universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF
universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF
universidade federal fluminense programa de pós-graduação - UFF
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Kely: Eu comecei como babá. Pegava criança no colégio, levava as crianças. Várias crianças,<br />
quase a rua inteira, eu fui babá <strong>de</strong>les. Aniversário eles ficavam lá cantando parabéns pra<br />
mim.<br />
Pesquisador: Quantos anos?<br />
Kely: Ah! treze pra quatorze anos. Aí <strong>de</strong>pois eu comecei com trabalhos temporários como<br />
promotora. Trabalhar com produtos <strong>de</strong> mercado, tipo aquelas paradas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustação, ou<br />
apresentando um produto novo. Aí trabalhei um bom tempo com isso. Quando eu<br />
iniciei o técnico eu continuei trabalhando durante o dia como promotora e à noite eu<br />
fazia o técnico <strong>de</strong> Segurança. Tudo isso trabalho sem carteira assinada. Meu primeiro<br />
trabalho <strong>de</strong> carteira assinada foi como técnico <strong>de</strong> Segurança do Trabalho. Tem lá, a<br />
única assinatura da carteira é como técnico. E hoje eu tõ trabalhando como técnica <strong>de</strong><br />
Segurança do Trabalho.<br />
Pesquisador: E o estágio, você fez estágio?<br />
Kely: Fiz, fiz estágio numa transportadora e logo <strong>de</strong>pois arrume o trabalho.<br />
Lílian: Bom meu caso foi, eu nunca tinha trabalhado antes. Logo que eu terminei o curso<br />
técnico, em 2004, fui trabalhar num hotel on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da minha turma tinha<br />
passado. E assim o estágio era meio ruim porque eles não davam passagem, apesar <strong>de</strong>u<br />
ter a passagem do CEFET, mas não dava passagem e não era remunerado. A única<br />
coisa que eles davam era alimentação. E assim era um estágio que eu trabalhava muito,<br />
muito, muito. Eu comecei trabalhando na área <strong>de</strong> banquetes, eu fazia uns eventos lá, eu<br />
arrumava a mesa, via tudo <strong>de</strong> eventos e <strong>de</strong>pois eu fui trabalhar na área <strong>de</strong> frigobar, fazer<br />
reposição <strong>de</strong> frigobar. E isso sem ganhar nada. Eu tinha terminado meu curso técnico<br />
em 2004, e até o meio <strong>de</strong> 2005 eu fiquei trabalhando. E aí eu carregava carrinho<br />
pesado, eu passava em 111 quartos sozinha trocando tudo, fazendo notinha, indo lá na<br />
recepção, lançando o que o pessoal tinha comido. Era muito ruim. Tinha dia que eu era<br />
escalada pra trabalhar sábado e domingo sem ganhar nada. Aí em 2005, eu fiquei<br />
procurando estágio porque eu queria fazer outro tipo <strong>de</strong> estágio, eu queria fazer outra<br />
coisa. Fiz algumas entrevistas, não consegui. Até que eu fui pro Sheraton-Barra, hotel<br />
cinco estrelas, super legal. Fiz uma entrevista pro cargo lá, não consegui. Depois me<br />
chamaram pra trabalhar temporariamente, no final <strong>de</strong> ano, ven<strong>de</strong>ndo pacote das festas<br />
<strong>de</strong> Natal e <strong>de</strong> final <strong>de</strong> ano que tinha lá. Aí gostaram do meu trabalho, e me pediram pra<br />
trabalhar no ano novo também, no Ano Novo e no Natal. Foi legal, porque eu acho que<br />
foi a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eu ganhar mais dinheiro. Eu nunca tinha trabalhado, eu trabalhei<br />
muito. Acho que trabalhar em hotelaria se trabalha muito, eu tinha hora pra chegar, mas<br />
não tinha hora pra sair, às vezes eu chegava em casa onze horas da noite, uma hora da<br />
manha, pra tá lá <strong>de</strong> novo <strong>de</strong>z horas da manhã. E era na Barra, então eu pegava dois<br />
ônibus, mais <strong>de</strong> uma hora <strong>de</strong> viagem, mas foram as únicas experiências <strong>de</strong> trabalho e<br />
acho que me ajudaram muito. E agora eu tõ fazendo faculda<strong>de</strong> que é uma área que não<br />
tem nada a ver, mas eu acho que me ajudou <strong>de</strong> certa forma, no que eu tô fazendo hoje<br />
teve certa influência.<br />
128