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trabalho escravo nas Freguesias do Espírito - Programa de Pós ...

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cavalos, mulas, palanquins e pe<strong>de</strong>stres. As cida<strong>de</strong>s eram “pomares”,<br />

“hortas”, campos urbaniza<strong>do</strong>s. 10<br />

Trazen<strong>do</strong> a presente discussão para a Província <strong>do</strong> <strong>Espírito</strong> Santo <strong>de</strong>stacamos que<br />

a imprecisão apontada por Mattoso, entre cida<strong>de</strong> e campo no século XIX, também<br />

foi observada no espaço físico da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória e suas adjacências. Sítios e<br />

pomares faziam parte <strong>do</strong> setor central da cida<strong>de</strong>. De acor<strong>do</strong> com Merlo 11 , gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Vitória, apesar <strong>de</strong> possuírem bens fora da capital, morava<br />

em seu âmbito citadino. 12<br />

Quanto à economia <strong>de</strong>ssa região, como já comprova<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> recente<br />

análise 13 , apesar <strong>de</strong> estar afastada das principais rotas, se integrava ao comércio<br />

colonial como exporta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> produtos agrícolas para outras províncias brasileiras.<br />

Essa análise contradiz o fracasso econômico aborda<strong>do</strong> pela historiografia tradicional<br />

capixaba, pois ela sempre avaliou a lucrativida<strong>de</strong> da região em relação ao seu<br />

comércio com a Metrópole portuguesa e não consi<strong>de</strong>rou a produção para o<br />

abastecimento interno como fator <strong>de</strong> inserção na economia mercantil colonial. Por<br />

outro la<strong>do</strong>, esse estu<strong>do</strong> corrobora com as análises tradicionais por abordar a<br />

<strong>de</strong>pendência da região pela mão-<strong>de</strong>-obra escrava.<br />

Contu<strong>do</strong>, apesar <strong>de</strong> constatada a <strong>de</strong>pendência regional da mão-<strong>de</strong>-obra escrava,<br />

<strong>de</strong>monstrada também por outros autores 14 , não faz parte <strong>de</strong>ssas análises discutirem,<br />

especificamente, sobre as formas <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>escravo</strong> <strong>de</strong>senvolvidas no cotidiano da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória e adjacências. Assim, acreditan<strong>do</strong> contribuir com a historiografia da<br />

escravidão produzida no <strong>Espírito</strong> Santo, constitui-se objeto <strong>de</strong>sta dissertação,<br />

10 MATTOSO, 1982, p.13.<br />

11 MERLO, 2003, p. 23 a 40.<br />

12 Como área urbana <strong>de</strong> Vitória, nesse perío<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar os quarteirões que ficavam <strong>de</strong><br />

frente para o mar e o morro <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong> e se estendiam até a Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia e o<br />

Campinho. A ocupação <strong>do</strong> espaço continental <strong>de</strong>u-se somente após a instauração da República. Ver:<br />

BASTOS, Fabíola Martins. Relações sociais, conflitos e espaços <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>: formas <strong>de</strong><br />

convívio no município <strong>de</strong> Vitória, 1850-1871. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em História) – <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-<br />

Graduação em História Social das Relações Políticas, UFES, Vitória, 2009, p.20.<br />

13 CARVALHO, Enaile Flauzina. Política e economia mercantil <strong>nas</strong> terras <strong>do</strong> <strong>Espírito</strong> Santo - 1790<br />

a 1822. 2008. 159f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Historia) - <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-graduação em História<br />

Social das Relações Políticas, UFES, Vitória, 2008.<br />

14 Entre outros <strong>trabalho</strong>s ver: ALMADA, Vilma Paraíso Ferreira <strong>de</strong>. Escravismo e transição: o<br />

<strong>Espírito</strong> Santo, 1850/1888. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edições Graal, 1984, p. 64 a 74. SALETTO, Nara.<br />

Transição para o <strong>trabalho</strong> livre e pequena proprieda<strong>de</strong> no <strong>Espírito</strong> Santo: 1888-1930. Vitória:<br />

EDUFES, 1996, p.45. BITTENCOURT, Gabriel. A formação econômica <strong>do</strong> <strong>Espírito</strong> Santo: o roteiro<br />

da industrialização, <strong>do</strong> engenho às gran<strong>de</strong>s indústrias (1535-1980). Rio <strong>de</strong> Janeiro/ Vitória:<br />

Cátedra/DEC, 1987.<br />

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