rio de janeiro, r3 - brasil - Engenharia Naval e Oceânica - UFRJ
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Adacto Benedicto Ottoni<br />
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE<br />
P~S-GRADUAÇ~~O OE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDF&L DO RIO DE 3A *<br />
IEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENÇRO DO '<br />
GRAU BE MESTRE EM CI&UCIAS (M.sc.) EM EMGENHARIA OCEANICA, NA<br />
ARCA DE ENGENHARIA COSTEIRA.<br />
Aprovado por t<br />
Pruf. Rui Carlos Vieira da Silva<br />
( Presi<strong>de</strong>nte)<br />
Prof. Carfos Eduardo Parente Ribeiro<br />
RIO DE JANEIRO, R3 - BRASIL<br />
NDVEMBRO DE 1986
OTTONI , ADACTO BEMEDI CIO<br />
A lrnplantaião <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Pdavegação em ~e~iÕes ~stuarinas.<br />
(~io <strong>de</strong> ~aneiro). 1986<br />
XIII, 142 p. 29,? CRI (COPPE/<strong>UFRJ</strong>, M.Sc., <strong>Engenharia</strong> Ocg<br />
ânica, 1986)<br />
Tese - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, COPPE<br />
1. ~avega~ão<br />
em ~stug<strong>rio</strong>s. I. COPPE/<strong>UFRJ</strong> 11. ~ltulo<br />
(série)
iii<br />
Gostaria <strong>de</strong> prestar meus sinceros agra<strong>de</strong><br />
cimentos aos prafessores e funcioná<strong>rio</strong>s do Departamsnto <strong>de</strong> Engg<br />
nharia ~ceâniea da COPPE/<strong>UFRJ</strong> pola colaboração e apoio durante<br />
toda a fase <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> créditos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta te-<br />
ss <strong>de</strong> mestradoi ao professor Rui Carlos Vieira da Silva pela<br />
orientação que <strong>de</strong>le recebi; ao professor Per Bruun pelas conhe-<br />
cimentos técnicos e orisntaçõep. que ms transmitiu durante o pa<br />
<strong>rio</strong>do em que estive na Noruega realizando curso <strong>de</strong> &s-gradua-<br />
ção em engenharia maritimat e a profissionais e instituições<br />
que ma auxiliaras fornecendo dados e sugestões, o que tornou<br />
possfvel a elaboração do presente trabalho.
Resumo da Tese Apresentada à COPPE/<strong>UFRJ</strong> como parte dos requisi-<br />
tos necessá<strong>rio</strong>s para a obtenção do grau <strong>de</strong> Mestre em ciências<br />
(H. se.)<br />
Adacto Benedicto Ottoni<br />
Novembro <strong>de</strong> 1986<br />
Orientador: Prof. Rui Carlos Vieira da Silva<br />
Programa: <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> ~ceânica da COPPE/<strong>UFRJ</strong>, área <strong>de</strong> Enge-<br />
nharia Costeira<br />
Esta tese <strong>de</strong> mestrado tem por objetivo estudar O<br />
comportamento estuarino <strong>de</strong> uma forma geral e analisar os siste-<br />
mas <strong>de</strong> navegação camo um todo, dando ênfase sua aplicação em<br />
estuá<strong>rio</strong>s.<br />
Desta forma, o presente trabalho está dividido em<br />
5 capitulas principaist o primeiro corresponda a um introdução<br />
do assunto; o segundo é sobrs as aspectos gerais relativos a e2<br />
tuá<strong>rio</strong>s; o terceiro caplfulo <strong>de</strong>senvolve os conceitos básicos so<br />
bre sistemas <strong>de</strong> navegação; o quarto correspon<strong>de</strong> aos tipos <strong>de</strong><br />
aplicações e casos práticos relacionados ?i implantação <strong>de</strong> sisk<br />
mas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s; a, finalmente, m quinta capitu-<br />
lo são apresentadas canclusões e recomendações relativas à temi<br />
tica global da tese.
Abstract of Thesis presented to COPPE/<strong>UFRJ</strong> as partia1 fulfillment<br />
of the requirements for the <strong>de</strong>gree of Master of Science (kSc.)<br />
THE NAVI GATION SYSTEMS IN ESTUARINE REGIONS<br />
Adacto Benedicto Ottoni<br />
November 1986<br />
Chairmanr Prof, Rui Carlos Vieira da Silva<br />
Departmentt Ocean Engineering (COPPE/<strong>UFRJ</strong>), area of Coastal<br />
Engineering<br />
This master's thesis has the purpose of studying<br />
the estuarine behavior in a general point of view, and analyse<br />
the navigation systems and its influente in estuaries.<br />
This work is divi<strong>de</strong>d in 5 main chaptersr the first<br />
is an introduction about this matter; the second is about the<br />
general aspects related to estuaries; tha third chapter expiains<br />
the basic concepts about the navigation systems; the fourth<br />
corresponds to applications and case studies related to navigation<br />
systems in estuaries; and, finally, the fifth chapter shows the<br />
conclusions and recommendations of the author,
11.3.1) Classif icação pela toposrafia . . . . . . .. .. . . 8<br />
11.3.2) Classificacão através<br />
.<br />
do diagrama Circu<br />
Li.<br />
lacão/~stratificacao . . . . . . . ....... . 10<br />
If A3) ~lassificação pela estrutura salina . .. ... 12<br />
11.3.3.1) €stu&ios altamente estratificg<br />
dos ou estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> cunha sali-<br />
na ....... ...... r...........e.. 12<br />
11.3~3.3) ~stu$<strong>rio</strong>s bem misturados O.. ...<br />
15<br />
111) CONCEITOS BASICOS SOBRE OS SISTEHAS DE NAVEGACÃO ...O *.e 28<br />
III.2) FATQRES NATURAIS A SEREM ANALISAOOS PARA A IHPLAN<br />
TAÇÃD DE SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO ,.. 32<br />
11 I. 3) GENERALIDADES SOBRE O DIMENSIDNAMEMTO DE CANAIS<br />
DE NAUEGAÇÃO .... + ..,... ... ..... . ................ 35<br />
111.3.1) ~nflência dos movimentos da embarca~ão . O 35<br />
111.3.2) Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navegação .... 36<br />
111.3.3) Larqura <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> naveqação ......... 40
vii<br />
113.4) Outras consi<strong>de</strong>racões .................e 45<br />
111.4) SISTEMAS DE TRANSPORTE RELATIVOS A NAWEGAÇÃO .... 46<br />
I )<br />
Consi<strong>de</strong>ra~ões nerais .................. 46<br />
111.4.2) Tioos <strong>de</strong> caraas ................... .... 46<br />
111.4. 3) Tipos <strong>de</strong> embarcaçÕes .................. 47<br />
................... 111.5) DESENVOLVIMEMTD PORTUARIO 51<br />
111.5.1) Aspectos serais .. ............e..e..... 51<br />
...........<br />
111.5.2) Principais obras portuárias 53<br />
111.53) Sistemas <strong>de</strong> movimsntaçãa <strong>de</strong> cargas .... 59<br />
111.6) PRINCIPAIS OBRAS E 4TIVIDADES DE ENGENHARIA UTILI<br />
ZADAS NA<br />
.........................................<br />
IMPLANTAÇHO DE EIXOS DE NAVECAÇBO EM ES-<br />
TUARIOS 63<br />
.................. 111.6.1) ~onsi<strong>de</strong>rações qerais 63<br />
..............e...............<br />
111.6.2) Draqagem 64<br />
I1I.6.3) Obras fixas ........................... 68<br />
-<br />
11164) Revestimentos<br />
..~~~..~..~..~.....<br />
para proteção <strong>de</strong> encostas<br />
70<br />
1 6 . 5 ) Dispositovs <strong>de</strong> apoio 5 navegaçaa ...... 73<br />
IV) TIPOS DE APLICAC~ES E CASOS PRATICOS SOBRE<br />
...................<br />
A IMPLANTAC~O<br />
DE SISTEMAS DE NAVECACKO EM EÇTUARIOS 76<br />
f V . 1) DESCRICÃO MATEM~T~CA SUCINTA SOBRE O COWPORTAMENTO<br />
ESTUARINO . APLICAÇÃD AO ESTUARIO DO POTEMGI<br />
(RN) ............................................. 76<br />
IV.1.1) ~qua~ões hidrodinâmicas básicas .......... 76<br />
............. Iv.1.1.1) ~ ~ u a ~ <strong>de</strong> ã estado o<br />
76<br />
1~,1.1.2)<br />
.............*............,....<br />
~quagões <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> mas-<br />
77<br />
. I V 1.1.2.1) ~~uação da continui-<br />
da<strong>de</strong> ............... 77
viii<br />
1~.1.1.2.2) ~~ua$o ds distri<br />
.............<br />
buigão <strong>de</strong> variá-<br />
veis 78<br />
IV.1.1.3) Eqwaç&s <strong>de</strong> conservação da<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento (ou<br />
equaç& s dinâmicas) .......... 79<br />
I~~1.2) ~quações gerais dos processos <strong>de</strong> mistura<br />
em estuá<strong>rio</strong>s ....O...................... 81<br />
IU,1,3) Exemplo da wkilizaç& <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo matemgtico<br />
para estuá<strong>rio</strong>s .................. 86<br />
IV. 1.3.1) Fundamentos teórico s para a<br />
ap licaGão da simulaqão ma temática<br />
......................... 86<br />
1~.1.3.2) ApJ.icaSão do mo<strong>de</strong>lo ao estuá-<br />
......<br />
<strong>rio</strong> <strong>de</strong> <strong>rio</strong> Patengi (RN) 89<br />
1v.3) ANALISES EM MODELOS REDUZIDOS VISANDO A MELHORIA<br />
DAS CONDIÇ~ES DE NAVECACÃO NO ESTU~RIO DE SAM-<br />
TOS (SP) ....................................... 103
F I G U R A S<br />
1 - Diagrama esquemático <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s, atra -<br />
vés dos parâmetros <strong>de</strong> circulação e estratif icação.<br />
2 - condições típicas para o estuá<strong>rio</strong> altamente estratificado.<br />
3 - condições tipicas para o estuá<strong>rio</strong> parcialmente misturado.<br />
4 - condições típicas para o estuá<strong>rio</strong> bem misturado.<br />
5 - condições típicas para o estuá<strong>rio</strong> bem misturado não-homogi<br />
neo lateralmente, no hemisfé<strong>rio</strong> sul.<br />
6 - ~loculação - arranjos típicos.<br />
7 - Represzntação esquemática dos <strong>de</strong> sedimentação para<br />
os estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados.<br />
8 - Esquema geral representativo da distribuição e moviment=<br />
ção <strong>de</strong> sedimentos em estuá<strong>rio</strong>s e suas principais zonas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>posição.<br />
9 - caracterização genérica <strong>de</strong> um curso d'água completo,em per<br />
f i1 e em planta.<br />
10 - Cotagrama <strong>de</strong> dois cursos d'água distintos quaisquer.<br />
11 - Representação esquedtica dos movimentos <strong>de</strong> embarcações.<br />
12 - ~e~ressntação cjenérica da seção longitudinal <strong>de</strong> um navio.<br />
14 - ~e~resenta~ão esquemática do ?rim1' da embarcação.<br />
15 - Esquema geral sobre o dimensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
,"<br />
canais <strong>de</strong> navegaçao.<br />
16 - ~imensões tipicas para a obtenção da largura <strong>de</strong> canais<br />
<strong>de</strong>
navegação.<br />
17 - Croquis genérico <strong>de</strong> urna curva <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> navegação,<br />
18 - Exemplo <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> containers,<br />
19 - Tipos <strong>de</strong> quebra-mares.<br />
20 - Tipos <strong>de</strong> cais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s verticais.<br />
21 - Piers abertos e cais com plataformas <strong>de</strong> alivio,<br />
22 - Tipos <strong>de</strong> dolfins e sistemas <strong>de</strong> amarração.<br />
23 - Exemplo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scarregador conthuo <strong>de</strong> granéis sólidos.<br />
24 - Exemplos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> traçadores na implantação <strong>de</strong> ca-<br />
nais <strong>de</strong> navegação,<br />
25 - Exemplo <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> diquss e espigGes.<br />
26 - Exemplos <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> revestimentos para prote-<br />
W<br />
çao <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s.<br />
27 - Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento para navega-<br />
,& em estuá<strong>rio</strong>s.<br />
28 - Exemplo <strong>de</strong> balizamento <strong>de</strong> um trecho <strong>de</strong> via navegávd..<br />
29 - Volume <strong>de</strong> controla, para obtenção das equações matemáticas<br />
representativas do comportamento estuarino.<br />
30 - ~acafita~ão do ~stu6ri.o do <strong>rio</strong> Potangi - ~ a t a l / ~ ~ ,<br />
31 - Maregramas <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> corrente nas seçÕes SE-2 e SE-3 do<br />
estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> Potengi.<br />
32 - €voluÇão temporal das cotas <strong>de</strong> fundo na seção SE-2 do es-<br />
tuá<strong>rio</strong> da ria Potengi.<br />
33 - ~volu~ão das cotas <strong>de</strong> fundo na seção SE93 do estuá<strong>rio</strong> do
io Potengi.<br />
34 - Localização geográfica da Ilha das Onças (PA).<br />
35 - ~ituação em planta dos levantamentos <strong>de</strong> marés e <strong>de</strong> corre2<br />
tes na Ilha das Onças.<br />
36 - ~nálise da estabilida<strong>de</strong> dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> margem - situação<br />
mais crítica - para o dimensionamento do canal <strong>de</strong> navega<br />
ção da Ilha das Onças.<br />
37 - ~imensõss do canal <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onças.<br />
38 - Sobrelarguras em trechos curvos do canal d~ navegação<br />
Ilha das Onças.<br />
39 - Esquema das operações <strong>de</strong> dragagem e <strong>de</strong> <strong>de</strong>stocamento e<br />
.*<br />
raizamento, para a implantação do canal <strong>de</strong> navugaçao<br />
Ilha das Onças.<br />
40 - ~ocaliza~go geográfica do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos (sP).<br />
41 - Localização em planta dos pontos <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> ondas<br />
baía <strong>de</strong> Santos.<br />
42 - ~e~resenta~ão <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto com obras<br />
melhoramento na bala <strong>de</strong> Santos, para a situação <strong>de</strong> corren-<br />
tes <strong>de</strong> enchente.<br />
43 - Representação <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto com obras<br />
melhoramento na baia do Santos, para a situação <strong>de</strong> corre2<br />
tes <strong>de</strong> vazante.<br />
44 - Lay-out da soluç~o indicada para a melhoria das condições<br />
<strong>de</strong> navegaçgo do canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos.<br />
45 - Canal <strong>de</strong> acesso do porto <strong>de</strong> ~tajaP(~~), em 1096,<br />
46 - Lay-out geral do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~tajai-~~u, em 1983.<br />
<strong>de</strong>
47 - ~ocalização em planta dos pontos <strong>de</strong> medições para o sstui<br />
<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1tajai-A~U.<br />
48 - ~ráfico da evoluç~o das dragagens efetuadas no porto <strong>de</strong><br />
1tajai.<br />
49 - ~e~reçenta~ão esquemática dos termos <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis.
Q U A D R O S<br />
1 - Volume <strong>de</strong> assoreamento do canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos<br />
(SP) sem a realização das abras <strong>de</strong> melhoramento indicadas.<br />
2 - Volume <strong>de</strong> assoreamento do canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos<br />
(ÇP) com a realização das obras <strong>de</strong> melhoramento indicadas.
Ao longo da história da Humanida<strong>de</strong>, os<br />
maios <strong>de</strong> transportes em terra têm se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu<br />
inicio a partir da utilização direta <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> carga, pas-<br />
sando em etapas poste<strong>rio</strong>res ao uso da carroça-<strong>de</strong>-boi, vs~culos<br />
puxados a cavalo, e assim por diante, até chagarmos aos dias<br />
<strong>de</strong> hoje, em que são empregados sistemas ferroviá<strong>rio</strong>s mo<strong>de</strong>rnos,<br />
bem como possantes ve:culos a motor. Com relacso ao transporte<br />
aquático (fluvial e marltimo), o homem possui ainda, virtual-<br />
mente, o mesmo meio <strong>de</strong> transporte - a embarcação flutuante; a<br />
mais antiga foi provavelmente uma canoa r6stica usada pelo ho-<br />
mem primitivo por volta <strong>de</strong> quinze m i l anos atrás, no per:odo<br />
~aleolitico; navios trafegavam ao longo do Mar Vermelho antes<br />
das ~irhi<strong>de</strong>s serem construídas; embarcações navegavam no Mar<br />
Mediterrâneo e Golfo ~érsico já em torno do ano 7.000 A.C. . A<br />
história também registra que os chineses já faziam uso da bÚs-<br />
sola antes mesmo do inicio da nossa era; com e19s os arabes<br />
apren<strong>de</strong>ram a utilizá-la e revelaram-na aos europeus a partir<br />
do século XII. É <strong>de</strong> se observar, também, a semelhança entre<br />
juncos e balsas encontradas no Peru, no antigo Milo e no <strong>de</strong>lta<br />
do Mekong. Portanto, a partir da verif icaçáo <strong>de</strong> f lutuabilida<strong>de</strong><br />
da ma<strong>de</strong>ira, sob a forma rudimentar <strong>de</strong> tróncos, o homem teve<br />
no curso <strong>de</strong> ggua, por menor que fosse, o caminho para os seus<br />
<strong>de</strong>slocamentos. A história, assim, nos mostra que os <strong>rio</strong>s navegáveis<br />
e mares têm sido <strong>de</strong> gmn<strong>de</strong> importância no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> na -..<br />
$;es e grupos <strong>de</strong> nacões; eles têm a funpão <strong>de</strong> elos ligando paz<br />
r<br />
soas e palses, promovendo um maior <strong>de</strong>senvolvimento e progresso<br />
para as comunida<strong>de</strong>s humanas.<br />
A gran<strong>de</strong> vantagem que os sistemas <strong>de</strong> na<br />
vegação t&n sobre as outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte 6 relati<br />
va aos custos; o consumo <strong>de</strong> energia e trabalho por tonelada e<br />
por é normalmente baixo, bem como os investimentos<br />
e custos <strong>de</strong> manutenção; portanto, as obras <strong>de</strong> navegação corre-<br />
tamente implantadas significam muito pouco em termos <strong>de</strong> custo<br />
-<br />
-
no sentido <strong>de</strong> garantir um amplo e m61tiplo aproveitamento dos<br />
cursos <strong>de</strong> água, e o custo por da via gerada B, como<br />
já dissemos, competitivo com as <strong>de</strong>mais formas <strong>de</strong> transporte;<br />
por exemplo, nos gran<strong>de</strong>s aproveitamentos hidrel&ricos, a par-<br />
cela ligada a transposição da <strong>de</strong>snivel correspon<strong>de</strong> somente a<br />
aproximadamente 3 a 5 por cento do custo total do empreendimen<br />
to, segundo ABREU LIMA (1). Outrossim, o fato <strong>de</strong> já<br />
existir a via natural (por exemplo, a calha fluvial) po<strong>de</strong> ofe-<br />
recer certas vantagens em termos <strong>de</strong> implantação da navegação e<br />
minimizaç& <strong>de</strong> custos; no caso, por exemplo, <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s totalmen-<br />
te naveg&eis, os investimentos <strong>de</strong> capital e custos <strong>de</strong> manuton<br />
ção seriam bem baixos; no entanto, tais <strong>rio</strong>s são uma exceção<br />
e, na maior parte das vezes, a implantaião <strong>de</strong> uma via navagá-<br />
vel vai impor a criação <strong>de</strong> atuações e obras <strong>de</strong> correção a se<br />
rem localizadas em certos estirões do canal do navegação e emb -<br />
cais a<strong>de</strong>quados; os tipos principais <strong>de</strong> problemas que <strong>de</strong>vem ser<br />
consi<strong>de</strong>rados são os <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e manutenção do canal <strong>de</strong> nave<br />
gação com relação à profundida<strong>de</strong> e largura (problemas <strong>de</strong> ban-<br />
cos <strong>de</strong> areia, corre<strong>de</strong>iras,instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem do canal nati<br />
ral, fechamento da entrada <strong>de</strong> acesso ao wrto, variaGões <strong>de</strong> njvel d'<br />
gua, etc.), bem como o <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> e segurança das embarca<br />
çÕes (no que se refere as Fortes correntes, material flutuan-<br />
te, etc.). ~orém, utilizando-se a vantagem (com relação a outros<br />
sistemas <strong>de</strong> transporte) <strong>de</strong> já s e possuir a via navegável natu-<br />
ral e procurando-se superar as <strong>de</strong>svantagens e problemas na i m<br />
plantação da navegação na mesma (on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar os<br />
aspectos relativos embarcação-tipo, apoio à navegaçao, bem<br />
como melhorias da via navegável e conexões com outras modalida<br />
<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte), po<strong>de</strong>-se fazer uso da navegação como um sis<br />
#<br />
tema <strong>de</strong> transporte eficiente e competitivo, promovendo benefi-<br />
cios relativos a aspectos da segurança nacional, bem-estar e<br />
progresso das populaçÕes.<br />
*<br />
Com relação aos estuá<strong>rio</strong>s, eles sao ,<br />
.*<br />
por <strong>de</strong>f inição, massas d' água serni-f achadas tendo uma conexao<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
livre com o mar aberto 5 <strong>de</strong>ntro das quais a água do mar é modg<br />
radamente dilulda com a água do <strong>rio</strong> proveniente do continente,<br />
<strong>de</strong> acordo com PRITCHARD (76). O limite da extensão longitudinal<br />
W<br />
<strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> é <strong>de</strong>finida como a área on<strong>de</strong> a concentraçao <strong>de</strong><br />
cloro na água está abaixo <strong>de</strong> 0,017k. Os estuá<strong>rio</strong>s são tambÉm,<br />
W<br />
<strong>de</strong>vido a sua posiçao geográfica , diretamente influenciados pela<br />
ação combinada do <strong>rio</strong> e das correntes dc maré, possuindo gradi<br />
entes horizontais e verticais nas suas proprieda<strong>de</strong>s físicas,<br />
e biolÓcjicas; estes gradientes estão sujeitos a gran<br />
W<br />
<strong>de</strong>s variaçoes no tempo e no espaço. 12s estuá<strong>rio</strong>s são caracteri-<br />
zados, <strong>de</strong>sta forma, por uma complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores ambientais,<br />
C*<br />
em que suas condiçoes <strong>de</strong> temperatura, salinida<strong>de</strong> e turbi<strong>de</strong>z são<br />
distintamente não uniformes; representam também uma área <strong>de</strong> mui<br />
to valor para as comunida<strong>de</strong>s humanas, visto que uma gran<strong>de</strong> paf<br />
cela do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, induçtria 1, comercia 1, resi<br />
<strong>de</strong>ncial, e <strong>de</strong> recreação do homem, caracterizando importantes<br />
complexos urbanos, se localizam nas regiões estuarinas, <strong>de</strong>vido,<br />
W<br />
principalmente, às suas águas férteis, porque sao um abrigo por<br />
tuá<strong>rio</strong> natural contra as ações do mar (ondas, etc.), 9 pelo fa<br />
to <strong>de</strong> representarem um elo <strong>de</strong> ligação (através da na ve gação )<br />
unindo o mar ao continente, Como, portanto, as regiões estuari-<br />
nas são áreas do gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> ambienta1 e por isto mesmo<br />
.v<br />
também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> com relaçgo às açoes impactantes<br />
geradas pelo homem, é imprescindível que qualquer tipo <strong>de</strong> atua-<br />
ção neste ecossistema seja estudada com muito rigor e cautela<br />
visando ao mesmo tempo manter a continuida<strong>de</strong> do progresso hmano<br />
9 afetar ao mlnimo o meio-ambiente on<strong>de</strong> ele vive e do qual <strong>de</strong>-<br />
pen<strong>de</strong>.<br />
O pressnte trabalho tsm por objetivo o<br />
<strong>de</strong> estudar a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegação em regiões e2<br />
tuarinas consi<strong>de</strong>rando estas áreas como elos <strong>de</strong> ligação entre a<br />
navegação inte<strong>rio</strong>r e a marítima. Este representa um tema comple<br />
-<br />
xo e que ainda necessita <strong>de</strong> muitas pesquisas e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
W<br />
<strong>de</strong> tecnologia que procure analisar a interaçao entre os ~arâm~<br />
W<br />
tros intervenientes nos sistemas <strong>de</strong> navegação em relaçao aos <strong>de</strong><br />
um estuá<strong>rio</strong>, No entanto, procuraremos <strong>de</strong>senvolver os principais<br />
a çpectos <strong>de</strong> interesse (ativida<strong>de</strong>s e obras portuárias, inf luên<br />
-<br />
tia <strong>de</strong> parâmetros ambientais - como ventos, marés, correntes,<br />
W<br />
ondas, sedimentos, etc. - implantação <strong>de</strong> obras e atuaçoes <strong>de</strong> ec<br />
-<br />
-<br />
-
Y<br />
genharia - como diques, espigoes, dragagem, obras <strong>de</strong> proteção<br />
<strong>de</strong> margem, sinalização e ba lizamento - e outros), dando maior<br />
ênfase sobre a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s,<br />
N<br />
inclusive com casos práticos <strong>de</strong> estudos e proposiçoo <strong>de</strong> so &<br />
W<br />
çoes; este é um assunto que julgamos ser <strong>de</strong> extrema significa-<br />
$0 para o Brasil, pais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e potente re<strong>de</strong> potamográfica<br />
e possuindo litoral com mais <strong>de</strong> 8.000 quilÔmetros <strong>de</strong> extensão.<br />
f também importante ressaltar que o dimensionamento correto e a<br />
utilizacão eficiente dos sistemas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s(lg<br />
vando-se em consi<strong>de</strong>ração os aspectos técnicos, econÔmicos, sg<br />
ciaiç e ecológicos do assunto) acarreta ,certamente, em economia<br />
<strong>de</strong> transporte (o custo por da via gerada é mais bai<br />
xo com relação 5s outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte), maior <strong>de</strong><br />
LY LI<br />
senvolvimento para a naçao, melhor utilizaçao dos recursos na<br />
turais (aproveitamento da via navegável natural e<br />
N<br />
minimizaçao<br />
<strong>de</strong> impactos ambientais nos estuá<strong>rio</strong>s), bem como aten<strong>de</strong> aos as<br />
pectos <strong>de</strong> segurança nacional, promove a interligação do mar com<br />
o continente e, enfim, atua como um fator polarizador do <strong>de</strong>sec<br />
volvimento <strong>de</strong> toda uma macroregiao , contribuindo para o progrez<br />
so e melhoria do nível <strong>de</strong> vida das comunida<strong>de</strong>s humanas que aí<br />
uivem.<br />
."<br />
-<br />
-
Historicamente, o termo estuá<strong>rio</strong> é conhe<br />
cido como uma zona em que a água doce (do <strong>rio</strong>) e a salgada (do<br />
mar) estão em processo <strong>de</strong> mistura; é também a parte do <strong>rio</strong> que<br />
sofre a influência da ação das marés, De acordo com uma <strong>de</strong>fini<br />
-<br />
ção mo<strong>de</strong>rna dada por PRITCHARD (76), um estuá<strong>rio</strong> é um corpo <strong>de</strong><br />
água semi-f echado tendo uma conexão livre com o mar aberto e<br />
<strong>de</strong>ntro do qual a água do mar é mo<strong>de</strong>radamente diluida com a água<br />
do <strong>rio</strong> proveniente do continente; esta <strong>de</strong>f inigo ampla inclui<br />
balas, estreitos, enseadas, fJords e lagoas. O estuá<strong>rio</strong> &o pg<br />
<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como um sistema isolado; ele possui em sua<br />
totalida<strong>de</strong> muitas partes em inter-<strong>de</strong>pendência ; a diluição da<br />
água do mar no estuá<strong>rio</strong> 6 variável, sendo influenciada pela c=<br />
pacidads hldrica do <strong>rio</strong>; o movimento <strong>de</strong> água sob a ação <strong>de</strong> mg<br />
rés e dos escoamentos fluviais é também bastante inter-relacionado<br />
com o movimento <strong>de</strong> sedimentos no estuá<strong>rio</strong>; as suas condi -<br />
çÕes <strong>de</strong> temperatura, salinida<strong>de</strong> e turbi<strong>de</strong>z também são distinta -<br />
mente não uniformes. Portanto, o estuá<strong>rio</strong> correspon<strong>de</strong> a um<br />
meio ambiente extremamente instável e complexo, e que <strong>de</strong>ve<br />
sempre analisado com muita cautela,<br />
ser<br />
Os estuá<strong>rio</strong>s têm sido <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importân -<br />
tia para as ativida<strong>de</strong>s humanas; dois terços das maiores cida<strong>de</strong>s<br />
do mundo estão situadas a estas áreas; isto se <strong>de</strong>ve<br />
principalmente, abundância <strong>de</strong> vida nos estuá<strong>rio</strong>s, recreação,<br />
protegão natural a embarcações, e à ação <strong>de</strong> receptor dos <strong>de</strong>spe<br />
jos domésticos e industriais. ~lém disso, em muitas regiões, os<br />
ecossistemas estuarinos têm sido sujeitos atualmente a ações i- m<br />
pactantes negativas provenientes das ativida<strong>de</strong>s humanas tais c2<br />
mo a alteração dos escoamentos dos <strong>rio</strong>s, dragagem dos estuá<strong>rio</strong>s<br />
e utilizagão <strong>de</strong> suas águas para dispersão <strong>de</strong> cargas concentrz<br />
das <strong>de</strong> efluentes e resfriamento para indústrias; tais ações i'<br />
pactantes ten<strong>de</strong>m a se ampliar no futuro; é importante,portanto,<br />
que o homem se conscientiae <strong>de</strong>ssas consequências ecolÓgicas nz<br />
gativas e procure atuar nos estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> forma a minimizar os<br />
impactos ambientais neles gerados,
A ciência <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s comparada com a<br />
ciência <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s e lagos <strong>de</strong> um lado e a <strong>de</strong> oceanos profundos <strong>de</strong><br />
outro, é, conforme já dissemos ante<strong>rio</strong>rmente, extremamente com<br />
plexa; um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> conceitos diferentes estão envolvi<br />
dos no comportamento estuarino; como exemplo, citamos a circula<br />
$20 e os <strong>de</strong> mistura em estuá<strong>rio</strong>s, que requerem uma ang<br />
lise física e hidrodinâmica profunda; circulação e ~adrões <strong>de</strong><br />
mistura são difíceis tanto <strong>de</strong> se medir quanto <strong>de</strong> se analisar<br />
porque eles não representam um estado estacioná<strong>rio</strong>, mas estão<br />
sujeitos a variações incessantes em resposta às marés <strong>de</strong> vazac<br />
te e <strong>de</strong> enchente, variações no escoamento <strong>de</strong> água doce, efeitos<br />
variáveis <strong>de</strong> ventos, irregularida<strong>de</strong>s na geometria do estuá<strong>rio</strong>,<br />
e diferenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> entre a água doce e a água salgada, O<br />
estudo da hidrodinâmica <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração<br />
as equações básicas <strong>de</strong> estado, <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa e <strong>de</strong> con<br />
ssrvação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento; em gera1,as equações <strong>de</strong> e2<br />
tado relacionam a massa especifica do fluido com a salinida<strong>de</strong>,<br />
temperatura e pressão; as <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa po<strong>de</strong>m ser rs<br />
lativas a água (equação da continuida<strong>de</strong>) ou a constituintes em<br />
suspensão (equação <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis ou <strong>de</strong> balanço<br />
salino ou <strong>de</strong> difusão); as equações <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> movimento são obtidas a partir da segunda Lei <strong>de</strong> Neuiton e<br />
são normalmente expressas em três equações componentes in<strong>de</strong>pec<br />
<strong>de</strong>ntes (numa análise tri-dimensional) em um sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<br />
-<br />
das cartesiano. porém, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> diversificação e varia-<br />
lida<strong>de</strong> dos parâmetros intervenientes nos estudos estuarinos, o<br />
que tornaria muito complexo e extenso o <strong>de</strong>senvolvimento matemi<br />
tico do assunto (o que 6 visto <strong>de</strong> forma simplif icada no item IV.1<br />
do presente trabalho), procuraremos, ao longo <strong>de</strong>ste capitulo,<br />
fazer uma análise geral dos estuá<strong>rio</strong>s, dando ênfase ao entendi<br />
-<br />
mento físico <strong>de</strong> seus parâmetros <strong>de</strong> influência,<br />
II,2) O MEIO AMBIENTE ESTUARINO<br />
O estuá<strong>rio</strong>, <strong>de</strong>vido à sua posição, sofre<br />
a ação combinada dos ecossistemas fluviais e marítimos.~~ águas<br />
#"<br />
estuarinas, que possuem condiçoes do temperatura, salinida<strong>de</strong> e<br />
turbi<strong>de</strong>z variáveis, são caracterizadas por sua rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> res<br />
posta às mudanças realizadas no seu meio ambiente; alas são noz<br />
malmente ricas em nutrientes provenientes do continente que são<br />
-<br />
-
transportados para as águas costeiras, f ertilizando-as;as águas<br />
dos estuá<strong>rio</strong>s contêm, também, uma biota formado por seleção a-<br />
biental, possuindo seres (animais e vegetais) representativos da<br />
água doce e da água salgada; <strong>de</strong>vido a variabilida<strong>de</strong> da diluição<br />
da água do mar no estuá<strong>rio</strong>, os organismos que vivem em águas<br />
estuarinas são adaptados a gran<strong>de</strong>s mudanças em concentração <strong>de</strong><br />
sal e, em regiões temperadas, a gran<strong>de</strong>s variações em temperati<br />
ra<br />
Portanto, o ecossistema estuarino* <strong>de</strong>vi -<br />
do 4 sua complexida<strong>de</strong> e variabilida<strong>de</strong>, possui uma gran<strong>de</strong> riq*<br />
za ecológica; um ecossistema estuarino saudável 6 muito mais<br />
produtivo do que um ecossistema fluvial ou mesmo da que outros<br />
ecossistemas maritimos; além disso os estuá<strong>rio</strong>s, <strong>de</strong>vido à sua<br />
variabilida<strong>de</strong> ambiental, possuem certas espécies que po<strong>de</strong>m a$<br />
viver como resi<strong>de</strong>ntes permanentes, espécies estas capazes <strong>de</strong> su -<br />
portar pequenos períodos <strong>de</strong> condiçÕes extremas, tais como c-<br />
tos mariscos ou outros moluscos <strong>de</strong> concha. Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
peixes marinhos importantes comercialmente são também nativos<br />
dos estuá<strong>rio</strong>s, cujo meio ambiente atua como região geradora ou<br />
criadora para muitas espécies.<br />
O influxo do <strong>rio</strong> fornece para o estuá<strong>rio</strong><br />
recursos primá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> nutrientes, tais como nitratos e fosfatos,<br />
que são mais concentrados nesta região do que no r ; estes nz<br />
trientes são utilizados pelos planctons através da ação fotos<br />
sintética da luz solar ; <strong>de</strong>vido 5 mistura energética ,este procso<br />
6 inteiramente realizado apesar dos níveis elevados <strong>de</strong> sedi<br />
mentss em suspensão, que restringem a penetração <strong>de</strong> luz a uma<br />
camada relativamente fina. A s concentrações <strong>de</strong> plancton po<strong>de</strong>m<br />
ser extremamente altas, e quando isto ocorre os níveis tróficos<br />
da ca<strong>de</strong>ia alimentar(p,ex. rnoluscas <strong>de</strong> concha e peixes jo~ens)~ê<br />
um suprimento amplo <strong>de</strong> alimento. Estas concentrações elevadas<br />
produzem também quantida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos orgânicos nos<br />
sedimentos que po<strong>de</strong>m ser utilizados pelas organismos <strong>de</strong> fundo<br />
que se alimentam <strong>de</strong>sse material, e que po<strong>de</strong>m se espalhar na mas<br />
sa d'água principal através da ação das marés. ~á também uma r2<br />
laça0 gran<strong>de</strong> entre os padrões <strong>de</strong> circulação em estuá<strong>rio</strong>s e as<br />
distribuiçÕes da fauna ; por exemplo, várias espécies <strong>de</strong> planc<br />
ton peculiares aos estuá<strong>rio</strong>s parecem restringir as suas distri<br />
-<br />
-
uições utilizando os padrões <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> água estuarinos.<br />
Dentre os fatores do meio ambiente que<br />
têm influência no comportamento estuarino, <strong>de</strong>stacam-se a salini<br />
da<strong>de</strong>, temperatura, processos sediment016~icos, marés, ondas,cor<br />
rentes, escoamento "run-of f " proveniente do continente,a tuações<br />
meteorológicas (ventos, gradientes <strong>de</strong> ~ressão, etc. ),topografia<br />
do estuá<strong>rio</strong>, latitu<strong>de</strong>, etc. Na realização <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> engenhz<br />
ria em estua'<strong>rio</strong>s (navegação, obras portuárias, etc.) <strong>de</strong>ve-se<br />
nalisar cada um dos fatores ambientai~, procurando-se <strong>de</strong>talhar<br />
os <strong>de</strong> maior predominância <strong>de</strong> acordo com as particularida<strong>de</strong>s 12<br />
cais, fatores estes que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados com muita cautz<br />
la <strong>de</strong>vido à sua influência na <strong>de</strong>finição da fauna, flora e meio<br />
ambiente estuarinos, bam corno <strong>de</strong> atuação nas obras <strong>de</strong> engenha -<br />
ria a serem implantadas, e que po<strong>de</strong>m, se analisados in<strong>de</strong>vidamec<br />
te, inviabilizar a empreendimento hidráulico e até mesmo faz;-<br />
10 gerar, ao contrá<strong>rio</strong> do que se espera, malef ícios para o pr4<br />
p<strong>rio</strong> ser humano,<br />
Devido 5 variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus pa râm2<br />
tros <strong>de</strong> influência, os estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vem possuir padrões <strong>de</strong> clas<br />
sif icação <strong>de</strong>finidos que permitam uma melhor caracterização do<br />
comportamento estuarino. Os esquemas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> estu<strong>rio</strong>s<br />
po<strong>de</strong>m diferir <strong>de</strong> acordo com o crité<strong>rio</strong> a ser utilizado; no<br />
presente trabalho procuraremos caracterizar os padrões <strong>de</strong> claz<br />
sif icação mais importantes,que &o pela topografia, pela estru -<br />
tura salina, e através do diagrama circulagão/estratif icação.<br />
11.3.1) classificação pela To,poqrafia<br />
Segundo a classificação topográfica, da<br />
da por PRITCHARD ( 76 ), um estuá<strong>rio</strong> po<strong>de</strong> ser classificado em<br />
três grupos pr incipa isr estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> planl*cies co steiras,f jords<br />
e lagoas,<br />
Os estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> planhies costeiras fg<br />
ram formados <strong>de</strong>vido elevação do nivel do mar inundando os v=
les <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s, As profundida<strong>de</strong>s máximas nestes estuá<strong>rio</strong>s dificil I<br />
mente ultrapassam 30 metros,tendo em média uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
10 metros; há também um aprofundamento e alargamento médios do<br />
leito estuarino em direção à embocadura, o que po<strong>de</strong> ser altera -<br />
do pela presença <strong>de</strong> posstveis pontos <strong>de</strong> sedimentago no leito<br />
(ou baixios). O s estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> ~lanicies costeiras &o normal me^<br />
te orientados perpendicularmente 3 costz e também se caracterk<br />
zam por um certo grau <strong>de</strong> sinuosida<strong>de</strong> do seu canal central, que<br />
vai variar em função da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> água, da<br />
concentração,e do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição dos sedimentos transporths<br />
no estuá<strong>rio</strong>. tom relação ao processo <strong>de</strong> sedimentação nestes e2<br />
tuá<strong>rio</strong>s, nota-se também que em seus limites supe<strong>rio</strong>res há a - o<br />
corrência <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos <strong>de</strong> material coesL<br />
vo (proveniente do continente), enquanto que em direção à embg<br />
cadura vai aumentando a concentração <strong>de</strong> material arenoso(prg<br />
veniente do mar), que penetram no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong>vido principalmen -<br />
te aos movimentos <strong>de</strong> maré, inclusive com a poss~vel formação <strong>de</strong><br />
barras e <strong>de</strong>ltas nas regiões práximas à embocadura estuarina.<br />
Os estuá<strong>rio</strong>s tipo fjords foram formdos<br />
<strong>de</strong>vido a erosão glacial <strong>de</strong> planicies costeiras pela pressão das<br />
geleiras continentais que aprofundavam e alargavam os vales pré-<br />
existentes, tornando as suas pare<strong>de</strong>s muito ingremes, o que rg<br />
sultou em seções em forma <strong>de</strong> U, Com o movimento das geleiras,<br />
gran<strong>de</strong>s barras rochosas (soleiras) foram formadas no final dos<br />
vales existentes restringindo a penetração da água do mar, SE<br />
leiras estas que po<strong>de</strong>m ser bastante rasas (em torno & 40 a 150<br />
metros) em comparação com a profundida<strong>de</strong> da bacia do fjord (em<br />
torno <strong>de</strong> 800m), A circulação <strong>de</strong> água nestes est&<strong>rio</strong>s normalme2<br />
te ocorre somente numa camada acima das soleiras, sendo a área<br />
inteira abaixo das soleiras formadas por água estagnada. A ocor<br />
rência <strong>de</strong> fjords 6 normalmente restrita a latitu<strong>de</strong>s altas em rg<br />
giÕes montanhosas e, <strong>de</strong>vido a isto, possuem geralmente fundos<br />
rochosos, sendo o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>po si @o <strong>de</strong> sedimentos restringi<br />
do à cabeça (parte alta) do f jord, on<strong>de</strong> penetram os principais<br />
<strong>rio</strong>s.<br />
Os estuá<strong>rio</strong>s tipo lagoas fopam formados<br />
<strong>de</strong>vido & elevação do nível do mar, da mesma forma do que os do
tipo planícies costeiras. No entanto,~ processo <strong>de</strong> formação das<br />
lagoas se caracteriza pela ocorrência <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> areia,<br />
formadas <strong>de</strong>vido a ação das ondas do mar; estas barras &o noz<br />
malmente as barras <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> rebentação formadas on<strong>de</strong> as<br />
das rebentam na praia, et para o seu processo <strong>de</strong> formação,<br />
op<br />
nor -<br />
malmente só suportam pequenas amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maré e &o localizg<br />
das em zonas <strong>de</strong> forte transporte <strong>de</strong> sedimentos. Desta forma, <strong>de</strong><br />
vido a este processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos, as lagoas c02<br />
teiras normalmente possuem profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> poucos metros; <strong>de</strong>vi -<br />
do também ?i sua variação <strong>de</strong> seção transversal, as velocida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> corrente costumam ser mais elsvadas nas embocaduras ( se~ão<br />
mais estreita), mas em regiões mais largas, em direção ao intg<br />
<strong>rio</strong>r das lagoas, essas velocida<strong>de</strong>s diminuem consi<strong>de</strong>ravelmente,<br />
Nestes tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s o processo <strong>de</strong> circulação é constante<br />
com a profundida<strong>de</strong> e a estrutura salina normalmente mostra uma<br />
ausência <strong>de</strong> estratificação, isto 8, a salinida<strong>de</strong> da água é conz<br />
tante com a profundida<strong>de</strong>. As lagoas costeiras são,também, usual<br />
mente localizadas paralelamente & costa e a sua estrutura di& -<br />
mica vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do tipo <strong>de</strong> embocadura (lagoa obstruida, res<br />
trita ou vazada ), ventos, escoamento run-of f proveniente do<br />
continente, e da maré; elas são geralmente encontradas em áreas<br />
tropicais ou em áreas com <strong>de</strong>posição costeira <strong>de</strong> sedimentos bas<br />
tante <strong>de</strong>senvolvida,<br />
11.3.2) ~lassificação através do diagrama ~irculação/~stratif icação<br />
A classificação <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s através do<br />
diagrama ~ircula~ão/~stratificação foi <strong>de</strong>senvolvida por HANSEN<br />
e RATTRAY ( 36 ); ela correspon<strong>de</strong> a uma classificação dinâmica<br />
<strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s baseada em dois parâmetras adimensionais, a sabers<br />
um par6metro <strong>de</strong> circulação u /u<br />
s<br />
isto é, a relação entre a<br />
f'<br />
locida<strong>de</strong> liquida <strong>de</strong> superficie e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água doce;<br />
v=<br />
e<br />
um parâmetro <strong>de</strong> estratif icação As/s~, isto é, a relação entre<br />
a diferença <strong>de</strong> salinih<strong>de</strong> entre o fundo e a superficie e a sali<br />
nida<strong>de</strong> média da seção transversal,<br />
O diagrama esque&tico <strong>de</strong> classificação<br />
6 mostrado na Figura (1).
