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Fernando Antonio Sampaio de Amorim TESE SUBMETIDA AO ...

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<strong>Fernando</strong> <strong>Antonio</strong> <strong>Sampaio</strong> <strong>de</strong> <strong>Amorim</strong><br />

<strong>TESE</strong> <strong>SUBMETIDA</strong> <strong>AO</strong> CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS<br />

DE P6S-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO<br />

DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTEN-<br />

ÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIENCIAS (M.sc.)<br />

Aprovada por:<br />

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL<br />

MARÇO DE 1983


AMORIM, FERNANDO ANTONIO SAMPAIO<br />

Um Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Otimiza~ão para o Projeto Preliminar<br />

<strong>de</strong> Navios Graneleiros I ~ i <strong>de</strong> o Janeiro1 1983.<br />

vi i , p.213 29,7 cm (coPPE/UFRJ, M. Sc. Engenharia Oceã-<br />

nica, 1983).<br />

Tese - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Fa-<br />

culda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia.<br />

1. Projeto do Navio, Projeto Preliminar, Programa-<br />

ção Não-Linear, Otimização.<br />

I. COPPE/UFRJ 11. Título (sêrie).


iii<br />

A Elaine,<br />

Fernanda e<br />

Leonardo.


AGRADEC I MENTOS<br />

Ao Professor Sérgio Hamilton Sphaier pela orien -<br />

tação da pesquisa e principalmente pela sua amiza<strong>de</strong> e estimulo.<br />

Aos Professores do PENO/COPPE e do DEN/EE, em<br />

particular ao Professor Waldyr Azevedo Junior, pelo gran<strong>de</strong> apoio<br />

e pelas observações e sugestões oportunas.<br />

A José Henrique Sanglard pela sua gran<strong>de</strong> amiza-<br />

<strong>de</strong> e inestimável colaboração na discussão <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Ao Professor Claudio Luiz Baraina Vieira pelo<br />

gran<strong>de</strong> estimulo durante as fases finais <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

A Raimunda Vieira do Nascimento pela sua amiza-<br />

<strong>de</strong> e tambêm pelo seu paciente e excelente trabalho <strong>de</strong> datilo-<br />

grafia.<br />

A Nereida P.S. <strong>de</strong> Arnorim, minha mãe, pelo seu<br />

excelente trabalho <strong>de</strong> revisão dos manuscritos.<br />

A todos os meus alunos pela sua colaboração nos<br />

testes do programa e no <strong>de</strong>senvolvimento conjunto <strong>de</strong> testes do<br />

trabalho nas disciplinas <strong>de</strong> Projeto do Navio, e em particular,<br />

a José Marcio do A, Vasconcel 10s e a Carlos Manuel <strong>de</strong> O.P. Pe-<br />

rei ra.<br />

Aos meus amigos, aos funcionários da Secretaria<br />

e a todos aqueles, que <strong>de</strong> a1 guma forma, colaboraram para o <strong>de</strong>-<br />

senvol vi:mento <strong>de</strong>ste t rabal ho.


RESUMO<br />

Este trabalho propõe um mo<strong>de</strong>lo matemático para<br />

a solução Ôtima <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> projeto preliminar para navios<br />

especializados no transporte <strong>de</strong> cargas a granel.<br />

O projeto prel iminar é formulado como um proble<br />

ma <strong>de</strong> programação matemática com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e res<br />

triçÕes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, cuja solução numérica é <strong>de</strong>terminada por<br />

um algoritmo <strong>de</strong> programação não-linear. O método escolhido é<br />

a função Lagrangeana Aumentada associada ao método <strong>de</strong> Davidon<br />

Fletcher-Powel l para a mi nização sem restrições.<br />

São real izados testes com o programa para todos<br />

os tipos <strong>de</strong> navios consi<strong>de</strong>rados, cujos resultados são apresen-<br />

tados no Último capitulo.<br />

-<br />

-


ABSTRACT<br />

A mathematical mo<strong>de</strong>l for the optimum solution of<br />

problems concern ing the <strong>de</strong>si gn of special ized grain cargo shi ps<br />

during the preliminary stages is proposed herein.<br />

The prel iminary <strong>de</strong>sign problem is formulated<br />

as a mathernatical programming problem with equality and ineque<br />

lity constraints which is solved numerically by means of a non-<br />

1 i near programming a1 gori thm, based on the augmented Lagrangean<br />

method in association with the Davidon-Fletcher-Powell procedure<br />

for unrestricted minimisation.<br />

Severa1 tests have been carried out covering a1 1<br />

types of ships consi<strong>de</strong>red the results of which are presented in<br />

the laãt Chapter.


I . INTRODUÇÃO E HIST~RICO ............................. 1<br />

I1 . A DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................ 10<br />

111 - A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ........................... 15<br />

I V . A MODELAÇÃO DO PROBLEMA ............................ 35<br />

V . O ALGORITMO DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DE PROJETO<br />

PRELIMINAR ......................................... 83<br />

v11 . RESULTADOS E CONCLUSUES ............................ 124<br />

BIBLIOGRAFIA ............................................ 179<br />

APENDICE I . UM PEQUENO RESUMO DOS PRINCIPAIS CONCEI-<br />

TOS DE MATEMATICA FINANCEI RA .............. 183<br />

APENDICE I I . OS TEOREMAS E DEFINIÇÕES UTILIZADOS NO<br />

CAPTTULO V ................................ 193<br />

APENDICE I11 . UMA BREVE DESCRIÇÃO DO PROGRAMA ........... 202


O projeto do navio 6 um processo iterativo em<br />

que s nivel <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rado do ponto <strong>de</strong> vista da<br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões pelo projetista e do alcance <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>cisões<br />

sobre a produto final, vai diminuindo ã medida em que ele se<br />

<strong>de</strong>senvolve, enquanto aumenta o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento, consi<strong>de</strong>-<br />

rado do ponto <strong>de</strong> vista da qualida<strong>de</strong>, quantida<strong>de</strong> e precisão das<br />

informações geradas e manipuladas. Devido a estas caracterfs-<br />

ticas este processo, em geral, é dividido em estágios, com nf-<br />

veis <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>talhamento homogêneos. Neste traba-<br />

lho ele será dividido em três estãgios, que serão chamados <strong>de</strong><br />

projeto preliminar, projeto bãsico e projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento,<br />

os qua i s serão <strong>de</strong>finidos a segui r.<br />

O projeto preliminar 6 o nivel mais alto <strong>de</strong> ge-<br />

neralida<strong>de</strong> e consiste na <strong>de</strong>terminação da configuração geral da<br />

solução para o problema <strong>de</strong> projeto do navio proposto, no qual,<br />

em geral, se procura uma embarcação ou um conjunto <strong>de</strong> embarca-<br />

ções para exercer <strong>de</strong>terminada ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> bens<br />

por via aquaviária.<br />

Existem também as embarcações <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong> pes -<br />

ca, <strong>de</strong> pesquisa, m i l itares, etc, A indüstria <strong>de</strong> construção<br />

naval,entretanto, ocupa-se predominantemente com o projeto e a<br />

construção <strong>de</strong> embarcações para transporte <strong>de</strong> cargas por via ma -<br />

ritima, fluvial e lacustre. Este trabalho trata exclusivamen-<br />

te do projeto <strong>de</strong>stas embarcações.<br />

A <strong>de</strong>terminação da configuração geral da solução<br />

do problema consiste basicamente na escolha do melhor conjunto<br />

<strong>de</strong> caracteristicas principais que <strong>de</strong>finem o navio, isto é, o ti-


po, as dimensões principais, os coeficientes <strong>de</strong> forma e a velo -<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço; e, eventualmente, o número <strong>de</strong> navios. Por-<br />

tanto, no projeto preliminar o projetista consi<strong>de</strong>ra o navio co -<br />

mo um todo e a sua preocupação principal é a <strong>de</strong> analisar a es-<br />

colha <strong>de</strong>stas caracteristicas do ponto <strong>de</strong> vista do <strong>de</strong>sempenho do<br />

navio e da sua inserção no sistema <strong>de</strong> transporte.<br />

As informações d i spon ivei s no projeto prel iminar<br />

são apenas aquelas obtidas com o que se convencionou chamar <strong>de</strong><br />

requisitos <strong>de</strong> projeto, os quais <strong>de</strong>finem em seus aspectos gerais<br />

a função da embarcação, (como por exemplo), a carga a ser trans<br />

portada, a rota em que <strong>de</strong>verá operar, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga a<br />

ser transportada anualmente ou por viagem, ou o porte bruto e<br />

a velocida<strong>de</strong> esperados para o navio e outros dados referentes ã<br />

operação da embarcação, que po<strong>de</strong>m aparecer em problemas parti-<br />

culares. Além dos requisitos <strong>de</strong> projeto, o arquiteto naval só<br />

dispõe das informaçÔes que po<strong>de</strong>m ser obtidas diretamente a par<br />

tir <strong>de</strong>les, tais como: restrições físicas nos portos da rota, res<br />

trições físicas <strong>de</strong> canais e estreitos, etc; e daquelas obtidas<br />

em regulamentos nacionais e internacionais como as convenções<br />

<strong>de</strong> Borda Livre e ~oluição MarTtima da IMO (Intergovetmamental Ma-<br />

ritime Organization, organismo do sistema ONU).<br />

O projeto básico consiste na <strong>de</strong>finição das l- i<br />

nhas do casco, da sua estrutura e dos arranjos <strong>de</strong> porões, con-<br />

veses, acomodações e praça <strong>de</strong> máquinas. Tem-se, portanto, um<br />

nível <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> mais baixo e o trabalho <strong>de</strong> projeto ê di-<br />

vidido objetivando-se a sua maior eficiência. Per<strong>de</strong>u-se, as-<br />

sim, a sua unida<strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong> que, partindo-se do projeto<br />

preliminar, particularizou-se o trabalho <strong>de</strong> projeto através da<br />

sua especialização, Entretanto, as equipes que <strong>de</strong>senvolvem as<br />

-<br />

-<br />

-


linhas do casco, a estrutura e os arranjos não trabalham, e<br />

não po<strong>de</strong>m trabalhar, <strong>de</strong> forma estanque; elas <strong>de</strong>vem manter estrei<br />

ta colaboração e criar um eficiente canal <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> in<br />

formações. Neste estágio do processo <strong>de</strong> projeto, as informa-<br />

ções di çponivei s são aquelas <strong>de</strong>senvolvidas na fase anterior, i s-<br />

to ê, o projeto preliminar. Quanto ao nível das informaçoes ge<br />

radas, verifica-se um salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, tanto no que se refe<br />

re à precisão, quanto no que diz respeito ao <strong>de</strong>talhamento. Nes<br />

ta fase são <strong>de</strong>senvolvidos os <strong>de</strong>senhos do plano <strong>de</strong> linhas; a es<br />

trutura tem a sua geometria <strong>de</strong>finida e os seus elementos dimen<br />

sionados; os arranjos são <strong>de</strong>senvolvidos até ao nivel da sele-<br />

ção e dimensionamento dos equipamentos principais.<br />

No projeto <strong>de</strong>talhado, como o próprio nome suge-<br />

re, o navio é <strong>de</strong>finitivamente <strong>de</strong>finido, isto é, serão geradas<br />

todas as informações para que se inicie o seu processo <strong>de</strong> cons<br />

truçã~. Desta forma, são <strong>de</strong>senvolvidos até o seu nível mais<br />

profundo <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento aquilo que se po<strong>de</strong>ria chamar <strong>de</strong> sub-<br />

sistemas do projeto básico. Portanto, nesta fase do projeto,<br />

atingiu-se o nível mais baixo <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong>, enquanto que a<br />

especial iza~ão do trabalho <strong>de</strong> projeto alcança o seu estágio mais<br />

elevado.<br />

Como dito anteriormente, será tratado neste tra -<br />

balho o problema do projeto preliminar, para o qual se apresen<br />

tará um mo<strong>de</strong>lo que objetiva a <strong>de</strong>terminação da solução ótima. A<br />

seguir, serão brevemente discutidos os aspectos históricos e<br />

econômicos que forneceram as bases para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

solução proposta.<br />

A Revolução Industrial, que se iniciou na Ingla -<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


terra em fins do século XVIII, teve como caracteristicas a<br />

aplicação <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> base cientifica ã produção indus -<br />

trial e o rápido <strong>de</strong>çenvolvimento tecnolõgico, tendo sido uma<br />

consequêncla da concentração <strong>de</strong> capital e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

maior rendimento para suas aplicações. A indüstria <strong>de</strong> constru<br />

ção naval era, na êpoca, uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estrutura artesanal,<br />

no sentido <strong>de</strong> que a concepção das embarcações era praticamente<br />

uma tradição familiar, passando <strong>de</strong> pai para filho, <strong>de</strong> geração<br />

em geração, e o <strong>de</strong>senvolvimento se fazia <strong>de</strong> forma empfrica e<br />

ass i stemãt ica, a parti r das observat;Ões dos navios construidos.<br />

Com a rápida evolução tecnolõgica esta indüstria não mais dis-<br />

punha <strong>de</strong> tempo para a tradição e viu-se compelida a adaptar-se<br />

âs novas exigências econômicas e sociais, isto ê, a construção<br />

<strong>de</strong> novos navios, mais seguros, mais a<strong>de</strong>quados ãs suas funções<br />

e que, consequentemente, apresentariam um maior rendimento eco -<br />

nÔm i co.<br />

Verificou-se, na êpoca, um gran<strong>de</strong> avanço na in-<br />

düstria <strong>de</strong> construção naval, inicialmente com a utilização da<br />

máquina a vapor como fonte <strong>de</strong> energia mecânica para a propul-<br />

são, usada prlmeiramente como equipamento auxiliar às velas e<br />

posteriormente como meio <strong>de</strong> propulsão principal. Pouco mais<br />

tar<strong>de</strong>,eçte avanço teve continuida<strong>de</strong> com o emprego do ferro la-<br />

minado e, posteriormente, do aço laminádo como material para a<br />

construção do casco em substituição ã ma<strong>de</strong>ira.<br />

Estas mudanças exigiram uma completa reformula-<br />

ção dos processos <strong>de</strong> projeto e construção <strong>de</strong> novas embarcações,<br />

uma vez que não existia uma tradição disponivel e os processos<br />

<strong>de</strong> construção existentes não eram passiveis <strong>de</strong> adaptação ãs no<br />

vas condições e, principalmente, ao novo material. Portanto,<br />

-<br />

-


foi necessário recorrer aos processos tecnolÓgicos <strong>de</strong> base ci-<br />

entifica já empregados em outras ãreas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> industrial.<br />

A evolução subsequente dos métodos empregados no<br />

projeto do navio e, principalmente, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />

concepções <strong>de</strong> projeto, isto é, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> navios con -<br />

cebidos especificamente <strong>de</strong> acordo com a sua função, foi sempre<br />

consequência do aumento na <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> transporte como um todo,<br />

ou <strong>de</strong> algum bem em particular que, por sua vez, teve como cau-<br />

sa o crescimento da economia e do comércio mundial. Assim sen --<br />

do, na medida em que o comércio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado bem ou mercado-<br />

ria cresce, vai aumentando a pressão para a redução dos custos<br />

<strong>de</strong> transporte, até que se criam as condições para o <strong>de</strong>senvolvi -<br />

mento <strong>de</strong> uma solução especifica, ou seja, para o <strong>de</strong>senvolvimen<br />

to <strong>de</strong> um novo tipo <strong>de</strong> navio especificamente concebido para o<br />

transporte do bem em questão. O transporte do petróleo e seus<br />

<strong>de</strong>rivados é um excelente exemplo <strong>de</strong>sta tendência. A medida que<br />

crescia o consumo <strong>de</strong> gasolina e outros <strong>de</strong>rivados, iam surgindo<br />

as soluções mais a<strong>de</strong>quadas para o seu transporte mais econômi-<br />

co. Desta forma, criaram-se inicialmente os navios tanque pa-<br />

ra o transporte <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados, cujo porte crescia com o aumento<br />

da <strong>de</strong>manda. Posteriormente, quando esta <strong>de</strong>manda justificou a<br />

construção <strong>de</strong> refinarias nos principais centros <strong>de</strong> consumo e o<br />

transporte da matéria prima I1in natural', apareceram os navios<br />

tanque para o transporte <strong>de</strong> petróleo bruto. E, mais uma vez,<br />

verificou-se um acentuado aumento no porte bruto, a f i m <strong>de</strong> se<br />

obter economia <strong>de</strong> escala. Finalmente, <strong>de</strong>vido principalmente ao<br />

gran<strong>de</strong> aumento experimentado pelo preço do petróleo, na Ultima<br />

década, cresceu sensivelmente o consumo <strong>de</strong> gãs natural, apare-<br />

cendo então os navios para o transporte <strong>de</strong>sta matéria prima e<br />

-


<strong>de</strong> gás 1 iquefeito <strong>de</strong> petróleo: os LNG (1 iquif ied natural gas) e<br />

os LPG (1 iquif ied petroleum gas).<br />

Uma característica importante, observada no <strong>de</strong>-<br />

senvolvimento da indústria <strong>de</strong> construção naval nas últimas dé-<br />

cadas e motivada pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se buscar um maior rendi-<br />

mento econ&nico para o sistema <strong>de</strong> transportes, 6 a pesquisa <strong>de</strong><br />

soluções que proporcionem uma redução global dos custos, isto<br />

e, que consi<strong>de</strong>rem todo o sistema <strong>de</strong> forma unitária e não o se-<br />

parem em mõdulos ou subsistemas estanques. Tal pesquisa resul<br />

tou, entre outras, em duas importantes consequências.<br />

A primeira <strong>de</strong>las foi o surgimento do conceito <strong>de</strong><br />

cargas unitizadas, isto 6, as cargas propriamente ditas são acon -<br />

dicionadas em "invÓlucros" padronizados, que, por sua vez, são<br />

manipulados como cargas individuais pelos diversos meios ou mo<br />

dos <strong>de</strong> transporte por que passam, da origem ao <strong>de</strong>stino. Os pri<br />

meiros <strong>de</strong>stes "invÓlucros" a surgir foram os pallets, que mais<br />

tar<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolveram e <strong>de</strong>ram origem aos contentores (containers),<br />

que posteriormente foram padronizados pelas normas "ASA" e "ISO".<br />

A medida que se <strong>de</strong>senvolvia o transporte <strong>de</strong> "containers", ini'-<br />

cialmente tratados pelas empresas <strong>de</strong> navegação como gran<strong>de</strong>s en -<br />

gradados, foram surgindo os navios especializados para o seu<br />

transporte. Os primeiros eram apenas adaptações ou transforma -<br />

ções <strong>de</strong> navios existentes; mais tar<strong>de</strong> surgiram os primeiros na<br />

vios concebidos exclusivamente para carregar llcontainers". Pa<br />

ralelamente ao <strong>de</strong>senvolvimento do transporte <strong>de</strong> contentores,<br />

surgiram outras cargas unitizadas e os navios para transportá-<br />

las, como por exemplo as carretas e os navios Roll-on Roll-off<br />

(carreteiros) e as barcaças e 0s navi-os "porta barcaçasf1.<br />

Desta forma, surgiu o que se convencionou chamar <strong>de</strong> transporte<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


intermodal, cujas principais vantagens são: a utilização mais<br />

eficiente e racional dos diversos meios <strong>de</strong> transporte e das<br />

suas interfaces; a redução dos custos e dos tempos das opera-<br />

ções <strong>de</strong> carga, <strong>de</strong>scarga e transbordo; a redução sensivel dos<br />

problemas <strong>de</strong> manipulação das cargas nos portos <strong>de</strong> origem e <strong>de</strong>s -<br />

t i n ~ e nos pontos <strong>de</strong> transbordo, tais como estoque e conferên-<br />

cia; e, finalmente, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se oferecer ao usuãrio<br />

do sistema um serviço porta a porta, da origem ao <strong>de</strong>stino da<br />

carga.<br />

A outra solução encontrada para se reduzir os<br />

custos globais <strong>de</strong> transporte foi a redução das viagens em las-<br />

tro dos navios especial izados para o transporte <strong>de</strong> cargas a gra -<br />

nel, que foi obtida atravês do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> graneleiros<br />

combinados, isto 6, navios projetados para o transporte simul-<br />

tâneo ou em viagens alternadas <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> granéis li-<br />

quido~ ou çõlidos. Desta forma surgiram os mínero-petroleiros<br />

(ORE/OIL), navios projetados para o transporte <strong>de</strong> minério <strong>de</strong><br />

ferro ou carvão e petrõleo bruto; os OBOs (ORE/BULK/OIL), que<br />

são projetados para transportar granéis leves (cereais, açÚcar,<br />

-<br />

etc), granéis pesados (minêrio <strong>de</strong> ferro, carvao, etc) e petrõ-<br />

leo bruto; e, naturalmente, os granelei ros projetados para trans<br />

portar granéis leves e pesados (BULK -t- ORE). Além <strong>de</strong>stes, SUL<br />

giram ainda uma çêrie <strong>de</strong> variações, chamadas genericamente <strong>de</strong><br />

"vary-cargo", que ampl iaram para contentores e carga geral as<br />

suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte. Estes navios, entretanto,<br />

tinham um rendimento satisfatõrio apenas para os problemas par<br />

titulares para os quais surgiram como soluçÕes. Por esta ra-<br />

zao, têm ainda uma utilização bastante restrita.<br />

A preocupação com a <strong>de</strong>terminação da melhor solu<br />

-<br />

-


çao, ou da melhor concepção para o problema <strong>de</strong> projeto propos-<br />

to, ou seja, com a <strong>de</strong>terminação da solução Ótima para o proje-<br />

to preliminar, é mais ou menos recente, uma vez que só há pou-<br />

co tempo,como consequência do processo <strong>de</strong>scrito, o projetista<br />

passou a se <strong>de</strong>frontar com um imenso conjunto <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />

para resolver o seu problema <strong>de</strong> projeto preliminar, tanto no<br />

que diz respeito ã diversida<strong>de</strong> dos tipos <strong>de</strong> navios quanto ã am<br />

plitu<strong>de</strong> da faixa <strong>de</strong> variação possível para o porte bruto. An-<br />

teriormente, quando as opções eram bem mais restritas, os no-<br />

vos projetos consistiam basicamente no <strong>de</strong>senvolvimento das so-<br />

luções tradicionais, isto é, na evolução do projeto <strong>de</strong> navios<br />

semelhantes, on<strong>de</strong> se buscava melhorar o seu <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um<br />

ponto <strong>de</strong> vista estritamente técnico. A preocupação com uma anã<br />

lise econômica, quando existia, limitava-se a uma avaliação do<br />

custo <strong>de</strong> aquisição da embarcação projetada. Em geral, as preo<br />

cupações principais eram: reduzir a resistência do casco ao avan<br />

ço através <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho hidrodinamicamente mais eficiente <strong>de</strong><br />

suas formas, o qual resultaria em maiores velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> servi -<br />

ÇO para uma mesma potência instalada, ou na redução do consumo<br />

<strong>de</strong> combustivel para uma mesma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço; a util iza<br />

ção <strong>de</strong> equipamentos mais avançados na instalação propulsora,<br />

inclusive a própria máquina propulsora, para manipulação <strong>de</strong><br />

cargas a bordo e para amarração e fun<strong>de</strong>io; a redução do peso <strong>de</strong><br />

aço do casco, que resultaria numa estrutura mais barata e no<br />

aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga; e a utilização <strong>de</strong> teorias mais<br />

avançadas no projeto do propulsor e do leme. Entretanto, es-<br />

tas soluçÕeã praticamente não a1 teravam as caracterist icas prin -<br />

cipais dos navios semelhantes, mantendo inalterada, <strong>de</strong>sta for-<br />

ma, a sua concepção <strong>de</strong> projeto.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


10 da seguinte forma:<br />

Po<strong>de</strong>r-se-iam resumir as conclusÕes <strong>de</strong>ste capitu -<br />

- O arquiteto naval dispõe hoje <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> possíveis soluções para um <strong>de</strong>terminado problema <strong>de</strong> trans-<br />

porte marítimo, o que tornou o projeto preliminar um proble-<br />

ma bastante complexo.<br />

- A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se buscar um maior rendimento global para a<br />

economia <strong>de</strong>terminou soluç6eç escolhidas sob um ponto <strong>de</strong> vis-<br />

ta econ6mic0, on<strong>de</strong> o navio seja consi<strong>de</strong>rado como um elemento<br />

do sistema <strong>de</strong> transportes e que <strong>de</strong>le não po<strong>de</strong> ser dissociado.<br />

- A análise econômica dos custos, sempre que possíve1,<strong>de</strong>ve con -<br />

si<strong>de</strong>rar tambêm, alem dos custos com a aquisição e operação do<br />

navio projetado, os gastos referentes à ampliação do sistema<br />

<strong>de</strong> transportes gerados pela solução proposta, tais como dra-<br />

gagem dos canais <strong>de</strong> acesso dos portos on<strong>de</strong> i rã operar, adoção<br />

<strong>de</strong> instalações portuárias para carga, <strong>de</strong>scarga e armazenamen<br />

to e ampliasão ou criação <strong>de</strong> linhas ferroviária ou rodoviã-<br />

rias.<br />

-


No capítulo anterior mostrou-se como o <strong>de</strong>senvol<br />

vimento dos diversos tipos <strong>de</strong> navios especial izados foi uma con -<br />

sequência da crescente busca <strong>de</strong> redução dos custos globais <strong>de</strong><br />

transporte. Esta procura ter ia, necessariamente, que gerar na<br />

vios com caracter fst icas operaciona is sensivelmente diferentes,<br />

as quais seriam <strong>de</strong>finidas basicamente pela carga que <strong>de</strong>veriam<br />

transportar. Seu projeto <strong>de</strong>ve refletir estas diferen~as, isto<br />

é, ainda que o procedimento <strong>de</strong> abordagem e resolução do proble<br />

ma seja o mesmo, o mo<strong>de</strong>lo utilizado ou <strong>de</strong>senvolvido para cada<br />

um <strong>de</strong>les terá que ser diferente.<br />

O problema que se preten<strong>de</strong> resolver neste traba -<br />

t<br />

lho é o do projeto preliminar como se <strong>de</strong>finiu no capjtulo an-<br />

terior, isto é, a <strong>de</strong>terminação da configuração básica do proje<br />

to, pela qual se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r a escolha do tipo <strong>de</strong> navio, das<br />

suas dimensões principais, coeficientes <strong>de</strong> forma, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serviço e, eventualmente, do número <strong>de</strong> navios. Entretanto, pe<br />

las razões expostas no parágrafo anterior, não é possível <strong>de</strong>-<br />

senvolver um Único mo<strong>de</strong>lo para a solução <strong>de</strong> todos os problemas<br />

<strong>de</strong> projeto preliminar. Portanto, 6 necessário que se <strong>de</strong>senvol<br />

va um mo<strong>de</strong>lo para cada tipo <strong>de</strong> navio, ou para cada grupo <strong>de</strong> ti<br />

pos <strong>de</strong> navios <strong>de</strong> caracteristicas razoavelmente semelhantes.Nes =<br />

te capitulo <strong>de</strong>finir-se-á o grupo <strong>de</strong> navios para o qual será <strong>de</strong><br />

senvolvido um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> solução para o problema do projeto pre<br />

liminar, bem como mostrar-se-ão as razões para a sua escolha.<br />

Para que fique bem clara a forma <strong>de</strong>cisiva pela<br />

qual a carga a ser transportada condiciona o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos navios projetados para transportá-la, consi<strong>de</strong>rem-se dois<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


casos que se po<strong>de</strong>riam chamar <strong>de</strong> extremos: o dos contentores e<br />

o do petrõleo. Enquanto os primeiros constituem cargas uniti-<br />

zadas, isto é, embalagens no interior das quais a carga propria<br />

mente dita é transportada, carga que em geral é constituida por<br />

manufaturados e bens <strong>de</strong> capital que normalmente precisam <strong>de</strong> agi-<br />

lida<strong>de</strong> em sua colocação no mercado, o petróleo é uma matéria<br />

prima essencial para qualquer país industrializado, ou em fase<br />

<strong>de</strong> industr ia1 ização, que, entretanto, não exige rapi<strong>de</strong>z no trans<br />

porte, uma vez que, em geral, são mantidos altos níveis <strong>de</strong> es-<br />

toque, principalmente após a crise <strong>de</strong> 1973. Portanto, os na-<br />

vios para o transporte <strong>de</strong> contentores <strong>de</strong>verão possuir uma velo<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço elevada, enquanto os petroleiros po<strong>de</strong>m ope-<br />

rar a velocida<strong>de</strong>s reduzidas. Este simples fato é um dos prin-<br />

cipais responsáveis pela gran<strong>de</strong> diferença das caracterjsticas<br />

<strong>de</strong> forma <strong>de</strong> ambos os navios, já que os porta-contentores, por<br />

operarem a altas velocida<strong>de</strong>s, precisam <strong>de</strong> formas mais finas e<br />

os petroleiros, navios <strong>de</strong> baixa velocida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ter coefici-<br />

entes <strong>de</strong> forma bem mais elevados.<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço e diferentes caracterís<br />

ticas <strong>de</strong> forma do casco não são, entretanto, as Únicas diferen<br />

ças entre os petroleiros e os porta-contentores. O petróleo,<br />

por ser uma carga líquida, acomoda-se em qualquer volume <strong>de</strong>sti<br />

nado ao seu transporte, sendo as Gnicas restrições os proble-<br />

mas <strong>de</strong> superfície livre e os regulamentos da convenção <strong>de</strong> po-<br />

luição marítima da IMCO., que limitam as dimensões dos comparti -<br />

mentos <strong>de</strong> carga dos petroleiros. Já os contentores são sóli-<br />

dos, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>finida e volume razoável e a melhor maneira <strong>de</strong><br />

carregá-los é empilhando-os em fiadas com a altura <strong>de</strong> vários<br />

contentores (o limite <strong>de</strong> empilhamento 6 <strong>de</strong> 6 unida<strong>de</strong>s). Portan -<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


to, os compartimentos <strong>de</strong> carga dos porta-contentores têm que<br />

ser projetados para receber estas fiadas <strong>de</strong> contentores, ou se<br />

ja, têm que possuir gran<strong>de</strong>s aberturas no convés e ser providos<br />

com guias que facilitem as operações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga. O ar -<br />

ranjo <strong>de</strong>stas fiadas ao longo dos compartimentos <strong>de</strong> carga, bem<br />

como a altura <strong>de</strong> cada fiada, <strong>de</strong>finem aproximadamente as dimen-<br />

sões principais do navio. Os principais problemas para a <strong>de</strong>fi -<br />

nição <strong>de</strong>ste arranjo sao: a variação das formas do casco ao lon<br />

go do comprimento, que reduz a altura das fiadas mais externas,<br />

bem como a estabilida<strong>de</strong> na condição <strong>de</strong> carga, já que os conten<br />

tores são cargas leves e os porta-contentores têm, consequente<br />

mente, calados relativamente pequenos e pontais relativamente<br />

gran<strong>de</strong>s e, ainda, levam algumas fiadas <strong>de</strong> contentores sobre o<br />

convés principal. Resumindo, os petroleiros têm as suas dimen -<br />

sões <strong>de</strong>finidas pelo peso ou volume <strong>de</strong> carga a ser transportada,<br />

e não têm maiores problemas para acomodá-la a bordo, enquanto<br />

os porta-contentores têm as suas dimensões <strong>de</strong>finidas pelo núme<br />

ro <strong>de</strong> contentores a ser transportados e a forma como serão aco<br />

modadoç a bordo, o que não tem uma relação direta nem com pe-<br />

so, nem com volume.<br />

Existem ainda outras caracterist icas operacionais<br />

responçãveis por diferenças significativas entre petroleiros e<br />

porta-contentores. As comentadas, entretanto, são suficientes<br />

para traçar um quadro vivo da influência da carga a ser trans-<br />

portada e <strong>de</strong> suas caracterist i cas econômicas <strong>de</strong> comercial ização<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento dos d iversos tipos <strong>de</strong> navios especial izados.<br />

O exemplo do petroleiro foi escolhido intencio-<br />

nalmente porque as suas características operacionais são apro-<br />

ximadamente as mesmas <strong>de</strong> todos os navios especializados no trans-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


porte <strong>de</strong> cargas a granel. E foi exatamente este grupo <strong>de</strong> na-<br />

vios, formado por petroleiros, graneleiros e graneleiros combi<br />

nados, isto 6, mfnero-petroleiros, OBOs (ORE -I- BULK + OIL - MI<br />

N€RIO/GRANEL LEVE/PETR~LEO) e OBs (ORE + BULK - MINERIO + GRA-<br />

NEL LEVE), o escolhido neste trabalho para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> solução para o problema do projeto preliminar. Não<br />

só pelas raz6es acima, mas principalmente porque o Brasil tem<br />

um comércio internacional fortemente marcado pela comercializa<br />

ção <strong>de</strong> produtos a granel, dos quais o minério <strong>de</strong> ferro e a so-<br />

ja são os mais importantes da pauta <strong>de</strong> exportação, e o petrõ-<br />

leo, o trigo e os fertilizantes os principais da pauta <strong>de</strong> im-<br />

portação. Apesar disto, não dispõe ainda <strong>de</strong> uma frota mercan-<br />

te suficiente para executar o transporte <strong>de</strong>stas mercadorias,<br />

tendo, em consequência, que recorrer ao afretamento <strong>de</strong> navios<br />

estrangeiros. Este fato chegou a provocar, em 1981, um <strong>de</strong>se-<br />

quilibrio em sua balança comercial e mesmo os esforços governa -<br />

mentais dos últimos anos (a maioria dos navios do segundo pla-<br />

no <strong>de</strong> construção naval era <strong>de</strong> petroleiros, graneleiros e mine-<br />

ro-petrolei roa) não foram suficientes para acabar com esta <strong>de</strong>-<br />

ficiência. Portanto, ê ainda necessária e muito importante a<br />

construção, no Brasil, <strong>de</strong>stes tipos <strong>de</strong> navios.<br />

A pesquisa e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los para<br />

o projeto, em todas as fases, justifica-se pela gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen-<br />

dência tecnolõgica que se po<strong>de</strong> ainda verificar na indústria bra -<br />

sileira <strong>de</strong> construção naval vista como um todo. Apesar da sua<br />

gran<strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> na fase <strong>de</strong> construção, e o lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />

na construção naval mundial (terminou o ano <strong>de</strong> 1981 em 20 lu-<br />

gar em tonelagem <strong>de</strong> porte bruto), a área <strong>de</strong> projeto, principal<br />

mente nas fases iniciais, ainda se apresenta atrofiada e <strong>de</strong>pen<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


<strong>de</strong>nte, na maioria dos casos, da compra <strong>de</strong> recursos tecnolõgi-<br />

coç ou do próprio projeto bãsico no exterior. Estas fases são<br />

as mais importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções a<strong>de</strong>qua-<br />

das aos problemas peculiares que o Brasil apresenta no setor<strong>de</strong><br />

transporte maritimo e às próprias particularida<strong>de</strong>s da indús-<br />

tria brasileira <strong>de</strong> construção naval.


I I I - A FORMULA$ÃO<br />

.. -- - DO PROBLEMA -<br />

Po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar no processo <strong>de</strong> solução <strong>de</strong><br />

um problema <strong>de</strong> projeto várias etapas distintas, diferenciadas<br />

basicamente pelos seus objetivos.<br />

Inicialmente necessário <strong>de</strong>finir ou formular o<br />

problema do projeto preliminar. No capitulo I mostrou-se que,<br />

<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> projeto preliminar adotada, exis-<br />

te uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções possiveis para um <strong>de</strong>terminado pro<br />

blema particular proposto, entre as quais é necessário esco-<br />

lher a melhor. Portanto, formular o problema <strong>de</strong> projeto preli -<br />

minar significa eleger um critério <strong>de</strong> escolha ou medida <strong>de</strong> me-<br />

rito para a obtenção <strong>de</strong>sta melhor solução, bem como i<strong>de</strong>ntifi-<br />

car os parâmetros que <strong>de</strong>finem um projeto, que estão inteiramen -<br />

-<br />

te sob o controle do projetista e, por esta razão, sao chama-<br />

dos <strong>de</strong> variãvels <strong>de</strong> projeto e, ainda, <strong>de</strong>terminar as limitações<br />

exi stentes na escol ha <strong>de</strong> um certo conjunto daqueles parâmetros,<br />

que serão chamadas <strong>de</strong> restrições. Logo, a formulação do pro-<br />

blema é a <strong>de</strong>finição objetiva do problema que se preten<strong>de</strong> resol<br />

ve r.<br />

Formulado o problema, ê necessário, para que ele<br />

possa ser resolvido, i<strong>de</strong>ntificar todas as relações entre variã -<br />

veis <strong>de</strong> projeto, restrições e medida <strong>de</strong> mérito e <strong>de</strong>terminar a<br />

forma <strong>de</strong> calcular estes dois últimos valores para um dado con-<br />

junto <strong>de</strong> variãveis <strong>de</strong> projeto, o que exigirá a i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong><br />

um mo<strong>de</strong>lo que represente aproximadamente o problema real. Esta<br />

fase é chamada <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação do problema e será tratada em <strong>de</strong>ta<br />

lhes no próximo capitulo.<br />

-


A Ultima etapa do processo <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> qual<br />

quer problema <strong>de</strong> projeto é a da obtenção e análise dos resulta<br />

dos. Este assunto será tratado em <strong>de</strong>talhes no capítulo VII.<br />

No capítulo I estabeleceu-se a necessida<strong>de</strong> e a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se escolher a melhor soluçZo para o projeto pre -<br />

liminar <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista econômico. Sem o intuito <strong>de</strong> re-<br />

tornar ã dl scussão é, entretanto, importante ressaltar que exis<br />

tem outros critérios que po<strong>de</strong>riam ser uti 1 izados nesta escolha,<br />

<strong>de</strong> natureza eminentemente técnica e relacionados com a avalia-<br />

ção do <strong>de</strong>sempenho da embarcasão, os quais já foram muito utili<br />

zados no projeto <strong>de</strong> navios mercantes e que ainda sao emprega-<br />

dos no projeto <strong>de</strong> embarcações militares, <strong>de</strong> recreio ou para ser -<br />

viços especiais. A opção por critérios <strong>de</strong> natureza econômica<br />

apresenta inicialmente dois problemas: a escolha <strong>de</strong> um rnêtodo<br />

<strong>de</strong> análise <strong>de</strong> natureza econômica e a <strong>de</strong>finição do critério <strong>de</strong><br />

escolha ou medida <strong>de</strong> mérito. As soluções <strong>de</strong>stes problemas es-<br />

tão, entretanto, intimamente ligadas, uma vez que a <strong>de</strong>finição<br />

da medida <strong>de</strong> mérito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do método <strong>de</strong> anã1 ise escolhida e<br />

vice-versa.<br />

Existem muitas maneiras <strong>de</strong> se formular um pro-<br />

blema. É preciso, porêm, estabelecer com clareza que nesta eta -<br />

pa o objetivo 6 o <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o problema, isto é, escolher a me<br />

dida <strong>de</strong> mérito e i<strong>de</strong>ntificar as variáveis e restrições. Entre-<br />

tanto, é importante ressaltar que estas formulações não são es -<br />

tanques e autonomas. Assim como a escolha do método <strong>de</strong> anãli-<br />

se influencia e 6 influenciada pela <strong>de</strong>finição da medida <strong>de</strong> me-<br />

rito, no seu <strong>de</strong>çenvolvimento, estas duas etapas se influenciam<br />

mutuamente, como se po<strong>de</strong>rá verificar no <strong>de</strong>senvolvimento subse-<br />

quente.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


Para formular o problema do projeto preliminar<br />

foi escolhida a abordagem utilizada por Nowacki 111 e Fisher 121,<br />

que o formularam como um problema <strong>de</strong> programação não linear, is-<br />

to é, um problema no qual se procura <strong>de</strong>terminar o vetor X* das<br />

variáveis <strong>de</strong> projeto que minimiza a função f(X), que represen -<br />

ta a medida <strong>de</strong> mérito, sujeita ãs n restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

gi (x), para i = 1, 2, . . . , n e às m restrições <strong>de</strong> igualda<br />

<strong>de</strong>, h. (x), para j = 1, 2, . . . , m. Estes problemas são assim<br />

J -<br />

chamados porque a sua solução não po<strong>de</strong> ser obtida através dos<br />

métodos tradiclonaiç <strong>de</strong> cálculo e as restrições e/ou a função<br />

<strong>de</strong> mérito são funções não 1 ineares das variáveis <strong>de</strong> projeto. Es<br />

teç problemas po<strong>de</strong>m ser resolvidos numericamente através dos<br />

métodos <strong>de</strong> otimização em programação não-linear.<br />

Ao adotar esta abordagem, assumem-se implicita-<br />

mente as exigências inerentes ao prõprio procedimento. Assim<br />

sendo, é necessário que a medida <strong>de</strong> mérito escolhida possa ser<br />

<strong>de</strong>finida como uma função das variãveis <strong>de</strong> projeto. Isto não im<br />

plica, entretanto, em que seja necessária a existência ou o <strong>de</strong><br />

senvolvimento <strong>de</strong> uma expressão analítica relacionando um vetor<br />

<strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong> projeto ao valor correspon<strong>de</strong>nte da função <strong>de</strong><br />

mérito. Basta que possa ser <strong>de</strong>finida uma relação unfvoca en<br />

tre o vetor em questão e o respectivo valor da medida <strong>de</strong> méri-<br />

to. O mesmo se aplica ao caso das restrições.<br />

Quanto ãs limitações e vantagens <strong>de</strong> se formular<br />

o problema do projeto preliminar como um problema <strong>de</strong> programa-<br />

ção não-linear po<strong>de</strong>r-se-ia dizer, resumidamente, que: se, por<br />

um lado, não existe na prática uma situação em que se possa<br />

transformar todas as relações e <strong>de</strong>pendências entre variãveis,<br />

restrições e função <strong>de</strong> mérito em um problema <strong>de</strong> programação ma<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


temãtica que corresponda ponto por ponto ã realida<strong>de</strong>,sendo por -<br />

tanto necessãr io o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo aproximado, que<br />

exigirá do projetista a perfeita compreensão dos elementos es-<br />

senciais do problema; por outro lado, obtém-se a racionaliza-<br />

ção do processo <strong>de</strong> solução, uma vez que é essencial que se <strong>de</strong>-<br />

finam explicitamente os objetivos do problema, os parâmetros<br />

que <strong>de</strong>finem um projeto e que estão sob controle integral do pro<br />

jetista e as limitações existentes na busca da solução. Assim<br />

sendo, é possfvel, e até mesmo recomendãvel, que se formule o<br />

projeto preliminar como um problema <strong>de</strong> programação não-1 inear,<br />

mesmo quando não se preten<strong>de</strong> utilizar ou não se dispõe <strong>de</strong> um<br />

método <strong>de</strong> otimização na sua solução porque, se não se obtém a<br />

soluç"a matemãtica exata, 6 poçsivel a um projetista, mesmo sem<br />

gran<strong>de</strong> experiência e habilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>la se aproximar consi<strong>de</strong>ra-<br />

velmente.<br />

111.2 - A ESCOLHA DA FUNÇÃO DE MÉRITO<br />

A escolha da medida <strong>de</strong> mérito <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer aos<br />

critérios estabelecidos anteriormente, isto é, a medida <strong>de</strong> me-<br />

rito escolhida <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finida como uma função das variáveis<br />

<strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong> forma a que o projeto preliminar possa ser for-<br />

mulado como um problema <strong>de</strong> programação não-linear. Deve tam-<br />

bém ser <strong>de</strong> natureza econômica, para que se possam consi<strong>de</strong>rar to<br />

dos os custos envolvidos no projeto, inclusive aqueles referen -<br />

tes ã interação do navio com o sistema <strong>de</strong> transporte em que irá<br />

operar, Benford, aplicando os métodos <strong>de</strong> matemática financei-<br />

ra para seleção <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> investimento ao projeto do<br />

navio 131, 141, 151 e 161, mostrou que estes métodos possuiam<br />

as caracterfsticas <strong>de</strong>finidas acima. Posteriormente, este cami -<br />

