vao também<br />

influir bastante na <strong>de</strong>terminação do squat e consequent,emente no<br />

dimensionamento do canal <strong>de</strong> navegação; o fator <strong>de</strong> bloqueio <strong>de</strong><br />

finido pela razão entre a área da seção transversal submersa do<br />

navio e a área da seção transversal do canal; se o bloqueio é<br />

alto, vai ocorrer uma gran<strong>de</strong> resistência ao movimento da embar<br />

cação, com um efeito correspon<strong>de</strong>nte em sua velocida<strong>de</strong>, Ee sta<br />

forma, uma embarcação ao trafegar com umz certa velocida<strong>de</strong> em<br />

águas rasas produz uma formação rápida <strong>de</strong> ondas, acompanhada <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>clinio médio da superficie d'água ao longo do perfil do na<br />

-<br />

vio relativamente ao nível d'água <strong>de</strong> repouso, <strong>de</strong>vido ao fator<br />

<strong>de</strong> bloqueio; esta <strong>de</strong>pressão da linha d'água promove um afundg<br />

mento do navia em relação ao fundo do canal, o que 6 conhecido<br />

como "squat", conforme é mostrado na Figura (13).<br />

De acordo com WICKER, Mc ALEER E JOHNS -<br />

TON ( 91 ), há também outros fatores que irão influir no valor<br />

do squat, tais como a distância entre a quilha e o fundo,o trim<br />

da embarcação, a área da seção transversal do canal e se o c2<br />

na1 está localizado numa via navegável estreita ou larga (fator<br />

<strong>de</strong> bloqueio), se a embarcação está cruzando ou ultrapassando<br />

uma outra, a localização do navio relativamente 5 linha <strong>de</strong> cec<br />

tro do canal, e as características da embarcação propriamente


ZONA DE<br />

ZONA DE DESCOLAMENTO<br />

P<br />

Figura (13) - ffepresentação esquemática do "squat".<br />

PLANTA<br />

dita. O valor do "squat" po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através <strong>de</strong> invez<br />

tigaçÕes em mo<strong>de</strong>los reduzidos e por métodos obtidos empiricam-<br />

te, como o mgtodo <strong>de</strong> Schijf e o do ~aboratd<strong>rio</strong> Sogreah.<br />

Com relação aos movimentos verticais pro -<br />

votados em um navio como os <strong>de</strong> arfagem, caturro e balanço,reprg<br />

sentados na Figura (ll), eles são normalmente produzidos <strong>de</strong>vi<br />

do a ação <strong>de</strong> ondas no canal, e po<strong>de</strong>m ocorrer simultaneamente. O<br />

grau <strong>de</strong> movimento vertical <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da altura, frequência e dire<br />

ção das ondas que atingem o eixo <strong>de</strong> navegação estuarino, da r2<br />

zão entre a profundida<strong>de</strong> e o calado, e da velocida<strong>de</strong> e caracte-<br />

rísticas da smbarcação <strong>de</strong> projeto,<br />

-


0 fenômeno do trim também <strong>de</strong>ve ser consi -<br />

<strong>de</strong>rado no dimensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navega<br />

ção e ocorre <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que normalmente um<br />

u<br />

navio nao é<br />

carregado uniformemente com relação 5 sua quilha, o que é feito<br />

com o objetivo <strong>de</strong> aperfeiçoar-se a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção da e'<br />

barcação. A esta distância entre o navio na posição hipotética<br />

horizontal e na posição inclinada a que se submete 6 que chama<br />

mos <strong>de</strong> trim, conforme está mostrado na Figura (14). De acordo<br />

com EISIMINGER ( Z9), uma embarcação é normalmente afundada em<br />

sua popa na taxa <strong>de</strong> 25 milímetros (trim) para cada 10 metros <strong>de</strong><br />

comprimento do navio.<br />

/ / / / // // / / ////////////////////////////<br />

T = VALOR DO TRIM L = COMPRIMENTO DA EMBARCAÇ~~O<br />

Figura (14) - F3epresentação esquemdtica do "trim"<br />

da em ba r ca $0.<br />

A influência do alcance da maré ("Lida1<br />

range") no dimensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navega<br />

&o po<strong>de</strong> ocorrer consi<strong>de</strong>rando-se todos os estágios da maré ou<br />

simplesmente os seus valores extremos. A utilização da maré,<br />

principalmsnte a ds gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser vantajosa no ca<br />

so <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s navios que utilizam esporadicamente a via naveg&<br />

vel, sendo um fator <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> economia para o projeto a aplica<br />

ção do alcance da maré para produzir as profundida<strong>de</strong>s necessári<br />

as para o tráfego dos referidos tipos <strong>de</strong> embarcações, que só rg<br />

vegariam no canal nos períodos <strong>de</strong> maré alta.<br />

I)<br />

Um outro fator importante sao as varia<br />

-<br />

-


Y<br />

çoes <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água, o que ocorre normalmente nas regiões<br />

estuarinas. Uma embarcação <strong>de</strong>ixando a água do mar (~~35%. ) e<br />

entrando em águas estuarinas (SU 0, 12%0 a 1%0 na zona fluvio-e2<br />

tuarina; e S-1% a 35$0 na zona <strong>de</strong> mistura estuarina - vi<strong>de</strong> Fi<br />

gura (8) -) ou em águas doces (S < 0.12760 ) irá aumentar o seu<br />

calado <strong>de</strong>vido a diferença <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água. Como o peso e2<br />

pecíf ico das águas do mar e do <strong>rio</strong> são respectivament e 1025kgf/m3<br />

3<br />

e u)(l0kgf/m,o calado adicional <strong>de</strong> um navio que trafega <strong>de</strong> águas<br />

mãr~timas em direção ao continente (água doce) será <strong>de</strong> aproxima<br />

damente 2.5%<br />

~á também outros fatores que <strong>de</strong>verão ser<br />

consi<strong>de</strong>rodos no dirnensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> ns<br />

CI<br />

vegaçao, fatores estes que repres~ntam uma folga (segurança )<br />

que leve em conta a manobrabilidadr Je siiioãrcâção <strong>de</strong> projeto,<br />

imparf zição dos registros dc mar;, siltação , movimentação do<br />

héJ.ice, talerância para díiagagnm, etc., caracterizando uma pa2<br />

CY la adicional <strong>de</strong> profundidada que <strong>de</strong>nominaremos <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> scgura nça .<br />

Por tanto, genericamente, a profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação a ser dimensionado para a embarcação<br />

<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>verá correspon<strong>de</strong>r aa somat6ri.o <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fs<br />

tores e está representada esquematicamente na Figura (15). De<br />

ve-se ressaltar também que tanto os custos <strong>de</strong> construção quanto<br />

os <strong>de</strong> aparação <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação são fortemente influe2<br />

ciados pela sua profundida<strong>de</strong>; <strong>de</strong>sta forma a <strong>de</strong>terminação da pro<br />

fundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a um processo <strong>de</strong> otimi<br />

zação que avalie os investimentos <strong>de</strong> capital e os custos <strong>de</strong> opg<br />

ração e manutenção da via navegável.<br />

111.3.3) Largura <strong>de</strong> Canais <strong>de</strong> ~ a v e ~ z ~ ã o<br />

A largura <strong>de</strong> um canal da navegaGão 6 nor<br />

. malmente medida no pé das encostas laterais do canal ou em fai<br />

xa correspon<strong>de</strong>nte à profundida<strong>de</strong> do projeto. Alguns dos fato-<br />

res que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados na <strong>de</strong>terminação da largura <strong>de</strong><br />

projeto <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação são as direções e velocida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> correntes; se vai haver o cruzamento ou ultrapassagem <strong>de</strong> eE<br />

bar~açÕes(~aríi o navio <strong>de</strong> projeto);a&o <strong>de</strong> ondas; a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

-


B = BOCA DA EMBARCACÃO<br />

f PÉ- DE - PILOTO<br />

MOVIMENTOS M<br />

EMBARCAPO<br />

I ' TRIMeVAR DENS ÁGUA<br />

FIGURA (15) - Esquema geral sobre o dimensionamento<br />

da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navega<br />

FATOR DE ÇEGIIRAN(3<br />

água abaixo da quilha; ventos; composiGão geolÓgica do leito e<br />

das encostas da via navegável; alinhamento do canal; e o grau<br />

<strong>de</strong> confinamento das águas, Desta forma, <strong>de</strong>vido gran<strong>de</strong> varieda<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> inf1uo"ncia <strong>de</strong> fatores, como os mencionados acima, torna-<br />

-se dificil a elaboração <strong>de</strong> um método para <strong>de</strong>terminação da lar<br />

gura <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navegação. O ~ ~ ~ ~ ~ ( " ~ ~ r Internationa1<br />

m a n e n t<br />

Association of Navigation ~on~resses") recomenda que, se há cri<br />

zamento ou ultrapassagem <strong>de</strong> embarcações, a largura do canal <strong>de</strong><br />

ve ser <strong>de</strong> 6 a 7 vezes o valor da boca do navio <strong>de</strong> projeto; em<br />

-<br />

-


caso contrá<strong>rio</strong>, a largura do canal <strong>de</strong>ve ser 3 a 4 vezes o valor<br />

da boca do navio <strong>de</strong> projeto, Um outro método muito utilizado 6<br />

o do Canal do ~anamá; por esta metodologia, a largura total do<br />

canal 6 dividida em 3 parteçr faixa para manobra da embarcação,<br />

folga entre navios (quando houver cruzamentos ou ultrapassagens)<br />

e folgas laterais. A largura da faixa <strong>de</strong> mãnobra vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r ba-<br />

sicamente da controlabilida<strong>de</strong> da embarcação vai ser função<br />

das características da embarcação e dos efeitos <strong>de</strong> cruzamentos<br />

<strong>de</strong> ventos e <strong>de</strong> correntes); a folga entre navios <strong>de</strong>ve ser também<br />

consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> forças hidráulicas <strong>de</strong> sucção<br />

e repulsão que vão ocorrer entre as embarcações; e, finalmente,<br />

as folgas laterais, que representam faixas extras<strong>de</strong> largura,<br />

que estão relacionadas com5 o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva da embarcação;<br />

largura e profundida<strong>de</strong> do canal; velocida<strong>de</strong> do navio; direção e<br />

magnitu<strong>de</strong> das correntes, ventos e ondas; caracteristicas f ;si<br />

cas das encostas; e dificulda<strong>de</strong> no grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação dos li<br />

mites exatos do canal, Na Figura (16) são mostradas as dimen -<br />

sÕes tipicas para a obtenção da largura total <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> ng<br />

vegação em trecho retillneo, baseadas em estudos realizados +ar<br />

DUKCAN (26) para o Canal do ~anamá.<br />

Com relação às curvas, elas correspon<strong>de</strong>m<br />

a trechos do canal <strong>de</strong> maior dificulda<strong>de</strong> para a navegação, pri<br />

meiramente porque a embarcação forma uma tangente ou secante à<br />

curva e se posiciona fora da linha <strong>de</strong> centro do canal; e também<br />

<strong>de</strong>vido às forças <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva e centrífuga atuantes no navio que<br />

ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>slocar a popa para a direção externa da curva, COE<br />

trariamente aos movimentos da proa, como se po<strong>de</strong> observar na<br />

Figura (17). O s elementos mais importantes para o dimensionamen<br />

to <strong>de</strong> uma curva <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> navegação são o seu raio <strong>de</strong> curvatu<br />

ra (R) e o seu ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão (oc), representados na Figu -<br />

ra (17); esse dimensionamento normalmente consiste na <strong>de</strong>termina<br />

çso da sobrelargura da curva <strong>de</strong> forma a permitir uma maior li<br />

berda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação das embarcações e promover um aumento<br />

da largura <strong>de</strong> manobra, Em curvas, a largura do canal <strong>de</strong> navega<br />

ção <strong>de</strong>ve aumentar <strong>de</strong> acordo com$ a largura extra necessária pa<br />

2<br />

ra a segurança do tráfego, correspon<strong>de</strong>nte a L/8~(on<strong>de</strong> L é o<br />

comprimento da embarcação e il é o raio da curva); a margem <strong>de</strong><br />

resGrva suplementar que leve em consi<strong>de</strong>ração a maior dif iculda<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


, FOLGA ; FAIXA DE : FAIXA DE i FOLGA i<br />

I LATERAL 1 MANOBRA : : MANOBRA i LATERAL i<br />

I<br />

I<br />

l . - - - > l ~ '<br />

I I ,<br />

B = BOCA DA EMBARCAÇÃO DE PROJETO<br />

FOLGA FAIXA DE FOLGA<br />

/ LATERAL MANOBRA LATERAL;<br />

I h &-,I I<br />

I<br />

Figura (16) - ~imensões típicas para obtenção da largura<br />

<strong>de</strong> caneis <strong>de</strong> navegação (a partir <strong>de</strong> DU!<br />

CAN (26)).


R= RAIO DE CURVATURA = ÂNGULO DE DEFLEXAO DA CURVA<br />

Figura (17) - Croquis genérico <strong>de</strong> uma curva <strong>de</strong> canal<br />

,.,<br />

<strong>de</strong> navegaçao.


<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra, causada especialmente pelo fato <strong>de</strong> que a smbarca<br />

ção não se ajusta a posição corrota imediatamente e, <strong>de</strong>sta for<br />

ma, o piloto <strong>de</strong>ve antecipar a manobra e necessita <strong>de</strong> um maior<br />

faixa <strong>de</strong> largura (que vai ser função da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventos e<br />

correntes, do raio <strong>de</strong> curvatura, s do ângulo d~ <strong>de</strong>flexão da c u ~<br />

va) da via navegável para realizar esta operação; o a condição<br />

do raio <strong>de</strong> curvatura ser maior do que 5 vezes o comprimento da<br />

embarcação <strong>de</strong> projeto (R 75~). Existem 3 m6todos comumsnte em<br />

pregados para a <strong>de</strong>terminação da sobrelargura <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> c%<br />

nais <strong>de</strong> navegação: o método cut-off, o método das margens par2<br />

lelas e o método das margens não paralelas.<br />

111.3.4) Outras ~onsi<strong>de</strong>raçõus<br />

Um canal <strong>de</strong>vo ser alinhado <strong>de</strong> forma a<br />

promovsr navegação mais cômoda (minimização do cruzamento <strong>de</strong><br />

correntes, etc,) e com menores dificulda<strong>de</strong>s para as manobras da<br />

embarcação, De uma forma geral, o lay-out <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> navega<br />

ção <strong>de</strong>ve ssr fundamentalmente <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> acordo com a geogra<br />

fia e peculiarida<strong>de</strong>s locais; quando existem várias opções <strong>de</strong><br />

lay-out, aquela a ser escolhida é a que oferece condições molhg<br />

res e mais estáveis <strong>de</strong> tráfego para a embarcação. Com relação<br />

caracterização do lay-out final <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navngação, <strong>de</strong>ve-<br />

.i.<br />

-se levar rm consi<strong>de</strong>raçao certos aspectos, como, por exemplo: o<br />

lay-out <strong>de</strong>ve ser alinhado em direção retillnea ao máximo; 6 prg<br />

ferivel implantar-se uma Única curva do que uma sErie <strong>de</strong> pequs<br />

nas curvas pouco espaçadas; o canal <strong>de</strong> navegação <strong>de</strong>ve, sempre<br />

r<br />

qus possivel, ter um alinhamento coinci<strong>de</strong>nte com as correntes<br />

principais, <strong>de</strong> forma a minimizar os efeitos <strong>de</strong> correntes trans<br />

versas; etc.. Nas regiões mrândricas e estuarinas, que possuem<br />

normalmente uma gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> morfo-~edimentol6~ica, 6<br />

importante se prever a ocorrência <strong>de</strong> modificaçÕes <strong>de</strong> leito do<br />

curso d'água, e, para este fim, po<strong>de</strong>m ser utilizadas diferentes<br />

rnetodologias (aplicação das leis <strong>de</strong> Fargue, etc.), É também fa<br />

ter <strong>de</strong> grando relevância para a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navega<br />

ção que se realizem astudos, análises e levantamentos <strong>de</strong> dados,<br />

tais como as dimensões máximas e caracterfsticas <strong>de</strong> manobrabili<br />

da<strong>de</strong> mínimas da embarcação-tipo; inspeções e medições <strong>de</strong> campo<br />

em gsral; as condições mais <strong>de</strong>sfavoráveis <strong>de</strong> marés, correntes,<br />

-<br />

-<br />

-


ondas, transporte <strong>de</strong> sedimentos, e visibilida<strong>de</strong>; o volume <strong>de</strong><br />

tráf ecjo esperado; análise custo-benef $cio do empreendimento h&<br />

dr6ulico; etc., com o objc?tivo dg se chegar ao dimensionamento<br />

mais correto 3 à seleção do melhor lay-out para o canal <strong>de</strong> nave<br />

gação a ser implantado,<br />

111.4) SISTEMAS DE TRANSPORTES RELATIVOS NAVEGAÇÃO<br />

111.4.1) ~onsi<strong>de</strong>rações Gerais<br />

A elaboração do um projzto para implanta<br />

CI<br />

ção <strong>de</strong> sistcmas <strong>de</strong> navegaçao necessita semprs <strong>de</strong> um amplo conhz<br />

cimento das atividadss <strong>de</strong> transporte a szrem dasenvolvidas. N i<br />

ma <strong>de</strong>finição geral, os sistemas <strong>de</strong> transportes correspon<strong>de</strong>m a<br />

toda uma infra-estrutura utilizada para a movimentação da pes<br />

soas e mercadorias. Os maiores <strong>de</strong>terminantes da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

transporte que vão influir no dimensionamento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> nz<br />

vcgação (embarcação <strong>de</strong> projeto, tipos <strong>de</strong> cargas a serem trans<br />

portadas, etc.) correspon<strong>de</strong>m às populaçÕss a serem beneficiadas<br />

por estu empreendimento hidráulico, consi<strong>de</strong>rando-se seus niveis<br />

economicos e distribuições espaciais, bom como às 1ocalizaçÕes<br />

das fontes d3 riquezas (como no caso <strong>de</strong> miné<strong>rio</strong>s, florestas pg<br />

ra exploração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, stc. ) a aos principais centros ds<br />

distribuigão e consumo. Dcsta forma,torna-se necessária a rea-<br />

zação <strong>de</strong> levantamentos sÓcio-cconÔmicos nos ostudos <strong>de</strong> implants<br />

ção <strong>de</strong> sistemas do navegação, bem como uma análise dos tipos <strong>de</strong><br />

cargas a serem transportadas 9 dos tipos <strong>de</strong> embarcações qui<br />

irão conduzir estas cargas através da via nawgável,<br />

111.4.2) Tipos do Carqas<br />

As cargas a s~ri,m transportadas po<strong>de</strong>m szr<br />

divididas om duas catagorias principais: cargas a granel (sóli<br />

do e liquido) e cargas gerais (incluindo containers, pall~ts,<br />

etc.).<br />

As cargas a gran-1 têm a vantagem <strong>de</strong> uni<br />

formida<strong>de</strong> e são normalmente movimontadas em gran<strong>de</strong>s qua nt ida<br />

<strong>de</strong>s, justificando o uso do manuseio mecanizado <strong>de</strong> cargas (cor<br />

-<br />

-


eias transportadoras, tubulaçÕes, etc. ) . O s produtos mais c2<br />

muns no mercado <strong>de</strong> granel liquido são os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

(óleo, gasBs, etc.). 36 o granel sólido consiste um uma variedg<br />

<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> m~rcadorias como o carvão, o min8<strong>rio</strong> <strong>de</strong> ferro, pro<br />

dutos agrícolas (milho, trigo, etc.) e os proveniantes da explg<br />

ração <strong>de</strong> florestas, e outras mut6ria~-~rimas.<br />

As cargas gerais são caracterizadas por<br />

produtos empacotados e unida<strong>de</strong>s separ~das <strong>de</strong> vá<strong>rio</strong>s tamanhos e<br />

formas; no entanto, <strong>de</strong>vido 5 tandência da unificação ds carga,<br />

foram introduzidas as unidados em pallets e os contai,n-.rs, que<br />

solucionaram os problemas <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> e empacota<br />

mento antes existsntss. A unida<strong>de</strong> do pallet 6 essencialm3nte um<br />

U<br />

pequeno astrado rotangular; as suas dimensões não estao ainda<br />

padronizadas, mas utiliza-se bastante os pallets <strong>de</strong> 1.2 x 1.Om;<br />

o seu peso 6 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 tonelada. O sistema <strong>de</strong> containers<br />

C1<br />

fundamentalmente eliminou das operaçoes <strong>de</strong> carga os problemas<br />

<strong>de</strong> empacotamento E <strong>de</strong> falta do uniformida<strong>de</strong>; ele tambkm reduz<br />

o tempo <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga e promovi uma maior proteção<br />

das mesmas; as dimensões mais usadas <strong>de</strong> containars são:<br />

Um outro tipo <strong>de</strong> carga a ser consi<strong>de</strong>rada<br />

são as cargas perigosas, cu jas quantida<strong>de</strong>s transportadas têm au<br />

msntado enormoments ao longo dos Últimos 10 a 15 anos; adicig<br />

nando a isto, a consci$ncia com relação a um transporte seguro<br />

para estes produtos tem sido cada vsz mais relevante, visando<br />

evitar possivcis aci<strong>de</strong>ntes í! impactos ambientais nsgativos, o<br />

que causa prejuízos ao meio-ambiente, a pessoas e a astruturas.<br />

As cargas perigosas podm ss caracterizar palos explosivos; 9%<br />

s3s sobre liquidas e materiais inf1arn~v~is;subst~ncias<br />

oxidantes, venenosas e infecciosas; substâncias o dojetos nu<br />

cleares; materiais corrosivos; etc.<br />

111.4.3) Tipos <strong>de</strong> ~mbarca~Ões<br />

-<br />

-


ção <strong>de</strong> navios tem sido intonso ao longo das Últimas décadas e,<br />

por isto mesmo, a análisc dos tipos <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sem -<br />

penhar função <strong>de</strong> rslevância no dimensionamento <strong>de</strong> canais da n2<br />

vegação (embarcaçoss da projeto, etc .), bem como no planejamen -<br />

to e <strong>de</strong>senvolvimento portuá<strong>rio</strong>s (tipos <strong>de</strong> terminais, sistemas<br />

<strong>de</strong> movimmtação <strong>de</strong> cargas, etc.). Devido à gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los e formas <strong>de</strong> embarcações, procuraremos abordar <strong>de</strong> manei<br />

ra geral alguns tipos <strong>de</strong> navios que são utilizados para o trans<br />

porte <strong>de</strong> cargas rm estuá<strong>rio</strong>s dando ênfass aos navios marítimos,<br />

que possuem normalments maior porte,e cuja escolha vai dspun<strong>de</strong>r<br />

do tipo <strong>de</strong> carga (passageiros, qualida<strong>de</strong> das mercadorias,etc.),<br />

da <strong>de</strong>manda, e do <strong>de</strong>senvolvimcnto das regiões a serem beneficia<br />

das polos sistemas ds navegação,<br />

As embarcações <strong>de</strong> contain5rs estão sendo<br />

cada vez mais empregadas nos dias <strong>de</strong> hoje <strong>de</strong>vido principalmente<br />

ao gran<strong>de</strong> aumento na movimenta& <strong>de</strong> cargas garais, Os navios<br />

d- containars estão também paulatinamente substituindo os n2<br />

vios <strong>de</strong> carga geral convencionzis (cargueiros), <strong>de</strong>vido a sua ca<br />

-<br />

pacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga mais rápida; no sntanto, o tranz<br />

porte d8 containers, por ser um sistema <strong>de</strong> custos elevados <strong>de</strong><br />

capital, <strong>de</strong>ve ser utilizado <strong>de</strong> forma intensiva para se tornar<br />

econômico; os fatores limitantes do tamanho das embarcações <strong>de</strong><br />

containers são a orientação e tamanho do porto, os tipos dz sis<br />

tema <strong>de</strong> m~vimenta~ão e distribuição <strong>de</strong> cargas, e a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

transporte existente, A Figura (18) examplifica <strong>de</strong> forma ssqug<br />

mática o <strong>de</strong>senho ds um navio dc containers.<br />

Existem duas formas <strong>de</strong> utilização do<br />

transporte <strong>de</strong> containers, correspon<strong>de</strong>ntss aos sistema sl'port-to-<br />

-por t" e o sistema "door-to-doorl'. O sistema llport-to-portl' pos<br />

sui um processo mais intenso <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> arma<br />

zenagem. J; o sistema "door-to-doar" não tem necessida<strong>de</strong> da uti<br />

lização <strong>de</strong> armazéns ou trabalhos portuá<strong>rio</strong>s, possuindo um pro<br />

cesso <strong>de</strong> movimentação e distrib~i~ão <strong>de</strong> cargas d~ forma tal que<br />

a mercadoria 5 <strong>de</strong>scarregada e levada diretamente ao seu <strong>de</strong>sti-<br />

no final, A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização do sistema "por t-to -<br />

-portl' ou "door-to-door" está na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um sistema em relação ao outro, <strong>de</strong> acordo com cada caso a se<br />

consi<strong>de</strong>rar,<br />

-<br />

-


c - HHRE ~<br />

CONTA/NERS<br />

;k<br />

SEÇÃO A-A<br />

Figura (18) - ~xsmplo <strong>de</strong> um navicj <strong>de</strong> containerç.