FIGURA (1) - Diagrama esquernático <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong><br />
estuá<strong>rio</strong>s, através dos parârnatros <strong>de</strong> ci;<br />
culação e eçtratifica~ão ( a partir <strong>de</strong><br />
HANSEN u RATTRAY (36)).<br />
O estuá<strong>rio</strong> tipo 1, em geral, é represe2<br />
tativo <strong>de</strong> lagoas costeiras, correspon<strong>de</strong>ndo a valores para o pa<br />
râmetro <strong>de</strong> circulaç~o bem baixos; o escoamento resultante é noz<br />
malmente em direção ao mar em qualquer profundida<strong>de</strong> do estuá<strong>rio</strong><br />
e o transporte salino em direção a montante 6 realizado prin<br />
cipalmente por difusão. O estuá<strong>rio</strong> tipo 2 correspon<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma<br />
geral, aos do tipo parcialmente misturado (pela classificação<br />
<strong>de</strong> estrutura salina) ou do tipo <strong>de</strong> planlcies coeteiras (pela<br />
classificação topográfica), em que o escoamento 6 reverso com<br />
a profundida<strong>de</strong> e tanto o movimento <strong>de</strong> advecção(formado <strong>de</strong>vido a<br />
atuações meteorológicas, escoamento "run-off I' e a través da<br />
velocida<strong>de</strong> induzida pelas marés) quanto o <strong>de</strong> difusão (<strong>de</strong>vido a<br />
-
velocida<strong>de</strong> induzida <strong>de</strong> turbulência) contribuem para o fluxo sg<br />
lino na direção <strong>de</strong> montante, No estuá<strong>rio</strong> tipo 3 a transferência<br />
<strong>de</strong> sal é predominantemente por advecção, caracterizando os e2<br />
treitos e fjords, O tipo 4 correspon<strong>de</strong> ao estuá<strong>rio</strong> altamente es<br />
-<br />
tratificado (estuá<strong>rio</strong> tipo cunha salina), sendo caracterizado<br />
por valores mais elevados do parâmetro <strong>de</strong> estratif icação.<br />
11.3.3) ~lassif icação pela Estrutura Salina<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água doce que um estui<br />
<strong>rio</strong> recebe (proveniente da drenagem continental) e o grau em<br />
que ela se mistura com a água salgada no estuá<strong>rio</strong> são <strong>de</strong> impor<br />
tância capital no estabelecimento dos <strong>de</strong> circulação veL<br />
tical do sistema. De acordo com este ponto <strong>de</strong> vista, os estuá<br />
<strong>rio</strong>s po<strong>de</strong>m ser cla ssif icados como altamente estratif icados, paL<br />
cialmente misturados e bem misturados,<br />
11,3,3,1) ~stuá<strong>rio</strong>s Altamente Estratif icados ou ~stua<strong>rio</strong>s <strong>de</strong><br />
Cunha Salina<br />
Um valor aproximado para o tipo <strong>de</strong> m i s<br />
tura entre a água salgada e a doce <strong>de</strong> um dado estuá<strong>rio</strong> po<strong>de</strong> ser<br />
estabelecida dividindo-se o volume <strong>de</strong> água doce que entra no<br />
sistema durante o ciclo <strong>de</strong> maré pelo prisma <strong>de</strong> maré. Se o res-<br />
tado 6 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 ou mais, o estuá<strong>rio</strong> é consi<strong>de</strong>rado como sen<br />
do do tipo altamente estratificado (SIMMONS(~~ )),<br />
O estuá<strong>rio</strong> altamente estratificada tem a<br />
predominância da água doce sobre o escoamento <strong>de</strong> mar;, As águas<br />
doce e salgada permanecem separadas; a cunha salina (fig.2) pe<br />
netra no estuá<strong>rio</strong> até uma distância que é função da profundida -<br />
<strong>de</strong>, largura, topografia <strong>de</strong> fundo, escoamento <strong>de</strong> água doce e<br />
f erenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. O sstuária altamente estratif icado é<br />
dq<br />
ca -<br />
racterizado por correntes rápidas <strong>de</strong> fundo e <strong>de</strong> superfhie e<br />
uma difusão relativamente pequena das camadas <strong>de</strong> água salgada<br />
infe<strong>rio</strong>res <strong>de</strong>ntro das camadas <strong>de</strong> água doce supe<strong>rio</strong>res; <strong>de</strong>vido à<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cizalhamento ao longo da interface entre a água<br />
doce e a água salgada, uma camada fina no topo da superf hie da<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
cunha salina será arrastada em direção ao mar; quando este cizg<br />
lhamento 6 suficientemente intenso formam-se onda s,que rebentam<br />
na interface e, então,a água salgada penetra no volume <strong>de</strong> água<br />
doce; este processo 6 chamado <strong>de</strong> arrastamento ("entrainment").<br />
p i";<br />
s (0/00)<br />
--- (2) - \<br />
-... ... ...a*<br />
-e.<br />
-&'(2 )<br />
( I 1<br />
t'IGURA (2) - ~ondi~ões tipicas para o estuá<strong>rio</strong><br />
altamente estratif icado.<br />
Com relação ao comprimento <strong>de</strong> penetração<br />
da cunha salina, a sua <strong>de</strong>pendência com a profundida<strong>de</strong> do sstu&o<br />
é um dos fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Qualquer aprofundamento<br />
<strong>de</strong> canal em regiões estuarinas para fins <strong>de</strong> navegação irá afe -<br />
tar a distribuição salina a montante, e, portanto, mudanças pg<br />
quenas na profundida<strong>de</strong> do canal po<strong>de</strong>m gerar variações gran<strong>de</strong>s<br />
no comprimento <strong>de</strong> intrusão salina.<br />
De uma forma geral, nos estuá<strong>rio</strong>s alta -<br />
mente estratificados o escoamento d'água na direção <strong>de</strong> montante<br />
ocorre sob a cunha salina durante a maré <strong>de</strong> enchente, enquanto<br />
que o escoamento para jusante ocorre na camada <strong>de</strong> água acima da<br />
cunha. No entanto, durante a maré <strong>de</strong> vazante, o escoamento na<br />
cunha po<strong>de</strong> se inverter e a corrente ter o sentido predominante<br />
em direção ao mar em qualquer profundida<strong>de</strong> do estuá<strong>rio</strong>.<br />
~stuá<strong>rio</strong>s Parcialmente Misturados<br />
R cunha salina simples, que vai geralrnez<br />
te existir no caso <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> altamente estratificado, tor-
na-se um fenômeno mais complexo para o caso <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> par<br />
cialmente misturado, Normalmente, o sistema <strong>de</strong> correntes vai <strong>de</strong><br />
-<br />
pen<strong>de</strong>r principalmente <strong>de</strong> fatores comor ação da mar8 causando fli<br />
tuação nos niveis d 'água ; diferenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>; correntes do<br />
<strong>rio</strong>; geometria do estuá<strong>rio</strong>, causando remoinhos e contra-corren-<br />
tes; alteração das correntes <strong>de</strong>vido 5 forçc., <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis; e ação<br />
<strong>de</strong> ondas, incluindo o transporte <strong>de</strong> massa pelas ondas, Com a<br />
atuação mais influente das marés, os comp~nentes globais do e2<br />
kuá<strong>rio</strong> irão oscilar, caracterizando o tipo parcialmente mistura<br />
-<br />
do<br />
Nos estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados a<br />
proporpão da <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> água doce com relação ao prisma <strong>de</strong> ma-<br />
ré está normalmente em torno <strong>de</strong> 0.2 a 0.5. A interface entre a<br />
água mais doce e a água mais salgada já não é tão claramente <strong>de</strong><br />
f inida como no tipo altamente estratif icado <strong>de</strong>vido principalmen<br />
te 5 mistura mais eficiente entre :-. Zgua doce e a salgada. ~lém<br />
disso, a superf4cie <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> aumenta, também, <strong>de</strong> forma mui<br />
to mais estável <strong>de</strong> montantepara jusante do estuá<strong>rio</strong>, conforme<br />
po<strong>de</strong>-se verificar pela comparação entre a Figura (2) e a Figura<br />
(3 I*<br />
Nos estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados a<br />
troca verticol <strong>de</strong> água salgada com água doce se realiza basica<br />
-<br />
mente através <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> difusão, possuindo, <strong>de</strong>sta forma,<br />
conforme já foi dito, uma estrutura salina diferente da do tipo<br />
altamente estratificado, como está mostrado na Figura (3),<br />
ISOHALINAS<br />
FIGURA (3) - condições tipicas para o eçtui<br />
<strong>rio</strong> parcialmente misturado.<br />
-
Devido 6 relação entre a amplitu<strong>de</strong> e cor<br />
rentes <strong>de</strong> maré e a salinida<strong>de</strong> no estuá<strong>rio</strong> parcialmente mistura<br />
-<br />
do, e <strong>de</strong> acordo com uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong> e geometria do<br />
estuá<strong>rio</strong>, torna-se possível a penetração da onda <strong>de</strong> maré que,<br />
refletida da extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> montante e retomando à embocadura<br />
do estuá<strong>rio</strong> em um tempo igual a um harmônico do período <strong>de</strong> maré,<br />
po<strong>de</strong> gerar ressonância no sistem a partir <strong>de</strong> sua interação com<br />
a onda inci<strong>de</strong>nte subsequente, Um outro f enÔmeno também passível<br />
<strong>de</strong> ocorrer em estuá<strong>rio</strong>s é o da paroroca, que correspon<strong>de</strong> a uma<br />
intumescência do nfvel d'água, com uma elevação da altura e da<br />
esbeltez da onda <strong>de</strong> maré, <strong>de</strong>vido a variações locais em profundi<br />
da<strong>de</strong> e largura no estuá<strong>rio</strong>.<br />
11.3~3.3) ~stuá<strong>rio</strong>s Bem Misturados<br />
Nos estuá<strong>rio</strong>s bem misturados as forças<br />
<strong>de</strong> maré predominam sobre o influxo <strong>de</strong> água doce <strong>de</strong> tal forma<br />
que as águi3rs salgada e doce são razoavelmente bem misturadas ao<br />
longo da vertical. Nestes estuá<strong>rio</strong>s a proporção da <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong><br />
água doce com relago ao prisma <strong>de</strong> maré é normalmente da or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> 0.1 ou menos (SIMMONS( 84)), e as correntes também mudam <strong>de</strong><br />
sentido com a fase da maré ao longo do estuá<strong>rio</strong>,<br />
Os estuá<strong>rio</strong>s bem misturados vão normal -<br />
mente existir quando a sego transversal <strong>de</strong> escoamento 6 peque<br />
na, fazendo com que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cizalhamento no fundo possa<br />
ter magnitu<strong>de</strong> suficiente para misturar completamente a coluna<br />
d'água e fazer com que o estuá<strong>rio</strong> se torne verticalmente homogi<br />
neo. Devido ao fato <strong>de</strong> não existir gradiente vertical <strong>de</strong> salin&<br />
da<strong>de</strong>, não há também fluxo vertical salino e o processo <strong>de</strong> mistz<br />
ra ocorre predominantemente na direção horizontal, conforme 6<br />
mostrado na Figura (4). Restes tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong> a salinida<strong>de</strong><br />
aumenta igualmente em direção à embocadura e o escoamento médio<br />
é em direção ao mar em qualquer seção transversal do estuá<strong>rio</strong>;<br />
isto <strong>de</strong>veria gerar uma tendência <strong>de</strong> carreamento <strong>de</strong> volume sali<br />
no para fora do estuá<strong>rio</strong>, o que ngo ocorre <strong>de</strong>vido a um balanço<br />
realizado através <strong>de</strong> troca salina turbulenta (movimento <strong>de</strong> difu<br />
-<br />
são turbulenta) que está associada ao efeito <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong><br />
maré <strong>de</strong>vido a irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> topografia e esforços <strong>de</strong> cio<br />
-
Ihamento <strong>de</strong> funda.<br />
ISOHALINAS<br />
(1<br />
ENCHE<br />
FIGURA (4) - condições típicas para o estui<br />
<strong>rio</strong> bem misturado.<br />
.*<br />
Quando os estuá<strong>rio</strong>s bem misturados sao<br />
suficientemente largos, o escoamanto, <strong>de</strong>vido força <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>-<br />
lis, vai ser separado horizontalmente, tornando-se um escoame5<br />
to nao homogêneo lateralmente. Devido a isto, vai acorrer um es-<br />
coamento resultante em direção ao mar ao longo <strong>de</strong> todas as prg<br />
fundida<strong>de</strong>s do lado esquerda (observando-se o escoamento <strong>de</strong> ju-<br />
santa para montante) no hemisfé<strong>rio</strong> sul, e o escoaisnto <strong>de</strong> com<br />
pensação em direção ao continente ocorrerá pelo lado direito do<br />
estuá<strong>rio</strong>, conforme po<strong>de</strong>-se observar pela Figura (5)<br />
I SOHALINAS<br />
d - LADO DIREITO DA SEÇAO TRANSVERSAL<br />
e - LADO ESQUERDO DA SEÇAO TRANSVERSAL<br />
I<br />
FIGURA (5) - ~ ~ n d i ~ õtipicas e s para o estuá<strong>rio</strong> bem<br />
misturado não-homogêneo lateralmente,<br />
no hemisfé<strong>rio</strong> sul.
Com relação a caracterização a<strong>de</strong>quada<br />
dos tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s, ela vai ter uma variação temporal e e2<br />
pa c ial ao longo do estirão estuarino, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo, principalmente,<br />
<strong>de</strong> acordo com a classificação pela estrutura salina, da rela<br />
$0 entre o escoamento fluvial (água doce) e o <strong>de</strong> maré ( água<br />
salgada). próximo cabeça do estuá<strong>rio</strong>, on<strong>de</strong> a salinida<strong>de</strong> e a<br />
amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maré são reduzidas, há uma predominância da vazão<br />
fluvial, com a formação <strong>de</strong> uma cunha salina e a caracterização,<br />
<strong>de</strong>sta forma, do estuá<strong>rio</strong> tipo altamente estratificado; já, no<br />
entanto, em regiões do estirão estuarino mais a jusante po<strong>de</strong> h%<br />
ver uma maior influência da maré, o que po<strong>de</strong> gerar a formagão<br />
<strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> parcialmente misturado. Com relaçãa a variação<br />
temporal ela vai ser função da estação do ano, pois z vazão<br />
<strong>de</strong> água fluvial (LiR) a ser consi<strong>de</strong>rada nos estudos estuarinos<br />
vai variar <strong>de</strong> acordo com a distribuição pluviométrica anual,<br />
promovendo, <strong>de</strong>starte, uma variação nos tipos <strong>de</strong> estuá<strong>rio</strong>s.<br />
O problema <strong>de</strong> poluição em estuá<strong>rio</strong>s se<br />
relaciona com a distribuição temporal e espacial <strong>de</strong> contaminan<br />
tes introduzidos no estuá<strong>rio</strong> e com os seus efeitos na qualida<strong>de</strong><br />
da água. A análise dos efeitos da poluição é importante na prc<br />
visão do grau <strong>de</strong> tratamento e das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos muni -<br />
cipais e industriais que po<strong>de</strong>m ser tolerados pelo sistema <strong>de</strong><br />
circulação natural <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong>.<br />
Uma análise cuidadosa das características<br />
do estuá<strong>rio</strong> é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na previsão da distribuição<br />
<strong>de</strong> efluentes <strong>de</strong>scarregados neste ecossistema. Se um poluente<br />
conservativo não bio-<strong>de</strong>gradável é <strong>de</strong>scarregado a uma taxa conz<br />
tante em um estuá<strong>rio</strong>, a concentração do ef luente na água vai v2<br />
riar com a velocida<strong>de</strong> da corrente da maré, e vai se espalhar na<br />
massa d @água através da mistura turbulenta, possuindo uma<br />
centração mais elevada ao ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga. A s<br />
COE<br />
condi -<br />
çÕes <strong>de</strong> distribuição do efluente vão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r gran<strong>de</strong>mente se a<br />
<strong>de</strong>scarga é <strong>de</strong> um liquido <strong>de</strong>nso ou leve e se a <strong>de</strong>scarga é reali -<br />
zada em camadas supe<strong>rio</strong>res ou infe<strong>rio</strong>res da massa <strong>de</strong>água; para<br />
obter-se, por exemplo, a diluição máxima inicial <strong>de</strong>veria-se <strong>de</strong>2<br />
-
carregar um efluente leve ao fundo do estuá<strong>rio</strong>, <strong>de</strong> foz<br />
ma que ele se misturaria rapidamente 6 medida que subisse, Para<br />
poluentes não conserva tivos, tais como bactérias coliformes prg<br />
venientes dos <strong>de</strong>spejos dom6sticos, a previsão se torna mais di<br />
f ícil; a população <strong>de</strong> bactérias morre progressivamente através<br />
da ação da luz solar, e concentrações do poluente diminuem com<br />
o tempo assim como pela diluição,<br />
O material em suspensão em estuá<strong>rio</strong>s prz<br />
vem <strong>de</strong> diversas origens$ <strong>rio</strong>s, atmosfera, escoamentos <strong>de</strong> encosta<br />
("run-offN),erorão costeira, erosão <strong>de</strong> fundo do mar, organismos e<br />
<strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> esgotos em forma particular. Os poluentes inter;<br />
gem cem a matéria em suspensão; a interação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>mente<br />
das condições das regiões 5s part!kulas,bem comoda natl<br />
reza das particulas e dos poluentes envolvidos, 0s possiveis<br />
efeitos danosos <strong>de</strong> poluentes esgo muito relacionados com os<br />
seus graus <strong>de</strong> acumulação, tanto através da absorção das<br />
las, quanto a outros processos <strong>de</strong> acumulapão quimicos ou sedi<br />
mentares, ou através da acumulagão biológica, A matéria em sus<br />
pensão <strong>de</strong>sempenha função importante em gran<strong>de</strong> parte dos proces<br />
sos inorgânicos, mas po<strong>de</strong> representar também um elemento <strong>de</strong> ic<br />
fluência na acumulação biológica. De acordo com estudos realizados<br />
por DUINKER(~~ ), ODUM, WOODWELL, WUSTER(~~ ), e TUREKIAN<br />
(90 ), a partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas analíticas sobre<br />
o assunto, observou-se que o material em suspensão é também um<br />
transportador importante <strong>de</strong> poluentes inorgânicos e orgânicos,<br />
e <strong>de</strong>ve ser analisado cuidadosamente nos estudos <strong>de</strong> poluição<br />
em estuá<strong>rio</strong>s,<br />
A interação entre poluentes, partículas<br />
em suspensão, sedimentos <strong>de</strong> fundo, organismos e a água é especk<br />
almente forte on<strong>de</strong> existem gradientes altos nas condições tquirn~<br />
cas e físico-quimicas do meio ambiente, como é o caso dos estug<br />
<strong>rio</strong>s; estas são tipicamente áreas <strong>de</strong> transição on<strong>de</strong> a água doce<br />
proveniente do continente - com um conteúdo muito baixo <strong>de</strong> sal<br />
estimado em torno <strong>de</strong> 0.12% (<strong>de</strong> acordo com LIVINGÇTONE(~~ ))- se<br />
mistura com a água do mar - <strong>de</strong> aproximadamente 357&<strong>de</strong> salinida<br />
<strong>de</strong>, Os estuá<strong>rio</strong>s são, <strong>de</strong>sta forma, sistems complexos <strong>de</strong>vido<br />
aos gradientes altos e variáveis, e também às suas frequentes
águas rasas (que implicam a uma influência forte do fundo), e à<br />
sua excepcional ativida<strong>de</strong> biológica; o material em suspensão em<br />
estuá<strong>rio</strong>s é, portanto, muito influenciado por estas condições,<br />
que po<strong>de</strong>m gerar modificações em sua campo sição e em suas caractz<br />
risticas f bicas,<br />
Nos Últimos anos, os problemas <strong>de</strong> quali -<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e têm sido aumentados <strong>de</strong>vido principalme2<br />
te aos efeitos do crescimento <strong>de</strong> populaç~o e industrialização<br />
promovidos pelo homem, A poluição tem frequentemente fechado<br />
praias e áreas <strong>de</strong> pesca, tem diretamente ma tado a vida aquática<br />
estuarina, e tem danificado áreas <strong>de</strong> criação (<strong>de</strong>sova) <strong>de</strong> peixes<br />
estuarinos e oceânicos, Os 5 qualida<strong>de</strong> da água po<strong>de</strong>m<br />
ser <strong>de</strong> três tipos principais3<br />
1 - Aqueles diretamente danosos ?i vida aquática, aos hg<br />
mens, ou a ambos, produzidos por certos tipos perigosos <strong>de</strong> bac<br />
térias ou produtos qu~micos (~or exemplo, lons da metais pesz<br />
dos) ;<br />
2 - Aqueles que em excesso reduzem a concentração <strong>de</strong> oxA<br />
gênio dissolvido (componentes carbonados e nitrogenados);<br />
3 - Aqueles em que h6 o excesso <strong>de</strong> nutrientes na água<br />
(componentes inorg$nicos <strong>de</strong> nitrogênio e fósforo), que estimula<br />
o crescimento <strong>de</strong>algas, promovendo o processo que é conhecido<br />
como eutrof icação.<br />
Os poluentes cobrem uma quantida<strong>de</strong> graz<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> substânciass produtos quhicos orgânicos e in~r~ânicos,<br />
tróleo, esgotos das cida<strong>de</strong>s, efluentes <strong>de</strong> indústrias, e<br />
tos radioativos, Normalmente eles são introduzidos nos<br />
eleme2<br />
estuá -<br />
<strong>rio</strong>s através dos <strong>rio</strong>s, mares, <strong>de</strong>scargas diretas e através<br />
atmosfera.<br />
da<br />
Os constituintes <strong>de</strong> poluição que têm r2<br />
cebido uma maior atenção são os materiais orgânicos que<br />
consomem oxigênio dissolvido (a través da <strong>de</strong>gradação bacteriana),<br />
lons metálicos provenientes tanto da drenagem natural quanto <strong>de</strong>
<strong>de</strong>spejos industriais, nutrientes usados pelas plantas aquát&<br />
cas, materiais finos em suspensão, a bactérias in<strong>de</strong>sejáveis dos<br />
esgotos domésticos. I! importante que se procure minimizar o 6<br />
&eitos <strong>de</strong>sfavoráveis provenientes das <strong>de</strong>scargas poluidoras, o<br />
que po<strong>de</strong> ser Peito através do <strong>de</strong>svio dos escoamentos <strong>de</strong> esgotos,<br />
por exemplo, para outros locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga fora do estuá<strong>rio</strong>,ou<br />
através do tratamento <strong>de</strong>sse material poluente, No caso dos c02<br />
postos <strong>de</strong> nitrogênio e fssforo, por exemplo, eles po<strong>de</strong>m ser rg<br />
movidos substancialmente através <strong>de</strong> um tratamento a<strong>de</strong>quado do<br />
sfluente a ser lançado no estuá<strong>rio</strong>; eles po<strong>de</strong>m ser at8 mesmo<br />
benéficos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que lançados no corpo receptor do ef luente em<br />
concentrações próprias. Com relação a <strong>de</strong>terminação do grau <strong>de</strong><br />
poluição em estuá<strong>rio</strong>s, um método eficiente é a utilização <strong>de</strong><br />
traçadores; a tintura <strong>de</strong> sedimentos foi testada no passado, ma%<br />
a partir da meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1950, <strong>de</strong> acordo com o 200 PIANC<br />
( 7 l), foram <strong>de</strong>senvolvidos dois métodos novos utilizando traça<br />
dores na <strong>de</strong>terminação do controle <strong>de</strong> poluição em águas costeL<br />
ra s (principalmente para o tranoporte <strong>de</strong> sedimentos) i<strong>de</strong>ntif i c a ~<br />
do os sedimentos poluidores com um material fluorescente ou r2<br />
dioativo; ambas as técnicas envolvem a medição da radiação- uma<br />
no espectro visivel e a outra em comprimentos <strong>de</strong> onda muito pe<br />
quenos; a primeira requer a sua excitação através,por exemplo,<br />
da energia <strong>de</strong> luz ultravioleta <strong>de</strong> comprimento d3 onda aprop<strong>rio</strong> -<br />
do, enquanto que 1 s~gunda 6 auto-znergizoda, isto é radioativa.<br />
11.5) O PROCESSO SEDIMENTOL~GICO EM ESTUAR 10s<br />
O processo sedimentol6gico correspon<strong>de</strong> a<br />
um dos parâmetros <strong>de</strong> maior importância para os estudos <strong>de</strong> estu3<br />
<strong>rio</strong>s. As entradas s perdas <strong>de</strong> material em suspensão em águas e2<br />
tuaripas correspon<strong>de</strong>m a um processo complexo e variado, A COE<br />
plexida<strong>de</strong> do sistema vai variar <strong>de</strong> uma localida<strong>de</strong> para outra <strong>de</strong><br />
vido 2s influências diferentes <strong>de</strong> fatores como profundida<strong>de</strong>,<br />
feitos <strong>de</strong> ondas, distância 8 linha <strong>de</strong> costa e outros, t, portan<br />
-<br />
to, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse para os problemas <strong>de</strong> engenharia em es<br />
tuá<strong>rio</strong>s a análise correta <strong>de</strong> seu processo sedimentolÓgico, prg<br />
curando-se <strong>de</strong>terminar a localização dos bancos <strong>de</strong> areia(baixios)<br />
e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos ai <strong>de</strong>positada,<br />
As possíveis fontes <strong>de</strong> sedimentos em<br />
e2
tuárias po<strong>de</strong>m ser$ erosão <strong>de</strong> terras trazidas por <strong>rio</strong>s; <strong>de</strong>spejo<br />
<strong>de</strong> esgotos dom6sticos e industriais; corrente litorânea; erosão<br />
<strong>de</strong> dunas costeiras pelo vento; retorno <strong>de</strong> material dragado; e<br />
<strong>de</strong>composição e excretas <strong>de</strong> plantas e animais que vivem neste 2<br />
cossistema (produção biológica), Destarte, para se analisar o<br />
movimento <strong>de</strong> sedimentos em um estuá<strong>rio</strong> 6 necessá<strong>rio</strong> que se pos<br />
sua informações <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> suas caracter~sticas fisicas, geg<br />
lógicas e biológicas. Com relação as áreas <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong><br />
material em suspensão para os estuá<strong>rio</strong>s, as áreas continentais<br />
são normalmente mais importantes do que ãs maritimas, isto <strong>de</strong>vi<br />
-<br />
do ao fato <strong>de</strong> que existe uma inter-relação complexa entre os<br />
seus fatores ambientais que <strong>de</strong>termina e controla a taxa e o v2<br />
lume <strong>de</strong> sedimentos em suspensão introduzidos nos estuá<strong>rio</strong>s; re<br />
lativamente aos <strong>rio</strong>s, os fatores que afetam o suprimento dos se<br />
dimentos em suspensão para o estuá<strong>rio</strong> provenientes das terras<br />
continentais sãos a natureza, a quantida<strong>de</strong> e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
precipitação; a orientação, o comprimento e a inclinação das e2<br />
costas; a geologia e os tipos <strong>de</strong> solos; o uso da terra; as c02<br />
dições e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos sistemas <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> drenagem; e eflu -<br />
entes <strong>de</strong> esgotos domésticos e industriais, O s <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> sedi<br />
mentos em estuá<strong>rio</strong>s, <strong>de</strong>sta forma, consistem <strong>de</strong> várias ProPoL<br />
çÕes <strong>de</strong> areias, siltes, argilas e matéria orgânica; areias mais<br />
grossas são frequentemente encontradas mais ao mar, 02<br />
<strong>de</strong> a ação das ondas e correntes residuais removem as frações fi<br />
nas <strong>de</strong> material, enquanto que areias finas, siltes, argilas e<br />
ma ter ia orgânica são normalmente encontrados nas regiões supg<br />
<strong>rio</strong>res do estuá<strong>rio</strong> próximas do limite <strong>de</strong> intrusão salina das mg<br />
rés medias.<br />
O s baixios e barras são formações exis -<br />
tentes em estuá<strong>rio</strong>s e que, na natureza, estão sempre em estado<br />
<strong>de</strong> equilib<strong>rio</strong> dinâmico ; a caracterização correta <strong>de</strong>sses elemel<br />
tos 6 importante principalmente nos estudos <strong>de</strong> implantação da<br />
navegação em estuá<strong>rio</strong>s. Com relação à movimentação <strong>de</strong> sedimen<br />
tos, concentrações altas <strong>de</strong> material po<strong>de</strong>m penetrar nos estuá -<br />
<strong>rio</strong>s tanto através <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s quanto através do mar pelo escoamefi<br />
to <strong>de</strong> marés; os sedimentos po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>positar nos baixios dura2<br />
te os períodos <strong>de</strong> águas doces relativamente baixas e serem car<br />
reados em direção ao mar durante os pe<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas flu<br />
-<br />
-
viais relativamente altas, Com relação aos padrões <strong>de</strong> circula -<br />
$0 <strong>de</strong> correntes em estuá<strong>rio</strong>s, há uma diferença significativa<br />
entre as amplitu<strong>de</strong>s das flutuações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> SE<br />
perf icie e <strong>de</strong> fundo, e a direção <strong>de</strong> corrente média em um per&<br />
do completo <strong>de</strong> maré é na direção do continente (enchente) no<br />
fundo e na direção do mar (vazante) na superfície do estuá<strong>rio</strong>.<br />
O escoamento residual em direção ao continente na camada <strong>de</strong> fun<br />
do vai diminuindo em intensida<strong>de</strong> 2 medida em que se aproxima da<br />
cabeça (extrsmicb<strong>de</strong> <strong>de</strong> montante) da intrusão salina no estuá<strong>rio</strong>;<br />
nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta região haverá um ponto <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ni<br />
la a partir do qual as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fundo passarão a se diri<br />
gir ao mar; neste ponto <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fundo nulas h6 a te:<br />
dência <strong>de</strong> ocorrer, <strong>de</strong>vido ao processo <strong>de</strong> fleculação, a <strong>de</strong>posi<br />
ção <strong>de</strong> sedimentos, com a formação <strong>de</strong> baixios, e a existência <strong>de</strong><br />
uma zona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z máxima causada pelo material em suspensão<br />
participante da circulação <strong>de</strong> água estuarina.<br />
A floculação é um processo complexo e é<br />
normalmente frequente em estuá<strong>rio</strong>s e também responsável em gra;<br />
<strong>de</strong> parte pela acumulação <strong>de</strong> sedimentos na formação dos baixios.<br />
~6 que os materiais coesivos formam uma parte consi<strong>de</strong>rável do<br />
material que se movimer?ta em um estuá<strong>rio</strong>, os sedimentos flocu-<br />
dos consistem principalmente <strong>de</strong> misturas <strong>de</strong> silte e argila. Os<br />
minerais <strong>de</strong> argila tais como ilita, kaolinita, montrnorilonita,<br />
etc., que <strong>de</strong>rivam na maior parte das vezes <strong>de</strong> reações quimicas<br />
<strong>de</strong> intemperismo <strong>de</strong> rochas, são compostos normalmente por silicz<br />
tos hidratados <strong>de</strong> ferro, alumínio e magnésio e po<strong>de</strong>m também ser<br />
misturados com matéria orgânica eletroquimicamente carregada<br />
proveniente <strong>de</strong> efluentes industriais e domésticos; a floculaç~o dg<br />
pen<strong>de</strong> da distribuição dos vá<strong>rio</strong>s componentes em um sedimento e,<br />
-
por tanto, para combinações diferentes <strong>de</strong><br />
tlculas, obtnrn-se tg<br />
xas <strong>de</strong> floculaç~o difersntss. Na Figura (6) a seguir são mostrados<br />
arranjos thicos, tamanhos e gruoos <strong>de</strong> flocos.<br />
r- --<br />
- --<br />
par tfcula grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito<br />
individual f individuais<br />
locas<br />
<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> argila fundo<br />
FIGURA (6) - ~loculação - Arranjos tipicos (a par<br />
tir <strong>de</strong> Mc DOWELL a O'COMNOR (54)).<br />
No processo <strong>de</strong> floculação as forças ele-<br />
tro-quhicas, que são as responsáveis pela produGão dos flocos,<br />
são tanto maiores em funçao <strong>de</strong> quanto menores forem os tamanhos<br />
das particulas em suspensão no estuá<strong>rio</strong>. A floculapão também <strong>de</strong>-<br />
pen<strong>de</strong> da presença <strong>de</strong> eletrólitos principalmente o cloreto <strong>de</strong> sk<br />
dio, cujos íons tom a função <strong>de</strong> neutralizar as cargas nas parti-<br />
culas reduzindo, <strong>de</strong>sta forma, as forças normais <strong>de</strong> repulsão e2<br />
tre elas. Ainda no processo <strong>de</strong> floculação, a turbulência do esc$<br />
amento também tem gran<strong>de</strong> influência no processo <strong>de</strong> formação dos<br />
flocos; somando-se a isto, a frequ6ncia <strong>de</strong> colisão das particu-<br />
las aumenta o crescimento dos flocos, o que nos mostra que a flg<br />
culação também 6 altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da concentrat;ão do mate-<br />
rial em suspensão.<br />
Os <strong>de</strong> sedimentaqão em estuá<strong>rio</strong>s<br />
acarretam normalmente na formação <strong>de</strong> baixios. Mo caso dos estud-<br />