-


nho foi seguido por outros autores como Goss 171, Chapmam 181,<br />

Nowacki 111, Buxton 191, Fisher 121e~upras 1101 e 1111. O tra -<br />

balho <strong>de</strong> Fisher é particularmente importante porque, além <strong>de</strong><br />

formular o problema do projeto preliminar como um problema <strong>de</strong><br />

programação não-linear, <strong>de</strong>monstra como os custos do sistema <strong>de</strong><br />

transporte relacionados com a escolha <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong>termina<br />

do <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados. No caso par<br />

titular do problema <strong>de</strong>scrito em seu artigo, que trata do es-<br />

coamento da produção <strong>de</strong> uma nova jazida <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro,<br />

estes custos eram basicamente os referentes ã construção <strong>de</strong> ter-<br />

minais portuários e à ampliasão do estaleir6 que construiria<br />

os navios da frota.<br />

Benford <strong>de</strong>screve e analisa em 161 todos os meto -<br />

dos <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> investimento e os separa em dois grupos: mé-<br />

todos para a solução <strong>de</strong> problemas em que a receita não é conhe<br />

cida ou não existe e métodos para resolver os problemas on<strong>de</strong><br />

esta informação está disponivel ou po<strong>de</strong> ser estimada. Esta di-<br />

visão parece, entretanto, um tanto artificial porque, com e&<br />

cessão do método da taxa <strong>de</strong> retorno, todos os outros po<strong>de</strong>m ser<br />

aplicados indistintamente a qualquer problema, isto é, não exis<br />

te nenhuma característica inerente aos métodos que impeçam a<br />

sua aplicação a um ou outro tipo <strong>de</strong> problema. Portanto, as ra<br />

zões para a divisão adotada parecem ser mais <strong>de</strong> natureza práti<br />

ca, isto é, originadas pelas próprias características dos pro-<br />

blemas e da facilida<strong>de</strong> com que tais caracteristicas são trata-<br />

das por cada um dos métodos. Nos <strong>de</strong>mais pontos a análise é bas<br />

tante completa e <strong>de</strong>monstra com perfeição as potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

cada um dos métodos analisados. A parte mais importante é a<br />

dos comentãrios sobre as hipóteses simplificadoras dos mo<strong>de</strong>los<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


<strong>de</strong> matemãtica financeira, on<strong>de</strong> são analisadas as suas limita-<br />

ções e di scut i das as razões para a sua apl icação a problemas <strong>de</strong><br />

projeto do navio. Como já <strong>de</strong>correram mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos da p;<br />

blicação <strong>de</strong>ste trabalho e vive-se hoje um tempo <strong>de</strong> crise econo<br />

mica e recessão em praticamente todos os paises <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

que acabam por refleti r-se nos países do terceiro mundo, cujas<br />

caracteristicas principais são as altas taxas <strong>de</strong> inflação, o<br />

crescimento das taxas <strong>de</strong> juro, a queda na produção e, consequen<br />

temente, na <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> transporte, é aconselhável que estas hi<br />

põteãeç sejam rediscutidas e reavaliadas.<br />

E preci so ressaltar, porém, que nem todos os pro -<br />

blemaç com que se <strong>de</strong>param hoje os projetistas na aplicação dos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> matemãt i ca f i nancei ra são consequência direta da cri -<br />

se econômica ou da inflação como, por exemplo, a alta acentua-<br />

da dos preços dos combustiveis verificada na Última década.<br />

Os conceitos <strong>de</strong> matemãtica financeira e os mêto -<br />

dos <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> investimento estão <strong>de</strong>scritos<br />

resumidamente no Apêndice I.<br />

A primeira e mais discutível e discutida das hi =<br />

põteses simplificadoras 6 a que consi<strong>de</strong>ra a economia estável,<br />

isto é, os efeitos da inflação não são compdtados. Esta hipõ-<br />

tese se baseia na premissa <strong>de</strong> que a matemática financeira tra-<br />

balha com quantias futuras e que, portanto, ainda não existem.<br />

Estas quantias representam, em geral, valores esperados que são<br />

<strong>de</strong>finidos, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terministica, com base nas informações dis -<br />

poniveiç, enquanto que as projeções para as taxas <strong>de</strong> inflação,<br />

que são <strong>de</strong> natureza probabilistica, se baseiam em informações<br />

<strong>de</strong> caráter geral referentes ao estado da economia. Depen<strong>de</strong>m, por<br />

conseguinte, <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> caráter politico <strong>de</strong>cididas a nivel<br />

-<br />

-


<strong>de</strong> governo. Logo, a sua consi<strong>de</strong>ração não aumentará necessaria -<br />

mente a precisão e a confiabilida<strong>de</strong> dos resultados, <strong>de</strong>vido ao<br />

caráter <strong>de</strong> incerteza das suas projeções.<br />

Outra premissa em que se baseia a hipõtese da<br />

economia estável refere-se aos efeitos da inflação, os quais<br />

geralmente po<strong>de</strong>m ser contornados com a adoção <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> atra<br />

tivida<strong>de</strong> mais altas, que refletiriam <strong>de</strong>sta forma osmaiores ris<br />

cos e incertezas presentes no investimento e a disposição, bas<br />

tante comum em épocas <strong>de</strong> recessão, <strong>de</strong> sõ investir quando o re-<br />

torno esperado for bem mais alto que aplicações seguras e <strong>de</strong><br />

pouco risco.<br />

Finalmente, a Última premissa referente ã esta-<br />

bilida<strong>de</strong> da economia supõe que a inflação afetará <strong>de</strong> forma ho-<br />

mogênea a todas as quantias monetárias <strong>de</strong> todas as alternati-<br />

-<br />

vas <strong>de</strong> investimento analisadas. Logo, quando a inflação nao<br />

for consi<strong>de</strong>rada, o resultado final não será afetado.<br />

Benford em 161 não se mostrou muito preocupado<br />

com a inflação, que então apresentava taxas muito baixas nos<br />

Estados Unidos e também em quase todos os países <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

com exceâsão talvez apenas do Japão. Sua argumentação se ba<br />

seou principalmente no fato <strong>de</strong> que para problemas <strong>de</strong> projeto - pa-<br />

ra os quais todos os custos manipulados pelos métodos <strong>de</strong> mate-<br />

mática financeira são estimados com base em informações <strong>de</strong> na-<br />

vios semelhantes - a hipõtese <strong>de</strong> que a inflação agiria <strong>de</strong> for-<br />

ma idêntica para todos os custos e projetos analisados e, <strong>de</strong>s-<br />

ta forma, o seu efeito, para fins <strong>de</strong> escolha do melhor resulta<br />

do po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>sprezado, era bastante razoável, representan-<br />

do praticamente uma imagem sem distor~ões do problema real. O<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


efeito da inflação se manifestaria principalmente em resulta-<br />

dos otimistas, isto 6, os valores esperados seriam na realida-<br />

<strong>de</strong> maiores do que os que seriam obtidos. Este problema po<strong>de</strong>-<br />

ria ser facilmente contornado recorrendo-se a uma taxa <strong>de</strong> atra -<br />

tivida<strong>de</strong> 1% ou 2% mais alta.<br />

Atualmente, entretanto, a inflação se encontra<br />

perto dos 100% no Brasil e em outros paÍses com processos <strong>de</strong><br />

industrialização semelhantes, e, mesmo em países com economias<br />

fortes, já alcançou os dois digitos. Portanto, hipóteses que<br />

consi<strong>de</strong>ram que a inflação atinge <strong>de</strong> forma idêntica a todas as<br />

quantias presentes num problema <strong>de</strong> projeto preliminar e a to-<br />

das as soluçÕes analisadas precisam ser reavaliadas. E preci-<br />

so ressaltar, porém, que ainda não se <strong>de</strong>senvolveram me'todos tão<br />

simples e <strong>de</strong> apl icação tão imediata ao problema em questão, com<br />

o mesmo nÍvel <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>, como os métodos <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong><br />

investimento analisados por Benford em 161 e apresentados <strong>de</strong><br />

forma resumida no Apêndice I.<br />

Uma possível solução para o problema da infla-<br />

ção talvez fosse obtida por um processo semelhante ao apresen-<br />

tado em 161 para o problema dos impostos, para o qual Benford<br />

sugere que se calcule o valor do fator <strong>de</strong> recuperação do capi-<br />

tal antes da cobrança dos impostos,a partir da taxa <strong>de</strong> impostos<br />

e dos valores da taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> e do fator <strong>de</strong> recupera-<br />

ção do capital antes do imposto. Neste caso seria calculado o<br />

valor <strong>de</strong>ste fator para valores <strong>de</strong>fl acionados. Esta solução, po<br />

rem, não eliminaria, a princípio, os problemas <strong>de</strong> incerteza ge<br />

rados pelo cãlculo das estimativas das taxas <strong>de</strong> inflação futu-<br />

ras para um período longo como a vida econômica <strong>de</strong> um navio.<br />

Outra maneira <strong>de</strong> superar ou reduzir o impacto da<br />

-


inflação sobre a conf iabi 1 ida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> matemãtica f inan -<br />

ceira é fazer as estimativas dos custos <strong>de</strong> operação e aquisi-<br />

ção em moeda forte (o dõlar americano, por exemplo) porque, <strong>de</strong>s<br />

ta forma, as hipóteses consi<strong>de</strong>radas continuariam válidas, ou,<br />

para efeito <strong>de</strong> projeto, os erros provocados po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>s-<br />

prezados porque não influiriam na escolha da solução e resulta<br />

riam em pequenas distorçÕes para os valores esperados, mesmo pa<br />

ra os valores atuais das taxas <strong>de</strong> inflação do dólar americano.<br />

Outro ponto importante é o que diz respeito à<br />

hipótese <strong>de</strong> que a inflação age <strong>de</strong> forma idêntica sobre todos os<br />

custos ou receitas presentes num problema <strong>de</strong> projeto prelimi-<br />

nar. Esta aproximação se mostra razoãvel mesmo para as condi-<br />

ções atuais. Porque, se não é verda<strong>de</strong> que realmente a inflação<br />

atue <strong>de</strong> forma homogênea sobre todos os custos - por exemplo, o<br />

aumento dos salários <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente da legislação traba-<br />

I h ista em vigor e da organização pol ft ica dos trabalhadores, en<br />

quanto que o aumento da taxa <strong>de</strong> frete <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> principalmente da<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> carga, a qual não está subordinada <strong>de</strong> modo direto ã<br />

inflação - por outro lado, o preço <strong>de</strong> compra do navio 6 fixado<br />

no momento da assinatura do contrato <strong>de</strong> construção e o efeito<br />

da mão-<strong>de</strong>-obra no custo <strong>de</strong> operação é pequeno e, em geral, idên<br />

tico para todos os projetos.<br />

Portanto, sobre o problema da inflação, o ponto<br />

<strong>de</strong> vista adotado neste trabalho 6 o <strong>de</strong> que, embora altas taxas<br />

<strong>de</strong> inflação possam trazer dificulda<strong>de</strong>s para a fixação da taxa<br />

<strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> matemática financeira ainda são<br />

a solu~ão mais a<strong>de</strong>quada para apl icação a problemas <strong>de</strong> projeto<br />

preliminar. Deve-se, entretanto, fazer as estimativas dos cus<br />

tos em moeda forte e escolher-se o método cujas característi-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


cas sejam tais que evitem a tendência para soluções com meno-<br />

res custos <strong>de</strong> capital. Recomenda-se também a utilização <strong>de</strong> ta -<br />

xaâ <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> elevadas. 0s tyabalhos mais recentes <strong>de</strong><br />

Kupraâ 1101 e 1111 confirmam esta posição.<br />

A Última hipótese que merece, ainda, alguma dis -<br />

cusãão é a que se refere aos custos operacionaiã, que são con-<br />

si<strong>de</strong>rados constantes ao longo <strong>de</strong> toda a vida Ú t i l econômica do<br />

navio. Realmente, existe um aumento dos custos <strong>de</strong> operação,<br />

pr i ncipalmente da parcela referente â manutenção e reparos, com<br />

o envelhecimento do navio. Entretanto, este fenômeno, <strong>de</strong> fá-<br />

cil verificação, sempre foi do conhecimento <strong>de</strong> todos os pesqui<br />

sadores que apl icaram os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> matemãtica financeira ao<br />

projeto do navio. E os resultados obtidos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o trabalho <strong>de</strong><br />

Benford 131 até o <strong>de</strong> Kupraã ]101, <strong>de</strong>monstram que a hipótese 6<br />

correta e não provoca nenhuma di storção nos resul tados obtidos.<br />

O fato novo é a mudança qualitativa, provocada pelo preço atual<br />

dos combustÍveis, na posição das diversas parcelas <strong>de</strong> custo,<br />

computadas no cálculo do custo operacional. No inicio da <strong>de</strong>ca -<br />

da <strong>de</strong> 60, os custos <strong>de</strong> manutenção e reparos eram a parcela? mais<br />

importante e os gastos com Óleo combustivel e Óleo diesel ti-<br />

nham uma importância relativa muito pequena, sendo responçãveis,<br />

em geral , por menos <strong>de</strong> 10% do total do custo <strong>de</strong> operação. Atual -<br />

mente, os gastos com combustÍveis são <strong>de</strong> longe a parcela mais<br />

importante, responsável por mais <strong>de</strong> 50% do custo <strong>de</strong> operação,<br />

e a perspectiva é a <strong>de</strong> que este percentual continue aumentando.<br />

A elevação dos preços dos combustiveis, entretanto, não resul-<br />

tou da inflação, que teve uma influência muito pequena, ou da<br />

crise economica dos Últimos anos. As causas principais foram<br />

a crise do petróleo <strong>de</strong> 1973, a mudança radical promovida pela<br />

-


OPEP (0rgan i zação dos PaÍses Exportadores <strong>de</strong> Petrõleo) na pol Í<br />

tica <strong>de</strong> comercialização do petróleo nos anos subsequentes, e a<br />

especulação posta em prãtica pelas gran<strong>de</strong>s companhias <strong>de</strong> petrÓ -<br />

leo. Esta mudança qualitativa não justifica, entretanto, uma<br />

revisão da utilização da hipótese em questão, mesmo sabendo-se<br />

que não hã perspectiva <strong>de</strong> que o quadro anterior venha a sofrer<br />

uma modificação a curto prazo. E recomendãvel, porém, que se<br />

tome o cuidado <strong>de</strong> realizar uma análise <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> para<br />

avaliar o efeito da elevação dos preços dos combustiveis sobre<br />

a escolha do resul tado f i na1 .<br />

As <strong>de</strong>mais hipõteses simplificadoras não apresen -<br />

tararn, e continuam não apresentando, maiores problemas. Adota-<br />

ram-se, portanto, as seguintes simplificações: convenção <strong>de</strong> fim<br />

<strong>de</strong> periodo, isto é, todos os custos e receitas que ocorrerem du<br />

rante um periodo <strong>de</strong> capitalização são lançadas ao f i m do perio<br />

do; o instante inicial é o da entrada em operação do navio,que<br />

é marcado pela entrega ao armador; o investimento com a aquisi =<br />

ção da embarcação ocorre integralmente no instante inicial; a<br />

<strong>de</strong>preciação 6 linear e o valor residual 6 nulo.<br />

O último ponto importante antes da escolha da<br />

função <strong>de</strong> mérito é o que diz respeito à consi<strong>de</strong>ração ou não da<br />

receita gerada por fretes. Neste trabalho preten<strong>de</strong>-se resol-<br />

ver o problema do projeto preliminar para navios <strong>de</strong>stinados ao<br />

transporte <strong>de</strong> carga a granel, isto é, granelei ros, petroleiros,<br />

m;ner~-~etrolei ros, granelei ros mistos para a carga <strong>de</strong> granéis<br />

leves e pesados e OBOs. Esta classe <strong>de</strong> navio opera nas seguin<br />

teâ situações tipicas: no mercado <strong>de</strong> afretamento por viagem,<br />

em linhas regulares conferenciadas e no transporte <strong>de</strong> matérias<br />

primas ou produtos acabados para empresas <strong>de</strong> mineração, empre-<br />

-<br />

-<br />

-


sas <strong>de</strong> petrõleo, indüstrias petroquimicas e empresas <strong>de</strong> impor-<br />

tação e exportação. Em qualquer <strong>de</strong>stas situações, ou a recei-<br />

ta não existe, como no caso das empresas <strong>de</strong> petróleo, minera-<br />

ção, petroquimicas, etc, e o objetivo & o <strong>de</strong> reduzir os custos<br />

globais <strong>de</strong> produção, ou ela 6 difícil <strong>de</strong> ser estimada, como no<br />

caso dos armadores que operam no mercado <strong>de</strong> afretamento, <strong>de</strong>vi-<br />

do 2s osci laçÕes e ,caracteristicas sofridas pela taxa <strong>de</strong> frete.<br />

O caso dos navios conferenciados não é muito diferente porque,<br />

se as taxas <strong>de</strong> frete não oscilam, a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> carga também se<br />

mostra bastante instável. Portanto, para estes dois últimos ca<br />

âos, o objetivo também é a redução dos custos <strong>de</strong> transporte.<br />

Logo, é mais coerente não consi<strong>de</strong>rar a receita <strong>de</strong> fretes no<br />

cálculo da função <strong>de</strong> mérito.<br />

ApÕs as s impl i f i caçÕes d i scut i das anteriormente,<br />

um projeto seria representado graficamente pelo fluxo <strong>de</strong> caixa<br />

da Figura 1 abaixo.<br />

FI GURA 1<br />

Pelas razões e argumentos expostos, a função <strong>de</strong><br />

mérito escolhida foi a taxa <strong>de</strong> frete requerida, que utiliza o<br />

- -- - .- - - -<br />

método do custo anual mêdio na manipulação dos fluxos <strong>de</strong> caixa


que representam cada projeto, cujo valor é obtido pela expres-<br />

são (1).<br />

'aro<br />

- custo anual médio<br />

FRC(~, n) - fator <strong>de</strong> recuperação do capital para n períodos <strong>de</strong><br />

capitalização e a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> i .<br />

O próprio custo anual médio po<strong>de</strong>ria ser utiliza -<br />

do como fungão <strong>de</strong> merito. Este apresenta, entretanto, uma ten -<br />

dência para resultados com menores necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capital, o<br />

que dificulta a sua aplicação a problemas em que os benefícios<br />

gerados por cada solução (representados no caso estudado pela<br />

carga transportada) apresentam diferença sensível . A função <strong>de</strong><br />

mérito escolhida resolve este problema atraves da normalização<br />

do custo anual médio, que 6 dividido pela carga transportada<br />

anualmente, expressa na unida<strong>de</strong> mais conveniente (toneladas,<br />

barris, containers, etc).<br />

TFR = C /CAT<br />

am<br />

TFR - taxa <strong>de</strong> frete requerida<br />

CAT - carga anual transportada<br />

A taxa <strong>de</strong> frete requerida representa, portanto,<br />

o custo uni tãrio <strong>de</strong> transporte, isto é, o custo mêdio para trans -<br />

portar 1 tonelada, ou 1 container, ou 1 unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, qual<br />

quer que seja ela. Fornece, <strong>de</strong>sta forma, uma idéia imediata<br />

da competitivida<strong>de</strong> do projeto examinado, já que as taxas <strong>de</strong> fre<br />

te são cobradas, em geral, pela unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga transportada.


I I 1.3 - A ESCOLHA DAS VARIAVEIS DE PROJETO<br />

De acordo com a <strong>de</strong>finição da seção 2, var iãveis<br />

<strong>de</strong> projeto são os parãmetros que <strong>de</strong>finem um projeto e que e2<br />

tão inteiramente sob controle do projetista, além disto, as Únicas<br />

1 imitações existentes na escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado conjunto <strong>de</strong>s<br />

tes valores são aquelas relativas ã segurança do navio projeta<br />

do, ao atendimento dos requisitos do problema particular que<br />

se quer resolver, ãs normas da prática corrente <strong>de</strong> projeto do<br />

navio e aos regulamentos das convenções internacionais.<br />

O projeto preliminar é, <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong><br />

projeto do navio, a fase cujo nível <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> ê o mais<br />

alto. Portanto, as variáveis <strong>de</strong> projeto nesta etapa <strong>de</strong>vem for -<br />

necer a <strong>de</strong>finição mais geral possivel <strong>de</strong> um navio, isto é, <strong>de</strong>-<br />

vem ser suficientemente particulares para <strong>de</strong>fini r um navio es-<br />

pecífico e suficientemente gerais para não interferir no grau<br />

<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> das etapas subsequentes.<br />

A interação entre formulação e mo<strong>de</strong>lação começa<br />

agora a se mostrar <strong>de</strong> forma mais nítida. O conjunto <strong>de</strong> variã-<br />

veis <strong>de</strong> projeto tem que conter as informações necessárias não<br />

só para <strong>de</strong>finir um navio, mas também para que se possa calcular<br />

o valor correspon<strong>de</strong>nte da função <strong>de</strong> mêrito. Entretanto, somen<br />

=<br />

te s mo<strong>de</strong>lo a ser utilizado po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>finir se estas informações<br />

são suficientes ou não. Esta questão, porém, é complexa, por-<br />

que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos recursos disponíveis, talvez seja possível<br />

<strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> engenharia-naval com o qual se possa<br />

calcular o valor da função <strong>de</strong> mérito a parti r <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

variáveis <strong>de</strong> projeto consi<strong>de</strong>rado a<strong>de</strong>quado aos objetivos estabe -<br />

lecidoç no parágrafo anterior.<br />

-<br />

-


Os parãmetros que serão consi<strong>de</strong>rados neste tra-<br />

balho como variáveis <strong>de</strong> projeto são o comprimento em perpendi-<br />

culares, a boca moldada, o ponta1 moldado, o calado <strong>de</strong> projeto<br />

moldado, o coeficiente <strong>de</strong> bloco e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço. Es -<br />

tes parãmetros são, em geral, chamados <strong>de</strong> caracterist i cas pri n<br />

cipais e são suficientes para <strong>de</strong>finir um navio <strong>de</strong>ntro do nivel<br />

<strong>de</strong> general ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejado.<br />

As restrições po<strong>de</strong>m ser divididas em três gru-<br />

pos, que se distinguem basicamente pelas suas origens.<br />

1 1 1 .4.1 - As Reçtr i ~ Õ e ç<br />

A Obtidas a parti r . -. dos - - -. Requisitos . -. .. . - <strong>de</strong><br />

Projeto<br />

O problema clãssico <strong>de</strong> projeto do navio é aque-<br />

le que fornece ao projetista o valor esperado para o porte bru<br />

to do navio a ser projetado (ou valor equivalente relacionado<br />

com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga a ser transportada, como o volume dis 5<br />

ponivel ou capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga em toneladas), a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serviço, o tipo <strong>de</strong> carga (ou cargas) a ser transportada e a ro<br />

ta. Estes dados são chamados, em geral , <strong>de</strong> requ i s i t os <strong>de</strong> pro-<br />

jeto.<br />

Atualmente começam a aparecer, com uma frequên-<br />

cia cada vez maior, problemas on<strong>de</strong> se fornece ao projetista ape<br />

nas o tipo e a quantida<strong>de</strong> da carga (ou cargas) a ser transpor-<br />

tada e a rota. Este tipo <strong>de</strong> problema dã ao projetista um grau<br />

<strong>de</strong> 1 i berda<strong>de</strong> sensivelmente maior.<br />

0s requisitos referentes â quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga<br />

a ser transportada po<strong>de</strong>m gerar restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para o<br />

-


porte bruto, ou para o volume <strong>de</strong> porões disponível para a car-<br />

ga ou, ainda, para a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga em massa dos porões.<br />

Estes requisitos po<strong>de</strong>m ainda gerar restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

que representem limites mãximos ou mínimos para o valor daque-<br />

las características operacionais. É importante ressaltar que<br />

estas restrições não são mutuamente exclu<strong>de</strong>ntes. Po<strong>de</strong>m surgir<br />

problemas cujas condições particulares indiquem que <strong>de</strong>vem ser<br />

adotada duas ou mais <strong>de</strong>stas restrições. Por exemplo, é possi-<br />

vel ter para um problema duas restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> que<br />

representem limites mãximos e mínimos para a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> car -<br />

ga, ou uma restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para o porte bruto e um l i m i<br />

te inferior para o volume.<br />

O requisito para o tipo ou tipos <strong>de</strong> carga po<strong>de</strong><br />

ser representado numericamente, no projeto <strong>de</strong> navios para o<br />

transporte <strong>de</strong> cargas a granel, pelo fator <strong>de</strong> estiva (o volume<br />

ocupado por uma tonelada <strong>de</strong> carga). Este requisito nem sempre<br />

se transforma em restrição. Quando isto ocorre, geralmente ela<br />

aparece como um 1 imite inferior associado a uma restrição <strong>de</strong><br />

igualda<strong>de</strong> para o volume ou para a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. Entre-<br />

tanto, po<strong>de</strong>m surgir problemas para os quais seja necessãrio <strong>de</strong> -<br />

finir também um 1 imite superior ou mesmo uma restrição <strong>de</strong> igual =<br />

da<strong>de</strong> para o fator <strong>de</strong> estiva.<br />

Da rota saem os 1 imites mãximos para o compri-<br />

mento entre perpendiculares, a boca e o calado, que sao obti-<br />

dos das condições <strong>de</strong> acesso aos diversos terminais portuãrios<br />

em que o navio irá operar e dos canais e estreitos atravessa-<br />

dos numa viagem típica.<br />

-


111.4.2 - kstri~ões Relativas à Avaliasão da Segurança e do<br />

- - -- - - -- L -<br />

-<br />

Neste grupo <strong>de</strong> restrições serão consi<strong>de</strong>radas ape H<br />

nas as condições <strong>de</strong> segurança relativas ã estabilida<strong>de</strong> do na<br />

vio, eãtitica e dinâmica, e capacida<strong>de</strong> da estrutura para re-<br />

sistir aos esforços a que é submetida.<br />

A estabilida<strong>de</strong> estática po<strong>de</strong> ser avaliada dire-<br />

tamente pelo valor do raio metacêntrico. Este valor <strong>de</strong>ve ser<br />

maior do que um valor mínimo estabelecido por um critério <strong>de</strong><br />

estabilida<strong>de</strong> qualquer. Entretanto, também não po<strong>de</strong> assumir um<br />

valor excessivo para que se garanta o conforto da tripulação e,<br />

em alguns casos, até mesmo a integrida<strong>de</strong> da carga. Ter-se-ão,<br />

portanto, duas restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>.<br />

A avaliação da estabilida<strong>de</strong> dinâmica representa<br />

um problema bem mais complexo, principalmente nesta fase do pro<br />

jeto, quando se dispõe ainda <strong>de</strong> muito poucas informações a res<br />

peito do navio. Como os navios consi<strong>de</strong>rados não apresentam pro -<br />

blemas <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> dinâmica, <strong>de</strong>cidiu-se omitir esta avalia<br />

ção. Alguns autores, por exemplo Kupras 1111 e Lamb 1121, re-<br />

solveram este problema adotando restrições para os valores má-<br />

ximos dos periodos <strong>de</strong> arfagem, afundamento e jogo.<br />

O problema <strong>de</strong> aval iação da integrida<strong>de</strong> da estru -<br />

tura também 6 dificil <strong>de</strong> ser tratado nesta fase do projeto, por e<br />

que ela ainda não foi <strong>de</strong>finida e as variáveis <strong>de</strong> projeto nao<br />

fornecem informações mínimas que permitam qualquer avaliação<br />

objetiva. A Ünica coisa que po<strong>de</strong> ser analisada são as dimen-<br />

sões relativas da viga navio, representadas pelas relações adi<br />

mensionais L/B, L/D e L/T, as quais informam se o comprimen<br />

-<br />

-<br />

-


to é relativamente gran<strong>de</strong> e, <strong>de</strong>sta forma, <strong>de</strong>vem-se esperar maio-<br />

res esforços <strong>de</strong> flexão, ou se a relação entre a alma e o flan-<br />

ge da viga navio é ina<strong>de</strong>quada e, portanto, a estrutura, do pon<br />

to <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> resistência longitudinal, 6 pouco eficiente. Es<br />

ta avaliação qualitativa 6, entretanto, consistente com o nÍ<br />

vel <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> do projeto preliminar e a Ünica maneira <strong>de</strong><br />

quantificar a análise adotar valores prãticoç para os l i m i-<br />

tes inferior e superior <strong>de</strong>stas relações, valores estes que são<br />

obtidos da prãtica corrente <strong>de</strong> projeto do navio. Entretanto, é<br />

preciso que se tome todo cuidado ao se adotar valores práticos.<br />

Em primeiro lugar, na anãlise dos resultados este tipo <strong>de</strong> res-<br />

t r i ~ ã o não po<strong>de</strong> ter o mesmo status das <strong>de</strong>mais. Uma <strong>de</strong>stas res e<br />

trições violadas significa apenas que se tem uma solução um<br />

pouco fora dos padrões tradicionais e que no projeto da estru-<br />

tura se <strong>de</strong>ve prestar um pouco mais <strong>de</strong> atenção ã <strong>de</strong>finição da<br />

geometria e da topologia. Já uma violação da estabilida<strong>de</strong>, ou<br />

<strong>de</strong> qualquer dos requisitos <strong>de</strong> projeto, representa realmente um<br />

projeto inviãvel. Em segundo lugar, 6 preciso que se evite a<br />

coagulação da prática <strong>de</strong> projeto, impedindo-se a pesquisa <strong>de</strong><br />

novas soluções.<br />

0s limites para as relações adimensionais cita-<br />

das no parágrafo anterior e para as relaçóes v5/K e B/T que,<br />

junto com aquelas, também são usadas para avaliar o <strong>de</strong>sempenho<br />

hidrodinâmico do casco, estão da mesma forma relacionados com<br />

os mo<strong>de</strong>los para as estimativas do peso leve e da resistência ã<br />

propul são.<br />

-<br />

-<br />

-


1 1 1.4.3 - Restrições Re1ativa.s aos Regulamentos das C-onvençÕes<br />

- . - -- - -- - - - -<br />

da IMC<br />

No projeto prel iminar, só & possível verificar<br />

os regulamentos da Convenção Internacional <strong>de</strong> Linhas <strong>de</strong> Carga<br />

<strong>de</strong> 1966 referentes ao cálculo da borda livre mínima <strong>de</strong> verão<br />

e alguns poucos regulamentos das Convenções <strong>de</strong> Prevenção da Po<br />

lulção Marítima <strong>de</strong> 1973 e <strong>de</strong> 1978, referentes à quantida<strong>de</strong> ne-<br />

cessãria <strong>de</strong> lastro segregado, isto é, lastro carregado em tan-<br />

ques reservados exclusivamente para esta finalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo a<br />

manter condições seguras <strong>de</strong> navegabilida<strong>de</strong>. 0s <strong>de</strong>mais regula-<br />

mentos <strong>de</strong>stas duas convenções e todos os da Convenção para Sal -<br />

vaguarda da Vida Humana no Mar <strong>de</strong> 1974 dizem respeito a aspec-<br />

tos que só po<strong>de</strong>rão ser tratados na fase <strong>de</strong> projeto bãsico (Ar-<br />

ranjos) e <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento.<br />

Psrtan to, da Convenção <strong>de</strong> Linhas <strong>de</strong> Carga (I LLC-1966)<br />

sairã uma restrição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, ou seja, a diferença en -<br />

tre ponta1 e calado tem que ser maior ou igual ã borda livre<br />

mínima <strong>de</strong> verão calculada pelos regulamentos da Convenção. Das<br />

conven~ões <strong>de</strong> poluição (1973 e Protocolo <strong>de</strong> 1978)~ sairão duas<br />

restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s. A primei ra, referente aos espa-<br />

ços para o lastro segregado, estabelece que o volume total do<br />

espaço <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>ve ser maior ou igual ao volume requerido, que<br />

6 a soma do volume <strong>de</strong> carga, do volume <strong>de</strong> lastro, do volume <strong>de</strong><br />

combustíveis e, finalmente, dos volumes dos tanques <strong>de</strong> SLOP.<br />

A outra restrição se refere estabilida<strong>de</strong> na condição <strong>de</strong> las-<br />

tro e estabelece que o raio metacêntrico no calado <strong>de</strong> lastro <strong>de</strong><br />

ve ser maior ou igual a um valor mínimo estabelecido <strong>de</strong> acordo<br />

com o critério <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> adotado.<br />

-<br />

-


Resumindo, nos problemas tipicos <strong>de</strong> projeto pre<br />

1 iminar dos navios para o transporte <strong>de</strong> cargas a granel tere-<br />

mos as seguintes restrições:<br />

- ~estriçQes estabelecidas pazos requisitos <strong>de</strong> projeto<br />

Qualquer que seja o problema, ter-se-á pelo me-<br />

nos uma das seguintes restrições:<br />

- T pb = T req.<br />

pb<br />

- T > T req.<br />

pb - pb<br />

- T < T req.<br />

pb pb<br />

- C = C req.<br />

P P<br />

- C < C req.<br />

P - P<br />

- C > C req.<br />

P - P<br />

- -<br />

Fest - Fest req.<br />

- ><br />

Fest - Fest req.<br />

- <<br />

Fest - Fest req.<br />

Vol req.<br />

Vol req.<br />

Vol req.<br />

- Restrições relativas ã avaliação da segurança e do <strong>de</strong>sempe-<br />

nho do nauio:<br />

-<br />

-<br />

- G M > GMmin<br />

- GM < GM max<br />

- 5'5 < L PP /B L 7.5<br />

- ~estrições relativas aos regulamentos das ~onvenções da IMO<br />

- Vol > Vol ias<br />

- GM laç > GM min<br />

- D - T > B L<br />

- requerida


IV - A - MODELAEO<br />

- - DO PROBLEMA -- .-<br />

A taxa <strong>de</strong> frete requerida é obtida por uma ope-<br />

ração com os valores dos custos <strong>de</strong> operação e aquisição, bem<br />

como da carga transportada anualmente. O fator <strong>de</strong> recuperação<br />

do capital po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como uma constante, porque não<br />

estã relacionado com os mesmos parâmetros e permanece i nvariã-<br />

vel na análise <strong>de</strong> todas as opções <strong>de</strong> projeto.<br />

Para que esta medida <strong>de</strong> mérito seja realmente<br />

uma função das variáveis <strong>de</strong> projeto, é preciso que a relação en -<br />

tre custo <strong>de</strong> aquisição, custo <strong>de</strong> operação e carga transportada<br />

anualmente e as variáveis <strong>de</strong> projeto também satisfaça à <strong>de</strong>fini -<br />

ção <strong>de</strong> função.<br />

TFR (L , B, D, T, CB, Vs) =<br />

PP<br />

0s custos <strong>de</strong> aquisição e operação e o valor da<br />

carga transportada anualmente não são conhecidos e nem po<strong>de</strong>m<br />

ser calculados <strong>de</strong> modo direto, a partir unicamente das informa-<br />

ções contidas num conjunto <strong>de</strong> variãveis <strong>de</strong> projeto. O objetivo<br />

do mo<strong>de</strong>lo é exatamente o <strong>de</strong> permitir que estes valores sejam<br />

estimados para um dado conjunto <strong>de</strong> variãveis <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong>f i-<br />

nindo uma relação unívoca entre elas e os valores correspon<strong>de</strong>n<br />

tes dos custos <strong>de</strong> aquisição e operação e da carga transportada<br />

anualmente.<br />

(3)<br />

-


IV.l - A ESTIMATIVA DO CUSTO DE AQUISIÇÃO<br />

O Único modo <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo para<br />

estimar o custo <strong>de</strong> aquisição é através do tratamento <strong>de</strong> infor-<br />

maçoes sobre a construção <strong>de</strong> navios semelhantes. Existem, entre -<br />

tanto, várias maneiras <strong>de</strong> se obter e tratar estes dados. A me-<br />

lhor e mais eonfiãvel é, sem dúvida, levantar estes dados dire<br />

e<br />

tamente junto aos construtores e, através da anã1 ise <strong>de</strong> regreç -<br />

são, <strong>de</strong>finir um ou vãrios polinômios que fornecerão os valores<br />

necessários ao cálculo da est imativa <strong>de</strong>sejada. No presente tra<br />

balho, entretanto, não foi possivel seguir este caminho, por-<br />

que não se conseguiu obter as informações necessárias em nume-<br />

ro suficiente para <strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> custo. As princi-<br />

pais barreiras foram o sigilo industrial e a falta <strong>de</strong> dados le<br />

vantados <strong>de</strong> forma homogênea.<br />

As alternativas para resolver o problema da fal -<br />

ta <strong>de</strong> dados suficientes são tentar obter estes dados em publi-<br />

cações especializadas ou <strong>de</strong>senvolver e adaptar mo<strong>de</strong>los prontos<br />

<strong>de</strong>scritos na bibliografia diãponivel. A primeira das opções<br />

se mostrou ina<strong>de</strong>quada, porque as i nformações obt i das também eram<br />

insuficientes e refletiam condições bastante diferentes. Por-<br />

tanto, a Única solução ê adaptar um mo<strong>de</strong>lo já <strong>de</strong>senvolvido, com<br />

base nas informações obtidas. Esta solução, entretanto, tam-<br />

bém apresenta diversos problemas. Em primeiro lugar, apesar<strong>de</strong><br />

haver um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> artigos publicados sobre projeto pre<br />

liminar, são poucos os que apresentam todas as informações so-<br />

bre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> custo utilizado. Em geral, alegando problemas<br />

<strong>de</strong> sigilo industrial, só apresentam os resultados obtidos e,<br />

em alguns casos, umas poucas informações sobre as simpl if ica-<br />

çÕeã adotadas. Outra dificulda<strong>de</strong> 6 que estes mo<strong>de</strong>los foram <strong>de</strong> -<br />

-


senvolvidos com base numa realida<strong>de</strong> bem diferente daquela on<strong>de</strong><br />

ocorrem os 'problemas que se preten<strong>de</strong> resolver, não sÔ no que<br />

diz respeito 5s condições econômicas, ou seja, taxa <strong>de</strong> infla<br />

ção, custo da mão-<strong>de</strong>-obra, etc, como também no que diz respei-<br />

to ao grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e in<strong>de</strong>pendência da indüstria <strong>de</strong><br />

construção naval, em termos <strong>de</strong> capital, tecnologia e disponibi<br />

lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matérias primas, materiai-s e bens <strong>de</strong> capital, que in -<br />

fluenciam diretamente os seus custos <strong>de</strong> construção e a sua com =<br />

petitivida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> mercado.<br />

O Ünico trabalho encontrado que fornecia todas<br />

as informações necessárias foi <strong>de</strong>senvolvido por Benford 151.<br />

Apesar <strong>de</strong> apresentar as dificulda<strong>de</strong>s mencionadas anteriormente,<br />

posçuia uma série <strong>de</strong> qual ida<strong>de</strong>s que o tornaram uma referência<br />

básica para praticamente todos os artigos publicados sobre o<br />

assunto. A gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho resi<strong>de</strong> na aborda<br />

gem <strong>de</strong>senvolvida por Benford para o problema <strong>de</strong> estimar os cus -<br />

tos <strong>de</strong> construção e aquisição <strong>de</strong> navios mercantes, abordagem es<br />

ta que permite facilmente a adaptação do mo<strong>de</strong>lo ãs condições<br />

particulares do problema, sem que se mu<strong>de</strong> a sua estrutura.<br />

Benford não recorreu a métodos estatísticos ou<br />

matemãticos para ajustar um polinomio que fornecesse o valor<br />

da estimativa <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> aquisição. Ele o dividiu em várias<br />

parcelas, as quais eram relacionadas diretamente com um <strong>de</strong>ter-<br />

minado parâmetro através <strong>de</strong> curvas exponenciaiç.<br />

Para a verificação do porte bruto, 6 necessário<br />

estimar o peso do navio leve, uma vez que aquele valor é a di-<br />

ferença entre o <strong>de</strong>slocamento e o peso leve. Esta verificação<br />

é feita mesmo quando na seleção das caracteristicas principais<br />

-


se adota uma abordagem mais convencional, como a proposta por<br />

Lamb 1121, sem se recorrer a um critêrio <strong>de</strong> natureza econômica<br />

para a escolha do melhor projeto, que 6 real izada com base ape<br />

nas em cri têrios técnicos.<br />

Na estimativa do peso leve quase sempre se divi<br />

dia este peso em três parcelas, que eram estimadas separadamen<br />

te: o peso <strong>de</strong> aço do casco, o peso da instalação propulsora e<br />

o peso <strong>de</strong> outfit. Nesta ultima parcela, são consi<strong>de</strong>rados to<br />

dos os itens que não estão incluídos nos dois anteriores. Esta<br />

divisão ê bastante coerente com o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento do pro -<br />

jeto preliminar, porque nenhum dos sistemas do navio está ain-<br />

da <strong>de</strong>finido e o interesse principal 6 com o valor total do pe-<br />

so 1 eve.<br />

Benford adotou uma divisão semelhante para o cus<br />

to <strong>de</strong> construção, isto é, aço utilizado na construção do cas<br />

co, instalação propulsora e outfit, dividindo ainda cada uma<br />

<strong>de</strong>stas parcelas em custo <strong>de</strong> material e custo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, no<br />

qual consi<strong>de</strong>rou o custo total, isto 6, o custo direto com sal5<br />

rios e os custos indiretos com obrigações sociais. 0s custos<br />

<strong>de</strong> aço e outfit foram relacionados com os pesos <strong>de</strong> aço e outfit<br />

e o custo da instalação propulsora com a potência requerida da<br />

máquina propulsora, ou seja, utilizou a mesma solução que em<br />

geral se utiliza para estimar o peso <strong>de</strong>sta parcela.<br />

Para estimar o custo <strong>de</strong> aço utilizado na cons-<br />

trução do casco a partir do peso <strong>de</strong> aço, Benford multiplicou es -<br />

te valor por uma constante que representa a eficiência no esta<br />

leiro, ou seja, a quantida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> material na<br />

construção do casco, e pelo valor do preço tonelado do aço uti -<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


1 izado.<br />

O custo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra é obtido multiplicando o<br />

custo médio total do HH (homem hora), isto é, custos <strong>de</strong> sal5 -<br />

rios e obrigações sociais, pela quantida<strong>de</strong> consumida na cons-<br />

trução do casco. Para este valor foi ajustada uma curva expo-<br />

necial relacionando-o com o peso <strong>de</strong> aço.<br />

O coeficiente K1 acima representa também a ef i<br />

ciência do estaleiro na utilização <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Para o coe<br />

ficiente a Benford utilizou o valor <strong>de</strong> 2/3. Neste traba-<br />

1<br />

lho, entretanto, ambos os coeficientes foram reajustados, não<br />

só para ajustar o custo <strong>de</strong> mãb-<strong>de</strong>-obra consumida na construção<br />

do casco 5s condições atuais, mas também para representar as<br />

diferenças existentes na construção dos navios consi<strong>de</strong>rados no<br />

que se refere ã utilização <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra.<br />

Para o custo <strong>de</strong> outfit Benford usou uma solução<br />

semelhante ã utilizada para estimar o custo <strong>de</strong> aço, multipli-<br />

cando o peso <strong>de</strong> outfit pelo custo médio da tonelada <strong>de</strong> outfit.<br />

Cout = P out ' 'm~out<br />

O outfit engloba itens <strong>de</strong> preços tão diferentes<br />

quanto a máquina do leme e um cabeço <strong>de</strong> amarração, ou um guin-<br />

daste para manobras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga e as luzes <strong>de</strong> navega-<br />