As embarcações <strong>de</strong> pallets têm certas van -<br />

tagens com relação i <strong>de</strong> containers em <strong>de</strong>terminadas condições,<br />

principalmente em rotas em que os volumes <strong>de</strong> comércio são compa<br />


etc.). O s tanques são os tipos <strong>de</strong> navios responsáveis p e 10<br />

transporte <strong>de</strong> grangis liquidoç que correspon<strong>de</strong>m ao ?etrÓleo e<br />

seus <strong>de</strong>rivados. Os navios tipo OBO são também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> calado,<br />

como os tanques, e a sua adaptabilida<strong>de</strong> é usada principalmente<br />

para se tirar vantagens em taxas <strong>de</strong> frete com a embarcação nave<br />

gando como um tanque ou como um mineraleiro, <strong>de</strong> acordo com O<br />

que ofereça melhores lucros.<br />

Um outro tipo <strong>de</strong> embarcação, cuja utili<br />

LI<br />

zação 6 usual principalmente em vias navegáveis inte<strong>rio</strong>res, sao<br />

as chatas ou barcaças, que não têm propulsão e, <strong>de</strong>sta<br />

forma, são controladas por uma outra embarcação (um empurrador<br />

ou um rebocador) e normalmente não possuem equipamentos <strong>de</strong> car<br />

ga e <strong>de</strong>scarga a bordo. O projeto <strong>de</strong>ssas embarcaFÕes <strong>de</strong>ve corres<br />

pon<strong>de</strong>r sempre a um compromisso entre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada e o<br />

limite <strong>de</strong> calado; além disso, no caso das vias fluviais,~ número<br />

<strong>de</strong> chatas transportadas pelo empurrador e o tempo <strong>de</strong> trânsito<br />

vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do alinhamento e largura do canal <strong>de</strong> navega Ç ~ O ,<br />

bem como da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente. De acordo com AMERICAN WA<br />

TERWAYS OPERATORS INC. ( 3 ), o serviço <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> chatas<br />

6 consi<strong>de</strong>rado como seguro e confiável, sendo também o <strong>de</strong> mais<br />

baixo custo para os produtos aos quais ele se adapta.<br />

111.5) DESENVOLVIMENTO PORTUARIO<br />

111.5.1) Aspectos Gerais<br />

Um porto é qualquer lugar on<strong>de</strong> seja pos<br />

sivel realizar-se o trmsporte <strong>de</strong> mercodorias ou pa ssageiros entre<br />

o tráfego terrestre EI o aquático. Ele possui normalmente as fuc<br />

çÕes <strong>de</strong> promover a transferência, inspeção, armazenamento, mu<br />

dança <strong>de</strong> forma e controle <strong>de</strong> vá<strong>rio</strong>s tipos <strong>de</strong> cargas com eficiên<br />

cia e a baixo custo, representando um elemento <strong>de</strong> primordial i m<br />

portância para os sistemas <strong>de</strong> navegação e <strong>de</strong> progresso e <strong>de</strong>se2<br />

volvimento das comunida<strong>de</strong>s humana S. Dusta forma, para atingir<br />

estes objetivos, ele <strong>de</strong>ve possuir toda uma infra-~strutura <strong>de</strong><br />

apoio, como,por exemplo, um planejamento eficiente, obras <strong>de</strong> prg<br />

teção e <strong>de</strong> acostagem, sistemas <strong>de</strong> mwimentaç& <strong>de</strong> cargas a<strong>de</strong>quados,<br />

bons acessos terrestres, terminais, áreas previstas para expac<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


,<br />

sao portuária, atc.<br />

É posslvcl classificar um porto <strong>de</strong> dife -<br />

rentes maneiras, o que po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> acordo, por exemplo,<br />

com a sua localização u função; a primeira distingue os portos<br />

como maritimos, fluviais, estuarinos, em canais ou lacustres. A<br />

classificaç~o segundo a função i<strong>de</strong>ntifica <strong>de</strong> uma forma se os<br />

portos t3m infra-estrutura para navegação inte<strong>rio</strong>r ou para nave<br />

gação oceânica; uma outra diferenciação po<strong>de</strong> ser feita em fun<br />

-<br />

ção dos tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s portuárias propriamente ditas,como,<br />

por exemp10,entre os portos <strong>de</strong> carga geral, portos <strong>de</strong> granéis<br />

líquidos, portos navais, portos industriais, portos pesqueiros,<br />

portos para barcas (furryboats), portos para iates, e outros,<br />

Com relação ao projeto <strong>de</strong> um porto, <strong>de</strong> -<br />

ve-se analisar a influência <strong>de</strong> fatores ambientais (ventos, c02<br />

rentes, ondas, sedimentos, etc.) nas estruturas portuárias, e~<br />

barcações e canal <strong>de</strong> aproximação, bem como realizar-se o pro jz<br />

to hidráulico e estrutural das obras civis a serem implantadas,<br />

outros fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância são os custos <strong>de</strong> construção<br />

e manutenção dr um porto; os elementos que caracterizam estes<br />

custos po<strong>de</strong>m ser, por exemplo, a construção e manutenção das<br />

Ir<br />

obras <strong>de</strong> abrigo, a dragagem inicial nnc3ssaria e as dragagens<br />

subsequentes ds manutenção das profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto. Desta<br />

forma,a implantaç& global <strong>de</strong> um porto <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar uma ss<br />

ris <strong>de</strong> fatores; a importância dr cada um <strong>de</strong>les vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r fuc<br />

damentalmente das condições locais e do tipo d2 porto a ser<br />

construido; por exsmplo, a implantação, projeto e funcionamento<br />

<strong>de</strong> um porto fluvial 6 normalmente muito mais simples do que pa-<br />

ra um porto estuarino ou marítimo <strong>de</strong>vido a sua menor complcxidg<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores intriirvenientes; 6, portanto, essencial obtsr-se o<br />

conhecimento <strong>de</strong>ssas condicionantes, o qu3 po<strong>de</strong> ser feito atra<br />

vés <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> campo a<strong>de</strong>quados, analisando-sa também<br />

a influência <strong>de</strong>sscs fatores naturais no porto, e a realização<br />

dr possf veis estudos em mo<strong>de</strong>los reduzidos, <strong>de</strong>vido ?i complexida<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação dos fenom~nos ambientais nas obras civis v hidrái<br />

licas (solapamento na fundação <strong>de</strong> estruturas, <strong>de</strong>terminaç~o da<br />

areas <strong>de</strong> doposição sedim~ntológica, ação das ondas, etc.), <strong>de</strong><br />

forma a se chegar a um estudo final <strong>de</strong> implantação portugria<br />

-


em <strong>de</strong>finido.<br />

111.5.2) Principais Obras ~ortuárias<br />

0s portos para <strong>de</strong>sempanharem o seu objg<br />

tivo d.; atuar como um elo sntre o transporte aquático e o ter<br />

restre, <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> toda uma infra-estrutura quz garanta<br />

uma boa operacionalida<strong>de</strong> portuáriai para isto, é necessá<strong>rio</strong> que<br />

existam <strong>de</strong>terminadas estruturas no porto qu6 permitam a atraca<br />

ção segura das embarcações e o abrigo do recinto portuá<strong>rio</strong>,<br />

A s estruturas portuárias podm incluir<br />

obras <strong>de</strong> proteção (como molhes, diques e quebra-mares), obras<br />

<strong>de</strong> atracação (cais), dolfins e estruturas <strong>de</strong> amarração? drfen<br />

sas, instalações especiais como bzrço s para containers e roll-<br />

on/roll-off, e diferentes tipos ds terminais,<br />

O objetivo essencial du uma estrutura <strong>de</strong><br />

abrigo portuá<strong>rio</strong> 6 a protsção das entradas, áreas <strong>de</strong> manobra e<br />

das estruturas <strong>de</strong>ntro do porto contra a ação <strong>de</strong> ondas do mar;<br />

isto po<strong>de</strong> ser conseguido através da restrição das possibilida<br />

-<br />

dos <strong>de</strong> penetração da energia das ondas (<strong>de</strong>vido a atuação direta<br />

<strong>de</strong> molhes e da geometria a<strong>de</strong>quada das bacias pos<br />

tuárias, <strong>de</strong> dispositivos especiais como quebra-mares pneumáti<br />

cos, etc., porém as obras d3 proteção po<strong>de</strong>m também ter outras<br />

funções, como, por exemplo, guiar correntes, interromper ou di<br />

recionar o movimento <strong>de</strong> sedimentos, e limitar o canal <strong>de</strong> acesso<br />

do porto ou as áreas <strong>de</strong> manobra das embarcações, Sobre as estru<br />

turas dc proteção, elas são obras construídas mais usualmente<br />

através <strong>de</strong> enrocamento; quanto aos quebra-mares, eles têm o o&<br />

jetivo <strong>de</strong> garantir águas calmas na área e, consequec<br />

temsntr?, promovzr<br />

CiI Cr<br />

para uma amarraçao, operaçao e movhe~<br />

taç& <strong>de</strong> cargas seguros das embarcaÇÕr?s, e proteção <strong>de</strong> outras<br />

instalações portuárias; existem 4 tipos principais <strong>de</strong> quebra-ma -<br />

res, conforme é mostrado na Figura (19), cuja ~scolha vai "2<br />

riar <strong>de</strong> um lugar para outro <strong>de</strong> acordo com os materiais existen<br />

tes na região, com os diferentes climas ds onda e outras cond&<br />

çÕss locais. As obras <strong>de</strong> abrigo (ou externas) correspon<strong>de</strong>ntes<br />

aos molhes, diques u quebra-mar~s possuam uma forma estrutural<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


similar; a diferença entre eles 6 que os molhes têm uma extremi<br />

da<strong>de</strong> em turra, os diques são caracterizados por duas extrmida<br />

-<br />

<strong>de</strong>s em terra, e os quebra-mares não possuem extremida<strong>de</strong>s em tq<br />

ra,<br />

0s cais são estruturas portuárias utili -<br />

zadas para a arnarração <strong>de</strong> embarcaçÕes durante o processo do car<br />

regamento ou <strong>de</strong>scarregamanto <strong>de</strong> cargas ou passageiros; eles di<br />

vem possuir toda um infra-astrutura <strong>de</strong> suporte um suas proximi<br />

c.<br />

da<strong>de</strong>s, tais como áreas <strong>de</strong> armazenagem e estocagern, conexao com<br />

rodovias e ferrovias, etc., 0s principais tipos <strong>de</strong> estruturas<br />

<strong>de</strong> atracação são cais dr par-dcs verticais (estruturas <strong>de</strong> gravi<br />

dada - blocos e coixÕes <strong>de</strong> concreto - e pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estacas-prap<br />

cha), os piers abertos, e os cais com plataformas <strong>de</strong> alfvio,<br />

conforme 6 mostrado nas Figuras (20) e (21),<br />

WEBRA -MAR DE ENROCAMENTO WEBRA - MAR DE ~RAMENTD VERTICAL<br />

QUEBRA- MAR COMBINADO WEBRA-MAR FLUTUANTE<br />

Figura (19) - Tipos usuais <strong>de</strong> quebra-mares.


PLACA DE<br />

ANCORAGEM<br />

SISTEMA DE PILARES<br />

\ ESTACAS-PRANCHAS<br />

Figura (20) - Tipos <strong>de</strong> cais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s verticais.<br />

CAIS DE ESTRUTURAS<br />

DE GRAVIDADE<br />

CAIS COM PAREDES<br />

DE ESTACAS-PRANCHA


LAJE DO CAIS<br />

I<br />

PIE RS<br />

FRENTE DO CAIS<br />

r<br />

CORTINA FRONTAL<br />

ESTACAS - PRANCHAS<br />

Figura (21) - Piers abertos e cais com plataformas <strong>de</strong><br />

alivio.<br />

ABERTOS<br />

CAIS COM<br />

PLATAFORMAS<br />

DE ALIVIO


No projeto <strong>de</strong> um cais, uma série <strong>de</strong> Pato<br />

res irão influir na escolha do tipo e forma da estrutura final<br />

a ser adotada, tais comos as condições do solo, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho sub-aquát ico, condições <strong>de</strong> onda (no per;odo <strong>de</strong> constru<br />

-<br />

r$o do cais e durante a sua operação), disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rns<br />

terial, restrições no tempo <strong>de</strong> construção, possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

expansões futuras, vida Ú t i l estimada da obra, custos, métodos<br />

<strong>de</strong> manuseia <strong>de</strong> carga, e outros.<br />

O s dolfins &o outros tipos <strong>de</strong> estruts<br />

ras que são utilizadas normalmente para fixar a amarração no<br />

porto, promover facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atracação entre embarcaçÕas e baf<br />

caças num processo direito <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga, sconomia em rela<br />

ção a pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cais longas e continuas, proteçgo do navio e<br />

da estrutura e com fins <strong>de</strong> sinalização para a nagago,<br />

Trabalhando como estruturas <strong>de</strong> acostagem, eles po<strong>de</strong>m ser<br />

classificados como dolf ins <strong>de</strong> amarração e principais; os primei -<br />

ros têm a função <strong>de</strong> absorver as forças horizontais provenientes<br />

da amarração da embarcação; já os dolfins principais são projg<br />

tados para absorver a energia <strong>de</strong> impacto entre o navio e a e2<br />

trutura portuária, conforme é moatrado na Figura (22).<br />

w LINHAS SPRING<br />

Figura (22) - Tipos <strong>de</strong> dolfins e sistemas <strong>de</strong> amarração,


O s sistemas <strong>de</strong> amarração são dispositi -<br />

vos utilizados quando os navios são atracadas; eles possuem as<br />

funções principais <strong>de</strong> pren<strong>de</strong>r as embarcações durante a atracg<br />

ção e <strong>de</strong> mantê-las em posiçgo segura para a realização a<strong>de</strong>quada<br />

das operações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga. A Figura (22) mostra uma diz<br />

posição tipica dos sistemas <strong>de</strong> amarração e <strong>de</strong>fine a termino12<br />

gia usada,Com relação ao tipo <strong>de</strong> material utilizado como linhas<br />

<strong>de</strong> amarração, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os cabos <strong>de</strong> aço, cordas <strong>de</strong> f&<br />

bras naturais e cordas <strong>de</strong> fibras sintéticas (como o nylon, f - i<br />

bras a base <strong>de</strong> polipropileno, etc,); a diferença operacional da<br />

utilização <strong>de</strong> um outro tipo <strong>de</strong> material vai incorrer no grau <strong>de</strong><br />

elasticida<strong>de</strong> dos cabos <strong>de</strong> amarração, que variará também <strong>de</strong> ator<br />

do com o comprimento das amarras e do seu diâmetro.<br />

Os sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas são também dispg<br />

sitivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para uma operação portuária ad=<br />

quada, tendo a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar estragos às embarcações e<br />

aos cais durante o processo <strong>de</strong> atracação e amarração, através<br />

do controle dos movimentos do navio e a redução ou elfminagão<br />

do impacto proveniente do contato entre a embarcação e o cais,<br />

De uma forma geral, os sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas s& os principais<br />

responsáveis pela absorção dos esforços na direção perpendics<br />

lar 5s pare<strong>de</strong>s do cais, enquanto que os sistemas <strong>de</strong> amarração t6m<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver a maior parte das forças atuantes par2<br />

lslamente ao cais. A classificação dos diferentes sistemas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fensas 6 uma função do material utilizado ou <strong>de</strong> acordo com os<br />

seus princ$pios <strong>de</strong> operação, po<strong>de</strong>ndo-se distinguir, além <strong>de</strong> 02<br />

tros, os tipos <strong>de</strong> borracha (pneumáticos, <strong>de</strong>fensas tipo Raykin,<br />

etc.), <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, f lexiveis (utilizando molas), <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong><br />

(cujo princfpio consiste em transformar a energia <strong>de</strong> impacto da<br />

embarcação em trabalho <strong>de</strong> elevação do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

peso) e os flutuantes (usados geralmente para manter os navio8<br />

afastados do cais ou para separar embaacações que estão prómas<br />

umas das outras). Os materiais que compõem os sistemas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fensas <strong>de</strong>vem possuir gran<strong>de</strong> resistência e-durabilida<strong>de</strong>, e pa<br />

ra realizar-9e o dinensionamento <strong>de</strong>stas estruturas portuárias<br />

<strong>de</strong>ve-se analisar as caracterkticas da embarcação <strong>de</strong> projeto, a<br />

sua velocida<strong>de</strong> a direção <strong>de</strong> aproximação, ventos, condições espg<br />

radas <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> maré, caracteristicas <strong>de</strong> absorqã~ <strong>de</strong> energia


n rigi<strong>de</strong>z da rs: .dlc;a <strong>de</strong> acosLiem, e estudos <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> custos.<br />

Os terminais representam também um outro<br />

tipo <strong>de</strong> obra portuária <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância ; eles correspon<strong>de</strong>m<br />

a áreas especializadas <strong>de</strong> um porto onds são previstos pontos pa<br />

ra <strong>de</strong>scarregamento e recebimento <strong>de</strong> cargas provenientes <strong>de</strong> fez<br />

rovias, rodovias, dutos, e embarcações provenientes <strong>de</strong> vias ng<br />

vegáveis inte<strong>rio</strong>res e oceânicas. No projeto <strong>de</strong> um terminal dg<br />

ve-se consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>ter minados elementos como, por exemplo, O ti<br />

po <strong>de</strong> mo~imenta~ão<strong>de</strong> carga, o nÚnero e dimensões <strong>de</strong> berços <strong>de</strong> ato<br />

cação necess&ios, as áreas <strong>de</strong> armazenamento e estocagem, as<br />

áreas <strong>de</strong> trânsito, etc,, Com rela60 à sua classificação, O s<br />

terminais se diferenciam normalmente <strong>de</strong> acordo com os tipos <strong>de</strong><br />

carga que eles recebem e, <strong>de</strong>sta forma, se caracterizam c0 mo<br />

terminais <strong>de</strong> cargas gerais convencionais, <strong>de</strong> containers, <strong>de</strong> cagasa<br />

grane1,<strong>de</strong> passageiros,<strong>de</strong> pesca, militares, e outros; os fe -<br />

torce que irão <strong>de</strong>finir o tipo <strong>de</strong> terminal a ser implantado e o<br />

seu lay-out são as caracterhticas e o nÚmero <strong>de</strong> escoadouros da<br />

carga a ser movimntada, os tipos da embarcações, os equipamentos<br />

a serem utilizados e a eficiência do sistema <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong><br />

cargas, etc.<br />

11~5.3) Sistemas <strong>de</strong> ~ovimgntação <strong>de</strong> Carqas<br />

O sistema <strong>de</strong> movimentaç~o (manuseio) <strong>de</strong><br />

cargas correspon<strong>de</strong> a um dos elementos mais importantes <strong>de</strong> uma<br />

operação portuária. De uma forma geral, a navegaião e o ma ng<br />

seio <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong> uma embarcação vão sofrer influência <strong>de</strong> uma<br />

série <strong>de</strong> parâmetros, como os tipos <strong>de</strong> cargas transportadas; as<br />

caracter~sticas flsicas e operacionais do navio, bem como os<br />

equipamentos que ele possui a bordo; o padrão, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e c02<br />

posição <strong>de</strong> tráfego; a área ;til <strong>de</strong> água disponlvel, limitada pe<br />

la morfologia da costa, batimetria <strong>de</strong> fundo, Lay-owt das vias<br />

navegáveis, canais <strong>de</strong> acesso, etc. ; as condições ambientais(v-<br />

tos, ondaa, marés, correntes, etc.); OS tipos <strong>de</strong> dispasitivos<br />