<strong>rio</strong>s tipo altamente estratificãdo a acumulação principal ocorre<br />
nas extremida<strong>de</strong>s da cunha salina, on<strong>de</strong> as águas doce e salgada<br />
têm a sua colisão mais forte. J& nos estuá<strong>rio</strong>s tipo parcialnante<br />
misturado e bem misturado a s zenas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedirne nto s<br />
estão relaci~nadas com a turbi<strong>de</strong>z máxima) esta é uma zona<br />
em que as concentra~Ões<br />
dos sedimentos em suspensão são ma is<br />
elevadas do que todas as regiões, a montante ou a jusante, ex-
ternas a ela; é também uma região que se localiza 2 c5<br />
beça da intrusão salina e que altsra a sua posir$o <strong>de</strong> acordo<br />
com as variações das <strong>de</strong>scargas fluviais. A zona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z má -<br />
xima é mantida pela circulação estuarina média formando um si2<br />
tema semi-fechado, conforme 6 mostrado na Figura (7).<br />
L.<br />
- -<br />
BAIXIO 1<br />
i<br />
SEDIM. COESIVOS,<br />
MAT ORG., ETC.<br />
. .<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
ZONA DE<br />
- - - - -. - I<br />
TUREIDEZ MÁXIMA , I<br />
ESTIRAO ESTUARINO í krn<br />
--<br />
OCEANO<br />
---;pi-==<br />
DELTA - PRÓX. A REGIAO DE<br />
EMBOCADURA DO RIO (AREIA)<br />
FIGURA (7) - ~epresenta~ão eçquemática dos padrões <strong>de</strong> sedirnoz<br />
tação para os estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados.<br />
De acordo com o que é representado na<br />
Figura (7), nos estuá<strong>rio</strong>s parcialmente misturados os sedimentos<br />
em suspenGo provenientes do continente são retidos no estuá<strong>rio</strong><br />
<strong>de</strong>vido ao processo <strong>de</strong> f loculag~o/<strong>de</strong>f loculação com a consequente<br />
formação <strong>de</strong> baixios; esses sedimentos somente atingem o mar com
mais f requência nos psrlodos <strong>de</strong> "run-off " extromos, que ocorrom<br />
C*<br />
normalment3 nas épocas chuvosas. Quanto à localizaçao dos bai<br />
xios, que fica na zona da turbi<strong>de</strong>z máxima, ela 6 variável <strong>de</strong><br />
acordo principalmente com o ciclo <strong>de</strong> mar; e com a vazão fluvial<br />
(qR -<br />
,9 zona do turbidsz máxima está na faixa<br />
<strong>de</strong> 4 a 8%0 e quando a salinidads da água está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste i-<br />
t~rvalo ocorre o proccsso <strong>de</strong> f loculaç~o das partlculas em sus<br />
N<br />
pensa" na água, <strong>de</strong>vido 5s proprisdad9s sletr~-~uhicas diferen<br />
tes entre a água do mar e a água do <strong>rio</strong>, conforme já explicado<br />
ants<strong>rio</strong>rmente; os f locos já formados irão em média afundar ao<br />
mesmo tempo em que são carreadoç pela corrento <strong>de</strong> vazante em di<br />
.c)<br />
reçao ao mar; ao atingirem a região <strong>de</strong> fundo do estuá<strong>rio</strong>,os flg<br />
N<br />
cos serao carreados <strong>de</strong> volta para a direção do continente atrg<br />
vis da corrente <strong>de</strong> enchente até a zona <strong>de</strong> 4 a 8$0, on<strong>de</strong> eles<br />
irão <strong>de</strong>f locular <strong>de</strong>vido 5 tu~bulência, formando uma região <strong>de</strong><br />
turbi<strong>de</strong>r elevada (tona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z máxima), como 6 representado<br />
na Figura (7). Portanto, as partkulas em suspunsão formam um<br />
ciclo semi-fechado e contho ds movimento ao longo do estuá<strong>rio</strong>.<br />
Com relação aos sedimentos <strong>de</strong> granuloms<br />
tria mais grossa (principalmente areia), eles são <strong>de</strong>positados<br />
normalmente 5s embocaduras dos <strong>rio</strong>s, retidos nessas r2<br />
giões estuarinas pelos sodimentos da maré <strong>de</strong> vazante e pela c02<br />
rente litorânea, formando as barras e <strong>de</strong>ltas, como é mostrado<br />
Y<br />
na Figura (7). 0 material <strong>de</strong> fundo dos estuá<strong>rio</strong>s 6 formado nao<br />
só pela contribuição <strong>de</strong> sedimentos oriundos do continente, mas<br />
tambgm pelas areias provenientes do m a r , que aí penetram <strong>de</strong>vido<br />
ao sistema <strong>de</strong> circulação estuarino. Na Figura (8)está <strong>de</strong>senhado<br />
esquematicamente, em planta, o lay-out geral <strong>de</strong> um estuá<strong>rio</strong> mos<br />
-<br />
-
trando a distribuição e movimentação <strong>de</strong> sedimentos e as sua s<br />
principais zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição.<br />
FIGURA (8) - Esquema geral representativo da distribuição<br />
e movimentação <strong>de</strong> sedimentos em estuá<strong>rio</strong>s e<br />
suas principais zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição.
~ambém com relação ao processo sedímen<br />
tológico em estuá<strong>rio</strong>s, 6 importante ressaltar que o comprimento<br />
<strong>de</strong> penetração da água do mar nessas áreas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série<br />
<strong>de</strong> fatores tais como díf erenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, largura, batime<br />
tria, esooamento do <strong>rio</strong>, viscosida<strong>de</strong> da água, etc.; <strong>de</strong>ntre e=<br />
tes fatores, o <strong>de</strong> maior si~nificação é a profundida<strong>de</strong>,visto que<br />
qualquer aprof undamento <strong>de</strong> um canal em regiões estuarinas, por<br />
exemplo para fins <strong>de</strong> navegação, o que é usualmente feito atra -<br />
vés <strong>de</strong> dragagem do material <strong>de</strong> fundo, ir6 afetar a distribuição<br />
<strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> a montante <strong>de</strong>ste aprofundamento e, portanto, pe<br />
quenas mudanças na profundida<strong>de</strong> do canal irão resultar em um<br />
gran<strong>de</strong> aumento do comprimento <strong>de</strong> intruso salina; o processo <strong>de</strong><br />
mistura p~la difusão e escoamento turbulento e qualquer parada<br />
<strong>de</strong> movimentação da água causama <strong>de</strong>posição do material em sus<br />
pensão, o que ocorre, conforme já foi explicado, <strong>de</strong>vido ao prg<br />
cesso <strong>de</strong> flocula~ão, em que pequenas partlculas individuais se<br />
juntam e transformam-se em partkulas maiores e mais pesadas.<br />
Desta forma, <strong>de</strong>ve-se realizar o processo <strong>de</strong> dragagem para o<br />
aprofundamento <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> forma crite<strong>rio</strong>sa, já que isto po<strong>de</strong><br />
ria ter um efeito adverso em estuá<strong>rio</strong>s, e que,contrariamente ao<br />
que se espera, po<strong>de</strong>rá aumentar a entrada <strong>de</strong> material em suspez<br />
são na região <strong>de</strong>vido ao aumento do prisma <strong>de</strong> maré, e incremec<br />
tando, portanto, o processo <strong>de</strong> siltação <strong>de</strong>vido à floculaç~o. No<br />
entanto, a realização da dragagem <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, com planz<br />
jamento e sem excessos, 6 um fator <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância e i2<br />
preçcindlvel na maioria das obras <strong>de</strong> engenharia em estuá<strong>rio</strong>s. A<br />
dragagem, por exemplo, po<strong>de</strong> ser feita movendo-se a draga <strong>de</strong> uma<br />
seção para outra; para esta transferência, po<strong>de</strong>-se utilizar sis<br />
-<br />
temas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s guias e alçapões sedimentolÓgicos, promovendo,<br />
<strong>de</strong>sta maneira, a retenção do material a ser dragado; po<strong>de</strong>-se tam<br />
bém utilizar traçadores nos estudos sobre a movimentação <strong>de</strong> SE<br />
dimentos, que serão importantes tanto na <strong>de</strong>terminação do mecz<br />
nismo <strong>de</strong> siltação em estuá<strong>rio</strong>s quanto para um planejamento cor<br />
reto dos trabalhos <strong>de</strong> dragagem.
Des<strong>de</strong> os primÓrdios da civilização humâ -<br />
na os cursos d'água representaram um fator <strong>de</strong> catalização <strong>de</strong> nos<br />
sas comunida<strong>de</strong>s,visto ser a água uma substância fundamental para<br />
a vida do homem. A civilização humana normalmente se <strong>de</strong>senvolveu<br />
a essas áreas; por exemplo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 100,000 anos atrás,<br />
já na Ida<strong>de</strong> da Pedra, <strong>de</strong>scobertas arqueolÓgicas provam que<br />
grupamentos humanos já se distribufam ao longo dos eixos<br />
os<br />
flu -<br />
viais e regiões estuarinas; por volta <strong>de</strong> 3.400 A.C., os egk<br />
cios mostravam utilizar <strong>de</strong> forma ef icients as águas do Nilo, in<br />
clusive aproveitando-o para navegação, que se tornou cada vez<br />
mais relevante com o dzsenvolvimento econômico das<br />
<strong>de</strong>ste perfodo da ~istória; Da<strong>rio</strong>, "O Gran<strong>de</strong>", entre 520 e 510<br />
A.C., promoveu a construGão <strong>de</strong> um canal que unia o Mar Vrrmelho<br />
ao Nilo visando também a implantação da navegação nesta área,<br />
mas com fins claramente militares; nos primeiros anos<br />
cristã foram gran<strong>de</strong>s as ativida<strong>de</strong>s ligadas à navegação;<br />
da era<br />
na Ida -<br />
ds ~6di.a vá<strong>rio</strong>s canais foram implantados com o objetivo <strong>de</strong> i2<br />
crementar o transpor te em bacias fluviais como na ~Ússia,fndia,<br />
1tália e outros com relação às civilizações orientais,<br />
mostrou-se também sor muito proeminente a utilização <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s e<br />
regiões estuarinas com o <strong>de</strong> navegação, o que, Por<br />
exsmplo, já ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o terceiro s~culo A.C. na China. Desta<br />
forma, ao longo <strong>de</strong> toda a história da humanida<strong>de</strong> a navegação<br />
esteve sempre presente, contribuindo para a ligação entre os po<br />
vos, bem-estar <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s, proteção <strong>de</strong> fronteiras e, portal!<br />
to, para o <strong>de</strong>senvolvimento e progresso sócio-econômico <strong>de</strong> rg<br />
A importância da utilização <strong>de</strong> vias nave<br />
gáveis como meio <strong>de</strong> transporte eficiente da uma área se dá prin<br />
cipalmente pelo seu custo mais reduzido; o cUnsumo <strong>de</strong> energia e<br />
mão-<strong>de</strong>-obra por tonelada/qullÔmetro é normalmente mais baixo,<br />
bem como os investimentos e custos <strong>de</strong> manutenção, o que ten<strong>de</strong> a<br />
gerar um gran<strong>de</strong> estímulo para a economia regional em termos <strong>de</strong><br />
transporte <strong>de</strong> cargas e passageiros, novos <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong><br />
-<br />
-
mineração, implantaGão <strong>de</strong> indústrias em áreas antes <strong>de</strong>sfavorá -<br />
veis economicamente <strong>de</strong>vido ao mais elevado custo do transporte<br />
rodoviá<strong>rio</strong> E? ferroviá<strong>rio</strong>,et~~. De acordo com KUIPER ( 47),a for-<br />
ça para mover uma carga <strong>de</strong> l(uma) tonelada por hidrovia é cerca<br />
<strong>de</strong> 10 vezes menor do que se oste mesmo carregamento fosse transpoy<br />
tado através <strong>de</strong> uma linha férrea, A via navegável, <strong>de</strong>sta forma,<br />
normalmente promove a redução do custo <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga; mg<br />
lhora as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estocagem ou <strong>de</strong> espera, face ao bai<br />
xo curto proveniente da imobilização <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s não motoriza-<br />
das (como no sistema <strong>de</strong> barcaças); possibilita uma melhor abso;<br />
ção dos piques e das irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tráfego; atenua as COE<br />
sequências da interrupção dos outros meios <strong>de</strong> transporte; e,po~<br />
tanto, faz com que se realize um sistema <strong>de</strong> transporte mais fa<br />
vorável,<br />
De uma forma geral, um curso daágua se<br />
caracteriza por diferentes zonas ao longo <strong>de</strong> seu perfil longitu<br />
dinal, zonas estas que são distintas em seu aspecto hidráulico,<br />
morfol~gico e sedimentolÓgico. Em seu trecho supe<strong>rio</strong>r, chamado<br />
<strong>de</strong> "juventu<strong>de</strong>", existem fortes <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s longitudinais, gran<br />
<strong>de</strong> fretquência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes (como corre<strong>de</strong>iras e quedas d'água) e<br />
um regime hidráulico muit~ turbulento e irregular; em seu tre<br />
cho médio, chamado <strong>de</strong> "maturida<strong>de</strong>", já se verifica um maior e<br />
quilib<strong>rio</strong> morfológico e sedirnentolÓgico do <strong>rio</strong> e a formação do<br />
chamado "cone <strong>de</strong> <strong>de</strong>jeçãoM no seu extremo <strong>de</strong> montante, que é uma<br />
região <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos vindos do trecho <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong><br />
e que são <strong>de</strong>cantados por efeito <strong>de</strong> diminuição da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e<br />
da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente do <strong>rio</strong>; finalmente em seu trecho infe<br />
<strong>rio</strong>r, chamado <strong>de</strong> "velhice", as <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s são menores ainda e<br />
as vazões fluviais são bem maiores; nesta zona, que eng 10 bo<br />
também a região meindri.cn s o 2stuá<strong>rio</strong>, as águas são mais tk<br />
bidas e com forte transporte sólido em suspensão (siltes, argi<br />
las, matéria orgânica fina dos esgotos domésticos, materiais m i<br />
nerais provenientes <strong>de</strong> áreas irrigadas com adubos qulmicos e<br />
fertilizantes, <strong>de</strong>spejos industriais, etc, ), A Figura (9) mostra<br />
a caracterização gengrica <strong>de</strong> um curso d'água em perf i1 e em<br />
planta com a representação dos diferentes trechos do <strong>rio</strong>,<br />
-<br />
-<br />
-
COTAS í m)<br />
b<br />
Yn<br />
AFLUENTES<br />
I<br />
CONE DE<br />
DE JEÇÃO<br />
1<br />
I I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
1 TRECHO<br />
I<br />
I<br />
I<br />
+<br />
CURSO D'A~UA PRINCIPAL<br />
I<br />
I EMBOCADURA 1<br />
I<br />
~ESTIRZ\O FLUVIAL (Km) i I<br />
I I I<br />
I<br />
I I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I I I<br />
TRECHO - TRECHO I I<br />
MÉDIO INFE R IOR I<br />
I I I<br />
("MATURIDADE" ) I ("VELHICE") I I<br />
I<br />
I<br />
I I I-_<br />
ESTUARIO I I<br />
I -I<br />
I<br />
Figura (9) - ~aracteriza~ão <strong>de</strong> um curso<br />
d'água completo, em perfil e em plan<br />
ta.<br />
-<br />
I
~evido ao fato das caracteristicas hi<br />
dráulicas, morfolÓgicas e sediment016~icas do <strong>rio</strong> variarem ao<br />
longo <strong>de</strong> seu perfil longitudinal, as obras e atuações <strong>de</strong> enge<br />
nharia visando a implantação <strong>de</strong> sistemas ds navsgação neste cur<br />
so d'água também irão diferir umas das outras <strong>de</strong> acordo com o<br />
trecho fluvial (supe<strong>rio</strong>r, médio ou infe<strong>rio</strong>r) a ser analisado,<br />
No sou trecho <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>, em que as <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s são fortes e<br />
o escoamento d'água 6 bastante energético, costuma-se realizar<br />
obras como barragens eclusadas (para as embarcaçÕss vencer em os<br />
<strong>de</strong>sniveis existentes), canais <strong>de</strong> partilha (visando a transpos&<br />
ção <strong>de</strong> vazões <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica para outra), passos <strong>de</strong><br />
navegação, canais artificiais, diques longitudinais <strong>de</strong> conte5<br />
ção do escoamento, etc,; no trecho <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> do <strong>rio</strong>, normal<br />
mente constroem-SE barragens eclusa das, obras <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong><br />
margem, diques longitudinais, espigÕes, canais artificiais, sg<br />
leiras, etc.; no trecho <strong>de</strong> velhice do curso dlágua <strong>de</strong>ve-se prg<br />
curar alterar ao mínimo a calha fluvial, visto ser esta uma r2<br />
gião <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> morfo-sedimentológica; aí implan<br />
tam-se obras hidráulicas principalmente <strong>de</strong> ~roteção <strong>de</strong> marggcomo<br />
diques e espigões. ~lém disso, em todos os trechos fluviais é<br />
necessá<strong>rio</strong> a utilização <strong>de</strong> atuaçõzs <strong>de</strong> conservação e manutenção<br />
do eixo <strong>de</strong> navegação como dcrrocamentos e dragagem, bem como<br />
dispositivos <strong>de</strong> apoio à navegação (balizamento e sinalização).<br />
Procuraremos enfocar o presente capítulo na abordagem sobre a<br />
C1<br />
implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegaçao, porém procurando enf atizar<br />
o nosso estudo às regiões estuarinas. Os estuá<strong>rio</strong>s, conforme ja<br />
foi explicado no capítulo I1 <strong>de</strong>ste trabalho, são limitados por<br />
uma extremida<strong>de</strong> fluvial e outra marítima; a zona limitrofe f$<br />
via1 possui salinida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong> aproximadamente 0,12/óo ,<strong>de</strong> acor<br />
do com LIVINGSTONE (51), enquanto que a fronteira estuarina<br />
com a Ggua do mar possui uma salinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 35%. Desta<br />
forma, os estuá<strong>rio</strong>s correspondum a uma zona <strong>de</strong> transição dos es<br />
coamentos fluviais provenientes do continente (com a influência<br />
dos sedimentos trazidos pelos escoamentos "run-of f ", regimê hi<br />
dra6lico e hidrolÓgico dos <strong>rio</strong>s, consequente <strong>de</strong> atua-<br />
ções do homem - irrigação, <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos dom~sticos e efls<br />
entes industriais -,etc,)e dos escoamentos mar~timoç(inf1uência<br />
<strong>de</strong> marés,ondas,correntes~,ventos, materiais arenosos,etc,),tes~~<br />
tando em uma região-o estuá<strong>rio</strong>- <strong>de</strong> análise bastante complexa no<br />
-<br />
-<br />
-
que diz respeito aos aspectos hidráulicos risma ma <strong>de</strong> sa linida<strong>de</strong>,<br />
escoamonto turbulento e <strong>de</strong> difusão, etc.), ecolÓgicos (fauna,<br />
flora e meio-ambiente aquáticos), sedimentolÓgicos (<strong>de</strong>ltas, bar<br />
ras e baixios) e morfolÓgicos (calha estuarina), As atuações <strong>de</strong><br />
engenharia visando a imPlzntação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegação em um<br />
estuá<strong>rio</strong>, tais como obras portuárias, obras <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> calha,<br />
dragagem, etc., <strong>de</strong>vem, portanto, ser realizadas <strong>de</strong> forma cuida<br />
dosa e crite<strong>rio</strong>sa, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> e instabilida<strong>de</strong><br />
hidráulica, ecológica, morfológica e sedimentolÓgica <strong>de</strong>ste ecos<br />
sistema,<br />
111.2) FATORES NATURAIS A SEFIEM ANALISADOS PARA A IMPLANTAÇ~O DE<br />
SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO<br />
Para se realizar a implantação <strong>de</strong> sistg<br />
mas <strong>de</strong> navegação, 6 importante que se faça um estudo inicial <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminados fatores para se avaliar, num estágio preliminar, a<br />
viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste empreendimento hidráulico e se estimar os cus<br />
tos e caracteristicas das obras e atuações <strong>de</strong> engenharia a SE<br />
rem executadas, Dentre estes fatores citamos as análises hidro<br />
-<br />
lógicas e levantamentos topo-batimétricos, ventos, marés, ondas,<br />
sedimentos, etc.. Iremos fazer apenas uma análise fisica genér~<br />
ca <strong>de</strong>stes elementos, pois o seu <strong>de</strong>talharnento fugiria ao escopo<br />
<strong>de</strong>ste trabalho,<br />
O s estudos hidrológicos são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> re<br />
levância para a navegação, sendo caracterizados, a partir da uti<br />
lização <strong>de</strong> medições <strong>de</strong> campo e conceitos hidrolÓgicos, princi<br />
palmente pela pluviologia (com a <strong>de</strong>terminação da altura, dura<br />
ção e intensida<strong>de</strong> das hietógrafas, distribuição<br />
das chuvas, etc,) e pela fluviologia (com a obtenção <strong>de</strong> hidró<br />
grafas, cotagramas, curvas-chave, lâminas dtágua, velocida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> escoamento, etc.), A aplicação <strong>de</strong> estudos hidrolÓgicos nos<br />
trabalhos <strong>de</strong> engenharia ligados 5 navegação po<strong>de</strong> ser ilustrada,<br />
por exemplo, através da análise dos cotagramas <strong>de</strong> dois cursos<br />
d 'Sgua hipotéticos quaisquer, conforme é mostrado na Figura (l~),<br />
Po<strong>de</strong>mos verificar pela comparação dos dois cotagramas que O<br />
curso d'água (A) 6 o mais indicado para a implantação <strong>de</strong> eixos<br />
<strong>de</strong> navegaçao, já que possui um regime fluvial mais estável.<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
N.A. [m)<br />
Figura (10) - Cotagrcrna <strong>de</strong> dois cursas d'água<br />
distintos quaisquer.<br />
A análise das correntes do <strong>rio</strong> bem como<br />
das <strong>de</strong> maré também <strong>de</strong>vem ser realizadas para estudos <strong>de</strong> navega<br />
$;o, já que vão ter grands influência nos movimentos das embar<br />
caçÕes. P.o se dimensionar qualquer sixo navegável <strong>de</strong>ve-se seE<br />
pre procurar evitar o cruzamento <strong>de</strong> correntes; a atuação dos<br />
ventos também <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, pois po<strong>de</strong> agir <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>z<br />
favorável na embarcação; a inf luP^ncia <strong>de</strong> correntss e ventos num<br />
navio seguem as mesmas leis, mas as correntes são normalmente<br />
mais estáveis e a sua ação é <strong>de</strong> mais fácil previsão do que a<br />
dos ventos; 8, portanto, <strong>de</strong> boa prática tentar sempre direcig<br />
nar as obras <strong>de</strong> engenharia o mais paralelo possivel da direr;ão
das correntes e ventos predominantes para se evitar o efeito<br />
<strong>de</strong>sfavorável <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> cruzamento elevadas. A ação <strong>de</strong> ondas<br />
do mar em canais <strong>de</strong> navegação localizados em regiões estuarinas<br />
também <strong>de</strong>ve ser analisada, apesar do estuá<strong>rio</strong> ser uma área já<br />
abrigada naturalmente, o que minimiza os efeitos das ondas e<br />
consequentemente os custos das obras <strong>de</strong> abrigo. O estudo <strong>de</strong> ma<br />
rés é também importante para a realização <strong>de</strong> qualquer obra <strong>de</strong><br />
implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> navegação em trechos estuarinos em<br />
termos, por exemplo, da utilização do canal por navios <strong>de</strong> maio<br />
res calados em marés altas, da <strong>de</strong>terminação do cronograma <strong>de</strong><br />
A<br />
construção das estruturas hidráulicas, etc.. Portanto, os pao<br />
metros ambientais como ventos, correntes, ondas e marés são fa<br />
tores importantes no planejamento <strong>de</strong> canais ou quaisquer outras<br />
obras visando a navegação; as correntes, por exemplo, têm um<br />
efeito direto na largura do canal, da mesma forma que as ondas<br />
!I<br />
(tipo swell") têm em sua profundida<strong>de</strong>; a ação <strong>de</strong>sses elementos<br />
não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente <strong>de</strong> suas caracteristicas extremas; as varia_<br />
$Ões no espaço e no tempo <strong>de</strong>stas características geram também<br />
efeitos importantes no movimento <strong>de</strong> embarcações em um canal ou<br />
em sua manobrabilicla<strong>de</strong>; a realização <strong>de</strong> estudos em mo<strong>de</strong>los redz<br />
zidos e, portanto, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para a implantação <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> navegação, já que eles po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir uma série <strong>de</strong><br />
parâmetros no projeto, como, por exemplo, a análise do movimec<br />
to <strong>de</strong> embarcações; a variação do comportamento <strong>de</strong> ondas e coy<br />
rentes <strong>de</strong> acordo com a conformação do canal em planta e com o<br />
direcionamento <strong>de</strong> diques, espigões e molhss; etc.; a dire<br />
ção <strong>de</strong> corrente o sua intensida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m, também, alterar-se r2<br />
dicalmente em trechos diferentes do canal <strong>de</strong> navegação, <strong>de</strong>vido<br />
a influência das marés e das condições meteorológicas.<br />
Um outro fator importante a ser analisa -<br />
do é o movimento <strong>de</strong> sedimentos em estuá<strong>rio</strong>s e estirões fluviais<br />
e as suas zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição, que representam um gran<strong>de</strong> empeci<br />
lho navegação no que se refere principalmente ?i diminuição <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> do canal, bem como às variações dinâmicas das zg<br />
nas <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> material (baixios e bancos <strong>de</strong> areia). MedL<br />
çÕes <strong>de</strong> campo, com utilização <strong>de</strong> traçadores, análise sedimento<br />
métrica e posslveis estudos em mo<strong>de</strong>los reduzidos <strong>de</strong> fundo móvel<br />
<strong>de</strong>vem ser realizados. Estes estudos são necessá<strong>rio</strong>s para se pg<br />
-
<strong>de</strong>r fazer a estimativa dos trabalhos <strong>de</strong> dragagem e para a <strong>de</strong>fi<br />
nição final do melhor eixo <strong>de</strong> navegação a ser utilizado, bem co<br />
mo das obras <strong>de</strong> engenharia a serem implantadas,<br />
Um outro problema a se consi<strong>de</strong>rar refe<br />
re-se aos efeitos da poluição ambiental, principalmente nos as<br />
pectos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água, A análise cuidadosa <strong>de</strong>sses elemen-<br />
tos vai permitir a minimização <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong>sfavo<br />
ráveis aos sistemas <strong>de</strong> navegação, como, por exemplo, a agressk<br />
vida<strong>de</strong> da água em estruturas portuárias (águas mais limpas são<br />
menos agressivas), o gru<strong>de</strong> do óleo <strong>de</strong> águas poluidas no casco<br />
<strong>de</strong> embarcações com a consequente diminuição <strong>de</strong> sua vida Ú t i l , e<br />
outros, e importante, <strong>de</strong>sta forma, tentar-se prevgr a atuação<br />
<strong>de</strong>sses fatores relativos a poluição coni influência nos sistemas<br />
<strong>de</strong> navegação, bem como a realização <strong>de</strong> medidas para minimizar a<br />
poluição ambiental e os efeitos dos impactos negativos por ela<br />
gera do S.<br />
111~3) GENERALIDADES SOBRE O<br />
GAÇÃO<br />
DIMENSIONAMENTO DE CANAIS DE NAVE -<br />
I 11,3,l) 1nf luência dos Movimentos da ~mbarca~ão<br />
Os movimentos da embarcação são <strong>de</strong> gran -<br />
<strong>de</strong> importância para o dimensionamento dos canais <strong>de</strong> navegação,<br />
pois vão influir principalmente na obtenção da largura e da<br />
profundida<strong>de</strong> do trecho a se consi<strong>de</strong>rar, A sua representação e2<br />
tquemát ica está mo strada na Figura (ll), po<strong>de</strong>ndo -se observar que<br />
os movimentos <strong>de</strong> translação do navio nos eixos x, y e z são res<br />
pectivamente, os <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaimento ('Surging"), rebatimento ("sluay<br />
ingtt) e arfagem ("heavingtt) e os movimentos <strong>de</strong> rotação são os<br />
<strong>de</strong> balanço ("rolling"), caturro (ttpitchingtt) e cabeceio ("yauiing"),<br />
Nos estudos <strong>de</strong> navegação fluvial sem a influência da maré, os<br />
principais movimentos da embarcação a serem estudados são os <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scaimento, rebatimento e <strong>de</strong> cabeceio. Para os estudos <strong>de</strong> na-<br />
gação marítima e em estuá<strong>rio</strong>s, todos os tipos <strong>de</strong> movimentos do<br />
C1<br />
navio <strong>de</strong>verao ser consi<strong>de</strong>rados no dimensionamento da via<br />
navegável.<br />
-<br />
-<br />
-
EIXO Z<br />
A<br />
- CABECEIO Q<br />
ARFAGEM<br />
EIXO Y<br />
EIXO X<br />
tigura (11) - ~e~resenta~ão esquemática dos movimentos das<br />
embarcações,<br />
111.3.2) Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canais <strong>de</strong> ~avegação<br />
A profundida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> nave -<br />
gação vai correspon<strong>de</strong>r a uma soma <strong>de</strong> varias parcelas a serem<br />
consi<strong>de</strong>radas em seu dimensionamento, tais como o calado máximo<br />
da embarcação, o squat, os movimentos <strong>de</strong> arfagem ("heavingtt),cg<br />
turro (ttpitchingtt) e ba1anr;o ("rollin9")do navio, o trim, o a1<br />
cante <strong>de</strong> maré ("tidal range"), variações <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água,<br />
e outros.<br />
O calado máximo 6 a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />
do navio <strong>de</strong> projeto quando totalmente carregado, i<strong>de</strong>ntif icada<br />
através do Disco <strong>de</strong> Plimsoll ou marca <strong>de</strong> borda livre, com loca<br />
lização na parte média da embarcação, e caracterizada com o na<br />
vio parado e nas condições médias <strong>de</strong> águas salinas <strong>de</strong> verão. A<br />
Figura (12),a seguir, mostra esqapematicamente a representação do<br />
calado <strong>de</strong> um navio,<br />
-<br />
-<br />
-
D = CALADO DA EMBARCAÇÃO<br />
L r COMPRIMENTO DA EMBARCAÇÃO<br />
Figura (12) - ~e~resentação genérica da seção longitudinal<br />
<strong>de</strong> um navio.<br />
O fenômeno do squat está diretamente rela<br />
cionado aos movimentos <strong>de</strong> água provocados pelo <strong>de</strong>slocamento da<br />
embarcação. O fator <strong>de</strong> bloqueio e resistência ao movimento, que<br />
U<br />
são mai~res para um navio em águas mais confinadas, vao também<br />
influir bastante na <strong>de</strong>terminação do squat e consequent,emente no<br />
dimensionamento do canal <strong>de</strong> navegação; o fator <strong>de</strong> bloqueio <strong>de</strong><br />
finido pela razão entre a área da seção transversal submersa do<br />
navio e a área da seção transversal do canal; se o bloqueio é<br />
alto, vai ocorrer uma gran<strong>de</strong> resistência ao movimento da embar<br />
cação, com um efeito correspon<strong>de</strong>nte em sua velocida<strong>de</strong>, Ee sta<br />
forma, uma embarcação ao trafegar com umz certa velocida<strong>de</strong> em<br />
águas rasas produz uma formação rápida <strong>de</strong> ondas, acompanhada <strong>de</strong><br />
um <strong>de</strong>clinio médio da superficie d'água ao longo do perfil do na<br />
-<br />
vio relativamente ao nível d'água <strong>de</strong> repouso, <strong>de</strong>vido ao fator<br />
<strong>de</strong> bloqueio; esta <strong>de</strong>pressão da linha d'água promove um afundg<br />
mento do navia em relação ao fundo do canal, o que 6 conhecido<br />
como "squat", conforme é mostrado na Figura (13).<br />
De acordo com WICKER, Mc ALEER E JOHNS -<br />
TON ( 91 ), há também outros fatores que irão influir no valor<br />
do squat, tais como a distância entre a quilha e o fundo,o trim<br />
da embarcação, a área da seção transversal do canal e se o c2<br />
na1 está localizado numa via navegável estreita ou larga (fator<br />
<strong>de</strong> bloqueio), se a embarcação está cruzando ou ultrapassando<br />
uma outra, a localização do navio relativamente 5 linha <strong>de</strong> cec<br />
tro do canal, e as características da embarcação propriamente
ZONA DE<br />
ZONA DE DESCOLAMENTO<br />
P<br />
Figura (13) - ffepresentação esquemática do "squat".<br />
PLANTA<br />
dita. O valor do "squat" po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através <strong>de</strong> invez<br />
tigaçÕes em mo<strong>de</strong>los reduzidos e por métodos obtidos empiricam-<br />
te, como o mgtodo <strong>de</strong> Schijf e o do ~aboratd<strong>rio</strong> Sogreah.<br />
Com relação aos movimentos verticais pro -<br />
votados em um navio como os <strong>de</strong> arfagem, caturro e balanço,reprg<br />
sentados na Figura (ll), eles são normalmente produzidos <strong>de</strong>vi<br />
do a ação <strong>de</strong> ondas no canal, e po<strong>de</strong>m ocorrer simultaneamente. O<br />
grau <strong>de</strong> movimento vertical <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da altura, frequência e dire<br />