-<br />

-


ção. Entretanto, uma vez que não é necessário estimar o peso<br />

dos itens individuais, mesmo porque eles ainda não estão <strong>de</strong>fi-<br />

nidos, a dificulda<strong>de</strong> principal é ajustar este valor ao preço<br />

médio da tonelada <strong>de</strong> outfit. No caso <strong>de</strong>ste trabalho, será ne-<br />

cessário ajustar um valor diferente para cada um dos tipos <strong>de</strong><br />

navio, porque os itens <strong>de</strong> outfit <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les serão baçtan<br />

te diferentes.<br />

Para o custo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra consumido na insta-<br />

lação e fabricação do outfit, Benford usou uma solução semelhan<br />

te ã utilizada para o custo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra na construção do cas<br />

co, ajustando uma curva exponencial que relaciona este valor<br />

com o peso <strong>de</strong> outfit.<br />

O coeficiente K2, assim como no caso do aço,re -<br />

presenta a eficiência do estaleiro na utilização <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra<br />

para a instalação e fabricação dos itens que compõem o outfit.<br />

Para o coeficiente C2, Benford utilizou o valor <strong>de</strong> 2/3. Am<br />

bos os valores, entretanto, serão reajustados para as condições<br />

do problema em questão.<br />

O custo da instalação propulsora inclui todos os<br />

equipamentos, isto é, a máquina propulsora e todos os periféri -<br />

tos, inclusive as unida<strong>de</strong>s para geração <strong>de</strong> energia elétrica. Tan<br />

to o custo dos equipamentos como o da mão-<strong>de</strong>-obra neceçsãria pa<br />

ra a sua instalação foram relacionados com a potência requeri-<br />

da da mãquina propulsora.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


C<br />

mo maq<br />

C = K3(pot req) 5<br />

ma q<br />

4<br />

= K4(Pot reg) . PHH<br />

Benford <strong>de</strong>finiu valores diferentes para estes<br />

coeficientes nos casos <strong>de</strong> motores diesel e turbinas a vapor.<br />

Eles foram reajustados para as condi çÕes atuais, no presente tra -<br />

balho.<br />

A potência requerida para a instalação propulso<br />

ra é obtida a partir da estimativa da resistência à propulsão.<br />

Mais adiante, as estimativas <strong>de</strong>ste parâmetro e do peso leve se<br />

rio discutidos com mais <strong>de</strong>talhes.<br />

timadas em dólares americanos.<br />

Todas as parcelas do custo <strong>de</strong> construção são e2<br />

O custo <strong>de</strong> aquisição obtido somando-se o cus-<br />

to <strong>de</strong> construção aos gastos com administração e ao lucro do es -<br />

taleiro. Geralmente, em trabalhos <strong>de</strong>ste tipo, consi<strong>de</strong>ra-se um<br />

percentual <strong>de</strong> 12% a 15% do custo <strong>de</strong> construção para estas<br />

parcelas.<br />

'aq = Kg(Caço +<br />

'mo<br />

aço +<br />

'out<br />

+<br />

'mo<br />

out +<br />

IV.2 - ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE OPERASÃO<br />

'maq<br />

+<br />

'mo<br />

maq )<br />

Assim como o custo <strong>de</strong> aquisição, a estimativa do<br />

custo <strong>de</strong> operação também é dividida em parcelas. Entretanto,<br />

nem todas elas se relacionam exclusivamente com as variáveis


<strong>de</strong> projeto ou têm qualquer influência sobre a escolha do melhor<br />

conjunto <strong>de</strong>stas variáveis. E interessante, contudo, consi<strong>de</strong>-<br />

rá-las na estimativa, para que se obtenha um valor mais prõxi-<br />

mo do real. Do ponto <strong>de</strong> vista do problema que se preten<strong>de</strong> re-<br />

solver, as parcelas mais importantes são aquelas que diferen-<br />

ciam um projeto <strong>de</strong> outro, para as quais & necessãrio <strong>de</strong>senvol-<br />

ver estimativas que representem <strong>de</strong> forma realistica estas dife -<br />

renças relativas.<br />

~ ã existe, o<br />

para o custo operacional, uma divi-<br />

são tão popular quanto a uti 1 izada por Benford para o custo <strong>de</strong><br />

aquisição. A maioria <strong>de</strong>las, porém, consi<strong>de</strong>ra uma divisão bási<br />

ca em custos fixos, que são as <strong>de</strong>spesas para manter o navio em<br />

condições <strong>de</strong> operação e que ocorrem sempre, mesmo quando o na-<br />

vio não está operando e - custos variáveis, .<br />

que incluem todas as<br />

<strong>de</strong>spesas originadas por uma viagem do navio (e que, por isto,<br />

são chamadas também <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> viagem). Cada uma <strong>de</strong>stas par<br />

celas é dividida em uma série <strong>de</strong> itens, os quais se relacionam<br />

com as vãrias funções necessãrias à operação <strong>de</strong> um navio mer-<br />

cante.<br />

Neste trabalho, serão consi<strong>de</strong>rados os seguintes<br />

itens na estimativa dos custos fixos: tripulação, manutenção e<br />

reparos, seguros, <strong>de</strong>preciação e administração. Para os custos<br />

<strong>de</strong> viagem, consi<strong>de</strong>rar-se-ão os seguintes: õleo combustÍve1, õleo<br />

diesel, óleo lubrificante, taxas portuárias e <strong>de</strong> canais, supri -<br />

mentoç para a tripulação.<br />

O custo <strong>de</strong> tripulação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente do n;<br />

mero <strong>de</strong> tripulantes, o qual não estã relacionado di.retamente<br />

com as variáveis <strong>de</strong> projeto ou com os <strong>de</strong>mais requisitos <strong>de</strong> pro<br />

3


jeto. Isto principalmente no Brasil, on<strong>de</strong> a legislação traba-<br />

lhista não permite gran<strong>de</strong>s diferenças, mesmo para navios <strong>de</strong> ti -<br />

po e porte bruto bastante diversos, que é exatamente o fator<br />

mais importante na fixação do número <strong>de</strong> tripulantes. Portanto,<br />

esta parcela não <strong>de</strong>f inirã nenhuma diferença relativa entre os<br />

projetos analisados e será consi<strong>de</strong>rada apenas para que se obte =<br />

nha para o custo <strong>de</strong> operação um valor mais prõximo dos valores<br />

práticos. O custo <strong>de</strong> tripulação será obtido mul tipl icando - se<br />

o número <strong>de</strong> tripulantes pelo salário médio anual correspon<strong>de</strong>n-<br />

te, no qual são incluidos tambêm os custos indiretos com obri-<br />

gações sociai S.<br />

-<br />

'triP - Ntrip trip<br />

0s custos <strong>de</strong> manutenção e reparos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m basi -<br />

camente do tipo do navio, das suas dimensões, da sua ida<strong>de</strong> e<br />

da eficiência do esquema <strong>de</strong> manutenção adotado pelo armador.<br />

Portanto, estão relacionados com as variáveis <strong>de</strong> projeto e ge-<br />

ralmente são obtidos tratando-se por análise <strong>de</strong> regressão as<br />

informações <strong>de</strong> navios semelhantes. Neste trabalho, pelas mes-<br />

mas razões do custo <strong>de</strong> aquisição, foi utilizada a expressão <strong>de</strong><br />

senvolvida por Benford (51, a qual foi corrigida para as condi<br />

ções atuais, atravês do ajustamento dos coeficientes K~ e K.<br />

7 '<br />

C = K ~ ( . L B ~ . ~ D/IOOO) + K (~ot req)<br />

m req 7<br />

K6 E 10000 e Kj, ' 7600<br />

2/3 2/3<br />

O custo <strong>de</strong> seguro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente do preço<br />

-


do navio e da ida<strong>de</strong>. Em problemas <strong>de</strong> projeto preliminar é ge-<br />

ralmente estimado como uma percentagem do custo <strong>de</strong> aquisição,<br />

entre 5% e 10%.<br />

A <strong>de</strong>preciação é calculada com base no custo <strong>de</strong><br />

aquisição e na vida econômica esperada através <strong>de</strong> uma fórmula<br />

obtida em 161, que supõe valor residual nulo e <strong>de</strong>preciação li-<br />

near.<br />

0s custos <strong>de</strong> administração <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m basicamente<br />

da empresa <strong>de</strong> navegação que opera o navio. Esta parcela tam-<br />

bém foi consi<strong>de</strong>rada, para que o valor estimado do custo <strong>de</strong> opg<br />

ração seja um valor o mais próximo possível dos valores reais.<br />

Para estimá-la também foi ut i 1 izada a expressão <strong>de</strong>senvolvida por<br />

Benford, que a relacionou com o porte bruto, corrigida para as<br />

condições atuais através do ajustamento do coeficiente K8 '<br />

Os custos com combustiveis são as parcelas mais<br />

-<br />

importantes do custo operacional. Atualmente, sao reçponsã-<br />

veis por cerca <strong>de</strong> 50% do total do custo <strong>de</strong> operação. O custo<br />

com Óleo combusti'vel <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente do consumo especifico<br />

da máquina propulsora que, por sua vez, é função da potência<br />

<strong>de</strong> serviço requerida e do tipo <strong>de</strong> instalação propulsora, bem<br />

como do percurso navegado em uma viagem redonda, o qual é fun-


ção da rota, que é um dos requisitos <strong>de</strong> projeto. O custo <strong>de</strong><br />

Óleo diesel <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente do número e da potência dos mo -<br />

teres auxiliares. Uma pequena parcela, entretanto, no caço <strong>de</strong><br />

máquinas propulsoras diesel, ê consumida pelo motor principal<br />

nas manobras portuárias. O custo <strong>de</strong> lubrificantes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

tipo e da potência requerida da instalação propulsora e em ge-<br />

ral a sua estimativa é calculada como uma percentagem do custo<br />

<strong>de</strong> Óleo combustível.<br />

A parcela do custo <strong>de</strong> operação referente ao Õleo<br />

combustivel ê obtida mul t i pl icando-se a massa <strong>de</strong>ste combusti-<br />

vel consumida em um ano pelo preço <strong>de</strong> uma tonelada.<br />

O peso do combustivel por viagem redonda po<strong>de</strong><br />

ser obtido multiplicando-se o número <strong>de</strong> horas nevegadas pelo<br />

consumo especifico e pela potência requerida da mãquina propul -<br />

sora. O número <strong>de</strong> horas navegadas 6 calculado aproximadamente<br />

dividindo-se a distância total percorrida em milhas maritimas<br />

pela velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço em nós. Para obter-se o valor to -<br />

tal anual, basta multiplfcar-se o peso <strong>de</strong> combustível consumi-<br />

do em uma viagem redonda pelo número <strong>de</strong> viagens realizadas em<br />

um ano.<br />

O custo <strong>de</strong> Õleo diesel po<strong>de</strong> ser obtido <strong>de</strong> forma<br />

semelhante ao Õleo combustível. Deve-se apenas levar em consi -<br />

<strong>de</strong>ração o esquema <strong>de</strong> operação dos motores auxiliares em curso<br />

e durante operações portuãrias e, quando for o caso, consi<strong>de</strong>-<br />

rar-se uma pequena margem para o consumo do motor principal em<br />

manobras portuãrias. Outra alternativa, <strong>de</strong> previsão equivalen<br />

te, é obtida multiplicando-se o consumo médio em toneladas por<br />

dia em curso e em operações portuãrias pela duração correçpon-


<strong>de</strong>nte da viagem, navegando e no porto.<br />

As taxas portuárias também po<strong>de</strong>m ser divididas<br />

em dois grupos <strong>de</strong> natureza distinta. No primeiro ficariam as<br />

<strong>de</strong>spesas proporcionais ao número <strong>de</strong> chamadas, isto 6, o número<br />

<strong>de</strong> portos da rota e o número <strong>de</strong> vezes em que o navio opera em<br />

cada um numa viagem redonda, <strong>de</strong>spesaç estas que ou não têm re-<br />

lação com o tipo ou com o porte do navio, ou esta relação só apa<br />

rece para gran<strong>de</strong>s diferenças. Por exemplo, rebocar um navio <strong>de</strong><br />

200000 t <strong>de</strong> porte bruto exige um número maior <strong>de</strong> rebocadores<br />

, mais potentes, do que a execução da mesma tarefa com um navio<br />

<strong>de</strong> 20000 t <strong>de</strong> porte bruto. Logo, a operação para o primeiro<br />

navio é mais cara que para o segundo. Entretanto, as rnonobras<br />

<strong>de</strong> atracação para um navio <strong>de</strong> 250000 t ou 300000 t exige o<br />

mesmo número <strong>de</strong> rebocadores, enquanto que o tempo, que em ge<br />

ral <strong>de</strong>fine o custo <strong>de</strong>stas operações, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá mais das condi-<br />

ções meteorológicas do que <strong>de</strong>sta diferença <strong>de</strong> porte. Logo, es-<br />

tas duas operações <strong>de</strong>verão ter o mesmo preço. Este grupo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spesas será chamado <strong>de</strong> . taxas - - -- , portuãrias<br />

- -- fixas e inclui os gas - -. -- -- -<br />

tos com praticagem, rebocadores, lanchas <strong>de</strong> serviço, enfim, to<br />

dos os serviços oferecidos pelo porto que não se relacionam com<br />

as operações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga. Este grupo não influencia na<br />

escolha do melhor projeto e ê consi<strong>de</strong>rado apenas para formar<br />

uma figura mais realista do custo <strong>de</strong> operação.<br />

O outro grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas se relaciona com as<br />

operações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga, Será chamado <strong>de</strong> taxas - - portuã-<br />

rias variáveis e inclui todos os custos relativos ao embarque<br />

--- P<br />

-- -<br />

e <strong>de</strong>sembarque da carga, estiva e conferência. Para navios <strong>de</strong>s<br />

tinados ao trawçporte <strong>de</strong> produtos a granel muitas vezes estas<br />

<strong>de</strong>spesas não existem, isto 6, não existe um gasto especjfico<br />

-<br />

-


para <strong>de</strong>scarregar ou carregar a carga transportada. Para ilus-<br />

trar, consi<strong>de</strong>rem-se dois exemplos típicos. No transporte <strong>de</strong><br />

petróleo bruto, as <strong>de</strong>spesas para carregar correm por conta do<br />

exportador, enquanto o navio, pelos seus próprios meios, se en<br />

carrega da operação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga. Desta forma, não existe <strong>de</strong>s-<br />

pesa para o embarque da carga. Para o <strong>de</strong>sembarque, também não<br />

há uma taxa; o custo se manifestará num consumo um pouco maior<br />

<strong>de</strong> Óleo diesel que, entretanto, é computado no item correspon-<br />

<strong>de</strong>nte. O outro exemplo ocorreria nos contratos <strong>de</strong> afretamento<br />

por viagem <strong>de</strong> navios para transporte <strong>de</strong> granêis leves,nos quais<br />

é muito comum existir uma clãusula que libera o armador das <strong>de</strong>ç -<br />

pesas <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga, as quais são divididas por importa-<br />

dor e exportador.<br />

Na estimativa do primeiro grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>speças, ou<br />

seja, das taxas portuárias fixas, como estas taxas variam mui-<br />

to <strong>de</strong> porto para porto e as informações correspon<strong>de</strong>ntes não são<br />

difíceis <strong>de</strong> ser obtidas, o mo<strong>de</strong>lo prevê que tais informações<br />

sejam fornecidas pelo projetista, na forma <strong>de</strong> um valor médio<br />

em dólares para cada porto da rota. A mesma solução foi adota<br />

da para o outro grupo, isto é, as taxas portuãriaç variãveis.<br />

A iinica diferença 6 que, quando elas existirem, <strong>de</strong>ve ser forne<br />

tido um valor médio em dólares por tonelada embarcada ou <strong>de</strong>sem<br />

barcada, jã que os serviços relacionados neste grupo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga embarcada ou <strong>de</strong>sembarcada.<br />

Uma solução semelhante utilizada para as ta-<br />

xas portuárias fixas foi adotada para estimar as <strong>de</strong>spesas com<br />

as travessias dos canais <strong>de</strong> Suez ou do Panamá. Deve ser forne -<br />

tido pelo projetista um valor médio em dólares que corresponda<br />

aproximadamente ao preço da taxa cobrada pela utilização do pró -<br />

-<br />

-


prio canal e dos serviços prestados pela administração <strong>de</strong> Suez<br />

ou do Panamã.<br />

Finalmente, o Último item dos custos <strong>de</strong> viagem<br />

é o referente às <strong>de</strong>spesas com suprimentos para a tripu-<br />

lação, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas do número <strong>de</strong> tripulantes. Pa -<br />

ra estimá-lo, foi utilizada a fõrmula <strong>de</strong>senvolvida por<br />

Benford 161.<br />

IV.3 - A ESTIMATIVA DA CARGA TRANSPORTADA ANUALMENTE<br />

A carga transportada anualmente obtida multi-<br />

plicando a quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> carga transportada em uma via<br />

gem redonda pelo numero <strong>de</strong>stas viagens realizadas num<br />

ano.<br />

A carga transportada por viagem é obtida a par-<br />

tir dos requisitos <strong>de</strong> projeto, isto é, dos tiposedas<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga a serem trankportadas entre cada um<br />

dos portos da rota e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do navio<br />

projetado. Este valor, por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos requi-<br />

sitos <strong>de</strong> projeto, que <strong>de</strong>finem a autonomia e das variã -<br />

veis <strong>de</strong> projeto, que <strong>de</strong>finirão os <strong>de</strong>mais parâmetros ne-<br />

cessários ao cálculo.<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga 6 obtida subtraindo-se o<br />

peso <strong>de</strong> consumiveis do porte bruto. O porte bruto, por sua<br />

vez, é o resultado da subtração do peso leve do <strong>de</strong>slocamento,<br />

os quais são estimados a partir das variáveis <strong>de</strong> projeto. O pe<br />

so <strong>de</strong> consumiveis é constituido basicamente dos pesos <strong>de</strong> com-<br />

bustíveis, <strong>de</strong> ãgua doce, ãgua potável, suprimentos e pertences<br />

e bagagens da tripulação. O peso <strong>de</strong> combustiveis é estimado


com base na autonomia <strong>de</strong>sejada para o navio, que é um<br />

requisito <strong>de</strong> projeto, na potência requerida da instala-<br />

ção propulsora, que é estimada diretamente a partir das<br />

variáveis <strong>de</strong> projeto e nos consumos especificos <strong>de</strong>õleo<br />

diesel e Óleo combustivel, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo e da<br />

potência da mãquina propulsora. Os pesos <strong>de</strong> água doce e<br />

água potável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do número <strong>de</strong> tripulantes e, assim<br />

como os <strong>de</strong>mais, que pelo seu valor têm influência m- i<br />

nima no peso total <strong>de</strong> consumiveis, foram calculados pe<br />

la estimativa <strong>de</strong>senvolvida ppr Benford 151.<br />

O número <strong>de</strong> viagens é estimado com base na ro -<br />

ta, que é um requisito <strong>de</strong> projeto, e que <strong>de</strong>fine o percurso to-<br />

tal a ser navegado em uma viagem redonda, bem como no tempo mé<br />

dio das operações portuárias, que está relacionado à capacida-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, e na velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço, que ê uma variável <strong>de</strong><br />

projeto. A duração <strong>de</strong> uma viagem é obtida dividindo-se o per-<br />

curso pela velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço, que fornece o tempo gasto na<br />

vegado, o qual <strong>de</strong>ve ser somado ao tempo gasto em operações por<br />

tuãrias. Dividindo-se o ano operacional, do qual <strong>de</strong>vem<br />

ser abatidos os dias em que o navio permanece fora <strong>de</strong><br />

serviço, em manutenção ou reparos, pela duração <strong>de</strong> uma<br />

viagem redonda completa obtém-se o numero <strong>de</strong> viagens. Cal<br />

culando este valor, já se tem todas as parcelas para a<br />

estimativa do custo operaciona'l médio anual e passa-se,<br />

assim, ao cãlculo da função <strong>de</strong> mérito, que po<strong>de</strong>ria ser<br />

resumido no diagrama <strong>de</strong> blocos da Figura 2.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


FIGURA 1<br />

Diagrama <strong>de</strong> Blocos Ilustrativo do Cálculo da<br />

Taxa <strong>de</strong> Frete Requerida<br />

Escolha do Vetor X <strong>de</strong> Vari3veiç.<br />

I<br />

,.<br />

<strong>de</strong> Projeto<br />

I Estimativa da Potência Requer<br />

i da para a Instalação Propulsora<br />

4<br />

Estimativa do Peso Leve<br />

E s t i ma t i va do Peso Gonsumivei s e<br />

da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargado Navio<br />

Estimativa da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> car<br />

ga transportada anualmente<br />

-I<br />

Estimativa do Custo <strong>de</strong> Aquisi<br />

$20<br />

Estimativa do Custo Operaciov<br />

na1 Media<br />

- -<br />

Cálculo da Taxa <strong>de</strong> Frete Re--<br />

quer ida<br />

-<br />

.


O cãlculo do valor da função <strong>de</strong> mérito não esgo -<br />

ta o mo<strong>de</strong>lo. c necessário ainda calcular as estimativas dos<br />

valores das restrições. Algumas <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>m ser verificadas di -<br />

retamente, comparando o valor das variáveis <strong>de</strong> projeto, com os<br />

limites gerados pelas condições <strong>de</strong> acesso aos terminais por-<br />

tuários, ou com os limites adotados para as relações adimensio -<br />

nais, ou ainda os valores jã calculados do porte bruto, carga<br />

paga e carga transportada anualmente com os limites respecti-<br />

vos gerados pelos requisitos <strong>de</strong> projeto. Entretanto, as res-<br />

trições para o volume disponivel para a carga e para a estabi-<br />

lida<strong>de</strong> estática e as geradas pelos regulamentos das Convenções<br />

<strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Carga <strong>de</strong> 1966 e <strong>de</strong> Convenção da Poluição Maritima<br />

por dleo <strong>de</strong> 1973 e 1978 ainda não po<strong>de</strong>m ser verificadas. Para<br />

isto, é necessário que se calcule o raio metacêntrico e os seus<br />

1 imites inferior e superior, a borda livre mínima, o volume dis -<br />

ponível para a carga, os volumes necessários para lastro segre<br />

gado e o raio metacêntrico na condição <strong>de</strong> lastro.<br />

IV.4.3 - A verificação - - . da<br />

- - - E- stabilida<strong>de</strong> -<br />

-<br />

Para a estimativa do raio metacêntrico e dos<br />

seus valores mãximo e mínimo, utilizou-se a expressão adotada<br />

por Nowacki 111, que, por sua vez, se havia baseado no traba-<br />

1 ho <strong>de</strong> G i lfi 1 lan, IiPrel iminary Design by Computer ii , publ icado<br />

na iranã. IESS Vol. 110, 1967.<br />

-


GMmin = 0.048 para assegurar a estabilida<strong>de</strong> inicial<br />

- 4,rr2 (o. 4 B) - -<br />

GMmax T ~ i . m g ~<br />

T Lim = 10 seg para asse-<br />

IV.4.2 - O ~álculo da Borda Livre Minima<br />

--- -. . - -<br />

gurar um perfodo <strong>de</strong><br />

jogo suficiente<br />

A estimativa do valor da borda livre mfnima foi<br />

<strong>de</strong>senvolvida diretamente a parti r da Convenção Internacional <strong>de</strong><br />

Linhas <strong>de</strong> Carga <strong>de</strong> 1966 (15).<br />

Para a <strong>de</strong>terminação do valor tabular da borda 1 i<br />

vre previu-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolher o projetista as tabe -<br />

las para navios do tipo A e navios do Tipo B e a tabela do ti-<br />

po B reduzida, para a qual se consi<strong>de</strong>rou a redução máxima <strong>de</strong><br />

60% da diferença entre os valores correspon<strong>de</strong>ntes das duas ta -<br />

belas.<br />

Foram consi<strong>de</strong>radas as seguintes correções para<br />

o valor tabular da borda 1 i vre: coeficiente <strong>de</strong> bloco, pontal,<br />

tosamento e conveses e casarias.<br />

Na correção para o coeficiente <strong>de</strong> bloco, quando<br />

o seu valor for maior que 0.68, o valor tabular ê multiplica-<br />

do pelo seguinte fator:<br />

on<strong>de</strong> o valor do coeficiente <strong>de</strong> bloco utilizado 6 o próprio va-<br />

lor da variãvel <strong>de</strong> projeto correspon<strong>de</strong>nte, isto é, o coeficien -


te <strong>de</strong> bloco para o calado <strong>de</strong> projeto. Esta aproximação é bas-<br />

tante razoãvel nesta etapa do projeto, principalmente porque pa -<br />

ra os tipos <strong>de</strong> navios consi<strong>de</strong>rados a variação do coeficiente <strong>de</strong><br />

bloco do calado <strong>de</strong> projeto para c, calado equivalente a 85% do<br />

pontal 6 muito pequena.<br />

Só e xisti rã correção para o pontal quando a re-<br />

lação for L / D > 15.0 . Neste caso, o valor da borda livre <strong>de</strong><br />

P P<br />

-<br />

ve ser acrescido da seguinte parcela:<br />

A correção para casarias, que são superestrutu-<br />

ras <strong>de</strong> largura inferior a 96% e superior a 60% da boca na<br />

seçao, foi consi<strong>de</strong>rada para todos os tipos <strong>de</strong> navios e nela se<br />

assume altura padrão e comprimento igual ao da praça <strong>de</strong> mãqui-<br />

nas. A Única superestrutura consi<strong>de</strong>rada, e apenas no caso <strong>de</strong><br />

graneleiros e OBOs, foi o castelo <strong>de</strong> proa, para o qual se assu<br />

me altura padrão e comprimento igual ao do tanque <strong>de</strong> colisão<br />

<strong>de</strong> vante.<br />

A <strong>de</strong>dução para o valor da borda livre nas corre -<br />

çÕeç para casarias e castelo é calculada da seguinte maneira:<br />

para um navio com uma superestrutura ou casaria que se estenda<br />

por todo o seu comprimento, a <strong>de</strong>dução seria <strong>de</strong> 350 mm, quando<br />

esta dimensão for <strong>de</strong> ate 24 m; <strong>de</strong> 860 mm, quando o comprimento<br />

for igual a 85 m; <strong>de</strong> 1070, para navios <strong>de</strong> comprimento igual ou<br />

superior a 122 m. Para valores intermediários, isto é, entre<br />

24 m e 122 m, o valor da <strong>de</strong>dução é obtido por interpolação 1 i<br />

-


near. Quando o comprimento da superestrutura for menor que o<br />

comprimento do navio, o valor da <strong>de</strong>dução é obtido a partir <strong>de</strong><br />

uma das duas tabelas abaixo, que fornecem a percentagem da <strong>de</strong>-<br />

dução padrão a ser consi<strong>de</strong>rada.<br />

L = L P P<br />

PERCENTAGEM DE DEDUÇÃO PARA NAVIOS DO TIPO A<br />

I COMPR 1 MENTO EFETIVO DA SUPERESTRUTURA OU CASARIA I<br />

TABELA I<br />

PERCENTAGEM DE DEDUÇÃO PARA NAVI OS DO TIPO B<br />

TABELA I I<br />

Para navios do tipo B, quando o comprimento efe<br />

tivo do castelo for inferior a 0.07 L as percentagens da<br />

PP'<br />

Tabela II acima <strong>de</strong>vem ser reduzidas do seguinte valor:<br />

on<strong>de</strong> f é o comprimento efetivo do castelo.


A correção para o tosamento se baseia na dife-<br />

rença entre o tosamento real e o tosamento padrão, que é calcu -<br />

lado em seis seções ao longo do comprimento do navio pelas se-<br />

guintes' expressões:<br />

nulo.<br />

I Perp-. <strong>de</strong> Van te<br />

PARTE DE VANTE<br />

PARTE DE RÉ<br />

O tosamento na seção mestra, por <strong>de</strong>finição, 6<br />

Quando o perfil do tosamento real nas diversas<br />

seções das partes <strong>de</strong> vante e <strong>de</strong> ré for diferente do padrão, a<br />

variação do tosamento 6 medida pelas somas dos produtos dos to -<br />

samentos, real e padrão, pelos fatores das tabelas divididas<br />

por 8. Quando a diferença entre os valores correspon<strong>de</strong>ntes dos<br />

tosamentoã padrão e real, para as seções <strong>de</strong> vante e <strong>de</strong> ré, for<br />

negativa existe uma <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> tosamento e <strong>de</strong>verá ser adi -<br />

cionado um valor ao valor da borda livre. Entretanto, quando<br />

este valor for positivo, é possível haver uma redução do valor


atual da borda livre. No presente trabalho, para efeito <strong>de</strong> sim -<br />

plificação, não será consi<strong>de</strong>rada nenhuma correção aditiva.<br />

A <strong>de</strong>ficiência media e a média aritmética dos va e<br />

lores da <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> tosamento para as seções <strong>de</strong> vante e <strong>de</strong><br />

ré. A correção para o valor da borda livre é calculada com ba<br />

se neste valor medto pela seguinte expressão:<br />

on<strong>de</strong> D a dificiência <strong>de</strong> tosamento e S 6 o comprimento to -<br />

tal <strong>de</strong> superestruturas ou casarias. O valor obtido <strong>de</strong>ve ser<br />

<strong>de</strong>duzido do valor da borda livre.<br />

IV.4.3 - - A Estimativa do Volume<br />

Para estimar o volume disponível para carga, es -<br />

colheu-se o trabalho <strong>de</strong> Kupras 11 1 ] <strong>de</strong>senvolvido para granelei-<br />

ros, principalmente por ter este autor adotado uma estrutura<br />

que tornava simples as modificações exigidas pelas caracterfs-<br />

ticas particulares dos tipos <strong>de</strong> navios consi<strong>de</strong>rados.<br />

Kupras <strong>de</strong>senvolveu um procedimento no qual obti ,!==<br />

nha os volumes <strong>de</strong> todo o navio, incl'usive do compartimento da<br />

praça <strong>de</strong> mãquinas e do fundo duplo, multiplicando coeficientes<br />

<strong>de</strong> volume pelas dimensões principais do navio. Estes coefici-<br />

entes, por sua vez, foram <strong>de</strong>rivados usando valores adimensio-<br />

naiç das curvas hidrostãticas, <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> seções transversais<br />

e <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> área, as quais foram <strong>de</strong>senvolvidas para for-<br />

mas da série 60. Uma vez obtidos estes volumes, o volume do<br />

compartimento <strong>de</strong> carga & calculado por subtração e corrigido pa<br />

-


a toçamento, abauliamento, escotilhas <strong>de</strong> carga e tanques <strong>de</strong><br />

asa.<br />

O método é vá1 ido para navios com formas em U<br />

mo<strong>de</strong>rado, toâamento e aubalamento parabólicos e coeficientes<br />

<strong>de</strong> bloco na faixa 0.70 a 0.84 com extrapolação válida até<br />

0.86, que é muito boa para os problemas em questão.<br />

O volume do casco até o convés principal po<strong>de</strong><br />

ser obtido pela seguinte expressão:<br />

on<strong>de</strong> CBD é O coeficiente bloco para um calado igual ao pon-<br />

tal e é calculado pela fõrmula abaixo.<br />

CB, = (r - 1.0) O.O86+ (0.7 - CB) O.O475+CB<br />

O volume do tanque <strong>de</strong> colisão <strong>de</strong> vante é abati-<br />

do do volume total obtido pela expressão (20), multiplicando-se<br />

este valor por 0.987, o que significa uma <strong>de</strong>dução <strong>de</strong> 1.3%.<br />

O volume do compartimento da praça <strong>de</strong> 'máquinas<br />

é calculado multiplicando-se o coeficiente <strong>de</strong> volume correspon -<br />

<strong>de</strong>nte pelas dimensões principais.<br />

D<br />

CVpM = 0.042-- 0.04 CB+ LPM (CB - 0.02)/~ - 0.08<br />

T PP<br />

on<strong>de</strong> LPM é o comprimento da praça <strong>de</strong> máquinas, medido da per -<br />

pendicular <strong>de</strong> re até a antepara <strong>de</strong> vante do compartimento.<br />

(22)<br />

A expressão do coeficiente <strong>de</strong> volume da praça


<strong>de</strong> mãquinas foi <strong>de</strong>senvolvida para uma relação entre a altura<br />

do fundo duplo naquele compartimento e o calado igual a 0.1.<br />

Quando o valor <strong>de</strong>sta relação for diferente, será necessário cor -<br />

rigi r o v01 ume da praça <strong>de</strong> máqui nas, correção esta que será rea<br />

lizada abatendo-se daquele volume o valor obtido pela expres-<br />

são abaixo.<br />

Conhecido o volume da praça <strong>de</strong> máquinas, que é<br />

calculado pela expressão (24), já é possível calcular o volume<br />

bruto do compartimento <strong>de</strong> carga, isto é, o volume <strong>de</strong>ste compar<br />

timento sem nenhuma <strong>de</strong>dução ou correção para os diversos ele<br />

mentos estruturais e operacionais, tais como fundo duplo, tan-<br />

ques <strong>de</strong> asa, tosamento e abaulamento.<br />

A primeira correção a ser consi<strong>de</strong>rada serã aque e<br />

la relativa aos volumes <strong>de</strong> tosamento e abaulamento, isto é, o<br />

volume adicional em relação ao valor obtido pela expressão (25)<br />

<strong>de</strong>vido aos espaços proporcionados pelo perfil <strong>de</strong> tosamento e<br />

abaulamento, uma vez que, por <strong>de</strong>finição, o ponta1 é medido a<br />

meio navio no convés ao lado e o perfil do tosamento e do abau<br />

lamento são <strong>de</strong>finidos em relação àquele valor, isto 6, ao pon-<br />

tal moldado.<br />

-<br />

-<br />

-


expresçao:<br />

O volume <strong>de</strong> abaulamento é obtido pela seguinte<br />

= (0.221 + 0.446 CWD - 0.111) ABAU . CWD (0.97 L - LPM) B~ (26)<br />

V Q L ~ ~ ~ ~<br />

on<strong>de</strong> CWD é o coeficiente <strong>de</strong> 1 inha d'água para um calado igual<br />

ao pontal, sendo calculada pela fõrmula abaixo:<br />

D<br />

CWD = 0.82 CB -i- 0.217 + (- - 1.0) (0.16 -i- (0.7 - CB) 0.4)<br />

T<br />

ABAU é abaulamento dado em relação â boca, isto 6, representa<br />

o valor da relação entre o abaulamento real e a boca na seção.<br />

são abaixo:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

L~~ Ç<br />

(27)<br />

O volume <strong>de</strong> tosamento é calculado pela expres-<br />

= (0.444 CWD - 0.111) o.~(TOS V -i- TOS R) (0.97 L - LPM)B (28)<br />

TOS V - ê o tosamento na perpendicular <strong>de</strong> vante<br />

TOS R - 6 o tosamento na perpendicular <strong>de</strong> ré<br />

Até aqui o procedimento <strong>de</strong> cálculo do volume diçponivel para a<br />

carga ê o mesmo para todos os tipos <strong>de</strong> navio. Doravante, po-<br />

rém, as correções serão diferentes, refletindo as part iculari-


da<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.<br />

Como os petroleiros são, dos tipos <strong>de</strong> navios con -<br />

si<strong>de</strong>rados, os que apresentam o arranjo do espaço <strong>de</strong> carga mais<br />

simples a <strong>de</strong>scrtção das corre~ões adicionais para o rãlculo<br />

do volume útil do espaço <strong>de</strong> carga será iniciada por este tipo<br />

<strong>de</strong> navio.<br />

- O VOLUME ÓTIL DE CARGA PARA PETROLEIROS<br />

Para este tipo <strong>de</strong> navio, a única correção que<br />

ainda falta consi<strong>de</strong>rar é a que diz respeito ao volume dos cha-<br />

peamentos e dos elementos estruturais <strong>de</strong> reforço. Esta corre-<br />

ção 6 tratada <strong>de</strong> forma idêntica ao volume do tanque <strong>de</strong> c01 isso<br />

<strong>de</strong> vante, isto é, multiplicando o volume do compartimento <strong>de</strong><br />

carga por um fator <strong>de</strong> correção. É interessante notar que, no<br />

caso do transporte <strong>de</strong> petróleo, os compartimentos <strong>de</strong> carga não<br />

po<strong>de</strong>m ser totalmente cheios, sendo necessário <strong>de</strong>ixar uma reser -<br />

va para os gases. Como a fixação <strong>de</strong>sta margem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

série <strong>de</strong> fatores que serão <strong>de</strong>finidos apenas em estágios mais<br />

avançados do processo <strong>de</strong> projeto, ela não serã consi<strong>de</strong>rada no<br />

cãlculo atual da capacida<strong>de</strong> volumétrica <strong>de</strong> carga. Entretanto,<br />

na <strong>de</strong>finição do coeficiente <strong>de</strong> correção para os volumes dos vã<br />

rios elementos estruturais, qualquer excesso na <strong>de</strong>finição do<br />

valor <strong>de</strong>ste coeficiente po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como parte da re-<br />

serva para os gases do petrõleo.<br />

- O YOLUME ÚTIL DE CARGA PARA M~NERO-PETROLEIROS<br />

Este tipo <strong>de</strong> navio é dotado <strong>de</strong> tanques laterais,<br />

também chamados <strong>de</strong> tanques <strong>de</strong> asa, bem como <strong>de</strong> um porão central,<br />

-


que é provido <strong>de</strong> fundo duplo. Portanto, as correções para o cálculo da ca-<br />

pacida<strong>de</strong> volumetrica <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>veriam consi<strong>de</strong>rar, alem do volume do fundo<br />

duplo, o volume das escotilhas <strong>de</strong> carga. Entretanto, como no transporte <strong>de</strong><br />

minério não existe problema <strong>de</strong> volume,já que esta carga possui peso especí<br />

fico bastante elevado, e no transporte <strong>de</strong> petrõleo existe o problema da re<br />

serva para os gases, consi<strong>de</strong>rou-se que a estimativa do volume extra das es -<br />

cot i 1 has <strong>de</strong> carga não era relevante nesta fase do projeto, não havendo ne-<br />

cess i da<strong>de</strong> <strong>de</strong> ca 1 cu 1 i- la.<br />

0s minero-petroleiros possuem fundo dup 10 apenas no porão<br />

central, que se <strong>de</strong>stina ã carga <strong>de</strong> minêrio e petróleo . Para o cãlculo<br />

da estimativa do volume diçponivel para a carga, bastava calcular o volume<br />

do fundo duplo. Entretanto, como este volume <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da geometria do po-<br />

rão central e o volume <strong>de</strong>ste compartimento constitui uma informação impor-<br />

-<br />

BTC<br />

tante para uma anã1 ise mais criteriosa dos resultados obtidos, este volume<br />

tamb6m ser5 eât imado. Por i sto, partiu-se das duas configurações aba i xo ,<br />

cabendo ao projetista escolher a que julgar mais a<strong>de</strong>quada.<br />

FIGURA 2<br />

-<br />

-


fundo duplo é igual a<br />

on<strong>de</strong>:<br />

L = L<br />

Por PP<br />

ga<br />

Para qualquer das duas configurações o volume do<br />

VOLFD = BFD . HFD . L Por<br />

- L~~ - L~cv<br />

& o comprimento do espaço <strong>de</strong> car<br />

A boca do fundo duplo, em ambas as configurações,<br />

po<strong>de</strong> ser fornecida diretamente pelo projetista como uma percen<br />

tagem da boca moldada, ou calculada a partir da boca do porão<br />

(que também <strong>de</strong>ve ser fornecida como uma relação da boca molda-<br />

da) e do ângulo <strong>de</strong> inclinação das anteparas longitudinais.<br />

volume do porão central.<br />

- - ~ o n f i g u ~ e<br />

obtêm-se então as seguintes expressões para o<br />

BPC + BFD<br />

VOLPC = ( -i-- -) (D - HFD) L Por<br />

(32)<br />

A estimativa da capacida<strong>de</strong> volumétrica para mi-<br />

nero-petroleiros po<strong>de</strong> então ser calculada pela seguinte expres<br />

são :<br />

VQLMp = 0.955 ( V O L ~ + ~ VOLTOS ~ + VOLABAU - VOLFD) (33)<br />

VOLUME TIL DE CARGA PARA GRANELEIROS, OBOs e OBs (ORE/BULK)<br />

-<br />

-<br />

-


Todos estes tipos <strong>de</strong> navios possuem seGoes <strong>de</strong><br />

geometria semelhante (Figura 3). Entretanto, a utilização dos<br />

porões e tanqueç <strong>de</strong> asa é variada e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> carga.<br />

E muito comum, por exemplo, utilizar-se os tanques <strong>de</strong> asa supe -<br />

rior para carregar granel leve e cargas liquidas. Estas Ú l t i-<br />

mas também po<strong>de</strong>m ser transportadas nos tanques <strong>de</strong> asa inferio-<br />

res e até mesmo nos tanques <strong>de</strong> fundo duplo. Atualmente, com a<br />

Convenção <strong>de</strong> Prevenção da Poluição <strong>de</strong> 1978, a carga <strong>de</strong> produ-<br />

tos fora dos porões apresenta uma sgrie <strong>de</strong> restrições, que se-<br />

rão discutidas com mais <strong>de</strong>talhes posteriormente. Por ora, a<br />

discusçãa centrar-se-: na estimativa do volume Ú t i 1 para carga.<br />

w<br />

BTAI<br />

FIGURA 3


O volume do fundo duplo é estimado com base na<br />

formulação <strong>de</strong>senvolvida por Kupras 1101. O coeficiente <strong>de</strong> vo-<br />

lume do fundo duplo é calculado <strong>de</strong> acordo com a fórmula abaixo:<br />

O volume do fundo duplo, então, 6 obtido multi-<br />

pl i cando-se o valor resul tante da expressão (34) acima pelo pro<br />

duto do comprimento entre perpendiculares, boca moldada e altu<br />

ra do fundo duplo.<br />

V0LFD = CV L<br />

FD PP<br />

. B . HFD (35)<br />

Caso seja necessário, é posçivel obter o volume<br />

líquido do fundo duplo, isto é, o volume realmente disponível<br />

para combustiveis, lastro, cofferdans, tubulações, etc., bas-<br />

tando multiplicar o valor obtido em (35) por 0.992.<br />

Para as correções para os tanques <strong>de</strong> asa, Kupras<br />

<strong>de</strong>senvolveu as seguintes expressões, com base nas relações geo<br />

métricas <strong>de</strong>stes compartimentos:<br />

- ãrea <strong>de</strong> seção transversal do tanque superior<br />

2<br />

ATS = 0.02 B . R BT s + 0.5 R tg ANG<br />

BTS<br />

su P<br />

- ãrea <strong>de</strong> seção transversal do tanque inferior<br />

- volume do tanque <strong>de</strong> asa superior<br />

-<br />

-<br />

-


- volume do tanque <strong>de</strong> asa inferior<br />

on<strong>de</strong>:<br />

R~~~ - < a boca do tanque <strong>de</strong> asa superior em percenta-<br />

gem da boca moldada.<br />

R~~ I - a boca do tanque <strong>de</strong> asa inferior em percenta-<br />

L = L -<br />

Por PP<br />

gem <strong>de</strong> B.<br />

LpM - LTCV 6 o comprimento do espaço <strong>de</strong> car<br />

Para o volume Ü t i l <strong>de</strong> graneleiros, bem como <strong>de</strong><br />

OBs (ORE/BULK), consi<strong>de</strong>ra-se que o tanque <strong>de</strong> asa superior tam-<br />

bém po<strong>de</strong> ser usado para carga.<br />

VOL = (VOLBCC + VOLTDS + VOLABAu - VOLFD - VOL~~~)<br />

gra<br />

Para OBOs assumiu-se por hipótese que os tan-<br />

ques superiores 56 po<strong>de</strong>riam ser usados para transportar granêis<br />

leves e cargas l Íquidas não poluentes <strong>de</strong> baixo peso especifico.<br />

Para o transporte <strong>de</strong> petrõleo e minério seriam usados apenas os<br />

porões.<br />

-


A Convensão <strong>de</strong> 1978 consistiu na realida<strong>de</strong> ape-<br />

nas em uma evolução das tendências que se manifestaram na Con-<br />

venção <strong>de</strong> 1973, isto é, visou reduzir significativamente a po-<br />

luição cronica provocada pela <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> lastro sujo e aumen-<br />

tar a segurança da carga para evitar gran<strong>de</strong>s perdas <strong>de</strong> poluen-<br />

tes em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Assim sendo, se em 1973 a preocupa-<br />