<strong>de</strong> balizamento e sinalização, bem como as <strong>de</strong>mais atuações <strong>de</strong><br />

apoio à navegação; fatores humanos; e outros. Com relação à im<br />

portância dos portos nos sistemas <strong>de</strong> transporte, eles po<strong>de</strong>m ter<br />

funções secundárias e auxiliares; as funções ~rimi<br />

-<br />

-<br />

-


ias <strong>de</strong> um porto correspcn<strong>de</strong>m transferência dirrta <strong>de</strong> cargas<br />

(e/ou passageiros) entre as embarcações B o porto; as secundá<br />

rias representam o armazenamento <strong>de</strong> carga e o seu processo <strong>de</strong><br />

preparação para o mercado consumidor, e serviços <strong>de</strong> documenta<br />

ção e controle <strong>de</strong> carga; e as auxiliares são formadas por 0%<br />

tros tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s como serviços <strong>de</strong> operação, manutenção<br />

e reparo da embarcação, ser viços <strong>de</strong> tráfego terrestre,^ outras.<br />

C processo ds movimsntação <strong>de</strong> cargas r2<br />

presenta fator <strong>de</strong> relevância numa operação especial -<br />

mente no que se refere 5 transferência dr cargas; o tipo <strong>de</strong> siç I<br />

tema du manuseio (sistemas ~011-on/~~oll-off e Lift-un/Lift-off,<br />

operações com pallets e containers, manuseio <strong>de</strong> granéis, etc.)<br />

vai variar principalmente <strong>de</strong> acordo com as caracter~çticas das<br />

embarcações e das cargos transportadas.<br />

Com relação às cargas gerais, elas po<strong>de</strong>m<br />

ser movimentadas <strong>de</strong> várias maneiras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> caf<br />

ga e do seu Grau <strong>de</strong> unificação. De una forma geral, os equipa<br />

mentos utilizados na sequência <strong>de</strong> operação portuária para os<br />

processos <strong>de</strong> carregamento ' e <strong>de</strong>scarregamento convencionais da em<br />

barcação (para a movimentação do dif erentes cargas não unifica<br />

das, containers, cargas pr6-lingadas,etc.) são os guindastes<br />

máveis ou em pórticos e/ou paus <strong>de</strong> carga (utilizando o sistema<br />

~ift-on/~ift-off); entre o cais e a estocagem dos produtos são<br />

as empilha<strong>de</strong>iras ou a utilização <strong>de</strong> tratores e carretas; e na<br />

fase <strong>de</strong> empilhamento na área <strong>de</strong> estocagem usam-se as empilha<strong>de</strong>i<br />

ras ou guindastes móveis <strong>de</strong> pátio. quanto aos métodos <strong>de</strong> manu<br />

seio, po<strong>de</strong> ser utilizado o sistema ~ it-on/~if f t-off (LO/LO), que<br />

é caracterizado normalmente por um processo <strong>de</strong> carregamento e<br />

<strong>de</strong>scarregamento do navio utilizando guindastes; já o sistema bll-<br />

-on/~oll-off(~o/~o) possui uma maior flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação,<br />

com cargas e <strong>de</strong>scargas rápidas, mas tem a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> maior<br />

perda <strong>de</strong> área sendo mais eficiente em viagens menores. Relativa<br />

mente aos processos <strong>de</strong> unificação <strong>de</strong> carga, as operações em pa&<br />

lets são mais a<strong>de</strong>quadas para menores navios e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga,<br />

em comparação com o sistema <strong>de</strong> containers; esta diferença em ta<br />

manho s peso entre os sistemas <strong>de</strong> pallets e containers também<br />

vai impor a utilizaç& <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> manuseio distintos entro<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


eles, tanto na embarcapão quanto no cais e nas áreas <strong>de</strong> armazena -<br />

gemo Um vantagem associada ao sistema <strong>de</strong> pallets é que ele não<br />

necessita <strong>de</strong> equipamentos tão caros quanto o <strong>de</strong> containers, reg<br />

lizando a movimentação <strong>de</strong> cargas basicamente através <strong>de</strong> ernpilhz<br />

<strong>de</strong>iras, que são equipamentos relativamente mais baratos. 3á os<br />

sistemas <strong>de</strong> mowimentaç~o <strong>de</strong> containers po<strong>de</strong>m utilizar carretas<br />

com tratores, que necessitam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> investimento em carretas,<br />

estocagem sem empilhamento e, portanto, maiores áreas <strong>de</strong> estocg<br />

gem; pórticos móveis ("~traddle-~arrier'), que realizam estocg<br />

gem em dois ou três niveis, mas requerem manutenção elevada( a-<br />

proximadamente 30% do tempo); fixos, que empilham até<br />

5 niveis; e sistemas mistos,<br />

0 processo <strong>de</strong> mvimentação <strong>de</strong> carga para os<br />

granéis vai variar em função <strong>de</strong> eles serem líquidos ou sólidos.<br />

Os granéis lfquidos são movimentados normalmente por mangueiras<br />

e tubulaçÕes, tendo-se <strong>de</strong> ajustar as dimensões e capacida<strong>de</strong> das<br />

bambas <strong>de</strong> acordo com a taxa <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga requerida;<br />

os tipos mais usuais <strong>de</strong> carga a serem manuseadas correspon<strong>de</strong>m ao<br />

petróleo e seus <strong>de</strong>rivados, po<strong>de</strong>ndo-se também movimenta r solvez<br />

tes, Óleos vegetais, diferentes tipos <strong>de</strong> ácidos (cargas perigo<br />

ças), sucos <strong>de</strong> frutas, leite, vinho, asfalto, e outras, 3; para<br />

os granéis sólidos há uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> movim-<br />

tação <strong>de</strong> cargas; os granéis sólidos são geralmente carregados<br />

através <strong>de</strong> instalações localizadas em terra, com <strong>de</strong>scarre~amep<br />

to realizado tanto por terra quanto através <strong>de</strong> equipamentos c2<br />

locados na embarcação; os tipos <strong>de</strong> equipamentos mais c2<br />

muns aplicados na movimentação <strong>de</strong> granéis sólidos são os tipos<br />

mecânicos, com a utilização <strong>de</strong> correias transportadoras, guip<br />

dastes <strong>de</strong> caçambas <strong>de</strong> mandibulas ("clamshell"), guindastes com<br />

roda <strong>de</strong> caçambas ("bucket wheel"), e outros. A Figura (23) mos<br />

tra <strong>de</strong> forma esquemática um <strong>de</strong>scarregador contho (tipo roda <strong>de</strong><br />

caçambas) <strong>de</strong> granéis sÓlidos.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento crescente <strong>de</strong> tecnolo<br />

-<br />

gia e a experiência que vem sendo adquirida pelo homem em a$<br />

lises e aplicações <strong>de</strong> bombeamentos (pneumáticos e <strong>de</strong> sucção) <strong>de</strong><br />

materiais sólidos a<strong>de</strong>quadamente preparados, têm também tornado<br />

possível a realização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> s4


Figura (23) - Exemplo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scarregador conthuo<br />

<strong>de</strong> sólidos (o'BYRNE(~~)).


lidos, que são colocados sob forma liquida; <strong>de</strong>sta manekg por es<br />

tes métod~s,~o<strong>de</strong>-se utilizar sistemas em que os sólidos &o mie<br />

turados com água formando uma pasta liquida a<strong>de</strong>quada para o ~ORJ<br />

beamentri ('+ slurry systemsn) e diferentes tipos <strong>de</strong> sistemas<br />

usando equipamentos pneumáticos. As vantagens dos sistemas <strong>de</strong><br />

movimentaç~o <strong>de</strong> cargas a granel incluem a utilização <strong>de</strong> menor<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, não necessitam <strong>de</strong> smpacotamento, têm<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> carga em distâz<br />

cias longas, ete.; as suas <strong>de</strong>svantagens principais se referem<br />

5s varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga serem mais limitadas, requerem gran<strong>de</strong>s<br />

instalações <strong>de</strong> arrnazenamento dos produtos, muitas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

granéis são dificeis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scarregadas, e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma limpeza ampla dos equipamentos <strong>de</strong>vido à sua utilização por<br />

cada tipo diferente <strong>de</strong> carga.<br />

111.6) PRINCIPAIS OBRAS E ATIVIDADES DE ENGENHARIA UTILIZADAS<br />

NA IMPLANTRÇRO DE EIXOS DE NAVECAÇAO EM ESNARIOS<br />

~onsi<strong>de</strong>ra~õe s Gerais<br />

A implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegaçao em<br />

uma via natural qualquer vai sempre exigir a realizaçâo <strong>de</strong> atua<br />

-<br />

$Ões <strong>de</strong> engenharia visando promover um tráfego seguro e a obte~<br />

$0 <strong>de</strong> um canal principal que utilize ao máximo as dispanibili<br />

-<br />

dadas em água na natureza. O aproveitamento <strong>de</strong> vias naturais pg<br />

ra fins <strong>de</strong> navegação vai, em gran<strong>de</strong> parte das vezes, necessitar<br />

<strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento que eliminem urna série <strong>de</strong> obst~eulos<br />

C<br />

à navegaçaa, como a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>smoronamento<br />

<strong>de</strong> margens (aumentando o transporte sólido e ocasionando, até<br />

mesmo, variações <strong>de</strong> leito), e outros.<br />

Com relação aos estu6<strong>rio</strong>s, conforme já<br />

foi abordado no ~apltulo I1 do presente trabalho,eles &o noL<br />

malmente regiões que pQSSUem uma movimentação <strong>de</strong> sedimentos i2<br />

tensa, com a caracterização <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição dinâwicas(bai -<br />

xios e barras), possuindo também a influência <strong>de</strong> marés, ondas,<br />

ventos e outras. Desta forma, os principias gerais <strong>de</strong> obras <strong>de</strong><br />

melhoramento para a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegação em estui<br />

<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>verão enfoar atuaçõss <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e manutenção do canal principal,<br />

-


constitu~do por sua largura e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto, fazendo-<br />

-se com que os seus custos iniciais e <strong>de</strong> manutenção sejam os mg<br />

nores possivsis (relação beneficio x custo). No entanto,as atug<br />

ções <strong>de</strong> engenharia a serem realizadas <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a fragi<br />

lida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> do ecossistema estuarino, e, por isto meç<br />

mo, as obras da melhoramento <strong>de</strong>vem ser projetadas para se ajus<br />

tarem ao máximo às condições locais impostas pela natureza (por<br />

exemplo, <strong>de</strong>ve-sn procurar concentrar o escoamento no canal pric<br />

cipal natural; tentar se alterar ao minimo as vazões &lidas e<br />

liquidas, visando evitar problemas <strong>de</strong> erosão <strong>de</strong> calha, divaga<br />

ção <strong>de</strong> leito, penatração maior do prisma <strong>de</strong> maré, etc.; modifi<br />

car ao minimo a estabilida<strong>de</strong> do escoamento d'água; etc.). As<br />

principais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> engenharia relacionadas a regiões es<br />

tuarinas correspon<strong>de</strong>m a trabalhos <strong>de</strong> dragagem revendo-se a<br />

construção <strong>de</strong> alçapões sedimentol~gicos, doterminação das áreas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spsjos, etc. ), pro jato <strong>de</strong> estruturas hidráulicas objetiva2<br />

do direcionar o escoamento, obras <strong>de</strong> proteção do estuá<strong>rio</strong> COE<br />

tra as ações do mar (molhes e quebra-mares), obras <strong>de</strong> proteção<br />

<strong>de</strong> calha e <strong>de</strong> margem (diques, espigÕes e revestimentos), e dis<br />

positivos <strong>de</strong> apoio à navegação (como a sinalização e o baliza<br />

mento) .<br />

111.6.2) Draqaqem<br />

A dragagem representa uma prática usual<br />

e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a impiantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navega<br />

ção em regiões nstuarinas. Ela corrsspon<strong>de</strong> basicamente 5 remo<br />

ção do material <strong>de</strong> fundo, o que é faito através dos diferent~s<br />

tipos <strong>de</strong> dragas, permit indo a obtenção das profundida<strong>de</strong>s neceç<br />

sárias para o tráfego seguro das embarcações na via navegável.<br />

Conforme já foi mencionado no capitulo 11, os estuá<strong>rio</strong>s corres<br />

pon<strong>de</strong>m a regiões <strong>de</strong> intenso transporte sólido, sendo caracteri-<br />

zados por zonas sspecif icas <strong>de</strong> doposição do sedimentos (baixios<br />

e barras); sstas acumulapões sao muitas vezes intensas e dinâ-<br />

cas (variam espacialmente <strong>de</strong> ano para ano), sendo influmciadas<br />

tanto pela qualida<strong>de</strong> das águas continentais quanto pelas águas<br />

marítimas, o que dificulta a <strong>de</strong>terminação em plantâ do canal <strong>de</strong><br />

navegação <strong>de</strong> projeto. Levando-se em conta esses problemas, to2<br />

na-se necessária a construção <strong>de</strong> obras d~ melhoramento para a<br />

fixação do eixo principal da navegação (diques, espigÕes,etc. ),<br />

-


e a consequente utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> dragagem na fase ini -<br />

cial <strong>de</strong>ste empreendimento hidráulico (para obter a profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> projeto) bem como para a manutençgo permanente da via navegi<br />

vel. Para se <strong>de</strong>terminar com uma aproximação razoável a quantidz<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos a serem dragados, bem como as zonas pref erenci -<br />

ais <strong>de</strong> <strong>de</strong>posiçgo <strong>de</strong> material sólido, po<strong>de</strong>-se realizar estudos em<br />

mo<strong>de</strong>los reduzidos <strong>de</strong> fundo móvel, ou então utilizar as técnicas<br />

dos traçadores (radioativos, fluorescentes ou tinturas); A F i s<br />

ra (24) ilustra algumas aplical;Ões práticas sobre o uso <strong>de</strong> traça<br />

dores nas análises <strong>de</strong> dragagem visando a implantação <strong>de</strong> canais<br />

<strong>de</strong> navegação.<br />

Um gran<strong>de</strong> problema relativo 6 prática da<br />

dragagem em estuá<strong>rio</strong>s está relacionado ao processo <strong>de</strong> siltação,<br />

já explicado no ~a~itwlo SI. I46 una certa inter<strong>de</strong>pendência entre<br />

e do prisma <strong>de</strong> maré e certos fatores locais como difz<br />

rença s <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água, profundida<strong>de</strong>, largura, topografia<br />

<strong>de</strong> fundo do canal, escoamento <strong>de</strong> água doce, viscosida<strong>de</strong>, e ou -<br />

tros; <strong>de</strong>ntre estes fatores, a relação com a profundida<strong>de</strong> é a<br />

mais importante, visto que qualquer aprofundamento <strong>de</strong> um canal<br />

natural para fins <strong>de</strong> navegação em trechos infe<strong>rio</strong>res <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s ou<br />

em cmstuá<strong>rio</strong>s vai certamente afetar a distribuição <strong>de</strong> salinidada<br />

a montante da região dragada e, <strong>de</strong>sta forma, para pequenas mudan -<br />

ças na profundida<strong>de</strong> do canal vão ocorrer gran<strong>de</strong>s variações no<br />

comprimento <strong>de</strong> intrusão salina; isto vai fazer com que o proce2<br />

so <strong>de</strong> siltação se intenstfiqwe e, para este caso, a dragagem ao<br />

invés <strong>de</strong> eliminar os baixios iria fazer com que eles aumentassem<br />

o seu processo <strong>de</strong> formação, <strong>de</strong>vida ao aumento na taxa <strong>de</strong> flocula<br />

$0, o que tornaria o problema ainda mais dificil <strong>de</strong> se resolver,<br />

elevando-se nas mesmas proporções os custos <strong>de</strong> manutenção da via<br />

navegável. Uma outra precaução a ser tomada com relação à draga<br />

gem é quanto <strong>de</strong>terminação das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo; 6 sempre acoi<br />

selhável <strong>de</strong>spejar o material dragado em terreno seco (em áreas<br />

continentais) ou em áreas pantanosas atrás <strong>de</strong> diques, para evi<br />

tar o retorno <strong>de</strong>ste material ao canal <strong>de</strong> navegação e problemas<strong>de</strong><br />

poluição das águas estuarinas. É também importante se prever a<br />

construção e a 10caliza~ã0 (o que é Peito através da tra~adores)<br />

<strong>de</strong> sedimentolÓgicos para o armazenamento do material<br />

que se <strong>de</strong>posita constantemente nas calhas dos estuá<strong>rio</strong>s, visando<br />

-


DIREÇÁO E CORRENTE<br />

/<br />

DIREÇÃO DE CORRENTE<br />

a) pela análise dos traçado res po<strong>de</strong>-se alinhar o canal <strong>de</strong> na<br />

vegação, em plan ta, na direção <strong>de</strong> corrente predominante.<br />

TRANSPORTE DE SEDIMENTOS<br />

\<br />

b) pela análise dos traçadores po<strong>de</strong>-se verificar o<br />

melhor<br />

alinhamento do canal <strong>de</strong> navegação em planta, e as princi<br />

pais zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos.<br />

CANAL DE NAVEGAÇÃO<br />

c) pela análise dos traçadores po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar as áreas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo mais a<strong>de</strong>quadas e se há rstorno <strong>de</strong> material<br />

-<br />

para o canal <strong>de</strong> navegaçao,<br />

Figura (24) - Exemplos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> traçadores na implac<br />

tação <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navegação.


facilitar as operaçÕes <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção da via navegi<br />

vel, que seriam realizadas pontualmente e em pe<strong>rio</strong>dos pé-<strong>de</strong>ter -<br />

mina do se<br />

Apesar dos possíveis inconvenientes cau<br />

sados pelas operações <strong>de</strong> dragagem, elas são absolutamente funda<br />

mentais para a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegação em regiões<br />

estuarinas; <strong>de</strong>ve-se, no entanto, evitar os excessos <strong>de</strong> retirada<br />

do material <strong>de</strong> calha, bem como realizar-se uma análise cuidado<br />

sa das regiões a serem dragadas e das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> matg<br />

rial; <strong>de</strong>ve-se sempre procurar evitar ao máximo os trabalhos <strong>de</strong><br />

dragagem e utilizá-los somente quando a realização <strong>de</strong> outras<br />

obras <strong>de</strong> melhoramento (como, por exemplo, estruturas para dirg<br />

càonamento das correntes <strong>de</strong> ruaré <strong>de</strong> vazante ou <strong>de</strong> enchente, a&<br />

çapÕes sedimentolÓligos, etc.) se tornarem insuficientes ou ing<br />

<strong>de</strong>quadas. Com relação aos métodos <strong>de</strong> dragagem, existem basics<br />

mente dois tipos principais: o <strong>de</strong> sucção hidráulica e o mecâni<br />

co. As dragas hidráulicas trabalham, <strong>de</strong> uma forma geral, a Pg<br />

nhando material <strong>de</strong> fun<strong>de</strong> e água através <strong>de</strong> tubulações <strong>de</strong> sucção, e<br />

ã mistura é <strong>de</strong>scarregada, usando-se bombeamento, em um batelão<br />

ou por uma tubulação até a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong>sejada; os tipos<br />

usuals da dragas hidráulicas são as <strong>de</strong> sucção e recalque, e as<br />

auto-transportadoras <strong>de</strong> arrasto; nas primeiras, as cabeças <strong>de</strong><br />

sucção po<strong>de</strong>m ser com caracteristicas <strong>de</strong> cortador ("cutter") ou<br />

então <strong>de</strong> aspirador ("dustpanw); as dragas auto-transportadoras<br />

<strong>de</strong> arrasto &o utilizadas normalmente no caso <strong>de</strong> não existirem<br />

áreas <strong>de</strong> dsspejo dispeniveis e, <strong>de</strong>sta forma, elas representam<br />

dragas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte <strong>de</strong>vido & localização <strong>de</strong> cisternas em seu<br />

inte<strong>rio</strong>r para receber o material dragado e lançá-lo no mar ou<br />

em alguma região <strong>de</strong> possivel <strong>de</strong>spejo. A s dragas mecânicas reti<br />

-<br />

ram o material <strong>de</strong> fundo através <strong>de</strong> dispositivos mecânicos e po<br />

<strong>de</strong>m ser classificadas, <strong>de</strong> acordo com os tipos, como dragas <strong>de</strong> c=<br />

çamba <strong>de</strong> mandíbulas ("clam&cll bucke t '*) , e scava<strong>de</strong>ira frontal<br />

("dippert'), retro-escava<strong>de</strong>ira ("hoeV), <strong>de</strong> pá-<strong>de</strong>-arrasto ("drag-<br />

linew) e <strong>de</strong> alcatruzes (" endless chain bucket"). Para se <strong>de</strong>te2<br />

minar <strong>de</strong>ntre os diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> dragas existentes qual 6<br />

o mais indicado para cada caso específico, 6 importante se ter<br />

inf ormaçÕes <strong>de</strong>talhadas sobre os parâmstros <strong>de</strong> influência ambi-<br />

tais como, por exemplo, solos, marés, correntes, transporte <strong>de</strong><br />

-<br />

-


sedimentos e ondas; além disso, para se realizar a selsção do<br />

tipo do draga a ser utilizado, <strong>de</strong>ve-se analisar os aspectos da<br />

profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dragagem, quantida<strong>de</strong> e caracteristicas do ma tz<br />

rial a ser removido, grau <strong>de</strong> poluição a ser gerada no ~cossisti<br />

ma aquático, volume <strong>de</strong> tráfego do embarcações na via navegavel,<br />

distância entre o local da dragagem e a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> ma-<br />

rial, r outros.<br />

111~6.3) Obras Fixas<br />

Para a implantação e <strong>de</strong>finição do canal<br />

principal <strong>de</strong> navegaçao em estuá<strong>rio</strong>s, normalmente torna-se necez<br />

&<strong>rio</strong> a construção <strong>de</strong> diques e espigÕeç dovido às maiores instz<br />

bilida<strong>de</strong>s morfo-sedime:nto18gicas nestas regiões (trechos <strong>de</strong><br />