ção das ondas que atingem o eixo <strong>de</strong> navegação estuarino, da r2<br />
zão entre a profundida<strong>de</strong> e o calado, e da velocida<strong>de</strong> e caracte-<br />
rísticas da smbarcação <strong>de</strong> projeto,<br />
-
0 fenômeno do trim também <strong>de</strong>ve ser consi -<br />
<strong>de</strong>rado no dimensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navega<br />
ção e ocorre <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que normalmente um<br />
u<br />
navio nao é<br />
carregado uniformemente com relação 5 sua quilha, o que é feito<br />
com o objetivo <strong>de</strong> aperfeiçoar-se a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção da e'<br />
barcação. A esta distância entre o navio na posição hipotética<br />
horizontal e na posição inclinada a que se submete 6 que chama<br />
mos <strong>de</strong> trim, conforme está mostrado na Figura (14). De acordo<br />
com EISIMINGER ( Z9), uma embarcação é normalmente afundada em<br />
sua popa na taxa <strong>de</strong> 25 milímetros (trim) para cada 10 metros <strong>de</strong><br />
comprimento do navio.<br />
/ / / / // // / / ////////////////////////////<br />
T = VALOR DO TRIM L = COMPRIMENTO DA EMBARCAÇ~~O<br />
Figura (14) - F3epresentação esquemdtica do "trim"<br />
da em ba r ca $0.<br />
A influência do alcance da maré ("Lida1<br />
range") no dimensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navega<br />
&o po<strong>de</strong> ocorrer consi<strong>de</strong>rando-se todos os estágios da maré ou<br />
simplesmente os seus valores extremos. A utilização da maré,<br />
principalmsnte a ds gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser vantajosa no ca<br />
so <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s navios que utilizam esporadicamente a via naveg&<br />
vel, sendo um fator <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> economia para o projeto a aplica<br />
ção do alcance da maré para produzir as profundida<strong>de</strong>s necessári<br />
as para o tráfego dos referidos tipos <strong>de</strong> embarcações, que só rg<br />
vegariam no canal nos períodos <strong>de</strong> maré alta.<br />
I)<br />
Um outro fator importante sao as varia<br />
-<br />
-
Y<br />
çoes <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água, o que ocorre normalmente nas regiões<br />
estuarinas. Uma embarcação <strong>de</strong>ixando a água do mar (~~35%. ) e<br />
entrando em águas estuarinas (SU 0, 12%0 a 1%0 na zona fluvio-e2<br />
tuarina; e S-1% a 35$0 na zona <strong>de</strong> mistura estuarina - vi<strong>de</strong> Fi<br />
gura (8) -) ou em águas doces (S < 0.12760 ) irá aumentar o seu<br />
calado <strong>de</strong>vido a diferença <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água. Como o peso e2<br />
pecíf ico das águas do mar e do <strong>rio</strong> são respectivament e 1025kgf/m3<br />
3<br />
e u)(l0kgf/m,o calado adicional <strong>de</strong> um navio que trafega <strong>de</strong> águas<br />
mãr~timas em direção ao continente (água doce) será <strong>de</strong> aproxima<br />
damente 2.5%<br />
~á também outros fatores que <strong>de</strong>verão ser<br />
consi<strong>de</strong>rodos no dirnensionamento da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> ns<br />
CI<br />
vegaçao, fatores estes que repres~ntam uma folga (segurança )<br />
que leve em conta a manobrabilidadr Je siiioãrcâção <strong>de</strong> projeto,<br />
imparf zição dos registros dc mar;, siltação , movimentação do<br />
héJ.ice, talerância para díiagagnm, etc., caracterizando uma pa2<br />
CY la adicional <strong>de</strong> profundidada que <strong>de</strong>nominaremos <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> scgura nça .<br />
Por tanto, genericamente, a profundida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação a ser dimensionado para a embarcação<br />
<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>verá correspon<strong>de</strong>r aa somat6ri.o <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fs<br />
tores e está representada esquematicamente na Figura (15). De<br />
ve-se ressaltar também que tanto os custos <strong>de</strong> construção quanto<br />
os <strong>de</strong> aparação <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação são fortemente influe2<br />
ciados pela sua profundida<strong>de</strong>; <strong>de</strong>sta forma a <strong>de</strong>terminação da pro<br />
fundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a um processo <strong>de</strong> otimi<br />
zação que avalie os investimentos <strong>de</strong> capital e os custos <strong>de</strong> opg<br />
ração e manutenção da via navegável.<br />
111.3.3) Largura <strong>de</strong> Canais <strong>de</strong> ~ a v e ~ z ~ ã o<br />
A largura <strong>de</strong> um canal da navegaGão 6 nor<br />
. malmente medida no pé das encostas laterais do canal ou em fai<br />
xa correspon<strong>de</strong>nte à profundida<strong>de</strong> do projeto. Alguns dos fato-<br />
res que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados na <strong>de</strong>terminação da largura <strong>de</strong><br />
projeto <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação são as direções e velocida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> correntes; se vai haver o cruzamento ou ultrapassagem <strong>de</strong> eE<br />
bar~açÕes(~aríi o navio <strong>de</strong> projeto);a&o <strong>de</strong> ondas; a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
-
B = BOCA DA EMBARCACÃO<br />
f PÉ- DE - PILOTO<br />
MOVIMENTOS M<br />
EMBARCAPO<br />
I ' TRIMeVAR DENS ÁGUA<br />
FIGURA (15) - Esquema geral sobre o dimensionamento<br />
da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navega<br />
FATOR DE ÇEGIIRAN(3<br />
água abaixo da quilha; ventos; composiGão geolÓgica do leito e<br />
das encostas da via navegável; alinhamento do canal; e o grau<br />
<strong>de</strong> confinamento das águas, Desta forma, <strong>de</strong>vido gran<strong>de</strong> varieda<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> inf1uo"ncia <strong>de</strong> fatores, como os mencionados acima, torna-<br />
-se dificil a elaboração <strong>de</strong> um método para <strong>de</strong>terminação da lar<br />
gura <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navegação. O ~ ~ ~ ~ ~ ( " ~ ~ r Internationa1<br />
m a n e n t<br />
Association of Navigation ~on~resses") recomenda que, se há cri<br />
zamento ou ultrapassagem <strong>de</strong> embarcações, a largura do canal <strong>de</strong><br />
ve ser <strong>de</strong> 6 a 7 vezes o valor da boca do navio <strong>de</strong> projeto; em<br />
-<br />
-
caso contrá<strong>rio</strong>, a largura do canal <strong>de</strong>ve ser 3 a 4 vezes o valor<br />
da boca do navio <strong>de</strong> projeto, Um outro método muito utilizado 6<br />
o do Canal do ~anamá; por esta metodologia, a largura total do<br />
canal 6 dividida em 3 parteçr faixa para manobra da embarcação,<br />
folga entre navios (quando houver cruzamentos ou ultrapassagens)<br />
e folgas laterais. A largura da faixa <strong>de</strong> mãnobra vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r ba-<br />
sicamente da controlabilida<strong>de</strong> da embarcação vai ser função<br />
das características da embarcação e dos efeitos <strong>de</strong> cruzamentos<br />
<strong>de</strong> ventos e <strong>de</strong> correntes); a folga entre navios <strong>de</strong>ve ser também<br />
consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> forças hidráulicas <strong>de</strong> sucção<br />
e repulsão que vão ocorrer entre as embarcações; e, finalmente,<br />
as folgas laterais, que representam faixas extras<strong>de</strong> largura,<br />
que estão relacionadas com5 o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva da embarcação;<br />
largura e profundida<strong>de</strong> do canal; velocida<strong>de</strong> do navio; direção e<br />
magnitu<strong>de</strong> das correntes, ventos e ondas; caracteristicas f ;si<br />
cas das encostas; e dificulda<strong>de</strong> no grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação dos li<br />
mites exatos do canal, Na Figura (16) são mostradas as dimen -<br />
sÕes tipicas para a obtenção da largura total <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> ng<br />
vegação em trecho retillneo, baseadas em estudos realizados +ar<br />
DUKCAN (26) para o Canal do ~anamá.<br />
Com relação às curvas, elas correspon<strong>de</strong>m<br />
a trechos do canal <strong>de</strong> maior dificulda<strong>de</strong> para a navegação, pri<br />
meiramente porque a embarcação forma uma tangente ou secante à<br />
curva e se posiciona fora da linha <strong>de</strong> centro do canal; e também<br />
<strong>de</strong>vido às forças <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva e centrífuga atuantes no navio que<br />
ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>slocar a popa para a direção externa da curva, COE<br />
trariamente aos movimentos da proa, como se po<strong>de</strong> observar na<br />
Figura (17). O s elementos mais importantes para o dimensionamen<br />
to <strong>de</strong> uma curva <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> navegação são o seu raio <strong>de</strong> curvatu<br />
ra (R) e o seu ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão (oc), representados na Figu -<br />
ra (17); esse dimensionamento normalmente consiste na <strong>de</strong>termina<br />
çso da sobrelargura da curva <strong>de</strong> forma a permitir uma maior li<br />
berda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação das embarcações e promover um aumento<br />
da largura <strong>de</strong> manobra, Em curvas, a largura do canal <strong>de</strong> navega<br />
ção <strong>de</strong>ve aumentar <strong>de</strong> acordo com$ a largura extra necessária pa<br />
2<br />
ra a segurança do tráfego, correspon<strong>de</strong>nte a L/8~(on<strong>de</strong> L é o<br />
comprimento da embarcação e il é o raio da curva); a margem <strong>de</strong><br />
resGrva suplementar que leve em consi<strong>de</strong>ração a maior dif iculda<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
, FOLGA ; FAIXA DE : FAIXA DE i FOLGA i<br />
I LATERAL 1 MANOBRA : : MANOBRA i LATERAL i<br />
I<br />
I<br />
l . - - - > l ~ '<br />
I I ,<br />
B = BOCA DA EMBARCAÇÃO DE PROJETO<br />
FOLGA FAIXA DE FOLGA<br />
/ LATERAL MANOBRA LATERAL;<br />
I h &-,I I<br />
I<br />
Figura (16) - ~imensões típicas para obtenção da largura<br />
<strong>de</strong> caneis <strong>de</strong> navegação (a partir <strong>de</strong> DU!<br />
CAN (26)).
R= RAIO DE CURVATURA = ÂNGULO DE DEFLEXAO DA CURVA<br />
Figura (17) - Croquis genérico <strong>de</strong> uma curva <strong>de</strong> canal<br />
,.,<br />
<strong>de</strong> navegaçao.
<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra, causada especialmente pelo fato <strong>de</strong> que a smbarca<br />
ção não se ajusta a posição corrota imediatamente e, <strong>de</strong>sta for<br />
ma, o piloto <strong>de</strong>ve antecipar a manobra e necessita <strong>de</strong> um maior<br />
faixa <strong>de</strong> largura (que vai ser função da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventos e<br />
correntes, do raio <strong>de</strong> curvatura, s do ângulo d~ <strong>de</strong>flexão da c u ~<br />
va) da via navegável para realizar esta operação; o a condição<br />
do raio <strong>de</strong> curvatura ser maior do que 5 vezes o comprimento da<br />
embarcação <strong>de</strong> projeto (R 75~). Existem 3 m6todos comumsnte em<br />
pregados para a <strong>de</strong>terminação da sobrelargura <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> c%<br />
nais <strong>de</strong> navegação: o método cut-off, o método das margens par2<br />
lelas e o método das margens não paralelas.<br />
111.3.4) Outras ~onsi<strong>de</strong>raçõus<br />
Um canal <strong>de</strong>vo ser alinhado <strong>de</strong> forma a<br />
promovsr navegação mais cômoda (minimização do cruzamento <strong>de</strong><br />
correntes, etc,) e com menores dificulda<strong>de</strong>s para as manobras da<br />
embarcação, De uma forma geral, o lay-out <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> navega<br />
ção <strong>de</strong>ve ssr fundamentalmente <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> acordo com a geogra<br />
fia e peculiarida<strong>de</strong>s locais; quando existem várias opções <strong>de</strong><br />
lay-out, aquela a ser escolhida é a que oferece condições molhg<br />
res e mais estáveis <strong>de</strong> tráfego para a embarcação. Com relação<br />
caracterização do lay-out final <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navngação, <strong>de</strong>ve-<br />
.i.<br />
-se levar rm consi<strong>de</strong>raçao certos aspectos, como, por exemplo: o<br />
lay-out <strong>de</strong>ve ser alinhado em direção retillnea ao máximo; 6 prg<br />
ferivel implantar-se uma Única curva do que uma sErie <strong>de</strong> pequs<br />
nas curvas pouco espaçadas; o canal <strong>de</strong> navegação <strong>de</strong>ve, sempre<br />
r<br />
qus possivel, ter um alinhamento coinci<strong>de</strong>nte com as correntes<br />
principais, <strong>de</strong> forma a minimizar os efeitos <strong>de</strong> correntes trans<br />
versas; etc.. Nas regiões mrândricas e estuarinas, que possuem<br />
normalmente uma gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> morfo-~edimentol6~ica, 6<br />
importante se prever a ocorrência <strong>de</strong> modificaçÕes <strong>de</strong> leito do<br />
curso d'água, e, para este fim, po<strong>de</strong>m ser utilizadas diferentes<br />
rnetodologias (aplicação das leis <strong>de</strong> Fargue, etc.), É também fa<br />
ter <strong>de</strong> grando relevância para a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navega<br />
ção que se realizem astudos, análises e levantamentos <strong>de</strong> dados,<br />
tais como as dimensões máximas e caracterfsticas <strong>de</strong> manobrabili<br />
da<strong>de</strong> mínimas da embarcação-tipo; inspeções e medições <strong>de</strong> campo<br />
em gsral; as condições mais <strong>de</strong>sfavoráveis <strong>de</strong> marés, correntes,<br />
-<br />
-<br />
-
ondas, transporte <strong>de</strong> sedimentos, e visibilida<strong>de</strong>; o volume <strong>de</strong><br />
tráf ecjo esperado; análise custo-benef $cio do empreendimento h&<br />
dr6ulico; etc., com o objc?tivo dg se chegar ao dimensionamento<br />
mais correto 3 à seleção do melhor lay-out para o canal <strong>de</strong> nave<br />
gação a ser implantado,<br />
111.4) SISTEMAS DE TRANSPORTES RELATIVOS NAVEGAÇÃO<br />
111.4.1) ~onsi<strong>de</strong>rações Gerais<br />
A elaboração do um projzto para implanta<br />
CI<br />
ção <strong>de</strong> sistcmas <strong>de</strong> navegaçao necessita semprs <strong>de</strong> um amplo conhz<br />
cimento das atividadss <strong>de</strong> transporte a szrem dasenvolvidas. N i<br />
ma <strong>de</strong>finição geral, os sistemas <strong>de</strong> transportes correspon<strong>de</strong>m a<br />
toda uma infra-estrutura utilizada para a movimentação da pes<br />
soas e mercadorias. Os maiores <strong>de</strong>terminantes da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />
transporte que vão influir no dimensionamento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> nz<br />
vcgação (embarcação <strong>de</strong> projeto, tipos <strong>de</strong> cargas a serem trans<br />
portadas, etc.) correspon<strong>de</strong>m às populaçÕss a serem beneficiadas<br />
por estu empreendimento hidráulico, consi<strong>de</strong>rando-se seus niveis<br />
economicos e distribuições espaciais, bom como às 1ocalizaçÕes<br />
das fontes d3 riquezas (como no caso <strong>de</strong> miné<strong>rio</strong>s, florestas pg<br />
ra exploração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, stc. ) a aos principais centros ds<br />
distribuigão e consumo. Dcsta forma,torna-se necessária a rea-<br />
zação <strong>de</strong> levantamentos sÓcio-cconÔmicos nos ostudos <strong>de</strong> implants<br />
ção <strong>de</strong> sistemas do navegação, bem como uma análise dos tipos <strong>de</strong><br />
cargas a serem transportadas 9 dos tipos <strong>de</strong> embarcações qui<br />
irão conduzir estas cargas através da via nawgável,<br />
111.4.2) Tipos do Carqas<br />
As cargas a s~ri,m transportadas po<strong>de</strong>m szr<br />
divididas om duas catagorias principais: cargas a granel (sóli<br />
do e liquido) e cargas gerais (incluindo containers, pall~ts,<br />
etc.).<br />
As cargas a gran-1 têm a vantagem <strong>de</strong> uni<br />
formida<strong>de</strong> e são normalmente movimontadas em gran<strong>de</strong>s qua nt ida<br />
<strong>de</strong>s, justificando o uso do manuseio mecanizado <strong>de</strong> cargas (cor<br />
-<br />
-
eias transportadoras, tubulaçÕes, etc. ) . O s produtos mais c2<br />
muns no mercado <strong>de</strong> granel liquido são os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />
(óleo, gasBs, etc.). 36 o granel sólido consiste um uma variedg<br />
<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> m~rcadorias como o carvão, o min8<strong>rio</strong> <strong>de</strong> ferro, pro<br />
dutos agrícolas (milho, trigo, etc.) e os proveniantes da explg<br />
ração <strong>de</strong> florestas, e outras mut6ria~-~rimas.<br />
As cargas gerais são caracterizadas por<br />
produtos empacotados e unida<strong>de</strong>s separ~das <strong>de</strong> vá<strong>rio</strong>s tamanhos e<br />
formas; no entanto, <strong>de</strong>vido 5 tandência da unificação ds carga,<br />
foram introduzidas as unidados em pallets e os contai,n-.rs, que<br />
solucionaram os problemas <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> e empacota<br />
mento antes existsntss. A unida<strong>de</strong> do pallet 6 essencialm3nte um<br />
U<br />
pequeno astrado rotangular; as suas dimensões não estao ainda<br />
padronizadas, mas utiliza-se bastante os pallets <strong>de</strong> 1.2 x 1.Om;<br />
o seu peso 6 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 tonelada. O sistema <strong>de</strong> containers<br />
C1<br />
fundamentalmente eliminou das operaçoes <strong>de</strong> carga os problemas<br />
<strong>de</strong> empacotamento E <strong>de</strong> falta do uniformida<strong>de</strong>; ele tambkm reduz<br />
o tempo <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga e promovi uma maior proteção<br />
das mesmas; as dimensões mais usadas <strong>de</strong> containars são:<br />
Um outro tipo <strong>de</strong> carga a ser consi<strong>de</strong>rada<br />
são as cargas perigosas, cu jas quantida<strong>de</strong>s transportadas têm au<br />
msntado enormoments ao longo dos Últimos 10 a 15 anos; adicig<br />
nando a isto, a consci$ncia com relação a um transporte seguro<br />
para estes produtos tem sido cada vsz mais relevante, visando<br />
evitar possivcis aci<strong>de</strong>ntes í! impactos ambientais nsgativos, o<br />
que causa prejuízos ao meio-ambiente, a pessoas e a astruturas.<br />
As cargas perigosas podm ss caracterizar palos explosivos; 9%<br />
s3s sobre liquidas e materiais inf1arn~v~is;subst~ncias<br />
oxidantes, venenosas e infecciosas; substâncias o dojetos nu<br />
cleares; materiais corrosivos; etc.<br />
111.4.3) Tipos <strong>de</strong> ~mbarca~Ões<br />
-<br />
-
ção <strong>de</strong> navios tem sido intonso ao longo das Últimas décadas e,<br />
por isto mesmo, a análisc dos tipos <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sem -<br />
penhar função <strong>de</strong> rslevância no dimensionamento <strong>de</strong> canais da n2<br />
vegação (embarcaçoss da projeto, etc .), bem como no planejamen -<br />
to e <strong>de</strong>senvolvimento portuá<strong>rio</strong>s (tipos <strong>de</strong> terminais, sistemas<br />
<strong>de</strong> movimmtação <strong>de</strong> cargas, etc.). Devido à gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>los e formas <strong>de</strong> embarcações, procuraremos abordar <strong>de</strong> manei<br />
ra geral alguns tipos <strong>de</strong> navios que são utilizados para o trans<br />
porte <strong>de</strong> cargas rm estuá<strong>rio</strong>s dando ênfass aos navios marítimos,<br />
que possuem normalments maior porte,e cuja escolha vai dspun<strong>de</strong>r<br />
do tipo <strong>de</strong> carga (passageiros, qualida<strong>de</strong> das mercadorias,etc.),<br />
da <strong>de</strong>manda, e do <strong>de</strong>senvolvimcnto das regiões a serem beneficia<br />
das polos sistemas ds navegação,<br />
As embarcações <strong>de</strong> contain5rs estão sendo<br />
cada vez mais empregadas nos dias <strong>de</strong> hoje <strong>de</strong>vido principalmente<br />
ao gran<strong>de</strong> aumento na movimenta& <strong>de</strong> cargas garais, Os navios<br />
d- containars estão também paulatinamente substituindo os n2<br />
vios <strong>de</strong> carga geral convencionzis (cargueiros), <strong>de</strong>vido a sua ca<br />
-<br />
pacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga mais rápida; no sntanto, o tranz<br />
porte d8 containers, por ser um sistema <strong>de</strong> custos elevados <strong>de</strong><br />
capital, <strong>de</strong>ve ser utilizado <strong>de</strong> forma intensiva para se tornar<br />
econômico; os fatores limitantes do tamanho das embarcações <strong>de</strong><br />
containers são a orientação e tamanho do porto, os tipos dz sis<br />
tema <strong>de</strong> m~vimenta~ão e distribuição <strong>de</strong> cargas, e a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />
transporte existente, A Figura (18) examplifica <strong>de</strong> forma ssqug<br />
mática o <strong>de</strong>senho ds um navio dc containers.<br />
Existem duas formas <strong>de</strong> utilização do<br />
transporte <strong>de</strong> containers, correspon<strong>de</strong>ntss aos sistema sl'port-to-<br />
-por t" e o sistema "door-to-doorl'. O sistema llport-to-portl' pos<br />
sui um processo mais intenso <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> arma<br />
zenagem. J; o sistema "door-to-doar" não tem necessida<strong>de</strong> da uti<br />
lização <strong>de</strong> armazéns ou trabalhos portuá<strong>rio</strong>s, possuindo um pro<br />
cesso <strong>de</strong> movimentação e distrib~i~ão <strong>de</strong> cargas d~ forma tal que<br />
a mercadoria 5 <strong>de</strong>scarregada e levada diretamente ao seu <strong>de</strong>sti-<br />
no final, A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização do sistema "por t-to -<br />
-portl' ou "door-to-door" está na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
um sistema em relação ao outro, <strong>de</strong> acordo com cada caso a se<br />
consi<strong>de</strong>rar,<br />
-<br />
-
c - HHRE ~<br />
CONTA/NERS<br />
;k<br />
SEÇÃO A-A<br />
Figura (18) - ~xsmplo <strong>de</strong> um navicj <strong>de</strong> containerç.
As embarcações <strong>de</strong> pallets têm certas van -<br />
tagens com relação i <strong>de</strong> containers em <strong>de</strong>terminadas condições,<br />
principalmente em rotas em que os volumes <strong>de</strong> comércio são compa<br />
etc.). O s tanques são os tipos <strong>de</strong> navios responsáveis p e 10<br />
transporte <strong>de</strong> grangis liquidoç que correspon<strong>de</strong>m ao ?etrÓleo e<br />
seus <strong>de</strong>rivados. Os navios tipo OBO são também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> calado,<br />
como os tanques, e a sua adaptabilida<strong>de</strong> é usada principalmente<br />
para se tirar vantagens em taxas <strong>de</strong> frete com a embarcação nave<br />
gando como um tanque ou como um mineraleiro, <strong>de</strong> acordo com O<br />
que ofereça melhores lucros.<br />
Um outro tipo <strong>de</strong> embarcação, cuja utili<br />
LI<br />
zação 6 usual principalmente em vias navegáveis inte<strong>rio</strong>res, sao<br />
as chatas ou barcaças, que não têm propulsão e, <strong>de</strong>sta<br />
forma, são controladas por uma outra embarcação (um empurrador<br />
ou um rebocador) e normalmente não possuem equipamentos <strong>de</strong> car<br />
ga e <strong>de</strong>scarga a bordo. O projeto <strong>de</strong>ssas embarcaFÕes <strong>de</strong>ve corres<br />
pon<strong>de</strong>r sempre a um compromisso entre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada e o<br />
limite <strong>de</strong> calado; além disso, no caso das vias fluviais,~ número<br />
<strong>de</strong> chatas transportadas pelo empurrador e o tempo <strong>de</strong> trânsito<br />
vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do alinhamento e largura do canal <strong>de</strong> navega Ç ~ O ,<br />
bem como da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente. De acordo com AMERICAN WA<br />
TERWAYS OPERATORS INC. ( 3 ), o serviço <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> chatas<br />
6 consi<strong>de</strong>rado como seguro e confiável, sendo também o <strong>de</strong> mais<br />
baixo custo para os produtos aos quais ele se adapta.<br />
111.5) DESENVOLVIMENTO PORTUARIO<br />
111.5.1) Aspectos Gerais<br />
Um porto é qualquer lugar on<strong>de</strong> seja pos<br />
sivel realizar-se o trmsporte <strong>de</strong> mercodorias ou pa ssageiros entre<br />
o tráfego terrestre EI o aquático. Ele possui normalmente as fuc<br />
çÕes <strong>de</strong> promover a transferência, inspeção, armazenamento, mu<br />
dança <strong>de</strong> forma e controle <strong>de</strong> vá<strong>rio</strong>s tipos <strong>de</strong> cargas com eficiên<br />
cia e a baixo custo, representando um elemento <strong>de</strong> primordial i m<br />
portância para os sistemas <strong>de</strong> navegação e <strong>de</strong> progresso e <strong>de</strong>se2<br />
volvimento das comunida<strong>de</strong>s humana S. Dusta forma, para atingir<br />
estes objetivos, ele <strong>de</strong>ve possuir toda uma infra-~strutura <strong>de</strong><br />
apoio, como,por exemplo, um planejamento eficiente, obras <strong>de</strong> prg<br />
teção e <strong>de</strong> acostagem, sistemas <strong>de</strong> mwimentaç& <strong>de</strong> cargas a<strong>de</strong>quados,<br />
bons acessos terrestres, terminais, áreas previstas para expac<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
,<br />
sao portuária, atc.<br />
É posslvcl classificar um porto <strong>de</strong> dife -<br />
rentes maneiras, o que po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> acordo, por exemplo,<br />
com a sua localização u função; a primeira distingue os portos<br />
como maritimos, fluviais, estuarinos, em canais ou lacustres. A<br />
classificaç~o segundo a função i<strong>de</strong>ntifica <strong>de</strong> uma forma se os<br />
portos t3m infra-estrutura para navegação inte<strong>rio</strong>r ou para nave<br />
gação oceânica; uma outra diferenciação po<strong>de</strong> ser feita em fun<br />
-<br />
ção dos tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s portuárias propriamente ditas,como,<br />
por exemp10,entre os portos <strong>de</strong> carga geral, portos <strong>de</strong> granéis<br />
líquidos, portos navais, portos industriais, portos pesqueiros,<br />
portos para barcas (furryboats), portos para iates, e outros,<br />
Com relação ao projeto <strong>de</strong> um porto, <strong>de</strong> -<br />
ve-se analisar a influência <strong>de</strong> fatores ambientais (ventos, c02<br />
rentes, ondas, sedimentos, etc.) nas estruturas portuárias, e~<br />
barcações e canal <strong>de</strong> aproximação, bem como realizar-se o pro jz<br />
to hidráulico e estrutural das obras civis a serem implantadas,<br />
outros fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância são os custos <strong>de</strong> construção<br />
e manutenção dr um porto; os elementos que caracterizam estes<br />
custos po<strong>de</strong>m ser, por exemplo, a construção e manutenção das<br />
Ir<br />
obras <strong>de</strong> abrigo, a dragagem inicial nnc3ssaria e as dragagens<br />
subsequentes ds manutenção das profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto. Desta<br />
forma,a implantaç& global <strong>de</strong> um porto <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar uma ss<br />
ris <strong>de</strong> fatores; a importância dr cada um <strong>de</strong>les vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r fuc<br />
damentalmente das condições locais e do tipo d2 porto a ser<br />
construido; por exsmplo, a implantação, projeto e funcionamento<br />
<strong>de</strong> um porto fluvial 6 normalmente muito mais simples do que pa-<br />
ra um porto estuarino ou marítimo <strong>de</strong>vido a sua menor complcxidg<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores intriirvenientes; 6, portanto, essencial obtsr-se o<br />
conhecimento <strong>de</strong>ssas condicionantes, o qu3 po<strong>de</strong> ser feito atra<br />
vés <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> campo a<strong>de</strong>quados, analisando-sa também<br />
a influência <strong>de</strong>sscs fatores naturais no porto, e a realização<br />
dr possf veis estudos em mo<strong>de</strong>los reduzidos, <strong>de</strong>vido ?i complexida<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação dos fenom~nos ambientais nas obras civis v hidrái<br />
licas (solapamento na fundação <strong>de</strong> estruturas, <strong>de</strong>terminaç~o da<br />
areas <strong>de</strong> doposição sedim~ntológica, ação das ondas, etc.), <strong>de</strong><br />
forma a se chegar a um estudo final <strong>de</strong> implantação portugria<br />
-
em <strong>de</strong>finido.<br />
111.5.2) Principais Obras ~ortuárias<br />
0s portos para <strong>de</strong>sempanharem o seu objg<br />
tivo d.; atuar como um elo sntre o transporte aquático e o ter<br />
restre, <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> toda uma infra-estrutura quz garanta<br />
uma boa operacionalida<strong>de</strong> portuáriai para isto, é necessá<strong>rio</strong> que<br />
existam <strong>de</strong>terminadas estruturas no porto qu6 permitam a atraca<br />
ção segura das embarcações e o abrigo do recinto portuá<strong>rio</strong>,<br />
A s estruturas portuárias podm incluir<br />
obras <strong>de</strong> proteção (como molhes, diques e quebra-mares), obras<br />
<strong>de</strong> atracação (cais), dolfins e estruturas <strong>de</strong> amarração? drfen<br />
sas, instalações especiais como bzrço s para containers e roll-<br />
on/roll-off, e diferentes tipos ds terminais,<br />
O objetivo essencial du uma estrutura <strong>de</strong><br />
abrigo portuá<strong>rio</strong> 6 a protsção das entradas, áreas <strong>de</strong> manobra e<br />
das estruturas <strong>de</strong>ntro do porto contra a ação <strong>de</strong> ondas do mar;<br />
isto po<strong>de</strong> ser conseguido através da restrição das possibilida<br />
-<br />
dos <strong>de</strong> penetração da energia das ondas (<strong>de</strong>vido a atuação direta<br />
<strong>de</strong> molhes e da geometria a<strong>de</strong>quada das bacias pos<br />
tuárias, <strong>de</strong> dispositivos especiais como quebra-mares pneumáti<br />
cos, etc., porém as obras d3 proteção po<strong>de</strong>m também ter outras<br />
funções, como, por exemplo, guiar correntes, interromper ou di<br />
recionar o movimento <strong>de</strong> sedimentos, e limitar o canal <strong>de</strong> acesso<br />
do porto ou as áreas <strong>de</strong> manobra das embarcações, Sobre as estru<br />
turas dc proteção, elas são obras construídas mais usualmente<br />
através <strong>de</strong> enrocamento; quanto aos quebra-mares, eles têm o o&<br />
jetivo <strong>de</strong> garantir águas calmas na área e, consequec<br />
temsntr?, promovzr<br />
CiI Cr<br />
para uma amarraçao, operaçao e movhe~<br />
taç& <strong>de</strong> cargas seguros das embarcaÇÕr?s, e proteção <strong>de</strong> outras<br />
instalações portuárias; existem 4 tipos principais <strong>de</strong> quebra-ma -<br />
res, conforme é mostrado na Figura (19), cuja ~scolha vai "2<br />
riar <strong>de</strong> um lugar para outro <strong>de</strong> acordo com os materiais existen<br />
tes na região, com os diferentes climas ds onda e outras cond&<br />
çÕss locais. As obras <strong>de</strong> abrigo (ou externas) correspon<strong>de</strong>ntes<br />
aos molhes, diques u quebra-mar~s possuam uma forma estrutural<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
similar; a diferença entre eles 6 que os molhes têm uma extremi<br />
da<strong>de</strong> em turra, os diques são caracterizados por duas extrmida<br />
-<br />
<strong>de</strong>s em terra, e os quebra-mares não possuem extremida<strong>de</strong>s em tq<br />
ra,<br />
0s cais são estruturas portuárias utili -<br />
zadas para a arnarração <strong>de</strong> embarcaçÕes durante o processo do car<br />
regamento ou <strong>de</strong>scarregamanto <strong>de</strong> cargas ou passageiros; eles di<br />
vem possuir toda um infra-astrutura <strong>de</strong> suporte um suas proximi<br />
c.<br />
da<strong>de</strong>s, tais como áreas <strong>de</strong> armazenagem e estocagern, conexao com<br />
rodovias e ferrovias, etc., 0s principais tipos <strong>de</strong> estruturas<br />
<strong>de</strong> atracação são cais dr par-dcs verticais (estruturas <strong>de</strong> gravi<br />
dada - blocos e coixÕes <strong>de</strong> concreto - e pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estacas-prap<br />
cha), os piers abertos, e os cais com plataformas <strong>de</strong> alfvio,<br />
conforme 6 mostrado nas Figuras (20) e (21),<br />
WEBRA -MAR DE ENROCAMENTO WEBRA - MAR DE ~RAMENTD VERTICAL<br />
QUEBRA- MAR COMBINADO WEBRA-MAR FLUTUANTE<br />
Figura (19) - Tipos usuais <strong>de</strong> quebra-mares.
