17.04.2013 Views

A '622 Lz.z- - Engenharia Naval e Oceânica - UFRJ

A '622 Lz.z- - Engenharia Naval e Oceânica - UFRJ

A '622 Lz.z- - Engenharia Naval e Oceânica - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CONFORMAÇÃO ADAPTATIVA DE FEIXES APLICADA EM SISTEMAS DE<br />

SONAR PASSIVO<br />

NATANAEL NWES DE MOURA<br />

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS<br />

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE<br />

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS<br />

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS<br />

EM ENGENHARIA OCEÂNICA.<br />

Aprovada por:<br />

'3c\- \I - % ~4 2% % ~?~~~<br />

6 rl,<br />

Prof. Paulo Sérgio Ramirez Dini: Ph.D.<br />

(Presidente)<br />

Prof. Sergio Lima Netto, Ph.D.<br />

A <strong>'622</strong> <strong>Lz</strong>.z-<br />

Prof. Carlos Eduardo Parente, M.Sc.<br />

Rio de Janeiro, RJ - Brasil<br />

Março de 1997<br />

\


MOURA, NATANAEL NUNES DE<br />

Conformaqão Adaptativa de Feixes Aplicada em Sistemas de SONAR Passivo<br />

[Rio de Janeiro] 1997<br />

X,98 p. 29,7 cm (COPPEI<strong>UFRJ</strong>, M. Sc., <strong>Engenharia</strong> <strong>Oceânica</strong>, 1997)<br />

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE.<br />

1 - Conformaqão de Feixe 2 - Direção de chegada<br />

3 - Sonar Passivo 4 - RLS<br />

5 - LMS 6 - MVDR<br />

I. COPPE/<strong>UFRJ</strong> 11. Título (Série).


A Neidi, Débora e Júnior pelo incentivo dado<br />

durante todo o período da realização do<br />

mestrado. Vocês foram realmente maravilhosos.


Agradecimeritos<br />

A minha mãe, que se estivesse aqui teria me apoiado o tempo todo. Tenho certeza<br />

que ela está orgulhosa da conclusão deste trabalho onde ela está. Obrigado mãe.<br />

A meu pai que tanto se orgulha de mim e me incentivou o tempo todo para a<br />

conclusão do mestrado. Obrigado pai.<br />

Ao professor Diniz pela paciência e orientação acadêmica.<br />

c=> A estatística Cleide Vital da Silva Rodrigues por ter me ajudado nas transparências<br />

e me incentivado todo o tempo para concluir o trabalho.<br />

A Kellen Cristina pela paciência de ter feito todos os desenhos sempre bem<br />

humorada.<br />

Ao comandante Lopes pela compreensão e apoio durante toda a tese.<br />

e Ao Instituto de Pesquisas da Marinha pela oportunidade que tive de realizar este<br />

mestrado.


Resumo da Tese apresentada a COPPE/<strong>UFRJ</strong> como parte dos requisitos necessários para<br />

obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.).<br />

CONFORMAÇÃO ADAPTATNA DE FEIXES APLICADA EM SISTEMAS DE<br />

Orientador: Paulo Sérgio Ramirez Diniz<br />

Programa: <strong>Engenharia</strong> <strong>Oceânica</strong><br />

SONAR PASSIVO<br />

Natanael Nunes de Moura<br />

Março, 1997<br />

A estimação da direção de chegada em sistemas SONAR é um problema complexo<br />

tanto pelo fato de exigir uma grande carga computacional, dificultando desta forma a sua<br />

realização em tempo real, como também por requerer o uso de métodos adaptativos,<br />

devido a mudança das características estatísticas do ambiente acústico submarino com o<br />

tempo. Desta forma, os algoritmos adaptativos se aplicam melhor para este tipo de<br />

problema em função do ajuste dos pesos a cada mudança nas características do ambiente.<br />

O objetivo desta tese é implementar um algoritmo adaptativo para estimar a direção<br />

de chegada de sinais de banda larga com uma baixa carga computacional. Pelo fato do sinal<br />

ser de banda larga, existe a necessidade de ser feito um pré-processamento do sinal, para<br />

então submetê-lo ao algoritmo adaptativo. Normalmente, este pré-processamento é feito<br />

na matriz de covariância. Neste trabalho, o pré-processamento é realizado usando filtros de<br />

reamostragem no domínio dos dados.<br />

Os algoritmos LMS ("Least Mean Square") e RLS ("Recursive Least Square") são<br />

frequentemente usados na conformação de feixes de sinais de banda estreita. Nesta tese,<br />

estes dois algoritmos são aplicados para sinais de banda larga, sendo que o RLS é o que


apresentou melhor desempenho. Isto se deve ao fato de que o algoritmo RLS memoriza as<br />

estatísticas anteriores fazendo com que a sua convergência seja mais rápida.


Abstract of Thesis presented to COPPEí<strong>UFRJ</strong> as partia1 fulfillment of the requeriments for<br />

the degree of Master of Science (M. Sc.).<br />

ADAPTIVE BEAMFORMING APPLIED TO PASSIVE SONAR SYSTEMS<br />

Natanael Nunes de Moura<br />

Março, 1997<br />

Thesis supervisar: Paulo Sérgio Ramirez Diniz<br />

Department: Oceanic Engineering<br />

The estimative of the direction of arrival in sonar systems is a complex problem<br />

because it demands an enormous computational effort, making it difficult to be realized in<br />

real time, and it requires the use of adaptive methods due to time variations in the<br />

underwater acoustics enviroment statistic characteristcs. Therefore, adaptive algorithms<br />

are the best to01 to solve this kind of problem due to their weight adjustment at each<br />

variation in the enviroment characteristics.<br />

The main goal of this Thesis is to implement an adaptive algorithm to estimate the<br />

direction of arrival of wideband signals with a low computational cost. As a consequence<br />

of having a wideband signal, it is necessary to perform a preprocessing of the signal before<br />

submiting it thru a beamforming adaptive algorithm. Usually, this preprocessing is done in<br />

the covariance matrix. In this work, the preprocessing is accomplished by using resampling<br />

filters in the data domain.<br />

The LMS ("Least Mean Square") and the RLS ("Recursive Least Square")<br />

algorithms have been frequently used in the narrowband beamforming. In this Thesis, both<br />

algorithms are applied for wideband signals with the RLS algorithm being the one that<br />

vii


presented the best result. This is because the RLS algorithm memorize the previous signal<br />

statistics, making faster its convergence.<br />

viii


1 SISTEMAS SONAR<br />

i. i INTRODUÇÃO<br />

1.2 PROPAGAÇÃO DE ONDAS SONORAS NO MAR<br />

1.2.1 PROPAGAÇÃO DO SOM EM UMA COLUNA D'ÁGUA<br />

1.3 RUÍD0<br />

1.4 FLUTUAÇÕES E COERÊNCIA ESPACIAL DE SINAIS SONAR<br />

1.5 SISTEMA SONAR PASSIVO<br />

1.5.1 SINAIS RECEBIDOS NO MODO PASSIVO<br />

1.6 PROCESSAMENTO DE ARRANJOS<br />

2 SISTEMA DE SONAR PASSIVO<br />

2. 1 INTRODUÇÃO<br />

2.2 ARRANJO DE SENSORES<br />

2.2.1 ARRANJO LINEAR DE SENSORES<br />

2.3 PRÉ-PROCESSAMENTO<br />

2.4 CONFORMADOR DE FEIXE<br />

2.4.1 ARRANJO LINEAR C ONT~JO<br />

2.4.2 ÍNDICE DE DIRETIVIDADE<br />

2.4.3 ARRANJO LINEAR DISCRETO<br />

2.4.4 PONDERAÇÃO ESPACIAL<br />

2.4.5 DIRECIONAMENTO DO FEIXE<br />

2.4.6 GANHO DE UM ARRANJO LINEAR DISCRETO<br />

2.5 pós-PROCESSAMENTO<br />

2.5.1 DETECÇÃO<br />

2.5.1.1 TESTE DE HPÓTESE<br />

2.5.2 ESTWIAÇÃO DA DIRECÃO DE CHEGADA (DOA)<br />

2.5.2.1 CONFORMAÇÃO DE FEIXE<br />

2.6 M~?TODOS DE ESTIMAÇÃO DA DOA<br />

2.6. 1 MÍNMA VARIÂNCIA COM RESTRIÇÃO LINEAR


2.6.2 PREDIÇÃO LINEAR<br />

2.6.3 ESTIMAÇÃO ADAPTATIVA<br />

2.7 APRESENTAÇÃO<br />

3 PROCESSAMENTO DE ARRANJOS EM BANDA LARGA<br />

3.1 INTRODUÇÃO<br />

3.2 O PROBLEMA BANDA LARGA<br />

3.3 MÉTODOS DE PROCESSAMENTO BANDA LARGA<br />

3.3. ~MÉTODO DA COVARI~CIA DIRECIONADA<br />

3.3.2 MÉTODO DA REAMOSTRAGEM ESPACIAL<br />

3.4 ESTIMATIVA DA MATRIZ DE COVARIÂNCIA<br />

BANDA LARGA FOCALIZADA<br />

3.5 REAMOSTRAGEM ESPACIAL<br />

3.6 FILTROS DE FOCALIZAÇÃO<br />

4 CONFORMAÇÃO ADAPTATIVA DE FEIXES<br />

4.1 INTRODUÇÃO<br />

4.2 FILTROS ADAPTATIVOS<br />

4.3 ALGORITMOS ADAPTATIVOS<br />

4.3.1 LMSrLEAST MEAN SQUARE)<br />

4.3.2 RLS("RECURS1VE LEAST SQUARE)<br />

4.4 CONFORMAÇÃO DE FEIXES ADAPTATIVA EM BANDA ESTREITA<br />

4.5 CONFORMAÇÃO ESPACIAL ADAPTATIVA LMS<br />

4.6 CONFORMAÇÃO ESPACIAL ADAPTATIVA RLS<br />

4.7 CONFORMAÇÃO DE FEIXES ADAPTATIVA EM BANDA LARGA<br />

4.7. 1 PRÉ-PROCESSAMENTO<br />

4.8 S ~ A Ç Ã EM O BANDA LARGA


s COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS<br />

5.1 INTRODUÇÃO<br />

5.2 ALGORITMO MUSIC<br />

5.3 ALGORITMO MVDR<br />

5.4 NÚMERO DE OPERAÇ~ES DOS ALGORITMOS<br />

5.5 RESULTADOS COM A MATRIZ DE COVARIÂNCIA ADAPTADA<br />

5.6 RESULTADOS E CONCLUS~ES


1 SISTEMAS SONAR<br />

A forma de energia que melhor se propaga no mar é a sonora. Pode-se então fazer<br />

a seguinte pergunta: Por que não usar também a energia eletromagnética para a<br />

propagação submarina? A razão para não se fazer isto, é que a água do mar é um excelente<br />

condutor, o que implica em uma rápida dissipação da energia eletromagnética e perdas em<br />

calor. Devido a este fato, a onda eletromagnética é consideravelmente mais atenuada do<br />

que a onda acústica na mesma faixa de freqüência, resultando em grandes perdas na<br />

propagação.<br />

Sistemas empregando o uso do som em baixo d'água é chamado sistema de sonar.<br />

A palavra sonar é derivada de "SOund NAvegation Ranging" e tem sido usada desde a<br />

segunda grande Guerra Mundial. O sonar ativo envolve a transmissão de uma onda<br />

acústica que refletida de um alvo, fornece ao sistema a informação para a detecção e<br />

localização do referido alvo. O sistema de sonar que se baseia na detecção e estimação do<br />

som propagado pelo próprio alvo é chamado sonar passivo. O problema da detecção é<br />

distinguir o sinal do alvo desejado através de sua assinatura (sinal propagado pelo alvo) em<br />

um ambiente que possui ruído indesejado, ruído este que tem um espectro de freqüência<br />

similar ao sinal propagado pelo alvo de interesse. A figura 1.1 ilustra as duas formas de<br />

sistema de sonar.<br />

(a) Sistema de Sonar Ativo<br />

(b) Sistema de Sonar Passivo<br />

Figura 1.1 - Sistema sonar


Em um sistema de sonar moderno, o processamento de sinal é um dos mais<br />

importantes componentes do sistema. O entendimento da propagação do som no ambiente<br />

oceânico tem uma grande influência no projeto do sistema de sonar. Quando modelos<br />

acústicos tornam-se mais realísticos, faz-se necessária uma maior flexibilidade na<br />

implementação do sistema de sonar utilizando-se processadores sofisticados. Por outro<br />

lado técnicas modernas de processamento digital de sinais, tal como a transformada rápida<br />

de Fourier, se tornaram implementáveis com o avanço da microeletrônica utilizada nos<br />

microprocessadores, acarretando uma forte influência no processamento de sinais de sonar.<br />

1.2 PROPAGAÇÃO DE ONDAS SONORAS NO MAR<br />

A característica da propagação da energia acústica no oceano tem uma influência<br />

dominante no projeto de um sistema de sonar. Fazendo uma analogia com o guia de ondas,<br />

o canal sonar normalmente é mais complicado por causa de múltiplos caminhos, o que<br />

introduz diversos modos para a transmissão de energia acústica entre locais distintos [I].<br />

Além disso, os sinais são alterados por diversos fenômenos tais como velocidade do vento,<br />

temperatura, salinidade, profundidade, espécies biológicas e etc., além do ruído sempre<br />

presente. Tudo isso faz com que várias pesquisas sejam desenvolvidas na área de<br />

propagação do som no mar.<br />

Aplicações do sonar na área militar têm motivado as pesquisas para a<br />

caracterização e compensação destes problemas. Outras áreas tais como oceanografia,<br />

exploração de petróleo, navegação e investigação da costa têm contribuído de maneira<br />

efetiva para o desenvolvimento de técnicas de processamento de sinais provenientes de<br />

sonar.


1.2.1 PROPAGAÇÃO DO SOM EM UR/IA COLUNA D'ÁGUA<br />

A propagação do som em uma coluna d'água tem uma importante influência no<br />

projeto de um sistema de sonar. A divergência, o espalhamento e a absorção são fatores<br />

que influenciam no projeto e serão descritos a seguir.<br />

A divergência é um modo simples de perda geométrica; contudo, devido às<br />

características do oceano, modelos diferentes de perdas geométricas são obtidos em<br />

relação ao espaço livre [Z]. A divergência no oceano pode ser modelada como no espaço<br />

livre por uma geometria esférica proporcionando uma dependência de l/r 2 na diminuição<br />

da intensidade do sinal, ou horizontalmente estratificado, isto é, ocorrendo variações na<br />

propagação somente no sentido vertical com uma dependência llr, onde r é a distância da<br />

fonte a um ponto. A figura 1.2 ilustra os modelos da divergência; em curtas distâncias o<br />

modelo esférico é provavelmente mais apropriado, e em grandes distâncias o modelo<br />

cilíndrico é mais adequado. Em situações onde a interação com o fundo é importante,<br />

como é o caso da propagação em águas rasas, vários experimentos e teorias sugerem um<br />

modelo geométrico com uma dependência de 1/r3/2 [I]. A observação mais importante<br />

sobre a divergência é a dependência do modelo com a distância da fonte. Em curtas<br />

distâncias, onde o efeito das perdas não é importante, deve-se dar especial atenção ao<br />

modelo da divergência.<br />

O espalhamento tem uma grande contribuição na propagação do som devido as<br />

reflexões do fundo e da superfície, à não homogeneidade do meio e às partículas em<br />

suspensão. Todas estas influências causam múltiplas reflexões, fazendo com que o sinal do<br />

sonar tenha múltiplos caminhos, causando perdas na intensidade do sinal devido a<br />

incoerência do sinal no receptor.<br />

A absorção do som é a perda da energia acústica no oceano e pode ser bem baixa,<br />

principalmente quando comparada com a transmissão acústica na atmosfera ou com a<br />

transmissão eletromagnética na água do mar. No, oceano as perdas por absorção são<br />

devidas ao calor e, principalmente aos sais de óxido de bório e ao sulfato de magnésio em<br />

suspensão no oceano.


