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trabalho escravo nas Freguesias do Espírito - Programa de Pós ...

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diferencia<strong>do</strong> apesar <strong>de</strong> se integrarem em um mesmo processo <strong>de</strong> controle social.<br />

Notou também a pouca ocorrência <strong>de</strong> prisões <strong>de</strong> <strong>escravo</strong>s, sen<strong>do</strong> a maioria por<br />

embriagues e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns. Campos conclui que as sentenças judiciais contemplavam<br />

o comportamento pretérito <strong>do</strong> cativo. Desse mo<strong>do</strong>, a negociação e a obediência<br />

tornaram-se uma estratégia <strong>de</strong> luta, extrapolan<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>escravo</strong>s.<br />

Cabe <strong>de</strong>stacar outro estu<strong>do</strong>, À Sombra da escravidão: negócios e família escrava<br />

(Vitória/ES, 1800-1830) 95 , <strong>de</strong> 2003, no qual Patrícia Merlo analisa as escravarias<br />

capixabas, a freqüência <strong>de</strong> laços familiares estáveis entre os cativos e suas<br />

características. Ela tentou reconstituir as estratégias cotidia<strong>nas</strong> <strong>do</strong>s <strong>escravo</strong>s para<br />

manter uma família, <strong>de</strong>ntro das possibilida<strong>de</strong>s da época. Para esse fim foram<br />

toma<strong>do</strong>s como fontes os inventários <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> proposto.<br />

Como conseqüência direta <strong>de</strong>sse novo movimento historiográfico no <strong>Espírito</strong> Santo<br />

alguns <strong>do</strong>s principais estereótipos manti<strong>do</strong>s pela historiografia capixaba, até então,<br />

isto é, o recorrente isolamento e <strong>de</strong>cadência <strong>de</strong> sua economia (quadro altera<strong>do</strong><br />

somente com o advento <strong>do</strong> café) começam a serem ultrapassa<strong>do</strong>s. 96 No caso da<br />

região formada pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória e adjacências, a expansão cafeeira teria<br />

retira<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa área a primazia econômica e populacional direcionada, após o surto<br />

cafeeiro, para a região Sul da província capixaba.<br />

Decerto que a expansão <strong>do</strong> café trouxe novos direcionamentos para a Província<br />

capixaba, mas é justo lembrar que a lucrativida<strong>de</strong> extraída com as exportações <strong>de</strong><br />

produtos agrícolas era consi<strong>de</strong>rada pela Coroa portuguesa no perío<strong>do</strong> Colonial, e<br />

mesmo após a In<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> Brasil com a expansão <strong>do</strong> café, como o único<br />

sinônimo <strong>de</strong> riqueza econômica. Essa visão <strong>de</strong>ixou o <strong>Espírito</strong> Santo e suas<br />

insignificantes receitas comparadas com as <strong>de</strong> outras províncias, como a <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, relega<strong>do</strong> a um plano secundário. Visão, essa, mantida pelos políticos <strong>do</strong><br />

perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong> e por historia<strong>do</strong>res seguintes à economia colonial. Contu<strong>do</strong>,<br />

recente estu<strong>do</strong> ao nível <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Enaile Carvalho, Política e<br />

95 MERLO, Patrícia Maria da Silva. À Sombra da escravidão: negócios e família escrava: Vitória/ES:<br />

1800-1830. 2003. 123f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em História) - <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-Graduação em<br />

História, UFF, Niterói, 2003.<br />

96 ALMADA, 1984.<br />

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