PLACA DE<br />
ANCORAGEM<br />
SISTEMA DE PILARES<br />
\ ESTACAS-PRANCHAS<br />
Figura (20) - Tipos <strong>de</strong> cais <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s verticais.<br />
CAIS DE ESTRUTURAS<br />
DE GRAVIDADE<br />
CAIS COM PAREDES<br />
DE ESTACAS-PRANCHA
LAJE DO CAIS<br />
I<br />
PIE RS<br />
FRENTE DO CAIS<br />
r<br />
CORTINA FRONTAL<br />
ESTACAS - PRANCHAS<br />
Figura (21) - Piers abertos e cais com plataformas <strong>de</strong><br />
alivio.<br />
ABERTOS<br />
CAIS COM<br />
PLATAFORMAS<br />
DE ALIVIO
No projeto <strong>de</strong> um cais, uma série <strong>de</strong> Pato<br />
res irão influir na escolha do tipo e forma da estrutura final<br />
a ser adotada, tais comos as condições do solo, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
trabalho sub-aquát ico, condições <strong>de</strong> onda (no per;odo <strong>de</strong> constru<br />
-<br />
r$o do cais e durante a sua operação), disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rns<br />
terial, restrições no tempo <strong>de</strong> construção, possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
expansões futuras, vida Ú t i l estimada da obra, custos, métodos<br />
<strong>de</strong> manuseia <strong>de</strong> carga, e outros.<br />
O s dolfins &o outros tipos <strong>de</strong> estruts<br />
ras que são utilizadas normalmente para fixar a amarração no<br />
porto, promover facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atracação entre embarcaçÕas e baf<br />
caças num processo direito <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga, sconomia em rela<br />
ção a pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cais longas e continuas, proteçgo do navio e<br />
da estrutura e com fins <strong>de</strong> sinalização para a nagago,<br />
Trabalhando como estruturas <strong>de</strong> acostagem, eles po<strong>de</strong>m ser<br />
classificados como dolf ins <strong>de</strong> amarração e principais; os primei -<br />
ros têm a função <strong>de</strong> absorver as forças horizontais provenientes<br />
da amarração da embarcação; já os dolfins principais são projg<br />
tados para absorver a energia <strong>de</strong> impacto entre o navio e a e2<br />
trutura portuária, conforme é moatrado na Figura (22).<br />
w LINHAS SPRING<br />
Figura (22) - Tipos <strong>de</strong> dolfins e sistemas <strong>de</strong> amarração,
O s sistemas <strong>de</strong> amarração são dispositi -<br />
vos utilizados quando os navios são atracadas; eles possuem as<br />
funções principais <strong>de</strong> pren<strong>de</strong>r as embarcações durante a atracg<br />
ção e <strong>de</strong> mantê-las em posiçgo segura para a realização a<strong>de</strong>quada<br />
das operações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga. A Figura (22) mostra uma diz<br />
posição tipica dos sistemas <strong>de</strong> amarração e <strong>de</strong>fine a termino12<br />
gia usada,Com relação ao tipo <strong>de</strong> material utilizado como linhas<br />
<strong>de</strong> amarração, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os cabos <strong>de</strong> aço, cordas <strong>de</strong> f&<br />
bras naturais e cordas <strong>de</strong> fibras sintéticas (como o nylon, f - i<br />
bras a base <strong>de</strong> polipropileno, etc,); a diferença operacional da<br />
utilização <strong>de</strong> um outro tipo <strong>de</strong> material vai incorrer no grau <strong>de</strong><br />
elasticida<strong>de</strong> dos cabos <strong>de</strong> amarração, que variará também <strong>de</strong> ator<br />
do com o comprimento das amarras e do seu diâmetro.<br />
Os sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas são também dispg<br />
sitivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para uma operação portuária ad=<br />
quada, tendo a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar estragos às embarcações e<br />
aos cais durante o processo <strong>de</strong> atracação e amarração, através<br />
do controle dos movimentos do navio e a redução ou elfminagão<br />
do impacto proveniente do contato entre a embarcação e o cais,<br />
De uma forma geral, os sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas s& os principais<br />
responsáveis pela absorção dos esforços na direção perpendics<br />
lar 5s pare<strong>de</strong>s do cais, enquanto que os sistemas <strong>de</strong> amarração t6m<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver a maior parte das forças atuantes par2<br />
lslamente ao cais. A classificação dos diferentes sistemas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fensas 6 uma função do material utilizado ou <strong>de</strong> acordo com os<br />
seus princ$pios <strong>de</strong> operação, po<strong>de</strong>ndo-se distinguir, além <strong>de</strong> 02<br />
tros, os tipos <strong>de</strong> borracha (pneumáticos, <strong>de</strong>fensas tipo Raykin,<br />
etc.), <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, f lexiveis (utilizando molas), <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong><br />
(cujo princfpio consiste em transformar a energia <strong>de</strong> impacto da<br />
embarcação em trabalho <strong>de</strong> elevação do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
peso) e os flutuantes (usados geralmente para manter os navio8<br />
afastados do cais ou para separar embaacações que estão prómas<br />
umas das outras). Os materiais que compõem os sistemas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fensas <strong>de</strong>vem possuir gran<strong>de</strong> resistência e-durabilida<strong>de</strong>, e pa<br />
ra realizar-9e o dinensionamento <strong>de</strong>stas estruturas portuárias<br />
<strong>de</strong>ve-se analisar as caracterkticas da embarcação <strong>de</strong> projeto, a<br />
sua velocida<strong>de</strong> a direção <strong>de</strong> aproximação, ventos, condições espg<br />
radas <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> maré, caracteristicas <strong>de</strong> absorqã~ <strong>de</strong> energia
n rigi<strong>de</strong>z da rs: .dlc;a <strong>de</strong> acosLiem, e estudos <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> custos.<br />
Os terminais representam também um outro<br />
tipo <strong>de</strong> obra portuária <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância ; eles correspon<strong>de</strong>m<br />
a áreas especializadas <strong>de</strong> um porto onds são previstos pontos pa<br />
ra <strong>de</strong>scarregamento e recebimento <strong>de</strong> cargas provenientes <strong>de</strong> fez<br />
rovias, rodovias, dutos, e embarcações provenientes <strong>de</strong> vias ng<br />
vegáveis inte<strong>rio</strong>res e oceânicas. No projeto <strong>de</strong> um terminal dg<br />
ve-se consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>ter minados elementos como, por exemplo, O ti<br />
po <strong>de</strong> mo~imenta~ão<strong>de</strong> carga, o nÚnero e dimensões <strong>de</strong> berços <strong>de</strong> ato<br />
cação necess&ios, as áreas <strong>de</strong> armazenamento e estocagem, as<br />
áreas <strong>de</strong> trânsito, etc,, Com rela60 à sua classificação, O s<br />
terminais se diferenciam normalmente <strong>de</strong> acordo com os tipos <strong>de</strong><br />
carga que eles recebem e, <strong>de</strong>sta forma, se caracterizam c0 mo<br />
terminais <strong>de</strong> cargas gerais convencionais, <strong>de</strong> containers, <strong>de</strong> cagasa<br />
grane1,<strong>de</strong> passageiros,<strong>de</strong> pesca, militares, e outros; os fe -<br />
torce que irão <strong>de</strong>finir o tipo <strong>de</strong> terminal a ser implantado e o<br />
seu lay-out são as caracterhticas e o nÚmero <strong>de</strong> escoadouros da<br />
carga a ser movimntada, os tipos da embarcações, os equipamentos<br />
a serem utilizados e a eficiência do sistema <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong><br />
cargas, etc.<br />
11~5.3) Sistemas <strong>de</strong> ~ovimgntação <strong>de</strong> Carqas<br />
O sistema <strong>de</strong> movimentaç~o (manuseio) <strong>de</strong><br />
cargas correspon<strong>de</strong> a um dos elementos mais importantes <strong>de</strong> uma<br />
operação portuária. De uma forma geral, a navegaião e o ma ng<br />
seio <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong> uma embarcação vão sofrer influência <strong>de</strong> uma<br />
série <strong>de</strong> parâmetros, como os tipos <strong>de</strong> cargas transportadas; as<br />
caracter~sticas flsicas e operacionais do navio, bem como os<br />
equipamentos que ele possui a bordo; o padrão, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e c02<br />
posição <strong>de</strong> tráfego; a área ;til <strong>de</strong> água disponlvel, limitada pe<br />
la morfologia da costa, batimetria <strong>de</strong> fundo, Lay-owt das vias<br />
navegáveis, canais <strong>de</strong> acesso, etc. ; as condições ambientais(v-<br />
tos, ondaa, marés, correntes, etc.); OS tipos <strong>de</strong> dispasitivos<br />
<strong>de</strong> balizamento e sinalização, bem como as <strong>de</strong>mais atuações <strong>de</strong><br />
apoio à navegação; fatores humanos; e outros. Com relação à im<br />
portância dos portos nos sistemas <strong>de</strong> transporte, eles po<strong>de</strong>m ter<br />
funções secundárias e auxiliares; as funções ~rimi<br />
-<br />
-<br />
-
ias <strong>de</strong> um porto correspcn<strong>de</strong>m transferência dirrta <strong>de</strong> cargas<br />
(e/ou passageiros) entre as embarcações B o porto; as secundá<br />
rias representam o armazenamento <strong>de</strong> carga e o seu processo <strong>de</strong><br />
preparação para o mercado consumidor, e serviços <strong>de</strong> documenta<br />
ção e controle <strong>de</strong> carga; e as auxiliares são formadas por 0%<br />
tros tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s como serviços <strong>de</strong> operação, manutenção<br />
e reparo da embarcação, ser viços <strong>de</strong> tráfego terrestre,^ outras.<br />
C processo ds movimsntação <strong>de</strong> cargas r2<br />
presenta fator <strong>de</strong> relevância numa operação especial -<br />
mente no que se refere 5 transferência dr cargas; o tipo <strong>de</strong> siç I<br />
tema du manuseio (sistemas ~011-on/~~oll-off e Lift-un/Lift-off,<br />
operações com pallets e containers, manuseio <strong>de</strong> granéis, etc.)<br />
vai variar principalmente <strong>de</strong> acordo com as caracter~çticas das<br />
embarcações e das cargos transportadas.<br />
Com relação às cargas gerais, elas po<strong>de</strong>m<br />
ser movimentadas <strong>de</strong> várias maneiras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> caf<br />
ga e do seu Grau <strong>de</strong> unificação. De una forma geral, os equipa<br />
mentos utilizados na sequência <strong>de</strong> operação portuária para os<br />
processos <strong>de</strong> carregamento ' e <strong>de</strong>scarregamento convencionais da em<br />
barcação (para a movimentação do dif erentes cargas não unifica<br />
das, containers, cargas pr6-lingadas,etc.) são os guindastes<br />
máveis ou em pórticos e/ou paus <strong>de</strong> carga (utilizando o sistema<br />
~ift-on/~ift-off); entre o cais e a estocagem dos produtos são<br />
as empilha<strong>de</strong>iras ou a utilização <strong>de</strong> tratores e carretas; e na<br />
fase <strong>de</strong> empilhamento na área <strong>de</strong> estocagem usam-se as empilha<strong>de</strong>i<br />
ras ou guindastes móveis <strong>de</strong> pátio. quanto aos métodos <strong>de</strong> manu<br />
seio, po<strong>de</strong> ser utilizado o sistema ~ it-on/~if f t-off (LO/LO), que<br />
é caracterizado normalmente por um processo <strong>de</strong> carregamento e<br />
<strong>de</strong>scarregamento do navio utilizando guindastes; já o sistema bll-<br />
-on/~oll-off(~o/~o) possui uma maior flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação,<br />
com cargas e <strong>de</strong>scargas rápidas, mas tem a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> maior<br />
perda <strong>de</strong> área sendo mais eficiente em viagens menores. Relativa<br />
mente aos processos <strong>de</strong> unificação <strong>de</strong> carga, as operações em pa&<br />
lets são mais a<strong>de</strong>quadas para menores navios e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga,<br />
em comparação com o sistema <strong>de</strong> containers; esta diferença em ta<br />
manho s peso entre os sistemas <strong>de</strong> pallets e containers também<br />
vai impor a utilizaç& <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> manuseio distintos entro<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
eles, tanto na embarcapão quanto no cais e nas áreas <strong>de</strong> armazena -<br />
gemo Um vantagem associada ao sistema <strong>de</strong> pallets é que ele não<br />
necessita <strong>de</strong> equipamentos tão caros quanto o <strong>de</strong> containers, reg<br />
lizando a movimentação <strong>de</strong> cargas basicamente através <strong>de</strong> ernpilhz<br />
<strong>de</strong>iras, que são equipamentos relativamente mais baratos. 3á os<br />
sistemas <strong>de</strong> mowimentaç~o <strong>de</strong> containers po<strong>de</strong>m utilizar carretas<br />
com tratores, que necessitam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> investimento em carretas,<br />
estocagem sem empilhamento e, portanto, maiores áreas <strong>de</strong> estocg<br />
gem; pórticos móveis ("~traddle-~arrier'), que realizam estocg<br />
gem em dois ou três niveis, mas requerem manutenção elevada( a-<br />
proximadamente 30% do tempo); fixos, que empilham até<br />
5 niveis; e sistemas mistos,<br />
0 processo <strong>de</strong> mvimentação <strong>de</strong> carga para os<br />
granéis vai variar em função <strong>de</strong> eles serem líquidos ou sólidos.<br />
Os granéis lfquidos são movimentados normalmente por mangueiras<br />
e tubulaçÕes, tendo-se <strong>de</strong> ajustar as dimensões e capacida<strong>de</strong> das<br />
bambas <strong>de</strong> acordo com a taxa <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga requerida;<br />
os tipos mais usuais <strong>de</strong> carga a serem manuseadas correspon<strong>de</strong>m ao<br />
petróleo e seus <strong>de</strong>rivados, po<strong>de</strong>ndo-se também movimenta r solvez<br />
tes, Óleos vegetais, diferentes tipos <strong>de</strong> ácidos (cargas perigo<br />
ças), sucos <strong>de</strong> frutas, leite, vinho, asfalto, e outras, 3; para<br />
os granéis sólidos há uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> movim-<br />
tação <strong>de</strong> cargas; os granéis sólidos são geralmente carregados<br />
através <strong>de</strong> instalações localizadas em terra, com <strong>de</strong>scarre~amep<br />
to realizado tanto por terra quanto através <strong>de</strong> equipamentos c2<br />
locados na embarcação; os tipos <strong>de</strong> equipamentos mais c2<br />
muns aplicados na movimentação <strong>de</strong> granéis sólidos são os tipos<br />
mecânicos, com a utilização <strong>de</strong> correias transportadoras, guip<br />
dastes <strong>de</strong> caçambas <strong>de</strong> mandibulas ("clamshell"), guindastes com<br />
roda <strong>de</strong> caçambas ("bucket wheel"), e outros. A Figura (23) mos<br />
tra <strong>de</strong> forma esquemática um <strong>de</strong>scarregador contho (tipo roda <strong>de</strong><br />
caçambas) <strong>de</strong> granéis sÓlidos.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento crescente <strong>de</strong> tecnolo<br />
-<br />
gia e a experiência que vem sendo adquirida pelo homem em a$<br />
lises e aplicações <strong>de</strong> bombeamentos (pneumáticos e <strong>de</strong> sucção) <strong>de</strong><br />
materiais sólidos a<strong>de</strong>quadamente preparados, têm também tornado<br />
possível a realização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> s4
Figura (23) - Exemplo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scarregador conthuo<br />
<strong>de</strong> sólidos (o'BYRNE(~~)).
lidos, que são colocados sob forma liquida; <strong>de</strong>sta manekg por es<br />
tes métod~s,~o<strong>de</strong>-se utilizar sistemas em que os sólidos &o mie<br />
turados com água formando uma pasta liquida a<strong>de</strong>quada para o ~ORJ<br />
beamentri ('+ slurry systemsn) e diferentes tipos <strong>de</strong> sistemas<br />
usando equipamentos pneumáticos. As vantagens dos sistemas <strong>de</strong><br />
movimentaç~o <strong>de</strong> cargas a granel incluem a utilização <strong>de</strong> menor<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, não necessitam <strong>de</strong> smpacotamento, têm<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> carga em distâz<br />
cias longas, ete.; as suas <strong>de</strong>svantagens principais se referem<br />
5s varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga serem mais limitadas, requerem gran<strong>de</strong>s<br />
instalações <strong>de</strong> arrnazenamento dos produtos, muitas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
granéis são dificeis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scarregadas, e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma limpeza ampla dos equipamentos <strong>de</strong>vido à sua utilização por<br />
cada tipo diferente <strong>de</strong> carga.<br />
111.6) PRINCIPAIS OBRAS E ATIVIDADES DE ENGENHARIA UTILIZADAS<br />
NA IMPLANTRÇRO DE EIXOS DE NAVECAÇAO EM ESNARIOS<br />
~onsi<strong>de</strong>ra~õe s Gerais<br />
A implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegaçao em<br />
uma via natural qualquer vai sempre exigir a realizaçâo <strong>de</strong> atua<br />
-<br />
$Ões <strong>de</strong> engenharia visando promover um tráfego seguro e a obte~<br />
$0 <strong>de</strong> um canal principal que utilize ao máximo as dispanibili<br />
-<br />
dadas em água na natureza. O aproveitamento <strong>de</strong> vias naturais pg<br />
ra fins <strong>de</strong> navegação vai, em gran<strong>de</strong> parte das vezes, necessitar<br />
<strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento que eliminem urna série <strong>de</strong> obst~eulos<br />
C<br />
à navegaçaa, como a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>smoronamento<br />
<strong>de</strong> margens (aumentando o transporte sólido e ocasionando, até<br />
mesmo, variações <strong>de</strong> leito), e outros.<br />
Com relação aos estu6<strong>rio</strong>s, conforme já<br />
foi abordado no ~apltulo I1 do presente trabalho,eles &o noL<br />
malmente regiões que pQSSUem uma movimentação <strong>de</strong> sedimentos i2<br />
tensa, com a caracterização <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição dinâwicas(bai -<br />
xios e barras), possuindo também a influência <strong>de</strong> marés, ondas,<br />
ventos e outras. Desta forma, os principias gerais <strong>de</strong> obras <strong>de</strong><br />
melhoramento para a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegação em estui<br />
<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>verão enfoar atuaçõss <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e manutenção do canal principal,<br />
-
constitu~do por sua largura e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto, fazendo-<br />
-se com que os seus custos iniciais e <strong>de</strong> manutenção sejam os mg<br />
nores possivsis (relação beneficio x custo). No entanto,as atug<br />
ções <strong>de</strong> engenharia a serem realizadas <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a fragi<br />
lida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> do ecossistema estuarino, e, por isto meç<br />
mo, as obras da melhoramento <strong>de</strong>vem ser projetadas para se ajus<br />
tarem ao máximo às condições locais impostas pela natureza (por<br />
exemplo, <strong>de</strong>ve-sn procurar concentrar o escoamento no canal pric<br />
cipal natural; tentar se alterar ao minimo as vazões &lidas e<br />
liquidas, visando evitar problemas <strong>de</strong> erosão <strong>de</strong> calha, divaga<br />
ção <strong>de</strong> leito, penatração maior do prisma <strong>de</strong> maré, etc.; modifi<br />
car ao minimo a estabilida<strong>de</strong> do escoamento d'água; etc.). As<br />
principais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> engenharia relacionadas a regiões es<br />
tuarinas correspon<strong>de</strong>m a trabalhos <strong>de</strong> dragagem revendo-se a<br />
construção <strong>de</strong> alçapões sedimentol~gicos, doterminação das áreas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spsjos, etc. ), pro jato <strong>de</strong> estruturas hidráulicas objetiva2<br />
do direcionar o escoamento, obras <strong>de</strong> proteção do estuá<strong>rio</strong> COE<br />
tra as ações do mar (molhes e quebra-mares), obras <strong>de</strong> proteção<br />
<strong>de</strong> calha e <strong>de</strong> margem (diques, espigÕes e revestimentos), e dis<br />
positivos <strong>de</strong> apoio à navegação (como a sinalização e o baliza<br />
mento) .<br />
111.6.2) Draqaqem<br />
A dragagem representa uma prática usual<br />
e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a impiantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navega<br />
ção em regiões nstuarinas. Ela corrsspon<strong>de</strong> basicamente 5 remo<br />
ção do material <strong>de</strong> fundo, o que é faito através dos diferent~s<br />
tipos <strong>de</strong> dragas, permit indo a obtenção das profundida<strong>de</strong>s neceç<br />
sárias para o tráfego seguro das embarcações na via navegável.<br />
Conforme já foi mencionado no capitulo 11, os estuá<strong>rio</strong>s corres<br />
pon<strong>de</strong>m a regiões <strong>de</strong> intenso transporte sólido, sendo caracteri-<br />
zados por zonas sspecif icas <strong>de</strong> doposição do sedimentos (baixios<br />
e barras); sstas acumulapões sao muitas vezes intensas e dinâ-<br />
cas (variam espacialmente <strong>de</strong> ano para ano), sendo influmciadas<br />
tanto pela qualida<strong>de</strong> das águas continentais quanto pelas águas<br />
marítimas, o que dificulta a <strong>de</strong>terminação em plantâ do canal <strong>de</strong><br />
navegação <strong>de</strong> projeto. Levando-se em conta esses problemas, to2<br />
na-se necessária a construção <strong>de</strong> obras d~ melhoramento para a<br />
fixação do eixo principal da navegação (diques, espigÕes,etc. ),<br />
-
e a consequente utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> dragagem na fase ini -<br />
cial <strong>de</strong>ste empreendimento hidráulico (para obter a profundida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> projeto) bem como para a manutençgo permanente da via navegi<br />
vel. Para se <strong>de</strong>terminar com uma aproximação razoável a quantidz<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos a serem dragados, bem como as zonas pref erenci -<br />
ais <strong>de</strong> <strong>de</strong>posiçgo <strong>de</strong> material sólido, po<strong>de</strong>-se realizar estudos em<br />
mo<strong>de</strong>los reduzidos <strong>de</strong> fundo móvel, ou então utilizar as técnicas<br />
dos traçadores (radioativos, fluorescentes ou tinturas); A F i s<br />
ra (24) ilustra algumas aplical;Ões práticas sobre o uso <strong>de</strong> traça<br />
dores nas análises <strong>de</strong> dragagem visando a implantação <strong>de</strong> canais<br />
<strong>de</strong> navegação.<br />
Um gran<strong>de</strong> problema relativo 6 prática da<br />
dragagem em estuá<strong>rio</strong>s está relacionado ao processo <strong>de</strong> siltação,<br />
já explicado no ~a~itwlo SI. I46 una certa inter<strong>de</strong>pendência entre<br />
e do prisma <strong>de</strong> maré e certos fatores locais como difz<br />
rença s <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água, profundida<strong>de</strong>, largura, topografia<br />
<strong>de</strong> fundo do canal, escoamento <strong>de</strong> água doce, viscosida<strong>de</strong>, e ou -<br />
tros; <strong>de</strong>ntre estes fatores, a relação com a profundida<strong>de</strong> é a<br />
mais importante, visto que qualquer aprofundamento <strong>de</strong> um canal<br />
natural para fins <strong>de</strong> navegação em trechos infe<strong>rio</strong>res <strong>de</strong> <strong>rio</strong>s ou<br />
em cmstuá<strong>rio</strong>s vai certamente afetar a distribuição <strong>de</strong> salinidada<br />
a montante da região dragada e, <strong>de</strong>sta forma, para pequenas mudan -<br />
ças na profundida<strong>de</strong> do canal vão ocorrer gran<strong>de</strong>s variações no<br />
comprimento <strong>de</strong> intrusão salina; isto vai fazer com que o proce2<br />
so <strong>de</strong> siltação se intenstfiqwe e, para este caso, a dragagem ao<br />
invés <strong>de</strong> eliminar os baixios iria fazer com que eles aumentassem<br />
o seu processo <strong>de</strong> formação, <strong>de</strong>vida ao aumento na taxa <strong>de</strong> flocula<br />
$0, o que tornaria o problema ainda mais dificil <strong>de</strong> se resolver,<br />
elevando-se nas mesmas proporções os custos <strong>de</strong> manutenção da via<br />
navegável. Uma outra precaução a ser tomada com relação à draga<br />
gem é quanto <strong>de</strong>terminação das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo; 6 sempre acoi<br />
selhável <strong>de</strong>spejar o material dragado em terreno seco (em áreas<br />
continentais) ou em áreas pantanosas atrás <strong>de</strong> diques, para evi<br />
tar o retorno <strong>de</strong>ste material ao canal <strong>de</strong> navegação e problemas<strong>de</strong><br />
poluição das águas estuarinas. É também importante se prever a<br />
construção e a 10caliza~ã0 (o que é Peito através da tra~adores)<br />
<strong>de</strong> sedimentolÓgicos para o armazenamento do material<br />
que se <strong>de</strong>posita constantemente nas calhas dos estuá<strong>rio</strong>s, visando<br />
-
DIREÇÁO E CORRENTE<br />
/<br />
DIREÇÃO DE CORRENTE<br />
a) pela análise dos traçado res po<strong>de</strong>-se alinhar o canal <strong>de</strong> na<br />
vegação, em plan ta, na direção <strong>de</strong> corrente predominante.<br />
TRANSPORTE DE SEDIMENTOS<br />
\<br />
b) pela análise dos traçadores po<strong>de</strong>-se verificar o<br />
melhor<br />
alinhamento do canal <strong>de</strong> navegação em planta, e as princi<br />
pais zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos.<br />
CANAL DE NAVEGAÇÃO<br />
c) pela análise dos traçadores po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar as áreas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo mais a<strong>de</strong>quadas e se há rstorno <strong>de</strong> material<br />
-<br />
para o canal <strong>de</strong> navegaçao,<br />
Figura (24) - Exemplos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> traçadores na implac<br />
tação <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> navegação.
facilitar as operaçÕes <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção da via navegi<br />
vel, que seriam realizadas pontualmente e em pe<strong>rio</strong>dos pé-<strong>de</strong>ter -<br />
mina do se<br />
Apesar dos possíveis inconvenientes cau<br />
sados pelas operações <strong>de</strong> dragagem, elas são absolutamente funda<br />
mentais para a implantação <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> navegação em regiões<br />
estuarinas; <strong>de</strong>ve-se, no entanto, evitar os excessos <strong>de</strong> retirada<br />
do material <strong>de</strong> calha, bem como realizar-se uma análise cuidado<br />
sa das regiões a serem dragadas e das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> matg<br />
rial; <strong>de</strong>ve-se sempre procurar evitar ao máximo os trabalhos <strong>de</strong><br />
dragagem e utilizá-los somente quando a realização <strong>de</strong> outras<br />
obras <strong>de</strong> melhoramento (como, por exemplo, estruturas para dirg<br />
càonamento das correntes <strong>de</strong> ruaré <strong>de</strong> vazante ou <strong>de</strong> enchente, a&<br />
çapÕes sedimentolÓligos, etc.) se tornarem insuficientes ou ing<br />
<strong>de</strong>quadas. Com relação aos métodos <strong>de</strong> dragagem, existem basics<br />
mente dois tipos principais: o <strong>de</strong> sucção hidráulica e o mecâni<br />
co. As dragas hidráulicas trabalham, <strong>de</strong> uma forma geral, a Pg<br />
nhando material <strong>de</strong> fun<strong>de</strong> e água através <strong>de</strong> tubulações <strong>de</strong> sucção, e<br />
ã mistura é <strong>de</strong>scarregada, usando-se bombeamento, em um batelão<br />
ou por uma tubulação até a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong>sejada; os tipos<br />
usuals da dragas hidráulicas são as <strong>de</strong> sucção e recalque, e as<br />
auto-transportadoras <strong>de</strong> arrasto; nas primeiras, as cabeças <strong>de</strong><br />
sucção po<strong>de</strong>m ser com caracteristicas <strong>de</strong> cortador ("cutter") ou<br />
então <strong>de</strong> aspirador ("dustpanw); as dragas auto-transportadoras<br />
<strong>de</strong> arrasto &o utilizadas normalmente no caso <strong>de</strong> não existirem<br />
áreas <strong>de</strong> dsspejo dispeniveis e, <strong>de</strong>sta forma, elas representam<br />
dragas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte <strong>de</strong>vido & localização <strong>de</strong> cisternas em seu<br />
inte<strong>rio</strong>r para receber o material dragado e lançá-lo no mar ou<br />
em alguma região <strong>de</strong> possivel <strong>de</strong>spejo. A s dragas mecânicas reti<br />
-<br />
ram o material <strong>de</strong> fundo através <strong>de</strong> dispositivos mecânicos e po<br />
<strong>de</strong>m ser classificadas, <strong>de</strong> acordo com os tipos, como dragas <strong>de</strong> c=<br />
çamba <strong>de</strong> mandíbulas ("clam&cll bucke t '*) , e scava<strong>de</strong>ira frontal<br />
("dippert'), retro-escava<strong>de</strong>ira ("hoeV), <strong>de</strong> pá-<strong>de</strong>-arrasto ("drag-<br />
linew) e <strong>de</strong> alcatruzes (" endless chain bucket"). Para se <strong>de</strong>te2<br />
minar <strong>de</strong>ntre os diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> dragas existentes qual 6<br />
o mais indicado para cada caso específico, 6 importante se ter<br />
inf ormaçÕes <strong>de</strong>talhadas sobre os parâmstros <strong>de</strong> influência ambi-<br />
tais como, por exemplo, solos, marés, correntes, transporte <strong>de</strong><br />
-<br />
-
sedimentos e ondas; além disso, para se realizar a selsção do<br />
tipo do draga a ser utilizado, <strong>de</strong>ve-se analisar os aspectos da<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dragagem, quantida<strong>de</strong> e caracteristicas do ma tz<br />
rial a ser removido, grau <strong>de</strong> poluição a ser gerada no ~cossisti<br />
ma aquático, volume <strong>de</strong> tráfego do embarcações na via navegavel,<br />
distância entre o local da dragagem e a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> ma-<br />
rial, r outros.<br />
111~6.3) Obras Fixas<br />
Para a implantação e <strong>de</strong>finição do canal<br />
principal <strong>de</strong> navegaçao em estuá<strong>rio</strong>s, normalmente torna-se necez<br />
&<strong>rio</strong> a construção <strong>de</strong> diques e espigÕeç dovido às maiores instz<br />
bilida<strong>de</strong>s morfo-sedime:nto18gicas nestas regiões (trechos <strong>de</strong><br />
<strong>rio</strong>s, e frequentemente meândricos), De acordo com a sua forma<br />
hidrSulico-zstrutural, os diques r espigões po<strong>de</strong>m se caracterl<br />
zar como estruturas fechadas ou abertas (vazadas). As primeiras,<br />
que sgo as mais cornumonte utilizadas, consistem <strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong><br />
terra ou enrocamento protegida por algum tipo <strong>de</strong> revestimento.<br />
3: âs estruturas abertas, que po<strong>de</strong>m correspon<strong>de</strong>r, por exemplo,<br />
a uma fileira <strong>de</strong> pilares <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, são dimensionadas para pef<br />
mitir que o escoamento passa através <strong>de</strong>las para a situação <strong>de</strong><br />
qualquer nívi.1 dtágua; o principio <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong>ssas obros<br />
vazadas, muito utilizadas na construçÕes <strong>de</strong> ospigões para a prg<br />
teção <strong>de</strong> margem, e o <strong>de</strong> absorver parte da energia do escoamento,<br />
reduzindo a velocidadz <strong>de</strong> corrente e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte<br />
<strong>de</strong> sadimentos e provocando, portanto, a realização do processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>posição do material sólido.<br />
De uma forma geral, os espigões<br />
pon<strong>de</strong>m a estruturas hidráulicas com ligação $s margens<br />
corre2<br />
e diri -<br />
gidas transversalmente à corrente liquida; os elementos que pg<br />
<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>finidos no seu dimensionamento são o comprimento,<br />
Y<br />
altura, espaçamonto e se ssrao estruturas perm&veis (absrtas)<br />
ou impermeáveis (fachadas). A função principal dos espigÕss e<br />
a <strong>de</strong> armazenar sedimentos provenisntes do transporte sálido do<br />
escoamento dtágu3 com o objetivo <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> margem da via<br />
navegável e <strong>de</strong> fixação do canal principal em planta, como 6 mos<br />
trado na Figura (25), sendo muito utilizados em estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vL
. -<br />
do a gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calha <strong>de</strong>ssas regloes.<br />
gs diquss são estruturas hidráulicas tam<br />
-<br />
za$o do escoamento através da eliminação ou redução do proces<br />
bem <strong>de</strong> importante aplicaç& sm estuá<strong>rio</strong>s e que visam a ~stabili<br />
so <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> szdimentos realizando a convergência <strong>de</strong> cor<br />
rentes fluviais ou <strong>de</strong> maré para obter um agrofundamento do cg<br />
na1 principal, minimizando os trabalhos <strong>de</strong> dragagem, o promove;<br />
do uma maior eficiência hidráulica e uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoam-<br />
#<br />
to. Os diques alom <strong>de</strong> atuarem como guias corrantes, gerando uma<br />
molhoria das condiçõzs <strong>de</strong> navogaçao, po<strong>de</strong>m também ter funções <strong>de</strong><br />
Y<br />
pro t açao do margem em trechos curvi1;neos do canal, o que po<strong>de</strong><br />
ser visto dr forma esquem6tica na Figura (25).<br />
EANCO DE AREIA<br />
r.<br />
Figura (25) - Exenplo d- utilização <strong>de</strong> diques c espigooç.<br />
Com relação aos molhes, eles são tipos<br />
<strong>de</strong> estruturas também muito utilizadas em sstuá<strong>rio</strong>s, construidas<br />
geralmíntc na região da embocadura do <strong>rio</strong>. Conforme já foi abor<br />
dado no itcm III.5.2, eles têm uma atuação similar a dos quebra<br />
-mares, porém possuem ligação em terra. Os molhes têm a função<br />
primordial <strong>de</strong> reduzir a ação das ondas (funcionando como obras<br />
<strong>de</strong> proteção) ao musmo tnmpo em que zliminãm ou reduzem os efei<br />
-<br />
-
tos da penetração <strong>de</strong> sedimentos do mar para o estua<strong>rio</strong>, po<strong>de</strong>r!<br />
do, também, realizarem uma convergência do escoamento <strong>de</strong> maré<br />
(atuando como guias correntes), melhorando a uniformidad? e a<br />
eficiência hidraulica do canal <strong>de</strong> navegaçgo zstuarino.<br />
É importante sz ressaltar que a realiza -<br />
ção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento em estuá<strong>rio</strong>s corrrespon<strong>de</strong> a um prg<br />
cesso muito dulicâdo, <strong>de</strong>vido à fragilida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />
ecossistema, e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erros d~ projeto, dsvido ,por<br />
excmplo, a uma má localização e um lay-out <strong>de</strong>feituoso dos di<br />
ques longitudinais po<strong>de</strong>m gerar sé<strong>rio</strong>s problemas quanto esta-<br />
lida<strong>de</strong> hidráulico-sedimentológica do rogima estuarino e % pri<br />
U<br />
pria navsgaçao. Portanto, o projeto e construção <strong>de</strong> molhes, dL<br />
ques e espigÕes em estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vem ser realizados a partir <strong>de</strong><br />
análises meticulosas, incluindo investigaçÕes <strong>de</strong> campo e estu<br />
dos em mo<strong>de</strong>los reduzidos, bem como consi<strong>de</strong>rando-se as operações<br />
<strong>de</strong> dragagem inicial e <strong>de</strong> manutenção ,s a localização i<strong>de</strong>al do s<br />
possíveis alçapões sedirnentolÓgicos a serem implantados,<br />
111.6.4 - Revestimentos paro proteção <strong>de</strong> Encostas<br />
Conformz já foi explicado no item ante<br />
<strong>rio</strong>r, os diques e espiQÕes, além da possuirem outras caracteris<br />
ticas funcionais, correspondom também a obras <strong>de</strong> engenharia ds<br />
gran<strong>de</strong> importância no que se refere a proteção <strong>de</strong> margens,o que<br />
po<strong>de</strong> ser verificado, por exemplo, quando <strong>de</strong> sua construçao em<br />
trechos curvilineo s da. via navegável natural e locafizados na<br />
margem contava (que sofre maiores atuações <strong>de</strong> correntes), faz25<br />
do com que eles promovam a proteção <strong>de</strong>sta margem contra os efei<br />
tos negativos <strong>de</strong> erosão e <strong>de</strong>sbarrancamento. Um outro método mui<br />
to comum <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> margens e encostas <strong>de</strong> um modo geral 6<br />
a utilizaç& <strong>de</strong> revestimentos; a finalida<strong>de</strong> principal <strong>de</strong>sses<br />
trabalhos 6 a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s, impsdindo o seu <strong>de</strong>smoronamento<br />
,.,<br />
e solapamanto quer por atuações <strong>de</strong> ondas e corr~ntes, variaçoes<br />
<strong>de</strong> nível d*água <strong>de</strong>vido à mar;, ou pela "batilhagem" das ondas<br />
causadas pelas embarcaçÕes, que geram cf eitos nzgativos contra as<br />
encostas, Para a aplicação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> revestimento, <strong>de</strong>ve-se 12<br />
"ar em consi<strong>de</strong>ração alguns tipos <strong>de</strong> crité<strong>rio</strong>s du projetos pric<br />
cipais, a saber: o talu<strong>de</strong> dc: encosta (das obras fixas, ou may<br />
-<br />
-
gensdas vias navegáveis) <strong>de</strong>ve ser tal que nao possa ocorrer d-<br />
LI<br />
lizamentos, m-smo nas vâriaçoes mais abruptas <strong>de</strong> nível d'água;<br />
o revestimsnto <strong>de</strong>ve ser compacto <strong>de</strong> tal forma que não haja remo<br />
ção da particulas sólidas <strong>de</strong>vido a ação <strong>de</strong> correntes abaixo do<br />
revestimento; elo dove tambóm garantir a proteção <strong>de</strong> todo o ta<br />
lu<strong>de</strong>, e ter o SEU inicio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ni/vel mais elevado <strong>de</strong> atuação<br />
da água na encosta cstan<strong>de</strong>ndo-se at6 a calha da via navegável,<br />
com o objetivo <strong>de</strong> evitar solapamentos <strong>de</strong> encostas; e o revesti<br />
mente <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> tal forma flexival que se, mesmo apesar <strong>de</strong> se<br />
adotarem todas as medidas mencionadas acima, ainda ocorrerem sg<br />
lapamentos dc encostas, ele <strong>de</strong>verá ser capaz <strong>de</strong> se <strong>de</strong>formar sua<br />
venente <strong>de</strong> acordo com os novos contornos <strong>de</strong> talu<strong>de</strong> existentes,<br />
sem quzbrar, rachar ou se danificar.<br />
13s trabalhos <strong>de</strong> revestimentos <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s<br />
comportam projetos muito variados, procurando-se, sempre que<br />
poss~vel, utilizar ma teriais que se possam encontrar nas proxi<br />
mida<strong>de</strong>ç da obra; <strong>de</strong>sta forma, po<strong>de</strong>-se realizar atuações <strong>de</strong> prg<br />
teção <strong>de</strong> margem, por exrmplo, usando-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um simples empg<br />
dramento do talu<strong>de</strong>, plantações <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> gramineas,<br />
e faxinas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, até a aplicação <strong>de</strong> matnriais sint~ticos,<br />
blocos <strong>de</strong> concreto, asfalto, piche e outras qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prodg<br />
tos. Em geral, os revestimentos po<strong>de</strong>m se classificar ds acordo<br />
com dois tipos diferentes: os permeáveis e os impermeáveis; os<br />
revestimentos permeáveis têm uma superf lcie "aberta", ou seja,<br />
permitem o escoamento d'água através da estrutura hidráulica,<br />
que po<strong>de</strong> ser um diqus, um sspigão, um molhe, ou um quebra-mar;<br />
eles normalmente requerem uma ou mais camadas <strong>de</strong> material fil<br />
trantc para reter as parti'culas do solo, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados<br />
os filtros granulares ou sint$ticos, que vão ter uma maior i m<br />
portância <strong>de</strong> aplicação principalmente no caso da sub-camada ser<br />
<strong>de</strong> areia; j; os tipos imperme;veis impe<strong>de</strong>m a penetração dz água<br />
através do talu<strong>de</strong>. Na Figura (26) são mostrados exemplos ds. difg<br />
rentes formas <strong>de</strong> revestimentos para proteção <strong>de</strong> encostas.<br />
Para melhor representar a aplicação <strong>de</strong><br />
diques, espigões c atuaçÕ€s <strong>de</strong> revestimento, ilustramos, a se<br />
guir, um <strong>de</strong>senho com a utilização <strong>de</strong>stes tipos d~ obras <strong>de</strong> eE<br />
genharia para melhoramento das condições <strong>de</strong> navegação em um e2<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
COBERTURA DE PEDRA<br />
COM CAMADAS DE FILTROS<br />
WCESSIVOS DE CASCALHO<br />
E AREIA<br />
CASCALHO GROSSO MIS-<br />
TURADO COM UMA AR-<br />
GA M ASSA A D EOUA M MEN<br />
TE PREPARADA<br />
COBERTURA DE PEDRA<br />
COMUM, CAMADA DE CAS.<br />
CALHO E UMA PELICULA<br />
DE NYLON<br />
BLOCOS DE CONCRETO<br />
UNIDOS COM UMA CA-<br />
MADA DE MLON<br />
COBERTURA DE-PEDRA<br />
COM UM COLCHA0 FIL-<br />
TRAHTE DE FAXINAS<br />
W WTRO MATERIAL<br />
TECIDOS DE NYLON COM<br />
ENCHIMENTO DE ARELA<br />
OU LRGAMASSA.<br />
- 2<br />
C GRAM~EAS PLANTADAS PEDRAS COM AS FALTO CONCRETO ASFALTICO<br />
V) [L<br />
y k?<br />
w z<br />
a<br />
EM CAMADA M /YIGILA<br />
Figura (26) - Exemplos <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> reves<br />
-<br />
Cimentos para proteção <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s.