Figura 1.2 - Modelos da divergência<br />

Divergência Ciuiidricn<br />

A presença do ruído normalmente limita o desempenho dos sistemas de<br />

processamento de sinais de sonar, mesmo que uma boa informação do ambiente esteja<br />

presente para prever as características da propagação acústica. Geralmente o ruído é<br />

classificado como ruído ambiente, próprio ou reverberante [3].<br />

O ruído ambiente normalmente é um mído de fundo que é gerado por inúmeras<br />

fontes de energia acústica no oceano, entre elas a de interesse do operador do sistema de<br />

sonar. Este tipo de ruído é observado de maneira passiva, já que não existe a necessidade<br />

de propagar energia para observá-lo. O ruído próprio é um tipo de ruído de campo<br />

próximo introduzido ao sistema de sonar pelo próprio navio. Este tipo de ruído é gerado<br />

pela maquinária do navio, pela cavitação do hélice ou pela propulsão e as forças<br />

hidrodinâmicas. O mído reverberante é gerado por reflexões múltiplas indesejadas e se<br />

aplica a sistemas ativos.<br />

Existem duas considerações importantes na caracterização do ruído ambiente, a<br />

dependência no espaço e no tempo, embora existam variações na medida deste ruído


devido à mudança climática nas regiões. Existem faixas características do ruído ambiente.<br />

Na faixa de 1 a 10 Hz, a turbulência do oceano e a atividade sísmica no fundo do mar são<br />

frequentemente indicadas como fontes de ruído. De 10 a 300 Hz, o ruído produzido por<br />

navios é a fonte dominante; de fato se observarmos, o nível de ruído tem aumentado nos<br />

últimos anos devido a atividade de tráfego marítimo; este tipo de mído é bem<br />

caracterizado pelo fato da maior parte do mesmo ser referente a rotação das máquinas e da<br />

propulsão dos navios [I]. Acima de 300 Hz, o ruído é proveniente das forças do vento e<br />

das atividades da superficie do mar. Logo, nesta faixa existe uma dependência com as<br />

condições climáticas da região. Na faixa de frequência alta, acima de 30 kHz, que é a faixa<br />

espectral de interesse de muitos sistemas de sonar ativo, a excitação térmica das moléculas<br />

da água torna-se importante.<br />

Fixada uma profundidade, é considerado que em baixas freqüências (10 a 3 00 Hz)<br />

o ruído ambiente na direção horizontal é intenso, dado que a propagação em baixa<br />

freqüência atinge longas distâncias, sendo esse ruído gerado em parte pelos navios. Em<br />

frequências maiores (300 a 3 KHz), o ruído é mais intenso na direção vertical, este<br />

fenômeno acontece devido a influência das condições climáticas na superfície. O modelo<br />

espacial do ruído ambiente pode ser descrito em termos de uma representação espectral<br />

usualmente em função do vetor número de ondas. Esta função tem as mesmas<br />

propriedades do espectro de uma série temporal. A estimação do modelo temporal e<br />

espacial de um campo de ruído ambiente em termos da densidade espectral de potência ou<br />

em função do vetor número de ondas é um aspecto particularmente importante em sistema<br />

de sonar passivo [4].<br />

O ruído reverberante é gerado quando a energia transmitida de um sistema ativo é<br />

refletida por outros objetos que não o alvo a ser identificado. Normalmente se classifica o<br />

ruído reverberante como de fronteira ou de volume. A reverberação de volume é causada<br />

pelo espalhamento de partículas ou bolhas na água. Existem várias partículas na água que<br />

causam o espalhamento, mas comumente o espalhamento ocorre nas camadas profundas<br />

devido as bolhas de gás e às partículas em suspensão. As bolhas de gás são introduzidas<br />

pela própria turbulência do navio e constituem uma pequena componente na água, porém<br />

sua grande diferença de densidade causam grandes reflexões. Existe também um grande<br />

número de partículas em suspensão que causam o espalhamento, objetos de grandes


dimensões como os peixes e tão pequenos como os plânctons que podem espalhar a<br />

energia.<br />

A reverberação de fronteira é resultante de reflexões na superficie e no fundo do<br />

mar. Reflexões na superficie ocorrem em função da sua rugosidade, devido a velocidade<br />

do vento e outros fatores climáticos, enquanto a reflexão no fundo é devida ao tipo de<br />

fundo, ao ângulo de incidência do raio com o fundo e a frequência de emissão. Uma vez<br />

que as características das fronteiras são de grande importância no que diz respeito a<br />

propagação de sinais de sonar, elas devem ser estudadas de uma maneira mais detalhada.<br />

Existe sempre algum fenômeno que interfere na propagação do som no oceano tal<br />

como a temperatura, a salinidade e a própria geometria do meio. Em função da geometria<br />

do oceano, para que haja uma menor perda possível do sinal propagado entre a fonte e o<br />

receptor, utiliza-se uma determinada faixa de freqüência para a transmissão. Um outro<br />

fenômeno na propagação do som são os múltiplos caminhos causados pelo espalhamento<br />

do sinal transmitido, fazendo com que em muitos casos o sinal ao chegar em um grande<br />

arranjo ("array") de sensores por exemplo perca as suas características iniciais de<br />

transmissão. Devido a isto, o desenvolvimento de algoritmos de processamento de sinais<br />

de sonar tem uma particular importância em função destes fenômenos.<br />

Um fenômeno também considerável é a introdução de mudanças na velocidade do<br />

som de sinais de banda estreita causadas pelas ondas do mar. Estas ondas têm uma faixa de<br />

freqüência que se estende da faixa inercial, freqüência da maré (um ciclo por dia), até a<br />

frequência de Vaisala (vários ciclos por hora) [5]. A Oceanografia é a área da Física que<br />

fez este estudo e que verificou que flutuações na frequência dos sinais propagados<br />

ocorrem em grandes faixas no oceano [5]. Os sinais de banda estreita são utilizados nos<br />

sistemas de sonar ativos, por isso seu estudo tem despertado considerável interesse nos<br />

últimos tempos. As flutuações que estes sinais introduzem são tipicamente da ordem de<br />

dezenas de milBertz. Em freqüências maiores, o efeito da turbulência e o espalhamento do<br />

sinal são provenientes do movimento da superficie do mar.


A coerência espacial de sinais de sonar também é um objeto de ativa investigação.<br />

Na propagação de uma frente de onda plana no mar, é de interesse que a onda plana seja<br />

coerente ao longo de todo comprimento do arranjo. Devido a isto, o projeto do arranjo de<br />

sensores é importante para que a coerência seja mantida. Não existe a necessidade de se<br />

projetar grandes arranjos, visto que, em função das características do próprio oceano,<br />

quando estes arranjos receberem a onda plana, ocorrerá uma incoerência da onda ao longo<br />

do arranjo. Devido a estas limitações, o comprimento de um arranjo de sensores horizontal<br />

deve ter entre 10 e 100 comprimentos de onda do sinal a ser detectado e o tamanho de um<br />

arranjo de sensores vertical deve ser menor do que 10 comprimentos de onda do sinal a ser<br />

detectado. No estudo do desempenho de um sistema de processamento de arranjo para<br />

sonar, o grau de coerência espacial é muito importante. Se uma onda plana não se<br />

correlaciona entre os sensores em um arranjo, existe um limite onde se desconsidera a<br />

resolução conseguida com o tamanho do arranjo; em contra-partida, a onda plana não<br />

correlacionada implica que deve ser usada uma forma de processamento de sinal diferente<br />

da forma usual da conformação de feixe direta [I].<br />

1.5 SISTEMA SONAR PASSIVO<br />

Em um sistema de sonar passivo o principal interesse é na detecção de um sinal no<br />

domínio do tempo e do espaço; em grande parte, isto envolve alguma forma de análise<br />

espectral e análise do vetor de ondas k, que é definido como na equação (1. I); onde c é a<br />

velocidade de propagação da onda e n é um vetor que define a direção normal em relação<br />

a frente de onda. As mais importantes aplicações de sistemas de sonar passivo são de uso<br />

militar e tem a finalidade de fazer a detecção e acompanhamento de navios e submarinos.<br />

Torna-se difícil fazer algum estudo sobre o estado da arte nos sistemas de sonar militares,<br />

devido as considerações de classificação de segurança destes sistemas. Existem contudo<br />

aplicações em sismologia no estudo de terremotos submarinos e na área de navegação.


Uma variedade de sensores são usados na aquisição de dados de um sistema de<br />

sonar passivo; suas configurações determinam a capacidade e o tipo do processamento dos<br />

dados. A figura 1.3 ilustra alguns dos sistemas que têm sido usados para sistema de sonar<br />

passivo. Arranjo de hidrofones colocados no casco de um submarino consegue detectar e<br />

estimar a direção de sinais de navios vindos de longas distâncias. Arranjo de hidrofones<br />

fundeados, fazem a vigilância em uma área na costa litorânea.<br />

Transmissão<br />

Eletromagnetica<br />

para<br />

Processamento<br />

-.-A-.- ,.<br />

-. - .<br />

...<br />

- ..- -<br />

Superíicie do Mar Superíicie do Mar<br />

Submarino<br />

Superficie do Mar<br />

---<br />

-A- - .UM.>- Hidrofones<br />

de<br />

Fundeado<br />

Fundo<br />

Mar<br />

. -... -.. -..-A- - Arranjo<br />

Hidrofone<br />

Rebocado<br />

il(Jb Alvo<br />

6%<br />

Figura 1.3 - Sistemas de Sonar passivo<br />

Em geral existem duas categorias de sistemas de sensores. Sensores pontuais que<br />

são omnidirecionais e arranjos de sensores. Exemplo de sensores pontuais são as sonobóias<br />

que são lançadas de aeronaves e tem a finalidade de detectar submarinos em qualquer<br />

direção. Existem várias configurações de arranjo de sensores, um exemplo são arranjos<br />

montados no próprio casco do navio. Sistemas de arranjos também incluem, arranjos<br />

fundeados e arranjos rebocáveis. Os sensores pontuais são capazes de produzir uma análise<br />

temporal do campo de ondas do ambiente. Devido a isto, eles empregam somente o<br />

método da análise espectral. Os arranjos de sensores são capazes de fornecer tanto análise


temporal quanto a análise espacial do campo de ondas, fazendo com que sejam<br />

empregados tanto a análise espectral quanto a análise do vetor de ondas.<br />

sonar.<br />

A tabela abaixo ilustra a organização do processamento de sinais de um sistema de<br />

TEORIAS E MODE-<br />

LOS<br />

EXEMPLO DE MÉ-<br />

TODOS DE PROCES-<br />

SAMENTO E APLI-<br />

CAÇÕES<br />

EXEMPLOS DE<br />

APLICAÇ~ES<br />

ANÁLISE TEMPORAL<br />

representações espectrais, propriedades<br />

espectrais do sonar passivo<br />

métodos de atiálise espectral indireta<br />

(BLACKMAN - TUKEY),<br />

direta (FFT) e filtros adaptativos.<br />

sonares passivos e ativos, sisinologia .<br />

- - -<br />

Tabela 1 - Modelos e exemplos de aplicações<br />

1.5.1 SINAISRECEBIDOS NO MODO PASSIVO<br />

ANÁLISE ESPACIAL<br />

representação dos vetores de<br />

onda, processatnento de aman-<br />

jos, filtragem espacial, e função<br />

de diretividade.<br />

fonnação de feixes - fixo, pré-<br />

formatado, adaptativo. Estuna-<br />

ção do vetor de ondas de modo<br />

convencional e adaptativo.<br />

sonares passivos e ativos.<br />

No sonar passivo usualmente são de interesse a detecção e discriminação de várias<br />

fontes de mído ambiente no oceano, bem como suas direções de chegada. Em uma<br />

determinada faixa de freqüência, uma grande componente deste mído é gerada por navios,<br />

e as potências espectrais dos mídos dos navios estão concentradas nestas faixas de<br />

frequência. O espectro geralmente consiste de duas componentes de maior magnitude. A<br />

primeira é uma componente em banda larga, na faixa de freqüência de 100 a 1000 Hz, que<br />

é causada pela cavitação dos propelentes e pelas forças hidrodinâmicas atuantes sobre o<br />

navio quando se move através da água [I-21. A segunda é uma componente de banda<br />

estreita gerada pela propulsão e pela rotação das máquinas do navio. As componentes de<br />

banda estreita de cada navio normalmente são sincronizadas, isto é, elas têm a mesma<br />

potência e acontecem simultaneamente, mas isto não quer dizer que existe uma relação<br />

harmônica entre estas componentes. Como resultado, elas se deslocam em função das<br />

velocidades de rotação das máquinas quando irradiada, e em relação ao movimento da


fonte e o do receptor, podendo introduzir um deslocamento Doppler adicional. As<br />

componentes de frequência são distribuídas através de uma região de banda larga (de 10 a<br />

1000Hz), por isto, o deslocamento Doppler deve ser tratado em função da faixa de<br />

frequência mencionada acima. Cada navio tem um modelo característico e componentes de<br />

freqüência devido a estrutura de sua construção. Estas freqüências são normalmente<br />

estáveis com uma pequena variação na largura de banda, pelo fato destes navios serem<br />

normalmente grandes fisicamente com uma considerável quantidade de inércia.<br />

Frequentemente tem sido usada a análise espectral de alta resolução e<br />

acompanhamento de uma determinada freqüência em um sistema de sonar passivo. Isto<br />

tem conduzido ao uso de algoritmos de estimação espectral adaptativos e<br />

acompanhamento de alvos. Por este fato, é útil uma pequena revisão sobre os aspectos<br />

essenciais deste método de representação de sinais. A densidade espectral média de<br />

potência de um processo aleatório estacionário no sentido amplo ("Wide Sense<br />

Stationary") [6] é definida como a transformada de Fourier da função de autocorrelação<br />

do processo que é<br />

S, (f) = 5-1 R, (r) ejZzf'dr<br />

onde Rx(z)é a função de autocorrelação do processo. A função de autocorrelação e a<br />

densidade espectral de potência são propriedades de um conjunto infinito de experimentos<br />

("ensemble") de um modelo hipotético para sinais de sonar. Estas quantidades devem ser<br />

estimadas do dado observado, e envolve algum tipo de média, diretamente no domínio do<br />

tempo ou indiretamente no domínio da freqüência. O objetivo torna-se então determinar<br />

quando estas médias convergem em algum sentido probabilístico ou estatístico para a<br />

média do "ensemble" hipotético. Isto é realizado pela combinação de vários modelos e<br />

envolve a hipótese de ergodicidade. Este objetivo pode ser alcançado considerando os<br />

sinais estacionários durante um período limitado, fazendo com que a teoria da<br />

ergodicidade seja aplicada [7].<br />

Outras propriedades do espectro de potência são aplicadas no processamento de<br />

sinais de um sonar passivo. Elas estão relacionadas com as propriedades de entrada e saída


destes sinais quando aplicadas a sistemas lineares e invariante no tempo. As relações de<br />

entrada x e saída y para autocorrelação e a densidade espectral de potência são<br />

onde lz(t)e H( f )são respectivamente a resposta ao impulso e a função de transferência<br />

do sistema linear [7].<br />

1.6 PROCESSAMENTO DE ARRANJOS<br />

Um elemento importante no desempenho dos sistemas de sonar ativo e passivo é o<br />

arranjo de sensores e a conformação de feixe. O arranjo de sensores faz a amostragem dos<br />

sinais enquanto o conformador de feixe combina as saídas dos sensores de maneira<br />

apropriada para a realização da detecção e estimação da direção de chegada ("Direction of<br />

Arrival") dos sinais. Sistemas de sonar projetados para receber sinais se propagando em<br />

uma determinada direção normalmente encontram também interferência. Se o sinal<br />

desejado e a interferência ocupam a mesma faixa de freqüência, a filtragem no domínio do<br />

tempo não pode ser usada para separar o sinal da interferência. Mas normalmente o sinal<br />

desejado e a interferência se originam de locais diferentes, desta forma, a filtragem espacial<br />

na recepção dos sinais faz esta distinção.<br />

Sabe-se que a geometria do arranjo de sensores é importante na implementação<br />

dos sistemas de sonar, Devido a isto, o conformador de feixe deve utilizar toda a<br />

informação necessária fornecida pelo arranjo na realização da filtragem espacial para o<br />

processamento. A forma mais convencional de filtragem espacial consiste na introdução de<br />

atrasos ("delays") na saída do conjunto de sensores para que sejam levados em<br />

consideração os atrasos na propagação dos sinais da onda plana em alguma direção<br />

particular. Após estes atrasos, faz-se uma soma dos resultados. Se os sinais estiverem<br />

chegando da direção de interesse, eles são somados em fase (de maneira coerente),


enquanto aqueles que vêm das outras direções vão se cancelar pelo fato de ocorrer uma<br />

soma não coerente destes sinais. Outros tipos de processamento, usam pesos na saída do<br />

arranjo de sensores tornando a filtragem espacial mais eficiente devido a esta ponderação.<br />

Estes pesos podem ser fixos ou ajustados de maneira adaptativa no sistema de sonar em<br />

função dos dados observados.<br />

O objetivo deste trabalho é desenvolver um algoritmo adaptativo para realizar a<br />

estimação da direção de chegada de sinais de banda larga no domínio dos dados. O<br />

capítulo 2 trata do assunto relativo a sistemas de sonar passivo. O capítulo 3 explica como<br />

é feito o processamento de sinais de banda larga usando a matriz de covariância do sinal. O<br />

capítulo 4 mostra todo o desenvolvimento do conformador adaptativo para sinais de banda<br />

larga no domínio dos dados. O capítulo 5 fala sobre os resultados e as conclusões,<br />

abordando o desempenho em função do número de operações dos algoritmos MüSIC,<br />

MVDR e o RLS, para processamento em banda larga e também motra alguns gráficos de<br />

cada um destes algoritmos.