ção central parece ter sido com a poluição provocada pelo las-<br />

tro sujo, resultando na exigência <strong>de</strong> tanques <strong>de</strong> lastro segrega -<br />

do para petroleiros com porte bruto igual ou superior a 70000t,<br />

em 1978 ratificou-se esta tendência, reduzindo-se o limite pa-<br />

ra 20000 t. Nesta ultima Convenção, o terna principal foi a po -<br />

luição provocada por aci<strong>de</strong>ntes e, neste sentido, introduziu-se<br />

o conceito <strong>de</strong> proteção dos compartimentos <strong>de</strong> carga, segundo o<br />

qual estes compartimentos <strong>de</strong>vem ficar isolados do mar pelo tan<br />

que <strong>de</strong> lastro. Em 1973 se havia limitado o volume máximo dos<br />

tanques e a perda hipotêtica máxima no caso <strong>de</strong> avaria.<br />

Como no projeto preliminar o objetivo principal<br />

é a <strong>de</strong>finição mais geral do navio, isto é, do menor conjunto <strong>de</strong><br />

características que <strong>de</strong>finem um navio particular e como a maio-<br />

ria dos regulamentos das Convenções <strong>de</strong> Poluição se referem ao<br />

arranjo dos tanques <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> lastro, 5s manobras <strong>de</strong> embar -<br />

que e <strong>de</strong>sembarque, ao tratamento do lastro e ã limpeza dos tan<br />

ques <strong>de</strong> carga, apenas alguns poucos <strong>de</strong>sses regulamentos po<strong>de</strong>-<br />

rão ser verificados nesta etapa do projeto, ou seja, somente<br />

aqueles que interferem com ou se referem 5 <strong>de</strong>finição das carac -<br />

teristicas do navio.<br />

-<br />

-


A primeira preocupação do projetista <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> -<br />

terminar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lastro a ser transportada, para que<br />

possa verificar se a capacida<strong>de</strong> volumétrica estimada do compar<br />

timento <strong>de</strong> carga é suficiente para transportar a carga e o las<br />

tro em tanques separados e exclusivos. O regulamento 13 da Con<br />

venção <strong>de</strong> 1978 estabelece que o calado a meio navio na condição<br />

<strong>de</strong> lastro <strong>de</strong>ve ser no minimo igual ao valor calculado pela ex-<br />

pressão (41) abaixo:<br />

Este valor mínimo correspon<strong>de</strong> ã condição <strong>de</strong> las -<br />

tro, sem consumíveis, o que significa que o <strong>de</strong>slocamento do na e<br />

vio correspon<strong>de</strong> ao peso leve e ao peso <strong>de</strong> lastro, e que em ne-<br />

nhum instante da viagem em lastro o calado <strong>de</strong>ve ser inferior ao<br />

valor obtido com a expressão (41). Supondo, por hipótese, que<br />

o calado <strong>de</strong> lastro será igual ao mi'nimo e que o coeficiente <strong>de</strong><br />

bloco sofra uma variação pequena <strong>de</strong>ste calado para o <strong>de</strong> proje-<br />

to, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3%, o <strong>de</strong>slocamento em lastro po<strong>de</strong> ser estimado<br />

pela expressão abaixo:<br />

O peso <strong>de</strong> lastro, então, é estimado subtraindo-<br />

se do valor obtido com a expressão (42) o valor do peso leve.<br />

O volume <strong>de</strong> 'lastro é obtido dividindo-se o va<br />

lor do peso <strong>de</strong> lastro pelo peso especifico médio da água do<br />

mar (1,025 ton/m3).<br />

A convenção também exige que todo navio para<br />

-<br />

-


transporte <strong>de</strong> petrõleo bruto ou <strong>de</strong>rivados seja dotado <strong>de</strong> pelo<br />

menos dois tanques <strong>de</strong> SLOP, um em cada bordo, para armazenar<br />

os resíduos <strong>de</strong> lavagem dos tanques <strong>de</strong> carga e tratamento do<br />

lastro, e com capacida<strong>de</strong> minima igual a 1,5% da carga Útil. Exi<br />

ge ainda que os tanques para transporte <strong>de</strong> õleo diesel e óleo<br />

combustivel sejam reservados unicamente para este fim, isto é,<br />

não carreguem também lastro.<br />

Desta forma, o volume requerido para o espaço<br />

<strong>de</strong> carga é igual ã soma do volume da carga, do volume <strong>de</strong> las-<br />

tro, do volume dos tanques <strong>de</strong> SLOP e dos volumes <strong>de</strong> Õleo com-<br />

buçt ível e õleo diesel necessários para fornecerem a autonomia<br />

<strong>de</strong>sejada, sem consi<strong>de</strong>rar as tolerâncias para os gases e para os<br />

elementos estruturais, po<strong>de</strong>ndo ser estimado pela expressão a<br />

segui r:<br />

on<strong>de</strong><br />

'lastro +<br />

PesooC Peso<br />

VOLREQ = VOLCG + - -- . . +<br />

' O L C ~<br />

'lastro<br />

'OC<br />

Yo c<br />

'OD<br />

y0 D<br />

1 . O25<br />

Y~ C Y~~<br />

- OD + 0.015 VOLCG (43)<br />

= peso da carga/ycarga, é o volume da carga<br />

= peso <strong>de</strong> lastro<br />

= peço <strong>de</strong> Õleo combustivel<br />

= peso específico do Õleo combustivel<br />

= peso do Õleo diesel<br />

= peso específico do õleo diesel<br />

O regulamento 13 exige ainda que o calado <strong>de</strong> las e<br />

tro seja suficiente para garantir condições seguras <strong>de</strong> navega-<br />

bilida<strong>de</strong>, sem haver a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lastrar os tanques <strong>de</strong> car -<br />

ga; que o trim máximo seja <strong>de</strong> 1,5% a r6 e que haja imersão to<br />

-


tal do propulsor. Destes requisitos, somente o que se refere<br />

5s condições <strong>de</strong> navegação po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rado. Na falta <strong>de</strong><br />

um critério <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> mais objetivo que o dos regulamen-<br />

tos, que não <strong>de</strong>finem o que consi<strong>de</strong>ram condições seguras <strong>de</strong> na-<br />

vegabilida<strong>de</strong>, aptou-se pelo mesmo critério utilizado no calado<br />

<strong>de</strong> projeto, recalculando o valor do raio metacêntrico para a<br />

condição <strong>de</strong> laçtro com a expressão (14).<br />

Temos então as duas restrições geradas pelas Con -<br />

venções <strong>de</strong> Poluição: o volume Ü t i l do espaço <strong>de</strong> carga, que tem<br />

que çer maior ou igual ao volume requerido e o raio metacêntri -<br />

co na condição <strong>de</strong> lastro, que tem que ser maior ou igual ao<br />

GM minimo. Os <strong>de</strong>mais regulamentos só po<strong>de</strong>m ser verificados em<br />

fases mais avançadas do processo <strong>de</strong> projeto. Entretanto, é pos<br />

sivel fornecer ao projetista mais algumas informações, que per<br />

mitam uma análise mais criteriosa dos resultados. Neste senti -<br />

do, ção estimados os volumes dos tanques <strong>de</strong> fundo duplo e tan-<br />

ques <strong>de</strong> asa, que serão reservados basicamente para carregar las<br />

tro, combustíveis e produtos não poluentes, <strong>de</strong> forma a estimar<br />

os volumes realmente disponiveis, respectivamente, para os tan<br />

ques <strong>de</strong> carga e lastro. Esta informação ê muito Ü t i l para a<br />

anã1 içe do projeto, principalmente porque o problema do lastro<br />

segregado não é apenas <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, mas tambêm <strong>de</strong> arranjo dos<br />

compartimentoç <strong>de</strong> carga e lastro.<br />

Para estimar os volumes dos tanques <strong>de</strong> fundo du -<br />

plo e <strong>de</strong> asa, foram assumidas as seguintes hipótese no que se<br />

refere 5 geometria básica <strong>de</strong> uma seção tipica dos navios consi -<br />

-<br />

-


<strong>de</strong>rados.<br />

O fundo duplo do tanque central tem a função bã -<br />

sica <strong>de</strong> satisfazer aos regulamentos no que tange ao isolamento<br />

e proteção dos tanques <strong>de</strong> carga. Sua a1 tura, portanto, <strong>de</strong>verá<br />

ser igual ao menor valor entre 2 m e 0.01 B. A boca do tan-<br />

que central também <strong>de</strong>ve ser maior que a dos navios anteriores<br />

ãs Convenções e, no caso <strong>de</strong> navios maiores, po<strong>de</strong> ser necessária<br />

uma terceira antepara longitudinal, nao só para reduzir o efei -<br />

to <strong>de</strong> superfície livre, mas também por razões estruturais.<br />

No caso dos míneros-petroleiros, - -- não houve ne-<br />

nhuma gran<strong>de</strong> modificação na geometria da seção. Apenas a boca<br />

do porão central cresceu para aten<strong>de</strong>r às novas exigências <strong>de</strong><br />

carregar a maior parte do volume <strong>de</strong> petrõleo, o que anterior-<br />

mente era feito pelos tanques <strong>de</strong> asa, que agora são reservados<br />

basicamente para o lastro. Esta transformação foi uma conse-<br />

quência direta da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteger e isolar os espaços<br />

<strong>de</strong>stinados 5 carga <strong>de</strong> petróleo bruto, uma vez que o minêrio nao<br />

6 poluente e portanto, seria possível consi<strong>de</strong>rar um porão re<br />

3<br />

servado exclusivamente para a carga <strong>de</strong> minério como um tanque


<strong>de</strong> lastro segregado. Na fase <strong>de</strong> arranjo, geralmente se adotam<br />

alguns porões centrais para minério e lastro e alguns tanques<br />

<strong>de</strong> asa nas extremida<strong>de</strong> do compartimento <strong>de</strong> carga para petróleo.<br />

Esta solução 6 adotada para permiti r uma melhor distribuição <strong>de</strong><br />

carga e lastro e um melhor aproveitamento do espaço <strong>de</strong> carga.<br />

O problema se complica sensivelmente para os<br />

OBOç (ORE/BULK/OIL), tendo em vista a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção<br />

dos compartimentos <strong>de</strong> carga pelos tanques <strong>de</strong> lastro. Os regu-<br />

lamentos exigem que os tanques <strong>de</strong> asa tenham no mfnimo 2.0 me-<br />

tros <strong>de</strong> boca interna e se estendam ao longo <strong>de</strong> todo o pontal,<br />

para que a ãrea <strong>de</strong> costado seja consi<strong>de</strong>rada no cãlculo da ãrea<br />

protegida. Logo, na configuração tradicional, as ãreas dos<br />

chapeamentos <strong>de</strong> costado dos tanques <strong>de</strong> asa não seriam consi<strong>de</strong>-<br />

radas. Para superar esta dificulda<strong>de</strong>, assumiu-se a hipótese <strong>de</strong><br />

que os OBOs serão dotados <strong>de</strong> tanques <strong>de</strong> costado <strong>de</strong> boca minima<br />

ligando os tanques <strong>de</strong> asa superior e inferior, que se esten<strong>de</strong>-<br />

rão ao largo <strong>de</strong> 60% do comprimento do compartimento <strong>de</strong> carga a<br />

meio navio, 30% para a vante e 30% para a r6. Desta forma, a<br />

soma da ãrea <strong>de</strong> costado protegida e da área do fundo <strong>de</strong> todo<br />

o compartimento <strong>de</strong> carga será suficiente para satisfazer à exb


gência do regulamento 13E da Convenção <strong>de</strong> 1978.<br />

Para a distribuição da carga, assumiu-se que os<br />

porões centrais carregarão todos os tipos <strong>de</strong> carga, isto é, mi<br />

nêrio, petróleo e granéis leves, que os tanques <strong>de</strong> asa superio<br />

res transportarão apenas granel leve e lastro, e que os tanques<br />

<strong>de</strong> asa inferiores, os tanques <strong>de</strong> anteparas e uma parte dos tan<br />

ques <strong>de</strong> fundo duplo serão reservados exclusivapente para las<br />

tro. O restante dos tanques <strong>de</strong> fundo duplo são reservados pa-<br />

ra a carga dos combustíveis.<br />

Outro problema introduzido pela Convenção <strong>de</strong> Po -<br />

1 u i ção para os OBOs são os tanques <strong>de</strong> SLOP. Assumiu-se que exis-<br />

tirão dois tanques, um em cada bordo, divididos por uma antepa<br />

ra longitudinal, imediatamente após a antepara da praça <strong>de</strong> mã-<br />

quinas, nos quais haverá apenas o fundo duplo e os tanques <strong>de</strong><br />

asa inferiores.<br />

Os <strong>de</strong>mais tipos <strong>de</strong> navios, isto é, graneleiros<br />

e 06s (ORE/BULK) não carregam produtos poluentes e, portanto,<br />

não estão sujeitos aos regulamentos das Convenções <strong>de</strong> Preven-<br />

ção da Poluição, apenas aqueles que segregam os tanques <strong>de</strong> fun -<br />

do duplo <strong>de</strong> combustivel dos <strong>de</strong> lastro.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


O mêtodo utilizado para estimativa da potência<br />

requerida se baseia no procedimento proposto por Silverleaf e<br />

Dawson 1 i8 1 que tem sido usado com resultados muito bons em tra -<br />

balhos <strong>de</strong> projeto preliminar 11 1 , 121 e, no Programa <strong>de</strong> Enge-<br />

nharia Oceânica da COPPE, por Riof rio 119 1 , Riofrio e Sphaier 1101<br />

e Azevedo Jr., Sphaier e <strong>Amorim</strong> 1211, tambêm com excelentes re -<br />

su 1 tados.<br />

A estimativa da potência requerida foi <strong>de</strong>senvol -<br />

vida com base nos resultados <strong>de</strong> testes com mo<strong>de</strong>los realizados<br />

no atual NMI (~ational Maritime Institute - antigo NPL - Natio -<br />

na1 Physi cal Laboratories) . Esta estimativa foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

com base em critêrios para avaliação da efi'ciência hidrodinâmi -<br />

ca na forma <strong>de</strong> uma velocida<strong>de</strong> limite (~oundary speed) e <strong>de</strong> fa-<br />

tores <strong>de</strong> eficiência.<br />

A velocida<strong>de</strong> limite representa a máxima veloci-<br />

da<strong>de</strong> econõmica <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista hidrodinãmico e foi <strong>de</strong>fini -<br />

da como a velocida<strong>de</strong> abaixo da qual o coeficiente <strong>de</strong> resistên-<br />

cia não apresenta uma variação muito acentuada e acima da qual<br />

este coeficiente varia acentuadamente. Ela foi <strong>de</strong>finida mate-<br />

mati'camente a partir das curvas que relacionavam o coeficiente<br />

<strong>de</strong> resistência e o coeficiente <strong>de</strong> Taylor (ou qualquer outro coe -<br />

ficiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>) como função do coeficiente <strong>de</strong> bloco se -<br />

gundo a expressão abaixo.


A medida <strong>de</strong> eficiência hidrodinâmica mais simples e cla-<br />

ra é a potência necessária para propelir um <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>slocamento a uma<br />

dada velocida<strong>de</strong>. Entretanto, a potência requerida pelo propulsor, ou a po -<br />

tência entregue ao propulsor (DHP), sofre influência do tipo <strong>de</strong> instalação<br />

propulsora se ela controla a rotação do propulsor, uma vez que este parâme -<br />

tro afeta a eficiência do propulsor em ãgua aberta. Portanto, se obteria<br />

uma medi da <strong>de</strong> eficiência hidrod i nâmi ca do casco e seus apêndices bem me-<br />

lhor eliminando a eficiência do propulsor em ãgua aberta, porém mantendo<br />

fatores que levem em consi<strong>de</strong>ração a interação entre o casco (incluindo to-<br />

dos os apêndices) e os componentes da eficiência propulsiva.<br />

Este coeficiente foi <strong>de</strong>f i ni do para um compri mento padrão<br />

(400 ft) em função do coeficiente (K) (coeficiente <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sloca -<br />

mento) através da segui nte expressão:<br />

Para a correção do coeficiente <strong>de</strong> eficiência hidrodinâmica para outros com -<br />

primentos, <strong>de</strong>rivou-se uma curva que relaciona H/H400 com o comprimento en-<br />

tre perpendiculares. Esta curva <strong>de</strong> correção apresenta precisão compatível<br />

com os objetivos do projeto prel iminar.<br />

Para a maioria dos navios a eficiência do propulsor em<br />

ãgua aberta6 consi<strong>de</strong>ravelmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte daeficiência hidrodinâmica<br />

do casco, com exceção apenas daqueles on<strong>de</strong> o diâmetro do propulsor é seve -<br />

ramente restrito por limitações <strong>de</strong> calado ou por problemas <strong>de</strong> fabricação<br />

(este problema só ocorre para o caso <strong>de</strong> navios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte) e assume<br />

valores muito diferentes do diâmetro Ótimo. Para os casos simples a efici -<br />

ência do propulsor em ãgua aberta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente da rotação, da velo-<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avanço e do empuxo requerido, e po<strong>de</strong> ser fortemente relacionada<br />

com os coeficientes <strong>de</strong> forma do casco. Examinando os resultados <strong>de</strong>ensaios


com propulsores realizados no NPL, nos quais o diâmetro dos propulsores tes -<br />

tados estava prõximo do Ótimo, Silverleaf e Dawson concluiram que era pos-<br />

sível <strong>de</strong>senvolver uma estimativa preliminar da eficiência do propulsor em<br />

água aberta para a velocida<strong>de</strong> 1 imite em termos do coeficiente <strong>de</strong> bloco. A<br />

expressão abaixo foi <strong>de</strong>senvolvida para uma rotação <strong>de</strong> 120 RPM. Para rota-<br />

ções diferentes é apresentada em 1181 uma curva para correção, entretanto,<br />

para fins <strong>de</strong> projeto prel iminar po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar esta rotação fixa em<br />

120 RPM, que para instalações diesel <strong>de</strong> baixa rotação (que equipam a maio-<br />

ria dos navios convencionais) po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como um valor elevado,<br />

logo o rendimento do propulsor na condi gão <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>verá ser maior do<br />

que o estimado e portanto estamos fazendo uma simpl i f i cação a favor da se-<br />

gu rança.<br />

n,(120) = 0.98 - 0.55 Cs<br />

Para a estimativa da potência entregue ao propulsor em<br />

termos da eficiência hidrodinâmica do casco e do rendimento do propulsor<br />

Silverleaf e Dawson <strong>de</strong>senvolveram a seguinte expressão:<br />

SHP =<br />

1 (1 + x) *23<br />

TV' rloH "B<br />

na qual o fator (1 + x) é um coeficiente <strong>de</strong> precisão do <strong>de</strong>sempenho hidrodi -<br />

nâmico ligando as potências do mo<strong>de</strong>lo e do protõtipo. A significância e a<br />

utilida<strong>de</strong> do critérlo <strong>de</strong> eficiência hidrodinâmica do casco, H, para a esti -<br />

mativa <strong>de</strong> potência não 6 afetado pelo método <strong>de</strong> extrapolação utilizado pa-<br />

ra <strong>de</strong>terminar o coeficiente <strong>de</strong> resistência para o navio a partir daquele<br />

medido para o mo<strong>de</strong>lo. 0s valores absolutos <strong>de</strong> H <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão, naturalmente,<br />

do método <strong>de</strong> obtenção do coeficiente <strong>de</strong> resistência, porém a estimativa <strong>de</strong><br />

potência não será afetada porque o coeficiente <strong>de</strong> previsão do <strong>de</strong>sempenho<br />

hidrodi nâmi ca (1 + x) i rã experimentar uma variação correspon<strong>de</strong>nte. Este<br />

coeficiente é obtido a partida <strong>de</strong> uma curva <strong>de</strong>senvolvida com base nos re-<br />

sultados experimentais do NPL em termos do comprimento.


A potência entregue ao propulsor é <strong>de</strong>terminada através<br />

<strong>de</strong> uma curva ajustada a partir <strong>de</strong> resultados experimentais que relaciona<br />

V/VB e P/Ps Supondo um rendimento mecânico <strong>de</strong> 98%, a estimativa da po-<br />

tênci a requer ida 6 <strong>de</strong>terminada pela segui nte expressão:<br />

1 (1 +x) ;2 P<br />

BHP = 0.98 (w noH v ) -<br />

P~<br />

IV.6 - A ESTIMATIVA DO PESO LEVE<br />

1v.6.1 - A Estimativa do Peso <strong>de</strong> Aço<br />

Para estimar o peso <strong>de</strong> aço, foi utilizado basi-<br />

camente o trabalho <strong>de</strong> Hagen, Johnsen e Ovrebo 121, que também foi<br />

usado por Kupras em 1101, no qual o peso <strong>de</strong> aço foi relacionado com o módu -<br />

10 <strong>de</strong> seção da viga navio e com quatro fatores calculados diferentemente<br />

para petrolei ros e granelei ros com base nas rela~ões adimensionais L /B<br />

P P<br />

e L /D. Oprocedimentopropostoparaaestimativadopeso<strong>de</strong>aço po<strong>de</strong><br />

P P<br />

ser resumido pela seguinte expressão:<br />

O coeficiente K ê um coeficiente <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong><br />

e vale 3,28 para graneleiros e 4,04 para petroleiros.<br />

O coeficiente c é obtido pela expressão abaixo:<br />

O coeficiente d representa a<br />

quando se usa aço <strong>de</strong> alta tensão total ou par<br />

redução <strong>de</strong> peso<br />

cialmente na cons -<br />

trução do casco. Quando o material do casco for aço <strong>de</strong> media<br />

tensão, este coeficiente assume o valor I; nos <strong>de</strong>mais casos<br />

ele ê calculado da seguinte maneira:


on<strong>de</strong><br />

L~~<br />

F~~<br />

- é o comprimento on<strong>de</strong> é utilizado aço <strong>de</strong> alta ten-<br />

são na construção do casco<br />

- é o fator <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta tensão que<br />

é igual a:<br />

- -<br />

- 5 1<br />

F~~ 6,+27<br />

- 62<br />

F~~ S E + 3 8<br />

quando for usado aço <strong>de</strong> alta ten -<br />

são em todos os elementos ou<br />

quando o aço <strong>de</strong> a1 ta tensão for uti -<br />

lizado apenas nos elementos estru-<br />

turais <strong>de</strong> fundo e convês<br />

- é a tensão <strong>de</strong> escoamento do aço utilizado<br />

em kg/mm 2<br />

Z 6 o mõdulo <strong>de</strong> seção mínimo da viga navio, que<br />

po<strong>de</strong> ser obtido pelas fõrmulas <strong>de</strong> qualquer Socieda<strong>de</strong> Classifi-<br />

cadora. Neste trabalho foi uti 1 izada a mesma Socieda<strong>de</strong> do tra<br />

balho original, o Det Norsk Veritas.<br />

- 4<br />

on<strong>de</strong> F=3.0408375+ 0.014826515 L - 0,173469. 10 L<br />

PP P P<br />

para L


-<br />

Os fatores f,, f2, f3 e f4 sao calculados pa<br />

-<br />

ra petrolei res e graneleiros <strong>de</strong> acordo com as expressões abai-<br />

xo :<br />

GRANELEIROS PETROLE I ROS<br />

.= 1 .I04 - 0.016 Lpp/B<br />

fl<br />

fl<br />

= 1.104 - 0.016 L /B<br />

PP<br />

(48)<br />

Uma das razões que levaram ã escolha do trabalho<br />

<strong>de</strong> Haggen, Jonhsen e Overbo foi o fato <strong>de</strong> terem os mesmos con -<br />

si<strong>de</strong>rado a possibilida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> alta tensão,<br />

não só porque este material vem sendo muito utilizado na cons-<br />

trução <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s navios mas, principalmente, porque oferece ao<br />

projetista a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> analisar as vantagens e <strong>de</strong>svanta-<br />

gens da utilização <strong>de</strong>ste material, do ponto <strong>de</strong> vista mais ge-<br />

ral do projeto preliminar.<br />

A maior <strong>de</strong>ficiência do trabalho talvez seja a<br />

sua faixa relativamente estreita <strong>de</strong> aplicação para navios <strong>de</strong><br />

50000 t a 300000 t <strong>de</strong> porte bruto, Os autores analisaram as<br />

extrapolações e verificaram que, para valores superiores <strong>de</strong> por<br />

te bruto até cerca <strong>de</strong> 500000 t, os resultados se mostraram bas<br />

tante razoãvei S. Entretanto, para valores inferiores, pri nci -<br />

palmente para petrolei ros, os resultados ten<strong>de</strong>m a subestimar<br />

os valores do peço <strong>de</strong> aço. Ainda assim, os valores obtidos pa<br />

ra os graneleiros até cerca <strong>de</strong> 20000 toneladas apresentam pre-<br />

cisão aceitável . Nos testes verificou-se que, em alguns casos,<br />

até para valores <strong>de</strong> 12000 toneladas <strong>de</strong> porte bruto, conseguiu-se<br />

-


um <strong>de</strong>svio na faixa <strong>de</strong> 5% a 10% para graneleiros. Para petrolei -<br />

roç, na mesma faixa, os resultados estão muito distorcidos. De -<br />

cidiu-se, portanto, fornecer ao projetista a possi bi 1 ida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uti 1 i zar outro procedimento para estimar o peso <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> pe-<br />

troleiros, para que seja possível a solução <strong>de</strong> problemas para<br />

navios <strong>de</strong> pequeno porte.<br />

O método escolhido foi o <strong>de</strong>senvolvido no DNV<br />

(Det Norske Veri tas) que apresenta bons resultados para navios<br />

<strong>de</strong> pequeno porte. Entretanto, a sua faixa <strong>de</strong> val ida<strong>de</strong> é bem<br />

ampla, indo até os 800000 t <strong>de</strong> porte bruto, po<strong>de</strong>ndo também<br />

ser uti l izado para navios <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte. Este traba<br />

I ho apresenta uma mo<strong>de</strong>lação semel hante ã <strong>de</strong>senvolvida por Hagen,<br />

Johssen e Gvrebo, não consi<strong>de</strong>rando, porém, a possibi 1 ida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aço <strong>de</strong> alta tensão.<br />

on<strong>de</strong><br />

0.0290 + O. 00235 - A<br />

para A < 600000 toneladas<br />

i 00603 -<br />

para A > 600000 toneladas<br />

Para o caso <strong>de</strong> OBOs e minero-petrolei ros, foram<br />

utilizadas correções para os pesos <strong>de</strong> aço calculados respecti-<br />

vamente para granelei ros e petrolei ros.<br />

-


- PARA OBOs<br />

P = P<br />

aço aço<br />

P =P<br />

aço aço<br />

para graneleiros (1.1025 i 0.003 A 1<br />

100000<br />

para petroleiros (1.1103 i 0.0028 A -)<br />

100000<br />

A fõrmula (53) foi <strong>de</strong>senvolvida no DNV e compi-<br />

lada do mesmo trabalho 1231 em que se obteve a fõrmula para pe -<br />

troleiros. A fõrmula 1541 foi ajustada com base na 1531 e em<br />

estudos paramétricos para o caso do minero-pet rolei ros.<br />

O método <strong>de</strong> Hagen, Johnsen e 0vrebo não consi<strong>de</strong><br />

ra os pesos da superestrutura e convés do castelo. O valor cal<br />

culado pela fórmula (44) correspon<strong>de</strong> apenas ao aço do casco.<br />

Para obter o peso total <strong>de</strong> aço é necessário adicionar os pesos<br />

da superestrutura e do conves, que po<strong>de</strong>m ser estimados, para<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> navio, pelas seguintes expressões, propostas<br />

por Nowacki .<br />

- PESO DO CASTELO<br />

. P cast = 0.014 L B<br />

PP<br />

- PESO DA SUPERESTRUTURAS<br />

Psup<br />

= 160 + 0.00874 L B<br />

PP<br />

Os valores fornecidos pela expressão (54) do DNV<br />

para peso <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> petroleiros precisam ser corrigidos porque<br />

já correspon<strong>de</strong>m ao peso total <strong>de</strong> aço.<br />

Para o peso <strong>de</strong> outfit foram utilizadas as fõrmu -<br />

Ias <strong>de</strong>senvolvidas por Nowacki para petroleiros e por Kupras pa<br />

-<br />

-<br />

-


a graneleiros.<br />

- PARA PETROLEIROS<br />

- PARA GRANELEIROS<br />

Para OBOs e minero-petroleiros foi utilizada uma<br />

correção da fõrmula (57), supondo que para estes navios o peso<br />

<strong>de</strong> outfit 6 cerca <strong>de</strong> 5% maior que o valor equivalente para<br />

petroleiros.<br />

A última parcela do peso leve a ser estimada é<br />

o peso da instalação propulsora. Este valor não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ti -<br />

po <strong>de</strong> navio e sim do tipo <strong>de</strong> máquina propulsora. A maioria dos<br />

tipos <strong>de</strong> navios consi<strong>de</strong>rados é equipada com motores diesel <strong>de</strong><br />

baixa rotação. Na faixa dos navios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, são encon<br />

trados muitos equipados com turbinas a vapor, sobretudo porque<br />

só recentemente os fabricantes <strong>de</strong> motores diesel passaram a ofe 5<br />

recer unida<strong>de</strong>s com as potências da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 50000 BHP. Entretan -<br />

to, apÕs a crise do petróleo <strong>de</strong> 1973 e com o consequente gran-<br />

<strong>de</strong> aumento dos preços dos combustíveis, cresceu muito a <strong>de</strong>man-<br />

da por motores diesel, basicamente em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> dois fatores:<br />

a redução da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço média, que permite a utili-<br />

za~ão <strong>de</strong> instalações propulsoras com menores potências e o con<br />

sumo especifico ma i s baixo apresentado pelos motores diesel. Ou<br />

tro fator importante foi o <strong>de</strong>senvolvimento tecnolõgi co motiva-<br />

do pelo crescimento da <strong>de</strong>manda, que permitiu a produção <strong>de</strong> mo-<br />

tores menores e a utilização <strong>de</strong> arranjos com dois motores nos<br />

-<br />

-


casos em que a potência necessãria era mais alta que o limite<br />

disponível para um Único motor.<br />

Embora atualmente comecem a aparecer alguns na -<br />

vioç equipados, em arranjos diversos, com motores <strong>de</strong> m&dia ro-<br />

tação, que apresentam consumos específicos mais baixos, consi-<br />

<strong>de</strong>rou-se neste trabalho apenas a alternativa motores-diesel di -<br />

retos e turbinas a vapor. Para estimar os pesos <strong>de</strong> cada uma<br />

<strong>de</strong>stas i nstala~ões propulsoras, foram uti 1 izadas as fõrmulas <strong>de</strong><br />

senvolvidas por Buxton.<br />

- PARA MOTORES DIESEL DIRETOS:<br />

- PARA TURBINAS A VAPOR:<br />

'maq = 278(~ot/1000)<br />

O .5<br />

on<strong>de</strong> Pot 6 a potência requerida da instalação propulsora<br />

respectivamente medida em BHP e SHP.


V - O - ALGORITMO DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DE PROJETO PRELIMINAR<br />

- -<br />

O objetivo bãsico do presente trabalho 6 o <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> solução para o projeto pre<br />

liminar e o respectivo programa <strong>de</strong> computador. Portanto, o pon<br />

to <strong>de</strong> vista adotado no tratamento dos algoritmos <strong>de</strong> programação<br />

não-linear é fundamentalmente o do projetista. Isto é, o <strong>de</strong><br />

quem estã interessado em apl icar uma ferramenta matemática pa-<br />

ra obter a melhor solução possível para o seu problema e que<br />

para isto precisa conhecer e analisar os algoritmos disponiveis<br />

e escolher aquele cujas características melhor se adaptem as<br />

condi çõeç do referi do problema.<br />

Antes <strong>de</strong> iniciarmos a análise do algoritmo ado-<br />

tado, julgamos importante ressaltar uma questão fundamental pa -<br />

ra a análise <strong>de</strong>ste trabalho. A maioria dos algoritmos <strong>de</strong> pro-<br />

gramação não-l inear garante a obtenção <strong>de</strong> uma solução local com<br />

base em hipõteses raramente encontradas em problemas práticos,<br />

isto é, a função <strong>de</strong>ve ser continuamente diferenciãvel até a se -<br />

gunda or<strong>de</strong>m e frequentemente se fazem hipóteses adicionais <strong>de</strong><br />

convexida<strong>de</strong> local em torno da solução. Entretanto, mesmo que<br />

em um problema particular não se possa garantir estas hipóte-<br />

ses e um algori tmo <strong>de</strong>terminado não seja capaz <strong>de</strong> produzi r um<br />

mínimo ou máximo local, se é obtida uma solução com pequeno es<br />

forço computacional, que é sensivelmente melhor que aquela que<br />

seria obtida sem a utilização do algoritmo, neste caso, do pon -<br />

to <strong>de</strong> vista do projetista, po<strong>de</strong>remos consi<strong>de</strong>rar tal algoritmo<br />

eficiente.<br />

O problema do projeto preliminar foi formulado<br />

-<br />

-<br />

-


(capitulo 1 1 1 ) como um problema <strong>de</strong> programação não-linear com<br />

restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito re<br />

sumidamente da seguinte forma:<br />

minimizar f(X)<br />

-<br />

P<br />

. com X E R , sujeito as restrições<br />

para i = 1, 1, ..., m<br />

para j = 1 , 2, ..., n<br />

O algoritmo utilizado foi <strong>de</strong>senvolvido a partir<br />

da função penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fletcher 1241 para problemas com res-<br />

trições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>.<br />

Neste capítulo o algoritmo e apresentado, são<br />

discutidas as suas principais proprieda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>monstrados os<br />

resultados mais importantes para a análise das suas caracterís<br />

ticaã <strong>de</strong> convergência.<br />

O algoritmo escolhido para a minimização sem res -<br />

trições executada em cada um dos estágios do processo <strong>de</strong> otimi<br />

zação 6 o método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powell, um método quasi-<br />

Newton que possui excelente estabilida<strong>de</strong>, cuja utilização é<br />

sugerida por Fletcher 1241. Este mêtodo é <strong>de</strong>scrito e analiza-<br />

do em <strong>de</strong>talhes no capitulo VI.<br />

V.2 - A FUNCÃO PENALIDADE<br />

Para resolver problemas exclusivamente com res-<br />

trições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, isto é, problemas do tipo:<br />

min f (X) - X E -<br />

Sujeito a hi (X) = O i = I , 2$...,m<br />

(1<br />

-<br />

-<br />

-


<strong>de</strong>:<br />

Powell 1251 sugeriu a seguinte função penalida-<br />

3<br />

$(!, 2, S) = f(x) + - Oi(hi (X)<br />

2<br />

ou em notação matricial<br />

- - Oi)<br />

on<strong>de</strong> S 6 uma matriz diagonal m x m composta pelos elemen-<br />

tos o. e 6 E R~ . A função penal ida<strong>de</strong> neste caso <strong>de</strong>ve ser<br />

1 -<br />

entendida <strong>de</strong> acordo com a sua forma habitual, isto é, para um<br />

dado conjunto <strong>de</strong> parâmetroç 6 - e S é obtido um vetor X(O, - S)<br />

que é um minirno <strong>de</strong> @(X, d O, - S) . Existe uma i teração interna <strong>de</strong><br />

forma a garantir que e X(O, e S) -+ X*, on<strong>de</strong> X* é uma solução do<br />

problema (2).<br />

Uma função penalida<strong>de</strong> bastante conhecida é aque -<br />

la que se obtém quando O = O . Neste caso a convergência é<br />

e<br />

assegurada fazendo o. , para i = 1, 1, ..., m.<br />

I<br />

Entretanto, Powel 1 125 1 sugere uma iteração na<br />

qual não é necessário fazer oi -+ . Ao contrário, a conver-<br />

gência é assegurada fazendo O +- O*; on<strong>de</strong> 0* 6 um vetor cue<br />

e -<br />

jas coor<strong>de</strong>nadas satisfazem a seguinte relação:<br />

on<strong>de</strong><br />

*<br />

Ai são os multiplicadores <strong>de</strong> Lagrange Ótimos para a solução<br />

X* - do problema (2); enquanto a matriz S se mantém cons -<br />

tante, ãÓ sendo reajustada quando a taxa <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong><br />

X(O, S) para X* não for suficientemente rápida.<br />

- - -<br />

2


Para problemas com restrições <strong>de</strong> dèsigualda<strong>de</strong>,<br />

minimizar f (X) - X E -<br />

Sujeito a gj(X) > O para j = 1 , 2, . . . , n , Fletcher <strong>de</strong> -<br />

senvolveu a partir <strong>de</strong> (3) ã seguinte função penalida<strong>de</strong>:<br />

on<strong>de</strong><br />

Analogamente ao caso da função <strong>de</strong> Powell, quan-<br />

do 4 = O temos uma função penalida<strong>de</strong> bastante conhecida, cu-<br />

ja convergência 6 assegurada fazendo o -+ m . Entretanto, nes<br />

te caso teremos serias dificulda<strong>de</strong>s porque aparecem disconti-<br />

nuida<strong>de</strong>s em sal to para as <strong>de</strong>rivadas segundas na fronteira da<br />

região viãvel, que ten<strong>de</strong>m ao infinito, Este problema ten<strong>de</strong> a<br />

se agravar porque ocorre justamente nos pontos prõximos a solu -<br />

-<br />

ção x* 0<br />

O efeito da utilização dos parâmetros @ em (6)<br />

para a solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser ilustrado<br />

através <strong>de</strong> um exemplo bem simples. Consi<strong>de</strong>re o problema <strong>de</strong> uma<br />

variãvel; minimizar f(X) sujeito g ( ~ ) > O . Se tomamos ini-<br />

cialmente @ = O e o = 1 , supondo que este Último valor se-<br />

ja suficiente para assegurar a convergência, o termo penalida-<br />

<strong>de</strong> só é efetivo para g(X) < O e o mínimo $, (X, 4, S) está<br />

j<br />

(5)<br />

-


em s(5) = g min < O (veja a figura 1 abaixo). Se, entretanto,<br />

fizermos a correção @ = @ - g min (<strong>de</strong> acordo com a sugestão<br />

<strong>de</strong> Powell), o termo penalida<strong>de</strong> 6 efetivo para g < @' , e o m Í<br />

nimo <strong>de</strong> estará em uma vizinhança da solução em g(X) = 0.<br />

l ida<strong>de</strong>:<br />

Neste trabalho 6 adotada a seguinte função pena -<br />

<strong>de</strong>senvolvida a partir das funções <strong>de</strong> Powell (3) e Fletcher (5)<br />

para a solução do problema (1).<br />

No <strong>de</strong>senvolvimento subsequente assuminos que<br />

f, g e h pertencem ao conjunto c2 das funções continuamen<br />

te diferenciãveis ate a 2? or<strong>de</strong>m. Desta forma, @(x, - -O, - @, S)<br />

pertence a C 2 , exceto nos pontos on<strong>de</strong> gj(:) = @j, nos quais<br />

existe uma disconti nuida<strong>de</strong> em sal to nas <strong>de</strong>rivadas segundas, que,<br />

entretanto, 6 l imitada quando S for 1 imitada e, geralmente,<br />

-<br />

-


se encontra distante do mínimo e não afeta a convergência (es-<br />

te fato po<strong>de</strong> ser observado na figura 1).<br />

Nas prõximas seções serão adotadas as seguintes<br />

convenções: V representa o vetor gradiente da função, e no ca<br />

so <strong>de</strong> funções vetoriais a matriz Jacobiana; a matriz hessiana<br />

das <strong>de</strong>rivadas segundas 6 representada pela letra maiscula cor -<br />

respon<strong>de</strong>nte a função. Por exemplo, f(X) - é a função objetivo<br />

nos problemas (I), (2) e (5), Vf(X) . é o vetor gradiente em<br />

X e F(X) 6 a matriz hessiana no mesmo ponto.<br />

e e<br />

V.3 - RESULTADOS 6TIMOs PARA OS MULTIPLICADORES DE LAGRANGE<br />

Nesta seção serão <strong>de</strong>senvolvidos alguns resulta-<br />

dos importantes para o problema (I), que mostram que a escolha<br />

Ótima para os multiplicadores X e p(ou O e $) para a fun<br />

e . - . -<br />

ção penal ida<strong>de</strong> (7) @(X, e o,<br />

9, S) é <strong>de</strong>terminada pela solução<br />

<strong>de</strong> um problema <strong>de</strong> maximização sem restrições.<br />

Serão <strong>de</strong>monstrados dois teoremas, que a rigor<br />

const i tuem general izações para o problema (1) dos resu 1 tados<br />

apresentados por Powel 1 1251 para o problema (2) e Fletcher 1241<br />

para o problema (5). Na seção 14) será apresentada a estraté-<br />

gia para a variação dos multiplicadores O e $ que se ba-<br />

seia nos resultados <strong>de</strong>senvolvidos nesta seção e, finalmente,<br />

na seção 5 serão apresentadas a estratégia para a variação <strong>de</strong><br />

S e o algoritmo.<br />

no capitulo V! I.<br />

0s resultados obtidos serão discutidos apenas<br />

Todos os resultados e <strong>de</strong>finições utilizados nas<br />

<strong>de</strong>monstrações ou essenciais para a compreensão do <strong>de</strong>senvolvi-<br />

-


mento subçequente são apresentados no apêndice I I .<br />

O primeiro dos teoremas estabelece as condições<br />

para que uma solução local X* do problema (I), também seja<br />

um min i mo 1 oca 1 <strong>de</strong> @(x, - O*, - $*, S) , on<strong>de</strong> h* = S'O* e y* = -<br />

S"$*<br />

(SI e SI1 são as submatrizes <strong>de</strong> S formadas respectivamente<br />

pelo elemento o correspon<strong>de</strong>ntes as restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong><br />

i<br />

o correspon<strong>de</strong>ntes as restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e h* e v*<br />

d' -<br />

são os multiplicadores <strong>de</strong> Lagrange Õtimos).<br />

Seorema 1 :<br />

-<br />

Sejam X*, h* e E* uma solução local para o<br />

problema 1 e os mul ti pl i cadores <strong>de</strong> Lagrange correspon<strong>de</strong>ntes. Su-<br />

pondo que f, g e h - E c2 e que - X* é um ponto regular das<br />

restrições (<strong>de</strong>finição 2 do apêndice I I ), se existe S tal que,<br />

1<br />

para S > SI, @(x*, O*, o*, S) satisfaz as condições <strong>de</strong> sufi-<br />

a<br />

ciência <strong>de</strong> 2- or<strong>de</strong>m (teorema 3 do apêndice I I ), on<strong>de</strong> O*S' = h*<br />

- -<br />

e $*SI1 - = p*, então X* é um mínimo local <strong>de</strong> @(X, O*, $I*, s).<br />

Se X* é uma solução do problema (1) e, por hi -<br />

põtese, um ponto regular, então, <strong>de</strong> acordo com as condições <strong>de</strong><br />

Kuhn-Tucker (teorema (6) do apêndice I I)<br />

Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>fini r o conjunto das restrições ativas<br />

em - X* como conjunto J = {j: gj(X*) = O}. Como X* ê um pon 3<br />

.,<br />

to regular (<strong>de</strong>finição 2 do apêndice I I ), os vetores V~.(X*) com<br />

J


j E J são linearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, Então, os multiplicado-<br />

res 'l j * <strong>de</strong> (7) são tais que<br />

blema <strong>de</strong><br />

9<br />

> O para todo j E J e<br />

'2<br />

= O para j E J<br />

Se queremos provar que X* - é uma solução do pro -<br />

minimizar @(X, O*, - $*, S)<br />

sem rest r i çÕes, o primeiro passo é mostrar que v@(x*, - o*, $*, 2) = 0,<br />

que <strong>de</strong> acordo com o teorema (1) do apêndice II é a condição ne<br />

cessária para X* ser um minimo <strong>de</strong> @(x, O*, $*, S).<br />

- -<br />

Mas <strong>de</strong> acordo com (6),<br />

V@ (x*, - O*, t*, S) = Vf (x*)<br />

- + vg (x*)~ s (h i (x*) - - O*) +<br />

on<strong>de</strong> O<br />

j<br />

são os elementos <strong>de</strong> SI'.<br />

Como - X* é um ponto das restrições, h(X*) = gj (x*) = O<br />

para todo ~ E e J portanto.Vh(~*)' S h(X*)<br />

Logo, com base em (7);<br />

V@(X*, o*, I*, S) = Vf (X*) - S 'O*Vh - (x*) -<br />

- -<br />

- = O = E Vg.(x*)I o. g.(~*) .<br />

j EJ J - J J-<br />

j E<br />

-


~ntão, com base em (7)<br />

Para completarmos a <strong>de</strong>monstração precisamos ain<br />

da mostrar que a hessiana @(X*, o*, I*, S) é positiva <strong>de</strong>fi-<br />

nida.<br />

expressão para @ :<br />

Derivando a expressão (9) obteremos a seguinte<br />

9(x* , o*, $*, SI = s'v~(x*)~+ - L V~JX*) o. v~.(x*)~ (10)<br />

j EJ J - J J -<br />

on<strong>de</strong><br />

L* = F(x*) - A* H (X*) -<br />

- ., - L pj G. (X*)<br />

i EJ J -<br />

O Último termo da direita na expressão (10) po-<br />

T<br />

<strong>de</strong> ser escrito, em termos matriciais, como SJ" VgJ (x*) , on<strong>de</strong><br />