tuá<strong>rio</strong> ou trecho aluvial <strong>de</strong> <strong>rio</strong>, mostrado esquematicamente na<br />
Figura (27); neste exumplo da Figura (27), o objetivo primordi<br />
a1 das obras <strong>de</strong> malhoramanto é o <strong>de</strong> transformar o alinhamento<br />
<strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação natural irregular em uma curva suave.<br />
W<br />
111.6.5) Dispositivos <strong>de</strong> Apoio ?i Navugacao<br />
0s dispositivos <strong>de</strong> apoio ?i navngaçzo vão<br />
normalmente ser caractarizados pela sinalizaç~o e balizamento<br />
da via naveggvel, e o grau <strong>de</strong> acurgcia e confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>çsrs<br />
elementos <strong>de</strong>finirão a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segurânça das embarcações<br />
<strong>de</strong>, por oxemplo, permaneczrem <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> Qn canal <strong>de</strong><br />
navegação ou rnalizarrm manobras em uma bacia portuária. Para<br />
se fazer uma análise dos tipos <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> apoio navs<br />
gação a<strong>de</strong>quados para cada situação em estudo, <strong>de</strong>ve-se ter conh~<br />
cimento das condiçõus 0 circunst~nciaç locais, como, por exep!<br />
plo, as caracterlsticas fisicas da via navegável natural (geome<br />
tria e estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canal, formação <strong>de</strong> baixios e bancos <strong>de</strong><br />
areia, variações <strong>de</strong> níveis dg6B~a sazonais e d3vido ?i maré, velcfidadss<br />
<strong>de</strong> correntes, ma t~riais <strong>de</strong> fundo, etc,); condições climáticas<br />
(ventos, nevosiros, etc.); 2s caracteristicas da embarcação <strong>de</strong><br />
projeto a trafegar na via navegável; as disponibilida<strong>de</strong>s f inan<br />
.c<br />
ceiras possivois; uxperiência do piloto do navio; e outras.<br />
r? sinâlização vai representar, <strong>de</strong> uma f o ~<br />
ma geral, indicações ao piloto da ~mbarcação para alertá-lo<br />
quanto ?I localização <strong>de</strong> obstáculos e perigos ao longo da via na<br />
vegável (ilhas, baixios, materiais afundados no leito, etc.),ifi<br />
formá-lo quanto a dados gerais (marcação <strong>de</strong> quilometragem <strong>de</strong><br />
viagem, indicação da distância do canal na perpendicular à ma2<br />
gcm, pontos <strong>de</strong> rcf ersncia éxistentes, etc,), c, finalmonte, ori<br />
atá-lo com relação ao posicionamcnto da crnbarcação a ser tomado<br />
Y<br />
ao longo dc seu percurso (como o seu afastamania ou aproximaçao<br />
da margem, indicações quanto ao diracionamento correto da 5mbar-<br />
cação no canal dc navsgação principal, etc.). O balizamento vai<br />
ter a função principal du caracterizar o canal <strong>de</strong> navegação em<br />
w<br />
planta, <strong>de</strong> forma que o tráfego das ombarcaçous seja realizado<br />
<strong>de</strong> mansira segura; a Figura (28) mostra esquematicamente, um<br />
exsmplo d~ balizamento du um trecho <strong>de</strong> via navsgávcl,<br />
-<br />
-<br />
-
DIQUES<br />
Figura (27) - Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramel!<br />
to para navegação em estuá<strong>rio</strong>s.<br />
DRAGAGEM
A marcação do canal para instalação dos<br />
dispositivos <strong>de</strong> apoio<br />
N<br />
navsgaçao e rsalizada com mais frtlquCn<br />
Y<br />
cia atravss <strong>de</strong> bóias e dz balizas fixas; as balizas sao mais<br />
utilizadas para o caso <strong>de</strong> trachos ds canais do navngação relati<br />
vament2 fixos (dovido, por exonplo, 5 construção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> mo<br />
lhoramcntos como diqu3s e ~spigõ"~), .OU seja, quando há uma cer<br />
ta estabilida<strong>de</strong> ds calha dos canais <strong>de</strong> navegação; já as bóias<br />
possuem uma maior flnxibilidads <strong>de</strong> opsração, sendo ds aplicação<br />
N<br />
mais importante para o caso <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> naviigaçao ds lsito m i<br />
vel; <strong>de</strong>sta forma, ao longo da via navegável, as instalações ds<br />
balizas fixas 2 bóias podzm se alternar <strong>de</strong> acordo com o trecho<br />
do canal, po<strong>de</strong>ndo-s3 utilizar um sistema <strong>de</strong> balizamento através<br />
<strong>de</strong> marcadores e luzi's fixos na margem, bem como as bóias conven<br />
cionais compostas com marcadores luminosos e ma teria1 retro-re-<br />
fletivo. Os melhoramzntas através dos dispositivos <strong>de</strong> apoio à<br />
navegação necessitam, tambsm <strong>de</strong> acordo com o caso em estudo, <strong>de</strong><br />
melhorias no padrão e acurjcia das bóias <strong>de</strong> marcação do canal<br />
(em rsla$o às variações <strong>de</strong> dvcl d'água <strong>de</strong>vido 5 maré, <strong>de</strong>sq<br />
volvimento tecnolÓgico, etc.); da aplicação <strong>de</strong> sistemas ds r2<br />
dar, aumentando a segurança da das smbarcaçõas <strong>de</strong>'<br />
tro do canal <strong>de</strong> navegação projetado; da utilização <strong>de</strong> sistemas<br />
<strong>de</strong> rádio, fornecendo informaçõ~s sobrc as condições hidrográf i<br />
tas, matsouolÓgicas e <strong>de</strong> tráfego, bom como auxiliando também no<br />
posicionamento da embarcação na via navegável; e outro S.<br />
/ ZONA DE DEPOSIÇÃO \<br />
DE SEDIMENTOS<br />
Figura (28) - Exsmplo <strong>de</strong> balizamento <strong>de</strong> um<br />
trecho <strong>de</strong> via navegável.<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
No presente capitulo procuraremos abor -<br />
dar diferentes casos práticos e exemplos <strong>de</strong> aplicações (como a<br />
mo<strong>de</strong>lagem matemática, mo<strong>de</strong>lagem f isica, implantação <strong>de</strong> canais <strong>de</strong><br />
II<br />
navegaçao, problemas sedimentolÓgicos em estuá<strong>rio</strong>s, etc.) rela<br />
tivos à temática global <strong>de</strong>ste trabalho, tentando utilizar <strong>de</strong><br />
uma forma geral, as situações <strong>de</strong> projetos e estudos já realiza<br />
-<br />
dos em terras <strong>brasil</strong>eiras.<br />
IV. 1) DESCRIÇÃO MATEMATICA SUCINTA SOBRE O COMPORTAMENTO ESTUA<br />
RINO - APLICAÇÃO AO ESTU~RIO DO POTENGI (RN)<br />
Devido ao fato <strong>de</strong> que gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ste<br />
trabalho teve um cunho <strong>de</strong>scritivo e dissertativo em relação aos e2<br />
tuá<strong>rio</strong>s, achamos importante, em termos <strong>de</strong> complementação <strong>de</strong>sta<br />
obra <strong>de</strong> pesquisa, que se realize também uma <strong>de</strong>scrição matemáti<br />
ca sucinta sobre o comportamento estuarino. Para isto,<strong>de</strong>senvolvg<br />
U<br />
remos as equações hidrodinâmicas básicas e as equaçoes gerais<br />
dos processos <strong>de</strong> mistura em estuá<strong>rio</strong>s, e utilizando, ao fina1,um<br />
um exsmplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo matemático em que considg<br />
raremos o caso do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> Potengi,<br />
A s equações hidrodinâmica s básicas estão<br />
relacionadas com as equações <strong>de</strong> estado, <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa<br />
e <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento.<br />
IV. 1.1.1) ~~uação <strong>de</strong> Estado<br />
Em uma análise geral, temos que f' =f(~,T,p),<br />
mas para a maioria dos estuá<strong>rio</strong>s tem-se quep=f(S) ou, então,<br />
p sf,(l-KS), on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com a nossa notação, P = <strong>de</strong>nsida<br />
<strong>de</strong> da água no estuá<strong>rio</strong>; fi = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água do mar =1.025tf/m T ,<br />
S = salinida<strong>de</strong>; T= temperatura; p= K= constante dimen -<br />
siona 1.<br />
-<br />
-
1v.1.1.2) ~~uaçÕes <strong>de</strong> ~onservação <strong>de</strong> Massa<br />
~ ~ u a da ~ ãContinuida<strong>de</strong> o<br />
A equação da continuida<strong>de</strong>, que é <strong>de</strong>termi -<br />
nada consi<strong>de</strong>rando-se o princípio f i sico da conservação <strong>de</strong> massa<br />
para a água, po<strong>de</strong> ser obtida a partir <strong>de</strong> um volume infinitesi<br />
mal, conforme está mostrado na Figura (29).<br />
/.<br />
\<br />
eixo x: direção para fora<br />
do estuá<strong>rio</strong><br />
eixo y : direção para a mo<br />
eixo z<br />
gem esquerda do<br />
estuá<strong>rio</strong>, olhando-se<br />
<strong>de</strong> montante para ju<br />
-<br />
sante<br />
direção vertical <strong>de</strong><br />
baixo para cima<br />
são os componentes<br />
da velocida<strong>de</strong> nos<br />
eixos x, y e z respes<br />
tivamente.<br />
CI<br />
Figura (29) - Volume <strong>de</strong> controle para obtenção das equaçoos<br />
matemáticas representativas do comportamento<br />
estuarino.
As componentes <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> nos eixos<br />
CI<br />
x, y e z sao u, v e w, respectivamente. A água po<strong>de</strong> ser considg<br />
rada como um fluido incompressivel (psconstante) e, <strong>de</strong>sta foz<br />
ma,a conservação <strong>de</strong> massa se torna idêntica a conservação <strong>de</strong> v2<br />
lume. O princípio <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa implica que o fluxo<br />
<strong>de</strong> massa (ou volume) através do volume inf initesimal mostrado<br />
na Figura (29) é igual a zero, ou seja:<br />
m<br />
fluxo <strong>de</strong> massa = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> x velocida<strong>de</strong> x área da seçao<br />
transversal (M/T)<br />
1v.1. 1.2.2)~~uação <strong>de</strong> ~istribui~ão <strong>de</strong> variáveis (ou <strong>de</strong> Bafanço<br />
Salino ou <strong>de</strong> ~ifusão)<br />
A equação <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis<br />
é obtida a partir do princípio da conservação <strong>de</strong> massa aplicado<br />
para o material em suspens~o<br />
m<br />
na água. Para se chegar à equaçao<br />
final, <strong>de</strong> acordo com KJERFVE (481, <strong>de</strong>ve-se calcular o transporte<br />
<strong>de</strong> material em cada direção (x, y e z) e realizar-se a soma das<br />
parcelas, igualando-as à variação <strong>de</strong>ntro do volume <strong>de</strong> controle<br />
representado na Figura (29), conforme é mostrado a seguirs<br />
transporte <strong>de</strong> material na direção x:<br />
p c u d ~<br />
dz - ( pcu+ A(pcu) )dydz = -A(pcu)dydz (2)<br />
transporte <strong>de</strong> material na direção y:<br />
pcvdxdz-(pcv+A(pcv))dxdz -A(pcv) dx dz<br />
transporte <strong>de</strong> material na direção zr<br />
pc w dx dy-(pcw+A(pcw)) dx dy= -A(pcw) dx dy<br />
variação total <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>ntro da parcela =<br />
= d (gc ) dx dy dz<br />
d t<br />
(5)<br />
A variação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>ntro da parcela dz
ve ser, <strong>de</strong> acordo com o principio <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa, igua -<br />
lada à variação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>vido ao transporte. Desta forma, sc<br />
mando-se (2), (3) e (4) e igualando-se a (s), tiramos:<br />
dIPc) dx dydz=-A(pcu) dy dz-A(pcv) dxdz- n(pcw) dxdy<br />
(6)<br />
d t<br />
Dividindo-se (6) por dx.dy.dz e tirando-se o limite, te -<br />
Deve-se ressaltar que a formulação da equação (?)não con<br />
si<strong>de</strong>ra o processo <strong>de</strong> difusão molecular. Uma outra análise que<br />
po<strong>de</strong>mos realizar a partir da equação (7) 6 com relação aos l i m- i<br />
tas <strong>de</strong> variação da massa espec:f ica ( P ) e da concentração <strong>de</strong><br />
salinida<strong>de</strong> (c = 5). As faixas <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> P e S da água doce<br />
3<br />
para a água salgada são 1.000-1.030tf/m e 0.1-35%0, respectiva - *<br />
mente; <strong>de</strong>sta forma, po<strong>de</strong>mos observar que o alcance <strong>de</strong> variaçao<br />
<strong>de</strong> S é muito maior do que <strong>de</strong> , o que nos permite consi<strong>de</strong>rar<br />
na equação (7) o valor <strong>de</strong> / como uma constante no tempo e no e2<br />
paço em comparação com a concentração c. A partir <strong>de</strong>ssas suposi<br />
CÕes, e utilizando agora ci pircela não-conservativa, tiramos que:<br />
I<br />
A=- acu) acv) 2(cw)<br />
(8)<br />
a t a x av az +<br />
C*<br />
que é a equação geral <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis, on<strong>de</strong> c é a<br />
concentração <strong>de</strong> um constituinte conservativo e c, a taxa<br />
<strong>de</strong> conc~ntra~ão <strong>de</strong>vido ao comportamento não-conservativo do e2<br />
tuá<strong>rio</strong>.<br />
1v.1.1.3) ~~ua~ões <strong>de</strong> ~onservação da Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ~ovimento(ou<br />
Ii.<br />
Equaçoes ~inâmicas)<br />
A s equaçÕes <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> movimento obe<strong>de</strong>cem 2 segunda lei <strong>de</strong> Neuiton em um sistema <strong>de</strong><br />
I)<br />
coor<strong>de</strong>nadas móvel. Em estuá<strong>rio</strong>s, essas equações <strong>de</strong> movimento sao<br />
normalmente expressas em termos <strong>de</strong> 3 equações componentes in<strong>de</strong> -<br />
pan<strong>de</strong>ntss em um sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas cartesiano. Desta forma,<br />
partindo da segunda lei <strong>de</strong> Newton e <strong>de</strong>sprezando, conforme ta'<br />
-<br />
bém fizamos para as equaço-s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa, os proces<br />
sos moleculares (como o atrito <strong>de</strong> fundo e tensões <strong>de</strong> cizalhamen<br />
to internas), vamos ter,<br />
-<br />
-
on<strong>de</strong>: rn: é a massa da particula fluida (parte inf initesimal do<br />
fluido contendo çernpr? as rnesrnâs mol6culas ao longo<br />
do tempo)<br />
Vt é a velocida<strong>de</strong> da particula fluida<br />
tt é o tempo<br />
LF: é a soma <strong>de</strong> todas as forças atuantes nesta partícula<br />
fluida.<br />
Consi<strong>de</strong>rando-se as forças normais(<strong>de</strong>vido<br />
5 variação <strong>de</strong> pressão), <strong>de</strong> volume (<strong>de</strong>vido aceleração da gravi<br />
da<strong>de</strong>) E <strong>de</strong>vido à aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis*, substituindo-as na<br />
equação (9) e fazendo urna análise matemática similar à realiza<br />
-<br />
da no item IV.1.1.2, teremos3<br />
direção y: pdx dy dz - d v + pdx dy dz fu = - Jp dx dy dz<br />
d t d~<br />
on<strong>de</strong>: fa 6 o ~arârnetro <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis<br />
0: é a latitu<strong>de</strong> local<br />
ri$ 6 a tara <strong>de</strong> rotação da terra = 7.29 r 10-~rad/s<br />
-<br />
p: pressa0<br />
g: 6 a aceleração da gravida<strong>de</strong><br />
dw - s O (aproximação hidrostática)<br />
d t<br />
,<br />
dx dz<br />
LJ = ,; V = ; w = (componentes da velocida<strong>de</strong> V)<br />
A seguir, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar o valor da
aceleração d~/dt como tendo componentes locais e convectivas e,<br />
<strong>de</strong>sta forma, para cada eixo coor<strong>de</strong>nado teremos:<br />
ACEL.<br />
LOCAIS<br />
V<br />
ACELERAÇÕES DE CAMPO (CONVECTIVAS)<br />
Po<strong>de</strong>mos observar pelas equaçÕes(14), (15)<br />
e (16) que, as acelerações locais vão ser nulas para um escoame2<br />
W<br />
to permanente ( h ~/ht=o) e que as acelerações convectivas vao<br />
ser nulas para o caso do escoamento ser uniforme (dV/bx= =<br />
= bv/bz = O); no entanto os escoamentos em estuá<strong>rio</strong>s são normal<br />
ment~ não permanentes e variados. Além disso, <strong>de</strong> uma maneira gg<br />
ral, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>sprezível a variação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ao<br />
longo do eixo vertical (dw/dtxO) e também o seu respectivo ter<br />
mo da aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis (como é mostrado no Apêndice A).<br />
Desta forma, substituindo (14), (15) e<br />
(16) em (10). (11) e (12), e <strong>de</strong>senvolvendo matematicamente, ti<br />
ramos,f inalmente:<br />
[a: CI<br />
equaça o +.- +v- a v a v +,,=-<br />
em Y<br />
a x<br />
+wa<br />
Y a z<br />
1<br />
-<br />
Y ay<br />
(18)<br />
- Equações Gerais dos Processos <strong>de</strong> Mistura em ~stuá<strong>rio</strong>s<br />
Os processos <strong>de</strong> mistura estuarinos c02<br />
respon<strong>de</strong>m à uma distribuição com média temporal ( "time-averaged")<br />
<strong>de</strong> um constituinte em dissolução ou em suspensão na água <strong>de</strong>vido<br />
aos processos <strong>de</strong> dispersão (difusão + advecção).
A distribuição com média temporal 6 noz<br />
malmente realizada para se consi<strong>de</strong>rar os efeitos dos fluxos e<br />
tensões <strong>de</strong> turbulência no escoamento, e iremos analisá-la a SE<br />
guir.<br />
Suporemos, inicialmente, uma variável<br />
instantânea qualquer - m <strong>de</strong> tal forma que:<br />
-<br />
on<strong>de</strong>: m: é a média temporal <strong>de</strong> curto prazo ('tshort-term time<br />
mf: 6 o termo da flutuação em torno da média<br />
A média temporal I?I é <strong>de</strong>finida por:<br />
average")<br />
O termo <strong>de</strong> flutuação mf quando integrado ao longo <strong>de</strong> to<br />
do o intervalo <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a zero,ou seja:<br />
r7<br />
O valor <strong>de</strong> po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r, por exem -<br />
plo, às velocida<strong>de</strong>s u, v e w, a uma pressão p ou a uma conce'<br />
tração c. Esta análise é importante para a <strong>de</strong>finição do estudo<br />
da turbulência, em que a variável inçtantha varia randomicamen<br />
te com relação ao espaço e ao tempo em torno <strong>de</strong> algum valor mé -<br />
dio. Este processo 6 <strong>de</strong> dif icil interpretação e, para realizarse<br />
um estudo mais simplificado, 6 comum consi<strong>de</strong>rar-se, analoga<br />
mento ao caso da variável m, a <strong>de</strong>composiç~o, por exemplo, da vg<br />
locida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento (V) através <strong>de</strong> sua média (V) e <strong>de</strong> uma<br />
componente <strong>de</strong> flutuação (V') que 4 zoro quando integrada em um<br />
W<br />
intervalo curto <strong>de</strong> tempo (a ); sstes .,lmentos istao representg<br />
dos através das equações (zo), (21) e (22) mostradas a seguir:<br />
-
O tempo <strong>de</strong> média ( 3 ), <strong>de</strong> acordo com<br />
Mc DOWELL e O'CONNOR (54), 6 tido como sendo da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 a 10<br />
minutos.<br />
Para situações <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> no<br />
escoamento <strong>de</strong> marés em estuá<strong>rio</strong>s po<strong>de</strong>-se tambgm realizar estg<br />
dos em <strong>de</strong>terminados sistemas oscilatÓ<strong>rio</strong>s (certos tipos <strong>de</strong> modg<br />
10s <strong>de</strong> marés), e outras análises.<br />
No entanto, neste trabalho, procuraremos<br />
nos <strong>de</strong>ter na análise dos fluxos e tensões <strong>de</strong> turbulência consi<br />
<strong>de</strong>rando a distribuição <strong>de</strong> média temporal, como veremos a seguir,<br />
C*<br />
Utilizando, inicialmente, a equaçao da<br />
continuida<strong>de</strong> (equação(l)) e substituindo cada valor <strong>de</strong> variável<br />
instantânea - m pelo valor E + mv, integrando em relação ao tempo<br />
para o a e dividindo por 2, vsm:<br />
Verificamos, portanto, pelo <strong>de</strong>senvolvi<br />
mento matemático realizado, que a equação (23) coinci<strong>de</strong> com a<br />
equação da continuida<strong>de</strong>.
Fazendo, agora, o mesmo procedimento pa-<br />
ra a equapão <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> variáveis (equação (8)), <strong>de</strong>v-<br />
mos, inicialmente, observar o seguinte:<br />
- - rn e 2<br />
CI<br />
sao duas variáveis quaisquer<br />
Aplicando as equações (24), (25) e (26)<br />
em (8) e utilizando o mesmo procedimento ante<strong>rio</strong>r, tiramos:
Desta forma, teremos:<br />
-<br />
ac aE -v- ac _,- - JC -----at<br />
i a x 2 Y az : ax 2~ az i<br />
acZ3 acZ) a(Zi +<br />
C (27)<br />
x<br />
v J<br />
variação fluxos <strong>de</strong> transporte fluxos <strong>de</strong> 'iurbulência variação <strong>de</strong>vconcentraçáo<br />
local <strong>de</strong>vido a advecçao <strong>de</strong>vido 'a difusão <strong>de</strong>vido ao comportamen-<br />
<strong>de</strong> conc. to não conservativo dos<br />
estuá<strong>rio</strong>s<br />
0, acordo com Mc DOWELL e 0'COFJNOR ( 54 ),<br />
os fluxos turbulentos po<strong>de</strong>m ser escritos comot<br />
on<strong>de</strong> Lx, Ey e Lz são os coeficientes <strong>de</strong> difusão.<br />
Portanto, iremas ter r<br />
Realizando, agora, o mesmo tipo <strong>de</strong> análi -<br />
se para as equações <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento<br />
a<br />
(equações (17). (18) e (19)), chegaremos, para as sxprsssoas fi<br />
naiç, que a equagão (19) não se alterou e as equações (17)e(18)<br />
passaram a ter a seguinte forma:<br />
I I I I<br />
V V v<br />
aceler. aceleração convectiva aceler: gradiente tensoes <strong>de</strong> turbulência <strong>de</strong><br />
I oca I <strong>de</strong> <strong>de</strong> pressão Reynolds<br />
Co<strong>rio</strong>lis<br />
Analogamente ao caso ante<strong>rio</strong>r, po<strong>de</strong>mos ainda escrever?<br />
J
on<strong>de</strong> Di são os coeficientes turbulentos <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>. Normal -<br />
mente, os valores <strong>de</strong> u'u' e <strong>de</strong> u'v' po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sprezados em<br />
CI<br />
comparaçao com u'u' e, <strong>de</strong>sta forma, teremos para as equaçoes<br />
1~~1.3) Exemplo da ~tilização <strong>de</strong> um Mo<strong>de</strong>lo ~atemático para Es<br />
A simulação matemática correspon<strong>de</strong> a um<br />
dos elementos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nos estudos dos fenômenos<br />
estuarinos. A aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matedticos <strong>de</strong> fundo mÓve1<br />
são os mais indicados para esta análise, já que levam em considg<br />
ração problemas usuais em estuá<strong>rio</strong>s como taxas <strong>de</strong> sedimentação<br />
elevada s, dragagens, modif icações nos prismas <strong>de</strong> maré <strong>de</strong>vido 2<br />
construção <strong>de</strong> estruturas hidráulicas, etc., e as suas respecti<br />
vas influências e alterações no regime estuarino; nestes mo<strong>de</strong><br />
los, além das equações <strong>de</strong> conçervação <strong>de</strong> massa e da quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> movimento, são também consi<strong>de</strong>radas equações <strong>de</strong> concentrasão<br />
relativas ao transporte <strong>de</strong> material sólido.<br />
1~~1.3.1) Fundamentos ~eóricos para a aplicação da ~imulação<br />
temática.<br />
A s equações básicas para o cálculo <strong>de</strong><br />
propagação <strong>de</strong> maré em estuá<strong>rio</strong>s e <strong>de</strong> aplicação em mo<strong>de</strong>los mate<br />
mát icos correspon<strong>de</strong>m 5 equação da continuida<strong>de</strong> (<strong>de</strong><br />
CL<br />
conservaçao<br />
<strong>de</strong> massa) e equação dinâmica (<strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
movimento), cuja s expressões gerais já foram <strong>de</strong>senvolvidas no<br />
item IV. 1.1 do presente trabalho. Po<strong>de</strong>-se, no entanto, reescrg<br />
ver-se estas mesmas equações <strong>de</strong> outras formas, <strong>de</strong> acordo com o<br />
tipo <strong>de</strong> estudo a ser realizado e as condições específicas <strong>de</strong><br />
análise do problema; através da utilização <strong>de</strong> um trabalho elabg<br />
rado por SILVA e MASCARENHAS (81), que supõe um escoamento prg<br />
U<br />
pon<strong>de</strong>rantemente unidimensional, po<strong>de</strong>m ser formuladas equaçoes
separadamente para a fase liquida e para a fase sólida do escoa -<br />
mento, como é mostrado a seguir.<br />
Para a fase liquida do escoamentos<br />
equação da<br />
dh + v b h + h c)V=O<br />
continuida<strong>de</strong> ò t d x d x<br />
- equaçao<br />
+ Q V V-.&.!L + 9 - + g-- &a = - 9Sf<br />
dinâmica b t à x d x x<br />
on<strong>de</strong>:<br />
Parâ os sedimentos, tem-se:<br />
+--<br />
da + - cFT &V dT dh =o<br />
C+ t &V bx bh dx<br />
(33)<br />
( 34)<br />
x = abcissa medida ao longo do eixo do estuá<strong>rio</strong>, a partir<br />
da foz.<br />
t = tempo <strong>de</strong>corrido a partir <strong>de</strong> um instante inicial.<br />
-<br />
x e 1: = variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
h(x,t) = profundida<strong>de</strong> média do estuá<strong>rio</strong>,<br />
~(x,t) = velocida<strong>de</strong> média na seção transversal,<br />
a(x,t) = cota <strong>de</strong> fundo do leito do estuá<strong>rio</strong>,<br />
~(s,t) = vazão sólida na seção transversal por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
largura.<br />
O termo Sf representa a perda <strong>de</strong> carga<br />
por atrito ou a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> da linha energética do escoamento<br />
e, pela fórmula geral <strong>de</strong> Manning, po<strong>de</strong> ser escrita por:<br />
on<strong>de</strong>s<br />
n = coeficiente <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong>,<br />
R = raio hidráulico da seção transversal.<br />
p = parâmetro numérico a ser <strong>de</strong>terminado.