2 SISTEMA DE SONAR PASSIVO<br />

2. i ~TRODUÇÃO<br />

O sistema de sonar passivo tem a finalidade de permitir a detecção, a estimação da direção<br />

de chegada e a classificação de alvos, usando as ondas sonoras (ruído irradiado) que são<br />

emitidas pelos próprios navios através do meio submarino. A figura 2.1 mostra um exemplo de<br />

detecção passiva. O nome passivo é devido ao fato de não ser necessário nenhuma transmissão<br />

de sinal, fazendo com que o alvo não fique alertado da presença do navio que quer fazer a<br />

detecção.<br />

Figura 2.1 - Detecção passiva<br />

Dentre as muitas aplicações do sistema de sonar passivo têm-se:<br />

- A vigilância em grandes regiões das costas litôraneas, observando as freqüências dos sinais<br />

dos alvos, e comparando as suas características com sinais de alvos conhecidos;<br />

- A coletânea de medidas de sinais detectados para permitir a localização e classificação dos<br />

sinais dos alvos em categorias;


A leitura de medidas de novos sinais para a classificação de novos alvos, atualizando desta<br />

forma o banco de dados.<br />

A figura 2.2 mostra o diagrama em blocos de um sistema de sonar passivo [8].<br />

Sensores<br />

Pré-<br />

~rocessamento<br />

Conformadores de<br />

Feixe<br />

Figura 2.2 - Sistema de sonar passivo<br />

,<br />

O sistema de detecção passiva de sinais de sonar é baseado no princípio da disposição de<br />

arranjo de sensores que faz a identificação de feixes com o objetivo de extrair informações e<br />

parâmetros dos feixes que são detectados pelo sistema de sonar. A implementação de estruturas<br />

de filtragem espacial faz-se necessária em função do ângulo de incidência das ondas planas. O<br />

pré-processamento condiciona e digitaliza o sinal, após isto, ocorre a formação de feixes, um<br />

processo de filtragem espacial que pode ser implementado usando técnicas de adaptação. O<br />

pós-processamento consiste da utilização da teoria de detecção e estimação de parâmetros.<br />

Finalmente a apresentação mostra ao operador todas as informações de maneira apropriada.<br />

2.2 ARRANJO DE SENSORES<br />

O arranjo de sensores recebe as ondas sonoras emitidas pelos alvos. No caso de um<br />

sistema de sonar, os sensores são chamados de hidrofones, pelo fato de se estar trabalhando no<br />

meio submarino. Estes arranjos podem assumir diversas formas:<br />

- Cilíndricos: têm a forma de um cilindro e são compostos por vários "staves" (conjuntos de<br />

sensores colocados de forma axial no cilíndro) e podem determinar a direção de chegada dos<br />

sinais ornnidiiecionalmente. Os arranjos cilíndricos discriminam tanto os ângulos de azimute<br />

quanto os de elevação;<br />

- Planares: tem a forma plana e podem determinar a direção de chegada dos sinais vindos na<br />

direção da normal ao plano. Este tipo de arranjo discrimina os ângulos de azimute e elevação;


- Lineares: têm a forma de uma linha reta e podem determinar a direção de chegada de um sinal<br />

normal ao plano onde ele se encontra. Somente um ângulo, isto é, o ângulo de elevação ou o<br />

ângulo de azimute, pode ser discriminado.<br />

A figura 2.3 mostra os tipos de arranjos mencionados acima. A escolha de qual dos<br />

arranjos deve-se usar está associada as necessidades e emprego de cada sistema. Muitos fatores<br />

influenciam na escolha dos arranjos. Por exemplo, a faixa de freqüência que se deseja operar, a<br />

forma de discriminação angular e a resolução, que determina quão próximos se pode<br />

discriminar sinais chegando de direções diferentes.<br />

Figura 2.3 - Arranjo de sensores


Os objetivos no projeto de um arranjo de sensores são reduzir ao máximo o ruído<br />

ambiente que as ondas planas estão competindo, permitir a detecção de ondas planas chegando<br />

de diferentes direções e ainda medir a direção de chegada dos sinais. Tudo isto está diretamente<br />

ligado a geometria do conjunto de sensores. Aqui vai ser dado mais ênfase ao arranjo linear de<br />

sensores.<br />

2.2.1 ARRANJO LINEAR DE SENSORES<br />

O arranjo linear de sensores pode ser contínuo ou discreto e, como já mencionado acima, o<br />

conjunto pode discriminar somente um tipo de ângulo o ângulo de azimute ou elevação.<br />

No caso do arranjo discreto, é de grande importância o espaçamento e o número de<br />

elementos do arranjo. O espaçamento entre os sensores deve ser menor ou igual a 0.5h , onde<br />

h é o comprimento de onda do sinal a ser detectado. Com isto, pode-se saber de acordo com a<br />

distância entre os hidrofones, qual a máxima fi-eqüência que pode ser amostrada em função da<br />

velocidade de propagação da onda plana. A equação (2.1) mostra o cálculo para a<br />

determinação da máxima fi-eqüência que pode ser filtrada espacialmente por um conjunto linear<br />

de sensores discretos [3], onde c é a velocidade de propagação da onda plana e d é a distância<br />

entre sensores adjacentes. O número de elementos do arranjo determina a resolução do arranjo,<br />

isto é, quanto maior o número de elementos maior a resolução espacial, desde que seja<br />

obedecido o critério da coerência espacial.<br />

Para converter uma forma de onda analógica em uma representação disponível para ser<br />

analisada por um computador digital, é necessário amostrar esta forma de onda no tempo e<br />

converter cada amplitude amostrada em uma palavra digital. A figura 2.4 mostra o diagrama em<br />

blocos do pré-processamento. Esta operação é feita através de um condicionador do sinal, de


um controlador da faixa dinâmica do sinal e de um dispositivo para fazer a conversão<br />

analógicaldigital (AíD) [9].<br />

O condicionador do sinal é composto de filtros analógicos (TA), um para cada sensor para<br />

filtrar a forma de onda, fazendo com que a amostragem venha a ser feita sem uma significante<br />

perda da informação da onda. O controlador da faixa dinâmica é composto de um controle<br />

automático de ganho (CAG) que ajusta a potência da forma de onda de maneira que na<br />

conversão A/D não ocorrerá uma degradação na relação sinalíruído ( "Signal to Noise Ratio").<br />

A conversão digital é efetuada por um conversor A/D que converte um nível de voltagem<br />

analógica em uma palavra digital em um tempo especificado. O AíD pode ou não ser precedido<br />

de um circuito de amostragem ( "sampling & hold" ), que é usado para manter o valor da forma<br />

da onda por um dado instante de tempo até que a conversão seja efetuada. O hardware<br />

necessário para fazer as fiinções descritas acima pode ser substancial visto que tem que se usar<br />

um condicionador de sinal e um controlador da faixa dinâmica para cada canal e, além disso,<br />

vários conversores AíD devem ser usados para que a taxa de amostragem seja mantida<br />

constante.<br />

I SINAL PRÉ-PROCESSADO I<br />

Figura 2.4 - Diagrama em blocos do pré-processamento


2.4 CONFORMADOR DE FEIXE<br />

O conformador de feixe implementa a filtragem espacial para melhorar a detectabilidade, a<br />

resolução e a medida da direção de chegada de sinais de ondas planas. A utilização de filtros<br />

espaciais faz-se necessária quando o sinal que se deseja detectar e o sinal da interferência estão<br />

na mesma banda de Keqüências; neste caso, a filtragem temporal não conseguiria separá-los.<br />

No entanto, estes sinais geralmente são gerados em locais diferentes tomando-se possível sua<br />

separação através da filtragem espacial.<br />

Filtros espaciais são dispositivos conformadores de feixe que no caso de sinais acústicos<br />

submarinos podem ser implementados através de um arranjo de sensores que é composto por<br />

um conjunto de hidrofones. Seja G(iy) uma função definida como a resposta angular de um<br />

arranjo de sensores, resposta esta que é chamada de função de dietividade do arranjo. Então<br />

2 IG(~/)~<br />

é definida como a resposta de potência angular do filtro espacial. Neste ponto, é<br />

importante fazer a análise da relação sinal ruído de um filtro espacial. Seja:<br />

a26(iy - iyo ) + Energia na direção iy, .<br />

I N ( iy)12 + Densidade espectral de potência do ruído, na entrada do arranjo.<br />

mas,<br />

A relação sinal/mído (SNR) pode ser obtida da seguinte forma<br />

sm=-= ps<br />

D<br />

L n<br />

Potência do sinal na saída<br />

Potência do mído na saída<br />

71 2<br />

P, =a2J-n 6 (V-vo) IG(~)I~ dyi = n 2 I G ( ~ ~ ) + ~ Potência do sinal na saída do<br />

arranjo na direção iyo .<br />

P, = J'-x IN( IG( iy)12 diy -t Potência média total do ruído na saída do arranjo.


Considerando-se a densidade espectral de potência do mído N(v), constante e igual em<br />

todas as direções, pode-se reescrever a equação (2.2) [3] como<br />

abaixo .<br />

Onde v, é a medida da largura de resposta do filtro espacial, que é definida pela equação<br />

Pode-se mostrar desta forma que a capacidade de resolver o problema de ondas planas<br />

originárias de alvos muito próximos é inversamente proporcional a largura do filtro espacial.<br />

Assim a detecção e a estimação da direção de chegada são tão boas quanto menor for a largura<br />

do filtro espacial.<br />

Para efeito da detecção de sinais, define-se ganho do arranjo como a relação entre a<br />

potência do ruído na saída de um transdutor omnidirecional e a mesma medida na saída do<br />

filtro. Pode-se com isto definir o ganho do arranjo (AG - "Array Gain") como na equação (2.5).<br />

onde:<br />

b(v, 8) + resposta de potência normalizada do filtro espacial.<br />

IN(I,u, 8)12 7' distribuição da densidade angular do mído.<br />

Sendo 8 o ângulo em relação a linha do arranjo, chamado de ângulo de elevação e<br />

ângulo da direção de chegada do sinal, chamado de ângulo de azirnute. Pode-se definir o


ângulo sólido C2 como o produto do ângulo de azimute e o ângulo de elevação (C2 = 1y9. A<br />

integração em 47c indica que o AG é calculado sobre a área de uma esfera, envolvendo os<br />

elementos do arranjo.<br />

No caso de ruído isotrópico o ganho do arranjo é chamado de índice de diretividade @I -<br />

"Directivy Index") [3] e é dado pela a equação<br />

DI = 1 Olog<br />

2.4.1 ARRANJO LINEAR CONT~JO<br />

Um dispositivo unidimensional tal como um arranjo de sensores linear satisfaz as condições<br />

básicas de um filtro espacial. Este tipo de arranjo fornece a discriminação da direção de chegada<br />

de uma onda plana, tentando melhorar a relação sinal ruído.<br />

Considere a resposta angular de um sensor linear contínuo para uma onda plana como<br />

função da direção de chegada ry com um ângulo de elevação 6'. Supondo o sensor alinhado<br />

com o eixo x como mostra a figura 2.5, tal que o ângulo é o ângulo entre a direção de<br />

chegada e o plano perpendicular ao eixo do sensor contínuo, também chamado eixo de resposta<br />

principal. Com esta escolha, o sinal recebido em algum ponto do sensor linear é uma função<br />

somente de independente de 8.


eixo de rcsposta<br />

principnl<br />

Figura 2.5 - Arranjo linear contínuo.<br />

O sinal em algum ponto do eixo x ao longo do arranjo linear contínuo está atrasado ou<br />

x sen I,Y<br />

adiantado em relação a uma origem por uma quantidade de tempo ; desta forma pode-<br />

C<br />

se escrever a seguinte equação:<br />

onde c é a velocidade de propagação da fiente de onda no meio.<br />

A saída do sensor lmear contínuo em uma direção é obtida pela integração de sua resposta<br />

em relação ao sinal ao longo do seu comprimento [3], como mostrado na equação<br />

abertura.<br />

x sen I,Y<br />

C<br />

Onde g(x) é a resposta do sensor ao longo do eixo x , também chamada de função de<br />

Fazendo a transformada de Fourier da equação (2.7) obtém-se


A saída do sensor linear contínuo pode ser expressa de uma forma alternativa, como:<br />

Rearranjando a equação (2.10), chega-se a equação (2.11).<br />

x sen v<br />

i 2 n f c<br />

A integral entre colchetes da equação (2.11) tem a forma da transformada de Fourier da<br />

sen<br />

função abertura g(x) no domínio do espaço (domínio x). Chamando u = - [3], onde h é<br />

o comprimento de onda do sinal da onda plana e fazendo a transformada da função abertura<br />

obtém-se a função de diretividade que é definida por<br />

Substituindo (2.12) em (2.1 I), temos<br />

A figura 2.6 [3] mostra a resposta angular G(v) e a função de diretividade G(u) para uma<br />

função de abertura retangular g(x).<br />

Como pode ser observado na figura 2.6 (b), a variável u na hnção de diretividade G(u)<br />

sen I,V<br />

está no intervalo de (-111, llh). Como u = - , então sen I,V varia de [- 1, 11. Isto implica<br />

a<br />

r E E1<br />

em uma variação do angulo de Quando I,U varia na faixa de [0,2n], a função de<br />

1-2'21.<br />

resposta angular se repete de tal forma queG(ty) = G(x - I,V) .<br />

A


Uma medida importante para indicar a capacidade de resolução dos sensores é a largura<br />

angular do lóbulo principal, ou largura do feixe na resposta angular. Esta medida é feita<br />

considerando-se a distância do valor de pico ao primeiro zero da função de diretividade 131.<br />

1<br />

Desta forma, pode-se observar da figura 2.6 (b) que o zero ocorre em u = - . Sendo I,UB O<br />

L<br />

ângulo de abertura da função de diretividade temos:<br />

(E) Kunc8n deabaluri<br />

(h) PunMo do dircllrldsúe<br />

(C) Resp~sl:~ :@:+r<br />

Figura 2.6 - Função de abertura, diretividade e resposta angular.<br />

Logo, da equação (2.14) obtém-se a equação (2.15).


onde V, é a largura do lóbulo principal. Para um valor de L >> h utilizado na prática<br />

A largura do lóbulo principal é uma medida da resolução angular fornecida pelo sensor<br />

linear para sinais separados na direção V. A capacidade de resolução é melhorada quando L é<br />

incrementado ou A decrementa.<br />

O índice de diretividade @I) é o ganho em dB que se obtém na relação sinal/ruído, pelo<br />

uso de um sensor direcional em um meio onde o ruído é isotrópico. Para um sensor linear<br />

contínuo com uma função de abertura retangular L, DI pode ser expresso por [3]<br />

u senx L<br />

onde Si = jo - &. Esta expressão é mostrada em função de - . Para L >> h o DI<br />

X A.<br />

assume a forma aproximada<br />

L<br />

Quando - se aproxima de zero DI se aproxima de O dB. Pode-se observar da equação<br />

A<br />

(2.17) que, para um valor fixo de L, quanto menor o valor de h maior a diretividade. A figura<br />

2.7 mostra a curva do índice de diretividade para um hidrofone linear contínuo.


2.4.3 ARRANJO LINEAR DISCRETO<br />

L<br />

A<br />

Figura 2.7 - Índice de diretividade<br />

Filtros espaciais podem ser implementados usando arranjo de sensores ornnidirecionais.<br />

Um simples e prático arranjo discreto, consiste de um conjunto de sensores igualmente<br />

espaçados em uma linha reta. As características deste arranjo podem ser desenvolvidas por<br />

extensão dos resultados obtidos para o sensor linear contínuo.<br />

A função de abertura para o arranjo de sensores linear discreto pode ser expressa como<br />

uma versão amostrada da função de abertura contínua apropríada, onde as amostras são<br />

funções impulso espaciais. Para sensores espaçados de uma distância d, a função de abertura<br />

retangular pode ser escrita da seguinte forma<br />

1 1/L, -L/2


A função de abertura da equação (2.18) também pode ser escrita como uma fkção pente<br />

d u<br />

('ccomb") da forma g(x) = -coniiid[mct(;)~<br />

L = C b(x - nd)n.ct[:J [i]. por<br />

conveniência, o comprimento do arranjo vai ser L = Nd com N = 2q + 1, sendo N o número<br />

de sensores do arranjo e q cada elemento do arranjo de sensores 131. Isto resulta em um total de<br />

2q + 1 sensores dentro do intervalo L, com um sensor localizado na origem e N elementos<br />

igualmente espaçados em cada lado da origem.<br />

A função de diretividade para este arranjo pode ser obtida, sabendo-se que a amostragem<br />

em um domínio resulta em uma repetição do espectro no outro domínio. Desta forma, a hnção<br />

de diretividade pode ser expressa como<br />

G(u) = rep 1 sinc (LU)<br />

-<br />

d<br />

Onde repx, f (x) indica que a função é repetida em intervalos de xl<br />

Sabe-se que a função "sinc" possui extensão infhta. A repetição de várias destas funções<br />

no intervalo de (-llh, +l/h) resulta em contribuições que alteram a função centrada na origem<br />

dentro do intervalo anteriormente mencionado. Isto modifica a amostra real resultante nesta<br />

região de uma maneira inteiramente análoga ao efeito do "aliasing" encontrado nas formas de<br />

onda amostradas no domínio do tempo. A figura 2.8 [3] mostra a fùnção de abertura discreta,<br />

as contribuições das funções "sinc" fora do intervalo (-llh, +l/h) e a função resultante dentro<br />

deste intervalo. Nesta figura, Nrepresenta o número de sensores do arranjo.


Figura 2.8 - Função de diretividade retangular discreta.<br />

Pode-se notar na figura 2.8 (c) que a largura do lóbulo principal manteve-se inalterada em<br />

relação a função de diretividade do sensor linear contínuo. Uma observação importante é que<br />

de acordo com o espaçamento entre os sensores, a amplitude dos lóbulos secundários pode ser<br />

modificada.<br />

A figura 2.9 mostra a forma da função de resposta angular para diferentes espaçamentos<br />

de sensores, em função do comprimento de onda h.


Figura 2.9 - Função de resposta angular para diferentes espaçamentos dos sensores em relação<br />

ao comprimento de onda.<br />

É interessante observar que quando d = A aparecem dois lóbulos, um em V = O e outro<br />

7T<br />

em I,Y = - com o valor máximo da amplitude. Isto ocorre porque a primeira repetição ocorre<br />

2<br />

1 1<br />

em - = - , um valor que está dentro do intervalo de interesse (-111, +l/1). A ocorrência<br />

d A.<br />

destes lóbulos destrói a capacidade do filtro de medir ângulos não ambíguos e determinar a<br />

presença de múltiplos alvos, isto é, neste caso se um alvo estiver vindo na direção de zero<br />

graus e ou 90 graus, o filtro não vai conseguir discriminar qual a direção e a quantidade de<br />

alvos. Pode-se concluir que o desempenho do arranjo como um filtro espacial está<br />

comprometido se o espaçamento entre os sensores exceder o valor h12 de uma quantidade<br />

significativa [3].


2.4.4 PONDERAÇÃO ESPACIAL<br />

Até aqui foi considerado que a função de abertura era uma função retangular. Esta função<br />

gera uma hnção de diretividade "sinc" também nos lóbulos secundários. A abertura retangular<br />

é aproximadamente ótima para a detecção de uma única onda plana em ruído isotrópico; para<br />

o caso em que existe a interferência de outras ondas planas em ângulos fora do lóbulo principal,<br />

é muitas vezes desejável reduzir as amplitudes dos lóbulos secundários.<br />

Devido a este fato, pode-se mudar a forma da função de abertura, para que ocorra uma<br />

modificação na função de diretividade visando uma redução significativa na amplitude dos<br />

lóbulos secundários. Este processo é denominado de ponderação do arranjo ("array shading"),<br />

sendo análogo ao uso de janelas no processamento de sinais discretos no domínio do tempo,<br />

para que haja uma redução no efeito conhecido como contaminação ("leakage").<br />

A figura 2.10 mostra um exemplo de uma função de abertura triangular e a respectiva<br />

função de diretividade [3]. Para efeito de comparação pode-se usar a amplitude do primeiro<br />

lóbulo secundário para as funções de abertura retangular e triangular. Para a abertura retangular<br />

obtém-se -13 dB, enquanto para a abertura triangular, -26 dB, em ambos os casos, os valores<br />

são medidos em relação ao valor de pico.<br />

Figura 2.10 - Função de abertura triangular.<br />

A função de abertura triangular faz com que a largura do feixe fique duas vezes maior do que a<br />

largura do feixe obtida para a função de abertura retangular [3].