VgJ (!*I 6 a matriz formada por Vgj (X*) - e SJH uma submatriz<br />

<strong>de</strong> SI1 composta pelos elementos o j' com j E J .<br />

Tomemos o vetor u com norma unitiiria, isto 6,<br />

]lu/ = 1 e que possa ser escrito da seguinte maneira:<br />

2<br />

on<strong>de</strong> v<br />

.<br />

é ortogonal aos componentes <strong>de</strong> Vgj (X ) e V~(X ), os<br />

termos da direita formam uma combinação linear <strong>de</strong>stas matri<br />

-


zes e A+ = (hT A)-'<br />

então,<br />

De acordo com o teorema 7 do apêndice I l , se X*<br />

e<br />

6 uma solução do problema (I), então, a matriz L* 6 positiva<br />

<strong>de</strong>finida no subespaço M' = {y: Vh(X*) y = O , Vgj(X*) - y = O, pa<br />

ra todo j E J) . Logo, existe a > O tal que, para todo - v E M'<br />

se fizermos IIL* v~(x*)+~II = b, I~v~(x*) L* v~(x*)+~II = c, llL*vgJ (X*)1l2=d<br />

2 2<br />

e IIVgJ(x*) L* ~ ~ ~ ( ~ * = ) e, + ~ po<strong>de</strong>mos 1 1 ~ reescrever a expres-<br />

são (1 1) :<br />

como necessariamente não ocorre v = w = z = O, se S; = 0'1 e<br />

S; = d'1 são escolhidos <strong>de</strong> tal forma que o; > c + 2b 2 /a e<br />

o' > c + 2d 2 /a, para tpdo S > S (on<strong>de</strong> SI é formado por S; e si),<br />

j<br />

-<br />

como 2bd 1 1 ~ 1 1 6 sempre nao negativo, a matriz hessia-<br />

2 2


na a* = @(X*, O*, +*, S) G positiva <strong>de</strong>finida<br />

e e<br />

Uma vez que tenha sido escolhido S que satis-<br />

faça ao teorema 1, o nosso interesse se concentrar: na <strong>de</strong>termi -<br />

nação dos mul tipl icadores <strong>de</strong> Lagrange A* e v* . Neste caso<br />

a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> 0 em S po<strong>de</strong> ser negligenciada e a anãlise<br />

- -<br />

subsequente po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida apenas em termos <strong>de</strong> A e v<br />

-<br />

ou B e 9 . Por conveniência trabalharemos com os multipl i-<br />

cadores <strong>de</strong> Lagrange A e ,<br />

e<br />

Consi<strong>de</strong>remos inicialmente o problema com restri<br />

çõeç <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>. Para este caso Fletcher <strong>de</strong>monstrou, com ba<br />

se nos resultados <strong>de</strong> Powell 1251, um teorema anãlogo ao teore-<br />

ma I . Isto é, se - X* 6 uma solução do problema (2) e A* é<br />

e<br />

o vetor dos mul tipl icadores <strong>de</strong> Lagrange correspon<strong>de</strong>ntes a X*, -<br />

então existe um SI tal que para todo S > SI, V$(X*, A*, S) = O<br />

e @(x*, A*, S) 6 positiva <strong>de</strong>finida. Portanto, consi<strong>de</strong>rando<br />

um S que satisfaça ao teorema, po<strong>de</strong>mos pensar na função pena<br />

1 ida<strong>de</strong> (3) $ (X, A, S ) como uma função apenas <strong>de</strong> X e A. Des<br />

e e<br />

ta forma reduzimos o problema a <strong>de</strong>terminação dos multiplicado-<br />

res õtimos A*.<br />

e<br />

A equaçao<br />

<strong>de</strong>fine implicitamente uma função x(X) . Isto 6, para cada va-<br />

1st- <strong>de</strong> - X po<strong>de</strong>riamos <strong>de</strong>terminar x(X) através da solução do<br />

sistema <strong>de</strong> equações não-lineares (12). Como, <strong>de</strong> acordo com o<br />

mesmo teorema anãlogo ao teorema 1, $(x*, - - A*) é positiva <strong>de</strong>-<br />

finida, segue-se do teorema da função implícita que existe uma<br />

2<br />

vizinhança aberta $2 C R~ em torno <strong>de</strong> A* na qual x(A) E C e<br />

-<br />

-<br />

- e<br />

-<br />

-


a henç i ana $(x ( , ) é positiva <strong>de</strong>fini da para todo h e em R,<br />

Desta forma, para h E R a solução <strong>de</strong> (12) 6 equivalente a so -<br />

lução do problema<br />

h(X (h)) é igual a:<br />

min $(x, h).<br />

Fletcher 1241 mostrou que a matriz Jacobiana <strong>de</strong><br />

dh(x (A))/~x - = vh(x - (A)) $(x (A), h)m1 vh(x (1)) -<br />

Este resultado mostra que a matriz Jacobiana é<br />

positiva <strong>de</strong>finida em h* (uma vez que $(x (h*), h*) é positi<br />

-<br />

va semi<strong>de</strong>finida para todo X E R . Portanto, <strong>de</strong>ve-se esperar<br />

que exista uma função convexa <strong>de</strong> h em R com gradiente igual<br />

a h(X - (1)) e com a matriz hessiana igual a expressão (13).<br />

Fletcher mostrou que esta função é<br />

e que<br />

e<br />

-<br />

Do teorema análogo ao teorema (1) <strong>de</strong>monstrado por<br />

Fletcher 1241, po<strong>de</strong>mos concluir que ~(h*) é uma solução do<br />

problema (2), logo - X(h*) - = X* e h(x*) - = h(X - (h*)). - Portanto,<br />

h* é um ponto estacionário <strong>de</strong> d(h). e Como a função $(x<br />

- -<br />

-<br />

-<br />

(h), h)<br />

é convexa e a matriz Hessiana $(x (h*), - h*) é positiva <strong>de</strong>fini<br />

da, <strong>de</strong> acordo com as expressões (14) e (16), po<strong>de</strong>mos afirmar<br />

que d(.A) -<br />

6 concava e D(A*) é negativa <strong>de</strong>finida. Desta for-


- -<br />

ma, h* é um máximo local <strong>de</strong> d(X). Este resultado <strong>de</strong>monstra<br />

a afirmação do inicio <strong>de</strong>sta seção <strong>de</strong> que a <strong>de</strong>terminação dos mul<br />

tiplicadores 6timos <strong>de</strong> Lagrange po<strong>de</strong> ser feita atravês da solu<br />

-<br />

Ç ~ O <strong>de</strong> um problema <strong>de</strong> maximiza~ão sem restrições. Além disto,<br />

po<strong>de</strong>mos afi rmar que a solução do problema <strong>de</strong> encontrar um mrni<br />

mo em - X <strong>de</strong> $(!, - h) é interior ao problema <strong>de</strong> maximização<br />

<strong>de</strong> d(X). Isto e, no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do mãximo <strong>de</strong><br />

-<br />

hk+'<br />

-<br />

d(h) , as iterações para para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um novo valor<br />

se baseiam nas informagões obtidas na <strong>de</strong>terminação do mí -<br />

nimo em X <strong>de</strong> i(:, ?k).<br />

Passaremos agora a obtenção <strong>de</strong> resultados anã10<br />

5<br />

gos para problemas com restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual da<strong>de</strong>. Fletcher 1241<br />

<strong>de</strong>monstrou para estes problemas um teorema anã1 ogo ao teorema<br />

(1). Isto é, mostrou que existe S tal que, para todo SI > S,<br />

se - X* é uma solução local para o problema (5) e v* os multipl<br />

icadores <strong>de</strong> Lagrange correspon<strong>de</strong>ntes, então $, (x*, - P*, S)<br />

satisfaz as condições <strong>de</strong> suficiência <strong>de</strong> 2a or<strong>de</strong>m (teorema 3 do<br />

' anexo 1 1 ) e X* é um ponto <strong>de</strong> mfnimo local <strong>de</strong> P*, s).<br />

A equação<br />

v $, (:, li) w<br />

<strong>de</strong>fine impl ici tamente uma funçáo X(V). - ~ntão, como Jil (~(v*), $*)<br />

w<br />

é positiva <strong>de</strong>finida - <strong>de</strong> acordo com o teorema <strong>de</strong>monstrado por<br />

Fletcher 1241 e apresentado no parágrafo anterior - po<strong>de</strong>mos afir -<br />

mar, com base no teorema da função implícita, que existe uma<br />

vizinhança f2 C R" em torno <strong>de</strong> p* na qual :(-)E C' e JI2(:(?) ,@)<br />

6 positiva <strong>de</strong>finida, on<strong>de</strong> m2(?, ) = + L (gj(x)<br />

- -<br />

j&J<br />

= O<br />

-<br />

-


Como V ,<br />

) não é diferenciãvel, o teorema da função im-<br />

- e<br />

pl icita estabelece que ~ ( p ) também não o será. Entretanto, <strong>de</strong> -<br />

vido a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre , ) e E), ~ ( e p ) é dife-<br />

renciãvel, exceto nos pontos p on<strong>de</strong> pelo menos uma das equa-<br />

çoes<br />

é satisfeita. Tais equações <strong>de</strong>finem uma superfície no espaço<br />

on<strong>de</strong> ocorre uma discontinuida<strong>de</strong> em salto para X(h).<br />

e<br />

Neste ca -<br />

so, a função equivalente a d(X) - é<br />

Fletcher <strong>de</strong>monstrou que<br />

on<strong>de</strong> VgH é a matriz formada pelas restrições que perten e<br />

gj<br />

cem ao conjunto M = Ij: gj(X(!)) < 1 e Sg é a matriz for<br />

mada peloç o com j E M.<br />

j<br />

Com estes resultados po<strong>de</strong>mos chegar aos resulta =<br />

dos Ótimos para os mul tipl icadores <strong>de</strong> Lagrange para problemas<br />

com restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, semelhantes aos obtidos para<br />

rest ri ç6es <strong>de</strong> igual da<strong>de</strong>. Pelo teorema análogo ao teorema (1) ~(p*) - -<br />

-


é uma solu$ão do problema (5). Logo, X(p*) = X* e, <strong>de</strong> ator-<br />

-<br />

do com (8),<br />

LI? > O para todo j E J e vi = O para j E J,<br />

J -<br />

o que implica que min(gj(y*), p;/o.) = O para todo j. (19)<br />

J<br />

Portanto, p* é um ponto estacionário <strong>de</strong> ~ ( - p . ) Como I$~(x(~), -- p)<br />

e convexa e a matriz hessiana iV2(x(-*), - y*) ê positiva <strong>de</strong>fini -<br />

da, e(p) é concava e ~(y*) é negativa <strong>de</strong>finida. Logo, y*<br />

é um máximo local <strong>de</strong> e(y) - e chegamos a conclusão esperada <strong>de</strong><br />

que a <strong>de</strong>terminação dos multiplicadores õtimos y* é efetuada<br />

através da solução do problema sem restrições <strong>de</strong> encontrar um<br />

máximo para e(?).<br />

Obtidos os resultados para problemas com restri -<br />

çÕes <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e problemas com restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

chegamos finalmente aos problemas tratados neste trabalho, is-<br />

to é, aos problemas com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e restrições <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>. Como veremos a seguir, os resultados õtimos pa-<br />

ra os mul tipl icadores <strong>de</strong> Lagrange são uma <strong>de</strong>corrência direta da<br />

queleç obtidos para os dois problemas tratados anteriormente.<br />

A equação<br />

- -<br />

<strong>de</strong>fine implicitamente uma função x(X, p), isto 6, fixando X<br />

e E, com O = - X/S1 e e 4 = y/S1', po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar x(X, - p) e<br />

atravêç da solução do sistema <strong>de</strong> equações não-lineares (20). De<br />

acordo com o teorema 1, a matriz hessiana é positiva <strong>de</strong>finida.<br />

Então, segue-se do teorema da função implicita, que existe uma<br />

-


vizinhança SZ centrada em (A*, v*) na qual X(X, v) é con-<br />

tinua e a matriz Ql(x (A*, v*), A, v) 6 positiva <strong>de</strong>finida,<br />

on<strong>de</strong><br />

ciãvel, excets para os multiplicadores<br />

equação<br />

j<br />

que satisfazem a<br />

Estas equações <strong>de</strong>finem uma superfície em<br />

on<strong>de</strong> ocorre uma discontinuida<strong>de</strong> em saltos.<br />

po<strong>de</strong>mos conclui r que existe uma função convexa A ,<br />

on<strong>de</strong><br />

para a qual<br />

-. -<br />

) em SZ,


A matriz hessiana <strong>de</strong> k(A, y) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> (15) e (17):<br />

.,<br />

On<strong>de</strong> a matriz G(X (h, v)) é formada pelos gra -<br />

dientes das restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> hi(x (A, F)) e das res-<br />

trições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> gj(x (A, v)), - com j E M e SR é a<br />

matriz formada pelos a j' com j E M.<br />

Com base nestes resultados po<strong>de</strong>mos chegar final -<br />

mente aos resultados õtimos para os multiplicadores <strong>de</strong> Lagran-<br />

ge em problemas com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>. De<br />

acordo com o teorema (1) X (h*, y*) é uma solução do problema<br />

(1). Logo, X* = x(x*, - y*) e h ( ~ (A*, v*)) = h (x*) = O. Co -<br />

mo a expressão (18) nos permite afirmar que mim (g. (x*), y /o.) = O pa<br />

J - j~ -<br />

ra j , po<strong>de</strong>mos concluir que (A*, v*) é um ponto extremo <strong>de</strong><br />

K(A, - y). ~orêm, como é convexa e a $matriz hess i ana<br />

@(X*, h*, )i*) é positiva <strong>de</strong>finida, K(A , y) - é côncava e ~(h*, - y*)<br />

- -<br />

é negativa <strong>de</strong>finida. Portanto, (h*, y*) ê um máximo local pa<br />

- -<br />

ra K(A, v) e chegamos a conclusão que o problema da <strong>de</strong>termi-<br />

nação dos multiplicadores <strong>de</strong> Lagrange õtimos po<strong>de</strong> ser formula-<br />

do como um problema <strong>de</strong> maximização sem restrições. Por conse-<br />

guinte, o problema da <strong>de</strong>terminação do mínimo <strong>de</strong> X ,<br />

A, ) ê<br />

- - e<br />

um problema interno ao da <strong>de</strong>terminação do máximo <strong>de</strong> K(X, - - h, y). -<br />

Estes resultados são, em todos os sentidos, análogos aos apre-<br />

sentados por Fletcher 124 1 para os problemas respectivamente com<br />

restriçZes <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e com restrições <strong>de</strong> dosi-gualda<strong>de</strong>.<br />

Finalmente apresentaremos o segundo teorema, o


qual 6 uma <strong>de</strong>corrência direta daqueles <strong>de</strong>monstrados por Powell<br />

12.51 e Fletcher 1261 respectivamente para problemas com restri -<br />

ções <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e problemas com restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>,<br />

e que mostram que minimizar a função penalida<strong>de</strong> @(x, O, 4) é<br />

equivalente a resolver um problema com restrições que ê uma per -<br />

turbaçãõ do problema original. Este resultado ê importante por<br />

que permite que se ganhe intuição para as escolhas dos parâme-<br />

tros - X e ou O e - 4 e as suas respectivas estratégicas<br />

-<br />

<strong>de</strong> variação, as quais serão discutidas na próxima seçao.<br />

x(X, JJ) ê um mínimo local do ,problema: minimi-<br />

-<br />

ze f(X) sujeito as restrições<br />

h(X) ., = h(X (A, d e g.(x) > min(gj(~ (3, 1~1, 4.) para todo j<br />

J- - J<br />

-- ~ernonçtra~& :<br />

Das condições <strong>de</strong> opt imal ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X(A, v) segue-se que,<br />

para qualquer ponto X em sua vizinhança, @(x, O, 4) > @(x (A, I), o, 2)<br />

Logo,<br />

- - - e<br />

2<br />

1 1 - -1.- C o.(g.(x) - O.) > f(x) +<br />

f(x)-i--c-o.(h.(-~)---O.)<br />

2 i=l I I- I 2 j=1 J J - J -<br />

O teorema <strong>de</strong>monstrado por Powell enfatiza a ne-<br />

cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolher - X e tais que hi(x(~, p)) = O pa-<br />

ra todo i . Assim sendo, se h. (x) > Oi para todo i e<br />

I -<br />

- e


2<br />

g.(X) > mln(gj(X(h, -1, $j) para todo j, então (hi(x) -Oi) ><br />

J - -<br />

(hi (X V)<br />

L<br />

- - 0) e (1) se g ,<br />

) 4 então (gj (5) - 4j)- =<br />

o = (gj(x(h? O.) J e (2) - se gj(~ , ) , então<br />

(gj(XQ? V)) - - Oj)- 5 (gj 0) e 4j)-e<br />

Portanto, para qualquer<br />

das condições (1)<br />

teorema.<br />

e (2), f (x) > f(x(X, -- v)) o que <strong>de</strong>monstra o<br />

V.4 - A ESTRATEGIA PARA VARIAÇÃO DE O e 4<br />

0s multiplicadores h e são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

portanto, a obtenção dos multiplicadores Ótimos h* e v* pg<br />

<strong>de</strong> ser tradada separadamente. Entretanto, na Última seção ve-<br />

rificamos que este problema po<strong>de</strong> ser formulado como um proble-<br />

ma <strong>de</strong> maximização sem restrições <strong>de</strong> K(X, - p). ~orém, analisan -<br />

do esta função, as suas <strong>de</strong>rivadas e a matriz heçsiana, verifi-<br />

camos que este problema po<strong>de</strong>ria ser separado e o multiplicador<br />

- h* po<strong>de</strong>ria ser obtido através da <strong>de</strong>terminação do máximo <strong>de</strong><br />

d(^), (13) enquanto p* encontrado atravês da maximização <strong>de</strong><br />

e(?) (16) . Para a solução <strong>de</strong>stes problemas po<strong>de</strong>mos util izar<br />

as formulações apresentadas por Fletcher 124 1 .<br />

As iteraçÕes para obtenção <strong>de</strong> A* e * po<strong>de</strong>m<br />

.<br />

ser escritas respectivamente como<br />

k k<br />

Ak+' = x + A h e vk" = vK + A , on<strong>de</strong><br />

- ., -<br />

k representa â iteração. Seguindo o caminho sugerido no par; -<br />

grafo anterior po<strong>de</strong>ríamos adotar a fórmula sugerida por Powell<br />

e Hestiness para o multipl icador X ou O , e a fórmula anãlo-<br />

-<br />

ga <strong>de</strong>senvolvida por Fletcher 124 1 para os multiplicadores ou 4.<br />

-


Neste caço teríamos:<br />

Entretanto, a funçao penal ida<strong>de</strong> Q(X, - - A, s') E c2,<br />

assim como d(A), e e é possivel estabelecer um algoritmo com ba<br />

se no método <strong>de</strong> Newton para a obtenção <strong>de</strong> A*. Neste caso, te<br />

r iamos<br />

A - Ak = - D(~(~))-' . V d(Ak) , que <strong>de</strong> acordo com<br />

Fletcher 124 1 <strong>de</strong>senvolveu uma expressão semelhan -<br />

te para A - Uk e <strong>de</strong>monstrou que a expressão (22) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>-<br />

senvolvida a parti r <strong>de</strong> (24) (expressão (23), obviamente, po<strong>de</strong>-<br />

ria tambêm ser obtida a partir da fõrmula <strong>de</strong>senvolvida para<br />

A - com base no mêtodo <strong>de</strong> Newton).<br />

A vantagem <strong>de</strong>ste procedimento com base no meto-<br />

do <strong>de</strong> Newton sobre a interaç6es obtidas a parti r <strong>de</strong> (22) e (23)<br />

seria basicamente a convergência mais rápida. Entretanto, o<br />

rnêtsdo <strong>de</strong> Newton possui as <strong>de</strong>svantagens bem conhecidas <strong>de</strong> re-<br />

m<br />

querer o cálculo das <strong>de</strong>rivadas segundas e a inversa0 da matriz<br />

hesçiana. Porem, Fletcher 1241 afirma, com base nos resulta-<br />

dos num6ricos obtidos, que, se se utilizar um metodo quase-Newton


que constroi estimativas da inversa da matriz hessiana a cada<br />

passo, os resultados serão equivalentes, em termos <strong>de</strong> rapi<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> convergência, aos obtidos diretamente com o mêtodo <strong>de</strong> Newton.<br />

Para o caso do problema com restrições mistas <strong>de</strong><br />

igualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, se se quiser utilizar um algoritmo<br />

com base no método <strong>de</strong> Newton, ele terá que ser <strong>de</strong>senvolvido di<br />

retamente a parti r da função k(h, v). Neste caso, fazendo<br />

f = (h, V), teríamos:<br />

e e -<br />

on<strong>de</strong> o gradiente <strong>de</strong> k(h, - e<br />

- -<br />

(21a) e a matriz hessiana pela (21b).<br />

v) seria calculado pela expressão<br />

Esta formulação apresenta, entretanto, a <strong>de</strong>svan -<br />

tagem <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> esforço numérico para a montagem e inversão<br />

da hessiana k(^, p) . Porém, se for utilizado um método qua-<br />

se Newton este problema 6 contornado e esta formulação para cor<br />

reção dos multiplicadores h - e p se torna muito atrativa <strong>de</strong><br />

vido a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção do gradiente <strong>de</strong> k(h,<br />

- v). e<br />

Fletcher apresenta uma série <strong>de</strong> resultados num6 -<br />

ricos que mostram a superiorida<strong>de</strong> dos m&todos quase-Newton pa-<br />

ra a correção <strong>de</strong> - h e e<br />

(ou<br />

O e e e<br />

-<br />

-<br />

-<br />


Apesar das vantagens dos métodos quase-New-<br />

e<br />

ton, neste trabalho serao uti I izadas as<br />

-<br />

(23) <strong>de</strong> Powel 1 -Hestiness para a correçao<br />

fõrmulas (22)<br />

<strong>de</strong> O e<br />

e<br />

e<br />

em<br />

função <strong>de</strong> sua maior simplicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> requererem menor<br />

esforço numérico,<br />

V.5 - A VARIAÇÂO DA MATRIZ S E O ALGORTTMO DESENVOLVIDO<br />

Nesta seção trataremos dos meios <strong>de</strong> garantir a<br />

convergência através da variação dos elementos <strong>de</strong> S . A rigor,<br />

escolhida S <strong>de</strong> forma a satisfazer o teorema 3 , sob condições<br />

especiais é possível provar a convergência. Tais condições, en<br />

tretanto, se baseiam fortemente em hipótese <strong>de</strong> convexida<strong>de</strong> pa-<br />

ra o problema original, o que reduz bastante o seu valor práti<br />

CO.<br />

Para ilustrar como S po<strong>de</strong> ser utilizada para<br />

forçar a convergência tomemos o seguinte resultado para proble<br />

mas com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>: se o. ( ) + - e x é fixo,<br />

I -<br />

(k) constante<br />

então hi (k) 4 O e se comporta assintoricamente como h. - -.<br />

I a.<br />

I<br />

Então, uma forma intel igente <strong>de</strong> util izar a matriz S é fazê-la<br />

crescer <strong>de</strong> forma a forçar a convergência <strong>de</strong> X para uma vizi-<br />

- -<br />

nhança <strong>de</strong> X* on<strong>de</strong> são vãlidas as hipóteses <strong>de</strong> convexida<strong>de</strong> 10<br />

cal. Uma vez atingida esta região a matriz S po<strong>de</strong> permanecer<br />

constante e apenas os multiplicadores X - são variados para for e<br />

çar a convergência para A * . Entretanto, sempre que tal con-<br />

e<br />

vergência não estiver suficientemente rápida a matriz S <strong>de</strong>ve<br />

ser incrementada. Portanto, a variação <strong>de</strong> S tem dois objeti<br />

vos bãsicoç: garantir a condição básica para a valida<strong>de</strong> do teo<br />

rema 1 e das hipõteses <strong>de</strong> conexida<strong>de</strong> local e acelerar a conver<br />

gência dos multiplicadores X e para os seus valores Ó t i -<br />

- .,<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


mos A* e v* .<br />

As condições adotadas nesta seção se baseiam in -<br />

teiramente naquelas <strong>de</strong>senvolvidas por Powell 1251 e Fletcher 1241,<br />

respectivamente, para os problemas com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong><br />

e para aqueles com restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>.<br />

termos <strong>de</strong><br />

Powel 1 sugeriu, que se med i sse a convergência em<br />

e que se incrementasse a matriz s sempre que K(k-l) , K(k) , K(k-1)/4,<br />

isto porque Powell só consi<strong>de</strong>rava uma iteração completa quando<br />

se obtinha um valor K~ < K~-', entretanto, esta estratégia obri<br />

ga a mais <strong>de</strong> uma minimização da função penalida<strong>de</strong> para um mes-<br />

mo valor <strong>de</strong> - h. Porém, Fletcher 1241 <strong>de</strong>monstrou que se ganha-<br />

ria em eficiência quando se incrementasse S e simultaneamen-<br />

te se corrigisse o valor <strong>de</strong> X e sugeriu, para problemas com<br />

restrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> a seguinte medida <strong>de</strong> convergência:<br />

Para o problema com restrições mistas <strong>de</strong> igual-<br />

da<strong>de</strong> utiliza-se como medida <strong>de</strong> convergência o maior dos valo<br />

res obtidos respectivamente com as expressões (25) e (26). Te<br />

remos então s seguinte algoritmo para a solução <strong>de</strong>ste problema:<br />

Faça inicialmente K = 0, on<strong>de</strong> K é o Índice<br />

que <strong>de</strong>fine a iteração, e K (O) = m e escolha os valores ini-<br />

ciais para 0, 9 e S.<br />

-<br />

-<br />

-


1) Determine o mfnimo X(O, - 9, S ) <strong>de</strong> @(x, O, 0, S) e os valo-<br />

- - e<br />

res correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> ~(xIo, +, s)) e CJ(X(O, 4, S)).<br />

(k) = rna~jrnin(~.(x(~, m9 s)), gj)I e K (k) = max(K1,<br />

2<br />

K2)<br />

j<br />

J -<br />

K(k) < E, on<strong>de</strong> E é o critério <strong>de</strong> parada adotado.<br />

Pare se -<br />

5) Faça ui = 10 oi para todo i E I e cf = 10 o para todo<br />

j j<br />

O algoritmo <strong>de</strong> minimização sem restrições utili -<br />

zado em (1) para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> S(O, - @, S) 6 essencial pa<br />

ra a eficiência global do metodo. Neste trabalho foi escolhi-<br />

do um método quase-Newton, não sõ <strong>de</strong>vi do a sugestão <strong>de</strong> Fletcher,<br />

mas principalmente <strong>de</strong>vido as suas excelentes proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

convergência. O método adotado foi o <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powel I,<br />

que é <strong>de</strong>scrito em <strong>de</strong>talhes no próximo capitulo.


VI - O ALGORITMO . -- DE - - MINIMIZAÇÃO<br />

- - -- - -- SEM - - -<br />

RESTRIÇÕES - - -<br />

O método <strong>de</strong> Davi don-F1 etcher-Powel l faz parte <strong>de</strong><br />

uma família <strong>de</strong> métodos chamados genericamente <strong>de</strong> quase-Newton<br />

que surgiram do estudo <strong>de</strong> soluções para os principais problemas<br />

apresentados pelo metodo <strong>de</strong> Newton,@que po<strong>de</strong> ser representado<br />

resumidamente pela equação:<br />

on<strong>de</strong> F - (XK) ~ é a inversa da matriz das <strong>de</strong>rivadas segundas da<br />

funFão objetivo f : E" + E , isto é, a inversa da matriz Hessia-<br />

na <strong>de</strong> f em XK, A(zK) é o gradiente <strong>de</strong>sta mesma função no<br />

ponto XK e -K o escalar que minirniza a função f ao lon<br />

go da direção <strong>de</strong>finida pelo produto da inversa da Hessiana<br />

- 1<br />

F (XK) pelo gradiente A(xK).<br />

O cãlculo das <strong>de</strong>rivadas segundas e a inversão da<br />

Matriz Hesçiana são as principais dificulda<strong>de</strong>s apresentadas pe -<br />

lo método <strong>de</strong> Newtsn. No cãlculo das <strong>de</strong>rivadas sÔ surgem prg<br />

blemas quando é necessário calculã-Ias numericamente, porque,<br />

neste caso teremos um aumento do tempo computacional, gerado pe -<br />

10 esforço numérico adicional, e o problema da propagação do<br />

erro. A inversão da Matriz Hessiana consome muito tempo e es-<br />

tá sujeita a erros numéricos, mesmo quando 6 obtida pela çolu-<br />

ção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> equações.<br />

A maioria dos métodos quase-Newton se baseia na<br />

mesma idéia fundamental <strong>de</strong> construir uma sequência <strong>de</strong> matrizes<br />

simétricas e posi t ivas-<strong>de</strong>f inidas, aproximações da inversa da<br />

Matriz Hessiana, que seriam utilizadas para calcular a direção<br />

<strong>de</strong> busca do próximo estágio. I<strong>de</strong>almente, a aproximação conver<br />

-<br />

-


ge para a inversa da Hessiana e o processo se comporta global-<br />

mente como o método <strong>de</strong> Newton.<br />

Quando uma iteração particular <strong>de</strong> Newton é exe-<br />

cutada, riao se armazena nenhuma informação sobre o comportame2<br />

to da fungão em torno do ponto encontrado para implementar fu-<br />

turas iterações. A sequência <strong>de</strong> aproximações da inversa da Hes<br />

siana <strong>de</strong>ve ser tal que guar<strong>de</strong> informações sobre toda a trajetõ<br />

ria até s ponto <strong>de</strong> mínimo.<br />

A seguir mostraremos como a inversa da matriz<br />

Hessiana po<strong>de</strong> ser obtido a partir <strong>de</strong> informações obtidas com o<br />

vetor gradiente calculado em vários pontos.<br />

Seja f uma função em ~"om as segundas <strong>de</strong>-<br />

rivadas parciais contrnuaç. Se para dois pontos XK+l , X K <strong>de</strong><br />

finimoç -<br />

K+ 1 ( x ~ + ~ e ) gK ~ = vf pK = x~+, - -K, X<br />

então, pelo teorema do valor médio temoç que<br />

para algum O, com O < O - 1. Se a Hessiana F é constante,<br />

então, temoç que<br />

e po<strong>de</strong>mos ver que o valor do gradiente calculado em dois pontos<br />

Fornece informações sobre a matriz hessiana. Se n direções<br />

Po 9 P1 3 P2 3 O - . 9 P n q e os respectivos qkls sao conheci -<br />

-<br />

(*) F(x~) 6 a matriz Hessiana <strong>de</strong> f no ponto Xo<br />

-<br />

-


dos, então F ê <strong>de</strong>finida univocamente. De fato, fazendo P e<br />

Q matrizes n x n com colunas pk e qk respectivamente, te-<br />

remos<br />

- 1<br />

F = Q - P (4)<br />

E natural tentar construir aproximações Sk da<br />

inversa da matriz Hessiana com base em dados obtidos nos k pri -<br />

meiros estãgios <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> forma a que, se<br />

F for constante, a aproximação <strong>de</strong>verá se consistente com (3)<br />

para estes estãgios. Especificamente, se F for constante<br />

sk+l<br />

mos obtida<br />

<strong>de</strong>verã satisfazer a<br />

-<br />

'k+i S'i - P i<br />

O<br />

-<br />

< i - < k<br />

(5)<br />

Apõs n estágios linearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte tere -<br />

Para k < n o problema <strong>de</strong> construir uma aproxi -<br />

mação para a inversa da Hessiana admite uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solu<br />

ções, uma vez que o grau <strong>de</strong> 1 iberda<strong>de</strong> é maior que as restrições.<br />

Portanto, qualquer método particular terá que levar em consi<strong>de</strong> -<br />

ração condições adicionais.<br />

O mais antigo, e certamente um dos mais inteli-<br />

gentes, esquemas para construir a inversa da Hessiana foi pro-<br />

posto originalmente por Davidon e posteriormente <strong>de</strong>senvolvido<br />

por Fletcher e Powell. O método possui a importante e <strong>de</strong>sejã-


vel proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar simultaneamente para uma função qua<br />

drãtica as direções do método dos gradientes enquanto constroi<br />

o inverso da Hessiana.<br />

O algoritmo do método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powe11<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scri to da seguinte maneira:<br />

- PASSO 1 - escolha o ponto inicial X e a aproximação inicial<br />

o<br />

so<br />

para a inversa da Hessiana, para a qual po<strong>de</strong><br />

ser escolhida qualquer matriz çimgtr ica positiva <strong>de</strong><br />

finida, e tome inicialmente o valor zero para k.<br />

- PASSO 2 - faça cik = - (*><br />

Sk gk (7)<br />

- PASSO 3 - minimize f(zk + cxk d -k ) em relação a ak 2 O e<br />

-<br />

obtenha Xk + 1, pk - ak -k<br />

- PASSO 4 - faça qk = gk+l - Sk e<br />

(*><br />

e Sk+l<br />

Atualize o valor <strong>de</strong> k e retorne ao passo 3.<br />

Davidon sugeriu originalmente o nome <strong>de</strong> métrica<br />

variável para o seu processo <strong>de</strong> construção da inversa da Hes-<br />

siana e mui tos autores frequentemente se ut i 1 izam <strong>de</strong>ste nome pa<br />

ra se referi r ao método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powel 1 .<br />

Vejamos então as razões para a escolha do nome<br />

<strong>de</strong> mgtriça ~ariável. Consi<strong>de</strong>re uma transformação <strong>de</strong> variáveis<br />

-<br />

-


T, X +- TX, on<strong>de</strong> T ê uma matriz completa n x n , que ajuda-<br />

riaa reduzira excentricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma função. No caso particu-<br />

lar da minimização <strong>de</strong> uma forma quadrática, xT A X + xT B + C, tal<br />

2<br />

transformação serviria para reduzir a excentricida<strong>de</strong> da parte<br />

1 T T<br />

quadrãt ica, - X T A T X no novo sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas.<br />

2<br />

Se a matriz A 6 positiva <strong>de</strong>finida, sempre exis -<br />

T<br />

tirã T tal que T A T = I , on<strong>de</strong> I êamatriz i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, caso<br />

em que não existe excentricida<strong>de</strong>. Por exemplo, a forma quadrã -<br />

t ica Q(X) = 5x; + 5x2 - 8x1 x, po<strong>de</strong> ser escrita como<br />

2<br />

se apl i carmos a transformação [I:], Q será<br />

Sem a excentricida<strong>de</strong>, o gradiente em qualquer pon<br />

to do espaço sempre passará pelo mínimo, ou seja, quando a fun<br />

ção for transformada em esferas ou hiperesferas, o mêtodo da<br />

<strong>de</strong>scida mais íngrime convergi rã numa única i teração.<br />

Seria interessante, entretanto, que pudêssemos<br />

trabalhar com a função original e <strong>de</strong>finir para ela um operador<br />

semelhante ao gradiente, mas produzindo um vetor que sempre pas -<br />

se pelo mínimo. Consi<strong>de</strong>re uma transformação T com a proprie<br />

T<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida acima, T AT = I, on<strong>de</strong> I é a matriz i<strong>de</strong>ntida-<br />

-<br />

-<br />

-


- 1<br />

<strong>de</strong>. Se pós multiplicarmos por T e prê multiplicarmos por<br />

T esta relação obteremos:<br />

- 1<br />

o que <strong>de</strong>monstra que T TT = A .<br />

- 1<br />

No método <strong>de</strong> Newton o vetor <strong>de</strong>sejado 6 S = - A Vf<br />

T<br />

r - T T Vf, uma vez que a matriz Hessiana <strong>de</strong> uma forma quadrã-<br />

tica a própria matriz A , ou seja, A E F .<br />

- 1<br />

Se o valor exato <strong>de</strong> F não estiver disponível<br />

ese se dispuser <strong>de</strong> alguma aproximação <strong>de</strong> T ou TTT, quefaz<br />

uma boa remoção <strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>, embora não seja perfeita, pg<br />

<strong>de</strong>mos usar um processo iterativo da forma<br />

Um outro modo <strong>de</strong> pensar na matriz T TT é como<br />

uma métrica na medida <strong>de</strong> distância num espaço vetorial. Isto 6,<br />

como uma generalização do conceito <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> um vetor,<br />

que em sua forma usual é <strong>de</strong>finida em relação ã matriz i<strong>de</strong>ntida<br />

<strong>de</strong>, ou seja:<br />

Po<strong>de</strong>mos então <strong>de</strong>finir o comprimento <strong>de</strong> um vetor<br />

X em relação a uma matriz métrica H da seguinte forma:<br />

-


<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a matriz métrica seja simêtrica e positiva <strong>de</strong>finida e<br />

<strong>de</strong>sta forma possamos escrever que<br />

xTH X > O para todo X # O<br />

e o conceito <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> um vetor seja matematicamente coe -<br />

rente. Desta forma, como a matriz Sk do método <strong>de</strong> Davidon-<br />

Fletcher-Powell serã sempre positiva <strong>de</strong>finida (este resultado<br />

será <strong>de</strong>monstrado a seguir), ela po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como uma<br />

métrica variável, reajustada a cada passo pela equagão (9), pa<br />

ra a medida <strong>de</strong> comprimento do vetor gradiente.<br />

Passaremos agora a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que se Sk for<br />

positiva-<strong>de</strong>finida Sk+, também o será. Tomemos então qualquer<br />

vetor X c E . Pré-multipl icando ambos os termos <strong>de</strong> (9) p0.r xT<br />

e pós-multiplicando por X obteremos a seguinte expressão:<br />

ver a expressão (10) como<br />

mas<br />

1 1<br />

Definindo a = skh X e b=S /2 q po<strong>de</strong>mos reescrg


Como Xk+l 6 o minimo <strong>de</strong> f ao longo da dire-<br />

ção <strong>de</strong>finida por pk , este vetor é ortogonal ao gradiente da<br />

função no ponto Xk+l e o seu produto é nulo, então<br />

T T<br />

Pk qk - Pk Sk 9 mas por <strong>de</strong>finição Pk = - a k S k g k<br />

Substituindo (12) em (13) teremos<br />

Pela <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cauchy-Schwarz po<strong>de</strong>mos afir -<br />

mar que o primeiro termo da expressão (13) será sempre não-ne-<br />

getivo. Como a matriz Sk 6 positiva <strong>de</strong>finida por hipõtese e<br />

> O o segundo termo serã também maior ou igual a zero. Des<br />

ak - -<br />

ta forma, para <strong>de</strong>monstrar que a matriz Sk+l é positiva-<strong>de</strong>fi-<br />

nida basta mostrar que os termos da equação (13) não se anulam<br />

simultaneamente.<br />

O primeiro termo <strong>de</strong> (13) sõ se anula se a e b<br />

forem proporcionais, o que, <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> a e<br />

b , equivale a dizer que X é proporcional a qk, isto é, X = Bq,.<br />

T<br />

Neste caso, temos que pk X = Bpk qk . Mas, <strong>de</strong> acordo com (12)<br />

Comoosescalares ak e 6 sãodiferentes <strong>de</strong><br />

zero por <strong>de</strong>finição, a matriz Sk é positiva <strong>de</strong>finida e os


T<br />

vetores gradientes sÓ se anulam na solução do problema, p X se<br />

k<br />

rã sempre diferente <strong>de</strong> zero. Logo os termos da expreçsão (13)<br />

não se anulam simultaneamente e<br />

T<br />

X Sk+, X > O para todo X # 0 ,<br />

o que <strong>de</strong>monstra que, se Sk for positiva <strong>de</strong>finida, Sk+l tam -<br />

bém o serã.<br />

E importante ressaltar que na <strong>de</strong>monstração ante -<br />

rior o fato <strong>de</strong> a ser escolhido como minimo ao longo <strong>de</strong><br />

k dk le<br />

T<br />

vou a importante conclusão <strong>de</strong> que p q > O , o que po<strong>de</strong>r i a 1 e-<br />

var a <strong>de</strong>duçao <strong>de</strong> que a matriz Sk+f só seria positiva-<strong>de</strong>fini-<br />

da, e consequentemente que o algoritmo só convergiria, no caso<br />

<strong>de</strong> ak produzir precisamente o mínimo ao longo <strong>de</strong> dk . Entre -<br />

tanto, não é dificil mostrar que o algorítmo continuaria a pro<br />

duzir uma sequência <strong>de</strong>scrente mesmo quando ak não for exata-<br />

mente o minimo. Neste caso, basta garanti r que o produto<br />

seja sempre maior que zero.<br />

-<br />

T<br />

Pk qk<br />

Apesar do problema da <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> a o a1<br />

k<br />

goritmo <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powell possui uma estabilida<strong>de</strong> mui<br />

to boa, <strong>de</strong>vido principalmente ao fato da matriz Sk carregar to<br />

da a história da trajetória percorrida numa matriz completa, que<br />

é cuidadosamente refinada a cada iteração, ao passo que no mé-<br />

todo dos gradientes conjugados, por exemplo, toda a informação<br />

da trajetaria contida num passo é transmitida ao seguinte atra<br />

vés <strong>de</strong> um vetor. Uma forma <strong>de</strong> contornar o problema da preci-<br />

são da <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> a seria sõ reajustar a matriz Sk quan<br />

k<br />

T<br />

do o produto pk qk for maior que zero.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


A seguir <strong>de</strong>monstraremos que para funções quadrá -<br />

ticaç o método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powell produz direções con-<br />

jugadas e que a matriz Sk converge eppó n i terações para o<br />

inverso da Hessiana, isto é,<br />

- 1<br />

S = F .<br />

n<br />

Inicialmente <strong>de</strong>monstraremos por indução que pa-<br />

ra funções quadrãticas com a Hessiana F positiva-<strong>de</strong>finida e<br />

constante o método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powell produz<br />

~emons tração --.<br />

tir <strong>de</strong> (3), que<br />

e çk+l Pi = Pi para O - < i - < k<br />

Para funções quadrãt icas po<strong>de</strong>mos escrever, a par -<br />

Por <strong>de</strong>finição<br />

Pk Pk<br />

= Sk + - - sk qk q; sk<br />

Sk+l T T<br />

Pk qk qk 'k qk<br />

Então<br />

Logo<br />

I


Como a <strong>de</strong>monstração é por indução precisamos mos -<br />

trar que (14) e (15) são válidas para k = O, e supondo verda-<br />

<strong>de</strong>i raã para k - 1 <strong>de</strong>monstrar que também valem para k . A par<br />

e<br />

tit-<strong>de</strong> (17) po<strong>de</strong>mos ver facilmenteque (14) e (15) são verda-<br />

<strong>de</strong>iras para k = O .<br />

Desenvolvendo a expressão teremos :<br />

Como Pi gi+l = O , uma vez que 'i+l é o míni -<br />

mo <strong>de</strong> f ao longo <strong>de</strong> pi , e a equação (14) é vá1 ida para<br />

i - < k-1, então<br />

Mas como a expressão (15) também 6 vil ida para<br />

todo i < k-i , T<br />

- po<strong>de</strong>mos reescrever pi gk da seguinte forma:<br />

Por <strong>de</strong>finição pk = - ci S g e cik # O , logo<br />

k k k<br />

o que <strong>de</strong>monstra que a expressão (14) é verda<strong>de</strong>ira para<br />

consequentemente para todo i - < k .<br />

k , e


Para completar a <strong>de</strong>monstração falta apenas pro-<br />

var que a expressão (15) também é verda<strong>de</strong>i ra para k . Por <strong>de</strong>-<br />

finição<br />

pós-multiplicando ambos os termos da expressão por F pi<br />

mos:<br />

como<br />

T<br />

Pi<br />

tere -<br />

T<br />

pk F pi = O para todo O - i < k e, pela expressão (18).<br />

Sk gk = O ,<br />

Mas a expressão (15) 6 vã1 ida para i = k-1 . Logo,<br />

e =k+1 F Pi = Pi<br />

monst rar.<br />

para todo O - < i - < k , como queríamos <strong>de</strong>-<br />

A expressão (14) nos mostra que o método <strong>de</strong> Da-<br />

vidon-Fletcher-Powel1 produz direções <strong>de</strong> busca F ortogonais,<br />

e, como a função f é rninimizada çucessivamente ao longo <strong>de</strong>s-<br />

tas direções, elas também são conjugadas.<br />

A expressão nos mostra que po, pl, p2, ... pk são


autovetores correspon<strong>de</strong>ntes ao autovalor unitário para a matriz<br />