O sistema <strong>de</strong> equações (32 ), (33) e (34 )<br />
po<strong>de</strong> ser escrito sob forma matricial, com o objetivo <strong>de</strong> simpli<br />
ficar a análise matemática do problema, e, <strong>de</strong> acordo com SILVA<br />
e MASCARENHAS (81), podz ssr sscrito da seguinte maneira:<br />
ou: - 4<br />
Utt AU,+ B = O<br />
on<strong>de</strong> - U é o vetor <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, e e 1 são respecti<br />
vamente matriz e vetor <strong>de</strong> coeficientes.<br />
Demonstra-se que os auto-valores da<br />
matriz - A são as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> modificações nos<br />
niveis <strong>de</strong> escoamento e do leito e são obtidos pela resolução da<br />
seguinte equação carac tcristica:<br />
IA- h11 = O ( 38)<br />
on<strong>de</strong> - I é a matriz i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. No caso do sistema <strong>de</strong>finido<br />
equação (36), iremos ter, partindo-se da equação (38):<br />
pela<br />
2<br />
.'. -A(V-A) t h.g. - (V- A). g.- -(-X1.g.h = O<br />
& h b V<br />
-
2 2 3<br />
.'. - A V + 2 V X - X + g.h a. - Q.V.<br />
d-h &v b V<br />
+ X . g . d + +.g.h = O<br />
Na equação (39) as raizes AI e X2 repre<br />
sentam a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> niveis nos dois sentidos e<br />
X~ representa a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> modif icaç&s no<br />
leito do escoamento.<br />
1~~1~3.2) ~ ~ l i c a do ~ ãMo<strong>de</strong>lo o ao ~stuá<strong>rio</strong> do Potengi (RN)<br />
O <strong>rio</strong> Potengi, localizado no Estado do<br />
Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, tem em seu estuá<strong>rio</strong> um importante polo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvulvimento da região, situando-se ai implantações portug<br />
rias e <strong>de</strong> navegação <strong>de</strong> rekvância, como o Porto E! a Base <strong>Naval</strong><br />
<strong>de</strong> Natal. Na Figura (30) está representado um esquema com a 12 -<br />
calizaGão do estuá<strong>rio</strong> e as suas respectivas seçoes<br />
<strong>de</strong> cálculo (SE-1 a SE-5).<br />
O <strong>rio</strong> Potengi é também um <strong>rio</strong> intermiten<br />
te, <strong>de</strong> forma que o escoamento d'água em seu estuá<strong>rio</strong> 6 influen<br />
ciado quase que exclusivamente pelo regime das marés, qus p o ~<br />
suem características semi-diurnas e penetram na calha estuar ina<br />
até um comprimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 18 Km <strong>de</strong> extensão; a variação m i<br />
dia das marés é <strong>de</strong> 2.30m para as marés <strong>de</strong> sizfgia e <strong>de</strong> 0.85m pa<br />
-<br />
ra a s ele quadrat ura .<br />
Aplicando a equal;ão (39) <strong>de</strong>finida anteri<br />
ormente, calculou-se as suas raizes X I , h* F! h3 , obtendo-se$<br />
X1= 8.16ds; X2= 7.28m/s; X3= 0,42m/h. O s valores <strong>de</strong> JT/~v e<br />
b~/bh para este cálculo foram <strong>de</strong>terminados com base na fórmula<br />
<strong>de</strong> Engelund e Hansen, que foi utilizada para o cálculo da vazão<br />
sólida T. Para o cálculo hidrodinâmico da propagação <strong>de</strong> maré<br />
(fase líquida) usou-se o esquema implicito <strong>de</strong> diferenças fini<br />
tas <strong>de</strong> Preissmann; a equação para a fase sólida foi discretizada<br />
-<br />
-
Figura (30) - ~ocalização<br />
do estuá<strong>rio</strong> do ria Pote<br />
gi - Natal (PORTOEIRAS - INPH (41)).
através <strong>de</strong> um esquema explicito <strong>de</strong> diferenças f initas também<br />
mencionado no trabalho <strong>de</strong> SILVA e MASCARENHAS (81). Resolveu-se<br />
a fase liquida e a fase sólida separadamente(~ara a maré <strong>de</strong> qua-<br />
dratura do dia 06/05/80) e, tomando-se como seção limite as<br />
SE-1 e SE-4, obteve-se para as seções intermediárias SE-2 e SE-3<br />
os respectivos maregramas e curvas <strong>de</strong> corrente (~igura (31)), e<br />
evolução das cotas <strong>de</strong> fundo (~i~uras (32) e (33)).<br />
IV.2) O CANAL DE NAVEGAÇÃO DA ILHA DAS ONÇAS: LIGAÇÃO HIDQOVI~ -<br />
RIA BELÉM - VILA DO CONDE (PA)<br />
Este exemplo prático sobre a implantação<br />
<strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> navegação na Ilha das Onças foi obtido a partir<br />
<strong>de</strong> trabalho realizado por MOREIRA et al, (55), resultado <strong>de</strong><br />
uma atuação conjunta entre a PORTOSR~S e a HIDROESB - Saturnino<br />
<strong>de</strong> Brito S.A..Os estudos e projetos para a construção <strong>de</strong>ste c2<br />
na 1 originaram-se <strong>de</strong>vido a crescente dgmanda para ot imização dor<br />
sistemas <strong>de</strong> navegação na área <strong>de</strong> influência da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belém,<br />
para aten<strong>de</strong>r principalmente às exigências <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s polos in<br />
duçtriais recentemente a í implantados com localização à<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barcarena e do complexo portuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Vila do ~on<strong>de</strong>(na<br />
Baía <strong>de</strong> ~arajó), As rotas <strong>de</strong> tráfego existentes na região, no<br />
pe<strong>rio</strong>do ante<strong>rio</strong>r ?I elaboração do projeto, não permitiam uma c01<br />
t inuida<strong>de</strong> na movimentação da s embarcações <strong>de</strong>vido ao acentuado<br />
assoreamento existente ao sul da Ilha das Onças e gran<strong>de</strong> agi<br />
tação da superficie liquida em suas proximida<strong>de</strong>s, o que limita<br />
va o calado das embarcações e, <strong>de</strong>sta forma, tornava <strong>de</strong>scontínuo<br />
e também inseguro o transporte <strong>de</strong> carga e passageiros na região<br />
em<br />
Ante<strong>rio</strong>rmente ao projeto <strong>de</strong> ilha das Oc<br />
ças, a ligação hidroviária Belém-Barcarena Velha ou Cafezal era<br />
executada cuntornando o sul <strong>de</strong>sta ilha, num trajeto <strong>de</strong> aproxima -<br />
damente 36 Km, usando a rotas baía <strong>de</strong> ~uajará (canal do rapa ri)<br />
- canal do carnapijÓ - furo do Arrozal e <strong>rio</strong> par; (bala <strong>de</strong> Mara<br />
jÓ), conforme se po<strong>de</strong> observar pela Figura (34); procurando r=<br />
duzir este percurso, i<strong>de</strong>alizou-se atravessar a ilha das Onças<br />
utilizando-se, após o estudo e comparação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong><br />
projeto diferentes, os furos existentes do Piramanha e do Cavg<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
Figura (31) - Maregramas e curvas <strong>de</strong> corrente nas seções<br />
SE-2 e SE-3 do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> Potengi<br />
(SILVA e MASCARENHAS (81)).
-Figura (34) - ~ocaliza~k<br />
geográfica oa Ilha das Onças -<br />
. PA (HIDROESB (39)).
do, o que proporcionaria uma economia <strong>de</strong> percurso <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
10 Km em relação à rota já existente antes citada, além <strong>de</strong> pro<br />
piciar uma navegação mais tranquila e sem os inconvenientes da<br />
agitação frequente que ocorre na baía <strong>de</strong> ~uajará e nos canais<br />
usualmente percorridos pelas embarcações.<br />
Para a elaboração do projeto final do c2<br />
na1 <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onças foram, inicialmente, realiza<br />
dos estudos e levantamentos <strong>de</strong> campo. Foram feitos levantamen<br />
tos topo-batimétricos e geotécnicos, bem como observações <strong>de</strong> ni<br />
veis d'água e correntes, procurando-se caracterizar os regimes<br />
morfolÓgicos, hidrológicos e <strong>de</strong> marés da região. Com relação<br />
aos estudos <strong>de</strong> marés, a re<strong>de</strong> hidrométrica se constituiu <strong>de</strong> 2<br />
postos maremétricos, distribuidos pelos furos da área <strong>de</strong> projg<br />
to, como está mostrado na Figura (35); os postos registradores<br />
foram implantados um na embocadura do furo do ~atá<strong>rio</strong> (lado da<br />
baia <strong>de</strong> ~uajará) e o outro na do furo do Piramanha (lado do c%<br />
na1 do carnapijó), permitindo, <strong>de</strong>sta maneira, que se obtivessem<br />
os niveis instantâneos nos dois lados da ilha das Onças (todos<br />
os postos foram amarrados altimetricamente a uma mesma referêc<br />
cia <strong>de</strong> nivel); os postos maremétricos foram operados durante os<br />
em que se efetuaram medições <strong>de</strong> correntes e campanhas<br />
<strong>de</strong> perf i1 instantâneo da linha d'água. Com relação 5 obtenção<br />
dos perfis da linha d'água, foram realizadas 6 campanhas <strong>de</strong> me<br />
dição, cobrindo os pa<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> estiagem e <strong>de</strong> cheia, e que evi<br />
I<br />
<strong>de</strong>nciaram o fato <strong>de</strong> que nos postos inte<strong>rio</strong>res os niveis d'água<br />
iniciam o movimento ascen<strong>de</strong>nte ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte alguns minutos 2<br />
o dos postos localizados nos extremos dos furos ou<br />
às embocaduras, sobretudo na fase <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> sizigia. 0s levar!<br />
tamentos <strong>de</strong> correntes foram realizados em duas fases distintas,<br />
correspon<strong>de</strong>ntes aos períodos <strong>de</strong> cheia e <strong>de</strong> estiagem; durante<br />
t<br />
cada pe<strong>rio</strong>do hidrológico foram efetuadas medições em fase <strong>de</strong> si<br />
zigia e <strong>de</strong> quadratura, cobrindo-se, em cada campanha, um ciclo<br />
completo <strong>de</strong> maré; foram escolhidas 5 áreas para os levantamentos<br />
<strong>de</strong> correntes, com um total <strong>de</strong> 18 verticais <strong>de</strong> medição, conforme<br />
está mostrado também na Figura (35). Com relação ao levantamen -<br />
to topo-batimétrico, que 6 importante, por exemplo, para o cá1<br />
culo dos volumes <strong>de</strong> dragagem necessá<strong>rio</strong>s, ele permitiu a exec2<br />
$0 <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos em escala 1~1000 (furo do cavado) e 122500 (fz<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
DESENHOS<br />
S/ESCALA<br />
Figura (35) - ~ituação<br />
em planta dos levantamentos <strong>de</strong> marés<br />
e <strong>de</strong> correntes na Ilha das Onças (wIDRoESB(~~)).
o do iram manha) cobrindo toda a área do projeto, com curvas <strong>de</strong><br />
nivel e batimétricas <strong>de</strong> 1 em 1 metro e <strong>de</strong> 2 em 2 metros respeg<br />
tivamente. Sobre os levantamentos geotécnicos foram realizadas<br />
sondagens a percussão, que caracterizaram a natureza do solo sz<br />
perficial como sendo predominantemente argilosa, possuindo em<br />
vá<strong>rio</strong>s pontos a ocorrência <strong>de</strong> mat6ri.a orgânica; no sub-solo fo<br />
ram i<strong>de</strong>ntificadas argilas arenosas e pouco arenosas com raras<br />
ocorrhcias <strong>de</strong> areias siltosas; as sondagens geotécnicas, <strong>de</strong>sta<br />
forma, permitiram não só o estuda da estabilida<strong>de</strong> dos tal5<br />
<strong>de</strong>s <strong>de</strong> margem, mas também foram <strong>de</strong> importância nos estudos para<br />
especif icação dos equipamentos <strong>de</strong> dragagem.<br />
Após a etapa <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> campo,<br />
que possibilitou <strong>de</strong>terminações seguras <strong>de</strong> dados para projeto,<br />
foi poss;vel, então, realizar-se a fase seguinte, correspon<strong>de</strong>~<br />
te ao dimensionamento do sistema <strong>de</strong> navegação propriamente dito.<br />
A implantação <strong>de</strong>ste empreendimento hidráulico foi analisada con<br />
si<strong>de</strong>rando-se duas fases distintas; na fase inicial (pr imsira fa<br />
se) o canal <strong>de</strong>verá possibilitar o tráfego <strong>de</strong> embarcações e bar<br />
caças que, no pe<strong>rio</strong>do <strong>de</strong> realização do projeto <strong>de</strong> Ilha das 02<br />
çaç, operam na região e que utilizarão esse eixo <strong>de</strong> navegação<br />
para o transporte <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong>stinados r; cons<br />
trução do porto <strong>de</strong> Vila do Con<strong>de</strong> e <strong>de</strong> complexos industriais; o<br />
canal <strong>de</strong>verá também aten<strong>de</strong>r o tráfego <strong>de</strong> poquenas embarcações,<br />
responsávsis pelo transporte <strong>de</strong> passageiros entre ~elóm e as c&<br />
da<strong>de</strong>s e núcleos na área <strong>de</strong> influência da capital; já na segunda<br />
fase, o canal <strong>de</strong>verá suportar o tráfego dos comboios que serão<br />
utilizados no sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> bauxita oriunda das jazi<br />
-<br />
das <strong>de</strong> Paragoininas com <strong>de</strong>stino a Vila do Con<strong>de</strong> e Barcarena (c2<br />
ja localização geográfica se acha representada na Figura (34)).<br />
A <strong>de</strong>finição da melhor alternativa <strong>de</strong> projeto, relativamente aos<br />
aspectos técnicos e econômicos, correspon<strong>de</strong>u àquela que procg<br />
rou aproveitar ao máximo a calha natural do furo do Cavado, com<br />
a realização <strong>de</strong> ajustamentos para melhor posicionar o canal <strong>de</strong><br />
navegação em relação ao leito do furo do Cavado, possibilitando<br />
uma maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento das embarcações <strong>de</strong> projeto.<br />
Após a seleção da melhor alternativa, passou-se a analisar, ng<br />
ma fase seguinte, a influência das <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
margem, que vão representar um fator <strong>de</strong> importância na <strong>de</strong>fini<br />
-<br />
-<br />
-
ção da geometria das seções transversais do canal, na obtenção<br />
dos volumes <strong>de</strong> dragagem e, portanto, nos custos totais da obra;<br />
para isto, consi<strong>de</strong>rou-se a situação mais crítica <strong>de</strong> niveis dtá<br />
gua possíveis <strong>de</strong> ocorrer durante e após a construção da via ng<br />
vegável, o que está mostrado na Figura (36), em que seleciona<br />
ram-se duas inclinações para o talu<strong>de</strong> escavado (1:4 o 1:3) para<br />
a análise <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> margem; optou-se pg<br />
ra o valor l<strong>r3</strong> (v~H), <strong>de</strong>vido principalmente à maior economicidg<br />
<strong>de</strong> nos volumes <strong>de</strong> dragagem e, portanto, no valor total da obra<br />
a ser implantada, ao mesmo tempo em que proporciona também a e=<br />
bilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> margem necessária para a segurança da obra; <strong>de</strong>ve-se,<br />
neste caso, consi<strong>de</strong>rar uma proteção <strong>de</strong> margem, em que suge<br />
riu-se a utilização do plantio <strong>de</strong> uma vegetação nativa conheci<br />
Y<br />
da por "aninga" <strong>de</strong> modo a proteger as margens contra erosoes<br />
provocadas pela ação das correntes e batimento <strong>de</strong> ondas <strong>de</strong>vido<br />
ao tráfego das embarcações flutuantes.<br />
Com relação ao dimensionamento hidráuli -<br />
co do canal <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onqas, as análises usuais<br />
<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e largura (como as realizadas no item 111.3 do -<br />
presente trabalho) foram feitas à luz <strong>de</strong> outras consi<strong>de</strong>raçoes,<br />
visando a obtenção du uma dimensão final mais economica e sem<br />
pre juizos significativos com relação 5s diretrizes e crité<strong>rio</strong>s<br />
do projeto; no caso do dimensionamento da profundidâ<strong>de</strong> do canal,<br />
analisou-se basicamente a influência predominante do 'psquat I', 2<br />
dicionando-se, além disso, uma folga vertical; <strong>de</strong>terminou-se ta;<br />
bém a velocida<strong>de</strong> econ6mica <strong>de</strong> tráfego para o caso mais <strong>de</strong>sfavz<br />
rável correspon<strong>de</strong>nte 5 situação <strong>de</strong> nivel d'água mínimo <strong>de</strong> proje<br />
to (cota - 2.0Om) e compravou-se que, com a elevação do nível<br />
,"<br />
d'água pela penetração da maré através do canal <strong>de</strong> navegaçao,<br />
as situações melhorariam sensivelmente, o que permitiria a movL<br />
mentação <strong>de</strong> embarcações a maiores velocida<strong>de</strong>s; relativamente ?I<br />
largura do canal <strong>de</strong> navegação, consi<strong>de</strong>rou-se o cruzamento <strong>de</strong> em<br />
-<br />
barcações, porém com impedimento <strong>de</strong> ultrapassagem e, por um cr&<br />
t8<strong>rio</strong> econômico, chegou-se a um canal <strong>de</strong> navegação cuja geomg<br />
tria está representada na Figura (37). Foram analisados também<br />
os trechos curvilineos do canal e, <strong>de</strong> acordo com XX PIANC (70 ),<br />
obteve-se uma conf armação tipica como a mostrada na ~ i ~ u(38). r a<br />
-
Figura (37) - ~iaensões do canal <strong>de</strong> navegação da Ilha<br />
das OnGas (HIDROESD (39)).
Rrn = RAIO MÉDIO (EIXO DO CANAL).<br />
NOTA : PLANTA NO NIVEL DO PLANO DE NAVEGAÇÃO COM LARGURA<br />
-- DE 3.8b.<br />
Figura (38) - Sobrelarguras em trechos curvos do canal<br />
ds navegação da Ilha das Onças (HIDROESB<br />
(39)).
Com o objetivo <strong>de</strong> realizar a implantação<br />
e operação do sistema <strong>de</strong> navegação da Ilha das Onças, optou-se<br />
tambim pela construção <strong>de</strong> diques <strong>de</strong> contenção, localizados em<br />
áreas às margens do canal, que seriam utilizados como<br />
áreas <strong>de</strong> bota-fora para receber o material dragado, escolha e2<br />
sa baseada no fato <strong>de</strong> que o custo <strong>de</strong> dragagem cresce com o com<br />
primento do recalque e também <strong>de</strong> que os diques <strong>de</strong> contenção evi<br />
tam que o material dragado retorne ao canal <strong>de</strong> navegação após a<br />
dragagam; <strong>de</strong>ntre as soluçÕes que foram analisadas para a cons<br />
trução do dique, a que empregava sacos cheios com areia foi coi<br />
si<strong>de</strong>rada a mais a<strong>de</strong>quada, tanto no aspecto técnico como no ecg<br />
nÔmico. tom relação às operações <strong>de</strong> dragagem, indicou-se a uti -<br />
lizaçao <strong>de</strong> uma draga <strong>de</strong> sucção e recalque com caracteristicas d&<br />
ferentes da primeira para a segunda fase <strong>de</strong> projeto, cujo es<br />
quema <strong>de</strong> operação é mostrado esquematicamente na Figura (39). i!<br />
importante que se consi<strong>de</strong>re também operações <strong>de</strong> <strong>de</strong> sma ta ment o<br />
(utilizando-se ferramentas manuais e moto-serras portáteis), bem<br />
como <strong>de</strong> <strong>de</strong>stocamento e <strong>de</strong>sraizamento (com o uso <strong>de</strong> uma escava<br />
<strong>de</strong>ira, como é representado na Figura (39) ) nas áreas <strong>de</strong> influên<br />
tia do canal, com o objetivo <strong>de</strong> facilitar a implantação da na-<br />
gação e OS trabalhos <strong>de</strong> dragagem a serem realizados.<br />
1V.3) ANALISES EM MODELOS RE9UZIDOS VISANDO A MELHORIA DAS CON<br />
DIÇ~ES DE NAVEGAÇÃO NO ESTUARIO DE SANTOS (SP)<br />
O presente item <strong>de</strong> nosso trabalho foi<br />
realizado utilizando-se estudos s análises elaborados pela POR<br />
TOBRAS-INPH (42). Com relação ao estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos, 6 nesta<br />
gião que se encontra um dos mais importantes portos do Brasil,<br />
o <strong>de</strong> Santos; as instalações <strong>de</strong>ste porto esten<strong>de</strong>m-se ao longo <strong>de</strong><br />
ambas as margens do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos, limitado pelas ilhas <strong>de</strong><br />
são Vicente e Santo Amara, como se po<strong>de</strong> observar pela Figura<br />
(40); o seu acesso é feito através <strong>de</strong> um canal dragado consti<br />
tuido <strong>de</strong> 2 trschos: um exte<strong>rio</strong>r, na baía <strong>de</strong> Santos, com 8 -<br />
metros <strong>de</strong> extensão, e outro no inte<strong>rio</strong>r do estuá<strong>rio</strong> com cerca<br />
<strong>de</strong> 19.5 quilÔmetros, também representados na Figura (40). Além<br />
disso, esta é uma região que recebe as águas <strong>de</strong> vá<strong>rio</strong>s <strong>rio</strong>s pe<br />
quenos provenientes da Serra do Mar, que atuam signif icativamen<br />
-<br />
te no volume <strong>de</strong> material sólido existente no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> San<br />
-<br />
-<br />
-
Figura (40) - ~ocaliza~ão geaq&fica do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> San-<br />
tos - JP (PORTOBRAS - INPH (42) ).
tos, contribuindo, com os sedimentos carreados por eles, para um<br />
assoreamento continuo e representativo na zona ~ortuária; no c:<br />
na1 <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos também observa-se um elevado<br />
grau <strong>de</strong> assoreamento proveniente não só do movimento <strong>de</strong> ma te<br />
ria1 sólido dos <strong>rio</strong>s mas principalmente do transporte <strong>de</strong> massa<br />
provocado pelas onda S. Devido aos gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dragagem,<br />
fundamentais para a manutenção dos canais <strong>de</strong> acesso, e 5 impoz<br />
tância nacional cada vez maior do porto <strong>de</strong> Santos, a PORTOEIRAS<br />
verificou da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizarem estudos em mo<strong>de</strong>los rg<br />
duzidos, objet ivando a minimização <strong>de</strong>sses efeitos <strong>de</strong>sfavoráveis<br />
<strong>de</strong> assoreamento e, consequentemente, a redução dos custos <strong>de</strong><br />
dragagem (consi<strong>de</strong>rando-se as obras <strong>de</strong> correção a serem indica<br />
-<br />
das no mo<strong>de</strong>lo) e melhoria das condições gerais <strong>de</strong> navegação no<br />
estuá<strong>rio</strong>.<br />
Para a aplicação dos estudos em mo<strong>de</strong>lo<br />
reduzido, foram realizados, inicialmente, levantamentos <strong>de</strong> cam<br />
po visando a <strong>de</strong>terminação dos parâme tros arnbientais <strong>de</strong> influên<br />
tia, como, por exemplo, ondas, correntss, vantos, marés, tranz<br />
porte <strong>de</strong> sedimentos, etc.. Com relação às correntes <strong>de</strong> maré, fg<br />
ram utilizados 39 pontos <strong>de</strong> medição com correntômetros; os r2<br />
sultados serviram para <strong>de</strong>terminar a direção e intensida<strong>de</strong> da<br />
corrente <strong>de</strong> 2 em 2 metros ao longo da vertical <strong>de</strong> cada ponto;<br />
as medições foram feitas <strong>de</strong> forma continua ao longo <strong>de</strong> todo o<br />
<strong>de</strong> algumas marés vazante @/ou enchente, tanto para as<br />
<strong>de</strong> sizigia como para as <strong>de</strong> quadratura; em dois <strong>de</strong>sses pontos fg<br />
ram executadas medições também com correntÓgrafos, 5 meia prg<br />
fundida<strong>de</strong>. J; o programa <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> ondas na baía <strong>de</strong> Sarl<br />
tos foi executado consi<strong>de</strong>rando-se 2 pontos <strong>de</strong> medição (pl a p2)<br />
através <strong>de</strong> 3 registros diá<strong>rio</strong>s, <strong>de</strong>terminando-se também as res<br />
pectivas direções <strong>de</strong> ondas; inicialmnnte foi instalada um apg<br />
relho registrador autÔnorno colocado no ponto P1, com localiza<br />
-<br />
ção no ints<strong>rio</strong>r da baía; numa etapa seguinte foram roalizadas<br />
medições <strong>de</strong> ondas no ponto P2, mais aa largo; a localizaGão em<br />
planta dos pontos P1 9 P2 está representada na Figura (41, p-<br />
tos estes situados nas profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 10 e <strong>de</strong> 15 metros rez<br />
pectivamente. Com relação aos levantamentos <strong>de</strong> campo sobre as<br />
marés, observou-se que a maré no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos 6 do tipo<br />
semi-diurna, com <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s diárias nas marés<br />
-<br />
-
Figura (41) - localização grn planta das pontos <strong>de</strong> medição<br />
<strong>de</strong> ondas na bata <strong>de</strong> Santos (PORTOEIRAS- INPH<br />
(4W*
#<br />
sucessivas, e possuindo uma maior irregularida<strong>de</strong> no ç pe<strong>rio</strong>dos<br />
<strong>de</strong> influência <strong>de</strong> frentes frias. Foram também realizadas análi<br />
-<br />
ses meteorolÓgicas em que efetuaram-se medições climatolÓgicas,<br />
<strong>de</strong> ventos, <strong>de</strong> temperatura, <strong>de</strong> chuvas e <strong>de</strong> pressão atmosférica.<br />
Outros estudos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância durante esta fase <strong>de</strong> colo<br />
-<br />
ta <strong>de</strong> dados necessá<strong>rio</strong>s para as análises em mo<strong>de</strong>lo reduzido do<br />
estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos foram os seus levantamentos geolÓgicos e SE<br />
dimentolÓgicos, em que utilizou-se inclusive traçadores radio<br />
ativos (visando a <strong>de</strong>terminação do padráo <strong>de</strong> rnovimentaç~o dos se<br />
dimentos e das áreas para <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> dragagem).<br />
A ~ Ó S a fase <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> campo,<br />
passou-se para a fase <strong>de</strong> construção do mo<strong>de</strong>lo reduzido propria<br />
mente dito; para isto, fixou-se, inicialmente, os limites e as<br />
escalas do mo<strong>de</strong>lo e procurou-se reproduzir os parâmetros relati<br />
vos à batimetria, marés, ondas, vazão fluvial, correntes <strong>de</strong> ma<br />
ré e materiais <strong>de</strong> fundo. Poste<strong>rio</strong>rmente à taragern do mo<strong>de</strong>10,foi<br />
possivel então realizar-se ensaios práticos visando a obtenção<br />
da solução Ótima para o problema no que se refere ao direciona<br />
-<br />
mento <strong>de</strong> correntes, menores volumes <strong>de</strong> asqoreamento (e conse<br />
quentemente custos mais rsduzidos <strong>de</strong> dragagem) e condições <strong>de</strong><br />
navegação mais favoráveis, Foram estudados no mo<strong>de</strong>lo 15 anteprg<br />
jetos <strong>de</strong> obras fixas; numa etapa inicial analisaram-se 6 alter<br />
nativas dif erentes consi<strong>de</strong>rando-se a melhor aquela representa<br />
da nas Figuras (42) e (43), em que utilizou-se um esquema conz<br />
tituido <strong>de</strong> 2 molhes (guias correntes), um curvo na margem direita<br />
do canal, enraizado na Ponta da Praia, prolongado até a batimi<br />
trica -11.00 metros e com 4350 mstros <strong>de</strong> extensão e outro reto,<br />
enraizado na Ponta dos ~irnões, também se esten<strong>de</strong>ndo at6 a mesma<br />
profundida<strong>de</strong> e com 1590 metros <strong>de</strong> extensão, Para esta alternati<br />
-<br />
va, verificou-se que, nas mar& <strong>de</strong> enchente, as correntes <strong>de</strong> ep<br />
trada no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos mantiveram-se como no protÓt ipo;<br />
nas proximida<strong>de</strong>s da Ilha das Palmas e do molhe reto, a corrente<br />
sofre retorno; há também uma corrente <strong>de</strong> retorno mrgeando o mo<br />
lhe curvo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a praia e <strong>de</strong>le se distanciando a partir da<br />
curvatura do canal; na vazante, as correntes estiveram bem ori<br />
entadas em semelhânça com o protÓt ipo. O gran<strong>de</strong> inconveniente<br />
<strong>de</strong>sta alternativa consi<strong>de</strong>rada parece ser, <strong>de</strong> acordo com a PORTg<br />
BRAS-INPH (42), o problema da poluição que po<strong>de</strong>rá ocorrer na $<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
" .-<br />
.- .- 2<br />
O<br />
N ?! w r- 0 O v<br />
v- v .- * " ' " ' v<br />
Escnio ~rofico<br />
0, 03 C<br />
Figura (42) - ~eprasentação <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto<br />
com obras <strong>de</strong> melhoramento na baia <strong>de</strong> Santas,<br />
para situação <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> enchente (POR-<br />
~oeffds - INPH (42)).
Figura (43) - ~e~resenka~ão <strong>de</strong> uma alternativa <strong>de</strong> projeto<br />
com obras <strong>de</strong> melhoramento na baia <strong>de</strong> Santos,<br />
para a situação <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> vaza2<br />
te (PORTOEIRAS - INPH (42)).
oa adjacente ao molhe curvo, junto praia, com a falta <strong>de</strong> r2<br />
novação das águas litorâneas. Desta forma, foram estudadas ns<br />
"as alternativas <strong>de</strong> projeto visando a obtenção <strong>de</strong> uma solução<br />
Ótima para os problemas relativos ?i navegação no estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong><br />
Santos; a caracteristica principal <strong>de</strong>stes novos esquemas seria<br />
a existência <strong>de</strong> um molhe reto ou quase reto da praia do ~mbará<br />
em direção perpendicular à crista da onda dominante, com o c2<br />
roamento acima do mais alto nível d'água, e enraizamento a uma<br />
distância suficiente para não ser ultrapassado pelas areias que<br />
migram do oeste; este molhe (eçpigão) seria prolongado até as<br />
proximida<strong>de</strong>s da batimétrica -11.00 metros, quando o coroamento<br />
estará na cota -2.00 metros; estas novas alternativas iriam con<br />
si<strong>de</strong>rar também a construção <strong>de</strong> diferentes obras adicionais a<br />
esta, visando a otimização do fluxo das correntes <strong>de</strong> marés en<br />
trada do estuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> Santos. A solução indicada pelo INPH, ap$s<br />
a comparação entre mais 9 anteprojetos reproduzidos no mo<strong>de</strong>lo<br />
hidráulico, consiste no esquema representado na Figura (44) com<br />
a existência da um molhe ligeiramente curvo enraizado na praia<br />
do ~o~ueirão e com 4350 metros <strong>de</strong> comprimento, com o coroamento<br />
<strong>de</strong>clinante <strong>de</strong> t2.00 metros no enraizamento, para 0.00 on<strong>de</strong> a<br />
obra atinge a batimétrica -5.00 metros, e para -2.00 metros, oc<br />
<strong>de</strong> atinge a batimétrica -11.00 metros; o segundo molhe é também<br />
curvo, enraizado na Ponta dos ~imões e com 1950 rnetros <strong>de</strong> extec<br />
4"<br />
sao, prolongado até a batimétrica -11.00 metros, com o coroame;<br />
to na cota -2.00 metros. As vantagens <strong>de</strong>sta alternativa indica<br />
da é <strong>de</strong> que, sendo o espigão mergulhante, ocorrerá uma melhor<br />
renovação da água junto ?i praia do ~o~ueirão; e, comparativamen<br />
te aos outros anteprojetos estudados, o volume <strong>de</strong> assoreamento<br />
<strong>de</strong> material sólido no canal <strong>de</strong> acesso será também bem menor;<br />
verificou-se no mo<strong>de</strong>lo que, sem as obras <strong>de</strong> melhoramento, o volu<br />
3<br />
me total <strong>de</strong> material assoreado correspondia a 1158000m ; com a<br />
3<br />
solução proposta, este volume baixou para o valor <strong>de</strong> 456000m ,<br />
mostrando uma diminuição senslvel no volume <strong>de</strong> assoreamonto do<br />
canal <strong>de</strong> acesso na baía <strong>de</strong> Santos, conforme se po<strong>de</strong> observar<br />
pela camparação entre os Quadros (1) a (2). Com a realização das<br />
sa s obras <strong>de</strong> rnelhuramento propostas, a profundida<strong>de</strong> minirna está<br />
vel no canal<strong>de</strong> acesso, verificada no mo<strong>de</strong>lo, seria <strong>de</strong> 12.00 me -<br />
tros.<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
- C<br />
.- "<br />
O '., w h
t<br />
CICLOS<br />
39<br />
78<br />
i0 TA L<br />
TZECHO RETO TRECHO CERVO<br />
DO CANAL3DE DO CANAL DE<br />
n c ~ ~ ~ 0 ) ( m CESSO (rn3)<br />
nuadro (1) - Volume 32 asç~reãmento do canal <strong>de</strong><br />
acesso na bala <strong>de</strong> Szntoç (SP) sem<br />
-<br />
a r~a'lizaçao das o~ras <strong>de</strong> rnsln~ra -<br />
nentos indicadas ( F ~ R T G ~ - ~ IIdPH ~ Ç<br />
CICLOS<br />
39<br />
78<br />
TOTAL<br />
3 27.000<br />
161.000<br />
4ÔE.000<br />
(d2)).<br />
T'iEZHú FiTTO<br />
DO CANAL-DE<br />
QCESSO(~')<br />
47.000<br />
97.000<br />
144.900<br />
368.000<br />
302.000<br />
-6;"70.000<br />
'OTAL<br />
(m3)<br />
695.000<br />
463.000<br />
1.158.000<br />
Qusdro (2) - Volums <strong>de</strong> assoreamenio do canal <strong>de</strong><br />
-<br />
TRECHO CLIFt,'O<br />
DO CAISAL DE<br />
3<br />
ACESSO(^ )<br />
187.000<br />
125.000<br />
312.000<br />
TOTAL<br />
(m3)<br />
234.000<br />
222.200<br />
456.000<br />
acrçça na baia <strong>de</strong> Santos (SP) com<br />
a realizaç2o das obras <strong>de</strong> melhora<br />
msnto indicadas (PORTOBR~S - INPH<br />
?<br />
-<br />
I
IATAJA f-AÇU<br />
A análise do caso prático relativo ao<br />
estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~taja;-~çu foi realizada utilizando-se os trabg<br />
lhos elaborados por VARGAS (94) e DUBEREINER (24). Os estudos<br />
hidráulico - sedimentolÓgicos e as obras <strong>de</strong> melhoramento para na<br />
vegação já implantadas nesta área <strong>de</strong>vem-se, principalmente, à<br />
importância crascente do porto <strong>de</strong> 1ta jai na economia <strong>brasil</strong>eira;<br />
este porto situa-se na região centro-oeste <strong>de</strong> Santa Catarina e<br />
foi construido basicamente na margem direita do <strong>rio</strong> Itajai-~~u,<br />
a cerca <strong>de</strong> 3.5 da foz, localizando-se em uma regiâo<br />
estuarina com forte influência <strong>de</strong> processos sedimentares prove<br />
nientes da interação <strong>de</strong> águas fluviais e maritimas. Ante<strong>rio</strong>rme'<br />
te ?i execução <strong>de</strong> qualquer obra <strong>de</strong> melhoramento, o canal <strong>de</strong> aces<br />
so a este porto apresentava uma curva muito brusca, entre um<br />
ponta1 móvel <strong>de</strong> areias e o morro da Atalaia, e, efetuando um gi<br />
ro <strong>de</strong> quasa 180°, ligava-se ao mar quase paralelamente dire<br />
ção Ç-N da praia, conforme po<strong>de</strong>-se verificar pela Figura (45).<br />
A caracteristica principal do processo hidráulico-sedimentolÓg~<br />
co na embocadura era, <strong>de</strong>sta forma, a ocorrência <strong>de</strong>ste pontal <strong>de</strong><br />
areias, orientado do Norte para o Sul, o que obrigava as corre2<br />
tes a passarem entre a sua extremida<strong>de</strong> e o costão; quando cros<br />
cia a <strong>de</strong>scarga do <strong>rio</strong> essa seção caracteristica se alargava prg<br />
porcionalmente e, nas épocas <strong>de</strong> estiagem, ela se estreitava com<br />
o avanço da extremida<strong>de</strong> do pontal para o Sul; o gran<strong>de</strong> problema,<br />
portanto, estava na existência do pontal, que dificultava O<br />
acesso ao porto <strong>de</strong> 1tajaZ e fazia com que os veleiros e outras<br />
embarcações navegassem com severas dificulda<strong>de</strong>s para transpor o<br />
trecho recurvado da canal, on<strong>de</strong> a força do refluxo e os ventos<br />
tentavam lançar os navios sobre as lajes da Atalaia ou sobre as<br />
areias do referido pontal.<br />
Des<strong>de</strong> 1906 vêm sendo realizadas nbras <strong>de</strong><br />
melhoramento para a embocadura do <strong>rio</strong> Itaja;-~çu <strong>de</strong> tal forma<br />
que, no per;odo atual, o lay-out do canal <strong>de</strong> acesso nesta r.E<br />
cJi:o se encontra <strong>de</strong>slocado <strong>de</strong> 90°, na direção Este-Nor<strong>de</strong>ste (E-<br />
NE), em comparação com a situação primitiva natural. Com rela<br />
ao esquema <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>ssas obras hidráulicas, o e2<br />
tuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1ta jai-AÇU, que terminava em um braço <strong>de</strong> meandro<br />
-<br />
-
F i gum (45) - Canal <strong>de</strong> acssso ao porto ds ~taja; (SC) em i896<br />
(VARGAS (94)).<br />
com embocadura voltada para a direção S-N, teve a sua embocadu -<br />
ra regularizada por 2 molhes ligeiramente convergentes, comple<br />
mentados por 8 espigões transversais e 3 outros longitudinais,<br />
truncando o antigo meandro do qual fazia parte o atual Saco da<br />
Fazenda e criando uma saida artificial para o estuá<strong>rio</strong>, dirigi<br />
da para E-NE, conforme está mastrado na Figura (46). Desta f o ~<br />
ma, com a construGão <strong>de</strong>ssas obras, o ponta1 antigo reduziu-se a<br />
insignificante, não constituindo-se mais em empecilho<br />
para a navegac;ão naquela á'rea.<br />
Para a construção das referidas obras <strong>de</strong><br />
melhoramento na embocadura do <strong>rio</strong> 1tajal-ilçu e para um melhor<br />
conhecimento da área em estudo, foram realizados levantamentos<br />
-
<strong>de</strong> campo e, <strong>de</strong>sta forma, caracterizou-se principalmente o regL<br />
me pluviométrico na bacia hidrográfica e o fluviom~trico na r2<br />
<strong>de</strong> potamográfica do <strong>rio</strong> 1tajai-AÇU, a frequência e velocida<strong>de</strong>s<br />
dos ventos na região, alturas e pe<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> ondas, regimes <strong>de</strong><br />
rés e correntes, perfis longitudinais <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>, e análises<br />
do comportamento sedimentolÓgico do estuá<strong>rio</strong>. Na Figura (47)<br />
está representada a localização em planta dos pontos <strong>de</strong> medi<br />
ções utilizados na realizaçgo dos levantamentos <strong>de</strong> dados necessá<br />
<strong>rio</strong>s para os estudos e projetos no estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ta jai-~çu.<br />
Com relação 2s obras <strong>de</strong> melhoramento im<br />
plantadas, representadas na Figura (46), smbora elas tivessem<br />
o objetivo <strong>de</strong> regularização e aprofundamento do canal <strong>de</strong> acesso,<br />
apenas o primeiro po<strong>de</strong> ser plenamente alcançado. ~lém disso, e2<br />
tas obras promoveram dois efeitos negativos no processo sedimen.<br />
tológico do estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1ta jaí-~~u; um <strong>de</strong>les, que já era<br />
previsto, foi o dsslocamento dos bancos <strong>de</strong> areia da barra, ante<br />
<strong>rio</strong>rment e localizados da já mencionada Ponta do A ta<br />
laia, em direção ao mar, a jusante da extremida<strong>de</strong> dos molhes <strong>de</strong><br />
C1<br />
proteçao; o segundo efeito foi uma ligeira tendência <strong>de</strong> assorea<br />
Y<br />
mento do estuá<strong>rio</strong> na reç;ião a montante <strong>de</strong>ssas obras d3 correçao<br />
Y<br />
(diques e espigoes), já que estas atuações <strong>de</strong> estrangulamento<br />
<strong>de</strong> seção na embocadura do <strong>rio</strong> 1taja;-AÇU promoveram uma maior<br />
4"<br />
estratif icação do estuá<strong>rio</strong> E consaquentemente a obtençao <strong>de</strong> maio<br />
res intensida<strong>de</strong>s para as correntes <strong>de</strong> fundo no sentido <strong>de</strong> jusalf<br />
te para montante, aumentando, <strong>de</strong>sta forma, a penetração do mate<br />
ria1 arenoso proveniente do mar.<br />
As dragagens que vêm sendo efetuadas no<br />
canal <strong>de</strong> acesso e bacia <strong>de</strong> evolução do porto <strong>de</strong> 1tajai têm ta2<br />
bem provocado gran<strong>de</strong>s alterações no processo sedimentológico do<br />
estuá<strong>rio</strong>; conforme já foi explicado no item 11.5 <strong>de</strong>ste trabalho,<br />
as atuações <strong>de</strong> dragagem visando a aprofundamento <strong>de</strong> calha em<br />
uma região estuarina ten<strong>de</strong>m a aumentar a est ratif icação da<br />
*<br />
ggua, o que acarreta certamente numa maior penetraçao <strong>de</strong> mate<br />
riais arenosos <strong>de</strong> origem marinha e consequentemente numa eleva -<br />
dos padrões <strong>de</strong> sedimentação no estuá<strong>rio</strong>. Os volumes <strong>de</strong> dra-<br />
gagem (consi<strong>de</strong>rando-se a bacia <strong>de</strong> evoluçgo i canal interno i c2<br />
nal externo) nas áreas <strong>de</strong> interesse para o porto <strong>de</strong> 1tajai têm<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
Figura (47) - ~ocalização em planta dos pontos <strong>de</strong> mediGões para o estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~tajai-A~U<br />
(DOBEREINER (24)).