<strong>rio</strong>s, e frequentemente meândricos), De acordo com a sua forma<br />

hidrSulico-zstrutural, os diques r espigões po<strong>de</strong>m se caracterl<br />

zar como estruturas fechadas ou abertas (vazadas). As primeiras,<br />

que sgo as mais cornumonte utilizadas, consistem <strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong><br />

terra ou enrocamento protegida por algum tipo <strong>de</strong> revestimento.<br />

3: âs estruturas abertas, que po<strong>de</strong>m correspon<strong>de</strong>r, por exemplo,<br />

a uma fileira <strong>de</strong> pilares <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, são dimensionadas para pef<br />

mitir que o escoamento passa através <strong>de</strong>las para a situação <strong>de</strong><br />

qualquer nívi.1 dtágua; o principio <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong>ssas obros<br />

vazadas, muito utilizadas na construçÕes <strong>de</strong> ospigões para a prg<br />

teção <strong>de</strong> margem, e o <strong>de</strong> absorver parte da energia do escoamento,<br />

reduzindo a velocidadz <strong>de</strong> corrente e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte<br />

<strong>de</strong> sadimentos e provocando, portanto, a realização do processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>posição do material sólido.<br />

De uma forma geral, os espigões<br />

pon<strong>de</strong>m a estruturas hidráulicas com ligação $s margens<br />

corre2<br />

e diri -<br />

gidas transversalmente à corrente liquida; os elementos que pg<br />

<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>finidos no seu dimensionamento são o comprimento,<br />

Y<br />

altura, espaçamonto e se ssrao estruturas perm&veis (absrtas)<br />

ou impermeáveis (fachadas). A função principal dos espigÕss e<br />

a <strong>de</strong> armazenar sedimentos provenisntes do transporte sálido do<br />

escoamento dtágu3 com o objetivo <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> margem da via<br />

navegável e <strong>de</strong> fixação do canal principal em planta, como 6 mos<br />

trado na Figura (25), sendo muito utilizados em estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vL


. -<br />

do a gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calha <strong>de</strong>ssas regloes.<br />

gs diquss são estruturas hidráulicas tam<br />

-<br />

za$o do escoamento através da eliminação ou redução do proces<br />

bem <strong>de</strong> importante aplicaç& sm estuá<strong>rio</strong>s e que visam a ~stabili<br />

so <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> szdimentos realizando a convergência <strong>de</strong> cor<br />

rentes fluviais ou <strong>de</strong> maré para obter um agrofundamento do cg<br />

na1 principal, minimizando os trabalhos <strong>de</strong> dragagem, o promove;<br />

do uma maior eficiência hidráulica e uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoam-<br />

#<br />

to. Os diques alom <strong>de</strong> atuarem como guias corrantes, gerando uma<br />

molhoria das condiçõzs <strong>de</strong> navogaçao, po<strong>de</strong>m também ter funções <strong>de</strong><br />

Y<br />

pro t açao do margem em trechos curvi1;neos do canal, o que po<strong>de</strong><br />

ser visto dr forma esquem6tica na Figura (25).<br />

EANCO DE AREIA<br />

r.<br />

Figura (25) - Exenplo d- utilização <strong>de</strong> diques c espigooç.<br />

Com relação aos molhes, eles são tipos<br />

<strong>de</strong> estruturas também muito utilizadas em sstuá<strong>rio</strong>s, construidas<br />

geralmíntc na região da embocadura do <strong>rio</strong>. Conforme já foi abor<br />

dado no itcm III.5.2, eles têm uma atuação similar a dos quebra<br />

-mares, porém possuem ligação em terra. Os molhes têm a função<br />

primordial <strong>de</strong> reduzir a ação das ondas (funcionando como obras<br />

<strong>de</strong> proteção) ao musmo tnmpo em que zliminãm ou reduzem os efei<br />

-<br />

-


tos da penetração <strong>de</strong> sedimentos do mar para o estua<strong>rio</strong>, po<strong>de</strong>r!<br />

do, também, realizarem uma convergência do escoamento <strong>de</strong> maré<br />

(atuando como guias correntes), melhorando a uniformidad? e a<br />

eficiência hidraulica do canal <strong>de</strong> navegaçgo zstuarino.<br />

É importante sz ressaltar que a realiza -<br />

ção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento em estuá<strong>rio</strong>s corrrespon<strong>de</strong> a um prg<br />

cesso muito dulicâdo, <strong>de</strong>vido à fragilida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

ecossistema, e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erros d~ projeto, dsvido ,por<br />

excmplo, a uma má localização e um lay-out <strong>de</strong>feituoso dos di<br />

ques longitudinais po<strong>de</strong>m gerar sé<strong>rio</strong>s problemas quanto esta-<br />

lida<strong>de</strong> hidráulico-sedimentológica do rogima estuarino e % pri<br />

U<br />

pria navsgaçao. Portanto, o projeto e construção <strong>de</strong> molhes, dL<br />

ques e espigÕes em estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vem ser realizados a partir <strong>de</strong><br />

análises meticulosas, incluindo investigaçÕes <strong>de</strong> campo e estu<br />

dos em mo<strong>de</strong>los reduzidos, bem como consi<strong>de</strong>rando-se as operações<br />

<strong>de</strong> dragagem inicial e <strong>de</strong> manutenção ,s a localização i<strong>de</strong>al do s<br />

possíveis alçapões sedirnentolÓgicos a serem implantados,<br />

111.6.4 - Revestimentos paro proteção <strong>de</strong> Encostas<br />

Conformz já foi explicado no item ante<br />

<strong>rio</strong>r, os diques e espiQÕes, além da possuirem outras caracteris<br />

ticas funcionais, correspondom também a obras <strong>de</strong> engenharia ds<br />

gran<strong>de</strong> importância no que se refere a proteção <strong>de</strong> margens,o que<br />

po<strong>de</strong> ser verificado, por exemplo, quando <strong>de</strong> sua construçao em<br />

trechos curvilineo s da. via navegável natural e locafizados na<br />

margem contava (que sofre maiores atuações <strong>de</strong> correntes), faz25<br />

do com que eles promovam a proteção <strong>de</strong>sta margem contra os efei<br />

tos negativos <strong>de</strong> erosão e <strong>de</strong>sbarrancamento. Um outro método mui<br />

to comum <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> margens e encostas <strong>de</strong> um modo geral 6<br />

a utilizaç& <strong>de</strong> revestimentos; a finalida<strong>de</strong> principal <strong>de</strong>sses<br />

trabalhos 6 a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s, impsdindo o seu <strong>de</strong>smoronamento<br />

,.,<br />

e solapamanto quer por atuações <strong>de</strong> ondas e corr~ntes, variaçoes<br />

<strong>de</strong> nível d*água <strong>de</strong>vido à mar;, ou pela "batilhagem" das ondas<br />

causadas pelas embarcaçÕes, que geram cf eitos nzgativos contra as<br />

encostas, Para a aplicação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> revestimento, <strong>de</strong>ve-se 12<br />

"ar em consi<strong>de</strong>ração alguns tipos <strong>de</strong> crité<strong>rio</strong>s du projetos pric<br />

cipais, a saber: o talu<strong>de</strong> dc: encosta (das obras fixas, ou may<br />

-<br />

-


gensdas vias navegáveis) <strong>de</strong>ve ser tal que nao possa ocorrer d-<br />

LI<br />

lizamentos, m-smo nas vâriaçoes mais abruptas <strong>de</strong> nível d'água;<br />

o revestimsnto <strong>de</strong>ve ser compacto <strong>de</strong> tal forma que não haja remo<br />

ção da particulas sólidas <strong>de</strong>vido a ação <strong>de</strong> correntes abaixo do<br />

revestimento; elo dove tambóm garantir a proteção <strong>de</strong> todo o ta<br />

lu<strong>de</strong>, e ter o SEU inicio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ni/vel mais elevado <strong>de</strong> atuação<br />

da água na encosta cstan<strong>de</strong>ndo-se at6 a calha da via navegável,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> evitar solapamentos <strong>de</strong> encostas; e o revesti<br />

mente <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> tal forma flexival que se, mesmo apesar <strong>de</strong> se<br />

adotarem todas as medidas mencionadas acima, ainda ocorrerem sg<br />

lapamentos dc encostas, ele <strong>de</strong>verá ser capaz <strong>de</strong> se <strong>de</strong>formar sua<br />

venente <strong>de</strong> acordo com os novos contornos <strong>de</strong> talu<strong>de</strong> existentes,<br />

sem quzbrar, rachar ou se danificar.<br />

13s trabalhos <strong>de</strong> revestimentos <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s<br />

comportam projetos muito variados, procurando-se, sempre que<br />

poss~vel, utilizar ma teriais que se possam encontrar nas proxi<br />

mida<strong>de</strong>ç da obra; <strong>de</strong>sta forma, po<strong>de</strong>-se realizar atuações <strong>de</strong> prg<br />

teção <strong>de</strong> margem, por exrmplo, usando-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um simples empg<br />

dramento do talu<strong>de</strong>, plantações <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> gramineas,<br />

e faxinas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, até a aplicação <strong>de</strong> matnriais sint~ticos,<br />

blocos <strong>de</strong> concreto, asfalto, piche e outras qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prodg<br />

tos. Em geral, os revestimentos po<strong>de</strong>m se classificar ds acordo<br />

com dois tipos diferentes: os permeáveis e os impermeáveis; os<br />

revestimentos permeáveis têm uma superf lcie "aberta", ou seja,<br />

permitem o escoamento d'água através da estrutura hidráulica,<br />

que po<strong>de</strong> ser um diqus, um sspigão, um molhe, ou um quebra-mar;<br />

eles normalmente requerem uma ou mais camadas <strong>de</strong> material fil<br />

trantc para reter as parti'culas do solo, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados<br />

os filtros granulares ou sint$ticos, que vão ter uma maior i m<br />

portância <strong>de</strong> aplicação principalmente no caso da sub-camada ser<br />

<strong>de</strong> areia; j; os tipos imperme;veis impe<strong>de</strong>m a penetração dz água<br />

através do talu<strong>de</strong>. Na Figura (26) são mostrados exemplos ds. difg<br />

rentes formas <strong>de</strong> revestimentos para proteção <strong>de</strong> encostas.<br />

Para melhor representar a aplicação <strong>de</strong><br />

diques, espigões c atuaçÕ€s <strong>de</strong> revestimento, ilustramos, a se<br />

guir, um <strong>de</strong>senho com a utilização <strong>de</strong>stes tipos d~ obras <strong>de</strong> eE<br />

genharia para melhoramento das condições <strong>de</strong> navegação em um e2<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


COBERTURA DE PEDRA<br />

COM CAMADAS DE FILTROS<br />

WCESSIVOS DE CASCALHO<br />

E AREIA<br />

CASCALHO GROSSO MIS-<br />

TURADO COM UMA AR-<br />

GA M ASSA A D EOUA M MEN<br />

TE PREPARADA<br />

COBERTURA DE PEDRA<br />

COMUM, CAMADA DE CAS.<br />

CALHO E UMA PELICULA<br />

DE NYLON<br />

BLOCOS DE CONCRETO<br />

UNIDOS COM UMA CA-<br />

MADA DE MLON<br />

COBERTURA DE-PEDRA<br />

COM UM COLCHA0 FIL-<br />

TRAHTE DE FAXINAS<br />

W WTRO MATERIAL<br />

TECIDOS DE NYLON COM<br />

ENCHIMENTO DE ARELA<br />

OU LRGAMASSA.<br />

- 2<br />

C GRAM~EAS PLANTADAS PEDRAS COM AS FALTO CONCRETO ASFALTICO<br />

V) [L<br />

y k?<br />

w z<br />

a<br />

EM CAMADA M /YIGILA<br />

Figura (26) - Exemplos <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> reves<br />

-<br />

Cimentos para proteção <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s.


tuá<strong>rio</strong> ou trecho aluvial <strong>de</strong> <strong>rio</strong>, mostrado esquematicamente na<br />

Figura (27); neste exumplo da Figura (27), o objetivo primordi<br />

a1 das obras <strong>de</strong> malhoramanto é o <strong>de</strong> transformar o alinhamento<br />

<strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação natural irregular em uma curva suave.<br />

W<br />

111.6.5) Dispositivos <strong>de</strong> Apoio ?i Navugacao<br />

0s dispositivos <strong>de</strong> apoio ?i navngaçzo vão<br />

normalmente ser caractarizados pela sinalizaç~o e balizamento<br />

da via naveggvel, e o grau <strong>de</strong> acurgcia e confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>çsrs<br />

elementos <strong>de</strong>finirão a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segurânça das embarcações<br />

<strong>de</strong>, por oxemplo, permaneczrem <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> Qn canal <strong>de</strong><br />

navegação ou rnalizarrm manobras em uma bacia portuária. Para<br />

se fazer uma análise dos tipos <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> apoio navs<br />

gação a<strong>de</strong>quados para cada situação em estudo, <strong>de</strong>ve-se ter conh~<br />

cimento das condiçõus 0 circunst~nciaç locais, como, por exep!<br />

plo, as caracterlsticas fisicas da via navegável natural (geome<br />

tria e estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canal, formação <strong>de</strong> baixios e bancos <strong>de</strong><br />

areia, variações <strong>de</strong> níveis dg6B~a sazonais e d3vido ?i maré, velcfidadss<br />

<strong>de</strong> correntes, ma t~riais <strong>de</strong> fundo, etc,); condições climáticas<br />

(ventos, nevosiros, etc.); 2s caracteristicas da embarcação <strong>de</strong><br />

projeto a trafegar na via navegável; as disponibilida<strong>de</strong>s f inan<br />

.c<br />

ceiras possivois; uxperiência do piloto do navio; e outras.<br />

r? sinâlização vai representar, <strong>de</strong> uma f o ~<br />

ma geral, indicações ao piloto da ~mbarcação para alertá-lo<br />

quanto ?I localização <strong>de</strong> obstáculos e perigos ao longo da via na<br />

vegável (ilhas, baixios, materiais afundados no leito, etc.),ifi<br />

formá-lo quanto a dados gerais (marcação <strong>de</strong> quilometragem <strong>de</strong><br />

viagem, indicação da distância do canal na perpendicular à ma2<br />

gcm, pontos <strong>de</strong> rcf ersncia éxistentes, etc,), c, finalmonte, ori<br />

atá-lo com relação ao posicionamcnto da crnbarcação a ser tomado<br />

Y<br />

ao longo dc seu percurso (como o seu afastamania ou aproximaçao<br />

da margem, indicações quanto ao diracionamento correto da 5mbar-<br />

cação no canal dc navsgação principal, etc.). O balizamento vai<br />

ter a função principal du caracterizar o canal <strong>de</strong> navegação em<br />

w<br />

planta, <strong>de</strong> forma que o tráfego das ombarcaçous seja realizado<br />

<strong>de</strong> mansira segura; a Figura (28) mostra esquematicamente, um<br />

exsmplo d~ balizamento du um trecho <strong>de</strong> via navsgávcl,<br />

-<br />

-<br />

-


DIQUES<br />

Figura (27) - Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramel!<br />

to para navegação em estuá<strong>rio</strong>s.<br />

DRAGAGEM


A marcação do canal para instalação dos<br />

dispositivos <strong>de</strong> apoio<br />

N<br />

navsgaçao e rsalizada com mais frtlquCn<br />

Y<br />

cia atravss <strong>de</strong> bóias e dz balizas fixas; as balizas sao mais<br />

utilizadas para o caso <strong>de</strong> trachos ds canais do navngação relati<br />

vament2 fixos (dovido, por exonplo, 5 construção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> mo<br />

lhoramcntos como diqu3s e ~spigõ"~), .OU seja, quando há uma cer<br />

ta estabilida<strong>de</strong> ds calha dos canais <strong>de</strong> navegação; já as bóias<br />

possuem uma maior flnxibilidads <strong>de</strong> opsração, sendo ds aplicação<br />

N<br />

mais importante para o caso <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> naviigaçao ds lsito m i<br />

vel; <strong>de</strong>sta forma, ao longo da via navegável, as instalações ds<br />

balizas fixas 2 bóias podzm se alternar <strong>de</strong> acordo com o trecho<br />

do canal, po<strong>de</strong>ndo-s3 utilizar um sistema <strong>de</strong> balizamento através<br />

<strong>de</strong> marcadores e luzi's fixos na margem, bem como as bóias conven<br />

cionais compostas com marcadores luminosos e ma teria1 retro-re-<br />

fletivo. Os melhoramzntas através dos dispositivos <strong>de</strong> apoio à<br />

navegação necessitam, tambsm <strong>de</strong> acordo com o caso em estudo, <strong>de</strong><br />

melhorias no padrão e acurjcia das bóias <strong>de</strong> marcação do canal<br />

(em rsla$o às variações <strong>de</strong> dvcl d'água <strong>de</strong>vido 5 maré, <strong>de</strong>sq<br />

volvimento tecnolÓgico, etc.); da aplicação <strong>de</strong> sistemas ds r2<br />

dar, aumentando a segurança da das smbarcaçõas <strong>de</strong>'<br />

tro do canal <strong>de</strong> navegação projetado; da utilização <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> rádio, fornecendo informaçõ~s sobrc as condições hidrográf i<br />

tas, matsouolÓgicas e <strong>de</strong> tráfego, bom como auxiliando também no<br />

posicionamento da embarcação na via navegável; e outro S.<br />

/ ZONA DE DEPOSIÇÃO \<br />

DE SEDIMENTOS<br />

Figura (28) - Exsmplo <strong>de</strong> balizamento <strong>de</strong> um<br />

trecho <strong>de</strong> via navegável.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


No presente capitulo procuraremos abor -<br />

dar diferentes casos práticos e exemplos <strong>de</strong> aplicações (como a<br />

mo<strong>de</strong>lagem matemática, mo<strong>de</strong>lagem f isica, implantação <strong>de</strong> canais <strong>de</strong><br />

II<br />

navegaçao, problemas sedimentolÓgicos em estuá<strong>rio</strong>s, etc.) rela<br />

tivos à temática global <strong>de</strong>ste trabalho, tentando utilizar <strong>de</strong><br />

uma forma geral, as situações <strong>de</strong> projetos e estudos já realiza<br />

-<br />

dos em terras <strong>brasil</strong>eiras.<br />

IV. 1) DESCRIÇÃO MATEMATICA SUCINTA SOBRE O COMPORTAMENTO ESTUA<br />

RINO - APLICAÇÃO AO ESTU~RIO DO POTENGI (RN)<br />

Devido ao fato <strong>de</strong> que gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ste<br />

trabalho teve um cunho <strong>de</strong>scritivo e dissertativo em relação aos e2<br />

tuá<strong>rio</strong>s, achamos importante, em termos <strong>de</strong> complementação <strong>de</strong>sta<br />

obra <strong>de</strong> pesquisa, que se realize também uma <strong>de</strong>scrição matemáti<br />

ca sucinta sobre o comportamento estuarino. Para isto,<strong>de</strong>senvolvg<br />

U<br />

remos as equações hidrodinâmicas básicas e as equaçoes gerais<br />

dos processos <strong>de</strong> mistura em estuá<strong>rio</strong>s, e utilizando, ao fina1,um<br />

um exsmplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo matemático em que considg<br />

raremos o caso do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> Potengi,<br />

A s equações hidrodinâmica s básicas estão<br />

relacionadas com as equações <strong>de</strong> estado, <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa<br />

e <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento.<br />

IV. 1.1.1) ~~uação <strong>de</strong> Estado<br />

Em uma análise geral, temos que f' =f(~,T,p),<br />

mas para a maioria dos estuá<strong>rio</strong>s tem-se quep=f(S) ou, então,<br />

p sf,(l-KS), on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com a nossa notação, P = <strong>de</strong>nsida<br />

<strong>de</strong> da água no estuá<strong>rio</strong>; fi = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água do mar =1.025tf/m T ,<br />

S = salinida<strong>de</strong>; T= temperatura; p= K= constante dimen -<br />

siona 1.<br />

-<br />

-


1v.1.1.2) ~~uaçÕes <strong>de</strong> ~onservação <strong>de</strong> Massa<br />

~ ~ u a da ~ ãContinuida<strong>de</strong> o<br />

A equação da continuida<strong>de</strong>, que é <strong>de</strong>termi -<br />

nada consi<strong>de</strong>rando-se o princípio f i sico da conservação <strong>de</strong> massa<br />

para a água, po<strong>de</strong> ser obtida a partir <strong>de</strong> um volume infinitesi<br />

mal, conforme está mostrado na Figura (29).<br />

/.<br />

\<br />

eixo x: direção para fora<br />

do estuá<strong>rio</strong><br />

eixo y : direção para a mo<br />

eixo z<br />

gem esquerda do<br />

estuá<strong>rio</strong>, olhando-se<br />

<strong>de</strong> montante para ju<br />

-<br />

sante<br />

direção vertical <strong>de</strong><br />

baixo para cima<br />

são os componentes<br />

da velocida<strong>de</strong> nos<br />

eixos x, y e z respes<br />

tivamente.<br />

CI<br />

Figura (29) - Volume <strong>de</strong> controle para obtenção das equaçoos<br />

matemáticas representativas do comportamento<br />

estuarino.