F<br />

Sk+l . Estes autovetores são 1 i nearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, uma<br />

- 1<br />

vez que são F srtogonaiç, e portanto S n = F .<br />

Para o caso <strong>de</strong> funções não quadrãticas o método<br />

<strong>de</strong> Davidón-Fletcher-Powell oferece uma combinação <strong>de</strong> vantagens<br />

que o tormam extremamente atrativo. Inicialmente, ele um me -<br />

todo <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m e, portanto, requer informações apenas<br />

do gradiente. Em segundo lugar, como as matrizes Sk geradas<br />

durante o processo são sempre positivas-<strong>de</strong>finidas, as direções<br />

<strong>de</strong> busca serão sempre direções <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Finalmente, como<br />

para problemas quadrãticos a matriz Sk converge para a inver<br />

sa da Hessiana, na pior das hipóteses, no enésimo estágio, isto<br />

é,<br />

- 1<br />

Sn = F , é <strong>de</strong> se esperar que para o caso geral ela con -<br />

vergi rã para a inversa da Hessiana na solução do problema e,<br />

portanto, a convergência será çuperl inear.<br />

ANALISE DE CONVERGÊNCIA<br />

O método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powell 6 bastante<br />

po<strong>de</strong>roso e estável, entretanto, não ê possÍve1 provar que seja<br />

um processo globalmente convergente. Porém, po<strong>de</strong>mos recorrer<br />

a uma análise aproximada para <strong>de</strong>terminar a sua efetivida<strong>de</strong>.<br />

A convergência do método <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fundamentalmen -<br />

te, como jã vimos, <strong>de</strong> que as aproximações Sk do inverso da<br />

Heçsiana se mantenham positivas-<strong>de</strong>finidas ao longo <strong>de</strong> todo o<br />

processo. Por sua vez, a positivida<strong>de</strong> da nova aproximação cal -<br />

culada a cada passo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rã da precisão da minimização unidi -<br />

mensisnal, isto 6, do cálculo preciso <strong>de</strong> ak . Portanto, a pre<br />

cisão e a estabilida<strong>de</strong> do método não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m basicamente da<br />

-<br />

-


forma da função f ( ~ ) e para evitar problemas <strong>de</strong> convergência<br />

e importante evitar <strong>de</strong> reajustar a matriz Sk com dados sbti-<br />

dos em aproxima~ões grossei ras <strong>de</strong> ak .<br />

tuir a matriz<br />

Existem várias maneiras <strong>de</strong> evitar <strong>de</strong> se substi-<br />

Sk<br />

por novas aproximaçÕes da inversa da Hessia<br />

na que não sejam positivas-<strong>de</strong>finidas. Umas <strong>de</strong>ssas maneiras já<br />

foi mencionada anteriormente e consiste basicamente na seguin-<br />

te estratégia: a matriz<br />

Sk<br />

<strong>de</strong>verá ser substituída por uma no -<br />

va aproximação calculada pela expressão (9) quando o produto<br />

T<br />

pk qk<br />

fosse maior que zero, o que garantiria que a nova dire-<br />

ção <strong>de</strong> busca seria uma direção <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Uma outra solução<br />

seria só terminar o processo <strong>de</strong> minimização unidimensional quan-<br />

T<br />

do o produto gk+l Sk gk fosse suficientemente pequeno, o que<br />

garantiria, pelo menos teoricamente, a precisão <strong>de</strong> a k '<br />

-<br />

Esta<br />

solução, entretanto, po<strong>de</strong> se tornar excessivamente <strong>de</strong>morada e<br />

requer um número excessivo <strong>de</strong> cãlculos <strong>de</strong> a (e consequente-<br />

k<br />

mente da função objetivo) para pontos distantes da solução do<br />

problema. Uma outra a1 ternativa, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta mesma filosofia,<br />

seria só reajustar a matriz<br />

T<br />

Sk quando o produto g S g fos<br />

k+l k k -<br />

se suficientemente pequeno, mantendo a matriz do Ültimo estágio<br />

quando a precisão <strong>de</strong> ak não fosse satisfatória; Neste caso,<br />

entretanto, estarÍamos correndo o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r Ótimas oportu<br />

nida<strong>de</strong>s para reajustar a matriz Sk . Uma forma <strong>de</strong> superar es-<br />

te problema seria usar uma tolerância mo<strong>de</strong>rada para o produto<br />

T<br />

gk+l Sk gk , limitando <strong>de</strong>sta forma o nümero <strong>de</strong> cãlculos <strong>de</strong> ak,<br />

e manter a matriz<br />

Sk<br />

do Gitimo estágio se a precisão <strong>de</strong>seja-<br />

da não for alcançada em um número <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> tentativas.<br />

Apesar da estabilida<strong>de</strong> do método <strong>de</strong> Davidon-<br />

Fletcher-Powell não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r fundamentalmente da forma da fun-<br />

-


ção objetivo, em problemas com funções excessivamente excêntri -<br />

tas e distorcidas po<strong>de</strong>m ocorrer dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m numérica<br />

que tornem a ma t r i z Sk ocasionalmente indisposta e mau condi-<br />

-<br />

cionada. Neste caso, a nova direção <strong>de</strong> busca po<strong>de</strong>ria nao ser<br />

uma direção <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte e a solução seria reinicializar o pro-<br />

cesso, isto 6 , adotar para. Skil a aproximação inicial S ou<br />

O<br />

qualquer outra matriz simétrica positiva <strong>de</strong>finida. A prática<br />

tem mostrado que a estratégia <strong>de</strong> reinicializar a matriz Sk a<br />

cada n ou n+l estágios, on<strong>de</strong> n é o número <strong>de</strong> variãveis 1 i<br />

-<br />

vres, traz resultados muito bons, mesmo para funções bem com-<br />

portadas, uma vez que a convergência global do processo é ga-<br />

rantida pela presença <strong>de</strong> um primeiro passo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte a cada<br />

ciclo. Porém, este processo <strong>de</strong> reinicialização também apresen -<br />

ta a pequena <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> estarmos nos <strong>de</strong>scartando das infor<br />

mações sobre a trajetória contidas em Sk , o que po<strong>de</strong> afetar<br />

a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convergência. Para problemas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

teríamos uma outra dificulda<strong>de</strong>. Como o nÜmero <strong>de</strong> variáveis é<br />

gran<strong>de</strong> e o método <strong>de</strong>ve convergir antes do n-ésimo estágio, os<br />

problemas numericos <strong>de</strong> mau condicionamento da matriz Sk tam-<br />

bem <strong>de</strong>vem surgir antes da reinicialização <strong>de</strong> Sk. Logo, o ci-<br />

clo <strong>de</strong> reinicialização <strong>de</strong>ve ser recalibrado.<br />

Outro problema numêrico que o método <strong>de</strong> Davidon-<br />

Fletcher-Powell po<strong>de</strong> apresentar se refere a estimativa <strong>de</strong> auto -<br />

valores <strong>de</strong> SkQ. Este problema po<strong>de</strong> surgir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a iteração<br />

inicial se os autovalores <strong>de</strong> SoQ forem todos bem maiores que<br />

a unida<strong>de</strong>, uma vez que o método, essencialmente, move estes au -<br />

tovalores, um por vez, para a unida<strong>de</strong>, o que po<strong>de</strong> produzi r, en<br />

tretanto, uma estrutura <strong>de</strong>sfavorãvel da razão <strong>de</strong> autovalores a<br />

cada passo para 1 K < n . Este fenômeno po<strong>de</strong> ser atribuido<br />

- -<br />

-<br />

-


ao fato do método ser extremamente sensivel aos fatores <strong>de</strong> es-<br />

cala <strong>de</strong> f ( ~ )<br />

e X - . Em particular, se multiplicarmos a apro-<br />

ximaçao inicial S por uma constante, todo o processo será<br />

O<br />

' alterado.<br />

Uma forma eficiente <strong>de</strong> superar este problema se -<br />

ria a <strong>de</strong> multiplicar a cada passo a matriz Sk por um fator <strong>de</strong><br />

escala <strong>de</strong> tal forma que os autovalores <strong>de</strong> SkF se distribuam<br />

em torno da unida<strong>de</strong>. Este resultado po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>monstrado<br />

sem gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s, porém, como a <strong>de</strong>monstração não é es-<br />

sencial para o <strong>de</strong>senvolvimento do texto e para o objetivo atual<br />

<strong>de</strong> d i ç cut i r a conve rgênci a do método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powel l ,<br />

ela será <strong>de</strong>ixada para o interessado, que também po<strong>de</strong>rã procurã-<br />

la em 1251.<br />

Para o caço i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> funções quadrãticas com cá1 -<br />

culo <strong>de</strong> ak rigorosamente preciso, uma mudança <strong>de</strong> escala a ni<br />

gor só seria necessária para a aproximação inicial .SO , uma vez<br />

que a uni da<strong>de</strong> sempre seri a um dos autovalores <strong>de</strong> J F para K > 0.<br />

k<br />

Para o caso geral <strong>de</strong> funções não quadráticaç, entretanto, po<strong>de</strong><br />

ser muito importante escalonar a cada passo a matriz Sk para<br />

evitar problemas numericos. Esta mudança <strong>de</strong> escala po<strong>de</strong> ser<br />

feita incluindo-se um fator <strong>de</strong> escala jk na expressão (9) pa<br />

ra a atualização da matriz Sk da seguinte forma:<br />

T<br />

Pk Pk , com jk ' O .<br />

) Yk' f --<br />

A dificulda<strong>de</strong> neste caço seria a escolha dos fa -<br />

teres <strong>de</strong> escala yk. Luemberger 1251, entretanto, nos mos-<br />

-<br />

-


t r a que<br />

é um fator <strong>de</strong> escala bastante a<strong>de</strong>quado.<br />

Para finalizar, gostariamos <strong>de</strong> ressaltar que em<br />

aplicações <strong>de</strong> engenharia dificilmente se encontram funções mui -<br />

to distorcidãs e excêntricas, o que torna o método <strong>de</strong> Davidon-<br />

Fletcher-Powell extremamente atraente. No problema do Projeto<br />

Preliminar, a Única dificulda<strong>de</strong> adicional foi o cãlculo das <strong>de</strong> -<br />

ri-vadas numericamente, entretanto, como a estabilida<strong>de</strong> do méto -<br />

do está ligada essencialmente ao cálculo preciso <strong>de</strong> ak e o er<br />

ro inerente no cãlculo aproximado do gradiente é bem pequeno e<br />

não se transmite aos passos posteriores, não se verificou ne-<br />

nhuma queda sensível no <strong>de</strong>sempenho do metodo e na precisão dos<br />

resultados.<br />

-


Vll - RESULTADOS E -- C ONCLUS~ES<br />

- -<br />

No capítulo I I I o problema <strong>de</strong> projeto preliminar<br />

foi formulado como um problema <strong>de</strong> programasão não-linear. Para<br />

resolvê-lo numericamente <strong>de</strong>senvolveu-se o mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong>s -<br />

crito no capítulo IV. A seguir, serão apresentados e discuti-<br />

dos os resultados dos testes, on<strong>de</strong> não houve a preocupação <strong>de</strong><br />

resolver qualquer problema prãt ico particular e o objetivo prin -<br />

cipal era o <strong>de</strong> avaliar aç potencialida<strong>de</strong>s do referido mo<strong>de</strong>lo.<br />

Portanto, as condições consi<strong>de</strong>radas são típicas do transporte<br />

<strong>de</strong> longo curso e cabotagem <strong>de</strong> grangis l Íquidos e çõl idos.<br />

0s resul tados anal isados foram obtidos com o pro -<br />

grama <strong>de</strong>scrito no apêndice 4. Este programa foi construido nu -<br />

ma estrutura em blocos, o que permitiu que as subrotinas fos-<br />

sem sendo editadas e testadas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente. Entretanto,<br />

serão apresentados apenas os testes com a rotina <strong>de</strong> minimiza-<br />

ção sem restrições, em funSão <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>stacada importância pa-<br />

ra a obtenção dos resultados Õtimos. A rotina que executa o<br />

algoritmo <strong>de</strong>scrito no capitulo V, foi exaustivamente testada e<br />

os resultados estão apresentados em 121 1 . As <strong>de</strong>mais rotinas po -<br />

<strong>de</strong>m ser aval iadas di retamente a parti r dos resul tados apresen-<br />

tados para os problemas-teste.<br />

V11.2 - OS TESTES COM A ROTINA DE MINIMIZACÃO SEM REsTRIÇÕES<br />

No capitulo V foram apresentadas as<br />

natureza teórica para a escolha do método <strong>de</strong> Davidon-Fletches-<br />

Powell. Naturalmente, tal escolha tambêm se baseou nos resul-<br />

tados, numéricos <strong>de</strong>scri tos na bibliografia consultada 124 1 , 126 1


e 1271. Os, resultados apresentados a seguir tem os objetivos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que a rotina <strong>de</strong>senvolvida com base na formulação<br />

do capítulo VI possui realmente as caracteristicas esperadas<br />

<strong>de</strong> estabil i,da<strong>de</strong> <strong>de</strong> convergênci:a, e <strong>de</strong> dar uma idéia do seu <strong>de</strong>-<br />

sempenho em termos <strong>de</strong> aval lações da função objetivo. Em função<br />

<strong>de</strong>stes objetivos, não são necessários testes intensivos e os<br />

resultados das tabelas VII.1 e V11.2 se referem a função <strong>de</strong><br />

Rosembrock, cuja expressão anal ít ica 6 a seguinte:<br />

F(x,, x2) = 10x; - 20x5 -t- 10x~+x; - 2x1 +5.0<br />

1 2<br />

;<br />

que possui um mínimo global em (1 ,l), que correspon<strong>de</strong> a ~(1, 1) = 4.0,<br />

e que foi escolhida <strong>de</strong>vido a sua simplicida<strong>de</strong> e a gran<strong>de</strong> fre -<br />

quência com que aparece na bibliografia utilizada.<br />

Na tabela Vlll.1 são apresentados os resultados<br />

obtidos em testes com 10 pontos iniciais, corridos com a mes-<br />

- 6<br />

ma tolerância <strong>de</strong> 10 para a função objetivo e para a busca<br />

unidimensional. Nestes testes, assim como no programa <strong>de</strong> pro-<br />

jeto prel iminar, as coor<strong>de</strong>nadas do vetor gradiente foram calcu -<br />

ladaç pelo método das diferenças finitaç, com incremento igual<br />

a 1 Para efeito <strong>de</strong> comparação foram rodados algúns tes-<br />

tes, cujos resultados são apresentados na tabela V1 1 .2, com a1 -<br />

guns dos pontos da tabela VI I .I e com as mesmas tolerâncias, mas<br />

com as coor<strong>de</strong>nadas do vetor gradiente calculadas analiticamen-<br />

te. Em ambas as tabelas estão indicados além dos pontos ini -<br />

cial e õtimo, o valor da função objetivo no ponto õtimo e o<br />

número <strong>de</strong> vezes que esta função é calculada durante o processo<br />

<strong>de</strong> busca, Entretanto, 6 preciso ressaltar que na tabela VII.l<br />

o número <strong>de</strong> cálculos da função objetivo inclui as avaliações


necessárias ao cálculo do gradiente. Logo, ao comparar os re-<br />

sultados das duas tabelas & necessário consi<strong>de</strong>rar que para o<br />

cálculo numêrico do gradiente, a cada ikeração, a função obje-<br />

tivo & avali'ada duas vezes, o que não ocorre quando o gradien-<br />

te é calculado analiticamente. Os tempos <strong>de</strong> processamento não<br />

foram incluidos nas tabelas porque não servem como parâmetro <strong>de</strong><br />

comparação, uma vez que as corridas foram efetuadas em instan-<br />

tes em que o computador Burroughs 6700 do NCE/UFRJ apresentava<br />

configurações <strong>de</strong> memória e utilização bastante diferentes. Po<br />

<strong>de</strong>mos informar no entanto, que os tempos <strong>de</strong> processamento va<br />

riaram entre um minimo <strong>de</strong> 0.6 segundo e um máximo <strong>de</strong> 5.0 se-<br />

gundos, com uma média em torno <strong>de</strong> 1.5 segundos.<br />

RESUL<br />

TABELA VII.l<br />

NF = n? <strong>de</strong> Cãlculos da Função Objetivo.<br />

N I TAS<br />

Os resultados das tabelas VII.l e V1 1.2 <strong>de</strong>mons-<br />

tram que o cálculo do gradiente por diferenças finitas não pre -<br />

judica a eficiência do algori tmo, ao contrãrio, torna-o mais rã-<br />

pido e mais preciso, e evi<strong>de</strong>nciam a importância da escolha do<br />

ponto inicial, ou seja, mesmo para pontos bem próximos, como<br />

-<br />

-


TABELA V1 1.2<br />

RESULTADOS OBTIDOS COM O GRADIENTE CALCULADO ANALITICAMEN<br />

por exemplo os pontos 1 e 2 da tabela VI I. 1, o esforço numéri-<br />

co para <strong>de</strong>terminar o ponto õtimo, avaliado pelo numero <strong>de</strong> cál-<br />

culos da função objetivo, po<strong>de</strong> ser bastante diferente. Portan -<br />

to, po<strong>de</strong>mos concluir que a rotina <strong>de</strong> minimização sem restrições<br />

apresenta as caracteristicas esperadas <strong>de</strong> precisão e estabi 1 i-<br />

da<strong>de</strong> e <strong>de</strong>monstra um <strong>de</strong>sempenho comparável ãqueles <strong>de</strong>scritos na<br />

bi bl iograf ia consultada.<br />

V11.3 - OS TESTES COM O PROGRAMA<br />

Foram efetuados testes para os 4 tipos <strong>de</strong> navios<br />

com que a atual versão do programa trabalha. Em cada um <strong>de</strong>s-<br />

tes testes se utilizou as opções para restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> mais a<strong>de</strong>quadas, <strong>de</strong> forma a que o conjunto dos<br />

testes compusesse um quadro realistico das possibilida<strong>de</strong>s con-<br />

cretas do mo<strong>de</strong>lo. Mais uma vez, queremos lembrar que o objeti<br />

vo dos testes não é o <strong>de</strong> resolver qualquer problema prático par<br />

ttcular, nem o <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir resultados gerais em termos <strong>de</strong> proje -<br />

to preliminar, entretanto, na medida do possível, se procurou<br />

utilizar as condições típicas encontradas no transporte <strong>de</strong> lon -<br />

-<br />

-


go curso e cabotagem <strong>de</strong> granéis 1 iquidos e só1 idos que servem<br />

ao pafs, e, durante a análise dos resultados, se procurou res-<br />

sal tar os resultados mais importantes em termos <strong>de</strong> arqui tetura<br />

naval.<br />

VII.3.1 - O Problema Teste para Petroleiros -<br />

O primeiro problema apresentado trata do proje-<br />

to preliminar <strong>de</strong> um navio petroleiro para transportar anualmen -<br />

te 2500000 ton <strong>de</strong> carga entre dois portos distando 6500 mi-<br />

lhas maritimas.<br />

Na solução do problema foram consi<strong>de</strong>radas as se -<br />

guintes condições: taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> = 20%; taxa <strong>de</strong> impos-<br />

tos média anual = 45%; vida econômica do navio = 20 anos; cus-<br />

to do homem hora = U$9,00; custo da tonelada <strong>de</strong> Óleo combusti-<br />

vel = US250,OO; custo da tonelada <strong>de</strong> Óleo diesel = U$350,00; cus -<br />

to da tonelada <strong>de</strong> Óleo lubrificante = U$700,00; custo por tri-<br />

pulante ano incluindo custos sociais = U$30000,00 e custo da<br />

tonelada do aço uti 1 izado na construção do casco = U$500,00. As<br />

<strong>de</strong>mais informações utilizadas pelo programa estão <strong>de</strong>scritas na<br />

tabela V11.3, que G , na realida<strong>de</strong>, uma cópia da listagem dos<br />

dados <strong>de</strong> entrada para um dos casos testados,<br />

No processo <strong>de</strong> otimização foram consi<strong>de</strong>rados os<br />

segui.ntes critérios <strong>de</strong> parada: tolerância para o processo glo-<br />

bal = 0.001; para a minimização sem restrições = 0.0001 e pa<br />

ra bus.ca unidimensional = 0.00001. Consi<strong>de</strong>rou-se ainda um nú-<br />

mero máximo <strong>de</strong> iteraçÕes igual 10 e utilizou-se um incremen-<br />

to no cãlculo do gradiente por diferenças finitas igual a<br />

0.000001.


7<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

NÜCL<br />

I<br />

2<br />

-<br />

r,<br />

n<br />

><br />

f<br />

><br />

3<br />

><br />

0<br />

.<br />

D<br />

7<br />

D<br />

-i<br />

3<br />

Q<br />

J .<br />

'f<br />

-<br />

b<br />

- -4<br />

-<br />

L)<br />

n -<br />

C<br />

D<br />

q<br />

7<br />

3<br />

7<br />

3<br />

*<br />

II<br />

U<br />

D<br />

1<br />

n<br />

J<br />

'7<br />

n<br />

D<br />

2<br />

-i<br />

1<br />

Y<br />

7<br />

I<br />

I<br />

li.<br />

a<br />

1 - I1<br />

A.<br />

3<br />

3<br />

Y .<br />

E . r.<br />

A<br />

E<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

NÜCLEO DE COhlPUTA(;<strong>AO</strong> ELETRÕNICA


Inicialmente, rodamos uma série <strong>de</strong> testes com<br />

as seis variáveis livres e sem as restrições referentes as Nor -<br />

mas <strong>de</strong> Poluição da IMO <strong>de</strong> 1978, cujos resultados são apresen-<br />

tados na tabela V11.4. Em seguida, escolhemos a combinação <strong>de</strong><br />

Carga Paga e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço mais eficiente e rodamos mais<br />

uma série <strong>de</strong> testes fixando o valor obtido para a Carga Paga<br />

como restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço como pa -<br />

râmetro <strong>de</strong> projeto. Estes resultados são apresentados na tabe<br />

la VI 1.5,<br />

O próximo passo foi resolver o problema consi<strong>de</strong> -<br />

rando as restrições impostas pelos regulamentos da Convenção<br />

<strong>de</strong> Prevenção da Poluição Marítima por Õleo <strong>de</strong> 1978. Para re-<br />

solver este problema foi necessário complementar a formulação<br />

<strong>de</strong>scrita no item 4.4 do capitulo IV, que trata do cálculo <strong>de</strong>s-<br />

tas restrições, uma vez que, inicialmente, foram consi<strong>de</strong>rados<br />

apenas os problemas em que o requisito era a carga paga. Para<br />

o problema em questão a restrição <strong>de</strong> volume requerido para o<br />

compartimento <strong>de</strong> carga, calculada pela expressão (43) do capi-<br />

tu10 IV com base no valor requerido para a carga paga, nao po-<br />

<strong>de</strong> ser calculada uma vez que não se conhece a priori o valor<br />

Ótimo <strong>de</strong>ste requisito. A solução adotada foi calcular a capa-<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga efetiva a partir do volume disponivel para o<br />

transporte <strong>de</strong> petróleo, que é obtido abatendo-se do volume do<br />

compartimento <strong>de</strong> carga, os volumes necessários para os tanques<br />

<strong>de</strong> SLOP e para os tanques <strong>de</strong> lastro segregado.<br />

O volume requerido para os tanques <strong>de</strong> lastro se -<br />

gregado é obtido a partir do peso <strong>de</strong> lastro, que por sua vez é<br />

calculado com base na expressão (42). Entretanto, nem todo o<br />

lastro é acomodado em tanques segregados do compartimento <strong>de</strong><br />

-


carga. Uma parcela significativa utiliza os tanques do fundo<br />

duplo. Como a convenção exige que os tanques <strong>de</strong> Óleo combustí<br />

vel do fundo duplo também sejam segregados, o volume necessã<br />

rio para transportá-lo <strong>de</strong>ve ser abatido do volume disponivel do<br />

fundo duplo. Ao contrário dos tanques <strong>de</strong> lastro segregado, o<br />

volume requerido para os tanques <strong>de</strong> SLOP <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente<br />

da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> petróleo a ser transportado. 0s regulamentos<br />

da Convenção <strong>de</strong> Prevenção da Poluição Marit ima por Óleo <strong>de</strong> 1978<br />

exigem que estes tanques sejam suficientes para conter no mÍni -<br />

mo 3% da carga nominal máxima. Como aproximação, serã consi<strong>de</strong><br />

rado neste trabalho que o volume dos tanques <strong>de</strong> SLOP é igual<br />

a 3% da diferença entre o volume do compartimento <strong>de</strong> carga, o<br />

volume do fundo duplo e do volume dos tanques <strong>de</strong> lastro segre-<br />

gado. Logo, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>screver o cãlculo do volume disponível<br />

para o transporte <strong>de</strong> petróleo pela seguinte expressão:<br />

Desta forma, o peso <strong>de</strong> petróleo efetivamente transportado por<br />

viagem po<strong>de</strong> ser obtido multiplicando-se o volume disponivel pe -<br />

10 peso especifico do petróleo carregado. Deve-se levar em con<br />

si<strong>de</strong>ração, entretanto, que petroleiros não po<strong>de</strong>m andar com os<br />

tanques <strong>de</strong> carga integralmente cheios, reservando um pequeno v2<br />

lume para os gases. Logo, a carga <strong>de</strong> petróleo transportado por<br />

viagem obtida pela expressão abaixo:<br />

CTV Pet = 0.97<br />

Logo nos primeiros testes, porém, surgiu um pro -<br />

-<br />

-<br />

-


lema com esta formulação. A carga <strong>de</strong> petróleo efetivamente<br />

transportada, calculada a parti r do volume di sponivel, era uti -<br />

lizada apenas no cálculo da capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga. Os <strong>de</strong>-<br />

mais cãlculos consi<strong>de</strong>ravam ainda a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga como a<br />

diferença entre o porte bruto e os consumÍveis, que correspon-<br />

dia a uma condição <strong>de</strong> operação, e consequentemente a um calado<br />

<strong>de</strong> operação, que não seria jamais uti 1 izada, on<strong>de</strong> o navio trans<br />

portaria alêm da carga em petróleo, todo o lastro correspon<strong>de</strong>n<br />

te aos tanques segregados fora do fundo-duplo. Este problema<br />

foi resolvido adotando-se uma restrição para o <strong>de</strong>slocamento, que<br />

foi chamada <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentooperacional e correspon<strong>de</strong> a soma<br />

do peso <strong>de</strong> petróleo efetivamente carregado, do peso leve e do<br />

peso <strong>de</strong> consumivels. Inicialmente pensou-se em utilizar uma<br />

restri ção <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, entretanto, os testes <strong>de</strong>monstraram que<br />

uma res,trição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> cumpri ria os objetivos <strong>de</strong>sejados<br />

sem difi.cu1 tar a convergência.<br />

A 2 A operacional , on<strong>de</strong> (2 ><br />

A operacional = P consumíveis -I- P petrõleo + PL (3<br />

Os resultados dos testes com as restrições refe<br />

rentes as normas <strong>de</strong> Poluição da Convenção <strong>de</strong> 1978 são apresen-<br />

tados na tabela V11.6. Finalmente, na tabela V11.7 sao apre-<br />

sentados os Ültimos resultados referentes a este problema, que<br />

correspon<strong>de</strong>m a testes realizados fixan-do-se os valores da car-<br />

ga paga Ótima e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço Õtima obtidos da tabe -<br />

la V11.6 respectivamente como restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e parâme-<br />

tro <strong>de</strong> projeto.<br />

-<br />

-


As tabelas V11.8 e V11.9 apresentam cópias da<br />

saida do programa para os melhores resultados das tabelas V1 1 .4<br />

e V11 -6.<br />

da as seguintes restrições:<br />

Todos os testes para pet rolei ros consi<strong>de</strong>raram ain -<br />

Os coeficientes das expres.sões (5), (6), (7) e<br />

(8)- foram ajustados com base em informações obtidas em 1291,<br />

1301, 133 1 e 1321 e assumiram os seguintes valores:<br />

- para a expressão 5 : K, = 75000.0 e a] = 0.85 ;<br />

- para a expressão 6 : P = 4000 ;<br />

nTout<br />

- para a expressão 7 : K2 = 300000.00 e a2 = 0.85 ;<br />

- e finalmente para aexpressão 8 : K =340000.0, Kq= 30000.0 ,<br />

3


TABELA V11.4<br />

TESTE 1 2 3 4<br />

- -


TABELA V11.5<br />

I I I<br />

L<br />

CAC<br />

( ) + EPSF = 0.001


TABELA V1 1.6<br />

TESTE 1 2 3<br />

I I - I I<br />

I I - I _<br />

bop 1 367119.4 1 329637.4 1 366359.2<br />

I I I<br />

Tnece I 20.8391 19.9321 20.985 1<br />

I I I<br />

- -<br />

VOL PETI 397451.5 1 347166.0 1 360545.81<br />

VOL LASI 108886.7 1 99916.7 / 106845.8 1<br />

- -<br />

TFR 20.46 20.48 20.99<br />

CAC 25436891 5 2499595.1 2499784.5 -


TABELA V1 1.7<br />

P B 292269.2 292336.9 292634.5 292593. 0 292062.6<br />

CP 287237.9 287479.4 287853.7 287668.8 287600.6<br />

Aope 335038 335436.9 339809.9 337369.9 338609.3<br />

Tnec -<br />

G M ~ ~ ~ ~<br />

-<br />

Caq 64366980.99 64807684.84 6971 6698.23 66952379.89 683 1471 0.27<br />

Cop<br />

TFR<br />

2721 5903.54 27261 095.95 2745571 5.94 2732201 O. 63 27349939.70<br />

I 19.591 20.30 20.081


IVERSIDADE FEDERAI- DO RIO DE JANEIRO<br />

NÚCLEO DE COMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETRONICA<br />

UNWERSIDADE FEDERAL D( 3 RIO ' DE JANEIRO<br />

NÚCLEO DE COMPUTAÇA O ELETRONICA


L<br />

r'<br />

d<br />

.<br />

U<br />

4<br />

D<br />

U<br />

rl<br />

It<br />

a<br />

3<br />

i(<br />

r<br />

d<br />

3<br />

2<br />

d<br />

'K<br />

.<br />

-<br />

-<br />

L<br />

vl<br />

h<br />

h.<br />

Ln<br />

I1<br />

z<br />

H<br />

'L-<br />

I,'<br />

r<br />

><br />

6 4<br />

-<br />

d<br />

d<br />

IX<br />

U<br />

m<br />

r<br />

a.<br />

m<br />

N<br />

N<br />

11<br />

7<br />

--<br />

H<br />

-<br />

r<br />

U<br />

x<br />

ln<br />

O<br />

m<br />

h<br />

I1<br />

r<br />

L9


cont i~nuação


FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

DE COMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETRÕNICA<br />

-I<br />

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MIO.- DE JANEIRO<br />

NUCLEO DE COMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETRÕNICA


UNIVERSIDADE<br />

NÚCLEO


D3<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

NUCLEO DE COMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETRONICA


FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

NUCLEO DE CDMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETRONICA<br />

- -


V11.3.2 - Análise - -- dos Resultados -<br />

Ana1 i sando-se os resul tados da tabela V'I 1 .h, ve -<br />

rifica-se que todos os pontos encontram-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma<br />

vizinhança. Assim sendo, o objetivo principal em termos <strong>de</strong> ar<br />

quitetura naval, que, como foi ressaltado nos capitulas III e<br />

IV, se constitui exatamente na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>sta vizinhançado<br />

ponto õti.mo, foi alcançado. Visualiza-se mais facilmente este<br />

fato se tomarmos como critério <strong>de</strong> comparação caracteristicas mais<br />

gerais que as dimensões principais, como por exemplo o <strong>de</strong>sloca -<br />

mento, a carga paga e até mesmo a potência requerida da insta-<br />

lação propulsora. Neste caso, verifica-se que mesmo os pontos<br />

1 e 5, que foram obtidos a partir <strong>de</strong> aproximações iniciais mais<br />

grosseiras, se encontram na vizinhança do õtimo. Outra obser-<br />

vação importante em termos <strong>de</strong> convergência é que todos os pon-<br />

tos da tabela se encontram numa região on<strong>de</strong> apenas a restrição<br />

<strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> está ativa. Neste sentido os resultados também<br />

se mostraram excelentes porque os erros na capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong><br />

carga em relação ao valor da restrição foram muito pequenos e<br />

mesmo para o ponto 1, que apresentou um erro <strong>de</strong> 2.105%, os va-<br />

lores obtidos são compativeis com o nivel <strong>de</strong> precisão e confia-<br />

bilida<strong>de</strong> do projeto preliminar. Para os <strong>de</strong>mais pontos este er -<br />

ro ficou numa faixa entre 0.01% e 0.035%.<br />

As pequenas diferenças veri f i cadas nas caracte-<br />

risticas principais refletem as dificulda<strong>de</strong>s numéricas <strong>de</strong> se<br />

obter o ponto Ótimo e se <strong>de</strong>vem a forma <strong>de</strong>sfavorável da superfí -<br />

cie <strong>de</strong>finida pela função transformada. Entretanto, os pontos<br />

obtidos <strong>de</strong>finem claramente uma tendência para um navio com ca-<br />

racteristicaç principais em torno dos seguintes valores:<br />

-


L 335.01-11, B = 55.50, D = 27.50, T = 20.90 m, CB = 0.84 e velocida-<br />

PP<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço igual a 15.2 nós e, e po<strong>de</strong>mos conclui r que a com<br />

binação Ótima <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga paga e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser-<br />

viço para transportar as 2500000 toneladas <strong>de</strong> petróleo foi <strong>de</strong>-<br />

finida com CP = 289000.00 e V = 15.2 nós.<br />

S<br />

As relações adimensionais obtidas para os navios<br />

da tabela V11.4 se mostraram coerentes com a tendência atual<br />

para valores <strong>de</strong> L/B e V S / r mais baixos. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

PP<br />

serviço <strong>de</strong> 15.2 é um pouco mais elevada que a velocida<strong>de</strong> me-<br />

dia em que os petroleiros operam atualmente. Isto se <strong>de</strong>ve em<br />

parte ao 1 imite inferior adotado para a relação V /c <strong>de</strong> 0.45.<br />

s PP<br />

Porém, para os melhores resultados essa relação ficou em 0.46,<br />

o que mostra que a influência do limite adotado não foi assim<br />

tão <strong>de</strong>finitiva e que em condições como a do problema em ques-<br />

tão velocida<strong>de</strong>s em torno <strong>de</strong> 15.0 po<strong>de</strong>m ser economicamente vis-<br />

veis. Finalmente, é importante ressaltar que todas as estima-<br />

tivas se mostraram coerentes com os valores esperados.<br />

O objetivo dos testes, cujos resultados são apre -<br />

sentados na tabela V11.5, é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que a superfície<br />

resultante do problema com menos variáveis e com uma restrição<br />

<strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> ligada diretamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do navio<br />

é mais suave. Consequentemente, o esforço numérico necessário<br />

a obtenção do ponto Ótimo é menor e a convergência mais preci-<br />

sa. Desta forma, é possível refinar a solução obtida na tabe-<br />

la VI 1.4.<br />

Os resultados <strong>de</strong>monstram as mesmas tendências<br />

observadas para o caso anterior e <strong>de</strong>finem uma vizinhança da so -<br />

l ução 6t ima. Entretanto, como consequênci a do menor esforço nu


mérico e da convergência mais fãcil a dispersão em torno do me -<br />

Ihor resultado & bem menor. Este fato po<strong>de</strong> ser observado mais<br />

faci lmente se consi<strong>de</strong>rarmos as dimensões principai s com preci -<br />

são <strong>de</strong> apenas uma <strong>de</strong>cimal e o coeficiente <strong>de</strong> bloco com três <strong>de</strong> -<br />

cimais. Neste caso, a boca varia apenas entre 56.0 e 55.5 pa -<br />

ra as quatro melhores aproximações apresentando uma d i spersão<br />

máxima <strong>de</strong> 0.90%. O ponta1 para estes quatro pontos assume o<br />

mesmo valor <strong>de</strong> 26.80 m, o mesmo ocorrendo para o calado com o<br />

valor <strong>de</strong> 21.0 m. Para o coeficiente <strong>de</strong> bloco observa-se uma<br />

dispersão um pouco maior com dois pontos assumindo o valor <strong>de</strong><br />

0.849 e os outros dois <strong>de</strong> 0.847 e <strong>de</strong> 0.846, ainda assim mui -<br />

to pequena em termos relativos, 0.35%, e inteiramente compatí-<br />

vel com os objetivos do projeto preliminar. O maior <strong>de</strong>svio fi -<br />

cou com o comprimento entre perpendiculares, ainda assim um<br />

<strong>de</strong>svio pequeno, principalmente se consi<strong>de</strong>rarmos apenas os três<br />

melhores resultados, para os quais o <strong>de</strong>svio máximo & 1.38%. En -<br />

tretanto, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar que o comprimento & uma das carac -<br />

teríst icas <strong>de</strong> maior peso na <strong>de</strong>termi nação dos resultados Õtimos,<br />

o que po<strong>de</strong> ser constatado comparando-se os resultados das tabe -<br />

las V1'1.4 e V11.5, quando se verifica que o comprimento foi a<br />

característica que mais variou, sendo portanto, a principal res -<br />

ponsãvel pela redução <strong>de</strong> 2,25% nova1 o r<br />

dataxa d e f retere-<br />

querida que passou <strong>de</strong> U$18.55/ton para U$18.14/ton. O pon-<br />

tal também experimentou uma redução significativa, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

1.49% para QS dois melhores resultados, ainda assim foi menor<br />

que a apresentada pelo comprimento que foi <strong>de</strong> 3.81%.<br />

A análise da convergência, analisada apenas do<br />

ponto <strong>de</strong> vista do erro apresentado pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga em<br />

relação ao valor da restrição, apresentou resultados interes-


santes. A mel hor aproxbmação apresentou um erro muito pequeno,<br />

<strong>de</strong> 0.0052%, bemmenor que0 da melhor aproximação da tabela<br />

V11.4, que foi da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0.03%. Além disto, o maior erro<br />

(<strong>de</strong> 0.192%) também foi bem inferior ao erro <strong>de</strong> 2.105% apresen<br />

tado pelo ponto (1) da tabela V11.4. O resultado que aparente<br />

mente mais se distancia da vizinhança do Ótimo <strong>de</strong>finida pelos<br />

3 melhores pontos da tabela V11.5, apresenta, entretanto um er -<br />

ro muito pequeno na carga paga, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 0.072%. Porém, o<br />

erro médio apresentado pelos melhores resultados é maior que o<br />

verificado na tabela V1 1.4.<br />

A tendência verif icada nos resultados dos testes<br />

apresentados na tabela V11.4 para baixos valores da relação<br />

Lpp/B, se repetiu nos resultados tabela V1 1 .5, e até<br />

mesmo se acentuou, uma vez que para a melhor aproximação<br />

<strong>de</strong>sta tabela a relação L/B é igual a 5.76 (ponto I ) , enquan -<br />

to que para o mesmo ponto da tabela V11.4 o valor <strong>de</strong> L/B é <strong>de</strong><br />

6.08 e o menor valor <strong>de</strong>sta relação para os resultados <strong>de</strong>sta ta -<br />

Nesta ultima série <strong>de</strong> testes foi corrido nova-<br />

mente o ponto inicial (I), o que apresentou a melhor aproxima-<br />

Ç ~ O do ponto Ótimo, para um valor um pouco menor da tolerância<br />

<strong>de</strong> parada para a minimização sem restrições.<br />

O valor utilizado para esta tolerância foi <strong>de</strong><br />

I O - ~ , enquqnto as <strong>de</strong>mai s permaneceram i na1 terados. Os resulta -<br />

dos obtidos correspon<strong>de</strong>m ao ponto (6) da tabela V11.5, e mos-<br />

tram que não vale a pena uti 1 i zar uma tolerância menor, uma vez<br />

que o valor da função <strong>de</strong> mérito aumentou, assim como o erro na<br />

carga paga e o esforço numérico (convergiu em 4 iteraçÕes, en-<br />

- 4<br />

quanto, que para a tolerância <strong>de</strong> 10 o processo convergiu em<br />

-<br />

-


2 iteraçÕeç). A única vantagem foi que a pequena violação <strong>de</strong><br />

4 cm da restrição <strong>de</strong> calado verificada no ponto (I), não ocor-<br />

re no ponto (6).<br />

Serão analisados a seguir os resultados das ta-<br />

-<br />

belas V11.6 e V11.7, que correspon<strong>de</strong>m aos casos em que sao con -<br />

si <strong>de</strong>radas as rest ri ções referentes aos regul amentos da Conven-<br />

ção para Prevenção da Poluição Maritima por Óleo <strong>de</strong> 1978 da<br />

IMO. Assim como para os casos anteriores serã consi<strong>de</strong>rado ini -<br />

cialmente o problema geral enunciado ao inicio <strong>de</strong>sta seção, com<br />

uma restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga <strong>de</strong><br />

2500000 toneladas, cujos resultados são apresentados na tabela<br />

V11.6. e,em seguida, tomando a melhor combinação <strong>de</strong> carga paga<br />

e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço será consi<strong>de</strong>rado o problema com apenas<br />

cinco variáveis 1 i vres e com o valor da carga paga fixado como<br />

restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a carga paga.<br />

Realmente a introdução das restrições relativas<br />

as normas <strong>de</strong> poluição tornaram a superf Ície <strong>de</strong>finida sensivel-<br />

mente mais <strong>de</strong>sfavorável. Muitos dos pontos testados não con-<br />

vergi.ram, isto é, o algoritmo não conseguiu encontrar uma apro<br />

ximação do ponto Ótimo a partir da aproximação inicial forneci<br />

da. Muitos <strong>de</strong>stes problemas se relacionaram a problemas inter<br />

nos do programa, que não chegaram a ser sanados satisfatoria-<br />

mente, entretanto, a maioria se <strong>de</strong>ve a problemas relacionados<br />

a forma da Punção transformada. Durante os testes foi rodado<br />

um exemplo com um 1 i mite inferior para a relação V S / s <strong>de</strong><br />

0.40. Os resultados para este teste correspon<strong>de</strong>m ao ponto 1<br />

da tabela V11.6. 0s <strong>de</strong>mais pontos foram obtidos com os mesmos<br />

valores utilizados anteriormente.<br />

A primeira característica que ressalta da tabe-<br />

-<br />

-<br />

-


la ê que as três aproximações apresentadas não correspon<strong>de</strong>m a<br />

aproximações <strong>de</strong> um mesmo ponto Ótimo. Entretanto, sempre po<strong>de</strong> -<br />

mos analisar os resultados e escolher o melhor. Se esta solu-<br />

-<br />

çao não 6 a melhor do ponto <strong>de</strong> vista matemático, aten<strong>de</strong> intei-<br />

ramente aos objetivos do projeto preliminar.<br />

Comparando o mel hor resul tado da tabela V1 1.6 com<br />

o ponto correspon<strong>de</strong>nte da tabela V11.4, verifica-se que o com-<br />

primento entre perpendiculares, o ponta1 e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser -<br />

viço, experimentaram uma gran<strong>de</strong> variação, enquanto o coeficien<br />

te <strong>de</strong> bloco e o calado permaneceram nas mesmas faixas e a boca<br />

variou pouco. Estas diferenças se <strong>de</strong>vem basicamente a dois fa -<br />

tores: ao 1<br />

imite mais baixo para a relação V S / K e a neces<br />

P P -<br />

sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um volume para o lastro segregado. A adoção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um limite mais baixo para V S / r permitiu que a velocida<br />