Portanto, pode-se concluir que deve existir um compromisso entre a amplitude dos lóbulos<br />

secundários e a largura do feixe, que depende da função de abertura usada.<br />

2.4.5 DIRECION-NTO DO FEIXE<br />

O direcionarnento do feixe ("beam steering") visa posicionar o arranjo de sensores em uma<br />

determinada direção que se deseja investigar a chegada de sinais de onda plana. Este<br />

direcionamento pode ser feito fisicamente, posicionando-se o arranjo na direção que se deseja<br />

investigar, ou eletronicamente, a partir da propriedade da translação da transformada de Fourier<br />

[10]. Para isto, considera-se um caso em que a função abertura é multiplicada por uma<br />

exponencial complexa. A função abertura e a função de diretividade resultantes têm a seguinte<br />

forma:<br />

Da equação (2.20) pode-se notar que a multiplicação da função abertura pela exponencial<br />

causou translação na função de diretividade, isto é equivalente a um direcionamento<br />

("steering") na função de diretividade. Pode-se concluir então que um arranjo linear discreto de<br />

sensores igualmente espaçados tem a função de abertura e diretividade da seguinte forma:<br />

Ar-1<br />

n=O<br />

g(nd) 6(w - nd) dZm4 tt ~ ( - uo) u<br />

Recordando que uo = --- -<br />

senyo - fsen 'O , observa-se da equação (2.21) que a soma de<br />

A C<br />

cada sensor deslocado de uma fase é uma função linear da fiequência e a distância, ao longo do<br />

arranjo. O deslocamento de fase somado para o n-ésirno sensor é dado por<br />

#,I =<br />

2n nd sen yo<br />

Para um sinal de uma única onda plana, o efeito do deslocamento de fase é equivalente a<br />

um atraso no tempo (rn ) .


z,, =<br />

nd sen v,<br />

C<br />

Portanto para se obter um deslocamento de fase, basta inserir um atraso no tempo<br />

apropriado em cada sensor. Esta técnica é usada para cancelar o atraso no tempo geométrico,<br />

em cada elemento do arranjo, para uma onda plana chegando da direção v, . Isto faz com que<br />

os sinais em todos os elementos do arranjo sejam somados na direção v, .<br />

rara formar um feixe na direção perpendicular a linha de sensores, vide figura 2.5, deve-se<br />

somar as saídas de todos os sensores sem atrasos. Os feixes em outras direções são formados<br />

através da seleção das derivações das linhas de atraso, o que deve obedecer a uma progressão<br />

aritmética de atrasos de um extremo ao outro do arranjo. O número de atrasos e sensores<br />

definem a acurácia na determinação da direção do feixe.<br />

2.4.6 GANI30 DE UM ARRANJO LINEAR DISCRETO<br />

Como mencionado na seção 2.4.2, quando o ruído é isotrópico, o índice de diretividade é<br />

determinado em um arranjo linear contínuo. Quando o ruído não é isotrópico o termo ganho do<br />

arranjo (AG - "array gain") é usado em vez do índice de diretividade. O ganho do arranjo é uma<br />

medida da largura do feixe em função de uma determinada direção de acompanhamento. A<br />

largura do feixe aumenta de acordo com o ângulo para o qual o feixe foi direcionado, isto<br />

acontence pelo fato dos feixes serem igualmente espaçados no domínio u, domínio do seno do<br />

ângulo e não no domínio do ângulo como mostra a figura 2.11 [3]. Este acréscimo é mínimo<br />

para zero grau e máximo para 90 graus. Portanto, o direcionamento do feixe está limitado pela<br />

resolução exigida em um determinado sistema.


Figura 2.11 - Largura do feixe.<br />

O ganho do arranjo é definido como a razão entre a potência do ruído na saída de um<br />

sensor omnidirecional, sensor este que recebe a energia igualmente em todas as direções, e a<br />

potência do ruído na saída de um sensor direcional pertencente ao arranjo, que recebe a energia<br />

de uma determinada direção. Pode-se mostrar que para um arranjo discreto de sensores<br />

igualmente espaçados e uniformemente ponderados em meio a um ruído isotrópico, o ganho do<br />

arranjo é idêntico ao índice de diretividade e pode ser expresso como na equação abaixo, onde<br />

N é o número de sensores do arranjo.<br />

Para um campo de ruído não isotrópico, pode-se calcular o AG como segue.


onde<br />

B =<br />

N-1<br />

(I - sen(2nqd 1 h) cos(2nqd I h)<br />

-<br />

C (N -<br />

(I + Lb)<br />

q)sen(2írqdug)<br />

(2aqd l h12 2aqd 1 h<br />

q=l<br />

Lb é um fator de atenuação da intensidade de ruído, em fimção do modelo de campo<br />

utilizado [3].<br />

O pós-processamento tem a finalidade de fazer a detecção e a estimação da direção de<br />

chegada de alvos. A detecção é realizada através de estatísticas de decisão sobre as células<br />

(sub-conjunto de dados) no espaço de observação do sonar. Em um sistema de sonar passivo,<br />

as dimensões desse espaço são a marcação (ângulo de chegada do alvo em relação a linha de<br />

proa a popa do navio) e a freqüência. No caso do sonar ativo, as dimensões são a marcação, a<br />

distância e a velocidade radial. A estimação, é função da potência de saída do arranjo e o<br />

ângulo de chegada considerando-se os picos de distribuição de potência de saída,<br />

correspondentes as verdadeiras direções de chegada dos sinais presentes no cenário.<br />

A detecção é realizada pela decisão sobre a presença ou ausência de um alvo em uma<br />

determinada célula. Isto é realizado pela comparação do nível da estatística para essa célula<br />

com a estatística presumida ou estimada do ruído para a referida célula. Se a diferença de nível<br />

ultrapassar um determinado limiar, pode-se assumir a ocorrência da detecção. Esta estatística


depende de um modelo para o sinal e para o ruído. Dependendo das características da fonte do<br />

sinal, a detecção pode ser realizada, como por exemplo no caso de sistemas ativos, através de<br />

filtros casados coerentes, de detectores de energia não coerentes ou, mais frequentemente, de<br />

alguma estrutura intermediária [8].<br />

Em um sistema de sonar passivo, considera-se geralmente o sinal recebido como uma<br />

função de um processo aleatório cujo os parâmetros são desconhecidos, exceto pelo fato de<br />

haver um conhecimento parcial da faixa de freqüência dos alvos a serem detectados. Devido ao<br />

exposto anteriormente tem que se realizar testes estatísticos para a detecção.<br />

2.5.1.1 TESTE DE HIPÓTESES<br />

A forma mais simples de detecção é o teste de hipóteses binária, onde uma hipótese H0 é<br />

considerada quando somente o ruído estiver presente, e uma hipótese Hl quando o ruído mais<br />

o sinal estiverem presentes. Para introduzir o conceito de teste de hipóteses suponha que<br />

x(t) seja um sinal recebido nos sensores, sinal este que consiste somente de um ruído aleatório<br />

n(t) , ou de um sinal s(t) mais um mído n(t)<br />

x,(t) = n(t) + hzpótese (H,)<br />

x, (t) = s(t) + n(t) + hlpótese (H,)<br />

como mostrado abaixo.<br />

(2.26)<br />

A detecção consiste em escolher uma destas hipóteses. Inicialmente será considerado<br />

apenas uma amostra do sinal recebido, e baseado em algum modelo estatístico deve-se escolher<br />

pela hipótese mais provável, considerando-se a amplitude medida em uma única amostra [12].<br />

Por isto, tem que se criar as probabilidades condicionais como abaixo.<br />

P(H, 1 x) + Probabilidade de H,, dado r<br />

P(H, 1 x) + Probabilidade de H,, dado x<br />

Pelo fato de haver a necessidade de um prévio conhecimento da amplitude da amostra<br />

recebida, as probabilidades são chamadas de probabilidade "a posteriori".


A detecção consiste em escolher a hipótese que corresponda a máxima probabilidade a<br />

posteriori [12]. Desta forma, a hipótese H1 só será escolhida no caso em que<br />

P(Hl 1 x) 2 P(Ho 1 x) . Sabendo-se que P(H1 x)P(x) = P(xl H)P(H) pode-se escrever a<br />

equação<br />

Onde Pfl, ) e Pw0) são as probabilidades "a prior?' relativas a presença ou ausência do<br />

sinal. Pode-se mostrar que a razão entre as funções densidade de probabilidade condicional é<br />

igual a razão entre as probabilidades a posteriori. A condição para a escolha da hipótese é dada<br />

por [12].<br />

As funções P(x1 H,) e P(x1 H,) são funções densidade de probabilidade condicional<br />

denominadas de funções de verossimilhança 1121. A relação<br />

~ ( 4 H, ) é chamada de razão de<br />

~ ( Ho) 4<br />

Outros testes para detecção de sinais também são usados. O teste de Bayes e o detector de<br />

Neyman-Pearson [12], sendo este último usado para a detecção de sinais em sistema de sonar<br />

passivo em banda larga.


2.5.2 EST~ÇÃO DA DIREÇÃO DE CHEGADA (DOA)<br />

A estimação da DOA é baseada no emprego de um arranjo de sensores, que permite<br />

acentuar a recepção do sinal desejado e simultaneamente atenuar a dos sinais indesejados. Para<br />

isso, várias técnicas são desenvolvidas, dentre elas as técnicas adaptativas. Estas técnicas são<br />

baseadas em diferentes propriedades do sinal, do ruído e do próprio arranjo de sensores.<br />

A figura 2.12 mostra um esquema de processamento realizado pelo arranjo de sensores.<br />

Representando a saída do i-ésimo sensor por x, (t) e por wj o peso correspondente; a saída do<br />

arranjo pode ser descrita como na equação abaixo<br />

* H<br />

,7(t) = C w, (I) xj (t) = lu r<br />

H<br />

onde: w = [wi (b), ?vz (Q), . . . . . , +vN (O)] é o vetor dos pesos.<br />

T<br />

X = [XI (t), x2 (t), . . . . , XN (t)] é O vetor de observações.<br />

I y(t)<br />

(saída do arranjo)<br />

Figura 2.12 - Conformação de feixe.<br />

A potência média na saída P(4 ) em uma direção é dada por


H<br />

onde R = E[xx ] é a matriz de correlação da saída do arranjo. Esta matriz tem as<br />

propriedades de ser hermitiana e semi-definida positiva.<br />

A seguir vão ser mostradas várias técnicas para a estimação da DOA.<br />

Na conformação de feixe os pesos na saída do arranjo são escolhidos de maneira tal que<br />

eles posicionem o arranjo em uma determinada direção como na equação a seguir:<br />

Desta forma, pode-se criar um vetor d (4) que são os fatores de fase que direcionam o<br />

arranjo tal que<br />

Substituindo (2.34) em (2.31), obtém-se a saída do arranjo na direção determinada por<br />

d(4) como é mostrado na equação a seguir<br />

A potência de saída do arranjo do feixe já conformado pode ser expressa como:


Para um único alvo, este estimador mede a potência real quando direcionado para o ângulo<br />

verdadeiro de chegada, resultando em um pico nesta direção. Quando se tem no sinal múltiplas<br />

fontes se propagando em diferentes direções, as contribuições de cada uma das fontes vai<br />

provocar uma alteração no estimador em todas as direções de chegada, fazendo com que os<br />

picos se aproximem uns dos outros e desta forma causando um afastamento das posições<br />

verdadeiras. Se ambas as fontes estiverem localizadas no lóbulo principal, os picos vão se juntar<br />

ocasionando perda de resolução.<br />

2.6 &TODOS DE ESTZMAÇÃO DA DOA<br />

2.6.1 ESTJMADOR DE MÍiWMA vARIÂNcIA COM RESTRIÇÃO LINEAR<br />

Sabe-se que a saída de um arranjo de sensores contém contribuições do sinal desejado ao<br />

longo da direção do feixe, bem como contribuições indesejadas ao longo de outras direções. O<br />

objetivo, então, é fazer a rninimização das contribuições indesejadas mantendo o ganho<br />

constante e sem distorção na direção do feixe. Isto é equivalente ao seguinte problema<br />

H H *<br />

rnin,, iv Rw sujeito a restrição (w d($)I = g (2.37)<br />

onde g* é uma constante. O método de multiplicadores de Lagrange pode ser usado para<br />

resolver a equação (2.37) resultando na seguinte equação [14]<br />

Se g* =I, então diz-se que a resposta na saída do arranjo tem a variância mínima sem<br />

distorção (MVDR - "minimum variance distortionless response") [13]. Calculado o vetor peso<br />

TV, pode-se chegar a potência de saída do arranjo. De acordo com a referência [14], o vetor


~-'n($)<br />

peso é da forma IV =<br />

d H (oR-'~($)<br />

variância tem a forma<br />

, logo a potência do arranjo para o estimador de mínima<br />

O objetivo de qualquer estimador é manter em sua saída somente a potência que chega de<br />

uma direção específica para a qual o arranjo está direcionado. Isto requer que o arranjo rejeite<br />

todos os sinais das outras direções fora da direção desejada. Assim, quando o arranjo está<br />

direcionado para um azimute (direção desejada para a observação), todas as chegadas no<br />

arranjo ao longo de outras direções são indesejáveis representando mídos ou interferências.<br />

O grau de supressão das interferências depende da separação angular entre a direção<br />

do sinal a ser suprimido e a direção real do feixe, dos níveis de potência dos sinais e da<br />

geometria do arranjo.<br />

O método de mínima variância tem uma resolução melhor do que o método da<br />

conformação de feixe do tipo atraso e soma, em funqão da aplicação da restrição mencionada<br />

anteriormente.<br />

2.6.2 P~DIÇÃO LINEAR<br />

Seja um arranjo linear de sensores com N elementos igualmente espaçados. No método de<br />

predição linear, a saída de um dos sensores é uma combinação linear das N-1 saídas existentes a<br />

cada instante, e os coeficientes do filtro de predição são calculados de modo a rninimizar o erro<br />

quadrático [l 11 .


temos<br />

Definindo x,, , x,,-1, ..., x,-N+~ como as N saídas dos sensores e i, o previsor para x, ,<br />

onde ai são os coeficientes do filtro de predição. Pode-se obter o erro (e, ) como sendo a<br />

diferença entre x,, e fl, como mostrado abaixo<br />

N-1<br />

e,, = r,, - i?,, = ai sendo ao = 1<br />

1x0<br />

A rninirnização do erro médio quadrático em relação as incógnitas resulta nas equações<br />

(2.42) e (2.43), respectivamente.<br />

Se as saídas dos sensores forem espacialmente estacionárias, então suas correlações<br />

cruzadas dependem somente das distâncias entre os elementos. Se um arranjo uniformemente<br />

espaçado recebe sinais de um conjunto de fontes não correlacionadas, obtém-se<br />

Substituindo a equação (2.44) nas equções (2.42) e (2.43), respectivamente, tem-se<br />

N-1<br />

i=O<br />

a,~(k-i)=0 para k=l, ..., N-1


i=O<br />

Pode-se expressar a equação (2.46) na forma matricial.<br />

A equação (2.41) pode também ser intrepretada como na figura 2.13, onde H@ que está<br />

expressa na equação (2.48), é a função de transferência do sistema.<br />

Figura 2.13 - Modelo auto-regressivo.<br />

Da figura 2.13, observa-se que xn pode ser considerada como a saída de um sistema<br />

excitado por um processo de ruído não correlacionado com potência média &.r . Se os erros<br />

e, , e,,+k também são não correlacionados para todo n e k + 0, então a entrada representa um<br />

ruído branco e x, um processo auto-regressivo de ordem N-1.<br />

A densidade espectral de potência do processo Sx ($ ) tem uma relação com a função de<br />

transferência do sistema e com a densidade espectral da entrada [ll]. Sabe-se que a densidade<br />

espectral do mído é, S, (4 ) = 6N-l, desta forma obtém-se


linear.<br />

A densidade espectral de potência de saída da equação (2.49) é a estimação de predição<br />

A predição linear é um melhor estimador do que o método da mínima variância, pelo fato<br />

dos picos terem maior precisão no lóbulo principal do que os estimadores de mínima variância.<br />

As técnicas de estimação estudadas até aqui exigiram um conhecimento da estatística de<br />

segunda ordem (média e variância) [I31 dos dados a serem analisados. Estas estatísticas<br />

normalmente não são conhecidas, mas com a aproximação da ergodicidade, elas podem ser<br />

estimadas em fùnção dos dados disponíveis. Ao longo do tempo, estas estatísticas podem<br />

mudar devido as alterações das interferências ou a própria mudança das características do meio.<br />

Para resolver estes problemas, podemos usar algoritmos adaptativos que ajustam os pesos de<br />

acordo com os dados. A figura 2.14 mostra a configuração básica de um filtro adaptativo.<br />

FILTRO<br />

ADAPTATIVO<br />

Figura 2.14 - Configuração básica de um filtro adaptativo.<br />

Existem duas maneiras básicas na implementação de técnicas adaptativas para a estimação<br />

da DOA. A primeira maneira é usar um bloco de dados para a adaptação, onde as estatísticas<br />

são estimadas e usadas na equação do peso ótimo como na equação (2.50), onde<br />

R = E[X,X,H] é a matriz de correlação do sinal de entrada e p = ~ [dp,] e o vetor de


correlação cruzada entre o sinal desejado dk e o sinal de entrada xk . A adaptação em blocos<br />

pode ser usada quando sabe-se que o processo é estacionário, pois neste caso, os pesos são<br />

recalculados periodicamente.<br />

A segunda maneira é uma adaptação contínua, onde os pesos são ajustados a medida que<br />

os dados são amostrados, de forma que os pesos convergem para um valor ótimo. A adaptação<br />

contínua, é preferida quando as estatísticas são variantes no tempo ou por motivos<br />

computacionais quando o número de pesos é grande. Uma técnica usada na adaptação contínua<br />

é a minimização do erro quadrático (LMS - "least mean square") que ajusta os pesos na direção<br />

de uma estimativa da inversa do gradiente da superfície quadrática [14]. Este algoritmo<br />

converge para os pesos ótimos, no sentido do erro médio quadrático. A psincipal virtude do<br />

LMS é a sua simplicidade para a implementação. Uma outra técnica é a dos mínimos<br />

quadráticos recursiva (RLS - "recursive least square"), onde os pesos são escolhidos para<br />

rninimizar a soma ponderada dos erros quadráticos anteriores. Em cada iteração deste<br />

algoritmo, os pesos representam a solução ótima no sentido determinístico. A convergência<br />

para os pesos estatisticamente ótimos no algoritmo RLS é mais rápida do que a obtida usando<br />

o algoritmo LMS. Isto se justifica pelo fato do algoritmo RLS não depender tanto da forma da<br />

supeficie do erro como acontece no algoritmo LMS [14].


