Versão eletrônica - Furb

ASTOLFO e ESTRELA = Representam a ambição pelo poder. Durante o “sonho”
instigam a tirania do príncipe, por saber que isso determinará ascender ao trono. São
ambiciosos e ardilosos. Criam situações que envolvem e comprometem tudo e todos
em suas buscas pelo poder. Representam o conflito. Entre si nutrem conveniências e
favores. Inventam um amor que irá uni-los no poder, mas tão frágil quanto um cristal,
que corre riscos constantes de se desfazer. São patéticos, portanto cômicos.
ROSAURA = O símbolo da determinação e da coragem. Servirá de espelho para
Segismundo. Mostrará que o ser humano é (ou poderia ser) um ser sem limites na
busca de sua transcendência. Veste-se de homem para burlar os ditames impostos,
apesar de não acreditar que o ser humano precise se definir como homem ou mulher
para impor-se diante da vida. É o estopim das descobertas de Segismundo e o alvo de
seu amor e encantamento pelas possibilidades da vida.
Obs.: Até aqui os personagens têm uma profunda ligação com o original, porém,
diferenciados pelo novo roteiro e enfoque seguidos no espetáculo. Ficar atento a isso
na composição dos personagens.
A MÃE = Representa a lacuna existencial de Segismundo. Ao morrer no parto, priva-lhe
do olhar inicial de aceitação e reconhecimento. Aparece em outros momentos da peça,
servindo de consolo e amparo. Também não tem um rosto definível. É mais uma
sensação, uma presença não física para Segismundo. Não existe no original, sendo um
elemento de ligação entre as duas obras referenciais de nossa obra (i.e., Calderón e
Todorov).
CLARIM E SUA VOZ DISPERSA = Tem a função da crítica e da situação do público
diante da trajetória de Segismundo. Serve de ponte entre os personagens “abstratos” e
os “naturais” do espetáculo. Divide-se em dois – por esse motivo feito por dois atores –
sendo uma das partes aquela irônica e inconsequente e outra a reflexiva, que faz com
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