PP<br />

-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço caisse e consequentemente o <strong>de</strong>slocamente e capa-<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga crescessem. Entretanto, 6 necessário ressal-<br />

tar que a diferença nas taxas <strong>de</strong> frete requerido entre os pon-<br />

tos ( 3 ) e (2) 6 muito pequena, <strong>de</strong> cerca 0.098% e estes dois<br />

pontos refletem tendências diferentes, sendo que o ponto (2) se<br />

mostrou mais próximo dos resultados da tabela V11.4. Por outro<br />

lado, a tendência para maiores capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga e velocida<br />

<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviso mais baixas 6 mais coerente com a tendência atual<br />

<strong>de</strong> projeto do navio. O crescimento do comprimento entre per<br />

pendiculares e do pontal se <strong>de</strong>ve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar o<br />

volume do compartimento <strong>de</strong> carga para acomodar os tanques <strong>de</strong><br />

lastro segregado, sem alterar, entretanto, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> car -<br />

ga. Isto explica as relações L /B elevadas para o tipo <strong>de</strong><br />

P P<br />

navio e principalmente para os <strong>de</strong>slocamentos dos navios sele-<br />

cionados.<br />

-


Finalmente, & importante ressaltar que a conver -<br />

gência para cada um dos pontos da tabela V11.6 po<strong>de</strong> ser consi-<br />

<strong>de</strong>rada muito boa, uma vez que para as aproximações obtidas ape -<br />

nas a restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> estava ativa e a diferença entre<br />

o valor da capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga e o valor <strong>de</strong>sta restrição<br />

foram muito pequenas, <strong>de</strong> 1.76% para o ponto 1, 0.01 1% para o<br />

ponto 2 e 0.0086% para o ponto 3. Apesar da diferença para<br />

o (1) ser a maior, neste caso, isto po<strong>de</strong>ria até ser consi<strong>de</strong>ra-<br />

do como uma pequena vantagem porque esta diferença representa<br />

uma reserva, uma vez que o valor da capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga<br />

é maior que o requerido, e po<strong>de</strong>ria ser utilizada para o las-<br />

tro segregado, ou para uma redução da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço, ou<br />

mesmo como uma margem <strong>de</strong> segurança para o projetista.<br />

Para facilitar a comparação com os pontos da ta -<br />

bela V1 1.5, para este caso, a combinação <strong>de</strong> carga paga e velo-<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço escolhida não foi a do melhor resultado, mas<br />

a do ponto 3 com 288000 ton e 15.5 nós, praticamente a mes-<br />

ma uti.1 i:zada para o caso sem as restrições relativas as normas<br />

<strong>de</strong> poluição.<br />

A anãlise dos resultados da tabela V11.8 <strong>de</strong>mons -<br />

tram que os problemas <strong>de</strong> convergência são sensivelmente meno-<br />

res que aqueles verificados para o caso anterior, relativo a<br />

restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga. Além<br />

disto, durante os testes não ocorreu n'enhum caso <strong>de</strong> abortamen-<br />

to do processo, o que ressalta a redução da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> con -<br />

vergência. Entretanto, os pontos da tabela <strong>de</strong>finem claramente<br />

duas tendênci'as: a primeira, <strong>de</strong>finida pelos pontos 1 e 2, com<br />

as relações L /B mais baixas, em torno <strong>de</strong> 6.0, e com res-<br />

PP<br />

triçÕes V S / c = 0.47 e a segunda, <strong>de</strong>finida pelos pontos 3,<br />

PP


4 e 5, com as relações L/B mais altas e com V /r = 0.46.<br />

s PP '<br />

Porém, a tendência <strong>de</strong>finida pelos pontos 1 e 2 está mais bem<br />

<strong>de</strong>terminada, tanto em termos do valor da taxa <strong>de</strong> frete requeri -<br />

da, quanto nos valores assumidos pelas caracteristicas princi-<br />

pais.<br />

Para todos os pontos a Ünica restrição ativa é<br />

a restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a carga paga, sendo que as dife-<br />

renças entre o valor adotado para esta restrição e os valores<br />

calculados para as aproximações <strong>de</strong>scritas na tabela V11.7 sao<br />

muito pequenas variando entre 0.26% para o ponto 1 e 0.051% pa<br />

ra o ponto 3. Portanto, mais uma vez flca patente a redução da<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> convergência, não sõ pela redução do erro mãxi-<br />

mo, mas pri ncipalmente pela maior homogeneida<strong>de</strong> dos resultados.<br />

Ana1 i sando-se os resul tados em termos <strong>de</strong> projeto prel imi nar,<br />

po<strong>de</strong>-se veri ficar uma redução sensível no comprimento entre per<br />

pendiculareç para os pontos 1 e 2 em comparações com o valor<br />

<strong>de</strong>sta caracterfstica para o ponto 3 da tabela V1 1 .6 (da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 8.74%), e um crescimento proporcional do pontal (cerca <strong>de</strong><br />

7.94%). Consi<strong>de</strong>rando-se a redução <strong>de</strong> US1.46 da taxa <strong>de</strong> fre-<br />

te requerida (que correspon<strong>de</strong> a um valor relativo <strong>de</strong> 7.48%),<br />

fica <strong>de</strong>monstrado que a solução mais eficiente para resolver os<br />

problemas <strong>de</strong> acomodar o lastro segregado, sem aumentar a capa-<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do navio, ê aumentar o pontal e não o compri-<br />

mento entre perpendiculares.<br />

Comparando-se os pontos 1 e 2 com os resultados<br />

da tabela V11.5, verifica-se que eles se aproximam bastante da -<br />

queles pontos, principalmente dos pontos 1 e 2. É claro que,<br />

em função das conclusões anteriores, seria <strong>de</strong> se esperar que o<br />

comprimento entre perpendiculares e o pontal apresentassem va-<br />

-


lores um pouco maiores para o caso que consi<strong>de</strong>ra as restrições<br />

referentes as normas <strong>de</strong> poluição, por&m as <strong>de</strong>mais característi -<br />

tas apresentam praticamente os mesmos valores.<br />

Ficou mais uma vez <strong>de</strong>monstrado que as soluçÕes<br />

com menores valores <strong>de</strong> L /B se constituem sempre nas mais<br />

P P<br />

eficientes.<br />

Finalmente, é importante ressaltar que pratica-<br />

mente todas as soluções apresentadas nas tabelas po<strong>de</strong>m ser con -<br />

si<strong>de</strong>radas boas e po<strong>de</strong>riam ser adotadas, uma vez que a diferen-<br />

ça entre elas se encontra <strong>de</strong>ntro do nível <strong>de</strong> confiança do pro-<br />

jeto preliminar. Desta forma, fica claro que a <strong>de</strong>cisão final<br />

sempre pertence ao projetista, e que mo<strong>de</strong>los como o <strong>de</strong>scrito<br />

neste trabalho tem que, necessariamente, ser consi<strong>de</strong>rados como<br />

uma ferramenta po<strong>de</strong>rosa para auxiliã-lo na obtenção da melhor<br />

solução possível para o seu problema <strong>de</strong> projeto.<br />

Estes testes foram executados apenas para mos-<br />

trar as possibilida<strong>de</strong>s do programa, assim sendo não foram roda -<br />

dos tantos exemplos como para o caso <strong>de</strong> petroleiros. O proble -<br />

ma formulado para os testes consi<strong>de</strong>ra o caso do projeto <strong>de</strong> um<br />

minero-pekrole-i-r-o par-a-&r-anspor-t-ar-anua-lmente 1250000 ton <strong>de</strong><br />

nim&rio <strong>de</strong> ferro e 1250000 ton <strong>de</strong> petróleo numa rota quadran -<br />

gular em que são feitas duas viagens em lastro respectivamente<br />

<strong>de</strong> 950 milhas e 2000 milhas, e duas viagens em carga, a pri-<br />

meira com minério <strong>de</strong> 5500 milhas e a segunda com petrõleo <strong>de</strong><br />

7500 milhas. Para estes testes o programa foi rodado com uma<br />

restrigão <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga igual<br />

a 2500000 ton e com os seguintes valores para as restrições


<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> opcionai s:<br />

As tolerâncias uti 1 izadas foram <strong>de</strong> 2.10'~ para a convergên-<br />

- rt - 4<br />

cia global, 10 para a minimização sem restrições e 10<br />

para a busca unidimensional.<br />

O tratamento das restrições referentes as nor-<br />

mas da Convenção para Prevenção da Poluição Maritima por bieo<br />

<strong>de</strong> 1978 exigiu a modificação <strong>de</strong>sta parte do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scrita no<br />

capitulo 4, em primeiro lugar porque inicialmente tinha-se pen -<br />

sado apenas no problema com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a car -<br />

ga paga, e finalmente, porque os primei ros testes <strong>de</strong>monstraram<br />

a existência <strong>de</strong> certas particularida<strong>de</strong>s referentes ao projeto<br />

<strong>de</strong> minero-petroleiros que não haviam ainda sido percebidas, co<br />

mo por exemplo no cãlculo da carga transportada por viagem, que<br />

teria que ser calculada com base no volume disponivel para o<br />

transporte <strong>de</strong> pet rõleo, para a etapa correspon<strong>de</strong>nte da vi agem,<br />

e com base na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga para a etapa com minério <strong>de</strong><br />

ferro. Entretanto, quando o volume disponivel fosse suficien-<br />

te para transportar uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> petróleo maior ou ' igual<br />

a carga paga, apenas este valor <strong>de</strong>veria ser consi<strong>de</strong>rado no cá1 -<br />

-


culo da capacida<strong>de</strong> anual <strong>de</strong> carga.<br />

Como foi citado na capitulo IV, em geral se re-<br />

serva um porão central a meio navio para a carga <strong>de</strong> minério e<br />

lastro, assumiu-se por hipótese que este porão terá 15% do vo<br />

1 ume do porão central .<br />

Os regulamentos permitem que seja carregado pe-<br />

tróleo nos tanques laterais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os volumes máximos e a<br />

perda hipotêtica em caso <strong>de</strong> avaria estejam <strong>de</strong> acordo com as nor -<br />

mas. Esta verificação, entretanto, só po<strong>de</strong> ser realizada no<br />

projeto básico, durante a fase <strong>de</strong> compartimentação. Porém, as<br />

sumiu-se por hipótese que 40% do volume dos tanques laterais<br />

será util izado para a carga <strong>de</strong> petrõleo.<br />

A convenção recomenda que os dois tanques <strong>de</strong> SLOP<br />

sejam vizinhos e corram <strong>de</strong> bordo a bordo do navio. No mo<strong>de</strong>lo<br />

adotou-se a hi-pótese <strong>de</strong> que esta recomendação será atendida.<br />

Desta forma, temos os seguintes volumes no compartimento <strong>de</strong> car -<br />

ga:<br />

- volume inicial disponível para o transporte <strong>de</strong> petróleo<br />

'OLd i s<br />

= 0.85 * VOLTC -I- 0.40 * (VOL - VOLTC - VOLFD)<br />

- volume requerido para os tanques <strong>de</strong> SLOP<br />

= 0. o3 V0Ldi<br />

V o L s ~ ~ ~<br />

- comprimento dos tanques <strong>de</strong> SLOP<br />

L~~~~ = V o L /(B ~ * ~ D * ~ 0.95) ~<br />

- volume do porão central<br />

-<br />

" O L ~ c - 'OL~c * ( L ~ o ~ ~ L o ~ ~ ~ p ) / L p ~ ~ ~ ~<br />

- volume dos tanques laterais<br />

VOLTL = VOL - V o L - ~ VOLTC<br />

~ ~ ~<br />

-


- volume disponivel para o transporte <strong>de</strong> petróleo<br />

= 0.85 * VOLTc + 0.40 * VOLTL<br />

V o L ~ ~ ~<br />

- volume disponivel para a carga <strong>de</strong> minério<br />

" O L ~ I N = VOLTc<br />

- volume disponivel para lastro segregado<br />

v o L ~ ~ s<br />

Poc<br />

= VOLFD - - + 0.15 * VOLTc + 0.60 * VOLTL<br />

Yo C<br />

la segulnte expressão:<br />

A carga transportada por viagem é calculada pe-<br />

> CP -+ faça CGpET -t CP<br />

se C G ~ ~ ~<br />

CTV = CP -I- CGpET<br />

serão agora analisados os resultados <strong>de</strong>scritos<br />

na tabela VIC.10. Para este problema não foram corridos exem-<br />

plos sem consi<strong>de</strong>rar as normas <strong>de</strong> poluição. Uma copia da lista<br />

gem para o melhor resultado da tabela V11.10 é apresentada na<br />

tabela Vl'i .ll.<br />

Para os coeficientes das expressões (5), (6),<br />

(7) e (8) do capítulo IV, com base nas informações <strong>de</strong> 128 1 e<br />

1321, foram ajustados os seguintes valores:<br />

- expressão 5 - K1 = 165000.0 e a, = 0.85 ;<br />

- expressão 6 - K~~ OU^<br />

= 2500.0 ;<br />

- expressão 7 - K2 = 300000 e a2 = 0.85 ;<br />

-


TABELA V1l.10


UNIVERSIDADE FEDERAL DO ,R10 DE JANEIRO<br />

NÜCLEO DE COMPUT~~Ç<strong>AO</strong> ELETRÕNICA<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO Ri0 DE JANEIi?O<br />

NUCLEO DE COhlPUlAÇEd3 ELETRÕNICA<br />

-<br />

1 D<br />

2 r".<br />

P 1<br />

0, I<br />

:I<br />

<<br />

V)<br />

\<br />

C<br />

m<br />

r<br />

Y<br />

n<br />

r


= UNIVERÇ!DADE<br />

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />

NUCLEO DE COMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETR6NICA<br />

t~d


- expressão 8 - K = 34000 e<br />

3<br />

K4 = 50000<br />

a3 = 0.90 e a4 = 0.75.<br />

Analisando os resultados da tabela V1l.10 cons-<br />

tatamos mais uma vez a dificulda<strong>de</strong> introduzida pelas restrições<br />

das normas <strong>de</strong> poluição para a convergência do processo. Real -<br />

mente, não 6 possivel consi<strong>de</strong>rar os três pontos da tabela como<br />

aproximações <strong>de</strong> um mesmo ponto ótimo. No entanto, em termos <strong>de</strong><br />

projeto estes pontos são bem razoáveis, mesmo consistindo <strong>de</strong><br />

aproxi'maçÕes <strong>de</strong> três soluções locais diferentes. O melhor re-<br />

sultado mostra as tendências esperadas, isto g, uma relação<br />

L /B, bem baixa, cerca <strong>de</strong> 5.93, uma relação V , tambêm<br />

PP PP<br />

baixa, assim como a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço. A convergência tam<br />

bem mostra resultados excelentes. Para todos os pontos ape-<br />

nas a restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> estava ativa e a diferença entre<br />

o valor <strong>de</strong>sta caracteristica e o valor calculado também ficou<br />

muito pequena, variando entre 0.035% e 0.055%.<br />

Vi 1.6 - OS TESTES PARA GRANELEIROS<br />

Assim como no caso anterior para minero-petro-<br />

lei ros, os resultados apresentados nesta seção tem objetivo prin -<br />

cipal <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar as possibilida<strong>de</strong>s do mo<strong>de</strong>lo, assim sendo,<br />

não houve a preocupação <strong>de</strong> refinar os resultados obtidos.<br />

O problema formulado para os testes consiste no<br />

projeto <strong>de</strong> um granelei ro com capacida<strong>de</strong> v01 umétrica <strong>de</strong> 120000m 3<br />

para operar numa rota que serve a dois portos distando 6500 mi<br />

lhas. Em ambas as etapas da viagem o navio navega a plena car<br />

ga e o grão mais leve tem peso específico <strong>de</strong> 0.65 ton/m 3 .<br />

-<br />

-<br />

-


0s coeficientes das expressões (5), (6), (7) e<br />

(8) do capítulo IV tambêm foram ajustados com base nas informa -<br />

ções obtidas em 1291 e 1301 e asumiram os seguintes valores:<br />

- expressão 5 - K1 = 145000.00 e a = 0.85 ;<br />

1<br />

- expressão 6 -<br />

'm~ out<br />

= 1720.00 ;<br />

- expressão 7 - K2 = 250000.00 e a2 = 0.85 ;<br />

- expressão 8 - K3 = 365000.00 , K4 = 45200 ;<br />

Os resultados são apresentados na tabela V11.12 e foram utili-<br />

zadas na sua obtenção as mesmas tolerâncias que para o caso <strong>de</strong><br />

mínero-petrolei ros, e os seguintes valores para as restrições<br />

opcionais:<br />

T - 18.0<br />

B 5 50.0<br />

fator <strong>de</strong> estiva > - 1.54<br />

Todos os pontos da tabela V11.12 po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como<br />

aproximações <strong>de</strong> um mesmo ponto ótimo, o que mostra que para es -<br />

te caso a superfície <strong>de</strong>finida pela funcão transformada é razoa -<br />

velmente bem comportada, uma vez que não foi <strong>de</strong>tectada a exis-


tência <strong>de</strong> outros minimos locais. Esta afirmação é reforçada<br />

quando se consi<strong>de</strong>ra que algumas aproximações iniciais utiliza-<br />

das estavam bem distantes do ponto Õtimo.<br />

A tabela mostra ainda alguns resultados muito in -<br />

teressantes; por exemplo, apesar <strong>de</strong> bem comportada a superficie<br />

mostra possuir uma curvatura razoavelmente acentuada na vizi-<br />

nhança do ponto Õtimo, uma vez que apesar da proximida<strong>de</strong> dos<br />

pontos, principalmente os pontos 3 e 4, a diferença na taxa <strong>de</strong><br />

frete requerida é bem significativa, mesmo para aqueles dois<br />

pontos. Outro aspecto muito interessante é que apesar <strong>de</strong> as<br />

dimensões principais serem praticamente as mesmas para todas as<br />

aproximações (apenas o calado para o ponto 2 fugiu um pouco),<br />

a velocida<strong>de</strong> oscilou bastante, acompanhando a variação da fun -<br />

ção <strong>de</strong> mérito, o que mostra que foi a responsãvel por esta os-<br />

cilação, Desta forma, para o caso do problema consi<strong>de</strong>rado, fi -<br />

ca evi<strong>de</strong>nciado que a variação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço não in-<br />

fluenciou na escolha das dimensões principais Õtimas e portan-<br />

to, caso se conhecesse a priori o valor <strong>de</strong>ste parâmetro a velo -<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço po<strong>de</strong>ria ter sido fixada, o que certamente re -<br />

duziria sensivelmente o esforço numérico na <strong>de</strong>terminação dos<br />

resultados Ótimos.<br />

Todos os pontos obtidos se encontram numa região<br />

on<strong>de</strong> apenas a restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> estã ativa. A precisão na<br />

<strong>de</strong>terminação do volume do espaço <strong>de</strong> carga em relação ao valor<br />

<strong>de</strong>sta restrição tambsm se mostrou excelente, variando entre um<br />

eixo máximo <strong>de</strong> 0.45% e um erro mínimo <strong>de</strong> 0.072%.<br />

Mais uma vez se evi<strong>de</strong>nciou que baixos valores da<br />

relação L /B conduzem aos melhores resultados. Para este<br />

PP<br />

problema as duas melhores aproximações do ponto õtimo possuem


TABELA V11.12<br />

GRANELEIRO<br />

Cop 11690987.60(11414471.46 11202705.45 11362916.48<br />

- .- - -<br />

TFR' -TJ- 47-50 40.37 40.94


. DO RIO DE JANEIRO<br />

TAPiO ELETRONICA<br />

I<br />

UNIVEIISIDADE FEDERAL 80 RIO DE JANE!RO<br />

NUCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETROt!lCA<br />

-


JANEIRO<br />

NÚCLEO DE COMPU


azão L /B igual a 5.59, bem prõximo, portanto, do limite<br />

PP<br />

inferior adotado <strong>de</strong> 5.50. Também a relação vs/JLpp<br />

7<br />

conve r-<br />

giu para valores prõximos ao limite inferior, sendo que o pon-<br />

to 3, assume exatamente o valor mínimo <strong>de</strong> 0.45. Como o com-<br />

primento & praticamente o mesmo para todos os pontos da tabela,<br />

o que provocou a variação na relação V /c foi a diferença<br />

s PP<br />

nos valores assumidos pela velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço para as várias<br />

-<br />

aproximaçoes do ponto ótimo apresentadas na tabela V1 1.10.<br />

V1 1 .7 - OS TESTES PARA OBOs ("ORE-BULK-O I L")<br />

- ,<br />

Assim como para os dois anteriores estes testes<br />

foram efetuados apenas com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar as possibi<br />

1 ida<strong>de</strong>s do programa e <strong>de</strong> ajustar a parte do mo<strong>de</strong>lo referente ao<br />

cãlculo das restrições relativas as normas da Convenção para<br />

Prevenção da Poluição Maritima <strong>de</strong> 1978. Estes ajuste foram ne<br />

cessário em função das mesmas razoes que levaram a modificação<br />

do mo<strong>de</strong>lo para petroleiros e minero-petrolei ros, isto é, resol<br />

ver problemas, com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> para a capacida<strong>de</strong><br />

anual <strong>de</strong> carga e consi<strong>de</strong>rar as particularida<strong>de</strong>s relativas ao<br />

projeto <strong>de</strong> OBOS.<br />

As modificações efetuadas consistem basi camente<br />

das mesmas soluções já discutidas para os casos <strong>de</strong> minero-petro<br />

leiroç e petroleiros, isto é, a carga transportada por viagem<br />

6 calculada com base nos volumes disponiveis para granéis le<br />

ves e para petróleo, e consi<strong>de</strong>rando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga para<br />

o minerio. Assumiu-se ainda a hipótese adicional <strong>de</strong> que o<br />

transporte <strong>de</strong> petróleo utilizará apenas 85% do volume dispo-<br />

nível dos porses centrais, ficando, assim, os <strong>de</strong>mais 15% pa-<br />

ra granêis leves, minêrio e lastro, uma vez que, não transpor-<br />

-<br />

-<br />

-


tando produtos poluentes, po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como tanques<br />

<strong>de</strong> lastro segregado. Assim sendo, os diversos volumes do com-<br />

partimento <strong>de</strong> carga são calculados pelas expressões abaixo:<br />

- volume disponível para a carga <strong>de</strong> petrõleo<br />

v o L I ~ s = 0.85 * VOL - v o L ~ ~ ~<br />

- volume requerido para os tanques <strong>de</strong> SLOP<br />

- volume útil para o transporte <strong>de</strong> petrõleo<br />

- volume disponivel para o lastro segregado<br />

VOLLAS = VOLTAS + VOLTAI + VOLTLT + VOLFD - - + 0.15 * VOL ;<br />

yo C<br />

- volume disponível para o transporte <strong>de</strong> granéis leves<br />

V O L = ~ VOL ~ ~ - V o L + ~ V~ O ~ L ~ ; ~ ~ ~<br />

- volume disponivel para o transporte <strong>de</strong> minério<br />

VOLMiN = VOL - VOLSLOP .<br />

O cálculo da carga transportada por viagem fica, então, da se-<br />

guinte manei ra:<br />

se C G - > CP ~ ~ + ~ CGpET -t CP<br />

CTV = CP + CGGRA + C G ~ ~ ~


O problema formulado para os testes consiste no<br />

projeto <strong>de</strong> um navio OBO com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar 120000 to-<br />

neladas <strong>de</strong> carga em uma rota triangular, transportando na pri-<br />

meira etapa minério <strong>de</strong> ferro numa viagem <strong>de</strong> 7000 milhas mari-<br />

timas, na segunda etapa granel leve num percurso <strong>de</strong> 3500 milhas<br />

e finalmente transportando petróleo numa viagem <strong>de</strong> 6000.0 mi-<br />

lhas. Foram adotadas as mesmas tolerâncias que para o caso an -<br />

terior <strong>de</strong> graneleiros e para as restrições opcionais foram consi-<br />

<strong>de</strong>rados os seguintes valores:<br />

Os rnd i ces das expressões (5) , (6) , (7) e (8) do<br />

capitulo IV foram ajustados com base nas informações das mes<br />

mas publicações 129) e 1301 e assumiram os seguintes valores:<br />

- expressão 5 - K, = 155000.0 e al = 0.85 ;<br />

- expressão 6 - 'm~ out<br />

= 2800.0 ;<br />

- expressão 7 - K2 = 270000.0 e a2 = 0.85 ;<br />

- expressão 8 - K = 340000.0<br />

3<br />

, K4 = 50000.0 ;<br />

a3 = 0.90 e a4 = 0.75<br />

-


Analisando os resultados da tabela V11.14 veri-<br />

fica-se que, apesar <strong>de</strong> prõximos, os pontos apresentados não pg<br />

<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como aproximações <strong>de</strong> um mesmo ponto õtimo.<br />

Entretanto, a convergência em cada um <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra -<br />

da muito boa, uma vez que apenas a restrição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> se<br />

encontrava ativa e a diferença entre o valor da carga paga e o<br />

valor <strong>de</strong>sta restrição é muito pequena, <strong>de</strong> 0,24% para o ponto<br />

3 , 0.78% para o ponto 2 e 0.32% para o ponto 3. Isto indi<br />

ca, portanto, que os 3 pontos <strong>de</strong>vem se constituir em aproxima-<br />

ções <strong>de</strong> soluçÕes locais diferentes, o que evi<strong>de</strong>ncia, mais uma<br />

vez, que a superficie <strong>de</strong>finida pela função transformada em pro -<br />

blemas on<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>ram as normas <strong>de</strong> poluição é mal comporta<br />

da e em geral possui vários mínimos locais, o que dificulta sen -<br />

sivelmente a busca do ponto Õtimo.<br />

Em termos <strong>de</strong> projeto preliminar, mais uma vez<br />

se manifestou a tendência para baixos valores da relação L /B.<br />

PP<br />

Apesar do ponto 2 não possuir o valor mais baixo da taxa<strong>de</strong>fre<br />

te requeri'da, a diferença no valor da função <strong>de</strong> mérito para os<br />

pontos 2 e 3 é muito pequena. Portanto, levando-se em consi<strong>de</strong><br />

ração as dificulda<strong>de</strong>s impostas pelas normas <strong>de</strong> poluição e o ní<br />

vel <strong>de</strong> confiança das estimativas no projeto preliminar, o pon-<br />

to 2 po<strong>de</strong>ria perfeitamente ser escolhido como solução para o<br />

problema proposto, principalmente se consi<strong>de</strong>rarmos que este pon -<br />

to apresenta ainda menores valores para a potência requerida e<br />

para o <strong>de</strong>slocamento.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


TABELA V11.14 - OBO !3<br />

TESTE 1 2 3


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO .<br />

NIJCLEO DE COMPU 1IU;ÃO ELETRONICA<br />

---i--r-<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DO nru aE JANEIRO<br />

NUCLEO DE COMPUTAÇÃO EI ETRÕNICA<br />

Ti<br />

8.<br />

L-I<br />

b<br />

6)<br />

w<br />

x<br />

GI<br />

71


UNIVERSIDADE FEDERAL R0 RIO DE JANEIRO<br />

NYCLEO DE COMPUTAÇ<strong>AO</strong> ELETRÕNICA


V 1 1 .8 - C ON C LUSO ES GERAIS E SUGESTÕES PARA CONT I NUAÇÃO DO TRABALHO<br />

Em primeiro lugar gostariamos <strong>de</strong> registrar que,<br />

apesar <strong>de</strong> comentarmos apenas os resultados obtidos com os qua-<br />

tro problemas teste. o programa vem sendo utilizado nos Ülti -<br />

mos 3 anos nos trabalhos da disciplina <strong>de</strong> Projeto do Navio I I<br />

do Departamento <strong>de</strong> Engenharia Naval da UFRJ. ~orém, por moti-<br />

vos diversos não foi possivel <strong>de</strong>screver e analisar os resulta-<br />

dos obtidos durante esta fase. Apesar disto, algumas das afir -<br />

mações e conclusÕes que seguem tem por base a experiência adqui -<br />

durante este periodo.<br />

Em termos gerais po<strong>de</strong>mos afirmar que o programa<br />

<strong>de</strong>senvolvido neste trabalho, mesmo com as pequenas <strong>de</strong>ficiências<br />

que ainda apresenta, é uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta para auxiliar o<br />

projetista a selecionar a melhor solução para o seu problema par -<br />

titular <strong>de</strong> projeto preliminar. Como jã ressaltamos anterior-<br />

mente, os resultados obtidos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão da habilida<strong>de</strong> com que<br />

esta ferramenta for utilizada e do sentimento que projetista<br />

tiver do mo<strong>de</strong>lo com que está trabalhando. Isto é, não é possi -<br />

vel substitui r a experiência, o bom senso e conhecimento do pro -<br />

jetista, tanto em termos <strong>de</strong> arquitetura naval, como em relação<br />

aos metodos numêri cos <strong>de</strong> programação não-1 i near utilizados, por<br />

um mo<strong>de</strong>lo totalmente automãtico.<br />

A experiência com a utilização do programa mos-<br />

trou que a superficie <strong>de</strong>finida pela função transformada em ge-<br />

ral possui várias soluções locais. Portanto, em termos <strong>de</strong> ar-<br />

quitetura naval a solução é procurar a melhor <strong>de</strong>stas soluçÕes.<br />

Neste sentido, os resultados apresentados evi<strong>de</strong>nciaram a impor -<br />

tância da seleção do ponto inicial.


Durante algum tempo esta dificulda<strong>de</strong> inerente a<br />

<strong>de</strong>fi-nTção da superfície da função transformada se confundiu com<br />

problemas <strong>de</strong> convergência apresentados pelo algoritmo <strong>de</strong> busca<br />

sem restrições, principalmente <strong>de</strong> eçcalonamento <strong>de</strong> variáveis,<br />

que trataremos a seguir. Por enquanto, gostariamos <strong>de</strong> ressal-<br />

tar que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> custos adotado, <strong>de</strong>senvolvido a parti r do<br />

trabal.ho <strong>de</strong> Benfor 14 1 , apresentou resultados satisfat6rios, mes<br />

mo sendo o principal responsãvel pelos problemas relativos a so-<br />

luções, locais discutidas anteriormente. Apesar disto, a pri-<br />

meira sugestão que teriamos para a continuação do trabalho se -<br />

ria a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> custo utilizando dados reais<br />

e relacionados com a indüstria brasileira <strong>de</strong> construção naval,<br />

para estabelecer uma nova formulação para o cãlculo do custo <strong>de</strong><br />

aquisição atravês <strong>de</strong> um ajustamento estatístico que fornecesse<br />

novas estimativas para as várias parcelas do custo <strong>de</strong> constru-<br />

-<br />

çao. Portanto, a avaliação que fazemos é <strong>de</strong> que a estrutura do<br />

mo<strong>de</strong>lo, relacionando o custo <strong>de</strong> construção como função do peso<br />

<strong>de</strong> aço, do peso <strong>de</strong> outfit e da potência instalada, ainda 6 a<br />

melhor solução. Porém, a forma das estimativas po<strong>de</strong> ser signi<br />

f i c at ivamente me1 horada. Finalmente, é importante ressaltar que<br />

julgamos o <strong>de</strong>senvolvimento proposto importante, principalmente,<br />

para aplicações práticas do mo<strong>de</strong>lo, porém, em termos apenas <strong>de</strong><br />

escolha da melhor solução do projeto preliminar, do ponto <strong>de</strong><br />

vista exclusivo do projetista, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scri to neste traba-<br />

lho 6 inteiramente satisfatõrio.<br />

Durante a discussão dos resultados apresentados<br />

na seção anterior pouco se falou sobre os problemas <strong>de</strong> ajusta-<br />

mento do algoritmo <strong>de</strong> busca sem restrição. Isto se <strong>de</strong>ve basi-<br />

camente a dois fatores, em primeiro lugar porque não temos pos -


si bi 1 ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar qualquer resul tado <strong>de</strong>sta fase <strong>de</strong> tes-<br />

te do programa e, finalmente, porque os problemas apresentados<br />

não foram <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulto, uma vez que todas as referências con -<br />

sultadas alertaram para a sensi bi 1 ida<strong>de</strong> do algoritmo a proble-<br />

mas <strong>de</strong> escalonamento <strong>de</strong> variáveis. Portanto, como as caracte-<br />

ristlcas principais possuem or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za sensivelmente di -<br />

ferentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o principio tomamos a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> trabalhar com<br />

algumas variáveis escalonadas por constantes pré-fixadas. Ini -<br />

clalmente, divldiu-se o comprimento por 10 e multiplicou-se<br />

o coef ici.ente <strong>de</strong> bloco pelo mesmo valor. Porém, após vãrios tes<br />

teç, verificou-se que o escalonamento adotado não era suficien<br />

te e passou-se, então, a buscar as constantes mais a<strong>de</strong>quadas,<br />

chegando-se após alguns testes a configuração atual, on<strong>de</strong>, o<br />

comprimento 6 dividido por 50, a boca, o calado e opontal são<br />

divididos por 10, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço é dividida por 5 e<br />

o coeficiente <strong>de</strong> bloco 6 multiplicado por 10.<br />

Durante todos os testes do programa os procedi-<br />

mentos utilizados para as várias estimativas sempre se mostra-<br />

ram coerentes com os objetivos do projeto preliminar, que é ba -<br />

sicamente o <strong>de</strong> avaliar as diferenças relativas entre as várias<br />

soluções examinadas. Ainda assim, tanto as estimativas <strong>de</strong> pe-<br />

so leve, quanto as <strong>de</strong> potgncia requerida e <strong>de</strong> volume disponível<br />

do compartimento <strong>de</strong> carga, apresentaram, na imensa maiori a dos<br />

casos, valores compativeis com os esperados. Para alguns ca-<br />

sos, notadamente para aqueles na faixa <strong>de</strong> extrapolação das es-<br />

t imati.vas, os. resultados mostraram uma certa tendência para va<br />

lores subestimados para os casoç <strong>de</strong> extrapolação nas faixas in<br />

feriores e superestimados nas faixas superiores. Entretanto,<br />

em quase todos estes problemas, tais extrapolações não compro-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


meteram a escolha dos resultados Õtimos, uma vez que as dife-<br />

renças relativas entre os pontos examinados continuavam a ser<br />

retratadas <strong>de</strong> forma real Íst i ca.<br />

Finalmente, pensamos que as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimentos para o mo<strong>de</strong>lo que proporcionem gran<strong>de</strong>s saltos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> se encontram praticamente esgotadas, Isto 6, os<br />

trabalhos que po<strong>de</strong>m ainda ser feitos, como por exemplo a modi-<br />

ficação sugerida para a formulação das estimativas do custo <strong>de</strong><br />

aquisição, s.e constituem mais como uma ampliação do mo<strong>de</strong>lo, no<br />

sentido <strong>de</strong> se melhorar a precisão e a confiabilida<strong>de</strong> dos resul -<br />

dos e ampliar a sua aplicabilida<strong>de</strong>. Neste sentido, é possível<br />

introduzir rotinas para tratar problemas <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> navios<br />

<strong>de</strong> carga-geral , 1 i ners e porta-contentores. Porém, para que<br />

se consiga um avanço significativo na anil ise do projeto prel - i<br />

minar, é necessário mudar a filosofia do sistema, passando-se<br />

a um nÍvel mais baixo <strong>de</strong> abstração, on<strong>de</strong> se possa analisar in-<br />

tegradamente as três etapas do projeto básico <strong>de</strong>finidas no ca-<br />

pítulo I (o projeto do casco, o projeto estrutural e o arranjo<br />

geral), avaliando todas as interações entre aquelas três eta-<br />

pas <strong>de</strong> uma forma unitária.<br />

Para <strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo como este, teríamos<br />

que pensar no problema do projeto preliminar como um problema<br />

<strong>de</strong> programação não-linear <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, com uma estrutura <strong>de</strong><br />

hierarquia <strong>de</strong> variáveis, on<strong>de</strong> teriamos num primeiro nivel, as<br />

variáveis mais gerais que afetassem a todos os sistemas, no ca -<br />

so seriam as seis características principais (L B, D, T, CB, Vs) ,<br />

PP'<br />

num segundo nÍvel aquelas que influenciassem a mais <strong>de</strong> um sis-<br />

tema e finalmente, num Último nivel as variáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> cada si'çtema.


Sugerimos como aproximação inicial que se consi -<br />

<strong>de</strong>re para o projeto <strong>de</strong> linhas a <strong>de</strong>finição da curva <strong>de</strong> ãreas sec<br />

cionais, uti 1 izando-se para isto, alem das seis caracteristicas<br />

principais, a posição longitudinal do centro <strong>de</strong> carena e o coe -<br />

ficiente prismãtico, que seriam variãveis do nivel intermediá-<br />

rio uma vez que afetam a <strong>de</strong>finição dos compartimentos <strong>de</strong> carga.<br />

Para o projeto estrutural sugerimos que se consi<strong>de</strong>re o dimen-<br />

sionamento da estrutura a meio navio, tomando como base as re-<br />

gras <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong> Classificadoras. Teriamos para este si ste-<br />

ma, variáveis no nivel intermediário, como os espaçamentos <strong>de</strong><br />

reforços transversais e longi tudinais, e variãvei s <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição<br />

como as dimensões dos elementos estruturais. Finalmente, para<br />

a etapa <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> arranjo geral, seriam consi<strong>de</strong>rados a <strong>de</strong>-<br />

fini.&:~ dos compartimentos <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> uma condição típica <strong>de</strong><br />

carregamento e a seleção da máquina propulsora.<br />

Em princípio, as vantagens básicas <strong>de</strong>sta aborda -<br />

gem, além das já citadas, seriam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se traba-<br />

lhar com estimativas <strong>de</strong> peso leve e potência requerida signifi -<br />

cativamente mais precisas, <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r fazer uma'avaliação da<br />

estabi.lida<strong>de</strong> em bases muito mais confiávei.~, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r avaliar<br />

concretamente e diretamente a influência da escolha das carac-<br />

terísticas principais sobre a eficiência<strong>de</strong>çrru~;urae,-n-sl- -<br />

mente, <strong>de</strong> se começar o projeto com um nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento bas<br />

tante superior ao atual.<br />

Trabalhos na direção proposta já estão sendo <strong>de</strong> -<br />

senvolvidos, como por exemplo o <strong>de</strong> dagoda 1331, e pensamos ser<br />

este o caminho para o <strong>de</strong>senvolvimento futuro da concepção <strong>de</strong><br />

projeto prel iminar adotada neste trabalho e <strong>de</strong>finida no capí-<br />

tulo I.


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APÊNDICE I<br />

UM PEQUENO RESUMO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS DE<br />

A matemática financeira é um çub conjunto da En -<br />

genharia EconÔmi ca, que estuda mo<strong>de</strong>los para anã1 i se <strong>de</strong> proble-<br />

mas <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> investimentos que envolvem quantias<br />

monetárias movimentadas em diferentes instantes <strong>de</strong> tempo. Este<br />

Último <strong>de</strong>talhe é muito importante. Quantias monetãrias q ue<br />

ocorrem em diferentes instantes <strong>de</strong> tempo não po<strong>de</strong>m ser compara<br />

das diretamente, em virtu<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> juros. Este será<br />

o primeiro dos conceitos que passaremos a <strong>de</strong>finir.<br />

Apesar <strong>de</strong> existir muita discussão sobre a <strong>de</strong>fi-<br />

nição precisa do conceito economico <strong>de</strong> juro, po<strong>de</strong>mos entendê-<br />

10 como a remuneração pelo uso do capital emprestado ou aplica =<br />

do em <strong>de</strong>terminado investimento. Os juros po<strong>de</strong>m ser simples ou<br />

compostos. No sistema <strong>de</strong> juros simples, apenas o capital em-<br />

pregado ou emprestado, chamado <strong>de</strong> principal , ren<strong>de</strong> juros. Atual<br />

mente este sistema tem apl icação muito restrita. No sistema <strong>de</strong><br />

juros compostoç não sõ o capital, mas também os juros ren<strong>de</strong>m ju<br />

ros. Praticamente todas as aplicações financeiras <strong>de</strong> capital<br />

atualmente têm os juros contabi 1 izados segundo este sistema. Pa -<br />

ra i l ustrar a diferença, tomemos o exemplo abaixo, da aplicação<br />

<strong>de</strong> Cr$ 3000,OO a taxa <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> 10% ao ano durante 5 anos<br />

segundo os sistemas <strong>de</strong> juros simples e juros compostos.<br />

JUROS SIMPLES<br />

JUROS COMPOSTOS<br />

.iNICIO<br />

1000.00<br />

FINAL DO I? ANO<br />

JUROS I C.A<br />

100,00~1100,00 100,00~1200,00 100,00~1~00,00 100,00~1400,00 100.00~1500.00<br />

I I I I I I I I I I 1<br />

1000.00<br />

100.00<br />

1100,00<br />

FINAL DO 20 ANO<br />

JUROS I C.A<br />

110,OO<br />

FINAL DO 30 ANO<br />

JUROS I C.A<br />

FINAL DO 40 ANO<br />

JUROS I C.A<br />

FINAL DO 50 ANO<br />

JUROS I C.A<br />

1210,Oo 121.00 1331.00 133,Io 1464,oo 146,4~ 1610.51<br />

-


No sistema <strong>de</strong> juros simples, o capital ren<strong>de</strong>u<br />

Cr$ 500,OO e no <strong>de</strong> juros compostos Cr$ 6UO,5l. ai a maior<br />

utilização, ou melhor, a utilização quase que exclusiva do sis<br />

tema <strong>de</strong> juros compostos.<br />

~eriodos <strong>de</strong> capital ização são os periodos em que<br />

os juros são efetivamente contabilizados. Mo caso do exemplo<br />

anterior, o periodo <strong>de</strong> capitalização é <strong>de</strong> 1 ano.<br />

Fluxo <strong>de</strong> caixa é uma representação gráfica para<br />

investimentos, na qual os periodos <strong>de</strong> capitalização são repre-<br />

sentados no eixo horizontal e as quantias monetãrias são repre<br />

sentadas como setas orientadas para cima ou para baixo, confor<br />

me a convenção adotada. Geralmente se consi<strong>de</strong>ram quantias po-<br />

sitivas ou receitas para cima e quantias negativas ou <strong>de</strong>spesas<br />

para baixo. As escalas para os periodos <strong>de</strong> tempo e para os va<br />

lares <strong>de</strong>vem ser sempre representadas no gráfico. Nos fluxos <strong>de</strong><br />

caixa sempre se consi<strong>de</strong>ra a convenção <strong>de</strong> f i m <strong>de</strong> periodo, isto<br />

6, todas as quantias monetárias que ocorrem em um <strong>de</strong>terminado<br />

período são lançadas ao fim <strong>de</strong>ste periodo. Tomemos, para i lus -<br />

trar, o exemplo anterior da aplicação <strong>de</strong> Cr$ 1000,OO a taxa <strong>de</strong><br />

juros <strong>de</strong> 10% ao ano a juros simples e juros compostos.<br />

A A 1. "<br />

) ~ 000.00<br />

Obs.: em ambos os casos temos o exemplo <strong>de</strong> amortização integral<br />

no Último periodo, isto é, o principal é pago integral-<br />

mente no 50 periodo.<br />

100 to0<br />

v iopo .o0 Y ~ooa.o(j<br />

160.00 ll0@0<br />

121.00 A<br />

-<br />

-<br />

-


A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comparar fluxos <strong>de</strong> caixa, que<br />

representam investimentos que envolvem diferentes quantias mo-<br />

netãrias movimentadas em diferentes instantes <strong>de</strong> tempo, asso-<br />

ciada ã existência <strong>de</strong> juros, nos leva a procurar estabelecer um<br />

critério <strong>de</strong> comparação que compati bi 1 i ze as diferenças, trans-<br />

formando os fluxos <strong>de</strong> caixa em valores homogêneos que possam<br />

ser comparados. O principio da "Equivalência", que estabelece<br />

que o valor atual <strong>de</strong> um fluxo <strong>de</strong> caixa a uma dada taxa <strong>de</strong> ju-<br />

ros é a quantia hoje equivalente ao fluxo <strong>de</strong> caixa em questão,<br />

nos fornece este critério. Embora o principio da equivalência<br />

não estabeleca a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o valor atual, já temos<br />

todos os elementos para calculã-10. Assim sendo, consi<strong>de</strong>remos<br />

inicialmente o capital P que será aplicado a taxa <strong>de</strong> juros i<br />

durante n períodos <strong>de</strong> capitalização. Qual será o montante<br />

do capital gerado por esta aplicação?<br />

Ana l i semos então o i nves t i men t o período a período:<br />

ao final do l? ano P + i P = ~ ( + 1 i); ao final do 20 o mon-<br />

tante será P(l + i) + P(1 + i) = P(1 + i)2; ao f i m do 30<br />

~ ( e 1 i)2 + P(1 + i)2 i = P(l + i)2(1 + i) = ~ ( + 1 i)3. Logo,<br />

teremos ao f i m do enésimo período o montante<br />

s = P(I + i)"<br />

Com esta fõrmula, sempre po<strong>de</strong>remos calcular o<br />

montante gerado pela aplicação do capital P , conhecidas a ta E<br />

xa <strong>de</strong> juros e o período <strong>de</strong> aplicação. Entretanto, também po<strong>de</strong><br />

mos efetuar a operação inversa, isto é, calcular o capital que<br />

gerou o montante S , conhecidas a taxa <strong>de</strong> juros e o período<br />

<strong>de</strong> aplicaçio. Logo, o capital P será igual a:


o 1. z 3...r\-1<br />

l---l-d<br />

0<br />

1<br />

1 2 3. .. n-i<br />

Estas duas fórmulas representam as seguintes ci -<br />

s = P(I + i)"<br />

P =<br />

s<br />

(I + i)"<br />

o que levou os especialistas a batizar a relação (1 + i)n <strong>de</strong> fa -<br />

tor <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital para um pagamento simples e a re-<br />

lação 1 1<br />

+ i <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> valor atual <strong>de</strong> um pagamento sim -<br />

pleç. Com esta última relação, jã somos capazes <strong>de</strong> calcular o<br />

valor etual <strong>de</strong> qualquer fluxo <strong>de</strong> caixa. Para ilustrar tomemos<br />

o investimento abaixo:<br />

cujo valor atual a taxa <strong>de</strong> juros i serã igual a:<br />

VA = P + C<br />

1<br />

FvA'(I, 1) + C2 FVA'(~, 2) + C3 FVA'(~, 3) + C4 FVA'(I, 5) +<br />

C FVA~(~, 6) + C FvA' (i, 7) + C8 FVA' (i, 8) + C9 FVA'(I, 9) -<br />

6 7<br />

R, FVA'(~, 2) - R2 FVA'(~, 4) - R3 FVA'(~, 6) -<br />

R4 FVA'(~, 8) - R5 FVA1(i, 10)


on<strong>de</strong> ~vA'(1, n) = -- 1<br />

- -- ê o fator <strong>de</strong> valor atual.<br />

(1 + i)"<br />

Neste exemplo, como estamos analisando um prg<br />

blema on<strong>de</strong> a maioria das quantias representam custos (setas ori-<br />

entadas para baixo), adotamos arbitrariamente a convenção <strong>de</strong><br />

representar as receitas por valores negativos.<br />

Frequentemente encontramos problemas on<strong>de</strong> os cus -<br />

tos ou as receitas são uniformes e existe uma série <strong>de</strong> aplica-<br />

ções f i nancei ras que nos forneceriam bons exemplos. Em anã1 i se<br />

<strong>de</strong> projetos, 6 uma prática bastante disseminada a consi<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong> custos e receitas médios ao longo da vida útil do investi -<br />

mento. Logo, seria interessante analisar as fórmulas anterio-<br />

res e averiguar a possibilida<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> fatores seme-<br />

lhantes para estes casos. Consi<strong>de</strong>remos inicialmente o seguin-<br />

te fluxo <strong>de</strong> caixa:<br />

Com as fõrmulas (1) e (2) , po<strong>de</strong>ríamos calcu -<br />

lar tanto o montante gerado ao f i m <strong>de</strong> n periodos, isto é, o<br />

valor equivalente ao fluxo <strong>de</strong> caixa no instante n, quanto o<br />

valor atual, isto é, o valor hoje equivalente ao fluxo <strong>de</strong> cai-<br />

xa em questão. Comecemos então pelo valor atual.


