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Frederick Forsyth A Alternativa do Diabo - SER ONLINE

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possui<strong>do</strong>r de passaporte britânico não precisava de visto para entrar na<br />

Turquia. Depois <strong>do</strong> expediente, tratou de providenciar o necessário atesta<strong>do</strong><br />

de vacina contra varíola, no centro médico da British Airways, em Victoria.<br />

Drake sentia-se excita<strong>do</strong> porque julgava que havia uma possibilidade<br />

de ter encontra<strong>do</strong>, depois de anos de espera, o homem que estava<br />

procuran<strong>do</strong>. Ao contrário <strong>do</strong>s três homens que se haviam posta<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> da<br />

cama <strong>do</strong> náufrago <strong>do</strong>is dias antes, ele sabia de que país era a palavra zradzhenyi.<br />

Sabia também que não era o nome <strong>do</strong> homem. O náufrago no pequeno<br />

hospital turco murmurava a palavra “traí<strong>do</strong>” em sua língua nativa, que era o<br />

ucraniano. O que podia significar que o homem era um guerrilheiro ucraniano<br />

refugia<strong>do</strong>.<br />

Andrew Drake, apesar <strong>do</strong> nome britânico, era também ucraniano... e<br />

fanático.<br />

A primeira visita de Drake, ao chegar a Trabzon, foi ao escritório <strong>do</strong><br />

Sr. Erdal, cujo nome obtivera de um amigo <strong>do</strong> Lloyds, alegan<strong>do</strong> que iria passar<br />

alguns dias de férias na costa da Turquia e talvez precisasse de alguma ajuda, já<br />

que não falava uma só palavra de turco. Umit Erdal, ven<strong>do</strong> a carta de<br />

apresentação que Drake lhe entregou, não indagou por que motivo o visitante<br />

estava queren<strong>do</strong> ver o náufrago no hospital local. Escreveu uma carta pessoal<br />

de apresentação ao diretor <strong>do</strong> hospital e, pouco depois <strong>do</strong> almoço, Drake foi<br />

introduzi<strong>do</strong> no pequeno quarto em que estava o homem.<br />

O agente local <strong>do</strong> Lloyds já o informara de que o homem, embora<br />

novamente consciente, passava a maior parte <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>; e durante<br />

os perío<strong>do</strong>s em que ficava desperto, até aquele momento não falara<br />

absolutamente nada. Quan<strong>do</strong> Drake entrou no quarto, o homem estava<br />

deita<strong>do</strong> de costas, os olhos fecha<strong>do</strong>s. Drake puxou uma cadeira e sentou-se ao<br />

la<strong>do</strong> da cama. Por algum tempo, ficou olhan<strong>do</strong> em silêncio para o rosto<br />

encova<strong>do</strong> <strong>do</strong> homem. Depois de vários minutos, as pálpebras <strong>do</strong> náufrago<br />

adejaram, se entreabriram e fecharam outra vez. Drake ficou sem saber se o<br />

homem o vira ou não fitan<strong>do</strong>-o atentamente. Mas sabia que o homem estava à<br />

beira de despertar. Lentamente, inclinou-se para a frente e disse claramente,<br />

no ouvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> náufrago:<br />

— Shche ne vmerla Ukraina.<br />

A frase significa, literalmente, “A Ucrânia não está morta”; numa<br />

tradução mais livre, significaria “A Ucrânia continua a viver”. São as primeiras<br />

palavras <strong>do</strong> hino nacional ucraniano, proibi<strong>do</strong> pelos russos, poden<strong>do</strong> ser

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