Em um sistema de sonar passivo, a apresentação tem por objetivo facilitar o operador na<br />

detecção e estimação da DOA. Normalmente no caso da DOA tem-se uma gráfico do tipo<br />

marcação tempo, que tem a finalidade de informar ao operador, a cada instante de tempo e em<br />

tempos passados qual é a marcação do alvo. Com isto, operador fica com um histórico de<br />

marcações anteriores, bem como a marcação atualizada. A figura 2.15 mostra uma<br />

apresentação usada no sonar passivo.<br />

Ângulo (graus)<br />

3 c Contato 1<br />

Figura 2.15 -Apresentação marcação x tempo.<br />

Contato


3 PROCESSAMENTO DE ARRANJOS EM BANDA LARGA<br />

3.1 INTRODUÇÃO<br />

O processamento de arranjos para sinais de banda larga tem por objetivo detectar<br />

e estimar a direção de chegada dos sinais de múltiplas fontes incidindo em um arranjo de<br />

sensores. Este problema pode ser solucionado estimando-se o espectro direcional do<br />

campo e associando os máximos do espectro as direções das fontes. Embora o<br />

conformador de feixe convencional do tipo "delay and sum" (DS) seja comumente usado<br />

para fazer este mapeamento, limitações fisicas, tais como o comprimento do arranjo, a<br />

distância entre os elementos do arranjo, bem como sua capacidade de discriminação dos<br />

alvos, prejudicam a estimação da direção de chegada (DOA) de múltiplos alvos. Métodos<br />

de alta resolução têm sido usados para solucionar estes problemas. Normalmente estes<br />

métodos são desenvolvidos para a aplicação em sinais de banda estreita, fazendo-se<br />

necessário estimar a matriz de densidade espectral cruzada (MDEC) dos sinais de saída do<br />

arranjo. Para a estimação da DOA de sinais de banda larga, os métodos desenvolvidos para<br />

banda estreita podem ser empregados, desde que ocorra um pré-processamento dos dados<br />

de banda larga. Uma possível abordagem é combinar os espectros direcionais obtidos a<br />

partir da MDEC de banda estreita em diferentes freqüências. Ocorre uma séria limitação<br />

nesta implementação que é o longo tempo de observação necessário para a obtenção de<br />

uma estabilidade estatística na criação da MDEC. Este tipo de processamento exige um<br />

elevado tempo de observação. A finalidade neste capítulo é implementar um algoritmo que<br />

faça o pré-processamento para a estimação da DOA dos sinais em banda larga com um<br />

um baixo tempo de observação.


3.2. O PROBLEMA BANDA LARGA<br />

Considere um arranjo de sensores para medir um campo com P ondas planas que<br />

são geradas por várias fontes e estão contidas em uma faixa de freqüências, constituindo<br />

desta forma um campo de ondas banda larga. Existe também a presença de um ruído<br />

ambiente difuso sendo assumido que as fontes e o ruído difuso são estatísticamente<br />

independentes. A representação da saída de um sensor localizado em uma coordenada x,<br />

é y(nJ 9 para n = -qJ.. ., q; tendo-se então um número total de sensores de N = 2q + I. A<br />

T<br />

saída em um determinado instante de tempo é da forma ~(t) = [y(-q, t), . . . , y(q, t)] [15],<br />

sendo observada em um intervalo de tempo de T segundos e pode ser escrita como<br />

x,senv<br />

onde T,,(I,Y) = , si (t) são processos estacionários de média zero correspondendo<br />

C<br />

a cada fonte de sinal recebido, sendo i = I,. . .,P; e v(n, t) é o ruído dihso com média zero,<br />

espacialmente e temporalmente estacionário no n-ésimo sensor. No domínio da freqüência<br />

sob um intervalo de tempo de (-T/2,T/2), o sinal de saída é representado como<br />

T<br />

Y(ok ) = [Y(-q, wk), . . . , Y(q, aic)] . Os elementos Y(n, a,), de Y(wlz )correspondem aos<br />

2 kn<br />

coeficientes da série de Fourier de y(n, t) na freqüência wk = - . Para um grande<br />

T<br />

tempo de observação T, os vetores no domínio da freqüência, Y(qZ ) e Y(wr ), são não<br />

correlacionados para k #r. Assumindo que as saídas dos sensores são limitadas em banda<br />

em uma determinada faixa de freqüências, isto é, I I wh , as estatísticas de segunda<br />

ordem do campo são completamente especificadas por matrizes de densidade espectral<br />

cruzadas de banda estreita que são dadas por R(wk)= E [Y(~~)Y(~~)~] [15] para k =<br />

I, ..., h. A matriz de correlação do sinal dado pela equação (3.1) pode ser escrita como


T<br />

dimensão AkP, e d(vi,ak)=[e -ja kc(-q) (vi) ,..., e -ia k ~ ( (vi)] ~ ) é o vetar<br />

direção da i-ésima fonte e P, (w, ) é a matriz de densidade espectral da fonte, de dimensão<br />

PxP.<br />

3.3 MÉTODOS DE PROCESSAMENTO BANDA LARGA<br />

Neste ponto, é conveniente fazer uma análise dos métodos usados para a<br />

estimação da DOA em banda larga. No método de covariância direcionada, as saídas dos<br />

sensores são pré-processadas para garantir que as fontes que chegam de uma direção<br />

particular tenham a mesma representação em todas as freqüências. Sendo v a direção de<br />

interesse, a propriedade de focalização para as chegadas das fontes da direção v pode ser<br />

realizada multiplicando-se as saídas dos sensores no domínio da freqüência por uma matriz<br />

DIR(y,a,), chamada de matriz direção 1161, tal que a saída direcionada seja<br />

Y, (v, w, ) = DIR(v, w,)Y(a,) . A matriz direção é definida como<br />

x,,sen W<br />

onde r,, (v) =<br />

C<br />

Desta forma, a saída direcionada no domínio do tempo pode ser obtida fazendo-se<br />

a transformada inversa de Fourier de Y, (v, w, ) .


Substituindo (3.3) em (3.4), temos<br />

Observe que o atraso na direção de interesse y é precisamente aquele necessário para o<br />

conformador de feixe do tipo DS formar um feixe naquela direção. Então a matriz de<br />

covariância direcionada é calculada pela equação<br />

Em geral, o somatório de matrizes de covariância pré-direcionadas banda estreita<br />

sob a faixa de freqüências de interesse resulta em uma matriz de covariância focalizada na<br />

banda larga dada por [16]<br />

onde R(q2 ) = EIY(ok )Y(w12)H ] é a matriz de covariância da saída do arranjo de<br />

sensores na freqüência a. Da equação (3.4), pode-se observar que E[y, (v, t)y, ( y, t)H ]<br />

é a matriz de covariância direcionada no domínio do tempo da saída dos sensores quando<br />

os atrasos são inseridos para formar o conformador de feixe do tipo DS. A matriz R, (v)<br />

é chamada de matriz de covariância direcionada correspondente a direção v.


3.3.2 MÉTODO DA REAMOSTRAGEM ESPACIAL<br />

O método da reamostragem espacial permite a focalização simultânea de todas as<br />

direções representadas em uma única matriz de covariância.<br />

Seja um arranjo linear de sensores igualmente espaçados, com N elementos. O<br />

conceito de reamostragem espacial é desenvolvido pelo tratamento do arranjo discreto,<br />

como resultado de uma amostragem espacial de um arranjo linear contínuo. Para um<br />

arranjo linear horizontal com os sensores espaçados de uma distância d, nas posições<br />

xn = nd onde n = -q ,..., q, o n-ésimo elemento no vetor de saída Y(ak ) do arranjo no<br />

domínio da freqüência pode ser expresso como<br />

onde Si (o,) representa a i-ésima fonte na frequência a e V(n, a,) é o ruído na saída<br />

do n-ésimo sensor na freqüência [17]. A informação da direção de chegada dos sinais,<br />

ukndsen(yi )<br />

contida em Y(n, u,), é representada no fator de fase , função tanto da<br />

C<br />

direção de chegada quanto da frequência. Os fatores de fase relativos a uma direção vi<br />

serão diferentes para cada freqüência presente no sinal da fonte.<br />

Suponha um sensor linear contínuo ao longo do eixo x e que se pudesse observar o<br />

sinal em qualquer ponto x do sensor. No domínio da frequência este sinal pode ser<br />

representado pela equação (3.8), substituindo nd por x.<br />

Pode-se, então, interpretar a saída do sensor localizado em x=nd ( equação (3.8)) como<br />

uma amostragem espacial do sinal ao longo do sensor contínuo. Se a amostragem puder<br />

ser feita em pontos x = p l(u,), onde p é um inteiro e I(ak) sendo inversamente


"O<br />

proporcional a frequência q-, l(mk) = d-, sendo mo uma frequência escolhida na<br />

"k<br />

média da banda, o fator de fase torna-se-ia independente da freqüência, como indicado na<br />

equação (3.10) .<br />

onde r.(p, w,) é a componente de saída da freqüência uk do sinal amostrado<br />

mo<br />

espacialmente em pontos x = p l(w, ) = p d -, - q, 5 p 5 q, fazendo com que o<br />

*k<br />

comprimento do arranjo reamostrado ficasse N, = 2qr + 1, y. (p, w, ) é o mído e mo é um<br />

parâmetro denominado de freqüência de focalização do arranjo (parâmetro constante)<br />

~71.<br />

A reamostragem espacial consiste em obter o sinal r. (p, m,) a partir do sinal do<br />

arranjo Y(n,w l,), o que equivale a focalização de todas as freqüências. Por analogia com a<br />

equação (3.7), pode-se chegar a matriz de covariância do vetor do sinal reamostrado,<br />

onde - qr ,-qr + I, ...qr são OS índices dos pontos do arranjo reamostrado e a matriz de<br />

direção do sinal reamostrado é D, (ao) = [d, (V], mo), . . . , d, (vp, ao)] e<br />

conforme desejado.<br />

A operação de reamostragem é uma operação linear e pode ser representada por<br />

Y, (ak ) = HlzY(uk ) , onde a matriz Hk representa a resposta do filtro de reamostragem,


esultando em uma matriz de covariância de Y, (wk) dada por R, (wl, ) = HkR(wk )H;. A<br />

matriz de covariância focalizada é dada pela soma das matrizes banda estreita R, (ak ).<br />

A operação de reamostragem pode ser, então, realizada no espaço de dados ou<br />

diretamente sobre as matrizes de banda estreita referente a cada freqüência.<br />

00<br />

Para evitar o "aliasing" espacial, l(wk ) = d - deve ser escolhido de tal forma que<br />

@k<br />

nc nc<br />

Z(wk ) 5 -, o que implica em uma freqüência 00 5 -- [17]. Para um dado<br />

Wk d<br />

espaçamento d entre os elementos do arranjo, a maior freqüência de operação que evita o<br />

nc<br />

aliasing é w, = -<br />

d '<br />

A reamostragem espacial pode ser implementada através da operação de<br />

focalização no domínio da freqüência. Para isto, se faz necessário a realização da<br />

transformada de Fourier dos dados de entrada do arranjo de sensores. Chamando de<br />

p(jLl,wk) a transformada de Fourier no domínio do espaço de um campo de onda<br />

Uk Uk<br />

incidente (x, w, ) no intervalo de -- 5 R 5 -, assumindo que (x, wk ) é limitado<br />

C C<br />

em banda espacialmente, a transformada de Fourier de Y(n, wk ) é dada por<br />

onde Ç = Rd é a freqüência espacial digital. Então a transformada de Fourier do campo<br />

reamostrado pode ser expressa da seguinte forma


@o<br />

onde Çr = SZl(w, ) = fid -- [I 51.<br />

Uk<br />

Comparando-se as equações (3.13) e (3.14) observa-se que pelo fato do campo Ç<br />

@k xc<br />

ser limitado em banda, isto é, 5 -e d < - pode-se obter T.(ejrr, w,) de<br />

C @k<br />

Y(e j5, W, ) pela seguinte relação<br />

3 4 ESTIMATIVA DA MATRIZ DE COVARIÂNCIA BANDA LARGA<br />

FOCALIZADA<br />

A estimação das matrizes de covariância focalizadas é obtida fazendo-se a<br />

observação em um período de tempo finito, pré-direcionando estas matrizes, ou fazendo a<br />

reamostragem espacial. Um método prático da estimação das matrizes de covariância<br />

direcionada e reamostrada, R, (v) e R, (mo ) respectivamente, pode ser obtido pela<br />

A<br />

substituição de uma matriz estimada R (ok) em um tempo finito, da matriz de covariância,<br />

R(q,) em um determinado tempo de observação.<br />

A<br />

Substituindo R(@,,) no lugar de seu valor ideal nas equação (3.7) e (3.11) obtém-se


3.5. REAMOSTRAGEM ESPACIAL<br />

Uma das maneiras eficientes de implementação da estimação da DOA de sinais de<br />

banda larga é uma reamostragem espacial dos dados de entrada do arranjo. Isto<br />

corresponde a uma operação de filtragem. A reamostragem espacial é realizada,<br />

calculando-se um filtro de maneira tal que, após a passagem das saídas dos sensores por<br />

este filtro, elas vão estar interpoladas ou decimadas (reamostradas) dentro da banda de<br />

freqüência de interesse.<br />

Seja h, (p, n) a resposta ao impulso de um filtro linear variante no espaço [19] e<br />

aplicado a freqüência temporal, a. Usando h,(p,n) como uma transformação linear<br />

genérica, pode-se dizer que a saída reamostrada fica da seguinte forma<br />

m<br />

Definindo H, (p, e I' ) = C h, (p, n)e jin i151 [i91 e<br />

7L<br />

Y(n,wlz)=LJ y(ejen,wk)ejed~, T(p,wk) tambémpodeserescritocomo<br />

2n -n<br />

Realizando a transformada de Fourier (em relação ap) da saída reamostrada da<br />

53


equação (3.20), chega-se a transformação dos dados de saída.<br />

onde Ifk(es, e'') é a resposta do filtro espaço-temporal, também chamada resposta de<br />

bi-freqüência [15] [19]. A resposta de um filtro de reamostragem ideal, H: (e'" , e jt ) ,<br />

deve ter a seguinte forma quando QSQ [15]<br />

Quando mo > o,, H: (e ler , e"), assume a seguinte forma<br />

m<br />

onde 6,(t) = 2rr 6(c + 2kn) e 6(t) é a função impulso de Dirac. A resposta ao<br />

k=-m<br />

impulso do filtro de reamostragem ideal é a transformada inversa de Fourier da resposta<br />

espaço temporal do filtro de reamostragem ideal em relação a ÇI e 5 .