aumentado sensivelmente nos Últimos tempos, conforme É mostrado<br />
na Figura (48), <strong>de</strong>vido, principalmente, ao aprofundamento <strong>de</strong>z<br />
N<br />
sas áreas visando o tráfego <strong>de</strong> embarcaçoes com maiores calados.<br />
VOLUt.1E<br />
DSAGIDO<br />
( ldc?) 1.<br />
1600<br />
1203<br />
COTA DE DRAGAGEM (a<br />
BE - BACIA DE EVOLUÇÃO<br />
. .<br />
C 1 - CANAL INTERiIO<br />
CE - CANAL EXTERNO<br />
Figura (48) - ~ráfico da evolução das dragagons ef etuadaç no<br />
porto <strong>de</strong> 1tajai (DOBEREIMER (24) - fonte dos da-<br />
dos da CBD).<br />
O estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> ~ t a j a i - ~ ~ que u , e rn<br />
ante<strong>rio</strong>res se encontrava em um certo eyilib<strong>rio</strong> dinâmi<br />
co, sofreu então, um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabili~a~ão ?i medida em<br />
que se aumentavam as taxas <strong>de</strong> dragagem efetuadas no canal <strong>de</strong><br />
acesso e bacia <strong>de</strong> evolução do porto; isto fez com que houvesse<br />
..I<br />
uma reaçao mais intensa do ecossistema estuarino no sentido <strong>de</strong><br />
restaura r as profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> equilTb<strong>rio</strong>, induzindo ainda mais<br />
-
N CI<br />
2 realizaçao <strong>de</strong> dragagens <strong>de</strong> manutençao, que passaram,<strong>de</strong> acoy<br />
3<br />
do com D~B~?EINE'~ (24 ), <strong>de</strong> 50000m até 1972 para 250000m3 no<br />
período <strong>de</strong> 1973 a 1982; a partir <strong>de</strong> 1903, quando se elevaram as<br />
m<br />
cotzs <strong>de</strong> aprofundamento do canal <strong>de</strong> acesso e bacia <strong>de</strong> evoluçao,<br />
Y<br />
as dragagens <strong>de</strong> manutenção provavelmente atingirao va lares da<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1OOOOCOm<br />
3 , sendo dif icil d~ se estimar precisamente<br />
estes números <strong>de</strong>vido a duas cheias excepcionais que ocorreram a<br />
partir <strong>de</strong> 1983. Po<strong>de</strong>mos,<strong>de</strong>sta forma, perceber que o aprofunda -<br />
mento das cotas <strong>de</strong> dragagem nesta região estava fazendo com que<br />
ela se tornasse um verda<strong>de</strong>iro alçapão sedimantolÓgico recebendo<br />
sedimentos provenisntes do transporte fluvial E marítimo e indu<br />
zindo a um custo <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção cada vez maior; em<br />
N<br />
nossa opiniao, achamos que <strong>de</strong>veriam ser realizados estudos em<br />
mo<strong>de</strong>lo reduzido <strong>de</strong> fundo móvel em que fossem implantados <strong>de</strong>ter<br />
minados tipos <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> melhoramento que promovessem menores<br />
impactos ambientais no estuá<strong>rio</strong> e que, ao mesmo tempo, melhora<br />
m<br />
riam também as condiçõ2s <strong>de</strong> navegaçao na área <strong>de</strong> interesse, pef<br />
."<br />
mitindo a <strong>de</strong>posição dos sedimentos em regiões sem importância<br />
para os sistemas <strong>de</strong> navegaçao; as dragagens, neste caso, teriam<br />
também relevância em termos dr manutençao das profundida<strong>de</strong>s do<br />
Lii<br />
canal <strong>de</strong> navegaçao, porém seriam <strong>de</strong> volume bem mais reduzido e<br />
LI<br />
gerando, portanto, reaçoes menos intensas por parte do ecossi_s<br />
tema natural. Outras soluções foram analisadas pelo INPH, e e2<br />
tudos mencionados por DOBEREINEA ( 24 ) sugerem que se realizem<br />
uma tentativa <strong>de</strong> atimização das drâgagens <strong>de</strong> manutenção; para<br />
a reduçgo das taxas <strong>de</strong> assorearnento foi apontada a utilização<br />
<strong>de</strong> alçapões sedime ntológicos cu jas estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> foram<br />
elaborados pelo INPH (43 ). Com relaGão à minimização da infl;<br />
ência da barra formada no cabeço do molhe norte já construido e<br />
que vai gerar efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> material sólido no canal<br />
<strong>de</strong> acesso, foi proposto por VASGAS (94 ) a construção <strong>de</strong> esp&<br />
.<br />
gões na praia <strong>de</strong> 1ta jai (para a retençao da areia transportada<br />
ao longo da costa), e por VARGAS (94 ) e IFJPH (43 ) o prolonga<br />
mento do molhe norte; estas recomendações partiram do principio<br />
<strong>de</strong> que o transporte litorâneo tem a direção predominante Norte-<br />
-Sul (N-s); no entanto, não existe ainda, na realida<strong>de</strong>,uma quap<br />
tificasão exata do transporte litorâneo da região, o que torna<br />
prematura uma análise mais <strong>de</strong>finitiva para o problema em queç<br />
tão. Desta forma, consi<strong>de</strong>rando-se as incertezas já apontadas e<br />
-
os inconvenientes dos volumes <strong>de</strong> dragagem anuais cada vez maio<br />
res, o trabalho elaborado por DOBEREINER ( 24) sugere que se rea<br />
lize uma quantificaçao do transporto litorâneo da região, inclu<br />
indo análises com traçadores radioativos para <strong>de</strong>finir se exis<br />
tem possibilida<strong>de</strong>s do retorno do material, pois isto permitiria<br />
a obtenção <strong>de</strong> soluçEes <strong>de</strong>finitivas e <strong>de</strong> análise mais precisa pz<br />
ra o problema do assoreamento no estuá<strong>rio</strong> do <strong>rio</strong> 1taja1-AÇU; - a<br />
lém disso, sugere-se uma melhoria da eficiancia das dragagens<br />
através <strong>de</strong> um estudo para re<strong>de</strong>finição da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo dos sg<br />
dimentos, em que indica-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utiliza$o do 3%<br />
c0 da Fazenda, representado na Figura (46), para este fim, já<br />
que esta é uma área que impe<strong>de</strong> o retorno do material sólido ao<br />
sistema astuarino,<br />
-<br />
-<br />
-
A partir dos estudos e anglises realiza<br />
dos ao longo <strong>de</strong>ste trabalho, po<strong>de</strong>mos chegar Gs seguintes conclu<br />
Y -<br />
SOES e recomendaçoes:<br />
W<br />
1 - 0s estuá<strong>rio</strong>s correspon<strong>de</strong>m a reqioes <strong>de</strong> qran<strong>de</strong> valor<br />
para as comunida<strong>de</strong>s humanas <strong>de</strong>vido a uma série <strong>de</strong> fatores como<br />
a fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas águas; diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna e flora, sep<br />
do, portanto, áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> riqueza ecológica; posição geogrg<br />
fica estratégica, on<strong>de</strong> normalmente estão localizados importan<br />
tes complexos urbanos, representando verda<strong>de</strong>iros elos <strong>de</strong> liga<br />
ça"o entre o mar e o continente, sendo aí efetuadas ativida<strong>de</strong>s<br />
W<br />
mais intensas <strong>de</strong> navegaçao e on<strong>de</strong> têm se localizado os princi<br />
pais portos do mundo (pois são regiões abrigadas naturalmente<br />
Y<br />
contra as aGões do mar). Por estas e outras razoes, aliadas 5<br />
sua fragilida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> ambienta1 (visto que pequenas al<br />
terações neste ecossistema po<strong>de</strong>m modif icar em gran<strong>de</strong> parte O<br />
seu equilíb<strong>rio</strong> dinâmico), 6 imprescindivel que qualquer tipo <strong>de</strong><br />
atuação humana no regime estuarino seja estudada <strong>de</strong> forma cri<br />
te<strong>rio</strong>sa <strong>de</strong> maneira a se alcançar os benefícios <strong>de</strong>sejados ao me5<br />
mo tempo em que se gera os menores impactos ambientais negativos<br />
po ssiveis.<br />
L.<br />
2 - R implantação <strong>de</strong> sist,emas <strong>de</strong> navegação em regioes e2<br />
tuarinas <strong>de</strong>ve ser feita procurando-se utilizar ao máximo as con<br />
W<br />
dicoes naturais existentes, o que diminui os custos do empreez<br />
dimento hidráulico e reduz a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impactos ambien<br />
tais <strong>de</strong>sfavordveis. ?ar exemplo, na <strong>de</strong>finir,ão do canal <strong>de</strong> navg<br />
cpÇão a ser utilizado em um estuá<strong>rio</strong>, <strong>de</strong>ve-se, sempre que possi<br />
vel, utilizar-se o canal natural principal, e apenas realizan-<br />
W<br />
do-se, quandc! neczssá<strong>rio</strong>, pequenas obras <strong>de</strong> correçao <strong>de</strong> calha<br />
e <strong>de</strong> regime hidráulico bem como atuações <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> margem<br />
ao longo do estirão ostuarino.<br />
3 - Para qualquer estudo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />
navegação em regiões estuarinas é fundamental que se tenha - da<br />
dos para projeto confiáveiç. Desta forma, os levantamentos <strong>de</strong><br />
campo <strong>de</strong>vem ser realizados <strong>de</strong> forma cuiaadosa e eficiente, com<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
o objetivo <strong>de</strong> se coletar os dados que farão parte dos estudos<br />
técnicos poste<strong>rio</strong>res. No entanto, os trabalhos <strong>de</strong> campo em estuá<br />
<strong>rio</strong>s correspon<strong>de</strong>m também a uma fase dispendiosa do empreendimen<br />
to hidráulico global, sendo importante tentar-se otimiza r a o&<br />
tenção <strong>de</strong>ssas informações relativas às condições naturais (vec<br />
tos, correntes, sedimentos, etc.) e levantamentos sócio-econÔmi<br />
tos da região, ou seja, fazer um planejamento dosses trabalhos<br />
<strong>de</strong> forma a se obter qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados necessá<strong>rio</strong>s<br />
e suficientes que representarão informações relevantes para o<br />
projeto <strong>de</strong> engenharia a ser elaborado.<br />
4 - A poluição ambienta1 tem sido um dos principais fa<br />
teres respons~veis pela <strong>de</strong>generação dos eco ssistemas estua rinos<br />
existentes em todo o mundo. A fixação do homem nestas áreas tem<br />
sido realizada <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada , encontrando-se ai gran<strong>de</strong>s<br />
concentrapões populaciona is; como consequência disto, são produ-<br />
zidos efeitos danosos dos mais diversos como a poluição da água<br />
por produtos qu&nicos provenientgs <strong>de</strong> indústrias, a utilização<br />
das águas eçtuarinas para refrigeração <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras em usinas<br />
térmica), <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> Óleos provenientes das embarca-<br />
1Y<br />
$es flutuantes em áreas portuárias e <strong>de</strong> intensa na vegaçao,<br />
efluenteç oriundos dos esgotos dom6sticos e das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
.I<br />
irrigaçao , incremento do escoamento superficial <strong>de</strong> encosta ('kun-<br />
-off ") <strong>de</strong>vido às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> florestas, e o:<br />
tros. Com isto, o ecossistema estuarino se torna muito alterado<br />
e danificado, dai ocorrendo a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> sua faunz e flora,<br />
problemas <strong>de</strong> eutroficação <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> nutrientes na<br />
água, o aumento das taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>poçiç~o <strong>de</strong> sedimentos nos estuá<br />
<strong>rio</strong>s, etc.. ~á é tempo das autorida<strong>de</strong>s governamentais, Órgãos<br />
responsáveis e profissionais que trabalham no assunto se consci<br />
entizarem <strong>de</strong> que os estuá<strong>rio</strong>s <strong>de</strong>vem ser utilizados <strong>de</strong> forma<br />
cional e a análise dos impactos ambientais neles gerados <strong>de</strong>ve<br />
cada vez mais ser um fator <strong>de</strong> peço na escolha da alternativa <strong>de</strong><br />
projeto a ser implantada.<br />
5 - O processo çedimentolÓqico em estuá<strong>rio</strong>s promove a<br />
formação <strong>de</strong> baixios e barras, que se constituem normalmente em<br />
gran<strong>de</strong>s empecilhos à nevegação. Isto po<strong>de</strong> ser corrigido, inici<br />
almente, evitando-se ao máximo a entrada <strong>de</strong> material sólido no<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
estuá<strong>rio</strong> por fontes exógena s (bacia hidrográfica e/ou corpo d'i<br />
gua 1 itorâneo) ; por exemplo, os escoamentos superficiais <strong>de</strong> efi<br />
costas e planícies ("run-off I') provenientes do continente po<strong>de</strong>m<br />
ser bem reduzidos através <strong>de</strong> atuaGões na bacia hidrogra'fica c2<br />
mo o reflorestamento <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s, soleiras <strong>de</strong> encosta, valas <strong>de</strong><br />
terraceamento e bacias <strong>de</strong> recarga, o que acarretará também na<br />
regularização do regime fluvial, resultando numa melhor produti<br />
vida<strong>de</strong> hidrica da bacia hidrográfica, além <strong>de</strong> evitar efeitos<br />
<strong>de</strong>sfavoráveis <strong>de</strong> erosões continentais (ravinas e voçoroca s) r-<br />
ponsáveis em gran<strong>de</strong> parte pela quantida<strong>de</strong> total dos sedimentos<br />
trazidos pelos <strong>rio</strong>s até os estuá<strong>rio</strong>s; 6 importante também que<br />
os <strong>de</strong>spejos industria is e domésticos sejam somente lançados na s<br />
calhas fluviais após o seu tratamento a<strong>de</strong>quado. Outros tipos <strong>de</strong><br />
atuações <strong>de</strong> combate à formação <strong>de</strong> baixios e barras em estuá<strong>rio</strong>s<br />
correspon<strong>de</strong>m à realização <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> dragagem (<strong>de</strong>vendo-se<br />
ter cautela com relação 4 escolha das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo), forma<br />
ção d~ alçapões sedimentolÓgicos e construção <strong>de</strong> obras para o<br />
dirscionamento <strong>de</strong> correntes. A s atuaçães do engenharia impos<br />
tas pelo homem nas regiões estuarinas incluem estruturas para<br />
reduzir o escoamento <strong>de</strong> maré, alteração do regime fluvial, e o<br />
aprofundamento e estreitamente da calha estuarina visando a na-<br />
Y<br />
vegaçao; <strong>de</strong>sta forma, torna-se cada vez mais importante a utili<br />
*ação dc estudos em niedsles reduzidos para se chegar às mel-<br />
.)<br />
res alternativas para a solução do problema da <strong>de</strong>posiçao <strong>de</strong> sg<br />
dimentos em estuá<strong>rio</strong>s. Som relação aos trabalhos <strong>de</strong> dragagem,<br />
<strong>de</strong>ve-se procurar sempre que possivel aplicá-los somente em atua<br />
ções <strong>de</strong> manutenção do cana 1 <strong>de</strong> navegação ou em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> COE<br />
L.<br />
plsmentaçao, tentando-se usar soluções mais <strong>de</strong>finitivas para rg<br />
solver o problema (como a construção <strong>de</strong> obras fixas). Quando os<br />
N LI<br />
canais estuorinos sao dragados, o padrao <strong>de</strong> escoamento e a cir<br />
cular;ão estuarina também são alterados, o que gera, como consz<br />
cyência, uma mudança nos seus ~adrões <strong>de</strong> sedimentação; os c%<br />
nais aprofundados através <strong>de</strong> draga gens intensas se transformam<br />
frequentemente em vsrda<strong>de</strong>iros alçapões sedimento lógicos (aume~<br />
CI<br />
tando ainda mzis a taxa <strong>de</strong> assoreamento nesta regiao), além <strong>de</strong><br />
modificarem o posicionamento dos baixios o bancos <strong>de</strong> areia, que<br />
se transportam para regiões mais a montante ou a jusante(ou am<br />
bas) do ponto <strong>de</strong> dragagem, transformando-se até mesmo em empg<br />
N<br />
cilhos ainda maiores à navegaçao do que eram ante<strong>rio</strong>rmente.<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
De uma forma geral, os tipos <strong>de</strong> obras <strong>de</strong><br />
N<br />
melhoramento para implantação dos sistemas <strong>de</strong> navegaçao em e2<br />
tuásios consistem normalmente em se obter os custos iniciais e<br />
<strong>de</strong> manutenção os menores poss;veis para o empre-ndimento hidráu-<br />
N N<br />
lico em questao, Consi<strong>de</strong>rando-se a construçao <strong>de</strong> diques e espi<br />
gões para o direcionamento e controle <strong>de</strong> correntes visando a<br />
eliminação dos baixios e bancos <strong>de</strong> areia, e o aprofundamento e<br />
N<br />
regularização <strong>de</strong> calha, e sabendo-se que os estuá<strong>rio</strong>s sao<br />
giões <strong>de</strong> formação complexa e muito <strong>de</strong>licada, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
erros <strong>de</strong>vido ao projeto <strong>de</strong>feituoso e colocação incorreta <strong>de</strong>sças<br />
estruturas po<strong>de</strong> gerar sérias consequências quanto a esta bilida-<br />
<strong>de</strong> do regime estuarino; <strong>de</strong>sta formo, o sucesso da implantação<br />
das referidas obras <strong>de</strong> melhoramento para navegação em estuá<strong>rio</strong>s<br />
<strong>de</strong>ve ser fundamentado na realização <strong>de</strong> um projeto cuidadoso em<br />
que sejam consi<strong>de</strong>rados todos os parâmetros intervenientes no<br />
problema, baseado em levantamentos <strong>de</strong> campo a<strong>de</strong>quados e estudos<br />
em mo<strong>de</strong>lo reduzido <strong>de</strong> Fundo móvel e consi<strong>de</strong>rando-se também as<br />
N<br />
operações <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção e construção <strong>de</strong> alçapoes sg<br />
dimento lógicos,<br />
6 - Devido ao elevado custo e aos sé<strong>rio</strong>s impactos ambi<br />
entais gerados quando da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundamento do ca<br />
na1 <strong>de</strong> navegacão em estuá<strong>rio</strong>s para aten<strong>de</strong>r ao tráfego <strong>de</strong> embar<br />
cações com calados que vêm aumentando cada vez mais, é, <strong>de</strong>sta<br />
forma, sempre aconselh6vel evitar-se (ou rninimizar-se) essas<br />
operações <strong>de</strong> aprofundamento <strong>de</strong> canal, substituindo-as por outros<br />
tipos <strong>de</strong> soluções que possam também resolvsr o problema. Estas<br />
soluções po<strong>de</strong>riam incluir a utilização das variações <strong>de</strong> maré no<br />
estuá<strong>rio</strong>, em que os navios <strong>de</strong> maiores calados para chegar a o<br />
porto somente penetrariam no canal <strong>de</strong> acesso estuarino nos pg<br />
<strong>rio</strong>dos <strong>de</strong> marés mais altas; uma outra soluçao seria a realiza<br />
ção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> amarração off-shore (utilizando-se dolfins<br />
W<br />
ou bóias <strong>de</strong> amarração) para as embarcaçoss <strong>de</strong> maiores calados,<br />
fazendo-se as operações <strong>de</strong> bal<strong>de</strong>ação ("ti.anshipmentl') ou a uti<br />
L.<br />
lizaçao <strong>de</strong> esteiras rolantes, mangueiras ou dutos, que poçsibi<br />
litariam o transbordo <strong>de</strong> cargas para o continente ou região €5<br />
tua rina.<br />
7 - A partir, tambgm, <strong>de</strong> atuações humanas <strong>de</strong>feituosas<br />
N<br />
-<br />
-
nos estuá<strong>rio</strong>s po<strong>de</strong> ser serado um outro tipo <strong>de</strong> problema muito<br />
sé<strong>rio</strong> para os sistemas do navegar;ão e outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enge<br />
,.,<br />
nharia que é a divagaçao do leito eskuarino. No caso <strong>de</strong> ocorre<br />
rem gran<strong>de</strong>s incursões <strong>de</strong> ma teria is sólidos provenientes <strong>de</strong> fon<br />
tes exÓgenas (<strong>de</strong>spejos domisticos e industriais, escoamentos si<br />
*<br />
perficiais <strong>de</strong> encosta, drenagem das águas <strong>de</strong> irrigaçao, etc.),<br />
N<br />
as taxas ds assoreamento nos estug<strong>rio</strong>s serao certamente mais in<br />
CI<br />
tensas, induzindo 2 formação <strong>de</strong> maioreszonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posiçao <strong>de</strong><br />
* W<br />
sedimentos (ba ixios). No entanto, para a situaçao da construçao<br />
<strong>de</strong> barragens visando a criação <strong>de</strong> reservató<strong>rio</strong>s e usinas hidroe-<br />
l6tricas o efeito é contrá<strong>rio</strong>, já que o transporte <strong>de</strong> sodimey!<br />
tos na calha Fluvial e interrompido, gerando normalmente a acg<br />
mulação <strong>de</strong>ste material a montante da barragem e um processo <strong>de</strong><br />
Y<br />
erosao <strong>de</strong> calha a jusante da mesma; com a interrupção do tranç<br />
porte <strong>de</strong> sedimentos para o estuá<strong>rio</strong>, a natureza reage visando<br />
o restabelecimento do um novo equilíb<strong>rio</strong> morfo-sedimentol~gico,<br />
daí resultando em erosõ"s sucessivas <strong>de</strong> calha e divagação do<br />
Y<br />
leito estua rino (colocando em risco as fundaçoes <strong>de</strong> estruturas<br />
portuárias, alterando o lay-out do canal <strong>de</strong> navegação em planta,<br />
stc.). Desta Forma, ao ss realizar o planejamento e projeto <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> barragens ao longo <strong>de</strong> sstirões fluviais, principal<br />
mente nos trechos médios e infe<strong>rio</strong>res dos <strong>rio</strong>s, 6 impor ta nt e<br />
que seja analisado um tipo qualquer <strong>de</strong> "by-passing" para o mat-<br />
ria1 retido a montante <strong>de</strong>ssas estruturas visando manter o equt<br />
lfb<strong>rio</strong> morfo-sedimento lógico dos <strong>rio</strong>s (especialmente em sua s r2<br />
giões meândricas e estuarinaa)ao mesmo tempo em que gera u nia<br />
melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das águas dos reservató<strong>rio</strong>s formados e r-<br />
duz o assoreamento generalizado <strong>de</strong>sses reservató<strong>rio</strong>s. Uma manei<br />
Y<br />
ra eficiente do se evitar a erosao repentina <strong>de</strong> margem <strong>de</strong>vido a<br />
um <strong>de</strong>secpil~b<strong>rio</strong> sedirnentol6gico qualquer nos estuá<strong>rio</strong>s corres<br />
.*<br />
pon<strong>de</strong> à aplicação contlnija <strong>de</strong> revestimentos para proteçao <strong>de</strong> ep<br />
costas, (onrocamentos, grcimineas, concreto, faxineg, etc.) ao lop<br />
CI M<br />
go <strong>de</strong> todo o estira0 estuarino; no caso <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> erosao<br />
CI<br />
concenkada em uma área <strong>de</strong>ve-se, entao, utilizar estruturas <strong>de</strong><br />
N<br />
protf?ção mais rlgidas s <strong>de</strong>finitivas como a construçao <strong>de</strong> espL<br />
Y<br />
goes e diquas longitudinais.<br />
.<br />
8 - Com rela~ao ao prc jeto <strong>de</strong> vias navegáveis em eçtuá -<br />
<strong>rio</strong>s, consi<strong>de</strong>rando-se os efeitos dos ventos e correntes nos mo<br />
-
CI<br />
vimentos das embarcaçous, do boa prática tentar-se, samp re<br />
qua for viável, direcionar as obras <strong>de</strong> engenharia o mais parale<br />
L.<br />
lo posslvel da direçao das correntes e ventos predominantes, pa<br />
ra se evitar o efeito <strong>de</strong>sfavorável <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> cruzamento elg<br />
W<br />
vadas, que dificultam as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> navegaçao.<br />
9 - A rno<strong>de</strong>laqem flsica e matemática correspon<strong>de</strong> a um ins<br />
N<br />
trumental <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para os estudos <strong>de</strong> implantaçao <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s. 0s mo<strong>de</strong>los físicos são Úteis,<br />
N<br />
por exemplo, para esclarecer ao projetista as modificaçoes hL<br />
dráulico-~edimentol~~icas globais que podo sofrer o estuá<strong>rio</strong> com<br />
as obras <strong>de</strong> engenharia impostas pelo homem, po<strong>de</strong>ndo se vorifi<br />
H N<br />
car também os padroes <strong>de</strong> circulação e zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posiçao estuz<br />
rinos; já a mo<strong>de</strong>lagem matemgtica po<strong>de</strong> realizar vá<strong>rio</strong>s tipos <strong>de</strong><br />
W<br />
análises como a simulação da circulaçao e características <strong>de</strong><br />
dispersão em estuá<strong>rio</strong>s, mo<strong>de</strong>los ds simulação ecológica, mo<strong>de</strong>los<br />
estat~sticos usando os dados coletados no campo, etc.. A utili<br />
w<br />
zaçao da mo<strong>de</strong>lagem física e materngtica correspon<strong>de</strong> a uma percen<br />
tagem pequena <strong>de</strong> custo em relaçgo ao empreendimento hidráulico<br />
globa 1, porém fornece informapões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor ao engenhei<br />
ro no projeto dos sistemas <strong>de</strong> navegação em estuá<strong>rio</strong>s.<br />
fi<br />
10 - i~á muito o que se <strong>de</strong>senvolver ainda em nosso pais em<br />
termos <strong>de</strong> conhecimento global dos aspectos técnicos relativos à<br />
N U<br />
implantação do sistemas <strong>de</strong> navegaçao em geral e da compreensao<br />
exata do comportamento dos estuá<strong>rio</strong>s como elemento <strong>de</strong> ligação<br />
entre a navegação int~<strong>rio</strong>r e a marítima. De um lado, a<br />
Y<br />
da navsgaçao, que <strong>de</strong>veria ser mais estimulada em um país co m<br />
mais <strong>de</strong> 8.000 quilÔmet ros <strong>de</strong> costa marítima e uma re<strong>de</strong> potamo gráfica<br />
potente, com <strong>rio</strong>s do porte do Amazonas, Paraná, são ira^<br />
L1<br />
cisto o outros. Especialmente nâs regioes estuarinas, on<strong>de</strong> se<br />
encontram importantes portos <strong>brasil</strong>eiros e gran<strong>de</strong>s centros urbg<br />
nos e agrícolas, <strong>de</strong>ver-se-ia, tambgm, tentar preservar mais e2<br />
tas áreas tao <strong>de</strong>licadas e importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
c1 CI<br />
naçao. Desta forma, sugerimos a realizaçao, por parte das auto<br />
rida<strong>de</strong>s governamentais e entida<strong>de</strong>s competentes no assunto, <strong>de</strong><br />
uma<br />
LI<br />
~olitica Nacional <strong>de</strong> Navegaçao, com a criação no Brasil <strong>de</strong><br />
uma instituição especifica responsável pela conjugação das atua<br />
rir<br />
ções <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> navegação inte<strong>rio</strong>r com as <strong>de</strong> navegaçao<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-
marítima (o que existe em mol<strong>de</strong>s precá<strong>rio</strong>s) levando em conta a<br />
revisao do Plano ~idroviá<strong>rio</strong> Nacional já existente; esta medida<br />
certamente valorizaria os sistemas <strong>de</strong> navegâçao como um todo,<br />
*<br />
levaria mais em cons.i<strong>de</strong>raçao o regime estuarino que 6 <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
influência como um elo <strong>de</strong> ligação entre ambos os tipos <strong>de</strong> nave<br />
gação, e, portanto, incremontaria o <strong>de</strong>senvolvimento global da<br />
C1 U<br />
naçao e a união entre as diferentes regioes <strong>brasil</strong>eiras, ao mes<br />
mo tempo em que permitiris uma melhor <strong>de</strong> nossas fro;<br />
teiras e viabilizaria o transporte <strong>de</strong> cargas a um custo mais r2<br />
duzido (em comparação com as ferroviais rodovias), utilizando<br />
melhor as potencialida<strong>de</strong>s hídricas <strong>de</strong> nosso país e gerando um<br />
fator catalisador <strong>de</strong> progresso e bem-estar para toda a nação.<br />
-
- Decomposição matem; tica dos termos da ~celeração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis -<br />
Em termos da utilização <strong>de</strong> operações com produtos vetori -<br />
ais, a aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis po<strong>de</strong> ser apresentada pela forma:<br />
em que: n = velocida<strong>de</strong> angular <strong>de</strong> rotação da Terra =<br />
-5 -1<br />
= 7.29 x 10 s<br />
Y<br />
V = velocida<strong>de</strong> em relaçao à Terra.<br />
Desenvolvendo a equação (i), tiramos:<br />
As componentes n, são muito pequenas e po<strong>de</strong>m se<br />
Desta forma, teremos, como é mostrado na Figura<br />
Figura (49) - ~epresentação<br />
esquemática dos<br />
termos <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis.
2nx = O<br />
2ny. 2 1í1 cos e<br />
2n2 = 2 (E( sen e<br />
Substituindo (ii), (iii) e (iv) em (v), vem:<br />
( ii)<br />
(iii)<br />
( i v)<br />
Dentre os termos da equação (vi), po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sprezar o vg<br />
ler <strong>de</strong> ur em comparação com v, já que v >> UJ.<br />
~lém disso, a componente da aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis no<br />
eixo z po<strong>de</strong> ser também <strong>de</strong>sprezada, já que é muitas vezes menor<br />
do que os termos relativos à pressão hidrostática na equação di<br />
nâmica (equação (19) do item IVJ, 1.3), ou seja:<br />
Portanto, as componentes da aceleração <strong>de</strong> Co<strong>rio</strong>lis a se<br />
rem utilizadas nas equaçees <strong>de</strong> conservação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
.c)<br />
vimento (equações (17), (18) e (19))s çerao:<br />
mo<br />
-<br />
( vii)
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