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amálgama de mitos - Facom - Universidade Federal da Bahia

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Esse tipo <strong>de</strong> sacralização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> um mortal na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> perfaz o caminho<br />

<strong>de</strong> sacralização <strong>de</strong> componentes do mundo profano, ou seja, o cinema, a música, a<br />

<strong>da</strong>nça, a diversão e o contraditório e, às vezes, repugnante espaço <strong>da</strong> política, quando<br />

abriga um nome <strong>de</strong> expressão mítica, acaba por ressignificar o profano e torna sagrado o<br />

templo <strong>de</strong> atuação pelo qual o novo mito foi conhecido.<br />

Ao analisar a histórica e mercadológica mitificação dos astros e estrelas do<br />

cinema oci<strong>de</strong>ntal, Edgar Morin traz uma nova conceituação <strong>de</strong> mito que muito se aplica<br />

às discussões levanta<strong>da</strong>s por este ensaio monográfico:<br />

OIÁ<br />

BETHÂNIA: <strong>amálgama</strong> <strong>de</strong> <strong>mitos</strong><br />

“É necessário que precisemos o sentido do termo ‘mito’, tornado<br />

também, ele próprio, mítico nas mãos <strong>de</strong> seus múltiplos comentadores. Um<br />

mito é o conjunto <strong>de</strong> conduta e situações imaginárias. Essas condutas e<br />

situações po<strong>de</strong>m ter por protagonistas personagens sobre-humanas, heróis ou<br />

<strong>de</strong>uses; diz-se então o mito <strong>de</strong> Hércules, ou <strong>de</strong> Apolo. E, com to<strong>da</strong> exatidão,<br />

Hércules é um herói, e Apolo, <strong>de</strong>us, <strong>de</strong> seus <strong>mitos</strong>”. 13<br />

Para Morin, “na vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> o herói é o mortal em processo <strong>de</strong><br />

divinização. Parentes dos homens e dos <strong>de</strong>uses, os heróis dos <strong>mitos</strong> são, muito<br />

justamente, <strong>de</strong>nominados semi<strong>de</strong>uses”. 14<br />

Edgar Morin também conceitua o chamado ‘mito <strong>da</strong> estrela’:<br />

“a estrela é o ator, ou a atriz, que absorve parte <strong>da</strong> essência<br />

heróica – isto é, diviniza<strong>da</strong> e mítica – dos heróis dos filmes, e que,<br />

reciprocamente, enriquece essa essência com uma contribuição que lhe é<br />

própria. Quando se fala em mito <strong>da</strong> estrela, trata-se, portanto, em primeiro<br />

lugar do processo <strong>de</strong> divinização a que é submetido o ator <strong>de</strong> cinema, e que<br />

faz <strong>de</strong>le ídolo <strong>da</strong>s multidões”. 15<br />

É a partir <strong>de</strong>ssa assertiva moriniana, que diagnostica o processo <strong>de</strong> divinização<br />

do ator do cinema, on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo extensivo, analisar-se-á a existência <strong>de</strong> uma possível<br />

13 Ibid, p. 26.<br />

14 Ibid, p. 26.<br />

15 Ibid, p. 26.<br />

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