(2)<br />

onde t; = rnin[~, Z] [I Sj.<br />

Como pode ser observado, a resposta do filtro de reamostragem é de comprimento<br />

infinito, visto que os dados das saídas reamostradas (equação (3.19)) que são filtrados têm<br />

comprimento infinito, tornando desta forma o filtro não realizável. Pode-se fazer uma<br />

aproximação para que o filtro se torne realizável, imaginando um grande arranjo de<br />

comprimento finito, com as saídas focalizadas da forma r. (p, wk ) , onde p = -qr.. . q, , e<br />

aplicando-se a formulação da resposta ao impulso do filtro de comprimento infinito. Neste<br />

caso, fazendo-se a substituição das equações (3.2) e (3.10) na equação (3.1 l), chega-se a<br />

uma expressão para a matriz de covariância banda larga focalizada.<br />

Com a reamostragem espacial, métodos de estimação da DOA podem ser<br />

realizados, a partir da estimação da matriz de covariância focalizada da equação (3.25),<br />

como se estas matrizes fossem matrizes de covariância banda estreita, na freqüência GL)O . É<br />

importante observar da equação (3.25), que cada faixa de freqüência, contribui com uma<br />

componente na matriz de covariância R,. (mo) .<br />

3.6. FILTROS DE FOCALIZAÇÃO<br />

Como foi mostrado nas seções anteriores, a idéia básica da reamostragem espacial,<br />

é a criação de filtros que possam realizar a focalização dentro da faixa de freqüência de<br />

interesse. Usando a teoria do filtro de reamostragem ideal, o objetivo é a implementação<br />

de um filtro realizável dentro da largura de banda de interesse.<br />

Sejam H, (p, n) e H:(~, n) o filtro de reamostragem realizável e o filtro de<br />

reamostragem ideal respectivamente. Passando então as saídas Y(n,u,) pelo filtro de<br />

amostragem realizável, obtêm-se as saídas reamostradas na forma (p, wk) . Em conjunto


com as saídas reamostradas ideais, pode-se estabelecer o erro como mostrado na figura 3.1<br />

WI.<br />

filtro delrzum&l ‘-<br />

gemrealizável<br />

Figura 3.1 - Erro de reamostragem.<br />

A idéia é desenvolver um projeto de um filtro de reamostragem que faça a<br />

minimização do erro, a cada saída reamostrada do arranjo de sensores. O objetivo do<br />

projeto é a obtenção de um filtro realizável, Hk(p, n), que seja diferente de zero para<br />

n < l ql, e que minimize o erro de reamostragem; este filtro então vai ser o ideal na<br />

realização da amostragem em banda larga. O erro de reamostragem na freqüência wk, é<br />

definido pela subtração do filtro realizável com o filtro ideal de comprimento infinito.<br />

Desta forma, o erro reamostrado é definido como E, (p, uk ) = Y,., (p, wk ) - Y, (p, w, )<br />

[15]. O critério é minimizar o valor do erro absoluto de reamostragem normalizado,<br />

EAR, (p) , que é definido como


onde a norma 1 1 ~ .<br />

m I<br />

(uk)II = I C IY(~, uk)12 I ; é considerada finita e não nula. O problema<br />

então é selecionar um Hk(p,n) para minimizar EAR,(p) para cada p < lq,.l. Sendo<br />

substituindo estas expressões na equação (3.26) obtém-se<br />

*<br />

onde ~k*(~,n) e ~~(p,n) são os complexos conjugados dos respectivos filtro.<br />

De acordo com a referência [15], a equação (3.27) pode ser simplificada obtendo-<br />

A minimização do EAR,(p) pode ser executada aplicando-se o teorema de<br />

o<br />

Parserva1 [19] na equação (3.28) e substituindo a função de transferência, Hk(p,eiS),<br />

que tem a forma


Aplicando o teorema de Parseval na equação (3.28) e colocando em (3.29) obtém-se:<br />

Fazendo a minimização da equação (3.30), obtém-se o filtro de reamostragem<br />

ótimo hif(p, n) de comprimento finito, que tem a seguinte expressão:<br />

10<br />

, para n fora do intervalo espec$cado<br />

L (3 1<br />

é obtido fazendo-se o mínimo entre n, - 7~ . Examinando a equação (3.31),<br />

observa-se que o filtro de reamostragem ótimo realizável é uma versão de uma janela<br />

L :I<br />

retangular temporal com p = -q,.. .. . .. . .q, 1171. O cálculo de q,. é dado por q, = q - ,<br />

onde La] indica o maior inteiro menor ou igual ao resultado de a. Este cálculo faz com<br />

que o espaçamento dos sensores reamostrados fique dentro da banda de freqüência de<br />

interesse, garantindo desta forma a não ocorrência do "aliasing" espacial.


4 CONFORMAÇÃO ADAPTATIVA DE FEIXES<br />

Neste capítulo o objetivo é desenvolver um algoritmo adaptativo para estimar a<br />

direção de chegada de fontes de banda larga. Como foi observado anteriormente, existe a<br />

necessidade de um pré-processamento do sinal na faixa de freqüência de interesse, para a<br />

estimação da DOA em banda larga. Após este pré-processamento, faz-se a filtragem<br />

espacial adaptativa para a determinação da direção do alvo.<br />

A filtragem espacial adaptativa está presente em várias áreas tais como sonar,<br />

radar, comunicações, sísmica, etc. A finalidade de se implementar algoritmos adaptativos<br />

na conformação de feixes, é calcular um conjunto de pesos complexos que faça uma<br />

modificação na saída do arranjo de sensores, para que seja encontrada a direção de<br />

chegada de alvos provenientes de um campo distante. Com isto, a recepção no arranjo de<br />

sensores é sempre otirnizada ao longo da direção de interesse em algum sentido estatístico.<br />

O arranjo de sensores pode ser constituido de um conjunto de antenas no caso de<br />

aplicações para radar e comunicações, um conjunto de hidrofones no caso da aplicação<br />

sonar, um conjunto de geofones no caso da geofisica, pastilhas cerâmicas na área<br />

biomédica, etc.


4.2 FILTROS ADAPTATIVOS<br />

A implementação de filtros adaptativos usa a própria estatística dos dados para<br />

gerar um conjunto de pesos para atender as necessidades de um determinado problema. A<br />

figura 4.1 mostra o diagrama em bloco de um filtro adaptativo. O filtro é iniciado com um<br />

conjunto de pesos com um valor arbitrário e um conjunto de sinais de entrada, isto é, com<br />

uma determinada condição inicial e um desconhecimento do ambiente. Em um ambiente<br />

estacionário, após sucessivas iterações, o filtro converge para a solução ótima de Wiener<br />

[14]. Uma grande vantagem da filtragem adaptativa é a capacidade de acompanhamento<br />

em ambientes não estacionários, observando as variações estatísticas dos dados. Este<br />

acompanhamento é feito assumindo a estacionaridade em blocos dos dados de entrada.<br />

FILTRO<br />

ADAPTATIVO<br />

I ADAPTATIVO I<br />

Figura 4.1 - Diagrama em blocos de um filtro adaptativo.<br />

Uma grande variedade de algoritmos tem sido desenvolvido na implementação de<br />

filtros adaptativos. Existem algoritmos que ajustam os parâmetros do filtro a cada iteração,<br />

tornando-os desta forma independente dos dados. Isto quer dizer que os filtros adaptativos<br />

não são lineares no sentido de que eles não obedecem o princípio da superposição.<br />

A escolha de um algoritmo para implementar um filtro adaptativo é determimada<br />

por fatores tais como a taxa de convergência, que é definida como o número de iterações<br />

necessárias para que os pesos do filtro convirjam para a solução de Wiener; o


"misadjustment", que é uma medida quantitativa pelo qual o erro médio quadrático do<br />

filtro é desviado do erro médio quadrático da solução produzida pelo filtro de Wiener, é<br />

outro parâmetro a ser considerado na escolha dos algoritmos. Um outro fator importante é<br />

a robustez, que é a capacidade do algoritmo operar mesmo que a entrada de dados não<br />

esteja bem condicionada. Existem outros fatores tais como o custo computacional, a<br />

estrutura do filtro e propriedades numéricas que também são de grande importância na<br />

escolha de um algoritmo para a implementação de um filtro adaptativo.<br />

4.3 ALGORITMOS ADAPTATIVOS<br />

4.3.1 LMS ("LEAST MEAN SQUARE")<br />

O algoritmo LMS faz a minimização do erro médio quadrático, erro este que<br />

envolve o sinal desejado e o sinal de saída do filtro conforme mostra a equação abaixo.<br />

O algoritmo LMS é implementado através de um combinador linear, sendo muito usado<br />

em função de sua simplicidade. A figura 4.2 mostra a estrutura de um coinbinador linear.<br />

I:' '<br />

1,Vv Qc)<br />

+p\ / Saída - \ /<br />

/ filtro<br />

Figura 4.2 - Combinador linear.<br />

resposta<br />

doC) desejada


Como pode ser observado, o combinador linear permite múltiplas entradas no filtro em<br />

um instante de tempo k, fornecendo uma saída y(k) . A solução de Wiener é dada por<br />

onde R=E[ x(k)x T (k) ] é a matriz de correlação do sinal de entrada e<br />

p = E[ d(k)x(k) ] é o vetor de correlação cruzada entre o sinal desejado e o sinal de<br />

entrada. Parte-se do pressuposto que d(k) e x(k) são conjuntamente estacionários no<br />

sentido amplo.<br />

Se existir uma boa estimativa da matriz de correlação e do vetor de correlação<br />

cruzada, então o algoritmo do tipo gradiente para a minimização do erro médio quadrático<br />

E[ e 2 (k) ] pode ser implementado, sendo um método que se baseia no gradiente para<br />

alcançar a solução de Wiener na superficie de desempenho. A atualização dos pesos possui<br />

a seguinte forma<br />

iv(k + I) = ~ ( k + 2 ) ,u&. (k) (4.3)<br />

I<br />

onde &(k) representa uma estimativa do vetor gradiente de E e (k) em relação aos<br />

[2<br />

coeficientes do filtro, tendo a seguinte expressão<br />

Para o LMS a estimativa ~ ( k é ) dada por x(k)x T (k) e a de p(k) é dada por<br />

d(k)x(k). Neste caso<br />

9, (k) = d(k)x(k) - x(k)x T (k)w(k)<br />

= x(k)[ d(k) - x T (k)iv(k) ]<br />

= x(k)e(k)


De acordo com a referência [21], se o MSE é trocado pelo seu erro quadrático<br />

instantâneo, a estimativa do gradiente acima representa o vetor gradiente real. Desta<br />

forma, a atualização dos pesos é feita substituindo a equação (4.5) na equação (4.4).<br />

O fator de convergência p deve ser calculado de maneira a garantir a convergência do<br />

algoritmo. Uma estimativa para a faixa de valores para o fator de convergência é mostrada<br />

abaixo .<br />

onde é o maior autovalor da matriz de correlação. Informações mais detalhadas a<br />

respeito do algoritmo LMS podem ser obtidas através das referências [20] e 11211.<br />

4.3.2 RLS ("RECURSIVE LEAST SQUARE")<br />

A atualização dos coeficientes do filtro adaptativo pode ser implementada usando-<br />

se algoritmos dos mínimos quadrados de maneira recursiva. Este algoritmo necessita de<br />

usar a inversa da matriz determinística de correlação R,, tendo-se desta forma que usar o<br />

lema de inversão de matrizes para o cálculo da inversa afim de se evitar uma maior<br />

complexidade computacional 1211.<br />

A realização que vai ser discutida na implementação do filtro adaptativo RLS é a<br />

rede direta, como mostrado na figura a seguir.


Figura 4.3 - Realização FIR direta<br />

Os coeficientes do filtro de figura 4.3 são adaptados através da minimização da função<br />

custo. No caso dos algoritmos de mínimos quadrados a função custo tem a seguinte forma<br />

((k) = C Ak-"e2 (n)<br />

onde e(n) é o sinal de erro no instante n. A equação (4.8) pode ser escrita como<br />

k<br />

((k) = C Ak-" [d(k) - x T (n)iv(k) ] '<br />

n=O<br />

O parâmetro A que deve ser escolhido na faixa de O (( A ( 1, é conhecido como o fator de<br />

esquecimento dado que as informações passadas são exponencialmente esquecidas quando<br />

ocorrer a atualização dos coeficientes do filtro.<br />

Para chegar ao cálculo dos coeficientes ótimos do filtro adaptativo, tem-se que<br />

fazer a derivada da função custo em relação aos coeficientes do filtro e em seguida igualar<br />

o resultado obtido a zero, fazendo desta forma a minimização do erro quadrático.


Igualando o resultado da equação (4.10) a zero, chega-se a solução ótima do algoritmo<br />

RIS.<br />

No algoritmo RLS, R, (k) é a matriz de correlação determinística e y, (k) é o vetor de<br />

k<br />

correlação csuzada deterministico [14], definidos por zA!-"x(n)xT(n) e<br />

O cálculo da matriz inversa de Rg(k), representa uma complexidade da ordem de<br />

0m3][21]. Para evitar esta complexidade, usa-se o lema de inversão de matrizes [14]<br />

como mostra a equação a seguir.<br />

onde P(k) é matriz inversa da matriz de correlação. É importante observar que para um<br />

bom condicionamento do algoritmo, a matriz inversa necessita de ser bem iniciada para<br />

evitar a instabilidade no algoritmo, ocasionando uma divergência do mesmo. Normalmente<br />

a inversa é iniciada como uma matriz diagonal, sendo os elementos da diagonal desta<br />

matriz a variância do sinal de entrada do filtro.<br />

A grande vantagem do algoritmo RLS em relação ao LMS é que mesmo com a sua<br />

maior complexidade computacional, a convergência do filtro é mais rápida. Existem outras<br />

formas de implementação de algoritmos de mínimos quadrados, como por exemplo<br />

fazendo a decomposição QR [22] na matriz de dados para a obtenção de um melhor<br />

condicionamento numérico.<br />

17=0


4.4 CONFORMAÇÃO DE FEIXES ADAPTATIVA EM BANDA ESTREITA<br />

A coiiformação de feixes em banda estreita usando algoritmos adaptativos pode ser<br />

realizada como iiiostrado na fig1ii.a.<br />

-<br />

ALGORITMO k<br />

ADAPTATIVO<br />

Figura 4.4 - Estrutura de uni coilformador adaptativo<br />

S~ipoiido unl anaiijo linear de seiisores igualmente espaçados, a idéia básica é que<br />

o coiiformador opere diretaineiite com os dados recebidos no arranjo de seiisores a cada<br />

amostra (adaptação contínua), escolhendo-se um elemento do arraiijo para ser o seiisor de<br />

referência. O feixe na direção de interesse é então coiiformado inultiplicando-se o sinal de<br />

referência por um vetor direção (E($), direção esta que tem por objetivo investigar a<br />

chegada do sinal.<br />

O seiisor de referência fomece a resposta desejada para a eiitrada do filtro<br />

adaptativo. A saída deste sensos é ni~iltiplicada pelo vetor direção, somado com as<br />

entradas do restante dos seiisores do arraiijo e em seguida o vetor res~dtaiite da soma é<br />

colocado lia entrada do filtro. Existe unia poiideração pelos coeficientes do filtro


adaptativo, visando o cancelamento dos sinais interferentes que vêm das direções que não<br />

a desejada. Este cancelamento implica na colocação de um nulo nas direções que não são<br />

de interesse no momento do acompanhamento.<br />

Seja x(k) a saída do arranjo de sensores medida a cada "snapshot" dada como<br />

x(k) = [xo (k) xl (k). . . xN (k)]<br />

(4.13)<br />

A amostra do sensor xo(k) foi escolhida para ser o sinal desejado e foi criado um vetor<br />

T<br />

auxiliar x,(k) = [xl(k) x2(k) ...N (k)] que contém todas as saídas do arranjo, exceto a<br />

do sensor de referência.<br />

Para a realização da estimação da direção de chegada de um sinal proveniente de<br />

um campo distante em um arranjo de sensores como mencionado acima, tem que se<br />

2 gdsen<br />

especificar a direção de acompanhamento, através do ângulo elétrico 4 = , onde<br />

C<br />

f é a freqüência do sinal proveniente do campo distante, d é a distância entre elementos<br />

adjacentes do arranjo de sensores, y/ é o ângulo de interesse para se fazer o<br />

acompanhamento e c é a velocidade de propagação do sinal. Com este ângulo elétrico,<br />

pode-se criar o vetor direção desejada que é dado por<br />

Neste ponto, é conveniente fazer a definição de um vetor direção auxiliar, vetor<br />

este que é parte do vetor direção. Foi retirado o primeiro elemento do arranjo, pelo fato<br />

deste elemento ser o sensor de referência.<br />

& = [e- i+ e-~2+.,,e-~~+~T


Cada elemento do vetor direção auxiliar é multiplicado com a amostra do sensor de<br />

referência e somado com os demais sensores do arranjo, criando um vetor u(k) como<br />

mostrado abaixo.<br />

u (k) = xo (k)cZa (k) - xa (k)<br />

O vetor u(k) é então ponderado pelos coeficientes w(k) do filtro adaptativo produzindo<br />

a saída y(k), que é subtraída com o sinal desejado, tendo-se desta forma o sinal de erro<br />

e(k). A multiplicação do sensor de referência pelo vetor direção e posteriormente a soma<br />

com o restante dos sensores fez com que a entrada do filtro adaptativo contenha todas as<br />

direções, menos a direção de interesse, pelo fato da direção de interesse ter sido colocada<br />

em fase pelo vetor da (4). Com a minirnização do sinal de erro, chega-se a maxirnização<br />

da direção desejada para a obtenção da conformação do feixe.<br />

N<br />

e(k) = d(k) - Ciiii (k)ui (k)<br />

i=l<br />

Também foi imposta uma restrição linear para o feixe que vai ser formado, de<br />

modo a garantir que o ganho seja constante em todas as direções independente dos pesos,<br />

conforme mostrado abaixo.<br />

TV" (k)d, (k) = a<br />

Pelo exposto anteriormente pode-se usar qualquer tipo de algoritmo adaptativo<br />

para a estimação da DOA. O mais importante é fazer um estudo para estabelecer qual<br />

algoritmo vai ter melhor desempenho no acompanhamento do alvos na direção desejada.


4.5 CONFORMAÇÃO ESPACIAL ADAPTATIVA LMS<br />

O algoritmo adaptativo LMS tem como principal vantagem a facilidade de<br />

implementação, fazendo com isto que ele seja muito usado em algoritmos de conformação<br />

de feixes. A desvantagem do LMS no entanto é que a sua convergência depende do<br />

espalhamento dos autovalores (razão entre o maior e o menor autovalores) da matriz de<br />

correlação dos dados de entrada. Quanto maior o espalhamento mais lenta deverá ser a<br />

convergência do algoritmo [20].<br />

Seja um arranjo linear de sensores conforme mostrado na figura 4.4. A idéia é<br />

implementar um filtro adaptativo do tipo FIR de maneira que seja feita uma estimativa da<br />

DOA de um alvo em uma direção de interesse. Como mostrado anteriormente, o sinal de<br />

erro tem a forma e(k) = d(k) - iv H (k)u(k) . Para se fazer a atualização dos pesos no<br />

LMS, usa-se o sinal de erro e(k) .<br />

A conformação de feixes foi implementada usando um arranjo genérico empregado<br />

em sistemas sonar. Foi escolhido um arranjo com 24 elementos igualmente espaçados com<br />

uma distância de 1 metro entre sensores adjacentes para a simulação. O sinal recebido é<br />

uma onda plana com uma freqüência característica de 750 Hz que se propaga com uma<br />

velocidade de 1500 m/s, contaminada por um ruído gaussiano de média zero e variância<br />

unitária. Foi realizada a conformação de feixe na direção de 50 graus. Cada simulação teve<br />

2800 iterações a fim de acompanhar o comportamento do algoritmo em função da SNR. O<br />

fator de convergência p foi calculado baseando-se na potência de entrada do filtro e no<br />

número de sensores como mostrado abaixo.<br />

1<br />

'LL = Npsznal<br />

ondepsinal é potência do sinal de entrada e N é o número de sensores do arranjo.


