14.04.2013 Views

Frederick Forsyth A Alternativa do Diabo - SER ONLINE

Frederick Forsyth A Alternativa do Diabo - SER ONLINE

Frederick Forsyth A Alternativa do Diabo - SER ONLINE

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1<br />

Um vento ameno soprava sobre Washington naquele dia de mea<strong>do</strong>s<br />

de maio, levan<strong>do</strong> às ruas as primeiras pessoas sem casacos e fazen<strong>do</strong><br />

desabrochar as primeiras rosas vermelhas no jardim diante das janelas<br />

francesas <strong>do</strong> Gabinete Oval da Casa Branca. Mas embora as janelas estivessem<br />

abertas e o cheiro agradável de relva e flores penetrasse no santuário particular<br />

<strong>do</strong> mais poderoso governante <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a atenção <strong>do</strong>s quatro homens ali<br />

presentes estava concentrada em outras plantas, num distante país estrangeiro.<br />

O Presidente William Matthews estava senta<strong>do</strong> no lugar em que os<br />

Presidentes americanos sempre sentavam: de costas para a parede sul da sala,<br />

olhan<strong>do</strong> para a clássica lareira de mármore que <strong>do</strong>mina a parede norte, através<br />

de uma mesa antiga bastante larga. A cadeira, ao contrário das que haviam<br />

si<strong>do</strong> usadas pela maioria de seus antecessores, os quais preferiam assentos<br />

personaliza<strong>do</strong>s, feitos por encomenda, era de fabricação em série, encosto<br />

alto, giratória, <strong>do</strong> tipo que qualquer executivo de corporação poderia ter. É<br />

que “Bill” Matthews, como insistia em ser chama<strong>do</strong> em seus cartazes de<br />

publicidade, sempre fizera questão de ressaltar, nas sucessivas e bemsucedidas<br />

campanhas eleitorais, suas predileções de homem comum em<br />

roupas, comidas e confortos pessoais. Por isso, sua cadeira, que podia ser vista<br />

pelas dezenas de delega<strong>do</strong>s partidários que gostava de receber pessoalmente<br />

no Gabinete Oval, não era luxuosa. E ele fazia também questão de ressaltar<br />

que a mesa era herdada e já se tornara parte da preciosa tradição da Casa<br />

Branca. Sua atitude sempre surtia o efeito deseja<strong>do</strong>.<br />

Mas Bill Matthews ficava por aí. Quan<strong>do</strong> estava em reunião com seus<br />

principais assessores, o “Bill” que seu eleitor mais humilde podia chamá-lo<br />

estava fora de questão. Também aban<strong>do</strong>nava o tom de voz de bom moço e o<br />

sorriso cativante que levara os eleitores a instalarem na Casa Branca o homem<br />

comum igual a eles. Ali, porém, não era o homem comum igual aos outros, e<br />

seus assessores sabiam disso perfeitamente. Era o homem que estava no topo.<br />

Senta<strong>do</strong>s em cadeiras de braços, de encosto reto, diante da<br />

escrivaninha, estavam os três homens que haviam solicita<strong>do</strong> uma reunião a sós<br />

com o Presidente naquela manhã. O mais chega<strong>do</strong> a ele, em termos pessoais,<br />

era o Presidente <strong>do</strong> Conselho de Segurança Nacional, seu assessor pessoal em<br />

questões de segurança e confidente em relações internacionais. Chama<strong>do</strong> na<br />

Ala Oeste e no Prédio <strong>do</strong> Executivo como “Doe” ou “aquele maldito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!