As componentes <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> nos eixos<br />

CI<br />

x, y e z sao u, v e w, respectivamente. A água po<strong>de</strong> ser considg<br />

rada como um fluido incompressivel (psconstante) e, <strong>de</strong>sta foz<br />

ma,a conservação <strong>de</strong> massa se torna idêntica a conservação <strong>de</strong> v2<br />

lume. O princípio <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa implica que o fluxo<br />

<strong>de</strong> massa (ou volume) através do volume inf initesimal mostrado<br />

na Figura (29) é igual a zero, ou seja:<br />

m<br />

fluxo <strong>de</strong> massa = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> x velocida<strong>de</strong> x área da seçao<br />

transversal (M/T)<br />

1v.1. 1.2.2)~~uação <strong>de</strong> ~istribui~ão <strong>de</strong> variáveis (ou <strong>de</strong> Bafanço<br />

Salino ou <strong>de</strong> ~ifusão)<br />

A equação <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis<br />

é obtida a partir do princípio da conservação <strong>de</strong> massa aplicado<br />

para o material em suspens~o<br />

m<br />

na água. Para se chegar à equaçao<br />

final, <strong>de</strong> acordo com KJERFVE (481, <strong>de</strong>ve-se calcular o transporte<br />

<strong>de</strong> material em cada direção (x, y e z) e realizar-se a soma das<br />

parcelas, igualando-as à variação <strong>de</strong>ntro do volume <strong>de</strong> controle<br />

representado na Figura (29), conforme é mostrado a seguirs<br />

transporte <strong>de</strong> material na direção x:<br />

p c u d ~<br />

dz - ( pcu+ A(pcu) )dydz = -A(pcu)dydz (2)<br />

transporte <strong>de</strong> material na direção y:<br />

pcvdxdz-(pcv+A(pcv))dxdz -A(pcv) dx dz<br />

transporte <strong>de</strong> material na direção zr<br />

pc w dx dy-(pcw+A(pcw)) dx dy= -A(pcw) dx dy<br />

variação total <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>ntro da parcela =<br />

= d (gc ) dx dy dz<br />

d t<br />

(5)<br />

A variação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>ntro da parcela dz


ve ser, <strong>de</strong> acordo com o principio <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa, igua -<br />

lada à variação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>vido ao transporte. Desta forma, sc<br />

mando-se (2), (3) e (4) e igualando-se a (s), tiramos:<br />

dIPc) dx dydz=-A(pcu) dy dz-A(pcv) dxdz- n(pcw) dxdy<br />

(6)<br />

d t<br />

Dividindo-se (6) por dx.dy.dz e tirando-se o limite, te -<br />

Deve-se ressaltar que a formulação da equação (?)não con<br />

si<strong>de</strong>ra o processo <strong>de</strong> difusão molecular. Uma outra análise que<br />

po<strong>de</strong>mos realizar a partir da equação (7) 6 com relação aos l i m- i<br />

tas <strong>de</strong> variação da massa espec:f ica ( P ) e da concentração <strong>de</strong><br />

salinida<strong>de</strong> (c = 5). As faixas <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> P e S da água doce<br />

3<br />

para a água salgada são 1.000-1.030tf/m e 0.1-35%0, respectiva - *<br />

mente; <strong>de</strong>sta forma, po<strong>de</strong>mos observar que o alcance <strong>de</strong> variaçao<br />

<strong>de</strong> S é muito maior do que <strong>de</strong> , o que nos permite consi<strong>de</strong>rar<br />

na equação (7) o valor <strong>de</strong> / como uma constante no tempo e no e2<br />

paço em comparação com a concentração c. A partir <strong>de</strong>ssas suposi<br />

CÕes, e utilizando agora ci pircela não-conservativa, tiramos que:<br />

I<br />

A=- acu) acv) 2(cw)<br />

(8)<br />

a t a x av az +<br />

C*<br />

que é a equação geral <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis, on<strong>de</strong> c é a<br />

concentração <strong>de</strong> um constituinte conservativo e c, a taxa<br />

<strong>de</strong> conc~ntra~ão <strong>de</strong>vido ao comportamento não-conservativo do e2<br />

tuá<strong>rio</strong>.<br />

1v.1.1.3) ~~ua~ões <strong>de</strong> ~onservação da Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ~ovimento(ou<br />

Ii.<br />

Equaçoes ~inâmicas)<br />

A s equaçÕes <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> movimento obe<strong>de</strong>cem 2 segunda lei <strong>de</strong> Neuiton em um sistema <strong>de</strong><br />

I)<br />

coor<strong>de</strong>nadas móvel. Em estuá<strong>rio</strong>s, essas equações <strong>de</strong> movimento sao<br />

normalmente expressas em termos <strong>de</strong> 3 equações componentes in<strong>de</strong> -<br />

pan<strong>de</strong>ntss em um sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas cartesiano. Desta forma,<br />

partindo da segunda lei <strong>de</strong> Newton e <strong>de</strong>sprezando, conforme ta'<br />

-<br />

bém fizamos para as equaço-s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa, os proces<br />

sos moleculares (como o atrito <strong>de</strong> fundo e tensões <strong>de</strong> cizalhamen<br />

to internas), vamos ter,<br />

-<br />

-


on<strong>de</strong>: rn: é a massa da particula fluida (parte inf initesimal do<br />

fluido contendo çernpr? as rnesrnâs mol6culas ao longo<br />

do tempo)<br />

Vt é a velocida<strong>de</strong> da particula fluida<br />

tt é o tempo<br />

LF: é a soma <strong>de</strong> todas as forças atuantes nesta partícula<br />

fluida.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se as forças normais(<strong>de</strong>vido<br />

5 variação <strong>de</strong> pressão), <strong>de</strong> volume (<strong>de</strong>vido aceleração da gravi<br />

da<strong>de</strong>) E <strong>de</strong>vido à aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis*, substituindo-as na<br />

equação (9) e fazendo urna análise matemática similar à realiza<br />

-<br />

da no item IV.1.1.2, teremos3<br />

direção y: pdx dy dz - d v + pdx dy dz fu = - Jp dx dy dz<br />

d t d~<br />

on<strong>de</strong>: fa 6 o ~arârnetro <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis<br />

0: é a latitu<strong>de</strong> local<br />

ri$ 6 a tara <strong>de</strong> rotação da terra = 7.29 r 10-~rad/s<br />

-<br />

p: pressa0<br />

g: 6 a aceleração da gravida<strong>de</strong><br />

dw - s O (aproximação hidrostática)<br />

d t<br />

,<br />

dx dz<br />

LJ = ,; V = ; w = (componentes da velocida<strong>de</strong> V)<br />

A seguir, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar o valor da


aceleração d~/dt como tendo componentes locais e convectivas e,<br />

<strong>de</strong>sta forma, para cada eixo coor<strong>de</strong>nado teremos:<br />

ACEL.<br />

LOCAIS<br />

V<br />

ACELERAÇÕES DE CAMPO (CONVECTIVAS)<br />

Po<strong>de</strong>mos observar pelas equaçÕes(14), (15)<br />

e (16) que, as acelerações locais vão ser nulas para um escoame2<br />

W<br />

to permanente ( h ~/ht=o) e que as acelerações convectivas vao<br />

ser nulas para o caso do escoamento ser uniforme (dV/bx= =<br />

= bv/bz = O); no entanto os escoamentos em estuá<strong>rio</strong>s são normal<br />

ment~ não permanentes e variados. Além disso, <strong>de</strong> uma maneira gg<br />

ral, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>sprezível a variação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ao<br />

longo do eixo vertical (dw/dtxO) e também o seu respectivo ter<br />

mo da aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis (como é mostrado no Apêndice A).<br />

Desta forma, substituindo (14), (15) e<br />

(16) em (10). (11) e (12), e <strong>de</strong>senvolvendo matematicamente, ti<br />

ramos,f inalmente:<br />

[a: CI<br />

equaça o +.- +v- a v a v +,,=-<br />

em Y<br />

a x<br />

+wa<br />

Y a z<br />

1<br />

-<br />

Y ay<br />

(18)<br />

- Equações Gerais dos Processos <strong>de</strong> Mistura em ~stuá<strong>rio</strong>s<br />

Os processos <strong>de</strong> mistura estuarinos c02<br />

respon<strong>de</strong>m à uma distribuição com média temporal ( "time-averaged")<br />

<strong>de</strong> um constituinte em dissolução ou em suspensão na água <strong>de</strong>vido<br />

aos processos <strong>de</strong> dispersão (difusão + advecção).


A distribuição com média temporal 6 noz<br />

malmente realizada para se consi<strong>de</strong>rar os efeitos dos fluxos e<br />

tensões <strong>de</strong> turbulência no escoamento, e iremos analisá-la a SE<br />

guir.<br />

Suporemos, inicialmente, uma variável<br />

instantânea qualquer - m <strong>de</strong> tal forma que:<br />

-<br />

on<strong>de</strong>: m: é a média temporal <strong>de</strong> curto prazo ('tshort-term time<br />

mf: 6 o termo da flutuação em torno da média<br />

A média temporal I?I é <strong>de</strong>finida por:<br />

average")<br />

O termo <strong>de</strong> flutuação mf quando integrado ao longo <strong>de</strong> to<br />

do o intervalo <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a zero,ou seja:<br />

r7<br />

O valor <strong>de</strong> po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r, por exem -<br />

plo, às velocida<strong>de</strong>s u, v e w, a uma pressão p ou a uma conce'<br />

tração c. Esta análise é importante para a <strong>de</strong>finição do estudo<br />

da turbulência, em que a variável inçtantha varia randomicamen<br />

te com relação ao espaço e ao tempo em torno <strong>de</strong> algum valor mé -<br />

dio. Este processo 6 <strong>de</strong> dif icil interpretação e, para realizarse<br />

um estudo mais simplificado, 6 comum consi<strong>de</strong>rar-se, analoga<br />

mento ao caso da variável m, a <strong>de</strong>composiç~o, por exemplo, da vg<br />

locida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento (V) através <strong>de</strong> sua média (V) e <strong>de</strong> uma<br />

componente <strong>de</strong> flutuação (V') que 4 zoro quando integrada em um<br />

W<br />

intervalo curto <strong>de</strong> tempo (a ); sstes .,lmentos istao representg<br />

dos através das equações (zo), (21) e (22) mostradas a seguir:<br />

-


O tempo <strong>de</strong> média ( 3 ), <strong>de</strong> acordo com<br />

Mc DOWELL e O'CONNOR (54), 6 tido como sendo da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 a 10<br />

minutos.<br />

Para situações <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> no<br />

escoamento <strong>de</strong> marés em estuá<strong>rio</strong>s po<strong>de</strong>-se tambgm realizar estg<br />

dos em <strong>de</strong>terminados sistemas oscilatÓ<strong>rio</strong>s (certos tipos <strong>de</strong> modg<br />

10s <strong>de</strong> marés), e outras análises.<br />

No entanto, neste trabalho, procuraremos<br />

nos <strong>de</strong>ter na análise dos fluxos e tensões <strong>de</strong> turbulência consi<br />

<strong>de</strong>rando a distribuição <strong>de</strong> média temporal, como veremos a seguir,<br />

C*<br />

Utilizando, inicialmente, a equaçao da<br />

continuida<strong>de</strong> (equação(l)) e substituindo cada valor <strong>de</strong> variável<br />

instantânea - m pelo valor E + mv, integrando em relação ao tempo<br />

para o a e dividindo por 2, vsm:<br />

Verificamos, portanto, pelo <strong>de</strong>senvolvi<br />

mento matemático realizado, que a equação (23) coinci<strong>de</strong> com a<br />

equação da continuida<strong>de</strong>.


Fazendo, agora, o mesmo procedimento pa-<br />

ra a equapão <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis (equação (8)), <strong>de</strong>v-<br />

mos, inicialmente, observar o seguinte:<br />

- - rn e 2<br />

CI<br />

sao duas variáveis quaisquer<br />

Aplicando as equações (24), (25) e (26)<br />

em (8) e utilizando o mesmo procedimento ante<strong>rio</strong>r, tiramos:


Desta forma, teremos:<br />

-<br />

ac aE -v- ac _,- - JC -----at<br />

i a x 2 Y az : ax 2~ az i<br />

acZ3 acZ) a(Zi +<br />

C (27)<br />

x<br />

v J<br />

variação fluxos <strong>de</strong> transporte fluxos <strong>de</strong> 'iurbulência variação <strong>de</strong>vconcentraçáo<br />

local <strong>de</strong>vido a advecçao <strong>de</strong>vido 'a difusão <strong>de</strong>vido ao comportamen-<br />

<strong>de</strong> conc. to não conservativo dos<br />

estuá<strong>rio</strong>s<br />

0, acordo com Mc DOWELL e 0'COFJNOR ( 54 ),<br />

os fluxos turbulentos po<strong>de</strong>m ser escritos comot<br />

on<strong>de</strong> Lx, Ey e Lz são os coeficientes <strong>de</strong> difusão.<br />

Portanto, iremas ter r<br />

Realizando, agora, o mesmo tipo <strong>de</strong> análi -<br />

se para as equações <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento<br />

a<br />

(equações (17). (18) e (19)), chegaremos, para as sxprsssoas fi<br />

naiç, que a equagão (19) não se alterou e as equações (17)e(18)<br />

passaram a ter a seguinte forma:<br />

I I I I<br />

V V v<br />

aceler. aceleração convectiva aceler: gradiente tensoes <strong>de</strong> turbulência <strong>de</strong><br />

I oca I <strong>de</strong> <strong>de</strong> pressão Reynolds<br />

Co<strong>rio</strong>lis<br />

Analogamente ao caso ante<strong>rio</strong>r, po<strong>de</strong>mos ainda escrever?<br />

J


on<strong>de</strong> Di são os coeficientes turbulentos <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>. Normal -<br />

mente, os valores <strong>de</strong> u'u' e <strong>de</strong> u'v' po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sprezados em<br />

CI<br />

comparaçao com u'u' e, <strong>de</strong>sta forma, teremos para as equaçoes<br />

1~~1.3) Exemplo da ~tilização <strong>de</strong> um Mo<strong>de</strong>lo ~atemático para Es<br />

A simulação matemática correspon<strong>de</strong> a um<br />

dos elementos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nos estudos dos fenômenos<br />

estuarinos. A aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matedticos <strong>de</strong> fundo mÓve1<br />

são os mais indicados para esta análise, já que levam em considg<br />

ração problemas usuais em estuá<strong>rio</strong>s como taxas <strong>de</strong> sedimentação<br />

elevada s, dragagens, modif icações nos prismas <strong>de</strong> maré <strong>de</strong>vido 2<br />

construção <strong>de</strong> estruturas hidráulicas, etc., e as suas respecti<br />

vas influências e alterações no regime estuarino; nestes mo<strong>de</strong><br />

los, além das equações <strong>de</strong> conçervação <strong>de</strong> massa e da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> movimento, são também consi<strong>de</strong>radas equações <strong>de</strong> concentrasão<br />

relativas ao transporte <strong>de</strong> material sólido.<br />

1~~1.3.1) Fundamentos ~eóricos para a aplicação da ~imulação<br />

temática.<br />

A s equações básicas para o cálculo <strong>de</strong><br />

propagação <strong>de</strong> maré em estuá<strong>rio</strong>s e <strong>de</strong> aplicação em mo<strong>de</strong>los mate<br />

mát icos correspon<strong>de</strong>m 5 equação da continuida<strong>de</strong> (<strong>de</strong><br />

CL<br />

conservaçao<br />

<strong>de</strong> massa) e equação dinâmica (<strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

movimento), cuja s expressões gerais já foram <strong>de</strong>senvolvidas no<br />

item IV. 1.1 do presente trabalho. Po<strong>de</strong>-se, no entanto, reescrg<br />

ver-se estas mesmas equações <strong>de</strong> outras formas, <strong>de</strong> acordo com o<br />

tipo <strong>de</strong> estudo a ser realizado e as condições específicas <strong>de</strong><br />

análise do problema; através da utilização <strong>de</strong> um trabalho elabg<br />

rado por SILVA e MASCARENHAS (81), que supõe um escoamento prg<br />

U<br />

pon<strong>de</strong>rantemente unidimensional, po<strong>de</strong>m ser formuladas equaçoes


separadamente para a fase liquida e para a fase sólida do escoa -<br />

mento, como é mostrado a seguir.<br />

Para a fase liquida do escoamentos<br />

equação da<br />

dh + v b h + h c)V=O<br />

continuida<strong>de</strong> ò t d x d x<br />

- equaçao<br />

+ Q V V-.&.!L + 9 - + g-- &a = - 9Sf<br />

dinâmica b t à x d x x<br />

on<strong>de</strong>:<br />

Parâ os sedimentos, tem-se:<br />

+--<br />

da + - cFT &V dT dh =o<br />

C+ t &V bx bh dx<br />

(33)<br />

( 34)<br />

x = abcissa medida ao longo do eixo do estuá<strong>rio</strong>, a partir<br />

da foz.<br />

t = tempo <strong>de</strong>corrido a partir <strong>de</strong> um instante inicial.<br />

-<br />

x e 1: = variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

h(x,t) = profundida<strong>de</strong> média do estuá<strong>rio</strong>,<br />

~(x,t) = velocida<strong>de</strong> média na seção transversal,<br />

a(x,t) = cota <strong>de</strong> fundo do leito do estuá<strong>rio</strong>,<br />

~(s,t) = vazão sólida na seção transversal por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

largura.<br />

O termo Sf representa a perda <strong>de</strong> carga<br />

por atrito ou a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> da linha energética do escoamento<br />

e, pela fórmula geral <strong>de</strong> Manning, po<strong>de</strong> ser escrita por:<br />

on<strong>de</strong>s<br />

n = coeficiente <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong>,<br />

R = raio hidráulico da seção transversal.<br />

p = parâmetro numérico a ser <strong>de</strong>terminado.


O sistema <strong>de</strong> equações (32 ), (33) e (34 )<br />

po<strong>de</strong> ser escrito sob forma matricial, com o objetivo <strong>de</strong> simpli<br />

ficar a análise matemática do problema, e, <strong>de</strong> acordo com SILVA<br />

e MASCARENHAS (81), podz ssr sscrito da seguinte maneira:<br />

ou: - 4<br />

Utt AU,+ B = O<br />

on<strong>de</strong> - U é o vetor <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, e e 1 são respecti<br />

vamente matriz e vetor <strong>de</strong> coeficientes.<br />

Demonstra-se que os auto-valores da<br />

matriz - A são as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> modificações nos<br />

niveis <strong>de</strong> escoamento e do leito e são obtidos pela resolução da<br />

seguinte equação carac tcristica:<br />

IA- h11 = O ( 38)<br />

on<strong>de</strong> - I é a matriz i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. No caso do sistema <strong>de</strong>finido<br />

equação (36), iremos ter, partindo-se da equação (38):<br />

pela<br />

2<br />

.'. -A(V-A) t h.g. - (V- A). g.- -(-X1.g.h = O<br />

& h b V<br />

-


2 2 3<br />

.'. - A V + 2 V X - X + g.h a. - Q.V.<br />

d-h &v b V<br />

+ X . g . d + +.g.h = O<br />

Na equação (39) as raizes AI e X2 repre<br />

sentam a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> niveis nos dois sentidos e<br />

X~ representa a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> modif icaç&s no<br />

leito do escoamento.<br />

1~~1~3.2) ~ ~ l i c a do ~ ãMo<strong>de</strong>lo o ao ~stuá<strong>rio</strong> do Potengi (RN)<br />

O <strong>rio</strong> Potengi, localizado no Estado do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, tem em seu estuá<strong>rio</strong> um importante polo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvulvimento da região, situando-se ai implantações portug<br />

rias e <strong>de</strong> navegação <strong>de</strong> rekvância, como o Porto E! a Base <strong>Naval</strong><br />

<strong>de</strong> Natal. Na Figura (30) está representado um esquema com a 12 -<br />

calizaGão do estuá<strong>rio</strong> e as suas respectivas seçoes<br />

<strong>de</strong> cálculo (SE-1 a SE-5).<br />

O <strong>rio</strong> Potengi é também um <strong>rio</strong> intermiten<br />

te, <strong>de</strong> forma que o escoamento d'água em seu estuá<strong>rio</strong> 6 influen<br />

ciado quase que exclusivamente pelo regime das marés, qus p o ~<br />

suem características semi-diurnas e penetram na calha estuar ina<br />

até um comprimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 18 Km <strong>de</strong> extensão; a variação m i<br />

dia das marés é <strong>de</strong> 2.30m para as marés <strong>de</strong> sizfgia e <strong>de</strong> 0.85m pa<br />

-<br />

ra a s ele quadrat ura .<br />

Aplicando a equal;ão (39) <strong>de</strong>finida anteri<br />

ormente, calculou-se as suas raizes X I , h* F! h3 , obtendo-se$<br />

X1= 8.16ds; X2= 7.28m/s; X3= 0,42m/h. O s valores <strong>de</strong> JT/~v e<br />

b~/bh para este cálculo foram <strong>de</strong>terminados com base na fórmula<br />

<strong>de</strong> Engelund e Hansen, que foi utilizada para o cálculo da vazão<br />

sólida T. Para o cálculo hidrodinâmico da propagação <strong>de</strong> maré<br />

(fase líquida) usou-se o esquema implicito <strong>de</strong> diferenças fini<br />

tas <strong>de</strong> Preissmann; a equação para a fase sólida foi discretizada<br />

-<br />

-


Figura (30) - ~ocalização<br />

do estuá<strong>rio</strong> do ria Pote<br />

gi - Natal (PORTOEIRAS - INPH (41)).


através <strong>de</strong> um esquema explicito <strong>de</strong> diferenças f initas também<br />

mencionado no trabalho <strong>de</strong> SILVA e MASCARENHAS (81). Resolveu-se<br />

a fase liquida e a fase sólida separadamente(~ara a maré <strong>de</strong> qua-<br />

dratura do dia 06/05/80) e, tomando-se como seção limite as<br />

SE-1 e SE-4, obteve-se para as seções intermediárias SE-2 e SE-3<br />

os respectivos maregramas e curvas <strong>de</strong> corrente (~igura (31)), e<br />

evolução das cotas <strong>de</strong> fundo (~i~uras (32) e (33)).<br />

IV.2) O CANAL DE NAVEGAÇÃO DA ILHA DAS ONÇAS: LIGAÇÃO HIDQOVI~ -<br />

RIA BELÉM - VILA DO CONDE (PA)<br />

Este exemplo prático sobre a implantação<br />

<strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação na Ilha das Onças foi obtido a partir<br />

<strong>de</strong> trabalho realizado por MOREIRA et al, (55), resultado <strong>de</strong><br />

uma atuação conjunta entre a PORTOSR~S e a HIDROESB - Saturnino<br />

<strong>de</strong> Brito S.A..Os estudos e projetos para a construção <strong>de</strong>ste c2<br />

na 1 originaram-se <strong>de</strong>vido a crescente dgmanda para ot imização dor<br />

sistemas <strong>de</strong> navegação na área <strong>de</strong> influência da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belém,<br />

para aten<strong>de</strong>r principalmente às exigências <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s polos in<br />

duçtriais recentemente a í implantados com localização à<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barcarena e do complexo portuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Vila do ~on<strong>de</strong>(na<br />

Baía <strong>de</strong> ~arajó), As rotas <strong>de</strong> tráfego existentes na região, no<br />

pe<strong>rio</strong>do ante<strong>rio</strong>r ?I elaboração do projeto, não permitiam uma c01<br />

t inuida<strong>de</strong> na movimentação da s embarcações <strong>de</strong>vido ao acentuado<br />

assoreamento existente ao sul da Ilha das Onças e gran<strong>de</strong> agi<br />

tação da superficie liquida em suas proximida<strong>de</strong>s, o que limita<br />

va o calado das embarcações e, <strong>de</strong>sta forma, tornava <strong>de</strong>scontínuo<br />

e também inseguro o transporte <strong>de</strong> carga e passageiros na região<br />

em<br />

Ante<strong>rio</strong>rmente ao projeto <strong>de</strong> ilha das Oc<br />

ças, a ligação hidroviária Belém-Barcarena Velha ou Cafezal era<br />

executada cuntornando o sul <strong>de</strong>sta ilha, num trajeto <strong>de</strong> aproxima -<br />

damente 36 Km, usando a rotas baía <strong>de</strong> ~uajará (canal do rapa ri)<br />

- canal do carnapijÓ - furo do Arrozal e <strong>rio</strong> par; (bala <strong>de</strong> Mara<br />

jÓ), conforme se po<strong>de</strong> observar pela Figura (34); procurando r=<br />

duzir este percurso, i<strong>de</strong>alizou-se atravessar a ilha das Onças<br />

utilizando-se, após o estudo e comparação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong><br />

projeto diferentes, os furos existentes do Piramanha e do Cavg<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


Figura (31) - Maregramas e curvas <strong>de</strong> corrente nas seções<br />

SE-2 e SE-3 do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> Potengi<br />

(SILVA e MASCARENHAS (81)).