A idéia da simulação foi observar o desempenho do algoritmo quando ocorrer<br />

alterações na SNR , verificando-se desta forma o comportamento da convergência do<br />

mesmo. As figuras a seguir mostram a conformação do feixe na direção de 50 graus.<br />

Cuiva de spretiílizacio para SNR = 10dB<br />

I I I I I I I<br />

-.......- ........ -<br />

....... ...... > ......... L ......... a ......... , ..----..-<br />

L -<br />

0 50 ,100 ,150 200 250 300 350 400 450 5C<br />

Numero de iteraçbes<br />

Figura 4.5 - Conformação de feixe LMS para SNR = 10 dB<br />

.


O<br />

Conformador de feixe LlvlS. SNR = 0dB<br />

I .5 I<br />

AI-ICJLIIO (graus)<br />

C~~tva cle aprendizado para SNR = 0dB<br />

I I I<br />

Figura 4.6 - Conformação de LMS para SNR = OdB<br />

Confoimador de feixe LMÇ. SNR = -10dB<br />

Curva de aprendizado para SNR = -1CldB<br />

o 500 1000 1500 mo0 2500 3000<br />

I.lúrriero de iterações<br />

Figura 4.7 - Conformação de feixe LMS para SNR = - 10dB<br />

E importante observar que a SNR tem influência na conformação do feixe em urna<br />

determinada direção de interesse. Pode-se observar que para a SNR alta, como no caso da


figura 4.5, o filtro não produz grandes atenuações dos lóbulos secundários, em função do<br />

sinal esta bem maior do que o ruído, isto é, a rejeição ficou na ordem de -5 dB. Já no caso<br />

das SNR mais baixas, houve uma maior rejeição, na ordem de -12 dB, dos lóbulos<br />

secundários em função do ruído estar presente em maior magnitude. Além disso, quando<br />

ocorreu o ajuste do fator de convergência, o número de iterações até o algoritmo atingir a<br />

convergência foi muito maior como mostrado anteriormente na figura 4.7. Para SNR<br />

abaixo de -10dB seria necessário diminuir ainda mais o fator de convergência, o que teria<br />

um custo de um maior número de iterações para a convergência do algoritmo.<br />

4.6 CONI?ORM[AÇÃO ESPACIAL ADAPTATIVA RLS<br />

Apesar do algoritmo RLS computacionalmente ser mais complexo do que o LMS,<br />

a principal vantagem do algoritmo RLS é a sua rápida taxa de convergência em relação aos<br />

algoritmos adaptativos baseados no método LMS.<br />

Para a conformação de feixe com o algoritmo RLS foi adotado o mesmo critério<br />

usado na implementação LMS. A inicialização da matriz de correlação pseudo-inversa foi<br />

feita através de uma matriz identidade multiplicada por um fator o, fator este que é<br />

calculado como o inverso da potência do sinal de entrada multiplicado por uma constante<br />

arbitrária, com a finalidade de inicializar a matriz inversa próximo de zero para que a<br />

matriz não fique mal condicionada .<br />

1<br />

onde IN é uma matriz identidade de dimensão nxn e


O parâmetro A é um fator de ponderação exponencial na faixa de O((A(1. Este parâmetro é<br />

também chamado de fator de esquecimento devido ao fato de que a informação de um<br />

passado distante vai sendo proporcionalmente desprezada a medida que os pesos do filtro<br />

vão sendo atualizados [21]. O vetor de correlação cruzada p(k) é um vetor linha de<br />

ordem k e foi inicializado com todos os seus valores zero e a sua atualização é mostrada na<br />

equação abaixo.<br />

p(k + I) = &(k) + d(k)u H (k)<br />

(4.21)<br />

A partir do cálculo da matriz inversa e do vetor de correlação cruzada, os pesos são<br />

calculados como mostrado abaixo.<br />

TV = P(k)p H (k) (4.22)<br />

A comparação do desempenho do filtro usando o algoritmo RLS foi feita em<br />

função de cada SNR. A inicialização da matriz inversa foi realizada através da matriz<br />

identidade como mencionado anteriormente e multiplicada por um fator<br />

o2 = 0.001psinal. A constante 0.001, foi uma constante arbitrária para que a matriz<br />

inversa fosse inicializada bem próximo de zero. As figuras a seguir mostram a<br />

conformação de feixe e a curva de aprendizado para as diversas SNR .


Conformador de feixe RLS SNR = 10dB<br />

1 o I I I I<br />

I I I I I<br />

.........<br />

-------- ......... ...-...<br />

.........<br />

......... ..<br />

..------- ----....<br />

....<br />

.......<br />

..........<br />

-50 .- .' ........ ......... ......... i ..<br />

-'~?oo -do<br />

I<br />

-60<br />

I<br />

40<br />

I<br />

-20<br />

I<br />

O<br />

Âiigu~o (graus)<br />

I<br />

20<br />

I<br />

40<br />

I<br />

60<br />

I<br />

80 1 O0<br />

.<br />

CuNa de aprendiazado para a SNR = 'IOdB<br />

'I .2 1 I I I I I I I I<br />

,'........ ........~.~~~~~....~.........~~~~~.....,........~...~<br />

S . ....<br />

0.8<br />

02--;-<br />

Número de iteraçóes<br />

Figura 4.8 - Conformaçãp de feixe RLS para SNR = 10dB.<br />

Coi-~fonnador de feixe RLS SNR = OdB<br />

Ângulo (graus)<br />

Curva de aprendizado para a ÇNR = OdB<br />

..


Curva de aprendizado para a SNR = -10dB<br />

hltírnero de iteraçóes<br />

Figura 4.10 - Conformação de feixe RLS para SNR = -10dB<br />

Para a simulação o fator de esquecimento foi de A = 0.98. Este valor foi escolhido<br />

após várias simulações a fim de verificar qual fator seria melhor para o desempenho na<br />

convergência do algoritmo. Pode-se observar que o algoritmo RLS faz um<br />

acompanhamento bem mais eficiente do sinal, apesar da baixa SNR. Além disso, o<br />

algoritmo teve um comportamento praticamente constante em relação a convergência,<br />

independente da SNR, o que não foi o caso do algoritmo LMS. Isto significa que apesar da<br />

maior complexidade computacional do algoritmo, é melhor usá-lo, pelo fato do seu<br />

desempenho ser melhor em baixa SNR.<br />

4.7 CONFORMAÇÃO DE FEIXE ADAPTATIVA EM BANDA LARGA<br />

A conformação adaptativa em banda larga necessita normalmente de usar a matriz<br />

de covariância do sinal, realizar um pré-processamento desta matriz, como mostrado no<br />

capítulo 3, e então submeter a matriz pré-processada aos algoritmos adaptativos. Com<br />

isto, a carga computacional se torna muito maior do que a implementação em banda<br />

estreita. Além disto, no caso da conformação em banda estreita trabalha-se diretamente no


domínio dos dados, enquanto na conformação em banda larga usa-se a matriz de<br />

covariância focalizada.<br />

A idéia então é implementar um algoritmo adaptativo em banda larga para trabalhar<br />

no espaço de dados sem comprometer o seu desempenho e com uma carga computacional<br />

compatível com o algoritmo em banda estreita.<br />

Suponha um arranjo linear de sensores igualmente espaçados. Uma maneira de<br />

implementação da filtragem espacial em banda larga seria a variação da distância dos<br />

sensores adjacentes de maneira a conseguir a cada variação, verificar a presença da<br />

freqüência referente aquele espaçamento entre os sensores e então fazer a adaptação do<br />

filtro até se atingir a solução de Wiener. Como o arranjo de sensores normalmente é fixo,<br />

fica inviável fazer esta variação. A idéia então é usar um método que garanta a adaptação<br />

dentro da banda de interesse. Um método que pode ser usado é colocar os dados em banda<br />

larga alinhados em uma única frequência para então começar a adaptação, como se os<br />

sinais fossem banda estreita. Para isto, é necessário um pré-processamento do sinal de<br />

banda larga para então realizar a adaptação de maneira a atingir a solução de Wiener. Uma<br />

maneira de se realizar este processamento é usar filtros de reamostragern no domínio da<br />

freqüência de modo que o conjunto dos dados que contém todas as freqüências dentro da<br />

banda de interesse se transformem em uma única frequência f, para então serem<br />

adaptados.<br />

Como mencionado anteriormente a criação de um filtro de reamostragem para que<br />

os dados de entrada sejam submetidos pode resolver o problema. Pelo fato do sinal ser<br />

banda larga, precisa-se um tempo T de observação para garantir uma resolução adequada<br />

na banda de interesse sem a perda da informação [15]. É conveniente também se trabalhar<br />

no domínio da frequência para a facilidade da criação dos filtros de reamostragem na<br />

banda de interesse.


Seja Euma matriz de entrada com M linhas e N colunas, onde M representa o<br />

número de pontos de observação e N é o número de sensores do arranjo como mostrado<br />

abaixo .<br />

Cada linha da matriz Erepresenta a amostragem de todos os sensores em um mesmo<br />

instante de tempo. E importante observar que para a obtenção de uma resolução que<br />

atenda a toda banda de interesse, que é a adaptação de todas as frequências, a matriz E<br />

tem que ter um número suficiente de observações, M, para uma boa resolução de<br />

freqüência conforme mostrado a seguir.<br />

fa<br />

resf = -<br />

M<br />

Onde resf é a resolução em freqüência e fa é a freqüência de amostragem. Isto implica em<br />

dizer que quanto maior o número de linhas da matriz E maior vai ser o tempo de<br />

observação, e desta forma, melhor a resolução em freqüência. Através da transformada de<br />

Fourier, a matriz é passada para o domínio da freqüência obtendo-se<br />

onde jl e jh representam a menor e a maior freqüência da transformada de Fourier. A<br />

matriz Ef tem a mesma dimensão da matriz E e contém uma grande quantidade de<br />

freqüências que não é de interesse. Devido a isto, deve-se criar uma nova matriz com a<br />

faixa de freqüências dentro da banda de interesse de trabalho. Para a criação desta nova


matriz, tem-se que verificar o número de "bins" (linhas da matriz El- que contém as<br />

frequências de interesse) que vão ser usados para a criação desta nova matriz. Para isto,<br />

tem-se que saber a faixa de frequências de interesse. Sejam jhzin e $mx, as freqüências<br />

inferior e superior, respectivamente, da banda. Logo para o cálculo do número de "bins"<br />

tem-se:<br />

Mf min<br />

k . = fa<br />

Mf max<br />

kmx = fa<br />

onde kmi, e kmaX são OS "bins" que contém as frequências mínima e máxima<br />

respectivamente. Com isto, cria-se uma nova matriz E, que contém somente as<br />

frequências de interesse.<br />

Os dados da matriz da equação (4.27) no domínio da frequência é que vão ser introduzidos<br />

no filtro de reamostragem, conforme mostra a matriz abaixo, de maneira tal que os valores<br />

da nova matriz contenham uma única frequência, fazendo com que este conjunto de dados<br />

possam ser usados em qualquer filtro adaptativo.


E, é uma matriz de freqüência reamostrada na banda de interesse, onde todas as<br />

freqüências foram ajustadas pelo filtro de reamostragem H, para serem transformadas em<br />

uma única freqüência fo .<br />

freqüência fo .<br />

O filtro de reamostragem no domínio da freqüência é calculado em função da<br />

Seja N = O,. . ., q um conjunto com um total de N = q + 1 de sensores. Em um<br />

determinado instante de tempo de observação tem-se a seguinte saída<br />

P<br />

onde y(N, t) = si(t - rN (vi))<br />

i=l<br />

+ v(N, t) representa ondas planas juntamente com o<br />

~Nsen(y/~ )<br />

ruído chegando no N-ésimo sensor e r~ = é o atraso da onda plana em<br />

C<br />

relação a cada sensor. Aplicando-se a transformada de Fourier em y(N, t), obtém-se um<br />

no conjunto de dados no domínio da freqüência Y(N,w,). O objetivo então é a<br />

implementação de um filtro de reamostragem H, (N,, N) , sendo N, os sensores<br />

reamostrados, para a obtenção de um novo conjunto de dados Yj. (N,, , wo ) que tem a<br />

seguinte forma<br />

O cálculo do número de sensores reamostrados N, é realizado em função da freqüência<br />

1 :r1<br />

fo e da menor freqüência da banda de interesse, isto é, O I N, < q,, , onde q, = q- .<br />

Onde L p 1 representa o maior inteiro menor ou igual a p. Então, o sinal de saída<br />

rearnostrado tem a seguinte forma


A resposta ao impulso do filtro de reamostragem no domínio da freqüência é mostrada a<br />

seguir.<br />

= n [ ]<br />

. Observando a equação (4.32). pode ser rerificiidi> que ela é uma<br />

função sinc no domínio da freqüência que, transformada para o domínio do tempo, se<br />

torna um janela retangular com uma variação na sua abertura.<br />

banda larga.<br />

A figura a seguir mostra o diagrama em blocos do pré-processamento do sinal de<br />

&f H<br />

YGfo)<br />

SELECIONADOR<br />

FILTRO DE<br />

A DEFOURIER DOS BINS REAMOSTRAGEM b<br />

Figura 4.11 - Diagrama de blocos da reamostragein.


4.8 SIM~AÇÃO EM BANDA LARGA<br />

A simulação foi realizada da mesma forma que no caso banda estreita, apenas<br />

sendo realizado o pré-processamento dos dados como mencionado anteriormente, de<br />

maneira que os sinais possam ser conformados como anteriormente.<br />

O sinal de banda larga foi fornecido pelo Grupo de Acústica Submarina do Instituto<br />

de Pesquisas da Marinha. Este sinal foi gravado de um único hidrofone em uma fita de<br />

áudio durante um experimento na raia acústica de Arraial do Cabo - RJ. Este hidrofone foi<br />

colocado a uma profundidade de aproximadamente 45 metros. Durante o experimento<br />

foram gravados o sinal de um navio percorrendo a raia com uma trajetória retilínea, até<br />

que ele alcançasse o ponto de maior aproximação (PMA). O PMA é a menor distância na<br />

vertical que o navio passa sobre o hidrofone. Com isto, os ruídos de banda larga<br />

característicos do navio foram gravados. Pelo fato da gravação ter sido feita com um único<br />

sensor, houve a necessidade de se fazer uma defasagem temporal do sinal para que ocorra<br />

a chegada de maneira coerente no arranjo de sensores na direção de interesse. Este sinal foi<br />

contaminado por um ruído gaussiano de média zero e variância unitária a fim de<br />

estabelecer SNR para a verificação do desempenho do algoritmo. Foi criada uma matriz de<br />

observação de 256 linhas por 24 colunas que representam os sensores, com uma<br />

freqüência de amostragem de f, = 5290Hz, que corresponde a um tempo de observação<br />

total de T= 48.39 nzs. É feito a transformada de Fourier desta matriz, são selecionados os<br />

bins de frequência de interesse e cada bin é reamostrado para uma frequência fo para ser<br />

introduzido na entrada do filtro adaptativo.<br />

Aplicando-se o algoritmo LMS ao sinal de banda larga descrito anteriormente,<br />

constatou-se que a convergência ocorreu, mas foi gasto um grande número de operações<br />

para a convergência. Isto se deve ao fato do algoritmo não levar em consideração as<br />

estatísticas dos dados anteriores, visto que a reamostragem é feita em blocos<br />

independentes. Uma modificação feita para tentar a convergência foi a diminuição do fator<br />

de convergência ,u de modo a diminuir o passo do vetor gradiente para atingir ao mínimo<br />

da função custo, mesmo com um número maior de iterações.


No caso do algoritmo RLS é diferente pelo fato deste algoritmo ser recursivo e<br />

quando ocorre a atualização da matriz inversa, esta matriz é multiplicada por um fator de<br />

esquecimento A. A simulação foi usado o valor de A = 0.98, valor este calculado de<br />

maneira experimental, a fim de ajustar o algoritrno para que ele alcance uma rápida<br />

convergência e uma boa resolução. As figuras a seguir mostram o desempenho do<br />

algoritmo RLS para diversos valores da SNR.<br />

Cotiforinador de feixe baiida-larga RLS. SNR = 10dB<br />

Ânycilo (graciç)<br />

Curva de agretidizado banda-larga para a SNR = 'I 0ciB<br />

Figura 4.12 - Conformação de feixe banda larga RLS para SNR = 10dB<br />

O -50 0 5 0 1<br />

Ângulo Cyraus)<br />

Curva de aprendizado banda-larga para a SI'JR = 0rlB<br />

...........<br />

...........<br />

......... j ............... i ............... i<br />

-.-.-L . J ......................... J<br />

0 -1 00 200 300 400 500<br />

Núr-net-o de iterações<br />

Figura 4.13 - Conformação de feixe banda larga para SNR = OdB


--m<br />

-<br />

. - - [<br />

hlúrmero de itet-ações<br />

Figura 4.14 - Conformação de feixe banda larga RLS para SNR = -5dB<br />

20<br />

L<br />

a,<br />

I=<br />

LU -4 0<br />

-?Q00<br />

Cotnfot-r-rlacjnr de feixe banda-larga RLS. SNR = --i 06B<br />

i I<br />

- - - - - - - - - - - - - -: - - -- - -- - -- - -- - - - - .:- -. - -. - -. -. . - -. - =A -. . -. . - - -- -. - --<br />

- - . - - - - - - - - - -: - - --<br />

/---.; ,/,-.<br />

L<br />

/


a segmentação do tempo faz com que ocorra uma mudança estatística a cada adaptação.<br />

Isto faz com que o filtro trabalhe praticamente com amostras independentes.<br />

Embora o fator de esquecimento tenha sido alterado para tentar uma melhor<br />

resolução do lóbulo principal, verificou-se que diminuindo o fator de esquecimento o<br />

algoritmo convergia de maneira mais rápida mas a resolução do lóbulo principal ficava<br />

ainda menor. Quando o fator de esquecimento se aproximava do valor unitário, a melhora<br />

não era tão siginificativa, mas a convergência do algoritmo era bem mais lenta em<br />

comparação com o fator de esquecimento de 0.98. Este foi o motivo para se deixar A com<br />

o valor já mencionado anteriormente.<br />

A conclusão que se pode chegar é que no caso do processamento em banda larga, a<br />

escolha do algoritmo adaptativo se torna de vital importância para o bom desempenho da<br />

estimativa da DOA. Uma vantagem deste algoritmo é que ele pode operar diretamente no<br />

espaço dos dados, proporcionando uma adaptação contínua dos pesos até que a<br />

convergência seja atingida. A quantidade de carga computacional e a comparação com<br />

alguns algoritmos de alta resolução será mostrado no capítulo a seguir.