O termo entre colchetes é equivalente à soma dos<br />

n termos <strong>de</strong> uma PG <strong>de</strong> razão 1/(1 + i ) , cujo termo inicial<br />

é 1 + i . Ora, sabemos que<br />

é a expressão <strong>de</strong>sta soma. Logo, substituindo os<br />

respon<strong>de</strong>ntes na fõrmul a anterior temos:<br />

(3)<br />

valores cor<br />

O termo entre colchetes é conhecido como fator<br />

<strong>de</strong> valor atual para uma série uniforme<br />

Examinemos agora o caso do montante gerado por<br />

esta série uniforme, isto é, do valor a ela equivalente no ins<br />

tante n .<br />

2<br />

I + (I + i) + (I + i) + ... + (1 + + (I + i)"')


Temos, então, no termo entre colchetes, a expres -<br />

são dos n prtmeiros termos <strong>de</strong> uma PG cuja raiz ê 1 e a<br />

razão (1 + i). Substituindo estes valores na fõrrnula (3) te-<br />

remos obtido a expressão do fator <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital pa-<br />

ra uma série uniforme.<br />

0s inversos <strong>de</strong>stes dois fatores são, respectiva -<br />

mente, o fator <strong>de</strong> recuperação do capital e o fator <strong>de</strong> formação<br />

do capital, com os quais po<strong>de</strong>mos calcular a série uniforme que<br />

será gerada pelo capital P e a série uniforme que gerará o<br />

montante S.<br />

problemas:<br />

Em termos esquemãticos, resolvemos os seguintes<br />

FFC (.i, n) =<br />

FRC(i, n)<br />

(i + i)"<br />

= - i- - -<br />

(1. + i)" - 1<br />

i<br />

- .<br />

(i + i)" j<br />

~ntão, jã temos os elementos para comparar qual -<br />

quer fluxo <strong>de</strong> caixa, isto é, qualquer investimento. Formalmen-


te, çõ <strong>de</strong>finimos como critério <strong>de</strong> comparaçzo o "valor atual",<br />

mas 6 intuitivo que com os fatores acima po<strong>de</strong>rramos <strong>de</strong>finir ou -<br />

tros. Entretanto, antes <strong>de</strong> apresentarmos estes outros crité-<br />

rios <strong>de</strong> escolha, temos que <strong>de</strong>finir ainda alguns conceitos.<br />

Uma <strong>de</strong>finição muito importante é a <strong>de</strong> taxa nomi<br />

na1 e taxa efetiva porque os investimentos têm que ser analisa -<br />

dos segundo a taxa efetiva, isto é, a taxa segundo a qual o ca<br />

pita1 efetivamente cresce. Frequentemente as taxas <strong>de</strong> juros<br />

são apresentadas sob a forma <strong>de</strong> taxa nominal, principalmente em<br />

empréstimos e financiamentos, que são aquelas taxas em que o<br />

período em que os juros são contabilizadoç 6 diferente do pe-<br />

ríodo <strong>de</strong> capitalização. Por exemplo, 24% ao ano contabiliza-<br />

dos mensalmente. O prazo <strong>de</strong> apl icação do capital ê um ano, mas<br />

os juros são capitalizados mensalmente a taxa <strong>de</strong> 2% e, como os<br />

juros são compostos, po<strong>de</strong>mos conclui r que a taxa efetiva cor-<br />

respon<strong>de</strong>nte à taxa nominal <strong>de</strong> 24% ao ano po<strong>de</strong> ser obtida pelo<br />

principio da equivalência, isto é,<br />

Portanto, a taxa efetiva <strong>de</strong> 26,8% correspon<strong>de</strong> à<br />

taxa nominal <strong>de</strong> 24% ao ano capitalizado mensalmente. Temos en -<br />

tão a seguinte relação:<br />

on<strong>de</strong><br />

iE é a taxa efetiva e i = in/n<br />

in ê a taxa nominal.<br />

-


O principio da ~quivalência estabelece a equiva -<br />

lência a uma dada taxa <strong>de</strong> juros. A pergunta que caberia neste<br />

ponto seria a <strong>de</strong> qual 6 o valor <strong>de</strong>sta taxa e como é estabeleci -<br />

da em problemas <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> ihvestimentos.<br />

Existe uma série <strong>de</strong> aplicações financeiras segu -<br />

ras <strong>de</strong> rendimento conhecido. Como ao aplicar o seu capital em<br />

um <strong>de</strong>terminado investimento o investidor per<strong>de</strong> a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aplica-lo nestes outros, corriqueiros e <strong>de</strong> pouco risco, é<br />

<strong>de</strong>sejável que tal investimento apresente remuneração superior<br />

ã <strong>de</strong>stes outros. Logo, a taxa <strong>de</strong> juros com que os critérios <strong>de</strong><br />

comparação são calculados nos problemas <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> investi-<br />

mentos, isto é, a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser pelo menos<br />

igual à <strong>de</strong>stas aplicações <strong>de</strong> pouco risco e rendimento conheci-<br />

dos. Obviamente, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investir varia muito <strong>de</strong><br />

investidor para investidor. Logo, a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> tam-<br />

bém irá variar, e a sua fixação também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores sub-<br />

jetivos, tais como riscos, incertezas e a vonta<strong>de</strong> do investi-<br />

dor <strong>de</strong> obter maior remuneração pelo capital investido, que po-<br />

<strong>de</strong>rá levar o investidor a fixar-se em valores mais altos.<br />

Para encerrar este breve resumo <strong>de</strong> matemática f - i<br />

nanceira, vamos apresentar os metodos <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> investimen<br />

toS.<br />

O método do valor atual é uma consequência dire<br />

- - - - --- - -<br />

ta do principio da equivalência. Nele são calculados os valo-<br />

res atuais a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os fluxos <strong>de</strong> caixa<br />

e, por comparação direta, escolhido o melhor, que será aquele<br />

que apresentar o maior valor em problemas on<strong>de</strong> custos e recei-<br />

tas são conhecidos, e o menor no caso <strong>de</strong> apenas os custos esta<br />

rem sendo examinados.


No método do "custo anual médio" todos os flu-<br />

xos <strong>de</strong> caixa são transformados em fluxos uniformes como o se-<br />

guinte;<br />

O i 2 3 4 5 6 v.,., - n-i<br />

I r<br />

v '1'<br />

on<strong>de</strong> os valores <strong>de</strong> R representam o custo anual médio um pro-<br />

blema típico <strong>de</strong> anã1 ise apenas dos custos. Num problema no qual<br />

a receita tambêm fosse conhecida, este método po<strong>de</strong>ria do mesmo<br />

modo ser aplicado, caso em que o fluxo uniforme R representa<br />

ria a receita liquida média anual. O valor <strong>de</strong> R po<strong>de</strong>serobti<br />

do, conhecidos os custos <strong>de</strong> capital e <strong>de</strong> operação, através da<br />

manipulação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>stes valores e dos diversos fatores apre-<br />

sentados acima. Por exemplo, supondo que conhecêssemos o cus-<br />

to <strong>de</strong> capital P, o custo operacional médio anual C e o va-<br />

lor residual (valor <strong>de</strong> revenda) <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado investimento,<br />

o valor <strong>de</strong> R seria obtido através da seguinte expressão:<br />

on<strong>de</strong> i é a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> e n é a vida econômica do<br />

investimento.<br />

I 1<br />

Y I Y V r<br />

Finalmente, temos o "método --- - da taxa <strong>de</strong> retorno", - --- - -. - -<br />

no qual, como <strong>de</strong>monstra o seu próprio nome, o rendimento pelo<br />

capital aplicado é calculado para cada fluxo <strong>de</strong> caixa.<br />

Ao contrãris dos outros dois, este método só po<br />

<strong>de</strong> ser empregado na solução <strong>de</strong> problemas on<strong>de</strong> custos e recei-<br />

tas são conhecidos e nele a taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> é utilizada<br />

R<br />

-<br />

-


apenaç para selecionar os rendimentos não atrativos, isto 6, <strong>de</strong><br />

rendimento inferior ã taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>.<br />

A titulo <strong>de</strong> observação, 6 bom lembrar que, nes-<br />

te tipo <strong>de</strong> problema, com receitas e custos conhecidos, valores<br />

negativos do custo anual médio ou do valor atual não represen-<br />

tam prejuízo, mas indicam apenaç que a remuneração do investi-<br />

mento ê inferior ã taxa <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>. Esta conclusão <strong>de</strong>cor -<br />

re diretamente do principio da Equivalência, que estabelece a<br />

equivalência a uma dada taxa <strong>de</strong> juros, no caso a taxa <strong>de</strong> atra-<br />

tivida<strong>de</strong>.<br />

No método da taxa <strong>de</strong> retorno procuramos duas ta -<br />

xas <strong>de</strong> juros, com valores inteiros e çucessivoç, <strong>de</strong> forma a<br />

obtermos dois valores <strong>de</strong> sinais trocados para o valor atual do<br />

fluxo <strong>de</strong> caixa em questão, com os quais po<strong>de</strong>mos obter, por in-<br />

terpolaçso linear, o valor da taxa <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> cada investi-<br />

mento.<br />

Todos estes métodos são equivalentes, isto é,<br />

quando aplicados corretamente <strong>de</strong>vem levar ao mesmo resultado e<br />

<strong>de</strong>vem ser escolhidos <strong>de</strong> acordo com as condições da cada proble -<br />

ma e a conveniência do analista.


serão apresentados a segui r todos os resultados<br />

utilizados nas <strong>de</strong>monstrações dos teoremas 1 e 2 do capítulo V.<br />

0s dois primeiros resul tados <strong>de</strong>screvem as condi<br />

a<br />

ções <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> la e 2- or<strong>de</strong>m para um ponto extremo X*<br />

ser um mínimo local <strong>de</strong> um problema sem restrições, ambas as <strong>de</strong><br />

monstrações po<strong>de</strong>m ser encontradas em 1261.<br />

Teorema 1<br />

junto R , então:<br />

Teorema 2<br />

--<br />

Se X* E E é um minimo local <strong>de</strong> f sobre o con-<br />

Seja f continuamente diferenciãvel até a 2:<br />

or<strong>de</strong>m (f E c2), se X* é um ponto interior <strong>de</strong> R e simulta-<br />

neamente um mínimo relativo <strong>de</strong> f sobre E , então<br />

- e<br />

para todo d não nulo <strong>de</strong> E , o que equivale a dizer que a ma<br />

-<br />

triz heççiana F(x*) ê positiva semi<strong>de</strong>finida.<br />

A seguir são apresentadas as condições <strong>de</strong> sufi-<br />

ciência <strong>de</strong> 2a or<strong>de</strong>m, cuja <strong>de</strong>monstração também po<strong>de</strong> ser encon-<br />

trada em 126 1 .<br />

-<br />

-


ponto interior X* ,<br />

Seja f E c2 uma função em i2 C E ~ , se para um<br />

6 positiva <strong>de</strong>finida então, X* é um minimo local <strong>de</strong> f sobre<br />

52.<br />

Se ã hipótese <strong>de</strong> que f seja continuamente di-<br />

a<br />

ferenciãvel até a 2- or<strong>de</strong>m, se acrescentasse a <strong>de</strong> que ela tam-<br />

bêm fosse convexa num conjunto convexo R , o resultado <strong>de</strong>ste teo -<br />

rema po<strong>de</strong>ria ser general izado e X* seria um mínimo global.<br />

A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>ste resultado também po<strong>de</strong> ser encontrada em<br />

1261-<br />

- ~efini~ão - 1 ,<br />

Um ponto X* - da superfície S, <strong>de</strong>finida impli-<br />

citamente por h(X) = 0 , é dito regular se os vetores vhl(x*),<br />

Vhi (x*) - , . . . , Vhn (E*) são l inearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Teorema 4<br />

-<br />

Em um ponto regular X* da çuperf fcie S <strong>de</strong>f i<br />

nida implicitamente por h ( ~ ) = O , o plano tangente a S em<br />

X* - ê igual a<br />

-<br />

A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>ste teorema tambêm po<strong>de</strong> ser en<br />

-


contrada em 1261. A seguir são apresentados dois resultados<br />

essenciais para a <strong>de</strong>monstração dos teoremas do capitulo V, cu-<br />

ja prova po<strong>de</strong> ser encontrada em 1281, ou em qualquer texto bã-<br />

sico <strong>de</strong> cãlculo vetorial.<br />

Seja f : ~ " + -+ ~ uma funtão continuamente<br />

diferenciável. Supondo que para algum X <strong>de</strong> R" e<br />

-0 L <strong>de</strong><br />

Rrn.<br />

2. yo) tem uma inversa<br />

8~<br />

Então, existe uma fungão g:Rn -+ Rm conti-<br />

nuamente diferenciável <strong>de</strong>finida em algumavizinhança V <strong>de</strong> X<br />

-0<br />

tal que g(Xo) = yo e f(X, - g ( - ~ ) ) = 0 , para todo - X E V.<br />

Seja X* - um ponto extremo local <strong>de</strong> f restrito<br />

a superfice S <strong>de</strong>finida implicitamente por h(X) = O . Então,<br />

-<br />

assumindo que X* é um ponto regular <strong>de</strong> S , existe um multi-<br />

- -<br />

pl icador A* E E~ tal que o gradiente do lagrangeano (x, h*) =<br />

f(X) - - h* h ( ~ ) em X* è nulo, isto é,<br />

-


Seja X* - um ponto das restriçoes, isto é, um<br />

- -<br />

ponto satisfazendo a h(X*) = O e g(X*) > O , e J o conjun<br />

e e -<br />

to das restrições ativas <strong>de</strong>finido por J = {j :gj(X*) = O}. En<br />

e -<br />

-<br />

tão, se os vetores Vhi (x*) e Vgj (X*), respectivamente para<br />

i = I , 2 . n e J E J, são linearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, X*<br />

é um ponto regular das restrições.<br />

A seguir serão apresentadas as condições <strong>de</strong> ne-<br />

cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>.la e 2a e as condições <strong>de</strong> suficiência <strong>de</strong> 2: or<strong>de</strong>m<br />

para problemas com restrições mistas <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sigualda -<br />

<strong>de</strong>, que são tambêm conhecidas como condições <strong>de</strong> Kuhn-Tucher. As<br />

<strong>de</strong>rn~nstra~ões <strong>de</strong>stes resultados po<strong>de</strong>m ser encontradas em 1261.<br />

Teorema: CONDIÇ~ES DE KUHN-TUCKER DE 12 ORDEM<br />

Seja - X* um minimo relativo para f(X) - sujeito a<br />

~ntão, assumindo que X*<br />

e 6 um ponto regular das restrições,<br />

existe um vetor A E Em e um vetor y E EP com p -<br />

> O tal que


?'orema .. --.- 7: CONDIÇÃO DE KUHN-TUCKER DE 2' ORDEM<br />

Supondo que f, g e h sejam continuamente di -<br />

ferenciãvel até a<br />

a<br />

2- or<strong>de</strong>m e que X* é um ponto regular das<br />

restrições, se X* é um mínimo local <strong>de</strong> f(X) sujeito a<br />

então existem multiplicadores X E Em e -<br />

E<br />

EP tais que as<br />

a<br />

condições <strong>de</strong> Kuhn-Tucker <strong>de</strong> 1- or<strong>de</strong>m sejam satisfeitas e a hes<br />

siana do langrangeano<br />

é positiva <strong>de</strong>finida no subespaço tangente das restrições ati -<br />

vas em X* <strong>de</strong>finido por<br />

M' = {y: V h(x*)y = 0, V g.(X*)y = 0, para todo j E J}<br />

J - -<br />

Seja f, g e h continuamente diferenciãveis<br />

até a 2a or<strong>de</strong>m. Se existem multiplicadores X* E E~ e v* E E P<br />

-


L(x*, A*, v*) = - F(x*) - - A H(x*) - v* G(x*)<br />

e -<br />

é positiva <strong>de</strong>finida no subespaço M' (teorema 7), então X* é<br />

um min imo local est r i t o <strong>de</strong> f (x*) sujeito as restrições _h(X*) = O<br />

e g(~*) - > 0, isto é, é uma solução do problema 1.<br />

coç sobre dualida<strong>de</strong> local.<br />

A seguir, serão introduzidos os conceitos bãsi-<br />

Se . X* é uma solução local para o problema 2<br />

- e<br />

então, pelo teorema 5 V f(x*) - A* V h(X*) = O e <strong>de</strong> acordo<br />

com as condições necessária <strong>de</strong> 2a or<strong>de</strong>m (ver Luemberger 1261 ca<br />

pitulo) a hessiana L(X*, . - h*) do lagrangeano L(X, A*) = f(X)-h* - h(X)<br />

-<br />

- é<br />

positiva semi<strong>de</strong>finida. Entretanto, se assumirmos por hipótese<br />

que f(X) é conexa numa vizinhança <strong>de</strong> X*, po<strong>de</strong>remos afirmar<br />

que L(x*, X*) é positiva <strong>de</strong>finida em todo o espaço E". Esta<br />

hipótese é conhecida xomo "Hipótese da Conexida<strong>de</strong> Local" e nos<br />

permite afirmar que X* também é uma solução local do proble-<br />

ma<br />

min f ( - ~ - ) A* h(X)<br />

um vez que v(x*) - e L(X*) satisfazem as condições <strong>de</strong> sufi-<br />

a<br />

ciência <strong>de</strong> la e 2- or<strong>de</strong>m. Além disto, se - X está suficientemente<br />

próximo <strong>de</strong> - A*, então o problema<br />

min f(X) - - h h(X)<br />

e<br />

também terá uma solução X próxima <strong>de</strong> X*. Portanto, com ba-<br />

se no teorema da função impl Ícita po<strong>de</strong>mos afirmar que a equa-


terá uma solução X - próxima a X* sempre que h - estiver suficientemente<br />

prõximo a h*. -<br />

Logo, localmente existe uma correspondência uni -<br />

vota entre X .e h através da solução do problema<br />

min f(X) - - h(x) - ,<br />

relação esta que é continuamente diferenciãvel<br />

~efini~ão - 3 -.<br />

Seja X* uma solução local para o problema 2.<br />

Numa vizinhança <strong>de</strong> h* po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir uma função dual pela<br />

equaçao<br />

6(h) - = mínimo ( f ( - ~ ) - - X h(~)) -<br />

on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser entendido que o mínimo X é tomado localmente nu<br />

ma vizinhança <strong>de</strong> - X*.<br />

Esta <strong>de</strong>finição po<strong>de</strong> ser general izada para o pro<br />

blema 1 e teremos numa vizinhança <strong>de</strong> A* e F*<br />

O próximo teorema estabelece a equivalência en-<br />

tre o problema prima1 e o problema dual, isto é, entre um pro-<br />

blema restrito em X - e um problema sem restrições em A . Em<br />

sua <strong>de</strong>monstração, que po<strong>de</strong> ser encontrada em 1261, são utiliza<br />

-<br />

-


dos dois reçu 1 tados importante (<strong>de</strong>monstrados por Luernberger 1261)<br />

que apresentamos a seguir como Lemas.<br />

Lama - .- 1 : A função dual A tem gradiente<br />

V 6(A) - = - h(X(h))<br />

Lema: A matriz hessiana da função dual é igual a<br />

A(A) . = - V h(X(h)) L - ~ (~(h)) V h(X(h)lT .<br />

Nestes 2 lemas X(X) ê a solução do problema<br />

min f(X) . - - A h(X) .<br />

Neste caso, a função dual po<strong>de</strong> ser escri ta da seguinte maneira:<br />

Taorema 9<br />

6(h) . = f(x(^)) - - h h(~(h)) -<br />

.<br />

Suponha que X* seja uma solução local para o<br />

problema (2) e que h* . seja o vetor correspon<strong>de</strong>nte dos multi-<br />

pl icadores <strong>de</strong> Lagrange e r* = f (X*). Suponha, além disto, que<br />

.<br />

X* seja um ponto regular da superfície S <strong>de</strong>finida implicita<br />

mente por h(X*) = O e que a hessiana L(X*, . A*) do Lagrangea<br />

no seja positiva <strong>de</strong>finida. Então, o problema dual<br />

rnaximizar 6(A) .<br />

tem uma solução local h* com r* e X* como valores cor-<br />

. .<br />

=


espon<strong>de</strong>ntes a este ponto na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> &(A). -<br />

Este teorema po<strong>de</strong> ser general izado para proble-<br />

mas com restrições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, tomando na ex-<br />

pressão para a <strong>de</strong>finição da função dual , A* - e v* como OS mul -<br />

tiplicadores <strong>de</strong> Lagrange Ótimos e assumindo que - X* é um pon-<br />

to regular das restrições (<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>finição 2).


O Programa foi <strong>de</strong>senvolvido a partir <strong>de</strong> uma es-<br />

trutura modulado, em que as diversas subrot inas foram <strong>de</strong>senvol -<br />

vidas e testadas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente, com o objetivo <strong>de</strong> tornã-10<br />

aberto a ampliações e <strong>de</strong>senvolvimento futuros e foi escrito em<br />

FORTRAN IV-GH.<br />

A estrutura do programa é apresentada no diagra -<br />

ma <strong>de</strong> blocos da Figura 1, que mostra a hierarquia das diversas<br />

suhrotinas, as quai's serão <strong>de</strong>scritas resumidamente a seguir.<br />

. - - ERI - NCIML -<br />

PROGRAMA<br />

O programa principal apenas seleciona uma das<br />

três opções disponiveis ao usuário: cãlculo da função <strong>de</strong> méri-<br />

to e <strong>de</strong>mais estimativas para um ou vários conjuntos <strong>de</strong> caracte<br />

rísticas principais, variação paramétrica para anãlise <strong>de</strong> sen-<br />

sibilida<strong>de</strong> das características principais e estudo <strong>de</strong> otimiza-<br />

ção para <strong>de</strong>termição do melhor conjunto <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong> projeto.<br />

No programa principal, <strong>de</strong> acordo com a opção se -<br />

lecionada 6 chamada uma das três subrotinas: CALCU, ESTPAR, PROJET.<br />

Apenas no caso <strong>de</strong> variação paramêt ri ca são 1 idos e impressos pa<br />

ra verificação os dados necessãrios. Para os outros dois ca-<br />

sos são lidos apenas os dados referentes a seleção da opção <strong>de</strong><br />

sejada e do ou dos conjuntos <strong>de</strong> caracteristicas principais, pa<br />

ra os quais serão calculados o valor da funçáo <strong>de</strong> mérito e <strong>de</strong>-<br />

mais estimativas no caso da CALCU, ou que serão os pontos ini-<br />

ciais para o estudo <strong>de</strong> otimização no caso da PROJET.


(1) SUBROTINA CALCU<br />

Esta rotina é utilizada apenas quando o usuãrio<br />

<strong>de</strong>seja calcular a estimativa da função <strong>de</strong> mérito e caracteris-<br />

ticaç operacionaiç para um ou vãrios conjuntos <strong>de</strong> caracteristi -<br />

tas principais. Nesta rotina não é efetuado nenhum tipo <strong>de</strong> cãl<br />

culo, ela apenas chama a rotina para leitura dos dados neces-<br />

sários e seleciona as subrotinas e' funções necessário aos cál-<br />

culos das estimativas em questão para o tipo'<strong>de</strong> navio <strong>de</strong>finido<br />

pelo usuário (petroleiro, minero-petrolei ro, granelei ro e mine<br />

ro-petro-graneleiro) e finalmente aciona a rotina que imprime<br />

os resul tados.<br />

- DADOS 1<br />

Subrotinas e funções chamadas:<br />

- POWER<br />

- BLTA, BLTB ou BLTB~O<br />

- VOLPET, VOLORE, VOLGRA<br />

- PESOPT, PESDNV, PESORE, PESOGR ou PESOBO<br />

- OPERAC<br />

- CAQ PET, CAZ ORE, CAQ GRA ou CAQ OBO<br />

- CUSOPE<br />

- IMPRIM<br />

(2) SUBROT I NA ESTPAR<br />

L- --<br />

-<br />

Esta rotina foi <strong>de</strong>senvolvida para efetuar a va-<br />

riação çi.stemãtica do conjunto <strong>de</strong> características principais se -<br />

lecionado pelo usuãrio, isto é, a varjação paramétrica po<strong>de</strong> ser<br />

realizada sõ com algumas das características principais, <strong>de</strong><br />

acordo com a escolha do usuário. Executa aind,a, a seleção dos<br />

-


conjuntos que não violaram nenhuma restrição e os or<strong>de</strong>na em or -<br />

<strong>de</strong>m crescente <strong>de</strong> acordo com o valor da função <strong>de</strong> mérito. A ro -<br />

tina tambêm i.mprime os conjuntos não viãveis, informando qual<br />

ou quais restrições foram violadas.<br />

Para o cálculo das estimativas da função <strong>de</strong> mé-<br />

rito e caracteristica operacional esta rotina faz a mesma ope-<br />

ração <strong>de</strong> seleção efetuada pela CALCU, isto é, aciona as roti-<br />

nas a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> navio <strong>de</strong>finido pelo usuãrio.<br />

Finalmente, antes <strong>de</strong> retornar o controle para o<br />

programa principal, imprime os resultados obtidos com a varia-<br />

ção paramêtrica. Logo, com excesção da IMPRIM, esta rotina cha -<br />

ma as mesmas subrotinas e Funções utilizadas na CALCU.<br />

(-3) SUBROTINA PROJET -<br />

Esta rotina inicia e controla o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>-<br />

termi.nação da solução ótima. Nela são <strong>de</strong>finidos o conjunto <strong>de</strong><br />

vari-ãvei s In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e o conjunto <strong>de</strong> restrições se1 eciona-<br />

das pelo usuãrio, isto porque o programa po<strong>de</strong> trabalhar com qual -<br />

quer conjunto das seis caracteristicas principais (Lpp, Boca,<br />

Calado, Pontal, Coeficiente <strong>de</strong> Bloco e Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviço)<br />

como vari'áveis l ivres f ixandos as <strong>de</strong>mais como parâmetros <strong>de</strong> pro -<br />

jeto e existem 17 restrições que o usuãrio po<strong>de</strong> selecionar <strong>de</strong><br />

acordo com as condições do seu problema. Esta rotina <strong>de</strong>termi-<br />

na o ponto inici.al para o processo <strong>de</strong> otimização a partir do<br />

ponto (ou dos pontos) base 1 ido no programa principal e <strong>de</strong> acor -<br />

do com o conjunto <strong>de</strong> variáveis l ivres selecionado pelo usuãrio.<br />

0s dados relacionados com o cãlculo das estima-<br />

tivas da função <strong>de</strong> mérito e das características operacionais são


lidos na rotina DADOS 1 e os referentes ao processo <strong>de</strong> otimiza<br />

3<br />

ção na DADOS 2, ambas cha'madas nesta subrotina, que aciona ain<br />

da a subrotinas OTIMIZ e a IMPRIM.<br />

(4) SUBROTI NA DADOS 1<br />

-- - - -- -<br />

Esta subrotina foi escrita apenas para ler e im<br />

primi r para verificação os dados necessários aos cãlculos das<br />

estimativas da função <strong>de</strong> merito e características operacionais.<br />

Entretanto, como alguns dos itens do custo operacional não <strong>de</strong>-<br />

pen<strong>de</strong>m das variáveis <strong>de</strong> projeto e, portanto, permanecem cons<br />

tantes durante todo o processo <strong>de</strong> otimização (por exemplo o cus<br />

to com tripulação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas do número <strong>de</strong> tripulantes que<br />

não é variável <strong>de</strong> projeto e & lido nesta subrotina) e a autono -<br />

mi:a, que é a distância a ser percorri-da sem reabastecimento <strong>de</strong><br />

combustiveis, s6 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das distâncias a serem navegadas em<br />

cada uma das etapas da viagem completa e dos portos on<strong>de</strong> irá<br />

se efetuar este reabasteclmento, estes valores , isto é, os<br />

itens do custo operacional e a autonomia, são calculados nesta<br />

subrotina.<br />

(5) SUBROTLNA DADOS 2<br />

-- --<br />

Esta subrotina foi isenta apenas para ler e im-<br />

primi r para verlf icação os dados necessários ao processo <strong>de</strong> oti<br />

mi.zação e é chamada apenas pela rotina OTIMIZ.<br />

(6) SUBROTINA OTIMIZ<br />

- --<br />

Esta subrot ina foi <strong>de</strong>senvolvida para controlar<br />

e executar parcialmente a busca do ponto 6timo segundo o mêto-<br />

do da FUNÇÃO LAGRANGEANA AUMENTADA.<br />

-<br />

-<br />

-


Nesta subrotina e efetuado o reajustamento dos<br />

multiplicadores <strong>de</strong> lagran'ge e do multiplicador R K ' verificada<br />

a convergência global do processo e chamada a subrotina DAVIDO<br />

para a <strong>de</strong>terminação do minimo sem restrições para cada uma das<br />

superfícies <strong>de</strong> resposta. Além disto é efetuado o calculo do<br />

valor da função transformada no ponto inicial, para o qual 6<br />

chamada a função LAGRAN.<br />

(7) SUBROTINA - DAVIDO --<br />

Esta subrotina foi escrita para coor<strong>de</strong>nar a bus -<br />

ca do ponto mÍnimo sem restrições para uma dada superfície <strong>de</strong><br />

resposta pelo método <strong>de</strong> Davidon-Fletcher-Powel 1. Ela apenas ve -<br />

rifica a convergência e chama outras subrotinas que efetuam os<br />

cálculos necessários a <strong>de</strong>terminação daquele ponto.<br />

Esta rotina 6 acionada pela OTIMIZ e chama em<br />

-<br />

duas etapas dtstintas a subrotina GRAD. A primeira no proces-<br />

so <strong>de</strong> i'nicial i.zação da aproximação inicial da inversa da Hessia<br />

na, no qual também é acionada a subrotina INIDFP, e posterior-<br />

mente durante a <strong>de</strong>terminação da nova aproximação <strong>de</strong>sta matriz,<br />

quando também 6 chamada a subrotina - DAFLPO. Finalmente, a <strong>de</strong>-<br />

-<br />

terminação do mínimo ao longo <strong>de</strong> cada direção <strong>de</strong> busca 6 efe-<br />

tuada na subrotina -<br />

MINUNI.<br />

(8) SUBROTINA DERIVA<br />

-<br />

Efetua o cãlculo do vetor gradiente segundo o<br />

método das diferenças finitas, durante o qual aciona várias ve -<br />

zes a função LAGRAN para a <strong>de</strong>terminação do valor da função trans<br />

=<br />

formada. Esta subrotina é chamada apenas na DAVIDO. .- .<br />

-


(9) SUBROTINA INIDFP<br />

- - -<br />

Esta subrotina foi escrita para executar a ini-<br />

cializaçao da aproximação da inversa da matriz Hessiana e da<br />

diresão <strong>de</strong> busca, quando é acionada pela subrotina -<br />

DAVIDO. En -<br />

tretanto, eventualmente 6 necessário reinicializar esta matriz<br />

e a direção <strong>de</strong> busca. Neste caso esta rotina é chamada pela<br />

DAFLPO.<br />

(10) SUBROTINA MI NUNI<br />

Esta subrotina efetua a busca do mínimo ao lon-<br />

go da direção <strong>de</strong>finida inicialmente na subrotina INIDFP, e pos<br />

teriormente na DAFLPO. Na <strong>de</strong>termi.na~ão <strong>de</strong>ste ponto ela utili-<br />

za o método da interpelação quadrática e aciona a função LAGRAN<br />

para calcular o valor da função transformada.<br />

SUBRQT I.NA DAFLPO<br />

- - P<br />

Efetua ao f l m <strong>de</strong> cada rte-ração o cãlculo da no-<br />

va aproxi.mação da inversa da matriz Hessiana e da nova direção<br />

<strong>de</strong> busca. Quando for necessário esta matri'z e a di reção <strong>de</strong> bus -<br />

ca correspon<strong>de</strong>nte são reinicializadás através da chamada da<br />

subrotina INIDFP.<br />

Esta subrotina utiliza duas outras para cálcu-<br />

los auxiliares, a - PROD e a -- MATRIZ, que efetuam respectivamente<br />

--<br />

o produto <strong>de</strong> uma matriz por um vetor e <strong>de</strong> um vetor pelo seu<br />

transposto.<br />

Esta subrotina função é uma das mais importan-<br />

-


tes do programa. Ela foi <strong>de</strong>senvolvida para calcular o valor<br />

da função <strong>de</strong> mérito para um dado conjunto <strong>de</strong> características<br />

principais e o valor correspon<strong>de</strong>nte da função transformada. Pa<br />

ra executar estes cãlculos ela transforma o conjunto <strong>de</strong> variã-<br />

veis livres que recebe das rotinas que efetuam o processo <strong>de</strong><br />

otirnização em um conjunto <strong>de</strong> caracteristicas principais, com<br />

os quais po<strong>de</strong> calcular as estimativas necessárias ao cãlculo do<br />

valor da taxa <strong>de</strong> frete requerida e dos valores das restrições,<br />

os quais serão uti 1 izados na <strong>de</strong>terminação do valor da função<br />

transformada. Para o cálculo <strong>de</strong>stas estimativas, esta função<br />

aciona as subrotinas correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong><br />

navio em questão. 0s valores das restrições também são calcu-<br />

lados em uma subrotina acionada por esta função. Como po<strong>de</strong>mos<br />

observar no diagrama <strong>de</strong> blocos resumido da Figura V1 1.2, quan-<br />

do s programa retorna o controle <strong>de</strong>sta subrotina, a RESTRI, pa<br />

--<br />

ra a função LAGRAN, todos os valores necessários ao cãlculo do<br />

valor da função transformada jã estão disponiveis.<br />

Esta função 6 chamada apenas pela OTIMIZ, pela<br />

MINUNf e pela GRAD, Na primeira chamada esta função e aciona-<br />

da para o cálculo do valor da fu~ção transformada para o ponto<br />

ini-cial, pela MINUNI durante a <strong>de</strong>terminação do minimo ao longo<br />

da direção <strong>de</strong> busca e, finalmente, a subrotina GRAD a aciona du -<br />

rante a <strong>de</strong>terminação do vetor gradiente pelo metodo das dife<br />

renças f i n i tas.<br />

(33) FUNÇãO -- POWER<br />

Esta função foi <strong>de</strong>senvolvida para efetuar o cãl -<br />

cuio da estimativa da potência requerida para a instalação pro w<br />

pulsora <strong>de</strong> acordo com o procedimento proposto por S i lverleaf E<br />

-<br />

-


( POWER 1 4 B LTA 4<br />

FEGURA 2<br />

LAGRAN<br />

.I. I t<br />

il( Pl<br />

PESOPT<br />

OPERAC<br />

-LY<br />

CAQORE


Dawson 1131. Este valor é tranferido atravgs do nome dafunção<br />

que é utilizada para todos os tipos <strong>de</strong> navios.<br />

(14) FUNCTION<br />

- BLTA, BLTB E BLTB~O<br />

-- - P<br />

Esta função foi escri ta para a <strong>de</strong>terminação da<br />

estimativa da borda livre minima para navios tipo A, cujo va-<br />

lor é trans.ferido através do nome da função.<br />

As funções - BLTB e BLTB6O - fazem a mesma coisa pa<br />

.- -<br />

ra navi.os do ti.po B e do tipo B-60.<br />

(15) FUNCTION VOLPET. VOLORE. VOLGRA<br />

Nestas funções são cal culadaç as estimativas dos<br />

volumes dos compartimentos <strong>de</strong> carga respectivamente para petro<br />

1ei.t-o (VOLPET) , minero-petroleiros (YOLORE) e graneleiros e OBOS<br />

(VOLGRA).<br />

Na rotina para minero-petrolei ros são estimados<br />

tambêm o volume dos porões centrais e do fundo-duplo <strong>de</strong>stes com -<br />

Para o caso <strong>de</strong> granelei ros e OBO a rotina VOLGRA<br />

s<br />

calcula tambêm a estimativa dos volumes dos tanques <strong>de</strong> asa in-<br />

ferior e superior e do fundo duplo.<br />

(36) FUNÇfiO PESOPT, - PESODNU, PESORE, PESOGR, - PESOBO - .<br />

Estas rotinas foram escritas para calcular a es -<br />

timativa <strong>de</strong> peso leve respectivamente para petroleiros (PESOPT<br />

e PESODNV) , mfnero-pet rolei ros (PESORE) granelei ros (PESOGR) e<br />

.<br />

O B O ~ (PESOBO~)<br />

-


Os procedimentos <strong>de</strong> cálculo para as rotinas PESOPT<br />

e PESOCR se baseiam no trabalho <strong>de</strong> Hagen, Ovrebo e Johsem 1211,<br />

enquanto as rotinas para mínero-petroleiros e 0BOS utilizam os<br />

mesmos procedimentos das duas anteriores corrigidos <strong>de</strong> acordo<br />

com os coeficientes obtidos em 1221.<br />

A rotina PESODNV apresenta uma estimativa <strong>de</strong> pe -<br />

-<br />

so leve para petroleiros <strong>de</strong>senvolvida pelo DNV 1221 e <strong>de</strong>ve ser<br />

usada particularmente nos problemas <strong>de</strong> navios <strong>de</strong> pequeno porte<br />

(abaixo <strong>de</strong> 50000 ton <strong>de</strong> porte bruto). A opção por esta rotina<br />

ou pela PESOPT é feita pelo usuário enquanto as <strong>de</strong>mais são se-<br />

lecionadas automaticamente pelo programa <strong>de</strong> acordo com o tipo<br />

<strong>de</strong> navio.<br />

(17) SUBROTI NA OPERAC<br />

-.<br />

Nesta subrot i na são calculadas as estimativas <strong>de</strong><br />

uma s&'rie <strong>de</strong> características operacionais e parâmetros necessá -<br />

rios aos cálculos das vãrias parcelas do custo operacional e<br />

da taxa <strong>de</strong> frete requerido, tais como: o porte bruto, o total<br />

<strong>de</strong> consumiveis (combustiveis, lubrificante, água doce e potá-<br />

vel, etc.), a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga paga, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga<br />

transportada anualmente, a duração <strong>de</strong> uma viagem redonda, o nG<br />

mero <strong>de</strong> viagens realizadas por ano e o fator <strong>de</strong> estiva máximo,<br />

Nesta rotina também são estimados os valores do raio rnetacên-<br />

trico e dos seus valores máximo e mínimo (estabili'da<strong>de</strong> inicial).<br />

(-18) -. FUNCTI.ON - - CAQ PET, CAQ ORE, CAQ GRA, CAQ OBO<br />

Estas rotinas foram escritas para estimar os cus. -<br />

tos <strong>de</strong> aqui:si:~;ão respectivamente para Petrolei ros (CAQ PET), m j<br />

nero-petrolei ros (cAQ ORE), granelei ros (CAQ GRA) , OBO (cAQ OBO)<br />

s


e se baseiam no procedimento <strong>de</strong>scrito no capítulo IV.<br />

(19) SUBROTINA<br />

- - - CUSOPE<br />

Nesta subrotina são estimadas as diversas parce -<br />

las do custo operacional <strong>de</strong> acordo com o procedimento <strong>de</strong>scrito<br />

no capftulo IV.<br />

(20) SUBROTINA LASSEG<br />

Esta rotina foi escrita para efetuar o cãlculo<br />

das estimativas referentes as normas da convenção <strong>de</strong> prevenção<br />

da Polui.ção Marítima <strong>de</strong> 1978 da IMCO, tais como peso e volume<br />

necessári:~ <strong>de</strong> lastro, volume necessari'o para a carga, volume re -<br />

querido dos tanques <strong>de</strong> SLOP, estabilida<strong>de</strong> na condição <strong>de</strong> las-<br />

tro, etc.<br />

SUBROTINA - RESTRI<br />

das as restrições.<br />

(22) SUBROTINA IMPRIM<br />

Nesta subrotina são calculados os valores <strong>de</strong> to -<br />

Imprime os resultados finais, tanto para a opção<br />

<strong>de</strong> cálculo das estimativas para um ou vários conjuntos <strong>de</strong> ca-<br />

racterísticas principais, quanto para a opção <strong>de</strong> otimizaçáo.

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