-Figura (34) - ~ocaliza~k<br />

geográfica oa Ilha das Onças -<br />

. PA (HIDROESB (39)).


do, o que proporcionaria uma economia <strong>de</strong> percurso <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

10 Km em relação à rota já existente antes citada, além <strong>de</strong> pro<br />

piciar uma navegação mais tranquila e sem os inconvenientes da<br />

agitação frequente que ocorre na baía <strong>de</strong> ~uajará e nos canais<br />

usualmente percorridos pelas embarcações.<br />

Para a elaboração do projeto final do c2<br />

na1 <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onças foram, inicialmente, realiza<br />

dos estudos e levantamentos <strong>de</strong> campo. Foram feitos levantamen<br />

tos topo-batimétricos e geotécnicos, bem como observações <strong>de</strong> ni<br />

veis d'água e correntes, procurando-se caracterizar os regimes<br />

morfolÓgicos, hidrológicos e <strong>de</strong> marés da região. Com relação<br />

aos estudos <strong>de</strong> marés, a re<strong>de</strong> hidrométrica se constituiu <strong>de</strong> 2<br />

postos maremétricos, distribuidos pelos furos da área <strong>de</strong> projg<br />

to, como está mostrado na Figura (35); os postos registradores<br />

foram implantados um na embocadura do furo do ~atá<strong>rio</strong> (lado da<br />

baia <strong>de</strong> ~uajará) e o outro na do furo do Piramanha (lado do c%<br />

na1 do carnapijó), permitindo, <strong>de</strong>sta maneira, que se obtivessem<br />

os niveis instantâneos nos dois lados da ilha das Onças (todos<br />

os postos foram amarrados altimetricamente a uma mesma referêc<br />

cia <strong>de</strong> nivel); os postos maremétricos foram operados durante os<br />

em que se efetuaram medições <strong>de</strong> correntes e campanhas<br />

<strong>de</strong> perf i1 instantâneo da linha d'água. Com relação 5 obtenção<br />

dos perfis da linha d'água, foram realizadas 6 campanhas <strong>de</strong> me<br />

dição, cobrindo os pa<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> estiagem e <strong>de</strong> cheia, e que evi<br />

I<br />

<strong>de</strong>nciaram o fato <strong>de</strong> que nos postos inte<strong>rio</strong>res os niveis d'água<br />

iniciam o movimento ascen<strong>de</strong>nte ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte alguns minutos 2<br />

o dos postos localizados nos extremos dos furos ou<br />

às embocaduras, sobretudo na fase <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> sizigia. 0s levar!<br />

tamentos <strong>de</strong> correntes foram realizados em duas fases distintas,<br />

correspon<strong>de</strong>ntes aos períodos <strong>de</strong> cheia e <strong>de</strong> estiagem; durante<br />

t<br />

cada pe<strong>rio</strong>do hidrológico foram efetuadas medições em fase <strong>de</strong> si<br />

zigia e <strong>de</strong> quadratura, cobrindo-se, em cada campanha, um ciclo<br />

completo <strong>de</strong> maré; foram escolhidas 5 áreas para os levantamentos<br />

<strong>de</strong> correntes, com um total <strong>de</strong> 18 verticais <strong>de</strong> medição, conforme<br />

está mostrado também na Figura (35). Com relação ao levantamen -<br />

to topo-batimétrico, que 6 importante, por exemplo, para o cá1<br />

culo dos volumes <strong>de</strong> dragagem necessá<strong>rio</strong>s, ele permitiu a exec2<br />

$0 <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos em escala 1~1000 (furo do cavado) e 122500 (fz<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


DESENHOS<br />

S/ESCALA<br />

Figura (35) - ~ituação<br />

em planta dos levantamentos <strong>de</strong> marés<br />

e <strong>de</strong> correntes na Ilha das Onças (wIDRoESB(~~)).


o do iram manha) cobrindo toda a área do projeto, com curvas <strong>de</strong><br />

nivel e batimétricas <strong>de</strong> 1 em 1 metro e <strong>de</strong> 2 em 2 metros respeg<br />

tivamente. Sobre os levantamentos geotécnicos foram realizadas<br />

sondagens a percussão, que caracterizaram a natureza do solo sz<br />

perficial como sendo predominantemente argilosa, possuindo em<br />

vá<strong>rio</strong>s pontos a ocorrência <strong>de</strong> mat6ri.a orgânica; no sub-solo fo<br />

ram i<strong>de</strong>ntificadas argilas arenosas e pouco arenosas com raras<br />

ocorrhcias <strong>de</strong> areias siltosas; as sondagens geotécnicas, <strong>de</strong>sta<br />

forma, permitiram não só o estuda da estabilida<strong>de</strong> dos tal5<br />

<strong>de</strong>s <strong>de</strong> margem, mas também foram <strong>de</strong> importância nos estudos para<br />

especif icação dos equipamentos <strong>de</strong> dragagem.<br />

Após a etapa <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> campo,<br />

que possibilitou <strong>de</strong>terminações seguras <strong>de</strong> dados para projeto,<br />

foi poss;vel, então, realizar-se a fase seguinte, correspon<strong>de</strong>~<br />

te ao dimensionamento do sistema <strong>de</strong> navegação propriamente dito.<br />

A implantação <strong>de</strong>ste empreendimento hidráulico foi analisada con<br />

si<strong>de</strong>rando-se duas fases distintas; na fase inicial (pr imsira fa<br />

se) o canal <strong>de</strong>verá possibilitar o tráfego <strong>de</strong> embarcações e bar<br />

caças que, no pe<strong>rio</strong>do <strong>de</strong> realização do projeto <strong>de</strong> Ilha das 02<br />

çaç, operam na região e que utilizarão esse eixo <strong>de</strong> navegação<br />

para o transporte <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong>stinados r; cons<br />

trução do porto <strong>de</strong> Vila do Con<strong>de</strong> e <strong>de</strong> complexos industriais; o<br />

canal <strong>de</strong>verá também aten<strong>de</strong>r o tráfego <strong>de</strong> poquenas embarcações,<br />

responsávsis pelo transporte <strong>de</strong> passageiros entre ~elóm e as c&<br />

da<strong>de</strong>s e núcleos na área <strong>de</strong> influência da capital; já na segunda<br />

fase, o canal <strong>de</strong>verá suportar o tráfego dos comboios que serão<br />

utilizados no sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> bauxita oriunda das jazi<br />

-<br />

das <strong>de</strong> Paragoininas com <strong>de</strong>stino a Vila do Con<strong>de</strong> e Barcarena (c2<br />

ja localização geográfica se acha representada na Figura (34)).<br />

A <strong>de</strong>finição da melhor alternativa <strong>de</strong> projeto, relativamente aos<br />

aspectos técnicos e econômicos, correspon<strong>de</strong>u àquela que procg<br />

rou aproveitar ao máximo a calha natural do furo do Cavado, com<br />

a realização <strong>de</strong> ajustamentos para melhor posicionar o canal <strong>de</strong><br />

navegação em relação ao leito do furo do Cavado, possibilitando<br />

uma maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento das embarcações <strong>de</strong> projeto.<br />

Após a seleção da melhor alternativa, passou-se a analisar, ng<br />

ma fase seguinte, a influência das <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

margem, que vão representar um fator <strong>de</strong> importância na <strong>de</strong>fini<br />

-<br />

-<br />

-


ção da geometria das seções transversais do canal, na obtenção<br />

dos volumes <strong>de</strong> dragagem e, portanto, nos custos totais da obra;<br />

para isto, consi<strong>de</strong>rou-se a situação mais crítica <strong>de</strong> niveis dtá<br />

gua possíveis <strong>de</strong> ocorrer durante e após a construção da via ng<br />

vegável, o que está mostrado na Figura (36), em que seleciona<br />

ram-se duas inclinações para o talu<strong>de</strong> escavado (1:4 o 1:3) para<br />

a análise <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> margem; optou-se pg<br />

ra o valor l<strong>r3</strong> (v~H), <strong>de</strong>vido principalmente à maior economicidg<br />

<strong>de</strong> nos volumes <strong>de</strong> dragagem e, portanto, no valor total da obra<br />

a ser implantada, ao mesmo tempo em que proporciona também a e=<br />

bilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem necessária para a segurança da obra; <strong>de</strong>ve-se,<br />

neste caso, consi<strong>de</strong>rar uma proteção <strong>de</strong> margem, em que suge<br />

riu-se a utilização do plantio <strong>de</strong> uma vegetação nativa conheci<br />

Y<br />

da por "aninga" <strong>de</strong> modo a proteger as margens contra erosoes<br />

provocadas pela ação das correntes e batimento <strong>de</strong> ondas <strong>de</strong>vido<br />

ao tráfego das embarcações flutuantes.<br />

Com relação ao dimensionamento hidráuli -<br />

co do canal <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onqas, as análises usuais<br />

<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e largura (como as realizadas no item 111.3 do -<br />

presente trabalho) foram feitas à luz <strong>de</strong> outras consi<strong>de</strong>raçoes,<br />

visando a obtenção du uma dimensão final mais economica e sem<br />

pre juizos significativos com relação 5s diretrizes e crité<strong>rio</strong>s<br />

do projeto; no caso do dimensionamento da profundidâ<strong>de</strong> do canal,<br />

analisou-se basicamente a influência predominante do 'psquat I', 2<br />

dicionando-se, além disso, uma folga vertical; <strong>de</strong>terminou-se ta;<br />

bém a velocida<strong>de</strong> econ6mica <strong>de</strong> tráfego para o caso mais <strong>de</strong>sfavz<br />

rável correspon<strong>de</strong>nte 5 situação <strong>de</strong> nivel d'água mínimo <strong>de</strong> proje<br />

to (cota - 2.0Om) e compravou-se que, com a elevação do nível<br />

,"<br />

d'água pela penetração da maré através do canal <strong>de</strong> navegaçao,<br />

as situações melhorariam sensivelmente, o que permitiria a movL<br />

mentação <strong>de</strong> embarcações a maiores velocida<strong>de</strong>s; relativamente ?I<br />

largura do canal <strong>de</strong> navegação, consi<strong>de</strong>rou-se o cruzamento <strong>de</strong> em<br />

-<br />

barcações, porém com impedimento <strong>de</strong> ultrapassagem e, por um cr&<br />

t8<strong>rio</strong> econômico, chegou-se a um canal <strong>de</strong> navegação cuja geomg<br />

tria está representada na Figura (37). Foram analisados também<br />

os trechos curvilineos do canal e, <strong>de</strong> acordo com XX PIANC (70 ),<br />

obteve-se uma conf armação tipica como a mostrada na ~ i ~ u(38). r a<br />

-


Figura (37) - ~iaensões do canal <strong>de</strong> navegação da Ilha<br />

das OnGas (HIDROESD (39)).


Rrn = RAIO MÉDIO (EIXO DO CANAL).<br />

NOTA : PLANTA NO NIVEL DO PLANO DE NAVEGAÇÃO COM LARGURA<br />

-- DE 3.8b.<br />

Figura (38) - Sobrelarguras em trechos curvos do canal<br />

ds navegação da Ilha das Onças (HIDROESB<br />

(39)).


Com o objetivo <strong>de</strong> realizar a implantação<br />

e operação do sistema <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onças, optou-se<br />

tambim pela construção <strong>de</strong> diques <strong>de</strong> contenção, localizados em<br />

áreas às margens do canal, que seriam utilizados como<br />

áreas <strong>de</strong> bota-fora para receber o material dragado, escolha e2<br />

sa baseada no fato <strong>de</strong> que o custo <strong>de</strong> dragagem cresce com o com<br />

primento do recalque e também <strong>de</strong> que os diques <strong>de</strong> contenção evi<br />

tam que o material dragado retorne ao canal <strong>de</strong> navegação após a<br />

dragagam; <strong>de</strong>ntre as soluçÕes que foram analisadas para a cons<br />

trução do dique, a que empregava sacos cheios com areia foi coi<br />

si<strong>de</strong>rada a mais a<strong>de</strong>quada, tanto no aspecto técnico como no ecg<br />

nÔmico. tom relação às operações <strong>de</strong> dragagem, indicou-se a uti -<br />

lizaçao <strong>de</strong> uma draga <strong>de</strong> sucção e recalque com caracteristicas d&<br />

ferentes da primeira para a segunda fase <strong>de</strong> projeto, cujo es<br />

quema <strong>de</strong> operação é mostrado esquematicamente na Figura (39). i!<br />

importante que se consi<strong>de</strong>re também operações <strong>de</strong> <strong>de</strong> sma ta ment o<br />

(utilizando-se ferramentas manuais e moto-serras portáteis), bem<br />

como <strong>de</strong> <strong>de</strong>stocamento e <strong>de</strong>sraizamento (com o uso <strong>de</strong> uma escava<br />

<strong>de</strong>ira, como é representado na Figura (39) ) nas áreas <strong>de</strong> influên<br />

tia do canal, com o objetivo <strong>de</strong> facilitar a implantação da na-<br />

gação e OS trabalhos <strong>de</strong> dragagem a serem realizados.<br />

1V.3) ANALISES EM MODELOS RE9UZIDOS VISANDO A MELHORIA DAS CON<br />

DIÇ~ES DE NAVEGAÇÃO NO ESTUARIO DE SANTOS (SP)<br />

O presente item <strong>de</strong> nosso trabalho foi<br />

realizado utilizando-se estudos s análises elaborados pela POR<br />

TOBRAS-INPH (42). Com relação ao estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos, 6 nesta<br />

gião que se encontra um dos mais importantes portos do Brasil,<br />

o <strong>de</strong> Santos; as instalações <strong>de</strong>ste porto esten<strong>de</strong>m-se ao longo <strong>de</strong><br />

ambas as margens do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos, limitado pelas ilhas <strong>de</strong><br />

são Vicente e Santo Amara, como se po<strong>de</strong> observar pela Figura<br />

(40); o seu acesso é feito através <strong>de</strong> um canal dragado consti<br />

tuido <strong>de</strong> 2 trschos: um exte<strong>rio</strong>r, na baía <strong>de</strong> Santos, com 8 -<br />

metros <strong>de</strong> extensão, e outro no inte<strong>rio</strong>r do estuá<strong>rio</strong> com cerca<br />

<strong>de</strong> 19.5 quilÔmetros, também representados na Figura (40). Além<br />

disso, esta é uma região que recebe as águas <strong>de</strong> vá<strong>rio</strong>s <strong>rio</strong>s pe<br />

quenos provenientes da Serra do Mar, que atuam signif icativamen<br />

-<br />

te no volume <strong>de</strong> material sólido existente no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> San<br />

-<br />

-<br />

-


Figura (40) - ~ocaliza~ão geaq&fica do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> San-<br />

tos - JP (PORTOBRAS - INPH (42) ).


tos, contribuindo, com os sedimentos carreados por eles, para um<br />

assoreamento continuo e representativo na zona ~ortuária; no c:<br />

na1 <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos também observa-se um elevado<br />

grau <strong>de</strong> assoreamento proveniente não só do movimento <strong>de</strong> ma te<br />

ria1 sólido dos <strong>rio</strong>s mas principalmente do transporte <strong>de</strong> massa<br />

provocado pelas onda S. Devido aos gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dragagem,<br />

fundamentais para a manutenção dos canais <strong>de</strong> acesso, e 5 impoz<br />

tância nacional cada vez maior do porto <strong>de</strong> Santos, a PORTOEIRAS<br />

verificou da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizarem estudos em mo<strong>de</strong>los rg<br />

duzidos, objet ivando a minimização <strong>de</strong>sses efeitos <strong>de</strong>sfavoráveis<br />

<strong>de</strong> assoreamento e, consequentemente, a redução dos custos <strong>de</strong><br />

dragagem (consi<strong>de</strong>rando-se as obras <strong>de</strong> correção a serem indica<br />

-<br />

das no mo<strong>de</strong>lo) e melhoria das condições gerais <strong>de</strong> navegação no<br />

estuá<strong>rio</strong>.<br />

Para a aplicação dos estudos em mo<strong>de</strong>lo<br />

reduzido, foram realizados, inicialmente, levantamentos <strong>de</strong> cam<br />

po visando a <strong>de</strong>terminação dos parâme tros arnbientais <strong>de</strong> influên<br />

tia, como, por exemplo, ondas, correntss, vantos, marés, tranz<br />

porte <strong>de</strong> sedimentos, etc.. Com relação às correntes <strong>de</strong> maré, fg<br />

ram utilizados 39 pontos <strong>de</strong> medição com correntômetros; os r2<br />

sultados serviram para <strong>de</strong>terminar a direção e intensida<strong>de</strong> da<br />

corrente <strong>de</strong> 2 em 2 metros ao longo da vertical <strong>de</strong> cada ponto;<br />

as medições foram feitas <strong>de</strong> forma continua ao longo <strong>de</strong> todo o<br />

<strong>de</strong> algumas marés vazante @/ou enchente, tanto para as<br />

<strong>de</strong> sizigia como para as <strong>de</strong> quadratura; em dois <strong>de</strong>sses pontos fg<br />

ram executadas medições também com correntÓgrafos, 5 meia prg<br />

fundida<strong>de</strong>. J; o programa <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> ondas na baía <strong>de</strong> Sarl<br />

tos foi executado consi<strong>de</strong>rando-se 2 pontos <strong>de</strong> medição (pl a p2)<br />

através <strong>de</strong> 3 registros diá<strong>rio</strong>s, <strong>de</strong>terminando-se também as res<br />

pectivas direções <strong>de</strong> ondas; inicialmnnte foi instalada um apg<br />

relho registrador autÔnorno colocado no ponto P1, com localiza<br />

-<br />

ção no ints<strong>rio</strong>r da baía; numa etapa seguinte foram roalizadas<br />

medições <strong>de</strong> ondas no ponto P2, mais aa largo; a localizaGão em<br />

planta dos pontos P1 9 P2 está representada na Figura (41, p-<br />

tos estes situados nas profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 10 e <strong>de</strong> 15 metros rez<br />

pectivamente. Com relação aos levantamentos <strong>de</strong> campo sobre as<br />

marés, observou-se que a maré no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos 6 do tipo<br />

semi-diurna, com <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s diárias nas marés<br />

-<br />

-


Figura (41) - localização grn planta das pontos <strong>de</strong> medição<br />

<strong>de</strong> ondas na bata <strong>de</strong> Santos (PORTOEIRAS- INPH<br />

(4W*


#<br />

sucessivas, e possuindo uma maior irregularida<strong>de</strong> no ç pe<strong>rio</strong>dos<br />

<strong>de</strong> influência <strong>de</strong> frentes frias. Foram também realizadas análi<br />

-<br />

ses meteorolÓgicas em que efetuaram-se medições climatolÓgicas,<br />

<strong>de</strong> ventos, <strong>de</strong> temperatura, <strong>de</strong> chuvas e <strong>de</strong> pressão atmosférica.<br />

Outros estudos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância durante esta fase <strong>de</strong> colo<br />

-<br />

ta <strong>de</strong> dados necessá<strong>rio</strong>s para as análises em mo<strong>de</strong>lo reduzido do<br />

estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos foram os seus levantamentos geolÓgicos e SE<br />

dimentolÓgicos, em que utilizou-se inclusive traçadores radio<br />

ativos (visando a <strong>de</strong>terminação do padráo <strong>de</strong> rnovimentaç~o dos se<br />

dimentos e das áreas para <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> dragagem).<br />

A ~ Ó S a fase <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> campo,<br />

passou-se para a fase <strong>de</strong> construção do mo<strong>de</strong>lo reduzido propria<br />

mente dito; para isto, fixou-se, inicialmente, os limites e as<br />

escalas do mo<strong>de</strong>lo e procurou-se reproduzir os parâmetros relati<br />

vos à batimetria, marés, ondas, vazão fluvial, correntes <strong>de</strong> ma<br />

ré e materiais <strong>de</strong> fundo. Poste<strong>rio</strong>rmente à taragern do mo<strong>de</strong>10,foi<br />

possivel então realizar-se ensaios práticos visando a obtenção<br />

da solução Ótima para o problema no que se refere ao direciona<br />

-<br />

mento <strong>de</strong> correntes, menores volumes <strong>de</strong> asqoreamento (e conse<br />

quentemente custos mais rsduzidos <strong>de</strong> dragagem) e condições <strong>de</strong><br />

navegação mais favoráveis, Foram estudados no mo<strong>de</strong>lo 15 anteprg<br />

jetos <strong>de</strong> obras fixas; numa etapa inicial analisaram-se 6 alter<br />

nativas dif erentes consi<strong>de</strong>rando-se a melhor aquela representa<br />

da nas Figuras (42) e (43), em que utilizou-se um esquema conz<br />

tituido <strong>de</strong> 2 molhes (guias correntes), um curvo na margem direita<br />

do canal, enraizado na Ponta da Praia, prolongado até a batimi<br />

trica -11.00 metros e com 4350 mstros <strong>de</strong> extensão e outro reto,<br />

enraizado na Ponta dos ~irnões, também se esten<strong>de</strong>ndo at6 a mesma<br />

profundida<strong>de</strong> e com 1590 metros <strong>de</strong> extensão, Para esta alternati<br />

-<br />

va, verificou-se que, nas mar& <strong>de</strong> enchente, as correntes <strong>de</strong> ep<br />

trada no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos mantiveram-se como no protÓt ipo;<br />

nas proximida<strong>de</strong>s da Ilha das Palmas e do molhe reto, a corrente<br />

sofre retorno; há também uma corrente <strong>de</strong> retorno mrgeando o mo<br />

lhe curvo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a praia e <strong>de</strong>le se distanciando a partir da<br />

curvatura do canal; na vazante, as correntes estiveram bem ori<br />

entadas em semelhânça com o protÓt ipo. O gran<strong>de</strong> inconveniente<br />

<strong>de</strong>sta alternativa consi<strong>de</strong>rada parece ser, <strong>de</strong> acordo com a PORTg<br />

BRAS-INPH (42), o problema da poluição que po<strong>de</strong>rá ocorrer na $<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


" .-<br />

.- .- 2<br />

O<br />

N ?! w r- 0 O v<br />

v- v .- * " ' " ' v<br />

Escnio ~rofico<br />

0, 03 C<br />

Figura (42) - ~eprasentação <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto<br />

com obras <strong>de</strong> melhoramento na baia <strong>de</strong> Santas,<br />

para situação <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> enchente (POR-<br />

~oeffds - INPH (42)).