5 COMPARAÇÃO DE RESULTADOS<br />

O objetivo deste capítulo é fazer uma comparação dos resultados obtidos na<br />

conformação adaptativa de feixes usando o algoritmo RLS, com o algoritmo de alta<br />

resolução MUSIC ("Multiple Signal Classification") usando a matriz focalizada e o<br />

algoritmo adaptativo MVDR ("Minimum Variance Distortionless Response") usando a<br />

matriz direcionada. O MUSIC e o MVDR foram escolhidos para esta comparação em<br />

função do bom desempenho de ambos na estimação da DOA. Com isto, será feita uma<br />

comparação do número de operações de cada um dos algoritmos, visando verificar as<br />

respectivas eficiências computacionais.<br />

Também foram implementados exemplos com os algoritmos NPUSIC e MVDR a<br />

partir da matriz de dados reamostrada, obtida no algoritmo RLS, visando a verificação do<br />

desempenho do algoritmo adaptativo, na estimação da DOA.


5.2 ALGORITMO MUSIC<br />

O algoritmo de alta resolução MUSIC usa a matriz de covariância para obter uma<br />

estimativa do espectro nas direções de interesse. Apesar de se ter a vantagem da obtenção<br />

do espectro em todas as direções de uma única vez, tem-se um elevado custo<br />

computacional pelo fato da necessidade de uma grande quantidade de dados para a criação<br />

da matriz de covariância. Além disto, na implementação do algoritmo MUSIC em banda<br />

larga, tem que ser feito um processamento na matriz de covariância para que a matriz de<br />

covariância processada, seja submetida ao algoritmo MUSIC, aumentando ainda mais a<br />

carga computacional e gastando-se desta forma um número ainda maior de operações.<br />

A figura 5.1 mostra uma estimativa do espectro banda larga na direção de 50 graus<br />

com a SNR de O dB usando o algoritmo MUSIC.<br />

Estimativa da DOA usando o MUSIC<br />

-25 L<br />

O 50 100 150 200<br />

Ângulo (graus)<br />

Figura 5.1 -Conformação de feixe usando o algoritmo MUSIC para SNR = O dB.


5.3 ALGORITMO MVDR<br />

A mínima variância é uma outra forma de conformação de feixes que pode ser<br />

implementada usando a matriz de covariância para o cálculo dos pesos ótimos. A matriz de<br />

covariância é multiplicada por um vetor direção de interesse e então é encontrado um<br />

conjunto de pesos para a conformação de feixe na respectiva direção.<br />

No caso da implementação do algoritmo MVDR usando sinais de banda larga,<br />

necessita-se do mesmo pré-processamento usado nos algoritmos de alta resolução como<br />

mostrado anteriormente no caso do MUSIC, causando desta forma um custo<br />

computacional em funqão do número de operações da ordem de n 3 .<br />

A figura 5.2 mostra a conformação de feixe usando o algoritmo MVDR para a<br />

direção de 50 graus com uma SNR de O dB.<br />

Estimativa da DOA usando MVDR<br />

Ângulo (graus)<br />

Figura 5.2 - Conformação de feixe usando o algoritmo MVDR para SNR = O dB.


5.4 NÚMERO DE OPERAÇOES DOS ALGORITMOS<br />

Uma medida da eficiência de um algoritmo é a sua taxa de multiplicações e adições<br />

chamada de número de operações (nunzop). A idéia então é fazer uma comparação do<br />

nunzop de cada um dos algoritmos mencionados anteriormente com o algoritmo de<br />

conformação de feixes de maneira adaptativa.<br />

O processamento de sinais de banda larga para o algoritmo de alta resolução<br />

MUSIC e do algoritmo MVDR é realizado usando matrizes focalizadoras F',. ou matrizes<br />

direcionadoras D(iy) desenvolvidas a partir da referências [15] e [16], para chegar a uma<br />

única matriz de covariância, focalizada ou direcionada, e então submeter esta matriz aos<br />

algoritmos MUSIC ou MVDR respectivamente. É importante estabelecer o número de<br />

operações de cada um deste algoritmos, visando observar as suas cargas computacionais.<br />

A figura 5.3, mostra o diagrama em blocos do processamento de sinais de banda<br />

larga, realizando a focalização para o pré-processamento da matriz de covariância, e então<br />

submetendo a matriz de covariância processada ao algoritmo de alta resolução MUSIC. O<br />

nunzop gasto neste algoritmo é mostrado na equação (5.1).<br />

onde i representa o número de repetições dentro da banda de interesse. Como pode ser<br />

observado, o custo computacional no algoritmo MUSIC focalizado, é da ordem de IV3. É<br />

importante observar também que para cada conjunto de dados de entrada, tem-se a<br />

necessidade de gastar a mesma quantidade de operações para estimar a DOA de sinais de<br />

banda larga, tendo-se desta forma, um elevado custo computacional.<br />

A figura 5.4, mostra o diagrama em blocos do processamento de sinais de banda<br />

larga, realizando o direcionamento da matriz de covariância, e então submetendo esta<br />

matriz direcionamada ao algoritmo MVDR. Como pode ser observado na figura 5.4, cada<br />

tempo de observação, tem que ser segmentado, é criada uma matriz de observação no<br />

domínio da frequência, são selecionados os bins de frequência na faixa de interesse e então


é criada uma matriz de covariância para ser direcionada através da matriz D(t,v). Esta<br />

matriz direcionadora, verifica a existência das freqüências dentro da banda de interesse em<br />

cada direção, fazendo com que se tenha uma custo computacional ainda mais elevado,<br />

como mostra a equação (5.2).<br />

nzmzopdir<br />

3 3<br />

= n[N(nz lnnz) + 4N ] + 8 feN + 8 N 3<br />

onde nz representa do tamanho de um segmento e n o número de segmentos e fe o número<br />

de direções para a conformação dos feixes.<br />

I<br />

L<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

!<br />

TEMPO DE OBSERVAÇÃO i<br />

MATRIZ E w x w I<br />

MATRIZ DE FREQUÊNCIA<br />

Ef (MxW<br />

I<br />

N + Nikmro de sensores<br />

Nr + Fhxro de sensores rean?Ostrados<br />

M + Tanpo de obervaqão<br />

8 N W~MI K + Núimro de bins<br />

--- - JZ + Frequência inferior da banda<br />

-<br />

MATRIZ DOS BINS jh + Freqüência supxior da h da<br />

MATRIZ DE COVARIÂNCIA<br />

c o v ~ r ~ ) = ~ : $ 1''<br />

MATRIZ DE FOCALIZAÇAO i<br />

r;,. C,*NJ i<br />

MATRIZ DE COVARTÂNCIA<br />

FOCALIZADA N,N *+NN,~<br />

COVf (N.xN,.) = Z r;,. COVFF<br />

I _-<br />

ALGORITMO MUSIC<br />

@STMA DO ESPECTRO) , 8N,'<br />

Figura 5.3 - Diagrama em blocos do algoritmo banda larga MUSIC


Figura 5.4 - Diagrama em blocos do algoritmo banda larga MVDR.<br />

No caso do algoritno adaptativo, todo o processamento é feito como mostra a<br />

figura 5.5. Os dados são amostrados no domínio do tempo e passados para o domínio da<br />

freqüência. Cada linha da matriz de observação Ef, (KxN), que é a matriz que contém<br />

todas as observações dentro da faixa de interesse é reamostrada através de um filtro<br />

H,. (a,) e então estes dados reamostrados no domínio da freqüência são submetidos ao<br />

algoritmo adaptativo RLS para a conformação do feixe na direção de interesse. O número<br />

de operações gasto neste processamento é mostrado na equação (5.3).


Pode-se observar que para a implementação da conformação de feixe adaptativa,<br />

2<br />

tem-se um custo computacional da ordem de N, operações para uma única direção. Pode-<br />

se concluir desta forma, que em termos de número de operações para a determinação da<br />

DOA, o algoritmo adaptativo é mais eficiente. O único compromentimento do algoritmo<br />

adaptativo, é que ele tem uma resolução menor do que os outros dois algoritmos, como já<br />

pode ser observado no capítulo 4. Porém, para o acompanhamento de sinais de banda larga<br />

em uma determinada direção ele é eficiente.<br />

Níkmro de sensores<br />

Núimo de sensores rearrrstradcs<br />

Teilpo de observação<br />

Nmx-0 de bins<br />

Freqüência iderior da banda<br />

Freqüência superior da banda<br />

Figura 5.5 - Diagrama em blocos do algoritmo banda larga adaptativa.


A idéia agora é implementar o algoritmo ILITJSIC e o MVDR a partir de uma matriz<br />

de dados reamostrada para a adaptação. Isto é, os dados são preparados para serem<br />

submetidos ao algoritmo adaptativo e então é criada uma matriz de covarância a partir<br />

destes dados, e esta matriz é então submetida aos algoritmos MUSIC e MVDR<br />

respectivamente, que serão chamados de RLS-MUSIC e RLS-MVDR.<br />

A figura 5.6, mostra o resultado da estimativa do espectro na direção de 50 graus,<br />

obtida após do algoritmo RLS-MUSIC.<br />

Eçtimativa da DOA usando o RLS-Muçic<br />

3 -50 O 5 O 100<br />

Ângulo (graus)<br />

Figura 5.6- Conformação de feixe banda larga RLS-MUSIC.<br />

Como pode ser observado, verificou-se uma boa resposta na direção de interesse,<br />

com um sinal na direção de zero graus atenuado na ordem de -40 dB, tornando-se desta<br />

forma desprezível. O número de operações é mostrado na equação (5.4).


na figura 5.7.<br />

A implementação da conformação de feixe usando o algoritmo MVDR é mostrada<br />

Conformação de feixe usando o algoritmo RLS-MVDR<br />

-70<br />

-1 00 -50 O 5 0 100<br />

Ângulo (graus)<br />

Figura 5.7 - Conformação de feixe banda larga RLS-MVDR.<br />

Como pode ser observado a rejeição dos lóbulos secundários é da ordem de -10<br />

dB. O número de operações gastas nesta implementação é mostrado na equação (5.5).<br />

Comparando o número de operações dos algoritmos com o da implementação<br />

RLS, isto é, criando-se uma matriz de covariância a partir da matriz de dados RLS após a<br />

convergência e aplicando os algoritmos MUSIC e MVDR, pode-se observar que o<br />

2<br />

algoritmo adaptativo ainda é mais eficiente pelo fato de usar uma ordem N, operações,<br />

enquanto os outros dois gastam p,. E importante enfatizar que estes resultados foram<br />

alcançados a partir do algoritmo adaptativo, isto é, com os dados reamostrados e após a<br />

convergência do algoritmo.<br />

-


5.6 CONCLUSOES E RESULTADOS<br />

As técnicas de conformação de feixes têm sido aplicadas em várias áreas da<br />

engenharia tais como na geofisica fazendo a verificação da existência de petróleo em meios<br />

sólidos; na acústica aérea, fazendo o cancelamento de eco em ambientes; em sistemas de<br />

radar e sonar na estimação da direção de chegada e detecção de alvos e etc.<br />

A técnica mais convencional de estimação da DOA de um sinal é a "delay and<br />

sum", que introduz atrasos em um arranjo de sensores e soma estes atrasos de maneira a<br />

verificar a energia em uma determinada direção de interesse. Esta técnica tem como<br />

principal vantagem a sua simplicidade de implementação, porém, em baixas condições de<br />

SNR, ela se torna pouco eficiente. Devido a isso, houve a necessidade de se implementar<br />

novos algoritmos com o objetivo de se extrair melhores informações da DOA<br />

independente do ambiente onde o sinal está se propagando.<br />

Uma das técnicas usadas foi a estimação da DOA através de algoritmos de alta<br />

resolução. Apesar de resolução melhor do que no caso da conformação de feixes de uma<br />

maneira geral, o elevado custo computacional das técnicas de alta resolução faz com que<br />

estes algoritmos em muitas aplicações ser tornem inviáveis pelo fato de ocorrer uma certa<br />

demora no tempo de resposta da estimação da DOA. Devido a isto, se faz necessário a<br />

implementação de um algoritmo que tenha uma boa resolução com um baixo custo<br />

computacional, de modo que a resposta de saída do algoritmo forneça o resultado da DOA<br />

em um curto espaço de tempo.<br />

O objetivo deste trabalho foi criar um algoritmo de estimação da DOA para sinais<br />

de banda larga, usando um algoritmo adaptativo. O uso de filtros adaptativos se fez<br />

necessário, em função das mudanças estatísticas do ambiente acústico e em muitos casos<br />

da sua baixa SNR. O algoritmo adaptativo foi implementado usando uma adaptação<br />

contínua dos pesos para a conformação de feixes.<br />

É importante observar também que no caso da estimação da DOA para sinais de<br />

banda larga, tem que ser feito um pré-processamento do sinal para então submeter o sinal<br />

pré-processado aos algoritmos de alta resolução bem como aos algoritmos de


conformação de feixes. Para o algoritmo MUSIC e MVDR foram aplicadas as técnicas de<br />

focalização e direcionamento da matriz de covariância utilizadas por Jeffrey Krolik [15] e<br />

[16]. A idéia básica da focalização é criar uma única matriz de covariância capaz de conter<br />

todas as informações dos sinais de banda larga. A matriz direcionadora investiga as<br />

informações do sinal de banda larga para cada direção de interesse e também cria uma<br />

única matriz de covariância direcionada.<br />

No caso do algoritmo adaptativo, os dados foram reamostrados usando-se filtros<br />

de reamostragem e então submetidos ao filtro adaptativo. Com isto, consegue-se a<br />

estimação da DOA de sinais de banda larga no domínio dos dados o que já não acontece<br />

no caso do algoritmo MUSIC e do algoritmo MVDR.<br />

A Tabela 1 mostra o número de operações de cada algoritmo.<br />

ALGORITMO<br />

RLS<br />

MUSIC-FOCALIZADO<br />

MVDR DIRECIONADO<br />

RLS-MUSIC<br />

RLS-MVDR<br />

Tabela 1 - Número de FLOPS dos Algoritmos.<br />

A conclusão que pode ser feita deste trabalho é que tanto o algoritmo MUSIC<br />

como o algoritmo MVDR têm uma melhor resolução em relação ao algoritmo adaptativo<br />

RLS, porém os dois algorimos, MUSIC e MVDR têm um custo computacional mais<br />

elevado do que o algoritmo adaptativo RLS. Devido isto, o algoritmo de conformação de<br />

feixes adaptativo tem um bom desempenho no acompanhamento de alvos em uma<br />

determinada direção de interesse.<br />

NÚMERO DE PLOPS<br />

9.64 MFLOPS<br />

20.79 MFLOPS<br />

50.8 MFLOPS<br />

16.48 MFLOPS<br />

17.47 MFLOPS<br />

Para melhorar a taxa de convergência do algoritmo adaptativo RLS, talvez fosse<br />

interessante fazer uma decomposição da matriz de dados (decomposição QR por<br />

exemplo), e postriormente submeter esta matriz ao algoritmo.


1 1 .Don H. Johnson, Dan E. Dudgen, Array signnl processing, Prentice-Hall Englewood,<br />

Cliis, New Jersey, 1 993.<br />

12.Anthony D. Whalen, Detection of Signal on Noise, Acadeinic Press New York and<br />

London, 197 1.<br />

13.Barry D. Van Veen and Kevin M. Buckley, Beamforming: A Versatile Approach to<br />

Spatial Filtering, IEEEASSPMagazine, pp. 4 -24, apr. 1988.<br />

14. Simon Haykin, Adáptive Filter XJzeory, Prentice-Hall, second edition, Englewood CWs,<br />

New Jersey. 1991.<br />

15. Jeffrey Krolik, Focused Wide-Band Array Processing for Spatial Spectral<br />

Estimation, Advances in Spectrunz Analysis and Array Processing, Prentice Hall,<br />

Englewood CliK NJ, vol.11, Simon Haykin Editor, 1992.<br />

16. Jeffrey Krolik and David Swingler, Multiple Broad-Band Location Using Steered<br />

Covariance Matrices, IEEE Trnns. on Acozrstic, Speech and Signal Processing,<br />

~01.37, pp. 1481-1494, OC~. 1989.<br />

17.Jefrrey Krolik and David Swingler, Focused Wide-Band Array Processing by<br />

Spatial Resampling, IEEE Trans. on Acoustic, Speech and Signal Processing, vol.<br />

38, pp. 356-360, Feb.1990.<br />

18.Ta-Sung Lee, Efficient Wideband Source Localization Using Beamforrning<br />

Invariance Technique, IEEE trnns. on Signal Processing, vol. 42, pp. 1376- 13 87,<br />

jun. 1994.<br />

19. Ronald E. Crochiere and Laurence R. Rabiner, Multirate Digztal Signal Processing,<br />

Prentice-Hall, Englewood Cilffs, New Jersey, 1983.<br />

20.Bernard Widrow, Samuel D. Stearns, Adaptive sigrmlprocessing, Prentice-Hd, second<br />

edition, Englewood Cilffs, New Jersey, 1985.


2 1 .Paulo S. R. Diniz, Practical Methodr of Adqwtive Filtering, COPPEI<strong>UFRJ</strong> 1 993<br />

22.Gene H. Golub, Charles F. Van Loan, Mapix Computations, The Johns Hopkins<br />

University Press, Baltimore, Maryland, 1983.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!