Figura (43) - ~e~resenka~ão <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto<br />

com obras <strong>de</strong> melhoramento na baia <strong>de</strong> Santos,<br />

para a situação <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> vaza2<br />

te (PORTOEIRAS - INPH (42)).


oa adjacente ao molhe curvo, junto praia, com a falta <strong>de</strong> r2<br />

novação das águas litorâneas. Desta forma, foram estudadas ns<br />

"as alternativas <strong>de</strong> projeto visando a obtenção <strong>de</strong> uma solução<br />

Ótima para os problemas relativos ?i navegação no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong><br />

Santos; a caracteristica principal <strong>de</strong>stes novos esquemas seria<br />

a existência <strong>de</strong> um molhe reto ou quase reto da praia do ~mbará<br />

em direção perpendicular à crista da onda dominante, com o c2<br />

roamento acima do mais alto nível d'água, e enraizamento a uma<br />

distância suficiente para não ser ultrapassado pelas areias que<br />

migram do oeste; este molhe (eçpigão) seria prolongado até as<br />

proximida<strong>de</strong>s da batimétrica -11.00 metros, quando o coroamento<br />

estará na cota -2.00 metros; estas novas alternativas iriam con<br />

si<strong>de</strong>rar também a construção <strong>de</strong> diferentes obras adicionais a<br />

esta, visando a otimização do fluxo das correntes <strong>de</strong> marés en<br />

trada do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos. A solução indicada pelo INPH, ap$s<br />

a comparação entre mais 9 anteprojetos reproduzidos no mo<strong>de</strong>lo<br />

hidráulico, consiste no esquema representado na Figura (44) com<br />

a existência da um molhe ligeiramente curvo enraizado na praia<br />

do ~o~ueirão e com 4350 metros <strong>de</strong> comprimento, com o coroamento<br />

<strong>de</strong>clinante <strong>de</strong> t2.00 metros no enraizamento, para 0.00 on<strong>de</strong> a<br />

obra atinge a batimétrica -5.00 metros, e para -2.00 metros, oc<br />

<strong>de</strong> atinge a batimétrica -11.00 metros; o segundo molhe é também<br />

curvo, enraizado na Ponta dos ~imões e com 1950 rnetros <strong>de</strong> extec<br />

4"<br />

sao, prolongado até a batimétrica -11.00 metros, com o coroame;<br />

to na cota -2.00 metros. As vantagens <strong>de</strong>sta alternativa indica<br />

da é <strong>de</strong> que, sendo o espigão mergulhante, ocorrerá uma melhor<br />

renovação da água junto ?i praia do ~o~ueirão; e, comparativamen<br />

te aos outros anteprojetos estudados, o volume <strong>de</strong> assoreamento<br />

<strong>de</strong> material sólido no canal <strong>de</strong> acesso será também bem menor;<br />

verificou-se no mo<strong>de</strong>lo que, sem as obras <strong>de</strong> melhoramento, o volu<br />

3<br />

me total <strong>de</strong> material assoreado correspondia a 1158000m ; com a<br />

3<br />

solução proposta, este volume baixou para o valor <strong>de</strong> 456000m ,<br />

mostrando uma diminuição senslvel no volume <strong>de</strong> assoreamonto do<br />

canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos, conforme se po<strong>de</strong> observar<br />

pela camparação entre os Quadros (1) a (2). Com a realização das<br />

sa s obras <strong>de</strong> rnelhuramento propostas, a profundida<strong>de</strong> minirna está<br />

vel no canal<strong>de</strong> acesso, verificada no mo<strong>de</strong>lo, seria <strong>de</strong> 12.00 me -<br />

tros.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


- C<br />

.- "<br />

O '., w h


t<br />

CICLOS<br />

39<br />

78<br />

i0 TA L<br />

TZECHO RETO TRECHO CERVO<br />

DO CANAL3DE DO CANAL DE<br />

n c ~ ~ ~ 0 ) ( m CESSO (rn3)<br />

nuadro (1) - Volume 32 asç~reãmento do canal <strong>de</strong><br />

acesso na bala <strong>de</strong> Szntoç (SP) sem<br />

-<br />

a r~a'lizaçao das o~ras <strong>de</strong> rnsln~ra -<br />

nentos indicadas ( F ~ R T G ~ - ~ IIdPH ~ Ç<br />

CICLOS<br />

39<br />

78<br />

TOTAL<br />

3 27.000<br />

161.000<br />

4ÔE.000<br />

(d2)).<br />

T'iEZHú FiTTO<br />

DO CANAL-DE<br />

QCESSO(~')<br />

47.000<br />

97.000<br />

144.900<br />

368.000<br />

302.000<br />

-6;"70.000<br />

'OTAL<br />

(m3)<br />

695.000<br />

463.000<br />

1.158.000<br />

Qusdro (2) - Volums <strong>de</strong> assoreamenio do canal <strong>de</strong><br />

-<br />

TRECHO CLIFt,'O<br />

DO CAISAL DE<br />

3<br />

ACESSO(^ )<br />

187.000<br />

125.000<br />

312.000<br />

TOTAL<br />

(m3)<br />

234.000<br />

222.200<br />

456.000<br />

acrçça na baia <strong>de</strong> Santos (SP) com<br />

a realizaç2o das obras <strong>de</strong> melhora<br />

msnto indicadas (PORTOBR~S - INPH<br />

?<br />

-<br />

I


IATAJA f-AÇU<br />

A análise do caso prático relativo ao<br />

estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~taja;-~çu foi realizada utilizando-se os trabg<br />

lhos elaborados por VARGAS (94) e DUBEREINER (24). Os estudos<br />

hidráulico - sedimentolÓgicos e as obras <strong>de</strong> melhoramento para na<br />

vegação já implantadas nesta área <strong>de</strong>vem-se, principalmente, à<br />

importância crascente do porto <strong>de</strong> 1ta jai na economia <strong>brasil</strong>eira;<br />

este porto situa-se na região centro-oeste <strong>de</strong> Santa Catarina e<br />

foi construido basicamente na margem direita do <strong>rio</strong> Itajai-~~u,<br />

a cerca <strong>de</strong> 3.5 da foz, localizando-se em uma regiâo<br />

estuarina com forte influência <strong>de</strong> processos sedimentares prove<br />

nientes da interação <strong>de</strong> águas fluviais e maritimas. Ante<strong>rio</strong>rme'<br />

te ?i execução <strong>de</strong> qualquer obra <strong>de</strong> melhoramento, o canal <strong>de</strong> aces<br />

so a este porto apresentava uma curva muito brusca, entre um<br />

ponta1 móvel <strong>de</strong> areias e o morro da Atalaia, e, efetuando um gi<br />

ro <strong>de</strong> quasa 180°, ligava-se ao mar quase paralelamente dire<br />

ção Ç-N da praia, conforme po<strong>de</strong>-se verificar pela Figura (45).<br />

A caracteristica principal do processo hidráulico-sedimentolÓg~<br />

co na embocadura era, <strong>de</strong>sta forma, a ocorrência <strong>de</strong>ste pontal <strong>de</strong><br />

areias, orientado do Norte para o Sul, o que obrigava as corre2<br />

tes a passarem entre a sua extremida<strong>de</strong> e o costão; quando cros<br />

cia a <strong>de</strong>scarga do <strong>rio</strong> essa seção caracteristica se alargava prg<br />

porcionalmente e, nas épocas <strong>de</strong> estiagem, ela se estreitava com<br />

o avanço da extremida<strong>de</strong> do pontal para o Sul; o gran<strong>de</strong> problema,<br />

portanto, estava na existência do pontal, que dificultava O<br />

acesso ao porto <strong>de</strong> 1tajaZ e fazia com que os veleiros e outras<br />

embarcações navegassem com severas dificulda<strong>de</strong>s para transpor o<br />

trecho recurvado da canal, on<strong>de</strong> a força do refluxo e os ventos<br />

tentavam lançar os navios sobre as lajes da Atalaia ou sobre as<br />

areias do referido pontal.<br />

Des<strong>de</strong> 1906 vêm sendo realizadas nbras <strong>de</strong><br />

melhoramento para a embocadura do <strong>rio</strong> Itaja;-~çu <strong>de</strong> tal forma<br />

que, no per;odo atual, o lay-out do canal <strong>de</strong> acesso nesta r.E<br />

cJi:o se encontra <strong>de</strong>slocado <strong>de</strong> 90°, na direção Este-Nor<strong>de</strong>ste (E-<br />

NE), em comparação com a situação primitiva natural. Com rela<br />

ao esquema <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>ssas obras hidráulicas, o e2<br />

tuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1ta jai-AÇU, que terminava em um braço <strong>de</strong> meandro<br />

-<br />

-


F i gum (45) - Canal <strong>de</strong> acssso ao porto ds ~taja; (SC) em i896<br />

(VARGAS (94)).<br />

com embocadura voltada para a direção S-N, teve a sua embocadu -<br />

ra regularizada por 2 molhes ligeiramente convergentes, comple<br />

mentados por 8 espigões transversais e 3 outros longitudinais,<br />

truncando o antigo meandro do qual fazia parte o atual Saco da<br />

Fazenda e criando uma saida artificial para o estuá<strong>rio</strong>, dirigi<br />

da para E-NE, conforme está mastrado na Figura (46). Desta f o ~<br />

ma, com a construGão <strong>de</strong>ssas obras, o ponta1 antigo reduziu-se a<br />

insignificante, não constituindo-se mais em empecilho<br />

para a navegac;ão naquela á'rea.<br />

Para a construção das referidas obras <strong>de</strong><br />

melhoramento na embocadura do <strong>rio</strong> 1tajal-ilçu e para um melhor<br />

conhecimento da área em estudo, foram realizados levantamentos<br />

-


<strong>de</strong> campo e, <strong>de</strong>sta forma, caracterizou-se principalmente o regL<br />

me pluviométrico na bacia hidrográfica e o fluviom~trico na r2<br />

<strong>de</strong> potamográfica do <strong>rio</strong> 1tajai-AÇU, a frequência e velocida<strong>de</strong>s<br />

dos ventos na região, alturas e pe<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> ondas, regimes <strong>de</strong><br />

rés e correntes, perfis longitudinais <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>, e análises<br />

do comportamento sedimentolÓgico do estuá<strong>rio</strong>. Na Figura (47)<br />

está representada a localização em planta dos pontos <strong>de</strong> medi<br />

ções utilizados na realizaçgo dos levantamentos <strong>de</strong> dados necessá<br />

<strong>rio</strong>s para os estudos e projetos no estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ta jai-~çu.<br />

Com relação 2s obras <strong>de</strong> melhoramento im<br />

plantadas, representadas na Figura (46), smbora elas tivessem<br />

o objetivo <strong>de</strong> regularização e aprofundamento do canal <strong>de</strong> acesso,<br />

apenas o primeiro po<strong>de</strong> ser plenamente alcançado. ~lém disso, e2<br />

tas obras promoveram dois efeitos negativos no processo sedimen.<br />

tológico do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1ta jaí-~~u; um <strong>de</strong>les, que já era<br />

previsto, foi o dsslocamento dos bancos <strong>de</strong> areia da barra, ante<br />

<strong>rio</strong>rment e localizados da já mencionada Ponta do A ta<br />

laia, em direção ao mar, a jusante da extremida<strong>de</strong> dos molhes <strong>de</strong><br />

C1<br />

proteçao; o segundo efeito foi uma ligeira tendência <strong>de</strong> assorea<br />

Y<br />

mento do estuá<strong>rio</strong> na reç;ião a montante <strong>de</strong>ssas obras d3 correçao<br />

Y<br />

(diques e espigoes), já que estas atuações <strong>de</strong> estrangulamento<br />

<strong>de</strong> seção na embocadura do <strong>rio</strong> 1taja;-AÇU promoveram uma maior<br />

4"<br />

estratif icação do estuá<strong>rio</strong> E consaquentemente a obtençao <strong>de</strong> maio<br />

res intensida<strong>de</strong>s para as correntes <strong>de</strong> fundo no sentido <strong>de</strong> jusalf<br />

te para montante, aumentando, <strong>de</strong>sta forma, a penetração do mate<br />

ria1 arenoso proveniente do mar.<br />

As dragagens que vêm sendo efetuadas no<br />

canal <strong>de</strong> acesso e bacia <strong>de</strong> evolução do porto <strong>de</strong> 1tajai têm ta2<br />

bem provocado gran<strong>de</strong>s alterações no processo sedimentológico do<br />

estuá<strong>rio</strong>; conforme já foi explicado no item 11.5 <strong>de</strong>ste trabalho,<br />

as atuações <strong>de</strong> dragagem visando a aprofundamento <strong>de</strong> calha em<br />

uma região estuarina ten<strong>de</strong>m a aumentar a est ratif icação da<br />

*<br />

ggua, o que acarreta certamente numa maior penetraçao <strong>de</strong> mate<br />

riais arenosos <strong>de</strong> origem marinha e consequentemente numa eleva -<br />

dos padrões <strong>de</strong> sedimentação no estuá<strong>rio</strong>. Os volumes <strong>de</strong> dra-<br />

gagem (consi<strong>de</strong>rando-se a bacia <strong>de</strong> evoluçgo i canal interno i c2<br />

nal externo) nas áreas <strong>de</strong> interesse para o porto <strong>de</strong> 1tajai têm<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


Figura (47) - ~ocalização em planta dos pontos <strong>de</strong> mediGões para o estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~tajai-A~U<br />

(DOBEREINER (24)).


aumentado sensivelmente nos Últimos tempos, conforme É mostrado<br />

na Figura (48), <strong>de</strong>vido, principalmente, ao aprofundamento <strong>de</strong>z<br />

N<br />

sas áreas visando o tráfego <strong>de</strong> embarcaçoes com maiores calados.<br />

VOLUt.1E<br />

DSAGIDO<br />

( ldc?) 1.<br />

1600<br />

1203<br />

COTA DE DRAGAGEM (a<br />

BE - BACIA DE EVOLUÇÃO<br />

. .<br />

C 1 - CANAL INTERiIO<br />

CE - CANAL EXTERNO<br />

Figura (48) - ~ráfico da evolução das dragagons ef etuadaç no<br />

porto <strong>de</strong> 1tajai (DOBEREIMER (24) - fonte dos da-<br />

dos da CBD).<br />

O estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~ t a j a i - ~ ~ que u , e rn<br />

ante<strong>rio</strong>res se encontrava em um certo eyilib<strong>rio</strong> dinâmi<br />

co, sofreu então, um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabili~a~ão ?i medida em<br />

que se aumentavam as taxas <strong>de</strong> dragagem efetuadas no canal <strong>de</strong><br />

acesso e bacia <strong>de</strong> evolução do porto; isto fez com que houvesse<br />

..I<br />

uma reaçao mais intensa do ecossistema estuarino no sentido <strong>de</strong><br />

restaura r as profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> equilTb<strong>rio</strong>, induzindo ainda mais<br />

-


N CI<br />

2 realizaçao <strong>de</strong> dragagens <strong>de</strong> manutençao, que passaram,<strong>de</strong> acoy<br />

3<br />

do com D~B~?EINE'~ (24 ), <strong>de</strong> 50000m até 1972 para 250000m3 no<br />

período <strong>de</strong> 1973 a 1982; a partir <strong>de</strong> 1903, quando se elevaram as<br />

m<br />

cotzs <strong>de</strong> aprofundamento do canal <strong>de</strong> acesso e bacia <strong>de</strong> evoluçao,<br />

Y<br />

as dragagens <strong>de</strong> manutenção provavelmente atingirao va lares da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1OOOOCOm<br />

3 , sendo dif icil d~ se estimar precisamente<br />

estes números <strong>de</strong>vido a duas cheias excepcionais que ocorreram a<br />

partir <strong>de</strong> 1983. Po<strong>de</strong>mos,<strong>de</strong>sta forma, perceber que o aprofunda -<br />

mento das cotas <strong>de</strong> dragagem nesta região estava fazendo com que<br />

ela se tornasse um verda<strong>de</strong>iro alçapão sedimantolÓgico recebendo<br />

sedimentos provenisntes do transporte fluvial E marítimo e indu<br />

zindo a um custo <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção cada vez maior; em<br />

N<br />

nossa opiniao, achamos que <strong>de</strong>veriam ser realizados estudos em<br />

mo<strong>de</strong>lo reduzido <strong>de</strong> fundo móvel em que fossem implantados <strong>de</strong>ter<br />

minados tipos <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento que promovessem menores<br />

impactos ambientais no estuá<strong>rio</strong> e que, ao mesmo tempo, melhora<br />

m<br />

riam também as condiçõ2s <strong>de</strong> navegaçao na área <strong>de</strong> interesse, pef<br />

."<br />

mitindo a <strong>de</strong>posição dos sedimentos em regiões sem importância<br />

para os sistemas <strong>de</strong> navegaçao; as dragagens, neste caso, teriam<br />

também relevância em termos dr manutençao das profundida<strong>de</strong>s do<br />

Lii<br />

canal <strong>de</strong> navegaçao, porém seriam <strong>de</strong> volume bem mais reduzido e<br />

LI<br />

gerando, portanto, reaçoes menos intensas por parte do ecossi_s<br />

tema natural. Outras soluções foram analisadas pelo INPH, e e2<br />

tudos mencionados por DOBEREINEA ( 24 ) sugerem que se realizem<br />

uma tentativa <strong>de</strong> atimização das drâgagens <strong>de</strong> manutenção; para<br />

a reduçgo das taxas <strong>de</strong> assorearnento foi apontada a utilização<br />

<strong>de</strong> alçapões sedime ntológicos cu jas estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> foram<br />

elaborados pelo INPH (43 ). Com relaGão à minimização da infl;<br />

ência da barra formada no cabeço do molhe norte já construido e<br />

que vai gerar efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> material sólido no canal<br />

<strong>de</strong> acesso, foi proposto por VASGAS (94 ) a construção <strong>de</strong> esp&<br />

.<br />

gões na praia <strong>de</strong> 1ta jai (para a retençao da areia transportada<br />

ao longo da costa), e por VARGAS (94 ) e IFJPH (43 ) o prolonga<br />

mento do molhe norte; estas recomendações partiram do principio<br />

<strong>de</strong> que o transporte litorâneo tem a direção predominante Norte-<br />

-Sul (N-s); no entanto, não existe ainda, na realida<strong>de</strong>,uma quap<br />

tificasão exata do transporte litorâneo da região, o que torna<br />

prematura uma análise mais <strong>de</strong>finitiva para o problema em queç<br />

tão. Desta forma, consi<strong>de</strong>rando-se as incertezas já apontadas e<br />

-


os inconvenientes dos volumes <strong>de</strong> dragagem anuais cada vez maio<br />

res, o trabalho elaborado por DOBEREINER ( 24) sugere que se rea<br />

lize uma quantificaçao do transporto litorâneo da região, inclu<br />

indo análises com traçadores radioativos para <strong>de</strong>finir se exis<br />

tem possibilida<strong>de</strong>s do retorno do material, pois isto permitiria<br />

a obtenção <strong>de</strong> soluçEes <strong>de</strong>finitivas e <strong>de</strong> análise mais precisa pz<br />

ra o problema do assoreamento no estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1taja1-AÇU; - a<br />

lém disso, sugere-se uma melhoria da eficiancia das dragagens<br />

através <strong>de</strong> um estudo para re<strong>de</strong>finição da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo dos sg<br />

dimentos, em que indica-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utiliza$o do 3%<br />

c0 da Fazenda, representado na Figura (46), para este fim, já<br />

que esta é uma área que impe<strong>de</strong> o retorno do material sólido ao<br />

sistema astuarino,<br />

-<br />

-<br />

-


A partir dos estudos e anglises realiza<br />

dos ao longo <strong>de</strong>ste trabalho, po<strong>de</strong>mos chegar Gs seguintes conclu<br />

Y -<br />

SOES e recomendaçoes:<br />

W<br />

1 - 0s estuá<strong>rio</strong>s correspon<strong>de</strong>m a reqioes <strong>de</strong> qran<strong>de</strong> valor<br />

para as comunida<strong>de</strong>s humanas <strong>de</strong>vido a uma série <strong>de</strong> fatores como<br />

a fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas águas; diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna e flora, sep<br />

do, portanto, áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> riqueza ecológica; posição geogrg<br />

fica estratégica, on<strong>de</strong> normalmente estão localizados importan<br />

tes complexos urbanos, representando verda<strong>de</strong>iros elos <strong>de</strong> liga<br />

ça"o entre o mar e o continente, sendo aí efetuadas ativida<strong>de</strong>s<br />

W<br />

mais intensas <strong>de</strong> navegaçao e on<strong>de</strong> têm se localizado os princi<br />

pais portos do mundo (pois são regiões abrigadas naturalmente<br />

Y<br />

contra as aGões do mar). Por estas e outras razoes, aliadas 5<br />

sua fragilida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> ambienta1 (visto que pequenas al<br />

terações neste ecossistema po<strong>de</strong>m modif icar em gran<strong>de</strong> parte O<br />

seu equilíb<strong>rio</strong> dinâmico), 6 imprescindivel que qualquer tipo <strong>de</strong><br />

atuação humana no regime estuarino seja estudada <strong>de</strong> forma cri<br />

te<strong>rio</strong>sa <strong>de</strong> maneira a se alcançar os benefícios <strong>de</strong>sejados ao me5<br />

mo tempo em que se gera os menores impactos ambientais negativos<br />

po ssiveis.<br />

L.<br />

2 - R implantação <strong>de</strong> sist,emas <strong>de</strong> navegação em regioes e2<br />

tuarinas <strong>de</strong>ve ser feita procurando-se utilizar ao máximo as con<br />

W<br />

dicoes naturais existentes, o que diminui os custos do empreez<br />

dimento hidráulico e reduz a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impactos ambien<br />

tais <strong>de</strong>sfavordveis. ?ar exemplo, na <strong>de</strong>finir,ão do canal <strong>de</strong> navg<br />

cpÇão a ser utilizado em um estuá<strong>rio</strong>, <strong>de</strong>ve-se, sempre que possi<br />

vel, utilizar-se o canal natural principal, e apenas realizan-<br />

W<br />

do-se, quandc! neczssá<strong>rio</strong>, pequenas obras <strong>de</strong> correçao <strong>de</strong> calha<br />

e <strong>de</strong> regime hidráulico bem como atuações <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> margem<br />

ao longo do estirão ostuarino.<br />

3 - Para qualquer estudo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />

navegação em regiões estuarinas é fundamental que se tenha - da<br />

dos para projeto confiáveiç. Desta forma, os levantamentos <strong>de</strong><br />

campo <strong>de</strong>vem ser realizados <strong>de</strong> forma cuiaadosa e eficiente, com<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


o objetivo <strong>de</strong> se coletar os dados que farão parte dos estudos<br />

técnicos poste<strong>rio</strong>res. No entanto, os trabalhos <strong>de</strong> campo em estuá<br />

<strong>rio</strong>s correspon<strong>de</strong>m também a uma fase dispendiosa do empreendimen<br />

to hidráulico global, sendo importante tentar-se otimiza r a o&<br />

tenção <strong>de</strong>ssas informações relativas às condições naturais (vec<br />

tos, correntes, sedimentos, etc.) e levantamentos sócio-econÔmi<br />

tos da região, ou seja, fazer um planejamento dosses trabalhos<br />

<strong>de</strong> forma a se obter qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados necessá<strong>rio</strong>s<br />

e suficientes que representarão informações relevantes para o<br />

projeto <strong>de</strong> engenharia a ser elaborado.<br />

4 - A poluição ambienta1 tem sido um dos principais fa<br />

teres respons~veis pela <strong>de</strong>generação dos eco ssistemas estua rinos<br />

existentes em todo o mundo. A fixação do homem nestas áreas tem<br />

sido realizada <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada , encontrando-se ai gran<strong>de</strong>s<br />

concentrapões populaciona is; como consequência disto, são produ-<br />

zidos efeitos danosos dos mais diversos como a poluição da água<br />

por produtos qu&nicos provenientgs <strong>de</strong> indústrias, a utilização<br />

das águas eçtuarinas para refrigeração <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras em usinas<br />

térmica), <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> Óleos provenientes das embarca-<br />

1Y<br />

$es flutuantes em áreas portuárias e <strong>de</strong> intensa na vegaçao,<br />

efluenteç oriundos dos esgotos dom6sticos e das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

.I<br />

irrigaçao , incremento do escoamento superficial <strong>de</strong> encosta ('kun-<br />

-off ") <strong>de</strong>vido às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> florestas, e o:<br />

tros. Com isto, o ecossistema estuarino se torna muito alterado<br />

e danificado, dai ocorrendo a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> sua faunz e flora,<br />

problemas <strong>de</strong> eutroficação <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> nutrientes na<br />

água, o aumento das taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>poçiç~o <strong>de</strong> sedimentos nos estuá<br />

<strong>rio</strong>s, etc.. ~á é tempo das autorida<strong>de</strong>s governamentais, Órgãos<br />

responsáveis e profissionais que trabalham no assunto se consci<br />

entizarem <strong>de</strong> que os estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vem ser utilizados <strong>de</strong> forma<br />

cional e a análise dos impactos ambientais neles gerados <strong>de</strong>ve<br />

cada vez mais ser um fator <strong>de</strong> peço na escolha da alternativa <strong>de</strong><br />

projeto a ser implantada.<br />

5 - O processo çedimentolÓqico em estuá<strong>rio</strong>s promove a<br />

formação <strong>de</strong> baixios e barras, que se constituem normalmente em<br />

gran<strong>de</strong>s empecilhos à nevegação. Isto po<strong>de</strong> ser corrigido, inici<br />

almente, evitando-se ao máximo a entrada <strong>de</strong> material sólido no<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


estuá<strong>rio</strong> por fontes exógena s (bacia hidrográfica e/ou corpo d'i<br />

gua 1 itorâneo) ; por exemplo, os escoamentos superficiais <strong>de</strong> efi<br />

costas e planícies ("run-off I') provenientes do continente po<strong>de</strong>m<br />

ser bem reduzidos através <strong>de</strong> atuaGões na bacia hidrogra'fica c2<br />

mo o reflorestamento <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s, soleiras <strong>de</strong> encosta, valas <strong>de</strong><br />

terraceamento e bacias <strong>de</strong> recarga, o que acarretará também na<br />

regularização do regime fluvial, resultando numa melhor produti<br />

vida<strong>de</strong> hidrica da bacia hidrográfica, além <strong>de</strong> evitar efeitos<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis <strong>de</strong> erosões continentais (ravinas e voçoroca s) r-<br />

ponsáveis em gran<strong>de</strong> parte pela quantida<strong>de</strong> total dos sedimentos<br />

trazidos pelos <strong>rio</strong>s até os estuá<strong>rio</strong>s; 6 importante também que<br />

os <strong>de</strong>spejos industria is e domésticos sejam somente lançados na s<br />

calhas fluviais após o seu tratamento a<strong>de</strong>quado. Outros tipos <strong>de</strong><br />

atuações <strong>de</strong> combate à formação <strong>de</strong> baixios e barras em estuá<strong>rio</strong>s<br />

correspon<strong>de</strong>m à realização <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> dragagem (<strong>de</strong>vendo-se<br />

ter cautela com relação 4 escolha das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo), forma<br />

ção d~ alçapões sedimentolÓgicos e construção <strong>de</strong> obras para o<br />

dirscionamento <strong>de</strong> correntes. A s atuaçães do engenharia impos<br />

tas pelo homem nas regiões estuarinas incluem estruturas para<br />

reduzir o escoamento <strong>de</strong> maré, alteração do regime fluvial, e o<br />

aprofundamento e estreitamente da calha estuarina visando a na-<br />

Y<br />

vegaçao; <strong>de</strong>sta forma, torna-se cada vez mais importante a utili<br />

*ação dc estudos em niedsles reduzidos para se chegar às mel-<br />

.)<br />

res alternativas para a solução do problema da <strong>de</strong>posiçao <strong>de</strong> sg<br />

dimentos em estuá<strong>rio</strong>s. Som relação aos trabalhos <strong>de</strong> dragagem,<br />

<strong>de</strong>ve-se procurar sempre que possivel aplicá-los somente em atua<br />

ções <strong>de</strong> manutenção do cana 1 <strong>de</strong> navegação ou em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> COE<br />

L.<br />

plsmentaçao, tentando-se usar soluções mais <strong>de</strong>finitivas para rg<br />

solver o problema (como a construção <strong>de</strong> obras fixas). Quando os<br />

N LI<br />

canais estuorinos sao dragados, o padrao <strong>de</strong> escoamento e a cir<br />

cular;ão estuarina também são alterados, o que gera, como consz<br />

cyência, uma mudança nos seus ~adrões <strong>de</strong> sedimentação; os c%<br />

nais aprofundados através <strong>de</strong> draga gens intensas se transformam<br />

frequentemente em vsrda<strong>de</strong>iros alçapões sedimento lógicos (aume~<br />

CI<br />

tando ainda mzis a taxa <strong>de</strong> assoreamento nesta regiao), além <strong>de</strong><br />

modificarem o posicionamento dos baixios o bancos <strong>de</strong> areia, que<br />

se transportam para regiões mais a montante ou a jusante(ou am<br />

bas) do ponto <strong>de</strong> dragagem, transformando-se até mesmo em empg<br />

N<br />

cilhos ainda maiores à navegaçao do que eram ante<strong>rio</strong>rmente.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


De uma forma geral, os tipos <strong>de</strong> obras <strong>de</strong><br />

N<br />

melhoramento para implantação dos sistemas <strong>de</strong> navegaçao em e2<br />

tuásios consistem normalmente em se obter os custos iniciais e<br />

<strong>de</strong> manutenção os menores poss;veis para o empre-ndimento hidráu-<br />

N N<br />

lico em questao, Consi<strong>de</strong>rando-se a construçao <strong>de</strong> diques e espi<br />

gões para o direcionamento e controle <strong>de</strong> correntes visando a<br />

eliminação dos baixios e bancos <strong>de</strong> areia, e o aprofundamento e<br />

N<br />

regularização <strong>de</strong> calha, e sabendo-se que os estuá<strong>rio</strong>s sao<br />

giões <strong>de</strong> formação complexa e muito <strong>de</strong>licada, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

erros <strong>de</strong>vido ao projeto <strong>de</strong>feituoso e colocação incorreta <strong>de</strong>sças<br />

estruturas po<strong>de</strong> gerar sérias consequências quanto a esta bilida-<br />

<strong>de</strong> do regime estuarino; <strong>de</strong>sta formo, o sucesso da implantação<br />

das referidas obras <strong>de</strong> melhoramento para navegação em estuá<strong>rio</strong>s<br />

<strong>de</strong>ve ser fundamentado na realização <strong>de</strong> um projeto cuidadoso em<br />

que sejam consi<strong>de</strong>rados todos os parâmetros intervenientes no<br />

problema, baseado em levantamentos <strong>de</strong> campo a<strong>de</strong>quados e estudos<br />

em mo<strong>de</strong>lo reduzido <strong>de</strong> Fundo móvel e consi<strong>de</strong>rando-se também as<br />

N<br />

operações <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção e construção <strong>de</strong> alçapoes sg<br />

dimento lógicos,<br />

6 - Devido ao elevado custo e aos sé<strong>rio</strong>s impactos ambi<br />

entais gerados quando da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundamento do ca<br />

na1 <strong>de</strong> navegacão em estuá<strong>rio</strong>s para aten<strong>de</strong>r ao tráfego <strong>de</strong> embar<br />

cações com calados que vêm aumentando cada vez mais, é, <strong>de</strong>sta<br />

forma, sempre aconselh6vel evitar-se (ou rninimizar-se) essas<br />

operações <strong>de</strong> aprofundamento <strong>de</strong> canal, substituindo-as por outros<br />

tipos <strong>de</strong> soluções que possam também resolvsr o problema. Estas<br />

soluções po<strong>de</strong>riam incluir a utilização das variações <strong>de</strong> maré no<br />

estuá<strong>rio</strong>, em que os navios <strong>de</strong> maiores calados para chegar a o<br />

porto somente penetrariam no canal <strong>de</strong> acesso estuarino nos pg<br />

<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> marés mais altas; uma outra soluçao seria a realiza<br />

ção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> amarração off-shore (utilizando-se dolfins<br />

W<br />

ou bóias <strong>de</strong> amarração) para as embarcaçoss <strong>de</strong> maiores calados,<br />

fazendo-se as operações <strong>de</strong> bal<strong>de</strong>ação ("ti.anshipmentl') ou a uti<br />

L.<br />

lizaçao <strong>de</strong> esteiras rolantes, mangueiras ou dutos, que poçsibi<br />

litariam o transbordo <strong>de</strong> cargas para o continente ou região €5<br />

tua rina.<br />

7 - A partir, tambgm, <strong>de</strong> atuações humanas <strong>de</strong>feituosas<br />

N<br />

-<br />

-


nos estuá<strong>rio</strong>s po<strong>de</strong> ser serado um outro tipo <strong>de</strong> problema muito<br />

sé<strong>rio</strong> para os sistemas do navegar;ão e outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enge<br />

,.,<br />

nharia que é a divagaçao do leito eskuarino. No caso <strong>de</strong> ocorre<br />

rem gran<strong>de</strong>s incursões <strong>de</strong> ma teria is sólidos provenientes <strong>de</strong> fon<br />

tes exÓgenas (<strong>de</strong>spejos domisticos e industriais, escoamentos si<br />

*<br />

perficiais <strong>de</strong> encosta, drenagem das águas <strong>de</strong> irrigaçao, etc.),<br />

N<br />

as taxas ds assoreamento nos estug<strong>rio</strong>s serao certamente mais in<br />

CI<br />

tensas, induzindo 2 formação <strong>de</strong> maioreszonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posiçao <strong>de</strong><br />

* W<br />

sedimentos (ba ixios). No entanto, para a situaçao da construçao<br />

<strong>de</strong> barragens visando a criação <strong>de</strong> reservató<strong>rio</strong>s e usinas hidroe-<br />

l6tricas o efeito é contrá<strong>rio</strong>, já que o transporte <strong>de</strong> sodimey!<br />

tos na calha Fluvial e interrompido, gerando normalmente a acg<br />

mulação <strong>de</strong>ste material a montante da barragem e um processo <strong>de</strong><br />

Y<br />

erosao <strong>de</strong> calha a jusante da mesma; com a interrupção do tranç<br />

porte <strong>de</strong> sedimentos para o estuá<strong>rio</strong>, a natureza reage visando<br />

o restabelecimento do um novo equilíb<strong>rio</strong> morfo-sedimentol~gico,<br />

daí resultando em erosõ"s sucessivas <strong>de</strong> calha e divagação do<br />

Y<br />

leito estua rino (colocando em risco as fundaçoes <strong>de</strong> estruturas<br />

portuárias, alterando o lay-out do canal <strong>de</strong> navegação em planta,<br />

stc.). Desta Forma, ao ss realizar o planejamento e projeto <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> barragens ao longo <strong>de</strong> sstirões fluviais, principal<br />

mente nos trechos médios e infe<strong>rio</strong>res dos <strong>rio</strong>s, 6 impor ta nt e<br />

que seja analisado um tipo qualquer <strong>de</strong> "by-passing" para o mat-<br />

ria1 retido a montante <strong>de</strong>ssas estruturas visando manter o equt<br />

lfb<strong>rio</strong> morfo-sedimento lógico dos <strong>rio</strong>s (especialmente em sua s r2<br />

giões meândricas e estuarinaa)ao mesmo tempo em que gera u nia<br />

melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das águas dos reservató<strong>rio</strong>s formados e r-<br />

duz o assoreamento generalizado <strong>de</strong>sses reservató<strong>rio</strong>s. Uma manei<br />

Y<br />

ra eficiente do se evitar a erosao repentina <strong>de</strong> margem <strong>de</strong>vido a<br />

um <strong>de</strong>secpil~b<strong>rio</strong> sedirnentol6gico qualquer nos estuá<strong>rio</strong>s corres<br />

.*<br />

pon<strong>de</strong> à aplicação contlnija <strong>de</strong> revestimentos para proteçao <strong>de</strong> ep<br />

costas, (onrocamentos, grcimineas, concreto, faxineg, etc.) ao lop<br />

CI M<br />

go <strong>de</strong> todo o estira0 estuarino; no caso <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> erosao<br />

CI<br />

concenkada em uma área <strong>de</strong>ve-se, entao, utilizar estruturas <strong>de</strong><br />

N<br />

protf?ção mais rlgidas s <strong>de</strong>finitivas como a construçao <strong>de</strong> espL<br />

Y<br />

goes e diquas longitudinais.<br />

.<br />

8 - Com rela~ao ao prc jeto <strong>de</strong> vias navegáveis em eçtuá -<br />

<strong>rio</strong>s, consi<strong>de</strong>rando-se os efeitos dos ventos e correntes nos mo<br />

-


CI<br />

vimentos das embarcaçous, do boa prática tentar-se, samp re<br />

qua for viável, direcionar as obras <strong>de</strong> engenharia o mais parale<br />

L.<br />

lo posslvel da direçao das correntes e ventos predominantes, pa<br />

ra se evitar o efeito <strong>de</strong>sfavorável <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> cruzamento elg<br />

W<br />

vadas, que dificultam as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> navegaçao.<br />

9 - A rno<strong>de</strong>laqem flsica e matemática correspon<strong>de</strong> a um ins<br />

N<br />

trumental <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para os estudos <strong>de</strong> implantaçao <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s. 0s mo<strong>de</strong>los físicos são Úteis,<br />

N<br />

por exemplo, para esclarecer ao projetista as modificaçoes hL<br />

dráulico-~edimentol~~icas globais que podo sofrer o estuá<strong>rio</strong> com<br />

as obras <strong>de</strong> engenharia impostas pelo homem, po<strong>de</strong>ndo se vorifi<br />

H N<br />

car também os padroes <strong>de</strong> circulação e zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posiçao estuz<br />

rinos; já a mo<strong>de</strong>lagem matemgtica po<strong>de</strong> realizar vá<strong>rio</strong>s tipos <strong>de</strong><br />

W<br />

análises como a simulação da circulaçao e características <strong>de</strong><br />

dispersão em estuá<strong>rio</strong>s, mo<strong>de</strong>los ds simulação ecológica, mo<strong>de</strong>los<br />

estat~sticos usando os dados coletados no campo, etc.. A utili<br />

w<br />

zaçao da mo<strong>de</strong>lagem física e materngtica correspon<strong>de</strong> a uma percen<br />

tagem pequena <strong>de</strong> custo em relaçgo ao empreendimento hidráulico<br />

globa 1, porém fornece informapões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor ao engenhei<br />

ro no projeto dos sistemas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s.<br />

fi<br />

10 - i~á muito o que se <strong>de</strong>senvolver ainda em nosso pais em<br />

termos <strong>de</strong> conhecimento global dos aspectos técnicos relativos à<br />

N U<br />

implantação do sistemas <strong>de</strong> navegaçao em geral e da compreensao<br />

exata do comportamento dos estuá<strong>rio</strong>s como elemento <strong>de</strong> ligação<br />

entre a navegação int~<strong>rio</strong>r e a marítima. De um lado, a<br />

Y<br />

da navsgaçao, que <strong>de</strong>veria ser mais estimulada em um país co m<br />

mais <strong>de</strong> 8.000 quilÔmet ros <strong>de</strong> costa marítima e uma re<strong>de</strong> potamo gráfica<br />

potente, com <strong>rio</strong>s do porte do Amazonas, Paraná, são ira^<br />

L1<br />

cisto o outros. Especialmente nâs regioes estuarinas, on<strong>de</strong> se<br />

encontram importantes portos <strong>brasil</strong>eiros e gran<strong>de</strong>s centros urbg<br />

nos e agrícolas, <strong>de</strong>ver-se-ia, tambgm, tentar preservar mais e2<br />

tas áreas tao <strong>de</strong>licadas e importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

c1 CI<br />

naçao. Desta forma, sugerimos a realizaçao, por parte das auto<br />

rida<strong>de</strong>s governamentais e entida<strong>de</strong>s competentes no assunto, <strong>de</strong><br />

uma<br />

LI<br />

~olitica Nacional <strong>de</strong> Navegaçao, com a criação no Brasil <strong>de</strong><br />

uma instituição especifica responsável pela conjugação das atua<br />

rir<br />

ções <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> navegação inte<strong>rio</strong>r com as <strong>de</strong> navegaçao<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


marítima (o que existe em mol<strong>de</strong>s precá<strong>rio</strong>s) levando em conta a<br />

revisao do Plano ~idroviá<strong>rio</strong> Nacional já existente; esta medida<br />

certamente valorizaria os sistemas <strong>de</strong> navegâçao como um todo,<br />

*<br />

levaria mais em cons.i<strong>de</strong>raçao o regime estuarino que 6 <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

influência como um elo <strong>de</strong> ligação entre ambos os tipos <strong>de</strong> nave<br />

gação, e, portanto, incremontaria o <strong>de</strong>senvolvimento global da<br />

C1 U<br />

naçao e a união entre as diferentes regioes <strong>brasil</strong>eiras, ao mes<br />

mo tempo em que permitiris uma melhor <strong>de</strong> nossas fro;<br />

teiras e viabilizaria o transporte <strong>de</strong> cargas a um custo mais r2<br />

duzido (em comparação com as ferroviais rodovias), utilizando<br />

melhor as potencialida<strong>de</strong>s hídricas <strong>de</strong> nosso país e gerando um<br />

fator catalisador <strong>de</strong> progresso e bem-estar para toda a nação.<br />

-


- Decomposição matem; tica dos termos da ~celeração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis -<br />

Em termos da utilização <strong>de</strong> operações com produtos vetori -<br />

ais, a aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis po<strong>de</strong> ser apresentada pela forma:<br />

em que: n = velocida<strong>de</strong> angular <strong>de</strong> rotação da Terra =<br />

-5 -1<br />

= 7.29 x 10 s<br />

Y<br />

V = velocida<strong>de</strong> em relaçao à Terra.<br />

Desenvolvendo a equação (i), tiramos:<br />

As componentes n, são muito pequenas e po<strong>de</strong>m se<br />

Desta forma, teremos, como é mostrado na Figura<br />

Figura (49) - ~epresentação<br />

esquemática dos<br />

termos <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis.


2nx = O<br />

2ny. 2 1í1 cos e<br />

2n2 = 2 (E( sen e<br />

Substituindo (ii), (iii) e (iv) em (v), vem:<br />

( ii)<br />

(iii)<br />

( i v)<br />

Dentre os termos da equação (vi), po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sprezar o vg<br />

ler <strong>de</strong> ur em comparação com v, já que v >> UJ.<br />

~lém disso, a componente da aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis no<br />

eixo z po<strong>de</strong> ser também <strong>de</strong>sprezada, já que é muitas vezes menor<br />

do que os termos relativos à pressão hidrostática na equação di<br />

nâmica (equação (19) do item IVJ, 1.3), ou seja:<br />

Portanto, as componentes da aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis a se<br />

rem utilizadas nas equaçees <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

.c)<br />

vimento (equações (17), (18) e (19))s çerao:<br />

mo<br />

-<br />

( vii)


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